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INTENSIVO II – Direito Tributário – Tathiane Piscitelli Material elaborado por Aparecido INTENSIVO II Disciplina: Direito Tributário Profª. Tathiane Piscitelli MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice 1. Conteúdo digitado durante a aula 2. Jurisprudência correlata 3. Simulados 4. Lousa Eletrônica 1. CONTEÚDO DIGITADO DURANTE A AULA 1. ICMS (CONT) 1.4. Base de cálculo FG: operação de circulação de mercadorias BC = valor da mercadoria objeto de circulação A base de cálculo do ICMS é, em regra, o valor da operação (artigo 13 da LC 87/1996). Obs. Caso se trate de circulação de mercadoria COM a prestação de serviços, teremos 2 hipóteses: Mercadoria + Serviço não tributado pelo ISS = valor da operação (M + S) Mercadoria + Serviço tributado pelo ISS = preço da mercadoria Serviço tributado pelo ISS? Verificar a lista anexa à LC 116/2003 RE 212.209 – STF RE 582.461 – STF a) ICMS é calculado por dentro: tributo indireto – repercussão financeira (repasse do imposto para o próximo da cadeia) incide sobre ele mesmo. BC = preço final (ICMS) b) IPI X ICMS: cálculo por dentro? IPI ICMS Art. 153, IV, CF/88 Art. 155, II, CF/88 União Estados, Distrito Federal Tributo indireto Tributo indireto BC = não inclui o IPI devido na operação “por fora” BC: inclui o ICMS devido na operação “por dentro” Ex. Carro/veículo: ICMS/IPI/ICMS/IPI

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    INTENSIVO II Disciplina: Direito Tributrio Prof. Tathiane Piscitelli

    MATERIAL DE APOIO MONITORIA

    ndice

    1. Contedo digitado durante a aula 2. Jurisprudncia correlata 3. Simulados 4. Lousa Eletrnica

    1. CONTEDO DIGITADO DURANTE A AULA 1. ICMS (CONT) 1.4. Base de clculo FG: operao de circulao de mercadorias BC = valor da mercadoria objeto de circulao A base de clculo do ICMS , em regra, o valor da operao (artigo 13 da LC 87/1996). Obs. Caso se trate de circulao de mercadoria COM a prestao de servios, teremos 2 hipteses: Mercadoria + Servio no tributado pelo ISS = valor da operao (M + S) Mercadoria + Servio tributado pelo ISS = preo da mercadoria Servio tributado pelo ISS? Verificar a lista anexa LC 116/2003 RE 212.209 STF RE 582.461 STF a) ICMS calculado por dentro: tributo indireto repercusso financeira (repasse do imposto para o prximo da cadeia) incide sobre ele mesmo. BC = preo final (ICMS) b) IPI X ICMS: clculo por dentro?

    IPI ICMS Art. 153, IV, CF/88 Art. 155, II, CF/88 Unio Estados, Distrito Federal Tributo indireto Tributo indireto BC = no inclui o IPI devido na operao por fora

    BC: inclui o ICMS devido na operao por dentro

    Ex. Carro/veculo: ICMS/IPI/ICMS/IPI

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    1.5. Regime de substituio tributria a) aspectos gerais: modalidades de atribuio de responsabilidade tributria. Eleio de um terceiro como aquele que tem o dever de pagar o tributo. Previso constitucional art. 150, 7, CF/88. Pagamento de tributo tendo-se em vista um fato gerador presumido. 7. A lei poder atribuir a sujeito passivo de obrigao tributria a condio de responsvel pelo pagamento de imposto ou contribuio, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituio da quantia paga, caso no se realize o fato gerador presumido.(Includo pela Emenda Constitucional n 3, de 1993) b) ICMS Substituio Tributria (ST) Ainda poder ocorrer a tributao do ICMS pelo regime de substituio tributria (artigo 150, 7, CF). Nessa hiptese, a base de clculo ser obtida por estimativa (preo corrente no mercado + margem de lucro, etc., nos termos do artigo 8 da LC 87/1996). Art. 8 da LC 87/96 b.1) ICMS ST X Regime de Pauta Fiscal Em comum: BC presumida Pauta fiscal ilegal Smula 431, STJ: ilegal a cobrana de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal.

    Pauta Fiscal ICMS ST BC PRESUMIDA BC PRESUMIDA Tipo de mercadoria objeto de circulao Incidncia do ICMS sobre FG

    futuro/presumido * fundamento: ato administrativo sem base legal. Fixao discricionria da BC + Possibilidade de fraude em face do controle, diante da no observncia. Fraude: processo regular (art. 148, CTN). Smula 431 do STJ

    * fundamento: lei art. 8 da LC 87/96 Custo/frete = margem de lucro

    b.2) Casos de Restituio do ICMS ST 1 Caso: art. 150, 7, CF/88 no ocorrncia do FG presumido Resultado: imediata e preferencial restituio do ICMS substituio tributria. 7. A lei poder atribuir a sujeito passivo de obrigao tributria a condio de responsvel pelo pagamento de imposto ou contribuio, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituio da quantia paga, caso no se realize o fato gerador presumido.(Includo pela Emenda Constitucional n 3, de 1993)

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    2 caso: BC efetiva inferior BC presumida No STF: ADI 2777/SP e ADI 2675/PE Restituio No Restituio Enriquecimento sem causa por parte do Estado

    A CF/88 apenas prev um caso de restituio No ocorrncia FG

    BC real / efetiva BC presumida RE 593.849 RG STF c) regimes possveis de ST (ICMS): ST para frente e ST para trs c.1) ST para frente/progressiva - caso da cervejaria - FG presumido/futuro e BC presumida - discusses quanto s hipteses de restituio c.2) ST para trs/regressiva/diferimento ICMS Agricultor----------Industrial: entrada ICMS (diferimento postergado) FG j ocorreu/substituio para trs. IPI IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS a) Aspectos gerais - Competncia da Unio art. 153, IV, CF/88 Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: IV - produtos industrializados; - imposto extrafiscal: objetivo regular/intervir na economia. Exceo ao princpio da legalidade art. 153, 1, CF/88. (AL alteradas por secreto). Anterioridade: observncia do prazo de 90 dias art. 150, 1, CF/88. 1 A vedao do inciso III, b, no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedao do inciso III, c, no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem fixao da base de clculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003) Outros extrafiscais: II, IE, IOF aplicao imediata Imposto indireto: um imposto que gera repercusso econmica nus transferido ao prximo da cadeia. 2.) Fatos geradores art. 46, CTN

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    Art. 46. O imposto, de competncia da Unio, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembarao aduaneiro, quando de procedncia estrangeira; II - a sua sada dos estabelecimentos a que se re-fere o pargrafo nico do artigo 51; III - a sua arrematao, quando apreendido ou abandonado e levado a leilo. Pargrafo nico. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operao que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeioe para o consumo. CF/88: produtos industrializados CTN: detalhamento dos FGs a) Definio de produto industrializado art. 46, pargrafo nico do CTN: industrializao modificao = natureza ou apresentao Pargrafo nico. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operao que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeioe para o consumo. O simples acondicionamento ou mudana do rotulo do produto mostra a industrializao do produto. b) Delimitao dos FGs Produto industrializado: Importao desembarao aduaneiro Circulao sada estabelecimento industrial: buscar o industrial ou importador ou comerciante diante de uma situao especfica como por exemplo o caso de venda industrial. Arrematao (leilo) bens abandonados/apreendidos S incide o IPI se a circulao tiver por origem um estabelecimento industrial Art. 51, CTN Art. 51. Contribuinte do imposto : I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; (DESEMBARAO ADUANEIRO) II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; (SADA) III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os fornea aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilo. (ARREMATAO) Pargrafo nico. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autnomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. 3. Princpio da no cumulatividade do IPI art. 153, 3, II, da CF/88 Art. 153. Compete Unio instituir impostos sobre: 3 - O imposto previsto no inciso IV: II - ser no-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores; Nos termos do artigo 153, 3o, inciso II, o imposto ser no cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores Sistemtica de compensao entre crditos e dbitos Crdito = entrada

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    Debito = sada CF: no h limitao expressa ao crdito. Contribuintes alegaram o direito crdito em qualquer hiptese. Existncia de credito na entrada Manuteno do crdito nos casos em que operao posterior no tributa. a) 1 Caso: crdito diante de operao anterior sem o IPI Iseno, NT, ALO Postura do STF: 1 mandado: 2002, deciso do pleno RE 350.446 h direito a crdito. Ausncia de limitao constitucional. 2 momento: 2007, deciso do pleno RE 370.682 e RE 353.657 no h direito a crdito. No h IPI cobrado na operao anterior. Concluso: o crdito limitado aos casos de IPI cobrado na operao anterior. Novo entendimento: tem aplicao, inclusive, para o passado. b) Direito a crdito nos casos de operao posterior sem o IPI Iseno, NT, ALO RE 460.785 STF - 2009, pleno direito a crdito depende de autorizao legal. 1999: art. 11 da Lei 9779/99 Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, acumulado em cada trimestre-calendrio, decorrente de aquisio de matria-prima, produto intermedirio e material de embalagem, aplicados na industrializao, inclusive de produto isento ou tributado alquota zero, que o contribuinte no puder compensar com o IPI devido na sada de outros produtos, poder ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministrio da Fazenda. c) IPI X ICMS: princpio da no cumulatividade

    ICMS IPI Art. 155, 2, I e II, CF/88 Art. 153, 3, II, CF/88 Sistema de compensao entre crditos e dbitos tributos sobre o consumo

    Sistema de compensao enre crditos e dbitos tributos sobre o consumo

    Na CF/88: 2 limitaes expressas: No h crditos se a operao anterior no ICMS Crdito anulado se a operao posterior no sofre a incidncia do ICMS.

    Na CF/88: no h limitaes expressas IPI cobrado STF: 2 limitaes No existe crdito se a operao anterior no tiver IPI (ALO, NT, iseno) Crdito anulado se a operao posterior no tiver IPI, salvo previso legal em sentido contrrio art. 11 da Lei 9779/09.

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    Regra: ICMS antes e ICMS depois O STF acabou equiparando o principio da no cumulatividade do IPI com o princpio da no cumulativdade do ICMS, porque Tb no caso do ICMS essas limitaes podem ser excepcionadas por lei. PIS e COFINS: aspectos controvertidos 1. Contextualizao PIS/CONFIS: contribuies destinadas ao financiamento da seguridade social. Fundamento: art. 195, CF/88 Competncia: Unio contribuies: art. 194, CF/88. Sade, assistncia social, previdncia: rea especfica. Observa a anterioridade nonagesimal (90 dias) art. 195, 6, CF/88. - regra: criadas por lei ordinria/medida provisria. 2. Histrico legislativo PIS: LC 7/70 CF/88: art. 239, art. 195, CF/88 COFINS: LC 70/91 Lei 9718/98 2. JURISPRUDNCIA CORRELATA 2.1. STF - AI 633911 AgR EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. ICMS. BASE DE CLCULO. INCLUSO DO MONTANTE DO PRPRIO IMPOSTO. CLCULO "POR DENTRO". CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Recurso Extraordinrio n. 212.209, Redator para o acrdo o Ministro Nelson Jobim, DJ de 14.2.03, fixou entendimento no sentido de ser constitucional a base de clculo do ICMS correspondente ao valor da operao ou prestao de servio somado ao montante do prprio imposto [clculo "por dentro"]. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 633911 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 27/11/2007, DJe-018 DIVULG 31-01-2008 PUBLIC 01-02-2008 EMENT VOL-02305-18 PP-03859) 2.2. STF - RE 212209 EMENTA: Constitucional. Tributrio. Base de clculo do ICMS: incluso no valor da operao ou da prestao de servio somado ao prprio tributo. Constitucionalidade. Recurso desprovido. (RE 212209, Relator(a): Min. MARCO AURLIO, Relator(a) p/ Acrdo: Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/1999, DJ 14-02-2003 PP-00060 EMENT VOL-02098-02 PP-00303) 2.3. STF - RE 582461 RG EMENTA: TRIBUTO. Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios - ICMS. Incluso do montante do

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    imposto em sua prpria base de clculo. Princpio da vedao ao bis in idem. TAXA SELIC. Aplicao para fins tributrios. MULTA. Fixao em 20% do valor do tributo. Alegao de carter confiscatrio. Repercusso geral reconhecida. Possui repercusso geral a questo relativa incluso do valor do ICMS em sua prpria base de clculo, ao emprego da taxa SELIC para fins tributrios e avaliao da natureza confiscatria de multa moratria. (RE 582461 RG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 22/10/2009, DJe-022 DIVULG 04-02-2010 PUBLIC 05-02-2010 EMENT VOL-02388-06 PP-01160 ) 2.4. STF Notcia - Quarta-feira, 18 de maio de 2011 STF julga constitucional incluso do ICMS na sua prpria base de clculo O Plenrio do Supremo Tribunal Federal (SFT) ratificou, nesta quarta-feira (18), por maioria de votos, jurisprudncia firmada em 1999, no julgamento do Recurso Extraordinrio (RE) 212209, no sentido de que constitucional a incluso do valor do Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestao de Servios de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicao (ICMS) na sua prpria base de clculo. A deciso foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinrio (RE) 582461, interposto pela empresa Jaguary Engenharia, Minerao e Comrcio Ltda. contra deciso do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo (TJ-SP), que entendeu que a incluso do valor do ICMS na prpria base de clculo do tributo tambm denominado clculo por dentro no configura dupla tributao nem afronta o princpio constitucional da no cumulatividade. No caso especfico, a empresa contestava a aplicao, pelo governo de So Paulo, do disposto no artigo 33 da Lei paulista n 6.374/89, segundo o qual o montante do ICMS integra sua prpria base de clculo. Smula Em 23 de setembro de 2009, o Plenrio do STF reconheceu repercusso geral matria suscitada no RE. Aps a deciso do RE, o presidente da Corte, ministro Cezar Peluso, props que fosse editada uma smula vinculante para orientar as demais cortes nas futuras decises de matria anloga. Assim, uma comisso da Corte vai elaborar o texto da smula para ser posteriormente submetido ao Plenrio. O caso A deciso da Justia paulista afastou a alegao da empresa de que o artigo 13, pargrafo 1, da Lei Complementar (LC) n 87/96 (que prev a incluso do valor do ICMS na sua prpria base de clculo) bem como o artigo 33 da lei paulista n 6.374/89, no mesmo sentido, conflitariam com a Constituio Federal (CF) no que diz caber a lei complementar definir os fatos geradores, bases de clculo e contribuintes dos impostos. Considerou legtima, ainda, a aplicao da taxa Selic e da multa de 20% sobre o valor do imposto corrigido, decises essas tambm ratificadas pela Suprema Corte. A empresa alegou, no recurso, que a incluso do montante do imposto na prpria base de clculo configura bis in idem (duplicidade) vedado pela Constituio Federal. Tambm segundo ela seria inconstitucional o emprego da taxa Selic para fins tributrios e a multa moratria fixada em 20% sobre o valor do dbito teria natureza confiscatria e afrontaria o princpio da capacidade contributiva. Deciso Depois de procuradores do Estado de So Paulo e da Fazenda Nacional, que integram o recurso na qualidade de amicus curiae (amigo da corte), defenderem a legalidade da cobrana nos termos decididos pelo TJ-SP, o relator, ministro Gilmar Mendes, pronunciou-se no mesmo sentido. Alm da incluso do tributo na base de clculo, prevista na LC 87/96, eles sustentaram que a aplicao da Selic no constitui tributo nem correo monetria, sendo uma mera taxa de juros, cujo montante no excede a 1%. Quanto multa de 20%, consideraram que essa no viola o princpio da razoabilidade tampouco confiscatria. No dizer do ministro Gilmar Mendes, ela tem o objetivo de desestimular o no cumprimento de obrigao tributria, portanto justa. No caso, conforme esclareceu o ministro, no se trata de multa punitiva, que pode ser muito superior e tem natureza jurdica distinta, sendo aplicada em casos de atos ilcitos no descumprimento de obrigao fiscal acessria, dependendo seu montante da tipicidade estrita do ilcito. O ministro Gilmar Mendes citou diversos outros precedentes, alm do RE 212209, que teve como redator para o acrdo o ministro Nelson Jobim (aposentado) e o leading case (caso paradigma) nesse assunto. E, entre os precedentes que consideraram constitucional a aplicao de multa de 20%, relacionou os REs

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    239964 e 220284, relatados, respectivamente, pela ministra Ellen Gracie e pelo ministro Moreira Alves (aposentado). Discordncias Os ministros Marco Aurlio e Celso de Mello foram votos vencidos, dando provimento ao recurso extraordinrio interposto pela Jaguary Engenharia, Minerao e Comrcio Ltda. Eles entenderam que a incluso do prprio ICMS em sua base de clculo representa, sim, dupla tributao e contraria o esprito da Constituio Federal, no que estabeleceu os princpios que devem nortear o legislador na fixao dos respectivos tributos. O ministro Marco Aurlio lembrou que, dos atuais integrantes do STF, ele foi o nico que participou do julgamento do RE 212209, em 1999, e disse que a Corte, em sua atual composio, teria a oportunidade de mudar a jurisprudncia ento firmada. No entender dele, essa incluso do valor do ICMS em sua base de clculo, via lei complementar, foi engendrada por uma via indireta para majorar o tributo. Isso porque o fisco passou a exigir do vendedor no o valor da alquota sobre o negcio, mas o somatrio da base de clculo e do valor do prprio tributo. Segundo o ministro Marco Aurlio, essa exceo no caso do ICMS abre um precedente para se aplicar a mesma sistemtica tambm a outros impostos, como o de renda, por exemplo. Para o ministro Gilmar Mendes, entretanto, ao incluir o ICMS em sua base de clculo, o legislador visou realmente a uma majorao do tributo, sendo completamente transparente. Tanto que, segundo ele, essa incluso majora o tributo em 11,11%. Tambm voto discordante, o ministro Celso de Mello lembrou que tem decidido em sintonia com a jurisprudncia da Corte, mas que entende que esta incluso do prprio ICMS em sua base de clculo incompatvel com o ordenamento constitucional, ao incluir "valores estranhos materialidade da incidncia do ICMS". Segundo o ministro Celso de Mello, a CF no cria tributos. Isso cabe ao legislador comum. Ao estabelecer o sistema tributrio, a Carta Constitucional apenas dispe sobre as regras para as pessoas polticas (os Legislativos) regulamentarem a matria. E estas, ao incluir o ICMS na sua base de clculo, contrariaram o disposto no artigo 155, inciso I, da CF, que prev a no cumulatividade do tributo. Tanto ele quanto o ministro Marco Aurlio entendem, tambm, que a cobrana da multa de 20% constitui confisco, vedado pelo artigo 150, inciso IV, da CF. 2.5. STF - RMS 16.810/PA TRIBUTRIO. ICMS. VENDA DE REFRIGERANTES. REGIME DE SUBSTITUIO TRIBUTRIA. APURAO DA BASE DE CLCULO COM LASTRO EM VALORES CONSTANTES DE PAUTA FISCAL. ILEGALIDADE. 1. Mandado de Segurana impetrado contra ato do Senhor Secretrio da Fazenda do Estado do Par, pretendendo suspender os efeitos da Portaria n 788/SEFAZ, que estabelece a cobrana do ICMS com base em valor expresso em pauta fiscal. Inegveis efeitos concretos do referido ato. 2. Consoante as regras do sistema tributrio, interdita-se a cobrana do ICMS com base nos valores previstos em pauta fiscal, porquanto o art. 148 do Cdigo Tributrio Nacional argvel para a fixao da base de clculo do tributo quando, certa a ocorrncia do fato gerador, o valor do bem, direito ou servio registrado pelo contribuinte no merea f, restando Fazenda, neste caso, autorizada a arbitr-lo. 3. "Est consolidado na jurisprudncia da 1 Seo, desta Corte Superior, que impossvel, segundo as regras do ordenamento jurdico tributrio, prestigiar-se a cobrana de ICMS com base no valor da mercadoria apurado em pauta fiscal. O princpio da legalidade tributria h de atuar, de modo cogente, sem qualquer distoro, no relacionamento fisco-contribuinte. No merece guarida o argumento da agravante de que o teor do art. 148, do CTN, confere legalidade ao arbitramento da base de clculo do ICMS, eis que, in casu, no se discutiu, em momento algum, a idoneidade dos documentos e a veracidade das declaraes prestadas pelo contribuinte. "'O art. 148, do CTN, somente pode ser invocado para estabelecimento de bases de clculo, que levam ao clculo do tributo devido, quando a ocorrncia dos fatos geradores comprovada, mas o valor ou preo de bens, direitos, servios ou atos jurdicos registrados pelo contribuinte no meream f, ficando a Fazenda Pblica autorizada a arbitrar o preo, dentro de processo regular. A invocao desse dispositivo somente cabvel, como magistralmente comenta Aliomar Baleeiro, quando o sujeito passivo for omisso, reticente ou mendaz em relao a valor ou preo de bens, direitos, servios: '...Do mesmo modo, ao prestar informaes, o terceiro, por displicncia, comodismo, conluio, desejo de no desgostar o

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    contribuinte, etc., s vezes deserta da verdade ou da exatido. Nesses casos, a autoridade est autorizada legitimamente a abandonar os dados da declarao, sejam do primeiro, sejam do segundo e arbitrar o valor ou preo, louvando-se em elementos idneos de que dispuser, dentro do razovel' (Misabel Abreu Machado Derzi, in 'Comentrios ao Cdigo Tributrio Nacional', Ed. Forense, 3 ed., 1998)." (AGA 477831/MG; DJ de 31/03/2003, Relator Ministro Jos Delgado). Consoante cedio na doutrina, "conforme lio de Rubens Gomes de Souza, "a pauta fiscal substitui-se prova, e d como provado o que trataria de provar. Neste ponto que surge, ou pode surgir, a diferena (a tnue diferena de que fala Pugliatti) entre a pauta fiscal como presuno e a pauta fiscal como fico. Assim, se a pauta fiscal diz que tal mercadoria vale 1000 e isso sabidamente certo, ou pode ser provado certo, trata-se de presuno; ao contrrio, se o que a pauta diz sabidamente falso, de fico que se trata. Revelando-se a pauta fiscal ficta em presuno absoluta, esta no se aplica ao direito tributrio 'ou, pelo menos, determinao dos elementos definidores das obrigaes por ele reguladas, entre os quais, com vimos, est a base de clculo'". 4. Recurso ordinrio provido. (RMS 16.810/PA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03.10.2006, DJ 23.11.2006 p. 213) 2.6. STF Notcia - 07/02/2007 Empate suspende o julgamento de leis estaduais sobre pagamento de ICMS em regime de substituio tributria

    Empate no julgamento das Aes Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 2777 e 2675 adiou a deciso do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade de dispositivos de leis estaduais de So Paulo e de Pernambuco, que tratam da restituio do ICMS pago antecipadamente no regime de substituio tributria.O plenrio analisa o inciso II, do artigo 66-b, da Lei n 6374/89, de So Paulo, na redao dada pelo artigo 3, da Lei n 9.176/95, e o inciso II, do artigo 19, da Lei estadual 11.408/96, de Pernambuco. Aps a leitura do voto-vista do ministro Eros Grau e dos votos dos demais integrantes, a sesso plenria foi suspensa, por empate. O ministro Carlos Ayres Britto ir desempatar o julgamento quando pronunciar seu voto, oportunamente.

    Entenda os casos

    As ADIs 2675 e 2777 foram ajuizadas pelos governadores dos estados de Pernambuco e de So Paulo, respectivamente, contra dispositivos de leis estaduais, que asseguram a restituio do ICMS pago antecipadamente no regime de substituio tributria.

    De acordo com as normas estaduais, as empresas contribuintes do Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), no regime de antecipao tributria, tm o direito de receber a diferena do valor pago a mais, caso se verifique que a obrigao tributria seja de valor inferior ao que foi presumido, de forma antecipada.

    Para os procuradores estaduais, a Constituio Federal no admite tal restituio, uma vez que em seu pargrafo 7, artigo 150, dispe que a devoluo do montante pago antecipadamente se o fato gerador, que foi presumido, no se realizar [a lei poder atribuir ao sujeito passivo da obrigao tributria a condio de responsvel pelo pagamento do imposto ou contribuio, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituio da quantia paga, caso no se realize o fato gerador presumido].

    Definies

    A "substituio tributria para frente" consiste em obrigar algum a pagar, de forma antecipada, no s o imposto em si, mas tambm todo o imposto das operaes que decorrerem posteriormente. Neste caso, o substituto fica obrigado a pagar o imposto, no apenas da operao que ele praticou, mas tambm por todas as outras operaes posteriores.

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    Dessa forma, por meio do regime de substituio tributria para frente, o imposto arrecadado uma nica vez e no ao longo da cadeia produtiva de maneira antecipada, sobre uma base de clculo presumida e prevista em lei. Assim, as empresas recolhem o ICMS devido por elas mesmas, e tambm pelos distribuidores, por exemplo.

    Histrico dos julgamentos

    ADI 2675/PE

    O ministro Carlos Velloso (aposentado), relator da ao direta ajuizada pelo governador do estado de Pernambuco (ADI 2675), entendeu que, sendo o valor do produto alienado inferior quele que foi presumido, deve ser devolvida ao contribuinte a quantia recolhida a mais, sob pena de enriquecimento ilcito do Estado. Dessa forma, votou pela improcedncia do pedido, mantendo a validade dos dispositivos que possibilitam a restituio do valor pago a mais.

    ADI 2777/SP

    O ministro Cezar Peluso, relator da ADI 2777, ressaltou que o Estado tem o dever de restituir o montante pago a mais, por faltar-lhe competncia constitucional para a reteno de tal diferena, sob pena de violao ao princpio que veda o confisco. Por fim, afastou a alegao de que a restituio implicaria a inviabilidade do sistema de substituio tributria, concluindo seu voto pela improcedncia do pedido, ou seja, para declarar a constitucionalidade dos dispositivos.

    O ministro Nelson Jobim (aposentado) divergiu e, em voto-vista, considerou procedente a ADI 2777, para declarar a inconstitucionalidade da referida lei paulista. Para ele o regime de substituio tributria mtodo de arrecadao de tributo institudo com o objetivo de facilitar e otimizar a cobrana de impostos, possibilitando maior justia fiscal por impedir a sonegao fiscal. Salientou ainda que essa modalidade no comporta a restituio de valores, uma vez que o tributo pago antecipadamente repassado, como custo, no preo de venda da mercadoria. Para ele, no haveria como sustentar o alegado enriquecimento ilcito por parte do Fisco, j que a diferena entre os preos final e o presumido suportada pelo consumidor final.

    Aps o voto-vista de Jobim, o ministro Cezar Peluso rememorou os argumentos do seu voto, contrapondo os fundamentos do voto proferido pelo ministro Nelson Jobim, que abrira divergncia. Peluso entendeu que o valor retido no integraria os custos do substitudo, pois se o valor de venda for superior ao valor presumido, ele ter que recolher diferena. Quando o valor de venda for inferior ao presumido, o substitudo poder ressarcir-se da diferena.

    A substituio tributria tcnica de arrecadao e, como tal, deve submeter-se aos limites constitucionais do tributo ao qual se aplica, acrescenta Peluso. Para ele, ainda que se pudesse abstrair a operao praticada pelo substitudo na conformao da substituio tributria, o fato econmico da reduo de lucro no mutila nem desfigura o direito subjetivo devoluo de tributo recolhido indevidamente.

    Placar

    Aps a suspenso do julgamento de ambas ADIs (2777/SP e 2675/PE) o placar encontra-se com cinco votos pela improcedncia ministros Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski (somente na ADI 2777), Joaquim Barbosa, Marco Aurlio e Celso de Mello. Pela procedncia das aes votaram os ministros Nelson Jobim (ministro relator original, aposentado), Eros Grau, Gilmar Mendes, Seplveda Pertence e a presidente da Corte, ministra Ellen Gracie.

    Nesse julgamento a ministra Crmen Lcia no vota porque substituiu o ministro Nelson Jobim, que j havia votado quando em efetivo exerccio no Supremo. J o ministro Ricardo Lewandowski vota somente

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    no julgamento da ADI 2777/SP, j que substitui o ministro Carlos Velloso que j se posicionou em relao ADI 2675/PE.

    2.7. STF - RE 593849 RG EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. ICMS. RESTITUIO DA DIFERENA DO IMPOSTO PAGO A MAIS NO REGIME DE SUBSTITUIO TRIBUTRIA. BASE DE CLCULO PRESUMIDA E BASE DE CLCULO REAL. ART. 150, 7, DA CF. ADI 2.675/PE, REL. MIN. CARLOS VELLOSO E ADI 2.777/SP, REL. MIN. CEZAR PELUSO, QUE TRATAM DA MESMA MATRIA E CUJO JULGAMENTO J FOI INICIADO PELO PLENRIO. EXISTNCIA DE REPERCUSSO GERAL. 1 (RE 593849 RG, Relator(a): Min. MIN. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 17/09/2009, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC 09-10-2009 EMENT VOL-02377-07 PP-01413 LEXSTF v. 31, n. 370, 2009, p. 284-288 LEXSTF v. 31, n. 371, 2009, p. 288-292 ) 2.8. STF - RE 350446 / PR

    CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. IPI. CREDITAMENTO. INSUMOS ISENTOS, SUJEITOS ALQUOTA ZERO. Se o contribuinte do IPI pode creditar o valor dos insumos adquiridos sob o regime de iseno, inexiste razo para deixar de reconhecer-lhe o mesmo direito na aquisio de insumos favorecidos pela alquota zero, pois nada extrema, na prtica, as referidas figuras desonerativas, notadamente quando se trata de aplicar o princpio da no-cumulatividade. A iseno e a alquota zero em um dos elos da cadeia produtiva desapareceriam quando da operao subseqente, se no admitido o crdito. Recurso no conhecido. (RE 350446 / PR PARAN, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Julgamento: 18/12/2002, Tribunal Pleno, DJ 06-06-2003) 2.9. Notcia STF - 25 de Junho de 2007 Supremo decide que empresas tero de repor IPI

    Por dez votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (25) que a Unio poder reaver o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) das empresas que compensaram tributos com crditos de matrias-primas em que incide alquota zero ou naquelas no-tributadas. A cobrana s poder ser feita nos casos dos pagamentos no realizados nos ltimos cinco anos, prazo de prescrio de tributos.

    O julgamento desta tarde durou pouco mais de trs horas e debateu questo de ordem proposta por duas empresas que perderam, em fevereiro deste ano, o direito de creditar o IPI na aquisio de matrias-primas tributadas sob os regimes da alquota zero e da no-tributao. Na ocasio, ao julgar Recursos Extraordinrios (REs 370682 e 353657) interpostos pela Unio contra as empresas, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que a Constituio Federal no d direito a crdito se no for pago imposto na compra das matrias-primas tributadas sob esses dois regimes.

    Essa deciso do Supremo mudou orientao anterior da Corte que, em 2002, ao julgar caso similar, proferiu deciso favorvel aos contribuintes. Em vista disso, as empresas alegaram que o Supremo estaria modificando sua jurisprudncia em relao matria. Por isso, cobrar os tributos creditados por fora de decises judiciais anteriores ao novo entendimento da Corte seria penalizar os contribuintes retroativamente e violar o princpio da segurana jurdica.

    Apesar do voto favorvel do ministro Ricardo Lewandowski, que levantou a questo de ordem perante o Plenrio, a tese das empresas no vingou. Somente Lewandowski viu razoabilidade no argumento de que houve uma mudana abruta no entendimento do Supremo sobre o assunto e, para evitar prejuzo s empresas e salvaguardar o princpio da segurana jurdica, seria necessrio que a deciso do incio do ano s tivesse efeito para o futuro.

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    Os demais integrantes da Corte entenderam que no houve uma virada jurisprudencial na matria, para citar palavras do ministro Seplveda Pertence. Segundo ele, o que ocorreu foi uma reverso de precedente em virtude da mudana de composio do Supremo e da longa rediscusso do assunto.

    O ministro Marco Aurlio, primeiro a abrir divergncia em relao a Lewandowski, ponderou que a premissa das empresas era falsa, j que o Supremo no havia proferido deciso final, sem possibilidade de recurso, sobre a matria.

    Ele disse ainda que permitir que as empresas que ingressaram em juzo obtivessem o direito de no devolver o que haviam creditado seria uma manifesta injustia para com a sociedade e as demais empresas que pagaram o tributo. Contribuintes que ingressaram em juzo conseguiro o implemento do crdito, embora margem da autorizao normativa constitucional, como se essa no estivesse em vigor desde 1998.

    Eros Grau comentou que as empresas que no pagaram o tributo o fizeram por sua prpria conta e risco. Para ele, permitir o no pagamento do IPI no caso em discusso seria um autntico non sense e um negcio da China para os contribuintes, j que no havia jurisprudncia pacificada e coisa julgada sobre o assunto.

    IPI - INSUMO - ALQUOTA ZERO - AUSNCIA DE DIREITO AO CREDITAMENTO. Conforme disposto no inciso II do 3 do artigo 153 da Constituio Federal, observa-se o princpio da no-cumulatividade compensando-se o que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores, ante o que no se pode cogitar de direito a crdito quando o insumo entra na indstria considerada a alquota zero. IPI - INSUMO - ALQUOTA ZERO - CREDITAMENTO - INEXISTNCIA DO DIREITO - EFICCIA. Descabe, em face do texto constitucional regedor do Imposto sobre Produtos Industrializados e do sistema jurisdicional brasileiro, a modulao de efeitos do pronunciamento do Supremo, com isso sendo emprestada Carta da Repblica a maior eficcia possvel, consagrando-se o princpio da segurana jurdica. (RE 353657, Relator(a): Min. MARCO AURLIO, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/2007, DJe-041 DIVULG 06-03-2008 PUBLIC 07-03-2008 EMENT VOL-02310-03 PP-00502) 2.10. STF - RE 444267 AgR EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinrio. 2. Insumos. IPI. Alquota zero, iseno ou no-tributao. Crdito na operao posterior. Impossibilidade. Ausncia de violao ao art. 153, 3o, II, da CF/88. Precedentes. 3. Limitao de efeitos da declarao de inconstitucionalidade. Inaplicabilidade. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 444267 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 18/12/2007, DJe-036 DIVULG 28-02-2008 PUBLIC 29-02-2008 EMENT VOL-02309-03 PP-00529) 2.11. STF Notcia - Quarta-feira, 29 de setembro de 2010 Supremo mantm deciso que impediu empresa de utilizar crditos presumidos de IPI O Plenrio do Supremo Tribunal Federal (STF) desproveu um Recurso Extraordinrio (RE 566819) no qual a empresa Jofran Embalagens Ltda., de Lajeado (RS), pretendia cassar deciso judicial que a impediu de utilizar crditos presumidos de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A maioria dos ministros votou contra a pretenso da empresa, vencido o ministro Cezar Peluso. O julgamento teve incio em agosto de 2009, quando o relator do processo, ministro Marco Aurlio, se posicionou neste sentido. poca, ele explicou que se no houve pagamento de tributo no momento da compra dos insumos, no se pode falar em direito compensao. Ele afirmou, ainda, que o princpio da

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    no cumulatividade do IPI previsto na Constituio Federal (inciso II do pargrafo 3 do artigo 153) visa apenas evitar a cobrana cumulativa do tributo, no a compensao de tributo que sequer foi recolhido. A anlise do recurso foi suspensa duas vezes em razo do pedido de vista das ministras Crmen Lcia Antunes Rocha e Ellen Gracie. Ambas acompanharam o ministro Marco Aurlio. Realmente chego concluso, tal como posto pelo ministro relator, que neste caso no h o creditamento [de IPI pela empresa], concluiu a ministra Crmen Lcia, em junho deste ano. Voto-vista Na sesso de hoje (29), Ellen Gracie apresentou seu voto-vista. A ministra afirmou que a no cumulatividade prevista no artigo 153, pargrafo 3, inciso II, da Constituio Federal, no instrumento de tributao do valor agregado, isto sim um mecanismo que se limita a autorizar a deduo exata do imposto j suportado na entrada. Segundo ela, no h como pretender a apropriao de crditos na operao de entrada tendo como referncia a alquota devida na sada. S o que foi suportado que pode ser objeto de compensao. Dessa forma, a ministra entendeu que a pretenso da empresa no deveria ser acolhida, pois, ao invs de afirmar a no cumulatividade, a desvirtua 2.12. STF Notcia - Quarta-feira, 05 de Agosto de 2009 Pedido de vista interrompe julgamento sobre direito a crdito presumido de IPI Pedido de vista da ministra Crmen Lcia Antunes Rocha interrompeu, nesta quarta-feira (5), no Plenrio do Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento do Recurso Extraordinrio (RE) 566819, em que a Jofran Embalagens Ltda., de Lajeado (RS), contesta acrdo (deciso colegiada) do Tribunal Regional Federal da 4 Regio (TRF-4) que lhe negou a obteno de crdito presumido relativamente aquisio de insumos isentos, no tributados ou sujeitos alquota zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O pedido de vista foi formulado quando o relator, ministro Marco Aurlio, j havia votado pelo no provimento do recurso, por entender que, no tendo havido pagamento de tributo na compra de insumos, no h direito a compensao. Caso contrrio, segundo ele, haveria uma inverso de valores, pois, se o imposto de cujo pagamento o insumo foi isentado fosse maior do que o imposto incidente na sada do produto final do adquirente desse insumo, a Unio (o Fisco) poderia acabar como devedora da empresa. Ele lembrou que o princpio da no cumulatividade do IPI, previsto no artigo 153, pargrafo 3, inciso II, da Constituio Federal (CF), visa apenas evitar a cobrana cumulativa do tributo, no a compensao de tributo que sequer foi recolhido. Se no h tributao ou a incidncia de alquota zero, no h como definir quantia a ser compensada, sustentou o ministro-relator, reportando-se a decises anteriores do STF e a seus votos no julgamento dos REs 353657, originrio do Paran, de que ele prprio foi relator, e 370682, oriundo de Santa Catarina, relatado pelo ministro Ilmar Galvo (aposentado). No mesmo sentido se pronunciou o TRF-4, no acrdo impugnado pela empresa. Segundo aquele tribunal, somente os valores efetivamente recolhidos na operao anterior que podem gerar crditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por ocasio da sada do produto final do estabelecimento comercial. Alegaes Por seu turno, a empresa invoca jurisprudncia do STF firmada, segundo ela, no RE 212484, para sustentar que a aquisio de insumos ou matrias-primas isentos de IPI por fabricante de produtos tributados com esse imposto, na sada do produto por ela fabricado, d direito aquisio de crdito-prmio presumido do tributo.

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    Ela alega que no seu caso trata-se da aquisio de insumos e matrias-primas isentas do IPI, hiptese que se distinguiria dos casos de insumos adquiridos com alquota zero ou no tributadas pelo IPI. Isto porque, segundo a empresa, tanto a doutrina quanto a jurisprudncia do STF teriam assentado que tributo que seria devido considerado pago. Portanto, essa hiptese admitiria a compensao do tributo. Nesse sentido, alega a ao que o RE 212484, julgado em maro de 1998, teria assegurado ao adquirente de insumos isentos do IPI o direito ao crdito do imposto na sada do produto por ela fabricado, quando sujeito incidncia do tributo. Assim, a deciso do TRF-4 teria afrontado o disposto no artigo 153, pargrafo 3, inciso II, da Constituio Federal (CF), que prev a no cumulatividade do IPI e, tambm, o artigo 150, inciso IV, que veda a utilizao de tributo com efeito de confisco. Por fim, a defesa pede que, se o STF decidir mudar sua jurisprudncia sobre o assunto, que module a deciso para que ela passe a vigorar apenas para casos futuros, e no passados.

    2.13. STF Notcia - Quarta-feira, 06 de Maio de 2009 STF limita concesso de crditos de IPI em matria prima tributada para perodo posterior a 1999 Somente depois da entrada em vigor da Lei 9.779/99 se tornou possvel a compensao de crditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pagos na entrada de insumos, quando o produto final for isento do tributo ou sujeito alquota zero. Por maioria, o Plenrio do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu na tarde desta quarta-feira (6) que no havia essa compensao no perodo de cinco anos anteriores vigncia da lei. A deciso foi tomada no julgamento conjunto dos Recursos Extraordinrios (REs) 460785, 562980 e 475551. Os processos discutiam a possibilidade de, antes da edio da norma, as empresas terem direito de receber crdito do IPI pagos na entrada da matria-prima, quando o produto final era isento do tributo ou se sujeito alquota zero. A Lei 9.779/99 regulamenta, entre outras questes tributrias, o aproveitamento de crditos do IPI, conforme determina o artigo 150, pargrafo 6, da Constituio Federal de 1988. Os recursos foram interpostos pela Unio contra a Imprimax, de Santa Catarina (RE 562980), a Indstria Txtil Apucarana Ltda., do Paran (RE 475551) e contra a Calados Tabita, do Rio Grande do Sul (RE 460785), que haviam conseguido decises favorveis a seus interesses nos Tribunais Regionais Federais (TRFs). As empresas recorreram Justia com base no entendimento de que o objetivo dos crditos ou isenes dos impostos era evitar um efeito em cascata da cobrana do imposto, segundo o princpio constitucional da no cumulatividade, que veda a cobrana de tributos em duplicidade. A Unio recorreu contra esse entendimento ao STF. 2.14. STF - RE 460785 No comeo do julgamento, em junho de 2008, o ministro Marco Aurlio, relator do RE 460785, descartou a alegada ofensa Constituio e votou pelo provimento do recurso, alegando que, se somente h tributao de insumos, matria-prima e embalagens na entrada da indstria e no na sada, no h cumulatividade e, portanto, no h ofensa Constituio. Em outras palavras, a matria prima ou o insumo tributado no geram crditos de IPI se o produto final isento ou alquota zero. Se na operao final verificou-se iseno, no existir compensao do que recolhido anteriormente, ante a ausncia do objeto, explicou o ministro. Na sesso desta quarta-feira (6), o ministro Eros Grau divergiu em parte do ministro Marco Aurlio. Isso porque o RE 460785 envolvia produto final isento de IPI, e para Eros Grau, somente nos casos de produtos sujeitos alquota zero no deve ser concedido crdito. Neste recurso e no RE 562980,

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    ficaram vencidos ainda os ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, que entendiam que a no cumulatividade j existia no ordenamento constitucional, e portanto no poderia ser contrariado por uma legislao ordinria no caso a Lei 9.779/99. No caso do RE 475551, a maioria que deu provimento ao recurso da Unio, contando ainda com o voto do ministro Eros Grau, uma vez que, nesse caso, tratava-se de produto final sujeito alquota zero, o que no entender do ministro no permitiria a concesso do crdito do tributo. Tambm neste processo ficaram vencidos os ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso. 3. SIMULADOS 3.1. Assinale a opo correta com relao aos impostos em geral. a) O arrematante de produtos importados apreendidos ou abandonados contribuinte do imposto sobre a importao. b) A receita lquida do imposto de exportao destina-se conservao dos portos ou lugares de sada do produto. c) O Poder Executivo no detm a competncia de alterar as alquotas ou as bases de clculo do imposto de exportao, ainda que para ajust-lo aos objetivos da poltica cambial e do comrcio exterior. d) luz do CTN, a posse de imvel por natureza localizado fora da zona urbana do municpio, tal como definido na lei civil, no considerada fato gerador para a incidncia do imposto sobre a propriedade territorial rural. e) A base de clculo do imposto relativo a produto que, tendo sido apreendido ou abandonado, seja levado a leilo corresponder alquota ad valorem. 3.2. Assinale a alternativa correta. a) Quanto ao ICMS, correto afirmar que no compreender, em sua base de clculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operao, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado industrializao ou comercializao, configure fato gerador dos dois impostos. b) Lei ordinria estadual dever regular a forma como, mediante deliberao dos Estados e do Distrito Federal, isenes, incentivos e benefcios fiscais referentes ao ICMS sero concedidos e revogados, bem como definir os combustveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidir uma nica vez, qualquer que seja a sua finalidade, hiptese em que no se aplicar a imunidade do artigo 155, 2 , inciso X, b, CF. c) Sem prejuzo da possibilidade de adoo de todas as faixas de receita previstas no art. 18 da Lei Complementar 123/2006, os Estados cuja participao no PIB brasileiro seja de at 1% (um por cento) podero optar pela aplicao, para efeito de

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    recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em seus respectivos territrios, das faixas de receita bruta anual at R$ 2.200.000,00 (dois milhes e duzentos mil reais). d) Nos termos da LC 123/2006, mediante deliberao dos Estados e do Distrito Federal, referendada pela Unio, poder ser concedido s pessoas jurdicas e quelas a elas equiparadas pela legislao tributria no optantes pelo Simples Nacional crdito correspondente ao ICMS incidente sobre os insumos utilizados nas mercadorias adquiridas de indstria optante pelo Simples Nacional. e) As microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional apresentaro, mensalmente ou semestralmente, seu critrio, Secretaria da Receita Federal declarao nica e simplificada de informaes socioeconmicas e fiscais, que devero ser disponibilizadas aos rgos de fiscalizao tributria, observados prazo e modelo aprovados pelo Comit Gestor. 3.3. Sobre os tributos de competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, assinale a opo correta. a) Incide ICMS na importao de bens, ainda quando realizada por pessoa fsica ou jurdica que no seja contribuinte regular do imposto. b) No exige prvia celebrao de convnio entre os Estados membros e o Distrito Federal a instituio, por Lei Complementar Estadual, de Programa de Incentivo destinado a fomentar a implantao, ampliao e modernizao de empreendimentos industriais e agroindustriais no Estado mediante concesso de crdito presumido e reduo da base de clculo do ICMS. c) A imunidade sobre o patrimnio, renda ou servios instituda em favor das instituies de assistncia social no alcana o ICMS incidente sobre os bens por elas fabricados, posto repercutir economicamente no consumidor e no atingir o patrimnio, nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficcia dos servios dessas entidades. d) incide IPVA sobre embarcaes e aeronaves, por abranger todo e qualquer veculo que tenha propulso prpria e sirva ao transporte de pessoas e coisas. e) ilegal a cobrana de ICMS com base em valores previstos em pauta fiscal.

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    GABARITO 3.1. A; 3.2. A; 3.3. E. 4. LOUSA ELETRNICA

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