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IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 DOS OBJETOS DE ENSINO ÀS MEDIAÇÕES FORMATIVAS: O GÊNERO PROPAGANDA SOCIAL NO CIBERESPAÇO Cláudia Lopes Nascimento SAITO (UEL) Jacqueline Ribeiro FERNANDES (PG-UEL) Introdução Desde o final do século XX e início do século XXI, o que tem estado no cerne da agenda dos estudos da linguagem são os desafios enfrentados pela escola diante de um novo contexto social, considerados com “Desafios Educacionais Contemporâneos” (SEED, 2008): a violência, a sexualidade, a drogadição e o meio ambiente. O que torna crucial a formação de profissionais preocupados com a educação enquanto ação política de intervenção social, materializada nos contextos escolares em todos os níveis, assim como da conscientização das instituições sociais em geral para levantar o debate sobre essas problemáticas que envolvem fatores de natureza econômica, política, ideológica e cultural. Nesse sentido e para o enfrentamento desses desafios atuais que envolvem o profissional da educação, procuramos desenvolver um “projeto de construção didática” (CHEVALLARD, 2010) que aborde um desses temas considerados como desafios da educação na contemporaneidade, pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná a educação ambiental na rede estadual de ensino pra, posteriormente, ser implementado em uma escola da Rede Pública de Ensino. Partindo dos conhecimentos e da experiência adquirida em pesquisas realizadas no decorrer desses últimos anos (FERNANDES e SAITO, 2009; 2010; 2011; 2012), propomos um projeto didático em que as atividades modulares contemplem os aspectos importantes relacionados ao atual quadro da Educação Ambiental no Brasil, buscando adaptar os temas ligados ao meio ambiente e à sustentabilidade nas práticas de linguagem materializadas em gêneros textuais para práticas pedagógicas em aulas de língua portuguesa. Nessa perspectiva, o objeto de ensino que norteia essa proposta é uma prática de linguagem da esfera publicitária que serve, também, como objeto de referência para o ensino

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05, 06 e 07 de junho de 2013

ISSN: 1981-8211

DOS OBJETOS DE ENSINO ÀS MEDIAÇÕES FORMATIVAS: O GÊNERO

PROPAGANDA SOCIAL NO CIBERESPAÇO

Cláudia Lopes Nascimento SAITO (UEL)

Jacqueline Ribeiro FERNANDES (PG-UEL)

Introdução

Desde o final do século XX e início do século XXI, o que tem estado no cerne da agenda

dos estudos da linguagem são os desafios enfrentados pela escola diante de um novo contexto

social, considerados com “Desafios Educacionais Contemporâneos” (SEED, 2008): a violência,

a sexualidade, a drogadição e o meio ambiente. O que torna crucial a formação de profissionais

preocupados com a educação enquanto ação política de intervenção social, materializada nos

contextos escolares em todos os níveis, assim como da conscientização das instituições sociais

em geral para levantar o debate sobre essas problemáticas que envolvem fatores de natureza

econômica, política, ideológica e cultural.

Nesse sentido e para o enfrentamento desses desafios atuais que envolvem o profissional

da educação, procuramos desenvolver um “projeto de construção didática” (CHEVALLARD,

2010) que aborde um desses temas considerados como desafios da educação na

contemporaneidade, pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná – a educação ambiental na

rede estadual de ensino pra, posteriormente, ser implementado em uma escola da Rede Pública

de Ensino.

Partindo dos conhecimentos e da experiência adquirida em pesquisas realizadas no

decorrer desses últimos anos (FERNANDES e SAITO, 2009; 2010; 2011; 2012), propomos um

projeto didático em que as atividades modulares contemplem os aspectos importantes

relacionados ao atual quadro da Educação Ambiental no Brasil, buscando adaptar os temas

ligados ao meio ambiente e à sustentabilidade nas práticas de linguagem materializadas em

gêneros textuais para práticas pedagógicas em aulas de língua portuguesa.

Nessa perspectiva, o objeto de ensino que norteia essa proposta é uma prática de linguagem

da esfera publicitária que serve, também, como objeto de referência para o ensino

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(SCHNEUWLY, 2009), por meio do qual os temas relacionados à Educação Ambiental se

articulam nas atividades em todos os eixos organizadores do trabalho com a língua Portuguesa

(DCE-PR): de leitura, produção e análise linguística de textos do gênero propaganda social. O

projeto em foco é direcionado a turmas do 1º ou 2º ano do Ensino Médio-Técnico. As atividades

desenvolvidas terão como “forma de socialização” (DOLZ, SCHNEUWLY, 2004)- uma

produção que será veiculada no ciberespaço.

1. O trabalho em projetos didáticos: oportunidade para eventos de multiletramentos

críticos

Para que a escola se torne, de fato, uma agência de multiletramentos, abre-se uma

perspectiva da formação de professor sustentada na reflexão em que se busca contemplar as

demandas atuais de recursos possibilitadas com o trabalho didático sobre as práticas de

linguagem materializadas em gêneros textuais.

Dolz (2009) afirma que, referindo-se às dificuldades do professor para criar situações para

permitir a aprendizagem, a capacidade de elaborar projetos de comunicação no contexto escolar

como uma das tarefas mais importantes para o professor. Mas salienta que nem sempre é fácil

identificar as atividades que supõem uma fonte de aprendizagens para os alunos, adaptar os

suportes, os textos e as tarefas. Para ele, as tarefas organizadas e inseridas em uma sequência

modular de atividades é uma estratégia que transforma a concepção (de ensino) do professor e a

sua forma de trabalhar.

A noção de gênero como megainstrumento “que fornece um suporte para a atividade, nas

situações de comunicação, e como uma referência para os aprendizes” (DOLZ, SCHNEUWLY,

2004, p.5) abre uma possibilidade de trabalho de ensino e aprendizagem de língua portuguesa

que abastece as propostas atuais de ensino - responsáveis pelas prescrições curriculares em seus

aspectos teóricos e metodológicos relacionados ao tratamento didático dos objetos de ensino. Os

gêneros, como instrumentos semióticos (FRIEDRICH, 2012) para mediar o desenvolvimento de

capacidades de ação, discursiva e linguísticas, guiam as ações dos aprendizes e favorecem

práticas situadas que vão além “dos fazeres analíticos das práticas didáticas tradicionais”

(KLEIMAN, 2008).

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Queiroz, Braga e Leick (2001, p.13) referindo-se aos projetos didáticos afirmam que “o

conhecimento sobre onde se quer chegar” cria a motivação e o estímulo para “o crescimento

individual e coletivo; a interação com a comunidade; a valorização dos envolvidos”, ao contrário

dos métodos transmissivos em que o aluno é um indivíduo que treina habilidades como a

memorização, repetição e imitação (QUEIROZ; BRAGA; LEICK, 2001).

Para Nascimento (2009), os projetos organizados em sequências modulares permitem o

diálogo entre conteúdos disciplinares que se apresentam articulados às atividades sociais,

proporcionando, assim, aos alunos, a capacidade de tomar decisões e assumir responsabilidades,

da mesma forma que dá à escola a possibilidade de abertura à comunidade, na qual, por meio

desse leque de abrangência, ela adapte seu o currículo de modo que permita uma ação

participativa e dialogal não somente por especialistas da educação, instituições não e

governamentais, mas também pelos professores que são conhecedores da realidade da escola e

comunidade em que atuam.

Outro fator importante em um projeto modular apontado pela autora (2009) é que os

agentes (professor e alunos) têm objetivos pré-determinados, cujo produto final justifica as ações

propostas ao longo do desenvolvimento do trabalho. E, se falamos em objetivos comuns ao

grupo, estamos trabalhando a participação colaborativa, a socialização e a afetividade - fator

importante no processo ensino/aprendizagem, pois, dessa forma, o grupo trabalha em sintonia e

reciprocidade de ajudas, como: a troca de informações, reflexões, discussões, de respeito às

potencialidades e limitações dos colegas.

2. Multiletramento no suporte digital para mediar desafios sócio-ambientais

contemporâneos

Com o foco nas questões relacionas à Educação Ambiental, buscamos desenvolver

atividades inseridas em um projeto didático com o gênero propaganda social de forma a integrar

o tema ao currículo, ao cotidiano escolar e ao Projeto Político-Pedagógico da escola, que será

lócus da pesquisa e de implementação do projeto. O objetivo geral da proposta é o de articular

atividades de linguagem inseridas na problemática das práticas comprometidas com os interesses

da comunidade.

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Nessa perspectiva, consideramos pertinente ao contexto escolar o trabalho pedagógico com

o gênero propaganda social, apoiado em suportes da tecnologia da comunicação e informação

que constituem recursos materiais que precisam estar disponíveis nas salas de aula como

aparelhos de multimídia, tela de projeção, filmadora e o acesso à internet (sites e vídeos) para

que a escola tenha seu próprio site para ser hospedeiro dos textos de propaganda social

produzidos pelos alunos.

O trabalho didático com esse gênero para ser veiculado em uma mídia visual

hipermidiática (a internet), envolve a compreensão, não como um simples ato de identificação de

informações, mas como uma resposta ativa a um enunciado. Por isso, nossa preocupação é com a

mediação formativa, visando à compreensão como trabalho social e não como atividade

individual. As novas possibilidades criadas pelos meios digitais permitem que o texto seja

abordado de maneira multimodal e, preferencialmente, multimidiática.

Dessa forma, para se ter um multiletramento no suporte digital é preciso que o aluno se

aproprie do comportamento instaurado nessa mídia, que vai desde as manifestações linguísticas

próprias até o modo de interação com o outro, e cabe ao professor usar essa nova forma de

produzir o saber para criar estratégias de ensino e aprendizagem que instaurem as informações

que a rede online fornece para um desenvolvimento cognitivo, além de promover sua reflexão

critica sobre a sua prática social.

Para isso, “o professor precisa não só preparar conteúdos e torná-los disponíveis no

computador, ele também precisa motivar e guiar cada aluno, através de interação contínua e da

sensação de presença.” (STAHL, KOSCHMANN, SUTHERS, 2006, p. 2). Os autores

consideram que, além de propiciar o que o meio cibernético dispõe, é importante a interação do

saber entre os alunos, cuja aprendizagem também acontece “através das suas perguntas,

perseguindo conjuntamente linhas de raciocínio, ensinando um ao outro e vendo como os outros

estão aprendendo.”

.

3. A esfera publicitária

Os gêneros textuais da esfera publicitária fazem parte de nossa vida: nas revistas, na

televisão, nas ruas, nos prédios, nos ônibus, nos muros e, recentemente, nas redes sociais

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(FERNANDES e SAITO, 2011). Enquanto as propagandas comercias visam, em última

instância, à venda de um produto ou à promoção de uma marca ou de uma instituição comercial,

as chamadas propagandas não-comerciais têm por intuito difundir ideias. Estas geram

informações e conhecimento que mobilizam o público a uma ação e podemos classificá-los em:

políticos, governamentais, religiosos e, em especial, o social, entre outros ( PINHO, 1990).

Na perspectiva da teoria dos gêneros do discurso, compreendemos a propaganda social

como um enunciado concreto, cuja compreensão é de natureza responsiva que é a base do

dialogismo (cf. BAKHTIN, 2003, p. 32). Isso quer dizer que o destinatário (ao compreender) não

fica indiferente, podendo assumir diversas atitudes ou diferentes relações dialógicas, tais como

de aceitação, de negociação, de confronto, de sensibilização, de réplica – o que sempre será uma

resposta. Por isso, o trabalho didático com esse gênero desperta a consciência dos alunos para

uma compreensão responsiva ativa, levando-os a concordar, discordar, refutar, aceitar e até negar

o enunciado do outro.

A propaganda social (ou comunitária), às vezes, confundida com o gênero propaganda

governamental, tem como propósito divulgar campanhas de preservação do meio ambiente, de

acidentes de trânsito, de doenças provocadas pelo abuso do álcool, de drogas, de tabaco etc. Faz

parte de programas que procuram aumentar a aceitação de um comportamento ou prática em um

destinatário (grupo alvo), tendo como objetivo principal prestar um serviço de utilidade pública.

Na maioria das vezes, são elaboradas e distribuídas pelo próprio Ministério da Saúde para

orientar e criar uma ação preventiva na população, principalmente, a carente, podendo ser

veiculadas nos mais diferentes veículos de circulação (revistas, jornais, televisão, rádios e

internet) e suportes (cartazes, folders, folhetos). Entre os suportes citados, o cartaz é comumente

utilizado por ser mais fácil seu acesso ao público e também são mais flexíveis que os demais,

uma vez que podem ser encontrados afixados em muros, murais, paredes.

Todavia, com a expansão de novas tecnologias de comunicação e informação (NTIC),

passa a ser indexada por meio de suportes mais eficientes, tanto pela agilidade noticiada quanto

pela quantidade maior de informações imbricadas nela.

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4. Uma proposta de didatização do gênero propaganda social

Tomando como base os procedimentos relatados por Moraes (apud LOPES-ROSSI, 2002)

sobre a construção de peças publicitárias do texto de gênero propaganda social, assim como as

considerações de Rojo e Moura (2012) sobre o despertar para a produção multimídia,

procuramos organizar uma sequência didática (SD) que possa contribuir para incrementar os

debates sobre procedimentos de intervenção didática que visam ao desenvolvimento de

capacidades de recepção, compreensão e produção textual.

Os módulos que compõem esse “protótipo didático para multiletramentos” (ROJO e

MOURA, 2012) ou sequência didática (DOLZ, 2009) são apenas sugestões de atividades que o

professor poderá adaptar ao contexto de ensino-aprendizagem em que se dá a sua prática, dando

enfoques diferentes às tarefas, salientando aspectos ou articulando-os a objetivos específicos.

Como afirma Schneuwly (2004, p 97) “ao ser introduzido na escola, o gênero não é mais

instrumento de comunicação somente, mas é, ao mesmo tempo, objeto de ensino-aprendizagem”.

Na sala de aula, o gênero sofre transformações, ocupa um novo lugar social, diferente daquele

onde foi criado. No processo de transposição, passa por um processo de ficcionalização, é ao

mesmo tempo objeto de ensino e é meio de comunicação, o que torna a situação fictícia.

Toda introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que visa a

objetivos precisos de aprendizagem que são sempre de dois tipos: primeiro, trata-se de aprender

a dominar o gênero para melhor conhecê-lo ou apreciá-lo, para melhor saber compreendê-lo,

para melhor produzi-lo na escola ou fora dela; e, em segundo lugar, de desenvolver capacidades

que ultrapassam o gênero e que são transferíveis para outros próximos ou distantes.

(SCHNEUWLY, 2004, p. 92).

A nossa proposta de didatização desse gênero foi a de propiciar condições aos

alunos do 2º ano, do Ensino Médio- Técnico para produção textual, enfatizando que esse

trabalho pudesse possibilitar uma ampla circulação, da escola à rede mundial de computadores

por meio de sites hospedeiros como o blog. Além disso, é importante ressaltar que essa

sequência didática estava articulada a um projeto de comunicação claramente definido que é o de

contribuir para a construção de uma “consciência ambiental” na população da cidade de Bela

Vista/PR.

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3.1 Passo a passo do projeto didático com o gênero propaganda social

DURAÇÃO DA SD: 15 aulas de 50 minutos cada

REQUISITOS NECESSÁRIOS AO PROFESSOR: Ser usuário/saber usar as redes sociais,

principalmente, o blog. Ter conhecimento de como realizar pesquisas na internet (hiperlinks,

noticiários ou release). Saber como realizar a captação de imagens do YouTube e dentro de sites

de notícias; saber usar o Microsoft word e suas ferramentas de designer.

PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES: O professor deverá entrar na internet, no site do Google (

www.google.com.br), acessar o YouTube e pesquisar o assunto “Como fazer uma propaganda

social”.Gravar os vídeos que mais lhe interessar no HD do seu computador e reportar para um

Pendrive .

A) Ferramentas tecnológicas de ação docente:

•TV, DVD; laptop, tablet ou computador em laboratório de informática; câmera digital ou

câmera filmadora; projetor de multimídia (datashow)

B) Ferramentas tecnológicas de consulta:

•acesso a vídeos do YouTube e a diferentes sites da internet

Início da SD:

Apresentação do projeto aos alunos: os alunos vão ser expostos ao projeto e tomarão

conhecimento da interação que será concretizada na produção final, quando peças publicitárias

do gênero propaganda social serão apresentadas por eles à comunidade escolar depois de postado

no YouTube.

MÓDULO I:

Objetivo de ensino: levar os alunos à leitura e à interpretação de textos referentes ao tema

abordado, para que, posteriormente, em equipe, possam explorá-los em sala de aula por meio de

apresentações orais com a utilização de slides.

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A) Distribuição de quatro textos retirados do manual “Série Cadernos Temáticos Dos Desafios

Educacionais Contemporâneos”, volume I.

Mudanças climáticas- aquecimento global e saúde: uma perspectiva a partir da

tropicalidade.

A Agenda 21 e o desafio do século.

Por uma cidade sustentável.

Sociedade e meio ambiente: algumas reflexões.

B) O professor explicará como será realizada a discussão de cada texto por meio de micro aulas

preparada pelas equipes.

MÓDULO II

Objetivo de ensino: Levar os alunos a planejarem suas estratégias pedagógicas utilizadas na

apresentação oral.

A) A professor (a) instruirá os alunos em relação ao planejamento e execução da apresentação

oral.

B) Apresentação oral

MÓDULO III

Objetivo de ensino: Expor os alunos ao gênero enquanto prática social e a mudança que o

suporte acarreta para o gênero.

A) Inicialmente, os alunos terão contato com duas peças de propagandas sociais: um no suporte

impresso e outra, com o mesmo texto, no suporte digital, ambas no blog do ministério da saúde:

http://www.blog.saude.gov.br/campanha-de-prevencao-a-aids-adota-tom-serio-2/

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Figura1. Blog do ministério da saúde com as campanhas sociais

Figura 2. Propaganda social impressa

A partir dessa atividade, o professor promoverá uma discussão com a sala toda sobre a

diferença de público que as campanhas apresentam quando estão veiculadas em diferentes

suportes. Nesse momento, o professor trabalhará o contexto de produção: As representações que

o sujeito produtor coletivo (governo/marqueteiro) faz de seus destinatários em diferentes

suportes: a) quem são os possíveis destinatários da propaganda social; b) sua faixa etária; c) seu

gênero; d) seu nível sócio- econômico-cultural. Alunos fazem anotações no word.

No momento dos debates, o professor tem que exercer o papel de mediador da interação

a discussão exercendo o papel de moderador, monitorando aqueles alunos que querem

monopolizar a discussão e motivando os que dela não participam. A assistência do blog constitui

uma estratégia de campanha publicitária para englobar os diversos suportes que o governo utiliza

para promover o tema. Além de linkar com outros meio de divulgação, como as redes sociais.

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Neste momento, o professor entrará no facebook com os alunos para os mesmos

visualizarem a interação entre o gênero e os enunciatários, discutindo a diferença entre a peça

publicitária veiculada em diferentes mídias.

Figura 3. Página do facebook com a campanha social sobre a AIDS e os vários gêneros de

divulgação.

Novamente, o professor promove uma discussão, mas agora em torno das hipóteses

levantadas pelos alunos relacionadas ao contexto de produção: as representações que o sujeito

produtor coletivo (governo/marqueteiro) faz de seus destinatários em diferentes suportes: a)

quem são os possíveis destinatários da propaganda social; b) sua faixa etária; c) seu gênero; d)

seu nível sócio- econômico-cultural.

B). Reconhecimento dos diferentes sistemas de linguagem que constituem a propaganda social.

Tanto no áudio, como no visual, que atuam juntos na construção textual durante sua produção e

recepção.

MÓDULO IV

Objetivo de ensino: Propiciar aos alunos conhecimentos elementares sobre a composição de

uma campanha e o porquê da propaganda social como gênero

A). Pesquisa na internet sobre o uso da propaganda social em campanhas. Qual sua frequência?

Qual o contexto histórico, político e cultural das propagandas? Quanto ao formato e o estilo,

houve mudanças quando mudou o suporte?

Os grupos expõem o resultado da pesquisa à turma em uma exposição oral, organizada no prezi.

MÓDULO V

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Objetivos de ensino: levar o aluno a refletir criticamente sobre o desafio social contemporâneo:

Meio ambiente e as implicações desse tema no contexto dos alunos

A) Os alunos assistirão a uma campanha que se refere aos Desafios Educacionais

Contemporâneos: meio ambiente (lixo).

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=wniwTzGPgZo

Após o vídeo, o professor mediará a discussão sobre o tema e como é a ocorrência deles

no colégio e na cidade onde moram. Os alunos farão anotações em seus cadernos ou tablets. Em

equipes de, no máximo, quatro alunos, os mesmos discutirão sobre o tema e, em seguida, cada

equipe partirá para pesquisa e aprofundamento dos conhecimentos sobre esse tema.

MÓDULO VI

Objetivo de ensino: produção de peças publicitárias de propagandas sociais

A) As equipes que foram formadas produzirão um esboço da propaganda social no WORD,

podendo usar outras ferramentas no computador, como o paint, além de também poderem

utilizar a internet para a procura de imagens ou efeitos visuais para a peça de propaganda social.

B) Em uma segunda etapa, a professora, após o recebimento da produção textual dos alunos,

com a ajuda do power point mostrará uma propaganda social e, em conjunto, elencarão os

elementos constituintes do gênero e procede-se à refacção do texto.

C). Depois dessa etapa de refacção coletiva, a professora deve fazer uso de uma das ferramentas

tecnológicas de ação docente e levar os alunos à produção coletiva de uma outra propaganda

social. Convém que todos tenham esse texto anotado, pois a última etapa dessa oficina será a

seleção da equipe que vai digitar e formatar o texto para que ele possa, finalmente, entrar no

blog.

MÓDULO VII

Objetivos de ensino: Desenvolver capacidade de observação do funcionamento da propaganda

social.

A)Pedir aos alunos que, ao analisarem a propaganda, façam as seguintes anotações: 1º). os

verbos que frequentemente aparecem nas propagandas ; 2º) o pronome remete ao enunciador ;

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3º) a parte fica a chamada E o que, frequentemente, contém nela; 4º) o lugar em que se a imagem

se posiciona; 5º) o tipo de texto e conteúdo que vêm no fim da propaganda.

MÓDULO VIII

Objetivos de ensino: Desenvolver a percepção em relação à importância da linguagem visual

para a propaganda social. Recomendar aos alunos que observem uma propaganda social tendo

em mente: a). as relações se estabelecem entre o texto escrito e a imagem. Se há alguma relação

entre o visual e o verbal; b) os respectivos públicos e porque eles entenderiam o texto visual sem

o verbal? Qual o intuito da propaganda?

Figura 4. Página do facebook com a campanha social sobre o lixo.

MÓDULO IX

Objetivos de ensino: Capacitar para elaboração de uma “Lista de Constatações” das

características do gênero em foco, que deverá ser digitada em WORD e afixada na parede da

sala.

A) Alunos, mediados pelo professor, organizam um prezi com uma Lista de constatações sobre o

que foi aprendido sobre a propaganda social. Essa “lista” funciona como um instrumento

mediador para organizar o gesto memória das aprendizagens

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MÓDULO X

Objetivos de ensino: Socialização da sequência didática

As turmas do 1º e 2º ano apresentarão, em equipe, em multimídia, à comunidade escolar as peças

publicitárias do gênero textual propaganda social de acordo com o tema escolhido. A sala abrirá

um blog especificamente para a divulgação das campanhas na comunidade, podendo migrar para

o facebook.

Considerações finais

A discussão sobre as relações entre educação e novas tecnologias está longe de ser

encerrada. Isso em grande parte se deve ao fato de que ainda vivemos uma fase de transição da

escola tradicional para a chamada escola moderna. A educação linguística não pode deixar de

trabalhar com os letramentos múltiplos, com letramentos multissemióticos e com os letramentos

críticos.

Dessa forma, o trabalho planejado busca recursos tecnológicos e semióticos para a

presentificação dos temas relacionados à educação ambiental, materializado no gênero

propaganda para que possamos como professores pesquisadores contribuir para a renovação da

educação e incentivar outros professores a buscarem a articulação entre trabalho docente,

tecnologia e temas enfrentados pelo círculo escolar.

Referências

BAKHTIN, M /VOLOSHINOV, V. N. Marxismo e filosofia da Linguagem. Problemas

fundamentais do Método Sociológico na Ciência da Linguagem. Tradução de Michel Lahud e

Yara F. Vieira. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

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