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Amazônia Um projeto sobre desenvolvimento sustentável em Rio Branco, Acre Amazônia Mania de eleição Artigo exclusivo do cientista político Jorge Caldeira Mania de eleição Família e escola Professores entrevistam Rosely Sayão Família e escola Juscelino Achurê Karajá desenvolve projeto sobre a preservação das tartarugas do rio Araguaia, em Tocantins. Histórias de luta e sucesso Histórias de luta e sucesso DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO 500 anos: Brasil-Império na TV Internet Planeje suas aulas com a página de Mestres da Literatura DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO 500 anos: Brasil-Império na TV Internet Planeje suas aulas com a página de Mestres da Literatura PROFORMAÇÃO PROFORMAÇÃO

Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

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Page 1: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

AmazôniaUm projeto sobredesenvolvimento

sustentável emRio Branco, Acre

Amazônia

Maniade eleiçãoArtigo exclusivodo cientista políticoJorge Caldeira

Maniade eleição Família

e escolaProfessoresentrevistam

Rosely Sayão

Famíliae escola

Juscelino Achurê Karajádesenvolve projetosobre a preservaçãodas tartarugas do rioAraguaia, em Tocantins.

Histórias de luta e sucessoHistórias de luta e sucesso

DESTAQUES DAPROGRAMAÇÃO

500 anos: Brasil-Império na TV

InternetPlaneje suas aulascom a página deMestres da Literatura

DESTAQUES DAPROGRAMAÇÃO

500 anos: Brasil-Império na TV

InternetPlaneje suas aulascom a página deMestres da Literatura

PROFORMAÇÃOPROFORMAÇÃO

Page 2: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

Neste númeroCARTAS

MINHA EXPERIÊNCIA

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

EXPERIÊNCIASI – Histórias do Proformação

II – Sustentabilidade,que bicho é esse?

ENTREVISTA - Rosely SayãoFamília e escola: parceiros ou rivais?

PARCERIAProfessores em formação,um processo permanente

ARTIGO - Jorge CaldeiraMania de eleição

E TEM MAIS

HISTÓRIA DE VIDAUma mestra bem especial

Ciências – Insectia ____________________________ 6Geografia – Expedição caiçara __________________ 7Pluralidade Cultural – Pali Mali e seus amigos ______ 8Ética – Democracia sem fronteiras _______________10Literatura – Shakespeare: histórias animadas ______11

CONEXÃO TV ESCOLA _________________________12

Ciências – De onde vem? _______________________13REFLETS – CURSO DE FRANCÊS ________________14

Ética – Crianças nas ruas do mundo ______________14Internet – Mestres da Literatura __________________14

SALTO PARA O FUTURO _______________________16

DESTAQUE ESPECIALHistória – 500 anos: o Brasil-Império na TV _________18

ENSINO MÉDIOAcervo – Café: a safra do poder __________________20Como Fazer? – Os vários brasis, por Aziz Ab’Saber __20Como Fazer? A Escola – Caminhos da paisagem ____20Como Fazer? – O enigma do domo ________________21OUTRAS ATRAÇÕES __________________________21

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Agosto/Setembro 2002

Elzira ArantesEditora

Caro Pro f e s sorPreocupados em aprimorar nossa revista, e em oferecer serviços cada vez melhores, fizemos uma boa reforma naseção Destaques da programação. Está mais gostosa de ler, bem mais prática e, esperamos, mais eficiente paraapoiar seu trabalho no uso dos programas da TV Escola. Sua opinião é fundamental. Por isso, as seções Cartas eMinha experiência ganharam mais espaço, para troca de experiências e informações.

Nossos repórteres voltaram emocionados de Araguaína, em Tocantins, onde acompanharam um grupo doProformação. E contam aqui como os professores cursistas estão mudando sua prática pedagógica e promovendotransformações no dia-a-dia da escola e da comunidade. Já em Rio Branco, no Acre, registraram o entusiasmo de

um grupo de alunos do Magistério ao estudar o desenvolvimento sustentável e aprender a valorizarsua cultura e sua região, apoiados em novas tecnologias.

Além disso, apresentamos a Rosely Sayão questões que nos foram enviadas pelos professores arespeito do relacionamento entre escola e família. Em suas respostas, ela mostra como é

importante construir essa parceria em torno de uma educação democrática,contribuindo para formar cidadãos conscientes e autônomos.

O artigo especial de História foi escrito pelo cientista políticoJorge Caldeira, que nos propicia uma reflexão sobre o processodemocrático e as eleições.

E há muitos assuntos mais, para uma leitura agradável e útil.

Sorteio de grupos emCarmolândia , Tocantins.Página 26.

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

Page 3: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

Mais capacitaçãoTemos em nosso município a

enorme satisfação de receber a re-vista TV ESCOLA. Mais ainda porquenossa secretária de Educação, Fran-cisca, fez a ampliação da sala ondesão gravados os programas das gra-des da programação. Com a ajuda daSecretaria e da TV Escola, nossosprofessores estão tendo a oportuni-dade de mudar o enfoque de seus tra-balhos e ampliá-los com novas expe-riências, em que todos, incluindo osalunos, terão uma capacitação maisdinâmica, democrática e participativa.

Elidiany Coêlho dos SantosAssistente administrativa da Secretaria

Municipal da EducaçãoSão Pedro Água Branca/MA

TV Escola emsistema digital

Lendo a revista TV ESCOLA, fiqueiciente de que a antena parabólicaanalógica poderá ser trocada pelosistema digital. Interessei-me bas-tante, pois este ano estamos desen-volvendo um projeto no qual serámontada a videoteca. Nosso objeti-vo é efetuar gravações dos progra-mas da TV Escola com qualidade eestabilidade de imagens e um sommais limpo. Gostaria de saber quala possibilidade da troca dessa ante-na em nossa escola e como devere-mos proceder para essa aquisição.

Arialete Alves CoutoColégio Municipal Fernando

Augusto Pinto Ribeiro – Palmares/PE

O processo de implantação dosistema digital está em andamentoe, até o final do ano, deverá atenderà maioria das escolas. Entre em con-tato com a Secretaria da Educaçãode seu estado, que poderá lhe infor-mar qual é a previsão em relação asua escola.

As escolas que ainda não tiveremrecebido o equipamento digital continu-arão a receber o sinal da TV Escolapelo sistema analógico, pois os dois sis-temas irão coexistir. Uma informaçãoimportante para as escolas que estãosendo atendidas: a antena parabólicasó pode ser retirada pelo técnico cre-denciado pela Secretaria da Educação,quando ele for fazer a instalação donovo sistema, não antes disso.

Indignação infundadaSou nutricionista e trabalho no

Programa de Alimentação Escolar demeu município. Fiquei muito preocu-pada e até indignada em saber daexistência de um programa de tele-visão veiculado para o Brasil inteirosobre alimentação escolar – um dosmaiores e mais importantes, se nãoo único programa social, universal eque agrega não só alimentação,como educação alimentar – dar in-formações de preparo e manipulaçãode gêneros alimentícios sem a ori-entação e a participação de um nu-tricionista, ao menos para que se pu-desse monitorar essas questões defundamental importância.

Rosana Maria NogueiraCampinas/SP

O projeto dasoficinas de meren-da teve por objetivovalorizar a meren-deira e seu trabalho,e foi esta também aproposta de nossareportagem. Diantede sua dúvida, pode-mos lhe informar quetodos os municípiosselecionados têm emseus quadros nutricio-nistas que atuam jun-to ao Programa Me-

renda Escolar e que participaram dostrabalhos com as merendeiras.

Poesia de merendeiraQuero parabenizar a todos da re-

dação, das fotos, PNAE, FNDE e to-dos os órgãos que participaram des-se maravilhoso trabalho sobre asmerendeiras. A revista está muitoboa e chamou minha atenção peloresgate deste nosso papel. Fiz umareflexão e escrevi um pouco sobre oque senti ao ler a reportagem.

Ser educador / É viver intensamente /O caminhar das crianças / É respeitar /Ser amigo e ter amigos / Sentir emo-ções juntos... / Ah! Quantos sorrisos /Vocês nem imaginam / Quantos, ganha-mos durante / O tempo que ficamos jun-tos / E quando vão embora, ainda / Oslevamos em nossa mente.

Ser educador / Privilégio de poucos / Écomo construir uma escada / E a cadadegrau / Aprendemos e reaprendemos/ Maravilhoso, não é? / Criamos e recri-amos / Sonhamos, pensamos / Reali-zamos / Somos transparentes / E a cadadia / Percebemos que temos / Grandescompanheiros / Nossos alunos.

Cleane Aparecida dos SantosJundiaí/SP

Page 4: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

Comentários, críticas, dúvidas, sugestões,

relatos de experiências, propostas de intercâmbio

com seus colegas e muito mais!

Na edição anterior...

Solicitação de fitaSou professora há dezesseis anos,

e atualmente trabalho como supervi-sora de uma escola com 415 alunosde 3 a 6 anos. Gosto muito de assistirà TV Escola. Assisti ao programa deVendo e Aprendendo sobre projetose gostaria de adquirir a fita para enri-quecer meu trabalho junto aos profes-sores e ajudá-los a descobrir como éinteressante e proveitoso trabalhar apartir de projetos, pois com freqüên-cia eles mostram resistência em ado-tar essa metodologia.Antônia Maria Firmino da Silva Araújo

Jardim Escola Recanto do Amor e daEducação – Assu/RN

Com certeza o programa Projetos,da série PCN na escola, será ótimopara você trabalhar com os professo-res, mas infelizmente não podemoslhe enviar a fita, pois a TV Escola nãodistribui programas gravados. Então,não perca a chance de gravar esseprograma no próximo dia 6 de setem-bro, quando será reapresentado.

A TV Escola e o vestibularTerminei o ensino médio e es-

tou me preparando para o vestibu-lar. O programa Mestres da Litera-tura e os documentários são óti-mos, pois servem como uma revi-são do Ensino Médio e são tambémuma forma de conhecer outras cul-turas. Estou estudando só em casae a tevê tem sido uma grande alia-da. Consegui aprender muitas coi-sas e entender finalmente a guer-ra entre Israel e Palestina, por in-termédio de um dos documentári-os (Fronteiras), e por isso queroagradecer e parabenizar a equipeda TV Escola pela programação.

Dayane F. [email protected]

Mestres e HistóriaParabenizamos a equipe da re-

vista TV ESCOLA pela qualidade dosartigos publicados, principalmentea seção “Destaques da programa-ção”. Menção especial para o Mes-tres da Literatura. As experiênciastambém têm nos motivado não sóa realizar novos trabalhos comopara poder divulgá-los. Parabénspelo artigo de Boris Fausto, “Cho-que de civilizações”. Esperamosque novos artigos sejam publica-dos, para dar subsídios a nossaprática pedagógica.

Gravamos os programas sugeri-dos pela Grade de programação eselecionamos vídeos de acordo comos conteúdos trabalhados em sala deaula, organizando a videoteca, queserá utilizada por todas as escolasda cidade.

Professores da Escola Estadual de1º Grau Santa Bernadete

Amargosa/BA

Esperamos que a revistapossa ser cada vez mais útilem sua prática pedagógica.Não deixe de ler, nesta edi-ção, o artigo “Mania de elei-ção”, de Jorge Caldeira.

Notícias deTaguatinga

Eu e meus alunos da Edu-cação Infantil ficamos muitofelizes com a reportagem. Járecebi até carta de uma pro-fessora do Pará, que se inte-ressou por nosso trabalho. Isso émuito gratificante! Agradeço de modoespecial a credibilidade e as palavrasde incentivo, pois nos trouxeram novoânimo e muitas esperanças, em ummomento em que eu mesma come-

Na página 28, a foto é de CarlosVarella

Na página 5

PS

Este trabalho é de Thiago, Rafael, Eder,Hermes e Witterson, da 3ª série, noprojeto “Arte e emoção”.

çava a não acreditar mais no que vi-nha fazendo.

Espero que continuem viajandopor esse Brasil e fazendo tão bema outros professores como fizerama mim.

Nádia de QueirozTaguatinga/DF

Recebemos também,e agradecemos, car-tas e e-mails de: AnaRaquel de Oliveira

Silva, Crato/CE ; Escola MonsenhorAbílio Américo Galvão, Palmares/PE ;Francisca Ednir A. Silveira, Jaguaribe/CE; Francisco Antônio da Silva, ZéDoca/MA; José Lopes, Assaré/CE ;Maria José B. Pinto Américo, Mocaju-ba/PA ; Mário Quirino, Bananeiras/BA ;Museu Casa Guimarães Rosa, Cordis-burgo/GO .

Page 5: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

MINHA EXPERIÊNCIAFilmes parajovens e adultos

Em minha turma de 7ª série daEducação de Jovens e Adultos, assenhoras e senhores já chegavamà escola cansados do trabalhodiário, esperando encontrar textosna lousa para copiar ou exercíciosno livro para responder. Quandopropus exibir filmes a fim de dis-cutir conteúdos ou mesmo ques-tões do dia-a-dia, houve inicial-mente grande resistência, mas in-sisti e segui meu plano.

Depois discutimos os resulta-dos, e eles perceberam que o fil-me permitira abordar inclusive ou-tros assuntos de interesse da tur-ma. A resistência caiu pela meta-de, consegui exibir outro filme, efui ganhando a confiança de meusalunos. Combinamos então queeu anunciaria os filmes com ante-cedência e eles trariam pipoca erefrigerante para a sala de vídeo(adaptada). Assim, nossas aulasde História transformaram-se emmomentos alegres e proveitosos.

Rita de Cácia Ferreira NinesE.E. Profª Luíza Vieira – Magé/RJ

Projeto CinescolaDesde abril de 2001 desenvol-

vemos o Projeto Cinescola. Emuma nova perspectiva de com-preender o contexto histórico,exibimos aos sábados filmes edocumentários, complementando

o estudo em sala de aula. Isso, defato, só é possível graças a um tra-balho interdisciplinar, inclusive comos Temas Transversais.

O desenvolvimento desse proje-to está diretamente inter-relaciona-do com a política da TV Escola, e épor isso que nos sentimos parceirosdessa proposta pedagógica. O Pro-jeto Cinescola se insere dentro danova perspectiva educacional de tra-balhar os conteúdos com o suportede produções cinematográficas e do-cumentários, e a TV Escola nos pro-porciona um excelente acervo de ví-deos educativos.

Alex Rufino da SilvaCoordenador-geral do Projeto Cinescola

E.E.E.F.M. Presidente Médici – Cuiabá/MT

Escritores-mirinsem Florânia

Como coordenadora da telessa-la, me sinto muito gratificada em po-der trabalhar com as novas tecno-logias em prol de uma educação dequalidade. No ano passado incenti-vei meus alunos a produzir suaspróprias histórias e, para minha sur-presa, foi um sucesso! Fui convida-da a apresentar os escritores-mirinsno 4º Encontro do Proler e na Feirada Cultura de nosso município, e fo-mos destaque no jornal Tribuna doNorte.

Hoje, nossa escola é modelopara as outras da cidade; visitam-nos para ver nosso trabalho e pedirorientações para trabalhar com a TVEscola. E ainda procuramos novasexperiências, trocando idéias comcolegas de outras telessalas. Tenhoarquivadas várias atividades de to-das as disciplinas trabalhadas na te-lessala e, se Deus quiser, no próxi-mo Encontro do Proler teremosmuitos escritores-mirins para apre-sentar a nossa comunidade.

Maria Juraci de AraújoE.E. Coronel Silvino Bezerra – Florânia/RN

Um teleposto vitoriosoDepois de seis anos de lutas e

conquistas, a TV Escola aqui já éuma vitória. O acervo de nossa vi-deoteca conta hoje com cerca de6 mil programas gravados, de diver-sas áreas do ensino médio e do fun-

Presidente da República Federativa do BrasilFernando Henrique Cardoso

Ministro da EducaçãoPaulo Renato Souza

Secretária-ExecutivaMaria Helena Guimarães de Castro

Secretário de Educação a DistânciaPedro Paulo Poppovic

PROGRAMA TV ESCOLA

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação a Distância

Conselho EditorialAntonio Augusto Gomes dos Santos Silva,Carmem Moreira de Castro Neves, Cícero Silva Júnior,Iara Glória Areias Prado, José Roberto Neffa Sadek,Lilian Holzmeister Oswaldo Cruz, Maria Amábili Mansutti,Pedro Paulo Poppovic, Rogério de Oliveira Soares,Tania Maia Magalhães Castro, Vera Franco de Carvalho,Vera Lucia Atsuko Suguri

Coordenador editorialCícero Silva Júnior

EdiçãoERA [email protected]

EditoraElzira R. Arantes

Secretárias editoriaisLierka Felso, Noêmia R. de A. Ramos

Repórter especialRosangela Guerra

FotógrafosIolanda Huzak, Paulo Pepe

ColaboradoresCássio de A. Leite, Célia Trazzi CassisJorge Caldeira, Luiz Carlos Pizarro Marin, Rita de Biagio

Edição de arte e produção gráficaCasa Paulistana de Comunicação

Editor de arteMilton Rodrigues Alves

EditoraçãoMaria A. Alves da Silva, Narjara Salomão Lara Teixeira,Paulo Cesar Ladeira, Thaís de Bruÿn Ferraz

Projeto gráficoElifas Andreato

FotolitoPostScript

Impressão e acabamentoPosigraf

A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DASECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC

Tiragem desta edição: 450 mil exemplares

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Caixa Postal 9659 - Brasília/DF - 70001-970Fax: (61) 410-9178E-mail: [email protected]

[email protected]: www.mec.gov.br/seed/tvescola

Page 6: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

damental, bem como Salto para oFuturo, teleconferências e outrosprogramas educativos.

Entre as atividades desenvolvi-das em 2001, organizamos uma pro-gramação especial com assuntos deética e cidadania, educação sexual,prevenção de drogas etc., após de-tectarmos entre nossos alunos pro-blemas com drogas, gravidez naadolescência e indisciplina.

Das várias campanhas educati-vas, destacou-se a que envolveu téc-nicos da Eletronorte a respeito decomo conviver com linhas de trans-missão sem acidentes. Após assis-tirem a palestras e programas de ví-deo, os alunos trabalharam tambémcom o tema em sala de aula.

A área física de nosso telepostojá foi ampliada, tal como nossa áreade atuação. Assim, podemos atendera uma clientela diversificada, tal comoestagiários e alunos das escolas es-taduais e municipais da capital e dointerior, bem como da Universidade

Federal do Amapá, diretores de es-colas do município e a Escola de En-fermagem do Hospital São Camilo.

Firmamos uma parceria com a Se-cretaria Municipal de Trabalho e AçãoSocial do município de Santana e, emtroca de capacitação para seus ser-vidores, disporemos de atendimentosocial a crianças, adolescentes e fa-miliares vítimas de violência, abusose exploração sexual.

Francisca Góes da Silva,Josefina Silva de Almeida e

Vasty de Chagas LeiteProfessoras orientadoras do teleposto

E.E. Marechal Castelo BrancoMacapá/AP

Nasce uma videoteca!Pensando em reestruturar a TV

Escola, fomos visitar as escolas domunicípio para divulgar o programae verificar seu andamento. Consta-tamos que, além da falta do espaçofísico e de problemas com equipa-mentos, ocorria o desconhecimento

EscrevaEscrevaEscrevaEscrevaEscrevapor carta, fax ou e-mail

TV EscolaCaixa Postal 9659Brasília/DF – 70001-970Fax (061) 410-9178E-mail : [email protected]

do programa e a resistência de al-guns diretores, supervisores e pro-fessores, temerosos da sobrecargade trabalho e relutantes quanto aouso de novas tecnologias em sala deaula.

Para contornar a falta do espaçofísico e de equipamentos, começamosa gravar os vídeos em nossas casase, com o apoio de nossos familiares,conseguimos iniciar um novo trabalho.

O segundo passo foi a divulga-ção junto aos professores. Realiza-mos reuniões de escola em esco-la, exibindo alguns programas se-lecionados e explicando como tra-balhá-los com os alunos. Ao mes-mo tempo, procurávamos conven-cer diretores e supervisores da im-portância de seu apoio e incentivonesse processo de aprendizagem.Em seguida, iniciamos a capacita-ção dos professores para o uso danova tecnologia.

Finalmente, conseguimos a re-forma e a adaptação de um prédioexclusivo, bem como a aquisiçãode todo o equipamento, material emobiliário para o pleno funciona-mento da TV Escola em nossomunicípio.

Assim, as dificuldades foram sen-do superadas e as resistências di-minuíram à medida que nossa video-teca foi se tornando realidade.

Jacqueline Esteves Lima

Coordenadora da Videoteca MunicipalRondon/PA

Reunião das orientadoras com professores, em Macapá/AP.

LigueLigueLigueLigueLiguepara o Fala Brasil

0800-616161Ligação gratuita

Fale conoscoSua opinião é muito importante para nós

Atenção!Para que possamos responder a você,

não esqueça de dar seu nome e endereço

completos, ou o nome e o endereço da

escola onde trabalha, a série e a

disciplina. Se for o caso, informe também

seu e-mail e o número de telefone ou fax.

VisiteVisiteVisiteVisiteVisitea TV ESCOLA na internet

www.mec.gov.br/seed/tvescola

Faça sugestões, comentários, elogios ou críticas, pergunte, relateprojetos e trabalhos, troque experiências com outros educadores.

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6 TV ESCOLA

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RESUMOEsta série de documentários é narrada por um ento-

mólogo, que mostra a diversidade de comportamentos,tamanhos, formas e cores dos insetos em florestas tro-picais de várias partes do mundo.

ATIVIDADES

Segue-se uma sugestão para explorar conceitos ligadosaos aspectos evolutivos da seleção natural e ao papel evolu-tivo da camuflagem e do mimetismo. A série também propi-cia o trabalho com Geografia e Meio Ambiente, abordandopor exemplo a localização das florestas tropicais e a distri-buição fitogeográfica dos ecossistemas.

Competências e habilidades a desenvolver

• Descrever processos e características do ambiente e deseres vivos, observados em microscópio ou a olho nu.

• Expressar dúvidas, idéias e conclusões acerca dos fenô-menos naturais.

• Interpretar e utilizar diferentes formas de representação(tabelas, gráficos, expressões, ícones etc.).

• Relacionar o conhecimento de diversas disciplinas paraentender fatos ou fenômenos naturais.

Avaliação diagnóstica

Para discutir conceitos como adaptação, mutação, sele-ção natural, camuflagem e mimetismo, levante algumas ques-tões: Por que apenas nas florestas tropicais existe tamanhadiversidade de insetos, em relação a forma, tamanho, cor ecomportamento? Será que os insetos procuraram esse am-biente? Será que os que não habitavam as florestas tropi-cais morreram? Como é possível que muitos desses artró-podes se tornem praticamente invisíveis a nossos olhos,apesar de seu tamanho?

CIÊNCIAS

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental. Indicada paraalunos da 6ª à 8ª série doensino fundamental.Áreas conexas: Geografia;Meio Ambiente

INSECTIA29

JULHO

Mariposasbrancas e escuras

Por volta de 1860(época da RevoluçãoIndustrial), existiamdois tipos de mariposada mesma espécie(Biston betullaria) emvárias cidades ingle-sas: a mais escura(tipo 1), de asas acin-zentadas e salpicadasde pigmentos pretos; eoutra, mais clara (tipo2), de asas brancastambém salpicadas depreto. As do tipo 2constituíam a maioria,e pareciam quase damesma cor dos tron-cos das árvores, con-fundindo com isso ospredadores. As do tipo1, mais escuras, erambem mais raras. Noentanto, à medida quea fuligem das fábricasfoi escurecendo as ár-vores e os edifícios, fi-cou cada vez mais di-fícil encontrar maripo-sas do tipo 2, enquan-to aumentava progres-sivamente a popula-ção do tipo 1.

Preparação da atividade

Prepare previamente doiscartazes: um com uma folhaaberta de jornal e outro comum papel branco do mesmo ta-manho. Recorte cerca de qua-renta borboletas de vários ta-manhos, conforme o modeloao lado, sendo metade em pa-pel branco (borboletas bran-cas) e outra metade em folhasde jornal (borboletas mescla-das). Cole as borboletas bran-cas e as mescladas aleatoria-mente nos dois cartazes.

Situação-problemaExiba o vídeo e proponha depois uma situação-

problema a partir do re-lato à direita.

Após o relato, propo-nha a seguinte situação-problema:

Por que houve modi-ficação no número demariposas ao longo des-se tempo?

Coloque algumas per-guntas a respeito da si-tuação para os alunosresponderem em grupos,como por exemplo:• As mariposas tipo 2 se

transformaram em ma-riposas tipo 1?

• A fuligem escureceuas asas das maripo-sas tipo 2?

• Antes de 1860 as ma-riposas tipo 2 se escon-diam melhor e as mari-posas tipo 1 ficavammais visíveis? E após1860, a situação se in-verteu?

• As mariposas tambémse modificaram quan-do houve alterações noambiente?

DICANa próxima atividade, certamente os alunos vão se ani-

mar com a brincadeira de atacar as borboletas. Prepare-se,porque a aula promete ser bem agitada. Mas vale a pena!

30JULHO

Direção: German GutierrezRealização: Pixcom, Canadá,1998

6 episódios de 23’

Page 8: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

TV ESCOLA 77TV ESCOLA

RESUMOSérie de programas que documentam a Expedição

Caiçara, projeto no qual um grupo de alunos percorre acosta brasileira, partindo de São Francisco do Sul, emSanta Catarina, e indo até Salvador, na Bahia. Cada pro-grama privilegia um dos temas que foi objeto do estudode campo dos estudantes.

ATIVIDADES

Todos os episódios contribuem para estimular o aluno aconhecer e valorizar a rica diversidade do Brasil, em seusaspectos naturais, humanos e econômicos, numa variedadede enfoques que se presta ao planejamento de inúmerasatividades interdisciplinares. Os documentários também po-dem ser úteis para desenvolver o hábito de consulta a atlase o estudo da cartografia. Por exemplo, sugira aos alunosque identifiquem em mapas as rotas percorridas pelos mem-bros da expedição, ou proponha trabalhos cartográficos as-sociados a determinadas situações dos vídeos.

Aulas multidisciplinares

O documentário pode servir como ponto de partida paramuitas atividades coletivas e interdisciplinares, de acordo como tema enfocado.• Ecossistemas do litoral brasileiro: trabalhe com Ciências e

Geografia, enfocando biodiversidade, conservação, preser-vação e degradação ambiental.

• Ocupação do território a partir da costa: possibilita a inte-gração de Geografia, História e Ciências, refletindo sobrea apropriação do espaço e o uso do solo, numa perspecti-va histórica, social e ambiental.

• Construção de nossa identidade cultural: expresso na língua,na arquitetura, na alimentação, nas economias locais, noshábitos, nas manifestações religiosas, o tema perpassa osepisódios, abrindo inúmeras possibilidades de integração entreCiências, Geografia, História e Língua Portuguesa.

Síntese e conclusões

• Dê um tempo para os grupos discutirem (cerca de 15 mi-nutos) e peça para apresentarem suas conclusões por meiode dramatizações, desenhos, esquemas ou outras formasde comunicação.

• Registre as conclusões dos grupos e proponha um jogo,no qual os alunos representarão pássaros predadores.

• Fixe em uma parede o cartaz com fundo branco e expli-que a tarefa: posicionados a cerca de 5 metros do cartaz,os alunos deverão acertar o maior número de borboletaspossível, com um elástico levemente molhado em gua-che colorido. Repita o procedimento com o cartaz de fun-do mesclado.

• Após a “caçada”, se for o caso, volte a discutir as conclu-sões de cada grupo, reavaliando os pontos de vista sobreas mariposas da Inglaterra.

LEMBRETENão se esqueça de discutir as diferenças entre osconceitos de mimetismo e camuflagem.

Fixação do aprendizado

Peça para os alunos estabelecerem relações entre suasconclusões e o fato de os insetos de uma floresta tropicalterem formas, tamanhos e cores tão diversificados. Mostreque, assim como há um grande número de insetos, há tam-bém numerosos predadores, já que uma floresta tropical éum dos ambientes de maior diversidade do planeta.

Veja na internetwww.terravista.pt/Bilene/4808www.discoverynaescola.com/v025/gtinsectos/ginsectos01.htmlwww.nib.unicamp.br/hvvb/insetos/inset.htmwww.olhandodeperto.bio.br/osinsetos_azul.htmwww.ufscar.br/~leia/aquaticos.htmwww.ib.usp.br/didatico/inse_flor.htm

Leia tambémEvolução e biodiversidade: o que nós temos com isso?Maria Elisa Marcondes Helene & Beatriz Marcondes. São Paulo, Scipione,1996.

GEOGRAFIA

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental. Indicada paraatividades com alunos da5ª e 6ª séries do ensinofundamental.Áreas conexas: Ciências;História; Língua Portuguesa;Meio Ambiente

EXPEDIÇÃO CAIÇARA

7 episódios de 30’

Direção: Ângela SauerRealização: Canal Azul,Brasil, 1999

21AGOSTO

22AGOSTO

São variados os recursos para escapar dos predadores

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8 TV ESCOLA

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5 programas de 26’

• Preservação e conservação: temas recorrentes em todosos episódios, podem dar margem a bons debates e pes-quisas. O que ocorreu com a Mata Atlântica? E com osmanguezais? Por que preservá-los? E as cidades? Quaisos principais problemas ambientais nos centros urbanos?Qual a importância da preservação do patrimônio históricopara uma sociedade?

Trabalho de campo

Proponha um trabalho de campo com o objetivo de le-var os alunos a desenvolver uma metodologia de pesquisae, ao mesmo tempo, avaliar a importância da investigação;trata-se de uma atividade que estimula a organização e acooperação. O tema escolhido pode ser até o prédio daescola, ou o bairro.• Explique inicialmente que o estudo envolve três etapas:

planejamento do trabalho e divisão das tarefas; pesquisade campo; elaboração do relatório final.

• Organize a classe em grupos e distribua tarefas diferen-tes. A um grupo caberá mapear a escola, sendo que otrabalho de cartografia pode ser orientado pelos professo-res de Arte, Geografia e Matemática. Os demais pesqui-sarão temas específicos: história da escola, alunos, pro-fessores, biblioteca, refeitório/cantina, condições físicas dasclasses, da quadra de esportes etc. O roteiro de trabalhopode ser elaborado em comum nas aulas de História,Geografia e Língua Portuguesa.

• Os grupos saem a campo para fazer a pesquisa e, ao tér-mino, elaboram seus relatórios, registrando os principaisresultados.

• Os resultados são socializados com a classe e discutidos.

Veja na internetwww.tvcultura.com.brNa seção Alô Escola, consulte as séries: O povo brasileiro;Casa-grande e senzala, Mar à vista; Brasil 500 anos.www.sosmataatlantica.org.brConsulte o Atlas dos remanescentes da Mata Atlântica.www.aultimaarcadenoe.comMapas e textos sobre os principais ecossistemas brasileiros eoutros temas ligados à proteção do meio ambiente.www.secirm.mar.mil.br/leplac.htmSobre a Plataforma Continental Brasileira.

Leia tambémHistória do Brasil.Boris Fausto. São Paulo, Edusp, 2002.

Contribuições para a gestão da zona costeira do Brasil – Elementospara uma geografia do litoral brasileiro.Antonio Carlos Robert Moraes. São Paulo, Hucitec/Edusp, 1999.

Formação do Brasil contemporâneo.Caio Prado Jr. São Paulo, Brasiliense, 1996. Sobretudo os capítulos “Osentido da colonização” e “Povoamento”.

História econômica do Brasil.Caio Prado Jr. São Paulo, Brasiliense, 1976. Sobretudo os capítulos“Preliminares (1500-1530)” e “A ocupação efetiva (1530-1640)”.

Geografia do BrasilJurandir L. Sanches Ross (org.). São Paulo, Edusp, 1996.

PLURALIDADE CULTURAL

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental. Indicada paraatividades com alunos desdea 5ª série até o ensinomédio.Áreas conexas: Arte;Geografia; História

PALI MALI ESEUS AMIGOS

RESUMOCada episódio desta série narra uma história que se

passa em uma região do mundo: República Tcheca, Aus-trália, Alasca, Indonésia e Canadá. A personagem cen-tral é sempre uma criança, em situações que permitemmostrar um pouco da cultura de seu povo – as crençastradicionais, os hábitos, as relações entre gerações e omodo de vida atual.

ATIVIDADES

Objetivos

• Chamar a atenção dos alunos para a diversidade cultu-ral e explorar a existência de pontos comuns entre asculturas.

• Identificar a diferença entre cultura erudita e popular.• Refletir a respeito da forma pela qual a cultura popular é

transmitida de geração em geração.• Valorizar o papel da cultura e da sociedade na manuten-

ção do equilíbrio ecológico.

Preparação

A série pode ser explorada em conjunto, ou então abor-dando cada filme, separadamente.

Como aquecimento, promova uma discussão a respeitoda diversidade cultural antes de exibir os vídeos. Todos ospovos vivem de uma só forma? Por que existem diferenças?Qual o papel das condições climáticas, e da geografia decada região, na definição de uma cultura? Quem se lembrade aspectos culturais que caracterizem uma cultura diferen-te da nossa? (É possível que alguém faça referência a so-ciedades tribais africanas ou asiáticas, muito diferentes danossa.)

Antes de exibir os vídeos, comente que vale a pena pres-tar atenção às diferenças e semelhanças com nossa cultura,e também entre os povos estudados: roupas, habitações,músicas, hábitos alimentares, lendas etc.

Direção: Jacques Labarge,Joël Farge, Carlos FerranoZavalaRealização: Les ProductionsPali Mali Inc., Canadá, 2000

4SETEMBRO

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TV ESCOLA 99TV ESCOLA

Dilino e a Ave de Fogo

Este filme apresenta ciganos, mostrando o forte precon-ceito que enfrentam em diversas partes da Europa. Trata-sede um excelente gancho para trabalhar o conceito de etno-centrismo. Na lenda narrada pela cigana, em que seu povo é“invejado” pelos demais, esse sentimento tem uma carga po-sitiva, pois contribui para a manutenção da tradição e doscostumes. Mas em muitas circunstâncias chega a ser tãoexacerbado que se transforma em intolerância e racismo(como no caso dos skinheads). Aborde o preconceito no Bra-sil. O vídeo se presta também a uma comparação entre acultura erudita e a popular.

Os juízes virão

Uma criança aborígine da Austrália é a protagonista des-te episódio. Chame a atenção para o fato de que ali a sub-sistência depende da exploração direta da natureza, e tam-bém para traços característicos, como tipo de moradia, ves-timentas, danças etc. Trabalhe a comparação entre a cultu-ra oral, que mantém vivas as antigas tradições e lendas, ea importância da escrita – que sobressai no papel desem-penhado pela neta, com acesso à cultura “dos homens bran-cos”. Estabeleça um paralelo com os direitos e a históriados povos indígenas brasileiros, solicitando para isso umapesquisa.

O segredo de Sungai

A pobreza e a doença decorrentes da exploração ina-dequada dos recursos naturais, evidenciadas neste filmepassado na Indonésia, podem servir de tema para discutiras ameaças ao equilíbrio da natureza. Estabeleça tam-bém uma comparação com a realidade brasileira, em quemuitas crianças deixam de ir à escola para cuidar de ir-mãos mais novos, e onde com freqüência as comunida-des pobres não contam com médicos, postos de saúde econdições sanitárias.

Aani – a tagarela

Este filme, que se passa no Alasca (estado norte-ame-ricano), mostra como a cultura tradicional pode sobreviveraliada a uma boa qualidade de vida e uma relativa rique-za. Tradição e modernidade caminham lado a lado: roupastradicionais de pele e trajesde náilon; trenós puxadospor cachorros e veículos mo-torizados; óculos feitos decouro e outros modernos; atéo instrumento usado paracortar a carne, de desenhotradicional, convive na cozi-nha com o microondas. Ape-sar do contraste, não há con-tradição entre os ensinamen-tos do avô e o trabalho damãe, no moderno estúdio detelevisão. Utilize essas refe-rências para discutir a coe-xistência da cultura tradicio-nal com a moderna.

Pinamesh e a tenda trêmula

O último filme da série, em Montreal, retoma o temado xamanismo, mais intimamente relacionado com a pre-servação ecológica. Vale a pena observar e discutir as-pectos da cultura indígena canadense e seu modo de serelacionar com a natureza, estabelecendo comparaçõescom os outros episódios. Aqui a tradição ganha nova for-ça, pois uma antiga crença do avô contribui para transfor-mar a realidade e impedir, pelo menos por algum tempo, aconstrução da barragem. Mais uma vez, valores tradicio-nais sobrevivem, mesmo em contato com uma cultura li-gada à modernidade.

Leia tambémSobre etnocentrismo, cultura tradicional e xamanismo:Cultura – um conceito antropológicoRoque Laraia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1986.

Veja, também, as séries da TV EscolaConhecendo o mundo; Descobrindo; Um dia na vida de uma criança;Minha casa; Minha comida favorita; Minha escola;PCN / Temas Transversais – Pluralidade Cultural.

Pinamesh vestida de xamã

XamãsEm três episódios

aparece o xamã, e valea pena discutir a impor-tância dessa figura. Pro-cure explicar à classeseu papel social, ressal-tando as diferenças desua atuação nos três fil-mes. Mostre como essepersonagem do passa-do é um instrumentopara a manutenção datradição.

LEIA A GRADE

E escolha os programas que quer usar.

Acompanhe também a grade de férias.

GRAVE OS PROGRAMAS

E guarde as fitas na videoteca para

posterior utilização. Para catalogar, você

pode usar como referência o Guia de

programas da TV Escola.

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ÉTICA

Programa selecionado nagrade da programação doensino fundamental. Indicadopara atividades com alunosdas 7ª e 8ª séries do ensinofundamental e de todas asséries do ensino médio.Áreas conexas: Geografia;História; Meio Ambiente

DEMOCRACIA SEMFRONTEIRAS

RESUMOO programa mostra encontros e desencontros decor-

rentes do convívio entre culturas diferentes, ao documen-tar a visita de um grupo de teatro sueco a um grupo daÁfrica do Sul, composto por atores negros que vivem emfavelas da cidade de Port Elizabeth. A experiência propi-cia enriquecedoras trocas culturais, mas, ao mesmo tem-po, gera conflitos – resultantes por exemplo do confrontodo autoritarismo predominante no elenco negro com oliberalismo que rege o relacionamento entre os suecos.

ATIVIDADES

A seguir estão apresentadas sugestões de atividades quearticulam conhecimentos de História e Geografia, mediadospor temáticas transversais relacionadas a Ética e Pluralida-de Cultural.

Objetivo

Levar os alunos a conhecer a história e a geografia dasociedade sul-africana, a partir de discussões sobre a de-mocracia e o tratamento das diferenças entre as culturas.

Roda de discussão

Terminada a exibição, proponha aos estudantes que ex-pressem, em um desenho rápido, o que sentiram ao assistiraos filmes. Sugira que alguns apresentem o desenho aos co-legas, comentando seus sentimentos e o que procuraram re-presentar. Estimule a discussão, ouvindo diferentes opiniões.

É importante que essa apresentação seja voluntária, poisenvolve os sentimentos dos alunos.

Há alguns aspectos que vale a pena levantar, se não ti-verem aparecido espontaneamente no debate, como porexemplo:• A postura autoritária do líder do grupo sul-africano e a

reação de passividade/heteronomia do grupo.• As diferenças, do ponto de vista da democracia, entre a

tomada de decisões no grupo sueco e no sul-africano.

26SETEMBRO

2 partes de 30’

Direção: Anders BerghRealização: SwedishEducational BroadcastingCompany, Suécia, 2000

• O direito dos membros do grupo sueco de provocarem eincentivarem a cisão do grupo sul-africano.

• A avaliação dos ganhos havidos em cada grupo a partir doencontro intercultural.

• As relações entre a realidade das sociedades sul-africanae brasileira.

Para encerrar o trabalho, converse a respeito da Áfricado Sul e peça aos alunos para escreverem o que sabem e oque gostariam de saber a respeito desse país. O registrodesses conhecimentos e curiosidades será importante paraatividades futuras.

Dramatização

Proponha uma atividade rápida de role-playing (dramati-zação), tendo por tema, como no vídeo, um conflito em tornode questões como autoritarismo, democracia e diferença cul-tural. Apresente à classe uma situação-problema como esta,por exemplo.

Convide sete voluntários para um debate de improviso.Cada grupo presente na situação – proprietários, invaso-res e prefeitura – é re-presentado por doisalunos; o sétimo alu-no participa como mo-derador. Após umaencenação de 15 a 20minutos, mobilize aparticipação da clas-se, levantando ques-tões como: A prefeitu-ra tem o direito de to-mar tal atitude? Comovêem o emprego daforça policial em umasociedade democrá-tica? A pressão dosproprietários é a me-lhor maneira de lidarcom as diferenças so-ciais? O que devemfazer os invasores?

Pesquisa e avaliaçãoOrganize a classe em grupos, atribuindo a cada um a

pesquisa de um aspecto das sociedades sul-africana e su-eca: dados da realidade sócio-econômica; história da co-lonização; o regime de apartheid; a cultura dos dois paí-ses, e assim por diante. De acordo com as possibilidades,oriente a pesquisa em bibliotecas, livros, jornais e revistasou na internet. Os resultados da pesquisa servirão paraencerrar o trabalho e avaliar o conhecimento dos conteú-dos estudados.

Outra atividade de encerramento pode ser uma redaçãoindividual tendo por tema:

Possíveis relações entre a realidade das sociedadessul-africana e brasileira: enfoque os aspectos de demo-cracia, cultura, discriminação e economia .

O professor de Língua Portuguesa pode orientar a pro-dução do texto, adaptando-o por exemplo ao estilo literárioque estiver sendo trabalhado.

Situação-problema

Por pressão dos proprie-tários abastados de um bair-ro nobre da cidade, a prefei-tura decide retirar os invaso-res que ocuparam há dezanos um terreno público si-tuado bem no meio dessaárea. Com apoio de força po-licial, pretende-se fazer atransferência dos moradorespara uma zona perifér icaafastada e doar o terreno aum grande grupo empresa-rial, para que construa umcentro comercial.

Page 12: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

TV ESCOLA 1111TV ESCOLA

ATIVIDADESObjetivos

• Criar situações que estimulem o raciocínio, despertando acuriosidade e oferecendo desafios.

• Mapear os conhecimentos prévios dos alunos em relaçãoao assunto, procurando ampliá-los e aprofundá-los.

PreparaçãoAs questões-problema são sempre uma forma instigante

de abordar um assunto. Elas podem envolver o raciocínio ouse resumir a um exercício de memória. De qualquer manei-ra, por não estarem ligadas de forma evidente a algum con-teúdo conceitual explícito, encontram os alunos mais propí-cios ao diálogo, além de trazerem em si elementos de sur-presa e desafio, estimulando a busca do conhecimento. Ten-do isso em vista, proponha à classe uma questão-problema,como por exemplo a apresentada a seguir.

LITERATURA

RESUMOEsta série apresenta adaptações animadas de seis

peças de William Shakespeare, aliando uma esmeradaprodução visual à sensível densidade dramática carac-terística da obra do escritor. Os desenhos compõem umamplo painel de época, evidenciando a preocupação coma pesquisa da história do cotidiano.

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental e também doensino médio. Indicada paraatividades com alunos da7ª série do ensinofundamental até a 2ª sériedo ensino médio.Áreas conexas : Arte;História; Língua Portuguesa

SHAKESPEARE:HISTÓRIAS ANIMADAS

6 episódios de 26’

De onde vêm estas frases?“Covardes morrem muitas vezes em vida; já valentes,experimentam a morte uma só vez.”

“Até tu, Bruto.”

“Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo.”

2SETEMBRO

3SETEMBRO

Direção: Natalia Orlova,Nikolay Serebriakov, StanislavSokolov, Yuri Kulakov, AlexeiKarayev, Ainda ZiablikovaRealização: Christmas Films/ S4C / BBC Whales, Grã-Bretanha e Rússia, 1994

O imperador Júlio César

Veja na internetwww.africadosul.org.brContém indicações sobre história, economia e condiçõessociais e geográficas da África do Sul.www.sweden.gov.seInformações gerais sobre a Suécia.www.dhnet.org.brEnciclopédia dos Direitos Humanos.www.direitoshumanos.usp.brBiblioteca virtual dos Direitos Humanos, com notícias, links e aíntegra da Declaração dos Direitos Humanos.

Leia tambémDemocracia e participação escolar: propostas de atividades.J. Puig. São Paulo, Moderna, 2000.Os direitos humanos na sala de aula: a ética como tema transversal.U.F. Araújo & J.G. Aquino. São Paulo, Moderna, 2001.

Discussão da questão-problema• Pergunte aos alunos quem já ouviu tais frases: quando,

por parte de quem, o que sabe a respeito etc. Depois dadiscussão em classe, peça para pesquisarem em casa,consultando pais e familiares.

• Quando apresentarem o resultado da pesquisa, sugira quefaçam uma lista do que descobriram em um painel ou nalousa.

• Provavelmente aparecerão citações como: Shakespeare;Júlio César; Romeu e Julieta; desenhos animados; filmesamericanos.

• Chame a atenção dos alunos para o fato de que muitagente sabe alguma coisa a respeito da dramaturgia deShakespeare, pois as grandes obras têm permanência ese projetam no futuro, conservando seu valor.

Exibição do vídeo

• Peça aos alunos paraficarem atentos, du-rante a exibição, àscenas em que apare-cem as frases men-cionadas. Eles de-vem perceber que asduas primeiras sãode Júlio César, e aoutra, de Ricardo III.

• Após a transmissãodo vídeo, promovaum debate a respeito das frases destacadas e das cenasmais dramáticas.

TRABALHE COM OS ALUNOS

As atividades apresentadas nesta

seção levam em conta objetivos e

conteúdos curriculares de

determinadas séries do ensino

fundamental ou médio.

No entanto, a maioria dos vídeos

se presta a outras abordagens, em

situações variadas.

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Literatura

A linguagem do teatro é praticamente completa, ajudandoa desenvolver a expressão e a sensibilidade humanas: ento-nação, pronúncia, conhecimento vocabular, compreensão einterpretação textual são alguns dos elementos que podemser trabalhados. Assim, desenvolva a seguinte atividade:• Organize a classe em grupos e designe a cada um a leitura

de um texto de Shakespeare (escolha uma boa tradução ouadaptação).

• Solicite a cada grupo que escolha uma passagem signifi-cativa e organize sua encenação, devendo antes escreveruma introdução para apresentar aos espectadores e con-textualizar a cena a ser dramatizada.

• O grupo deve elaborar os elementos de cena (vestuário,cenário, fundo musical) e os “atores” precisam decorar asfalas, para apresentá-las na íntegra.

Língua Portuguesa

O vídeo oferece uma rara oportunidade de reflexão so-bre a língua em relação ao uso das segundas pessoas daconjugação verbal (tu/vós), ao emprego do modo imperativoe à colocação pronominal (mesóclise). Entre outras ativida-des, experimente propor aos alunos que organizem uma re-presentação teatral em que sejam adotadas essas formaspouco utilizadas em nosso cotidiano.

Esse variado programa comentadestaques da programação da tevê,traz entrevistas, responde a cartas,esclarece dúvidas, dá dicas de pági-nas na internet, notícias de eventose muito mais.

No ar desde março deste ano, oConexão nasceu com o objetivo deservir de ponte entre as escolas epromover a troca de idéias e expe-riências. “É uma oportunidade demostrar a cara dos professores e alu-

nos que tantoprestigiam a TV

Escola”, acredita a coor-denadora de produção do programa,

Sônia Nunes.O quadro “De olho na TV Esco-

la” é um dos exemplos dessa inte-gração: a repórter visita, com suaequipe, escolas que tenham desen-volvido alguma experiência interes-sante a partir de programas da gra-de e produz um minidocumentário:exibe o trabalho realizado, passo apasso, entrevista os participantes efornece o telefone da escola, abrin-do a possibilidade de intercâmbio

No ar:Conexão TV Escola

Para saber mais

Em uma atividade integrada com o professor de His-tória, proponha um estudo da vida de Shakespeare as-sociada ao contexto cultural da Europa renascentista.Utilize como fonte de pesquisa o livro de Georges Duby,Da Europa feudal à Renascença (História da Vida Priva-da, vol. 2. São Paulo, Companhia das Letras, 1990). Eleapresenta informações sobre o cotidiano da época –vestuário, festas, organização familiar, espaço domésti-co etc. – que podem ser comparadas com as imagensveiculadas pelo vídeo.

Veja na internethttp://shakespeare.palomar.eduApresenta um guia de pesquisa sobre Shakespeare para estudantes(em inglês).

Veja, também, da TV EscolaShakespeare – Histórias animadas: Hamlet; Romeu e Julieta;A tempestade

Page 14: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

TV ESCOLA 1313TV ESCOLA

20 episódios de 5’

RESUMOEm cada episódio desta série de desenhos, a perso-

nagem central, Kika, faz uma pergunta trivial a um adul-to e é atendida com displicência. Insiste, e acaba conse-guindo as respostas diretamente com o objeto de suadúvida. Assim, por exemplo, é um ovo quem conta, dejeito divertido, de onde veio, por onde passou etc.

ATIVIDADES

Você pode exibir e explorar apenas um episódio, discu-tindo e aprofundando as informações, ou escolher algunsque tenham relação entre si, e a partir da apresentação dovídeo trabalhar conteúdos variados, de acordo com os inte-resses dos alunos, o planejamento global e os objetivos quepretende alcançar. A seguir, um exemplo para trabalhar comalgum dos episódios.

Objetivos

• Transmitir informações sobre a origem ou a fabricação deobjetos do cotidiano e de fatos da natureza.

• Levar os alunos a compreender, registrar, sintetizar e so-cializar informações audiovisuais.

• Incentivar a comparação e a identificação de semelhançase diferenças entre grupos de informações.

• Despertar nos alunos a curiosidade em relação ao mundoem que vivem.

• Estimular a busca do conhecimento.

Explorando um tema

Antes de exibir o vídeo, coloque para a classe a pergun-ta: “De onde vem...?”. Proponha que cada um escreva o quepensa a respeito. A seguir, chame alguns alunos para apre-sentar sua resposta aos colegas (é importante acostumá-losa falar diante do grupo, aprendizado que faz parte do exercí-cio da cidadania). Estimule a discussão, incentivando a par-ticipação de todos. Vá registrando na lousa o que considerarmais significativo.

Ampliação da informação

Após exibir o episódio selecionado, sugira que os alunosanotem o que acharem mais importante, comparando com oque já foi discutido. Aproveite para fazer uma avaliação indi-vidual, procurando identificar as eventuais dificuldades dosalunos em compreender conceitos científicos expostos emmídias audiovisuais e a forma de interpretarem o que viram.Dê algumas orientações, dizendo para consultarem seus re-gistros escritos. Pergunte, por exemplo:• Responda de maneira clara e completa: de onde vem...?• Quais as semelhanças e diferenças entre o que a classe

imaginou e o que o vídeo mostrou?• Por que Kika sabe tanta coisa?

Levante questões mais específicas, de acordo com o con-teúdo discutido.

Avaliação do aprendizado

Para encerrar, retome as respostas dadas e oriente acorreção, promovendo a discussão de cada item e sociali-zando as informações. Para finalizar, explique aos alunos oscritérios de correção.

entre os professores de todo o país.A equipe do Conexão também

passeia pelos bastidores dos progra-mas, revelando como eles são feitos.Entre os quadros fixos, destaca-setambém o “Eu me lembro”, em quepersonalidades tão distintas quantoCaetano Veloso, Padre Zeca, JucaChaves e Fafá de Belém recordamseus tempos de escola.

Para que alunos e professores sebeneficiem cada vez mais da progra-mação da TV Escola, o Conexão in-siste na importância de que todosparticipem. Relatos de experiênciasbem-sucedidas, dúvidas, críticas,

comentários e sugestões são bem-vindos.

Ministério da EducaçãoEsplanada dos Ministérios,Bloco L, sala 107Brasília/DF – 70047-900

E-mail:cone [email protected] v.br

CIÊNCIAS

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental. Indicada paraatividades com alunos da1a a 4a série do ensinofundamental.Áreas conexas : Arte;Educação Física; Geografia;Língua Portuguesa

DE ONDE VEM?

Direção: Celia Catunda, KikoMistrorigoRealização: TV Escola,Brasil, 2001

19AGOSTO

Outras idéias

1.Após ter exibido alguns episódios, peçapara cada aluno, seguindo o exemplo deKika, fazer uma pergunta a respeito dealgo que lhe interesse. De acordo com aidade e por meio de livros, revistas, in-ternet, entrevistas etc., eles devem bus-car a resposta. Proponha que apresen-tem o resultado em forma de cartaz, de-senho, mapa, construção ou outro recur-so, mostrando para toda a classe.

2.Exiba diversos episódios e depois leve osalunos a fazer uma síntese do que apren-deram, sob diferentes pontos de vista:

Síntese espacial : se escolher, porexemplo, episódios que se refiram a

NÃO PERCA!NÃO PERCA!NÃO PERCA!NÃO PERCA!NÃO PERCA!

Com meia hora de duração

Toda última sexta-feira do mês, nos

horários: 8h30, 10h30, 14h30 e 18h30.

Reprisado na primeira

sexta-feira do mês seguinte, nos

mesmos horários.

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ÉTICA

Série selecionada na gradeda programação do ensinofundamental. Indicada paraatividades com alunos das7ª e 8ª séries do ensinofundamental e de todas asséries do ensino médio.Áreas conexas: História;Geografia; LínguaPortuguesa

CRIANÇAS NAS RUASDO MUNDO

6 episódios de 30’

Direção: Bertrand Tavernier,Carole BouquetRealização: France TV,França, 2000

7AGOSTO

8AGOSTO

Viagens de aperfeiçoamentoVocê quer ficar por dentro do que acontece no mun-

do, enquanto melhora seu francês e conhece a culturade outros países? Então não perca VIF@x, apresenta-do semanalmente em Escola Aberta, às 14 horas. Tra-ta-se de um sistema multimídia de apoio ao ensino adistância, para aperfeiçoamento e atualização. O pro-grama é estruturado em torno de notícias de telejornaisde países francófonos (França, Canadá, Bélgica, Suí-ça), selecionadas semanalmente por uma equipe dauniversidade Victor Segalen em Bordeaux, na França.

VAMOS FALAR FRANCÊS?REFLETS, um curso paraaprender e se divertir

Como em uma novela ou em um seriado detevê, um grupo de rapazes e moças francesesvive situações do dia-a-dia – evidentemente,sem falar nada de português. Um jovem casalbrasileiro, que assiste a tudo na tevê, faz co-mentários e dá suas opiniões – estes, sim, fa-lam também em português. É assim que vai sedesenrolando o curso REFLETS de francês.

Destinado a principiantes adolescentes ejovens, o curso é apresentado em 30 lições(24 aulas e 6 revisões) de 15 minutos cadauma. Produzido originalmente na França, foiadaptado para a televisão brasileira, e a par-tir de setembro pode ser acompanhado naTV Escola.

Os professores de Língua EstrangeiraModerna ganham assim um instrumento detrabalho eficiente, que oferece uma triplaabordagem: cultural, gramatical e comu-nicativa. Cada aula apresenta um mini-documentário (com o texto em francêsescrito na tela) sobre um tema atual,relacionado de alguma forma com oepisódio encenado pelos jovens. Alémdisso, todas as aulas incluem clipesde cantores e músicos contemporâ-neos de países de língua francesa.

A página Mestres da Li-teratura , da TV Escola , ofe-rece um material didáticorico e de alta qualidade, tan-to para seu planejamentoquanto para uso em sala deaula. Além disso, o acessoé muito fácil: com apenas al-gumas dicas, os alunos irãonavegar sem problemas, en-contrando informações im-portantes e mergulhando nocontexto adequado à pro-posta de trabalho que vocêquer desenvolver.

Essa nova fonte de consulta ampliou as possibilidadesde estudo dos clássicos da nossa literatura, não apenas pelaquantidade de informações concentradas numa única pági-na, mas também por permitir a leitura do texto integral dealgumas das principais obras de cada autor. De modo sim-ples e agradável, os alunos são conduzidos em uma viagemao momento de produção dessas obras, capacitando-se aanalisar os comportamentos humanos e as pulsões que mar-caram os rumos de nossa história e conhecendo os autoresque ajudaram a construir nossa própria identidade.

Segue-se uma sugestão de roteiro para estudar Joséde Alencar e o romantismo.1.Entre no site da TV Escola:

www .mec.go v.br/seed/tvescola2.No índice, clique em Mestres da Literatura e abra a

página, onde há links para os autores e os materiaisexistentes a respeito deles.

3.Na opção Cadernos , em José de Alencar, clique naversão html . Abre-se assim o texto, que inicialmente

VISITE objetos presentes em uma casa, ou em uma cidade,pergunte “que coisas precisam existir para que eu veja/tenha um... na minha casa/cidade?”. Organize a clas-se em grupos e sugira que elaborem um desenho dacidade (incluindo o campo e a natureza sem ocupaçãohumana) que contenha todas as coisas necessáriaspara que existam uns poucos objetos em cada casa.Isso poderá enriquecer as discussões em Geografia eem Ecologia.

Síntese temporal : em cada episódio, peça para os alu-nos anotarem todas as datas citadas. Peça depois para aclasse organizar as informações em uma linha do tempo,construindo uma cronologia que poderá enriquecer as dis-cussões em História e em Ciências.

Page 16: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

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RESUMOSérie de documentários que retratam a dura reali-

dade enfrentada por crianças de rua em diversas par-tes do mundo, evidenciando sua situação de abando-no: um cotidiano de miséria, violência, injustiça e dis-criminação, em que os direitos básicos são constan-temente violados. Também mostram o trabalho reali-zado por algumas ONGs para ajudar essa infânciamarginalizada.

ATIVIDADES

O roteiro sugerido a seguir pressupõe uma seqüência detrabalho com alguns episódios, mas é interessante você as-sistir aos vídeos e avaliar, de acordo com seu planejamentoe as características de sua turma, outras formas de exploraro material.

Objetivos

Oferecer aos alunos elementos que lhes permitam refletirsobre situações de injustiça social e sobre os direitos humanosfundamentais. A proposta principal consiste em levá-los a cons-truir uma consciência moral autônoma e desenvolver a capaci-dade de diálogo, a partir de atividades interdisciplinares.

Aquecimento

Em uma aula anterior à exibição dos vídeos, explore asidéias prévias dos alunos sobre a temática. Apresente umafoto que esboce um quadro da violência social – uma criançadesnutrida ou trabalhando, por exemplo – para iniciar as dis-cussões. O que sentem ao observar a cena? Por que existetal realidade? Quem é responsável pela situação? O que po-demos fazer para modificá-la? Divida a turma em pequenosgrupos e reserve alguns minutos para debate. Na seqüência,proponha a criação de um painel com imagens e textos, sinte-tizando as conclusões dos grupos.

Graciliano Ramos, Literatura sem bijuterias

Machado de Assis, um mestrena periferia

Mário de Andrade,reinventando o Brasil

apresenta o autor, sua obra e seu tempo, complemen-tado por ilustrações de época ou alusivas ao momentohistórico comentado. Em seguida há sugestões de ativi-dades para desenvolver com a classe – dentro de Lín-gua Portuguesa ou em trabalhos interdisciplinares – eindicações de fontes para consulta.

4.No link Multimídia você encontra imagens e fotos, tre-chos dos vídeos e entrevistas de professores e espe-cialistas a respeito de cada um dos autores.

5.Clique em Links e depois no endereço eletrônico queaparece abaixo do subtítulo José de Alencar ; a páginaaberta dessa forma dá acesso a cinco obras integraisde Alencar: Cinco minutos; Lucíola; Diva; A pata da ga-zela; O guarani.

LEMBRETENão se esqueça! Adicione esta página a seus Favoritos:www.mec.gov.br/seed/tvescola/mestres

Pesquisa no Caderno• Nos subtítulos Cantar os Brasis e Romantismo é ex-

plicado o papel do romantismo na Europa e no Brasil deforma sucinta e objetiva, apresentando suas principaiscaracterísticas e motivações. O link permite ainda com-preender a atuação de José de Alencar no panoramapolítico-literário da época.

• Ao longo do texto estão reproduzidas diversas imagensde época, de obras de arte e referências às produçõesdo autor (sempre um bom começo de abordagem).

• Em Atividades interdisciplinares são propostas algu-mas polêmicas (que jovem não é atraído por elas?). Umaforma de abordar temas ligados ao romantismo é pole-mizar, por exemplo, em torno de “identidade nacional” e“soberania nacional”, enfocando a partir daí tanto a pes-

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Lima Barreto, um grito brasileiro31

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José de Alencar, o múltiplo 1AGOSTO

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OS MESTRES DA LITERATURA NA INTERNETquisa historiográfica quanto a busca das raízes literá-rias envolvidas.

• No subtítulo Para consultar, ler, apreciar e pesquisarhá uma relação de obras de referência, além de nomesde artistas importantes identificados com a estética doromantismo, e também endereços eletrônicos. Orienteos alunos para acessar esses autores e obras.

• No item intitulado Para ouvir é possível ampliar o repertó-rio musical relativo ao tema. Há indicações tanto de MPBquanto de música erudita. Aproveite para aguçar a curio-sidade dos alunos em relação a compositores românticoscomo Chopin, Beethoven, Carlos Gomes e muitos outros.

Assista também aos vídeos de Mestres daLiteratura programados na grade:

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Exibição dos vídeos

Exiba um ou mais documentários. Os assuntos focaliza-dos – abandono, maus-tratos físicos e psíquicos, exploraçãodo trabalho infantil e consumo de drogas – se prestam auma variedade de abordagens, de acordo com seus objeti-vos e os interesses dos alunos.

Para estimular o debate em torno do assunto, copie nalousa o Artigo XXII da Declaração Universal dos Direitos Hu-manos. Oriente a discussão com questões como: Tais direi-tos são garantidos no Brasil? Em que regiões do mundo elesnão são garantidos, e por quê? Que relação as diferençasentre os países dos dois hemisférios têm com o tema dadesnutrição? Como a globalização se insere nesse quadro?E o desemprego? O que são o Terceiro e o Primeiro Mundo?Para encerrar, proponha uma pesquisa em jornais, livros einternet, em busca de respostas para tais perguntas.

Avaliação e interdisciplinaridade

Analise com a classe os resultados das pesquisas, cha-mando a atenção para as diferenças entre os países. Aprovei-te para desenvolver um trabalho interdisciplinar com Históriae Geografia, discutindo as relações entre os hemisférios Sul eNorte, a idéia de globalização e as causas históricas, políti-cas, ideológicas e socioeconômicas das diferenças regionais.

Para avaliar a compreensão dos alunos em relação às te-máticas abordadas, o professor de Língua Portuguesa podeencomendar uma redação, individual ou em grupo, sobre as-pectos distintos. A socialização dos textos produzidos permiti-rá que se forme um quadro geral com análises da situaçãointernacional e brasileira, bem como propostas de solução.

Veja na internetwww.direitoshumanos.usp.br e www.dhnet.org.brDão acesso a bibliografias complementares e textos relacionados adireitos humanos, diversidade cultural e liberdade.www.oneworld.org/peacechild e www.unicef.org.brTemáticas relacionadas aos direitos das crianças.www.mj.gov.br/sedh/dca/index.htmPágina do Departamento da Criança e do Adolescente do Ministérioda Justiça do Brasil.

Leia tambémFalemos de sentimentos: a afetividade como um tema transversal.M. Moreno Marimón et al. São Paulo, Moderna, 1999.Os direitos humanos na sala de aula: a ética como tema transversal.U.F. Araújo & J.G. Aquino. São Paulo, Moderna, 2001.

Veja, também, da TV EscolaSériesCenário Brasil; Direitos humanos; Estatuto do futuroProgramasCriança, o resgate da cidadania; Direitos das crianças;Exploração sexual - crianças e adolescentes; Profissão: criança.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEsta série debate novas

perspectivas para a Educaçãode Jovens e Adultos. Pretendeesclarecer as diferenças entreo Ensino Supletivo e a tendên-cia atual da EJA, discutindo questões do tipo: Como deveser a formação de jovens e adultos? O que é preciso con-siderar para criar uma boa situação de aprendizagem?Quais os contextos de letramento na alfabetização de jo-vens e adultos? REPRISE

ARTE E MATEMÁTICA NA ESCOLAInspirada na premiada série

Arte e Matemática, uma co-pro-dução da TV Escola com a TVCultura, esta série oferece um es-paço de reflexão, interação e dis-cussão sobre as múltiplas relações entre a Matemática e asdiversas linguagens artísticas: Artes Visuais, Música, Teatroe Dança, e também, por outro lado, as complexas relaçõesartísticas presentes na linguagem matemática. INÉDITO

LER E ESCREVER:COMPROMISSO DA ESCOLA

A série tem por objetivo dis-cutir o ensino da leitura e daescrita, visto como uma tarefada escola e um desafio para to-das as áreas do conhecimentoe/ou para todas as disciplinas escolares. Assim, é de inte-resse para qualquer área ou disciplina, e não só LínguaPortuguesa. Professores de Geografia, Matemática, His-tória, Educação Física, Língua Estrangeira e Arte devemassumir seu papel de mediadores da leitura e da escritana escola. INÉDITO

GEOMETRIA EM QUESTÃOA série tem como principal

objetivo discutir e entender oensino da Geometria na sala deaula, procurando mostrar comoa Geometria, por ser o estudodas formas e do espaço, de suas medidas e suas propri-edades, constitui parte importante do currículo, pois per-mite que os alunos desenvolvam o pensamento espacial.Os programas enfocam o pensamento geométrico e suacontribuição para a aprendizagem de números e medi-das, bem como a inter-relação da Geometria com outrasáreas curriculares, ajudando a falar da inserção do ho-mem no espaço Terra, da utilização desse espaço, de sua

Duração de todos os programas: 1 hora

CONSULTORIAAs sugestões de trabalho apresentadas nos textos desta seção

foram elaboradas com a consultoria dos professores Sílvia Barbára(Geografia), Lilian Garcia (Literatura), Miguel Castilho (Ciências),Rodrigo Travitzki (Ciências), Patrícia Raffaini (Pluralidade Cultural),Valéria Amorim Arantes de Araujo (Ética).

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divisão e da construção de estratégias para resolver pro-blemas relacionados à forma e ao espaço. REPRISE

LITERATURA E IMAGEMA proposta da série consiste em

discutir a inter-relação entre o tex-to escrito e as imagens na escolae, em especial, nos livros de litera-tura para crianças e jovens. Um dosobjetivos é enfocar o livro como um objeto cultural que possibi-lita a expressão e a compreensão de cada sociedade. INÉDITO

SAEB: DISCUTINDO A AVALIAÇÃOA série tem como proposta a

discussão do significado da ava-liação realizada na escola e desua relação com a avaliação dosistema realizada pelo Inep, pormeio do Saeb. A análise dos ins-trumentos de avaliação utilizados pelo Saeb, bem como dasistemática de avaliação dos resultados, pode propiciar umavisão global do sistema de educação do país. A série visa,ainda, reforçar o sentido complementar das duas avaliaçõespara aprimorar a qualidade da educação. INÉDITO

A ESCOLA QUE QUEREMOSApresentação de três progra-

mas dessa série, que promove umdebate sobre o Plano Nacional deEducação. Eles tratam de: defini-ção de um novo cenário para aeducação no país nos próximos dez anos; planos estaduais emunicipais de educação; participação dos professores na ela-boração das propostas pedagógicas. REPRISE

AVALIAÇÃO E APRENDIZAGENSSIGNIFICATIVAS

A série pretende colocar emdiscussão a avaliação do ensinoe da aprendizagem no contextodas aprendizagens significativas,que ocorrem em momento deressignificação do processo de ensino e de aprendizagem,nas diversas áreas do conhecimento. Tal abordagem impli-ca considerar os percursos de aprendizagem relacionadosàs histórias de vida dos alunos. INÉDITO

LINGUAGENS E SENTIDOSA série busca refletir sobre as

diferentes linguagens no espaçoescolar. Como fio condutor dosprogramas, o livro/poema Os cin-co sentidos, de Bartolomeu Cam-

pos de Queirós, nos instiga a entender que em cada senti-do (tato, olfato, paladar, visão e audição) moram outros sen-tidos. Há uma reflexão sobre a escola como espaço coleti-vo de produção e recepção de linguagens, desenvolvendoe ampliando sua dimensão expressiva e criativa e propi-ciando uma educação mais humana e significativa. REPRISE

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO:NOVOS TEMPOS, OUTROS RUMOS

A série procura retratar aabrangência do uso da tecnolo-gia no âmbito da educação, bemcomo o aprofundamento dequestões específicas que cadacontexto requer. Tem como objetivo propiciar a integraçãoda tecnologia no processo de aprendizagem e no desenvol-vimento humano. INÉDITO

SAÚDE E ORIENTAÇÃO SEXUALA série aborda os Temas

Transversais Saúde e Orienta-ção Sexual na perspectiva dosParâmetros Curriculares Na-cionais em Ação. Discute acompreensão da saúde como direito de cidadania, a im-portância da construção de uma vida saudável e da ado-ção de hábitos saudáveis. Aborda a alimentação, a ativi-dade física, as relações interpessoais, o autocuidado –higiene, saúde bucal e autoconhecimento –, sob a pers-pectiva da promoção da saúde. Fala ainda dos eixos daorientação sexual: corpo humano, matriz da sexualidade,gênero e doenças sexualmente transmissíveis/aids. Co-menta tabus e preconceitos referentes à sexualidade, gra-videz na adolescência e sexo protegido. INÉDITO

Salto para o Futuro

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ESPECIALHISTÓRIA

Série selecionada nagrade da programação doensino fundamental.Indicada para atividadescom alunos da 5ª à 8ªsérie do ensinofundamental e tambémpara o ensino médio.Áreas conexas: Arte;Ciências; Geografia;Língua Portuguesa

500 ANOS:O BRASIL IMPÉRIO NA TV

8 episódios de 20’

ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

História

Como aquecimento e pré-avaliação, apresente algumasquestões relativas ao imperialismo inglês no Segundo Reinado:• Qual era o papel da Inglaterra em nossa economia?• Que interesses ela teria na abolição do escravismo?• Como é vista, hoje, a interferência de um país nos assun-

tos internos de outro?• A pressão inglesa pelo fim da escravidão foi justa?

Após o debate, explore o texto da Lei de Terras de 1850(veja quadro abaixo), verificando como sua aplicação, na épo-ca, foi acompanhada da vinda de imigrantes para o Brasil, subs-tituindo a mão-de-obra escrava e contribuindo indiretamentepara o fim da escravidão. Um estudo sobre as contribuiçõesculturais dos negros na formação étnica do brasileiro, seguidoda construção de textos, colaborará nessa discussão.

A reflexão pode ser enriquecida com uma pesquisa sobre aLei 7.716, de 5/1/1989, presente no Código Penal, possibilitan-do a discussão sobre os efeitos sociais das leis antipreconceito.

Para saber mais

Lei de Terras de 18/8/1850Aprovada pela Assem-

bléia Geral do Império,essa lei regulava a desti-nação das terras devolu-tas (ou seja, as de domí-nio público ou ociosas),das terras concedidas emsesmaria mas não apro-veitadas, e das áreas ocu-padas por simples posse“mansa e pacífica”.

Com a lei, as terras de-volutas só poderiam seradquiridas legalmente pormeio de compra, podendotambém ser usadas peloEstado em projetos de co-lonização. Os objetivoseram: colocar ordem nocaos fundiário em que es-tava o império pela inefi-ciência das sesmarias epelos abusos da ocupaçãopor posse; criar meios efi-cientes de regulamenta-ção, fiscalização e demar-

cação da propriedade; va-lorizar a terra, em substi-tuição do capital investidonos escravos; ampliar omercado de trabalho livrepara a grande lavoura.

Na prática, a lei nãoimpediu a invasão e “gri-lagem” de terras devolutaspelo país afora por partedos grandes proprietários.A longo prazo, aumentoua concentração da pro-priedade da terra, com asrestrições ao direito deposse e as dificuldadesdos pequenos proprietá-rios em ampliar ou man-ter seus domínios. Refor-çou ainda o predomínio daagricultura de exportação,originária do período co-lonial, prejudicando ocrescimento do mercadointerno e o abastecimen-to da população.

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Direção: Cynthia Falcão eFátima AccettiRealização: TV Escola/Massangana MultimídiaProduções, Brasil, 2001

RESUMOA série aborda a História do Brasil desde o início do

processo de independência até as crises que puseramfim ao período imperial. A narração dos fatos, realizadapor atores caracterizados com roupas da época, funcionacomo suporte para diálogos protagonizados por bonecosque representam personagens e situações históricas.

ATIVIDADES

A título de exemplo, sugerimos aqui propostas de traba-lho baseadas no episódio A abolição. São atividades quecontribuem para enriquecer as aulas, propiciando a constru-ção de projetos interdisciplinares, e fornecem idéias paraexplorar os demais episódios, com as adaptações necessá-rias a cada temática.

Competências a serem desenvolvidas

• Desenvolver postura crítica em relação à discriminaçãoracial e cultural.

• Valorizar o princípio da igualdade jurídica e dos direitosfundamentais do ser humano.

• Problematizar a formação da identidade do povo brasileiroe o processo de construção da cidadania.

• Analisar criticamente o processo abolicionista e os limitesao exercício da cidadania plena dos negros.

Preparação

Existem muitas possibilidades de utilização do vídeo em tra-balhos coletivos envolvendo as disciplinas de História, Geogra-fia, Língua Portuguesa, Ciências e Arte, entre outras.

Como estratégia inicial, em cada área, convém identifi-car, antes de exibir o vídeo, o que os alunos já conhecemacerca do tema em questão – desenvolva, por exemplo, umadiscussão orientada, levantando informações e estimulandoa formulação de hipóteses. O fio condutor da pesquisa po-derá então atravessar os pontos em que a turma manifestarmaiores dúvidas.

CiênciasEmbora o vídeo não mencione o Projeto Genoma, a abor-

dagem do tema será esclarecedora. Comece avaliando osconhecimentos prévios da classe sobre genética com per-guntas como:• Existe relação entre o conceito de raça e a genética?• Esses estudos ajudaram a fortalecer o racismo?

Page 20: Ed 8 2002 Revista Tv Escola Completa

TV ESCOLA 1919TV ESCOLA

Esse enfoque propicia uma discussão a respeito da que-da em desuso do conceito de “raça” entre os geneticistas.Assim, após o exame das questões propostas, encomendeaos alunos uma pesquisa sobre o Projeto Genoma. A idéia élevá-los à conclusão de que não há base científica capaz desustentar qualquer afirmação sobre a superioridade físicaou intelectual de uma população em relação a outra.

Língua PortuguesaPara avaliar os conhecimentos prévios dos estudantes,

levante questões acerca da literatura abolicionista:• Como os ideais da abolição se difundiram?• Quais escritores defendiam a liberdade para os negros?• Em que época a literatura (em prosa e verso) começou a

se manifestar contra a escravidão?Em seguida, alguns trechos do poema “O navio negreiro”,

de Castro Alves, permitirão examinar a importância da literatu-ra como veículo de luta por causas sociais. Peça aos alunosque pesquisem exemplos atuais de poetas e compositores quetenham adotado uma posição de luta contra o preconceito.

Ilustre o tema do racismo com letras de músicas como fon-te de denúncia social, tais como o gênero rap (com destaquepara os Racionais MC’s), atuante nas periferias das grandescidades, ou outro estilo musical popular entre os alunos. Sugiracomo trabalho em grupo a composição de uma letra com dezou mais versos, denunciando algum tipo de desigualdade, pre-conceito ou discriminação existente em nosso país.

Para ilustrar essa atividade, apresente exemplos da mú-sica popular brasileira, como “A mão da limpeza”, de Gilber-to Gil (CD Raça humana, 1984), debatendo a seguir a injus-tiça com que os negros ainda são tratados. Outro exemplo éo excerto de “O navio negreiro”, de Castro Alves, feito porCaetano Veloso (CD Livro, 1997).

GeografiaIlustre a temática da luta pela ética e pela cidadania com

trechos do filme Quilombo (Cacá Diegues, 1984, Globo Ví-deo), que faz parte do projeto Redescoberta do Cinema Na-cional. Solicite uma pesquisa sobre os remanescentes dosquilombos. Uma das fontes de informação é a FundaçãoCultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura.

Promova a formação de grupos para elaborar um mapado Brasil, assinalando o número de comunidades descen-dentes dos antigos quilombolas em cada estado brasileiro ea luta para que seja feita a demarcação de suas terras, con-forme definido pela Constituição de 1988. Por fim, oriente

uma pesquisa acerca dos movimentos culturais dos negrosno Brasil, finalizada com a elaboração de um quadro que ossitue nas diversas regiões.

ArteA exemplo do vídeo apresentado, trabalhe com teatro de

bonecos, que permite criar uma dinâmica interessante so-bre qualquer tema. Desenvolva com outros professores umaproposta de apresentação com as marionetes retratando al-guma situação de conflito escolhida pelos próprios alunosapós a pesquisa histórica.

AVALIAÇÃOPromova a avaliação contínua dos alunos, tanto nos tra-

balhos em grupo quanto nos individuais, com base em suascontribuições em debates, pesquisas, seminários e na coe-rência dos textos produzidos. Procure trabalhar com ques-tões-síntese, fechando cada item da discussão e levando osestudantes a consolidar seus conhecimentos e formular con-clusões sobre os assuntos tratados. Algumas possibilidades:• Como a Lei de Terras se articula com o fim do tráfico

negreiro?• A abolição defendida pelos grupos abolicionistas diferia das

soluções encaminhadas pelo governo? Justifique.• Comente a afirmação de Joaquim Nabuco: “O problema

que nós queremos resolver é o de fazer desse compostode senhor e escravo um cidadão”.

• A que conclusões é possível chegar acerca do preconcei-to racial no Brasil da atualidade?

• Elabore um texto associando a Independência, a Abolição ea República, com base nas campanhas do final do século 19.

• Quais são as relações entre a produção artística de umaépoca e as formas de organização da sociedade?

• Como o desenvolvimento científico pode estar vinculadoao desenvolvimento da cidadania?

• Quais as semelhanças e diferenças entre o trabalho es-cravo, o trabalho assalariado e o trabalho autônomo?

Veja na internetwww.palmares.gov.brReúne informações sobre as lutas dos escravos negros no períodocolonial e aborda os remanescentes dos quilombos.www.memorialdoimigrante.sp.gov.br/Panorama da contribuição dos imigrantes para a formação do povobrasileiro.www.historianet.com.brIndica livros e textos sobre o escravismo na História do Brasil.www.gilbertogil.com.brTextos diversos, além da discografia e de letras de Gilberto Gil.www.caetanoveloso.com.brDiscografia de Caetano Veloso, com letras e músicas.www.geocities.com/Eureka/Plaza/1704Site dos Racionais MC’s, com letras, músicas e informações arespeito do grupo.www.fundaj.gov.br/docs/nabuco/jn.htmlInformações sobre a vida e a obra de Joaquim Nabuco.

Não deixe de consultar a página deste programa no site daTV Escola www.mec.gov.br/seed/tvescola/500anos

Ana Rosa Maita SalçaProfessora de História da Fundação Escola de Comércio Álvares

Penteado. São Paulo/SP

A escrava Tiana

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Ensino MédioACERVO

Programa produzido paraa grade de programaçãodo ensino médio, comcomentários deprofessores de

HISTÓRIAGEOGRAFIA

SOCIOLOGIA

CAFÉ: A SAFRA DOPODER

52’

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O documentário discorre sobre o poder econômico docafé. Registra o modo como sua produção se desenvol-veu em nosso país, da época dos barões do café e damão-de-obra escrava até os dias de hoje, com a mecani-zação nas fazendas e o desemprego rural. E revela comodois países, com a riqueza gerada pelo café, formaram emantêm sociedades e economias muito distintas: o Brasil,líder na produção mundial, e a pequena Costa Rica, líderem produtividade por hectare.

COMO FAZER?

Programa produzido para agrade de programação doensino médio, comcomentários deprofessores de

GEOGRAFIA

BIOLOGIA

SOCIOLOGIA

OS VÁRIOS BRASIS,POR AZIZ AB’ SABER

19’40”

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No documentário da série “Intérpretes do Brasil”, ogeógrafo e professor emérito da USP discorre sobre a di-versidade geográfica e cultural das regiões brasileiras, daAmazônia ao extremo sul do país. Ao ressaltar o perigoda devastação da natureza e discorrer sobre a “geografiahumana sofrida”, em contraste com a modernização dosgrandes centros, o professor alerta para a necessidadede ações públicas que atendam cada região de acordocom suas especificidades e de uma política integrada quepense no futuro de todos os brasileiros.

Café na Costa Rica

Direção: Alexandre ValentiRealização: La Sept Arte / InFine Films, França, 1997

Direção: Isa FerrazRealização: Canal Cultura eArte / Superfilmes, Brasil,2001

COMO FAZER? A ESCOLA

Programa produzido para agrade de programação doensino médio

CAMINHOS DAPAISAGEM

26’04'’

15AGOSTO

Um belo cenário desfila nesse documentário da série“Ao sul da paisagem”, registrando a natureza de cidadesserranas de Santa Catarina e as pessoas que ali vivem.Em Urubici, a quase mil metros de altitude, um velho fotó-grafo acredita que a fotografia é o documento mais valiosoda vida. Com sua máquina, ele capta a gente do lugar,cenas do cotidiano, casamentos, a beleza de pontos comoo Morro da Igreja e a Serra do Corvo Branco. Complemen-tando, moradores da região resgatam antigas imagens,lembrando suas histórias e seu passado.

Questões tratadas“Como documentar a vida da escola sem se perder na

burocracia?”“Como desenvolver, com os alunos, projetos de docu-

mentação do cotidiano escolar?”

Uma professora de Bom Jesus da Lapa e um profes-sor do Rio de Janeiro dão exemplos de projetos interdisci-plinares planejados para documentar a vida escolar e a dacomunidade.

Direção: Paschoal SamoraRealização: GrifaCinematográfica, Brasil, 2000

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TV ESCOLA 2121TV ESCOLA

Outras AtraçõesHISTÓRIAAS BANDEIRAS EUROPÉIAS: CORES ESÍMBOLOS

Partindo da bandeira como símbolo nacional, os 16 pro-gramas desta série abordam a história de vários países. Àmedida que a narrativa se desenvolve, vai ganhando significa-do a maneira pela qual foi feita a escolha de cores, brasões eoutros elementos. Transmissão nos dias 10 e 11 de setembro.

CIÊNCIASRUMO AO GELO

Série de 6 documentários que mostra aspectos da his-tória da conquista do continente antártico a partir de ima-gens atuais e de depoimentos de especialistas. Transmis-são de 5 episódios nos dias 19 e 20 de agosto.

ESCOLA / EDUCAÇÃOMENINO, QUEM FOI TEU MESTRE?

Atendendo a centenas de pedidos dos professores, aTV Escola está reprisando esta série de 20 programas comensaios sobre educação infantil. Depoimentos de pais e edu-cadores valorizam o trabalho da escola e ajudam a conhe-cer e a entender melhor as crianças. Transmissão nos dias26, 27, 28 e 29 de agosto.

LITERATURAPOÉTICA

Série de 30 programas curtos, em cada um dos quais érecitado um poema de um autor renomado da literatura mun-dial. Uma animação acompanha a narrativa, ajudando a com-preender melhor a linguagem do poema. Transmissão nosdias 31 de julho e 1 de agosto.

FILOSOFIAEU E VOCÊ – QUATRO CRIANÇAS E AFILOSOFIA

Programa que mostra as reflexões filosóficas e existen-ciais de quatro crianças na faixa de 10 anos de idade. Aolongo dos debates, elas abordam temas como responsabili-dade, consciência, conscientização, bom e mau, sonhos e re-alidade, eternidade e Deus. Transmissão no dia 15 de agosto.

Quatro crianças e a filosofia

COMO FAZER?

Programa produzido paraa grade de programaçãodo ensino médio, comcomentários deprofessores de

HISTÓRIAFÍSICA

ARTE

O ENIGMA DO DOMO

28’57'’

Esse programa da série “Segredos da Renascença”conta como, na próspera Florença do século 15, FillipoBrunelleschi desenha e constrói a cobertura hemisféri-ca da bela e até então incompleta catedral. O arquitetojamais divulgou a técnica que utilizou para construir odomo, uma das primeiras obras caracterizada como re-nascentista. O mistério permanece até hoje, apesar dasmeticulosas pesquisas de arquitetos e engenheiros detodo o mundo. O arquiteto florentino Massimo Ricci, quepassou 27 anos estudando a obra, acredita ter desco-berto o enigma.

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Direção: Tessa Coombs,Anne-Marie GallenRealização: BBC OpenUniversity, Grã-Bretanha, 1999

O domo da catedral de Florença

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22 TV ESCOLA

Reportagem: Rosangela GuerraFotos: Iolanda Huzak

Os cursistas da região de Araguaína, em Tocantins, vestiram a camiseta doPrograma de Formação de Professores em Exercício. Animados, comentam a

experiência de aprender a distância, falam dos projetos feitos na escola e revelamo sonho de entrar na faculdade.

�Lá vão os professores do Proformação.�Por onde passam, eles são logo reconheci-dos na comunidade, com a camiseta do cur-so e os materiais de estudo nas mãos. Comotantos outros cursistas brasileiros do Progra-ma de Formação de Professores em Exer-cício estes, da região de Araguaína, em To-cantins, começaram o curso calados, insegu-ros entre o medo e o desejo de estudar econseguir a habilitação. Agora sonham, tra-çam planos: prestam concurso para profes-sor e querem estudar na faculdade.

A coordenadora da Agência Formadorado Proformação (AGF), Jandira Medrado, co-nhece as histórias de luta e de sucesso dos127 cursistas dos municípios da região: Ara-guaína, Carmolândia, Wanderlândia, NovaOlinda, Piraquê, Bandeirantes e Santa Fé doAraguaia. Ela conta que os cursistas enfren-tam dificuldades para conciliar o estudo e otrabalho na escola com a vida em família. �Omarido de uma cursista chegou a rasgar oGuia de Estudo do Pro f o rm a ç ã o�, lembraJandira. Alguns precisam acender a lampari-na para estudar à noite em casa, e há mãesque só podem comparecer às aulas presen-ciais levando consigo os filhos. Os doze tu-tores e sete professores formadores da AGFde Araguaína acompanham as mudanças naspráticas pedagógicas dos cursistas, hoje ani-mados com os projetos desenvolvidos naescola e na comunidade. �Eles não se valori-

zavam, muitos nem se consideravam profes-sores�, diz a tutora Adriana Teixeira da Silva.

As histórias de muitos deles se parecem.Por ter alguns anos de estudo, Josimar Ribei-ro da Silva, do município de Santa Fé do Ara-guaia, um dia foi convidado para substituirum professor de uma escola rural e resolveutentar. �Eu ficava apavorado na classe, quasenão conseguia falar. Tinha dificuldade emtudo: diários, planos de aula e explicação dosconteúdos. Pensava em parar, mas a situaçãofinanceira me obrigava a ficar.� Para ele, oProformação chegou na hora certa. Integrou-se a um grupo, passou a ter aulas presen-ciais, conta com o acompanhamento de umtutor e troca experiências com os colegas. Oque os cursistas do Proformação aprendem,logo colocam em prática na sala de aula. Jo-gos, brincadeiras, dramatizações, pesquisas decampo, vídeos, já fazem parte do dia-a-diadesses professores, hoje orgulhosos de suaprópria história.

TARTARUGAS DO ARAGUAIANa Escola Municipal São Paulo, em Santa

Fé do Araguaia, o cursista Juscelino AchurêKarajá está desenvolvendo com seus alunosum projeto de preservação das tartarugas.Nessa pequena comunidade à beira do Ara-guaia, rio que divide os estados de Tocan-tins e Pará, os alunos estão acostumados,assim como os demais moradores, a consu-

PROFORM HISTÓRIAS DO

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23TV ESCOLA

Três projetos doProformação:

Juscelino leva suaturma para conhecer

um viveiro detartarugas do rio

Araguaia. Os alunosde Maria Dilva

visitam uma casade farinha e os de Paulo Reinaldofazem cálculos,

medindo um troncode árvore.

AÇÃOEXPERIÊNCIAS

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24 TV ESCOLA

mir ovos de tartaruga. Foi para enfrentar esseproblema que Juscelino teve a idéia do pro-jeto. A princípio, a tarefa parecia difícil, masacabou se tornando um desafio para o pro-fessor e uma aventura fascinante para as cri-anças. �Eu fiquei curiosa para saber como astartarugas nascem, vivem e crescem�, dizRaquel Gomes da Silva, 9 anos.

Orientado por Eliane Alves da Silva, tu-tora do Proformação, Juscelino pesquisouo assunto em revistas, jornais, vídeos e narevista Ciênc ia Hoje. Mais que isso, corre uatrás de informações na própria comuni-dade e foi assim que ficou sabendo de umprojeto de preservação das tartarugas dooutro lado do rio, no Pará. Juscelino to-mou o barco, atravessou o Araguaia, e viucom os próprios olhos um viveiro commilhares de tartarugas. Fascinado, resolveulevar as crianças para conhecer o projeto.

Antes, porém, planejou o trabalho comsua turminha da 3ª série da escola São Pau-lo. �A gente fez o mapa do nosso povoadocom os principais pontos: a escola, a igreja,

o salão comunitário, o telefone público...�,conta Divina Rufino, 14 anos. O passo se-guinte foi preparar um roteiro para entre-vistar os membros da comunidade. Os alu-nos ficaram preocupados quando os maisvelhos contaram que antigamente haviamuito mais tartarugas ali. �Temos de tomarmuito cuidado, porque as tartarugas podemdesaparecer do planeta, como os dinossau-ros�, comenta Johnny Duarte, 12 anos.

A reportagem da revista TV ESCOLA acom-panhou a visita de Juscelino e seus alunosao Projeto Quelônios de Itaipava, no muni-cípio de Piçarra, no Pará. Trata-se de umainiciativa conjunta da Polícia de Meio Am-biente do Pará, da Secretaria Estadual doMeio Ambiente, da Prefeitura de Piçarra eda colônia de pescadores da comunidadede Itaipava. Mas, chegando lá, o viveiro queJuscelino conhecera repleto de tartarugasestava vazio. Poucos dias antes, cerca de 16mil filhotes haviam tomado o primeiro ba-nho de rio e iniciado sua vida no Araguaia.Sem desanimar, as crianças procuraram sa-

Grande encontro:cursistas, tutores e a

equipe da AGF nasaulas de reforço, antes

da avaliaçãobimestral.

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tisfazer sua curiosidade na entrevista comJoão Eterno de Sousa, presidente da co-lônia de pescadores local. Aprenderamque de agosto a setembro as tartarugassaem do rio em bandos de três a quatro ecaminham pela praia, à procura de umbom lugar para fazer o ninho. Depois debotar, elas usam o casco para cobrir osovos com areia. �É muita maldade alguémroubar os ovos para comer�, comentaJohnny Duarte. Preocupada com a dimi-nuição da quantidade de tartarugas, acolônia de pescadores de Itaipava cons-truiu viveiros. Os ovos são colhidos commuito cuidado e transportados para a areiado viveiro, a salvo de seus predadores.�Gente sem consciência, gaviões e jaca-rés são os principais comedores dessesovos�, explica João. De volta para casa,os alunos vão anotando os nomes deanimais e plantas típicos da região: or-quídeas, garças, peixes, imbaúbas, buri-tis... �Eles vão fazer o relatório da viagem�,explica Juscelino.

CASA DEPROFESSOR

A casa de madeira é pequena, maso amor pela profissão é grande. O cur-sista Raimundo Fernandes da Silva de-pendurou na parede da sala os seus bo-letins de avaliação do Proformação euma cartolina com as palavras “Paz,amor, solidariedade, companheirismo ealegria”. Na estante, os materiais de es-tudo, os PCNs, alguns livros de literatura e um dicionário comprado a presta-ção. Raimundo mora com a mulher e os três filhos em Santa Fé do Araguaia.Ele está fazendo uma campanha de conscientização para que o lixo não sejajogado na praia e no rio Araguaia. Outra boa notícia é que quatro adultos dacomunidade resolveram voltar a estudar ao perceber que a Escola MunicipalSão Paulo mudou, e mudou para melhor. Os projetos desenvolvidos ali, sob aorientação da tutora Eliane Alves da Silva, repercutem e são comentadospelos moradores. Às vésperas de se formar, ele conta com orgulho que nãoperdeu sequer uma aula do Proformação, e não vê a hora de fazer faculdade:“Quero chegar ao final de 2006 com o curso superior”.

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Enquanto o barco sobe o rio devagar,Juscelino conta, com seu jeito calmo, queo Proformação é responsável pela mudan-ça em sua prática pedagógica, hoje volta-da para os interesses das crianças e da co-munidade. Ele pertence à etnia Karajá, e éesperado em sua aldeia, que também ficano município de Santa Fé do Araguaia, como diploma de professor. Está se preparan-do: estuda as lendas Karajá, coleciona his-tórias tradicionais da comunidade e queraprender melhor a própria língua, paraensinar os alunos da aldeia a conhecer evalorizar sua herança cultural.

LINHA VERDEA Escola Municipal José Pedro de Oli-

veira, no município de Carmolândia, ficano assentamento Barra Bonita, do Incra. Amaioria dos alunos percorre uma longadistância entre a casa e a escola; uns cami-nham pela mata, outros vêm de bicicletaou montados em jegues.

Na classe multisseriada (3ª e 4ª séries)do professor cursista Paulo Reinaldo Men-donça, tudo tem a mão das crianças. Naparede estão os desenhos e textos infantis e

as regras de comportamento definidas pelaclasse. Na porta, fica uma folha de papelcom o nome dos alunos, para cada um ano-tar sua freqüência. Mesmo em tempo dechuva, essa turminha falante não falta; e ado-ra ficar na escola depois que a aula termina.

As crianças levam para casa o que apren-dem nas aulas e, com isso, a família seaproxima da escola. Robiana de Oliveira,10 anos, convenceu seu pai a fazer a quei-mada de forma controlada, sob a orienta-ção do Naturatins, órgão ambiental do es-tado. Os alunos sentem orgulho ao contarque o professor Paulo trabalha como vo-luntário na defesa do meio ambiente e mos-tra a eles as cartilhas distribuídas por institui-ções ambientais.

Volta e meia, o professor e os alunos apren-dem com a comunidade. Em uma aula de Ma-temática na mata, o pai de João Morais, 14 anos,ensinou o nome e as propriedades medicinaisda árvore que escolheram para uma atividadesobre o sistema métrico. Trata-se de umbelo exemplar de copaíba, também cha-mada de pau-de-óleo, porque dela se ex-trai um óleo usado como antibiótico natu-ral. Enquanto medem e anotam o diâme-tro do tronco, as crianças contam que tam-

Antes do trabalhoem grupo, os

alunos de Paulobrincam com

balões coloridos.Os que encontram o

mesmo númerodentro dos balõesformam um grupo.

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bém defendem o meio am-biente, como o professor.�Se tem alguém derruban-do uma árvore ou fazendoqueimada a gente pode li-gar de graça para a LinhaVerde, da Naturatins, oupara o Ibama�, diz RoniCharlel da Silva, 12 anos.

As crianças contam queestão pesquisando o valornutritivo dos alimentos e oshábitos alimentares dos mo-radores. Paulo explica quecada um dos sete cursistasda tutora Maria Dalva Ro-drigues trabalha o tema desnutrição nas es-colas e nas comunidades. Enquanto uns sededicam à desnutrição em gestantes, crian-ças e jovens, ele e sua turminha se ocupamda situação dos adultos. O assunto tambémé discutido na reunião com os pais, que járeceberam orientações para preparar pra-tos saborosos e nutritivos utilizando cascasde legumes e frutas.

Antes mesmo de receber o diploma doProformação, Paulo fez o concurso paraprofessor da prefeitura de Carmolândia efoi aprovado. E vai esperar o diploma parase candidatar a uma vaga no curso de Pe-dagogia. Para a secretária de educação deCarmolândia, Gildaiza Assunção, o Profor-mação está melhorando a qualidade de en-sino do município com suas aulas alegres einovadoras. Os pais desejam que seus fi-lhos estudem nas classes dos cursistas. E asescolas que não têm professores cursistasquerem conhecer as experiências pedagó-gicas dos que fazem o Proformação.

CASA DE FARINHA�Professora, quem é da roça pode apren-

der inglês?� Esta pergunta de um aluno da4ª série da Escola Estadual Moderna, emAraguaína, tocou a sensibilidade da cursis-ta Maria Dilva Santana. A partir daí, ela criouum projeto para despertar nos alunos avalorização de si mesmos e do lugar ondevivem. O tema escolhido para o projetofoi a mandioca, produto que faz parte datradição cultural da região.

Sob a orientação da tutora Raimunda Reis,Maria Dilva fez um planejamento para tra-balhar o tema do projeto em todas as disci-plinas. A produção e o comércio da man-dioca e seus derivados, como farinha e pol-vilho, renderam cálculos de todo tipo nasaulas de Matemática. Os alunos dançaram ecantaram o xote �Nóis é jeca mais é jóia�,de Juraildes da Luz, sucesso na voz de Ge-

nésio Tocantins. A letra da música (�Se fari-nha fosse americana, mandioca importada/ banquete de bacana era farinhada [...]�,motivou a turma para o debate. �Quem éda roça sofre com o preconceito�, comentaPaulo Eduardo Souza, 13 anos. O aluno Jo-edson da Silva conta que desde de peque-no ia com os pais para o trabalho numacasa de farinha, local em que a mandioca ébeneficiada. A professora Maria Dilva relem-bra também que, durante alguns anos, alémde lecionar na escola trabalhava na casa defarinha, com os filhos pequenos ao redor.

A culminância do projeto foi a visita àzona rural de Araguaína. Enquanto seusalunos entrevistam quem trabalha nas ca-sas de farinha, Maria Dilva conta como oProformação provocou uma reviravolta na

A maquete dacasa de farinhaconstruída com

talos da palmeiraburiti é uma bela

peça deartesanato feitapelos alunos de

Maria Dilva.

Lição de perseverança.Muitos cursistas, comoAparecida Rodrigues,

estudam à luz delamparina.

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28 TV ESCOLA

para famílias que vivem nos quatro assenta-mentos do Incra.

A prefeitura de Nova Olinda aderiu aoProformação para melhorar a qualidade deensino dos 1.326 alunos das escolas muni-cipais. O transporte dos cursistas e do tutorfica por conta da prefeitura, que também seencarrega da alimentação e da hospedagemdurante a fase presencial. �Dá prazer ver otrabalho que os cursistas realizam nas esco-las�, diz a secretária de Educação de NovaOlinda, Deusinete Rocha. Segundo ela, aprefeitura aceitou a inscrição dos cursistasno concurso para professor antes mesmodo término do curso � e valeu a pena, por-que a aprovação foi em massa. Melhor para

Os cursistas deNova Olinda

estãomelhorando aeducação na

rede municipal.

sua vida profissional: �Quando comecei ocurso eu me enrolava para falar essas pala-vras complicadas, como interdisciplinarida-de e contextualização. Agora ponho tudoisso em prática na sala de aula e, no final,vejo que meus alunos aprendem mais, ede uma forma prazerosa�.

RODA DE CONVERSACursistas e tutores do município de Nova

Olinda se reúnem na Escola Municipal Ma-ria Lira para conversar com os repórteresda revista da TV ESCOLA. As tutoras AdrianaTeixeira da Silva e Maria Martins da Silvaorientam o trabalho de 26 cursistas do mu-nicípio. Muitos deles só tinham estudadoaté a 4a série do Ensino Fundamental, antesdo Proformação.

Na roda de conversa, os próprios profes-sores contam que, no início, não conseguiamparticipar das atividades lúdicas e dinâmicasdo Proformação. �Eu morria de vergonha du-rante as aulas, e por isso não abria a boca�,revela Maria Nilza Pereira. As tutoras e a equi-pe da AGF deram apoio redobrado aos quetinham dificuldade. Pouco habituados a es-crever, os cursistas viam o memorial �comoum bicho-de-sete-cabeças�. Aos poucos, fo-ram soltando as palavras na folha em brancodo caderno, com a naturalidade de quem con-versa com um amigo. �Quando percebi, euestava escrevendo: Olá, memorial�, conta Ma-rilene Dias Marinho.

Após vencer tantos contratempos, comociúme do marido, falta de luzelétrica para estudar à noi-te e estradas perigosas, oscursistas têm agora muitasexperiências para contar.A maioria desenvolveprojetos pedagógicossobre alimentação ecriação de hortascomunitárias

Professora AntôniaAlves dos Santos e os

cursistas numa aula dadisciplina Identidade,Sociedade e Cultura.

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UMA TRANSFORMAÇÃOO Acre conseguiu um índice de aprovação de 89,2% no Proformação.

No total, 1.634 professores concluíram o curso no estado, vencendo muitas dificuldadesde acesso, em plena Amazônia. Leia o depoimento de uma das cursistas.

Curso a distância é sonho,não dá certo. Era isso que eu pen-sava quando comecei o Proforma-ção. Nossa escola está tão longedo resto do Brasil, num seringalna zona rural de Rio Branco, noAcre. Eu me perguntava: “Comoé que um curso assim pode mu-

dar a nossa prática pedagógica?”. Agora, no finalzinho do cur-so, olho para trás e vejo que a escola está completamente di-ferente, houve uma mudança radical. E sabe por quê? Dos dozeprofessores, seis fazem o Proformação.

Hoje as aulas são dinâmicas, cheias de novidades. Não me-nosprezamos a cultura dos alunos. Pelo contrário, valorizamos.Por exemplo? Quando eu estava ensinando o sistema solar, umaluno me interrompeu e disse que quem ilumina a Terra é NossaSenhora das Candeias, e não o sol. Chamei a cantineira, pes-soa muito religiosa, para falar aos alunos sobre Nossa Senhoradas Candeias. Retomando o assunto na aula seguinte, conver-sei com a turma sobre a importância da ciência, e de como suasdescobertas permitiram que entendêssemos o sistema solar.

A idéia de chamar alguém para contar história deu certo.As próprias crianças sugeriram que os pais fossem convida-dos. Já fizemos até concurso das melhores histórias. Os alunoscalculam a venda da produção de mandioca e aprendem fra-

ções cortando o bolo de banana. Nós, os professores, aprende-mos a usar os rótulos de embalagens nas classes de alfabeti-zação e a ensinar com dominó, quebra-cabeças e outros jogos.As salas de aula têm varal de poesia, cantinho para teatro,exposição de plantas medicinais, desenhos dos animais ...

Nas reuniões com os pais, comentamos os projetos desenvol-vidos e mostramos as fotos de trabalhos dos alunos. Explicamostambém o Programa de Desenvolvimento Escolar (PDE) e pedimosque todos nos ajudem a melhorar o ensino. Os pais passaram aparticipar mais das reuniões e gostam muito de nossas festas. Oscoqueiros em volta da escola foram plantados por eles.

Eu mudaria o nome do Proformação para Transformação,porque foi isso que aconteceu comigo. Larguei mão da pregui-ça e comecei a ler tudo que chega na escola sobre educação.Leio os Cadernos e a revista da TV ESCOLA e uso fitas da videote-ca do NTE, do ProInfo, já que costuma faltar energia na escolae é difícil gravar a programação.

Descobri que escrever o memorial me ajuda a refletir sobremeu próprio trabalho, passei a fazer avaliações diárias dos alu-nos e ando fascinada com as idéias de educadores como JohnDewey e Paulo Freire. É incrível pensar que tudo isso aconte-ceu num curso a distância!

Josiléia da Silva SouzaProfessora da Escola Estadual Dr. Augusto Monteiro

Seringal Catuaba, Rio Branco, Acre

A coordenadora JandiraMedrado acompanha o

desempenho de curistas etutores em gráficos feitos

no computador.

Josiléia em sua escola numseringal, em Rio Branco, AC.

o município. Na EscolaMunicipal Maria Lira,por exemplo, o traba-lho dos cursistas contri-buiu para aumentar oíndice de aprovação: de68%, em 1999, passoupara 78,9, em 2001.

GRUPO DOS SETEDesde que foi cria-

da, em julho de 2000,a equipe da AgênciaFormadora de Aragua-ína é a mesma. �Não ti-vemos nenhuma bai-xa�, diz a coordenado-ra Jandira Medrado. Nasala da AGF, os seteprofessores formadoresplanejam todas as eta-

pas do curso e usamferramentas do com-putador para arma-zenar e comparar in-formações sobre odesempenho de tu-tores e curs i s tas .Além disso, atendemao telefone para ti-rar as dúvidas doscursistas que discampelo 0800, linha ce-dida pela Secretariade Educação de To-cantins.

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PROFORMAÇÃO

QUE LUGARÉ ESSE

LIVRE-NOS DEUSO local onde hoje fica Aragua-

ína começou a ser desbravadoem 1876 por piauienses, e eraconhecido como �Livre -nosDeus�. O nome nasceu do medodo ataque de animais e índiosKarajá que viviam na região. Omunicípio, situado às margens do rioLontra, foi criado em 1959. Segundoo IBGE, sua população é de 113.143habitantes e a área é de 3.920 quilô-metros quadrados.

SAÚDEQuem anda pelas ruas de

Araguaína fica impressionado com aquantidade de hospitais, clínicas, la-boratórios e farmácias. A cidade é re-ferência em saúde, para Tocantins eos estados vizinhos.

O QUE É

O Proformação – Programa de Formação de Professoresem Exercício – é um curso de Magistério em nível médio,dirigido a professores sem formação específica que lecionamnas quatro séries iniciais e nas classes de alfabetização dasredes públicas dasregiões Norte, Nordeste eCentro-Oeste.

O curso é daSecretaria de Educação aDistância (SEED/MEC) eda Secretaria deEducação Fundamental(SEF), com apoio técnicoe financeiro do Fundo deFortalecimento da Escola(Fundescola). Para suaimplementação, éessencial a contribuiçãodos estados emunicípios.

Araguaína, cidadeplana, com o rio Lontra

ao fundo.

COMO FUNCIONA

Com duração de dois anos, o curso é desenvolvido emquatro módulos, um por semestre. Cada módulo compreende:

Fase presencial

• No início de cada módulo, os cursistas têm dez dias deaulas presenciais com os professores formadores, nasAgências Formadoras (AGF).• A cada quinze dias, aos sábados, ocorrem os encontroscom o tutor. Ao final de cada bimestre, os cursistasfazem uma avaliação escrita.

Fase a distância

• Os cursistas estudam individualmente, utilizando omaterial didático auto-explicativo que recebem.• Eles aplicam em sala de aula o que estão aprendendono curso, em uma prática pedagógica orientada.• Registram suas experiências em um memorial, umaespécie de diário.

Exibindo seu memorial, a tutora Eliane Alves da Silva comenta:“O Proformação é como uma caixa de surpresas, a cada

momento surge um novo aprendizado...”.As cursistas Iolanda Alves (em pé) e Ana Barrostambém carregam com orgulho seus materiais.E

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FORRÓ E CHAMBARIO programa mais cotado no fi-

nal de semana é ir ao forró. Os ba-res são muitos, mas falta um cine-ma na cidade. Um costume do lu-gar é terminar a noite ou começaro dia no mercado, comendo cham-bari (ou chambaril). O prato é feitocom perna de vaca cozida, tempe-rada com pimenta-de-cheiro, e ser-vido com farinha.

CARTÃO-POSTALNo Parque das Águas, um belo

local de lazer, entre esguias pal-meiras buritis, a moçada se ba-nha na piscina natural formadapelas águas do rio Jacuba, aflu-ente do Lontra, que deságua noAraguaia.

TERRA NOSSAAs terras que hoje pertencem

a Tocantins faziam parte de Goiás.O estado do Tocantins foi criadoem 18 de março de 1998. A fraseem tupi �Co Yvy o re re t ama� , pre-sente no brasão do Tocantins,quer dizer: �Essa terra é nossa�.

OS NOMES

Cursista:Cursista:Cursista:Cursista:Cursista: professor matriculado.TTTTTutor:utor:utor:utor:utor: orientador de aprendizagem dos cursistas.Professor formador:Professor formador:Professor formador:Professor formador:Professor formador: orienta os tutores, leciona para os

cursistas durante a fase presencial e faz plantãopedagógico na Agência Formadora. Os cursistas podemtirar dúvidas pelo telefone, usando uma linha gratuita(0800).

Coordenador:Coordenador:Coordenador:Coordenador:Coordenador: responsável por todoo trabalho realizado pelaAgência Formadora, que estásubordinada àcoordenação estadual doProformação.

AGF:AGF:AGF:AGF:AGF: Agência Formadora,núcleo de suporte e apoioaos tutores e cursistas.

MULTIMÍDIA

O material didático usado pelos cursistas doProformação é composto por vídeos e impressos,como guias de estudo e cadernos de verificação deaprendizagem. As Agências Formadoras utilizam ainformática para fazer o cadastramento, omonitoramento e a avaliação de desempenho dosparticipantes.

Chambari: para o apetite da madrugada e, aolado, bela paisagem no Parque das Águas.

De acordo com dados do Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC),havia, em 1999, 68.855 professores não-habilita-dos atuando em classes de alfabetização e de 1ªa 4ª série do Ensino Fundamental nos quinzeestados que aderiram ao programa (Acre, Alago-as, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiânia, Maranhão,Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Per-

nambuco, Piauí, Roraima, Sergipe, To-cantins). Até julho de 2002 o Profor-

mação habilitou em magistério23.700 desses professores, aten-

dendo assim a 35% da demanda.

Para conhecer melhor o Proformação,visite a página na internet:www.mec.gov.br/seed/proform

O PROFORMAÇÃO EM NÚMEROS

Murici, para umsaboroso suco.

Eixos temáticos

O currículo é composto pelas áreas temáticas do EnsinoMédio, com os seguintes eixos transversais: Educação,Sociedade e Cidadania; Escola como Instituição Social;Organização do Ensino e do Trabalho Escolar; Teoria ePrática Educativa e Especificidade do Trabalho Docente.

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SUSTENTAB

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Ao trabalhar em seu projeto, alunosdo Acre têm uma lição de cidadania,

aprendendo a importância dodesenvolvimento sustentável da Amazônia.

Como usufruir das riquezas da naturezasem destruí-la? O professor de História Val-domiro Andrade dos Santos propôs aosalunos do 2º ano do Magistério do Institu-to Lourenço Filho, em Rio Branco, a reali-zação de um projeto pedagógico sobre asustentabilidade. A área do Acre, onde vi-vem, é coberta em 90% pela floresta, comseringueiras, castanheiras e muitas madei-ras nobres. Rápido, como um clique nom o u s e do computador, o aluno Mikellisondo Nascimento, 17 anos, deu nome ao pro-jeto: �Sustentabilidade, que bicho é esse?�.

O plano inicial era pesquisar na internet,em vídeos, livros e veículos de imprensa.Os próprios alunos descobriram que serianecessário ir além: decidiram visitar o Mu-seu da Borracha, em Rio Branco, e entrevis-tar pessoas entendidas no assunto. Mas oque mais mobilizou os estudantes foi colo-

car o projeto na internet e gravar um vídeono seringal Cachoeira, em Xapuri, onde Chi-co Mendes iniciou sua luta pela conserva-ção da floresta.

Depois de pronto, seu projeto foi selecio-nado pela Secretaria de Educação Média eTecnológica (Semtec/MEC) para participardo fórum regional do programa Escola paraEscola, realizado em junho último em Goiâ-nia, GO. (O fórum Escola para Escola é umespaço para discussão e divulgação de ex-periências bem-sucedidas no ensino médiocom o uso de novas tecnologias.)

A FLORESTA EM PÉ

Que pessoas devem ser entrevistadas?Como fazer o roteiro e combinar o textocom as imagens do vídeo? Como organizaras informações para a h o m e p a g e? Que fer-ramentas da informática utilizar no s i t e?Estas e outras questões exigiram dos jo-vens iniciativa e também autonomia. �Osalunos tinham muitas decisões a tomar�,conta a multiplicadora do Núcleo de Tec-nologia Educacional (NTE) do ProInfo,Gleice de Oliveira Moreira, que orientou oprojeto a pedido do professor Valdomiro.Risonete Tavares Gomes, professora de Lín-gua Portuguesa, contribuiu dando apoio àprodução dos textos.

Aos poucos, a sustentabilidade foi dei-xando de ser um �bicho� desconhecido.�A floresta tem de ficar em pé. O desen-volvimento sustentável não prejudica a na-tureza e as pessoas que vivem na região�,diz Mikellison. Craque no assunto, ele dizque a castanha é uma �mina de ouro naAmazônia� e que se o extrativismo não forsustentável a riqueza se esgota.

O projeto mexeu com a cabeça dos alu-nos. �Hoje eu tenho consciência da impor-tância da Amazônia e percebo que há coisasboas acontecendo aqui�, conta Marcelo Go-

A radialistaMara Régia fala

sobre odesenvolvimentosustentável daAmazônia ao

professorValdomiro comseus alunos.

Reportagem: Rosangela GuerraFotos: Iolanda Huzak

QUE BICHO É ESSE?

EXPERIÊNCIAS

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mes, 19 anos. Ele cita, como exem-plo, as madeiras produzidas deforma ambientalmente correta, querecebem o selo verde, certificaçãoflorestal mais importante do mun-do (dada pela organização não-governamental FSC � ForestStewardship Council). Marcelo nãoesconde que o projeto o aproxi-mou da escola e dos colegas. �Eume senti útil e isso foi bom paraminha auto-estima�, avalia. Ele seresponsabilizou pelo site do pro-jeto: www.ac.gov.br/nte � cliqueem Informática na Educação, e em Projetos.

PALESTRA NO PÁTIONo centro da roda formada no pátio do

Instituto de Educação Lourenço Filho, a jor-nalista Mara Régia Di Perna conversa com osalunos do professor Valdomiro. Nos seus 26anos de profissão, a maior parte na RádioNacional da Amazônia, ela se familiarizoucom assuntos do interesse de castanheiros,seringueiros, quebradeiras de coco, partei-ras, homens e mulheres que vivem nos noveestados da Amazônia Legal: Acre, Amapá,Roraima, Rondônia, Amazonas, Pará, MatoGrosso, Maranhão e Tocantins.

Consultora do Grupo de Trabalhos Ama-zônicos (GTA) e apresentadora do progra-ma Natureza Vi v a, transmitido atualmentepela Rádio Difusora Acreana, Mara Régiatrabalha a educação ambiental pelas on-das do rádio. Seu programa radiofônico é

patrocinado pelo WWF � orga-nização que desenvolve proje-tos de conservação do planetaem 96 países, entre eles o Bra-sil (www.wwf.org.br) .

A radialista diz que o futurodas próximas gerações depen-de da sustentabilidade política,econômica, social, ambiental ecultural. Ela explica que a sus-tentabilidade deve, por exem-plo, englobar políticas para or-ganizar os trabalhadores em coo-perativas, dar incentivos econô-

micos para quem produz, melhorar a quali-dade de vida da população, conservar oambiente e estar em sintonia com os hábi-tos culturais da região.

Mara Régia conta que, na Amazônia, omovimento pela sustentabilidade cresce acada dia, trazendo para os povos da florestaa consciência de sua cidadania. Vem daí onome �florestania� � mais do que uma pala-vra, um sentimento que se alastra pelo nortedo país. Muitos produtos �verdes� estão che-gando ao mercado. Ela distribui preservati-vos naturais (as �camisinhas verdes�, de bor-racha da Amazônia), mostra sua mochilaproduzida com couro vegetal e desperta acuriosidade ao colocar em funcionamentoum rádio movido a energia solar. Mais eco-nômico e livre das pilhas, que poluem o am-biente com mercúrio, o rádio serve tambémcomo lanterna para iluminar a floresta �muito útil para os que começam a trabalhar

Ele é do tipo “mestre inesquecível”. Quando a aula termi-na, os alunos seguem Valdomiro Andrade dos Santos pelo pátioe pelos corredores do Instituto de Educação Lourenço Filho.Querem prolongar os debates surgidos nas aulas de Históriasobre os mais diversos temas.

No começo, estranham um pouco. Valdomiro não deixa nin-guém ficar calado. “Ele passa de carteira em carteira, pergun-tando: ‘E aí, cidadão, o que você tem a dizer?’”, conta WillyRaynan, 17 anos, 2º ano do Magistério.Com o tempo, a turma se rende. Desco-bre o senso de humor do mestre e seugosto pela polêmica. “Ele quer que agente pense e tenha liberdade de expres-são”, diz Karmona Machado, 17 anos.

Aos poucos, os estudantes vão soltando a voz, assumem suaspróprias opiniões, se empolgam com os debates e ampliam seusconhecimentos.

“Bem resolvido na vida e nos seus 21 anos de magistério”,como ele mesmo diz, Valdomiro é pós-graduado em Estudos Ama-zônicos e sempre leva para a classe questões que envolvem aAmazônia, o Brasil e o mundo. “Tenho clareza do meu papel,que é formar cidadãos conscientes e agentes da transforma-

ção social”, diz, com sua voz grave.Para ele, um dos desafios atuais doseducadores é trabalhar com as novastecnologias, que criam oportunidadede aprendizagem coletiva tanto paraos alunos quanto para os professores.

Valdomiro,mestre que faz

pensar.

“E AÍ, CIDADÃO?”

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de madrugada, como os se-ringueiros. Ainda em fase ex-perimental, esse rádio foi de-senvolvido na Inglaterra, como patrocínio do WWF.

O Brasil faz parte do gru-po de 188 países que assinou,em 1992, a Agenda 21, docu-mento que estabelece com-promissos a serem cumpridospara a conservação do plane-ta. �O mundo está de olho noque acontece aqui�, diz MaraRégia. De fato. A decisão bra-sileira de combater o comér-cio ilegal de mogno, madeira que faz suces-so na Europa e nos Estados Unidos, teve am-pla repercussão internacional. Em outubrode 2001, o Ibama (Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renová-veis www.ibama.gov.br) suspendeu a explo-ração, o transporte, o comércio e a exporta-ção dessa espécie ameaçada de extinção. Atu-almente, só podem ser cortadas as árvoresque tiverem o selo verde.

A CAMINHO DE XAPURIAs castanheiras imponentes podem ser vis-

tas ao longo dos quase 200 quilômetros daestrada que vai de Rio Branco a Xapuri. Areportagem da revista TV ESCOLA acompanhaa turma do Instituto de Educa-ção Lourenço Filho na viagemao lugar onde Chico Mendescomeçou sua luta. A missão éespecial: foi ali, no seringal Ca-choeira, que os alunos grava-ram, meses antes, algumas ce-nas para documentar o temasustentabilidade. E agora vãomostrar para a comunidade ovídeo que produziram.

Os jovens conversam des-contraídos. Jaqueline Leite, 16anos, não se intimida ao reve-lar que, antes de iniciar a pes-quisa, desconhecia a impor-tância de Chico Mendes. Oconceito de reserva extrativis-ta agora faz parte do mundodessa moçada, que abraçou acausa da Amazônia. KarmonaMachado, 17 anos, explica: �Areserva é um espaço para aexploração auto-sustentável

Filho de imigrantes nordestinos, Chico Mendesnasceu no Acre, em 1944. Trabalhou no seringaldesde a infância e não pôde estudar, pois nãohavia escola na floresta. Foi alfabetizado a partirde notícias de jornal, por volta dos 18 anos, porEuclides Fernando Távora – militante do PartidoComunista Brasileiro que vivia clandestinamentena região e era uma das poucas pessoas que

sabiam ler. Adulto, consciente de que os patrões se aproveitavamdos trabalhadores, Chico considerava fundamental que as pessoasestudassem. Ele defendia a aliança dos povos da floresta (índios,seringueiros, castanheiros e outros) e a criação de cooperativasagroextrativistas, sem agressão à natureza.

Na década de 70, o governo militar iniciou um processo deocupação da Amazônia, vendendo grandes áreas para empresasagropecuárias do Sul e do Sudeste. Muitas terras foram queimadas,retirando o sustento de seringueiros e castanheiros. Em 1976,começaram os “empates”, uma forma de resistência em que ostrabalhadores rurais, com suas mulheres e crianças, impediam(“empatavam”) a ação dos peões encarregados de derrubar a mata.Isso acirrou o ódio dos fazendeiros e desencadeou reações violentas.

Com o apoio de várias instituições, Chico lançou um projeto dealfabetização baseado na realidade da floresta. A cartilha chama-va-se Poronga, nome da lanterna que o seringueiro leva na testa

para caminhar na floresta demadrugada. Calcula-se que cercade mil pessoas tenham sidoalfabetizadas na região de Xapuricom essa cartilha. Em 1975, ChicoMendes foi acusado de estarformando “agitadores” – eprecisou interromper o trabalho.

Antes de Chico, outrosseringueiros haviam lutado pelaorganização dos trabalhadoreslocais, mas ele foi o primeiro adenunciar a situação no exterior.Em março de 1987, numa reuniãodo BID, nos Estados Unidos, eleprovou suas denúncias e foi ouvidopelo mundo. Em 22 de dezembro de1988, Chico Mendes foiassassinado em Xapuri. O mundo oconhecia, mas no Brasil muitosainda não sabiam quem era.

CHICO MENDESDA FLORESTA

PARA O MUNDO

A casa em que Chico Mendes viveu.

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em que os recursos naturais são renovadospela população�. Por exemplo? Em algumascomunidades de Xapuri, as árvores madu-ras, chamadas de �mães� pelos moradores,só podem ser derrubadas para a comerciali-zação quando têm uma �filha� e �duas ne-tas� começando a se desenvolver.

O assunto não acaba. Pudera, a pesquisafoi intensa. Os alunos consultaram livros so-bre a história e a geografia do Acre, assisti-ram dois documentários sobre sustentabili-dade e extrativismo produzidos pelo gover-no do estado e entrevistaram políticos, am-bientalistas e líderes de associações comuni-tárias. Eles informam que hoje existe no Acreum zoneamento ecológico-econômico, para

que as várias regiões possam usar os recur-sos naturais de forma equilibrada, para a me-lhoria da qualidade de vida da população.

VÍDEO NO SERINGALPara chegar ao seringal Cachoeira é preci-

so trocar o ônibus por jipes e caminhonetespara avançar pelos trechos de estrada de ter-ra, floresta adentro. No seringal Cachoeira, com24 mil hectares, vivem cerca de trezentas pes-soas, muitas delas parentes de Chico Mendes.

O líder comunitário Antônio Teixeira Men-des, o Duda, sugere a exibição do vídeo nasede da Associação dos Moradores e Produ-tores do Projeto Agroextrativista Chico Men-des. Mães com crianças no colo, jovens, ho-

Moradores do seringalCachoeira, em Xapuri,assistem ao vídeo que

os alunos haviamgravado ali mesmo.

E os jovens aprendemcom um seringueiro a

forma correta deextrair o látex, paragarantir longa vida

à árvore.

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37TV ESCOLA

Na videoteca do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), doProInfo, em Rio Branco, há cerca de 4 mil fitas, sendo metade daTV Escola. “A média de empréstimos chega a 90 vídeos por dia”,diz Antônia Damasceno Vasconcelos de Freitas, coordenadora deEducação a Distância do Acre. Os técnicos do NTE gravam a pro-gramação para escolas com problemas de fornecimento de energiaelétrica e oferecem condições de trabalho a professores interes-sados em desenvolver projetos pedagógicos.

mens de mãos calejadas acompanham na te-linha, atentos e orgulhosos, as imagens depessoas da comunidade mostrando como seextrai o látex. Hoje, os seringueiros sabemque é preciso dar um corte em diagonal eesperar a completa cicatrização do tronco (oque demora três anos) antes de cortar nomesmo lugar. Dessa maneira, a seringueiranão é exaurida, como acontecia no passado.

Ao final da exibição, Duda aplaudiu o pro-jeto: �O vídeo mostra nossa realidade. É bomsaber que os jovens valorizam o trabalho doseringueiro e se preocupam com a floresta�.

Antes de partir, os alunos conhecem a Es-cola Esperança do Povo, de 1ª a 4ª série, cons-truída em 1987 em um mutirão organizadopor Chico Mendes. Hoje ela está desativada,por falta de professores. �A gente estudavanuma cartilha que ensinava tudo sobre a mata�,lembra José Roberto Mendes de Oliveira. Osque moram em Cachoeira querem estudar, elutam para que a rede estadual ou a munici-pal assuma a educação na comunidade.

As obras impressionistasna telinha da TV Escolaencantam os alunos.

Ao ar livre, eles pintam avegetação acreana

à luz do dia.

IMPRESSIONISMO NA TELAQuando assistiram aos vídeos da série Os impressionistas, os

alunos da 8a série da Escola Estadual Reinaldo Pereira da Silva, emRio Branco, ficaram fascinados. “Os impressionistas ficavam horase horas observando as variações da luz durante o dia, para pintaresses quadros lindos”, comenta Esdras Rodrigues de Souza, 18 anos,ao ver na tela as pinturas de Monet.

Venina de Aguiar e Emilly Areal, idealizadoras do projeto sobreo impressionismo, fizeram o curso TV na escola e os desafios dehoje, da Secretaria de Educação a Distancia (Seed/MEC), destinado a capacitar professores para utilizara televisão em sala de aula. “Ganhamos um novo olhar para explorar os vídeos”, diz Emilly. Bom para asprofessoras, e também para os alunos. Eles visitaram uma exposição de arte e assistiram uma palestrado artista plástico acreano Dalmir Ferreira sobre impressionismo. Além disso, tiveram aulas de pinturacom Paulo Félix, artista que costuma participar das atividades da escola, e procuraram registrar osefeitos da luz na vegetação amazônica pintando ao ar livre, comoos impressionistas faziam na Europa, no final do século 19.

Nos computadores do NTE, a turma da 8a série navegou pelaprimeira vez na internet para pesquisar a vida e a obra de ÉdouardManet, Claude Monet, Edgar Degas e Auguste Rodin. O NTE ce-deu os equipamentos para que todas as etapas do projeto fos-sem registradas em vídeo, e assim Venina realizou com sucessoo trabalho de finalização do curso TV na escola e os desafios dehoje, que é a realização de um vídeo.

Escola Estadual Reinaldo Pereira da SilvaRua Cearense, 706 – Rio Branco/AC – 69900-000Tel.: (68) 224-2371

Instituto de Educação Lourenço FilhoAvenida Getúlio Vargas, 2855

Rio Branco/AC – 69900-000 – Tel.: (68) 228-1669

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38 TV ESCOLA

QUE LUGAR É ESSE

DUAS HORAS A MENOSÉ esta a diferença em relação ao ho-

rário de Brasília. Segundo o IBGE-2000,a população do Acre é de 557.522 habi-tantes e a área é de 152.520 km2. A capi-tal, Rio Branco, foi fundada em 1882 eé banhada pelo rio Acre, que se juntaao Purus e deságua no Amazonas.

VIVER NO ACREEntre os significados do verbo �mor-

rer�, alguns dicionários da Língua Portu-guesa ainda registram uma expressão pre-conceituosa: �ir para o Acre�.Isso tem uma história. No iní-cio da exploração da região,muitos migrantes nordesti-nos se embrenhavam na flo-resta para extrair borracha eacabavam perdendo o vín-culo com a família; às vezesadoeciam, e não voltavam.

BRAVA GENTEO Acre lutou para ser bra-

sileiro. No século 19, embo-ra a região pertencesse à Bo-lívia, a maioria da populaçãoera formada por brasileirosque exploravam os seringais. Os bolivia-nos quiseram assumir o controle de fato,mas os acreanos se rebelaram, reivindi-cando a anexação ao Brasil. Enfrentaramaté mesmo as Forças Armadas Brasilei-ras, que deram apoio à Bolívia.

DO BARÃO A GOULARTDuas rebeliões marcaram a história do

Acre. Em 1899, Luís Galvez Rodrigues deArias proclamou a República do Acre. Em1902, sob o comando de Plácido de Cas-

tro, foi criado o Territó-r i o I n d e p e n d e n t e d oAcre. Os conflitos só ter-minaram em 1903, com aassinatura do Tratado dePetrópolis, resultado deuma dif íc i l negociaçãoconduzida pelo barão doRio Branco, ministro dasRelações Exteriores dogoverno Rodrigues Alves.O Brasil pagou à Bolívia2 milhões de libras ester-l i n a s , c edeu á re a s d oMato Grosso e assumiu o

compromisso de construir a ferrovia Ma-deira-Mamoré, uma via de acesso aoAtlântico para escoamento da produçãoboliviana. Em 1962, no governo JoãoGoulart, o Acre passou de território fe-deral a estado.

A imensa gameleira,no centro de Rio

Branco, foi tombadapelo patrimônio

histórico como marcoda fundação da

cidade.

Rio Branco é banhadapelo rio Acre, que se

junta ao Purus edeságua noAmazonas.

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SOLDADOS DA BORRACHANo Acre há muitos �soldados da borra-

cha�, pessoas que optaram por trabalharna floresta em vez de lutar na SegundaGuerra Mundial. Os migrantes, geralmen-te nordestinos, já chegavam à Amazôniaendividados com os patrões seringalistas,que cobravam os custos da viagem e dasferramentas. A maioria jamais teve condi-ções de voltar à terra natal. Hoje os �sol-dados da borracha� recebem uma aposen-tadoria no valor de dois salários mínimos,instituída pelo governo federal em 1988.

REGATÕESOs nomes árabes estão por toda parte:

nas placas de ruas, nas fachadas das lojase nas listas de chamada das escolas. Sírios,libaneses e turcos chegaram à Amazôniafugindo dos conflitos posteriores à Primei-ra Guerra Mundial. Embrenhando-se na flo-resta, uns se tornaram seringalistas e ou-

tros trabalhavam como �regatões�, na-vegando pelos rios para vender todo tipode produto. Muitos enriqueceram e man-daram buscar suas famílias.

SABORESA pimenta é unanimidade, mas são

muitas as influências na culinária. Vem doPará o pato ao tucupi e é forte a presençade pratos nordestinos, como baião-de-doise galinha de cabidela. Os charutos de car-ne moída são enrolados em folhas de cou-ve, e não nas de parreira, como na cozi-nha árabe. Os quibes da versão acreanasão feitos de mandioca ou arroz e re-cheados com carne moída. O leite decastanha entra no preparo de muitospratos salgados e doces.

KAXINAWÁA maioria da população indíge-

na do Acre pertence à etnia Kaxina-wá, conhecida por sua arte. As pe-gadas da onça, o couro de cobras eos olhos dos pássaros são fontes deinspiração para os desenhos em tapetes,redes e enfeites para o corpo, utilizandopigmentos extraídos da floresta.

CASTANHA-DO-BRASILAs cooperativas de castanha vão de

vento em popa, e o produto está sendoexportado. As nutritivas e saborosas cas-tanhas-do-pará são agora chamadas decastanha-do-brasil, porque são produ-zidas também em outros estados, comoAcre e Amapá.

BEBÊS NA SALA DE AULAEm Rio Branco, a gravidez na adoles-

cência cresceu nos últimos tempos. Umadas reivindicações das alunas do Institutode Educação Lourenço Filho é uma cre-che. É comum ver mães adolescentes ama-mentando nas salas de aula e crianças dor-mindo em redes no pátio da escola.

Leia sobre desenvolvimento sustentável naAmazônia: www.uol.com.br/cienciahoje/especial/amazonia/amaindex.htmLeia sobre a construção da Madeira-Mamoré,chamada “ferrovia da morte”: www.usp.br/jorusp/jusp455/manchet/rep res/pesqui4.html

Os chamados“ouriços” das

castanheiras guardamem seu interior ascastanhas que,

beneficiadas, ganhamo mercado externo.

Desenhos dosKaxinawá no livroHuni Kuine Miyui,dos professores

indígenas doAcre (Comissão

Pró-Índio doAcre, Brasília,

SEF/MEC, 2002),que registrahistórias da

tradição oral.

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Qual a diferença na aprendizagem do aluno cujafamília freqüenta a escola e a do aluno cuja fa-mília não freqüenta?

Maria Nazaré da Silva SantosMaceió/AL

Há mais de um aspecto nessa questão, pois depen-de do motivo que leva a família à escola. A escolatem um projeto pedagógico, uma filosofia educacio-nal, e em geral discute isso com os pais, em reuni-ões. No entanto, muitas vezes os pais são chamadoscom grande freqüência só para falar dos problemasque o aluno apresenta e, nes-se caso, nem é preciso a pre-sença constante da família,que deve confiar na competên-cia da escola para resolver osproblemas de comportamen-to ou as dificuldades do aluno.Mas o pai que freqüenta asreuniões pedagógicas e acom-panha a proposta da escola,este sim pode ajudar, e muito.Sua presença é um sinal deseu interesse, e ao incentivaro filho a ir à escola, insistir paraque vá todos os dias, organi-zar o tempo para que estude,está de fato ajudando. O restoé com a escola.

Você concorda que a chamada à família paraparticipar da educação escolar da criança ex-põe a fragilidade da própria instituição esco-lar, da própria família?

José Luciano Ferreira de AlmeidaCuritiba/PR

A questão é bem complexa, porque muitas ve-zes fica difícil estabelecer a linha divisória entreo que é público e o que é privado. A escola é umespaço público, a família é um espaço privado. Aescola não deve invadir o espaço da família, mas

o contrário também nãopode acontecer. A famí-lia é o lugar da unidade,da continuidade; a esco-la, o lugar da diversida-de, da diferença. Nem afamília, nem o professordevem ter medo de ex-por suas fragilidades —todos nós as temos. Sea escola tiver um planode trabalho bem estru-turado, não há o que te-mer: o professor terá apossibilidade de contarcom algum colega parasuperar as eventuais in-seguranças.

Texto: Rita de BiagioFotos: Iolanda Huzak

Para entrevistar a professora Rosely Sayão arespeito do relacionamento entre a escola e afamília, enviamos um e-mail aos coordenado-res da TV Escola de todo o Brasil, convidandoos professores a formular perguntas. Recebe-mos cerca de duzentas mensagens, vindas detodas as regiões, e vimos que seria impossí-vel contemplar o amplo espectro de dúvidas einquietações. Assim, fizemos uma seleção,procurando nos concentrar nas questões quese mostraram mais presentes nas preocupa-ções dos educadores.

parceiros ou rivais?Família e escolaENTREVISTA

A professora Rosely Sayão responde a professores. Ela propõe quea relação entre escola e família seja repensada, no sentido de construir

uma nova parceria em prol de uma educação democrática,que tenha em vista a autonomia e a cidadania.

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41TV ESCOLA

Qual seria o verdadeiro papel do professor nafamília do aluno?

Merelice Marinho Bispo e Lenimar CecconelloGuaraí/TO

O professor não tem papel na família do aluno,mas sim com o aluno. Se esse papel com o alu-no for esquecido, o professor acaba investindoenergia e tempo em algo para o que não temcompetência profissional, e esvazia seu papel le-gítimo. O que ele precisa é cumprir bem seu pa-pel de professor, que na ver-dade é duplo: transmitir co-nhecimento e formar o cida-dão. Mas isso ocorre simulta-neamente. De que adianta en-sinar português, geografia,matemática, se isto não estávinculado ao exercício da ci-dadania? Por exemplo: senuma classe de trinta alunosa maioria se submete a umaminoria ruidosa, um grupinhode seis ou sete, e o professorse concentra no grupinho edeixa de lado a classe, eleestá praticando uma educa-ção autoritária. Ele deve tra-balhar com a classe toda, res-ponsabilizar todos. Isso é umaeducação democrática. Elasupõe que comecemos o jogocolocando as cartas na mesa,explicitando os direitos e deveres dos alunos edo professor. É muito mais difícil, pois supõe umadiscussão exaustiva e muita conversa com os alu-nos. Mas o resultado é bem melhor.

O que fazer quando a família não dá continui-dade ao processo de formação de cidadaniaque a escola desenvolve?

Luzia Magna de Alencar SaraivaCrato / CE

O melhor a fazer é enfatizar mais ainda a formaçãodada na escola: o que o aluno aprender ali, ele irálevar para casa. Antigamente, tanto a escola quantoa família eram autoritárias, e ninguém pensava narelação da escola com as famílias. À medida que foisendo valorizada a individualidade das crianças, a es-cola começou a chamar os pais, buscando conhecer

um pouco mais seus alunos. Estabeleceu-se umarelação às vezes identificada como parceria que, comfreqüência, se manifesta muito mais como rivalidade.E os papéis foram se confundindo. Hoje podemos pen-sar em uma educação mais democrática, e às vezesnão sabemos o que fazer. Esse modelo precisa serconstruído na prática, nas ações do dia-a-dia.

Até que ponto o educador pode interferir naconduta familiar? Cabe a ele dizer à criança

que os pais estão agindo deforma incorreta?

Nádia Maria QueirozTaguatinga/DF

De jeito nenhum. Primeiro, por-que o professor não tem condi-ção de avaliar se os pais agemda maneira certa ou errada. Cadafamília é uma célula, com suaprópria identidade, que não cabea nós avaliar, ou julgar. O profes-sor não tem competência sobreeducação de filhos, ele tem for-mação para educar alunos. Se oprofessor fosse especializado emeducação de filhos, nenhum filhode professor teria problema... Nósprecisamos ter humildade no tra-to com as famílias. Os pais já fo-ram educados, não é o profes-sor que vai educá-los. Escola efamília têm um objetivo em co-

mum: educar aquela pessoa, aluno e filho, em umarelação de cooperação, não de rivalidade. É nisso quereside a parceria.

Muitas vezes deparamos com uma criança-pro-blema e descobrimos que a causa maior está nafamília. Como resolver isso, se os pais dificilmentetêm tempo para dedicar à vida do filho ou vir àescola?

Ildelúcia NoronhaMontes Claros/MG

A escola tem a excelente chance de oferecer umaoutra possibilidade a essa criança, e ao fazer issojá está ajudando muito. Se for se envolver com afamília, perde essa chance. A família deu um gran-de passo, ao colocar o filho na escola. O pai ou amãe faz o que pode; eles têm sua vida, a escola

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não vai conseguir mudá-los. Em educação, nóstrabalhamos com a possibilidade de um futuro. De-vemos pensar o tempo todo na criança, no aluno,e lembrar que a escola é o lugar da diversidade.Sempre haverá pais que participam mais e ou-tros, menos. A escola tem a obrigação de traba-lhar o coletivo, sem ressaltar as diferenças, aju-dar os alunos a aprender que é preciso se respei-tar e respeitar o grupo.

Como a escola pode estimular a participação dasfamílias nas lições de casa dos filhos e nas ativi-dades extraclasse (entrevistas, pesquisas etc.)?

Francisca Pinheiro de Souza BorgesTeresina/PI

Para a lição de casa ter sentido, é indispensávelque a criança consiga fazê-la sozinha. Se ela pre-cisar da ajuda dos pais, a escola estará apostandona dependência, e não na autonomia. Mas os paistambém têm seu papel. A criança não é capaz dedar conta sozinha de todas suas responsabilida-des, prefere brincar a fazer lição. Cabe aos paisestabelecer a hora de fazer a lição de casa, ajudarna organização, cobrar... Mas não é seu papel sen-tar ao lado, ou mesmo ajudar a fazer a lição.

Os pais que são analfabetos têm condições deajudar na aprendizagem das crianças? Como?

Maria Lúcia DuarteCampinas/SP

Eles já ajudaram, ao colocaro filho na escola. Só o ato decolocar o filho na escola con-densa toda a vontade dospais de que o filho seja me-lhor do que eles. Mesmo umpai analfabeto tem uma car-ga de saberes que troca como filho. Ele passa informa-ções a respeito de seu tra-balho, das pessoas que tra-balham com ele, dos mate-riais que usa, da importân-cia social de sua atividade,de sua história de vida... Issojá é o bastante, e promove ainteração entre filho e pai, edos dois com a escola.

A participação das famílias na escola está ain-da muito relacionada a questões informativase/ou festivas. Que situações podem ser cria-das para que de fato as famílias participem doprocesso pedagógico?

Nelci de Fátima Medeiros CarvalhoRio Branco/AC

O processo pedagógico é da competência da esco-la. Os pais não têm curso para serem professoresde seus filhos, mesmo se forem de fato professores.A parceria importante da família com a escola é nosentido de estimular a criança a se envolver ativa-mente na vida escolar, a ter curiosidade por apren-der e interpretar o mundo. Por que o aluno vai para aescola? Com freqüência ele diz “porque meu paimanda”, isto é, não é algo de seu interesse. Cabe àescola transformar esse impulso em um gosto pelosaber e pela própria escola, permitir que o alunoentenda o sentido de saber fazer contas de dividir emultiplicar, escrever bem o português. Mas um sen-tido prático para sua vida. Ao achar que os pais pre-cisam ajudá-lo no seu trabalho, o professor diminuisua própria responsabilidade. Quando um professorencontra uma dificuldade, ele logo pensa “por maisque eu ensine, esse aluno não aprende”, em vez deimaginar que talvez seu método, ou seu plano, estejaequivocado. Ele responsabiliza o aluno ou a família,

não se interroga. O mau desempenho dos alunosé responsabilidade do professor, muito mais doque ele imagina. Isso pressupõe que ele mudesua postura diante do conhecimento, admitindoque sua responsabilidade social é imensa.

Psicóloga e professora, a paulistana Rosely Sayão dá consultoria a escolas, educadorese pais sobre a educação de crianças e adolescentes, participa de grupos de discussão, eainda escreve na imprensa sobre o assunto. Convicta de que é pela via da educação que seproduz um outro modelo de civilização, Rosely Sayão trabalha com formação de jovens e deeducadores sobre vida sexual, prevenção da gravidez indesejada e DST/AIDS, relação entre afamília e a escola e o papel do professor na formação cidadã de seus alunos. Publicou oslivros Sexo é Sexo, para jovens e adultos; e Sexo: prazer em conhecê-lo, para adolescentes.

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A TRAJETÓRIA DEROSELY SAYÃO

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Desde 1996, o Serviço Social do Comércio(Sesc) desenvolve, a partir de convênio firmado coma Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC),um projeto de formação continuada de professoresestruturado em torno da programação do Salto parao Futuro, da TV Escola. Em 2000 esse projeto foiampliado pelo Sesc, que otimizou o trabalho comnovas atividades em suas unidades.

O projeto se baseia na comunicação interativacom centros receptores – os telepostos montadosnas unidades operacionais do Sesc – e conta com aparceria de secretarias estaduais e municipais deeducação, universidades, entidades da sociedadecivil e instituições educativas. O projeto do Sesc estásendo adotado em onze de suas unidades: três noCeará (Fortaleza, Crato e Sobral), uma emPernambuco (Recife), uma em Mato Grosso(Cuiabá), duas no Paraná (Campo Mourão eUmuarama), três no Rio de Janeiro (Ramos, Niteróie Três Rios) e uma em Santa Catarina (Chapecó).

O Sesc divulga esse trabalho por meio de jornaise emissoras de rádio locais, mala-direta, cartazes efolhetos, e em escolas públicas e particulares. Asescolas e os profissionais interessados procuram aunidade do Sesc para se inscrever e participar doprograma. Em cada unidade há um orientador deaprendizagem, que se responsabiliza pelos projetose cursos. Para essa função são escolhidosprofissionais ligados às temáticas a seremdesenvolvidas, com os quais trabalham professorese estagiários, ao longo de todo o processo.

A programação dos cursos é feita em função dasnecessidades e demandas dos professores de cadacomunidade e dos recursos existentes no local: osorientadores e coordenadores decidem qual ametodologia, de acordo com a temática a serdesenvolvida, e quais os instrumentos a utilizar paraa capacitação. A participação e a discussão deprogramas de vídeo estão entre os principais

recursos, mas há também a complementação comteleconferências, mesas-redondas, palestras,seminários, oficinas pedagógicas e grupos deestudo, pesquisas utilizando computadores, além deatividades artísticas e culturais integradas, em açõespromovidas pelo Sesc.

Esse projeto já tem dado bons frutos. Em abrildeste ano ocorreu em Fortaleza, no Ceará, umcurso de capacitação para trinta educadores doensino fundamental, tendo como tema central a“Arte na escola”. Em Três Rios, no Rio de Janeiro, foidesenvolvida uma experiência abordando amusicalização em sala de aula, para docentes daeducação infantil. E o tema “Água” foi o projetotrabalhado no processo de capacitação de vinteprofessores do ensino fundamental em Niterói.

PROFESSORES EM FORMAÇÃO,um processo permanente

Acordos da TV Escola com o Sesc e com a Rede STV ampliamas oportunidades de formação continuada dos professores

MAIS UMA PARCERIA:

TV ESCOLA E STVUm acordo de intercâmbio de programação amplia ain-

da mais a divulgação da TV Escola, pois permite que mui-tos programas e séries sejam exibidos pela Rede SescSe-nac de Televisão (STV) – que conta com um público de2,6 milhões de assinantes.

Além do mais, esse acordo também enriquece nossagrade de programação. A STV está doando para a TV Es-cola uma série de excelentes programas que serão colo-cados em breve na grade de programação, entre os quais:

• As formas do saber – Pierre Lévy: arte e pensamento: oautor discute filosofia e modernidade.

• O mundo da fotografia: série com os os maiores fotó-grafos do Brasil em ação.

• Filhos: série sobre aspectos educacionais, psicológicose sociais da infância.

• STV na dança: série de mais de 30 espetáculos de dan-ça de companhias brasileiras.

• E ainda a série Documentário, com mais de 80 progra-mas produzidos pela STV em quatro anos; e a série Re-portagem, sobre vários temas.

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A Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa) está promo-vendo concurso de redação paraalunos de 1a a 8a série do Ensino Fun-damental. O tema para produção dotexto deve resultar do trabalho emclasse com o programa Terra e alimen-to, já transmitido pela TV Escola. Osautores das melhores redaçõesreceberão um computador; sua escola,uma filmadora manual. E os professo-res poderão ganhar viagens paraconhecer um dos centros de pesquisada Embrapa. Para elaborar a redação,é imprescindível assistir ao vídeo.Assim, se sua escola não tiver gravadoo programa, solicite uma cópia emVHS à Embrapa, pelo [email protected] ou portelefone: (61) 448-4227 ou 448-4212.As inscrições vão até o dia 15 deoutubro. Mais informações pelainternet: www.embrapa.br

NOVOS POETASAo receber o prêmio do Concurso Rádio Escola, “Revele

seu talento de poeta”, José Milton dos Santos, 45 anos,de Macambira, Sergipe, declamou seu texto “No sertão doCariri” em forma de cantoria. Ele foi o primeiro colocado noconcurso aberto a alunos alfabetizados pelo Programa deAlfabetização Solidária entre agosto e dezembro de 2001.

O concurso foi lançado juntamente com a série de progra-mas educativos Tirando versos da imaginação, com vinteprogramas radiofônicos estimulando a integração da

cantoria da viola nor-destina ao processode ensino de leiturae escrita. A iniciativaé da Rádio Escola –projeto da Secretariade Educação a Distân-cia (SEED/MEC), emparceria com o Progra-ma Alfabetização Soli-dária, para a educação

continuada de professoresalfabetizadores de jovense adultos.

Para ilustrar:foto do ven-cedor e capado livro

AMPLIAÇÃO DO PAPEDO Programa de Apoio à Pesquisa em Educação

a Distância (Paped) agora também está dando

apoio a trabalhos de graduação e pós-graduação

stricto sensu. O Paped, uma iniciativa da Secreta-

ria de Educação a Distância e da Fundação Capes

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior), desde 1997 já financia a

produção de dissertações de mestrado e teses

de doutorado que tratam da utilização de

tecnologias da informação e da comunicação na

educação a distância. Confira na internet:

www.mec.gov.br – Educação a Distância – Paped

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tema para redaçãoTerra e alimento:

Dia Nacional daFamília na Escola

No dia 4 de junho a campanhaDia Nacional da Família naEscola, promovida peloMinistério da Educação,distribuiu para cerca de 20milhões de pais de alunos de1a a 4a série das escolas públicaso guia Educar é uma tarefa de

todos nós. Elaborada por professoras da assessoria nacionaldo Programa Parâmetros em Ação, da Secretaria deEducação Fundamental (SEF/MEC), a publicação trazsugestões simples e divertidas para os pais colaboraremcom o aprendizado escolar no dia-a-dia familiar. Opróximo guia se destinará aos pais de alunos de 5a a 8a

série e tratará de temas ligados a cidadania e adolescência.

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EDUCAÇÃOINDÍGENA

A Secretaria de Educação Fundamental(SEF/MEC) está distribuindo às escolasindígenas o Programa Parâmetros em Ação deEducação Escolar Indígena. Trata-se de umprograma de formação continuada, organizadoem módulos com informações e propostas deatividades para os educadores usarem tanto emsua própria capacitação quanto na sala de aula. São dois kits, um para os coordenadores e outro paraos professores, que incluem entre seus materiais: vídeos da TV Escola, mapas, livros com informaçõessobre povos, línguas, terras, escolas e leis referentes à educação escolar indígena. Para participar doprograma, as secretarias estaduais e municipais devem entrar em contato com a Coordenação-Geralde Apoio às Escolas Indígenas, da SEF, pelo e-mail: [email protected]

EM CD-ROM

A LINGUAGEMDOS SINAIS

As escolas públicas de todo o país estão recebendo15 mil dicionários digitais de Libras, a Língua Brasileirade Sinais, em formato de CD-ROM, para atender aosalunos surdos matriculados no Ensino Fundamental.Organizado pelo Instituto Nacional de Surdos(Ines/MEC). O dicionário é bilíngüe – os usuários deLibras e os de Português pesquisam as palavras em suaprópria língua. Os professores capacitados pelo ProgramaNacional de Apoio à Educação de Surdos, da Secretaria deEducação Especial, também serão beneficiados.A obra também pode ser consultada na internet:www.ines.org.br/libras/index.htm

PRÊMIO ÀPREVENÇÃO

Se houver grupos de jovens emsua escola ou comunidadedesenvolvendo projetos de combateàs drogas e de prevenção da aids eoutras doenças sexualmentetransmissíveis, incentive suaparticipação no Prêmio Escola 2002.Esse concurso da Unesco(Organização das Nações Unidaspara a Educação, a Ciência e aCultura), em parceria com o UNDCP(Programa das Nações Unidas para oControle Internacional de Drogas),visa revelar programas inovadoresimplementados por grupos de jovense instituições de ensino. As inscriçõesvão até 15 de agosto. Informe-se,pela internet: www.unesco.org.br ewww.undcp.org.br, ou com a Unesco,em Brasília: (61) 321-3525.

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dos professores. “Adoro a revista; gravo al-guns episódios do canal e estou sempre li-gada na programação; o que leio e vejo meenriquece.” Pródiga, ela partilha seu apren-dizado: “Também passo o que aprendo naTV Escola para os outros instrutores, lá noquartel, nas nossas reuniões semanais”.

Os alunos, por sua vez, não queremperder essa aula. “Quando Fabiana faltaeles reclamam muito”, conta Ângela, umadas professoras do primeiro ciclo. Marta,outra docente da escola, completa: “O quecativa os alunos é a paixão que ela tempelo que faz”.

A receita de Fabiana é, segundo elamesma, muito particular: “O educador temde amar o que faz e quem está diante dele.Tem de se valorizar e acreditar que aquiloque está passando para o aluno é muitoimportante, seja qual for a matéria. Porquea criança é muito mais esperta do que oadulto – ela sabe quando pode confiar equando quer aprender”.

Na ampla sala de aula, meninos e meninasolham atentos para a professora, muito ele-gante em sua farda de soldado da Polícia Mi-litar. Estamos em Campinas, a cerca de 100quilômetros de São Paulo, na Escola Esta-dual Monsenhor Dr. Emílio José Salim, doprimeiro ciclo do Ensino Fundamental. Quemestá dando a aula é Fabiana Aparecida As-sumpção, que faz o mesmo em várias outrasescolas da cidade. Atende a 500 alunos de4ª série por semana, “seguindo a cartilha doProerd e resgatando a auto-estima das cri-anças”, como afirma. O Proerd, programaeducacional desenvolvido pela Polícia Militarpara combater o uso de drogas e a violência,atua em instituições de ensino públicas e par-ticulares em várias cidades do país.

“Entrei na PM para ajudar a pagar meusestudos; antes, nem sonhava em ser poli-cial”, diz o soldado feminino do 35º Bata-lhão de Polícia Militar do Interior. Hoje, com25 anos e formada em Educação Físicapela PUC de Campinas, pode pôr em práti-ca sua paixão: dar aulas. Para encerrar ocurso, que dura um semestre, as criançasfazem uma redação relatando como esseaprendizado influenciou sua vida. Depois,há a festa de formatura. “Meus alunos sem-pre afirmam, nas redações, que gostammais de si mesmos depois do curso”, orgu-lha-se a mestra.

Por que será? Voz e gestos calmos, sem-pre de pé e andando pela classe como sepasseasse, Fabiana dá as lições da carti-lha: como resistir aos apelos da droga e evi-tar a violência. Mas seu sucesso parece es-tar menos no conteúdo do livro do que emseu jeito de ensinar: cuidadosa, conversa-deira e carinhosa. Também muito curiosa,descobriu a revista TV ESCOLA nos interva-los entre as aulas, enquanto espera na sala

Célia Trazzi Cassis

FO

TO

: P

AU

LO

PE

PE

Uma mestra

Nome: FabianaAparecida Assumpção

Idade: 25

Profissão: soldadofeminino do 35ºBatalhão de PolíciaMilitar do Interior,instrutora do Proerd(Programa Educacionalde Resistência àsDrogas e à Violência)

Cidade: Campinas, SP

Com pa ixão po r en s inar , Fab iana s eemp enha em a f a s t a r s e u s a l un o s d a s

d r o g a s e d a v i o l ê n c i a

Não perca, na Grade de programação:Violência que rola, da série DireitosHumanos, 8 de agostoBebidas alcoólicas, da série Porque será?, 12 de agosto

Procure em sua videoteca osprogramas da TV EscolaFilhos das drogasSacudindo o mundo: uma visãosobre as drogasDe cara limpa: drogas e violência

bem e spe c ia l

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CONHEÇA MELHOR A TV ESCOLA

O KIT TECNOLÓGICO

Ao receber o kit, verifique se todos os equipamentos têmmanual de uso e confira os prazos de garantia. O kit é com-posto de:

Antena parabólicaTelevisor em cores bivolt (110 V e 220 V), com controle

remoto, tela de no mínimo 20 polegadas e suporte de paredepara televisor, videocassete e receptor.

Videocassete 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sis-tema NTSC / PALM.

Estabilizador de voltagem de 2 kVA, no mínimo.Fitas VHS , de 120 minutos.

COMO SINTONIZAR A TV ESCOLA

Chame um técnico autorizado pelo fabricante para fazer a instalação

• Antes de ligar a televisão e o videocassete, verifique atrásdos aparelhos se as chaves estão na voltagem correta.

• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização ho-rizontal.

• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder(canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24, es-colha o número 3.

• Nos receptores em que a sintonia é feita pela freqüência derecepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz, escolha3.770 MHz.

• Também é possível sintonizar na freqüência intermediária,em receptores digitais: escolha então 1.380 MHz.

• No videocassete, sintonize o canal 3, o 4, ou o que estiverlivre na sua cidade.

Se houver problemas de recepção

• Confirme se os equipamentos estão de acordo com as especi-ficações indicadas em seu manual, ou peça a um técnico auto-rizado para que verifique o posicionamento da antena e a sinto-nia do receptor e dos outros aparelhos do kit.

• Se ainda assim persistir a má recepção, peça orientação aocoordenador da TV Escola, na secretaria de educação doestado, ou ligue para o Programa Fala Brasil: 0800-616161.

Manutenção e cuidados

Leia atentamente os manuais de instrução que acom-panham cada um dos equipamentos, mas observe sem-pre estes cuidados:• Em caso de chuva forte, ou de corte de energia, desligue os

aparelhos da tomada: eles podem sofrer danos causados pordescargas elétricas de raios, ou por ocasião do retorno daenergia.

• Guarde as fitas na posição vertical, rebobinadas e com olado mais pesado (do rolo) para baixo, em local protegido desol, umidade e poeira, distante de campos magnetizados,como motores ou transformadores.

• Procure rever as fitas periodicamente; a utilização ajuda aevitar a formação de fungos.

A PROGRAMAÇÃO DA TV ESCOLA

Os programas da TV Escola constituem um recurso valio-so para a formação continuada, para o planejamento e a práticadas aulas, bem como para apoio a atividades de recuperação eaceleração.

É indispensável que a escola se organize, providenciandoa gravação dos programas e tornando-os disponíveis para utili-zação dos professores.

As Grades da programação correspondentes a cada mês e oGuia de programas, que é anual, são distribuídos pela Secretariade Educação a Distância (SEED/MEC) a todas as escolas, ser-vindo como referência para selecionar os programas a serem gra-vados e os que serão utilizados no planejamento do professor.

Como acompanhar a programação

• A cada bimestre a SEED distribui às escolas as grades deprogramação que registram os programas a serem exibidosa cada mês. Elas devem ser afixadas em local bem visível,para facilitar sua consulta por professores e alunos. Nos pe-ríodos que antecedem os as férias escolares também é dis-tribuída a Grade de férias.

• Uma reprodução das grades mensais, em tamanho menor, éencartada na revista TV ESCOLA.

• Todas as grades, inclusive as de férias, podem ser consulta-das na internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola

A TV Escola é um canal via satélite, com transmissão analógica de programasdirigidos às escolas públicas brasileiras de ensino fundamental e médio.Seus objetivos são a formação continuada do professor e o desenvolvimento dotrabalho do educador, na escola e em sala de aula.Transmitida a todo o país, a programação é captada por antena parabólicaanalógica e também pelos canais digitais:

Escolas que participam do programa e não estão recebendo as grades ou arevista precisam pedir seu cadastramento à SEED por carta, fax ou e-mail

CANAL 4 CANAL 26 CANAL 237

Os programas captados nas escolas precisam ser gravadosem fitas videocassete, para posterior utilização.

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CONHEÇA MELHOR A TV ESCOLA

DIRETORA:NÃO FIQUE SEM A TV ESCOLA.

FAÇA SEGURO DOS EQUIPAMENTOS

AS PUBLICAÇÕES DA TV ESCOLA

Revista TV ESCOLA

• A revista TV ESCOLA é bimestral, acompanhando o períodoletivo. Cada escola recebe de 3 a 12 exemplares, de acordocom o número de alunos.

• Antes da distribuição da revista, as escolas recebem as gra-des da programação e um cartaz anunciando o conteúdo daedição. É importante que o cartaz seja afixado em local bemvisível, para que todos os professores tomem conhecimentodo que está planejado para o bimestre correspondente.

Outras publicações

• Guia de programas: traz uma relação de todos os progra-mas já transmitidos, organizados por áreas temáticas e emseções especiais, com uma breve sinopse do conteúdo decada programa ou série de programas. A consulta ao guiaajuda o professor a escolher o que poderá usar no planeja-mento de suas aulas, ou em seu próprio aperfeiçoamento.

• Cadernos da TV Escola: ampliam as informações referentesa temas que foram abordados em determinadas séries deprogramas destinadas ao ensino fundamental.

• Cadernos de Vendo e Aprendendo: apresentam comentáriosdos programas desta série e sugestões de atividades a se-rem desenvolvidas em sala de aula.

• Fichas de Como Fazer?: oferecem sugestões de atividadesa serem desenvolvidas a partir dos programas do EnsinoMédio Acervo e Como Fazer?

• Os livros da Série de estudos / Educação a distância com-pletam a linha editorial de apoio aos programas, com textospara os professores estudarem temas de educação a distân-cia e de novas tecnologias para a educação.

Consulte as publicações da TV Escola na internet: www.mec.go v.br/seed/tvescola/pub licacoes.shtm

As fichas de Como Fazer? Estão no site:www.mec.go v.br/seed/tvescola/enmedio

ORGANIZAÇÃO DA VIDEOTECA

A organização da videoteca é fundamental para que os pro-fessores possam localizar os programas mais adequados aotrabalho que estiverem desenvolvendo. Por isso, deve haver emcada escola uma pessoa responsável pela videoteca, que pro-videncie as gravações, faça os registros e esteja disponível paradar apoio e orientação aos professores.

Se algum programa de interesse deixar de ser gravado du-rante o período letivo, basta manter-se atento à Grade de féri-as: nesse período são reprisados os programas transmitidosno semestre anterior.

A TV Escola transmite os programas,e cabe às escolas gravá-los e formar suavideoteca. O MEC não distribui programas

gravados em fitas.

Esclareça suas dúvidas, conte suasexperiências, ofereça suas críticas.

Escreva para a TV Escola

Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação a DistânciaCaixa Postal 9659Brasília/DF – 70001-970

Fax: (61) 410-9178E-mail: [email protected]

[email protected]

Visite, na internet

www.mec.gov.br/seed/tvescola

Ligue para o Programa Fala Brasil

0800-616161Ligação gratuita

FALE CONOSCOFALE CONOSCOFALE CONOSCOFALE CONOSCOFALE CONOSCO

Como gravar

• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize a tevêe o vídeo.

• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.

• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo: este procedimentovale para a maioria dos equipamentos.

• Para programar antecipadamente a gravação, consulte omanual de uso do vídeo.

Como organizar as fitas na videoteca

• Terminada a gravação, rebobine a fita e volte o contador parao zero.

• Ponha a fita para rodar e assista à gravação desde o come-ço, anotando em que número do contador começa cada pro-grama.

• Registre os dados apresentados no início de cada programa,para depois catalogar a fita.

• Escreva o nome do programa gravado em uma etiqueta ecole-a na lombada da fita. Numere a fita.

• Prepare fichas por disciplina ou área temática, assunto,tema, número da fita, ou do modo que lhe parecer mais prá-tico para facilitar as consultas. Evite organizar apenas pordata de gravação.

• A classificação dos programas adotada pela TV Escola naGrade da programação e no Guia de programas é útil comoreferência para catalogar as fitas e montar a videoteca.