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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 62 - abril/maio/junho de 2001 EDIÇÃO ESPECIAL DIABETES E GRAVIDEZ • GESTAÇÃO RESPONSÁVEL • NUTRIÇÃO • ASPECTOS PSICOLÓGICOS • ATIVIDADE FÍSICA • SERVIÇO ESPECIALIZADO EXEMPLAR DE ASSINANTE VENDA PROIBIDA

E GRAVIDEZ - bd.com · alcançaram a felicidade de se tornarem mães. Esses exemplos mostram que, como sugere o Dr. Daniel Benchimol, o conceito de ... morrem. Quando a glicemia está

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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 62 - abril/maio/junho de 2001

EDIÇÃO ESPECIAL

DIABETESE GRAVIDEZ

• GESTAÇÃORESPONSÁVEL

• NUTRIÇÃO

• ASPECTOSPSICOLÓGICOS

• ATIVIDADEFÍSICA

• SERVIÇOESPECIALIZADO

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ssa experiência única que só nósmulheres podemos vivenciar, é ummomento de muita felicidade e que

deve ser curtido.As portadoras de Diabetes ou mulheres quedesenvolvem o Diabetes Gestacional, muitasvezes se privam desta fase maravilhosa davida devido à desinformação. Pensandonisso, dedicamos esta edição do Bom Dia aeste tema. Fomos pesquisar junto a pacientes,médicos e outros profissionais, eencontramos muitas situações e trabalhosinteressantes que queremos dividir comvocês.Começamos pela excelente entrevista como Dr. Daniel Benchimol, diretor do CentroIntegrado de Diabetes do Rio de Janeiro,que nos ensina que com responsabilidade einformação, as mulheres portadoras deDiabetes, assim como todas as mulheresque pretendem engravidar, têm todas aschances de sucesso.Na entrevista com a Dra. Maria ReginaTorloni, temos o relato do excelentetrabalho de acompanhamento pré-natal

realizado na Casa da Gestante de Alto Riscodo Hospital Municipal e Maternidade EscolaDr. Mario de Moraes Altenfelder Silva, emSão Paulo.Esta edição traz também dicas de nutriçãoe de exercícios, que ajudam a tornar operíodo de gestação ainda mais prazeroso.Mas, esta edição não estaria completa senão trouxesse exemplos reais de mulheresdeterminadas, que com informação e apoioalcançaram a felicidade de se tornarem mães.Esses exemplos mostram que, como sugereo Dr. Daniel Benchimol, o conceito degravidez de alto risco pode, e talvez deva,ser substituído pelo conceito de gravidezresponsável. Afinal, com informação eresponsabilidade, todas nós portadoras deDiabetes ou não, temos chances de viver aindiscritível felicidade de nos tornarmosmães. Boa leitura à todas.Um abraço.

* Simone Agra é mãe de Isabella de 3 anose Pedro de 7 anos e diretora da DivisãoConsumer Healthcare

19 e 20 de maio de 2001

Atualização em Pé Diabético

III Encontro Multidisciplinar de Avaliação e

Tratamento do Pé Diabético

No Hospital do Servidor Público Municipal

de São Paulo, Anfiteatro “Dr. Argos Meirelles”,

rua Castro Alves, nº 60 (9º andar), Liberdade,

São Paulo. Organizado pela dra. Najla El

Halabi Almeida, com coordenação da dra.

Stella Pedrossian Vechiatti e apoio do Centro

de Estudos – Clínica Endocrinologia – HSPM

e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Tel./fax: (0xx11) 270-0914

31 de maio de 2001

45º aniversário da BD Brasil

O Centro BD de Educação em Diabetes

comemora com todos os colegas da companhia,

clientes e consumidores de produtos e serviços

os 45 anos da BD no Brasil. Fundada em Juiz

de Fora (MG) em 1956 a BD vem atuando para

ajudar as pessoas a viverem vidas mais saudáveis.

28 a 30 de junho de 2001

ENDORECIFE 2001

V Simpósio Internacional de Diabetes, VIII

Simpósio Internacional de Doenças Metabólicas

Ósseas e III Simpósio Regional de

Endocrinologia Pediátrica.

Organizado e promovido pela SBEM-PE.

Informações: ASSESSOR - Assessoria e

MarketingTel.: (0xx81) 3423-1300

7, 8 e 9 de julho de 2001

6º Congresso Brasileiro Multiprofissional em

Diabetes – Exposição Nacional de Produtos e

Alimentos para Diabéticos

Na Fundação Álvares Penteado, av. Liberdade,

532, São Paulo, SP.

Organizado e promovido pela Associação

Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD),

com o apoio da Federação Nacional de Associa-

ções de Diabéticos (FENAD). Informações na

secretaria do congresso: r. Eça de Queirós, 198,

Vila Mariana, São Paulo, SP, CEP 04011-031.

Tels./fax: (0xx11) 5572-6559, 5549-6704,

5572-7138, 5572-8495, 5572-8985

e 5572-7029.E-mail: [email protected]

Editorial

por SIMONE AGRA*

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Criança

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RNnewad - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

Indispensável paraa saúde humana

A G E N D A

emoçãoSER MÃE,

E

INDESCRITÍVEL!

Entrevista

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Atividade física

BD Bom Dia: Como prevenir problemasdurante a gravidez?Dr. Daniel Benchimol: A forma deprevenir é a gravidez programada, que euchamei de gravidez responsável. Doisaspectos devem ser considerados: o primeirorefere-se ao estado metabólico da mãe, queé o controle da glicemia; o segundo é aanálise do estado orgânico da mãe, isto é,a avaliação das conseqüências que o diabetesjá possa ter causado. Além da avaliação daretina (olhos), do coração, dos rins para sedetectar possíveis complicações do diabetesque podem piorar durante a gravidez,devemos também verificar as infecçõesurinárias que são comuns na mulher comdiabetes e que atrapalham muito a gravidez.Nas mulheres com diabetes tipo 2 quetomam medicação via oral, temos desubstituir os comprimidos por insulina,porque alguns comprimidos podem causarmalformação do feto. Também é importanteo acompanhamento por uma equipemultiprofissional, pois trata-se de umamulher que precisa de uma série deinformações e de cuidados especiais.

Quais são as estatísticas de perda dofeto em gestantes com diabetes?Quando a taxa média de glicose da mãeestá acima de 170, cerca de 24% dos fetosmorrem. Quando a glicemia está entre 100e 170, a média cai para 14% e quando émantida abaixo de 100 os óbitos intra-uterinos caem para 4%, ficando próximoaos 3% da população sem diabetes.Priscila White, uma das grandespesquisadoras do diabetes, classificou-o deacordo com o tempo em que a pessoa éportadora, pois esse fator pode determinaro grau de órgãos afetados. Assim, outrarecomendação importante é que, quandoa mulher já sabe que tem diabetes, ela deve

Até o descobrimento dainsulina em 1921, agravidez para uma

portadora de diabetesrepresentava um alto risco

de perda do feto e sériaameaça para a vida da mãe. Com a evolução dasdécadas, a contra-indicação para a portadora dediabetes de engravidar deu lugar ao conceito degravidez de alto risco. As taxas de complicação dagestante com diabetes reduziram-se, igualando-se àsdemais mulheres sem diabetes. Porém, a taxa decomplicação dos fetos e bebês ainda permaneceu umpouco elevada. Por isso, categorizou-se a gestação dasmulheres com diabetes como gravidez de alto risco. Odr. Daniel Benchimol, endocrinologista e diabetólogo,diretor do Centro Integrado de Diabetes do Rio deJaneiro - Dia Rio, observa que esta denominação trazum aspecto negativo porque a gravidez deve ser ummomento de prêmio para a vida de uma mulher.“Ninguém gosta de permanecer numa situação derisco”, diz o médico. Estar grávida “sob risco” significauma ameaça para o sucesso da gestação, o que colocaa mulher num estado de aflição. “Acredito que o termoadequado seria gestação responsável, pois isso significaa programação da gravidez. É uma postura válida nãosó para as gestantes com diabetes mas para todas asmulheres que pretendem engravidar”, explica.

gravidez é um período de intensastransformações físicas e emocionais.Todo o corpo da mãe se transforma

para que ela possa abrigar seu bebê, ali-mentá-lo e permitir o seu desenvolvimento,até a hora do nascimento. Toda gestantecom diabetes precisa ser liberada pelomédico para a atividade física. É necessáriotambém que ela passe por uma avaliaçãofísica com o fisioterapeuta, a fim de iden-tificar possíveis alterações de postura, dis-funções musculares, articulares e vascularesque impeçam determinados exercícios.

RECOMENDAÇÕES• É importante que a gestante com diabetes

inicie a atividade física só a partir dosegundo trimestre de gravidez. Isso porqueno primeiro trimestre ocorre maiorconsumo de glicose pelo bebê emformação, aumentando o risco dehipoglicemia durante os exercícios. Valeressaltar que os primeiros três meses degravidez correspondem ao período demaior risco de abortos espontâneos. Issovale para todas as gestantes, não importase tenham diabetes ou não.

• Recomenda-se ainda que antes de iniciaros exercícios, a própria gestante monitoresua glicemia. A gestante com hipoglicemia(glicose no sangue abaixo de 80mg/dl) ouhiperglicemia (acima de 250mg/dl) nãodeve praticar exercícios físicos.

• Os exercícios para a gestante devem serleves e moderados, pois o objetivo é obterum nível de esforço adequado a seu estado.São contra-indicados pesos ou movimentoscontra a ação da gravidade, ou seja,exercícios que aumentem muito o trabalhodo coração e que provoquem o excessode batimentos cardíacos.

• Atenção aos sinais de cansaço excessivo:respiração ofegante, sensação de tremornas pernas (fibrilação), dores intensas nosmúsculos e nas articulações durante ou

após o exercício. Neste caso interrompaos exercícios e procure orientaçãoprofissional.

• Os alongamentos e os exercícios livres sãoos mais indicados. Evite permanecer porlongos períodos de barriga para cima, poistal posição dificulta a respiração,principalmente no período final dagestação. A gestante não deve permanecerdeitada sobre o seu lado direito, pois nessaposição irá comprimir um vaso sangüíneoimportante do sistema circulatório eprovocar a diminuição do retorno venosopara o coração. Além disso, essa posiçãoprejudica o fluxo de sangue para aplacenta, o que pode ocasionar falta deoxigênio para o bebê.

• Na posição em pé, deve-se tomar cuidadocom exercícios que possam causardesequilíbrios ou quedas. Evite permanecerem pé por muito tempo, pois isso causainchaço nas pernas.

• Cada sessão de exercícios deverá durar,em média, 45 minutos. Os períodos ideaispara a prática de exercícios são entre ocafé da manhã e o almoço, ou entre olanche da tarde e o jantar.

• Evite a atividade física no pico de açãoda insulina, pois se os exercícios foremfeitos nesse momento a gestante corre umrisco bem maior de ter uma hipoglicemiadurante ou após praticá-los.

• Deve-se tomar cuidado com excesso deatividade física, pois pode provocarhipoglicemia. Caso isso ocorra, a gestantedeve interromper os exercícios epermanecer em repouso, numa posiçãoconfortável. Para controlar a hipoglicemia,é bom ter em mãos algum tipo de docepara ser ingerido e que seja de rápidaabsorção pelo organismo.

• Procure fazer exercícios em lugares bemarejados, bem iluminados e em superfíciesplanas. As roupas devem ser adequadas,inclusive à temperatura do ambiente.

• Beba bastante água, mesmo que não tenhahipoglicemia.

A gravidez representa um período único eímpar para a mulher. Por isso, é importantea gestante contar sempre com profissionaisdedicados e capacitados para ajudá-la aviver de forma mais proveitosa e intensaesse momento. Após o parto, a manutençãode um peso ideal é importante, tanto parao melhor controle do diabetes (principalmen-te as pacientes com diabetes do tipo 2),como para prevenir o reaparecimento naspacientes que apresentaram diabetesgestacional.

* Gláucia Aparecida dos Reis Moreno e ReginaSoeiro de Souza, fisioterapeutas da Casa daGestante de Alto Risco do Hospital MunicipalMaternidade Escola Dr Mario de MoraesAltenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

A

Exercícios ajudam a

Os alongamentos e os exercícios livres são os mais indicados

Por Gláucia Aparecida dos Reis Morenoe Regina Soeiro de Souza*

MAMÃE E O BEBÊ

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Entrevista

da gestante com diabetes

engravidar o mais cedo possível, por sermenor o risco de ter os órgãos atingidos.

O que é o diabetes gestacional?É aquele que ocorre durante a gravidez emmulheres que não tinham diabetes. Passadaa gravidez, a mulher poderá retornar aoestado de normalidade da glicemia, o queacontece com a maioria dos casos e issocaracteriza apenas o diabetes gestacional.Porém, há a possibilidade de ela vir a terdiabetes do tipo 1 ou do tipo 2.Quando a gestante apresenta o diabetesgestacional, é possível dosar osanticorpos contra o pâncreas, contraa insulina e contra uma substânciachamada GAD. Se esses anticorposestiverem presentes, é possível quea gravidez tenha precipitado osurgimento do diabetes tipo 1. Se elativer parentes próximos com diabetes,glicemia muito alta na gravidez, forobesa e estiver numa faixa etáriamais avançada, provavelmente elairá ter diabetes do tipo 2 após o partoou terá grande probabilidade dedesenvolvê-lo no futuro.

Quais são as mulheres com maior riscode desenvolver o diabetes gestacional?Os riscos são maiores na mulher que jáapresentou diabetes em outras gestações,já apresentou em algum momento umataxa alta de glicose que depois senormalizou, tem histórico familiar dediabetes, história de aborto espontâneo,morte intra-uterina ou neonatal, bebês quenasceram com mais de 4 quilos e de má-formação congênita. Muitas vezes, odiabetes se estabelece em mulheres que já

tiveram muitos filhos, ganharam muitopeso, se tornaram hipertensas e que tiverampré-eclâmpsia. Quanto mais fatores de riscoa mulher apresentar, maiores serão asprobabilidades de desenvolver diabetesgestacional.

Por que a maioria dos bebês de mãescom diabetes nascem grandes e algunspequenos?O nascimento de bebês grandes é muitocomum na mulher com diabetes que nãotem muitas complicações, mas cuja glicemia

é alta. Sabemos que depois do fator genéticodeterminante, a insulina é o maior fator decrescimento do feto. Se não houver um bomcontrole da taxa de açúcar da mãe, elapassará mais glicose para o feto e como elenão tem diabetes o seu pâncreas produzirámais insulina causando um maiorcrescimento. Por outro lado, se a gestanteapresenta problemas circulatórios, cardíacos,na retina ou nos rins, o seu sangue nãopassará adequadamente para a placenta eos nutrientes não chegam bem ao bebê, issoafetará o seu desenvolvimento e elepermanecerá pequeno.

Por que geralmente os bebês de mãescom diabetes nascem com hipoglicemia?Quando a gestante com diabetes passa porvárias situações de hiperglicemia (excessode açúcar no sangue), principalmente nofinal da gravidez, o pâncreas do bebê produzmais insulina para metabolizar essaquantidade maior de glicose que estárecebendo no útero materno. Ao nascer,essa criança fica com hiperinsulinemia(excesso de insulina no sangue) pois deixade receber glicose da mãe e tem excesso deinsulina circulante, conseqüentemente entra

em hipoglicemia (pouco açúcar nosangue) necessitando de cuidadosmédicos imediatos.

Sendo a mãe portadora dediabetes, o bebê poderá nascercom diabetes?Muitas mulheres fazem essa mesmapergunta. A resposta é não, a criançanão nasce com diabetes. No entanto,com o tempo, a possibilidade dessefilho desenvolver diabetes vaiaumentando principalmente após os

30 anos de idade, se for obeso e se houveroutros parentes com diabetes na família.

O aleitamento materno é recomendável?O aleitamento deve ser estimulado, tendoa mulher diabetes ou não, isso não influi.O que pode acontecer é se o bebê nasceuprematuro, talvez ele não consiga sugarbem. Um bebê que nasceu muito pequeno,ou um parto prematuro, ou tem umproblema respiratório, aí sim ele perde acapacidade adequada para ser amamentado.Porém não existe nenhum risco para a mãeou para o bebê em amamentá-lo.

A criança não nascecom diabetes mesmo

se a mãe forportadora da

disfunção

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Há 5 anos foi criado o Centro Integrado de Diabetes do Rio deJaneiro – Dia Rio com a proposta de desenvolverprogramas terapêuticos e educacionais para quem queralcançar e manter um estado metabólico estável,prevenindo e tratando as complicações do diabetes.A clínica possui uma equipe multiprofissional formadapor médicos de diferentes especialidades, enfermeiros,psicólogos, podólogos, nutricionistas e professores deeducação física. A Dia Rio possui estrutura laboratorial quepermite a realização de uma série de exames para um mini-checkup.

Com a avaliação dos exames a pessoa recebe no mesmo local umaatenção programada que inclui treinamento para atingirmelhores resultados no tratamento através de palestras,fitas de vídeos, apostilas e variado material educativo.A clínica tem ainda infraestrutura para palestras ecursos, além de uma cozinha experimental. O endereçodo Centro Integrado de Diabetes do Rio de Janeiro –Dia Rio é rua Francisco Sá, nº 23, Grupo 807,

Copacabana, Rio de Janeiro (RJ) CEP 22080-010. O telefoneda clínica é (0xx21) 521-5021 e o e-mail é [email protected]

DIA RIO TEM PROPOSTA INTEGRADA NO ATENDIMENTO

Psicologia

gravidez é uma fase de mudançasnos aspectos físico e emocional queafeta a mulher e suas relações. No

caso de uma gestação com diabetes, aansiedade tende a crescer. Surge o medo emrelação a sua própria saúde e à do bebê, comoo receio de ter um filho malformado ou deter complicações no parto. Além disso, anecessidade de um pré-natalespecializado ou de internaçõeshospitalares durante a gravidez,também podem ser fatores dedesequilíbrio emocional.As mulheres com diabetes quevinham utilizando medicação oralficam surpresas com a mudançapara aplicação de insulina, o quepode gerar dificuldades e medostanto de acertar a dosagem quantode se auto-aplicar. As grandesalterações nos valores da glicemiatambém as tornam mais ansiosas,por mais que elas se esforcem paraum bom controle.Para algumas mulheres, a gestaçãopode ser bastante positiva pormotivar o autocuidado e asuperação do diabetes. Para outras, o rótulo“gestante de alto risco” faz com que se sintamdiferentes das demais gestantes, levando auma diminuição de sua auto-estima. No caso

das querecebem o

diagnóstico de diabetes na gravidez,inicialmente há um impacto e uma descrença.Algumas mulheres negam ou minimizam ascomplicações, desacatam as recomendaçõesmédicas, pois pensam: “isto não pode estaracontecendo comigo”. Depois, surgemquestionamentos (“porque isto aconteceu justocomigo?”) e buscam culpados para o fato. É

freqüente surgirem sentimentos comoinsegurança, isolamento e raiva muitas vezesdirigidos à equipe de profissionais de saúde.Felizmente, o tempo em que transcorre umagestação, aliado a uma boa assistênciaprofissional e o carinho da família, podem

fazer com que a maioria reorganize seus planospara a gravidez e para a vida.

ACEITAÇÃO E AUTO-VALORIZAÇÃOParalelamente a tudo o que ocorre com agestante, a família também precisa serorientada e acolhida para tornar-se uma aliadaao tratamento. Em situações em que a gestante

não tem acesso a um tratamentocom especialistas, a ajuda e o carinhoda família são indispensáveis.O psicólogo tem como objetivo fazercom que a gestante tenha aceitaçãotanto da gravidez quanto de suadisfunção, aprendendo a lidar como diabetes, pois apesar disso implicarem algumas limitações, também podesignificar muitas potencialidades.Possivelmente ela irá descobrir sercapaz de cuidar de si mesma, nãose sentindo inferior às outras, pelocontrário, valorizando-se. É umaoportunidade para ela conhecer maissobre seu corpo, sobre ser mulhere aprender a se cuidar não apenaspensando no bebê, mas sim com ointuito de ser responsável por sua

própria saúde durante toda a vida.A gestante aprende a lidar com seu diabetes,aceitando-o e percebendo que pode conviverde um modo bastante positivo. A gravidezpode representar para a mulher um cresci-mento pessoal bastante significativo.

A

ASPECTOSpsicológicos

Rosely Abramowicz Goldstein e Maria Lucia Bom Ângelo - psicólogas da Casada Gestante de Alto Risco do Hospital Municipal Maternidade Escola Dr Mariode Moraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

Este é o site do Centro BD de Educação em Diabetes.Informações, dicas, produtos

e uma seção de joguinhos daTurma da Pracinha para a criançada

EXPERIÊNCIA

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Gente

er mãe era uma idéia que a pediatraLuciane Campos Bragança nutria commuito entusiasmo e alguma

insegurança por ter diabetes tipo 1 desdeos 15 anos de idade. Na época que prestouresidência médica na Universidade GamaFilho, no Rio de Janeiro, ela cuidou demuitos recém-nascidos com algum tipo deproblema decorrente da gestação com níveisde glicemia alterados. De certa maneira, oseu trabalho contribuiu para adquirir maisconhecimentos sobre gestação em mulherescom diabetes. Mas também lhe causou maiorpreocupação de engravidar.Depois que se casou com Adriano Valle dosSantos, no final de 1997, a dra. Lucianepassou a considerar a possibilidade de terum filho com maior determinação esegurança, principalmente quando iniciou

o seu tratamento para uma gestaçãoprogramada com o endocrinologista dr.Daniel Benchimol. “Durante minha gravidezcontei com o apoio de meu marido em todosos momentos, especialmente naqueles emque tive sérias crises de vômito ehipoglicemia. Tive ainda a felicidade de seracompanhada por um médico que é umamigo, pois além de me orientar, o dr.Benchimol também participou para que eusuperasse a ansiedade”, reconhece.A dra. Luciane conta que sentia muita fomedurante a gestação, porém sempre esteveconsciente da importância de controlarmuito bem o peso para prevenircomplicações no parto e no pós-parto.Seguindo um programa alimentar planejadopor uma nutricionista, com um cardápioequilibrado e horários definidos para as

refeições, ela teve um aumento de peso deapenas 7 quilos.João Gabriel nasceu com 3 quilos e 835gramas no dia 4 de março de 1999, numacesariana. É um menino forte, bonito e alegre.“Quando recebi meu filho nos braços pelaprimeira vez, comprovei que alguém quetenha diabetes é capaz de fazer tudo, comoqualquer pessoa”, diz. A dra. Luciane querter mais uma criança e sabe que para issodeve se cuidar bem. Ela garante que aprendeumuito com o diabetes nos meses de gestação.“O diabetes não impede nenhuma mulherde viver a alegria de ser mãe. Bastaconviver numa relação de parceria com odiabetes, mantendo a glicemia sempredentro dos valores adequados, por maiorque seja a dificuldade para conseguir isso”,afirma.

inigualávelS

Luciane Campos Bragança comJoão Gabriel no colo e omarido Adriano: “diabetes nãoimpede nenhuma mulher deviver a alegria de ser mãe”.

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Entrevista

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Receita

Entrevista com a dra. Maria Regina Torloni - médicaobstetra encarregada da Casa da Gestante de Alto Riscodo Hospital Municipal Maternidade Escola Dr Mario deMoraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

Modo de preparo dos canelonesCorte as berinjelas em fatias compridas com cerca de 0,5 cm de largura. Tempere-as comum pouco de sal e reserve numa peneira grande para verter a água por duas horas. Emseguida cozinhe individualmente durante 2 minutos cada fatia de berinjela em águapreviamente fervida. Ponha as fatias de berinjela fervidas para escorrer bem.Uma a uma, abra as fatias de berinjela colocando um fatia de provolone dobrada emforma de meia-lua. Acrescente por cima uma colher de sobremesa de ricota temperada.Enrole e coloque os canelones numa travessa de pirex untada com um pouco de margarina.

Preparando o molho brancoDissolva bem a farinha e o sal no leite frio e leve esta

mistura ao fogo quente até adquirir consistênciacremosa. Abaixe o fogo e acrescente a

margarina e o requeijão, sempre mexendobem.

Coloque o molho branco sobre oscanelones de berinjela e espalheo queijo parmesão ralado porcima. Leve ao forno pré-aquecidoe mantenha em fogo médio

durante 20 a 30 minutos,dependendo do ponto do gratinado.

Rendimento: 10 porções. Cada porçãocom 160 calorias e 9 de carboidrato.

CANELONE DE BERINJELAIngredientes

• 500 gramas de berinjela (duas berinjelasgrandes e maduras)

• 150 gramas de provolone fatiado (nãomuito fino)

• 120 gramas de ricota temperada (comsalsinha, cebola e alho picados e umapitada de sal)

• 1/2 litro de leite desnatado• 2 colheres de margarina light• 1/2 copo de requeijão light• 2 colheres de farinha de

trigo• 2 colheres

de sopa dequeijoparmesãoralado

“Só uma mulher sabe o quanto é maravilhoso e divino poder gerarum ser humano. Deus nos concedeu este privilégio.Quero ver a minha filha Beatriz se desenvolver em toda a sua plenitudede mulher. Então vou a médico pelo menos uma vez ao mês e sigotodas as suas recomendações, faço meus exercícios físicos todos osdias e me alimento com comidas saudáveis.Tenho que cuidar bem de minha saúde porque a vida de minha filhadepende de mim e eu dependo dela. Assim como eu tento mostrar-lheo que conheci na vida, aprendi muito com Beatriz. Ela me ensinou ater paciência e a ser uma pessoa mais justa. Por isso somos duasgrandes amigas, nos amamos muito e na mesma medida.”

PRIVILÉGIO DE MULHER

Ester Garcia Purcet Costa, portadora de diabetes tipo 2 há 20 anos,mãe de Beatriz. Ela é a autora da receita desta página. Se você quisersaber mais sobre seus pratos ligue (0xx11) 4178-1511.

BD Bom Dia: Qual a importância dopré-natal para uma gestação saudável?Dra. Maria Regina Torloni: Pré-natal éo nome dado àquelas consultas e examesque toda gestante deve fazer durante agravidez. O objetivo do pré-natal é acom-panhar a saúde da mãe e o desenvolvimentodo bebê durante este período. As gestantescom diabetes devem ter consultas e realizarexames com mais freqüência que as demais.É importante manter a glicemia bemcontrolada durante toda a gravidez. Muitosproblemas poderiam ser evitados se todasas gestantes fizessem o pré-natal e tivessemacesso a um tratamento com uma equipemultiprofissional.

Quais são os riscos na gravidez para amulher com diabetes tipo 1, tipo 2 egestacional?A gravidez provoca grandes mudançashormonais no corpo da mulher, o quedificulta o controle do diabetes. Nosprimeiros meses, os enjôos e vômitos podemlevar a episódios de hipoglicemia, às vezesgraves com desmaios e convulsões. Do 4ºaté o 6º mês, geralmente a gestante nãoapresenta problemas. Já a partir do 6º ao7º mês, a placenta começa a produzirgrandes quantidades de hormônios queaumentam a glicemia, portanto é necessárioacompanhamento médico rigoroso pararealizar ajustes no tratamento, como porexemplo o aumento das doses de insulina.

Sem esses ajustes, nessa fase é perigosoocorrer a cetoacidose (vômitos, desidrataçãoou coma) trazendo prejuízo para a mãe eriscos para o bebê.

Tomar insulina pode prejudicar o bebê?Não, a insulina é um hormônio naturalperfeitamente seguro para o feto. O queprejudica o bebê é o excesso de glicose. Ainsulina circula apenas no sangue da mãe,não chegando ao sangue do feto. Isso porquea insulina é “grande” demais para passarpela placenta. A placenta é como umapeneira com furos bem estreitos que sópermitem a entrada de partículas pequenas.A glicose é uma dessas partículas minúsculase ela passa livremente da mãe para o feto.

Quais os riscos para o bebê quando amãe tem diabetes?Tudo depende do controle da glicemia damãe. O ideal é que a glicemia em jejumfique entre 80–100 mg/dl e nos outroshorários até 120 mg/dl. As mulheres queengravidam com a glicemia bem controladae mantêm esses valores até o fim geralmenteterão crianças saudáveis e normais.Infelizmente, aquelas que engravidam comhiperglicemia têm maior risco de ter abortosespontâneos ou fetos com malformações(no coração, cérebro, coluna e nos membrosinferiores). O excesso de glicose na segundametade da gravidez provoca o acúmulo delíquido amniótico, crescimento fetalexcessivo e atraso no amadurecimento devários órgãos. Os bebês de mães com

diabetes descompensado geralmente nascemgordos (mais de 4 kg), porém com váriosproblemas. Muitos têm problemasrespiratórios e precisam de oxigênio devidoà imaturidade dos pulmões. Outros têmicterícia (ficam amarelos) porque o fígadoainda não funciona direito e precisam fazerfototerapia (tomar banho de luz) durantevários dias. Outra complicação bastantefreqüente neles é a hipoglicemia nasprimeiras horas de vida. Por todos essesmotivos esses bebês precisam de cuidadosespeciais nos primeiros dias de vida, às vezesaté de UTI. Infelizmente, em decorrência dodescontrole do diabetes, alguns não resistem.Por isso, é muito importante o bom controleglicêmico.

Qual o tipo de parto mais indicado?Sempre que possível o parto deverá sernormal, porque apresenta menores riscospara a mãe (infecção ou anestesia) e facilitaa respiração do bebê (seus pulmões sãocomprimidos e expulsam o excesso delíquido). Porém em alguns casos, poderáser melhor uma cesárea (falta de dilatação,antecedente de cesárea, peso fetal excessivoou posição inadequada). Vários fatoresindividuais serão analisados pelo obstetrano final da gravidez para decidir qual omelhor parto para cada gestante.Futura mamãe: participe ativamente docontrole do seu diabetes, assuma um papelativo, faça o seu melhor, esforce-se e caprichepara que tudo dê certo.

Nutrição

plano alimentar para a gestante comdiabetes deve ser individual e persona-lizado, de acordo com idade, peso, altura

e atividade física, garantindo um ganho de pesode 9 a 12 kg em média. A alimentação precisafornecer nutrientes em qualidade e quantidadepara atender as necessidades da gestante assimcomo as do feto em crescimento.” São orienta-ções de Rosely Roque de Lima, nutricionistaclínica responsável pela Casa da Gestante de AltoRisco do Hospital Municipal Maternidade EscolaDr. Mário de Moraes Altenfelder Silva e integrantedo Grupo de Estudos de Nutrição em Diabetes(GEND). Neste artigo ela dá outras recomen-dações para a boa alimentação da futura mãe.

DICAS SAUDÁVEIS PARA GESTANTE• A alimentação deve ser fracionada em 6

refeições: desjejum, lanche da manhã, almoço,lanche da tarde, jantar e ceia. As gestantescom diabetes tipo 1 podem necessitar de umlanche noturno extra.

• O mel, o açúcar (comum, mascavo ou cristal)e derivados devem ser substituídos poradoçantes, de preferência à base de aspartameou sucralose. Os produtos do tipo “diet” ou

“light” podem ser consumidos somente comorientação do nutricionista.

• É necessário excluir o consumo de doces emgeral. O consumo de produtos industrializadosdeve ser controlado, sendo que o hábito daleitura dos rótulos é essencial. Além do açúcar,os ingredientes contra-indicados são: glicose,dextrose, sacarose, glucose, frutose e maltose.

• Recomenda-se o consumo de preparaçõesgrelhadas, assadas, cozidas ou refogadas como mínimo de óleo possível.

• O consumo de alimentos ricos em fibras éimprescindível, tais como frutas (consumidascom cascas e bagaços, sempre que possível),vegetais (principalmente folhosos) e cereaisintegrais.

• As bebidas alcoólicas devem ser excluídas atéo término do período de amamentação.

• A maioria das gestantes com diabetes necessitade aplicações de insulina e precisa saber lidarcom a hipoglicemia (queda acentuada daglicose no sangue), evitando o jejumprolongado, erro na dosagem de insulina,exercício físico exagerado, atenção quanto adiarréia e vômitos. O tratamento imediato éconsumo de algum alimento com açúcar e/ou

atendimento médico imediato.Após o parto, a manutenção de um peso idealé importante, tanto para o melhor controle dodiabetes (principalmente as pacientes comdiabetes do tipo 2), como para prevenir oreaparecimento nas pacientes que apresentaramdiabetes gestacional.

A alimentação

Amamentação beneficiacontrole da glicemia

Alguns autores afirmam que as mulheres comdiabetes que amamentam conseguem ummelhor controle glicêmico quando comparadocom mulheres diabéticas que não amamentam.Recomenda-se que a lactante (mulher queamamenta) com diabetes que obteve um ganhode peso normal durante a gestação, mantenhaa dieta prescrita anteriormente, com oacréscimo de duas ou três frutas cítricas pordia, um ou dois copos de leite (200 ml cada)e aumente as porções de vegetais folhosos.Os líquidos, principalmente água, devem sertomados em abundância para a reposição daágua secretada no leite. (RRL)

“O

Praticidade Prevenindo infecçõescom BD Alcohol Swabs

Prático e econômico, BD Alcohol Swabs é umproduto que o portador de diabetes pode utilizarpara evitar infecções nas aplicações de insulina etambém na coleta da gota de sangue para teste

de glicemia capilar.

ma série de precauções antes,durante e após a aplicação deinjeções podem ser tomadas para a

prevenção de infecções como lavagem dasmãos antes da aplicação, anti-sepsia corretada pele e por fim a técnica correta de preparoe administração de insulina.

BD Alcohol Swabs é uma pequenacompressa embebida em álcool isopropílico,embalada em sachês individuais.

Ele é indicado na anti-sepsia da pele antesda aplicação e também antes de lancetar odedo para as coletas de sangue usado noteste de glicemia capilar.BD Alcohol Swabs também deve ser usadona borracha do frasco antes de introduzira agulha para aspirar a insulina, a fim deprevenir a contaminação.

da gestante com diabetesRosely Roque de Lima

e-mail: [email protected]

U

10

SONHO REALIZADONo final do ano passado, após perceberque estava engordando, embora já fosseobesa, e apresentar sangramento vaginal,Maria José Vieira da Purificação Henrique(35 anos de idade) e seu marido CarlosAlberto Henrique resolveram procurar umaginecologista. “Estava grávida e comdiabetes“ comenta. Devido ao fato de játer sofrido dois abortos espontâneos, serhipertensa, ter mãe e irmã com diabetes,Maria José estava ciente da importânciade manter-se internada. Mãe de doismeninos já havia sido internadadurante a gravidez de Airam(de 10 anos) e Nathan (4anos).No dia 16 de marçopassado, com quase 38quilos a mais, Maria Joséfoi encaminhada àcirurgia cesariana pararealizar seu sonho:

nascia Jemima Vitória, com 3 quilos e 850gramas. Depois de receber alta hospitalarMaria José precisou aguardar alguns diaspara levar sua filha, que permaneceuinternada sob cuidados intensivos. Hoje,feliz ao lado de toda a família sabe quedeve perder peso e continuar seguindotodas as orientações dos profissionais paramanter sua glicemia estável e prevenir ascomplicações do diabetes, assim como seguir

as orientações do pediatra paragarantir que Jemima

cresça saudável.

SUPERAÇÃODiagnosticadacom diabetes tipo1 aos 17 anos,Roseli dos SantosLima (25 anos de

idade) e seu marido, Willians, resolveramprocurar orientação médica, pois o casalqueira muito ter um filho. Como ela já haviatido um aborto espontâneo, a endocrinolo-gista Marilza Cristina Legrazie Izabella,recomendou a Roseli que fosse encaminhadaà internação. Sua gestação foi difícil devidoàs fortes crises de hipoglicemia e Roseli teveque permanecer internadapraticamente toda agestação. “Felizmente, otratamento que recebi daequipe da Casa daGestante foi que salvou

a minha vida e a do bebê”, conta. No dia18 de dezembro de 1996, no oitavo mês degestação, Roseli foi para cesárea e deu à luza pequena Letícia, que nasceu com 3 quilose 150 gramas.Já a sua segunda gravidez foi inesperada eembora Roseli tivesse experiência, haviaoutro problema: ela não poderia cuidar deLetícia enquanto permanecia internada.Contudo, a jovem mãe superou asadversidades com coragem e determinação.No dia 1 de junho de 2000, nasceuThainá com 3 quilos e 250gramas, também de partocesariano. O aspecto favorávelem ambas as gestações foi queRoseli teve um ganho deapenas 8 quilos. Como ocasal não pretende maister filhos, Roseli optoupela laqueadura.

FAMÍLIAGRÁVIDA

Diagnosticada aos14 anos, com algunsfamiliares tambémportadores de diabetes,a grande dificuldade deRoselene Fabiane deAlmeida (20 anos deidade) nos primeiros anosde convívio com o diabetestipo 1, foi manter aglicemia dentro de parâmetrosrecomendados. Em sua primeira gravidez,com 19 anos, ocorreu um aborto. Comoela e o marido, Ecildo, queriam muito terum bebê, foram procurar um especialistaque fez modificações e introduziu notratamento a insulina R. Foi assim quefinalmente conseguiu controlar sua glicemiae pode programar sua gestação. Roselenelembra que todo mundo da sua família

98

parecia ter engravidado junto com ela. “Noperíodo em que fiquei internada, sempretinha gente me visitando: meus pais e outraspessoas da família, meu marido, amigos.Fui bastante paparicada por todos”. Poroutro lado, ela diz também que jamaisesquecerá do carinho com que foi tratadapela equipe da Casa da Gestante. Seu filho,Vitor Guilherme, nasceu no dia 20 denovembro de 2000, com 2 quilos e 940gramas, na 37ª semana de gestação.

UM BEBÊ PARA MUITASREALIZAÇÕES

Muitas vezes Magali NascimentoBittencourt (27 anos de idade) teve queouvir recomendações do tipo: “nãoengravide, não esqueça que você tem

diabetes”. Por isso, não acreditava que umdia poderia ser mãe. Até que aconteceu:ela está em sua primeira gestação e o ultra-som revelou que o neném é uma menina.Com diabetes tipo 1 desde os 9 anos,Magali faz auto-aplicação de insulina NPHdesde muito cedo e não foi difícil após agravidez também usar insulina regular eaumentar o número de aplicações. Magaliprecisou ficar internada nos primeiros 20dias de gravidez e garante que oatendimento é excelente, mas não dá paradeixar de sentir falta de casa. “Eu tinhamuita saudade da família, do meu noivoMarco Antonio Silva, dos amigos, até demeu cachorrinho”, conta. Magali foiliberada no emprego (ela trabalha na áreade saúde) e trancou sua vaga no curso de

Enfermagem. Quando a reportagemde BD Bom Dia conversou comMagali, ela estava na 23ªsemana de gravidez, com 10quilos além do seu pesonormal e tudo corriamuito bem. “Não vejoa hora de ter o meubebê, pois eu sinto quea minha filha vai medar muita forçapara eu alcançarmeusobjetivos”,acredita.

Conheça quatro exemplos de mães determinadas, que passaram parte dagravidez na Casa da Gestante de Alto Risco do Hospital Municipal Maternidade

Escola Dr Mario de Moraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha.

A Casa da Gestante de Alto Risco Dia é do Hospital MunicipalMaternidade Escola Mário de Moraes Altenfelder Silva – VilaNova Cachoeirinha, é especializada no atendimento a gestantesque necessitam de cuidados especiais e, para tanto, conta coma dedicação de uma equipe multiprofissional composta pormédicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, nutricionistas,fisioterapeutas, psicólogos e assistente social.Segundo o diretor geral da instituição, o médico gineco-obstetraJosé Carlos Riechelmann, as mulheres que necessitam de cuidadosespeciais detectadas no exame de pré-natal feito no hospital, sãoimediatamente encaminhadas à Casa da Gestante de Alto Riscopara triagem que é feita pela enfermeira. “Muitas mulhereschegam descompensadas com hiperglicemia e entre essas nãosão poucos os casos de gestantes que não sabem que têm diabetes”,observa o dr. Riechelmann.Visitas liberadas - segundo a enfermeira responsável peloserviço, Mirtes Freddo, a média de internação das gestantes comdiabetes é de duas a três semanas. “A primeira internação ésempre a mais prolongada devido à dificuldade inicial de seatingir a normalização das taxas de glicemia”, explica a enfermeira.Uma vez obtido o controle ideal, a gestante recebe alta, éencaminhada aos exames periódicos do pré-natal e retorna paraa internação somente na 34ª ou 36ª semana de gestação.“Quando internada, a gestante tem à disposição um refeitório

(para não ter que fazer suas refeições no leito), uma ampla salapara leituras, tv, jogos, trabalhos manuais, sessões de fisioterapiae acompanhamento psicológico, entre outras atividades”, dizMirtes. Outro diferencial é que as visitas são liberadas diariamenteem dois horários, inclusive para as crianças, pois muitas gestantesinternadas já possuem filhos.Educação para o autocuidado - apesar das dificuldades emensinar a auto-aplicação de insulina para as grávidas com diabetesgestacional ou tipo 2 que utilizavam medicação oral, Mirtesgarante que os resultados são muito positivos. “A gestante acabaaprendendo a fazer a aplicação, pois reconhece que a insulinaé benéfica para ela e que a vida do bebê depende disso”, afirma.A enfermeira salienta que orientações para a paciente aprendera fazer a auto-aplicação são dadas de forma individual. “Quandose tem acesso às seringas de insulina comagulha BD Ultra Fine fica mais fácil aorientação e a adesão ao tratamento. Alémdisso, cada gestante com diabetes possui seuspróprios frascos de insulina R e NPH,fornecidos pela instituição”, observa.

SERVIÇO ESPECIALIZADO PARA GESTANTES COM DIABETES

O processo de educação, orientação e conscienti-zação sobre a importância do autocuidado envolveum trabalho integrado da equipe multiprofissional

que na maioria das vezes tem sucesso.

Roseli, Thaináe Letícia

Magali vive suaprimeiragestação

Reportagem

Roselene e VitorGuilherme.

Maria José esua família

SONHO REALIZADONo final do ano passado, após perceberque estava engordando, embora já fosseobesa, e apresentar sangramento vaginal,Maria José Vieira da Purificação Henrique(35 anos de idade) e seu marido CarlosAlberto Henrique resolveram procurar umaginecologista. “Estava grávida e comdiabetes“ comenta. Devido ao fato de játer sofrido dois abortos espontâneos, serhipertensa, ter mãe e irmã com diabetes,Maria José estava ciente da importânciade manter-se internada. Mãe de doismeninos já havia sido internadadurante a gravidez de Airam(de 10 anos) e Nathan (4anos).No dia 16 de marçopassado, com quase 38quilos a mais, Maria Joséfoi encaminhada àcirurgia cesariana pararealizar seu sonho:

nascia Jemima Vitória, com 3 quilos e 850gramas. Depois de receber alta hospitalarMaria José precisou aguardar alguns diaspara levar sua filha, que permaneceuinternada sob cuidados intensivos. Hoje,feliz ao lado de toda a família sabe quedeve perder peso e continuar seguindotodas as orientações dos profissionais paramanter sua glicemia estável e prevenir ascomplicações do diabetes, assim como seguir

as orientações do pediatra paragarantir que Jemima

cresça saudável.

SUPERAÇÃODiagnosticadacom diabetes tipo1 aos 17 anos,Roseli dos SantosLima (25 anos de

idade) e seu marido, Willians, resolveramprocurar orientação médica, pois o casalqueira muito ter um filho. Como ela já haviatido um aborto espontâneo, a endocrinolo-gista Marilza Cristina Legrazie Izabella,recomendou a Roseli que fosse encaminhadaà internação. Sua gestação foi difícil devidoàs fortes crises de hipoglicemia e Roseli teveque permanecer internadapraticamente toda agestação. “Felizmente, otratamento que recebi daequipe da Casa daGestante foi que salvou

a minha vida e a do bebê”, conta. No dia18 de dezembro de 1996, no oitavo mês degestação, Roseli foi para cesárea e deu à luza pequena Letícia, que nasceu com 3 quilose 150 gramas.Já a sua segunda gravidez foi inesperada eembora Roseli tivesse experiência, haviaoutro problema: ela não poderia cuidar deLetícia enquanto permanecia internada.Contudo, a jovem mãe superou asadversidades com coragem e determinação.No dia 1 de junho de 2000, nasceuThainá com 3 quilos e 250gramas, também de partocesariano. O aspecto favorávelem ambas as gestações foi queRoseli teve um ganho deapenas 8 quilos. Como ocasal não pretende maister filhos, Roseli optoupela laqueadura.

FAMÍLIAGRÁVIDA

Diagnosticada aos14 anos, com algunsfamiliares tambémportadores de diabetes,a grande dificuldade deRoselene Fabiane deAlmeida (20 anos deidade) nos primeiros anosde convívio com o diabetestipo 1, foi manter aglicemia dentro de parâmetrosrecomendados. Em sua primeira gravidez,com 19 anos, ocorreu um aborto. Comoela e o marido, Ecildo, queriam muito terum bebê, foram procurar um especialistaque fez modificações e introduziu notratamento a insulina R. Foi assim quefinalmente conseguiu controlar sua glicemiae pode programar sua gestação. Roselenelembra que todo mundo da sua família

98

parecia ter engravidado junto com ela. “Noperíodo em que fiquei internada, sempretinha gente me visitando: meus pais e outraspessoas da família, meu marido, amigos.Fui bastante paparicada por todos”. Poroutro lado, ela diz também que jamaisesquecerá do carinho com que foi tratadapela equipe da Casa da Gestante. Seu filho,Vitor Guilherme, nasceu no dia 20 denovembro de 2000, com 2 quilos e 940gramas, na 37ª semana de gestação.

UM BEBÊ PARA MUITASREALIZAÇÕES

Muitas vezes Magali NascimentoBittencourt (27 anos de idade) teve queouvir recomendações do tipo: “nãoengravide, não esqueça que você tem

diabetes”. Por isso, não acreditava que umdia poderia ser mãe. Até que aconteceu:ela está em sua primeira gestação e o ultra-som revelou que o neném é uma menina.Com diabetes tipo 1 desde os 9 anos,Magali faz auto-aplicação de insulina NPHdesde muito cedo e não foi difícil após agravidez também usar insulina regular eaumentar o número de aplicações. Magaliprecisou ficar internada nos primeiros 20dias de gravidez e garante que oatendimento é excelente, mas não dá paradeixar de sentir falta de casa. “Eu tinhamuita saudade da família, do meu noivoMarco Antonio Silva, dos amigos, até demeu cachorrinho”, conta. Magali foiliberada no emprego (ela trabalha na áreade saúde) e trancou sua vaga no curso de

Enfermagem. Quando a reportagemde BD Bom Dia conversou comMagali, ela estava na 23ªsemana de gravidez, com 10quilos além do seu pesonormal e tudo corriamuito bem. “Não vejoa hora de ter o meubebê, pois eu sinto quea minha filha vai medar muita forçapara eu alcançarmeusobjetivos”,acredita.

Conheça quatro exemplos de mães determinadas, que passaram parte dagravidez na Casa da Gestante de Alto Risco do Hospital Municipal Maternidade

Escola Dr Mario de Moraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha.

A Casa da Gestante de Alto Risco Dia é do Hospital MunicipalMaternidade Escola Mário de Moraes Altenfelder Silva – VilaNova Cachoeirinha, é especializada no atendimento a gestantesque necessitam de cuidados especiais e, para tanto, conta coma dedicação de uma equipe multiprofissional composta pormédicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, nutricionistas,fisioterapeutas, psicólogos e assistente social.Segundo o diretor geral da instituição, o médico gineco-obstetraJosé Carlos Riechelmann, as mulheres que necessitam de cuidadosespeciais detectadas no exame de pré-natal feito no hospital, sãoimediatamente encaminhadas à Casa da Gestante de Alto Riscopara triagem que é feita pela enfermeira. “Muitas mulhereschegam descompensadas com hiperglicemia e entre essas nãosão poucos os casos de gestantes que não sabem que têm diabetes”,observa o dr. Riechelmann.Visitas liberadas - segundo a enfermeira responsável peloserviço, Mirtes Freddo, a média de internação das gestantes comdiabetes é de duas a três semanas. “A primeira internação ésempre a mais prolongada devido à dificuldade inicial de seatingir a normalização das taxas de glicemia”, explica a enfermeira.Uma vez obtido o controle ideal, a gestante recebe alta, éencaminhada aos exames periódicos do pré-natal e retorna paraa internação somente na 34ª ou 36ª semana de gestação.“Quando internada, a gestante tem à disposição um refeitório

(para não ter que fazer suas refeições no leito), uma ampla salapara leituras, tv, jogos, trabalhos manuais, sessões de fisioterapiae acompanhamento psicológico, entre outras atividades”, dizMirtes. Outro diferencial é que as visitas são liberadas diariamenteem dois horários, inclusive para as crianças, pois muitas gestantesinternadas já possuem filhos.Educação para o autocuidado - apesar das dificuldades emensinar a auto-aplicação de insulina para as grávidas com diabetesgestacional ou tipo 2 que utilizavam medicação oral, Mirtesgarante que os resultados são muito positivos. “A gestante acabaaprendendo a fazer a aplicação, pois reconhece que a insulinaé benéfica para ela e que a vida do bebê depende disso”, afirma.A enfermeira salienta que orientações para a paciente aprendera fazer a auto-aplicação são dadas de forma individual. “Quandose tem acesso às seringas de insulina comagulha BD Ultra Fine fica mais fácil aorientação e a adesão ao tratamento. Alémdisso, cada gestante com diabetes possui seuspróprios frascos de insulina R e NPH,fornecidos pela instituição”, observa.

SERVIÇO ESPECIALIZADO PARA GESTANTES COM DIABETES

O processo de educação, orientação e conscienti-zação sobre a importância do autocuidado envolveum trabalho integrado da equipe multiprofissional

que na maioria das vezes tem sucesso.

Roseli, Thaináe Letícia

Magali vive suaprimeiragestação

Reportagem

Roselene e VitorGuilherme.

Maria José esua família

Nutrição

plano alimentar para a gestante comdiabetes deve ser individual e persona-lizado, de acordo com idade, peso, altura

e atividade física, garantindo um ganho de pesode 9 a 12 kg em média. A alimentação precisafornecer nutrientes em qualidade e quantidadepara atender as necessidades da gestante assimcomo as do feto em crescimento.” São orienta-ções de Rosely Roque de Lima, nutricionistaclínica responsável pela Casa da Gestante de AltoRisco do Hospital Municipal Maternidade EscolaDr. Mário de Moraes Altenfelder Silva e integrantedo Grupo de Estudos de Nutrição em Diabetes(GEND). Neste artigo ela dá outras recomen-dações para a boa alimentação da futura mãe.

DICAS SAUDÁVEIS PARA GESTANTE• A alimentação deve ser fracionada em 6

refeições: desjejum, lanche da manhã, almoço,lanche da tarde, jantar e ceia. As gestantescom diabetes tipo 1 podem necessitar de umlanche noturno extra.

• O mel, o açúcar (comum, mascavo ou cristal)e derivados devem ser substituídos poradoçantes, de preferência à base de aspartameou sucralose. Os produtos do tipo “diet” ou

“light” podem ser consumidos somente comorientação do nutricionista.

• É necessário excluir o consumo de doces emgeral. O consumo de produtos industrializadosdeve ser controlado, sendo que o hábito daleitura dos rótulos é essencial. Além do açúcar,os ingredientes contra-indicados são: glicose,dextrose, sacarose, glucose, frutose e maltose.

• Recomenda-se o consumo de preparaçõesgrelhadas, assadas, cozidas ou refogadas como mínimo de óleo possível.

• O consumo de alimentos ricos em fibras éimprescindível, tais como frutas (consumidascom cascas e bagaços, sempre que possível),vegetais (principalmente folhosos) e cereaisintegrais.

• As bebidas alcoólicas devem ser excluídas atéo término do período de amamentação.

• A maioria das gestantes com diabetes necessitade aplicações de insulina e precisa saber lidarcom a hipoglicemia (queda acentuada daglicose no sangue), evitando o jejumprolongado, erro na dosagem de insulina,exercício físico exagerado, atenção quanto adiarréia e vômitos. O tratamento imediato éconsumo de algum alimento com açúcar e/ou

atendimento médico imediato.Após o parto, a manutenção de um peso idealé importante, tanto para o melhor controle dodiabetes (principalmente as pacientes comdiabetes do tipo 2), como para prevenir oreaparecimento nas pacientes que apresentaramdiabetes gestacional.

A alimentação

Amamentação beneficiacontrole da glicemia

Alguns autores afirmam que as mulheres comdiabetes que amamentam conseguem ummelhor controle glicêmico quando comparadocom mulheres diabéticas que não amamentam.Recomenda-se que a lactante (mulher queamamenta) com diabetes que obteve um ganhode peso normal durante a gestação, mantenhaa dieta prescrita anteriormente, com oacréscimo de duas ou três frutas cítricas pordia, um ou dois copos de leite (200 ml cada)e aumente as porções de vegetais folhosos.Os líquidos, principalmente água, devem sertomados em abundância para a reposição daágua secretada no leite. (RRL)

“O

Praticidade Prevenindo infecçõescom BD Alcohol Swabs

Prático e econômico, BD Alcohol Swabs é umproduto que o portador de diabetes pode utilizarpara evitar infecções nas aplicações de insulina etambém na coleta da gota de sangue para teste

de glicemia capilar.

ma série de precauções antes,durante e após a aplicação deinjeções podem ser tomadas para a

prevenção de infecções como lavagem dasmãos antes da aplicação, anti-sepsia corretada pele e por fim a técnica correta de preparoe administração de insulina.

BD Alcohol Swabs é uma pequenacompressa embebida em álcool isopropílico,embalada em sachês individuais.

Ele é indicado na anti-sepsia da pele antesda aplicação e também antes de lancetar odedo para as coletas de sangue usado noteste de glicemia capilar.BD Alcohol Swabs também deve ser usadona borracha do frasco antes de introduzira agulha para aspirar a insulina, a fim deprevenir a contaminação.

da gestante com diabetesRosely Roque de Lima

e-mail: [email protected]

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Entrevista

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Receita

Entrevista com a dra. Maria Regina Torloni - médicaobstetra encarregada da Casa da Gestante de Alto Riscodo Hospital Municipal Maternidade Escola Dr Mario deMoraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

Modo de preparo dos canelonesCorte as berinjelas em fatias compridas com cerca de 0,5 cm de largura. Tempere-as comum pouco de sal e reserve numa peneira grande para verter a água por duas horas. Emseguida cozinhe individualmente durante 2 minutos cada fatia de berinjela em águapreviamente fervida. Ponha as fatias de berinjela fervidas para escorrer bem.Uma a uma, abra as fatias de berinjela colocando um fatia de provolone dobrada emforma de meia-lua. Acrescente por cima uma colher de sobremesa de ricota temperada.Enrole e coloque os canelones numa travessa de pirex untada com um pouco de margarina.

Preparando o molho brancoDissolva bem a farinha e o sal no leite frio e leve esta

mistura ao fogo quente até adquirir consistênciacremosa. Abaixe o fogo e acrescente a

margarina e o requeijão, sempre mexendobem.

Coloque o molho branco sobre oscanelones de berinjela e espalheo queijo parmesão ralado porcima. Leve ao forno pré-aquecidoe mantenha em fogo médio

durante 20 a 30 minutos,dependendo do ponto do gratinado.

Rendimento: 10 porções. Cada porçãocom 160 calorias e 9 de carboidrato.

CANELONE DE BERINJELAIngredientes

• 500 gramas de berinjela (duas berinjelasgrandes e maduras)

• 150 gramas de provolone fatiado (nãomuito fino)

• 120 gramas de ricota temperada (comsalsinha, cebola e alho picados e umapitada de sal)

• 1/2 litro de leite desnatado• 2 colheres de margarina light• 1/2 copo de requeijão light• 2 colheres de farinha de

trigo• 2 colheres

de sopa dequeijoparmesãoralado

“Só uma mulher sabe o quanto é maravilhoso e divino poder gerarum ser humano. Deus nos concedeu este privilégio.Quero ver a minha filha Beatriz se desenvolver em toda a sua plenitudede mulher. Então vou a médico pelo menos uma vez ao mês e sigotodas as suas recomendações, faço meus exercícios físicos todos osdias e me alimento com comidas saudáveis.Tenho que cuidar bem de minha saúde porque a vida de minha filhadepende de mim e eu dependo dela. Assim como eu tento mostrar-lheo que conheci na vida, aprendi muito com Beatriz. Ela me ensinou ater paciência e a ser uma pessoa mais justa. Por isso somos duasgrandes amigas, nos amamos muito e na mesma medida.”

PRIVILÉGIO DE MULHER

Ester Garcia Purcet Costa, portadora de diabetes tipo 2 há 20 anos,mãe de Beatriz. Ela é a autora da receita desta página. Se você quisersaber mais sobre seus pratos ligue (0xx11) 4178-1511.

BD Bom Dia: Qual a importância dopré-natal para uma gestação saudável?Dra. Maria Regina Torloni: Pré-natal éo nome dado àquelas consultas e examesque toda gestante deve fazer durante agravidez. O objetivo do pré-natal é acom-panhar a saúde da mãe e o desenvolvimentodo bebê durante este período. As gestantescom diabetes devem ter consultas e realizarexames com mais freqüência que as demais.É importante manter a glicemia bemcontrolada durante toda a gravidez. Muitosproblemas poderiam ser evitados se todasas gestantes fizessem o pré-natal e tivessemacesso a um tratamento com uma equipemultiprofissional.

Quais são os riscos na gravidez para amulher com diabetes tipo 1, tipo 2 egestacional?A gravidez provoca grandes mudançashormonais no corpo da mulher, o quedificulta o controle do diabetes. Nosprimeiros meses, os enjôos e vômitos podemlevar a episódios de hipoglicemia, às vezesgraves com desmaios e convulsões. Do 4ºaté o 6º mês, geralmente a gestante nãoapresenta problemas. Já a partir do 6º ao7º mês, a placenta começa a produzirgrandes quantidades de hormônios queaumentam a glicemia, portanto é necessárioacompanhamento médico rigoroso pararealizar ajustes no tratamento, como porexemplo o aumento das doses de insulina.

Sem esses ajustes, nessa fase é perigosoocorrer a cetoacidose (vômitos, desidrataçãoou coma) trazendo prejuízo para a mãe eriscos para o bebê.

Tomar insulina pode prejudicar o bebê?Não, a insulina é um hormônio naturalperfeitamente seguro para o feto. O queprejudica o bebê é o excesso de glicose. Ainsulina circula apenas no sangue da mãe,não chegando ao sangue do feto. Isso porquea insulina é “grande” demais para passarpela placenta. A placenta é como umapeneira com furos bem estreitos que sópermitem a entrada de partículas pequenas.A glicose é uma dessas partículas minúsculase ela passa livremente da mãe para o feto.

Quais os riscos para o bebê quando amãe tem diabetes?Tudo depende do controle da glicemia damãe. O ideal é que a glicemia em jejumfique entre 80–100 mg/dl e nos outroshorários até 120 mg/dl. As mulheres queengravidam com a glicemia bem controladae mantêm esses valores até o fim geralmenteterão crianças saudáveis e normais.Infelizmente, aquelas que engravidam comhiperglicemia têm maior risco de ter abortosespontâneos ou fetos com malformações(no coração, cérebro, coluna e nos membrosinferiores). O excesso de glicose na segundametade da gravidez provoca o acúmulo delíquido amniótico, crescimento fetalexcessivo e atraso no amadurecimento devários órgãos. Os bebês de mães com

diabetes descompensado geralmente nascemgordos (mais de 4 kg), porém com váriosproblemas. Muitos têm problemasrespiratórios e precisam de oxigênio devidoà imaturidade dos pulmões. Outros têmicterícia (ficam amarelos) porque o fígadoainda não funciona direito e precisam fazerfototerapia (tomar banho de luz) durantevários dias. Outra complicação bastantefreqüente neles é a hipoglicemia nasprimeiras horas de vida. Por todos essesmotivos esses bebês precisam de cuidadosespeciais nos primeiros dias de vida, às vezesaté de UTI. Infelizmente, em decorrência dodescontrole do diabetes, alguns não resistem.Por isso, é muito importante o bom controleglicêmico.

Qual o tipo de parto mais indicado?Sempre que possível o parto deverá sernormal, porque apresenta menores riscospara a mãe (infecção ou anestesia) e facilitaa respiração do bebê (seus pulmões sãocomprimidos e expulsam o excesso delíquido). Porém em alguns casos, poderáser melhor uma cesárea (falta de dilatação,antecedente de cesárea, peso fetal excessivoou posição inadequada). Vários fatoresindividuais serão analisados pelo obstetrano final da gravidez para decidir qual omelhor parto para cada gestante.Futura mamãe: participe ativamente docontrole do seu diabetes, assuma um papelativo, faça o seu melhor, esforce-se e caprichepara que tudo dê certo.

EXPERIÊNCIA

12

Gente

er mãe era uma idéia que a pediatraLuciane Campos Bragança nutria commuito entusiasmo e alguma

insegurança por ter diabetes tipo 1 desdeos 15 anos de idade. Na época que prestouresidência médica na Universidade GamaFilho, no Rio de Janeiro, ela cuidou demuitos recém-nascidos com algum tipo deproblema decorrente da gestação com níveisde glicemia alterados. De certa maneira, oseu trabalho contribuiu para adquirir maisconhecimentos sobre gestação em mulherescom diabetes. Mas também lhe causou maiorpreocupação de engravidar.Depois que se casou com Adriano Valle dosSantos, no final de 1997, a dra. Lucianepassou a considerar a possibilidade de terum filho com maior determinação esegurança, principalmente quando iniciou

o seu tratamento para uma gestaçãoprogramada com o endocrinologista dr.Daniel Benchimol. “Durante minha gravidezcontei com o apoio de meu marido em todosos momentos, especialmente naqueles emque tive sérias crises de vômito ehipoglicemia. Tive ainda a felicidade de seracompanhada por um médico que é umamigo, pois além de me orientar, o dr.Benchimol também participou para que eusuperasse a ansiedade”, reconhece.A dra. Luciane conta que sentia muita fomedurante a gestação, porém sempre esteveconsciente da importância de controlarmuito bem o peso para prevenircomplicações no parto e no pós-parto.Seguindo um programa alimentar planejadopor uma nutricionista, com um cardápioequilibrado e horários definidos para as

refeições, ela teve um aumento de peso deapenas 7 quilos.João Gabriel nasceu com 3 quilos e 835gramas no dia 4 de março de 1999, numacesariana. É um menino forte, bonito e alegre.“Quando recebi meu filho nos braços pelaprimeira vez, comprovei que alguém quetenha diabetes é capaz de fazer tudo, comoqualquer pessoa”, diz. A dra. Luciane querter mais uma criança e sabe que para issodeve se cuidar bem. Ela garante que aprendeumuito com o diabetes nos meses de gestação.“O diabetes não impede nenhuma mulherde viver a alegria de ser mãe. Bastaconviver numa relação de parceria com odiabetes, mantendo a glicemia sempredentro dos valores adequados, por maiorque seja a dificuldade para conseguir isso”,afirma.

inigualávelS

Luciane Campos Bragança comJoão Gabriel no colo e omarido Adriano: “diabetes nãoimpede nenhuma mulher deviver a alegria de ser mãe”.

4

Entrevista

da gestante com diabetes

engravidar o mais cedo possível, por sermenor o risco de ter os órgãos atingidos.

O que é o diabetes gestacional?É aquele que ocorre durante a gravidez emmulheres que não tinham diabetes. Passadaa gravidez, a mulher poderá retornar aoestado de normalidade da glicemia, o queacontece com a maioria dos casos e issocaracteriza apenas o diabetes gestacional.Porém, há a possibilidade de ela vir a terdiabetes do tipo 1 ou do tipo 2.Quando a gestante apresenta o diabetesgestacional, é possível dosar osanticorpos contra o pâncreas, contraa insulina e contra uma substânciachamada GAD. Se esses anticorposestiverem presentes, é possível quea gravidez tenha precipitado osurgimento do diabetes tipo 1. Se elativer parentes próximos com diabetes,glicemia muito alta na gravidez, forobesa e estiver numa faixa etáriamais avançada, provavelmente elairá ter diabetes do tipo 2 após o partoou terá grande probabilidade dedesenvolvê-lo no futuro.

Quais são as mulheres com maior riscode desenvolver o diabetes gestacional?Os riscos são maiores na mulher que jáapresentou diabetes em outras gestações,já apresentou em algum momento umataxa alta de glicose que depois senormalizou, tem histórico familiar dediabetes, história de aborto espontâneo,morte intra-uterina ou neonatal, bebês quenasceram com mais de 4 quilos e de má-formação congênita. Muitas vezes, odiabetes se estabelece em mulheres que já

tiveram muitos filhos, ganharam muitopeso, se tornaram hipertensas e que tiverampré-eclâmpsia. Quanto mais fatores de riscoa mulher apresentar, maiores serão asprobabilidades de desenvolver diabetesgestacional.

Por que a maioria dos bebês de mãescom diabetes nascem grandes e algunspequenos?O nascimento de bebês grandes é muitocomum na mulher com diabetes que nãotem muitas complicações, mas cuja glicemia

é alta. Sabemos que depois do fator genéticodeterminante, a insulina é o maior fator decrescimento do feto. Se não houver um bomcontrole da taxa de açúcar da mãe, elapassará mais glicose para o feto e como elenão tem diabetes o seu pâncreas produzirámais insulina causando um maiorcrescimento. Por outro lado, se a gestanteapresenta problemas circulatórios, cardíacos,na retina ou nos rins, o seu sangue nãopassará adequadamente para a placenta eos nutrientes não chegam bem ao bebê, issoafetará o seu desenvolvimento e elepermanecerá pequeno.

Por que geralmente os bebês de mãescom diabetes nascem com hipoglicemia?Quando a gestante com diabetes passa porvárias situações de hiperglicemia (excessode açúcar no sangue), principalmente nofinal da gravidez, o pâncreas do bebê produzmais insulina para metabolizar essaquantidade maior de glicose que estárecebendo no útero materno. Ao nascer,essa criança fica com hiperinsulinemia(excesso de insulina no sangue) pois deixade receber glicose da mãe e tem excesso deinsulina circulante, conseqüentemente entra

em hipoglicemia (pouco açúcar nosangue) necessitando de cuidadosmédicos imediatos.

Sendo a mãe portadora dediabetes, o bebê poderá nascercom diabetes?Muitas mulheres fazem essa mesmapergunta. A resposta é não, a criançanão nasce com diabetes. No entanto,com o tempo, a possibilidade dessefilho desenvolver diabetes vaiaumentando principalmente após os

30 anos de idade, se for obeso e se houveroutros parentes com diabetes na família.

O aleitamento materno é recomendável?O aleitamento deve ser estimulado, tendoa mulher diabetes ou não, isso não influi.O que pode acontecer é se o bebê nasceuprematuro, talvez ele não consiga sugarbem. Um bebê que nasceu muito pequeno,ou um parto prematuro, ou tem umproblema respiratório, aí sim ele perde acapacidade adequada para ser amamentado.Porém não existe nenhum risco para a mãeou para o bebê em amamentá-lo.

A criança não nascecom diabetes mesmo

se a mãe forportadora da

disfunção

13

Há 5 anos foi criado o Centro Integrado de Diabetes do Rio deJaneiro – Dia Rio com a proposta de desenvolverprogramas terapêuticos e educacionais para quem queralcançar e manter um estado metabólico estável,prevenindo e tratando as complicações do diabetes.A clínica possui uma equipe multiprofissional formadapor médicos de diferentes especialidades, enfermeiros,psicólogos, podólogos, nutricionistas e professores deeducação física. A Dia Rio possui estrutura laboratorial quepermite a realização de uma série de exames para um mini-checkup.

Com a avaliação dos exames a pessoa recebe no mesmo local umaatenção programada que inclui treinamento para atingirmelhores resultados no tratamento através de palestras,fitas de vídeos, apostilas e variado material educativo.A clínica tem ainda infraestrutura para palestras ecursos, além de uma cozinha experimental. O endereçodo Centro Integrado de Diabetes do Rio de Janeiro –Dia Rio é rua Francisco Sá, nº 23, Grupo 807,

Copacabana, Rio de Janeiro (RJ) CEP 22080-010. O telefoneda clínica é (0xx21) 521-5021 e o e-mail é [email protected]

DIA RIO TEM PROPOSTA INTEGRADA NO ATENDIMENTO

Psicologia

gravidez é uma fase de mudançasnos aspectos físico e emocional queafeta a mulher e suas relações. No

caso de uma gestação com diabetes, aansiedade tende a crescer. Surge o medo emrelação a sua própria saúde e à do bebê, comoo receio de ter um filho malformado ou deter complicações no parto. Além disso, anecessidade de um pré-natalespecializado ou de internaçõeshospitalares durante a gravidez,também podem ser fatores dedesequilíbrio emocional.As mulheres com diabetes quevinham utilizando medicação oralficam surpresas com a mudançapara aplicação de insulina, o quepode gerar dificuldades e medostanto de acertar a dosagem quantode se auto-aplicar. As grandesalterações nos valores da glicemiatambém as tornam mais ansiosas,por mais que elas se esforcem paraum bom controle.Para algumas mulheres, a gestaçãopode ser bastante positiva pormotivar o autocuidado e asuperação do diabetes. Para outras, o rótulo“gestante de alto risco” faz com que se sintamdiferentes das demais gestantes, levando auma diminuição de sua auto-estima. No caso

das querecebem o

diagnóstico de diabetes na gravidez,inicialmente há um impacto e uma descrença.Algumas mulheres negam ou minimizam ascomplicações, desacatam as recomendaçõesmédicas, pois pensam: “isto não pode estaracontecendo comigo”. Depois, surgemquestionamentos (“porque isto aconteceu justocomigo?”) e buscam culpados para o fato. É

freqüente surgirem sentimentos comoinsegurança, isolamento e raiva muitas vezesdirigidos à equipe de profissionais de saúde.Felizmente, o tempo em que transcorre umagestação, aliado a uma boa assistênciaprofissional e o carinho da família, podem

fazer com que a maioria reorganize seus planospara a gravidez e para a vida.

ACEITAÇÃO E AUTO-VALORIZAÇÃOParalelamente a tudo o que ocorre com agestante, a família também precisa serorientada e acolhida para tornar-se uma aliadaao tratamento. Em situações em que a gestante

não tem acesso a um tratamentocom especialistas, a ajuda e o carinhoda família são indispensáveis.O psicólogo tem como objetivo fazercom que a gestante tenha aceitaçãotanto da gravidez quanto de suadisfunção, aprendendo a lidar como diabetes, pois apesar disso implicarem algumas limitações, também podesignificar muitas potencialidades.Possivelmente ela irá descobrir sercapaz de cuidar de si mesma, nãose sentindo inferior às outras, pelocontrário, valorizando-se. É umaoportunidade para ela conhecer maissobre seu corpo, sobre ser mulhere aprender a se cuidar não apenaspensando no bebê, mas sim com ointuito de ser responsável por sua

própria saúde durante toda a vida.A gestante aprende a lidar com seu diabetes,aceitando-o e percebendo que pode conviverde um modo bastante positivo. A gravidezpode representar para a mulher um cresci-mento pessoal bastante significativo.

A

ASPECTOSpsicológicos

Rosely Abramowicz Goldstein e Maria Lucia Bom Ângelo - psicólogas da Casada Gestante de Alto Risco do Hospital Municipal Maternidade Escola Dr Mariode Moraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

Este é o site do Centro BD de Educação em Diabetes.Informações, dicas, produtos

e uma seção de joguinhos daTurma da Pracinha para a criançada

Entrevista

314

Atividade física

BD Bom Dia: Como prevenir problemasdurante a gravidez?Dr. Daniel Benchimol: A forma deprevenir é a gravidez programada, que euchamei de gravidez responsável. Doisaspectos devem ser considerados: o primeirorefere-se ao estado metabólico da mãe, queé o controle da glicemia; o segundo é aanálise do estado orgânico da mãe, isto é,a avaliação das conseqüências que o diabetesjá possa ter causado. Além da avaliação daretina (olhos), do coração, dos rins para sedetectar possíveis complicações do diabetesque podem piorar durante a gravidez,devemos também verificar as infecçõesurinárias que são comuns na mulher comdiabetes e que atrapalham muito a gravidez.Nas mulheres com diabetes tipo 2 quetomam medicação via oral, temos desubstituir os comprimidos por insulina,porque alguns comprimidos podem causarmalformação do feto. Também é importanteo acompanhamento por uma equipemultiprofissional, pois trata-se de umamulher que precisa de uma série deinformações e de cuidados especiais.

Quais são as estatísticas de perda dofeto em gestantes com diabetes?Quando a taxa média de glicose da mãeestá acima de 170, cerca de 24% dos fetosmorrem. Quando a glicemia está entre 100e 170, a média cai para 14% e quando émantida abaixo de 100 os óbitos intra-uterinos caem para 4%, ficando próximoaos 3% da população sem diabetes.Priscila White, uma das grandespesquisadoras do diabetes, classificou-o deacordo com o tempo em que a pessoa éportadora, pois esse fator pode determinaro grau de órgãos afetados. Assim, outrarecomendação importante é que, quandoa mulher já sabe que tem diabetes, ela deve

Até o descobrimento dainsulina em 1921, agravidez para uma

portadora de diabetesrepresentava um alto risco

de perda do feto e sériaameaça para a vida da mãe. Com a evolução dasdécadas, a contra-indicação para a portadora dediabetes de engravidar deu lugar ao conceito degravidez de alto risco. As taxas de complicação dagestante com diabetes reduziram-se, igualando-se àsdemais mulheres sem diabetes. Porém, a taxa decomplicação dos fetos e bebês ainda permaneceu umpouco elevada. Por isso, categorizou-se a gestação dasmulheres com diabetes como gravidez de alto risco. Odr. Daniel Benchimol, endocrinologista e diabetólogo,diretor do Centro Integrado de Diabetes do Rio deJaneiro - Dia Rio, observa que esta denominação trazum aspecto negativo porque a gravidez deve ser ummomento de prêmio para a vida de uma mulher.“Ninguém gosta de permanecer numa situação derisco”, diz o médico. Estar grávida “sob risco” significauma ameaça para o sucesso da gestação, o que colocaa mulher num estado de aflição. “Acredito que o termoadequado seria gestação responsável, pois isso significaa programação da gravidez. É uma postura válida nãosó para as gestantes com diabetes mas para todas asmulheres que pretendem engravidar”, explica.

gravidez é um período de intensastransformações físicas e emocionais.Todo o corpo da mãe se transforma

para que ela possa abrigar seu bebê, ali-mentá-lo e permitir o seu desenvolvimento,até a hora do nascimento. Toda gestantecom diabetes precisa ser liberada pelomédico para a atividade física. É necessáriotambém que ela passe por uma avaliaçãofísica com o fisioterapeuta, a fim de iden-tificar possíveis alterações de postura, dis-funções musculares, articulares e vascularesque impeçam determinados exercícios.

RECOMENDAÇÕES• É importante que a gestante com diabetes

inicie a atividade física só a partir dosegundo trimestre de gravidez. Isso porqueno primeiro trimestre ocorre maiorconsumo de glicose pelo bebê emformação, aumentando o risco dehipoglicemia durante os exercícios. Valeressaltar que os primeiros três meses degravidez correspondem ao período demaior risco de abortos espontâneos. Issovale para todas as gestantes, não importase tenham diabetes ou não.

• Recomenda-se ainda que antes de iniciaros exercícios, a própria gestante monitoresua glicemia. A gestante com hipoglicemia(glicose no sangue abaixo de 80mg/dl) ouhiperglicemia (acima de 250mg/dl) nãodeve praticar exercícios físicos.

• Os exercícios para a gestante devem serleves e moderados, pois o objetivo é obterum nível de esforço adequado a seu estado.São contra-indicados pesos ou movimentoscontra a ação da gravidade, ou seja,exercícios que aumentem muito o trabalhodo coração e que provoquem o excessode batimentos cardíacos.

• Atenção aos sinais de cansaço excessivo:respiração ofegante, sensação de tremornas pernas (fibrilação), dores intensas nosmúsculos e nas articulações durante ou

após o exercício. Neste caso interrompaos exercícios e procure orientaçãoprofissional.

• Os alongamentos e os exercícios livres sãoos mais indicados. Evite permanecer porlongos períodos de barriga para cima, poistal posição dificulta a respiração,principalmente no período final dagestação. A gestante não deve permanecerdeitada sobre o seu lado direito, pois nessaposição irá comprimir um vaso sangüíneoimportante do sistema circulatório eprovocar a diminuição do retorno venosopara o coração. Além disso, essa posiçãoprejudica o fluxo de sangue para aplacenta, o que pode ocasionar falta deoxigênio para o bebê.

• Na posição em pé, deve-se tomar cuidadocom exercícios que possam causardesequilíbrios ou quedas. Evite permanecerem pé por muito tempo, pois isso causainchaço nas pernas.

• Cada sessão de exercícios deverá durar,em média, 45 minutos. Os períodos ideaispara a prática de exercícios são entre ocafé da manhã e o almoço, ou entre olanche da tarde e o jantar.

• Evite a atividade física no pico de açãoda insulina, pois se os exercícios foremfeitos nesse momento a gestante corre umrisco bem maior de ter uma hipoglicemiadurante ou após praticá-los.

• Deve-se tomar cuidado com excesso deatividade física, pois pode provocarhipoglicemia. Caso isso ocorra, a gestantedeve interromper os exercícios epermanecer em repouso, numa posiçãoconfortável. Para controlar a hipoglicemia,é bom ter em mãos algum tipo de docepara ser ingerido e que seja de rápidaabsorção pelo organismo.

• Procure fazer exercícios em lugares bemarejados, bem iluminados e em superfíciesplanas. As roupas devem ser adequadas,inclusive à temperatura do ambiente.

• Beba bastante água, mesmo que não tenhahipoglicemia.

A gravidez representa um período único eímpar para a mulher. Por isso, é importantea gestante contar sempre com profissionaisdedicados e capacitados para ajudá-la aviver de forma mais proveitosa e intensaesse momento. Após o parto, a manutençãode um peso ideal é importante, tanto parao melhor controle do diabetes (principalmen-te as pacientes com diabetes do tipo 2),como para prevenir o reaparecimento naspacientes que apresentaram diabetesgestacional.

* Gláucia Aparecida dos Reis Moreno e ReginaSoeiro de Souza, fisioterapeutas da Casa daGestante de Alto Risco do Hospital MunicipalMaternidade Escola Dr Mario de MoraesAltenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha

A

Exercícios ajudam a

Os alongamentos e os exercícios livres são os mais indicados

Por Gláucia Aparecida dos Reis Morenoe Regina Soeiro de Souza*

MAMÃE E O BEBÊ

ssa experiência única que só nósmulheres podemos vivenciar, é ummomento de muita felicidade e que

deve ser curtido.As portadoras de Diabetes ou mulheres quedesenvolvem o Diabetes Gestacional, muitasvezes se privam desta fase maravilhosa davida devido à desinformação. Pensandonisso, dedicamos esta edição do Bom Dia aeste tema. Fomos pesquisar junto a pacientes,médicos e outros profissionais, eencontramos muitas situações e trabalhosinteressantes que queremos dividir comvocês.Começamos pela excelente entrevista como Dr. Daniel Benchimol, diretor do CentroIntegrado de Diabetes do Rio de Janeiro,que nos ensina que com responsabilidade einformação, as mulheres portadoras deDiabetes, assim como todas as mulheresque pretendem engravidar, têm todas aschances de sucesso.Na entrevista com a Dra. Maria ReginaTorloni, temos o relato do excelentetrabalho de acompanhamento pré-natal

realizado na Casa da Gestante de Alto Riscodo Hospital Municipal e Maternidade EscolaDr. Mario de Moraes Altenfelder Silva, emSão Paulo.Esta edição traz também dicas de nutriçãoe de exercícios, que ajudam a tornar operíodo de gestação ainda mais prazeroso.Mas, esta edição não estaria completa senão trouxesse exemplos reais de mulheresdeterminadas, que com informação e apoioalcançaram a felicidade de se tornarem mães.Esses exemplos mostram que, como sugereo Dr. Daniel Benchimol, o conceito degravidez de alto risco pode, e talvez deva,ser substituído pelo conceito de gravidezresponsável. Afinal, com informação eresponsabilidade, todas nós portadoras deDiabetes ou não, temos chances de viver aindiscritível felicidade de nos tornarmosmães. Boa leitura à todas.Um abraço.

* Simone Agra é mãe de Isabella de 3 anose Pedro de 7 anos e diretora da DivisãoConsumer Healthcare

19 e 20 de maio de 2001

Atualização em Pé Diabético

III Encontro Multidisciplinar de Avaliação e

Tratamento do Pé Diabético

No Hospital do Servidor Público Municipal

de São Paulo, Anfiteatro “Dr. Argos Meirelles”,

rua Castro Alves, nº 60 (9º andar), Liberdade,

São Paulo. Organizado pela dra. Najla El

Halabi Almeida, com coordenação da dra.

Stella Pedrossian Vechiatti e apoio do Centro

de Estudos – Clínica Endocrinologia – HSPM

e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Tel./fax: (0xx11) 270-0914

31 de maio de 2001

45º aniversário da BD Brasil

O Centro BD de Educação em Diabetes

comemora com todos os colegas da companhia,

clientes e consumidores de produtos e serviços

os 45 anos da BD no Brasil. Fundada em Juiz

de Fora (MG) em 1956 a BD vem atuando para

ajudar as pessoas a viverem vidas mais saudáveis.

28 a 30 de junho de 2001

ENDORECIFE 2001

V Simpósio Internacional de Diabetes, VIII

Simpósio Internacional de Doenças Metabólicas

Ósseas e III Simpósio Regional de

Endocrinologia Pediátrica.

Organizado e promovido pela SBEM-PE.

Informações: ASSESSOR - Assessoria e

MarketingTel.: (0xx81) 3423-1300

7, 8 e 9 de julho de 2001

6º Congresso Brasileiro Multiprofissional em

Diabetes – Exposição Nacional de Produtos e

Alimentos para Diabéticos

Na Fundação Álvares Penteado, av. Liberdade,

532, São Paulo, SP.

Organizado e promovido pela Associação

Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD),

com o apoio da Federação Nacional de Associa-

ções de Diabéticos (FENAD). Informações na

secretaria do congresso: r. Eça de Queirós, 198,

Vila Mariana, São Paulo, SP, CEP 04011-031.

Tels./fax: (0xx11) 5572-6559, 5549-6704,

5572-7138, 5572-8495, 5572-8985

e 5572-7029.E-mail: [email protected]

Editorial

por SIMONE AGRA*

2 15

Criança

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RNnewad - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

Indispensável paraa saúde humana

A G E N D A

emoçãoSER MÃE,

E

INDESCRITÍVEL!

Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 62 - abril/maio/junho de 2001

EDIÇÃO ESPECIAL

DIABETESE GRAVIDEZ

• GESTAÇÃORESPONSÁVEL

• NUTRIÇÃO

• ASPECTOSPSICOLÓGICOS

• ATIVIDADEFÍSICA

• SERVIÇOESPECIALIZADO

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