66
Dr. Eduard Estivill e Sylvia de Béjar Dorme, Meu Menino Te m a s 9, Debates

Dorme Meu Menino1[2]

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Dorme Meu Menino1[2]

Dr. Eduard Estivill e Sylvia de Béjar

Dorme, Meu Menino

Te m a s 9, Debates

Page 2: Dorme Meu Menino1[2]

Título original espanhol: Duérmete, Nirio

Autor: Eduard Estivill e Sylvia de Béjar

O 1996, Dr. Eduard Estivill e Sylvia de Béjar

Publicado originalmente por Plaza & Janés Editores, S.A.,

Barcelona, Espanha

Tradução: Daniela Alcobia

Capa: Josep Mana Mir

Fotografia da capa: O Fototeca, Philip Reeson

Impressão: Printer Portuguesa

(Casais de Mem Martins, Rio de Mouro)

l.a edição: Julho de 2000

ISBN: 972-759-284-8

Depósito legal: 154 3 17/00

Temas e Debates - Actividades Editoriais,

Rua Prof. Jorge da Silva Horta, 1 - 1500-499 Lisboa

Tel. 762 60 03 - Fax 762 62 47

E-mail: [email protected]

I. O nosso filho não dorme, nós também não (como nos afecta a falta de sono) ................

11. Não o adormeçam, há-de consegui-lo so- zinho

...................... (como &ar o hábito de sono) 111. De pequenino se torce o menino

(como ensiná-lo a dormir bem desde o prin- .......................................................... cípio)

IV. Recomeçar ................ (como reeducar o hábito de sono)

V. Questões horárias ............. (como ganhar a batalha do relógio)

VI. Outros problemas (como enfrentar os pesadelos e outras pertur-

................................ bagões ligadas ao sono) VII. Perguntas e respostas

... (como solucionar as dúuidas mais comuns)

Page 3: Dorme Meu Menino1[2]

PERGUNTA: Porque havemos de crer que este livro nos vai facilitar a vida se, até à data, todos os conselhos que nos deram para que o nosso fi- lho durma não serviram de nada?

RESPOSTA: Porque este método funcionou em 96 por cento dos casos em que se aplicou e, gra- ças a ele, milhares de crianças já dormem um so- no seguido ... e com eles, os pais.

PERGUNTA: Porque nos pode interessar este livro?

RESPOSTA: Porque todos os pais sonham com um bebé que durma um sono seguido e não dê problemas, e, se o ensinarem desde o princípio, tê-10-eis.

Page 4: Dorme Meu Menino1[2]

O NOSSO FILHO NAO DORME, NOS TAMBÉM NÃO

(como nos afecta a falta de sono)

Page 5: Dorme Meu Menino1[2]

Q u a n d o compramos um electrodoméstico, por exemplo, um simples espremedor de laranjas, um amável folheto explica-nos como devemos usá-lo e, se isso não for suficiente, ser-nos-á en- tregue um manual de instruções para solucionar qualquer dúvida que se nos coloque. Ainda há mais: como se deve ser eficiente, ninguém nos - entregará um manual da marca Zumox se tiver- mos comprado um Esprimex, nem nos darão um correspondente ao modelo de 1996 se tivermos comprado uma ~megamaravi lhan da geração 2010.

Mas quando se trata de recém-nascidos, essas «coisinhas» tão frágeis e que tanto respeito nos devem merecer, outro galo canta: qual manual de instruções, qual história! A crua realidade é que quando abandonamos a maternidade com o nos- so pequeno de dias nos braços, vamos para casa sem mais recursos que as nossas boas intenções de fazer o melhor possível. E, não poucas vezes, isso é menos que suficiente, sobretudo no que se refere ao sono infantil. Vejamos se não é assim ...

Page 6: Dorme Meu Menino1[2]

16 Dorme, meu menino

Em conclusão, quais são os resultados de tan- tas experiências? Nenhum, claro está. A menina continua a não dormir um sono seguido. E os pais também não.

Isto contado desta maneira até pode ter graça, mas não tem: o mau dormir tem consequêncids muito negativas, tanto para a Martinha como pa- ra os seus pais ... E já é sorte que não haja mais crianças em casa!

CONSEQUÊNCIAS DO MAU DORMIR DAS CRIANÇAS

Em lactantes e crianças pequenas Pranto faci] Irritabilidade, mau h u m o r

O I alta d e AtenGao Ilepcndencia de quem o trata Po\ \ i \e l \ problemas de crescimento

Em crianqas em idade escolar F:racasso escolar

O I n s e g u r a n p Timidez Mau caricter

Nos pa" I n s e g u r a n p Sentimento de cuIPC~ Acusa+kr rniituas de r n i m i - h Frustraçiio perante a situac;ão Sensac;ão de irnpoténcia e fracasso Cansaqo

Page 7: Dorme Meu Menino1[2]
Page 8: Dorme Meu Menino1[2]

( < c u r u ) > , V \ ~ I I < ~ J : , I ~ -o i i io s ~ > , d i ~ r x ; t c t w ? ~ este

. - I l O S \ 3 rel<lc<%? 110 bO:'lo J c "p<lll~'l . ' . P<lrL1 <<,r ir'lll-

. . - * a, IICII: C S I \ I ~ J ~ ~ L ~ ~ L I C F I-CIA~J{). 1.w.i~ J. I ~ O < ~ J v i- c i , ~ ~ i r , l \ . ~ i \ O I L J c ! - ~ ~ l . n q ~ ~ L, q ~ 1 ~ 1 q u c r c?-i~>r$a ~ L I C no \ ~ o l ~ t - ~ ~ ~ ~ i ~ t i l i ~ ~ ~ \ ~ ~ ~ l ~ o - l ~ ~ p , l i - ~ ent~-c .nr~~i- a

0 1 l l l l 1 1 1 1 1 1 1 1 0 t1111c11., 1 1 21 -. - - - -

aguentamos como podenio\ , nins 20 tim de ~ i ~ i i i i i

tempo estamos ex'iustos. I- d c p ~ s , como ,11i1o\ experinientnndo tudo o que n o \ ocori-c,, o que nos acoiiwlliani, lemos ou ou\ in ios d i ~ e r , e a me- nina continua seni dormir, x n t i n i o - n o \ insegu- ros, impotcnteç e culpado. ... L ;i c'ii-a com que nos olh,im os que têm filhos que doriiicm! Tia- tam-nos c o m o se fbssenios loucos o u um \erd, i- deiro desastre. No meu znso J p d ~ \ rd -c l l~ \ e i' "fracas~adc)": rentiLi-me um frac,i\\o coino p i , e como eu dewja\,l ter u i i i ,~ í;iniili;i iiuinero\,i! Rosa e eu f,di\,lnios clc tei- t i & o u qii'itro filhos, mas coin eGtc probler-ii,i foi-se a \ont,icic. l7spCio que agor'l, q u c i 5 o resol\criioi, \ol tcnios ,i ' l r i i -

mar-nos. ))

O LIMITE DOS CINCO A N O S

Page 9: Dorme Meu Menino1[2]

22 I ) o l l n e . i l i L i i I l i L l l i r l o --- - -- -- --

Não vClle 'i pen'i continuar , niío e verdade? P o r tor te nem todos o s casais têm d e passar

po r este transe, 1113s o caso d e Mar t inha n i o é único. 1,orige disso. Calcula-se q u e 35 p o r cento das criancas c o m nienos d e cinco anos sof rem d e problemas d e insóni ,~ , is to C, têm problemas ã Iiora d e dormir , mon ien to que cos tuma traiisfor- inar-se niini drama, e l o u acordam três, qua t ro , cinco e rnuitat m a i ~ t e / e s du ran te a noite .

O s úl t imos es tudos sohrc o tenia indicani que este núiiiero p o d e estar abaixo d a realid,ide, uma ve l que 0 5 pais tCrn tendCilcia para ncrcditar que é normal q u e uni^ crian<;,i de i i~a i s d e seis meses acorde ~ n r i a t \ c / c \ p o r noi te a c i ig i r a sua prc- 5enc;a j u n t o d c l ~ ( c h o r o , = t e n h o sede. , , aima-

- - - inaaa!.,, etc.). Pois beni , n5o é. C u m p r i d o o pri- meiro m o d e vida, o u 1iies1110 OS sete meses, a crianc;,~ tcni d e ser c'lpay d e d o r m i r s o ~ i n h a , n o sei1 qua r to c '1s escuras, fa7endo iiin s o n o sem in- terrupç<)es jonzc ou d w e hor'is seguidas).

Sc o \ o s s o filho n ã o o t u , perguntem-se p o r - que. O q u e aconteceu? O q u e $e passa? Lrn q u e é que lios cngan i ino \? 1;quec;am o q u e leram o u o que ou\ irain at6 agora. N5o devem p rocura r a causa nas cólic'is nem na t o m e o u sede, n e m n o excesm d c energia ou nd adciptac;iio a o jardim-in- fantil, etc. O p r o b l c t ~ i ~ i i i io p a c u p o r ai!

O q u e acontece é niu i to mais simples: o vosso filho aii1ti.i 11a0 , iprcnJeu J dormir . S u p o m o s q u e sc perguntarao: <(F o q u e q u e r isso d i ze r?» Des - cobr-lo-'10 e m breve, n o prcixirno capitulo, e, se

seguirem r i sorosmie i i te as ~ i n \ t r u q o e s . ~ , ~ 1 1 ) l i ~ ~ -

nos d e umLi semana tcrcis uni no\o clorrninholo em caw.

Em pri ineiro lugar, \era suiicicrite q u e esque- çam t u d o o q u e ficou p i r a trbs e q u e coineccru uma v i d ~ n o \ a , t endo bein presente q u e o \ o \ s o filho :

Nio {ofre d e qualquei- doenc;,~. "1CO. Não terri urii problenla psicolo,

N i o está mimado , ainda q u e p o r \ c / c \ \o- cês o quei ram J a r ;i entelidei-. E , s o b r e t u d o , o q u e ac.ontcce nLo é p o r \ O 5 \ d culpa.

Page 10: Dorme Meu Menino1[2]

NAO O ADORMEÇAM, HÁ-DE CONSEGUI-LO SOZINHC

(como criar o hábito de sono)

Page 11: Dorme Meu Menino1[2]

Paulo, nove meses e meio. A 1n5e explica: <<Temos quatro filhos. O s três pr i~neiros nun-

ca tiveram problemas de inscinia, mas o últirno passou-nos a factura Dor conta dos anteriores. O P ~ u l o nunca gostoii de ir dormir. Desde que nasceu, metê-lo n o berço tem sido um calvirio. Apenas pressente, dispara-se o al,irme e berr,? co- mo se estivesse num rnatado~iro . Urna noite, em que levava horas sem conseguir adorniecer, lem- bramo-nos de dar um passeio e funcionou. D e d e entao, todos os dias depoic d o telejorn,il, o meu marido e eu levamos o nosso filho a y,~s\c,ii- no seu carrinho de bebé. Baqtam diiaj volta\ i pi-ac;,i para que elc adornicça. Depoi \ , r e g r c ~ \ , i n i o ~ ,I ca- sa e, com todo o cuidado d o mundo , deitamo-lo no berço. Jantamos e esperamos qiie o P ~ u l o ol- te a acordar. Perto da ~iiei '~-noite c o ~ n e p a cliorar e, com ,I maior i-apidc/ p o s s i ~ e l pai-,I qi ic nno desperte os outros, pegarno\ nele e t o r n x n o \ a pasxsi-lo i i , ~ ru,i. Um'i \ e7 doi-rnecido, coloca- mo-lo n o berqo e metemo-nos na cama. Perto das três da manha torna 'i acordar, e o ineu mari-

Page 12: Dorme Meu Menino1[2]

do i '11 so/ i r iho passe'~-10. GostClr ia d e f a x r t u r - nos c o m ele, tii,ls a c s r ~ liora t e n h o receio. Pe r to d,is seis d,i i i imlid, o Pau lo cho ra no\ar i iente . E n - t i o e 'i n l in l i ,~ \ C / ... Estm1os esgotados .> ,

\ o I r i c i c I - o 1 1 1 o 20 - - - - - --

que conler b e m . 'I'amhem es t amo \ d e a c o r d o a l ie comer bem e un i hab i to q u e se 'ipi-ende. I ogo, \ )

mesmo se aplicz para o r o n o : e \ iden te rncnte , to-

d o ~ o\ bebes d o r m e m , m a s n e m t o d o s ~ ~ l b e i i i ta- zê-lo b e m . Ha cr:anqas que o t u e m m u i t o beni a partir do te rce i ro o i i q u a r t o riies, enc~ua i i t o pai-<I outrds a h o r ~ d e doi-riiii- conver te - \e n u n i , ~ t i a p

dia e ou 5'10 incap'l/es d e doi-niir d e c m s o n o 4 0 ,

a c o r d m d o ti-e<, c inco e niii ir~is i n i s \ e / e s dur;iii-

CARACTEKISTICAS CLINILAS I>A I N S ~ N I A INIANTII.

Page 13: Dorme Meu Menino1[2]

que pode ser expl;crido p o r uni especialista, riio nos apei-cebenios q u e existe algo denominado einsónia infantil» e que, em 98 p o r cento dos a- sos, tem a sua origem ilunl i m u l i ibi to adquirido (os restantes 2 por cento tCm causas psicoltigicas).

Assim, tendo em conta q u e dormi r bem e 21-

fi" q u u e ,iprende e q u e '1s u ianqas aprendem com os p x s , o u com as peisoas que cuidam delas, es t i na \assa mao conseguir q u e o \ouso filho ad- quira ~ i n i bom Iiahito de dormir. h \eguinte pcr- gunta e o b \ ;;i: C o m o ? Lnsiiiando-lhe a concili,ir o sono so7inIi0, isto e, pelei seus proprlos nieios, sem a a jud ,~ de ninguem.

Pard entender m e l o r , darcnios iiiiia pcqueii'l explicaqio. &os, os cidultos, temos u1-n ritmo b1010- yico qiic se repetc cada ~ i n t c e quatro horas 'iproxi- m a d m e n t e ' c que rcpil;i o nosso corpo, niarcanclo os nossos padroes de 1 igili,~-sono, os momentos em que temos ioiiic. .i secrcqi, 11ormoiia1, a tcmperc1- t u a do corpo, etc. PJI-a que nos pos$.inios sentir bem, 6 neccsiario q u e esse ciclo de cerca de ~1111

dia iiincione 112 per te~~$io . NO i n o n ~ e n t o em que nos d c i t ~ m o s tarde o u perdeiiios uma r-cici+io, por exemplo, o nosso relógio cies,ijusta-se e o nosso corpo, tal como O nosso estado de dninio, ressente-se.

adormece e assim se repete uma ve;. e outra (a or- dem pode variar, uma vez que há pais que preiercm mudar as fraldas ao bebé depois de ele comer). I,to seria o normal; no entanto, há que salientar que ai- guns recém-nascidos são tão anárquicos que nem sequer cumprem este ritmo, acordando e adorme- cendo quando querem, sem qualquer padrdo.

E H I ~ , I ~ N L 3

I

I)OK?IIK

# 1- 1:; RITMO BIOLOGICO 8 (3-4 h o r a s dc d i i r a t a o )

C 0 l l f i . K

* H I L I I V I

- --A

A o terceiro o u quar to mês d c vida, os peque- nos comesam a mudar o seu ri tmo biológico. Quer di7er que, progrexiivamente, \rio abando- nando o seu ciclo de três o u quatro horas de du- ração para se adaptarem ao dos adultos, o u seja, ao r i tmo biologico de vinte e quat ro lioras.

A pouco e pouco, o lactmte \ A I apresentando períodos nocturnos de sono mais compridos. Se

Page 14: Dorme Meu Menino1[2]

humano euiste um grupo d e célui,is ( tem o nome de .núcleo supraquiasmit ico cio hipotálamo),) que iunciona como um relógio, ajudando a dar um horário as diferentes necessidades d a c r i a n ~ a (dormir, estar acordado, comer, etc.), de forma a que esta se adapte ao ri tmo biológico d e kinte e quatro horas (r i tmo solar).

Para que este relcigio entre em funcionamento e o faça correctamente necesbita de estímulos ex- ternos :

e Luz-escuridão Ruído-silêncio

e Horário de refeiçòes e Hábito de sono

Primeiro, concentramo-tios naqueles cuj'i com- preensão é mais fácil: a distinqio entre lu7-es-

Z W O . ~ O I I I ~ C ~ , I I T I , ] L - C ~ C C ~ I ~ ~ C - L I I 1 0 , o / i ~ i i i o 3 3 -- - - -

curidio e entre o ruicio-dencio. Quando ,I noite metemos o nosso pequeno n;i c;iriia, o loqico e que o quar to esteja i s escuras e n i o se oiq,i tanto ruído como durante o dia. Pelo c o l ~ t r x i o , o nor- mal e que durante o dia O deixeino5 ciorniir com alguma 1117 w1ar e não hqamos i i , i d ~ por e\ itar os ruídos que se geram na casa o u que \Cni da rua. Tudo isto ,tjuda-o a reconhecer a5 diferengas e distinguir, desde as pouc,is sern'Inas de idxle, en - tre o sono e a vigília, distinqio que e fundxnental par'i que o seu relbgio t q a 'I niudanc;a p ~ r a um rir- mo biológico de vinte e q u m o l i o i , ~ ~ c0111 uni lon- go período de sono nocturno.

Q u e outro, elemeiitos e \ t e r n o ~ podeinos '1s- sociar ao sono nocturno alem da escciiiciio e do silêncio? O liorario das rcfeiçoe,. D e d e que n ~ c - ce, o bebe associ,i comida e sono: dçpoi\ de \e alimentar é ,i \ e / de ciorniir. A medida que t r m s - correm as semanas, passa 'I ,iii~ncnt;ii->c de hei5 \e,ceu por dia a cinco ou q u ~ t r o \eiTes (tanibern d i t n i n ~ e n i os periodos de sono diurno), sendo a reteiqio nocturna a de ni'iior peso para que p o \ \ ~ dormir mais horas seguidas.

Mas isto n i o é suficiente. P;ir,i que o reloKio funcione ~orrectarnente ,iiiid,i f,ilt,i 'ilgo, d g o \em O qual nenhum dos re \ tmtes e \ t i~nu los s c n cufi- ciente p,ir,I conreguir que uni bebe se 'idapte '10

ciclo de Linte e quatro horas: O h&ito de sono, ou sej'i, que o pequeno api-end'i a conciliar o \o- no ~07iiihc), \em a 'iiuda dc ninguein.

Retomemo, o exemplo da cornid,~. A uma de-

Page 15: Dorme Meu Menino1[2]

terminada idade, sentarno, o bebe n u m a cadeira, colocamos-lhe u m babete, 11111 p ra to c o m pap'i e uma collier. O u sej ,~, ut i l i / ,~nios umci serie d e ele- men tos e i t e r n o s (cadeira, nies'i, babe te , p r a t o , colher) q u e 'issociarnos '10 ac to d e conier. A par- tir de{se nloniento, t a ~ e r n o - l o sempre d o m e s m o modo, seja '1 hor,i d e a l ~ n o q ~ i r o u jmtar , sej'i 'i re- fe iGio erii c'isa o11 n o jardirii-inf'intil, sej,i o pai, ,i

miie, n Girby-~~ttcr o u os a \ o s q u e o aliiiientem. Fc i / e~ i io - lo s e m p r e do niesnio m o d o , d ia a p b s dia, seniana após senim,i , rnCs ap6s mês ...

F n t i o o q u e é q u e percebe o nosso f i lho? O que e q u e sucede n o seu cerebro? M u i t o sim- ples: \ a i ~ ~ s s o c i a n d o ~ 1 1 1 1 ~ \crie d c elcn-icntos c\- ternos c o m urn ac to m u i t o concreto, o de comer . Po r e\s,i ra;l;o, a o fim d e rilgum t empo , ,io repetir cada dia o mcsnio ritual, n o t a n o s q u e qu;indo sentamos o nosso pequeno na sua cadeira c lhe pomos o babete, comeca a mo\e r - se eucitado, apesar d e a i n d < ~ n a o \ e r a pap'i: sabe q u e o vamos alimentar d e urn m o m e n t o para o o u t r o , o q u e quer di7er q u e associou o s elementos (os .objec- tos») c o m a liora d e comer . llefinitivamerite, cap- tou a mensagcni: « Q u a n d o m e p õ e m na cadeira com o babetc e a colher significa q u e vou co- mer. o

Mas o processo iido acaba ai. Q u a n d o lhe i i i -

cutirnos o h i b i t o de comer , a c r i a i i p capta algo mais; transmitinios-llic t a n i b ~ i n a nossa at i tude.

. . Hi q u e te r e m conta q u e nos priliieiros meses

de vida, ncis, o s seres humanos , s o m o s to ta lmente instintivos e e s t ~ i m o s unidos às nossas mães (ou

pessoas q u e cuidam d e nos). I )epe i~dernos del,is para sobre] iver t an to tísica colno ernocionnlnien- te. 0 s terapeutns cos tumam dizer < ~ F o ~ i i o s nos antcs d e ser eu,, e u m a consequenc i ,~ desta uni - biose é q u e o s bebes sentem as \uns m i e s (ou pessoas q u e cuidam delei), o u sej,~, aprendem 'i

sentir emoções atraves d o q u e Ihes comunicnm os adultos: n ã o através das pala\ r,Iu, q u e nem sequer entcndern, m,is uini a t r ~ v c s d,l 5iia at i tude, do seu carinho, d o s seus cuidados ...

I s to pode ser tacilmente c o m p r o \ a d o . Pega- nioc n u m bebé d e \eis meses, sentamo-lo '10 nos- so colo e c o m toda a do<;ura di /emoc-lhe: <.Gor- d o , feio, não gos to n'ida d e ti,,, o mais p r o x a ~ e l c q u e tori-ia encantado, p o r q u e o q u e Ilie estainos a t ransmit ir é carinho. Ele n i o coinpreende o q u e iigniiicani '1s p,1lavras q u e escutou, n i ~ s en tende o q u e lhe t ransmi t imos a t r a ~ é s d o to111 d a noss;i voz. Se, pelo cont rar io , pegamos n o nosso peque- n o a o colo c c o m uni t o m deprec ia t i \o Ilie d i t e - mos : «L indo , quer ido , gos to mui to d e ti>,, o logi- co é q u e comece a chor,ir, po rque , nestc c'iso, o q u e capt'i é a nossa a g r e \ s i \ i d d e .

Qual é a a t i tude q u e transniitirnos :i crimqa q u a n d o o ensinamos a c o m e r ? O p,ii e a m i e têm muita segiiranqa n o q u e est5o '1 f u e r . O pai sabe mui to beni q u e a pap'l sc c o m e com cini'i colher e a m ã e sabe q u e o Ieitc se behc coiii uni copo ou com u m bibet-io. Ambos e s t i o coii\ c~ncidos de que as coisas se fa /en i ,issim e nem p o r um nio- mente du \ idan i da \ s u ~ s acqoes. 1 preciumente essa segurança q u e ,I cr-imqa peicebe, e, asuirn,

Page 16: Dorme Meu Menino1[2]

eles farem com que o seu pequeno se sinta tam- bém segui-o durante a refeição. Q u e r isto d i ~ e r que, como o J o i i o ~ i n h o nota q u e os seus pais tGin seguranç'i n o q u e f u e r n , também ele 5e \ente sc- guro e rende com muita facilidade.

Imaginemos 'i sitiiz$io contriria. O que é que se passa ri^ se não soubessemos corno agir? Supo- nhamos que no primeiro dia colocamos o João7i- nho na cadeira: n o segundo, \entaino-lo na sanita; no terceiro, tentam05 ,I banheira e no diCx seguinte, em vet de um p r ~ o damo\-lhe a comida iluin,i pa- nela ou, em lugai do copo, usamos unia jarra? ... (Parece-lhes i-idiculo, nXo? Pois não esqueqain o exemplo, porque em breke Lerao o que acontece quando se trata de dormir.)

li claro q u e ao i1111 de uns dias de tantas inu- danças o pobre Jo i io t inho olhara para n<is com cara de e s p m t o e pensará: <<Vnnlos Ler que ideia terão des t ,~ Ler. os loucos dos meus pais..> E nor- m d , pois sc de cad'i \ e / q u e lhe damos de comer lhe mudamos os elementos q u e estão asscciados ao acto, prcl\ocarenlos um sentimento de insegu-

\ a o o adornieCam, !id dc c o n w g ~ i l - j o \ O / I I ~ ~ O 17 -- - - -

mos elementos externos para da r ,I crianqa, i0111 o objectivo de criar u m habito, niio podcrno\ rcti- rá-los n o decurso da aprendizagem. (Siler t l ~ / ~ r , se decidimos utilizar uma colher para ensina-lo a comer, não podemos permitir que, a meio da re- feição, chegue o pai e diga «Fora com a colher, dá-lhe com pau2inhos porque n o pr6uimo Verão vamos ao Japiion. A parte o cuagero, deve ficar claro que não d e ~ e m o s dar-lhe nada que, em se- guida, lhe vamos tirar. Recordem que temo\ de fazê-lo cempre d o mesmo modo .

ranqa na c r i a n p : fica s m l pontos de refer6ncia! N ã o apenas porque ocorrern muitas mudanças, A part ir do rnornento em q u e e\trimos de

mas tambeiii porque não agimos com c e r t e ~ a s , acordo que dormir bem, t'11 CC)IIIO L O I I ~ ( ~ I - hem, e

transmitindo-lhe ,i nossa inseguranp . NXo se es- um hábito que se ~ d q u i r e , e n t m que ta;.ei p.1r.i

queçam que eles c q t n m o que os adultos Ihes encinarmos o 11oiso filho? Ternos qiic nos apoiar,

transmitem, e nesta idade, dern d o amor, aquilo tal como fi/crno\ p;lr,i '1s reici<ors, em:

de que mliis necessitrini e de segurança. U m ulcinio pormenor, de g r m d e irnportância, CT?IJ ~ t l t ~ i i i e ~ i i c q u d a (po r p ~ r t e cios pa1,

tem que ser t ido em cont'i m t e s de aplicar to& o u pesso'is q u e cu idmi J,is crianç,i\). esta esplicaqão a teoria d o sono: quando escolhe- e ,4lguni elcrnento\ externo\.

Page 17: Dorme Meu Menino1[2]

Atitude dos pais

U ~ i i ~ s I i n l i ~ \ a t r ~ s , p.11-ewu-nos ridículo ima- g ina~-mo\ o J o i o t i n l i o ,i comer u m dia sentado numa c,ideir;i, o u t r o dia n,i u n i t a , o o u t r o na ba- nheira e, p o r úl t imo, taí.eiido-o ,i p x t i r d e u m a pmela o u bebendo p o r um,l j'irra. No e n t m t o , isso q u e no4 pareceu t,io ~ b s u r d o e exactamente o que fa/eni m u i t o \ p ~ i j q u a n d o tem d e incutir a \ crinnq<l\ o h i b i t o d e dorni i r c n i o o conseguein ;i prlmelra t c n t ~ i t i \ ~ i . L ' e j ~ n i o j o e-,e~iiplo:

Page 18: Dorme Meu Menino1[2]

su ,~ insegiii mq,l ai ' i~inientmcio e c o n i e p ,i not'lr- -se. AL,ib,irii por ticar louco\: senten-se culpadm, f r a c a \ d o s ioiiic) pai\, trustr;icio\, /;ingndos ...

I-.nt~o, o q u e acontece com o Xlber to? Pois e muito siniples. )ente-\e tao inse:;iiro o u rn,iis do que o\ p u s : c,les iiiuci,iin o\ <<elementos externos), cada dii,i\ o u ti-& \ e ~ e \ e, piii-a cuniiilo, sente-os ne r \o \o \ , o u niesnio l~i\ icricos, eutreinamente in- seguro\, o u ate d c mau huriior ... Alberto, q u e ainda nrio d o i i ~ i i i ~ a lin:;u,igeiii e que, portanto, nao entende quando d i ~ e n i .~()ueiicto, t u o f a \ o r de dormir porque c iiiuito t~rcie>. , nota, n o entan- to, p o i q ~ i e e u m r , idu iniiito sen\i \el , q u e o\ \eu\ p.115 fit'io c<)iiI<i C \ L ~ O .

Por isso, como sente o que eles \enteni, wnte- -se n i i~ i to ~n~e: ; i i ro , e i i L w podemo\ querei q u e u t n ~ criJnGd cipi-ecncia o ii,ibito de sono se i i ~ o 50-

mos c,lp,i/es de transmitir-lhe '1 w g , i r m ~ a cie q u e neccssit'i p;ira entender que ticar n o b e r ~ o e con- cili,~r o \ano por si iiieslno e o meus na tu rd d o mundo.

Elementos externos

TJI coino t i / e n ~ o s com o ~ c t o de comer, tt,- mos de ~ s s o c i ~ w O ~ c t o de dormi r com urna seric de elemento\ euternos q u e n i o podemos mudar nem retirai, enquanto o pequeno cstd '1 adquirir o hibito. Ininqinenio\, por elenlplo, que d o r m e - cetnos o J o i o / i n l i o e ~ n b a l ~ ~ n d o - o nos brnqos. Que elemento externo cl\wci,ira .io \eu \oi io? ld, \c \,li-

N i o o ~ d o r m e c a r n . ha-de consetrui-io ,o/iriIii) 41

vém, elemento que, n o momento em que dcixe- m o s d e emba lá - lo , t e rá s i d o re t i r ado . O q u e acontecerá quando acordar a meio da noite? Ke- clamará aquilo que associa a o seu sono para po- der tornar a adorniecer, o u seja, necessitará que o embalem para coriciliar o sono ... e isso requer um pai o u uma rnãe dispostos a iazê-10.

Antes d e continuar, é importante que tenham em conta que, de noite, todas as pessoas têm unia série d e pequenos despertares nocturnos que in- ter rompem o sono. Tanto para as c r i a n ~ a s como para os adultos estes despertares não ultrapassam os trinta segundos de duração (nos idosos podem chegar aos três ou quatro minutos). Durante este tempo, reconhecemos se a situação ambiente a nos- sa volta é a mesma, tapamo-nos se é preciso e, nor- malmente, mudamos de posição. No dia seguinte, não nos lembramos destes despertares a não ser que se tenham prolongado por alguma razão espe- cial.

Se aplicarmos isto ao sono infantil, percebe- mos q u e u m lactante (ou uma c r i a r i~a pequena), numa stj noite, pode despertar cinco a oito vezes

Page 19: Dorme Meu Menino1[2]

42 Doiiiic. iiii,ii iiiiiiiiio -- --- - - - -- - -- --

(caso w t r a d e in \onia i n tmt i l ,icordnra aind,i ~ n a ~ \ ~ fezes ) . (Siimtlo ,icord,i, e\per,i q u e a ui~iiaçiío seja a rne\r-iiri e m q u e \ c encon t r , i \ ,~ q u a n d o adorme- ceu e em q u c \ e \entt,i w q u r o . O u seja, \ e ,isso- ciou dorniii- cor11 i1111 pci\\eio n o \eu c,irrinho d e bebe., e\pei-'i c o n t i n u ~ r n o \eu p,ic\eio; se ador- meceu ti-iamando, procurara o pei to; se o tez en- q u ~ n t o c1,iva ,i t i i k ) ao pai, w n t i r í ri 5 1 1 ~ t,ilt;i ... e como o normal niío 6 pa\w;i-10, da r pei to o u pe- gar-lhe n,i m i o dur,intc. t o d a ;i noi te , q u a n d o acoi-d'ir ter'i uni y a n d c \ i i \ to . (1 pior ,iind,i i. q u e niío saber6 Lonciliar o w n o \ e 1150 (<I-ecupercir» ,i

s i t u q i o em q u e se encontr,i\ , i 'intej, o u wja, o s (ielemento\ e\ terr io\>> q u e ci \wcia '10 w n o .

Se isto aindci n i o 6 bem cl,iro, p ropo i i lo j uni e x e r c i ~ i o s imple \ d e imagin, iqio: \ uponh , i rno \ que, t d c o m o tLi/eriio\ todas a \ noi te \ , n o \ inete- mos na cLilil~i e adorinccenio\ . Ao tiin d e .ilSuni tempo, q u m d o \e d i uni do\ tipico4 dc \pcr ta rc \ nocturnos ,interiorn-iente riiencion,ido\, a p e r ~ e b e - mo-no\ d e q u e e \ ta ino\ n o 5 o f ~ d a \d , i . Por cer to f icarimio\ ~ s \ i i ~ t a d o ~ e perder imiou o sono, ten- tando perceber o q u e te ri,^ , icontecido. Pois o mesmo sucede c o m o\ n o \ w í filhos.

N c j t e m o m e n t o , e j,i cl,iro q u e 1 1 ~ ~ l g o co- m u m a t o d o \ o\ ~~e le r i i en ro \ el ternos. , d e q u e ta- l imos , pois , t o d o \ eles, pa -a q u e eui,t,ini, nece\ \ i - tam d a ajuda d e algucm, d a i n t c r ~ e n q i o d e u m adulto. U m a c r i a n p , p o r exemplo, n a o consegue passear so7inha n o seu car r inho d e bebe, n e m tão-pouco preparar u m biberão e m u i t o mcnos

Page 20: Dorme Meu Menino1[2]

acorda 'I meio d a noite, m o c a nieirn,i q u e e í i s t ia quando do rn - i eceu . Isso significa q u e t emos d e p r o p o r c ~ o n L ~ ~ - - l h e condic$es q u e possam pernia- necei- igiiaij dui-ante t oda ,i noi te .

Como principio, 11.1 alKo fund,inienta1. o seu berco. h,sta tosa d e questrio ,idormect.-lo no w f a , no\ bsCi)oj, n o c'ii-rinlio do bebé, ou na cama do\

que requcira a 1104x1 p rewnqa, nem d e \ e m o t pei-- ni,iiiecer junto de le a te q u e ~cioriiicc;a, p o r q u e desce modo e s t x i ,i esper;i de nos l e r ali c d a ve/i que tenha u m despertar noctui-no. Urna v e t c u n - prid,is e s t , ~ s con~{ic;Oes, p ~ d c s i dar-se-lhe qual- quer cois'i, desde q u e nio se liia retire d e seguid,l: a chupe t ,~ , 5e e q u e ,I usa, o u r w d e pcluche, a sua mant in l i ,~ ... ou sej,i, c leniento\ que , a o concr i r io d o pai e d<l m i e , p o d e m cont inuar no se11 lado, perni,iiiecer junto ,I clc du r ,~ i i t c t o d ~ a noite .

I)efinitiv,~mente, ndo ~ l e \ e n i o s J ~ L I ~ , I I - C) no \ so tilho a adormecer, isto e, 1150 devemo$ t o m a r par- te activa para c o n q u i r q u e concilie o w n o . Há- -de aprender so / inho , e q u a n d o tem menos de seis m c w s ' , pode-se-lhe encin'ir a ta/;-10 de qual- quer mmei ra . Irá conforniai--se AO s,~bei- q u e as coisas esta0 igiiai5 ,io que esta\.arn cliinncln d o r t i i e - ccu: o seu berqn, o wii boneco, a \ L I A c l i u ~ e t a...

Q ~ i m d o acoi-clx, c 1'1 sahcrrios q u c o tas6 vá-

rias vele$. n o t a r i q u e t i ido e m comi> \cn ip~-c ( ( c » m e u urs inho está aqui , a iiii i i11~1 c1iiii~et,i ur i i -

béni, t u d o cont inua igual, q u e m s s q o . . ) e roi-ii,lri a adorniecer sem mais p r o b l e ~ ~ i a s . O s piii$, CIJI-o, a d o r m i r t ambém !

Page 21: Dorme Meu Menino1[2]

DE PEQUENINO SE TORCE O MENINO

(como ensiná-lo a dormir bem desde o princípio)

Page 22: Dorme Meu Menino1[2]

As primeiras liçòes

A L>i-iiiieir<l coisa <i ,ipi-c.~idei- \ol,rc. o \or io cic ~it1-1 I-ecerii r i ~ ~ c i d o L' q u e dorriic o cj~ii , r i i~c>\ \ i t : ,

nc'lli lllcli< ilciil IllC'llO\, C' c]ilC O i.i/ .i \\!;i il1,liici-

r'l > , LI \ L , ~ J , n3o e i ~ ~ t i ~ ~ ~ u e cw~r-c o d ! ~ c J no i tc r adoir?iècc o n d e c<tcj,l, qii , lndo \ C I J C ~ n d c ~ ~ ~ ~ i i ~ l ~ i ~ -

t e r n ~ w t < d.i\ c i t - c u n \ t d n c i ~ t ~ qucl o i-ociei,~rii. Yci rc i

liej,~dcb. o \L\LI ~ ~ t ~ ~ d o n ~ ~ u ! ~ i I c dr \ano: e111 111cd: 1.

Lllll l'Lc!1l-1l<l~Lli~o ciO1-111~ Lc~l-cJ L ~ X de /<l \ \e l \ 1101 ! \

Page 23: Dorme Meu Menino1[2]

que estd cientificamcnte d e m o n \ t r x i o que i i r i i l x - bé, q u e ingere '1 quantid,ide de alimento nece\ \ i - rio em cada i-eteiqio, pode e\t,ir d e duas hoi-,i\ e meia G~ três horas \em se ,iliiiient~ir. I>e tacto, e\i\te um nietodo muito simples para compi-o\,ir \e tudo euti l x n i : con t ro lx ,I \ U J c u n . ~ de, pejo. Se nindn nao o L e r a m , o pediatra euplic,ir,í como ta/;-10.

Este a\pecto é de gi-ande i i i iport inci ,~ porque, como se sabe, o ri tmo das refeiqoes esta mui to 11- gado a o ritnio do w n o . A m b m es t io controlado\ pelo n ie \mo grupo de c é l u l ~ s c e r e b r i s - o nu- cleo suprnqui;istnntico d o hipot6lmio - e, \c i i io ajucl.irmns e \ te relogio ,i tr~ihalli,~i- n,is h o r , ~ \ cer- LI\, 5e comeqmi io \ e l ede o pi-iiiLipio ,i cc~iituiitli- -10, n o tim \,lireino\ ,i pei-dei.

Lmboi-a 'linda seja rniiitc) cedo p ~ i - J co loc~ i - - -lhe impo~iqoes , c acon\elli,i\el yiic c l L ~ \ c i c ~ o pi 111-

cipio 'ijudem o i o j w tilho ,i cfistinpii- o c\ t , iJo de v i g i l i ~ do es tx lo de sono. 1\40 ~ i ~ n ~ f i ~ , ~ que o\

Page 24: Dorme Meu Menino1[2]

loqio biologico rrabalhe ;i hoi-,i\ cci-tas. .oin,) e q u e o pode remos h e r i e d i ~ r ~ i i t e o C ~ I J r e i i ? ~ o si lêncio a b s o l u t o ~ i i ~ x i i p r o p i i o tio ,iiiibieiitc n o c t u r n o ? Acnb,ira por t i c ~ r coiiiiiso e, n o pioi dos C J S O ~ , sem podei- doi-riiir a 1150 sei- qiie ~-c inc O m ~ i s ~ b s o l i i t o CIOS \ili'nci(\\.

I~ct,ibelecer ,i h o r ~ d o hniilio ;i noi te , o u {c-

1.1, ~ n t e i tio seii s o n o noc tu rno . I -n~bo i , i ;iiiid;i seja m u i t o pequeno, q u m t o m i i ~ c c i o \e eit,ihc- Iccc1- '1 1-Otlll'l, nlelhclr.

Tei- cu idado pai-a qiic e s t e l ~ e spe i i~ ln i e i i t e confort;i\ el d u r m t c ,i noite . Dêeni- lhe teriipo p.1- ra q u e arrote, n i~ idcm-l l ic ,i h-nlcl,~, ~ i i iegurcni -se q u e J s u ~ c , i rn i i~ I i~~ n a o c s r c ; ~ ti-i,~ q i i ~ i i d o sc to1 dcit,ir, e q u e o ,eu q u m o esteia a i i m ~ temperii- tura adequada ( en t i c 20 c 21 C). \e du ran te o t l i ~ ele acordar p o r qunlqiicr tiestei mo t i \ 05, n5o tem grande i n i p o r t â i i c i ~ ; de noitc , i io ciitiiiti>, citari,i cont ra as n o i s ~ i inteiic;&\ cic esr,il>elLxe~- 1c~1-.1s de s o n o ,iciequ,id,is.

Assim, chegamos ,io ,iin,igo cici clue\t,io: p o r mais pqgucno ~ L I C sej'i, e inipic\cincIi\cl q u C o vo \ so t i lho aprenda A doriliir- ~ o / ~ n I i o . O qiiv 4 1 -

gnitic'i isto pL1t-a uni i e icni- i i ,~scido? CIue pioc L I -

remos q u e ele concilie o s o n o pcIos \ c u i 171.0pi-i0\ meios, nio iioc nossos b s i ; o i i I I J noss.1 corii- pmhi;i . D e iiiic;o, c iiluito io r i :~ i r : i q u e ticjucm p r o f u n d ~ i n i e n t , i~loiiiic~c1~104 c t i q i ~ ~ i n t o t o n i ~ n i o biberdo o u 1 1 1 ~ 1 1 1 ~ 1 1 3 . 2 J n i e d i d ~ d o po\s i \ c1 !IA q u e i.\it,~-10. C o m o ? E < I / C I ~ ~ O ruldo, sopi-aiicio- -lhe o u c i ~ n d o - l h e iim tociuc n o n'ii-i/, Iweiitici- -lhe cocc,g,is no5 pes, miicianilo-i110 ,I t r a l d , ~ ... no

Page 25: Dorme Meu Menino1[2]

5.1 Llorrne, r i i c ~ i iiiciiiiio pp -. -

entanto se n j o o conwguirem, por favor niio se ari- gustiçiii, porque '1ind3 6 muito cedo para \C preo-

ONDE DEVE DORMIK?

N n vossa cnnzn. As pririiciras \ciiian.is cos tun imi sei. esgot,iiite\, pi.10 cllic3 ri lu ir^\ rii,ic>\ x,ib,iiii p o r meter o bebi. i i ~ YLLI proP-i.i cariia pala tx i l i t a r as i i ianid , ls i i~ i t i i i - i l , i j c ~tciiciC-10 coim rapidc/. N i o c ,i i i iehoi- op- <.io, ciiiboi-,i o\ pii\ ~ L I C ,I 10111,1111 11io \e iic\.,ini seiitii- c u l p . d o ~ pai- ;MO. 'Ter o bebi. junto .i vtis pocic w r nc- cc\\,íl-ic L~llqll'll,1o fo r l-ccclll-llLl\c~i~lo, 1113s '10 ti111 cie a\- g ~ i i i ~ \ \ C I I ~ J I ~ . I S p o d e torri,~i--\c n u m cos tume difícil dc erracjicar. Tcr-~sc,-.í c o i i \ . ~ ~ t i i i o iiuin ~ . c l c i ~ i e n t o ~ ~ x.;oci,i-

Contagem decrescente

1nihor.i l u n c~- i~i iq . i \ o t . i c~n l p~-CÇOCC- meritc, o noi-msl e q u c ,I p i ~ - t i i - do tCt-c&ro o u q u m o me\ o bcbe cornrcc ,i miid,ii- o I-itrno bio- logico cic ti-<;\ o u quatro hoi-.i\ y.idilalriierite px.i as vintc e q u ~ t r o hot-,i\, c~largancio 0 5 períodos de

Page 26: Dorme Meu Menino1[2]

r: .- L 3

'r:

3

r .- c '2

ri

,

- -5

Page 27: Dorme Meu Menino1[2]

tarão c i n ~ o ;L dez n i i i i ~ ~ t o s - co ioquem-no n o seu Serqo, c o m o seu urs inho, a sua chupeta e o s elemento5 e l te r t ios q u e n i o sairrio do seu lado durantc toda J nui te e despcçan- se ate a o di'i seguinte. Acos tunianio \ ,i criancci A uni^ serie d e p'ila\ro\ q u e lhe con ieqan ,i w- far i i i l i~res : .<Boa noite,,, <<Sonhos ciocej,,, i<l3occi a dormii->,, etc. Feito isto, s,ii,iiii do q u x t o e n q u m t o o \ o s s o pe- quenito aind'i e ~ t ~ c~cord, ido.

Se ,i rot ina fos correcta, O pequeno encarara com alecria o i i~or i ien to d e ir d o r m i r e será f ici l sep,irar-se dos p,iis; o rii,ii\ pi-okavel c q u e o \ seu\ padr&\ d e s o n o se tornerii c a d < ~ eL niais pa-ec i - dos c0111 o s \o s sos c que , e m p o u c o t empo , se ajust' JO ciclo dia-noite , dui-111i11clo ,i noite d e uma só \ e l . Se isto nio acontecer nio se po i ih , in~ ner \osos , pois d i n d ~ ndo se p o d e dizer q u e a criaiic,i w t r a d e ,ilYuiii t r ans to rno antes do sexto ou j i t i rno i n k . S in ip le~t i ien te h i q u e cont inuar J

ajuda-la. Vejam se 1ii alguriia causa q u e a impec;a de conciliar o s o n o e /ou ,i ,icorde tod'is '1s noites:

E s t i doen te? T e m c,ilor oii f r io? F s t i de~confo r t a \ e l porqiie tem a fralda juia'! Talkez 'i ultinia mamada não tenli,i sido sufi- ciente para saciar ,I tome. Ncste c ~ s o , devem moditicar ,ls qumtidades com a ajuda do pe- chtr ' l . Se t e \ e colicas, e m b o r a agora já n i o as ce- nli'i, e possivel q u e n ã o consiga adormecer p o r falta d e l i ib i to . Enibalcrn-no u m p o u c o nos braqos e \o l te in a deita-lo.

U m ultimo c o n w i h o px-J e \ t ~ e t ~ p i : e r i~bora seja cer to q u e nas primeiras s en imas uni b c l x \ci cIios,i q u a n d o necessita d e d g o e sel'i logico q u e Ilie acudam rapidaimente, p o u c o ,i pouco \,io co- m e q x <i distinguir en t re u m c h o r o d e pi-otesto, desses q u e acabam d c p r c s u , o u se lici ,dgo ni,iis. P o r isso, 'i part i r do terceiro niC5 iiio peguem iie- Ic '10 colo '10 prinieiro gemido. l>Ce~ii-llle a opor- tunidade d e l o l t a r a ,idoi-niecer wzii i l io . Pode ser q u e vos surpreend,i.

A hora da verdade

A partii- d o s seis meses uni 1 x 1 ~ lia-de dormir menos horas d u r m t e o d ia ' e ter,i uni periodo mais o u menos c o m p r i d o d e m i i o nocturno . D e facto, aos sete meses, o seu r i tmo d e c o n i i d ~ e so- n o d a e estar bem estabelecido, a q u e significa q u a t r o refei@es diiri 'ir e o iwe ,i d o / c 1101-a\ de s o n o n o c t u r n o sem interrupqòes.

Se n o c ~ s o do \ o s s o f i lho cst,is coiidiqoes nrio se cuniprii-eiii, o u wl.1, se tem diiiculdacies par'i conciliai- o s o n o so7inllo e 'icor-d;i ni,u\ ~ 1 e d i i ~ \ ke7es du ran te a noite, de\ei i i eiitao reeciucar o seu hábi to d e soiio'.

Page 28: Dorme Meu Menino1[2]

6C Dorme, meu menino

O QUE É NORMAL NUMA CRIANÇA AOS 6-7 MESES? i

r) Ritmo de comida e sono bem estabelecido O 4 refeições diirias e 11 a 12 horas de sono nocturno r' I k v e deitar-se sem choro, contente e despedir-se

dos ?ais c o m alegria

Mesmo que tudo esteja a correr bem, não po- dem descuidar a vossa atencão, uma vez que há novos perigos a espreita que podem acabar coni o bom hábito de sono d o vosso pequeno. Entre o sexto e nono mês, a medida que cresce, o bebé cão adormecerá se o puder evitar, antes sendo ca- paz de manter-se acordado, seja por excitação, vontade de estar com os pais, ou porque não quer perder nada d o que está a acontecer a sua volta ... De facto, não será estranho que não con- siga dormir de tão cansado que ectá e o normal é não querer ir para a cama'. Por e<sa razão devem ser mais firmes que nunca no que diz respeito a rotina que antecede a hora de dormir e a norma de que o vosso filho deve conciliar o sono pelos seus próprios meios.

U m conselho em relação a rotina: é preciso ter muito cuidado com o aumento d o período de tempo que passam juntos antes de deitá-lo.

Page 29: Dorme Meu Menino1[2]

62 I l o r n i ~ . I ~ C L I I ~ ~ C ~ I I I O - --

Isto quer d i /er que o pequeno nao quererá dor - mir de nimhã, 111as e n t i o adorniecerd antes de almoc;ar. A\$ini tera de nlnioqar tarde, torna a n i o dor i i i~s a sesta da tarde c, p o r causa do cansaço, fica caprichoso e q u e i u - s e até a noite, diticultan- do tanib6in o jantar. Isto costuiiia rcsol\er-se de forma espontinca num o u doi\ me\es e, depois, bautara unia 50 sesta depois do a l r i lop .

U m do4 perigos das \estas é q u e muitas vezes si(> mui to grandes, o q u e e contraproducente porque qiiebrani o r i tmo de sono da crianqa: por niais que queirainos não podemos pretender que unia crianqa q u e doriiiiu mui to durante o dia também o faça durante ,i noite. Por isso, ha\era ocasioes em que 1130 teremos ou t ro r ç n ~ e d i o se- niío acordar o nosso till-~o. I m e m em conta que cada \c . / que unia crianqa x o r d c i de uma sesta, mesmo que tenha ciescaiisado riiuito bem, \a i ter diticulciadc\ em acordar completaimente. H,i que ter pacii.ncia c das-lhe quii i te a trinta minuto\ clc carinho e con\ersa sua\ e p ~ i - a que recupere todas as suas taculciades antes de i-egressar ,i sua activi- dade nornial. ;LIor,il da historia: se por alguma r a ~ i i o t i \ ercni de s ~ i r dc c,isa, calculeni de ante- mão o tcriipo que ~icce\sitaiii para que recupere o seu bom Iiuiuoi-.

A sesta depois do a l ~ u o q o co5tuma siipriniir- -se ws trCs anos O U ti-;\ anos e meio, soL>retudo por nccess1dade5 esco1,iic.s. I j t o pode ser prejudi- cial, pai\ quando a\ c r i ~ n q ~ i s \;io i noite para a cama dormerii inuito niais prot i~ndamente , sendo

mais suieitas aos episódios de s o n a t ~ i t ~ u i i ~ n i ( ~ c terrores nocturnos ' .

P o r isso t recumendável q u e esta 5 e s t ~ se nianteriha atk aos quatro anos ou , sc for possi\el, alnda mais.

I SESTA

1 CERC.4 DOS 3 A N O S í S u p r i r r i ~ n i '1 \t=,r.i da 1 E 3 ANOS E MEIO r m i c . x~brcr i i i io por 1-.i;.fic5 e\iol.irc.5

Q u a n d o é que se pode considerar que urna criança adquiriu um b o m h ib i to de sono! N ã o se poderá falar de datas porque, por mui to que a c r i a n p tenha u m bom hábito de sono, não nos podemos fiar. O importante é que nao se deixe de praticar o ritual que antecede '1 hora do deitar, sobretudo se está a ter problemas (pcsaclelos, nie- dos próprios da idade, ou em circunstdncias espe- ciais (~nudanqa de c a u , chegada de um i r m ã o ~ i - nho, etc.1

' Ni] capitul<, ~ ~ C ) u r r o \ p r o h l e n i . i i ~ ~ r-c+crini<~-i i<i i .i p iwdeio\ , tcrroreb nocturnos . \ ~ ~ n . i n i b u l i \ n i o , ctc.

Page 30: Dorme Meu Menino1[2]

O PIJAMA IDEAL

No Inverno, teremos de abrigi-10 suficientemente par-a ' que nno haja a necessidade cle tapi-10 com uni cober- toi-. Quanclo dorrneni, os pequenos ctio v o l t a sobre ~ si mesmos e inconiodn-os sentireni-se presos. i1li.m ' disso, caso se destapem, 1 ~ 5 0 estai-io çiificienternente ~br-igaclos e o frio acordi- los , ali.111 de Ilic pi-e- judicar a saúde. Para eviti-10, a nielhor so lu l io coii- ~ siste em controlar a temperatura do q u r t o e POr-llie i

) u m pijarna-cobei-tor. Assi i i~, p o d e r i mover-se i \.ont,l- ' de e estar6 sempre abrigado. D e Vei-ao, b ~ s t a r b uma I camisola interior e uma fralda, n i o havendo necessi-

dade d e tapi- lo com um Icnqol.

Page 31: Dorme Meu Menino1[2]

IV

RECOMEÇAR

(corno reeducar o hábito de sono)

Page 32: Dorme Meu Menino1[2]
Page 33: Dorme Meu Menino1[2]

Se um bebé de seis ou cete meses n i o cumprir os quatro requisitos anteriores, e caso n i o sofra de qualquer perturbação orgânica que lhe pertur- be o sono - cólicas, intolerância ao leite, infec- ções das vi,is respiratcírias, etc. - então pode so- frer de inscínia.

Quais as causas? Existem du'rs:

Por hábitos errados (98 por cento dos casos). Por problemas psicológicos (os 2 por cento restantes; este aspecto será tratado no final deste capítulo).

A insónia causada por hábitos incorrectos é a mais frequente e caracteriza-se por:

Dificuldade da criança em adormecer sozi- nha. Despertares nocturnos frequentes. Cos tu- mam acordar de três a quinze vezes, sendo- -lhes impossível tornar a conciliar o sono de uma forma espontânea e sem ajuda'. Sono muito superficial. Quando os obser- vamo5 temos a sens,lção de que ectio conti- nuamente a «vigiar» e qualquer pequeno ruído os desperta. Menos horas de sono do que é habitual na sua idade.

S c i11ii.i i i i . i i i~.i .icoriI.~ \<liiiciite ~ I I T I J oii dii.i\ \ c / e por noite. i i io po- ciciii<~\ t.iI.it- iic iii\c~iii.i iiit.iiiril. ricrii c ~ ~ i i \ i ~ l e i - ~ l r i \ \ i) .il~i-tiiniirc. (I que n.io \ l~ l i l t l ~ ' d (1111' 11.10 \ClJ I ~ c c L ~ ~ I L , ~ ~ ~ , ~ p.11.1 < [ L I < dlll~l11.1 \c111 pCl~lll l[ l , l i~c' \ . o\ p i \ t , l l l l~~elll tL,lll 0 J11c11,1 ~ l ~ ~ l l l l l l \<,li> i l l l c l - l l l p~~ lL~ \

Q u a n d o isto sucede, os pais começam a uti- lizar as técnicas que Ihes parecem mais lógicas para adormecê-la, como, po r exemplo, dar-lhe água, embalá-la, cantar-lhe, dar-lhe a mão, me- xer-lhe no cabelo, acariciar-lhe as costas ... qual- quer coisa serve desde que a c r i a n y concilie o sono (como já vimos, não é raro que se acabe por deixá-la adormecer em frence a televisão ou que se passeie com ela de carro se for necessá- rio). N a d a costuma ser suficiente. I:mbor,i a criança .caia nos braços de Morfeun, ao fim de algum tempo acorda outra ve7 - a paz dura, quando muito, cerca de três horas - e o drama recomeça.

Não insistiremos mais neste ponto, porque se chegaram até aqui foi por alguma ra7ão. A partir deste momento, iremos pô r em prática o que aprendemos até agora. N o entanto, antes de co- meçar, devem ter em conta que, pdra esta técnica dar resultado, só p o d q ã o fazer aquilo que expli- cámos, ou seja, quando forem assaltados por u t ía dúvida, cinjam-se ao que leram. Não façam nada que não tenha sido explicado.

QUAL A CL4USA DA INSÓNIA INFA4NTIL?

c.

Page 34: Dorme Meu Menino1[2]

J J i a l~cn i q u e doriiiir bem L. d g o q u e se apren- de e que pii-a acicluirir i1111 bom hábi to d e sono 6 neces\ario cumpr i r c o m uni,i sei-ie d e requi i i tos :

1 . 0 s p315 t t n i d e mostrai,-se t r m q u i l o i e se- guros dnquilo q u e fa/cni e devem t u e r uenipre o mesmo.

2 . ,I c i - lm~" i d e \ e a\\oci,ii- o s o n o a unia i k i e de eleiiiciito\ e \ te rnos q u e perniane<ain '10 seu 1'1- do d u i m t e t o d ~ a noi te : berqo, urs inho, etc.

Como i 5 5 0 e exact,iiiientc o q u e nece\ i i tanios parti rcmiiic~ii- o 11,ibito clc \ano do vosso tilho, e mellioi- esquecer o passado: iniagin,iremos q u e o \os40 pequeno n<isccu Iio)e e \ a m o \ trLit;i-10 co- nio LIII: r çcen-nasc ido q u e r rcnha seis meses, uni ano e nieio o u cinco anos . O u seja, reconleqare- m o i ... c o m J di ieienqa d e que , + . y x - n , ,i i i i k e o pai n,io \ r i o t e r d ú \ i d a \ q u ~ i ~ t o ao m é t o d o p,irL do i -mecc i o Jo,io/inlio. E i i i bc ) r~ i s \ e l e s falenioi de c l iupe t ,~ i e 5ituaqoe4 própri,i\ de bebes, eira tecnic,i é v,~lida para ci-i , i i~~.is ~ t é aos cinco rino\ de i c i~de . Se toi- o c ~ s o do \ o s s o tilho. de\ er3o ,iylic,i-Ia d o niesnio m o d o , ignorLindo os p o n n e - nores pr<ípi-ios d o s m,iis pequeni to i .

D i to deste m o d o parece t'ícil, m'is, por certo, J v o i , , ~ s q i i i - n n q ~ ne j t e rnoriieiito e s t i fragili/,ida, o cluC n3o e d e ectrmlinr depois d e t a n t ~ s tent'iti- \ ~ s f r u \ t r d C i \ . N o ent ' into, i i k ) iniport3. A part i r deste m o m e n t o , e d u r m t c t o d o o p r o c e i w de ~ r c e d u c ~ ~ c ; . i o ~ . , de\er , io ~ c t i ~ i r c o n i ~ i e ti\c.s\eiii ideia\ m u i t o cl,ir,i\ n o q u e d i ~ respei to AO w i i o infantil (e 1130 tenliani d u \ id'is d e q u e o \ o s s o co-

Page 35: Dorme Meu Menino1[2]

74 Doriiic. iiicii iii~~iiiiio -- - - -

papel d e cilu~iiinio ciniazl~i icado. Se o vosso filho já não for mu i to bebe, e11tao podei-a n i o accit,ir este rnobdc, m,is q u e m e q u e não sabe desenhar c recortar um 'i\ i ~ o , uni barco o u u m boneco? N i o i neccssai-io q u e wja um;i obr-,i d e 'irte, o i inpor- tante e q u e ,i crianr;'~ tenha d g o novo n o q u x t o , algo q u e tiunc,i tenli,i t ido .

No c,ipitiilo 'interior ekplicamos a i m p o r t i n - cia de criar um ritual e m r e l q i o rio neto d e dei- tal--\e. Para I-eecliicx- o \ o \ s o f i lho seguiremos o s mesmos passos: pr imei ro , uiii b a n h o para de \ - contr,iir, depois , o jantar seguido d e cinco a de^ minu tos e m q u e juntos fazcni a lgo a g a d a ~ e l (urn'i canqão, um'i brinca de ir^ c d n i , ~ , u m con to ) e, t inalniente, d a - l h e '1s bo'is-noites e ~ i i r d o quarto enqu,into a ci-ianr;'i esta acordcida.

Uiiia \ e / q u e a q u e s t i o d a rot ina ja i i ~ o u bem esc1,irccid~i (pagin'is 56-58), que remos q o r ' i da r um conselho sobre 'i ho ra do jantar: p x a reaju5- tar o rel6gio do \ o s s o fi11io e, por tan to , r e e d u c u o seu habi to d e sono , e i : i iportmte f i x u o hora- rio das refeiq6es. O \o550 t i lho d e \ e r á t o m a r o pequer-io-~ilinoqo Li\ o i to d a ~ n a n l i i , o a1nioc;o ao meio-di'i, o Irinclie as qu'itro d a t d e e o j m t x i s oito C ~ J noi te . A c s c o l h ~ deste horiirio, rn i q u e de\eiiios ser lx\ t , inte r igoro\os, tem a l e r c o m o ctrebi-o das cri'inqas q u e esta preparado parcl dei- tar-\C' en t re as o i to e '1s o i to e meia da noite , urna \e7 q u e o soiic) a p u e c e c o m ma io r facilidade a eusa I ior ,~ . No Veria, q u a n d o st, d a a ~ n u d ~ i i i p horir ia , t e r emo\ q u e dcitii-lo en t re as o i to e inei,i e as nove d,i noi te .

Suponhamos agora q u e s i o vinte e t r inta e que o Joãozinho, depois d o b m h o e d o jantar, es- tá p r o n t o para i r dormir . O pai e a m k ent ram n o qua r to c o m o pequeno e partilhani un5 tninu- tos juntos (se fo r possível, é melhor tcizê-lo n,i sa- la o u n o u t r o lugar q u e n ã o seja o quarto) . 1)epois deste m o m e n t o agradável, qua lquer um deles ex- plica ao Joãozinho q u e o desenho q u e f i ~ e r a n i du - rante o jantar C. uni poster e q u e vio pendurá-lo n,i parede, assim c o m o o rnobzle. E itnprescindivcl que o t o m d a vossa voz denionitre tranquilidade. Se se mostrarern seguros, o vosso filho, cmhora demore uns dias, ncahará po r sentir-se seguro'.

Se ainda usa chupeta, devercio comprar - lhe \;i- rias, tantas q u a n t o pensem ser necess.~rio, e cole+

Page 36: Dorme Meu Menino1[2]

quem-nas ondc ele se deit'i. P o r que r a i ã o ? Pura lógica: q u , ~ n d o ,icei-dar a meio dn noite e procu- r,ir ,i \ L I J c l i u p e t ~ , devera encontri-Ia e, se isso não acontecer, ter6 de chamá-los par;i qud o aju- dem, o que n i o nos intcressa que aconteç'l.

Feito isto, 11111 d o \ dois escolherá um boneco entre aquele\ que o \osso filho ji p o c ~ u i e dá-lhe um nome, por euemplo .Zí'mel. Apresentam-no ao vosw filho e co~ i iun ican- lhe q u e <<a partir de hoje, 5) teu amigo M a r ~ e l , dormira sempre conti- g o ~ . E import,inte q u e \ e imio \ nos a escolher o boneco, um'i \ e / que t u parte da nossa estrategi,~ demonstrar, n i o \ci a ele como ,i ncis próprios, a nossa seguranq'i: n'io podemos permitir que seja a crianc;<i a d i ~ e r - n o s como se f,i/eni as coisas, so- mo\ 1165, os pais, que lhe ensinamos o h ib i to de dormir. Se o \osso filho 6 um pouco ni,iis velho, niio caiclrn n'l tentac;io de deixi-10 e ~ o l h e r . Tenli,i a idade que t i \er , le~nbreiii-se que p u a nós, ele nasceu hoje e vamos tr'itá-10 c o m o um recém- -nasiido i n c a p u de \ d e r - s e a si mesnio.

C o ~ i i o podem ~er i f i ca r , todos oc elementos que escolhemo\ n i o requerem um d u l t o . Lcm- brem-se que o nosso object i lo é que, nunca niais, nem o p,ii netn J miie, nem o bibcr io o u nada

Page 37: Dorme Meu Menino1[2]

Dêerii-lhe a xnte i i i -no ao vosso colo, <,e quiserem, e sobretudo in,inteiihani a calma.

E n t i o , um de vcis dirige-se ao pequeno e di/- -lhe, por c \ e n ~ p l o : <<Meu amor, o p a r 6 e ,i niamã \ ã o ensinm-te ,i dormi r so/inlio. A partir de hoje vais dorriiir aqui, n o teu berqo, com o postel-, o mobzle e o Il . la~~cl, , , e t u d o aquilo q u e teilliarii es- colhido, o u seja, todas ,1s cois'is que es t io a sua volta e q u e permanecer io junto ,i ele durante to- da a noite.

O ediscurso>, dc,\cra dur'xr cerc'x de trinta se- gundos, de n iodo q u e c possi\el que tenham de mencion,ir ate as cortinas e a aranha (triciclo, ca- so s e ~ ~ m a s vellio). Tanto t a ~ . Q u e r entenda o u n i o o q u e oube, o principal e o tom da v o ~ ... e isto e uma rnancii-;i cie d i ~ e r , porque o mais pro- \á \e l i que nesse momento estej'i a chorar <<bab,i e ranho de todo o tari iai i l io~~ para t c n t x q u e '1s coisas \o l tem a ser c o m o eram até ai (esse passa- do que para nós j'i n i o eliste). Isso n i o pode acontecer. Uin t ruque p;ira consegui-lo consiste em e s t m n o s atentos '10 q u e di remos, o u seja, conce~ i t rmno-nos em cada p d a \ r a q u e pronun- ciamos, enquanto lhe eup l i c~rnos como 5er as suas no\as noite5.

L agora que o pai e ,i m i e ti.111 de n i o s t r x ,i sua verdadeira tirnie/,i. N i o d e i e r i o pensar n o Joio7i11h0, que estica os br'icinhos com urna cara de partir o cor,iqio ou , c a w seja maior, grita de- sesperado porque quer dormir n o sof; tia sala a

ver o filme da noite. O certo é que a crimc;,~ n i o renunciará facilmente aos seus c<privil&jos>>. O 16- gico é que chore, grite, vomite, faca birra, diga «sede., « fome» , <cbeijinho», <cnio gosto de ti>, ... o q u e for, desde que consiga que os pais desistam, mas vocês n ã o sc p e r t u b e n i . L e m b r e m - s e : a criança não pode dizer-nos como se f u e n i '1s coi- sas, nós é q u e devemos ensina- lhe . Se i5to lhes custa mui to , pensem e n t i o que es t io a ta;/;-lo pela saúde del'i, bem como pela de toda ,i família e que, se seguirem i letra ,is instriiqõec, em sete dias, quando muito, estarão todos a dormi r uni sono profundo e sem interrupq6es.

Trinta segundos depois, uni dos dois tornarli a colocar o Joãozinho n o berqo o u n,i c,irii,i, como pensem q u e seja mais cciniodo p x , i ele, liias 50-

mente unia vez. Coloquem as chupeta\ de m o d o a q u e consiga pegar nel'is e dir- lhe-io: <.Boa noite meu amor, até arnanhi.,, Eni seguida, a p q u c m ,i lu7 e x i i n i d o q u m o deixando a porta enti-e'i- berta cerca de quatro dedos. Se estiverem a ouvir música o u a Ler televicio p o d e r i o baiuai- uni pou- co O volume, mas sem converter ,i c,is,i num ce- mi t i r io , porque é o J o i o ~ i n l i o quem tem de se adaptar a ~ o c ê s e n i o o contrario. Insisti~iios que, independenteniente da idacle qiic o \osso tillio te- nha nehte momento, p,11-a Lotes ele e 11111 recen- -n,iscido. A tknic , i pCii-,i reeduca-lo e e\,ictamente a mesma, q u e r ele teiih,i sei\ meses oii cinco anos: a unica c o i s ~ q u e niuch e que quanto ni,iior for, ni,iis capacidade tera p ~ r ~ utili/,ir d u ~ s «,li--

m a s ~ 111~11to perigosa4 contr.1 os p a s :

Page 38: Dorme Meu Menino1[2]

A t e aqui e sp l i c in io s r\ histór ia do vosso p o n t o d e vista. >,Ias o q u e acontccc c o m o J o i o z i n h o ?

A s crimc;as co r i l~ i - i i cmi c o m o s ,;,i~lIto\ , i i i , t -

\ c s d e 11111 pr incipio dc ,icq,io-i-eaci,io. 0 pcqiiCiio i -c~l i / ' i cima q i o p o r q u e e4per;i c o ~ i s ~ q u i i iiiiia i-e,~cc.io p o r p . ~ r t e do .~cIulto. 1'0s c~\erirpIo. qii,iii- d ( ~ C ~ ~ I \ J I I - I O ~ um lxlx d e s c ~ s ou \ete r;iCsc, :I(, ~ c s c ' O , lhe J,11110\ ,I\ l>O;l5-IlOlt~'s C' 4 d i l l l O \ d 0 qii,is[o, e poss i \c l q u e comece poi b ~ t e i p,iIiiil nh'ls c c ~ i i t a i - <(J-,I-A),. ()ii,11 '1 i-e,icc,~o q u e o11tc~1,i co rno rcspo3ta J e5sa q m ? h,io n i u i t , ~ . 0 III ,U\

p ro \ ' i \ c l e q u e 0 s ~ ~ 1 s c o i ~ i c n t e ~ i l e n t r e e les : ~011i~ q u e e n g i - q d o ~ ~ e n i o f a ç m i i i i ~ i s iiad'i. Mas , o q u e s~icedei- ia se g r i t ~ s s e d e u i i i ~ forn ia i i i -

cri\ e l ? Cor r e r i am a o seu q u a r t o p i s a ~ t e i i ~ i c ~ - l » . h i i tno , q ~ i ~ l s c r ~ a acq'io q u e o bebe xioptai-,i d a prosirii,l \ ez q u e quei i '1 ,I p r e s e i i c ~ d o s p,li\? I' s t ~ cl'lro q u e iino iai1tar.i i ic . i i i b'itera palmiiilias, pre- f e r i ndo o I~czaz~' r r ~ c l t ~ r i . \ e LI^ hehc d c w i s iiicscL\ é c ~ p a / d e t u e r isto, eiit'io o qiit. i i ~ o coi iws~i i i - , i qu'mclo ti \ci- u m m o O L I i ~ i ~ i s , q i ~ u i d o s o ~ i l > e r t<i - lar e m o \ ei - \ e c o m ,ilgiim,i o i i r ot.11 Iibei i-I,icic?

I l cpo i c d e t u d o o q iie toi c \ p o ~ , t o , n.io i-e,st i ,I

n icnnr d ~ i \ ida d e q u e o J o ~ o / i n h o e i i i i i 4c.1 i i i t i , l i -

gente, iiiiiito intcligc.ntc. iriesiiio, e ii,io \ e \iihiiie- terd ,I 1 1 0 s s ~ \ o n t d c ~ qu,iiido liou\cxi ~lqi i i i i ' l i i i l i -

d m ç n . Se J iriaiiq,i \i. cjiic, o cici\ , i i i~ 11 1 \c3ii

berço c,irii,i e ! i ~ o lhe d,io o rr,itariicii~o (ic seiiipie, que f'll-J p'lrJ rccupei < l i o\ \',LI\ p1 I \ i iLyos; 1; <I teii- t m t o en ion t i ;ir q i i i l o qucS pi o\ O C ~ L I C J I c ~ q ) ~ L I C

quer cio\ p u s . Kegicsscinos '10 i no incn to ciii qiic o PJI c .I

m'le c ~ ~ t c i c a ~ J / C I c) d i \ c i i r \ o c i ~ \ bo,is-noites. E ~ w \ I \ c ! ~ L W , I I M I c ~ ) ~ l ~ ~ ~ ~ ~ ~ l , O j c ) c ~ ~ / ~ ~ ~ I 1 o ~ C ~ L K

Page 39: Dorme Meu Menino1[2]

82 Lhrr i ie . ineu iiieniiio

no Manel e atire com ele, e, acto continuo, faça o mesmo com as chupetas e estas voem pelo ar. Quem ganha? E claro que e o Joãozinho, porque agiu de forma i o s pais dterarem-se: conseguiu que reagisseni, que era exactamente o que ele procurava.

Q u e tazcr entao? Imaginemos a s i tuaGo: u m de vós esc6 a falar coni a crianqa e esta atira as coisas para chamar a vossa atenqão enquanto cho- ra amarganiente. O . .por ta-vor continua a falar conio se nada tivesse acontecido e, uma vez ter- minado o discurso, apanha todas as coisas, colo- ca-as no berço como quem não dá muita impor- tância ao assunto, dá-lhe as boas-noites, vira as costas e sai do quar to (se estão os dois juntos, saem os dois). O mais provável é que o Joãozi- nho volte a atirar com as coisas, mas vocês já es- tão a sair d o quarto e n i o voltarão para apanhá- -las. Q u e m ganhou?

O mesmo se aplica quando, ao deitarmos a criança, esta se levanta e voltamos a deitá-la. Q u e fará? Tornar6 a levantar-se. N á o quererao, n o en- tanto, passar toda a noite nisto, nias o Joãozinho sim, porque significaria que ticariam toda a noite junto dele. Para n i o si. deixarem vencer deverão colocar o Joaozinho como perise~ri que t melhor, e depois ele que faça o que lhe apetecer. Vocês, não faqam caso!

Q u e outros truques utilizari? Além de pedir água e bcijinho, truques sobre os quais j i falá- mos, pode ser que vomite. N i o se assustem, pois não é nada sério: as crianças conseguem pro\.ocar

o \óiiiito com a maior da i fx i l id~c les . Q u e t u ~ ~ - ? Sofram p o r dentro, mas ni,intenhani-ie inip'issi- veis por fora; limpem o \~oriiito, mudem-lhe os lençóii e o pijama \e f o r n e c e s ~ i r i o e pn)rsig.iin, c o m o se nada tivecw acontecido.

Ne i te niotnento, que mais pode ta7er o J o i o - ~ i n l i o ? C1iorcir. Mas n50 5 0 c h o r ~ i - , como trirmbcn~ o l l i ~ r - n o s com a cara de maior iotrinieiiro q ~ i c \c possci i~ii~iginar. E ,I sua a r m ~ mais efic,i/ e ele \a- be. pois, ao f im x) cabo, i: a prime ir^ 1inçu.igc~ii a t r a ~ é s da qual se conseguiu fatei- entender. I:lc sabe q u e q u m d o chora , uni cios pi-ogenitores, o pai o u ci m i e , a s t u ~ i i n r i i respondçr priniciro e 6 3 esse que o seu olhar de choi-o e dirifiicto. a c \ p - rn que o c i c ~ ~ d a . I:sra 'i u5as o seu choi-o como uni,i fo rma de .icjio. M,is os p a i , nessa .iltura, i i sabem d i ~ t i n g u i r quaiido clioi-a por d o r o u p.ira conteguir algo; portanto, j'i scibeni que o l o j o t i - nho náo está mal, pelo quc d e ~ e i - a o iiio5tr,ir-se tranquilos e seguir coni o discui-\o. Lirn,i e / t u - niin'ido, e c n i b o r ~ a criança chore , s,i~,iin c10 quarto.

1 I

1 COMO REEDUCAR O HABITO DE SONO 1

1 . C r i x u i i ~ r i t u ~ l c111 i x ~ l ~ ~ i o :I I I O I - , ~ < I c J i \ i tc l r ( L , ~ I I I , ~ I ~ - I

~ n i n c.in<io. coiitai- tini i .oil to). I

1 3. OS pai5 ciel-cni sair d o q i l i r t o .iiitc\ quiX .i r r i a i i ~ a i i x i o i - i n ~ ~ n . I

Page 40: Dorme Meu Menino1[2]

i'.\ ~ J ~ ~ I ~ I ~ ~ I I i ~ ~ l ~ t ~ ~ , c < '1 s ~ - ~ i ~ < l ~ ' b < ~ t , ~ i h < ~ ,> L ~ } ~ ~ 2 ~ ~ ~ i \ L.,)-

I I I C < O L I . I., I>~I~LLI - ' I I , C ~ L I C < j i . ~ L i ~ i ~ l < ) O < i ~ i ~ ~ i ~ . ~ ' ~ i l 1 1 ~ 1

~I.IJITO. o jo~107iiiho c l u ~ ~ ~ ~ e ~ ~ ~ t ~ ~ c-) \ . O ~ U I I ~ C J,l ~ ~ \ L ~ I - L ~ T I ~ I T ~ I ~ ~ c o \exu c l ~ o ~ - í ) {L+ ~ I , I I - , ~ I I I ~ ~ ! - I ~ ~ ~ . . 0111 iJo c13 tOd,?, J <%?<2, {<ll: 1112~:110 'l>L ' ,17lll?I,Ill;~l!).

(3 <)(:C 11:~O ~ ~ O C ~ ~ ' l l l O \ fc17L'l- C' l~--llO\ L'lli\lOl'~ < ' C{::;- Y>lI- o ~&i07i l7?1~> <l ~ ? l o r J l ~ JT;, q u e 'l'lOr1?l'~;J c,h<lLl\-

t o (o ~ , L I Y , \ e i i ~ ~ i í i \ i J ~ . t ~ l \ . c / j~ l!ic~\ r c n ? i ~ ,ido 21-

y n i a \-c./ ; i i i c ) i i cc~ , i i i i i i i t~ ic.i,onicriciadol. !>oí-quc n<in? I)oi-qiic \ i i i~~lc . \ tn i~! l tc - c ~ ~ t s i n ? o s a !-c~c.titie.í-lo

. . c n io J ~ ~ ~ ~ i t ~ ~ ~ i - l o . Sc { J I I T ~ O \ do q ~ , ~ r t o , l ~ c i ~ \ ~ ~ ~ l d ~ >

qw \' c<1175:1r,1 c <ldi)rlll~:ce!-<l p l - pill-0 '~!$Ot<1111~~~1-

to, o q u e tr-~~nciiiit i i i io\ i ci-i,in<,i qllcl c\td ,i ser . .

c3stlsi'i<1 O L I 'll><lll~ioll'lCi~l. 50 cllt 'lnto, Lllll~~C'1~1

n,io pocienios en t i -~ l - n o \L>U t l ~ i ~ ~ r t o e c o i ~ \ o ~ ~ ~ - ~ ~

J I ~ ~ L , S que tcrili ,~ I)a5siicio uiii pcric)iio d e t c i i i p

pruiienr e. Qi1'1nto t c m l p o ? 110 p i - i~ l~ ip i c> ;i111 lninuto,

depois do i l ~ i . ~ I iini dos doi{ '1i~1di1-i '10 5~1.1 i h a - m,1iiiento, p , i i - ~ qL!e o Jo . io~, i i i I ic~ o \i.i.i.

O 11040 ohic i t i \ . c 1150 C' que {C' c.11~. ncn! que se ;lc<ll!,lL~, ll"l11 qt1c <l~iOl-lllC~<l: \(í o t<17c1110s pai-a

C,"' >',il~'l que l,<iO o ~ l í ~ < i 1 1 ~ ~ ~ 3 1 1 L í l l l ~ ~ \ . POl-t '~llt0,

quem ~ n t r ~ ~ r n o SL>LI q u a r t o tii'11-i '1 u n : ~ cii\tAncia

p r u d c i ~ t c do ~ , c : - ~ o ;p.-ii-.I ~ L I C 4 ~ 1 ~ i~p- l - .~Cio)

O U toi-~~,-it-,í '1 111et&lo I ~ J c m ~ , caso dci,l. tenha s3i~i0, c t ~ I ~ ~ r - l l i ~ ' - i outr-,I \e . / , c i u r m t e de / s e p n - d05, p i r : ~ c x p l i c ~ - - I l ~ ~ c ~ ~ l n i ~ n i c n t c ~ o C ~ L I C li lhe disse ,intci: ab leu ,imc)i.. o p,~p, i '1 1il~11n,i G o \ t m

rnuitu de t i e o t ~ o '1 c.n\iri,~i-- tes .i ~ 1 . i ~ ~ i i i L dot--

me5 aqui com o ,V,riie[, o p n c ! ~ ) . ,i, L ! ;u~c~ : J \ . . .

Ar4 'inia-thi.,, I h p o i 5 dc\t, i \ p,il,i\ r . i \ , L ,i50 ic tc- l h a i l t l i ~ d ~ ) C O ~ a5 coi \ar p 1 . i o ciiao. apdi;,iam-

-\e, co lo iam-se n o \ m i e i l t e n o \c11 bei $o o u ~ n n i ~ i

e torna- \c J c n i i d o qliJr'iC), ~ r ~ d c ~ ~ ' ~ l c i ~ n t e ~ ~ r e n t t ' de C ) J c ~ ~ o ~ i n h o e\tql1- '1 * r I t a , '1 L i ) o l - ~ ~ r O U 5' t \ ,r-

I I O U '1 G r C I O ~ C ' ! - < O , i'lIJia.

- - - - - - - - - - -

Page 41: Dorme Meu Menino1[2]

Maiq um,i \ e / li^ que esperar e sofrer. Destia \e7 c\per,in-ios três minutos. Se depois deste tem- po o J o i o / i n h o continua a cl-iorar, um dos dois entrar; novatiiente n o seu qu'irto (podem f u e r turnos) e +ar; e u c t a m e n t e o mesmo que se te;. anteriormente. O tempo seguinte de eipera é de cinco riiinutos, apcis os quais se rcpetir i a n-iesnia cena. A partir deste momento , esperam-se cinco minutos entt-e c ~ d a Lisita, mas se o \osso sofri- mento os impede de esperar tanto, podem fa7t.-lo cadi tsês n-iinutos.

F tundamental q u e con t inuem a ent rar n o quarto par^ q u e o pequci-io nao se sinta abancio- nado. N e m pensem c111 cisixd-10 a espera mais de cinco minutos, pois este e o tempo n ~ a \ i n i o que pode estar so/iiih« 110 psiniejro d i ~ da sua .(reedu- c a q i o ~ . I a fê- lo seria urna crueldade: aquilo que uma criaiiç,i mais teme e que os seus p<iis 1150 gostem dele e q u e o queir,iiii abandon,ir, e esta seria a nicns,igeni que capta ri,^ se n i o cumprissem com as \assa\ \isitas. Se, pelo contrario, entram no quarto e lhe falam com carinho, sem gritar e sem fic;ireni irr i tados o u /angaclos, mos t rando urna q a n d e tranquilidade, o Joao7inho acabará por entender q u e o p,ii e a m i e nlio o deixaram sozinho, que gostam niuitissirno dele, mas que, por niuito que ele cliorc e faqa uma birra, eles não \ n o ficar n o quar to , e perccberi estar tudo bem, mesmo estando so i hora de dormir. Tudo isto ira f a t c r com que fique tranquilo, dar-lhe-á a ~ U I - a n ~ a de q u e tanto nc~essit ' t e, tinalinente,

conseguira conciliar o sono . Nes te momento, perguntarão: - Q u a n t o tempo le\ ara par'i ador- mecer?. Algumas c r i a n q s t h mais diticiilcfade do q u e outras a captar a mensagem, mas o nor- mal t que, tio nii \ i ino, le\eri-i duas horas.

A l e r d a d e é q u e o J0ao7i11i10 xiormcccra , mas c o m o o relógio ainda n i o foi ajustado, ao fim de uma, duas o u três liosas tornara a acordar. Q u e f a r i então! Chora r e /ou q i t a r «sede», « to- me,, o u ccrnedo,,, p o r eueiiiplo. Q u e tarernos nos? Tornaremo\ a ensinar-lhe a adormecer repctincio o processo, respeitando a tabela de periodo\ de tempo. C o m o é o primeiro dia, a p r i~ne i ra vez es- peramos uni minuto antes de entrar no seu qiiar- t o e tazertnos o nosso discurso: *.hleu ariior, a mamá c o papa percebem que estas zangado por estarmos a ensinar-te A dorriiii-, riias tu dormes aqui com o teu amigo .I.lnncl, o ,tm,ter ... 1302s noites e até amanl i i .~ , h l a k urna \ e r , s,iiam d o quarto. D a segunda \e7 , esperam trcs minutos antes de entrar, e a partir da terceira \ e / passam a ser cinco minutos. ate que torne ,i adorinecer.

H a que fazer isto indepeiidenteriiente d,i hora que acorde, porque a crianqa nao entende hora- rios. Mas mui to cuidado, porque quando acordar as tres, quat ro o u cinco da in . idrugda, o iiiais provável e que es te ian esgot,iclos c, por isso, \era mais ficil que caiam em qualquci- dos truques que ela utili/e para dobra-lo\ . B ~ s t a r ~ t,-i/er uma só \e7 aquilo que a crianqa Ihes pede - a p i , uma canqio, dar-lhe a iiilio so < . L ~ I ~ I tnor i iento~~, ou um abraqo - c, perdei-Ao o desatio. Tiido o

Page 42: Dorme Meu Menino1[2]

Quando o problema 6 psicológico

ciiin-infantil, J de cenas vioic11t;is iia televisão, tudo isto poJc .irigusti,ii- o osso tilho e i-epercutir- -se so1,i-c o e i i s o n o .

Page 43: Dorme Meu Menino1[2]

v

QUESTOES HORÁRIAS

(corno ganhar a batalha do relógio)

Page 44: Dorme Meu Menino1[2]

Neste momento, se já puseram em prática o que aprenderam, o vosso filho deve ser um apro- fissionaln d o sono nocturno. N o entanto, talve7 tenham dúvidas em relação ao tempo que deve dormir, ou talvez queiram mudar-lhe a hora de ir para a cama para que os acorde um pouco mais tarde, pela manhã. Neste caso continuem a ler.

Quantas horas deve dormir?

Tal como sucede com os adultos, algumas crianças necessitam de mais horas de sono que outras. Uma vez esclarecido cite aspecto, temos as seguintes linhas de orientação.

O s recém-nascidos costumam dormir entre de- zasseis e dezassete horas diárias repartidas em pe- ríodos que podem variar entre duas a seis horas. Habitualmente, é à volta do terceiro mCs, e com um pouco de ajuda, que começam a adoptar o ciclo dia-noite, o que significa que durante o dia dor-

Page 45: Dorme Meu Menino1[2]

o I)o1 iiic, IliCii 1ilciiliio -

niem três ,i quatro sestas e o sono nocturno coiiic- qa a ser mais coniprido: entre cinco a no ie lioras.

Aos se14 riieses dotiiieni cerca de c,itorLe ho- ras diarias n'i to tdidade. As sestas r e d u t i r m - s e a duas e o sono nocturno prolonga-se de de/ a do- 7e l i o r ~ s . Neste momento, se ji adquiriu u m boni habito de sono, ser6 c,ipa/ de dormir toda a noite sem interrupqoes.

Entre os d o t e e os vinte c, q u m o meses o seu sono nocturno diminuir,^ uni pouco (tre/e l i o r ~ s ) e, pouco depois d o primeiro miiersar io , as s e m s serio redutidas a urna, geralii-iente depois d o al- nioqo. X p,irtir de eiitio. as siias necessidades de sono irão diminuindo.

I ' a r ~ coinproLar se dornic o suticicnte, pode- r i o t i u r o q a f i c o a\,aixo, mas, .iten&io. teiiham ein ~ o n t a que estes ialorcs Jao uiii'i 1116dia, o u ie-

ja, sc o iosso tillio dorme entre dua i lioras riiais O U d i i ~ s hor,is iiienos do que as indicadas, niío si-

O DESCANSO DO P E Q U E N O G U E R R E I R O

........................ I \ci1i:ii~. I - 7 hei-a\ ........................... 3 Ilii.C\ 1.5 I1oi-'i\

h riic\c,\ ........................... I 4 hol-d<

........................... 13 TIIC\C\ I3 'I. h o r n

........................... 1 S nic\c\ 13 : h o r ~ s .......................... 2 ,iiii>\.. I3 boi-a ........................ 3 J I I O ~ . . . . I 2 Iior,is

No entanto, se dorme menos d o que foi rete- rido, observem 0 seu çomportmicii to par'i coni- provar se apresenta ou n,io sintomas de falta de sono. Verifiquem se está irritável o u com sono, absorto, o u se é incapaf de prestar atenqão. Caso algum destes aspectoi se aplique ao !osso tillio, e n t i o dever io ~ o n t r o l ~ i r os seus liorario\ e 11,ibi- tos nocturnos para ver se podem aument'ir '1s lio- ras que dorme.

Se. pelo contrário, dorme de iiiais, conipro- vem então sc o seu crescimento e norrnal e se quando está acordado C activo e atento. Se e o ca- so, então não se preocupem; o que s;niplt.s~ileritc x o n t e c e u foi que t i ~ c r a n l a sorte de ter um filho dormiiihoco.

Poderemos conseguir que se adapte a um novo horário?

Pode ser que o irosso filho teiilia periodos de sono mais compridos diirante o iiii ori que d o r - m e p ~ n u i t o cedo e acorde de n i a d r u g a d ~ sem o menor interesse em tornar ;i adorinccer. Isto 115o é o fini d o niiindo, e poderão rcors.ini/.ir o s e ~ i sono de unia fornia iiiuito simpie\.

Par.1 mud'ir-lhe o lioririi>', poder io coiiie<,ir ,i atrasar .i siia 1ior.i de ir para .i c L i n i ~ 11111111 pro- porqio de trinta minutos por sei1im.i. scni torc.ir a criança. de iortiia que se \ J x i ~ ~ t m d o pouco <i

Page 46: Dorme Meu Menino1[2]

96 Dorme, meu menino

pouco. Dependendo da magnitude da mudança, levará mais ou menos tempo a consegui-lo, mas poderão acostumá-lo aquilo que pensem ser mais conveniente, sempre e quando utilizem o senso comum e não forcem o vosso filho. Antes de mais, não deverão pôr em causa a sua segurança.

U m último conselho acerca deste assunto: é possivel que a criança durma muito pouco duran- te a noite porque as suas sestas são muito com- pridas. Para solucionar este aspecto bastará que diminuam as suas horas de sono diurno.

Haverá algum truque para que nos deixe dormir mais tempo?

U m bebé não tem noção das horas e tanto lhe faz. Quando acorda de manhã é porque já dor- miu o suficiente, e o mais natural é que, para nos- so desespero, o faça muito cedo. Se vos chama, chora ou grita, náo adianta fazer de conta que não o ouvem. O melhor, neste caso, é acudir-lhe de imediato, mas não necessariamente tirá-lo do berço. Se, pelo contrário, só palra e não protesta, então não se mexam. Pouco a pouco, irá acostu- mar-se a estar sem a companhia de um adulto.

A não ser que tenha fome ou qualquer outra coisa que o incomode, ficará muito contente no seu berço se tiver algo com que se entreter. Quando são muito pequenos podem distrair-se com o seu mobile ou com qualquer outro brin- quedo próprio para a sua idade. Além disso, te-

nham em conta que, se criarem as condiç0es para que o bebé se sinta confortável - mudando-lhe a fralda, dando-lhe o biberão -, é possível que ga- nhem mais uma hora de sono.

Quando é um pouco maior, e uma ve7 elimi- nadas as possíveis causas d o despertar - ruídos, luz, frio ou calor - poderão deixar-lhe uma sur- presa perto da cama: num dia, uns livros, no dia seguinte, uma caixa de lápis de cor com um cader- no, depois, vários brinquedos ... Também poderão colocar um biberão ou um copo de água e um pe- daço de pão ou bolachas ao alcance da sua mão.

A partir dos três anos, quando a crianca e já capaz de entendê-los e de ser cooperante, pode- rão utilizar um .truque.. para conseguir que os deixe dormir um pouco mais. Imaginemos, por exemplo, que o vosso filho acorda normalmente as oito da manhã e vocês querem dormir até às dez horas'. O que poderão f a ~ e r ?

Em primeiro lugar, deverão comprar um reló- gio ao qual se possa tirar o vidro e colar uma tira de papel indicando as dez horas. Depois, fario um calendário. Como a criança ainda n i o é sufi- cientemente crescida para distinguir que dia da semana é, colocarão uma tira de papel na parede, onde previamente desenharam sete quadraciinhos, um por cada dia da semana. O s que correipon- dem ao sábado e ao domingo serio de outra cor para que a criança os possa diferenciar. Cada noi-

Page 47: Dorme Meu Menino1[2]

te marcario com o vosso filho o dia da semana em que es t io : segunda-feira, o primeiro quadra- do, terça-feira, o segundo e assim sucessivamente, indicando-lhe: *Hoje é segunda,,, .Hoje é terqan, etc. N a sexta-feira i tarde, quando regressar d o jardim-infantil, dir- lhe-io que n o dia seguinte é sábado e, portanto, um dia especial para ele. P o r que raz io? Porque será o encarregado de acordar os pais. N i o há nxda mais eficiente d o que da r a uma criança o papel de protagonista!

A qucstrio q u e se poe é corno saberá ele a ho- ra a que os deve acordar. Para isso temos o re- lógio: < < Q u a n d o o ponteiro (pau, agulha) grande assinale (esconda, toque, pise, aponte, tape ...) a tira de papel, vens acordar-nos e far-te-emos uma surpresa (faremos uma festa, damos-te um pre- sente ... j. 9 E m que deverá consistir esta surpresa? Deverá ser qualquer coisa de que se lembrem. Poderio, por exemplo, esconder baloes debaixo da cama, brincar i s lutas, atirar-lhe serpentinas, dar-lhe um pequeno presente ... N i o é necessário que seja ~ i i u i t o especial, será suiiciente que seja algo de q u e nào esteja i espera. O q u e nào pode- r i o faz.er, sob nenhuma condição, é dizer-lhe, por exemplo: .<Espera urn pouco niais, já vamos» o u «Deita-te connosco u m lmc;ldo.» Ele cumpriu a sua parte, vocês devem fazer o mesmo.

C o m o irao fazer para q u e aguente essas duas horas de espera q u e \.ao das oito i s dez horas? Preparando o cenário. N a tarde anterior, quando sair da escola, os dois, ou pclo menos uni dos pais, irào coni o pequeno comprar o pequeno-

a l i i i o q do di'i SC<;LI I I I~C . I. import~i i l t t~ qlli. o f'i-

qam junto5 p x a a ci-i,iiiqa {eiitir qui. pu-ticlpi. Fd5collimi d g o q u e \ c~ iham ~ L I C ele go\t.i iiiiiito: u m b'itido de chocolate, iim crozssar2t. iiiaclalcn,i\, etc. C i m ~ \e7 em ÇJLI, colocai-io uii i '~ pcqiicn'1 me5d do Iddo d.1 \ L I J 1~111.1. de n iodo '1 q i ~ c 11'1 111~1-

nhri wgiiinte ejteia tiido '10 5eu ,~li ,~ncc, . Oiiti-<i ~dci.i boa c compi-ir--lhe UIII jogo ..e\-

peci ' i l~~, o q i ~ i l $ 6 podei-a u\ar ,I(>\ \,ib,~cfo\ i. do- iiiirigoi d e n ~ a n h i . Que1 tii/cr ~ L I C lllc d,iiiios u i i ~ cleiiiciito n o i o que o a j i l d ~ i - ~ '1 p.ii\x- o reinpo i.

'i e5per'lr ti. '1 hoi-'1 de n o \ ,icortf,~r. O que ii-J ~~contecer ' ! N o primc,ii o t i i ~ 1c.i ,in-

t ~ r - V - 6 ,i\ oi to, toiliclrLi o pequc~no-,iliiioCo C ,I\

o i to c cinco já c\rii-a n o \ o i \ o CILIJI-10 g r i t ~ i i d o .. te5t.1! .). L 11itiir'il. o i - I ? ' 11111 11iO 'lprcii&il. Q u e f u e r ? O mi.\mo qiic t i / c ~ i x n de noite, 11 '10

\eu quar to , nio\trcir- lhe o i c ~ l o ~ i o , c\pl~c;ii--llii. q u e a i n d . ~ n.io 6 .i l i o l ~ . qiic 11.10 l u 111.11 c q i ~ c . <<Tu fica? q u i J bi-iiic.ir com 0 5 rcii\ hi-iiiqiie<ic>5, c quando O ponteiro gl-mdc t ~ p x J t i i - i iic P~iiwl ent'io ~ c i i s zwi-dC1r-no5 c t'ir-tc,-eiiio\ L I I ~ , ~ {ur- presa>, ... l: comèqai-ao dc, n o i o com '1 tabc.1~ de tempo\ . \(i que iic\t.i \ e / i i io o t i i . io p ~ r i que I - i I I I - ( i c I - i C i p l - c n J ~ J

e\tai- \o/ inl lo J I R L I I I I tc'iiipo. Como o reltigio n,io tcin \ idi-o, 1 7 0 ~ 1 ~ 1 1 tl-oc,~l-

as Iiora5. Por c\èniplo, w J L O I - c d ~ ,I\ oi to i. \ o c k qLlcLri.ill ClLli. o5 Lll'l~lic <I\ de,/, 'ldl'll~~'1111 o rcl0<;10 L I ~ J IIOSJ, de to i - i i i~ que. qu~ i ic to ,icord,ii-, eitcl'l '1

I ~ ~ I I - C J I - J \ no\(, e s o ten11,i que e\per,ii- ~ c ~ w i i t , i minuto{ ~ J I <i cipi-cwntc~i -\e no i 0 5 5 0 c1u;ii-to. I:le

Page 48: Dorme Meu Menino1[2]

100 Dorme, m e u menino

não entende horários e somente fixará a tira de papel e o ponteiro grande. Uma vez conseguido o objectivo, poderão ir adaptando o relógio até que a criança seja capaz de esperar as duas horas. Boa sorte!

OUTROS PROBLEMAS

(como enfrentar os pesadelos e outras perturba~ões ligadas ao sono)

Page 49: Dorme Meu Menino1[2]

Perturbac;òes lignd'is ao w n o s i o os tenonie- nos que se produíren~ durante ejre, intci-rompen- do-o o u n i o , e que sao u~ii,i inictiii-3 de e í t d o \ de sono e ~ i ~ i l i ' i parcial: \onnmbuli\nio, terrores nocturnos, p e s d e l o ~ , bruui\mo, wniloqui.ncia c mo\inientos ~utocineticos ' . Ge~~~i l rncn tc , e d i ~ r ~ i n t e ,i infincin, ,i5 perturb,i+cí lisada\ ao sono n;io s,io graves, embora tenham04 de reconhecer que po- dem perturbx- a vida iamilix-. A i d d e em qiic t h

maior incidtncia c entre 0 5 trcs e o\ seis m o s de idade.

Page 50: Dorme Meu Menino1[2]

104 Dorme, meu menino

olhos abertos a casa de banho para fazer chichi, mas em vez de fazê-lo na sanita, fá-lo na banheira ou num sapato (não se surpreendam, pois não se- ria a primeira vez que acontece!). Em seguida, re- gressa ao quarto, apaga a luz, mete-se na cama e continua a dormir. N a manhã seguinte, não se lembra de nada.

Sonambulismo (10-1 5%) ALTEKAÇÓES Terrores nocturnos (8-1 3%) DO SONO e Pesadelos (45%) E A SUA Bruxismo FREQUENCIA (ranger os dentes) (4%) NAS CRIANÇAS Sonilo uência 2 (falar urante o sono) (21%)

Movimentos autocinéticos (3%)

Este fenómeno produz-se durante as primei- ras três ou quatro horas de sono e trata-se de uma repetição automática de comportamentos aprendidos durante o dia, mas realizados quando a criança está profundamente adormecida, o que explica a razão de um sonâmbulo actuar de forma trôpega e incongruente. A causa destes episódios é desconhecida e não existe um tratamento para evitá-los. Costuma ser mais frequente em famílias com antecedentes de sonambulismo e, normal- mente, desaparece durante a adolescência.

Também é bom que saibam que se trata de uma alteração benigna e, sobretudo, que não é

tão perigoso como se costuma pensar. Um so- nâmbulo nunca se atira por uma janela, mas em todo o caso pode confundir-sc e sair pela janela a pensar que é uma porta. Por essa razão, \e o \os- so filho sofre de conambulismo, dever50 torci-ir

medidas de segurança para evitar qualqiier aci- dente fortuito.

Q u e mais se poderá fazer? Apenas recondu7i- -10 à cama. Não deverão acordá-lo. Embora não seja verdade que possa morrer de susto, como er- radamente se crê, no entanto ficaria aturdido: cle está a dormir profundamente e n,?o entende o que sucede. O melhor é falar-lhe muito devagar e empregando frases simpies: <,Vamos p x a a ca- ma», .Vem comigo» ... ncio lhe façam pergunta5 e, uma vez deitado, deixem-no \osscgado.

SONAMBULISMO

Escmylo

(Paciente de qua t ro anos e seis meses)

Desde h i cinco meses, com unia frequência , ~ p r o s i - macia de três-quatro v e z e CIO m t s e depois de ter d o r m i d o duas-tres horas, sai d~ cnrn'l, vai i cLis,~ de banho e urina n o c h i o .

Norinalmente n i o fala, n i 0 grita, lido costunid x e n - der a luz riem se lembra de nacia n o ciid sep in tc .

Normalidade físicc~ e psíqiiic~i ~ 1 ) s o l u t ~ .

O seu pai costumava f u e r c o i s ~ s PJI-C'C~~,IS.

O episbdios desaparect.r,irn progressivamente cie forriia espontinca.

Page 51: Dorme Meu Menino1[2]

Acon tecem \ c m p r e na segunda m e t a d e d a noi te i , normalmente a o amanhecer , e s i o sonhos que geram ansiedade a crianqa, q u e p o r isso acor- da anhusti.ida, e d i /e~ic lo q u e t e m m e d o . A \atit'lgem dos pes,idelos e q u e ,i criai-ic;,~ conse- gue expl ica- los : .O J o r h c b a t e u - m e ) , , .O c ã o niordeu-me., <<O l o b o q u e r comer-~i-ie), . I s to per- mite que os pais lhe assegurem que , p o r cxeniplo, o Jorge e o lobo niio e s t i o ali e q u e .Este e o t eu quarto e do rmcs C O I ~ O 1 2 1 L z ~ ~ c 1 e c o m as tuas coi- sas. O p a p i c ,i tiiam5 e s t i o pe r to e não tens d e ter medo,,, d e f o r m a a q u e a crianç'l f ique t ran- quila.

Gerdri ientc, o s episódios d u r a m algumas se- manas e e s t i o rclacionados c o m algum fencinieiio externo q u e causou inquiet'lqio i crimq'i. Se esti- ver t r a u m ~ i t i z d a C O I ~ a lguma situ,~qão concreta, os pesadelos tor11,m-se repetiti\ os . P o r exemplo, se a o b r i g m i '1 c o m e r e c ~ d a refeiqão se t ransfor- m a nun-i drama, o u se se sente pressionada d e al- w m a a, . rnatieir,~, o s pesadelos reflectem essa angús- tia. A tned id ,~ q u e diminui a ansiedade d iurna , os episodios t ,~ i i i bém dec rescem eni in tens idade c frequCnci,~.

Se o \ o s s o tillio tem pesadelo\, 11io e necessi- rio q u e consultem uni medico; basta q u e o aju- d e m a r r , i nqu i l i~a r - se : d a n d o - l h e seguranqa, o

Acontecem na primeira t i ie txie J J iloitc, ou sej'i, e s t i o ;issozi;idos ;r iiiii 5 0 1 1 0 iiluito l~i-c>fu~~c!c, e c a r a c t c r i ~ a n i - s e poi uiii despei-t,li l > i - ~ \ i c > da crianq'l, q u e cot11c.c~ ,i si-it;ii- i o n i o \e est i \ i ' \ \e J

so f r e r m u i t o . Qu, i i ido o s p ~ i s .i~c>ciciii, o q u e em e L I I ~ J i ~ - i ~ i n ~ ~ pcilidci, c o m ~ L I O I - C ~ ii-io5, aterroi-irxici e q u e e i n c c l p u r'le coiit,ict,ir com ,i

rea l ic ide . Pai- niiiito c1iic~ IIic t,iieni. o pcqiieno não o s iecoiiliczi., c 05 p a s , se ii.io s,ihcim o que

Page 52: Dorme Meu Menino1[2]

108 Dorme, nicu nienino

são terrores nocturnos, pensam que vai morrer. N o entanto, não acontece nada: a criança não reage, não tem consciência do que está a aconte- cer, porque está profundamente adormecida.

Este .horror» costuma durar dois a dez mi- nutos; caso lhes aconteça, não tentem acordar o vosso filho, porque é praticamente impossível que o consigam - está profundamente adormeci- do - e, mesmo que conseguissem, só pioravam as coisas. N o dia seguinte, contrariamente aos pe- sadelos, não se lembrará de nada.

O que se poderá fazer? Fiquem junto dele pa- ra se assegurarem de que não cai, caso se mexa, mas nada mais. Não têm outro remédio senão esperar que passe, tentando sempre manter a cal- ma. Tal como os pesadelos, os terrores nocturnos costumam aparecer por volta dos dois-três anos de idade e acabam espontaneamente com a chega- da da adolescência.

U m conselho: se ao chegarem junto d o vosso filho ele deixar de chorar, não se trata de um ter- ror nocturno, mas sim de uma encenação para conseguir uma reacção da vossa parte. E necessá- rio reeducar o seu hábito de sono.

TERRORES NOCTURNOS

Exemplo

(Paciente de três anos e dois meses)

Acorda bruscamente gri tando mui to assustado, com um olhar de angústia, suores frios, a tremer li- geiramente e com choro intenso.

i 1)iii-,I ciiti-c do i \ n d e / tilinuto\ c n o cii.1 \~,~l i i i i tC, ~ i i io si. Icivbr-,i cic ii,it1.1.

I - - - _ . . -

Pode \c.r que o \asco filho chore, grite, ri,^ ou fale enqumto sonha, ser;ilniente dur,iiite ,i ma- d r u g d n . I: normal que t l i p pal~i\ ras w l t ~ s , i n -

Page 53: Dorme Meu Menino1[2]

O ir i ,~i \ f requente 5 , io ,I\ p ,~ncndn\ i0111 3 cabe- ça na a l n i o i d a e o b , i l a i i i e~~r cic t o d o o co rpo , quando a c r ia i~qa e \ t i d e b m - i p p x n \,i~i\o. Pare- ce que ce ticita d e um co inpor tu i i en to ,iprcndido para \ e de\contr,iir e cwncilinr o sonc,. l. \ t e b~1x. i - cear, que pode {er acomp,inlindo p o r sons gutu- rais, co~tisiii , i 111ici;ir-se ,io\ n o \ e m e w s c rara- mente \ e p r o l o n g , ~ p,ira ,dem d o i do i \ a n o j .

Oi pais co\tuiri,im ~ 4 ~ i i ~ t ~ r - i ç p e l c ~ e \ p e c t x u - laridade do\ i n o ~ i r n e i i t o \ , q u e podetil p ro \ ocar muito ru ído e ,Ire nic\iiio t ~ t c r i i io \e r o berço. No ent'into, nlio d e \ e r a o preocupar-se. ,i nlio ser que a cri,m<Li 4e 11i.igoe. CJ\O i j to ,icc~ntcqa, há que adoptar inedida\ pai-a evita-lo. P o r exemplo, se bate corii ,I cabe<,i nti c;lbeccii-'i d o berco, colo- quem almotadas p,ii-a q u e nlio w magoe. Se i5so for suticicnte, e n t i o j e r i pertei to, n o entanto , se não se tr,iiiquili/a ou decide b,iter cont ra as gra-

Lnihora i i i o se trate d e L I I ~ I ~ I pci- t i i1-b.~~aO liga- d a '10 sono , iiio quere ino\ iinali/ar e\ te c ~ ~ i i t o l o WITI 111na\ p a l ~ i r a s sob re 0 ressoii.ir. lima \ e / q u e 7 'i 10 p o r cen to d,i\ ci-i,inl;,ic ger,iliiiente re\so- nam. Se e o caso do \ o s w filho, teiilimi erii co i i t ,~ que , \e o fa;. d e urna forrii,i per j i j ten tc , e c o n i c - niente consultar uni e\peciali\t,i, wb i -c tudo \e iio- tu-e111 q u e d u r a i ~ t e o w i i o re\pii-.I corn ,i boca abert'i e c o m c e m cl i t ici~ld~ide.

Page 54: Dorme Meu Menino1[2]

PERGUNTAS E RESPOSTAS

(como solucionar as dtíwidas mais comuns)

Page 55: Dorme Meu Menino1[2]

Qual é o momento ideal para reeducar o hábito de sono?

Ji!, sempre e quando anibos os p u s estejam de acordo ern lêirar a cabo o tratamento, enten- dam muito bem por que r a r i o ec tm a f w e r <.cc& coisa. e saibam muito c l a r m ~ c n t e corno reagir eni cada momento. Se algum d o \ pais 1 i i O est,i total- mente con\encido, c melhor m o conicc;,ir, por- que tercio de estar riiuito calmos e \eguro\ para fazê-lo bem. 1,enibrciii-se de que ,I cri,inc;;i c;ipt,~ o que vocês lhe transmitem, e se e s t i ~ c.1 em n e n o - sos o u ansiosos s e r i isso que ir6 perceber, e n i o conseguiri ter a tranquiliddde e scguranqa de que nccecsita para aprender.

6 esiencial que escolliam u i n ~ epoc,i que n i o coincida com mudanqaç de ca\a nem \,iirin\ ao firn-de-semana, pelo meno\ dui-,inte de/ dias, J e m o d o a que ao haja niotfific,~qoes iio meio nm- bicnte da crianc;,~. T,irnbeni c iriiyoi-tmte que iiio haja influencias e\tcrnas. Por est;i r a ~ i i o , se t i \c- rem algum imiiliar ou u111 amigo ,i y,iss,ir ~ i n s dias em \os52 ia ia , o tiiellior e d i a r o tratLimento ate que estejatn ,os. N a u há nada pior d o que ou- vir comentarios d o t ipo: ,,Têm a certe/,i d o que

Page 56: Dorme Meu Menino1[2]

estão ,i talei ?.> o u <<Pobre crianq'i, na noss'i época aguenta\,imo\ e p r o n t o . IHoje e m dia, a i u \ en tude não re\i\te 'i nxla . , ,

U m último consellio e m r e l q i o 3 0 4 ~ i / i n h o s pouco compi-een\i \os que , c'ida \ e / q u e ouvem a cr~anqa chorar, batem na p'itede e ,inieaqar-ii a \ isar a Policia o u e r i t io di /ern qu;ilquer o u t r o ~ l i \ ~ , i r a - te como, p o r exeiiiplo: <iI.,\tanio\ a ouvi- lo cho- rar. W i o o , \ t i o ;i rn,ilcr~r,ir, pai\ n i o ? , ) Para o s manter ,i di\tSncia, nada me lhor cio q u e q u i l o que f e ~ unia m i e , q u e se dirigiu directamente ,I

casa d,i l i z i n h a mai \ c q u e i \ i n h a s ~ ~ d i /endo- lhe : (<Peço p e r d i o \ e o s i ncomodo , mas o pediatra disse-me q u e o m e u f i lho tem oti te e q u e lhe dó i muito o oiivido, p o r i330 venho desculpar-me d e antemio \e, por a c ~ \ o , o ouvi rem chorar . I terri- vel! Se nno melhorar nos pr<i\iino\ dia\ tera dc ser operado. ).

A m i e comecou o t ra tamento i l e s a noite c na manh;i seguinte, a o encontrar-se c o ~ i i a \-Linha, esta comentou- l l ie : « O u v i m o \ O p o b r e z i n h o a c h o r u ! C o m o lhe d e \ e doer!. E m menos d e u m a semana, a cr;anq;i ia dorniiia bem e d i s \ e rmi à -\ i - zinha q u e a ot i te d o pequeno tinh'i desaparecido niilagro\arncnte.

Quem é que lhe deve ensinar? A mãe, o pai ou a ama?

N a realidade, t an to o pai conio ,i i i i ~ e , oii ,i ,itn,i de \ en i ~ d ~ e i - con io 'ictiiar, d e m o d o ,i q u e qii,il- q u e r u m deles se p o s u ocupas d'i reeciiic,iqio d,i c r i m p . O u wja , se é ,i ;irna q u e põe a crimq'i a d o r m i r a sesta, ser6 ela q u e \ c encai-regar'i nc,\\e rnomen to d e reeduci-Ia; se e a niac q u e 3 cIeit,i i noite , ser6 ela a profe\sor,i , e \ e o p ~ i ap ro \ c i t ~ o\ h \ - d e - w r n a n ' i p'ira ejtai- m,ii\ com a c r imqa, e ~ i - t a o \era ele. N a \ e rdade , nna impor ta q u e m o t,l- çri, o q u e impor t a 6 c o m o \ e t u .

D e qualquer n-iodo, se foi- p o \ \ ~ \ c I escolher. o melhor e serem o\ p ~ i s a iiiici,ii- o ti-at,~iiicnto. \o- b r e t u d o o q u e t i \ c r niais calriia. (:mio o iii,iis p r o ~ a v e l e q u e tenham d e e n t r x iii~iit;i \ \ c / c \ n o seu qu,irto p,ir,i <<o en\ inar a ~ 1 0 t m i ~ w / i n h o . > , p o d e m f u e - l o ~ilter~iacl;iiiic.iitc pai,^ qiie o behc \ e j ~ q u e ainbo4 o en j inan i d~ iiie\iii,i iiimeii-,i. L e m b r e m - \ e d e q u e n i o i i i i p o r t ~ q u e m ]lic ri,i ,I

papa , d e s d e q u e \cj,i c'olii a co lhes ; o i i ie\nio \ e apl ica a q u i : rijo i m p o r t a qiiciii o eii\itia ,i doi-- mir , o i m p o r t a n t e e q u e t o d o \ o t ~ ~ a i i i d,i n \ e \ - m a f o r m a .

Pode dormir c111 casa dos a ~ ó s ?

Page 57: Dorme Meu Menino1[2]

Lerá estar ,i dorni ir melhor o u mesmo \em qual- quer problcrii,i.

U m coiiwllio: n m tentem euplicar-lhe7 o q u e aqui toi exposto n e n ~ sequer tentem que eles façam o mesmo que ~ o c ê s f n e i n em Lossa casa. D e facto, o norrn,il é q u e o s a \ o s n ã o taqam nada d o q u e lhe5 p roponham, o q u e e logico, p i ~ o \ eu papel é out ro .

Será suticiente q u e Ihcs expliquem, superfi- cialmente, as nortncis b ~ i i c a s : ho ra a q u e a criança deve ir para 'i cam'i, q u e niio devem t a t e r n;id,i para que adormeqa, q u e n a o se esqueçam do seu boneco nem da \ cliupctas, caso as us c'... Eles ta- rão o que lhes parccer melhor , p o r isso n i o se preocupern, nem se / anguem.

A ci-ianqa, c o m o é u m sei- intel igente, i r i apercelm-se de q u e eni c ~ ~ i d o \ avós existem normas diferente\ d ~ s d'i s u ~ casa. Não se ,itlijani, pois isto i i i o po ra em perigo a sua reeducação. Q u a n d o regi-css;irem ,io \ o s s o l'ir re tomem a « l i - ção» onde ficou e, c o m toda a tranquilidcide do mundo, c o n t i ~ ~ i ~ e t i i J ensina-lo coriio estavam a fazer.

NO e n t ~ n t o , \e 0 4 os t o n ~ ~ n i contei d'i crian- ça todo\ os di'is, d e ~ e r a o seguir r igorosamente ac meinias iiisti-~iqGe\ q u e 05 p,iis, po rque , c o m o ji sabem, a c r imqa n5o p o d e receber est ímulos dite- .- rentes durante a \ua aprendi/,igern. I o d o s o s q u e diariamente J ensinam debem t w ê - l o do m e s m o modo (da mesma maneira q u e rod'is as pessoas que lhe dão ,i papa, o i u e n i c o m u m a colher).

Q u e fazer se queremos ir de firn-de-semana?

N ã o 6 ~~~~~~~~~io q u e aluguetri uiii c,inii,io p,i- ra levar o Ala i~e l , o r7201711~, O p o j t c ) , ,i c , i n i ~ , J X

cortin'ls ... Só é realinente i i ece \u r io o boneco (Alaizel) e '1s chupetas, caso as i iw, e e\plii,ir-lhe q u e irli d o r m i r nuri1 Gtio diferente.

Q u a n d o chega rem a o \ o \ s o des t ino , t,ilem c o m ele dizendo-lhe sempre ,i \erd,icie. F\pl i- quem-llie q u e doriiiirá n u m jitio di terente do ha- b i tua l , a p r o v e i r m d o o s e l emen tos q u e lia n o q u a r t o : cama nova, cortinas, quadros na p'ri-edc., lâmpadas ...

Trata-se d e ,id,iptar o q u e cos tum, imo\ d i /e r - -lhe em c a s ~ a unia nova s i t u q ã o . P o r e \ e~ i ip lo . «F,ste é o sítio o n d e hoje ir'i\ dorniii- o /2111- nel, as t ua i chupetas (c;iso as iiw) e corri tochs J X

coisas q u e lii a tua \olt,i e qiic dorrnir,io con- tigo.,,

N ã o ten tem mentir- lhe e fingir q u e n,io w passa nada. Lembrem-se d c q u e e uni sei inteli- gente e i r i seiitir-se mais w g u r o \ e \oci.\ lhe co- municarem x g u r a n q a , o q u e \ó consegui r io \c dis \e rem J ~ e r J a d c c o m t o c t ~ ;i c ~ l r i i ~ .

Q u e fazemos se a criança vomita oii faz as suas necessidades quando lhe estamos a ensinar a dormir?

E: f requente q u e 11111~ crimq,i n o meio do seu choro , e c o m o h n i d e con\egui r L I I I ~ J « r e ~ q d o t > poi- pai-te dos adul to \ , \.oniite.

Page 58: Dorme Meu Menino1[2]

As c r i a n q s sabem ( a p r e n d e m ) a < lu top rovo car o \ o m i t o e, enibor, i t'ilve;. nunc'i o t e n h a m feito m t e r , p o d e ser q u e o f açam q u a n d o lhe estejam a enuinar ,i d o r m i r . P o r t a n t o , n ã o se preocup e m .

Já s,ibcm q u e esta0 ,i reeducar o hábi to d e so- no d o vosso t i lho e n i o castigá-lo. P o r isso, ca- so vomite e q u m d o o fiiei-, v i o '10 qua r to e, ein- bora ele gri te d e s d n i a d a n i e n t e , fa lem-lhe c o m doqura, J. f im d e t ransmi t i r - lhe t r anqu i l idade : «Vês, meu amor , c o m o est'is t i o r m g a d o p o r ex- tarmos '1 ensin,ir-te a d o r m i r ? A g o r a sentiste-te mal e \omi tas te . Mas niio t ~ 7 mal, p o r q u e o s pais gostam mui to d e ti, vão-te m u d a r o pijama e o s lençóis c agora estds l impo, t u vais d o r m i r aqui com o Içlar~cl, O postev e o nlobile.,, O u seja, m u - damos ,i i t u a q i o a n o r m d -- o vómito -, mas não mudamos a f o r m a d e c o m o cnsiiii-lo a d o r - mir.

Já sabem q u e q u a n d o vomita (acqio) o vosso filho espera conseguir urna reacç io : q u e lhe pe- guem ao colo, q u c lhe dêem um p o u c o d e água, que o ctribalcni c qiie es te jxn c o m ele ,ité q u e adormeqa. N i o entanto , \ ocês n i o p d e m fa7er nada daquilo q u e ele espera: têm q u e mudar- lhe a roupa, mas n i o di . \em modificar a vossa maneira de o ensinar ,i dormir . Como ele i. esperto, apren- derá que a sua acqio n i o s c n e p x a O q u e preten- dia e deixx-a d e t'i;.C-l~.

Podem 'ictuar d a mesma fo rma caso ele ur ine o11 defeque. Se o t u c o m o f o r t n , ~ d e chaniar a

atcnqâo, de \ e râo ,ictu,ir d~ niesiii,i t o r i i i ~ coiiio \ e tosse u m \ o m i t o . Se ,i criCinc,.;i i ~ i i l i c ~ (1uc te/ chi- chi , 1150 lhe dCem atcnc;rio iinediat,~riieiitc. I>e ni,i- neira ,i q u e ele n i o se a p e r c e b ~ , \ ei-itiqiieiii \ e realmente e \crd, ide e ent'lo, dcpois ele ,ilgun\ mi- nutos , mudem-lhe a ti-ald'i d a n i e s i n ~ ioir i i ,~ qiie t,rriarn para o c ~ \ o do \oi i i i to . P o r q u e 1-;1z,io 4c deve esper'ir u m p o u c o ? P o r q u e \ e forem iiiiiito rapidos a atende-10, entao tar,i cliiclii ;itr,is d e chichi p u a tê-los coni ele toda a noite. Se o ti/e- i-em c o m calnici, ira pei-ceber q u e n;io pode con- trolá-los e acabara poi- desistii- d e L ~ L I I - ,I sua ui-in,i corno foi-ni,i d e ta/;-los recisir.

Se está doente podemos comeqar o tratamento? O que acontecerá se fica doente em pleno pro- cesso de reeducaqão?

. . . E preferi\el q u e n i o iniciem o tr,it,~riicnto L ~ I -

s o ,i c r i m p estej,i doente . N c s t ~ sitiiaq,io, o 1 1 1 ~ -

lhos 6 esperar ati. q u e csrej'i i -cc~ipc i -~~d, i e e n t i o comeqnr o proce \so cic reeduc, i~; io d o v)nc).

Se ticar cioente d u r m t c o ti-,it,iri-iento, t c ~ ~ o d e a c t u ~ r d e niane!t ,i ditei-entc. O I I I J I \ pi-o\;i\ e1 e q u e teiili,i fehi-e; eiitL1o, \i-riipi-c q ~ i c c h o r ~ i - , de- \ er,io i~ p,lr,l o \ < L I I'lrio, t i 1 J I - lhe ,i tcrnper,itiir,i e c1a1--lhe J n i e ~ l ~ c ~ q ' i o ~ i d e q u ~ c l ~ i . o l o c ~ ~ i n d o <i

pont ' i d o \o \ \ ( ) ~icc io I I J b o c ~ C ~ J cri.inq.i p o d u n verificas se cst,i o u ncio s c c ~ . SC es t i \ e r seca, dee111-111c LI111 ~ O L I C < ) ele J<LILl. \ I J \ , l tcn~' lO, d J 0 -

Page 59: Dorme Meu Menino1[2]

..J t,C

'r: O

5

Page 60: Dorme Meu Menino1[2]

Qual a razíio por que certas crianças sofrem de insónia e outras n i o ? Haver5 causas hereditá- rias?

A !><irrir do\ p i - i n i ~ ~ i r o ~ d o i \ - t r ? s meses d e vida, e ; ~ J C J \ '1 L I I ~ ~ ~ u p o d e cc,liila\ \ i t uada \ nc> cerehro. o 1;ict;iii:c cc)meccl ,I ;ip!c,\cntai- pc r io - d o \ de {oiio i ioi t i i i i i o c~c l , i \ c / rii,ii\ coinpi- idos. C) qLlC dcOl i t cC i ' C' C J L I C C'\t,l\ 1 L ' I l l 1 , 1 \ clCtLl,lll: CC)-

m o se t o ~ \ ~ i i i i i i i i ( i c,loq,.ic-, qiie ,i; dctermii1,is- d o 'i 11or.i ~ J I J ,i\ ( l i t c ' ~ e n t c \ ~ i c ~ ~ c \ \ i c i , i c ~ c ~ \ do be- bé - doi-inii , e\t,li n i o i - J , ~ d o , cniiic'i., e tc . - ~ t é que 5e nti,ipte ,io rirriio b io logizo d e \ ; i i t e e qLlatI-o 130S ' l \ ( L ',I L<lpltlllo I 1 ).

H J c i - i ~ i i < , ~ \ c ~ i l : ) i-c~losic-, \c, poc e m t i incio- narilento c o m rniiit,i i - , ~ p i ~ l e / . I'i'Io i o i l t i ~ s i ~ , h,i o u t r ~ s cu jo I-cloqio c,, p o s ~ \ \ i i i ? JI/cI-, u m p ~ i -

co lei i to. I \ t e \ pcquc .no \ iicce\sitnrii q u e o\ e n ~ i n ~ i ~ n e i ~ t o ~ \ e j~ i in i :~rci i \ i f ic , idos (i-otin'ij c 116- bi to d e \ano) pdl-,i q u C O I - e l o ~ i o C O I I I ~ L ~ J ~ L I I I -

cionar c iiitlueiicic c o r r e c t c ~ r n c n t e i id o rgan iza - $20 do r i t m o b i o l 6 y i o cie \igili,i e s o n o . P o r isso, I ~ J n i e \ n i ~ i ~ r ~ i í l i ~ p o d e l i ' ~ \ e r c s i m ~ ~ s q i ~ c durmarii sem piol,lenl,i\ c outr ; i \ q u c \ofrLini d e insi>ni<i.

A 1-,1/aci p e h q ~ d , ~ l q u i i i , ~ \ C ~ I A J I ~ ~ (cerca de 35 por cen to ti^ p o p i i l ~ ~ a c ~ ) tein u m <<re lógio lento). e cle\coriIiecid,i. I-'CII\~I-\C q u e p o d e ser u m a q u e s t a o l i e r e d i t , i i - I A , e inbo i - a ,iind,l n i o existam es tudos i i en t i i icos q u e c o r r o b o r e m cst,i hip6tese.

Já sabemos que não se Ihes deve dar bebidas que contenham cafeína, mas será que há mais algum alimento também desaconselhável?

Todas as tubstâncias q u e sejain d o t ipo eiti- tnulante podein influenciar o sono . A c ,~ tc ina q u e se encont ra n o café e n o i re t r igermte \ de cola p o d e m dificultar o inicio do sono . T,iiiibein o ca- cau, q u e se encont ra ilo chocolate, e n,i\ bebidat q u e o c o n t e n ~ , p o d e dificult'ir o sono , q u ~ n d o to- 111ado d e u m a f o r m a e x a g e r a d ~ . P o r ; \ \ o , ejtes p r o d u t o s n i o 420 aconsclhíi\eis c lurmtc o jmrai- o u depois de i te .

E s t i c o m p r o \ a d o q u e d g u n j al imentos tem propr iedades exc i tmtes e outi-o\ propried,ide\ se- dativas. Temos , p o r c.lcrnplo, as protein,ii ( ~ J I - - nes) c o m o sendo e \ t i inulmtes , e o s hidi- tos de c a r b o n o (batata?, massas) q u e i,i\orecen1 in,iis o sono . P o r esta r a ~ i o , as crianças de \ en i t o i n ~ r proteínas a o a lmoço e hidratos d e c,irbono ao jantar.

O banho antes do jantar é aconselhado. N o en- tanto, o que acontecerá se lhe dou o banho pela manhã?

O l i ib i to h i g i h i c o . do qual t u p,irtc o 1x1- n h o , aprende-se c o m o o s r c s tmtes Iiabitos, ou se- ja, i - ~ l a c i o n ~ i n d o certos obicctos e ~ t e i - n o s ( i g u ~ , banheira, e jponia , toalha, etc.) com um,i situac;io

Page 61: Dorme Meu Menino1[2]

concreta (higiene). O momento d o dia em que es- te hábito se i -ea l i~e C indiferente, o importante é que seja feito sempre na mesma ordem, para que a crianq<l se poss<i relacionar com o que se segue. A ordem p d e ser banlio, jmtar e dormir o u cn- tão, se o banho é pela n ianhi , poder6 ser, banho, pequeno-alnioço, passeio, etc. O pr imordia l é não ser ani rquico e tentar sempre (ou quase sem- pre) que cada acto tenha lugar i mesma hora e nas mesmas coiidiq3es.

Será mau deixi-10s ver u m pouco de televisão antes de dormir?

Ver tele\ i s io não é mau, nem tão-pouco ouvir rádio o u mu\ic,i. O negati \o e fa7i'-10 de fornia descontrolada e constante. A crimqa pode ver te- levisão durante u m período de tempo limitado, por exemplo meia-hora e, se possivel, acompa- nhada por urn a i l i~ l to que lhe explique aquilo q u e está a l e r .

O momeiito d o dia mais aconselhável é entre . . . as seis e as scte da tarde, o u seja, antes de iniciar a rotina de b ~ n h o , jantar c dormir. N ã o deve ver tele\isão dcpoi\ de jantar e antes de dormir, pois pode excitá-lo c pode até acontecer, se tiver sono, que adormeça em frente d tele\isão e isso será prejudicial ao hábito de sono.

O nosso filho diz-nos que se apagamos a luz tem medo.

Isso quer di7er que lhe es t io J eti\iiiar incor- rectamente o hábito de sono, iim,i \ e / que costu- n i a v a n ~ deixar a I U L acesa quando ele I J dormir. E lógico, então, que o pequeno ,issocic a lu / '10

sono e, se acorda durante a noite e se \i. ,i\ ejcu- ras, sinta a falta da luz e chore ~ t é que a ,icendam novamente.

Para conseguir q u e niío cip,igueni a luz, ;i criança q u e já se pode expressar justitica ,i \i13 ne- cesiidade de tê-la acesj. d i ~ e n d o que tem medo. Ele sabe q u e esta é urna pa1avr~-chave para con- seguir q u e os pais tenham uma «reacçiío,) t a \o r i - vel aos seus desejos.

A maneira mais e f i c a ~ de combater est'i situn- ç i o consiste em:

a) Assegurarmo-nos de q u e ,i ci- inny i i io so- fre de nenhum problema p ico log ico gra ie que lhe provoque medo. Isto é ficil de a\erigu,ir: ,I

criança que padece de um problema deste tipo tem medo a qualquer l-ior't d o dia e n i o penas i noite quando vai dormir. Isto s ig i i i i ic~ que e\- pressa t e m o r em muitas situac;Oc,s qiiotidian,i\, como, por eueniplo, medo de i i \o/ inl io a c ~ s ~ dc banho, de ver tele\isão \em ningueiii '10 seu I d o , medo de acompanhar '1 rnx ~o supermcrc,ido, etc. ks te t ipo de medo p ~ t o l o g i c o e iiiuito rx-o e o mais pro\axel e q u e a crimç'i estel'i a manipu1,ir a situação.

b) Unia \ C L que t e n h a n o s ,i certela de que

Page 62: Dorme Meu Menino1[2]

não uof-re d e um problema p5icológico, devemos entanto , u m a v e ~ e m casa, ha q u e toi-n'ii- ri enji-

proceder c o m o foi euplicado n o capítulo IV, so- n i - l o a dormir , tal c o m o fo i e \ p l ~ c x i o no c‘ipitii-

bre c o m o reeduc,ir o I-iibito d e sono . lo ~ ~ K e c o n i e ç a r ~ , .

O meu filho começou a dormir mal quando es- teve no hospital. Agora já está em casa, mas continua com insónias.

N ã o é d e estranhar, pois n o hospital esteve num ambiente claramente host i l : levava injeccões, punham-lhe o termciinetro, p o r cer to sentia d o - res, davam-lhe r eméd ios ... P. na tura l q u e u m a criança, que n ã o vive ; \ t o consciente d e q u e é al- go que o \ 111idic0~ e as enfernieiras fazem para o seu bem, encare a situac;iío c o m o u m a at i tude agres5iva contr'i ela. Po r t an to , é p o w ~ e l q u e a criança q u e e s t i i n t e r n d a comece a dorrn i r ma l mesmo q u e antes dorni i \ se bem, e c350 dormisse mal agora ainda d u r m a pior .

P o r o u t r o lado , u m a v e r dada a alta, ficam a5 sequelas. No hospital a c r i m ç a estaba a d o r m i r num quar to q u e n i o era o seu e, sob re tudo , t inha o pai e a m i e con\tantei i iente ao seu lado. Ele não entende q u e a r a z i o p o r q u e o s seus pais es- tavam ali o t e m p o t o d o era p o r estar doen te e, por tan to , q u e r q u e esta 5i tuação se p r o l o n g u e quando reqrtssa a casa.

Q u e fayer? 1,anientavelmente n ã o h a m u i t o a fazer durante a 5u,i estad'i n o ho5pital c 56 pode- mos tentar q u e wj,i o meno5 dificil possível. No

Que factores podem provocar a insónia?

50 d e ' ip rmdi ; /ageni d e do r rn i r c o r r ~ c t ~ i r n e n t e . A chegada, p o r eueniplo, d e u m i r n i i o ~ i n l i o ,

d e c t a rr idicdmente ri \ id,i d e uni pcqucno, que no ta q u e ji n i o é o <.rei d a cas,i,,. A ida pel,i pri- meira v e ~ pxGi u m jardim-infmti l tambeni tranu- torn,i o seu m u n d o , p o r q u e conipro \ , i q u e ,i11 lii rnuit,i\ oLitra5 crianças e q u e ja nao e o cent ro ({,i\

atenções. Todas e5ta5 s i r i i qoe , s e r i o norni,i;s ao f im d e d g u n s di,i\ - o t e m p o q u e demora ;i ,i\\i-

rnili-l,ic - e iiio hii r,i/'io p ~ i - a q u e influencie o 5cu cono, w b r e t u d o \ e o\ pais n i o o pcirn;tircni.

I \ t o q u e r d izer q u e ri c l i e g ~ d ~ de u m i r rn , io~i - n h o 11io implica q u e cn\ineiiios o n o j s o tillio a dorrn i r d e r n m e i r , ~ diferente; nao \ m i o \ conicqar ,i d o r m i r '10 \eu I d o . a embal'i-lo 'ire q u e ,idor- i n e p , o u qu,ilquer ou t r a coi\,i que \,ibenio$ \er errada. O n ~ ~ c i i n c ~ n t o de um irin,io/inlio n m irn- plica q u e en\ ;nerno\ o no5\o tilho ,i comer de nianeirri di terente; n i o pens,iri,lnio\ em d ~ r - l h e ,i sopa c o m uma p~l l - i inh~i , nem faze-lo beber o lèi-

te p o r um^ 1arr.i. Pai\ bem, ;,i \abenioc que o riie\ri1o e valido p,ii-,i o w n o .

Page 63: Dorme Meu Menino1[2]

Perante qualquer situacão nova é impor tante seguir os mesmos passos n o ensmamen to , falando coni a crinnqa sobre o q u e esta a suceder - sem- pre calmos e seguros - para toê -10 entender que o irriiio/inlio o11 o jnrdirii-infantil, p o r exem- plo, não s5o r,i/oes p x a inuJIir o s seus l i ib i tos de sono.

U m a niudanc;,i d e casa t m i b e n i não se d e \ e con\ er ter n u m problema. D e \ ernos fdnr- lhe d o que vai Iicontecer e explicar-lhe q u e irá ter u m nabo quar to , q u e i r i o decorá-lo juntos c o m cpos- tevs, desenhos, bonecos,, . O u seja, dizernos-lhe ,i verdade e fazernos c o m q u e participe na m u d a n - ça. A criança deve aceitar corn u m a b o a cxpecta- tiva o seu n o \ o lar e \ ivê-Ia corn a mesma norma- lidade c o m q u e o taxem o s seus pais.

D e qualquer m o d o , sc esta5 situações ocasion,i- rem algum problcnin, d e ~ e r ã o proceder à rceciu- cação d o seu hábi to d e sono , c o m o e explicado n o capitulo IV.

O meu filho dorme o período mais comprido de sono durante o dia. Como poderemos inver- tê-lo com o da noite?

Se o período mais compr ido d e sono 6 durante o dia, quer dií.er q u e o r i tmo vigilia-sono ainda es- tá desorgmií.Iido. L h e n ~ o s e n t i o ,muar c o m o foi indicado n o capitulo V, n o qual lios debruqimos sobre questões hoririaa, d e ~ i i o d o ,I e~isin~í-10 a dormir corrcctanientc.

Todas as noites, cerca das quat ro da madruga- da, o nieu filho de catorze meses acorda e pede biberão ou água. Há dias em que não bebe qua- se nada, outros, toma tudo e volta a adorme- cer. Este coniportamento ser i normal?

I- mui to t requentc q u e '15 cr imc,is bebaiii ,isii,i o u um b i b c r i o dura i i tc '1 noi te , n i ~ s is to n,io significa nececsa r i ,~men te qiie ten11am fonie oii

sede. Q u a n d o ainda s i o lactantes, riiuita\ cri,inq,is ~pre11~1m-1 q u e se cliorarei-n p13eiii-lhe\ un i bibc- rao n'i boca para qiie a d o r r n c ~ x n . A rnaioriCl d,i\ \e/c.s, o q u c r e ,dn~en te estiio n pedir c J pi-esencii d o s pni, p o r q u e necessi tmi d o seu c~ lo i - , r n ~ 5 co- rno n'io snbeni e\-plic,i-lo, bcbcni u m p o u c o - c1e\te modo man têm-nos ,i \eu I ~ d o - e depois dormec cem. Q u n n d o ,i n i k ou o p i toi-na111 ;i d x - l h e b ibe r io e ,i c r i m ç a bebe no\ , inicntc, estes , ~ c a b , ~ n ~ p o r in terp i -e tx q u e c a d , ~ \ e / q u e o filho clioi-'1 i. poi-que tem t o m e oii w d e .

Lkpoi5 d e crescerem uin pouco , esta\ cri,inGas l i conhecem o .,truque,> e ut i l i /ani-no p;11-~ q u e o s p ~ i s cont inuem n ir para o seu lado tocta\ '1s noi te \ . 011 sej ,~, ,i ag i i ,~ b ihe r io 16 \c, con\c>i-teti numa rotin'i aswcicici;i iio sono , c emprc,gmii o c h o r o o u J ~ l e c l ~ r , i ~ ~ o di' te1 \cdc o u fome c o m o ~1n1;i acqao p r . 1 C O I ~ W ~ L I I ~ ~111.1 r e x q m dos p i 5 . 1-111 conclii5ao. o facto d e romai- o hibei-io n5o quei- d i / e r q u e tenlin fome o u d e .

I h e - s e da r ,i, c r imqas q u ~ dui-ante o dia, mas n pdrtir do rnomento em q u e tciiliani ,1caba-

Page 64: Dorme Meu Menino1[2]

d o de jant'ir 11~10 se Ilies d e \ e continii'ir i d ~ i - . Uma cri,inc;a q u e beba .igu.i e m abundanci'i d u - rante o d i ~ i i i o tesa sede ,I noi te . Se acord,i e pede água, est'l, na r e d i d x i e , deriionsti-ando q u e te^ u m ~ i n i ~ aprendi /agem do habi to d e s o n o e q u e de \ en ios pi-occdci-, e n t i o , c o ~ i i o se e\plic,i n o capítulo I\'. O inesnio c \ , i l ido p,xra A f ome : se come bem dui-ante o d i ~ e ,i sua cur\;i d e peso e adequ;ida, ,i part i r d o s sei\ o u wte inesec n5o de- veria ter necessidade d e ser aliriientado dur,intc a noite. A s unic'is e~ccpq6c .s ,I regr;i d e s i ~ m i d e \ i -

. . tuaçoes especiais, c o m o , por e \ c ~ i i p l o , q u a n d o tem febre. F n t i o pode remos d,ir i g u a aquc~r,id,i com uma collierinlia o u eni pequenos golec, do mesmo modo q u e Ilie tiamos '1s got,i, pas.1 a t e lve ou o , ~ n t i b i ó t i c o p,ir,i o c o n g e s t i o n a m e n t o d ~ s \ias re4pii-'itoi-1'1s. O u seja, ,igu,i c o m o tr;itaiiiento do seu m d , mas 1750 a g i a p i r a q u e doi-nieç; i .

O meu filho costurna deitar-se depois das onze da noite, porque o meu marido só chega a essa hora e quer ter o pequeno consigo. Fazemos mal? Se o mantivermos acordado até essa hora dormiri melhor?

Esta s i t ~ ~ a q n o i. bastante hahitual e, d e cer to modo , cotiiprecnsi\-cl, u i i i ,~ vez q u e o s pais que - rem \.ei- os s e ~ i s fillios. No entanto , se foreni siil- ceros, reconliecer5o q u e estar c o m unia c i i a i i q ~ ~ sem ter erii conta as suas necessidades biolrisic,is

Como sei que n i o esta a chorar por ter unia cólica?

Page 65: Dorme Meu Menino1[2]

134 Dorme, meu menino

mais pequeno, tenham em conta que é muito di- fícil acalmar uma criança que chora por causa de uma cólica. Por isso, se o choro pára rapidamente - entre dois a três minutos -, depois de lhe te- rem acudido, é porque não tem cólicas. Trata-se simplesmente de um comportamento aprendido para reclamar a vossa atenção.

Choro que não acalma ou demora mais de 15

C ~ L I C A S O minutos para passar

(acontece tanto de dia como de noite)

DESPERTAR O choro acalma quando NOCTURNO O O ackciam, estão com

(SEM PATOLOGIA) ele, ou ihe pegam ao colo (acontece só à noite)

Mais uma indicação: as cólicas costumam co- meçar de tarde ou durante as primeiras horas d o dia e podem durar várias horas. As cólicas não acontecem só à noitg.

Devemos insistir para não caírem na tentação de «fazer qualquer coisa* sempre que a criança chora. Se caírem nessa armadilha, a criança aprenderá que cada vez que chora vocês irão a correr para o seu lado, o que será prejudicial à sua aprendizagem do sono.

Perguntas e respostas 135

Estão a nascer os dentes ao meu filho e dorme muito mal.

Este é um dos argumentos típicos para dar uma justificação quando as crianças dormem mal. N o entanto, se ao vosso filho os dentes estão a nascer e acorda todas as noites reclamando a vossa presença, o mais provável é que também o fizesse antes de começar o período de dentição. Isto signi- fica que não está a acordar por causa da dor, mas sim porque tem maus hábitos de sono. A solução é reeducá-lo.

Medicamentos utilizados para «fazer adormecer as crianças* são aconselháveis?

O s pais, apesar de serem reticentes a dar me- dicamentos aos seus filhos, utilizam-nos como último recurso perante a situação insustentável que se cria quando há dificuldade em adormecer, e, sobretudo, por causa dos frequentes desperta- res nocturnos. N o entanto, a experiência de- monstrou que em nenhum caso os medicamentos indutores de sono solucionaram o problema.

Não existem estudos sobre a possível toxici- dade dos fármacos que se dão às crianças, mas considerando os grupos a que pertencem, pode- mos pensar que não são necessariamente inócuos. Como chamada de atenção, basta dizer que nal- guns folhetos comerciais se indica expressamente que nas crianças estes produtos devem ser utiliza- dos «com precaução*.

Page 66: Dorme Meu Menino1[2]

A instini'i intmtil caus,ida por habitoi incor- rectos 1150 e uin,i doeriq,i, por tanto niío é lógico tratá-la com inedicameiitos. O u seja, c o m o se tra- ta de uma m'i , iprendi~agem do h ib i to de dormir, dele-se reeducar a rotina e ensinar as normas correctas.

Uma criança prematura terá problemas de sono?

Em principio, n i o tem de ter mais o u menos problemas que urna ci-ianLa n ~ s c i d a n o termino da graride/, porque os estimulo5 q u e xe i - t 'm o seu re lóg io b i o l ó g i c o s i o o s n i e i m o s : lu[- -escuridiío, ruido-silêncio, horlírio das re-fei+es e hábitos de sono.

Tivemos gémeos. Podem dormir juntos?

Não ha nenhiirii incon\c.iiic.nte, desdt. que empreguem '15 norrii'is dequad , i s p'ira Ihes ensi- nar a dorriiir. I'oderii ensii1,ir os dois ao i n e s ~ n o tempo, usando a 1nes111~ t6enica, sempre a p x t i r dos seis nieses.

Se, no e n t m t o , o que es t io a tentar e corrigir O niau h ib i to dc cr ia i ips que j,i dorrueni iunt,is, o melhor e wp,ira-l,i(, par'i e i i s inx c d i um,i indi- vidualmente, uin,i \ e / q u e podem ter r e s p o s t ~ s diterentes m t ra txnen to . Depois dc terem apren- dido ,i ciorinii- beiii podem \ol tar a t,i/e-10 juntas.

Se n i o 216 possibi!idade d e sep'ird-Ias, como mal menor apliquem a tkcnic'i i s Ju'is, siiiiulta- neamente.

O meu filho de dois anos náo quer dormir a sesta. Existe algum caso em que seja melhor evitar que o faça?

A hora da sesta deve aplicar-se a mesm~i tecni- ca que utili7amos para r e e d u ~ a r o liábito de sono. Já sabemos que, por exemplo, quer seja ao pe- queno-almoqo, ao almoqo o u ao jantar, a p ~ p a se dá com a colher. O ~nesn-io c ral ido p.~r.i o w n o , seja ele nocturno o u diurno. H i que ensii1~1-lo da ~ n e s m a maneira.

Cerca dos três anos de idadc. e, em muitos LI-

sos, forçados pel;ia suas obrig,iqCxs escolares, '1s criancas deixam de f u e r a sesta depo i j d o ,ilmo- <;o. Isto p d e repercutir-se n o seu i o n o nocturno, uma vez q u e chegam a casa com niaij sono e quando se deitam dormem mui to r n i s protun- dainente - na fase d o sono profundo -, o que pode aumentar os episodios de sonxnbul ismo e terrores nocturnos. E util i-ecomcwdar que o pe- r íodo de sesta depois de alrno$o se tac;,i dur'inte o maior periodo de tempo p o s s i ~ e l : att. '10s quatro anos, pelo menos.