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Sesi Goiás INDÚSTRIA INVESTE EM QUALIDADE NO TRABALHO IEL Goiás PREMIAÇÃO RECONHECE OS MELHORES ESTAGIÁRIOS Ano 59 # 248 Outubro 2012 Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás ENTREVISTA A ausência de transparência, o jogo eleitoreiro e interesses patrimonialistas provocam acúmulo de gargalos de proporções históricas nos municípios, afirma Wilson Ferreira da Cunha, da PUC-GO E O CIDADãO? Saúde e educação, meio ambiente, saneamento e lixo, transporte urbano e burocracia em excesso afetam a qualidade de vida e travam o desenvolvimento nos municípios, na visão da indústria

E o cidadão? - sistemafieg.org.br · construção civil e extrativo mineral. Em 20 temas apresentados, ... fEira do jEanS 38 A indústria de confecções de Goiânia ... Paulo Sérgio

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Sesi GoiásIndústrIa Investe emqualIdade no trabalho

IEL GoiásPremIação reconheceos melhores estagIárIos

Ano 59# 248

Outubro 2012

Revista do Sistema Federaçãodas Indústrias do Estado de Goiás

EntREvIStAa ausência de transparência, o jogo eleitoreiro e interesses patrimonialistas provocam acúmulo de gargalos de proporções históricas nos municípios, afirma Wilson Ferreira da Cunha, da PUC-GO

E o cidadão?Saúde e educação, meio ambiente, saneamento e lixo, transporte urbano e burocracia em excesso afetam a qualidade de vida e travam o desenvolvimento nos municípios, na visão da indústria

Goiás industrial Outubro 2012 | 3

artigo>>

DA InDÚStRIA AOS FUtUROS PREFEItOS A menos de um mês das eleições de outubro, a Fieg promoveu uma sondagem, executada pelo IEL Goiás, para identificar, junto ao empresaria-do goiano, as ações municipais que consideram prioritárias para implantação pelas próximas gestões municipais no Estado. Principal assunto desta edição da Goiás Industrial, foram con-sultadas 179 indústrias de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão, Itumbiara e Rio Verde, integrantes dos setores de transforma-ção (alimentos e bebidas, vestuário e acessórios, produtos químicos e farmacêuticos, minerais não-metálicos, metalúrgicos e sucroalcooleiro), construção civil e extrativo mineral. Em 20 temas apresentados, relativos dentre ou-tros a saúde, educação, saneamento básico, lixo urbano e meio ambiente, 92% das empresas con-sultadas consideraram como maiores necessida-des: melhor atendimento e expansão da rede de saúde, melhor qualificação dos professores mu-nicipais, mais e melhores escolas e creches e re-dução da burocracia nos órgãos das prefeituras. Saúde e educação para a população constituíram as grandes preocupações de quase todas. A realidade constatada deixa claro que as indús-trias se interessam pelo bem-estar da população das regiões onde se localizam e, de forma geral, que os problemas são mais ou menos os mesmos em todos os municípios. Assim, a responsabilidade social empresarial marca presença em nosso tempo. Se antigamen-te se imaginava o lucro como a suprema preo-cupação do empresário, observa-se na prática o aprimoramento de sua visão social. Cresce o número daqueles que compreendem se refletir a melhoria da qualidade de vida do trabalhador

e seus dependentes em sua dedicação e produ-tividade dentro da empresa. Comprovadamente, a empresa socialmente responsável ganha em valorização da imagem e da marca, em fideliza-ção de clientes e de seus talentos internos, em elevação da produtividade e competitividade, em contribuição efetiva para o desenvolvimento sustentável e em perenização dos negócios.Além disso, em muitos casos, os interesses das empresas dependem da solução coletiva como, por exemplo, a escassez de mão de obra qualifica-da para a fabricação de etanol e açúcar em Goiás. Ela não teria impacto tão expressivo se as prefei-turas pudessem investir, de forma adequada, em alfabetização e melhorias no ensino fundamen-tal, incrementando em sua rede a formação bási-ca com o acréscimo de idiomas, como o inglês, e o ensino de computação. Isso contribuiria, mais à frente, para a formação de profissionais mais bem qualificados para assimilar as necessidades das usinas – conforme pondera, com experiência própria, o Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg).

“a realidade deixa claro que as indústrias se interessam pelo bem-estar da população das regiões onde se localizam e que os problemas são mais ou menos os mesmos nos municípios.”

Pedro alves de oliveira Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás

4 | Goiás industrial Outubro 2012

índice>>

26 Pesquisa inédita, realizada pela Fieg/IEL Goiás, aponta as grandes questões

municipais que, na visão da indústria, deverão ser enfrentadas pelos prefeitos eleitos, com destaque especial para os setores de saúde e educação. Entram nessa lista, ainda, problemas gerados pela má gestão do lixo, pela burocracia excessiva e pelo trânsito

EntrEviSta

8 Com amplo predomínio do jogo eleitoreiro e de interesses patrimoniais,

gargalos de dimensões históricas se acumulam nos municípios, emperrando o processo de desenvolvimento cultural, político, econômico e social da nação, afirma o professor e cientista político Wilson Ferreira da Cunha, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)

caPa>> iEL GoiáS

13 O Prêmio IEL de Estágio, promovido pelo oitavo ano consecutivo pelo Instituto

Euvaldo Lodi, escolheu os estagiários que mais se destacaram em 2012 na geração de conhecimento e valor e no desenvolvimento de soluções para as

demandas de indústrias goianas

arranjoS ProdutivoS

18 Em sua segunda etapa, o Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecção de Corumbá de

Goiás vai capacitar 65 profissionais nas áreas de modelagem, corte e costura industrial.

caPacitação

19 Instalado em parceria com a EtH Bioenergia, BRF Brasil Foods e prefeitura, o núcleo

Integrado Sesi Senai Mineiros amplia seu portfólio com o curso técnico em mecânica de manutenção

industrial.

SEnai GoiáS

21 A Anglo American e o Senai Goiás pesquisam o aproveitamento da escória de suas

plantas industriais de niquelândia e Barro Alto na construção civil, na produção de blocos de concreto, e na pavimentação de rodovias, substituindo, respectivamente, a areia e a brita

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Goiás industrial Outubro 2012 | 5

PoLo movELEiro

23 As indústrias Brasilata Embalagens Metálicas, de Rio verde, telemont Engenharia de

telecomunicações e Pontal Engenharia Construções e Incorporações, de Goiânia, finalistas da 15ª edição do Prêmio Sesi Qualidade no trabalho (PSQt), concorrem à

premiação nacional, a ser realizada em novembro

icq braSiL

32 A certificação de sistemas de gestão integrada, instrumento importante para reforçar a posição

de mercado das corporações, será tema do seminário Qualidade como Base para a Sustentabilidade, que o ICQ

Brasil promoverá no dia 22 de novembro, em Goiânia

aSSESSoria jurídica

34 Lançada há três anos, a assessoria jurídica permitiu aos sindicatos agregar mais um serviço

de qualidade ao seu portfólio, abrindo a possibilidade de ampliação de sua base sindical, a um “custo bastante interessante”, segundo o advogado Rafael Lara Martins (foto), do escritório Rodovalho Advogados

SindicaLiSmo

35 nove entre os 36 sindicatos filiados à Federação das Indústrias do Estado de

Goiás (Fieg) elegeram e empossaram novas diretorias, que já começaram a colocar em prática propostas de mudanças e de modernização anunciadas para o biênio 2012-2014

fEira do jEanS

38 A indústria de confecções de Goiânia prepara a segunda edição da Feira

Internacional do Jeans, realizada pela primeira vez em agosto, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. Desta vez, adianta Edilson Borges de Sousa, presidente do Sinroupas, será uma “superfeira”, integralmente patrocinada pelas empresas do setor.

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direção José Eduardo de Andrade neto

coordenação dejornalismo

Geraldo neto

EdiçãoLauro veiga Filho

SubeditorDehovan Lima

reportagemAndelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela Ribeiro,

Edilaine Pazini, Jávier Godinho, nathalya toaliari e Janaina

Staciarini e Corrêa

colaboraçãoWelington da Silva vieira

fotografia:Sílvio Simões, Alex Malheiros e

Sérgio Araújo

capa e ilustraçõesGabriel Martins e Chico Santos

Projeto gráficoWesley Cesar

diagramação e produçãoClarim Comunicação e

MarketingRua S-6 nº 129, Sala 01,

Setor Bela vista(62) 3242-9095

www.clarimcomunica.com.brcontato@clarimcomunica.

com.br

fotolito e impressãoGráfica Kelps

As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus

autores e não refletem necessariamente

a opinião da revista

Sistema fiEG

federação das indústrias do Estado de Goiás

Presidente:Pedro Alves de Oliveira

Av. Araguaia, nº 1.544, Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - vila nova CEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300Fax (62) 3229-2975

Home page:www.sistemafieg.org.br

[email protected]

núcLEo rEGionaL da fiEG Em anáPoLiS

Presidente: Ubiratan da Silva Lopes

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

E-mail: [email protected]

SESiServiço Social da Indústriadiretor regional: Pedro Alves de OliveiraSuperintendente: Paulo vargas

SEnaiServiço nacional de Aprendizagem Industrialdiretor regional: Paulo vargas

iELInstituto Euvaldo Lodidiretor: Hélio navesSuperintendente: Humberto Oliveira

icq braSiLInstituto de Certificação Qualidade Brasildiretor: Justo O. D’Abreu CordeiroSuperintendente: tatiana Jucá

conselhos temáticosconselho temático de desenvolvimentotecnológico e inovaçãoPresidenteMelchíades da Cunha netoVice-PresidenteIvan da Glória teixeiraconselho temático de meio ambientePresidenteHenrique W. Morg de AndradeVice-PresidenteAurelino Antônio dos Santosconselho temático de infraestruturaPresidenteCélio de OliveiraVice-PresidenteÁlvaro Otávio Dantas Maia

conselho temático de Política fiscal e tributária PresidenteEduardo ZuppaniVice-PresidenteJosé nivaldo de Oliveiraconselho temático de relações do trabalhoPresidenteOrizomar Araújo de SiqueiraVice-PresidenteRicardo Rorizconselho temático de micro e Pequena EmpresaPresidenteLeopoldo Moreira netoVice-PresidenteCarlos Alberto vieira Soares

conselho temático de responsabilidade SocialPresidenteAntônio de Sousa AlmeidaVice-PresidenteRosana Gedda Carneiroconselho temático de agronegóciosPresidenteIgor MontenegroVice-Presidente Ananias Justino Jaimeconselho temático de comércioExterior e negócios internacionaisPresidenteEmílio BittarVice-PresidenteJosé Carlos de Souzaconselho temático fieg jovemPresidenteAndré Lavor Pagels BarbosaVice-PresidenteLeandro Almeidarede metrológica GoiásPresidenteMarçal Henrique Soarescâmara Setorial de mineração PresidenteJosé Antônio vittiVice-PresidenteLuiz Antônio vessani

diretoria da fiEG

PresidentePedro Alves de Oliveira

1º vice-PresidenteWilson de Oliveira

2º vice-Presidente Eduardo Cunha Zuppani

3º vice-PresidenteAntônio de Sousa Almeida

1º SecretárioMarley Antônio da Rocha

2º SecretárioIvan da Glória teixeira

1º tesoureiroAndré Luiz Baptista Lins Rocha

2º tesoureiroHélio naves

diretores Segundo Braoios Martinez Sandro Marques Scodro Orizomar Araújo Siqueira Ubiratan da Silva Lopes Manoel Paulino Barbosa Robson Peixoto Braga Roberto Elias de L. FernandesJosé Luis Martin AbuliÁlvaro Otávio Dantas MaiaEurípedes Felizardo nunes Jair Rizzi Henrique W. Morg de Andrade Eduardo Gonçalves Leopoldo Moreira neto Flávio Paiva Ferrari Luiz Gonzaga de AlmeidaLuiz Ledra Daniel viana Osvaldo Ribeiro de Abreu Elvis Roberson Pinto Eduardo José de Farias valdenício Rodrigues de Andrade Ailton Aires de Mesquita Hermínio Ometto neto Carlos Alberto vieira Soares Jerry Alexandre de Oliveira Paula Josélio vitor da PaixãoJaime Canedo

conselho fiscal Justo O. D’Abreu CordeiroLaerte SimãoMário Drummond Diniz

conselho de representantes junto à cni Paulo Afonso Ferreira Sandro Antônio Scodro

conselho de representantes junto à fiegAbílio Pereira Soares JúniorAilton Aires MesquitaAlyson José nogueiraÁlvaro Otávio Dantas MaiaAntônio Alves de DeusCarlos Alberto vieira SoaresCarlos Roberto vianaCélio Eustáquio de MouraCyro Miranda Gifford JúniorDaniel vianaDomingos Sávio G. de OliveiraEdilson Borges de SousaEduardo Cunha ZuppaniEliton Rodrigues FernandesElvis Roberson PintoEurípedes Felizardo nunesFábio RassiFlávio Paiva FerrariFlávio Santana RassiFrancisco Gonzaga PontesGilberto Martins da CostaHenrique Wilhem Morg de AndradeHermínio Ometto netoHélio navesHeribaldo EgídioIvan da GlóriaJaime CanedoJair RizziJoão EssadoJoaquim Cordeiro de LimaJoaquim Guilherme Barbosa de SousaJosé Alves PereiraJosé Antônio vittiJosé Batista JúniorJosé Divino ArrudaJosé Luiz Martin AbuliJosé Romualdo MaranhãoJosé vieira Gomide JúniorJusto Oliveira D’Abreu CordeiroLaerte SimãoLeopoldo Moreira netoLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz LedraLuiz RézioManoel Silvestre Álvares da SilvaMarley Antônio Rochanilton Pinheiro de MeloOlímpio José BrandãoOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Sérgio de Carvalho CastroPedro Alves de OliveiraPedro Daniel BittarPedro de Souza Cunha JúniorPedro Paulo tavares CostaPedro Silvério PereiraPlínio Boechat LopesRicardo Araújo MouraRoberto Elias de Lima FernandesRobson Peixoto BragaRodolfo Luis Xavier vergílioSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSegundo Braoios MartinezUbiratan da Silva Lopesvaldenício Rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira

GOIÁSInDUStRIAL

expediente>>

Goiás industrial Outubro 2012 | 7

SiaEGSindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de GoiásPresidente: Sandro Antônio Scodro MabelFone/Fax: (62) [email protected]

SiEEGSindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito FederalOrlando Alves Carneiro JúniorFone (62) 3212-6092Fax [email protected]

SiGEGoSindicato das Indústrias Gráficas no Estado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515Fax [email protected]

SimaGranSindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado de GoiásPresidente: Eliton Rodrigues Fernandestelefone: (62) 3225-9889

SincafÉSindicato das Indústrias de torrefação e Moagem deCafé no Estado de GoiásPresidente: Carlos Roberto vianaFone (62) 3212-7473Fax [email protected]

SindaGoSindicato dos Areeiros do Estado de GoiásPresidente: Gilberto Martins da CostaFone/Fax (62) [email protected]

SindcEL-GoSindicato da Indústria da Construção, Geração, transmissão e Distribuição de Energia no Estado de GoiásPresidente: Célio Eustáquio de MouraFone: (62) 3218-5686 / [email protected]

SindiaLfSindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecçãode Roupas para Homens no Estado de GoiásPresidente: Daniel vianaFone (62) 3223-2050

SindibritaSindicato das Indústrias Extrativas de Pedreirasdo Estado de GO, tO e DFPresidente: Flávio Santana RassiFone/Fax (62) [email protected]

SindicaLcESindicato das Indústrias de Calçados no Estado de GoiásPresidente: Elvis Roberson PintoFone/Fax: (62) [email protected]

SindicarnESindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado de Goiás e tocantinsPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e [email protected]

SimELGoSindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico do Estado de GoiásPresidente: Orizomar Araújo de SiqueiraFone/Fax (62) 3224-4462 [email protected]

SimPLaGoSindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de GoiásPresidente: Olympio José AbrãoFone (62) [email protected]

SindicurtumESindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone/Fax: (62) [email protected]

SindiGESSoSindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone: (62) [email protected]

SindiLEitESindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de GoiásPresidente: Joaquim Guilherme Barbosa de SousaFone (62) 3212-1135Fax [email protected]

SindiPãoSindicato das Indústrias de Panificação e Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaFone: (62) [email protected]

SindirEPaSindicato da Indústria de Reparação de veículos eAcessórios no Estado de GoiásPresidente: Ailton Aires Mesquitatelefone (62) 3224-0121/ [email protected]

SindmÓvEiSSindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Pedro Silvério PereiraFone/Fax (62) [email protected]

SindtriGoSindicato dos Moinhos de trigo da Região Centro-OestePresidente: André Lavor Pagels BarbosaFone (62) 3223-9703 [email protected]

SinincEGSindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de GoiásPresidente: José Antônio vittiFone/Fax (62) [email protected]

SinProcimEntoSindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de GoiásPresidente: Luiz LedraFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]

Sindquímica-GoSindicato das Indústrias Químicas no Estado de GoiásPresidente: Jaime CanedoFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]

SinvEStSindicato das Indústrias do vestuário no Estado de GoiásPresidente: José Divino ArrudaFone/Fax (62) [email protected]

Sindicatos com sede na Federação das Indústrias do Estado de Goiásav. anhanguera, nº 5.440, Edifício josé aquino Porto, Palácio da indústria, centro, Goiânia-Go, cEP 74043-010

anápolis

SiaaSindicato das Indústrias da Alimentação de AnápolisPresidente: valdenício Rodrigues de Andrade

SicmaSindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de AnápolisPresidente: Álvaro Otávio Dantas Maia

SindifarGoSindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de GoiásPres. executivo – Marçal Henrique SoaresPres. – Ivan da Glória

SimEaSindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétricode AnápolisPresidente: Robson Peixoto Braga

SindicErSindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de GoiásPresidente: Henrique Wilhelm Morg Andrade

SivaSindicato das Indústrias do vestuário de AnápolisPresidente: Jair Rizzi

av. Engº roberto mange, nº 239-a, jundiaí, anápolis/GocEP 75113-630 fone/fax: (62) 3324-5768 e [email protected]

outros endereços

SiaGoSindicato das Indústrias do Arroz no Estado de GoiásPresidente: José nivaldo de OliveiraRua t-45, nº 60 - Setor BuenoCEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) 325l-3691- [email protected]

SifaçúcarSindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios Martinez Presidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045

SifaEGSindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América CEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) [email protected]

SimESGoSindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste GoianoPresidente: Welington Soares CarrijoRua Costa Gomes, nº 143Jardim Marconal CEP 75901-550 - Rio verde - GOFone/Fax (64) [email protected]

SinrouPaSSindicato das Indústrias de Confecçõesde Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Edilson Borges de SousaRua 1.137, nº 87 - Setor Marista CEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax: (62) [email protected]

SinduScon-GoSindicato da Indústria da Construção no Estado de GoiásPresidente: Justo Oliveira D’Abreu CordeiroRua João de Abreu, 427 - St. Oeste CEP 74120-110 - Goiânia- GOFone (62) 3095-5155/Fax 3095-5176/5177 [email protected]

Senhor empresário: a fiEG é integrada por 36 sindicatos da indústria, com sede em Goiânia, anápolis e rio verde. conheça a entidade representativa de seu setor produtivo. Participe. você só tem a ganhar.

sindicatos>>

8 | Goiás industrial Outubro 2012

entrevista>> WILSOn FERREIRA DA CUnHACientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)

O POntO ORIGInALLauro Veiga Filho

Tudo começa e termina nas cidades, onde as pessoas nascem, crescem, trabalham e enfrentam concretamente todos os problemas. “As cidades são a origem de tudo”, afirma o professor e cientista político Wilson Ferreira da Cunha, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), nesta entrevista à Goiás Industrial. “Nossos bandidos são criados nas nossas cidades, os criminosos são filhos das nossas cidades, assim como os políticos são filhos de nossas cidades também.” A ausência de debates e de transparência, a predominância do jogo eleitoreiro e dos interesses patrimonialistas na condução das gestões municipais, no entanto, têm provocado um acúmulo de entraves e gargalos, de proporções históricas, emperrando o processo de desenvolvimento cultural, político, econômico e social da Nação, afirma o professor.

Goiás Industrial – O sr. tem criticado o pro-cesso de criação indiscriminada de municí-pios. Qual a impacto dessa tendência para a vida nacional?Wilson Ferreira da Cunha – O Brasil tem 5.565 municípios atualmente e somente na dé-cada de 2000 foram criados mais 58, segundo o censo demográfico de 2010. Esse tem sido um dos empecilhos ao desenvolvimento do País, porque municípios são criados sem qualquer infraestrutura, sem a menor autonomia econô-mica para sua manutenção ao longo do tempo. As estatísticas mais recentes disponíveis mos-tram que cerca de 3 mil municípios não são autossustentáveis, são mantidos pelos governos federal e estadual por meio de repasses de ver-bas. Por que se criam tantos municípios? Esse processo reflete a estrutura política arcaica do País. O que se vê é apenas o interesse eleitoreiro, sem relação com objetivos de desenvolvimento local, do Estado ou da Nação.

Goiás Industrial – Isso está relacionado também ao patrimonialismo que ainda do-mina as relações políticas no Brasil?Ferreira – Temos essas mazelas históricas que são o patrimonialismo, o assistencialismo, o ne-

“Por que se criam tantos municípios? Esse processo reflete a estrutura política arcaica do País. o que se vê é apenas o interesse eleitoreiro, sem relação com objetivos de desenvolvimento local, do Estado ou da nação”

Goiás industrial Outubro 2012 | 9

potismo. Há uma resistência histórica enorme para mudar a estrutura política do País. Por que criar municípios? O município, para existir, tem de ter dinheiro para se sustentar. Se deixarmos exclusivamente nas mãos dos nossos políticos profissionais, eles criariam municípios a cada quadra. Isso é um absurdo, contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para onde vai o dinhei-ro do contribuinte? Vai para manter a estrutu-ra dos três poderes de cada município, de cada Estado e do País. Aqui entra o patrimonialismo. Os políticos consideram as cidades, os Estados, o País como propriedade deles. Isso é um ranço histórico. Principalmente nos últimos anos, essa maneira arcaica de fazer política foi resgatada, uma política para si próprio, em benefício de in-teresses particulares e não coletivos. Há critérios universais, nascidos na Grécia Antiga, para se estabelecer uma República. Neste país, o Execu-tivo tem poderes imperiais e governa como tal. Criou-se assim o neopatrimonialismo, modelo político no qual a elite governante desvia recur-sos do Estado para consolidar seu poder, com suborno sistemático de pessoas influentes e hip-nose do povo pela propaganda. Presidencialis-mo de coalizão é na verdade de cooptação, com repasse de dinheiro, oferta de cargos e liberação de emendas que cristalizam o adesismo atávico que permeia nossa tradição política.

Goiás Industrial – Não é paradoxal que você tenha no País essa questão muito forte do desejo pelo poder e câmaras municipais ine-ficazes, com vereadores que não legislam, não fiscalizam o poder municipal, que não exercem sua função?Ferreira – Há de se ter critérios para a criação de municípios. O critério hoje é o interesse políti-co, eleitoral, partidário. O que se vê, atualmente, são candidatos que transferem seus títulos elei-torais de cidades maiores para outras menores, criando currais eleitorais para dar poderes a esse possível vereador eleito. É da natureza da nossa República, que não é vista como coisa pública, mas uma coisa ‘deles’, políticos profissionais. O Executivo praticamente compra o legislador, as câmaras municipais, que vivem sob os sapatos desse Executivo. A falha é também econômica.

Com a crise europeia, por exemplo, na Itália se discute acabar com 1,5 mil prefeituras, que vão se tornar distritos, povoados, porque manter essas administrações municipais exige um gasto mui-to elevado. Esse é um dos ralos por onde escoa o dinheiro público e isso é corrupção. Na verda-de, quando se constitui um novo município no Brasil, isso já é feito com os caciques locais, com os coronéis locais, comandando a política e sub-jugando as forças políticas naturais da própria cidade. Se olharmos a história dos municípios, será possível verificar a existência de verdadeiras familiocracias, que mandam eternamente no poder local. São as oligarquias.

Goiás Industrial – Isso traz que consequên-cias para a representação política?Ferreira – Cria-se uma descrença, um descré-dito, um desestímulo à participação política. Enfraquece a democracia, o sistema político e o sistema econômico, especialmente quando existe uma hegemonia de um partido, e aqui no Brasil está sendo assim. O sistema de coligações faz surgir legendas de aluguel, usadas como mo-eda de troca, para negociação de cargos futuros, para conseguir tempo no horário eleitoral na te-levisão. O Brasil precisa de uma reforma política importante para colocar o País politicamente na modernidade. Estamos, neste momento, numa encruzilhada que vem da política em função de erros estratégicos cometidos que influem enor-memente na economia do País. Praticamente não existe um debate público, mas uma discus-são particular, partidária, com a preocupação meramente de ‘queimar’ o outro simplesmente porque ele tem ideias contrárias. Essas ideias, no entanto, devem vir à tona, ganhar transparência e ser discutidas. Tanto que esse horário eleitoral, que nada tem de gratuito porque custa ao País

“Presidencialismo de coalizão é na verdade de cooptação, com repasse de dinheiro, oferta de cargos e liberação de emendas que cristalizam o adesismo atávico que permeia nossa tradição política”

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Há muitos entraves além da corrupção, que re-tira mais de R$ 85 bilhões por ano da economia. Temos impostos exorbitantes, com um governo voraz nos bolsos do brasileiro. A indústria perde competitividade, porque ela precisa ter capaci-dade de inovar e de exportar sua produção e isso vem de ideias que deveriam começar a ser cons-truídas lá atrás com o livre debate político.

Goiás Industrial – A conexão entre economia e política se dá por aí?Ferreira – Precisamente. Se você cercear a liber-dade política, você vai cercear a possibilidade de ter pessoas com capacidade para inovar a econo-mia. E cada um tem o seu papel. O empresário tem o seu papel de produzir lucros, que vão gerar amanhã novas empresas e novos empregos, for-talecendo o País, diversificando a economia e as exportações, que não precisam ficar concentra-das apenas em commodities e produtos in na-tura. A política é que vai fornecer esse ambiente de liberdade econômica e não esse adesismo que vemos atualmente. É uma falha muito grande do nosso empresário de simplesmente aderir a quem ganhou o poder. Não deveria ser assim. O empresariado brasileiro tem de ter a coragem de discutir questões estratégicas para o desenvolvi-mento econômico, para que o País tenha condi-ções de crescer como um todo e não apenas em determinadas áreas.

Goiás Industrial – De que forma os municí-pios, onde as pessoas enfrentam esses pro-blemas no dia a dia, no concreto, se colocam diante desse processo e que perspectivas existem para que o município passe de fato a ocupar o centro de todo o processo de de-senvolvimento?Ferreira – Há uma tendência em geral de se achar que o governo federal é o culpado de tudo. Mas qualquer país é constituído por cidades e a seriedade deve começar nos municípios. A boa administração começa no governo local. É no go-verno local que se originam os governos estadu-ais e federal. Dependendo da seriedade política e administrativa de cada município, nós teremos um bom país. A corrupção vem da base, que são os municípios. Ao se criar municípios sem estru-

R$ 600 milhões nesses 45 dias de campanha, não apresenta qualquer discussão de ideias.

Goiás Industrial – Em sua opinião, o que se-ria necessário fazer?Ferreira – Seria preciso introduzir cláusulas de desempenho para aprovar a existência de parti-dos. Ou seja, o partido teria de apresentar de-sempenho eleitoral com um coeficiente mínimo de eleitores, supostamente de 5%. Não se trata de cercear a liberdade de organização, mas para termos uma ordem política no País e não uma desordem. Tanto que a imensa maioria das le-gendas de partidos nanicos é de aluguel.

Goiás Industrial – Quais as consequências desse quadro para o desenvolvimento eco-nômico e político do País?Ferreira – Esses gargalos e entraves existem por-que temos uma política atrasada, desorganizada e precisamos modernizar o processo para que isso passe a se refletir de forma positiva na econo-mia. O Brasil está se tornando uma nova colônia. Voltamos a ser exportadores de matérias-primas. Não que isso seja de todo negativo. É necessário que o Brasil continue a exportar, mas estamos esquecendo as áreas da tecnologia, da inovação.

“Primeiro temos de fazer cidades bem feitas e não apenas marketing sobre as cidades. o que se vê, atualmente, é só politicagem, proselitismo, demagogia, populismo desastroso.”

entrevista>>

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tura, e que por isso deveriam continuar sendo povoados ou distritos, abrem-se as porteiras da corrupção, dos desvios de verbas, com prefeitos de pires na mão, com despesas enormes, maiores do que a arrecadação. A reforma política, nesse sentido, vem na reforma econômica. Quer dizer, por que criar municípios? Devemos seguir os exemplos de fora. Municípios que não se susten-tam deveriam voltar a ser povoados ou distritos. Inclusive deveriam ser aprovadas leis para tirar o ganho de vereadores e prefeitos de cidades pequenas, como propõe um projeto do senador Cyro Miranda (PSDB-GO). É uma ideia polê-mica, interessante e importante para resolver a questão fiscal porque é preciso recurso para sus-tentar os Três Poderes em cada município. Pensar o Brasil do futuro é por aí, começa nas cidades. Daí as eleições municipais serem uma das mais importantes.

Goiás Industrial – Qual deveria ser o papel dos municípios dentro do processo de forta-lecimento da democracia e do próprio desen-volvimento econômico do País?Ferreira – Alexis de Tocqueville, pensador polí-tico e historiador francês (1805-1859), liberal que estudou os Estados Unidos, diz que o poder local é o mais importante da democracia moderna. É ali que começa a ser desenhado o futuro de um país. A boa administração municipal vai se refle-tir no Estado e no país. Primeiro temos de fazer cidades bem feitas e não apenas marketing so-bre as cidades. O que se vê, atualmente, é só po-liticagem, proselitismo, demagogia, populismo desastroso. Os candidatos querem apenas que a maioria adira a sua propaganda. Isso não é fazer política, é proselitismo. Administrar um muni-cípio não é dizer que ama a cidade. Desconfie de alguém que afirma isso. Administrar a cidade é conhecer os problemas locais, que são inúme-ros e muitas vezes já se tornaram insolúveis. A administração tem de dar respostas, trazer so-luções para amenizar esses problemas e não se apresentar como Messias, salvador da cidade. Construir uma cidade é enfrentar problemas e dar soluções a esses problemas, que são vários. O maior problema das cidades brasileiras hoje, por exemplo, é a segurança. Não há perspectiva

do que será a vida no futuro. Nossos bandidos são criados nas nossas cidades, os criminosos são filhos das nossas cidades, assim como os po-líticos são filhos de nossas cidades também. As cidades são a origem de tudo. Lá fora, as cidades são bem organizadas e quando há corrupção a punição é imediata. Aqui não. O ministro deixa o cargo com tapinhas nas costas e agradecimen-tos pelos serviços prestados, “roubados”.

Goiás Industrial – Não se vê, no entanto, um debate sobre os temas e os principais garga-los municipais, aqui no Estado especifica-mente. Como o sr. analisa essa questão?Ferreira – O horário eleitoral gratuito deveria estabelecer tantos minutos para a coligação ou partido, ou seja, isso acabaria com os nanicos, com as legendas oportunistas. Deveria ainda ser colocada na legislação que define o horário po-lítico a obrigação de discussões sobre questões temáticas, sobre os problemas do município, do Estado, do País, fechando o espaço para o pro-selitismo, o populismo, a demagogia, o messia-nismo. Isso levaria ao debate de problemas que são prementes em cada cidade, questões ligadas à infraestrutura urbana, à saúde pública, à edu-cação, entre outros. Por que o País, no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que avalia a qualidade do ensino para alunos de 15 anos, ficou apenas com o 58º lugar? É pratica-mente uma das piores educações do planeta. O investimento em educação básica é fundamental para que saiam daí pessoas que tenham noção do que é construir uma cidade. É daí que nasce a na-cionalidade, incluindo a formação de atletas, de artistas, dos futuros políticos, dos empresários. É na escola que esse processo ocorre. O dinheiro desviado pela corrupção teria de ir para essa esco-la, para o município, para resolver o problema do lixo, da infraestrutura. Não há esgotos sanitários.

“nossos bandidos são criados nas nossas cidades, os criminosos são filhos de nossas cidades, assim como os políticos são filhos de nossas cidades também. as cidades são a origem de tudo.”

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Quarenta e cinco por cento das cidades apenas têm infraestrutura urbanística. Criam-se cidades para prejudicar a população. Veja, Goiânia é um exemplo disso. Aos 80 anos, a cidade já apresenta problemas que podem ser considerados “secu-lares”, sob certo aspecto. Aqui entra o papel do gestor público, que precisa ter em mente a neces-sidade de construir a cidade para seus moradores e não para sua administração.

Goiás Industrial – Recentemente, o Progra-ma das Nações Unidas para os Assentamen-tos Humanos (ONU-Habitat) apontou Goiâ-nia como a cidade com maior concentração de renda na América Latina. Como chega-mos a esse ponto?Ferreira – Além disso, foi divulgado também que o Brasil tem 37 milhões de miseráveis numa população de 192 milhões de habitantes. Isso é muito grave. E onde estão essas pessoas? Nas ci-dades. E principalmente nas cidades de grande e médio porte, como Goiânia. É uma cidade que teve planejamento lá no seu início e depois isso foi abandonado. Ela cresceu desordenadamente, com graves problemas de trânsito, problemas de construções verticais em excesso, sem um plane-jamento para a política de ocupação do solo. Cada administração faz o que quiser e ficam maquian-do a cidade, pintando, asfaltando. Não existe um planejamento urbanístico, nem para a saúde, nem para a questão do lixo, nem para educação. Por isso a qualidade de vida nas cidades vem pio-rando. Nesse contexto, surgem as propagandas falando de sustentabilidade, de meio ambiente, mas apenas como fachada, como forma de dar uma satisfação porque esses são problemas uni-versais, prementes, que exigem soluções, atitude, coragem, compromisso, o que não existe, porque as discussões são isoladas. Deve-se lembrar que

não é apenas Goiânia, mas todo o entorno da capital. É gravíssimo morar em Goiânia. A culpa disso é dos nossos administradores, dos nossos gestores, que vêm ao longo dos anos deixando que esses entraves se acumulem sem solução.

Goiás Industrial – O que explica essa ausên-cia de soluções, professor?Ferreira – Interesses empresariais equivocados, imediatistas. Um egoísmo financeiro enorme, que envolve corrupção. Loteamentos e expansão urbana propositadamente desordenada. Veja o caso de Aparecida de Goiânia. Antes mesmo de o município existir, a cidade já havia sido total-mente loteada. Há uma exploração imobiliária enorme. Como vai ficar o trânsito em Goiânia? A cidade já se tornou uma “mini São Paulo”. Em alguns horários do dia, você precisa sair com uma hora de antecipação. Isso é fruto da má gestão pú-blica e que não vem de agora, mas de anos, pra-ticamente desde Pedro Ludovico. São problemas que o gestor não tem coragem para enfrentar, não tem quadros técnicos e nem visão de futuro para isso. Ele é imediatista, quer ganhar a eleição e o resto que se dane. Isso não é discutir a cidade.

Goiás Industrial – Que perspectivas o sr. vê para a questão municipal, que no fundo é uma questão do País?Ferreira – A solução da cidade é que vai solucionar o País e vice-versa. Com base no senso comum, há um desânimo em relação a isso entre a população de uma forma geral. Mas há o senso tecnológico, inovador, científico. Será preciso reunir especia-listas e profissionais sérios de todas as áreas para debater claramente as cidades, sem medo, sem ideologias, sem ideias pré-concebidas, sem pre-conceitos. Assim poderemos ter soluções, não há prazos imediatos. O erro dos nossos políticos profissionais é ter direcionado a administração apenas para aquele período em que estão no poder, enquanto a gestão deveria ser para o lon-go prazo. Isso não é uma questão exclusiva dos prefeitos, que em geral são pessoas que não têm eficácia nem administrativa, quanto mais urba-nística, social e econômica. Deveríamos ter mais gestores profissionais e não poderíamos conceder hiperpoderes administrativos para o Executivo.

“a boa administração começa no governo local. É no governo local que se originam os governos estaduais e federal. dependendo da seriedadepolítica e administrativa de cada município,nós teremos um bom país.”

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Aos vencedores: Caixa Econômica Federal, Sebrae Goiás e Capemisa, com apoio do Sesi Goiás e da Escola de Artes Veiga Valle, patrocinam premiação a estagiários

UM EStÁGIO, UMA IDEIA, UM PROJEtO PREMIADOPelo oitavo ano consecutivo, o Prêmio IEL de Estágio distingue estudantes geradores de ciência, de valor e de respostas a demandas de indústrias goianas

Célia Oliveira

Eles são jovens, todos na faixa etária dos 20 anos. Universitários que já romperam barrei-ras no mundo profissional e, como estagiários, mostram em indústrias suas habilidades e competências. Movidos pelo desejo de conciliar teoria e prá-tica, de conhecer rotinas de uma organização produtiva, eles conseguem dar às indústrias, que se abrem ao estágio, respostas positivas a gargalos que encontram durante a vivência do

estágio e, simultaneamente, criam chances pro-missoras para a carreira profissional em início. De olho na carreira e em busca de oportunida-des de trabalho fixo, esses jovens se lançaram a desafios que pudessem lhes proporcionar maiores conhecimentos práticos e satisfa-ção pessoal. Assim, também participaram do Prêmio IEL de Estágio, iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi, em sua oitava edição, recente-mente encerrado, com escolhas dos melhores trabalhos nas categorias pequena, média e grande empresa.

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O estudante de Engenharia Mecânica na Unip Henrique Camilo Corrêa, que já havia conquis-tado em 2011 a primeira colocação na categoria pequena empresa, comemora agora o bicampe-onato na mesma categoria, com o projeto Cap-tação de Água para a Vida, desenvolvido duran-te seu estágio na Makctractor Distribuidora de Peças para Tratores, em Aparecida de Goiânia.“Eu fiz o projeto visando utilizar um recurso abundante do meio ambiente, a água, para cap-tar e reutilizar na lavagem de peças que entram para reparo na empresa. Eu via uma riqueza sendo desperdiçada”, conta o estagiário. Supervisionado por Nádia Gomides, o projeto dele vai ajudar a empresa a baixar custos a partir da reutilização de um bem natural. “É um pro-jeto que vem para nos ajudar na época em que a demanda de serviço é maior, o período chuvoso, entre novembro e abril, no qual as colheitadei-ras param e vêm para a oficina. São máquinas que vêm muito carregadas de sujeira e deman-dam grande volume de água para a limpeza; e esta é a época que mais chove no Estado, então vamos agora aproveitar este recurso que era des-perdiçado. Isso vai reduzir nossos custos com a água, energia e aproveitar o recurso abundante neste período”, ressalta Nádia.

REUtILIZAçãO DE ÁGUA REDUZ CUStOS

Na Cicopal, indústria de alimentos situada em Senador Canedo, na Re-gião Metropolitana de Goiânia, Carla dos Anjos Silva, estudante de En-genharia de Alimentos na Universidade Federal de Goiás (UFG), estava determinada a dar uma resposta para a indústria na linha de produção de bolachas wafer, marca-da por desperdício. Para isso, não mediu esforços. “Quando a gente começa um estágio e percebe que a empresa tem uma expectativa sobre a gente para deixar uma marca, ficamos estimulados a tentar.”Em conversas com o professor orientador e com o supervisor, buscando teorias da qualidade e sensibilizando o pessoal, ela percebeu que o desafio era grande, pois a linha de wafer é relati-vamente nova na indústria e havia elevado desperdício. “O fato de tentarmos a cada dia reduzir as perdas para fazer diferença no custo do produto, isto já mudou bastante”, declara a estudante, vencedora do Prêmio IEL de Estágio na categoria média empresa. De acordo com o supervisor Lindomar Souza, o projeto Aplica-ção de Ferramentas de Gestão da Qualidade para Estudo de Per-das na Linha de Biscoito Tipo Wafer, delineado por Carla Silva, ao mapear todo o processo produtivo, fez com que o setor saísse do nível de desperdício de 7% para 3%. “Uma redução significa-tiva”, considera o supervisor.

MEnOS DESPERDíCIO nA PRODUçãO DE BOLACHAS

Túlio Galletti é outro exemplo de como o estágio bem desenvolvido gera ganhos para todas as partes. Movido pela oportunidade de mos-trar o quanto podia fazer dentro da indústria e pelo quanto podia agre-gar em novidades e valores no ambiente de trabalho, elaborou um pro-jeto voltado para manutenção. Estudante de Engenharia Mecatrônica na Unip e estagiário na Cipa/Mabel, Túlio Galletti demonstrava em demasia suas expectativas com os resultados do projeto denominado Gestão da Manutenção e com a

MAnUtEnçãO PREvEntIvA EM tRAtAMEntO DE EFLUEntES

Henrique Camilo Corrêa, 1º lugar pequena empresa. Com a supervisora Nádia Gomides, conseguiu economia para a empresa no uso e nas tarifas de água

Carla dos Anjos, 1º lugar média empresa. Ao lado de Lindomar Souza, seu supervisor, obteve redução de perdas na linha de biscoito

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premiação. Na Estação de Tratamento de Efluen-tes (ETE) desta grande empresa, em Aparecida de Goiânia, ele conseguiu sanar os problemas de manutenção e inovar no trabalho. “Estamos re-alizando uma manutenção com foco em confia-bilidade, qualidade, menor tempo de execução, melhorias contínuas, segurança e conseguimos, também, aproximar o setor de manutenção com a operação da estação de tratamento para que juntos executem um serviço de maior excelên-cia”. O fato é confirmado pelo supervisor Hugo Fabiano dos Reis. “Hoje, trabalhamos na ETE de forma preventiva. Chegamos até o equipamento antes de um problema.”.De acordo com o estagiário, essa nova forma de manutenção passou a ser adotada como referên-cia para outros setores da indústria.

Túlio Galletti, 1º lugar grande empresa. Com seu esforço e supervisão de Hugo dos Reis, inovou a manutenção dos equipamentos da ETE

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carla dos anjos Silva Henrique camilo corrêa

Os estagiários, seus projetos vencedores e os resultados obtidos nas empresas onde atuam

os vencedores nas três categorias>>

colocação1º

nome / cursoHenrique Camilo Correa / Engenharia Mecânica João Carlos Ottobboni/Desenvolvimento de SistemasRafael Cardoso F. Sousa/Engenharia da Computação

EmpresaMaktractor Distribuidora de Peças para tratores Ltda.Umbrella tecnologia Ltda

Celg G&t

instituição de EnsinoUnip

Senai

PUC Goiás

ProjetoCaptação de Água para a vidaAnálise, Desenvolvimento, Implantação, testes e Manutenção de Sistemas WEBImplementação da tecnologia RFID para Controle de Patrimônio e Processo

PEquEna EmPrESa

colocação1º

nome / cursoCarla dos Anjos Silva/ Engenharia de Alimentos Amauri Monteiro Dias Ferreira/ Engenharia de AlimentosMarianny Silva Canedo /Engenharia de Alimentos

EmpresaCicopal-Micos

Grupo GSA - Gama Sucos e Alimentos Ltda.Cicopal-Micos

instituição de EnsinoUFG

UFG

UFG

ProjetoAplicação de Ferramentas de Gestão da Qualidade para Estudo de Perdas na Linha de Biscoito WaferSensibilização e Capacitação dos Funcionários da IndústriaDeterminação de Procedimento POP para Recebimento de Matéria-Prima para Análise do Biscoito Wafer

mÉdia EmPrESa

colocação1º

nome / cursotúlio Galletti / Engenharia MecatrônicaBruno vilarinho Pires / Engenharia ElétricaLetícia Maria Silva / Engenharia Elétrica

EmpresaCipa -Mabel

telemont

Hypermarcas

instituição de EnsinoUnip

UFG

PUC Goiás

ProjetoGestão de Manutenção

Otimização do Sistema Preventivo de Redes telefônicas Redução de Perdas: Material de Embalagem e Produto

GrandE EmPrESa

Estudante de Engenharia Mecânica na Unip, vencedor na categoria Pequena Empresa, na Maktractor Distribuidora de Peças para tratores

Aluna de Engenharia de Alimentos da UFG, projeto de estágio na Cicopal-Micos, vitoriosa na categoria Média Empresa

túlio GallettiSeu projeto de gestão de manutenção, 1º colocado na categoria Grande Empresa, na Cipa -Mabel

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OItO AnOS DE HIStóRIA PELA InDÚStRIADesde que foi criado, em 2005, o Prêmio IEL de Estágio preconiza a ideia de que não há forma-ção profissional adequada sem a relação teoria/prática, sem a complementação e sem a percep-ção das empresas em abrir espaço para envolver os estudantes no conhecimento prático e na ge-ração de resultados. Pelo oitavo ano consecutivo, a iniciativa do IEL Goiás premia ideias e resultados inovado-res gerados por jovens estagiários e reconhece os melhores projetos e resultados de estágio nos níveis técnico e superior dentro das em-presas do Estado. “Buscamos incentivar a busca por ciência, por conhecimento e valorizar o desempenho dos futuros profissionais, revelando esses talentos

para o setor produtivo goiano que, como os de-mais espalhados pelo nosso País, sofre com a falta de profissionais mais bem preparados em diversas áreas de atuação”, aponta o superinten-dente do IEL Goiás, Humberto de Oliveira. Segundo ele, a cada ano o prêmio se gradua na especialidade de evidenciar os melhores pro-jetos e “por isso, quando premiamos os esta-giários, estamos premiando, também, pessoas que, com suas iniciativas e decisão em parti-cipar do prêmio, são a expressão da excelência que almejamos para a educação no Brasil.”O prêmio teve como patrocinadores Caixa Econômica Federal, Sebrae Goiás e Capemisa, com apoio do Sesi Goiás e da Escola de Artes Veiga Valle.

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apl de corumbá>>

CIDADE SOB EXPECtAtIvANova fase do arranjo produtivo de confecções prevê inicialmente capacitação de mais 65 profissionais, em parceria com a Faculdade de Tecnologia Senai Roberto Mange

Janaina Staciarini e Corrêa

Dando continuidade à implantação do Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecção de Corum-bá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, a 112 quilômetros de Goiânia, o Senai Goiás inicia a segunda etapa do projeto, que inclui capacitação profissional e assistência técnica e tecnológica. A realização das atividades vai absorver recursos da ordem de R$ 210 mil, do Ministério da Integração, que participa com 95% da verba, e da prefeitura. Cursos de modelagem e corte de confecção e costura industrial de confecção serão ministra-dos inicialmente para 65 participantes, em ação móvel da Faculdade de Tecnologia Senai Roberto Mange, de Anápolis. A assistência técnica e tec-nológica abrange desenvolvimento de produção, gestão e comercialização. Os alunos ainda terão programa de visita técnica, que possibilitará o conhecimento prático do funcionamento de uma indústria de confecção.A nova etapa do APL causa grande expectativa na cidade. “Esperamos que esses cursos novos tragam mais gente para a associação. Precisamos aqui de gente capacitada e com vontade de trabalhar”, afir-ma Rita Maria Pereira, presidente da Associação das Costureiras de Corumbá de Goiás. Desde 2010, 290 pessoas foram capacitadas, totalizando mais de 800 horas de cursos.

nA PASSARELA DAS CAvALHADASO forte da produção da associação hoje é a con-fecção de uniformes, tanto escolares quanto profissionais. A maior demanda pelos servi-ços vem de Brasília e da própria prefeitura de Corumbá. Além dos uniformes, as costureiras produzem também peças em tectel. De acordo com Maria Conceição Fagundes, atual tesourei-ra da ASCOC, elas já começam a ver os frutos do trabalho. “A gente já tem uma renda que dá pra comprar material de trabalho, pagar as contas e ainda sobra pra nós um pouco por mês”, conta.A associação ajuda ainda na reforma das roupas utilizadas pelos participantes da tradicional fes-ta das Cavalhadas. A montagem do espetáculo folclórico, em setembro, mobiliza toda a cidade.

Tradição: mouros, de vermelho, e cristãos, de azul, ao fundo, se enfrentam nas Cavalhadas

qualificação e capacitação profissional>>

cursoModelagem e Corte de ConfecçãoCostura Industrial de Confecção total

carga Horária160h

160h

320h

alunos20

45 (divididos em três turmas)

65

Maria da Conceição: “Precisamos de gente capacitada e com vontade de trabalhar”

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Desde sua inauguração, em dezembro de 2010, o Núcleo Inte-grado Sesi Senai Mineiros recebe constantes investimentos. O montante de recursos aplicados pelo Senai é da ordem de R$ 600 mil. A prefeitura, que arca com o aluguel do prédio, já empregou mais de R$ 130 mil. E há, ainda, os investimentos feitos para a adequação das instalações físicas do prédio, por parte de indús-trias locais. Os recursos são aplicados também na melhoria físi-ca da escola exigida para receber o novo curso, conforme explica Robert Bonuti, diretor da Unidade Integrada Sesi Senai Quirinó-polis, à qual o núcleo de Mineiros é subordinado: “Para esta ação, investimentos em equipamentos, máquinas e ferramentas já es-tão sendo realizados a fim de ampliar a atual oficina de mecânica de manutenção industrial. Estes investimentos possibilitarão o início das atividades do curso técnico”.

InvEStIMEntOS DE R$ 600 MIL

senai goiás>>

Sesi/Senai: seis mil horas de cursos e mais de 300 pessoas capacitadas desde a inauguração do núcleo

A nOvA OPçãONúcleo Integrado Sesi Senai passa a oferecer curso técnico em mecânica de manutenção industrial, em parceria com empresas da região e prefeitura

Janaina Staciarini e Corrêa

Instalado há menos de dois anos, em parceria com a ETH Bioenergia, BRF Brasil Foods e pre-feitura, o Núcleo Integrado Sesi Senai Mineiros, no Sudoeste goiano, amplia seu portfólio de educação profissional, ao anunciar para o ano que vem o curso técnico em mecânica de manu-tenção industrial. A habilitação, de nível pós-médio, visa suprir de-manda das indústrias da região, especialmente do setor sucroalcooleiro, já atendido com cursos de operação e manutenção de máquinas agríco-las e operação de processos industriais. De acor-do com Ailson Orotides de Rezende, secretário de Administração de Mineiros, o curso veio em boa hora e só vai agregar mais valor à parceria iniciada com o Senai em 2010. “Acreditamos que esta habilitação será um sucesso e com certeza terá grande procura. A escolha do curso foi feita em reunião com as maiores empresas de Minei-ros, que irão absorver esta mão de obra”, explica. “Sempre há vagas nas indústrias para pessoas capacitadas”, afirma Fabiano Zillo, superinten-dente do polo Araguaia das unidades Morro Ver-melho e Água Emendada da ETH.

CAPACItAçãO QUE GERA EMPREGOAté o momento, o Núcleo Integrado Sesi Senai Mineiros ministrou mais de 6 mil horas de cursos nas modalidades de aprendizagem, aperfeiçoamento, qualificação e iniciação profissional, com mais de 300 pessoas capacitadas. Os concluintes têm oportunidade de colocar seu aprendizado em prática nas empresas parceiras do Sesi e do Senai.“Todos os jovens que fizeram os cursos do Senai estão empregados. Eles são abordados pelas empresas, mesmo antes de terminarem seus respectivos cursos”, afirma Ailson de Rezende. Só na ETH há 23 ex--alunos do Senai colocados em diversas áreas, segundo informações da assessoria de imprensa da empresa.

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“Se o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor souberem se posicionar adequadamente no novo cenário, Goiás pode se tornar

uma das regiões mais fortes do agronegócio mundial”

igor montenegro celestino ottoPresidente do Conselho Temático de Agronegócios da Fieg e coordenador do projeto

O FUtURO DO AGROnEGóCIOO mundo está mudando rapidamente, o que cau-sa grande impacto no desenvolvimento e na eco-nomia do Brasil. Os efeitos serão muito especiais para Goiás, um Estado que possui forte vocação de liderança nos principais segmentos do agrone-gócio brasileiro. Se o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor souberem se posicionar adequadamente no novo cenário, Goiás pode se tornar uma das regiões mais fortes do agronegó-cio mundial, revolucionando todos os aspectos de sua sociedade e economia, dentro de uma perspectiva sustentável. O projeto Construindo Juntos o Futuro do Agronegócio em Goiás é desti-nado a contribuir para que esse potencial de gran-deza se concretize.As quatro grandes variantes que vão afetar o agro-negócio mundial nos próximos anos são o aumen-to populacional, a urbanização da população, o crescimento econômico dos países emergentes e as mudanças dos hábitos alimentares. Tudo isso já provoca transformações consideráveis, como escassez de terras produtivas e aumento da efici-ência agrícola, queda nos estoques de alimentos, elevação do preço dos alimentos e incremento no consumo de energia. Com a expansão do mercado mundial de alimen-tos, o Brasil e, especialmente, o Centro-Oeste passam a ser uma das maiores esperanças do pla-neta para alimentar uma população maior, mais urbana e com melhor renda. Para tanto, será ne-cessário adicionar à área agricultável existente no mundo hoje mais de 82 milhões de hectares, até o ano de 2050 (FAO, 2011). O relatório da OECD--FAO – Agricultural Outlook 2010-2019 – proje-tou que a produção mundial de alimentos deverá crescer 70% para atender à demanda em 2050. Es-tima-se que o Brasil será o país que mais ampliará

a produção agrícola, com previsão de aumento de mais de 40% nesta década. China, Índia, Rússia e Ucrânia deverão ter incremento de 20%. O agro-negócio brasileiro já demonstrou sua capacidade de crescimento nas últimas duas décadas. Na sa-fra de 1990/1991, a produção nacional de grãos era de 58 milhões de toneladas e chegou a quase tri-plicar em 2009/2010, quando atingiu 148 milhões de toneladas (Conab, 2011). Entre todas as regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi onde mais cresceu a produção de grãos, com aumento de 292% entre as safras 90/91 e 09/10, seguida das regiões Norte (177%), Sul (152%), Nordeste (111%) e Sudeste (34%).Como se vê, há perspectivas altamente favorá-veis para o agronegócio no Brasil e em Goiás, mas é preciso bem mais do que boa vontade para concretizar nosso potencial. O presente es-tudo das principais cadeias produtivas do agro-negócio é uma ferramenta estratégica para es-tabelecer metas e atingi-las no futuro próximo. Composto de detalhada análise do mercado, enfoque de sistemas e análise da situação inter-na, o estudo aponta para os objetivos a serem al-cançados pela cadeia produtiva e as respectivas estratégias de execução. Caberá aos agentes do setor público, da iniciativa privada (agro, indústria e serviços) e do terceiro setor aplicar o conhecimento, cada um em sua área, transformando esses projetos em realidade. Assim que conseguirmos executar as estratégias aqui previstas, teremos como resultado uma so-ciedade melhor, economia mais forte, empresas mais sólidas, pessoas mais felizes e ambiente mais equilibrado. Enfim, teremos um Estado mais rico e desenvolvido com sustentabilidade. Agora é hora de executar a estratégia!

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InOvAçãO E SUStEntABILIDADEProjeto desenvolvido pela mineradora Anglo American em parceria com o Senai prevê aproveitamento de um resíduo obtido na produção do níquel na construção civil

Andelaide Lima

A unidade industrial da Anglo American em Niquelândia, no Norte Goiano, a Codemin, produz cerca de 350 mil toneladas anuais de escória (ou resíduo como também é conheci-da), composta por silicato de magnésio, ma-terial inerte que é gerado em seu processo de produção de ferroníquel. Para evitar impactos ambientais e reduzir gas-tos com manuseio do resíduo, a Anglo Ame-rican, além da atual utilização na indústria cimenteira, está buscando novas alternativas com o Senai na realização de pesquisas para a utilização da escória na construção civil, cujos resultados preliminares indicam que poderá substituir parcialmente a brita na pavimen-tação de estradas e ruas e também a areia na fabricação de blocos de concreto. A experiência inclui o aproveitamento de re-jeito da planta da mineradora em Barro Alto, também na Região Norte.Denominado de Estudos para Utilização de Escória de Ferroníquel das Plantas de Barro Alto e Codemin na Construção Civil, o traba-lho é desenvolvido em parceria com a Unidade Integrada Sesi Senai Niquelândia e foi um dos seis projetos goianos vencedores da edição 2011 do Edital Senai Sesi de Inovação.A iniciativa envolve ainda a participação do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro, responsável pela realização de en-saios físicos e mecânicos em mistura asfáltica e blocos de concreto.

Rejeitos: material poderá substituir a brita na pavimentação de rodovias e ruas e a areia na produção de blocos de concreto

RESíDUO DE níQUEL nA PAvIMEntAçãOMestranda em Infraestrutura de Transporte no IME, a engenheira Graziella Pires dos Santos integra equipe multidisciplinar formada por profissionais da Anglo American, do Senai e do instituto, que atuam no desenvolvimento do projeto. Ela explica que os testes realizados em amostras com 60% de escória de níquel em sua composição apresentaram bons resultados. “O asfalto elaborado com a escória de níquel mos-trou comportamento físico e mecânico compa-tível ao de materiais convencionais, indicando tratar-se de uma alternativa adequada para uso em misturas asfálticas”, observa.

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As análises foram realizadas no laboratório de Ligantes e Misturas Betuminosas do IME, coor-denado pelo major Antônio Guimarães. Criada em 2009, a unidade elabora pesquisas com di-versos agregados alternativos para uso em pa-vimentações de baixo custo. “Em três anos de atuação já publicamos 39 artigos técnicos. A parceria com o Senai e a Anglo American é im-portante porque viabiliza a aplicação de verbas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), área em que o Brasil ainda tem muito que crescer, diz Antônio Guimarães.Na segunda quinzena de setembro, a equipe envolvida no projeto planeja testar a aplicação da escória de níquel em misturas alternativas para pavimentação de uma área experimental no município de Niquelândia.

Equipe do Senai, Anglo e IME no laboratório de materiais de construção, onde serão realizados os testes com os blocos de concreto

tRIPé SUStEntÁvEL

Animado com os resultados preliminares das pesquisas, o ge-rente de Desenvolvimento Sustentável da Anglo American, em Niquelândia e Barro Alto, Marcelo Vilela Galo acredita que o projeto tem tudo para dar certo por estar baseado em um tri-pé que alia aspectos econômicos e socioambientais. “A empre-sa mantém uma política de gestão ambiental que procura dar melhor destinação aos resíduos gerados em seu processo pro-dutivo. Além de ser classificada como resíduo inerte, sem po-tencial poluidor, a escória é um material que gera custos com transporte, preparação e adequação do terreno para sua depo-sição. Com o projeto, é possível dar uma aplicação à escória, seja na pavimentação de ruas e avenidas ou na construção de casas populares, além de gerar novos negócios transformando um resíduo em subproduto. As análises de viabilidade econô-mica nos mostrarão qual melhor caminho a seguir”, destaca.O gerente lembra ainda que a escória de níquel é formada por silicato de magnésio, com alta composição de sílica – principal componente da areia. “Com a utilização da escória podemos diminuir os impactos ambientais sobre rios e córregos de onde se retiram areia para fabricação de diversos materiais usados na construção civil. O resíduo é um produto alternativo de grande valor agregado que podemos até chamá-lo de “areia verde”, acrescenta.

PARCERIA COM O SEnAI InCREMEntA PESQUISAConforme Marcelo Galo, o Senai foi funda-mental na busca de soluções tecnológicas para a empresa. “Temos excelentes ideias, mas não somos uma instituição de pesquisa. A parceria com o Senai nos motivou a investir mais em no-vas pesquisas”.Um dos responsáveis pela pesquisa, André Da-vid, coordenador técnico e gestor de Projetos de Inovação da Unidade Integrada Sesi Senai Niquelândia, ressalta que o trabalho está ali-nhado com as diretrizes estratégicas da insti-tuição ao contribuir com a competitividade e inovação da indústria. A Unidade Integrada Sesi Senai Niquelândia teve mais dois projetos aprovados no edital de ino-vação 2011 – Influência dos Diferentes Tipos de Minérios para Produção de Ferroníquel e o Uso de Aditivos no Processo, que também será de-senvolvido em parceria com a Anglo American, e o de Desenvolvimento e Validação de Método para Determinação dos Metálicos Reduzidos em Minério Laterítico de Níquel, Cobalto, Cobre e Ferro, realizado com a Votorantim Metais.

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sesi goiás>>

EntRE AS MELHORES DO PAíSTrês indústrias goianas classificadas para disputar a etapa nacional do Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho

Edilaine Pazini

As indústrias Brasilata Embalagens Metálicas, de Rio Verde, Telemont Engenharia de Teleco-municações e Pontal Engenharia Construções e Incorporações, de Goiânia, estão na final da 15ª edição do Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho (PSQT), a etapa nacional que será realizada em novembro. Elas tiveram suas práticas de gestão premiadas na fase estadual, nas categorias Gran-de Empresa e Média Empresa, respectivamente. Outras vencedoras da etapa estadual do PSQT, cuja premiação foi entregue em solenidade no Teatro Sesi, em Goiânia, dia 26 de setembro, são as empresas USE Móveis para Escritório, de Goianira; Mineração Maracá, de Alto Horizon-te; Central Metalúrgica Catalana, de Catalão; Nova Rocha Indústria de Tintas, de Aparecida de Goiânia; e Construtora Biapó, de Goiânia.A iniciativa do Sesi Nacional reconhece em-presas que adotam políticas voltadas à criação de ambiente de trabalho saudável e produtivo, valorizando e beneficiando seus colaborado-res. Dividido nas categorias Micro/Pequenas, Médias e Grandes Empresas, o PSQT considera seis modalidades, tendo como escopo o exercí-cio da responsabilidade social. São elas: cultura organizacional, gestão de pessoas, ambiente de trabalho seguro e saudável, educação e desen-volvimento, desenvolvimento socioambiental e inovação. Realizada a cada dois anos, a promo-ção reuniu, nesta edição, 21 empresas goianas, com participação de 236 empresas em 16 anos.

Paulo Vargas, superintendente do Sesi, fala na premiação estadual das melhores práticas de gestão

BUSCA PELA EXCELênCIADiretor superintendente (CEO) da Brasilata, Antonio Carlos Teixeira Álvares atribui a con-quista da vaga na etapa nacional do PSQT ao fato de a busca pela excelência na gestão de pes-soas ser um dos objetivos principais da empresa, que já faz parte de sua cultura. “Dedicamos esse prêmio aos verdadeiros ganhadores, ou seja, a todos nossos funcionários, especialmente do chão de fábrica, que são os responsáveis diretos pelas ideias que dão origem às inovações, uma vez que todos são contratados com a função in-ventiva em sua plenitude e, por essa razão, de-nominados inventores”, explica Teixeira. O diretor ressalta ainda que só a experiência de participar do prêmio já é válida para estimular a continuidade nesse mesmo caminho. “Parti-cipar do PSQT foi mais um exercício em grupo, atestando a importância da gestão participa-tiva, como um dos pilares de sustentação do negócio Brasilata. O ser humano é para a Bra-silata um valor acima dos demais. A empresa escolheu como estratégia competitiva a criação de valor pela inovação, cuja única fonte são as pessoas”, afirma.

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sesi goiás>>

João Vicente, da Brasilata, entre Humberto Tannús Júnior, representante do governador Marconi Perillo, e o presidente da Fieg em exercício, Eduardo Zuppani

A Pontal Engenharia venceu em duas modali-dades – Cultura Organizacional e Desenvolvi-mento Socioambiental –, o que lhe possibilitou chegar à etapa nacional do prêmio neste ano, em dose dupla, na categoria Média Empresa. Com a prática Construindo um Mundo Me-lhor, na modalidade Cultura Organizacional, a construtora “visa alcançar o desenvolvimento sustentável de seus empreendimentos nos as-pectos sociais, ambientais e econômicos, por meio da promoção da melhoria da qualidade de vida de colaboradores, clientes, fornecedo-res e da comunidade, preservando os recursos

Ivo Correa Faria, da Pontal Engenharia, recebe premiação de Paulo Vargas: vitória em duas modalidades

A Brasilata chegou à final na categoria Gran-de Empresa, com a prática Gerenciamento do Clima Organizacional, na modalidade Gestão de Pessoas. Segundo o projeto, “a Gestão do Clima Organizacional já se encontra no DNA da empresa. As iniciativas de selecionar, in-tegrar, inspirar, motivar, capacitar, valorizar, reconhecer, cuidar, desenvolver continuada-mente o ‘Ser Brasilata’ são ações fundamen-tais e decisivas que integram nossa estratégia, além de serem importantes para a superação das metas e objetivos individuais e coleti-vos, essenciais para o crescimento e sucesso do negócio.”

naturais, otimizando seu uso e oferecendo um ambiente de trabalho seguro e saudável na indústria da construção civil com respeito às legislações vigentes.” Já a prática de gestão Pro-dução Mais Limpa e Sustentável com Resíduo Zero, na modalidade Desenvolvimento Socio-ambiental, tem como objetivo “auxiliar a Pontal a atingir plenamente sua política da qualidade, que tem como princípio Construir com Quali-dade e Responsabilidade.” A Pontal já havia participado de quatro edi-ções anteriores do Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho – em 2004, 2007, 2008 e 2010 –, na categoria Micro e Pequena Empresa. Em 2004, a construtora foi premiada na etapa de Goi-ás pelo conjunto de práticas sociais (gestão), em 2007, recebeu a distinção em Goiás e no Centro-Oeste. Já em 2010, a Pontal Engenharia recebeu o troféu de 1º lugar na 14ª edição na-cional do PSQT, na modalidade Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável.Para o presidente da Pontal, Ricardo Mortari Faria, o prêmio reconhece empresas que real-mente adotam práticas sociais e com diferen-ciais de gestão. Para Mortari, os prêmios nas edições estadual e nacional é o reconhecimento à Pontal por suas práticas responsáveis de ges-tão da qualidade, saúde e segurança no traba-lho, responsabilidade social e meio ambiente.

vItóRIA EM DOSE DUPLA

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EStREIA vEnCEDORA Estreante no Prêmio Sesi Qualidade no Traba-lho, a Telemont Engenharia de Telecomunica-ções ficou em primeiro lugar na modalidade Inovação na etapa estadual e é uma das fina-listas goianas, na categoria Grande Empresa. Com a prática Inclusão de Egressos da Agência Prisional Goiás, a Telemont “busca desenvolver e aprimorar a mão de obra da população carcerá-ria preparando-os e qualificando-os para o mer-cado de trabalho, criando oportunidades e que amenizem as dificuldades e limitações vivencia-das pelos egressos no resgate de sua cidadania.”“O projeto”, detalha a empresa, “surgiu da neces-sidade de fazer um trabalho de inclusão social e contribuir para melhoria na gestão penitenciária do Estado por meio da capacitação profissional de apenados do regime fechado da Agência Pri-sional de Goiás. A Susepe (Superintendência do Sistema de Execução Penal) e a Telemont, uni-ram-se em uma parceria com objetivo comum da promoção da integração social de apenados que passam pelo sistema prisional. O projeto tem como objetivo a reeducação e profissionali-zação dos detentos do regime fechado da Agên-cia Prisional de Goiás em diversos âmbitos.”Para o diretor regional da Telemont, Ricardo Da-niel Lopes, quem ganha com o prêmio do Sesi é a sociedade, já que esse reconhecimento vai mostrar para o empresário que é possível inves-tir nessas práticas. “O importante não é só ter sido premiado, mas dar o exemplo para que ou-tras empresas possam criar iniciativas também”, observa o diretor.

Porte – média Empresal Área – Ambiente de trabalho seguro e

saudávell 1º lugar – Central Metalúrgica Catalana

LtdaPorte – média Empresal Área – Cultura organizacionall 1º lugar – Pontal Engenharia Construções

e incorporações LtdaPorte – média Empresal Área – Desenvolvimento socioambientall 1º lugar – Pontal Engenharia Construções

e incorporações LtdaPorte – média Empresal Área – Educação e desenvolvimentol 1º lugar – nova Rocha Indústria de tintas

Ltda (Leinertex)Porte – média Empresal Área – Gestão de pessoasl 1º lugar – Construtora Biapó Ltda

Porte – Grande Empresal Área – Ambiente de trabalho seguro e

saudávell 1º lugar – USE Móveis para Escritório LtdaPorte – Grande Empresal Área – Desenvolvimento socioambientall 1º lugar – Mineração Maracá Indústria e

Comércio S/APorte – Grande Empresal Área – Educação e desenvolvimentol 1º lugar – Mineração Maracá Indústria e

Comércio S/APorte – Grande Empresal Área – Gestão de pessoasl 1º lugar – Brasilata S/A Embalagens

MetálicasPorte – Grande Empresal Área – Inovaçãol 1º lugar – telemont Engenharia de

telecomunicações S/A

as melhores da indústria goiana em 2012>>

Ricardo Daniel, da Telemont, entre Humberto Tannús Júnior e Eduardo Zuppani: projeto de inclusão social com capacitação de presos

A Mineração Maracá também conseguiu emplacar, na etapa estadual, duas práticas de gestão em que se inscreveu, conquistando o 1º lugar nas modalidades Desenvolvimento Socioambiental e Educação e Desenvolvimento. Segundo o analista de relacionamento com comunidades da em-presa, Josielle Padilha Silvestre, as práticas inscritas no PSQT são de grande relevância, uma de-senvolvendo e capacitando a mão de obra local, em parceria com o Senai; e a outra com exercício de cidadania, buscando melhorar a qualidade de vida das pessoas, ao oferecer um dia de serviços gratuitos nas áreas de saúde, educação, cidadania, meio ambiente e lazer.

QUALIFICAçãO E CIDADAnIA

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capa>>

Goiás industrial Outubro 2012 | 27

oS nÓS quE EmPErram oS municíPioS

continua>>

Lauro Veiga Filho

indúStria Goiana conSidEra PrioritáriaS açõES E PoLíticaS Para SoLucionar ProbLEmaS PrinciPaLmEntE naS árEaS da SaúdE E da Educação báSica

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capa>>

Quaisquer que sejam os futuros administrado-res municipais escolhidos pelas urnas para ge-rir os municípios goianos entre 2013 e 2016, seu desafio estará em estabelecer políticas e ações que permitam enfrentar gargalos e solucionar entraves que afetam diretamente a qualidade de vida da população. São obstáculos localiza-dos principalmente nos setores de saúde, edu-cação, saneamento básico, lixo urbano e meio ambiente de forma mais ampla, mas também relacionados à qualidade da gestão pública, à burocracia em excesso e à mobilidade urbana.Essas, entre outras, estão entre as grandes ques-tões municipais identificadas, em sondagem exclusiva, feita pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)/IEL Goiás, em 179

empresas industriais goianas instaladas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Ca-talão, Itumbiara e Rio Verde. Realizado em se-tembro, a menos de um mês das eleições, o le-vantamento demonstra que “as indústrias estão mais preocupadas com a população em geral nas regiões em que atuam diretamente, o que revela a intensa ligação entre essas empresas e as comunidades locais”, comenta o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira. Foram entre-vistadas empresas dos setores da indústria de transformação (alimentos e bebidas, vestuário e acessórios, construção civil, produtos quími-cos e farmacêuticos, minerais não-metálicos, metalúrgico, sucroalcooleiro e outros), cons-trução civil e extrativa mineral.

“devemos levar o desenvolvimento para o interior do Estado e a fieg é uma grande parceira dessa ideia”Pedro Alves de Oliveira, presidente da Fieg

A qualidade dos serviços públicos providos pe-los municípios, prossegue Pedro Alves, “interfe-re na vida das pessoas e no dia a dia das empre-sas, afetando o clima de motivação, a produção e, portanto, a produtividade do setor industrial em seu conjunto”. Todas as grandes questões municipais, acrescenta, foram consideradas prioritárias pelas empresas ouvidas, mas o des-taque geral de fato foi para saúde e educação.De uma forma geral, os problemas são mais ou menos os mesmos em todos os locais pesquisa-dos, comenta o presidente da Fieg. Para o con-junto dos seis municípios incluídos na sonda-gem, quase metade dos 20 itens mencionados pelas indústrias estão ligados à saúde pública e à educação fundamental, incluindo melhoria dos postos municipais de saúde e expansão da rede de atendimento básico, aumento no número de

DESCEntRALIZAnDO O CRESCIMEntOmédicos, melhor qualificação dos professores da rede municipal, melhoria e expansão de es-colas e creches, instalação de aterros sanitários adequados – uma das principais reivindicações no caso de Aparecida de Goiânia –, e melhorias dos sistemas de esgoto e água ou gestões do mu-nicípio para que o Estado as promova.As indústrias identificam ainda a necessida-de de reduzir a burocracia municipal, assim como a carga de tributos de competência das prefeituras, de aprimorar e tornar mais ágil o licenciamento ambiental, inclusive com trei-namento de pessoal especializado em assun-tos ambientais, de mais investimentos no ge-renciamento do trânsito e na criação de novos distritos industriais ou de melhoria naqueles já instalados – dois problemas destacados espe-cialmente em Catalão.“Devemos levar o desenvolvimento para o inte-rior do Estado e a Fieg é uma grande parceira dessa ideia”, defende Pedro Alves de Oliveira. Em sua visão, os principais municípios goianos começam a perceber que a instalação de polos e distritos industriais “traz desenvolvimento eco-nômico e social para a região, evita o êxodo de empresas em direção às cidades mais desenvol-vidas, descentralizando o crescimento.”

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“A União tem transferido muita ‘carga’ aos municípios, ao repassar obrigações que an-tes eram da esfera federal para as prefeitu-ras sem os recursos correspondentes para atender a essas novas demandas”, declara o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sindus-con-GO), Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro. Na avaliação do setor, diz Cordeiro, isso tem gerado uma série de transtornos que afetam a construção civil.Entre os principais, o presidente do Sindus-con-GO cita a questão do licenciamento ambiental. “Alguns municípios não de-monstram ter estrutura física e financeira para assumir essa tarefa, que exige a con-tratação de técnicos especializados e de veículos para a realização de vistorias”, sus-tenta. De acordo com Cordeiro, isso causa problemas principalmente para empre-endimentos novos e grandes obras, diante das dificuldades para a emissão de alvarás. “As principais queixas vêm de Itumbiara, Luziânia e Anápolis, mas há problemas em outras cidades também. A solução seria re-tornar esse serviço para o Estado”, defende.As questões relacionadas à mobilidade ur-bana, especialmente nas cidades de grande e médio porte, à gestão de resíduos sólidos, educação e capacitação de mão de obra, saúde e ao saneamento básico, prossegue Oliveira, também deveriam ocupar o cen-tro das atenções dos gestores municipais.

GRAnDES OBRAS, MAIORES DIFICULDADES

EDUCAçãO EM PRIMEIRO LUGARA escassez relativa de mão de obra qualificada no setor de fabricação de etanol e açúcar em Goiás não teria impacto tão significativo se as prefeituras pudessem investir de forma adequada em alfabetização e em melhorias no ensino fundamental, incrementando a formação bá-sica com o acréscimo do ensino de línguas, como o inglês, e de compu-tação, avalia André Luiz Rocha, presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg). Isso contribuiria, mais à frente, para a formação de profissionais mais qualificados, faci-litando o processo de capacitação dessa mão de obra. “Nisso, as usinas podem e têm sido parcerias. Na verdade, numa avaliação geral, os pre-feitos têm sido bons parceiros”, pondera.O setor usineiro reclama ainda, conforme Rocha, mais inves-timentos em infraestrutura urbana e habitação, de forma a assegurar condições melhores de moradia para empregados e executivos das usinas no interior do Estado. Na área de infra-estrutura, Rocha acredita que os municípios poderiam liderar articulação para cobrar a construção de aeroportos munici-pais, o que facilitaria a ligação entre os grandes centros urbanos e as usinas.

As atenções do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás (Simplago), presidido por Olympio José Abrão, também estão focadas na área do ensino básico. “Entre as gran-des questões municipais, acho que a educação é primordial, o que inclui também a oferta de boas creches”, afirma. Em sua análise, “qualquer erro durante a fase inicial de formação do aluno poderá comprometer toda sua formação como cidadão e como profissional.”As administrações municipais, quaisquer que sejam os gestores escolhidos pelo eleitor, deveriam dedicar esforços ainda mais vi-gorosos no combate à dengue. Nas fases mais críticas, que coin-cidem com a primavera e o verão, quando as chuvas retomam seu ritmo normal, o Aedes aegypti, vetor da doença, provoca es-tragos na saúde do trabalhador que contribuem para afetar di-retamente a operação rotineira dos fabricantes de embalagens plásticas, principalmente em Goiânia. O índice do absenteís-mo, nessas fases, é mais pronunciado, seja porque o trabalhador é afetado diretamente pelo vírus, seja porque alguém da família exige cuidados maiores, igualmente por conta da doença.

“DEnGUE AFEtA PRODUçãO”

André Rocha, do Sifaeg: “Numa avaliação geral, os prefeitos têm sido bons parceiros”

Justo Cordeiro, do Sinduscon-GO: municípios desaparelhados para assumir o licenciamento ambiental

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Com praticamente metade das empresas do setor de reparação de veículos e acessórios instaladas na capital do Estado, num total aproximado de 2,5 mil indústrias, três ques-tões centralizam as preocupações do setor. A primeira delas, observa Ailton Aires Mesquita, presidente do Sindicato das Indústrias de Re-paração de Veículos e Acessórios do Estado de

Ailton Mesquita, do Sindirepa: “Retirar ou simplesmente renovar uma licença pode demorar sete meses a um ano”

SOLUçõES DURADOURAS PARA EStRADASA necessidade de transportar com rapidez e segurança perto de 9 mi-lhões de litros por dia, captados em praticamente todo o Estado, exige que a rede de estradas vicinais esteja sempre em boas condições de uso. “A malha de rodovias vicinais é muito capilarizada e o problema maior está nas estradas de terra, que estragam rapidamente nas temporadas de chuva. As prefeituras precisam ter agilidade e eficiência em sua ma-nutenção”, cobra Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite).Segundo ele, mesmo no caso das estradas não pavimentadas há so-luções de engenharia já disponíveis que poderiam tornar o trabalho de manutenção mais duradouro e eficaz. O problema, diz Souza, é que a escolha tem sido invariavelmente por medidas paliativas, com aplicação de remendos que solucionam o problema imediato, mas não previnem novas ocorrências nos períodos chuvosos. O presidente do Sindileite acrescenta que os laticínios também veriam com bons olhos uma maior disposição das prefeituras para se articularem e cobrarem soluções para a questão da assistência técnica nas fazendas.

MEIO AMBIEntE E InFORMALIDADEGoiás (Sindirepa-GO), é a burocracia excessiva nos gabinetes municipais, destacadamente na área ambiental.“Retirar ou simplesmente renovar uma licença pode demorar sete meses a um ano, com per-da de tempo e de investimentos por conta de processos parados, excesso de exigências e falta de funcionários para atender à demanda”, avalia Mesquita. A aglomeração dos chamados “ferro velhos” na região da Vila Canaã, também na capital goiana, acrescenta o presidente do Sin-direpa-GO, exige maior atenção da prefeitura, já que são negócios informais que afetam dire-tamente o mercado regular. Mesquita acredita que a administração municipal deveria ser mais rigorosa na exigência de licenças de funciona-mento e ambiental, cobrando a regularização daquelas empresas.A elevada carga tributária no município, acres-centa Mesquita, tem causado migração de em-presas do setor para outros municípios. “Isso ocorre porque o ISSQN é mais alto em Goiânia”.

MAIS AMEAçASAs mais de 400 empresas de extração de argi-la e produção de cerâmica do Estado, respon-sáveis por quase 15 mil empregos, enfrentam dificuldades diversas nos municípios onde operam, mas dividem uma preocupação co-mum, segundo Henrique Morg, presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas no Estado de Goiás (Sindicer/GO): os problemas que a descentralização do processo de licenciamento ambiental tem gerado.“Os municípios pequenos não vão conseguir realizar esse trabalho e questões políticas co-meçam a interferir no processo de liberação de licenças”, afirma. Essas interferências, que ter-minam atrasando todo o processo, prossegue Morg, têm ocorrido principalmente quando a indústria extrai argila em uma região, mas tem sede em outro município.

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MERCADO EM EQUILíBRIOA partir do ano de 2007 tivemos um aumento substancial de lançamentos imobiliários, que foi crescente até 2010. As causas mais simples dessa expansão estão relacionadas à estabili-dade econômica que o País atravessou, o au-mento da renda da população em geral, permi-tindo a aquisição de bens de maiores valores, o aumento da oferta de crédito direcionado pelo sistema bancário, e os investimentos tende-ram para o setor imobiliário, pela solidez, se-gurança e um bom retorno proporcionado aos seus aplicadores.A aceleração do ritmo dos trabalhos absor-veu toda mão de obra disponível no mercado e começou a atrair trabalhadores de outros setores da economia, e continua ainda neces-sitando de mais contratação. Com a falta de mão de obra o setor da construção promove um grande esforço para formação e qualifica-ção profissional. Para essa iniciativa, as cons-trutoras têm contado também com suporte do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Goiás). Assim, a lei de mercado funcionou natural-mente; com a falta de mão de obra ouve um grande aumento dos salários para os profis-sionais do segmento da construção que, em alguns casos, chegaram até a triplicar. Esse aquecimento, o chamado boom do se-tor imobiliário, em relação a outros setores, pode ser demonstrado pela inflação maior, na comparação de 2008 até 2012, de índices setoriais como o CUB – Custo Unitário Bá-sico (Sinduscon-GO), com 46,09%, o INCC - Índice Nacional de Custos da Construção (FGV), com 41,11%; enquanto o INPC - Índi-

ce Nacional de Preços ao Consumidor (IBGE) registrou 28,07% no acumulado do período, e o IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado (FGV), 30,61%.Nos anos de 2009 e 2010, as empresas procu-ravam colaboradores para preencher seus qua-dros. Em 2011, começou outro ciclo, em que os trabalhadores procuravam por vagas nas empresas. E hoje vemos as necessidades mais equilibradas, um período em que os salários pararam de subir e começam a aparecer profis-sionais mais qualificados à procura de serviço. O que aconteceu?A desaceleração da economia como um todo, causada pela conjuntura internacional, a dimi-nuição dos lançamentos imobiliários e a dimi-nuição do crédito, por parte do sistema finan-ceiro, são as causas mais razoáveis para essa explicação. As perspectivas são de estabilida-de do mercado da indústria da construção e a tendência das empresas é a manutenção dos investimentos focados em nichos do mercado, com manutenção do seu quadro de pessoal. E isso é o mais sensato para o momento. Embora com um estoque razoavelmente abas-tecido, os negócios não param e o mercado interno continua comprador. As famílias cres-cem e as pessoas cultivam o sonho da casa própria, garantindo uma demanda natural do mercado imobiliário. Assim, o setor da cons-trução mantém-se confiante no desempenho favorável das vendas e no desenvolvimento da atividade, que hoje registra 1,3 mil empresas ativas em Goiás, as quais empregam 100 mil trabalhadores no Estado e aproximadamente 60 mil só em Goiânia.

artigo>>

“as perspectivas são de estabilidade do mercado da indústria da construção e a tendência das empresas é a manutenção dos investimentos focados em nichos do mercado”

justo oliveira d’abreu cordeiroPresidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO)

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icq brasil>>

UMA ARMA PODEROSAAlém de reforçar o poder de competição das empresas, a certificação pode contribuir para ampliar as exportações e estimular o saldo comercial do País

A certificação de sistemas de gestão integrada pode ser um instrumento poderoso para re-forçar a posição de mercado das empresas, ao possibilitar ganhos de eficiência, redução de desperdício e maior produtividade, abrindo in-clusive as portas do mercado internacional, na visão de consultores e especialistas. Para a eco-nomia como um todo, além da perspectiva de crescimento dos negócios de uma forma geral, a maior capacidade de competir por mercados e clientes também fora do País contribui ainda para reforçar as exportações brasileiras, ajudan-do a incrementar o saldo comercial brasileiro com o restante do mundo.Essa possibilidade torna-se mais concreta espe-cialmente se os organismos acreditadores das certificadoras tiverem o suporte de acordos mul-tilaterais regidos pelo International Accredita-tion Forum (IAF), afirma o professor Marcello G. Couto, gerente da Divisão de Gestão Sustentável da HGB Consultoria e auditor externo de acredi-tação do Instituto Nacional de Metrologia, Qua-

lidade e Tecnologia (Inmetro).Ele e Luiz C. Nascimento, consultor sênior para as áreas de segurança, meio ambiente, eficiência energética e saúde da Petrobras, participarão do evento A Qualidade como Base para a Sustenta-bilidade, que o ICQ Brasil promoverá no dia 22 de novembro, em Goiânia.Mestre em sistemas de gestão pela Universida-de Federal Fluminense e especialista em meio ambiente pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Couto afirma que a “certificação acredita-da agrega valor às empresas, não só no mercado interno, como também no mercado externo.” Para as empresas que operam com certificadoras acreditadas por signatários de acordos do IAF, a exemplo do Inmetro, acrescenta, aumenta subs-tancialmente a possibilidade de exportar seus produtos para mercados mais exigentes.Para as organizações, a certificação é um “fator crítico de sucesso para a sustentabilidade e com-petitividade”, prossegue Couto. Entre outros fatores, as vantagens podem ser aferidas pelo aumento potencial de market share, para aque-las com sistemas de gestão da qualidade, facili-dade de acesso a incentivos tributários e fiscais “verdes” e a linhas de financiamento, ou mesmo com a possibilidade de redução de encargos re-lacionados a acidentes de trabalho, quando a companhia dispõe de sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional igualmente certificado. Nascimento acrescenta que a “certificação de sistemas de gestão da qualidade, em conjunto com sistemas de gestão ambiental, de saúde e segurança, e de outros referenciais demanda-dos pelas sociedades, se não garantem por si só a competitividade, são condição sine qua non e o primeiro passo para o ingresso e para o sucesso em mercados crescentemente exigentes.”

DesenvolvimentoDesenvolvimento

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ResultadosResultadosResultadosVisão sistêmica

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Comprometimento

Lider

ança

Comprometimento

22 de novembro de 2012

Valor de inscrição: R$70,00 (Desconto para clientes)Inscrições pelo site www.icqbrasil.com.brInformações: (62) 3219-1397

Palestras: 14h às 19h Local: Casa da Indústria Av. Araguaia, nº 1.544 - Edifício Albano Franco,

Casa da Indústria - Vila Nova

“A Qualidade como base para a Sustentabilidade”

Encontro Nacional de Representantes da Direçãoe Empresários da Qualidade VII

Vagas limitadas

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assessoria jurídica>>

PORtFóLIO RECHEADOA oferta de serviços de maior valor agregado abre espaço para que sindicatos do setor industrial consigam ampliar sua base de associados

As políticas adotadas pelos sindicatos da indús-tria para expansão de sua base ganharam novo impulso com a adesão ao serviço de consultoria e assessoria jurídica, vinculado ao Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), desenvol-vido, por sua vez, em parceria entre a Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) e a Fieg. Lançada há três anos, a assessoria permitiu aos sindicatos agregar mais um serviço de qualida-de ao seu portfólio, a um “custo bastante inte-ressante”, e tem contribuído para atrair novos associados, segundo o advogado Rafael Lara Martins, que agora integra a equipe do escritó-rio Rodovalho Advogados, responsável atual-mente pela prestação da assessoria aos sindica-tos do setor industrial.O trabalho envolve o atendimento a demandas de menor complexidade na área jurídica apre-sentadas pelos sindicatos e pelas empresas as-sociadas, desde que adimplentes com todas as obrigações sindicais, a realização de palestras sobre temas de interesse da categoria e a publi-cação de artigos especializados nos informati-vos produzidos periodicamente pelos sindica-tos do setor, detalha Martins.As pesquisas mais recentes apontam índice de satisfação com o trabalho superior a 95%, de acordo com o advogado, o que demonstra avan-ços na briga para reduzir o preconceito em re-lação a esse tipo de serviço. A assessoria cobre as áreas cível, comercial, direito do consumidor, tributária e trabalhista, com amplo destaque para essa última modalidade.De acordo com Martins, em torno de 80% das consultas envolvem questões trabalhistas, perto de 10% incluem matérias tributárias e os demais 10% campos diversos do direito, relacionados a interesses mais específicos de cada sindicato. Presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT), Martins reforça que todo o con-

tato com o escritório é sempre intermediado pe-las associações sindicais e destaca especialmen-te o trabalho desenvolvido com os sindicatos das indústrias de material plástico (Simplago), das indústrias químicas (Sindquimíca), do setor gráfico (Sigego) e das indústrias de metalurgia, mecânica e material elétrico (Simelgo), dentre as 20 instituições que hoje participam do PDA.Da mesma forma em que o contrato de presta-ção de serviços jurídicos firmado com os sindi-catos tem trazido retorno para o setor, aponta Martins, há ganhos também para a firma de advocacia. “O serviço abre oportunidade para novos contatos e nos dá a chance de acumular conhecimento sobre o setor industrial, permi-tindo a prestação de um serviço mais especiali-zado”, afirma.

Martins: área trabalhista concentra 80% da demanda apresentada pelos sindicatos

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sindicatos>>

nOvOS COMAnDOSNove sindicatos de setores da indústria goiana trocam de comando e anunciam projetos para reforçar seus serviços e ampliar a base de associados

Entre junho e agosto, 9 entre os 36 sindicatos filiados à Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) elegeram e empossaram novas diretorias, que já começaram o trabalho para colocar em prática as propostas de mudanças e de modernização anunciadas para o biênio 2012-2014. Entre outros projetos, os novos pre-sidentes e seus diretores planejam incrementar a qualidade e o volume dos serviços oferecidos pelas entidades, com o objetivo de expandir a base sindical e assim conseguir ampliar receitas e atingir maior grau de autonomia na gestão.Nesse período, trocaram de comando os sin-dicatos das Indústrias de Laticínios no Estado

de Goiás (Sindileite), das Indústrias de Mate-rial Plástico no Estado de Goiás (Simplago), da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano (Simesgo), das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma), das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simea), das Indústrias do Vestuário de Aná-polis (Siva), das Indústrias Cerâmicas de Goiás (Sindicer-GO), das Indústrias de Alimentação (Siaa) e Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo). (Leia mais detalhes sobre a posse dos novos presidentes na coluna Giro pelos Sindicatos, na página 46).

Posse coletiva das novas diretorias dos sindicatos da indústria de Anápolis: propostas de modernização e de expansão da base sindical

sindicatos>>

IntEGRAçãO PRODUtORES E LAtICínIOSA nova direção do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite) está disposta a enfrentar o desafio de promover maior integração entre os setores de produção e de industrialização da matéria-prima no Estado. Um dos caminhos vislumbrados para isso está no fortalecimento da bacia leiteira, seguindo o exemplo sugerido pela experiência prática dos maiores laticínios do País.“A indústria goiana está consolidada e passa a buscar oportunidades fora do Estado. Estamos num momento de crescimento, mas precisamos fortalecer nossa bacia leiteira”, observa Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, presidente do Sin-dileite. Eleito em junho, Souza foi empossado durante solenidade realizada em agosto, no sa-lão de festas da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), quando o governa-dor Marconi Perillo foi homenageado com o tro-féu Amigo do Leite, numa obra do artista plásti-co Siron Franco. “A cada três anos, faremos essa homenagem, escolhendo três personalidades da cadeia do leite no Estado”, acrescenta Souza.Incluindo um total aproximado de 180 laticínios, a indústria goiana tem capacidade instalada para

processar pouco mais de 16 milhões de litros por dia, mas capta em torno de 9 milhões de litros, já que a produção do Estado está limi-tada a menos de 3,4 bilhões de litros por ano. “Poderíamos praticamente dobrar a produção

com o mesmo parque industrial, mas para isso precisamos integrar os dois la-

dos do setor leiteiro e aprimorar a genética do nosso rebanho”, afir-ma Souza.

Em parceria com laticínios goianos, o Sin-dileite desenvolveu o Projeto Tourinhos, com o objetivo de comprar mil touros de alta linhagem para revenda em condições favorecidas a produtores goianos. Com participação de 14 laticínios, a primeira leva de 360 animais desembarcou em se-tembro no Estado. Para completar a meta estabelecida, a ideia é realizar compras trimestrais.Os tourinhos serão submetidos a um processo de aclimatação durante 90 dias, para ganhar resistência ao carrapato, e depois serão transferidos para seus novos donos, com financiamento pelos laticí-nios participantes do processo. Os prazos para pagamento poderão variar de 12 a 18 meses, explica o diretor técnico do Sindi-leite, Alfredo Luiz Correia. Se tudo correr como esperado, a produção deverá crescer em 430 mil litros por dia no sétimo ano do projeto, num avanço de quase 5% em relação aos níveis atuais, volume suficien-te para gerar renda adicional de quase R$ 120 milhões por ano para os produtores, com ganhos anuais de arrecadação para o Estado ao redor de R$ 13 milhões.Um segundo projeto, envolvendo parce-rias entre o sindicato, a Faeg e o Sebrae, prevê a contratação de técnicos agríco-las, entre agrônomos, veterinários e zoo-tecnistas, para a prestação de assistência técnica gerencial em bovinocultura de leite. Inicialmente, serão 40 técnicos, que prestarão serviços a 730 produtores selecionados entre fornecedores de 14 indústrias do Estado.

tOUROS DE ELItE

“a indústria goiana está consolidada e passa a buscar oportunidades fora do Estado. Estamos num momento de crescimento, mas precisamos fortalecer nossa bacia leiteira”Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, presidente do Sindileite

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EM DEFESA DO PLÁStICOO Sindicato das Indústrias de Material Plásti-co no Estado de Goiás (Simplago) articula uma ofensiva, envolvendo sindicatos do setor de ou-tros Estados, para o lançamento de campanhas educativas com as quais pretende contribuir para o desenvolvimento da cultura da coleta se-letiva e reciclagem do lixo urbano. “Nossa pla-taforma inclui um esforço intenso, juntamente com nossos associados, para mostrar a toda so-ciedade que o plástico não é o vilão que estão pregando”, afirma Olympio José Abrão, eleito em julho para presidir o Simplago.Na opinião do empresário, o setor do plástico tem sido “marginalizado injustamente, com essa campanha que tenta apresentar as sacolas plásticas como nocivas à saúde pública.” Por isso, o sindicato tratará de defender a cadeia do plástico, demonstrando que a alternativa mais adequada “é recolher, reciclar e reutilizar” o plástico.Com 11,5 mil indústrias e 370 mil empregados no segmento, o País processa, anualmente, 6,5 mi-lhões de toneladas de plásticos transformados e Goiás responde por 5% desse volume, registran-do entre 230 e 240 empresas e perto de 5,6 mil empregos diretos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e do próprio Simplago. “Mas apenas 20% daque-le volume é reciclado. Com conscientização da população, coleta pública eficiente e destinação final adequada, podemos reciclar 80% ou 90% do plástico”, sustenta Abrão.

Sob nova direção>>PresidenteJoaquim Guilherme Barbosa de SouzaOlympio José Abrão

Wellington Soares Carrijo

Álvaro Otávio Dantas Maia

Robson Peixoto Braga

Jair Rizzi

Henrique Wilhelm Morg de Andradevaldenício Rodrigues de Andrade (em exercício)Ivan da Glória teixeira

EntidadeSindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite)Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás (Simplago)Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano (Simesgo)Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma)Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simea)Sindicato das Indústrias do vestuário de Anápolis (Siva)Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Goiás (Sindicer-GO)Sindicato das Indústrias de Alimentação (Siaa)Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo)

Olympio José Abrão, do Simplago: ofensiva para demonstrar que “plástico não é o vilão”

Eleito em julho, Wellington Soares Carrijo, novo presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elé-trico do Sudoeste Goiano (Simesgo), começou a desenvolver o projeto de montar um departamento de recursos humanos desti-nado a aprimorar os serviços prestados pelo sindicato às empresas já associadas e atrair novos filiados. “Estamos instalados próximos do Distrito Industrial Municipal de Pequenas Empresas (Dimpe) de Rio Verde e a proposta é conquistar mais empresas dos setores de mecânica, metalurgia e material elétrico para nossa base sindi-cal”, adianta Carrijo.Em parceria com a Unidade Integrada Sesi Senai na região, o em-presário tem planos de organizar ações nas áreas de saúde e lazer e de reativar o consultório odontológico para atender empresários, empregados do setor industrial e seus dependentes. Nos próximos meses, o Simesgo deverá revitalizar e modernizas seu informativo mensal, para divulgar projetos e iniciativas do sindicato.Durante a posse festiva da nova diretoria, que deverá ocorrer após as eleições municipais de outubro, completa Carrijo, o sindicato vai homenagear três empresários pioneiros nos segmentos de me-talurgia, mecânica e material elétrico e associados ao sindicato. A celebração deverá ser incorporada ao calendário do sindicato, passando a ser realizada a cada dois anos com a escolha de um empresário ser homenageado.

InvEStInDO EM RECURSOS HUMAnOS

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A LIçãO APREnDIDAMovimentação de clientes em estande da 1ª Feira Internacional do Jeans: indústria já prepara nova edição para 2013

Na aparência, os resultados ficaram abaixo do esperado. Mas a indústria do jeans em Goiânia prepara-se para realizar uma “superfeira” em 2013

O balanço final foi bem mais favorável do que sugerem as estimativas, tanto que o setor já en-gatilhou a 2ª Feira Internacional do Jeans, em versão turbinada, adianta o presidente do Sin-dicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia (Sinroupas), Edilson Bor-ges de Sousa. “Na verdade, foi um ótimo resulta-do, porque, agora, já temos o esquema montado para realizar uma superfeira em agosto do ano que vem, com mais planejamento e organiza-ção, igualmente voltada para o mercado ataca-dista”, afirma Borges.Numa visão mais estreita, sustenta o empresá-rio, os números estimados para a primeira edi-ção da feira, realizada no Centro de Cultura e

Convenções de Goiânia, entre 13 e 17 de agosto, ficaram distantes da expectativa gerada inicial-mente, na fase de organização e montagem do evento. A organização da feira, dividida entre Sinroupas, Associação Goiana das Indústrias de Confecções do Estado de Goiás (Agicon), em parceria com Secretaria de Indústria e Comércio do Estado, Fieg, Senai, Serasa e Sebrae, espera-va atrair 50 grandes compradores e movimentar em torno de R$ 100 milhões, durante e no pós--feira. Numa estimativa conservadora, Borges acredita que tenham sido geradas vendas num valor entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, com participação de dez grandes redes de lojas, in-cluindo Lojas Noroeste e Tecidos Castanheiras.

feira internacional do jeans>>

Goiás industrial Outubro 2012 | 39

SEMAnA DA MODAA 1ª Feira Internacional do Jeans, que antecipou as principais tendên-cias da moda para 2013, integrou o Projeto Semana da Moda, com a realização ainda de desfiles nas Avenidas 85 e Bernardo Sayão e na Rua 44 e palestras com profissionais renomados do setor. No mesmo perí-odo, foi realizada também a 11ª edição da Goiás Vive Verão, igualmente direcionada ao mercado atacadista.De acordo com Edilson Borges de Sousa, do Sinroupas, a feira do jeans atraiu 90 empresas, entre confecções e indústrias do setor de lavande-ria. Na sua estimativa, entre 5 mil a 6 mil pessoas visitaram a mostra e percorreram as lojas de roupas nos principais polos da moda de Goiâ-nia nos cinco dias do evento.

OBJEtIvOS AMBICIOSOSCumprida a etapa de aprendizado, o setor de confecções da capital goiana já vem articulando a montagem da segunda edição da Feira In-ternacional do Jeans, prevista para agosto do próximo ano. O evento será igualmente realizado no Centro de Cultura e Convenções, mas de-verá incluir mudanças em relação à sua primeira versão.Em primeiro lugar, cita Borges, do Sinroupas, a intenção é tornar a feira ainda mais profissional, com um planejamento mais aprimorado em relação ao que deu suporte à mostra realizada neste ano. As parcerias talvez sejam preservadas, mas os planos do Sinroupas preveem depen-dência praticamente nula em relação aos recursos de patrocinadores de uma forma geral. “As próprias empresas vão assumir as despesas com passagens aéreas e hotéis dos maiores compradores nacionais de moda jeans”, adianta Borges.Desta vez, os objetivos serão mais ambiciosos, na mesma medida do planejamento que vem sendo estrategicamente desenhado pela indús-tria. O setor pretende atrair nada menos do que 600 redes de lojas, en-tre as maiores do País na área de vestuário, o que significará multiplicar por 12 a meta estabelecida para a edição de 2012.

PERFIL DO SEtORPolo nacional de fabricação do que o setor clas-sifica como moda jeans de alto valor agregado, com aplicação de adereços como pedrarias, metais, correntes e acessórios diversos, a indús-tria de confecções de Goiânia reúne 4,07 mil empresas, segundo dados do Sinroupas, em-pregando mais de 100 mil pessoas. Mas perto de 60% trabalham informalmente. A produção mensal gira ao redor de 15 milhões a 20 milhões de peças, com faturamento que há quatro anos já havia superado R$ 1 bilhão por ano.

Mas o investimento foi amplamente re-compensado, gerando um retorno 30 a 40 vezes mais elevado. Em sua primeira versão, a feira exigiu gastos superiores a R$ 600 mil por parte dos organizadores e das empresas de confecções de Goiânia e, mesmo com desempenho inferior ao esperado, trouxe como resultado vendas acima de R$ 20 milhões, conforme já ci-tado por Borges. “Isso corresponde a um retorno astronômico, até mesmo em ter-mos de recolhimento de impostos, como tentamos demonstrar para o governo”, acrescenta ainda.Em seus cálculos, teria sido necessá-rio investir pelo menos R$ 2 milhões na organização do evento, nos moldes pla-nejados pelo sindicato. “Com esse valor, poderíamos gerar impostos num valor de quase R$ 20 milhões, o que mais do que compensaria o custo previsto inicial-mente”, reforça o presidente do Sinrou-pas. De qualquer forma, Borges ressalta que a feira conseguiu colocar a confecção goianiense na mídia e chamar a atenção do mercado para a indústria local. “Sob esse ponto de vista, conseguimos atingir nosso objetivo.”

UM “REtORnO AStROnôMICO”

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infraestrutura e logística>>

nAS MãOS DO SEtOR PRIvADO

O Fórum das Entidades do Setor Produtivo do Centro-Oeste, numa parceria com as confedera-ções nacionais da Indústria (CNI) e da Agricul-tura (CNA) e associações de produtores de soja e algodão de Mato Grosso, acertou a contratação da Macrologística Consultores para realizar a mais completa radiografia da infraestrutura de transporte de cargas disponível na região e pro-por um planejamento estratégico para o setor, com soluções para seus principais gargalos.O projeto Centro-Oeste Competitivo, nome oficial do trabalho, vai orientar as decisões de investimento na área de logística de transpor-te na região, de forma a direcionar a aplicação dos recursos para correção das deficiências mais graves, reduzindo custos e contribuindo para tornar mais competitiva a produção de grãos, minérios e bens industriais. O investi-mento total no projeto está previsto em R$ 1,8 milhão, dos quais R$ 1,4 milhão serão divididos igualmente entre CNI e CNA. As associações de produtores de soja e de algodão de Mato Grosso

Entidades da indústria e da agricultura decidem investir num ambicioso projeto que deverá apontar soluções para as deficiências de logística no Centro-Oeste

entrarão com R$ 200 mil cada uma.“Esse será um trabalho fundamental para nossa economia ao sinalizar prioridades para o inves-timento em infraestrutura de transporte, o que permitirá minimizar nossos problemas nessa área e potencializar ganhos logísticos”, comenta o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira. Se-gundo ele, “as deficiências de logística chegam a provocar redução de 20% na competitividade, principalmente no mercado internacional”. O trabalho, a ser concluído até maio de 2013, foi apresentado no dia 3 de setembro por Olivier Gerard, sócio da Macrologística, durante evento realizado na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), presidida por José Mário Schreiner, também parceira do projeto, que será realizado em duas etapas. Na primeira, a ser concluída em sete meses, será feito o diag-nóstico da infraestrutura de transportes na re-gião, envolvendo todos os modais utilizados por 15 cadeias produtivas (adubos e fertilizantes, algodão, avicultura, bebidas, cana-de-açúcar, bovinos, calcário, cobre, ferro e aço, madeira, milho, petróleo e derivados, produtos químicos industriais, soja, veículos e autopeças), custos e destino final das cargas. Na etapa seguinte, com prazo de três meses, serão propostas soluções para modernizar o setor, racionalizar custos e ampliar a competitividade do Centro-Oeste. O levantamento de dados secundários já foi ini-ciado em Goiás. A Macrométrica realizou o mesmo trabalho nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Entre esses, o Sul Competitivo foi entregue em 28 de agosto e, de acordo com Gerard, foram definidos como prioritários 51 dentre 170 projetos identificados para a região, que demandariam investimentos na casa dos R$ 15,2 bilhões em sua implantação.

Pedro Alves, José Mário e Olivier Gerard: diagnóstico e propostas deverão ser apresentados em maio do próximo ano

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por dentro da indústria>>

missão Eua – 1Entre os dias 16 e 26 de setembro, uma missão comercial organizada pelo governo do Estado percorreu câmeras de comércio e empresas, especialmente na área de tecnologia, nas regiões de Nova York, Washington, San Francisco e Miami. O roteiro, que incluiu encontros com técnicos dos bancos Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Mundial (Bird), contemplou ainda visitas à Google, Microsoft e outros grupos do setor, segundo o secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy. Além do secretário e do governador Marconi Perillo, fizeram parte da missão o presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, entre outros representantes do Fórum Empresarial, oito empresários dos setores de mineração e tecnologia e auxiliares do governo estadual.

missão Eua – 1O objetivo a missão, de acordo com Baldy, foi prospectar negócios e recursos para investimentos, estreitar as relações comerciais entre Goiás e os Estados Unidos e melhorar a balança comercial entre os dois lados. Nos últimos sete anos, Goiás acumulou déficit comercial de US$ 1,989 bilhão com os EUA. Entre 2000 e 2011, as exportações goianas para aquele mercado cresceram 71,3%, mas as importações saltaram 27,8 vezes. No ano passado, quase 64% das importações goianas dos EUA ficaram concentradas em produtos farmacêuticos (38% do total) e caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (26%).

nova estratégiaA Sunnycenter, distribuidora de equipamentos para codificação industrial, inspeção de produtos acabados, equipamentos para embalagens, injetoras e robôs de paletização da Sunnyvale para Goiás, Tocantins e Distrito Federal, mudou sua estratégia de venda e suporte para a região, buscando consolidar a marca Sunnycenter entre indústrias dos setores alimentício, farmacêutico e cosmético, frigorífico e agronegócio. E passa agora a investir em sua estrutura para atender à forte demanda no Centro-Oeste, com a criação de um centro de inteligência que atua de forma rápida no atendimento ao cliente, evitando possíveis paradas nas linhas de produção.

comércio exteriorA Fieg, por meio de seu Centro Internacional de Negócios (CIN), em parceria com os sindicatos das indústrias químicas (Sindquímica) e de móveis (Sindmóveis), promove em outubro e novembro uma série de cursos em comércio exterior, cofinanciados pelo Programa Al-Invest, com foco nos setores de móveis e cosméticos. No dia 29 de outubro, está programado curso sobre melhores práticas de gestão para internacionalização. No dia 13 de novembro, para o setor de móveis, será realizado curso sobre formação de preço para exportação e, no dia 20, para a indústria de cosméticos, está previsto curso sobre registro de marcas e patentes.

frustraçãoA 1ª Conferência de Emprego e Trabalho Decente, realizada no início de agosto, em Brasília, foi marcada por conflitos, frustrações e desrespeito ao equilíbrio entre os três lados representados no encontro – governo, sindicatos e empresas. A bancada empresarial deixou a conferência antes da votação das propostas, diante da desigualdade de forças predominante. “Fomos massacrados e não tivemos chance nenhuma de aprovar questões importantes para a indústria”, disse o assessor executivo do Conselho Temático de Relações do Trabalho da Fieg, Nelson Aníbal, que representou a federação na conferência, acompanhado do presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás, Luiz Gonzaga, do diretor do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de Goiás, Silvio Inácio da Silva, e das assessoras jurídicas da Fieg Margareth Mendonça e Geórgia Zenha.

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COM PAtEntE nOS EUAA Aerobike, fabricante goiana de máquinas para fitness, tem planos para se tornar uma “indústria de inteligência”, baseada na exportação de tecnologia

Foram 13 anos de pesquisa e investimentos em torno de R$ 1,2 milhão até encontrar o desenho mais adequado, definir os componentes mais eficientes e seguros, incluindo um sistema fran-cês de tração e rolamentos blindados da Ásia, e conquistar o que talvez seja a primeira paten-te com reconhecimento pelo rigoroso United States Patent and Trademark Office (USPTO), o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos, em favor de uma empresa de fitness da América Latina.O registro final da patente e o reconhecimento do novo equipamento como invenção exigiram três anos de esforços e a contratação de espe-cialistas nos EUA para tocar a parte legal do processo segundo normas e exigências daquele país. O produto, um cicloergômetro misto, mais conhecido como Aerobike, nome também da in-dústria instalada há cinco anos em Goiânia pelo empresário Milton Rodrigues Fernandes, dono da patente, começou a ser fabricado de fato há apenas três anos.“Foram dois anos de desenvolvimento da plan-ta, que tem capacidade para 100 máquinas por mês atualmente”, emenda Fernandes. Hoje, per-to de 70% da produção é destinada ao mercado de São Paulo, incluindo academias de ginástica, spas, hotéis, clínicas, salões de belezas e pessoas físicas. Em torno de 5% dos equipamentos têm como endereço uma rede de academias classe A da Argentina. Mas exportar produtos não é a ver-dadeira vocação da Aerobike. “Nosso interesse é

ser uma indústria de inteligência, baseada na transferência de tecnologia e na venda de royal-ties”, destaca Fernandes.Os dois primeiros modelos do cicloergômetro a chegar ao mercado tomam emprestados prin-cípios do alpinismo, aplicados a uma máquina que permite a simulação de uma escalada, traba-lhando simultaneamente membros superiores e inferiores com maior eficiência aeróbica e ana-eróbica. “Comprovado por estudos científicos, 20 minutos de exercícios no Aerobike permitem a queima de aproximadamente 250 calorias ex-clusivamente de massa gorda”, declara o em-presário. A máquina também é ecologicamente correta, ao dispensar o uso de eletricidade e a aplicação de lubrificantes para manutenção.Depois disso, foram desenvolvidas mais duas versões do Aerobike, um dos quais permite ao atleta simular a prática de triatlo, incorporando recursos para treinamento de corrida, natação e bicicleta. Fernandes criou ainda uma bicicleta ergométrica modificada, com opção de corrida aérea e que agrega ainda a função de esteira. “Já demos entrada ao pedido de patente da bicicleta no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)”, antecipa Fernandes.

Milton Fernandes: “Vinte minutos de exercícios no Aerobike permitem a queima de aproximadamente 250 calorias exclusivamente de massa gorda”

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made in goiás>>

UM InvEStIMEntO DE R$ 50 MILHõESCarta Goiás recebe nova linha de produção para ampliar em mais de 50% sua capacidade instalada, selando aumento de quase 80 vezes

Nos próximos dois anos, o grupo Carta Fabril pretende ampliar sua capacidade em mais de 50% com a instalação em Anápolis – onde opera a Carta Goiás, dedicada à fabricação de papel higiênico e guardanapos, papel toalha, fraldas e absorventes – de uma nova linha de produção. O projeto de expansão começou a ser tocado neste ano, de acordo com Victor Leonardo Ferreira de Araújo Coutinho, diretor industrial da empresa, com a aquisição de nova máquina para a produção de papel com capaci-dade final para 30 mil toneladas.A meta para 2013, de acordo com Coutinho, será agregar mais 15 mil toneladas à capacida-de atual, estimada em quase 50 mil toneladas por ano, o que exige o trabalho de mil empre-gados diretamente. “Em 2014, atingiremos a total capacidade da máquina, o que nos pro-jeta crescimento de 50% em dois anos”, afirma o diretor da Carta Goiás. Incluindo a aquisição da nova linha, a construção de toda a infra-estrutura de produção e acessórios, galpões e instalações, a empresa deverá investir em tor-no de R$ 50 milhões até o começo do próximo ano. Segundo Coutinho, “todo o projeto foi baseado em estudos econômicos do mercado de papel tissue no Brasil e em levantamento de viabilidade financeira, com aplicação de mo-dernas ferramentas de análise”.O investimento, na visão do empresário, de-verá consolidar a Carta Goiás entre as cinco maiores empresas do setor de papéis tissue no Brasil, que hoje concentra 75% de sua produ-ção nas marcas líderes de papel higiênico Cot-ton, Leblon e Deluxe, dos papéis toalha Social

e Coquetel e do guardanapo Coquetel, além de fraldas e absorventes Diana e Looping.Ao concluir mais esse projeto de expansão, a Carta Goiás terá multiplicado sua produção em quase 80 vezes desde o início de sua ope-ração, no final do século passado, quando pro-duzia mil toneladas anuais e empregava 60 funcionários. “Foram anos muito desafiadores, mas que foram encarados como oportunidades de crescimento, pois atualmente possuímos estrutura comercial e de logística com atuação em todo território nacional”, afirma Coutinho.A empresa enfrentou toda a fase mais crítica do processo de estabilização da economia, após o Plano Real, com as crises nas economias da Argentina e dos Tigres Asiáticos no final dos anos 1990 e a disparada do dólar no mercado brasileiro, com repercussões sobre as políticas domésticas de crédito e sobre o nível de consu-mo, resultando em anos de baixo crescimento do mercado interno.

Victor Coutinho: empresa começou com 60 funcionários e hoje emprega mil pessoas diretamente

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gente da indústria>> Renata Dos Santos

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jeans 2 em 1O empresário Luiz Carlos Xavier (CKZ Jeans) ousou com seu novo lançamento, uma calça jeans que veste dos dois lados. A ideia, segundo ele, surgiu quando solicitou para a equipe de criação um produto diferenciado, cujo outdoor também teria de sair do lugar comum das modelos deitadas. O resultado foi uma calça que serve para trabalhar, em roupagens jeans delavê ou black jeans que, no fim do dia, pode ser usada para a balada pela roupagem metalizada em cores como verde, prata ou dourada. Sua marca fundada na Fama, em 1996, conquistou mercados como Manaus e Boa Vista e, agora, o Rio de Janeiro.

cidadão goianienseA Câmara de Goiânia concedeu, em sessão solene realizada no dia 20 de agosto, título de cidadão goianiense ao presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira. A condecoração, proposta pelo vereador Paulo Borges (na foto, com Pedro, o governador Marconi Perillo e Paulo Afonso Ferreira), reconhece a contribuição e a atuação destacada do empresário, mineiro de Patrocínio, no desenvolvimento socioeconômico da capital.

boiOs irmãos Paulo Guimarães e Constanti-no Guimarães (Cooperboi) se preparam para lançar novo produto em sua indústria, fundada em Acreúna no ano de 1995. Cons-tantino, veterinário, adianta que o produto, denominado Brasmaster, fruto de muita pesquisa e testes com gado nelore, surge como um suplemento alimentar inovador para o mercado.

aço pintadoRecém-chegado dos Estados Unidos, o em-presário José Gravia (Gravia) se dedica ao lançamento de nova linha de portas e jane-las, que sai do forno no fim do mês, em sua indústria, em Anápolis. Com uma linha de aço e duas de alumínio, a novidade agora fica por conta das peças de design e acabamentos mais sofisticados, de aço pintado de branco.

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vinho 1Marcelo Souza acaba de ganhar, com seu vinho Bandeiras, prêmio como segundo melhor tinto brasileiro em concurso da Vinum Brasilis, maior feira de vinhos nacionais, realizada no Centro de Convenções de Brasília, em setembro. Ao lado da mulher, Adriana Carvalho, que administra a Vinícola Pirineus Vinhos e Vinhedos, ele concorreu com mais de 35 produtos fabricados por grandes marcas nacionais e é destaque da revista Prazeres da Mesa de setembro.

vinho 2Marcelo Souza (Vinícola Pirineus Vinhos e Vi-nhedos) comandou degustações, oficinas e visi-tas no Festival Gastronômico e Cultural de Pire-nópolis, durante a 1ª Festa do Vinho, em agosto, e do Slow Film, agito por lá, em setembro. O fabricante de vinhos, que é médico e sommelier, se mudou de Goiânia com sua família para Pire-nópolis, para iniciar, em Cocalzinho de Goiás, o plantio de suas uvas viníferas – espécie diferente da uva de mesa – em 2005. Em 2010, o empresá-rio começou a produzir seus vinhos, cobiçados além fronteira: o Incrépido e o Bandeiras, que homenageia os Bandeirantes.

Pão de queijo Quando a empresária Camila Freitas (Casa do Sabor) inaugurou sua indústria de pão de queijo, em Goiânia, ela acertou em acre-ditar na paixão dos goianos pela iguaria nos moldes artesanais. O segredo, segundo ela, está na receita caseira de sua mãe, dona Maria, que não emprega amido, corantes ou essências. A fábrica, fundada há quatro anos, no Bairro Santo Antônio, saída sul da capital, tem seu pai, Gilberto, no comando da produção. Fornecedora atacadista de padarias, indústrias e lanchonetes, Camila anuncia novidade para este fim de ano: vai inaugurar uma entrega para atender pedi-dos do varejo. “Há algum tempo o consumi-dor final já pede nosso pão-de-queijo para comer em casa”, contou.

móveisAngela Sebba (Sicmol) está em contagem regressiva para inau-gurar showroom no Setor Sul, a Concetto, onde vai comerciali-zar produtos de sua fábrica, em Aparecida de Goiânia, como a nova linha de nichos decorati-vos. As instalações do novo em-preendimento foram construí-das em tempo recorde, o que ela atribui à supervisão diária e exigente de ninguém menos que seu pai, o pioneiro Gilberto Antônio Sebba.

SorveteAna Cláudia Barbosa comemorou o primeiro aniversário de sua indústria de sorvetes Magari, na Alameda Ricardo Paranhos, no Setor Marista. Com mais de 50 opções, o produto conquista ainda pelos pedacinhos de fruta usados no lugar de essência de sabores e pela ausência de gordura hidrogenada.

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giro pelos sindicatos>>

rEGionaL anáPoLiSPosse conjunta – 1Em solenidade realizada dia 24 de agosto, tomaram posse os novos presidentes e as respectivas diretorias dos sindicatos das indústrias abrigados na Fieg Regional Anápolis. O evento ocorreu no salão de festas do Sesi, no Bairro Jundiaí. Entre outros, foram empossados Álvaro Otávio Dantas Maia (Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis), Robson Peixoto Braga (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis), Jair Rizzi (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis) e Henrique Wilhelm Morg de Andrade (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Goiás).

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Posse conjunta – 2Na presidência do Sindicato das Indús-trias de Alimentação, tomou posse Wil-son de Oliveira que, ato contínuo, passou o cargo ao vice, Valdenício Rodrigues de Andrade, já que concorria à prefeitura de Anápolis na ocasião. Ivan da Glória Teixeira (na foto, com Marçal Henrique Soares) assumiu a presidência do Sindi-cato das Indústrias Farmacêuticas no Es-tado de Goiás (Sindifargo) e deu posse a Soares, ex-presidente, como presidente--executivo.

Posse conjunta – 3Participaram da solenidade de posse conjunta em Anápolis, entre outras autoridades, os presidentes da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, e Ubiratan da Silva Lopes, da Fieg Regional Anápolis e da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg); o diretor geral do Instituto Euvaldo Lodi, Paulo Afonso Ferreira; o comandante da Base Aérea de Anápolis, tenente-coronel aviador Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Júnior; o vice-prefeito, João Gomes, representando o prefeito Antônio Gomide; o secretário de Infraestrutura do Estado, Danilo de Freitas, representando o governador Marconi Perillo; e os presidentes dos sindicatos das indústrias da região.

SinduScon-Goconstrução socialCentenas de trabalhadores do setor da construção em Goiás, seus familiares e membros da comunidade local participaram da sexta edição do Dia Nacional da Construção Social, no dia 18 de agosto, na Unidade Integrada Sesi Senai Aparecida de Goiânia. O evento, promovido nacionalmente pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-GO) e Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci-GO), em parceria com Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Sesi Goiás, Academia de Polícia Civil, Ademi-GO, Caixa Econômica Federal, Caminho Engenharia e Construções, Central de Transplantes, Dinâmica Engenharia, Eletrobrás Furnas, Instituto de Hematologia de Goiânia, Sempre Chevrolet, Termopot e Votorantim Cimentos, patrocinadora nacional. Em Goiás, a sexta edição do Dia Nacional da Construção Social registrou 7.328 atendimentos a 2.418 pessoas.

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campanhaO tema central do Dia Nacional da Construção Social – a valorização dos trabalhadores – é o assunto também de campanha publicitária desenvolvida pelo Sinduscon-GO e pela Ademi-GO, para atrair traba-lhadores interessados em atuar no setor, mostrando a importância da atividade e os benefícios da profissão. O presidente do Sinduscon-GO, Justo Cordeiro , destacou a importância das ações de valorização, res-saltando a integração e a parceria entre as entidades como fomenta-dores da inclusão e responsabilidade social. “O Dia Nacional da Cons-trução Social é um exemplo prático de cidadania”, afirmou Cordeiro. O evento incluiu atividades de lazer e outras, no Sesi Clube Aparecida de Goiânia (foto).

Para mulheresNuma promoção conjunta do Sinduscon-GO, Senai Goiás e Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira), com apoio da Acieg, foi realizada em agosto, na Escola Senai Vila Canaã, aula inaugural do curso de eletricista direcionado às mulheres assistidas pela secretaria. O objetivo, afirma Gláucia Maria Teodoro Reis (foto), titular da Semira, é promover a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho e evitar que voltem a se submeter à situação de violência doméstica, oferecendo-lhes condições para seu próprio sustento.

SiGEGoPrêmio aquino PortoO Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego) e a Associação Brasileira da Indústria Gráfica em Goiás (Abigraf-GO) anun-ciaram, no dia 25 de agosto, em solenidade re-alizada na Casa da Indústria (foto), os vence-dores do Prêmio Aquino Porto de Excelência Gráfica – Criação e Produção. Em sua oitava edição, o concurso integrou a programação do Congresso Internacional de Comunicação, In-formação e Marketing (Intermídias), realizado entre os dias 24 e 26 de agosto no Câmpus 2 da Universidade Federal de Goiás (UFG). Foram premiados indústrias gráficas, agências e estu-dantes da área.

SifaEG/SifaçucarPerspectivas e desafiosNuma promoção dos sindicatos de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás, em parceria com a consultoria INTL FCStone, dos Estados Unidos, foi realizado na Casa da Indústria, dia 14 de setembro, o seminário Mercados de Açúcar & Etanol e Economia Internacional: Perspectivas e Desafios, com os economistas Marcos Roberto Escobar, mestre em Agrobusiness e gerente da Unidade de Negócios Açúcar FCStone, e Rafael Ballestero Machado Crestana, mestre em Negócios Internacionais e consultor em gerenciamento de riscos da FCStone.

canacentro 2012O Sifaeg e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) pro-moveram, em agosto, o 1º Congresso do Setor Sucroalcooleiro do Brasil Central (Canacentro 2012). Com participação de empresários do setor, consultores e especialistas, o evento apontou a ausência de políticas públicas para o setor e as distorções causadas pela política definida pelo governo federal para o setor de combustíveis como responsáveis principais pela crise na indústria de etanol, causando paralisação de investimentos e trazendo a perspectiva de déficit na oferta do produto.

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giro pelos sindicatos>>

SindirEPaEncontro nacionalNa primeira semana de agosto, foi realizada reunião do Sindirepa Nacional, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para discutir os principais temas de interesse do segmento da reparação automotiva. O presidente do Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás (Sindirepa-GO), Ailton Aires Mesquita, compareceu ao encontro e expôs as dificuldades enfrentadas pelo setor no Estado, propondo soluções.

trabalho e empregoO diretor do Sindirepa-GO, Silvio Inácio da Silva, participou, em agosto, da Conferência Nacional do Trabalho e Emprego, realizada em Brasília, juntamente outros representantes da Fieg.

SindquímicaaPL cosméticos – 1Durante reunião realizada no auditório do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Sindquímica), foi escolhido o grupo de empresários que responderá pela governança do Arranjo Produtivo Local das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos de Goiás (APL Cosméticos-GO). A coordenação executiva está a cargo do empresário Celso Flávio da Silva (Vita Life). O grupo registra a participação, ainda, de Neila Maria Gonçalves (Wydet), Alexandre Pereira (Seiva Rara), Fernando Roriz (Biocap), Jair José de Alcântara (Toollone e do Sindquímica), Manoel Simões (diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), Millena Araújo e Eliane Franco (Secretaria de Indústria, Comércio, Trabalho e Tecnologia de Aparecida de Goiânia), além de representantes da Secretaria de Indústria e Comércio do Estado.

aPL cosméticos – 2O setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos reúne aproximadamente 110 indústrias em todo o Estado, das quais 90 instaladas em Aparecida de Goiânia. O planejamento estratégico desenhado para o APL Cosméticos para o período entre 2012/2014 prevê, entre outras metas estratégicas, fortalecer as micro e pequenas do setor, capacitar tecnologicamente as indústrias, adequando-as às exigências do mercado, e promover a inovação e a diferenciação de produtos e serviços oferecidos pela indústria goiana do setor.

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SimELGomedalha de honraO salão nobre do Clube Antônio Ferreira Pacheco foi o palco escolhido pelo Simelgo para a entrega, em setembro, da Medalha de Honra ao Mérito Ministro Aquino Porto, honraria concedida a empresários e personalidades que mais se destacaram em suas atividades e contribuíram com o crescimento e fortalecimento da indústria goiana. Foram homenageados Edson Lucca (Capanema Indústria e Comércio de Metais Sanitários Ltda. – Ico Metais); Efraim Antônio Alves (Rotal Hospitalar Ltda.), Gevaert Antônio de Gouveia (Gevaert Soluções Mecânicas e Industriais), José Amâncio Pereira (Ciplac Comércio e Indústria de Placas Ltda.), Maria Helena Naves (Goyaço Indústria e Comércio de Ferragens Ltda.), Maria Iracema Abud Alves Riemma (Metalcort Indústria e Comércio e Artefatos de Ferro Ltda.) e Reinaldo Fonseca dos Reis, da Fieg.

Prêmio nacionalFiliada ao Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado de Goiás (Simelgo), a Capanema Indústria e Comércio de Metais Sani-tários Ltda. (Ico Metais), empresa goiana metalúrgica especializada em torneiras e registros para banheiro, cozinha e jardim, com sede em Trindade, recebeu em setembro, pela segunda vez, a maior premiação nacional do setor de construção civil: o Prêmio Anamaco 2012, resultado da pesquisa Anamaco/Ibope Inteligência 2012, da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção. Na foto, o gerente administrativo da empresa, Flávio Bezerra, os sócios diretores Marilene Schio Lucca e Edson Lucca e o gerente de produção Laércio Gonçalves.

capacitação na empresaNuma parceria entre o Senai Goiás e o Simelgo, a S.A.S. Indústria iniciou em agosto a capacitação de seus empregados dentro da própria fábrica. Estão sendo oferecidos aos funcionários cursos de corte e dobra de chapas e de soldador mig mag, com recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Cerca de 20 trabalhadores participam dessa primeira rodada de qualificação.

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SicmaSeminárioO Sindicado das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma) promoveu no final de agosto o 2º Seminário da Construção Civil e do Setor Moveleiro de Anápolis, realizado no auditório da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia).

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“Para crescer mais é necessário promover um substancial ganho de competitividade, que implique em redução

do custo de produzir no brasil e estimule o empresário a retomar seus planos de expansão”

flavio castelo branco Gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

MELHORES PERSPECtIvASHá expectativas de melhora da atividade da indústria neste segundo semestre. Com efei-to, em agosto a confiança do empresário in-dustrial mostrou pequena recuperação. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) – elaborado pela CNI – cresceu 1,2 pon-to entre julho e agosto e atingiu 54,5 pontos após forte queda em julho. O aumento da confiança do empresário é uma sinalização de que a atividade da indústria pode estar mudando. Empresário mais confiante está disposto a produzir mais e tomar riscos, com aumento do investimento e contratações. Todavia, os dados da indústria para o primei-ro semestre mostram um quadro de atenção: queda de produção, estoques elevados e au-mento da ociosidade. Ao mesmo tempo, os custos seguem crescendo. Os salários reais na indústria aumentaram 6,8% no primeiro semestre na comparação com o mesmo pe-ríodo do ano passado. Junto com custos de insumos elevados e alta nos preços dos servi-ços, a resultante é perda de competitividade e crescente dificuldade na competição com os produtos estrangeiros.A expectativa de melhora reflete a impor-tância de uma nova combinação de política macroeconômica e das medidas de estímulo. A mudança no patamar da taxa de câmbio, que se mantém pouco acima de 2 reais por dólar desde abril, e a continuidade da queda dos juros básicos configuram um arcabouço macroeconômico mais favorável à competi-tividade e à produção. Como essa mudança usualmente exige alguma defasagem tempo-

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ral para mostrar seus efeitos de forma mais abrangente, é bastante provável que os esto-ques indesejados estejam sendo reduzidos e o ritmo de produção venha a se normalizar nos próximos meses. As medidas complementares do Plano Brasil Maior também devem se mostrar mais efeti-vas para alavancar as expectativas das empre-sas industriais brasileiras. A indústria precisa de medidas mais abrangentes para alcançar todo o segmento e estimular a produção de forma ampla. Ainda assim, a indústria deverá mostrar baixo crescimento em 2012. Mesmo considerando um cenário de recuperação gradual no segun-do semestre, nossa estimativa de expansão de 1,6% em 2012 é relativamente otimista. Esse ambiente de dificuldades é consequ-ência não apenas da crise mundial em seu quinto ano, mas da ausência de avanços mais substantivos no quadro da competiti-vidade da indústria brasileira. A indústria de transformação – a manufatura – é o seg-mento mais prejudicado por essa perda de competitividade. Para crescer mais é necessário promover um substancial ganho de competitividade, que implique em redução do custo de produzir no Brasil e estimule o empresário a retomar seus planos de expansão. Em um ambiente de acir-ramento da concorrência, como encontra-mos atualmente, pequenos avanços podem ser insuficientes para reduzir o diferencial de competitividade que temos para com nossos concorrentes.

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ANUNCIO DE REVISTA UM QUARTO PG 21x28cm.ai 1 12/09/04 17:31