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8/6/2019 Edição 184 caderno 1 http://slidepdf.com/reader/full/edicao-184-caderno-1 1/16 Entrevista A cbua iica a agéia O especialista em análise de mídia, professor Alexandre Freire, analisa o impacto da tragédia de Realengo. No dia 7 de abril, Wellington Mene- zes de Oliveira abriu fogo con- tra dezenas de crianças da es- cola Municipal Tasso da Silveira, RJ, em um fato sem precendentes na história bra- sileira. Página 13 Ano 29 • número 184 • Junho de 2011 • Belo Horizonte/MG do!s Estágio é o ponto de partida para o sucesso ssal Estagiários aceitam desvio de função para csg blsa Tramas urbanas 3 uga, 3 viv B Hi BRUNA CRIS O Impressão percorreu três diferentes regiões de Belo Ho- rizonte. O conjunto IAPI, os bairros Renascença e Sauda- de são importantes espaços na capital mineira e contri- buem significativamente na construção da história da ci- dade. Os bairros são apresen- tados sob a ótica de seus mo- radores apaixonados, cheios de histórias para contar, mas também atentos ao que preci- sa ser mudado. Cultura, lazer e segurança entram em dis- cussão. Páginas 10, 11 e 12 r Página 14 tâi Página 15 tês sas a caal ma: rasca (à sa); iApi (c) Saa a) úm algmas caacíscas a pç ic Com músicas grátis na in- ternet, as pessoas têm dei- xado de gastar com CD`s. O que poucos sabem é o custo dessa escolha. Páginas 10 e 11 daça ua Figurinista do grupo Corpo fala sobre suas criações e história junto à companhia de dança. Páginas 4 e 5 Ciaça v Produtores de teatro en- frentam dificuldade para conseguir patrocínio em Belo Horizonte. Páginas 8 e 9 Intercâmbio é uma oportunidade de troca de conhecimentos BRUNA CRIS BRUNA CRIS págas 4 a 9

Edição 184 caderno 1

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8/6/2019 Edição 184 caderno 1

http://slidepdf.com/reader/full/edicao-184-caderno-1 1/16

Entrevista

A c b u ai iá ica a

agé iaO especialista em análise demídia, professor AlexandreFreire, analisa o impacto datragédia de Realengo. No dia7 de abril, Wellington Mene-zes de Oliveira abriu fogo con-tra dezenas de crianças da es-cola Municipal Tasso daSilveira, RJ, em um fato semprecendentes na história bra-sileira.

Página 13

Ano 29 • número 184 • Junho de 2011 • Belo Horizonte/MG

do!s

Estágio é o ponto departida para o sucesso

ss al

Estagiários aceitamdesvio de função para

c s g b lsa

Tramas urbanas

3 uga , 3 viv B H i

BRUNA CRIS

O Impressão percorreu trêsdiferentes regiões de Belo Ho-rizonte. O conjunto IAPI, osbairros Renascença e Sauda-de são importantes espaçosna capital mineira e contri-buem significativamente naconstrução da história da ci-

dade. Os bairros são apresen-tados sob a ótica de seus mo-radores apaixonados, cheiosde histórias para contar, mastambém atentos ao que preci-sa ser mudado. Cultura, lazere segurança entram em dis-cussão. Páginas 10, 11 e 12

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t ês s a s a ca al m a: r asc a (à s a); iApi (c ) Sa a (à a) ú m alg mas ca ac ís cas a

p ç i cCom músicas grátis na in-ternet, as pessoas têm dei- xado de gastar com CD`s.O que poucos sabem é ocusto dessa escolha.Páginas 10 e 11

da ça u aFigurinista do grupoCorpo fala sobre suascriações e história junto àcompanhia de dança.

Páginas 4 e 5

C ia ça vProdutores de teatro en-frentam dificuldade paraconseguir patrocínio emBelo Horizonte. Páginas 8 e 9

Intercâmbio é umaoportunidade de trocade conhecimentos

BRUNA CRISBRUNA CRIS

pág as 4 a 9

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8/6/2019 Edição 184 caderno 1

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p i i a a av a Impressão2 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

eXpedIente

REITORA

Profª. Sueli Maria Baliza Dias

VICE REITOR

Prof. Ricardo Cançado

PRÓ REITOR DE GRADUAÇÃO

Prof.Johann Amaral Lunkes

PRÓ REITORA DE PÓS GRADUAÇÃO,PESQUISA E EXTENSÃOProfª.Juliana Salvador

CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIALRua Diamantina, 567 - LagoinhaBH - MG - CEP: 31110-320TELEFONE: (31) 3207-2811

COORDENADORProf. Luciano Andrade Ribeiro

LABORATÓRIO DEJORNALISMO IMPRESSO

EDITORProf. Fabrício MarquesMG 04663 JP

LABORATORISTAProfª. Fernanda Agostinho

PRECEPTORA

Ana Paula de Abreu(Programação Visual)

ESTAGIÁRIOSDiagramaçãoVanessa GuerraAlessandra Ferreira

TextoLuiz Eduardo LadeiraRodrigo Espeschit

In ograaVanessa Guerra

MONITORESTextoAna Flávia TornelliCamila FrançaAlexandre Santos

FotograaBruna CrisLeopoldo Magnus

AnúnciosLACP - Laboratório de Criação Publicitária

LAB. DE CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS

COORDENADORAProfª. Lorena Tárcia

ESTAGIÁRIAC hristiane Lasmar

MONITORESLetícia SilvaSuélen AlvarengaBruna CrisCaio Araujo

IMPRESSÃO/TIRAGEMSempre Editora2.000 exemplares

Laboratório de Jornalismo ImpressoEndereço:Rua Diamantina, 463Bairro LagoinhaTelefone: (31) 3207-2811

e i h J a - ab a ó i aí a ex c 2009

Estagiar é o caminhoCam la F a a5º per odo

Nesta edição, preparamos umdossiê em torno do tema Estágio,pode ser definido como uma possi-bilidade de união entre teoria eprática, oportunidade de viven-ciar o dia a dia da profissão esco-lhida e grande chance de inserçãono mercado de trabalho. Estagiar auxilia na formação, contribuin-do para o amadurecimento dasescolhas do estudante e na expan-são dos seus conhecimentos.

As atividades desenvolvidaspor estagiários têm o objetivoprincipal de oferecer experiência ecomplementar o aprendizado dasala de aula. O estágio é uma ati-

vidade assegurada por Lei e é por meio dele que o estudante vaiaplicar as habilidades desenvolvi-das durante o curso.

O estágio deve ser um comple-mento à formação do aluno. Noentanto, algumas empresas igno-ram essa regra. A Lei de Estágioassegura os direitos dos estagiá-rios e é por meio dela que os alu-nos podem garantir que o estágioseja realmente uma atividade en-riquecedora. Órgãos como a Asso-ciação Brasileira de Estágio(Abre), colaboram na fiscalizaçãode situações irregulares, mas o es-

tudante é quem deve estar atentopara exigir que suas atividadesestejam de acordo com a propostado seu curso.

O estágio é uma porta que seabre para o mercado de trabalhoe não basta exigir apenas que asempresas contratantes cumpramcom as normas asseguradas pela

Lei, o estudante também precisacumprir a sua função, se dedican-do às atividades propostas, e as-sim contribuir para o crescimento

da empresa. Boa apresentaçãopessoal e iniciativa podem ser fa-tores determinantes para umacontratação.

Investir no currículo com in-

tercâmbios, palestras e cursostambém é uma excelente alterna-tiva, mas não substitui o estágio. Além de desenvolvimento teórico,

o estágio proporciona ao estudan-te contato direto com a profissão.Os alunos que passam pela expe-riência do estágio têm mais opor-

tunidades de se destacarem profis-sionalmente, por estarem maisambientados e consequentementemais qualificados na área escolhi-da.

São diversas as razões que le-vam o estudante a iniciar um es-tágio, mas na maioria das situa-ções o que predomina é apreocupação em se inserir no mer-cado de trabalho. O estágio am-plia e direciona a maneira de ob-servar a profissão escolhida.

Fazer o que se gosta é decisivopara alcançar destaque como pro- fissional. Quando se sente à von-

tade em um ambiente, quandotrabalha ou estuda o que faz par-te da rede de interesses, todas asatividades passam a ser elabora-das de forma prazerosa e, portan-to, são muito bem executadas,tendo assim ótimos resultadospara a empresa e para o estagiá-rio.

Não existe fórmula para o su-cesso profissional. O que existemsão caminhos e a maneira comosão seguidos. O estágio é uma ex-celente opção para quem buscaconciliar aprendizado, aprimora-mento e oportunidades de desen-

volvimento. Acompanhe a edição 184 tambémpelo site:

www.jornalimpressao.com.br@

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es ag a é cam h ma s c a a s c ss ss al

diVuLGAç o

E pocom destacaalunos do Uni-BHCam la F a a5º per odo

Os cursos de Jornalismo e

Publicidade e Propaganda doCentro Universitário de BeloHorizonte (Uni-BH) recebe-ram o primeiro lugar em trêscategorias, no Expocom Su-deste 2011. O Expocom reúnetrabalhos da área de comuni-cação em um evento promovi-do pela Sociedade Brasileirade Estudos Interdisciplinaresda Comunicação (Intercom).

Os premiados do Jornalis-mo foram a cobertura docampeonato Future Cham-pions, na categoria Jornalis-mo Digital, e o programa

Boca da Moda, na categoriaPrograma Laboratorial de Te-lejornalismo. Na Publicidadee Propaganda, o vencedor foio Projeto Cabine Berenice,na modalidade Mídia Alter-nativa.

Representaram o Uni-BHos alunos Caio Araújo e Letí-cia Silva com a cobertura emtempo real do Future Cham-pions 2010, Letícia Barroscom Boca da Moda e Jenniffer

Lamounier com o Projeto Ca-bine Berenice.

Os trabalhos do curso de Jornalismo foram auxiliadospelo Laboratório de Conver-gência de Mídia, coordenadopela professora Lorena Tárcia. Já o de publicidade contoucom a orientação do professor Alexandre Mota.

Os trabalhos têm em co-mum a relação com o univer-so midiático. A cobertura docampeonato Future Cham-pions foi transmitida pormeio de um site com informa-ções de texto, áudio e vídeoatualizadas instantaneamente.O programa Boca da Modareúne vídeos que oferecem di-cas de moda e o Projeto Cabi-ne Berenice é um espaço na web para que conteúdos sejamcompartilhados.

Os vencedores foramanunciados nos dias 12 e 14de maio, em São Paulo. Ostrabalhos já estão classificadospara a etapa nacional, queacontece na Universidade Ca-tólica de Pernambuco (Uni-cap), entre os dias 2 e 6 de se-tembro.

Linha do tempo

Foo Fighters: entre ofuturo e o passado

Tecnologias

O admirável mundomóvel

Esportes

Clássico: 90 anos deAtlético-MG x Cruzeiro

EspecialHistória do projetoaudiovisual indígena

Saúde

Quando a noite temsabor amargo

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Vi c í icaImpressão 3Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

O setor culturalem Minas Gerais

A a L a G alv s5º per odo

A cultura no Brasil passa por um grande desafio quanto à sus-tentação de seu sistema: a forma-ção de público, elemento funda-mental para o desenvolvimento

do setor. Segundo a Constituição,“o Estado garantirá a todos o ple-no exercício dos direitos culturaise o acesso às fontes da cultura na-cional”.

Dentro desse contexto, umapesquisa intitulada “Cultura emnúmeros” é realizada anualmentepelo Ministério da Cultura. Elavisa trazer à tona diagnósticos so-bre a realidade cultural no Brasil,bem como a força desse setor nopaís e as dificuldades encontradasrelativas ao acesso da populaçãoa equipamentos culturais.

De acordo com a pesquisa,Minas Gerais ocupa o 15º lugar entre os estados que realizaram festivais ou mostras de músicasem 2010, com 34,70% dos muni-cípios ofertando a ação. No en-tanto, Minas é o segundo Estadodo país com mais graduações emMúsica. O terceiro Estado commais teatros no Brasil e esse nú-mero aumenta em torno de 5,61%ao ano, segundo a pesquisa. OEstado também está em terceirolugar com 308 museus, perdendo

apenas para São Paulo, com 410,e Rio Grande do Sul, com 358.

Outra pesquisa elaboradapelo IPEA, Instituto de PesquisaEconômica Aplicada, identificoua relação entre a cultura e as ci-dades brasileiras. Na pesquisa,51% dos entrevistados destaca-ram que os equipamentos cultu-rais estão mal situados e 71%veem o preço desses equipamentoscomo empecilho. Ainda de acordocom o IPEA, somente 7,7% dapopulação frequentariam espaçosculturais, se tivessem tempo praisso.

Mesmo com o alto número deequipamentos culturais em Mi-nas, é possível perceber um desco-nhecimento e desinteresse por par-te da população em freqüentá-los.O Estado possui diversos espaçosculturais e também um alto nú-mero de veículos que difundem asmanifestações artísticas, democra-tiza o acesso à cultura e amplia oconhecimento.

A cultura precisa ser vistacomo forma de expressão de práti-cas, diversidade e desenvolvimen-to do cidadão para a busca do fortalecimento institucional e hu-mano. Em Minas e no Brasil, aexistência da cultura é de formaplural e abrangente, o que tornapossível a conservação, a renova-ção e a ampliação desse setor.

ARTIGO

OMBUDSMAN“A capa do caderno Dois retratoutodos os assuntos abordados nocaderno em um jogo de palavras,o que estimula a leitura.”Leonardo David Leal

“No caderno Dois, as informa-ções sobre a programação culturalde graça em Belo Horizonte per-mitem que o leitor conheça e dis-cuta as várias opções que BHoferece.”Henrique Arruda Jessika Viveiros

“O que eu destacaria como pontopositivo, foi o especial ‘Arte espe-

ra por patrocínio’. Realmentemuitos projetos culturais de BeloHorizonte não saem do papel por falta de patrocínio.”.Rayssa Lobato

“De forma geral os títulos dos‘dois lados’ do jornal cumprem a função de chamar o leitor para asmatérias. Sintéticos, eles resu-mem a idéia central das reporta- gens.”Camila CorrêaMarcelo Camelo

Paulo Henrique Nascimento

“No caderno tradicional as fotose os textos não passam a idéia doreal conteúdo do jornal. Deve-riam ter utilizado fotos ou figurasque estimulassem a curiosidadedo leitor.”Éber VazNara Fernandes

“A diagramação chama atençãopor parecer destinado ao públicode jornais populares, como o Su-per e o Aqui.” Alexandre Santos Ana Carolina Caetano

“Algumas páginas despertam ointeresse do leitor, por apresentar foto expressiva, texto em colunas,título chamativo e quadro expli-cativo. Outras são poluídas, comuma publicidade ao lado da ou-tra e com o lead confuso.”Camila FonsecaFelipe FerreiraFelipe BotrelGustavo Guilherme

“Em relação ao conteúdo dos tex-

tos, considero uma leitura boa.Utilização de temas factuais e‘frios’, o que é interessante por proporcionar a elaboração de ma-térias com uma riqueza de deta-lhes maior.” Andressa Gomes Resende

“É perceptível a intenção dos fo-tógrafos ao mostrar, de ângulosdiferentes, a estudante Énia, fon-te da matéria ‘Racismo à brasilei-ra’. Na versão Folha, a foto é ti-rada de baixo para cima, dandoa ela um ar de superioridade. Jána Super, a foto é tirada de cimae corpo inteiro, diminuindo a per-

sonagem.” Ana Paula Dias

“A idéia do jornal em produzir duas capas: uma tradicional eoutra sensacionalista foi criativa,mas a diagramação e a escolhadas fotos não contribuíram paraque o leitor fosse estimulado a ler todo o jornal.”Flávia Lages

“Algumas fotos poderiam ser maiscriativas e com mais qualidade.

Alguns textos ficaram grandes de-

mais e não despertaram o interes-se do leitor.”Christianne LasmarDébora Arcuri

A execução do tema na ediçãoanterior foi bastante original, tra-zendo ao leitor a opção de escolhaentre o tradicional e o sensaciona-lista, mostrando ainda as diferen-ças de cada tipo de jornal.” Andrea Fernandes Brandão

“No primeiro caderno a execução

não foi original, apesar de permi-tir a discussão entre os leitores, osensacionalismo é um tema quesempre é citado no meio jornalís-tico. As informações transmitidassão simples, superficiais e previsí-veis.”Bárbara DinizClélia AlvesGuilherme Rezende

Aval a ã a ã 183 f a al s 5º í j al sm

Leia as análises na íntegra nosite:

www.jornalimpressao.com.br@

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e ciaImpressão 5Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Lei apresenta falhas,

apesar das melhorias A ós a c a ã a ma g lam a s ág , s a s a am G s av p s lJ ã pa l ValL íc a p6° PerÍoDo

e ã : Cam la F a a

No dia 25 de setembro de2008, era sancionada, peloPresidente Lula, a Lei nº

11.788/2008 conhecida comoa Lei do Estágio, que visa amelhoria das condições paratodos os estagiários do país.Esse período coincidiu com oinício da crise econômicamundial. A junção dos doisfatores resultou em uma redu-ção de aproximadamente20% do número de estudan-tes fazendo estágio em todo oBrasil, de 1,1 milhões para900 mil.

Perto de completar trêsanos da nova lei, praticamen-te todos os contratantes fize-

ram adequações para estar deacordo comas novas diretrizesdeterminadas. É o que afirmao Superintendente do NúcleoBrasileiro de Estágios (Nube), Alberto Cavalheiro. “A em-presa que não conseguiu seadequar à Lei teve que mudar.Em uma indústria alimentí-cia, por exemplo, todos os es-tagiários da área de desenvol- vimento e pesquisa nãocontinuaram, devido ao tem-po de estudo, que demandauma carga horária superior a6 horas diárias”.

IrregularidadesEmbora algumas empresas

tenham alterado a forma decontratar estagiários, tópicosde extrema importancia naLei não são cumpridos. “Ilu-didos com a ideia de se esfor-

çar bastante para sermos efeti- vados, muitas vezes, nossubmetemos a qualquer tipode situação”, garante o estu-dante de publicidade VictorHugo da Matta.

De acordo com o estudan-te, devido às horas extras rea-lizadas no estágio, já perdeu

prova e quase foi reprovadopor frequência. ”Se eu fosseembora, o trabalho não seriaconcluído e a empresa me ad- vertiria”. Victor também con-ta que várias empresas contra-tam estagiários, remuneramcomo tal, e cobram o serviçocomo se fossem profissionaisjá graduados.

“O maior fiscal entre a re-lação de estágio é o aluno. Eleé o primeiro a perceber se oestágio está ou não dentro da-quilo que ele esperava”, orien-ta Cavalheiro, em relação ao

descumprimento de termosestabelecidos por contrato.Órgãos como a AssociaçãoBrasileira de Estágio (Abre),também colaboram na fiscali-

zação de situações irregularesdos estudantes em contratode estágio.

Antes da reformulação daLei de Estágio, os contratosentre a empresa e o aluno nãoexigiam nenhum instrumen-to de avaliação do desempe-nho do estudante, não expli-citavam a existência deprofessor orientador e não as-seguravam a adequação doestágio à grade curricular docurso. Além disso, as antigasnormas não relacionavam àsatividades desempenhadas pe-

los estagiários ao horário e aocalendário escolar.

Orientação As orientações dos coor-

denadores do setor de estágiodas instituições também sãode extrema importância. São

eles que analisam o Termo deCompromisso, documentoindispensável com a sançãoda Lei, que entre as informa-ções básicas, também devedescrever as funções que o es-tagiário irá exercer e se esta-rão de acordo com a propostapedagógica do curso.

“Alguns contratos aindachegam sem cláusulas impor-tantes, como: supervisor res-ponsável, recesso remuneradoe auxílio transporte. Muitoschegam sem o Plano de Ativi-dades e sem o visto do Coor-

denador do curso, com dataretroativa a semestres anterio-res”, explica a coordenadorado Estágio Institucional doUnibh (CEI), Juliana Murari.

A empresa que apresentao Termo de Compromissosem as devidas informações,

recebe uma notificação, quetambém é repassada ao aluno,onde informa quais são ascorreções necessárias para a validação efetiva do contrato.No Sistema On-line da insti-tuição (SOL), está disponíveltanto para a empresa contra-tante, quanto para os contra-tados, os procedimentos ne-cessários para a realização doestágio, além de modelos dosdocumentos.

Apesar do crescimento,ainda é baixa a porcentagemde alunos estagiários. O ensi-

no superior no país tem cercade 5 milhões de estudantesmatriculados, e apenas 650mil fazem estágio.

Alb Cavalh ssal a a m â c a s ág , mas a v s b as al

Embora alguns itens este-jam bem claros na Lei do Es-tágio, outros não estão bemdefinidos. Um deles é o valorque a Bolsa e o Auxílio Trans-portedevem ser pagos ao esta-giário. “O auxílio transporteé obrigatório, mas ninguémcolocou se deveria ser integralou parcial”, explica AlbertoCavalheiro.

“Já recebi apenas a Bolsa-Estágio no valor de R$ 300,00em que não estava descrito senessa remuneração era incluí-do o auxílio-transporte”, afir-ma a estudante de jornalismo

Juliana Baeta.De acordo com Alberto

Cavalheiro, uma pesquisa re-alizada pelo Nube com estagi-ários de todo o país afirmaque 18% dos alunos entrevis-tados reclamaram que com adiminuição da carga horária,máximo de seis horas diárias,o valor da bolsa também foireduzido. ”Se proporcional-mente, havia um local quepagava R$ 800,00, por oitohoras de trabalho, hoje, pagaR$ 600,00, por 6 horas detrabalho”, descreve.

“Por causa das mudanças

na Lei, minha carga horáriafoi reduzida, o que é até bom,já que teoricamente teria maistempo para me dedicar aosestudos.” diz o estudante decomunicação Ricardo Lima.

O estudante tambémacrescenta outra situação “oproblema é que junto com acarga horária diminuiu tam-bém meu salário. Estou háalgum tempo pensando napossibilidade de encontrarum segundo estágio ou em-prego, ainda que informal ousem contrato fixo, para auxi-liar na minha renda”

Brechas na Lei do EstágioPRINCIPAIS MUDANÇAS NA LEI DO ESTAGIO

• A carga horária não pode exceder seis horas diárias e 30semanais;

• O estagiário pode ficar no máximo dois anos em cadainstituição (excetos em casos em que o estagiário é portadorde deficiência);

• A revisão do Termo de Compromisso entre a instituição deensino, o contratante, e o candidato ao estágio, é obrigatória;

• Redução pela metade da jornada de trabalho nos dias deprovas periódicas ou finas;

• 30 dias de recesso remunerado (férias).

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

´

Leia a reportagem na íntegra nosite:

www.jornalimpressao.com.br@

“o ma scal a la ã

s ág é al .el é ma perceber seo estágio estáou não dentro

a l lesperava”

Alb Cavalh

diVuLGAç o

Page 6: Edição 184 caderno 1

8/6/2019 Edição 184 caderno 1

http://slidepdf.com/reader/full/edicao-184-caderno-1 6/16

e cia Impressão6 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Por água

abai oM v s a f mam x ê c as m fMa la GaB M sMa k lma Ca6ºper odoe ã : Cam la F a a

As chances de conseguirum emprego certamente sãomaiores depois de ter tidocontato com a profissão, so-bretudo por meio do estágio,

onde é possível colocar emprática os conhecimentos ad-quiridos na faculdade. Masnem todos os estudantes uni- versitários estão preparadospara encarar um estágio den-tro de uma empresa, a come-çar pelo processo de seleção. Além disso, é importante secomprometer com as ativida-des propostas e ter uma boapostura profissional. Destaforma, muitas oportunidades vão por água abaixo.

Estágios que não dão cer-to podem, em determinados

casos, culminar em grandedecepção para o estudante.“O primeiro sentimento quesurge é o da frustração pornão ter dado certo, principal-mente se era algo de que segostava tanto. A pessoa nãopode deixar que essa situaçãotome conta dela e comece adesacreditar de todos os ou-tros estágios que possa conse-guir na vida”, afirma a psicó-loga Laila Coelho.

Em alguns casos, a experi-ência pode não sair como de- veria. A estudante de pedago-

gia Thaymara de Mirandacomeçou a fazer um estágio enão se adequou às normas es-tabelecidas pela escola. “En-trei na escola com uma gran-

de expectativa de crescimentopessoal e profissional. Ao en-trar percebi que seria umaprofessora de uma turma mis-ta, ou seja, com crianças desete meses até dez anos de ida-de. Estava trabalhando emum lugar sem nenhum apoiopedagógico”.

Maturidade

Em alguns casos, os estu-dantes não possuem maturi-dade para o desenvolvimentodo estágio. Fernando Beiral,estudante de relações públi-cas, conta que já trabalhou aolado de estagiários que não valorizaram a oportunidaderecebida. “Um deles chegou amatar a avó três vezes no mes-mo ano”, comentou, fazendoreferências às desculpas utili-zadas para justificar atrasos efaltas. “Outros tentam mos-trar eficiência, e falam quedão conta de tudo” ressalta,

apontando estagiários que as-sumem algumas responsabili-dades no trabalho por medode perder a vaga.

A administradora MarcelaBonfim, trabalha diretamentecom a contratação de estagiá-rios e afirma que a falta dequalificação é uma das maio-res barreiras que os estudantesenfrentam e que iniciativa éum dos fatores mais avaliados.“Nós sempre ajudamos, tenta-mos orientar e motivar da me-lhor maneira possível, maspor vezes, falta interesse e umapostura profissional por partedeles”, esclarece.

Para evitar problemas noestágio, o estudante pode sepreparar de muitas formas. O

diretor de Criação e Opera-ções da G30 MKT & COM,Ciro Guedes, ressalta a im-portância de algumas quali-dades. “Para conseguir umestágio é preciso ter capacida-de técnica, vontade de apren-der, disponibilidade”. Ciroexplica os motivos que o fezrescindir o contrato de suaúltima estagiária “ritmo len-

to, atrasos nas entregas, indis-ponibilidade para estender ohorário quando necessário,índice de erros relativamentealto e desatenção na execuçãodos trabalhos”.

A jornalista e economistaCássia Borges considera que adisposição em aprender é umdiferencial “ele pode levarpara o local de atuação inova-ções que vão colaborar parasempre com a rotina da em-presa. Por isso, a importânciade sempre manter a cabeçaaberta para o que o estágio vai

incrementar na vida do estu-dante e o que ele vai deixaronde estagiou”.

De acordo com o Nube,Núcleo Brasileiro de Estágios,a agência encaminhou, nosmeses de outubro e novembrode 2010, 648 estagiários paradiversas empresas. Dos con-tratos firmados, 128 foramrescindidos pelos estagiários e28 tiveram seus contratos res-cindidos pela empresa. Essesdados dão oportunidade aosestudantes repensarem a ma-neira que observam e lidamcom o período do estágio.

Centros de encaminhamentoOs estudantes interessados

em estágiar podem buscar va-gas em centros de encaminha-mento, como o Centro deEmpresa Escola (CIEE), o Nú-cleo Brasileiro de Estágios(Nube) e o Sistema Federação

das Indústrias do Estado deMinas Gerais (Fiiemg/IEL).Os alunos também podem

contar com sites de cadastrode estudantes, como o Catho.com e site de ofertas de vagascomo o MinasCom, site espe-cífico com vagas da área decomunicação, o Oportunida-desBH, com ofertas para va-riados cursos, dentre outros.Os setores de estágio, sites eoutros veículos de comunica-

ção interna da própria facul-dade como blogs e murais es-palhados pela instituição,também são opções para osuniversitários que buscamoportunidades de estágio.

Os interessados em esta-

giar devem estar atentos às va-gas ofertadas, pois todos osdias são oferecidas, nos cen-tros de encaminhamento eem sites específicos, dezenasde vagas e o estudante podeainda receber treinamento,como as oficinas de capacita-ção e os cursos gratuitos quesão disponibilizados peloCIEE, de modo que seu enca-minhamento seja adequado.

Além de vagas e treina-

mentos, os centros apresen-tam diversas dicas, como , porexemplo, elaboração de currí-culo, de como se comportarem entrevistas de estágio, in-formações e orientação sobrelegislação.

Existe nesses centros umareal preocupação com o enca-minhamento do estudante àsempresas contratantes, cabeao estagiário aproveitar ao má- ximo os serviços oferecidos.

As empresas deste setorsão as principais responsáveispela inserção do estagiário nomercado de trabalho, sendotambém a principal pontepara a contratação após a con-clusão do curso.

Leia a reportagem na íntegra nosite:

www.jornalimpressao.com.br@

Arte: MAnueLA GArzon

em alg s cas s, s ág ã sa c m s a

Page 7: Edição 184 caderno 1

8/6/2019 Edição 184 caderno 1

http://slidepdf.com/reader/full/edicao-184-caderno-1 7/16

rôm l Ab6º per odoe ã : Cam la F a a

A universidade é o cami-nho escolhido por diversaspessoas que buscam projeçãoprofissional e uma carreira desucesso. Ao ingressar na facul-dade, estudantes que almejamum futuro promissor, iniciamuma verdadeira maratona embusca de oportunidades paradesenvolver o aprendizado ad-quirido em sala de aula. É ajunção da teoria com a práticaque, para muitos profissio-nais, é a receita para uma tra-jetória bem-sucedida.

A alternativa para concre-tizar essa conexão é o estágio,que proporciona ao futuro

profissional, a aplicação datécnica obtida e vivência como mercado de trabalho, alémde proporcionar ao estudanteum teste de perfil para atuarna área escolhida.

Ati idadesCom uma experiência de

mais de 20 anos em captar jo-

vens para estagiar em diversasempresas de Minas Gerais, osuperintendente do NúcleoBrasileiro de Estágios (Nube), Alberto Cavalheiro orientaque os estudantes exploremtodos os recursos disponíveisnas instituições de ensino,como palestras oferecidas gra-tuitamente, trabalhos inter-disciplinares e demais ativida-des extraclasse. “As escolas

oferecem muitos eventos à co-munidade acadêmica porexistir um interesse em capa-citar e inserir os alunos no

mercado de trabalho”, frisa osuperintendente.

No entanto, estudos reali-zados pelo Nube concluíramque, embora seja relevantepara o currículo, apenas o co-nhecimento teórico não é osuficiente. Cavalheiro confir-ma que o convívio com a pro-fissão é fundamental.

O Centro Universitário deBelo Horizonte (Uni - BH)oferece constantemente vagasde estágio para seus alunos,em diversos segmentos, comouma forma de estimular o po-tencial de cada estudante. Ospontos favoráveis de se esta-giar na faculdade, segundo aestudante de jornalismo doUni - BH Camila Falabela éque a atividade se torna umaextensão das aulas, pelo acom-panhamento didático dadopelos professores.

Portas abertas Alberto Cavalheiro desta-ca que se por um lado os alu-nos estão em busca de oportu-nidades de estágio, por outro,as empresas abrem suas por-tas para os novos profissionaise, cada vez mais, reservam va-gas para universitários, porconsiderar essa parceria bené-fica para ambos os lados.

“As empresas contratamos estagiários porque querempreparar seus profissionais dofuturo”, esclarece Cavalheiro,afirmando ainda que o está-

gio deve ser almejado pelo es-tudante desde o início da vidaacadêmica e, sem dúvidas,deve ser priorizado, em rela-

ção a outras atividades comocursos e intercâmbios. Mas osuperintendente pondera queem algum momento, o estu-dante terá que se dedicar aoestudo complementar.

Professores universitáriose profissionais em cargos dechefia concordam que o está-gio é o ponto de partida mais

eficaz para a realização profis-sional. Para eles, ao estagiar, oaluno tem a oportunidade defazer contatos, conhecer omeio em que vão atuar e mos-trar seu potencial.

A professora de radiojor-nalismo do Uni - BH, Ângelade Moura, esclarece a impor-tância de se estagiar. “O está-gio é a oportunidade clara deinterlocução da teoria minis-trada em sala de aula com aprática do mercado de traba-lho. É a chance que o estu-dante tem de vivenciar o exer-

cício profissional e, assim, sepreparar mais para os desafiosque inevitavelmente surgirãoapós a formatura”.

O estágio é um período deaprendizagem e contribui nacapacitação do estudante, fa-cilitando o seu ingresso nomercado de trabalho. Estagiartambém pode significar umaoportunidade única de apli-car a teoria aprendida em salade aula à prática do cotidianona realidade profissional. Suafinalidade é propiciar comple-mento a formação do aluno.

e ciaImpressão 7Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Estágio é elo entre

aprendizado e sucessot a é m a , mas á ca é ss c al a a a c h c m

POR QUE VOCE ESTA PROCURANDO UMA VAGA DE ESTAGIO ?^ ´ ´

Pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE) con rma que universitáriostêm o estágio como a principal porta de entrada para o Mercado:

* Para entrar nomercado de trabalho

42,6%

*Ajudar nas despesasfamiliares – 9,8%

*Ter autonomiananceira – 8,3%

*Pagamento damensalidade

escolar – 6,6%

Pesquisa realizada com mais de 5 mil estudantes, em todoBrasil, entre os dias 28 de abril e 28 de maio de 2010.

“o s ág é aoportunidade de

l c ã ateoria ministrada

m sala a lacom a práticado mercado de

abalh . Â g la M a

Aprimorando habilidades A aluna do curso de Publi-

cidade e Propaganda Thami-res Rosa ocupa posição dedestaque na empresa ondetrabalha. Ela iniciou sua traje-tória como menor aprendiz eteve a oportunidade de esta-giar, quando cursava o quintoperíodo. A estudante, hoje, ésupervisora de atendimento elidera uma equipe de aproxi-madamente 30 pessoas.

Thamires atribui o sucessoao estágio realizado. “Estoumuito mais realizada com oque faço, do que se tivessetentado fazer carreira emagências, como pensava noinício da faculdade. Estagiaraqui na empresa ampliou

meus horizontes”, conta. A redatora da Câmara dos

Deputados em Brasília Maria Aparecida Neves realizou di- versos estágios em órgãos pú-blicos e privados durante ocurso de Comunicação Socialna Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG) e ava-liou o período como decisivopara chegar à atual posição.

“Os estágios que fiz forammuito importantes em meuaprendizado. Com eles passeia ter mais habilidade e pudeaprimorar praticando tudoque aprendia na faculdade.Tive a vantagem de conhecere ter vários contatos que sem-pre me ajudaram”, esclarece.

Maria Aparecida incentivaquem pretende conseguir umestágio, dizendo que é neces-sário bater às portas, sem re-ceios. Ela frisa que o candida-to a uma vaga não pode deixarde ser perseverante, tampou-co dar lugar à timidez.A redatora também ressal-ta a importancia do ne-tworking para a carreira e deconhencer as empresas queatuam na àrea almejada. “Éimportante fortalecer o ne-tworking e sempre visitar asempresas do ramo de atuaçãonas quais a pessoa estiver sepreparando para sondar se há vagas e pedir quem sabe umaoportunidade”.

Leia a reportagem na íntegra nosite:

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e cia Impressão8 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Empresas insistem em

descumprir legislaçãoes ag á s ac am sv f ã m ca a b lsa aga a m sal aÉ ka p a W ll g Ma s6º per odoe ã : r g es sch

Não é segredo o fato deque o estágio, muitas vezes, seconfigura em cenário claro dedesvio de função. A prática écomum em organizações que

buscam mão de obra barata,porém, a empresa que lançamão desse expediente age demá fé e incorre em ação ilíci-ta. A legislação que regula-menta a prática explicita que“o estágio é ato fundamental-mente educativo, que visa àaquisição de competênciaspara o trabalho e para a vidaem sociedade” (ver Box)

Trata-se, portanto, daoportunidade que o alunotem para executar atividadesque gerem o aprendizado pro-fissional, ou seja, conjugar o

conhecimento teórico que ad-quire na academia com a ex-periência prática do mercadode trabalho.

“Muitos alunos não enten-dem o real papel do estágio esentem muito medo de errar,de perguntar e de demonstrarque não estão seguros ou queprecisam de algum auxílio.Isto é um erro, pois eles estãonas empresas para aprender ese já soubessem, não necessi-tariam estagiar”, afirma a pis-cóloga Felícia Costa Rodri-gues, complementando que o

estágio é a fase em que o estu-dante pode reforçar a sua es-colha profissional. “Nessecaso, o desvio de função e amá remuneração seguida detrabalho excessivo acabamcomprometendo o papel do

estágio”, alerta. A profissional de relações

públicas Fernanda DelmiroDias, 24 anos, estagiou emtrês empresas. Em duas delas,o desvio de função era práticacorrente. “Na primeira, fui

contratada para trabalharcom aplicação de questioná-

rios de avaliação dos clientes,tabulação, análise de dados eimplantação de melhorias esoluções, mas, além disso,atuava no atendimento e re-cepção dos clientes, atividadesque não exigem conhecimen-tos acadêmicos”,conta.

Na segunda empresa a re-lações públicas trabalhavacom publicidade e comunica-ção interna, mas, por causa deuma crise financeira, o setorde marketing foi fechado e elaacabou sendo remanejadapara a recepção. O estudante

de jornalismo Luciano Gon-çalves Coelho Calixto, 25anos, fez cinco estágios e con-ta que em diversas ocasiõesexerceu algum tipo de funçãoque não era compatível com asua área. Ele ressalta, porém,

que a experiência foi impor-tante para expandir seus co-

nhecimentos em outros cam-pos de atuação.

CusteioSegundo o Núcleo Brasi-

leiro de Estágios (Nube), amédia geral paga a estagiáriosno Brasil é de R$683,33. Naárea de Comunicação, a bolsade estágio é, em média,R$701,64.

Fernanda Delmiro depen-dia do estágio para pagar aescola.“Não poderia me dar‘ao luxo’ de sair das empresaspara procurar outra oportuni-

dade, pois eu correria o riscode não encontrar algo comtanta facilidade ou rapidez”,afirma. A relações públicasdisse, ainda, que a atuaçãodas faculdades no acompa-nhamento de alunos nos está-

gios, muitas vezes, é deficien-te: “Se fossem mais presentese fiscalizassem, acredito quemuitos estágios seriam indefe-ridos”, conclui.

Obstáculo Para o coordenador do

curso de Jornalismo do Cen-tro Universitário de Belo Ho-

rizonte (UNI-BH), Luciano Andrade Ribeiro, algumasmedidas são tomadas para evi-tar o problema, mas a falta defiscalização ainda é um obstá-culo a ser vencido: “Todo des- vio de função é prejudicialpara o aluno. A FederaçãoNacional dos Jornalistas (Fe-naj), por exemplo, prega a nãopermissão de estágios em queabusos contra os estudantessão praticados, porém, a insti-tuição não consegue barrarou controlar essa atividade”.Segundo ele, o motivo da de-

cisão é evitar que os estagiá-rios sejam submetidos a des- vios de função e substituamum profissional.

Luciano Ribeiro explicaque O UNI-BH conta com aCoordenadoria de EstágioInstitucional (CEI), que é osetor responsável por avaliaras empresas interessadas emoferecer estágios para o apren-dizado dos alunos da institui-ção. “Quando alguma irregu-laridade acontece, o alunomesmo traz essa questão paraa CEI e, dessa forma, a empre-sa é descredenciada e nãopode buscar mais nenhum es-tagiário conosco”, afirma.

pa a scól ga F líc a C s a r g s, s ág é a fas a a f a a sc lha ss al

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“o sv função e a máremuneraçãoseguida de

abalhxc ss v acabam

comprometendo oa l s ág ”

F líc a C s a r g s

Garantia de proteção A Lei do Estagiário

(17.788/08) enfatiza, em seuartigo primeiro, que o estágioé ato fundamentalmente edu-cativo, que visa à aquisição decompetências para o trabalhoe para a vida em sociedade.Determina, ainda, a supervi-são e o acompanhamento dasatividades, bem como a rela-toria delas.

Para a Associação Brasilei-ra de Estágios (Abres), a novalegislação inibe a utilizaçãode estagiários como mão deobra barata, já proibida, mascomumente praticada na vi-gência da Lei anterior. A em-

presa que não respeitar estri-tamente as cláusulascontratuais e descaracterizaro estágio – com desvio defunção ou excesso de cargahorária, por exemplo – estásujeita a multa do MinistérioPúblico do Trabalho. A cargahorária máxima de um está-gio ou a soma deles é de 30horas por semana. A empresaque descumprir as regras ficaimpedida de contratar estagi-ários por dois anos. A Lei es-tabelece o meio termo entreo abuso de estagiários comomão de obra barata e a nãocontratação.

SALARIOS MEDIOS PAGOS A ESTAGIARIOS EM 2010

EngenhariaR$1.022,30Relações

InternacionaisR$1.008,38

EconomiaR$999,27Química

R$897,45NutriçãoR$880,40

EstatísticaR$880,40Ciências

AtuariaisR$867,61

ComunicaçãoSocial

R$701,64

Valor médio geral: R$ 683,33

Fonte: Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE)

´ ´ ´

WeLLinGton MArtinSS

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Hév la ol v a6º per odo

Os alunos do Centro Uni- versitário de Belo Horizonte(UNI-BH) têm a oportunida-de de realizar intercâmbioem três universidades de Por-tugal: Évora, Porto e Coim-bra. O UNI-BH possui umacordo de cooperação técni-ca com as instituições, o quepermite que os participantesdo programa não paguem ta- xas acadêmicas, como men-salidade em ambas as univer-sidades. “Já tivemos propostasde outras instituições pararealização de convênio, mascontinuam em estudo”, in-forma Fabiana Fernandes, daCoordenadoria de RelaçõesInstitucionais do UNI-BH.

Não é necessário que ouniversitário faça intercâm-bio no mesmo curso em queesteja matriculado, é possívelescolher disciplinas diferen-

tes que possam acrescentarainda mais ao currículo. Oestudante pode, também, re-alizar disciplinas de mestra-do integrado. Porém, é ne-cessário respeitar o limitemáximo de um ano.

Para participar do proces-so de intercâmbio no UNI-BH basta se dirigir ao setorde Relações Institucionais. Oaluno não paga taxa de ins-crição e é escolhido por crité-rio de notas, sendo seleciona-das as melhores. Por semestre,são disponibilizadas 20 vagas

para o programa e o númerode inscrições chega a 150, ha- vendo um limite de três alu-nos por curso.

HospedagemO aluno pode optar onde

quer residir em terras portu-guesas. As universidades con- veniadas possuem alojamen-to próprio, portanto, ointercambista paga apenasuma taxa de manutenção doapartamento. Por outro lado,se preferir, o estudante tam-bém pode se hospedar em

alojamentos particulares e al-bergues, que possuem tarifasespeciais para alunos de in-tercâmbio.

Durante todo o períodoem Portugal, os selecionadossão assistidos pelo setor deRelações Institucionais dauniversidade escolhida. Paraoutras informações liguepara Coordenadoria de Rela-ções Institucionais do Uni-BH (31) 3319-9232.

e ciaImpressão 9Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

O mundo a seus pésFa câmb é ma a m lh a c íc l am l a B a Áv la

daya L map sc la M s6º per odoe ã : r g es sch

O Brasil se prepara parauma Copa do Mundo, em2014, seguida pelas Olim-píadas dois anos depois,e o domínio da línguainglesa torna-se essen-cial. Então, nada me-lhor que aprimorar oidioma in loco. Fazerintercâmbio, porém,é muito mais do que

estudar em outropaís. “É ter a oportu-nidade de trocar co-nhecimentos entre dis-centes e docentes delocais distintos, uma ex-periência única que mes-cla conhecimento acadê-mico, cultural e pessoal,além de tornar maisatrativo o currículoprofissional”, afirmaDaniel Trivellato,diretor da em-presa dei n t e r -

câm-bio

World Study.

Antes de viajar é necessá-ria muita preparação. Primei-ro, deve-se escolher o país.Caso a região escolhida nãotenha nenhuma universidade

conveniada com a insti-tuição de ensino

que o aluno fre-quenta, pode-seoptar por contra-tar uma agência

de intercâm-bio. Asa g ê n c i a sp o s s u e mprofissio-

nais espe-c ia l i zadospara darorientaçãoao estudante

sobre universi-dades, cursos,oportunida-des de estágiosremunerados,entre outros.

“Realizar uma pesquisa

prévia sobre os países e cur-sos é essencial para evitar fu-turas frustrações. O Canadáé um país frio. Londres temum custo de vida alto, aocontrário do que ocorre na Austrália. Se o problema foro idioma, o melhor é fazerum curso de línguas por aquie adiar a viagem”, ressaltaTrivellato.

Planejamento As acomodações também

devem ser planejadas. Exis-tem as casas de família, em

que o aluno passa a convivercom a rotina da casa. Caso oestudante não goste de seu“lar”, poderá solicitar a troca.Essa opção deve estar explíci-ta no contrato, a fim de evi-tar transtornos e multas.

Outra opção são os aloja-mentos estudantis, uma espé-cie de república. Comumen-te há um restaurante paratodos os alunos e quartos co-munitários. A hospedagemindividual é uma saída para

quem quer independên-cia e, em alguns países,

é uma opção barata.O publicitárioGustavo Orli sen-tiu na pele o quea falta de plane-jamento podefazer. Em 2008,ele viajou paraLondres paraaprimorar oinglês, masnão encon-trou alojamen-to. “Quando

cheguei na In-glaterra, procurei

albergues e algu-mas casas de famí-lia. Mas como não ti-

nha me planejado, tivedificuldades para encon-

trar lugar para ficar. Por sor-te, alguns amigos me indica-

ram um albergue”, relata o

publicitário. A estudante de comunica-ção integrada Nayara Alvesde Oliveira viajou à Paris,aprendeu a língua nativa e seencantou com a beleza da ci-dade e a receptividade dosfranceses. “As pessoas bus-cam o que querem, não acei-tam facilmente aquilo que ogoverno impõe. As faculda-des e o atendimento hospita-lar são praticamente gratui-tos”, conta.

Outras informações fun-damentais para evitar proble-mas futuros são as caracterís-ticas climáticas do país, custode vida e validade do diplo-ma no Brasil do curso emquestão. Alguns lugares fa-zem exigências, como Austrá-lia e Nova Zelândia. Nessespaíses, o Ensino Médio pos-sui um ano a mais que noBrasil. Por isso, as universida-des locais exigem que o inter-cambista realize oFoundationProgram, que dá ênfase a gra-duação escolhida pelo estu-dante, além de aprimorar oidioma Inglês.

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Parceria quedeu certo

M A r C u S V i n i C i u S

“Faintercâmbio é tera oportunidadede trocarconhecimentosentre pessoas del ca s s s”

da l t v lla

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t a a u ba a Impressão10 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

IAPI: uma cidade

com um pouco de tudor ch a c s a s, c j é m ma c a a a a s cJ l a a Vall mrôm l Ab W ll a Alv s6º per odoe ã : r g es sch

“Aqui, todos são amigos.Não tem hostilidade alguma”. A afirmação é de FranciscoLauriano da Silva, o Chico,um dos baluartes do conjunto

habitacional mais antigo deBelo Horizonte, o IAPI. Coma autoridade adquirida apóster sido presidente em exercí-cio da Associação Comunitá-ria do Conjunto ResidencialSão Cristóvão e, atualmente,ser líder honorário, Chicosabe o que fala.

Em 1940, Juscelino Ku-bitschek - então prefeito dacapital mineira - em sua ânsiade transformar Belo Horizon-te em uma metrópole, foi oprincipal responsável pelaconstrução do Bairro Popular,

dentro dos domínios do bair-ro São Cristóvão. Construídoem uma parceria com o Insti-tuto de Aposentadoria dosIndustriários e projetado por White Lírio Martins, o con-junto habitacional acabousendo mais conhecido pelasigla do Instituto.

Foram duas inaugurações,uma em 1947 e outra no anoseguinte. No entanto, os pri-meiros moradores dos prédiossó puderam se mudar em1951. Chico foi um dessespioneiros, se juntando a con-

tribuintes do Instituto, apo-sentados e ex-combatentes daSegunda Guerra Mundial.

Residindo em um dos an-dares inferiores do Bloco 4 - oconjunto conta com nove pré-dios e um total de 928 aparta-mentos - o presidente de hon-ra da comunidade não demoramuito a apontar uma caracte-rística peculiar do IAPI: “nós,idosos e pobres, moramos nosprimeiros andares. Ali, mo-ram os que estão melhor na

vida”. Ele aponta para umapartamento do andar supe-rior do prédio.

Entre Chico e seus compa-nheiros próximos é desneces-sário perguntar sobre a vizi-nhança. A maioria se tratacom carinho e a intimidadede velhos camaradas. Mas asideias cordiais não são com-partilhadas por todos os mo-radores do conjunto.

A dona de casa FernandaMelo, por exemplo, não temtanto entusiasmo ao falar doIAPI. “Há uns 10 anos, davapara a gente brincar tranqüiloali no jardim e jogar bola.Hoje em dia, eu tenho umpouco de medo de passar ali”.Sua mãe, Ângela, corrobora a visão sobre a delinqüênciaque circunda os prédios, masenaltece pontos positivos ig-norados pela filha: “A locali-zação é ótima, é tudo perto docentro. Além disso, com esseespaço todo, dá até para fazeralguns exercícios físicos”.

Raissa Machado, neta dosenhor Chico, foi produtorade dois curtas-metragens quetiveram o antigo Bairro Popu-lar como ambientação: Mate-rial Bruto (2007) e Permanên-

cias (2010), ambos dirigidospor Ricardo Alves Junior,também mineiro. “Eu pegueiessa fase mais pós-modernado IAPI, né? Não comparti-lho tanto dessa visão românti-ca dos meus avós”.

Permanências foi o vence-dor do prêmio de Melhor Fil-me (categoria nacional) da 3º Janela Internacional de Cine-

ma do Recife, em 21 de no- vembro do ano passado. Ofilme contou com o IAPI nãoapenas na locação, mas com aatuação de alguns dos mora-dores.

Moradores ilustresDe pedreiro a artistas de

cinema. No IAPI tem de tudo.Sobre os residentes ilustres,não é difícil descobrir o maisfamoso deles. De todos os en-trevistados, todos não titu-beiam em apontar o ex-jogadorTostão como o mais conheci-do a residir ali.Outros futebolistas tam-bém são conectados ao IAPI:Celton, zagueiro central queatuou pelo Cruzeiro entre1965 e 1972, é morador atual.E há também um certo Toró,que, segundo testemunhasoculares idosas, teria sido me-lhor que o próprio Tostão. O vitiligo encerrou precocemen-te a carreira do jogador, quese sentia tão constrangidocom a doença que só atuavade calças compridas.

n C j iApi m am a x ma am 5,4 m l ssLeia a reportagem na íntegra nosite:

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B M sMa lla GaMa k lma Ca6º PerÍoDo

Batizado de Lagoinha,conforme informações do Ca-derno de História dos Bairros,da Prefeitura de BH, a região

nasceu em meio à construçãoda capital mineira, em 1897,por imigrantes italianos. Osprimeiros moradores o apeli-daram de “Cantinho da ve-lha Itália em Minas Gerais”.Mas o que eternizou a Lagoi-nha foi a boemia, que marcouo local na primeira metade doséculo XX.

Ainda segundo o Cadernode História dos Bairros, onome original foi dado em

virtude das dezenas de lagoasque cercavam a região, bastan-te pantanosa antes de ser ha-bitada.

A “Velha Lagoinha”, quedurante o dia movimentava-sepelo agitado comércio, o mer-cado, ambulantes e a delega-cia, à noite, cedia lugar paradesde as rodas de samba e po-etas até o baixo meretrício. Asruas povoadas por botequins,reduto de seresteiros, dançari-nos, artistas e amantes da noi-te belo-horizontina, fizeramcom que o bairro recebesse aalcunha de “Lapa Mineira”,em alusão ao bairro carioca.O charme da tradicional re-gião entrou em decadência apartir do início da década de1970. Muitas famílias tradi-

cionais se mudaram do local,afugentadas pela boemia efer- vescente e o alto índice de cri-minalidade.

A partir da década de2000, a região da Lagoinhaassistiu a diversas obras demelhoria da infraestrutura vi-ária para se consolidar comocorredor de ligação à regiãonorte.

Desde abril deste ano, oconjunto IAPI está sendo revi-talizado e pintado em umaparceria entre a prefeitura deBH , Tintas Coral, o Sindica-to do Comércio Varejista deMaterial de Construção (Sin-dimaco) e seis empresas deconstrução. A expectativa éque o processo de revitaliza-ção seja feito em 14 meses.

BRUNA CRIS

Palco da boemia mineiraNOROESTE EM NUMEROS

Con ra dados da região onde fica o IAPI:

• Extensão Territorial da região: 36.874 Km2(quilômetros quadrados)

• População: 360.000 habitantes, de acordo com o Censo 2000/ IBGE

• Quantidade de Bairros: 54

• Número de Praças: 106

• Favelas: 19

• Linhas de Ônibus: 41

• Cemitérios: 02 (Bonm e da Paz)

• Igrejas Católicas: 25

• Parques Ecológicos: 2

• Hospitais Públicos e Particulares: 2 (Odilon Behrens eHospital e Maternidade BH Mater)

• Centro de Apoio Comunitário(CAC): 2 (Jardim Montanhês e Serrano)

• Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM):1 (Padre Eustáquio)

Fonte: PBH

´

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8/6/2019 Edição 184 caderno 1

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t a a u ba aImpressão 11Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Ajuda que em do ladoCa la da llG sla y B g s6° per odoe ã : L La a Al xa Sa s

No bairro Renascença osmoradores devem confiar noolhar atento dos vizinhos. Umgesto ou som de apito podeevitar atos de violência. Osmoradores fazem parte daRede Solidária de Vizinhos,que teve inicio em 2004, emBelo Horizonte e vem colabo-rando para uma redução da

criminalidade da capital se-gundo a Tenente Débora do16.° comando de Polícia Mili-tar da capital.

Para amenizar os proble-mas causados pela violênciaos vizinhos se filiaram à redesolidária. Segundo morado-res, como o funcionário pú-blico Nesier Eustáquio daCruz, que mora no bairro há57 anos, a rede é muito im-

portante no combate à violên-cia e aos roubos que se torna-ram frequentes no bairro. Omorador diz que o bairro ain-da tem muito o que crescer enecessita de outras formas deserviço, como agência doscorreios, assim como de vá-rios bancos que trariam aosmoradores mais comodidade.Mas Nesier afirma que não re-sidiria em outro local, o bair-ro para ele é o melhor para se viver na cidade.

Em Belo Horizonte, noslocais atendidos pela rede so-

lidária, a redução do no nú-mero de crimes, segundo aPM, foi de até 25%. Não exis-tem dados específicos do bair-ro Renascença. Para aderir àrede, é necessário uma organi-zação comunitária. Os mora-dores participam de reuniõesregulares com a polícia rece-bendo dicas para a prevençãode crimes, como roubo a mãoarmada e assaltos a residên-

cias. “A ação é preventiva econtribui na denúncia de sus-peitos. Além da segurança, arede trás para a populaçãouma maior confiança na polí-cia e a diminuição do medodo crime. Os vizinhos se tor-nam câmeras vivas no bairro”,avalia a tenente.

Funcionamento A Rede de Vizinhos Prote-

gidos funciona em blocos deaté cinco casas. Como a rede éentrelaçada, uma residênciapode pertencer a dois grupos.

Os moradores são orientadosa se comunicarem por meiode gestos, pelo celular ou api-to. Qualquer comunidade,bairro ou rua pode ter o pro-grama, basta entrar em conta-to com a Polícia Militar.

O clima de tranquilidadese fortalece com a Rede de Vi-zinhos que é uma iniciativa dasociedade civil organizada emparceria com a Polícia Militar

do Estado de Minas, Conse-lho de Segurança Pública da20ª Cia da PMMG (Consep20) e associações comunitá-rias. A Rede de Vizinhos Pro-tegidos abrange 78 bairros emBelo Horizonte e conta com aparticipação de mais de 40mil pessoas. O projeto tem oobjetivo de aumentar a segu-rança da comunidade local,reduzir o índice de criminali-dade, criar o sentimento departicipação das pessoas e fa-cilitar a ação da PM, além deunir os vizinhos.

Nesier acredita que essarede possibilita a continuida-de da tranquilidade típica dobairro. “O Renascença é umlugar em que podemos con- versar na rua com liberdade esempre encontramos com al-guém conhecido”, finaliza.

HistóriaO bairro Renascença sur-

giu na década de 30 represen-

ta um pouco da história dacapital. Cresceu marcado peloritmo do apito das fábricas.Inicialmente ocupado poroperários, o bairro surgiucomo opção de moradia aostrabalhadores. A CompanhiaRenascença Industrial foi res-ponsável na época por todoinvestimento, ao que se refereao lazer, já que construiu den-tro dos seus limites um campode futebol e depois um clubeno qual Clara Nunes iniciou asua carreira artística, se tor-nando conhecida Brasil. O

time do Renascença disputouos campeonatos mineiros de1959 a 1967. Desde o início obairro foi ocupado predomi-nantemente por pessoas dointerior do Estado, originan-do assim um bairro com roti-na interiorana.

r v h s m v lê c a ba r asc a c m l m a a

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www.jornalimpressao.com.br@FotoS: LeopoLdo MAGnuS

Jadir: o compositor de hinosJ l a Jabth ag H6° per odo

O bairro Renascença abrigaalguns personagens que fazemparte da história da cidade deBelo Horizonte. Um deles é oprofessor de música, composi-tor e maestro Jadir Ambrósio.Em 1965, aos 43 anos, ele foi oresponsável pela criação da le-tra e da música do hino doCruzeiro Esporte Clube, umdos times de futebol mais reco-nhecidos do país.

Segundo o Sr. Ambrósio,

“quando o Cruzeiro ainda nãoera muito popular, Aldair Pin-to comandava um programade auditório na rádio Guarani.

Por várias vezes cantavam ohino do Atlético-MG e do América-MG e não existia, ain-da, um para o Cruzeiro”. Jadir,então, assíduo freqüentadordo auditório, foi convidadopor Aldair Pinto para esboçaruma marchinha para o Cruzei-ro, o que mais tarde se tornouo hino original do time. Comocursava o conservatório, Jadircompôs o hino em ritmo demusica clássica, sendo assim

bem aceito pelo Cruzeiro epela diretoria italiana. “Eu soucompositor, eu sou professorde canto, mas não cantor” afir-

ma o Sr. de 87 anos.Sr. Jadir fala com muitoamor sobre o bairro em que vive: “o Renascença é o melhorlugar do mundo”. Ele ia fazerum hino para o bairro, maiscomo o aniversário de BeloHorizonte estava próximo re-solveu fazer um para a cidade.O professor de música nos re- vela, com muita emoção, ohino que compôs homenage-ando a capital dos mineiros.

Ba a s ca ac a l g a úm casas c v v , ag a, c m a s c la ã m b l á a a m a la val a ã

Hino de Belo Horizonte

“Belo Horizonte cada vez mais lindaé um jardim em for.

Quem mora em Belo Horizontemora no paraíso, em um ninho de amor.

BH, querida BH,que lugar gostoso de morar,o povo é bom, hospitaleiro,

melhor não pode haver,isso que é lugar pra gente viver...

Belo Horizonte, cidade que Deus crioués a mais linda em todas,oi Ele quem te abençoou”.

Jadir Ambrósio

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t a a u ba a Impressão12 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Falta de in estimentos

prejudica área de lazerM a s Sa a m a ã c m l cal a v a s c l a s A a Fláv a t llG s av p s lJ ã pa l Val6º per odoe ã : Al xa Sa s

Um campo de futebolamador localizado no bairroSaudade, região Leste de BeloHorizonte, está sofrendo coma falta de investimentos. Asinstalações do único local delazer da comunidade estãoprecárias e precisam de refor-ma. “A Cemig colocou os pos-tes, mas alguns não acendem,já liguei mil vezes, mas elesnão vêm arrumar de jeito ne-nhum”, reclama o presidenteda Associação Esportiva doSaudade, Enderson Moretti.Ele complementa que a com-panhia energética se manifes-ta apenas quando algo é noti-ciado na imprensa. A reportagem fez contato com a

Cemig, que se comprometeua efetuar a manutenção.Hoje, o terreno pertence à

comunidade do bairro Sauda-de, mas enfrenta vários pro-blemas. O campo possui vesti-ário, alambrado (que impedeos usuários de correrem dire-to para a rua), chuveiro comágua quente e sanitários. Asinstalações precisam de pintu-ra e manutenção, e alguns re-fletores, por exemplo, estãocom lâmpadas queimadas, oque dificulta os jogos à noite,além de aumentar o risco de

crimes no local.Moretti afirma que hámuito tempo pede à prefeitu-ra de Belo Horizonte e ao go- verno estadual um pouco

mais de atenção para o cam-po, no entanto, seu pedidonão é atendido. Ele ainda afir-ma que há 20 anos envia car-tas solicitando apoio para aospoderes executivos do muni-cípio e do Estado, mas nãoobtém retorno.

Ainda de acordo com opresidente da Associação Es-

portiva do Saudade, o últimoinvestimento feito pela prefei-tura, foi a construção do vesti-ário e do alambrado, duranteo mandato do então prefeitoCélio de Castro. Também nãohá isenção fiscal para o paga-mento das contas de água eluz. De acordo com o gerentede Equipamentos Esportivos,da Secretaria Municipal deEsportes, Talismar Silva, aprefeitura não tem como fazero investimento em camposque não são pertencentes àela, uma vez que o dono da

área pode impedir sua utiliza-ção pública. Apesar disso, Sil- va afirma que a regional Lestefaz a limpeza no campo emquestão, quando necessário.

“A comunidade precisa deapoio. A prefeitura tem quecriar projetos sociais, pois sãopoucos”, afirma João MoreiraFilho, representante da Asso-ciação Esportiva Saudade. Eleafirma que é necessário o in-centivo ao esporte amador,alegando que os investimen-tos são destinados apenaspara o esporte especializado.

Moreira Filho ainda ressaltaque é dos campos de várzeaque saem os futuros talentosdo futebol profissional, tantodentro do país quanto fora, e

principalmente a Europa.O campo é frequentado

por pessoas de diferentes fai- xas etárias. São moradores e vizinhos da região, que vão aolocal para assistir a jogos, jo-gar bola e praticar brincadei-ras em geral. e diversas ativi-dades. Os problemas sãoprejudiciais ao bom funciona-mento do local, ocasionandotranstornos, e até mesmo difi-cultando as atividades no úni-

co local de lazer dos morado-res, especialmente para ascrianças que participam de es-colinhas de futebol. Segundoo atleta Paulo Júnior, de 20

anos, o campo, como formade lazer, impede que os jovenssigam outros caminhos, comoo da marginalidade.

O campo do Saudade rece-be os jogos da Copa Centená-rio de Futebol Amador Wad-son Lima, competiçãodisputada nos campos de vár-zea de Belo Horizonte, e umdos poucos que valoriza o fu-tebol amador em Minas.

Apesar de o principal ob-

jetivo da prefeitura, com aconstrução da Praça, ser pro-porcionar aos moradores umespaço de lazer, foi no campoque os moradores encontra-

ram divertimento e construí-ram uma história. O campo éum espaço essencial para a co-munidade e peça importantena vida de moradores.

O time do bairro é um dosmais antigos de BH, possuí55 anos. Antes de se chamar Associação Esportiva do Sau-dade, chamava-se Cruzeiro doSul e deste herdou a camisaazul e branca.

(T ambém parTiciparam c amila F alabela e l eTícia p orTo )

Um no o ponto de culturaM arcos V inicius Pereira G abriela Francisca 6º per odo

O Quilombo Dona Luiza,sede do Grupo Iuna de Capo-

eira Angola, localizado nobairro Saudade, se tornou, onovo Ponto de Cultura da ca-pital, que já conta com cercade 40 desses pontos. A verbajá disponibilizada pelos gover-nos estadual e federal, quenão foi informada, servirápara revitalização do centro ecriação de novas atividades.

O grupo Iuna foi criadoem 1983, fundado por mes-tres Primo, Rogério e Cobra

Mansa, com propósito de di-fundir na cidade a capoeiratradicional, também conheci-da como Angola.

Mestre Cobra Mansa via-jou para a África no ano de2006 a fim de estudar melhoras danças e lutas que influen-ciaram o nascimento da capo-eira no Brasil. Mestre Rogérioestá na Alemanha, ministran-do aulas de capoeira angoladobrada, outra modalidadeda dança/luta; e mestre Pri-mo permanece em Belo Hori-zonte dando prosseguimentoao projeto Iuna.

O grupo não possuía sedeoficial, até que em 2001 a mãe

de Mestre Primo, dona Luiza,cedeu sua casa para que o gru-po tivesse uma sede oficial.Criou-se então, no bairro Sau-dade, o Quilombo Dona Lui-za, Centro Cultural do bairro.

No ano de 2006, o Iunapassou a receber incentivosfinanceiros do grupo italianoSanto Ângelo, que se tornouo principal patrocinador dasatividades do Centro. A açãopermitiu a contratação demonitores, que são ex-alunosdo grupo, para auxiliar nasatividades, além da manuten-ção da casa, uniformes paraas crianças, alimentação, en-tre outros.Ca a A g la é a a ã v c l a Sa a

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Cam Sa a é m l cal a v a s s vas c l a s, s c la

Jo o pAuLo VALe

Jo o pAuLo VALe

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ou aImpressão 13Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

No meio do tiroteio

O Brasil presenciou ofato ocorrido em Realengocom ares de ineditismo e,claro, perplexidade. Na sua opinião, o que fez Welling-ton Menezes de Oliveira abrir fogo contra os estu-

dantes da Escola MunicipalTasso da Silveira?Eu acredito que, basicamen-

te, nós temos dois grandes aspec-tos. O primeiro é ligado à políti-ca pública de segurança e a facilidade de acesso às armas,munição, ao porte de armas ile- gal, a este marketing das armasque a indústria cultural cultivanos filmes e nos jogos de violên-cia. E tem o outro aspecto doponto de vista da educação. Foidetectado que este menino preci-sava de ajuda. E pelo fato de aolongo do tempo a educação não

ter sido prioridade no Brasil, te-mos escolas vulneráveis no pon-to de vista físico e pedagógico.

O Welligton era um alunoque tinha notas razoáveis, mas faltou no conjunto da educaçãoinstrumentos que detectassemque ele precisava de ajuda. Ocrime é dele, ele disparou o tiro,mas a sociedade não pode tirar o corpo fora, porque ela estámal equipada pra educar a sua

própria população.

E se pudéssemos pergun-tar, a culpa é de quem?

Geralmente os jornalistasbuscam a simplificação do pro-blema que, muitas vezes, é justi- ficável dentro de uma lógica decausa e efeito. Mas ao recorrer ao teórico francês da teoria dainformação, Edgar Morrin, no-ta-se um paradigma da comple- xidade. Wellington Menezes éum produto de um conjuntobem complexo de variáveis. Eleé o culpado em última instân-

cia, mas precisamos olhar o con-texto mais amplo e tentar enxer- gar as causas mais sofisticadasdo problema.

Na sua visão, a cobertu-ra midiática brasileira foisensacionalista?

A mídia brasileira cobriurazoavelmente bem o fato ocor-rido. Houve os excessos do sen-sacionalismo, uma vez que, in- felizmente, temos uma mídiaexcessivamente comercial, e aaudiência é maior quanto mais forte for o sensacionalismo. Mas

foi possível notar uma tentativade equilíbrio, embora tenha sidouma situação muito difícil. Amídia brasileira cumpriu a con-tento a função social que elatem, ainda que obviamentehaja muito a avançar, e esteavanço, em parte, caminha emdireção a uma segunda alterna-tiva de mídia pública.

A cobertura de fatos se-

melhantes ocorridos nosEUA e Europa influenciouo ataque?

O questionamento se a di-

vulgação de um fato deste tipopode gerar atos parecidos é umaangústia que o jornalismo en- frenta – como não divulgar sui-cídio. Eu acredito que, na medi-da em que há um adoecimentoemocional contemporâneo mais forte, a sociedade está mais vul-nerável. Nós vivemos em ummundo muito competitivo, ondeas pessoas enfrentam muitas di- ficuldades e que, em tempos deinternet, troca-se uma sociabili-dade real pela virtual.

A única maneira que umasociedade ou uma nação pode

se proteger ou, pelo menos, ten-tar diminuir estes atos de desva-rio é através de uma educaçãode qualidade, e a mídia, muitasvezes, deseduca mais do queeduca. Se o público t iver educa-do pra assistir a mídia critica-mente, obviamente a audiênciaestará mais protegida, mesmodas influências estrangeiras.

O senhor fala em umfim do mito do brasileirocordial, como que esta afir-mação pode ser aplicada a este caso?

Na realidade, o que SérgioBuarque de Holanda discutiuem Raízes do Brasil foi que ohomem brasileiro tem uma cul-tura que favorece a ideia do jei-tinho, uma certa ação entreamigos, é algo que tende a dis-solver a diferença entre o espaçopúblico e o privado.

Casos como o do deputado Jair Bolsonaro e do promotor que atropelou os pedestres emPorto Alegre foram manifesta-ções claras de preconceito, assimcomo os episódios assistidos nacampanha eleitoral de 2010.

Episódios desta natureza fize-ram com que nós, brasileiros, fôssemos levados a pensar quem,de fatos, somos. A nossa identi-dade está um pouco questiona-da. Nós não somos este povo tãobacana como somos elevados aacreditar. Nós somos preconcei-tuosos, somos racistas, sexicis-tas, homofóbicos, não respeita-mos as leis, sonegamos impostode renda e se você tiver certezaque não será pego, você praticao crime.

Faz parte do amadureci-mento da sociedade encarar que

nós temos problemas desta natu-reza, como provavelmente omundo inteiro tem. Mas antes,pensava-se que, no Brasil, nãohavia racismo ou preconceitos.

Nós estamos lavando umaroupa suja com o fato que ocor-reu em Realengo. Foi um episó-dio muito triste que deixa uma ferida que não vai fechar tãocedo porque nos obriga a pensar sobre tudo o que aconteceu:uma sociedade que não conse- gue educar uma pessoa, que dá facilidades para se usar umaarma, que permite uma pessoa

a chegar ao limite do Welling-ton. Tudo isso nos obriga a sair um pouco dessa sensação “con- fortável” que nós somos umpovo pacífico, amigável e tran-qüilo.

O Brasil, na década pas-sada, votou contra ao desar-mamento. O senhor acredi-ta que, atualmente, odesarmamento seria uma solução para que nós tenha-mos um paísmais pacífico?

Seguramente que sim. Have-rá uma pressão da sociedade

para que haja o desarmamento,assim como uma parte dirá queum plebiscito seria oportunista.Mas não devemos nos iludir,porque as armas são grande fon-te de receita do primeiro mun-do, particularmente da indús-tria bélica dos EUA. Eu sou a favor do desarmamento e achoque este episódio deveria ser usa-do para mobilizar a sociedadepara uma reflexão.

Rodrigo Espeschit7º per odo

No dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira abriufogo contra dezenas de crianças da Escola Municipal Tasso

da Silveira, no Rio de Janeiro, em um fato sem precedentesna história brasileira. OImpressão entrevistou o professor Alexandre Freire, especialista em análise de mídia para oprimeiro setor, com o propósito de discutir a cobertura mi-diática da tragédia de Realengo.

O professor analisa que a tragédia foi fruto de uma socie-dade mal equipada para educar a sua população, mas ressal-ta: foi Welligton quem disparou os tiros. E foram vários.

Al xa F : “a s c a ã a c f a”

ENTREvISTA COM PROFESSOR ALExANDRE FREIRE

“W ll g é c l a m

úl ma s â c a,mas precisamos

x ga ascausas maiss s ca as

bl ma” Al xa F

esc la M c al tass a S lv a, rJ, f alc m s só a h s ó a

ArquiVo peSSoAL

diVuLGAç o

Ouça o áudio da entre ista naíntegra no site:

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C xõ i iá ica Impressão14 Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Redes em mo imentot c l g a 4G fa ca a v ma s ss as a al a m s s s v a s t l e a S a s6ºper odoE ã : Al xa Sa s

O uso das redes sociais emdispositivos móveis como ce-lular, tablet e smartphone, éde fato uma tendência donovo mercado da internetmóvel. A interação atravésdesses dispositivos com redessociais é algo que a cada anoconsegue atrair milhões denovos usuários e a nova gera-ção de tecnologias.

Nos últimos anos, a inter-net móvel está crescendo cada vez mais, a conexão começouatravés do GPRS e foi evo-luindo, EDGE, Wi-fi, 3G, Wimax e a última geração, a4G. Com isso, os fabricantesdos aparelhos também acom-panharam essa evolução e dis-ponibilizam ao mercado, apa-relhos cada vez maisavançados. Esse processo émuito importante, interferediretamente na demanda so-bre os usuários que utilizam oserviço da internet móvel.

Isso proporcionou uma rápi-da e fácil adaptação da utiliza-ção das principais redes so-ciais nos smartphones. Atualmente, grande parte dosjovens utilizam algumas dasprincipais redes sociais, comoTwitter, Facebook, Orkut, Fli-ckr, Myspace ou Youtube.

A busca por uma intera-ção em tempo real favorece autilização da internet móvel,os jovens buscam cada vezmais estarem conectados narede a todo momento. Nãoimporta qual seja o local, seja

no cinema ou na escola, osusuários continuam ligadosatravés das redes sociais.

A florista Carolina Baca-

rias, 24, acessa o Orkut notrabalho, através do seu smar-tphone. “Acesso o Orkut al-gumas vezes durante o expe-diente, para ver as novasatualizações dos meus amigos

e se alguém deixou algum re-cado para mim”. Já que o usode redes sociais não é permiti-do na empresa de Carolina,utilizar a internet móvel é aúnica solução encontrada porela. “Tive que trocar meu ce-lular por um smartphonecom mais recursos e que aten-de as minhas necessidades”diz. Já a estudante, Laís deSouza, 15, ganhou um apare-lho novo há pouco tempo eagora fica online na rede atra- vés dele, quando não está nafrente do computador. “Ga-

nhei o meu aparelho tem ape-nas um mês, quando não es-tou utilizando o computador,acesso o Twitter e o meu Face-

book através do aparelho”, aestudante não tem dificulda-des para acessar suas redes so-ciais através do seu smartpho-ne, “o acesso é bem fácil edinâmico, me acostumei bem

rápido com essa nova manei-ra de acesso as minhas redessociais preferidas”.

De fato, as redes sociais vão traçando o seu perfil deusuário, como o estudante dejornalismo, Diego Souza, 21,por exemplo. Ele passa váriashoras ao dia na ilha de edição,

utiliza seu telefone celularpara acessar o Twitter duran-te o trabalho. “Fico a maiorparte do dia na ilha editandoe produzindo vídeos, o jeitomais prático que encontrei foiutilizar o meu celular paraacessar o Twitter e ficar pordentro das novidades”, apesarde obter um telefone de pou-cos recursos, Diego consegue‘tuitar’ sem problemas”, te-nho um aparelho bem sim-ples e antigo, de poucos recur-sos, mas consegui instalar umnavegador nele e assim conse-

gui ter acesso á internet”.O publicitário Marcos deCarvalho, 23, decidiu com-prar um iPhone como forma

de entretenimento. No traje-to para o trabalho ele utilizaseu aparelho como distração,“adoro acessar o Youtubequando estou no ônibus porexemplo, fico assistindo aosclipes das minhas bandas pre-feridas”, mas Marcos ressaltaque em alguns pontos de BeloHorizonte a qualidade dabanda larga deixa a desejar:“Em alguns locais da cidade,a qualidade da internet ficamuito ruim, o sinal fica bembaixo, acredito que isso acon-

tece porque esse tipo de servi-ço ainda seja novo no merca-do e a tendência é sómelhorar”, explica.

Uma interação intensa en-tre os jovens e a internet éuma consequência atual dosavanços tecnológicos, em bus-ca de uma maior portabilida-de e comodidade. A internetmóvel chegou para atenderessa demanda, junto com osnovos telefones celulares quese tornam a cada dia mais,um computador que possacarregar dentro do bolso. Os

fabricantes investem em no- vos recursos, com a finalidadede deixar os processos maisdinâmicos aos usuários. Osjovens se adaptam rapidamen-te a essa mudança, movimen-tando as operadoras que dis-ponibilizam esse tipo deserviço aos seus clientes e au-mentando o seu faturamentocom esse novo mercado.

Alguns modelos de apare-lhos oferecem suporte a redede internet sem fio. Já outrospossuem acesso apenas as re-des sociais.

ex m l s a a lh s c l la s ss m ac ss a móv l s s c a s

“Quando nãos l a c m a ,

ac ss tw ,m Fac b k através doa a lh ”

La s S a

CONHEÇA OS TIPOS DE CONEXAO DISPONIVEIS NO MERCADO E A EVOLUÇAO DELAS

As tecnologias começaram oferecendo envio e recepção de informações via rede da operadora.Com o passar do tempo, as conexões caram mais rápidas e con áveis, chegando à banda largae também a possibilidade de acesso a rede sem o

4G (Quarta Geração) A mais novatecnologia em termos de conexãomóvel, aparelhos 4G começam chegarno mercado, em breve será a tecnologiamais utilizada.

GPRS - (General Packet Radio Service)serviço de valor agregado não baseadoem voz, que permite o envio e recepção

de informações através de uma redetelefônica móvel. Essa tipo de conexãoque começou a impulsionar o mercadoda internet móvel, a partir de 1999.

EDGE - (Enhanced Data rates forGSM Evolution) tecnologia digital para telefoniacelular, que permite melhorar atransmissão de dados e aumentar acon abilidade da transmissão dedados. Foi introduzida nas redes GSMa partir de 2003.

Wi- (Wireless)É a conexão a internet sem a necessi-dades de cabos. A transmissão dedados é através de um roteador wire-less, essa conexão surgiu no nal dadécada de 90.Wimax É bem parecido com a tecnolo-gia Wi Fi, mas a principal diferença queo sinal é transmitido através de umagrande antena e não um roteador.Tecnologia começou a ser explorada apartir de 2004.

3G (Terceira Geração) Banda larga dealta transferência de dados, atualmenteé a conexão mais utilizada na internetmóvel. Essa tecnologia está em alta nomercado.

Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)

˜ ˜´

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FeLipe FerreirA

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Vi a úb icaImpressão 15Belo HorIzonte, JUnHo de 2011

Obras em BH para

“desafogar”o trânsitoi v s m s m j s a s al a v a ca al l a as

daya L map sc la M s6ºper odoe ã : Al xa S a

Com a realização da Copado Mundo no Brasil, em2014, Belo Horizonte apostaem projetos que busquem me-lhorias na infraestrutura dotrânsito. Os avanços vão ga-rantir ao público mais facili-dade de acesso aos jogos e aoutros lugares da capital.

No total, será investidocerca de R$ 1,23 bilhão. Vá-rias obras já estão sendo feitas

no que diz respeito à mobili-dade urbana. Entre as princi-pais metas, está a conclusãodo BRT (Bus Rapid Transit),mais conhecido como Transi-to Rápido por Ônibus, e aampliação da ciclovia, atravésdo “Pedala BH”, desenvolvi-dos pela BHTrans ( Empresade Transporte e Trânsito deBelo Horizonte) , em conjun-to com a Prefeitura.

O BRT é um sistema detransporte operado por ôni-bus, que oferece um serviçode qualidade com conforto erapidez para o usuário. A ope-

ração do serviço é semelhanteà do metrô, com vias exclusi- vas e estações de transferênciaao longo do itinerário. Comisso, o usuário entra na esta-ção, efetua o pagamento dapassagem e embarca sem pas-sar por degraus, o que torna a viagem mais rápida. As mu-danças incluem as avenidas Antônio Carlos, Pedro I, Pe-dro II, Cristiano Machado,Tereza Cristina e Área Cen-tral, além das Vias 210 e7100. No total, mais de 900mil usuários do transporte co-letivo serão beneficiados.

De acordo com o gerentede Mobilidade Urbana daBHTRANS, Rogério Carva-lho, “o BRT será um avançopara a melhoria do transporteda capital, uma vez que separao ônibus do trânsito geral, au-mentando a velocidade e di-minuindo o tempo das via-gens”. Carvalho complementa

que “ônibus confortáveis edesligados do trânsito geralatraem novos usuários”.

O usuário do transportecoletivo Cléber Santos, 31anos, considera que “o BRT éinteressante, mas talvez a me-lhor solução para o trânsitode Belo Horizonte durante aCopa fosse o metrô. Nós não vimos quase investimento ne-nhum nessa área”.

Para o engenheiro e pro-fessor da UFMG, RonaldoGouvêa, a adoção do metrôpoderá impedir que a cidade,

em breve, tenha que adotarmedidas restritivas, como orodízio de carros ou o pedá-gio urbano. As demais inter- venções são bem-vindas. Maso metrô não pode ser descar-tado pela prefeitura, afirmaGouvea ao jornal O Tempo.

Outro projeto que tam-bém já está com obras em an-damento é o “Pedala BH”, aintenção é implantar, aproxi-madamente, 345 quilômetrosde ciclovia, sendo concluídos20 quilômetros por ano.

Atualmente, Belo Hori-zonte possui 22 quilômetrosde trechos já implantados.Metade deles está instaladana avenida Otacílio Negrãode Lima, na região da Pampu-lha, entre a igrejinha SãoFrancisco e o Museu de Artes.Os outros locais são: avenidasTereza Cristina, dos Andra-

das, Saramenha, Deputado Álvaro Camargo e Vilarinho.Em 2011, já começaram as

obras para implantação dasrotas: Savassi, avenida Améri-co Vespúcio (entre avenidas Antônio Carlos e Carlos Luz)e avenida Risoleta Neves.

Segundo Ricardo Lott, as-sessor da presidência daBHTrans, o projeto é um pro-grama que visa incentivar ouso da bicicleta. “o Pedala BHauxilia na medida em que criamais uma opção para o cida-dão se movimentar na cidade,

além de ser um veículo não-poluente, possui um baixocusto, promove a saúde e per-mite alcançar distâncias mé-dias de 5 km. Também é ne-cessário oferecer umainfraestrutura adequada parao ciclista se locomover emharmonia com os outros veí-culos nas vias”, acrescenta oassessor Lott.

ob as a Av a C sã ma c a ã B l va A as, a ca al m a

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Tráfego monitoradoHév la ol v aB a Áv la6ºper odo

No projeto “Cidade commobilidade”, a BHTrans jápossui estudos para a amplia-ção do Centro de ControleOperacional (CCO), que pre- vê a implantação de novastecnologias de monitoramen-to do trânsito, softwares eequipamentos.

Um exemplo disso é o ser- viço de SMS que já está dispo-nível para a população. A BHTrans obtém informaçõesde tráfego nas vias da áreacentral de Belo Horizonte e,em seguida, elas são transmi-tidas para a Central de Con-trole de Tráfego (CCT) daempresa. Após analisadas eidentificadas as situações detráfego, uma mensagem é en- viada aos usuários que pos-

suem alguma rota cadastradano ponto em que se encon-tram retenções e outros pro-blemas de trânsito.

O metrô, que é a grandeaposta para a melhoria dotransporte e trânsito, abre es-paço para novas idéias, combaixos custos e facilidade deinstalação, como o BRT (BusRapid Transit),

O BRT (Bus Rapid Tran-sit) surgiu no Brasil, na cida-de de Curitiba, em 1970. Osistema foi aperfeiçoado peloscolombianos e tornou-se amelhor solução para as gran-des cidades, pois incorporaem um só projeto característi-cas do metrô e oferece baixocusto para seus usuários. EmCuritiba, a vantagem é o fatode os ônibus transitarem porcanaletas, sem cruzamentosem nível, com duas faixas emcada direção.

ONDE DEIXAR A BICICLETA

Foram implantados os seguintes bicicletários na cidade, com utilização gratuita para a população:

Estações BHBUSSavassi, RuaPernambuco comAv. Getúlio Vargas

Pampulha,Praça São Francisco,em frente aoParque Guanabara

Região Hospitalar, próximoao Restaurante Popular

Fonte: BHTrans

LeopoLdo MAGnuS

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