Upload
vantram
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
29elevare
Dossieriluminação em elevadores
Lightwatcher: Apagar/atenuar a luz de cabina segundo a diretiva 95/16/CESchmersal Ibérica, S.L.
Iluminação nos elevadoresErick Alves, Efalift – Sistemas e Tecnologias para Elevadores, Lda.
PRO
TAGO
NIS
TAS
30 elevare
dossier sobre iluminação em Elevadores
Lightwatcher: Apagar/Atenuar a luz de cabina segundo a Diretiva 95/16/CESchmersal Ibérica, S.L.
Tel.: +351 219 593 835 • Fax: +351 219 594 283
[email protected] • www.schmersal.com
dossier sobre iluminação em Elevadores
A poupança energética é uma preocupação comum e os elevadores
não são uma exceção para a sua aplicação e, ainda que as soluções
sejam variadas, nem todas são válidas, atendendo aos requisitos de segurança.
Este artigo argumenta a utilização do equipamento Lightwatcher conforme a
Diretiva 95/16/CE.
Qualquer elevador colocado em serviço ou
que vá ser atualizado (mudança de máqui-
na, manobra, e outros) deveria cumprir o
relativo ao controlo das luzes de cabina.
De seguida teremos em conta as caraterís-
ticas do tipo de aplicação para argumentar
o procedimento de apagar ou atenuar a luz
de cabina.
De notar que, em alguns países, como em
Espanha, foi legislado especificamente nes-
te sentido. Este texto toma como referência
os requisitos desta lei para argumentar o
problema e solucioná-lo adequadamente.
No caso de um elevador os requisitos de
apagar ou atenuar a luz de cabina são dife-
rentes no caso destes estarem equipados
com portas automáticas ou semi-automá-
ticas e manuais. Neste segundo caso cabe
distinguir entre portas que permitem ver a
cabina desde o exterior (com janela trans-
parente) e as que não permitem.
Em qualquer caso parece razoável que a
condição de iluminação obrigatória seja
dada pela abertura das portas (que são a
àrea de acesso ao interior da cabina), pelo
que o sistema de controlo de iluminação
deverá detetar a abertura das portas para
garantir que esteja ligada. Portanto, qual-
quer sistema de deteção de presença do
interior da cabina não apenas deve cobrir o
habitáculo, como também deve monitorizar
a abertura da porta.
No caso de um elevador ficar parado fora
de piso, o sistema de apagar a luz de cabina
deve ser inibido totalmente até que se res-
taure o serviço com normalidade. É impres-
cindível inibir o sistema neste caso para
evitar que um potencial aprisionado fique
às escuras. Neste caso a poupança ener-
gética fica sem feito à condição excecional
de assistência ao utilizador e deve deixar de
funcionar.
Os elevadores com portas automáticas po-
dem apagar ou atenuar a luz de cabina com
porta fechada e no piso. Fora do piso, ou
©royelevatorcabs.com
31elevare
dossier sobre iluminação em Elevadores
seja, em movimento, ou na situação explica-
da anteriormente, não é possível. Isto impli-
ca que o sistema de apagar/atenuar a luz de
cabina não deve apenas detetar a presença
como também deve ser capaz de detetar o
movimento da cabina, e se está ou não no
piso (se o elevador se move com ou sem
pessoas a luz de cabina deve estar acesa).
Os elevadores de portas manuais* ou semi-
automáticas** apenas podem apagar a luz
de cabina se a porta não tiver um aceso
visual à cabina, caso contrário apenas se
pode atenuar.
No segundo caso, o sistema deverá ter al-
guma forma de acender de maneira seleti-
va se existirem vários pontos de luz, usar
algum tipo de regulador no caso de um úni-
co ponto ou utilizar de forma alternativa a
luz de emergência que deve estar sempre
presente. Em qualquer caso a iluminação
deve ser suficiente para que não haja dúvida
de que a cabina esteja no piso antes de abrir
a porta, de modo a evitarmos o potencial
perigo de um acesso involuntário ao fosso.
Em ambos os casos, o sistema de controlo
de luzes atua quando a cabina está parada
e com a porta fechada e deve permanecer
enquanto estiver parada. De novo, e de igual
modo, no caso de elevadores com portas
automáticas é necessário que o sistema
possa detetar quando a cabina está ou não
no piso e, se está em movimento.
O sistema de desligamento automático da
luz de cabina Lightwatcher é um equipa-
mento específico para elevadores que cum-
pre com o estipulado neste documento.
O equipamento realiza a deteção por movi-
mento (regulável por potenciómetro) me-
diante uns sensores interiores e pode ser
instalado em qualquer lugar solidário ao
exterior da cabina (teto, solo, laterais) sem
necessidade de fazer nenhuma intervenção
que implique aceso ao interior da cabina.
Também não é suscetível de ser manipula-
do ou afetado por atos de vandalismo pelo
que se assegura a sua atuação perante pos-
síveis manipulações.
Dado que deteta movimento, incluindo o
das portas no caso de portas automáticas,
cumpre rigorosamente com a normativa ao
impedir que a luz se apague durante o mo-
vimento da cabina (independentemente se
está ou não vazia).
No caso de ficar fora de serviço pode ser
utilizada qualquer das três entradas que o
desabilitam (portanto a luz seria acionada
de forma imediata). Este sinal pode ou não
vir da manobra. Uma solução totalmente
independente da manobra é adicionar como
entrada um sensor magnético para detetar
que a cabina não está no piso (é indiferente
o tipo de contacto elétrico já que as entra-
das se podem inverter graças ao dip-switch
que inclui o equipamento).
é possível atenuar a luz de cabina quando
seja necessário graças às três saídas a
relé. Na primeira saída podem-se desco-
netar todos os pontos de luz e na segun-
da uma parte (fazendo com que a luz se
atenue ao diminuir o número de lâmpa-
das). Outra possibilidade é usar a terceira
saída para acender a luz de emergência, de
modo a garantir que exista luz suficiente,
tal como mencionamos, para distinguir
quando a cabina está ou não no piso. De
forma adicional permite a regulação do
tempo de espera, entre um e dez minutos
entre que não detete movimento e apague
a luz de cabina. No caso mais restritivo
passa um minuto até que a luz de cabina se
apague, uma vez que esteja no piso com as
portas fechadas, não deixando o utilizador
às escuras.
Em resumo, o equipamento Lightwatcher
é um produto totalmente viável tanto com
possibilidade de conetar à manobra como
utilizando adicionalmente um detetor
magnético.
DADOS TéCNICOS
› Tensão de alimentação elétrica 230 VAC;
› Consumo elétrico 2 VAC;
› Saídas a relé 3;
› Tensão máxima de comutação 250 VAC;
› Pico de corrente máximo 15 A;
› Corrente máxima 10 A;
› Carga mínima de comutação 0,3 W;
› Entradas adicionais 3;
› Voltagem de controlo 12 V - 230 V AC/DC;
› Dimensões 106 x 90 x 58 mm;
› Escala de temporização ajustável 1 a 10
minutos.
* Portas manuais: a porta de piso e de ca-
bina são de acionamento manual.
** Portas semi-automáticas: a porta de piso
é de acionamento manual e a porta de ca-
bina é de acionamento automático.
©pinterest.com
32 elevare
dossier sobre iluminação em Elevadores
É na iluminação da cabina que é consumida
a maior parte da energia usada para a ilumi-
nação de toda a instalação. Nas instalações
já existentes não se justifica o investimento
em lâmpadas de baixo consumo para a ilu-
minação do poço e casa de máquinas, pelo
seu reduzido números de horas de funcio-
namento. No entanto na cabina do elevador
o uso de lâmpadas de baixo consumo pode
ser fundamental para a redução do seu
consumo energético. O tipo de lâmpadas
usadas na iluminação da cabina e o tempo
de funcionamento das mesmas são funda-
mentais para uma maior poupança.
Existem então duas formas de reduzir o
custo com a iluminação: a primeira passa
pela substituição de lâmpadas existentes,
por outras de baixo consumo. A segunda
passa pela diminuição do tempo de funcio-
namento das lâmpadas, passando as mes-
mas a estarem ligadas só durante o perí-
odo de funcionamento do elevador, com o
inconveniente de reduzir o tempo de vida
das lâmpadas provocado pelo seu constan-
te acender e apagar. Segue-se uma análise
mais detalhada dos dois casos.
A eficiência energética de edifícios tem,
nos dias de hoje, um papel de relevo na
conceção de novos edifícios bem como na
remodelação de edifícios existentes, tanto
ao nível da envolvente térmica como ao
nível da energia elétrica, onde se inclui a
energia consumida para a climatização do
edifício, a energia utilizada para a ilumina-
ção, para a mobilidade, entre outras.
Parte considerável do consumo energéti-
co de um edifício é da responsabilidade dos
elevadores. Existe assim a necessidade de
tornar o elevador um meio de transporte
cada vez mais eficiente não só no aspeto
funcional bem como no consumo energéti-
co. Parte substancial da eficiência prende-
se com o desenvolvimento de novas so-
luções a nível mecânico, mas em termos
elétricos existem nos últimos anos avan-
ços tecnológicos que permitem uma redu-
ção substancial do consumo energético. A
iluminação é a parte exclusivamente elétri-
ca que consome mais energia num eleva-
dor, sendo por isso um dos principais pon-
tos onde se pode atuar para aumentar a
eficiência energética de um elevador, prin-
cipalmente em instalações já existentes.
Iluminação nos elevadores
Erick Alves
Efalift – Sistemas e Tecnologias para Elevadores, Lda.
Figura 1 Teto de cabina com iluminação LED.
SUBSTITUIÇÃO DAS LâMPADAS
CONVENCIONAIS POR LâMPADAS
DE BAIxO CONSUMO
Na Tabela 1 estão descritos os custos asso-
ciados a cada tipo de lâmpada, consideran-
do o custo do kWh de 0,17€ e um funciona-
mento anual ininterrupto totalizando 8760
horas (número total de horas de um ano).
Para o efeito usamos como exemplo uma
cabina com capacidade máxima de 6 pesso-
as, garantindo um fluxo luminoso constante
e uniforme ao nível do solo de 100 lux, con-
forme imposição da norma EN 81-20.
Os valores apresentados na Tabela têm por
base a informação fornecida por uma conhe-
cida marca de fabricante de lâmpadas. Não
foram considerados os consumos dos ba-
dossier sobre iluminação em Elevadores
Tabela 1 Custo energético anual de lâmpadas convencionais em funcionamento permanente.
Tipo de lâmpadaIncandescente
60 W
Fluorescentes
18 W
Halogéneo
35 W
N.° de lâmpadas 3 4 6
Tempo de vida 1000 Horas 20000 Horas 2000 Horas
Custo lâmpadas 3,07€ 2,79€ 3,99€
Custo aquisição/ substituição das
lâmpadas (1.° ano) 73,68€ 11,16€ 95,75€
Custo do consumo 268,05€ 94,60€ 312,73€
Custo total anual 341,73€ 105,76€ 408,49€
© fo
rms-
surf
aces
.com
PUB
dossier sobre iluminação em Elevadores
lastros e transformadores usados em lâm-
padas fluorescentes e de halogéneo.
Como é possível verificar, o custo do consu-
mo energético das lâmpadas convencionais
em elevadores que tenham a luz de cabina
permanentemente acesa pode representar
uma fatia importante do orçamento de um
condomínio residencial. Já as lâmpadas de
baixo consumo, apesar de um custo supe-
rior, apresentam custos de consumo bas-
tante inferiores, acabando por compensar
o investimento feito neste tipo de lâmpadas
a curto prazo. Depreende-se também que a
percentagem do consumo das lâmpadas no
total do consumo do elevador difere conso-
ante o tempo de funcionamento do elevador,
ou seja, em elevadores com baixo tráfego a
percentagem é maior do que em elevadores
com grande tráfego.
DIMINUIÇÃO DO TEMPO
DE FUNCIONAMENTO DAS LâMPADAS
Neste caso vale a pena distinguir o tipo de
instalações servidas pelos elevadores para
Tabela 2 Custo energético anual de lâmpadas de baixo consumo em funcionamento permanente.
Tipo de lâmpada Fluorescente compacta 11 W LED 5.3 W
N.° de lâmpadas 3 4
Tempo de vida 6000 Horas 15000 Horas
Custo lâmpadas 4,59€ 7,99€
Custo aquisição/ substituição
das lâmpadas (1.° ano) 27,54€ 31,96€
Custo do consumo 43,36€ 31,57€
Custo total anual 70,90€ 63,53€
Tabela 3 Custo energético anual de lâmpadas de baixo consumo em funcionamento intermitente (residencial).
Tipo de lâmpadaIncand.
60W
Fluoresc.
18W
Halogéneo
35W
Fluoresc.
compacta 11 WLED 5.3W
N.° de lâmpadas 3 4 6 3 4
N.° máx. ciclos liga/
desliga25.000 4.000 25.000 6.000 100.000
Custo lâmpadas 3,07€ 2,79€ 3,99€ 4,59€ 7,99€
Custo aquisição/
substituição das
lâmpadas (1.° ano)
18,42€ 66,96€ 47,88€ 55,08€ 31,96€
Custo do consumo 80,42€ 28,38€ 156,37€ 21,68€ 9,47€
Custo total anual 98,44€ 95,34€ 141,70€ 68,10€ 41,43€
34 elevare
dossier sobre iluminação em Elevadores
se poder definir a percentagem de tempo
em funcionamento e o número médio de
viagens anuais. Eis dois exemplos: um ele-
vador instalado num edifício residencial e
outro num edifício de serviços.
Elevador instalado num edifício residencial
Segundo o estudo do “Projeto E4 – Eficiência
Energética em Elevadores e Escadas Rolan-
tes”, a percentagem do tempo de funcio-
namento de um elevador instalado num
edifício residencial é, em média, 30%. Por-
tanto, vamos considerar o custo do con-
sumo energético como 30% do consumo
anual em elevadores com luz de cabina
permanente, mas tendo em atenção o nú-
mero médio de viagens anuais e o número
máximo de ciclos liga/desliga.
Assumindo que em média o número de via-
gens num edifício residencial é de 100,000
viagens, vamos considerar que o número
de vezes em que as lâmpadas ligam e des-
ligam é 50,000. Desta forma verificamos
que houve uma diminuição drástica no custo
da energia consumida anualmente no caso
das lâmpadas convencionais. Nas lâmpadas
de baixo consumo também se verificou uma
diminuição, se bem que mais pequena.
Elevador instalado num edifício de serviços
Segundo o estudo do “Projeto E4 – Eficiência
Energética em Elevadores e Escadas Rolan-
tes”, a percentagem do tempo de funciona-
mento de um elevador instalado num edifí-
cio de serviços é, em média, 50%. Portanto
vamos considerar o custo do consumo
energético como 50% do consumo anual
em elevadores com luz de cabina
Assumindo que em média o número de
viagens num edifício residencial é de 300
000 viagens, vamos considerar que o nú-
mero de vezes em que as lâmpadas ligam
e desligam é 100 000. Desta forma verifi-
camos que houve uma diminuição no custo
da energia gasta anualmente, no caso das
lâmpadas incandescentes e de halogéneo.
Já as lâmpadas de LED, apesar de um bai-
xo custo de consumo energético, acabam
por ficar mais caros do que se tivermos as
lâmpadas sempre acesas. Já as lâmpadas
fluorescentes têm um aumento do custo
enorme se compararmos com o custo das
mesmas no caso em que elas ficam sem-
pre acesas.
CONCLUSõES
Podemos concluir que a utilização de lâm-
padas do tipo LED, independentemente do
tipo de utilização e tipo de instalação, é cla-
ramente mais vantajosa do que qualquer
outro tipo de lâmpada conseguindo-se
assim, uma maior eficiência energética no
que concerne a iluminação.
Em regra, desligar a iluminação quando o
elevador está parado pode reduzir o custo
mas está dependente do tipo de lâmpada e
do tipo de utilização que o elevador tenha,
pois os ciclos liga/desliga ganham maior
relevância com o aumento de número de
viagens. As reduções do consumo de ener-
gia através da eficiência da iluminação po-
dem ser significativas, principalmente em
elevadores residenciais que representam
cerca de 70% do parque de elevadores a
nível nacional. O payback do investimento
nas lâmpadas está também dependente do
tipo de instalação que o elevador sirva.
Desta forma podemos concluir que é sem
dúvida alguma vantajoso apostar na re-
dução do custo energético do elevador
através da melhoria da eficiência da sua
iluminação.
Gráfico 1 Gráfico comparativo dos custos anuais.
Tabela 4 Custo energético anual de lâmpadas de baixo consumo em funcionamento intermitente (serviços).
Tipo de lâmpadaIncandesc.
60 W
Fluoresc.
18 W
Halogéneo
35 W
Fluoresc.
compacta
11 W
LED
5.3 W
N.° de lâmpadas 3 4 6 3 4
N.° máx. ciclos liga/
desliga25,000 4,000 25,000 6,000 100,000
Custo lâmpadas 3,07€ 2,79€ 3,99€ 4,59€ 7,99€
Custo aquisição/
substituição das
lâmpadas (1.° ano)
36,84€ 279,00€ 95,76€ 220,34€ 63,92€
Custo do consumo 104,03€ 47,30€ 93.82€ 13,01€ 15,79€
Custo total anual 140,87€ 326,30€ 189,52€ 357,26€ 79,71€
«As reduções do consumo de energia através da
eficiência da iluminação, podem ser significativas
principalmente em elevadores residenciais que representam cerca
de 70% do parque de elevadores a nível
nacional.»