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Da Pesquisa de Música Sacra à Salvaguarda do Patrimônio Arquivístico-Musical em Três Capitais da Região Norte do Brasil: Preservação, Pesquisa e Difusão da Memória Musical de Tradição Escrita V SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MÚSICA NA AMAZÔNIA – SIM MUSICOLOGIA HISTÓRICA Fernando Lacerda Simões Duarte Doutorando em Música, IA-UNESP, bolsista CAPES Porto Velho 2015

Duarte Sima 2015

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Da Pesquisa de Música Sacra à Salvaguarda do Patrimônio Arquivístico-Musical em Três Capitais da Região Norte do Brasil:

Preservação, Pesquisa e Difusão da Memória Musical de Tradição Escrita

IV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MÚSICA NA AMAZÔNIA – SIMAMUSICOLOGIA HISTÓRICA

Fernando Lacerda Simões DuarteDoutorando em Música, IA-UNESP, bolsista CAPES

Porto Velho2015

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ResumoObjetivo: sistematizar informações relativas a acervos musicais nas

cidades de Manaus, Belém e Boa Vista a partir de pesquisa de campo (não é a totalidade dos acervos!).

Problemática inicial: localização das fontes primárias de música ritual católica

Desdobramento: diversidade de repertórios e a questões de caráter patrimonial

Problema: como as fontes estão conservadas e organizadas? Quais ações para a difusão da memória musicais têm sido realizadas?

Metodologia e procedimentos: estudo exploratório, pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica e documental.

Referenciais teóricos: teoria arquivística das três idades dos documentos, em referenciais de memória e identidade, bem como nas diretrizes para salvaguarda do patrimônio material, particularmente, o documental, da UNESCO.

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Fontes, Musicologia e Arquivos no Brasil

Positivismo versus interpretação: o trabalho em arquivos ainda faz sentido? Discussões em torno do tema: Kerman, Ikeda, Volpe, Duprat.

Fase “científica” Início com Curt Lange Régis Duprat: “descoberta”, catalogação, “restauração” e gravação de obras, mas não necessariamente na publicação de suas partituras, “incorporação” de obras de “verdadeira importância histórico-artística”. Abordagem positivista, criticada por Kerman, Ikeda e outros.

Questão: como produzir historiografia e interpretação sem dados? É mero discurso sobre discursos? Necessidade de retorno às fontes para compreender as práticas. Diferença entre Brasil e Europa (Alemanha, Espanha, França/Solesmes...) ou EUA (biblioteconomia desde o séc.XIX).

BRASIL: Arquivamento permanente, na segunda metade do século XX. Urgência: “Arquivos musicais brasileiros: preservar enquanto é tempo” (NEVES, 1993). Necessidade de crítica, análise e interpretação dos dados aliada ao trabalho arquivístico. Opção para realização da tese: 67 cidades, nos 26 estados e DF.

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José Maria Neves (1997):

“Se o panorama de nossa historiografia musical fosse outro, certamente teríamos informação minimamente correta e completa sobre a quantidade e a qualidade dos arquivos musicais brasileiros, que poderiam ser melhor preservados. E haveria no país uma cultura histórico-musical que já teria produzido [...] uma coleção de catálogos de fontes musicais capaz de mapear a produção musical nacional e de alimentar estudos analíticos relativos a ela. Ao contrário, parece inexistir interesse na produção destes catálogos de arquivos musicais [...]”

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Memória, patrimônio e identidades

Os bens culturais [... inclusive a música] reúnem referenciais identitários, memórias e histórias [...], fundamentam, por um lado, a coesão entre os indivíduos que compartilham afetos, sensibilidades, tradições e histórias. E, por outro, evidenciam diferenças culturais que podem favorecer a aceitação da diversidade como valor essencial para o convívio em sociedade (Pelegrini, 2009) identidade e alteridade (Candau, 2011)

A historiografia da música brasileira contribuiu sem dúvida para a geração de identidades fortes (papel da memória x objetividade aparente da história Joel Candau, 2011; José Maria Neves, 1997): Pe. José Maurício.

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Victor de Moura Lacerda (2008):

Iniciação científicaMapeamento de acervos no Brasil

procedimento bibliográfico prevalência de Sudeste: concentração das pesquisas (cursos de Pós-Graduação). Reflexo na historiografia produzida.

Fernando Lacerda: pesquisa de campo distribuição de acervos por todo o território.

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Objetivo / justificativa desta comunicação

Sistematizar informações e facilitar aos demais pesquisadores o acesso às fontes

Estimular a insistência junto às instituições onde se obteve respostas negativas acerca da existência de fontes.

Rol não é exaustivoEnfoque: acervos de teatro, de bandas militares ou

marciais, bem como os acervos de grupos corais atuantes fora do ambiente religioso tiveram papel secundário, constituindo ainda um vasto campo para mapeamento e análise.

Estímulo às pesquisas musicológicas que gerem sistematizações futuras mais completas.

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1. Onde se encontram as fontes para o estudo das práticas musicais – sobretudo as de caráter religioso – nas cidades de Manaus, Belém e Boa Vista?

2. Como as fontes estão conservadas e foram organizadas?3. Quais ações para a difusão da memória musicais têm sido

realizadas?

Estudo exploratório + análise: categorização a partir da teoria das três fases ou idades dos documentos e de tipos de recolhimento: corrente, intermediário, permanente.

Diretrizes da UNESCO para a salvaguarda do patrimônio material e mais especificamente, o patrimônio documental.

Referenciais de memória: Le Goff e Candau.

Abrangência territorial e problemas

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- Documento dois elementos: o conteúdo informativo e o suporte no qual se consigna (UNESCO, 2002, p.15). Ex.: livros, mapas, partituras musicais, discos, fitas e outros suportes de gravação de sons. Tradições musicais escrita e oral (gravação).- Tradição: transmissão da memória (CANDAU, 2011)- Ampliação da salvaguarda dos lugares de memória (NORA, 1993) para os documentos característica: de deter o esquecimento. Programa Memória do Mundo da UNESCO: Ernesto Nazareth e MIOP (mundial), MMM (latino-americano).-Teoria das 3 idades documentais década de 1970: Carlos Wyffels, Theodore Schnellenberg e Ernst Posner. Passagem da atividade plena da documentação à total inatividade.- Partituras Corrente: uso cotidiano; Intermediário: função de recolhimento pelo desuso (repertório pré-conciliar guardado na igreja, por exemplo); Permanente: recolhimento destinado à preservação das fontes e à pesquisa salvaguarda do patrimônio documental. Não são tipos puros: acervo de frei Fulgêncio, ofmcap.

Memórias musicais, tipologia dos acervos e salvaguarda do patrimônio documental

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40 instituições até a redação do trabalho, 8 em Belém, 9 em Boa Vista e 23 em ManausMais 3 Belém, na última viagem: Seminário, IHG e Arquivo Público do Estado do Pará

Sem contato com o acervo ou sem resposta definitiva: 6 (1-PA; 2-RR; 3-AM).Resposta negativa (não há material): 15 (1-PA; 4-RR; 10-AM): uma é a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, dos Redentoristas, em Manaus (divergência)Têm algum material:Bibliotecas: 8 (2-PA; 2-RR; 4-AM) + 1 na última viagem. Total: 9Museus tipologia variada (instrumentos, iconografia etc): 4 (3-AM; 1-PA)Arquivos: 7 (3-PA; 4-AM) + 2 (últ. Viagem). Total: 9 1. Arquivo da Cúria da Arquidiocese de Belém; 2. Arquivo do Coral da Catedral Metropolitana de Belém (Catedral da Sé); 3. Coleção Vicente Salles, recolhida à Biblioteca do Museu da Universdade Federal do Pará (MUFPA); 4. Arquivo dos Corpos Artísticos do Teatro Amazonas; 5. Arquivo Histórico do Teatro Amazonas; 6. Arquivo da Cúria Metropolitana de Manaus; 7. Acervo pessoal de Frei Fulgêncio Monacelli, ofmcap. Última viagem: 8. Arquivo Público do Pará, 9. IHG-PA.

Mapeamento

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ArquivosIdentificação Recolhimento Diagnóstico

Arquivo da Cúria de Belém Permanente Organizado; não-catalogado

Arquivo do Coral da Catedral de Belém

Corrente Organizado (arq. morto), não-catalogado

Coleção Vicente Salles (MUFPA)

Permanente Catalogado, digitalizado, editado parcialmente

Arq. Corpos Artísticos Teatro AM

Corrente Material editado localmente

Arq. Hist. Teatro AM Permanente 1 partitura: digitalizada

Cúria – Manaus Permanente Manuscritos: não-organizado, digitalizado, não-catalogado

Frei Fulgêncio Intermediário [?] Organizado, não-inventariado, digitalizado

Arquivo Público – PA Permanente Catalogado, organizado

IHG – PA Permanente Em restauro, inventariado

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Fonte mai antiga da Catedral de Manaus

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Acesso às fontes: Cartas para as dioceses; clausura, frei Fulgêncio. IHG-AM: falta de bibliotecária inviabilizou a consulta.Organização: Bibliotecas: Critérios da biblioteconomia, inclusive a do Sambódromo de Manaus [?], Centro Cultural Claudio Santoro (falta instrumento de pesquisa). Biblioteca Braille: não foi realizada consulta.Arquivos: Catedral de Manaus (tentativa de separar as partituras; pastas A3; digitalização); Catedral de Belém (títulos nas pastas); Coleção Vicente Salles (projeto Recuperação e difusão do acervo musical da coleção Vicente Salles do Museu da UFPA; disponibilização na internet questão das imagens); Frei Fulgêncio (organização; higienização mecânica; digitalização; pastas A3 e A4); Biblioteca de Artes do Centro Cultural Claudio Santoro: tentativa de negociação com Arquivo Histórico do Teatro Amazonas (Ivete Ibiapina?).

Desafios: ausência de instrumentos de pesquisa e onde há, ausência de instrumentos integrados (por isto as negativas não são respostas definitivas); pouca quantidade de especialistas (musicólogos) no Brasil capacitação de recursos humanos existentes (arquivistas e bibliotecários) ao lado da formação de musicólogos; Reintegração da memória musical ao spiritus loci.Soluções: ainda pontuais. A produção acadêmica no e sobre a Região Norte tem caracterizado a principal solução.

Salvaguarda

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Acervo particular - Frei Fulgêncio Monacelli, ofmcap

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Resposta à problemática (estudo exploratório) em forma de tabela: Instituições listadas em pesquisa de campo, tipo do acervo quanto ao recolhimento (corrente, intermediário e permanente), conteúdo (instrumentos, documentos eclesiásticos, livros etc.), tipo de instituição, critérios de organização do acervo e instrumentos de pesquisa. N/I = Não informado.

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As ações de salvaguarda do patrimônio arquivístico-musical ainda se revelam pontuais, mas em aparente crescimento. Nas três cidades abordadas, têm sido realizadas desde ações físicas de higienização, acondicionamento e digitalização até o estímulo à pesquisa. O grande desafio no momento diz respeito à ausência de instrumentos de pesquisa que sejam capazes de integrar os diversos fundos que as instituições abrigam, com vistas à plena garantia de acesso às memórias da prática e produção musicais. Mais do que a centralização nas figuras dos especialistas, as ações de resgate e preservação da memória pressupõem um trabalho conjunto que envolva até mesmo as comunidades que produziram os documentos musicais no passado e continuam a praticar música no presente, construindo novas memórias.

Considerações finais

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Agradecimentos e contato

• À CAPES• Ao orientador, prof. dr. Paulo Castagna• À Comissão organizadora do IV SIMA• A todos os presentes• Convite: ANPPOM – IC/Relatos de experiência

[email protected]

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