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PT PT C O M ISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 18.12.2013 C(2013)9256 REG ULAM ENTO (U E)N .º… /.. D A C O M ISSÃO de18.12.2013 que declara certascategoriasde auxílioscom patíveiscom o m ercado interno, em aplicação dosartigos107.ºe 108.ºdo Tratado PRO JETO DE (Texto relevante para efeitosdo EEE)

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COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 18.12.2013 C(2013) 9256

REGULAMENTO (UE) N.º …/.. DA COMISSÃO

de 18.12.2013

que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado

PROJETO DE

(Texto relevante para efeitos do EEE)

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ÍNDICE

CAPÍTULO I..........................................................................Error: Reference source not found

CAPÍTULO II Requisitos processuais...................................Error: Reference source not found

CAPÍTULO III Disposições específicas aplicáveis às diferentes categorias de auxílios...Error: Reference source not found

Secção 1 – Auxílios com finalidade regional.........................Error: Reference source not found

Secção 2 – Auxílio às PME....................................................Error: Reference source not found

Secção 3 - Auxílios ao acesso das PME ao financiamento....Error: Reference source not found

Secção 4 – Auxílios à investigação e desenvolvimento e inovação Error: Reference source not found

Secção 5 – Auxílios à formação.............................................Error: Reference source not found

Secção 6 - Auxílios a trabalhadores desfavorecidos e trabalhadores com deficiência.......Error: Reference source not found

Secção 7 – Auxílios à proteção do ambiente..........................Error: Reference source not found

Secção 8 – Auxílios destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais................................................................................................Error: Reference source not found

Secção 9 - Auxílios sociais ao transporte para habitantes de regiões periféricas...............Error: Reference source not found

Secção 10 - Auxílios a infraestruturas de banda larga...........Error: Reference source not found

Secção 11 - Auxílios à cultura e conservação do património.Error: Reference source not found

Secção 12 - Auxílios a infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais.............Error: Reference source not found

CAPÍTULO IV Disposições Finais........................................Error: Reference source not found

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REGULAMENTO (UE) N.º …/.. DA COMISSÃO

de 18.12.2013

que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado

PROJETO DE

(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 108.º, n.º 4,

Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 994/98 do Conselho, de 7 de maio de 1998, relativo à aplicação dos artigos 92.º e 93.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia a determinadas categorias de auxílios estatais horizontais1, com a redação que lhe foi dada pelo Regulamento (UE) n.º 733/2013 do Conselho, de 22 de julho de 2013, e, nomeadamente, as alíneas a) e b) do n.º 1 do seu artigo 1.º,

[Após publicação do projeto do presente regulamento [referência JO],]

[Após consulta do Comité Consultivo em matéria de auxílios estatais,]

Considerando o seguinte:

(1) O financiamento público que preenche os critérios enunciados no artigo  107.º, n.º 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (a seguir designado «o Tratado») constitui um auxílio estatal e deve ser notificado à Comissão nos termos do artigo 108.º, n.º 3, desse Tratado. No entanto, em conformidade com o artigo 109.º do Tratado, o Conselho pode fixar as categorias de auxílios isentas dessa obrigação de notificação. Em conformidade com o artigo 108.º, n.º 4, do Tratado, a Comissão pode adotar regulamentos relativos àquelas categorias de auxílios estatais. No Regulamento (CE) n.º 994/98, o Conselho decidiu, de acordo com o artigo 109.º do Tratado, que as seguintes categorias podem ser isentas da obrigação de notificação: auxílios às pequenas e médias empresas (PME), auxílios à investigação e desenvolvimento, auxílios à proteção ambiental, emprego e auxílios à formação e auxílios que cumpram o mapa aprovado pela Comissão para cada Estado-Membro para efeitos de concessão de auxílios com finalidade regional. Nesta base, a Comissão adotou o Regulamento (CE) n.º 800/2008, que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o

1 JO L 142 de 14.5.1998, p. 1.

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mercado comum, em aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado («regulamento geral de isenção por categoria»)2, que é aplicável até 31 de dezembro de 2013.

(2) Além disso, em 22 de julho de 2013, o Conselho adotou o Regulamento (UE) n.º 733/20133, que altera o Regulamento (CE) n.º 994/98, através do qual permitiu à Comissão alargar a isenção por categoria a novas categorias de auxílio. Nesta base, o presente regulamento deve estabelecer isenções por categoria para as categorias de auxílio, em relação às quais a experiência da Comissão permite definir condições de compatibilidade. Essas novas categorias de auxílios objeto de uma isenção por categoria devem incluir: auxílios destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais, auxílios com finalidade social aos habitantes de regiões periféricas no domínio dos transportes, auxílios a infraestruturas de banda larga, auxílios à inovação, auxílios à cultura e conservação do património, auxílios a infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais. Desde que seja desenvolvida suficiente experiência prática permitindo a conceção de critérios de isenção operacional, garantindo a compatibilidade ex ante de outras categorias de auxílio, a Comissão pretende rever o escopo deste regulamento a fim de incluir certos tipos de auxílios nessas áreas. Nomeadamente, a Comissão tem em vista desenvolver critérios para infraestruturas portuárias e aeroportuárias até dezembro de 2015.

(3) Com a sua comunicação intitulada «Modernização da política da UE no domínio dos auxílios estatais»4, a Comissão lançou uma revisão mais ampla das regras em matéria de auxílios estatais. Os principais objetivos desta modernização são: i) o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo num mercado interno concorrencial, contribuindo, simultaneamente, para os esforços dos Estados-Membros no sentido de uma utilização mais eficiente das finanças públicas; ii) centrar o controlo ex ante das medidas de auxílio da Comissão nos casos com maior impacto no mercado interno, reforçando simultaneamente a cooperação com os Estados-Membros para efeitos de aplicação da legislação no domínio dos auxílios estatais; e iii) simplificar as regras e agilizar, consubstanciar e consolidar o processo de tomada de decisões, com base numa justificação económica precisa, numa abordagem comum e em obrigações claras.

(4) O presente regulamento permite uma melhor definição das prioridades das atividades de aplicação da legislação, bem como uma maior simplificação e deve ser combinado com uma maior transparência, uma avaliação eficaz e um controlo da conformidade com as regras ao nível nacional e ao nível da União em matéria de auxílios estatais, mantendo-se simultaneamente proporcional e preservando as competências institucionais da Comissão e dos Estados-Membros.

(5) A experiência adquirida pela Comissão no decurso da aplicação do Regulamento (CE) n.º 800/2008 permitiu-lhe, por um lado, definir melhor as condições sob as quais certas categorias de auxílio podem ser consideradas compatíveis com o mercado interno e alargar o âmbito de aplicação da isenção por categoria e, por outro, reforçar a transparência e o controlo e permitir uma avaliação adequada de regimes de muito grande amplitude, tendo em vista os seus efeitos na concorrência no mercado interno.

(6) As condições gerais de aplicação do presente regulamento devem ser definidas com base num conjunto de princípios comuns que asseguram que o auxílio serve uma finalidade de interesse comum, tem um efeito de incentivo claro, é adequado e

2 JO L 214 de 9.8.2008, p. 3.3 JO L 204 de 31.7.2013, p. 11.4 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social

Europeu e ao Comité das Regiões, Modernização da política da UE no domínio dos auxílios estatais , COM(2012) 209 final de 8.5.2012.

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proporcional, é concedido em condições de absoluta transparência e sujeito a um mecanismo de controlo e a uma avaliação regular e não influencia adversamente as condições de trocas comerciais num sentido contrário ao interesse comum.

(7) Os auxílios que satisfaçam todas as condições previstas no presente regulamento, tanto gerais como específicas, relativas às categorias pertinentes de auxílios devem ser dispensadas da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado.

(8) Os auxílios estatais na aceção do artigo 107.º, n.º 1, do Tratado que não sejam abrangidos pelo presente regulamento continuam a estar sujeitos à obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. O presente regulamento não prejudica a possibilidade de os Estados-Membros notificarem auxílios cujos objetivos correspondam aos abrangidos pelo presente regulamento.

(9) Tendo em vista o possível impacto de grandes regimes em matéria de trocas comerciais e concorrência, o presente regulamento não deve aplicar-se a regimes cujas despesas anuais a título de auxílios estatais excedam um limiar baseado no PIB nacional e num valor absoluto, nomeadamente com vista a sujeitá-los a avaliação a posteriori. Tais regimes devem ser notificados, nos termos do artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, com vista a avaliar a sua conformidade com os critérios de compatibilidade estabelecidos no presente regulamento e a definir antecipadamente um plano de avaliação e o período de duração do regime. A avaliação a posteriori deve ter por objetivo verificar se os pressupostos e condições subjacentes à compatibilidade do regime foram alcançados, a eficácia da medida de auxílio à luz dos seus objetivos e indicadores gerais e específicos previamente definidos e o impacto da medida em relação à concorrência e às trocas comerciais. A prorrogação ou os sucessores dos regimes objeto de avaliação, devem ser avaliados tendo em conta os resultados dessa avaliação.

(10) O presente regulamento não deve aplicar-se aos auxílios subordinados à utilização de produtos nacionais em detrimento de produtos importados nem aos auxílios a atividades relacionadas com a exportação. Em especial, não deve aplicar-se aos auxílios que financiem a criação e o funcionamento de uma rede de distribuição noutros países. Os auxílios destinados a cobrir os custos da participação em feiras comerciais ou os custos de estudos ou serviços de consultoria necessários para o lançamento de um novo produto ou de um produto já existente num novo mercado noutro Estado-Membro ou país terceiro, não devem constituir, em princípio, auxílios a atividades relacionadas com a exportação.

(11) O presente regulamento deve aplicar-se, em princípio, à maioria dos setores económicos. No entanto, em alguns setores, o âmbito de aplicação deve ser limitado, tendo em conta as regras especiais vigentes. No setor das pescas e da aquicultura, o presente regulamento apenas deve aplicar-se aos auxílios à formação, os auxílios a favor do acesso das PME ao financiamento, aos auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação e aos auxílios a trabalhadores desfavorecidos e trabalhadores com deficiência. Na produção primária de produtos agrícolas, o presente regulamento apenas é aplicável à exploração dos auxílios com finalidade regional (compensação dos custos suplementares que não sejam custos de transporte numa região ultraperiférica), dos auxílios ao financiamento de risco, dos auxílios à investigação e desenvolvimento, dos auxílios à inovação para as PME, dos auxílios à proteção do ambiente, dos auxílios à formação e dos auxílios a favor dos trabalhadores desfavorecidos e com deficiência, na medida em que estas categorias de auxílios não sejam abrangidas pelo Regulamento da Comissão... [que substitui o Regulamento (CE)

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n.º 1857/2006 da Comissão, de 15 de dezembro de 2006, relativo à aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado aos auxílios estatais a favor das pequenas e médias empresas que se dedicam à produção de produtos agrícolas].

(12) O presente regulamento deve aplicar-se à transformação e comercialização de produtos agrícolas, desde que se encontrem reunidas determinadas condições. Nem as atividades de preparação dos produtos para a primeira venda efetuadas nas explorações agrícolas, nem a primeira venda por um produtor primário a revendedores ou a transformadores, nem qualquer atividade que prepare um produto para uma primeira venda devem ser consideradas atividades de transformação ou de comercialização para efeitos do presente regulamento. O Tribunal de Justiça da União Europeia estabeleceu5 que, a partir do momento em que a União tenha legislado no sentido de ser criada uma organização comum de mercado num determinado setor da agricultura, os Estados-Membros devem abster-se de adotar qualquer medida suscetível de prejudicar essa disposição ou de nela introduzir exceções. Por conseguinte, o presente regulamento não deve aplicar-se a auxílios cujo montante seja determinado com base no preço ou na quantidade de produtos adquiridos ou colocados no mercado, nem a auxílios que estejam associados a uma obrigação de partilha com produtores primários.

(13) Tendo em conta a Decisão do Conselho, de 10 de dezembro de 2010 relativa aos auxílios estatais destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas6, o presente regulamento não deve ser aplicável aos auxílios destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas nos termos da Decisão do Conselho de 10 de dezembro de 2010. Tendo em conta a Decisão do Conselho supramencionada, o presente regulamento deve ser aplicado ao setor do carvão para outros tipos de auxílio, nomeadamente os auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação, os auxílios à proteção do ambiente e os auxílios à formação, com exceção dos auxílios com finalidade regional.

(14) A Comissão deve garantir que os auxílios autorizados não afetam negativamente as condições das trocas comerciais em sentido contrário ao interesse comum. Por conseguinte, os auxílios concedidos a um beneficiário, objeto de uma injunção de recuperação na sequência de uma decisão da Comissão que declare um auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno, devem ser excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento, exceto os regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais.

(15) Os auxílios concedidos a empresas em dificuldade devem ser excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento, dado deverem ser apreciados à luz das orientações relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação a empresas em dificuldade7, a fim de evitar que estas orientações sejam contornadas, salvo no que diz respeito aos regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais. A fim de garantir a segurança jurídica, convém estabelecer critérios claros que não impliquem uma avaliação de todas as especificidades relativas à situação de uma empresa para determinar se uma empresa é considerada em dificuldade para efeitos do presente regulamento.

(16) A aplicação da legislação no domínio dos auxílios estatais depende em grande medida da cooperação dos Estados-Membros. Por conseguinte, os Estados-Membros devem

5 Processo C-456/00, França/Comissão, Coletânea 2002, p. I-11949.6 JO L 336 de 21.12.2010, p. 24.7 JO C 244, 1.10.2004, p. 2, prorrogado pela Comunicação da Comissão, que prorroga as orientações

comunitárias relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação a empresas em dificuldade, de 1 de outubro de 2004, JO C 296, 2.10.2012, p. 3.

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tomar todas as medidas necessárias para assegurar a conformidade com o presente regulamento, incluindo a conformidade de auxílios individuais atribuídos segundo regimes de isenção por categoria.

(17) Devido aos maiores riscos de afetar negativamente as condições das trocas comerciais, os auxílios de elevado montante, concedidos quer individual quer cumulativamente, devem ser apreciados pela Comissão no momento da notificação. Por conseguinte, nos limites do âmbito de aplicação do presente regulamento, é conveniente, em relação a cada categoria de auxílio, estabelecer limiares que tenham em conta a categoria do auxílio em causa e os seus prováveis efeitos sobre as condições das trocas comerciais. Qualquer auxílio cujo montante ultrapasse esses limiares deve, pis, continuar sujeito à exigência de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado.

(18) Para efeitos de transparência, tratamento equitativo e controlo efetivo, o presente regulamento só deve aplicar-se aos auxílios relativamente aos quais é possível calcular com precisão o seu equivalente-subvenção bruto, sem necessidade de proceder a uma avaliação de risco («auxílios transparentes»). Para certos instrumentos de auxílio específicos, como empréstimos, garantias, medidas fiscais, medidas de financiamento de risco e, em particular, adiantamentos reembolsáveis, o presente regulamento deve definir sob que condições esses instrumentos podem ser considerados transparentes. Por exemplo, as injeções de capital não seriam consideradas auxílios transparentes, sem prejuízo das condições específicas relativas aos financiamentos de risco. Os auxílios incluídos em garantias devem ser considerados transparentes se o equivalente-subvenção bruto tiver sido calculado com base nos prémios de limiar de admissibilidade automática estabelecidos para o respetivo tipo de empresa. Por exemplo, para as pequenas e médias empresas (a seguir designadas «PME»), a Comunicação da Comissão relativa à aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado CE aos auxílios estatais sob forma de garantias8 estabelece níveis de prémios anuais acima dos quais uma garantia estatal seria considerada não constituir um auxílio.

(19) A fim de garantir que o auxílio é necessário e incentiva o desenvolvimento de outras atividades ou projetos, o presente regulamento não deve aplicar-se aos auxílios a favor de atividades que o beneficiário poderia exercer ainda que sem o auxílio. Os auxílios só devem ser dispensados de notificação nos termos do presente regulamento se o trabalho sobre o projeto ou ação começar após o beneficiário ter apresentado um pedido escrito para a ajuda.

(20) No que se refere a todos os auxílios ad hoc abrangidos pelo presente regulamento concedidos a beneficiários que sejam grandes empresas, para além das condições aplicáveis às PME, o Estado-Membro deve igualmente verificar se o beneficiário analisou, num documento interno, a viabilidade do projeto ou da atividade objeto de subvenção, com e sem auxílio. O Estado-Membro deve igualmente verificar se tal documento interno confirma a existência de um aumento significativo em termos de dimensão ou âmbito do projeto/atividade ou um aumento significativo no montante total despendido pelo beneficiário no projeto ou atividade objeto da subvenção ou um aumento significativo na rapidez de conclusão do projeto/atividade em questão. No que se refere aos auxílios com finalidade regional, deve igualmente ser estabelecido um efeito de incentivo, com base no facto de que o projeto de investimento não seria realizado, na região assistida em causa, na ausência do auxílio.

(21) Os regimes automáticos, sob a forma de subvenções, devem continuar sujeitos a condições específicas no que diz respeito ao seu efeito de incentivo, tendo em conta o

8 JO C 155 de 20.6.2008, p. 10.

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facto de o auxílio resultante desses regimes ser concedido no quadro de procedimentos diferentes dos que são seguidos para as outras categorias de auxílios. Esta condição específica implica que os regimes supramencionados tenham sido adotados antes do início do projeto ou da atividade objeto do auxílio. Contudo, a referida condição não se aplica às versões posteriores do regime, se a atividade já tiver sido abrangida pelos regimes fiscais anteriores, sob a forma de subvenções. Para a apreciação do efeito de incentivo de tais regimes, o momento crucial é aquele em que a medida fiscal tenha sido estabelecida pela primeira vez no regime inicial, que passa, então, a ser substituído pelo novo regime.

(22) No que se refere aos auxílios com finalidade regional a favor do funcionamento, auxílios ao desenvolvimento urbano regional, auxílios ao acesso das PME ao financiamento, auxílios à contratação de trabalhadores com deficiência e auxílios sob forma de compensação dos custos adicionais decorrentes da contratação de trabalhadores com deficiência, auxílios sob a forma de reduções dos impostos ambientais, auxílios destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais, auxílios de caráter social ao transporte para habitantes de regiões periféricas e auxílios à cultura e conservação do património, a existência de um efeito de incentivo não se aplica ou deve presumir-se se forem cumpridas determinadas condições específicas estabelecidas relativamente a estas categorias de auxílios no presente regulamento.

(23) A fim de garantir que os auxílios sejam proporcionados e limitados ao montante necessário, os montantes máximos de auxílio devem, sempre que possível, ser expressos em termos de intensidade de auxílio em relação a um conjunto de custos elegíveis. Sempre que a intensidade máxima do auxílio não puder ser fixada, pelo facto de não poderem ser identificados custos elegíveis ou para poderem ser determinados instrumentos mais simples para pequenos montantes, devem ser estabelecidos montantes máximos de auxílio definidos em valores nominais, a fim de garantir a proporcionalidade das medidas de auxílio. Tendo em conta a experiência da Comissão, os montantes máximos de auxílio devem ser fixados a um nível que, simultaneamente, permita reduzir ao mínimo as distorções da concorrência no setor beneficiário do auxílio e responder adequadamente às deficiências ou aos problemas de coesão do mercado em causa. No que se refere aos auxílios com finalidade regional a favor do investimento, a intensidade de auxílio tem de cumprir as intensidades de auxílio autorizadas ao abrigo dos mapas de auxílios com finalidade regional.

(24) Para o cálculo da intensidade de auxílio, os valores utilizados devem ser os valores anteriores a qualquer dedução fiscal ou de outros encargos. O valor dos auxílios pagáveis em várias prestações é o seu valor atualizado reportado ao momento da concessão. Os custos elegíveis também devem ser atualizados segundo o seu valor à data da concessão do auxílio. A taxa de juros a utilizar para efeitos de atualização e para o cálculo do montante do auxílio, que não assuma a forma de subvenção, será a taxa de atualização aplicável no momento da concessão, tal como estabelecido na Comunicação da Comissão sobre a revisão do método de fixação das taxas de referência e de atualização9. A identificação dos custos elegíveis deve ser provada através de documentos claros, específicos e atualizados. Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais, as parcelas de auxílio devem ser atualizadas com base nas taxas de atualização aplicáveis nas diferentes datas em que os benefícios fiscais se tornarem efetivos. A utilização dos auxílios sob a forma de

9 Comunicação da Comissão sobre a revisão do método de fixação das taxas de referência e de atualização JO C 14 de 19.1.2008, p. 6.

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adiantamentos reembolsáveis deve ser fomentada, uma vez que esses instrumentos de partilha de riscos são vocacionados para reforçar o efeito de incentivo do auxílio. É, por conseguinte, adequado estabelecer que, quando um auxílio é concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, podem ser aumentadas as intensidades de auxílio previstas no presente regulamento, com exceção dos auxílios com finalidade regional (uma vez que estes últimos só podem ser objeto de isenção se respeitarem os mapas aprovados).

(25) Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais sobre impostos futuros, a taxa de atualização aplicável e o montante exato das parcelas de auxílio podem não ser previamente conhecidos. Nesse caso, os Estados-Membros devem fixar antecipadamente um limite máximo sobre o valor atualizado do auxílio no que diz respeito à intensidade de auxílio aplicável. Posteriormente, quando o montante da parcela do auxílio numa determinada data se tornar conhecido, o valor atualizado pode efetuar-se com base na taxa de atualização aplicável nesse momento. O valor atualizado de cada parcela de auxílio deve ser deduzido do montante global do limite máximo.

(26) A fim de determinar se os limiares de notificação individual e as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no presente regulamento são respeitados, o montante total das medidas de auxílio estatal à atividade ou projeto objeto de auxílio deve ser tido em conta. Além disso, o presente regulamento deve especificar as circunstâncias em que podem ser cumuladas diferentes categorias de auxílio por ele abrangidas. Os auxílios objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento e quaisquer outros auxílios compatíveis objeto de isenção nos termos do presente regulamento ou aprovados pela Comissão podem ser cumulados, desde que essas medidas de auxílio digam respeito a diferentes custos elegíveis identificáveis. Quando as diferentes fontes de auxílio estão relacionadas com os mesmos – custos elegíveis identificáveis (parcial ou totalmente sobrepostos), a cumulação deve ser permitida até à intensidade de auxílio ou ao montante de auxílio máximos aplicáveis a esse auxílio nos termos do presente regulamento. O presente regulamento deve igualmente estabelecer regras especiais para cumulação das medidas de auxílio com custos elegíveis identificáveis ou com custos elegíveis não identificáveis, em matéria de cumulação com auxílios de minimis e em matéria de cumulação com auxílios a favor dos trabalhadores com deficiência.

(27) O financiamento da União, gerido de forma centralizada pelas instituições, agências, empresas comuns ou outros órgãos da União, que não estejam direta ou indiretamente sob o controlo dos Estados-Membros, não constitui um auxílio estatal. Quando o financiamento da União é combinado com outros auxílios estatais, apenas os últimos devem ser considerados para determinar se os limiares de notificação e as intensidades máximas de auxílio são respeitados, desde que o montante total do financiamento público concedido em relação aos mesmos custos elegíveis não exceda as taxas de financiamento mais favoráveis estabelecidas nas regras do direito da União aplicáveis.

(28) Dado que, em princípio, a concessão de auxílios estatais na aceção do artigo 107.º, n.º 1, do Tratado é proibida, é importante que todas as partes tenham a possibilidade de verificar se um auxílio é concedido em conformidade com as regras aplicáveis. A transparência dos auxílios estatais é, por conseguinte, essencial para a correta aplicação das regras do Tratado e conduz a uma melhor conformidade, maior responsabilização, a uma avaliação interpares e, em última análise, a uma maior eficácia em termos de despesas públicas. A fim de assegurar a transparência, o presente regulamento deve impor a criação de sítios Web dedicados aos auxílios

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estatais, ao nível regional ou nacional. Nesses sítios Web, os Estados-Membros deverão publicar informações sucintas sobre cada medida de auxílio objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento em formato normalizado, o texto integral de cada medida de auxílio e informações sobre a concessão de auxílios individuais. Essa obrigação deve ser uma condição para a compatibilidade do auxílio individual com o mercado interno. As ligações para os sítios Web dos auxílios estatais de todos os Estados-Membros devem ser publicadas no sítio Web da Comissão. Em conformidade com o artigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 994/98, o resumo das informações relativas a cada medida de auxílio isenta nos termos do presente regulamento deve ser publicado no sítio web da Comissão.

(29) A fim de garantir um acompanhamento eficaz das medidas de auxílio em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 994/98, é conveniente definir obrigações no que diz respeito à apresentação pelos Estados-Membros de relatórios relativos a medidas de auxílio que tenham sido objeto de isenção nos termos do presente regulamento, assim como à aplicação do presente regulamento. Além disso, é de todo o interesse estabelecer regras relativamente aos dossiês que os Estados-Membros devem conservar em relação aos auxílios isentos nos termos do presente regulamento, tendo em conta o prazo de prescrição imposto pelo artigo 15.º do Regulamento (CE) n.º 659/199910.

(30) A fim de reforçar a eficácia das condições de compatibilidade estabelecidas no presente regulamento, a Comissão deve poder retirar o benefício da isenção por categoria em relação às futuras medidas de auxílio em caso de incumprimento destes requisitos. A Comissão deverá poder restringir a retirada do benefício do regulamento de isenção por categoria para certos tipos de auxílios, alguns beneficiários ou medidas de auxílios adotadas por certas autoridades, nos casos em que a não conformidade com o presente regulamento afete apenas um grupo limitado de medidas ou determinadas autoridades. Tal retirada deve fornecer uma reparação proporcionada diretamente relacionada com o incumprimento identificado com o presente regulamento. Caso não sejam cumpridas as condições de compatibilidade impostas pelos capítulos I e III, os auxílios concedidos não são abrangidos pelo presente regulamento e, por conseguinte, constituem um auxílio ilegal, que a Comissão examinará no âmbito do procedimento aplicável em conformidade com o previsto no Regulamento (CE) n.º 659/1999. Se não forem observadas as exigências impostas pelo capítulo II, a retirada do benefício da isenção por categoria em relação a medidas de auxílio futuras não afeta o facto de as medidas adotadas no passado, conformes com este regulamento, terem sido objeto de uma isenção por categoria.

(31) Com o intuito de eliminar as disparidades que possam dar origem a distorções da concorrência e facilitar a coordenação entre as diferentes iniciativas nacionais e da União relativas às PME, bem como por razões de clareza administrativa e de segurança jurídica, a definição de PME utilizada para efeitos do presente regulamento deve basear-se na definição da Recomendação 2003/361/CE da Comissão, de 6 de maio de 2003, relativa à definição de micro, pequenas e médias empresas11.

(32) Os auxílios com finalidade regional, ao tentarem ultrapassar as limitações das regiões desfavorecidas, promovem a coesão económica, social e territorial dos Estados-Membros e da União no seu conjunto. Os auxílios com finalidade regional destinam-se a contribuir para o desenvolvimento das regiões mais desfavorecidas, apoiando o investimento e a criação de emprego num contexto sustentável. Nas regiões que

10 JO L83 de 27.3.1999, p. 1.11 JO L 124 de 20.5.2003, p. 36

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satisfazem as condições previstas no artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do Tratado, os auxílios com finalidade regional podem ser concedidos para promover a criação de novos estabelecimentos, o alargamento de estabelecimentos existentes, a diversificação da produção de um estabelecimento ou a mudança fundamental do processo de produção global de um estabelecimento existente. Tendo em consideração que as grandes empresas são menos afetadas por limitações regionais do que as PME quando investem numa região que satisfaça as condições previstas no artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, os auxílios com finalidade regional às grandes empresas devem ser isentos da obrigação de notificação apenas para os investimentos iniciais a favor de nova atividade económica nessas regiões.

(33) Quando um regime de auxílios com finalidade regional visa setores de atividade económica específicos, o objetivo e os efeitos prováveis do regime podem ser mais setoriais do que horizontais. Por conseguinte, os sistemas setoriais não podem ser dispensados da obrigação de notificação. No entanto, a Comissão, após a notificação, pode avaliar os seus eventuais efeitos positivos de acordo com as orientações ou quadros aplicáveis. É o que acontece no caso, nomeadamente, de regimes de auxílio com finalidade regional que abranjam atividades económicas no setor do carvão, no setor da construção naval, bem como no setor dos transportes. Além disso, devido às características específicas do aço e das fibras sintéticas, considera-se que os efeitos negativos dos auxílios com finalidade regional nesses setores não podem ser compensados pelos efeitos de coesão positivos; por essas razões, os auxílios com finalidade regional nestes setores não podem ser concedidos. Por último, os setores do turismo e da rede de banda larga desempenham um importante papel nas economias nacionais e, em geral, têm um efeito particularmente positivo no desenvolvimento regional. Os regimes de auxílio com finalidade regional que visam atividades no setor do turismo e no setor da banda larga devem, por conseguinte, ser isentos da obrigação de notificação. A transformação e comercialização de produtos agrícolas têm também fortes ligações com economias locais e regionais e devem beneficiar da isenção por categoria.

(34) Os investimentos nas regiões assistidas efetuados em favor de energia proveniente de fontes renováveis, de cogeração e de aquecimento e arrefecimento urbano eficientes devem ser autorizados nas condições estabelecidas na secção relativa a matéria ambiental do presente regulamento; tal deve minimizar o seu impacto de distorção sobre o mercado interno da energia e garantir uma maior incidência na relação custo/eficácia. Tendo em atenção o seu elevado impacto de distorção sobre o mercado interno da energia, os auxílios estatais a favor da produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis e a criação de infraestruturas energéticas não beneficiam da dispensa da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado.

(35) A fim de não favorecer o fator «capital» de um investimento em relação ao fator «trabalho», deve prever-se a possibilidade de quantificar os auxílios com finalidade regional a favor do investimento com base quer nos custos do investimento quer nos custos salariais relativos aos postos de trabalho diretamente criados por um projeto de investimento.

(36) Os auxílios com finalidade regional a favor do investimento não devem ser dispensados de notificação quando forem adjudicados a um beneficiário que encerre a mesma atividade ou uma atividade semelhante no EEE nos dois anos que antecedem o pedido de auxílio com finalidade regional a favor do investimento ou – no momento do pedido de auxílio – quando o beneficiário tenha planos concretos para encerrar essa

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atividade no prazo máximo de dois anos após o investimento inicial para o qual o auxílio é requerido ser concluído na região em causa.

(37) A Comissão adquiriu experiência suficiente na aplicação do artigo  107.º, n.º 3, alíneas a) e c) do Tratado no que se refere aos auxílios com finalidade regional a favor do funcionamento para compensar os custos adicionais de transporte de mercadorias produzidas nas regiões ultraperiféricas ou em zonas populacionais mais esparsas e os sobrecustos de produção e de funcionamento (para além dos custos de transporte) incorridos pelos beneficiários estabelecidos nas regiões ultraperiféricas. Para minimizar o impacto ambiental e as emissões, o auxílio para compensar os custos adicionais de transporte deve ser calculado com base nos meios de transporte com o mais baixo custo externo para o ambiente, incluindo em matéria de energia. Os auxílios com finalidade regional ao funcionamento para compensar sobrecustos nas regiões ultraperiféricas, salvo no que diz respeito aos custos de transporte adicionais, apenas podem ser compatíveis com o mercado interno e dispensados da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, na medida em que o nível desses auxílios seja limitado a uma determinada percentagem do valor bruto acrescentado anualmente criado pelo beneficiário na região ultraperiférica em causa ou dos custos anuais da mão de obra incorridos pelo beneficiário na região periférica em causa.

(38) Ao considerar a elevada concentração de problemas económicos, ambientais e sociais das zonas urbanas situadas em áreas assistidas identificadas no mapa dos auxílios com finalidade regional, os auxílios ao desenvolvimento urbano contribuem para a coesão económica, social e territorial dos Estados-Membros e da União no seu conjunto. As deficiências do mercado, a serem resolvidas pelos auxílios ao desenvolvimento urbano, dizem respeito às condições de financiamento a favor do desenvolvimento urbano, à falta de abordagem integrada do desenvolvimento urbano, a um défice de financiamento que requer uma maior mobilização de recursos públicos limitados e à necessidade de ser adotada uma abordagem mais comercial da reabilitação das zonas urbanas. Os auxílios ao desenvolvimento urbano destinados a apoiar o desenvolvimento de estratégias participativas, integradas e sustentáveis para combater os problemas adicionais identificados nas regiões assistidas devem, por conseguinte, beneficiar de uma isenção por categoria.

(39) Os investimentos correspondentes às prioridades da estratégia Europa 2020 em tecnologias verdes, I&D&I e a transição para uma economia com baixas emissões de carbono realizados nas áreas assistidas identificadas no mapa dos auxílios com finalidade regional deveriam poder beneficiar de montantes de auxílio mais elevados através da concessão de um prémio regional.

(40) As PME desempenham um papel determinante na criação de emprego e, em termos mais gerais, representam um fator de estabilidade social e de desenvolvimento económico. Contudo, o seu desenvolvimento pode ser limitado pelas deficiências do mercado, o que as expõe às seguintes dificuldades específicas. As PME encontram frequentemente dificuldades no acesso a capitais ou a empréstimos, dadas as reticências de certos mercados financeiros em assumirem riscos e as garantias por vezes limitadas que estas empresas podem oferecer. Os seus limitados recursos podem igualmente restringir o seu acesso à informação, nomeadamente no que diz respeito às novas tecnologias e aos mercados potenciais. A fim de facilitar o desenvolvimento das atividades económicas das PME, o presente regulamento deve, por conseguinte, isentar algumas categorias de auxílios, quando estes são concedidos às PME. Essas categorias devem incluir, nomeadamente, auxílios ao investimento a favor das PME e à participação das PME em feiras.

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(41) As PME que participam nos projetos de Cooperação Territorial Europeia, ao abrigo do regulamento [COM(2011) 611 FEDER/CTE], têm frequentemente dificuldades em financiar os sobrecustos decorrentes da cooperação entre parceiros situados em diferentes regiões e nos diferentes Estados-Membros ou países terceiros. Tendo em conta a importância da Cooperação Territorial Europeia (CTE) como um objetivo da política de coesão que constitui um quadro para a aplicação de ações políticas conjuntas e intercâmbios entre os intervenientes nacionais, regionais e locais dos diferentes Estados-Membros ou países terceiros, o presente regulamento deve resolver determinadas dificuldades que os projetos CTE enfrentam, a fim de facilitar a sua conformidade com as regras em matéria de auxílios estatais. As questões especificamente ligadas à CTE sobre as quais este regulamento se deve debruçar dizem respeito à intensidade dos auxílios com finalidade regional a favor de projetos CTE, aos custos de cooperação das PME relacionados com projetos CTE e às obrigações em matéria de publicação e de informação, bem como à apresentação de relatórios e à conservação de registos para efeitos de controlo.

(42) Tendo em conta as desvantagens específicas e as diferenças entre as pequenas e médias empresas, podem ser aplicáveis intensidades de auxílio de base diferentes e prémios diferentes.

(43) A experiência adquirida na aplicação das orientações comunitárias relativas aos auxílios estatais para promover os investimentos de capital de risco em pequenas e médias empresas12, demonstra que existe um certo número de deficiências no mercado do capital de risco na União relativamente a certos tipos de investimento em determinadas fases do desenvolvimento das empresas. Essas deficiências do mercado são imputáveis a uma inadequação entre a oferta e a procura de capital de risco. Em consequência, o volume de capital de risco proporcionado pelo mercado é demasiado limitado, o que impede as empresas de acederem aos financiamentos de que necessitam, embora tenham planos válidos e boas perspetivas de crescimento. O principal fator de deficiência dos mercados do capital de risco, que tem um impacto particularmente negativo no acesso das PME ao capital e que pode justificar uma intervenção pública, é a informação inadequada ou assimétrica. Tal afeta não só o fornecimento de capital de risco, mas também dificulta o ao financiamento através de empréstimos para certas PME. Por conseguinte, as medidas de financiamento de risco que procuram atrair capitais privados para a oferta de financiamento de risco a PME não cotadas afetadas pelas carências de financiamento e que assegurem decisões de financiamento com fins lucrativos e uma gestão comercial dos intermediários financeiros devem ser dispensadas da obrigação de notificação se satisfeitas determinadas condições.

(44) Sob determinadas condições, os auxílios a pequenas empresas em fase de arranque, os auxílios às plataformas de negociação alternativas especializadas em PME e os auxílios aos custos de prospeção das PME também devem ser isentos da obrigação de notificação.

(45) Os auxílios à investigação, ao desenvolvimento e à inovação podem contribuir para o crescimento económico sustentável, para o reforço da competitividade e para o aumento do emprego. A experiência adquirida na aplicação do Regulamento (CE) n.º 800/2008 e o Enquadramento comunitário dos auxílios estatais à investigação e desenvolvimento e à inovação13 demonstram que as deficiências do mercado podem impedir que seja atingido um nível ótimo de produção e conduzir a ineficácias. Tais

12 JO C 194 de 18.8.2006, p. 2–21.13 JO C 323 de 30.12.2006, p. 1–26.

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resultados ineficientes estão geralmente associados a externalidades, aos bens públicos/divulgação dos conhecimentos, à insuficiência e assimetria das informações, bem como a problemas de coordenação e de rede.

(46) Os auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação assumem especial importância para PME que possam enfrentar dificuldades no acesso aos novos desenvolvimentos tecnológicos, às transferências de conhecimentos ou a pessoal altamente qualificado. Os auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento, os auxílios para estudos de viabilidade, assim como os auxílios à inovação para PME, incluindo os auxílios destinados a cobrir as despesas de direitos de propriedade industrial das PME, podem remediar aqueles problemas, pelo que devem ser isentos da obrigação de notificação, sob certas condições.

(47) No que diz respeito aos auxílios a projetos no domínio da investigação e desenvolvimento, a vertente subvencionada do projeto de investigação deve ser inteiramente abrangida pelas categorias de investigação fundamental, investigação industrial ou desenvolvimento experimental. Quando um projeto é composto por diferentes tarefas, deve ser definido para cada uma delas se está abrangida pelas categorias de investigação fundamental, investigação industrial ou desenvolvimento experimental ou por nenhuma delas. Essa classificação não terá necessariamente de ser cronológica, passando ao longo do tempo da investigação fundamental para atividades mais próximas do mercado. Por conseguinte, uma tarefa executada numa fase posterior de um projeto pode ser considerada investigação industrial. Do mesmo modo, uma atividade efetuada numa fase anterior pode constituir desenvolvimento experimental. A vertente subvencionada do projeto pode igualmente incluir os estudos de viabilidade preparatórios das atividades de investigação.

(48) Cada vez mais são necessárias infraestruturas de investigação de qualidade elevada para a investigação e a inovação, por atraírem talentos a nível mundial e serem essenciais, nomeadamente para as tecnologias de informação e comunicação e para as tecnologias facilitadoras essenciais. As infraestruturas de investigação públicas deveriam continuar a funcionar em parceria com o setor da investigação. O acesso a infraestruturas de investigação com financiamento público deve ser concedido com base em condições de mercado transparentes e não discriminatórias. Se estas últimas condições não forem respeitadas, a medida de auxílio não pode ser dispensada da obrigação de notificação. Várias partes podem deter, operar e utilizar uma dada infraestrutura de investigação, e as entidades e empresas públicas podem utilizar as infraestruturas em colaboração.

(49) As infraestruturas de investigação podem servir para atividades económicas e não-económicas. A fim de evitar auxílios estatais a atividades económicas através do financiamento público de atividades não-económicas, os custos e o financiamento das atividades económicas e não-económicas devem ser claramente separáveis. Quando uma infraestrutura é utilizada tanto para atividades económicas como para atividades não económicas, o financiamento através de recursos estatais dos custos relacionados com atividades não-económicas da infraestrutura, não constitui um auxílio estatal. O financiamento público é abrangido pelas regras em matéria de auxílios estatais apenas na medida em que abranja os custos relacionados com as atividades económicas. Só estas últimas são tomadas em consideração a fim de garantir a conformidade com o limiar de notificação e a intensidade máxima de auxílio. Se a infraestrutura for utilizada quase exclusivamente para uma atividade de natureza não-económica, pode não ser abrangida pelo âmbito de aplicação das regras relativas aos auxílios estatais em todos os seus elementos, ainda que seja igualmente utilizada para uma atividade

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económica meramente acessória, ou seja, uma atividade que esteja diretamente relacionada e seja necessária ao funcionamento da infraestrutura ou esteja intrinsecamente ligada à sua principal utilização não-económica e limitada em relação ao seu âmbito de aplicação. Deve considerar-se que é o caso quando a capacidade atribuída, cada ano, à referida atividade não exceder 15 % da capacidade anual global da infraestrutura de investigação.

(50) Os auxílios aos polos de inovação pretendem resolver as deficiências do mercado associadas aos problemas de coordenação, que impedem o desenvolvimento de polos ou que limitam as interações e os fluxos de informação no âmbito dos polos. Os auxílios estatais podem contribuir para solucionar este problema de duas formas: em primeiro lugar, apoiando o investimento em infraestruturas abertas e partilhadas para polos de inovação e, em segundo, apoiando o funcionamento dos polos, por forma a reforçar a colaboração, a criação de redes e a aprendizagem. No entanto, os auxílios ao funcionamento destinados aos polos de inovação só devem ser concedidos numa base temporária e por um período limitado. O rácio entre o montante total do auxílio concedido e os custos totais elegíveis durante este período não deve exceder 50 %, independentemente da forma como o auxílio é repartido durante esse período.

(51) A inovação em matéria de processos e de organização pode ser afetada por deficiências do mercado sob a forma de informação imperfeita e externalidades positivas, que necessitam de ser abordadas por medidas específicas. Os auxílios a este tipo de inovação são importantes principalmente para as PME, visto que estas enfrentam constrangimentos suscetíveis de dificultar a sua capacidade para melhorar os seus métodos de produção ou de fornecimento ou de aperfeiçoar significativamente as suas práticas empresariais, a sua organização do local de trabalho e as suas relações externas. A fim de estimular as grandes empresas a cooperarem com as PME nas atividades de inovação de processos e de organização, as medidas de auxílio destinadas a apoiar os custos suportados pelas grandes empresas afetados a essas atividades deviam igualmente beneficiar do regulamento da isenção por categoria sob certas condições.

(52) A promoção da formação e a contratação/emprego de trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência constituem um objetivo central das políticas económicas e sociais da União e dos seus Estados-Membros.

(53) A formação gera habitualmente efeitos externos positivos para a sociedade no seu conjunto, na medida em que aumenta a oferta de trabalhadores qualificados a que podem recorrer outras empresas, melhora a competitividade da indústria da União e desempenha um importante papel na estratégia da União em matéria de emprego. Esses auxílios devem, por conseguinte, ser dispensados da obrigação de notificação desde que sejam respeitadas determinadas condições. Tendo em conta as desvantagens específicas a que as PME têm de fazer face e o nível mais elevado dos custos relativos que devem suportar quando investem em formação, as intensidades de auxílio isentas pelo presente regulamento devem ser mais elevadas para as PME. Além disso, as intensidades de auxílio isentas pelo presente regulamento devem ser mais elevadas se for dada formação a trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência. As características da formação no setor dos transportes marítimos justificam uma abordagem setorial específica.

(54) Certas categorias de trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência continuam a registar dificuldades para entrar no mercado de trabalho e nele permanecerem. Por este motivo, as autoridades públicas têm legitimidade para aplicar medidas destinadas a

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incentivar as empresas a aumentarem os níveis de emprego destas categorias de trabalhadores, em especial dos jovens. Os custos da mão de obra fazem parte dos custos normais de funcionamento de qualquer empresa. É, por conseguinte, particularmente importante que os auxílios ao emprego de trabalhadores desfavorecidos e de trabalhadores com deficiência exerçam um efeito positivo nos níveis de emprego dessas categorias e não permitam simplesmente às empresas reduzir os custos que, de qualquer forma, teriam de suportar. Assim, esses auxílios devem ser isentos da obrigação de notificação, sempre que possam apoiar essas categorias de trabalhadores a entrarem no mercado de trabalho, ou a ele regressarem, e nele permanecerem. Os elementos fundamentais da estratégia da UE para a deficiência14, que combinam medidas em matéria de luta contra a discriminação, igualdade de oportunidades e inclusão ativa, refletem o estabelecido pela Convenção das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com deficiência, da qual a UE e a maioria dos Estados-Membros são partes. O presente regulamento deverá fazer referência aos auxílios para trabalhadores com deficiência na aceção do artigo 1.º da Convenção.

(55) Um crescimento sustentável para uma economia eficiente em termos de recursos, mais ecológica e mais competitiva constitui um dos principais pilares da estratégia de crescimento Europa 202015. O desenvolvimento sustentável baseia-se, nomeadamente, num elevado nível de proteção e de melhoria da qualidade do ambiente. O domínio da proteção do ambiente confronta-se com deficiências do mercado tais que, em condições normais de mercado, as empresas podem não ter o incentivo necessário para reduzir a poluição decorrente da sua atividade, uma vez que tal redução pode aumentar os seus custos, sem que tal seja acompanhado dos benefícios correspondentes. Quando as empresas não são obrigadas a internalizar os custos da poluição, é a sociedade no seu conjunto que os terá de suportar.

(56) A introdução de normas ambientais obrigatórias pode colmatar essa deficiência do mercado. Pode alcançar-se um nível mais elevado de proteção ambiental através de investimentos que vão além das normas obrigatórias da União. A fim de incentivar as empresas a reforçarem o nível de proteção do ambiente para além destas normas obrigatórias da União, os auxílios estatais neste domínio devem ser objeto de uma isenção por categoria. Para não dissuadir os Estados-Membros de fixarem normas nacionais obrigatórias que sejam mais estritas do que as normas da União correspondentes, tais auxílios estatais podem ser concedidos, independentemente da existência ou não de normas nacionais obrigatórias que sejam mais estritas do que as normas da União.

(57) Em princípio, um auxílio não deve ser concedido quando os investimentos assegurem a conformidade das empresas com normas da União já adotadas, mas que ainda não tenham entrado em vigor. No entanto, os auxílios estatais podem dar origem à melhoria do comportamento das empresas em matéria ambiental, se incentivarem as empresas a adaptarem-se antecipadamente às futuras normas da União antes da sua entrada em vigor, desde que tais normas não sejam aplicadas retroativamente. Os auxílios concedidos às empresas para que estas se adaptem às futuras normas da União podem permitir que se alcance mais rapidamente um elevado nível de proteção ambiental, pelo que o presente regulamento deve prever uma isenção por categoria para este tipo de auxílios.

14 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e o Comité das Regiões - Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020: Compromisso renovado a favor de uma Europa sem barreiras /* (COM(2010)0636) final

15 Comunicação da Comissão - EUROPA 2020 – Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo /* COM(2010) 2020 final */

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(58) Como parte da estratégia Europa 2020, a UE fixou o objetivo de aumentar em 20 % a eficiência energética até 2020, tendo, nomeadamente, adotado a diretiva relativa à eficiência energética, que estabelece um quadro comum para a promoção da eficiência energética na União perseguindo o objetivo global de poupança de pelo menos 20 % do consumo de energia primária da União. Para que a concretização desses objetivos seja facilitada, devem ser objeto de uma isenção por categoria as medidas de apoio à eficiência energética e os investimentos a favor da poupança de energia, da cogeração de elevada eficiência e de aquecimento e de arrefecimento urbano eficientes do ponto de vista energético.

(59) A fim de alcançar os objetivos da União em matéria de energias renováveis16 e na medida em que seja necessário complementar um quadro normativo, como, por exemplo o regime de comércio de licenças de emissão da União17, o presente regulamento deve prever a possibilidade de isentar os auxílios a favor dos investimentos que apoiam as fontes de energia renováveis. Tendo em conta a limitação das distorções do comércio e da concorrência, o presente regulamento deve prever igualmente a possibilidade de isenção por categoria para os auxílios ao funcionamento de pequenas instalações de produção de energia renovável, sujeita a condições bem definidas. No entanto, a fim de reduzir o montante ao mínimo necessário, o auxílio à produção de eletricidade a partir de fontes de energia renováveis só deve ser objeto de uma isenção por categoria se for concedido com base num processo de concurso e através de um mecanismo que submeta os produtores de energia de fontes renováveis aos preços de mercado.

(60) No que respeita aos auxílios a favor da produção de energia hidroelétrica, o seu impacto pode ser duplo. Por um lado, o impacto é positivo em termos de redução das emissões de gases com efeito de estufa mas, por outro, poderia igualmente ter um impacto negativo ao nível dos sistemas hídricos e da biodiversidade. Por conseguinte, aquando da concessão de auxílios a favor da energia hidroelétrica, os Estados-Membros devem respeitar a Diretiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2000, que estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da política da água, nomeadamente o artigo 4.º, n.º 7, que define os critérios a preencher no que se refere à autorização de novas alterações das massas de água.

(61) Deve igualmente ser assegurado que o auxílio é concedido apenas para o desenvolvimento de formas sustentáveis de energias renováveis. Os auxílios a favor dos biocombustíveis só serão abrangidos pelo presente regulamento na medida em que sejam concedidos para biocombustíveis avançados, em conformidade com a proposta da Comissão de limitar a conversão de terras à escala mundial para a produção de biocombustíveis18.

(62) Os auxílios sob a forma de reduções fiscais, nos termos da Diretiva 2003/96/CE19, que promovam a proteção do ambiente e sejam abrangidos pelo presente regulamento, podem beneficiar indiretamente o ambiente. No entanto, os impostos ambientais devem refletir o custo social das emissões, ao passo que as reduções de impostos

16 Diretiva 2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis que altera e subsequentemente revoga as Diretivas 2001/77/CE e 2003/30/CE, JO L 140, 5.6.2009, p. 16–62.

17 Diretiva 2003/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de outubro de 2003, relativa à criação de um regime de comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa na Comunidade e que altera a Diretiva 96/61/CE do Conselho - JO L 275 de 25.10.2003, p. 32–46

18 COM(2012) 595 de 17.10.2012. 19 JO L 283 de 31.10.2003, p. 51.

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podem ter um impacto negativo na consecução deste objetivo. Afigura-se, pois, adequado limitar a sua duração ao período de vigência do presente regulamento. No termo deste período, os Estados-Membros devem reexaminar a adequação das reduções fiscais em causa. Contudo, sempre que um artigo específico do presente regulamento abranja a medida de auxílio concedida sob a forma de uma isenção fiscal, deve aplicar-se esse artigo.

(63) Os auxílios à recuperação de sítios contaminados justificam-se nos casos em que a pessoa responsável pela contaminação segundo o direito aplicável não puder ser identificada, determinando a aplicação do princípio do «poluidor-pagador». As condições relativas à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais, tal como definidas na Diretiva 2004/35/CE20 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de abril de 2004, com a redação que lhe foi dada pela Diretiva 2006/21/CE21 e Diretiva 2009/31/CE22, devem ser aplicadas. Por conseguinte, para facilitar a correção dos danos ambientais existentes, o presente regulamento deve, sob certas condições, isentar este tipo de auxílios.

(64) A realização de estudos ambientais pode ajudar a identificar os investimentos que permitam alcançar um nível mais elevado de proteção do ambiente. Os auxílios estatais destinados a apoiar a realização de estudos ambientais que visam apoiar os investimentos na proteção do ambiente abrangidos pelo presente regulamento, devem, por conseguinte, ser objeto de uma isenção por categoria. Dado serem obrigatórias para as grandes empresas as auditorias em matéria de energia não devem beneficiar de auxílios estatais.

(65) Em conformidade com o artigo 107.º, n.º 2, alínea b), do Tratado, os auxílios destinados a remediar os danos causados por calamidades naturais são compatíveis com o mercado interno. Para efeitos do presente regulamento, os terramotos, deslizamentos de terras, inundações, nomeadamente inundações provocadas por cheias nas margens dos rios ou dos lagos, avalanches, tornados, ciclones, erupções vulcânicas e incêndios incontroláveis, devem ser considerados acontecimentos constitutivos de uma catástrofe natural. Os danos causados por condições climáticas adversas, como a geada, o granizo, o gelo, a chuva ou a seca, que ocorrem numa base mais regular, não devem ser considerados calamidade natural na aceção do artigo 107.º, n.º 2, alínea b), do Tratado. A fim de assegurar que os auxílios concedidos para remediar os danos causados por calamidades naturais sejam efetivamente abrangidos pela exceção, o presente regulamento deve definir condições que sigam a prática estabelecida, cujo cumprimento assegurará que os regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por calamidades naturais podem beneficiar de uma isenção por categoria. Essas condições devem referir-se, nomeadamente, ao reconhecimento formal pelas autoridades dos Estados-Membros do caráter de calamidade natural do acontecimento, a um nexo de causalidade direta entre os danos causados pela calamidade natural e os danos sofridos pela empresa beneficiária, que pode ser uma empresa em dificuldade, e devem procurar que se evitem indemnizações excessivas. A indemnização não pode ultrapassar o necessário para que o beneficiário possa regressar à situação existente antes da calamidade.

20 JO L 143 de 30.4.2004, p. 56.21 Diretiva 2006/21/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativa à gestão

dos resíduos de indústrias extrativas e que altera a Diretiva 2004/35/CE JO L 102 de 11.4.2006, p. 15.22 Diretiva 2009/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa ao

armazenamento geológico de dióxido de carbono e que altera a Diretiva 85/337/CEE do Conselho, as Diretivas 2000/60/CE, 2001/80/CE, 2004/35/CE, 2006/12/CE e 2008/1/CE e o Regulamento (CE) n.º 1013/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho: JO L 140 de 5.6.2009, p. 114

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(66) Um auxílio no domínio dos transportes aéreos e marítimos de passageiros tem uma finalidade social se se destinar a responder ao problema das ligações constantes para os habitantes de regiões periféricas, reduzindo determinados custos dos preços dos bilhetes de transportes em seu benefício. Tal pode ser o caso das regiões ultraperiféricas, Malta, Chipre, e de outras ilhas que fazem parte do território de um Estado-Membro, bem como das regiões escassamente povoadas. Sempre que uma região periférica esteja ligada ao Espaço Económico Europeu por diversas vias de transporte, incluindo rotas indiretas, o auxílio deve ser possível para todas essas rotas e para os transportes efetuados por todas as transportadoras que operem nessas rotas. O auxílio deve ser concedido sem qualquer discriminação quanto à identidade da transportadora ou do tipo de serviço prestado e pode incluir voos regulares, chárteres e de baixo custo.

(67) A conectividade de banda larga é de importância estratégica para a realização dos objetivos da estratégia «Europa 2020» de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo e promovendo a inovação e a coesão social e territorial23. O auxílio ao investimento em infraestruturas de banda larga visa promover o desenvolvimento de tais infraestruturas e as obras de engenharia civil correlacionadas em regiões onde não existem infraestruturas equivalentes, nem seja provável que estas venham a desenvolvidas pelos operadores de mercado num futuro próximo. À luz da experiência adquirida pela Comissão, tais auxílios ao investimento não falseiam indevidamente a concorrência nem afetam as trocas comerciais, desde que as condições previstas no presente regulamento sejam cumpridas. Essas condições devem ter como objetivo, em especial, limitar as distorções da concorrência, sujeitando o auxílio a um processo de seleção verdadeiramente competitivo e tecnologicamente neutro e assegurando o acesso grossista às redes subvencionadas, tendo em conta o auxílio recebido pelo operador de rede. Embora, em determinadas condições, a desagregação virtual possa ser considerada equivalente à desagregação física, até ser adquirida mais experiência, é necessário apreciar caso a caso se um determinado produto de acesso grossista não físico ou virtual deve ser considerado equivalente à desagregação do lacete local. Por este motivo, e até que essa experiência em casos individuais de auxílios estatais ou no quadro regulamentar ex ante possa ser tida em conta numa futura revisão, deve exigir-se a desagregação física para ser possível beneficiar de uma isenção por categoria nos termos do presente regulamento. Sempre que a evolução dos custos e das receitas apresentar alguma incerteza e se verificar uma forte assimetria em termos de informação, os Estados-Membros devem igualmente adotar modelos de financiamento que incluam a monitorização e elementos de reembolso para permitir uma repartição equilibrada dos ganhos inesperados. A fim de evitar encargos desproporcionados para pequenos projetos locais, os referidos modelos devem aplicar-se unicamente aos projetos que ultrapassem um limiar mínimo.

(68) No domínio da cultura e da conservação do património, algumas medidas tomadas pelos Estados-Membros podem não constituir um auxílio, dado não preencherem todos os critérios do artigo 107.º, n.º 1, do Tratado – por exemplo, porque a atividade não é económica ou porque as trocas comerciais entre os Estados-Membros não são afetadas. Nos casos em que tais medidas são abrangidas pelo artigo 107.º, n.º 1, do Tratado, em regra, as instituições e os projetos culturais não falseiam significativamente a concorrência, e a experiência adquirida revelou que os mencionados auxílios têm efeitos limitados nas trocas comerciais. O artigo 167.º do Tratado reconhece a importância da promoção da cultura para a União Europeia e os

23 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Conselho Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões – «Uma Agenda Digital para a Europa», COM(2010) 245.

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Estados-Membros e prevê que a União deve ter em conta os aspetos culturais na sua ação, ao abrigo de outras disposições do Tratado, a fim de, nomeadamente, respeitar e promover a diversidade das suas culturas. Em virtude da dupla natureza da cultura, que é, por um lado, um bem económico, oferecendo possibilidades importantes de criação de riqueza e de emprego, e, por outro, um veículo de identidades, valores e significados que refletem e moldam as nossas sociedades, as regras em matéria de auxílios estatais devem reconhecer as especificidades do setor da cultura e das atividades económicas conexas. Deve estabelecer-se uma lista dos objetivos e atividades culturais elegíveis e devem ser especificados os custos elegíveis, para esclarecer o âmbito de aplicação do presente regulamento. A isenção por categoria deve abranger os auxílios ao investimento e os auxílios ao funcionamento, abaixo de determinados limiares, desde que seja excluída a sobrecompensação. Em geral, o presente regulamento não deve aplicar-se às atividades que, embora possam apresentar um aspeto cultural, tenham um caráter predominantemente comercial, devido ao maior potencial para falsearem a concorrência. Por conseguinte, o presente regulamento não deve aplicar-se, nomeadamente, aos periódicos e às revistas (em formato impresso ou eletrónico). Além disso, a lista dos objetivos e atividades culturais elegíveis não deve incluir atividades tais como a moda, o design ou os jogos de vídeo.

(69) As obras audiovisuais desempenham um importante papel na formação das identidades europeias e refletem as diferentes tradições dos Estados-Membros e das regiões. Embora haja uma forte concorrência entre os filmes produzidos fora da União, existe pouca circulação dos filmes europeus fora do seu país de origem devido à fragmentação em mercados nacionais ou regionais. O setor é caracterizado por elevados custos de investimento, uma perceção generalizada de ausência de rendibilidade devida às reduzidas audiências e dificuldades em gerar financiamento privado adicional. Devido a estas especificidades nos setores audiovisual e cinematográfico e à sua importância económica, a Comissão elaborou critérios específicos para apreciar a necessidade, proporcionalidade e adequação dos auxílios à redação de argumentos, ao desenvolvimento, produção, distribuição e à promoção de obras audiovisuais. Foram estabelecidos novos critérios na Comunicação sobre cinema de 201324 que devem refletidos nas regras de isenção por categoria para regimes de auxílio à promoção de obras audiovisuais. A existência de intensidades de auxílio mais elevadas é justificada relativamente a produções transfronteiras e coproduções, mais suscetíveis de serem distribuídas em vários Estados-Membros.

(70) As medidas de auxílio ao investimento em infraestruturas desportivas devem beneficiar de uma isenção por categoria se preencherem as condições estabelecidas no presente regulamento e na medida em que constituam um auxílio estatal. No setor do desporto, algumas medidas adotadas pelos Estados-Membros podem não constituir um auxílio estatal, devido ao facto de o beneficiário não exercer uma atividade económica ou por não afetarem as trocas comerciais entre os Estados-Membros. Tal poderia ser, em determinadas circunstâncias, o caso de auxílios estatais com um caráter exclusivamente local ou de medidas adotadas no domínio do desporto amador. O artigo 165.º do Tratado reconhece a importância da promoção dos aspetos europeus do desporto, tendo simultaneamente em conta as suas especificidades, as suas estruturas baseadas no voluntariado e a sua função social e educativa. Os auxílios destinados a infraestruturas que servem mais de um objetivo recreativo e são, portanto, multifuncionais devem também beneficiar de uma isenção por categoria. Todavia, os auxílios destinados a infraestruturas turísticas multifuncionais, como os parques de

24 JO C 332 de 15.11.2013, p. 1-11

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diversões e as instalações hoteleiras, só devem ser isentos se fizerem parte dos regimes de auxílio com finalidade regional que visam atividades no setor do turismo em regiões assistidas e que tenham um efeito positivo no desenvolvimento regional. As condições de compatibilidade em matéria de auxílios a infraestruturas desportivas ou multifuncionais deve garantir, nomeadamente, o acesso aberto e não discriminatório às infraestruturas e um processo equitativo de atribuição das concessões a terceiros, em conformidade com as disposições relevantes da legislação da União bem como com a jurisprudência dos órgãos jurisdicionais da União, para construção, modernização e/ou exploração da infraestrutura. Se as infraestruturas desportivas são utilizadas por clubes desportivos profissionais, as condições em matéria de preços para a utilização da infraestrutura por esses clubes devem ser tornadas públicas, de modo a garantir a transparência e a igualdade de tratamento dos utilizadores. Deve ser assegurada a exclusão de qualquer possibilidade de sobrecompensação.

(71) À luz da experiência da Comissão neste domínio, é, em princípio, necessário rever periodicamente a política de auxílios estatais. É por esta razão que o período de aplicação do presente regulamento deve ser limitado. É, por conseguinte, adequado estabelecer disposições transitórias, incluindo as regras em matéria de um período de ajustamento no final do período de vigência do presente regulamento para os regimes de auxílio que beneficiam de isenção. Essas regras devem proporcionar aos Estados-Membros o tempo necessário para se adaptarem ao eventual novo regime. O período de adaptação não deve, contudo, ser aplicável aos regimes de auxílio com finalidade regional, incluindo os regimes de auxílio ao desenvolvimento urbano regional, cuja isenção deve expirar na data do termo de vigência dos mapas dos auxílios com finalidade regional aprovados, e a determinados financiamentos de risco de regimes de auxílio.

ADOTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

CAPÍTULO I

Artigo 1.º Âmbito de aplicação

1. O presente regulamento é aplicável às seguintes categorias de auxílios:

(a) Auxílios com finalidade regional;

(b) Auxílios às PME sob a forma de auxílios ao investimento, auxílios ao funcionamento e acesso das PME ao financiamento;

(c) Auxílios a favor do ambiente;

(d) Auxílios à investigação e desenvolvimento e inovação;

(e) Auxílios à formação;

(f) Auxílios a trabalhadores desfavorecidos e trabalhadores com deficiência;

(g) Auxílios destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais;

(h) Auxílios sociais ao transporte para habitantes de regiões periféricas;

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(i) Auxílios a infraestruturas de banda larga;

(j) Auxílios à cultura e conservação do património;

(k) Auxílios a infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais;

2. O presente regulamento não é aplicável:

(a) Aos regimes abrangidos pelas secções 1 (com exceção do artigo 15.º), 2, 3, 4, 7 (com exceção do artigo 40.º), e 10 do presente regulamento, em relação aos quais as despesas anuais respeitantes aos auxílios estatais excedam 0,01 % do Produto Interno Bruto (PIB) para o Estado-Membro em causa25, desde que as despesas anuais respeitantes aos auxílios estatais do regime em causa seja superior a 100 milhões de euros.

(b) Aos auxílios concedidos a atividades relacionadas com a exportação para países terceiros ou Estados-Membros, nomeadamente os auxílios concedidos diretamente em função das quantidades exportadas, da criação e funcionamento de uma rede de distribuição ou de outros custos correntes atinentes às atividades de exportação;

(c) Aos auxílios condicionados à utilização de produtos nacionais em detrimento de produtos importados.

3. O presente regulamento não é aplicável:

(a) Aos auxílios concedidos no setor da pesca e aquicultura, abrangido pelo Regulamento (CE) n.º 104/200026; Neste setor, no entanto, o presente regulamento apenas deve aplicar-se aos auxílios à formação, os auxílios a favor do acesso das PME ao financiamento, aos auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação e aos auxílios a trabalhadores desfavorecidos e trabalhadores com deficiência;

(b) Aos auxílios concedidos a favor do setor primário da produção agrícola; Neste setor, no entanto, o presente regulamento aplica-se à compensação dos custos suplementares que não sejam custos de transporte nas regiões ultraperiféricas nos termos do artigo 15.º, n.º 2, alínea b), aos auxílios ao financiamento de risco, aos auxílios à investigação e desenvolvimento, aos auxílios à inovação para as PME, aos auxílios à proteção do ambiente e aos auxílios para trabalhadores desfavorecidos e com deficiência;

(c) Aos auxílios a favor do setor da transformação e comercialização de produtos agrícolas, nos seguintes casos:

i) sempre que o montante do auxílio for fixado com base no preço ou na quantidade dos produtos adquiridos junto de produtores primários ou colocados no mercado pelas empresas em causa; ou

ii) sempre que os auxílios estejam subordinados à condição de serem total ou parcialmente repercutidos nos produtores primários;

(d) Aos auxílios destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas, como as abrangidas pela Decisão n.º 2010/78727;

(e) Categorias de auxílios com finalidade regional enumerados no artigo 13.º25 Utilizando os dados anuais do Eurostat relativos ao PIB nacional no Poder de Compra Padrão (PCP).

para o segundo ano civil anterior ao ano civil em causa.26 JO L 17 de 21.1.2000, p. 22.27 JO L 336 de 21.12.2010, p. 24.

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Sempre que uma empresa exercer atividades nos setores referidos nas alíneas a), b) ou c) do primeiro parágrafo, bem como em setores abrangidos pelo âmbito de aplicação do presente regulamento, este apenas se aplica aos auxílios concedidos a esses setores ou atividades, desde que os Estados-Membros assegurem, através de meios adequados como a separação das atividades ou a distinção dos custos, que as atividades nos setores excluídos não beneficiam do auxílio concedido em conformidade com o presente regulamento.

4. O presente regulamento não é aplicável:

(a) Aos regimes de auxílio que não excluam expressamente o pagamento de auxílios individuais a favor de empresas sujeitas a uma injunção de recuperação, ainda pendente, na sequência de uma decisão anterior da Comissão que declare o auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno, com exceção dos regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais;

(b) Aos auxílios ad hoc a favor de uma empresa conforme previsto pela alínea a);

(c) Aos auxílios às empresas em dificuldade, com exceção dos regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais.

5. O presente regulamento não é aplicável às medidas de auxílio estatal que, por si próprias, através das modalidades da sua atribuição ou pelo seu método de financiamento, impliquem de uma forma indissociável uma violação do direito da União, nomeadamente:

(a) Medidas de auxílio em que a concessão do auxílio esteja sujeita à obrigação de o beneficiário ter a sua sede no Estado-Membro pertinente ou estar predominantemente estabelecido nesse Estado-Membro;

(b) Medidas de auxílio em que a concessão do auxílio esteja sujeita à obrigação de o beneficiário utilizar bens de produção nacional ou serviços nacionais;

(c) Medidas de auxílio que restrinjam a possibilidade de os beneficiários explorarem os resultados da investigação, desenvolvimento e inovação noutros Estados-Membros.

Artigo 2.ºDefinições

Para efeitos do presente regulamento, são aplicáveis as definições estabelecidas no anexo I.

Artigo 3.ºCondições de isenção

1. Os regimes de auxílio, os auxílios individuais concedidos ao abrigo dos regimes de auxílio e os auxílios ad hoc devem ser compatíveis com o mercado interno na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que esses auxílios satisfaçam todas as condições previstas no capítulo I, assim como as condições pertinentes estabelecidas no capítulo III.

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Artigo 4.ºLimiares de notificação

1. Estão excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento os auxílios que excedam os seguintes limiares:

(a) Auxílios regionais ao investimento: o «montante ajustado do auxílio», calculado de acordo com o mecanismo definido no anexo I, ponto 35 para um investimento com custos elegíveis de 100 milhões de euros;

(b) Auxílios ao desenvolvimento urbano regional: tal como previsto no artigo 16.º, n.º 3;

(c) Auxílios ao investimento a favor das PME: 7,5 milhões de euros por empresa e por projeto de investimento;

(d) Auxílios a favor da participação de PME em feiras: 2 milhões de euros por empresa e por projeto;

(e) Auxílios aos custos de cooperação das PME relativos a projetos abrangidos pelo regulamento CTE: 2 milhões de euros por empresa e por projeto,

(f) Auxílios ao financiamento de risco: tal como previsto no Artigo 20.º, n.º 9;

(g) Auxílios a empresas em fase de arranque: tal como previsto no Artigo 21.º, n.os

3, 4 e 5;

(h) Auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento:

i) se o projeto consistir predominantemente em investigação fundamental: [40] milhões de euros por empresa e por projeto; é o que acontece quando mais de metade dos custos elegíveis do projeto estiverem associados a atividades abrangidas pela categoria da investigação fundamental;

ii) se o projeto consistir predominantemente em investigação industrial: [20] milhões de euros por empresa e por projeto; é o que acontece quando mais de metade dos custos elegíveis do projeto estiverem associados a atividades abrangidas pela categoria da investigação industrial;

iii) se o projeto consistir predominantemente em desenvolvimento experimental: [15] milhões de euros por empresa e por projeto; é o que acontece quando mais de metade dos custos elegíveis do projeto estiverem associados a atividades abrangidas pela categoria do desenvolvimento experimental;

iv) se o projeto for um projeto EUREKA ou for executado por uma empresa comum estabelecida com base no artigo 185.º ou no artigo 187.º do Tratado, os montantes a que se referem as alíneas i) a iii), são duplicados.

v) se o auxílio a projetos de investigação e desenvolvimento for concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis que, na ausência de uma metodologia destinada a calcular o seu equivalente-subvenção bruto, forem expressos como uma percentagem dos custos elegíveis, e a medida preveja que, no caso de um resultado positivo do projeto, definido com base em hipóteses razoáveis e prudentes, os adiantamentos devem ser reembolsados a uma taxa de juro pelo menos igual à taxa de atualização

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aplicável no momento da concessão, as intensidades do auxílio referidas nas subalíneas i) a iv) são aumentadas em [50]%.

vi) Auxílios para estudos de viabilidade em preparação relativos a atividades de investigação: [7,5] milhões de euros por estudo,

(i) auxílios com finalidade regional a infraestruturas: [20] milhões de euros por infraestrutura,

(j) auxílios para polos de inovação: [7,5] milhões de EUR por polo;

(k) Auxílios à inovação a favor das PME: [5] milhões de euros por empresa e por projeto;

(l) Auxílios à inovação em matéria de processos e organização: [7,5] milhões de euros por empresa beneficiária e por projeto;

(m) Auxílios à formação: 2 milhões de euros por projeto de formação;

(n) Auxílios para a contratação de trabalhadores desfavorecidos: 5 milhões de euros por empresa e por ano;

(o) Auxílios ao emprego de trabalhadores com deficiência: 10 milhões de euros por empresa e por ano;

(p) Auxílios ao investimento a favor do ambiente, incluindo auxílios a estudos ambientais, mas excluindo os auxílios a favor de projetos de eficiência energética, os auxílios ao investimento a favor da recuperação de sítios contaminados e a favor do aquecimento e arrefecimento urbano eficiente: [7,5] milhões de euros por empresa e por projeto de investimento;

(q) Auxílios a projetos de eficiência energética: tal como previsto no artigo 37.º, n.º 3;

(r) Os auxílios ao investimento a favor da recuperação de sítios contaminados e a favor do aquecimento e arrefecimento urbano eficiente: [20] milhões de euros por empresa e por projeto de investimento;

(s) Auxílios ao funcionamento a favor da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis: quando o auxílio é concedido a instalações de eletricidade a partir de fontes renováveis em locais onde a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis excede, por local, [125] MW.

(t) Auxílios ao investimento na cultura e na conservação do património: 100 milhões de euros por projeto; auxílios ao funcionamento a favor da cultura e da conservação do património: 50 milhões de euros por empresa e por ano;

(u) Regimes de auxílio a obras audiovisuais: [20] milhões de euros por regime e por ano;

(v) Auxílios a infraestruturas desportivas e multifuncionais: [15] milhões de euros ou os custos totais superior a [50] milhões de euros por projeto.

(w) Auxílios a infraestruturas de banda larga: 70 milhões de euros de custos totais por projeto;

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Artigo 5.ºTransparência dos auxílios

1. O presente regulamento aplica-se exclusivamente aos auxílios transparentes, ou seja aos auxílios relativamente aos quais é possível calcular com precisão, ex ante, o equivalente-subvenção bruto, sem ser necessário proceder a uma avaliação de risco.

2. São considerados transparentes os auxílios das seguintes categorias:

(a) Os auxílios incluídos em subvenções e em bonificações de taxas de juro;

(b) Os auxílios incluídos em empréstimos, desde que o equivalente-subvenção bruto tenha sido calculado com base nas taxas de referência prevalecentes na data da sua concessão;

(c) Os auxílios incluídos em garantias, se:

i) O equivalente-subvenção bruto tiver sido calculado com base nos prémios de limiar de segurança estabelecidos numa comunicação da Comissão; ou

ii) quando antes da aplicação, a metodologia destinada a calcular o equivalente-subvenção bruto da garantia foi aceite com base na Comunicação da Comissão relativa à aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado CE aos auxílios estatais sob a forma de garantias (Jornal Oficial C 155 de 20.06.2008, página 10), ou qualquer outra notificação subsequente, a contar da notificação daquela metodologia à Comissão ao abrigo de qualquer regulamento adotado pela Comissão em matéria de auxílios estatais aplicáveis à data, e a metodologia aprovada abranja expressamente o tipo de garantias e o tipo de transações subjacentes em causa no contexto de aplicação do presente regulamento;

(d) Os auxílios sob a forma de benefícios fiscais, desde que a medida preveja um limite máximo que garanta que o limiar aplicável não é ultrapassado;

(e) Os auxílios incluídos em medidas de financiamento de risco, desde que sejam satisfeitas as condições definidas no artigo 20.º;

(f) Os auxílios aos criadores de empresas, desde que sejam satisfeitas as condições definidas no artigo 21.º;

(g) Os auxílios sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, se o montante nominal total do adiantamento reembolsável não exceder os limiares aplicáveis nos termos do presente regulamento ou se a metodologia para calcular o equivalente-subvenção bruto do adiantamento reembolsável tiver sido aceite, antes da execução da medida, na sequência da sua notificação à Comissão.

Artigo 6.ºEfeito de incentivo

1. O presente regulamento só se aplica aos auxílios que tenham um efeito de incentivo.

2. Considera-se que os auxílios têm um efeito de incentivo se o beneficiário tiver apresentado, por escrito, um pedido de auxílio ao Estado-Membro em causa antes de iniciados os trabalhos relativos ao projeto ou à atividade. O pedido de auxílio deve conter, pelo menos, a seguinte informação:

(a) Nome da empresa e dimensão,

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(b) Descrição do projeto, incluindo as datas de início e de termo,

(c) Localização do projeto,

(d) Lista das custos elegíveis,

(e) Montante do auxílio.

3. Considera-se que os auxílios ad hoc às grandes empresas têm um efeito de incentivo se, para além de se encontrar preenchida a condição prevista no n.º 2, o Estado-Membro tiver verificado, antes de conceder o auxílio em causa, que a documentação que o beneficiário elaborou comprova o cumprimento de uma ou mais das seguintes condições:

(a) No caso dos auxílios regionais ao investimento: que o projeto não teria sido realizado na zona em causa ou não teria sido suficientemente vantajoso para o beneficiário na zona em causa na ausência de auxílio.

(b) Nos restantes casos:

(a) Um aumento significativo do âmbito do projeto/ da atividade, devido ao auxílio;

(b) Um aumento significativo do montante total despendido pelo beneficiário no projeto/na atividade, devido ao auxílio;

(c) Um aumento significativo da rapidez de conclusão do projeto/ da atividade em causa;

4. Em derrogação dos n.os 2 e 3, considera-se que as medidas sob forma de benefícios fiscais têm um efeito de incentivo se forem satisfeitas as seguintes condições:

(a) A medida sob forma de benefícios fiscais estabelece um direito ao auxílio com base em critérios objetivos e sem que o Estado-Membro exerça qualquer outro poder discricionário;

(b) A medida sob forma de benefícios fiscais foi adotada e entrou em vigor antes do início da realização do projeto ou da atividade objeto do auxílio, não sendo, no entanto, este requisito aplicável às versões posteriores do regime, desde que a atividade já fosse abrangida pelos regimes de benefícios fiscais anteriores.

5. Em derrogação dos n.os 2 a 4, considera-se que as seguintes categorias de auxílio não são obrigadas a possuir um efeito de incentivo ou presume-se que possuem esse efeito se forem satisfeitas as condições estabelecidas nas disposições específicas pertinentes do capítulo III:

(a) Auxílios regionais ao funcionamento, em conformidade com o artigo 15.º,

(b) Auxílios ao acesso das PME ao financiamento, em conformidade com os artigos 20.º e 21.º,

(c) Auxílios à contratação de trabalhadores desfavorecidos sob a forma de subvenções salariais e auxílios ao emprego de trabalhadores com deficiência sob a forma de subvenções salariais, tal como referido nos artigos 31.º e 32.º;

(d) Auxílios sob a forma de compensação dos custos adicionais decorrentes do emprego de trabalhadores com deficiência, tal como referido no artigo 33.º;

(e) Auxílios sob a forma de reduções dos impostos ambientais nos termos da Diretiva 2003/96/CE, tal como referido no artigo 40.º;

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(f) Auxílios destinados a remediar os danos causados por certas calamidades naturais, tal como referido no artigo 44.º;

(g) Auxílios sociais ao transporte para habitantes de regiões periféricas, em conformidade com o artigo 45.º;

(h) Auxílios à cultura e conservação do património, em conformidade com o artigo 47.º

Artigo 7.ºIntensidade de auxílio e custos elegíveis

1. Para efeitos do cálculo da intensidade de auxílio e dos custos elegíveis, os valores a utilizar serão os valores antes de impostos ou de quaisquer outras imposições. Os custos elegíveis devem ser justificados por documentos comprovativos, claros, específicos e atualizados.

2. Sempre que um auxílio for concedido sob uma forma distinta da subvenção, o montante do auxílio deve corresponder o seu equivalente-subvenção bruto.

3. O valor dos auxílios desembolsáveis em várias prestações deve corresponder o seu valor descontado reportado ao momento da concessão. Os custos elegíveis devem consistir no seu valor descontado reportado ao momento da concessão. A taxa de juro a utilizar para efeitos de atualização é a taxa de referência aplicável no momento da concessão do auxílio.

4. Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais, o valor descontado das parcelas de auxílio deve ser determinado com base nas taxas de atualização aplicáveis quando um benefício fiscal se torna efetivo.

5. Sempre que o auxílio é concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis que, na ausência de uma metodologia destinada a calcular o seu equivalente-subvenção bruto, são expressos como uma percentagem dos custos elegíveis, e a medida prevê que, no caso de um resultado positivo do projeto, definido com base em hipóteses razoáveis e prudentes, os adiantamentos devem ser reembolsados a uma taxa de juro pelo menos igual à taxa de atualização aplicável no momento da concessão, as intensidades máximas de auxílio definidas no capítulo III podem aumentar em [10] pontos percentuais.

6. Sempre que os auxílios com finalidade regional são concedidos sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no mapa dos auxílios com finalidade regional em vigor no momento da concessão do auxílio não podem ser aumentadas.

Artigo 8.ºCumulação

1. A fim de determinar se foram respeitados os limiares de notificação individual estabelecidos no artigo 4.º e as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no capítulo III, deve ser tido em consideração o montante total de auxílio estatal à atividade ou ao projeto ou à empresa objeto de auxílio.

2. O financiamento da União, gerido de forma centralizada pelas instituições, agências, empresas comuns ou outros órgãos da União, que não esteja direta ou indiretamente sob o controlo do Estado-Membro, não constitui um auxílio estatal. Quando o financiamento da União é combinado com outros auxílios estatais, apenas estes

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deverão ser considerados para determinar se os limiares de notificação e as intensidades máximas de auxílio ou os montantes máximos de auxílio são respeitados, desde que o montante total do financiamento público concedido em relação aos mesmos custos elegíveis não exceda as taxas de financiamento mais favoráveis estabelecidas nas regras do direito da União aplicáveis.

3. Os auxílios acompanhados de custos elegíveis identificáveis que sejam objeto de isenção nos termos do presente regulamento podem ser cumulados com:

(a) Quaisquer outros auxílios estatais, na medida em que essas medidas digam respeito a diferentes custos elegíveis identificáveis,

(b) Quaisquer outros auxílios estatais relativos aos mesmos custos elegíveis, com sobreposição parcial ou total, apenas se dessa cumulação não resultar uma intensidade máxima de auxílio ou o montante máximo de auxílio aplicável a este auxílio superiores ao previsto no presente regulamento.

4. Os auxílios não acompanhados de custos elegíveis identificáveis, que sejam isentos ao abrigo dos artigos 20.º, 21.º e 22.º do presente regulamento, podem ser cumulados com quaisquer outras medidas de auxílios estatais acompanhados de custos elegíveis identificáveis. Os auxílios não acompanhados de custos elegíveis identificáveis podem ser cumulados com outros auxílios estatais não acompanhados de custos elegíveis identificáveis, até ao limiar de financiamento total mais elevado aplicável fixado, em função das circunstâncias específicas de cada caso, por este ou por outro regulamento de isenção por categoria ou de aprovação de uma decisão pela Comissão.

5. Os auxílios estatais que sejam objeto de isenção em conformidade com o presente regulamento não podem ser cumulados com quaisquer auxílios de minimis relativamente aos mesmos custos elegíveis, se dessa cumulação resultar uma intensidade de auxílio superior aos níveis fixados no capítulo III do presente regulamento.

6. A título de derrogação ao n.º 3, alínea b), os auxílios a trabalhadores com deficiência, tal como previstos nos artigos 32.º e 33.º, podem ser cumulados com auxílios objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento relativamente aos mesmos custos elegíveis, mesmo que seja ultrapassado o limiar aplicável mais elevado, fixado no presente regulamento, se dessa cumulação não resultar uma intensidade de auxílio superior a 100 % dos custos relevantes relativos a qualquer período em que os trabalhadores em causa estiverem empregados.

Artigo 9.ºPublicação e informação

1. O Estado-Membro em causa deve publicar num sítio Web completo sobre os auxílios estatais, a nível nacional ou regional:

(a) O resumo das informações relativas a cada medida de auxílio isenta nos termos do presente regulamento, no formato normalizado definido no anexo III;

(b) O texto completo de cada medida de auxílio, incluindo as suas alterações, ou uma ligação que lhe permita a ela aceder;

(c) As informações sobre cada auxílio individual, que exceda 200.000 euros, de acordo com o formato previsto na parte III do anexo III.

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2. No que diz respeito aos auxílios concedidos ao abrigo dos artigos 14.º, n.º 14, e 19.º do presente regulamento–, as informações supra referidas no n.º 1 devem ser disponibilizadas no sítio Web do Estado-Membro em que a autoridade de gestão em causa, tal como definido no artigo 20.º do Regulamento [COM(2011) 611 FEDER/CTE], está localizada.

3. Para os regimes sob a forma de benefícios fiscais, e para regimes de auxílio ao abrigo do artigo 20.º do presente regulamento, os requisitos estabelecidos no n.º 1, alínea c), devem ser considerados preenchidos se os Estados-Membros publicarem as informações necessárias sobre montantes de auxílio individuais [por frações de 2 milhões de euros].

4. As informações a que se refere o n.º 1, alínea c), devem ser organizadas e acessíveis de forma harmonizada, tal como descrito no anexo IV, e permitir uma procura e funções de telecarregamento eficazes. As informações a que se refere o n.º 1 devem ser atualizadas e estar disponíveis durante, pelo menos, 10 anos a contar da data de concessão do auxílio.

5. O texto completo do regime ou da medida ad hoc mencionado no n.º 1 deve incluir, em particular, uma referência explícita ao presente regulamento, citando o seu título e a referência de publicação no Jornal Oficial da União Europeia, assim como às disposições específicas do capítulo III respeitantes a esse ato ou, sempre que aplicável, à legislação nacional que garante o cumprimento das disposições pertinentes do presente regulamento. Deve ainda ser acompanhado pelas suas disposições de aplicação e alterações.

6. A Comissão deve publicar no seu sítio Web:

(a) As ligações aos sítios Web sobre auxílios estatais, de todos os Estados-Membros, referidas no n.º 1;

(b) As informações sintéticas a que se refere o n.  1, alínea a);

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CAPÍTULO IIRequisitos processuais

Artigo 10.ºRetirada do benefício de isenção por categoria

Quando o Estado-Membro em causa conceder um auxílio alegadamente isento da obrigação de notificação ao abrigo do presente regulamento sem preencher as condições estabelecidas no presente capítulo e no capítulo III ou não satisfizer as exigências impostas pelo capítulo II, a Comissão pode, após ter dado ao Estado-Membro em causa a possibilidade de apresentar as suas observações, adotar uma decisão que estabeleça que todas ou parte das medidas de auxílio futuras, que de outra forma cumpririam as exigências deste regulamento, adotadas pelo Estado-Membro em causa devem ser notificadas à Comissão, em conformidade com o artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. As medidas a notificar podem limitar-se às medidas adotadas a favor de determinados tipos de ajuda ou de determinados beneficiários ou medidas adotadas por certas autoridades do Estado-Membro em causa.

Artigo 11.ºComunicação de informações

Os Estados-Membros ou, no caso de auxílios concedidos nos termos dos artigos 14.º, n.º 14, e 19.º do presente regulamento, as autoridades de gestão, tal como definido no artigo 20.º do Regulamento [COM(2011) 611 FEDER/CTE], devem transmitir à Comissão:

(a) Através do sistema de notificação eletrónica da Comissão28, o resumo das informações mencionado no artigo 9.º, n.º 1, alínea a), juntamente com uma ligação de acesso ao texto completo da medida de auxílio mencionada no artigo 9.º, n.º 1, alínea b), no prazo de 20 dias úteis a contar da sua entrada em vigor;

(b) Um relatório anual, em conformidade com o capítulo III do Regulamento (CE) n.º 794/2004 da Comissão de 21 de abril de 200429, em formato eletrónico sobre a aplicação do presente regulamento, que contenha as informações indicadas no anexo III do presente regulamento, durante a totalidade ou parte de cada ano em que for aplicável o presente regulamento.

28 Regulamento (CE) n.º 794/2004 da Comissão, de 21 de abril de 2004, relativo à aplicação do Regulamento (CE) n.º 659/1999 do Conselho que estabelece as regras de execução do artigo 93.º do Tratado CE, artigo 3.º, n.º 4; JO L 140 de 1.4.2004, p. 1.

29 JO L 140 de 30.4.2004, p. 1.

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Artigo 12.ºMonitorização

A fim de permitir à Comissão controlar os auxílios isentos de notificação em conformidade com o presente regulamento, os Estados-Membros, e no caso dos auxílios concedidos nos termos dos artigos 14.º, n.º 14 e 19.º do presente regulamento - as Autoridades de Gestão, devem conservar registos pormenorizados com as informações e a documentação de apoio necessárias para definir que todas as condições previstas no presente regulamento se encontram satisfeitas. Esses registos devem ser conservados durante 10 anos a contar da data em que o auxílio individual foi concedido ou da data em que o último auxílio foi concedido ao abrigo dos regimes. O Estado-Membro em causa, ou a Autoridade de Gestão acima referida, deve comunicar à Comissão, no prazo de 20 dias úteis ou num prazo mais alargado eventualmente fixado no pedido, todas as informações e documentação de apoio que a Comissão considere necessárias para controlar a aplicação do presente regulamento.

CAPÍTULO IIIDisposições específicas aplicáveis às diferentes categorias de

auxílios

SECÇÃO 1 - AUXÍLIOS COM FINALIDADE REGIONAL

Subsecção A – Auxílios regionais ao investimento e ao funcionamento

Artigo 13.ºÂmbito de aplicação dos auxílios com finalidade regional

1. O presente regulamento não é aplicável:

(a) Auxílios com finalidade regional que promovam atividades do setor siderúrgico, do carvão, da construção naval, das fibras sintéticas, dos transportes, da energia;

(b) Auxílios com finalidade regional orientados para setores específicos de atividade económica na aceção do presente regulamento; regimes de auxílio destinados a atividades turísticas, infraestruturas de banda larga ou comercialização e transformação de produtos agrícolas, não são considerados orientados para setores específicos da atividade económica;

(c) Auxílios com finalidade regional sob a forma de regimes que compensem os custos de transporte de mercadorias produzidas nas regiões ultraperiféricas ou em zonas populacionais esparsas e:

i) favoreçam atividades na produção, transformação e comercialização dos produtos enumerados no anexo I do Tratado; ou

ii) favoreçam atividades classificadas como agricultura, silvicultura e pesca, abrangidas pela secção A do NACE Rev. 2, as atividades das indústrias extrativas, abrangidas pela secção B da NACE Rev. 2 e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado, abrangidas pela secção D da NACE Rev. 2; ou

iii) Ao transporte de mercadorias por canalização;

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(d) Auxílios individuais com finalidade regional a favor do investimento a um beneficiário que encerre a mesma atividade ou uma atividade semelhante no EEE nos dois anos que antecedem o pedido de auxílio com finalidade regional a favor do investimento ou – no momento do pedido de auxílio – quando o beneficiário tem planos concretos para encerrar essa atividade antes de o auxílio ser concedido ou no prazo máximo de dois anos após a conclusão do investimento inicial, para o qual o auxílio foi pedido, na região em causa.

(e) Os auxílios regionais ao funcionamento concedidos a empresas cuja atividade principal se insere na secção K «Atividades financeiras e de seguros» da NACE Rev. 2, Nomenclatura Estatística das Atividades Económicas30 ou a empresas que desempenham atividades intragrupo e cujas atividades principais se inserem nas subdivisões 70.10 «Atividades das sedes sociais» ou 70.22 «Atividades de consultoria para os negócios e outra consultoria para a gestão» da NACE Rev. 2.

Artigo 14.ºAuxílios regionais ao investimento

1. As medidas de auxílios com finalidade regional devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os auxílios devem ser concedidos em regiões assistidas.

3. Em regiões assistidas que satisfaçam as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado, o auxílio pode ser concedido para um investimento inicial na aceção do presente regulamento, independentemente da dimensão da empresa beneficiária. Em regiões assistidas que satisfaçam as condições previstas no artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, o auxílio pode ser concedido para as PME, sob qualquer forma de investimento inicial, ao passo que, às grandes empresas, apenas pode ser concedido para um investimento inicial a favor de novas atividades económicas, na aceção do presente regulamento, na região em causa.

4. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Os custos de investimento em ativos corpóreos e incorpóreos;

(b) Os custos salariais estimados decorrentes da criação de emprego, em virtude de um investimento inicial, calculados ao longo de um período de dois anos; ou

(c) Uma combinação das alíneas a) e b), que não exceda o montante de a) ou b), consoante o que for mais elevado.

.

30 Regulamento (CE) n.º 1893/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de dezembro de 2006, que estabelece a nomenclatura estatística das atividades económicas NACE Revisão 2 e que altera o Regulamento (CEE) n.º 3037/90 do Conselho, assim como certos regulamentos CE relativos a domínios estatísticos específicos, JO L 393 de 30.12.2006. 1.

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5. O investimento deve ser mantido na região beneficiária durante pelo menos cinco anos, ou três anos no caso de PME, a contar da data de conclusão do investimento. Este facto não impede a substituição de uma unidade de produção ou de equipamento obsoleto ou avariado dentro deste período de tempo, desde que essa atividade económica seja mantida na região em causa durante o período mínimo supramencionado.

6. Os ativos adquiridos devem ser novos exceto no que se refere às PME e à aquisição de um estabelecimento. Os custos relacionados com a locação de ativos corpóreos devem preencher as seguintes condições:

(a) No caso de terrenos e edifícios, o contrato de locação deve continuar a vigorar pelo menos cinco anos após a data prevista de conclusão do projeto de investimento, no que se refere às grandes empresas, ou três anos, no que se refere às PME;

(b) No caso de instalações ou máquinas, o contrato de locação deve assumir a forma de uma locação financeira e prever a obrigação de o beneficiário do auxílio adquirir o ativo no termo do contrato.

No caso da aquisição dos ativos de um estabelecimento, na aceção do ponto 40, do anexo I, apenas devem ser tomados em consideração os custos da compra dos ativos a terceiros não relacionados com o comprador. A operação deve ser realizada em condições de mercado. Se o auxílio destinado à aquisição de ativos tiver sido concedido antes dessa aquisição, os custos desses ativos serão deduzidos dos custos elegíveis relacionados com a aquisição de um estabelecimento. Em caso de transmissão, através de sucessão, de uma pequena empresa para a família do proprietário ou proprietários originais, ou a favor de antigos trabalhadores, a condição segundo a qual os ativos devem ser adquiridos a terceiros independentes do comprador não deve ser exigida. A aquisição de ações não constitui um investimento inicial;

7. No que respeita aos auxílios concedidos a favor de uma alteração fundamental no processo de produção, os custos elegíveis devem exceder a amortização dos ativos associados à atividade a modernizar no decurso dos três exercícios precedentes. Em relação aos auxílios destinados à diversificação de um estabelecimento já existente, os custos elegíveis devem exceder em, pelo menos, 200 % o valor contabilístico dos ativos que são reutilizados, tal como registado no exercício que precede o início dos trabalhos.

8. Ativos incorpóreos devem preencher as seguintes condições:

(a) Ser exclusivamente utilizados no estabelecimento beneficiário do auxílio;

(b) Ser amortizáveis;

(c) Ser adquiridos em condições de mercado a terceiros não relacionados com o adquirente.

(d) Ser incluídos nos ativos da empresa beneficiária do auxílio e permanecer associados ao projeto a favor do qual o auxílio foi concedido durante pelo menos cinco anos ou três anos no caso das PME.

(e) No que diz respeito às grandes empresas, os custos dos ativos incorpóreos só são elegíveis até 50 % da totalidade dos custos de investimento elegíveis do investimento inicial.

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9. Quando os custos elegíveis são calculados por referência aos custos salariais estimados, descritos no n.º 4, alínea b), do presente artigo, devem estar preenchidas as seguintes condições:

(a) O projeto de investimento deve conduzir a um aumento líquido do número de trabalhadores do estabelecimento em causa, em comparação com a média dos 12 meses anteriores, após dedução de quaisquer postos de trabalho suprimidos durante o mesmo período do número aparente de postos de trabalho criados,

(b) Os postos de trabalho devem ser preenchidos no prazo de três anos após a conclusão dos trabalhos; e

(c) Cada emprego criado através do investimento deve ser mantido na região em causa durante um período de cinco anos a contar da data em que a vaga foi preenchida, ou três anos no caso de PME.

10. Os auxílios com finalidade regional a favor do desenvolvimento de redes de banda larga devem satisfazer as seguintes condições:

(a) O auxílio deve ser concedido apenas a regiões onde não exista uma rede da mesma categoria (de banda larga básicas ou NGA), nem seja provável que este tipo de rede venha a ser desenvolvido em condições comerciais no prazo de três anos a contar da data da decisão de conceder o auxílio, e

(b) O operador de rede subsidiado deve oferecer acesso (ativo ou passivo) por grosso, em condições equitativas e não-discriminatórias, incluindo a desagregação física no caso de redes NGA; e ainda

(c) O auxílio deve ser concedido com base num processo de concurso.

Os auxílios com finalidade regional a favor de infraestruturas de investigação só são concedidos se os auxílios estiverem subordinados à condição de oferecerem acesso transparente e não-discriminatório a essas infraestruturas.

11. A intensidade de auxílio em equivalente-subvenção bruto não deve exceder a intensidade de auxílio máxima estabelecida no mapa dos auxílios com finalidade regional em vigor, no momento da concessão do auxílio, na região assistida em causa. Se for calculada com base no n.º 4, alínea c), deste artigo, a intensidade máxima do auxílio não deve exceder o montante mais favorável resultante da aplicação desta intensidade com base nos custos de investimento ou nos custos salariais. Para grandes projetos de investimento, o auxílio não deve exceder o auxílio ajustado calculado nos termos do mecanismo definido no anexo I, ponto 35;

12. Qualquer investimento inicial iniciado pelo mesmo beneficiário (a nível de grupo) num período de três anos a contar da data de início dos trabalhos num outro investimento objeto de auxílio na mesma região NUTS 3, deve ser considerado parte de um projeto único. Quando esse projeto único de investimento é um grande projeto de investimento, o auxílio total para o projeto de investimento único não deve exceder o limite máximo de auxílio para grandes projetos de investimento.

13. O beneficiário do auxílio deve efetuar uma contribuição financeira correspondente a pelo menos 25 % dos custos elegíveis, a partir dos seus recursos próprios ou mediante financiamento externo, que assuma uma forma isenta de qualquer apoio público. Todavia, quando a intensidade máxima de auxílio para um investimento de uma PME numa região ultraperiférica exceder 75 %, a contribuição financeira do beneficiário pode sofrer uma redução dos pontos percentuais que ultrapassam os 75 %.

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14. Para um investimento inicial ligado a projetos de cooperação territorial europeia abrangidos pelo Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece disposições específicas para o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional ao objetivo de Cooperação Territorial Europeia [proposta de Regulamento FEDER/CTE, COM(2011) 611], a intensidade de auxílio da área em que o investimento inicial estiver localizado deve aplicar-se a todos os beneficiários que participam no projeto. Quando o investimento inicial for localizado em duas ou mais regiões assistidas, a intensidade máxima de auxílio é a aplicável na região assistida em que a maior parte dos custos elegíveis forem suportados. Nas regiões assistidas elegíveis para auxílios nos termos do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado, a presente disposição será aplicável a grandes empresas apenas se os investimentos iniciais disserem respeito a uma nova atividade económica.

Artigo 15.ºAuxílios com finalidade regional

1. Os regimes de auxílio com finalidade regional a favor do funcionamento nas regiões ultraperiféricas e nas zonas populacionais esparsas31 devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo  107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os regimes de auxílio com finalidade regional a favor do funcionamento compensam:

(a) Os custos adicionais de transporte de mercadorias produzidas em regiões elegíveis para auxílio ao funcionamento, se respeitadas as seguintes condições:

Os beneficiários tenham a sua atividade de produção nessas regiões;

O auxílio seja objetivamente quantificável previamente com base num montante fixo ou por tonelada/quilómetro ou qualquer outra unidade apropriada;

Os custos adicionais de transporte são calculados em função do percurso das mercadorias produzidas na região elegível desde o ponto de origem até ao ponto de destino no interior do Estado-Membro em causa, utilizando os meios de transporte com custos mais baixos para o beneficiário, tendo em conta os custos externos para o ambiente.

Para as regiões ultraperiféricas, os custos de transporte elegíveis adicionais podem incluir os custos de transporte de mercadorias primárias, matérias-primas ou produtos intermédios do local de produção para locais em regiões ultraperiféricas onde são tratados posteriormente.

(b) Custos adicionais de funcionamento, exceto os custos de transporte, suportados nas regiões ultraperiféricas em consequência direta de uma ou várias das desvantagens permanentes referidas no artigo 349.º do TFUE, desde que:

os beneficiários exerçam a sua atividade económica numa região ultraperiférica;

31 Tal como designado pelos Estados Membros nos seus mapas dos auxílios com finalidade regional, de acordo com o ponto 161 das Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional para 2014-2020, JO C 209 de 23.7.2013, p. 1.

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o montante anual de auxílio por beneficiário não exceda o mais baixo dos seguintes montantes:

– 15 % do valor acrescentado bruto obtido anualmente pelo beneficiário na região ultraperiférica em causa;

– 25 % dos custos anuais de mão de obra suportados pelo beneficiário na região ultraperiférica em causa;

3. a intensidade de auxílio não deve exceder 100 % dos custos adicionais elegíveis referidos no presente artigo.

Subsecção B – Auxílios ao desenvolvimento urbano

Artigo 16.ºAuxílios ao desenvolvimento urbano regional

1. Os auxílios ao desenvolvimento urbano devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. A fim de serem elegíveis para beneficiar de auxílios nos termos do presente artigo, os projetos de desenvolvimento urbano devem satisfazer os seguintes critérios:

(a) serem executados mediante fundos de desenvolvimento urbano em regiões assistidas;

(b) serem cofinanciados pelos fundos estruturais e de investimento da UE;

(c) apoiarem a implementação de uma abordagem integrada para o desenvolvimento urbano sustentável;

3. O investimento total num projeto de desenvolvimento urbano, no âmbito de qualquer medida de auxílio ao desenvolvimento urbano, não pode ser superior a [20] milhões de euros.

4. Os custos elegíveis devem ser os custos globais do projeto de desenvolvimento urbano na medida em que sejam conformes com o disposto no artigo [do Regulamento «Disposições Comuns»].

5. Os auxílios ao desenvolvimento urbano concedidos pelo fundo de desenvolvimento urbano aos projetos de desenvolvimento urbano elegíveis podem assumir a forma de instrumentos de capital próprio, quase-capital, empréstimos, garantias, ou uma combinação de instrumentos.

6. Os auxílios ao desenvolvimento urbano devem mobilizar investimentos adicionais por parte de investidores privados, ao nível dos fundos de desenvolvimento urbano ou dos projetos de desenvolvimento urbano, de modo a atingir um montante acumulado de, no mínimo, 30 % do total do financiamento concedido a um projeto de desenvolvimento urbano.

7. Os investidores públicos e privados podem fornecer contribuições pecuniárias ou em espécie ou uma combinação das duas para a execução do projeto de desenvolvimento urbano. A contribuição em espécie deve ser tomada em consideração pelo seu valor de mercado, tal como certificado por um avaliador qualificado independente ou por um organismo oficial autorizado.

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8. O fundo de desenvolvimento urbano deve assegurar que sejam preenchidas as seguintes condições:

(a) Os gestores dos fundos de desenvolvimento urbano são selecionados através de um processo aberto, transparente e não discriminatório, em conformidade com a legislação nacional e da União aplicáveis. Em especial, não deve ser exercida qualquer discriminação entre os gestores de fundos de desenvolvimento urbano em razão do seu local de estabelecimento ou da incorporação num determinado Estado-Membro. Os gestores de fundos de desenvolvimento urbano podem ser obrigados a satisfazer critérios predefinidos objetivamente justificados pela natureza dos investimentos;

(b) Os investidores privados devem ser selecionados através de um convite à apresentação de propostas aberto, transparente e não discriminatório, em conformidade com a legislação da União e nacional aplicáveis, destinado a criar mecanismos adequados de partilha risco-remuneração, mediante os quais a participação assimétrica nos lucros tem preferência relativamente à proteção face a uma evolução desfavorável. Se os investidores privados não forem selecionados através de um convite à apresentação de propostas, a taxa de remuneração justa para os investidores privados deve ser estabelecida por um perito independente selecionado através de um concurso aberto, transparente e não discriminatório;

(c) Em caso de participação assimétrica nas perdas entre os investidores públicos e privados, a primeira perda assumida pelo investidor público deve ser limitada a [25 %] do seu investimento total;

(d) No caso de garantias para investidores privados em projetos de desenvolvimento urbano, a taxa de garantia deve ser limitada a [80]% e as perdas totais suportadas por um Estado-Membro devem ser limitadas a [25]% da carteira subjacente garantida.

(e) Os investidores devem ter a possibilidade de ser representados nos órgãos de governação do fundo de desenvolvimento urbano, como o conselho de supervisão ou o comité consultivo;

(f) O fundo de desenvolvimento urbano é estabelecido em conformidade com a legislação aplicável e deve ter lugar um processo de verificação prévia para assegurar uma estratégia de investimento comercialmente correta;

9. Os fundos de desenvolvimento urbano devem ser geridos numa base comercial e devem assegurar decisões de financiamento com fins lucrativos. Considera-se que tal é o caso quando os gestores do desenvolvimento urbano satisfazem as seguintes condições:

(a) Os gestores dos fundos de desenvolvimento urbano são obrigados, por lei ou via contratual, a agir com a diligência de um gestor profissional de boa fé e a evitar conflitos de interesses; a gestão dos fundos obedece às melhores práticas e é objeto de supervisão prudencial;

(b) A remuneração dos gestores dos fundos de desenvolvimento urbano deve ser conforme às práticas de mercado. Presume-se que esta condição foi satisfeita quando o gestor for selecionado através de concurso aberto, transparente e não discriminatório, baseado em critérios objetivos ligados à experiência, às competências e às capacidades operacionais e financeiras;

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(c) Os gestores dos fundos de desenvolvimento urbano devem receber uma remuneração ligada ao seu desempenho, ou devem assumir parte dos riscos de investimento co-investindo recursos próprios, de modo a garantir que os seus interesses estão permanentemente alinhados com os interesses do investidor público;

(d) Os gestores do fundo de desenvolvimento urbano devem definir uma estratégia de investimento, critérios e o calendário proposto para os investimentos em projetos de desenvolvimento urbano, estabelecendo ex ante a sua viabilidade financeira e o seu impacto expectável no desenvolvimento urbano;

(e) Existência de uma estratégia de desinvestimento clara e realista em relação a projeto de desenvolvimento urbano;

10. Uma medida de auxílio ao desenvolvimento urbano que conceda empréstimos ou garantias para projetos de desenvolvimento urbano, deve obrigatoriamente preencher as seguintes condições:

(a) No caso dos empréstimos, o montante nominal do empréstimo deve ser tido em consideração no cálculo do montante máximo de investimento para efeitos do n.º 3 deste artigo;

(b) No caso de garantias, o montante nominal do investimento reembolsável subjacente deve ser tido em consideração no cálculo do montante máximo de investimento para efeitos do n.º 3 deste artigo. Apenas as garantias que cobrem as perdas esperadas da carteira subjacente garantida podem ser fornecidas gratuitamente. Se uma garantia incluir igualmente a cobertura de perdas inesperadas, o fundo de desenvolvimento urbano deve pagar, para a parte da garantia que cobre perdas inesperadas, um prémio de garantia em conformidade com as condições de mercado.

SECÇÃO 2 – AUXÍLIOS ÀS PME

Artigo 17.ºAuxílios ao investimento a favor das PME

1. Os auxílios ao investimento a favor das PME que operam dentro e fora do território da União Europeia devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Os custos de investimento em ativos corpóreos e incorpóreos; ou

(b) Os custos salariais estimados dos postos de trabalho criados diretamente pelo projeto de investimento, calculados para um período de dois anos.

3. Para serem considerados custos elegíveis para efeitos do presente regulamento, os investimentos devem incluir:

(a) Um investimento em ativos corpóreos e/ou incorpóreos relacionado com a criação de um novo estabelecimento, alargamento de um estabelecimento existente, diversificação da produção de um estabelecimento para novos

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produtos adicionais ou mudança fundamental do processo de produção global de um estabelecimento existente; ou

(b) A aquisição do capital fixo diretamente ligado a um estabelecimento que tenha fechado ou teria fechado se não tivesse sido adquirido, sendo o capital fixo adquirido a terceiros independentes do comprador. A operação deve ser realizada em condições de mercado.

Em caso de transmissão, através de sucessão, de uma pequena empresa para a família do proprietário ou proprietários originais, ou a favor de antigos trabalhadores, a condição segundo a qual os ativos devem ser adquiridos a terceiros independentes do comprador não deve ser exigida. A mera aquisição das ações de uma empresa não é considerada um investimento.

4. Os ativos incorpóreos devem preencher as seguintes condições:

(a) Ser exclusivamente utilizados no estabelecimento beneficiário do auxílio; e

(b) Serem considerados elementos do ativo amortizáveis; e

(c) Serem adquiridos em condições de mercado a terceiros não relacionados com o adquirente; e

(d) Serem incluídos nos ativos da empresa durante, pelo menos, três anos;

5. Os postos de trabalho criados diretamente por um projeto de investimento devem satisfazer as seguintes condições:

(a) Os postos de trabalho devem ser criados nos três anos subsequentes à realização do investimento;

(b) O projeto de investimento deve conduzir a um aumento líquido do número de assalariados do estabelecimento em causa relativamente à média dos 12 meses precedentes;

(c) Os novos postos de trabalho devem ser mantidos durante um período mínimo de três anos a contar da data em que a vaga foi preenchida pela primeira vez.

6. A intensidade do auxílio não pode exceder:

(a) 20 % dos custos elegíveis no caso das pequenas empresas;

(b) 10% dos custos elegíveis no caso das médias empresas.

Artigo 18.ºAuxílios à participação das PME em feiras

1. Os auxílios às PME para participação em feiras devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os custos elegíveis correspondem aos custos incorridos com o aluguer, a construção e o funcionamento do pavilhão, aquando da primeira participação de uma empresa numa qualquer feira ou exposição determinada.

3. A intensidade de auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis.

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Artigo 19.ºAuxílios aos custos de cooperação das PME relativos a projetos abrangidos pelo

regulamento CTE

1. Os custos de cooperação das PME que participam em projetos de cooperação territorial europeia abrangidos pelo Regulamento [FEDER/CTE, COM(2011) 611] são compatíveis com o mercado interno na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e estão dispensados da obrigação de notificação prevista no artigo  108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Os custos de organização da cooperação, incluindo os custos com o pessoal e com os escritórios, na medida em que estejam relacionados com o projeto de cooperação;

(b) Os custos dos serviços de aconselhamento e de apoio ligados à colaboração e prestados por consultores externos e por prestadores de serviços;

(c) As despesas de deslocação, os custos relativos a equipamento e a despesas de investimento diretamente relacionados com o projeto, amortização dos instrumentos e equipamentos, na medida em que forem exclusivamente utilizados no projeto.

3. Os serviços referidos no n.º 2, alínea b), não devem constituir uma atividade contínua nem periódica, nem estar relacionados com os custos de exploração normais da empresa, tais como os serviços regulares em matéria de consultoria fiscal ou jurídica ou a publicidade.

4. O valor do auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis.

SECÇÃO 3 - AUXÍLIOS AO ACESSO DAS PME AO FINANCIAMENTO

Artigo 20.ºAuxílios ao financiamento de risco

1. Os regimes de auxílio de financiamento de risco a favor das PME devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Ao nível dos intermediários financeiros, os auxílios de financiamento de risco a favor de investidores privados independentes podem assumir a forma de:

(a) Capitais próprios ou quase-capitais, ou dotação financeira para conceder investimentos de financiamento de risco direta ou indiretamente às empresas elegíveis; ou

(b) Empréstimos para conceder investimentos de financiamento de risco direta ou indiretamente às empresas elegíveis; ou

(c) Garantias para cobrir perdas dos investimentos de financiamento de risco direta ou indiretamente às empresas elegíveis.

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3. Ao nível dos investidores privados independentes, os auxílios ao financiamento de risco podem assumir as formas referidas no n.º 2 do presente artigo, ou de incentivos fiscais, desde que os investidores privados sejam pessoas singulares que financiem direta ou indiretamente o risco às empresas elegíveis.

4. Ao nível das empresas elegíveis, os auxílios ao financiamento de risco podem assumir a forma de capitais próprios, investimentos em quase-capitais, empréstimos, garantias, ou uma combinação dos mesmos.

5. As empresas elegíveis devem assumir a forma, à data do investimento inicial de financiamento de risco, de PME não cotadas, e preencher uma das seguintes condições:

(a) Não terem sido utilizadas em qualquer mercado;

(b) Terem operado em qualquer mercado durante menos de sete anos desde a sua primeira venda comercial;

(c) Requererem um investimento inicial de financiamento de risco que, baseado num plano de atividades elaborado com vista a entrar num novo mercado do produto ou num novo mercado geográfico, seja superior a 50 % do seu volume de negócios médio anual nos cinco anos anteriores.

6. Os auxílios ao financiamento de risco podem igualmente englobar investimentos complementares em empresas elegíveis, mesmo após o período de sete anos mencionado no n.º 5, alínea b), do presente artigo, se estiverem preenchidas as seguintes condições cumulativas:

(a) O montante total de financiamento de risco referido no n.º 9 não ser excedido;

(b) Os investimentos complementares serem previstos no plano de atividades inicial;

(c) A empresa beneficiária dos investimentos complementares não estar relacionada, na aceção do artigo 3.º do anexo II, com outra empresa que não o intermediário financeiro ou o investidor privado independente que fornece financiamento de risco ao abrigo da medida, salvo se a nova entidade cumprir as condições impostas pela definição de PME na aceção do anexo II.

7. Em relação aos investimentos em capital próprio ou quase-capital em empresas elegíveis, a medida de financiamento de risco só pode prestar apoio ao capital de substituição se este for combinado com novos capitais, que representem pelo menos [50] % de cada ciclo de investimento em empresas elegíveis.

8. Em relação aos investimentos em capital próprio ou quase-capital abrangidos pelo n.º 2, alínea a), do presente artigo, no máximo 30 % do total das contribuições em capital do intermediário financeiro e do capital afetado não realizado podem ser utilizados para efeitos de gestão da liquidez.

9. O montante total do financiamento de risco referido no n.º 4 do presente artigo não pode ser superior a [15] milhões de euros por empresa elegível no âmbito de qualquer medida de financiamento de risco.

10. Em relação às medidas de financiamento de risco que proporcionem investimento de capitais próprios, de quase-capitais ou empréstimos a empresas elegíveis, a medida de financiamento de risco deve mobilizar um maior volume de financiamento proveniente de investidores privados independentes ao nível dos intermediários

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financeiros ou das empresas elegíveis, a fim de alcançar uma taxa de participação privada global que atinja, no mínimo, os seguintes limiares:

(a) [10 %] do financiamento de risco a favor das empresas elegíveis antes da sua primeira venda comercial em qualquer mercado;

(b) [40 %] do financiamento de risco para as empresas elegíveis referidas no n.º 5, alínea a), do presente artigo;

(c) [60  %] do investimento destinado a financiamentos de risco para empresas elegíveis referidas no n.º 5, alínea c), do presente artigo e para investimentos complementares em empresas elegíveis após o período de sete anos mencionado no n.º 5, alínea b), do presente artigo.

11. No caso de a medida de financiamento de risco para incidir sobre as empresas elegíveis em diferentes fases de desenvolvimento, tal como referido no n.º 10, alíneas a) a c), do presente artigo, a medida deve alcançar uma taxa de participação privada global que represente, pelo menos:

(a) 40 %, nos casos em que a carteira subjacente inclua investimentos em empresas, tal como referido no n.º 10, alínea a), do presente artigo;

(b) Uma média ponderada que resulte da aplicação das taxas de participação mínima aos investimentos individuais na carteira subjacente, tal como referido no n.º 10, alíneas a) a c) do presente artigo.

12. A medida de financiamento de risco não deve discriminar entre intermediários financeiros em razão do seu local de estabelecimento ou da incorporação num determinado Estado-Membro. Os intermediários financeiros podem ser obrigados a satisfazer critérios predefinidos objetivamente justificados pela natureza dos investimentos.

13. A medida de financiamento de risco deve satisfazer as seguintes condições:

(a) Deve ser executada através de um ou mais intermediários financeiros, exceto relativamente aos incentivos fiscais para os investidores privados no que respeita aos investimentos diretos em empresas elegíveis;

(b) Os intermediários financeiros, bem como os investidores ou os gestores de fundos devem ser selecionados através de um convite à apresentação de propostas aberto, transparente e não discriminatório que seja feito, de acordo com a legislação da União e nacional aplicável, e destinado a criar mecanismos adequados de partilha risco-remuneração mediante os quais, exceto relativamente às garantias, a participação assimétrica nos lucros tem preferência relativamente à proteção face a uma evolução desfavorável;

(c) Em caso de participação assimétrica de perdas entre os investidores públicos e privados, a primeira perda assumida pelo investidor público deve ser limitada a [25 %] do investimento total;

(d) No caso de garantias abrangidas pelo n.º 2, alínea c), a taxa de garantia deve ser limitada a [80] % e as perdas totais suportadas por um Estado-Membro devem ser limitadas a [25] % da carteira garantida subjacente. Apenas as garantias que cobrem as perdas esperadas da carteira garantida subjacente podem ser fornecidas gratuitamente. Se uma garantia incluir igualmente a cobertura de perdas inesperadas, o intermediário financeiro deve pagar, para a

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parte da garantia que cobre perdas inesperadas, um prémio de garantia em conformidade com as condições de mercado.

14. Devem estar preenchidas as seguintes condições de forma a garantir decisões de financiamento com fins lucrativos:

(a) O intermediário de financiamento deve estar estabelecido de acordo com a legislação aplicável e deve ter lugar um processo de verificação prévia para assegurar uma estratégia de investimento comercialmente correta, incluindo uma política adequada de diversificação do risco destinada a alcançar a viabilidade económica e uma escala de eficiência em termos de dimensão e de âmbito territorial da sua carteira de investimentos; e

(b) O financiamento de risco a favor de empresas elegíveis deve basear-se num plano de atividades viável com informações pormenorizadas sobre o produto, as vendas e as perspetivas de rendibilidade, que estabeleça previamente a viabilidade do investimento; e

(c) Existência de uma estratégia de desinvestimento clara e realista em relação a cada investimento de capitais próprios e de quase-capitais.

15. Os intermediários de financiamento devem ser geridos numa base comercial. Considera-se este requisito cumprido quando o intermediário financeiro e, em função do tipo de medida de financiamento de risco, o gestor do fundo, satisfazem as seguintes condições:

(a) São obrigados, por lei ou via contratual, a agir com a diligência de um gestor profissional de boa fé e a evitar conflitos de interesses; a gestão dos fundos obedece às melhores práticas e é objeto de supervisão prudencial;

(b) A sua remuneração deve ser conforme às práticas de mercado. Presume-se que esta condição foi satisfeita quando o gestor ou o intermediário financeiro for selecionado através de concurso aberto, transparente e não discriminatório, baseado em critérios objetivos ligados à experiência, às competências e às capacidades operacionais e financeiras;

(c) Devem receber uma remuneração ligada ao desempenho, ou devem assumir parte dos riscos de investimento co-investindo recursos próprios de modo a garantir que os seus interesses estão permanentemente alinhados com os interesses do investidor público;

(d) Devem definir uma estratégia de investimento, critérios e o calendário proposto para os investimentos;

(e) Os investidores devem ter a possibilidade de ser representados nos órgãos de governação do fundo de investimento, como o conselho de supervisão ou o comité consultivo.

16. Uma medida de financiamento de risco que conceda garantias ou empréstimos a empresas elegíveis, deve obrigatoriamente preencher as seguintes condições:

(a) Como resultado da medida, o intermediário financeiro deve realizar investimentos que não teriam sido realizados, ou que teriam sido realizados de forma limitada ou diferente sem a concessão do auxílio. O intermediário financeiro deve ser capaz de demonstrar que recorre a um mecanismo que garante que todas as vantagens são repercutidas, tanto quanto possível, nos beneficiários finais, sob a forma de um maior volume de financiamento,

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carteiras mais arriscadas, menores exigências em termos de garantias, prémios de garantia mais baixos ou taxas de juro mais baixas;

(b) No caso dos empréstimos, o montante nominal do empréstimo deve ser tido em consideração no cálculo do montante máximo de investimento para efeitos do n.º 9 deste artigo

(c) No caso das garantias, o montante nominal do empréstimo subjacente garantido deve ser tido em consideração no cálculo do montante máximo de investimento para efeitos do n.º 9 deste artigo. A garantia não pode exceder 80 % do empréstimo subjacente.

17. O Estado-Membro pode confiar a execução da medida de financiamento de risco a uma entidade mandatada.

18. Os auxílios ao financiamento de risco a favor das PME que não preencham as condições impostas pelo n.º 5 são compatíveis com o mercado comum na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e devem ser isentos do requisito de notificação previsto no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que

(a) Ao nível das PME, o auxílio preencha as condições estabelecidas no Regulamento [que substitui o Regulamento (CE) n.º 1998/2006]; e

(b) Todas as condições previstas no presente artigo, com exceção das referidas nos n.os 5, 6, 9, 10 e 11, estejam preenchidas; e

(c) Em relação às medidas de financiamento de risco que proporcionem investimento de capitais próprios, de quase-capitais ou empréstimos a empresas elegíveis, a medida deve mobilizar um maior volume de financiamento proveniente de investidores privados independentes ao nível dos intermediários financeiros ou das PME, a fim de alcançar uma taxa de participação privada global que atinja, no mínimo, [60 %] do financiamento de risco concedido às PME.

Artigo 21.ºAuxílio a empresas em fase de arranque

1. Os regimes de auxílio a empresas em fase de arranque devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. As empresas elegíveis devem ser empresas não cotadas até cinco anos após o seu registo, que ainda não tenham lucros distribuídos, que não tenham sido formadas através de uma fusão e que sejam:

(a) Pequenas empresas; ou

(b) Pequenas empresas inovadoras, na aceção do presente regulamento.

3. Os auxílios a empresas em fase de arranque podem assumir a forma de:

(a) Empréstimos a taxas de juro, que não sejam correspondentes aos valores praticados no mercado, com uma duração de 10 anos e até [1] milhão de euros de montante nominal máximo, ou [1,5] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições estabelecidas no artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, ou [2] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições

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estabelecidas no artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do Tratado. Para empréstimos com uma duração compreendida entre cinco e 10 anos, os montantes máximos podem ser ajustados através da multiplicação dos montantes supramencionados pela relação entre 10 anos e a duração efetiva do empréstimo. Para empréstimos com uma duração inferior a cinco anos, o montante máximo deve ser o mesmo do que para os empréstimos com uma duração de cinco anos;

(b) Garantias com prémios não correspondentes aos valores praticados no mercado com uma duração de 10 anos e até um máximo de [1,5] milhões de euros de montante de empréstimo nominal garantido, ou [2,25] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições impostas pelo artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, ou [3] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições estabelecidas no artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do Tratado. Para garantias com uma duração compreendida entre cinco e 10 anos, os montantes máximos dos empréstimos garantidos podem ser ajustados através da multiplicação dos montantes supramencionados pela relação entre 10 anos e a duração efetiva da garantia. Para garantias com uma duração inferior a cinco anos, o montante máximo deve ser o mesmo que para as garantias com uma duração de cinco anos. A garantia não deve exceder 80 % do empréstimo subjacente.

(c) Subvenções, incluindo investimentos em capitais próprios ou quase-capital, redução das taxas de juro e dos prémios de garantia até um máximo de [0,4] milhões de euros de equivalente-subvenção bruto ou [0,6] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições estabelecidas no artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, ou [0,8] milhões de euros para empresas estabelecidas em regiões assistidas que preencham as condições estabelecidas no artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do Tratado.

4. Um beneficiário pode receber apoio através de uma combinação dos instrumentos de auxílio mencionados n.º 3, alíneas a) a c), do presente artigo, desde que a proporção do montante concedido através de um instrumento de auxílio, calculada com base no montante de auxílio máximo permitido para esse instrumento, seja tomada em consideração para determinar a proporção residual do montante máximo de auxílio permitido para os outros instrumentos que fazem parte dessa combinação de instrumentos.

5. No caso das pequenas empresas inovadoras, os montantes máximos indicados no n.º 3 podem ser duplicados.

Artigo 22.ºAuxílios a plataformas de negociação alternativas especializadas em PME

1. Os auxílios a plataformas de negociação alternativas especializadas em PME devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Quando o operador da plataforma for uma empresa de pequena dimensão, a medida de auxílio pode assumir a forma de auxílios ao arranque do operador da plataforma, sendo neste aplicáveis as condições estabelecidas no artigo 21.º.

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A medida de auxílio pode assumir a forma de incentivos fiscais a favor de investidores privados independentes que sejam pessoas singulares, no que se refere aos seus investimentos em financiamento de risco feitos através de uma plataforma de negociação alternativa a favor de empresas elegíveis, nas condições previstas no artigo 20.º

Artigo 23.ºAuxílios aos custos de prospeção

1. Os auxílios que abrangem parte dos custos de prospeção devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. A intensidade de auxílio não pode exceder [50] % dos custos elegíveis.

3. Os custos elegíveis devem ser os custos de despistagem inicial e de verificação prévia formal realizada por gestores de intermediários financeiros ou investidores para identificar empresas elegíveis nos termos dos artigos 20.º e 21.º

4. Os auxílios podem assumir a forma de uma subvenção.

SECÇÃO 4 – AUXÍLIOS À INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO

Artigo 24.ºAuxílios a projetos de investigação e desenvolvimento

1. Os auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. A vertente do projeto de investigação e desenvolvimento que beneficia de auxílio deve inserir-se inteiramente numa ou em várias das categorias seguintes:

(a) Investigação fundamental;

(b) Investigação industrial

(c) Desenvolvimento experimental;

(d) Estudos de viabilidade.

3. Os custos elegíveis devem ser afetados a uma categoria específica de investigação e desenvolvimento e devem ser os seguintes:

(a) Despesas com o pessoal (investigadores, técnicos e outro pessoal de apoio, na medida em que trabalhem no projeto);

(b) Custos dos instrumentos, equipamento, edifícios e terras, na medida em que forem utilizados no projeto, e durante a execução do mesmo;

(c) Custos de investigação contratual, conhecimentos técnicos e patentes adquiridos a fontes externas ou por elas licenciados em condições de concorrência, bem como os custos de consultoria e serviços equivalentes utilizados exclusivamente no projeto;

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(d) Custos gerais e outras despesas operacionais adicionais, nomeadamente custos de materiais, fornecimentos e produtos semelhantes, que decorram diretamente do projeto;

4. Sempre que um projeto objeto de auxílio resulte em protótipos ou pilotos comercialmente utilizáveis, as receitas líquidas diretamente imputáveis à sua utilização comercial subsequente, nos cinco anos posteriores à conclusão do projeto, devem ser deduzidas dos custos elegíveis. Esta dedução pode ser efetuada ex ante, tendo em conta o valor atual das receitas líquidas que podem razoavelmente esperar-se à data da concessão do auxílio, ou ex post, pelo reembolso do valor atual do montante efetivo das receitas líquidas realizadas pelo beneficiário do auxílio durante esse período de cinco anos.

5. Os custos elegíveis para estudos de viabilidade correspondem aos custos do estudo.

6. A intensidade de auxílio a cada beneficiário não pode exceder:

(a) 100 % dos custos elegíveis para a investigação fundamental;

(b) [50]% dos custos elegíveis para a investigação industrial;

(c) [25]% dos custos elegíveis para o desenvolvimento experimental;

(d) [50]% dos custos elegíveis para estudos de viabilidade.

7. As intensidades de auxílio à investigação industrial e ao desenvolvimento experimental podem ser majoradas, até uma intensidade máxima de auxílio de 80 % dos custos elegíveis:

(a) Em 10 pontos percentuais para médias empresas e em 20 pontos percentuais para pequenas empresas;

(b) Em 15 pontos percentuais se:

i) o projeto implicar uma colaboração efetiva e o projeto implicar pelo menos uma PME ou for realizado em pelo menos dois Estados-Membros e nenhuma empresa individual suportar por si só mais de 70 % dos custos elegíveis, ou estiver envolvido pelo menos um organismo de investigação e divulgação de conhecimento que suporte, por si só ou juntamente com outro organismo do mesmo tipo, pelo menos 10 % dos custos elegíveis e tiver o direito de publicar os resultados da investigação; ou

ii) os resultados do projeto forem amplamente divulgados através de conferências, publicação, repositórios de acesso livre ou programas informáticos gratuitos ou públicos;

Artigo 25.ºAuxílios ao investimento para infraestruturas de investigação

1. Os auxílios para a construção ou a modernização de infraestruturas de investigação que desempenhem atividades económicas devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Quando uma infraestrutura de investigação desenvolva simultaneamente atividades económicas e não económicas, o seu financiamento respetivo, os custos e as receitas

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devem ser contabilizados separadamente, com base na aplicação coerente de princípios de contabilidade analítica fundados em bases objetivas;

3. O preço cobrado pelo funcionamento ou utilização da infraestrutura deve corresponder ao preço de mercado.

4. O acesso à infraestrutura deve estar aberto a vários utilizadores e deve ser concedido de forma transparente e não discriminatória. Pode ser concedido acesso preferencial com condições mais favoráveis às empresas que financiaram, pelo menos, [30]% dos custos de investimento da infraestrutura, desde que esse acesso seja proporcional à contribuição da empresa para os custos de investimento, de forma a evitar a sobrecompensação, e que estas condições sejam tornadas públicas.

5. Os custos elegíveis devem consistir em custos de investimentos em ativos incorpóreos e corpóreos.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder [50] % dos custos elegíveis.

7. Quando uma infraestrutura de investigação recebe financiamento público tanto para atividades económicas como para atividades não económicas, os Estados-Membros devem criar um mecanismo de monitorização e de reembolso destinado a assegurar que a intensidade de auxílio aplicável não é excedida como resultado de um aumento da quota-parte das atividades económicas em comparação com a situação expectável na data de concessão do auxílio.

Artigo 26.ºAuxílios aos polos de inovação

1. Os auxílios aos polos de inovação devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os auxílios aos polos de inovação devem ser exclusivamente concedidos à entidade jurídica que opera o polo de inovação (organização de polos).

3. O acesso deve ser aberto a vários utilizadores e deve ser concedido de forma transparente e não discriminatória.

4. As taxas cobradas pela utilização das instalações e pela participação nas atividades do polo devem corresponder ao preço de mercado ou refletir os respetivos custos.

5. Podem ser concedidos auxílios ao investimento para a construção ou atualização dos polos. Os custos elegíveis devem consistir em custos de investimentos em ativos incorpóreos e corpóreos.

6. A intensidade de auxílio ao investimento para polos de inovação não deve exceder [50] % dos custos elegíveis.

7. Os auxílios ao funcionamento podem ser concedidos para a operação de polos de inovação. Não devem exceder cinco anos.

8. Os custos elegíveis devem ser os custos com pessoal e administrativos (incluindo custos gerais) relativos às seguintes atividades:

(a) Animação do polo para facilitar a colaboração, a partilha de informações e a prestação ou a canalização de serviços especializados e personalizados de apoio às empresas;

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(b) Operações de marketing do polo, a fim de aumentar a participação de novas empresas ou organizações e aumentar a sua visibilidade;

(c) Gestão das instalações dos polos; organização de programas de formação, seminários e conferências, a fim de apoiar a partilha de conhecimentos e a criação de redes, assim como a cooperação transnacional.

9. A intensidade de auxílio ao funcionamento não deve exceder [50] % do total de custos elegíveis durante o período de cinco anos.

Artigo 27.ºAuxílios à inovação a favor das PME

1. Os auxílios à inovação a favor das PME devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Custos de obtenção, validação e defesa de patentes e outros ativos intangíveis;

(b) Custos relativos ao destacamento de pessoal altamente qualificado de um organismo de investigação ou de divulgação de conhecimentos, ou de uma grande empresa, que se dedique a tarefas de investigação, desenvolvimento e inovação no âmbito de uma função recentemente criada na empresa beneficiária e que não substitui outros membros do pessoal;

(c) Custos de serviços de consultoria em inovação e de apoio à inovação;

3. A intensidade de auxílio não pode exceder [50] % dos custos elegíveis.

Artigo 28.ºAuxílios à inovação em matéria de processos ou organização

1. Os auxílios à inovação em matéria de processos e organização devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. As grandes empresas só devem ser elegíveis se cooperarem efetivamente com as PME no âmbito da atividade que é objeto do auxílio e se as PME em causa suportarem, pelo menos, 30 % dos custos totais elegíveis.

3. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Despesas com o pessoal;

(b) Custos dos instrumentos, equipamento, edifícios e terrenos, na medida em que forem utilizados no projeto, e durante a execução do mesmo;

(c) Custos de investigação contratual, conhecimentos e patentes adquiridos a fontes externas ou por elas licenciados em condições normais de concorrência;

(d) Custos gerais e outros custos operacionais adicionais, nomeadamente custos de materiais, fornecimentos e produtos semelhantes, que decorram diretamente do projeto.

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4. A intensidade de auxílio não deve exceder [15] % dos custos elegíveis, para as grandes empresas, e 50 % dos custos elegíveis, para as PME.

Artigo 29.ºAuxílios à investigação e desenvolvimento nos setores da pesca e da aquicultura

1. Os auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento nos setores da pesca e da aquicultura devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. O projeto de investigação e desenvolvimento deve ser do interesse de todos os operadores do setor ou subsetor específico em causa.

3. Devem ser publicadas na Internet informações sobre o projeto de investigação e de desenvolvimento previsto e sobre os objetivos desse projeto antes de este ser iniciado. Essas informações devem incluir a data aproximada em que se preveem os resultados, bem como o endereço do sítio Web em que podem ser consultados e a indicação de que são acessíveis gratuitamente.

4. Os resultados dos trabalhos de investigação e desenvolvimento devem estar disponíveis na Internet durante um período de pelo menos cinco anos. Estas informações devem ser publicadas, o mais tardar, na data em que forem comunicadas aos membros de um dado organismo.

5. Os auxílios concedidos diretamente ao organismo de investigação e de divulgação do conhecimento não devem comportar a concessão direta de auxílios não relacionados com a investigação a favor de uma empresa que se consagre à produção, transformação ou comercialização de produtos da pesca ou da aquicultura.

6. Os custos elegíveis correspondem aos custos previstos no n.º 3 do artigo 24.º

7. A intensidade de auxílio não pode exceder 100 % dos custos elegíveis.

SECÇÃO 5- AUXÍLIOS À FORMAÇÃO

Artigo 30.ºAuxílios à formação

1. Os auxílios à formação devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Não devem ser concedidos auxílios nos casos em que a formação assegura a conformidade das empresas com normas nacionais obrigatórias em matéria de formação.

3. Os custos elegíveis são os seguintes:

(a) Custos relativos à remuneração dos formadores, para as horas em que os formadores participem na formação;

(b) Custos de funcionamento dos formadores e dos formandos diretamente relacionados com o projeto de formação, como despesas de deslocação,

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material e fornecimentos diretamente relacionados com o projeto e amortização dos instrumentos e equipamentos, na medida em que forem exclusivamente utilizados no projeto de formação em causa. São excluídos os custos de alojamento, exceto os custos de alojamento mínimo necessários para formandos que sejam trabalhadores com deficiência;

(c) Custos de serviços de consultoria associados ao projeto de formação;

(d) Quando o auxílio for concedido às PME, os custos pessoais dos participantes nos projetos de formação e custos gerais indiretos (custos administrativos, rendas, despesas gerais) relativamente ao número total de horas em que os trabalhadores participaram na formação.

4. A intensidade de auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis. Pode ser majorada, até uma intensidade máxima de auxílio de 70 % dos custos elegíveis:

(a) Em 10 pontos percentuais, se a formação for dada a trabalhadores com deficiência ou desfavorecidos;

(b) Em 10 pontos percentuais, se o auxílio for concedido a médias empresas e em 20 pontos percentuais, se for concedido a pequenas empresas;

5. A intensidade dos auxílios concedidos no setor dos transportes marítimos pode atingir 100 % dos custos elegíveis, desde que se encontrem reunidas as seguintes condições:

(a) Os formandos não sejam membros ativos da tripulação, mas sejam supranumerário a bordo; e

(b) A formação tenha lugar a bordo de navios constantes dos registos da União.

SECÇÃO 6 - AUXÍLIOS A TRABALHADORES DESFAVORECIDOS E TRABALHADORES COM DEFICIÊNCIA

Artigo 31.ºAuxílios à contratação de trabalhadores desfavorecidos sob a forma de subvenções

salariais

1. Os auxílios à contratação de trabalhadores desfavorecidos devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os custos elegíveis correspondem aos custos salariais durante um período máximo de 12 meses a contar da data de contratação de um trabalhador desfavorecido. Os custos elegíveis correspondem aos custos salariais durante um período máximo de 24 meses a contar da data de contratação, caso o trabalhador em causa seja um trabalhador seriamente desfavorecido.

3. Quando a contratação não representar um aumento líquido, em comparação com a média dos 12 meses precedentes, do número de trabalhadores da empresa em causa, os postos de trabalho devem ter ficado vagos na sequência de saída voluntária, deficiência, reforma por razões de idade, redução voluntária do tempo de trabalho ou despedimento legal por falta cometida, e não no âmbito de uma redução dos efetivos.

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4. Salvo no caso de despedimento lícito por falta profissional, os trabalhadores desfavorecidos devem poder beneficiar de um emprego contínuo por um período mínimo compatível com a sua legislação nacional aplicável ou com os acordos coletivos que regem os contratos de trabalho.

5. No caso de o período de emprego ser inferior a 12 meses para um trabalhador desfavorecido ou a 24 meses para um trabalhador seriamente desfavorecido, o auxílio será reduzido numa base proporcional.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis.

Artigo 32.ºAuxílios ao emprego de trabalhadores com deficiência sob a forma de subvenções

salariais

1. Os auxílios ao emprego de trabalhadores com deficiência devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os custos elegíveis correspondem aos custos salariais ao longo do período em que o trabalhador com deficiência estiver empregado.

3. Quando a contratação não representar um aumento líquido, em comparação com a média dos 12 meses precedentes, do número de trabalhadores da empresa em causa, os postos de trabalho devem ter ficado vagos na sequência de saída voluntária, deficiência, reforma por razões de idade, redução voluntária do tempo de trabalho ou despedimento legal por falta cometida, e não no âmbito de uma redução dos efetivos.

4. Salvo no caso de despedimento lícito por falta profissional, os trabalhadores devem poder beneficiar de um emprego contínuo por um período mínimo compatível com a sua legislação nacional aplicável ou com os acordos coletivos, juridicamente vinculativos para a empresa, que regem os contratos de trabalho.

5. No caso de o período de emprego ser inferior a 12 meses, o auxílio será reduzido numa base proporcional.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder 75 % dos custos elegíveis.

Artigo 33.ºAuxílios sob a forma de compensação dos custos adicionais decorrentes do emprego de

trabalhadores com deficiência

1. Os auxílios sob a forma de compensação dos custos adicionais decorrentes do emprego de trabalhadores com deficiência devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser dispensados da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Custos de adaptação das instalações;

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(b) Custos associados ao emprego de pessoal exclusivamente dedicado à prestação de assistência aos trabalhadores com deficiência e de formação do pessoal para prestação de assistência aos trabalhadores com deficiência;

(c) Custos de adaptação ou aquisição de equipamento ou com a aquisição e a validação de programas informáticos destinados a serem utilizados por trabalhadores com deficiência, incluindo dispositivos adaptados ou de assistência no domínio da tecnologia, que sejam adicionais aos que o beneficiário teria de suportar se empregasse trabalhadores sem deficiência;

(d) Custos diretamente associados ao transporte dos trabalhadores com deficiência para o local de trabalho, bem como para as atividades relacionadas com o trabalho;

(e) Custos salariais relativos às horas passadas na reabilitação por um trabalhador com deficiência;

(f) No caso de o beneficiário assegurar emprego protegido, os custos relacionados com a construção, a instalação ou a modernização das unidades de produção da empresa em causa, bem como os eventuais custos administrativos e de transporte diretamente resultantes do emprego de trabalhadores com deficiência.

3. A intensidade de auxílio não pode exceder 100 % dos custos elegíveis.

SECÇÃO 7 – AUXÍLIOS À PROTEÇÃO DO AMBIENTE

Artigo 34.ºAuxílios ao investimento que permitem às empresas superar as normas da União em

matéria de proteção do ambiente ou, na sua ausência, aumentar o nível de proteção do ambiente

1. Os auxílios ao investimento que permitem às empresas superar as normas da União em matéria de proteção do ambiente ou, na sua ausência, aumentar o nível de proteção do ambiente devem ser compatíveis com o mercado comum na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo.

2. O investimento deve preencher uma das condições seguintes:

(a) Permitir ao beneficiário aumentar o nível de proteção do ambiente resultante das suas atividades, superando o nível previsto pelas normas da União aplicáveis, independentemente da existência ou não de normas nacionais obrigatórias, que sejam mais estritas que as normas da União;

(b) Permitir ao beneficiário aumentar o nível de proteção do ambiente resultante das suas atividades, na ausência de normas da União.

3. Não podem ser concedidos auxílios nos casos em que os investimentos previstos se destinam a assegurar a conformidade das empresas com normas da União já adotadas, mas que não entraram ainda em vigor.

4. Em derrogação ao disposto no n.º 3, podem ser concedidos auxílios para os seguintes fins:

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Aquisição de veículos novos de transporte rodoviário, ferroviário e de navegação interior e marítima, que cumpram as normas da UE adotadas, desde que a aquisição ocorra em data anterior à da entrada em vigor dessas normas e que, uma vez tornadas obrigatórias, não sejam aplicadas a veículos adquiridos antes dessa data.

Operações de reequipamento de veículos de transporte rodoviário, ferroviário e de navegação interior e marítima, desde que as normas da UE não tenham ainda entrado em vigor aquando da entrada em funcionamento dos referidos veículos e que, uma vez tornadas obrigatórias, não sejam aplicadas retroativamente a esses veículos.

5. Os custos elegíveis são os custos de investimento necessários para ir além das normas da União aplicáveis. Os custos que não estejam diretamente ligados à consecução do nível mais elevado de proteção do ambiente não devem ser elegíveis. São elegíveis, nomeadamente, os seguintes custos:

(a) Se os custos de investimento na proteção do ambiente puderem ser identificados como um investimento separado no âmbito do custo global do investimento, esses custos especificamente associados à proteção do ambiente representam os custos elegíveis;

(b) Em todos os outros casos, os custos de investimento na proteção do ambiente são identificados por referência a um investimento semelhante, menos respeitador do ambiente, que teria sido efetuado de forma credível sem o auxílio. A diferença identifica os custos especificamente associados à proteção do ambiente e representa os custos elegíveis.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder [35]% dos custos elegíveis.

7. Todavia, a intensidade de auxílio pode ser majorada em [10] pontos percentuais para os auxílios concedidos a médias empresas e em [20] pontos percentuais para os concedidos a pequenas empresas.

8. A intensidade de auxílio pode ser aumentada em 15 pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e 5 pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

9. Os auxílios ao investimento relacionados com o tratamento de resíduos de outras empresas não devem ser objeto de isenção ao abrigo do presente artigo.

Artigo 35.ºAuxílios ao investimento para adaptação antecipada a futuras normas da União

1. Os auxílios que permitam às empresas cumprir novas normas da União destinadas a aumentar o nível de proteção do ambiente e que não se encontrem ainda em vigor são compatíveis com o mercado interno na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. As normas da União devem ter sido adotadas e o investimento deve ter sido concluído pelo menos um ano antes da data de entrada em vigor das normas pertinentes.

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3. Os custos elegíveis são os custos de investimento necessários para ir além das normas da União aplicáveis. Os custos que não estejam diretamente ligados à consecução do nível mais elevado de proteção do ambiente não devem ser elegíveis. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Se os custos de investimento na proteção do ambiente puderem ser identificados como um investimento separado no âmbito do custo global do investimento, esses custos especificamente associados à proteção do ambiente representam os custos elegíveis;

(b) Em todos os outros casos, os custos de investimento na proteção do ambiente são identificados por referência a um investimento semelhante, menos respeitador do ambiente, que teria sido efetuado de forma credível sem o auxílio. A diferença identifica os custos especificamente associados à proteção do ambiente e representa os custos elegíveis.

4. A intensidade de auxílio não pode exceder:

[20]% dos custos elegíveis para as pequenas empresas e [15]% dos custos elegíveis, no caso das médias empresas, e [10]% dos custos elegíveis para as grandes empresas] se o projeto for realizado e concluído mais de três anos antes da data de entrada em vigor da norma e no caso de os custos elegíveis serem calculados com base no n.º 3 alínea a) ou b);

[15]% dos custos elegíveis para as pequenas empresas [e [10]% dos custos elegíveis, no caso das médias empresas, e [5]% dos custos elegíveis para as grandes empresas] se o projeto for realizado e concluído entre um e três anos antes da data de entrada em vigor da norma e no caso de os custos elegíveis serem calculados com base no n.º 3 alínea a) ou b);

5. A intensidade de auxílio pode ser aumentada em 15 pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e 5 pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

6. Os auxílios ao investimento relacionados com o tratamento de resíduos de outras empresas não devem ser objeto de isenção ao abrigo do presente artigo.

Artigo 36.ºAuxílios ao investimento a favor de medidas de poupança de energia

1. Os auxílios ao investimento que permitam às empresas realizar poupanças de energia devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Não podem ser concedidos auxílios nos casos em que as melhorias previstas se destinam a assegurar a conformidade das empresas com normas da União já adotadas, mesmo que ainda não tenham entrado em vigor.

3. Os custos elegíveis devem ser os custos de investimento necessários para que se possa alcançar um nível mais elevado de poupança de energia. Os custos que não estejam diretamente ligados à consecução do nível mais elevado de poupança de energia não devem ser elegíveis. São elegíveis, nomeadamente, os seguintes custos:

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(a) Se os custos de investimento em poupança de energia puderem ser identificados como um investimento separado no âmbito do custo global do investimento, esses custos especificamente associados à poupança de energia representam os custos elegíveis;

(b) Em todos os outros casos, os custos do investimento em poupança de energia são identificados por referência a um investimento semelhante, menos favorável em termos de poupança energética, que teria sido efetuado de forma credível sem o auxílio. A diferença representa os custos especificamente associados à poupança de energia e constitui os custos elegíveis.

4. A intensidade de auxílio não pode exceder [20] % dos custos elegíveis.

5. Todavia, a intensidade de auxílio pode ser majorada em [20] pontos percentuais para os auxílios concedidos a pequenas empresas e em [10] pontos percentuais para os concedidos a médias empresas.

6. A intensidade de auxílio pode ser aumentada em [15] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e [5] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

Artigo 37.º

Auxílios aos projetos de eficiência energética

1. Os auxílios à eficiência energética devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os projetos de eficiência energética relativos a edifícios são elegíveis, ao abrigo do presente artigo.

3. O auxílio pode ser concedido sob a forma de um empréstimo com uma taxa de juro bonificada a um fundo para a eficiência energética ou a um intermediário financeiro, que deve transmiti-lo aos proprietários dos edifícios.

4. O valor nominal do empréstimo, ao nível do projeto, não deve ser superior a [10] milhões de euros.

5. O reembolso pelos proprietários dos edifícios do fundo para a eficiência energética ou do intermediário financeiro não deve ser inferior ao valor nominal do empréstimo.

6. Os auxílios à eficiência energética devem mobilizar um investimento adicional por parte dos investidores privados, que representem, no mínimo, 30 % do financiamento total concedido a um projeto de eficiência energética. Quando o auxílio for concedido por um fundo para a eficiência energética, o efeito de alavanca do investimento privado é efetuado ao nível do fundo para a eficiência energética e/ou ao nível dos projetos de eficiência energética, de modo a alcançar 30 % mínimo agregado do financiamento total concedido a um projeto de eficiência energética.

7. Os Estados-Membros podem criar fundos para a eficiência energética e/ou podem utilizar intermediários financeiros quando concedem auxílios à eficiência energética. Devem então estar preenchidos as seguintes condições:

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(a) Os intermediários financeiros, bem como os gestores de fundos para a eficiência energética, devem ser selecionados através de um processo aberto, transparente e não-discriminatório, em conformidade com a legislação nacional e da União aplicáveis. Em especial, não deve ser exercida qualquer discriminação com base no seu local de estabelecimento ou incorporação em qualquer Estado-Membro. Os intermediários financeiros e os gestores de fundos para a eficiência energética podem ser obrigados a satisfazer critérios predefinidos, objetivamente justificados pela natureza dos investimentos;

(b) Os investidores privados devem ser selecionados através de um convite à apresentação de propostas aberto, transparente e não discriminatório, de acordo com a legislação da União e nacional aplicável, destinado a criar mecanismos adequados de partilha risco-remuneração mediante os quais a participação assimétrica dos lucros tem preferência relativamente à proteção face a uma evolução desfavorável. Se os investidores privados não forem selecionados através de um convite à apresentação de propostas, a taxa de remuneração justa para os investidores privados deve ser estabelecida por um perito independente selecionado através de um concurso aberto, transparente e não discriminatório;

(c) Em caso de participação assimétrica de perdas entre os investidores públicos e privados, a primeira perda assumida pelo investidor público deve ser limitada a [25 %] do investimento total, mas não mais do que o montante máximo de auxílios estabelecido no n.º 4;

(d) Os investidores devem ter a possibilidade de ser representados nos órgãos de governação do fundo para a eficiência energética, como o conselho de supervisão ou o comité consultivo.

(e) O fundo para a eficiência energética deve ser estabelecido de acordo com a legislação aplicável e deve ter lugar um processo de verificação prévia para assegurar uma estratégia de investimento comercialmente correta;

8. Os intermediários financeiros e os fundos para a eficiência energética devem ser geridos numa base comercial e devem assegurar decisões de financiamento com fins lucrativos. Tal será o caso quando o intermediário financeiro e, se for caso disso, os gestores do fundo para a eficiência energética, satisfazem as seguintes condições:

(a) São obrigados, por lei ou via contratual, a agir com a diligência de um gestor profissional de boa fé e a evitar conflitos de interesses; a gestão dos fundos obedece às melhores práticas e é objeto de supervisão prudencial;

(b) A sua remuneração é conforme às práticas de mercado. Presume-se que este requisito foi satisfeito quando o gestor for selecionado através de concurso aberto, transparente e não discriminatório, baseado em critérios objetivos ligados à experiência, às competências e às capacidades operacionais e financeiras;

(c) Devem receber uma remuneração ligada ao desempenho, ou devem assumir parte dos riscos de investimento co-investindo recursos próprios de modo a garantir que os seus interesses estão permanentemente alinhados com os interesses do investidor público;

(d) Devem definir uma estratégia de investimento, critérios e o calendário proposto para os investimentos em projetos de eficiência energética, instituindo ex ante a sua viabilidade financeira e o seu impacto esperado em matéria de eficiência energética;

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(e) Deve existir uma estratégia de desinvestimento clara e realista para o fundo para a eficiência energética, ou para fundos públicos investidos no fundo de eficiência energética, permitindo que o mercado financie projetos de eficiência energética quando estiver disposto a fazê-lo.

9. As medidas de melhoria da eficiência energética, a fim de garantir que o beneficiário cumpre as normas da União já adotadas, não devem ser objeto de isenção ao abrigo do presente artigo.

Artigo 38.ºAuxílios ao investimento a favor da cogeração de elevada eficiência

1. Os auxílios ao investimento a favor da cogeração de elevada eficiência devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Uma nova unidade de cogeração deve, em comparação com uma produção separada, contribuir para realizar globalmente uma poupança de energia primária, conforme previsto pela Diretiva 2012/27/CE32. O melhoramento da unidade de cogeração existente ou a conversão de uma unidade de produção de energia existente numa unidade de cogeração deve conduzir a uma poupança de energia primária comparativamente à situação inicial.

3. O auxílio ao investimento só deve ser concedido às capacidades instaladas [ou renovadas] recentemente.

4. Os custos elegíveis são os custos de investimento relativos ao equipamento adicional necessário para permitir que a instalação de cogeração atinja uma elevada eficiência ou para modernizar uma instalação já existente que atinge uma elevada eficiência, de modo a aumentar a sua eficácia.

5. A intensidade de auxílio não pode exceder [45] % dos custos elegíveis. A intensidade de auxílio pode ser majorada em [20] pontos percentuais para os auxílios concedidos a pequenas empresas e em [10] pontos percentuais para os concedidos a médias empresas.

6. A intensidade de auxílio pode ser majorada em [15] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e [5] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

7. Os auxílios ao investimento relacionados com o tratamento de resíduos de outras empresas não devem ser objeto de isenção ao abrigo do presente artigo.

Artigo 39.º-AAuxílios ao investimento a favor da promoção de energia produzida a partir de fontes

renováveis

1. Os auxílios a favor da promoção de energia produzida a partir de fontes renováveis devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º,

32 JO L 315 de 14.11.2012, p. 1.

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n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. 2. Os auxílios à produção de biocombustíveis devem ser isentos da obrigação de notificação apenas na medida em que os investimentos não sejam utilizados ou a produção de biocombustíveis realizada a partir de sementes de cereais e outras culturas ricas em amido, açucareiras e oleaginosas, tal como definido na proposta da Comissão COM(2012)59533.

3. O auxílio ao investimento é apenas concedido às novas instalações.

4. Os custos elegíveis devem ser os custos de investimento necessários para que se possa alcançar um nível mais elevado de proteção do ambiente. Os custos que não estejam diretamente ligados à consecução do nível mais elevado de proteção do ambiente não devem ser elegíveis. São elegíveis os seguintes custos:

(a) Se os custos de investimento na proteção do ambiente puderem ser identificados como um investimento separado no âmbito do custo global do investimento, esses custos especificamente associados à proteção do ambiente representam os custos elegíveis;

(b) [Em todos os outros casos, os custos de investimento na proteção do ambiente são identificados por referência a um investimento semelhante, menos respeitador do ambiente, que teria sido efetuado de forma credível sem o auxílio. A diferença representa os custos especificamente associados à proteção do ambiente e constitui os custos elegíveis.]

5. Se a eletricidade for fornecida à rede, os produtores ou, se for caso disso, o agregador, devem ser submetidos às obrigações normais em matéria de equilíbrio, quando existam mercados intradiários de equilíbrio concorrencial.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder [45] % dos custos elegíveis.

7. A intensidade de auxílio pode ser majorada em [20] pontos percentuais para os auxílios concedidos a pequenas empresas e em [10] pontos percentuais para os concedidos a médias empresas.

8. A intensidade de auxílio pode ser majorada em [15] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e [5] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

Artigo 39.º-BAuxílios ao funcionamento a favor da promoção de eletricidade produzida a partir de

fontes renováveis

1. Os auxílios a favor da promoção de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. O auxílio é concedido no âmbito de um concurso verdadeiramente competitivo, com base em critérios claros, transparentes e não discriminatórios. Todos os produtores de

33 A diretiva é aplicável uma vez adotada.

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eletricidade a partir de fontes de energia renováveis devem ser autorizados a apresentar propostas para se candidatarem ao auxílio numa base não discriminatória.

3. Os Estados-Membros podem exigir não seja atribuído mais de [80]% do orçamento total a uma fonte de energia renovável.

4. Os Estados-Membros podem excluir do processo de seleção eletricidade produzida através de fontes renováveis específicas em certas áreas geográficas, se necessário para garantir a estabilidade das redes; podem também excluir a eletricidade produzida a partir de biomassa como fonte de energia. Não podem ser concedidos auxílios ao funcionamento a favor da produção de eletricidade excluída ao abrigo da presente disposição.

5. Os auxílios devem ser concedidos sob a forma de um prémio de aquisição.

6. Os auxílios só podem ser concedidos até à plena amortização das instalações que geram eletricidade a partir de fontes renováveis, realizada em conformidade com as regras contabilísticas normais. Deve ser deduzido qualquer auxílio ao investimento, para além dos auxílios ao funcionamento ao abrigo desta disposição.

7. Os beneficiários estão sujeitos às obrigações normais em matéria de equilíbrio, onde os mercados de equilibração concorrenciais existam.

Artigo 39.º-CAuxílios ao funcionamento a favor da promoção de energia produzida a partir de fontes

renováveis em pequenas instalações

1. Os auxílios a favor da promoção de energia produzida a partir de fontes renováveis em pequenas instalações devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. O auxílio só é concedido às instalações com uma capacidade de produção de menos de [1] MW para a produção de energia a partir de todas as fontes renováveis, exceto no caso da energia eólica, em que se aplica um limiar de [5 MW de 3 unidades geradoras de potência], e no caso dos biocombustíveis, em que se aplica um limiar de [X]. Para efeitos de cálculo das capacidades máximas acima referidas, as pequenas instalações com um ponto comum de ligação à rede de eletricidade são consideradas uma única instalação.

3. Não devem ser concedidos auxílios a instalações de produção de biocombustíveis a partir de sementes de cereais e outras culturas ricas em amido, açucareiras e oleaginosas, na aceção a proposta da Comissão COM(2012)59534.

4. O montante do auxílio por unidade de energia não deve exceder a diferença entre os custos totais nivelados de produção da energia a partir de fontes de energia renováveis em causa e o preço de mercado do tipo de energia em causa. Os custos nivelados devem ser atualizados regularmente, no mínimo a cada [seis meses] ou a cada [1 GW] de novas capacidades instaladas.

5. A taxa máxima de retorno utilizada no cálculo dos custos nivelados não deve ser superior a [a taxa de «swap» relevante, majorada de um prémio de 100 pontos de base]. A taxa de «swap» relevante deve ser a taxa de «swap» da moeda em que o

34 As definições da diretiva devem ser aplicadas a partir do momento em que a diretiva seja adotada.

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auxílio é concedido, por um prazo que reflita o período de amortização das instalações apoiadas.

6. O auxílio só pode ser concedido até à plena amortização das instalações, realizada em conformidade com as regras contabilísticas normais. Quaisquer auxílios ao investimento concedido a uma instalação para além dos auxílios ao funcionamento ao abrigo desta disposição devem ser deduzidos.

Artigo 40.ºAuxílios sob a forma de reduções dos impostos ambientais nos termos da Diretiva

2003/96/CE

1. Os regimes de auxílio sob a forma de reduções dos impostos ambientais nos termos da Diretiva 2003/96/CE35 devem ser compatíveis com o mercado interno na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e dispensados da obrigação de notificação prevista pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os beneficiários da redução do imposto devem pagar pelo menos o nível mínimo de tributação fixado pela União na Diretiva 2003/96/CE.

3. A presente disposição não é aplicável aos auxílios sob a forma de isenções fiscais que sejam abrangidas por outras disposições da presente secção.

Artigo 41.ºAuxílios ao investimento para a reabilitação de locais contaminados

1. Os auxílios ao investimento concedidos a empresas que contribuem para reparar os danos ambientais mediante a reabilitação de sítios contaminados devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. O investimento deve conduzir a uma melhoria da proteção do ambiente. Consideram-se danos ambientais que devem ser reparados os causados à qualidade do solo e às águas de superfície ou subterrâneas.

3. Quando a pessoa responsável ao abrigo do direito aplicável em cada Estado-Membro, sem prejuízo da adoção de regras a nível da UE nesta matéria, é identificada, esta deve financiar a reabilitação em conformidade com o princípio do «poluidor-pagador», não devendo ser concedido qualquer auxílio estatal para o efeito. Quando a pessoa responsável ao abrigo do direito aplicável não for identificada ou não puder ser obrigada a suportar os custos, a pessoa responsável pelos trabalhos de reabilitação ou contaminação pode beneficiar de auxílios estatais.

4. Os custos elegíveis devem corresponder aos custos suportados com os trabalhos de reabilitação, uma vez deduzido o aumento do valor do terreno. No que se refere à reabilitação de sítios contaminados, pode entender-se por investimentos elegíveis a totalidade das despesas suportadas por uma empresa para reabilitar os referidos sítios, independentemente de estas despesas poderem ou não ser inscritas no imobilizado.

35 JO L 283 de 31.10.2003, p. 51.

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5. As avaliações do aumento do valor dos terrenos resultante de reabilitação devem ser efetuadas por um perito independente.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder [100]% dos custos elegíveis.

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Artigo 42.ºAuxílios ao investimento a favor de um sistema de aquecimento e arrefecimento urbano

eficiente

1. Os auxílios ao investimento a favor da instalação de um sistema de aquecimento e arrefecimento urbano eficiente devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. O sistema deve ser conforme com a definição de sistema de aquecimento e arrefecimento urbano energeticamente eficientes estabelecida pelo artigo 2.º, n.os 41 e 42 da Diretiva 2012/27/UE, relativa à eficiência energética36.

3. Os custos elegíveis para a instalação de produção devem ser os custos do investimento para o equipamento adicional necessário para a construção, extensão ou renovação de uma ou mais unidades de produção a funcionar como sistemas de aquecimento e de arrefecimento urbanos energeticamente eficientes. O investimento deve ser parte integrante do sistema de aquecimento e arrefecimento urbano eficientes.

4. Os custos elegíveis para a rede de distribuição devem ser os custos totais de investimento da rede ou da sua renovação.

5. A intensidade de auxílio não pode exceder [45]% dos custos elegíveis. Todavia, a intensidade dos auxílios pode ser majorada em [20] pontos percentuais para os auxílios concedidos a pequenas empresas e em [10] pontos percentuais para os concedidos a médias empresas.

6. A intensidade de auxílio pode ser aumentada em [15] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea a), do Tratado e [5] pontos percentuais no caso de investimentos situados em regiões assistidas que cumprem as condições do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado.

7. Não podem ser concedidos auxílios que se destinem a alcançar a conformidade com as normas jurídicas da União aplicáveis às redes de aquecimento e arrefecimento urbanos.

Artigo 43.ºAuxílios a estudos ambientais

1. Os auxílios para a realização de estudos, nomeadamente auditorias energéticas referidos nesta secção devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Não deve ser concedida qualquer ajuda às grandes empresas para as auditorias energéticas realizadas nos termos do artigo 8.º, n.º 4, da Diretiva 2012/27/UE, relativa à eficiência energética.

3. Os custos elegíveis devem ser os custos dos estudos mencionados no n.º 1.

36 JO L 315 de 14.11.2012, p. 1.

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4. A intensidade de auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis.

5. A intensidade de auxílio pode ser majorada em 20 pontos percentuais quando o estudo for empreendido por conta de uma pequena empresa e em 10 pontos percentuais quando o estudo for empreendido por conta de uma média empresa.

SECÇÃO 8 – AUXÍLIOS DESTINADOS A REMEDIAR OS DANOS CAUSADOS POR CERTAS CALAMIDADES NATURAIS

Artigo 44.ºRegimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por certas calamidades

naturais

1. Os regimes de auxílio destinados a remediar os danos causados por terramotos, avalanches, deslizamentos de terras, inundações, tornados, furacões, erupções vulcânicas e incêndios florestais são compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 2, alínea b), do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. A concessão dos auxílios deve ser sujeita às seguintes condições:

(a) As autoridades públicas competentes de um Estado-Membro reconheceram formalmente o caráter de calamidade natural do acontecimento; e

(b) Existência de um nexo de causalidade direta entre o dano causado pela calamidade natural e os danos sofridos pela empresa.

3. Os regimes de auxílio relacionados com uma calamidade natural específica devem ser introduzidos nos três anos seguintes à ocorrência da calamidade. Os auxílios ao abrigo de tais regimes devem ser concedidos no prazo de quatro anos após a ocorrência.

4. Os custos elegíveis correspondem aos danos materiais sofridos em consequência direta da calamidade natural, tal como avaliados por um perito independente reconhecido pela autoridade nacional competente ou por uma empresa de seguros. Estes danos podem incluir os danos materiais causados aos ativos (por exemplo, edifícios, equipamentos, máquinas, existências) e perdas de rendimento devidas à suspensão total ou parcial da atividade por um período não superior a seis meses a contar da ocorrência da calamidade. O cálculo dos danos materiais deve basear-se no custo de reparação ou no valor económico do ativo afetado antes da ocorrência da calamidade (por exemplo, o seu valor contabilístico). A perda de rendimento deve ser calculada para o mesmo período, com base em dados financeiros da empresa (resultado antes de juros e impostos (EBIT), a desvalorização e os custos da mão de obra, só relacionada com o estabelecimento afetado pela calamidade natural) de uma média de cinco anos precedentes, excluindo apenas os melhores e piores resultados financeiros. Os danos devem ser calculados para cada beneficiário.

O auxílio e quaisquer outros pagamentos recebidos para compensar os danos, incluindo os efetuados no âmbito de apólices de seguros, não devem exceder 100 % dos custos elegíveis.

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SECÇÃO 9 - AUXÍLIOS SOCIAIS AO TRANSPORTE PARA HABITANTES DE REGIÕES PERIFÉRICAS

Artigo 45.ºAuxílios sociais ao transporte para habitantes de regiões periféricas

1. Os auxílios aos transportes aéreos e marítimos de passageiros devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 2, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I. As obrigações de publicação previstas no artigo 9.º, n.º 1, são aplicáveis exclusivamente aos regimes de auxílio, e não à concessão de auxílios individuais.

2. A totalidade do auxílio deve ser em benefício dos consumidores finais que tenham a sua residência habitual em regiões periféricas.

3. O auxílio deve ser concedido para o transporte de passageiros numa rota que estabeleça a ligação entre um aeroporto ou porto situado numa região periférica e outros aeroportos ou portos situados no Espaço Económico Europeu.

4. O auxílio deve ser concedido sem discriminação em razão da identidade da transportadora ou do tipo de serviço, bem como sem limitação no que respeita à rota precisa com destino à região periférica ou a partir dela.

5. Os custos elegíveis devem ser o preço de um bilhete de ida e volta, com destino à região periférica ou a partir dela, incluindo todas as taxas e encargos faturados pela transportadora ao consumidor. Os custos elegíveis devem ser limitados aos custos do trajeto mais económico disponível no mercado para o modo de transporte escolhido.

6. A intensidade de auxílio não pode exceder 50 % dos custos elegíveis.

SECÇÃO 10 - AUXÍLIOS A INFRAESTRUTURAS DE BANDA LARGA

Artigo 46.ºAuxílios a infraestruturas de banda larga

1. Os auxílios ao desenvolvimento de redes de banda larga devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os custos elegíveis são os seguintes:

(a) Custos de investimento para a instalação de uma infraestrutura de banda larga passiva;

(b) Custos de investimento em obras de engenharia civil relacionadas com a banda larga;

(c) Custos de investimento para a instalação de redes de banda larga básica; e

(d) Custos de investimento para a instalação de redes de acesso de próxima geração («NGA»).

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3. O investimento deve estar localizado em regiões onde não existam infraestruturas da mesma categoria (redes de banda larga básicas ou redes NGA), nem seja provável que este tipo de infraestruturas venha a ser desenvolvido em condições comerciais no prazo de três anos a contar da data da decisão de conceder o auxílio, o que deverá igualmente ser objeto de verificação através de uma consulta pública.

4. O auxílio deve ser concedido no âmbito de um procedimento de concurso competitivo, aberto, transparente e não discriminatório respeitando o princípio da neutralidade tecnológica.

5. O operador da rede deve oferecer um acesso (ativo ou passivo) por grosso o mais alargado possível em condições equitativas e não discriminatórias, incluindo a possibilidade de desagregação física, no caso das redes NGA. Esse acesso por grosso deve ser oferecido durante, pelo menos, sete anos e o direito de acesso a condutas e postes não deve ser limitado no tempo. No caso de auxílios para a construção de condutas, estas últimas devem ser suficientemente grandes para comportar diversas redes de cabo e diferentes topologias de rede.

6. Os preços de acesso por grosso devem basear-se nos princípios aplicáveis à fixação dos preços estabelecidos pela autoridade reguladora nacional e em valores de referência praticados noutras regiões comparáveis, mais concorrenciais, do país ou da União, tendo em conta o auxílio recebido pelo operador da rede. A autoridade reguladora nacional deve ser consultada sobre as condições de acesso (incluindo preços) e em caso de conflito entre os requerentes de acesso e o operador da infraestrutura subvencionada.

7. os Estados-Membros devem pôr em prática um mecanismo de monitorização e de recuperação se o montante do auxílio ao projeto for superior a 10 milhões de euros.

SECÇÃO 11 - AUXÍLIOS À CULTURA E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Artigo 47.ºAuxílios à cultura e conservação do património

1. Os auxílios à cultura e conservação do património devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que cumpram as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. Os auxílios à imprensa e revistas, independentemente de serem publicados em papel ou por via eletrónica, não são elegíveis ao abrigo do presente regulamento.

3. Os auxílios devem ser concedidos para os seguintes fins e atividades culturais:

(a) Museus, arquivos, bibliotecas, centros ou espaços culturais, teatros, salas de ópera, salas de concerto, outras organizações do setor dos espetáculos ao vivo, cinematecas e outras infraestruturas, organizações e instituições culturais similares;

(b) Património material, incluindo, nomeadamente, todas as formas de património cultural móvel ou imóvel e locais arqueológicos, monumentos, locais e edifícios históricos; património natural das aldeias, paisagens costeiras e rurais apenas se diretamente relacionadas com o património cultural ou se

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formalmente reconhecidas como património cultural ou natural pelas autoridades públicas competentes de um Estado-Membro;

(c) Património imaterial sob todas as suas formas, incluindo, nomeadamente, os costumes e artesanato folclóricos;

(d) Eventos e espetáculos artísticos ou culturais, festivais, exposições e outras atividades culturais similares;

(e) Edições de música e literatura, incluindo traduções.

4. O auxílio pode assumir as seguintes formas:

(a) Auxílio ao investimento, incluindo o auxílio para a construção ou a modernização de infraestruturas culturais;

(b) Auxílio ao funcionamento.

5. Para o auxílio ao investimento, os custos elegíveis devem ser os custos de investimentos em ativos incorpóreos e corpóreos, incluindo:

(a) Custos para a construção, modernização, aquisição, conservação ou melhoramento das infraestruturas, se, pelo menos, 80 % do tempo ou da capacidade espacial por ano é utilizado para fins culturais;

(b) Custos de aquisição, incluindo locação financeira, transferência de propriedade ou relocalização física do património cultural;

(c) Custos de proteção, preservação, restauro e reabilitação do património cultural material e imaterial, incluindo os custos adicionais de armazenagem em condições adequadas, ferramentas especiais, materiais para fins de documentação, investigação, digitalização e publicação;

(d) Custos incorridos para melhorar a acessibilidade do património cultural ao público, incluindo os custos de digitalização e outras novas tecnologias, os custos ligados à melhoria da acessibilidade para as pessoas com necessidades especiais (em especial, rampas e dispositivos de elevação para pessoas com deficiência, indicações em braille e apresentações interativas em museus) e à promoção da diversidade cultural no que respeita a apresentações, programas e visitantes;

(e) Custos relativos a projetos e atividades culturais, programas de cooperação e intercâmbio e subvenções, incluindo os custos dos processos de seleção, os custos de promoção e os custos incorridos diretamente em resultado do projeto.

6. Para o auxílio ao funcionamento, os custos elegíveis são os seguintes:

(a) Custos da instituição cultural ou do sítio classificado como património cultural decorrentes de atividades contínuas ou periódicas, incluindo exposições, espetáculos e eventos, bem com atividades culturais similares que ocorrem no decurso normal da atividade empresarial;

(b) Custos operacionais diretamente relacionados com o projeto ou a atividade cultural, tais como despesas de deslocação, materiais e fornecimentos diretamente relacionados com o projeto ou a atividade cultural, estruturas arquitetónicas para exposições e cenários, amortização das ferramentas, software e equipamentos, custos dos direitos de acesso a obras protegidas por direitos de autor e outros conteúdos protegidos por direitos de propriedade

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intelectual, custos de promoção e custos incorridos diretamente em resultado do projeto ou da atividade;

(c) Custos relativos ao pessoal que trabalha para a instituição cultural ou de património ou para um projeto;

(d) Custos de serviços de consultoria e serviços de apoio prestados por consultores externos e prestadores de serviços, incorridos diretamente em resultado do projeto.

7. A intensidade máxima do auxílio não pode exceder 100 % dos custos elegíveis. Para a edição de música e de literatura, incluindo as traduções, a intensidade máxima do auxílio não deve exceder 70 % dos custos elegíveis. As receitas líquidas devem ser deduzidas dos custos elegíveis ex ante ou através de um mecanismo de recuperação.

Artigo 48.ºRegimes de auxílio a obras audiovisuais:

1. Os regimes de auxílio à redação, desenvolvimento, produção, distribuição e promoção de obras audiovisuais devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I sejam cumpridas.

2. O auxílio deve destinar-se a um produto cultural. Para evitar erros manifestos, cada Estado-Membro deve estabelecer processos efetivos, tais como a seleção das propostas por uma ou mais pessoas encarregues da seleção ou do controlo, ao contrário de uma lista predeterminada de critérios culturais.

3. Os auxílios podem incluir:

(a) Auxílios à produção de obras audiovisuais;

(b) Auxílios à pré-produção; e

(c) Auxílios à distribuição.

4. Os auxílios não devem ser reservados a atividades de produção específicas ou a determinadas partes da cadeia de valor de produção. Os auxílios às infraestruturas de estúdios cinematográficos não devem ser elegíveis ao abrigo do presente regulamento.

5. Se os Estados-Membros sujeitarem a concessão dos auxílios a obrigações de territorialização das despesas, os regimes de auxílio para a produção de obras audiovisuais podem:

(a) Exigir que até 160 % do auxílio concedido à produção de uma determinada obra audiovisual sejam gastos no território do Estado-Membro que concede o auxílio; ou

(b) Calcular o auxílio concedido à produção de uma determinada obra audiovisual como uma percentagem das despesas com atividades de produção no Estado-Membro que concede o auxílio, geralmente em caso de regimes de auxílio sob a forma de incentivos fiscais.

Em ambos os casos, se um Estado-Membro exige um nível mínimo de atividade de produção no território em causa para que os projetos possam beneficiar de um auxílio, este nível não deve exceder 50 % do orçamento global da produção. Além

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disso, o máximo das despesas sujeito a requisitos territoriais não deve, em qualquer caso, exceder 80 % do orçamento global da produção.

6. O auxílio não deve ser reservado exclusivamente aos cidadãos e não deve ser exigido que os beneficiários tenham o estatuto de empresa nacional estabelecida ao abrigo do direito comercial nacional.

7. São elegíveis os seguintes custos:

(a) No caso dos auxílios à produção: os custos globais de produção de obras audiovisuais, incluindo os custos de melhoramento da acessibilidade para pessoas com deficiência.

(b) No caso dos auxílios à pré-produção: os custos de redação e o desenvolvimento de obras audiovisuais.

(c) No caso dos auxílios à distribuição: os custos de distribuição e promoção de obras audiovisuais.

8. A intensidade de auxílio à produção de obras audiovisuais não deve exceder 50 % dos custos elegíveis.

9. A intensidade de auxílio pode ser majorada da seguinte forma:

(a) 60 % dos custos elegíveis no caso de produções transfronteiras financiadas por mais de um Estado-Membro e que envolva produtores de mais de um Estado-Membro;

(b) 100 % dos custos elegíveis no caso das obras audiovisuais difíceis e das coproduções que envolvem países da lista DAC da OCDE.

10. A intensidade de auxílio a favor da pré-produção não pode exceder 100 % dos custos elegíveis. Se o argumento ou o projeto resultantes forem transformados numa obra audiovisual como um filme, os custos de pré-produção devem ser incorporados no orçamento global e tidos em conta no cálculo da intensidade de auxílio. A intensidade de auxílio para a distribuição deve ser a mesma que a intensidade de auxílio para a produção.

SECÇÃO 12 - AUXÍLIOS A INFRAESTRUTURAS DESPORTIVAS E RECREATIVAS MULTIFUNCIONAIS

Artigo 49.ºAuxílios a infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais

1. Os auxílios a infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais devem ser compatíveis com o mercado interno, na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado, e devem ser isentos da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que preencham as condições estabelecidas no presente artigo e no capítulo I.

2. As infraestruturas desportivas não devem ser utilizadas, de forma exclusiva, por um único utilizador do mundo do desporto profissional e a sua utilização por outros utilizadores do mundo do desporto profissional ou não profissional deve representar, anualmente, no mínimo, 20 % da respetiva capacidade. Se a infraestrutura for

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utilizada por vários utilizadores em simultâneo, devem ser calculadas as correspondentes frações de utilização da capacidade.

3. As infraestruturas recreativas multifuncionais são compostas por instalações com fins recreativos e com um caráter multifuncional que oferecem, em especial, serviços culturais ou recreativos, à exceção dos parques de diversões e das instalações hoteleiras.

4. O acesso às infraestruturas desportivas e recreativas multifuncionais deve estar aberto a vários utilizadores e deve ser concedido de forma transparente e não discriminatória. Pode ser concedido acesso preferencial com condições mais favoráveis às empresas que tenham financiado, pelo menos, 30 % dos custos de investimento da infraestrutura, desde que estas condições sejam tornadas públicas.

5. Se as infraestruturas desportivas são utilizadas por clubes desportivos profissionais, os Estados-Membros devem assegurar que as condições tarifárias para a sua utilização são tornadas públicas.

6. Qualquer concessão ou outro tipo de atribuição a terceiros para construir, modernizar e/ou explorar infraestruturas desportivas ou recreativas multifuncionais deve ser efetuada de modo transparente e não discriminatório, tendo devidamente em conta as normas aplicáveis aos contratos públicos.

7. Os custos elegíveis devem ser os custos de investimento em ativos corpóreos e/ou incorpóreos e os custos operacionais adicionais resultantes do investimento nas infraestruturas desportivas ou recreativas multifuncionais durante o período de referência, que é o período de amortização.

8. Os auxílios não podem exceder [75]% dos custos elegíveis. As receitas líquidas devem ser deduzidas dos custos elegíveis ex ante ou através de um mecanismo de recuperação.

CAPÍTULO IVDisposições Finais

Artigo 50.ºRevogação

1. É revogado o Regulamento (CE) n.º 800/2008.

2. As referências ao regulamento revogado devem entender-se como sendo feitas ao presente regulamento.

Artigo 51.ºDisposições transitórias

1. O presente regulamento é aplicável aos auxílios individuais concedidos antes da sua entrada em vigor, desde que tais auxílios respeitem todas as condições nele previstas, com exceção do artigo [9.º].

2. Os auxílios concedidos antes de 1.7.2014, ao abrigo de qualquer regulamento adotado nos termos do artigo 1.º do [Regulamento de habilitação (CE) n.º 994/98] previamente em vigor, devem ser compatíveis com o mercado interno e são isentos da obrigação de notificação estabelecida no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. Os

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regimes de auxílio ao capital de risco a favor de PME estabelecidos antes de 1 de julho de 2014 e isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, nos termos do Regulamento (CE) n.º 800/2008, devem continuar isentos e compatíveis com o mercado interno até ao termo do acordo de financiamento, desde que o compromisso do fundo público relativamente ao fundo privado de capitais de investimento, que esteja na base de tal acordo, tenha sido efetuado antes da entrada em vigor do presente regulamento, e as restantes condições da isenção permaneçam preenchidas.

3. Os auxílios não isentos da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, nos termos do presente regulamento ou de outros regulamentos, adotados nos termos do artigo 1.º do [Regulamento (CE) n.º 994/98] anteriormente em vigor, devem ser apreciados pela Comissão em conformidade com os enquadramentos, orientações, comunicações e notas aplicáveis na matéria.

4. No termo da vigência do presente regulamento, os regimes de auxílio isentos ao abrigo das suas disposições continuam a beneficiar dessa isenção durante um período de adaptação de seis meses, com exceção dos regimes de auxílio com finalidade regional. A isenção dos regimes de auxílio com finalidade regional caduca na data do termo de vigência dos mapas dos auxílios com finalidade regional aprovados. A isenção dos auxílios ao financiamento de risco objeto de isenção nos termos do artigo 20.º, n.º 2, alínea a), deve expirar no fim do período previsto no acordo de financiamento, desde que o compromisso de financiamento público a favor do fundo privado de capitais de investimento tenha sido estabelecido com base em tais acordos antes do final do período de vigência do presente regulamento e todas as outras condições da isenção permaneçam preenchidas.

5. O Estado-Membro deve cumprir as disposições do artigo 9.º, alínea c), no prazo máximo de dois anos após a entrada em vigor do presente regulamento.

Artigo 52.º

O presente regulamento entra em vigor no [vigésimo] dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é aplicável até 31 de dezembro de 2020. O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 18.12.2013

Pela ComissãoO Presidente

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