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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? Duda Nogueira – Língua Portuguesa Interpretação de Texto SUMÁRIO PARTE I – TEORIA ...........................................................................................................................................01 PARTE II - MÉTODOS DE ESTUDOS ................................................................................................................21 PARTE III - QUESTÕES FÁCEIS........................................................................................................................25 VUNESP ...........................................................................................................................................................25 CESPE ..............................................................................................................................................................35 FGV ..................................................................................................................................................................41 FCC ..................................................................................................................................................................42 PARTE I TEORIA 1. INTRODUÇÃO Você sabe ler um texto, mas já pensou no significado de um texto? Texto é um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretação e transmitem uma mensagem. É qualquer obra escrita em versão original e que constitui um livro ou um documento escrito. Um texto é uma unidade linguística de extensão superior à frase. Possui tamanho variável e deve ser escrito com coesão e coerência. Pode ser classificado como literário e não literário. Todo texto tem alguns aspectos formais, ou seja, tem estrutura, elementos que estabelecem relação entre si. Dentro dos aspectos formais, há a coesão e a coerência, que dão sentido e forma ao texto, tópicos que serão estudados neste capítulo. Transportemos para o dia a dia. Se você se depara com a palavra silêncio estando em um hospital, terá um sentido. Se se deparar com a mesma palavra escrita em um pedaço de papel jogado na rua, terá outro sentido porque estaria fora de um contexto. Isso nada mais é do que interpretar. Note que o tempo todo temos de interpretar atos, gestos, olhares, palavras, tornando a vida mais encantadora, ou não. Dependerá de seu contexto.

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  • 1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    Duda Nogueira Lngua Portuguesa Interpretao de Texto

    SUMRIO

    PARTE I TEORIA ...........................................................................................................................................01

    PARTE II - MTODOS DE ESTUDOS ................................................................................................................21

    PARTE III - QUESTES FCEIS........................................................................................................................25

    VUNESP ...........................................................................................................................................................25

    CESPE ..............................................................................................................................................................35

    FGV ..................................................................................................................................................................41

    FCC ..................................................................................................................................................................42

    PARTE I

    TEORIA

    1. INTRODUO

    Voc sabe ler um texto, mas j pensou no significado de um texto?

    Texto um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretao e transmitem uma mensagem. qualquer obra escrita em verso original e que constitui um livro ou um documento escrito. Um texto uma unidade lingustica de extenso superior frase. Possui tamanho varivel e deve ser escrito com coeso e coerncia. Pode ser classificado como literrio e no literrio.

    Todo texto tem alguns aspectos formais, ou seja, tem estrutura, elementos que estabelecem relao entre si. Dentro dos aspectos formais, h a coeso e a coerncia, que do sentido e forma ao texto, tpicos que sero estudados neste captulo.

    Transportemos para o dia a dia.

    Se voc se depara com a palavra silncio estando em um hospital, ter um sentido. Se se deparar com a mesma palavra escrita em um pedao de papel jogado na rua, ter outro sentido porque estaria fora de um contexto. Isso nada mais do que interpretar. Note que o tempo todo temos de interpretar atos, gestos, olhares, palavras, tornando a vida mais encantadora, ou no. Depender de seu contexto.

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    2. TIPOS DE LINGUAGEM

    Linguagem o sistema atravs do qual o homem comunica suas ideias e sentimentos, seja atravs da fala, da escrita ou de outros signos convencionais. Na linguagem do cotidiano, o homem faz uso da linguagem verbal e no verbal para se comunicar. Conheamos os tipos de linguagem.

    2.1 Linguagem verbal: integra a fala e a escrita (dilogo, informaes no rdio, televiso ou

    imprensa, etc.), utiliza a lngua (oral ou escrita), ou seja, tem por unidade a palavra. Exemplos: os recursos de comunicao como imagens, desenhos, smbolos, msicas, gestos, tom de voz etc.

    2.2 Linguagem no verbal:possui outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento, a imagem, a dana, por exemplo.

    2.3 Linguagem mista: utiliza tanto a palavra quanto as demais unidades, como histrias em quadrinhos, teatro, televiso, cinema, charges e alguns anncios publicitrios.

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    3. INTERTEXTUALIDADE

    Acontece quando h uma referncia explcita ou implcita de um texto em outro. Tambm pode ocorrer com outras formas alm do texto, msica, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer aluso outra ocorre a intertextualidade.

    Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citao. Em um texto cientfico, por exemplo, o autor do texto citado indicado, j na forma implcita, a indicao oculta. Por isso importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prvio, para reconhecer e identificar quando h um dilogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. H duas formas: a Parfrase e a Pardia.

    3.1 Parfrase

    Na parfrase, as palavras so mudadas, porm a ideia do texto confirmada pelo novo texto, a aluso ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. dizer com outras

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    palavras o que j foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro "Pardia, parfrase & Cia" (p. 23):

    Texto Original

    Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabi, As aves que aqui gorjeiam No gorjeiam como l. (Gonalves Dias, Cano do exlio).

    Parfrase

    Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a Cano do Exlio. Como era mesmo a Cano do Exlio? Eu to esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabi! (Carlos Drummond de Andrade, Europa, Frana e Bahia).

    O texto de Gonalves Dias, Cano do Exlio, muito utilizado como exemplo de parfrase e de pardia, aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas ideias, no h mudana do sentido principal do texto que a saudade da terra natal.

    3.2 Pardia A pardia uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, h uma ruptura com as

    ideologias impostas e por isso objeto de interesse para os estudiosos da lngua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretao, a voz do texto original retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexo crtica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo h uma indagao sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida atravs do raciocnio e da crtica. Os programas humorsticos fazem uso contnuo dessa arte, frequentemente os discursos de polticos so abordados de maneira cmica e contestadora, provocando risos e tambm reflexo a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma pardia. Texto Original

    Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabi, As aves que aqui gorjeiam No gorjeiam como l. (Gonalves Dias, Cano do exlio).

    Pardia

    Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui no cantam como os de l. (Oswald de Andrade, Canto de regresso ptria).

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    O nome Palmares, escrito com letra minscula, substitui a palavra palmeiras, h um contexto histrico, social e racial neste texto, Palmares o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, h uma inverso do sentido do texto primitivo que foi substitudo pela crtica escravido existente no Brasil.

    4.TIPOS DE DISCURSO

    Discurso o meio pelo qual se transmite uma ideia, expe-se uma opinio, quer na fala ou na

    escrita. Analisaremos as caractersticas inerentes a cada modalidade.

    4.1 Discurso direto

    A produo se d de forma integral, na qual os dilogos so retratados sem a interferncia do narrador.

    Trata-se de uma transcrio fiel da fala dos personagens, que, para introduzi-las, o narrador utiliza-se de

    alguns sinais de pontuao, aliados ao emprego de alguns verbos de elocuo, tais como: dizer,

    perguntar, responder, indagar, exclamar, ordenar, entre outros.

    Exemplo:

    "- Por que veio to tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu porta do jardim, em Santa Teresa.

    - Depois do almoo, que acabou s duas horas, estive arranjando uns papis. Mas no to tarde assim,

    continuou Rubio, vendo o relgio; so quatro horas e meia.

    - Sempre tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."

    (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)

    4.2 Discurso indireto

    Processo enunciativo em que um locutor incorpora outra voz diferente da sua, a voz de umenunciador. E

    m literatura, pode dizer-

    se que um processo em que o narrador incorpora a voz de uma personagem. Asfalas do enunciador s

    o tambm introduzidas por um verbo declarativo, s que aparecem sob a forma de uma frase

    completiva, como no exemplo seguinte:

    "Alcancei-a a poucos passos, e jurei-

    lhe por todos os santos do cu que eu era obrigado a descer, mas que nodeixava de lhe querer e muito; t

    udo hiprboles frias que ela escutou sem dizer nada."

    Machado de Assis, Memrias Pstumas de Brs Cubas

    Observaremos a seguir um quadro em que so relatadas as mudanas ocorridas na passagem do

    discurso direto para o indireto, enfatizando as particularidades relacionadas a tempos verbais,

    advrbios e pronomes.

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    Discurso direto Discurso indireto

    Uso da primeira pessoa do discurso Terceira pessoa

    Verbo no presente do indicativo Emprego do pretrito imperfeito do indicativo

    Verbo no pretrito perfeito Pretrito mais que perfeito

    Futuro do presente Futuro do pretrito

    Modo imperativo Pretrito imperfeito do subjuntivo

    Adjuntos adverbiais: aqui, c, a Adjuntos adverbiais: ali, l

    Ontem O dia anterior

    Amanh O dia seguinte

    4.3 Discurso indireto livre

    As formas direta e indireta fundem-se por meio de um processo em que o narrador insere

    discretamente a fala ou os pensamentos do personagem em sua fala. Embora ele no participe da

    histria, instala-se dentro de suas personagens, confundindo sua voz com a delas.

    Observemos um fragmento extrado do romance Madame Bovary, do escritor francs Gustave Flaubert,

    publicado em 1857:

    Olhava-a, abria-a e chegava mesmo a aspirar-lhe o perfume do forro, misto de verbena e de fumo. A

    quem pertenceria?... Ao Visconde. Era talvez presente da amante.

    Outro exemplo:

    "O marqus e D. Diogo, sentados no mesmo sof, um com a sua chazada de invlido, outro com um cop

    o de St. Emilion,a que aspirava o bouquet, falavam tambm de Gambetta. O marqus gostava de Gambe

    tta: fora o nico que durante aguerra mostrara ventas de homem; l que tivesse comido ou que quise

    sse comer como diziam

    no sabianem lhe importava. Mas era teso! E o Sr. Grevy tambm lhe parecia um cidado srio, timo par

    a chefe deEstado..."

    Ea de Queirs, Os Maias

    5. GNEROS TEXTUAIS

    Em primeiro lugar, necessrio entender a diferena entre tipos textuais e gneros textuais. Muitas vezes no se faz distino entre esses conceitos, mas eles so bem diferentes! Analisemos o quadro a seguir, em que h uma coluna que explica tipos textuais e outra que explica gneros textuais:

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    Tipos Textuais Gneros Textuais

    So definidos por propriedades lingusticas que vo caracterizar os gneros: vocabulrio, relaes lgicas, tempos verbais, construes frasais, etc.

    So realizaes lingusticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um contexto cultural e com funo comunicativa.

    So eles: narrao, argumentao, descrio, injuno (ordem) e exposio (que o texto informativo).

    Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de caractersticas determinadas pelo estilo do autor, contedo, composio e funo.

    Geralmente variam entre 5 e 9 tipos. Alguns exemplos de gneros: telefonema, sermo, carta comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance, reunio de condomnio, lista de compras, conversa espontnea, cardpio, receita culinria, inqurito policial, blog, e-mail, etc. So infinitos!

    O gnero textual no exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narrao, descrio e

    dissertao), pelo contrrio, os aspectos tipolgicos so apresentados de forma mais ampla, j que passam a ser analisados a partir das situaes sociais em que so usados. Gneros mais importantes em concursos pblicos:

    1. Narrativo:

    O termo narrar vem do latim narratio e quer dizer o ato de narrar acontecimentos reais ou fictcios. Divises de outros gneros literrios dentro do estilo narrativo: o romance, a novela, o conto, a crnica, a fbula. Praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilsticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem?,que? quando? onde? por qu? Vejamos a seguir:

    Narrador: o que narra a histria, pode ser onisciente (terceira pessoa, observador, tem conhecimento da histria e das personagens, observa e conta o que est acontecendo ou aconteceu) ou personagem (em primeira pessoa; narra e participa da histria e, contudo, narra os fatos medida em que acontecem, no pode prever o que acontecer com as demais personagens).

    Tempo: um determinado momento em que as personagens vivenciam as suas experincias e aes. Pode ser cronolgico (um dia, um ms, dois anos) ou psicolgico (memria de quem narra, flashback feito pelo narrador).

    Espao: lugar onde as aes acontecem e se desenvolvem.

    Enredo: a trama, o que est envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua resoluo, ou seja, todo enredo tem incio, desenvolvimento, clmax e desfecho.

    Personagens: atravs das personagens, seres fictcios da trama, encadeiam-se os fatos que geram os conflitos e aes. personagem principal d-se o nome de protagonista e pode ser uma pessoa, animal ou

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    objeto inanimado, como nas fbulas. O que vimos foram os recursos que os estilos narrativos tm em comum, agora vejamos cada um deles e suas caractersticas separadamente: Romance: uma narrativa longa, geralmente dividida em captulos, possui personagens variadas em torno das quais acontece a histria principal e tambm histrias paralelas a essa, pode apresentar espao e tempo variados.

    Novela: um mdulo mais compilado do romance e tambm mais dinmico, dividida em episdios, so contnuos e no tm interrupes.

    Conto: uma narrativa curta que gira em torno de um s conflito, com poucos personagens.

    Crnica: uma narrativa breve que tem por objetivo comentar algo do cotidiano; um relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia a dia.

    2. Argumentativo:

    Dentre os tipos textuais, destaca-se o argumentativo - que tem como objetivo discursivo

    convencer o interlocutor a respeito de determinado ponto de vista. A atividade de argumentar pode ser feita de diferentes maneiras, seguindo distintos formatos. Cada um desses formatos corresponder a uma concretizao textual especfica, sendo chamados de gneros textuais, nesse caso, argumentativos. Ento, tratemos de travar contato aqui com os principais gneros argumentativos. Primeiramente, delimitemos que estamos aqui a tratar mais diretamente de gneros textuais escritos, uma vez que h muitos gneros argumentativos orais tambm (palestras, debates, comcios, discursos de defesa, discurso de acusao, dilogos argumentativos, assembleias, etc). Tambm no consideraremos aqui os gneros argumentativos digitais, como blogues, fruns virtuais e outros. Dentre os principais exemplos de argumentao escrita de que aqui trataremos, destacamos a prpriadissertao, o artigo de opinio, a crnica argumentativa, o editorial, a resenha crtica, a carta de solicitao/de reclamao, a carta de leitor.

    3. Expositivo: O texto expositivo um tipo de texto que visa a apresentao de um conceito ou de uma ideia.

    Muito comum esse tipo de texto ser abordado no contexto escolar e acadmico, uma vez que inclui

    formas de apresentao, desde seminrios, artigos acadmicos, congressos, conferncias, palestras,

    colquios, entrevistas, dentre outros.

    3.1 Recursos Lingusticos

    No texto expositivo, o objetivo central do locutor (emissor) explanar sobre determinado assunto, a

    partir de recursos como a conceituao, a definio, a descrio, a comparao, a informao e

    enumerao.

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    3.2 Classificao dos Textos Expositivos

    De acordo com seu objetivo central, os textos expositivos so classificados em dois tipos:

    Texto Expositivo-argumentativo

    Nesse caso, alm de apresentar o tema, o emissor foca nos argumentos necessrios para a explanao

    de suas ideias. Dessa forma, recorre aos diversos autores e teorias para comparar, conceituar e

    defender sua opinio.

    Texto Expositivo-informativo

    Nesta ocasio, o objetivo central do emissor simplesmente transmitir as informaes sobre

    determinado tema, sem grandes apreciaes e, por isso, com o mximo de neutralidade. Podemos

    pensar numa apresentao sobre os ndices de violncia no pas, de modo que o conjunto de

    informaes, grficos e dados sobre o tema, apresentam to somente informaes sobre o problema,

    sem defesa de opinio.

    6. COESO TEXTUAL

    Para que um texto apresente coeso, devemos escrever de maneira que as ideias se liguem umas s outras, formando um fluxo lgico e contnuo. Quando um texto est coeso, temos a sensao de que sua leitura se d com facilidade. Dispomos de vrios mecanismos para conectar e relacionar as partes de um texto. Abaixo, foram expostos os principais: 6.1 Coeso referencial Alcanamos a coeso referencial utilizando expresses que retomam ou antecipam nossas ideias: - onde: indica a noo de "lugar" e pode substituir outras palavras. So Paulo uma cidade onde a poluio atinge nveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a palavra "cidade".] - cujo: pode estabelecer uma relao de posse entre dois substantivos. Raul Pompeia um escritor cujas obras lemos com prazer. - que: pode substituir (e evitar a repetio de) palavras ou de uma orao inteira. Pedro lvares Cabral descobriu o Brasil, o que permitiu aos portugueses ampliarem seu imprio martimo. - esse(a), isso: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que j foi mencionada no texto. O presidente de uma ONG tem inmeras funes a cumprir. Essas responsabilidades, no entanto, podem ser divididas com outros membros da diretoria.

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    - este(a), isto: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que ser mencionada no texto. O que me fascina em Machado de Assis isto: sua ironia. 6.2 Coeso lexical Permite evitar a repetio de palavras e, tambm, unir partes de um texto. Pode ser alcanada utilizando-se: - sinnimos: palavras semelhantes que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar o que o texto pretende transmitir. O presidente do Palmeiras, Silvano Eustquio, afirmou que o time tem todas as condies para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense ser impenetrvel. Na opinio do cartola, a torcida s ter motivos de alegria. - hipernimos: vocbulo de sentido mais genrico em relao a outro. Lucinha estava na poltrona do cinema, esperando o filme comear, quando, de repente, no assento ao lado, uma idosa desmaiou. - hipnimos: so palavras de sentido especfico, ou seja, palavras cujos significados so hierarquicamente mais especficos do que de outras. - perfrases: construo mais complexa para caracterizar uma expresso mais simples. A vigilncia policial nos estdios de futebol sempre necessria, pois as torcidas s vezes agem com violncia. Na verdade, no mais possvel a realizao de qualquer campeonato sem a presena de elementos treinados para garantir no s a ordem, mas tambm proteger a segurana dos cidados que desejam acompanhar o jogo em tranquilidade. 6.3 Coeso sequencial Trata-se de estabelecer relaes lgicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os chamados conectivos (principalmente preposies e conjunes). Os principais so: - Consequncia (ou concluso): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, ento, por conseguinte, em vista disso. Ela muito competente, por isso conseguiu a vaga. - Causa: porque, pois, visto que, j que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razes de. Ela conseguiu a vaga, j que muito competente. - Oposio: entretanto, mas, porm, no entanto, todavia, contudo. Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro. - Condio: se, caso, desde que, contanto que. Voc pode ir brincar na rua, desde que faa todo o dever. - Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Slvia estudava oito horas todos os dias.

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    6.4 Emprego/correlao de tempos e modos verbais Emprego dos modos e tempos verbais

    6.4.1 Modos Trs so os modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Normalmente, o indicativo exprime

    certeza e o modo tpico das oraes coordenadas e principais; o subjuntivo exprime incerteza, dvida, possibilidade, algo hipottico e mais comum nas subordinadas; por fim, o imperativo exprime ordem, solicitao, splica.

    H construes que permitem tanto um modo como outro, algo que depender do comprometimento do usurio e suas intenes:

    S deixe entrar os que tm a roupa adequada. (indicativo: h certeza do fato, trabalha-se o fato de forma convicta, direta)

    S deixe entrar os que tenham a roupa adequada. (subjuntivo: projeta-se a possibilidade, trabalha-se o hipottico, no h certeza)

    6.4.2 Tempos

    Presente do indicativo

    Emprega-se o presente do indicativo para:

    a) expressar simultaneidade ao momento da fala: Agora falo eu! Estou bem.

    b) indicar ao habitual: A Terra gira em torno do sol. Eles estudam todos os dias.

    c) mostrar algo permanente (como uma verdade absoluta): - provrbios: Deus ajuda quem cedo madruga. - definies: O homem um ser racional.

    d) narrar com mais atualidade (cria-se uma proximidade com o momento do fato, dando mais realismo e vivacidade; tambm chamado de presente histrico): Com a ditadura, o Brasil passa por um longo perodo de silncio. Em 1980, exploso em usina nuclear gera vrias manifestaes.

    e) substituir o futuro do presente do indicativo: Voc volta aqui amanh? (=Voc voltar aqui amanh?)

    f) substituir o imperativo (atenuando a ordem): Voc pega o livro. (= Pegue o livro)

    g) substituir o pretrito imperfeito do subjuntivo (mais usado informalmente): Se ele no vem at aqui, seria pior para todos. (= Se ele no viesse)

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    h) substituir o futuro do subjuntivo (expressa certeza, convico da ocorrncia): Se ele no vem at aqui, no pago. (= Se ele no vier at aqui)

    Pretrito imperfeito do indicativo

    Emprega-se o pretrito imperfeito do indicativo para:

    a) expressar algo em processo, em desenvolvimento: Eu almoava quando ele nos chamou.

    b) indicar continuidade ou fato habitual, constante, frequente: Eu morava nesta regio.

    c) indicar ao planejada que no se realizou: Pretendamos comprar um jornal, mas a chuva atrapalhou. d) substituir o presente do indicativo (denota cortesia ou polidez): Queria s uma coisa. (= Quero s uma coisa)

    e) substituir o futuro do pretrito do indicativo (mais usado informalmente): Se ele viesse, agora tudo estava certo. (= agora tudo estaria certo)

    Pretrito perfeito do indicativo simples

    Emprega-se o pretrito perfeito do indicativo simples para:

    a) expressar algo j realizado, concludo, terminado: Em 1970, a seleo brasileira ganhou o principal campeonato de futebol.

    Pretrito perfeito do indicativo composto

    Formado com o auxiliar ter (no presente do indicativo) mais o particpio do principal, emprega-se o pretrito perfeito do indicativocomposto para:

    a) exprimir repetio: Os jogadores tm errado muito.

    b) indicar algo que se desenvolve at o momento da fala: Temos superado os obstculos.

    Pretrito mais-que-perfeito do indicativo simples

    Emprega-se o pretrito mais-que-perfeito do indicativo simples para:

    a) expressar fato concludo que aconteceu antes de outro fato (ambos ocorridos no passado): O avio partira quando ele enfim chegou. Assim que ele se retirara da sala, a mulher tentou uma nova fuga.

    b) substituir o pretrito imperfeito do subjuntivo (mais comum no uso literrio): Amou como se fora pela ltima vez. (= Amou como se fosse pela ltima vez) Colhera os frutos de seus atos. (= Colheu os frutos de seus atos)

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    c) formar certas frases exclamativas: Quem me dera! Tomara!

    Pretrito mais-que-perfeito do indicativo composto

    Formado com os auxiliares ter ou haver (no pretrito imperfeito do indicativo) mais o particpio do principal, emprega-se o pretrito mais-que-perfeito do indicativocomposto com valor equivalente sua forma simples: Antes de fazer a correo, ele tinha realizado ampla anlise do problema. (= Antes de fazer a correo, realizara ampla anlise do problema)

    Futuro do presente do indicativo simples

    Emprega-se o futuro do presente do indicativo simples para:

    a) expressar fato posterior ao momento em que se fala: No final do trabalho, acertaremos o pagamento.

    b) indicar correlao com o futuro do subjuntivo: Se ele fizer isso, ficarei feliz. Quando eles se exercitarem, vivero melhor.

    c) exprimir dvida, incerteza: Ser possvel o Brasil melhorar?

    d) formar certas expresses idiomticas: Mas ser o Benedito?

    e) indicar ordem ou pedido (valor prximo ao imperativo): No matars nem roubars.

    Futuro do presente do indicativo composto

    Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no futuro do presente do indicativo simples) mais o particpio do principal, emprega-se o futuro do presente do indicativo composto para:

    a) exprimir fato ocorrido antes de outro (ambos no futuro): Eles j tero sado quando vocs chegarem.

    b) indicar a hiptese de algo j ter acontecido: J tero chegado?

    Futuro do pretrito do indicativo simples

    Emprega-se o futuro do pretrito do indicativo simples para:

    a) exprimir dvida, incerteza: Naquele dia, havia umas dez pessoas com ele.

    b) indicar correlao com o pretrito imperfeito do subjuntivo: Se ele fizesse isso, ficaria feliz.

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    c) fazer um pedido, indicar um desejo de uma forma polida: Vocs fariam um favor para ns?

    d) indicar fato futuro que se relaciona a um momento no passado (muitas vezes expressa uma quebra de expectativa, algo frustrado, ainda no realizado): Ele disse que viria e prometeu que me pagaria. e) expressar indignao ou surpresa em oraes exclamativas ou interrogativas: Voc faria isso de novo?

    Futuro do pretrito do indicativo composto

    Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no futuro do pretrito do indicativo simples) mais o particpio do principal, emprega-se o futuro do pretrito do indicativo composto para:

    a) indicar fato passado que aconteceria mediante condio: Se voc realmente estudasse a lio, teria alcanado a aprovao.

    b) expressar dvida em relao ao passado: Teria tido ele uma ideia melhor?

    c) exprimir hiptese, algo que deveria ter acontecido (correlaciona-se com o pretrito mais-que-perfeito do subjuntivo): Se ele tivesse feito isso, teramos ficado mais felizes.

    Presente do subjuntivo

    Emprega-se o presente do subjuntivo para:

    a) expressar hiptese, algo relacionado ao desejo, suposio, dvida: Peo que na hora voc no esquea as minhas recomendaes.

    b) criar oraes optativas (aquelas que exprimem desejo): Deus lhe pague! Os cus te protejam!

    c) compor orao subordinada quando o verbo da orao principal estiver no: - presente do indicativo: Convm que ele faa um seguro. - imperativo: Pague ao homem para que ele se cale. - futuro do presente do indicativo: Vir para que eu a conhea.

    Pretrito imperfeito do subjuntivo

    Emprega-se o pretrito imperfeito do subjuntivo para:

    a) compor orao subordinada quando o verbo da orao principal estiver no: - pretrito imperfeito do indicativo: Era nosso desejo que eles pernoitassem aqui. - pretrito perfeito do indicativo: Pedi que eles mandassem notcias. - futuro do pretrito do indicativo: Gostaria que ela viesse at nossa casa.

    Pretrito perfeito do subjuntivo

    Formado com os auxiliares ter ou haver (no presente do subjuntivo) mais o particpiodo principal, usa-se o pretrito perfeito do subjuntivo para:

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    a) exprimir fato anterior e supostamente concludo no momento da fala: Creio que ela j tenha trazido o livro.

    b) exprimir fato no futuro e j terminado em relao a outro tambm no futuro: Quando vocs chegarem, acredito que eles j tenham resolvido o problema.

    Pretrito mais-que-perfeito do subjuntivo

    Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no pretrito imperfeito do subjuntivo) mais o particpio do principal, emprega-se opretrito mais-que-perfeito do subjuntivo para:

    a) expressar fato anterior a outro, ambos no passado: Pensei que voc tivesse trazido tudo.

    Futuro do subjuntivo simples

    Emprega-se o futuro do subjuntivo simples para:

    a) expressar fato que talvez acontea (relaciona-se ao verbo da orao principal, que deve estar no presente ou no futuro do presente, ambos do indicativo): Quando voc trouxer o dinheiro, a dvida ser esquecida. S receber a senha quem estiver no local.

    Futuro do subjuntivo composto

    Formado com os auxiliares ter ou haver (no futuro do subjuntivo simples) mais o particpio do principal, usa-se o futuro do subjuntivo composto para:

    a) expressar fato terminado antes de outro (ambos no futuro): S partiremos depois que ela tiver chegado com os presentes. Sairemos daqui se eles tiverem trazido um mapa.

    Imperativo

    Emprega-se o imperativo (afirmativo e negativo) para:

    a) exprimir ordem, solicitao, convite, conselho: Saia daqui imediatamente! Abra a janela, por favor. Quando ele chegar, fique quieta, no abra a boca!

    Infinitivo

    Emprega-se o infinitivo para:

    a) formar, com o verbo principal, inmeras locues verbais: Devemos dormir aqui, pois somente amanh poderemos chegar ao local. b) substituir o imperativo (atenuando a ordem): Trazer todos os documentos no dia da apresentao. Na data de inscrio, respeitar todos os prazos determinados.

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    c) substituir o gerndio (neste caso, o infinitivo vir com preposio a): Ele esteve a andar por aqui novamente. Todos estavam a mentir.

    d) substituir o substantivo: Viajar alegrar a todos. necessrio obedecer a esta lei.

    Gerndio

    Emprega-se o gerndio para:

    a) formar, com o verbo principal, inmeras locues verbais: Todos vm trabalhando com o mesmo objetivo.

    b) encabear oraes reduzidas: Obedecendo ao regulamento, viveremos mais felizes. Ficando ele em silncio, incriminou-se ainda mais.

    c) formar oraes reduzidas iniciadas por em: Em se tratando de polmicas, este um tema frtil. Em se cantando, vive-se melhor.

    Particpio

    Emprega-se o particpio para:

    a) ser o verbo principal no tempo composto (voz ativa), com os verbos ter ou havercomo auxiliares: No tnhamos acertado o pagamento. Ela havia viajado para vrios lugares.

    b) formar a voz passiva analtica, tendo o verbo ser como auxiliar (tambm estar e ficar em certas construes): O encontro ser realizado s 10 horas. Os ingressos foram retirados ontem.

    c) encabear oraes reduzidas: Analisadas as propostas, fizeram o acordo. Constatado o erro, fez-se a correo imediatamente.

    d) exercer a funo de adjetivo: O carro descontrolado foi de encontro ao muro reformado.

    7. COERNCIA TEXTUAL

    A coerncia textual o instrumento que o autor vai usar para conseguir encaixar as peas do texto e dar um sentido completo a ele.

    Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido. O mesmo raciocnio vale para as frases, os pargrafos e at os textos. Cada um desses elementos tem um

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    sentido individual e um tipo de relacionamento com os demais. Caso estas relaes sejam feitas da maneira correta, obtemos uma mensagem, um contedo semntico compreensvel.

    O texto escrito com uma intencionalidade, de modo que ele tem uma repercusso sobre o leitor, muitas vezes proposital.

    Em uma redao, para que a coerncia ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a continuao da outra. Caso no ocorra uma concatenao de ideias entre as frases, elas acabaro por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de raciocnio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerncia textual.

    A coerncia um resultado da no contradio entre as partes do texto e do texto com relao ao mundo. Ela tambm auxiliada pela coeso textual, isto , a compreenso de um texto melhor capturada com o auxlio de conectivos, preposies, etc.

    Vejamos alguns exemplos de falta de coerncia textual:

    "No vero passado, quando estivemos na capital do Cear, Fortaleza, no pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar".

    Esto derrubando muitas rvores e por isso a floresta consegue sobreviver.

    Todo mundo viu o mico-leo, mas eu no ouvi o sabi cantar.

    Todo mundo destri a natureza menos todo mundo.

    Podemos notar claramente que a falta de recursos para a escola pblica um problema no pas. O governo prometeu e cumpriu: trouxe vrias melhorias na educao e fez com que os alunos que estavam fora da escola voltassem a frequent-la. Isso trouxe vrias melhoras para o pas.

    A falta de coerncia em um texto facilmente detectada por um falante da lngua, mas no to simples not-la quando voc quem escreve. A coerncia a correspondncia entre as ideias do texto de forma lgica.

    Quando o entendimento de determinado texto comprometido, imediatamente algum pode afirmar que ele est incoerente. Na maioria das vezes esta pessoa est certa ao fazer esta afirmao, mas no podemos achar que as dificuldades de organizao das ideias se resumem coerncia ou a coeso. certo que elas facilitam bastante esse processo, mas no so suficientes para resolver todos os problemas. O que nos resta nos atualizarmos constantemente para podermos ter um maior domnio do processo de produo textual.

    Vejamos, agora, alguns tipos de incoerncia

    7.1 Incoerncia Semntica: ocorre quando o significado das palavras no batem, no se completam, dentro de um texto. A televiso transmite lazer. O verbo transmitir significa fazer passar de um lugar a outro, comunicar. Nesse sentido, o lazer no algo que venha de um ponto para outro, mas algo que proporcionado.

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    Pessoalmente, acho que esse tipo de incoerncia o mais difcil de identificarmos, pois depende profundamente de nosso conhecimento do significado das palavras.

    7.2 Incoerncia Sinttica: ocorre quando no utilizamos corretamente os meios sintticos para expressar a coerncia semntica. Ou seja, quando empregamos conectivos, pronomes inadequadamente. Exemplo: Pessoas ricas procuram o ensino particular. Onde os mtodos, equipamentos e professores so melhores.

    O conectivo onde refere-se a lugar, local. Para evitarmos a incoerncia sinttica, a frase poderia ser escrita dessa forma: Pessoas ricas procuram o ensino particular, no qual os mtodos, equipamentos e professores so melhores.

    7.3 Incoerncia Estilstica: no chega a perturbar a interpretabilidade do texto. Ocorre quando misturamos registros lingusticos. Observe a mudana de tom no discurso que se segue:

    Venho diante de vossa Magnificncia manifestar meu repdio ao fato de uma instituio pblica querer subtrair da populao um espao de lazer. Francamente, achei a maior sujeira, sacanagem, nada a ver.

    7. 4 Incoerncia Pragmtica: ocorre quando o sentido de uma sequncia de atos de fala quebrado. Por exemplo:

    A: Voc estudou para a prova de hoje? B: Lgico! A: Achei difcil compreender o tpico dois do captulo trs. B: O cu est maravilhoso com as nuvens escuras de chuva.

    A coerncia de um texto depende da continuidade de sentidos entre os elementos descritos e inscritos no texto. Ela depende de conhecimento lingustico, conhecimento de mundo, e conhecimento compartilhado pelo leitor; depende, ainda, de inferncia, situacionalidade, informatividade, focalizao, intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade.

    8 VEROSSIMILHANA E INVEROSSIMILHANA

    8.1Verossimilhana

    Chama-se verossimilhana (portugus brasileiro) ou verosimilhana (portugus europeu), em linguagem corrente, ao atributo daquilo que parece intuitivamente verdadeiro, isto , o que atribudo a uma realidade portadora de uma aparncia ou de uma probabilidade de verdade, na relao ambgua que se estabelece entre imagem e ideia.

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    Em literatura, o termo designa a ideia de que aquilo que narrado se assemelha realidade. No teatro, tem a ver com a clssica Regra das Trs Unidades (sc. XVII). Verossimilhana no geral aquilo que possui semelhana com a nossa realidade, com o nosso dia a dia .

    Verossimilhana a impresso da verdade que a fico consegue provocar no leitor. Alguns filmes,novelas,livros so exemplos de verossimilhana pois apresentam os fatos semelhantes ao que acontecem na realidade vivida.

    Outro ponto de vista,define a verossimilhana no como a semelhana dos elementos da obra com o mundo real, mas a credibilidade que esses elementos demonstram em relao ao mundo de fico apresentado. Sob essa perspectiva, portanto, adequao realidade e verossimilhana so conceitos independentes, podendo, por exemplo, uma obra introduzir elementos que se correspondem fielmente com a realidade, mas no so verossmeis no contexto de fico construdo na obra.

    8.2 Inverossimilhana

    Qualidade do que inverossmil, quando algo/algum que se afasta da realidade.

    Uma histria de uma pessoa que anda com a mo furada e fica observando o mundo pelo buraco da mo, como escreveu Clarice Lispector, esta um histria inverossmil.

    9 PERSUASO E ARGUMENTAO

    9.1 Persuaso o substantivo feminino com origem no termo em latim persuadere, e consiste no ato de persuadir ou convencer.

    O conceito de persuaso est intimamente ligado com crena e convico, porque persuadir algum significa fazem com que essa pessoa acredite ou aceite uma determinada ideia. Alm disso, a persuaso tambm pode convencer algum a tomar um certo tipo de atitude.

    A expresso poder de persuaso remete para a capacidade de algum para persuadir outras pessoas. A persuaso uma forma de comunicao estratgica que feita atravs de argumentos lgicos ou simblicos. Assim, a capacidade de argumentao e a retrica so essenciais para conseguir persuadir algum.

    A capacidade de persuaso uma caracterstica muito importante no mbito da liderana. Um lder eficaz deve saber como persuadir outras pessoas, para que elas sigam as suas instrues e o caminho e as instrues indicadas.

    9.2 Argumentao

    A argumentao um recurso que tem como propsito convencer algum, para que esse tenha a opinio ou o comportamento alterado. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer algum a pensar como ns. No momento da construo textual, os argumentos so essenciais, esses sero as provas que apresentaremos, com o propsito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa a correta.

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    H diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto.

    Argumentao por citao

    Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas consagradas, que pensam como ns acerca do tema em evidncia. Apresentamos no corpo de nosso texto a meno de uma informao extrada de outra fonte.

    A citao pode ser apresentada assim:

    Assim parece ser porque, para Piaget, toda moral consiste num sistema de regras e a essncia de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivduo adquire por essas regras (Piaget, 1994, p.11). A essncia da moral o respeito s regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada.

    O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratgia poder funcionar bem.

    Argumentao por comprovao

    A sustentao da argumentao se dar a partir das informaes apresentadas (dados, estatsticas, percentuais) que a acompanham. Esse recurso explorado quando o objetivo contestar um ponto de vista equivocado.

    Veja:

    O ministro da Educao, Cristovam Buarque, lana hoje o Mapa da Excluso Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministrio da Educao, mostra o nmero de crianas de sete a catorze anos que esto fora das escolas em cada estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milho de crianas, ou 5,5 % da populao nessa faixa etria (sete a catorze anos), para a qual o ensino obrigatrio, no frequentam as salas de aula. O pior ndice do Amazonas: 16,8% das crianas do estado, ou 92,8 mil, esto fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianas excludas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e So Paulo, com 3,2% (168,7 mil).

    (Mnica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)

    Nesse tipo de citao o autor precisa de dados que demonstrem sua tese.

    Argumentao por raciocnio lgico

    A criao de relaes de causa e efeito um recurso utilizado para demonstrar que uma concluso (afirmada no texto) necessria, e no fruto de uma interpretao pessoal que pode ser contestada. Veja: O fumo o mais grave problema de sade pblica no Brasil. Assim como no admitimos que os

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    comerciantes de maconha, crack ou herona faam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.

    VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.

    Para a construo de um bom texto argumentativo faz-se necessrio o conhecimento sobre a questo proposta, fundamentao para que seja realizado com sucesso.

    PARTE II

    MTODOS DE ESTUDOS

    Captulo 1 Como trabalhar as questes

    1. MTODO - como trabalhar as questes

    Siga as duas dicas e leia o gabarito comentado antes de iniciar a maratona. Aqui est o segredo para sua aprovao.

    Ateno: Para responder s questes de nmeros 1 a 3, considere o texto abaixo.

    DICA1: leia pargrafo por pargrafo e sublinhe (ou destaque) as ideias principais ou as palavras-chave. Em seguida, o exemplo de como deveria ficar sua prova.

    Da utilidade dos prefcios

    Li outro dia em algum lugar que os prefcios so textos inteis, j que em 100% dos casos o prefaciador convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questo. Garantido o tom elogioso, o prefcio ainda aponta caractersticas evidentes do texto que vir, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefcio adianta elementos da histria a ser narrada (quando se trata de fico), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que intil, o prefcio seria um estraga-prazeres.

    Pois vou na contramo dessa crtica mal-humorada aos prefcios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda- o que no justifica a generalizao devastadora. Meu argumento simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefcio -fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistncia das ideias defendidas, muito mais slidas do que as expostas no texto principal. H casos clebres de bibliografias que indicam apenas o prefcio de uma obra, ficando claro que o restante desnecessrio. E ningum controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observao de Machado de Assis: quando o prefcio e o texto principal so ruins, o primeiro sempre ter sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.

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    H muito tempo me deparei com o prefcio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moa como se fosse uma Ceclia Meireles (que, alis, alm de grande escritora era tambm linda). No havia dvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de seduo da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moa que o prefcio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginao de um grande gnio potico.

    (Aderbal Siqueira Justo, indito)

    DICA 2: elimine as alternativas riscando palavras em cada alternativa. Lembrando que voc j sublinhou as ideias principais.

    1. (TRT 16 - Analista Judicirio- rea Administrativa/2014) O primeiro e o segundo pargrafos estabelecem entre si uma relao de

    (A) causa e efeito, uma vez que das convices expressas no primeiro resultam, como consequncia natural, as expostas no segundo.

    (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

    (C) inteira independncia, pois o tema do primeiro no se espelha no segundo, j que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos.

    (D) contraposio, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo.

    (E) similitude, pois so ligeiras as variaes do argumento central que ambos sustentam em relao utilidade e necessidade dos prefcios.

    Comentrios 1. GABARITO: D

    Muito importante atentar-se que pedida a relao entre o primeiro e o segundo pargrafos.

    Voltando s ideias sublinhadas, a contraposio (sentido contrrio) fica evidente. No primeiro pargrafo, o autor menciona que os prefcios so textos inteis; no segundo, cita que vai na contramo dessa crtica mal-humorada, e vai alm: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefcio. Seria mesmo intil o prefcio?

    a) Eliminada facilmente porque para haver causa e efeito, o segundo pargrafo deveria ser a consequncia do primeiro e isso no acontece. So ideias opostas.

    b) Em hiptese alguma a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

    c) O tema o mesmo, o que muda a opinio.

    e) No h semelhana, mas sim oposio.

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    Sua prova deveria ficar assim:

    (A) causa e efeito, uma vez que das convices expressas no primeiro resultam, como consequncia natural, as expostas no segundo. (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. (C) inteira independncia, pois o tema do primeiro no se espelha no segundo, j que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. (D) contraposio, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. (E) similitude, pois so ligeiras as variaes do argumento central que ambos sustentam em relao utilidade e necessidade dos prefcios.

    2. (TRT 16 - Analista Judicirio- rea Administrativa/2014) Considere as afirmaes abaixo.

    I. No primeiro pargrafo, a assertiva o prefcio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefcios so textos inteis.

    II. No segundo pargrafo, o autor afirma que vai de encontro tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefcio represente a parte melhor de um livro.

    III. No terceiro pargrafo, o autor se vale de uma ocorrncia real para demonstrar que o gnio inventivo de escritores iniciantes propicia prefcios igualmente criativos.

    Em relao ao texto, est correto o que se afirma

    APENAS em

    (A) I.

    (B) II.

    (C) III.

    (D) I e II.

    (E) II e III.

    Comentrios 2. GABARITO: B

    Juno de interpretao e perodo composto (coeso) I. Errado. Desvendando a primeira assertiva: Li outro dia em algum lugar que os prefcios so

    textos inteis, j que em 100% dos casos o prefaciador convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questo. Por que os prefcios so textos inteis? = consequncia Porque em 100% dos casos o prefaciador convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questo.= causa Dica: A orao a que fazemos a pergunta por qu? o efeito (ou consequncia) da outra (causal).

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    Chega-se, assim, concluso de que os prefcios so textos inteis seja o efeito e no a causa.

    II. Certo: Se vai de encontro, significa que discorda e essa ideia j ficou muita clara no comentrio da primeira questo, j que houve contraposio. Aqui mora um dos perigos de FCC: se voc errou a primeira questo, certamente errou esta tambm, pois de trata de uma sequncia de ideia.

    III. Errado: Onde foi citado o gnio inventivo de escritores iniciantes? O contrrio ocorreu, releia e sinta a ironia do autor: um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo.

    Sua prova deveria ficar assim:

    I. No primeiro pargrafo, a assertiva o prefcio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefcios so textos inteis. II. No segundo pargrafo, o autor afirma que vai de encontro tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefcio represente a parte melhor de um livro. III. No terceiro pargrafo, o autor se vale de uma ocorrncia real para demonstrar que o gnio inventivo de escritores iniciantes propicia prefcios igualmente criativos.

    3. (TRT 16 - Analista Judicirio- rea Administrativa/2014) Ao lado de razes mais pessoais, marcadas por alguma subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de certos prefcios, o fato de que

    (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta conciso de que seriam capazes.

    (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos essenciais compreenso do texto principal.

    (C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento do texto principal do livro.

    (D) as apresentaes da poesia de Ceclia Meireles faziam ver tanto a beleza dos poemas como a da escritora.

    (E) os prefaciadores so escolhidos a partir de um critrio inteiramente idneo, o que impede favoritismos.

    Comentrios 3. GABARITO: C

    Primeiro: detrimento significa dano, prejuzo. A afirmao vai ao encontro (semelhante) do que foi mencionado nestes trechos: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefcio; H casos clebres de bibliografias que indicam apenas o prefcio de uma obra; E ningum controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta.

    a) Cita Machado de Assis sobre prefcio e obra ruins, no menciona obras-primas e muito menos conciso: quando o prefcio e o texto principal so ruins, o primeiro sempre ter sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.

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    b) Expresses que eliminam a alternativa: leitor desavisado e fragmentos essenciais compreenso do texto principal.

    d) O poeta tratava a moa (no prefcio) como se fosse Ceclia Meireles. No cita as apresentaes de sua poesia. Foi mencionado que alm de grande escritora era tambm linda.

    e) No impede favoritismo, j que em 100% dos casos o prefaciador convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questo.

    Sua prova deveria ficar assim:

    (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta conciso de que seriam capazes. (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos essenciais compreenso do texto principal. (C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento do texto principal do livro. (D) as apresentaes da poesia de Ceclia Meireles faziam ver tanto a beleza dos poemas como a da escritora. (E) os prefaciadores so escolhidos a partir de um critrio inteiramente idneo, o que impede favoritismos.

    PARTE III

    QUESTES FCEIS - VUNESP

    Charge para a questo.

    01 (Vunesp) Segundo a esposa de Hagar, na juventude ele era

    (A) introspectivo.

    (B) calmo.

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    (C) sensvel.

    (D) entusiasmado.

    (E) carinhoso.

    Texto para as prximas questes.

    Vov cortes

    RIO DE JANEIRO - Parece uma queda travada pelos dois braos de uma s pessoa. De um lado da mesa, a Constituio, que garante a liberdade de expresso, de imprensa e de acesso informao. Do outro, o Cdigo Civil, que garante ao cidado o direito privacidade e o protege de agresses sua honra e intimidade. Dito assim, parece perfeito - mas os copos e garrafas afastados para os lados, abrindo espao para a luta, no param em cima da mesa.

    A Constituio prov que os historiadores e bigrafos se voltem para a histria do pas e reconstituam seu passado ou presente em narrativas urdidas ao redor de protagonistas e coadjuvantes. J o Cdigo Civil, em seu artigo 20, faz com que no apenas o protagonista tenha amparo na lei para se insurgir contra um livro e exigir sua retirada do mercado, como estende essa possibilidade a coadjuvantesde quarta grandeza ou a seus herdeiros.

    Significa que um livro sobre D. Pedro 1. pode ser embargado por algum contraparente da famlia real que discorde de um possvel tratamento menos nobre do imperador. Ou que uma tetra-tetra-tetraneta de qualquer amante secundria de D. Pedro no goste de ver sua remota av sendo chamada de cortes - mesmo que, na poca, isso fosse de domnio pblico-, e parta para tentar proibir o livro.

    Quando se comenta com estrangeiros sobre essa permanente ameaa s biografias no Brasil, a reao : "Srio? Que ridculo!". E somos obrigados a ouvir. Nos EUA e na Europa, se algum se sente ofendido por uma biografia, processa o autor se quiser, mas o livro segue em frente, espera de outro que o desminta. A liberdade de expresso soberana.

    a que se prope a Associao Nacional dos Editores de Livros: arguir no Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do artigo 20 do Cdigo Civil.

    (Folha de S.Paulo, 17.08.2012. Adaptado)

    02 (Vunesp) As informaestextuais mostram que, em determinadoscontextos, os preceitos da Constituio e os do Cdigo Civil

    (A) so deixados de lado, quando h o interesse em preservar personalidades polticas.

    (B) resguardam as biografias de contestaes judiciais para preservar o direito de imprensa.

    (C) preservam o direito liberdade de expresso para os historiadores e os bigrafos.

  • 27 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    (D) impedem que personalidades sejam destratadas publicamente por seus atos pretritos.

    (E) entram em choque, opondo diferentes posicionamentos, como no caso das biografias.

    03 (Vunesp) O ttulo, em harmonia e coerncia com as informaes textuais, reporta

    (A) liberdade de expresso nos EUA e na Europa.

    (B) falta de publicizao da vida das figuras pblicas no Brasil.

    (C) divulgao de fatos conhecidos, mas constrangedores.

    (D) arcaica liberdade de expresso prevista na Constituio.

    (E) soberania da liberdade de expresso no mundo.

    04 (Vunesp) A frase dos estrangeiros - "Srio? Que ridculo!" - indica que eles

    (A) discordam da proposta da Associao Nacional dos Editores de Livros.

    (B) discordam do artigo 20 do Cdigo Civil.

    (C) concordam com a garantia ao cidado do direito privacidade.

    (D) discordam das garantias constitucionais brasileiras.

    (E) concordam com os embargos s publicaes.

    Texto para as prximas questes.

    Madrugada

    Duas horas da manh. s sete, devia estar no aeroporto. Foi quando me lembrei de que, na pressa daquela manh, ao sair do hotel, deixara no banheiro o meu creme dental. Examinei a rua. Nenhuma farmcia aberta. Dei meia volta, rumei por uma avenida qualquer, o passo mole e sem pressa, no silncio da noite. Alguma farmcia haveria de planto... Rua deserta. Dois ou trs quarteires mais alm, um guarda. Ele me daria indicao. Deu. Farmcia Metrpole, em rua cujo nome no guardei.

    - O senhor vai por aqui, quebra ali, segue em frente.

    Dez ou doze quarteires. A noite era minha. L fui. Pouco alm, dois tipos cambaleavam. Palavras vazias no espao cansado. Atravessei,cauteloso, para a calada fronteira. E j me esquecera dos companheiros eventuais da noite sem importncia, quando estremeci, ao perceber, pelas pisadinhas leves, um cachorro atrs de mim. Tenho velho horror a ces desconhecidos. Quase igual ao

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    horror pelos ces conhecidos, ou de conhecidos, cuja lambida fria, na intimidade que lhes tenho sido obrigado a conceder, tantas vezes, me provoca uma incontrolvel repugnncia.

    Senti um frio no estmago. Confesso que me bambeou a perna. Que desejava de mim aquele co ainda no visto, evidentemente minha procura? Os meus bbados haviam dobrado uma esquina. Estvamos na rua apenas eu e aqueles passos cada vez mais prximos. Minha primeira reao foi apressar a marcha. Mas desde criana me ensinaram que correr pior. Cachorro como gente: cresce para quem se revela o mais fraco. Dominei-me, portanto, s eu sei com que medo. O bicho estava perto. Ia atacar-me a barriga da perna? Passou-me pela cabea o grave da situao. Que seria de mim, atacado por um co feroz numa via deserta, em plena madrugada, na cidade estranha? Como me arranjaria? Como reagiria? Como lutar contra o monstro, sem pedra nem pau, duas coisas to teis banidas pela vida urbana?

    Nunca me senti to pequeno. Eu estava s, na rua e no mundo. Ou melhor, a rua e o mundo estavam cheios, cheios daqueles passos cada vez mais vizinhos. Sim, vinham chegando. No fui atacado, porm. O animal j estava ao meu lado, teque-teque, os passinhos sutis. Bem... Era um desconhecido inofensivo. Nada queria comigo. Era um co notvago, alma bomia como tantos homens, co sem teto que despertara numa soleira de porta e sentira fome. Com certeza, saindo em busca de latas de lixo e comida ao relento.

    Um doce alvio me tomou. Logo ele estaria dois, trs, dez, muitos passinhos midos e leves cada vez mais frente, cada vez mais longe... No se prolongou, porm, a repousante sensao. O animal continuava a meu lado, acertando o passo com o meu - teque-teque, ns dois sozinhos, cada vez mais ss... Apressei a marcha.

    L foi ele comigo. Diminu. O bichinho tambm. No o olhara ainda. Sabia que ele estava a meu lado. Os passos o diziam. O vulto. Pelo canto do olho senti que ele no me olhava tambm, o focinho para a frente, o caminhar tranquilo, muito suave, na calada larga.

    (Orgenes Lessa. Balbino, Homem do Mar. Fragmento adaptado)

    05 (Vunesp) O texto uma narrativa em primeira pessoa na qual o narrador-personagem relata uma situao de

    (A) comicidade, ao encontrar um cachorro realmente perigoso, mas que por sorte no o atacou.

    (B) saudosismo, ao pensar nos cachorros assemelhados aos seres humanos.

    (C) delrio, ao relembrar os perigos vividos ao ser atacado por cachorros conhecidos e desconhecidos.

    (D) temor, ao sair de madrugada pelas ruas e ser acompanhado de um cachorro.

    (E) pavor, ao deparar-se com um cachorro violento que o persegue na madrugada.

    06 (Vunesp) O sentimento do narrador, ao pressentir a companhia do cachorro, decorre de

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    (A) sua ojeriza em relao a esse tipo de animal.

    (B) seu estado de leve embriaguez e cansao.

    (C) seu mau humor por causa do creme dental que acabara.

    (D) sua sensao de insegurana com a presena dos bbados.

    (E) sua saudade dos tempos de infncia e de juventude.

    07 (Vunesp) Na passagem - Ou melhor, a rua e o mundo estavam cheios, cheios daqueles passos cada vez mais vizinhos. -, o termo vizinhossignifica que o narrador considerava que os passos

    (A) eram de alguma pessoa conhecida.

    (B) assemelhavam-se a de um turista.

    (C) estavam a uma pequena distncia.

    (D) indicavam um morador do local.

    (E) se faziam ouvir bem alm no quarteiro.

    Texto para as prximas questes.

    Educao de Futuros Milionrios

    descarta necessidade de curso superior

    Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook, Sean Parker, presidente fundador do Facebook, e Matt Mullenweg, criador do WordPress, so algumas das pessoas que no concluram o ensino superior e se tornaram profissionais bem-sucedidos.

    Buscando compreender o que considerou ser uma tendncia para o sculo 21, Michael Ellsberg realizou seu estudo, que resultou no livro Educao de Futuros Milionrios, agora publicado no Brasil.

    Descartar a necessidade de cursar uma faculdade no quer dizer que o estudo se tornou obsoleto ou algo que pode ser negligenciado. Para Ellsberg, ser autodidata e continuar estudando so as chaves para o sucesso profissional.

    (http://www1.folha.uol.com.br, 08.11.2012. Adaptado)

    08 (Vunesp) O termo tendncia, em destaque no segundo pargrafo, refere-se ao fato de

    (A) o estudo formal ter se tornado uma condio premente para a conquista de altos salrios no universo corporativo.

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    (B) existir a possibilidade de aumentar o nmero de profissionais bem-sucedidos que no cursaram o ensino superior.

    (C) a seleo de profissionais para o trabalho em grandes multinacionais ignorar a formao escolar do candidato.

    (D) o enriquecimento precoce entre jovens graduados ter se tornado certo.

    (E) o sucesso profissional ser mais garantido queles jovens que no chegaram a ingressar na universidade.

    09 (Vunesp) De acordo com a leitura do texto, para quem deseja alcanar o sucesso profissional, permanecer estudando

    (A) improfcuo.

    (B) suprfluo.

    (C) excessivo.

    (D) imprescindvel.

    (E) antiquado.

    Texto para as prximas questes.

    Um mundo sem estantes

    Um amigo entra na minha casa nova, v as estantes ainda vazias e comea o bombardeio: Para que espao para tanto livro? Livro est acabando. Ele no quer saber da vista, de nenhum detalhe da obra, da arquitetura ou da decorao. O incmodo com as estantes maior que tudo isso.

    Para me safar do cerco, banco o moderno. Claro que eu sei, os livros eletrnicos so o futuro. Mas isso aqui para armazenar o que eu j tenho, entende? Cascata, ttica diversionista. Eu sabia que, se j estava sob tiroteio pesado, tudo iria piorar quando meu amigo visse a outra face do mvel. Ali, eu dava os primeiros passos para guardar meus CDs. Mas o sentimento s dura at o prximo balao: E esse monte de lugar para CDs? CD no vai existir mais. Em busca de trgua, sugiro sairmos para jantar. Encontramos a mulher dele. Como na faixa de Gaza, o cessar-fogo tem curta durao. O lvaro est maluco, botou um monte de estantes na casa nova, parece que no sabe que livros e CDs esto condenados.

    Isso faz alguns anos. Nem preciso dizer que, tanto para livros quanto para CDs, o espao naquelas estantes, que pareciam obsoletas, est no fim. E o mais irnico: meu amigo, profeta do apocalipse do plstico e do papel, nunca chegou a comprar um leitor eletrnico de livros. Continua encomendando seus volumes de papel. J eu, dono do imvel ultrapassado, adotei o livro digital. Caminho sem volta para um mundo sem estantes? Talvez no.

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    O futuro desse universo cada vez mais digital cheio de riscos. Imagine: colapso na nuvem. Crashes de servidores, fibras pticas rompidas, blecautes em srie nos principais polos hi-tech da Terra. Nos primrdios da web, uma situao assim teria uma consequncia grave: internet fora do ar. Grave, porm nica. Msicas, filmes e demais arquivos baixados pela rede estariam a salvo, guardados nos computadores das casas das pessoas. Mas, hoje, tudo mudou. Um crash gigantesco seria muito mais devastador. Porque cada vez menos gente armazena em casa seus arquivos digitais. Est tudo em servidores poderosos, espalhados pelo mundo. Nessa nuvem, digital e amorfa.

    No fora de propsito imaginar um cenrio de perda de contato com essa nuvem. Sem livros fsicos, sem CDs, os arquivos digitais ficariam perdidos na nuvem isolada. A desordem digital extrema. E o mundo das ideias salvo pelas estantes.

    (lvaro Pereira Jnior, Folha de S.Paulo, 08.12.2012. Adaptado)

    Glossrio

    crash: quebra, colapso

    hi-tech: de tecnologia avanada

    web: rede, internet

    10 (Vunesp) Na opinio do autor, os

    (A) livros eletrnicos tm qualidade superior dos livros fsicos.

    (B) CDs e os livros de papel devem ser descartados por ocuparem muito espao.

    (C) livros eletrnicos no deixaro lugar para os livros de papel.

    (D) livros fsicos podem continuar existindo ao lado dos eletrnicos.

    (E) CDs, assim como os livros fsicos, so antiquados e inteis.

    11 (Vunesp) No segundo pargrafo, ao descrever a maneira como o amigo o abordou a respeito de suas estantes para livros e CDs, o autor remete a um cenrio de

    (A) sonho, o que se evidencia pelo uso dos termos sentimento e maluco.

    (B) guerra, o que se evidencia pelo uso dos termos tiroteio e cessar-fogo.

    (C) festa, o que se evidencia pelo uso dos termos tticae jantar.

    (D) comemorao, o que se evidencia pelo uso dos termos trgua e mulher.

    (E) dana, o que se evidencia pelo uso dos termos mvel e passos.

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    12 (Vunesp) Na expresso do terceiro pargrafo profeta do apocalipse do plstico e do papel , o termo apocalipse tem sentido equivalente a

    (A) descoberta.

    (B) xito.

    (C) fim.

    (D) justia.

    (E) resistncia.

    13 (Vunesp) De acordo com o autor, o futuro digital cheio de riscos porque

    (A) o armazenamento de dados em servidores potentes muito caro e inacessvel ao usurio comum.

    (B) os servidores existentes so precrios, com capacidade muito limitada para armazenar informaes.

    (C) as pessoas continuam guardando os arquivos em papel nas suas casas, onde h pouca segurana.

    (D) os indivduos perdem a liberdade de expresso ao permitirem que o governo monitore seus dados.

    (E) os usurios comuns no tm controle sobre o local em que seus dados so armazenados.

    Leia a charge.

    14 (Vunesp) O efeito cmico da charge liga-se ao fato de serem empregados com duplo sentido os termos

    (A) governo e bom.

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    (B) mais e barata.

    (C) luz e bom.

    (D) governo e prometeu.

    (E) prometeu e luz.

    TEXTO

    Veja, a esto eles, a bailar seu diablico "pas de deux" (*): sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braos num agnico polichinelo; encostado parede, marmreo e impassvel, o garom carioca o ignora com redobrada ateno. O paulista estrebucha: "Amig?!", "Chef?!", "Parceir?!"; o garom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.

    Eu disse "cliente paulista", percebo a redundncia: o paulista sempre cliente. Sem querer estereotipar, mas j estereotipando: trata-se de um ser cujas interaes sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta "dbito ou crdito?".[...] Como pode ele entender que o fato de estar pagando no garantir a ateno do garom carioca? Como pode o ignbil paulista, nascido e criado na crua batalha entre burgueses e proletrios, compreender o discreto charme da aristocracia?

    Sim, meu caro paulista: o garom carioca antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trs da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do imperador. [...] Se deixou de bajular os prncipes e princesas do sculo 19, passou a servir reis e rainhas do 20: levou gim tnicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, usques para Tom e leites para Nelson, recebeu gordas gorjetas de Orson Welles e autgrafos de Rockfeller; ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos e ouve conselhos de Joo Gilberto. Continua to nobre quanto sempre foi, seu orgulho permanece intacto.

    At que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatnis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste um crach universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhtaotrio, nenhum emblema preencher o vazio que carregas no peito - pensa o garom, antes de conduzi-lo ltima mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquec-lo para todo o sempre.

    Veja, veja como ele se debate, como se debater amanh, depois de amanh e at a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guanabara, saudoso das vrzeas do Tiet, onde a desigualdade to mais organizada: ", companheir, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardpio?!". Acalme-se, conterrneo. Acostume-se com sua existncia plebeia. O garom carioca no est a para servi-lo, voc que foi ao restaurante para homenage-lo.

    (Antonio Prata, Cliente paulista, garom carioca. Folha de S.Paulo, 06.02.2013) (*) Um tipo de coreografia, de dana.

    15 (Vunesp) Assinale a alternativa contendo passagem em que o autor simula dialogar com o leitor.

    (A) Acalme-se, conterrneo. Acostume-se com sua existncia plebeia.

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    (B) , companheiro, faz meia hora que eu cheguei...

    (C) Veja, a esto eles, a bailar seu diablico "pas de deux".

    (D) Sim, meu caro paulista...

    (E) Ah, paulishhhhtaotrio...

    16 (Vunesp) No primeiro pargrafo, para reforar a ideia que quer transmitir, o autor se expressa por meio de uma incoerncia. Assinale a alternativa com a passagem que demonstra essa afirmao.

    (A) .... encostado parede, marmreo e impassvel...

    (B) ... o garom boceja, tira um fiapo do ombro...

    (C) .... o cliente paulista acena, assovia, agita os braos...

    (D) ... o garom carioca o ignora com redobrada ateno.

    (E) .... a esto eles, a bailar seu diablico "pas de deux"...

    17 (Vunesp) correto afirmar que, no primeiro pargrafo, o autor traa um contraste entre as posturas do cliente e do garom, contrapondo a

    (A) agitao insistente do primeiro estaticidade do segundo.

    (B) informalidade do primeiro ao profissionalismo impassvel do segundo.

    (C) falta de polidez do primeiro eficincia do segundo.

    (D) negligncia do primeiro falta de educao do segundo.

    (E) grosseria do primeiro ao cavalheirismo nobre do segundo.

    18 (Vunesp) Infere-se, da exposio de ideias, que o autor compe retratos bem-humorados de dois tipos,

    (A) apoiando as atitudes de ambos, cujas qualidades morais destaca.

    (B) prestigiando o garom, cuja atitude classifica de inadequada, em diversas passagens.

    (C) identificando-se com as atitudes do cliente, apesar de expressar antipatia por aquele.

    (D) tomando partido do garom, pois, como este, o autor tambm carioca.

    (E) ironizando os comportamentos de ambos, embora ele tambm seja paulista.

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    19 (Vunesp) O contexto em que se encontra a passagem - Se deixou de bajular os prncipes e princesas do sculo 19, passou a servir reis e rainhas do 20: (2. pargrafo) - leva a concluir, corretamente, que a meno a

    (A) prncipes e princesas constitui uma referncia em sentido no literal.

    (B) reis e rainhas constitui uma referncia em sentido no literal.

    (C) prncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referncia em sentido no literal.

    (D) prncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referncia em sentido literal.

    (E) reis e rainhas constitui uma referncia em sentido literal.

    QUESTES CESPE - fceis

    Considerando as ideias e aspectos lingusticos do texto, julgue os itens a seguir.

    Orespeito s diferentes manifestaes culturais fundamental, ainda mais em um pas como o Brasil, queapresenta tradies e costumes muito variados em todo o seuterritrio. Essa diversidade valorizada e preservada por aes daSecretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID),criada em 2003 e ligada ao Ministrio da Cultura.

    Cidadosde reas rurais que estejam ligados a atividades culturais e estudantes universitrios de todas as regies do Brasil, por exemplo, so beneficiados por um dosprojetos da SID: as Redes Culturais. Essas redes abrangem associaes e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestaesde cunho artstico. Oprojeto guiado porparcerias entre rgos representativos do Estado brasileiro e as entidades culturais.

    A Rede Culturalda Terra realiza oficinas decapacitao, cultura digital e atividades ligadas s artes plsticas, cnicas e visuais, literatura, msica e ao artesanato. Almdisso, mapeia a memria cultural dostrabalhadores do campo. A Rede Cultural dos Estudantes promove eventos e mostras culturais e artsticas e apoia a criao de Centros Universitrios de Cultura e Arte.

    Culturas populares e indgenas so outro foco de ateno das polticas de diversidade, havendo editais pblicos de premiao de atividades realizadas ou em andamento, o quedemocratiza o acesso a recursos pblicos.

    O papel da cultura na humanizao do tratamento psiquitricono Brasil discutido em seminrios da SID. Almdisso, iniciativas artsticas inovadoras nesse segmento so premiadas com recursos do Edital Loucos pela Diversidade. Tais aes contribuem paraa incluso e socializam o direito criao e produo cultural.

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    A participao de toda a sociedade civil na discusso de qualquerpoltica cultural se d em reunies da SID comgrupos de trabalho e em seminrios, oficinas e fruns, nos quais so apresentadas as demandas da populao. Com base nesses encontros que podem serplanejadas e desenvolvidasaes que permitam o acesso dos cidados cultura e a promoo de suas manifestaes, independentemente de cor, sexo, idade, etnia e orientao sexual.

    Identidade e diversidade. Internet: (com adaptaes).

    01 (Cespe) Depreende-se do texto que a finalidade especfica da SID reservar espaos para debates sobre poltica cultural com determinados grupos da sociedade: os indgenas e as comunidades negras, embora essa secretaria tambm promova outros projetos culturais.

    ( ) Certo ( ) Errado

    02 (Cespe) Infere-se do texto que as produes artsticas, em vrios segmentos da sociedade, so foco de aes da SID.

    ( ) Certo ( ) Errado

    Pavio do destino

    Srgio Sampaio

    1. O bandido e o mocinho 2. So os dois do mesmo ninho 3. Correm nos estreitos trilhos 4. L no morro dos aflitos 5. Na Favela do Esqueleto 6. So filhos do primo pobre 7. A parcela do silncio 8. Que encobre todos os gritos 9. E vo caminhando juntos 10. O mocinho e o bandido 11. De revlver de brinquedo 12. Porque ainda so meninos

    13. Quem viu o pavio aceso do destino?

    14. Com um pouco mais de idade 15. E j no so como antes 16. Depois que uma autoridade 17. Inventou-lhes um flagrante

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    18. Quanto mais escapa o tempo 19. Dos falsos educandrios 20. Mais a dor o documento 21. Que os agride e os separa 22. No so mais dois inocentes 23. No se falam cara a cara 24. Quem pode escapar ileso 25. Do medo e do desatino

    26. Quem viu o pavio aceso do destino?

    27. O tempo pai de tudo 28. E surpresa no tem dia 29. Pode ser que haja no mundo 30. Outra maior ironia 31. O bandido veste a farda 32. Da suprema segurana 33. O mocinho agora amarga 34. Um bando, uma quadrilha 35. So os dois da mesma safra 36. Os dois so da mesma ilha 37. Dois meninos pelo avesso 38. Dois perdidos Valentinos

    39. Quem viu o pavio aceso do destino?

    03 (CESPE) Infere-se da leitura dos versos "O bandido veste a farda / Da suprema segurana / O mocinho agora amarga / Um bando, uma quadrilha" (v.31-34) que houve uma inverso: o menino que fazia o papel de mocinho na brincadeira virou bandido quando adulto, e o que fazia o papel de bandido se tornou policial. Na mesma estrofe, os termos "surpresa" (v.28), "ironia" (v.30) e "avesso" (v.37) ratificam essa interpretao.

    ( ) Certo ( ) Errado

    04 (CESPE) O texto, pertencente a um gnero potico, faz um relato biogrfico sobre duas crianas em uma localidade perifrica, contrastando a inocncia e o ludismo da infncia com a aspereza e a ironia do destino na vida adulta.

    ( ) Certo ( ) Errado

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    Texto para os prximos itens.

    Balano divulgado pela Secretaria de SeguranaPblica do Distrito Federal (SSP/DF) aponta reduo de 39% nos casos de roubo com restrio de liberdade, o famoso sequestro-relmpago, ocorridos entre 1. de janeiro e 31 de agosto deste ano, em comparao com o mesmo perodo do ano passado foram 520 ocorrncias em 2012 e 316 em 2013.

    Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos de sequestro-relmpago em todo o DF, o que representa reduode 32% do nmero de ocorrncias dessa natureza criminal em relao ao mesmo ms de 2012, perodo em que 57 casos foram registrados. Entre as 39 vtimas, 11 foram abordadas noPlano Piloto, regio que lidera a classificao de casos, seguida pela regio administrativa de Taguatinga, com oito ocorrncias. Segundo a SSP, o cenrio diferente daquele do ms de julho,em que Ceilndia e Gama tinham o maior nmero de casos. "38% dos crimes foram cometidos nos fins de semana, no perodo da noite, e quase 70% das vtimas eram do sexomasculino, o que mostra que a escolha da vtima baseada no princpio da oportunidade e aleatria, no em funo do gnero."

    Ao todo, 82% das vtimas (32 pessoas) estavamsozinhas no momento da abordagem dos bandidos, por isso as foras de segurana recomendam que as pessoas tomem algunscuidados, entre os quais, no estacionar em locais escuros e distantes, no ficar dentro de carros estacionados e redobrar a ateno ao sair de residncias, centros comerciais e outroslocais.

    DF registra 316 ocorrncias de sequestro-relmpago nos primeiros oito meses deste ano. R7, 6/9/2013, Internet: (com adaptaes).

    05 (CESPE) O texto, predominantemente informativo, refuta a ideia de que os alvos preferenciais dos autores de sequestros-relmpago seriam do sexo feminino.

    ( ) Certo ( ) Errado

    06 (CESPE) Infere-se do texto que, em agosto, Plano Piloto e Taguatinga eram as localidades com os mais altos ndices de criminalidade no DF, situao inversa de julho, quando as regies de maior periculosidade eram Ceilndia e Gama.

    ( ) Certo ( ) Errado

    Comentrios: Errado - O texto se refere ao crime de sequestro-relmpago, o que no representa a criminalidade.

    Texto para as prximas questes.

    SOLDADO DESCONHECIDO Aps a Primeira Guerra Mundial, autoridades dos pases aliados verificaram que os corpos de

    muitos soldados mortos em combate no podiam ser identificados. Os governos da Blgica, Frana, Gr-Bretanha, Itlia e Estados Unidos da Amrica decidiram homenagear, de forma especial, a memria desses soldados. Cada governo escolheu um soldado desconhecido como smbolo, enterrou seus restos mortais na capital nacional e ergueu um monumento em honra do soldado.

  • 39 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e voc?

    A Blgica colocou seu soldado desconhecido em um tmulo na base da Colunata do Congresso, em Bruxelas. A Frana enterrou seu soldado desconhecido embaixo do Arco do Triunfo, no centro de Paris. A Gr-Bretanha enterrou o seu na abadia de Westminster. O soldado desconhecido da Itlia jaz defronte ao monumento a Vtor Emanuel I, em Roma.

    No Brasil, os 466 mortos brasileiros integrantes da Fora Expedicionria que haviam sido enterrados, aps a Segunda Guerra Mundial, no cemitrio militar de Pistoia, na Itlia, foram transportados em urnas para o Brasil, em avies da Fora Area Brasileira, em 11 de dezembro de 1960. As urnas chegaram ao Rio de Janeiro em 16 do mesmo ms, ficando expostas visitao pblica no Palcio Tiradentes. No dia 22 de dezembro, os restos mortais dos heris foram trasladados para o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.

    Enciclopdia Delta Universal. Rio de Janeiro: Editora Delta, s/d, v. 13, p. 7.384 (com adaptaes). 07 (CESPE) Depreende-se do texto que, para as homenagens ao soldado desconhecido, no foram considerados nem o lugar nem a poca em que tombaram os soldados combatentes. ( ) Certo ( ) Errado

    Comentrios: Anulada Esta questo foi anulada porque o texto fez referncia a apenas um soldado desconhecido, desvinculando-o do conjunto de soldados mortos em combate do qual fazia parte. 08 (CESPE) O emprego da palavra "soldado" no singular permite que se conclua que os pases a mencionados prestam homenagem memria de apenas um soldado desconhecido. ( ) Certo ( ) Errado

    09 (CESPE) Esse verbete se organiza em trs tpicos, na seguinte ordem temtica: primeiro - como surgiu a ideia de se homenagear o soldado desconhecido; segundo - como o fizeram alguns pases; terceiro - como o fez o Brasil. ( ) Certo ( ) Errado

    10 (CESPE) O texto, que se caracteriza, quanto tipologia, como a descrio dos sentidos da expresso "soldado desconhecido", est em consonncia com os verbetes de dicionrios e enciclopdias. ( ) Certo ( ) Errado

    Texto para a prxima questo.

    A origem da continncia militar Fruto de uma sociedade isolada e que temia as terrveis invases brbaras, o cavaleiro era um

    dos mais notrios integrantes do mundo feudal. Dedicado ao uso das armas e proteo de propriedades, o cavaleiro deveria honrar sua posio mostrando pronta disposio para participar de uma luta ou defender as terras de seu senhor. Mais do que pela bravura e pelo poder blico, esse intrigante personagem medieval distinguia-se por uma srie de rituais que reafirmavam sua condio.

    Segundo alguns historiadores, para assinalar suas origens, os cavaleiros se singularizavam por smbolos, acessrios e gestos. Esse o momento que nos permite sugerir uma resposta acerca da gnese das saudaes militares. Na Idade Mdia, quando passava por membro de mesma condio, o cavaleiro costumava levantar o visor de seu elmo em sinal de respeito e amizade. Ao olhar diretamente para o outro, buscava reafirmar a partilha de habilidades e valores com ele.

    Em relatos diferentes, descrito outro ritual que tambm pode ser visto como um precursor da continncia militar. Quando se apresentava para o seu superior, o cavaleiro segurava a rdea de seu cavalo com a mo esquerda e levantava a mo direita para demonstrar que estava pronto para participar de um combate. Muito provavelmente, devido ao desconforto que a armadura causava ao cavaleiro quando fazia esse movimento, este foi sendo simplificado at se resumir a saudao ao gesto

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    de se levar a mo cabea. Ao longo da formao das monarquias nacionais, entre o final da Idade 28 Mdia e o incio da Idade Moderna, essas saudaes foram mantidas como meio de indicar a subordinao hierarquia militar organizada no interior dos exrcitos.

    Internet: (com adaptaes). 11 (CESPE) Com relao continncia militar, depreende-se do texto que A) o movimento surgiu quando os cavaleiros comearam a usar elmos. B) sua origem est sujeita a interpretaes diversas. C) sua gnese remonta aos exrcitos da Idade Moderna. D) o gesto comeou a ser empregado aps o fim do uso das armaduras medievais. E) os senhores feudais a exigiam das tropas sob seu comando. Trecho para a prxima questo.

    O soldado passou desatento pelo capito e no o cumprimentou da maneira correta. Imediatamente o oficial chamou aos berros a ateno do soldado e exigiu que ele lhe prestasse continncia cinquenta vezes seguidas. Dessa maneira acreditava o capito ele aprenderia a lio e no cometeria novamente esse ato de insubordinao.

    E assim fez o soldado, seguidamente movimentando seu brao direito enquanto o capito realizava a contagem.

    Um pouco mais afastado, um coronel observava tranquilamente o desfecho da cena. Ao final das cinquenta continncias, o coronel quem intervm:

    Capito, vi que o soldado prestou cinquenta continncias para o senhor. Pois bem, seu dever retribu-las.

    Internet: . 12 (CESPE) Na anedota acima, o humor provocado pelo fato de A) o coronel ter observado o desfecho da cena tranquilamente. B) o soldado ter passado desatento pelo capito e no lhe ter prestado continncia. C) o capito no ter percebido que um coronel observava o cumprimento da pena pelo soldado. D) a repreenso ao soldado ter sido dada por militar de patente inferior. E) o capito ter aplicado em um subordinado uma repreenso e, ao ser flagrado por um superior, ter sido tambm repreendido. Texto para a prxima questo.

    O Vidigal O som daquela voz que dissera "abra a porta" lanara entre eles o espanto e o medo. E no foi sem razo; era ela o anncio de um grande aperto, de que por certo no poderiam escapar. Nesse tempo ainda no estava organizada a polcia da cidade, ou antes, estava-o de um modo em harmonia com as tendncias e ideias da poca. O major Vidigal era o rei absoluto, o rbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administrao; era o juiz que julgava e distribua a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caa aos criminosos; nas causas da sua imensa alada no havia testemunhas, nem provas, nem razes, nem processo; ele resumia tudo em si; a sua justia era infalvel; no havia apelao das sentenas que dava, fazia o que queria, e ningum lhe tomava contas. Exercia enfim uma espcie de inquirio policial. Entretanto, faamos-lhe justia, dados os descontos necessrios s ideias do tempo, em verdade no abusava ele muito de seu poder, e o empregava, em certos casos, muito bem empregado. Era o Vidigal um homem alto, no muito gordo, com ares de moleiro; tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, e voz descansada e adocicada. Apesar deste aspecto de mansido, no se encontraria por certo homem mais apto para o seu cargo, exercido do modo que acabamos de indicar.

    Manuel Antnio de Almeida. Memrias de um sargento de milcias. Internet: .

    13 (CESPE) Assinale a opo correta em relao ao texto. A) Quem conta a histria o prprio major Vidigal, orgulhando- se de sua valentia. B) O narrador no manifesta opinio nem faz comentrio a respeito do personagem Vidigal.

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    C) A cena descrita inicia-se com o major Vidigal batendo porta e termina com a entrada dele no recinto. D) O segundo pargrafo restringe-se a tratar de aspectos da personalidade do major. E) No texto, a descrio predominante e foca tanto o modo como o major Vidigal exercia o seu poder quanto suas caractersticas fsicas.

    QUESTES FGV - fceis

    Leia o texto a seguir:

    Tendncias para as cadeias no futuro? Na Malsia, uma equipe de designers e arquitetos elaborou um conceito de centro de deteno

    bastante diferente. O projeto consiste em um complexo prisional suspenso no ar, o que em teoria dificultaria as tentativas de fuga, devido altura potencialmente fatal de uma queda e visibilidade que o fugitivo teria aos olhos dos pedestres na parte de baixo.

    A cadeia ainda teria espaos para manter um campo de agricultura, onde os detentos poderiam trabalhar para se autossustentar e at distribuir o excesso de alimento produzido para a sociedade. Fbricas e centros de reciclagem tambm serviriam a esse propsito.

    Visando reduzir os custos necessrios para manter dezenas de agentes carcerrios, o terico social Jeremy Betham projetou uma instituio que manteria todas as celas em um local circular, de forma que fiquem expostas simultaneamente. Dessa forma, apenas alguns poucos guardas posicionados na torre no centro do prdio j conseguiriam manter a vigilncia sobre todos os detentos. Embora um presdio nesse estilo tenha sido construdo em Cuba, ele nunca chegou a entrar em funcionamento.

    Outra soluo criativa foi pensada e realizada na Austrlia, onde um centro de deteno foi elaborado a partir de containers de transporte de mercadorias em navios modificados para servir como celas temporrias. Outra priso na Nova Zelndia tambm passou a