Económico_Soluçõespme15_2013

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    1/8

           P      a      u       l      o

           F       i      g      u      e       i      r      e       d      o

    Soluções FinanceirasPMEpara

    ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO  Nº 5779 DE 15 DE OUTUBRO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

    Saiba como conseguir financiamentopara internacionalizar a sua empresa

    ◗ As propostas dos bancos: todas linhas de crédito disponíveis◗ QREN com grande procura por empresas que querem internacionalizar-se

    ◗ Mais de 17 mil empresas recorreram ao ‘leasing’ em 2013

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    2/8

    II   Diário Económico  Terça-feira 15 Outubro 2013

    COMO SER UMA PME LÍDERSer PME Líder pode ajudar no acesso aofinanciamento. Mas para ser uma, estarfocado na internacionalização e inovaçãoé fulcral. A PME deve ainda provar quetem uma equipa de gestão profissional,crescimento sustentado e uma quota demercado significativa. Tambémdeterminante é a prestação de contas

    auditadas anualmente.

    BREVES   REGRAS DE OUROUma PME que não tenha três anos deactividade fechados com resultadoslíquidos positivos e que não tenha umvolume de negócios superior a 500 mileuros, e autonomia financeira superiora 25%, não é considerada PME Líder.Uma PME que acredita reunir ascondições deve dirigir-se a um dos

    bancos parceiros para iniciar o processo.

    Empresas procuramalternativas aofinanciamento tradicionalOs bancos apresentam várias linhas de financiamento às PME.IRINA MARCELINO E RAQUEL CARVALHO

    [email protected]

    discurso de José EduardoCarvalho,presidente da As-sociação Industrial Portu-guesa (AIP) na semana pas-sada na convenção empre-sarial da AIP, no Centro deCongressosde Lisboa, tocou

    no ponto: os empresários ali presentes, numaplateia cheia e pronta a ouvir o primeiro mi-nistro Pedro Passos Coelho, foram os empre-

    sários que conseguiram sobreviver às váriastempestades por que o País passou, e que so-breviveram também às graves dificuldades definanciamento às empresas. São “aqueles queviram o ‘stock’ do financiamento bancárioreduzir-se 16,4 mil milhões de euros (17,8%)em dois anos, serem asfixiados com rescisõesunilaterais de contratos de financiamento”.Ou que “viram a descida significativa daeuri-bornão terqualquer reflexonas taxas de jurospraticadas e que continuam muito superioresaos seusconcorrentes europeus”.A associação defende, por exemplo,que a uti-lização do valor remanescente do fundo derecapitalização da banca deve ser utilizadopara reforçar a solvabilidade das empresas

    através da sua recapitalização.“É preciso encontrar formas mais fáceis e ba-ratas para financiar as empresas”, chegou adefender o presidente da República, CavacoSilva, em Junho passado, dizendo o BCE, queemprestaaos bancosa 0,5%,“deviafazeralgomais para que as empresas, em particularPME, obtivessem crédito em condições maisfavoráveis”, já que as instituições financeirasacabamporfinanciarasempresasa6e7%.Seja pelas elevadas taxas de juro,seja pelasre-gras cada vezmais apertadasque as entidadesfinanceiras exigem - apesar destas defende-rem que os projectos bons têm sempre acessoao financiamento -, a dificuldadede acessoaocrédito é um problema que todas as empresastentam ultrapassar. Mas quando se trata de

    empresas a iniciar a sua ‘carreira’, a situaçãopode ficar pior. Muitas destas empresas aca-bam por procurar apoios noutros países. Foi ocaso da Belmont Electronics. Pedro Gray,presidente, conta o seu caso: “infelizmentenão temos tido sucesso apesar de nos candi-datarmos por duas vezes ao Portugal Ventu-

    O  res”. A solução foi procurar financiamento a

    fundo perdido no valor de 32 mil euros, quelhes foi concedido pelo governo chileno atra-vés do programa Start Up Chile. “Para au-mento do capital social foram cedidas partici-pações a novos sócios no montante propor-cional”, diz, frisando que caso a empresa ne-cessite de fundos adicionais “prevemos re-correr a ‘business angels’ ou capital de risco,cedendo ‘equity’ em contrapartida”, porque,

    explica, “os ‘business angels’ ou capital derisco sãoparceiros reais de negócio que parti-cipam na gestão e dinamização da empresa”.Formas de financiamento alternativas têmestadoa termais procurada parte dasempre-sas. O próprio Fundo MonetárioInternacional(FMI) aconselhou, numa análise recente emque referia o excesso de endividamento dasempresas, nomeadamente em Portugal. Paraaquela instituição, devehaver acessodas em-presas a fontes de crédito que não os bancosou incentivos às seguradoras e fundos para in-vestirem a longo prazo e o Banco Central Eu-ropeu pode tomar mais medidas não conven-cionais para fazer o crédito chegaràs PME.Numa conferência promovida pela multina-

    cional Xerox na semana passada sobre a sus-tentabilidade financeira das PME face aos de-safios do financiamento, a ideia da diversifi-cação de fontes de financiamento acabou porsurgir. “Facilitar o acessoaos fundos comuni-tários, dinamizar a bolsa de valores para asPME, fomentar o capital risco e os ‘businessangels’ ou proporcionar incentivos para au-mentosde capital e retenção de lucros”foramalgumas das soluções apresentadas pelos es-pecialistas pararesolvero problema do finan-ciamento às PME. Pedro Quintela, directorgeral da Xerox Portugal, empresa que perten-ce à multinacional com o mesmo nome e naqual trabalham mais de 11 milhões de pessoasem todo o mundo, resume o porquê destapreocupação com o financiamento às PME:

    “os nossos principais clientes são PME, sendoresponsáveis por cerca de 60% do nosso vo-lume de negócios. Queremos contribuir paraas soluções que estão na base da sustentabili-dade financeira destas empresas”. É que naverdade, o problemadas PMEé o problemadetodaa economia.■

    JOSÉ EDUARDO CARVALHO

    Presidente da Associação

    Industrial Portuguesa

    “Os empresáriosquesobreviveramà crise viramo ‘stock’do financiamentobancárioreduzir-se 17,8%em dois anos eforam asfixiadoscom rescisõesunilateraisde contratos definanciamento.

           P     a     u       l     a       N     u     n     e     s

           P     a     u       l     o       F       i     g     u     e       i     r     e       d     o

           P     a     u       l     a       N     u     n     e     s

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    3/8

    Terça-feira 15 Outubro 2013   Diário Económico   III

    SER SUSTENTÁVEL“A sustentabilidade da empresa nomédio longo prazo é a principal condiçãode acesso ao crédito”, acredita o BES.Para o banco, na análise a um crédito “asolidez financeira, capacidade de gestãoda sua equipa de liderança, asperspectivas do mercado onde actua sãopontos-chave da concessão de crédito”,

    considera.

    As soluções dos maiores bancos para as PME

    MILLENNIUM BCP3400 empresas apoiadas através da PME Crescimento>> Na linha PME Crescimento 2013, o Millenniumbcp jáaprovou financiamentos a mais de 3.400 empresas nummontante superior a 308 milhões de euros. Na sub-linha

    ‘Empresas Exportadoras’, “já aprovou mais de 47 milhõesde euros de financiamentos, a cerca de 170 empresas”,ajudando ainda empresas através da Linha Export Investe participando, de futuro, na linha PME Exportações.Quanto a linhas de crédito especiais, o Millenniumbcpdestaca “a linha de apoio ao investimento emMoçambique, com 100 milhões de dólares alocados,através do Millennium bim, subsidiária em Moçambique”.Já através da Linha ‘Millennium BEI’, disponibiliza 200milhões de euros, “para projectos de investimento depequena e média dimensão nas áreas da indústria,turismo e serviços, incluindo investigação e inovação,energia e proteção ambiental”, explica fonte do bancoque oferece ainda soluções complementares para apoioàs empresas exportadoras, em articulação com asoperações em Angola, Moçambique, Polónia e Macau.De frisar a ‘Millennium Trade Solutions’ equipa dedicadaem exclusivo ao negócio internacional, que disponibilizaprodutos e serviços financeiros especializados.

    BANCO ESPÍRITO SANTOBanco tem 41% de quota na PME Crescimento 2013>> Na Linha PME Crescimento 2013 – Exportadoras, “oBES tem uma quota de mercado de 41%, com 152 milhõesde euros em 397 operações, e na Linha Export Investe,57%, com 10,6 milhões de euros em 33 operações”, dizfonte do banco que fará também parte da nova Linha deCrédito PME Exportações, em fase de operacionalização.A nível de apoio directo à internacionalização eexportações das empresas, o banco tem umdepartamento dedicado a esta área, a UnidadeInternacional Premium, que desenvolve várias acções,nomeadamente, Missões Empresariais. O BESdisponibiliza ainda seguros de crédito e lançourecentemente os Financiamentos à Exportação “com oobjectivo de acompanhar o cliente que decide exportardesde o primeiro momento, isto é, financiando o cicloprodutivo das exportações”, informa a mesma fonte.De frisar o Portugal Exportador, uma iniciativa do banco,que vai já na 8º edição, e que se realizará no dia 27 deNovembro de 2013, reunindo empresas e instituições queprocuram estreitar ou mesmo criar relações que venhamfacilitar e melhorar os seus processos deinternacionalização e exportação.

           P     a     u       l     o       F       i     g     u     e       i     r     e       d     o

    SANTANDERAprovadas mais de cincomil operações no 1º semestre>> Na campanha Crédito Activação do Banco SantanderTotta, até ao 1º semestre de 2013, “foram aprovadas maisde cinco mil operações e um montante de cerca de dois

    mil milhões de euros concretizando a intenção de apoiarbons projectos”, informa fonte do banco. Já nas linhasPME Investe/Crescimento o banco tem uma quota demercado de 17%, tendo colocado nos primeiros seismeses do ano, mais de 15 mil operações, no montanteglobal de cerca de 1,7 mil milhões de Euros. Na linha PMECrescimento 2013, a quota é de 18% em montante definanciamento de operações.No apoio à internacionalização, o Santander disponibiliza,através da Direcção Internacional, o International Deskque estabelece uma ligação comercial da Rede Empresascom as suas congéneres nos vários bancos do Grupo.Desde o arranque em Junho de 2011 até ao final de Maiode 2013, “foram trabalhadas mais de 469 oportunidades,resultando na abertura de relacionamento formal de maisde 175 empresas portuguesas”, esclarece o banco quecriou a Chancela Top Exporta, um instrumento útil para osnegócios internacionais das empresas e a SoluçãoExportação, um programa de apoio às PME Exportadoras.

           P     a     u       l     a       N     u     n     e     s

    MONTEPIOBanco com papel activo no apoio a empresas>> O Montepio coloca à disposição das PME um vastoleque de instrumentos e ferramentas “exclusivamentecriados para o apoio ao negócio internacional”, atravésdo financiamento de operações comerciais, de situaçõesde investimento realizado no estrangeiro, ou de garantiasprestadas no pagamento de determinado montante”, dizfonte do banco, que participa nas ‘Linha de Crédito PMECrescimento’ e a ‘Linha de Crédito Export Investe’.Existem ainda vários apoios legais e financeiros àinternacionalização, desde os sistemas de incentivos doQREN, aos protocolos financeiros entre o Estado e osBancos, passando por gabinetes técnicos especializadose “capazes de auxiliar as empresas com vocação para seexpandirem para mercados internacionais”, refere amesma fonte. De frisar que o apoio ao comérciointernacional e à internacionalização das empresasconcretiza-se ainda em aconselhamento quanto aprocedimentos e instrumentos de crédito a utilizar, naproteção do risco de negócio, na gestão de tesouraria, naidentificação de oportunidades e acesso a linhasprotocoladas, e na partilha de riscos e acesso a uma redede correspondentes no estrangeiro.

    CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS824 milhões de euros no apoio a empresas>> A quota de mercado da CGD no crédito a empresas eraem Julho, de 17,7%. O banco já financiou 824 milhões deeuros em novas operações de médio e longo prazo. Noâmbito das Linhas de Crédito PME Invest, “foramconcedidos cerca de 180 milhões de novos créditos em2013, totalizando 1.427 milhões em carteira em 31 Agostode 2013”, diz fonte do banco, que realça o apoio atravésda linha Export, da Pme crescimento 2013 e da LinhaCaixa Capitalização, uma “linha de crédito pioneira no

    mercado financeiro nacional que combina atributos dedívida e de capital”, explica.No apoio à internacionalização, o banco dispõe de váriassoluções financeiras e serviços, tais como o IVA EnCaixa,o Caixa Maistesouraria, a Linha Caixa Exportação, aemissão e compra de cheques, a abertura de contasatravés da aliança internacional de bancos Connector, ocaixa e-banking, e transferências internacionais. Ofereceainda operações bancárias que minimizam os riscos dastransações de exportação e importação, através do tradefinance. Faz acordos e parcerias com instituiçõesfinanceiras multilaterais e bancos de desenvolvimento,garante Instrumentos de cobertura de risco.   P     a

         u       l     o       F       i     g     u     e       i     r     e       d     o

    BPIBPI Exportação Seguro em parceria com a COSEC>> No início de 2012, em parceria com a COSEC, o BPIlançou o ‘BPI Exportação Segura’: uma oferta que agregasoluções de apoio e financiamento à exportação e decobertura de risco. Inclui o novo Seguro de CréditosOperações Exportação BPI-COSEC, “que permite apoiaroperações de exportação individuais e cobrir o risco decobrança, factura a factura”, frisa fonte do banco quedispõe de soluções específicas para mercadosestratégicos em parcerias: Soluções Ibéricas, com o la

    Caixa, soluções-Angola, com o Banco de Fomento Angola,Soluções-Moçambique, com o Banco Comercial e deInvestimento, e a Linha Brasil Express, com o ITAÚ.No que respeita às Linhas de Crédito de apoio aofinanciamento da internacionalização, o BPI estápresente através da Linha PME Crescimento 2013, aLinha Export Investe e a Linha Investe QREN, tendolançado duas linhas de crédito para PME: a Linha BPIEmpresas 2013, de mil milhões de euros e a linha BPINegócios 2013, de 500 milhões. Oferece ainda umaferramenta de Corporate Internet Banking, o BPI NetEmpresas, tem equipas especializadas de apoio àsempresas e produtos de apoio às exportações.

    APOIOS AO TURISMOFoi assinado um protocolo entre o Turismo dePortugal, oito instituições bancárias e associedades de garantia mútua para a criação deuma linha de apoio à Consolidação Financeira, novalor de 150 milhões de euros, válida até 2015,visando alargar os prazos de reembolso dosempréstimos contraídos. Há ainda uma linha deapoio à tesouraria no valor de 80 milhões de euros

    e de apoio à qualificação de oferta, de 120 milhões.

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    4/8

    IV   DiárioEconómico   Terça-feira15 Outubro2013

    EMPRESAS FAMILIARESPeter Villax, presidente da Associaçãode Empresas Familiares, afirma que um dosproblemas levantados por estas empresasna altura de entrarem em bolsa, é “nãoestarem dispostas a delegarem o controloa outras pessoas”, o que considera seruma falsa questão, uma vez que “a famílianão deixa de estar presente na gestão.

    Essa passa é a ser mais profissional”.

    BREVES   VALOR MÉDIO LEASINGDe acordo com a Associação Portuguesa deLeasing, Factoring e Rating, presidido por BejaAmaro, até Agosto de 2013, o valor médiodo contrato de leasing mobiliário foi de 37 mileuros e o de imobiliário de 364 mil euros. Oleasing mobiliário financiou veículos, máquinase equipamento industrial e o leasing imobiliário,imóveis comerciais e industriais e destinados

    a serviços de saúde e educação.

    AtéAgosto de 2013,o financiamento concedido

    através de Leasing, Factoring e Renting foi de5.734 milhões de euros, de acordo com dadosda Associação Portuguesa de Leasing, Facto-ring e Renting (ALF), queinformaque o núme-ro de empresas que, no mesmo período recor-reu ao ‘leasing’ foi de cerca de 17.744. A ALFinforma que “o sector de serviços, incluindo oturismo, é o que mais recorre ao ‘leasing’”, efrisa que esta solução “financia todo o tipo debens mobiliários e imobiliários”, tendo comoobjectivo fazê-lo de forma “mais económica”,coma vantagem de ter“aconselhamentoespe-cializado da própria financeira”.O ‘leasing’ é uma das soluções de financia-mento quese disponibilizam às empresas,no-meadamente pelos bancos. De acordo comAntónio Machado, director do Departamento

    de Leasing e Factoring do Montepio, além daslinhas mais tradicionais de apoio à aquisiçãode imóveis, equipamentos e veículos, o bancodisponibiliza ”umalinha específicapara aqui-sição de veículos eléctricos - Montepio Eco”,

    produtoque se destina a empresas e a particu-lares”, explica, frisando que “a opção pelo

    ‘leasing’ permite menor necessidade de alo-cação de capital, e tem vantagem fiscal face aoutras alternativas de financiamento e aindaopção de compra do bem no final do contra-to”. Os níveis de procura no Montepio “sãomodestos”, mas revelaram, no primeiro se-mestredo ano, “uma taxa decrescimentoaci-mada médiado sector”.No BES, o montante financiado em ‘leasing’“tem paulatinamente vindo a subir face aoano de 2012, assistindo-se até Agosto de 2013a umincremento superior a 10%no montantetotal financiado”. Assume lugar de destaque o‘leasing de equipamentos destinados ao sec-tor produtivo”, refere fonte do banco que“privilegia e apoia os projectos de qualidade”.A mesma exigência tem o Santander que dis-

    ponibiliza serviço de ‘leasing’ de equipamen-to com “várias soluções de financiamento”, o‘leasing’ automóvel, imobiliário, em que “ofinanciamento pode atingir os 100% do valorde aquisição”. O Santander tem também so-luções de ‘leasing’ ao abrigo das linhas PMECrescimento.■ R C

    Mais de 17 milempresasrecorreramao ‘leasing’

    Exposição da bolsa

    não atrai maioria das PMEApenas uma PME está cotada na Alternext, a ISA.RAQUEL CARVALHO

    [email protected]

    ntrar em bolsa catapulta o ne-gócio das empresas. Que o digaJosé Basílio Simões, presidenteda ISA, a única PME cotada embolsa em Portugal que, dessaforma, conseguiu “notoriedade

    em Portugal e credibilidade naconquista de clientes e parceiros internacio-nais. Sentimos maior interesse por parte deinvestidores”, assume. Esta é, de facto, umadas vantagens de se estar cotado. Porém, adecisão não é fácil e depende de três factores:dimensão da empresa, qualidade e risco donegócio e vontade da empresa em estar ex-portaao mercado. Sobre isso, Luís Laginha deSousa, presidente da Euronext, diz que “umdado relevante é o início de uma relação comos mercados, que muitas PME não estão inte-ressadas em ter”. O responsável não tem dú-vidas de que estar na bolsa traz “maisvisibili-dade junto do mercado e uma maior capaci-dade das empresas se promoverem”, mas ex-plica que esta presença em Bolsa também as

    expõe muito e “muitas empresas não queremestar expostas ao escrutínio, transparência eexigência que estarnos mercados implica”.PeterVillax, presidenteda Associaçãode Em-presas Familiares segue o mesmo raciocínio.“Entrar em bolsa implica uma gestão maisprofissional e catapulta o crescimento de uma

    E

      empresa, dois pontos que muitas empresasfamiliares não estão interessadas em ter.Muitas preferem manter a gestão na família ecrescerde forma sustentada”.Três empresas com quemo Diário Económicofalou não descartam a hipótese de entrar em

    bolsa, mas consideram não ser agora o mo-mento, devido à dimensão e suas aspirações.Lídia Santos, administradora da Nutrigreenassume essa possibilidade, “vemos com mui-to agrado uma entrada na bolsa, e certamenteserá muito vantajoso, no entanto ainda esta-mos numa fase de consolidação da empresade forma a garantir essa entrada”, explica. JáPedro Gray, director-gerar da BelmonteElec-tronics garante que “quando tivermos di-mensão para tal poderemos considerar a hi-pótese”. Carla Rocha, directora comercial daViriato, acredita que ”para empresas cujomercado não seja o cliente final e como tal osseu produtos não são do conhecimentodo pú-blico ou objecto de uma difusão em massa,outras soluções poderão ser mais convenien-

    tes, pelo menos numa primeira fase”, peloque confessa que face ao actual estado dosmercados financeiros, a entrada na bolsa “de-verá ser bem preparada e devidamente su-portada por instituições especializadas demaneira a garantir o sucesso da mesma e nãoum frustrare gorar de expectativas”.■

    “Muitasempresasmuitas empresas“não querem

    estar expostasao escrutínio, transparência

    e exigênciaque estar nos mercadosimplica”,

    diz LuísLaginhade Sousa, presidente da Euronext.

           P      a      u        l      o       F        i      g      u      e        i      r      e        d      o

    Até Agosto, o financiamentoconcedido através de ‘leasing’,‘factoring’ e ‘renting’ultrapassou em Portugalos 5 mil milhões de euros.

    A Intelligent SensingAnywhere é a única PMEcotada em bolsa. JoséBasílio Simões, CEO, dizque a decisão se deveu“a uma forte dinâmicade crescimento e deexpansão internacional”e à necessidade de“reforçar a notoriedade,bem como para facilitarfuturos aumentos decapital”. A entrada deu-se

    a 19 de Junho de 2012e o balanço “é positivo”visto os objectivos teremsido cumpridos. Quantoa vantagens, destaca “atransparência e partilhade informação exigida”.

    ISA cotada

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    5/8

            P        U        B

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    6/8

    VI   Diário Económico   Terça-feira 15 Outubro 2013

    PLANO DE NEGÓCIOSA Portugal Ventures explica que parauma empresa conseguir apoio atravésde capital de risco, basta “apresentarum plano de negócios sólido e credível,alicerçado numa forte capacidadede inovação e ter uma equipa de gestãoambiciosa, forte e coesa, determinadae resiliente”. Ter cariz internacional

    também é relevante.

    BREVES   CARTÃO DE CRÉDITOGonçalo Medeiros, responsável pela áreade Marketing, Comunicação e Associadosda AEP, destaca o programa AEP Options,no âmbito do qual existem váriosprotocolos. Um deles é com a Caixa deCrédito Agrícola, que oferece às empresasum cartão com a componente de crédito,de adesão e anuidade gratuitas

    e “atraentes soluções financeiras”.

    QREN ajudou 8.500empresas a ir para foraValor do financiamento foi de mais de 3,3 mil milhões de euros.

    RAQUEL CARVALHO

    [email protected]

    o âmb it o d o QRE N, o sapoios à internacionalizaçãoestão disponíveis através de

    sistemas de incentivo quepassam por despesas parainternacionalização. LuísFilipe Costa, presidente do

    IAPMEI (Agência para a Competitividade eInovação), frisa que estes apoios “já benefi-ciaram [no total] mais de 8.500 projectos,num montante de 3,3 mil milhões de euros ealavancando 7,4 mil milhões de euros de in-vestimento”.O responsável esclarece que,adicionalmente,as empresas beneficiam do acesso a financia-mento bancário no âmbito das linhas de cré-dito para PME Investe e PME Crescimentopara apoioa investimento e a reforço de fundomaneio. Disponível desde23 de Janeiro, a Li-nha de Crédito PME Crescimento 2013 ”tem

    uma dotação global de dois mil milhões deeuros, detendo duas linhas específicas desti-nadas a PME, no valor de 400 milhões de eu-ros e uma linha específica geral, no valor de1600 milhões de euros”, informa, explicandoque, na linha específica geral, “é criada umadotação geral no valor de 700 milhões de eu-

    N  ros e uma dotação específica empresas expor-

    tadoras,no valor de 900milhões de euros”.Luís Filipe Costa destaca que a linha PME

    Crescimento 2013 “foi responsável pela apro-vação de 1,1mil milhões de euros de créditos aPME (até 30 de Setembro), correspondente a13.700 operações de crédito aprovadas a12.800 empresas, sendo que beneficia de co-bertura da Garantia Mútua a 50% , ou 75% nocaso das micro e pequenas empresas”.O presidente do IAPMEIinformaque “desdeoinício do lançamento das linhas de créditocom Garantia Mútua em 2008 já foram conce-didas 118 mil operações de crédito no valor deonze mil milhões de euros de financiamento aPME,que beneficiaram64.300 PME”.Há ainda uma novas linhas Investe QREN“para apoio a empresas que têm projectos doQREN em curso, mas sentem dificuldades nofinanciamento bancário do remanescente do

    investimento”,explica, e a nova linhaem fasede lançamento para apoio ao fundo de maneiodas empresas exportadoras, “as quais muitasvezes têm encomendas do exterior mas nãodispõem de tesouraria suficiente para a aqui-sição das respectivas matérias primas. Ambastêmo apoioda GarantiaMútua.■

    LUÍS FILIPE COSTA,

    Presidente do IAPMEI

    “Até Setembro,a Linha PMECrescimento2013 já foiresponsávelpela aprovação

    de 1,1 mil milhõesde euros decréditos a 12.800empresas.

    Desde2008queas linhasde crédito

    com GarantiaMútua beneficiaram

    64.300 empresas.

           P     a     u       l     o       A       l     e     x     a     n       d     r     e       C     o     e       l       h     o

    “Emnenhumoutro anode vigência doQREN,

    a AICEP registou tãogrande procura como em2013”, revela Francisco Baptista, Director deIncentivos PME da Agência para o Investi-mento e Comércio Externo de Portugal (AI-CEP), que afirma que em 2013 já receberammais de 2.200 candidaturas individuais deempresas a projectos de internacionalização.Numa altura em que o tema do acesso ao fi-nanciamento por partedas Pequenas e MédiasEmpresas (PME) é “crítico”, “sobretudoatendendo às características do nosso tecidoempresarial”, composto, na sua “esmagadoramaioria”, por empresas de muito pequena di-mensão e à “fraca capitalização”desse tecido,Francisco Baptista destaca o facto de terenvindo a ser adoptadas medidas muito diversi-ficadas com o objectivo de favorecer o acesso

    das PME ao financiamento. Entra estasformasde facilitação ao acesso estão as Linhas BEIaprovadas no início do Verão, das Linhas deCrédito Investe QRENou dos FundosRevitali-zar, “neste último caso direccionados paraPME que, muito embora se confrontando comdificuldades, demonstram ser unidades eco-nomicamenteviáveis”.

    Também no caso dos Sistemas de Incentivosàs empresas tem existido uma “preocupaçãoacrescida” de facilitar o acesso das PME aosapoios disponíveis. Nomeadamente atravésde “um aumento das taxas de comparticipa-ção dos projectos, uma menor exigência aonível doenvolvimento de capitais próprios e aadopção de um conjunto de medidas de sim-plificação que visam colocar os apoios apro-vados o mais rapidamente possível nas em-presas”.No caso das empresas com operação nosmercados internacionais, a agência está atrabalhar na perspectiva de diversificaçãodas fontes de financiamento, “num trabalhomuito próximo com a Banca Multilateral de

    Desenvolvimento e que esperamos que, aprazo, possa não só traduzir-se num aumen-to do ‘procurement’ ganho por PME portu-guesas, como também no aumento de pro-

     jectos de investimento de empresas portu-guesas financiados por essa via”, conclui oresponsável. ■ I M

    AICEP diz quenunca o QRENregistou tantaprocura

    Em 2013 a AICEP já recebeu2.200 candidaturas individuaisde empresas a projectosde internacionalização ligadosao QREN.

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    7/8

    Terça-feira 15 Outubro 2013   Diário Económico   VII

    CROWDFUNDINGA Massivemov, plataforma de “financiamento

    colaborativo”, ou ‘crowdfunding’, afirma que

    a Onframe, projecto que terminou há cerca

    de duas semanas, bateu alguns recordes

    na plataforma, transformando-se no primeiro

    projecto a passar a barreira dos 10 mil euros

    de financiamento e a ter o maior número

    de apoiantes, cerca de 248. A Onframe

    é um conceito que ajuda a imprimir imagens.

    RAMOS FERREIRAA Espírito Santo Capital entrou como

    accionista minoritário no capital do grupo

    Ramos Ferreira. O objectivo é apoiar

    a consolidação da empresa em Portugal e

    reforçar o processo de internacionalização.

    O grupo Ramos Ferreira é especializado em

    serviços nas áreas de instalações eléctricas,

    redes de telecomunicações, segurança

    electrónica, entre outros.

    PUB

    Portugal Ventures gere 600 milhõesA Portugal Ventures gere 23 fundos de capital de risco em Portugal.

    São 23 os fundos de capital de risco geridospela PortugalVentures, num total de cerca de600 milhões de euros de activos. De acordocom JoséEpifânio da Franca, CEOda PortugalVentures, “os fundos mais activos são os quecontam com comparticipação comunitária,

    através do FINOVA gerido pela PME Investi-mentos e com a participação do COMPETE edos Programas Operacionais”. O responsávelgarante que os planos de investimento estão a“decorrer como previsto e têm em comum ofacto de apoiarem empresas com fortes pla-nos de expansão internacional”.José Epifânio da Franca informa que os secto-res mais atractivos ao investimento “incluema indústria, comércio e serviços mais tradi-cionais e umavagaemergente de empresas debase tecnológica para os mercados globais”,

    além de empresas inseridas nas tecnologiasde informaçãoe ciências davida.O CEO da Portugal Ventures explica que o in-vestimento de capital de risco “sobretudo nasua vertente de Venture Capital, tem que serfeito em projectos com potencial de globali-

    zação”, frisando que isso “permite perspecti-var uma maior capacidade de crescimento ecriação de valor”. Por isso, garante, “a ambi-ção de internacionalização é essencial e con-diçãonecessáriaao investimento”.José Epifânio a Franca acredita que “as em-presas nacionais têm potencialidades de su-cesso internacional iguais às empresas dequalquer outro país. É preciso ter a ambiçãoda conquista do mundo e adoptar práticas degestão empresarial que permitam o sucessointernacional”. ■ R C

    JoséEpifânioda Franca,CEOda Portugal

    Ventures: “É preciso tera ambição da conquista

    do mundo”.

           P     a     u       l     a       N     u     n     e     s

    O investimentode capital derisco sobretudona vertenteventure capital,

    tem que ser feitoem projectoscom potencialde globalização.

  • 8/13/2019 Económico_Soluçõespme15_2013

    8/8

            P        U        B