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f umrnonte .~ - --,-.... ---- 'f - •...• "__ \->f'2:"<--':, PÓS-GRADUAÇÃO - JOGOS COOPERATIVOS - METODOLOGIA DA PESQUISA I Prof": Ms Susanna Artonov EMENTA Estuda e discussão a respeito das me-rodologias utilizadas em pesquisas científicas, seus fundamentos e procedimentos. Valorizar a pesquisa como elemento de contribuição social e crescimento pessoal. Instrumentalização teórico-prática, OBJETIVOS • Desenvolver estudos que fundamentem a mtercronclidcde da realização da pesquisa, entendendo-a como instrumento de sistematiZação de práticas e idéias. • Desenvolver a capacidade de realizar um trabalho científico consistente, coerente e articulado com as reais necessidades sociais e pessoais. • Estudar funcbme:ntos que instrumentalizem os educanclos rumo a construção de um projeto de pesquisa. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO •Conhecimento e método • Em que consist-e o conhecimento humano? • Comoo connedmento pode Ser legitimado? •O que é método? • Conduta nap1I"odu'çãodo conhecimento. •Abordagens "não-convencionais' em pesquisa • Abordagens quantitativos de pesquisa • Abordagens qualitativas de pesquisa • Métodos de: coleta de dados: observação, entr-eviste e análise documental •A redação: Q quem nos dirigimos • Temas antigos ou temas contemporâneos? •Comotransforll':!'m' um assunto da atualidade em Tema científico? •A acessibilidade das fontes METODOLOGIA • Exposição temótka: • Problematização: • Análise de vídeo; • Debates / trabalhos em grupos; • Dinâmicas de grupo: • Elaboração e epr-esentcçêo de painéis/sistematIzações. AVALIAÇÃO •Participação; '" Elaboração de projeto de pesquisa. REFERÊNCIAS ECO, Umberto.Como se faz uma tese. 15 a ed. São Paulo: PerspectiYCI,2000. FAZENDA,Ivani (Org). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. Campinas: Papirus, 1995. ___ o Nolt'O:sl!!I1:Ifoques da pesquisa educacioral. São Paulo: Corte.z, 1992 LÜDKE,Mengt1:~ANDRÉ, Marli E.D. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 MEIHY, josé "urlos Sebe Bom. Manual de História oraL São Paulo: Loyob, 2000. PESCUMA, Derm; e CASTILHO, Antonio Paulo F. de Castilho. Referências bibliográficas. um guia para documentar suas pesquisas induindo Internet, CD-Rome multimeios. São Paulo: Olho D'água, 200l. TrobG4hoAcadêmico. O que é? Como fazer? Um guio prático para suas apresentações. São Paulo: Olho d'água, 2002.

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PÓS-GRADUAÇÃO - JOGOS COOPERATIVOS - METODOLOGIA DA PESQUISA IProf": Ms Susanna Artonov

EMENTAEstuda e discussão a respeito das me-rodologias utilizadas em pesquisas científicas, seus fundamentos e

procedimentos. Valorizar a pesquisa como elemento de contribuição social e crescimento pessoal. Instrumentalizaçãoteórico-prática,

OBJETIVOS• Desenvolver estudos que fundamentem a mtercronclidcde da realização da pesquisa, entendendo-a como instrumentode sistematiZação de práticas e idéias.• Desenvolver a capacidade de realizar um trabalho científico consistente, coerente e articulado com as reaisnecessidades sociais e pessoais.• Estudar funcbme:ntos que instrumentalizem os educanclos rumo a construção de um projeto de pesquisa.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO•Conhecimento e método•Em que consist-e o conhecimento humano?• Comoo connedmento pode Ser legitimado?• O que é método?• Conduta na p1I"odu'çãodo conhecimento.•Abordagens "não-convencionais' em pesquisa• Abordagens quantitativos de pesquisa•Abordagens qualitativas de pesquisa• Métodos de: coleta de dados: observação, entr-eviste e análise documental•A redação: Q quem nos dirigimos• Temas antigos ou temas contemporâneos?•Comotransforll':!'m' um assunto da atualidade em Temacientífico?•A acessibilidade das fontes

METODOLOGIA• Exposição temótka: • Problematização: • Análise de vídeo; • Debates / trabalhos em grupos; • Dinâmicas de grupo:• Elaboração e epr-esentcçêo de painéis/sistematIzações.

AVALIAÇÃO•Participação; '" Elaboração de projeto de pesquisa.

REFERÊNCIASECO, Umberto.Como se faz uma tese. 15a ed. São Paulo: PerspectiYCI,2000.FAZENDA,Ivani (Org). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. Campinas: Papirus, 1995.

___ o Nolt'O:sl!!I1:Ifoquesda pesquisa educacioral. São Paulo: Corte.z, 1992LÜDKE,Mengt1:~ANDRÉ, Marli E.D. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986MEIHY, josé "urlos Sebe Bom. Manual de História oraL São Paulo: Loyob, 2000.PESCUMA, Derm; e CASTILHO, Antonio Paulo F. de Castilho. Referências bibliográficas. um guia para documentarsuas pesquisas induindo Internet, CD-Rome multimeios. São Paulo: Olho D'água, 200l.

TrobG4hoAcadêmico. O que é? Como fazer? Um guio prático para suas apresentações. São Paulo: Olho d'água,2002.

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Pesquisa in :Dicionário em Construção: Interdisciplinaridade - Lucrécia Stringhetta MelloI

O homem não vive à margem dos processos produtores da vida e, como supunha a modernidade, não controlatotalmente a interpretação e a construção da realidade. No entanto, seu olhar não descalça e, inquieto,interroga, i+estiga, perscruta a partir e para além do visto com o intuito de olhar bem. A este movimentochamamos pesquisa, que etimologicamente significa "busca com investigação-oAssim temos que pes uisa resulta;!e" bus~a, p~ocura, indagação, averigooção, enquista, informe, pesquisa, argüição, perquirição a uma realidadeobje~i~nd~ .torná-Ia in~eligível. , .,. .

São infinitos os ccminhosque conduzema eVIdencIada verdade. Vemosflorescer nos meios universitários umapluralidade de modelos de pesquisa e apropriação de conhecimentos. Mesmo que não possamos falar de um únicotraçado par ~s caminhos da pesquisa e para a história, pelas diferentes implicações sociais, políticas eeconômicas de cada realidade, os projetos humanos têm assentamento no espaço social. Por esta razão, nossasprojetos emergem das significações, dos sentidos, das coordenações e conflitos dos processos sociais de queparticipamos1 O pesquisador, enquanto ser social, conhece em sociedade com outros iguais e, assim, a sua visão,mesmo quando reduzida a um campo delimitado, deve ser interpretada como sendo de totalidade porque osfenômenos que estão acontecendo na realidade atual são parte de um processo inerente ao desenvolvimentohistórico geral.

INenhuma investigação se faz a partir de um vazio doutrinal ou sem preconcepções sobre a realidade em que

trabalha. O desenvolvimento de um leitura pltral das diferentes formas de pesquisa para um trabalhointerdisciplinrr nos levou à construção de hipóteses de um método de pesquisa interdisciplinar . A partir dareflexão das epsitemologias preferencialmente subjacentes às pesquisas qualitativos, buscamos também osfundamentos da metodologia da pesquisa interdisciplinar. Não obstante tenhamos recorrido às váriasmodalidades da pesquisa qualitativo (pesquisa-ação, etnográfica e fenomenológica) naquilo que estas apresentamao nosso intJesse em pesquisa, a interdisciplinaridade tem nos oferecido a direfrize a base dimensionadoras doagir pessoal e coletivo dos trabalhos que temos desenvolvido nos últimos anos - "por sua proposiçãomultiperspec~ival, aceita e respeita toda e qualquer posição fundamentada, porém sempre analisando-a em suaprovisoriedade. Não se pauta em nenhum paradigma, portanto é essencialmente antiparadigmática- (Fazenda,1994: 104).

Ao referirrse à postura antiparadigmática compreendemos que Fazenda em suas obras reporta-se ao carátertranscendental do projeto interdisciplinar, diante do qual ousamos colocar em dúvida nossas matrizes teóricas.Partindo deste cuidado em construir a exegese dos conceitos com base. nos clássicos elou produções maisrecentes, procuramos adquirir o arcabouço teórico indispensável para o desenvolvimento de uma análisecriteriosa da Iprática vivida em pesquisa. Esta prática viYenciadafoi descrita e analisada em dissertação demestrado e tese doutoramento I onde a participação ativo do pesquisador com o grupo pesquisado suscitahipóteses quelpodemevoluir e ser esclarecidos ao sabor do progresso de pesquisa.

Considerando-se que a pesquisa interdisciplinar inscreYe-5e na vida real, a estratégia de estudar a prática dovivido de grupos (exemplos das pesquisas citadas) evidencia a sua natureza antropológica, onde a escolhametodológica recai muitas vezes para o resgate da memória e o exercício de descrições. Como nos lembraMartins (1994: 51), "os conceitos sobre os qoois as Ciências Humanas se fundamentam, num plano de pesquisaqualitativa, são produzidos pelas descrições", porque é por intermédio da linguagem que o homem representa omundo,atribuindo significados e elaborando proposições.

Embora cada uma das modalidades de pesquisa qualitativa (seja pesquisa-ação ou etnográfica) utilizeconceitos específicos, distintas estruturas lógicas e diferentes modos de validar conhecimento, podem ocorrercoincidências e superposições entre algumas de suas partes. A identificação de ambos com a fenomenologiaadvém da lógicaque preside seus trabalhos: a relação entre o pesquisador e o objeto de pesquisa, promovendo ainter-relação pela comunicação.

O trabalhol

interdisciplinar começa quando fazemos a intermediação com as infinitas possibilidades que cadamodalidade conduz, buscando aquelas que nos auxiliam atendendo às necessidades da pesquisa. O esclarecimentodos conceitos teóricos metodológicos ajuda o pesquisador a encontrar o seu caminho ou itinerário particular depesquisa.

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Uma tese é uma teseMARIO PRATA

Quarta-feira, 7 de outubro de 1998 CADERNO 2

Sabe tese, de ·f.aculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Vocêdeve conhecer pelo menos uma pessoa Que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese édefendida. Ela -ê feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.

As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo umatese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem atéteses pós-morte.

O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa,acompanha e sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia eé sempre - sempre - uma decepção.Em tese. Imposs:íveller uma tese de cabo a rabo.

São chatisssnss. lÊ uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisudae compenetrada <em SI mesma. E nós?

Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arca-da-velha. Mas toda lese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apudnão parece ca~to do PFL para vereador? Apud Neto.

Escrever urn.a tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entraapertado, os fiUhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que apessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.

E, depois de tre:rm'inada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem apublicação. E,. tê {claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese.O pior é quando <convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.

Orientados e Q~Qndos (que nomes atuais') são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! -daquele jeito.. lÊ. pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbratambém. Na Soaibonne, desde 1257. Em coimora, mais moderna, desde 1290. Em tese (e na prática) são 700 anosde muita tese e peuca prática.

Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão(tese grande). Qu seja, uma versão para nós. pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.

Ou seja, o eteffi!ento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pravirar mestre. oau.mf? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a queconclusões ~'tI. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso doApud Neto?

Tem gente que vai para os Estados Unidos. para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobremmaravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor.Louvor para Qiu.em? 1Q1!Ieexaltação, que encõmio é isso?

E tem rnais; as 'bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza. Tem viagens, compra de livros caros, horasna Internet da vma, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmoum voto de f1Qbrez;a" já diria São Francisco de Assis. Em tese.

Tenho um casa~de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos,no café da maMiã, ameaçou:

- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.

Os dois pararatfil1- momentaneamente - de pensar nas teses.

- O quê? PirOllll!?

- Quero estudar t'lllais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não podecomprar bicicleta ~f1lt>rcausada tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar atese. Até trocsr o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nemmexer mais 00 computador, Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?

Pensando bem, ate que não é uma má idéial

Quando é que talguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nosrodapés da hii:$tõria?

Acho que seria uma tesão.

Copyright 1998 - O Estado de 5. Paulo