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QUE TREM É ESSE? Dilvo Grolli e o rio pequeno sem saída para o mar Sérgio Sanderson COMPORTAMENTO CASCAVEL NA ERA DAS NAVALHAS ECONOMIA 13 É O NÚMERO DO JOÃO Cascavel, 21 de julho de 2017 - Ano XXI - Nº 2097 - R$ 12,00

ECONOMIA COMPORTAMENTO 13 É O NÚMERO NA ERA …pitoco.com.br/arquivos/edicoes/20170721_120712_99.pdf · em um negócio de R$ 1 bilhão no boom da construção civil, cinco anos

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QUE TREM É ESSE? Dilvo Grolli e o rio pequenosem saída para o mar

Sér

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COMPORTAMENTO

CASCAVEL NA ERA DAS NAVALHAS

ECONOMIA

13 É O NÚMERO DO JOÃO

Cascavel, 21 de julho de 2017 - Ano XXI - Nº 2097 - R$ 12,00

Fundador da JL chegou na frente e bebeu água limpa

04 | [email protected]

EMPREENDEDORISMO

Quando foi certifi cado este ano para a condição de 13º maior construtor do País pelo ITC – Inteligência Empresarial da Construção, João Luiz Felix reagiu com serenidade. De um ano para outro, a construtora fundada quatro décadas atrás avançou cinco posições no ranking elaborado a partir dos metros quadrados ativos no ano de 2016.

Embora a logomarca da JL esteja presente em obras de Porto Alegre a Macapá, a construção do Aeroporto de Vitória, a ser entregue este ano, contou pontos decisivos para alçar a construto-ra cascavelense no top 13º da indústria nacional do setor.

Dominando a expertise da construção de aeroportos desde os anos 90, quando participou da obra em Guarulhos, a JL se especializou na área: fez também Cam-pinas e Curitiba, considerado o melhor do Brasil.

Em Vitória, porém, havia algo mais desafi ante. Em carreira solo, a empresa cascavelense assumiu 100% da obra, in-cluindo a pavimentação da pista de pou-so. São mais de 30 mil metros quadrados em execução, a serem entregue este ano.

Desafi os não assustam o engenheiro. Ele topou colocar o nome da empresa em um negócio de R$ 1 bilhão no boom da construção civil, cinco anos atrás, e edificou 1,1 mil apartamentos de alto padrão em Curitiba.

Felix recebeu o Pitoco em sua ampla sala na sede da empresa, na avenida Tancredo Neves. Não se esquivou das perguntas, mesmo as mais incômodas. Aqui, um resumo da conversa.

O 13º do JoãoPetrolão

O revés das grandes construto-ras do Brasil abre oportunidade para empresas médias crescerem. As gigantes cresceram com dinhei-ro público e juros camaradas do BNDES. O jogo mudou. A relação dos empreiteiros com o poder público vai mudar. Sempre houve ajuda para esse ou aquele candida-to. Mas esta dimensão que a Lava Jato mostra, extrapola qualquer parâmetro. Agora é preciso con-solidar isso com a reforma política.

MoradaFrequento as marinas de Boa

Vista sempre que estou aqui. Co-mecei em Cascavel 40 anos atrás. Toda minha família está aqui, meus quatro fi lhos são nascidos na cidade. Todos moram em Cascavel. Não pretendo deixar a cidade. Chegou-se a cogitar a transferência da sede para Curi-tiba, mas preferi fi car. Aqui estão todos os meus amigos e minha família se sente bem.

Boa Vista IPeguei um Toyota e desbravei

a área de Boa Vista da Aparecida antes de a água chegar. Fui procu-rar a melhor área para construir as marinas. O prefeito da época, doutor Savaris, incluiu a área escolhida no plano diretor. Então fi zemos uma maquete gigante e apresentamos na Expovel. Um potencial cliente chegou e disse: “Que lindo, quero conhecer isso”. Eu disse: “Não tem nada para você ver lá. Nem água, nem estrada.

Sérgio Sanderson

Não tinha como dar errado. Estamos a 700 km do oceano. As pessoas gostam

de olhar para a água. E o papel do empreendedor é antever necessidades.

Foi o que fi z.”

João Luiz Felix

21 de julho de 2017 | 05

Muitos empresários da construção civil deixaram

Cascavel por sofrerem achaques, extorsões.

É uma página triste da história de nossa cidade.”

Só temos a maquete na mão e uma ideia na cabeça”.

Boa Vista IITodo empreendimento desta natureza é

difícil começar. Então construí a minha casa nas marinas, antes de a água do reservatório chegar. Se ninguém começasse, ninguém inves-tiria lá. Então eu comecei. Passei a levar gente para minha casa e ver aquilo, no seco mesmo. Não tinha como dar errado. Estamos a 700 km do oceano. As pessoas gostam de olhar para a água. E o papel do empreendedor é antever necessidades. Foi o que fi z.

Shopping Para atuar no mercado imobiliário é preciso

ter duas qualidades. Uma delas é mais fácil: muita paciência. A outra é extremamente di-fícil: ter fôlego. O mercado é de altas e baixas. Quando decidi, nos anos 1990, dotar Cascavel de um shopping center, foi assim. Cheguei em casa e falei para a mulher: “Ninguém acredita no shopping, somente eu. Nem lojista interes-sado temos”. Seguimos em frente. Não sou de desistir. O shopping está aí...

O buracoDois anos atrás, em um grupo de empresá-

rios em Curitiba, desenhei um gráfi co de pre-visões econômicas. Avisei: vamos chegar neste ponto fundo, e depois começamos a voltar. Acertamos quase tudo, mas não imaginávamos que o poço fosse tão fundo e o estágio nele tão

duradouro. A construção é o primeiro setor a sentir a crise. E o último a sair dela.

O conselhoFomos a primeira construtora a montar

assistência técnica para os clientes. Os concor-rentes não gostaram muito, mas digo sempre: marca tem que agregar credibilidade. É isso que vai gerar um valor agregado maior. Sim, isso tem um preço. É mais caro construir um JL com projeto cheio de detalhes, terreno caro, esmero. Nosso produto tem custo de produção mais alto, e de repente o concorrente até tem um lucro maior, mesmo vendendo mais barato.

ValorizaçãoNão permito que um apartamento JL desva-

lorize. A taxa de devolução é quase zero. Meu estoque é baixo. E valoriza porque eu seguro. A referência do mercado é o preço que estou vendendo. Se eu estiver queimando no preço, estou derrubando o preço de revenda de meu cliente. Por consequência, quando o cliente põe

o apartamento JL à venda, vende mais rápido e com melhor preço.

SucessoresTenho cinco fi lhos. O mais velho é a constru-

tora JL. Tenho o Jota e a Patrícia, engenheiros. A Renata, advogada, e o Jonathan, economista. Estou preparando os quatro para cuidar do mais velho. Eles nasceram dentro da empresa, estão bem preparados, são melhores que eu. Se eu quiser me aposentar em 1 de janeiro de 2018, a empresa seguirá. A escola foi boa.

Achaque IMuitos empresários da construção civil dei-

xaram Cascavel por sofrerem achaques, extor-sões. Pergunte para eles, que irão confi rmar. É uma página triste da história de nossa cidade. Quem perdeu com isso? Cascavel perdeu. Toda pessoa que se destaca aqui, acaba tendo esse tipo de problema. Mas acredito que isso está sendo superado.

Achaque IIA primeira vez que me atacaram com inver-

dades, fi quei muito bravo. Na segunda vez, mais bravo ainda. Mas, com a maturidade, você percebe que a verdade irá se sobrepor. E a verdade vem com o tempo. Não cedi, estou vacinado. Meus fi lhos fi caram muito revolta-dos. Eu disse: “Já sofri muito com isso, mas me recuso a deixar minha cidade. Não sou de desistir”. Disse a eles: “Levantem a cabeça, fi lhos, e sigam em frente”.

06 | [email protected]

INFRAESTRUTURA

Acesc contrata projeto para o crematório municipal

Se você optou para ao pó voltar, a chama está acesa. Cascavel terá seu crematório municipal. O processo está em curso, movido pela Acesc, autarquia responsável pelas lides fúnebres do município. Um escritório de arquitetura está contratado para desenvolver o projeto.

Com a mudança de inquilinos no Paço, o vento também passou a soprar para outro lado. Na gestão anterior cogitava-se uma parceria público privada para o crematório. Até mesmo a base legal para tanto foi aprovada na Câma-ra. O prefeito Leonaldo Paranhos também preferia ver o serviço nas mãos da iniciativa privada, mas já não está mais tão convicto. É que o homem dele na Acesc, Beto Guilherme, prefere instituir o serviço sob gestão pública.

“Temo que abrir o serviço para o mercado possa trazer de volta a sinistra disputa por cadáveres do período anterior a Acesc, quando as funerárias promoviam uma concorrência constrangedora para as famílias enlutadas”, diz Guilherme.

Ele se recorda bem daquele período. “Certa ocasião morreu um empresário de muitas posses. Os donos de funerária foram para o tiro na disputa para vender o caixão para família. Sem dizer do pagamento de propinas para gente de hospital e outros órgãos visando obter clientela direto na fonte”, relata o diretor da Acesc.

Do pó vieste...

E quanto custa a implantação de um cre-matório? É coisa para entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A Acesc, embora superavi-tária, já que monopoliza o setor, não tem esse montante em caixa.

Mesmo assim, Guilherme acredita que se trata de um bom negócio para o município. Na equação dele, a Acesc entra com investi-mentos de recursos próprios, e a Prefeitura complementa.

“É bom negócio para o município, pois muito em breve vamos precisar adquirir novas áreas para cemitérios, enfrentando todo o rigor ambiental para tanto, e isso implica em custos elevados”, argumenta.

“Fordismo” em SP Beto foi visitar o crematório

municipal de São Paulo. Ali, 40 “viventes” são transformados em pó por dia. É escala fordista, industrial. “Funciona muito bem, sem cheiro ou fumaça, os fi ltros são efi cazes”, relata.

Além disso, o crematório também é mais econômico. Em São Paulo – com ganhos evidentes de escala, lógico – o procedimento custa R$ 2,7 mil. Em Cascavel, apenas o terreno do cemitério Central para o sepultamento convencional, é coisa para R$ 8 mil.

Há terrenos mais baratos, em torno de R$ 2,5 mil, no cemitério do Guarujá. Mas os demais custos do procedimento o tornam menos viável fi nanceiramente na comparação com o forno à 1.200 graus alimentado pelo gás dos crematórios.

Beto Guilherme foi conhecer o “modelo fordista” do crematório em São Paulo

“Temo que abrir o serviço para que o mercado possa

trazer de volta a sinistra disputa por cadáveres”

Pode ser compensador para o município

Guilherme também vê a oportunidade de aumentar as receitas da Acesc, já que corbelianos, toledenses, rondonenses, guaraniaçuenses e outros tantos vizinhos também podem virar pó em Cascavel.

A escala aumenta a produtividade. No crematório de São Paulo, uma placa orienta os funcionários: “Proibido ligar os fornos com menos de 30 corpos”. É assim mesmo, quan-tidade baixa o preço ao tempo que mantém os resultados fi nanceiros bem vivos.

O Pitoco não poderia encerrar a entre-vista com o mortal que cuida dos mortos sem a pergunta básica:

- E você, Beto, já escolheu que des-tino dará ao “corpito”?

- (risos) Não pensei nisso ainda. Adoro essa vidinha que levo. Não preciso pensar nisso agora...

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06 | [email protected] | [email protected]

Um norte para o OesteENTREVISTA - DILVO GROLLI

Fotos: Vanderson Faria

Ferroeste é o rio curto sem saída para o mar; “estamos condenados”, diz presidente da Coopavel

Paranaguá recebe 45 milhões de toneladas de produtos do agronegócio,

como carnes e grãos. Destas, 5 a 6 milhões são provenientes do Oeste."

Entre Cascavel e Guarapuava a ferrovia é pú-blica. Dali em diante, é uma concessão para a Rumo/ALL. A concessionária se conecta numa ferrovia que não é dela e prefere atuar com o Norte do Paraná, onde são dela os trilhos e composições. Para a Rumo é melhor conectar--se e dar vazão para o que lhe pertence, ao invés de remunerar a Ferroeste pelo direito de passagem.

Farinha pouca, meu pirão primeiro...É a lógica empresarial deles. Veja, o trem da Ferroeste, quando chega a Guarapuava com 60 a 80 vagões, tem que parar e fracionar a

carga. Só pode descer a Ponta Grossa com 20 vagões. Isso aumenta o custo. Na descida para Paranaguá, encontramos uma ferrovia construída em 1.880 e inaugurada em 1896 por Dom Pedro II. Ali tem curvas, rampas acentuadas, um gargalo que limita o fl uxo. É ponto saturado. Então a Rumo/ALL vai dar fl uxo para a carga da Ferroeste ou a dela própria, vinda da região Norte?

Responda você mesmo...Se ampliar a carga do Oeste, e temos produ-ção para isso, prejudica a carga que vem do Norte. A descida da serra é o grande gargalo. Assim, o Oeste está condenado. A Ferroeste é isso mesmo que você disse: o rio pequeno sem saída para o mar.

E a solução?É preciso um novo traçado para a ferrovia, a partir de Guarapuava. Aproveita-se o trecho da Ferroeste, deixa para esquerda os garga-los dos Campos Gerais e da serra, aproveita alguns trechos da ferrovia federal existente,

Pitoco – Que fatores nos limitam na logística? Dilvo Grolli - Encontrar um caminho para melhorar a efi cácia no transporte. Países bem sucedidos são aqueles que colocaram a pro-dução de grãos na via férrea ou hidrovia. Os EUA têm 84% do transporte nestes modais; o Brasil, 35%. Isso afeta a competitividade, já que disputamos mercado com países que estabeleceram modais mais efi cientes e de menor custo.

E a Ferroeste não dá conta da tarefa?Aqui, no Oeste, temos os trilhos, mas não temos o transporte adequado a nossas ne-cessidades. Paranaguá recebe 45 milhões de toneladas de produtos do agronegócio, como carnes e grãos. Destas, 5 milhões a 6 milhões de toneladas são provenientes do Oeste. No entanto, apenas 400 mil toneladas da produ-ção oestina chegam ao porto pela linha férrea.Por que razão, se o trem é mais barato que o caminhão?Temos trilhos, mas não temos eficiência.

O Rio Iguaçu é dono de uma trajetória incomum. Ele nasce na porção Leste do estado, apenas alguns quilômetros do Oceano Atlântico. Mas corre para o outro lado. Para o Oeste. Ornado pelo majestoso Parque Nacional do Iguaçu, põe sua foz no Paranazão, que depois servirá águas à bacia do Prata, e aí, sim, o Iguaçu irmanado ao rio Paraná e outras afl uentes abraçam o Atlântico.

A corrida inversa do Iguaçu, o rio da energia elétrica, é coisa da natureza. Já a trajetória da Ferroeste, do Oeste para o Leste, é obra humana. Demasiadamente humana. A ferrovia, decantada em prosa e verso, construída pelos soldados do Exército Brasileiro, chegou ao ponto da exaustão. O trem apitou na curva.

Embora o Oeste e agregados produzam entre 5 e 6 milhões de toneladas de grãos e carne, apenas uma fração deste potencial, menos de 500 mil quilos, seguem para o Porto de Paranaguá pela Ferroeste. É que a malha virou uma “colcha de retalhos”, como explica nesta entrevista o eleito pelas grandes cooperativas do Oeste para debater a logística regional: Dilvo Grolli, da Coopavel.

A Ferroeste, tal como o rio pequeno sem saída para o mar, não serve mais aos propósitos da economia local. Amparado no Plano Estadual de Logística em Transportes, estudo que consumiu dois anos de trabalho e envolveu mais de 500 técnicos de 17 entidades, Grolli defende mobilizar a sociedade para construir um outro caminho para a ferrovia a partir de Guarapuava. No sentido inverso do Iguaçu, mas com o mesmo objetivo: chegar ao mar com vigor, e dali almejar os grandes portos europeus, asiáticos e do Oriente Médio.

A cartada logística é entendida pelo líder cooperativista como crucial. Ele aponta as pernas grossas do transporte do Norte do Paraná em contraste com os “gambitos” oestinos como fatores que impõem pesadas perdas ao agronegócio e à economia regional. “O Oeste está encurralado”, afi rma o presidente da Cooperativa.

Enfi m, como mostra a seguinte entrevista, árdua tarefa é dar um norte para o Oeste, buscando no exterior os 4 bilhões de dólares necessários a fi m de dar um oceano para a Ferroeste chamar de seu.

Dilvo Grolli: 4 bilhões de dólares para levar a Ferroeste até o mar

20 de junho de 2017 | 0721 de julho de 2017 | 09

e liga com Paranaguá.

Isso deve custar uma fortuna. O Beto não terá isso em caixa. Se tiver, não interessará ao projeto político dele. Imagino que seja também a situação do Temer...Vamos esquecer os governos. Os gestores públicos não conseguem dar conta do sujeito que está neste momento jogado em uma maca no corredor do hospital. Isso é coisa para concessão. Deixa o poder público cuidando da saúde, segurança e educação. Nenhum país desenvolvido do mundo prosperou colocando o estado no centro da economia. Nem a China.

Já que você citou os asiáticos, a pros-pecção dos recursos para esta obra de infraestrutura em sistema de concessão pode interessar aos maoístas asiáticos?Há muito capital ocioso no mundo, buscando oportunidade de investimento. A China está investindo no agronegócio brasileiro, inclu-sive aqui, no Norte do Paraná, adquirindo empresas do setor. Os chineses vão importar, este ano, 90 milhões de toneladas de soja. Eles têm 1,4 bilhão de bocas para alimentar. É uma questão central do regime, questão de segurança alimentar.

Podemos saciar a fome de tanta gente?O Paraná é o lugar para a China investir. So-mos apenas 2,3% do território nacional, mas respondemos por 18% da produção nacional de grãos. Somos o segundo maior produtor de grãos, o primeiro em carne de frango, o segundo em suína, o terceiro em leite. E temos uma mão de obra qualifi cada em toda cadeia da produção de alimentos.

Estamos falando de quanto dinheiro para levar a Ferroeste até o mar por outro caminho?Não estamos falando de 2 mil quilômetros de

ferrovia. Estamos falando de 700 quilômetros de concessão. É coisa para 4 bilhões de dóla-res. O transporte de 10 milhões de toneladas já viabiliza a operação. Temos potencial para transportar, já de início, mais de 4 milhões de toneladas. Agregando aí parte da produção do Paraguai e do Mato Grosso do Sul podemos passar de 15 milhões de toneladas.

E por que um pool das principais coope-rativas da região não banca isso?A capacidade de investimento das cooperati-vas na avicultura, hoje, está em torno de R$ 2 bilhões/ano. Esse dinheiro é melhor aplicado na ampliação da capacidade de abate, na construção de frigorífi cos. Com esse dinheiro, multiplicamos por seis o número de frigorífi -cos, gerando milhares de empregos. E fi camos focados dentro da vocação das cooperativas.

E como vocês podem contribuir, então?Entramos com o compromisso de garantir a carga. As cooperativas e outras empresas do agronegócio, incluindo as multinacionais que operam em nossa área de abrangência, podem garantir vagões cheios. Paranaguá ambiciona receber 80 milhões de toneladas em breve. Nós temos o caminho para isso.

Qual é?Precisamos reconquistar o Paraguai. A pro-dução do país vizinho chegará nos próximos anos a 20 milhões de toneladas. Eles passaram a buscar outras alternativas quando, no pas-sado, proibimos o transporte de transgênicos, em decisão absurda.

Para los hermanos o transporte hidro-viário não é mais viável?Não é. A saída molhada para a Bacia do Prata tem alguns obstáculos, como as hidrelétricas. A construção de eclusas é onerosa. E a região mais produtiva deles está ao Leste, aqui, colada no Oeste do Paraná. O Brasil nunca

ofereceu uma alternativa real para os para-guaios. Inclusive, em grande medida, são os brasileiros que produzem lá. É o momento.

E a saída para o Pacífi co, que aproxima da Ásia?Veja, o rio Paraná não pode separar o Brasil do vizinho. Pelo contrário, é um fator que une as duas nações. Itaipu está aí para provar isso. Não tem país que pode oferecer melhor condição para o Paraguai escoar sua safra na América do Sul que o Brasil. Com 900 quiolômetros, a soja paraguaia está dentro do porto. A cordilheira dos Andes é um grande obstáculo para ferrovia e rodovia. A saída para a Europa e outros mercados é por Paranaguá, tanto para o Paraguai quanto para o Mato Grosso do Sul.

O que Cascavel ganha com essa movi-mentação?Ganha um excepcional entroncamento fer-roviário. Cascavel e região entram na rota da efi ciência logística. Se transportar 5 a 6 milhões de toneladas pelo trem, economiza-mos R$ 300 milhões/ano no transporte. É dinheiro no bolso do produtor e que vai para a loja de sapato, para o mercado, para toda economia do Oeste.

E o buraco vai crescendo...Claro, é muito dinheiro que se joga em cima do caminhão. A diferença do transporte da rodovia para ferrovia está em R$ 4 por saca de soja. Multiplicando isso por milhões de sa-cas, entenderemos melhor esta conta. Se não trouxermos a sociedade para essa causa, chega-remos a 2030 perdendo R$ 600 milhões/ano.

Ao que parece, o time do Norte do Pa-raná está enfi ando 7 x 1 no Oeste. Como virar esse jogo? Cada região é construída à imagem e seme-lhança de seus lideres. O Norte tem lideranças

Cada região é construída à imagem e semelhança de seus

líderes. O Norte tem lideranças comprometidas

com a região, e conseguiram grandes investimentos."

Os gestores públicos não conseguem dar conta do

sujeito que está neste momento jogado em uma maca no

corredor do hospital. Isso é coisa para concessão.”

Há muito capital ocioso no mundo, buscando

oportunidade de investimento. A China está investindo no

agronegócio brasileiro, inclusive no Norte do Paraná”

10 | [email protected]

ENTREVISTA - DILVO GROLLI

Estamos falando de fundos de investimento estrangeiros,

cuja atuação se dá sempre no longo prazo. Há expertise em ferrovia e muito dinheiro

nos EUA, no Canadá, na Inglaterra..."

comprometidas com a região, e conseguiram grandes investimentos. Eles construíram uma sinergia admirável entre sociedade, lideranças da comunidade e líderes políticos.

Não temos isso aqui?Olhe para os três eixos de desenvolvimento do Paraná: Curitiba/Ponta Grossa, Norte e Oeste do Paraná. O desempenho da capital nem pre-cisa comentar. O eixo Norte, para fi car em um exemplo, tem dois grandes aeroportos, um em Londrina, outro em Maringá. Provavelmente, um aeroporto entre os dois municípios aten-deria. Aqui, não temos nenhum. O recurso foi para lá. Sem dizer das duplicações rodoviárias que estão ligando o eixo Norte com o eixo da capital... E nós na pista simples...

Falta-nos representação política?Em quantidade não falta, temos uns 12 ou 13 deputados aqui, entre estaduais e fede-rais. Quando a gente chama a bancada para debater, aparecem uns 30%. Da mesma for-ma, nem sempre o empresariado da região comparece. Os políticos não podem tudo. Até acredito que uma vez convidados, o espírito público falará mais alto e eles se engajarão...

O que está sendo feito neste momento para inverter isso?Estamos, inclusive através deste espaço aqui, mostrando os números para a sociedade comprar a ideia. Levando essa pauta para os governantes. Mostrando que não se pode

desenvolver nossa região sem uma solução ferroviária. Obtendo as garantias necessárias para que o capital internacional possa investir aqui em uma concessão alongada...

Quais são as garantias?Garantias jurídicas, legais e de carga. Se juntar todo mundo, podemos comprometer de imediato 4 milhões de toneladas de carga. Se não cumprir, paga-se um valor de não uti-lização. Isso é segurança jurídica. Concessão mais longa. O pessoal de Mato Grosso - Grupo Maggi, ADM, Cargill e Bunge - construiu um projeto logístico muito maior e mais oneroso para atrair capital e já obteve sinalização de concessão para 45, até 65 anos. Por que não podemos repetir essa operação aqui?

Qual o playback da Ferroeste do traça-do paralelo?É algo para aprofundar, mas acredito que em duas ou três décadas o investidor estará

remunerado. Em concessão de 45 anos, já tá sobrando. E estamos falando de fundos de investimento estrangeiros, cuja atuação se dá sempre no longo prazo. Há expertise em ferrovia e muito dinheiro nos EUA, no Canadá, na Inglaterra...

Já nos estendemos bastante, então va-mos deixar a boiada do Joesley, a Car-ne Fraca e outras questões para outra oportunidade...Que erro estratégico esse do BNDES! Jogaram bilhões na JBS, concentraram o mercado, 40% nas mãos de uma empresa patrocinada pelo governo! É ruim para o produtor e para eco-nomia nacional. Somos o terceiro produtor de gado do planeta e o poder publico joga o mer-cado nas mãos de um monopólio. Imaginou essa dinheirama do BNDES na infraestrutura?

Não faltará alguém para dizer que sua postura é “entreguista”, jogando a Ferroeste nas mãos do capital privado internacional...O mundo mudou. É preciso aproveitar as oportunidades que o mundo oferece. O go-verno tem que interferir menos na economia. O papel do governo é regulador, evitando monopólios, oligopólios, concorrência desleal. Não imaginar e ter a pretensão de que irá fazer o papel social e econômico ao mesmo tempo. O grande erro do Brasil na última década foi criar empresas públicas deficitárias e mal geridas. Hoje, o conjunto da sociedade está pagando a conta deste erro.

12 | [email protected]

Notoya, o guerreiroCascavelenses recebem honraria ao lado do homem que julgará prisão de Lula

A cada lugar que ele passava, os grupinhos murmura-vam: esse é o cara que vai por o Lula na cadeia. A cena aconteceu em Curitiba, no último dia 14. E o alvo do murmurinho era um dos homenageados pela Fecomér-cio: Gebran Neto, “capa preta” do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

Gebran está na 8ª turma do TRF4, colegiado que irá manter ou reformar a pena de quase 10 anos de cana para o ex-presidente, proferida pelo juiz Sergio Moro. A pre-sença ilustre do desembargador dá a noção do prestígio do evento para mais de 1,2 mil convidados.

O evento também foi palco do reconhecimento a tra-jetória empresarial do cascavelense Elthon Ricardo Notoya, comerciante da área de veículos. Ele foi consa-grado com a comenda “Guerreiro do Comércio”.

Notoya chegou a Cascavel com apenas um ano de ida-de. Considera-se cascavelense de coração. Foi indicado para a condecoração pelo Sindilojas. Outro homem de Cascavel a receber semelhante honraria na mesma oca-sião foi Agostinho Lourenço Bacarin.

“São personalidades que não hesitam em se sobrepor às difi culdades, à alta carga tributária, aos custos ge-rados pela fragilidade de infraestrutura de transporte e às incertezas do mercado. Dia após dia, exercitam com o mesmo vigor a tarefa de oferecer aquilo que tem de melhor, ou seja, trabalho ético, inovador, produtivo e justo”, destacou o presidente da Fecomércio, Darci Piana.

Responsabilidade socialNotoya é bom de luta, faixa preta em Jiu Jitsu.

Apoiando jovens talentos do esporte, o empresário cumpre seu papel na responsabilidade social. Na foto, Elthon, e o mestre Washington Toshihiro Donomai ladeiam o pequeno bicampeão Luiz Otávio dos Santos. O menino patrocinado pela Notoya Veículos venceu duas vezes o Paranaense de Jiu Jitsu e é o atual campeão do Open Cascavel da modalidade. Depoimento

“Elthon Ricardo Notoya nasceu em Jandaia do Sul, norte do Paraná, mudou-se com a família para Cascavel, em 1976, com apenas um ano. É formado em administração, pós-graduado em Marketing e MBA em Gestão empresarial. Desde cedo sabia que seu oficio era vender carros. Conquistou seu primeiro trabalho aos 16 anos como vendedor numa das principais revendas de usados em Cascavel. Sonhava com o próprio negócio.

“Com os pés no chão e olhar a frente,

Elthon dedicou o prêmio à família, “que sempre esteve ao meu lado”

Elthon Notoya é agraciado com a honraria. Na sequência, Agostinho Lourenço Bacarin recebe o troféu das mãos do líder empresarial Paulo Beal

COMÉRCIO

aos 24 anos fundou a Notoya Veiculos. Seu talento e conhecimento moldaram e inspiraram a equipe de vendas. E vendeu milhares de carros em 16 anos. Um case. Elthon fez mais que isso. Fez dos clientes, amigos. Com isso construiu uma rede de relacionamento sólida, de confi ança e credibilidade.

“Esse vínculo com seu público é o diferencial da empresa, patrimônio de agora, legado ao futuro. No todo, Elthon tornou-se referência na venda de carros seminovos em Cascavel e região.”

Clovis Grelak – jornalista

21 de julho de 2017 | 13

PÁGINA 13

“Lutei para escapar da infância o mais cedo possível. E assim que consegui, voltei correndo pra ela”

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

Rádio nostalgiaDa mesma forma que deve ser honroso para a Renata

ser colega do Bonner na bancada do Jornal Nacional, é uma honra para mim dividir a “bancada” com os colegas Valéria Bellafronte, Osires Junior (Rádio T) e Parangolé (Colméia), todas as manhãs, a partir de 7h30.

A gente trabalha sem script, sem pauta prévia, e com uma liberdade de expressar opiniões impensável, mesmo que as minhas estejam muito distantes da una-nimidade, do senso comum.

Para tangivenciar o noticiário mal humorado do dia a dia, eu e o Parangolé, vez ou outra, revisitamos o passado, aquele que pontuou nossa infância e ado-lescência.

Dia desses, em nostálgica viagem aos anos 70, pas-samos a nos recordar dos cheiros, gostos e ruídos da infância. Vieram para o microfone da Colméia memórias olfativas do coquinho laranja da palmeira Jerivá e do álcool nas provas rodadas nos mimeógrafos dos “grupos escolares”

Vieram à minha lembrança o barulho da enxurrada que escavava a rua Osvaldo Aranha e a rua do Gramado no bairro Alto Alegre, onde vivi a maior parte de minha infância,

e o canto de um pássaro notígavo, que jamais pude identifi car.

Veio à memória aquela nuvem de poeira que se for-mava ali, algo que demorava para dissipar e às vezes se misturava com o cheiro do capim queimado nos outonos secos e ventosos de Cascavel.

Fomos unânimes, eu e o “Paranga”, que pouco restou do cheiro mais marcante da infância. Depois que o as-faltamento 100% virou mote de campanha eleitoral na cidade, é cada vez mais raro presentear o olfato com o cheiro da terra molhada.

Esse sim, inesquecível. Quando aquelas gotas da chuva “grossa” caíam sobre a terra muito seca, que implorava pela visita de São Pedro, produzia-se um aroma inesquecível, marcante. O cheiro da infância.

Então percebemos, eu e o colega de bancada, que os ouvintes gostam destas reminiscências. Somos todos saudosistas.

Disse Orson Welles: “Lutei para escapar da infância o mais cedo possível. E assim que conse-gui, voltei correndo pra ela”.

Eu também...

Com uma liberdade de expressar opiniões impensável, mesmo

que as minhas estejam muito distantes da

unanimidade.”

14 | [email protected]

Nenhum direito a menosSó no ano de 2016, mais de 3 milhões de novas ações trabalhistas foram propostas no Brasil

“A crise econômica - evidenciada por desemprego, fechamento de companhias, dívida pública e colapso do sistema previ-denciário - exige modernização da legis-lação trabalhista, mais segurança jurídica e equilíbrio nas relações de trabalho.”.

A análise é de ninguém menos do que o presidente do TST – Tribunal Superior do Trabalho,ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, em recente palestra realizada pela Fecomercio de São Paulo.

Para o ministro, a reforma trabalhista, tão contestada pelos sindicalistas, tem duas fontes bastante perceptíveis: as crises políticas e econômicas e os exces-sos protecionistas da própria Justiça do Trabalho, decorrentes de uma legislação trabalhista defasada.

“Nenhum direito a menos” seria, portanto, um refl exo tardio do “Estado Novo”, instituído pelo ditador Getúlio Vargas, que com sua cópia da Carta del Lavoro, de Mussolini, deixou muito mais efeitos do que a hipotética segurança dos direitos do trabalhador.

A desmedida intervenção do Estado nas relações do trabalho tem comprometido o desenvolvimento social do país, de forma irremediável, pois não permite a inovação e não premia a efi ciência.

Só no ano de 2016, mais de 3 milhões de novas ações trabalhistas foram propostas no Brasil, um número 50 vezes maior do que a média mundial. Essa é a triste realidade do empreendedor brasileiro.

De relevante, pouca coisa muda para o empregado. As mudanças visaram muito mais a fl exibilização de ditos direitos do que a extinção deles. Inovações como parcelamento de férias, contribuição sindical faculta-tiva, banco de horas, regulamentação do home-offi ce e da sucessão empresarial são, inclusive, bastante benéfi cos ao empregado, dada a nova maneira de se trabalhar.

MATHEUS B. SOBOCINSKI

Empresário e empreendedor

Precisamos deixar de tratar as relações de trabalho

como um tabu. Senão, os empregos logo vão se esgotar

e não vai ser por excesso de candidatos, mas sim, por

falta de empresas.”

REFORMA TRABALHISTA

Para os empresários, temas como a terceirização, sucumbência no caso de ações trabalhistas, limitação de interpretações pelos Tribunais e a possibilidade de demissões em massa podem trazer um pouco mais de segurança e ânimo, sobretudo para as grandes empresas.

Precisamos deixar de tratar as relações de trabalho como um tabu. Senão, os empregos logo vão se esgotar e não vai ser por excesso de candidatos, mas sim, por falta de empresas.

COMPORTAMENTO

Onda nostálgica faz saltar número de barbearias em Cascavel

É uma onda. Até parece que todos os meni-nos da cidade passaram a usar o mesmo corte: barba aparada, cabelo baixo com degradê na lateral, “estrada” construída pelas máquinas reguladas no corte zero.

O visual faz sucesso no alvo deles: elas. E fez saltar de um dia para outro o número de barbearias em Cascavel. Levantamento do Pitoco junto à Secretaria de Finanças da Pre-feitura (Sefi n), pasta que concede alvarás, traz o resultado prático do fenômeno.

A Sefi n não recorta o número de alvarás ex-pedidos por barbearia. Vai tudo na conta “salão de beleza”. Mas é possível, ainda assim, dimen-sionar o salto das barbearias. Em dezembro do ano passado, havia 545 registros de salões. Junho deste ano fechou com 622 pontos.

São 77 novos registros em meio ano, um crescimento de 14,1%. Na raiz do fenômeno, sem dúvida, as novas casas especializadas em atender os barbudinhos, “modinha” que nos conduz a uma espécie de túnel do tempo.

16 | [email protected]

A vez dos barbudosVanderson faria

Relançar coisas antigas com signifi cado novo,

atrai tanto aqueles que têm saudades quanto os jovens, que estão

fascinados pelo passado.”

Josué e seu time não dão folga para a navalha

“Os meninos chegam aqui com uma foto do Cristiano Ronaldo ou do Neymar no celular e dizem: faz igual”, relata Gustavo Dahlem, descrito no cartão de apresentação pessoal como “designer de cabelos e barba”.

Gustavo trabalha no salão tradicionalmente feminino, montado pela mãe, Lucia, na rua Fortaleza. Mas foi preciso abrir uma nova ala para atender a demanda crescente de “barbu-dinhos”. O “designer de barba” atende entre 17 e 25 clientes por dia.

Aqui cabe uma explicação. A barba é mais

rentável que o cabelo, pois os meninos mais caprichosos fazem a “manutenção” a cada 10 dias. Barba, sim; Talibã, Estado Islâmico, não. Tem que aparar.

Assim, os barbeiros vendem “pacotes” de três “aparadas” por mês, em média, pelo valor de R$ 60 . Mas há quem cobre R$ 150, incluindo tratamento de pele, massagem, esfoliação para extrair cravos e espinhos, toalha quente... É a tal “barbaterapia”. Quem diria, nasce aqui a fi gura do barbudinho “nutella”.

Celebridades como Neymar ditam moda em todo o planeta

Fio da navalhaGustavo ilustra o bom momento das

barbearias, algo visto até recentemente como um ofício em extinção. Estudioso, concurseiro, ele recusou três cargos públicos para fi car na barbearia.

Mais recentemente passou em um concurso federal. Foi chamado para trabalhar em Foz do Iguaçu. Desta vez ele aceitou o cargo. Bom salário, estabilidade, aquilo tudo que sabemos. Mas vai continuar atendendo na barbearia.

A onda de barbudinhos benefi ciou também os cabeleireiros tradicionais, como Josué Mazzo. Ele aumentou o time de cinco para oito “barbeiros”, ampliou o salão e acaba de abrir uma segunda unidade para os “barbudinhos” no Central Park.

Em 30 anos de ofício, ele nunca tinha visto tanto trabalho para as navalhas e barbeadores elétricos. Não é incomum encontrar profi ssionais da área muito bem sucedidos economicamente.

Então, se você ver na cidade um carrão premium alemão em direção perigosa, e pensar consigo: “oh cara barbeiro”, pode ter acertado a mão. Pode ser o barbeiro dirigindo o carrão, com o bolso vitaminado pelos barbudinhos “nutella”.

A barba é mais rentável que o cabelo, pois os meninos mais caprichosos fazem a

‘manutenção’ a cada 10 dias.”

Gustavo atende o cliente João Eduardo: old school

Edu

Frei

re

21 de julho de 2017 | 17

Para entenderO corte modinha dos meninos, principalmente os mais jovens, com menos de 20

anos de idade, é de inspiração militar. Soldados da 1ª Guerra Mundial tinham, por razões óbvias, pouco tempo para cuidar das madeixas. Então se fazia um corte fácil e rápido. Daí vem um dos nomes que batiza esta tendência: Old School, em tradução literal, velha escola ou escola antiga do corte. Trata-se de uma nostálgica visita ao passado, vitaminada, lógico pelos boleiros do Real Madri e Barcelona, fontes de inspiração dos barbudinhos.

18 | [email protected]

Talissa Bavaresco

Sempre amei a dança. Comecei a dançar com dois anos e meio de idade e nunca parei. Quando cheguei aos 17 anos, terceiro ano do Ensino Médio, e vestibular era a maior prioridade, estava decidida em fazer Ciências Biológicas. Cresci em meio a natureza, ambos meus pais são engenheiros agrícolas. Amo a biologia tanto quanto a dança, mas quando chegou a hora de decidir uma carreira, meu pai me perguntou se eu não queria fazer da dança a minha vida, e não só um hobby. Foi aí que começamos a pesquisar sobre escolas de dança fora do Brasil, e encontramos a Joffrey Ballet School em Nova York, que ofe-recia um programa pré-profi ssional de jazz e contemporâneo, com duração de quatro anos. Resolvi mandar um vídeo-audição e ver o que aconteceria.

Meses se passaram e nunca ouvimos uma resposta. Nessas alturas eu já tinha passado em 6º lugar em Biólogicas na UEM, no vesti-bular de inverno, e em 2o lugar na Unioeste. Já tinha me esquecido da Joffrey. Até que em metade de dezembro recebi um e-mail, dizen-do que eu havia sido aceita para o programa em Nova York. Foi o meu presente de Natal. Dei-me 48h para tomar uma decisão, já que estávamos em meio a datas comemorativas e toda a família estava por aí. Quando fi-

DIÁRIO DE BORDO

Cascavelense sozinha aos 17 anos na capital do mundo, Nova York

Talissa dançou...nalmente decidi que queria tentar, por seis meses, para ver como é uma vida de dança em período integral, numa das maiores capitais da indústria e do mundo, eu percebi que tinha menos de um mês para renovar passaporte e conseguir meu visto.

Esse mês passou voando. No fi nal, eu tinha tudo em mãos e estava pronta para ir. Meus amigos estavam confusos com a pressa da situação e quando se deram conta eu estava partindo. Até per-guntaram se meus pais iriam me acom-panhar, mas infe-lizmente, com o alto preço das passagens, só dava para com-prar uma. E assim me despedi da família, entrei no avião e fui sozinha, com 17 anos de idade, sem conhecer nem ter nenhum contato de alguém que pudes-se me auxiliar em Nova York. Quando desem-barquei, peguei um táxi até o alojamento da escola e desfi z minhas malas. Ainda não estava acreditando muito no que estava acontecendo. Tive o fi nal de semana pra me instalar, e as aulas começaram na segunda-feira.

Os seis meses passaram e eu estava nas nu-vens. Aprendi um mundo inteiro da dança que

nem sabia que existia. Ga-nhei 100% de bolsa escolar por mérito, para continuar meus estudos, e depois de conversar com meus pais, resolvemos continuar, indo de pouquinho, revendo as

fi nanças a cada seis meses para ver se tínha-mos condições de continuar a jornada.

De seis em seis meses, quatro anos se passa-ram e eu me tornei a primeira brasileira a se formar no programa de Jazz e Contemporâneo da Joffrey Ballet School, em Nova York. Uma escola mundialmente renomada, extremamen-te seletiva com seus alunos, e com uma grande história de formação de vários dos maiores profi ssionais da dança.

Fotos: Katy Marin Bavaresco

Talissa: sonho realizado

21 de julho de 2017 | 19

PROFISSIONALISMO

MEMÓRIA

Por um planeta +

Exercite-se!

Saudável

Sou hoje uma bailarina profi ssional com do-mínio técnico em Ballet Clássico e em técnicas de Dança Moderna como Horton, Graham e Cunningham; Teatro Musical, estilos de dan-ças urbanas como Waacking, Vogue, Locking, Popping, Waving, Breaking, Tutting, Street Jazz; Dança Contemporânea, Jazz do Old School ao Lírico, técnicas de improvisação na dança e composição coreográfi ca. E também adquiri muito conhecimento de nutrição e condicionamento físico para atletas, yoga e pilates, análise crítica da dança, história da dança, música, anatomia e administração das artes.

Hoje sou um dos rostos das campanhas pu-blicitárias da Joffrey Ballet School e também trabalho para a escola administrativamente, além de estar dançando com inúmeras com-panhias e profi ssionais em Nova York. Meus trabalhos mais recentes de 2017 foram a turnê com o companhia The Joffrey Ensemble. O vídeo-clipe do single ‘So Close’ para o artista americano Andrew McMahon in the Wilder-ness e participação em apresentações ao vivo no Panorama Music Festival, em Nova York.

Sou feliz em dizer que fi nalmente sou uma profi ssional na minha área e sou auto-sufi cien-te. De qualquer forma, devo muito a agradecer aos meus pais Cesar e Katy e a minha irmã Jessica por todo o apoio, fi nanceiramente e emocionalmente, este tempo todo. Foram ár-duos quatro anos, vendo a família apenas uma vez por ano, quando com sorte, e com muitas batalhas mas também muitas conquistas. Me sinto preparada e empolgada para o que o futuro aguarda por mim.

20 | [email protected]

EVENTO

Gastronomia requintada por um causa nobre

Queijo, vinho e educação

A Fundação Consciência e Trabalho realizou mais uma edição da Noite dos Queijos e Vinhos. Foi no Clube Comercial, no último dia 1º.

O evento repetiu o sucesso dos anos anteriores, o que representa mais recursos fi nanceiros para a Escola da Cidadania.

A Fundação mantém ofi cinas e salas de aulas já frequentadas por quase 8 mil alunos de famílias de baixa renda, desem-pregados ou sem profi ssão defi nida.

A Escola da Cidadania dispõe de salas de aula, informática, biblioteca, refeitório, e área coberta para prática esportiva. Ali são ministrados cursos de costura indus-trial, cabeleireiro, manicure, maquiador, depilador, estofador, serigrafi sta, além de alfalbetização de jovens e adultos por meio da informática.

“Portanto, cada um dos presentes na Noite dos Queijos e Vinhos prestou inestimável contribuição para a causa da educação e para descortinar novas oportu-nidades para os alunos”, disse o professor Luiz Carlos Eckstein, coordenador do evento.

MOBILIDADE

A experiência da Itaipu Binacional na área de mobilidade elétrica vai servir de base para as discussões do governo federal na elaboração da nova política automotiva do País, chamada de Rota 2030 – Mobilidade e Logística. O trabalho é coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), com a participação de outros ministérios e órgãos públicos e também da iniciativa privada. O novo plano, que substituirá o Inovar-Auto, de 2013, está previsto para entrar em vigor em janeiro de 2018.

No último dia 11, uma comitiva integrada por representantes do Mdic, Ministério de Minas e Energia (MME), Agência Brasileira de Desen-volvimento Industrial (ABDI) e da agência de cooperação Brasil-Alemanha (GIZ) participou de uma visita técnica à usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu. O grupo foi recebido pelo coorde-nador brasileiro do Programa Veículo Elétrico (VE) de Itaipu, engenheiro Celso Novais, e conheceu o Centro de Pesquisa, Desenvol-vimento e Montagem de Veículos Elétricos (CPDM-VE).

Novais falou sobre o programa e apresentou as principais linhas de pesquisa. O objetivo é fa-zer um nivelamento de informações do estado da arte dessa discussão de veículos elétricos no Brasil e uma das iniciativas propostas foi justa-mente a visita técnica à Itaipu, para conhecer

Carona no carro elétricoItaipu é vitrine tecnológica para nova política automotiva do governo federal

o Programa VE e o know-how da empresa neste setor. O diretor de desenvolvimento produtivo da ABDI, Miguel Nery, afi rmou que há uma forte tendência de aumento na participação dos veículos elétricos na frota dos países e, por isso, um capítulo dedicado a essa tecnologia na nova política industrial brasileira é fundamental.

Estima-se que o País gasta em torno de R$

Comitiva integrada por representantes de vários órgãos conheceu o Programa VE desenvolvido por Itaipu

21 de julho de 2017 | 21

Adenésio Zanella

30 bilhões por ano para tratar de doenças respiratórias – e o transporte tem um grande peso nesse quadro. O governo federal busca atrelar o planejamento do setor de energia ao Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário e que tem metas audaciosas para redução das emissões de carbono do planeta.

22 | [email protected]

Heinz Schmidt

Um Gutsherr em RondonExpropriado pelos stalinistas, Ernst August von Blücher teve de recomeçar a vida no Oeste do PR

Pessoas que o conheceram na Marechal Cândido Rondon dos anos 1960/70 defi nem-no como um senhor de aparência distinta, culto e muito educado, que levava uma existência discreta ao lado da esposa 25 anos mais jovem que ele.

O personagem desta história tem nome com resquícios de nobreza cuja ancestralidade remonta ao século XIII: Ernst August von Blücher, fi lho de Ernst Karl Albert Lucian von Blücher, oficial da Cavalaria Territorial do Grão-Ducado de Mecklenburg, e de Auguste Eleonore von Böhl.

Os von Blücher são um clã com diversas ra-mifi cações que marcaram presença na história de territórios teutos desde a Idade Média - principalmente como senhores feudais, bispos, funcionários públicos graduados e militares. O mais saliente deles talvez tenha sido o mare-chal-de-campo prussiano Gebhard Leberecht von Blücher, um dos três comandantes que derrotaram Napoleão em Waterloo.

Foram os desdobramentos da II Guerra Mundial e os ventos do destino que - da mes-ma forma que tantos outros - trouxeram o imigrante alemão Ernst August von Blücher para o incipiente núcleo de colonização General Rondon na primeira metade dos anos 1950.

Nascido em Ludwigslust (no atual Estado alemão de Mecklenburg-Vorpommern) a 6 de julho de 1886, von Blücher já contabilizava mais de 60 anos de idade e deixava irremedia-velmente para trás toda uma existência como grão-senhor de três latifúndios no nordeste do antigo Reich alemão. O imigrante havia sido um Gutsherr - membro da elite rural com título nobiliárquico ou não que durante séculos foi

o esteio do aguerrido Reino da Prússia. Mais do que um simples latifundiário agricolino, o Gutsherr - do qual deriva o Junker prussiano - tinha desde a Idade Média poderes e deveres que iam além da mera atividade rural no feudo sob seu controle. Essa situação senhorial per-durou juridicamente até 1930.

Ernst August von Blücher foi proprietário de três Gut em Mecklenburg-Vorpommern que somavam, estima-se, mais de 2 mil hectares. Para padrões europeus, uma área considerável. Por herança, tornou-se sucessivamente senhor dos Gut Kuppentin, Glave e Cramon (perto de Stettin), que ele e a esposa Else administravam. O casal teve duas fi lhas: Gudrun, nascida em 1922, e Irmingard, em 1924.

Erich Erdstein, um controvertido austríaco que se autointitulava “caçador de nazistas” e, munido de uma carteirinha de investigador da Polícia paranaense, colocou a pacata Marechal Cândido Rondon na mídia em 1968/69 como embrião de um hipotético IV Reich hitleris-ta, viu no refi nado von Blücher um perigoso adepto da cruz gamada. A rigor, não se tem informações comprovadas sobre as concep-ções políticas do imigrante; tampouco se sabe se exerceu algum papel de maior ou menor relevância no regime de Hitler.

Na primeira metade dos anos 1940, em plena guerra, von Blücher aparentemente

MEMÓRIA

Von Blücher: de grão-senhor em Mecklenburg a agricultor minifundiário em Marechal Cândido Rondon

21 de julho de 2017 | 23

estava mais preocupado com suas proprie-dades. Quando um incêndio destruiu a velha estrebaria e o galpão em Cramon, ele mandou reconstruir tudo. As novas instalações fi caram prontas em 1944.

Maio de 1945 foi um divisor de águas na vida da família von Blücher. Derrotada pelos Aliados, a Alemanha foi dividida em zonas de ocupação. Todo o leste do antigo Reich fi cou sob controle do Exército soviético, dando ori-gem em 1949 à República Democrática Alemã, de feição stalinista. Nos territórios onde tre-mulava a bandeira vermelha, impôs-se o lema “a terra dos Junker para os camponeses”, seguido de uma implacável reforma agrária.

O Gutsherr Ernst August von Blücher foi expropriado. Perdeu tudo o que tinha, sem di-reito a indenização. As áreas foram parceladas e entregues inicialmente a lavradores minifun-diários; mais tarde, quando da coletivização forçada da agricultura, transformaram-se em

fazendas de produção coletiva no estilo dos colcozes soviéticos.

Ernst August e a esposa Else se separaram. A fi lha mais velha, Gudrun, acompanhou o pai e faleceu de difteria em julho de 1945. Irmin-gard fi cou com a mãe e casou depois com um americano, Robert E. McLees.

Refugiado em Heilbronn, no sudoeste da Ale-manha, o ex-latifundiário decidiu emigrar para a América do Sul no início dos anos 1950. Seu primeiro destino foi Cochabamba, na Bolívia, de onde veio para Corumbá (MS) no dia 21 de setembro de 1951 com um passaporte emitido pela Alta Comissão Aliada para a Alemanha. Em 1953, presume-se, já estava no Oeste pa-ranaense, porque em maio daquele chegava ao porto de Santos (SP) Agnes Christine Möllers, natural de Ahaus (Westfalen), que seria a companheira de von Blücher no Brasil. Tinha 42 anos na época, e declarou à Imigração que era casada e iria residir em General Rondon.

Agnes Möllers, a 2a esposa de Blücher, chegou em 1953

Túmulo do casal no cemitério de Marechal Cândido Rondon

Gut Glave, em Mecklenburg, uma das três propriedades que constituíam o patrimônio do Gutsherr von Blücher

Niteshift

Von Blücher e sua segunda esposa levaram uma existência tranquila durante mais de 20 anos. O jornalista Harto Viteck, titular de um ótimo site sobre história regional, recorda que o casal dedicava-se a atividades agrícolas em Esquina Guaíra, perto do atual aeroporto de Rondon. “Eram muito distintos. Pessoas educadíssimas.” Arnold Lamb, auditor aposen-tado da RF, guardou a mesma impressão dos imigrantes. Eles eram clientes no armazém de seu pai e vinham à cidade para fazer compras a bordo de uma charrete com toldo.

O Gutsherr Ernst August von Blücher chegou perto de emplacar 90 anos. Faleceu a 27 de abril de 1976. Agnes faleceu um mês depois, em 25 de maio. A fi lha Irmingard esteve duas ou três vezes em Marechal Cândido Rondon. A primeira, em 1964, vinda da Califórnia (EUA) ou do Panamá, onde aparentemente residia com o marido; depois, em 1976/77, para tratar do espólio do pai. Consta que ainda vive, já nonagenária, nos Estados Unidos.

Cascavel (PR), sexta-feira, 21 de julho de 2017 - Ano XXI - Nº 2087 Clipping News Agência de Notícias | (45) 3037-5020 | www.pitoco.com.br

e-mail: [email protected] | Editor: Jairo Eduardo | Editoração: HDS

COLUNA DO ASSINANTE

Onda do rádioAssinante da versão digital do Pito-co, Valdecir Santin dirige uma rede de emissoras de rádio no interior de São Paulo. Na foto, com o governador Geraldo Alckmin, ele participa de ce-rimônia que converteu suas emisso-ras AM em FM.

Pitoco de estimação

24| [email protected]

Visita à redação

Camila Klassen e Ricardo Castilhos Gilberto Lorenzi

Milton Pires Martins Nilo Saraiva de Rezende

Motorista da “lotação”, veterano apresen-tador de um programa na Rádio Colméia, Jaime Fontana leva para onde for - em sua “capanga” - um exemplar do Pitoco da-tado de 4 de julho de 2003. A edição, de 14 anos atrás, retratou a trajetória do motoris-ta/radialista. Provavelmente, a presente edi-ção também terá um lugarzinho garantido na “capanga” por mais uns 14 anos.

FAZENDO O BEM - Ijatir Miguel Henz, o Alemão, professor Daury Augusto e Amilton Marcos de Almeida, na entrega ao Recanto da Crian-ça do Contêiner da Saúde. A ação do Ro-tary Club de Cascavel benefi cia 18 crianças e adolescentes em situação de vulnera-bilidade social.

PARCEIROOFICIAL

APOIOINSTITUCIONAL

PARQUE DEEXPOSIÇÕESCELSO GARCIA CIDCASCAVEL/PR

25 A 28DE JULHO DE 2017www.showpecuario.com.brfacebook.com/showpecuario

Veja nossa programação completa no site:www.showpecuario.com.br

PROGRAMAÇÃOA EXPOSIÇÃO

AO CONHECIMENTO

GERA INOVAÇÃO

2017

Precisão na cirurgiaHospital de Olhos importa equipamento dos EUA para tratar catarata

O Hospital de Olhos de Cascavel é um dos pioneiros no País a disponibilizar o Signature PRO, equipa-mento desenvolvido pela norte-americana Abbott, que incorpora a última palavra em tecnologia para cirurgia de catarata.

“Em oftalmologia, o conhecimento, a habilidade e a experiência acumuladas pelo cirurgião, são fundamentais, mas a inovação tecnológica traz uma contribuição importante tanto para o profi ssional, quanto para o paciente”, raciocina o médico Darci Dacome, integrante da equipe de 18 oftalmologistas do Hospital e um dos mais respeitados cirurgiões oftalmológicos do País, com milhares de procedi-mentos realizados ao longo de 23 anos de atuação.

Segundo Darci Dacome, o novo equipamento soma-se a outros de ponta já em utilização no Hos-pital e reúne os mais recentes avanços em facoemul-sifi cação, que é a técnica mais usada em cirurgia de catarata. Vem a ser a quebra e aspiração do cristalino afetado pela catarata com o uso do ultrassom.

O facoemulsifi cador é a máquina que controla o tipo e a intensidade do ultrassom, o vácuo, a aspi-ração e diversos outros parametros defi nidos pelo médico cirurgião. “Com os avanços incorporados ao Signature PRO, ganhamos em precisão, estabilidade e segurança. Na medida em que aplicamos menos ultrassom, por exemplo, reduzimos edemas e as per-das endoteliais. Ampliamos o conforto e agilizamos o retorno do paciente à sua rotina diária”, observa.

SAÚDE

O que é a catarata? O cristalino é a lente que fi ca atrás da iris. Transpa-rente, ele permite que os raios de luz passem por ele e alcancem a retina, para formar a imagem. A catara-ta é a opacidade do cristali-no, que embaça e diminui a visão progressivamente. Os sintomas mais comuns da catarata são visão borrada, ofuscamento, cores menos vivas, baixa visão noturna e até mesmo visão múltipla.

A catarata pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais frequente após os 40 anos de idade. A doença é responsável por 50% dos casos de cegueira do mundo. Estima-se que em 50% das pessoas de 60 anos já seja necessária a realização da cirurgia e em quase 100% dos maiores de 80 anos.

Darci Dacome e o Signature PRO: inovação tecnológica traz uma contribuição importante

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26 | [email protected]

Nosso caféA edição de junho do Café com Pitoco debateu a

mídia em tempos de fakenews, a proliferação de no-tícias falsas.

O bom jornalismo, a fonte confi ável de notícias, foi apontada como a opção mais segura para enfrentar os tempos de “verdades alternativas”.

A próxima edição do evento será no dia 26 de julho e tem o apoio institucional do Sicoob Credicapital, Bo-nuscred e Bourbon Hotel.

CAFÉ COM PITOCO

Leandro Silveira e Elisabete Nunes Hermes, do Instituto da Visão

Professor Nildo Santello e Paulo Cezar da Silva, do Centro Contábil

Márcio Daniel Gole e Matheus Sobocinski, da Funcional Contabilidade

Jaime Tadim, do Lab. Alvaro, Maycon Vila, da Telinea, e Valdecir, do estacionamento Royal Park

José Orildo Pasa, da Rádio Colméia,e o leiloeiro Arnildo Perufo

Jadir e Monica Kottvitz, da MJK Auditores Independentes

Carlos Guedes e Teunis Groenwold, da Tedesco Artefatos Metálicos

Jaime Mariano e Leonir Cruz, do Xiquinho Lanches

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