Economia agroexportadora capitulo 13

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  • 7/28/2019 Economia agroexportadora capitulo 13

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    Economia agroexportadora capitulo 13

    Q1. Quais as caractersticas da economia brasileira na republica velha que justificam cham-la de economia primrio-exportadora?

    Um modelo de produo agrcola concentrada em alguns poucos produtos evoltado para o setor externo, atravs de exportaes. No Brasil, sempre houve um produtoprincipal, como o acar, o ouro, e por ltimo o caf. Ento o Brasil procurava produzir emlarga escala, vender principalmente no mercado externo, e assim gerar as divisasnecessrias para a importao da maioria dos bens de consumo da populao, desdealimentos manufaturados.

    Q2. Que tipos de problemas enfrentam uma economia com caractersticas agro-exportadoras?

    Apresenta enorme vulnerabilidade, pois dependente de fatores externos para agerao do consumo interno, ou seja, depende da demanda pelo produto agrcola a ser exportado e tambm da produo estrangeira dos bens a serem importados. Logo,qualquer crise no exterior, ou mesmo guerras, gerava srios problemas na absoro doproduto a ser exportado, ainda mais esses produtos no sendo considerados essenciais.

    Outro problema grave desse tipo de economia seu carter concentrador de rendae pouco dinmico, pois a renda acumulava na atividade principal e no havia incentivospara investimentos fora do setor, estagnando o desenvolvimento, o crescimento de novossetores (como a indstria), a distribuio de renda e o desenvolvimento da populao.

    Q4. At que ponto, no Brasil, o atividade cafeeira favoreceu o desenvolvimentoindustrial no perodo anterior a 1930?

    Favoreceu de maneira moderada, um tanto incipiente nesse perodo. A elevadarentabilidade do setor cafeeiro no favorecia grandes investimentos em outros setores,mas o Brasil teve uma participao significativa se comparado com o restante da AmricaLatina.

    A crise de 1930 acabou viabilizando investimentos fora da atividade cafeeira, masa renda foi gerada por tal setor, e existiam pequenas atividades industriais no Brasil antesda crise, at para atender, em parte, o prprio setor cafeeiro.

    Nesse perodo se destacavam os bens de consumo leve, como produtos txteis,alimentos e bebidas, que correspondiam a mais de 80% da produo industrial brasileira.

    Q5. Compare a teoria dos choques adversos com a teoria da industrializaoinduzida pela expanso das exportaes na explicao do processo deindustrializao ocorrido antes de 1930.

    H duas teorias que explicam a industrializao no Brasil: A Teoria dos Choques Adversos e a Teoria da Industrializao Incipiente. A primeira explica que a indstria surgiucomo resposta crise do caf, abalada pela crise externa, o que ocasionou dificuldades de

    exportar e importar. A segunda defende que a industrializao surgiu no por causa dacrise do caf, mas por causa de sua expanso.

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    As duas teorias, embora opostas, se complementam na explicao daindustrializao no Brasil. O capital necessrio aos investimentos na indstria surgiu justamente dos grandes lucros do setor cafeeiro, ainda que altamente concentrados. Masenquanto o caf era lucrativo, no havia incentivos para investimentos em outrasatividades. A entra a teoria dos choques adversos, pois quando a crise mundial mostrou avulnerabilidade da atividade cafeeira voltada para o setor externo, os capitais migrarampara outros setores, alm de aumentar a capacidade instalada dos j existentes.

    T1. A economia brasileira poderia voltar a ser uma economia que se desenvolvesobre a exportao de produtos primrios?

    Em minha opinio poderia, mas no deveria. O equilbrio da balana comercialseria mantido s a um alto custo, pois produtos primrios tm um baixo valor agregado, aocontrrio dos produtos industrializados, que tem alto valor agregado devido possibilidadede incorporao cada vez maior de tecnologia.

    A idia seria exportar barato para importar caro, e a sociedade atual demandamuita tecnologia. Se pegar a pauta de consumo do cidado de hoje, observa-se que maior parte de seus gastos so em produtos industrializados (carros, computadores, celulares,tvs, etc.), principalmente da classe mdia para cima.

    A conta do balano de pagamentos seria deficitria, fazendo com que oconsumidor perdesse poder de compra e reduzisse o padro de vida, para a conta poder fechar. No haveria poltica cambial que pudesse resolver o problema: umadesvalorizao ajudaria o setor exportador, mas diminuiria o consumo do resto daeconomia, j que baseada em importaes. Uma valorizao prejudicaria o setor exportador.

    Outro fator agravante para a idia primria exportadora o fato de seu menor graude dinamismo. Em um setor industrial, h uma interconexo de intermedirios e defornecedores, que geram um grande nmero de empregos na economia, gerando assimefeitos distributivos sobre a renda e provocando um efeito multiplicador na economia. Omesmo no se pode dizer dos setores primrios, pelo menos no na mesma intensidade.

    Como se no bastasse, as atividades primrias de larga escala exigem mquinasde alto valor, mais uma vez tendo que recorrer ao mercado externo.

    Em resumo, um pas pode ser primrio exportador, mas com um desenvolvimentotambm primrio e um nvel de consumo precrio.

    Em relao a Mato Grosso do Sul, temos o seguinte cenrio econmico: Aagricultura se baseia nos cultivos de arroz, caf, trigo, milho, feijo, mandioca, algodo,

    amendoim, cana-de-acar e, principalmente, soja, produto do qual o estado um dosmaiores produtores do Brasil. Na pecuria, o estado detm o maior rebanho bovino do Brasil. Na atualidade, o

    estado o segundo maior exportador de carne bovina do Brasil, atrs apenas de MatoGrosso. H tambm rebanhos equinos (cavalos), asininos (burros, jumentos) e muares(mulas).

    Na rea de minerao, o estado possui jazidas de mangans, ferro, calcrio,mrmore e estanho.

    O Estado, atualmente, exporta: soja e derivados (35%), carne bovina (18%), carnede aves (12%), minrio de ferro (11%), ferro fundido (4%), outros (20%). As importaesso em: gs natural (73%), fios e tecidos (7%), ctodos e outros produtos de cobre (5%),adubos e fertilizantes (5%), alimentos (4%), outros (6%).

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    A agropecuria em Mato Grosso do Sul de fundamental importncia para oestado, pois impulsiona a indstria e o setor de servios. A composio do PIB do estado: Agropecuria 15,8%.Indstria 16,7%.Servios 67,5%.

    Diante desses dados de composio do PIB, difcil dizer que Mato Grosso do Sul um estado plenamente primrio. Apesar disso, as atividades agropecurias queimpulsionaram a indstria que hoje est em expanso e, principalmente, o setor deservios, com mais de dois teros de participaes no PIB estadual.

    Mato Grosso do Sul vm apresentando um processo de crescimento da indstria, oque mostra a necessidade da passagem por este processo para a ampliao dodesenvolvimento econmico. um processo semelhante ao que o Brasil passou:concentrou-se em atividades primrias, gerando divisas para impulsionar a industrializaoe os servios, gerando a partir da um maior dinamismo na economia, com distribuio de

    renda e desenvolvimento econmico. Eu considero que as atividades primrias so necessrias no incio para qualquer regio, mas s com incorporao de tecnologia, agregando valor aos produtos, que seatingem graus mais elevados de desenvolvimento. Assim foi com o Brasil e assim estsendo com o MS.