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Departamento de Administração ESTADO DA ARTE DOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS SOBRE ROTINAS ORGANIZACIONAIS E SEUS CARACTERES OSTENSIVOS, PERFORMATIVOS E ARTEFATOS Aluno: Diego Ferreira Machado Orientador: Sandra Regina da Rocha Pinto 1. Introdução O objetivo desta pesquisa é dar continuidade e atualizar os conhecimentos já alcançados em um estudo anterior intitulado Estado da Arte dos Conhecimentos Científicos Sobre Rotinas Organizacionais (2017), realizado pelo aluno Diego Ferreira Machado e sua orientadora Regina Pinto. Originalmente, o tema ficou pautado nos conhecimentos científicos sobre as rotinas organizacionais publicados a partir de julho de 2011, data posterior a publicação do artigo de revisão de Parmigiani e Howard-Grenville (2011) na The Academy of Management (vol 5, n. 1, p. 413-453), intitulado “Routines Revisited: Exploring the Capabilities and Practice Perspectives”, que serve como base para a pesquisa. Procuramos observar se havia efetivamente uma correlação entre os principais atores desta área de conhecimento científico na produção acadêmica sobre o tem em questão. Nesta nova etapa do projeto, será dada ênfase em um novo elemento de busca, além dos caracteres "ostensivos" e "performativos" já explorados, “artefatos”. Agora, esse elemento será a palavra chave no desenvolvimento do estudo preliminar sobre a situação atual acerca das rotinas organizacionais. A relevância dessa escolha deve-se a sua importância para essa área do conhecimento uma vez que artefatos, segundo D'adderio (2011), "(...) can influence their emergence and persistence, both in destabilizing existing action patterns or providing the glue that can hold patterns together; they can perform key functions, including acting as mediators and intermediaries (Latour, 1987, 2005) among the agencies involved in routinized performances, thus supporting or preventing coordination among organizational communities and functions (D’Adderio, 2001; Carlile, 2002; Bechky, 2003); they can act as obligatory points of passage, thus enabling or constraining worldviews and actions (Latour, 1987); and they can make explicit or hide actions and viewpoints, thus making connections between practices and their outcomes more or less visible (Orlikowski, 2002; D’Adderio, 2001, 2008a).". Nesse sentido, questiona-se as mudanças provenientes com a adição de tal elemento novo e vital para o objetivo da pesquisa, e, se ao longo dos últimos 7 anos houve avanços, ou não, em relação às pesquisas sobre rotinas organizacionais, ainda sobre a ótica da integração entre a leitura "ostensiva", "performativa" e, agora, "artefatos" sobre o problema em questão. Busca-se, assim, responder às seguintes indagações: Quais são os pesquisadores, e respectivas instituições, além dos países predominantes, que estão colaborando na direção observada? Há realmente uma integração na literatura identificada entre a nova palavra chave e aquelas já utilizadas? 1

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Departamento de Administração

ESTADO DA ARTE DOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS SOBRE

ROTINAS ORGANIZACIONAIS E SEUS CARACTERES OSTENSIVOS, PERFORMATIVOS E ARTEFATOS

Aluno: Diego Ferreira Machado

Orientador: Sandra Regina da Rocha Pinto

1. Introdução

O objetivo desta pesquisa é dar continuidade e atualizar os conhecimentos já alcançados em um estudo anterior intitulado Estado da Arte dos Conhecimentos Científicos Sobre Rotinas Organizacionais (2017), realizado pelo aluno Diego Ferreira Machado e sua orientadora Regina Pinto.

Originalmente, o tema ficou pautado nos conhecimentos científicos sobre as rotinas organizacionais publicados a partir de julho de 2011, data posterior a publicação do artigo de revisão de Parmigiani e Howard-Grenville (2011) na The Academy of Management (vol 5, n. 1, p. 413-453), intitulado “Routines Revisited: Exploring the Capabilities and Practice Perspectives”, que serve como base para a pesquisa. Procuramos observar se havia efetivamente uma correlação entre os principais atores desta área de conhecimento científico na produção acadêmica sobre o tem em questão.

Nesta nova etapa do projeto, será dada ênfase em um novo elemento de busca, além dos caracteres "ostensivos" e "performativos" já explorados, “artefatos”. Agora, esse elemento será a palavra chave no desenvolvimento do estudo preliminar sobre a situação atual acerca das rotinas organizacionais. A relevância dessa escolha deve-se a sua importância para essa área do conhecimento uma vez que artefatos, segundo D'adderio (2011), "(...) can influence their emergence and persistence, both in destabilizing existing action patterns or providing the glue that can hold patterns together; they can perform key functions, including acting as mediators and intermediaries (Latour, 1987, 2005) among the agencies involved in routinized performances, thus supporting or preventing coordination among organizational communities and functions (D’Adderio, 2001; Carlile, 2002; Bechky, 2003); they can act as obligatory points of passage, thus enabling or constraining worldviews and actions (Latour, 1987); and they can make explicit or hide actions and viewpoints, thus making connections between practices and their outcomes more or less visible (Orlikowski, 2002; D’Adderio, 2001, 2008a).".

Nesse sentido, questiona-se as mudanças provenientes com a adição de tal elemento novo e vital para o objetivo da pesquisa, e, se ao longo dos últimos 7 anos houve avanços, ou não, em relação às pesquisas sobre rotinas organizacionais, ainda sobre a ótica da integração entre a leitura "ostensiva", "performativa" e, agora, "artefatos" sobre o problema em questão. Busca-se, assim, responder às seguintes indagações: Quais são os pesquisadores, e respectivas instituições, além dos países predominantes, que estão colaborando na direção observada? Há realmente uma integração na literatura identificada entre a nova palavra chave e aquelas já utilizadas?

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2. Metodologia

A abordagem metodológica permanece a mesma do estudo inicial, ressaltando-se, novamente, a importância do uso da abordagem bibliométrica nesse estudo. Sua pertinência deve-se: i) à função de busca refinada em bases bibliográficas que ela propicia; ii) ao conhecimento dos periódicos que divulgam conhecimentos sobre determinado tema; iii) o universo de palavras que caracterizam cada um dos textos científicos constitutivos de determinado campo científico; iv) à identificação das contribuições de pesquisadores em determinadas áreas dos conhecimentos.

O procedimento metodológico consistiu em cinco etapas inter-relacionadas a fim de obter elementos de resposta a questão de pesquisa. A primeira consiste em identificar os novos artigos científicos, focados em "artefatos", juntamente com a orientadora e seus alunos de doutorado.

Após esse momento, será feito um levantamento nas bases Web of Science, Scopus e SciElo ao longo dos últimos 7 anos, através da palavra-chave, em inglês e em português, “organizational routine” e “rotina organizacional”. Este levantamento será organizado em uma planilha Excel.

Após a identificação e transposição dos artigos, autores, países e instituições para uma planilha Excel, os mesmos serão filtrados para se evitar a duplicidade de resultados nas bases de dados diferentes, dando assim, um início a análise dos dados preliminares coletados.

Em um quarto momento, o conjunto de artigos identificados será submetido a um filtro visando agrupá-los entre as duas abordagens do tema “rotinas organizacionais”, i.e., a "ostensivo" e a "performativos". Chega-se aqui a uma composição do conjunto de palavras-chave primárias. Em seguida, será utilizado o novo elemento ou palavra chave de busca, "artefato". Aqui, para melhor escolher os artigos relevantes os alunos de doutorado da orientadora deste projeto terão participação ativa uma vez que são leitores atentos da produção atual no campo das rotinas organizacionais, além de contribuidores desse campo com artigos publicados.

Finalmente, na quinta etapa, também com o envolvimento da orientadora e dos doutorandos, serão listados os Abstracts (Resumos) mais relevantes para a pesquisa. De igual modo da pesquisa anterior, serão utilizadas técnicas de análise bibliométrica como o “co-author analysis” para verificar se, por exemplo, os artigos são produzidos individualmente e/ou em colaborações internacionais e nacionais e quais são instituições e países que mais produzem sobre essa nova perspectiva. Ao final, teremos um novo relatório mais aprofundado, amplo e atualizado sobre as rotinas organizacionais.

3. Resultados alcançados

Até o presente momento, os resultados alcançados e discutidos referem-se apenas às quatro etapas da metodologia aplicadas às bases bibliográficas Scopus, SciElo e Web of Science – no período de janeiro de 2011 a maio de 2018 –, posto que a quinta etapa será desenvolvida durante e posteriormente a realização desta etapa do projeto PIBIC, isto é, a partir de agosto de 2018.

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3.1. Scopus

Vale relembrar a importância de tal portal pois, segundo o Scopus Guia de referência rápida disponível no Portal de Periódicos da CAPES (Disponível em: http://bit.ly/2tRP37f. Acessado em: 31 jul. 2018), essa é a maior base de dados de resumos e citações de literatura revisada por pares, com ferramentas bibliométricas para acompanhar, analisar e visualizar pesquisas. Scopus contém mais de 22.000 títulos, com mais de 5.000 editores em todo o mundo, abrangendo as áreas de Ciência, Tecnologia, Medicina, Ciências Sociais, Artes e Humanidades. Além disso, possui mais de 55 milhões de registros que remontam ao ano de 1823, dos quais 84% possuem referências que datam de 1996.

Foram identificados nesta base cerca de 268 documentos com a palavra-chave “organizational routines”, sendo 190 artigos (Article) e 48 papéis de conferências (Conference papers). Combinando as palavras-chave “Organizational Routine” + “Practice”, se obtém 40 publicações, sendo 31 artigos e 9 publicações de outro tipo. Em relação à combinação “Organizational Routine” + “Capability” há 25 documentos, sendo 18 artigos e 7 publicações classificadas com sendo de outros formatos. Combinando as três palavras “Organizational Routine” + “Practice” + “Capability” a base registra apenas 1 artigo científico!

Como constatado anteriormente, havia uma possibilidade em 2017 do número de documentos sobre tal tema ultrapassar o do ano anterior, i.e., uma tendência otimista de expansão da pesquisa sobre “organizational routines”. Porém, tal cenário não se concretizou. Ao contrário, houve uma queda: de 53 publicações 2016 para 39 em 2017 sobre “organizational routine” (englobando todas as áreas de pesquisa).

Figura 1. Produção total de documentos sobre “Organizational Routine” Scopus.

Os 5 países que totalizam 64,17% da produção sobre o tema pesquisado são: Estados

Unidos (29,5%), Reino Unido (14,8%), Alemanha (7,8%), Itália (6,3%) e Holanda (6,3%).

Outros países como Brasil e Espanha participam desse processo com apenas 2,6% cada um.

Ver Figura 2.

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Figura 2. Produção de documentos por país Scopus.

Globalmente, as 5 instituições que mais produzem (Figura 3) são Beihang University

(3%), The University of Georgia (2,2%), Case Western Reserve University (1,9%), University

of Manchester (1,9%) e Michigan State University (1,9%).

Entre as 8 instituições de pesquisa e ensino superior do Brasil que produziram os 7 documentos registrados não há nenhum destaque porque foram escritos em colaboração, fazendo parte desse grupo a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Figura 3. Distribuição da produção por vinculação institucional Scopus.

Em relação aos autores (Figura 4), os 5 que mais produziram foram Gao, D.(3%),

Deng, X. (2,6%), Bai, B. (2,2%), Pentland, B.T. (1,9%) e Yoo, Y. (1,9%). Contudo, a maioria

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dos autores trabalham no mesmo grupo, fazendo uso de material de outros grupos, através de

citações, sem interagir com os mesmos.

Figura 4. Produção de documentos por autor Scopus.

As 5 revistas científicas que têm o maior número de artigos publicados são:

Organization Science (15), Journal Of Management Studies (5), Organization Studies (5),

Public Health Reports (5) e Lab Animal (4). Chama a atenção o fato da quantidade de

veículos que publicam sobre tal tema ser limitado a um pequeno universo de revistas. Além

disso, com a perda de alguns veículos que antes figuravam como revistas principais sobre o

objeto de pesquisa em questão, outras revistas passaram a ocupar um papel importante e ser

representativas como, por exemplo, a Organization Science que sozinha pública tanto quanto

3 outras das top 5 revistas.

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Figura 5. As revistas com o maior número de publicação por ano Scopus.

Utilizando a nova terminologia de “ostensive” e “performative”, além do novo objeto agregador ao tema “artifact”, alguns resultados interessantes foram encontrados.

Foram identificados cerca de 268 documentos através da palavra-chave “organizational routines”. Quando combinando as palavras-chave “Organizational Routine” + “Performative” se obtém 6 publicações. Em relação à combinação “Organizational Routine” + “Ostensive” há 4 documentos. Já a combinação “Organizational Routine” + “Artifact” resultou em 6 documentos, sendo todos de 2012 e produzidos pelos autores mais dominantes da área. Combinando as quatro palavras “Organizational Routine” + “Ostensive” + “Performative” não se obtem nenhum registro na base. O mesmo vale para a combinação anterior entre “Organizational Routine” + “Practice” + “Capability” + “Artifact”.

3.2. SciElo

A pesquisa bibliográfica de textos na plataforma Scientific Electronic Library Online -SciELO identificou 6 artigos associados à palavra-chave “Rotina organizacional”, sendo 5 em português e 1 em inglês. Apenas 1 artigo está associado à palavra “capacidade”, escrito em inglês, e outro à palavra “prática” em português. Nenhum artigo fez uso das palavras-chave combinadas “rotina organizacional” + “capacidade” + “prática”.

Vale ressaltar que em relação à pesquisa elaborada no ano de 2017, apenas um artigo foi adicionado a base de dados. Ainda que o motivo seja desconhecido, pode-se afirmar que está publicação não foi elaborado no período em que o relatório anterior e este de 2018 foram elaborados.

As instituições às quais estão vinculados os 6 artigos publicados são a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e IBMEC (sem nenhum estado brasileiro específico determinado no artigo).

Já sobre a nova ótica pesquisada dos artefatos, e caracteres performativos e ostensivos, nenhum artigo faz uso de tais, muito menos uma possível integração entre estes termos e o tópico central rotinas organizacionais.

Os 5 periódicos que publicaram artigos são: Revista Brasileira de Gestão de Negócios, Organizações e Sociedade, Revista de Administração de Empresas, Sociedade e Estado e Gestão & Produção, mantendo-se o resultado já encontrado na pesquisa anterior.

Nota-se que entre os 13 autores dos 6 artigos não há colaborações entre eles.

3.3. Web of Science

A base de dados Web of Science é de suma importância para este estudo pois somente ela cobre cerca de “(...) 38 mil publicações periódicas, internacionais e nacionais, e a diversas bases de dados que reúnem desde referências e resumos de trabalhos acadêmicos e científicos até normas técnicas, patentes, teses e dissertações dentre outros tipos de materiais, cobrindo todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação científica e tecnológica de acesso gratuito na web.” Além disso, estão disponíveis

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ferramentas para análise de citações, referências, índice h, permitindo análises bibliométricas. A utilizacão desta base através do Portal de Periodicos CAPES/MEC [https://www.periodicos.capes.gov.br/] “(...) oferece a possibilidade de consulta a 5 coleções: Science Citation Index Expanded (SCI-EXPANDED) - com disponibilidade de acesso desde 1945 até o presente; Social Sciences Citation Index (SSCI) - com disponibilidade de acesso desde 1956 até o presente; Arts & Humanities Citation Index (A&HCI) - com disponibilidade de acesso desde 1975 até o presente; Conference Proceedings Citation Index- Science (CPCI-S) - com disponibilidade de acesso desde 1991 até o presente e Conference Proceedings Citation Index - Social Science & Humanities (CPCI-SSH) - com disponibilidade de acesso desde 1991 até o presente.”

Ao todo, com a busca, foram localizados no período de 2011 – 2018 cerca de 1.565 documentos relacionados à palavra-chave “organizational routine”. Destes, 650 estão associados a “organizational routine” + “practice” e 357 a “organizational routine” + “capability ”. Já na combinação entre “organizational routine” + “practice” + “capability” foram localizados 106 documentos.

Figura 6. Produção total de documentos sobre “Organizational Routine” Web of Science

Ao utilizar as novas terminologias (“performative” e “ostensive”) e o novo objeto central da pesquisa (“artifact”), chega-se a novos resultados. Combinando “organizational routine” + “ostensive” chega-se a um total de 32 documentos. Com “organizational routine” + “performative” obtem-se um total de 40 documentos, e um total de 26 documentos com “organizational routine” + “performative” + “ostensive”. Já com a combinação “organizational routine” + “artifact” há 80 documentos associados. Por fim, uma busca holística com os 4 descritores principais (“organizational routine” + “performative” + “ostensive” + “artifacts”) resultou em apenas 12 documentos. De maneira geral, foram resultados interessantes, mostrando um certo movimento de integração e inovação, com aceitação e utilização dos “artefatos” com uma terminologia nova.

Usando os artefatos na pesquisa base de “ “organizational routine” + “practice” + “capability” + “artifact” foram localizados somente 11 documentos.

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Figura 7. Principais categoria Web of Science

As 5 principais áreas (vide Figura 7) que trabalham com o tema “organizational routine” são: Management (37,4%), Business (17,4%), Health Care Sciences Services (6,6%), Information Science Library Science (6%) e Health Policy Services (5,4%)

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Figura 8. Produção de documentos por país Web of Science.

Os 5 países que se destacam nesta base de dados são: Estados Unidos (32,8%), Inglaterra (13,6%), Alemanha (9,3%), Canadá (7,5%) e Holanda (6,5%). Já o Brasil representa apenas 2,8% do total com cerca de 44 artigos entre 2011 - 2018. Conforme Figura 8.

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Figura 9. Distribuição da produção por vinculação institucional Web of Science.

As 5 instituições (Figura 9) que mais produziram acerca de tal tema foram a University of California System (2,9%), University of London (2,6%), University of North Carolina (2%), University of Michigan System (1,7%) e University of Michigan (1,6%). No Brasil, a USP, UFMG e UFSC são os principais produtores universitários de conhecimento sobre o tema, sendo a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro inexpressiva nos números obtidos na Web of Science, i.e., apenas 1 documento publicado!

Figura 10. Produção de documentos por autor Web of Science.

Já os autores que figuram como os 5 maiores produtores de publicações sobre as Rotinas Organizacionais (Figura 10) são: Pentland, BT (0,6%), Elwyn, G (0,4%),

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Lyytinen, K (0,4%), Stanczyk, S (0,4%) e Bai, B (0,3%). A maioria, novamente, trabalha com grupos fechados e não há demonstração sobre a existência de interação entre os autores.

Figura 11. As revistas com o maior número de publicação Web of Science.

Em relação às 5 maiores revistas / veículos de divulgação (Figura 11.), chega-se aos seguintes nomes: Organization Science (2,9%), BMC Health Services Research (1,8%), Organization Studies (1,5%), Journal of Business Research (1,2%) e Journal of Knowledge Management (1,1%).

4. Conclusões

O presente projeto de pesquisa de iniciação científica no campo da Administração procurou verificar, desta vez, através de levantamentos bibliográficos em três plataformas, em que medida a produção de artigos científicos sobre rotinas organizacionais caminharam, ou não, ao longo dos últimos seis anos em direção a uma integração entre as duas perspectivas teóricas dominantes para a análise desse tema, a econômica (capacidade) e a sociológica (prática). Além de, agora, agregar as novas terminologias: ostensiva e performativa; Além do novo objeto (artefato) que como já descrito, reflete um novo aspecto a ser abordado nas Rotinas Organizacionais, a fim de aprofundá-las.

De maneira geral, os resultados foram previsíveis tanto na Scielo quanto na Scopus, uma vez que já haviam sido trabalhados anteriormente. Podendo a maior surpresa ser a queda de produção no ano de 2017 em relação ao ano de 2016. Vale ressaltar, que a base de dados Scielo possui certa conexão com a Web of Science, mostrando, assim, alguns resultados similares, porém com foco no Brasil, e como já demonstrado, baixíssimos números foram coletados nesta base de dados. Ambas as bases, Scielo e Scopus, possuem limitações porém são vitais para o entendimento da situação atual acerca das Rotinas Organizacionais, e se há ou não uma interação entre as áreas / “nuances” internas do campo.

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Em relação à pesquisa anterior, os números nestas 2 bases de dados não sofreram muitas alterações, na realidade a Scielo permaneceu a mesma com exceção do novo documento que, por algum motivo, foi adicionado a lista, mesmo tendo sido elaborado antes de 2017, data anterior a da pesquisa primária realizada. Já a Scopus, teve uma queda drástica no avanço das pesquisa sobres as Rotinas Organizacionais, uma vez que a expectativa era de aumento contínuo, em 2017, do material produzido, o que se mostrou errôneo no final, tendo uma diminuição de quase 50% em relação ao ano de 2016, onde o ápice foi atingido quantitativamente. Nao explicação fácil para tal, uma vez que é uma área relativamente nova a ser explorada, com inúmeras pesquisas sendo elaboradas em diversos campos e localidades, sobre este mesmo tema. A interação permaneceu a mesma, não havendo nenhum avanço desde o último ano, com apena 1 resultado, na Dinamarca, de pesquisa com integração entre os subtópicos (prática e capacidade).

Com a implementação da Web of Science, sua utilidade foi de grande valia pois o amplo acesso à informação que esta base forneceu, foi capaz de demonstrar e afirmar, apesar dos baixos números das outras 2 bases de dados, que as rotinas organizacionais são um tema bem explorados e estudado atualmente. Com 1.565 documentos coletados, foi interessante perceber que mesmo havendo documentos com maior abrangência,ou seja, que incluíam os novos pontos de pesquisa nas palavra chave não foi o suficiente para ser expressivo no cenário atual uma vez que os 32 ostensivos representam cerca de 0,2% do total, já os 40 performativos 0,25% e os 80 artefatos 0,5%. E a interação total dos 3 nao chega nem a 0,1%. Mesmo assim, dentro das práticas e capacidades, foi possível ver que há uma gradual e lenta tentativa de integração, porém ainda havendo uma segregação entre instituições e países de pesquisa, não podendo haver nenhum afirmação que garanta uma real colaboração entre os pesquisadores.

Como pode ser constatado ao longo deste relatório, há uma baixíssima, ou inexistente, interação entre os autores com focos específicos oriundos de instituições e países diferentes. Claro, muitos dos pesquisadores utilizam materiais de outros para seus estudos mas não há uma real interação entre pesquisadores desta área. Os focos de pesquisa ficam evidentes no hemisfério norte, principalmente, e além disso quem são os maiores pesquisadores, fora as instituições por trás destes. As limitações vistas, podem ser entendidas por diversas maneiras, desde visões distintas até mesmo barreiras linguísticas / terminológicas, ou como já dito as “nuances”. Um exemplo poderia ser a terminologia pretendida, do “Ostensivo” e “Performativo” que nada mais e são que interpretações das “Capabilities” and “Practices”, mas mesmo assim, ainda não são adotadas pelos participantes deste meio. Já os conceitos novos, que foram desenvolvidos e implementados como os artefatos, tambem nao sao muito utilizados, talvez por discordâncias intelectuais ou até mesmo por desconhecimento. Isso ocorre, mesmo havendo uma vasta gama de documentos que atestem, por pesquisas, a relevância essencial por trás destes.

5. Bibliografia

PARMIGIANI, A., HOWARD-GRENVILLE, J. Routines Revisited: Exploring the Capabilities and Practice Perspectives. The Academy of Management, v. 5, n. 1, p. 413-453, 2011.

SANTOS, R. N. M.; KOBASHI, N. Y. Bibliometria, cientometria, infometria: conceitos e aplicações. Ciência da Informação, v. 2, n. 1, p.155-172, jan./dez. 2009.

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D’ADDERIO L (2011) Artifacts At The Centre Of Routines: Performing The Material Turn In Routines Theory. J. Institutional Econom, v. 7, n. 2, p. 197–230

CACCIATORI, E. Resolving Conflict in Problem-Solving: Systems of Artefacts in the Development of New Routines. Journal of Management Studies, v. 49, n. 8, p. 1559-1585, 2012.

D’ADDERIO, L. The Performativity Of Routines: Theorising The Influence Of Artifacts And Distributed Agencies On Routines Dynamics. Res. Policy, v. 37, n. 5, p. 769–789, 2008.

PENTALAND, B; FELDMAN, M. S. Organizational routines as a unit of analysis. Industrial and corporate change, v. 14, n. 5, p. 793-815, 2005.

FELDMAN, M. S.; PENTLAND, B. T. Re-theorizing organizational routines as a source of flexibility and change. Administrative Science Quarterly, v. 48, n. 1, p. 94-118, 2003.

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