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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO / PUC-SP SÃO PAULO / PUC-SP E-MODERAÇÃO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM WEBCONFERÊNCIA BRASIL-PORTUGAL RENATA AQUINO RIBEIRO, [email protected] Doutoranda em Educação: Currículo / PUC-SP INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo a apresentação de uma experiência na ferramenta de webconferência Flashmeeting que uniu professores em Portugal e no Brasil, além de uma participante no Reino Unido. O tema da conferência, mediação colaborativa, pode ser comprovado na prática pela utilização que os alunos fizeram da ferramenta. O procedimento metodológico deste trabalho baseia-se nas teorias do currículo analisadas sob a ótica de integração das tecnologias à educação. O resultado da experiência foi a evolução do grupo no uso das tecnologias para gerar conhecimento baseado no currículo da disciplina, que foi comprovada na ocasião última de uma série de sessões mediadas por ferramentas de colaboração. METODOLOGIA No primeiro semestre de 2008, no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, a disciplina Tecnologias Digitais e Currículo iniciou uma investigação sobre a integração de tecnologias ao currículo com o uso de ferramentas da Open University, particularmente do ambiente online Labspace. Como parte dessas ferramentas, foi utilizado o Flashmeeting para webconferência. A ferramenta integra vídeo, áudio, bate-papo e apresentações em um só local e foi utilizada para painéis sobre alguns temas de trabalho final e discussão de textos e projetos. O uso da ferramenta foi acompanhado por workshops e discussões em fóruns online e por lista de discussão por e-mails. Foram três sessões coletivas durante o semestre com participação de toda a turma de alunos da disciplina. Na terceira e última sessão coletiva, foi apresentado o texto “E-moderação” pelo professor Paulo Dias, da Universidade do Minho, Portugal. O tema do texto, mediação colaborativa, pôde ser comprovado na evolução dos alunos em relação ao uso da webconferência. O aprendizado atingiu um ponto ótimo de integração com as tecnologias, e pode ser constatada a função instrumental da técnica na aquisição do conhecimento. A importância da mediação colaborativa foi fundamental no exercício com a ferramenta que trouxe o conteúdo A rica discussão do tema também se seguiu com base na leitura de texto de Paulo Dias e conceitos retomados na apresentação online. Partindo da concepção reguladora da e-moderação nos ambientes de aprendizagem online, através de processos de organização e dinamização das atividades, propomos uma nova interpretação das formas avançadas de interação social que ocorrem no âmbito das comunidades de aprendizagem através da qual se desenvolve a mediação colaborativa. (DIAS, 2008, p. 1) Para Dias, é notável o impacto das tecnologias da informação na criação e desenvolvimento de ambientes de aprendizagem. No caso específico da disciplina Tecnologias Digitais e Currículo, a utilização do ambiente virtual de aprendizagem Labspace foi essencial para criação de um espaço de leitura de textos, reflexão e discussão sobre o conteúdo pedagógico do semestre. As ferramentas estruturadas de acordo com modelos de interação característicos da web 2.0, foram complementadas por um esquema de coaching entre os alunos da disciplina e integração com blogs e outros espaços online. A aprendizagem desenvolveu-se tanto nas aulas presenciais na universidade quanto no ambiente virtual. Boa parte das discussões a respeito da tecnologia teve lugar durante as aulas presenciais. Uma ferramenta de lista de discussão por e-mail, fechada para o grupo de alunos, auxiliou nas decisões operacionais coletivas e na redistribuição de materiais específicos. A complexidade das interações na rede, focada por Paulo Dias, foi constatada também nas interações no ambiente virtual de aprendizagem. O grupo de alunos da disciplina pode ser considerado como uma comunidade de aprendizagem online e suas interações aconteceram conforme proposto por Paulo Dias em modelo de mediação colaborativa. A princípio, o grupo cadastrou-se no ambiente e associou-se a uma comunidade específica da PUC-SP. Por sua vez, esta comunidade de aprendizagem encontra-se conectada a outras de vários países que compartilham ferramentas e conhecimento sobre tecnologias na educação. O fim específico da área da disciplina não impediu que fossem realizados exercícios com outras ferramentas, tais como o MSG, e também permitiu a interação em outras comunidades de aprendizagem, em exercício específico na aula de navegação pelo Labspace, já no final do semestre. A dimensão social da participação transformou a rede num espaço mais democrático e generalizado de publicação e partilha, de acessibilidade tecnológica, e o conseqüente aumento da fluência digital. (DIAS, p. 2, 2008) RESULTADOS INTERFERÊNCIAS E MEDIAÇÃO COLABORATIVA Nem sempre, entretanto, o ambiente colaborativo e suas ferramentas integradas funcionaram sem maiores discussões sobre a tecnologia no grupo. As primeiras sessões apresentaram alguns obstáculos que deram origem a investigação entre os alunos e apresentação de seminário sobre o Flashmeeting. O blog Tecnologia e Currículo, que forneceu acesso rápido ao link da terceira webconferência (http://educacaopuc.blogspot.com ), trouxe parte destas entrevistas com os alunos e o histórico da integração com o Labspace. A última sessão, com Paulo Dias, foi realizada sem nenhuma necessidade de discussão sobre a ferramenta. A colaboração online é um processo construtivista e leva em conta o desenvolvimento sistêmico da aprendizagem. Assim, a e-moderação pode se constituir no ambiente a partir do desenvolvimento do conhecimento sobre a integração de tecnologias ao currículo realizado nos seminários e nas leituras de textos que precederam a última sessão. É interessante notar que a ecologia para as experiências de aprendizagem e conhecimento, proporcionada por processos colaborativos, se fez presente e extensa na sessão com o professor. A imersão no ambiente e as negociações de representações de conhecimento aconteceu inclusive com uma participante de um terceiro país. Alexandra Okada, da Open University no Reino Unido, acompanhou a sessão como ouvinte. Alexandra foi a principal conferencista na segunda sessão coletiva. A marca principal da sessão de Alexandra foi a construção de narrativas coletivas, com a conferencista estimulando o questionamento e a discussão dos temas através de paradas estratégicas na conferência. Todas as sessões com a ferramenta de webconferência Flashmeeting podem ser revistas através da função replay. O bate-papo integrado também pode ser lido novamente a qualquer momento acessando as “minutas da reunião’ (minutes). Tal publicação e partilha de informação se insere na proposta de mediação colaborativa descrita por Dias, que indica a importância deste aspecto na diminuição da distância social e a integração online de consumidores e produtores de conhecimento. Um dos momentos muito interessantes da aplicação do conteúdo da fala do professor à prática foi quando a confiança e a reciprocidade dos participantes na webconferência foi quebrada por um ruído. Buscando trocar sua imagem de vídeo por uma foto estática, uma participante enviou por engano uma foto para a área da apresentação. A saia justa foi rapidamente resolvida com uma justificativa via bate-papo e a reação imediata dos outros participantes que trouxeram de volta o clima de calma fruição de conteúdo ao ambiente. Isto ocorreu através de comentários irônicos ou incisivos sobre a fala do professor no momento. Para Wenger (2007, citado por Dias), “a participação, a partilha e a integração da voz social favorecem a descentralização dos processos de moderação, devolvendo a liderança à comunidade”. Essa descentralização e a regulação da mediação colaborativa que devolveu a webconferência a seu eixo principal foi realizada, na prática, com o acidente da inserção do ruído por uma participante e a subseqüente intervenção da comunidade na extinção do ruído. Assim, pode ser comprovado o modelo de mediação colaborativa como forma de negociação da interação proposto por Dias. Os elementos conteúdos, comunidade, contextos e interação se articulam pela mediação colaborativa. É a negociação que depende dos participantes que promove a estabilização das situações de aprendizagem e geração do conhecimento. Trata-se da acordância entre múltiplos discursos e a interpretações que constrói o conhecimento coletivo da comunidade de aprendizagem. CONCLUSÕES Uma avaliação global desta experiência pode iniciar a partir dos registros deixados pelos cursistas no espaço de escritura da webconferência, chamado de chat ou bate-papo. Lá, alguns conceitos que tratam do tema da mediação colaborativa foram citados e retomados quando do fechamento da webconferência. Uma articulação para finalizar o evento e marcá-lo como um momento enriquecedor também pode ser vista nos discursos dos participantes. 01:33:19 aluno1: prof. paulo dias resumo o que disse o prof. valente: agradecemos sua fala, foi um prazer conhecê-lo ainda que virtualmente e seus textos também trazem um material muito rico (...) 01:34:04 aluno1: ale, obrigada em nome de todos nós. 01:34:06 aluno2: Momento especial e enriquecedor 01:34:14 aluno1: agradecemos também ao prof paulo moreira 01:34:23 aluno3: Grata, pelas contribuições de todos... 01:34:23 professora: Foi excelente ter recebido o convite... estarei revendo o replay (...) 01:35:23 aluno4: Lembraria Sergio Godinho um cantor português que adoro, pensando nas construção de comunidades, "Hoje só é o primeiro dia do resto de nossas vidas". Vamos caminhando e construindo. Até mesmo uma das convidadas, a professora Alexandra Okada, da Open University, relembrou que a possibilidade do “replay”, a revisão tanto do vídeo quanto do texto da webconferência traria sempre novas descobertas e análise dos conceitos através de outras perspectivas. O texto-base para a conferência, colocado previamente, confirmou-se na conclusão da experiência de mediação colaborativa. Dizia Paulo: A interacção social online é, neste enquadramento, um sistema mediador para a integração nas actividades das comunidades e, principalmente, para a construção dos objectos e contextos de aprendizagem. E a mediação colaborativa constitui a forma de expressão da comunidade num grupo de partilha (das representações de conhecimento informal e formal) e construção colaborativa e entre pares das aprendizagens e do conhecimento. De fato, a mediação colaborativa não apenas existiu na participação da comunidade de alunos como também houve a partilha de conhecimento e construção colaborativa a partir os questionamentos e do resumo final realizado pelos participantes. O registro permanente desta experiência e as discussões posteriores em sala de aula inspiraram os alunos a levar a e- moderação a suas próprias experiências educacionais. E, como tal, atingiu-se o objetivo de integrar a tecnologia ao currículo na prática pedagógica educacional de professores diversos. BIBLIOGRAFIA DIAS, P. Da e-moderação à mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem In Educação, Formação & Tecnologias; vol. 1(1), abril 2008. [Online]; ISSN 1646-933X. Também disponível em acesso em 01/08/2008 em http://labspace.open.ac.uk/file.php/3310/Paulo_Dias/e-moderacao_Paulo_Dias.pdf DIAS, P. Moderação online e mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem, junho 2008. [Online]; Apresentação. Acesso em 01/08/2008. http://labspace.open.ac.uk/file.php/3310/Paulo_Dias/e-moderacao_Paulo_Dias.ppt DIAS, P. E-moderação, junho 2008. [Online]; Webconferência. Acesso em 01/08/2008. http://fm-openlearn.open.ac.uk/fm/ca3bbd-2757 MENGALLI, N. M. e RIBEIRO, R. A. Blog Currículo e Tecnologia. Acesso em 01/08/2008 http://educacaopuc.blogspot.com Ambiente virtual de aprendizagem Collaboration area for New Technologies in Education in Brazil. Acesso em 01/08/2008 http://labspace.open.ac.uk/course/view.php?id=3310 KENSKI, V. Educação e Tecnologias. O novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007. VALENTE, J.A. & ALMEIDA, M.E.B. (orgs.) Formação de Educadores a Distância e Integração de Mídias. São Paulo: Avercamp, 2007. Figura 1 – A interface para acessar a webconferência e-moderação. Figura 3 – O início da apresentação.. Figura 4 – A apresentação ocorre simultaneamente ao diálogo escrito e imagético. Figura 2 – A webconferência vista por ordem de imagens discutidas (snapshots).

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E-MODERAÇÃO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM WEBCONFERÊNCIA BRASIL-PORTUGAL RENATA AQUINO RIBEIRO, [email protected] Doutoranda em Educação: Currículo / PUC-SP. INTRODUÇÃO - PowerPoint PPT Presentation

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO / PUC-SPDE SÃO PAULO / PUC-SP

E-MODERAÇÃO:

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM WEBCONFERÊNCIA BRASIL-PORTUGAL

RENATA AQUINO RIBEIRO, [email protected]

Doutoranda em Educação: Currículo / PUC-SP

INTRODUÇÃOEste trabalho tem por objetivo a apresentação de uma experiência na ferramenta de webconferência Flashmeeting que uniu

professores em Portugal e no Brasil, além de uma participante no Reino Unido. O tema da conferência, mediação colaborativa, pode ser comprovado na prática pela utilização que os alunos fizeram da ferramenta. O procedimento metodológico deste trabalho baseia-se nas teorias do currículo analisadas sob a ótica de integração das tecnologias à educação. O resultado da experiência foi a evolução do grupo no uso das tecnologias para gerar conhecimento baseado no currículo da disciplina, que foi comprovada na ocasião última de uma série de sessões mediadas por ferramentas de colaboração.

METODOLOGIANo primeiro semestre de 2008, no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, a disciplina Tecnologias

Digitais e Currículo iniciou uma investigação sobre a integração de tecnologias ao currículo com o uso de ferramentas da Open University, particularmente do ambiente online Labspace. Como parte dessas ferramentas, foi utilizado o Flashmeeting para webconferência. A ferramenta integra vídeo, áudio, bate-papo e apresentações em um só local e foi utilizada para painéis sobre alguns temas de trabalho final e discussão de textos e projetos. O uso da ferramenta foi acompanhado por workshops e discussões em fóruns online e por lista de discussão por e-mails. Foram três sessões coletivas durante o semestre com participação de toda a turma de alunos da disciplina. Na terceira e última sessão coletiva, foi apresentado o texto “E-moderação” pelo professor Paulo Dias, da Universidade do Minho, Portugal. O tema do texto, mediação colaborativa, pôde ser comprovado na evolução dos alunos em relação ao uso da webconferência. O aprendizado atingiu um ponto ótimo de integração com as tecnologias, e pode ser constatada a função instrumental da técnica na aquisição do conhecimento.

A importância da mediação colaborativa foi fundamental no exercício com a ferramenta que trouxe o conteúdo A rica discussão do tema também se seguiu com base na leitura de texto de Paulo Dias e conceitos retomados na apresentação online.

Partindo da concepção reguladora da e-moderação nos ambientes de aprendizagem online, através de processos de organização e dinamização das atividades, propomos uma nova interpretação das formas avançadas de interação social que ocorrem no âmbito das comunidades de aprendizagem através da qual se desenvolve a mediação colaborativa. (DIAS, 2008, p. 1)

Para Dias, é notável o impacto das tecnologias da informação na criação e desenvolvimento de ambientes de aprendizagem. No caso específico da disciplina Tecnologias Digitais e Currículo, a utilização do ambiente virtual de aprendizagem Labspace foi essencial para criação de um espaço de leitura de textos, reflexão e discussão sobre o conteúdo pedagógico do semestre. As ferramentas estruturadas de acordo com modelos de interação característicos da web 2.0, foram complementadas por um esquema de coaching entre os alunos da disciplina e integração com blogs e outros espaços online.

A aprendizagem desenvolveu-se tanto nas aulas presenciais na universidade quanto no ambiente virtual. Boa parte das discussões a respeito da tecnologia teve lugar durante as aulas presenciais. Uma ferramenta de lista de discussão por e-mail, fechada para o grupo de alunos, auxiliou nas decisões operacionais coletivas e na redistribuição de materiais específicos.

A complexidade das interações na rede, focada por Paulo Dias, foi constatada também nas interações no ambiente virtual de aprendizagem. O grupo de alunos da disciplina pode ser considerado como uma comunidade de aprendizagem online e suas interações aconteceram conforme proposto por Paulo Dias em modelo de mediação colaborativa.

A princípio, o grupo cadastrou-se no ambiente e associou-se a uma comunidade específica da PUC-SP. Por sua vez, esta comunidade de aprendizagem encontra-se conectada a outras de vários países que compartilham ferramentas e conhecimento sobre tecnologias na educação. O fim específico da área da disciplina não impediu que fossem realizados exercícios com outras ferramentas, tais como o MSG, e também permitiu a interação em outras comunidades de aprendizagem, em exercício específico na aula de navegação pelo Labspace, já no final do semestre.A dimensão social da participação transformou a rede num espaço mais democrático e generalizado de publicação e partilha, de acessibilidade tecnológica, e o conseqüente aumento da fluência digital. (DIAS, p. 2, 2008)

RESULTADOSINTERFERÊNCIAS E MEDIAÇÃO COLABORATIVA

Nem sempre, entretanto, o ambiente colaborativo e suas ferramentas integradas funcionaram sem maiores discussões sobre a tecnologia no grupo. As primeiras sessões apresentaram alguns obstáculos que deram origem a investigação entre os alunos e apresentação de seminário sobre o Flashmeeting. O blog Tecnologia e Currículo, que forneceu acesso rápido ao link da terceira webconferência (http://educacaopuc.blogspot.com), trouxe parte destas entrevistas com os alunos e o histórico da integração com o Labspace. A última sessão, com Paulo Dias, foi realizada sem nenhuma necessidade de discussão sobre a ferramenta.

A colaboração online é um processo construtivista e leva em conta o desenvolvimento sistêmico da aprendizagem. Assim, a e-moderação pode se constituir no ambiente a partir do desenvolvimento do conhecimento sobre a integração de tecnologias ao currículo realizado nos seminários e nas leituras de textos que precederam a última sessão.

É interessante notar que a ecologia para as experiências de aprendizagem e conhecimento, proporcionada por processos colaborativos, se fez presente e extensa na sessão com o professor. A imersão no ambiente e as negociações de representações de conhecimento aconteceu inclusive com uma participante de um terceiro país. Alexandra Okada, da Open University no Reino Unido, acompanhou a sessão como ouvinte. Alexandra foi a principal conferencista na segunda sessão coletiva. A marca principal da sessão de Alexandra foi a construção de narrativas coletivas, com a conferencista estimulando o questionamento e a discussão dos temas através de paradas estratégicas na conferência.Todas as sessões com a ferramenta de webconferência Flashmeeting podem ser revistas através da função replay. O bate-papo integrado também pode ser lido novamente a qualquer momento acessando as “minutas da reunião’ (minutes). Tal publicação e partilha de informação se insere na proposta de mediação colaborativa descrita por Dias, que indica a importância deste aspecto na diminuição da distância social e a integração online de consumidores e produtores de conhecimento.

Um dos momentos muito interessantes da aplicação do conteúdo da fala do professor à prática foi quando a confiança e a reciprocidade dos participantes na webconferência foi quebrada por um ruído. Buscando trocar sua imagem de vídeo por uma foto estática, uma participante enviou por engano uma foto para a área da apresentação. A saia justa foi rapidamente resolvida com uma justificativa via bate-papo e a reação imediata dos outros participantes que trouxeram de volta o clima de calma fruição de conteúdo ao ambiente. Isto ocorreu através de comentários irônicos ou incisivos sobre a fala do professor no momento.

Para Wenger (2007, citado por Dias), “a participação, a partilha e a integração da voz social favorecem a descentralização dos processos de moderação, devolvendo a liderança à comunidade”. Essa descentralização e a regulação da mediação colaborativa que devolveu a webconferência a seu eixo principal foi realizada, na prática, com o acidente da inserção do ruído por uma participante e a subseqüente intervenção da comunidade na extinção do ruído.

Assim, pode ser comprovado o modelo de mediação colaborativa como forma de negociação da interação proposto por Dias. Os elementos conteúdos, comunidade, contextos e interação se articulam pela mediação colaborativa. É a negociação que depende dos participantes que promove a estabilização das situações de aprendizagem e geração do conhecimento. Trata-se da acordância entre múltiplos discursos e a interpretações que constrói o conhecimento coletivo da comunidade de aprendizagem.

CONCLUSÕESUma avaliação global desta experiência pode iniciar a partir dos registros deixados pelos cursistas no espaço de

escritura da webconferência, chamado de chat ou bate-papo. Lá, alguns conceitos que tratam do tema da mediação colaborativa foram citados e retomados quando do fechamento da webconferência. Uma articulação para finalizar o evento e marcá-lo como um momento enriquecedor também pode ser vista nos discursos dos participantes.

01:33:19 aluno1: prof. paulo dias resumo o que disse o prof. valente: agradecemos sua fala, foi um prazer conhecê-lo ainda que virtualmente e seus textos também trazem um material muito rico (...)

01:34:04 aluno1: ale, obrigada em nome de todos nós.01:34:06 aluno2: Momento especial e enriquecedor01:34:14 aluno1: agradecemos também ao prof paulo moreira01:34:23 aluno3: Grata, pelas contribuições de todos...01:34:23 professora: Foi excelente ter recebido o convite... estarei revendo o replay (...)01:35:23 aluno4: Lembraria Sergio Godinho um cantor português que adoro, pensando nas construção de comunidades,

"Hoje só é o primeiro dia do resto de nossas vidas". Vamos caminhando e construindo.Até mesmo uma das convidadas, a professora Alexandra Okada, da Open University, relembrou que a possibilidade

do “replay”, a revisão tanto do vídeo quanto do texto da webconferência traria sempre novas descobertas e análise dos conceitos através de outras perspectivas. O texto-base para a conferência, colocado previamente, confirmou-se na conclusão da experiência de mediação colaborativa. Dizia Paulo:

A interacção social online é, neste enquadramento, um sistema mediador para a integração nas actividades das comunidades e, principalmente, para a construção dos objectos e contextos de aprendizagem. E a mediação colaborativa constitui a forma de expressão da comunidade num grupo de partilha (das representações de conhecimento informal e formal) e construção colaborativa e entre pares das aprendizagens e do conhecimento.

De fato, a mediação colaborativa não apenas existiu na participação da comunidade de alunos como também houve a partilha de conhecimento e construção colaborativa a partir os questionamentos e do resumo final realizado pelos participantes. O registro permanente desta experiência e as discussões posteriores em sala de aula inspiraram os alunos a levar a e-moderação a suas próprias experiências educacionais. E, como tal, atingiu-se o objetivo de integrar a tecnologia ao currículo na prática pedagógica educacional de professores diversos.

BIBLIOGRAFIADIAS, P. Da e-moderação à mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem In Educação, Formação & Tecnologias; vol. 1(1), abril 2008. [Online]; ISSN 1646-933X.Também disponível em acesso em 01/08/2008 emhttp://labspace.open.ac.uk/file.php/3310/Paulo_Dias/e-moderacao_Paulo_Dias.pdfDIAS, P. Moderação online e mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem, junho 2008. [Online]; Apresentação. Acesso em 01/08/2008. http://labspace.open.ac.uk/file.php/3310/Paulo_Dias/e-moderacao_Paulo_Dias.pptDIAS, P. E-moderação, junho 2008. [Online]; Webconferência. Acesso em 01/08/2008. http://fm-openlearn.open.ac.uk/fm/ca3bbd-2757MENGALLI, N. M. e RIBEIRO, R. A. Blog Currículo e Tecnologia. Acesso em 01/08/2008http://educacaopuc.blogspot.comAmbiente virtual de aprendizagem Collaboration area for New Technologies in Education in Brazil. Acesso em 01/08/2008http://labspace.open.ac.uk/course/view.php?id=3310KENSKI, V. Educação e Tecnologias. O novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.VALENTE, J.A. & ALMEIDA, M.E.B. (orgs.) Formação de Educadores a Distância e Integração de Mídias. São Paulo: Avercamp, 2007.

Figura 1 – A interface para acessar a webconferência e-moderação.

Figura 3 – O início da apresentação..

Figura 4 – A apresentação ocorre simultaneamente ao diálogo escrito e imagético.

Figura 2 – A webconferência vista por ordem de imagens discutidas (snapshots).