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DOSSIER

NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS

artigo técnicoentrevistas

depoimentosprodutos

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Valorização de resíduos de minas em compósitos poliméricos

A indústria de minas e pedreiras na

Europa produz cerca de 55% do total

de resíduos industriais, de acordo com

dados do Eurostat. A maior parte des-

tes resíduos são depositados em ater-

ro sanitário ou acumulados em es -

com breiras a céu aberto. Esta solução

po de causar impactos ambientais ne -

gativos no solo e na água, provocar

contaminação de bens agrícolas e ris-

cos para a saúde humana. Em

Portugal, cerca de 20% dos resíduos

industriais são prove nientes de minas

e pedreiras, par ticularmente das

minas da Panas quei ra, uma das maio-

res minas de tungs ténio do mundo.

Atualmente, as mi nas da Panasqueira

produzem cer ca de 100 toneladas de

resíduos mi ne rais por dia. Estes resí-

duos têm vindo a ser acumulados, ao

longo dos anos, em enormes escom-

breiras, sendo por isso desejável

encontrar so luções que contribuam

para a sua reutilização. Neste contex-

to, avaliou-se o potencial de reutiliza-

ção dos resíduos das minas da

Panasqueira, num caso de estudo que

poderá ser adotado em outras situa-

ções idênticas da indústria extrativa.

Deste estudo, de carácter interdiscipli-

nar, resultou o desenvolvimento de

novos materiais compósitos, de base

polimérica, obtidos com a reutilização

de resíduos minerais de positados, há

muitos anos, em escombreiras. Estes

novos materiais compósitos, pelas

suas propriedades, têm um enorme

potencial para aplicações técnico-ar -

tísticas, de valor acrescentado, como

a conservação, restauro e/ou rea -

bilitação de construções antigas e mo -

numentos históricos, escultura, inter-

venção decorativa e arquitetónica, ou,

simplesmente, como materiais de

revestimento de pavimentos e edifí-

cios.

Novos Materiais

1 - PRODUÇÃO DE RESÍDUOS MINERAIS NA EUROPA

Na maioria dos países europeus (EU27), de acordo com o Eurostat, a indústria

produtiva é o sector económico maior gerador de resíduos, seguido pelos secto-

res da construção, serviços e agricultura. Em conjunto, a indústria e a constru-

ção geram cerca de 83% do total de resíduos industriais (Eurostat, 2009). Dentro

do sector industrial, em 2006, no espaço europeu (EU27), cerca de 55% dos

resíduos industriais foram produzidos em minas e pedreiras. Neste período, em

cerca de um terço dos países europeus, o sector de minas e pedreiras foi res-

ponsável, pelo menos, por 40% do total de resíduos industriais e, por outro lado,

cerca de metade destes países não possuem uma indústria relevante de minas

e pedreiras. Verifica-se, por exemplo, que na Roménia e na Bulgária a maior

parte dos resíduos industriais foram provenientes de minas e pedreiras (90% e

65%, respetivamente), e no Luxemburgo e em Malta, em oposição, produziram-

-se menos de 10%. Em Portugal, durante o mesmo período, 20% do total dos

resíduos industriais acumulados foram provenientes de minas e pedreiras

(Eurostat, 2009), pelo que a atividade mineira e, consequentemente, a produção

de resíduos de minas, está distribuída de modo não uniforme nos países euro-

peus (EU27).

A acumulação de resíduos provenientes de minas e pedreiras, ao longo dos

anos, tem como consequência a formação de enormes escombreiras a céu aber-

to. Estes depósitos apresentam um risco potencial de poluição ambiental e pro-

vocam sérios impactos paisagísticos, afetando, por isso, a qualidade de vida das

populações locais. O depósito direto no solo destes resíduos pode causar impac-

tos ambientais negativos, uma vez que estes podem incluir poluentes prejudi-

ciais, em particular metais pesados. Por outro lado, a formação de grandes

escombreiras contribui para a desconfiguração da paisagem natural, remoção da

vegetação e desflorestação, libertação de gases de efeito de estufa, perda de

biodiversidade, perda do valor estético da paisagem local, perda de produtivida-

de do solo, instabilidade de vertentes e, consequentemente, aumento do risco de

erosão dos solos sob a ação do vento e de águas da chuva (Kabas et al., 2011).

Adicionalmente, a ocorrência de chuvas pode transportar poluentes existentes

nos resíduos das escombreiras, para o solo, águas subterrâneas ou superficiais

que, por sua vez, podem acumular-se em terrenos agrícolas ou outras origens

de água e, em consequência, causar risco para a saúde pública.

Atualmente, os estados membros da união europeia devem adotar medidas para

prevenir ou minimizar os efeitos adversos no ambiente e, consequentemente, os

potenciais riscos para a saúde, resultantes da gestão de resíduos da indústria

extrativa, como a existência de escombreiras e depósitos em aterro sanitário

(EC, 2004). O enquadramento legislativo para a gestão segura de resíduos da

indústria extrativa encontra-se estabelecido nos seguintes documentos: Directive

2006/21/EC of 15 March 2006 (Management of waste from the extractive indus-

tries - the Mining Waste Directive) e The Reference Document on Best Available

Techniques for the Management of Tailings and Waste-rock in Mining Activities.

Autoria do Trabalho: J. Castro-Gomes e A. Albuquerque

C-MADE, Centre of Materials and Building Technologies, Departamento de Engenharia Civil e

Arquitectura, Universidade da Beira Interior, Covilhã >> [email protected]; www.c-made.ubi.pt

Abílio P. Silva

Departamento de Engenharia Electromecânica, Universidade da Beira Interior, Covilhã

Rafael P. Cano e J. Durán Suarez

Departmento de Escultura, Faculdade de Artes, Universidade de Granada, Edf. Aynadamar, Ayda.

Andalucia, Granada, Espanha

nómico deste tipo de materiais compósitos depende, em primei-

ro lugar, da sua aparência visual, que é dada pelo tipo de textura

e escalas de cor dos resíduos minerais utilizados.

Assim, o desenvolvimento de compósitos poliméricos com resí-

duos minerais é uma abordagem inovadora para a reutilização

deste tipo de resíduos, potenciando novas aplicações para

arquitetura, escultura técnica e restauro, como, por exemplo, os

estudos realizados recentemente visando a reutilização de resí-

duos da indústria de pedreiras da região de Macael, em

Espanha. A investigação desenvolvida contemplou uma fase

experimental de caracterização dos compósitos poliméricos e

uma análise de abordagens inovadoras para a sua reutilização.

Neste estudo foram considerados diferentes tipos de argamas-

sas poliméricas incorporando diferentes frações de resíduos

minerais, desde pós muito finos a partículas de dimensão de

areia, como ilustrado na figura 1. Do estudo, concluiu-se que as

propriedades das argamassas e o seu potencial para aplica-

ções industriais dependem da textura e escala de cor branca,

destes resíduos minerais (Peralbo Cano, 2007).

Fig.1. Aspeto visual de argamassas poliméricas com partículas de dife-rente dimensão, de resíduos minerais da região de Macael, Espanha(Peralbo Cano, 2007).

Produtos de empresas de materiais, muito conhecidas no mer-

cado, como a Silestone, Technistone, Compac, Zodiaq, Corian

e a Caeserstone, são obtidos a partir de compósitos poliméricos

com aplicações em diversas áreas da indústria da construção e

mobiliário contendo cerca de 94% de materiais naturais sele-

cionados, em particular quartzo e granito, resinas poliméricas,

pigmentos e outros constituintes adicionais que lhes conferem

durabilidade, resistência, consistência e um determinado

design. Desde tampos de cozinha, revestimentos de pavimento

e paredes, ou mobiliário, esta tecnologia permite modificar as

cores originais do quartzo obtendo-se uma grande variedade de

desenhos, formatos e acabamentos, combinando ciência, tec-

nologia e arte. Este tipo de materiais compósitos avançados é

obtido por compactação com vibração intensa, vácuo, e pres-

são, resultando em painéis densos e não porosos. As suas pro-

priedades e aparência diferem com as matérias-primas utiliza-

das, entre outras propriedades adicionais que lhes podem ser

conferidas. Para além do quartzo e do granito, o mármore é

também utilizado nestes compósitos, os quais, obviamente,

podem também incorporar resíduos de minas e pedreiras.

Neste contexto, um trabalho de investigação interdisciplinar foi

desenvolvido, visando o estudo da reutilização da fração gros-

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Relativamente à reutilização de resíduos, os estudos exis-

tentes evidenciam o potencial para a sua valorização e,

por outro lado, a falta de regulamentação neste domínio.

Os principais aspetos relativos à reutilização de resíduos

minerais estão relacionados com os impactos ambientais

e a preservação de recursos naturais. A opção e avaliação

das estratégias de reutilização de resíduos minerais deve-

rão, por isso, ser baseadas numa avaliação de risco eco-

lógico (EcoRa) e análise de ciclo de vida (LCA), como ins-

trumentos base de investigação e desenvolvimento neste

domínio (Tiruta-Barna et. Al., 2007).

2 - REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINAS E

PEDREIRAS

Na generalidade, os resíduos de minas e pedreiras resul-

tantes da indústria extrativa, depositados em escombrei-

ras em determinadas localizações/regiões, podem ser

reutilizados em aterros e em obras de construção, em par-

ticular as frações de partículas de maiores dimensões.

Aplicações correntes, entre outras, incluem a utilização

em pavimentos de estradas (Akbulut and Gurer, 2007),

(Castro-Gomes et al., 2006) e em betão (Hebhoud et al.,

2011). No entanto, o potencial para a reutilização de resí-

duos minerais em larga escala está, em primeiro lugar,

restringido por questões do custo de transporte e, conse-

quentemente, por aspetos económicos. Como tal, é dese-

jável encontrar soluções de valor acrescentado que pos-

sam contribuir para a reutilização deste tipo de resíduos

minerais.

Ou seja, os resíduos de minas e pedreiras podem tornar-

-se matérias-primas para aplicações industriais onde o

valor acrescentado do produto final não prejudica a sua

reutilização por custos de transporte, nas quais se

incluem, por exemplo, o processamento de resíduos de

carbonato de cálcio para a produção de cimento Portland,

no caso específico da indústria de mármore (Raupp-

Pereira et al., 2008) ou a reutilização de resíduos de mate-

riais finos (lamas residuais) de uma mina abandonada, em

argamassas de poliéster (Mun et al., 2007). Outros estu-

dos, relativos à reutilização de lamas residuais como

matéria-prima na indústria da construção, estão em

desenvolvimento e são considerados muito promissores,

tanto do ponto de vista ambiental como económico.

Exemplos notáveis incluem o desenvolvimento de ligantes

de ativação alcalina (geopolímeros) utilizando lamas resi-

duais, constituídas por alumino-silicatos, da indústria de

minas e pedreiras (Torgal, et al., 2007), (Torgal et al.,

2008), (Zhang et al., 2011).

Outras formas de reutilização de resíduos minas e pedrei-

ras, de valor acrescentado, consistem na produção de com-

pósitos compactos, em particular de resíduos de mármore

e de quartzo. Compósitos compactos são materiais consti-

tuídos por partículas minerais de diferentes tamanhos liga-

dos por uma matriz polimérica, onde a relação mineral/polí-

mero é otimizada para a melhor performance mecânica,

propriedades de desempenho e durabilidade. O valor eco-

42 /

Novos Materiais

Até 1996, os concentrados de minério foram transportados para

a escombreira do Rio mas, atualmente, os procedimentos de

separação final são realizados exclusivamente na Barroca

Grande. Uma gigantesca escombreira de resíduos de dimensão

grossa e duas barragens de lamas existem neste local (ver figu-

ra 3). Uma das escombreiras ainda está a ser alimentada com

estéreis (lama, areia e materiais grossos) obtidos a partir das

operações de extração de minério (alguns estéreis são ricos em

sulfuretos) (Ávila et al., 2008). Assim, o material rochoso estéril

de dimensão grossa proveniente diretamente da mina, e os resí-

duos grossos resultantes do processo de separação por meio

pesado, estão a ser depositados nas enormes escombreiras de

resíduos existentes no local.

As concentrações médias de diferentes elementos químicos

existentes nas escombreiras e nas barragens de lamas da

Barroca Grande foram determinadas pelo INETI no âmbito do

projeto e-Ecorisk em 2005, sendo as seguintes: Ag(40),

As(4,715), B(3,312), Ba(182), Cd(79), Co(5), Cu(3,548),

Mn(641), Ni(34), P(1,880), Pb(171), Sb(39), Sn(702), V(81),

W(2,434), Y(168), Zn(460) expresso em mg/kg, e Fe(7,3)

expresso em percentagem (Ávila et al., 2008).

Estudos recentes demonstraram que a oxidação de sulfuretos

existentes nos resíduos e o seu fluxo a partir das escombreiras a

céu aberto são a principal fonte de poluição na área circundante,

resultando da mobilização e migração de metais pesados dos

resíduos das escombreiras para o meio ambiente (Ávila et al,

2008.); (Godinho et al., 2010). A lixiviação potencial de metais

pesados, especialmente arsénio, a partir de lamas residuais de

tungsténio pode representar um risco de toxicidade para os seres

humanos e o meio ambiente. Portanto, a reutilização de forma

segura deste tipo de resíduos pode contribuir para minimizar os

potenciais problemas de saúde pública e impactos ambientais. A

solidificação/estabilização é uma técnica utilizada para o trata-

mento de materiais perigosos, nomeadamente resíduos tóxico-

perigosos e solos contaminados, em que se utiliza cimento, cal,

ou outros ligantes para se obter um material sólido, quase imper-

meável, que encapsula os compostos perigosos (p.e. metais

pesados), impedindo a sua lixiviação para o exterior.

Fig.3. Vista parcial da escombreira da Barroca Grande (resíduos grossos e lamas residuais), nas minas da Panasqueira.

sa de resíduos minerais das minas da Panasqueira, uma das

maiores minas de tungsténio do mundo. A motivação principal

para o desenvolvimento deste trabalho resulta da avaliação do

estado de envelhecimento que apresentam as escombreiras

das minas da Panasqueira, resultado de longos anos de expo-

sição natural, apresentando cores e texturas específicas e, por

isso, conferindo aos resíduos minerais propriedades visuais

únicas (ver figura 2).

Fig.2. Cor e textura de resíduos minerais grossos das minas da Panasqueira, com maior (a) e menor (b) granulometria.

3 - ESCOMBREIRAS DE MINAS DE TUNGSTÉNIO

As minas da Panasqueira são minas de tungsténio situadas no

centro de Portugal, a Sul da Serra da Estrela, em parque natu-

ral, perto da Serra do Açor, paisagem protegida, e próximo do

rio Zêzere. O tungsténio e o estanho têm sido extraídos da

Panasqueira desde os anos 80. As minas estão em produção

há mais de 120 anos, tratando-se de um dos maiores depósitos

de valor económico mundial. Durante o período de 1947-2001,

mais de 27 milhões de toneladas de estéreis de rocha foram

extraídas, das quais, aproximadamente 92.800 toneladas de

concentrado de tungsténio, 4.800 toneladas de concentrado de

estanho, e 28.600 toneladas de concentrado de cobre foram

produzidas (Smith, 2006). A extração mineral e o processa-

mento produzem, principalmente, dois tipos de resíduos, de

acordo com a dimensão das partículas: resíduos de fração

grossa (estéreis grossos) derivados do desmonte e britagem de

rocha, e lamas residuais (rocha esmagada e moída) transpor-

tadas em condutas para lagoas (barragens de lamas), em

quantidades de vários milhões de toneladas. Em 1980, as

minas da Panasqueira produziam cerca de 300 toneladas de

resíduos de rocha por dia e, correntemente, produzem cerca de

100 toneladas diárias. Como tal, as escombreiras das minas da

Panasqueira assumem já enormes proporções (ver figura 2); a

escombreira do Rio (aprox. 1.200.000 m3) tem uma barragem

de lama (aprox. 731.034 m3) e a escombreira da Barroca

Grande (aprox. 7.000.000 m3) tem duas barragens de lama

(aprox. 1.193.885 m3) (Ávila et al., 2008).

Na Panasqueira, o processo de tratamento de minério começa

com a separação por densidade das frações grossas de mine-

rais. Numa segunda fase, são usados ciclones para produzir

concentrados de alto teor de minério, e mesas de vibração para

tratar as areias e lamas. Estes pré-concentrados podem conter

todos os minerais pesados, tais como, volfrâmio, cassiterite

(óxido de estanho), sulfuretos, e siderita. Note-se que a arse-

nopirita (o sulfureto principal presente) é rejeitada com os esté-

reis (em particular com as lamas residuais), que podem conter

cerca de 30% de arsénio (Ávila et al., 2008).

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4 - COMPÓSITOS POLIMÉRICOS PARA APLICAÇÕES

TÉCNICO-ARTÍSTICAS

Os resíduos minerais grossos das minas da Panasqueira são seme-

lhantes a agregados grossos britados, como se pode observar na figu-

ra 2b (em média, com diâmetro de dimensão de 5 mm a 25 mm) e as

lamas residuais são constituídas por partículas finas e muito finas (com

diâmetro inferior a 2 mm). Os resíduos grossos são constituídos por

uma maior percentagem de xisto-grauvaque e cerca de 10% de quart-

zo (Antunes, 2009); (Castro-Gomes et al. 2011). A composição química

dos materiais grossos de xisto-grauvaque consiste, na sua maioria, em

sílica e alumina com pequenas percentagens de ferro e potássio e

outros pequenos constituintes. (Castro-Gomes et al., 2009). Os resí-

duos grossos apresentam boas propriedades mecânicas, equivalentes

às propriedades de um granito são, de muito boa qualidade.

Logo após a extração e depósito, os estéreis/resíduos grossos apre-

sentam cor cinza clara, típica do xisto. No entanto, devido à sua com-

posição mineralógica e exposição às condições naturais ao longo do

tempo, a sua cor muda gradualmente para ocre, adquirindo tonalida-

des de cor de ferrugem. Ou seja, uma vez que as escombreiras a céu

aberto das minas da Panasqueira estiveram expostas às condições

ambientais ao longo dos anos, as partículas de xisto-grauvaque sofre-

ram envelhecimento natural, tornando-se com uma cor e textura espe-

cíficas, que lhes confere um alto valor estético. Neste contexto, um

trabalho de investigação interdisciplinar foi desenvolvido visando o

estudo da reutilização de resíduos das minas da Panasqueira em

novos materiais para aplicações técnico-artísticas. A investigação tra-

duziu-se no desenvolvimento de materiais compósitos poliméricos

incorporando resíduos grosso de xisto-grauvaque, tal como se encon-

tram nas escombreiras das minas.

Os compósitos foram produzidos com resina poliéster (Crystic 199 da

Scott Bader, Barcelona, Espanha) considerando o seu baixo custo e

facilidade de utilização a baixas temperaturas. Em geral, a resina de

poliéster apresenta propriedades ideais para a maior parte das apli-

cações industriais e técnico-artísticas. O poliéster tem uma boa dure-

za superficial e consistência, boa resistência à compressão, resistên-

cia à tração e corte, comportando-se relativamente bem numa gama

de baixas e altas temperaturas. A resina de poliéster sofre alguma

deterioração quando exposta aos agentes atmosféricos e, adicional-

mente, tem uma baixa densidade. (Peralbo Cano, 2007).

Inicialmente, neste estudo, como parte da investigação, diferentes for-

mulações de compósitos foram produzidos em laboratório. Assim,

várias misturas com diferentes tamanhos de partículas de resíduos

foram avaliadas (ver figura 4) (também foram produzidos compósitos

de areia de vidro verde que não serão discutidos neste trabalho, visí-

veis na figura 4) (Antunes, 2009). Mais tarde, decidiu-se utilizar os

resíduos no seu estado natural, tal como se encontram depositados

em escombreira, apesar da sua distribuição granulométrica apresen-

tar alguma descontinuidade. O conteúdo ótimo de resina foi determi-

nado tendo em conta as propriedades físicas e mecânicas dos com-

pósitos, i.e. um conteúdo mínimo para envolver todas as partículas de

resíduos e permitir obter boas propriedades mecânicas, como rigidez.

Adicionalmente, foi desenvolvido um processo tecnológico para a pro-

dução de protótipos, com resíduos, de um elemento de revestimento

para pavimentos exteriores. O processo utilizado é relativamente sim-

ples e de baixo custo, dividido em duas fases, de mistura e compac-

tação em moldes. O processo requer pouca energia e não utiliza

água, sendo por isso ambientalmente sustentável (ver figura 5).

Fig.4. Compósitos poliméricos com resíduos de minas, de dife-rentes tamanhos (ao lado de um protótipo produzido com areiade vidro verde).

Fig.5. Fases de produção de um elemento de revestimento parapavimentos exteriores, com resíduos das escombreiras daPanasqueira.

44 /

Novos Materiais

Um dos aspetos mais relevantes da aparência final destes compósitos

prende-se com a cor dos resíduos que o constituem e com a possibilida-

de da sua alteração. São conhecidos vários estudos sobre a cor, métodos

e instrumentos para a sua medição. Com particular relevância para este

trabalho de investigação foram considerados alguns estudos iniciais

desenvolvidos em argamassas e betões para aplicações técnicas e artís-

ticas (Durán Suarez, 1996) (Corpas Iglesias et al., 2002). De acordo com

estes estudos, a utilização de instrumentos de medição de colorimetria,

enquadrado em normas existentes, facilita a determinação de parâmetros

característicos para a manipulação da cor e correção dos materiais cons-

tituintes da mistura.

Neste trabalho de investigação foram realizadas medições de cor na

superfície dos resíduos no seu estado natural; i.e. após a extração da

mina, e no estado envelhecido; i.e. como encontrado em escombreiras.

As medições da cor foram também realizadas nas superfícies das partí-

culas após um período de exposição de duas horas a temperaturas de

800ºC e 1000ºC (Castro-Gomes et al., 2009). A figura 6 apresenta o aspe-

to original dos resíduos da Panasqueira (A), o estado envelhecido (B) e

após tratamento térmico a 800ºC (C) e a 1000ºC (D). Verifica-se um escu-

recimento generalizado da partícula de resíduo após tratamento térmico a

1000ºC, tendo esta sofrido alguma expansão volumétrica. Assim, apesar

da cor característica dos resíduos envelhecidos das minas da

Panasqueira (cor ocre) lhes conferir uma boa qualidade visual, estes

poderão ser submetidos a tratamento térmicos para alteração da sua cor,

permitindo maiores possibilidades de utilização como argamassas de res-

tauro para a intervenção no património histórico e tradicional (e.g. para

reabilitar habitações de xisto - ver figura 7) e aplicações arquitetónicas

diversas (ver figura 8).

Fig.6. Aspeto original dos resíduos da Panasqueira (A), o estado envelhecido (B) eapós tratamento térmico a 800ºC (C) e a 1000ºC (D).

Tendo em conta as características cromáticas e as propriedades físicas e

mecânicas dos resíduos grossos, o desenvolvimento de painéis de reves-

timento para exteriores em aplicações arquitetónicas poderá ser uma

oportunidade com viabilidade económica, para este tipo de compósitos

poliméricos (Peralbo Cano et al., 2010). Assim, neste estudo, foram

desenvolvidos protótipos de unidades de revestimento, com dimensões

de 30 x 30 cm de largura e 3 cm de espessura. As formulações das com-

posições foram determinadas para teores ótimos de resina visando mini-

mizar o seu custo final. Tendo em vista a sua viabilidade técnica, foram

estudadas as suas características físico-mecânicas, para obtenção de

marcação CE, de acordo com os requisitos exigidos na Norma EN13748-

2, considerando tratarem-se de unidades de revestimento para uso exte-

rior. De acordo com esta Norma, os seguintes ensaios foram realizados:

resistência à flexão, resistência à compressão, resistên-

cia ao desgaste por abrasão, resistência ao escorrega-

mento/deslizamento, resistência às intempéries através

dos ensaios de absorção de água e gelo/degelo,

desempenho ao fogo e condutividade térmica (Antunes

et al., 2010); (Castro-Gomes et al., 2011). Os resultados

obtidos permitem concluir que os protótipos desenvolvi-

dos neste estudo verificam os requisitos exigidos de

marcação CE com vista à sua produção industrial

(Castro-Gomes et al., 2009).

Assim, a valorização de resíduos de minas, como maté-

rias-primas no desenvolvimento de novos produtos de

materiais compósitos poliméricos, resultará da transição

entre a parte tecnológica e a sua função/aplicação.

Adicionalmente, os novos produtos podem constituir a

Fig.7. Comparação da cor e textura dos resíduos das escom-breiras com os materiais utilizados nas construções ruraislocais (Aldeias de Xisto - Janeiro de Cima - Fundão).

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base de diferentes conceitos artísticos com diferentes

qualidades visuais como a textura, cor ou forma. Mais

ainda, estes compósitos poliméricos podem ser pro-

duzidos com princípios e técnicas de baixa tecnolo-

gia, sendo obtidos diretamente das escombreiras das

minas, sem qualquer transformação. Entre outras

possíveis aplicações artísticas, já referidas, poderá

desenvolver-se uma linha de produtos de mobiliário

urbano com base em conceitos visuais apelativos de

importância histórica ou ambiental, como se ilustra na

figura 9. (Castro-Gomes et al., 2012).

Fig.9. Protótipo de uma peça de mobiliário (banco para exterior) enquadrado no centro histórico de uma cidade portuguesa.

5 - CONCLUSÕESExiste um grande potencial de reutilização de estéreis

grossos (subprodutos ou resíduos) de escombreiras

das minas da Panasqueira situada na região centro

em Portugal, uma das maiores minas de tungsténio

do mundo. Estima-se que as minas da Panasqueira

produziram cerca de 10 milhões de metros cúbicos de

estéreis/resíduos, ao longo de mais de 120 anos, o

que claramente justifica o interesse na sua reutiliza-

ção, ainda que parcial.

Deste estudo resultou, principalmente, uma metodolo-

gia de baixa tecnologia para a reutilização de resíduos

minerais de minas em produtos e aplicações de valor

acrescentado. Nos protótipos desenvolvidos neste tra-

balho, foram utilizados resíduos das minas da Pa nas -

queira, mas a metodologia proposta é igualmente apli-

cável para outros resíduos ou subprodutos minerais.

Pode-se concluir, do estudo experimental realizado, que os resíduos depo-

sitados nas escombreiras das minas da Panasqueira beneficiam da sua cor

e textura, sendo, por isso, muito adequados do ponto de vista visual para

reutilização em aplicações técnico-artísticas, nomeadamente escultura e

arquitetura, sem necessidade de requisitos adicionais de pré-processamen-

to (e.g. britagem ou tratamento térmico). Adicionalmente, a cor dos resíduos

pode ser modificada com tratamento térmico e, seguramente, por outros pro-

cessos, e.g. aplicação de químicos, não apresentados neste trabalho.

Tendo em conta as suas propriedades mecânicas e características físicas,

existe potencial para a reutilização de resíduos envelhecidos das minas da

Panasqueira como novos materiais de construção, de base polimérica, em

aplicações técnico-artísticas, particularmente como materiais de revesti-

mento para exteriores, respeitando os requisitos de marcação CE e, no

desenvolvimento de produtos resultando da interface e interação entre a

tecnologia e arte.

Finalmente, uma questão chave neste estudo traduz-se no seu potencial

contributo para a proteção ambiental, particularmente no que diz respeito

à recuperação e reutilização de resíduos de minas e pedreiras, num con-

texto de desenvolvimento sustentável. No entanto, deve-se salvaguardar,

nesta fase, que uma parte dos resíduos da Panasqueira, como poderá ser

o caso de outros, contém concentrações significativas de sulfuretos e

metais pesados. Como tal, as propostas desenvolvidas neste projeto não

podem ser utilizadas da parte de resíduos que se encontra contaminada,

a não ser que se garanta o encapsulamento destes compostos perigosos

de forma segura..

REFERÊNCIAS:

• Akbulut, H. and Gürer, C., 2007; Use of aggregates produced from marble quar-

ry waste in asphalt pavements, Building and environment, 42, pp. 1921-1930.

• Antunes, C.S.R., 2009; Desenvolvimento de unidades de revestimento utili-

zando resíduos grossos das minas da Panasqueira, Dissertação de

Mestrado, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Julho.

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48 /

Entrevista Bifase Abílio Pacheco, Diretor

QUAL O PERCURSO QUE A EMPRESA TEM TIDO DESDE A SUA CRIAÇÃO, TANTO A NÍVEL

DA SUA ESTRUTURA COMO DA GAMA DE PRODUTOS?A Bifase chegou ao mercado em 1998, tendo-se implementado na região do

Vale do Sousa, mais propriamente em Rebordosa - Paredes. Na época a

estratégia passou por aproveitar o cluster mobiliário dos concelhos de

Paredes e Paços de Ferreira, para se afirmar como uma referência na região

como fornecedor de material e equipamento elétrico.

Contudo, à medida que a empresa se ia fortalecendo e o mercado ia mexendo,

novas necessidades iam surgindo por parte de diversos clientes. Aí percebemos

que era necessário abrir o leque de produtos e soluções para equipamentos mais

inovadores. Contudo, não faria sentido oferecermos novos e inovadores produ-

tos se a nossa equipa de colaboradores não os conseguisse dominar. Assim, sur-

giu a necessidade de termos mais know-how e optamos por especializar colabo-

radores e constituir um departamento de engenharia. Hoje estamos certos que

fizemos a opção correta, pois o mercado olha para nós não apenas como um

simples fornecedor de material e equipamento elétrico, mas também como “con-

sultores”, dado o domínio que temos da área da eletricidade e energia.

Hoje, mais do que nunca, o mercado procura acima de tudo produtos eficien-

tes e inteligentes. Os mais procurados têm sido: sistemas de domótica, as

soluções de iluminação de tecnologia Led, reguladores de fluxo luminoso, os

equipamentos no âmbito das energias renováveis, passando ainda pelas bate-

rias de condensadores para compensação de energia reativa nas indústrias.

A ideia de poupança na fatura energética é transversal a todos os sectores:

residencial, comércio e serviços, e indústria.

Numa perspetiva de maior proximidade ao clien-

te, a Bifase conta com três pontos de venda:

Lordelo, Paredes e recentemente Paços de

Ferreira.

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA

EMPRESA FACE AOS SEUS CONCORRENTES?Os nossos clientes olham para nós como um

player capaz de gerar valor acrescentado nos

seus negócios. O feedback que temos tido ao

longo dos anos por parte dos nossos clientes diz-

nos que o mercado nos procura acima de tudo

pela competência que nos reconhece, pelo auxí-

lio que prestamos nos diversos projetos e pela

diversidade de produtos e soluções que repre-

sentamos. Obviamente que a variável preço é

nesta altura ainda mais determinante no proces-

so de compra, e se queremos ser competitivos

neste mercado temos que oferecer as melhores

marcas e soluções a bons preços.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUI, QUAL

AQUELE QUE ELEGE COMO SENDO O MAIS INOVADOR

TECNOLOGICAMENTE? QUAIS AS SUAS PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS?Atualmente, os sistemas de domótica, ou seja,

sistemas para casas e edifícios inteligentes são

aqueles que possivelmente se consideram à pri-

meira vista como os mais inovadores…

Apesar da crise, a sua procura tem aumentado

consideravelmente, mas também temos cons-

ciência que este é um produto/serviço para um

cliente mais exigente.

Os arquitetos e empreiteiros que trabalham

moradias ou apartamentos com um preço pre-

mium têm optado por surpreender, e começam a

apostar mais na qualidade do material elétrico

que compõe a habitação. Tal acontece não só

porque querem acrescentar design nas aparelha-

gens de manobra, mas porque pretendem tam-

bém oferecer aos seus clientes conforto, segu-

rança e racionalização de energia. Quando um

cliente adquire uma habitação munida de um sis-

tema de domótica é precisamente isto que está

adquirir. O mercado da construção percebeu

finalmente que é possível acrescentar valor ao

imóvel através de melhores soluções em equipa-

mentos elétricos e isso deixa-nos satisfeitos.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, OS IMPACTOS SOCIAIS DA

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA? ESTE PODE SER UM DOS

CAMINHOS PARA AS EMPRESAS ULTRAPASSAREM A

CRISE ECONÓMICA ATUAL?A inovação tecnológica é e será sempre fator de

impactos sociais. Numa perspetiva empresarial,

a inovação tecnológica exige sempre do merca-

do mão-de-obra qualificada. Assim, adjacente à

oportunidade de novos mercados, existe a opor-

A Bifase é uma marca de referência na

distribuição de material e equipamento

elétrico, que oferece soluções ajustadas

e inovadoras, segundo as últimas ten-

dências do mercado e as melhores prá-

ticas do sector. O diretor da empresa,

Abílio Pacheco, aborda nesta entrevista

temas como a inovação, tecnologia,

sustentabilidade, e eficiência energéti-

ca, entre outros.

Integração de projeto de domótica KNX no empreendimento Sense House - Avenida Marechal Gomes da Costa - Porto

/ 49

tunidade de diversos empregos, uma vez que o próprio mercado

aumenta as suas necessidades e exigências. Veja-se a área das

energias renováveis, que conseguiu literalmente mexer no mer-

cado português. Nesse âmbito, foram criados novos cursos téc-

nicos e superiores, realizaram-se eventos, abriram-se novas

empresas, reconverteram-se outras e houve empresas que pre-

feriram aumentar o seu portfólio de produtos.

Dentro da nossa área esta parece-me que terá sido a inovação

tecnológica mais mediática dos últimos anos. Contudo, outras ino-

vações tecnológicas vão ocorrendo que são também capazes de

criar impacto a médio prazo. Não

acredito é que se possam fazer

omeletas sem ovos, as necessi-

dades de formação em Portugal

devem procurar estar mais à

frente. Infelizmente, em termos

de educação a postura tem sido

um pouco reativa, mais proativi-

dade seria importante. Muitas

das novas tendências que se vis-

lumbram além fronteiras acaba-

rão por chegar ao nosso país e

temos que começar a ter o tim-

ming exato para se dar inicio a

determinadas formações para

que se possa dar uma resposta

imediata nessas áreas. Só assim

conseguiremos ser competitivos.

Antecipar o futuro é ver para

além de…

Na Bifase, estrategicamente, acerca de três anos começamos a

prestar auxílio no desenvolvimento de projetos de domótica, ou

seja, casas e edifícios inteligentes.

Para dar resposta a essa necessidade tivemos que ir ao merca-

do recrutar um colaborador que se especializou na área e é hoje

detentor de know-how capaz de dar respostas nos mais variados

projetos (residências, apartamentos, unidades de saúde, esco-

las, espaços comerciais, …).

Apesar de trabalharmos com diferentes tecnologias em sistemas de

domótica, somos uma empresa credenciada em KNX, o que signifi-

ca que somos especialistas no protocolo de comunicação mais

usado em todo mundo na construção de edifícios inteligentes.

O mercado da construção começa a perceber que tem que

acrescentar valor aos imóveis que pretende comercializar e os

sistemas de domótica respondem às necessidades de diversos

tipos de cliente. Com estes sistemas o mercado da habitação

deixa de comercializar apenas um T2 ou um T3 e passa a comer-

cializar: mais conforto, mais segurança, mais racionalização de

energia, que se traduz em mais tempo disponível e mais momen-

tos de prazer para quem o adquire.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE

E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMENTO

DE NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE FORMA?Sem dúvida que sim. A preocupação com a sustentabilidade

ganhou uma nova dimensão nos últimos anos. Deixou de ser

vista como uma mera preocupação de uns tipos apelidados de

lunáticos nos anos 70, para passar a constar na agenda de prioridades

da maior parte dos países desenvolvidos.

Para além dos consumidores verdes que já há algum tempo vêm optan-

do por produtos e soluções mais eficientes, com as políticas de incenti-

vo ao uso deste tipo de equipamentos, os fabricantes aumentaram a sua

oferta.

Hoje os fabricantes apostam em I&D na procura de soluções cada vez

mais eficientes, porque compreenderam que o mercado já está mais

sensibilizado para as questões da sustentabilidade e eficiência energéti-

ca. Diversas empresas começaram a per-

ceber que estes produtos são já os produ-

tos de hoje e não apenas produtos do futu-

ro.

Atualmente, é comum um cliente procurar o

produto mais eficiente possível. O consumi-

dor está disposto a pagar mais por ele, pois

sabe que recupera o investimento e que

será recompensado por isso. Além disso,

uma atitude responsável sabe sempre bem.

A massificação de produtos e soluções efi-

cientes começa a ser uma realidade de

salutar.

No entanto, existe o receio de que com a

onda de austeridade que a Europa vive, os

cortes venham também a afetar os incenti-

vos para aquisição deste tipo de produtos.

O MERCADO DA REABILITAÇÃO TEM GANHO UMA IMPORTÂNCIA CRESCENTE NOS

ÚLTIMOS ANOS, TENDO ESTAS INTERVENÇÕES UM MAIOR GRAU DE COMPLEXIDADE

FACE À CONSTRUÇÃO NOVA. A CRIAÇÃO DE NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS TEM

AJUDADO A SIMPLIFICAR ESSAS INTERVENÇÕES? Sim, o mercado do material e equipamento elétrico tem sabido inovar

no sentido de simplificar processos.

As tecnologias sem fios são o melhor exemplo para o mercado da rea-

bilitação urbana. É hoje muito mais fácil fazer uma intervenção de

fundo na parte elétrica de uma habitação que se quer reabilitar.

Com o recurso ao uso a tecnologias sem fios consegue-se ter eletrici-

dade e iluminação sem ter que se abrir paredes para se passar cabla-

gem. Consegue-se uma intervenção mais prática e rápida e com o

mesmo resultado final. Este tipo de tecnologia traz obviamente vanta-

gem para o instalador, mas também para o cliente final que tem a sua

obra pronta mais rapidamente.

A Bifase apresenta diversas alternativas nesse sentido e as mesmas

têm tido uma procura cada vez maior.

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO? APOSTAR MAIS NO

MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFORÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO

ÚLTIMO CASO, QUAIS?A hipótese da internacionalização está sempre em cima da mesa para

qualquer PME que quer vencer neste mercado global. Contudo, é

necessário limar arestas para que essa situação se concretize da

melhor forma. Os mercados da CPLP são sem dúvida aqueles que

mais nos atraem, mas sabemos que existem outras oportunidades a

emergir.

Integração de projeto de domótica KNX na Nordial - Centro Renal deMirandela, projeto de autoria do gabinete Maria João Andrade eRicardo Cordeiro Arquitetos Associados.

50 /

Entrevista OLI Alexandra Pereira, Diretora Comercial

QUAL O PERCURSO QUE A EMPRESA TEM TIDO DESDE

A SUA CRIAÇÃO, TANTO A NÍVEL DA SUA ESTRUTURA

COMO DA GAMA DE PRODUTOS?A empresa existe desde 1954. No seu início era

estritamente comercial e em 1980 houve uma

primeira experiência industrial especializada no

fabrico de autoclismos e componentes. Em

1993 dá-se a entrada da Oliveira & Irmão no

grupo Fondital e ao longo destes anos a ativi-

dade industrial foi crescendo bastante. Hoje

somos uma empresa de dimensão europeia,

entre as maiores do sector em que operamos.

A atividade industrial, que tem vindo a crescer

substancialmente exporta 80% da produção,

enquanto a atividade comercial se dedica ao

mercado interno da construção, através da

oferta de uma gama de produtos alargada, com

diferentes soluções em termos de produtos

hidro-termo-sanitários: sistemas de instalação

sanitária, sistemas de distribuição e drenagem

de águas, soluções para águas quentes sanitá-

rias e aquecimento central e ainda mobiliário e

acessórios de banho.

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA EMPRESA FACE AOS SEUS

CONCORRENTES?A OLI é o principal produtor europeu de mecanismos e componentes para a

indústria cerâmica e é o único fabricante português de autoclismos interiores

para louça suspensa. A aposta no desenvolvimento de novos produtos, leva-

do a cabo pelo departamento de Investigação & Desenvolvimento da empre-

sa em parceria com os meios académico e industrial, valeu à OLI a

Certificação de Sistemas de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e

Inovação, sendo uma das primeiras empresas em Portugal e a primeira no

sector a obter este tipo de acreditação. A OLI proporciona, além de uma exce-

lente relação qualidade/preço, uma evolução constante em termos de ima-

gem e qualidade de produto, fatores que aliados a uma extensa diversidade

de opções nos permitem colocar no mercado uma vasta gama de soluções.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUI, QUAL AQUELE QUE ELEGE COMO

SENDO O MAIS INOVADOR TECNOLOGICAMENTE? QUAIS AS SUAS PRINCIPAIS CARAC-TERÍSTICAS?Os autoclismos interiores com estrutura para louça suspensa têm sido o

produto com maiores incrementos tecnológicos, pois é um produto que per-

mite não só soluções esteticamente mais interessantes, como também

ganhos ao nível da higiene e limpeza, do silêncio, da poupança de espaço

e conforto. Dentro desta gama, o autoclismo interior Darling OLI74 merece

destaque, pois é o corolário de anos de experiência industrial e de investi-

gação com vista ao desenvolvimento de um produto versátil, de fácil insta-

lação e com garantia de qualidade.

Este autoclismo interior destaca-se pela sua reduzida espessura, sendo a

solução ideal na maioria das instalações modernas, onde o problema é a

reduzida espessura das paredes. Certificado na classe A em termos de efi-

ciência hídrica, está equipado com sistema de dupla descarga e caracteri-

za-se pela fácil regulação do volume de água descarregado, potenciando

assim um uso consciente e eficiente por parte do utilizador final. Este auto-

clismo encontra-se disponível em diferentes estruturas metálicas para a

aplicação de louça sanitária suspensa em diferentes tipos de parede. É

compatível com uma vasta gama de placas de comando de design distinto

e com múltiplos acabamentos.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, OS IMPACTOS SOCIAIS DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA?ESTE PODE SER UM DOS CAMINHOS PARA AS EMPRESAS ULTRAPASSAREM A CRISE

ECONÓMICA ATUAL?A inovação tecnológica pode ser sentida, por um lado, a nível de processos

de fabrico tendo em vista a diminuição dos custos de produção e melhoria na

qualidade dos processos e produtos. Por si só, esta pode ser uma solução

do ponto de vista interno das empresas, pois consegue-se por esta via oti-

mizar custos, melhorando a competitividade. Por outro lado, podemos enten-

der como a inovação dos próprios produtos e processos, apresentando solu-

ções com o objetivo não só de melhorar o bem-estar das pessoas, como de

Com um percurso notável desde a sua criação até aos

dias de hoje, a OLI apresenta-se como sendo uma empre-

sa de elevada qualidade nos produtos que comercializa.

Nesta entrevista à revista “Materiais de Construção”

Alexandra Pereira, Diretora Comercial para o mercado

português, explica como tudo começou, fala-nos da gama

de produtos, do mercado, dos impactos sociais da inova-

ção tecnológica, das preocupações com a sustentabilida-

de e a eficiência energética, e dos planos da empresa para

o futuro.

/ 51

melhorar os processos de instalação dos produtos. Através do desen-

volvimento de novas soluções ou mesmo através da utilização de mate-

riais menos agressivos para o meio ambiente, trabalhamos sempre com

o objetivo de melhorar a vida dos utilizadores, contribuindo para o

aumento do valor do produto, diferenciando-nos desta forma em relação

aos produtos com baixo valor acrescentado.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE E A

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMENTO DE

NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE FORMA? Quando se pensa na sustentabilidade da construção, esta não pode

ser olhada apenas do ponto de vista da eficiência energética, mas tam-

bém do ponto de vista da eficiência hídrica, pois o desperdício deste

importante recurso - a água - tem graves consequências do ponto de

vista ambiental e económico. As questões ambientais e de poupança

de água levam a que cada vez mais os consumidores optem por solu-

ções mais eficientes, em detrimento de soluções com um investimen-

to inicial inferior, mas com elevados custos futuros. As nossas soluções

potenciam o uso eficiente da água e a redução do seu desperdício

motivando a sua utilização consciente. Na OLI, todos os autoclismos

interiores estão certificados pela classe A em termos de eficiência hídri-

ca, e estão equipados com sistemas de dupla descarga (sistema

patenteado pela OLI em 1994).

O MERCADO DA REABILITAÇÃO TEM GANHO UMA IMPORTÂNCIA CRESCENTE NOS

ÚLTIMOS ANOS, TENDO ESTAS INTERVENÇÕES UM MAIOR GRAU DE COMPLEXI-DADE FACE À CONSTRUÇÃO NOVA. A CRIAÇÃO DE NOVOS MATERIAIS E TECNO-LOGIAS TEM AJUDADO A SIMPLIFICAR ESSAS INTERVENÇÕES?Na OLI olhamos o mercado da reabilitação não apenas como uma ten-

dência, mas como uma inevitabilidade que nos lança desafios ao nível

do desenvolvimento de novos produtos. Por isso, dedicamos impor-

tantes recursos à busca de soluções versáteis e de fácil instalação, de

modo a facilitar as intervenções necessárias para que as habitações

reabilitadas sejam contemporâneas, inovadoras e sustentáveis em ter-

mos ambientais. A opção pela louça sanitária suspensa, por exemplo,

é excelente para quem quer modernizar a casa de banho, podendo

criar um espaço de banho amplo e esteticamente agradável, sem

quaisquer barreiras arquitetónicas e com vantagens comprovadas em

termos de limpeza e higiene.

Assistimos ainda ao crescimento de um novo tipo de consumidor, mais

urbano e simultaneamente mais independente e autodidata. Hoje em

dia, as pessoas preocupam-se em tornar as suas habitações mais sus-

tentáveis e em reduzir as suas despesas mensais fazendo pequenas

obras em casa sem necessitarem de fazer grandes intervenções.

Quando optam, por exemplo, pela compra de um mecanismo de dupla

descarga OLI para o seu autoclismo cerâmico, estão a contribuir para

a redução do consumo de água sem que isso implique uma profunda

remodelação da habitação.

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO? APOSTAR MAIS NO

MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFORÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO

ÚLTIMO CASO, QUAIS?Os objetivos da OLI passam por nos afirmarmos ainda mais e melhor

no sector em que estamos, melhorar a competitividade e as caracte-

rísticas inovadoras dos nossos produtos. Como temos vindo a fazer,

não se pode olhar só para Portugal, nós produzimos grandes quanti-

dades e o mercado português não tem capacidade de consumo. O

crescimento das exportações acontece por um lado como estratégia,

por outro para escoar a produção. Haverá a tentativa de aumentar as

quotas de mercado nos mercados onde já estamos presentes e explo-

rar as potencialidades de mercados emergentes, como o mercado sul-

-americano.

52 /

Entrevista Secil Argamassas Noel Varela, Diretor Comercial

QUAL O PERCURSO QUE A EMPRESA TEM TIDO DESDE A SUA CRIAÇÃO, TANTO A NÍVEL DA

SUA ESTRUTURA COMO DA GAMA DE PRODUTOS?Fundada em 1891, a Secil Argamassas foi sempre, ao longo da sua história,

uma empresa de vanguarda, sendo pioneira na produção de cal hidráulica natu-

ral, atividade que ainda hoje mantém e em que é uma referência nacional.

Integrada no grupo Secil desde 1990, a Secil Argamassas tem liderado as

vagas de inovação na sua área de atividade, introduzindo no mercado nacional

as argamassas industriais, na década de 90, onde se destacou através dos

rebocos projetados RHP.

Mais recentemente e com o objetivo de prepa-

rar a empresa para os desafios futuros, numa

nova e difícil conjuntura da construção civil

portuguesa, apostámos na investigação e no

desenvolvimento de novas argamassas, com

formulações tecnologicamente avançadas e

inovadoras, como o caso do reboco térmico

“Isodur” e das argamassas com incorporação

de cortiça Secil ecoCORK. Paralelamente a

Secil Argamassas realizou um investimento

superior a sete milhões de euros numa nova

fábrica situada no Montijo, que permitirá, a par-

tir de 2012, produzir a nova geração de arga-

massas técnicas vocacionadas para a renova-

ção e sustentabilidade energética dos edifí-

cios. Após 120 anos de atividade a Secil

Argamassas continua a investir em Portugal e

a contribuir para a modernização do sector dos

materiais de construção.

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES

DA EMPRESA FACE AOS SEUS CONCORRENTES?A Secil Argamassas oferece em simultâneo

uma gama de produtos e de soluções bas-

tante alargada com mais de 100 referências

de qualidade reconhecida e um vasto conjun-

to de serviços, de onde destaco: o apoio téc-

nico personalizado a projetistas, construtores

e clientes; o serviço de aluguer de equipa-

mentos de obra, para a armazenagem, mistu-

ra e aplicação de argamassas em regime de

elevada produtividade e a proximidade geo-

gráfica aos seus clientes através de seis pon-

tos de venda, distribuídos de norte a sul do

país (Braga, Maceira, Pataias, Rio Maior,

Montijo e Loulé).

No entanto, a capacidade de inovação em

novos produtos, antecipando e criando novas

tendências para os materiais de construção

é, talvez, o principal fator de diferenciação

que a Secil Argamassas tem demonstrado ter

ao longo dos seus 120 anos de atividade.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUI,QUAL AQUELE QUE ELEGE COMO SENDO O MAIS

INOVADOR TECNOLOGICAMENTE? QUAIS AS SUAS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS?A Secil Argamassas lançou nos últimos dois

anos mais de 30 novos produtos. O mais

marcante para a empresa face à sua comple-

xidade no desenvolvimento e na produção e

ao seu carácter inovador foi sem dúvida o iso-

lamento térmico projetado Isodur. Trata-se de

um reboco que permite em simultâneo

desempenar e isolar termicamente as facha-

das de edifícios. Constituído por cimento

branco Secil, agregados leves de EPS e adi-

Com mais de cem anos de atividade, a

Secil Argamassas continua a inovar nos

produtos e nas soluções que apresenta.

A revista “Materiais de Construção” falou

com Noel Varela, Diretor Comercial, que

descreveu o percurso consolidado desta

empresa, dos seus objetivos, novidades

e mais-valias enquanto seguidora da

inovação, da eficiência e da sustentabi-

lidade.

/ 53

tivos especiais, basta misturar com água em obra e está pron-

to a ser utilizado diretamente sobre os suportes correntes da

construção, tais como: alvenaria de tijolo, bloco de betão e

betão. Molda-se facilmente a qualquer forma arquitetónica,

garantindo sempre a máxima aderência ao suporte. A excelen-

te ductilidade do Isodur, associada à sua resistência mecânica

garante uma durabilidade ímpar em soluções de isolamento tér-

mico pelo exterior. O Isodur apresenta ainda uma excelente

reação ao fogo, garantido a segurança de pessoas e bens.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, OS IMPACTOS SOCIAIS DA INOVAÇÃO TEC-NOLÓGICA? ESTE PODE SER UM DOS CAMINHOS PARA AS EMPRESAS

ULTRAPASSAREM A CRISE ECONÓMICA ATUAL?A inovação tecnológica é determinante para a valorização dos

produtos e é através da valorização dos nossos produtos que

conseguimos melhorar a nossa produtividade e competir tanto

em Portugal como no exterior com a oferta existente.

Do ponto de vista social, as empresas que apostam na inova-

ção tecnológica oferecem mais oportunidades a pessoas com

maiores níveis de qualificação e podem proporcionar mais

desenvolvimento económico e ambiental. Um bom exemplo é a

nova gama Secil ecoCORK, que utiliza agregados de cortiça na

sua composição. A cortiça é um material natural renovável e

reciclável e uma das principais riquezas do nosso país. A Secil

Argamassas ao desenvolver esta gama diferencia-se do ponto

de vista da sustentabilidade e na oferta aos seus clientes de

argamassas de desempenho térmico e acústico melhorado e

simultaneamente contribui para toda a atividade económica

associada ao montado de cortiça.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDA-DE E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARE-CIMENTO DE NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE

QUE FORMA?Efetivamente o crescente interesse e exigência que projetistas

e donos de obra têm demonstrado por uma construção mais

sustentável e energeticamente mais eficiente foi determinante

no desenvolvimento de novos produtos e soluções. Adi cio -

nalmente o novo RCCTE alavancou toda a procura por novas e

melhores soluções de isolamento térmico que permitam manter

elevados níveis de conforto térmico nas habitações ao menor

custo possível, reduzindo os consumos energéticos e conse-

quentes impactos ambientais. A maior expressão desta tendên-

cia foi a vulgarização dos sistemas de isolamento térmico

pelo exterior, designados por ETICS. A Secil Argamassas

neste enquadramento lançou o Isodur e o sistema de isola-

mento térmico SecilVit - Knauf Insulation, uma parceria com

o prestigiado fabricante alemão de placas de lã mineral que

confere às habitações um excelente isolamento térmico e

acústico.

O MERCADO DA REABILITAÇÃO TEM GANHO UMA IMPORTÂNCIA CRES-CENTE NOS ÚLTIMOS ANOS, TENDO ESTAS INTERVENÇÕES UM MAIOR

GRAU DE COMPLEXIDADE FACE À CONSTRUÇÃO NOVA. A CRIAÇÃO DE

NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS TEM AJUDADO A SIMPLIFICAR

ESSAS INTERVENÇÕES? Sem dúvida. Atualmente existem soluções que permitem em

muitas situações evitar a remoção dos suportes antigos, sim-

plificando e reduzindo o tempo de intervenção dos trabalhos

de reabilitação. O desenvolvimento tecnológico das arga-

massas visou também melhorar a qualidade dos trabalhos de

reabilitação, tendo em vista a sua durabilidade. Para tal é

importantíssimo a compatibilidade física e química das arga-

massas com os suportes antigos. A Secil Argamassas tem

aperfeiçoado ao longo dos anos a sua gama de produtos

“Reabilita”, à base de cal hidráulica natural que produz.

Atualmente esta gama é utilizada em importantes obras de

reabilitação tanto em Portugal como em países como

Inglaterra, Irlanda e Dinamarca.

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO?APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFORÇAR

OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO, QUAIS?A Secil Argamassas irá continuar a investir no desenvolvi-

mento de produtos e soluções que satisfaçam os elevados

requisitos da construção, como a durabilidade dos materiais,

o desempenho técnico das soluções, o elevado rendimento

na aplicação e o aumento da eficiência energética dos edifí-

cios. Durante o ano de 2012 iremos reforçar a nossa gama

“Reabilita” com novas soluções e introduzir também no mer-

cado nacional a nova gama de impermeabilizações SecilTEK

HidroSTOP. Simultaneamente pretendemos continuar a cres-

cer no mercado externo, particularmente na Europa e com os

produtos mais técnicos e diferenciados que temos na nossa

gama. Está já confirmada a participação da Secil Ar ga mas -

sas em feiras internacionais em Londres e Paris.

54 /

Depoimento

Com início em 1979, a Pavigrés é um fabricante de pro-

dutos cerâmicos para revestimentos e pavimentos. A

empresa recorre permanentemente às mais modernas

tecnologias utilizadas no sector, para obtenção de um

produto que se distinga pela qualidade, reconhecida

internacionalmente.

O diretor comercial do mercado português, Nelson

Silva, deu o seu depoimento à revista “Materiais de

Construção”, abordando questões importantes como a

concorrência, a inovação tecnológica de produtos e os

seus impactos sociais, a sustentabilidade e a eficácia

energética, e a reabilitação, entre outos.

Pavigrés

PERCURSO DA EMPRESA

A Pavigrés é uma empresa que desde o início da sua

produção, no ano de 1979, tem seguido uma estratégia

de crescimento sustentado na diversificação de merca-

dos e inovação dos seus produtos.

FATORES DIFERENCIADORES

FACE À CONCORRÊNCIA

O aspeto ímpar do grupo Pavigrés em relação à sua con-

corrência é a sua diversidade de mercados, sendo um

dos maiores exportadores nacionais de cerâmica plana.

PRODUTOS E SOLUÇÕES INOVADORAS

TECNOLOGICAMENTE, E OS SEUS IMPACTOS SOCIAIS

Os produtos mais inovadores do grupo Pavigrés são os da gama

Digital Ink, em concreto as séries Savana e Travertino Persa. São o

resultado duma investigação profunda, conjugada com as tecnolo-

gias mais recentes, obtendo riqueza e profundidade de cores inigua-

láveis.

A inovação tecnológica permite que se produza mais e melhor, e com

isso leva a que os produtos sejam acessíveis a um maior número de

pessoas. O grupo Pavigrés tem como uma das suas apostas a

modernização constante, por considerar este o caminho do futuro.

/ 55

SUSTENTABILIDADE E A EFICÁCIAENERGÉTICA

A energia é um bem cada vez mais impor-

tante e dispendioso, por isso a sua utiliza-

ção de forma racional é uma preocupação

de toda a empresa moderna e com ambi-

ções futuras.

O grupo Pavigrés tem procurado duma

forma constante melhorar a sua performan-

ce energética em todos os processos produ-

tivos.

MERCADO DA REABILITAÇÃO

Obviamente a reabilitação tem características dispares da constru-

ção nova e moderna, sendo que os fabricantes de materiais de cons-

trução estão atentos, lançando produtos direcionados para esta rea-

lidade.

PLANOS FUTUROS DA EMPRESA

O Grupo Pavigrés considera o mercado português de grande impor-

tância e pretende continuar um trabalho que visa reforçar a nossa

posição, assim como temos vindo a fazer no mercado externo.

56 /

Depoimento

Filipe Rei e Alda Rei, gestores da Primefix, empresa especializada

em colas e argamassas técnicas, partilharam um depoimento à

revista “Materiais de Construção”, onde aproveitaram para falar da

empresa, dos seus produtos e dos projetos para futuro.

Primefix

PERCURSO DA EMPRESA

A empresa iniciou a sua atividade no ano de 2005, com capitais portugue-

ses e uma estrutura produtiva funcional, simples e automatizada, prepara-

da para a produção de argamassas secas. Adotou, desde o princípio, linhas

orientadoras que promovessem a oferta de produtos de excelência.

Hoje, empresa mais adulta nos anos e na experiencia acumulada, conside-

ra-se a qualidade e a flexibilidade como as suas principais características.

Desenvolveram-se, assim, entre outros, as colas cimenticias técnicas, as

argamassas de alvenaria, as juntas de betumação, os impermeabilizan-

tes e os hidrofugantes.

Criaram-se raízes no mercado e hoje encontra-se como uma empresa

forte e competitiva. Ao prestígio e excelência dos produtos aliou-se uma

certificação internacional na norma da qualidade NP EN ISO 9000:9008,

obtida pela entidade certificadora SGS.

FATORES DIFERENCIADORES FACE À CONCORRÊNCIA

Capacidade de adaptação às necessidades do cliente, apoio individuali-

zado e preocupação na sua plena satisfação, são fatores que traduzem a

excelência de novos produtos e dos serviços prestados.

O desenvolvimento de novos produtos em laboratório interno, onde se

encontram respostas aos desejos e expectativas que os clientes colo-

cam, tem permitido assim absorver pequenos nichos de mercado que são

uma permanente prioridade.

PRODUTOS E SOLUÇÕESINOVADORAS TECNOLOGICAMENTE,E OS SEUS IMPACTOS SOCIAIS

Como referimos anteriormente, os nichos de

mercado têm o nosso particular enfoque. O

objetivo é resolver problemas de colagem ou

outros, que nos são colocados com frequên-

cia, sendo já a Primefix uma referência positi-

va no mercado, nesse contexto, encetando

parcerias com empresas, não necessariamen-

te da área da construção civil, mas que preci-

sam destes produtos. Exemplo disso é a arga-

massa autonivelante de capa muito fina com

capacidade de resistência mecânica prematu-

ra às 12 horas e capacidade de uma resistên-

cia à flexão excelente e sem retração.

A produtividade tem de ser o objetivo primeiro

de qualquer investimento produtivo. A produti-

vidade deve refletir um aumento da capacida-

de produtiva aliada a baixos custos de produ-

ção, mas sem nunca colocar em causa eleva-

dos níveis de qualidade final dos produtos

fabricados. Sem ela nunca ultrapassaremos

as deficiências estruturais das empresas e do

país, sendo traduzida na necessária qualifica-

ção dos recursos humanos e na inovação tec-

nológica do processo produtivo. Sem esses

aspetos resolvidos não há capacidade para

acompanhar a concorrência.

Uma imagem e mensagem modernas são

também vetores de diálogo e interação com o

mercado, podendo concluir-se que a conceção

e o desenvolvimento de novos produtos não

são a única chave para o sucesso.

/ 57

Aproveitamos para lembrar que se torna necessário e urgente uma

Europa onde se proteja a sua inovação, já que se dissemina a tec-

nologia intelectual com demasiada facilidade, e, consequentemen-

te, a sua utilização por terceiros sem a correspondente mais-valia.

SUSTENTABILIDADE E A EFICÁCIA ENERGÉTICA

A sustentabilidade é o chavão adequado para quase tudo na eco-

nomia empresarial. Sem ela não há futuro. Vejam-se as empresas

que nascem e crescem e ao fim de um ciclo de 20 anos, desapare-

cem. Diversos fatores há a ter em conta, mas a criação das condi-

ções de sustentabilidade a longo prazo nunca foi um fator forte na

mente dos nossos empresários. Pensa-se muito a curto prazo...

A eficiência energética é outro dos fatores a ter em conta. Há sec-

tores que são largamente influenciados por ela. Como por exemplo,

a área da construção civil que precisa de materiais que preservem

mais os gradientes térmicos, os riscos ao ruído e ao fogo, por exem-

plo.

MERCADO DA REABILITAÇÃO

O restauro de edifícios é imperativo! Porque em Portugal se desen-

volveu uma prática nefasta para o desenvolvimento sustentado do

país, em que cada família deveria ter uma casa nova, enquanto as

edificações existentes eram abandonadas e deixadas deteriorar até

ao momento em que o seu desabamento provocava uma nova edi-

ficação. Pernicioso, como hoje se constata! A necessidade trouxe

ao de cima o imperativo da reabilitação. Mas, para uma reabilitação

consciente e que perdure, têm de aparecer novos materiais e pro-

dutos adequados. Damos, como exemplo, o desenvolvimento da

limpeza, consolidação e hidrofugação da pedra, uma arga-

massa com características térmicas e compatibilidade sufi-

ciente para a sua aplicação em materiais antigos.

A inclusão de materiais utilizados na construção nova e

simplesmente injetados na reabilitação, a prazo terão for-

tes incidências negativas.

A reabilitação passa também pelo mercado de arrenda-

mento e só haverá atividade se a legislação permitir mais-

valias para todos os intervenientes e, além disso, ser céle-

re.

PLANOS FUTUROS DA EMPRESA

O mercado nacional, perante a crise e a profunda mutação

dos fatores de desenvolvimento que se adivinham, não

crescerá no curto prazo. O sector de exportação é vital

para a persecução dos objetivos da empresa e do País.

Este ano, a Primefix triplicou a quota de exportação para a

Europa e está a diversificá-la, com particular recetividade

em produtos de maior valor acrescentado. Será o salto

qualitativo da Primefix em resposta às oportunidades dete-

tadas. O Magreb, por exemplo, está na mira de uma par-

ceria frutuosa e dinamizadora de negócios.

Portanto, mercado nacional a manter na quota possível,

apoiando a proliferação dos nichos de mercado, mantendo

a aposta sempre no desenvolvimento da confiança com os

clientes mas, fundamentalmente, apostando no aumento

do mercado externo pela criação de novas oportunidades,

são os objetivos estratégicos da Primefix.

58 /

ProdutosNovos Materiais

O CL Ultraflex - adesivo bi-componente construído por resi-

nas epoxi-poliuretânicas, da Diera, é isento de solventes,

altamente deformável, elástico e impermeável à água.

Adequado para a colagem de ladrilhos cerâmicos, pedras

naturais e artificiais, e mosaicos, em interiores e exteriores,

em pavimentos e paredes, sobre todos os suportes usados

na construção civil. Particularmente indicado para superfí-

cies em metal ferroso ou não ferroso, madeira, fibrocimento,

borracha, PVC, linóleo.

O principal objectivo do isolamento indus-

trial é limitar os ganhos e as perdas de

calor, devendo suportar em muitos casos

temperaturas muito acima e também muito

abaixo da temperatura ambiente. Serve

também para proteger as pessoas através

do controlo da temperatura da superfície,

de forma a evitar queimaduras por contac-

to, minimizando mudanças de temperatura

em processos onde será necessário estar

controlada.

Soluções para Isolamento Industrial

CL Ultraflex - Adesivo Bi-componente

Indispensável para a colagem de pedras naturais e materiais compósitos

(mármores de todo o tipo, Verde Alpi, Ardósia, etc.) mesmo sujeitos a

movimentos e variações dimensionais por absorção de água. Aplicado

em camada contínua, proporciona uma perfeita impermeabilização sobre

a qual se devem aplicar os ladrilhos com o mesmo produto.

Apropriado para superfícies sujeitas a contactos ocasionais com água

(por exemplo, bancadas de cozinha em madeira), e a suportes com ele-

vada deformabilidade e dilatações. Ótima durabilidade e resistência ao

envelhecimento.

Desta forma, usando o isolamento industrial de lã mineral, pela natureza e caracte-

rísticas físicas deste material, é possível minimizar o ruído emitido por sistemas

mecânicos de produção e de outros equipamentos em geral.

Dentro da vasta gama de produtos de isolamento para a indústria, a Knauf Insulation

dispõe de três referências de painéis para uso em altas temperaturas e que podem

ser aplicados tanto na horizontal como na vertical. São eles os painéis HTB 620 (BS-

7), HTB 660 (BS-10) e HTB 690 (BS-14).

Estes painéis de lã mineral aglomerada com resinas são incombustíveis, imputrescí-

veis, dimensionalmente estáveis e inalteráveis ao longo do tempo, resistentes a tem-

peraturas elevadas e especialmente concebidos para isolamento térmico e acústico

na indústria, como máquinas, tanques, caldeiras e depósitos, instalações de aspira-

ção, construções com elevada carga térmica, instalações de secagem, construções

de fornos e outros processos industriais. O painel HTB 660 está certificado pela

Marinha para a sua instalação em aplicações navais.

Estes painéis são parte de um vasto catálogo que a Knauf Insulation disponibiliza em

todo o tipo de soluções isolantes para instalações industriais destinados ao mercado

português e espanhol, e comprovado pelos 30 anos de experiência em isolamento

para a indústria em países como E.U.A., Reino Unido, Alemanha, Itália ou Holanda.

FONTE: GRUPO MULTICOM

A Schneider Electric, especialista global em gestão de energia e líder

em eficiência energética, apresenta a sua aparelhagem antivandalis-

mo. A nova gama de aparelhagens oferece níveis de qualidade eleva-

dos, garantindo a milhões de utilizadores maior segurança nas suas

instalações elétricas.

Desenhada para proteger as instalações elétricas de agressões e sobre-

cargas, a aparelhagem especial “Antivandalismo” da Schneider Electric

é indicada para a proteção contra vandalismo e roubo, e marca a dife-

rença com a sua construção excecionalmente robusta e durável.

Esta gama inclui funcionalidades à prova de roubo, para além das

habituais características funcionais para sinalização e controlo eletró-

nico de luz com reguladores e detetores. A aparelhagem antivandalis-

mo foi desenhada para incluir um sistema de selagem desenvolvido

especialmente para tapar os orifícios dos parafusos, tornando-os

ainda mais resistentes contra o roubo, sendo apenas possível a sua

intrusão mediante a perfuração total.

Os espelhos desta aparelhagem são constituídos por metal

autêntico e encontram-se disponíveis de 1 a 3 elementos. A

espessura, isolamento e revestimento em alumínio de cobre

fundido e a estrutura de metal da aparelhagem, permitem o

suporte e a fixação do produto na parede, facultando bases

indestrutíveis face a qualquer tipo de agressão, sem danifi-

car a instalação do sistema e do produto.

Outra das características inovadoras desta nova gama

baseia-se na sua resistência. A gama antivandalismo da

Schneider Electric está especialmente preparada para

tolerar golpes fortes ou agressões, uma vez que inclui um

sistema extremamente resistente, desenvolvido especial-

mente para situações que aumentem a possibilidade de

corromper o sistema elétrico ou a própria aparelhagem. A

resistência ao incêndio é igualmente uma das caracterís-

ticas desta gama especial.

FONTE: HILL + KNOWLTON STRATEGIES

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A Vicaima apresenta o Portaro® EI30 AC42 decibéis (dB), resis-

tente ao fogo durante 30 minutos e com isolamento acústico de

42dB. Este produto integra porta, aro, acessórios, materiais

intumescentes e de isolamento numa peça única. É certificado

como resistente ao fogo durante 30 minutos, de acordo com a

Norma EN pela Chiltern International Fire, e redução acústica

de 42dB pela Norma BSEN ISO.

As portas e aros corta-fogo da Vicaima estão classificados EI,

segundo as Normas EN, garantia de estabilidade ao fogo e

estanquidade às chamas (E), bem como de isolamento térmico

(I). O processo de fabrico das portas, produzidas em madeira e

derivados, cumpre regras rígidas de controlo de qualidade,

estando sujeito a inspeções, ensaios e auditorias externas, no

âmbito das certificações Q´Mark e Certifire.

Com uma ampla gama de designs e revestimentos o Portaro®

EI30 AC42dB possibilita a criação de soluções específicas de

acordo com o conceito criativo de cada projeto.

FONTE: GRUPO INFORPRESS

Aparelhagem Antivandalismo

Portaro® EI30 AC42dB