Economia Solidária e Cooperativas de Trabalho

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    Disciplina: Preveno e Promoo de Sade Mental

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    Em quase todas as sociedade h indcios da existncia de pessoas que pcontrole de suas emoes e alteraram o seu comportamento a ponto estranheza em seus semelhantes.

    O pensamento acerca da loucura implica em uma reflexo sobre o que suasmanifestao representaram em diferentes contextos histricos e sociaisloucura nem sempre foi tida como doena.

    LOUCO:

    Que perdeu a razo; alienado, doido, demente.

    Que est fora de si; contrrio razo ou ao bom senso; insensato.

    Em termos simblicos, o louco est fora dos limites da razo, fora das nosociedade.

    SOCIEDADE CAPITALISTA X LOUCO- PARADIGMA DA PRODUTIVIDAD

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    as oficinas seguiam a lgica do desvio social,onde os loucos eram punidos trabalho por infringir a ordem social, era uma forma de conden-los por sua o

    A partir de Pinel, quando a loucura tida como doena, o trabalho se torntratamento moral,como fator de cura (GUERRA, 2004).

    Ainda neste perodo, o trabalho era mais um dispositivo de controle eficaz respeito manuteno da relao hierrquica entre doentes e mdicos. Trauma prtica instalada por estar de acordo com os interesses da poca. Ou sejforma de lidar/dominar a loucura imperando a ordem vigente por meio do tra

    De acordo com Guerra (2004):

    se o sculo XVII foi marcado pelo grande internamento e o sculomanicmios, o sculo XX surge como o sculo da inveno no campo teagora no mais da psiquiatria, mas da sademental (p.26).

    Na perspectiva da Reforma Psiquitrica, as oficinas e o trabalho so pensforma de quebrar a lgica de tutela e controle para investir na potencemancipao dos indivduos, buscando,sobretudo,sua cidadania.

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    Porm:

    a execuo de polticas dentro da sade mental na perspectiva da rsocial delicada, pois h uma linha tnue entre a insero da losociedade e a padronizao inerente a qualquer agrupamento socforma, a violncia em pode dar-se por meio do preconceito, ainda qbuscando controlar o outro de uma forma considerada branda, com de anular a diferena e adequ-lo ao meio social.

    Pensando nisso que o CAPS em sua origem, j apresentava preocupfugir da lgica assistencialista ou tutelar impregnada no olhar historicamente loucura. O novo servio no seria mais um etratamento como os dispositivos teraputicos convencionais exisento, nem deveria ser um lugar separado da sociedade que necinteragir com ela, mas ser parte dela, parte do territrio que est inse

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    Nesse contexto, forma-se a Redede Economia Solidria e Sadcomo forma de responder s demandas dos servios para orgaescoamento da produo. A consolidao da Rede tem cominstitucional a portaria 353, concretizada a partir do Encontro Mental e Economia Solidria, realizado em Braslia, em 2004.

    Economia solidria uma forma de organizar a procomercializao que no esteja submetida s exigncias do caque estejam de acordo com as condies dos seres humanos entendo como base o cooperativismo. Foi desenvolvida por aquelencontravam excludos do mercado (SINGER, 2005).

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    A Economia Solidria organiza-se pela autogesto, caracterizadahierarquizao das relaes e responsabilidade coletiva no promodelo se encaixa perfeitamente na noo de tratamento da sapor questionar as relaes de poder e possibilitar a transforrigidez dos papis de usurios e tcnicos, pois prope aos indgesto de suas prprias aes, contrria submisso a qualquprpria de uma organizao hierrquica.

    Como j foi visto, a formao de redes essencial na atenmental, por possibilitar trocas, dar apoio e sustentao, foraqueles que buscam mudar paradigmas - neste caso, a transforlugar do louco na sociedade e os meios alienantes e excludproduo. No entanto, no deixa de apresentar desafios, inqualquer ao de resistncia.

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    No final do sculo XIX os pequenos mercados locais do lugar a mercados n

    modernizao da estrutura de transportes e comunicao comea a interlig-lomundial. Surgem nesta poca as grandes marcas e as lojas de departamento: fatorna-se um divertimento ao alcance das massas.

    Na segunda metade do sculo XX, no ps-guerra, acelera-se o processo de glograndes centros com Milo, NY, Londres e Paris, irradiam as tendncias dadesign para todos os cantos do mundo. A cultura de massas comea a se associindividuais, a satisfao corporal e esttica torna-se uma paixo e passa a criar

    emocional entre a subjetividade e a moda.Os produtos so cada vez mais expresso de um conceito e de um estilo de vid

    s marcas; a moda tem um efeito teraputico e ao mesmo tempo em que perdetotalitrio j que suas tendncias e conceitos podem ser apropriadas de forma e individualizada.

    Diante desta evidncia, interessa Oficina Experimental de Moda DASDOIDAdar corpo s proposies de moda presentes desde sempre nas instituies e

    da reabilitao psicossocial de pessoas em sofrimento mental.

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    Moda para qualquer corpo, loucura para qualquer mente.

    Chama-se moda a arte efmera que veste o corpo; a arte intil -- eu no queartista, quero ser intil.

    Dadoida: moda feita com/por/entre "mentais" para o mundo inteiro.Daspu, Daspre, Dasgor, Dasdoida, daslucro...

    "Wishing love or wishing hell, kiss and tell...", amar e dar, vestir e amar, despDoeu?

    Fashion solidria, psigtica, caps4.org., moeda social, ecoprtica, cesquizofrnico, labuta anti-manicomial, setor 2 e , supra-economia,arte 171

    DASDOIDA RECICLAGEM DE MATERIAL HUMANO.Dasdoida, Parangol do Corpo Sem rgos, Roupa De Encontrar Com Deu

    Inconsciente,Salva-Vidas Infindos Infinitos...

    A moda uma Utopia sem moral, uma utopia impossvel, j que, nela, pouexiste de ideal, definitivo e acabado; nada nela dura para sempre, nem desabsoluto. A moda s o que por estar completamente exposta ao

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    A DASDOIDA define seu espao de produo como:

    oficina experimental de modaao invs de oficina de gerao dcomo a instituio a reconhece. Tambm prefere se reconhecer projeto de imaginao de renda por no gerar obrigatoriamremunerao mensal para os participantes, mas por tratar-se de um etem como prioridade o tratamento e reabilitao.

    O servio fornece 300 reais mensais de oramento para a compra de

    Como ao final do ms no sobra renda para os usurios, tanto os pardas oficinas como dos desfiles, so pagos com as camisetas da marcde a grife vender suas produes, como j foi dito, ainda no recompensar financeiramente os usurios pelo trabalho realizado.

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    A Dasdoida tem em sua proposta contemplar os princpios bsicReforma: promoo de autonomia e reabilitao, olhar sobre o sujeitsobre a doena. Portanto, a falta de ressonncia dentro do servio pter impulsionando-a para fora. O fato de os desfiles estarem sempre lde usurios, contrrio do que ocorre nas oficinas, pode refletir o qesses, na instituio, ficam presos ao lugar reduzido e limitado domas, ao circular no fora, contornado pelas propostas da grife, gareconhecimento.

    Na oficina de moda os indivduos entram em contato com quinternas, transformando-as em algo novo que lhes contorne o colocando seus limites, acentuando suas distncias. Vestem-se comque no encontravam possibilidade de manifestao, compartilhancom o mundo externo.

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    A desrazo, a transgresso, no s confrontam as categorias d

    como pem em jogo a corporeidade da constituio subjetiva: Artur Bispo do Rosrio, indo da construo dos mantos para com Deus, a seriao de objetos, nos remeteu confeco dmodelos originais, bem como a interveno/customizao das p

    vistas remodelagem do objeto.

    A oficina, ao mesmo tempo campo de pesquisa teraputica, sustenta de espao de ensino no manejo das intensidades, pois

    Fedida, a clnica da psicose obriga ao terapeuta poder ser tranpor ela. A atividade se desenvolve em grupos com local e horrio(s segundas feiras o encontro se d em oficina aberta e s 5 foficina de silk screen), mas que tambm responde a compromhorrios e locais outros, deslocando toda equipe na realizao dsaraus e feiras.

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    Arthur Bispoparte da sua vpara us-la no

    -diagnstico paranide, emeio sculo

    - sua obra atinstituio preconhecime

    *Morreu em

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    Desde modo, a Oficina Experimental de Moda DASDOIDA, dedica-se imagem produzida no entorno da moda nas comunidades do servio de scompondo um dispositivo de nome CAIXA PRETA, inscrito na confluncia qterapia ocupacional, psicologia, enfermagem, psicanlise, loucura e aressencialmente na criao e nos desdobramentos da subjetividade.

    estratgia de tratamento que visa a manuteno dos benefcios clnicos apreveno de novos episdios psicticos e de internaes; mas tambpsicanaltico inscrito no atendimento pblico que visa modelar o atendimenencontro e da escuta. A produo de objetos de moda (customizao de camide modelos, proposio e design de telas para silk screen, produo de tecidretalhos, etc.) se d em oficinas semanais abertas para os usurioscaps ITAPEVA, mas que tambm se abre s pessoas interessadas na pesqui

    voluntariado.

    As peas produzidas passam a ser objeto de estratgia de divulgao, rperformances como desfiles, intervenes de arte digital e filmagens, bustambm na comercializao, atravs do comrcio justo e solidrio, a manutenO projeto oferece uma mirade de propostas (tecidos, adereos, tintasproduo, capacitao com profissionais da rea, etc.) a ser trabalhada, conparticipantes a diferentes graus de dificuldade/facilidade na produo domoda.

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    O trabalho e as atividades artsticas passam a representar uimportante no processo teraputico por proporcionar a elaborconflitos e movimentao na vida dos sujeitos. A sua imporcuidado da loucura tambm se deve ao seu papel na repsicossocial que, diferentemente da valorizao moral dada s alaborais, aqui elas propiciam autonomia e um outro lugar social, de louco incapaz.

    Atualmente, as oficinas teraputicas junto a projetos de geraocontinuam presentes nos servios, sendo reconhecidos como diimportantes no processo da desinstitucionalizao por seu teraputico e reabilitador.

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    A clnica nessa nova configurao aquela que se faz no territrio. Elavoltada para a remisso dos sintomas, mas para a promoo de processe de criao, e poder comportar outra sade (...) Para essa clnica, marideia de desinstitucionalizao, no interessa o sistema da arte oinstitucionalizada, mas os procedimentos artsticos associados a umefmero e do inacabado que comportem as desterritorizalizadesequilbrios dos sujeitos dos quais se ocupam (LIMA,2009,p. 227).

    PSICOLOGIA: grandes possibilidades de atuao, sendo de siimportncia na medida em que possibilita resgatar, escutar as experitrabalhadores, seus sofrimentos, seu dia-a-dia dentro deste contexto edo mundo globalizado. Atuando no processo grupal, pode-se, tambm,grupo a tornar-se um local de dilogo, solidariedade e cooperativismosujeitos se envolvam na luta coletiva contra a opresso, injustia e desiantes enfrentadas individualmente.

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    DASDOIDA. Disponvel em: