E-MAIL DE SEXTA PARA CONHECER O LIVRO ILUSTRADO

Olá Coordenadoras e equipes dos Centros de Formação! Setembro é um mês pra lá de especial para o E-mail de Sexta. Afinal de contas, nosso informativo completa 3 anos de existência! Então, nada melhor do que um assunto bem atual e interessante para comemorarmos a data, não acham? Já notaram que em todos os e-mails, desde a primeira edição, diferentes ilustrações se fizeram presentes, deixando o informativo mais agradável, e que algumas vezes, essas imagens chagaram a dialogar com o conteúdo? E por falar em ilustração, neste informativo convidamos as equipes a adentrarem o maravilhoso mundo do livro ilustrado, começando pela apresentação de suas definições conceituais; aprofundando o assunto falando de sua composição artística e do que o diferencia dos outros livros com imagens: a relação entre palavra e ilustração; passando pela breve história de seu surgimento e, por fim, discutindo o que é qualidade em ilustração. Ao longo do informativo, apresentamos a opinião daqueles que tornam o livro (e nosso informativo) o mais incrível possível: os ilustradores! Apontamos ainda a importância da leitura do livro ilustrado para os leitores de todas as idades e indicamos sites, leituras sobre o assunto e alguns livros ilustrados que valem a pena serem lidos. Para fechar nossa comemoração com chave de ouro, o varal O livro ilustrado: a relação entre palavra e imagem, com diferentes exemplos que revelam as mais diversas relações entre palavra e imagem no contexto do livro ilustrado. Uma boa viagem e boas leituras (textual e visual) e até o próximo E-mail de Sexta!

Sexta-feira, Setembro de 2012

DICA AOS CENTROS DE FORMAÇÃO INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VIVALEITURA 2012! Que tal inscrever uma das ações de incentivo à leitura que a equipe faz periodicamente? E, que tal divulgar a informação nas escolas? Quem sabe aquela professora, que sempre retira livros do acervo, não se sente incentivada a inscrever o projeto de leitura que desenvolveu com seus alunos? As inscrições estão abertas até 29/09/2012 e poderão ser feitas via internet, pelo site: www.premiovivaleitura.org.br, ou via postal, como carta registrada. Para saber mais acesse clicando aqui no edital!

O QUE É LIVRO ILUSTRADO? O termo livro ilustrado é pouco conhecido pelo público em geral e, mesmo entre os profissionais que trabalham com livro, não há um termo definido. Em francês e em espanhol, por exemplo, o livro ilustrado recebe o nome de “álbum” ou de “livro de imagens”. Já em Portugal, é chamado de “álbum ilustrado”. Na língua inglesa, identificamos o livro ilustrado quando se usa o termo “picturebook”. No Brasil, “livro ilustrado” ou “livro infantil contemporâneo” são utilizados sem muito critério, confundindo-se, de modo geral, com o “livro com ilustração” ou com “livro para crianças”. Para contribuir com a definição de livro ilustrado, Sophie Van der Linden, autora do livro Para ler o livro ilustrado (2011), classifica o livro ilustrado como: “obra em que a imagem é espacialmente preponderante em relação ao texto, que aliás pode estar ausente (neste caso, chamado de livro-imagem). A narrativa se faz de maneira articulada entre texto e imagens”.

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS

DO LIVRO ILUSTRADO? O livro ilustrado constitui efetivamente uma forma específica de expressão artística. Por evocar duas linguagens: verbal e visual, o livro ilustrado solicita apreensão por parte do leitor daquilo que está indicado por escrito, e do que é indicado em imagens e da relação que é estabelecida entre as duas. O projeto gráfico é outro fator diferenciado no livro ilustrado. Capa, guarda (que liga o miolo do livro à capa) e folha de rosto possuem suas funções e o livro é lido desde o título da capa e da imagem que está nela. Há outros elementos gráficos que contribuem com o objetivo do livro ilustrado: a materialidade do livro (tipo de papel, texturas etc.), o formato e o tamanho escolhido, o uso da margem ou da folha dupla, a montagem e outros elementos que possibilitam uma experiência estética única.

O LIVRO ILUSTRADO SEGUNDO SUZY LEE “Lembro-me da primeira vez que fiquei fascinada pelos livros ilustrados. Não foi pelas imagens maravilhosas ou pela história interessante. Quando virei a última página e fechei o livro em minha mão, achei que vi a própria intuição que não pode ser mais simples e mais farte. Meu coração se aqueceu com a sensação de que finalmente eu encontrara o que estava procurando. Acredito que os livros ilustrados são extraordinários não pelo suporte em si mesmo, nem pelo artista. Parece que essa qualidade deriva da excepcionalidade das crianças, para quem os livros ilustrados falam principalmente e por quem o tornou possível” (Suzy Lee, autora e ilustradora coreana, em “Leitores de livros ilustrados”, trecho de Trilogia da margem – 2012).

O livro Ida e volta do artista plástico brasileiro Juarez

Machado é um exemplo de livro ilustrado cuja a leitura começa na capa e termina

(e recomeça) na contra capa.

AS DIFERENÇAS ENTRE O LIVRO ILUSTRADO

E OS DEMAIS LIVROS COM IMAGENS É a relação entre palavra e ilustração que diferencia o livro ilustrado dos demais livros com imagens. Para a autora Sophie Van der Linden, os demais livros com imagens podem ser classificados como:

O LIVRO ILUSTRADO SEGUNDO ODILON MORAES “Muitas vezes a qualidade do projeto gráfico está em assegurar uma leitura limpa e simples de uma narrativa. Outras vezes, o formato que se escolhe para o livro define e norteia a criação das ilustrações, pela qualidade narrativa desse recurso” (Odilon Moraes, autor e ilustrado do livro ilustrado Pedro e lua (2009). Trecho retirado do livro O que é qualidade em Ilustração no livro infantil e juvenil? – 2008).

Livro com ilustração: apresenta um texto espacialmente predominante,

que faz o leitor penetrar na história e é acompanhado de ilustrações.

Histórias em quadrinhos (HQ):

forma de expressão caracterizada pela articulação de imagens, além da

presença de quadrinhos e balões.

Livros interativos: apresentam-se como suporte de atividades diversas:

pintura, construções, recortes, colagens... Geralmente vem com

materiais diferentes.

Livros pop-up: livro que no espaço da página dupla acomoda sistemas de

esconderijos, abas, encaixes etc., permitindo mobilidade

dos elementos ou mesmo um desdobramento em três

dimensões.

Livros-brinquedo: objetos híbridos, situados

frequentemente entre o livro e o brinquedo ou com

elementos em 3 dimensões (pelúcia, figuras de plástico,

espelho etc.).

Dentro do espelho, de Luise Weiss

Sapo bocarrão, de Keith Faulkner e

Jonathan Lambert

Um outro país para Azzio, de Sarah Garland

Meg, a gatinha, de Lara Jones

MAS, AFINAL, QUE RELAÇÃO É ESSA QUE SEDUZ? A principal relação entre palavra e ilustração presente no livro ilustrado é a da colaboração, ou seja, texto escrito e imagem trabalham em conjunto. Se a magia do objeto se dá nesse tipo de relação, o elemento mágico central da magia é definido pela função que a ilustração e/ou o texto têm dentro dessa relação colaborativa. As funções mais conhecidas são as de: complementação, repetição, seleção, revelação, contraponto e ampliação. Para conhecer mais essas funções e outras características da ilustração no contexto do livro ilustrado, não deixe de conferir o varal que acompanha esse E-mail de Sexta: O livro ilustrado: relação entre palavra e imagem! Vale ressaltar que no livro ilustrado ambas as linguagens têm relevância semelhante, tanto para o projeto gráfico como para a composição da obra artística.

Novas histórias antigas, de Roseane Pamplona e Dino

Bernardi Júnior

O livro Flicts, de Ziraldo, escrito em 1969, é um livro

ilustrado em que as cores são os personagens.

O LIVRO ILUSTRADO SEGUNDO RUI DE OLIVEIRA “O trajeto que percorremos – desde as imagens do período vitoriano – teve como objetivo nos conduzir a um entendimento maior da arte de ilustrar. Compreensão que nos transforma para além das palavras. Estudar os mistérios da imagem é como ser enlaçado e acolhido pelas árvores de um bosque imemorial. Todos nós temos alguma árvore especial no passado, e a ilustração é a memória de cada um. Após o breve relato de sua origem, podemos sentir que a ilustração nos livros deve ser uma árvore confidente”. (Rui de Oliveira, autor e ilustrador brasileiro. Trecho retirado do livro O que é qualidade em Ilustração no livro infantil e juvenil?).

QUAL A ORIGEM DO LIVRO ILUSTRADO? A história do livro ilustrado está diretamente relacionada à origem da ilustração e da evolução do livro. Essa história é muito antiga. Há ilustrações nos livros publicados para crianças e para jovens desde o século XV. A principal técnica utilizada foi a xilogravura, que permitia o impressor compor o livro com caracteres e figuras. Com as inovações da prensa, na época da Revolução Industrial na Inglaterra, a litografia ganha espaço e a gravura começa a predominar nas publicações que iam desde contos de fadas a livros de brincadeiras.

ENTRE TRANSGRESSÕES E INOVAÇÕES A ilustração como é conhecida hoje em dia, e que se entende como imagem de livro ilustrado, começou a ser publicada em livros no século XIX. É também no século XIX, que o conteúdo e as histórias começam a destoar do que era publicado antes: os livros começaram a abordar situações que antes não eram tratadas e a ter personagens principais mais reais e menos exemplares. João Felpudo, do médico alemão Heinrich Hoffmann é uma dessas produções. Publicado em 1845 na Alemanha, o livro foi escrito e ilustrado pelo filho de Hoffman, Carl. O livro narra a história de um menino pestinha e muito cômico, que foi considerado “o pai” de uma longa série de livro com “crianças terríveis”, influenciando as gerações posteriores de livros ilustrados. Entre os herdeiros de João Felpudo está Max, personagem da obra-prima de Maurice Sendak, publicada em 1967, na França, Onde vivem os monstros (Cosac Naify, 2009). O livro de Sendak é um marco contemporâneo, considerado uma ruptura na literatura por representar o inconsciente infantil e uma inovação estética ao apresentar uma nova concepção de ilustração. Considerado hoje em dia um marco na história do livro infantil e do livro ilustrado, Onde vivem os monstros sofreu retaliações e censura da parte de pais e bibliotecários da época. Teve ainda quem queimasse o livro e avisasse a editora de Sendak, Ursula Nordstrom, que respondeu em uma carta (clique no link ao lado para ler a carta na íntegra): O senhor Sendak é um artista criativo, um gênio de verdade, e é também capaz de dialogar com as crianças diretamente. [...] Será que nós que ficamos parados entre o artista criativo e as crianças não deveríamos tomar mais cuidado em banir certos livros por causa dos nossos próprios preconceitos adultos e neuroses?

Acima, a imagem mais conhecida de João Felpudo.

Em relação à primeira edição, as unhas foram

encurtadas e não aparecem os cabelos sobre o rosto.

Onde vivem os monstros, de Maurice Sendak conta o

história de Max que viaja ao mundo dos monstros depois

de se comportar mal.

O LIVRO ILUSTRADO SEGUNDO CRISTINA BIAZETTO “Entre a ilustração e o olhar existe um caminho de mão dupla. Temos, de um lado, o modo como o leitor percebe a ilustração e, de outro, como a ilustração vê o mundo. A ilustração não referencia somente os espaços do texto: ela reflete todo um universo e um modo de ver particular do ilustrador, que imprime em seu trabalho o seu conhecimento e a sua experiência”. (Cristina Biazetto, ilustradora brasileira e autora do livro ilustrado A princesa desejosa (2012). Trecho retirado do livro O que é qualidade em Ilustração no livro infantil e juvenil? – 2008).

PARA LER O LIVRO ILUSTRADO A EDUCAÇÃO DO OLHAR Além de estabelecer critérios para a escolha do livro ilustrado, há outro aspecto importante que o leitor pode levar em consideração: o olhar. Segundo Graça Ramos, autora do livro A imagem nos livros infantis – caminhos para ler o texto visual (2011):“olhar é forma de perceber, mas não se trata do gesto maquinal de colocar os olhos em algo rapidamente. Refere-se ao ato de, a partir dos olhos, examinar, avaliar, correlacionar, pensar o que está sendo visto. Aprender a olhar significa sair do gesto primário de captar algo com os olhos, que é uma atividade física, e passar para outro estágio, compreendendo e examinando”. MAS COMO SE EDUCA O OLHAR? No contexto do livro ilustrado, pode-se referir “leitura” tanto para o “verbal” (palavras) como para “visual” (imagens/ilustrações). E para educar o olhar para a leitura do livro ilustrado só com... Leitura! Conhecer e ler, apreciar esteticamente o livro ilustrado, trocar leituras e impressões, estabelecer relações e comparações com outros livros ilustrados são peças-chave para o educar seu olhar. As leituras verbal e visual estimulam a visão e a observação, além de possibilitar a experimentação e a apreciação de diversos pontos de vista, afinal, cada autor e ilustrador ou autor-ilustrador coloca nos livros ilustrado o seu ponto de vista. O livro ilustrado é um objeto que nasceu para aproximar o leitor de um direito: o do acesso à arte!

O PÚBLICO DO LIVRO ILUSTRADO O livro ilustrado foi inicialmente destinado às crianças que são consideradas, a priori, menos experientes em matéria de leitura. Entretanto, há referências no livro ilustrado que são dirigidas às crianças e outras estritamente reservadas aos adultos. “A verdade [da intenção do livro ilustrado] do que alcança as crianças sempre alcança os adultos, mas o oposto não é verdadeiro” (Ilustradora Suzy Lee, trecho do livro Trilogia da imagem). Seguindo esse preceito, artistas e designers, como por exemplo, o espanhol Javier Zabala, ilustram livros para adultos, tendência cada vez mais em voga. Ainda assim, o livro ilustrado nunca chegou a conquistar verdadeiramente um público adulto que não os mediadores.

O livro Platero e eu, de Juan Ramon Jimenez, é um livro de contos e

crônicas direcionados para o público adulto com ilustrações

feitas por Javier Zabala.

PARA ESCOLHER UM LIVRO ILUSTRADO Vocês devem estar se perguntando como escolhemos os livros ilustrados que apresentamos e indicamos neste E-mail de Sexta e no varal. Essas escolhas só foram possíveis a partir da trocas de opiniões, de leituras e da análises de livros ilustrados. Ainda, algumas dessas sugestões foram encontradas em livros sobre o assunto (indicados ao longo do informativo) e em sites como, por exemplo, o da Revista Emília. Para a autora Sophie Sophie Van der Linden, por exemplo, os critérios de avaliação para a seleção de livros ilustrados deve levar em conta os seguintes aspectos:

A relação que existe entre texto e imagem. As técnicas e a expressividade em ilustração. Os aspectos gráficos: uso da capa, tipo de papel etc. Texto e/ou imagem que questiona ou que rompe com hábitos e convenções. Quando o livro ilustrado possibilita diferentes níveis de leituras.

Agora, a ideia é convidar as equipes a refletirem sobre os referenciais apresentados ao longo do informativo, que tornam possível o estabelecimento de critérios. É importante levar em conta que a escolha de livros ilustrados, para ampliação do acervo literário das bibliotecas, tem como objetivo propiciar aos leitores do todas as idades uma leitura de qualidade por meio do acesso a textos e imagens que se relacionam de modo a propiciarem experiências significativas. Para escolher um livro ilustrado devemos considerar dois pontos fundamentais: a relação entre texto e imagem e a contemplação estética que o livro ilustrado propicia ao leitor, possibilitando, assim a apropriação de práticas de leitura e escrita e, ao mesmo tempo, de procedimentos e expressividades artísticas através das imagens e contribuindo para que esse leitor interaja com a cultura escrita e com as artes visuais, contemplando-o com o direito que todo cidadão tem: o acesso à arte.

Para a autora e ilustradora dos livros Onda (2010), Espelho (2011) – imagens ao lado – e Sombra(2011), a coreana Suzy Lee, “o criador tem de ser o ilustrador, o escritor, o editor, o designer, o impressor, o encadernador e sua

própria casa editorial. Tem que estar envolvido de maneira consciente no processo integral,

embora na prática apenas possa participar de algumas partes”. (Trecho do livro Trilogia da

margem, 2012).

CURIOSIDADE: MAS, AFINAL, QUEM É O AUTOR DO

LIVRO ILUSTRADO? QUEM ESCREVE OU QUEM ILUSTRA?

O QUE FAZER DEPOIS DE LER O E-MAIL DE SEXTA? Como a equipe já está craque em fazer exposições e varais de autores, que tal fazer uma exposição ou um varal de ilustradores? Vocês já conhecem os ilustradores dos livros do acervo? Então sugerimos que vocês divulguem o trabalho desses artistas para a comunidade. E que tal potencializar esta ação convidando professores de artes e artistas locais para uma roda de discussões sobre ilustração? Certamente seria uma oportunidade para ampliar o “olhar” de todos!

Onda, da autora e ilustradora coreana Suzy Lee foi o primeiro

publicado no Brasil em 2010.

DICAS DE SITES ENTREVISTA COM FERNANDO VILELA, AUTOR DE LAMPIÃO & LANCELOTE – o autor Fernando Vilela

comenta a quarta reimpressão de sua premiada obra, o livro ilustrado Lampião & Lancelote (2006).

ONDE VIVEM OS HEROIS – homenagem da Revista Emília a Maurice Sendak, autor de Onde vivem os monstros (2009).

¿QUÉ ESTÁS LEYENDO? (O QUE ESTÁS LENDO?) – iniciativa que incentiva os participantes a compartilhar informações sobre livros e outras plataformas de leitura. Um projeto da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e da Fundação SM que busca unir o livro à internet, principal meio de comunicação entre os jovens. Vale a pena conferir e participar? (site em espanhol).

BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL – o site disponibiliza gratuitamente importantes fontes provenientes de países e culturas de todo o mundo com o objetivo de promover a interação internacional e intercultural.

DICAS DE LEITURAS SOBRE O ASSUNTO

A TRILOGIA DA MARGEM, de Suzy Lee, editora Cosac Naify Quem nunca sentiu dificuldade em lidar com um livro sem palavras? A autora de Espelho, Onda e Sombra nos conta como as imagens podem narrar uma história sem a palavra. E vai além: o próprio formato da obra pode ser ponto de partida para a leitura. A trilogia da margem expõe os bastidores dos chamados livros-imagem, a reação de crianças a partir da leitura em países que a autora visitou, inclusive o Brasil. Essencial para todo docente que trabalha ou quer trabalhar com esta nova narrativa.

PARA LER O LIVRO ILUSTRADO, de Sophie Van der Linden, editora Cosac Naify Neste livro, a autora discute a ideia de livro ilustrado, partindo da relação entre a página branca do livro, o texto e a imagem. A autora também faz um breve histórico deste tipo de livro e, por fim, um recorte da produção de literatura infantil francesa, realçando os livros mais criativos e que marcaram a edição na França e abriram novas possibilidades. O livro também traz depoimentos de editores, autores e diretores de arte. Uma valiosa contribuição para o estudo crítico do livro ilustrado, que há muito extrapolou os limites da literatura infantil.

O QUE É QUALIDADE EM ILUSTRAÇÃO NO LIVRO INFANTIL E JUVENIL?, de Ieda de Oliveira, editora DCL Definir o que é qualidade em ilustração de livros de literatura infantil e juvenil não é tarefa fácil. No entanto, Ieda de Oliveira, doutora em Letras e especialista em literatura infantil e juvenil, reuniu um time de conceituados ilustradores brasileiros e portugueses para discorrer sobre o assunto, por meio de artigos e depoimentos. Uma obra-prima ilustrada pelas palavras dos artistas.

O ILUSTRADOR DESTE INFORMATIVO Fernando Vilela é artista plástico, escritor, ilustrador e educador. É graduado em Artes Plásticas pela UNICAMP (SP) e mestre em Artes pela ECA-USP (SP). Atualmente ministra cursos, oficinas e palestras sobre arte e ilustração. Já ilustrou mais de 60 livros para editoras brasileiras e estrangeiras, dentre os quais doze são de sua autoria. Dos livros escritos e ilustrados por ele destacam-se Lampião e Lancelote (Cosac Naify, 2006) que recebeu 2 Prêmios Jabuti no Brasil e a “Menção Novos Horizontes do Prêmio Internacional do Salão Jovem de Bolonha”, em 2007, e Heróis do Tsunami (2011), ambos publicados pela editora Brinque-Book. Livros que ilustrou destacam-se A menina do fio (2006) e Bumba-meu-boi (2007), escritos por Stela Barbieri, publicados pela Girafinha.

DICAS DE LIVROS ILUSTRADOS

SANTIAGO Escrito por Federico García Lorca e com ilustrações do premiado artista espanhol contemporâneo Javier Zabala, o poema Santiago faz parte do Livro de poemas, primeiro livro de poema de Lorca, publicado em 1921. Trata-se de uma lenda fascinante da visita do apóstolo Tiago a uma pobre camponesa. Além das ilustrações cuidadosas de Zabala e da beleza lírica do texto de Lorca, esta obra traz ainda uma interessante sinopse da vida e do pensamento do poeta.

NA NOITE ESCURA Considerado um marco na história da edição e referência em publicações para crianças, o designer italiano Bruno Munari reinventa nesta obra a relação com o livro. Na noite escura requer uma leitura sensorial, por meio de diferentes papeis combinados com imagens simples e texto conciso. Publicado pela primeira vez em 1956, o livro nos convida a adentrar na noite escura e nos mistérios que ela guarda. Somos atraídos por uma misteriosa luz brilhante revelada através de furos nas páginas.

TOALHA VERMELHA O livro, cuja sequência de imagens ilustrou nosso E-mail de Sexta, de autoria de Fernando Vilela é uma fantástica narrativa visual. O livro começa da mesma forma como termina: com uma imagem distante da Terra. A cada página virada, as ilustrações fazem o papel de uma lupa, aproximando o leitor da história de uma toalha vermelha, perdida no litoral brasileiro e que viaja o mundo até chegar a um anzol de um pescador chinês.