173
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DEPARTAMENTO DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO I DIREITO TRIBUTÁRIO I PROF.UBALDO CESAR BALTHAZAR PROF.UBALDO CESAR BALTHAZAR Fpolis, agosto/2015 Fpolis, agosto/2015

DT_I_-_2015-2_vd

Embed Size (px)

DESCRIPTION

aula de direito tributário ufsc

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICASCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS  DEPARTAMENTO DE DIREITODEPARTAMENTO DE DIREITO

DISCIPLINA:DISCIPLINA:

DIREITO TRIBUTÁRIO IDIREITO TRIBUTÁRIO I  

PROF.UBALDO CESAR BALTHAZARPROF.UBALDO CESAR BALTHAZAR  

Fpolis, agosto/2015Fpolis, agosto/2015

AvaliaçõesAvaliações

Duas provas parciais (não cumulativas): 30 de setembro e Duas provas parciais (não cumulativas): 30 de setembro e 25 de novembro25 de novembro

Prova final (envolvendo toda a matéria): 02 de dezembroProva final (envolvendo toda a matéria): 02 de dezembro Recuperação: 07 de dezembro (2ª-feira)Recuperação: 07 de dezembro (2ª-feira) Conforme critério do professor, alunos com média 7,0 (ou Conforme critério do professor, alunos com média 7,0 (ou

superior) nas provas parciais, estarão dispensados da superior) nas provas parciais, estarão dispensados da Prova FinalProva Final

A avaliação final envolverá igualmente assiduidade, A avaliação final envolverá igualmente assiduidade, pontualidade e participação em aulapontualidade e participação em aula

EmentaEmenta

Conceitos e princípios dos Direitos Conceitos e princípios dos Direitos Financeiro e Tributário. Receita e Financeiro e Tributário. Receita e despesas públicas. Crédito público. despesas públicas. Crédito público. Orçamento público. Tributo: conceito, Orçamento público. Tributo: conceito, espécies, classificações. Sistema espécies, classificações. Sistema constitucional tributário. Competência constitucional tributário. Competência impositiva. Limitações constitucionais impositiva. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Repartição ao poder de tributar. Repartição constitucional da receita tributária.constitucional da receita tributária.

Unidade I – Noções gerais de Unidade I – Noções gerais de Direito FinanceiroDireito Financeiro

- Direito Econômico, Direito Financeiro e o Direito Direito Econômico, Direito Financeiro e o Direito TributárioTributário

- Não confundir DF e DT com o Direito Econômico:Não confundir DF e DT com o Direito Econômico:- Este é entendido como “o ramo do direito que se Este é entendido como “o ramo do direito que se

compõe das normas jurídicas que regulam compõe das normas jurídicas que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá estabelecida entre as empresas, bem como nos estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado” mercado” (Eros R.Grau, Elementos de Direito Econômico(Eros R.Grau, Elementos de Direito Econômico. São . São Paulo: Revista dos Tribunais, 1981.Paulo: Revista dos Tribunais, 1981.))..

Noções gerais de Direito Noções gerais de Direito FinanceiroFinanceiro

- Evolução lenta do DF - Evolução lenta do DF

- Magna Charta de 1215 (precedentes)- Magna Charta de 1215 (precedentes) - A Revolução Inglesa (1640-49) → Carlos I - A Revolução Inglesa (1640-49) → Carlos I

e a criação de impostos;e a criação de impostos; - A República → Oliver Cromwell - A República → Oliver Cromwell

(de 1649 a 1653) (de 1649 a 1653)

A volta da Monarquia, com Carlos II → A volta da Monarquia, com Carlos II → parlamentarismo e consolidação dos parlamentarismo e consolidação dos princípios financeiros e tributáriosprincípios financeiros e tributários

A Revolução Francesa A Revolução Francesa

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO DE 1789CIDADÃO DE 1789

Artigo 13 - Para a manutenção da força pública e Artigo 13 - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum: ela deve ser repartida uma contribuição comum: ela deve ser repartida igualmente entre os cidadãos de acordo com as suas igualmente entre os cidadãos de acordo com as suas possibilidades.possibilidades.

Artigo 14 - Todos os cidadãos têm o direito de Artigo 14 - Todos os cidadãos têm o direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, a verificar, por si ou pelos seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, delivremente, de

observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a base, a cobrança e a duraçãoa base, a cobrança e a duração..

O Direito FinanceiroO Direito Financeiro

- DF, ramo que abrange o DT DF, ramo que abrange o DT (conjunto normativo)(conjunto normativo)

Conceito de DF Conceito de DF →→ a idéia de a idéia de

Atividade Financeira do EstadoAtividade Financeira do Estado

Cuidado com conceitos “apressados”:Cuidado com conceitos “apressados”: “ “ Direito financeiro é um Direito financeiro é um conjunto de normas conjunto de normas para para regular regular

PARTE PARTE da atividade financeira do Estado. Diz-se PARTE já da atividade financeira do Estado. Diz-se PARTE já que há ainda o Direito Tributário e o Direito Econômico. que há ainda o Direito Tributário e o Direito Econômico. Assim o direito financeiro é um Assim o direito financeiro é um conjunto de normas que conjunto de normas que regulam regulam o ORÇAMENTO PÚBLICO”. o ORÇAMENTO PÚBLICO”. (http://www.sosestagiarios.com/arquivos/direito_financeiro.p(http://www.sosestagiarios.com/arquivos/direito_financeiro.pdf)df)

Um conceito amplo e completo:Um conceito amplo e completo:

- Direito Financeiro é o ramo do Direito Público - Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda que estuda (disciplina(disciplina) o ordenamento jurídico das ) o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas finanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se decorrentes de sua atividade financeira e que se estabeleceram entre o Estado e o particular“ (Luiz estabeleceram entre o Estado e o particular“ (Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior).Emygdio F. da Rosa Júnior).

ATIVIDADE FINANCEIRA DO ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADOESTADO

- - A AFE - A AFE →→ atividade meio (instrumental), atividade meio (instrumental), exercida pelo Estado, como condição exercida pelo Estado, como condição necessária para atingir seus fins.necessária para atingir seus fins.

- Objetivos da AFE Objetivos da AFE →→ identificar identificar (ingressos em geral) (ingressos em geral)

(momentos) (momentos) →→ obter obter →→ gerirgerir →→ aplicaraplicar os recursos necessários à realização do os recursos necessários à realização do

interesse públicointeresse público

Conceito de AFEConceito de AFE

Hugo de Brito Machado: “conjunto de atos Hugo de Brito Machado: “conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na aplicação dos recursos financeiros de e na aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins”.que necessita para atingir seus fins”.

- Distinção entre interesse público e coletivo Distinção entre interesse público e coletivo (interesse privado, irrelevante para o Estado)(interesse privado, irrelevante para o Estado)

Os quatro campos da AFE Os quatro campos da AFE →→ Receita Receita →→ DespesaDespesa →→ Crédito Crédito

PúblicoPúblico →→ Orçamento Orçamento

PúblicoPúblico

O Direito TributárioO Direito Tributário

- O DT → a ideia do tributo como imposição (de O DT → a ideia do tributo como imposição (de vencedor sobre o vencido)vencedor sobre o vencido)

- Os rudimentos dos impostos e das taxas Os rudimentos dos impostos e das taxas (História!)(História!)

- A obra de Adam Smith (Tratado sobre a Origem e A obra de Adam Smith (Tratado sobre a Origem e a Riqueza das Nações)a Riqueza das Nações)

- O Código Tributário alemão de 1919 e o O Código Tributário alemão de 1919 e o mexicano de 1922mexicano de 1922

- As reformas tributárias dos anos 1940As reformas tributárias dos anos 1940 - A social democracia europeia após a II Guerra e o crescimento - A social democracia europeia após a II Guerra e o crescimento

das despesas estatais das despesas estatais →→ a necessidade de novos recursos a necessidade de novos recursos

O Direito Tributário no Brasil – O Direito Tributário no Brasil – história, formação história, formação

- A inexistência de um Direito Fiscal ou Tributário no Brasil - A inexistência de um Direito Fiscal ou Tributário no Brasil - Colônia, Império e República (até 1965) Colônia, Império e República (até 1965)

- A tributação no Império A tributação no Império →→ ausência de normas constitucionais ausência de normas constitucionais (Estado Unitário) (Estado Unitário)

- - A Constituição de 1891 A Constituição de 1891 →→ formação de uma Federação de Estados formação de uma Federação de Estados

partindo de um Estado unitáriopartindo de um Estado unitário

- O Golpe Militar no Brasil em 1964 e a proposta de nova ordem - O Golpe Militar no Brasil em 1964 e a proposta de nova ordem econômicaeconômica

   

O Direito Tributário no Brasil – O Direito Tributário no Brasil – história, formação história, formação

A Emenda 18/65 A Emenda 18/65 →→ divisor de águas do Direito Tributário divisor de águas do Direito Tributário brasileirobrasileiro

- - Direito Fiscal, Dto. dos Impostos ou Direito Direito Fiscal, Dto. dos Impostos ou Direito Tributário?Tributário?

O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66)O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66)

A Emenda 42/2003 A Emenda 42/2003 →→ a reforma que não aconteceu! a reforma que não aconteceu! --------

Receita pública

Tipos de ingressos aos cofres públicos: - Empréstimos; - Aval, cauções etc; - Emissão de moeda; - Reparações de guerra; - Títulos da dívida pública; - Venda de bens ou serviços; - Penalidades pecuniárias; - Tributos

Receita PúblicaReceita Pública

- Para Baleeiro, a RP “é a entrada que, - Para Baleeiro, a RP “é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo”.elemento novo e positivo”.

- Trata-se de conceito situado no plano da Ciência Trata-se de conceito situado no plano da Ciência das Finanças.das Finanças.

- O Direito positivo brasileiro não o recepcionou . O Direito positivo brasileiro não o recepcionou .

- Conceito amplo do art.11, §§ 1º a 4º, da Lei Conceito amplo do art.11, §§ 1º a 4º, da Lei 4.320/64. Cf.Eduardo M.F.Jardim, RP “é o ingresso 4.320/64. Cf.Eduardo M.F.Jardim, RP “é o ingresso de recursos financeiros aos cofres públicos, a de recursos financeiros aos cofres públicos, a qualquer título seja, independentemente de qualquer título seja, independentemente de acrescer o ativo do patrimônio público”acrescer o ativo do patrimônio público”

Receita públicaReceita pública

Classificações:Classificações:1.1. Quanto à regularidade:Quanto à regularidade:

a) Ordinárias a) Ordinárias →→ receitas de obtenção receitas de obtenção corrente, regular, periódica. Ex.: tributos em corrente, regular, periódica. Ex.: tributos em geral, prestação de serviços correntes etc.geral, prestação de serviços correntes etc.

b) Extraordinárias b) Extraordinárias →→ receitas de obtenção receitas de obtenção irregular, esporádicas. Ex.: Venda de imóveis, irregular, esporádicas. Ex.: Venda de imóveis, privatizações de empresas estatais etc.privatizações de empresas estatais etc.

- Multa - Multa →→ receita ordinária ou receita ordinária ou extraordinária?extraordinária?

Receita públicaReceita pública

Classificações:Classificações:

2. Quanto à forma de obtenção:2. Quanto à forma de obtenção:

a) Originárias → tbém chamadas de a) Originárias → tbém chamadas de Direito Privado, ou de Economia Privada. Direito Privado, ou de Economia Privada. Obtidas sem o uso de coerção. Ex.: Obtidas sem o uso de coerção. Ex.: Empréstimos em geral, locação de imóveis Empréstimos em geral, locação de imóveis públicos etc.públicos etc.

b) Derivadas → receitas obtidas através da b) Derivadas → receitas obtidas através da coerção (lei). Tbém chamadas de Direito coerção (lei). Tbém chamadas de Direito Público, ou de Economia Pública. Ex.: Público, ou de Economia Pública. Ex.:

tributos, penalidades etc.tributos, penalidades etc.

Receita públicaReceita pública

Cf.a Lei 4.320/64, as receitas, em função Cf.a Lei 4.320/64, as receitas, em função de sua origem, classificam-se emde sua origem, classificam-se em

- Receitas Correntes- Receitas Correntes

- Receitas de Capital- Receitas de Capital - A Lei 4.320/64 promove outra - A Lei 4.320/64 promove outra

classificação em função de sua natureza:classificação em função de sua natureza: - Patrimoniais (receitas correntes)- Patrimoniais (receitas correntes) - Creditícias (receitas de capital)- Creditícias (receitas de capital) - Tributárias (receitas correntes)- Tributárias (receitas correntes)

Receita públicaReceita pública

- - Receitas patrimoniais Receitas patrimoniais →→ são receitas de natureza são receitas de natureza privada, relacionadas com a exploração do privada, relacionadas com a exploração do patrimônio estatal (serviços, atividades patrimônio estatal (serviços, atividades comerciais e industriais)comerciais e industriais)

- Receitas creditícias Receitas creditícias →→ são as resultantes de são as resultantes de operações de crédito, alienação de bens, operações de crédito, alienação de bens, amortizações de empréstimos etc. Resultam amortizações de empréstimos etc. Resultam principalmente da entrada do Estado no mercado principalmente da entrada do Estado no mercado financeiro.financeiro.

- Receitas tributárias Receitas tributárias →→ são aquelas obtidas através são aquelas obtidas através da coação (“jus imperii”). da coação (“jus imperii”).

- ---- x -------- x ----

As receitas tributáriasAs receitas tributárias Espécies de tributos:Espécies de tributos:

impostos (art.145, I, CF)impostos (art.145, I, CF)

taxas (art.145, II, CF)taxas (art.145, II, CF)

contribuição de melhoria (art.145, III, contribuição de melhoria (art.145, III, CF)CF)

empréstimo compulsório (art.148, CF)empréstimo compulsório (art.148, CF)

contribuições especiais (art.149, CF)contribuições especiais (art.149, CF)

Crédito público Crédito público

A palavra crédito se origina do latim “creditum”, A palavra crédito se origina do latim “creditum”, que, por sua vez, advém do verbo “credere”, isto é, que, por sua vez, advém do verbo “credere”, isto é, ter confiança. Assim, crédito é a confiança que os ter confiança. Assim, crédito é a confiança que os homens têm uns nos outros.homens têm uns nos outros.

Demóstenes: “Ignorante é aquele que desconhece Demóstenes: “Ignorante é aquele que desconhece que o crédito é o maior capital dentre todos os que que o crédito é o maior capital dentre todos os que nos proporcionam a aquisição da riqueza”.nos proporcionam a aquisição da riqueza”.

Crédito públicoCrédito público

- O Crédito Público- O Crédito Público

- Não confundir o crédito público com o - Não confundir o crédito público com o Empréstimo compulsório (em Portugal: Empréstimo compulsório (em Portugal: empréstimo forçado).empréstimo forçado).

- Histórico → a relação da Igreja com os - Histórico → a relação da Igreja com os TempláriosTemplários

Usura Usura →→ sentido atual: significa a sentido atual: significa a cobrança de juros exorbitantes. cobrança de juros exorbitantes.

Na Idade Média Na Idade Média → → cobrança de juros cobrança de juros de qualquer espécie (até o Séc.XV); de qualquer espécie (até o Séc.XV); como define Le Goff, a usura é um como define Le Goff, a usura é um valor imposto  sobre o poder valor imposto  sobre o poder aquisitivo, sem relação com a aquisitivo, sem relação com a produção, frequentemente mesmo produção, frequentemente mesmo sem relação com as possibilidades de sem relação com as possibilidades de produção. produção. ((Jacques Le Goff (Toulon, 1º de janeiro de 1924) é um Jacques Le Goff (Toulon, 1º de janeiro de 1924) é um

historiador francês especialista em Idade Média.)historiador francês especialista em Idade Média.)

A igreja condenava o usurário porque ele ganhava A igreja condenava o usurário porque ele ganhava sobre um tempo que não lhe pertencia, “o fruto de sobre um tempo que não lhe pertencia, “o fruto de seu dinheiro não vinha de um trabalho suado, pois o seu dinheiro não vinha de um trabalho suado, pois o seu ganho pressupõe uma hipoteca sobre um tempo seu ganho pressupõe uma hipoteca sobre um tempo que só a Deus pertence” que só a Deus pertence” (http://www.galeon.com/projetochronos/chronosmedieval/inquisit/inq_peca.htm)(http://www.galeon.com/projetochronos/chronosmedieval/inquisit/inq_peca.htm)

→ → Concílio de Viena, 1311 - autorizou os tribunais Concílio de Viena, 1311 - autorizou os tribunais da Inquisição a perseguir os cristãos que da Inquisição a perseguir os cristãos que praticassem a usura. praticassem a usura.

Viena consagrou o livre arbítrio da Igreja para Viena consagrou o livre arbítrio da Igreja para sentenciar à morte um usurário e ainda ficar com sentenciar à morte um usurário e ainda ficar com seus bens em troca da salvação de sua almaseus bens em troca da salvação de sua alma

- Empréstimos mais usados para financiar guerras- Empréstimos mais usados para financiar guerras

- Freqüente o não pagamento- Freqüente o não pagamento

- As reações intelectuais contra o - As reações intelectuais contra o empréstimoempréstimo

Crédito públicoCrédito público

- A crítica ao Empréstimo Público, no séc.XIX A crítica ao Empréstimo Público, no séc.XIX → transferência de encargos das gerações → transferência de encargos das gerações presentes às futuras.presentes às futuras.

- Crítica positiva → se for bem aplicado e - Crítica positiva → se for bem aplicado e dele resultar um aumento de rendimento dele resultar um aumento de rendimento nacional, também as gerações futuras dele se nacional, também as gerações futuras dele se beneficiarão.beneficiarão.

- Igreja católica → ainda no séc.XVIII passara - Igreja católica → ainda no séc.XVIII passara já a aceitar a idéia dos juros, em certas já a aceitar a idéia dos juros, em certas circunstânciascircunstâncias

- Hoje → o CP como fonte de financiamento - Hoje → o CP como fonte de financiamento das despesas estataisdas despesas estatais

Crédito públicoCrédito público

Distinção entre o Crédito Público e o Crédito Distinção entre o Crédito Público e o Crédito Privado:Privado:

- o crédito privado se assenta numa base real de - o crédito privado se assenta numa base real de confiançaconfiança

- no crédito público a confiança deriva da - no crédito público a confiança deriva da posição especial do devedor (o Estado)posição especial do devedor (o Estado)

Crédito públicoCrédito público

Distinção entre o Crédito Público e o Crédito Distinção entre o Crédito Público e o Crédito privadoprivado

- O caráter público do devedor, que pode - O caráter público do devedor, que pode alterar as condições do empréstimo alterar as condições do empréstimo →→ o que o que não acontece com o devedor privadonão acontece com o devedor privado

- CP é mais amplo - CP é mais amplo →→ duplo sentido sendo o duplo sentido sendo o Estado tomador (devedor) e credorEstado tomador (devedor) e credor

- - - - - -

Empréstimo PúblicoEmpréstimo Público

- - é a operação pela qual o Estado recorre ao mercado é a operação pela qual o Estado recorre ao mercado interno ou externo em busca de recursos de que careça, interno ou externo em busca de recursos de que careça, face, normalmente, à insuficiência da receita fiscal, face, normalmente, à insuficiência da receita fiscal, assumindo a obrigação de reembolsar o capital acrescido assumindo a obrigação de reembolsar o capital acrescido de vantagens, em determinadas condições por ele fixadas.de vantagens, em determinadas condições por ele fixadas.

Empréstimo públicoEmpréstimo público

ClassificaçõesClassificações

1. Quanto à forma de obtenção:1. Quanto à forma de obtenção:

- Forçados → no Brasil, o Empréstimo compulsório. Outros - Forçados → no Brasil, o Empréstimo compulsório. Outros países – contrato de mútuopaíses – contrato de mútuo

- Voluntários → mais comuns; empréstimos patrióticos → - Voluntários → mais comuns; empréstimos patrióticos → coação psicológica (conflitos internos ou externos - coação coação psicológica (conflitos internos ou externos - coação indireta, como a que resulta da propaganda, do apelo ao indireta, como a que resulta da propaganda, do apelo ao patriotismo dos cidadãos e da pressão social sobre eles patriotismo dos cidadãos e da pressão social sobre eles exercida)exercida)

EmpréstimoEmpréstimo públicopúblico

2. Quanto ao prazo de duração:2. Quanto ao prazo de duração: a) Perpétuos → que não apresentam a) Perpétuos → que não apresentam

data de resgate, ficando o Estado data de resgate, ficando o Estado obrigado apenas a pagar, anualmente, obrigado apenas a pagar, anualmente, uma renda ou juro aos subscritoresuma renda ou juro aos subscritores..

- será remível ou irremível, conforma - será remível ou irremível, conforma preveja ou não a faculdade de o Estado preveja ou não a faculdade de o Estado efetuar a restituição do capital, quando efetuar a restituição do capital, quando quiser. quiser.

b) Temporários → capital é devolvido, b) Temporários → capital é devolvido, com juros com juros

Empréstimo públicoEmpréstimo público

3. Quanto ao prazo de devolução:3. Quanto ao prazo de devolução:

a) A curto prazo → devolução dentro do a) A curto prazo → devolução dentro do mesmo exercício em que é feita a operação mesmo exercício em que é feita a operação (tbém chamado de temporário).(tbém chamado de temporário).

b) A longo prazo → devolução abarca b) A longo prazo → devolução abarca mais de um exercíciomais de um exercício

Empréstimo públicoEmpréstimo público

4. Quanto à origem:4. Quanto à origem:

a) Internos → o credor é brasileiroa) Internos → o credor é brasileiro

b) Externos → “contratos de mútuo em que b) Externos → “contratos de mútuo em que o credor se encontra no estrangeiro e é o credor se encontra no estrangeiro e é celebrado em moeda estrangeira” (Celso celebrado em moeda estrangeira” (Celso Bastos).Bastos).

- - -- - -

Dívida públicaDívida pública

Dois sentidos:Dois sentidos: Sentido amploSentido amplo → → compreende todas as obrigações compreende todas as obrigações

do Estado para com seus credores, seja qual for do Estado para com seus credores, seja qual for sua origem, como caução, depósito, prestação de sua origem, como caução, depósito, prestação de serviços, fianças, pensões, aposentadorias, serviços, fianças, pensões, aposentadorias, fornecimento de bens, sentenças judiciais fornecimento de bens, sentenças judiciais ordenatórias de pagamentos ou empréstimos.ordenatórias de pagamentos ou empréstimos.

Sentido estritoSentido estrito → → é a dívida cuja obrigação de é a dívida cuja obrigação de pagamento decorra apenas de empréstimos. pagamento decorra apenas de empréstimos.

Dívida públicaDívida pública

Problemas da Dívida externa:Problemas da Dívida externa: a) pg em moeda estrangeira → não há o a) pg em moeda estrangeira → não há o

benefício da desvalorização da moeda!benefício da desvalorização da moeda! b) pode provocar ou agravar o déficit da b) pode provocar ou agravar o déficit da

balança de pg → dificuldade do país para balança de pg → dificuldade do país para cumprir seus compromissos internacionais;cumprir seus compromissos internacionais;

c) As pressões dos Estados, protegendo os c) As pressões dos Estados, protegendo os credores (seus nacionais);credores (seus nacionais);

d) Impossibilidade do Estado (tomador) de d) Impossibilidade do Estado (tomador) de promover a redução forçada do capital ou do promover a redução forçada do capital ou do juro (ausência de soberania!)juro (ausência de soberania!)

Dívida públicaDívida pública

ClassificaçãoClassificação a) Dívida fundada → resultantes de empréstimos a) Dívida fundada → resultantes de empréstimos

temporários à médio e à longo prazo;temporários à médio e à longo prazo; FundadaFundada → origem nos “fundos públicos” na → origem nos “fundos públicos” na

Inglaterra, antigamente, para fazer face aos ônus Inglaterra, antigamente, para fazer face aos ônus advindos da operaçãoadvindos da operação

b) Dívida flutuante → decorrente de empréstimos b) Dívida flutuante → decorrente de empréstimos à curto prazoà curto prazo

c) Dívida consolidada → dívida fundada c) Dívida consolidada → dívida fundada

proveniente de empréstimos perpétuos proveniente de empréstimos perpétuos (Referência no art.52, VI, CF → outro sentido para (Referência no art.52, VI, CF → outro sentido para a expressão).a expressão).

Dívida públicaDívida pública

Formas de extinção:Formas de extinção:

a) Amortização → a mais natural → é a a) Amortização → a mais natural → é a diminuição do principal da dívida pública no diminuição do principal da dívida pública no montante reembolsado ao credormontante reembolsado ao credor

→ → amortização direta → pelo valor nominalamortização direta → pelo valor nominal

→ → amortização por compra → título em amortização por compra → título em bolsabolsa

Dívida públicaDívida pública

Formas de extinção:Formas de extinção:

b) Alteração → se o Poder público não tem b) Alteração → se o Poder público não tem interesse no pg em $ → promove a alteração interesse no pg em $ → promove a alteração da dívida, mudando-lhe o conteúdo da dívida, mudando-lhe o conteúdo (principalmente o prazo de vencimento)(principalmente o prazo de vencimento)

- É a chamada “Conversão da dívida”- É a chamada “Conversão da dívida” - voluntária- voluntária - forçada (por lei)- forçada (por lei) - facultativa- facultativa

Dívida públicaDívida pública

Formas de extinção:Formas de extinção:

c) Repúdio → é a rejeição, por parte do Estado c) Repúdio → é a rejeição, por parte do Estado tomador, das obrigações decorrentes de um tomador, das obrigações decorrentes de um empréstimo, por razões de conveniência ou empréstimo, por razões de conveniência ou de validade jurídicade validade jurídica

Pode se dar por:Pode se dar por:

→ → declaração políticadeclaração política

→ → questões administrativas (raro)questões administrativas (raro)

→ → problemas jurídicos (caso de anulação)problemas jurídicos (caso de anulação)

Dívida públicaDívida pública

Regime constitucional brasileiroRegime constitucional brasileiro → → Arts.52, V, VI, VII, VIII e IX, CF → Arts.52, V, VI, VII, VIII e IX, CF →

competência do Senado quanto à autorizações, competência do Senado quanto à autorizações, fixações, condições de crédito externo etc.fixações, condições de crédito externo etc.

→ → Art.163, II, III e IV, CF → necessidade de lei Art.163, II, III e IV, CF → necessidade de lei complementar para dispor sobre Dívida Públicacomplementar para dispor sobre Dívida Pública

→ → Art.164, §§ 1º e 2º, CF → veda ao BC a Art.164, §§ 1º e 2º, CF → veda ao BC a concessão de títulos do Tesouro, e fixa-lhe a concessão de títulos do Tesouro, e fixa-lhe a competência para comprar e vender tais títuloscompetência para comprar e vender tais títulos

- - - - - -

Despesa públicaDespesa pública

- - É a aplicação de certa quantia em É a aplicação de certa quantia em

dinheiro, por parte da autoridade ou agente dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo” (Baleeiro)a cargo do governo” (Baleeiro)

Despesa públicaDespesa pública

- Despesas → em dinheiro. Até meados do Despesas → em dinheiro. Até meados do séc.XIX → outras formas (concessão de séc.XIX → outras formas (concessão de honrarias, requisição de hospedagens etc.)honrarias, requisição de hospedagens etc.)

Atualmente → despesas pagas em títulos da Atualmente → despesas pagas em títulos da dívida pública. Ex.: Reforma agrária, dívida pública. Ex.: Reforma agrária, desapropriação urbana etc.desapropriação urbana etc.

Despesa públicaDespesa pública

Características:Características:a) Necessidade de previsão orçamentária (o a) Necessidade de previsão orçamentária (o

orçamento fixa receita e despesa)orçamento fixa receita e despesa) - art.167, II, CF → proíbe a realização de - art.167, II, CF → proíbe a realização de

despesas que excedam os créditos despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.orçamentários ou adicionais.

b) Não é admitido aumento de despesa → b) Não é admitido aumento de despesa → art.63, I e II, CF. art.63, I e II, CF.

- O art.166, §§ 3º e 4º, CF, estabelece - O art.166, §§ 3º e 4º, CF, estabelece ressalvas (permissão de emendas, de ressalvas (permissão de emendas, de forma restritiva)forma restritiva)

Despesa públicaDespesa pública

Características:Características:

c) Despesas com pessoal → a CF limita, no c) Despesas com pessoal → a CF limita, no art.169, a AFE, quanto à essas despesas. art.169, a AFE, quanto à essas despesas.

- Art.38, do ADCT → limitava em 65% das - Art.38, do ADCT → limitava em 65% das receitas correntes as despesas com pessoal.receitas correntes as despesas com pessoal.

- Atualmente – regras fixadas nos arts.19 e 20 - Atualmente – regras fixadas nos arts.19 e 20 da LC 101/2000 (LRF). Em linhas gerais:da LC 101/2000 (LRF). Em linhas gerais:

I - União: 50% (cinquenta por cento);         II - Estados: 60% (sessenta por cento);         III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

Orçamento públicoOrçamento público

Não é um mero documento Não é um mero documento contábil: é um instrumento que contábil: é um instrumento que espelha toda a vida econômica da espelha toda a vida econômica da Nação, transmitindo políticas Nação, transmitindo políticas públicas e um plano de ação públicas e um plano de ação governamental governamental

Orçamento públicoOrçamento público

Musgrave aponta três objetivos da Musgrave aponta três objetivos da política orçamentária:política orçamentária:

a) assegurar ajustamentos na a) assegurar ajustamentos na alocação de recursos;alocação de recursos;

b) conseguir ajustamentos na b) conseguir ajustamentos na distribuição da renda e da riqueza;distribuição da renda e da riqueza;

c) garantir a estabilização econômica.c) garantir a estabilização econômica.

Orçamento públicoOrçamento público

Peça fundamental para o perfeito equilíbrio Peça fundamental para o perfeito equilíbrio da AFEda AFE

- O balanceamento das necessidades com a - O balanceamento das necessidades com a arrecadação e despesas é que possibilitará a arrecadação e despesas é que possibilitará a execução de um orçamento equilibrado.execução de um orçamento equilibrado.

- Através do orçamento, pode o Poder - Através do orçamento, pode o Poder Público melhor distribuir a renda nacionalPúblico melhor distribuir a renda nacional

Keynes → a má distribuição da riqueza e da Keynes → a má distribuição da riqueza e da renda concorre para a queda do consumo, renda concorre para a queda do consumo, provocando crises de depressão econômica.provocando crises de depressão econômica.

Orçamento públicoOrçamento público

O orçamento é justamente o mecanismo que O orçamento é justamente o mecanismo que permite, através de um planejamento permite, através de um planejamento criterioso, promover uma melhor criterioso, promover uma melhor distribuição da renda nacional.distribuição da renda nacional.

Orçamento públicoOrçamento público

Conceito:Conceito:

- É o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê - É o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza o Poder Executivo, por certo e autoriza o Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei” arrecadação das receitas já criadas em lei” (Baleeiro)(Baleeiro)

Subdivide-se em duas partes → receita e Subdivide-se em duas partes → receita e despesadespesa

Orçamento públicoOrçamento público

Origem histórica → os abusos do Rei João Origem histórica → os abusos do Rei João Sem Terra. Sem Terra.

→ → O art.14 da Magna Charta de 1215 (art.12 O art.14 da Magna Charta de 1215 (art.12 na versão latina):na versão latina):

→→ Não se estabelecerá em nosso Reino Não se estabelecerá em nosso Reino auxílio nem contribuição alguma, contra os auxílio nem contribuição alguma, contra os posseiros de terras enfeudadas, sem o posseiros de terras enfeudadas, sem o consentimento do nosso comum Conselho do consentimento do nosso comum Conselho do Reino, a não ser que se destinem ao resgate Reino, a não ser que se destinem ao resgate de nossa pessoa, ou para armar cavaleiros a de nossa pessoa, ou para armar cavaleiros a nosso filho primogênito, consignação para nosso filho primogênito, consignação para casar uma só vez a nossa filha primogênita; casar uma só vez a nossa filha primogênita; e, mesmo nestes casos, o imposto ou auxílio e, mesmo nestes casos, o imposto ou auxílio terá de ser moderado ("et ad hoc non fiet terá de ser moderado ("et ad hoc non fiet nisi rationabile auxilium"). nisi rationabile auxilium"). Fonte: Wikipédia.Fonte: Wikipédia.

Petition of Rights (7/06/1628)Petition of Rights (7/06/1628)

Os lordes espirituais e temporais e os comuns, reunidos em Os lordes espirituais e temporais e os comuns, reunidos em parlamento, humildemente lembram ao rei, nosso soberano e senhor, parlamento, humildemente lembram ao rei, nosso soberano e senhor, que uma lei feita no reinado do rei Eduardo I que uma lei feita no reinado do rei Eduardo I (reinou entre 1272 e (reinou entre 1272 e 1307...)1307...) declarou e estabeleceu que nenhuma derrama ou tributo declarou e estabeleceu que nenhuma derrama ou tributo ((tallage or aid) tallage or aid) seria lançada ou cobrada neste reino pelo rei ou seus seria lançada ou cobrada neste reino pelo rei ou seus herdeiros sem o consentimento dos arcebispos, bispos, condes, barões, herdeiros sem o consentimento dos arcebispos, bispos, condes, barões, cavaleiros, burgueses e outros homens livres do povo deste reino; que, cavaleiros, burgueses e outros homens livres do povo deste reino; que, por autoridade do Parlamento (...) foi decretado e estabelecido que, por autoridade do Parlamento (...) foi decretado e estabelecido que, daí em diante, ninguém poderia ser compelido a fazer nenhum daí em diante, ninguém poderia ser compelido a fazer nenhum empréstimo ao rei contra a sua vontade, porque tal empréstimo empréstimo ao rei contra a sua vontade, porque tal empréstimo ofenderia a razão e as franquias do país; ofenderia a razão e as franquias do país; →→

que outras leis do reino vieram preceituar que ninguém que outras leis do reino vieram preceituar que ninguém podia ser sujeito ao tributo ou imposto chamado podia ser sujeito ao tributo ou imposto chamado benevolencebenevolence ou a qualquer outro tributo semelhante, que ou a qualquer outro tributo semelhante, que os nossos súditos herdaram das leis atrás mencionadas e de os nossos súditos herdaram das leis atrás mencionadas e de outras boas leis e provisões (outras boas leis e provisões (statutes) statutes) deste reino a deste reino a liberdade de não serem obrigados a contribuir para liberdade de não serem obrigados a contribuir para qualquer taxa, derrame, tributo ou qualquer outro qualquer taxa, derrame, tributo ou qualquer outro imposto que não tenha sido autorizado por todos, através imposto que não tenha sido autorizado por todos, através do Parlamento.do Parlamento.

A importância de Oliver Crowell A importância de Oliver Crowell (1653-58)(1653-58)

Declaração de Direitos (16/12/1689)Declaração de Direitos (16/12/1689) 4. Que é ilegal toda cobrança de 4. Que é ilegal toda cobrança de

impostos para a Coroa sem o impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele diferentes dos designados por ele próprio.próprio.

- França → Revolução de 1789: a não - França → Revolução de 1789: a não aceitação, pelos Estados Gerais, da aceitação, pelos Estados Gerais, da Convocação de Luiz XVI, para a Convocação de Luiz XVI, para a obtenção de novos impostos.obtenção de novos impostos.

- A Constituição francesa de 1791 - A Constituição francesa de 1791 → competência legislativa para → competência legislativa para fixar a receita e a despesa públicasfixar a receita e a despesa públicas

----------------

Aspectos do OrçamentoAspectos do Orçamento

a) Contábil → doc.de receitas e despesasa) Contábil → doc.de receitas e despesas

b) político → controle de um poder sobre o b) político → controle de um poder sobre o outro (controle da nação → o povo)outro (controle da nação → o povo)

c) econômico → doc.hábil para promover c) econômico → doc.hábil para promover distribuição de rendadistribuição de renda

d) jurídico → o regime constitucionald) jurídico → o regime constitucional

Natureza jurídica do OrçamentoNatureza jurídica do Orçamento

Quatro correntes:Quatro correntes:

a) Orçamento é lei → Hoennel (alemão)a) Orçamento é lei → Hoennel (alemão)

b) é ato administrativo → Laband (alemão)b) é ato administrativo → Laband (alemão)

ato que resulta de operação ato que resulta de operação administrativaadministrativa

(Mayer)(Mayer)

c) lei e ato administrativo → Duguit c) lei e ato administrativo → Duguit (francês)(francês)

d) não é lei, mas ato condição → Jèzed) não é lei, mas ato condição → Jèze

Natureza jurídica do OrçamentoNatureza jurídica do Orçamento

Regime jurídico no Brasil:Regime jurídico no Brasil:

- Lei, em sentido formal, mas seu - Lei, em sentido formal, mas seu conteúdo é de mero ato de conteúdo é de mero ato de administração.administração.

Regime constitucional Regime constitucional brasileirobrasileiro

- - Atualmente, o sistema orçamentário Atualmente, o sistema orçamentário encontra-se regido pelos artigos 165 a 169 encontra-se regido pelos artigos 165 a 169 da Constituição Federal de 1988. da Constituição Federal de 1988.

Art.165 - indica os instrumentos normativos Art.165 - indica os instrumentos normativos do sistema, que são: o plano plurianual do sistema, que são: o plano plurianual (PPA), a lei de diretrizes orçamentárias (PPA), a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e os orçamentos anuais (LOA). Estes (LDO) e os orçamentos anuais (LOA). Estes três instrumentos estabelecidos pela três instrumentos estabelecidos pela Constituição instituem um sistema Constituição instituem um sistema orçamentário efetivamente moderno.orçamentário efetivamente moderno.

Prazos para o PPA, LDO e LOAPrazos para o PPA, LDO e LOA

CF, art.165, § 9º - Cabe à lei CF, art.165, § 9º - Cabe à lei complementar:complementar:

I - dispor sobre o exercício I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;orçamentária anual;

ADCT, art.35ADCT, art.35

§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa para sanção até o encerramento da sessão legislativa ( Remessa: 31 de agosto)( Remessa: 31 de agosto)

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa); encerramento do primeiro período da sessão legislativa); (Remessa: 15 de abril; sanção até 15 de dezembro(Remessa: 15 de abril; sanção até 15 de dezembro ); );

III - o projeto de lei orçamentária da União será III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa encerramento da sessão legislativa (remessa: 31 de (remessa: 31 de agosto).agosto).

Plano Plurianual Plano Plurianual PPAPPA

Lei de periodicidade quadrienal, de Lei de periodicidade quadrienal, de hierarquia especial e sujeita a prazos e ritos hierarquia especial e sujeita a prazos e ritos peculiares de tramitação; peculiares de tramitação;

Prevista na Constituição Federal como Prevista na Constituição Federal como instrumento normatizador do planejamento instrumento normatizador do planejamento de médio prazo e de definição das macro-de médio prazo e de definição das macro-orientações do Governo Federal para a ação orientações do Governo Federal para a ação nacional em cada período de quatro anos, nacional em cada período de quatro anos, sendo estas determinante para o setor sendo estas determinante para o setor público e indicativas para o setor privado público e indicativas para o setor privado (art. 174 da Constituição).(art. 174 da Constituição).

PPAPPA

O PPA → instrumento pelo qual o Governo O PPA → instrumento pelo qual o Governo orienta o planejamento e a gestão da orienta o planejamento e a gestão da administração pública para o quadriênio administração pública para o quadriênio seguinte. seguinte.

→ → define as metas físicas e financeiras para define as metas físicas e financeiras para fins do detalhamento dos orçamentos anuaisfins do detalhamento dos orçamentos anuais

→ → é organizado por Programas que devem é organizado por Programas que devem ser estruturados de acordo com as diretrizes ser estruturados de acordo com as diretrizes estratégicas de governo e a disponibilidade estratégicas de governo e a disponibilidade de recursos.de recursos.

PPAPPA

Idealmente, com o PPA, busca-se respostas Idealmente, com o PPA, busca-se respostas para seis questões fundamentais:para seis questões fundamentais:

- quais as políticas mais adequadas para - quais as políticas mais adequadas para estimular os diversos setores da produção;estimular os diversos setores da produção;

- quais as melhores políticas para gerar - quais as melhores políticas para gerar mais e melhores empregos;mais e melhores empregos;

- quais as ações para reduzir as - quais as ações para reduzir as desigualdades regionais;desigualdades regionais;

PPAPPA

- quais os projetos de infra-estrutura que - quais os projetos de infra-estrutura que receberão mais atenção e recursos;receberão mais atenção e recursos;

- quais os ramos da pesquisa científica e - quais os ramos da pesquisa científica e tecnológica fundamentais para o tecnológica fundamentais para o crescimento do país; ecrescimento do país; e

- quais os programas sociais necessários - quais os programas sociais necessários para o desenvolvimento humano da para o desenvolvimento humano da população, a inclusão social e a melhor população, a inclusão social e a melhor distribuição da renda entre os brasileiros distribuição da renda entre os brasileiros

PPA, em síntesePPA, em síntese

Políticas voltadas a :Políticas voltadas a : - produção- produção - empregos- empregos - desigualdades regionais- desigualdades regionais - projetos de infra-estrutura- projetos de infra-estrutura - pesquisa científica e - pesquisa científica e

tecnológica tecnológica - programas sociais (inclusão - programas sociais (inclusão

social e distribuição da renda)social e distribuição da renda)

Plano Plurianual - PPAPlano Plurianual - PPA

Art. 165, § 1º, CF Art. 165, § 1º, CF →→ " "a lei que instituir a lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública e metas da administração pública federal para as despesas de capital e federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração relativas aos programas de duração continuadacontinuada""

Lei de Diretrizes Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDOOrçamentárias - LDO

Art. 165, § 2º, CF → a LDO Art. 165, § 2º, CF → a LDO ““compreenderá as metas e prioridades compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as orçamentária anual, disporá sobre as alterações da legislação tributária e alterações da legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras de fomento”das agências financeiras de fomento”..

Lei de Diretrizes Orçamentárias Lei de Diretrizes Orçamentárias LDOLDO

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, portanto:portanto:

- estabelece as metas e prioridades para o - estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro subseqüente;exercício financeiro subseqüente;

- orienta a elaboração do Orçamento;- orienta a elaboração do Orçamento;

- dispõe sobre alteração na legislação tributária;- dispõe sobre alteração na legislação tributária;

- estabelece a política de aplicação das agências - estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento financeiras de fomento (Banco do Brasil, Caixa (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Econômica, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, BNDES)BNDES) ..

Lei Orçamentária AnualLei Orçamentária AnualLOALOA

Com base na LDO, a Secretaria de Com base na LDO, a Secretaria de Orçamento Federal elabora a proposta Orçamento Federal elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos poderes Legislativo e orçamentárias dos poderes Legislativo e Judiciário.Judiciário.

Como visto antes, o governo é obrigado a Como visto antes, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano (Art.165, § 9º, I, c/c agosto de cada ano (Art.165, § 9º, I, c/c art.35, § 2º, III, ADCT)art.35, § 2º, III, ADCT)

Acompanha o projeto uma Mensagem do Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da República, na qual é feito um Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas país e suas perspectivas

LOALOA

Conforme o art. 165, § 5º, CF, a Conforme o art. 165, § 5º, CF, a LOA deve conter três LOA deve conter três orçamentos:orçamentos:

- o orçamento fiscal;- o orçamento fiscal;

- o orçamento da seguridade - o orçamento da seguridade social;social;

- orçamento de investimento das - orçamento de investimento das empresas estataisempresas estatais. .

LOALOA

Os dois primeiros (fiscal e seguridade social) Os dois primeiros (fiscal e seguridade social) envolvem toda a programação de gastos dos envolvem toda a programação de gastos dos Poderes da União, seus fundos, autarquias e Poderes da União, seus fundos, autarquias e fundações. Abrangem, portanto, toda a fundações. Abrangem, portanto, toda a administração pública, direta e indireta;administração pública, direta e indireta;

O orçamento de investimentos das empresas O orçamento de investimentos das empresas estatais contém a previsão de investimentos estatais contém a previsão de investimentos das entidades em que a União, direta ou das entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a votosocial com direito a voto

LOALOA

A LOA estima as receitas e autoriza as despesas de A LOA estima as receitas e autoriza as despesas de acordo com a previsão de arrecadação.acordo com a previsão de arrecadação.

Se durante o exercício financeiro houver necessidade Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional projeto de lei de crédito Congresso Nacional projeto de lei de crédito adicional. adicional.

Crises econômicas mundiais permitem que o Poder Crises econômicas mundiais permitem que o Poder Executivo edite Decretos com limites financeiros de Executivo edite Decretos com limites financeiros de gastos abaixo dos limites aprovados pelo Congresso. gastos abaixo dos limites aprovados pelo Congresso. São chamados de São chamados de Decretos de ContingenciamentoDecretos de Contingenciamento em em que são autorizadas despesas no limite das receitas que são autorizadas despesas no limite das receitas arrecadadas. arrecadadas.

Princípios de Direito Princípios de Direito Orçamentário Orçamentário

Lei 4.320/64, art.2ºLei 4.320/64, art.2º : :

a) Unidade → orçamento é uno, englobando a) Unidade → orçamento é uno, englobando todos os órgãos do Estado;todos os órgãos do Estado;

b) Universalidade (art.165, § 5º, CF) → o b) Universalidade (art.165, § 5º, CF) → o orçamento envolve todas as receitas e orçamento envolve todas as receitas e despesas públicasdespesas públicas

c) Anualidade → orçamento abarca sempre c) Anualidade → orçamento abarca sempre um único exercícioum único exercício

- deve ser aprovado no exercício anterior!- deve ser aprovado no exercício anterior!

Princípios de Direito Princípios de Direito OrçamentárioOrçamentário

d) Proibição de estorno (art.166, § 8º, CF)d) Proibição de estorno (art.166, § 8º, CF)

e) Não vinculação da receita pública (art.167, e) Não vinculação da receita pública (art.167, § 4º, CF)§ 4º, CF)

f) Exclusividade de matéria orçamentária f) Exclusividade de matéria orçamentária (art.165, § 8º, CF)(art.165, § 8º, CF)

Orçamento participativoOrçamento participativo

Denomina-se Orçamento Participativo o Denomina-se Orçamento Participativo o elaborado através de um processo elaborado através de um processo aperfeiçoado por meio da participação da aperfeiçoado por meio da participação da comunidade na análise e discussão dos comunidade na análise e discussão dos problemas e na identificação das soluções problemas e na identificação das soluções que mais de perto dizem respeito aos que mais de perto dizem respeito aos interessados. interessados.

(GIACOMONI, James. Orçamento Público. 5ª ed. rev. e at. (GIACOMONI, James. Orçamento Público. 5ª ed. rev. e at. São Paulo: Atlas, 1994, p. 194)São Paulo: Atlas, 1994, p. 194)

Fator determinante do surgimento do Orçamento Fator determinante do surgimento do Orçamento Participativo no Brasil → a total inoperância, inércia dos Participativo no Brasil → a total inoperância, inércia dos legislativos, sobretudo dos legislativos municipais, em legislativos, sobretudo dos legislativos municipais, em discutir matérias de natureza orçamentária. Na maioria discutir matérias de natureza orçamentária. Na maioria das vezes, os orçamentos não são sequer discutidos e das vezes, os orçamentos não são sequer discutidos e recebem aprovação sem nenhuma apreciação material recebem aprovação sem nenhuma apreciação material (o caso de Itajaí/SC, em 2011).(o caso de Itajaí/SC, em 2011).

O que torna o OP influente como proposta de O que torna o OP influente como proposta de redemocratização do orçamento → o peso dos redemocratização do orçamento → o peso dos municípios onde ele é praticado. Em 2002, o OP foi municípios onde ele é praticado. Em 2002, o OP foi praticado nos municípios de São Paulo, Belo Horizonte, praticado nos municípios de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, cidades com um enorme peso Recife e Porto Alegre, cidades com um enorme peso nacional e regional. No entanto, discutir a prática do OP nacional e regional. No entanto, discutir a prática do OP é também reconhecer as enormes variações que existem é também reconhecer as enormes variações que existem entre essas cidades (Leonardo Avritzer).entre essas cidades (Leonardo Avritzer).

Experiências de OPExperiências de OP No período de 1975 a 1986 se desenvolveram as primeiras No período de 1975 a 1986 se desenvolveram as primeiras

experiências brasileiras de Orçamento Participativo, experiências brasileiras de Orçamento Participativo, contemplando os municípios de Lajes (SC), Piracicaba (SP), contemplando os municípios de Lajes (SC), Piracicaba (SP), Campinas (SP), Vila Velha (ES), Boa Esperança (ES), Rio Campinas (SP), Vila Velha (ES), Boa Esperança (ES), Rio Branco (AC), Toledo (PR), Prudente de Morais (MG), Juiz de Branco (AC), Toledo (PR), Prudente de Morais (MG), Juiz de Fora (MG) e Pelotas (RS). Fora (MG) e Pelotas (RS).

Elas, ao mesmo tempo que atenderam a um objetivo Elas, ao mesmo tempo que atenderam a um objetivo específico, a participação social na elaboração dos específico, a participação social na elaboração dos orçamentos dessas localidades, serviram de impulso ao orçamentos dessas localidades, serviram de impulso ao exercício da democracia participativa, sob outras formas.exercício da democracia participativa, sob outras formas.

- Lages, SC → o projeto pioneiro (o papel de Dirceu - Lages, SC → o projeto pioneiro (o papel de Dirceu Carneiro)Carneiro)

Porto Alegre → projeto consagradoPorto Alegre → projeto consagrado ((http://www2.portoalegre.rs.gov.br/op/)) → → Mais de 200 municípios brasileiros praticam o OP Mais de 200 municípios brasileiros praticam o OP

atualmente (Pouco, visto o total de municípios → 5.560)atualmente (Pouco, visto o total de municípios → 5.560)

Fundamentos jurídicos do OPFundamentos jurídicos do OP

Art. 29, inciso XII, da CF/88 → obriga cada Município a incluir, Art. 29, inciso XII, da CF/88 → obriga cada Município a incluir, entre outros princípios, na respectiva Lei Orgânica a entre outros princípios, na respectiva Lei Orgânica a obrigatoriedade da "cooperação das associações obrigatoriedade da "cooperação das associações representativas no planejamento municipal".representativas no planejamento municipal".

Lei nº 10.257/01, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade): Lei nº 10.257/01, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade):

- Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, - Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:instrumentos:

I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;estadual e municipal;

II – debates, audiências e consultas públicas;II – debates, audiências e consultas públicas;

III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;níveis nacional, estadual e municipal;

IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbanoprogramas e projetos de desenvolvimento urbano ..

Fundamentos jurídicos Fundamentos jurídicos do OPdo OP

Art. 44 - No âmbito municipal, a gestão Art. 44 - No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4º desta a alínea f do inciso III do art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, orçamento anual, como condição como condição obrigatória para sua aprovação pela obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.Câmara Municipal.

O art.4°, referido, expressa:O art.4°, referido, expressa:

Fundamentos jurídicos Fundamentos jurídicos do OPdo OP

- Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros - Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:instrumentos:

I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;do território e de desenvolvimento econômico e social;

II – planejamento das regiões metropolitanas, II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;aglomerações urbanas e microrregiões;

III – planejamento municipal, em especial:III – planejamento municipal, em especial: a) plano diretor;a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do

solo;solo; c) zoneamento ambiental;c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual;d) plano plurianual; e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; f) f) gestão orçamentária participativa;gestão orçamentária participativa;

Fundamentos jurídicos Fundamentos jurídicos do OPdo OP

A LC 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal A LC 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), trata nos artigos 48 e 49 da transparência (LRF), trata nos artigos 48 e 49 da transparência na gestão fiscal na Administração pública em na gestão fiscal na Administração pública em todos os níveis (União, Estados, Distrito Federal todos os níveis (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). e Municípios).

Art. 48 → essa transparência fica assegurada Art. 48 → essa transparência fica assegurada também "mediante incentivo à participação também "mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas popular e realização de audiências públicas durante o processo de elaboração e de discussão durante o processo de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos", orçamentos", logicamente não só dos municípios logicamente não só dos municípios federativos.federativos.

----------------------------------

Orçamento e Receita tributáriaOrçamento e Receita tributária

O Orçamento público, no que concerne a O Orçamento público, no que concerne a receita, compreende basicamente a receita, compreende basicamente a tributáriatributária

- Os orçamentos hoje → 90%, em média, - Os orçamentos hoje → 90%, em média, constituídos por receita tributáriaconstituídos por receita tributária

O conceito de tributo → in naturaO conceito de tributo → in natura

→ → in laborein labore

→ → in pecuniain pecunia

CONCEITO DE TRIBUTOCONCEITO DE TRIBUTO

Ricardo Lobo Torres:Ricardo Lobo Torres:  - “Tributo é dever fundamental, consistente em - “Tributo é dever fundamental, consistente em

prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades fundamentais, sob a diretiva dos princípios fundamentais, sob a diretiva dos princípios constitucionais da capacidade contributiva, do constitucionais da capacidade contributiva, do custo/benefício ou da solidariedade do grupo e com a custo/benefício ou da solidariedade do grupo e com a finalidade principal ou acessória de obtenção de finalidade principal ou acessória de obtenção de receita para as necessidades públicas ou para receita para as necessidades públicas ou para atividades protegidas pelo Estado, é exigido de quem atividades protegidas pelo Estado, é exigido de quem tenha realizado o fato descrito em lei elaborada de tenha realizado o fato descrito em lei elaborada de acordo com a competência específica outorgada pela acordo com a competência específica outorgada pela Constituição”. (Curso de Direito Financeiro e Constituição”. (Curso de Direito Financeiro e Tributário, 4ª ed. São Paulo: Renovar, 1997, p.320-Tributário, 4ª ed. São Paulo: Renovar, 1997, p.320-321)321)

Conceito de tributoConceito de tributo

Geraldo Ataliba:Geraldo Ataliba:

- “Juridicamente define-se tributo como - “Juridicamente define-se tributo como obrigação jurídica pecuniária, obrigação jurídica pecuniária, ex legeex lege, que , que se não constitui em sanção de ato ilícito, se não constitui em sanção de ato ilícito, cujo sujeito ativo é uma pessoa pública cujo sujeito ativo é uma pessoa pública (delegado por lei desta), e cujo sujeito (delegado por lei desta), e cujo sujeito passivo é alguém nessa situação posto pela passivo é alguém nessa situação posto pela vontade da lei, obedecidos os desígnios vontade da lei, obedecidos os desígnios constitucionais (explícitos ou implícitos)”. constitucionais (explícitos ou implícitos)”. (Hipótese de Incidência tributária, 4ª ed., (Hipótese de Incidência tributária, 4ª ed., São Paulo: RT, 1990, p.31).São Paulo: RT, 1990, p.31).

Conceito de tributoConceito de tributo

Tributo – um conceito de direito Tributo – um conceito de direito positivopositivo

    - O art.3- O art.3oo CTN CTN – – base para o modelo base para o modelo de Código da OEAde Código da OEA

- Tributo é toda prestação pecuniária - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não se constitua sanção possa exprimir, que não se constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. plenamente vinculada”.

Conceito de Tributo Conceito de Tributo - elementos cf.art.3º, CTN - - elementos cf.art.3º, CTN -

- Prestação (noção de regularidade)- Prestação (noção de regularidade)

- pecuniária (- pecuniária (in pecuniain pecunia))

- compulsória (obrigatória)- compulsória (obrigatória)

- em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir- em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir

- que não constitua sanção de ato ilícito- que não constitua sanção de ato ilícito

- instituída em lei (princípio da legalidade - instituída em lei (princípio da legalidade tributária)tributária)

- cobrada mediante atividade administrativa- cobrada mediante atividade administrativa

- plenamente vinculada (por oposição à - plenamente vinculada (por oposição à atividadeatividade

discricionária)discricionária)

Cf.Geraldo Ataliba, sempre que alguém Cf.Geraldo Ataliba, sempre que alguém entregar dinheiro ao Estado, estaremos entregar dinheiro ao Estado, estaremos diante de uma das 4 possibilidade:diante de uma das 4 possibilidade:

- Obrigação contratual (ato de vontade);- Obrigação contratual (ato de vontade);

- Indenização por dano causado ao - Indenização por dano causado ao Estado;Estado;

- Penalidade pecuniária (infração);- Penalidade pecuniária (infração);

- Obrigação tributária (prevista em lei).- Obrigação tributária (prevista em lei).

Classificações dos tributosClassificações dos tributos

- Quanto à competência fiscal – União, - Quanto à competência fiscal – União, Estados, DF e MunicípiosEstados, DF e Municípios

Os impostos federais, estaduais e Os impostos federais, estaduais e municipaismunicipais

Taxas e Contribuição de melhoriaTaxas e Contribuição de melhoria Empréstimo Compulsório e Empréstimo Compulsório e

ContribuiçõesContribuições EspeciaisEspeciais - Quanto à exclusividade da competência - Quanto à exclusividade da competência

fiscal – privativos ou comunsfiscal – privativos ou comuns

TributosTributosClassificaçõesClassificações

- Quanto às espécies:- Quanto às espécies: Cf. a CF: classificação tripartite Cf. a CF: classificação tripartite (Carrazza) ou (Carrazza) ou

quinquipartite quinquipartite (Bastos, Machado)(Bastos, Machado) Doutrina: bipartite (Becker), Doutrina: bipartite (Becker), tripartite (Ataliba), tripartite (Ataliba), quadripartite (Rosa Jr.,quadripartite (Rosa Jr., Fanucchi)Fanucchi)

AS ESPÉCIES TRIBUTÁRIASAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

A classificação cf. a hipótese de incidência:A classificação cf. a hipótese de incidência:

                  Tributos vinculados: Taxa (Becker)Tributos vinculados: Taxa (Becker)

Taxa e Contribuição de Melhoria Taxa e Contribuição de Melhoria (Ataliba)(Ataliba)

Tributos não-vinculados: Impostos Tributos não-vinculados: Impostos Empréstimo Compulsório e Contribuições Empréstimo Compulsório e Contribuições

Especiais - espécies autônomas? Especiais - espécies autônomas?

IMPOSTOIMPOSTOConceitoConceito

O art.16, CTN:O art.16, CTN:

““Imposto é o tributo cuja Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador obrigação tem por fato gerador uma situação independente de uma situação independente de qualquer atividade estatal, qualquer atividade estatal, relativa ao contribuinte”.relativa ao contribuinte”.

Classificações dos ImpostosClassificações dos Impostos

- quanto à forma de cálculo: pessoais ou - quanto à forma de cálculo: pessoais ou reaisreais

- quanto à possibilidade de repercussão: - quanto à possibilidade de repercussão: diretosdiretos

ou indiretosou indiretos

- quanto à fixação de alíquotas: fixos,- quanto à fixação de alíquotas: fixos,

proporcionais ou progressivosproporcionais ou progressivos

- Quanto à finalidade da tributação: fiscais - Quanto à finalidade da tributação: fiscais ou extrafiscaisou extrafiscais

- A parafiscalidade tributária- A parafiscalidade tributária

Taxas – art.145, II, CF e art.77 Taxas – art.145, II, CF e art.77 a 79, CTNa 79, CTN

Taxas de Serviço e Taxas de Polícia Taxas de Serviço e Taxas de Polícia

- Taxa de Serviço: instituída em razão da prestação - Taxa de Serviço: instituída em razão da prestação de serviço público específico e divisívelde serviço público específico e divisível

Art. 79, CTN - Os serviços públicos a que se refere o artigo Art. 79, CTN - Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória,

sejam postos à sua disposição mediante atividade sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;administrativa em efetivo funcionamento;

Taxa de Serviço – art.79, CTNTaxa de Serviço – art.79, CTN

Serviços públicos específicos e divisíveis:Serviços públicos específicos e divisíveis: II - específicos, quando possam ser destacados II - específicos, quando possam ser destacados

em unidades autônomas de intervenção, de em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;unidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.usuários.

- A Taxa de Iluminação Pública – os porquês da - A Taxa de Iluminação Pública – os porquês da declaração de inconstitucionalidade (a atual declaração de inconstitucionalidade (a atual Cosip).Cosip).

- O pedágio na CF (art.150, V) e na Jurisprudência- O pedágio na CF (art.150, V) e na Jurisprudência Doutrina dividida! Doutrina dividida!

Taxa de PolíciaTaxa de Polícia

O exercício do poder de polícia:O exercício do poder de polícia: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da

administração pública que, limitando ou administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966))

Taxa de PolíciaTaxa de Polícia

Quando é regular o exercício do poder de Quando é regular o exercício do poder de polícia?polícia?

- Considera-se regular o exercício do poder de - Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art.78, p.u., CTN)sem abuso ou desvio de poder (art.78, p.u., CTN)

- IMPORTANTE: A taxa não pode ter base de - IMPORTANTE: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto (Art.145, § 2º, CF), nem correspondam a imposto (Art.145, § 2º, CF), nem ser calculada em função do capital das empresas ser calculada em função do capital das empresas (art.77, p.u., CTN)(art.77, p.u., CTN). .

Contribuição de MelhoriaContribuição de Melhoria

- Notícias históricas – as origens na Inglaterra- Notícias históricas – as origens na Inglaterra

  

    - A C.M. no Direito brasileiro:- A C.M. no Direito brasileiro:

- Art 124, CF/1934 - Provada a valorização do - Art 124, CF/1934 - Provada a valorização do imóvel por motivo de obras públicas, a imóvel por motivo de obras públicas, a administração, que as tiver efetuado, poderá administração, que as tiver efetuado, poderá cobrar dos beneficiados contribuição de cobrar dos beneficiados contribuição de melhoria.melhoria.

    - A (in)evolução da redação constitucional- A (in)evolução da redação constitucional

CF, art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal CF, art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:tributos:

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.públicas.

A jurisprudência do STF, confirmando o CTN:A jurisprudência do STF, confirmando o CTN:

CTN, art.81 - A contribuição de melhoria cobrada CTN, art.81 - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra obras públicas de que decorra valorização valorização imobiliáriaimobiliária, tendo como , tendo como limite total a despesa limite total a despesa realizada realizada e como e como limite individual o acréscimo de limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiadobeneficiado..

““CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. VALORIZAÇÃO CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. CF/67. ART. 18, II, COM A REDAÇÃO DA EC N. IMOBILIÁRIA. CF/67. ART. 18, II, COM A REDAÇÃO DA EC N. 23/83, CF/88, ART. 145, III. Sem valorização imobiliária, 23/83, CF/88, ART. 145, III. Sem valorização imobiliária, decorrente de obra pública, não há contribuição de melhoria, decorrente de obra pública, não há contribuição de melhoria, porque a hipótese de incidência desta é a valorização.” (STF, porque a hipótese de incidência desta é a valorização.” (STF, RE 114.069/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, j. em RE 114.069/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, j. em 15/04/1994)15/04/1994)

““CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido” (STF, AI 694836 AgR/SP, 2ª Turma, Rel. regimental improvido” (STF, AI 694836 AgR/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, j. em 24/11/2009Min. Ellen Gracie, j. em 24/11/2009) )

Contribuição de MelhoriaContribuição de Melhoria

A lei relativa à contribuição de melhoria A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos observará os seguintes requisitos mínimos:mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes I - publicação prévia dos seguintes elementos:elementos:

a) memorial descritivo do projeto;a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra;b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da c) determinação da parcela do custo da

obra a ser financiada pela contribuição;obra a ser financiada pela contribuição;

Contribuição de MelhoriaContribuição de Melhoria d) delimitação da zona beneficiada;d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do e) determinação do fator de absorção do

benefício da valorização para toda a zona ou para benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;anterior;

III - regulamentação do processo administrativo III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.apreciação judicial.

- Ver Decreto 195/67, recepcionado pela CF!- Ver Decreto 195/67, recepcionado pela CF!

1. O fato gerador da Contribuição de Melhoria não é a realização da obra, mas sim a decorrente valorização imobiliária. Dessa forma, a base de cálculo para cobrança da contribuição de melhoria é a diferença entre os valores inicial e final do imóvel beneficiado.

 2. Esta Corte é uníssona no entendimento de que cabe ao ente tributante a demonstração da real valorização do bem.

(REsp 1137794/RS - Recurso Especial 2009/0082430-6 - Ministro Castro Meira – Julgamento: 06/10/2009)

Pode ser instituída durante a obra?Pode ser instituída durante a obra?

- Divisão doutrinária- Divisão doutrinária

STF: STF: “ “não não há possibilidade de ser cobrada em há possibilidade de ser cobrada em

relação à obra inacabada, porque a exegese relação à obra inacabada, porque a exegese que se dá à expressão contribuição de que se dá à expressão contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas melhoria, decorrente de obras públicas outra não é senão a de que implique que a outra não é senão a de que implique que a obra esteja realizada.” obra esteja realizada.” (STF, RE nº 114.069-1/SP, 2ª (STF, RE nº 114.069-1/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, RJ/IOB 1/8002) Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, RJ/IOB 1/8002)

Empréstimo CompulsórioEmpréstimo CompulsórioArts.148, CF e 15, CTNArts.148, CF e 15, CTN

As CF anteriores – não permitiam, nem proibiam!As CF anteriores – não permitiam, nem proibiam! Jurisprudência do STF até 1965 Jurisprudência do STF até 1965

O julgamento do EC do Paraná, em 23/3/64 – “adicional O julgamento do EC do Paraná, em 23/3/64 – “adicional restituível” acrescido ao IVC, equivalente a 1% das restituível” acrescido ao IVC, equivalente a 1% das operações tributadas, a ser cobrado durante cinco anos.operações tributadas, a ser cobrado durante cinco anos.

- Luiz Gallotti: “Se ninguém nega que é tributo a taxa, à - Luiz Gallotti: “Se ninguém nega que é tributo a taxa, à qual corresponde o oferecimento, pelo Estado, de qual corresponde o oferecimento, pelo Estado, de contraprestação próxima ou concomitante, como negar que contraprestação próxima ou concomitante, como negar que o seja o EC, onde também existe contraprestação ou o seja o EC, onde também existe contraprestação ou restituição só porque esta é distante, o que não melhora, restituição só porque esta é distante, o que não melhora, mas piora a situação do contribuinte?”mas piora a situação do contribuinte?”

- Voto vencedor: Vilas Boas – tal ingresso, embora de - Voto vencedor: Vilas Boas – tal ingresso, embora de caráter impositivo, era uma contribuição parafiscal, não caráter impositivo, era uma contribuição parafiscal, não envolvida na proibição do inciso” (pr.da anualidade)envolvida na proibição do inciso” (pr.da anualidade)

Súmula 418: “O Empréstimo compulsório não é Súmula 418: “O Empréstimo compulsório não é tributo e sua arrecadação não está sujeita à tributo e sua arrecadação não está sujeita à prévia autorização orçamentária” prévia autorização orçamentária” ((Verifica-se no Verifica-se no acórdão do RE 111954 (RTJ 126/330), cujo julgamento ocorreu em acórdão do RE 111954 (RTJ 126/330), cujo julgamento ocorreu em sessão plenária realizada em 1º/6/1988, que a Súmula 418 perdeu sessão plenária realizada em 1º/6/1988, que a Súmula 418 perdeu a validade em face dos arts. 18, § 3º e 21, § 2º, II da Constituição a validade em face dos arts. 18, § 3º e 21, § 2º, II da Constituição

Federal de 1967 (redação da Emenda Constitucional 1/1969).Federal de 1967 (redação da Emenda Constitucional 1/1969). A EC 18/65 – Somente a União, em casos A EC 18/65 – Somente a União, em casos

excepcionais definidos em lei complementar, excepcionais definidos em lei complementar, poderá instituir empréstimo compulsório” poderá instituir empréstimo compulsório” (art.4º)(art.4º)

Regra mantida pela CF/67 (art.15)Regra mantida pela CF/67 (art.15) A CF/69 – arts.18, § 3º e art.21, IIA CF/69 – arts.18, § 3º e art.21, II

Empréstimo CompulsórioEmpréstimo Compulsório

Competência privativa ou exclusiva da União?Competência privativa ou exclusiva da União?

- a fórmula constitucional – “somente a - a fórmula constitucional – “somente a União” União” (art.4º, EC 18/65, art.15, CF/67 e (art.4º, EC 18/65, art.15, CF/67 e art.15, CTN)art.15, CTN)

- Art.21, II, CF/69 – “A União pode instituir...”- Art.21, II, CF/69 – “A União pode instituir...”

- Art.148, CF: “a União, mediante lei - Art.148, CF: “a União, mediante lei complementar, pode instituir...”complementar, pode instituir...”

Tributo autônomo ou sub-espécie de imposto?Tributo autônomo ou sub-espécie de imposto?

Empréstimo CompulsórioEmpréstimo Compulsório

Pressupostos: calamidade pública, Pressupostos: calamidade pública, guerra externa, ou investimento guerra externa, ou investimento públicopúblico

O fato gerador do tributo – a critério O fato gerador do tributo – a critério do legislador complementardo legislador complementar

- Baleeiro: somente tendo como - Baleeiro: somente tendo como suporte os Impostos da União! suporte os Impostos da União!

O parágr.único do art.148, CF – O parágr.único do art.148, CF – redundância ou precaução?redundância ou precaução?

Contribuições EspeciaisContribuições EspeciaisArts.149 e 196, CFArts.149 e 196, CF

A Parafiscalidade no Direito Tributário A Parafiscalidade no Direito Tributário brasileiro – o art.7º, CTN, e seu § 3ºbrasileiro – o art.7º, CTN, e seu § 3º

Contribuições: Contribuições: a) Sociais (CSL, CFGTS, COFINS etc)a) Sociais (CSL, CFGTS, COFINS etc) b) Interventivas (Anatel, Anel, ANP etc)b) Interventivas (Anatel, Anel, ANP etc) c) Corporativas (Sistema S, Conselhosc) Corporativas (Sistema S, Conselhos Profissionais, Contr.Sindicais etc)Profissionais, Contr.Sindicais etc) As Contribuições para o Financiamento da As Contribuições para o Financiamento da

Seguridade Social – art.195, CFSeguridade Social – art.195, CF    O art.195, § 6O art.195, § 6oo, CF – a anterioridade , CF – a anterioridade

mitigadamitigada

O Sistema Constitucional Tributário - O Sistema Constitucional Tributário - fundamentosfundamentos

- Características estruturais: exaustividade e rigidez - Características estruturais: exaustividade e rigidez

- Sistema ou sub-sistema tributário?- Sistema ou sub-sistema tributário? - A estrutura da Constituição Federal- A estrutura da Constituição Federal

- Noção de princípio - Noção de princípio regras diretivas de um regras diretivas de um sistemasistema

  

- O federalismo brasileiro e sua influência no - O federalismo brasileiro e sua influência no modernomoderno

DCTDCT - Os Municípios e o Distrito Federal - Os Municípios e o Distrito Federal autonomia autonomia

formal e materialformal e material

OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOSTRIBUTÁRIOS

A topografia dos princípios tributários na A topografia dos princípios tributários na CRFBCRFB

  

Princípios expressos e implícitosPrincípios expressos e implícitos

  

Princípios gerais e específicosPrincípios gerais e específicos

Princípios Constitucionais Princípios Constitucionais implícitosimplícitos

Isonomia das pessoas constitucionais

Não há hierarquia entre União, Estados Membros, Distrito Federal e Municípios Laband: “a autonomia pressupõe a aptidão de criar direito próprio e não por delegação”

Princípios Princípios Constitucionais Constitucionais

implícitosimplícitos Indisponibilidade do interesse públicoIndisponibilidade do interesse público

- Interesses inapropriáveis aos governantes- Interesses inapropriáveis aos governantes

- Opera-se no regime jurídico-administrativo (o - Opera-se no regime jurídico-administrativo (o legislador pode dele dispor, respeitados os legislador pode dele dispor, respeitados os ditames constitucionais).ditames constitucionais).

Princípios Constitucionais expressos Princípios Constitucionais expressos geraisgerais

- Federativo – art.1º, CF- Federativo – art.1º, CF

- Republicano – art.1º, parágrafo único, CF- Republicano – art.1º, parágrafo único, CF

- Legalidade – art.5º, II, CF- Legalidade – art.5º, II, CF

- Igualdade – art.5º, caput, CF- Igualdade – art.5º, caput, CF

- Irretroatividade das leis – art.5º, XXXVI, CF- Irretroatividade das leis – art.5º, XXXVI, CF

Princípios Constitucionais expressos Princípios Constitucionais expressos geraisgerais

- - Universalidade da jurisdição – art.5º, XXXV, CFUniversalidade da jurisdição – art.5º, XXXV, CF

- Devido processo legal e ampla defesa – art.5º, LIV e LV, - Devido processo legal e ampla defesa – art.5º, LIV e LV, CFCF

- Direito de petição – art.5º, XXXIV, a,b,CF- Direito de petição – art.5º, XXXIV, a,b,CF

- Direito de propriedade – art.5º, XXII, CF- Direito de propriedade – art.5º, XXII, CF

Princípios Constitucionais Princípios Constitucionais Tributários implícitosTributários implícitos

- Indelegabilidade da - Indelegabilidade da competência tributária (expressa competência tributária (expressa no art.7º, CTN)no art.7º, CTN)

- Tipicidade- Tipicidade

- Representatividade- Representatividade

Princípios Constitucionais Tributários Princípios Constitucionais Tributários

expressosexpressos geraisgerais

- - Legalidade – art.150, I, CFLegalidade – art.150, I, CF

- Igualdade - art.150, II, CF- Igualdade - art.150, II, CF

- Anterioridade – art.150, III, b,c, CF- Anterioridade – art.150, III, b,c, CF

- Irretroatividade – art.150, III, a, CF- Irretroatividade – art.150, III, a, CF

- Proibição de Confisco – art.150, IV, - Proibição de Confisco – art.150, IV, CFCF

Princípios Constitucionais Tributários Princípios Constitucionais Tributários

expressosexpressos geraisgerais

- - Liberdade de Tráfego – art.150, V, CFLiberdade de Tráfego – art.150, V, CF

- Imunidades gerais – art.150, VI, - Imunidades gerais – art.150, VI, a,b,c,d, CFa,b,c,d, CF

- Capacidade contributiva – art.145, § - Capacidade contributiva – art.145, § 1º, CF1º, CF

- Uniformidade geográfica dos tributos - Uniformidade geográfica dos tributos – art.151, I, CF– art.151, I, CF

Princípios Constitucionais Tributários Princípios Constitucionais Tributários expressos específicosexpressos específicos

- Imunidades específicas – IPI, ITR, IOF, ICMS, - Imunidades específicas – IPI, ITR, IOF, ICMS, ITBIITBI

- Generalidade, universalidade e - Generalidade, universalidade e progressividade – art.153, progressividade – art.153,

§ 2º, I, CF (Imposto sobre a Renda)§ 2º, I, CF (Imposto sobre a Renda)

- Seletividade – arts.153, § 3º, I e 155, § 2º, III, - Seletividade – arts.153, § 3º, I e 155, § 2º, III, CF (IPI e ICMS)CF (IPI e ICMS)

- Não-cumulatividade – arts.153, § 3º, II - Não-cumulatividade – arts.153, § 3º, II e 155, § 2º, I, CF (IPI ee 155, § 2º, I, CF (IPI e

ICMS)ICMS)

- Seletividade e Progressividade – - Seletividade e Progressividade – art.153, § 4º, I, CF (ITR)art.153, § 4º, I, CF (ITR)

- Seletividade e Progressividade – - Seletividade e Progressividade – art.156, § 1º, I, II, CF (IPTU)art.156, § 1º, I, II, CF (IPTU)

Princípio da Legalidade TributáriaPrincípio da Legalidade Tributária

Origens → O art.14 da Magna Charta de 1215 Origens → O art.14 da Magna Charta de 1215 (art.12 na versão latina):(art.12 na versão latina):

→→ Não se estabelecerá em nosso Reino auxílio Não se estabelecerá em nosso Reino auxílio nem contribuição alguma, contra os posseiros nem contribuição alguma, contra os posseiros de terras enfeudadas, sem o consentimento de terras enfeudadas, sem o consentimento do nosso comum Conselho do Reino, a não do nosso comum Conselho do Reino, a não ser que se destinem ao resgate de nossa ser que se destinem ao resgate de nossa pessoa, ou para armar cavaleiros a nosso filho pessoa, ou para armar cavaleiros a nosso filho primogênito, consignação para casar uma só primogênito, consignação para casar uma só vez a nossa filha primogênita; e, mesmo vez a nossa filha primogênita; e, mesmo nestes casos, o imposto ou auxílio terá de ser nestes casos, o imposto ou auxílio terá de ser moderado ("et ad hoc non fiet nisi rationabile moderado ("et ad hoc non fiet nisi rationabile auxilium"). Fonte: Wikipédia.auxilium"). Fonte: Wikipédia.

Pr.da Legalidade tributáriaPr.da Legalidade tributária

A Constituição de 1824:A Constituição de 1824:

- art.171 → “todas as contribuições diretas ... - art.171 → “todas as contribuições diretas ... serão anualmente estabelecidas pela serão anualmente estabelecidas pela Assembléia...”Assembléia...”

CF/1891, art.72, § 30 → “nenhum imposto de CF/1891, art.72, § 30 → “nenhum imposto de qualquer natureza poderá ser cobrado senão qualquer natureza poderá ser cobrado senão em virtude de uma lei que o autorize” em virtude de uma lei que o autorize”

- referência à imposto, quando a doutrina - referência à imposto, quando a doutrina entendia aplicável aos tributos em geral (Rui, entendia aplicável aos tributos em geral (Rui, em seus Comentários à Constituição → “toda a em seus Comentários à Constituição → “toda a contribuição direta (tributo, imposto, direito contribuição direta (tributo, imposto, direito ou taxa) há de resultar de uma lei...)ou taxa) há de resultar de uma lei...)

CF/34, art.17, VII → necessidade de lei para CF/34, art.17, VII → necessidade de lei para instituir e cobrar tributos (regra situada nas instituir e cobrar tributos (regra situada nas disposições gerais, fora das declarações de disposições gerais, fora das declarações de direitos).direitos).

CF/37, art.13 → impostos não poderiam ser CF/37, art.13 → impostos não poderiam ser regulados por decretos-leis expedidos pelo regulados por decretos-leis expedidos pelo Presidente no recesso do Parlamento...Presidente no recesso do Parlamento...

CF/46, art.141, § 34 → “nenhum tributo CF/46, art.141, § 34 → “nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça; nenhum será cobrado lei o estabeleça; nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvada, autorização orçamentária, ressalvada, porém, a tarifa aduaneira e o imposto porém, a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra.”lançado por motivo de guerra.”

EC 18/65 → mesma redação quanto à EC 18/65 → mesma redação quanto à legalidade, mas alterando legalidade, mas alterando profundamente a anualidade (art.7º)profundamente a anualidade (art.7º)

CF/67, art.150, § 29 → mesmo texto da CF/46CF/67, art.150, § 29 → mesmo texto da CF/46

CF/69, art.153, § 29 → nenhum tributo será CF/69, art.153, § 29 → nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nem cobrado, em cada exercício, estabeleça, nem cobrado, em cada exercício, sem que a lei que o houver instituído ou sem que a lei que o houver instituído ou aumentado esteja em vigor antes do início aumentado esteja em vigor antes do início do exercício financeiro, ressalvados a tarifa do exercício financeiro, ressalvados a tarifa alfandegária e a de transporte, o imposto alfandegária e a de transporte, o imposto sobre produtos industrializados e o imposto sobre produtos industrializados e o imposto lançado por motivo de guerra e demais lançado por motivo de guerra e demais casos previstos nesta Constituição.casos previstos nesta Constituição.

O art.21, V, CF/69 – possibilidade de O art.21, V, CF/69 – possibilidade de alteração de alíquotas e base de cálculo por alteração de alíquotas e base de cálculo por ato do Poder Executivo (I.Imp., I.Exp., IPI, e ato do Poder Executivo (I.Imp., I.Exp., IPI, e Tarifa de transportes.Tarifa de transportes.

A Carta vigente, art.150, I → é vedado à A Carta vigente, art.150, I → é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, exigir ou aumentar tributo sem Municípios, exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.lei que o estabeleça.

Exceções → art.153, § 1º: é facultado ao Poder Exceções → art.153, § 1º: é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos sobre comércio exterior, IPI e IOF.impostos sobre comércio exterior, IPI e IOF.

Legalidade e Medida ProvisóriaLegalidade e Medida Provisória

- O Decreto-lei, nas Cartas de 67 e 69- O Decreto-lei, nas Cartas de 67 e 69

- O art.62, § 2º, CF (EC 32, de - O art.62, § 2º, CF (EC 32, de 11/9/2001)11/9/2001)

- A competência residual da União - A competência residual da União (art.154, I)(art.154, I)

- A jurisprudência do STF sobre a - A jurisprudência do STF sobre a matériamatéria

Princípio da Igualdade Princípio da Igualdade tributáriatributária

O princípio da Igualdade geral – art.5º, CF, O princípio da Igualdade geral – art.5º, CF, caputcaput

É vedado o tratamento desigual entre É vedado o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação contribuintes que se encontrem em situação equivalente – princípio aristotélicoequivalente – princípio aristotélico

Proibição de distinções em razão de ocupação Proibição de distinções em razão de ocupação profissional ou função exercidaprofissional ou função exercida

Independe tbém a denominação jurídica dos Independe tbém a denominação jurídica dos rendimentosrendimentos

Princípio da Anterioridade Princípio da Anterioridade tributáriatributária

Origens na Jurisprudência da Suprema Origens na Jurisprudência da Suprema Corte inglesa (reflexos da Magna Charta de Corte inglesa (reflexos da Magna Charta de 1215)1215)

A Declaração Universal dos Direitos do A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1789) – direito de propriedade e Homem (1789) – direito de propriedade e não surpresa na tributaçãonão surpresa na tributação

No Brasil – Pr.da Anualidade na No Brasil – Pr.da Anualidade na Constituição de 1824: “todas as Constituição de 1824: “todas as contribuições diretas... Serão anualmente contribuições diretas... Serão anualmente estabelecidas pela Assembléia...” (art.171).estabelecidas pela Assembléia...” (art.171).

Embora ausente de forma expressa na Embora ausente de forma expressa na CF/1891, o STF entendeu aplicável, por força CF/1891, o STF entendeu aplicável, por força do art.27 do Código de Contabilidade (Ac. de do art.27 do Código de Contabilidade (Ac. de 1915 – R.D.40/62) (Prévia Inclusão 1915 – R.D.40/62) (Prévia Inclusão Orçamentária)Orçamentária)

CF/1946, art.141, § 34 – “nenhum (tributo) CF/1946, art.141, § 34 – “nenhum (tributo) será cobrado em cada exercício sem prévia será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvada, autorização orçamentária, ressalvada, porém, a tarifa aduaneira e o imposto porém, a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra”.lançado por motivo de guerra”.

Nereu Ramos, constituinte em 46: Nereu Ramos, constituinte em 46: “quero consignar na Constituição, “quero consignar na Constituição, justamente para impedir que no meio justamente para impedir que no meio do ano se crie um imposto e se mande do ano se crie um imposto e se mande cobrar imediatamente. Quero, repito, cobrar imediatamente. Quero, repito, que, incluído o imposto, o Orçamento que, incluído o imposto, o Orçamento determine o ano em que deve ser determine o ano em que deve ser cobrado”cobrado” (citado por José Duarte, in A Constituição (citado por José Duarte, in A Constituição Brasileira de 1946, Rio, 1947, v.3º, p.82)Brasileira de 1946, Rio, 1947, v.3º, p.82)

A Emenda 18/65 – o princípio, agora da A Emenda 18/65 – o princípio, agora da Anterioridade, era aplicável somente aos Anterioridade, era aplicável somente aos impostos sobre o patrimônio e a renda impostos sobre o patrimônio e a renda (influência da Jurispr.do DTF e de Carl (influência da Jurispr.do DTF e de Carl Shoup, do FMI)Shoup, do FMI)

A CF/67 – restabeleceu a anterioridade A CF/67 – restabeleceu a anterioridade geral, de acordo com o art.141, § 34, CF/46geral, de acordo com o art.141, § 34, CF/46

A CF/69 – abriu o leque das exceções (IPI, e A CF/69 – abriu o leque das exceções (IPI, e outros casos previstos na CF – imp.de outros casos previstos na CF – imp.de exportação, imposto único, e Contribuições exportação, imposto único, e Contribuições Especiais parafiscais)Especiais parafiscais)

A CF vigente – o princípio da anterioridade A CF vigente – o princípio da anterioridade geral (art.150, III, b)geral (art.150, III, b)

- As exceções do art.150, § 1º- As exceções do art.150, § 1º A Anterioridade especial – inovação da EC A Anterioridade especial – inovação da EC

42/2003 (art.150, III, c)42/2003 (art.150, III, c) Não confundir com a anterioridade Não confundir com a anterioridade

mitigada (art.195, § 6º, CF)mitigada (art.195, § 6º, CF)

- Exceções: art.150, § 1º- Exceções: art.150, § 1º

Princípio da Irretroatividade Princípio da Irretroatividade da lei tributáriada lei tributária

O art.5º, XXXVI, CF – a lei não prejudicará O art.5º, XXXVI, CF – a lei não prejudicará o o direito adquiridodireito adquirido, o ato jurídico perfeito e a , o ato jurídico perfeito e a coisa julgadacoisa julgada

Princípio, no DT, implícito até 1988Princípio, no DT, implícito até 1988 As discussões sobre a irretroatividade As discussões sobre a irretroatividade

tributária e a Súmula 584, STF tributária e a Súmula 584, STF “Ao “Ao Imposto de Renda calculado sobre os Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano base, aplica-se a lei rendimentos do ano base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração”.ser apresentada a declaração”.

A redação do princípio: é vedado à União, A redação do princípio: é vedado à União, EM, DF e M cobrar tributos, “em relação a EM, DF e M cobrar tributos, “em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou vigência da lei que os houver instituído ou aumentado” (art.150, III, a, CF)aumentado” (art.150, III, a, CF)

Crítica à expressão “fato gerador”, conceito Crítica à expressão “fato gerador”, conceito jurídico tributário jurídico tributário fatos ocorridos antes do fatos ocorridos antes do ininíício da vigência da lei não são fatos cio da vigência da lei não são fatos geradores de tributos (são fatos quaisquer, geradores de tributos (são fatos quaisquer, não f.g.)não f.g.)

aplicaaplicaçção apenas quanto ao aumento de ão apenas quanto ao aumento de tributotributo

O princípio da Irretroatividade da lei O princípio da Irretroatividade da lei tributária material não comporta exceções!tributária material não comporta exceções!

- Os arts.106, II,a, b, c, e 144, § 1º, do CTN - Os arts.106, II,a, b, c, e 144, § 1º, do CTN retroatividade de lei tribut retroatividade de lei tributáária penal e de ria penal e de lei tributlei tributáária administrativaria administrativa

Princípio da Proibição de ConfiscoPrincípio da Proibição de Confisco

Art.150, IV, CF: “é vedado utilizar tributo Art.150, IV, CF: “é vedado utilizar tributo com efeito de confisco”com efeito de confisco”

Confisco Confisco origem etimológica: do verbo origem etimológica: do verbo latim "latim "confiscareconfiscare, que "é concebido, no , que "é concebido, no ambiente jurídico, como ação de força ambiente jurídico, como ação de força exercida pelo Estado consistente em exercida pelo Estado consistente em transferir para si todos ou parte dos bens de transferir para si todos ou parte dos bens de um particular" (MARTINS & DELGADO, um particular" (MARTINS & DELGADO, 2000, p. 93).2000, p. 93).

                        Com efeito, confisco pode também Com efeito, confisco pode também ser definido como "apreensão e abjudicação ser definido como "apreensão e abjudicação ao fisco de bens do patrimônio de alguém ao fisco de bens do patrimônio de alguém por violação da lei e como pena principal ou por violação da lei e como pena principal ou acessória" (PAULO, 2002, p. 82).acessória" (PAULO, 2002, p. 82).

Para que haja confisco é preciso previsão Para que haja confisco é preciso previsão legal de dois tipos: a negativa e a positiva. legal de dois tipos: a negativa e a positiva.

- Ambas são dirigidas do Estado para o - Ambas são dirigidas do Estado para o particular. A primeira consiste na particular. A primeira consiste na tipificação de uma ação ou conduta tipificação de uma ação ou conduta proibida por lei. A segunda é a penalidade proibida por lei. A segunda é a penalidade imposta ao transgressor, que consiste na imposta ao transgressor, que consiste na perda do bem. perda do bem.

Inovação no Sistema Tributário Nacional Inovação no Sistema Tributário Nacional o o constituinte de 1988 preocupou-se em conferir à constituinte de 1988 preocupou-se em conferir à sociedade um elemento positivo que sociedade um elemento positivo que impossibilitasse a livre atuação estatal na impossibilitasse a livre atuação estatal na instituição de tributos.instituição de tributos.

  Princípio dirigido às quatro esferas federativas Princípio dirigido às quatro esferas federativas da República, a saber: União, Estados, Distrito da República, a saber: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.Federal e Municípios.

Insere-se dessa forma como um contrapeso ao Insere-se dessa forma como um contrapeso ao poder de tributar. Por ser este parte do poder poder de tributar. Por ser este parte do poder político estatal, é aquele, de forma ampla, uma político estatal, é aquele, de forma ampla, uma barreira de que os detentores deste não podem barreira de que os detentores deste não podem dispor livremente.dispor livremente.

A aplicação em casos concretos é algo ainda objeto de A aplicação em casos concretos é algo ainda objeto de reflexão. A própria subjetividade na definição do reflexão. A própria subjetividade na definição do princípio é algo que dificulta sua materialização em princípio é algo que dificulta sua materialização em casos concretos. casos concretos.

Como caracterizar o efeito confiscatório do tributo?Como caracterizar o efeito confiscatório do tributo?

- Confisco com um único tributo, ou a carga fiscal - Confisco com um único tributo, ou a carga fiscal global?global?

A proposta de Geraldo Ataliba, de reforma do CTN A proposta de Geraldo Ataliba, de reforma do CTN (entregue ao então Senador FHC) (entregue ao então Senador FHC)

- O art 7º do anteprojeto possuía a seguinte redação- O art 7º do anteprojeto possuía a seguinte redação

Art. 7º. Considerar-se-á caracterizada a Art. 7º. Considerar-se-á caracterizada a utilização de tributo com efeito de confisco utilização de tributo com efeito de confisco sempre que seu valor, na mesma incidência, ou sempre que seu valor, na mesma incidência, ou em incidências sucessivas, superar o valor em incidências sucessivas, superar o valor normal de mercado dos bens, direitos ou normal de mercado dos bens, direitos ou serviços envolvidos no respectivo fato gerador serviços envolvidos no respectivo fato gerador ou ultrapassar 50% do valor das rendas geradas ou ultrapassar 50% do valor das rendas geradas na mesma incidência.na mesma incidência.

                        § 1.º É vedada a pena de perdimento em matéria § 1.º É vedada a pena de perdimento em matéria fiscal, ressalvadas as normas sobre o abandono de fiscal, ressalvadas as normas sobre o abandono de mercadorias previstas na legislação vigente.mercadorias previstas na legislação vigente.

                        § 2.º Para os efeitos deste artigo computar-se-ão § 2.º Para os efeitos deste artigo computar-se-ão todos os tributos federais, estaduais ou municipais, que todos os tributos federais, estaduais ou municipais, que incidam no bem, direito ou serviço com fatos geradores incidam no bem, direito ou serviço com fatos geradores simultâneos, ou decorrentes de um único negócio.simultâneos, ou decorrentes de um único negócio.

                        § 3.º As normas deste artigo não se aplicam ao § 3.º As normas deste artigo não se aplicam ao imposto de importação utilizado como instrumento imposto de importação utilizado como instrumento regulador do comércio exterior.regulador do comércio exterior.

O STF declarou a inconstitucionalidade de lei que O STF declarou a inconstitucionalidade de lei que pretendeu elevar a alíquota da contribuição pretendeu elevar a alíquota da contribuição previdenciária dos servidores públicos ao patamar previdenciária dos servidores públicos ao patamar de até 25%.de até 25%.

Um dos principais vícios apresentados pela lei, o Um dos principais vícios apresentados pela lei, o qual serviu de base para a sua fulminação, foi qual serviu de base para a sua fulminação, foi justamente à afronta ao Princípio do Não-Confisco justamente à afronta ao Princípio do Não-Confisco que representaria tal carga tributária. que representaria tal carga tributária.

No mesmo julgado, o Tribunal explicitou a tese de No mesmo julgado, o Tribunal explicitou a tese de que o caráter de confisco do tributo deve ser que o caráter de confisco do tributo deve ser avaliado em relação à carga tributária total avaliado em relação à carga tributária total resultante dos tributos em conjunto, declarando resultante dos tributos em conjunto, declarando que "o exame da questão do efeito confiscatório que "o exame da questão do efeito confiscatório deve ser feito em função da totalidade do sistema deve ser feito em função da totalidade do sistema tributário e não em função de cada tributo tributário e não em função de cada tributo isoladamente (ADInMC 2.010-DF, rel. Min. Celso isoladamente (ADInMC 2.010-DF, rel. Min. Celso de Mello, 29.09.1999) de Mello, 29.09.1999)

Questão divergente Questão divergente a multa tributária com a multa tributária com efeito confiscatório. efeito confiscatório.

Dissenso doutrinário Dissenso doutrinário Hugo de Brito Machado Hugo de Brito Machado defende a posição de que a referência do não-defende a posição de que a referência do não-confisco não se aplica ao descumprimento de confisco não se aplica ao descumprimento de normas formais tributárias.normas formais tributárias.

Ives Gandra da Silva Martins defende posição Ives Gandra da Silva Martins defende posição mais ampla, sugerindo a idéia que a aplicação do mais ampla, sugerindo a idéia que a aplicação do princípio do artigo 150, inciso IV da Constituição, princípio do artigo 150, inciso IV da Constituição, não protege tão somente o tributo, mas também não protege tão somente o tributo, mas também toda obrigação dela decorrente, inclusive a toda obrigação dela decorrente, inclusive a gerada pelo inadimplemento do contribuinte. gerada pelo inadimplemento do contribuinte.

Para Ives Gandra, o constituinte, ao vedar o confisco, Para Ives Gandra, o constituinte, ao vedar o confisco, referiu-se à obrigação tributária principal e não referiu-se à obrigação tributária principal e não especificamente ao tributo. É uma interpretação especificamente ao tributo. É uma interpretação extensiva, que amplia o campo de abrangência do extensiva, que amplia o campo de abrangência do princípio em estudo. princípio em estudo.

  Neste sentido sinalizou o STF, ao conceder liminar Neste sentido sinalizou o STF, ao conceder liminar ao julgar ADIn promovida pela Federação Nacional ao julgar ADIn promovida pela Federação Nacional do Comércio, suspendendo a vigência do art. 3º, do Comércio, suspendendo a vigência do art. 3º, parágrafo único, da Lei n. 8.846/94, que comina parágrafo único, da Lei n. 8.846/94, que comina multa de trezentos por cento do valor da operação de multa de trezentos por cento do valor da operação de venda de mercadorias ou de prestações de serviços, venda de mercadorias ou de prestações de serviços, para a hipótese de não emissão do correspondente para a hipótese de não emissão do correspondente documento fiscal" (MACHADO, 2003, p. 259).documento fiscal" (MACHADO, 2003, p. 259).

Princípio da Liberdade de TráfegoPrincípio da Liberdade de Tráfego

Art.150, V, CF Art.150, V, CF éé vedado estabelecer vedado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.pelo poder público.

Isto não significa que todas as operações Isto não significa que todas as operações interestaduais ou intermunicipais devam ser interestaduais ou intermunicipais devam ser imunes a qualquer tributação. O que não imunes a qualquer tributação. O que não pode haver é o agravamento do ônus pelo pode haver é o agravamento do ônus pelo fato de a operação ser interestadual ou fato de a operação ser interestadual ou intermunicipal.intermunicipal.

Fica proibida, com o princípio, a cobrança dos Fica proibida, com o princípio, a cobrança dos antigos Direitos de Passagem.antigos Direitos de Passagem.

A regra não impede a cobrança de impostos A regra não impede a cobrança de impostos sobre a sobre a circulação econômicacirculação econômica em operações em operações interestaduais ou intermunicipais. O que interestaduais ou intermunicipais. O que proíbe é a instituição de tributo em cuja proíbe é a instituição de tributo em cuja hipótese de incidência seja elemento essencial hipótese de incidência seja elemento essencial o tráfego de fronteira interestadual ou o tráfego de fronteira interestadual ou intermunicipal. Preserva-se assim a intermunicipal. Preserva-se assim a liberdade liberdade de ir e virde ir e vir, liberdade desvinculada de qualquer , liberdade desvinculada de qualquer ato negocial. Imuniza a circulação territorial e ato negocial. Imuniza a circulação territorial e não a circulação econômicanão a circulação econômica..

A prática de muitos Municípios brasileiros A prática de muitos Municípios brasileiros (forma de arrecadar mais!)(forma de arrecadar mais!)

A exceção ao princípio A exceção ao princípio o Pedágio o Pedágio

Análise do dispositivoAnálise do dispositivo

Pedágio é tributo (taxa) ou tarifa?Pedágio é tributo (taxa) ou tarifa?

Há quem entenda ser uma tarifa e não tributo consoante artigo 175, Há quem entenda ser uma tarifa e não tributo consoante artigo 175, III, CF.III, CF.

é tributo (taxa), por razões formais (a topografia constitucional) e é tributo (taxa), por razões formais (a topografia constitucional) e materiais (é taxa de serviço)materiais (é taxa de serviço)

selo-pedágio instituído pela Lei 7.712/88:selo-pedágio instituído pela Lei 7.712/88: constitucional o tributo, tendo em vista sua natureza constitucional o tributo, tendo em vista sua natureza

jurídica de taxa (RREE 181.475-RS e 194.862-RS, Rel. Min. jurídica de taxa (RREE 181.475-RS e 194.862-RS, Rel. Min. Carlos Velloso, 4.5.99).Carlos Velloso, 4.5.99).

Imunidades tributáriasImunidades tributárias

Proibição constitucional de tributarProibição constitucional de tributar

(Imunidade constitucional (Imunidade constitucional redundância) redundância)

- Incidência, Não incidência, Imunidade e - Incidência, Não incidência, Imunidade e IsenIsençção ão diferen diferenççasas

- Alcan- Alcançça todos os tributos, ou apenas os a todos os tributos, ou apenas os impostos? (O art.5impostos? (O art.5ºº, XXXIV, CF), XXXIV, CF)

Imunidades objetivas e subjetivasImunidades objetivas e subjetivas

Imunidades gerais e específicasImunidades gerais e específicas

Imunidades gerais Imunidades gerais art.150, VI, CF art.150, VI, CF

Imunidades Específicas Imunidades Específicas art.153, § 3º, III, CF (IPI) art.153, § 3º, III, CF (IPI)

art.153, § 4º, II, CF (ITR)art.153, § 4º, II, CF (ITR)

art.153, § 5º (apenas IOF)art.153, § 5º (apenas IOF)

art.155, § 2º, X, CF (ICMS)art.155, § 2º, X, CF (ICMS)

art.156, § 2º, I, CF (ITBI)art.156, § 2º, I, CF (ITBI)

Gerais:Gerais:

- Recíproca – art.150, VI, a, CF- Recíproca – art.150, VI, a, CF

- Templos de qualquer culto – art.150, VI, b, - Templos de qualquer culto – art.150, VI, b, CFCF

- Partidos, sindicatos... – art.150, VI, c, CF- Partidos, sindicatos... – art.150, VI, c, CF

- Livros, jornais e periódicos – art.150, VI, d, - Livros, jornais e periódicos – art.150, VI, d, CFCF

Imunidade de instituições de educação Imunidade de instituições de educação e de assistência sociale de assistência social

Não é possível condicionar a concessão de imunidade Não é possível condicionar a concessão de imunidade tributária prevista para as instituições de educação e de tributária prevista para as instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos à apresentação de assistência social sem fins lucrativos à apresentação de certificado de entidade de assistência social na hipótese em certificado de entidade de assistência social na hipótese em que prova pericial tenha demonstrado o preenchimento dos que prova pericial tenha demonstrado o preenchimento dos requisitos para a incidência da norma imunizante.requisitos para a incidência da norma imunizante.

(...) condicionar a concessão de imunidade tributária à (...) condicionar a concessão de imunidade tributária à apresentação do certificado de entidade de assistência apresentação do certificado de entidade de assistência social, na hipótese em que perícia técnica tenha social, na hipótese em que perícia técnica tenha demonstrado o preenchimento dos requisitos legais, implica demonstrado o preenchimento dos requisitos legais, implica acréscimo desarrazoado e ilegal de pressupostos não acréscimo desarrazoado e ilegal de pressupostos não previstos em lei para tanto, ainda mais quando o próprio previstos em lei para tanto, ainda mais quando o próprio texto constitucional prevê como condicionante para a texto constitucional prevê como condicionante para a concessão do referido benefício apenas a inexistência de concessão do referido benefício apenas a inexistência de finalidade lucrativa por parte da instituição. (STJ, finalidade lucrativa por parte da instituição. (STJ, AgRg no AgRg no AREsp 187.172-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado , Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/2/2014.)em 18/2/2014.)

Livros eletrônicosLivros eletrônicos

São imunes? Tema de São imunes? Tema de repercussão geral repercussão geral (RE 330817, (RE 330817, rel.Min.Dias Toffoli)rel.Min.Dias Toffoli)

Duas correntes:Duas correntes:

- Restritiva- Restritiva

- Extensiva- Extensiva

Corrente restritiva:Corrente restritiva: ““...possui um forte viés literal e concebe que a ...possui um forte viés literal e concebe que a

imunidade alcança somente aquilo que puder imunidade alcança somente aquilo que puder ser compreendido dentro da expressão ‘papel ser compreendido dentro da expressão ‘papel destinado a sua impressão’. Aqueles que destinado a sua impressão’. Aqueles que defendem tal posicionamento aduzem que, ao defendem tal posicionamento aduzem que, ao tempo da elaboração da Constituição Federal, tempo da elaboração da Constituição Federal, já existiam diversos outros meios de difusão já existiam diversos outros meios de difusão de cultura e que o constituinte originário de cultura e que o constituinte originário teria optado por contemplar o papel. Estender teria optado por contemplar o papel. Estender a benesse da norma imunizante importaria em a benesse da norma imunizante importaria em desvirtuar essa vontade expressa do desvirtuar essa vontade expressa do constituinte originário” (Dias Tofolli, constituinte originário” (Dias Tofolli, RE RE 330817)330817)

Corrente extensiva:Corrente extensiva: sustenta que, “segundo uma interpretação sustenta que, “segundo uma interpretação

sistemática e teleológica do texto sistemática e teleológica do texto constitucional, a imunidade serviria para se constitucional, a imunidade serviria para se conferir efetividade aos princípios da livre conferir efetividade aos princípios da livre manifestação do pensamento e da livre manifestação do pensamento e da livre expressão da atividade intelectual, artística, expressão da atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação, o que, em última científica ou de comunicação, o que, em última análise, revelaria a intenção do legislador análise, revelaria a intenção do legislador constituinte em difundir o livre acesso à constituinte em difundir o livre acesso à cultura e à informação”. cultura e à informação”.

- destaca que o foco da desoneração não é o - destaca que o foco da desoneração não é o suporte, mas sim a difusão de obras literárias, suporte, mas sim a difusão de obras literárias, periódicos e similares.periódicos e similares.

ADI 939 / DF - DISTRITO FEDERAL ADI 939 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADEAÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Relator:  Min. SYDNEY SANCHESRelator:  Min. SYDNEY SANCHESJulgamento:  15/12/1993  Julgamento:  15/12/1993  

EMENTA: - Direito Constitucional e Tributário. Ação Direta de EMENTA: - Direito Constitucional e Tributário. Ação Direta de Inconstitucionalidade de Emenda Constitucional e de Lei Complementar. Inconstitucionalidade de Emenda Constitucional e de Lei Complementar. I.P.M.F. Imposto Provisório sobre a Movimentação ou a Transmissão de I.P.M.F. Imposto Provisório sobre a Movimentação ou a Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - I.P.M.F. Artigos 5., Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - I.P.M.F. Artigos 5., par. 2., 60, par. 4., incisos I e IV, 150, incisos III, "b", e VI, "a", "b", "c" e "d", par. 2., 60, par. 4., incisos I e IV, 150, incisos III, "b", e VI, "a", "b", "c" e "d", da Constituição Federal. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada, portanto, da Constituição Federal. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada, portanto, de Constituinte derivada, incidindo em violação a Constituição originaria, de Constituinte derivada, incidindo em violação a Constituição originaria, pode ser declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, cuja pode ser declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, cuja função precípua e de guarda da Constituição (art. 102, I, "a", da C.F.). 2. A função precípua e de guarda da Constituição (art. 102, I, "a", da C.F.). 2. A Emenda Constitucional n. 3, de 17.03.1993, que, no art. 2., autorizou a Emenda Constitucional n. 3, de 17.03.1993, que, no art. 2., autorizou a União a instituir o I.P.M.F., incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao União a instituir o I.P.M.F., incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao dispor, no parágrafo 2. desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, não se dispor, no parágrafo 2. desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, não se aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, violou aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 1. - o os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 1. - o princípio da anterioridade, que e garantia individual do contribuinte (art. 5., princípio da anterioridade, que e garantia individual do contribuinte (art. 5., par. 2., art. 60, par. 4., inciso IV e art. 150, III, "b" da Constituição); 2. - o par. 2., art. 60, par. 4., inciso IV e art. 150, III, "b" da Constituição); 2. - o princípio da imunidade tributaria recíproca (que veda a União, aos Estados, princípio da imunidade tributaria recíproca (que veda a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da Federação (art. 60, par. 4., inciso I,e art. 150, VI, "a", da C.F.); Federação (art. 60, par. 4., inciso I,e art. 150, VI, "a", da C.F.); (continua) (continua)

3. - a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a 3. - a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a criação de impostos (art. 150, III) sobre: "b"): templos de criação de impostos (art. 150, III) sobre: "b"): templos de qualquer culto; "c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos qualquer culto; "c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos politicos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos politicos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistencia trabalhadores, das instituições de educação e de assistencia social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e "d"): social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e "d"): livros, jornais, periodicos e o papel destinado a sua impressão; 3. livros, jornais, periodicos e o papel destinado a sua impressão; 3. Em consequencia, e inconstitucional, também, a Lei Em consequencia, e inconstitucional, também, a Lei Complementar n. 77, de 13.07.1993, sem redução de textos, nos Complementar n. 77, de 13.07.1993, sem redução de textos, nos pontos em que determinou a incidência do tributo no mesmo ano pontos em que determinou a incidência do tributo no mesmo ano (art. 28) e deixou de reconhecer as imunidades previstas no art. (art. 28) e deixou de reconhecer as imunidades previstas no art. 150, VI, "a", "b", "c" e "d" da C.F. (arts. 3., 4. e 8. do mesmo 150, VI, "a", "b", "c" e "d" da C.F. (arts. 3., 4. e 8. do mesmo diploma, L.C. n. 77/93). 4. Ação Direta de Inconstitucionalidade diploma, L.C. n. 77/93). 4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente, em parte, para tais fins, por maioria, nos julgada procedente, em parte, para tais fins, por maioria, nos termos do voto do Relator, mantida, com relação a todos os termos do voto do Relator, mantida, com relação a todos os contribuintes, em caráter definitivo, a medida cautelar, que contribuintes, em caráter definitivo, a medida cautelar, que

suspendera a cobrança do tributo no ano de 1993suspendera a cobrança do tributo no ano de 1993..

RE 399307 AgR / MG - MINAS GERAIS RE 399307 AgR / MG - MINAS GERAIS AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIOAG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSARelator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSAJulgamento:  16/03/2010Julgamento:  16/03/2010

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. AUTARQUIA. SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E RECÍPROCA. AUTARQUIA. SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO. ATIVIDADE REMUNERADA POR ESGOTAMENTO. ATIVIDADE REMUNERADA POR CONTRAPRESTAÇÃO. APLICABILIDADE. ART, 150, §3º DA CONTRAPRESTAÇÃO. APLICABILIDADE. ART, 150, §3º DA CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 1. CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 1. Definem o alcance da imunidade tributária recíproca sua vocação Definem o alcance da imunidade tributária recíproca sua vocação para servir como salvaguarda do pacto federativo, para evitar para servir como salvaguarda do pacto federativo, para evitar pressões políticas entre entes federados ou para desonerar pressões políticas entre entes federados ou para desonerar atividades desprovidas de presunção de riqueza. 2. É aplicável a atividades desprovidas de presunção de riqueza. 2. É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e não público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e concorrência). concorrência).

RE 325822 / SP - SÃO PAULO RE 325822 / SP - SÃO PAULO Relator(a):  Min. ILMAR GALVÃORelator(a):  Min. ILMAR GALVÃO

Relator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDESRelator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDES

Julgamento:  18/12/2002Julgamento:  18/12/2002                      EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Imunidade tributária EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Imunidade tributária

de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades. relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, "b" e § 4º, da Constituição. 3. Instituição Artigo 150, VI, "b" e § 4º, da Constituição. 3. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. 4. A imunidade prevista no art. 150, encontram alugados. 4. A imunidade prevista no art. 150, VI, "b", CF, deve abranger não somente os prédios VI, "b", CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços "relacionados com as finalidades essenciais e os serviços "relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas". 5. O § 4º do dispositivo das entidades nelas mencionadas". 5. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas "b" e "c" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. "b" e "c" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas. 6. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas. 6.

Recurso extraordinário providoRecurso extraordinário provido..

Imunidade de LivrosImunidade de Livros

IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS - JORNAIS E IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS - JORNAIS E PERIÓDICOS - ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA "D", PERIÓDICOS - ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A razão de ser da DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A razão de ser da imunidade prevista no texto constitucional, e nada imunidade prevista no texto constitucional, e nada surge sem uma causa, uma razão suficiente, uma surge sem uma causa, uma razão suficiente, uma necessidade, está no interesse da sociedade em ver necessidade, está no interesse da sociedade em ver afastados procedimentos, ainda que normatizados, afastados procedimentos, ainda que normatizados, capazes de inibir a produção material e intelectual de capazes de inibir a produção material e intelectual de livros, jornais e periódicos. O benefício constitucional livros, jornais e periódicos. O benefício constitucional alcança não só o papel utilizado diretamente na alcança não só o papel utilizado diretamente na confecção dos bens referidos, como também insumos confecção dos bens referidos, como também insumos nela consumidos com são os filmes e papéis nela consumidos com são os filmes e papéis

fotográficos.fotográficos. ((RE 174476 / SP – RExt. Relator:  Min. RE 174476 / SP – RExt. Relator:  Min.

MAURÍCIO CORRÊA - julgamento:  26/09/1996)MAURÍCIO CORRÊA - julgamento:  26/09/1996)  

Princípios específicosPrincípios específicos

Capacidade contributiva – art.145, § 1º, Capacidade contributiva – art.145, § 1º, CFCF

Progressividade – IR, IPTU e ITRProgressividade – IR, IPTU e ITR

Princípios operacionais à IgualdadePrincípios operacionais à Igualdade

Capacidade contributiva - dois ou um? Capacidade contributiva - dois ou um?

Capacidade econômica ou contributiva?Capacidade econômica ou contributiva?

RE 437107 AgR / PR - PARANÁ RE 437107 AgR / PR - PARANÁ AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIOAG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSARelator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSAJulgamento:  06/04/2010 Julgamento:  06/04/2010 

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA. IPTU. PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA. IPTU. PROGRESSIVIDADE. QUADRO ANTERIOR À SUPERVENIÊNCIA PROGRESSIVIDADE. QUADRO ANTERIOR À SUPERVENIÊNCIA DA EC 29/2000DA EC 29/2000. Antes da EC 29/2000, a utilização da . Antes da EC 29/2000, a utilização da técnica de tributação progressiva somente era admitida técnica de tributação progressiva somente era admitida para assegurar a função social da propriedade (art. 156, § para assegurar a função social da propriedade (art. 156, § 1º da Constituição), condicionada nos termos do art. 182, 1º da Constituição), condicionada nos termos do art. 182, §§ 2º e 4º da Constituição. Era, portanto, inconstitucional §§ 2º e 4º da Constituição. Era, portanto, inconstitucional a tributação progressiva, com fins extrafiscais, a tributação progressiva, com fins extrafiscais, baseada baseada na capacidade contributiva ou na seletividade.na capacidade contributiva ou na seletividade. Súmula Súmula 668/STF. Agravo regimental ao qual se nega provimento.668/STF. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

Progressividade do IPTUProgressividade do IPTU

EMENTA: IPTU: progressividade. 1. O STF firmou o EMENTA: IPTU: progressividade. 1. O STF firmou o entendimento - a partir do julgamento do RE 153.771, entendimento - a partir do julgamento do RE 153.771, Pleno, 20.11.96, Moreira Alves - de que a única Pleno, 20.11.96, Moreira Alves - de que a única hipótese na qual a Constituição admite a hipótese na qual a Constituição admite a progressividade das alíquotas do IPTU é a do art. 182, § progressividade das alíquotas do IPTU é a do art. 182, § 4º, II, destinada a assegurar o cumprimento da função 4º, II, destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. 2. Manifestou-se social da propriedade urbana. 2. Manifestou-se também o plenário da Corte pela inconstitucionalidade também o plenário da Corte pela inconstitucionalidade da cobrança do IPTU de forma progressiva, da cobrança do IPTU de forma progressiva, estabelecida mediante a concessão de isenções estabelecida mediante a concessão de isenções parciais, variáveis conforme o valor venal do imóvel parciais, variáveis conforme o valor venal do imóvel (RE 167.036, Ilmar Galvão, DJ 20.06.97).(RE 167.036, Ilmar Galvão, DJ 20.06.97).

(AI-ED 456513 / SP - SÃO PAULO EMB.DECL.NO AGRAVO DE (AI-ED 456513 / SP - SÃO PAULO EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator:  Min. SEPÚLVEDA PERTENCE Julgamento:  INSTRUMENTO Relator:  Min. SEPÚLVEDA PERTENCE Julgamento: 

28/10/2003)28/10/2003)

RE 338589 AgR / ES - ESPÍRITO SANTO RE 338589 AgR / ES - ESPÍRITO SANTO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIOAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a):  Min. EROS GRAURelator(a):  Min. EROS GRAUJulgamento:  24/06/2008 Julgamento:  24/06/2008 

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE EXTRAORDINÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL. ARTIGO 182, § 4º, II, DA EXTRAFISCAL. ARTIGO 182, § 4º, II, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A cobrança do IPTU CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A cobrança do IPTU progressivo para fins extrafiscais, hipótese prevista no progressivo para fins extrafiscais, hipótese prevista no artigo 182, § 4º, inciso II, da CB/88, somente se tornou artigo 182, § 4º, inciso II, da CB/88, somente se tornou possível a partir da edição da Lei n. 10.257/01 [Estatuto possível a partir da edição da Lei n. 10.257/01 [Estatuto da Cidade]. Agravo regimental a que se nega da Cidade]. Agravo regimental a que se nega provimento.provimento.

                   

STF – Súmula 668STF – Súmula 668

É INCONSTITUCIONAL A LEI É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A IPTU, SALVO SE DESTINADA A ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.URBANA.

Princípios específicosPrincípios específicos

Seletividade – arts.153, § 3º, I e Seletividade – arts.153, § 3º, I e 155, § 2º, III, CF155, § 2º, III, CF

Pr.operacional à Igualdade Pr.operacional à Igualdade (justiça fiscal)(justiça fiscal)

Obrigatório para o IPI, Obrigatório para o IPI, facultativo para o ICMSfacultativo para o ICMS

O conceito de essencial e O conceito de essencial e supérfluosupérfluo

Princípios específicosPrincípios específicos

Não-cumulatividade – arts.153, § 3º, II (IPI) e Não-cumulatividade – arts.153, § 3º, II (IPI) e 155, § 2º, I (ICMS), CF155, § 2º, I (ICMS), CF

- Art.195, § 12, CF (Contrib.destinadas ao - Art.195, § 12, CF (Contrib.destinadas ao Financiamento da Seguridade Social)Financiamento da Seguridade Social)

- Ao incidir somente sobre o valor agregado - Ao incidir somente sobre o valor agregado a cada etapa da produção, tem como a cada etapa da produção, tem como finalidade evitar o processo de inflação e de finalidade evitar o processo de inflação e de verticalização da economia, próprios dos verticalização da economia, próprios dos impostos cumulativos anteriores à Emenda nº impostos cumulativos anteriores à Emenda nº 18/6518/65

- O Sistema de créditos – o modelo do IVA e - O Sistema de créditos – o modelo do IVA e o adotado no Brasilo adotado no Brasil

Vantagens do sistema de crédito:Vantagens do sistema de crédito:

Para o contribuinte: neutralidade Para o contribuinte: neutralidade empresarialempresarial

Para o Fisco: transparência na Para o Fisco: transparência na fiscalizaçãofiscalização

Para o consumidor: menor carga Para o consumidor: menor carga tributária incidente sobre o produtotributária incidente sobre o produto

Não-cumulatividadeNão-cumulatividade

Princípio de eficácia plena, a ser observado pelo Princípio de eficácia plena, a ser observado pelo legislador, pelo Fisco e pelo contribuintelegislador, pelo Fisco e pelo contribuinte

Quanto ao ICMS, limitações na própria CF - art.155, Quanto ao ICMS, limitações na própria CF - art.155, § 2º, II, § 2º, II, aa e e b:b:

- a isenção ou não-incidência, salvo determinação em - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações montante devido nas operações ou prestações seguintes;seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;operações anteriores;

PIS e COFINSPIS e COFINS Art.195, § 12, CF – norma programática (PIS e Cofins)Art.195, § 12, CF – norma programática (PIS e Cofins) - A lei definirá os setores de atividade econômica - A lei definirá os setores de atividade econômica

para os quais as contribuições incidentes na forma para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do dos incisos I, b; e IV do capucaput, serão não-cumulativas. t, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.200319.12.2003))

- - O conceito de insumo, para fins de creditamentoO conceito de insumo, para fins de creditamento Correntes:Correntes:

- Analogia com o IPI (matéria prima - restrito)- Analogia com o IPI (matéria prima - restrito)

- Analogia com o IRPJ (custos e despesas gerais – - Analogia com o IRPJ (custos e despesas gerais – amplo)amplo)

- Verificação caso a caso (tendência no STJ) → → →- Verificação caso a caso (tendência no STJ) → → →

O STJ, buscando instrumentalizar o critério, O STJ, buscando instrumentalizar o critério, aplica uma essencialidade negativa: se o não aplica uma essencialidade negativa: se o não uso do bem ou serviço adquirido obstar a uso do bem ou serviço adquirido obstar a atividade da empresa, ou implicar substancial atividade da empresa, ou implicar substancial perda de qualidade do produto ou serviço perda de qualidade do produto ou serviço resultante, há direito ao crédito.resultante, há direito ao crédito.

Ex.: gastos com material de limpeza e Ex.: gastos com material de limpeza e desinfecção em ambiente produtivo de desinfecção em ambiente produtivo de contribuinte fabricante de gêneros alimentícios, contribuinte fabricante de gêneros alimentícios, gera direito a crédito, pois tais gastos são gera direito a crédito, pois tais gastos são essenciais à atividade empresarial exercida.essenciais à atividade empresarial exercida.

Repartição de receitas Repartição de receitas tributáriastributárias

Esvaziamento da Isonomia das Esvaziamento da Isonomia das pessoas políticas, ou pessoas políticas, ou fortalecimento?fortalecimento?

Efeitos: Efeitos: - Obrigatoriedade de repartir.- Obrigatoriedade de repartir. - Nos percentuais fixados.- Nos percentuais fixados. - Impossibilidade, para quem - Impossibilidade, para quem

recebe, de legislar.recebe, de legislar.

Repartição de receitas Repartição de receitas tributáriastributárias

Modalidades:Modalidades: - Retenção – art.157, I e 158, I, CF - Retenção – art.157, I e 158, I, CF

(IRPF)(IRPF) - Divisão – art.158, III, CF (IPVA)- Divisão – art.158, III, CF (IPVA) - Recolhimento, com posterior entrega- Recolhimento, com posterior entrega - art.158, II, CF (ITR); art.159, I, II e - art.158, II, CF (ITR); art.159, I, II e

III (Fundos)III (Fundos) - Distribuição conforme índice de - Distribuição conforme índice de

participaçãoparticipação - art.158, IV e parágr.único, CF - art.158, IV e parágr.único, CF

(ICMS)(ICMS)

MUITOMUITO

OBRIGADO !OBRIGADO !