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É conversando que a gente se entende

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Às vezes ficamos pensando quando é que o nosso filho finalmente vai nos compreender. Quando vamos poder explicar os motivos que nos levam a tomar determinadas decisões. É difícil dizer quando comecei a conversar com o meu filho.

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Às vezes ficamos pensando quando é que o nosso filho finalmente vai nos compreender. Quando vamos poder explicar os motivos que nos levam a tomar determinadas decisões. É difícil dizer quando comecei a conversar com o meu filho. Possivelmente foi no memento em que descobri que estava grávida pela primeira vez. Nesse momento tão especial da nossa vida, sentimos que temos companhia 24 horas por dia. E como mulheres que somos, assunto não nos falta. Todas as noites insistia pra que o meu marido dissesse boa noite para ele. Achava importante que desde o meu ventre ele já conhecesse a voz do pai.

É incrível como eles nos entendem. Como gostam de ouvir a nossa voz, sentir o nosso calor e o nosso toque. Tinha uma conhecida que teve um bebê muito chorão. Sabemos que nesse primeiro momento é difícil percebermos porque eles choram. O choro é a forma que tem para se comunicarem. Às vezes pode significar dor, fome, frio...As probabilidades são infinitas. Na hora do banho era à hora mais complicada para essa mamãe de primeira viagem. A criança chorava durante todo o tempo. Mesmo quando a avó da criança, que pensava ser mais experiente, ia lhe dar banho, a cena se repetia. Nessa época eu estava grávida de seis meses, também era uma mãe de primeira viagem, mas de certa forma, acredito que com um instinto materno já bem aflorado. Um dia resolvi dar banho na criança. E para a surpresa de todos, foi o primeiro banho que aquela criança não chorou. Muito pelo contrário, demonstrava satisfação, para a alegria de todos. E o que eu fiz para conseguir tal proeza? Simplesmente conversei com aquele bebezinho. Algumas pessoas podem achar que isso é um despropósito, mas o que é certo é que não só funcionou nesse momento, como também com os meus filhos.

Conforme os meus filhos vão crescendo, procuro sempre explicar-lhes as coisas. Nos primeiros anos de vida, não devemos dar explicações muito longas, pois eles acabam por se perder em discursos tão compridos. É muito bom cultivarmos esse habito na relação “pais e filhos”. Como sempre converso com meu filho, sento maior facilidade para resolver pequenos e grandes conflitos que nos aparecem pelo caminho. O meu filho aprendeu desde muito pequenino a ouvir a mama. As crianças precisam que os pais sejam mais do que aqueles que lhes colocam no mundo. Eles precisam que os pais lhe mostrem o mundo e que muitas vezes também expliquem como as coisas funcionam. Eles confiam em nós e isso colabora em nosso favor.

O ato de conversar fez com que o meu filho percebesse o porquê de muitas coisas. Porque não podia comer muitos doces, porque tinha que arrumar os brinquedos, porque não jogar o papel no chão...Podem ter certeza de uma coisa, as crianças não ficam somente nas explicações que lhes damos. Juntando com a visão que tem de mundo, e os outros diálogos e estímulos que captam no seu meio social, acabam por desenvolver os seus próprios conceitos, as suas próprias ideias e acabam por nos dar respostas surpreendentes. Mostrando que o ato de lhe darmos atenção, de conversarmos, de explicarmos as coisas, de contarmos histórias...acabam por desenvolver o seu senso crítico, o seu pensamento lógico e é claro que isso também favorece para discursos bem elaborados que as vezes até duvidamos sair da boquinha de alguém tão pequenino.

Às vezes pensamos “ele não vai entender”. “Ele vai começar a chorar”. Então simplesmente lhes

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fazemos as vontades, muitas vezes infundadas, com medo de tentarmos. Vou partilhar uma experiência que tive com o meu filho, que retrata bem, o quanto eles são capazes de entender o que lhes falamos. Sempre o incentivei a ter uma alimentação saudável, o que não quer dizer que às vezes não liberava algumas “guloseimas”. Ele sabia que não podia exagerar, tudo isso já tinha sido bem conversado, por isso não era um problema. Certo dia fomos comer um hambúrguer. Nós comprávamos para ele, nessas ocasiões especiais, aquele, que vocês conhecem muito bem, que traz um pequeno brinquedo. Comecei a observar que o meu filho apreciava mais a minha opção, que era um wrap, com frango grelhado, tomate...muito mais saboroso que o seu hambúrguer, que a única coisa que trazia de interessante para ele, era o brinquedo. Então conversei com ele. “Porque não pedes um igual ao da mama?” E a resposta foi óbvia, “por causa do brinquedo.” Então falei para ele, que aquilo que aquela loja fazia não era justo, pois para ganhar o brinquedo, as crianças eram obrigadas a comer algo de que não gostavam. Disse que ele não precisava daquele brinquedo e que nem sequer tinha o direito de escolher. Ele poderia comer o que tivesse vontade e quando quisesse um brinquedo, que fosse ele a escolher se desejasse algum. Então ele pensou um pouco e falou que queria um wrap, como o meu. Em uma outra ocasião, que tinha um amigo lá em casa, fomos buscar um desses lanchinhos para todos. Esse amiguinho é muito mais velho que o meu filho, mas ainda não tinha se libertado do vício de comer o hambúrguer só para ganhar o brinquedo. Então, ao fazermos o pedido, pedimos o quite para o seu amigo e o meu filho pediu o que gostava. Dizia assim ao amigo. “Você tem que comer o que gosta e não só por causa do brinquedo”. Mas a situação foi pior do que eu pensava. Quando chegamos em casa e fomos comer, o brinquedo veio para menina, então o seu amigo ficou realmente aborrecido. O meu filho ali constatou que ele realmente tinha razão. O seu amigo, desde aquele momento, começou a abrir mão do brinquedo, viu que o meu filho, que era bem menor, já era capaz de viver sem ele, e por isso começou a fazer o mesmo, para surpresa de sua mãe. Bom, aqui reforço o título dessa reflexão, é conversando que a gente se entende.

Com carinho,

~Danielle Fidelis

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