Dupla Tributação Internacional

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Dupla Tributao InternacionalAcadmicos: Eduardo Balestrro Costa Jnio Custdio Bastos

INTRODUO Embora a dupla tributao internacional no seja um fenmeno recente no cenrio das relaes internacionais, na atualidade o fenmeno adquire relevo bem maior face ao incremento das relaes econmicas internacionais. A ateno que o fenmeno tem recebido por parte de doutrinadores, governos de Estados e organizaes internacionais, particularmente aquelas sediadas na Europa e Estados Unidos da Amrica, encontra justificativa principalmente em virtude da complexidade relacionada ao fenmeno.

NOES GERAIS DE DIREITO TRIBUTRIO INTERNACIONAL O Estado necessita de recursos para fazer frente aos gastos relacionados sua sustentao e a manuteno da paz social e, dentre as alternativas possveis, existe a figura do tributo como fonte de financiamento do aparelhamento estatal. A forma encontrada pelo Estado para executar a cobrana dos tributos a construo de um sistema tributrio, a partir de um modelo normativo aceito e pactuado com a sociedade, onde esto presentes todos os elementos polticos, jurdicos e instrumentais necessrios execuo de tal tarefa. O instrumento que trata da disciplina jurdica dos tributos o direito tributrio, representado pelo conjunto de princpios, normas reguladoras de criao, fiscalizao, cobrana e arrecadao das prestaes de natureza tributria. De acordo com Antnio de Moura BORGES o Direito Tributrio Internacional definido como sendo o conjunto de normas materiais, de Direito Interno e Direito Internacional, destinadas a delimitar a competncia tributaria dos Estados.

Elementos de causa da dupla tributao O objeto do Direito Tributrio Internacional, no que tange aos conflitos de leis tributrias no mbito internacional. Passa por conflitos que seriam resultantes da adoo, pelas legislaes dos Estados, de distintos elementos de conexo ou da conceituao diferente do mesmo elemento. Em situaes de distintas ou diferentes conceituaes sobre os elementos de conexo levam justamente duplicao de impostos, no primeiro caso, e evaso fiscal no segundo. Sendo que um dos objetos do Direito Tributrio Internacional evitar a bitributao e a evaso fiscal.

DEFINIO

A dupla tributao internacional ocorre quando h a exigibilidade de recolhimento de tributo em decorrncia de mesmo fato gerador , por dois sujeitos ativos detentores de soberanias tributrias diferentes, sendo o sujeito passivo apenas uma pessoa, seja ela fsica ou jurdica.

DEFINIO DO COMIT FISCAL DA Organizao para Cooperao e Desenvolvimento EconmicoO fenmeno da dupla tributao jurdica internacional pode definir-se de forma geral como o resultado da percepo de impostos similares em dois ou mais Estados, sobre um mesmo contribuinte, pela mesma matria imponvel e por idntico perodo de tempo.

a) pluralidade de soberanias tributrias; b) identidade do sujeito passivo; c) identidade do elemento material do fato gerador; d) identidade do perodo; e) identidade do imposto.

Dupla Tributao

Dupla tributao internacional Dupla tributao interna

Tipos de Tributao quanto a IDENTIDADE DO SUJEITO PASSIVOdupla tributao jurdica, em que h a unicidade do sujeito passivo dupla tributao econmica na qual h diversidade de sujeitos.

Comentrios A dupla tributao jurdica da renda nas relaes internacionais ocorre quando a renda de uma mesma pessoa, fsica ou jurdica, tributada em dois Estados diferentes. Difere ela da dupla tributao econmica que ocorre quando uma mesma renda tributada duas vezes em poder de pessoas diferentes.

DISTINO DOS INSTITUTOS AFINS

Outro fenmeno que merece ser mencionado denominado bis in iden, no qual, segundo ROTHMANN , a mesma entidade tributante exige dois impostos idnticos, da mesma pessoa e em relao ao mesmo fato gerador, enquanto que na dupla tributao internacional as exigncias so provenientes de entidades distintas

CLASSIFICAES DA DUPLA TRIBUTAO INTERNACIONAL

Quanto a pluralidade de tributao

dupla tributao efetiva quando acontece uma cumulao de pretenses

dupla tributao virtual quando h a sobreposio dos poderes impositivos no havendo, portanto, a cumulao de pretenses pelo mesmo ente tributante

Quanto a vontade do ente responsvel pela imposio

dupla tributao interna quando h inteno do impositor

inexistncia de inteno geralmente est associada dupla tributao internacional, internacional embora no exista nada que impea o contrrio

Quanto a complexidade

Simples quando decorre de duas tributaes simples oriundas de dois Estados

Composta aquela que se sobrepe a uma dupla tributao interna

Quanto ao tipo de impostos

pessoal quando est associada a impostos pessoais real quando se refere aos impostos reais mista quando ocorre dupla tributao nos dois tipos

Quanto a posio hierrquica dos entes tributantes

dupla tributao horizontal quando os entes tributantes esto no mesmo nvel

dupla tributao vertica quando existe vertical uma relao de dependncia entre eles dupla tributao oblqua ocorre quando os entes tributantes encontram-se em nveis e posies hierrquicas diversas.

Porque da ocorrncia da dupla tributao internacional A doutrina sustenta que o dever em relao ao tributo decorre da condio do homem como sdito de um Estado, como pessoa sujeita soberania do Estado. A fundamentao jurdica do poder fiscal encontrada na relao de sujeio do individuo para com o Estado. A partir do sculo XXI o conceito de soberania passou a ser mitigado, perante a ordem jurdica internacional, pois os pases resistentes flexibilizao de sua soberania no teriam insero no processo de globalizao que o mundo experimentou a partir deste perodo. A dupla tributao internacional decorre da combinao relaes econmicas que ultrapassam as fronteiras de um Estado, combinada com critrios diferentes de delimitao da competncia tributria, ou, quando os critrios so os mesmos, mas so entendidos de forma diversa pelos entes tributantes envolvidos.

CAUSAS DA DUPLA TRIBUTAO INTERNACIONAL Para principiar a anlise das causas da dupla tributao internacional, ainda segundo BORGES , preciso lembrar que os Estados se inspiram, ou no princpio da universalidade ou no da territorialidade universalidade, para proceder delimitao da sua competncia internacional relativamente aos impostos diretos. Quando se baseiam no princpio da universalidade, podem usar o critrio da residncia e/ou o da nacionalidade e, adotando o princpio da territorialidade, utilizam o critrio da fonte.

Critrios

Pelo critrio da residncia ocorre a tributao das pessoas residncia, residentes no territrio do Estado pela totalidade das suas rendas e de seus bens, no importando a nacionalidade dessas pessoas, a origem de suas rendas ou a localizao dos seus bens. Por este critrio a dupla tributao internacional normalmente ocorre no caso de pessoa residente Estado X, mas recebe rendas produzidas no Estado Y, e ambos Estados tributam essas mesmas rendas, o primeiro por adoo o critrio da residncia, e o segundo por utilizao do critrio da fonte.

Critrios Por meio do critrio da nacionalidade apenas as pessoas que detm a nacionalidade do Estado so tributadas por este, com desconsiderao do local da sua residncia, da fonte das suas rendas e da situao dos seus bens. O exemplo de dupla tributao que a doutrina apresenta para este caso o da pessoa fsica que seja nacional de dois Estados, de um lado por motivo de nascimento no territrio do Estado X, pelo critrio do ius soli, e do outro por ser descendente de nacionais do Estado Y, pelo critrio do ius sanguinis. Cabe tambm lembrar que a considerao de nacional de dois Estados pode ser aplicada a uma pessoa jurdica, sendo bastante neste caso que um dos Estados adote a teoria da origem, ou seja, a do territrio de constituio da sociedade e o outro utilize a teoria da sede social, quando determinao da nacionalidade das pessoas jurdicas

Critrios Segundo o critrio da fonte todas as rendas cujas fontes se fonte, localizam em seu territrio so tributadas pelo Estado. Da mesma forma como todos os bens nele situados, sem que seja levada em considerao a nacionalidade ou considerada a residncia das pessoas que auferem tais rendas ou dispem de tais bens. Na utilizao do critrio da fonte, uma mesma pessoa pode ser tributada de forma cumulativa por dois Estados diversos desde que conceituaes diferentes estejam sendo utilizadas. a situao de uma pessoa que presta servios no territrio de um Estado (X) e este conceitua a fonte como o local onde desenvolvida a atividade econmica, mas a pessoa recebe pelo trabalho de um residente em outro Estado (Y) e este considera a fonte como o local onde provem a disponibilidade econmica ou jurdica da renda.

Comentrio

Evidentemente, para surgir a dupla tributao internacional, no basta o fato de ocorrerem situaes com elementos de matiz estrangeiro, pois se os Estados adotarem, com a mesma acepo, o mesmo critrio de delimitao da competncia tributria internacional, ela no ocorrer. Tambm no suficiente, para produzir a dupla tributao internacional, o adotarem os Estados critrios de delimitao da competncia tributria internacional divergentes, ou o mesmo critrio, com significados diversos. A tal circunstncia ho de agregar-se fatos em contato com o exterior.

CONSEQUNCIAS DA DUPLA TRIBUTAO INTERNACIONAL chega-se classificao das consequncias da dupla tributao internacional em: econmicas, financeiras, culturais, scio-polticas e aquelas relacionadas ao injusto inerente esta prtica.

Natureza econmica

Atividades econmicas prejudicadas, reduo de investimento, interferncia e restries ao movimento de capitais e pessoas com o aparecimento de obstculos ao intercambio de bens e servios so as principais consequncias de natureza econmica apontados pela doutrina Em relao ao investimento, o investidor vai buscar opes de investimento em outros locais onde seu capital no seja duplamente tributado, objetivando menor carga tributria e lucros maiores. Desta forma, h a restrio ao investimento no pas.

Natureza econmica

Tambm existe a possibilidade de reduo na arrecadao tributria de operaes internacionais, em situaes de dupla tributao internacional, pois os sujeitos passivos podem ser tentados a buscar formas, tanto as ilcitas quanto as licitas, de reduzir a carga tributria por meio do chamado planejamento tributrio internacional, quando ento aparecem os institutos da evaso e da eliso fiscal.

Natureza econmica - comentrios

A evaso fiscal o uso de meios ilcitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Entre os mtodos usados para evadir tributos esto a omisso de informaes, as falsas declaraes e a produo de documentos que contenham informaes falsas ou distorcidas, como a contratao de notas fiscais, faturas, duplicatas etc. J a eliso fiscal configura-se num planejamento que utiliza mtodos legais para diminuir o peso da carga tributria num determinado oramento. Respeitando o ordenamento jurdico, o administrador faz escolhas prvias (antes dos eventos que sofrero agravo fiscal) que permitem minorar o impacto tributrio nos gastos do ente administrado. Diferentemente da evaso fiscal (onde ocorre o fato gerador do tributo e o contribuinte no paga uma obrigao legal) na eliso fiscal, atravs do planejamento, evita-se a ocorrncia do fato gerador. E por no ocorrer o fato gerador, o tributo no devido. Dessa forma, o planejamento no caracteriza ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de uma obrigao fiscal. A eliso fiscal muito utilizada por empresas quando das transferncias internacionais de recursos, na busca de conceitos tributrios diferentes em pases diferentes - de forma a direcionar o trfego dos valores; assim, pode-se reduzir a carga tributria e fazer chegar s matrizes as maiores quantidades possveis de recursos vindas das filiais. Como as grandes matrizes internacionais encontram-se em pases j de mais recursos, as discusses sobre eliso fiscal, revestidas de legalidade, tm tambm adquirido contornos de discusses morais. Eluso Fiscal a realizao de operaes (societrias, p.ex.) que aparentem um negcio jurdico legtimo e vlido, com o nico objetivo de se obter os efeitos da causa daquele negcio para no recolher tributos ou diminuir a carga tributria. A Eluso Fiscal so atos qualificados como fraudulentos, pois no so realizados com o propsito verdadeiro daquele negcio, ou seja, so desprovidos de causa negocial.

Natureza cultural Se traduzem pelo desestmulo ao trnsito de pessoas, e ocorrem quando a dupla tributao internacional atinge profissionais tais como cientistas, atletas, professores e etc, sobre os quais a tributao sobre a renda ir incidir, simultaneamente, pelos critrios de local residncia e de fonte dos rendimentos. Tambm nas relaes entre os pases, representada pelo desgaste nas suas relaes internacionais.

MEDIDAS DESTINADAS A EVITAR OU ATENUAR A DUPLA TRIBUTAO INTERNACIONAL

natureza unilatera quando os unilateral, Estados alteram as suas normas tributrias internas . bilaterais ou multilaterais quando os multilaterais, Estados o fazem por meio de tratados e convenes internacionais.

MEDIDAS UNILATERAIS

De acordo com BORGES , as medidas unilaterais tomadas pelos Estados para evitar, atenuar ou eliminar a dupla tributao internacional se consubstanciam na criao de normas internas com tal objetivo, traduzindo uma autolimitao das suas respectivas competncias tributrias internacionais .

Mtodo da iseno

O mtodo da iseno aquele em que as rendas provenientes do exterior recebero total ou parcialmente a iseno concedida pelo Estado. Este mtodo o adotado pelos pases componentes da comunidade europeia. De acordo com o Modelo de Conveno da OCDE, o nus pela concesso da iseno de rendimentos atribudo ao pas de residncia do contribuinte contribuinte.

Mtodo da iseno Pode ser iseno integral os rendimentos produzidos no exterior so deduzidos da base de clculo do imposto devido, no so considerados no pas de r Ou iseno com progressividade os rendimentos produzidos no exterior, mesmo que isentos no pas de residncia, integram a base de clculo para se determinar qual ser a alquota aplicvel aos rendimentos produzidos no pas de residncia do contribuinte. Apenas a parcela de rendimentos produzidos no pas de residncia que ser tributada, mas para se chegar alquota aplicvel utiliza-se o total de rendimentos.

Mtodo da imputao

No mtodo da imputao imposto incidente sobre o rendimento pago no Estado da fonte objeto de um crdito no Estado de residncia do contribuinte. denominado tax credit nos pases de lngua inglesa, e por este mtodo o Estado de residncia tributa a renda total do contribuinte, a que foi obtida internamente somada renda obtida externamente, mas permite um crdito pelo imposto recolhido no Estado da fonte, este crdito pode ser integral ou sofrer limitaes quantitativas

Mtodo da imputao Pode ser o mtodo imputao ordinria, no qual o ordinria crdito concedido pelo Estado de residncia limitado ao valor de imposto que apurado proporcional renda obtida externamente. A caracterstica deste mtodo que ele impede que o imposto pago no exterior seja usado para abater o imposto correspondente renda obtida no pas de residncia. Ou o mtodo de imputao integral no qual a integral, totalidade do imposto pago no exterior utilizada como crdito, independentemente do valor, para abater o imposto apurado no pas de residncia. Dependendo do valor do tributo pago no exterior, a imputao pode se transformar em iseno integral.

Mtodo da reduo da alquota

A apurao do valor do imposto a ser pago realizada por meio de uma operao algbrica de multiplicao entre uma base de clculo e uma alquota, em que: valor do imposto = base de clculo x alquota. No mtodo de reduo de alquota as rendas alquota, provenientes do exterior so tributadas com alquota reduzida. BORGES entende que, em face da diversidade de impostos e de suas alquotas, este no um mtodo adequado e capaz de evitar ou eliminar a dupla tributao internacional.

Mtodo de deduo da base de clculo de impostos pagos no exterior

Neste mtodo o valor que foi pago no exterior aplicado como deduo da base de clculo no Estado de residncia do contribuinte. possvel antever que a aplicao deste mtodo insuficiente para solucionar o problema da dupla tributao internacional, pois a mera aplicao do valor de imposto recolhido no exterior como redutor de base de clculo do imposto a ser apurado no pas de residncia faz com que parte do rendimento auferido no exterior seja novamente tributado no pas de residncia.

MEDIDAS BILATERAIS

Embora os Estados possam tratar do problema por meio de adoo de regras unilaterais, eles podem tambm realizar este trabalho de forma conjunta, utilizando medidas multilaterais para tratar da dupla tributao internacional

Tratados Normalmente so utilizados os tratados bilaterais, nos quais cada um dos Estados concorda em delimitar a sua competncia para que o outro receba alguma compensao e, desta forma, a dupla imposio tributria no recaia sobre o contribuinte. Trata-se do principio da reciprocidade sendo aplicado na reunio de esforos dos Estados, cujo objetivo evitar a ocorrncia da dupla tributao da renda ou patrimnio dos seus nacionais. Considerando as consequncias da dupla tributao internacional, a adoo deste tipo de medida pode resultar em incremento dos negcios internacionais e no fortalecimento das respectivas administraes tributrias pelo combate evaso fiscal.

TRATADOS DE DUPLA TRIBUTAO FIRMADOS PELO BRASIL O Brasil signatrio de tratados bilaterais para evitar a dupla tributao de imposto sobre a renda e a evaso fiscal com alguns pases. Em pesquisa no sitio do Ministrio da Fazenda foram encontrados 28 acordos vigentes para tratar a matria, conforme tabela reproduzida a seguir.

Tratados de Dupla Tributao firmados pelo BRASIL

Pas

Decreto Legislativo que aprovou o texto da Conveno/Acordo

Decreto que promulgou a Conveno/Acordo

Portaria do MF que estabelece os Mtodos de Aplicao

frica do Sul

301/2006

5.922/2006

433/2006

Alemanha -

Acordo sem efeito desde 1 de janeiro de 2006

92/175

76.988/1976

43/1976

Argentina ustria

74/1981 95/1975

87.976/1982 78.107/1976

22/1983 470/1976

Blgica

76/1972

75.542/1973 e 6.332/2007

271/1974 e 140/2008

Canad Chile China Coria Dinamarca Equador

27/1985 331/2003 85/1992 205/1991 90/1974 4/1986

92.318/1986 4.852/2003 762/1993 354/1991 75.106/1974 75.717/1988

199/1986 285/2003 ADI SRF n 3/2006 68/1975 e 70/1976 -

Espanha

62/1975

76.975/1976

ADI SRF 6/2002, 27/2004 e 4/2006.

Filipinas

198/1991

241/1991

-

Finlndia Frana Hungria ndia Israel

37/1997 87/1971 13/1990 214/1991 931/2005

2.465/1998 70.506/1992 53/1991 510/1992 5.576/2005

ADI SRF n 12/1998 287/1972 1/2006

Itlia

77/1979

85.985/81

203/1981

Japo

043/1967 e 069/1976

61.889/1967 e 81.194/1967

092/1978

Luxemburgo

78/1976 52/2006

85.051/1980 6.000/2006

413/1980 38/2007

Mxico

Noruega

50/1981

86.710/1981

025/1982 e 227/1984

Pases Baixos Peru

60/1990 500/2009 188/2001

355/1991 7.020/2009 4.012/2001

553/2010 28/2002

Portugal

Repblica Eslovaca e Repblica Tcheca

11/1990

43/1991

-

Sucia

93/1975 e 57/1997

77.053/1976

44/1976

Ucrnia

66/2006

5.779/2006

198/2001

Fonte: Ministrio da Fazenda, Receita Federal do Brasil. Disponvel em

TRATADOS NO MERCOSUL Conforme se pode observar, em relao aos pases integrantes do MERCOSUL o Brasil tem acordo bilateral para tratar da dupla tributao internacional apenas com a Argentina. Atualmente, tramita no congresso brasileiro, em regime de urgncia e com sinais de que est avanando em direo aprovao, um projeto de decreto legislativo, o PDC 2408/2002 , que ir aprovar o texto da conveno para evitar a dupla tributao em matria de imposto de renda, prevenir e combater a evaso fiscal e sobre matrias aduaneiras, celebrada entre o Brasil e o Paraguai, em 20/09/2000. Como se pode observar, o processo de positivao do direito originrio de tratados em matria tributria pode ser bastante demorado.

Tratados de Dupla Tributao firmados pelo URUGUAY

Pas

Lei que aprovou o texto da Conveno/Acordo

Vigncia

Alemanha

Ley n 16.110 de 17/04/1990

-

Espanha

Ley n 18.730 de 07/01/2011

24/04/2011

Hungria Mexico

Ley n 16.366 de 19/05/1993 Ley n 18.645 de 19/02/2010

29/12/2010

Fonte: Ministrio de Economia y Finanzas, Direcion Geral Impositiva. Disponvel em

Tratados de Dupla Tributao firmados pela ARGENTINAPas Lei que aprovou o texto da Conveno/Acordo Vigncia

ALEMANIA AUSTRALIA AUSTRIA BLGICA BOLIVIA BRASIL CANADA CHILE DINAMARCA ESPAA FINLANDIA FRANCIA

Ley n 22025 de 23/07/1979 Ley n 25238 de 31/12/1999 Ley n 22589 de 20/05/1982 Ley n 24850 de 22/07/1997 Ley n 21780 de 25/04/1978 Ley n 22675 de 17/11/1982 Ley n 24398 de 01/10/1985 Ley n 23228 de 01/10/1985 Ley n 24838 de 24/07/1997 Ley n 24258 de 19/11/1993 Ley n 24654 de 10/07/1996 Ley n 22357 de 30/12/1980

25-11-1979 31-12-1999 18-01-1983 21-07-1999 04-06-1979 07-12-1982 30-12-1994 19-12-1985 03-09-1997 28-07-1994 05-12-1996 01-03-1981

ITALIA NORUEGA PAISES BAJOS REINO UNIdO SUECIA SUIZA

Ley n 22747 de 24/02/1983 Ley n 25461 de 13/09/2001 Ley n 24933 de 15/01/1998 Ley n 24727 de 04/12/1996 Ley n 24795 de 14/04/1997 ---

15-12-1983 30-12-2001 11-02-1998 01-08-1997 10-05-1997 01-01-2001

Fonte: Ministrio de Economia y Finanzas Pblicas, Subsecretaria de Ingressos pblicos. Disponvel em < http://www.mecon.gov.ar/sip/default1.htm>

BREVE ANLISE DA SITUAO TRIBUTRIA DOS PAISES DO MERCOSUL

O estudo dos sistemas tributrios dos integrantes do MERCOSUL apresenta uma srie de dificuldades em funo da variedade de tributos em cada Estado, em razo das divises internas da competncia impositiva, pela fragmentao da informao disponvel e pela constante alterao legislativa nos sistemas tributrios. Sem pretender adentrar nos detalhes dos sistemas tributrios de cada pas, apresentamos abaixo a tabela simplificada dos principais tributos sobre a renda, e sobre o consumo, existentes nos sistemas normativos dos membros do MERCOSUL, baseada na obra SISTEMA TRIBUTRIO DO MERCOSUL O processo de harmonizao das legislaes tributrias , de Edson Carlos FERNANDES

MERCOSUL - Quadro comparativo da tributao sobre a rendaDescrioSujeito passivo

ArgentinaPessoa fsica (PF); Pessoa jurdica (PJ) e Sucesses

UruguaiPessoa jurdica

ParaguaiPessoa jurdica

BrasilPessoa fsica (PF); jurdica (PJ) Pessoa

Fato gerador

(FG)

Renda mundial habitual sobre: a) rendas do solo; b) rendas do Renda de fonte uruguaia pelo capital; c) soc. critrio da territorialidade Comerciais; d) trab. pessoais. Lucro Liq. Ajustado; Regime Competncia p/ PJ e Caixa p/ PF. Lucro Ajustado; Regime Competncia PJ: 30% (desconto de 40% para reinvestimento) Base da correo: ativos no monetrios menos passivo ajustado

Renda de fonte paraguaia pelo critrio da territorialidade

Renda mundial

Base de clculo (BC)

Lucro Ajustado; Regime Competncia

Lucro Liq. Ajustado; Regime Competncia p/ PJ e Caixa p/ PF.

Alquotas

PF: 6% a 35%;

PJ 35%

PF: 6% a 35%;

PJ 35%

Correo monetria

Base da correo: ativos no monetrios menos passivo ajustado

Correo no ativo fixo

No h por vedao legal

MERCOSUL - Quadro comparativo da tributao sobre a rendaInvestimento Permanente Proporcionalidade patrimonial sem efeito para o imposto No h norma expressa No h norma expressa Mtodo da Equivalncia Patrimonial

Dividendos

Isentos

Iseno condicional manuteno Iseno condicional distribuio de capital nos 2 anos seguintes interna e 5% se para o exterior

Isentos

Reorganizao Societria

Tributao de eventual ganho e transf. de resultados fiscais negativos

Sem norma expressa

Sem norma expressa

Tribut. de eventual ganho; sem transf. de resultados fiscais negativos

Lucros auferidos no exterior Lucros de extrangeiros Ret. na fonte de 35% Ret. na fonte de 30% Ret. na fonte de 35% Ret. de at 25%

Lucro presumido

Sujeito Passivo: PJ; FG: propriedade de ativos; BC: valor liquido dos ativos

Sem norma expressa

Sem norma expressa

Sujeito Passivo: PJ no obrig.ao lucro real; BC: % do faturamento.

Outras incidncias

a) Tributao das off-shore: 0,03% Tributo nico: 4% sobre o fatur. Imposto sobre juros e endividamento ao ano sobre o Pat. Lquido; b) das socied unipessoais que empresarial; Imposto sobre comisses: 9% sobre optarem. remunerao devida.

Cont. Social sobre o Lucro Lquido: 8% sobre BC (12% faturamento) das PJ.

MERCOSUL - Quadro comparativo da tributao sobre o consumoDescrioEstrutura

ArgentinaImposto tipo consumo

UruguaiImposto tipo consumo

ParaguaiImposto tipo consumo

BrasilImposto tipo produto

Sujeito passivo

a) Comerciante, industrial e a) Comerciante, industrial e a) Comerciante, industrial e a) Comerciante, industrial e produtor; produtor; b) Prestador dos produtor; b) Prestador dos produtor; b) Prestador dos servios b) Prestador dos servios gravados, servios gravados, c) Importador, servios gravados, c) Importador, gravados, c) Importador, d) c) Importador d) Substituto tributrio d) Substituto tributrio Substituto tributrio

Fato gerador

(FG)

Circulao de bens materiais, Circulao de bens materiais, Circulao de bens materiais, prestao de servios e Importao. prestao de servios e Importao. prestao de servios e Importao.

Circulao de mercadorias, serv.de transp. interestadual e intermunicipal, servios de comunicao e Importao.

Base de clculo (BC)

a) valor da operao; b) outros pagamentos: juros/seguro e frete.

a) valor da operao; b) outros a) valor da operao; b) outros a) valor da operao; b) outros pagtos: juros/seguro e frete. pagtos: juros/seguro e frete. c) pagamentos: juros/seguro e frete. c) Outros tributos. Outros tributos.

MERCOSUL - Quadro comparativo da tributao sobre o consumoAlquotasBsica: 21% Bsica: 23% Bsica: 10% Bsica: 17 a 25%; a 12% Interestadual: 7

Sistema de no cumulatividade

Sistema de crditos e dbitos; crdito Sistema de crditos e dbitos; do ativo imobilizado (saida tributada); crdito do ativo imobilizado (saida estorno de crdito: entrada tributada); estorno de crdito: isenta/saida isenta entrada isenta/saida isenta

Sistema de crditos e dbitos; crdito do ativo imobilizado (saida tributada); estorno de crdito: entrada isenta/saida isenta

Sistema de crditos e dbitos; crdito do ativo imobilizado proporcional ao uso

Comrcio Exterior

a) Imp.: incidncia; b) Exp.: iseno com manuteno de crdito do imposto.

a) Imp.: incidncia; b) Exp.: no a) Imp.: incidncia; b) Exp.: no a) Imp.: incidncia; b) Exp.: incidncia com manuteno de incidncia com manuteno de iseno com manuteno de crdito crdito do imposto. crdito do imposto. do imposto.

Reorganizao Societria

No incidncia

Sem norma especfica

Incidncia

No incidncia

Outras incidncias

-

-

-

Imposto sobre servios (ISS municipal)

INTEGRAO REGIONAL E HARMONIZAO DA LEGISLAO TRIBUTARIA

No se pretende analisar neste trabalho a complexidade do problema da harmonizao de legislao tributria do MERCOSUL, atravs da experincia de outros casos existentes, sabe-se que processos de integrao regional so demorados e a contagem de tempo para que se concretizem, em geral se mede em dcadas. O processo de criao de um sistema tributrio do MERCOSUL, como parte do processo de construo do direito comunitrio do bloco econmico, aparentemente ainda est distante. Mesmo a harmonizao das legislaes tributrias, cujo compromisso dos Estados membros est previsto no art. 1 do Tratado de Assuno, ainda no foi concretizada por diversos fatores.

CONCLUSES A dupla tributao internacional definida como o fenmeno que ocorre quando dois Estados submetem uma pessoa, fsica ou jurdica, ao pagamento de tributos em virtude do mesmo fato gerador da obrigao tributria. resultado de relaes que ultrapassam as fronteiras do Estado, em combinao com critrios distintos de delimitao da competncia tributria internacional, ou, quando o critrio o mesmo, este definido de maneira diferente em cada Estado. De suma importncia para o comrcio internacional, onde o aparelhamento para evitar sua ocorrncia facilita e incentiva o aumento das relaes comerciais internacionais.