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ECONOMIAS DE ESCALA E COMÉRCIO INTERNACIONAL Parte I – Modelo de Concorrência Monopolística

ECONOMIAS DE ESCALA E COMÉRCIO INTERNACIONAL Parte I – Modelo de Concorrência Monopolística

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ECONOMIAS DE ESCALA E COMÉRCIO

INTERNACIONALParte I – Modelo de Concorrência

Monopolística

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Economias de escala

• Economias de escala significam que com produção maior, os custos são menores.

• O comércio internacional não depende mais de diferenças entre os dois países.

• Economias de escala ajudam a explicar o comércio intra-indústria, que não se encontrava explicado pelos modelos anteriores (Ricardiano e H-O-S).

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Comércio Intra-Indústria no G-7, 1985

• Canadá: 68%;

• Estados Unidos: 72%;

• Japão: 24%;

• Alemanha: 65%;

• França: 72%;

• Itália: 55%;

• Grã-Bretanha: 76%.

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Comércio Intra-Indústria

• Não há comércio intra-indústria em produtos de manufatura simples e homogêneos.

• Há comércio intra-indústria em produtos de manufatura complexa e diferenciados, qualquer que seja o estado aparente da vantagem comparativa das nações envolvidas.

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Economias de Escala e Comércio

• Economias de escala são o equivalente de retornos crescentes: maior produção pode ser atingida a um menor custo.

• Economias de escala são mais freqüentes em indústrias com altos custos fixos de produção: indústrias capital-intensivas.

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Economias de Escala e Comércio

• Ganhos de comércio na presença de economias de escala ocorrem pela melhor alocação de recursos: – O comércio internacional possibilita que cada

país produza uma quantidade restrita de bens (a produção para o mercado mundial aumenta as vantagens da especialização) e que obtenha as vantagens de escala sem sacrificar a variedade no consumo.

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Economias de Escala e Comércio

• O comércio internacional será mutuamente benéfico? A resposta vai depender das estruturas de mercado (não há mais concorrência perfeita).

• Peso da História (path-depending): no modelo, não importa qual País produz o bem com economias de escala.

• Na prática, os ganhos deste País podem ser muito significativos: argumento em favor do TED para as industrializações tardias.

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Economias de Escala

• Externas: dependem do tamanho do mercado da indústria: existem sinergias horizontais (“clusters”) e verticais (cadeia ou complexo produtivo) que resultam num fornecimento mais eficiente de Insumos, Fatores, Serviços e Transbordamento do Conhecimento;

• Internas: dependem do tamanho da firma individual: diversificação e F&A.

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Economias de Escala e Estruturas de Mercado

• Economias de escala externas: não há vantagens de custo para as firmas maiores, as firmas são pequenas (“price takers”) e o mercado será perfeitamente competitivo.

• Economias de escala internas: há vantagens de custo para as firmas maiores e a estrutura de mercado é de concorrência imperfeita: firmas procuram reduzir custos e diferenciar seus produtos.

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Monopólio Puro• Curva Demanda (D) é linear e inclinada para baixo: Q

= a - b P. – Isto é, para vender mais - elevar Q - o Preço deve cair.

• Receita Marginal (RMg) está abaixo de D: RMg = P - Q/b (Apêndice do Cap. 6).– Preço de todas as unidades vendidas baixam.

• Custo Marginal (CMg)está abaixo do Custo Médio (CMe): CMe = F/Q + CMg.

• Lucro de Monopólio: (PM - CMeM)QM

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Figure 6-1 Monopolistic Pricing and Production Decisions

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Figure 6-2 Average Versus Marginal Cost

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Concorrência Monopolística

• Não há modelos formalizados “simples” de Oligopólio com comportamento de conluio e/ou estratégico: diversas firmas com políticas de preços interdependentes.

• Caso especial: concorrência monopolística: formalização simples, mas não realista.

• Concorrência monopolística: rendimentos crescentes e diferenciação de produtos numa estrutura de mercado que retém características da concorrência perfeita.

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Concorrência Monopolística

• Há muitas firmas na indústria - cada firma é considerada apta a diferenciar seu produto do produtos de suas rivais.

• A livre entrada e saída das firmas elimina o lucro (P = CMe).

• Os seus defensores postulam que mercados com vários produtores de produtos levemente diferenciados seriam exemplos “realistas”: cerveja e automóveis.

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Concorrência Monopolística

• Vantagem do Modelo: explicar o comércio intra-indústria, sem abalar os fundamentos do comércio livre.

• Comércio Intra-Indústria: nas pautas de exportações e importações, encontram-se os mesmos produtos.

• Há ganhos de bem-estar: 1) aumento da eficiência econômica; 2) maior variedade de produtos.

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Concorrência Monopolística - Hipóteses do Modelo

• Muitas firmas produzem numa indústria com esta estrutura de mercado;

• Cada firma produz um produto diferenciado de todos os outros produtos da indústria;

• Os produtos diferenciados são substitutos imperfeitos: se o Preço de um produto subir, alguns consumidores serão levados a substituir este produto por algum rival.

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Concorrência Monopolística - Hipóteses do Modelo

• Entrada e Saída da indústria são livres.

• As economias de escala são internas à firma: CMe decresce com maior produção (hipótese similar ao caso do Monopólio Puro).

• A Demanda linear de uma Firma é: Q = S[1/n -b(P - PMe)].– Isto é, a fatia do mercado S de cada Firma

depende de n e (P - PMe).

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Concorrência Monopolística - Hipóteses do Modelo

• As Firmas são simétricas - isto é, as funções demanda e custos (médio e marginal) de cada Firma são idênticas, ainda que cada Firma produza um produto diferenciado dos produzidos pelas demais. Esta hipótese permite descrever a indústria em autarquia a partir de n e PMe.

• Com comércio: como n e PMe são afetados?

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Como CMe depende de n? Com a hipótese de Firmas Simétricas há uma Firma Representativa - que cobra o preço P = CMe (lucro é zero) em equilíbrio.

• Este é o equilíbrio de apenas uma das n Firmas desta indústria.

• Como todas Firmas cobram o mesmo preço P: P = PMe; e a produção Q de cada uma é: Q = S/n.

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• CMe = F/Q + c CMe = nF/S + c. – Isto é, quanto maior n, maior será CMe (quanto

maior o número de firmas numa indústria, menor a produção e o custo de cada uma).

• Relação positiva entre CMe e n é a curva CC da Figura 6.3.

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Figure 6-3 Equilbrium in a Monopolistically Competive Market

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Como P depende de n? Em concorrência monopolística, não há interdependência na formação de preços: os preços da demais Firmas são tomados como dados.

• P = c + 1/ (bn).– Isto é, quanto maior o número de firmas na indústria,

menor será o Preço que cada uma cobrará.

• A relação negativa entre P e n é a curva PP da Figura 6.3.

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Em autarquia, o equilíbrio da indústria é representado pelo ponto E (P2, n2) na Figura 6.3. Note-se que em E: P2 = CMe2.

• Com comércio, aumenta o tamanho do mercado. • Qual o comportamento dos consumidores? Em

cada País, vão querer aumentar a variedade da sua cesta de consumo: a demanda por alguns produtos estrangeiros subirá e a demanda por alguns produtos domésticos cairá.

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Efeitos sobre Demanda: para a Firma Representativa, a demanda (externa) aumenta pelo efeito comércio, mas também diminui a demanda (interna) pelo efeito comércio: efeito final do comércio sobre a demanda depende dos tamanhos relativos dos efeitos externo e interno.

• Em geral, é suposto que o efeito é positivo: os custos caem e a entrada de novas firmas re-estabelece a condição lucro = zero.

• Aumenta a Variedade do consumo.

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Mercado maior e Custo Médio: um aumento das vendas (S) reduz o CMe para um número dado de firmas n conforme a equação que define a curva CC: CMe = nF/S + c. – CC é deslocada para baixo na Figura 6.4

• Mercado maior e Preço: a equação que define a curva PP é: P = c + 1/ (bn).– Não depende de S. Logo, PP não se altera na Figura

6.4.

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Figure 6-4 Effects of a Larger Market

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Concorrência Monopolística - Equilíbrio de Mercado

• Com comércio: novo ponto de equilíbrio: preço é menor, número de firmas é maior e, portanto, a variedade de bens também é maior.

• Onde surgirão as firmas novas? Modelo é indeterminado. Se aumenta mais a demanda de produtos tecnologicamente avançados, o País que produz esses bens (História) é mais beneficiado.

• O comércio é intra-industrial, cujo padrão é explicado pela História (especialização nos produtos mais dinâmicos da demanda mundial).

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Ganhos de comércio

• Comércio intra-indústria é maior entre países com níveis de desenvolvimento relativo similares;

• Comércio intra-indústria é maior em indústrias onde economias de escala e diferenciação de produtos são importantes.

• Comércio Norte-Norte apresenta maiores possibilidades de ganhos mútuos nestas condições.

• Muito do comércio Norte-Sul classificado como intra-industrial reflete vantagens comparativas: capital ou qualificação maiores no Norte X salários menores no Sul.