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e da Biodiversidade – IDEFLOR-BIO · e da Biodiversidade – IDEFLOR-BIO Thiago Valente Novaes ... manejo e enriquecimento de açaizais, localizados nos municípios ü de: Afuá,

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Governo do Estado do ParáSimão Robison Oliveira Jatene

Secretaria de Estado de DesenvolvimentoAgropecuário e da Pesca - SEDAPHildegardo de Figueiredo Nunes

Empresa de Assistência Técnica e ExtensãoRural do Estado do Pará – EMATERPaulo Amazonas Pedroso

Instituto de Desenvolvimento Florestale da Biodiversidade – IDEFLOR-BIOThiago Valente Novaes

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPAMaurício Antônio Lopes

Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu - CAMTA Michinori Konagano Amazônia Irrigação Antônio Sérgio Coutinho Vicente

ELABORAÇÃO DO PROGRAMA:ORGANIZADORES

AUTORESAlfredo Kingo Oyama Homma Antônio Sérgio Coutinho Vicente Engenheiro Agrônomo – D.Sc. Engenheiro Agrônomo MAPA/Embrapa Amazônia Oriental Amazônia Irrigação

Benito Barbosa Calzavara Flávio Pinheiro Viana Engenheiro Agrônomo Engenheiro Agrônomo IDEFLOR-BIO SEDAP

Francisco de Jesus Pereira Geraldo dos Santos TavaresEngenheiro Agrônomo Engenheiro AgrônomoEmpresário rural SEDAP

Ivan Hitoshi João Tomé de Farias NetoProdutor Rural Engenheiro Agrônomo – D.Sc.CAMTA MAPA/Embrapa Amazônia Oriental

Luiz Pinto de Oliveira Paulo Augusto LobatoEngenheiro Agrônomo- M.Sc. Engenheiro AgrônomoSEDAP EMATER - PA

William Viana de Castro Engenheiro Florestal – D.ScMAPA/Embrapa Amazônia Oriental

Luiz Pinto de OliveiraEngenheiro Agrônomo- M.Sc.SEDAP

Geraldo dos Santos TavaresEngenheiro AgrônomoSEDAP

Organização e editoração: Luiz Pinto de OliveiraE-mail: [email protected]ção de referências bibliográfica: Luiz Pinto de OliveiraEditoração Eletrônica: Nilma Silva Borges e Heloisa Helena Batista de FigueiredoCapa: Nilma Silva Borges e Heloisa Helena Batista de FigueiredoEndereço para correspondência:Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca – SEDAPTrav. do Chaco, nº 2232CEP 66.093-410 – Marco - Belém – Pará – BrasilTelefone: 55 (91) 3226-1363 e 4006-1200 / 4006-1210 e 8883-1339 Fax : 55 (91) 4006-1205SITE: www.sedap.pa.gov.br

FICHA DE CATALOGAÇÃO

OLIVEIRA, L. P. de., et al. 2016. Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Açaí no Estado do Pará - PROAÇAÍ – PA. Belém, SEDAP. ...... p.

1. Açaí – programa de desenvolvimento – Estado do Pará. 2. Açaí-

manejo – irrigação - terra firme. 3.Açaí-manejo-enriquecimento- várzea. 4.

Economia. 5. Impactos esperados.

SUMÁRIO 1. Justificativa

2. Objetivos

3. Declaração de Escopo

4. Gerenciamento de Escopo 5. Premissas

6. Restrições

7. Cronograma de Marcos

8. Importância do Açaí no Contexto Econômico e Social no Estado

9. Recursos Necessários à execução9.1 Crédito Rural ao Programa9.2 Participação financeira da SEDAP9.3 Linhas de Crédito

10. Integração Interinstitucional

11. Subprograma: Implantação e Manejo de Açaizais irrigados em terra firme

11.1. Introdução

11.2. Objetivo

11.3. Meta

11.4. Estratégia de Ação

11.5. Sistema de Produção Recomendado

11.6. Impactos Esperados

11.7. Monitoramento, controle e avaliação

12. Subprograma: Manejo e Enriquecimento de Açaizais na Várzea

12.1. Introdução

12.2. Objetivo

12.3. Meta

12.4. Estratégia de Ação

12.5. Sistema de Produção Recomendado

12.6. Impactos Esperados

12.7. Monitoramento, controle e avaliação

13. Bibliografia Consultada

O programa de desenvolvimento da cadeia produtiva do açaí no Estado do Pará - PRÓ-AÇAÍ, representa um instrumento

de política pública voltada à agropecuária paraense e resulta de um árduo trabalho de revisão bibliográfica, de

conhecimentos e informações atuais obtidas junto aos membros da equipe elaboradora, produtores, atacadistas, varejistas

e processadores de fruto.

Para sua elaboração tiveram papel destacado diversos técnicos/pesquisadores/extensionistas de instituições parceiras

a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, Secretaria de Estado de Desenvolvimento

Agropecuário e da Pesca – SEDAP, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER, Instituto de

Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade – IDEFLOR-BIO, Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu – CAMTA, Secretaria

de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS, Banco do Brasil, S/A, Banco da Amazônia, S/A, Banco do Estado

do Pará – BANPARA, Federação da Agricultura do Estado do Pará – FAEPA, Empresa de Irrigação da Amazônia e o Empresário

Rural Francisco de Jesus Pereira.

A fase de maior dinamismo e densidade discursiva e reflexiva aconteceu quando foram reunidos representantes das

instituições acima citadas, que participaram do II Seminário sobre o cultivo do açaizeiro no Pará, realizado no dia

29 de maio de 2015, no auditório da FAEPA, onde abordaram questões relevantes da cadeia produtiva do açaí e debateram

a respeito dos gargalos que se interpõem ao seu cultivo, seja de natureza tecnológica, normativa ou creditícia, visando

subsidiar propostas e soluções voltadas a elaboração de um Programa Estadual para a Expansão da Cultura no Estado.

Como resultado dessa empreitada, a SEDAP e as Instituições parceiras, tem a satisfação de disponibilizar à sociedade

em geral e, de modo especial, aos produtores e técnicos de instituições de desenvolvimento regional, este “Programa de

Desenvolvimento” que reverter-se-á, com certeza, de grande utilidade para a consolidação da cadeia produtiva do açaí

no Estado.

Secretário de Estado de Desenvolvimento

Agropecuário e da Pesca - SEDAP

Hildegardo de Figueiredo Nunes

APRESENTAÇÃO

O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) se destaca na Amazônia, entre os diversos recursos vegetais, pela sua abundância

e por produzir, importante alimento para as populações locais, além de ser a principal fonte de matéria-prima para a

agroindústria do palmito no Brasil. As maiores concentrações ocorrem em solos de várzeas e igapós, compondo ecossistemas

de floresta natural ou em forma de maciços conhecidos como açaizais, com área estimada em 1,0 milhão de hectares.

Também ocorre em áreas de terra firme, principalmente quando localizadas próximas às várzeas e igapós. (Nogueira et al.

2005).

No entanto, é na região do estuário do rio amazonas que se encontram as maiores e mais densas populações naturais

dessa palmeira, adaptada às condições elevadas de temperatura, precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar.

O estado do Pará é o maior produtor nacional de açaí, com uma produção anual na ordem de 1,0 milhão de toneladas do

fruto e uma área plantada e manejada (várzea) superior a 154 mil hectares (IBGE, 2015). Os principais municípios produtores

são: Igarapé Miri, Abaetetuba, Bujaru, Cametá e Limoeiro do Ajuru.

O censo agropecuário mais recente editado pelo IBGE acusa o cadastramento de 12.804 propriedades com o cultivo

dessa cultura em solo paraense. Em relação ao processamento, pelo menos 10 mil batedores artesanais desenvolvem essa

atividade no território paraense.

Na última década expandiu-se a demanda e venda nos mercados nacional e internacional, sendo a produção anual

insuficiente para fazer face à procura existente. Em 2014, a comercialização de polpa e mix de açaí para outras unidades da

federação juntamente com a exportação internacional, representou, em boa medida, a injeção de cerca de R$ 225,7 milhões

à economia local. Contudo, o aquecimento do consumo tem concorrido significativamente para o aumento do preço do

produto.

Para equalizar a oferta do produto á demanda crescente, é de fundamental importância o aumento da produção, quer

seja pelo aumento da área cultivada ou através de ganhos produtividade, isso passa, necessariamente, pelo manejo e

enriquecimento de açaizais em áreas de várzeas e o incremento do plantio em terra firme, associado ao uso de tecnologias

adequadas, como o uso de sistemas de irrigação, sementes e mudas melhoradas e a intensificação dos trabalhos de

Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER, voltada, primordialmente, à capacitação e o assessoramento dos produtores

rurais, visto que as áreas nativas já estão sendo exploradas ao seu limite.

Assim, o plantio e manejo de açaizeiros em terra firme e o manejo e enriquecimento na várzea, ao responder aos

desafios do mercado, preenche, ainda, todos os requisitos de uma atividade ambientalmente limpa, além de preservar os

ecossistemas, gerar renda e emprego, contribuindo, decisivamente, para a revitalização da economia do município focado,

constituindo-se, dessa maneira, em uma potente âncora para a dinamização de economias agrícolas fragilizadas.

1. Justificativa

· Objetivo Geral

Contribuir efetivamente com o aumento da produção do açaí no estado do Pará, através da melhoria do manejo e

enriquecimento dos açaizais situados nas regiões de integração produtoras do Marajó e Baixo Tocantins, além da massificação

da implantação e manejo de açaizeiros irrigados em áreas de terra firme do Estado do Pará, no período de 2016 a 2020,

dando ênfase, principalmente, ao desenvolvimento socioeconômico local e Regional, e assegurando, também, a conservação

ambiental.

· Objetivos Específicos

Especificamente pretende-se:

ü Garantir o aumento da produção de açaí no Estado, por intermédio do incentivo á implantação e cultivo do

açaizeiro em áreas de terra firme já antropizadas, em todas as regiões de integração tendo como público alvo,

pequenos, médios e grandes produtores rurais, utilizando, dentre outras tecnologias, a de irrigação;

ü Promover o manejo e o enriquecimento de açaizais no ecossistema de várzea existente nos Municípios da região

de integração do Marajó e do Baixo Tocantins, orientando sua conversão à forma de Sistemas Agroflorestais-

SAFs, através do desenvolvimento de um programa de fomento à entrega de sementes e mudas e a efetividade

da Assistência Técnica e Extensão Rural- ATER, lastreado num amplo processo de capacitação, envolvendo,

primordialmente, agricultores de base familiar, incrementando, dessa forma, a geração de trabalho e renda, e,

consequentemente, a melhoria da qualidade de vida das comunidades ligadas diretamente à exploração;

ü Estimular o desenvolvimento sustentável das diversas regiões de integração do estado, através da expansão e

consolidação da cadeia produtiva do açaí;

ü Promover o cultivo do açaizeiro em SAF, focalizando a recuperação de áreas degradadas e passivos ambientais,

mitigando os impactos deletérios observados nos diversos agroecossistemas, e aproveitando a sua vocação natural

como espécie florestal eficaz na captura de carbono da atmosfera; e

ü Gerar trabalho e renda, oportunizando o cultivo do açaizeiro como meio para a inclusão social e redução das

desigualdades na sociedade rural paraense.

2. OBJETIVOS

3. DECLARAÇAO DE ESCOPOO programa pretende implantar, manejar e enriquecer 50,0 mil (cinquenta mil) hectares de açaizeiros, distribuídos entre

Sistemas Agroflorestais e cultivos solteiros, nos ecossistemas de terra firme e várzea, envolvendo, em mais de 90% (noventa

por cento) agricultores de base familiar, no período de 2016 a 2020, conforme abaixo delineado:

ü 10,0 mil hectares de açaizeiros implantados na forma de SAF’s ou de cultivo solteiro, implantados em

áreas antropizadas, localizadas nas regiões de terra firme no Estado, envolvendo 1,0 mil pequenos, médios e

grandes produtores rurais, utilizando, dentre outras tecnologias, a da irrigação;

ü 40,0 mil hectares no ecossistema de várzea, através do fomento à utilização de sementes e mudas de

açaizeiros, frutíferas e essências florestais de elevado potencial produtivo compondo SAF’s, e da intensificação da

ATER via processo de capacitação/treinamento, em áreas de 10 mil produtores familiares, utilizando o sistema de

manejo e enriquecimento de açaizais, localizados nos municípios

ü de: Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta

de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, e Soure, todos situados na região do

Marajó. Serão envolvidos ainda, os Municípios de: Abaetetuba, Baião, Igarapé Miri, Cametá, Mocajuba, Limoeiro

do Ajuru, e Oeiras do Pará, situados na região do Baixo Tocantins.

Imediatamente abaixo, a Tabela1, elenca a distribuição das metas nos dois subprogramas, terra firma e várzea, ao

longo dos anos de execução, ou seja, o período 2016 a 2020.

A produção estimada com a efetivação do Programa, se inicia com 72.000 mil (setenta e duas mil) toneladas de açaí, no ano

de 2021, alcançando o seu ápice a partir de 2024 quando o cultivar chega ao sétimo ano de campo, colocando no mercado

360.000 mil (trezentos e sessenta mil) toneladas (Tabela 2).

TABELA 2 – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA,MANEJADA E ENRIQUECIDA COM AÇAIZEIROS

ANOÁrea em Hectare

Produção (t.)Plantada Em desenvolv. Em produção

2016 - - - -

2017 10.000 10.000 - -

2018 10.500 20.500 - -

2019 14.500 35.000 - -

2020 15.000 50.000 - -

2021 - - 10.000 72.000

2022 - - 20.500 150.000

2023 - - 35.000 252.000

2024 - - 50.000 360.000

2025 - - 50.000 360.000

2026 - - 50.000 360.000

Total - - - 1.554.000

Fonte: Dados do trabalho

TABELA 1– METAS ANUAIS DE IMPLANTAÇÃO E MANEJO EM HECTARE NOS ECOSSISTEMAS DE VÁRZEA E TERRA FIRME

ANO Agricultores envolvidos

Enriquecimento e manejo na Várzea

Implantação e manejona terra firme

2016 - - -2017 2.200 8.000 2.0002018 2.250 8.000 2.5002019 3.250 12.000 2.5002020 3.300 12.000 3.000Total 11.000 40.000 10.000

4. GERENCIAMENTO DE ESCOPO

5. PREMISSAS

Estrutura Analítica do Programa – EAP

Grosso modo, podemos definir como estrutura analítica de um projeto/programa- EAP, o processo de subdivisão das entregas

e do trabalho em componentes menores e de gerenciamento mais fácil (Oliveira, et al.2013).

- O açaí constitui um alimento de base da dieta popular do paraense;- O incremento das exportações do açaí, vem provocando a escassez e a elevação dos preços ao consumidor local, principalmente no período de entressafra, janeiro a junho;- O açaí é um dos frutos mais nutritivos da Amazônia, possuindo ainda, elevado teor de antocianinas (flavanóides), contendo cerca de 1,02 � 100 g de extrato seco;- Existe hoje um contingente significativo de tecnologias voltadas ao cultivo do açaizeiro, que permitem afirmar categoricamente ser possível desenvolver a atividade de forma sustentável;- A existência, no Estado, de uma área, tanto na várzea como na terra firme, vocacionada para o cultivo do açaizeiro, capaz de gerar excelentes níveis de produtividades, com a utilização dos sistemas de produção preconizados; - A emergência da questão ambiental mundial coloca a Amazônia como uma das últimas reservas biológicas da humanidade, aponta a necessidade da exteriorização da vocação da região para a arboricultura florestal;- O cultivo do açaizeiro por sua peculiaridade abre a possibilidade de sua inserção na forma de sistemas de plantio integrados como os de lavoura/floresta de uso múltiplo, denominados de sistemas agroflorestais – SAF’s;- A existência, na região, de instituições voltadas a P&Di com infraestrutura de laboratório e recursos humanos altamente qualificados na área das ciências agrárias, a exemplo da: EMBRAPA, UFRA, CEPLAC; UFPA, UEPA, EMATER, SEBRAE, SENAR, etc, que desenvolvem atividades inerentes às demandas tecnológicas do cultivar em condições de efetivar um Programa de Capacitação do Pessoal da ATER em nível de formação, atualização e especialização em cultivo do açaizeiro;- Vontade política do Governo do Estado do Pará através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca – SEDAP, voltada ao resgate da vocação natural da região, no atendimento das emergências do paradigma da sustentabilidade e, sobretudo, pautado na inclusão social desse contingente da população historicamente apartado do processo de desenvolvimento; eA existência, no estado do Pará, de mais de 1,0 milhão de áreas alteradas que poderão ser redirecionadas ao processo produtivo, na forma de recomposição de passivo ambiental com espécies nativas da região.

7. CRONOGRAMA DE MARCOS

6. RESTRIÇÕES- A indisponibilidade da totalidade de material botânico, na forma de sementes, que será demandado pelos produtores

rurais, constitui-se, neste momento, como um dos gargalos que pode condicionar o desempenho do Programa. Isso deverá

ser superado, pela EMBRAPA, a partir do ano de 2017;

- O quantitativo de pessoal técnico da rede de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER, hoje existente, necessita, no curto

prazo, ser aumentado, assim como, passar por um processo intensivo de capacitação, para desenvolver um amplo programa

de transferência de tecnologia nos moldes desenhado para o Programa;

- A concessão da outorga da água para fins da irrigação do cultivar, se não for devidamente agilizada junto ao órgão

competente, a SEMAS, poderá comprometer o processo de implantação e cultivo de açaizeiros em terra firme, colocando em

risco a obtenção dos níveis de produtividade preconizados;

- A Rede CELPA ao não considerar como tarifa especial o uso da energia elétrica para fins de irrigação à produção de

alimentos, em detrimento da cobrança da taxa cheia incidente sobre o uso convencional, onera significativamente os custos

de produção do cultivo irrigado;

- O investimento necessário a implantação, manejo e enriquecimento do açaizal, demanda valor acima da capacidade do

público envolvido pelo programa, em decorrência da inexistência de poupança própria, o que forçosamente condicionará

a tomada de empréstimo no agente financeiro, sujeitando-o a uma série de requisitos legais que podem inviabilizar o seu

acesso ao programa; e

A normatização excessiva imposta pelos Agentes Financeiros credenciados pelo Banco Central a operar o crédito rural

oficial, condiciona, sobremaneira, a acessibilidade ao crédito e, por conseguinte, a aquisição e uso da tecnologia.

O cronograma de marcos relaciona os eventos mais importantes do Programa e qual o período em que será realizado (tabela

3).

O cronograma de marcos relaciona os eventos mais importantes do Programa e qual o período em que será

realizado (tabela 3).

Data Evento

Janeiro/2016 Lançamento do Programa

Abril e Maio/2016 Capacitação do pessoal técnico

Abril/2016 a Junho/2019 Capacitação dos produtores rurais

Janeiro e fevereiro de 2017 Implantação da lavoura

Janeiro/2017 a Dezembro 2020 Tratos culturais no campo

Ano 2021 Início do Período de produção

Período chuvoso Safra de inverno

Período de verão Safra de verão

Ano 2024 Estabilidade produtiva da lavoura

Ano 2020 Encerramento do projeto

Tabela 3. Cronograma de marcos

8. Importância do Açaí no ContextoEconômico e Social no Estado 8. Importância do Açaí no ContextoEconômico e Social no Estado 8. Importância do Açaí no Contexto

O Estado do Pará é o maior produtor nacional de açaí, com uma produção anual na ordem de um milhão de

toneladas de frutos e uma área plantada e manejada (várzea) superior a 154.000 (cento e cinquenta e quatro

mil) hectares (IBGE, 2015 ). Os principais municípios produtores são: Igarapé Mirim, Abaetetuba, Cametá, Limoeiro do

Ajuru e Bujaru.

No último censo agropecuário foram cadastradas 12.804 propriedades que cultivam a cultura no estado.

A complexidade da cadeia do açaí que envolve extrativistas, produtores, atravessadores, indústrias de beneficiamento

e batedores artesanais, é de importância crucial para a formação de renda de expressivo grupo de famílias de agricultores

familiares e de grupos extrativistas. Durante muito tempo não se teve a dimensão exata desta economia invisível .

Em 2010 é publicado pelo instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) o relatório

denominado “ Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Não Madeireiros no Estado do Pará” .

O relatório baseado em pesquisas de campo realizada em 10 (dez) municípios produtores de Açaí da região

do Baixo Tocantins (principal polo estadual de produção), e que foi fruto de entrevistas com produtores, intermediários,

agroindústrias, comerciantes, associações e cooperativas. O trabalho mostra pela primeira vez de forma científica o valor

bruto da produção gerado na comercialização de uma safra de açaí naquela região , bem como seu efeito na dinamização

da economia municipal , estadual e a nível nacional.

Com relação á distribuição do valor bruto da produção pelos diversos segmentos, conclui-se que: 22% (vinte e dois por

cento) do total gerado é apropriado pela economia local dos municípios , 37% (trinta e sete por cento) pelas indústrias e

pela venda de varejo e atacado no estado e 41% (quarenta e hum por cento) pelas indústrias e vendas de varejo e atacado

a nível nacional, gerando um total de 1,8 (hum ponto oito) bilhões de reais injetados na economia das esferas

municipal, estadual e nacional.

Reconhecendo a importância da cultura para a economia paraense, foi criado no ano de 2010 pelo Governo do

Estado do Pará, o Programa Estadual de Qualidade do Açaí (PEQA), objeto do Decreto Estadual nº 2.475/2010,e

que é coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca – SEDAP, e tem por objetivo

a introdução de boas práticas em toda a extensão da cadeia produtiva (produção agrícola, transporte, comercialização,

fabricação artesanal e industrial), de modo a garantir padrão de qualidade do produto. Sob essa ótica, são múltiplas e

diversificadas as ações envolvidas, assim como as parcerias institucionais estabelecidas, dada a dimensão e importância

econômica da cadeia do açaí, que mobiliza mais de 300 mil pessoas, em 54 municípios, representando somente a produção

do fruto cerca de 70% da fonte de renda da população ribeirinha.

Figura 2 – Valor Bruto da Produção em milhões de Reais (R$ - ) gerado pela comercialização

do Açaí em 10 (dez) municípios do Baixo Tocantins- Pará , Ano 2008.

O Programa Estadual de Qualidade do Açaí – PEQA:

Fonte : IDESP , 2010

Nessa direção, vêm sendo intensificadas, pelos órgãos estadual e municipal de vigilância sanitária, ações educativas de

boas práticas de manipulação e processamento do fruto. Um dos mais importantes produtos do PEQA é a edição de marco

regulatório disciplinando a comercialização de produtos artesanais, através da Lei estadual nº 7.655, de 25/10/2011, de

fundamental importância para legalizar a pequena produção artesanal e familiar. E, em se tratando do açaí, importa ressaltar

o Decreto estadual nº 326, de 20/01/2012, que estabeleceu as normas sobre o processamento artesanal do açaí e da bacaba,

para maior controle da qualidade higiênica dos estabelecimentos, com o fim de prevenir doenças transmitidas por alimento

e fortalecer esse importante segmento econômico e social no Pará.

Outra ação de destaque, de natureza tecnológica, refere-se ao desenvolvimento, de um equipamento denominado

“Tanque de Branqueamento”, cujo protótipo foi validado pelo laboratório da ELETRONORTE (credenciado pelo

INMETRO) . Esse equipamento em aço inox constitui uma inovação em um processo feito de forma artesanal, que consiste

em aquecer o fruto do açaí a uma temperatura de 80º (oitenta graus centigrados), com o objetivo de inativar enzimas, fixar

cor, remover gases dos tecidos, além de diminuir a carga microbiana, eliminando a possibilidade de contaminação pelo

Trypanosoma cruzi, transmissor da Doença de Chagas, sem que haja alteração das propriedades organolépticas do

produto.

As qualidades intrínsecas do fruto, relacionadas com o suprimento de vitaminas, minerais e, principalmente, como

excelente energético, abriram ótimas alternativas para sua comercialização no país e no exterior.

Nesse contexto, expande-se a demanda e venda desse fruto, tanto no mercado internacional como nacional, sendo a

produção atual insuficiente para fazer face à demanda existente.

Segundo a SEFA, em 2014 foram comercializados 50.112.576 Kg (cinquenta milhões, cento e doze mil e quinhentos

e setenta e seis quilos) de polpa com outras unidades da federação e exportados 5.930.780 kg para diversos países ,

totalizando 56.043.356 kg (cinquenta e seis milhões, quarenta e três mil e trezentos e cinquenta e seis quilos), gerando

uma receita superior a 222( duzentos e vinte e dois) milhões de reais. Os principais destinos do açaí paraense em polpa se

concentram na região sudeste, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais , que respondem

por 68,2 % (sessenta e oito ponto dois por cento) de todo o volume comercializado.

No que concerne ao MIX de Açaí, foram comercializados 604.791 kg (seiscentos e quatro mil setecentos e noventa

e hum quilos) sendo que 87,3% (oitenta e sete ponto três por cento) que corresponde a 528.151 kg (quinhentos e vinte e

oito mil e cento e cinquenta e hum quilos) foram destinados á exportação, gerando uma receita superior a 3,6 (três ponto

seis) milhões de reais. A nível nacional São Paulo com 4,8 % (quatro ponto oito por cento) e Santa Catarina que responde

por 2,7% ( dois ponto sete por cento) são os principais destinos .

Ao todo as operações de venda interestaduais e de exportação de Polpa & Mix totalizaram R$ 225.794.483,94 (

duzentos e vinte e cinco milhões, setecentos e noventa e quatro mil e quatrocentos e oitenta e três reais e noventa e quatro

centavos), em 2014.

MERCADO

Comercialização Paraense de polpa e Mix de Açaí

Figura 3- Polpa de açaí por UF de destino (%)

Fonte: SEFA / Estado do Pará, Ano 2014.

Figura 4 –Venda interestadual de polpa de Açaí por UF de destino, em toneladas no Estado do Pará- Ano 2014

Tabela 4 – Valor da Comercialização de Polpa + Mix de Açaípor Município Emissor - Ano 2014

Município QtPolpa (kg ) (1) Qt MIX ( kg) (2) Valor R$ ( 1+2)

Castanhal 24.258.839 42.599 107.510.995,31

Belém 5.773.123 151.426 10.869.533,34

Ananindeua 5.562.848 8.747.485,14

Inhangapi 5.077.534 8.968 14.217.082,49

Santa Bárbara 4.968.919 30.796 19.707.369,62

Igarapé Miri 2.887.112 5.218.240,00

Tomé- Açu 1.850.000 320.000 31.515.838,33

Marituba 1.611.072 11.693.248,65

Óbidos 1.494.033 10.027 8.136.745,52

Benevides 751.201 1.299.780,00

Abaetetuba 743.487 40.976 5.249.907,52

Ourém 430.000 831.000,00

Chaves 106.920 505.648,00

Breves 60.000 291.376,00

Parauapebas 22 198,00

Total 55.576.110 604.791 225.794.483,94

Fonte : SEFA / Estado do Pará, Ano 2014

Fonte: SEFA / Estado do Pará, Ano 2014.

Exportação de polpa e derivados de AçaíEm 2014 as exportações atingiram a cifra de US$ 22,523 milhões (vinte e dois milhões e quinhentos e vinte e três mil

dólares) – o que corresponde a 84% (oitenta e quatro por cento) do total da pauta de exportação de sucos do Estado.

Até o ano de 2012 os Estados Unidos lideram as importações com cerca de 90% (noventa por cento) do total exportado

seguido do Japão com 10% (dez por cento). Ao longo dos últimos três anos este quadro sofreu uma modificação com o

avanço do volume importado pelo país asiático, que passou de 10% (dez por cento) para 41,66% (quarenta e hum ponto

sessenta e seis por cento), ficando os EUA com 48,77% (quarenta e oito ponto setenta e sete por cento) do total em 2014.

Neste ano o volume exportado foi de 5.462.534 kg (cinco milhões, quatrocentos e sessenta e dois mil e quinhentos e trinta

e quatro quilos) ; sendo 2.430.941 kg ( dois milhões, quatrocentos e trinta mil e novecentos e quarenta e hum quilos) para

os EUA, contra 2.076.303 kg ( dois milhões, setenta e seis mil e trezentos e três quilos) do Japão e 955.290 kg (novecentos e

cinquenta e cinco mil e duzentos e noventa e cinco quilos) para outros países. Os dois países respondem por cerca de 82,5%

(oitenta e dois ponto cinco por cento) de todo o volume exportado pelo Pará.

Com relação ao valor exportado, o Japão lidera com um montante superior a US$ 12,0 milhões (doze milhões de

dólares) contra US$ 8.36 milhões (oito ponto trinta e seis milhões de dólares) exportados pelos EUA ( 2014) .

O produto também é exportado em menor escala para os seguintes países: Alemanha, Austrália, Angola, Canadá, China,

Coréia do Sul, Israel, Peru, Porto Rico, Portugal, Reino Unido, França, Taiwan e Emirados Árabes Unidos, além dos países

que constituem o Reino Unido.

Figura 5 - Exportação de polpa de Açaí – Estado do Pará

Figura 6 - Exportação de polpa de Açaí - Estado do ParáParticipação em volume exportado por mercado (%)

Fonte: MDIC Período 2012 – 2014 – valor em mil us$

Fonte: MDIC - Período de 2012 a 2014

Considerando que apenas dois países polarizam as exportações e que ainda não houve promoção massiva do produto

nos mercados europeu e asiático (com exceção do japonês ), onde a China ainda é um imenso mercado a ser perseguido,

conclui-se que o Açaí é uma das poucas frutas a nível mundial com um grande mercado potencial cativo e inexplorado , o

que se traduz em uma grande demanda insatisfeita.

Os recursos financeiros necessários a execução do programa estão dimensionados segundo duas fontes. A primeira, é

oriunda do crédito rural institucional, de acordo com o textualizado na tabela 5. A segunda, tem sua fonte no orçamento

da SEDAP e está direcionada, exclusivamente, ao subprograma de manejo e enriquecimento do açaí na várzea, conforme

veiculado na tabela 6.

Para fazer frente à demanda de crédito rural ao programa, como defini a tabela 5, necessário se faz a alocação de

recursos totais na ordem de R$ 523.410.000,00 (quinhentos e vinte e três milhões e quatrocentos e dez mil reais), sendo R$

285.210.000,00 (duzentos e oitenta e cinco milhões e duzentos e dez mil reais), voltado á implantação e manejo de 10.000

(dez mil) hectare na Terra firme, e R$ 247.000.000,00 (duzentos quarenta e sete milhões de reais), direcionado ao manejo e

enriquecimento do sub programa que será executado na várzea.

9. Recursos necessários à execução

9.1 CRÉDITO RURAL

9.2 Participação financeira da SEDAP

Tabela 5: Área a ser cultivada/manejada e valoresde crédito rural necessário.

Tabela 6: Valores financeiros que deverão ser integralizadospela SEDAP para execução do programa.

Ano RegiãoValores (Em R$ 1,00)

TotalCapacitação Aquisição de sementes

2016Marajó 80.000,

200.000, 360.000,B.Tocantins 80.000,

2017Marajó 100.000,

200.000, 410.000,B.Tocantins 110.000,

2018Marajó 120.000,

300.000, 550.000,B.Tocantins 130.000,

2019Marajó 150.000,

300.000, 610.000,B.Tocantins 160.000,

Total - 930.000, 1.000.000, 1.930.000,

ANOÁrea a ser cultivada (Em ha) Crédito rural necessário (Em R$ 1.000)

Terra firme Várzea Total Terra firme Várzea Total

2016

2017

2018

2019

2020

-

2.000

2.500

2.500

3.000

-

8.000

8.000

12.000

12.000

-

10.000,00

10.500,00

14.500,00

15.000,00

57.042,00

71.302,50

71.302,50

85.563,00

-

49.440,00

49.440,00

74.160,00

74.160,00

-

106.482,00

120.742,50

145.462,50

159.723,00

-

Total 10.000 40.000 50.000,00 285.210,00 247.200,00 532.410,00

Fonte: Pesquisa direta

Fonte: Pesquisa direta

Segundo a tabela 6, cabe a SEDAP a alocação de R$ 1.930.000,00 (hum milhão e novecentos e trinta mil reais), para

a execução do programa, assim distribuídos: R$ 930.000,00 (novecentos e trinta mil reais) voltados à capacitação dos

produtores rurais, que será realizada pela EMATER e parceiros, das regiões do Marajó e Baixo Tocantins; e R$ 1.000.000,00

(hum milhão de reais), direcionado a aquisição de sementes da variedade “JBS-Pará” junto a EMBRAPA.

Para fazer face às despesas estabelecidas no PRÓ-AÇAÍ, e, em decorrência também dos elevados custos com produção de

tecnologia, assistência técnica integral aos produtores rurais, assim como a premência de um amplo programa de fomento à

conta do Governo do Estado, RECOMENDAMOS, que à semelhança do Fundo de Modernização da Cacauicultura Paraense

– FUNCACAU, seja criado o Fundo de Modernização da Açaicultura no Estado – FUN-AÇAÍ.

Existem várias linhas de financiamento nas modalidades de investimento e custeio, nas quais o cultivo do açaizeiro pode ser enquadrado, conforme tabelas 6 e 7.

Tabela 7: Linhas de crédito para investimento agropecuário

Linha Crédito Beneficiários Finalidade de Enquadramento Encargos Prazo de

PagamentoLimite deCrédito

PRONAF Floresta

Agricultores familiares enquadrados no Pronaf

Sistemas AgroflorestaisRecomposição de

áreas de preservação permanente e

recuperação de áreas degradadas.

Juros de1% ao ano

Até 20 anos ,carência de8 a 12 anos.

R$-35.000,00 para sistemas agroflorestaisR$-25.000,00para demais finalidades

PRONAFEco

Agricultores familiares enquadrados no Pronaf

Silvicultura : Implantação

ou manutenção de povoamentos florestais

Juros de 1% ao ano para valores até 10 milreais e 2% para valores

superiores

5 a 16 anos , com carência de 2 a 8

anos.R$-150.000,00

PRONAF Mais alimentos

Agricultores familiares enquadrados no Pronaf

Modernização da estrutura

de produção

Juros de 1% ao ano para valores até 10 milreais e 2% para valores

superiores

10 anos , com 3 de carência R$ 150.000,00

PRONAF Agroecologia

Agricultores familiares enquadrados no Pronaf que adotem sistemas

agroecológicos

Financiamento desistemas

de produçãoagroecológicos

Juros de 1% ao ano para valores até 10 mil reais e

2% para valores superiores

10 anos , com 3de carência R$ 150.000,00

PRONAF A

Agricultores familiares beneficiários do

Programa Nacional de Reforma Agrária ou do Programa de Crédito

Fundiário

Modernização daestrutura de produção Juros de 0,5% ao ano

10 anos com carência de 3

a 5 anos . Será concedido bônus de adimplência de 40% a 44,186%

AtéR$ 20.000,00

PRONAF – Projetos de

Estruturação Complementar

Agricultores adimplentes do

Programa de recuperação de

Programa de Crédito Fundiário do MDA e do Programa de Recuperação de

Assentamentos do INCRA

Modernização daestrutura produtiva Juros de 1% ao ano

Até 10 anos com até

3 anos de carênciaR$ 6.000,00

Crédito de Incentivo á

Produtores Rurais e Cooperativas

Incorporação deinovação tecnológica Juros de 7,5% ao ano

Até 10 anos , com até

3 anos de carência

R$ 1.000.000,00

Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária

em propriedades rurais visando o aumento da

produtividade

MODERINFRA Produtores Rurais e Cooperativas

Apoiar o desenvolvimentoda Agropecuária

Irrigada

Juros de 7,5% ao ano

Até 12 anos , incluída

a carência de 3 anos

R$ 2.000.000,00

9.3 LINHAS DE CRÉDITO

Tabela 8: Linhas de crédito para custeio agropecuário

Linha Crédito Beneficiários Finalidade de Enquadramento Encargos Prazo de

Pagamento Limite de Crédito

PRONAF Custeio

Agricultoresfamiliares enquadrados

no Pronaf

Crédito de custeiopara atividades

produtivas

Juros de 1,5% a 3,5% conforme o

enquadramento do produtor

Um ano

Para beneficiários do Grupo “B” : Até R$

2.500,00 . Para demais beneficiários até R$

100.000,00

PRONAF A/C

Agricultoresfamiliares beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária ou do Programa de Crédito Fundiário enquadrados

no grupo A/C.

Crédito de custeio para atividades agropecuárias

Juros de 1,5% ao ano Até 2 anos R$ 5.000,00

PRONAF B – Microcrédito

Produtivo Rural

Agricultores familiares enquadrados no Pronaf, cuja renda familiar não seja superior a 20 mil

reais

Microcrédito rural Juros de 0,5% ao ano Até 2 anos Até R$ 3.500,00

10 Integração InstitucionalO programa é uma iniciativa do Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento

Agropecuário e da Pesca – SEDAP, voltado ao desenvolvimento da cadeia produtiva do açaí no Estado, e será implementado

mediante a integração de esforços com Instituições das áreas de Ciência, Tecnologia & Desenvolvimento, atuantes nas

esferas de governo- Federal, Estadual e Municipal- em parceria com a Sociedade Civil e o setor privado.

As ações serão implementadas através de um exercício de parceria/cooperação técnica e financeira de maneira integrada

entre o setor público composto por: SEDAP; EMATER; IDEFLOR-BIO; SEMAS; SEFA; ITERPA; SEDEME; EMBRAPA; CEPLAC;

BANCO DO BRASIL; BANCO DA AMAZÔNIA; BANPARÁ; ITERPA; INCRA; Prefeituras Municipais; e Secretarias Municipais de

Agricultura etc, e pelo lado do setor privado: ONGs; SENAR; FAEPA; FETAGRI; FETRAF; MST; COOPERATIVAS; ASSOCIAÇÕES;

CAMTA ; Empresa Irrigação Amazônia, além, é claro, o principal sujeito das ações o PRODUTOR RURAL.

As Entidades que atuam exclusivamente na área de Assistência Técnica e Extensão Rural, como é o caso da EMATER-PA

SENAR, REDE DE EXTEN

SÃO AMAZÔNIA, terão papel de destaque junto aos produtores rurais no sentido de estimular a adoção e incorporação

da tecnologia ao sistema produtivo através da efetivação do processo de transferência de tecnologia, priorizando métodos

extensionistas- técnicas de ensino adaptadas à educação informal-, “grupais e massivos”. À performance da Empresa

Estadual de ATER, na sua capacidade de estimular a inovatividade junto aos produtores rurais, está debitada grande

expectativa rumo ao sucesso do Programa.

As Instituições de ciência, tecnologia e desenvolvimento, a exemplo da EMBRAPA , UFRA e UFPA, está delegado missão

de destaque na direção da produção, geração, adaptação, validação, e difusão/disseminação, de novos conhecimentos

fundamentais aos ganhos de produtividade do cultivar e do fator trabalho, controle de pragas e doenças, além de contribuir

para a diminuição das perdas naturais do produto açaí. Cabe ainda, como prerrogativa da EMBRAPA, importante papel na

produção de sementes de açaí, frutíferas e essências florestais, insumos sem os quais o Programa poderá sofrer solução de

continuidade.

Da CEPLAC espera-se, em primeiro lugar, a prestação de ATER aos produtores nas áreas onde possui “unidade de

extensão” e, em segundo, a produção de sementes de cacau e essências florestais que serão utilizadas na composição dos

diversos sistemas agroflorestais.

O IDEFLOR-BIO deverá haver-se com a produção e distribuição de mudas de açaizeiros, frutíferas e essências florestais,

que serão utilizadas na composição dos Sistemas Agroflorestais.

A competência institucional do BANCO DO BRASIL, BANCO DA AMAZÔNIA, e Banco do Estado do Pará, será exercitada

quando da implementação das normas que disciplinam o acesso e a concessão do financiamento ao cultivar,

que se afigura como de fundamental importância a alavancagem do programa, na medida em que o produtor rural

precisará de capital creditício rural oficial, em decorrência da inexistência de poupança própria.

As Entidades de representação dos produtores rurais, como: FAEPA; FETAGRI; FETRAF; MST; Cooperativas, Associações

e Sindicatos rurais, está reservado a missão especial no contexto do “controle social do programa”, além é claro, da

participação no “Comitê Gestor”.

A SEDEME exercerá sua competência no contexto do Programa a partir da implementação do(s) Arranjo(s) produtivo(s)

local (is) do açaí no Marajó e no Baixo Tocantins e, também, na fase de pós-colheita que se afigura como precursora do

processo de agro industrialização, etapa essa extremamente importante para a consolidação da cadeia produtiva.

Torna-se ainda imperiosa a execução de um amplo programa de fomento, pela SEDAP, principalmente pautado na

distribuição de sementes, gratuita aos produtores localizados no ecossistema de várzea.

Para o monitoramento, controle e avaliação do nível da execução do programa, será criado um “Comitê Gestor” integrado

pelas instituições parceiras que terá como missão a deliberação das decisões e o assessoramento à SEDAP na qualidade de

Instituição gestora do programa.

O Estado do Pará tem avançado muito ao longo dos últimos anos com o firme propósito de se integrar ao paradigma

da sustentabilidade, quer através da edição de instrumentos de políticas públicas à agricultura, como é o caso do presente

trabalho, direcionado a geração de renda e empregos, redução do desmatamento, com a consequente diminuição da

emissão de gases de efeito estufa, quer por conta da indução de atividades ligadas à arboricultura florestal em ambientes

antropizados, principal vocação agrícola da região amazônica.

Dessa feita, a agropecuária paraense encontra-se no limiar de um novo ciclo de desenvolvimento, que pressupõe mudança

radical na maneira de transformar sua base produtiva. Esse desafio se constitui em transformações profundas que envolvem

a substituição de práticas tradicionais por sistemas sustentáveis, capazes de combinar eficiência econômica, inclusão social

e preservação ambiental.

A produção de frutos dessa palmeira tipicamente amazônica, a partir da década de 1990, passou ser obtida

de açaizais nativos manejados em solos úmidos de várzea e de novos plantios em terra firme provenientes de cultivares

melhorados geneticamente pela Embrapa Amazônia Oriental , incrementando significativamente a oferta do produto, sendo,

portanto, uma fonte de renda e de emprego para as populações nativas. Hoje com a valorização do suco de açaí o ribeirinho

trocou a derrubada do açaizeiro para retirada do palmito pela opção de colheita do fruto. A demanda insatisfeita

do produto eleva o preço demasiadamente na entressafra que abrange o primeiro semestre, atingindo sobremaneira a

população de baixa renda que tem no açaí um dos principais produtos de sua dieta alimentar.

Com efeito, o aumento da produção passa pelo plantio em terra firme com utilização de áreas degradadas e pelo

manejo de várzeas, associado ao uso de inovações tecnológicas, como o uso de sistemas de irrigação, adubação e sementes

melhoradas, posto que as áreas nativas de várzeas já estão sendo exploradas em todo seu potencial. Nessas áreas sem

manejo do açaizal, o rendimento por hectare é de 2 a 3 toneladas contra 5 a 6 toneladas em áreas manejadas.

O uso da tecnologia preconizada permite, segundo pesquisas desenvolvidas na Embrapa Amazônia Oriental, a obtenção

de uma produtividade média de 12 toneladas/ha (6° ao 7° anos) até 15 toneladas por hectare (8° ao 9° anos ), com

produção de 40% da safra anual no primeiro semestre do ano, época de escassez do produto e de melhores preços de

venda. Entretanto, considerando o elevado custo, essa tecnologia ainda necessita ser abraçada pelas políticas públicas

visando ao atendimento do agricultor familiar.

A SEDAP, como fomentadora do setor agropecuário no estado, vem desenvolvendo diversos projetos e programas

voltados à cadeia do açaí com ênfase no fornecimento de sementes melhoradas, produção de mudas e apoio à agregação de

valor aos produtos com a industrialização no próprio estado .

11 Subprograma: Implantação e manejo de açaizais irrigados em terra firme 11.1 introdução

Neste viés a SEDAP vem fomentando pesquisas para o lançamento de novas cultivares precoces e adaptadas á

terra firme além de alta produtividade. Como fruto de convênio de cooperação técnico – financeira firmado com a

EMBRAPA Amazônia Oriental , estima-se que até o ano de 2017 seja realizado o lançamento de um nova cultivar que

está em desenvolvimento e que possuirá como principais características o maior rendimento de polpa e produção na

entressafra. Entretanto, aliado ao excelente potencial genético da semente disponível, será necessária a expansão da área

existente de açaizais em terra firme para que seja atingido o equilíbrio entre oferta e demanda.

Nessa perspectiva, o subprograma de implantação e manejo de açaizais irrigados em terra firme do Estado,

afigura-se como resultado de uma parceria que envolve instituições públicas e privadas nas três esferas de governo, tem

como escopo implantar e manejar 10,0 mil hectares de açaizais, em áreas de terra firme que já sofreram o processo de

antropização no período de 2016 a 2020, junto a 1,0 mil produtores rurais que desenvolvem atividades em todo o Estado

do Pará.

Os recursos financeiros necessários à implantação e manutenção da totalidade das lavouras em sistema irrigado,

demandam, a título de crédito rural, valores da ordem de R$ 285.210.000,00 (duzentos e oitenta e cinco milhões e

duzentos e dez mil reais).

Os resultados esperados com a execução do subprograma podem ser sintetizados através da geração de: 3,0 mil novos

empregos diretos e 12,0 mil indiretos; R$ 21.428,57 como retorno financeiro para cada hectare de açaizeiro cultivado, a

partir do 7° ano de campo; além da recolocação no processo produtivo de 10,0 mil hectares de áreas alteradas, e da captura

de, aproximadamente, 1,0 milhão de toneladas de dióxido de carbono, anualmente.

Promover o cultivo do açaizeiro irrigado na forma de sistemas agroflorestais – SAF’s ou de cultivo solteiro, em áreas

de terra firme do Estado do Pará, incrementando, dessa maneira, a produção de açaí, a geração de trabalho e a renda do

produtor rural, contribuindo, consequentemente, com a qualidade de vida das comunidades ligadas diretamente à “indústria

do açaí”, bem como de toda a sociedade. Além disso, teremos como efeito subjacente uma gama de externalidades, tais

como: benefícios ecológicos emanados das áreas recuperadas do efeito antropização; sequestro ou captura de carbono da

atmosfera, participando, assim, da diminuição do efeito estufa.

Implantar e manejar 10.000 (dez mil) hectares de açaizais em áreas antropizadas, em forma de cultivo solteiro ou em

SAF’s, no período 2016 a 2020, nas regiões de terra firme do Estado, envolvendo 1.000 (mil) pequenos, médios e grandes

produtores rurais, utilizando, dentre outras tecnologias, a da irrigação, segundo discriminado na tabela 10.

A tabela 10 também descortina o crescimento de 50% (cinquenta por cento) entre o início das implantações, no ano de

2017, e o término do processo, em 2020.

Tabela 10 – Quantitativo das áreas de terra firme dos Municípios paraenses que

serão contemplados com a implantação e manejo de açaizais irrigados.

Ecossistema Unid. de

Medida

Ano

2016

Ano

2017

Ano

2018

Ano

2019

Ano

2020TOTAL

Área de terra firme Há - 2.000 2.500 2.500 3.000 10.000

Total - - 2.000 2.500 2.500 3.000 10.000

11.2 objetivo

11.3 meta

Fonte: Pesquisa direta

Tabela 11: Área a ser cultivada e quantitativo de sementes e/ou mudas de açaizeiros necessários para a implantação do Subprograma irrigado em terra firme.

Fonte: Pesquisa direta

ANOÁrea cultivada

(Em ha)Quantitativo (Em 1.000)

Sementes Mudas2016 - 880, 800,2017 2.000, 1.100, 1.000,2018 2.500, 1.100, 1.000,2019 2.500, 1.320, 1.200,2020 3.000, - -

TOTAL 10.000, 4.400, 4.000,

Tabela 12. Evolução da área plantada, manejada em terra firme e produção esperada.

Fonte: Pesquisa direta

Figura 7. Regiões de integração do Estado do Paráonde será executado o subprograma

Observa-se na tabela 11 que serão necessárias, para atender a totalidade do subprograma, um quantitativo de 4.400.000

(quatro milhões e quatrocentos mil) sementes, ou seu equivalente estimado em 4.000.000 (quatro milhões) de mudas de

açaizeiros.

A tabela 12 evidencia que no ano de 2021, o cultivar inicia o seu processo produtivo, portanto com 4 (quatro) anos de

campo. Observa-se, ainda, que em 2024, a produção entrará na sua fase da estabilidade e, nesse ponto, o subprograma será

capaz de gerar 120.000 (cento e vinte mil) toneladas de açaí. Também está destacado que a totalização da produção a ser

colhida chega à casa das 214.000 (duzentos e quatorze mil) toneladas.

Área de abrangência

A área de abrangência do subprograma compreende todos os Municípios do Estado do Pará que tenham agricultores

sediados no ecossistema de terra firme e se habilitem, por conseguinte, a participar da empreitada.

Contudo, por ser o açaizeiro uma espécie de ambiente úmido, ele é muito exigente em água. Dessa forma, constitui-se

como condição essencial para que sejam alcançados os níveis de produtividade preconizados, o uso da irrigação em

todas as fases do ciclo vital do cultivar.

ANOÁrea em hectare (ha)

Produção (t)Plantada Em desenvolvimento Em Produção

201620172018201920202021202220232024

-2.0002.5002.5003.000

----

-2.0004.5007.00010.000

----

-----

2.0004.5007.00010.000

-----

8.00025.20061.600120.000

Total 10.000 - - 214.000

11.4 Estratégia de ação

Público Alvo

O subprograma tem a pretensão de envolver 1000 (hum mil) produtores distribuídos por todo o Estado, assim categorizados:

- Agricultores tidos como de base familiar organizados sob qualquer forma associativa, ou ainda, individualmente

interessado em plantar e manejar o açaizeiro;

- Pequenos, médios e grandes agricultores individuais ou organizados em associações e cooperativas,

interessados em investir no plantio e manejo do açaizeiro.

Operacionalização

Para o alcance do objetivo central da proposta, necessário se faz que a Instituição responsável pelo evento- citada ao lado

da ação-, observe a sequência operacional e cronológica com que deverão acontecer.

- Lançamento do Programa- SEDAP e PARCEIROS

- Formulação de parcerias institucionais com Prefeituras; EMATER; Associações; Cooperativas; EMBRAPA; UFRA; SENAR;

CEPLAC; MAPA; INCRA; ITERPA; IDEFLOR-BIO; Extensão Amazônia; SEDEME; SEBRAE; UFPA; FAEPA; FETAGRI; FETRAF;

Sindicatos rurais- SEDAP e Comitê Gestor;

- Envolvimento dos Agentes Financeiros Oficiais (Banco do Brasil, Banco da Amazônia, e Banco do Estado do Pará)- SEDAP

e PARCEIROS;

- Convênio com a EMBRAPA para a produção de sementes e mudas;

- Produção de sementes e mudas de açaí, frutíferas e essências florestais- EMBRAPA;

- Pactuação de parcerias com os sistemas gerador, difusor e transferidor de tecnologia de produção, gerencial e de produto-

SEDAP;

- Capacitação dos profissionais da ATER- EMBRAPA;

- Acolhimento de proposta dos produtores para a implantação de açaizeiros- EMATER , Rede de ATER e CEPLAC;

- Seleção dos produtores interessados em participar do subprograma- EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;

- Treinamento/ capacitação dos produtores selecionados- EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;

- Elaboração de projetos de crédito rural- EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;

- Contratação dos projetos de crédito rural- Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Banco do Estado do Pará- Produtor Rural;

- Instalação dos viveiros- Produtor Rural;

- Entrega das sementes e mudas- SEDAP, EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;

- Preparo das mudas nos viveiros- Produtor Rural- Plantio do(s) cultivar(es) solteiro ou em Sistema agroflorestal- Produtor Rural;- Instalação do equipamento de irrigação- Produtor Rural, Empresa contratada;- Implementação de um programa de Arranjo Produtivo Local-APL, de açaí envolvendo os Municípios produtores do Marajó e do Baixo Tocantins- SEDEME;- Desenvolvimento de um Programa de Agroindustrialização do Açaí- SEDEME;- Assistência técnica à produção, gerencial e de produto aos produtores envolvidos- EMATER, Rede de ATER, CEPLAC;- Incentivo a organização social do produtor- associações, cooperativas- EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;- Monitoramento, controle e avaliação do programa- SEDAP e Comitê Gestor;

Assistência Técnica aos produtores rurais

A assistência técnica aos produtores envolvidos no subprograma, será desenvolvida pelo sistema identificado, no

Programa, como difusor e transferidor de tecnologia/ inovação, composto pelas Instituições: EMATER; SENAR; CEPLAC; e

Extensão Amazônia.

Recursos creditícios de investimento necessários ao subprograma

Os recursos necessários, a título de Crédito rural Institucional, para fazer frente a demanda voltada a implantação

e manejo de 10,0 mil (dez mil) hectares de açaizais irrigados, em terra firme, correspondem ao montante de R$

285.210.000,00 ( duzentos e oitenta e cinco milhões e duzentos e dez mil reais) , que serão aplicados no período que vai

dos anos 2016 a 2019, conforme discriminado na Tabela 13.

Tabela 13 – Recursos financeiros necessários a implantação

e manejo de açaizeiros irrigados em Terra firme.

ANO Área cultivada (em ha) Recursos necessários(em R$ 1,00)

2016 - 57.042.000,

2017 2.000, 71.302.500,

2018 2.500, 71.302.500,

2019 2.500, 85.563.000,

2020 3.000, -

TOTAL 10.000, 285.210.000,

Fonte: Pesquisa direta

11.5. Sistema de produção recomendadoPara Nogueira et al. (2005), no clássico “Sistema de Produção de Açaí”, editado pela Embrapa Amazônia oriental, o qual

peço vênia para reproduzir. Abaixo, estão sintetizadas algumas recomendações técnicas concernentes ao cultivo em terra

firme no Estado do Pará:

Preparo da Área para Plantio

Preparo da área deve contemplar a roçagem, manual ou mecanizada, e as operações de limpeza e de preparo do solo

executadas durante o período da estiagem. Quando o cultivo do açaizeiro for realizado em consorciação com culturas de

ciclo curto, visando à amortização dos custos, é aconselhável o preparo do solo de forma mecanizada.

Abertura de covas e plantio

As covas devem ter as dimensões de 40x40x40 cm e podem ser feitas com draga, enxadeco ou perfuratriz acoplada à

tomada de força de trator. Essa operação é realizada no início do período mais chuvoso, para que as mudas se beneficiem da

umidade do solo e possam ter um bom desenvolvimento inicial.

No plantio, a porção de terra da camada superior da cova (20cm) é misturada com 200 g de superfosfato triplo e 5 litros

de cama de aviário ou 10 litros de esterco de curral curtido. Essa mistura retornará à cova que , após o plantio da muda,

será devidamente preenchida com o solo da camada inferior, sob pequena pressão para evitar a formação de bolhas de ar

e posterior apodrecimento das raízes. No momento do plantio, a muda é retirada do saco de plástico, preservando o torrão

inteiro. O coleto da muda deve ficar ao nível do solo.

Cultivo solteiro

O espaçamento entre as plantas em influência sobre a taxa de sobrevivência, crescimento, práticas culturais ou manejo,

início da produção e produtividade, com reflexos sobre o custo do processo de produção.

Para produção de frutos, o espaçamento recomendado para o açaizeiro é o de 5 x 5 m e 6 x 4 m, com manejo de 3

a 4 estipes por touceira. Na tabela 2, são propostos os números de plantas e de estipes por hectare, de acordo com o

espaçamento e o manejo de touceiras adotado.

Cultivos associados e consorciados

Nos plantios com associação de culturas, há a necessidade de ser aumentado o espaçamento entre linhas de açaizeiros,

para evitar a competição entre as raízes e copas plantadas. Nesse caso, pode ser adotado o espaçamento mínimo de 7 x 4 m

(357 plantas/hectare), com o plantio de outra cultura nas entrelinhas. As linhas de plantio de açaizeiro devem ser dispostas

no sentido nascente-poente.

Por outro lado, considerando que nos cultivos solteiros são recomendadas os espaçamentos de 5 x 5 m, tanto para o

açaizeiro como para o cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum ( Willd. Ex-Spreng.Schum.), a consorciação dessas culturas

exige, para que seja mantida a luminosidade necessária, garantido bons níveis de produção de cupuaçuzeiro (cultura d porte

mais baixo), om arranho que distribua as plantas dessas espécies nos espaçamentos de 5x 10 m. Para alguns especialistas,

quando ocorre modificação dos espaçamentos das culturas envolvidas, o consórcio passa a ser uma associação de plantas.

Enquanto isso, nos consórcios são preservados os espaçamentos recomendados para a cultura principal que, no caso do

açaizeiro, é de 5 x 5 m.

Adubação

As informações sobre a adubação do açaizeiro, em terra firme, ainda são de pouca consistência do ponto de vista do

resultado conclusivo de pesquisa. Os agricultores pioneiros no plantio do açaizeiro, em terra firme, têm utilizado práticas

de adubação de seus açaizais que, se não estão corretas sob o ponto de vista técnico, lhes permitem produzir frutos de

açaizeiros de forma rentável.

De acordo com o que vem sendo praticado nos sistemas de produção, há certo desperdício de nutrientes, contornáveis

por meio de resultados de análise de solo, técnica bastante difundida e adotada pelo segmento produtivo, e de análise de

tecido foliar (técnica ainda em desenvolvimento), que permitem a realização de ajustes nas doses de nutrientes a serem

aplicadas nos açaizais.

A princípio serão indicadas, com base nas informações disponíveis, no andamento dos estudos experimentais e nas

experiências do setor produtivo, as doses de nutrientes teoricamente compatíveis com as necessidades do açaizeiro, em

cultivos solteiros, associados ou consorciados.

Adubação para cultivo solteiro

Quando do plantio, são aplicados, na cova, 10 litros de esterco de gado e 200 g de superfosfato triplo. No decorrer do

ano, são efetuadas mais 3 aplicações de adubos, constituídas de 100 g do formulado químico 10-28-20 (NPK), distribuídas

em cobertura circular a 30 cm em torno da planta.

Calagem

Com antecedência mínima de 90 dias do plantio das mudas no campo, são coletadas amostradas compostas de solos,

para análise de definição das recomendações de quantidades de calcário a serem aplicadas, de modo que a saturação por

bases atinja a 60 %.

Controle de plantas invasoras

O controle de plantas invasoras pode ser realizado de forma integrada, combinando os diferentes métodos de caráter

prático com os tradicionais.

Controle preventivo

Devem ser evitadas as práticas que contribuam para espalhar as sementes de plantas invasoras. Alguns cuidados devem

ser tomados, como a limpeza dos tratores, maquinas e implementos agrícolas; usar esterco ou matéria orgânica fermentados;

utilizar mudas isentas de plantas invasoras; proceder adequado preparo do solo, com a eliminação das plantas indesejáveis.

Controle manual

Prática realizada com maior frequência sob condições de viveiro, e consiste de atividade identificada como a monda. Em

condições de campo, são comuns as capinas, roçagens e arranquíos, notadamente em áreas onde ainda persistem as plantas

invasoras.

Na fase inicial do crescimento do açaizeiro, é aconselhável a realização do coroamento que consiste de capina ou roçagem

baixa, efetuada em torno das touceiras, para a eliminação das plantas invasoras, evitando a concorrência e sombreamento

prejudicais para as plantas novas.

Controle mecânico

O uso de roçadeira rotativa ou grade, acoplada ao trator, é indicado para controlar as plantas invasoras que se reproduzem

sexuadamente, e deve ser executado antes do início da produção de sementes. Quando as invasoras se reproduzem por

rebrotamento, raízes ou batatas, não deve ser realizada a grande, principalmente no período chuvoso, pois contribui para

aumentar a infestação nas áreas cultivadas.

Visando reduzir custos de manutenção, pode ser realizada a roçagem mecânica ou manual, das linhas de plantio, deixando

as entrelinhas para serem roçadas, mecanicamente, somente no período menos chuvoso. Por outro lado, também pode ser

realizado o coroamento em torno das touceiras, deixando a roçagem geral para ser realizada durante o período de estiagem.

Controle físico

É realizado pela cobertura do solo utilizando serragem, casca de arroz (Oryza sativa L.) ou outros materiais orgânicos.

Esses materiais são distribuídos em forma de coroamento, ocupando a área de projeção da copa da planta. Entre os materiais

orgânicos devem ser evitados os capins secos com sementes, pois concorrem para aumentar a ocorrência de espécies de

gramíneas e ciperáceas invasoras.

Como cobertura viva podem ser utilizadas, a partir do 1° anão a implantação do açaizal, nas entrelinhas de plantio,

algumas plantas da família das leguminosas.

Na associação com o açaizeiro, a leguminosa deve ter as seguintes características: boa adaptação às condições locais,

porte herbáceo, ciclo anual ou perene, hábito decumbente, produzir sementes e, principalmente, ter resistência após a

roçagem, de modo a renovar constantemente a biomassa para cobrir e proteger o solo. Um benefício adicional da utilização

de leguminosa é a de possibilitar a fixação simbiótica e nitrogênio atmosférico.

Controle químico

Realizado com uso de herbicidas específicos para o controle de gramíneas que possam ocorrer na área (ex.: glifosato

a 1% que equivale a 200 mL diluídos em n20 litros de água). No comércio existem outros herbicidas e as dosagens são

aplicadas de acordo com a recomendação contida nas embalagens dos produtos. Para que essa prática seja eficaz, sob o

ponto de vista técnico-econômico, deve ser levada em consideração a época de aplicação, a idade do plantio e a possibilidade

de combinação com outros métodos de controle.

No caso específico de áreas cultivadas com o açaizeiro, o controle das invasoras deve ser realizado no início do período

chuvoso. A aplicação do herbicida, misturado a um espalhante adesivo, deve ser realizada somente nas linhas de plantio,

combinando com o controle mecânico no restante da área.

Irrigação

O plantio do açaizeiro é realizado, preferencialmente, nas áreas de clima Afi, mas é possível cultiva-lo sob clima Ami e até

mesmo Awi, desde que haja a suplementação de água através de sistemas de irrigação nos períodos de menor precipitação

pluviométrica.

Por ser uma espécies de ambiente úmido, o açaizeiro é muito exigente em água. Assim é aconselhável o uso de irrigação,

principalmente nos locais onde o período de estiagem é prolongado. Essa prática é essencial no período de implantação da

cultura, quando as plantas necessitam de umidade em quantidade de suficiente para a absorção de nutrientes e para não

sofrerem estresse hídrico.

Durante os dois primeiros anos de cultivo, a irrigação, no período de estiagem, é feita por micro aspersão ou por

gotejamento, pois nesse período as plantas ainda necessitam de pouca quantidade de água. A partir do 3º ano, quando as

plantas iniciam a floração, é conveniente adotar o sistema de irrigação por gotejamento ou aspersão, mas que possibilite

maior disponibilidade ou vazão de água

Desbaste e limpeza das touceiras

O açaizeiro é uma espécie florestal que foge a regra geral das palmeira, pela exuberância de sua brotação que ocorre em

sua base. Nos açaizais, os primeiros perfilhos são normalmente emitidos entre 12 e 15 meses após o plantio das mudas no

campo, mas podem ser encontradas plantas desprovidas dessas brotações e outras e outras que apresentam até 10 perfilhos.

Por esse motivo, anualmente, são realizadas a prática de desbrota, que consiste da eliminação das brotações excedentes.

Quando do desbaste são mantidos somente os perfilhos bem desenvolvidos e em número compatível com o plano de

manejo estabelecidos. Por ocasião do desbaste, é efetuada a limpeza da touceira, eliminando as bainhas das folhas que

ainda persistirem após a queda das mesmas. Essa prática favorece o crescimento das plantas em diâmetro, o que possibilita

a maior longevidade das plantas e maior produção de frutos.

Colheita e pós-colheita:

O açaizeiro inicia seu ciclo de produção de frutos com idade entre 3 e 4 anos. A sua inflorescência é formada por um

conjunto de ramos com números variáveis de flores masculinas e femininas que, após o desenvolvimento dos frutos, é

conhecido por cacho.

O florescimento ocorre durante todos os meses do ano, com pico entre os meses de fevereiro e julho. Após a abertura

(antese) e fecundação das flores, são necessários, aproximadamente, 5 a 6 meses para os frutos atingirem a fase de colheita.

A produção anual de cachos frutíferos por touceira depende da fertilidade e umidade do solo, e da luminosidade. Cada

cacho, frequentemente, contém algumas centenas de frutos que, quando maduros, têm a coloração roxo-escura, por isso

muitas vezes é denominado de roxo ou preto, sendo exceção o açaizeiro do tipo branco, com a coloração verde.

Na região do Estuário Amazônico se destacam duas épocas perfeitamente diferenciadas para produção de frutos de

açaizeiros:

-Safra de inverno: Corresponde à época das chuvas e os frutos, nesse período, normalmente são colhidos em diferentes

estágios de maturação, têm a roxo-azulada e o açaí produzido é considerado de qualidade inferior.

-Safra de verão: Ocorre no período de estiagem, com um volume de produção de duas a três vezes maior que a safra

de inverno. Os cachos apresentam maior homogeneidade quando ao estágio de maturação e o açaí obtido tem a coloração

vermelho-arroxeada, o qual é considerado de melhor qualidade sensorial.

Procedimentos de colheita

A colheita se inicia aos 180 dias após a antese, ocasião em que o epicarpo apresenta uma coração roxo-escura ou verde-

escura, ambas recobertas por uma camada acinzentada. A colheita é uma operação onerosa e difícil, pois os estipes atingem

facilmente de 10 a 15 metros de altura, com o perigo de quebra ou tombamento dos mesmos.

Debulha

Após a colheita dos cachos, ainda no açaizal, são realizadas as operações de debulha e de catação que consistem da

liberação dos frutos e da seleção dos frutos de acordo com a coloração ou estágio de manutenção, respectivamente. Os

frutos do açaizeiro são classificados em:

-Vitrin: os frutos apresentam grande parte da casca (epicarpo) com a coloração roxo-escura e o restante a verde-escura,

não estando em condições de colheita;

-Paró ou Parau: os frutos apresentam a coloração roxo-escura intensa, com brilho na superfície de casca, mas ainda

não no ponto ideal de colheita.

-Tuíra: os frutos apresentam a casca com a tonalidade roxo-escura intensa, mas recoberta por uma camada de pó com

a tonalidade branco-acinzentada, que caracteriza estádio adequado para a colheita dos frutos.

Os frutos do açaizeiro devem ser debulhados, preferencialmente, sobre lonas ou plásticos, ou ainda diretamente nas

caixas de plástico, evitando o contato direto dos frutos com o solo ou com qualquer outro contaminante como combustíveis

ou produtos químicos. Nessa operação, é feita a seleção visual e a eliminação de frutos atacados por insetos, doenças ou

animais e daqueles contaminados por material fecal de aves. É prudente a não permanência na área, quando da debulha dos

frutos, de animais domésticos, como precaução à contaminação cruzada dos frutos.

Processamento, embalagem e conservação

O açaí é o produto extraído do epicarpo e do mesocarpo, partes comestíveis do fruto do açaizeiro, após amolecimento

obtido por processos tecnológicos adequados.

Conforme legislação vigente, o açaí processado é classificado em:

-Açaí grosso ou especial (Tipo A): a polpa extraída com adição de água apresenta, após ser filtrada, mais de 14% de

sólidos totais e a aparência é muito densa;

-Açaí médio ou regular (tipo B): a polpa extraída com a adição de água apresenta, após ser filtrada, de 11% a 14%

de sólidos totais e tem a aparência densa;

-Açaí fino ou popular (tipo C): a polpa extraída com a adição de água apresenta, após ser filtrada, de 8% a 11% de

sólidos totais e a aparência é pouco densa.

Processamento Industrial

A extração do açaí, pelo processo industrial, envolve as seguintes etapas:

Recepções dos frutos

Os frutos de açaizeiros chegam às unidades de processamento acondicionados em cestos, paneiros, rasas ou caixas de

plástico, os quais são pesados e conduzidos para o processo de seleção.

Seleção dos frutos

A seleção manual dos frutos, geralmente, é realizada em mesas de aço inoxidável, dotadas de peneiras, cujas dimensões

possam reter os frutos, deixando passar as impurezas menores, como restos de sépalas, fragmentos de ráquilas, terra, frutos

chochos.

Pré-lavagem, amolecimento e lavagem

Os frutos de açaizeiros são transportados para um sistema composto d quatro lavagens em série:

Na 1°, os frutos são imersos em água para retirada das sujidades aderidas aos frutos.

Na 2°, os frutos também são imersos em água para o amolecimento do epicarpo e do mesocarpo, com a finalidade de

facilitar o processo de despolpamento. As variáveis deste processo são a temperatura da água e o tempo de imersão, em

que, de acordo com o processadores, variam conforme a procedência dos frutos e de seu grau de maturidade. A água pode

estar à temperatura ambiente ou na de 40°C a 60 °C, não devendo exceder a este valor. O tempo de amolecimento varia

de 10 a 60 minutos e, quanto maior for o grau de maturação, menor será o tempo de imersão dos frutos. Esses valores são

empíricos, pois não existem, até o momento, experiências comprovando, tecnicamente, qual a temperatura da água e o

tempo de imersão adequados para que o epicarpo e o mesocarpo amoleçam o suficiente para favorecer o despolpamento,

sem afetar as propriedades da matéria-prima;

A 3ª lavagem é feita com água clorada (20 ppm a 50 ppm¹ de cloro ativo), por cerca de 20 a 40 minutos. A solução de

cloro para a lavagem não dever ser utilizada para várias bateladas, pois o poder desinfetante da solução diminui em virtude

da oxidação e da evaporação do cloro.

Na 4ª, o cloro é retirado por meio de aspersão com água potável.

11.6. Impactos Esperados:Impactos Econômicos esperados.

Avaliação Econômica:

Avaliar um projeto consiste, basicamente, em considerar um conjunto sistemático e organizado de informações para a

tomada de decisões sobre a viabilidade financeira de investir no negócio.

O método de analise usado no presente trabalho foi o determinístico, dado que considera as informações disponibilizadas

no programa de açaí, suficientemente confiáveis, possibilitando, assim, ao agente econômico, tomar a decisão fundamentada

em elementos concretos.

Indicadores Considerados

Os indicadores de análise utilizados foram: a relação benefício/custo; a taxa interna de retorno; o payback econômico; a

relação benefício líquido/custo total ; e a relação benefício líquido/investimento inicial.

A “taxa de desconto” levada em consideração foi calculada através da média aritmética entre uma “cesta de índices”

atuais na economia brasileira, composto, pelo: custo do dinheiro emprestado pelo Fundo Constitucional do Norte - FNO,

remuneração anual da Caderneta de Poupança; e o Índice Nacional de Preço ao Consumidor- INPC: Neste contexto, o “custo

de oportunidade do capital”, obtido e utilizado na análise foi de 8% (oito por cento) a.a.

Coeficientes Técnicos

Considerou-se os índices de produtividade abaixo delineados para 1,0 (hum) hectare de açaizeiros irrigado cultivado

em terra firme,

- Entrada em produção do cultivar a partir do 4º ano de campo;

- Índices de produtividade: 4º ano – 4,0 (quatro) toneladas; 5º ano - 5,6 (cinco ponto seis) toneladas; 6º ano – 8,8 (oito

ponto oito) toneladas; e do 7º ano em diante – 12,0 (doze) toneladas/hectare.

Quanto aos preços do produto, o açaí, recebidos pelos produtores rurais durante o processo de comercialização,

considerou-se a média dos preços durante o corrente ano, que variou, na safra, entre R$ 21,00 (vinte e hum reais) e R$ 22,00

(vinte e dois reais), e na entressafra, entre R$ 27,00 (vinte e sete reais) e R$ 30,00 (trinta reais).

O cálculo do preço médio obtido foi de R$ 25,00 (vinte e cinco reais), como remunerativo de cada “RASA” com

capacidade para 14,0 (quatorze) quil

Custo de Produção

Na composição do custo de produção para o cultivo e manutenção de 1,0 (hum) hectare de açaizeiros irrigado, em terra

firme, estão evidenciados os valores (tabela 14).

Tabela 14. Custo total do empreendimento alcançou o valor de

R$ 28.521,00, assim decomposto:

1.1- Preparo de área - R$ 880,00

1.2- Tratos culturais - R$ 3.720,00

1.3- Colheita e embalagem - R$ 5.440,00

1.4- Insumos - R$ 6.704,00

1.5- Irrigação - R$ 10.000,00

1.6- Reserva Técnica - R$ 1.777,00

Fonte: pesquisa direta.

Fonte: pesquisa direta.

Tabela 15 - Coeficientes técnicos para a implantação e manutenção de 1,0 (hum) hectare de açaizal irrigado, até o quinto ano de plantio, em terra firme, no espaçamento de 5m x 5m.

Atividades Unid. Quant.Custos (R$)

Unitário Total

Preparo de área (1⁰ ano) 880,00

Roçagem, queima e encoivaramento d∕h 6 40,00 240,00

Piqueteamento d∕h 1 40,00 40,00

Abertura de covas d∕h 10 40,00 400,00

Adubação e preparo de covas d∕h 3 40,00 120,00

Plantio e replantio d∕h 2 40,00 80,00

Tratos culturais (1⁰ ao 5⁰ ano) 3720,00

Roçagem manual (8 d∕h por ano) d∕h 40 40,00 1600,00

Coroamento (4 d∕h por ano) d∕h 20 40,00 800,00

Cobertura morta (3 d∕h por ano) d∕h 15 40,00 600,00

Adubação (2 d∕h por ano) d∕h 10 40,00 400,00

Desbaste a partir do 2⁰ ano ( 2 d∕h por ano) d∕h 8 40,00 320,00

Colheita e embalagem (4⁰ e 5⁰ anos) 5440,00

Colheita dos Cachos (24 d∕h por ano) d∕h 48 40,00 1600,00

Debulha dos cachos (24 d∕h por ano) d∕h 48 40,00 1920,00

Embalagem dos frutos (24 d∕h por ano) d∕h 48 40,00 1920,00

Insumos (1⁰ ao 5⁰ ano) 6704

Aquisição de piquetes Unid. 440 0,80 352,00

Aquisição de mudas Unid. 440 1,50 660,00

Adubo químico e calcário Kg 1596 2,00 3192,00

Esterco de gado curtido m³ 10 65,00 650,00

Herbicidas L 50 37,00 1850,00

Irrigação da área Há 1 10.000,00 10.000,00

Gastos eventuais (10%) 1777,00

Total - - - 28.521,00

Rentabilidade

Tabela 16 - Fluxo de caixa para 1,0 (hum) hectare de açaizeiros na terra firme irrigado.

Tabela 17 – Valores dos indicadores econômicos encontrados para 1,0 (um) hectare de açaizeiros irrigado em terra firme.

ANOPRODUÇÃO

(t.)PREÇ0

R$/ rasaRCT RCT AT CUS CUS AT FLB FL AT

1 - - - - 17.584, 17.584, 17.584, 17.584,

2 - - - - 2.030, 1.868, 2030, 1868,

3 - - - - 1.690, 1448, 1690, 1448,

4 4,0 25,00 7.142, 5.669, 2.630, 2.088, 4.512, 3.581,

5 5,6 25,00 10.000, 7.350, 2.810, 2.065, 7.190, 5.285,

6 8,8 25,00 15.714, 10.694, 2.890, 1.967, 12.824, 8.727,

7 12,0 25,00 21.428, 13.514, 2.890, 1823, 18.538, 11.691,

8 12,0 25,00 21.428, 12.503, 2.890, 1.686, 18.538, 10.817,

9 12,0 25,00 21.428, 11.578, 2.890, 1.561, 18.538, 10.017,

10 12,0 25,00 21.428, 10.720, 2.890, 1.446, 18.538, 9.274,

11 12,0 25,00 21.428, 9.925, 2.890, 1.339, 18.538, 8.586,

12 12,0 25,00 21.428, 9.188, 2.890, 1.239, 18.538, 7.949,

Fonte: pesquisa direta.

Fonte: pesquisa direta.

Nota: RCT = Receita; RCT AT= Receita atualizada; CUS= Custo; CUS AT= Custo atualizado; FLB= Fluxo Bruto; e FL AT= Fluxo atualizado.

Verifica-se na tabela 15 que, para todos os indicadores selecionados, seus valores foram superiores aos limites pré-

estabelecidos. Assim, o retorno médio anual do capital investido representado pela TIR, remunera com folga a taxa de

desconto de 8% (oito por cento) a.a. usado como custo de oportunidade do capital, ao alcançar 42,16% (quarenta e dois

ponto dezesseis por cento). Para a medida de relação entre os benefícios e aos custos, encontrou-se o valor de 2,52 (dois

ponto cinquenta e dois) unidades, o que significa dizer que as receitas suplantam, em média, 152% (cento e cinquenta e dois

por cento) os custos de produção atualizados. O quantitativo obtido igual a 7 anos, para o “payback econômico” expressa

que esse é o tempo necessário para que o projeto recupere o capital investido, portanto, bastante inferior ao prazo limite

estabelecido de 12 anos.Considerando, ainda a estabilidade produtiva do projeto a partir do 7º ano de campo. A relação

benefício líquido acumulado/receita total acumulada, igual a 60,37% (sessenta ponto trinta e sete por cento), mostra que o

lucro líquido do empreendimento corresponde a mais de 60% (sessenta por cento) do valor da receita total. Na sequência,

a razão entre o benefício líquido acumulado e o custo total acumulado calculado em 152,37% (cento e cinquenta e dois

ponto trinta e sete por cento), evidencia que o lucro líquido é mais de 50 % (cinquenta por cento) superior aos custos totais

de produção.E, finalmente, quando cotejado os gastos realizados com a implantação e manutenção do projeto até 3º ano

de campo, temos como resultado, que o lucro líquido aferido em 263,28% (duzentos e sessenta e três ponto vinte e oito por

cento), constitui-se duas vezes meia superior que o valor dos investimentos realizados para implantação e manutenção do

cultivar no período considerado.Dessa forma, para todos os indicadores econômicos considerados, o subprograma alcança

rentabilidade situada num patamar que pode ser considerado superior ou ótimo; o que nos leva a concluir pela viabilidade,

em todos os sentidos, do investimento recomendado. Corroborando o impacto econômico da proposta, mister se faz

necessário, ainda, mencionar que o cultivo de 10.000 (dez mil) hectares de açaizeiros irrigados, em terra firme, ensejará o

aumento da produção paraense de açaí a partir do 7º ano de campo do cultivar, quando a lavoura entrar em período de

INDICADOR LIMITE ENCONTRADO

Relação Benefício / Custo (Un) >1 2,52

Taxa Interna de Retorno (%) ≥8 42,16

Payback Econômico (anos) ≤12 7

Beneficio Líquido Acumulado / Renda total acumulada (%) 7⁰ ano 60,37

Benefício Líquido Acumulado / Custo Total Acumulado (%) 7⁰ ano 152,37

Benefício Líquido Acumulado / Investimento inicial (%) 3⁰ ano 263,28

estabilidade produtiva, em 120.000 (cento e vinte mil) toneladas do produto. Isso representa em torno de12% (doze por

cento) da produção estadual estimada pelo IBGE no ano de 2015.

A renda resultante desse processo de crescimento da produção, a preço de hoje- R$ 25,00 (vinte e cinco reais) a RASA-

propiciará a partir do ano de 2026, a entrada em circulação na economia regional de valores próximos a R$ 214.275.710,00

( duzentos e quatorze milhões, duzentos e setenta e cinco mil e setecentos e dez reais).

Espera-se que cada produtor envolvido no subprograma implantará e cultivará, em média, 10,0 hectares/propriedade

o que gerará uma produção de 120 (cento e vinte) toneladas. A preço atual, isso possibilitará uma receita bruta nominal,

anualizada, na ordem de R$210.000,00 (duzentos e dez mil reais).

Uma outra analogia está relacionada ao rendimento financeiro ao produtor rural pelo uso da nova tecnologia quando

cotejado com o sistema de produção atual. Neste contexto, na medida em que a produtividade do cultivar sem irrigação

alcança, tão somente, 4 ton/ha/ano, o que remete a uma receita auferida na ordem de R$ 7.142,00 (sete mil, cento e

quarenta e dois reais). Com as novas tecnologias recomendadas que envolve a irrigação teremos uma produtividade de 12

ton/ha/ano, o que infere uma receita bruta de R$ 21.428,00 (vinte e um mil, quatrocentos e vinte e oito reais), ou seja, O

PRODUTOR RURAL TERÁ UMA RECEITA ADICIONAL NA ORDEM DE R$ 13.858,00 (treze mil, oitocentos e cinquenta e oito

reais) com o uso do sistema de produção preconizado pelo PRÓ-AÇAÍ.

A execução das ações preconizadas no subprograma (tabela 18), envolverão diretamente um contingente estimado

em 1.000 (hum mil) produtores, que juntos, propiciarão a criação de 3.000 (três mil) empregos diretos e 12.000 (doze mil)

indiretos ao longo da cadeia produtiva. Esse cálculo está baseado em fatores reais que admitem a possibilidade da 1,0 (hum)

homem/dia de trabalho ter capacidade de cultivar até 3,3 (três ponto três) hectares açaizeiros, anualmente, ou seja, cada

10,0 (dez) hectares cultivados demandará 3,0 (três) homem/dia de trabalho.

No que concerne ao ICMS “potencial”, os valores se reportam a um mero exercício teórico, na exata medida em que,

sobre o produto açaí não existe a incidência direta do “imposto”.

Impactos Ambientais esperados

Como resultado derivado dos impactos ambientais do subprograma, espera-se;

- Recolocação no processo produtivo de 10.000 (dez mil) hectares de áreas altreradas, através do cultivo de açaizeiros

solteiros ou na forma consorciada com espécies frutíferas e arboríferas;

- Captura de dióxido de carbono (CO²) da atmosfera, com possibilidade de, em média, sequestrar em torno 100 (cem)

toneladas para cada 1,0 (hum) hectare de área implantada e cultivada, o que infere um total de 1,0 (hum) milhão de CO²

equivalente aprisionado nos tecidos dos açaizeiros;

- Gestão melhorada dos recursos naturais capaz de frear a erosão e impulsionar a melhoria do balanço hidrológico, a

conservação dos solos e da biodiversidade e a regeneração da biomassa;

- Disponibilização de um instrumento de política pública direcionado a agricultura capaz de propiciar aos produtores a

prática de uma agricultura perene, tecnificada e de alto rendimento econômico, pautada, acima de tudo, no equilíbrio

ecológico e na proteção ambiental, em detrimento de uma agricultura de ciclo curto, itinerante, de baixo rendimento,

altamente esgotante dos recursos naturais e, por conseguinte de elevado grau de impacto deletério.

11.7. Monitoramento, controle e avaliação: O monitoramento, controle e avaliação será realizada pelo “Comitê Gestor”, através dos indicadores abaixo

selecionados ( tabela 19).

INDICADOR RESULTADO

Família assistida (nº) 1.000

Geração (anual) de ICMS potencial(R$1,00) 25.713.000,

Empregos diretos gerados (nº) 12.000

Empregos indiretos gerados (nº) 48.000

Impactos Sociais esperados

Tabela 18. Indicadores e Resultados Esperados

Fonte: pesquisa direta.

IndicadoresMatas estabelecidas/ANO

2016 2017 2018 2019 2020 Total

Área implantada (ha) - 2000 2500 2500 3000 10.000

Agricultor envolvido (nº) - 200 250 250 300 1.000

Crédito aplicado (R$ 1 mil) 57.042, 71.302,5 71.302,5 85.563, - 285.210,

Empregos diretos gerados (nº) - 600 750 750 900 3.000

Fonte: pesquisa direta.

Tabela 19: Monitoramento, controle e avaliação

12.1. Introdução: A possibilidade de exploração das áreas de várzeas, tem no açaizeiro uma das principais espécies, se não a mais importante,

no sentido do desenvolvimento sustentável desse ecossistema, pela facilidade de reconstruir o revestimento florístico, em

decorrência do seu poder de regeneração, além de ser importante fonte de alimento, renda e ocupação produtiva para as

populações ribeirinhas.

Neste contexto, o subprograma de enriquecimento e manejo de açaizeiros na várzea das regiões de integração do Marajó

e do Baixo Tocantins, representa, acima de tudo, o resultado de um amplo exercício da cooperação técnica entre Entidades

Públicas e Privadas do Estado do Pará, a exemplo de: SEDAP; EMBRAPA; EMATER, FAEPA/SENAR; IDEFLOR-BIO; CAMTA, etc.

Seu escopo enuncia o manejo e enriquecimento de 40 mil hectares de açaizeiros na várzea, sob a forma de

sistemas agroflorestais, tem como perfil temporal o período de 2016 a 2020, e envolverá dentre suas diversas ações 10,0 mil

produtores de base familiar.

Espera-se, ainda, ao final do subprograma o alcance dos seguintes resultados: a geração de 5,0 mil novas ocupações

produtivas e R$ 10.714,85 como retorno financeiro para cada hectare de açaizeiro cultivado a partir do 7° ano de campo

do cultivar, ou seja, durante sua estabilidade produtiva. Acrescente-se, também a possibilidade da redução da degradação

ambiental e da ineficiência dos sistemas naturais não renováveis, em decorrência da reconversão das áreas aos sistemas

agroflorestais.

12. 2. Objetivo: Estimular o aumento da produção do açaí nas regiões de integração do Marajó e Baixo Amazonas Paraense, através do

fomento ao uso de sementes e mudas de espécies de alta linhagem e da prática do manejo correto e do enriquecimento

dos açaizais localizados nesses ecossistemas, no período de 2016 a 2020, com ênfase, principal, ao desenvolvimento local,

regional, pautado no desenvolvimento sustentável.

12.3. Meta: Manejar e enriquecer 40 mil hectares de açaizeiros, no período 2016 a 2020, no ecossistema de várzea, envolvendo

10.000 (dez mil) produtores sediados nos municípios de: Afuá; Anajás; Bagre; Breves; Cachoeira do Arari; Chaves; Curralinho;

Gurupá; Melgaço; Muaná; Ponta de Pedras; Portel; Salvaterra; Santa Cruz do Arari; São Sebastião da Boa Vista; e Soure,

todos situados na região do Marajó. Serão envolvidos ainda, os Municípios de: Abaetetuba; Baião; Igarapé Miri; Cametá;

Mocajuba; Limoeiro do Ajuru; e Oeiras do Pará, situados na região do Baixo Tocantins, de acordo com a tabela 15;

Desenvolver, via EMATER/PA, Rede de ATER, CEPLAC e SENAR, um amplo programa de capacitação dos produtores

familiares envolvidos no subprograma, orientando o processo de ensino aprendizagem à melhoria do manejo dispensado aos

açaizais e ao enriquecimento das áreas já existentes com espécies florestais, dentre outras, a seringueira, andiroba, ucuúba,

etc- e frutíferas a exemplo do cacaueiro, cupuaçuzeiro, bananeira, etc-, compondo a formação de sistemas agroflorestais; e

Fomentar, através da SEDAP, a utilização de material botânico de alta performance produtiva, através da entrega de

sementes de açaizeiros produzidos pela EMBRAPA, além da oferta de mudas de espécies que apresentam elevado grau de

compatibilidade associativa.

12. Subprograma: Manejo e enriquecimento de açaizeiros na várzea

Tabela 20 – Municípios situados nas regiões do Marajó e do Baixo Tocantins, com o quantitativo das áreas de açaizais que serão implantadas, manejadas ou enriquecidas no ecossistema de várzea.

MUNICIPIO UNID. MEDIDA ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018 ANO 2019 ANO 2020 TOTAL

Afuá Há - 400 400 600 600 2.000Anajás Há - 400 400 600 600 2.000Bagre Há - 400 400 600 600 2.000Breves Há - 400 400 600 600 2.000

Cachoeira do Arari Há - 400 400 600 600 2.000Chaves Há - 400 400 600 600 2.000

Curralinho Há - 400 400 600 600 2.000Gurupá Há - 400 400 600 600 2.000

Melgaço Há - 400 400 600 600 2.000Muaná Há - 400 400 600 600 2.000

Ponta de Pedras Há - 400 400 600 600 2.000Portel Há - 400 400 600 600 2.000

Salvaterra Há - 200 200 300 300 1.000S. Cruz do Arari Há - 200 200 300 300 1.000

S. Seb. da B.Vista Há - 400 400 600 600 2.000Soure Há - 200 200 300 300 1.000

Abaetetuba Há - 400 400 600 600 2.000Igarapé Miri Há - 400 400 600 600 2.000

Cametá Há - 400 400 600 600 2.000Mocajuba Há - 200 200 300 300 1.000

Limoeiro do Ajuru Há - 400 400 600 600 2.000Oeiras do Pará Há - 200 200 300 300 1.000

Baião Há -- 200 200 300 300 1.000TOTAL - - 8.000 8.000 12.000 12.000 40.000

Fonte: pesquisa direta.

Tabela 21: Área a ser cultivada e quantitativo de sementes e/ou mudas de açaizeiros necessárias para o manejo e enriquecimento do subprograma na várzea.

Para atender a demanda por sementes de açaí destinadas ao manejo e enriquecimento do subprograma na várzea,

necessário se faz o quantitativo de 17.600.000 (dezessete milhões e seiscentas mil) sementes, ou o aporte de 16.000.000

(dezesseis milhões) de mudas, conforme a tabela 21.

ANOÁrea a ser cultivada

(Em ha)

Quantitativo (Em mil)

Sementes Mudas

2016

2017

2018

2019

2020

-

8.000

8.000

12.000

12.000

3.520

3.520

5.280

5.280

-

3.200

3.200

4.800

4.800

-

Total 40.000 17.600 16.000

Tabela 22: Evolução da área Plantada, manejada ou enriquecida na várzea, e produção esperada.

ANO Área em hectare (ha)

Produção (t)Plantada Em desenvolvimento Em Produção

201620172018201920202021202220232024

-8.0008.000

12.00012.000

----

-8.000

16.00028.00040.000

----

-----

8.00016.00028.00040.000

-----

16.00048.000

123.200240.000

Total 40.000 - - 427. 200

Fonte: pesquisa direta.

A tabela 22 indica que o cultivar entra na fase de produção a partir do ano de 2021. A produção total no ano de 2024

quando o cultivar atinge a fase de estabilidade está aferida em 240.000 (duzentas e quarenta mil) toneladas, o que representa

24% ( vinte e quatro por cento) da produção estimada pela IBGE, em 2015. O somatório da produção está contabilizado em

427.200 (quatrocentos e vinte e sete mil e duzentos) toneladas de açaí.

12.4. Estratégia de ação

Área de abrangência:

A área de abrangência do subprograma na várzea abrange todos os municípios do arquipélago marajoara e da região do

baixo Tocantins, assim descriminados: Afuá; Anajás; Bagre; Breves; Cachoeira do Arari; Chaves; Curralinho; Gurupá; Melgaço;

Muaná; Ponta de Pedras; Portel; Salvaterra; Santa Cruz do Arari; São Sebastião da Boa Vista; e Soure, todos situados na

região do Marajó. Serão envolvidos ainda, os Municípios de: Abaetetuba; Baião; Igarapé Miri; Cametá; Mocajuba; Limoeiro

do Ajuru; e Oeiras do Pará, de acordo com a figura....

Figura 8. Regiões de Integração – Marajó e Baixo Tocantins e respectiva densidade de áreas manejadas/enriquecidas

Publico Alvo:

O subprograma na várzea pretende envolver 10.000 (dez mil) produtores rurais familiares distribuídos pelas duas regiões

de integração elencadas.

Operacionalização:

Para o alcance do objetivo central da proposta, necessário se faz a observância de uma sequência temporal de eventos,

que deverão acontecer segundo a cronologia abaixo estabelecida.

- Lançamento do Programa pela SEDAP e Parceiros;

- Formulação de parcerias institucionais com Prefeituras; EMATER; Associações; Cooperativas; EMBRAPA; UFRA; SENAR;

CEPLAC; MAPA; Extensão Amazônia; SEDEME; SEBRAE; UFPA; FAEPA; FETAGRI; FETRAF;

- Envolvimento dos Agentes Financeiros Oficiais- SEDAP e Comitê Gestor;

- Convênio entre SEDAP e EMBRAPA para a produção de sementes e mudas;

- Produção de sementes e mudas- EMBRAPA;

- Pactuação de parcerias com os sistemas gerador, difusor e transferidor de tecnologia de produção, gerencial e de

produto- SEDAP;

- Capacitação dos profissionais da ATER - EMBRAPA

- Acolhimento de proposta dos produtores para a implantação de açaizeiros- EMATER, Rede de ATER e CEPLAC;

- Seleção dos produtores interessados em participar do subprograma- EMATER, Rede ATER e CEPLAC.

- Treinamento/ capacitação dos produtores selecionados- EMATER;

- Elaboração de projetos de crédito rural – EMATER, Rede ATER e CEPLAC;

- Contratação dos projetos de crédito rural - AGENTE FINANCEIRO;

- Instalação dos viveiros – Produtor Rural;

- Aquisição das sementes e mudas- SEDAP;

- Entrega das sementes e mudas- EMATER; Rede de ATER e CEPLAC;

- Preparo das mudas nos viveiros- Produtor Rural;

- Plantio do(s) cultivar(es) solteiro ou em Sistema agroflorestal- Produtor Rural;

- Implementação de um programa de Arranjo Produtivo Local-APL, de açaí envolvendo os Municípios produtores do

Marajó e do Baixo Tocantins- SEDEME;

- Assistência técnica a produção, gerencial e de produto aos produtores envolvidos- EMATER, SENAR; CEPLAC; Extensão

Amazônia; e SEBRAE;

- Incentivo a organização social do produtor- associações, cooperativas- EMATER; SENAR; CEPLAC; Extensão Amazônia;

e SEBRAE;

- Monitoramento, controle e avaliação do programa- SEDAP/ Comitê Gestor.

Capacitação dos produtores rurais envolvidos:

O subprograma está pautado num amplo exercício de capacitação dos produtores rurais selecionados, conforme tabela

23, sob a responsabilidade da EMATER/PA, Rede de ATER, CEPLAC e SENAR que será custeado pela SEDAP. A previsão é de

que seja ministrado um total de 120 (cento e vinte) treinamentos em 10 (dez) municípios da região, distribuídos pelo período

compreendido entre os anos de 2016 a 2019, totalizando 2.850 (dois mil oitocentos e cinquenta) produtores rurais de base

familiar devidamente capacitados em manejo e/ou enriquecimento de açaizais na várzea.

MUNICÍPIONº DE GRICULTORES P/ CAPACITAR

TOTAL Nº CURSOS2016 2017 2018 2019

ABAETETUBA 50 60 75 100 285 12ACARA 50 60 75 100 285 12BAIÃO 50 60 75 100 285 12

BARCARENA 50 60 75 100 285 12CAMETA 50 60 75 100 285 12

IGARAPÉ MIRI 50 60 75 100 285 12LIMOEIRO 50 60 75 100 285 12

MOCAJUBA 50 60 75 100 285 12MOJU 50 60 75 100 285 12

TAILÂNDIA 50 60 75 100 285 12TOTAL GERAL 500 600 750 1000 2850 120

Tabela 23: Demanda de cursos região de integração Tocantins

Fonte: EMATER – PA

Tabela 24: demanda de cursos região de integração Marajó

MUNICÍPIONº DE GRICULTORES P/CAPACITAR

TOTAL Nº CURSOS2016 2017 2018 2019

PONTA DE PEDRAS 40 40 50 60 190 9SÃO SEB. BOA VISTA 40 40 50 60 190 9

PORTEL 40 40 50 60 190 9MUANÁ 40 40 50 60 190 9

CURRALINHO 40 40 50 60 190 9CACHOEIRA DO ARARI 40 40 50 60 190 9

BREVES 40 40 50 60 190 9BAGRE 40 40 50 60 190 9

GURUPÁ 40 40 50 60 190 9ANAJÁS 40 40 50 60 190 9

TOTAL GERAL 400 400 500 600 1900 90

Fonte: EMATER – PA

A tabela 24 evidencia que serão ministrados 90 (noventa) treinamentos envolvendo um total de 1.900 (mil e novecentos)

produtores capacitados no período compreendido entre os anos 2016 a 2019.

Crédito rural necessário à implementação do subprograma:

Tabela 25: Crédito Rural necessário ao manejo e enriquecimento do sub programa de açaizeiros na

várzea.

Os recursos creditícios oficiais voltados ao manejo e enriquecimento dos 40.000 (quarenta mil) hectares de açaizeiros

na várzea, em SAFs, demandam valores na ordem de R$247.200.000,00 (duzentos e quarenta e sete milhões e duzentos mil

reais), que serão aplicados no período de 2016 a 2019, conforme discriminado na tabela 25.

12.5. Sistema de produção recomendado: De acordo com Nogueira et al (2005), o cultivo de açaizeiro na várzea, segue a dinâmica abaixo estabelecida:

Seleção e preparo da área:

Devem ser utilizadas as áreas de várzeas desmatadas, anteriormente cultivadas com espécies de ciclo curto ou que se

encontrem com a cobertura vegetal característica de capoeira rala. O preparo da área consistirá apenas de roçagem manual,

a ser realizada durante o final do período chuvoso (abril/maio), quando é possível a implantação de práticas agrícolas em

função do menor nível das águas das marés. Essas áreas desmatadas, geralmente, ocupam faixas de áreas de várzea alta,

mas apropriadas aos cultivos de espécies anuais, semiperenes e perenes.

Plantio e tratos culturais:

Nessas áreas, o plantio é realizado no início do período de estiagem (maio/junho). Nesse período, mesmo durante a

estiagem na região, os solos das áreas de várzea são permanentemente úmidos, em decorrência das marés periódicas que

cobrem essas áreas, com intervalos de 15 dias, com lâmina de água de aproximadamente de 40 cm, impedindo que as

plantas sejam submetidas a estresse hídrico.

No caso da opção pelo plantio de açaizeiro em sistema solteiro, o espaçamento a ser adotado é de 5 x 5 m entre covas,

com a manutenção de 3 a 4 estipes por touceira, cuja emissão, geralmente, ocorre 12 a 15 meses após o plantio das mudas

ANO Área a ser cultivada (Em ha) Recursos necessários (Em R$)

20162017201820192020

-8.0008.000

12.00012.000

49.440.000,49.440.000,74.160.000,

74.160.0000,-

Total 40.000 247.200.000

Fonte: pesquisa direta.

no campo. Durante os 2 primeiros anos, os espaços entre os açaizeiros podem ser aproveitados para o cultivo de espécies de

ciclo rápido (hortaliças, arroz, milho, banana).

No sistema consorciado, as mudas de açaizeiro são plantadas em covas, obedecendo ao espaçamento de 6 x 4 m, que

permite abrigar a população de 420 touceiras/hectare. Juntamente com o açaizeiro, pode ser cultivada a bananeira nas

entrelinhas, guardando o mesmo espaçamento dos açaizeiros, utilizando mudas de variedades adaptadas ao ecossistema

de várzea, com 420 plantas por hectare. Junto com essas espécies, também podem ser cultivados o feijão caupi, maxixe e

abóbora, como opções de aproveitamento das áreas limpas e de renda para o agricultor em curto prazo.

Manejo de açaizais nativos:

Dentre as possibilidades de exploração das áreas de várzeas, o açaizeiro tem se destacado como componente desse

ecossistema, pela facilidade de reconstruir o revestimento florístico, além de ser importante fonte de alimento e de renda

para as populações ribeirinhas.

Nas várzeas, quando há a ocorrência de cobertura florestal, é possível fazer o manejo da vegetação visando o aumento

da população de açaizeiro ou o enriquecimento com o plantio de mudas dessa e de outras espécies de interesse comercial,

conciliando, de modo racional e equilíbrio, a proteção ambiental com o rendimento econômico.

Modelos de manejo:

É bastante enfatizada na Amazônia, a adoção de práticas de manejo sustentável de recursos naturais, como solução

ecológica-econômica .entretanto, considerando a facilidade quando ao acesso a novos estoques de recursos naturais, o

extrativismo em áreas não-manejadas tem apresentado, em curto prazo, maiores vantagens econômicas.

As florestas de várzea, em que o açaizeiro é um dos componentes mais importantes, são exploradas das mais vaiadas

formas, principalmente, através de atividades extrativistas (Anderson & Jardim, 1989; Oliveira Jr. & Nascimento, 1992;

Anderson &loris, 1992; Brondizioet al. 1994).

Operações necessárias ao manejo

Limpeza da área:

A roçagem é o primeiro trabalho feito na área e consiste da eliminação das plantas de menor porte e de cipós, bem como

da retirada de galhos, e visa facilitar o deslocamento de pessoas que implementarão as demais práticas.

Raleamento da vegetação:

Nessa etapa são identificadas e eliminadas as árvores sem valor de mercado, mantendo aquelas produtoras de madeira,

frutos, sementes, fibras, látex, óleos e fitoterápicos.

As árvores mais finas e as palmeiras podem ser eliminadas por meio de corte, e as mais grossas por anelamento,

consistindo a retirada, em forma de anel de 25 a 100 cm de largura, de parte do córtex em torno do tronco, dependendo da

espécie. As árvores preservadas devem estar bem distribuídas, permitindo a penetração da luz do sol na área, facilitando o

crescimento e o aumento da produção de frutos e das outras espécies.

Desbaste das touceiras:

Nos açaizais não-manejados, geralmente, as touceiras apresentam número excessivo de estipes. A prática de desbaste visa

eliminar o excesso de estipes, deixando de 3 a 4 em cada touceira, sendo eliminados aqueles muito altos, finos, defeituosos

ou que apresentem pouca produção de frutos. Essa prática é realizada na entressafra, com aproveitamento dos palmitos.

Após o desbaste, são plantadas as mudas de açaizeiro nas áreas mais espaçadas, para que seja constituída a população

aproximadamente de 400 touceiras por hectare.

Pragas e métodos de controle:

Dentre os fatores que comprometem a produção racional do açaizeiro, pode ser destacada a ocorrência de insetos. Com

a expansão de cultivos comerciais na Região Norte do Brasil, os problemas causados por esses organismos têm surgido

om maior evidência e aumento a preocupação quanto aos prejuízos que vêm causando ao açaizeiro. Diversos insetos são

capazes de atacar o açaizeiro, desde a fase de sementeira até o plantio adulto. As pragas que atacam o açaizeiro ainda são

pouco conhecidas, fato que dá importância às informações sobre o assunto.

Principais pragas:

a) CerataphislataniaeBoisudval, 1867 (Heteroptera: Aphididae). Conhecida como o pulgão-preto-do-coqueiro, ataca

mais intensamente o açaizeiro no viveiro e durante os 3 primeiros anos de vida no campo.

b) Alleurodicuscocois( Curtis,1849) ( Heteroptera: Alyrodiae). Conhecida por mosca branca causa maior dano ao

açaizeiro no viveiro, mas pode atacar essa palmácea nos primeiros anos de vida no campo.

-Descrição: O adulto se assemelha a uma pequena mosca, tem a cor branca, mede cerca de 2 mm de comprimento por 4

mm de envergadura, possui 4 asas mebranosas e cobertas por uma secreção pulverulenta. As ninfas medem cerca de 1 mm

de comprimento, têm coloração amarelada, rodeada de serosidade branca e vivem na face inferior da folha, onde excretam

uma substancia adocicada, proporcionando o aparecimento de formigas e do fungo fumagina. As ninfas e os adultos formam

colônias e, na maioria das vezes, ocupam toda a área dos folíolos.

c) Attspp. ( Hymenoptera: Formicidae). Conhecidas popularmente por saúvas tanajura e formigas-saúvas, atacam as

plântulas do açaizeiro na sementeira, as mudas no viveiro e as plantas nos primeiros anos de vida no campo. No entanto, os

ataques são mais drásticos na sementeira e no viveiro, em virtude das folhas estarem muito tenras. As espécies mais comuns

são: A. laevigata (saúva-da-mata), A. cephalotes (saúva-cabeça-de-vidro) e A. sexdenssexdens (saúva-limão-do-norte) ou

formiga-da-mandioca).

-Descrição: São insetos sociais que vivem em ninhos subterrâneos, onde se alimentam e se reproduzem. O ninho é

formado por dezenas ou centenas de câmaras ou panelas, com comunicação entre si por meio de galerias. No nível do solo,

chamam a atenção, pois formam

Montes de terra solta com muitos orifícios (olheiros). As saúvas se alimentam do fungo Gonylophorapholiota (Rhozitles)

Moeller, 1893, que são cultivados com folhas trazidas pelas próprias saúvas para o interior do sauveiro.

Colheita e Pós-colheita:

As recomendações para colheita e pós-colheita seguem as mesmas informações técnicas textualizadas para o cultivo

da açaí em terra firme.

Processamento, embalagem e conservação:

A semelhança do item acima, também segue o mesmo padrão de informação para o cultivo de açaí em terra firme.

12.6. Impactos esperados Impactos Econômicos

Avaliação econômica:

O método de análise usado no presente trabalho foi o determinismo, dado que considera as informações disponibilizadas

no programa de açaí, suficientemente confiáveis, assim, ao agente econômico, tomar a decisão fundamentada em elementos

concretos.

Indicadores Considerados:

Os indicadores de análise utilizados para subsidiar a decisão de ingresso ou não no subprograma de açaí, na várzea,

foram: a relação benefício/custo, a taxa interna de retorno; a payback econômico, a relação benefício líquido/receita total; a

relação benefício líquido/custo total, e a relação benefício líquido/investimento inicial.

A “taxa de desconto” considerada foi calculada através da média obtida entre uma “cesta de índices”, resultante de

3 (três) índices atuais, que são: a remuneração anual da Caderneta de Poupança; o custo anual do dinheiro para tomador

de empréstimo no Fundo Constitucional do Norte (FNO); e o Índice Nacional Anual de Preços ao Consumidor (INPC). O

Resultado foi uma taxa de desconto na ordem de 8,0% (oito por cento) ao ano.

Coeficientes Técnicos:

Na análise econômica levada a efeito, considerou-se os índices de produtividade abaixo relacionados, tomando referência

1,0 (hum) hectare de açaizeiros manejados ou enriquecidos no ecossistema de várzea:

A entrada em produção do cultivar dar-se-á no 4º ano de campo;

Os índices de produtividade estabelecidos, foram:

4º ano de campo – 2,0 toneladas/ha

5º ano de campo – 3,0 toneladas/ha

6º ano de campo – 4,4 toneladas/ha

7º ano de campo – 6,0 toneladas/ha

No que concerne a variável preço do produto, o açaí, recebido pelo produtor rural, considerou-se a média de preços

praticados no ano de 2015, que variou na safra entre R$ 21,00 (vinte e hum reais) e R$ 22,00 (vinte e dois reais), e na

entressafra, entre R$ 27,00 (vinte e sete) e R$ 30,00 (trinta reais). O resultado dessa equação, foi um preço médio ou

modal na ordem de R$25,00 (vinte e cinco reais), como remunerativo de cada “RASA” com capacidade para “transportar

armazenar” 14 (quatorze) quilos de açaí.

Custo de Produção:

O custo total para manejar ou enriquecer 1,0 (hum) hectare de açaizeiros na várzea foi orçado em R$ 6.180,00 (seis mil

cento e oitenta reais), conforme Tabela 26 , assim discriminado:

Tabela 26: Custo total de 1,0 hectare de açaizeiro na várzea.

Tabela 27: Coeficientes técnicos para a implantação e manutenção de 1,0 (hum) ha de açaizeiro, até o quinto ano de plantio, na várzea, no espaçamento de 5m x 5m.

O Custo total do empreendimento foi orçado em R$ 6.180,00, assim decomposto

Limpeza de área/aquisição e plantio de mudas/roçagens e manutenção R$3.870,00

Tratos culturais/roçagem e manutenção R$ 1.760,00

Reserva Técnica R$ 550,00

Fonte: pesquisa direta.

Atividades Unid. Quant. Custos (R$) Unitário Total

Preparo de área (1⁰ ano) - - - 3870,00

Limpeza de área Aquisição de mudas de açaí

Aquisição de mudas de frutíferas

d∕hUnid.Unid.

2444050

40,001,504,00

960,00660,00200,00

Aquisição de mudas de essências florestais Unid. 34 5,00 170,00

Controle populacional das touceiras d∕h 6 40,00 240,00

Plantio de açaí em clareiras d∕h 6 40,00 240,00

Plantio de frutíferas d∕h 6 40,00 240,00

Plantio de essências florestais d∕h 5 40,00 200,00

Roçagem e manutenção d∕h 12 40,00 480,00

Roçagem e manutenção d∕h 12 40,00 480,00

Tratos culturais (2⁰ano) - - - 1320,00

Roçagem e manutenção d∕h 11 40,00 440,00

Roçagem e manutenção d∕h 11 40,00 440,00

Roçagem e manutenção d∕h 11 40,00 440,00

Tratos culturais (3⁰ ano) d∕h 11 40,00 440,00

Gastos eventuais (10%) - - - 550,00

Total - - - 6.180,00

Nota: Os custos de mão de obra foram atualizados monetariamente.

Rentabilidade:

Tabela 28: Fluxo de caixa para 1,0 (hum) hectare de açaizeiros na várzea.

Tabela 29: Valores dos indicadores econômicos encontrados para 1,0 (hum) hectare de açaizeiros na

várzea.

ANO Produção (t)Preço (R$/

RASA)RCT RCT AT CUS CUS AT FLB FL AT

1 - - - 3.870, 3.870, (3.870) (3.870)

2 - - - 1.320, 1.214, (1.320) (1.214)

3 - - - 990, 849, (990) (849)

4 2,0 25,00 3.571, 2.821, 1080, 857, 2.491, 1.964,

5 3,0 25,00 5.357, 3.911, 1080, 794, 4.277, 3.117,

6 4,4 25,00 7.857, 5.343, 1080, 735, 6.777, 4.608,

7 6,0 25,00 10.714, 6.750, 1080, 681, 9.634, 6.069,

8 6,0 25,00 10.714, 6.214, 1080, 630, 9.634, 5.584,

9 6,0 25,00 10.714, 5.786, 1080, 583, 9.634, 5.203,

10 6,0 25,00 10.714, 5.357, 1080, 540, 9.634, 4.817,

11 6,0 25,00 10.714, 4.928, 1080, 500, 9.634, 4.428,

12 6,0 25,00 10.714, 4.607, 1080, 463, 9.634, 4.144,

Fonte: pesquisa direta.

Nota: RCT = Receita; RCT AT = Receita atualizada; CUS = Custo; CUS AT = Custo atualizado; FLB = Fluxo bruto; e FL AT =

Fluxo atualizado.

Indicadores Limite Encontrado Relação Benefício – Custo ( Un.) >1 3,90

Taxa Interna de Retorno (%) ≥8 58,29

Payback econômico (anos) ≤12 5

Benefício Líquido Acumulado/Receita Total Acumulada (%) 7º ano 73,37

Benefício Líquido Acumulado/Custo Total Acumulado (%) 7º ano 290,20

Benefício Líquido Acumulado/Investimento Inicial (%) 3º ano 550,17Fonte: Pesquisa direta.

Os resultados evidenciados na tabela 29 permitem inferir que, para todos os indicadores selecionados, seus valores foram

superiores aos limites pré-estabelecidos, senão vejamos: o retorno médio anual do capital investido, representado pela Taxa

Interna de Retorno (TIR), remunera com folga a “taxa de desconto” usada como custo de oportunidade do capital, tendo

alcançado o valor de 58,29% (cinquenta e oito ponto vinte nove por cento), para medida de relação entre os Benefícios e os

Custos (RBC), encontrou-se o valor de 3,90 (três ponto nove) unidades, isso significa dizer que as receitas suplantaram, em

média, 290,0% (duzentos e noventa por cento), os custos atribuídos ao manejo ou enriquecimento do açaizeiro na várzea

projetado; no que tange a relação o Benefício Líquido Acumulado e a Receita Total Acumulada na ordem de 73,37% (setenta

e três ponto trinta e sete por cento), índica que o lucro líquido do empreendimento corresponde a mais de 70 % (setenta por

cento) do valor da receita total; para a relação Benefício Líquido Acumulado de 290,20 % (duzentos e noventa ponto vinte

por cento), fica claro que o lucro líquido é superior em quase 3 ( três) vezes os custos totais de produção; e, o produto da

relação Lucro Líquido Acumulado e o Investimento Inicial aferido em 550,17 % (quinhentos e cinquenta ponto dezessete por

cento) descortina que, o lucro líquido do empreendimento é 5 (cinco) vezes maior que o valor dos investimentos realizados

para a implantação e manutenção do açaizeiros no ecossistema de várzea no Estado do Pará.

Em última análise, a adesão do produtor rural ao “novo processo tecnológico” recomendado, permitirá um ganho

adicional equivalente à sua renda atual, na exata medida em que passará de uma produtividade, obtida hoje, na ordem

de 3,0 (três) ton/ha/ano, para um rendimento de 6 (seis) ton/há/ano. Esse incremento produtivo oportunizará um ganho

adicional de R$ 5.357,00 (cinco mil, trezentos e cinquenta e sete reais), o que representa duas receitas num mesmo espaço

fundiário.

Impactos Sociais:

As ações que serão executadas na várzea, tem como escopo atender um contingente de 10.000 (dez mil) produtores

que desenvolvem a agricultura com o contingente familiar, deverão gerar, diretamente, em torno de 5.000 (cinco mil) novas

ocupações produtivas, isso se levarmos em consideração, apenas e tão somente, o acréscimo da demanda por mão-de-

obra a partir dos trabalhos com o manejo e enriquecimento nos 40.000 (quarenta mil) hectares. Indiretamente, ao longo da

cadeia produtiva do açaí, estima-se que um contingente de 20.000 (vinte mil) trabalhadores serão integrados ao mercado

de trabalho.

Impactos Ambientais:

A reconversão das áreas de várzea na direção composição de sistemas agroflorestais resultantes do processo de manejo

e enriquecimento, ensejará, sobremaneira, uma redução da degradação ambiental e da ineficiência dos sistemas produtivos

tradicionais. Alie-se, a esses fatores, a possibilidade da diversificação da produção na várzea, o uso mais eficiente dos recursos

naturais não renováveis que integram ciclos e controles biológicos naturais, além, é evidente, do advento da sustentação de

produtividade agrícola em longo prazo.

Permitirá, ainda, a otimização da produção com o melhor uso dos fatores espaço e luz, e a possibilidade de retornos

econômicos mais adequados aos produtores. Desse modo, atenderá melhor as necessidades sociais das comunidades rurais,

permitindo, com isso, que os agricultores invistam mais no seu bem estar, na produtividade do solo, da água e dos demais

recursos naturais.

Outro resultado extremamente salutar é a passibilidade da captura de várias toneladas de dióxido de carbono, permitindo,

assim, a diminuição do quantitativo de gases de efeito estufa- GEE, que é lançado atmosfera contribuindo, efetivamente,

para a diminuição do “efeito estufa”.

12.7. Monitoramento, controle e avaliação.O monitoramento, controle e avaliação serão efetivados pelo “Comitê Gestor” segundo os indicadores selecionados

na Tabela 30.

Tabela 30. Monitoramento, controle e avaliação.

IndicadoresMatas estabelecidas/ANO

2016 2017 2018 2019 2020 Total

Área implantada (ha) - 8.000 8.000 12.000 12.000 40.000

Agricultor envolvido (nº) - 2.000 2.000 3.000 3.000 10.000

Crédito aplicado (R$ 1 mil) 49.440, 49.440, 74.160, 74.160, - 247.200,

Emprego direto gerado (nº) - 2.400 2.400 3.600 3.600 12.000

Fonte: pesquisa direta.

13. Bibliografia ConsultadaBrasil. MAPA. 2012. Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às

Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa

Emissão de Carbono na Agricultura. Brasília- DF: MAPA, 172 p.

Hoffmann, et.al. 1976: Administração de Empresa Agrícola. São Paulo:

Pioneira, 323 p.

IBGE. 2015. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Paraense

(LSPA/IBGE). Belém- PA.

Nogueira, O.L. et al. 2005. Sistema de Produção do Açaí. EMBRAPA,

Publicação Técnica. Embrapa Amazônia Oriental. Belém- PA, 137 p.

Oliveira, L. P. de. et al. 2013. Programa de Desenvolvimento da Cadeia

Produtiva de Seringueira no Estado do Pará- PROSER-PA. Belém-PA,

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Rogez, H. 2000. Açaí: Preparo, Composição e Melhoramento da

Conservação. Belém- PA, UFPA. 307 p.

PARÁ.SEFA. 2015. Documento mimeografado. Belém – PA.