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www.tribunafeirense.com.br R$ 1 ANO XVI - Nº 2.540 FEIRA DE SANTANA, SEXTA-FEIRA 3 DE JULHO DE 2015 ATENDIMENTO (75)3225-7500 8 7 5 6 Defensoria entra na justiça contra o BRT Com base na argumentação apresentada em abril, quando cobrou por meio de ofício uma série de explicações à prefeitura, a Defensoria Pública do estado da Bahia entrou na justiça com uma ação civil coletiva, pedindo a concessão de uma liminar, que obrigue a prefeitura a suspender obras do BRT, iniciado segunda-feira. Para os 12 defensores públicos que assinam a ação, a obra não pode ser feita sem que antes o município elabore, ouvindo a sociedade, um plano diretor e um plano de mobilidade urbana. Pressão faz Boulevard suspender cobrança de estacionamento Funcionários e visitantes do fórum sofrem com obra Super-prematuros sobrevivem no Hospital da Mulher O medo maior é de doenças respiratórias ou de se acidentar. Mas no mínimo, quem vai ao fórum Filinto Bastos sai com a roupa muito suja de poeira. As atividades estão ocorrendo em meio a uma reforma de grandes proporções. A reforma está orçada em R$ 8 milhões. Os servidores querem explicações e ameaçam parar Em média quase toda semana nasce um prematuro no Hospital da Mulher. Alguns deles em condições extremas, com menos de 6 meses de gestação. Equipamentos e uma equipe treinada e experiente têm ajudado a salvar vidas que normalmente teriam probabilidade mínima de prosseguir. Mães de bebês prematuros contam também com as vantagens do método natural mãe canguru JULIANA VITAL

Edicao 03 07 15

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jornal Tribuna Feirense, Feira de Santana, Bahia

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www.tribunafeirense.com.br R$ 1ANO XVI - Nº 2.540FeIRA de SANtANA, SeXtA-FeIRA 3 de JULHO de 2015

AteNdIMeNtO (75)3225-7500

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defensoria entra na justiça contra o BRt

Com base na argumentação apresentada em abril, quando cobrou por meio de ofício uma série de explicações à prefeitura, a Defensoria Pública do estado da Bahia entrou na justiça com uma ação civil coletiva, pedindo a concessão de uma liminar, que obrigue a prefeitura a suspender obras do BRT, iniciado segunda-feira. Para os 12 defensores públicos que assinam a ação, a obra não pode ser feita sem que antes o município elabore, ouvindo a sociedade, um plano diretor e um plano de mobilidade urbana.

Pressão faz Boulevard suspender cobrança de estacionamento

Funcionários e visitantes do fórum sofrem com obra

Super-prematuros sobrevivem no Hospital da Mulher

O medo maior é de doenças respiratórias ou de se acidentar. Mas no mínimo, quem vai ao fórum Filinto Bastos sai com a roupa muito suja de poeira. As atividades estão ocorrendo em meio a uma reforma de grandes proporções.

A reforma está orçada em R$ 8 milhões. Os servidores querem explicações e ameaçam parar

Em média quase toda semana nasce um prematuro no Hospital da Mulher. Alguns deles em condições extremas, com menos de 6 meses de gestação. Equipamentos e uma equipe treinada e experiente têm ajudado a salvar vidas que normalmente teriam probabilidade mínima de prosseguir.

Mães de bebês prematuros contam também com as vantagens do método natural mãe canguru

JULIANA VITAL

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2 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015

@Brasil não consegue definir nem se é permitido cobrar estacionamento no shopping e quer um lugar no Conselho de Segurança da ONU@Falar de Dunga é fácil, eu quero ver Galvão criticar a direção da CBF, irmã siamesa da Globo, como a verdadeira culpada.@Pelo jeito que anda goleando na Copa América a Argentina vai trocar o presidente por um kaiser@Beto Richa(PSDB) abriu filial da caverna de Ali Babá

@Ministro da Justiça critica o sistema prisional brasileiro que o partido dele dirige há 12 anos. O Brasil tá botando alucinógeno na água.@Eu também não respeito delator, Dilma. Menos ainda, delatados!@A verdade é que quando Deus criou o mundo faltou um apóstolo com coragem para dizer: Senhor, vai dar merda. Cancela a edição@Como diz o Vaccari, mandioca pouca meu pixuleco primeiro@As mesmas pessoas que sentimentalmente lamentam a morte do sertanejo, contraditoriamente, desejam a morte do Zeca Camargo com toda ira@Levy erra cobrança de pênalti e Brasil fica fora da copa do crescimento@Dar dinheiro a Collor é repartir lucro com quadrilha@Novo mandamento: não cobiçarás a mandioca do próximo@No Brasil o sucesso é tão efêmero que tem famoso morrendo antes de ficar famoso@Diante das ameaças da existência que no julgamento final posso ser condenado ao inferno vou entrar com habeas-corpus preventivo@Fluminense de Feira já tem mais pontos que a Dilma de aprovação@Aeroporto é 2 de Julho. Eu não esqueço

Acomodado no berço esplendido em que os corruptos e corruptores gozavam de uma impunidade senhorial e um jurídico com drama psicológico que não ousava punir, famosos advogados que usufruíam da presunção de influência mais do que da presunção de inocência, viram-se surpreendidos por visões atualizadas do direito trazidas inicialmente por Joaquim Barbosa e, agora, por Sérgio Moro. Patriarcal e, em parte, acomodado, estes juristas viram seu poder esfacelar-se e muitos serem substituídos por advogados mais novos, mais antenados com as novas facetas do direito. É tolice imaginar que Sergio Moro esteja inventando a roda e que não haja no mundo jurídico experiências que lhe dêem sustentação. Não fosse assim as centenas de habeas-corpus dos acusados da Lava Jato teriam surtido

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A cigarra e formigaOs gregos esqueceram

a lenda da cigarra e da formiga e não entenderam que o tempo dos empréstimos fartos eram apenas um cavalo de Tróia. Dinheiro um dia tem de ser pago. Com aposentadoria aos 65 anos( as de alto risco, como cabeleleiro e tintureiro aos 50) jornada de trabalho mais curta, funcionalismo público

ineficiente e cheio de vantagens( inclusive prêmio por chegar pontual ao trabalho), 40 mil filhas de funcionários falecidos que recebem pensão como se nenhuma estivesse casada, corrupção e clientelismo viciantes, a quebradeira era inevitável. A conta chegou, mas ao invés de fazer a mea-culpa e

consertar os desmandos os gregos preferem culpar o inimigo externo – a Alemanha-, esquecendo de fazer o dever de casa. Ajudaria refugiar-se na caverna de Platão para refletir melhor e entender que não existe estado do bem estar social. O mundo é duro. A educação está vindo pela pedra.

Maré baixa Quando os Estados Unidos estavam em crise Lula dizia que o Brasil viveria

apenas uma “marolinha” e deu conselhos a Obama como fazer para sair da crise. Bem, os EUA saíram da crise, voltaram a crescer enquanto o Brasil entrou em recessão numa maré violenta de desemprego. Talvez fosse a hora de ir lá pedir conselhos como se faz ou pedir uma prancha emprestado antes que afunde total.

Sergio Moro e a Lava Jatoefeito imediato. Do mesmo o grupo de procuradores do MP tem referendado todas as acusações e o STF validado os acordos de delação premiada, um instrumento útil e legal, já elogiado por nossa presidente. Não podemos torcer a realidade ao gosto de nossa vontade. É possível que em uma operação deste tamanho pontualmente haja medida que extrapole algum limite- ainda que passível de discussão, sempre-, mas insignificante diante de sua magnitude. As teses mais novas do direito tem sido empregadas com eficiência em favor do estado e isto é algo que temos de levar em conta. Não há ranços, pelo menos não em quem tem melhor compreensão, contra os ricos. Acontece que estes ricos empreiteiros, alguns com imagem de grande construtor, fizeram megafortunas à sombra do poder público e o

noticiário sempre foi farto em colocar seus nomes no centro de uma quantidade infinita de fraudes. Apostavam na roleta russa achando que nunca haveria uma bala na agulha. Não podem reclamar. O ajuste é mais que natural que aconteça especialmente porque neste período petista houve perda de qualquer limite operacional. Ou como se diz no popular: juntou-se a fome com a vontade de comer. No mais, é só choro de quem alega ser virgem em casa de tolerância. Por outro lado, é bobagem acreditar que a corrupção será banida do estado. Esta esperança cabe, apenas, aos tolos. O que haverá é uma reordenação do sistema, adoção de limites menos desenfreados e uma ação judicial que se tornará mais efetiva impondo mais riscos e punições. E o mundo dos negócios seguirá.

As más noticias aparecem diariamente tanto no varejo como no atacado. A crise econômica e a falência do emprego têm levado a uma retração que pode ser medida das mais diversas formas: fabricou-se menos cerveja, reduziu-se a venda de combustível, caiu a fabricação de caminhões, a rede varejista demitiu, a inflação chegou a 9%. Seja

qual for a forma que você quiser o único consenso que não pode ser negado é que ela existe. O país, no entanto, segue mal administrado, sem comando, sem um líder com moral para reordenar a nação, ou que não passe o dia a explicar as infinitas denuncias de corrupção de seu partido. A fraqueza política confere inédito protagonismo ao Congresso-

nem sempre para o bem- e nos leva sem esperanças de um ano melhor. Aliás, a falência do estado da Bahia, com o corte de verbas e falta de pagamento de diversos setores é um exemplo disto. A sociedade precisa economizar, exigir austeridade do governo que ainda se comporta de forma perdulária e ir às ruas. O pior está apenas começando.

Crise financeira

Patrulhamentos, Zeca Camargo e a morte de Cristiano

Em 78, na plenitude do regime militar, o cineasta Cacá Diegues cunhou o meme “patrulhamento ideológico”. De lá para cá o termo, como uma serpente do mal, deu filhos a vários outros como o patrulhamento dos politicamente corretos, das cotas, do ativismo gay, dos ciclistas, da vitimização dos menores, dos imoladores da classe média e da elite branca, dos apologistas da linguagem coloquial, dos defensores da abolição do mérito, entre tantos outros. Agora, viceja como erva daninha o que chamo de “patrulhamento consensual” ou “patrulhamento viral”, pois é exercido via redes sociais e construídos a partir de consensos emocionais e efêmeros com base em temas que” viralizam”.

Um exemplo é a enxurrada de agressões, desaforos, palavrões, xingamentos homofóbicos, ditos ao apresentador da Globo, Zeca Camargo, porque ousou fazer uma discussão mais profunda sobre a comoção nacional da simbólica morte do cantor sertanejo, antes desconhecido, Cristiano Araújo. Ouvindo a matéria, observamos que não há ofensas pessoais ao morto, mas uma opinião sobre a dimensão musical que o referido cantor tinha e se a comoção que aconteceu reflete mais a necessidade de uma catarse coletiva ou um real sentimento, visto que a maioria não o conhecia.

Vejam que ele fala sobre cobertura da mídia x comoção x expressão musical nacional ou cultura e não da perda do indivíduo per si, do humano. O texto, com questões

comportamentais, em nível acima do adequado para a TV, não pode ser interpretado de forma ligeira.

Apesar disto, chega a ser assustador ler os comentários e agressividade. As mesmas pessoas que lamentam a morte do cantor, contraditoriamente, desejam a morte do jornalista com toda ira e a música sertaneja é alçada ao panteão dos intocáveis. A verdade é que pode-se discordar da opinião dele, pode-se achar que a relevância musical do sertanejo é maior - trata-se de gosto individual-, mas ofensa pessoal não é resposta a uma crítica de gênero musical, ou sobre o momento cultural que vivemos, afinal, é disso que trata o texto de Zeca Camargo. A verdadeira liberdade é quando respeitamos o outro quando ele diz as coisas que não gostamos.

@cesaroliveira10

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015 3

Glauco Wanderley [email protected]

ASSIM FALOU

Licitação de ônibusSem um serviço decente de ônibus a estrutura física

do BRT não adianta nada. A prefeitura vem tentando desde março efetuar a troca das empresas que prestam o serviço na cidade, mas a licitação está suspensa por ações judiciais. O governo talvez recorra a cancelar esta e tentar uma nova.

“Se a decisão for favorável no tribunal, nós evidentemente abriremos os envelopes, que é a última parte que falta. Se não for positiva, vamos publicar uma nova licitação o mais rápido possível. O certo é que há uma decisão governamental de fazer a licitação”, avisou.

MANIFeStO dOS PIONeIROS dA edUCAÇÃO

Chapéu alheioFicou feio a assessoria

fingir que o governo do estado tinha qualquer coisa a ver com a obra do BRT, lançada na segunda-feira (29). Antes de começar a solenidade na Pampalona o locutor do cerimonial estadual assinalava que “daqui a pouco o governador chega para assinar a ordem de serviço” e encerrava a fala recitando o slogan da administração Rui Costa.

Os textos distribuídos pela secretaria de Comunicação para a imprensa de todo o estado, por sua vez, também

ignoraram o prefeito: “As obras para a construção do BRT (Bus Rapid Transit) de Feira de Santana foram iniciadas na manhã desta segunda-feira (29), após assinatura de ordem de serviço dada pelo governador Rui Costa e pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab”.

No BRT, o estado não tem qualquer participação. Tampouco o governo federal está bancando a obra. Empresta o dinheiro, por meio da Caixa, mas o recurso será pago integralmente pelo município.

Rui renova promessas para FeiraPor enquanto o

governador da Bahia não tem nada a mostrar ao eleitor de Feira de Santana. Mas injetou ânimo ao discursar no lançamento da obra do BRT, na Pampalona.

Garantiu que conseguiu equacionar com o Banco Mundial a inclusão em um empréstimo, da verba para construir um novo hospital geral. O dinheiro inicialmente seria apenas para um hospital em Ilhéus, cuja ordem de serviço será dada este mês. Mas graças à negociação, o de Feira será lançado até o final do ano, garantiu Rui. E acrescentou que a destinação do Clériston Andrade será discutida com o prefeito José Ronaldo.

O problema para Rui é que suas promessas estão quase todas atreladas a decisões que não são

dele. Por exemplo, causou sensação na plateia ao falar sobre a possibilidade de um trem de passageiros, fazendo a ligação entre Feira e Salvador a uma velocidade de 150 quilômetros por hora. Mas para isso precisa que o governo federal acate suas ideias para a Ferrovia Centro Atlântica, que implicam numa mudança de traçado, saindo do Recôncavo e Alagoinhas para vir a Feira. É uma proposta que Rui apresentou na campanha, mas foi recebida com entusiasmo e como novidade pelo público na Pampalona.

Esta ferrovia se integraria a toda a logística de movimentação de cargas, que no discurso do governo do estado é o caminho para o desenvolvimento de Feira. O que passa também

pelo aeroporto João Durval. Neste, é preciso ampliar a pista, para que receba aviões cargueiros e entre na rota da aviação de verdade. Depende também de investimento do governo federal. Enquanto isso, mostrando que está atento ao que se passa na cidade, Rui garantiu - sob aplausos - que falou com o presidente da Azul, que lhe disse que assim que o balizamento noturno estiver homologado, voltará o voo direto entre Feira e Campinas. “Sei que esse é o desejo da comunidade”, reconheceu. A manutenção será feita durante a noite, quando chegaria o avião de São Paulo, partindo de volta mais cedo de manhã, como aspira a classe empresarial.

Ainda em relação ao

aeroporto, o governador reafirmou sua intenção de abrir uma avenida denominada Perimetral, que sairia da BR 324, na altura da BR 101 e seguiria rumo ao aeroporto, facilitando a chegada e saída de cargas (a Perimetral continuará após o aeroporto, até o entroncamento de Tanquinho). Teria ainda a virtude de retirar caminhões de dentro da cidade. Essa o governador disse que espera conseguir começar até o fim do mandato. Finalmente, Rui citou os planos do governo federal, de duplicação do Contorno e da BR 116 rumo a Serrinha e de uma possível construção de uma terceira pista pelo menos em trechos da BR 324, ideia que foi incluída no pacote de intenções de concessões anunciado recentemente por Dilma Rousseff.

Mais 40 mil casas

Os estudantes que reclamaram no rádio porque a Biblioteca Municipal estava fechando no São João fazem parte de um grupo que se comporta mal quando frequenta o recinto, de acordo com a diretora da instituição, Lucyana Nascimento, de acordo com resposta formulada a nota da edição passada.

Ela volta a defender o fechamento no período junino, com base na “utilização baixíssima”.

Quantos aos estudantes, pela descrição que Lucyana faz, são muito mal educados. “São os mesmos que dizem que a biblioteca não tem nada, mas quando há um evento diz que é palhaçada. São os mesmos que trancam a sala reservada, colocam materiais nas outras mesas para parecer que tem gente estudando, tudo para que outros alunos não entrem, porque acham que é território exclusivo deles. São os mesmos que semana passada nos informaram que foram ameaçados por outro estudante, que segundo

Não há nada oficial, mas o ministro Gilberto Kassab aproveitou para agradar a plateia, especulando que Feira de Santana pode ter mais 40 mil unidades do Minha Casa Minha Vida, na fase 3 do programa, que o governo lança em breve.

O raciocínio é que nas duas primeiras fases do MCMV, foram contratadas 3 milhões de unidades no país e Feira ficou com quase 40 mil. Como na fase 3 o governo projeta

outras 3 milhões de unidades, o município poderia também repetir o número.

O MCMV injetou milhões de reais na economia e tem muito a ver com o boom econômico de Feira de Santana. A manutenção no mesmo ritmo seria um impulso importante para fugir à crise e retomar os empregos que no próprio setor da construção civil encolheram significativamente.

Os reclamantes da bibliotecaeles estava armado, mas não comprovamos o fato. Muito provavelmente foram ameaçados porque não querem permitir que outros alunos usem o mesmo ambiente, ceifando o direito de ir e vir das outras pessoas e desacatando os funcionários (crime previsto no código penal). Uma biblioteca não se faz apenas disponibilizando o espaço para o aluno colocar os pés nas cadeiras e comer em local proibido. Uma biblioteca se faz com um bom acervo, com acessibilidade, com informatização, com qualidade no atendimento, com qualificação da equipe”.

Ora, se tem gente se comportando tão mal na biblioteca, eles têm que ser enquadrados às normas, a qualquer dia, a qualquer hora. Estranho que sejam justamente os querem mantê-la aberta por mais tempo.

Nada, porém, justifica reduzir o horário de funcionamento porque é São João, porque tem pouca gente ou porque os funcionários pedem pra fechar.

Religião contra o crimeAfirmando, como fazia Wagner, que faltam valores

morais e religiosos, o governador Rui Costa disse que o crime não é problema só da polícia. Por isso, pretende chamar representantes da igreja católica, evangélica e do candomblé para o Pacto Pela Vida. “O problema é também de família e religião”. Por isso o governador quer religiosos palestrando nas escolas, para ver se por meio da fé os alunos fogem das drogas, que ele definiu como “o gafanhoto que está acabando com nossos jovens”. Recomendou também que os prefeitos considerem a possibilidade de fazer o mesmo em suas redes.

dureza O Fluminense divulgou o balanço de abril. Teve R$ 126 mil de receitas e R$ 127 mil de despesas. Entre as receitas, R$

15 mil foram de doações e R$ 78 mil de patrocínios. Dá para se ter uma ideia da dificuldade que é administrar o futebol. Que a primeira divisão conquistada a duras penas, traga melhor sorte em 2016 ao clube, que é, como diz o chavão, a melhor divulgação da cidade.

RUI COStA, governador

“Daqui a pouco vai ter que botar algema em menino no berçário, se a gente não cuidar do problema maior”referindo-se à proposta de redução da maioridade penal

“Na hierarchia dos problemas nacionaes, nenhum sobreleva em importancia e gravidade ao da educação” assinado, em março de 1932, por, entre outros, Anísio teixeira, Roquete Pinto e Cecília Meireles

JAIMe LeRNeR, criador do BRt

“Não é só implantar corredores onde o ônibus tem prioridade. É criar uma rede de transporte público de qualidade bem detalhada e bem operada, senão a população vai dizer que é só ônibus. E não é.”

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4 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015

Glauco Wanderley

Começou na manhã de segunda-feira a construção da estação de transbordo da Pampalona, que vai servir ao BRT. Tratores trabalharam na terraplanagem da área, enquanto ao lado ocorria a solenidade de assinatura da ordem de serviço.

O evento foi prestigiado. Atendendo ao convite feito por José Ronaldo em Brasília no dia 17, compareceu o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. O ministério foi quem abriu, em 2012 (ainda na gestão de Tarcízio Pimenta), uma linha de crédito por meio da Caixa, para financiar obras de mobilidade país afora e Feira teve a carta consulta aprovada.

Veio também o governador da Bahia, a convite do prefeito, embora o estado nada tenha a ver com a obra. À vontade, Rui Costa conseguiu arrancar aplausos de uma claque majoritariamente formada por ocupantes de cargos de confiança do governo municipal.

Com o convite a Rui, Ronaldo deixou seu arqui-rival Zé Neto. Ao longo do tempo o deputado estadual fez muitas críticas à opção de colocar o BRT na Getúlio Vargas, por uma possível descaracterização da avenida. E também acusa o governo de não ter discutido o suficiente o projeto. Assim o petista preferiu não ir ao evento. Em entrevista, o governador foi questionado sobre o assunto e admitiu que seu aliado estaria desconfortável no palanque.

Além dos citados, vieram o senador Otto Alencar, o deputado estadual Carlos Geilson, os deputados federais José Nunes e Fernando Torres. Também estavam prefeitos de cidades vizinhas, vereadores e ex-deputados.

Até onde vejo, o anunciado início das obras do Bus Rapid Transit (BRT) não passa de um blefe, ou seja, desde a última sexta-feira o governo tem construído um “espetáculo” para encenar a vitória sobre a resistência à imposição de seu projeto.

Para tanto, mobilizou a mídia local e outros agentes do Estado para criar uma ideia de “fato consumado”, bem como usou novamente o dinheiro público para tentar convencer por meio de propaganda a população a apoiar o tal projeto.

Seguindo a cartilha da disputa pelo lugar de “pai da criança”, o governador da Bahia e o Ministro das Cidades também participam da peça. Pouco importa se a obra realmente atende às necessidades da maioria da população ou se cumpre o mínimo previsto na lei acerca do planejamento urbano: o importante é aparecer na foto!

O governo municipal aposta que esse “faz de conta” seja também um “abracadabra” que acabe com a resistência à imposição do BRT, como se cortar um laço de inauguração e fazer uns buracos em um terreno desse um fim mágico às críticas organizadas e à rejeição difusa ao projeto.

A tática é velha, assim como o seu momento: contando com a desmobilização, José Ronaldo tem um longo histórico de uso de períodos festivos e feriados para impor aumentos de tarifas de transporte e outras medidas impopulares. Porém, por mais que queira, nem mesmo a dita estação de integração da Pampalona ficará pronta no primeiro dia de “construção” – que, aliás, a população da área espera desde a implantação do Sistema Integrado de Transporte (SIT), em 2005. No desespero para “mostrar serviço”, o prefeito, que não é estúpido ao ponto de acreditar na própria farsa, escolheu um ponto inconcluso do projeto do falido SIT, previsto dez anos atrás, para dizer que é o “início do BRT”. Afinal, ele sabe muito bem que a contestação social e legal ao projeto do BRT tem fundamentos ambientais e urbanísticos sérios. Não à toa, não teve coragem de encaminhar nada que seja verdadeiramente ligado ao BRT.

Além da óbvia falta de participação popular, basta lembrar que a ausência de um diagnóstico profundo da realidade feirense, que seria parte de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) atualizado, conforme previsto no Estatuto da Cidade (10.257/2001), torna o projeto do BRT um grande risco de que mais de R$ 90 milhões de dinheiro público sejam usados em uma obra que se revele rapidamente equivocada por falta de estudo das necessidades do município no médio e longo prazo. O próprio diretor técnico da Prisma, empresa que elaborou o projeto, revelou em entrevista a um jornal local que o trajeto das vias segregadas do BRT (fundamentalmente a Av. Getúlio Vargas e Av. João Durval) foi definido antes de estudo detalhado. Situação agravada porque o projeto funcional e operacional do Sistema BRT apresenta apenas uma pesquisa de “embarque desembarque por ponto” nas avenidas previamente definidas para dar lugar ao BRT. Dessa forma, não foi realizada qualquer análise séria de origem-destino de passageiros dentro do SIT no conjunto do município ou do fluxo entre os usuários das diferentes formas de mobilidade (motorizadas e não motorizadas, coletivas e individuais).

É evidente que a jogada do prefeito conta também com o silêncio de instituições públicas que se envolveram na questão até aqui, ao ponto de afirmar que faz tudo com seu “total apoio”. Seja qual for a sua posição, inclusive por uma obrigação de transparência, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e o Judiciário precisam se colocar claramente.

Ao contrário do discurso oficial do governo municipal, ainda há “um mundo” de representações, ofícios e ações judiciais que carecem de resposta. Além disso, a mobilização popular continua na rua contra um projeto de BRT que só reforça os problemas do sistema de transporte atual e implica na destruição de pelo menos 165 árvores da Av. Getúlio Vargas, dentre outros problemas. Assim, o anunciado “início do BRT” é apenas uma piada, de mau gosto é bem verdade. É risível, mas sem graça. Esquece o prefeito que, como ensina a sabedoria popular, o melhor riso é o último.

Construção do BRt iniciada pela Pampalona

Ao discursar, Ronaldo se emocionou logo no começo, quando afirmou “Deus sabe a luta para chegarmos neste momento”. Depois, em entrevista, explicou: “A luta foi grande e claro que quando a gente vê um sonho sendo realizado, é lógico que se emociona”.

O prefeito declarou à Tribuna Feirense que acredita que as objeções ao projeto foram superadas. A prefeitura afirma que teve aval dos ministérios públicos estadual e federal até para o processo da licitação que em março escolheu a Via Engenharia para executar o serviço. Até o final do ano passado promotores e procuradores cobravam mais discussão e foi em atenção a eles que a prefeitura promoveu audiências públicas em dezembro.

Em abril do corrente ano, defensores públicos do estado fizeram o questionamento mais duro até agora e pediram a suspensão do processo e pediram explicações ao governo. Ronaldo se mostra otimista com as explicações oferecidas pelo governo, em resposta à solicitação dos defensores. “Discutimos, todos os documentos que nos pediram, nós demos. E estamos abertos ao diálogo, à conversa, não só com Defensoria mas com qualquer pessoa de Feira de Santana para discutir esse assunto”, garantiu.

Opositores continuam a criticar o projeto, como faz o candidato a prefeito pelo Psol, Jhonatas Monteiro, em artigo publicado nesta página. Para ele, as ações da prefeitura não satisfazem princípios legais e a obra pode e deve ser paralisada.

Um grupo de opositores marcou reunião para a noite de ontem para debater o que fazer. Mas a verdade é que nenhum movimento contrário

demonstrou adesão até agora, a não ser no Facebook.

A retirada de árvores na avenida Getúlio Vargas é a principal queixa de parte dos contrários. Há quem espalhe que todas serão removidas, usando uma fotomontagem de um BRT hipotético passando pela principal avenida da cidade.

Na verdade sairão apenas as que estão em locais coincidentes com estações ou intervenções maiores, como a trincheira que vai eliminar o cruzamento entre as avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas. Ao todo são 165 árvores, que o governo promete replantar em sua maioria (o diretor de Áreas Verdes, Deodato Peixinho, acha que dá para retirar menos, com pequenos ajustes no projeto).

O BRT é a principal realização que Ronaldo espera apresentar no atual mandato. O custo estimado da obra é de quase R$ 100 milhões. Entretanto, o cronograma proposto é de 20 meses, o que impede que fique pronto até a eleição, para a qual faltam agora 15 meses.

A estação da Pampalona será erguida em terreno público. Obras de drenagem e as estações de transbordo (uma na avenida Nóide Cerqueira e outra na avenida Ayrton Senna) comporão a primeira etapa da construção do novo sistema de transporte.

O secretário Carlos Brito, de Planejamento, disse à Tribuna Feirense que a construção das vias exclusivas nas avenidas, onde vão circular os ônibus, deve começar a partir de setembro, por ser um período em que já terá parado de chover.

No discurso do início da obra, o prefeito detalhou pontos do projeto, ao qual se refere

como uma revolução no transporte de passageiros na cidade, mas que segundo ele trará também melhorias paisagísticas para as três principais avenidas da cidade (Getúlio Vargas, Maria Quitéria e João Durval), que terão pistas de cooper arborizadas.

Jhonatas Monteiro: O início do BRt como piada de mau gosto

Jhonatas MonteiroFoi candidato a prefeito pelo Psol em 2012

Ronaldo contou ainda no discurso que levou o ministro Kassab para conhecer os viadutos construídos em seus governos anteriores e deu a entender que fez outros pedidos, que entretanto não revelou ao público.

Sempre entusiasticamente aplaudido, aproveitou

para registrar que termina no próximo ano o pagamento do empréstimo para os viadutos, contraído junto à Corporação Andina de Fomento, banco com sede na Venezuela, mantido com recursos governamentais de vários países, entre eles o Brasil.

Tratores fizeram terraplanagem enquanto ocorria o lançamento da obra pelas autoridades no palanque ao lado

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015 5

Adilson Simas

Feira Ontem

O destino do mercado municipal

everaldo x Josué

Passagem na cadeia

O prefeito Ronaldo, o ministro Kassab e o governador Rui Costa, na assinatura da ordem de serviço

Sem a presença da candidata laranja Cristiane Fernandes (PSN/PTB), foram muitos os debates nas eleições municipais de 1996. E inesquecíveis os duelos entre os prefeituráveis everaldo Soledade (PPS) e Josué da Silva Mello (PFL).

Num deles, após exaltar o modelo cubano de saúde, e garantir que se eleito no seu governo o feirense teria a mesma assistência médica, Josué, “o magnífico reitor” continuou sua fala como que dando aula: “a importância das cidades do

Marginal de alta periculosidade com três fugas da cadeia pública, Fernando Felix foi morto na sexta-feira, 24 de janeiro de 1975 pelo comparsa, vulgo Ilhéus, com uma barra de ferro, num dos cubículos da velha Cadeia Pública construída no tempo do prefeito Elpídio Nova e que nos anos oitenta passou a ser a sede da Câmara Municipal.

Avisado pelo carcereiro Pelé, o delegado Jurandir Fernandes,

acompanhado do médico legista se dirigiu imediatamente ao local do crime e mesmo antes do interrogatório o presidiário assassino abriu o jogo:

- doutor, mandei o Fernando fazer uma viagem. Venha ver...

Glauco Wanderley

No final da tarde desta quarta-feira, a Defensoria Pública do estado da Bahia deu entrada na justiça em uma ação civil coletiva com pedido de liminar para imediata suspensão da execução do projeto do BRT, que a prefeitura começou a executar na segunda-feira, quando foi emitida a ordem de serviço e iniciada a construção da estação de transbordo na Pampalona.

Na ação os 12 defensores que assinam o documento, repetem as ressalvas ao projeto feitas em ofício do final de abril para a prefeitura. Em suma, advogam que não se pode executar obra de tamanho impacto na cidade sem que haja antes a elaboração de um plano diretor com participação da sociedade e de um plano de mobilidade nos mesmos moldes.

Para os defensores, o plano diretor de Feira de Santana não abrange o conteúdo mínimo que deve constar em lei do tipo, conforme a legislação federal. Eles consideram um erro que matérias que dizem respeito ao plano estejam espalhadas em leis avulsas, como as de uso do solo.

O plano diretor que vigora é de

O prefeito Colbert Martins já havia mandado publicar o edital para as obras de restauração transformando em Mercado de Arte Popular, o velho mercado municipal desativado pelo ex-prefeito José Falcão em janeiro de 1977, quando a feira-livre passou a ser realizada no Centro de Abastecimento.

Diante das notícias que voltaram a circular pela cidade dando conta de que o Banco do Brasil estava interessado na compra do imóvel, encerrada

a sessão de quarta-feira, 5 de julho de 1978, os repórteres procuraram o líder governista otaviano campos, que não pensou duas vezes para opinar:

- o sol nasce para quem compra e se põe para quem vende...

mundo moderno passa pela atenção que deve ser dada ao homem, pois é na cidade que o homem mora”. Foi interrompido por Everaldo, o candidato “preto e branco” que levantou a plateia:

- Gente, o Josué descobriu que homem mora na cidade; Tarzan deve estar insatisfeito.

defensoria entra com ação para suspender BRt

1992. Deveria ser revisado de 10 em 10 anos, o que não ocorreu. Ao mesmo tempo a prefeitura não conseguiu, ao apresentar justificativas à Defensoria, comprovar que houve participação popular. Nem mesmo nas leis que se relacionam com o plano diretor, aprovadas mais recentemente, o município teve condições de comprovar a necessária participação popular.

Nas explicações que apresentou à Defensoria o município admitiu que o BRT se baseava no projeto do SIT (Sistema Integrado de Transporte). Porém o SIT também não foi elaborado de forma participativa.

Quanto ao BRT propriamente dito, para a Defensoria não ficou demonstrado que houve os devidos esclarecimentos, e que tenham sido oferecidas oportunidades para a população se manifestar.

A Defensoria pediu naquele ofício de abril que a prefeitura indicasse qual o planejamento para o futuro do BRT. Recebeu como resposta que tudo estava no Projeto Executivo, sem indicar aonde. Ocorre que analisando o projeto

os autores da ação encontraram somente referências à parte que tem sido propagada pelo governo, ou seja, as vias segregadas nas avenidas João Durval e Getúlio Vargas e áreas afetadas pela passagem do transporte nestas vias. De onde a Defensoria inferiu que pode estar ocorrendo um “planejamento imediatista e descontextualizado de um estudo social e urbanístico de longo prazo”.

A ação cautelar alerta para o fato de que “a implantação do BRT, potencialmente, envolve significativos impactos econômicos, sociais, ao orçamento público e ao meio ambiente natural e cultural”, mas que o planejamento urbano e de mobilidade da prefeitura “não observa diversos dispositivos constitucionais e legais, que viciam e invalidam o projeto do BRT e impedem a sua execução”.

Para a Defensoria, a política pública municipal não atende “minimamente” os princípios de gestão democrática e controle social”, estabelecidos por leis diversas. Inclusive por não se basear em um plano diretor participativo nos moldes do Estatuto das Cidades.

A ausência de um Plano de Transporte e

Mobilidade prévio é outra falha apontada, que atenta contra o que é determinado pelo Estatuto das Cidades.

Diante disso, os defensores questionam se a alocação do recurso próximo a R$ 100 milhões, a serem pagos por 20 anos, será a mais adequada.

Registram ainda que as licitações ocorreram sem que existisse a licença ambiental e que a própria Defensoria tem diligências em andamento.

Assinam a peça os defensores Aldenise Ferreira dos Santos, Barbara Ribeiro Mendes Mascarenhas, Eduardo Feldhaus, Fábio Pereira de Aguiar, Marcelo Santana Rocha, Mauricio Martins Moitinho, Wesley Sodré Alves de Oliveira, Liliane Miranda do Amaral, Aurelino Netto, Camile Lizandra de Santana, Flavia Apolonio e Manuel Portela Junior.

O secretário de Comunicação da prefeitura, Valdomiro Silva, disse que o governo ainda vai tomar conhecimento oficial da ação, para em seguida adotar as providências cabíveis, que estarão a cargo do procurador Cleudson Almeida, responsável pela defesa do município.

Silvio TiTo

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6 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015

A cobrança pelo estacionamento no shopping Boulevard, em Feira de Santana, foi temporariamente suspensa. O centro comercial vinha sendo pressionado pelo Procon, órgão do Poder Executivo, pela Câmara de Vereadores e pelos próprios consumidores, que organizaram pelo Facebook um boicote durante todo o mês de julho. Em um único dia da proposta de boicote no ar o número de convites espalhados pela rede social superou 50 mil.

Quando os shoppings começaram a cobrar pelo estacionamento em Salvador (dia 22), a direção ainda não admitia que no Boulevard haveria cobrança. A admissão

JulIana VITal

A reforma do Fórum Filinto Bastos em Feira de Santana tem causado uma série de transtornos tanto para quem trabalha como para quem precisa frequentar o prédio. Iniciada em dezembro do ano passado, a obra causa problemas na rotina dos servidores do Fórum. Episódios de incidentes como alagamentos, quedas de energia, queda de reboco, são corriqueiramente relatados pelos servidores, sem falar no incômodo com a poeira e o barulho.

Uma manifestação está marcada para o dia 8 de julho, organizada pelo Sinpojud, o sindicato dos trabalhadores do Judiciário. Eles vão paralisar as atividades e pretendem não deixar ninguém entrar no prédio do Fórum, para chamar a atenção sobre a situação.

Antônia, servidora da 2ª Vara Cível, reclama que desde o início das

Sob pressão, Boulevard desiste de cobrar estacionamento

Tudo estava preparado para a cobrança (de valor desconhecido), mas na última hora o shopping recuou

veio em entrevista na TV em Salvador, dada no fim do mês passado pelo presidente da associação, Edson Piaggio, que é sócio também do Boulevard Feira.

Só às vésperas do dia 1º o Boulevard começou a veicular propaganda informando que entraria o mês cobrando. Diferente da capital, não houve nenhum acordo com a prefeitura,

que em Salvador exigiu benfeitorias públicas como contrapartida, além de submeter os estabelecimentos a algumas exigências relacionadas ao próprio espaço do

estacionamento, como mais vigilância, por exemplo.

Em Feira de Santana, nem o preço foi informado, embora já esteja montado stand perto do Bompreço identificado como “caixa do estacionamento”. O shopping também não emitiu qualquer comunicado avisando da suspensão. Apenas as lojas foram informadas da suspensão por uma circular da superintendência, na qual se diz que prosseguirá o processo de cadastramento para concessão de credenciais (1 para lojas pequenas e 2 para âncoras).

Como a cobrança não ocorreu, Procon e Câmara deram-se por satisfeitos. “A

Câmara de Vereadores está satisfeita em ver que a lei prevaleceu e que o Boulevard Shopping foi sensato em recuar com a iniciativa de cobrança”, comemorou Ronny, prevendo, entretanto, que a pressão permanecerá por parte do shopping. “Até o último momento a Câmara vai lutar para que não haja a cobrança”, prometeu.

O chefe da fiscalização do Procon, Itaracy Pedra Branca Junior, ressaltou que a decisão do Supremo Tribunal Federal que liberou a cobrança é válida só em Salvador, porque existiu lá uma ação judicial específica contra a prefeitura. Para que a medida seja aplicada em Feira, apenas com autorização judicial. “A administração terá que ir à Justiça para revogar a lei que proíbe em Feira”, avisa.

Servidores farão protesto por trabalhar dentro de obra no Fórumobras, sua saúde não tem sido a mesma. “Vivemos gripados, a poeira incomoda muito, o barulho não nos deixa trabalhar tranquilos, a situação aqui está insuportável”, define. Ela conta que na semana passada, houve um grande vazamento de água pelo teto, que inundou a sala da 2ª Vara.

Transitar pelo Fórum se tornou difícil e até perigoso. Os trabalhadores da obra estão por todo lado, furando paredes, criando uma imensa névoa de poeira, causando sujeira, barulho, deixando as pessoas com receio de entrar. Duane Dantas, 19 anos, aguardava na porta, pela hora da audiência. “Eu já estive lá em cima para ver a hora direitinho mas voltei para a porta para esperar. Meu pé já está todo branco de poeira e não tem a menor condição de ficar aí dentro respirando esse pó”, afirma.

Para o assessor de magistrado da 2ª vara cível, Daniel Malta, a reforma causa um prejuízo no trabalho desenvolvido dentro do Fórum, que é altamente intelectual. “Nós trabalhamos com uma necessidade grande de concentração, fora que por diversas vezes a nossa estrutura é prejudicada com a interrupção da internet, a falta de energia, sem dizer do barulho, da poeira. Tudo tem contribuído para prejudicar o andamento dos serviços”, reflete.

Daniel acrescenta que os servidores querem maior clareza sobre os gastos com a obra, que são em torno de R$ 8 milhões de reais. “Quando a Justiça anunciou a reforma, os juízes foram informados mas nenhum servidor recebeu satisfação sobre como seria gasta esta verba. Além do

que nenhum servidor foi ouvido sobre suas necessidades, e até sobre como seria conviver com a reforma, como seria possível trabalhar paralelamente “, critica.

Procuramos a administração do Fórum, mas a informação recebida foi de que o servidor Antonio Ferreira está de licença. O vice administrador, Rubem, também não foi encontrado. Sem sucesso foi também a procura pelo engenheiro responsável da obra, André Leal, que não se encontrava no local e não atendeu a nenhuma das nossas ligações.

O prazo para que a obra seja concluída é de 13 meses. O prédio que tem 7,2 mil metros quadrados de área construída e em 2014 completou 50 anos de construção, sofreu ao longo deste período intervenções e ampliação com a construção de um anexo de quatro andares.

Quem vai ao fórum tem medo de ser atingido

JULIANA VITAL

JORGE MAGALHÃES

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015 7

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Criança precisa de doação de medula urgente

lana MaTToS

Foi internado na quinta-feira (25) o menino João César de Medeiros Neto, de 13 anos, no Hospital Estadual da Criança (HEC), com febre e sangramento na gengiva, além de um inchaço no cotovelo, do qual se retirou meio litro de secreção, segundo sua mãe, Adriana Batista de Jesus. O quadro se

deve à baixa imunidade, devido ao agravamento de uma aplasia medular, que faz com que João César precise com urgência de uma doação de medula óssea.

O irmão do garoto, José Adriano de Jesus Medeiros, de 11 anos, seria um doador 100% compatível. Mas, ao realizar os exames que precedem a doação, descobriu-se que ele também é portador

da doença. Ambos precisam de doação de medula e sangue, mas o mais velho, João, está em situação mais grave.

Aplasia medular é uma doença rara, caracterizada pela alteração no funcionamento da medula óssea. Nesta doença, o indivíduo não é capaz de produzir de forma satisfatória as células que compõem o sangue.

Adriana conta que toda semana tem de levar João ao HEC devido a sangramentos. Ela pede apoio à população para que faça o teste de compatibilidade a fim de doar medula e salvar a vida de seus filhos. O transplante de medula será feito no Hospital das Clínicas, em Salvador, pois em Feira de Santana não é feito este tipo de procedimento.

João César, internado no Hospital Estadual da Criança

Para se tornar um doador de medula óssea, basta estar saudável e ter entre 18 e 55 anos incompletos. Quanto mais pessoas se cadastrarem para doação, melhor, para que se encontre o tipo compatível. A medula se recompõe em apenas 15 dias.

Os interessados devem se dirigir à Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), localizada no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), ao lado da Emergência. Para maiores informações, o telefone é (75) 3221-6888. Também é possível entrar em contato com a mãe das crianças, Adriana, através do telefone (75) 8254-9093.

QUeM POde dOAR

PM e prefeitura apreendem clandestinosUma ação

conjunta da SMTT (Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito), 64ª Cia da Polícia Militar, Rondesp e a SMT (Superintendência Municipal de Trânsito) resultou na apreensão de 16 veículos, sob a acusação de serem usados no transporte clandestino de passageiros, o popular “ligeirinho”, para bairros principalmente da zona leste da cidade. Eles estavam estacionados na praça do Nordestino.

De acordo com o

secretário Ebenezer Tuy, foi constado que alguns veículos estão com a documentação irregular, problemas nos freios e as condições físicas dos pneus não estão boas. Há até motoristas que não são habilitados ou não estão com a CNH em dia. “Eles também estavam estacionados em local não permitido”, acrescenta o secretário.

O titular da SMTT ainda disse no período da tarde os fiscais vão continuar verificando a situação

dos veículos. A multa para quem for flagrado fazendo “ligeirinho” é de R$ 2 mil, mais a notificação pela transgressão à norma do trânsito.

Segundo o secretário, populares denunciam que motoristas destes veículos andam armados e intimidam os transeuntes. “As operações para combater este tipo de infração vão continuar sendo feitas periodicamente”, garante o secretário.

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8 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015

JulIana VITal

Quando descobriu que estava grávida, Scheyla da Silva Ferreira, 34 anos, já tinha quase cinco meses de gestação. A surpresa de receber uma segunda filha veio após 14 anos do nascimento da primogênita.

Sem saber da sua condição, Scheyla ficou sem realizar o pré natal por quatro meses. Na sua primeira consulta recebeu o diagnóstico de pressão alta. Ela foi para o Hospital da Mulher apenas para receber uma medicação, mas foi internada imediatamente, com complicações na gravidez. “Eu cheguei aqui para ser medicada, quando fui avaliada pelos médicos, que constataram que a minha pressão estava tão alta que a placenta parou de trabalhar. O bebê já estava em sofrimento e foi preciso realizar a cesária”, relembra.

Ana Vitória nasceu no dia 8 de abril deste ano, com 5 meses, e pesando apenas 586 gramas, considerada uma “super prematura” pela medicina, com pouquíssimas chances de sobreviver. Foi o menor bebê a nascer e sobreviver, em Feira de Santana. “No centro cirúrgico eu me lembro da médica me dizer que ela precisava chorar quando nascesse, pois ela só sobreviveria se chorasse e foi o que aconteceu. Quando

Bebês super prematuros salvos no Hospital da Mulher

ela nasceu deu logo um berro, chorou bastante e foi uma alegria enorme pra mim”, comenta a mãe emocionada.

Ao nascer ela foi transferida para a UTI neonatal onde ficou por 77 dias. Saiu pesando 1,320 quilo. Nem deu tempo da mãe produzir leite. Por isso, Ana Vitória está recebendo alimentação através de uma sonda, com leite materno doado pelo banco de leite do hospital.

Hoje ela está com a mãe no projeto “Mãe canguru”, no próprio hospital, recebendo o acompanhamento dos pediatras até que alcance peso suficiente para alta, que é de 1,9 quilo. Depois da alta ela vai retornar, para ser acompanhada por estes profissionais até um ano de vida. “Eu agradeço primeiro a Deus por este milagre, mas em segundo lugar ao hospital da mulher, pois não sei o que teria sido sem eles. Aqui tudo foi feito para que minha filha sobrevivesse e hoje eu posso comemorar esta vitória”.

A vitória que fez inclusive com que o nome do bebê fosse mudado. A mãe tinha encomendado os bordados da filha, que se chamaria Ana Julia. Mas ao nascer recebeu o nome de Ana Vitória. “Eu liguei correndo para a moça do bordado e perguntei se ainda daria tempo de mudar. Por sorte ela só tinha começado a bordar o Ana, então eu pedi para incluir o Vitória. Ela é uma verdadeira vitória. Foi um susto grande mas todos os dias na UTI eu ficava feliz

por vencer cada dia. Eu via a evolução dela. O que superou tudo foi o carinho o amor e a dedicação da equipe”, afirma.

SItUAÇÃO FReQUeNteCasos de super

prematuros com êxito tem sido uma constância no hospital e para a presidente da fundação hospitalar que o administra, Gilberte Lucas, é reflexo do investimento em equipamento, estrutura, capacitação e dedicação dos profissionais. “Ainda este ano tivemos outro caso de uma bebê que nasceu com 800 gramas e sobreviveu graças ao esforço da nossa equipe, que é multidisciplinar e atende a todas as necessidades, tanto da criança como da família. São quase 250 profissionais em todo o hospital. A participação da mãe também é relevante, pois o contato delas com os bebês faz muita diferença”, afirma.

O hospital dispõe de todo o equipamento necessário para estes casos difíceis. Não faltam medicamentos e a própria estabilidade da equipe colabora para o sucesso. Há 9 anos o grupo é quase o mesmo. “Não há rotatividade, nossa equipe já é consolidada. O hospital faz todos os esforços para não faltar nada”, assegura Gilbert.

O Hospital da Mulher atualmente tem oito leitos de Uti neonatal, sete leitos de berçários de médio risco e atende além de Feira, mais 82 municípios. É mantido com 76% de recursos da prefeitura de Feira de Santana.

A mãe Scheyla se admira ao pegar nos braços a ainda pequena Ana Vitória, nascida com pouco mais de meio quilo

Para o médico pediatra e neonatologista do Hospital da Mulher, Marcus Vinicius Pinto da Silva, 38 anos, há 11 atuando na área, este é um caso raro. A maior possibilidade de sobrevivência está associada a idade gestacional. Para quem nasce cedo demais, as chances são menores, não há maturação pulmonar e renal. Nas primeiras 24 horas de nascido, é possível estabilizar com medicamentos, mas depois há uma demanda para qual o corpo do bebê não está preparado.

“Há muitas complicações para um prematuro, ainda mais tão pequeno como ela. Quanto menos manipulá-los melhor. São extremamente sensíveis e têm uma série de complicações, tanto pulmonar como renal. Podem também fazer hemorragia intracraniana, com coisas simples. Por exemplo, com um grito eles podem fazer uma hemorragia. Em pacientes de UTI a gente manipula demais, faz exames todos os dias e isso aumenta as chances de acontecer intercorrência. Isso favorece infecções, são

Na terça-feira (30), o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, reativou o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica, que estava desativado há mais de dois anos.

De acordo com o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, por ano, a demanda de urgência, emergência e procedimentos eletivos, em todo o estado, gira em torno de 400 cirurgias, tendo, em 2012, a fila alcançado 600 pacientes. Discursando segunda-feira no lançamento do BRT, o governador Rui Costa disse que a meta dele é zerar a fila até o final do ano.

“A reabertura desse serviço permite, simultaneamente, acelerar as cirurgias de recém-nascidos e crianças, reduzindo o tempo de espera, que, infelizmente, chegava a demorar meses, além de liberar leitos em outros hospitais que estão com pacientes internados, com longa permanência, por não conseguir realizar o procedimento cirúrgico”, ressalta Vilas-Boas.

As duas primeiras cirurgias cardíacas do HEC foram realizadas marcando o primeiro mês de gestão

Até um grito pode matar bebê prematuro demaispacientes bem delicados e bem complicados”, detalha.

Ainda de acordo com o médico, Ana Julia superou algumas infecções, foi entubada e exturbada algumas vezes. “Ela é uma guerreira mesmo, queria estar aqui com a gente e se Deus quiser vai pra casa”, comemora.

Para o especialista, a harmonia no grupo contribui para este trabalho ter sucesso. A baixa mortalidade é muito associada também à capacitação desta equipe que há alguns anos se especializa em prematuros, já que o índice de atendimento do hospital para estes casos é alto. São cerca de 45 a 50 prematuros por ano, com apenas 2% de óbito.

“O treinamento de todo o pessoal, a capacitação trouxe uma melhora, pois há uma população recebida pelo hospital que é complicada, pois não faz pré natal. Uma quantidade grande de mães adolescentes e cidades vizinhas que mandam pacientes sem pré natal, o que acaba gerando uma quantidade de partos prematuros grande também”, avalia.

O médico acredita que há muitas coisas que precisam ser melhoradas, pois a

estrutura necessita ser aumentada para atender uma demanda que é muito alta. “Há muitos problemas ainda. Tem muita coisa que pode melhorar. A gente vive o tempo todo em embates com as estrutura que nos é ofertada já que temos um volume muito grande de pacientes. Muitos bebês chegam a ficar internados nos centros obstétricos, muitas vezes a população não entende quando a gente suspende o atendimento, mas isso é para garantir a qualidade e evitar mortalidade dos bebês. Inegavelmente de um tempo pra cá, nos foi ofertada uma constância maior na estrutura para atender esta demanda, e temos obtido muitos sucessos como este de Ana Vitória”, afirma Marcus.

Ele destaca que a dedicação da equipe compensa qualquer dificuldade da estrutura e que é uma grande alegria fazer este trabalho. “Acho que isso é que vale a pena, vale qualquer noite perdida, ver casos bem sucedidos como ela. É uma experiência gratificante”.

Hospital estadual da Criança retoma cirurgias do coraçãoda organização social Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil. A primeira beneficiada, de iniciais A.V.S.S, é uma paciente prematura de apenas 44 dias e um quilo. Foi realizada uma Ligadura de Canal Arterial. Ela está internada na UTI Neonatal por causa da prematuridade extrema e da cardiopatia. As duas cirurgias foram bem-sucedidas e as crianças estão na UTI para cuidados intensivos.

AvançosEste é o único serviço de

cirurgia cardíaca pediátrica fora da capital. Até o momento, o procedimento só era realizado nos Hospitais Ana Nery e Martagão Gesteira, localizados em Salvador. Inicialmente serão realizadas duas cirurgias, a cada 15 dias, ampliando progressivamente o número de procedimentos, para que ocorram até dez cirurgias por mês.

O coordenador da Unidade de Cardiologia Clínica do HEC, Carlos Inácio Carneiro Dias, comemorou a retomada

das cirurgias na unidade hospitalar. “A retomada deste serviço de Cirurgia Cardíaca Infantil no HEC demonstra a preocupação da unidade hospitalar em atender, da melhor forma possível, as crianças”, ressaltou.

Para o diretor de Assistência à Saúde (DAS), Cláudio Oliveira, a realização de cirurgias cardíacas demonstra o avanço no atendimento prestado pelo HEC à população baiana. “Fico muito contente em poder participar deste momento. A realização de cirurgia cardíaca no HEC vai acelerar consideravelmente o atendimento às crianças baianas que necessitam deste tipo de serviço”, afirmou.

A unidade de cardiologia clínica do HEC conta com diversos recursos diagnósticos, como Ecocardiografia e Angiotomografia, assistência pré e pós-operatória, enfermaria com oito leitos, além de 30 leitos de UTI e Semi-Intensiva, e uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogo e assistente social.

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015 9

André Pomponeteconomia em crônica

O debate amarrotado das “grandes obras”

[email protected]

Um debate recorrente no Brasil é sobre a realização de “grandes obras”. Governante que almeja a consagração precisa realizar uma grande obra e, se possível, batizá-la generosamente com o próprio nome, ainda que terceiros assumam a condição de “laranjas” propondo a homenagem para insinuar uma difusa “vontade popular”. O fato é que político que deixa o cargo e não lega um grande hospital (ainda que não funcione) uma nova escola (mesmo que a preocupação com a qualidade da educação seja mínima) uma ponte (ainda que ligue o nada a lugar algum) ou, pelo menos, uma praça na periferia (mesmo que sirva

apenas como ponto de referência para clientes de traficantes de drogas) fracassou redondamente.

Idéias do gênero eram muito cabíveis quando o Brasil ingressou no século XX e ainda era, praticamente, apenas uma grande fazenda para a produção de café, cacau, borracha e outros produtos menos rentáveis. A urbanização acelerada e a industrialização que se seguiram à década de 1930 impunham maciços investimentos em infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e equipamentos urbanos para acolher a população migrante.

Data desse período a escola política “populista”. Dela derivaram políticos que cultivaram a fama de arrojados,

empreendedores e visionários, dedicados à construção do Brasil do futuro. Os reprovados na escola “populista” formularam uma versão vulgar, mas eleitoralmente bastante eficiente, do “rouba, mas faz”.

Com o congelamento das relações políticas decorrente da Ditadura Militar, o Brasil emergiu, em 1985, ainda imaturo politicamente, sujeito aos surrados pregões que os herdeiros do regime militar resgataram no pré-1964.

BenefíciosMuito mais carente

da universalização de políticas públicas que propriamente de infindáveis “grandes obras” – que às vezes

nem se justificam – o brasileiro vive refém desse discurso, mesmo que os benefícios sejam flagrantemente questionáveis. É o caso da açudagem do semiárido, que só beneficiou os grandes fazendeiros. É o caso citado dos hospitais e escolas vistosos, mas que não dispõem de médicos ou não oferecem ensino de qualidade.

A lógica vai também em direção à iniciativa privada: concebem-se grandiosas “políticas industriais”, com atração de grandes empresas que recebem muitos incentivos, oferecem escassos empregos e pagam poucos impostos. No entanto, vai pro rol das grandes realizações tocadas por políticos audazes e intrépidos.

O passar dos anos,

porém, amarrotou o discurso e a prática. E o brasileiro – o nordestino em particular – se vê sem qualificação, sem acesso aos direitos sociais elementares e perdido em meio à moribunda retórica das “grandes obras”.

CaminhoSomente com a

maturidade política que a continuidade democrática confere, é que a sociedade vai comparando melhor teoria e prática, discurso e realidade. Não é à toa que o Brasil mais conservador e patriarcal vai cedendo espaço, recuando para os grotões, restringindo-se ao eleitorado menos esclarecido e mais vulnerável ao assistencialismo. Essa tem sido a realidade

dos últimos anos.Mais adiante,

caminharemos na direção de compreender plenamente que as “grandes obras” não são mais os prédios imponentes, os monumentos inúteis ou o asfalto em vielas sem saneamento. As políticas públicas (saúde, educação, saneamento, acesso à cultura e ao trabalho digno) serão promovidas à condição de “grandes obras”, colocando o Brasil, enfim, nos trilhos do desenvolvimento.

Se houvesse renovação política, menos corrupção e maior consciência da população, teríamos atingindo esta nova consciência muitos anos antes, diminuindo a distância que nos separa de países onde os direitos sociais estão consolidados de fato.

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10 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015

Sandro PeneluMais dicas culturais em: [email protected]

Cultura e Lazer

SHOWS AO VIVO

deus e o diaboNa década de sessenta fez sucesso um filme de Glaubert Rocha: Deus e o Diabo na

Terra do Sol. O roteiro é marcado pela seca e pelo latifúndio, onde a morte parece ser a solução para todos os casos. A fé também se faz presente neste mundo desumano. Como pano de fundo a velha luta entre Deus e o diabo, o bem e o mal.

NA IMAGINAÇÃO popular, o demônio é muito poderoso, revelando-se um rival à altura de Deus. É tão poderoso que muitos se recusam até pronunciar seu nome. Uma catequista deu a um aluno, impossibilitado de participar no encontro semanal, uma tarefa para fazer em casa. Entregou-lhe uma folha com a recomendação: num dos lados deveria escrever sobre Deus e no outro lado sobre o diabo.

O MENINO começou falando de Deus. Deus é bom, é misericordioso, é alegria e salvação. Depois escreveu sobre o poder de Deus. A harmonia dos espaços celestes, com as estrelas, o mundo maravilhoso das flores, a diversidade do mundo animal, o sol, a chuva, o incrível poder da semente. Depois falou do homem e da mulher, capazes de descobertas maravilhosas. Quando ele parou de escrever, deu-se conta que havia só um cantinho na segunda folha. Tratou de justificar-se, explicando: “não há lugar para o diabo”.

EM NOSSA fé, o diabo não tem lugar. É uma figura muito apagada. É um eterno perdedor. Pode até incomodar, mas não é um rival para Deus. A história humana não pode ser entendida como uma colossal disputa entre Deus e o diabo. Pode ser entendida como uma luta entre o bem e o mal. É o relato do Apocalipse. E a história humana já tem um final certo, um final feliz. Nossa fé é centrada em Jesus Cristo. Ontem, Hoje e Sempre, Princípio e Fim. Não há outro nome que possa salvar (At 4,12).

A VIDA CRISTÃ não ganha sua identidade em práticas religiosas, por melhores que sejam. Missa, novena, dízimos, devoções, tudo isso é importante, mas o essencial é o encontro com a adorável pessoa de Jesus Cristo. A própria moral só encontra legitimidade a partir de Jesus.

MAS É BOM lembrar que o pecado – mais que o diabo – é uma realidade em nossa vida. O próprio apóstolo Paulo admitia: vejo o bem que quero fazer e não faço, vejo o mal que não quero fazer e faço (Rm 7,19). É a ambiguidade humana. Mas Deus é maior que nossos pecados. A última palavra da história não será do mal, mas da vida, que se tornou sinônimo de Ressurreição.

Luzes no Caminho

[email protected]

Arcebispo Metropolitano

Itamar Vian

SÁBAdO (04/07)

*GRUPO CHORINHO ENTRE AMIGOS (Choro)Bate Papo – 12h - Av. Maria Quitéria

*GRUPO AUDÁCIA PURA - (Samba de mesa)Bar Novo Arte – 17h - Serraria Brasil

*ELIOMAR SANTOS (Mpb)Quiosque dos Amigos – 18hPraça Duque de Caxias

*GENIVAN DE LEDA (Mpb) Quiosque do Mazinho – 21hAv. Getúlio Vargas

*SANDRO PENELÚ (Pop e Mpb)Saigon – 21hRua José Pereira MascarenhasPróximo ao Cortiço

*GELIVAR SAMPAIO (Seresta)Bengos Bar – 22h - Estação Nova

*ASA FILHO (Mpb)Cidade da Cultura – 21h Conjunto João Paulo

*ALAN OLIVEIRA (Pop)Boteco Vip – 21h - Av. Getúlio Vargas

SeXtA-FeIRA (03/07)

*CELY NOBLAT (Mpb)Quiosque dos Amigos – 18hPraça Duque de Caxias

*JOSAS ALMEIDA (Mpb)Paradinha Pastelaria – 21hRua São Domingos

*GELIVAR SAMPAIO (Seresta)Bengos Bar – 22h - Estação Nova

*ALAN EMANUEL (Sertanejo)Boteco Vip – 21h Av. Getúlio Vargas

*ASA FILHO (Mpb)Cidade da Cultura – 21hConjunto João Paulo

*NUNO BAIA (Mpb)Filozophia – 21hRua São Domingos

*URI BECHEN (Mpb)Elias Drinks – 20h - Caseb

*ALAN OLIVEIRA (Pop e Mpb)Arpoador – 22h - Capuchinhos

Feira espera ter a Lagoa Grande de volta Uma campanha da tribuna Feirense

“depois da chuva” será exibidono projeto terças na tela

Fervura Noise tem nova edição em Feira

Restauração do painel de Lênio Braga

No mês de julho, o longa metragem Depois da Chuva, dos diretores baianos Cláudio Marques e Marília Hughes, chega aos espaços Culturais da SecultBA. O projeto Terças na Tela exibe gratuitamente o filme nos dias 07, 14, 21 e 28, em sessões às 10h, 15h e 19h.

Considerado o melhor filme da década pela crítica do Folha de São Paulo, a história de Depois da Chuva se passa no ano de 1984. No

período em que a Ditadura Militar se enfraquecia, dois jovens baianos de 16 anos começam a perceber que estão vivendo uma fase importante do país. A descoberta do contexto político, com as eleições diretas para Presidente, mistura-se às descobertas sexuais e ao fim da adolescência.

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia mantém 17 espaços culturais geridos pela Diretoria de Espaços Culturais e localizados em

diversos Territórios de Identidade. Destes, cinco encontram-se em Salvador – Cine Teatro Solar Boa Vista, Espaço Xisto Bahia, Casa da Música de Itapuã, Centro de Cultura de Plataforma e Espaço Cultural Alagados – e 12 nos municípios de Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Mutuípe, Porto Seguro, Santo Amaro, Valença e Vitória da Conquista.

A entrada é franca

Tudo pronto para a próxima edição do Feira Noise Festival, evento de artes integradas, que chega à sua sexta edição. Para marcar o aquecimento para o festival, que em 2014 trouxe cerca de 30 shows para Feira de Santana, o Feira Coletivo convida as bandas Maglore, Novelta, o músico Cajat e os gaúchos do Dingo Bells, todos

com discos recém-lançados.

O evento será realizado neste sábado, dia 4, a partir das 21h30min, no Antiquário Pub. Os ingressos antecipados custam R$ 20,00. O evento terá o lançamento do novo disco da Maglore, “III”, que recebe o show antes de Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba

e Porto Alegre. Já a banda feirense Novelta apresenta o EP, “Quintais Abertos” e o músico Cajat lança seu novo disco “Noite Fria”, Rock brasileiro, com forte influência de Barão Vermelho e dos anos 1980.

O Fervura traz ainda a banda gaúcha Dingo Bells, que tem percorrido o país com o álbum “Maravilhas da Vida Moderna”.

O painel de azulejos do artista paranaense radicado na Bahia, Lenio Braga, instalado no terminal rodoviário de Feira de Santana, será vistoriado por especialistas em restauração do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, neste mês de julho. O painel é tombado pelo Estado como ‘Patrimônio da Bahia’.

“Lenio Braga

construiu uma obra referência nas artes brasileiras, ao juntar a rica tradição cultural nordestina, exemplarmente demonstrado nesse painel”, informa o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. Uma das principais funções do Instituto é a fiscalização e o assessoramento técnico às prefeituras e aos proprietários privados

de edificações e obras de arte protegidas pelo Estado, via decreto do governador, como é o caso do painel de Lenio. “Geralmente, contamos com parcerias das prefeituras e de empresas que estão responsáveis, administram ou são proprietárias desses bens tombados”, relata o diretor do IPAC.

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015 11

Colocar os pequenos leitores a pensar. Este certamente é um dos principais objetivos da escritora baiana Palmira Heine, que além de poeta, desde 2005 tem se dedicado à literatura infantil. Autora de quatro livros para crianças – O Pontinho Desapontado (2005), Meu Planeta Azul (2009), O Reino Todo Amarelo (2013) e O Autor é Você (lançamento previsto para julho de 2015, pela Editora Scortecci) – Palmira Heine busca imprimir em suas obras a veia questionadora que carrega em sua vida. Assim, mesmo quando voltado ao público infantil, seu texto não teme tocar em assuntos considerados por muitos como polêmicos e embaraçosos.

Tive a oportunidade de ter em mãos seu penúltimo livro, O Reino Todo Amarelo, e o que encontrei foi uma história leve, bonita, poética e – por que não dizer? – filosófica também. Pois, apesar de se tratar de literatura infantil, em momento nenhum a autora trata seu leitor com leviandade e negligência, como muitos livros infantojuvenis costumam fazer. Bem pelo contrário. Palmira conhece e reconhece seu jovem leitor, e todas as suas infinitas possibilidades; Palmira sabe que, aquele que tratar uma criança como alguém com menor capacidade criativa e intelectual, estará cometendo um grave erro.

O Reino Todo Amarelo conta a história do Reino das Flores, um vilarejo simples e feliz, cujo principal predicado eram as flores multicoloridas que

doutorando e Mestre em Família pela Universidade Católica do Salvador; Advogado e servidor público efetivo do estado da Bahia. Contato: [email protected]

Jana Lauxen tem 30 anos, é editora, produtora cultural e escritora, autora dos livros Uma Carta por Benjamin (2009) e O túmulo do Ladrão (2013). Já publicou em mais de quinze coletâneas, e organizou nove, algumas em parceria com outros escritores. Atualmente trabalha na editora Os dez Melhores e é redatora na agência teia de Marketing Literário Virtual. Contato: [email protected] - Site: www.janalauxen.com

Parecidíssimos são os constantes assassinatos de homossexuais que saíram com homens perigosos e não escondiam sua atração por tais perfis, tipo bofes e michês, que estão em toda parte e, quando paquerados, soltam frases como: “vai me dar quanto?” “o que vou ganhar?” Por que tantos gays (que vêm sendo mortos ou extorquidos) buscam reiterado prazer com estes aproveitadores, alimentando-lhes vícios/caprichos e se submetendo às suas violências? Eis o aspecto silenciado. Não se trata de culpar a vítima e, apesar da nossa irrestrita defesa da vida, se os gays mantiverem tais atitudes/riscos, as ocorrências destas mortes, infelizmente, não diminuirão.

É preciso diferenciar o crime homofóbico dos demais. Ninguém nega o caráter nitidamente homofóbico da morte do adestrador Edson Néris pelos Carecas do ABC, bem como dos crimes contra homens, só pela suposição de serem gays: o carinho entre pai/filho agredidos em São João da Boa Vista ou o abraço dos irmãos saindo de uma festa e espancados, um deles até o óbito, em Camaçari.

enézio de deus Jana Lauxen

Foi mesmo a homofobia? O Reino de Palmira HeineA homofobia,

entretanto, NÃO tem sido o motivo das reiteradas mortes de gays (quase inexiste lésbica em tais circunstâncias) que se arriscam em locais inadequados com homens perigosos ou os levam, o que é pior, para suas próprias residências. Argumentos cientificamente vazios/improváveis de ONGs generalizam a causa no preconceito como se todo assassinato deste tipo fosse homofóbico; e não é verdade. Justificar que gays levam “boys” desconhecidos para suas casas, para estabelecimentos precários ou locais desertos pela homofobia cultural ou por imposições discriminatórias de motéis/hotéis não se sustenta na atualidade.

Inquéritos e demais peças processuais comprovam a causa mais recorrente destes homicídios: vingança dos assassinos diante do que entendem como acordos ou pagamentos descumpridos. São comuns lutas corporais antes da consumação do crime por desentendimentos sobre finanças. O fio condutor, silenciado pelos militantes

que vêem homofobia em quase tudo, segue inalterado: a busca dos gays pelo prazer mediante condições de inegável risco.

Palestrando na OAB, questionaram-me sobre uma lésbica assassinada e a companheira agredida em 2012 após homens invadirem sua casa em Salvador. Respondi que aguardaria o trabalho da SSP. A causa comprovada com o tráfico de drogas foi desconsiderada por militantes que bradaram a lesbofobia e incluíram mais este caso em suas “estatísticas” de crimes homofóbicos.

Nada ajuda o incomprovado discurso de que “o Brasil é o país mais homofóbico do mundo”, “que mais mata homossexuais”, se as condutas desses não forem revistas. A questão é de prevenção/educação: enquanto a “chave” estiver nos desejos/deliberações dos gays como potenciais vítimas expondo-se a tais riscos, as incidências não diminuirão. Não há política pública ou criminalização que resolva, se tal aspecto (que sempre abordarei em prol da vida) estiver fora da luta.

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enfeitavam suas ruas e suas casas.

No entanto, tudo mudou após a chegada do Rei Mandão, que não gostou nada daquele excesso de cores. Assim, o déspota exigiu que todos os jardins do reino fossem destruídos, permitindo que somente flores amarelas nascessem em seus domínios. Além disso, ordenou que todas as casas, brinquedos, roupas, igrejas e escolas fossem pintados de amarelo, pois esta era a única cor da qual ele gostava. Resultado: o reino multicolorido se tornou monocromático.

Como seu próprio nome sugeria, o Rei Mandão não aceitava que discutissem suas ordens, e apesar da tristeza geral de seu povo, sentia-se satisfeito em ver tudo amarelo.

O livro O Reino Todo Amarelo, que possui ilustrações de Wanderley Mayhé, levanta questões atuais, e muitas vezes controversas, como a discriminação, o preconceito e o autoritarismo. Também leva seus jovens leitores a refletirem sobre a importância das diferenças para a construção de uma sociedade mais bonita e feliz – mais bonita e feliz para todos, e não somente para quem gosta de amarelo.

Acredito ser este o grande diferencial de Palmira Heine: tratar seus leitores como seres pensantes e atuantes, buscando plantar em cada um a semente que, futuramente, germinará, transformando nossas crianças em adultos responsáveis e tolerantes. Algo que precisamos desesperadamente, diga-se de passagem.

Afinal, é na infância que formamos e estruturamos nossa personalidade, que poderá ser mais flexível, amável e racional, ou mais intransigente, raivosa e brutalizada.

Que mundo deixaremos aos nossos filhos? Talvez, mais importante do que encontrar a resposta para este questionamento milenar, é se perguntar que filhos deixaremos para o nosso mundo.

Palmira Heine sabe esta resposta, e através de sua literatura, e de todas as atividades que realiza em sala de aula, junto aos estudantes, busca fazer sua parte para que, em um amanhã muito próximo, tenhamos um mundo mais generoso, mais colorido e, consequentemente, mais feliz.

CLUBE DE CAMPO CAJUEIROEM LIQUIDAÇÃO (FEIRA DE SANTANA/BAHIA)

EDITAL DE CONVOCAÇÃO AOS SÓCIOS ABAIXOS RELACIONADOS PARA RECEBEREM SEUS HAVERES PELA LIQUIDAÇÃO DO CLUBE DE CAMPO CAJUEIRO

O Liquidante do CLUBE DE CAMPO CAJUEIRO, após efetuar a partilha do saldo do patrimônio liquido do CLUBE, já tendo pago 91% dos Sócios Proprietários Remidos, e 100% das de- mais Categorias , aptas a receberem, na forma Estatutária, informa aos Sócios Proprietários Remidos, abaixo relacionados, que foram depositados na Caixa Econômica Federal - Ag.: n.º 1611 - Agencia Subaé (Rua Aristides Novis - Centro), no valor de R$ 8.796,39 (oito mil, setecentos noventa e seis reais e trinta e nove centavos), para cada um dos Senhores Associados, Depósito de Pagamento, para levantamento destes valores, os Senhores Associados devem comparecerem a mencionada Agencia, levando os documentos hábeis de seus créditos e suas identificações civis (procurar a Sra. Jucelma), estamos agindo desta maneira, depois de esgotadas todas as tentativas de localizá-los.01- AGEMIRO BARROS EVANGELISTA; 02-ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA; 03-ANTONIOAUGUSTO CERQUEIRA ALVES; 04-ANTONIO CARLOS MENDES MOREIRA; 05-ANTONIO DE OLIVEIRA BRANDÃO 06-ANTONIO JAIME DE QUEIROZ; 07-ARMINDO LEITE DOS SANTOS; 08-ARNALDO DE FARO FRANCO; 09-ASTERIO CASSIANO DE SANTANA; 10-CARLOS FERREIRA; 11-CARLOS NOGUEIRA GONÇALVES LIMA; 12-CLAUDEMAR FERREIRA DE SOUZA; 13-EPIFANIO CERQUEIRA RIBEIRO; 14-EVANDRO MAGALHÃES LEITE; 15-EVANGIVALDO RODRIGUES DOS SANTOS; 16-EXPEDITO LIMA MAIA; 17- FERNANDO VASCONCELOS FERREIRA; 18-HELIO RODRIGUES TORRES; 19-HERBET GERALDO MENEZES COELHO; 20-JOÃO COSTA DE ALMEIDA; 21-JOÃO MARIANETTE BRAGA; 22-JOÃO MORAIS DE MELO; 23-JOÃO PARANHOS DE CARVALHO ABREU; 24-JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA BASTOS; 25-JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS; 26-JOSÉ GOMES DE CARVALHO FILHO; 27-JOSÉ JOAQUIM F. DA SILVA; 28-JOSÉ LOUREIRO M. DE FIGUEREDO; 29 -JOSÉ MARQUES FILHO; 30-JOSÉ PAULO MEDEIRPS BOAVENTURA; 31-JOSUE DE ASSIS ANDRADE; 32-LUIZ AZEVEDO SOUZA, 33-LUSIVALDO OLIVEIRA DE JESUS; 34-MARIA APARECIDA GOMES DE CARVALHO SANTOS; 35-MILTON NASCIMENTO DOS SANTOS; 36-NELSON RIOS PEDREIRA; 38-ROGERIO LEODEGARIO CAETANO FILHO; 39-RUBENS FRANCISCO DIAS; e 40- LUCIANO JORGE ALVES DA SILVA Em tempo: o valor original era de R$ 8.855,77 (oito mil, oitocentos cinqüenta e cinco reais e setenta e sete centavos). Serão rateados entre os favorecidos as despesas indispensáveis a tomada desta posição.

Feira de Santana, 26 de JUNHO de 2015CLUBE DE CAMPO CAJUEIROJosé Monteiro Filho-Liquidante

PASSA-Se PONtO COMeRCIAL:Passa-se ponto comercial na avenida Gétulio Vargas- centro,3

pavimentos.Valor à combinar.telefones para contato:

(75) 8888-1701 (OI) / (75) 9202-1985 (tIM).

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12 Feira de Santana, sexta-feira 3 de julho de 2015