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Cidade Maior chuva em décadas causa estragos e mortes Memória Museu resgata a imponência da ferrovia acebotucatu Ano 4 - Edição 50 - Março de 2020 Botucatu Distribuição Gratuita Botucatu Distribuição Gratuita BOTUCATU ACEB economia de botucatu ainda mais internacional Balança comercial solidifica papel do Município como pólo exportador

economia de botucatu ainda mais internacional · 2020-03-03 · próprio título, que se atentou à valorização de pessoas, lugares e fatos que merecem ampla cobertura e uma visão

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Cidade

Maior chuva em décadas causaestragos e mortes

Memória

Museu resgataa imponênciada ferroviaacebotucatu

Ano 4 - Ed i ç ã o 50 - Ma r ç o d e 2020

B o t u c a t uDistribuição Gratuita

B o t u c a t uDistribuição Gratuita

BOTUCATUACEB

economia de botucatuainda mais internacional

Balança comercial solidifica papel do Município como pólo exportador

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www.acecdlbotucatu.com.br

Horário de expediente do SCPC Segunda à Sexta das 08:00h às 18:00 h

Presidente

Vice-Pesidente

Tesoureiro

Wilson César Da Cruz

Júlio Marcos Calonego

Emílio Angella Neto

Secretário

Ricardo José Pauletti

James Sales Pereira

Carlos Roberto De Souza

Presidente do Conselho FiscalJoão Batista Correia Ribeiro

Membro do Conselho Fiscal

Membro do Conselho Fiscal

Membro do Conselho Deliberativo

Flávio Luis FogueralPresidente do Conselho Deliberativo

Membro do Conselho Deliberativo

Carlos Alberto Fumes

Sacae Watanabe

DIRETORIA EXECUTIVA CONSELHO FISCAL CONSELHO DELIBERATIVO

DIRETORIA

EXPEDIENTE

Distribuição Gratuita e DirigidaPublicação produzida pela ACEB

Jornalista Responsável

Flávio Fogueral MTB: [email protected]

(14) 99795-9210

Diagramação e Arte FinalErica Lopes - [email protected]

(14) 99819-3753

ImpressãoGralar - (14) 3812-5700 - São Manuel

Tiragem1.000 Exemplares

PeriodicidadeMensal

B O T U C A T U - S PACEB

PALAVRA DO PRESIDENTE

Destaque Botucatu: 50 edições com a marca de nossa Cidade

m novembro de 2015 chegava às

Ebancas uma nova revista com a marca de nossa Cidade: criada com a

proposta de ser o veículo de comunicação que valoriza quem empreende em nosso município, a Destaque Botucatu. Criada inicialmente com o nome Revista Lojista, a publicação trazia as principais atividades que a Associação Comercial e Empresarial de Botucatu (ACEB- à época União ACE CDL) desenvolvia nos meses, bem como cobertura de eventos, além de informações de interesses dos sócios (convêni-os, descontos, serviços prestados, entre outros). A publicação cresceu e inovou. A começar pelo próprio título, que se atentou à valorização de pessoas, lugares e fatos que merecem ampla cobertura e uma visão diferenciada de tudo que é relevante nos mais diferenciados assuntos.

Ao longo de suas cinquenta edições, a Destaque Botucatu abordou campanhas de prevenção, educativas, bem como de estímulo ao empreendedorismo. Colunistas trazem, a cada mês, pontos de vista sobre desenvolvimen-to de carreira, mercado, saúde, culinária, entre tantos tópicos que fazem da publicação um dos principais veículos de informação.

Em constante evolução, para as próximas edições mais inovações estão por vir em seu layout e conteúdo, mas sem perder sua essência: divulgar o que de melhor Botucatu possui.

A revista surgiu de forma a proporcionar uma comunicação dirigida a nossos associados. Ao longo das edições a publicação cresceu em abrangência, mudando seu perl para atender a uma nova demanda: ser um veículo de interesse da comunidade. Não só os associados são contemplados com assuntos de interesse da classe empresarial, mas a sociedade passa a conhecer melhor a ACEB, bem como as atividades que a entidade desenvolve. Também é um ponto de referência na valorização de pessoas que fazem a diferença em nosso município. São histórias de sucesso em todos os aspectos.Com tiragem de mil exemplares e máxima

qualidade de impressão, o produto chega de forma gratuita aos leitores por meio de entrega dirigida. Também está disponível em diversos pontos de como bancas de jornais e revistas, além de consultórios, escritórios e outros parceiros. Sua versão digital aproxima as novas gerações do conteúdo dirigido, ampliando o leque de leitores que a Destaque agrega.

No m, o que era apenas um veículo interno da entidade, cresceu e ocupa relevante espaço na preferência dos leitores, sendo uma das

principais publicações impressas da região. São cinquenta edições ininterruptas que retratam parte da vida social, cultural e do desenvolvi-mento econômico de Botucatu.

Emilio Angella Neto Presidente da ACEB

ÍNDICE

4 CIDADEUma cidade castigada pela água

6 CIDADEBotucatu criou 350 novas

vagas de trabalho em 2019

7 ACEBEntidades debatem ações de fomento ao negócio

8 ECONOMIAInovações e Exportações

9 SEGURANÇASaiba mais sobre a Lei Geral de Proteção de Dados

10 COTIDIANODesastres Naturais e Resiliência

12 CAPARetomada pelo mercadointernacional

11 SEBRAEHabilidades Extras

14 CONHEÇA BOTUCATUEmbarque ao passado da ferrovia

18 SAÚDECoronavírus: o que precisamos saber?

20 GASTRONOMIAMuito além da tradicional macarronada

15 ESPORTEBotucatuenses pelos gramados do Paulistão

21 VEÍCULOSPlacas Mercosul: Elas chegaram para car

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Destaque | Março 2020 4

m capítulo triste na História de Botucatu. Atingida por

Uuma das piores chuvas das últimas duas décadas, a Cidade praticamente parou no dia 10 de fevereiro,

para se recuperar dos danos causados por mais de quatro horas contínuas de água. Casas alagadas, pontes destruídas, muros caídos, rodovias bloqueadas, carros submersos, lojas com produtos danicados, famílias desalojadas e muita destruição. A tormenta resultou em quatro pessoas mortas.

O Mercado Municipal “Progresso Garcia” foi severamente afetado com as águas da chuva. Diversos boxes na parte inferior perderam completamente todos os produtos e equipamentos. Móveis foram arrastados, com geladeiras e congeladores tomba-dos. A marca que indicava a profundidade da água equivalia a mais de um metro de profundidade.

Dez famílias perderam todos os pertences e caram desabriga-das, recebendo auxílio direto do Fundo Social de Solidariedade, além de campanhas realizadas por diversos segmentos da sociedade que arrecadaram desde eletrodomésticos, roupas, utensílios de cozinha, móveis, cobertores, entre outros objetos.

Devido ao impacto e grande estrago causado pela água, o prefeito Mário Pardini decretou, à ocasião, estado de calamidade pública. Para amenizar os prejuízos, o carnaval de 2020 em Botucatu acabou por ser cancelado. Já o aniversário dos 165 anos do município, em abril, terá artistas locais e com estrutura menor.

Durante toda a madrugada moradores do entorno dos principais córregos que cortam o município, principalmente o Ribeirão Lavapés, córrego Água Fria e o Ribeirão Tanquinho, se mobilizaram para salvar a vida e o que restava em suas casas. Em poucas horas foram registrados mais de 100 chamados de auxílio e socorro, tanto pela Defesa Civil quanto pelo Corpo de Bombeiros.

Somente na Rua Independência, 20 casas caram submersas. Já na Rua Major Leônidas Cardoso a chuva provocou rápido alagamento no trecho próximo ao Ribeirão Lavapés. A água avançou rapidamente, sendo que moradores só tiveram tempo de se abrigar. A intensidade foi tamanha que uma caçamba foi parar em cima de um carro.

Este foi o maior volume de chuva nas últimas duas décadas. O registro foi de 299 milímetros por metro quadrado, em menos de doze horas, segundo a estação meteorológica instalada na Fazenda Experimental do Lageado, na Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu. O montante foi equivalente ao total de chuva no período de um mês. Isso provocou o rápido transbordo de rios e córregos, fato que surpreendeu muitos botucatuenses, principalmente moradores de regiões de margens.

Uma cidade castigada pela água

CIDADE

Diversos pontos como Mercado Municipal, residências, além de pontes no entorno de corrégos foram afetados pelo transbordo da água

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Parque e clube completamente debaixo da água

A Associação Atlética Ferroviária, às margens do córrego Água Fria, cou praticamente submersa. Todo o complexo poliesportivo cou encoberto com a lama, que atingiu pontos como o campo de futebol e quadras. As piscinas foram completamente tomadas pela lama e diversos muros cederam. Durante duas semanas funcioná-rios trabalhavam para limpar e reconstruir parte da estrutura.

Pontes destruídas e rodovias interditadas

A chuva ocasionou diversos danos à infraestrutura urbana de Botucatu. Mas os mais visíveis foram as quedas e danos em pontes, seja na área urbana quanto na rural. Ao todo foram 32 estruturas que foram afetadas diretamente pela água.

No total, quatro destas pontes foram prejudicadas de forma crítica em suas estruturas, tendo rupturas totais ou mesmo parciais. Além da queda total da existente na Rua Dr. Rafael Sampaio, no centro; e parcialmente na Ponte do Salgueiro (divisa entre a Rua Amando de Barros e Avenida Petrarca Bachi), a ponte da Rua dos Costas, na Vila São Lúcio, teve afundamento total, sendo “engolida” pela água; e a cabeceira da localizada na Fazenda Experimental do Lageado que foi arrastada pela enxurrada.

Equipes da Secretaria de Infraestrutura têm trabalhado ininterruptamente para o conserto de algumas vias e de algumas

pontes, principalmente nas áreas rurais. Dezenas de sítios e fazendas produtoras caram sem contato terrestre com o restante do município.

A Rodovia Marechal Rondon (SP 300) foi uma das mais afetadas, com cratera se abrindo no quilômetro 258, nas proximi-dades da praça de pedágio (inclusive matando um motorista) e pontos na chamada “descida da serra”, nos acessos a Anhembi, Conchas e Bofete. Trabalhos de remoção e recuperação se iniciaram, fazendo com que a rodovia tivesse pista simples em alguns trechos.

Diversas estradas vicinais e rurais tiveram bloqueios por causa da queda de pontes e acúmulo de terra na pista. A linha férrea que cruza o município sofreu danos consideráveis, sendo que em alguns trechos, principalmente na Cuesta, os trilhos estavam suspensos, sem a base em terra por baixo.

Na semana que precedeu a chuva, chegou a Botucatu um parque de diversões. O local para instalar os brinquedos foi a tradicional Avenida Paula Vieira que, curiosamente, faz margem ao Ribeirão Lavapés. Com o volume acumulado de água, a mesma transbordou atingindo casas e comércios na Vila Jaú, principal-mente o empreendimento, que havia iniciado suas atividades no dia anterior. Todos os brinquedos foram destruídos e os funcionári-os do estabelecimento, surpreendidos com a água invadindo os dormitórios, pediam por socorro.

Mortos pela água

Em outro ponto, a tragédia ocorreu na Rodovia Vicinal Alcides Soares. Na ocasião um Volkswagen Voyage trafegava nas proximi-dades da ponte do Rio Capivara e, quando passou pela estrutura, a água subiu repentinamente, fazendo com que o motor falhasse. Houve a tentativa de populares em rebocar o veículo, mas a corda se rompeu, arrastando o carro para dentro do rio. Em seu interior estavam Maria Cristina Infanti Ferre, 65, Maria Silvia Infanti, 71, e Lourival Ferre, 62. Todos eram moradores do Bairro da Mina.

Mais do que prejuízo material registrado, a chuva de 10 de fevereiro resultou em saldo trágico com a morte de quatro pessoas em decorrência de enxurradas e quedas. A primeira vítima fatal foi o caminhoneiro Epaminondas Macedo Souza, de 50 anos. Natural de Porto Feliz, o caminhoneiro trafegava na manhã de segunda-feira, 10 de fevereiro, pela Rodovia Marechal Rondon (SP 300) quando seu veículo acabou sendo tragado por uma cratera formada no quilômetro 258 da via, nas proximidades do pedágio entre Botucatu e São Manuel. Tanto o veículo quanto Souza foram arrastados por mais de um quilômetro, dentro da tubulação de água pluvial. Foram encontrados no dia seguinte pela Polícia Militar, que se utilizou do helicóptero Águia.

Cidade em reconstrução

Dias após a chuva e da consequente enchente em Botucatu, iniciou-se os trabalhos de avaliação e reconstrução das áreas afetadas. O prefeito Mário Pardini se dirigiu a Brasília e São Paulo para viabilizar verbas em caráter de urgência. Somente as pontes destruídas e afetadas demandam mais de R$ 8 milhões. O vice-governador em exercício, Rodrigo Garcia, esteve em Botucatu em 11 de fevereiro, para vericar os principais pontos afetados e raticou, no mesmo dia o status de calamidade pública, o que favorece o município em obter repasses e nanciamento. O governo estadual rearmou repasse de R$ 6 milhões para a reconstrução das pontes da Rua Dr. Rafael Sampaio, do Salgueiro e da Rua dos Costas.

Destaque | Março 2020 5

Locais turísticos como a Fazenda Experimental do Lageado tiveram grandes danos em suas estruturas. Recuperação levará meses para ser concluída

O Vice-Governador Rodrigo Garcia conversa com o Prefeito Mário Pardini, durante visitas às áreas afetadas pela chuva

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CIDADE

Botucatu criou 350 novas vagas de trabalho em 2019

616

1541

729

2271

3500

500

1000

1500

2000

2500

2015 2016 2017 2018 2019

Dos cinco principais setores produtivos no município, apenas dois apresentaram desempenhos negativos no consolidado do ano. Destaque para a agropecuária que encerrou formalmente 776 postos de trabalho, resultantes de 3.748 demissões contra 3.008 contratações. Com isso, as 525 empresas do segmento empregam atualmente 3.413 trabalhadores.

Responsável direto pelo maior número de empregabilidade no ano, o setor de indústria de transformação proporcionou 573 novas vagas registradas. As 486 empresas do setor abriram 2.361 postos de trabalho, tendo encerrado 1.788. Ao todo, 9.579 pessoas estão ocupadas diretamente na indústria.

Por m, a construção civil também obteve resultado de maiores contratações. Em 2019 foram criadas 141 novas vagas, resultantes de 854 admissões contra 713 demissões. As 275 empresas registradas no Caged são responsáveis por empregar, de maneira formal, 902 pessoas.

Quanto à região, que agrega Anhembi, Bofete, Conchas, Pardinho, Pratânia, São Manuel foram criados 331 postos formais de trabalho. Ao todo, são 53.354 pessoas empregadas. nas 12.319 empresas instaladas. Foram 23.857 contratações e 23.526 demissões no acumulado.

EVOLUÇÃO DE VAGAS

s diversos setores econômicos de Botucatu continu-

Oam com seu processo de retomada após a crise econômica da metade desta década. Com isso, o

número de vagas criadas no mercado de trabalho apresentaram evolução nos últimos anos. Dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), ferramenta ocial do Ministério da Economia, apontam que foram criadas 350 novas vagas formais de trabalho em 2019.

Os números representam o balanço de 17.846 contrata-ções ante 17.497 demissões nos doze meses de mensuração dentro das 7.222 empresas cadastradas no sistema. No entanto, o saldo é o terceiro pior dos últimos cinco anos, cando atrás apenas de 2016 (-1541), 2015 (-616), 2017 (729) e em 2018 (2.271).

Outro setor que teve desempenho negativo foi o comércio, que encerrou formalmente 55 postos de trabalho, resultantes de 3.718 admissões e 3.773 demissões. Ao todo são 2.467 estabelecimentos cadastrados no município, o que geram 8.065 empregos de maneira direta.

Também apresentou desempenho positivo o setor de serviços, cujo saldo foi a criação de 474 postos formais em 2019. Este resultado foi obtido já que, de janeiro a dezembro, ocorreram 7.867 contratações e 7.393 demissões. O municí-pio concentra 3.423 estabelecimentos neste ramo de atividade que empregam 13.637 prossionais.

A queda na criação de vagas em 2019 foi reforçada pelos números apresentados em dezembro. Na oportunidade foram encerradas 2.938 vagas formais de trabalho, com 677 contratações e 3.615 demissões, sendo o período com maior volume de retração. No último ano apenas os meses de fevereiro (-300), março (-439), junho (-24), apresentaram resultados negativos no nível de empregabilidade no município.

Em contrapartida, os meses de janeiro (430), abril (55), maio (1.361), julho (248), agosto (259), setembro (248), outubro (173) e novembro (1.276) representaram desempe-nho de ampla contratação de mão-de-obra nos principais setores produtivos do município.

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Destaque | Março 2020 7

Entidades debatem ações de fomento ao negócio

Também participaram da reunião representantes das demais entidades setoriais como o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Botucatu e região (Sinhores) (restaurantes, hotéis, bares e similares), ACEB (Associação Comercial e Empresarial de Botucatu), além do Sincomércio.

Durante o encontro os presidentes e representantes das entidades apontaram questões como a ampla participação da classe empresarial em iniciativas de fomento, políticas de inserção ao mercado de trabalho, combate à informalidade, concorrência, bem como maior presença nas discussões sobre planos públicos de desenvolvimento econômico.

De acordo com o gerente regional do Sebrae-SP Gilson Carbinatto, frisou que o encontro resultou em rica oportunidade para troca de informações e estreitar relacionamento. “A proposta do evento foi ouvir dos próprios representantes das entidades quais são as principais carências e como o Sebrae pode contribuir para o desenvolvimento do setor”, destaca.

As entidades representativas do comércio e de serviços botucatuenses voltarão a se reunir nos próximos meses para discussões e a possível criação de um plano de ação.

Criar cenários para o desenvolvimento de Botucatu, por meio das demandas existentes nas diferentes entidades representativas do meio econômico. Com

este objetivo, a Associação Comercial e Empresarial de Botucatu participou, em 14 de fevereiro, de uma reunião direcionada promovida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Botucatu, Emílio Angella Neto, as mudanças pelas quais o município passou nas últimas duas décadas demandam novas ideias e posturas de cada entidade presente ao encontro. "Há uma nova postura do consumidor, com amplo poder de decisão. As empresas do varejo e também prestadoras de serviços precisam atentar-se a novos cenários como concorrência ampla, poder de compra fora do próprio município, entre outros pontos que afetam os empreendimentos. Mensurar as necessidades, desaos e pontos de diculdades ajuda a criar um ponto de reexão para ofertar produtos e serviços que atendam estas demandas", explica.

ACEB

Intuito do encontro, sediado no Sebrae, foi debater propostas para o fomento empresarial

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O princípio das vantagens comparativas elaborado pelo pensador David Ricardo pode ser considerado o ponto de partida dos estudos sobre os determi-

nantes da competitividade internacional. Segundo esta teoria, as vantagens comparativas das nações seriam atribuídas às diferenças nos custos de produção, à disponibi-lidade de recursos produtivos (terras, máquinas) e à produti-vidade do trabalho, as quais dependem da tecnologia usada durante o processo de produção. Desse modo, cada país se especializaria na produção em que é relativamente mais eciente. Posteriormente, a moderna teoria do comércio internacional modicou a explicação sobre a origem das vantagens comparativas, diferenciando os países de acordo com a distribuição relativa dos recursos de produção. Outro modelo para explicar o comércio internacional considera que os países utilizam tecnologias semelhantes e produzem bens transacionáveis equivalentes, diferenciando-se apenas em relação à abundância relativa de recursos. Ao longo do tempo, esses modelos receberam severas críticas, especial-mente por desconsiderarem a importância de investimentos em inovação na capacidade competitiva das empresas.

A proteção de tecnologias no mercado interno pode fortalecer a capacidade competitiva das empresas em território nacional, melhorando a sua capacidade de atuar também no exterior. Se esta proteção envolve os mercados externos, por exemplo, pelas patentes concedidas em outros países, a empresa consolida vantagens monopolistas no exterior, podendo aumentar o seu desempenho exportador. As empresas que desenvolvem um novo produto criam um

monopólio da sua inovação até a entrada de imitadores no mercado. A mudança técnica criada em um país induz o seu comércio até que o resto do mundo imite esta inovação. A existência de diferenças tecnológicas entre as nações seria responsável pela exportação de novos produtos por parte dos países líderes, com mais preço e desempenho, enquanto os países menos desenvolvidos estariam restritos a um padrão produtivo e exportador tecnologicamente pouco competitivo. Esta diferença reete-se fortemente na renda média do cidadão de cada país.

A inovação e as exportações estão constantemente próximas. Empresas inovadoras tendem a ser mais intensivas em exportações, em comparação com as empresas que não inovam. Soma-se a isto o fato de que tanto as empresas exportadoras quanto as inovadoras são, em geral, maiores, mais produtivas e mais intensivas em mão de obra qualica-da. Ou seja, promovem empregos de maior qualidade e riqueza. Além disso, se uma empresa não somente inova, mas também protege os resultados destas inovações, este diferencial de competitividade pode se tornar ainda mais signicativo, pois garantir a inovação gerada pode aumentar sua liderança de mercado e consolidar vantagens.

Paulo André de Oliveira é economista e professor da

Faculdade de Tecnologia de Botucatu (Fatec).

As diferenças entre as empresas em relação às suas capacitações tecnológicas é o principal fator para a promoção de vantagens competitivas no mercado interno e nas exportações. Portanto, as empresas têm desempenhos econômicos, nanceiros e tecnológicos desiguais e utilizam processos tecnicamente diferentes para a produção de bens. É importante destacar que a geração, aquisição e difusão de tecnologias envolvem custos expressivos para as empresas, que devem ser recuperados enquanto a patente os protege daqueles que imitarão o produto inovador.

Por m, a relevância do progresso tecnológico explica os diferentes padrões de comércio e não apenas as diferenças de recursos produtivos ou de uma mão de obra mal remunerada. A presença em mercados estrangeiros pode ser determinada por saltos tecnológicos, mas dinamicamente também pode inuenciar a adoção de novas tecnologias, dado que para se manterem competitivas, as empresas são incentivadas a adotar novos processos e investir em inovação. Neste sentido a participação no comércio exterior também aumentaria os avanços tecnológicos em um círculo virtuoso. Portanto a questão não é a exportação em si, mas de como o país obteve sucesso no processo, sendo que quando se trata de inovação o impacto positivo sobre o padrão de vida do país é muito mais signicativo.

Inovação e Exportações

ECONOMIA

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Lei Geral de Proteção de Dados*Você ainda irá ouvir falar dela

SEGURANÇA

partir de agosto de 2020 entrará em vigor no Brasil a

Alei que irá proteger os dados pessoais e trará, com ela uma grande mudança de comportamento em

toda a sociedade.Culturalmente, a grande maioria dos brasileiros não se

importa em fornecer os seus dados e não entende como o uso inadequado destas informações podem afetá-la. As pessoas não vislumbram problemas em postar fotos de familiares ou fatos marcantes de suas vidas nas redes sociais, de liberar sua localização para aplicativos, ou em fornecer o CPF paraa farmácia na compra de um simples medicamento para dor de cabeça.

É amplamente sabido que banco de dados são vendidos ou compartilhados entre as organizações, e isto explica recebermos inúmeras ligações de empresas que nunca nos relacionamos oferecendo produtos e serviços.

Após o escândalo da Cambridge Analytica, empresa britânica de mineração de dados, que por meio do Facebook conseguiu inuenciar as eleições dos Estados Unidos, e as eleições para o Brexit na Inglaterra, cou claro para o mundo que empresas utilizam as informações pessoais também para inuenciar o comportamento dos seus consumidores.

Juliana Risso Rabisquim é consultora de novos negócios do Lee, Brock, Camargo Advogados.

É considerado dado pessoal qualquer informação que seja possível identicar direta ou indiretamente a pessoa natural por trás do dado, como por exemplo, nome, endereço, dados

genéticos, IP, características pessoais, qualicação prossional etc. Os dados das pessoas jurídicas não estão cobertos pela lei.

À medida que os consumidores tiverem mais consciência do valor de suas informações, avaliarão melhor as empresas pela forma como lidam e protegem os seus dados. Portanto, seja para atender a lei ou para sua manutenção no mercado, é essencial que todas as empresas busquem se adequar a esta nova realidade.

Paulo Vinicius de Carvalho Soares é DPO e sócio responsável pela área de Direito Digital do Lee, Brock, Camargo Advogados

Em parceria com a 25ª Subseção – OAB/Botucatu.

Uma opção acessível aos empresários para proporcionar conformidade com a LGPD é a anonimização de dados, que é a descaracterização da informação de tal forma que não é possível fazer associação, direta ou indireta, a um indivíduo.

A Lei traz para as pessoas titulares dos dados, o direito de obter das empresas a qualquer momento e mediante requisição: conrmação de que a empresa detém os seus dados e quais são eles, correção, anonimização, informação das entidades públicas e privadas com as quais o dado foi compartilhado e até mesmo exigir a sua eliminação.

A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD – regulamenta o tratamento dos dados pessoais com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade, de privacidade, do exercício da cidadania pelas pessoas, além de proteger também a livre concorrência.

Do lado das empresas, todas estas independentemente do tamanho, precisam estar preparadas para atender aos consumi-dores e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados. A lei traz diversas exigências que precisam ser cumpridas, e caso não sejam, as penalidades podem variar de 2% do faturamento da pessoa jurídica a R$50 milhões.

*Lei Federal nº 13.079/2018

Destaque | Março 2020 9

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Destaque | Março 2020 10

Ÿ Por que nos prevenimos com relação a determinados eventos e ignoramos outros?

Assistindo às calamidades recentes ocorridas em Botucatu e toda a região recordamos a citação de Leonardo Boff de 2011:

E ao perdermos essa consciência deixamos de observar tanto o movimento da natureza quanto o nosso próprio movimento. A todo instante o sistema biológico e os sistemas de drenagem nos mandam mensagens sobre o nível de pressão e estresse que vêm sofrendo. Mas assim como fazemos com a nossa saúde com a prática da cultura da remediação ao invés da prevenção, assim fazemos com as nossas cidades.

Podemos denir estresse como “a relação entre a pessoa e o ambiente, na qual os estressores estão relacionados às reações de ansiedade devido à percepção de risco”.

Ÿ Qual o critério adotado para determinar se o risco é aceitável?

Segundo Lewis (1990), o que fazemos para diminuir o risco depende do que pensamos que é ameaçador, e se pensamos que o risco pode ser reduzido. Devido a este fato, algumas perguntas podem ser feitas:

Eventos adversos, sobretudo de origem climática, que levam a situações de emergências e desastres têm ocorrido em número e magnitude crescentes

em nosso país. A incidênciaa desses eventos tem obrigado todos nós a reconhecer que, quando os indivíduos e as comunidades estão preparadas se organizam para enfrentar tais adversidades, ocorre uma redução dos efeitos desastrosos para a população.

Ÿ Como nós reconhecemos o que é risco?

Diferente de outros países que possuem a cultura da prevenção, da preparação e da reconstrução, no Brasil, esses desastres coincidem com um crescimento signicativo de sua população e inversão no tipo de ocupação do território, passando de uma maioria vivendo no meio rural para uma maioria vivendo no meio urbano.

Para uma pessoa que passa por um desastre em sua vida, para quem perde familiares, para quem vê suas empresas, postos de trabalho e casas levadas pela chuvas, sabe a diferença entre estar e não estar preparado para eventuais riscos.

Se isso acontecesse com você, com a sua casa ou com a sua empresa, você estaria preparado? Você possui algum plano de ação, de prevenção e de remediação para situações de emergência?

Frente ao ocorrido recentemente o que você tem feito para colaborar com a diminuição dos efeitos desastrosos e aumentar a resiliência de nossa comunidade.

Nesta hora ca evidente a importância da mobilização comunitárias, o sentimento de pertencimento a um grupo acolhedor que promova encontros e facilite a organização social comunitária, pois isso pode contribuir com a superação de situações tão difíceis, nas quais muitas pessoas, famílias e comunidades atingidas estão ainda se recuperando nancei-ramente e emocionalmente das enchentes.

Sabemos que temos muito por agregar, por construir, mas sabemos também que este caminho passa por oferecer apoio emocional às vitimas e desenvolver ações de preven-ção e não apenas de remediação nos três níveis, pessoal, familiar e comunitário.

Milena Lozano e Sol Machado fundadoras e coaches do NUC (Núcleo Coaching de Carreira).

COTIDIANO

Desastres Naturais e Resiliência

“”

O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo aoramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas orestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as

mensagens que eles nos mandam. Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes, com quem participei de longas penetrações na oresta amazônica do Acre, sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso.

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Destaque | Março 2020 11

SEBRAE

A automação ainda não chegou a atividades intelectuais e criativas, no entanto, as transformações em curso acabam também por requerer maior qualicação da mão de obra, um dos gargalos crônicos do Brasil. No ano que vem, o país sofrerá com um décit de 1,8 milhão de pessoas para vagas que demandam especialização, de acordo com pesquisa da empresa de recursos humanos Korn Ferry, realizada com executivos daqui.

A análise indica que 120 milhões de trabalhadores nas dez maiores economias do mundo terão de se aperfeiçoar nos próximos três anos por conta da tecnologia. Porém, o mercado vai valorizar as chamadas soft skills – características relativas a comportamento e personalidade. Ou seja, conhecimento técnico não será suciente, será preciso aprimorar competências mentais, emocionais e sociais.

A capacidade interpessoal permite se adaptar e se comunicar melhor, lidar com a pressão, ser colaborativo, maleável e liderar. Tem total aplicação no dia a dia do dono de uma micro ou pequena empresa, que se relaciona com clientes, fornecedores, empregados, sócios, parceiros comerciais e experimenta um leque enorme de situações.

Apesar de o mercado continuar atrás de gente preparada tecnicamente (e é imperativo estudar e se manter sempre atualizado), o crescente uso de robôs obrigará os prossio-nais a desenvolverem outras habilidades, conforme mostra estudo divulgado recentemente pela International Business Machine (IBM). O empreendedor tem de se renar nesse sentido, assim

como deve procurar qualicar seus funcionários nesse campo para manter a competitividade da empresa. As máquinas e softwares podem tomar o lugar das pessoas em diversos casos, mas a inteligência emocio-nal tem sua cadeira cativa no mundo dos negócios. Cabe ao empresário estar atento à questão e construir um empreendimento sintonizado com os novos tempos.

Com os avanços da tecnologia, a presença humana tem sido substituída pela automatização em tarefas repetitivas e nas que exigem menos habilidades.

Gradativamente, a inteligência articial ocupa cada vez mais espaço no mundo corporativo.

Wilson Poit é diretor-superintendente,

do Sebrae-SP

Habilidades extras

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

MARÇO

Neste Dia Internacional da Mulher,

lembre-se que a melhor forma de homenagem

é o seu amor e respeito.

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Destaque | Março 2020 12

CAPA

Naquele período Botucatu era o 34º maior exportador do Estado (137º do país), o 105º em importações em São Paulo

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Comex), vinculada ao Ministério da Economia, Botucatu acumulou no consolidado de 2018/2019, US$ 201,06 milhões em exporta-ções, com predominância para produtos industrializados nos segmentos automotivo e alimentício. Neste contexto, 28 empresas são as que movimentam este uxo de vendas a mercados como Estados Unidos (42%), Chile (15%), Peru (13%), Austrália (8,4%), África do Sul (5,9%) e Alemanha (1,3%).

O desempenho obtido na balança comercial do município no ano passado foi inferior , no entanto, ao desempenho registrado em 2017/2018, quando as exportações botucatuenses totalizaram US$ 317,12 milhões e US$ 32,9 milhões, cujo saldo foi superávit de US$ 284,22 milhões.

Por outro lado, as importações feitas por empresas locais centraram-se em produtos destinados para a produção como chassis para produção de veículos, o que demandou US$ 9,48 milhões (28% do total. Também agregam as aquisições do exterior centros de maquinagem, máquinas diversas e para se trabalhar metais, com investimento de US$ 3,37 milhões, ou 9,8% do adquirido. Outros materiais vindos do exterior estão relacionados também a equipamentos eletrônicos, metalúrgicos, bem como materiais para construção.

Já as importações resultaram em US$ 34,4 milhões, fazendo com que a balança comercial no ano passado tivesse superávit de US$ 166,66 milhões. Com isso, Botucatu ocupa a 42ª coloca-ção (ou 0,4% de participação) no Estado entre os municípios mais exportadores. Em âmbito nacional, essa posição vai para 179, levando em consideração todos os 5570 municípios brasileiros (nem todos, no entanto, possuem parque industrial e econômico direcionados para a exportação). Quanto às importa-ções, Botucatu é o 97º no Estado (0,06% de participação) e o 323º no país que mais comprou do exterior. Venderam às empresas botucatuenses países como Espanha (27%), Suécia (19%), Alemanha (16%), Itália (9,5%), França (8,6%), China (6%), Estados Unidos (4,7%) e Ìndia (2,1%).

A globalização da economia, intensicada no nal da década de 1990, proporcionou oportunidades e nova dinâmica aos processos produtivos. Com parque

industrial diversicado, agregando mais de 460 empresas, Botucatu exporta produtos manufaturados, agropecuários e tecnologia.No quadro da chamada balança comercial, que agrega a diferença entre exportações e importações, Botucatu apresenta saldo positivo, ou seja, exporta para o exterior mais do importa. E, assim, o município tem se consolidado no seleto grupo de municípios com pólos industriais com viés exportador.

Das 32 empresas que mostram perl de negociação internacional, algumas são prevalentes quanto ao papel de exportadoras, com destaque para Caio Induscar, Irizar, Embraer, Eucatex e a antiga Duratex, que ainda exerceu balanço nas exportações, mesmo com a incorporação da unidade fabril de Botucatu. Neste total, 31% do volume vendido ao exterior refere-se a carrocerias para automóveis (ônibus, em sua essência), totalizando US$ 62,73 milhões; seguida por peças e acessórios

para veículos (27% do acumulado em 2019), gerando US$ 54,93 milhões. Ainda no levantamento, as vendas de ônibus representa-ram 15% do total das exportações ou US$ 29,55 milhões. Na sequência, painéis de bra de madeira ou materiais de lenhosas foram responsáveis por garantir US$ 19,93 milhões (9,9%) do total exportado pelas empresas botucatuenses no ano passado.

Retomada pelo mercado internacional

Fonte: Ministério da Economia-Indústria, Comércio e Serviços

ACUMULADO DA BALANÇA COMERCIAL ENTRE JAN/NOV 2019

0,06%Part. nas

Importações - EstadoJan-Nov/2019

97ºRaking de

Importações - EstadoJan-Nov/2019

323ºRaking de

Importações - BrasilJan-Nov/2019

35Quantidade deImportadores**Jan-Nov/2019

0,4%Part. nas

Exportações - EstadoJan-Nov/2019

Raking deExportações - Estado

Jan-Nov/2019

Raking deExportações - Brasil

Jan-Nov/2019

Exportações US$ Milhões

201,06-31,6% Var. Jan-Nov

2019/2018

Importações US$ Milhões

34,415,55% Var. Jan-Nov

2019/2018

Saldo US$ Milhões

166,66Superávit Jan-Nov

2019

42º 179º 28Quantidade deExportadores**Jan-Nov/2019

**Quantidade de Exportadores/Importadores considera tanto os operadores pessoas jurídicas (CNPJ) quanto pessoas físicas (CPF).

SALDO DA BALANÇA COMERCIAL EM 2018

**Quantidade de Exportadores/Importadores considera tanto os operadores pessoas jurídicas (CNPJ) quanto físicas (CPF).

0,05%Part. nas

Importações - Estado2018

105ºRaking de

Importações - Estado2018

340ºRaking de

Importações - Brasil2018

36Quantidade deImportadores**

2018

0,5%Part. nas

Exportações - Estado2018

Raking deExportações - Estado

2018

Raking deExportações - Brasil

2018

Exportações US$ Milhões

317,1254,37% Var.2018/2017

Importações US$ Milhões

32,921,81% Var.2018/2017

Saldo US$ Milhões

284,22Superávit

2018

34º 137º 30Quantidade deExportadores**

2018

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(340º no Brasil). Um detalhe a se destacar é quanto ao número de exportadores, menor neste biênio que no período atual- 30 empresas- e a mesma quantidade de importadores.

Pela análise da professora Silvia Angélica de Carvalho, especialista em economia do Departamento de Engenharia Rural e Socioeconomia da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, há uma baixa diversicação das exportações botucatuen-ses. “As exportações botucatuenses estão muito focadas em poucas grandes empresas, com tradição internacional”, pondera a economista.

Segundo ela, o desempenho botucatuense esteve atrelado ao desempenho de todo o país, e foi afetado pelo cenário político nacional, com inuência direta da diculdade do governo federal reverter a crise econômica que temos enfrentado. A turbulência no governo afetou as relações com parceiros comerciais importantes e, principalmente, a demora na aprovação de reformas de base como a da Previdência, levaram a grande instabilidade cambial. “O fator mais expressivo para essa diferença entre 2018 e 2019 talvez esteja relacionado ao cenário político nacional. As transações comerciais internacionais da economia botucatuense, assim como as do país como um todo, foram afetadas pela instabilidade política do primeiro ano do governo federal”, frisa professora Silvia.

Como as exportações dependem de um contexto integrado entre os cenários nacional e internacional, a desvalorização do real frente ao dólar, agregou divisas nos bens exportados, mas ao mesmo tempo encareceu as compras no exterior. “As incertezas quanto a política interna e externa a serem adotadas e a grande instabilidade no valor do dólar, zeram com que os compradores do Brasil no exterior, com reexos na esfera estadual e municipal, cassem mais cautelosos. Assim, mesmo com o valor do real elevado em relação ao um dólar, o que propicia as vendas para os exterior, a queda nas exportações foi importante. Neste cenário, perduram as exportações de empresas consolidadas, que possuem contratos mais longos, grandes empresas como Embraer, Irizar e Eucatex”, salienta a especialista.

Quanto ao uxo cambial, com o dólar tendo valorização de 4,5% frente ao real em 2019, modicou o modo de operação de algumas empresas que, mesmo voltando suas atenções às vendas no exterior, passam a procurar matérias-primas no mercado interno o que, por vezes, não consegue suprir a demanda. “As empresas tendem a rever suas compras no exterior, substituir insumos e matérias-primas por produtos nacionais. Mas, mesmo diminuindo em volume importado, com o dólar mais caro, a importação dos produtos que não possuam similares nacionais, representam custo maior para quem produz aqui, dado que os produtos importados são pincipalmente bens de

capital (máquinas e equipamentos) e bens intermediários (peças e insumos), ou seja, usados para produzir os produtos nais dessas empresas”, explica Silvia.

Diante da crise econômica nacional que resiste, a busca por novos parceiros comerciais e, mesmo uma política local de estímulo às exportações, podem representar saídas para que outras empresas tracem estratégias frente ao mercado. “Diversi-car essa pauta envolveria uma política municipal que estimulasse as pequenas e médias empresas a se inserirem no mercado internacional. Há políticas federais já voltadas a isso, mas na grande maioria das vezes, as empresas desconhecem essa possibilidade. A exportação é uma opção estratégica importante inclusive porque estamos em um momento difícil da economia interna; vender para outros países representa uma forma interessante de manter a empresa em funcionamento e até crescer, diminui a dependência de um mercado único, contudo, a estabilidade política é importante para potencializar esse processo”, naliza professora Silvia.

Destaque | Março 2020 13

CAPA

Profª. Silvia: cenário político nacional afeta desempenho da balança comercial

EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL NA DÉCADA

ImportaçõesExportações Saldo da Balança

Ano

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

US$ 0

US$ 50 Milhões

US$ 100 Milhões

US$ 150 Milhões

US$ 200 Milhões

US$ 250 Milhões

US$ 300 Milhões

Fonte: Ministério da Economia- Indústria, Comércio e Serviços

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Destaque | Março 2020 14

CONHEÇA BOTUCATU

Embarque ao passado da ferroviaelos trilhos da antiga Estrada de Ferro Sorocabana

P(EFS) e posteriormente Ferrovias Paulistas S.A. (Fepasa) estão histórias de botucatuenses que

construíram vidas inteiras dedicadas à ferrovia. Sejam maquinis-tas, controladores de tráfego, mecânicos, chefes de operação, bilheteiros, entre tantas outras funções que faziam a empresa ser uma das mais respeitadas em todo Estado.

É neste contexto, de saudosismo e tentativa de preservar importante pedaço da memória ferroviária em Botucatu que iniciativas, sejam públicas ou mesmo particulares, procuram mostrar a relevância da ferrovia na vida de muitos paulistas.

A chegada da ferrovia trouxe inovações como métodos de construção das estradas, ainda mais pela peculiaridade do relevo, extremamente íngrime e cheio de montanhas. Era necessário construir túneis, pontes e meios para que as máqui-nas subissem os terrenos. Outra novidade foi o telégrafo, que mudou a comunicação nas então pequenas cidades.

Botucatu mesmo teve seu crescimento atrelado à chegada da ferrovia no nal do século XIX. Os primeiros indícios da chegada deste modal de transporte datam de 1882 (mais precisamente em 25 de setembro), quando a Sorocabana obteve permissão do governo paulista para estender seus trilhos em direção ao município que, à época, era um entreposto comercial e uma das principais cidades antes do grande sertão brasileiro. A chegada da festrada de ferro veio de uma disputa entre a empresa e a Companhia Ytuana de Estradas de Ferro para a ampliação da malha no centro-oeste paulista. Isso porque a produção de café demandava escoamento ecaz ao porto de Santos e outras regiões de consumo.

Com a ferrovia Botucatu consolidou-se como um dos principais centros urbanos do interior. Pelos trilhos eram escoados produtos da indústria, da agropecuária e, claro, o transporte de passageiros. E, com a ferrovia, um grande

contingente de prossionais era demandado para sua operação. Foram construídas estações, que se tornaram famosas pela arquitetura e por serem centros de convivência, além de um complexo de apoio como ocinas, escritórios e até estruturas para acomodação de funcionários.

Foi assim por diversos anos, em que a ferrovia solidicou forte presença na economia e cotidiano de Botucatu. No entanto, a mesma esteve envolta em mudanças signicativas devido a crises. A Sorocabana passou de uma empresa de capital privado ao controle governamental na década de 1950 e, em 1971, sendo extinta e incorporada à Fepasa. Ficou sendo uma empresa estatal até 1998, quando foi transferida à Rede Ferroviária Federal e, posteriormente, privatizada. Durante anos as estações e patrimônio ferroviário foram deixados a segundo plano, sem preservação e à mercê da deterioração do tempo e saques constantes. Locomotivas, vagões, estações, plataformas, trilhos, ocinas abandonadas constituem cenários comuns no interior paulista nas últimas duas décadas.

O resgate ao passado certamente se faz presente no Museu do Ferroviário, em Botucatu. Criado e mantido pela iniciativa do funcionário público aposentado, Antônio Carlos dos Santos, o espaço proporciona imersão completa nos áureos tempos da ferrovia no município. São mais de três mil objetos, sendo que 80% do acervo centra-se na ferrovia como peças de locomotivas, trilhos, equipamentos usados na operação da ferrovia, telefones,

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Destaque | Março 2020 15

CONHEÇA BOTUCATU

Toda essa história tem início em 2009 quando Santos, incentivado por amigos, começou a coletar os primeiros objetos e os alocava na garagem de uma casa de sua propriedade na Vila Maria. Foi então que viu que seria necessário expor todo o material ao público. Em 30 de abril de 2011 abriu as portas da casa para que a população pudesse conferir o incipiente museu. “Quando aposentei, montamos um grupo para percorrer as linhas férrea (Aventureiros do Túnel). Percorremos as estações coletando materiais que estavam abandonados. Os próprios colegas de caminhada sugeriram que colocasse os objetos em exposição. Aproveitei a casa que estava desocupada e a estruturei para alocar o acervo e receber visitantes”, explica Santos.

Pelos trilhos da vida...

A relação de Antônio Carlos dos Santos com a ferrovia vem de seus antepassados, assim como a maior parte dos botucatuen-ses. Seu avô, Antônio Molina, que emigrou da Espanha ao Brasil e exerceu diversas funções até entrar na Sorocabana. Para isso, obteve sua naturalização assinada pelo então presidente Getúlio Vargas. O documento, inclusive, está em exposição no museu. Parte de sua família, como tios e o pai, José dos Santos, também atuaram pelas linhas da Sorocabana.

rádios, recortes de jornais, fotograas, bilhetes de viagens, ferramentas diversas para manutenção, bem como objetos antigos relacionados ao cotidiano de décadas passadas.

Passada mais de uma década de existência do museu, seu acervo cresce a cada dia, com doações de populares, principal-mente de família de antigos ferroviários. “Tem muita família com objetos dos pais que trabalharam na ferrovia e não sabiam onde deixar. Me procuram e fazem as doações pois sabem que aqui estarão conversadas e farão parte de um resgate histórico”, salienta Santos.

Algumas das principais atrações são as maquetes, sendo que uma delas consiste em uma réplica exata do parque ferroviário na área urbana de Botucatu. Com cinco metros de extensão, reproduz a atual estação “Nelson Dib Saad” (inaugurada em 1889, sendo que a atual versão data da década de 1930 e, por m, reinaugurada restaurada em 2016), ocinas de reparo e todo o entorno, com escritórios da central de controle, bem como residências, torres de iluminação, entre outros detalhes como trens, passageiros e veículos. A miniatura, criada pelo telegrasta da EFS, Jayro José dos Santos, foi cedida ao museu assim como grande parte dos objetos encontrados pelas salas temáticas, as quais foram nomeadas como “Maria Fumaça” e “Telégrafo”.

Tais doações, por exemplo, foram de próprios ferroviários aposentados que guardavam lembranças da empresa onde se dedicaram por décadas. Há, por exemplo, uniformes da antiga Fepasa, bem como dois telégrafos para comunicação: um usado pela Empresa de Correios e Telégrafos e outro pela própria Sorocabana. É neste último equipamento que Santos frisa ser o diferencial do museu, já que é possível enviar a mensagem com dois toques simultâneos, algo que era escasso nas empresas. Outro atrativo é a galeria de fotos referentes à construção dos túneis por onde as linhas férreas passam. Há imagens do processo de perfuração das rochas (totalmente manual e com auxílio de animais), da visita de governadores e até recorte de jornais, datados da década de 1950, que frisam os trabalhos de engenharia desempenhados pela empresa concessionária do serviço. “Muitos dos primeiros trabalhadores vieram da cidade de

Botumirim (MG) e também do nordeste, sendo que alguns decidiram xar residência por aqui. Por isso a temos como cidade-irmã”, salienta.

Entrar no Museu do Ferroviário é literalmente viajar pelos trilhos da história botucatuense. A visitação ao espaço é gratuita, podendo ser feita de segunda a sexta-feira, das 13 as 19 horas. O local aceita visitas de grupos de estudantes e entusiastas pela ferrovia, mediante agendamento.

Tendo esta inuência dentro de casa, decidiu tentar carreira na empresa. Prestou, em 1968, processo seletivo para estudar na antiga escola que a Sorocabana mantinha, o Centro de Formação ao Trabalhador, localizado na Rua Major Matheus. “Quando tinha 15 anos já queria trabalhar na ferrovia. Naquele tempo podia se contratar menor de idade. Meu avô, pai e tios já eram ferroviários. Prestei a prova para entrar nessa escola, que oferecia o ensino convencional, mas também preparava para atuar nas linhas, com todas as noções possíveis de operação. Passei na prova e quei na lista, mas davam preferência a lhos de ferroviários e não consegui entrar. No mesmo ano z o concurso para entrar nos Correios, onde quei por mais de quatro décadas”, lembra.

Santos dedica há mais de uma década a preservar a memória ferroviária

Museu surgiu como opção para resgatar a memória da Sorocabana e Fepasa

Quepes usados por diferentes oficiais na Sorocabana e Fepasa são atrações do Museu

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CONHEÇA BOTUCATU

A ferrovia em Botucatu foi construída pela já relevância da Cidade na produção de Café e foi disputada entre duas empresas: a Sorocabana e a Ytuana. Ambas

zeram incursões pelo interior para disputar a hegemonia no transporte ferroviário.

Além de inovar em engenharia, a ferrovia trouxe avanço signicativo ao município em tecnologia como o telégrafo. A urbanização acelerou-se devido à conexão com outras regiões do Estado, bem como a chegada de imigrantes. De cidade agrícola, Botucatu passa a se tornar industrial. De 9300 habitantes em 1870, o município chega a 26.047 em 1900.

A estação de Rubião Júnior (à época Capão Bonito - foto 4), inaugurada em 5 de março de 1897, serviria como embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. Objetivo era atingir as cidades do noroeste do estado como Agudos e Bauru. O local foi desativado em 1999, sendo esta ainda de propriedade da empresa concessionária pela operação da linha, atualmente a Rumo Logística.

A inauguração do ramal de Botucatu ocorreu em 20 de abril de 1889, (1) em uma solenidade tumultuada, com grande confusão e brigas, mas sem deixar vítimas fatais.

A atual Estação Ferroviária de Botucatu (3) é a terceira versão construída, sendo inicialmente feita em madeira e depois substituída por alvenaria. O prédio como boa parte dos botucatu-enses o conhece foi inaugurado em 6 de julho de 1934, com clara inspiração nas paradas inglesas.

Quando da criação da Fepasa, em 1971, estimava-se que mais de 30 mil pessoas trabalhassem diretamente para a empresa, sendo uma das maiores empregadoras do Estado. Somente a Sorocabana, que foi incorporada pela estatal, possuía 16 mil pessoas atuando em seus trilhos.

Hoje estacionada em frente à estação ferroviária, a locomotiva Vintinha (no estilo “Maria-Fumaça” passou por extenso processo de restauração em 2012, no valor de R$ 400 mil. Hoje é uma das principais atrações turísticas do município, sendo que o espaço onde

está alocada foi devidamente adequado como sendo uma “platafor-ma” para que as pessoas fotografem e contemplem a máquina.

A revitalização da Estação de Botucatu teve início em 2011, sendo concluída cinco anos depois. Foram investidos R$ 2 milhões em um projeto que restaurou com exatidão parte da estrutura física. Um dos exemplos é o bar, que mantém as características originais. Atualmente o complexo abriga equipamentos públicos de cultura, lazer e também escritórios administrativos da Prefeitura.

Em uma das tentativas de revigorar o transporte de passageiros, o governador Mário Covas cria em 1997 o Expresso Ouro Verde, considerado de luxo. O trem faria o trajeto São Paulo-Botucatu-Presidente Prudente. A iniciativa fracassou, com a composição cando estacionada no pátio em Botucatu. Quase a totalidade do trem como peças e materiais de seu interior foi saqueada.

As estações de Botucatu foram fechadas em 1999 quando da extinção da Fepasa e a incorporação da mesma à Rede Ferroviária Federal. Inicialmente guardas faziam a segurança do local, sendo que mesmo assim as paradas eram alvos de saque e vandalismo.

Com a liquidação da ferrovia, em 22 de maio de 2001, parte dos funcionários e dos bens foram retirados. No dia seguinte, o então prefeito Mário Ielo instalou provisoriamente o gabinete da Prefeitura no prédio da diretoria da Divisão da EFS (na Rua Major Matheus). Era o primeiro ato para que o município encampasse parte do patrimônio ferroviário.

?VocêSabia

1 2 3 4

Quando visitar: de Segunda a Sexta-feira, das 13 as 19 horas.Onde: Rua Armando Salles de Oliveira, nº 261- Vila Maria

Mesmo trabalhando em outro segmento, jamais deixou de ter uma admiração pela ferrovia. Desde viagens em trens e amizades com ferroviários, Santos vivenciou, como muitos, o ápice e declínio deste relevante modal de transporte. “Triste ver essa situação. Boa parte dos ferroviários, que se dedicaram a vida à Sorocabana, estariam totalmente decepcionados com o que restou dela. Não fui ferroviário, mas ando pelas linhas do trem e vejo este abandono, de estações que não existem mais, como em Itatinga que possuía duas. Outros locais de Botucatu como Pátio 8, Apuãs, entre tantos que estão abandonados. O museu serve para que as pessoas não esqueçam essa parte de nossa história”, explana.

Santos ainda colaborou com a produção do documentário “O Túnel- O relato da inauguração do novo traçado da Sorocabana no trecho de Juquirativa a Botucatu”, lançado em 2017 (disponível na internet) e que teve a produção do Grupo Aventureiros do Túnel. No vídeo é contada a trajetória da construção dos dois túneis férreos construídos na Cuesta, em meados da década de 1950. Estes trabalhos estão publicados em jornais da capital na época, sendo que um deles está exposto no Museu do Ferroviário.

Serviço - Museu do Ferroviário

Algumas das peças que integram o acervo são os aparelhos de código morse, usados na ferrovia e também pelos Correios

Destaque | Março 2020 16

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Destaque | Março 2020 17

Este presente em três campeonatos paulistas (2017, 2018, 2020), além do Campeonato Brasileiro Série B em 2017 e 2019. Também disputou o campeonato catarinense série B em 2017 e cou à disposição do Athletico-PR para o Brasileiro de aspirantes e da Série A. Suas características principais são os dribles e os chutes fora da área. E foi nesta característica que deixou seu cartão de visitas sendo eleito o craque da 4ª rodada do Paulista de 2018, no empate por 1 a 1 do Ituano diante do Santos, partida que inclusive marcou seu primeiro gol na competição como prossional.

Agora, dois botucatuenses voltam aos holofotes no campeonato estadual mais importante do futebol brasileiro. São atletas que despontaram pelos gramados botucatuenses e que, entre as diculdades que é se tornar atleta de ponta no interior, trilharam caminhos até chegar ao prossional. Hoje, Carlos Eduardo Leciolle Thomazella e Gabriel Baralhas constroem as carreiras entre os principais clubes do país.

Quem também foi presença garantida no Paulistão de 2020 é o meia Gabriel Baralhas dos Santos. O jogador de 21 anos iniciou a carreira pelo Ituano Futebol Clube, sua atual agremiação. Iniciou a carreira no Paraná FC, em Botucatu, mantido por Livaldo Aparecido Santos (Paraná), depois passou pelo futsal da Associação Atlética Botucatuense (AAB) e foi para a categoria de base do Ituano, até subir para o prossio-nal. Seu caminho até a disputa do Paulista passa por clubes como Guarani (SC), Bragantino, RB Bragantino e, na tempora-da 2018/2019 esteve no Athletico Paranaense.

Atuando debaixo das traves, Carlos Eduardo Leciolle Thomazella é titular absoluto do Esporte Clube Água Santa, de Diadema, e está em sua primeira temporada na divisão principal do futebol paulista. Nascido em 15 de agosto de 1990, o arqueiro tem passagens por equipes como São Caetano, XV de Piracicaba, São José, Icasa, São Caetano, Guarani, Luverdense, Santo André e Rio Claro. Em sua galeria de títulos está o Campeonato Mato-Grossense de 2016 e o Paulista A-2 de 2019. Suas atuações têm despertado a atenção da crônica esportiva. Em partida contra o Santo

André, no nal de janeiro, Thomazella fez uma defesa em um cabeceio que exigiu elasticidade e precisão do atleta. O portal Globo Esporte comparou a atuação do botucatuense com a do ex-goleiro britânico Gordon Banks, um dos maiores atletas de todos os tempos.

Pelos gramados de Botucatu surgiram nomes que se consagraram no futebol nacional como Zé Maria, Kalé, Nenê Guanxuma, Clayson, entre tantos outros

que conquistaram torcidas, títulos, e marcaram história pelas equipes por onde atuaram. Isso mostra a tradição que a Cidade tem em revelar atletas de ponta, principalmente no esporte mais popular do Brasil.

Os botucatuenses poderiam ter se enfrentado pela primeira fase do torneio, em 2 de fevereiro pelo jogo Água Santa e Ituano. Baralhas, suspenso, não atuou. A partida terminou empatada em 1 a 1.

ESPORTE

Botucatuenses na disputa do Paulistão

Thomazella: atuações têm dispertado atencão da crônica esportiva

Baralhas: dribles e chutes fora da área são suas principais características

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SAÚDE

Mas anal, o que é o Covid-19? O vírus provoca doença respiratória grave pelo agente coronavírus, que consiste em uma grande família viral, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Estas enfermidades, que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, podem agravar-se e provocar óbitos.“Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identicada em 2002 e a Síndrome Respiratória

do Oriente Médio (MERS), identicada em 2012”, explica o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, Carlos Magno Fortaleza.

Um novo e preocupante tipo de vírus tem ocupado os noticiários pela sua rapidez de contágio e letalidade. O Covid-19 (Corona Virus Disease ou

Corona Vírus Doença), conhecido até algumas semanas atrás como coronavírus, causa alerta em diversos países. Até o nal de fevereiro eram contabilizados 3 mil mortos pela doença, em sua maioria na China, epicentro do contágio. No Brasil os primeiros casos foram conrmados no nal de fevereiro. Ações de monitoramento e planos para a assistência aos infectados foram preparadas a m de combater o surto.

Os principais sintomas desta endemia são tosse, febre e diculdade para respirar. Seu contágio é rápido e ocorre por meio do contato com pessoas, objetos e superfícies infectadas.

Coronavírus (Covid-19): o que precisamos saber?

Fontes: Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde

Quais os sintomas

Como ocorre a transmissão

Seguido de contato comboca, nariz ou olhos

Os coronavírus são uma grande família que causam doenças que variam do

resfriado comum a doenças mais graves, como pneumonia e síndrome

respiratória aguda grave, que podem causar a morte.Proteja-se

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Caso esteja próximo a uma possível vítima infectada, a transmissão é facilitada nas seguintes situações: espirro, tosse, catarro ou gotículas da saliva.

Outro fator que tem causado preocupação tanto em autoridades quanto em equipes de saúde é a difusão de informações falsas ou equivocadas sobre a doença. Portanto, a recomendação é que a informação acerca o coronavírus seja obtida por meio dos sites ociais do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde e pelos meios de comuni-cação como jornais, emissoras de rádio e televisão. Evite, também, compartilhar vídeos ou imagens com montagens via mensageiros eletrônicos ou em redes sociais.

A recomendação, frisa Fortaleza, é ter o máximo de cautela em casos suspeitos, sem precisar de alarde. A mudança de comportamento torna-se facilitador para evitar a transmissão. Por isso recomenda-se cobrir a boca e o nariz ao tossir ou respirar; lavar e higienizar as mãos com frequên-cia; não compartilhar objetos de uso pessoal (escovas de dente, por exemplo); além da limpeza regular do ambiente onde vive e mantenha o mesmo ventilado.

“Ainda é cedo para orientações mais rígidas, mas certamente, evitar contato em locais públicos quando estiver

com sintomas gripais e sempre se atentar a lavagem das mãos são procedimentos básicos que evitam diversos tipos de vírus e infecções”, ressalta o infectologista.

SAÚDEA circulação do vírusestá concentrada emcidades da ChinaA Secretaria da Saúde está atenta ao cenário e em diálogo com asautoridades nacionais e internacionais para garantir rápidaresposta em casos de necessidade.

O que é o coronavírus

• Vírus que causa doença respiratória pelo agentecoronavírus, com casos recentes registrados naChina e em outros países

• Quadro pode variar de leve a moderado,semelhante a um resfriado

• Pesquisadores ainda estudam a nova variaçãodo vírus e com qual facilidade ele se espalha

Previna-se!Cuidados, diante de casos suspeitos, são

semelhantes aos adotados para evitar gripe:

• cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar

• lave e higienize as mãos

frequentemente

• não compartilhe objetos de uso pessoal

• limpe regularmente o ambiente e o

mantenha ventilado

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Penne com Lascas de Bacalhau, Pimentão e AzeitonasTempo de preparo: 20 min | Serve 4 porções

1 colher (chá) de sal

Ingredientes

300 g de bacalhau dessalgado em lascas

Meia xícara (chá) de azeitonas pretas em lascas

Meio pimentão vermelho em cubos

Meia colher (café) de pimenta-do-reino

1 xícara (chá) de salsa picada

Modo de preparo:

Em uma panela grande, coloque 1 litro de água para cada 100 g de macarrão e cozinhe conforme as instruções da embalagem. Escorra. Em uma panela média, em fogo médio, doure o alho e as cebolas no azeite. Junte os tomates, os pimentões e o bacalhau. Tempere com o sal e a pimenta. Tampe a panela e refogue por 3 minutos. Acrescente as azeitonas e a metade da salsa. Refogue por 1 minuto, experimente e, se necessário, acrescente sal. Sirva as porções individuais com o molho de bacalhau, polvilhadas com a salsa restante.

Ingredientes

1 pacote de macarrão tipo Espaguete 8 (500g)3 colheres (sopa) azeite Extra Virgem (40ml)1 cebola (picada namente)

1 colher (chá) de canela em pó; meia colher (chá) de cravo em pó; 1 colher (sopa) de açúcar; 1 xícara (chá) de passas (166g).

1 pimenta vermelha (picada sem sementes)

400g de lombo suíno (cortado em cubos pequenos)1 kg de tomates maduros sem pele e sem sementes (picados)

2 xícaras (chá) de água quente (350ml)1 colher (chá) de sal

meia xícara(chá) de cebolinha (picada)

4 dentes de alho (picados)

Opcional:

2 colheres (chá) de páprica picante

Cozinhe o macarrão conforme instruções da embalagem.

Sirva em porções individuais de macarrão e molho polvilhadas com as cebolinhas restantes.

Molho: Em uma panela de pressão doure o lombo no azeite por igual, junte a cebola, o alho e a pimenta. Acrescente os tomates,a páprica, a canela, o cravo, a água, o açúcar e o sal,feche a panela e quando iniciar a pressão, abaixe o fogo e cozinhe até que carne esteja macia (cerca de 30 minutos). Apague o fogo, espere que saia a pressão, abra panela, acenda o fogo, a seguir adicione as passas e a metade das cebolinhas, prove os temperos e ajuste o sal.

Modo de preparo:

GASTRONOMIA

eja aos domingos ou mesmo como opção rápida

Spara um almoço ou jantar, o macarrão é um prato presente na mesa de quase o mundo todo. Suas

origens que remontam da China antiga e popularização na Itália fazem com que seja um dos alimentos mais internacio-nais e que acompanhou a evolução da humanidade em toda

sua História. Em cada lugar esta iguaria possui variedade extensa de receitas, molhos e modo de preparo e degustação. As opções nesta edição da Destaque Botucatu trazem o uso de bacalhau, pimentão, azeitonas em um penne saboroso. Outra opção é transformar a macarronada em um prato latino, com sabores únicos.

Tempo de preparo: 45 min | Serve 5 porçõesMacarrão à mexicana

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Muito além da tradicional

macarronada...

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A nova placa será obrigatória apenas nos casos de primeiro emplacamento. Para quem tiver o modelo antigo, a troca deverá ser feita no caso de mudança de município ou unidade federativa; roubo, furto, dano ou extravio da placa e nos casos em que haja necessidade de instalação da segunda placa traseira. Nas outras situações, a troca da placa cinza pela do padrão Mercosul não é obrigatória. Com isso, os carros com a atual placa cinza podem continuar assim até o m da vida útil do veículo.

Uma mudança signicativa é que as novas placas não precisarão ser feitas exclusivamente por uma única empresa. Pela justicativa do governo, tal atribuição agora ca a cargo de empresas credenciadas e que exercerão a livre concorrência, denindo os preços.

Para se adequar às novas exigências, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) deniu regras que podem ser vistas no site do próprio órgão (www.detran.sp.gov.br), com respostas e orientações. O governo paulista recomenda a manutenção dos preços cobradas no sistema anterior, mas pode variar dependendo da empresa que realizará o serviço. Elas, por outro lado, estão autorizadas a realizar o emplacamento de maneira móvel/itinerante, entretanto, apenas podem estampar as placas no estabelecimento credenciado. Isto é, a placa apenas será confeccionada no local vistoriado pelo Detran.SP, mas a instalação da placa não possui restrição de local.

O Brasil adotava de forma gradual esta implantação, onze estados como Rio de Janeiro, Espírito Santos, Amazonas e Bahia, já era possível ver as novas placas pelas ruas e estradas. Com a Resolução nº 780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), todas as unidades da federação agora são obrigadas a se adequar ao novo dispositivo. Entre elas, São Paulo, cuja frota é superior a 31 milhões de veículos, sendo a maior do país.

Todas as placas deverão ter ainda um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR Code) contendo números de série e acesso às informações do banco de dados do

fabricante e estampador do produto. O objetivo é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos respectivos veículos, além da vericação de sua autenticidade.

O dia 31 de janeiro de 2020 marcou a implantação ocial das placas Mercosul em todo o país. A chegada do novo padrão ocorre após sucessivos adiamentos

para mudanças e simplicação do modelo. Atualmente, Uruguai, Argentina e Paraguai adotavam de maneira ocial o sistema que visa unicar as informações da frota de veículos no bloco.

Também muda a cor de fundo, que passará a ser totalmente branca. A mudança vai ocorrer na cor da fonte para diferenciar o tipo de veículo: preta para carros de passeio, vermelha para os comerciais, azul para os ociais, verde para veículos em teste, dourado para os automóveis diplomáticos e prata para veículos de colecionadores.

Em Botucatu o emplacamento com a nova conguração de identicação de veículos ocorre desde a primeira semana de fevereiro. Apenas um fornecedor está cadastrado e autorizado pelo Detran para fazer tal operação. As placas Mercosul custam,, em média, R$ 215 o par para veículos (55% a mais do que os valores cobrados no modelo antigo), sendo que para motos este preço será de R$ 115 (o par) e, em caso de perda de uma das placas, a cobrança será de R$ 120.

O novo modelo apresenta o padrão com quatro letras e três números, o inverso do modelo atualmente adotado no país, com três letras e quatro números. O novo modelo permite mais de 450 milhões de combinações, o que, considerando o padrão de crescimento da frota de veículos no Brasil, pode levar por mais de 100 anos. Outra mudança é que não ocorrerá mais a cobrança da taxa de emplacamento e, caso um veículo seja comercializado para ou de outro município ou Estado da federação, já esteja no padrão Mercosul, não será necessária a troca da mesma. Não haverá mais as tarjetas com o nome do Estado ou Cidade onde o veículo esteja registrado.

Elas chegaram para ficar

VEÍCULOS

A quantidade de caracteres permanece, mas o código alfanumérico passa a ter a propor-ção ao contrário do que era até então. É importante ressaltar que o dono não poderá

mudar a sequência do seu veículo ao fazer a troca de placa.

A cor das letras e dos números também sofreu modicações para identicar a qual categoria o veículo pertence.

4 letras 3 números Cor de fundo branca

Preta

Vermelha

Verde

Azul

Dourada

Prateada

veículo de passeio

veículos comerciais

veículos para teste

carros ociais

carros diplomáticos

carros de colecionadores

Ante

sA

gora

1 2 3 4 5 6 7 8 9

B C D E F G H I J

0

A

O QUE MUDOU COM A NOVA PLACA?

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