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abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Distribuição Gratuita PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 80 - Junho/2008 Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes Doenças Mentais e o Compromisso da Família Instruções dos Espíritos - A Lei do Amor O Argueiro e a Trave no Olho Vozes do Espírito O Egoísmo Sonambulismo O Sono e os Sonhos Livros: "Calma" e "Traição e Mistério” Destaques:

Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes - Núcleo de Estudos ... · Nossos valores se encontram ... optara pelos negócios. Vendia ou trocava tudo que fosse útil, ... esses serviços

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Page 1: Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes - Núcleo de Estudos ... · Nossos valores se encontram ... optara pelos negócios. Vendia ou trocava tudo que fosse útil, ... esses serviços

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Distribuição Gratuita

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 80 - Junho/2008

Dr. ArturLins de Vasconcelos Lopes

Doenças Mentais e o Compromisso da FamíliaInstruções dos Espíritos - A Lei do AmorO Argueiro e a Trave no OlhoVozes do Espírito

O EgoísmoSonambulismo

O Sono e os SonhosLivros: "Calma" e "Traição e Mistério”

Destaques:

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EditorialSeareiroeditorial

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Revisão

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano 9 - nº 80 - Junho/2008Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbito mundial.Ninguém está autorizado a arrecadarmateriais em nosso nome, a qualquertítulo. Conceitos emitidos nos artigosassinados refletem a opinião de seurespectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas, desde quecitada a fonte.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini

Diadema - SP - BrasilCEP: 09920-500

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E-mail: [email protected]

Ana Daguimar de Paula AmadoFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaJosé Roberto Amado

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de Araújo

Rosane de Sá AmadoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

A. M. Gauvin

Eliana Baptista do NorteMtb 27.433

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Van Moorsel, Andrade & Cia LtdaRua Souza Caldas, 343 - Brás

São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 6764-5700

12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Adaptada de http://www.mundoespirita.com.br/imagem.php?imagem=992

“Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a ume amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir aDeus e a Mamon. (Lucas, capítulo 16, versículo 13)”. O Evangelho Segundo oEspiritismo.

O que nós espíritas temos entendido deste ensinamento?Será que temos servido a Deus, sem que sirvamos também a Mamon?O nosso Mestre Jesus nos deixou claro que devemos “dar a César o que é de César

e a Deus o que é de Deus”. Por que temos confundido estes ensinamentos quandoestamos tratando das coisas de Deus?

Por que, ao agirmos no meio espírita, nos prendemos às coisas materiais quandodeveríamos nos ater no estudo e na divulgação da Doutrina do Cristo, como arecebemos: “Dai de graça o que de graça recebestes”?

A verdadeira fidelidade ao Cristo pouco é encontrada entre nós. Nossos valores seencontram equivocados tanto quanto os dos vendilhões do Templo, quecomercializavam as coisas espirituais, na passagem contida no Evangelho.

Infelizmente, temos visto cobranças para participação em eventos dito espíritas (sesão pagos, não são espíritas, mesmo que seja com um quilo de alimento); vemos, atodos os instantes, instituições espíritas divulgarem inscrições para congressos,palestras e demais eventos, onde se faz necessário ter inscrições pagas, onde muitasvezes envolvem agências de viagens e hotéis para que se possa participar, como seisto representasse a forma com que Jesus nos ensinou a divulgar a Sua Doutrina;vemos também a inserção em grupos espíritas de terapias alternativas ou não, quenão têm fundamento nem mesmo espírita, mas que em tais procedimentos sãocobrados “preços simbólicos”, com justificativas das mais criativas para burlar oentendimento do que deve ser uma casa espírita.

São tantos os nossos equívocos neste campo onde, por exemplo, no meio literárioespírita, vemos livrarias, grupos espíritas, bancas de livro e até mesmo clubes de livroespírita, que não têm nenhum critério ao divulgar obras com teor doutrinário duvidoso.Isso quando têm teor doutrinário.

E por que se faz isto?Simplesmente pelo retorno financeiro que se vislumbra, divulgando obras que são

bem comentadas e divulgadas, mas que nada têm do conhecimento espíritafundamentado em Kardec.

Por outro lado, temos notado que até mesmo periódicos espíritas (revistas, jornais,boletins etc.) que são enviados gratuitamente às casas espíritas, para que sejamdistribuídos também de forma gratuita aos participantes, acabam sendo vendidos comos tais “preços simbólicos”, com justificativas das mais estapafúrdias para este ato,tais como pela necessidade de se pagar a conta da luz ou mesmo do aluguel,colocando, com isso, a luz debaixo do velador, dificultando a todos o acesso aosconhecimentos espíritas ali contidos.

Portanto, nesta cultura de que “os meios justificam os fins”, onde tudo pode, desdeque tenhamos uma justificativa plausível, pelo menos para nós e por enquanto, já quequando cairmos na realidade espiritual em que nos inscrevemos e nos enfronhamos,podemos dizer que é o momento do “choro e do ranger de dentes” que buscamos,diante da despreocupação com a oportunidade de agirmos como verdadeiroscristãos.

Espíritas, acautelai-vos!A fidelidade ao Cristo é muito maior do que acreditamos ser. Vigiemo-nos diante de

nossos atos e valores equivocados. Busquemos no Evangelho o caminho seguro doMestre Jesus.

Que o Pai tenha misericórdia de todos nós!Equipe Seareiro

SeareiroSeareiro2

Grandes Pioneiros:

Livro em Foco:Contos:Tema Livre:

Cantinho do Verso e Prosa: ,Clube do Livro:Entrevista:

Atualidade:

Canal Aberto:

Pegadas de Chico Xavier:

Família:

Kardec em Estudo:

Dr. Artur Lins de VasconcelosLopes - Pág. 3

Calma - Pág. 7A Árvore da Vida - Pág. 8

O Argueiro e a Trave no Olho - Pág. 9; OSono e os Sonhos - Pág. 9; Instruções dos Espíritos- A Lei do Amor - Pág. 10

Ouve Coração - Pág. 11Traição e Mistério - Pág. 11

Com Roque Jacintho - Pág. 12

O Egoísmo - Pág. 13;Dedo de Gigante - Pág. 14

O Sol de um NovoDia - Pág. 15; Glória ao DoutorBezerra de Menezes! - Pág. 15

Vozesdo Espírito - Pág. 16; Questões -Pág. 16

Doenças Mentais e oCompromisso da Família - Pág. 18

Sonambulismo- Pág. 19

ÍNDICE

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Entrevendo a parte geográfica do nosso País,encontramos a cidade de Teixeira, pequenina regiãoencravada na aridez nordestina, entre os estados da Paraíbae Pernambuco. Embora sem expressão alguma, esse localfoi designado pelo Alto para trazer ao mundo físico a figurasimples e que muito faria pela Doutrina Espírita:Artur Lins deVasconcelos Lopes. O calendário marcava o dia 27 de marçode 1891, seu retorno à Terra.

Cresceu esse menino no meio de muitas dificuldades.S e u s p a i s , p o b r e slutadores, procuravam tirarda caatinga o sustento daprole.

A r t u r m o s t r a v a - s evalente. Sua infânciarepleta de dificuldades nãoo tornou rebelde ourevoltado, por não tertempo de brincar ou depossuir os brinquedosexistentes na época.Quando voltava com seuspais da lida na roça,procurava a forma deaprender a ler e a escrever,junto das crianças que,como ele, freqüentavam a“escolinha rural”.

Artur sonhava em poder,um dia, conhecer as grandes cidades. Isso lhe dava ânimopara continuar a crer que esse dia chegaria. Sua confiançaem Deus trazia-lhe a certeza de que seu destino mudaria,pela vontade que possuía de ser útil. Sabia que aquelepequenino rincão era apenas o começo. Certamente, osrecursos viriam com o tempo.

A vida seguia seu rumo entre aqueles sertanejosnordestinos, contando sempre com o adolescente Artur quetornara-se um responsável tropeiro.

Deixando de trabalhar com a enxada e a dura tarefa doplantio, percorria as fazendas, os lugares até mais distantes,para vender ou trocar mercadorias, já que, com seu hábilaprendizado entre os comerciantes, optara pelos negócios.Vendia ou trocava tudo que fosse útil, procurando servir atéas donas de casa. Naturalmente essa nova vida lhe foraprovidencial, isso porque suas viagens, mesmo sendo acavalo, lhe davam novas oportunidades de conhecimentos.

Por vezes recebendo encomendas importantes, ondesomente os maiores estados como Paraíba e Pernambucoteriam o material pedido, facultava-se-lhe a oportunidade deir aos maiores centros comerciais. Até muitas vezesencontrava professores, políticos e religiosos. E foijustamente o meio religioso que falou mais alto ao seucoração. Nessas conversações, ouvia de tudo. Admirava erespeitava o modo como seu povo honrava a Deus. Mas,para ele, não seria esse o caminho de rituais ou promessaspara se tornar agradável a Deus. Para Artur, Deus era algosublime e muito superior à matéria.Afinal, Ele é o Criador!

Respeitando e não aceitando o que ouvia sobre asquestões religiosas, chegou à conclusão de que serianecessário elaborar um estudo sobre o assunto. E o quemais o preocupava era com relação à vida e às dificuldadescontínuas e principalmente sobre a existência após a morte.Já havia participado de encontros entre pessoas quetambém buscavam a confirmação, mas tudo isso lhe pareciavago demais.

Com o passar do tempo e querendo alcançar novos rumospara a sua vida, mudou-separa a cidade de Recife. Jáconhecia a região, pelasandanças que fazia anegócios. Procurou por umemprego fixo e conseguiuse tornar um caixeiro numacasa comercial, recebendoum bom salário.

Recife era muito visitadap o r p e s s o a s q u eprocuravam a melhoriaeconômica. Apesar desuas belas paisagens e sercolada a Olinda, Arturainda não se sentia bem.Seu emprego o colocavaem contato com muitaspessoas e ouv ia osviajantes, que chegavam a

passeio ou a trabalho, elogiarem muito a vida em terras dosul do País. Artur começou a pensar em transferir-se paraCuritiba. E cogitava de que, sendo a capital do Estado doParaná, teria todas as possibilidades de trabalhar e estudar.Chegara à conclusão de que, sem estudos, ele não chegariaa lugar algum e, muito menos, a ter respostas para achar agraça de viver, pois, como sempre, vivera em dificuldades.

E novamente Artur parte, deixando o norte para modificara paisagem de sua vida, rumando para o sul.

Após encontrar acomodações em Curitiba, começou apesquisar onde trabalhar para poder sustentar-se. Chegou àconclusão de que melhor seria alistar-se no Exército. E foi oque fez, alistando-se no 3º Regimento de Infantaria dessacidade. Dedicou-se profundamente a essa profissãoescolhida e aprofundou-se no estudo, que lhe deu outravisão de existência.

Em pouco tempo, e por seus esforços em querer ter algomelhor na vida, conseguiu passar para o 18º Batalhão. Daí,para alcançar outro posto militar, foi rápido, chegando a sersargento.

Em 1918, conseguia matricular-se na Escola Superior deAgronomia, em Curitiba.

Havia chegado até à faculdade! Porém, seu sonho eratornar-se engenheiro agrônomo. Queria ter contato com aNatureza e essa era Deus.

Lutou intensamente para fazer boas provas. Muitasvezes, precisou gratificar seus companheiros de caserna(moradia do quartel) para poder estudar, trocando os turnos

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

Dr. Artur Lins de Vasconcelos LopesDr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes

Teixeira tem um enorme potencial ecoturístico;atualmente, são exploradosvários lugares na Serra do Teixeira. Acima "Tendó" onde pode-se observartodo o meio ambiente, relevo e vegetação do sertão paraibano.

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da guarda.Foi ele recompensado por todas as

d i f icu ldades pe las qua is passou,diplomando-se com honras de distinção e,no mesmo período, ganhou medalhas pelobom desenvolvimento militar.

Afastou-se da carreira militar e fez cursopara empregar-se em cartório. Procurou,dessa forma, orientar as famílias querecebiam, como herança, terrenos e que,muitas vezes, brigavam, entre parentes, porquererem casas, por não saberem comolidar com as terras.

Os cartórios promoviam os engenheiros agrônomos paraesses serviços e Artur fora chamado para exercer essecargo. Com isso, ele começou a sentir, em cada caso que lhechegava às mãos, as constantes trapaças e desigualdadessociais. O quanto, por vezes, havia de prejuízo nessaspartilhas de terras e aproveitamento em dívidas porarredamentos, no controle das plantações etc.

Artur sentia-se impotente diante de tanta miséria moral.Perguntava a si próprio o porquê desses desajustes entrefamiliares. Colocava-se, mentalmente, no lugar das pessoasprejudicadas e ficava muito desarvorado, de mãos atadas,porque a ambição das criaturas e o desejo de posse erammuito grandes. Entravam no meio jogos de interesses dosque defendiam a parte conveniente, para terem direito aum “gordo” quinhão. Isso deixava Artur pesaroso e, muitasvezes, com vontade de demitir-se para não ser testemunhade tanta maldade.

Diante disso, decidiu-se ir à procura da solução dessesproblemas intrínsecos para ele. Chegou, com essepropósito, a conhecer o senhor Antônio Duarte Veloso.Soubera que ele era um dedicado servidor do Cristo.

Estabelecidas as apresentações de um para com o outro,Antônio Veloso apreciou conhecer aquele jovem, quebuscava o roteiro de luz para suavizar seus impulsos sociaise humanitários. Sentiu que Artur seria mais um defensor do“Bem”.

Junto a outros companheiros de ideal cristão, Arturcomeçou a estudar a Doutrina Espírita. Encontrando-se, viuque era justamente o que lhe faltava para entender que cadaproblema fazia parte de um mundo de débitos interiores dopassado, resultantes da falha do ser humano em nãocompreender a Lei de Deus, a “Lei doAmor”.

Acima de tudo, Artur passou a repetir constantemente,para si próprio, a máxima do Cristo: — “Amai-vos uns aosoutros, como Eu vos amei”. Esta será a base segura, para agrande transformação moral, que a humanidade terá queaprender, um dia, pensava convicto.

Daí para a frente, Artur não parou mais. Suas atividadescresciam dia a dia. Dedicou-se intensamente a defender osinjustiçados. Quando podia, dava-lhes segurança física eorientava-os para ajustarem-se a uma fé e sentirem apresença de Deus em seus corações.

Percorria todos os lugares, comentando o Evangelho.

Procurava pacificar os núcleos que, embora de cunhoEspírita, deixavam-se perder em horas preciosas pelasintrigas que, como sabemos, até hoje faz ruír emagrupamentos invigilantes. Ergueu inúmeras obrasbeneficentes, deixando em cada uma o propósito detrabalhar em nome da Caridade, sem almejar o ganhomaterial, usando o nome do Cristo para esse fim.

Voltando ao Estado da Paraíba, revendo aqueles que ládeixara, prontificou-se em saber como estava sendodesenvolvido o movimento espírita local. Percebendo asdificuldades, por falta de uma acomodação maior entre osintegrantes do movimento, adquiriu um prédio e ali instalou-se a Federação Espírita Paraibana.

Artur Lins de Vasconcelos Lopes foi também secretáriogeral da Federação Espírita do Paraná. Fez crescer muito omovimento paranaense. Unia os jovens das regiões paraorientá-los quanto à Evangelização Infantil. Seu nometornou-se conhecido por todo o país. Todos queriam ir até asua presença, em busca de orientação para a divulgação daDoutrina Espírita. Mas isso não mexia com a sua vaidade,seu tempo era só para o trabalho espírita cristão.

Caminhando pelas ruas de Curitiba, nas noites frias ouchuvosas, começou a prestar atenção nos indigentes quedormiam pelos becos ou pelos cantos das calçadas dacidade. Seu coração constrangeu-se, ao vê-los cobertos porpapelão ou envoltos em jornais. Dirigindo-se à diretoria daFederação propôs arregimentar trabalhadores voluntáriospara a inauguração de um albergue noturno, para daratendimento aos moradores das ruas. Feito e aceito o acordopor todos os integrantes espíritas locais, o albergue noturnofoi aberto contando, em sua inauguração, com a presença dogovernador do Estado daquela época, o senhor CarlosCavalcanti de Albuquerque, que elogiou a iniciativahumanitária daquela entidade benemérita.

A vida seguia seu rumo junto a esse colaboradorincansável do Cristo. Exercia sua profissão com lealdade,sendo elevado à condição de escrevente juramentado de umdos tabelionatos da cidade. Mas como, por vezes,acontecimentos inesperados acontecem na vida de todo serhumano, não poderia ser diferente com Artur. Era a hora dafidelidade a Cristo, a quem todos devemos e para Artur nãofora diferente.

Artur, por essa época, já estava casado, com a famíliaconstituída. Sua esposa, dona Hercilia César deVasconcelos Lopes, era sua incentivadora, tantoem seu devotamento religioso, pelo qual tambémprofessava sua fé, como no campo profissional,dando-lhe ajuda, sempre que possível,reanimando-o, quando o percebia triste. E foi nessemomento tão crucial que Artur, vendo-se demitidodo seu trabalho profissional, por não concordarcom o Governo do Estado, pôde sentir a força que

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

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dona Hercilia lhe dera, para continuar a lutar pelos seusideais.

Quando se deu esse acontecimento, ele já era oPresidente da Federação Espírita do Paraná. Ao tomarconhecimento do ato inconstitucional do Governo do Estado,onde ele doava terras para a instalação de dois bispados,Artur não se conteve e, junto a outros companheiros,organizou atos de protesto contra esseabsurdo fato de privilegiar aos que já eramtão favorecidos, tanto pelos políticos comopelo viver de dízimos.

Esse protesto contou com a colaboraçãodo professor Dario Veloso, que fora famosohomem de letras e presidente do InstitutoNeopitagórico de Curitiba (estudos sobre afilosofia de Pitágoras) e outras pessoas quedefendiam a mesma tese religiosa. Por essemotivo, Artur foi muito perseguido, sendoprocessado judicialmente.

Mas esse processo foi revogado peloTribunal de Justiça, graças à ajuda deamigos espíritas que advogaram a causa,por serem também defensores do mesmoideal de justiça social.

As finanças da família sofreram grandeabalo. Mas Artur, sendo um excelente comerciante,rapidamente entrou para o comércio madeireiro e se deumuito bem. Em breve tempo, o retorno econômico cresceu eele veio novamente a se enriquecer. Porém, para ele, afortuna material nada representava. Como sabia que osrendimentos monetários eram passageiros, colocou maisainda as mãos no trabalho da Seara de Cristo. Esse sim,repetia para a família e aos amigos espíritas, é o principalmotivo da vida. Deus nos provê tudo, desde que saibamosfazer uso do que seja a “mais” para a nossa sobrevivência. Epara poder repartir mais com aqueles que possuem menos,fundou a Companhia Pinheiro Indústria e Comércio, ondeera o diretor presidente. Com isso, empregou inúmeraspessoas, aliviando a condição de penúria de muitas famílias.

A ajuda que Artur prestou, fundando em vários lugarescreches, hospitais, lares para idosos, sanatórios, ginásios,fornecendo alimentos para famílias carentes, fora semprecedentes. Por todos os Estados brasileiros seu nome erasinônimo de “caridade”. E para as centenas e centenas depessoas a quem ele ajudava, seu nome passou a ser: “OBanqueiro dos Pobres”.

Atuou bravamente para acriação da “Revista doEspiritualismo”, órgão daSoc iedade Pub l i cadoraKardecista do Paraná onde setornou um dos diretores.

Fo i também um dosresponsáveis para que oEstado do Paraná fizesserealizar o II CongressoE s p í r i t a , n o E s t a d o ,a lcançando um grandenúmero de espír i tas esimpatizantes. Foram muitosos participantes e oradores,com idéias de grande valor,para os interessados naVerdade pela CodificaçãoKardequiana.

Um dos pontos mais ressaltados por Artur, nesse mesmoCongresso, foi de voltar-se a atenção para a educaçãoreligiosa infantil. Elogiava a atitude de Cairbar Schutel comrelação à Evangelização Infantil. Era necessário, dizia ele,preparar as crianças para o futuro. As instituições espíritasdeveriam fazer o melhor para que fossem elas atraídas paraas aulas elucidativas, e os evangelizadores deveriam se

preparar para tal acontecimento.Tempos depois, Artur e família mudam-se

para o Rio de Janeiro, renunciando àPresidência da Federação Espírita doParaná, mas tornou-se, por eleição geralrea l izada pela Casa, “Pres identeHonorário”, pelos relevantes serviçosprestados às causas espíritas.

Embora não mais morando em Curitiba,estava sempre presente na continuação dostrabalhos ali desenvolvidos. E, numa dessassuas vindas à cidade, foi ele convidado aparticipar da reunião do Conselho daFederação Espírita do Paraná. Entre osassuntos ali desenvolvidos, foi mencionadaa criação de um sanatório para atender aosinúmeros casos de doentes mentais. Artur,de imediato, propôs que as obras fossem

iniciadas em curto espaço de tempo, colocando os recursosfinanceiros para que o sanatório abrigasse também aspessoas obsediadas. Surgiu então o Sanatório “Bom Retiro”onde ele, sempre que podia, visitava os doentes, fazendoquestão que “O Evangelho Segundo o Espiritismo” fosse oprimeiro remédio a ser dado a eles, com passes efluidificação da água.

Artur Lins de Vasconcelos Lopes teve seu nomeressaltado, por ocasião da Coligação Nacional Pró-EstadoLeigo, quando foi eleito presidente. Lutou arduamente paraque esse movimento alcançasse seu objetivo, que era o detornar a Nação independente no aspecto religioso.

Não encontrando apoio no meio da Coligação, entre osque diziam lutar até que esse objetivo fosse realizado, o quenão aconteceu, afastou-se dessa Sociedade brandamente,sem que viessem a entender estar ele melindrado. Queriaque sentissem que os elos, para que o movimento fosseadiante, contassem com a colaboração da equipe, no qualnão poderia arcar sozinho com tanta responsabilidade. Comseu afastamento, esse movimento veio a desaparecer.

Tempos depois, Arturv e i o a t o m a rconhecimento de que a“ G r á f i c a M u n d oE s p í r i t a ” e s t a v apassando por séria crisefinanceira, com o perigode seu fechamento.F i c o u p r e o c u p a d oporque, com isso, op e r i ó d i c o “ M u n d oEspírita”, assumido pelagráfica, deixaria deexistir. Indo até o local,posicionou-se com asdívidas e tomou a frente,v e n c e n d o a sdificuldades que foramc r i a d a s p e l a sd i s c u s s õ e s

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 5

Pavilhão da administração do Sanatório “Bom Retiro” em 1945. Em1982 mudou o nome para Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro.

Dario Veloso

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doutrinárias. Dando outra orientação ao conteúdo dessejornal, “Mundo Espírita” voltou a circular sem idéiasseparatistas ou polêmicas inúteis. Passou a ser um órgão dedivulgação doutrinária, com notícias sérias sobre omovimento Espírita do Brasil, ligado à Federação Espírita doParaná. Órgão que passou a pertencer à Federação, após odesencarne deArtur Lins.

O Deputado Campos Vergal era profundo simpatizante daDoutrina Espírita. Sua preocupação esteve sempre ligada aoprocedimento dos jovens. Em suas horas vagas, lia “O Livrodos Espíritos”, por achá-lo atual nasquestões desenvolvidas por Kardec.Querendo ser útil em realizar algo em favorda juventude, procurou contatar Artur Linspara ajudá-lo a realizar o I Congresso dasMocidades Espíritas do Brasil. Artur não sóacatou a idéia, como uniu-se ao espíritaconvicto, Leopoldo Machado, que prestoupara o serviço da divulgação desseCongresso o maior incentivo, através desuas elucidativas palestras. Juntos,tornaram esse encontro de jovens umenorme sucesso.

Esse movimento aconteceu no dia 18 dejulho de 1948, tendo o seu início, em sessãode honra, no Teatro João Caetano, no Rio deJaneiro. Por aclamação geral, foi presididopor Artur Lins de Vasconcelos Lopes que,num vibrante discurso, fez a entrega simbólica desseCongresso aos jovens espíritas. Quis, dessa forma,incentivá-los para a responsabilidade dos trabalhos naDoutrina Espírita.

Dentre esses inúmeros trabalhos, desenvolvidos peloespírito empreendedor deArtur Lins, havia um sonho que elegostaria de ver realizado. Seria uma instituição destinada aotrabalho social do Espiritismo, sob todas as suas formas enecessidades. E, graças ao seu esforço, conseguiu ganharmais essa luta. Em fevereiro de 1949, esse empreendimentoveio à luz do mundo, recebendo o nome de “Ação SocialEspírita”. Todas as finalidades desse trabalho forameditadas, em 25 itens, na edição do dia 12 de março de 1949,no jornal “Mundo Espírita”, para divulgar a matéria de auxílioa todas as Sociedades Espíritas, até às artes e ciências queestavam inseridas nesse trabalho.

Ainda no ano de 1949, Artur Lins colaborou intensamentepara que a I Festa Nacional do “Livro Espírita” fosserealizada no Brasil. Diante de seu esforço e possibilidadesfinanceiras, todo o território nacional tomouconhecimento do surgimento de “O Livro dosEspíritos”, cujas festividades tiveram início de14 a 18 de abril de 1949.

Nesse mesmo ano, começaram ospreparativos para a realização do IICongresso Espírita Panamericano, que terialugar no Rio de Janeiro, entre os dias 3 a 12 deoutubro de 1949.

Sendo esse movimento de grandeproporção, a comissão organizadora convidoupara exercer o cargo de tesoureiro o ilustreespírita, Artur Lins de Vasconcelos Lopes. Eleaceitou, com alegria, não só o cargo proposto,como também o de organizador dasfestividades, definindo as posições deatendimento às comissões que foramconvidadas, para sentirem o calor humano do

povo brasileiro.Mais uma vez, o sucesso foi geral. Artur conseguiu, com

as bênçãos do Alto, reunir com harmonia representantes devárias nações americanas, com o objetivo maior de unirirmãos de outras pátrias, nas terras ditas pelos EspíritosSuperiores que seria, um dia: Brasil, Coração do Mundo ePátria do Evangelho.

Porém, o grande significado da Espiritualidade para aTerra, segundo o desejo e a realização concretizada, paraArtur, foi no dia 5 de outubro, em meio ao Congresso, data

essa onde o “Pacto Áureo” ficara evidente.Era o dia áureo da confraternização.

Para Artur, a vitória da sua luta pela uniãoda família espírita, tão almejada por ele, emtorno da Casa de Ismael, do Brasil, naçãobrasileira, designada pelo Cristo, a ensinaràs outras nações o poder da fé em Deus.

Se nada mais fizesse, Artur Lins já partiriafeliz, porque sua reencarnação não teria sidoinútil.

Após o “Pacto Áureo”, organizou-se,ainda no Rio de Janeiro, uma caravana quef icou chamada de “Caravana daFraternidade”. Foi com esse outroimportante movimento que espíritas deoutras regiões, animados com o “PactoÁureo”, partiram para o norte e nordeste doPaís, numa campanha em prol da união,

como ficara prescrito na Conferência Espírita realizada noEstado do Rio de Janeiro. Campanha da união nacional.

Artur Lins de Vasconcelos Lopes, diante de sua entregaao campo do trabalho doutrinário, tornou-se o homem maisconhecido em sua época. Era o “Banqueiro dos Pobres”porque ele entendeu que Deus lhe provia o excesso para quea sua preocupação fosse a de saber distribuir os bens e nãoretê-los. Os estudos doutrinários a que tanto se afeiçoara, naverdade, só pôde compreendê-los quando passou avivenciá-los a cada minuto, junto à dor do semelhante.

Tudo isso rendeu-lhe muitas responsabilidades eencargos como: sempre era indicado como o representanteda Federação Espírita do Paraná, no Conselho FederativoNacional, membro permanente da Assembléia Deliberativada Federação Espírita Brasileira, Vice-presidente da LigaEspírita do Estado da Guanabara, 1º Secretário daSociedade de Medicina e Espiritismo do Rio de Janeiro e seupresidente de honra. Em todos os movimentos de queparticipava, contagiava os dirigentes e assistentes pela sua

alegria e convicção do que fazia. E em todos osmomentos, ele contava com a presença simplese de grande simpatia de sua esposa. DonaHercilia muito o ajudou, junto ao amparo dasinstituições e trabalho assistencial. Nessecampo de amparo aos menos favorecidosmaterialmente, ela fazia a vez de Artur. E esteexaltava, em suas palestras, o trabalho dasmulheres. Nelas, dizia Artur, encontramos, antesde tudo, o respaldo do carinho maternal.

A vida desse batalhador, incansável nastarefas doutrinárias, dava-lhe sinais de que seuestado físico começara a definhar. Diminuiu suasatividades, mas não parou. Seus sentimentossempre voltados para o bem ao semelhante,deram-lhe forças para, como dizia a seus amigose família, aproveitar o tempo, até que suasenergias se esvaíssem por completo.

SeareiroSeareiro6

O Livro dos EspíritosEditora FEB

Leopoldo Machado

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

E, no dia 21 de Março de 1952, todos osespíritas receberam a triste notícia dapartida, do plano físico para o mundoespiritual, desse abnegado ser, Lins deVasconcelos.

A alegria fora dos Espíritos queacompanharam sua dedicação às tarefasdoutrinárias. Voltava ele para a pátria deorigem, feliz por ter cumprido seu dever comocristão. Entre os Espíritos que, no mundoespiritual, o aguardavam com carinho estavaCairbar Schutel, que o abraçou e fez lembrá-lo das lutas para que o Espiritismo viesse ater livre acesso entre o povo.

E recordaram os instantes nebulosospassados com o movimento da “ColigaçãoNacional Pró-Estado Leigo”, onde ele,Cairbar, junto a um grande grupo de espíritas, reunidos,contribuíram com a ação de Artur Lins para que o ensinoreligioso fosse obrigatório nas escolas. Abraçaram-se eriram muito com o episódio que resultou no rasgar daConstituição ultraliberal de 1891.

Os Espíritos Superiores que ajudaram nessa fase deprogresso espiritual para a Terra, disseram-lhes do trabalhoque fizeram para que fosse mantida a ordem na Terra, semconseqüências graves.

Durante o velório, foram muitos os espíritas e amigos queteceram comentários ao desprendimento dos bens materiaisde Artur Lins, onde somente o valor maior que ele possuíaera o de fazer feliz os infortunados. E a repercussão entretodos os comentários feitos foi através do médium,Francisco Cândido Xavier, que assim se referiu aArtur Lins:

“Era ele uma coluna firme da Doutrina em nosso País e umcompanheiro abnegado de nosso movimento deUnificação.”

Dona Hercilia, companheira fiel de Artur,soube acolher esse transe difícil da partidade seu companheiro, e soube passá-lo comres ignação, conf iando num brevereencontro.

Desencarnado em São Paulo, seu corpofoi levado para Curitiba, cidade a que ele seafeiçoara. Era seu desejo e Dona Herciliaacatou sua vontade. Foi ele enterrado nojardim, em frente ao Pavilhão Administrativodo Sanatório “Bom Retiro”, no bairroPilarzinho, em Curitiba. Sobre o túmulo umasimples pedra, onde fora colocada uma placade bronze, com uma inscrição de seu nome edatas de nascimento e desencarne.

Tempos depois, a Federação Espírita doParaná, que tantos benefícios recebeu de

Artur Lins, inclusive por testamento, prestou-lhe umahomenagem, dando ao educandário edificado pelaFederação o nome memorável de “Instituto Lins deVasconcelos”. Homenagem essa aplaudida por todos osespíritas e amigos desse inolvidável ser, que trouxe para aTerra, como bem o disse Chico Xavier, a união entre todas ascriaturas voltadas para Deus, nosso Pai Criador.

Seu nome de nascimento: Artur Lins de VasconcelosLopes, mas, para muitos: Banqueiro dos Pobres.

Continuou esse espírito transmitindo muitas mensagensmediúnicas, através de Francisco Cândido Xavier.

Eloísa

Grandes Espíritas do Brasil - ,

Reformador, , 9 - 5

Zeus Wantuil Ed. FEB, 1 ed., 1969.Ed. FEB edições de 196 197 .

Imagens:http://www.flickr.com/photos/cleder/390495610/http://www.pr.gov.br/mis/images/mis13.gifhttp://www.hospitalbomretiro.com.br/imgs/int/hist/san_ant.jpghttp://www.colegioleopoldo.com.br/leopoldomachado2.jpg

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Bibl

iogr

afia

Cairbar Schutel

Francisco Cândido Xavier,pelo espírito Emmanuel

Editora GEEM98 páginas - 1ª edição - 1979

livro em focoLivro em Foco

Diz o ditado popular: “apressa é inimiga da perfeição”.

Viemos nos arrastando, pormilênios, na prática de errosp e r a n t e o s n o s s o ssemelhantes. Cultivamos omau pensamento, a mápalavra e os atos de ódio,rancor e outros vícios morais.

Agora, na vida presente,somente porque lemos algunstrechos do Evangelho e temosuma ou outra atitude caridosa,queremos nos revestir com a

capa da santidade e achamos que todo o sofrimento eangústia que cultivamos todo esse tempo irão desaparecer,de um momento para outro.

Para nos alertar sobre esta situação, Emmanuel nosrecomenda, através deste livro, CALMA.

E são recomendações para que a serenidade e segurançase instalem em nossas vidas, para que a evolução não seinterrompa.

Diz o autor espiritual: “Sofrendo ou aprendendo, criandoou recriando, melhorando e renovando, errando oureajustando, toda criatura prosseguirá sempre, em demandaaos objetivos supremos da Sabedoria Divina.”

Para podermos alcançar os degraus superiores daevolução, devemos olhar em nosso derredor e identificarquais são as atitudes que necessitamos efetivar no trato como semelhante. Ninguém “subirá”, na escala evolutiva,isolando-se e permanecendo somente em oração econtemplação. Esta almejada evolução espiritual só se darácom a prática das virtudes cristãs, exemplificadas peloMestre Nazareno.

Este livro apresenta uma gama muito grande de assuntosdos mais variados, expostos através de tópicos curtos,servindo para reflexão isolada ou para estudos em grupo,pois todos os temas abordados são atuais e próximos àsnossas dúvidas.

Destacamos, aqui, algumas frases curtas que seencontram para o nosso estudo e prática:

“Aprendamos a viver sem reclamações e sem queixas.”“Não te lamentes.”“Barulho verbal apenas complica.”

Calma

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Árvore da VidaDe Mãos Iluminadas, desce à Terra pelo sopro do vento,

uma pequenina semente de uma grande árvore!Ao chegar, beija-lhe o solo bendito, e aguarda o

momento de infiltrar-se .É chegada a hora! Muito cedo, sofre as dores do

rompimento da terra árida, buscando a luz que a fariacrescer.

Enquanto crescia, o Sol castigava-lhe as tenras folhas e,para sobreviver, esqueceu-se de si, olhando ao seu redor,imaginando suas irmãzinhas que passavam por tantasdores.

Sofria calada quando as sombras cerceavam o seucrescimento, mas confiava naquEle que a enviara a tãonobre missão.

Não esmoreceu um minuto sequer, mesmo diante daschuvas cujas enxurradas sufocavam suas raízes ainda tãojovens.

Pensava, nesses momentos, que aquela águaabençoada que elas traziam, era bênçãos dos Céus, a tirar-lhe a poeira que muitas vezes pesava-lhe sobre suas aindatão frágeis folhas, permitindo ainda ao solo bendito, juntar-se aos alimentos necessários ao seu crescimento.

Quando o vento das maldades envergava seu tronco,pedia a Deus que a fizesse forte, pois a sua missão aindanão se cumprira.

Assim, lentamente tornou-se uma árvore frondosa, damadeira mais nobre, fornecendo seus imensos galhos efrutos, com os melhores elementos espirituais e materiais,alimentando a milhares de famintos de amor, que em suassombras descansavam de suas longas caminhadas dedesespero e em busca de consolo e paz, que nuncafaltaram ao menor dos viajores.

Seus longos galhos foram-se juntando a tantos outros,levando sua seiva tão importante para novas frutificaçõesque alimentariam e alimentarão, por muitos séculos,aqueles que, como nós, necessitamos tanto dessa sombra,desse fruto e desse tronco que nos segurará em nossosmomentos de fraqueza.

***Jesus, muito obrigada pela semente.Amigo Emmanuel, obrigada pela rega, na medida

necessária, nessa tão importante árvore que será parasempre nosso porto seguro.

Francisco Cândido Xavier, esperamos merecer seusfrutos.

AnnaImagem: http://www.iboeiras.org/conteudos/uploads/userpics/iboeiras/P7-

Arvore-Sol.jpg

Contoscontos

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“Não acredites que a fuga te possa auxiliar.”“Boatos? Usa o teu arquivo de silêncio.”“Aprendamos a não gritar e, sim, conversemos.”“Um gesto de gentileza opera prodígios.”Nota-se que os tópicos destacados acima são tão

simples, mas se recolhermos estes ensinamentos eesforçarmo-nos para colocá-los em prática, muitosdissabores evitaremos e a tão procurada paz se concretizaráà nossa volta, porque ela já estará instalada dentro do nossocoração.

Não nos atropelemos, querendo afoitamente alcançar o

estado de pureza que sabemos não ter condições de tê-lo deum segundo para outro. Este estado de superioridadeespiritual é uma conquista que adquirimos dia a dia,praticando o Evangelho de Jesus, sofrendo e sabendosofrer.

Orai e vigiai.CALMA.“Que semelhante bênção possa fortalecer-nos a todos,

em meio dos obstáculos e embates, dificuldades e provascom que, porventura, sejamos defrontados em nossamarcha para o Amanhã Sempre Melhor, com o apoio deJesus, o Mestre e Senhor, são os nossos votos.”

Vitório

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9

tema livreTema Livre

Questão 402 de “O Livro dos Espíritos”: “Comopodemos apreciar a liberdade do Espírito durante osono?”

“Pelos sonhos. Crede, enquanto o corpo repousa, oEspírito dispõe de mais faculdades do que na vigília...pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos,quer deste mundo, quer do outro... O sono liberta a almaparcialmente do corpo. Quando dorme, o homem seacha por algum tempo no estado em que ficapermanentemente depois que morre... não deveis temera morte, pois que todos os dias morreis... grandenúmero de homens... morrendo... passa longas horasna perturbação... o sono influi mais do que supondes emvossa vida... Graças ao sono, os Espíritos encarnadosestão sempre em relação com o mundo dos Espíritos...O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante osono... nem sempre lembrais do que vistes...”

Quando dormimos, nosso corpo entra em repouso e oEspírito tem condições de se soltar parcialmente do corpo.

Pode o Espírito então lembrar-se do passado e algumasvezes prever o futuro; adquirindo mais potencialidade, podecomunicar-se com outros Espíritos, quer encarnados ounão.

Algumas vezes, ao acordar, nos lembramos de sonhosque se nos parecem impossíveis, fora de cabimento; puroengano nosso, pois são recordações de locais ou situaçõesque vimos nesta ou em outra vida, onde o nosso Espírito,estando mais liberto, procura no sonho decifrar, no passado,tais situações.

Julgamos-nos conhecedores de muitas coisas e, narealidade, pouquíssimo sabemos.

Durante o sono, ficamos por algumas horas no estado emque ficaremos após a morte.

Espíritos elevados, assim que dormem, saem do corpo evão ao encontro de seres que lhes são superiores e, comeles, viajam, conversam, se instruem, podendo ajudar outrabalhar em tarefas, como já fazem na Terra.

O Sono e os Sonhos

O Argueiro e a Trave no Olho

A lição é bastante extensa, uma vez que nosso orgulho étão inteligente que justificará todas as nossas imperfeições,de maneira milimetricamente ajustadas, a esconder nossosfracassos.

Para escondê-lo, tramamos todas as intrigas possíveis.Em nosso lar, nossos companheiros de “cadinho” sãosempre os causadores de nossa infelicidade. —

Em nosso trabalho, quantos companheiros atravancamnosso sucesso... e, com toda nossa modéstia, tão inferioresa nós!!! —

A ganância nos transforma em cegos, não percebendo oquanto já temos.

A avareza destrói nosso equilíbrio, dando-nos ainsegurança em pesada carga.

A insatisfação nos eleva a poderosos algozes,petrificando nossos sentimentos mais nobres, deixando-nosa sós, conosco.

O poder veste-nos de tiranos implacáveis, aniquilandotodos quantos possam mostrar-nos a nossa fragilidade.

Apobreza indica-nos o ânimo, para a luta necessária, paraque a miséria não nos remeta aos vícios e desmandos detoda ordem.

.Alçamos vôo sem que tenhamos o brevê necessário.

Alguém daria seu corpo a um cirurgião não habilitado???Será muito importante olharmos para o nosso íntimo,

observando todas as nossas fraquezas para que, uma auma, possamos transformá-las em serviço útil.

Façamos de nossos pensamentos, menos nobres, sinaisde alerta, policiando sua propagação, buscando em Jesus ocaminho ideal.

Olhemos para os nossos companheiros do lar, com aperfeição com que Deus os criou, entendendo que asdiferenças existentes são como divinos livros abertos, ondeencontraremos lições tão especiais.

Reconheçamos nossos companheiros de trabalho, sejamquais forem, como fragmentos que, juntos, formam a belezaincomparável do Universo.

Voltemos nosso olhar a todos, como aquela semente que,apesar de extremamente pequena, poderá formar a árvoreque nos dará o fruto da sabedoria e a sombra do amor,quando poderemos juntos cantar glórias a Jesus, porperceber tanta bondade.

Aproveitemos todos os instantes de nossa vida paraagradecermos a Jesus que, tão pacientemente, nos esperacom seus braços abertos e, ao lá chegarmos, nos dirá: Quebom que vocês chegaram!

“... Sobre a Terra, os problemas inúteis que criamos sãoformidáveis teias de aranha para o nosso espírito, nosenvolvemos em tanta coisa sem razão de ser que, ao final deum mês ou um ano, verificamos que, em termos espirituais,quase não saímos do lugar... quase???” (O Evangelho deChico Xavier - Lição 93).

Jesus, obrigada pelo Seu amparo.

A bênção dolar é o atendimento de Deus às nossas preces.

Um elo não faz uma corrente forte. Necessitamosdesses companheiros para o fortalecimento da humanidadeigualitária.

— Deus nos concede sempre mais do quemerecemos, para dividir com aqueles que nada têm e secolocam tão perto de nós.

— Desnecessária, pois nãohaverá nenhuma ovelha perdida.

— Somos todos irmãos, uma famíliauniversal, em perfeita sintonia com o maisAlto.

— OPai nos alicerça.

— Não haverá pobreza ou miséria se comermosdo mesmo pão Vanda

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec -tradução Roque Jacintho - Capítulo X - Item 9, Ed. Luz no Lar, 2004.

“E por que reparas, tu, no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? ou como dirá ao teu irmão:deixai-me tirar o argueiro de teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então cuidarás em tirar o

argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, capítulo 7, versículo 2 a 5)

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Com este ensinamento, vamos começar a aprender a nãotemer a morte pois, todos os dias, morremos.

Em tempo, isto acontece com os Espíritos elevados, poisa maioria de nós, após a morte, passa longas horas naperturbação e, quando dormimos, vamos ao encontro develhas afeições e, na maioria das vezes, moralmente maisbaixas, devido ao desprendimento parcial da matéria,facilitando as nossas tendências. Explica-se também o mal-estar que sentimos e que chamamos de pesadelo devido, àsvezes, ao encontro com Espíritos com os quais nosantipatizamos e que só encontramos nos sonhos.

Por isso, também, a grande importância da prece aodeitarmos, pedindo para que possamos encontrar aquelesque nos querem bem e com quem possamos fazer boasamizades.

O sono influi mais do que supomos em nossa vida.Existe uma frase muito interessante e que cai muito bem

dentro deste contexto: “Diz onde está o teu coração e aíestará o teu tesouro”.

Frase esta que diz bem que a vida continua tanto nossonhos como na vida espiritual, após a morte. Logo, setemos bons pensamentos, atitudes, iremos continuar acrescer; caso contrário, estaremos estacionados em nossostesouros de orgulho, vaidades, vícios etc...

Logo, o sonho é a lembrança do que o Espírito viveu,durante o sono.

Muitas vezes, achamos que não sonhamos. É possível?Não, é que nem sempre nos lembramos dos sonhos, ou

que, muitas vezes, ficamos como cães de guarda ao redor

do nosso corpo.Também há a possibilidade de que Espíritos inferiores se

aproveitem dos sonhos para atormentar almas moralmentefracas, covardes e medrosas.

Esses Espíritos também se aproveitam de nossasvaidades e orgulho, nos induzindo a sonhos proféticos.

Portanto, temos que nos cuidar e distinguir esses tipos desonhos, que vêm para nos fazer cair em erros funestos e emcontradições, massageando falsamente o nosso “ego”.

Pode acontecer também de levantarem lembranças danossa memória de acontecimentos da existência anterior ouanteriores, misturando-os com acontecimentos daexistência atual, formando conjuntos confusos, nãoparecendo ter ligação com esta reencarnação.

Temos muito que agradecer pela misericórdia infinita denosso PAI, por ter-nos enviado Jesus Cristo e os EspíritosSuperiores, que nunca nos abandonam e que nostrouxeram, através de Kardec, o Consolador Prometido, oqual nos ampara, levanta, mostrando, neste assunto, aimportância da prece, do estudo e da nossa reforma íntima,pois assim que nossos sonhos melhorarem, será o sinal deque começamos aos poucos a melhorar nossas atitudes dedentro para fora, sempre a favor de nosso semelhante, sejaele qual for, pois: “Fora da caridade não há salvação”.

José RobertoBibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - tradução SalvadorGentile - Capítulo “Da Emancipação da Alma”, Ed. IDE, 124ª ed.,1999.

Instruções dos Espíritos - A Lei do Amor

Pode-se dizer que é muito fácil falar sobre o amor, mas éalgo que ainda não conseguimos compreender em suaessência.

Falamos com banalidade "eu amo", mas se aquele quealegamos amar não corresponder às nossas expectativas,nos rebelamos.

Criamos fantasias e apegos em torno das coisas materiaise achamos, em nosso egoísmo, que é amor.

Vemos e ouvimos até: matar ou morrer "por amor"!Mas, o amor é algo tão sublime, que talvez ainda nem

consigamos falar sobre o tema em sua plenitude.Entendemos que o exemplo mais próximo do nosso

cotidiano é o amor maternal. Aquele sentimento profundo eintenso que faz o ser renunciar às vaidades terrenas, aoscaprichos da matéria, aos mimos e orgulhos do espírito.

Deus, provavelmente, colocou a mãe como exemplo a servivenciado e seguido, a fim de que nós, criaturinhas emestágios evolutivos diferenciados, mas todas aindaimperfeitas, possamos ter um referencial de como entenderque amar envolve todas as virtudes de "a" a "z", e para que,assim, sublimando os nossos instintos, os transformemosem sentimentos.

Amar, de acordo com o exemplo do Cristo, é um estadod'alma. Não se restringe a alguém, à família ou a um grupo,porque o amor não é seletivo. Ele amava, não havia a quemou porquê, e nos ensinou que amando ao próximoestaremos nos amando, porque estaremos contribuindopara a harmonização do mundo em que habitamos. É o ciclonatural da vida.

À medida que avançarmos rumo ao nosso progressomoral, conseqüentemente estaremos nos depurando e acentelha de amor que existe em cada um de nós seexpandirá. Então, o amor será pleno, envolvendo a todos osnossos irmãos, toda a humanidade. Sem interesses,cobranças, privilégios e concessões, porque o amor éincondicional. Amar simplesmente, dando de nós o melhor,da mesma forma que gostaríamos fosse feito para nós.

Estamos longe de alcançar essa perfeição? A perfeiçãonão se faz num estalo. Comparemo-nos a uma massa demodelar e moldemo-nos a cada instante, segundo asegundo, vigiando os nossos pensamentos e orando paraentrar em sintonia com o maisAlto, a fim de que não caiamosem tentações.

O progresso é individual e atingível: basta querermosiniciá-lo e percorrê-lo. Não se muda um hábito sempersistência e vontade; assim é com a mudança dosinstintos!

Caminhemos com fé em Deus e vontade ativa detransformar nosso orgulho, vaidade e egoísmo (entre tantosoutros instintos) em humildade e caridade, até queconsigamos entender e sentir a força operante do Amordentro de nós, em toda a sua essência.

Não nos esqueçamos do que diz a máxima cristã:

Rosangela

“Fazerao outro aquilo que gostaríamos que nos fizessem.AMARAO PRÓXIMO COMOANÓS MESMOS”.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec -tradução Roque Jacintho - Capítulo XI - Item 8, Ed. Luz no Lar, 2004.

"E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas. (Mateus, 7:12).""...No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem

sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento..." (Lázaro, Paris, 1862)

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Nessa tese poética, Maria Dolores, nos faz lembrar arecomendação de nosso Emmanuel, através da mediunidade deChico Xavier, de que a melhor maneira de curarmos nossasenfermidades, é a de colocarmos as mãos no trabalho.

Ela ainda faz comparações com a “Mãe Natureza”, que trabalhasem cessar, para nos trazer a imagem do Criador.

Quando saturamos a Terra com lamentações e poluiçõesmentais, vem a tempestade para limpar o mal exalado pelas nossasimperfeições. Guerras, violências, animalidades irrestritas marcamo ser humano, trazendo enormes conflitos espirituais. Como sanaressas dores? Ocupando as horas ociosas pelo trabalho redentor.

E quando Maria Dolores fala do sol ressurgindo, lembramos asreencarnações que fazem surgir uma nova vida, que fará brilhar,quem sabe, o farol do Amor, iluminando o caminho do novoalvorecer.

A vida contínua está nas flores, nos pássaros, nas fontes, nosmares, no céu entre estrelas e planetas, a nos darem exemplos dotrabalho constante.

Se a cada lágrima vertida, a cada mágoa sentida for paratrabalhar nossos instintos de impurezas, fazendo acalmar nossovulcão interior, rendamos preces de conforto, para que nossosespíritos transpirem paz, em agradecimento a Jesus.

Elielce

Maria Dolores nasceu na Bahia.Essa poesia foi psicografada pelo médium Francisco CândidoXavier, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba - MG, na noitede 20 de novembro de 1965.

e desencarnou

Bibliografia: - Dr. Elias Barbosa, Ed. IDE, 8 ed.,1992.

No Mundo de Chico Xaviera

Perguntas, coração,Como sanar as dores sem medida,De que modo enxugar a lágrima incontidaSob nuvens de fel e de pesar!...Recordemos o chão...Quando o lodo ameaça uma estrada indefesa,Em cada canto roga a Natureza:Trabalhar, trabalhar.

Fita o aguaceiro que se fez tormenta.Ao granizo que estala, o vento insulta,Seio de mágoas que se desoculta,A terra, em torno, geme a desvairar...Mas, finda a longa crise turbulenta,Sobre teto quebrado, pedra e lama,Renasce a paz no céu que vibra e chama:Trabalhar, trabalhar.

Ressurge, inalterado, o sol risonho,Não pergunta se o mal ganhou no mundo,A tudo abraça em seu amor profundo,A criar e a brilhar!Recebe cada flor um novo sonho,Cada tronco uma benção, cada ninhoCanta para quem passa no caminho:Trabalhar, trabalhar.

Assim também, nas horas de amargura,Enquanto a sombra ruge ou desgoverna,Pensa na glória da Bondade Eterna,Acende a luz da prece tutelar!E vencerás tristeza e desventura,Obedecendo à voz de Deus na vidaQue te pede, em silêncio, à alma ferida:Trabalhar, trabalhar!

Maria Dolores

Ouve, Coração

Clube do Livroclube do livro

Livro enviado aos associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, no mês demarço de 2008, intitulado .

Experiência vivenciada em meados do século XIX, trazendo-nos, através de romance,exemplos dos limites a que o ser humano é capaz de chegar na busca de seus interesses.

Relata a gigantesca tarefa que fora designada ao chamado “Conde de B”, diante dasbarreiras que tem a enfrentar para desvendar todo um emaranhado de interesses que ocercavam.

Destaque para a relação vivenciada pelo conde com a escrava denominada “Naomi”, e todaa força desse amor que já vinha de reencarnações anteriores.

O romance relata a busca, feita para a explicação de diversas questões, atravésde uma nova doutrina que começava a surgir nesta mesma época e serviria de resposta eincentivo para que se fortalecesse diante de suas provas, a Doutrina Espírita.

De fácil leitura, dentro de uma linguagem clara, mostra-nos exemplos fortes de superaçãode diversas imperfeições que fazem parte de nosso interior, como a inveja, a ganância, avingança, dentre outras.

Confiram!Fiquem com Deus.

Traição e Mistério

pelo conde,

Marcelo e Rosangela

Traição e Mistério

Assis Azevedopelo espírito João MariaEditora O CLARIM304 páginas - 2ª edição - 2008

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entrevistaEntrevista

Pergunta:

Resposta:

,

O que você pensa sobre a pena de morte? Epor que a sociedade vem produzindo tantos elementosdesequilibrados, com vocação para a criminalidade?

A pena de morte é um doloroso equívoco,herdado dos princípios da Idade Média. Examinada sob osprismas da evolução, revela-se incompatível com osprincípios de humanização que buscamos para nósmesmos. Apliquemos, pois, a pena de vida aos apenadospela justiça terrena que cometem ou perpetram errosdolorosos, a fim de que cada um deles possa reajustar-see crescer em seu próprio benefício. Diante dos chamadoscriminosos, estamos quase sempre defronte a doentesmorais, necessitados de orientação e reerguimento, muitomais carentes de assistência psicológica e religiosa doque de castigos físicos que os privem do dom da vida. Ocorpo físico, para eles, já é um sanatório. Se desfizermosabruptamente os seus liames com o freio do corpo físico,iremos devolvê-los menos felizes à Espiritualidade, ondeirão juntar-se a grupos dolorosos que ensombram aprópria Terra. Observemos, por outro lado, que muitosdesses enfermos espirituais são criaturas quesucumbiram ao instinto do assassínio, despertado nesta,ou em encarnações passadas, quase todos ex-soldadosou guerrilheiros que aprenderam a matar nas sucessivasguerras ou rebeliões que nós mesmos engendramos como nosso louco impulso de supremacia e escravização deoutros povos. As penitenciárias buscam hoje tornar-seeducandários. Os presos, nesta etapa de humanizaçãoque vivenciamos, passam a ser chamados dereeducandos e, se a simples titulação não basta parareeducá-los, pelo menos já indicam novos horizontes paratratar dos enfermos morais.

Pena de Morte

Intelectualismo

Educação

Esta entrevista foi concedida por Roque Jacintho e faz parte dolivro “Perguntando e Aprendendo” de Waldenir Aparecido Cuin - Ed. EME.

Com Roque Jacintho

Pergunta:

Resposta:

,

Pergunta:

Resposta:

Na sua opinião, o que é educação e o que éinstrução?

Instrução, em boa sinonímia, é o ajuste damente humana aos valores reais da vida, dando o primeirotom de humanização ao homem.Aescola, pois, instrui, emtodos os graus. Educação, também em boa sinonímia, é oajuste dos sentimentos, o burilamento da alma para a suaprópria sublimação. O lar, portanto, educa. Necessário é,por isso, que elevemos a escola a seu patamar deburilamento da razão e entronizemos o lar poreducandário da Vida. Nenhuma virtude real se alcança anão ser pela via da razão desenvolvida e sacralizada peloseu ajuste à lei do amor que nos comanda a vida. “Instruí-vos e educai-vos” eis a legenda grandiosa. Seminstrução poderemos ser grandes imitadores de virtudesque descobrimos nos outros, mas, por falta de domíniopróprio, estaremos sujeitos também a imitar defeitosalheios. Sem educação legítima, calcada à luz doEvangelho redentor, poderemos ter o verniz social, semcontudo desfrutar de valores legítimos de amor a nossosemelhante.

Na atualidade, boa parte das crianças queainda não atingiram a idade escolar está sendomatriculada em escolas próprias para idades inferiores,como berçários, maternais etc. O que o senhor pensadisso?

A educação, assim como a instrução, deverácomeçar nos mais tenros anos da vida. Se há o que fazer,nesse campo, é melhorar a qualidade do ensino e, aomesmo tempo, os pais compreenderem que a Escola,qualquer que seja ela, somente cuida da instrução e que aeducação é produto dos lares e não um reflexo dosprofessores.

Pergunta:

Resposta:

Qual deve ser a meta prioritária de um governo,objetivando o progresso e o bem do homem?

Governar é administrar uma coletividade.Longe, portanto, de querer traçar programas ideais aosque nos governam sob a inspiração dos Mentores da VidaColetiva. Valeria, antes, ajustar-se o cidadão comum aosprincípios da misericórdia divina. Quanto menos o governoadentre e normatize as nossas relações, maiores serão asnossas obrigações de doar-nos, de alma e coração, àcoletividade que nos acolhe. Reflexo inevitável de nósmesmos, os nossos governantes nos espelham a

consciência coletiva, e, por decorrência, refletem osnossos desmandos ou desvarios, ou os nossos acertos ereajustes. Valerá, pois, que nos tornemos cumpridores denossa obrigação, segundo o enunciado de Jesus: “a Césaro que é de César”, já que, se cada um fizer o muito que lhetoca moralmente, mais tempo dará para que os nossosgovernantes transitórios nos tutelem a marchaascensional.Antes, pois, de determinar metas aos que nosgovernam, determinemos a nós mesmos a seguinte ordemde prioridade: antes, obrigações fielmente cumpridas, e sódepois, direitos decorrentes das obrigações realizadas.Não poderemos sobreviver com dignidade e atingir o climada ordem enquanto estivermos a garimpar direitos, com oesquecimento de nossos deveres para com a coletividade.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

atualidadeAtualidade

O EgoísmoDentre os vícios, o que se pode considerar como mais

radical é o egoísmo e do egoísmo, portanto, é que se derivatodo o mal que infelicita a criatura.

Estudemos todos os vícios e veremos que, no fundo detodos eles, impera o egoísmo. E por mais que você ocombata, você não chegará a extirpá-lo, enquanto nãoatacar esse mal pela raiz e, portanto, enquanto você não lhedestruir a causa.

Que você empregue, pois, todos os esforços necessáriospara detê-lo, uma vez que está no egoísmo a verdadeiracausa de todos os males da sociedade.

Quem quiser, a partir desta vida, aproximar-se daperfeição moral, cuide, então, de extirpar de seu coraçãotodo e qualquer sentimento de egoísmo, já que o egoísmo éincompatível com a Justiça, com o Amor e com a Caridade,porque ele neutraliza todas as demais qualidades nobres daalma.

O egoísmo, por estar fundamentado sobre o interesseexclusivamente pessoal, parece ser muito difícil de serextirpado inteiramente do coração humano, mas à medidaque os homens se esclarecem sobre os princípios espirituaisda vida, eles menos importância atribuem às coisasmateriais.

Após, portanto, reajustar a sua tábua de valores,necessário se faz retomar as próprias instituições humanasque excitam e entretêm o egoísmo, mas para que essatransformação se dê, teremos de empenhar-nos em quetodos se eduquem e, em verdade, a educação moral é agrande solução para o burilamento da alma.

O egoísmo, apesar de ser inerente à espécie humana, nãoserá jamais um obstáculo definitivo contra o reino do Bemsobre a Terra e, se é certo que no egoísmo temos o nossomaior mal, não menos certo é, porém, que ele mais não é doque a manifestação da inferioridade dos Espíritosreencarnados sobre a Terra.

Depurando-se os Espíritos através de reencarnaçõessucessivas, eles se despojam do egoísmo; após isso,vivenciarão a caridade e isso não é um jogo de ilusões, já quehá muito mais homens que vivenciam a caridade, emboravocê não os conheça, porque a virtude foge da viva claridadedo dia.

Mas, desde que haja um só homem assim, dedicado avivenciar o Bem, por que não haverá dez e, havendo dezdeles, por que não poderá haver milhares deles?

O egoísmo, no entanto, longe de diminuir, parece crescercom a civilização, já que os sinais da civilização parecem queo excitam e o entretêm na intimidade de cada homem.

Quanto maior é o mal, mais hediondo ele se torna e, porisso, é necessário que o egoísmo resulte em muito males,para fazer o homem compreender a necessidade de extirpá-lo da sociedade humana.

Os homens, quando se houverem despojado do egoísmoque os domina, passarão a viver como irmãos, sem semolestarem, auxiliando-se reciprocamente por umsentimento mútuo de solidariedade, a tal ponto que o maisforte será um apoio e não mais um opressor do mais fraco.

Somente, então, não mais se verão a quem falte o

necessário para sobreviver, porque todos vivenciarão a Leida Justiça Divina e esse é o reino do Bem que os EspíritosSuperiores estão incumbidos de nos preparar.

Segundo o Espírito de Fénelon:

Roque Jacintho

“De todas as imperfeições humanas, a mais difícil dedesenraizar do coração do homem é o egoísmo, porque elederiva da influência da matéria de que o homem ainda estámais próximo e, por estar muito próximo de sua própriaorigem, ele não consegue libertar-se.

E tudo, na realidade, parece contribuir, em sociedade,para que o homem persista nas teias enganadoras doegoísmo, já que tudo parece levá-lo a vivenciar esse mal, talcomo as leis da sociedade, a sua equívoca organizaçãosocial, a sua quase nenhuma educação moral.

O egoísmo, no entanto, se atenuará com a predominânciada vida moral sobre os valores da vida material e, sobretudo,com a inteligência que o Espiritismo lhe dá sobre o seu futuroreal e não desfigurado por ficções e alegorias.

O Espiritismo, quando bem compreendido e melhorvivido, se identificará com os costumes e com as crenças,transformando os hábitos, transformando os usos,transformando as relações sociais.

O egoísmo, em sua essência, está fundado naimportância que cada homem atribui à sua própriapersonalidade e, por decorrência, o Espiritismo bemcompreendido, repetimos, fará com que as coisas sejamvistas tão do mais alto que o sentimento da personalidadedesapareça, de certo modo, diante da imensidade universal.

Em destruindo a importância que cada um dá a si mesmoou, pelo menos, reduzindo essa importância à suaverdadeira proporção, combate-se o egoísmonecessariamente, por o homem colocar-se diante de sipróprio, conhecendo-se a si mesmo.

O choque que o homem experimenta diante do egoísmodos outros é o que o leva a tomar-se egoísta ou fazer-se maisegoísta ainda, por sentir-se na necessidade de pôr-se emdefensiva.

Em notando que os outros, cada um só pensando em sipróprio e não pensando nele, ele será induzido a ocupar-semais consigo próprio do que de se ocupar também com osseus semelhantes de modo nobre e edificante.

Para sanar o mal do egoísmo, tenhamos por base que oprincipio da caridade e da fraternidade deverão ser osfundamentos das instituições sociais e que as relaçõeslegais, de povo a povo e de homem a homem, devem serregidas pelo princípio da caridade e da fraternidade e, então,cada homem pensará menos em sua própria pessoa, assimque veja que os outros pensaram nele e todos, a partir deentão, experimentarão a influência moralizante do exemploe dos contatos entre todos os homens.

Na presença, porém, do extravasamento do egoísmo,tenhamos que já é uma grande virtude que alguém renunciea sua própria personalidade em proveito dos outros, já que,comumente, poucos são os que se estimulam para tanto.

Os que possuem a virtude da abnegação de suapersonalidade têm o reino do céu dentro de si e a esses é queestá reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade lhesdigo que, no dia da Justiça, serão postos de lado e sofrerão,pelo abandono, todos os que pensaram somente em si.”

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SeareiroSeareiro14

Dedo De GiganteAllan Kardec foi o bom senso encarnado.A feliz expressão, devida a Camille Flammarion, em seu

discurso pronunciado junto ao túmulo do Codificador doEspiritismo, enfeixado em "Obras Póstumas", poderá sercomprovada em detalhes, os mais eloqüentes e os maissignificativos, sem nenhum propósito de santificação ouendeusamento.

Examinemos, embora ligeiramente, um dos últimos.É o seu não-uso da expressão: Religião Espírita.Efetivamente, nas obras basilares da Codificação, Kardec

repete afirmações contínuas de que o Espiritismo era umaCiência e uma Filosofia de conseqüências morais. Inferia-se,notadamente diante de “O Evangelho Segundo oEspiritismo”, que as conseqüências morais equivaliam a

, ou seja, que as observações decaráter científico e as ilações filosóficas afluiriaminevitavelmente para um oceano religioso.

Religião, no entanto, por deficiência de nossainterpretação humana, sempre esteve unida à idéia de culto,rituais e sacerdócio. Tão estreitamente permaneceuaprisionada a essa área que, ainda hoje, algumas criaturasdesavisadas buscam cultos e rituais espíritas (inexistentes) eprocuram, nos médiuns, um sucedâneo dos pastores daalma, um derivativo até certo ponto desajustado, já que nemsempre o médium representa, quer pessoalmente, quercomo intermediário da Espiritualidade, a lâmpada quereproduz a luz doutrinária com exatidão e pureza.

Anunciar o Espiritismo como religião era, então, temerário.Seria quase um convite indireto a que se aceitassem

literalmente os seus princípios como dogmas, intocáveis,sem nenhum direito ao exercício da razão humana, no tratocom revelações de ordem eminentemente superiores.

Ninguém ousará negar, por exemplo, que o Evangelho doSenhor é código da mais relevante moral, mapa sublime denossa redenção. Contudo, alguns crentes, dos mais diversoscredos, por manuseá-lo como um “artigo religioso”, tememaventurar-se a compreendê-lo. Tornam-no artificioso, qual secontivesse uma seqüência de recomendações fantásticas,inatingíveis, que basta ver ou decorar para satisfazer oSenhor.

Raramente procuram compreendê-lo.E, mais raramente ainda, procuram vivê-lo no cotidiano.Esse mesmo risco de atrofiamento corriam os compêndios

da Codificação, se viessem a público como um artigo de féreligiosa. Seriam, de roldão, incorporados aos catecismos emissais, aos glossários usuais, lidos, a partir de então, compiedosa fé e notável respeito, sem que se tornassem nasmais nobres induções para a vida.

O espírito humano, porém, evoluiu.A1° de novembro de 1868, Kardec feriu o tema.Pronunciou um discurso, publicado a seguir na

, em seu número de dezembro do mesmo ano, e quese inicia com a indagação: “O Espiritismo então é, umareligião?", seguida de afirmações peremptórias,confirmadas, aliás, pelo senso universal na atualidade,quando, notadamente o nosso povo, se mostraessencialmente religioso, espírita-cristão.

Fora o bom senso de Kardec que protelara a afirmativa.Não desejava precipitar acontecimentos e nem

comprometer toda a obra do Espírito de Verdade compronunciamentos extemporâneos que poderiam, inclusive,catalogar o próprio Kardec como o fundador de mais uma

seita religiosa, entre as inúmeras que se acotovelam emnosso mundo, disputando a preferência dos homens.

Mas, poderiam os sofistas de todos os matizes, com suanatural malícia, intentar afiançar que a manifestação deKardec, em 1868, era a de quem se utilizava de umatendência humana inesperada, para dali extrair partidofavorável. Já que aceitavam o Espiritismo por religião —pensariam — Kardec nada mais fez do que endossar a idéia,valorizando o trabalho que realizava.

Temos, porém, na própria Codificação, desde a suaprimeira aparição, indestrutível pormenor a invalidar aassertiva de que a aceitação ou consagração do Espiritismocomo religião fosse um comportamento mental retardatário,ditado pelas circunstâncias, ou que dessas mesmascircunstâncias o Codificador se aproveitasse paraimpressionar os milhares de prosélitos que já existiam.

Esse pormenor está no próprio nome com que oCodificador se fez conhecido, a partir de 1857, ao lançar “OLivro dos Espíritos”: .

Para que não pairassem dúvidas, no futuro, sobre osentido fundamental religioso — sem rituais, semparamentos, sem dogmas, sem autoridade humana parasustentá-lo — do Espiritismo-cristão, o notável Prof.Hippolyte Léon Denizard Rivail, que considerara entãoprematuro fazer vir a lume a Codificação como um edifícioreligioso da mais sublime expressão, renunciou ao seu nomepróprio, passando a assinar-se Allan Kardec, em todas asproduções espíritas.

Allan Kardec — segundo suas próprias confidênciasíntimas — era o nome que tivera como iniciado entre osdruidas, ou seja, era o seu nome quando sacerdote entre osgauleses.

Utilizando-se de tal nome, em prejuízo daquele quetomara ao nascer — sem que intentasse torná-lo um simplespseudônimo para viver no anonimato e não recolher asreações favoráveis ou desfavoráveis da nova idéia —vinculou à obra da Codificação, desde o seu lançamento, anoção fundamentalmente religiosa.

Não era simplesmente o pesquisador, o filósofo, quedescerrava ao mundo um portal luminescente com “O Livrodos Espíritos”. Não era o literato, o pedagogo que transmitiaavançadas noções de auto-educação ou auto-reforma, semvínculos à idéia religiosa, e que, por conseguinte, poderiatornar-se mais um teorema a ser discutido esterilmente nossalões acadêmicos.

Era o druida que falava!Era o iniciado religioso das Gálias que retornava ao

cenário do mundo para desvendar princípios confinados emcírculos fechados, íntimos, propalando as bases reais davida que alguns poucos podiam desfrutar havia séculos, masque jamais tinham sido confiados ao povo.

Preferindo o nome Allan Kardec ao que ostentava na suaromagem, naquela época, deixava evidente esse detalheque só, um genial bom senso lhe poderia ditar: que oEspiritismo fora codificado por um druida reencarnado, comoa grande expressão religiosa de todos os séculos.

Por isso, não é brasileirice considerar-se o Espiritismoreligião dos Espíritos, e nem significará, em tempo algum,deformação do pensamento central do Codificador. Elemesmo, reafirmando a assertiva de Flammarion, chegou aténós como o Missionário da Terceira Revelação, o druida quefalou ao povo, sem mistérios e sem proibições, sem as falhasditadas pelas interpretações e interpolações humanas quese encontram de permeio com os diversos ensinamentosreligiosos. Ele veio restabelecer o Evangelho em sua purezaprimitiva!

J. Alexandre

conseqüências religiosas

"RevueSpirite"

Allan Kardec

"Pelo dedo se conhece o gigante" — aforismo popular."Pelo dedo se conhece o gigante" — aforismo popular.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

No Velho Mundo, especialmente na França do século XIX,o Sol de um novo dia resplandeceu no céu da ignorância,aquecendo corações e mentes que se encontravam perdidasnas entrelinhas da vida.ALuz clareou o caminho e a Verdadepôde enfim aparecer.

Um novo pensamento, uma nova idéia sobre as questõesda vida tomou corpo e formou-se em uma nova doutrinabaseada nos ensinamentos do Cristo, conclamando a todosa reviverem o Cristianismo primitivo que, há muito, estavaesquecido.

Fato esse que só foi possível pelo esforço e coragem deum homem, que analisou os acontecimentos e alçou o olharpara o infinito, vislumbrando o mundo novo, o Mundo Real.Um professor chamado Hippolyte Léon Denizard Rivail, ouAllan Kardec, um homem de ciência que se dedicouintensamente à elaboração de um manual de bem viver paratoda a humanidade, livrando-a de séculos e séculos desombra, catalogando todas as informações vindas do PlanoEspiritual Superior.

No Novo Mundo, sobretudo no Brasil, esse pensamentocriou raízes e se fortaleceu. As diretrizes do Cristotransferiram-se para as terras do Cruzeiro, onde o solo era

fecundo, possibilitando o crescimento da Árvore doEvangelho.

A miscigenação cultural favoreceu o crescimento doEspiritismo em terras sul-americanas e o reduzidopreconceito, comparado com os paises europeus, permitiu àDoutrina Espírita conquistar novos adeptos.

Importantes vultos brasileiros desempenharam papelimportantíssimo na solidificação desses novos conceitos;todos eles merecem nossos louvores pelo valioso esforço nodesbravamento das verdades espirituais.

Hoje, esse Sol aquece milhões de corações, irradiandoconsolo e esperança, iluminando a estrada da vida atravésdos raios da razão, fortalecendo-nos a fé e libertando-nos daignorância.

Que possamos manter esse Sol vivo dentro de nós,praticando os ensinamentos de Jesus!

Que assim seja!Graças a Deus!

Texto enviado pelo Sr. Carlo Augusto SobrinhoRio de Janeiro - RJ

O Sol de um Novo Dia

Canal Abertocanal aberto

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Com carradas de justiça e com toda propriedade,O “Médico dos Pobres” assim foi ele consideradoO “Kardec Brasileiro”, por todos nós epitetado,O “Apóstolo do Bem” somente nos deu “FELICIDADE”!

Uma vida inteira de cristianíssimo apostolado,Um existir sem mácula, sem nenhuma veleidade...Fugindo sempre de toda e qualquer notoriedade,Estando permanentemente com Cristo a seu lado.

Por isso o meio Espírita quer bem a sua figura,Seu apostolado que nos livra de todos os revezesE seus exemplos que nos distanciam da agrura.

De quantos males nos livrou e por quantas vezes,Seja pois abençoado na bendita e sidérea alturaAfigura apostolar do Doutor BEZERRADE MENEZES!

Dr. Bezerra de Menezes nasceu em Riacho do Sangue, Estado doCeará em 29 de agosto de 1831 e desencarnou no dia 11 de abrilde 1900.

Texto enviado pelo Sr. Domingos A. MonzilloDesenho: Marcelina Santos Meira

São Bernardo do Campo - SP

Glória ao Doutor Bezerra de Menezes!

Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 419 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversosautores, revistas e jornais espíritas. Distribuiçãopermanente de edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo BrancoCentro - Diadema - SPTelefone (11) 4043-4500 com RobertoHorário de funcionamento: 8 às 19h30Segunda-feira a Sábado

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SeareiroSeareiro16

pegadas de chico xavierPegadas de Chico Xavier

Deus é meu Pai.

ANatureza é minha Mãe.

O Universo é meu Caminho.

AEternidade é meu Reino.

AImortalidade é minha Vida.

AMente é meu Lar.

O Coração é meu Templo.

AVerdade é meu Culto.

OAmor é minha Lei.

AForma em si é minha Manifestação.

AConsciência é meu Guia.

APaz é meuAbrigo.

AExperiência é minha Escola.

O Obstáculo é minha Lição.

ADificuldade é meu Estímulo.

AAlegria é meu Cântico.

ADor é meuAviso.

ALuz é minha Realização.

O Trabalho é minha Bênção.

OAmigo é meu Companheiro.

OAdversário é meu Instrutor.

O Próximo é meu Irmão.

ALuta é minha Oportunidade.

O Passado é minhaAdvertência.

O Presente é minha Realidade.

O Futuro é minha Promessa.

O Equilíbrio é minhaAtitude.

AOrdem é minha Senha.

ABeleza é meu Ideal.

APerfeição é meu Destino.

O Espírito

Vozes do Espírito

(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em reunião íntima de preces, em Belo Horizonte. O mensageiroque a escreveu e que se apresentou num ambiente de grande elevação não se identificou, assinando e comunicando apenascom as palavras: “O Espírito”).

Francisco Cândido Xavier, respondendo a váriasquestões, feitas pelo médico Elias Barbosa.

Que nos diz da poetisa Maria Dolores?Era ela uma poetisa notável e obreira dedicada

do Espiritismo no Brasil. Nasceu na Bahia e militou na searaespírita em Salvador. Foi, algumas vezes, a PedroLeopoldo, e não só cultivávamos confortadora amizade quefoi sempre uma honra para mim, como também mantivemos

correspondência por vários anos.Maria Dolores, às vezes, com a bondade que lhe marcava

o trato fraterno, dizia que, se lhe fosse possível, tomariaminha mão para escrever, quando não mais estivesse noplano físico. Ríamo-nos ambos, quando o assunto vinha denovo, à baila, em nossas conversações. Por maisreafirmasse a promessa, nunca admiti que isso viesse aacontecer, porquanto era ela, entre nós, uma senhorarelativamente moça, desfrutando de boa saúde. Entretanto,os vaticínios da estimada amiga se realizaram. Ela partiupara a Vida Espiritual, em 1959 e, decorridos alguns anos,apareceu-me em espírito, bem disposta e otimista, tendo

Pergunta:Resposta:

,,

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Questões

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

escrito, até agora, por minhas mãos, vários poemas querealmente muito me reconfortam, pelas idéias e sentimentossublimes que encerram.

Maria Dolores algo disse a você, com respeitoàs novas atividades que abraçou no Além?

Informou-me que prossegue interessada noserviço às crianças menos felizes, pelas quais já haviatrabalhado carinhosamente na Terra e queatualmente se empenha nessa tarefa, de almae coração, enquanto aguarda alguns dos seresqueridos que deixou no mundo e dos quaisdeseja estar mais próxima. Acrescentou que,servindo às crianças necessitadas, podemanter-se nas vizinhanças dos corações aquem mais ama e aos quais se propôs servircom toda a dedicação de que é capaz.

***No ano de 1967, Chico completava quarenta

anos de serviços prestados à Espiritualidade.Muitos foram os escritores que publicaramlivros e matérias com respeito a tantos anos dededicação mediúnica e muitos os radialistas erepórteres de TV, revistas e jornais que foram,a Uberaba, cumprimentar o médium e redigirreportagens sobre o assunto.

O radialista Romeu Sergio, que comandavaum programa muito ouvido na Rádio Cultura, da cidade deRibeirão Preto, no Estado de São Paulo, também foi aUberaba em busca de uma entrevista com o famoso médium.

Entre as muitas perguntas, salientamos estas:

Como vê o futuro do Brasil, Chico?Na condição de espírita, conquanto a minha

indigência de tudo, confio plenamente no futuro de nossoPaís, invariavelmente consagrado ao trabalho e ao direito,ao progresso e à paz. Peçamos a Deus que nos conserveleais à fraternidade que Jesus nos ensinou, de vez que, navivência do Evangelho, ser-nos-á possível cooperar naedificação do Brasil espiritual, destinado a ser, conforme aslições de nossos mentores da Vida Maior, o celeiro de luz econcórdia, justiça e aperfeiçoamento para a humanidadeinteira.

Tem alguma sugestão a fazer sobre a obraespírita propriamente considerada?

Creio que se o caroentrevistador está interessado em conhecer,de mais perto as nossas tarefas espíritascristãs, tomaria a liberdade de propor-lhe arealização de enquetes e encontros fraternaiscom os nossos companheiros espíritas deRibeirão Preto, em cuja dedicação à nossacausa, reconhecemos, daqui de Uberaba, osmais elevados padrões de cultura e bondade,experiência e prestígio moral. Acreditamosque, de semelhantes contatos, sobrevirãoesclarecimentos e bênçãos da mais altaimportância para reconforto e orientação denosso povo.

No seu modo de entender, comose situa o Espiritismo no Brasil?

Desde muito, os instrutoresdesencarnados nos ensinam, por viamediúnica, que o Espiritismo no Brasil é realmente a doutrinacodificada por Allan Kardec, restaurando os ensinamentosde Jesus, em sua simplicidade e clareza. Enquanto, emmuitos países diferentes do nosso, a prática espírita se

resume em observações científicas mediúnicas, entre nós,brasileiros, o assunto assume características diversas,compreendendo-se que o reconhecimento da imortalidadeda alma faz-se acompanhar de conseqüências morais a quenão nos será lícito fugir. Aprendemos, com Allan Kardec, quea Doutrina Espírita é a presença espiritual de Nosso SenhorJesus Cristo na Terra, conclamando-nos à vivência real dos

seus ensinamentos de luz e amor. Em razãodisso, o Espiritismo no Brasil é a caridade emação com a fé raciocinada, baseando-lhe asiniciativas e movimentos. Consultemos o acervodas instituições assistenciais do EspiritismoCristão, espalhadas no Brasil inteiro eobservemos a difusão e o devotamento daFederação Espírita Brasileira e ser-nos-á fácilreconhecer, em nosso desenvolvimento coletivo,a presença do Espiritismo em sua legítimaexpressão, a definir-se como sendo o retorno dascriaturas ao Cristianismo simples e puro.

Outro representante do periódico espírita, “OCaminho”, da cidade de Guaxupé, Minas Gerais,o senhor Dr. Luiz Carlos Pásqua, jornalista, dirigeesta pergunta ao querido médium mineiro:

Caro Chico, há alguma sugestão,em favor da concretização do movimento deUnificação Espírita, no Brasil?

Considero, de acordo com as instruções dosBenfeitores Espirituais, que é nossa obrigação trabalhar,quanto nos seja possível, pela nossa própria união em tornodos programas de trabalho traçados pelas entidades que nosdirigem, a fim de que elas, por seus diretores erepresentantes, possam tratar da unificação na cúpula denossa construção doutrinária.

Toda essa matéria está introduzida no livro “No Mundo deChico Xavier”, de autoria do Dr. Elias Barbosa, numa belahomenagem aos quarenta anos de mediunidade de ChicoXavier.

***Encontramos no livro “Chico, de Francisco”, de autoria do

escritor espírita Adelino da Silveira, uma pergunta feita aChico Xavier, atualíssima, pelo efeito moral que elarepresenta:

Estuda-se no Brasil uma forma delegalização do aborto. Chico, qual é a suaopinião?

O aborto é sempre lamentável. Sejá estamos na Terra com elementosanticoncepcionais de aplicação mais suave,compreensível e humanitária, por que é quehavemos de criar a matança de criançasindefesas, com absoluta impunidade, entre asparedes de nossas casas? Isto é um delito muitograve perante a Providência Divina, porque avida não nos pertence e sim ao Poder Divino.

Se as criaturas têm necessidade dorelacionamento sexual para revitalização desuas próprias forças, o que achamos muito justo,seria melhor se o fizessem sem alarme ou semlesão espiritual ou psicológica para ninguém. Seo anticoncepcional veio favorecer esta

movimentação das criaturas, por que vamoslegalizar ou estimular o aborto?

Por outro lado, podemos analisar que, se nossas mãestivessem esse propósito de criar uma lei do aborto, no séculopassado, ou no princípio e meados deste século, nós não

Pergunta:

Resposta:

Pergunta:Resposta:

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Pergunta:

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Pergunta:

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Pergunta:

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Livro “No mundo de ChicoXavier”- Editora IDE

Livro “Chico, de Francisco”-Editora CEU

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estaríamos vivos.(Esta entrevista foi concedida ao jornal “O Espírita

Mineiro”, de maio/agosto/1980)

***Ainda do livro “Chico, de Francisco”:

ÉricaO Mais Velho

Uma senhora que transmitia passes, há muitos anos, numCentro Espírita, procurou o Chico e perguntou-lhe se não

estava muito velha e exausta para continuar nessa tarefa eacrescentou:

— Mas eu quero a opinião de Emmanuel, viu?E o grande apóstolo respondeu:— Chico, diga a nossa irmã que o mais velho de todos nós

é Deus e que Ele ainda não se cansou.

Bibliografia: -No Mundo de Chico Xavier

Chico, de Francisco ª

Elias Barbosa, Ed. IDE, 8ªed., 1992.

-Adelino da Silveira, Ed. CEU, 1 ed., 1987.

Lendo o livro “No Mundo Maior”, encontramos uma dúvidaexposta porAndré Luiz, que também geralmente temos:

“...pensei nas criaturas que já renascem imperfeitas eperturbadas; nas crianças atrasadas e nos moços em lutacom a demência juvenil; nas fobias sem número queamofinam pessoas respeitáveis e prestativas, e solicitei,então, do instrutor esclarecimentos sobre os quadros desofrimento desse jaez, que de improviso assaltam osambientes domésticos mais distintos.” (capítulo 16, página264, 24ª edição).

Realmente, vistos, sob os olhos da reencarnaçãopresente, os quadros de perturbação mental que afligem asfamílias ficam sem explicação, mas se pensarmos quesomos espíritos eternos, ou seja, já existíamos antes destareencarnação, conseguimos seguir uma linha de raciocíniomais lógica.

Durante inúmeras reencarnações, estivemos procedendoem discordância com a Lei do Amor, exemplificada porJesus. Matamos, roubamos, iludimos e levamos outrascriaturas para caminhos de perturbação. Tudo por nossaculpa.

Deus, durante todo esse trajeto, não ficou omisso, comomuitos pensam. Ofereceu oportunidades para que nosredimíssemos de nossos erros, sem muito sofrimento.Colocou, o Pai de Misericórdia, em nosso caminho aspessoas para as quais devíamos quitar as nossas dívidas deamor.

E qual foi a nossa conduta?Continuar agindo através dos nossos instintos e usando

as criaturas que nos procuravam para satisfação dos nossosdesejos escusos. Assim, satisfizemos os nossos desejos deambição desmedida, usurpando patrimônio alheio edeixando os nossos companheiros na penúria da fome e daindigência. Não pestanejamos, um segundo, paraabusar da confiança daqueles que se deixaramseduzir pelo nosso magnetismo pessoal e oslevamos para os desvios sexuais.

E o que dizer de nosso comportamentoperante os familiares?

Mas como a Doutrina Espírita veioesclarecer sobre a lei de Ação e Reação,sabemos, hoje, que toda ação gera umareação.

Agimos mal . Deus ofereceoportunidades de corrigirmos osnossos erros, pelo amor. Casorecusemos esta misericordiosaoportunidade, a reação é osofrimento causado por nós

mesmos e, após a morte, somos relegados a inomináveldesespero do sentimento.

Reencarna, então, como “alguém que aborreceu asbênçãos de experiência humana, preferindo segregar-se noscaprichos mentais; e a entidade espiritual atormentada apósa morte é sempre alguém que deliberadamente fugiu àsrealidades da Vida e do Universo, criando regiõespurgatórias para si mesmo.”

Portanto, ao vermos quadros de sofrimento no presente,saibamos que eles foram gerados em passado distante.

No mesmo livro mencionado, encontramos a seguinteorientação: “Geralmente, ao delinqüirmos, podemos precisaro instante exato de nossa penetração na desarmonia; jamaissabemos, porém, quando soará o momento de abandoná-la.No retorno à estrada reta, através de atoleiros em quechafurdamos, por indiferença ou má-fé, não podemosprefixar calendários para a volta: implicamo-nos em jogoscircunstanciais, de que só nos despeamos após dolorosoreajustamento...”

Abençoada Doutrina Espírita que vem trazer luz para onosso entendimento e tirar de nossa cabeça a idéia de“castigo de Deus”, ao vermos os quadros de retardamentomental ou outros males comportamentais.

Poderia o leitor estar se perguntando: E o que esteassunto poderia ter relação com a família?

A família tem um compromisso assumido, com Deus, decuidar daquele que apresenta alguma dessas anomaliasmentais, pois ela, a família, também está compromissada dealguma forma com o quadro de sofrimento. Deus não reúneas criaturas em uma mesma família por acaso,principalmente com um caso de problemas mentais.

E o termo “ajudar” não significa somente oferecer otratamento médico, pois, por tudo o que foi exposto, vemosque a “doença” tem a sua origem mais em um desvioespiritual do que material.

A família deve cercar o seu “doente” de muito carinho eamor, pois é através deste exemplo de amor e

dedicação que ele vai reencontrar o caminhopara “a estrada reta”. Ele até parece alheio aoque o rodeia, mas o seu espírito está

captando tudo o que acontece a sua volta eo grava em sua “memória espiritual”. Poresta razão, devemos contar para ele ashistórias de Jesus, ler o Evangelhopara que ele o ouça, levá-lo a umacasa espírita para que ele se socorra

do passe.Tudo o que fizermos para

aproximá-lo de Deus e dos

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Doenças Mentais e o Compromisso da Família

Famíliafamilia

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Estudando Kardec, sabemos que a é agrande oportunidade de progresso e de redenção, concedidapor Deus a todos nós, espíritos milenarmente endividadosque somos, como uma preciosa ferramenta de trabalho que,juntamente com a nossa reforma íntima, devemos usar nocampo do Bem, a favor do próximo. E o “ éuma das diversas variedades da mediunidade.

O sonâmbulo é um espírito encarnado, assim como nós,que possui sua bagagem espiritual trazida de outrasexistências, repleta de muito aprendizado, estudos evivências ou, seja, experiências de vidas, somadassucessivamente das suas inumeráveis reencarnações, demelhor aproveitamento que as nossas, formando assim seuarquivo de conhecimentos que dormitam, pois o corpomaterial possui limitações que não lhe permitem acesso àslembranças desses conhecimentos, só havendo oconhecimento da vida atual. Mas, nos momentos deemancipação da alma, nos transes sonambúlicos, ele vê,ouve e percebe o lado espiritual: é um estado deindependência do Espírito.

O sonâmbulo transmite os conhecimentos que traz de simesmo, sem saber como os possui, é a sua inteligênciamanifesta. Livre, ele vê tudo a sua volta: a matéria, o corpoopaco não lhe constitui barreira, vê através do corpo, poisconsegue ver de fora do seu corpo, mas somente visualiza oque lhe é permitido, dentro do seu campo de conhecimento e

evolução, pois aos Espíritos imperfeitos não é dado veremtudo.

Muitos sonâmbulos vêem os Espíritos e os descrevemcom precisão, conversam com eles, transmitem os seuspensamentos e dizem quem os está transmitindo, pois o quefalam fora dos seus conhecimentos pessoais lhes é sugeridopor outros Espíritos; isso vemos nas prescrições médicas,onde o Espírito do sonâmbulo vê o mal, e o outro lhe indica oremédio, quando usam estas expressões:

ouO sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido

por um Espírito leviano ou, mesmo, mau. É aí, sobretudo,que as qualidades morais exercem grande influência paraatraírem os bons Espíritos.

Vemos, assim, o quanto se faz necessário estudar a basedoutrinária de Kardec e os livros de Chico Xavier, paratermos conhecimento e entendimento do que seja oexercício da mediunidade séria, com responsabilidade, abenefício do próximo, ou seja, a mediunidade a serviço deJesus.

Fátima

mediunidade

sonambulismo”

dizem-me quediga, proíbem-me que diga tal coisa.

Bibliografia: O Livro dos Espíritos

O Livro dos Médiuns -

O Consolador --

-Allan Kardec - tradução de GuillonRibeiro, Ed. FEB, 69ª ed., 1987.

Allan Kardec - tradução de Guillon Ribeiro -capítulo 14 “Dos Médiuns” - item 6 “Médiuns Sonambúlicos”, Ed. FEB,52ª ed., 1985.

Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel - 3ªparte “Religião” capítulo V “Mediunidade”, Ed. FEB, 11ª ed., 1985.

kardec em estudoKardec em Estudo

SonambulismoQuestão 431 — Qual a origem das idéias inatas do sonâmbulo e como pode falar com exatidão de coisas que ignora quandodesperto, de coisas que estão mesmo acima de sua capacidade intelectual?“É que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que os que lhe supões. Apenas, tais conhecimentos dormitam, porque, pordemasiado imperfeito, seu invólucro corporal não lhe consente rememorá-lo. Que é , afinal, um sonâmbulo? Espírito, como nós, eque se encontra encarnado na matéria para cumprir a sua missão, despertando dessa letargia quando cai em estadosonambúlico. Já te temos dito, repetidamente que vivemos muitas vezes. Esta mudança é que, ao sonâmbulo, como a qualquerEspírito ocasiona a perda material do que haja aprendido em precedente existência. Entrando no estado, a que chamas crise,lembra-se do que sabe, mas sempre de modo incompleto. Sabe, mas não poderia dizer donde lhe vem o que sabe, nem comopossui os conhecimentos que revela. Passada a crise, toda a recordação se lhe apaga e ele volve à obscuridade.”

O Livro dos Espíritos - Parte II - Capítulo VIII - “Emancipação da Alma”

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

ensinamentos cristãos surtirá efeito no futuro, quando ele sedecidir por recuperar-se do tempo perdido em desviostortuosos. É um trabalho que a família irá exercer com muitosacrifício, mas com todo o amparo que os amigos espirituaisnos dedicam, quando nós confiamos que Deus está nadireção de tudo, inclusive de nossas vidas, dando o melhorque Ele tem para nós.

Como o reajuste é lento, todo o “remédio espiritual” queofereçamos ao “doente mental” só surtirá efeito no futuro.

Em determinados casos, é necessária mais de umareencarnação para a superação. Deus nos pede calma ededicação.

Oremos e vigiemos, cumprindo o nosso dever moral para

com aquele que necessita de nossa ajuda para sereequilibrar.

No futuro, todos juntos ergueremos os nossospensamentos ao Pai de Misericórdia e lhe agradeceremospor termos superado mais uma etapa de nosso crescimentoespiritual.

Wilson1despeamos: desembaraçamos.

Bibliografia: - Francisco Cândido Xavierpelo espírito Emmanuel, Ed. GEEM, 2ª ed., 1992.

- Francisco Cândido Xavier pelo espírito André LuizEd. FEB 24ª edImagem: http://static.hsw.com.br/gif/how-to-stimulate-a-childs-mind1.jpg

Chico Xavier em Goiânia

No Mundo Maior , ,, .

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

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Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

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