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1 Aula 5: O Balanço de Pagamentos e a taxa de câmbio Vamos, nesta nossa 5ª Aula, falar um pouco sobre comércio exterior. Em comércio exterior, apenas dois tópicos têm sido objeto de questões de provas de concursos públicos: o balanço de pagamentos e sua estrutura e a taxa de câmbio e sua influência sobre o balanço de pagamentos de um país. A gente começa, primeiramente, pelo Balanço de Pagamentos, sua estrutura e composição e, depois, tratamos da taxa de câmbio. Então vamos lá. II – Balanço de Pagamentos 5.1 Conceitos Básicos O que é e para que serve o Balanço de Pagamentos? A resposta é muito simples: O Balanço de Pagamentos (BP) de um país nada mais é que um registro sistematizado de todas as transações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo. Ou, de acordo com a definição mais técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI), e adotada pelo Banco Central do Brasil, o Balanço de Pagamentos consiste no registro sistemático de todas as transações econômicas realizadas, durante um certo período, entre

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Aula 5: O Balanço de Pagamentos e a taxa de

câmbio

Vamos, nesta nossa 5ª Aula, falar um pouco sobre comércio exterior. Em comércio exterior, apenas dois tópicos têm sido objeto de questões de provas de concursos públicos: o balanço de pagamentos e sua estrutura e a taxa de câmbio e sua influência sobre o balanço de pagamentos de um país.

A gente começa, primeiramente, pelo Balanço de Pagamentos, sua estrutura e composição e, depois, tratamos da taxa de câmbio. Então vamos lá.

II – Balanço de Pagamentos 5.1 Conceitos Básicos

O que é e para que serve o Balanço de Pagamentos? A resposta é muito simples:

O Balanço de Pagamentos (BP) de um país nada mais é que um registro sistematizado de todas as transações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo. Ou, de acordo com a definição mais técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI), e adotada pelo Banco Central do Brasil, o

Balanço de Pagamentos consiste no registro sistemático de todas as transações econômicas realizadas, durante um certo período, entre

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residentes do país e residentes de outros países ditos estrangeiros.”

O propósito principal desse registro é informar às autoridades monetárias sobre a situação das contas externas do país, de modo a auxiliá-las na formulação das políticas monetária, fiscal, cambial e comercial.

Objetivamente, o BP contém o registro contábil de todas as transações de bens e serviços, as transferências de propriedades, as variações de ouro monetário, as transferências unilaterais de divisas e as variações de Direitos Especiais de Saque (DES) de uma economia com o resto do mundo.

Os componentes do Balanço de Pagamentos são comumente apresentados em coluna, sendo os valores lançados em diferentes grupos de contas. Como conseqüência da adoção do critério das “partidas dobradas”, a soma do saldo de todas as contas, em seu conjunto, deve necessariamente ser igual a zero.

Note-se que, a despeito dos esforços do FMI, a estrutura e o registro do BP ainda diferem de um país para outro. Neste texto, seguiremos a estrutura e nomenclatura adotada pelo Banco Central do Brasil.

5.2. A contabilidade do Balanço de Pagamentos

No BP, utilizando o sistema de registro contábil, todas as transações são registradas com duas entradas - ou seja, o sistema de "partidas dobradas": uma a débito e outra a crédito. Em conseqüência, contabilmente, o BP está sempre em equilíbrio, o que não significa que tenha havido equilíbrio de fato entre pagamentos e recebimentos do exterior.

Normalmente, qualquer transação de um residente no país com um residente no exterior gera um "haver" (direito) ou uma "obrigação", no exterior. Assim, por exemplo, uma venda de café ao exterior (exportação) dá lugar a um "haver" e é registrada a crédito, com sinal positivo, na balança comercial. Simultaneamente, haverá um registro, com sinal negativo, na conta "haveres em moeda no exterior", significando uma saída dessas divisas para aplicação nas reservas do país no exterior.

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Isso se explica pelo simples fato de que as divisas (digamos, dólares) não entram, de fato, no país: elas são depositadas numa conta do banco brasileiro (que intermediou a operação) em um banco conveniado no exterior (Citybank, Bankboston, Credit Lyonais, Mitsubishi Bank, etc). Assim, contabilmente, o Banco Central registra a “entrada” (sinal positivo) das divisas no item “exportações” da balança comercial e, simultaneamente, registra sua saída no item “haveres em moeda no exterior”, com sinal negativo. O sinal desta saída é negativo, mas na verdade, significa que as reservas do Brasil, no exterior, se elevaram naquele instante.

Inversamente, a compra de uma máquina do exterior por um residente no país (uma importação) gera uma "obrigação" e é lançada a débito no item "importações", da balança comercial, com sinal negativo, e a crédito, isto é, com sinal positivo, na conta "haveres em moeda no exterior". Contabilmente, significa que foram sacadas divisas de nossas reservas no exterior, que foram internalizadas no País (por isso o sinal positivo) para pagamento da importação da máquina. O sinal positivo neste item “haveres em moeda no exterior” significa que houve uma diminuição das reservas internacionais aplicadas no exterior. Observe-se, então, que a contrapartida (partidas dobradas) destas duas transações corresponderá, no caso, a um movimento de capitais, já que os pagamentos não são realizados em moedas e sim através de movimentação de contas bancárias.

5.3. A estrutura do balanço de pagamentos

O BP é constituído de diversas contas e subcontas, sendo duas as contas principais: a Conta (ou balança) de Transações Correntes e a Conta de Capital, como se vê na Tabela 5.1.

De acordo com os critérios de escrituração ou de contabilização adotados pelo Banco Central, algumas observações se fazem necessárias, relativamente às principais contas do Balanço de Pagamentos que aparecem naquela Tabela, a saber:

A- Conta de transações correntes

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Trata-se, sem dúvida, da mais importante conta do BP, e engloba todas as transações de mercadorias e serviços e as transferências unilaterais. Um superávit na conta de transações correntes significa que o país "vendeu" mais mercadorias e serviços do que "comprou" do exterior, possibilitando ao país quitar obrigações contraídas anteriormente, ou adquirir ativos no exterior ou, ainda, aumentar suas reservas internacionais. Se for registrado um déficit em conta corrente, as implicações serão opostas às acima mencionadas. Conforme você pode observar na Tabela 5.1. a conta de transações correntes – ou, simplesmente, conta corrente do BP - se compõem de:

1. Balança comercial

A balança comercial registra todas as transações referentes somente às exportações e importações de mercadorias. Como foi descrito acima, se uma determinada importação foi paga à vista, a operação é registrada a débito (sinal negativo) em “importações” e a crédito (sinal positivo) no item “haveres em moeda no exterior”. Caso essa importação seja financiada - isto é, não envolve pagamentos à vista e, portanto, não afeta a posição das reservas internacionais do país (haveres em moeda no exterior) - faz-se o lançamento a débito em "importações" e a crédito em "financiamentos", na conta de capital.

2. Balança de serviços

Com relação ao registro dos diversos itens da conta de serviços, vale mencionar o seguinte:

i) Transportes: inclui todas as receitas e despesas com frete e o valor das passagens de viajantes, desde que se trate de uma operação entre um residente e um não-residente. Ou seja, a compra de uma passagem aérea da VARIG, para a França, por brasileiro residente no Brasil, não será registrada no BP. Mas, se ele comprar esta passagem da Air France, ainda que seja no Brasil e em reais (R$), tal operação será devidamente registrada na conta de “transportes”.

TABELA 5.1

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ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

A) Balança de transações correntes (=1+2+3)

1. Balança Comercial (=a+b) a) Exportações b) Importações

2. Balança de Serviços (=a+b+c+d+e+f+g) a) transportes (fretes/passagens) b) seguros c) viagens internacionais (turismo) d)despesas governamentais (embaixadas,consulados, etc) e) pagamento de juros da dívida externa f) remessa de lucros e dividendos g)outros serviços(royalties,patentes,bolsas de estudos,etc)

3. Transferências unilaterais (donativos) B) Conta de capitais (autônomos)

a) empréstimos de médio e longo prazos b) financiamentos c) investimentos e reinvestimentos diretos d) amortização da dívida externa e) outros capitais (de curto prazo). C) Erros e omissões D) Resultado do Balanço de Pagamentos (=A+B+C) E) Demonstrativo do Resultado do Balanço de Pagamentos (capitais compensatórios)

a) Operações de regularização (FMI, BIRD, BID) b)Haveres em moeda no exterior:aumento(-)ou redução(+) c) Ouro monetário: aumento (-) ou redução (+) d) Direitos especiais de Saque (DES)

ii) Viagens internacionais: registra as despesas e receitas com viajantes, não incluídas no item anterior, isto é, em “transportes”. Exemplos: a compra de US$ 4.000,00 para viagem

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de um brasileiro ao exterior ou a troca de dólares por reais feita por turistas estrangeiros numa agência bancária no Brasil.

iii) Lucros e dividendos: refere-se à parte dos lucros que as empresas multinacionais, com investimentos no Brasil, remetem ao exterior (despesa) ou que empresas brasileiras, com investimento no exterior, remetem para o Brasil (receita). Note-se que os "lucros reinvestidos"- isto é, a parte dos lucros que não foi efetivamente remetida ao exterior - é registrada, também, como remessa de lucros (sinal negativo), sendo, em contrapartida, registrada como uma entrada (sinal positivo) no item "investimentos e reinvestimentos diretos", da conta de capital. Tal procedimento se explica pela necessidade de se manter um controle mais objetivo dos investimentos estrangeiros no país.

iv) Juros: refere-se ao pagamento dos juros da dívida externa (despesa) e dos juros de financiamentos de importações adquiridas a prazo. Se o país receber juros de fora, o registro, claro, é feito com sinal positivo.

v) Despesas governamentais: referem-se aos gastos com manutenção de embaixadas, consulados, etc., no exterior (despesas) e aos recebimentos de outros países para suas representações diplomáticas no Brasil (receitas).

3. Transferências unilaterais

Trata-se de donativos ou doações, sem a contrapartida de pagamentos por parte de quem recebe. Se forem feitas em moeda, o registro é normal, ou seja, a crédito - se for um recebimento, - e a débito - se for uma saída, lançando-se o mesmo valor, com sinal trocado em "haveres em moeda no exterior". Se a doação for em espécie, isto é, em mercadorias, são feitos dois lançamentos: se se tratar de uma entrada ou recebimento de doações, faz um registro a débito em importações, e outro a crédito (sinal positivo) em "doações", não alterando, assim, o resultado do BP.

B. Conta de Capitais (autônomos)

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Esta conta registra apenas o movimento dos chamados capitais autônomos- isto é, os capitais que entram ou saem como resultado da livre operação das forças de mercado (oferta e demanda). Neste sentido, distinguem-se dos chamados capitais compensatórios - que são os capitais movimentados exclusivamente pelo Banco Central e que aparecem no "Demonstrativo do Resultado do BP".

Fazem parte da Conta de Capitais autônomos os seguintes movimentos financeiros:

a) Empréstimos: registra os empréstimos de curto, médio e longo prazos, obtidos junto aos bancos privados, no exterior.

b) Financiamentos: referem-se aos financiamentos de importações adquiridas para pagamento a prazo. Neste caso, como já foi dito, há, também, dois registros: um a débito, em "importações", e outro, a crédito, em "financiamentos".

c) Investimentos e reinvestimentos diretos: referem-se aos chamados "capitais de risco" que as empresas estrangeiras aplicam no Brasil (entrada), ou que empresas nacionais aplicam no exterior (saída). Note-se que essas aplicações tanto podem ser no setor produtivo, como podem ocorrer no mercado de capitais (bolsas de valores) ou em títulos do mercado financeiro.

d) Amortizações: referem-se ao pagamento (ou recebimento) de parte do principal da dívida externa ou de financiamentos concedidos anteriormente.

C - Erros e Omissões

Como os registros do BP são feitos com base em estimativas – ainda que bastante seguras - há sempre a possibilidade de "desvios" nos lançamentos. Assim, é provável que os dados sobre uma ou outra ou outra operação não seja oportuna e devidamente registrada, existindo, inclusive, a hipótese de operações ainda em “trânsito” que não foram ainda registradas em todos os computadores dos diversos órgãos envolvidos com o comércio exterior. Este item procura minimizar os efeitos de tais falhas.

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D - Resultado do Balanço de Pagamentos

A soma do saldo em Transações Correntes mais o saldo da Conta de Capitais, mais Erros e Omissões, fornece o resultado do BP. Sendo positivo, o Balanço de Pagamentos terá um superávit; se for negativo, haverá um déficit; e se for nulo (isto é, um saldo zero), haverá um equilíbrio.

E- Demonstrativo do Resultado do BP

Se houver um equilíbrio no BP, as contas do Demonstrativo do Resultado não serão alteradas. Se, no entanto, houver um déficit, o Demonstrativo mostrará como foi financiado este déficit; e se houver um superávit, o Demonstrativo indicará para onde foi enviado o saldo positivo obtido. Para tanto, existem as seguintes sub-contas:

a) Contas de regularização: referem-se às operações com organismos internacionais (FMI, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Eximbanks, etc), tendo como objetivo financiar possíveis déficits do BP. Note-se que tais operações podem ocorrer mesmo se, ao final, o BP registrar um superávit, dado que tais financiamentos são contratados preventivamente, antes de se fechar o BP.

b) Haveres em moeda no exterior: as Autoridades Monetárias dispõem de um estoque de moedas estrangeiras e de títulos externos de curto prazo aplicados no exterior, como resultado de superávits do BP de anos anteriores. Assim, se o BP apresentar um superávit, haverá um aumento desses haveres e o valor aparecerá com sinal negativo (indicando uma saída de haveres para o exterior). Se houver um déficit, o contrário ocorrerá.

c) Ouro monetário: registra as aquisições de ouro não-monetário e as vendas de ouro pelas autoridades monetárias. No primeiro caso, o registro é feito com sinal negativo no item “variações” (saída de divisas) e, com sinal positivo no item “monetização do ouro”; no segundo caso, com sinal positivo no item “variações” (entrada de divisas) e, com sinal negativo, em “desmonetização do ouro”.

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d) Direitos Especiais de Saque (DES) - trata-se de um tipo de moeda escritural criada pelo Fundo Monetário Internacional. O país dispõe de um fundo de recursos em DES, no FMI, e pode movimentá-lo se necessário.

5.4.Um exemplo numérico

Para facilitar a compreensão da estrutura do balanço de pagamentos e seus respectivos lançamentos contábeis, vamos dar um exemplo numérico hipotético. Assim, suponhamos que as operações entre residentes e não-residentes de um certo país foram, em determinado ano, as seguintes (valores em dólares):

i) o país importa mercadorias no valor de 300 milhões, sendo 250 milhões com pagamento à vista e 50 milhões financiados a longo prazo;

ii) o país recebeu 30 milhões em investimento direto, sendo 10 milhões sem cobertura cambial, isto é, sob a forma de equipamentos.

iii) as exportações do país atingiram, no período, 350 milhões, pagas à vista;

iv) o país pagou, à vista, 30 milhões de fretes;

v) o país remeteu ao exterior 60 milhões, sendo 30 milhões referentes a juros da dívida externa; 20 milhões de remessas de lucros e 10 milhões de amortizações.

vi) o país recebeu 15 milhões como donativos, sendo que 5 milhões foram em espécie, isto é, em mercadorias.

vii) o FMI emprestou ao país 25 milhões para a regularização do déficit do BP.

viii) os gastos de turistas estrangeiros no país atingiram a soma de 5 milhões, enquanto os turistas nacionais gastaram no exterior 10 milhões.

ix) o país fez empréstimos no exterior no montante de 15 milhões.

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A tabela a seguir mostra a contabilização das operações acima:

Contabilização do Balanço de Pagamentos

_____________________________________________________

_____Operações________________

i ! ii ! iii ! iv ! v ! vi ! vii ! viii ! ix

--------------------------------------------------------------------------Exportações +350

Importações -300 -10 -5

Fretes -30

Juros -30

Lucros -20

Amortizações -10

Transferências Unilat. +15

Turismo de brasileiros -10

Turismo de estrangeiros +5

Empréstimos do exterior +15

Empréstimos do FMI +25

Financiamentos +50

Investimentos diretos +30

Haveres no exterior+250 -20 –350 +30 +60 -10 -25 -5 -15 _____________________________________________________

A montagem do balanço de pagamentos fica, então, assim:

A - Balança de Transações Correntes (= 1+2+3)..: -35

1. Balança comercial: +35

a) Exportações: +350

b) Importações: -315

2. Balança der serviços: -85

a) Fretes: -30

b) Juros: -30

c) Lucros: -20

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d) Turismo: -5

3. Transferências unilaterais: +15

B - Conta de Capitais (autônomos)..: +85

a) Empréstimos do exterior: +15

b) Financiamentos: +50

c) Investimentos diretos: 30

d) Amortizações: -10

C - Resultado do balanço de pagamentos (= A+B)..:+50

D- Demonstrativo do Resultado:-50

a) Empréstimos do FMI: +25

b) Haveres no exterior: -75

5.5. Transações Sobre a Linha e Sob a Linha

As transações internacionais de um país podem ser classificadas em duas categorias:

a) Transações sobre (ou acima) da linha - também chamadas operações autônomas, são aquelas transações que se realizam entre residentes e não-residentes, motivadas apenas pelas forças de mercado, espontaneamente, sem interferência das Autoridades Monetárias. São exemplos das transações sobre a linha: as exportações, as importações, a captação de empréstimos por empresas nacionais, os investimentos diretos, os financiamentos, o pagamento de transportes, os seguros, as viagens internacionais1, etc..

b) Transações sob ou abaixo da linha - também chamadas de movimentos compensatórios ou induzidos de capitais, são aquelas operações destinadas a cobrir eventuais déficits do balanço de pagamentos (ou a aplicar eventuais superávits). Estas operações são decorrentes do saldo (positivo ou negativo) das transações autônomas. São exemplos de tais transações os empréstimos obtidos pelas Autoridades Monetárias junto ao FMI

1 Embora, tecnicamente, o termo “operações autônomas” se aplique a todas essas operações de mercado, geralmente o termo é aplicado mais aos movimentos de capitais privados.

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com a finalidade de financiar déficits do BP, ou ainda, as variações, para mais ou para menos, ocorridas nas reservas internacionais do país (inclusive ouro monetário).

Note-se que esses "movimentos compensatórios ou induzidos" são sempre um resultado da ação das Autoridades Monetárias para equilibrar o BP ou mesmo para a formação de reservas internacionais.

5.6. Conceito de equilíbrio do balanço de pagamentos

Quando o BP está em equilíbrio?

Em princípio, considera-se o BP em equilíbrio quando a soma do saldo da Conta de Transações Correntes com o saldo da Conta de Capitais (mais erros e omissões) se anulam.

Um segundo conceito seria aquele que considera o BP sempre em equilíbrio, após o movimento de capitais compensatórios - isto é, após a Conta do Demonstrativo do Resultado. Alega-se, para tanto, que, por definição, o BP sempre é encerrado em equilíbrio, já que eventuais déficits decorrentes da soma das transações correntes e da conta de capitais terão que ser cobertos ou por empréstimos ou por variações dos havers no exterior.

A despeito de todos esses conceitos, o que parece importar mesmo é o conceito de equilíbrio da Conta de Transações Correntes - já que é esta conta que mostra, realmente, se o país comprou mais mercadorias e serviços do que vendeu ao exterior - isto é, se o país "gastou" mais divisas do que recebeu. Isto porque, se houver um déficit de transações correntes, este déficit implicará, necessariamente, ou mais endividamento do país no exterior ou em mais investimentos externos no país (significando aumento de ativos nacionais de propriedade de estrangeiros).

Assim considerado, é importante que o país mantenha um relativo equilíbrio de suas contas correntes, o que, em última análise, significa realizar um esforço maior para aumentar suas exportações de mercadorias e obter um superávit na balança comercial para compensar o crônico e inevitável déficit da balança de serviços.

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O ajustamento do balanço de pagamentos e as principais políticas que se poderia adotar para se corrigir desequilíbrios externos da economia são descritos a seguir.

5.7. O saldo em conta corrente: uma interpretação econômica2

A balança de serviços compreende duas categorias distintas:

i) os serviços não-fatores – que não representam remuneração aos fatores de produção e que são constituídos pelos transportes, seguros, turismo e despesas governamentais;

ii) os serviços fatores – que representam o pagamento aos fatores de produção, sendo constituídos pelos juros da dívida externa, as remessas de lucros, os pagamentos de salários, os aluguéis de equipamentos, os pagamentos de assistência técnica e royalties.

A balança de transações correntes, como foi visto, se constitui, basicamente, de vendas e de compras de bens e serviços ao exterior. A diferença entre os pagamentos e recebimentos do exterior, nessa conta, dá origem a dois conceitos que, embora na prática às vezes são usados como sinônimos, são bastante distintos do ponto de vista econômico: a transferência líquida de recursos e a renda líquida recebida ou enviada ao exterior.

Tecnicamente, a transferência líquida de recursos ao exterior corresponde à diferença entre as exportações de bens e serviços não-fatores e as importações de bens e serviços não-fatores. Ou seja, corresponde ao saldo da balança comercial mais o saldo da balança de serviços não-fatores. A essa diferença, com sinal trocado, se dá o nome de hiato de recursos – que indica o quanto o país consome a mais sobre aquilo que produz.

De outra parte, a renda recebida (+) ou enviada (-) ao exterior corresponde ao saldo de serviços fatores mais as transferências unilaterais.

Assim, em síntese, tem-se:

2 Vide M. H. Simonsen e R.P.Cysne – Macroeconomia – Ed. Atlas/FGV Editora, R.J., 1995, Cap. 2.

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Saldo do BP em conta corrente = transferência líquida de recursos para o exterior + renda líquida recebida (ou - renda enviada) ao exterior.

Tomando o exemplo do exercício numérico da seção 4.6., constata-se que o saldo da balança comercial era de +35; o da balança de serviços era igual a –85, decomposto em -35 de serviços não-fatores e –50 de serviços fatores (juros e lucros), enquanto as transferências unilaterais apresentaram um saldo de +15. Temos, assim:

(a) Transferência líquida de recursos ao exterior: 0

(b) Renda líquida enviada ao exterior: -35

(c) Saldo do BP em conta corrente (= a + b): -35.

Deste modo, pode-se afirmar que, no período considerado, este país não apresentou “hiato de recursos”, mas transferiu 35 de renda líquida para o exterior – que, nesse exemplo, corresponde ao saldo em conta corrente.

Poupança externa

Um aspecto importante a salientar é que, caso o país registre saldo negativo na conta corrente do BP, tal fato exigirá, necessariamente, uma entrada de capitais autônomos e/ou compensatórios para financiá-lo. Por essa razão, se diz que, economicamente, um saldo negativo em transações correntes significa que o país está poupança externa de igual valor, poupança esta que se destina ao financiamento de parte do investimento doméstico. Pela mesma razão, caso aquele saldo seja positivo, significa que o país está exportando poupança interna para financiar investimentos no exterior.

Nesse raciocínio, se o país receber um volume de capitais autônomos maior que seu saldo negativo em conta corrente – apresentando, portanto, um saldo positivo no BP total – esse excesso de entrada de capitais externos não será absorvido pela economia, domesticamente, ficando depositado no exterior como reservas adicionais que poderão ser usadas no futuro.

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II - Taxa de Câmbio

5.8. Mercado cambial e taxa de câmbio: conceito

Um dos aspectos que distingue o comércio internacional do comércio interno é o fato de que aquele envolve moedas diferentes de diferentes países. Quando algum brasileiro compra um aparelho de televisão dos Estados Unidos, ele tem de pagá-la em dinheiro americano, isto é, em dólar. Da mesma forma, se uma empresa americana desejar adquirir café brasileiro, terá que pagar sua transação em reais ao produtor brasileiro. É esta necessidade de fazer pagamentos no exterior em moedas diferentes da usada no próprio país que faz surgir a taxa de câmbio e o mercado cambial.

O mercado de câmbio consiste de um grande número de bancos, corretores e exportadores e importadores, além do Tesouro Nacional e bancos centrais, interessados na compra e venda de divisas estrangeiras. Como todo mercado, o mercado de câmbio conta com uma oferta e com uma demanda de divisas ou moedas estrangeiras.

Do lado dos vendedores, ou ofertadores, temos os exportadores, os tomadores de empréstimos no exterior, vendedores de serviços, turistas estrangeiros, investidores de capital de risco, etc.; do lado dos compradores, ou demandantes das divisas estrangeiras, temos os importadores, compradores de serviços do exterior, turistas nacionais, devedores no exterior, etc.

Como qualquer mercadoria, a divisa estrangeira tem um preço (ou cotação) dado pela taxa de câmbio que pode assim ser definida:

Taxa de câmbio é o preço, em termos da moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira.

De uma forma geral, a taxa de câmbio entre duas moedas quaisquer deve refletir a relação entre os preços domésticos e os preços praticados nos demais países, dos bens, serviços e fatores de produção. Neste sentido, deve-se observar que as quantidades de uma moeda em relação a outra, digamos, o dólar, não tem

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qualquer significado ou implicação mais importante, pois tudo depende do padrão monetário interno de cada país.

Assim, por exemplo, se a taxa de câmbio entre o iene japonês e o dólar americano é, hoje, de 110 ienes por dólar, isto não significa, em absoluto, que o iene é uma moeda “mais fraca” que a moeda americana. O que é, de fato, importante, é verificar se esta taxa ou paridade está variando e em que direção. Note-se que há alguns anos atrás um dólar equivalia a 220 ienes. Hoje, o iene se fortaleceu e o preço do dólar, na moeda japonesa, caiu a metade!

Também é importante observar se as variações ocorridas na taxa de câmbio são explicadas por flutuações de mercado (movimentos de oferta e demanda) ou por diferenciais de inflação entre dois países, e se tais variações acarretam perdas ou ganhos reais do poder de compra da moeda nacional nas operações externas. Adicionalmente, não se pode classificar, a priori, tais variações como um mal em si, pois, às vezes, trata-se de correções de distorções anteriores.

5.9. Sistemas cambiais

A questão que, de imediato, se coloca é: como é determinado o valor da taxa de câmbio entre duas moedas de dois países diferentes?

Isto depende de cada país. De uma forma geral, a taxa de câmbio ou é determinada pelo livre funcionamento das forças de mercado ou é fixada e administrada pela autoridade monetária, isto é, pelo Banco Central. No primeiro caso, temos as chamadas taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes; no segundo, temos as taxas de câmbio fixas. Vejamos a operação de cada um desses sistemas.

5.9.1. Taxas de câmbio fixas no padrão-ouro

Para você entender melhor como são fixadas as taxas de câmbio, vamos relembrar um pouco como funcionava o sistema cambial há algumas décadas atrás. No século XIX, o sistema

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cambial predominante era baseado no chamado “padrão-ouro”. Sob este sistema, as autoridades monetárias de cada nação fixavam o preço do ouro em termos da moeda nacional e se comprometiam a comprar e a vender qualquer quantidade de ouro a tal preço. Evidentemente, este preço era condicionado à quantidade de moeda circulando e à quantidade de ouro estocado no Banco Central do país. Dada uma certa quantidade de ouro ali existente, seu preço em moeda nacional seria tanto maior quanto maior fosse a quantidade de moeda nacional em circulação. Ou seja, a paridade entre a moeda nacional e o ouro dependia da quantidade existente de moeda e de ouro.

A partir desta relação de preços entre o ouro e a moeda nacional, tornava-se fácil estabelecer a taxa de câmbio entre duas moedas de dois países diferentes – a chamada paridade de cunhagem. Uma vez assim fixada, a taxa de câmbio só podia variar acima ou abaixo desta paridade no montante do custo de embarcar ouro entre duas nações – os chamados “pontos do ouro”.

Para entender melhor este sistema, suponha que a paridade cambial ou par metálico (no padrão-ouro) entre o dólar americano e o franco francês fosse a seguinte: US$ 1 = FF 5 (este valor era derivado do fato de que, nos Estados Unidos, um grama de ouro deveria custar um dólar, enquanto, na França, um grama custava 5 francos). Caso, por qualquer razão, a demanda por dólares na França aumentasse, o preço da moeda americana subiria, digamos, para US$ 1 = FF 6, bem acima, portanto, da paridade metálica com o ouro.

Vamos supor que o custo (despesas de frete, seguros, etc.) de se remeter ouro da França para os Estados Unidos fosse de FF 0,50 por quantidade de ouro equivalente a um dólar. Se assim era, pode-se concluir que o francês preferirá comprar ouro em seu país e remetê-lo para pagar suas contas nos Estados Unidos, ao invés de trocar seis francos por um dólar. Em outras palavras, o limite superior de variação da taxa de câmbio de paridade era dado por FF 5,50 por dólar (isto é, a taxa de câmbio mais a taxa de transporte do ouro). Acima deste valor, era preferível trocar franco por ouro e remetê-lo para os Estados Unidos.

O mesmo raciocínio se aplicaria na hipótese de haver um aumento da demanda americana por franco francês, fazendo com

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que a taxa de câmbio se reduzisse para, digamos, FF 4,00 por dólar. Neste caso, com o custo de enviar ouro dos Estados Unidos para a França situado nos mesmos FF 0,50 mencionados anteriormente, era preferível ao americano comprar ouro no seu país e remetê-lo para a França, trocando neste país um grama por 5 francos. Como ele gastou FF 0,50 na remessa, receberia, liquidamente, FF 4,50 por um dólar (mais do que os FF 4,00 por dólar mencionado antes).

$US

FF

S

(gold point) 5,50 (saída)

5,00

(gold point) 4,50 (entrada) D

US$

Figura 5.1.

Assim, no padrão-ouro, a taxa de câmbio entre duas moedas era relativamente fixa, podendo variar dentro de intervalos mínimos, definidos pelo custo de transporte do ouro de um país para outro. Estes limites superior e inferior para variação da taxa de câmbio de paridade metálica eram chamados de “pontos de ouro” (gold-points). No exemplo acima, e conforme mostrado na Figura 5.1., o limite superior seria FF 5,50 e o inferior seria FF 4,50.

Note-se que este sistema foi usado de forma generalizada na chamada “era dourada”, de 1870 a 1914. Já na década de 20 e início de 30 do século passado, seu uso foi esporádico, entrando em verdadeiro colapso durante a Grande Depressão. Depois da 2ª Grande Guerra, o Tratado de Bretton Woods (1944) criou um

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sistema de câmbio fixo para os países-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI), composto pela maioria das economias de mercado. Pelo novo acordo, cada nação deveria definir o valor da respectiva moeda em relação ao dólar que, por sua vez, era conversível em ouro à taxa fixa de US$ 35,00 por onça3. Depois de muitas idas e vindas, o Tratado de Bretton Woods caiu em 1971, quando o Presidente Nixon suspendeu a conversibilidade do dólar em ouro (ou seja, os Estados Unidos não mais converteriam dólares em ouro, seja para os governos estrangeiros, seja para as instituições financeiras estrangeiras ou não). Simultaneamente a esta medida, os Estados Unidos alteraram unilateralmente a paridade, isto é, a taxa de câmbio – do dólar em relação às demais moedas européias e japonesa.

Desde 1973, as principais moedas do mundo industrializado trabalham sob um esquema de câmbio flutuante, mas sob certo controle da autoridade monetária do país (a chamada “flutuação suja”), onde as principais moedas – dólar, marco alemão, franco francês, iene japonês – flutuam entre si, de uma forma quase livre, como se verá mais adiante, quando falarmos das taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes. Antes, porém, convém falar um pouco sob um outro tipo de taxa de câmbio fixa ou administrada, usado nas economias em desenvolvimento.

5.9.2. Taxa de câmbio fixa, pós-padrão-ouro

A maioria dos países em desenvolvimento, o Brasil, inclusive, por não terem moeda conversível – isto é, uma moeda que seja aceita nas trocas internacionais – não pode se dar ao luxo de adotar um mercado cambial livre, sob o risco de se verem sem reservas em divisas estrangeiras na quantidade necessária para atender seus pagamentos no exterior.

3 Vale observar que a conversibilidade do dólar em ouro era parcial, pois somente as instituições financeiras e governos estrangeiros poderiam fazê-lo. Os habitantes dos Estados Unidos não podiam possuir ouro monetário e a Reserva Federal não era obrigada a converter dólares em ouro para a população..

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Neste caso, esses países costumam adotar um regime cambial fixo, no sentido de que o valor da taxa de câmbio é determinado pela autoridade monetária nacional que, a princípio, deveria vender e comprar a moeda estrangeira, em qualquer quantidade, ao preço por ela fixado. Assim, por exemplo, se o Banco do México resolver fixar a taxa de câmbio peso mexicano/dólar a P$ 3 = 1 US$, garantindo a conversibilidade a esta taxa, isto significa que o banco mexicano se compromete a vender 3 pesos por um dólar, ou a pagar um dólar por três pesos mexicanos.

Na vida real, no entanto, em vários países em desenvolvimento, principalmente quando enfrentam déficits no balanço de pagamentos, não se consegue vender ou comprar a moeda estrangeira pelo valor fixado oficialmente, pelo menos na quantidade desejada, dado que, além de fixar o valor do câmbio, muitas vezes a autoridade monetária limita a quantidade a ser transacionada no mercado oficial, dando margem, geralmente, ao surgimento de um mercado paralelo de divisas – o chamado “mercado negro”.

Uma observação importante é que, no caso deste regime de câmbio fixo, o arranjo mais comum é um país definir a taxa de câmbio entre a moeda nacional e uma determinada moeda estrangeira (podendo ser o dólar ou o iene ou o franco francês, dependendo da área de influência econômica a que pertence o país), estabelecendo, após isso, as taxas de câmbio com outras moedas a partir da relação entre estas e a moeda estrangeira escolhida como “âncora”.

Observe-se, também, que o fato de ser “fixada” pelo Banco Central do país não significa que a taxa de câmbio permanece constante para sempre. Ao contrário, seu valor pode ser alterado – sempre pela autoridade monetária – seja porque está havendo inflação doméstica, seja por questões de balanço de pagamentos. No caso brasileiro, por exemplo, até 1993, devido às altas taxas de inflação, o câmbio era alterado diariamente – o chamado sistema de minidesvalorizações cambiais – de forma a manter a paridade real do poder de compra da taxa de câmbio.

Por fim, vale dizer ainda que, num regime de taxas de câmbio fixas, quando o Banco Central compra moeda estrangeira, ocorre, nesse momento, um aumento da chamada base monetária. Caso o Banco Central venda a moeda estrangeira – para importadores,

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turistas, etc. – a base monetária se reduz. Em outras palavras, a oferta interna de moeda nacional aumenta ou diminui quando as reservas internacionais do país aumentam ou se reduzem.

5.9.3. Taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes

Num regime ou sistema cambial de taxas flexíveis ou flutuantes, o preço da divisa estrangeira, ou taxa de câmbio, é determinado pelo livre jogo da oferta e da demanda de moeda estrangeira. Imaginemos como seria determinada a taxa de câmbio entre o franco francês (FF) e o dólar americano (US$) no mercado de Paris: por trás da demanda da França por dólares está o desejo dos franceses de importar bens e serviços dos Estados Unidos e realizar outras transferências de pagamentos para este país. A demanda francesa por dólares tem inclinação negativa, como mostra a Figura 5.2, porque taxas de câmbio mais baixas significam que os franceses despenderão menos francos para adquirir produtos e serviços no mercado americano. Ou seja, os Estados Unidos se tornam, para os franceses, um lugar mais barato para se comprar e se investir.

Figura 5.2.

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De outro lado, por trás da oferta de dólares pelos Estados Unidos está o desejo dos americanos de importar bens e serviços franceses, ou de investir na França ou emprestar a empresas neste país. Quanto mais francos forem trocados por um dólar, mais atrativo se torna o mercado francês para os americanos – que, assim, ofertarão mais e mais dólares naquele mercado Isto nos fornece uma curva de oferta de dólares positivamente inclinado, como mostra na Figura 1.

Como em qualquer mercado, a taxa de câmbio de equilíbrio é determinada pela intersecção das curvas de oferta e de demanda. No caso da Figura 8.2, a taxa de câmbio de equilíbrio será FF 5,50 = 1 US$. Qualquer valor acima desta taxa implicará um excesso de oferta de dólares no mercado francês, enquanto qualquer valor abaixo implicará excesso de demanda pela moeda americana.

Suponha, agora, que, mantida constante a demanda inicial (curva Do), ocorra, por qualquer razão, um aumento da oferta americana de dólares no mercado francês, como seria o caso de um aumento do fluxo turístico de americanos nos meses de verão europeu. Em conseqüência, a curva de oferta se deslocaria para S1 – o que provocará uma queda da taxa de câmbio para FF 4,00 = 1 US$. Da mesma forma, se, por uma razão qualquer, houver um aumento da procura francesa por dólares, a curva de demanda se deslocará para a direita, para D1 – o que causará um aumento da taxa de câmbio para FF 6,00 = 1 US$.

Observe-se que, num mercado cambial livre, as alterações na oferta e na demanda de divisas estrangeiras podem resultar tanto de uma variação nas transações normais realizadas com o exterior (aumento ou queda das exportações ou das importações, uma maior entrada de empréstimos ou de investimento de risco, etc.), como também podem ser o resultado de movimentos especulativos de aplicadores interessados em tirar proveito de diferenciais de taxas de câmbio. De todo modo, ainda que as flutuações cambiais não sejam incomuns, a tendência normal das taxas de câmbio, nos mercados livres, é a de permanecer estáveis a médio e longo prazos.

Um ponto importante a observar é que, no mundo de hoje, praticamente inexiste um mercado onde a taxa de câmbio seja determinada de forma totalmente livre pelos movimentos da oferta e da demanda. Mesmo nos países desenvolvidos – França, Estados

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Unidos, Inglaterra, Japão, Alemanha, Itália, etc. – o mercado funciona razoavelmente livre, porém sob um certo controle das autoridades monetárias. É a chamada “flutuação suja” dirty floating. O objetivo disso é o de evitar que movimentos especulativos provoquem distúrbios ou perturbações no mercado cambial internacional.

5.10. Flutuações da taxa de câmbio

Diversos fatores podem provocar variações rotineiras no valor da taxa de câmbio. Geralmente, são fatores que alteram ou influenciam a demanda e a oferta de divisas estrangeiras. Assim, por exemplo, além da taxa de câmbio, a demanda por divisas é afetada pelas seguintes variáveis:

i) a expansão do produto interno (Y) do país: se o produto interno estiver crescendo, deve ocorrer um aumento das importações – o que induzirá um aumento da demanda por moeda estrangeira; este aumento da demanda provocará uma variação para mais do valor da taxa de câmbio;

ii) variações do nível de preços internos (Pi) ou dos preços externos (Pe); caso Pi se eleve, as importações ficarão relativamente mais baratas – o que provocará um aumento das importações e, conseqüentemente, da demanda por divisas; caso Pe se eleve, ocorrerá o contrário: as importações ficarão mais caras, provocando, em conseqüência, uma queda nas importações e, daí, na demanda por divisas;

iii) taxa de juros interna (ri) e externa (re): um aumento em ri certamente estimulará a entrada de mais capitais no país para aplicações no mercado financeiro – aumentando a oferta de divisas estrangeiras no mercado interno; caso a re se eleve, haverá um estímulo à saída de capitais para o exterior – o que provocará um aumento da demanda por divisas para esta remessa para fora.

Podemos resumir essas colocações afirmando que a demanda por divisas (Dd) pode ser representada pela seguinte equação:

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Dd = f(e, Y, Pi, Pe, ri, re) - + + - - +

onde,

e = taxa de câmbio (e vem da palavra inglesa exchange, que significa câmbio);

os sinais – e + querem dizer que a demanda por divisa é, respectivamente, crescente ou decrescente em relação à variável considerada.

Essas mesmas variáveis afetam positiva ou negativamente a oferta de divisas, exceto que, no caso do produto, o que interessa não é o comportamento do produto interno (Y) e, sim, o comportamento do produto ou renda do resto do mundo (YRM).

Ou seja, a oferta de divisas (Sd) pode ser assim representada:

Sd = f(e, YRM, Pi, Pe, ri, re) + + - + + -

Representação gráfica

O efeito de eventuais mudanças nessas variáveis sobre a demanda e a oferta de divisas pode ser visualizado graficamente do seguinte modo:

Vamos imaginar que o mercado cambial esteja em equilíbrio à taxa de câmbio eo, tal como mostrado na Figura 5.3 – que nada mais é que uma repetição da Figura 5.2.

e

Sd eo

Dd

Qo Q

Figura 5.3

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Agora, vamos supor que ocorra um aumento dos preços internos (Pi)– ou seja, houve inflação interna. Nesta hipótese, como já vimos anteriormente, a demanda por divisas deverá aumentar – o que, graficamente, é representado por um deslocamento da curva de demanda (Dd) para a direita – enquanto a oferta de divisas deverá diminuir – implicando um deslocamento da curva de oferta (Sd) para a esquerda4.

Conforme se pode observar pela Figura 5.4., o resultado desses deslocamentos foi um aumento da taxa de câmbio de eo para e1.

e Dd1 Sd1

Ddo Sdo e1

eo

Q Figura 5.4.

Deixamos para você a análise e conclusões, caso ocorresse o inverso, isto é, se, ao invés de um aumento dos preços internos, ocorresse uma elevação dos preços dos preços externos (Pe).

5.11. Apreciação e depreciação da moeda nacional e seus efeitos sobre o balanço de pagamentos. Conclusões.

No caso de um sistema de taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes, caso haja um aumento no valor da taxa de câmbio, diz-se que houve uma depreciação ou desvalorização da moeda nacional; ou seja, serão necessários, agora, mais unidades da moeda nacional para se adquirir uma unidade da moeda do outro país. 4 Se você não entendeu o por quê desses deslocamentos dessas curvas, volte lá em nossa Aula n° 2 e releia este tópico.

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Na hipótese inversa, isto é, se houve uma redução no valor da taxa de câmbio, diz-se que houve uma apreciação ou valorização da moeda nacional.

De outra parte, se o sistema cambial adotado pelo país for o de taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes, o total de divisas ofertadas no mercado é, automaticamente, igualado pelo total de demanda por estas divisas. Isso se explica pela seguinte razão: se, ao preço vigente da taxa de câmbio, e por um motivo qualquer, houver um aumento na demanda por divisas, seu preço se elevará – o que deverá causar, de um lado, um aumento na oferta de divisas e, de outro, reduzirá, num segundo momento, uma redução do novo valor da taxa de câmbio, até que o mercado se reequilibre.

Raciocínio inverso se aplica caso ocorra, por uma razão qualquer, um aumento da oferta de divisas. Nesta hipótese, o preço da taxa de câmbio cairá, estimulando a demanda por divisas e, num segundo momento, reduzindo a nova oferta de divisas (por que seu valor caiu) e, novamente, ao fim e ao cabo, o mercado achará uma nova taxa de câmbio de equilíbrio.

De tudo isso se conclui que, num sistema de taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes, o saldo do Balanço de Pagamentos (BP) estará automaticamente em equilíbrio, sem necessidade de o Banco Central interferir ou alterar o volume das reservas internacionais do país, já que o total de divisas ofertadas sempre se igualará ao total de divisas demandadas.

Uma última questão antes de encerrarmos esta nossa 5ª Aula de Economia: Qual o sistema cambial adotado atualmente pelo Brasil?

Até 1994 – quando da implantação do Plano Real – o Brasil adotava o sistema de taxas de câmbio fixas ou administradas. A partir do Plano Real, através de um processo de ajuste sucessivo, o Banco Central do Brasil foi introduzindo o sistema de taxas de câmbio flexíveis que nunca foi, na prática, inteiramente adotado. Na realidade, o Brasil, hoje, utiliza um sistema que poderia ser chamado de “misto”, mais conhecido como flutuação suja (dirty floating5). Por este sistema, o Banco Central deixa que as taxas de

5 O sistema de taxas de câmbio totalmente flexíveis, onde não há qualquer interferência do Banco Central – ou seja, o sistema “puro” é denominado clean floating (flutuação limpa).

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câmbio flutuem ao sabor da oferta e da demanda por divisas – porém, dentro de um certo intervalo, com limite máximo e mínimo – o chamado sistema de bandas.

Nesse processo, se a taxa de câmbio ameaça romper o limite mínimo – porque há um excesso de oferta de divisas – o Banco Central entra no mercado comprando divisas, provocando, em conseqüência, uma elevação no valor da taxa de câmbio e evitando, assim, que o limite mínimo seja rompido. Da mesma forma, se houver uma ameaça de rompimento do limite máximo, o Banco Central entra no mercado oferecendo divisas estrangeiras, derrubando, assim, o valor da taxa de câmbio.

Com essas colocações, encerramos esta nossa 5ª Aula. A seguir, são apresentados alguns exercícios de revisão e fixação sobre balanço de pagamentos e taxa de câmbio. Até nossa próxima aula.

___________________

EXERCÍCIOS DE REVISÃO E FIXAÇÃO: (gabarito ao final)

11.. CCoomm rreellaaççããoo aaooss rreeggiissttrrooss ccoonnttáábbeeiiss nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss,, eessttããoo

ccoorrrreettaass aass aaffiirrmmaattiivvaass aabbaaiixxoo,, eexxcceettoo:: aa)) ttooddaass aass ttrraannssaaççõõeess ssããoo rreeggiissttrraaddaass ccoomm dduuaass eennttrraaddaass,, uummaa aa ccrrééddiittoo ee

oouuttrraa aa ddéébbiittoo;; bb)) qquuaallqquueerr ttrraannssaaççããoo ddee uumm rreessiiddeennttee nnoo ppaaííss ccoomm uumm rreessiiddeennttee nnoo eexxtteerriioorr

ggeerraa uumm ““hhaavveerr”” ((ddiirreeiittoo)) nnoo eexxtteerriioorr;; cc)) ssee uumm rreessiiddeennttee nnoo ppaaííss ccoommpprraarr uummaa mmááqquuiinnaa ddee uumm rreessiiddeennttee nnoo

eexxtteerriioorr,, eessttaa ooppeerraaççããoo ggeerraarráá uummaa ““oobbrriiggaaççããoo”” nnoo eexxtteerriioorr;; dd)) uummaa eexxppoorrttaaççããoo éé llaannççaaddaa aa ccrrééddiittoo,, nnoo BBaallaannççoo ddoo PPaaggaammeennttoo.. 22.. AA bbaallaannççaa ccoommeerrcciiaall ccoommpprreeeennddee::

aa)) aass eexxppoorrttaaççõõeess ee iimmppoorrttaaççõõeess ddee bbeennss ee sseerrvviiççooss;; bb)) ssoommeennttee aass eexxppoorrttaaççõõeess ddee mmeerrccaaddoorriiaass ee sseerrvviiççooss;; cc)) ssoommeennttee aass iimmppoorrttaaççõõeess ddee bbeennss ee sseerrvviiççooss;; dd)) ssoommeennttee aass eexxppoorrttaaççõõeess ee iimmppoorrttaaççõõeess ddee sseerrvviiççooss;; ee)) ssoommeennttee aass eexxppoorrttaaççõõeess ee iimmppoorrttaaççõõeess ddee mmeerrccaaddoorriiaass..

33.. AA ccoonnttaa ddee ttrraannssaaççõõeess ccoorrrreenntteess ccoommpprreeeennddee:: aa)) aass bbaallaannççaass ccoommeerrcciiaall ee ddee ttrraannssffeerrêênncciiaass uunniillaatteerraaiiss;;

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bb)) aass bbaallaannççaass ccoommeerrcciiaall ee ddee sseerrvviiççooss;; cc)) aass bbaallaannççaass ccoommeerrcciiaall,, ddee sseerrvviiççooss ee ooss mmoovviimmeennttooss ddee ccaappiittaall;; dd)) ssoommeennttee ooss mmoovviimmeennttooss ddee ccaappiittaall;; ee)) bbaallaannççaass ccoommeerrcciiaall,, ddee sseerrvviiççooss ee ttrraannssffeerrêênncciiaass uunniillaatteerraaiiss.. 44.. NNããoo ffaazz ppaarrttee ddaa ccoonnttaa ddee ttrraannssaaççõõeess ccoorrrreenntteess:: aa)) rreemmeessssaa ddee lluuccrrooss ee ddiivviiddeennddooss;; bb)) ppaaggaammeennttooss ddee jjuurrooss ddaa ddíívviiddaa;; cc)) eexxppoorrttaaççõõeess ee iimmppoorrttaaççõõeess ddee mmeerrccaaddoorriiaass;; dd)) iinnvveessttiimmeennttooss ddiirreettooss;; ee)) vviiaaggeennss iinntteerrnnaacciioonnaaiiss.. 55.. CCoonnssiiddeerraamm--ssee rreennddaass ddee ccaappiittaaiiss:: aa)) aass rreemmeessssaass ddee jjuurrooss ee aammoorrttiizzaaççõõeess ddaa ddíívviiddaa;; bb)) aappeennaass aass rreemmeessssaass ddee lluuccrrooss;; cc)) aappeennaass aass rreemmeessssaass ddee jjuurrooss;; dd)) aass rreemmeessssaass ddee jjuurrooss ee ddee lluuccrrooss;; ee)) nneennhhuummaa ddaass aalltteerrnnaattiivvaass aanntteerriioorreess.. 66.. NNããoo ffaazz ppaarrttee ddaa ccoonnttaa ddee sseerrvviiççooss:: aa)) aass rreemmeessssaass ppaarraa aammoorrttiizzaaççõõeess ddaa ddíívviiddaa;; bb)) aappeennaass aass rreemmeessssaass ddee lluuccrrooss;; cc)) aappeennaass aass rreemmeessssaass ddee jjuurrooss;; dd)) aass rreemmeessssaass ddee jjuurrooss ee ddee lluuccrrooss;; 77.. NNããoo ffaazz ppaarrttee ddaa ccoonnttaa ddee ccaappiittaaiiss:: aa)) aass aammoorrttiizzaaççõõeess ddaa ddíívviiddaa;; bb)) ooss iinnvveessttiimmeennttooss ddiirreettooss ((ccaappiittaall ddee rriissccoo));; cc)) ooss eemmpprrééssttiimmooss ee ffiinnaanncciiaammeennttooss ddee ccuurrttoo pprraazzoo;; dd)) aass rreemmeessssaass ddee lluuccrrooss ee ddee jjuurrooss;; ee)) ooss eemmpprrééssttiimmooss ddee lloonnggoo pprraazzoo.. 88.. SSee hhoouuvveerr uumm ddééffiicciitt eemm ttrraannssaaççõõeess ccoorrrreenntteess,, oo eeqquuiillííbbrriioo ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss:: aa)) eexxiiggiirráá,, oobbrriiggaattoorriiaammeennttee,, oo iinnggrreessssoo ddee ccaappiittaaiiss ddee rriissccoo;; bb)) ttaannttoo ppooddee sseerr oobbttiiddoo aattrraavvééss ddoo iinnggrreessssoo ddee ccaappiittaaiiss aauuttôônnoommooss,, ccoommoo

ppoorr mmoovviimmeennttooss iinndduuzziiddooss ddee ccaappiittaall ((eemmpprrééssttiimmooss ooffiicciiaaiiss));; cc)) lleevvaarráá,, oobbrriiggaattoorriiaammeennttee,, aa uummaa rreedduuççããoo ddaass rreesseerrvvaass iinntteerrnnaacciioonnaaiiss ddoo

ppaaííss;; dd)) nnããoo ppooddeerráá sseerr oobbttiiddoo aa ccuurrttoo pprraazzoo;; ee)) ffoorrççaarráá uummaa rreedduuççããoo ddaa rreemmeessssaa ddee jjuurrooss ppaarraa oo eexxtteerriioorr.. 99.. AAss vveennddaass ddee oouurroo ppeelloo BBaannccoo CCeennttrraall àà iinnddúússttrriiaa nnaacciioonnaall ssããoo rreeggiissttrraaddaass:: aa)) nnaa ccoonnttaa ddee sseerrvviiççooss;; bb)) nnaa ccoonnttaa ddee ccaappiittaaiiss ccoommppeennssaattóórriiooss;; cc)) nnaa ccoonnttaa ““ddeessmmoonneettiizzaaççããoo”” ddee oouurroo;; dd)) nnaa ccoonnttaa ddee ccaappiittaaiiss,, ccoommoo ssaaííddaa ddee ddiivviissaass;; ee)) nnããoo ssããoo rreeggiissttrraaddaass nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss..

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1100.. AAss ttrraannssaaççõõeess aabbaaiixxoo ssããoo rreeggiissttrraaddaass nnaa ccoonnttaa ddee sseerrvviiççooss,, ccoommoo ““ttrraannssppoorrtteess””,, eexxcceettoo:: aa)) aass ddeessppeessaass ccoomm ffrreetteess ddaass mmeerrccaaddoorriiaass iimmppoorrttaaddaass;; bb)) aass rreecceeiittaass ccoomm ffrreetteess ddaass mmeerrccaaddoorriiaass eexxppoorrttaaddaass;; cc)) oo vvaalloorr ddaass ppaassssaaggeennss aaddqquuiirriiddaass ppoorr rreessiiddeenntteess ààss ccoommppaannhhiiaass aaéérreeaass PPaann--AAmméérriiccaa;; dd)) oo vvaalloorr ddaass ppaassssaaggeennss aaddqquuiirriiddaass ppoorr nnããoo--rreessiiddeenntteess àà VVAARRIIGG;; ee)) oo vvaalloorr ddaass ppaassssaaggeennss aaddqquuiirriiddaass ppoorr rreessiiddeenntteess àà VVAARRIIGG.. 1111.. SSee uummaa eemmpprreessaa mmuullttiinnaacciioonnaall oobbtteevvee uumm lluuccrroo ddee CCrr$$ 33 bbiillhhõõeess,, eemm ssuuaass

ooppeerraaççõõeess nnoo BBrraassiill,, ee ddeecciiddee eennvviiaarr ppaarraa ssuuaa mmaattrriizz,, nnoo eexxtteerriioorr,, aappeennaass CCrr$$ 11 bbiillhhããoo,, rreeiinnvveessttiinnddoo nnoo BBrraassiill ooss rreessttaanntteess CCrr$$ 22 bbiillhhõõeess,, oo rreeggiissttrroo nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss::

aa)) sseerráá ffeeiittoo nnoo iitteemm ““RReemmeessssaa ddee LLuuccrrooss””,, rreeggiissttrraannddoo--ssee aappeennaass oo mmoonnttaannttee eeffeettiivvaammeennttee rreemmeettiiddoo;;

bb)) sseerráá ffeeiittoo nnoo iitteemm ““RReemmeessssaa ddee LLuuccrrooss””,, rreeggiissttrraannddoo--ssee oo ttoottaall ddooss lluuccrrooss oobbttiiddooss,, rreeggiissttrraannddoo--ssee ccoommoo ““eennttrraaddaa””,, nnoo iitteemm ““iinnvveessttiimmeennttooss ddiirreettooss”” oo mmoonnttaannttee ddoo rreeiinnvveessttiimmeennttoo;;

cc)) nnããoo sseerráá ffeeiittoo qquuaallqquueerr rreeggiissttrroo nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss,, ppooiiss oo ccaappiittaall iinnvveessttiiddoo jjáá ffoorraa rreeggiissttrraaddoo nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss ddee aannooss aanntteerriioorreess;;

dd)) ssóó ccoorrrreessppoonnddeerráá aa ppaarrttee ddoo lluuccrroo qquuee eeffeettiivvaammeennttee ffooii rreeiinnvveessttiiddaa nnoo ppaaííss;;

ee)) nneennhhuummaa ddaass aalltteerrnnaattiivvaass.. 1122.. NNuummaa eeccoonnoommiiaa aabbeerrttaa,, uumm ddééffiicciitt nnoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss eemm ccoonnttaa ccoorrrreennttee ccoorrrreessppoonnddee aa:: aa)) uummaa eexxppoorrttaaççããoo ddee ppoouuppaannççaa ddoommééssttiiccaa qquuee ssee ccaannaalliizzaa ppaarraa iinnvveessttiimmeennttooss nnoo eexxtteerriioorr;; bb)) uummaa ssaaííddaa ddee ccaappiittaaiiss ppaarraa oo eexxtteerriioorr;; cc)) uummaa eelleevvaaççããoo ddoo nníívveell ddee rreesseerrvvaass iinntteerrnnaacciioonnaaiiss ddoo ppaaííss;; dd)) uummaa iimmppoorrttaaççããoo ddee ppoouuppaannççaa eexxtteerrnnaa,, qquuee ssee ccaannaalliizzaa ppaarraa iinnvveessttiimmeennttooss ddoommééssttiiccooss.. 1133.. NNaa ccoonnttaa ddee ccaappiittaaiiss nnããoo ssããoo rreeggiissttrraaddooss:: aa)) oo mmoovviimmeennttoo ddee ccaappiittaaiiss aauuttôônnoommooss;; bb)) ooss ffiinnaanncciiaammeennttooss ddee iimmppoorrttaaççõõeess aaddqquuiirriiddaass ppaarraa ppaaggaammeennttoo aa pprraazzoo;; cc)) ooss iinnvveessttiimmeennttooss ee rreeiinnvveessttiimmeennttooss ddiirreettooss;; dd)) aass aammoorrttiizzaaççõõeess ddaa ddíívviiddaa eexxtteerrnnaa;; ee)) oo mmoovviimmeennttoo ddee ccaappiittaaiiss ccoommppeennssaattóórriiooss,, iissttoo éé,, iinndduuzziiddooss ppaarraa aa

rreegguullaarriizzaaççããoo ddooss ddééffiicciittss ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss.. 1144.. AAss ““ccoonnttaass ddee rreegguullaarriizzaaççããoo”” rreeffeerreemm--ssee:: aa)) ààss ooppeerraaççõõeess ccoomm oorrggaanniissmmooss iinntteerrnnaacciioonnaaiiss ((FFMMII,, BBIIRRDD,, eettcc..)),, ccoomm oo

oobbjjeettiivvoo ddee ffiinnaanncciiaarr ppoossssíívveeiiss ddééffiicciittss ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss;; bb)) ààss ooppeerraaççõõeess ddee aammoorrttiizzaaççõõeess ddaa ddíívviiddaa eexxtteerrnnaa;; cc)) ààss vvaarriiaaççõõeess ppaarraa mmaaiiss oouu ppaarraa mmeennooss ddooss hhaavveerreess ddaass aauuttoorriiddaaddeess

mmoonneettáárriiaass nnoo eexxtteerriioorr;;

Page 30: Economia   aula 5 - o balanço de pagamentos e a taxa de câmbio

30

dd)) aaooss mmoovviimmeennttooss ddee ““oouurroo mmoonneettáárriioo””.. 1155.. AAss ooppeerraaççõõeess aabbaaiixxoo ssããoo eexxeemmppllooss ddee ““ttrraannssaaççõõeess ssoobbrree ((oouu aacciimmaa)) aa lliinnhhaa””,, eexxcceettoo:: aa)) ttooddaass aass ooppeerraaççõõeess eennvvoollvveennddoo aa bbaallaannççaa ccoommeerrcciiaall;; bb)) ttooddaass aass ooppeerraaççõõeess eennvvoollvveennddoo aa bbaallaannççaa ddee sseerrvviiççooss;; cc)) ttooddaass aass ooppeerraaççõõeess mmoottiivvaaddaass aappeennaass ppeellaass ffoorrççaass ddee mmeerrccaaddoo;; dd)) ttooddaass aass ooppeerraaççõõeess ddaass aauuttoorriiddaaddeess mmoonneettáárriiaass ccoomm oo oobbjjeettiivvoo ddee ccoobbrriirr

eevveennttuuaaiiss ddééffiicciittss ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss;; ee)) aass ttrraannssffeerrêênncciiaass uunniillaatteerraaiiss.. 1166.. EExxiisstteemm ddiivveerrssooss ccoonncceeiittooss ddee ““eeqquuiillííbbrriioo”” ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss,, sseennddoo oo ccoonncceeiittoo mmaaiiss rreelleevvaannttee aaqquueellee qquuee:: aa)) ccoonnssiiddeerraa qquuee oo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss eessttáá eemm eeqquuiillííbbrriioo qquuaannddoo aa ssoommaa

ddoo ssaallddoo ddaa CCoonnttaa ddee TTrraannssaaççõõeess CCoorrrreenntteess ccoomm oo ssaallddoo ddaa ccoonnttaa ddee ccaappiittaaiiss ((mmaaiiss eerrrrooss ee oommiissssõõeess)) ssee aannuullaamm;;

bb)) ccoonnssiiddeerraa oo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss sseemmpprree eemm eeqquuiillííbbrriioo,, aappóóss oo mmoovviimmeennttoo ddooss ccaappiittaaiiss ccoommppeennssaattóórriiooss;;

cc)) ccoonnssiiddeerraa oo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss eemm eeqquuiillííbbrriioo qquuaannddoo oo ssaallddoo ddaa ccoonnttaa ddee ttrraannssaaççõõeess éé zzeerroo;;

dd)) ccoonnssiiddeerraa oo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss eemm eeqquuiillííbbrriioo,, qquuaannddoo oo vvaalloorr ddaass eexxppoorrttaaççõõeess éé iigguuaall aaoo vvaalloorr ddaass iimmppoorrttaaççõõeess ddee mmeerrccaaddoorriiaass..

1177.. AAss ooppeerraaççõõeess aabbaaiixxoo ssããoo eexxeemmppllooss ddee ““ttrraannssaaççõõeess ssoobb ((oouu aabbaaiixxoo)) aa lliinnhhaa””,, eexxcceettoo:: aa)) ooss eemmpprrééssttiimmooss ee ffiinnaanncciiaammeennttooss oobbttiiddooss jjuunnttoo aaooss bbaannccooss pprriivvaaddooss;; bb)) ooss eemmpprrééssttiimmooss oobbttiiddooss ppeellaass aauuttoorriiddaaddeess mmoonneettáárriiaass ccoomm oo oobbjjeettiivvoo ddee

ccoobbrriirr eevveennttuuaaiiss ddééffiicciittss ddoo BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss;; cc)) aass vvaarriiaaççõõeess,, ppaarraa mmaaiiss oouu ppaarraa mmeennooss,, ddaass rreesseerrvvaass iinntteerrnnaacciioonnaaiiss ddoo

ppaaííss;; dd)) ooss mmoovviimmeennttooss ddee ccaappiittaaiiss ccoommppeennssaattóórriiooss oouu iinndduuzziiddooss;; ee)) aass ooppeerraaççõõeess ddeeccoorrrreenntteess ddoo ssaallddoo ppoossiittiivvoo oouu nneeggaattiivvoo ddaass ttrraannssaaççõõeess

aauuttôônnoommaass.. 1188.. NNoo mmeerrccaaddoo ccaammbbiiaall,, nnããoo ssããoo ooffeerrttaaddoorreess ddee mmooeeddaa eessttrraannggeeiirraa:: aa)) ooss eexxppoorrttaaddoorreess ddee mmeerrccaaddoorriiaass;; bb)) ooss qquuee pprreecciissaamm ddee ddiivviissaass eessttrraannggeeiirraass ppaarraa ppaaggaarr ddíívviiddaass ccoonnttrraaííddaass nnoo eexxtteerriioorr;; cc)) ooss ttoommaaddoorreess ddee eemmpprrééssttiimmooss nnoo eexxtteerriioorr;; dd)) ooss ttuurriissttaass eessttrraannggeeiirrooss qquuee vviissiittaamm oo ppaaííss.. 1199.. EEmm ggeerraall,, nnooss ppaaíísseess mmeennooss ddeesseennvvoollvviiddooss,, oo ggoovveerrnnoo ccoonnttrroollaa oo mmeerrccaaddoo ccaammbbiiaall ee aattéé mmeessmmoo ffiixxaa aa ttaaxxaa ddee ccââmmbbiioo.. IIssttoo ssee ddeevvee:: aa)) aaoo ffaattoo ddee qquuee eesstteess ppaaíísseess ttêêmm mmooeeddaa ““ffrraaccaa”” ee ccoonnsseeqqüüeenntteess pprroobblleemmaass

ddee BBaallaannççoo ddee PPaaggaammeennttooss;; bb)) aaoo ffaattoo ddee qquuee,, nneesstteess ppaaíísseess,, aa lleeii ddaa ooffeerrttaa ee ddaa pprrooccuurraa nnããoo rreefflleettee aa

rreeaall eessccaasssseezz ddee ddiivviissaass;; cc)) aaoo ffaattoo ddee qquuee aa mmooeeddaa ddeesssseess ppaaíísseess nnããoo éé ccoonnvveerrssíívveell eemm oouurroo;;

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dd)) aaoo ffaattoo ddee qquuee eesstteess ppaaíísseess iimmppoorrttaamm mmaaiiss ddoo qquuee eexxppoorrttaamm mmeerrccaaddoorriiaass ee sseerrvviiççooss..

20. Taxa de câmbio de equilíbrio é aquela que: aa)) iigguuaallaa oo vvaalloorr ddaass eexxppoorrttaaççõõeess ccoomm oo vvaalloorr ddaass iimmppoorrttaaççõõeess;; bb)) iigguuaallaa oo ssaallddoo ddaa bbaallaannççaa ccoommeerrcciiaall ccoomm oo ssaallddoo ddaa bbaallaannççaa ddee sseerrvviiççooss;; cc)) iigguuaallaa aa ooffeerrttaa ee aa ddeemmaannddaa ppoorr ddiivviissaa eessttrraannggeeiirraa nnoo mmeerrccaaddoo ccaammbbiiaall;; dd)) éé ffiixxaaddaa ppeelloo ggoovveerrnnoo.. 2211.. DDee aaccoorrddoo ccoomm aass eellaassttiicciiddaaddeess ddaa ddeemmaannddaa ppoorr eexxppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass,, ssee oo RReeaall ffoorr ddeessvvaalloorriizzaaddoo eemm 2200%% ((rreeaaiiss)) eemm rreellaaççããoo aaoo ddóóllaarr,, iissttoo ddeevveerráá pprroovvooccaarr:: aa)) uumm aauummeennttoo nnaass vveennddaass eexxtteerrnnaass bbrraassiilleeiirraass,, ssee aa ddeemmaannddaa ppoorr nnoossssooss

pprroodduuttooss ffoorr iinneelláássttiiccaa;; bb)) uummaa qquueeddaa nnaass vveennddaass eexxtteerrnnaass bbrraassiilleeiirraass,, ssee aa ddeemmaannddaa ttiivveerr

eellaassttiicciiddaaddee uunniittáárriiaa;; cc)) uumm aauummeennttoo nnaass vveennddaass eexxtteerrnnaass bbrraassiilleeiirraass,, ssee aa ddeemmaannddaa eexxtteerrnnaa ffoorr

eelláássttiiccaa;; dd)) uummaa qquueeddaa nnaass iimmppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass,, ssee aa ddeemmaannddaa iinntteerrnnaa ppoorr

pprroodduuttooss eessttrraannggeeiirrooss ffoorr iinneelláássttiiccaa.. 2222.. UUmmaa mmaaxxiiddeessvvaalloorriizzaaççããoo ddaa ttaaxxaa ddee ccââmmbbiioo RReeaall//ddóóllaarr ddeevveerráá pprroovvooccaarr,, eemm pprriinnccííppiioo:: aa)) uumm aauummeennttoo nnaass eexxppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass ee uummaa qquueeddaa nnaass iimmppoorrttaaççõõeess;; bb)) uumm aauummeennttoo nnaass eexxppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass,, mmaanntteennddoo--ssee iinnaalltteerraaddaass aass

iimmppoorrttaaççõõeess;; cc)) uumm aauummeennttoo ttaannttoo ddaass eexxppoorrttaaççõõeess ccoommoo ddaass iimmppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass;; dd)) uummaa qquueeddaa nnaass eexxppoorrttaaççõõeess bbrraassiilleeiirraass ee uumm aauummeennttoo nnaass iimmppoorrttaaççõõeess.. 2233.. UUmmaa mmaaxxiiddeessvvaalloorriizzaaççããoo ccaammbbiiaall nnããoo ddeevveerráá pprroovvooccaarr ooss eeffeeiittooss eessppeerraaddooss

((qquueeddaa ddaass iimmppoorrttaaççõõeess ee aauummeennttoo ddaass eexxppoorrttaaççõõeess)) ssee:: aa)) oo ppaaííss ssóó iimmppoorrttaarr pprroodduuttooss pprriimmáárriiooss ee eexxppoorrttaarr pprroodduuttooss iinndduussttrriiaalliizzaaddooss;; bb)) oo ppaaííss ssóó iimmppoorrttaarr pprroodduuttooss iinndduussttrriiaalliizzaaddooss;; cc)) oo ppaaííss iimmppoorrttaarr bbeennss eesssseenncciiaaiiss ee eexxppoorrttaarr bbeennss pprriimmáárriiooss,, qquuee ssããoo

iinneelláássttiiccooss aa pprreeççooss;; dd)) oo ppaaííss eexxppoorrttaarr bbeennss iinndduussttrriiaalliizzaaddooss iinneelláássttiiccooss aa pprreeççooss;; ee)) uummaa mmaaxxiiddeessvvaalloorriizzaaççããoo ccaammbbiiaall sseemmpprree aauummeennttaarráá aass eexxppoorrttaaççõõeess ee rreedduuzziirráá aass iimmppoorrttaaççõõeess..

24. Numa economia hipotética, durante um determinado ano, foram efetuadas as seguintes transações com o exterior6: .Exportações de mercadorias à vista: 1.500 .Amortizações pagas: 600 .Doações recebidas: 100 .Lucros remetidos para o exterior: 100 .Importações de mercadorias à vista: 1.300 .Empréstimos obtidos junto ao FMI: 150

6 Questão retirada de Viceconti, P. e Neves, S. Introdução à Economia, Editora Frase, S.Paulo, 6ª ed. 2003.

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.Fretes e seguros pagos 100

.Juros pagos : 200

.Investimentos externos no país: 500

.Venda de ouro monetário: 50

Com base nesses dados, os resultados da Balança Comercial (BC), da Balança de Transações Correntes (BTC), para a Balança ou Conta de Capitais Autônomos (BKA) e para o saldo do Balanço de Pagamentos (BP) são, respectivamente:

a) BC = 200; BTC = -100; BKA = 100; BP = 0.

b) BC = 200; BTC = -100; BKA = -100; BP = -200.

c) BC = -200; BTC = 0; BKA = -200; BP = 200.

d) BC = 200; BTC = -100; BKA = -100; BP = 200.

e) BC = -200; BTC = -100; BKA = -100; BP = -200.

25. Suponha que o Balanço de Pagamentos do Brasil registrou, em determinado ano, os seguintes dados:

. Saldo da balança comercial: 450

. Exportações de serviços (não-fatores): 250

. Importações de serviços (não-fatores) : 150

.Saldo das transações correntes (déficit): 150

. Donativos líquidos recebidos do exterior: 50

. Movimento de capitais autônomos (entrada liquida): 100

Nessas condições, a renda líquida enviada ao exterior é igual a:

a) 950; b) 750; c) 650; d) 700; e) 350.

_______________

GABARITO:

1. b; 2. e; 3. e; 4. d; 5. d; 6. a;

7. d; 8. b; 9. c; 10. e; 11. b; 12. d;

13. e; 14. a; 15. d; 16. c; 17. a; 18. b;

19. a; 20. c; 21. c; 22. a; 23. c; 24. b;

25. b.