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FATORES AMBIENTAIS E GENÉTICOS
DAS DOENÇAS DESMIELINIZANTES DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
DORALINA G. BRUM, MD, PhD
Tópicos abordados
• Epidemiologia da EM e NMO;
• EM: Fatores genéticos e ambientais;
• NMO:Fatores genéticos e ambientais;
• Particularidades dos fatores genéticos e ambientais no Brasil e sua miscigenada população.
Características diferenciais de neuromielite óptica e esclerose múltipla
Trapp, B, 1998
EM
pré-clínico Recorrente-remitente Progressiva secundária Recorrente
NMO
EDSS
Ambas tem em comum serem autoimunes e o desenvolvimento está relacionado
com fatores genéticos e ambientais particularmente na EM
Epidemiologia
Esclerose múltipla
• Mais frequente em caucasianos
• 20-40 anos
• F/M: 2:1
Neuromielite óptica
• Mais frequente em não- brancos:asiáticos, hispânico, afro-descendente
• 1 a 81 anos (37-40 anos)
• F/M: 5:1
Epidemiologia
Esclerose múltipla acomete preferencialmente caucasianos e
EM apresenta distribuição gradiente norte-sul
Neuromielite óptica é mais frequênte em não caucasianos.
A população brasileira
é miscigenada: interesse étnico-genético
www.atlasofms.org
McFarlin, N Engl J Med,1982
12 famlías – 25 indivíduos
Ocorrência familiar de NMO em torno de 3%
Transmissão pode ser paterna ou materna
Filha-pai, tio-sobrinha,
Em 1 família 3 indivíduos tinha NMO, restante 2
76% era NMO-IgG positivo
48% dos indívíduos tinham outras doenças autoimunes
2010
25% concordância entre
monozigóticos
2,3% entre gêmeos dizigóticos
1,9% entre consangüíneos não gêmeos
Enfatiza o fator GENÉTICO
Mais que 4 décadas
atrás.........
Os primeiros estudos caso-controle evidenciando associação
de alelo HLA com EM
GENOMA
DNA
MHC
Lancet. 1973 Dec 1;2(7840):1221-5.
Histocompatibility
determinants in multiple
sclerosis,
with special reference to
clinical course. Jersild C, Fog T, Hansen GS, Thomsen M, Svejgaard A, Dupont B.
Confirmacão de genes prévios +29 NOVOS GENES
Hipótese: variantes comuns contribuem
significativamente para o risco de doenças
complexas
Genes associado a risco para EM com relevância no dogma central da biologia na resposta imune
Citocinas
CXCR5,
IL2RA,
IL7R,
IL7,
IL12RB1,
IL12A,
IL12B,
IL22RA2,
IRF8,
TNFRSF1A,
TNFRSF14,
TNFSF14
Co-estimulação
CD37
CD40
CD58
CD80
CD86
CLECL1
Transdução de sinais
CBLB,
GPR65,
MALT1,
RGS1,
STAT3,
TAGAP,
TYK2
Apresentação de
antígenos
HLA-DRB1*15
HLA-DRB1*03
HLA-DRB1*13
HLA-A*02
não HLA HLA
(VCAM1)
Genes envolvidos na via de diferenciação do linfócito Thelper nas doenças inflamatórias desmielinizantes
Front Immunol. 2015 Jun 17;6:322. doi: 10.3389/fimmu.2015.00322. eCollection 2015.
Antigen Presentation, Autoantigens, and Immune Regulation in Multiple
Sclerosis and Other Autoimmune Diseases.
Riedhammer C1, Weissert R1.
INTERAÇÃO DE FATORES
GENÉTICOS
AMBIENTAL
VIT D
Negros e caucasianos têm
necessidade de níveis
fisiológicos diferentes?
*proteção excessiva
CYP24A1
GENÉTICOS ETNIA INTERAÇÃO DE FATORES
0
20
40
60
80
100
Painel de marcadores informativos de ancestralidade (PCR-
RFLP) (Parra 1998, Shriver 2003).
Africans
Europeans
Amerindians
Esclerose múltipla e neuromielite óptica
possuem fatores de risco étnico-genético?
Composição Ancestral População Brasileira
Pacientes e Controles
1ª Geração
2a. Geração
3a. Geração
Pai Mãe
avós
bisavós
No Brasil, o que é ser branco, pardo, moreno, negro?
Impacto: associação espúria, daí a importância do uso de marcadores de ancestralidade
Italia Espanha Portugual Afro-brasileiro Indigena
“Our data suggest that in Brazil, at an individual
level, color, as determined by physical evaluation, is a
poor predictor
of genomic African ancestry, estimated by molecular
markers.
NA TENTATIVA DE CONHECER MELHOR O ASPECTO GENÉTICO
POPULACIONAL e FUGIR DA SUBJETIVIDADE DA COR DA PELE:
ANCESTRY INFORMATIVE MARKERS
(AIMs)
Marcadores informativos de ancestralidade (Ancestry informative markers, AIMs)
Aplicação:
1.Comparar populações similares quanto à ancestralidade – evitar associação espúria em estudos caso-controle
2.Verificar se há associação com chance de diagnóstico, sexo, aspectos demográficos e clínicos (gravidade) e laboratoriais
AMER AFR
EUR
AMER AFR
EUR EUR
AFR AMER
Individual ancestry estimates by STRUCTURE software
NMO-RP MS-RP Control-RP
Ancestry group estimates by ADMIX software
MS-RP NMO-RP Control-RP
Europeans 0.785 ± 0.002 0.687 ± 0.001 0.704 ± 0.012
Africans 0.125 ± 0.001 0.205 ± 0.001 0.179 ± 0.007
Amerindians 0.090 ± 0.001 0.108 ± 0.001 0.117 ± 0.009
R2 = 0.999986 R2 = 0.999992 R2 = 0.999238 33
AFR MS RP
NMO RP
EUR AMER CTRL RP
Scatter Plot of African Ancestry Indexes (AAI) for each individual and Dunn's Multiple Comparison Test between medians
AAI P < 0.05?
AFR vs MS Yes
AFR vs NMO Yes
AFR vs CTRL Yes
AFR vs EUR Yes
AFR vs AMER Yes
MS vs NMO No
MS vs CTRL No
MS vs EUR No
MS vs AMER Yes
NMO vs CTRL No
NMO vs EUR No
NMO vs AMER Yes
CTRL vs EUR Yes
CTRL vs AMER Yes
EUR vs AMER Yes
34
Frequências dos grupos de alelos HLA-DRB1*01, DRB1*03 e DRB1*15 entre brasileiros com aqueles observados na série
francesa com NMO-IgG e EM
Alelo
DRB1
NMO-IgG versus controle NMO-IgG versus EMRR
Brasileiros mulatos (NMO-IgG+)
Brancos Franceses (NMO-IgG+)
Brasileiros Mulatos (NMO-IgG+)
Brancos franceses (NMO-IgG+)
n1=27 n
1=22 n
1=27 n
1=22
DR1 P2=0.07
OR3=3.53
(0.9-13.85) p2=0.03
OR3=2.37
(1.05-5.37) p2=0.02
OR3=5.6
(1.15-27.24) p2=0.03
OR3=2.53
(1.07=6.01)
DR3 p2=0.04
OR3=3.23
(1.07-9.82) p2=0.001
OR3=3.08
(1.52-6.27) p2=0.04
OR3=3.23
(1.07-9.82) p2=0.01
OR3=2.43
(1.16-5.08)
DR15 p2=0.06*
OR3=0.13
(0.1=1.11) p2=0.72
OR3=1.18
(0.48-2.88) p2=0.0001
OR3=15.89
(3.51-71.85) p2=0.09
OR3=0.5
(0.21-1.15)
(Zéphir H, Mult Scler. 15:571-9, 2009)
(Brum et al, Multiple Scler. 2010)
Grupo Ancestral
Doença
HLA e Susceptiblidade
Branco EM HLA-DRB1*1501
Mulato (BR)/Afro-Americano EM HLA-DRB1*1503
Mulato (Brasil) NMO (NMO-IgG pos) HLA-DRB1*03
Branco (Francês) NMO (NMO-IgG pos) HLA-DRB1*03
Qual é a consequência desses achados?
Essas associações estão relacionados à
apresentação de diferentes antígenos
ESCLEROSE MÚLTIPLA NEUROMIELITE ÓPTICA
ADAPTADO DE Wingerchuck DM et al. Lancet neurology 2007, 6(9):805-815
Antígeno alvo: mielina HLADR15 Antígeno alvo: AQP4 HLA-DR3
OUTROS QUESTIONAMENTOS…..
• A prevalência da EM no Brasil é <5 vezes que em países com população caucasiana e rara na população africana.
• Considerando esse fator de risco étnico-genético:
1. Os AIMs tem repercussão na diferença de prevalência já que são alelos população específica?
Outras questões
• Pacientes afro-descendentes apresentam potencial para evoluir com maior gravidade da capacidade funcional na EM.
• AIMs podem influenciar a gravidade da EM?
• Em andamento…
Esclerose múltipla Neuromielite óptica
GENÉTICA
HLA-DRB1*15
IMUNOLOGIA
humoral
AMBIENTAL
Vírus
Cigarro
Vitamina D - CPY24A1
Geografia
Étnico
Caucasiano
GENÉTICA
HLA-DRB1*03
IMUNOLOGIA
Mediada por
célula
AMBIENTAL
?
Geografia
Étnico
Não-caucasia
no
–Portanto, consideramos a população
brasileira extremamente interessante para estudar doenças
em relação ao aspecto étnico-genético
Grupo de genética
USP
Marcelo Luizon
Claudia Wiezel
Yara Muniz
Celso Mendes-junior
Aguinaldo Simões
Grupo de neurologia
USP
Eduardo Antonio Donadi
Antonio Carlos dos Santos
Amilton Antunes Barreira
FMB/UNESP
Fernando Coronetti
UFMG
Marco Aurélio Lana-Peixoto
Cristiane Rocha
Hospital da Restauração
Maria Lucia Ferreira
UNIFESP
Alberto Gabbai,
Enedina Oliveira
Denis Bichuetti
UFGo
Denise Diniz
UEL
Ramon Maciel
Hospital Biocor
Elizabeth Regina Frota
44
AGRADECIMENTOS
Dr. Mark Shriver (PSU) kindly provided genotype data for the parental
populations Europeans and Africans.