44
Nº 1568 / 12 de dezembro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB CONTRATO Nº 594655 9 720972 000037 01568 MINISTRA DAS FINANÇAS ALERTA Problemas estruturais do país ainda não estão resolvidos Pág.19 EMPRESAS easyJet inicia rota Lisboa-Açores em março de 2015 Pág. 8 PUB ECONOMISTAS SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO PUB Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, defende Estado deve abrir espaço à dinâmica dos agentes privados Após esta fase de contenção e austeridade, teremos um Estado cada vez menos interveniente, com menos investimentos públicos e apoios sociais. Esta tendência, a meu ver, vai abrir – já com alguns resultados evidenciados — espaço à chamada dinâmica da sociedade civil, ou seja, aos seus agentes – afirma Ricardo Rio. Págs. IV e V do Suplemento da Ordem dos Economistas Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, afirma Centralização do COMPETE compromete o futuro do Norte Págs. 6 e 7 EM FOCO Vinitech revela aumento do investimento na produção vitícola Págs. 25, 26 e 28 EMPREGO Programa de formação do Modatex tem empregabilidade superior a 97% Pág. 29 UNIÃO EUROPEIA Eurodeputada Elisa Ferreira considera “Não se pode pedir ao supervisor que se substitua à administração de um banco” Pág. 31 Investimento imobiliário em Espanha atinge cinco mil milhões de euros Pág. 3 TECNOLOGIAS Orange quer consolidar presença em Portugal Pág. 21 Cloud vai dominar investimentos até 2020 Pág. 21 em soluções para clientes com mais património Págs. 24 e 25 Leasing e renting sobem acima da média europeia Pág. 33 Crédito Agrícola apresenta CA Tesouraria Pág. 32 MERCADOS concorre em taxas A proposta de depósitos a prazo do Banco BNI Europa está ao nível das melhores do mercado. Aceitando depósitos em euros e em dólares, nos 30 dias, a TANB para euros está nos 0,75%, contra 0,5% em US dólares, nos 90 dias a taxa é de 1,5% e de 1%, respetivamente, e nos 180 dias a taxa é de 1,75% para euros e de 1,5% para dólares. Este nível de taxas está bastante acima da média do mercado, com algumas grandes instituições finan- ceiras a praticarem menos de metade do valor aqui proposto. Pág. 36

Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

  • Upload
    dinhnhu

  • View
    224

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Nº 1568 / 12 de dezembro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

CONTRATO Nº 594655

9 720972 000037

0 1 5 6 8

MINISTRA DAS FINANÇAS ALERTA

Problemas estruturais do país ainda não estão resolvidos

Pág.19

EMPRESAS

easyJet inicia rota Lisboa-Açores em março de 2015

Pág. 8

PUB

ECONOMISTAS

SUPLEMENTOS

NESTA EDIÇÃO

PUB

Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, defende

Estado deve abrir espaço à dinâmica dos agentes privadosApós esta fase de contenção e austeridade, teremos um Estado cada vez menos interveniente, com menos investimentos públicos e apoios sociais. Esta tendência, a meu ver, vai abrir – já com alguns resultados evidenciados — espaço à chamada dinâmica da sociedade civil, ou seja, aos seus agentes – afi rma Ricardo Rio.

Págs. IV e V do Suplemento da Ordem dos Economistas

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, afi rma

Centralização do COMPETE compromete o futuro do Norte

Págs. 6 e 7

EM FOCOVinitech revela aumento do investimento na produção vitícola

Págs. 25, 26 e 28

EMPREGOPrograma de formação do Modatex tem empregabilidade superior a 97%

Pág. 29

UNIÃO EUROPEIAEurodeputada Elisa Ferreira

considera

“Não se pode pedir ao supervisor que se substitua à administração de um banco”

Pág. 31

Investimento imobiliário em Espanha atinge cinco mil milhões de euros

Pág. 3

TECNOLOGIASOrange quer consolidar presença em Portugal

Pág. 21

Cloud vai dominar investimentos até 2020

Pág. 21

em soluções para clientes

com mais patrimónioPágs. 24 e 25

Leasing e renting

sobem acima da média

europeiaPág. 33

Crédito Agrícola apresenta

CA TesourariaPág. 32

MERCADOS

concorre em taxas

A proposta de depósitos a prazo do Banco BNI Europa está ao nível das melhores do mercado.

Aceitando depósitos em euros e em dólares, nos 30 dias, a TANB para euros está nos 0,75%, contra 0,5% em US dólares, nos 90 dias a taxa é de 1,5% e de 1%, respetivamente, e nos 180 dias a taxa é de 1,75% para euros e de 1,5% para dólares.

Este nível de taxas está bastante acima da média do mercado, com algumas grandes instituições fi nan-ceiras a praticarem menos de metade do valor aqui proposto.

Pág. 36

Page 2: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

2 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

ABERTURA

Top da semana

EXPANSIÓN

Bruxelas identifica 500 mil milhões em investimentos viáveis

O grupo de trabalho formado pela Comissão Europeia de Investimentos identificou 500 mil milhões de euros em investimentos potencialmente viáveis economicamente, para serem executados entre 2015 e 2017. No total, os 28 países da União Europeia enviaram cerca de dois mil projetos. De uma maneira geral, estes projetos são interpretados como podendo representar um elevado valor acrescentado para a economia comunitária. São economicamente viáveis e têm também a vantagem de poderem ser colocados em prática no imediato.

LES ECHOS

Gigantes japoneses da eletrónica investem na agricultura

Esmagados pela concorrência, sobretudo sul-coreana, no que respeita aos produtos orientados

para o grande público, os grandes grupos nipónicos estão a investir em campos agrícolas do futuro. Um conceito que esperam exportar em breve.A realidade é que por via de todo um sistema com base nas novas tecnologias chega a ser possível aumentar a produção em quase cinco vezes. Será assim possível mudar completamente a agricultura tradicional. Para além de um aumento da produção, esta regeneração permitirá reduzir os custos e a mão-de-obra.

THE WALL STREET JOURNAL

BCE tarda em tomar decisões

Os pequenos passos dados pelo Banco Central Europeu nos últimos tempos são reveladores que a decisão de tomar medidas resulta mais difícil do que parece. O banco terá oito reuniões no ano que vem. As duas primeiras têm lugar a 22 de janeiro e a 6 de março.É provável que as expetativas de que o BCE pretende tomar medidas tornem a aumentar, como sucedeu no passado, sobretudo se o crédito abrandar e a inflação continuar a cair.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade ................ Pág. 07

Porto acolhe rota da Turkish Airlines a partir de abril

Opinião ...................... Pág. 10

Porque morrem os destinos turísticos?

Internacional ............. Pág. 11

Wall Street volta a colecionar recordes

Internacional ............. Pág. 11

OPEP deixa de injetar liquidez nos mercados financeiros

PME ............................Pág. 17

Quinta do Portal cria programas especiais para o Ano Novo

Empresas Familiares Pág. 18

Ações ou opções para executivos não familiares

Fiscalidade .................Pág. 20

Locação de bens imóveis é prestação de serviços sujeita a IVA

Tecnologias ...............Pág. 24

Portuguesa Veniam recebe investimento americano

Associativismo ..........Pág. 29

Programa de formação Modatex tem empregabilidade superior a 97%

Nesta edição

06Atualidade

Centralização da gestão do Compete compromete o futuro do Norte do país

16 Negócios e Empresas

“Na Europa defendem-se os consumidores, na Ásia e nos emergentes as empresas”

34 Mercados

Bancos apostam em soluções para o segmento “affluent”

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTOvidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA -nomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

14.300

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE

A Comissão Europeia diz que será muito difícil a Portugal cumprir as

metas do défice orçamental. A ministra das Finanças, como já lhe é habitual, discorda de tal hipótese e avança com uma catadupa de números e argumentos. Mais não está que a defender as estratégias por si implementadas e que, em última análise, terá de desenvolver. Já nos habituou a uma argumentação bem fundamentada, espera-se agora que existam condições para que as metas sejam alcançadas. A não acontecer, a ministra terá de se responsabilizar. Pelo menos é o que esperam os cidadãos.

PAULO NÚNCIO

É verdade que a forma como foi debatida a reforma do IRS começou da pior maneira possível.

Sem se esperar houve a introdução de uma série de alterações, algumas despropositadas. Os debates também não foram propriamente de elevada estatura. Mas o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais teve uma vitória no final, ao fazer passar a dita reforma, com o PS a sair mal da fotografia. De facto, aprovou a grande maioria das propostas, tendo depois votado contra o diploma. Poderá não ser ainda um político experiente, mas Núncio tem conseguido impor-se e às suas ideias no seio do Governo, o que merece sempre uma nota positiva.

RICARDO SALGADO

O ex-banqueiro não surpreendeu na sua ida à Assembleia da República.

Disparou em todas as direções e deu a entender que é o menos culpado de todos os envolvidos no processo BES. Afinal, muita gente sabia do que estava para vir, simplesmente nada fizeram. Infelizmente, Salgado esquece-se da sua posição de liderança no BES. E tem de se convencer que é o principal coveiro de uma instituição que durante muitas décadas foi uma referência a nível financeiro. Talvez seja tempo de meter a mão na consciência. Certo é que o país está a pagar muito caro a ganância e a incompetência de uns quantos.

As nossas vidas começam a morrer no dia em que calamos as coisas que são verdadeiramente importantes.

Como passar ao lado da situação em que está envolvido o ex-primeiro ministro José Sócrates face à gravidade das suspeitas que se ergueram contra ele – e como, por outro lado, desligar, assobiando para o ar, do aspecto político-partidário da questão?

Nem é possível, nem seria desejável em democracia.

Para bem nos situarmos, é imperioso, porém, colher a informação mais séria e serena e não acompanhar, ou vivenciar este caso, de polícia e de política, como se lê um romance, se vê a “Casa dos segredos”, ou se folheia a imprensa cor-de-rosa. Impõe-se, antes, muita honestidade intelectual e cívica nas tomadas de posição que se vão tomando.

José Sócrates não está acusado, neste momento, de nada. Muito menos foi julgado e condenado por coisa alguma. Tudo o que se conhece são suspeitas. Se a justiça está a fazer, no transe, como parece, o que lhe compete, há que deixá-la prosseguir a sua legítima e constitucional função e esperar que seja eficaz e imparcial. E lembrar-lhe, porventura, também, que se

terá “esquecido” de muitos outros suspeitos de idênticos crimes…

Sendo uma questão do foro judicial, há regras processuais e substantivas a que, como arguido, José Sócrates poderá legitimamente deitar mão. Entre essas não está, porém, seguramente, criticar o Juiz de instrução, por mais erráticas que tenham sido a sua argumentação e a sua consequente decisão. Das decisões judiciais – aprendi isso nos primórdios do meu curso universitário de Direito – recorre-se para os tribunais superiores. E, no fim do caminho, a Doutrina julgará a Jurisprudência, decerto na procura de melhores soluções para o futuro. E aqui acaba a Justiça processual que aos humanos cabe fazer, para quem, como eu, é um institucionalista.

O caso José Sócrates não poderia, porém, deixar de ser politizado e partidarizado, embora hipocritamente se queira afirmar o contrário. Tudo o que diz respeito ao Governo da República tem contornos e, até, essência política. E, nesse plano, há que escalpeliza-lo, confrontar argumentos, tentar perceber as estratégias dos interesses em jogo, o contexto em que teve lugar o desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público. A

quem interessou que este desagradável caso emergisse neste momento? Quem, e como, se gerem os tempos da justiça? Que outros suspeitos de crimes económicos poderão beneficiar de uma grande afectação de meios (tão reduzidos neste tempo de desmantelamento do Estado, também no âmbito do sistema judicial…) ao processo de José Sócrates, esvaziando, talvez, a investigação de outros?

Espero um dia perceber por que razão nenhum partido político se interessou pela criação de uma Comissão de Inquérito Parlamentar aos factos atinentes e imputados a José Sócrates e outros seus ditos cúmplices, ao contrário do tão grande empenho, de todos, no processo do defunto “BES”. Ou muito me engano, ou tudo não passará de um jogo de soma nula – jogo político-partidário em que os cidadãos contribuintes terão a última palavra: pagar todos os desmandos públicos e privados dos “reizinhos” da nossa democracia formal.

Perante todos nós está a desenrolar-se, é certo, um conflito de prognóstico incerto e em que a única certeza é que, no final, nada ficará como está, nem na política, nem na realização da justiça. Mas a culpa, uma vez mais, morrerá solteira.

Sócrates e Salgado: A Mesma Luta?Ou muito me engano, ou tudo não passará de um jogo de soma nula.

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

Page 3: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

O volume de investimento imobiliário em Espanha ultrapassou os cinco mil mi-lhões de euros, nos primeiros nove meses de 2014, e poderá atingir os seis mil mi-lhões até final do ano, revela a Worx Real Estate Consultants.

Este valor está acima do valor total anual atingido nos últimos cinco anos e é o resultado do crescimento económico registado, da queda nos valores do ativos e nas perspetivas de crescimento para os próximos anos.

Quando comparado este terceiro tri-mestre com igual período do ano pas-sado regista-se um aumento de mais de 100% no volume de investimento, pas-sando dos 1104 milhões de euros para os 2262 milhões de euros.

Do volume total de investimento, um

terço corresponde a investidores nacio-nais. Dos restantes investidores desta-cam-se os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a America Latina e a Ásia. Os investidores asiáticos representam 10% num total de 460 milhões de euros.

Em Portugal, o volume de investi-mento imobiliário está longe de atin-gir aqueles montantes: 150 milhões de investimento em ativos imobiliários no final do primeiro semestre de 2014. A consultora Cushman & Wakefield pers-petivou, para o final do ano, um valor próximo ou superior a mil milhões de euros. Mas este resultado está depen-dente da concretização de alguns gran-des negócios, essencialmente edifícios de escritórios, retalho, logística e para reabilitação.

Investimento imobiliário em Espanha atinge cinco mil milhões de euros

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 3

Candidaturas ao concurso de empreendedorismo até domingoDia 14 de dezembro encerram as inscrições - online e gratuitas - para a 5ª edição dos con-cursos de empreendedorismo da Associação Acredita Portugal. As candidaturas estão abertas a qualquer pessoa, independentemente da idade, localização geográfica, formação ou experi-ência profissional. São aceites ideias de negócio de qualquer setor de actividade e estágio dedesenvolvimento.

Madrid e Barcelona são as cidades preferidas dos investidores.

Page 4: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

A iniciativa “Plataforma para o Cresci-mento Inteligente” decorreu recentemente no CITEVE e inseriu-se no programa “Fa-malicão Visão’ 25 — 25 ideias para o fu-turo”. André Vieira de Castro e Nuno Go-mes, presidente e administrador executivo do BICMINHO, respetivamente, foram dois dos convidados desta ação, que teve como principal intuito receber contributos de especialistas do mundo das empresas e do empreendedorismo para preparar a ela-boração do Plano Estratégico 2014-2025.

André Vieira de Castro participou no fórum de discussão “Ligação Empresas-In-vestigação e Desenvolvimento”, onde teve

oportunidade de partilhar a sua experiên-cia, como empresário e como presidente do BICMINHO, na interação da comu-nidade científi ca da região com o tecido empresarial, e sobretudo com as PME. Os casos de sucesso de “spin-off ”, os projetos de investigação conjuntos, a clusterização de alguns setores relevantes de atividade, o prémio por mérito como forma de re-muneração dos centros de ID, a integra-ção em rede dos diferentes organismos e o cruzamento de projetos de investigação na horizontal foram alguns dos temas que abordou.

Por sua vez, Nuno Gomes participou no

grupo de refl exão sobre “Empreendedo-rismo Tecnológico e Criativo”, onde deu o seu contributo para a “Visão Famalicão 2025” como pilar fundamental para o cres-cimento e dinamização económica do con-celho. “Famalicão tem de fazer uma aposta forte na criação de um ambiente favorável ao lançamento de novas iniciativas empre-sariais de cariz tecnológico e criativo, que sejam complementares e acrescentem valor às empresas industriais dos setores estraté-gicos do concelho, nomeadamente o setor agroalimentar, o têxtil e os componentes automóveis”, destacou.

Fomentar a cultura empreendedora

O administrador executivo do BICMI-NHO considera, por isso, fundamental “fomentar uma cultura empreendedora com impacto direto na criação de riqueza e de empregos, onde as empresas industriais destes setores lancem desafi os reais aos em-preendedores do concelho para a resolução problemas concretos das empresas e pro-movam a substituição das suas compras e subcontratações”. O objetivo é que “em 2025 Famalicão seja capaz de reter a maior parte da cadeia de valor industrial dentro de portas”.

Em termos de apoio aos empreendedo-res, Nuno Gomes realçou a importância de uma vincada orientação para os resultados no desenvolvimento da estratégia de pro-moção do empreendedorismo e da inova-ção da Visão Famalicão 2025. Esta terá de ser, como sublinhou, “mais focada no fazer do que no pensar, com uma aposta clara

no acompanhamento pós-criação de em-presa, onde realmente os problemas apa-recem e os empreendedores precisam mais do que nunca de ajuda”.

O administrador executivo salientou ainda que “no BICMINHO estamos for-temente empenhados em fomentar uma cultura empresarial dinâmica em Famali-cão, onde as empresas evoluam na cadeia de valor num ambiente económico global, e em contribuir para a construção de um concelho mais desenvolvido e apto a en-frentar as mudanças de um mundo em rá-pida transformação”.

Neste fórum participaram ativamente empresas como a Argatintas, a Continen-tal ITA, a Riopele e a Primor, e outras en-tidades como a Universidade do Minho, a Universidade Lusíada, o IAPMEI, a AI-CEP, a ACIF, a ADRAVE, a AIMinho, a CESPU, o CITEVE, o CENTI e a FO-RAVE.

“PLATAFORMA PARA O CRESCIMENTO INTELIGENTE”

BICMINHO contribui para a elaboração do Plano Estratégico de Famalicão

Estamos consigo há 20 anos.

Juntos vamos Capitalizar a sua empresa. Abra rumo a uma visão mais empreendedora, repense novos mercados.

Somos o seu parceiro de negócios na Gestão e no acompanhamento Internacional.

Contacte: Apoio ao Investimento Gestão de Activos Gestão epósitos ancários In ormática de Gestão

Av. Montevideu, 282 4150-516 PORTO – PORTUGAL

Telefone: (+351) 226165220Fax: (+351) [email protected]

WWW.PEDROARROJA:COM

PUB

Famalicão tem de fazer uma aposta forte na criação de um ambiente favorável ao lançamento de novas iniciativas empresariais de cariz tecnológico e criativo.

O objetivo é que “em 2025 Famalicão seja capaz de reter a maior parte da cadeia de valor industrial dentro de portas”.

Companhias aéreas com lucros recordesA quebra nos preços do petróleo fará com que as companhias aéreas consigam atingir um lucro recorde de quase 20 mil milhões de dólares, no fi nal do ano. A previsão é avançada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). E este valor poderá aumentar para 25 mil milhões no próximo exercício. A descida de 40% nos preços do petróleo explica a forte subida nos resultados líquidos das companhias aéreas a nível global, de acordo com aquela organização.

Câmara Luso-Alemã organiza “Cimeira dos Sabores” A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã está a preparar mais uma vez uma missão empresarial para as empresas portuguesas à edição de 2015 da “Cimeira dos Sabores”, que se realiza no dia 20 de abril, em Bad Kissingen. Além da participação na feira, a Câmara Luso--Alemã proporciona aos produtores portugueses a oportunidade de participarem num mini--roadshow que os levará a visitar os três mais relevantes importadores de produtos gourmet da Alemanha.

4 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Page 5: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

“O que seria do país se não fossem as empresas, se não fossem os criadores de riqueza, os criadores de emprego?” – questionou António Saraiva no Fórum Desenvolvimento Económico, realizado em Penela.

O presidente da CIP referiu, num de-bate com Carlos Silva, que o país viveu muito tempo, demasiado tempo, sobre uma ilusão.”Desde que entrámos na União Europeia alimentámos a ilusão de que éramos ricos, e agora acordámos muito repentinamente e constatámos esta realidade que afinal não somos assim tão ricos, para não dizer que afinal somos po-bres” – explicou.

Para António Saraiva, o país está numa encruzilhada. Já lá vão uns 12 a 14 anos em que não nos desenvolvemos e não crescemos o suficiente. “Eu continuo a acreditar que é possível criarmos um país melhor desde que em cidadania, nós pró-prios alteremos um pouco da realidade. a maior parte de nós, cidadãos por N ra-zões, estamos nas nossas zonas de confor-to, estamos desiludidos, estamos quietos.

Cada vez mais é-nos exigido que façamos nós próprios a nossa realidade, construa-mos nós o nosso futuro e que em tempo de cidadania sejamos mais exigentes, mais participativos” – referiu. Para António Saraiva, não chega votar nos sucessivos atos eleitorais porque também não che-ga ir à reunião de condomínio e deixar depois que a gestão do condomínio seja

daquele administrador a quem elegemos para um mandato.

“Aqui não há gestores de condomínio: somos nós que temos que tratar da nos-sa realidade; somos nós, cidadãos, numa cidadania participativa, exigente, que te-mos que fazer as nossas escolhas e cons-truir uma realidade diferente daquela em que nos encontramos” – acrescentou. Aos participantes do Fórum Desenvolvi-mento Económico disse que depois des-te programa de ajustamento a que nos vimos obrigados, e de sairmos da ilusão em que vivemos para a realidade com que nos defrontamos, há culpados, da mesma maneira que têm que existir caminhos e nós temos que dar às nossas empresas. Se-gundo referiu, aos nossos empresários de-vem ser dadas condições para terem uma envolvente diferente da que tem existido.

Sindicatos devem ter papel interventivo

“O que seria este país sem a UGT?” – disse Carlos Silva, em reposta a António Saraiva. O secretário-geral da UGT sa-lientou que em 40 anos de democracia e em 36 anos de existência tivemos um cen-tral sindical plural e diversa.” O que seria Portugal sem esta central sindical, sem o combate que em 1977/78 se travou pelas

forças democráticas que combateram aunicidade sindical” –acrescentou.

Para Carlos Silva, houve sempre em-preendedores, houve sempre patrões,mas também houve sempre trabalhado-res. “A grande questão que deve aqui sercolocada e enfatizada, o que eu dizia eraefetivamente o nosso papel interventivona sociedade portuguesa que permitiuque mesmo ao final de três anos de umacrise profunda, com políticas públicas de austeridade, fosse possível no dia 24 de Setembro assinar um acordo com osparceiros sociais e com o Governo em relação ao salário mínimo nacional” –afirmou. Também foi possível, ao lon-go deste ano e no ano anterior, chegar a acordo com o Governo e com os em-presários em relação a outras matérias.“Não conseguimos chegar a acordo em todas, mas o facto de haver disponibi-lidade para o diálogo, disponibilidadepara a negociação, para a concertação, éum fator relevante em democracia, agoraque o país está perante um choque trau-mático com um conjunto de situaçõesque têm ocorrido nos últimos tempos,é verdade, eu gostaria até de dizer e de relembrar que as instituições democráti-cas e o poder democrático se deixaramdominar muito, nos últimos anos, pelopoder financeiro” – lamentou.

ANTÓNIO SARAIVA E CARLOS SILVA NO FÓRUM DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Diálogo social favorece o crescimento da economia

“O facto de haver disponibilidade para o diálogo, disponibilidade para a negociação, para a con-certação, é um fator relevante em democracia” – referiu Carlos Silva.

Para António Saraiva, já lá vão uns 12 a 14 anos em que o país não se desenvolve nem cresce o suficiente.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 5

CIM Viseu Dão Lafões promove campanha de rua em LisboaA campanha de promoção da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões viaja para Lisboa no fim-de-semana de 13 e 14 de dezembro, após o sucesso das ações de rua organizadas no Porto, no fim-de-semana passado. Com esta iniciativa a CIM Viseu Dão Lafões pretende pro-mover o conhecimento e incentivar visitas à região. As ações de rua decorrerão das 9h às 18h e começam por ser promovidas na Baixa, passando depois pelo Terreiro do Paço, Belém e centros comerciais Vasco da Gama e Colombo.

Turismo mundial cresce 5% este anoA Organização Mundial do Turismo (OMT) acredita que o setor turístico mundial vai registar um crescimento de 5%, este ano. A organização define três tendências a nível global, designa-damente a deslocação do centro de gravidade do turismo dos países ocidentais para o resto do mundo, a eclosão da tecnologia e a cada vez maior importância que os turistas atribuem ao turis-mo sustentável. Um outro aspeto interessante é que se trata de uma atividade que está a ganhar peso em países que foram palcos de guerra num passado não muito distante.

Oportunidades para a região Centro em análise

O Fórum Desenvolvimento Económico é uma iniciativa da Câmara de Penela e tem por objetivo debater as melhores práticas de empreendedorismo e inovação. Na edição de 2014 intervieram Luís Matias, presidente da Câmara de Penela, e Francisco Banha, presidente da FNABA, Federação Nacional de Business Angels.Entre os temas que foram debatidos destacou-se o Horizonte 2020 e as oportunidades para a Região Centro, com intervenções de Ana Abrunhosa, presidente da CCDR Centro, Alexandre Lopes, gestor do PDR, e Paulo Fernandes, da ANMP.

Page 6: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

RUI MOREIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA DO PORTO, DIZ QUE “A IDEIA DAS CIM E DE TENTAR ALIANÇAS ESTRANHAS NÃO VAI FUNCIONAR BEM”

Centralização da gestão do COMPETE Enquanto o COMPETE – programa operacional Fatores de Competitividade, vocacionado para o apoio ao tecido empresarial – estiver “centrado nas ameias do castelo da cidade-Estado” e as políticas nacionais “continuarem a ser profundamente subvertidas por um princípio contrário à solidariedade”, “nós, na região [Norte], onde temos mais condições de criar competitividade, não vamos chegar lá”. E isso será “terrível para as futuras gerações”.O aviso parte do presidente da Câmara do Porto, em entrevista à “Vida Económica”, à margem de um evento promovido pela Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa. Muito crítico quanto à gestão centralizada dos fundos europeus e à “falta de proximidade dos centros de decisão”, Rui Moreira não tem dúvidas: “Se queríamos ser competitivos, teríamos de recentrar o COMPETE”.TERESA [email protected]

Vida Económica – Desde que tomou posse tem realizado várias visitas ao estrangeiro, uma das quais à China. Como está o processo de captação de investimento para o Porto?

Rui Moreira – Sim, fui à China, a Shen-zen e a Macau. E fui a Londres, a uma con-ferência do “Economist”. Fui a S. Paulo, estive em Curitiba, tenho ido a Barcelona várias vezes, estive na Corunha. Temos fei-to viagens importantes, umas destinadas a apresentações gerais, outras mais específi-cas para contactos com investidores.

VE – E que balanço faz desses con-tactos?

RM – O balanço que lhe posso fazer é que o Porto é uma cidade com mui-to interesse. A nossa estratégia está a ser desenhada com a professora Ana Teresa Lehmann e com uma equipa que está a trabalhar diretamente comigo. O que es-tamos a apresentar é a capacidade que o Porto tem de acolher empresas, principal-

mente nas áreas ‘high-tech’, por causa da formação, das universidades e instituições e da pesquisa que aqui se faz.

VE – Falemos do quadro comunitá-rio Portugal 2020. Como vê a dotação orçamental afeta à região Norte? O se-nhor foi muito crítico, na altura dessa discussão.

RM – E continuo a ser crítico. É evi-dente que o Governo tem uma máquina de propaganda muito eficiente e eu não tenho nenhum partido político. Acho que se criou uma ilusão. Continuo a ser críti-co e continuo, acima de tudo, a pensar que, enquanto o COMPETE [programa operacional Fatores de Competitividade] estiver centrado nas ameias do castelo da cidade-Estado, nós, na região onde temos mais condições de criar competitividade, não vamos chegar lá. E os sucessivos adia-mentos e tudo aquilo que entretanto tem sido dito confirma aquilo que eram então as minhas preocupações.

VE – A sua crítica está sobretudo na centralização das decisões?

RM – Claro.

VE – E ao nível da dotação orçamen-tal do Norte 2020? O Governo diz que há um crescimento de 27% relativa-mente às verbas do QREN.

RM – Há tantas maneiras de fazer as contas... Então, eu diria que as verbas de Lisboa crescem 75%. Eu não vou tanto por aí. Nós, na altura, tínhamos uma oportunidade única. Se queríamos, de facto, ser competitivos teríamos de re-centrar o COMPETE. E não tinha de ter vindo para o Porto. Poderia ter ido para Águeda ou Aveiro. Provavelmente era o melhor. Quando olhamos para as regiões, há, de facto, uma área do país em que a indústria mais competitiva está a crescer exponencialmente e não é através da des-localização. A Auto Europa, com todo o respeito, é uma deslocalização, a Embraer é uma deslocalização. Mas onde a indús-tria mais inovadora está a crescer é a norte do Vouga. E faz-me imensa impressão que os decisores vão ser os mesmos e a locali-zação vá ser a mesma. Esta política de fal-ta de proximidade dos centros de decisão

Rui Moreira explicou à “Vida Económica” que nas várias viagens ao estrangeiro faz questão de mostrar “a capacidade que o Porto tem de acolher empresas”, acreditando que em breve “vamos ter novidades”.

“Temos uma excelente relação com a Universidade do Porto e com este reitor em particular. Estou preocupado é com os institutos universitários, principalmente os que fazem pesquisa e desenvolvimento, porque tem havido muita descontinuidade. Nos últimos dois anos temos menos doutoramentos, os projetos estão a cair”

Porto de Lisboa cresce 6% nos graneis sólidosO Porto de Lisboa cresceu 6% na movimentação de graneis sólidos, até final de outubro, face a igual período do ano passado. O que se traduziu numa movimentação adicional de 248 mil toneladas de mercadorias, de acordo com dados da administração. “O Porto de Lisboa assume especial importância na movimentação e na armazenagem de cereais, contribuindo para o abastecimento e a sustentabilidade da indústria alimentar nacional, bem como para a movimentação de outro tipo de cereais”, acrescenta a referida administração.

BAU reúne 15 empresas nacionais de construçãoSão esperados mais de dois mil expositores de 40 países na BAU, evento que reúne a fileira da construção em Munique, de 19 a 24 de janeiro. É uma das mais importantes feiras mundiais dos setores da arquitetura, dos materiais e sistemas de construção. Entre os expositores estão já garantidas 15 empresas nacionais. Em debate vão estar temas como a eficiência energética ou a urbanização inteligente. Esta é uma boa oportunidade para a construção nacional se dar a conhecer entre alguns dos principais mercados internacionais.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Page 7: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

é o que mais me preocupa. Confesso-me preocupado. E não vale a pena omitir e pensar que é este Governo, porque o pró-ximo, seja ou não seja do mesmo partido, será igual. Há uma lógica de cidade-Es-tado, de apropriação de recursos que nos são destinados para nos reequilibrarmos, mas, dentro do país, fazemos ao contrá-rio. E isto de fazer ao contrário é terrível. Portanto, continuo muito crítico, como sempre fui. E este meu discurso não é de hoje. É dos últimos 14 ou 15 anos.

VE – No final do próximo ciclo de apoios comunitários e com esta cen-tralização de que fala, que consequên-cias haverá para o Norte e para o Por-to, em particular?

RM – Acho que vai ser mau. Relativa-mente aos municípios, esta ideia das CIM [Comunidade Intermunicipal] e de tentar alianças estranhas não vai funcionar assim muito bem. Confesso-lhe que não estou com grandes expetativas. Mas, lá está, te-mos de dar a volta, apesar disso. A mi-nha mensagem nunca é pessimista, mas acho que se poderia ter feito isto de outra forma. Esta oportunidade podia ter sido agarrada de outra maneira. Temos um excelente comissário, o Carlos Moedas, numa área muito importante [Investiga-

ção, Ciência e Inovação] e pode ser que isso nos possa ajudar. Mas, em termos das políticas nacionais, elas continuam a serprofundamente subvertidas por um prin-cípio que é contrário à solidariedade, ouseja, nós recebemos apoios e o próximoquadro comunitário é, mais uma vez, uma demonstração da política de solidariedade intraeuropeia, mas, dentro do país, inver-temos o critério da solidariedade. E isso é terrível para as futuras gerações.

compromete o futuro do Norte do país

“Continua a haver das entidades públicas aquela sensação de que o Norte resolve os seus problemas por si e que é sempre capaz de se regenerar por si. Não acho que seja preciso solidariedade. Eu viveria bem com neutralidade”

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 7

Universia lança segundo concurso de talento universitárioO Universia Portugal acaba de lançar a segunda edição do Jumping Talent, o concurso de talento universitário que permite às empresas participantes selecionarem os jovens universi-tários com maior potencial. Os 70 candidatos finalistas competirão em equipa e entre si. O evento está agendado para o próximo dia 24 de março de 2015, nas instalações da Câmara de Comércio em Lisboa.

Alunos da UPT criam ideias de negócioSão 220 os alunos que criaram 40 projetos de negócio e tentam agora convencer um painel de gestores e empresários a comprar as suas ideias. A iniciativa é da Universidade Portucalense (UPT) e tem como objetivo fazer com que os estudantes encarem o empreendedorismo como uma opção concorrente ao mercado de trabalho tradicional, num contexto fortemente inova-dor e único no país. Ao todo, cada projeto vai ter 15 minutos para fazer o seu “Pitch” e para captar atenção dos jurados convidados pela UPT.

“O Porto é uma cidade segura, tem um excelente setor da saúde e colégios de língua estrangeira”

Vida Económica – O que é que o Porto tem para oferecer aos investidores estrangeiros?Rui Moreira - Há um aspeto muito curioso e relevante que muita gente ignora: qual é a avaliação que os decisores fazem das cidades. E quando lhes apresentamos a cidade, o que é que normalmente lhes dizemos? Que a cidade é muito segura, que tem pouca criminalidade e poucos riscos de desastre natural. Depois tem outra coisa: tem um excelente setor da saúde, público e privado. E terceira coisa que eles normalmente procuram: colégios de língua estrangeira. E nós estamos extraordinariamente bem munidos. E depois apresentamos os fatores comparativos: as infraestruturas, que são excelentes. As auto-estradas, o porto e o aeroporto, os raios de distância e, muito importante, as novas rotas para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, que são determinantes [ver caixa]. Depois mostramos-lhes o preço comparado, de casas, escritórios e equipamentos industriais obsoletos. Creio que vamos ter novidades. Nós temos vindo a negociar. Como sabe, o segredo é a alma do negócio, mas tem havido muito interesse nas ‘startups’. Nós também vendemos as ‘startups’ do Porto, é bom pensarmos nisso. Muitas delas precisam de capital, de parceiros. Mas nós gostaríamos de ir mais longe e algumas das viagens que temos feito são no sentido de atrair um ou dois grandes investidores para o Porto. E aí a

coisa é mais difícil, porque aí dependemos das entidades nacionais. E não lhe escondo que elas tentam muitas vezes, ao nível das ‘high-tech’, atrair essas empresas, seja para a península de Setúbal, seja para Évora, por causa da Embraer.

VE – Por causa da Embraer? RM – Vou-lhe dizer uma coisa que não devia dizer. Nós não contamos sequer com a neutralidade das instituições nacionais nessa matéria. E, portanto, muitas vezes encontramos aqui alguma dificuldade, ou seja, percebemos muitas vezes, quando temos de falar com entidades nacionais, que continuamos a viver num tempo como se o grande problema de Portugal ainda fosse a península de Setúbal não ter o D. Manuel Martins. Em Évora, acho muito bem o projeto da Embraer, mas também ele se transforma agora muitas vezes naquilo que é vendido. O Norte, eu acho que as entidades nacionais...

VE – Está a dizer que o Norte perde investimento por causa da Embraer?RM – Não sei se perde. Eu acho que ganha, porque, apesar de tudo, nós estamos distantes. Mas o que é facto é que continua a haver das entidades públicas aquela sensação de que o Norte resolve os seus problemas por si e que é sempre capaz de se regenerar por si. Por um lado, é confiarem em nós, mas de vez em quando não há...

VE – Solidariedade com o Norte?RM – Não, não acho que seja preciso solidariedade. Eu viveria bem com neutralidade. E não me parece que, em muitos casos, haja sequer essa neutralidade. Mas se não há também nas políticas públicas, nas políticas públicas endógenas e exógenas, isso obriga-nos a trabalhar mais, porque há muitos dos instrumentos que não dependem de nós, nomeadamente a fiscalidade. Mas, apesar de tudo, acho que as coisas estão a correr bem, a economia na cidade está a correr melhor, o comércio tradicional aponta para indicadores muito interessantes, o turismo está a crescer, o aeroporto está a correr bem, o porto de Leixões está a correr bem. Faltaria alguma coisa em termos de uma agência regional de desenvolvimento, mas também aqui não é fácil.

VE – Como vê a instalação do Banco de Fomento?RM – A questão do Banco de Fomento continua adiada, eternamente adiada para as calendas, sem que a gente perceba muito bem para que é que serve. Percebemos que as empresas públicas continuam, apesar de tudo, a centrar muitas das suas políticas na capital, naquela visão de uma cidade-Estado em que nós somos o arrabalde. E depois há alguma dificuldade, confesso, de articular com os outros municípios estas questões.

Porto acolhe rota da Turkish Airlines a partir de abril de 2015

A Turkish Airlines vai começar a voar três vezes por semana do Porto para Istambul a partir de 30 de abril, revelou o presidente da Câmara, Rui Moreira, à “Vida Económica”.Depois da Ryanair, em 2005, e de, este ano, a Easyjet ter anunciado a abertura, a partir da primavera de 2015, de uma nova base operacional no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e a criação de 80 postos de trabalho diretos, entre pilotos e tripulação de cabina, eis que é a vez de a Turkish Airlines alargar o número de operadoras a operar de e a partir do Porto. A partir de abril, a companhia turca operará com quatro frequências semanais: às terças, quintas, sábados e domingos.Esta nova operação “abre-nos o mercado asiático completamente, que estava até agora dominado por um hub que era da Lufthansa”, diz, entusiasmado, Rui Moreira.Na verdade, a entrada da companhia turca era um desejo antigo do aeroporto para responder sobretudo à procura crescente pelo mercado asiático mas, também, de outros como Europa de Leste, África e a própria Turquia. “A posição

estratégica de Istambul, juntamente com uma base de custos muito baixa, permitem à Turkish Airlines oferecer simultaneamente preços extremamente competitivos e um produto superior à maioria dos seus concorrentes”, lê-se num comunicado divulgado na última sexta-feira pelo aeroporto do Porto. A Turkish Airlines vem ainda reforçar a presença da Star Alliance no Porto, sendo a quinta companhia da aliança a servir o Porto de forma regular. Até ao final de outubro deste ano as companhias da Star Alliance atingiram 33% de quota de mercado através de 19 rotas diretas distribuídas por três continentes.

Page 8: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

TAP tem dívida de 300 milhões por resolverA TAP tenha ainda uma dívida por saldar no valor de cerca de 300 milhões de euros. No en-tanto, o presidente da companhia área portuguesa, Fernando Pinto, acredita que se trata de um problema que não vai colocar em causa a privatização do grupo. A dívida fica a dever-se à Manutenção Brasil, tendo sido resolvida, entretanto, uma parte da dívida. Quanto aos 300 milhões em falta, assume Fernando Pinto que a dívida não será fácil de resolver, pelo menos nos tempos mais próximos, por parte da transportadora aérea.

Famílias e empresas mais protegidas em caso de resgate bancárioOs depósitos de famílias e PME, a partir de 100 mil euros, não poderão ser utilizados no resgate de bancos. Uma regra que se aplica já a partir do próximo ano, sendo que o Banco de Portugal po-derá resgatar entidades financeiras através do sistema de “bail-in” (o resgate interno), evitando-se assim os depósitos mencionados. O que significa que as famílias e as empresas passam a estar mais protegidas, através da transposição de diretivas comunitárias para o direito português.

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

http://livraria.vidaeconomica.pt [email protected]

223 399 400

Título É a Vida

Autor António Vilar

Páginas 288

PVP €15.90

eBook €12.90

em pontos com vida nas compras online

Neste livro de António Vilar

encontramos um conjunto

de refl exões atentas e profundas

sobre as principais tendências

da nossa sociedade.

Com um estilo de escrita inconfundível, caracteri-zado pela clareza e facilidade de leitura, o autor partilha os seus pontos de vista sobre os dilemas e desafi os que se colocam em temas tão diversos como a economia, a justiça, a educação, o sistema político ou a área social.Pela riqueza e diversidade de conteúdo, esta obra é útil e interessante para a generalidade dos cidadãos, servindo também como referência futura para uma melhor análise e compreensão dos grandes temas da vida em sociedade.

Também disponível em formato digital

Nome

Morada

C. Postal -

E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro É a vida , com o PVP unitário de €15,90.

Para o efeito envio cheque/vale nº , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança (Acresce 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

A capacidade empreendedora do gestor Pedro Ribeiro, que li-dera atualmente a construção de dois mega-centros comerciais no Médio Oriente e um orçamento global de dois biliões de dólares, foi distinguida durante o Venture Capital IT 2014 - 14º Congresso Internacional de Empreendedoris-mo e Capital de Risco, realizado recentemente, em Lisboa.

“É, obviamente, motivo de or-gulho ser alvo deste reconhecimen-to tão cedo na minha carreira, mas é também uma enorme responsa-bilidade e mesmo um desafio que, felizmente, me ajudará a esforçar--me ainda mais para me superar e não defraudar as expectativas que um prémio como este vem tam-bém criar”, afirmou Pedro Ribeiro ao receber o galardão.

O gestor português, de 38 anos, tem vindo a sobressair mundial-mente na conceção de grandes empreendimentos comerciais e o sucesso alcançado levou já a que recebesse convites das empresas lí-deres de mercado nessa área de ges-tão. Desde que chegou ao Médio Oriente abraçou dois projectos de grande envergadura. Um deles, já baptizado como “Mall of Qatar”,

Gestor português de nível mundial recebe prémio de empreendedorismo

Homenagem trouxe Pedro Ribeiro do Qatar a Lisboa.

PUBvai ser o maior centro comercial do emirado e tem inauguração previs-ta para 2015. Tem mais de 400 lo-jas em três pisos, numa área de 400 mil m2 que inclui uma estação de metro integrada e uma área de esta-cionamento para sete mil veículos.

Durante o evento, foi dada a oportunidade a vários empreende-dores para exporem os seus proje-tos ao público, em apresentações de 10 minutos. Paralelamente, o Venture Capital IT contemplou sessões em ambiente privado com sociedades de capital de risco e com “business angels”.

easyJet inicia rota Lisboa-Açores em março de 2015

A easyJet anunciou a nova rota entre os aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada.

“Depois da cuidada análise de mercado realizada e da decisão fi-nal sobre a liberalização do espaço aéreo nos Açores, a introdução da nova rota Lisboa - Ponta Delgada vem reforçar a aposta e o compro-misso da easyJet em Portugal e nas suas regiões, tornando as viagens fáceis e acessíveis”, refere a empresa num comunicado.

“Esta liberalização é uma conse-quência de um trabalho de quase três anos da easyJet com as diversas entidades, no qual foi transmitido sistematicamente os efeitos multi-plicadores do turismo e as oportu-nidades para os habitantes da região que beneficiaria com a livre concor-rência entre companhias aéreas. A economia dos Açores está de para-béns com este novo marco de trans-porte pelo qual a easyJet lutou.”

A rota Lisboa-Ponta Delgada tem início em março do próximo ano, podendo os passageiros fazer a re-serva de bilhetes já a partir de ama-nhã. Para os voos que têm início em junho, as reservas estão dispo-níveis a partir da semana seguinte. O objetivo é aumentar e diversificar a oferta que é dada aos passageiros dos Açores, possibilitando viagens com tarifas mais acessíveis, a partir de 32,49 euros.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Page 9: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 9

A política e a realidade dos números O mellhor momento para abraçar a mudança é durante uma crise...

Aprovado o primeiro Orçamento do Estado após a conclusão do programa de assistência económica e financeira a que o nosso país esteve sujeito desde Maio de 2011, parece-nos importante que se faça, nesta altura, uma pequena reflexão, assente em pressupostos claros e objetivos, que possibilitem, antes de mais, a identificação da fronteira entre o “antes” e o “depois”, ou seja, o Portugal das vésperas do resgate e o Portugal do pós-resgate. Condição essencial, a nosso ver, para que se possa fazer uma avaliação séria e ao mesmo tempo tentar perceber, com alguma segurança, quais os caminhos que devemos procurar escolher para a definição do nosso futuro coletivo. Pelo menos, no sentido de sabermos para onde queremos ir, e, pelo contrário, para onde não queremos decididamente mais voltar. Assim, de acordo com os elementos oficiais de que dispomos nesta altura, o défice das nossas contas públicas deverá atingir no final deste ano de 2014 os 4,8% do PIB, prevendo o Orçamento do Estado que em 2015 não ultrapasse os 2,7%. Ora, em 2010, ano anterior ao da entrada da “troika”, o desequilíbrio das contas públicas nacionais situou-se nos 11,2% do PIB!...A taxa de desemprego anda pelos dias de hoje na ordem dos 13,4%, valor bem acima daquele que se verificava em 2010 (10,8%). Mas a verdade é que, desde janeiro de 2013, altura em que o desemprego atingiu o seu valor mais elevado, 17,4%, que a taxa vem diminuindo de forma consistente, prevendo-se que continue o seu trajeto descendente nos próximos meses. Isto, apesar de o Orçamento do Estado projetar para 2015 um valor francamente conservador, diríamos mesmo cauteloso, de 13,4%...Em 2010, ano anterior ao do pedido de ajuda internacional de 78 000 milhões de euros, a dívida pública portuguesa situava-se em 96,2% do PIB. Continuando a sua trajetória ascendente, que já vinha desde 2007 (com 68,4% do PIB), atingiu o seu valor máximo em 2013 com 128% do PIB. Tendo, desde então, a dívida pública nacional invertido a tendência, e iniciado um caminho descendente, devendo este ano de 2014 fixar-se em 127,2% do PIB e no próximo ano, segundo o Orçamento do Estado recentemente aprovado, em 123,7% do PIB. Depois de três anos de recessão, a economia portuguesa voltou a crescer, estimando-se para este ano de 2014 um crescimento de 1% e prevendo o Orçamento do Estado para 2015 um crescimento de 1,5%. Em qualquer dos casos, um crescimento superior à média dos países da Zona Euro, o que já não sucedia há catorze anos.Em 2011, nas vésperas do pedido de resgate, Portugal chegou a financiar-se nos mercados internacionais a taxas de juros de 8,77%! Recentemente, o nosso país foi ao mercado, e obteve financiamento a dez anos, a uma taxa de juro de 2,957%.Portugal registou em 2013 um excedente na sua balança comercial, realidade que não se verificava desde 1943! As exportações de bens e serviços nacionais continuam a aumentar, tendo crescido 3,7% em Setembro último, face a período homólogo do ano passado. A própria OCDE prevê que as exportações portuguesas cresçam 5,4% em 2015.Concluindo, em termos “macroeconómicos”, parece não restarem

grandes dúvidas que, depois de ter estado perto da “bancarrota” em 2011, Portugal aparece agora com indicadores francamente promissores, com a sua credibilidade restaurada, com as suas contas públicas a caminho do equilíbrio e com a economia a crescer.O que não significa que os portugueses, que vivem ao nível da chamada “economia real”, já sintam de forma evidente os benefícios dos enormes sacrifícios a que foram sujeitos nos últimos três anos, em virtude da implementação do programa de ajuda financeira desenhado pelo triunvirato Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, com a colaboração ativa do anterior Governo. Não podemos esquecer que, durante esse período, muitas empresas desapareceram, muitos postos de trabalho foram destruídos e o rendimento disponível da generalidade das famílias diminuiu de forma muito considerável.E se é verdade que o valor do salário mínimo nacional aumentou recentemente de 485 Euros para 505 Euros, não é menos verdade que a percentagem de trabalhadores abrangidos em Portugal pelo salário mínimo aumentou de 5,5%, em abril de 2007, para cerca de 12% em outubro de 2013.Por outro lado, não podemos esquecer que a crise aumentou o risco de pobreza em Portugal, bem como a desigualdade na distribuição de rendimentos. Com efeito, segundo dados do INE, em 2013, 18,7% da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza, o que significava um aumento de 0,8% relativamente a 2009. Sendo que, em 2012, os 20% dos mais ricos detinham um rendimento 6 vezes superior aos 20% mais pobres (o que significa um aumento de 0,4% relativamente a 2009) e os 10% mais ricos tinham um rendimento disponível 10,7 vezes superior aos 10% mais pobres (o que representa um aumento de 1,5% quando comparado com 2009), o que torna Portugal um dos países com uma distribuição de rendimentos mais desigual da União Europeia.É evidente que, como lembrou recentemente o Papa Francisco, no centro de qualquer projeto de governação têm de estar as pessoas, sempre as pessoas. O homem não pode ser um mero instrumento das políticas económicas, mas um beneficiário ativo das mesmas. E aquelas também não se podem reduzir a simples expressões numéricas ou a meras fórmulas matemáticas.A gestão política é sempre um processo complexo promovido por homens e para homens (no sentido lato da palavra…), de procura de equilíbrios, na concretização de uma ideia de bem comum, e que nunca pode perder de vista a equidade, o rigor e o sentido de responsabilidade. Da mesma forma que não deverá ser completamente fria e insensível, muito menos absolutamente despreocupada com as consequências da sua ação, como se o resultado tudo justificasse.Mas também não deixa de ser verdade que é importante que tenhamos consciência da realidade dos números, para que não caiamos na tentação de continuar a alimentar ilusões. É que, ao contrário do que alguns apregoam, as dívidas são mesmo para pagar mais tarde ou mais cedo, e, quase sempre, com juros.E as opções que tomarmos hoje não nos comprometem apenas a nós, os desta geração...

Estamos numa crise. Alguns definem o momento atual através de outras expressões, como recessão, estagnação,…Durante o momento de crise que atravessamos, são as ações que o empresário tomar, nos próximos meses, que irão moldar o futuro da sua empresa, na próxima década.Alguns empresários estão “à espera para ver o que acontece” – GRANDE ERRO!Existem três tipos de empresários: aqueles que fazem com que as coisas aconteçam; aqueles que ficam a olhar para as coisas que acontecem; e aqueles que não sabem aquilo que está a acontecer.Que tipo de empresário é você?O empresário não consegue mudar as coisas NO mundo, mas consegue mudar as coisas no SEU mundo!Este é o momento perfeito para alterar a situação da sua empresa.Assuma uma atitude de liderança.Agora, é o momento ideal para assumir as rédeas da sua empresa, expressando e construindo a sua nova visão empresarial.Como é que reage à mudança?Tem consciência que a mudança abre novas oportunidades à sua empresa?Como é que tira o melhor partido das oportunidades?Todas as empresas estão no negócio das “vendas”. Agora é o momento de vender, vender melhor, com mais afinco do que antes.Comece pelos seus clientes atuais. Sirva-os de forma memorável. Isso fará com que eles não pensem em ir comprar aos seus concorrentes.

Faça com que os seus clientes atuais lhe comprem mais. Claro que me refiro aos clientes que pagam. Se o seu negócio não é bancário ou similar, então o seu negócio NÃO é o negócio de conceder crédito aos seus clientes. Se o fizer, para além das práticas recomendáveis, não está no bom caminho, porque está a assumir demasiado risco e um risco que não controla. Além disso, deixará de conseguir responder de forma clara à questão seguinte: os seus clientes estão a fazer negócio consigo, porque estão desesperados ou porque verdadeiramente apreciam e valorizam a sua oferta?Não menos relevante, ao servir os seus clientes de forma memorável, faz com que este falem de si, nos seus círculos de amigos e lhes expliquem por que motivo é tão bom “fazer compras a si”.Vire a sua secretária para a janela!Vire-se para o exterior. Tem de entender o mundo, os mercados e os seus clientes, melhor do que nunca.Guarde os seus clientes. Os seus clientes são o sangue da sua empresa.Intensifique os seus esforços para mudar a forma como faz as coisas. Siga o lema da Quantum:“Se continuar a fazer aquilo que está a fazer, então irá obter os resultados que está a obter!”Este é o momento em que muitos empresários estão à procura de respostas, ou, melhor dizendo, à ESPERA de respostas.Você está à espera de quê?Votos de um GRANDIOSO 2015!

PAULO RAMALHOVereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia

MARKET REPORTS México

O seu KIT de internacionalização/exportação

Estrutura de um market report sobre o México. Caracterização do setor. Volume global do setor

. Legislação setorial

. Economia mexicana

. Sistema aduaneiro

. Normas laborais

. Taxas aduaneiras

. Logística

Todos os sectores disponíveis, destacamos alguns:- Vinhos e bebidas brancas;

- Setor farmacêutico;- Setor moldes;- Têxtil e calçado;- Alimentar- Software e Hardware

- Franchising

RESERVE

O SEU EXEMPLAR

4002-001 Porto http://livraria.vidaeconomica.pt

[email protected] 223 399 400

Informação prática para exportadores e investidores. Os

market reports sobre o México estão

disponíveis em papel e PDF.

O mercado mexicano com 122 milhões de consumidores, a fábrica dos EUA. Apresenta oportunidades de negócios excepcionais, mas exige

informação objectiva. Através dos nossos Market Reports sobre o México ficará a conhecer situações concretas do país e do sector que lhe interessa

de forma a abordar o mercado com objectividade e menores riscos. Fique preparado para descobrir este mercado com Tratado de Livre Comércio

com a União Europeia desde 2000 do qual se pode beneficiar.Um instrumento de análise feito à medida da sua empresa!

PUB

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

Page 10: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Agrozel e Pedramoca são as melhores empresas do RibatejoA Agrozel e a Pedramoca, de Alcanede, foram distinguidas como as empresas do ano no Riba-tejo em 2012 e 2013, respetivamente. A cerimónia Galardão Empresa do Ano é uma inicia-tiva conjunta da NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém e do jornal “O Mirante”. O evento, que já vai na 14ª edição, tem como objetivos premiar o êxito e reconhe-cer o dinamismo empresarial da região.

Empresários exigem maior flexibilidade laboralOs empresários e gestores que compõem o Conselho Consultivo Empresarial do “Budget Wa-tch” relativamente ao OE2015, desenvolvido pela Deloitte, elogiam a estabilidade macroeco-nómica e o alinhamento entre prioridades públicas e cadeias de valor empresariais. Ao invés, as maiores críticas vão para as políticas de compromisso para o crescimento, a flexibilidade produ-tiva dos fatores trabalho e capital e as medidas relativas ao estímulo de regimes concorrenciais.

Ao refletir sobre o conceito do destino turístico, somos levados a considerar o conceito de “Lugar” onde as experiências recreativas dos turistas acontecem e onde a sua atividade produz um efeito.

O estudos dedicados ao Turismo partem da premissa segundo o qual os destinos turísticos são lugares onde ocorrem as experiências turísticas.

Mas, na verdade, os destinos turísticos não são obrigatoriamente lugares, nem os lugares são por si só destinos turísticos.

Ora vejamos o caso da Disneyland, um importante destino turístico. independentemente do lugar geográfico onde ocorre a experiência turística. A Disneyland, esteja localizada em Orlando, Paris e ou em outro lugar qualquer, é o destino turístico por si só, mas não é um lugar.

Na realidade, o processo de construção de um destino turístico implica dois processos distintos mas interdependentes:

de um determinado sítio, objeto suscetível de descrição física, em um lugar, objeto caracterizado por propriedades subjetivas únicas;

um determinado lugar se constitui como destino turístico.

O marketing turístico não pode preencher esta dupla função sem um conhecimento profundo que se situa na origem do sentimento do lugar, graças ao

qual um sítio geográfico se pode tornar num destino turístico.

Num exercício ilustrativo, poderíamos considerar a cidade de Fátima, localizada no centro de Portugal.

Uma realidade geográfica desconhecida da maioria dos portugueses e praticamente inexistente para o resto do mundo até 1917.

No entanto, um fenómeno extraordinário no dia 13 de Maio de 1917, a “aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos”, transformou esta região geográfica desconhecida num lugar com um forte significado para os crentes da fé católica.

Este evento não fez de Fátima imediatamente um destino turístico. Fez de Fátima um lugar com um forte significado, qual os peregrinos e crentes projetaram visitar.

Frequentemente, antes de haver um destino turístico, existe um determinado sítio geográfico, podendo existir ou não uma relação com determinado indivíduo, ou grupo de indivíduos.

Fátima existe e continua a atrair visitantes de todo o mundo. Este fenómeno dá-se muito antes de haver uma oferta de turismo organizada com pensões, restaurantes e acessos.

Hoje Fátima é o mais importante destino turístico religioso em Portugal, atraindo turistas de todo o mundo. O sentimento do “Lugar Fátima”está intimamente relacionado com a espiritualidade aí vivida, sendo este o valor determinante para o visitante.

Uma oferta turística excessiva e massificada que de algum modo possa reduzir esse sentimento de lugar vivido na espiritualidade poderá significar uma diminuição de perceção de valor para esse mesmo visitante.

A função do marketing turístico é, por um lado, fazer de determinados lugares destinos turísticos, através da sua transformação em bens transacionáveis, e por outro lado, conferir a determinados bens transacionáveis as propriedades psicológicas próprias dos lugares.

A relação dos indivíduos com os “lugares” foi objeto de estudo de várias ciências, nomeadamente, geografia, antropologia, psicologia e sociologia, que produziram uma vasta e rica literatura, porém esse não tem sido o foco principal da investigação que suporta a ciência do turismo, urge por isso repor o indivíduo no centro da relação com o lugar turístico.

Os destinos turísticos morrem quando a relação do indivíduo com os lugares turísticos é posta em causa.

O turismo pode reforçar o sentimento de um lugar, quando contribui para reforçar a identidade e essência idiossincrática desses lugares, favorecendo uma relação afetiva entre os indivíduos e os lugares de destino.

Um bom exemplo deste conceito é a cidade do Porto, onde o turismo tem contribuído para aumentar o sentimento do lugar Porto, reativando outras realidades necessárias a uma experiência gratificante. O turismo estimulou o regresso à baixa de moradores jovens, artistas e um conjunto de atividades económicas e culturais.

Mas por vezes o turismo traz em si as sementes da sua autodestruição.

Num exemplo e numa direcção oposta, a ilha da Boavista, em Cabo Verde, parece não resistir à pressão dos grandes operadores e grupos de turismo massificado.

O grupo hoteleiro RIU, articulado com o operador alemão TUI, explora um numero superior a 1600 quartos, através de um conceito hoteleiro baseado numa arquitetura inspirada nos países do Norte de África e que nada tem a ver com a cultura de Cabo Verde.

Um destes hotéis em Cabo Verde, na ilha da Boavista, é designado de Touareg, num país e região que nada tem de cultura árabe ou de touareg.

Uma proposta hoteleira em regime de Allinclusive, e que é seguido por outras cadeias hoteleiras massificadas, como a Iberostar.

A operação é montada de forma a que nenhum lucro fique no destino, tudo é faturado e pago na origem, não entrando dinheiro na economia de Cabo Verde. Os turistas viajam num voo charter da propriedade do operador alemão. A operação hoteleira baseia-se num conceito de Allincliusive, que através de uma pulseira se garante que todo o dinheiro extra é gasto dentro do hotel, não beneficiando por esse facto a economia dos locais.

A necessidade de fornecimento dos bens necessários ao funcionamento destes hotéis é tão grande que não pode ser garantido pela pequena oferta local. Tudo tem de ser importado pelo mesmo consórcio

internacional, sendo por essa via diminuto o impacto na economia local.

Por sua vez, as autoridades de CV, com o intuito de estimular o investimento estrangeiro em CV, isentaram do pagamento de impostos durante 5 anos estes investidores estrangeiros, reduzido ainda o seu pagamento em 50% durante 10 anos.

Numa ilha com cerca de 5000 habitantes, em que muitos não são qualificados, poucos são integrados efetivamente como trabalhadores destes hotéis, havendo consequentemente uma maciçaa importação de mão de obra estrangeira.

A Boavista é uma ilha com um enorme potencial turístico, tem praias de areia branca, pertence a um arquipélago no oceano Atlântico próximo dos grandes mercados emissores europeus (4 horas de viagem). É África, mas também é um destino seguro, uma África de bem consigo, com uma cultura local rica, uma musicalidade rara, uma sensualidade própria e uma gente muito hospitaleira. Um lugar capaz de nos curar o coração! Tudo isto são argumentos em demasia, para que a ganância da indústria do turismo massificado possa estar à solta do controlo das autoridades, numa progressiva destruição da identidade deste lugar turístico.

Após obtido o retorno do investimento por parte dos operadores turísticos de massa, a ilha será inevitavelmente abandonada, ficando as autoridades locais a braços com a realidade de alguns elefantes de arquitetura descaracterizada e descaracterizadora, a que poderíamos chamar de hotéis grandes sem alma, condenados a vender barato.

Os destinos turísticos morrem pela falta de compromisso com os lugares, com a sua cultura e as suas gentes, pela ganância e a incapacidade das autoridades regionais para gerirem esse bem comum que é o lugar turístico.

Portugal tem feito um caminho notável no turismo nos últimos anos, requalificando, formando e comunicando um Portugal com alma.

Ao reposicionar o nosso País como um segredo bem guardado na Europa, produz-se um turismo de coisas especiais e autênticas. Um destino onde o modelo Allinclusive deveria ser banido, tendo em vista beneficiar a economia local, estimular a manutenção e criação de produtos únicos e autênticos de Portugal, reforçando a relação do turista com o lugar turístico que é Portugal.

Não preside a esta reflexão qualquer preconceito ideológico, nem se pretende retratar de forma pejorativa os grandes operadores da indústria do turismo, como predadores de lugares e destruidores maciços do sentimento dos lugares, muito pelo contrário, pretende-se introduzir uma reflexão que promova um turismo sustentado numa relação mais duradoura entre os indivíduos e os lugares turísticos.

Porque morrem os destinos turísticos?

FREDERICO D’OREYCEO DA D’OREY CONSULTING E ESPECIALISTA DE MARKETING

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Custo da inscrição:35 €

Informações e inscrições:

Se desejar inscrever-se para o Almoço de Homenagem poderá fazê-lo pelo seguinte número 222 076 010 (Diana Pinheiro) ou email: [email protected]

O pagamento poderá ser efectuado por transferência bancária (NIB 0035 0578 0000 7768130 46 – CGD; p.f. enviar comprovativo para [email protected], a/c Diana Pinheiro) ou na Árvore (cheque ou numerário).

ÁRVORE – Cooperativa de Actividades Artísticas, C.R.L. Rua Azevedo de Albuquerque, nº 1

ALMOÇO DE HOMENAGEM

ENGº JOSÉ ANTÓNIO FERREIRA DE BARROS

13 de Dezembro de 2014, pelas 12h30Restaurante da Fundação Cupertino de

Miranda, Avenida da Boavista, 4245, Porto

MEDIA PARTNER

PUB

Page 11: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Este será mais um ano de re-cordes para a praça financeira dos Estados Unidos. Wall Street fez com que as ações das empre-sas norte-americanas atingissem valores inesperados em alta. Um desempenho que não se de-verá repetir no próximo ano, na perspetiva de alguns analistas. Outros há que estão bastante otimistas.

A conjugação de vários fato-res resultou num dos períodos mais longos de sempre de alta das ações. Desde logo, na base deste impulso estiveram as es-timativas de um crescimento superior a 3% para a economia dos Estados Unidos, no próxi-

mo ano. Os analistas referem que este país volta a ser o motor da economia global e é espera-do um longo período de cresci-mento, pelo menos até ao final da segunda década. Por outro lado, as performances de Wall Street são invejáveis porque os resultados das empresas tam-bém o são. A que se junta um movimento em alta de fusões e aquisições, traduzindo-se num aumento do valor dos ativos.

Ainda que a valorização do dólar venha a ter consequências nas exportações norte-america-nas, a realidade é que o consumo interno, como tem sucedido, tende a compensar largamente

essa eventual quebra. A que se junta o facto de as empresas dos Estados Unidos continuarem a posicionar-se entre as mais competitivas a nível mundial. Caso a Europa melhore, então existem as condições para que as exportações possam acelerar. E, mais uma vez, as empresas norte-americanas ficam numa excelente posição para expor-tarem e aumentarem o valor das suas ações. Certo é que o mercado acionista dos Estados Unidos continua a suscitar o interesse de muitos investido-res, numa altura em que outras praças perdem peso, face à nova realidade global.

Wall Street volta a colecionar recordes

Tudo leva a crer que Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deixe de in-jetar “petrodólares” nos mercados financeiros globais. A queda dos preços do crude implica menos 316 mil milhões de dólares nas receitas do cartel.

Ao longo dos últimos anos, os grandes pro-dutores de petróleo dedicaram-se a investir os lucros dos altos preços do crude numa grande variedade de ativos globais. Certo é que estas injeções contribuíram para impulsionar a li-quidez, o preço dos ativos e manter baixos os

custos da dívida. A queda de 40% dos preços do petróleo, desde junho, vai inverter esta ten-dência. Pela primeira vez em mais de 20 anos, os países da OPEP estão a absorver liquidez do mercado, em vez de a impulsionar através dos seus investimentos. É um cenário comple-tamente diferente, com consequências, para já, imprevisíveis. Caso se mantenham os pre-ços atuais, a OPEP terá uma receita inferior de cerca de 316 mil milhões de dólares, no próximo ano. Imagina-se como os mercados globais poderão ser afetados.

Os grandes grupos chineses estão a reve-lar grande interesse pelos estúdios de cine-ma e pelas plataformas de vídeo. Há sobre-tudo uma grande atração pelos conteúdos norte-americanos. A intenção é diversificar e aumentar as suas receitas.

Desde as empresas imobiliárias até aos gigantes das novas tecnologias, a estratégia parece passar agora pelo setor dos audio-visuais. A Dalian Wanda, uma empresa do imobiliário, por exemplo, já entrou na AMC, grupo de salas de cinema dos Esta-dos Unidos, e agora quer também passar a controlar os estúdios Lions Gate. Ainda

que não se trate de uma operação fácil delevar a efeito, é reveladora da determina-ção dos chineses em irem mais longe nasua estratégia de diversificação, desta feitana área dos conteúdos culturais. Tambéma Tencent assinou com a HBO, a cadeia daTime Warner, para se tornar a distribuido-ra exclusiva das suas produções na internetchinesa. Para além das produções america-nas, as mais cobiçadas em termos de quali-dade e atratividade para os espetadores, sãotambém os conteúdos de vídeo que susci-tam o interesse destes grupos. Esta é uma“guerra” que dará ainda muito que falar.

OPEP deixa de injetar liquidez nos mercados financeiros

Grandes grupos chineses investem no audiovisual

O Governo dos Estados Unidos confir-mou que o índice de desemprego se man-teve em 5,8%, em novembro, sem altera-ções relativamente ao mês anterior. É um número que confirma a melhoria no mer-cado laboral, com o desemprego a passar de 7,2%, em outubro, para aquela taxa.

Este é um nível que não era alcançado desde julho de 2008. Perante este cenário, conclui-se que a média mensal de criação de emprego, ao longo do presente exercí-cio, foi de cerca de 241 mil pessoas. O que é um indicador claro da boa performance do mercado laboral dos Estados Unidos, não sendo agora de colocar de parte um aumento das taxas de juro.

EUA com forte ritmo de criação de emprego

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 11

Reino Unido endurece combate à fuga de impostos pelas multinacionaisO Reino Unido está a estudar a possibilidade de lançar uma taxa de 25% sobre os lucros geradospelas multinacionais que transferem os seus benefícios para fora do país e escapam assim aosimpostos. Considera o Executivo britânico que as grandes empresas não estão a cumprir com a sua parte no que toca aos deveres fiscais, pelo que avança com uma medida inovadora e que poderá ser seguida, no futuro, por outros países da União Europeia.

Zona Euro perto de nova recessão económicaO ritmo de crescimento económico da Zona Euro caiu para mínimos de 16 meses, em novem-bro. Aumentam os receios de que o ano que vem se estreie com outra recessão na região. O principal foco de preocupação respeita à França, um país em que a atividade total já baixou pelo sétimo mês consecutivo. Também a Alemanha e a Espanha estão a crescer a ritmos mais lentos. A tendência de criação de emprego, de uma maneira geral, é de quase estagnação, o que leva a pensar numa atividade industrial incipiente.

Este tem sido um ano de recordes consecutivos para as empresas norte-ameri-cana em termos de valorização dos seus ativos.

Page 12: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

A Torrestir, uma empresa familiar portuguesa, de Braga, que atua na área dos transportes e da logística, tem vindo a registar crescimentos consecutivos de “dois dígitos”, nos últimos anos. Em declarações à ‘Vida Económica’, Fernando Torres, presidente da Torrestir, assegura que o crescimento deve-se sobretudo “à capacidade de diversificação, aos constantes investimentos, ao rigor e seriedade do trabalho e ao profissionalismo dos 1500 colaboradores” que o grupo atualmente emprega.Ao nível da internacionalização, Angola e Moçambique são os mercados prioritários em 2015.

FERNANDO TORRES, PRESIDENTE DA TORRESTIR, AFIRMA

“É fundamental investir no mercado externo e em Portugal”

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

Pcmedic inaugura Centro Operacional Tecnológico no Fundão A pcmedic, empresa de apoio tecnológico a operar nos ramos residencial e empresarial, inaugu-rou ontem, no Fundão, o seu Centro Operacional Tecnológico. O projeto implicou um investi-mento de 400 mil euros e cria 140 postos de trabalho. A inauguração contou com as presenças do secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira, e do presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes.

12 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Torrestir vai reforçar presença em Angola e Moçambique em 2015

FERNANDA SILVA [email protected]

A crise que afetou o nosso país nos últimos anos teve efeitos transversais na economia nacio-nal, nomeadamente na “altera-ção de comportamentos e de há-bitos de consumo” que, por sua vez, provocou “uma grande que-bra do consumo interno”. Falan-do no caso concreto do setor dos transportes e logística, Fernando Torres explica que este fator, em conjunto com o “aumento dos combustíveis, foi determinante para “a pior crise das últimas dé-cadas” e provocou mesmo o en-cerramento de “várias empresas do setor”.

Contrariando esta realidade, a Torrestir tem vindo a crescer “a dois dígitos” nos anos mais re-centes e criou mesmo 140 novos postos de trabalho em 2013. De-safiado a explicar o segredo deste aparente sucesso, o presidente do Conselho de Administração desta empresa familiar assegura que o crescimento registado nos últimos anos, e sobretudo desde 1991, apenas foi possível porque o grupo soube criar e aproveitar as oportunidades. “O sucesso da Torrestir deve-se à capacidade de

diversificar, aos constantes inves-timentos, ao rigor e seriedade do trabalho e ao profissionalismo dos cerca de 1500 colaborado-res” que integram o grupo.

Ainda segundo Fernando Tor-res, para tal “é fundamental acre-ditar e investir, não só no merca-do externo como em Portugal”, e por isso a empresa “tem vindo a especializar-se em algumas áreas de negócio”, como por exemplo a distribuição e transporte de medicamentos, segmento que tem registado um crescimento significativo nos últimos anos. “Esta é uma aposta numa área que requer um serviço de exce-lência, pelo que temos investido fortemente nos recursos neces-sários, nomeadamente na aqui-sição de veículos com refrigera-ção, tecnologias de informação e colaboradores especializados”, salienta.

O responsável admite ainda que o principal objetivo do gru-po é continuar a crescer nas áreas onde já está presente, “mais do que entrar em novos serviços”. “Esperamos crescer em todas as atividades onde atuamos, sobre-tudo na logística e na distribui-ção porta a porta, setor onde te-mos uma grande preponderância

e onde aportamos valor ao clien-te”, afirma.

Novo centro de operações em Braga

Depois dos investimentos re-alizados pela Torrestir Logística nas novas instalações na Azam-buja, inauguradas em março passado, e nas plataformas de Coimbra e Vila Real, o grupo tem ainda vários investimentos a decorrer em Portugal, nome-adamente a construção de duas plataformas no Sul do país, em Évora e no Algarve, e do novo centro de operações em Braga. Representando um investimento que ascende a cinco milhões de euros, o novo centro, com área total de 100 mil quadrados, de-verá estar finalizado no próximo ano e irá albergar “um edifício de vanguarda” com a mais recente tecnologia de logística, armaze-namento e despacho de merca-dorias para todo o mundo.

Questionado acerca da impor-tância dos mercados internacio-nais para a Torrestir, Fernando Torres assegura que estes re-presentam já “cerca de 35% do volume de negócios” e destaca a atividade em Espanha, “para

apoio à distribuição neste país”, e na Alemanha, cujo objetivo é de “apoiar as operações internacio-nais”. Ainda assim, o gestor faz questão de lembrar que a ativida-de da Torrestir “expande-se por todo o mundo através das vias marítima e aérea”, e que o grupo conta “com uma rede de agentes estrategicamente localizados nos restantes países da Europa e que são a garantia da continuação de um serviço de excelência da Tor-restir na distribuição local das mercadorias”.

Quanto às prioridades para 2015, o responsável adianta que as prioridades serão Angola e Moçambique, mercados onde es-tão presentes há dois anos, e que está em curso “um projeto para fazer distribuição porta a porta em Luanda, em 24 horas, e no resto do país, em 48 horas. Tra-ta-se de um investimento muito grande que pretendemos efetuar em 2015”, remata Fernando Tor-res.

“Mais do que entrar em novos serviços, esperamos crescer em todas as atividades onde atuamos”, assegura Fernando Torres.

Page 13: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

DESTINATÁRIOS: Quadros e pessoal administrativo das áreas: Comercial, Financeira e Administrativa

OBJETIVOS: ropor m todos de organiza ão de um sistema de Controlo do Cr dito a Clientes roporcionar m todos práticos de cobran a Aumentar a orma ão das pessoas do departamentos de cobran as, assim como

de todos os ue integram as áreas comerciais, nanceiras e administrativa e ue de uma orma direta ou indireta t m uma liga ão com o cr dito a clientes e com as cobran as

ostrar a import ncia na tesouraria dos cr ditos e dos encargos nanceiros relativos s vendas de cr dito.

Preços: Público Geral: G100 (+ IVA) | Assinantes VE: G80 (+ IVA)

PROGRAMA:

1. Como diminuir o crédito vencido

2. Como organizar um serviço de cobranças

3. Ações a desenvolver no processo de cobranças

4. Os aspetos jurídicos e a cobrança das dívidas dos clientes

5.

6. Cuidados a ter com os meios de pagamento utilizados pelos clientes

7. O atraso nos pagamentos e a aplicação de juros comerciais

8. Como diminuir o risco de crédito

9. Cartas-tipo e formulários para o controlo de crédito e cobranças

janeiro Porto 5 | Lisboa 60 h 0 s h h 0 s h horas

Ana ita essa ep. orma ão ida Económica Editorial SA.l 22 2 00 a 222 0 0 Email anabessa vidaeconomica.pt

Cobrança de dívidas a clientes

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 13

Apresentação da Associação de Municípios da Frente AtlânticaOs presidentes da câmaras municipais de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do Porto, Rui Moreira, e de Matosinhos, Guilherme Pinto, apresentaram ontem, nos Paços doConcelho de Vila Nova de Gaia, a formalização da Associação de Municípios da Frente Atlân-tica. Esta associação tem por missão defender os interesses comuns no Portugal 2020 e nodesenvolvimento económico e social.

Península de Setúbal tem associação industrialA escritura de constituição da AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal terá lugar no dia 15 de dezembro de 2014, pelas 17 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela, com a presença do ministro da Economia, António Pires de Lima. Os seus fundadores têm como objetivo contribuir para que a Península de Setúbal seja um local de excelência para o desenvolvimento da atividade industrial.

PUB

O BICMINHO vai analisar o Turismo na Região do Alto Minho, numa sessão com um enfoque espe-cial no turismo cultural, na aproxi-mação à eurocidade Valença-Tui e na inovação. A ação realiza-se hoje, pelas 19 horas, no Restaurante So-lar do Bacalhau, em Valença, sob o tema “Turismo em Ação – Inova-ção Local, Projeção Global!”.

Com esta iniciativa, uma parceria com a AEV – Associação Empre-sarial de Valença, o BICMINHO pretende perceber quais as prin-cipais dificuldades e oportunida-des que se impõem ao setor, neste momento, e quais as estratégias a seguir para tornar Valença um des-tino cada vez mais procurado.

A intervenção vai estar a cargo do coordenador do curso de Turis-mo do IPVC e especialista convi-dado da Organização Mundial do Turismo, Carlos Fernandes, que se debruçará sobre as tendências emergentes no mercado turístico; as mudanças no comportamento dos turistas para destinos culturais nos últimos 30 anos, e uma análise da situação atual e do futuro que se desenha para o turismo da região.

Durante o evento será ainda dado a conhecer o Hostel Gerês, um exemplo de um projeto que tem vindo a marcar a diferença na região. A apresentação estará a cargo do sócio fundador e gerente, João Fernandes.

A ação vem confirmar o esforço do BICMINHO em promover o empreendedorismo e a inovação lo-cal, fomentando deste modo a cria-ção de negócios com características inovadoras, e reduzir a taxa de in-

sucesso empresarial, seja na criação de novas empresas ou na moderni-zação de PME existentes.

O evento realiza-se no âmbito do projeto Minho Empreende – Com-petitividade e Empreendedorismo

em Baixa Densidade, cofinanciadopelo programa ON.2 – O Novo Norte, e destina-se a empresas, insti-tuições e empreendedores do setor do Turismo e áreas relacionadas que de-monstrem ter um espírito inovador.

BICMINHO estuda estratégias para aumentar o turismo no Alto Minho

Page 14: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Caso de sucesso entre investidores Quando, em 2013, foram selecionados pela ANJE para integrar uma sessão de investidores, a decorrer no âmbito da Feira do Empreendedor, os dois especia-listas em patologia, Paula de Melo Alves e Fernando Ferreira, não suponham o sucesso que viriam a fazer entre as diversas entidades financiadoras ali representadas. Os contactos culminariam com o apoio de 200 mil euros, fechado em agosto de 2014 e válido por um ano.

Prize money e acompanhamento empresarial O Prémio do Jovem Empreendedor da ANJE atribuído à Targetalent tem o valor global de 30

mil euros. Prémio esse que contempla um prize money no valor de 20 mil euros e um conjunto integrado de apoios no valor de 10 mil euros, incluindo um ano de incubação numa das infraestruturas da Rede de Incubação da ANJE, suporte promocional, oferta de uma pós-graduação e ainda acesso a instrumentos e programas de incenti-vo financeiro e de acompanhamento da atividade empresarial.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

14 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Kit de diagnóstico precoce de cancro oral vence Prémio do Jovem Empreendedor

Do laboratório para o mundo dos negócios

Solução permite colheita de células e obtenção de resultadosdurante a consulta médica

Um kit de diagnóstico precoce de can-cro, que permite a colheita de células do corpo humano e a sua análise em apenas alguns minutos é o projeto vencedor do 16º Prémio do Jovem Empreendedor. A inovadora solução Blue Stain é desenvol-vida pela startup Targetalent. O galardão da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários distinguiu um negócio foca-do no desenvolvimento de testes de diag-nóstico que utilizam as células como meio biológico, mais concretamente uma tecno-logia diferenciada de interface bio-digital, que permite o diagnóstico rápido e em qualquer parte do mundo.

A inovadora solução Blue Stain (com patente já registada) é um kit de diagnós-tico de cancro, que possibilita a colheita de células do corpo humano e a sua aná-lise imediata, através do referido interface digital. Quer isto dizer que, através deste kit, é possível diagnosticar a doença duran-te uma consulta médica. “É uma solução completamente inovadora, não há nada igual. Pela primeira vez no mundo, é possí-vel, durante a consulta, fazer um esfregaço e sair um resultado”, explica Paula de Melo Alves, CEO da Targetalent.

A solução direciona-se, sobretudo, para o diagnóstico do cancro oral, uma doença que regista 540 mil novos casos por ano, com uma taxa de mortalidade de 80% (seis em cada 10 pacientes morrem nos cinco anos seguintes ao diagnóstico). Mas o Blue Stain “também pode ser aplicado a outros tipos de patologias, outros tipos de cancro”, acrescenta Paula de Melo Alves. Imediato, não invasivo e indolor, o Blue Stain diferencia-se por ser um recurso mé-dico eficiente, sem qualquer implicação logística, o que, por si só, representa uma redução de custos para hospitais e clínicas médicas. O nome do projeto justifica-se

pelo facto de o interface digital utilizar um corante patenteado, que tem a cor azul de base.

O plano de negócios da Targetalent para o Blue Stain prevê um investimento no va-lor de 200 mil euros, valor já assegurado por dois business angels (Creative Wings, SA e Green Capital, SA). Na verdade, a conquista deste suporte contou também com o envolvimento e apoio da ANJE. A startup, formalmente constituída em 2012, participou, em novembro de 2013, numa sessão de investidores levada a cabo

pela associação, durante a 16.ª Feira do Empreendedor. Palco onde Paula de Melo Alves e Fernando Ferreira tiveram a opor-tunidade de apresentar o conceito perante um painel diversificado de entidades de ca-pital de risco, business angels e venture ca-pital. As provas dadas nos meses seguintes ao pitch acabariam por determinar a con-cretização do investimento (a 12 meses), em agosto deste ano.

“Nós participamos numa sessão de in-vestidores da ANJE, fomos contactados por algumas capitais de risco que se mos-

traram interessadas no projeto e acabamos por ter o interesse maior da Vega Ventures, que decidiu investir no nosso projeto atra-vés de dois fundos, sendo que o investi-mento previsto para o tempo de um ano é de cerca de 200 mil euros”, recorda a empreendedora. “Os business angels que estão connosco têm-nos disponibilizado de consultoria a vários níveis, talvez o mais visível seja a elaboração do plano de negó-cios”, complementa Paula de Melo Alves, sobre o apoio que se junta ao investimento financeiro.

Docentes e investigadores da CESPU - Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universi-tário, Paula de Melo Alves e Fer-nando Ferreira vêm do universo científico e o mundo dos negó-cios é um desafio recente, para o qual a ANJE – Associação Nacio-nal de Jovens Empresários contri-buiu de forma decisiva.

Depois de se formar em Pa-tologia, Paula, que tem agora 29 anos, começou a trabalhar como técnica no laboratório de patologia da CESPU, onde tam-bém leciona nas áreas de histo-patologia e citologia, incluindo

patologia oral. Fernando Ferrei-ra, por seu turno, começou por estudar patologia, tornando--se posteriormente dentista. Detentor de um diversificado currículo académico (que inclui um doutoramento em Barcelo-na), é responsável pelo labora-tório de patologia da CESPU, onde também é professor de medicina dentária, além de li-derar a assembleia-geral. Está envolvido em diversos projetos de investigação, incluindo no campo internacional, no âmbi-to dos quais tem empreendido esforços por estabelecer parce-

rias entre o mundo académico e os laboratórios privados.

Mas foi através da ANJE e da sessão de investidores em que participaram que os recém-ga-lardoados pelo Prémio do Jovem Empreendedor deram o passo de-cisivo rumo à transformação de uma descoberta científica num negócio estruturado. “Eu diria que sem a ANJE nós não tínha-mos conseguido o investimento, nem os contactos, nem sequer tínhamos conhecido uma boa parte dos business angels e dos investidores que estão no merca-do”, refere Paula de Melo Alves.

“É uma solução completamente inovadora, não há nada igual. Pela primeira vez no mundo, é possível, durante a consulta, fazer um esfregaço e sair um resultado, durante a consulta”. Paula de Melo Alves, CEO da Targetalent, sobre a solução Blue Stain, que vem facilitar o diagnóstico de cancro oral.

Paula de Melo Alves e Fernando Ferreira, promotores da Targetalent

Page 15: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

O apoio do NOVO BANCOàs PME não é novidade.A nova linha de créditode 150 milhões de euros, é.O NOVO BANCO tem uma nova linha de crédito de 150M€para as empresas portuguesas que procuram investimentoe reforço de capitais. Um valor que se vem juntar ao de outraslinhas de crédito existentes e reforçar a posição do NOVOBANCO enquanto parceiro de empresas que apostam nainovação e na exportação.Contacte-nos e conheça as nossas condições de acessocompetitivas. O que também não é novidade para si.

novobanco.pt/empresas

Page 16: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

JOSÉ EDUARDO CARVALHO AFIRMA

“Na Europa defendem-se os consumidores, na Ásia e nos países emergentes, as empresas”

De acordo com o presidente da AIP, se compararmos as políticas económicas da Europa com as seguidas na Ásia e nos países emergentes, “constatamos que no

Velho Continente se tem privilegiado a regulação dos mercados, se reduziram os apoios às empresas e se prosseguiu uma política cambial e comercial que, no âm-bito da globalização, benefi ciou os consu-midores. Na Ásia e nos países emergentes houve uma combinação das ajudas dos Estados e de políticas cambiais para as empresas acederem aos benefícios da glo-balização. Em síntese: na Europa defende--se o consumidor, na Ásia e nos países emergentes defendem-se as empresas. E fazem-no através de políticas fi nanceiras e cambiais para defesa das empresas e de políticas de normas para defesa das pro-duções nacionais”.

Para José Eduardo Carvalho, “é sabido que a resolução dos problemas do país passa pela via da exportação e pelo inves-timento. Sabemos, igualmente, que não podemos retomar os graves desequilíbrios na balança de transações correntes”, pelo que, defendeu “é responsabilidade de uma associação empresarial alertar vigorosa-mente para que não haja regresso a um modelo de crescimento económico base-ado no endividamento e numa procura interna artifi cial e alavancada em dívida”.

Luís Mira Amaral: “o acordo de comércio livre entre a UE e os EUA pode trazer alguns benefícios para os países do Sul da Europa e para Portugal”

Para o presidente executivo do Banco

BIC, “o acordo de comércio livre entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, que está a ser negociado, pode trazer alguns benefícios para os países do Sul da Europa e para Portugal. Num con-texto de uma zona de comércio livre entre a UE e os EUA, obviamente que Portugal é um candidato natural a que as PME se possam integrar nas cadeias de valor das grandes organizações norte americanas, produzindo cá. É uma oportunidade, mas subsiste o problema da concorrência com a Coreia do Sul e com a China”.

Luís Mira Amaral considera que “é defensável que países que estejam em desenvolvimento possam ter um mix de políticas cambiais e ajudas públicas que lhes permitam entrar num processo de industrialização. Os EUA, como potên-cia emergente, fi zeram isso em 1780. Au-

mentaram as pautas alfandegárias, como Angola está a fazer agora, para travar as importações e tentar estimular a produção interna. Já não é defensável que quando se atinge um certo estágio de desenvolvi-mento económico e industrial, como é o caso do Japão e da China ou da Coreia do Sul, não se combata com as mesmas armas dos outros países com o mesmo nível de desenvolvimento”.

O banqueiro reconheceu que “há, efe-tivamente, um problema de comércio ex-terno no seio da União Europeia que não está resolvido. Mas não tenhamos ilusões. Qualquer que seja, só será resolvido quan-do tocar à Alemanha”. “Mas a elite empre-sarial alemã já percebeu”, admitiu.

Mira Amaral alertou ainda para outra grande questão que tem de ser resolvida ao nível da UE: a da energia. “A indústria não está a deslocalizar-se para a China ou para outros países emergentes, mas sim para os EUA. Com o gás e petróleo de xisto, os EUA têm aumentado signifi cativamente a produção e dispõem de preços da energia muito mais baixos. Tem sido pelo preço que a indústria de consumo intensivo de energia tem vindo a deslocalizar-se para os EUA. Acresce que as centrais térmicas a gás natural produzem energia eléctrica muito mais barata que na UE”.

Por último, o presidente executivo do Banco BIC disse que “o crédito a clien-tes tem subido de forma expressiva mas os depósitos de clientes têm crescido ainda mais, pelo que o Banco BIC tem disponi-bilidade e vontade para apoiar e fi nanciar iniciativas empresariais de boa qualidade/risco”.

Horácio Pina Prata, presidente do NERC e anfi trião, afi rmou que “tal como a designação deste evento, o NERC tam-bém quer crescer e expandir. É uma as-sociação recente mas que se quer afi rmar no mercado de apoio às empresas. Iremos organizar no próximo ano o primeiro con-gresso empresarial da região de Coimbra”.

Augusto Medina, presidente da SPI, fez uma apresentação muito objetiva sobre o novo Quadro Comunitário de Apoio e detalhou alguns dos conceitos ligados aos principais instrumentos para os próximos anos: Estratégia Europa 2020, Portugal 2020, Acordo de Parceria, Programas Operacionais e Temáticos e Programas Regionais.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

“Difi cilmente poderá haver um relançamento da atividade económica nos países do Sul da Europa se não houver a possibilidade de se impor uma reciprocidade nas relações com outros blocos económicos e se não se conseguir utilizar os instrumentos de defesa do comércio”, afi rmou o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, perante os 150 empresários presentes no seminário “Crescer para expandir: oportunidades de negócio e de fi nanciamento à inovação e internacionalização – Angola, Brasil e Cabo Verde”, que decorreu em Coimbra, no dia 3 de dezembro, uma iniciativa da AIP em parceria com o Banco BIC, a SPI e o NERC.

Para José Eduardo Carvalho, “a resolução dos problemas do país passa pela via da exportação e pelo investimento”.

“A indústria não está a deslocalizar-se para a China ou para outros paí-ses emergentes, mas sim para os EUA”, alertou Mira Amaral.

Page 17: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

A Casa das Pipas, unidade de enoturismo da Quinta do Portal, criou dois programas especiais para o Ano Novo, que conjugam os sabores tradicionais do Douro com os vinhos deste produtor du-riense.

O “chef” Milton Ferreira prepa-rou um menu que começa com os tradicionais pastelinhos de baca-lhau e rissóis de carne, mas tam-bém com folhados de alheira e queijo de ovelha com marmelada, servidos com um Portal Espuman-te Rosé. Depois de um creme de castanhas, a proposta é um robalo com risoto de citrinos, harmoni-zado com um Portal Tinta Roriz 2009. O granizado de Portal Femi-na com lima faz a passagem para a

bochecha confi tada com frutos de Inverno e cogumelos, que vão à mesa com um Portal Grande Reserva Tinto 2007. Remata a re-feição uma trilogia de pêra, que é só o início de um farto buffet de queijos e doces natalícios, que ‘pe-dem’ um Portal LBV 2008.

Do programa especial de “ré-veillon” fazem ainda parte uma visita ao armazém de envelheci-mento de vinhos desenhado pelo arquitecto Siza Vieira, com prova de vinhos, logo à chegada, e um “brunch” no primeiro dia do ano, servido a horas mais tardias como a data obriga.

O custo é de 160 euros por pes-soa. O prolongamento da estadia é acrescido de 50 euros.

Quinta do Portal cria programas especiais para o Ano Novo

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 17

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

Num contexto económico desafiante e exigente como o atual, os setores empresarial e científico devem estar especialmente

despertos, a fim de tirar partido das oportunidades existentes no contexto europeu. Neste evento será lançada uma plataforma

dedicada ao setor das TIC, essencialmente destinada a promover a participação de empresas e instituições científicas em programas

de financiamento e contratação pública na UE.

PROGRAMA

9h30

Receção dos Participantes

10h

Abertura

O projeto Informer le Secteur TICE: resultados e próximos passos Pedro Fraga, F3M/ANETIE

A importância de Bruxelas: o caso das TIC Introdução e moderação da sessão: Ana Paula Mesquita, Magellan – Associação para a Representação de Interesses Portugueses no Exterior

Contratação pública na UE: uma experiência de internacionalização Paulo Ribeiro, Linkare TI - Tecnologias de Informação, Lda.

Horizonte 2020: as TIC e apoio às PME Eunice Ribeiro, GPPQ

Apresentação interativa da Plataforma: Financiamentos Europeus e Oportunidades para o setor TICE António Lucas Soares, INESC

Sessão de debate Neste momento privilegiado de debate a ANETIE, o INESC e a MAGELLAN procurarão através dos contributos das empresas presentes obter uma avaliação crítica da proposta de plataforma apresentada

13h30 Almoço de networking

14h30

Programas de financiamento europeus: experiências e recomendações Luís Carneiro, INESC

15h

Sessões individuais de aconselhamento especializado

Nestas sessões as empresas presentes poderão participar de uma sessão de aconselhamento prestada por investigadores da Magellan, do INESC e do GPPQ nas temáticas do acesso a financiamento europeu e contratação pública europeia. (participação sujeita a inscrição prévia - número limitado de inscrições).

AS TIC E A UE:

UM PROJETO

COM FUTURO

17 DE DEZEMBRO 2014

INESC PORTO

Para inscrições e mais informações: [email protected] é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e So-cial do Presidente Lula, Banco Interamericano de Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPREEN-DER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTUGAL PÓS-TROIKA.

Questões: [email protected] terá resposta individualizada ou nesta coluna

Há cinco mil produtores de fl ores biológicas em França, que extraem essências para perfumes. Garantem não provocar alergias. Cada um emprega 3 a 8. É um negócio com ótimo lucro; em Portu-gal desprezamos a folha de esteva, a alfazema, etc. Cha-nel tem uma grande herdade logo após o Guadiana. Quase sempre os extratos são feitos por dissolução, em água, álcool, ou num diluente específi co, e posterior desi-dratação ou centrifuga-ção, para separar o extrato. Outro método é picar ou moer a folha ou casca e cozinhar em autoclave, para separar a substância desejada. As nos-sas bisavós faziam infusões e chás; foram as inventoras dos processos atuais. O investimento necessário para obter 70% dos extratos é limitado. Mas é um traba-lho minucioso, exige muita atenção e disciplina. Às vezes usam-se diluentes compostos e separam-se os extratos em colunas de cracking, como em refi narias, a diferentes tempe-raturas ou pressões, que exi-ge especialistas.

O investimento necessário para obter 70% dos extratos é limitado.Uma técnica para PME é a lio-fi lização, onde se prepara o café em autoclaves, resfria-se e depois congela-se para sepa-rar os grânulos de café dos da água. Este processo mantém o aroma integral, dispensa adi-tivos e exige do consumidor apenas deitar água fervida, como no Nescafé. Como se faz uma tonelada de cada vez, po-de-se preparar 10.000 frascos/dia, e variam-se os sabores, em vez de impor ao mercado um só padrão. Evite usar sa-chés para cada dose, que enca-recem e desperdiçam recursos naturais. A liofi lização é ainda usada no preparo de sopas e de substâncias cosméticas.Em geral os extratos são ven-didos às poucas empresas de química fi na ou às cosméticas e farmacêuticas, para refi nar ou sintetizar, ou seja, do extrato obter outras substân-cias.

LINHA DIRETA – PME

LUCRAR COM…

EXTRATOS

DE PLANTAS

Jack Soifer*[email protected]

Créditos: OJE-Victor Machado

O investimento necessário para obter 70% dos extratos é limitado.

Na “Casa das Pipas” os sabores e a paisagem deslumbrante do Douro vão dar as boas-vindas a 2015.

Page 18: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Porto 8 janeiroLisboa 13 janeiro 9h30 às 13h | 14h30 às 18h

No próximo dia 1 de janeiro de 2015 perfazem 4 anos desde que o Código Contributivo dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social entrou em vigor.

Este diploma carateriza-se pela sua constante evolução no que respeita à progressividade das taxas aplicáveis, bem como no que respeita à base de incidência contributiva e aos direitos e deveres dos sujeitos da relação contributiva.

Com o presente curso pretendemos dar uma visão global do que foi a evolução deste diploma ao longo destes quatro anos de vigência e fazer uma análise particular às alterações introduzidas pela Lei do OE para 2015

Balanço de 4 anos de vigência do Código Contributivo da Segurança Social

as mais recentes alterações introduzidas pelo OE2015

Organização:

Contacto: Ana Rita Bessa (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA. Tlf: 223 399 427/00 | Fax: 222 058 098 | Email: [email protected]

Formadora: Dra. Filipa Magalhães, assistente convidada no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro.Mestre em ciências jurídico-políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, na qual se encontra presentemente a frequentar o Doutoramento.Paralelamente à docência, exerce advocacia na área do Direito do Trabalho e Direito Administrativo, áreas em que é formadora, tendo, neste domínio, colaborado com várias entidades, públicas e privadas.

Preços: Assinantes VE: €90 + IVAPúblico em Geral: €120 + IVA

PUB

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Os negócios familiares são tradi-cionalmente controlados por uma fa-mília e seus descendentes, o que lhes assegura algumas das caraterísticas próprias deste tipo de sociedade e das quais sobressai a posse do capital no círculo restrito da família.

Com a evolução da atividade, mui-tas destas organizações acabam por contratar pessoas para assumirem determinadas funções, cuja espe-cialização nem sempre se consegue colmatar no seio da família. Sendo cargos de significativa reponsabilida-de e confiança, acabam por se criar laços com estes colaboradores muito próprios dos familiares (quando não acontecem mesmo a entrada para a família por via de casamento) e, cada

vez mais, se lhes atribui um sistema de recompensa que ultrapassa os me-ros prémios financeiros e chegam à distribuição de capital – muitas vezes esta é mesmo a primeira experiência de abertura do capital social.

Podendo parecer um contrassenso, salientamos que esta é uma excelen-te e motivadora alternativa de com-pensação dos quadros superiores, que deve estar associada ao cumprimento de determinados objetivos pessoais ou da empresa. Saliente-se que um tal sistema de remuneração pode ser implementado de forma a que, em de-terminadas situações, o capital volte à posse da família, assegurando assim o seu controlo e evitando a entrada de acionistas indesejados.

Ações ou opções para executivos não familiares

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Temas para reflexão:

Já pensámos num sistema de compensação baseado em capital da empresa?

Que vantagens poderíamos obter?

As potenciais desvantagens estão acauteladas para serem facilmente ultrapassadas?

Em 1939 Américo Barbosa cria no Porto, na Rua dos Caldeireiros, uma empresa com as iniciais do seu nome – AMBAR, dedicada aos artigos de papelaria e material escolar. A evolução da atividade e crescimento do negócio leva a empresa a deslocar-se por diversas vezes, até à zona industrial do Porto.

A entrada na segunda década deste século foi trágica para a empresa: de uma faturação de cerca de J30 milhões em 2000 (com 700 funcionários), passou a J20 milhões em 2010 e caiu para 6 milhões em 2012.Até então a empresa era detida pela filha e herdeira do fundador, sem qualquer participação acionista por parte dos quadros da empresa.Em 2013 dois quadros que trabalhavam na empresa há mais de 20 anos, Mário Pinto e Rosa Magalhães, diretores de recursos humanos e da área financeira, respetivamente, reuniram um grupo de 30 trabalhadores e apresentaram um pedido de insolvência especial com vista à recuperação da empresa.A posição inicial dos principais credores e dos administradores judiciais era de que a Ambar dificilmente teria condições para subsistir. A dedicação não esmoreceu e os dois diretores, que insistiam na viabilidade da empresa, acabaram por ser nomeados pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia “administradores da devedora, fiscalizados pelos administradores de insolvência“. Com a anuência do principal banco credor e a entrada do Fundo Revitalizar Norte, estes dois quadros esperam poder comemorar os 75 anos da empresa com 100 funcionários, o dobro dos que existiam no início do ano.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

18 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

VIRGÍLIO [email protected]

A Herdade do Mouchão acaba de lançar o novo Ponte das Canas 2010. A centenária adega alentejana apresenta ainda o Mou-chão Colheitas Antigas 2002, uma reedição de um vinho emblemático, que regressa ao mercado em toda a sua plenitude.

O Ponte das Canas é a prova da capaci-dade de renovação constante da Herdade do Mouchão, apreciada em todo o mundo pelos emblemáticos vinhos Mouchão e To-nel 3-4. Com um novo rótulo que permi-te uma identificação natural com a marca Mouchão, o Ponte das Canas 2010 revela respeito pela tradição e, ao mesmo tempo, entusiasmo com o futuro, numa aproxima-ção às novas gerações de consumidores que visam dar continuidade ao legado da marca Mouchão.

O projeto Colheitas Antigas consiste no relançamento do vinho Mouchão 10 anos após a sua colheita, cujas garrafas foram cui-dadosamente preservadas na adega, com esse intuito. Estas garrafas, cuja primeira edição é já muito rara e difícil de encontrar, regres-sam ao mercado, numa prova clara de con-fiança no potencial de evolução do Mou-chão, sobretudo pelas características da sua casta dominante, Alicante Bouschet.

Mais de um século após a sua fundação, a Herdade do Mouchão continua a evoluir com um pé na tradição e outro na moder-nidade. Preserva as tradições ancestrais de vindima à mão e pisa a pé, mas tem sabido progredir e inovar, apresentando projectos diferenciadores e de grande pujança criativa.

O PVP é de 16,90 euros, para o Ponte das Canas 2010 de 16,90 euros, e de 46 euros, para o Colheitas Antigas.

Mouchão lança novoPonte das Canas e recupera Colheitas Antigas

Page 19: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Os problemas estruturais que se mani-festaram de forma evidente e com gran-de impacto há três anos não estão ainda totalmente resolvidos. O alerta foi dado pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu. “Foram problemas que se acu-mularam durante mais de uma década, tornando impossível a sua correção plena em apenas três anos.”

A ministra apontou como principais problemas para a situação criada a impre-paração para os desafios do euro e o in-cumprimento das regras inerentes. O que terá, em consequência, levado a um “fe-nómeno de endividamento generalizado pelo Estado, pelas famílias, pelas empresas e pelo próprio país face ao resto do mun-do”. Agora que está concluído o Programa de Assistência Económica e Financeira – que terá permitido iniciar a correção dos desequilíbrios acumulados e recuperar a credibilidade junto dos mercados – existe um “delicado equilíbrio a assegurar entre o ritmo de ajustamento e o contexto em que o mesmo ocorre”, apesar do compro-misso de garantir, no próximo ano, a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, isto é, dos défices orçamentais superiores a 3% do PIB.

A governante adiantou que para alcançar este objetivo o Governo identificou medi-das de consolidação orçamental, tendo em conta a realidade de 2015, num montante que ascende a 7% do PIB e que “permi-tiram assegurar a redução do défice orça-mental para 2,7% do PIB, mas não eram suficientes para alcançar a meta de 2,5% do produto interno bruto com que Portu-gal se tinha comprometido”, explicou. E referiu a este propósito perante os parla-mentares europeus: “A opção pelos 2,7% do défice orçamental, no próximo ano, decorre de que cerca de 75% da despesa pública corresponde a rubricas rígidas e sujeitas a enormes pressões de crescimento.

Conclui a ministra, perante este cenário, que seria extremamente difícil, sem um consenso político alargado que ainda não foi possível alcançar, “definir novas me-didas de redução da despesa de dimensão expressiva, sendo que um novo aumento das taxas dos principais impostos foi con-siderado como contraproducente para a retoma da confiança”.

Uma economia mais aberta e flexível

Maria Luís Albuquerque defende que foram dados passos importantes no que

toca às reformas estruturais. Considera que foi possível “construir uma economia mais aberta, dinâmica e flexível, criando vantagens competitivas duradouras a ní-vel global e melhorando a sustentabilida-de do setor público”. A ministra rejeita as críticas, por parte das autoridades comu-nitárias, de que tenha sido interrompido o processo reformista. Recorda que foram concretizadas mais de 400 medidas ao longo de três anos. Ainda recentemente foram aprovadas as reformas do IRS e da fiscalidade verde e está em curso a nova revisão da Lei de Enquadramento Orça-mental. Na sua opinião, “o esforço global de ajustamento abriu caminho à retoma da atividade económica e à melhoria gra-dual das condições no mercado de traba-lho”.

Conclui a ministra que as reformas empreendidas ao longo do Programa de Ajustamento permitiram lançar as bases para um crescimento económico susten-tado e criador de emprego, mas a tran-sição efetiva para essa trajetória exigirá a continuidade do processo. “É exigida res-ponsabilidade acrescida e determinação reforçada. O Governo tem consciência que o caminho não é isento de riscos, mas mantém a confiança de que é o caminho certo para o país.”

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE, MINISTRA DAS FINANÇAS, ALERTA

Problemas estruturais do país ainda não estão resolvidos

DEZEMBRO

Até ao dia 15

- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de-vido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza co-mercial, industrial ou agrícola e por não re-sidentes com estabelecimento estável, com periodicidade coincidente com o ano civil.

- 3º pagamento adicional por conta da derra-ma estadual devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento es-tável que tenham no ano anterior um lucro tributável superior a 1 500 000 J, com perio-dicidade coincidente com o ano civil.

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo pre-dial, das relações dos actos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

- Entrega da participação de rendas relativas a dezembro, pelos sujeitos passivos que sejam proprietários, usufrutuários ou superficiários de prédios urbanos, arrendados por contratos celebrados antes da entrada em vigor do RAU e que estejam a beneficiar do regime previsto no artigo 15º-N do Decreto-Lei n.º 287/2003 de 12 de novembro.

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Colectivas.

- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares devido pelos titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares.

- Declaração recapitulativa – Entrega dos su-jeitos passivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomu-nitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na decla-ração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 50.000.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

INVENTÁRIO DE STOKSFicheiro para comunicação à AT

já disponívelJá se encontra disponível no portal das finan-ças o formato do ficheiro (de texto ou html) para comunicação à Administração Tributária de inventários e existências.Foi, igualmente, disponibilizado no portal um manual de integração de software, no qual são definidas algumas indicações quanto ao modo como a referida comunicação deverá ser efetuada (tipo de produto, identificador do produto, descritor do produto, código do produto, quantidade e medida de medida uti-lizada). Refira-se que foi a lei do Orçamento do Estado para 2014, que estabeleceu a obri-gação de envio, até 31 de janeiro, do inven-tário de stoks.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADENo seguimento das medidas adotadas pelo Governo, no âmbito da promoção da competitividadee do investimento, como a criação do crédito fiscal extraordinário ao investimento e as alteraçõesem sede de IRC, foram agora reforçados diversos regimes de benefícios fiscais ao investimento, sobretudo aqueles que proporcionam a criação ou a manutenção de postos de trabalho e se locali-zam em regiões menos favorecidas. O Decreto-Lei nº 162/2014 aprova o novo Código Fiscal do Investimento, com uma provável impacto na economia e ao nível da criação de postos de trabalho.

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 19

Os problemas que se acumularam ao longo de décadas não podem ser corrigidos em apenas três anos, assume a ministra das Finanças.

Page 20: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Locação de bens imóveis é prestação de serviços sujeita a IVA

A legislação nacional define o conceito de locação de imóveis como o contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar à outra o gozo temporário de uma coisa, neste caso um imóvel, mediante uma retribuição.

Determinado contribuinte está coletado em sede de categoria B com o CAE 45200, em regime de contabilidade organizada e com IVA no regime trimestral. Possui em seu nome duas moradias, as quais aluga através de uma agência. Já obteve junto da Câmara Municipal a licença de alojamento local. Até à data, estes rendimentos eram declarados em sede de IRS na categoria F. Com o Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, estas moradias passam a ser consideradas no âmbito do alojamento local e sujeitas a IVA? Como são afetadas à atividade deste sujeito passivo, uma vez que estavam na esfera pessoal do sujeito passivo? Como proceder contabilística e fiscalmente? As moradias estão sujeitas a depreciações? Podemos considerar as despesas inerentes às mesmas (manutenção, água, luz, IMI)? Teremos de entregar declaração de alterações no âmbito de acrescentar o novo CAE 55201?

A questão colocada refere-se ao tratamento contabilístico e enquadramento fiscal para efeitos de IVA das operações de locação de imóveis.Em termos de IVA, a locação de bens imóveis é considerada uma prestação de serviços sujeita a IVA, de acordo com o conceito residual de prestação de serviços previsto no n.º 1 do artigo 4.º do Código do IVA (CIVA).No entanto, o princípio geral segundo o qual o imposto é liquidado sobre qualquer prestação de serviços efetuada a título oneroso por um sujeito passivo de imposto prevê determinadas isenções, entre as quais o n.º 29 do artigo 9.º do CIVA, que determina que a locação de bens imóveis se encontra isenta de IVA.A legislação nacional define o conceito de locação de imóveis como o contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar à outra o gozo temporário de uma coisa, neste caso um imóvel, mediante uma retribuição, conforme o disposto no artigo 1022.º do Código Civil, na redação introduzida pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, que aprovou o novo regime do arrendamento urbano.Ao conceito de locação de imóveis é aplicável o disposto no nº 2 do artigo 11.º da Lei Geral Tributária, que dispõe que «sempre que, nas normas fiscais, se empreguem termos próprios de outros ramos de direito, devem os mesmos ser interpretados no mesmo sentido daquele que aí têm, salvo se outro decorrer diretamente da lei.» Ou seja, uma vez que se trata de conceito importado de outro ramo de direito, neste caso o Direito Civil, e por este não se encontrar definido pelo Código do IVA, deve ser interpretado no mesmo sentido que lhe é atribuído pelo Código Civil.Quando se trata de locações de imóveis, estamos perante arrendamentos, enquanto os alugueres são locações de bens móveis, conforme a definição legal prevista no artigo 1 023.º do Código Civil.Também o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) define o conceito de locação de imóveis para efeitos da isenção do IVA como sendo a operação económica em que o proprietário de um imóvel cede ao locatário o direito de ocupar o imóvel contra o pagamento de uma renda (contraprestação) por um prazo convencionado.A locação do imóvel, no sentido de uma colocação passiva do imóvel à disposição do arrendatário, deve ser a prestação preponderante da operação económica, definida

para a isenção do IVA. Ora, está unicamente abrangida por este preceito a cedência do gozo de um imóvel de “paredes nuas”. Sendo que este conceito não se limita ao facto de a locação ser acompanhada, ou não, de determinados bens de equipamento, mobiliário ou utensílios, está no entanto relacionado com a aptidão ou não do imóvel para o exercício de uma atividade empresarial.Deste modo, são de excluir da isenção todas as situações que, apesar de partilharem alguns dos elementos preponderantes dos contratos de locação, se caracterizam essencialmente por integrarem outras prestações de serviços conexas ao usufruto do imóvel, e que implicam uma exploração ativa desses bens, sendo este definido não como arrendamento, mas como cedência de um estabelecimento comercial ou industrial.Também as prestações de serviços de alojamento, efetuadas no âmbito da atividade hoteleira ou de outras com funções análogas, estão excluídas do âmbito da isenção de IVA, conforme previsto na alínea a) do n.º 29.º do artigo 9.º do Código desse imposto.No caso em concreto, há que verificar se a locação efetuada, relacionado com um imóvel próprio, se configura no âmbito do conceito de “paredes nuas” ou se se caracteriza como uma prestação de serviços de alojamento de caráter hoteleiro ou similar, para verificar da aplicação da isenção do IVA.Por outro lado, nos termos do n.º 4 do artigo 12.º do CIVA, existe a possibilidade de a empresa optar pela renúncia à isenção das operações relativas à atividade isenta de locação de imóveis, cumprindo com os requisitos e procedimentos previstos no regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis (anexo ao Decreto-Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro.Basta que o imóvel não cumpra alguma das condições aí previstas para que não possa efetuar o pedido de renúncia à isenção.Refira-se que o exercício de atividades de prestações de serviços de alojamento está dependente de regulamentação legal própria, apenas se enquadrando como tal quando se cumpram tais requisitos legais.Existem vários tipos de estabelecimentos que podem ser considerados como exercendo uma atividade do tipo hoteleiro, nomeadamente os empreendimentos turísticos e os alojamentos locais.A atividade de empreendimento turístico está regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de janeiro.Como empreendimentos turísticos são considerados os estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, conjuntos turísticos (resorts), empreendimentos de turismo de habitação, empreendimentos de turismo no espaço rural e parques de campismo e de caravanismo.O exercício da atividade como empreendimento turístico está condicionado ao cumprimento integral da referida legislação, pelo que se sugere a respetiva consulta.A atividade de alojamento local está atualmente prevista no Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, sendo definida como aqueles estabelecimentos que prestem serviços de alojamento temporário a turistas, mediante remuneração, podendo ser moradias, apartamentos ou estabelecimentos de

hospedagem (hostels).Passa a presumir-se a existência desse serviço de alojamento temporário sempre que o estabelecimento turístico seja publicitado como tal, nomeadamente através de sítios da especialidade ou, ainda, quando o local esteja devidamente mobilado e equipado, sejam oferecidos serviços, complementares à dormida, como limpeza ou receção e a duração desse alojamento tenha um período inferior a 30 dias.Esta presunção pode ser sempre ultrapassada desde que a habitação tenha sido efetivamente arrendada, existindo um contrato de arrendamento urbano devidamente registado nas finanças.Quer isto dizer que, existindo um contrato de arrendamento emitido nos termos do novo regime de arrendamento urbano, devidamente registado nas finanças, a habitação é considerada como estando arrendada, não existindo a prestação de serviço de alojamento turístico.Para além do cumprimento deste conceito, para o exercício da atividade de alojamento local, a entidade é obrigada a efetuar uma comunicação dirigida ao presidente da câmara municipal com a identificação desse estabelecimento, nos termos do artigo 6.º desse Decreto-Lei.Caso este estabelecimento em concreto possa exercer a atividade de empreendimento turístico ou de alojamento local, os respetivos serviços de alojamento em estabelecimentos do tipo hoteleiro ficam sujeitos à aplicação da taxa reduzida prevista na verba 2.17 da Lista I anexa ao CIVA.Todavia, essa taxa reduzida deve ser aplicada exclusivamente ao preço do alojamento, incluindo o pequeno-almoço, se não for objeto de faturação separada, sendo equivalente a metade do preço da pensão completa e a três quartos do preço da meia pensão.Quaisquer outros serviços cobrados ao cliente devem ser tributados à taxa normal de IVA, sem prejuízo de esses outros serviços se poderem enquadrar noutra verba prevista na lista I ou II anexas ao CIVA.Na realidade, tal como resulta do n.º 1 do artigo 18.º do CIVA, a taxa reduzida (e intermédia) de IVA apenas pode ser aplicada às operações (transmissões de bens ou prestações de serviços) especificamente previstas nas verbas das listas I ou II anexas ao CIVA. No caso da operação não se puder enquadrar em qualquer dessas verbas, deve ser objeto de tributação à taxa normal (…)(…) Lembramos que a afetação de imóveis da esfera pessoal do empresário à sua esfera empresarial é efetuada sem um formalismo legal específico, baseando-se, por isso, em documento elaborado pelo próprio com a identificação da operação (imóvel a afetar, data e valor de afetação), e procedendo-se ao mero registo contabilístico na conta de ativo (ativo fixo tangível, ou eventualmente, propriedade de investimento) por contrapartida da conta de capital próprio 513 – conta particular.No entanto, é de ter em conta que esta operação é geradora do apuramento de mais ou menos-valias, categoria G, pela transferência da esfera privada para a atividade – o rendimento gerado, no entanto, não é tributado no ano da afetação mas sim no ano em que for dado outro uso ao imóvel equiparado a uma “transmissão”, como seja venda do imóvel ou reafetação à esfera pessoal (atente-se aos valores a

considerar nestas transferências esfera pessoal/atividade que devem ter em conta o disposto no art.º 29.º do CIRS).No que toca à tributação, deverá ter em conta o disposto para cada uma das categorias de rendimentos, no caso, categoria F e categoria B, e nesta última terá de atender ainda ao regime escolhido para a determinação do rendimento (art.º 28.º do CIRS).No que toca à categoria F, o rendimento líquido obtém-se deduzindo aos rendimentos brutos provenientes das rendas, dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares as despesas de manutenção e as despesas de conservação que incumbam ao sujeito passivo, por ele sejam suportadas e provadas documentalmente, bem como o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto do Selo (IS) que incide sobre o valor dos prédios ou parte de prédios cujo rendimento seja objeto de tributação no ano fiscal (veja-se o art.º 41.º do CIRS).Este rendimento (líquido, após as deduções referidas), fica sujeito a tributação a uma taxa especial de 28 por cento, nos termos do n.º 7 do art.º 72.º do CIRS.Sendo o proprietário sujeito passivo residente em território nacional, pode optar pelo englobamento, de acordo com o n.º 8 do art.º 72.º do CIRS, ficando nesse caso obrigado a englobar a totalidade dos rendimentos sujeitos a taxas liberatórias e a taxas especiais, compreendidas no n.º 6 do artigo 71.º, no n.º 8 do artigo 72.º e no n.º 7 do artigo 81.º (art.º 22.º, n.º 5).No caso da categoria B, a determinação do rendimento líquido será efetuada em conformidade com o regime de tributação pelo qual está abrangido, regime simplificado ou tributação com base na contabilidade.No primeiro caso, deverá ter em conta os coeficientes do art.º 31.º do CIRS (aconselhamos a consulta da Circular n.º 5/2014, de 20 de março, que esclarece este ponto).No segundo (caso em concreto), a tributação terá em conta as disposições do normativo contabilístico aplicado, com as limitações previstas no CIRC (aplicáveis por remissão do art.º 32.º do CIRS) com as adaptações resultantes do CIRS. Neste regime, as moradias classificadas como ativo fixo tangível ficam sujeitas a depreciações, sendo estas aceites como gasto fiscal, desde que devidamente contabilizadas, atendendo às limitações previstas no CIRC e Decreto-Regulamentar n.º 25/2009. As despesas com a manutenção do imóvel, água, luz, IMI e outras relacionadas com a propriedade e utilização do imóvel podem ser consideradas como gastos aceites fiscalmente atendendo às referidas limitações.O rendimento líquido obtido será englobado com os restantes rendimentos do sujeito passivo em causa, para determinação da taxa a aplicar (de entre as previstas no art.º 68.º do CIRS).No que se refere ao CAE da atividade, este só terá de ser alterado quando o CAE da entidade não corresponda à atividade efetivamente desenvolvida, sendo que para esclarecimento adequados, de forma a definir corretamente o CAE, sugerimos que contacte ou consulte o Instituto Nacional de Estatística (www.ine.pt).

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Comunicação dos inventários deve ocorrer até final de janeiroO Orçamento do Estado estabelece a obrigatoriedade de comunicação dos inventários à Au-toridade Tributária. Assim, todas as empresas com um volume de negócios superior a 100 mil euros terão de proceder à respetiva comunicação até 31 de janeiro do inventário respeitante ao último dia do exercício anterior. Na informação a prestar terá de ser identificado o tipo, o código, a descrição e a quantidade do produto em stock no final do exercício.

TOC pode recusar assinatura de declarações fiscaisOs técnicos oficiais de contas têm o direito de obter a informação e a colaboração de que necessitam por parte do sujeito passivo. Assim, a negação das referidas informações ou de cola-boração – pontual ou reiterada – desresponsabiliza os TOC pelas consequências que daí possam advir e confere-lhes o direito à assinatura das declarações fiscais, esclarece a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. De notar que nenhum profissional tem de desenvolver a sua atividade a custo zero, o que também constitui fundamento para a recusa das declarações fiscais.

FISCALIDADE

20 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Page 21: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 21

PELAS MÃOS DA ORANGE HORIZONS

Orange quer consolidar presença em Portugal

Cloud vai dominar investimentos até 2020

Apesar de não atuar como operadora de telecomunicações em Portugal, a Orange quer consolidar a sua presença em território nacional. O balanço do primeiro ano de atividade foi positivo e Romeo Machado, gestor do negócio português da Orange Horizons, quer tornar a marca mais visível e com um maior impacto no momento da compra. Por isso, admite vir a ter mais pontos de venda físicos, para além do espaço dentro das lojas NOS.SUSANA MARVÃ[email protected]

Em Portugal não atua direta-mente como operador de teleco-municações. Mas nem por isso a Orange, o braço móvel da France Télécom, deixa de ter objetivos bem delineados para o mercado nacional onde desde o ano pas-sado abriu uma subsidiária da Orange Horizons.

Em território luso são vários os serviços que a empresa disponibi-liza. Para além de um site de con-

teúdos (over-the-top), outro de vídeos e um terceiro de imagens, a marca tem ainda uma loja de co-mércio eletrónico onde são vendi-dos vários produtos ligadas às tec-nologias móveis, nomeadamente smartphones, telemóveis, tablets, portáteis e armazenamento. Outra categoria são os, chamemos-lhes, objetos conectados, como smar-twatches, produtos de gaming, colunas de som…

Para complementar a sua com-ponente online, a empresa conta ainda com três “corners” nas lojas da NOS (Porto, Lisboa e Faro), onde vendem cartões SIM para usar no estrangeiro. Ou seja, car-tões pré-pagos de voz e dados que podem ser ativados aqui, em Por-tugal, e usados em países como

Espanha, França e Reino Unido. “Basta chegar a um desses países, inserir o SIM, fica com um núme-ro local e desde logo com um tari-fário igualmente local”, explicou à “Vida Económica” Romeo Macha-do, gestor do negócio português da Orange Horizons. “Temos ainda outro serviço para os clientes es-trangeiros que sejam Orange e pre-cisem de assistência, nós damos”.

A última grande aposta da mar-ca em Portugal é o denominado “Orange Top-Up”, uma platafor-ma que permite recarregar um te-lemóvel ou um pré-pago em qual-quer parte do mundo. “Temos acordos com mais de 360 opera-dores em todo o mundo e estamos presentes em mais de 100 países”. O pagamento pode ser efetuado

por cartão de crédito.Romeo Machado admite que o

mercado português tem interes-se já que na estratégia da Orange Orizon estão obviamente os países de língua oficial portuguesa. Ape-sar de tudo na Europa este “bra-ço” da Orange tem já uma presen-ça bastante forte. “Temos Itália, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Irlanda. Estamos a avançar para toda a Europa, o que tem a van-tagem de conseguirmos criar um bom ecossistema europeu. Repare que ao expandirmo-nos desta for-ma, um cliente consegue garantir assistência em várias geografias”.

O executivo considera que efeti-vamente lançaram atividade num período económico não muito favorável pelo que o primeiro ano

de exercício serviu um pouco para aliar a recetividade do mercado nacional. “Mas posso dizer-lhe que no final do primeiro ano es-tamos acima das expectativas quetínhamos”. Apesar de não revelar números em termos de resultados, Romeo Machado considera a pres-tação positiva e sobretudo vê com otimismo os investimentos que osvários “atores” deste setor estão a fazer no online e nos meios digitais.

Para 2015, o responsável pelo mercado nacional quer consolidar a atividade e tornar a Orange um player ainda mais importante nas áreas onde está implantada. “Porexemplo, queremos que um clien-te, quando pensar em comprar um telemóvel tenha a loja Orange entre as primeiras opções, entre as primeiras marcas de confiança. E acredite que lançar uma loja onli-ne onde a marca não está presente é um grande desafio”. Isto porque é sabido que os países sobretudo do sul da Europa, a nível cultural, ainda gosta muito de ir a uma loja tradicional, tocar e experimentaro produto e só depois comprar. “Isto é um trabalho que não se faz em apenas um ano, temos um longo caminho pela frente. Mas queremos consolidar. E tambémpor isso queremos aumentar a nossa presença no retalho físico”. Para já a empresa está então pre-sente nas três lojas NOS mas, umavez não haver exclusividade, pode-remos vir a ver a marca em outros pontos de venda.

O universo cloud vai dominar os investi-mentos nos próximos cinco anos. Segundo a IDC, até 2020 as três categorias de servi-ços de Cloud Computing, ou seja, nuvem pública, nuvem privada e privada em hos-ting, irão representar mais de 40% do or-çamento corporativo nas médias e grandes organizações nacionais.

As conclusões fazem parte de um estudo elaborado pela IDC que basicamente pre-tendeu identificar a maturidade das orga-nizações portuguesas na adoção de serviços de Cloud Computing, as perspetivas de evolução nos próximos anos, assim como identificar os passos necessários para que as organizações portuguesas possam criar valor neste novo paradigma tecnológico.

Entre as grandes conclusões, ficou pa-tente que a esmagadora maioria das or-

ganizações nacionais iniciaram ou já con-cluíram processos de transformação do negócio. Quanto às principais motivações para a adoção de processos de transforma-ção do negócio das organizações, entre elas destacam-se as condições económicas ad-versas no território nacional, as alterações regulamentares e a alteração das necessida-des dos clientes

Por outro lado, o documento evidencia que assistimos atualmente a uma rápida transformação tecnológica – designada pela IDC como 3ª Plataforma Tecnológica – de inovação e crescimento, assente em quatro pilares fundamentais que de resto têm inun-dado o panorama das Tecnologias da Infor-mação dos últimos anos: mobilidade, servi-ços cloud, tecnologias sociais, e Big Data. Pilares esses onde segunda a consultora as

organizações podem obter ganhos de com-petitividade superiores, quer para suportar processos de internacionalização, quer para aumentar a eficiência operacional, inovar ao nível da oferta e tornarem-se mais ágeis e capazes de se adaptarem às condições de mercado. “Em suma, o cloud computing permite às organizações criarem valor para o negócio em três áreas chave: criar uma me-lhor experiência para os clientes; aumentar a eficiência operacional; e inovar os mode-los de negócio.

Este estudo da IDC Portugal “compro-va” ainda a existência de duas fases na ado-ção dos serviços de cloud computing no território nacional: as organizações que iniciaram o caminho de consolidação e de normalização há cerca de 5/6 anos e hoje já estão perto das fases finais da maturi-

dade dos serviços de cloud computing e começam a obter ganhos significativos no negócio; enquanto as organizações que ini-ciaram este caminho há cerca de 1/2 anosestão ainda nas fases iniciais deste modelo.

Por outro lado, lê-se no estudo, um terçodas organizações nacionais já implemen-taram serviços de Software-as-a-Service(SaaS) enquanto pouco menos de um ter-ço das organizações já utilizam serviços de Infrastructure-as-a-Service (IaaS) e apenas 12% utilizam serviços de Platform-as-a--Service (PaaS).

Em 2020 as três categorias de serviços de cloud computing (cloud pública, cloudprivada e cloud privada em hosting) irão representar mais de 40% do orçamento corporativo nas médias e grandes organi-zações portuguesas.

99Taxis dá os primeiros passos em PortugalA aplicação brasileira 99Taxis, que somente dois anos após ter chegado ao mercado domés-tico conta com mais de um milhão de serviços por mês, prepara-se para conquistar o ter-ritório português. Contando já com 800 utilizadores e 150 taxistas registados na zona de Lisboa.

Page 22: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

A postura é sóbria, apesar do sorriso aberto. Yaniv Harel, há pouco mais de um ano no setor “privado”, esteve 21 anos ao serviço do Ministério da Defesa israelita. Desses, 17 foram na unidade tecnológica da IDF (Israel Defense Forces), liderando projetos e grupos tecnológicos, obviamente na área da segurança. No último ano em que esteve ao serviço de Israel, Yaniv Harel foi o responsável pela fundação de um grupo de cibersegurança dentro do Ministério da Defesa. A EMC, companhia norte-americana com larga tradição neste país do Médio Oriente, “recrutou-o” para encabeçar o denominado Grupo de Cibersoluções do Centro de Excelência de Israel. A “Vida Económica” teve o prazer de o entrevistar.SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

Vida Económica – Passados 21 anos ao serviço do Ministério da Defesa resol-veu voltar para a vida civil…

Yaniv Harel – Sim, depois de muito pon-derar e avaliar algumas propostas, acabei por aceitar o convite da EMC para de alguma forma criar uma “start-up” dentro da pró-pria companhia. Nasceu assim o Grupo de Cibersoluções dentro desta unidade de Isra-el. Digamos que nos focamos mais ao nível corporativo. Como sabe, a EMC é com-posta por quatro companhias – VMWare, Pivotal, EMC II e RSA – nós, o Grupo de Cibersoluções, olhamos para todos os ativos das quatro companhias, combinamo-los e integramo-los em soluções específicas para as necessidades cibernéticas.

VE – O que herdou dessa experiência?YH – Esta transição para a vida civil aca-

bou por ser gradual. Porque no meu último cargo já lidava muito com a indústria. Já conhecia as suas necessidades. Na verdade, é igual estar a proteger uma organização militar ou financeira.

VE – Olham para os seus dados da mesma forma?

YH – Sim. Se for presidente de um ban-co, olho para os meus dados como o meu ativo mais crítico. E um nesses dados, ou uma fuga desses dados para fora do banco, é tão crítico como no serviço militar. No mercado cibernético há muitas parecenças.

VE – Tendo estado ao serviço de uma estrutura militar tanto tempo, que mais--valias aporta a uma organização como a EMC?

YH – Os standards de performance. É certo que os podemos encontrar em orga-

nizações civis, mas os militares são conhe-cidos por terem estes parâmetros muito desenvolvidos. Para além do mais – e peço desculpa mas não posso entrar em detalhes – no meu serviço digamos que eu tinha consciência e estava familiarizado com as ofensivas cibernéticas. E quando se defen-de, é muito importante saber a forma de pensar do atacante. Não me posso alargar muito mais, nem especificar...

VE – Nem nos dar um exemplo…YH – Não posso especificar.

Há que ser mais abrangente

VE – Ok, mas porque sentiu a EMC necessidade de criar este Grupo de Ci-bersoluções?

YH – Os desafios cibernéticos são muito mais amplos e abrangentes do que a neces-sidade de um produto específico. Acredi-tamos que nas quatro companhias – e por isso me juntei a esta equipa – temos rele-vantes ativos para endereçar os problemas cibernéticos quando os pensamos de forma abrangente.

VE – Mas então estamos a falar de um grupo de estratégia?

YH – Não só. Falamos de soluções, que são basicamente a combinação de tecnolo-gia, metodologia e pessoas. É isto que faz o nosso grupo. Na empresa já temos a tecno-logia, desenvolvemos o conceito e a estraté-gia e acrescentamos a preparação das pesso-as para serem capazes de lidar com as tarefas cibernéticas dentro da organização. Que-remos desenvolver soluções completas e abrangentes para os nossos clientes. Vamos pensar na VMWare. Não é uma empresa de segurança, certo? Mas acreditamos que as novas tecnologias de “Software-defined networking” são as mais relevantes tecno-logias usadas nos simuladores cibernéticos que desenvolvemos no nosso grupo. Ou seja, a capacidade para conseguir pegar em um “Software-defined networking” e simu-

lar a sua rede nas minhas instalações e dar--lhe a capacidade de os seus recursos virem treinar em algo que realmente simule a sua rede é baseada em capacidades VMWare.

VE – Quais são as grandes abordagens do grupo?

YH – Por exemplo, recuperar de um ciberataque. Não há muito estudos sobre isto. Não há quase nada sobre este tema. Porque simplesmente até há pouco tempo não havia praticamente nada de especial para dizer sobre isto. Mas hoje não, porque são muito mais relevantes e muito mais fre-quentes. E por isso acreditamos que uma das áreas que vamos desenvolver é precisa-mente a recuperação dos ciberataques. Os nossos atuais e potenciais clientes vão com toda a certeza vir a precisar de algo mais holístico. Estamos muito orgulhosos do que tem vindo a ser feito neste campo, mas admitimos que os nossos clientes precisam de soluções mais abrangentes. E é nisso que nos vamos focar.

Replicar em ambiente real

VE – De que forma pretendem dife-renciar-se da concorrência? Já há outras empresas com esta abordagem ao mer-cado.

YH – Conheço bem os produtos que existem no mercado. A nossa unicidade, o que nos torna realmente únicos é a ca-pacidade de treinar numa real réplica da

rede do cliente. Ou do segmento da rede. Isto porque acredito que as grandes contas, a área financeira, a banca, tenham vários fornecedores de segurança para específicos segmentos da rede. Nesse caso, estarão inte-ressados em replicar apenas uma parte desse ambiente, não todo. Aliás, acreditamos que esta área de recuperação de ciberataques é tão importante e vai ser tão relevante que colaboramos diretamente com uma uni-versidade onde de forma conjunta fazemos investigação. O mundo cibernético é tão importante e enfrentamos tantas ameaças que simplesmente não conhecemos a me-todologia que normalmente usamos na In-vestigação & Desenvolvimento dentro das nossas empresas, baseadas em necessidades específicas e questões que damos às nossas equipas simplesmente não chega. Não che-ga para endereçar estes desafios.

VE – E neste novo mundo quais são as novas abordagens, então? Para onde caminham?

YH – Penso que vai haver alguma forma de consolidação. Bem, não sei se lhe cha-maria exatamente consolidação. Na ver-dade, estamos muito orgulhosos que haja em Israel tantas novas starups nesta arena cibernética. E que já haja tantos livros es-critos sobre estas matérias a partir desta ge-ografia. É muito importante que este mer-cado ganhe o devido impulso e tenha ideias inovadoras, quer em termos de produtos quer mesmo em termos de conceitos para endereçar os tais novos desafios. Acho que nos próximos anos vamos ver mais tecno-logias a serem combinadas e integradas em soluções mais amplas. Porque os CIO das organizações estão muito empolgados em ver essas novas tecnologias, mas por outro lado também estão cansados de ver muitas pequenas tecnologias, cada uma para re-solver apenas um problema específico. No final do dia, continuam com o grande pro-blema entre mãos. Acredito que gostariam de ver soluções e tecnologias mais abran-gentes.

YANIV HAREL, QUE ESTEVE 21 ANOS NO MINISTÉRIO DA DEFESA ISRAELITA, AGORA TRABALHA PARA A EMC

Mercado precisa de soluções mais holísticas na área da segurança

22 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

TECNOLOGIAS

Quando se defende, é muito importante saber a forma de pensar do atacante. Não me posso alargar muito mais, nem especificar...

Yaniv Harel lidera o Grupo de Cibersoluções do Centro de Excelência de Israel da EMC.

Page 23: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Os números são sempre curiosos, sobretudo quando estamos a falar de ameaças online. Só a Kaspersky Lab bloqueou este ano 1,4 milhões de ataques a dispositivos baseados em Android, quatro vezes mais que no ano passado. E 3,7 milhões de tentativas de ataques a equipamentos com OSX. Ou seja, cada utilizador de Mac encontrou uma média de nove ameaças durante o ano, lê-se no balanço anual da empresa de segurança russa.

Mas há mais números, para nosso de-leite. Só a Kaspersky detetou um total de 12100 trojans de banca móvel, nove ve-zes mais que no ano de 2013, e 53% dos ataques tinham como objetivo roubar dinheiro aos utilizadores (SMS-Trojans, Trojans bancários). Já 19% dos utiliza-dores de Android (um em cada cinco) encontrou uma ameaça móvel pelo me-nos uma vez durante o ano e 75% dos ataques dirigidos contra as finanças dos utilizadores foram levados a cabo utili-zando malware bancário. O roubo da carteira de Bitcoins foi a segunda amea-ça bancária mais popular (14%).

Em resumo, em 2014 registou-se um crescimento considerável no número de ataques maliciosos aos computadores dos utilizadores e aos seus dispositivos móveis, tendo-se assistido também a um maior desenvolvimento no malware

financeiro e a uma mudança nos veto-res de ataque web. Em 2013, a maioria dos ataques web foi realizada utilizando recursos web maliciosos localizados nos EUA e Rússia, enquanto em 2014 a Ale-manha foi o país que mais websites ma-liciosos alojou, a seguir aos Estados Uni-dos. A Holanda ocupa o terceiro posto.

Os números globais apontam para que a Kaspersky Lab tenha bloqueado 6200 milhões de ataques maliciosos nos com-putadores dos utilizadores e nos seus dispositivos móveis em 2014, mais mil milhões que em 2013. Assim, 38% dos computadores dos utilizadores recebe-ram pelo menos um ataque web duran-te o ano, tendo 44% dos ataques web neutralizados sido realizados utilizan-do recursos web maliciosos localizados nos EUA (27,5% de todos os ataques), na Alemanha (16,6%); e na Holanda (13,4%).

Já as tentativas de roubar dinheiro

através do acesso online a contas ban-cárias foram bloqueadas em quase dois milhões de equipamentos de utilizado-res. O antivírus web da Kaspersky Lab detetou mais de 123 milhões de objetos maliciosos únicos, sendo que 74% deles foram encontrados em URL maliciosas.

Nos ataques móveis, foram detetados 295500 novos programas maliciosos móveis, 2,8 vezes mais que em 2013. Foram aina intercetados 12.100 trojans de banca móvel, nove vezes mais que no ano passado, sendo que 53% dos ataques pretendiam roubar dinheiro aos utilizadores (SMS-Trojans, Trojans bancários)

Segundo os dados da Kaspersky Lab, 75% dos ataques dirigidos contra as fi-nanças dos utilizadores foram feitos com recurso a malware bancário, mas esta não é a única ameaça de carácter finan-ceiro a afectar os utilizadores. O roubo da carteira de Bitcoins foi a segunda ameaça bancária mais popular (14%). O Bitcoin Mining Software (10%) é outra

ameaça relacionada com a moeda virtu-al, que utiliza os recursos informáticospara gerar bitcoins.

Em comunicado de imprensa Ma-ria Garnaeva, analista de segurança daKaspersky Lab, admite que uma dasmaneiras mais eficazes de introduzirmalware nos computadores dos utili-zadores é explorar vulnerabilidades noOracle Java e em browsers como o Ex-plorer, Mozilla Firefox, etc. “Além dis-so, os cibercriminosos continuam a uti-lizar exploits para vulnerabilidades doAdobe Reader. Estas técnicas de infeçãocontinuam a ser populares, simples-mente porque as técnicas de engenha-ria social continuam também elas a sereficazes. Todos os anos vemos como oscibercriminosos utilizam novas fórmu-las para atrair as suas vítimas. É por issoque os destinatários ainda leem emailsaparentemente inofensivos de uma fon-te estranha e abrem ficheiros anexos ouseguem links que os expõem a progra-mas maliciosos”.

1,4 MILHÕES DE ATAQUES A DISPOSITIVOS BASEADOS EM ANDROID

Ameaças online continuam a aumentar face a anos anteriores

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 23

Em resumo, em 2014 registou-se um crescimento considerável no número de ataques maliciosos aos computadores dos utilizadores e aos seus dispositivos móveis, tendo-se assistido também a um maior desenvolvimento no malware financeiro e a uma mudança nos vetores de ataque web.

Page 24: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Depois do sucesso obtido com a rede WiFi nos autocarros do Porto, a startup portuguesa de base tecnológica Veniam vai receber um investimento de cerca de 3,9 milhões de euros de um consórcio lidera-do pela empresa americana de capital de risco True Ventures, com a participação da Union Square Ventures, Cane Investments e investidores privados. Com este fi nan-ciamento de série A, a Veniam pretende expandir a sua presença em Silicon Valley e, simultaneamente, acelerar o processo de implantação de redes veiculares em várias cidades dos Estados Unidos.

A Veniam é uma empresa portuguesa que desenvolve tecnologia inovadora e está apostada em criar a “internet em mo-vimento” (“internet of moving things”). Para isso, utiliza a conectividade entre ve-ículos, objetos móveis e utilizadores fi nais para ampliar a cobertura de rede WiFi, a

custos reduzidos. Implanta redes veiculares nas cidades que transformam carros, auto-carros ou camiões em hotspots (pontos de acesso) WiFi em movimento.

Em 2014, a Veniam criou, no Porto, uma rede veicular com a ligação entre mais de 400 autocarros da cidade, permi-tindo o acesso à rede WiFi a cerca de 60 mil pessoas por mês. O objetivo da em-presa portuguesa é transformar frotas de veículos, públicos ou privados, em redes ativas, sem que haja uma dependência das redes móveis. Paralelamente, a utilização desta tecnologia permite também reco-lher um grande volume de dados, repre-sentando grandes oportunidades como o melhoramento dos transportes públicos, recolha inteligente do lixo, e monitoriza-ção de infraestruturas críticas, entre ou-tros.

Desde Agosto de 2014, a Veniam tem

sede em Mountain View, Califórnia, e la-boratórios de desenvolvimento em Aveiro (IEUA) e no Porto (UPTEC). Foi criada

em 2012 por João Barros e Susana Sargen-to, docentes das Universidades do Porto e de Aveiro, respetivamente.

EMPRESA RESPONSÁVEL PELA REDE WIFI NOS AUTOCARROS DA INVICTA

Portuguesa Veniam recebe investimento americano

TI nacionais entre as de maior crescimento na EMEA

São quatro as empresas portugue-sas que fi guram no Technology Fast 500 EMEA, um ranking anual ela-borado pela Deloitte Touche Toh-matsu Limited que distingue as 500 empresas públicas e privadas de tec-nologia, media, telecomunicações, ciências da vida e “tecnologias ver-des” de cerca de 20 países da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), que apresentam as maiores taxas de crescimento de volume de negócios nos últimos cinco anos.

A liderar o ranking das empresas nacionais, e dentro do Top 100 glo-bal, está a 7 Graus. Com atividade na área da produção de conteúdos de informação e entretenimen-to online, ocupa a 97ª posição do ranking global ao alcançar um cres-cimento de 1593%. É seguida pela Adclick (em 135º lugar), Findmore (198º) e CMAS – Systems Consul-tants (430º).

Em termos de desempenho glo-bal, pelo terceiro ano consecutivo uma empresa francesa ocupa o pri-meiro lugar deste ranking anual. A Weezevent, empresa de soluções self-service de bilhética online, lide-ra a tabela, com um crescimento de 43202% nos últimos cinco anos. A média da taxa de crescimento do volume de negócios do conjunto dos 20 países da EMEA analisados situa-se nos 1700%, registando-se um crescimento face ao ano ante-rior, cuja média foi de 1500%.

Neste ranking, o sector de sof-tware representa 42% do total do ranking, com 212 empresas repre-sentadas no Fast 500 deste ano, seguido do setor da Internet com 21%. Mantendo as posições do ano anterior, e apesar de ligeiras varia-ções percentuais, destacam-se ainda as áreas de telecomunicações/redes (13%), semiconductores/compo-nentes/ele trónica (7%), biotecno-logia/farmacêutica/equipamentos médicos (7%), “tecnologias verdes” (5%), media/entretenimento (3%) e de computadores/periféricos (2%).

TECNOLOGIAS

24 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Nome

Morada

C. Postal

E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Out of the office - Trabalhar nunca foi tão fácil, com o PVP unitário de 18,90€.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Autores: José Gabriel Quaresma e Carlos Gonçalves

Páginas: 224

P.V.P.: € 18,90

(recortar ou fotocopiar)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c

4000-263 PORTO

“Out of the Office” is not a book to read, instead a system to experience coworking.

Coworking is the opportunity to collaborate for developing innovative products or solutions,

launching new startups, or solving major global problems.”

Praveen Gupta, founding Editor-in-Chief of International Journal of Innovation Science, and Director of IIT Center for Innovation

Science and Applications, Chicago, USA

“…percebi que mais do que um livro adquirido, subscrevi um stream de informação actualizada sobre uma matéria que me interessa. E quando

uma matéria nos chama a atenção, a informação que nos é servida de várias

formas, não é informação, é formação.” Pedro Aniceto, Especialista da Apple

NOVIDADE

Regul

amen

to e

m li

vrar

ia

.vidaeconomica.pt

Exclusivo paracompras online

http://livraria.vidaeconomica.pt

“Out of the Office” é um Livro e ao mesmo tempo uma aplicação móvel sobre o Escritório do Futuro.

O seu livro ganha vida! Mesmo depois de lido e arrumado na secretária, receberá regularmente notificações com novos filmes, novos capítulos e outros conteúdos, ficando a par dar das últimas novidades deste ad-mirável novo Mundo dos espaços de trabalho!

Page 25: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Os investimentos dos produtores e co-operativas vitícolas cresceram entre 15% e 20% nos últimos dois anos nos países europeus produtores de vinho. Esta ten-dência positiva do investimento deverá manter-se nos próximos anos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado no âmbito do Vinitech-Sifel, que decorreu há dias, em Bordéus.

O salão de equipamentos e tecnologia para o vinho e frutas teve mais de 750 ex-

positores, que ocuparam cerca de 60 mil m2 do Parque de Exposições de Bordéus, e recebeu mais de 44 mil visitantes profissio-nais. Portugal foi o terceiro maior país em número de visitantes estrangeiros, a seguir a Espanha e Itália, num total de 72 países que estiveram representados em Bordéus.

Da América do Sul vieram profissionais do Brasil, Uruguai, Venezuela e Chile. A Europa de Leste teve visitantes provenien-tes de países como a Roménia, Bulgária e

Croácia.“Este ano, voltámos a encontrar um

conjunto de visitantes estrangeiros de qua-lidade, com a vinda de decisores. O reforço do nosso dispositivo de promoção interna-cional foi bem sucedido”, congratula-se Eric Dulong, presidente do Salão.

Segundo referiu, o perfil de visitantes justifica a qualidade dos contatos e o bom volume de negócios no Vinitech-Sifel, no-meadamente com investidores chineses,

russos, australianos e americanos.A maior parte dos profissionais que se

deslocaram ao Vinitech-Sifel pretende re-novar ou comprar novos equipamentose também investir em recursos humanos em termos de formação e recrutamento.Para aumentar a competitividade, os pro-dutores estão a apostar na modernizaçãodas suas explorações, no desenvolvimentode novos canais de vendas, e na eficiênciaenergética e vertente ambiental.

PORTUGAL FOI O TERCEIRO MAIOR PAÍS ESTRANGEIRO EM VISITANTES

Vinitech revela aumento do investimento na produção vitícola

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos, com Nuno Augusto, José Matias, Mafalda Gramaxo, Clara Marcos, Dietmar Appelt e João Calejo.

Economia paralela representa quase 27% do PIBA economia paralela continua a representar um grave problema para Portugal. Com a agravanteque, no ano passado, o seu peso subiu ligeiramente, tendo sido atingido o valor recorde de quase27% do PIB nacional, o que equivale a um valor próximo dos 46 mil milhões de euros. Tam-bém é um montante equivalente a seis orçamentos do Ministério da Saúde, de acordo com um estudo da responsabilidade do Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

VINITECH

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 25

WW

W.Z

EN

ITH

-WA

TCH

ES

.CO

M |

WW

W.R

OL

LIN

GS

TON

ES

.CO

M

S E G U I R A N O S S A P R Ó P R I A E S T R E L A

E L P R I M E R O C H R O N O M A S T E R 1 9 6 9

PUB

Prémios Ouro atribuídos a três empresas

Page 26: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Jean-Luc Berger, especialista da OIV e ex-diretor técnico na-cional da IFV, e Pierre Gaillard, diretor da Associação de Frutas e Legumes da Aquitaine, foram os co-presidentes do Comité Científico e Técnico Innova-tion Awards, que escolheu os vencedores dos prémios de ino-vação, atribuídos pelo Vinite-ch-Sifel.

As candidaturas apresentadas revelam uma presença crescente da robótica na produção agrícola.

Há um progresso considerá-vel em equipamentos de lavou-ra multifunções que são mais eficientes em termos de quali-dade do trabalho e de velocida-de de execução. Outra novida-de interessante é uma máquina de vindimar com um raio de viragem superior, oferecendo economia de tempo significa-

tiva, a melhoria da segurança do operador e a possibilidade de operar em espaços mais re-duzidos.

Este ano foram apresentadas várias inovações para aumentar a qualidade do vinho e o pro-cesso de vinificação, incluindo um sistema de monitorização para a adega e limpeza das

cubas, descalcificação e siste-ma de desinfeção. Outras ino-vações tecnológicas destinadas a otimizar o processo de vini-ficação incluíram um sensor para verificar a transferência de líquidos na adega e calibragem automática.

Empresas francesas deslocam produção para Portugal

A cooperação entre Portugal e a região de Bordéus está a aumentar também com a presença crescente de empresas industriais francesas

que escolhem o Norte do país para instalar novas unidades pro-dutivas.

A proximidade e as ligações com as comunidades portuguesas têm sido determinantes na criação de novos projetos industriais em vários setores de atividade.

As características particulares dos vinhos do Dão foram explicadas aos con-vidados.

Rafael Campos Pereira, Manuel da Silva, presidente do clube de empresários portugueses de Bordéus, Nuno Augusto e Rui Santos.

VINITECH

26 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Agricultura de precisão é cada vez mais uma realidade

Arlindo Cunha e a cônsul-geral em Bordéus, Ana Filomena Rocha, com Eric Dulong, presidente do Vinitech, e Em-manuelle Galon-Kaptur.

José Matias, da Casa da Ínsua, Luísa Nero, da PrecisionElite (uma das em-presas expositoras no Vinitech), e Mafalda Gramacho, diretora-geral da Aim-map.

Comunidade portuguesa em Bordéus apoia exportações e aumento do investimento

Page 27: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

www.gestifatura.pt

T: (+351) 21 358 89 00 | E: [email protected] os seus ativos! Contacte-nos através de:

Na GESTIFATURA, transformamos créditos em passado, para

que a sua empresa possa olhar para o futuro. As nossas soluções

personalizadas permitem otimizar a gestão da faturação e a

recuperação de valores em dívida, em Portugal ou no estrangeiro,

favorecendo as relações comerciais das empresas com os seus clientes.

O segredo está em mais de duas décadas de experiência e no acesso

a informação relevante e a plataformas exclusivas de gestão.

PARA A GESTIFATURA, CRÉDITOS SÃO PASSADO.

Page 28: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

O jornal Vida Económica or-ganizou uma visita de profissio-nais portugueses ao Vinitech--Sifel que contou com o apoio da Promosalons Portugal e da Câmara de Comércio e Indús-tria Luso-Francesa.

O grupo de convidados da Vida Económica incluiu Arlin-do Cunha, presidente da CVR Dão, Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real, Rafael Campos Pereira, vice-presiden-te da Aimmap, e duas dezenas de empresários e gestores liga-dos ao setor vitícola.

No âmbito desta visita, a cônsul-geral de Portugal em Bordéus, Ana Filomena Ro-cha, ofereceu uma receção que reuniu um elevado número de membros da comunidade por-tuguesa com o objetivo de fo-

mentar a cooperação com os exportadores nacionais e um melhor conhecimento sobre o potencial do mercado da região da Aquitânia.

Além do mercado tradicio-nal de consumo de produtos por parte dos portugueses e luso-descendentes, os produ-tos portugueses têm condições

para reforçar a sua presença nesta região.

Além dos bens de consumo, existe também potencial ao ní-vel de produtos industriais e bens de equipamento.

Na perspetiva de Rafael Cam-pos Pereira, que representou a Aimmap, Associação dos In-dustriais Metalúrgicos e Meta-lomecânicos, é possível aumen-tar a presença de fabricantes de equipamentos entre os exposi-tores portugueses no Vinitech--Sifel. Apesar do peso conside-rável de visitantes portugueses, ainda é reduzido o número de exportadores nacionais entre os expositores deste salão.

VINITECH

28 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Vida Económica aproxima produtores e exportadores à comunidade portuguesa

Jean-Pierre Frankenhuis e Manuel Silva.A cônsul Ana Filomena Rocha com as autarcas de origem portuguesa Nathalie Chansard, verea-dora da Câmara de Montussan e Fernanda Alves, vereadora da Câmara de Cenon.

António Mendes, Rui Ribeiro e Miguel Oliveira, do Conselho de Provadores da CVR Dão.

Arlindo Cunha foi o anfitrião da prova de vinhos do Dão que decorreu na zona VIP do Vinitech.

Os produtos do Dão despertaram a atenção dos visitantes do Vinitech.

CVR Dão organizou prova de vinhos no Vinitech

Page 29: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

“The Best Is Yet to Come”(O melhor ainda está para vir)

O ano 2014 foi positivo para a indústria de moda portuguesa, embora não cumprisse as expectativas algo eufóricas com que fechou 2013.Se olharmos para os diversos indicadores que medem a atividade do sector, todos eles, incluindo o emprego, apresentam comportamentos positivos, com especial destaque para as exportações, cujo crescimento atingiu dois dígitos até metade do ano e que deverá fechar com cerca de 9% de crescimento, talvez o valor mais robusto desde 2001.Se tudo correr pelo melhor, se o “cenário ouro”, projetado pelo Plano Estratégico que a ATP preparou para o “cluster” têxtil moda até 2020, vier a realizar-se, então, nessa data, o recorde de exportações das empresas do têxtil e do vestuário voltará a atingir os 5 mil milhões de euros, agora com menos de metade das empresas e dos trabalhadores que existiam no início da década passada.O sentimento geral é, hoje, mais

desanuviado do que aquele que se viveu nos últimos anos. Mesmo quando Portugal mostra ainda sinais de não se libertar da crise, agora condimentada com os escândalos da banca, da administração pública e da política, mesmo quando a conjuntura internacional, ao contrário do esperado, arrefeceu subitamente e transporta uma grande incógnita para futuro.O ano 2015 é, neste contexto, difícil de prever.

O panorama internacional é volátil: se, por um lado, os Estados Unidos apresentam uma dinâmica de crescimento muito robusta, agora ancorada na nova realidade de autossuficiência energética, por via do gás de Shale, um “drive” de desenvolvimento algo inesperado, que pode determinar a efetiva reindustrialização do país, por outro, é certo que a Europa mantém uma tendência algo titubeante, fundamentada no arrefecimento da economia alemã e na persistente dificuldade de superação dos défices estruturais das economias do Sul da União, não sendo, finalmente, de subestimar a desaceleração da China e de muitos outros países emergentes, demasiado dependentes das exportações de recursos naturais, cujo preço está em queda.Parece certo que, não sendo de admitir um ano de crise para 2015, ele não será ainda o arranque de um período de verdadeira expansão sustentada, que as instituições internacionais andam a antecipar – e a adiar – desde 2010. Significa isto que a indústria têxtil e vestuário terá que, simultaneamente, continuar o seu esforço de reestruturação para permanecer competitiva e ganhar rentabilidade, assim como arriscar finalmente investimentos importantes para garantir que evita a obsolescência futura, aproveitando o arranque do novo Quadro Comunitário de Apoio, “Portugal 2020”, apostando na modernidade, na inovação tecnológica e no design, fortemente ancorada nas competências de serviço, tirando partido do capital de valor que hoje está contido no “made in Portugal”.O futuro tem de ser visto com prudência, mas tal não significa que não deve ser olhado de forma positiva e com muita confiança. Como costuma afirmar o habitual voluntarismo anglo-saxónico, “the best is yet to come”, o que, mesmo temperado com a melancolia e o pessimismo endémicos dos latinos, que nos caracteriza, é nossa obrigação assumir.

Lançado em agosto de 2102, o Programa Formar para Empregar, promovido pelo Mo-datex – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lani-fícios, tem sido um caso de sucesso no com-bate ao desemprego nos setores do têxtil e do vestuário.

Com um índice de empregabilidade superior a 97% no primeiro semestre deste ano, esta ini-ciativa procura ir de encontro às necessidades das empresas do setor, contribuindo assim para a modernização e qualificação/requalificação da mão de obra. Ao apostar sobretudo na forma-ção em contexto de trabalho e ao articular a pro-cura com a oferta em determinadas indústrias e zonas geográficas, o Formar para Empregar tem, como o próprio nome indica, formado profissionais com novas competências, inserin-do-os no mercado de trabalho.

Este projeto, que teve a sua origem em em-presas do concelho do Barcelos, está já imple-mentado nos concelhos de Viana do Castelo, Porto, Póvoa de Varzim, Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vila Nova de Gaia, Viseu, Seia, Covilhã e Castelo Branco, abrangendo áreas como a costura e a

confeção industrial, tecelagem e estamparia.

Ações realizadas à medida da empresa

Como funciona: uma vez identificadas as necessidades de cada empresa, são contacta-dos os serviços públicos de emprego a nível lo-cal, que colaboram na divulgação destas açõesde formação, ajudando a selecionar os candi-datos que as vão frequentar. Cada ação forma-tiva tem características próprias, adaptando-se às necessidades da empresa, ao contexto em que esta se insere e ao local onde vai decorrer a formação. Estas ações têm a duração de 320horas e no final são emitidos certificados.

O programa foi lançado em agosto de 2012. Em 2013 foram emitidos 303 certifica-dos. Destes, 239 formandos (78,9%) garanti-ram inserção profissional. No primeiro semes-tre de 2014 foram emitidos 173 certificados e 169 tiveram inserção profissional (97,7%)

Desde o início do projeto, o Modatex jáformou 476 formandos, sendo que 86% (406participantes) conseguiram colocação profis-sional

Programa de formação do Modatex tem empregabilidade superior a 97%

PUB

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 29

Livro “Shark Tank” motiva empreendedores com casos de sucessoNuma altura em que o empreendedorismo em Portugal parece estar a aumentar, o livro “Sha-rk Tank” “Lago dos Tubarões”, do autor Michael Parrish Dudell, vem trazer as melhores di-cas para a criação de um negócio de sucesso. O livro procura cativar um público empreende-dor de todas as idades, motivando os leitores com histórias reais, “updates” e casos de sucesso.

WWW. FACEBOOK .COM/D I E LMAR

WWW.D I E LMAR . P T

PAULO VAZDiretor-geral da ATP

“O ano 2015 não será ainda o arranque de um período de verdadeira expansão sustentada, que as instituições internacionais andam a antecipar - e a adiar - desde 2010”

Page 30: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

AECOPS reúne em assembleia geralA Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) vai reunir em assembleia geral, na próxima segunda feira, para apreciação e votação da Tabela de Quotização e do projeto de orçamento para o próximo ano. A ocasião será ainda aprovei-tada para os associados debaterem os principais problemas que se colocam a esta indústria e quais as oportunidades que se colocam no mercado nacional e em termos de internacio-nalização.

Indústria têxtil e vestuário apresenta plano estratégicoA Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) apresentou o “Plano Estratégico Têxtil 2020, no Citeve, em Famalicão. Foram desenvolvidos sete eixos estratégicos e recomendações para a administração pública, para os centros de competências de apoio ao setor e para as pró-prias empresas. Também foram apresentadas as principais tendências que irão infl uenciar o negócio do setor nos próximos anos, designadamente a infl uência da globalização à aplicação de conceitos como sustentabilidade e customização e as mudanças no retalho.

ConcorrênciaJACK SOIFERConsultor internacional em 12 países, autor de “Como Sair da Crise” e “Ontem e Hoje na Economia”

FALAR OU FAZER?

ASSOCIATIVISMO

30 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

PUB

Portugal é um ótimo país, tem um povo simpático, bons técni-cos, mas as agências não atuam.

A Autoridade de Concorrência deve travar a concentração em

megacorporações em cada setor e garantir uma concorrência real. Este é o princípio da democracia, qualquer um pode entrar no se-tor, inovar, conquistar clientes e

crescer. Teoria que já caiu. Há décadas o prémio Nobel

de Economia 2014, Jean Tiro-le, o comprovou e desenvolveu modelos para a sua compreensão em cada setor para possibilitar a regulação. Quando trabalhei nos EUA, em fi ns dos 70, um grande empresário dizia “quero comprar em plena concorrência e vender em pleno oligopólio”. E conde-

nava sempre as leis anti-trust, re-forçadas pelos Kennedy. Quando propus racionalizar a produção e compra de uma peça cara, usada também pelos seus concorren-tes, e que faria cair o seu preço a metade, sugeri uma reunião das fábricas do setor. Ele disse “se alguém nos ver no mesmo res-taurante ou entrar a mesma hora num edifício, vou preso, mesmo

sem negociar com os colegas”. O presidente Bush-pai fez o

Congresso aprovar o fi m desta lei, o que resultou num brutal crescimento de corporações onde o único interesse é o lucro rápi-do, mesmo à custa de milhões no lóbi, para impedir que as Au-toridades façam o seu trabalho. Margaret Thatcher adotou tal fi losofi a, mas o menor pragma-tismo britânico não resultou no domínio mundial de alguns seto-res. Para atingir os seus objetivos, forçou a UE a mudar as práticas idealizadas pelos seus fundadores Monnet e Schuman, “livre circu-lação de mercadorias, pessoas e ca-pital, trará uma Europa mais uni-da e efi ciente, com mercadorias e serviços da melhor empresa”. Em princípio esta efi ciência total euro-peia traria menores desigualdades entre os europeus, o que reduziria o risco de nova guerra mundial. O que temos agora?

Thomas Piketty, no best-seller “Capital do Século 21” e demais obras, comprova que as desigual-dades aumentaram, a democracia de 1980 morreu e temos institui-ções que apenas aparentam fazer, se a televisão estiver perto. Como no mediatismo sobre a detenção de um ex-PM. Ora, este caso é sobre 20 milhões, mas os seguin-tes escândalos, arquivados ou “lentos” estão em cima da mesa:

-BES, 5.000 milhões;-BPN, 3.000 milhões;-Submarinos, 2.000;-Estádios faraónicos 950;-Golden Visa, 1.000;-”Anistia” fi scal para retor-

nar capitais de sacos azuis (doze anos), 8.000;

- PT, ???Aqui temos uns 20 mil mi-

lhões - não só 20!!! Quem vai esclarecer os 19.980? Quem de-veria ser detido para não atrapa-lhar as investigações e não foi? Quem deveria ter controlado a banca e não o fez? Quem deveria ter impedido as megaquisições e nada fez? O que foi feito agora é para esconder…o que?

Urgem mudanças estruturais, em toda a UE. Como dizem los hermanos, sim, PODEMOS! E nós?

A Autoridade de Concorrência deve

travar a concentração em megacorporações

em cada setor e garantir uma

concorrência real

Page 31: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

MERCADOS

Dow Jones 10/Dec ...... 17671,73

Var Sem ...............................-1,34% Var 2014 ................................6,61%

Nasdaq 10/Dec ............ 4749,078

Var Sem ...............................-0,53% Var 2014 ..............................13,71%

IBEX 35 10/Dec ............ 10396,90

Var Sem ...............................-4,40% Var 2014 ................................4,84%

DAX 10/Dec ...................9799,73

Var Sem ...............................-1,73% Var 2014 ................................2,59%

CAC40 10/Dec ............... 4227,91

Var Sem ...............................-3,73% Var 2014 ...............................-1,58%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (10.12) 4976,52

-4,44% Var. Semana

-24,13% Var. 2014

4800500052005400

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 31

A partir de 1 de janeiro de 2015, entram em vigor as novas regras da supervisão europeia e “haverá poderes suficientes” para os supervisores, na dependência agora do Banco Central Europeu (BCE), intervirem mais eficazmente nos bancos. Ainda assim, avisa a eurodeputada Elisa Ferreira, que liderou a equipa de negociação do Parlamento Europeu sobre o mecanismo único de resolução, “se houver uma cultura de fraude dentro de uma instituição bancária, será sempre difícil ao supervisor aperceber-se a tempo daquilo que está a acontecer”. TERESA [email protected]

Vida Económica – Tomemos como exemplo o caso BES, a atuação da su-pervisão e a Comissão de Inquérito que está a decorrer na qual, quer o governa-dor do Banco de Portugal, quer o presi-dente da CMVM, descartaram responsa-bilidades quanto ao colapso do banco. A supervisão tem mecanismos suficientes para atuar e evitar casos como o BES?

Elisa Ferreira – A legislação entrou em funcionamento precisamente agora em no-vembro. A partir de agora vai haver uma su-pervisão partilhada entre o BCE e os bancos nacionais, neste caso o Banco de Portugal. Já foi feita a avaliação da qualidade dos ativos e onde foram identificadas as lacunas de capi-tal de um banco português. Portanto, todo este processo legislativo está a entrar em vi-gor e abrange os 18 países da zona euro.

VE – É irónico como é que esta legisla-ção entra em vigor imediatamente a se-guir ao colapso de um banco português.

EF – A legislação já estava preparada, já vem de trás. Aliás, muito daquilo que foi feito em relação ao BES refletiu já a nova filosofia, inclusivamente no caso da reso-lução. Aquilo que foi a decisão do Banco de Portugal já se inspira muito na nova le-gislação europeia. Legislação essa que, em termos dos processos de resolução do banco – o evitar que o banco vá para uma falência normal e seja resolvido, como foi aquilo que

se fez no BES, imputando perdas aos acio-nistas e depois aos outro credores – é uma nova filosofia que enforma a nova legislação europeia. E que, entretanto, já começou a ser transposta para as legislações nacionais e vai de ter estar operacional a partir de 1 de

janeiro próximo. Agora, vamos ser claros. O supervisor é

um polícia, digamos assim, tem de ter po-deres. Mas se houver uma cultura de fraude dentro de uma instituição bancária, pro-vavelmente será sempre difícil ao supervi-

sor aperceber-se a tempo daquilo que estáa acontecer. Aliás, eu fiz no ParlamentoEuropeu à ‘troika’, à Comissão e ao BCE enquanto ‘troika’, várias perguntas, questio-nando ’como é que os senhores estiveram látrês anos e não se aperceberam da extensão do problema?’. Portanto, a responsabilidadede base é do CEO, é do Conselho de Admi-nistração da entidade e temos de, em Portu-gal, começar a raciocinar numa outra baseque é a de que, comprar ações de um grande banco, por muito estável que ele pareça, écomo comprar acções de uma grande com-panhia. Ou seja, pode-se perder o dinheiro.Se correr mal, esse investimento pode-seperder. E mesmo quem empresta dinheiro a alguém, os credores do banco, podem per-der o dinheiro se as coisas correrem mal.

VE – E no caso de ficar comprovado que a supervisão falhou, como é que seresponsabiliza o supervisor? Quem su-pervisiona o supervisor?

EF – É uma questão política, digamosassim, mas penso que o próprio facto de ossupervisores se sentarem todos em conjun-to, saberem o que é que uns e outros fazem e passarem a trabalhar sob a coordenaçãodo BCE vai obrigar a uma grande exigência da supervisão. Agora, por muito bem queesteja supervisionada uma determinada en-tidade, não se pode pedir ao supervisor que se substitua à administração da entidade. A polícia pode ter um efeito dissuasor, mas não evita que haja crimes.

EURODEPUTADA ELISA FERREIRA RECONHECE, AINDA ASSIM, QUE A RESPONSABILIDADE DO SUPERVISOR É APENAS “POLÍTICA”

“Não se pode pedir ao supervisor que se substitua à administração de um banco”

Elisa Ferreira liderou a equipa de negociação do Parlamento Europeu sobre o mecanismo único de resolução.

Supervisão europeia: “só se sabe se resulta no fim”“Os grandes bancos são maiores que os Estados que os acolhem” e só saberemos se as novas regras da supervisão europeia, centralizada no Banco Central Europeu (BCE), funcionam e são eficazes, “no fim”, assume a eurodeputada Elisa Ferreira, que que liderou a equipa de negociação do Parlamento Europeu sobre o mecanismo único de resolução.Num debate promovido no Porto na última sexta-feira pela representação portuguesa do Parlamento Europeu sobre o tema “A Europa da União Bancária”, os eurodeputados Elisa Ferreira (PS), Paulo Rangel (PSD/CDS), Miguel Viegas (CDU) e Marisa Matias (BE) convergiram num único ponto: ninguém controlará a supervisão única, centrada no Banco Central Europeu (BCE).“Temos um monstro que não conhecemos e não sabemos onde isto vai parar”, diz, mostrando “as maiores dúvidas”, Marisa Matias do BE. Uma opinião partilhada por Miguel Viegas, eleito pela CDU, que também fala de “um monstro” sem “legitimidade democrática” e de um

“desenho abstrato de supervisão”. Para mais centrado numa instituição – o BCE – que acumula competências em matéria de política monetária e, agora, também, de supervisão.Opinião contrária tem Paulo Rangel (PDS/CDS) que, muito embora assuma que “a Europa é um processo muito complexo, em que as decisões são tomadas em função da correlação de forças”, rejeita “uma visão conspirativa e demoníaca” do processo de criação do fundo único de resolução.Em declarações à “Vida Económica” à margem do debate, o eurodeputado assume que “uma instituição que faz supervisão não pode ser democrática”, pois “não podem ser os deputados eleitos a fazerem a supervisão”. Esta tem de ser feita por uma “instituição com competência técnica e independência”, diz. “A banca hoje em dia é de tal maneira grande e forte que precisa de uma instituição que esteja acima do Estados”, acrescenta Rangel, certo sobre a prestação de contas que o BCE deverá prestar ao

Parlamento Europeu e à Comissão.Recorde-se que a Europa aprovou em 2014 legislação sobre o mecanismo único de resolução dos bancos, o instrumento de resgate interno ou “bail in” e os sistemas de garantia de depósitos. O novo mecanismo único de resolução visa assegurar que a fatura das falências bancárias deixa de ser paga pelos contribuintes e passa a ser imputada aos acionistas e credores. Tanto mais porque, desde 2008, a salvação dos bancos envolveu mais de 26% do PIB da UE, gastando-se o equivalente a seis orçamentos comunitários.O regulamento aprovado prevê a criação de um fundo de resolução único, financiado pelo setor bancário. Durante oito anos, os bancos deverão contribuir para a constituição do fundo de 55 mil milhões de euros, que será utilizado em caso de resolução de instituições financeiras europeias. Até o fundo estar operacional será criada uma linha de crédito para garantir a disponibilidade imediata dos meios financeiros necessários.

Page 32: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

MERCADOS

32 SEXTA-FEIRA, 12DE DEEMBRO 2014

0,98% Var. Semana 0,002% Var. Semana -8,77% Var. Semana

-9,90% Var. 2014 -1,045% Var. 2014 -42,43% Var. 2014

Euro/Libra 10/Dec .....0,7919

Var Sem ........................ -0,56% Var 2014 .........................2,97%

Euro/Iene ..................10/Dec

147,2310

Var Sem ........................ -0,66% Var 2014 ....................... 15,64%

Euribor 3M 10/Dec ....0,0830

Var Abs Sem ....................0,001 Var 2014 ..........................-0,918

Euribor 1Y 10/Dec .....0,3280

Var Abs Sem ................... 0,000 Var 2014 .......................... -1,176

Ouro 10/Dec ...........1227,61

Var Sem ........................1,45% Var 2014 ........................1,91%

Prata 10/Dec ............... 17,10

Var Sem ........................4,19% Var 2014 .....................-12,05%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (10.12) 1,2424 EURIBOR 6M (10.12) 0,1790 PETRÓLEO BRENT (10.12) 63,84

1,221,231,241,25

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

0,1760,1770,1780,1790,18

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul60657075

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

Neste artigo pretendo tratar um quarto pilar de um verdadeiro sistema de Justiça, tendo já tratado outros três - a Verdade, a Discrição e a Protecção.

Trata-se de mais um atributo predominantemente feminino, que é mais vincado nas mulheres do que nos homens, e é conforme à tradição de representar a Justiça por uma figura de mulher.

Refiro-me à Parcialidade.A verdadeira Justiça é Parcial, ao

contrário da ideia feita de identificar a justiça com a imparcialidade, que é uma ideia moderna e que tem origem na cultura protestante.

Antes de explicar, gostaria de invocar de novo a figura da deusa Diké dos gregos e da deusa Iustitia dos romanos que representa a Justiça. É uma mulher de olhos descobertos. Porém, a partir do século XVI (o século da revolta protestante), por iniciativa de artistas alemães (a Alemanha é a pátria do protestantismo) ela começou a ser representada, por vezes, de olhos vendados. A venda nos olhos significa a imparcialidade da justiça, a ideia de que a justiça é cega.

Como afirmei num artigo anterior a

finalidade última da Justiça é a Protecção - a Protecção da comunidade - e, por isso, a Justiça é um elemento essencial do Bem-comum. Segue-se que a verdadeira Justiça não pode ser imparcial entre o bem e o mal, tem de ser parcial em relação ao Bem.

Chegamos então ao cerne do conflito essencial entre a cultura protestante e a cultura católica. A cultura protestante considera as leis mais importantes do que as pessoas. A cultura católica considera as pessoas mais importantes do que as leis.

Quem tem razão? A cultura católica, obviamente. As leis foram feitas para servir as pessoas, e não as pessoas feitas para servir as leis. A ideia do “Estado de Direito”, que põe as leis acima das pessoas, que é uma ideia da cultura protestante (e que nós estamos a imitar com os resultados que se vêem, em primeiro lugar na justiça) cai pela base ao primeiro abanão.

Segue-se que para a cultura católica, a Justiça visa, em primeiro lugar, a protecção das pessoas, incluindo a pessoa do réu - e daqui resulta o seu carácter de parcialidade. Para a cultura protestante, a justiça visa, em primeiro lugar, o cumprimento das leis e daqui resulta o seu

“atributo” de imparcialidade – a justiça é cega..

O símbolo da justiça na cultura protestante seria melhor representado pela figura de um homem, um árbitro de um jogo de futebol ou um árbitro de um combate de luta-livre conforme à natureza da sociedade de influência protestante que é vista como competição (versão calvinista) ou luta (versão luterana) entre indivíduos. Na cultura católica, que é a verdadeira herdeira da tradição greco-romana, e que vê a sociedade como um processo de cooperação entre pessoas - uma comunidade -, a justiça é simbolizada por uma mulher , que não é uma mulher qualquer, mas uma Mãe de família. A figura da Justiça, na tradição cristã e católica, herdeira da tradição greco-romana, é Nossa Senhora da Conceição, cujo dia esta semana se comemorou.

É na condição de Mãe que uma mulher desenvolve ao máximo o atributo da parcialidade, e muito mais do que um homem o faz. Uma mãe quer ao seu filho muito mais do que quer a qualquer outro, e o mesmo com um pai, embora de maneira

menos acentuada. Sem este atributo, nenhuma mãe (ou pai) protegeria o seu filho e todos morreríamos à nascença.

É altura de dizer que a mulher que simboliza a Justiça, na imagem da deusa Diké ou da deusa Iustitia, ou na figura de Nossa Senhora – sobretudo nesta -, não simboliza a figura do juiz, mas a figura do advogado de defesa, que é a figura por excelência da protecção ao réu. A verdadeira Justiça foi instituída para proteger a comunidade do criminoso, mas também para proteger o criminoso da ira e da vingança popular.

Um juiz que seja um verdadeiro juiz é um homem parcial cujo julgamento tende a proteger o réu e que desconfia da acusação, uma parcialidade que é manifestada de muitas maneiras como na máxima “in dubio pro reu”. Um juiz que seja um verdadeiro juiz está do lado do réu e o seu julgamento, tal como o de um pai de família, é sempre relutante em relação ao reu: “Tenho pena de ti, mas vais ter de apanhar”.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Parcialidade

EspeculaçãoPEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

O Rali do NatalO Rali do Natal ou The Santa Claus Rally, como é mais conhecido no meio financeiro, está a chegar. O aumento das cotações do mercado accionista pode começar no início de Dezembro, mas normalmente ocorre na semana entre o Natal e a Passagem de Ano. As explicações são muitas para este fenómeno, as pessoas recebem os bónus de trabalho e querem investi-los, porque estamos numa época natalícia e os investidores estão mais positivos, ou mesmo porque Janeiro é também conhecido como sendo um mês de valorizações no mercado. “O efeito Janeiro” e os investidores começam já a investir por antecipação.Vários factores podem influenciar o rally deste ano de 2014, primeiro a queda do preço do petróleo, que em seis meses já desvalorizou cerca de 40% e pode ter impacto no sector energético, mas não me parece que seja este activo a impedir um crescimento do mercado, uma vez que o Nasdaq 100, no mesmo período, subiu cerca de 13%. A OPEC já não é

vista como o grande controlador da oferta de petróleo, com a China a crescer mais de sete por cento e os EUA a crescer mais de três por cento, podendo assegurar a procura futura.Os índices accionistas S&P500 e o Nikkei atingiram novos máximos históricos este ano, a valorizarem verticalmente e mesmo os receios com o Ébola, as quedas do crescimento económico foram suprimidos com os apoios monetários por parte dos Bancos Centrais. O Banco Central do Japão, por exemplo, surpreendeu o mercado com um estímulo monetário de 80 triliões de ienes, levando o iene a desvalorizar e o Kikkei a tocar em máximos de cinco anos.Neste momento o mercado encontra-se a corrigir com a instabilidade causada pelas eleições antecipadas da Grécia e este sim pode ser um fenómeno que pode influenciar decisivamente o rali de fim de ano.O S&P500 testa o suporte dos 2050 pontos e negoceia em range mas a quebra desta lateralização e se efectuarmos um novo máximo acima dos

2075 pontos poderemos comprar o índice esperando também um rally de Janeiro. O Nikkei 225 negoceia num canal ascendente e está a corrigir dos seus máximos, estando os investidores a tomarem ganhos e a ganharem força para a continuação do movimento em alta. Também o índice alemão, o Dax 30, fez um novo máximo este mês de Dezembro e continua a mostrar potencial para um rali de Ana Novo. Já o PSI20 encontra-se numa situação completamente inversa e a única tendência é a de queda desde Março de 2014, neste momento encontra-se a lateralizar em torno do suporte dos 5128 pontos, sem haver perspectivas positivas no horizonte para uma correcção em alta e estando sim mais perto de atingir os mínimos de 2012 na zona dos 4448 pontos.Historicamente, o mês de Dezembro é o segundo melhor mês do ano e ainda muitos pontos podem rolar nos índices norte-americanos.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

CARLA SANTOS Gestora da XTB

O Crédito Agrícola lançou a CA Tesouraria, uma solução fi-nanceira exclusiva para empresas, que permite a gestão corrente de pagamentos, assegurando aos for-necedores o recebimento na data de vencimento e a possibilidade de antecipar fundos. “Esta nova oferta vem dar resposta efecti-va e imediata às necessidades de gestão financeira das empresas de todos os sectores de activida-de, e apresenta um conjunto de vantagens, quer para o cliente/comprador quer para o forne-cedor”, indica o comunicado da instituição.

Através da CA Tesouraria, o cliente/comprador obtém, de acordo com a mesma nota, “en-tre outras vantagens, passa a ter maior poder negocial junto dos seus fornecedores; a aceder ao

crédito Tesouraria com custos mais reduzidos; a automatizar os pagamentos aos fornecedores com total flexibilidade; e a con-seguir melhorar o perfil de risco”.

Já no que diz respeito às vanta-gens para o fornecedor, o Crédi-to Agrícola destaca, entre outras, “a garantia de recebimento dos créditos sobre clientes; o acesso a liquidez imediata via CA On--Line Empresas, beneficiando de condições financeiras favoráveis; e a redução de custos administra-tivos relacionados com a gestão de cobranças”.

“Esta solução, integrada na Campanha CA Empresas em vi-gor até 31 de Janeiro de 2015, vem permitir ao Crédito Agrícola estar em linha com as melhores práticas do mercado”, remata o comunicado.

A Associação Nacional de Di-reito ao Crédito (ANDC) vai levar a cabo, amanhã, dia 13 de dezembro, a segunda edição do Dia do Microempresário, que terá lugar no próximo dia 13 de dezembro. “São micro-negócios criados com o apoio da ANDC

em 16 anos de atividade, através da modalidade microcrédito. Es-tes negócios encontram-se por todo o país, principalmente nos centros urbanos de Lisboa e Por-to, e neste dia abrem as portas e dão-se a conhecer”, explica a nota de imprensa da ANDC.

MEDIDAS DE APOIO À GESTÃO CORRENTE DE PAGAMENTOS

Crédito Agrícola apresenta CA Tesouraria

ANDC realiza Dia do Microempresário

Page 33: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

PUB

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 12DE DEZEMBRO 2014 33

Multibanco considerado Superbrand

A marca Multibanco é galardoada, pelo terceiro ano consecutivo, como Superbrand. “Mais uma vez está patente neste prémio o reconhecimento da contribuição da rede Multibanco para o bem-estar social e qualidade de vida dos portugueses”, refere o comunicado da Sibs. “Esta distinção vem comprovar que a sua missão [do Multibanco] está a ser cumprida e que os uti-lizadores reconhecem o importante papel que este serviço assume no seu dia a dia”, acrescen-ta anota.

Ventinveste assegura 175 milhões de financiamento para construção de parques eólicos

A Galp Energia, através da empresa participada Ventinveste, assegurou 175 milhões de euros de financiamento (num investimento total de 220 milhões de euros) junto de um sindicato bancário formado pelo BPI, o ING e o Santander para o projeto Âncora de parques eólicos. A construção dos parques eólicos inicia-se em dezembro de 2014, prevendo-se que seja con-cluída faseadamente até finais de 2016.

O risco (medido pela volatilidade passada) está baixo nos mercados financeiros. Entenda-se: o risco passado – histórico – está baixo; significando que nos últimos meses os ativos de risco têm registado uma baixa volatilidade. Esta queda da volatilidade tem sido acompanhada por ganhos continuados nos últimos anos, apenas interrompidos por espaços e períodos curtos, colocando as avaliações dos ativos de risco a níveis menos interessantes. Ou seja, é difícil encontrar alternativas com elevado retorno esperado. Isto não quer dizer que não exista risco nos mercados financeiros. O risco existe. Neste cenário, os investidores e gestores de ativos podem sentir-se tentados a aumentar o risco dos seus investimentos numa tentativa de captar um maior retorno potencial. Contudo, essa abordagem implica maior exposição ao risco eventual futuro dos mercados financeiros e desvirtua o perfil de risco com o qual o investidor se identifica, passando um investidor muito conservador para um perfil conservador e um conservador para moderado e assim sucessivamente. Existem outras formas dos investidores tentarem manter um perfil de risco/retorno interessante, nomeadamente através de fundos de estratégias alternativas.Neste ponto é preciso definir que o risco a

que um investidor está exposto quando escolhe uma estratégia de gestão é a um misto do risco de mercado e do risco dessa mesma estratégia, seja ele um factor de risco relacionado com as perspetivas do gestor sobre o mercado ou da estratégia em si. Assim, a confiança de um investidor na filosofia e política de investimento de um determinado gestor, bem como sua capacidade de cumprir com a estratégia definida, possibilitam, num ambiente de baixo risco, almejar um retorno ligeiramente superior.Adicionalmente, existem fundos de investimento e mandatos de gestão em que os objetivos ou limites de risco incorrido são claros e bem definidos, implementando-se métodos de gestão e técnicas de cobertura que protegem o investidor de um excesso de risco. Tudo regulado de forma a assegurar a transparência das carteiras e a limitar o uso de instrumentos de maior complexidade e menor liquidez. Estas estratégias, portanto, permitirão ao investidor manter um perfil de risco/retorno que se identifica com os seus objetivos, num cenário económico em que se advinha ser mais complicado obter retornos nominais elevados nos ativos financeiros.

PARTILHE A SUA OPINIÃO SOBRE ESTE ASSUNTO,

ESCREVA-NOS PARA INVESTIMENTOS@BANCOBEST.

PT

Procura por risco

Os movimentos Multibanco (levantamentos e compras) pro-cessados na rede SIBS cresceram de 4,1% no número de operações e de 2,8% no montante transacio-nado entre 24 de novembro e 7 de dezembro face a igual período de 2013.

De acordo com a empresa que gere a rede Multibanco, no perí-odo de tempo em análise foram efetuados, nas caixas automáticas da rede Multibanco, 17,2 milhões de levantamentos no valor de 1115 milhões de euros. No mesmo pe-ríodo foram efetuadas, nos termi-

nais de pagamento automático da rede Multibanco, 32,3 milhões decompras no valor de 1305 milhões de euros. O valor médio levantado por dia foi de 65 euros. Em com-pras, o valor médio dos pagamen-tos em lojas foi de 40 euros.

Movimentos Multibanco crescem

O Novo Banco anunciou ter assinado um contrato de compra e venda com a chinesa Haitong da totalidade do capital do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) por 379 milhões de euros. A Haitong International Holdings Limited, sociedade constituída em Hong Kong, subsidiária integral-mente detida pela Haitong Securi-

ties, uma sociedade cujas ações se encontram admitidas à negociação na Shanghai Stock Exchange e na Stock Exchange of Hong Kong Li-mited.

O comunicado enviado pelo Novo Banco à CMVM explica que o negócio aguarda, agora, a apro-vação da parte das autoridades. “A concretização da compra e venda

do BESI encontra-se dependentedas necessárias aprovações, nomea-damente junto do Banco de Portu-gal, da Comissão Europeia, das au-toridades da concorrência e de umconjunto de outras autoridades que exercem supervisão direta sobre aentidade compradora”, refere o co-municado enviado ao regulador.

DUARTE MALLAGUERRA NUNESDireção de Investimentos, Banco Best

A Leaseurope, que representa 44 associações nacionais de lea-sing na Europa, divulgou os re-sultados do setor para o primei-ro semestre de 2014. De acordo com a federação, o leasing repre-sentou um volume de 127 mil milhões de euros, mais 9,3% face ao período homólogo em 2013. No mesmo período, Portugal re-gistou um volume de 1262 mil milhões de euros, um crescimen-to de 43,7% face ao período ho-mólogo.

Para os efeitos dos dados com-parados a nível europeu pela Leaseurope, o termo Leasing inclui a locação financeira e a locação operacional ou renting, que em Portugal são analisados de forma separada. Em Portugal o Leasing imobiliário registou um volume de negócios de 303

milhões de euros, um cresci-mento de 14,3% face ao primei-ro semestre de 2013. Já a nível europeu o crescimento foi nega-tivo em 1,1%.

O maior crescimento registado foi no Leasing mobiliário, prin-cipalmente no ramo automóvel. Na Europa, este segmento cres-ceu 13,4% para 82,5 mil milhões de euros, enquanto em Portu-gal o crescimento foi de 47,8% para 578 milhões de euros, sen-do que 381 milhões de euros se reportaram a locação financeira (de viaturas ligeiras e pesadas) e 197 milhões de euros a renting (referente a viaturas ligeiras). O crescimento no Leasing de equi-pamentos em Portugal foi de 71,6%, representando um volu-me de negócios de 381 milhões de euros.

“Papel ativo da indústria”

“Estes resultados positivos de-monstram papel ativo da indús-tria do leasing no investimentodas empresas europeias. É positi-vo ver que o crescimento de 10%em Leasing mobiliário superou ocrescimento geral no investimen-to das empresas”, disse JurgitaBucyte, assessora para assuntoseconómicos e estatísticos da Le-aseurope.

“Apesar da Comissão Europeiaprever uma baixa da atividadeeconómica e investimento para oresto do ano, a indústria do lea-sing está otimista quanto aos me-ses seguintes, como demonstramos resultados do ‘Inquérito deConfiança Empresarial’ de junho2014”, acrescentou.

Leasing e renting portugueses sobem acima da média europeia

Novo Banco vende BESI à chinesa Haitong por 379 milhões de euros

Page 34: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Zippy lança loja online A Zippy lançou uma loja online, uma plataforma que disponibiliza milhares de artigos de puericultura e roupa para recém-nascidos, bebés e crianças dos zero aos 14 anos. Este lança-mento enquadra-se na estratégica omnicanal da marca do grupo Sonae, que prevê a comple-mentaridade e convergência entre as 38 lojas físicas da marca espalhadas por todo o País e a nova loja online, tendo como objetivo reforçar a posição de liderança da Zippy em Portugal.

Crédito Agrícola promove “workshop” em AlcobaçaO grupo Crédito Agrícola, em parceria com a Portugal Fresh, organizou, em Alcobaça, o workshop “Cooperar para Exportar”. Realizdo no dia 4, o evento teve como principal ob-jetivo proporcionar uma visão prática de estratégias e instrumentos destinados a potenciar a ctividade exportadora das empresas. Contou com apresentações de casos de sucesso da região, nomeadamente a CooperFrutas e a NARC Frutas.

MERCADOS

34 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

No contexto das seguradoras, muito se tem falado sobre

o tema da Diretiva Solvência II, e, ao que parece, há já uma data estipulada para a sua aplicação: 1 de Janeiro de 2016. O que significa que até lá as seguradoras terão de estar aptas a cumprir com este novo regime, que, no fundo, visa uma revisão estrutural da regulação do setor dos seguros.Em linhas gerais, e apenas para contextualizar, a Diretiva Solvência II surge devido às limitações que existiam na deteção antecipada de riscos e situações que poderiam pôr em causa precisamente a solvência das empresas de seguros. Sendo que esta nova Diretiva, ao implicar regras mais exigentes no que respeita à análise de risco e consequente cálculo de solvência, prevê modelos de negócio não só mais bem preparados e sustentados, mas também mais eficazes e eficientes. Ou seja, o objetivo é o de implementar todo um conjunto de boas práticas de gestão de risco que deverão depois ser usadas no quotidiano das companhias de seguros.E, neste momento, uma das maiores dificuldades que as seguradoras estão a enfrentar encontra-se relacionada com a necessidade de reporte. A verdade é que a quantidade de informação exigida pelo regulador tem sido um desafio, por um lado, devido ao envolvimento de diversas áreas (e.g. técnicas, investimentos, financeira, gestão de risco), por outro, pelo facto de este novo procedimento introduzir conceitos que têm de ser compreendidos, assimilados e alinhados pelos diversos stakeholders envolvidos no processo.A meu ver, há que assinalar que não é só o tipo de informação requerido, mas também a rapidez da resposta num processo desta magnitude, que é exigente nas suas diversas fases.

Sendo de realçar que, se atualmente as seguradoras têm de disponibilizar diversos relatórios, no futuro, terão de enviar a informação em formato de dados, e de acordo com as regras de validação (controlos dentro e entre mapas) introduzidas pela EIOPA (European Insurance and Occupational Pensions Authority). Posto isto, as seguradoras deverão ter como prioridade a garantia de que toda a informação que têm é coerente e que passa nas exigentes regras de validação impostas pelo regulador.Para além do reporte, as seguradoras têm ainda de fazer uma autoavaliação relativamente à perspetiva futura dos seus riscos. No fundo, trata-se de um processo de aferição interno. E aqui, uma vez mais, é importante que as diversas opções de decisões da gestão possam ser avaliadas em diversos cenários, de forma a poder-se medir os seus impactos nos principais indicadores de solvência. Desta forma, e apesar das interrogações e incertezas que suscitam esta nova realidade, não há dúvida que a gestão da informação e a qualidade dos dados são aspetos chave para garantir uma implementação de sucesso do Solvência II. Sendo certo que, sem uma boa gestão da informação, não se consegue ter uma perceção dos riscos e dificilmente se conseguirá ter uma posição sustentável e competitiva face às exigências adicionais deste futuro regime. Resta-me dizer que, a meu ver, esta Diretiva de Solvência II representará uma oportunidade única, pois acredito que irá não só melhorar os processos internos das seguradoras como vem ajudar a fortalecer a cultura de risco. Centremos por isso os esforços numa implementação sólida e estruturada onde as soluções de TI, mais do nunca, desempenham um papel estratégico e decisivo…

Solvência II: uma cultura de avaliação e gestão dos riscos

onde a gestão da informação tem um papel preponderante

MANUEL FORTESBusiness Development para Risk Management do SAS

Os bancos oferecem melhores condições aos clientes com mais património, no designado segmento “affluent”. Estas condições passam por várias áreas, como a remuneração das contas à ordem, a oferta de anuidades nos cartões bancários ou, entre outras possibilidades, “spreads” e comissões de aberturas mais baixas. Conheça as condições de seis bancos que responderam ao desafio da “Vida Económica”.AQUILES [email protected]

Os bancos dão condições mais vantajosas aos clientes com mais património. Estas condições passam por várias áreas, como a remuneração das contas à ordem, a oferta de anuidades nos cartões bancá-rias ou, entre outras possibili-dades, “spreads” e comissões de aberturas mais baixas. Nos seis casos dos bancos que enviaram informação à “Vida Económi-ca”, o acesso a estas condições é permitido a clientes com recur-sos acima de 30 mil, 50 mil, 75 mil ou 100 mil euros.

De referir que solicitámos in-formação a 12 instituições. Os bancos que nos enviaram infor-mação foram o Banif, o BPI, o Barclays, o Crédito Agrícola, o Montepio e o Santander Totta. Assim, entre os cinco maiores bancos a operar em Portugal, não nos enviaram resposta, até ao fecho do artigo, BCP, CGD e Novo Banco.

Banif isenta de comissões

No caso do Banif é dispo-nibilizada a Conta V+, que é a conta de depósito à ordem que, com a sua componente

transacional, é a base da rela-ção do Banif com os clientes “affluent”. Para aceder àquela conta, o banco impõe que se cumpra um dos seguintes crité-rios: recursos líquidos de crédi-to iguais ou superiores a 50 mil euros, um rendimento mensal líquido superior a 2250 euros ou um rendimento anual líqui-do superior a 27 mil euros.

Os clientes que cumpram es-tes requisitos têm na Conta V+ isenção de comissão de gestão, isenção da comissão de serviço mensal por transferência codi-ficada; remuneração de saldos na conta à ordem a partir de 2500 euros; acesso ao depósi-to a prazo V+, que possibilita remuneração do capital a uma taxa de juro negociada; oferta de um livro de 20 cheques cru-zados por ano civil; transferên-cias internas e eletrónicas inter-bancárias nacionais em euros gratuitas nos canais eletrónicos (Banif@st e multibanco); oferta permanente da anuidade de um cartão de débito e de um cartão

de crédito, para o 1º titular da conta; redução permanente de 50% da anuidade de cofres de aluguer ou, em alternativa, re-dução permanente de 50% na comissão de guarda de títulos; acesso a um limite de desco-berto ordenado com uma taxa de juro de 10% (TAN), com ordenado domiciliado (sem ordenado domiciliado a TAN é de 14%); isenção de 25% da comissão de abertura para qual-quer produto de crédito pesso-al; isenção de 25% da comissão de gestão de processo no cré-dito à habitação; e isenção de 25% da comissão de abertura de crédito automóvel.

BPI destaca Centros de Investimento

Fonte do BPI garante à “Vida Económica” que aquele “foi o primeiro banco em Portugal a dispor de uma rede nacional 100% dedicada a este segmen-to, composta por 39 espaços exclusivos e com equipas dedi-

Bancos apostam para o segmento

Os clientes com mais património e rendimento têm vantagens financeiras e não finan

Page 35: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

cadas”. Os Centros de Investi-mento BPI oferecem, de acordo com a mesma fonte, “um ser-viço abrangente e totalmente personalizado”, que vai desde operações bancárias mais sim-ples até aos serviços financei-ros mais completos e exigentes, onde se destaca o de Planea-mento Financeiro Global. Este Serviço incorpora a abordagem de questões fundamentais, tais como: diversificação de investi-mentos, planeamento de refor-ma, soluções de crédito e todo um conjunto de serviços que normalmente os clientes mais exigentes procuram.

A oferta de soluções finan-ceiras abrange, para além de todo o serviço bancário tradi-cional, a compra e venda de títulos nos mercados nacionais e internacionais, fundos de in-vestimento do BPI e de socie-dades gestoras terceiras, segu-ros de capitalização, produtos estruturados, investimentos al--ternativos, planos de reforma, crédito, seguros não-vida e ain-

da a possibilidade de criar solu-ções à medida das necessidades de cada cliente.

No caso do BPI, dado o ní-vel de personalização do serviço oferecido pelos centros de in-vestimento, uma das condições para ser cliente é ser detentor de um património financeiro superior a 100 mil euros ou ter um rendimento elevado. “No entanto, o valor referido é um valor meramente indica-tivo, podendo haver situações em que fará sentido um cliente particular iniciar uma relação com os centros de investimento com um património financeiro inferior”, refere a nossa fonte.

Barclays especializado neste segmento

No caso do Barclays, o seg-mento “affluent” é, desde se-tembro, o principal público--alvo do banco em Portugal. “O Barclays tem oferta e servi-ços especialmente destinados a

este segmento, a que chamámos Premier. Aliás, esse segmento é o foco estratégico do Barclays em Portugal”, explicou à “Vida Económica” fonte do banco britânico.

O acesso ao Barclays Pre-mier é possível em casos de um património mínimo de 50 mil euros em recursos ou um rendimento mensal superior a três mil euros. A mesma fonte enumera as seguintes vanta-gens para os clientes. “Antes de mais, o serviço do Barclays para os clientes Premier assenta no gestor/assessor Premier, ele-mento fulcral para um serviço distintivo e acompanhamento das necessidades e objetivos do cliente; também a filosofia de investimento, através da qual ajuda o cliente a priorizar os objetivos financeiros dos mes-mos, definindo uma estratégia de investimento adequada para os alcançar; oferta de produ-tos (crédito e recursos) que é mais abrangente para este seg-mento: existem produtos es-pecíficos para este segmento, com condições mais atrativas; e por último a premiação, isto é, reconhecemos a fidelização destes clientes, tendo criado o Premier Club, através do qual os nossos clientes têm acesso a experiências proporcionadas pelo Barclays. Só durante este ano já proporcionámos mais de 1200 experiências através do Premier Club”, refere a nossa fonte. Além disso, os clientes Barclays Premier têm acesso a condições especiais, desde logo no novo Crédito à Habitação Taxa Fixa com uma taxa anual nominal fixa nos primeiros dois anos de 2,75%.

Crédito Agrícola “dedica-se”

No caso do Crédito Agrícola, a solução integrada de produ-tos e serviços bancários para os clientes deste segmento desig-na-se CA Dedicado. Os clientes deste segmento têm que possuir um património financeiro su-perior a 30 mil euros.

O cliente beneficia da isenção de comissão de manutenção de qualquer conta à ordem. Além

disso, caso contrate a CA Conta Gestão, beneficia de isenção das anuidades até dois cartões mul-tibanco por conta (cartão Visa Electron); isenção das anuida-des até dois cartões de crédito por conta (cartão Contacto); domiciliação gratuita de des-pesas periódicas (água, luz, gás, telefone, telemóvel, internet); remuneração dos excedentes da DO Conta Gestão através da Poupança Gestão com total disponibilidade na conta à or-dem; liquidez imediata na DO Conta Gestão através da possi-bilidade de aceder a um limite de crédito, denominado crédito gestão; e isenção de comissões do crédito gestão, limite de cré-dito eventual que permite an-tecipar o ordenado ou pensão.

Montepio garante acompanhamento

Pese embora não exista uma oferta específica para o segmen-to “affluent” e, consequente-mente, não exista um preçário ajustado, um conjunto de clien-tes particulares – cerca de 10% do total de clientes vinculados da Caixa Económica Montepio Geral – estão distribuídos por 184 gestores premium, em toda a rede distribuição da Institui-ção. “O trabalho assegurado pelos gestores premium garante um acompanhamento e aten-

dimento personalizado e mais direcionado às exigências desteconjunto de clientes”, explicou à “Vida Económica” fonte doMontepio.

Ao nível das condições deelegibilidade, estão, de acordocom aquela fonte, “diversos critérios”. Estes são sociodemo-gráficos e de nível de envolvi-mento financeiro com a insti-tuição.

Santander Totta designa clientes de Select

O Santander Totta denomina os clientes “affluent” de Select.As condições de acesso por pa-trimónio financeiro dependemda idade do cliente. “São nos-sos clientes Select os clientescom idade igual ou inferior a 45 anos e património superiora 50 mil euros e todos os clien-tes com mais de 75 mil euros”, indicou-nos fonte do banco.

Entre as vantagens para aque-les clientes, destaque o exemplodo Cartão de Débito Select, que permite fazer levantamen-tos nas ATM do grupo Santan-der em todo o mundo, sem opagamento de comissões de le-vantamento.

As vantagens dos clientes Se-lect do Santander Totta assen-tam em vantagens financeiras enão financeiras. A nível finan-ceiro, os clientes beneficiam de condições especiais de fi-nanciamento, como “spreads” em condições preferenciais no crédito à habitação e prazos definanciamento alargados. Emtermos de poupança, o bancodisponibiliza várias soluções,como, por exemplo, os Depó-sitos Planos Programados, que são depósitos a prazo com en-tregas programadas e taxas ga-rantidas atrativas (TANB entre1,75% e 2% durante um ano,consoante os montantes de en-tregas definidos pelos clientes).

A nível não financeiro, o banco oferece vários serviços aos clientes, entre os quais oserviço Time Select, um serviçode conveniência disponível 24 horas por dia, e o serviço LifeSelect, que dá acesso a descon-tos num vasto leque de fornece-dores de serviços direccionadospara este segmento.

Sonae envolve 1500 colaboradores em ações de voluntariadoA Sonae envolveu mais de 1500 colaboradores em mais de cinco mil horas de ações de volunta-riado durante os primeiros nove meses de 2014, divulgou o grupo do Porto no âmbito do DiaInternacional do Voluntariado, assinalado no dia 5 de dezembro. Beneficiaram daquele volunta-riado “inúmeras instituições em todo o País”.

Millennium bcp realizou jornadas de apoio às empresas em São João da MadeiraO Millennium bcp realizou, na semana passada (dia 4), em São João da Madeira, mais uma edição das “Jornadas Millennium Empresas”, com as quais “pretende a percorrer o país, pro-curando estar mais perto das empresas portuguesas, apoiando a sua internacionalização e reforçando a sua competitividade”.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 35

em soluções affluent

ceiras nos bancos.

O acesso é permitido a clientes com recursos acima de 30 mil, 50 mil, 75 mil ou 100 mil euros de património ou, em alguns bancos, rendimentos líquidos a partir de 2250 euros

Page 36: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Lusitania Seguros e Francisco Lufinha desafiam limitesA Lusitania Seguros patrocina o novo desafio protagonizado por Francisco Lufinha que, agora, se aventura na ligação entre as Ilhas Selvagens – o território mais a sul do país – e o Funchal. São cerca de 300 kms, em dez horas, sem paragens e com ondas que podem atingir os dez metros. O desafio tem arranque previsto até ao final do ano, estando sujeito às previsões meteorológicas.

Administrador renuncia na CimporO membro do conselho de administração da Cimpor José Manuel Neves Adelino renunciou ao cargo no dia 26 de novembro. De acordo com o comunicado enviado pela empresa à CMVM, a decisão justifica-se “por necessidade de maior dedicação a outro cargo recentemente assumido”. José Adelino era membro do conselho de administração da Cimpor desde 2010.

O Banco BNI Europa é um banco recente, de direito português, mas com acionistas angolanos. A proposta que faz, concorre com as taxas do Novo Banco

VÍTOR [email protected]

O Banco BNI Europa arrancou em me-ados do ano e atua na área grossistas e de banca de investimento. Tem apenas pre-sença física em Lisboa mas, a prazo, irá aumentar as presenças. O crescimento da atividade em Portugal está ligado à capa-cidade de gerar fundos. A proposta a nível de depósitos a prazo (DP) está ao nível das melhores do mercado. Aceita depósitos em euros e em dólares, sendo que no prazo a 365 dias oferece 2% em termos de taxa anualizada bruta. A aplicação serve para particulares e empresas.

Em prazos inferiores, a taxa de juro em euros é superior.

Nos 30 dias a TANB para euros está nos

0,75%, contra 0,5% em US dólares, en-quanto nos 90 dias a taxa é de 1,5% e de 1%, respetivamente e nos 180 dias, a taxa

é de 1,75% para euros e de 1,5% para dó-lares.

Este nível de taxas está bastante acima da média do mercado, com algumas grandes instituições financeiras a praticarem menos de metade do valor aqui proposto. O BNI Europa está a apostar no financiamento de PME com vocação exportadora, podendo ter, ou não, ligações a Angola.

Estes depósitos beneficiam da garantia do Fundo de Garantia de Depósitos, sen-do que a proposta não está sujeita a um prazo de aceitação. Na abertura de conta o mínimo exigido é cinco mil unidades de conta e o máximo é meio milhão.

Como pontos negativos relevantes está o facto de não serem DP mobilizáveis antecipadamente, o que significa que o aforrador tem que perceber se irá, ou não, necessitar de fundos, para além de que é um DP não renovável, implicando renegociar as taxas no final desses mesmos prazos. Por último, existe sempre o risco fiscal de o aforrador vir a ser prejudicado no final do contrato.

A NOSSA ANÁLISE

Angolano BNI Europa concorre em taxas com o Novo Banco

36 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

MERCADOS

O caso GESNão me quero debruçar

sobre todas as polémicas que giram acerca da queda do maior conglomerado Português nem sobre por quem se distribui a culpa de todo este desaire.

Reflito sim sobre um aspeto que me parece óbvio: o Grupo não tinha mecanismos de controlo suficientes para se perceber em tempo real o que se passava em cada negócio, em cada participada. Se os bancos normalmente são conhecidos por serem evoluídos, será muito por culpa do acesso à melhor tecnologia existente, às capacidades de reporting e organização. Mas nem este know how foi transposto para um Grupo que tem um banco na sua génese. Havia também uma total concentração de poder no Presidente do Grupo, e aparentemente, pelo menos alguns dos administradores só o eram no papel, não desempenhando qualquer função ativa de gestão. Estes dois aspetos combinados tornam impossível uma resposta atempada aos desafios que se impõe a um grupo destas

dimensões. Outro aspeto que me chama a

atenção é que no meu entender não existem fatores críticos de sucesso transversais a todos os negócios do Grupo. Parece-me um Grupo cheio de empresas descorrelacionadas umas das outras e que apenas beneficiarão de um melhor acesso a financiamento bancário (pelas más razões!) e do jogo de influências exercido por um Grupo que a medida que crescia de maneira muito rápida tornava-se cada vez mais estrutural na economia Portuguesa e ramificado por diferentes sectores de atividade.

Concluo por isso que a holding do GES não trazia valor acrescentado à gestão das suas participadas, era sim um centro de custos sem reais contrapartidas geradoras de valor.

A crise de 2008 veio provocar um abalo transversal a toda a economia Portuguesa e apanhou de surpresa todos os negócios muito alavancados e com pouca folga operacional. A crise apenas destapou por completo um

problema estrutural de muitas economias incluindo a nossa, muitos negócios estavam já há demasiado tempo alicerçados na excessiva alavancagem financeira e não nas vantagens comparativas como indicam as leis de mercado. Os tempos mudaram e obrigaram as empresas a focarem-se no seu core e a serem inovadoras na procura do crescimento e a cortarem gorduras. O tempo dos grandes conglomerados já era e a especialização requer cada vez mais competências muito próprias.

Para muitos gestores é mais fácil identificar a crise financeira como a grande culpada de todos os problemas sem se fazer o trabalho de casa e se perceber se o negócio em causa é competitivo ou não, e se a rentabilidade do Projeto per se é suficiente independente da sua estrutura de capital. O Mundo está a mudar muito rapidamente, é por isso importante ter empresas ágeis, que se apercebam rapidamente das novas tendências de mercado e que possam moldar rapidamente as suas orientações estratégicas a todos esses impulsos.

JOÃO BOULLOSAManaging PartnerDUO Capital

Viajar de avião ainda é mui-to mais seguro do que andar de carro, mas os riscos de ocorrên-cia de acidentes de aviação estão a aumentar, devido ao crescente número de ameaças existentes no sector. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre segurança na aviação divulgado pela Allianz Global Corporate & Specialty SE, que refere que os acidentes de avião registados em 2014, como o caso da tragédia com o voo MH370 da Malasya Airlines, contrariam a tendência de apenas duas mortes por cada 100 milhões de passageiros verifi-cadas ao nos últimos anos.

Elaborado em parceria com a Embry-Riddle Aeronautical University, o “Global Aviation Safety Study 2014” identifica e analisa as melhorias em termos de segurança registadas no sec-tor aeronáutico desde 1952. De acordo com os resultados deste estudo, o crescente número de ataques informáticos, a tendência galopante de escassez de pessoal qualificado – incluindo pilotos -,

o aumento do recurso a proces-sos automatizados e à utilização comercial de aviões não tripula-dos aliada ao aumento da turbu-lência durante os voos resultante das alterações climáticas, irão pôr à prova os sistemas de gestão de segurança do sector aeronáutico nos próximos anos.

Allianz alerta para aumento do risco de ocorrência de acidentes aviação

O estudo da seguradora indica, ai-nda assim, que viajar de avião ainda é muito mais seguro do que andar de carro.

Page 37: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

10/dez/14Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,2392 -0,67% -0,81% -10,14%

EUR/JPY 147,33 0,29% 3,61% 1,80%

EUR/GBP 0,7898 -0,15% 0,58% -5,27%

EUR/CHF 1,2024 -0,02% -0,25% -2,05%

EUR/NOK 8,8765 4,31% 4,87% 6,14%

EUR/SEK 9,3276 0,82% 1,06% 5,29%

EUR/DKK 7,4397 0,00% -0,06% -0,26%

EUR/PLN 4,1619 -0,44% -1,35% 0,18%

EUR/AUD 1,4846 1,22% 3,48% -3,74%

EUR/NZD 1,6034 0,71% -0,60% -4,34%

EUR/CAD 1,4186 0,92% 0,61% -3,31%

EUR/ZAR 14,2430 4,07% 3,31% -2,22%

EUR/BRL 3,2105 2,44% 3,21% -1,45%

Eur/Usd sugere correção em alta

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI 20 seguia em lateralização desde meados de outubro, negociando no interior de uma banda compreendida entre os 5030 e os 5380 pontos. O índice de Lisboa quebrou, contudo, o seu limite inferior, uma quebra que abre agora espaço até aos mínimos do ano, situados nos 4850 pontos. Este movimento poderá significar a continuidade da tendência de baixa no médio prazo, sendo que apenas a quebra em alta dos 5380 pontos retiraria força a este panorama negativo.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Sinal negativo para o DAX no curto prazo, já que, após quebraros máximos históricos (10 050 pontos), não foi capaz de dar se-guimento ao movimento, não indo além dos 10 090 pontos queformam assim a resistência a ter agora em conta. Seguiu-se umacorreção em baixa, com direito a quebra da barreira dos 9900pontos. O índice poderá encontrar agora suporte numa linha detendência de curto prazo, mas uma eventual quebra desta deixaráo DAX vulnerável até aos 9150 pontos.

O fim do ano aproxima-se sem quaisquer alterações significativas nas taxas de juro de referência. Quer no curto quer no longo prazo, as variações semanais das referências em euros são insignificantes, reflexo do pouco espaço que têm já para cair e da ausência de notícias que possam levar a uma subida. Continua a discussão acerca de o BCE avançar ou não para a compra de obrigações do tesouro no próximo ano. Para alguns analistas, esse anúncio deverá ser uma inevitabilidade já na primeira reunião do ano, a 22 de janeiro. Apesar da oposição da Alemanha, o BCE poderá forçar esse caminho, não para expandir o seu balanço, mas para impedir a sua contração. Entre 29 de janeiro e 26 de fevereiro, irão vencer os antigos LTRO no total de J 270 mil milhões. Ainda não se sabe quanto dinheiro será tomado pelos bancos ao tomar o novo TLTRO esta quinta-feira, mas os analistas apontam para um máximo de J 130 mil milhões. Caso tal se confirme, o balanço do BCE irá “encolher” J 140 mil milhões, volume que será difícil compensar se não se

recorrer a títulos mais líquidos, como seja a dívida pública. Sendo a segunda reunião do ano a 5 de março, há sérios riscos de uma contração do balanço no primeiro trimestre, se nada for anunciado em janeiro. O austríaco Nowotny, um dos opositores à compra de dívida pública pelo Banco Central, parece estar mais aberto a que tal suceda, tendo recentemente comentado que tal instrumento poderá ser útil se o enquadramento for o correto. Alemães, italianos e franceses continuam a trocar acusações. Angela Merkel voltou a acusar os outros dois de não fazerem o suficiente para trazerem o défice para dentro das regras estabelecidas na Zona Euro. Como resposta, os italianos acusaram os alemães de nada estarem a fazer no capítulo do investimento e da despesa para ajudarem a uma melhoria na economia europeia. A Alemanha registou um aumento significativo no seu excedente externo, depois de revelar a maior queda mensal das importações em quase dois anos, tendo as exportações também recuado um pouco.

Os investidores continuam complacentes com a dívida pública emitida pelos países periféricos da Europa. Em Itália continua-se a pagar 2% a 10 anos, mesmo depois de o S&P ter revisto em baixa o rating do país em uma notação, estando a uma descida de deixar de ser considerado “investment grade”. O país está tecnicamente em recessão e os últimos dados do Banco de Itália apontam para um rácio de 135% entre dívida pública e PIB. Na Grécia, optou-se por uma extensão por dois meses dos empréstimos concedidos pela “troika”. O país está novamente numa forte agitação social, com eleições presidenciais que não se preveem pacíficas. Uma das grandes dúvidas relativamente a 2015 é se se conseguirá passar o ano sem perturbações de maior nos principais devedores europeus, à semelhança do que se verificou em 2014 e que em muito contribuiu para a descida das taxas para os baixos valores que se observam hoje.

ANÁLISE PRODUZIDA A 10 DE DEZEMBRO DE 2014

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/UsdO Eur/Usd não foi capaz de

aproveitar a quebra em baixa dos $1,2360 para dar continuidade ao movimento descendente, tendo recuperado a partir dos $1,2245. Os sinais de correção em alta do Eur/Usd ganharam alguma força depois de o par ter conseguido ultrapassar a linha de tendência descendente, o que pode abrir agora espaço até aos $1,2500. Em baixa, a referência situa-se nos $1,2245, cuja quebra em baixa deixaria o Eur/Usd vulnerável até ao $1,2040 (níveis de 2012).

Eur/JpyO Eur/Jpy quebrou em alta

os 149,00 ienes e atingiu novos máximos desde 2008. O par não conseguiu contudo efetuar um teste à barreira psicológica dos 150 ienes, tendo corrigido em baixa nas últimas sessões. Uma vez que permanece acima da

zona de suporte situada entre os 144,70 e 145,60 ienes, este mo-vimento não é para já nada maisdo que uma correção à tendência principal de alta que ainda pre-valece. Uma quebra dessa zona constituiria um sinal de alerta eabriria espaço a um recuo até aos 142,10 ienes.

Eur/GbpNão houve alterações relevan-

tes no cenário técnico do Eur/Gbp na última semana. O par continua lateral num horizonte de curto prazo, e assim perma-necerá enquanto negociar no in-terior do intervalo compreendido entre £0.7760 e £0.8050, em vi-gor há vários meses. As £0.7900 continuam a formar um “ponto pivot”, atuando ora como supor-te, ora como resistência. No mé-dio prazo a tendência permanece descendente enquanto o Eur/Gbp negociar abaixo das £0.8050.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)02.dezembroo 2014 14.maio 2014 04.junho 2014

1M 0,024% 0,259% -0,235 0,179% -0,155

3M 0,082% 0,319% -0,237 0,258% -0,176

6M 0,177% 0,407% -0,230 0,348% -0,171

1Y 0,329% 0,583% -0,254 0,525% -0.196

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,05%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30% Euro Deposit Facility -0,20%

*desde 4 de setembro 2014

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 11,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

January 15 0,100%February 15 0,100%March 15 0,095%June 15 0,085%

September 16 0,170%March 18 0,370%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,089 0,1093X6 0,085 0,1051X7 0,180 0,2003X9 0,180 0,2006X12 0,170 0,19012X24 0,353 0,393

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,210 0,2153Y 0,248 0,2785Y 0,402 0,4078Y 0,704 0,714

10Y 0,918 0,928

Obrigações 5Y 10Y 1,68 2,96

1,07 1,890,26 0,960,10 0,681,09 2,071,30 1,901,60 2,200,08 0,42

Fontes: Reuters e IMF

Balanço do BCE poderá... encolher

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2014 37

Page 38: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

PUB

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa.

A nossa energia é para a sua empresa!

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 4,272 -5,00% 5,948 3,952 0,124 0,257 34,452 16,623 0,28% 0,94% 10-12-2014 16:38:00

INDITEX 22,35 -5,20% 24,091 19,203 0,803 0,915 27,833 24,426 1,72% 2,29% 10-12-2014 16:38:00

REPSOL YPF 17,405 -4,66% 20,019 15,815 1,295 1,306 13,440 13,327 5,75% 11,47% 10-12-2014 16:38:00

TELEFONICA 12,915 -1,49% 13,430 10,760 0,866 0,897 14,913 14,398 5,70% 5,81% 10-12-2014 16:38:00

FRA. TELECOM 13,7 -3,08% 14,930 8,388 0,899 0,950 15,239 14,421 4,38% 4,43% 10-12-2014 16:39:37

LVMH 141,1 -1,02% 147,200 121,000 6,818 7,713 20,695 18,294 2,23% 2,29% 10-12-2014 16:36:19

BAYER AG O.N. 115,65 -2,82% 121,400 91,310 6,041 6,895 19,144 16,773 1,81% 1,93% 10-12-2014 16:35:28

DEUTSCHE BK 25,335 -4,58% 38,151 22,660 1,798 2,936 14,067 8,614 2,82% 2,86% 10-12-2014 16:35:11

DT. TELEKOM 12,915 -3,55% 13,880 10,065 0,613 0,656 21,054 19,674 3,86% 3,87% 10-12-2014 16:35:14

VOLKSWAGEN 179,45 -0,99% 197,950 147,350 22,120 23,821 8,113 7,533 2,23% 2,74% 10-12-2014 16:35:01

ING GROEP 11,315 -1,87% 11,950 8,931 1,042 1,165 10,859 9,712 -- 0,32% 10-12-2014 16:36:37

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 2,274 -2,36% 2,987 1,869 0,150 0,235 15,160 9,677 1,85% 1,67% 10-12-2014 16:35:00

B. COM. PORT. 0,080 -2,20% 0,141 0,070 0,000 0,008 -- 9,987 -- 0,00% 10-12-2014 16:36:00

BANIF-SGPS 0,007 -1,47% 0,014 0,006 -- -- -- -- -- -- 10-12-2014 16:35:00

BANCO BPI 1,408 -8,27% 2,060 1,123 -0,013 0,115 -- 12,243 -- 0,00% 10-12-2014 16:35:00

COFINA,SGPS 0,490 -2,00% 0,770 0,440 0,060 0,060 8,167 8,167 2,04% 2,04% 10-12-2014 16:36:02

CORT. AMORIM 3,000 -3,57% 3,650 2,150 0,310 0,340 9,677 8,824 4,00% 6,33% 10-12-2014 16:35:00

CIMPOR,SGPS 1,330 -0,08% 3,400 1,200 -0,033 0,019 -- 70,000 0,22% 9,77% 10-12-2014 16:35:00

EDP 3,336 -1,85% 3,749 2,606 0,253 0,256 13,186 13,031 5,55% 5,67% 10-12-2014 16:35:00

EDPR 5,308 -1,52% 5,771 3,706 0,133 0,165 39,910 32,170 0,75% 0,79% 10-12-2014 16:35:00

MOTA ENGIL 2,862 -3,73% 6,399 2,800 0,270 0,298 10,600 9,604 4,32% 4,47% 10-12-2014 16:35:00

GALP ENERGIA 8,716 -10,72% 13,750 8,686 0,374 0,415 23,305 21,002 3,63% 3,88% 10-12-2014 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,913 -6,36% 2,000 0,818 0,065 0,095 14,046 9,611 -- -- 10-12-2014 16:35:00

J. MARTINS 7,910 -6,61% 14,695 6,935 0,529 0,553 14,953 14,304 3,86% 3,58% 10-12-2014 16:35:00

MARTIFER 0,201 -4,74% 1,200 0,186 -0,280 -0,160 -- -- -- -- 10-12-2014 14:44:31

NOVABASE 2,220 -1,29% 4,150 1,990 0,150 0,200 14,800 11,100 9,01% 5,86% 10-12-2014 16:28:32

GLINTT 0,210 0,96% 0,500 0,163 -- -- -- -- -- -- 10-12-2014 16:20:00

P. TELECOM 1,204 -16,51% 3,639 0,865 0,133 0,145 9,053 8,303 8,31% 4,73% 10-12-2014 16:35:00

PORTUCEL 2,978 -0,50% 3,739 2,656 0,243 0,240 12,255 12,408 7,45% 7,72% 10-12-2014 16:35:00

REDES E. NAC. 2,485 -1,70% 2,910 2,211 0,221 0,207 11,244 12,005 6,88% 6,84% 10-12-2014 16:35:00

SEMAPA 9,774 2,21% 11,660 8,101 0,570 0,788 17,147 12,404 3,40% 3,05% 10-12-2014 16:35:00

SONAECOM 1,380 -0,36% 2,659 1,250 0,103 0,133 13,398 10,376 -- 6,16% 10-12-2014 16:35:00

SONAE,SGPS 1,055 -4,44% 1,420 0,922 0,072 0,090 14,653 11,722 3,30% 3,41% 10-12-2014 16:35:00

SONAE IND. 0,008 -1,25% 0,124 0,007 -0,046 -- -- -- -- -- 10-12-2014 16:37:16

SAG GEST 0,252 -4,91% 0,540 0,210 -0,030 -1,010 -- -- -- -- 10-12-2014 14:59:11

TEIX. DUARTE 0,753 -2,34% 1,440 0,600 0,140 0,120 5,379 6,275 1,99% 2,66% 10-12-2014 16:35:00

NOS 5,050 1,59% 5,830 3,903 0,161 0,217 31,366 23,272 2,38% 2,75% 10-12-2014 16:35:00

Contrariar a tendência é como tentar parar o vento com as mãos

A ciência económica não é um saber histórico, é uma ciência social. O passado serve para delinear tendências e não para elaborar leis universais. O método dedutivo, a lógica, deverá estar na génese de qualquer teoria económica. Enquanto o método indutivo serve para prever, utilizando dados históricos para se traçarem tendências, porém a probabilidade de falhar é uma realidade. Imaginemos a famosa curva de Philips, baseada num estudo, com dados históricos entre 1861 e 1957, relativo à economia britânica e que conclui um “trade-off” entre inflação e desemprego. Será que podemos extrapolar, essa inferência, para toda a economia global como uma verdade intemporal? Obviamente que não. Uma correlação negativa entre desemprego e inflação não é, certamente, validada como uma lei universal, como é o caso da lei da oferta e da procura. Caso estivéssemos na presença de experiências com ratinhos britânicos durante esse período, poderíamos obter uma cura para determinada doença e usá-la em todos os humanos e válida para o futuro.

A inflação não se pode generalizar e validar para todo o sempre, no entanto estudos com ratinhos podem ser usados para criar tratamentos para todos os seres humanos.

Porém, o passado é importante para se traçarem tendências que nos indicam caminhos a seguir com níveis de confiança bastante significativos. A estatística serve para identificar tendências e não para criar leis universais.

Por exemplo, nos mercados financeiros devemos negociar atentos ao retrovisor do carro e, assim, construir tendências, mas sem nunca descurar os sinais de trânsito e a estrada à nossa frente, caso contrário os acidentes vão ser consecutivos e as perdas avultadas. Olhar para o retrovisor para nos lamentarmos que deveríamos comprar em vez de vender é meio caminho andado para não se fazer a primeira curva. O retrovisor serve para ajudar a condução e esboçar estratégias e nos sentarmos sobre os ganhos e nunca sobre as perdas. A tendência pode ajudar bastante um indivíduo ou um investidor que se encontra algures na linha do tempo, que separa o passado do futuro, a observar ao mesmo tempo o passado já traçado e de braços cruzados e pensativo perante os inúmeros caminhos que o futuro lhe apresenta. Muitos clientes perguntam-me: o mercado vai subir ou vai descer? A minha resposta é, há anos, sempre a mesma: A tendência é de baixa [ou de alta, depende do caso], agora se o mercado vai subir ou descer só Deus sabe. E alerto-os de que negociar contra a tendência é como nadar contra a corrente…

Ao atirar ao ar uma moeda, não viciada, a probabilidade de sair cara ou coroa é de 50%, é matemática. No entanto, a sondagem numa determinada eleição, tem um erro de amostra sempre superior a 0%. Um estudo tem um intervalo de confiança sempre inferior a 100%, porque existem inúmeras relações humanas, é a ciência social subjacente à ciência económica.

No entanto, a tendência no que concerne ao crescimento económico, ou à evolução dos mercados acionistas é de alta desde os primórdios da humanidade, devido aos avanços tecnológicos e à acumulação exponencial de conhecimentos. Períodos de trevas [Idade Média], com o Estado e o Clero por detrás, podem travar as tendências milenares de alta e gerar tendências seculares de baixa…

Tendencialmente o ser humano tem cada vez menos comportamentos de egoísmo primário e mais de egoísmo salutar, sob a premissa de que não existem almoços grátis ou atitudes “pro bono”. Hoje existem mais comportamentos de entre ajuda e solidariedade do que há 100 anos atrás. Apesar de algumas reminiscências da pré-história nas atitudes do ser humano, a teoria evolucionista de Darwin e a análise neurobiológica de alguns cientistas revelam que o Homem é cada vez mais propenso ao egoísmo salutar - ajudar alguém sem querer receber nada - apesar de existir, quiçá no subconsciente porque amanhã poderemos ser nós, uma recompensa futura ou uma sensação de satisfação. O índice de Gini espelha cada vez menos desigualdade. Até aqui a tendência é fundamental…

PAULO ROSAEconomistaTrader GoBulling

Taxa Tobin vai atrasar-se novamenteOs ministros da Economia e Finanças da União Europeia continuam a não chegar a acordo sobre a Taxa Tobin. A sua entrada em vigor estava prevista para o início de 2016, mas esse é um objetivo que parece cada vez mais distante. Este ano vai ser fechado sem qualquer acordo à vista. Na base destes atrasos estão questões técnicas, mas também políticas, não sendo ainda de colocar de parte as pressões a que este projeto tem sido sujeito por parte das entidades financeiras.

BCE revê em baixa previsões de crescimentoO Banco Central Europeu reviu em baixa as suas previsões de crescimento e inflação para o próximo ano. O crescimento deverá fixar-se em apenas 0,7%, no próximo exercício, haven-do sérios riscos de uma nova descida da inflação, em resultado da situação geopolítica, das taxas cambiais e da evolução dos preços da energia. As exportações e o consumo interno vão contribuir para um crescimento mais lento do que o esperado no anterior relatório sobre as previsões económicas do BCE.

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

Page 39: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

“A economia social, na minha opinião, será a economia do futuro e isso benefi-ciará todos os setores”, afirmou Marco António Costa, no almoço-debate promo-vido pelo International Club of Portugal (ICPT), subordinado ao tema “Economia Social. Economia do Futuro”. O coorde-nador permanente da comissão política nacional e porta-voz do PSD revelou, no encontro realizado no Porto, o papel das instituições sem fins lucrativos na vida eco-nómica e social do nosso país.

“Em Portugal, sempre que falamos em economia, por tradição, ocorre-nos ime-diatamente a economia pública, tudo o que decorre do Orçamento do Estado, e ocorre--nos imediatamente a economia privada, tudo aquilo que decorre da livre iniciativa, do capital e obviamente da obtenção de um lucro justo que retribua esse capital. O ter-ceiro pilar da economia é a economia social. É deste pilar que hoje vou procurar mostrar a sua existência, a sua força, o seu sentido e, acima de tudo, a circunstância de não ter a distinção e a aceitação e a relevância que, sob o ponto de vista público deveria ter”, disse Marco António Costa.

O ex-secretário de Estado da Solidarie-dade e da Segurança Social disse aos pre-sentes no almoço-debate do ICPT que, segundo dados do INE e do Eurostat, em 2009, Portugal era o terceiro país europeu em matéria de valor acrescentado das ins-tituições sem fins lucrativos. “Em 2010, eram 55 383 instituições e hoje são muitas mais, pois nos últimos anos tem havido uma forte dinâmica”, acrescentou.

“Este conjunto de instituições represen-

tou, em 2010, 2,8% do valor acrescenta-do bruto nacional, 4,7% do emprego e 5,5% do emprego remunerado. E quando comparamos o valor acrescentado bruto

da economia social com outros setores, é claro que a atividade financeira e de segu-ros representa 6,9%, mas quando falamos no peso no emprego, só a construção civil

representa mais. Isto significa que [a eco-nomia social] é um setor de mão de obraintensiva cada vez mais qualificada”, indi-cou Marco António Costa no evento.

MARCO ANTÓNIO COSTA CONSIDERA

“A economia social será a economia do futuro”

Marco António Costa.

António Gonçalves, Ricardo Bastos Sousa, Marco António Costa, João Albuquerque e Manuel Ramalho. João Albuquerque, Marco António Costa e Manuel Ramalho.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 39

Construção faturou 5,3 mil milhões no exteriorO setor da construção registou, no ano passado, um volume de negócios no exterior de 5,3mil milhões de euros, o que se traduziu num aumento de 7%, face ao exercício anterior. Forado país foi garantida uma carteira de encomendas de cerca de sete mil milhões de euros. “Aintensa atividade internacional da construção afigura-se também uma garantia de ocupaçãopara milhares de trabalhadores portugueses e, em simultâneo, um fator valioso para a dimi-nuição do desemprego e respetivos encargos sociais em Portugal”, refere a AECOPS.

Page 40: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Tive conhecimento de que o Portugal 2020 já terá iniciado. Quais os apoios existentes para as empresas?

RespostaA generalidade dos apoios às empresas ainda não foram criados. Os Programas Operacionais que integram o Portugal 2020 ainda não foram aprovados por Bruxelas.Contudo, existem 4 concursos abertos neste momento:

Ação 3.2 – Investimentos na Exploração Agrícola do PDR 2020; Ação 3.3 – Investimentos na Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas do PDR 2020;Pré-qualificação de parcerias para a implementação do instrumento designado por Desenvolvimento Local de Base Comunitária;Propostas de Estratégias Integradas de Desenvolvimento Territorial das Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas.

Iniciando a aplicação do Portugal 2020 através do lançamento desta última medida, a Comissão Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria, CIC Portugal 2020, pretendeu assinalar a importância do desenvolvimento urbano, da articulação territorial de competências municipais, nomeadamente no âmbito da prestação de serviços públicos nas diversas áreas, da competitividade económica local, incluindo prioridades em matéria de ajustamento das ofertas formativas e de outras políticas ativas de emprego adaptadas às características do desenvolvimento do território e da promoção da inclusão social, incluindo o combate do abandono escolar precoce, num contexto de mobilização concertada da rede social existente no território.As Estratégias Integradas de Desenvolvimento Territorial a reconhecer devem abordar as seguintes áreas temáticas:

Desenvolvimento urbano;Articulação territorial de competências municipais;Competitividade económica local;Promoção da inclusão social.

O Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) visa especialmente promover, em territórios específicos, a concertação estratégica e operacional entre parceiros, orientada para o empreendedorismo e a criação de postos de trabalho, em coerência com o Acordo de Parceria Portugal 2020 e no quadro da prossecução dos objetivos da Estratégia Europa 2020.Através do apoio a estratégias de desenvolvimento local, pretende a CIC Portugal 2020 promover uma resposta aos elevados níveis de desemprego e índices de pobreza, através da dinamização económica local, da revitalização dos mercados locais e da sua articulação com territórios mais amplos e, em geral, da diversificação das economias locais, do estímulo à inovação social e à busca de novas respostas a problemas de pobreza e de exclusão social em territórios desfavorecidos em contexto urbano e em territórios rurais ou costeiros economicamente fragilizados ou de baixa densidade populacional.O concurso que está aberto visa a pré-qualificação de parcerias que reúnam as condições adequadas à submissão de uma estratégia de desenvolvimento local e à constituição de um grupo de ação local com representatividade e capacidades adequadas. Os territórios alvo poderão ser classificados como:

DLBC rurais;DLBC costeiros;DLBC urbanos.

Relativamente às duas Ações do PDR 2020, os seus objetivos e apoios já foram pormenorizados nos últimos consultórios, sendo, dos 4 concursos abertos, os únicos que se destinam a empresas (a criar ou existentes)[email protected] 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

ABERTURA DO PORTUGAL 2020

José de Mello reforça posição na imagiologiaA José de Mello Saúde informou da celebração pela sua subsidiária Vramondi com a BASE – Serviços Médicos de Imagiologia de um contrato de compra e venda da totalidade do capital social da sociedade Dr Campos Costa – Consultório de Tomografia Computorizada. A Vra-mondi venderá à Base a totalidade das ações representativas do capital social daquela socieda-de, após a verificação de um conjunto de condições precedentes, pelo que a operação deverá ter lugar no próximo dia 6 de janeiro.

EDP faz aquisição no mercado brasileiroA EDP assinou um acordo de compra de ações com a Eneva, para aquisição de 50% do total do capital e dos direitos de voto da empresa brasileira “Porto do Pecém Geração de Energia”. O preço a pagar é de 300 milhões de reais. A operação inclui ainda em-préstimos intragrupo e créditos de carvão e energia. Porto de Pecém é uma parceria em partes iguais entre a EDP Brasil e a Eneva, que opera e mantém a central termoelétrica UTE Pecém I.

EMPRESAS

40 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

FERNANDA SILVA [email protected]

Realizou-se no passado fim-de-semana, no Centro Empresarial Lionesa (CEL), a 5ª edição do “Dia sem IVA”, uma iniciati-va que promete descontos iguais ou supe-riores ao valor do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em inúmeros produ-tos.

Este ano, conscientes da enorme adesão e impacto que esta iniciativa tem vindo a adquirir, a iniciativa passou a ser os “Dias Sem IVA”, visto que a 5ª edição deste even-to trouxe o alargamento da sua duração para dois dias, na primeira sexta e sábado de dezembro, procurando, desta forma, fa-cilitar as compras de Natal. O evento tem por base descontos idênticos ao valor do IVA, mas muitas marcas optaram por fazer descontos até 80%.

Este ano, o Centro Empresarial Lionesa“convidou algumas marcas dife-renciadoras que, até ao momento, nunca estiveram com a Lionesa”. Assim, para

além das residentes, “foram convidadas mais de 60 marcas, presentes em blogs de referência, muitas delas vintage, mas so-bretudo handmade”, referiu Viviana Car-doso, responsável de marketing de CEL.

Desde a primeira edição desta iniciativa em 2009, mais de cinco mil pessoas visi-taram o espaço, nestas datas, sendo que as vendas das lojas têm vindo a aumentar de ano para ano. Por este motivo, “todos os espaços reforçaram as ofertas em quantida-de e variedade para esta edição”, salientou Viviana Cardoso. A organização apostou ainda na “dinâmica”, disponibilizando di-versos programas em família totalmente gratuitos.

Para quem não teve oportunidade de vi-sitar a Lionesa, fica a certeza que, para o próximo ano, o “Dia sem IVA” estará de volta. Contudo, os interessados podem ainda visitar, até dia 23 de dezembro, a ex-posição “A Lello, um século de dicionários e enciclopédias”, assim como o Mural Rua da Lionesa, inaugurado em abril deste ano.

Dia sem IVA na Lionesa teve balanço positivo

Segundo o sistema rotativo da gestão do edifício onde habito, em janeiro deverei assumir o cargo de administrador do condomínio e há uma questão que gostaria de escla-recer.

Muito embora sempre tenha pago atempadamente os encargos que competiam ao meu apartamento e garagem, reparei que o Regula-mento do Condomínio tem um arti-go que dispõe que os condóminos que não paguem atempadamente as quotas ficam sujeitos a pagar uma multa por cada mês de atraso nos respectivos pagamentos. Será que deverei cobrar essas multas?

No que respeita à mora no pagamento dos encargos de conservação e fruição, efetivamente, a lei dispõe expressamente que a assembleia de condóminos pode fixar penas pecuniárias para a inobservância das disposições legais, das deliberações da assembleia ou das decisões do administrador. Tal fixação pode fazer parte integrante do regulamento do condomínio, como, pelo visto, é o caso do edifício onde o leitor reside.O Regulamento do Condomínio, cuja existência só é imposta por lei desde que o edifício tenha mais de quatro condóminos, consiste num conjunto de regras sobre o uso, fruição e

conservação de um edifício constituído em propriedade horizontal, elaboradas em conformidade com o disposto na lei e no título constitutivo da propriedade horizontal.Pelo exposto, e porque no exercício das funções que, nos termos legais lhe competirão, como administrador do condomínio deverá, entre outras, assegurar a execução do regulamento, o leitor não só poderá, como deverá, cobrar dos condóminos com pagamentos em mora as penas pecuniárias fixadas no regulamento do condomínioContudo, ainda que o regulamento do condomínio estipule sanções pecuniárias elevadas, a lei dispõe que o montante das penas aplicáveis em cada ano nunca poderá exceder a quarta parte do rendimento coletável anual da fração ou frações do infrator.Dado que com a entrada em vigor do CIMI, ocorrida em 2004, passou a ser utilizada a expressão ”valor patrimonial tributário”e a expressão “rendimento coletável” caiu em desuso, entendemos que para o correto apuramento do rendimento coletável, o leitor poderá verificar o valor patrimonial da sua fração e multiplicá-lo por 0,15, pelo que, referida pena pecuniária terá como limite um quarto do valor que resulte da referida multiplicação.

PROPRIEDADE HORIZONTAL

Mora no pagamento dos encargos do condomínio

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Um “Natal low cost” foi o tema da 5ª edição.

Page 41: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

QREN

SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014 41

PROJETO AJUDOU A NASCER 20 NOVAS EMPRESAS EM DOIS ANOS

Setor agroalimentar destaca-se no Minho EmpreendeTERESA [email protected]

O Minho Empreende - Com-petitividade e Empreendedoris-mo em Baixa Densidade, um projeto da ADRAVE - Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave, em parceira com o BICMinho, INCUBO, SPINPARK, IDEIA ATLÂN-TICO, IEMINHO, CEVAL E ACIG, com objetivo de promo-ver a qualificação da capacida-de empreendedora do Minho, acolheu 28 planos de negócio e ajudou a nascer 20 novas em-presas em dois anos.

Em declarações à “Vida Económica” antecipando o se-minário de apresentação das conclusões do projeto Minho Empreende que tem lugar na próxima segunda-feira, dia 15, em Famalicão, Joaquim Lima, administrador-delegado da ADRAVE fala de “um balanço muito, muito positivo”. E lem-bra que estamos em presença de um projeto âncora da estratégia de eficiência coletiva MINHO IN do programa PROVERE,

financiado pelo ON2-Novo Norte, onde estiveram envol-vidos 24 municípios das três comunidades intermunicipais do Alto Minho, do Cávado e do Ave.

Nas duas edições (2013 e

2014), o Minho Empreende acolheu 72 candidatos aos dois concursos de ideias, teve 510 empreendedores participantes nas 36 sessões técnicas de quali-ficação/capacitação, promoveu três salões de Inovação Rural com 60 mil visitantes e acolheu 28 planos de negócio, registan-do 20 novas empresas criadas. Para além, acrescenta Joaquim Lima, do “apoio à internacio-nalização de seis empresas”.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” sobre qual o setor de atividade que mais se eviden-ciou, Joaquim Lima não hesita: “o agroalimentar e os produtos tradicionais destacaram-se ni-tidamente, quer em termos de criação de novas empresas, quer em termos de apoio técnico prestado”. Salientou, aliás, que há “uma nova geração de em-presas que regressou aos pro-dutos tradicionais, ao turismo e ao setor agroalimentar com muita inovação e valor acres-centado ao nível dos produtos”, o que é um “fator essencial” para a competitividade e suces-so do setor. Joaquim Lima, administrador-delegado da ADRAVE.

“O Portugal 2020, se quer ser um verdadeiro instrumento de competitividade do país, tem que criar instrumentos de apoio ao desenvolvimento económico regional”

MARCA PORTUGAL TEM NOVOS DESAFIOS PELA FRENTE EM TERMOS DE MOBILIZAÇÃO DE TALENTOS

O Papel da Diáspora O Conselho da Diáspora tem tido

um papel importante na promoção da imagem de Portugal. Nunca como agora os talentos portugueses espalhados pelo mundo são tão fundamentais para mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional. Numa época de crise complexa, esta aposta nestes novos embaixadores é um sinal de confiança na competitividade portuguesa e na capacidade muito concreta de se alterar de uma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. O futuro de Portugal faz-se com os portugueses e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos de crise. Por isso o conselho da Diáspora é um desafio tão importante.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efectivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam

ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma de uma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado criou a ilusão no final da década de 90 de um “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro.

Portugal precisa efetivamente de potenciar iniciativas como o conselho da Diáspora, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos

“pólos de competitividade” em que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências existentes para captação de “IDE de Inovação”.

O investimento direto estrangeiro desempenha, neste contexto, um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de inovação” associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronática, entre outros. Trata-se de uma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais

protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

Page 42: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

PUB

ÓCIO E NEGÓCIOS

“La Crêperie das Amoreiras’” inaugura no Amoreiras Shopping CenterA “La Crêperie das Amoreiras” já abriu ao público. Com o mesmo conceito gastronómico da “La Crêperie da Ribeira”, a funcionar há cerca de um ano junto ao Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, o restaurante das Amoreiras oferece aos seus clientes a possibilidade de viaja-rem até França sem sair de Lisboa, para encontrar os crepes genuinamente franceses confecio-nados com a farinha de sarraceno, a “galette”.

42 SEXTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO 2014

TERESA [email protected]

A Sonae MC, empresa do uni-verso Sonae para o retalho e a dis-tribuição, vai investir 62 milhões de euros no lançamento da marca ZU, um novo formato de retalho especializado em produtos e servi-ços para cães e gatos. Em declara-ções à “Vida Económica”, Edgar Ferreira, diretor da Sonae MC, re-vela que será também possível dis-ponibilizar serviços de veterinária, banhos, tosquias e treino “a curto prazo, em princípio ainda no pri-meiro semestre de 2015”.

A nova insígnia ZU vem poten-ciar o conhecimento e competência da Sonae no setor do retalho, no-

meadamente na área dos animais de companhia, apostando num serviço ao cliente “distintivo e especializa-do”. O investimento, explica Edgar Ferreira, está incluído dentro do Ca-pex [despesas de investimento] nor-mal da Sonae MC, que nos primei-ros nove meses de 2014 ascendeu a 62 milhões de euros.

O gestor da Sonae MC real-ça que “cada vez mais as famílias procuram os melhores produtos e serviços para os seus cães e gatos, apostando em produtos nutricio-nalmente equilibrados e serviços de elevada qualidade”. É, pois, para satisfazer estas necessidades que nasceu a ZU, que disponibi-liza “uma oferta muito alargada de produtos, que vamos reforçar com serviços que são essenciais para este segmento de mercado”.

Por sua vez, Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, faz notar que “um dos pilares estratégicos da Sonae é a alavancagem das suas competências e ativos, explorando novas oportunidades de cresci-mento”. E o lançamento da ZU “enquadra-se nessa estratégia”.

Mas este alargamento da atividade comercial aos cães e gatos não se fica por aqui. Em declarações à “Vida Económica”, Edgar Ferreira adianta que a marca ZU prevê o alargamento da sua oferta a curto prazo, disponi-bilizando serviços veterinários, bem como treinos e ‘grooming’. O objeti-vo é ter essa área de negócio a funcio-nar, “em princípio ainda no primeiro semestre de 2015”.

Questionado pela “Vida Econó-mica” sobre quanto fatura anual-mente a Sonae na comercialização destes produtos e quanto espera aumentar a faturação, fruto da criação desta nova insígnia, Ed-gar Ferreira diz que não reportam esse valor. Acredita, contudo, que “a ZU vem criar uma oferta dis-tintiva para as famílias com cães e gatos e que o reconhecimento des-sas mais-valias vai contribuir para o crescimento das nossas vendas nesta área”.

SERVIÇOS DE VETERINÁRIA, BANHOS E TOSQUIAS DISPONÍVEIS “NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015”

Sonae investe 62 milhões em produtos e serviços para cães e gatos

O ciclo de debates de 2014 do Clube dos Pensadores (CdP) encerra com Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. O debate decorrerá a 15 de dezembro, pe-las 21h30 no Hotel Holiday Inn Gaia-Porto, e terá como tema a situação política.

O ciclo de debates do CdP contou, em 2014, com as se-guintes presenças: Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finan-ças do Governo de José Sócra-tes; Carlos Barbosa, presidente do ACP; Arménio Carlos, líder da CGTP; António Capucho, ex-PSD; Henrique Neto, em-presário e ex-deputado do PS; Marcelo Rebelo de Sousa, ex--líder do PSD; Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS; Ana Drago e Daniel Oliveira, do Fórum Ma-nifesto; Manuel Pizarro e José Maria Costa, do PS, todos eles convidados de Joaquim Jorge, fundador do CdP.

Jerónimo de Sousa volta ao CdP depois de ter estado pre-sente em 2011, em que houve uma ameaça de bomba (já hou-ve vários incidentes, para além de Miguel Relvas interrompido pela “Grândola”). A sala do de-

bate teve que ser evacuada para a polícia detetar algum engenho. Porém, foi um alarme falso e o debate decorreu normalmente.

Jerónimo de Sousa, deputado em várias legislaturas anteriores, recentemente fez 10 anos como secretário-geral do PCP. O PCP sempre teve no seu código ge-nético a defesa da sociedade do bem-estar, da saúde, da educa-

ção e das pensões de reforma. “Há um avassalador desencanto com a política que se pratica e com os inúmeros casos de cor-rupção. Há uma ilusão que este é o caminho dos cortes cegos e não há outro caminho. Está na hora de a oposição criar um discurso alternativo e apresentar outro caminho e outra saída para esta austeridade férrea” defendeu.

Clube dos Pensadores fecha ciclo de debates com Jerónimo de Sousa

Joaquim Jorge, fundador do CdP, convidou Jerónimo de Sousa para en-cerrar os debates de 2014.

Page 43: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

Banco de Portugal mantém estimativas de crescimento económico

O Banco de Portugal man-teve as previsões de cresci-mento para economia nacio-nal, neste e no ano que vem. No entanto, reviu em baixa as estimativas para 2016, sendo que a infl ação fi cará num va-lor negativo no fi nal do pre-sente exercício.

O BdP prevê um cresci-mento de 0,9%, este ano, menos uma décima do que o esperado pelo Executivo, pas-sando para 1,5%, em 2015, desta feita em linha com as expetativas governamentais. Já para o ano seguinte, o cres-cimento deverá fi xar-se em 1,6%, menos uma décima do que na estimativa anterior do banco central. Quanto à in-fl ação, a taxa será de menos 0,1% este ano, quando se es-perava uma infl ação zero. Em 2015 será de 0,7%, aceleran-do para um ponto percentual no ano seguinte. O banco diz que é fundamental cumprir os compromissos ao nível da consolidação orçamental.

Exportações crescem mais de 9% em outubro

As exportações nacionais de bens registaram um cresci-mento de 9,4%, em outubro, enquanto as importações au-mentaram 1,2%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Foi a maior subida homóloga de todo o ano, com as vendas para o exterior a atingirem mais de 4,6 mil milhões de euros. A variação mensal foi de quase 14%, ainda segundo aquele instituto.

Este acréscimo foi obtido sobretudo por via das expor-tações para países terceiros, com destaque para os veículos e outro material de transpor-te, combustíveis minerais e produtos agrícolas. As impor-tações sofreram um aumento devido ao comércio entre os países da União Europeia. De uma maneira geral, houve um crescimento nas vendas exter-nas em todos os segmentos de produtos. Isto verifi ca-se numa altura em que o consu-mo privado também dá sinais de recuperação, o que repre-senta mais uma boa notícia para as empresas.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráficos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

Instituto de Liberdade Económica

Nota: 1Inclui alimentação, bebidas, tabaco, vestuário, calçado, electricidade, gás, electrodomésticos, mobiliário, transporte, comunicações, etc.Fonte: Eurostat, Setembro 2014.

ÍNDICE DE CUSTO DE VIDA1

(UE-28=100%), 2013

UE-28=100% Regresso ao crédito barato Depois do “boom” do crédito da década passada, onde

era relativamente fácil obter fi nanciamento para o consumo e investimento, a crise fi nanceira inverteu o cenário, que passou a ser de crédito caro e difícil. As taxas de juro dispararam para a dívida privada e para a dívida pública, atingindo valores proibitivos. Nunca mais voltaríamos a ter crédito abundante e barato.

Mas, da mesma forma que a realidade mudou de forma imprevista para pior, agora parece estar a mudar da mesma forma imprevista para melhor.

Há menos de três anos, a taxa de juro da dívida pública portuguesa a 10 anos ultrapassava os 15%. Atualmente, essa mesma taxa não vai além 2,96%. Esta descida abrupta das taxas de juro da dívida pública também está a acontecer no setor privado. Há pouco tempo atrás, as empresas de melhor risco difi cilmente conseguiam obter spreads abaixo de 4,5%. Agora as PME com melhor rating estão a ter “spreads” de 1,5%. Se acrescermos a Euribor a 6 meses, o indexante mais utilizado na generalidade dos contratos, temos uma taxa de juro inferior a 2%, ou seja, menos de metade do valor mais baixo no tempo de crédito fácil e barato. O crédito não será abundante, mas está mais barato que nunca, contrariando tudo o que se previa.

Ainda assim, não nos podemos iludir. No crédito às empresas, a descida expressiva das taxas é apenas para um número restrito de empresas, aquelas onde todos os bancos querem estar. Para a maioria das empresas, os “spreads” continuam a ser elevados, podendo atingir 8% a 9%.

Ao contrário do que acontecia no tempo do crédito abundante e barato, o diferencial de taxas de juro praticadas entre várias empresas é agora muito maior. Para uma boa parte das empresas, o crédito vai continuar, infelizmente, difícil e caro.

Ainda assim, e apesar da dívida excessiva e dos desequilíbrios da nossa economia, estamos a atravessar um período de taxas de juro historicamente baixas, o que favorece o investimento e o consumo.

Para lá das vantagens que são evidentes, a descida das taxas de juro tem outras implicações. Uma delas é a queda dramática da remuneração da poupança. Alguns bancos portugueses estão a remunerar as aplicações a prazo, com taxas máximas que já estão abaixo de 1% ao ano. O normal será que os depositantes não consigam obter taxas brutas superiores à Euribor, ou seja, algumas décimas de ponto percentual. Para as aplicações de baixo risco a rentabilidade líquida deverá continuar a ser de zero ou quase zero.

Para obterem alguma rentabilidade, as poupanças terão que ser aplicadas na economia real, o que deve favorecer o investimento nas PME e reduzir a sua dependência crónica face ao crédito bancário.

As taxas de juro historicamente baixas vão tornar mesmos atrativos os apoios ao investimento atribuídos de forma reembolsável. De acordo com o que está previsto para os novos programas, os incentivos ao investimento produtivo serão reembolsáveis, funcionando como fi nanciamentos a taxa zero. Para as empresas com acesso a crédito bancário a taxa muito reduzida, o recurso às soluções tradicionais de fi nanciamento irá revelar-se mais simples e mais fl exível.

O nível atual das taxas de juro não é favorável aos bancos na medida em que prejudica a sua rentabilidade. Para a banca, a descida das taxas de juro não tem um efeito neutro. Apesar de os juros mais baixos diminuírem o custo dos recursos, a margem dos bancos é prejudicada. Esta conjuntura de baixas taxas de juro é um fator de difi culdade para recuperação dos resultados do setor bancário.

Mas o balanço global desta conjuntura de taxas de juro a níveis baixos e sem precedentes é positiva para a economia, num país como Portugal, onde o Estado e a maioria das empresas, tal como a maioria dos cidadãos, têm dívida a mais e rendimento a menos.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1567 / 12 de dezembro 2014 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

Compre já em livraria.vidaeconomica.pt

Apesar da dívida excessiva e dos desequilíbrios da nossa economia, estamos a atravessar um período de taxas de juro historicamente baixas, o que favorece o investimento e o consumo

Page 44: Ê -- Ê - Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto ... · José Sócrates não está acusado, neste ... desencadeamento do processo e a forma como é tratado no espaço público

O serviço netcaixa oferece-lhe maior agilidade e comodidade nos pagamentos até 20 €. Com os nossos terminais de tecnologia contactless, basta que o cliente aproxime o seu cartão do terminal e o pagamento está feito.Inovador, simples e rápido. Adira até 31 de dezembro de 2014 e beneficie de um preçário diferenciado. Seja o próximo a aderir a esta forma de pagamento inovadora. Informe-se numa agência, gabinete Caixa Empresas ou em netcaixa.pt.

A CAIXA. COM CERTEZA.

www.netcaixa.pt | 707 29 70 70 | 24h todos os dias do ano

CONTACTLESS.RÁPIDO PARA QUEM PAGA,SIMPLES PARA QUEM RECEBE.

netcaixa