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Edição 247 - Junho 2015

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DOMINE O SEU TEMPO - Saiba como gerenciar o seu trabalho utilizando os controladores que a Steinberg coloca disponível para você | TECNOLOGIA - Quantos microfones cabem em cada estúdio. Veja como escolher o númerocerto desses equipamentos. | ILUMINAÇÃO CÊNICA - MONSTER TOUR - Projetos de iluminação sob medida para os monstros do rock. | MIXAGEM - Você sabe o que faz a sua mix soar bem? Descubra o pulo do gato! | ESTÚDIO - Conheça o Jimo: uma casa onde é possível até trabalhar | ABLETON LIVE: saiba como converter seu audio em midi e extrair aquele groove! | GIGPLACE: Por trás de uma voz. Conheça o trabalho do fonoaudiólogo na carreira dos cantores.

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SOM NAS IGREJAS

12 VitrineA Harman aprimorou seusmicrofones e traz ao mercadobrasileiro a linha Projeto deEstúdio com o selo AKG.

16 Rápidas e Rasteiras

O sistema iLive foi o escolhidopara a gravação do show decomemoração do vigésimoaniversário de carreira dacantora Ivete Sangalo,

22 Gustavo Victorino

Confira as notícias mais quentesdos bastidores do mercado.

24 Play Rec

A Orquestra Atlantica traz devolta a sonoridade das tradicio-nais Big Bands e o novo CD deMaurício Luz vem reafirmar evalorizar a presença da culturaafro nas Américas, por meio damúsica erutida.

NESTA EDIÇÃO

26 Gigplace

Nesta edição, uma conversacom a fonoaudióloga JanainaPimenta, que é especialista emvoz.

32 Estúdio Jimo

Quem entra naquele prédioantigo em uma rua escondidano bairro das Laranjeiras, ZonaSul do Rio de Janeiro, nãoimagina as surpresas que oestúdio Jimo tem para mostrar.

54 Caleidoscópio sonoro

O que acontece quando gravar emixar em estúdios diferentes setorna o conceito do álbum? É oque Fernando Vidal nos mostrano CD Studios.

80 Vida de Artista

Ao longo da carreira, uma sériede cidades e lugares por ondepassou veio à cabeça justamentenaquele momento deitado aliem Lagoa de Patos (MG).

SumárioSumárioAno. 22 - junho / 2015 - Nº 247

Festival RC4No Rio de Janeiro, um dos principais palcos vanguardistas do mundo, o

Festival Rc4 aterrissou em Ipanema trazendo os maiores expoentes da

música clássica eletrônica, numa fusão de ritmos, notas e novo jeito de

tocar e perceber os instrumentos, conferindo nova roupagem ao erudito.

Depois da AES semprefalamos de avanços

tecnológicos, de possibilidadesde fazermos música,

de trabalharmos oáudio etc. Nesta edição, pouco

tempo depois da feira, aabordagem é sobre uma dascoisas mais importantes na

vida dos músicos,produtores, donos de estúdio,

sonoplastas, mixadores e todosos envolvidos com

música e áudio:O TEMPO.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroReportagem:Miguel SáColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuída pela DINAP Ltda.

Distribuidora Nacional de Publicações,Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678Cep. 06045-390 - São Paulo - SPTel.: (11) 3789-1628CNPJ. 03.555.225/0001-00

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

CADERNO TECNOLOGIA

42 TecnologiaConsiderados um dos principaispatrimônios de qualquerestúdio de gravação, muitos seperguntam qual seria o númeroideal de peças de uma boacoleção de microfones.

50 Estúdio e mixagemAo se falar de mixagem, muito édiscutido sobre técnicas, das maissimples às mais complexas, sobrecomo fazer soar melhor e tornarmais claros e definidos os várioselementos de uma música.

46 AbletonTransformar Audio em MIDI éalgo muito inspirador e produti-vo, apesar de não ser nenhumanovidade exclusiva do AbletonLive. Sabia como fazer essaconversão.

52 Baixo Elétrico

Hora de pensarmos em comoorganizar e gerir a própriacarreira, fato que envolve algumprocedimento de produção.

68 VitrinePara aqueles que querem umequipamento pequeno, comgrande potência LED elipsoidal,pode encontrar toda essaversatilidade no Ovation Min-E-10WW.

Acústico MPBCom valor cultural incontestável e mesmo com espaço de 3% nas rádios, a

MPB faz frente ao sertanejo, ao axé e ao funk no mercado de música. Um

novo projeto, a Rádio Brasileira, promete abrir um novo espaço para a

música pop feita no Brasil.

70 Monster Tour

Curitiba recebeu o MonsterTour, que contou com umcuidadoso projeto de ilumina-ção cênica, incluindo recursosvisuais impactantes para asbandas Motörhead, Judas Prieste Ozzy Osbourne.

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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

'sobe e desce' do dólar, a ameaça de corte da internet pelas empresasde telefonia ao final da franquia do usuário, medidas mais duras

contra a importação, ajuste fiscal, entre outras polêmicas rondam seto-res da economia e da tecnologia e estamparam as páginas dos principaisjornais no mês de maio. Os entraves que fazem o Brasil desacelerar tam-bém atingem, de certa forma, o setor de entretenimento.

No caso das restrições à internet em um país que ainda não sabe comose navega em 3G decentemente, investir em interatividade, por exem-plo, é um ato de coragem. Por mais que tenhamos uma demanda repri-mida e ávida por consumir pela internet, as dificuldades encontradaspelos usuários muitas vezes contribuem para que o setor fique em ba-nho-maria e não deslanche como deveria, como as transmissões deconteúdo pela internet, que no Brasil ainda engatinham. Quem nuncaficou sem sinal de internet durante uma gig quando mais precisava?

Outro fator que emperra os ânimos do mercado é a falta de defini-ção da política econômica do nosso governo. Dar um passo à frentetanto para lojistas, quanto para importadores, ou mesmo produto-res ficou perigoso, porque nunca se sabe quais serão as definições edesenrolar palacianos.

A diminuição do número de shows e projetos culturais é um dos refle-xos dessa gangorra política e econômica que vivenciamos desde omeio do ano de 2014.

Quando o dinheiro é curto e existem várias bocas para alimentar, pro-vavelmente, quem não reclamar ficará com fome, pois, por maior queseja o esforço do nosso mercado, não será possível ter o mesmo desem-penho de anos anteriores. Especialistas apontam que a retomada decrescimento brasileiro só deverá acontecer em 2016, e mesmo assim,será menor do que o previsto. Portanto, é hora de colocar a cria-tividade para funcionar e, enquanto isso, torcer para que os próximosmeses tragam um cenário econômico mais definido e positivo e quetragam ventos favoráveis à nau Brasil.

Boa leitura.

Danielli Marinho

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Para quemos ventos sopram

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AMPLIFICADOR TX15Kwww.taigar.com.br

Este produto é para quem deseja maior pressãosonora mantendo uma ótima definição deáudio na faixa dos 20Hz a 20000Hz, atenden-do às necessidades de sonorizações de médio egrande porte.Recomendado para Sub Graves e Médio Gra-ves, o TX15K possui entre suas característicastécnicas Distorção Harmônica abaixo de0,01%, Resposta de Frequência 20 Hz a 20Khz,+/-0,5 dB, Fator de Amortecimento maior de2000 a 8 Ohms -200Hz, Ruído 100dBA em re-lação a potência máxima, Proteção AutoMute, saída em curto aberto, rádio frequência,térmico Soft Start, além de ser um Classe100% AB. A alimentação é de 230V, dimen-sões em mm A x L x P (145 x 483 x 560), gabi-nete padrão 3U Rack e peso de 42,1 quilos.

VIOLÃO CORT AF500Ewww.equipo.com.br

Toda qualidade da marca referênciaem instrumentos musicais no mundoagora em um modelo de entrada aces-sível tanto para entusiastas que des-frutam de seu som em momentos delazer com amigos quanto músicos querequerem um instrumento simples desom cristalino para pequenas gigs. OAF500 é construído com tampo emSpruce, laterais e fundo de Mahoganye equipado com o pré CORT CE302T.O formato do corpo Folk, a escala emRosewood, com 20 trastes e marcaçãoBolinha (branca), além das tarraxastipo Diecast, e pré-amplificador CortCE302T completam as principais ca-racterísticas do instrumento.

CABO MOGAMI 2497www.mogami.com.br

O cabo Mogami 2497 foi classificado com amais alta resolução de áudio e riqueza de deta-lhes no mercado mundial. Foram executadasvárias experiências para melhorar a qualidadedo áudio (High-End). Este cabo é capaz demanter um sinal do som original e sem a colo-ração. Resistência DC: 55 mOhm / m – Capa-cidade: 67 pF / m - Finning Impedância: 75Ohm – Diâmetro externo: 8 milímetros

CDM 802www.trusst.com.br

Esse equipamento foi desenvolvidopara comando de talhas elétricas. OCDM 802 possui comando digital demotores, controle remoto, tem a opçãode ser com ou sem sistema wireless ecomanda até 120 motores.

Controle Remoto do

Comando de talhas

para 24 motores

Comando de

Talhas Eletricas

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LA 8-250www.oversound.com.br

Surpreenda-se com o LA 12/450 daOVERSOUND: um produto dedica-do a sistemas profissionais de LineArray e caixas de médio grave. Seuscomponentes são de alta tecnologia esua construção permite que se faça operfeito acoplamento com caixas degrave e subgrave, pois pode iniciarseu trabalho a partir de 80 Hz.

MICFLY UC201www.waldman-music.com

Se você está procurando um sistema wireless de microfone com altaqualidade sonora (dB, Spl, EQ), mínima interferência, longo alcance edurabilidade, a linha WALDMAN UltraComm Series – composta devários modelos SINGLE (1 canal/1 microfone) ou DUAL (2 canais/2microfones) – garante essas qualidades. Entre as características do re-ceptor estão: Frequência: 771,5 a 785,0 MHz, Estabilidade defrequência: <0,005%, Sensibilidade: -100dBm, Sinal/Ruído: >95dB,distorção: <1,5%. Já as características dos 2 microfones são: cápsulaDinâmico, Frequências: 771,5 a 785,0 MHz, Antena de Encaixe embu-tido, Saída RF: <10mW, desvio máximo: +/- 75KHz , entre outros.

SHURE SRH750DJwww.shure.com

Uma das peças fundamentais para qualquer DJ no mundo são os famo-sos fones de ouvido. Dentre muitos modelos, escolher o fone maisadequado tem suas dificuldades. Cada pessoa tem um formato diferen-te de cabeça e orelha influenciando principalmente no som dos altofalantes internos. Entendendo isso, o site headphone.com criou ummétodo de fazer uma medição exata da resposta de cada fone. Cons-truiu uma cabeça padrão com dois ouvidos e dois microfones de altacaptação simulando perfeitamente uma cabeça humana, podendomedir todos os fones de forma equivalente. O usuário poderá consta-tar essa medição com o fone SRH750DJ, da Shure®, em compara-ção com as 3 concorrentes diretas.

P170, P220 E P420www.harmandobrasil.com.br

A Harman aprimorou seus microfones e traz ao mercado brasileiro a linhaProjeto de Estúdio com o selo AKG. Uma evolução da consagrada linhaPerception, a novidade apresenta melhorias no desempenho e modificaçõesem seu design, sendo ideal para gravações tanto em estúdio como em casa.Passando pelos rigorosos padrões de qualidade AKG, conta com carcaça demetal que auxilia na rejeição de interferência RF. São três modelos que podemser utilizados em diversas aplicações: P170, P220 e P420. O P170 é um mi-crofone condensador de diafragma pequeno para gravação de baterias, ins-trumentos acústicos e outros instrumentos de corda, capta o som direcionalsem sofrer interferência de ruído de outros instrumentos em volta. O P220oferece um som claro para lead vocal, guitarra acústica e outros instrumentosde metal com seu diafragma grande. Já o P420 garante alta sensibilidade eSPM máximo de 155dB.

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CONTROLE WIRELESS NA SÉRIE VI

As fabricantes de equipamentos deáudio Shure e Soundcraft anuncia-ram durante a Prolight + Sound2015 uma nova colaboração quepermite monitorar e controlar de-terminados sistemas sem fio daShure a partir de mesas de som digi-tais da série Vi da Soundcraft. O re-

curso será implementado inicialmente nas novas mesas digitais demixagem Soundcraft® Vi5000 e Vi7000 e terão compatibilidade com ossistemas digitais sem fio ULX-D® e QLX-D™ da Shure.Essa nova integração com amesa de mixagem possibilitaque os dispositivos Shurede cada sistema sem fio se-jam detectados, identificados e mapeados para os canais de mixagemapropriados. Com o novo recurso, quando o canal correspondente éselecionado na mesa, são exibidos todos os parâmetros essenciais daconexão sem fio. Isso permite monitorar a medição de áudio eradiofrequência do canal, com a capacidade de ajustar o ganho do re-ceptor a partir da mesa de forma muito semelhante ao ajuste de ganhode um microfone com fio.

NEXT-PROAUDIO NOSEMIRADOS ÁRABESUNIDOSA fabricante portuguesa anunciou anomeação do novo distribuidor nosEmirados Árabes Unidos: EchoBeats Electronics. A Echo BeatsElectronics é parte de um grupo re-gional com mais de 27 anos de ex-periência em Profissionais de áudio,iluminação e equipamento A/V emais de 10 anos na indústria debroadcast. A partir de agora elesvão lidar com a distribuição exclusi-va dos produtos Next ProAudiopara esse mercado.

TULIPA RUIZ LANÇADOIS VIDEOCLIPESO recém-lançado terceiro disco dacantora Tulipa Ruiz, Dancê, ganhouseus primeiros registros de músicasem vídeo. Performances das faixasProporcional e Reclame durante a gra-vação do álbum no Red Bull StudiosSão Paulo foram transformadas emvideoclipes e estreiam a participa-ção de artistas brasileiros na sérieStripped Sessions, do site red-bull.com.br. Dirigidos por PedroGomes, os vídeos mostram a inte-ração entre a cantora e sua banda,que inclui o irmão de Tulipa, Gus-tavo, e seu pai, Luiz Chagas, am-bos nas guitarras.

CHRISTIE APOIA AMUDANÇA DA IAVI PARAO BRASILA Christie, empresa mundial detecnologias audiovisuais comsede na Flórida, acolheu comagrado a decisão do seu parceirode longo prazo InternationalAudio Visual Inc., geralmente co-nhecido pela sigla IAVI, de ex-pandir sua atividade na AméricaLatina com a abertura de novos es-critórios em São Paulo, Brasil. As no-vas instalações apoiarão o rápidocrescimento do negócio da Christienessa região, desde a abertura danova sucursal sul-americana em2013, em São Paulo.

GOSPEL E SECULAR

Fernandinho participará da gravação do DVD Extraorinária Graça,cantando com Aline Barros, no dia 13 de junho, no HSBC Arena (Riode Janeiro). Muito aguardado pelo público, este projeto traz no repertó-rio os principais sucessos dos CDs Extraordinário Amor de Deus e Gra-

ça - que renderam o Grammy Latino à cantora como Melhor Álbum deMúsica Cristã em Língua Portuguesa em 2011 e 2014. A direção artísticaé de Marina de Oliveira, com produção musical de Ruben di Souza.

no Prêmio da Música Brasileira

Selo Sesc é finalista

O Selo Sesc está na final do Prê-mio da Música Brasileira, queeste ano está em sua 26ª edição.Dois dos artistas que lançaramCDs e DVDs pela gravadora (em2014 foram 13 lançamentos) ti-veram seus nomes escolhidospela organização do Prêmio quedestaca os melhores entre os me-lhores da produção musical bra-sileira. Francis Hime disputa nacategoria melhor arranjador pelo

CD Navega Ilumina , e MarluiMiranda, na categoria regional,como melhor cantora pelo discoFala de Bicho, Fala de Gente. Osvencedores serão conhecidos napremiação que está prevista para10 de junho, no Rio de Janeiro. Opúblico poderá conhecer desde jáos trabalhos dos selecionados,uma vez que seus CDs e DVDsestão disponíveis no site :www.premiodamusica.com.br.

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POWER CLICK PROMOVE TREINAMENTOS NO RJ

Dando continuidade às suas açõesde apoio aos lojistas, a Power Clickvem trabalhando fortemente osseus pontos de vendas por meio detreinamentos e demonstração deseus principais produtos comparticipação ativa dos represen-tantes comerciais e do especia-lista em produtos Power Click,Alysson Rezende. A ação é rea-lizada em conjunto com toda aequipe de base e com o mar-keting liderado por Joel Mon-corvo. Recentemente foramrealizados treinamentos no es-

tado do Rio de Janeiro, graçasao empenho de Gabriel Dutra, –que reuniu grande números delojistas. Em alguns casos, o even-to foi aberto ao público. Para sa-ber mais sobre a Power Click acesseo site www.powerclick.com.br ou oFacebook/power.click1. As lojas vi-sitadas no RJ foram Soul Music(Volta Redonda), Praise Music(Nova Iguaçu), Nota Musical(Nova Iguaçu), Violeta (Cen-tro), Sonic Som (Centro), Saxde Ouro (Centro) e TattooRock Music (RJ).

Tattoo Rock Music (RJ)

Soul Music (Volta Redonda) Praise Music (Nova Iguaçu)

Violeta (Centro) Sonic Som (Centro)

Sax de Ouro (Centro)

Nota Musical (Nova Iguaçu)

MONITORATIVO DE 14”A NEXT-proaudio

apresenta na ProLight+Sound2015, na Alemanha, o monitor ativode 14” de palco que combina per-feitamente a clareza de reproduçãode voz associado à extensão degraves tipicamente reproduzidopelos alto-falantes de 15". A repro-dução de alta frequência é assegu-rada por uma saída de 2”, bobinade voz, driver de neodímio HF paramelhor resolução sobre a faixa defreqüência de voz crítica.O tamanho pequeno e o peso leve,combinado com a resposta absoluta-mente linear e prolongada a níveismuito elevados de pressão, faz comque o LAm114xA seja a solução per-feita para pequenas e grandes aplica-ções de local. O DSP integrado comconversores A / DD / A de baixo ruído,fornece 8 Presets selecionáveis (6 defábrica e 2 definidos pelo usuário) quepodem ser acessados facilmente porum seletor, localizado no painel frontalou por módulo em tempo real, editadopor um PC, usando o software forneci-do SOUNDWARE, via controle remotoUSB. Isto permite personalizar facil-mente o programa de som, para vári-as aplicações ou locais diferentes.

ILIVE NO ANIVERSÁRIODE IVETE SANGALOO sistema iLive foi o escolhido para agravação do show de comemoraçãodo 20o aniversário de carreira dacantora Ivete Sangalo, produzidopela Mix 2 Go. O sistema capturou128 canais de gravação e 16 canaisde gravação de video. Para BetoNeves, engenheiro da unidade móvelOB, a escolha foi principalmente pelosom maravilhoso que o console entre-ga. Para mixar os 128 canais, Betodiz que usou as opções de trabalhobastante confiáveis tanto para somao vivo quanto para broadcast. A su-perfície iLive-144 foi instalada no cami-nhão da OB, enquanto um iDR-64 e umrack iDR10 foram colocados no corre-dor. O sistema ainda foi complemen-tado por unidades Focusrite e inter-comunicadores RTS, todos conectadosvia fibra óptica.

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CASCAVEL JAZZ

Um dos mais tra-dicionais festivaisde música instru-mental brasileiraretornou este anoem sua décima oita-va edição, o CAS-CAVEL JAZZ FES-TIVAL. O evento éparte integrante doprojeto denominadode Brasil Instrumen-tal, que desde o ano de 1993 vemsendo realizado no estado do Para-ná e em outras cidades brasileiras.A novidade nos últimos anos foia inserção de um circuito instru-mental nas regiões oeste e nortedo Paraná, contemplando cincocidades: Cascavel, Toledo, Cam-po Mourão, Maringá e Foz doIguaçu. No mês de abril, as pri-

meiras duas etapas do circuito foramrealizadas em Cascavel e em Toledo.Na etapa do Cascavel Jazz Festival,se apresentaram os artistas locais,

como o quinteto dopianista e compo-sitor Luciano Ve-ronese e o grupoViola da Terra, docompositor e vio-lonista RicardoDenchuski. En-tre os artistas na-cionais convida-dos estavam Re-gra de Três, como guitarrista Lu-pa Santiago, BobWyat e Sizão Ma-

chado, e o Quarteto do trombonistaFrançois de Lima.

Na etapa do Toledo Jazz Festival,o músico Rafael Heiss e seu trioencantaram a platéia com sua so-noridade. O grupo Sala de Músi-ca, convidado para finalizar o fes-tival trouxe músicos de alto níveltécnico e também proporcionouum espetáculo maravilhoso, coma presença do cantor Marcos Has-selmann e do Bira, baixista e in-tegrante do grupo do programa doJô Soares, entre outros.O público tem acesso gratuito emtodo o circuito do projeto, que temapoio e patrocínio, pela Lei de in-centivo à Cultura, de empresascomo VIAPAR - RODOVIASINTEGRADAS DO PARANÁS/A; COPEL - COMPANHIAPARANAENSE DE ENERGIAELÉTRICA;IRANI SUPERMER-CADOS; ESTRADA DISTRIBUI-DORA DE COMBUSTÍVEIS, a-lém do apoio local como loja de ins-trumentos musicais SO MUSIC,CATVE FM, ITAIPU BINACIO-NAL, NAGANO DRUMS, Pre-feitura Municipal e Secretaria deCultura, e equipe do Teatro Mu-nicipal de ambas as cidades.

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Cascavel)

Luciano Veronese Quinteto Ricardo Denchuski e Viola da Terra

Regra de Três

François de Lima Quarteto Rafael Heiss Trio

Relação de equipamentos (Toledo Jazz e Cascavel Jazz)

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•08 Caixas de Subgrave S2 18 2000 Taigar•08 Caixas Line array Neo 21044 Taigar•Potências: 7000 / 4000 / 2.0 Taigar.•Console M7 CL 48 canais •Processador DBXPalco

•06 Monitores Spot 212 Neo •01 Sub S1 18 1300 Taigar•Potências: 3 - TX 4X 1K Taigar. •Console M7 CL 48 canais•Sistema Contra baixo Gallien Krueger 1001 – Caixas Ampeg•Sistema Guitarra Line 6 (caixa 4X12)

•Cubo Fender Twin Reverb•Microfonação bateria Kit Sennheiser E604 / Bumbo Shure beta 52•Microfone Voz: Sem fio Sennheiser EW 135•Microfone Voz: Com fio Shure SM 58•Microfone Piano: Microfone Áudio Técnica Pro 35•Direct Box ativos e passivosIluminação

•Console Avolite Pearl 2010•24 Par led 3Wts •08 Bean 200•12 Elipsoidal• Treliça P30 e P50

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ROCK IN RIO LAS VEGASMesmo sem surpresas, a edição gringa doevento ficou de bom tamanho para umpaís entupido de espetáculos musicais eque sabidamente não gosta do lado “abo-rígene” da nossa música. Cá entre nós,mandar Ivete Sangalo aos EUA para re-presentar o rock brasileiro foi risível. Eteve ufanista comemorando o fato de achamarem de Jennifer Lopez brasileira.Certamente não perceberam que erapela anatomia e não pela música.

TESTEAlguém deveria criar um teste para atri-buir o título de músico ou artista paracertos MCs e DJs. Como contribuição,sugiro algumas perguntas: “Quantas sãoas notas musicais? ”, “O que é concor-dância verbal? ”, ou ainda “O que vocêsabe sobre numeração de roupas? ”

HOMENAGEMNo ano passado a banda sueca de heavymetal Sabaton, uma das melhores da Euro-pa, homenageou de forma comovente trêsdos muitos soldados brasileiros da FEB -Força Expedicionária Brasileira - que mor-reram na segunda guerra mundial. No dis-co chamado Heroes a música Smoking

Snakes conta a saga dos três soldados queficaram para trás com a missão de segurar osalemães que avançavam pela retaguardadas forças brasileiras na Itália. Mesmo sa-bendo que morreriam, os três heróis retar-daram os inimigos por mais de 30 horas epor sua bravura foram homenageados pe-los próprios nazistas que os enterraramcom a seguinte inscrição em alemão em

seus túmulos: Drei Brasilianische Helden

(Três Heróis Brasileiros’). A banda da 14ªBrigada de Infantaria Motorizada do Exér-cito Brasileiro baseada em Florianópolislembrou isso tocando a música do Sabatonnum evento em Santa Catarina. O vídeo játem quase 200 mil visualizações no YouTube e me leva a pensar o que faz o PedroBial chamar os “intelectuais” do BBB de he-

róis. Acho que todos sabem a reposta, mascertamente ela é impublicável.

PISANDO NA BOLANão dá para elogiar. O canal Bis já andametendo os pés pelas mãos num claro si-nal de que não vai segurar a barra comocanal referencial de música. Parece quelogo vai desandar como os demais. O pri-meiro sintoma é a exibição de shows(?!?) de DJs chatos e repetitivos tocandomúsica ruim para bêbados e drogados.Música eletrônica não é isso. Deveriamouvir o italiano Giorgio Moroder ou osalemães do Kraftwerk e aprender comonasceu e se faz esse estilo que não é nadaparecido com boboca dançando com fo-nes de ouvido em frente à notebooks.

RECORDEA queridinha dos americanos não cansade bater recordes e ganhar prêmios. TaylorSwift é a mais nova campeã de cliques nainternet com mais de 20 milhões de aces-sos em apenas 24 horas ao clipe da músicaBad Blood, que encabeça seu mais novotrabalho. Somente em troféus de “melhornão sei o quê” a moça já levou quase 50prêmios esse ano. Reunindo o country aopop, a loirinha é atualmente a maiorvendedora de músicas do planeta.

O PREÇO DO CHARMEOs saudosistas que me perdoem mas temcoisas que só se justificam pelo charme euma boa pitada de exibicionismo. Guitar-ras velhas, teclados tecnologicamente ul-trapassados, instrumentos percussivosruins e efeitos analógicos jurássicos e rui-dosos não justificam os preços cobrados (esurpreendentemente pagos...) pela grandemaioria dos chamados instrumentosvintage oferecidos na praça. Acreditem,

Mesmo veladamente, apreocupação com a

Expomusic 2015 égrande. O evento

realizado em SãoPaulo é o termômetro

do mercado brasileiro eestá entre os maiores

do mundo nosegmento.

Responsáveis pelafeira, a Abemúsica e a

Francal estãomonitorando o

desempenho da nossaeconomia e buscando

alternativas paraadequar o encontro à

atual realidade donosso país. Com

décadas de história, aExpomusic já

enfrentou e venceutodo o tipo de

intempérie. A torcida épara que em 2015 não

seja diferente.

GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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tem gente que vai aos EUA vascu-lhar lojas de usados em busca dessaspseudo preciosidades empoeiradas eenferrujadas. Sinceramente, vocêpagaria 10 mil dólares por uma gui-tarra Gibson Les Paul com mais de20 anos de uso podendo com a mes-ma grana comprar três instrumen-tos exatamente iguais, novos e maismodernos em uma loja?

NOVIDADEOs executivos Nenrod Adiel e EberPolicarte lançam ainda nesse segun-do semestre a marca Earth no Brasil.Com foco inicial em instrumentosde corda, a dupla conta com décadasde experiência no mercado para in-troduzir produtos voltados ao con-sumo em larga escala a preços com-petitivos. Até agosto as lojas come-çam a receber os primeiros modelosde violões e guitarras da marca.

DE VOLTA PARA O FUTUROCom a valorização do dólar, algunsfabricantes brasileiros retomaram ointeresse em feiras e eventos no ex-terior. Agora com preços minima-mente competitivos, eles apostamna volta do binômio custo/benefíciopara abrir mercados cada vez maisdominados pelos chineses. Não cus-ta lembrar que a percussão brasileirasempre foi nosso carro chefe no seg-mento e a Izzo historicamente sem-pre foi uma das nossas mais impor-tantes representantes lá fora.

CUIDADOUm comando que permite instala-ções generalizadas e disponível nosaparelhos equipados com o sistemaAndroid é hoje um dos maiores pe-rigos aos usuários que se aventurampor aplicativos não listados no Go-ogle Play. Ao permitir as instala-ções desses aplicativos de fonte nãosegura, você praticamente abre seudispositivo para invasões invisíveise devastadoras. E na maioria das ve-zes você nem percebe. De escutas,

senhas de todo o tipo e arquivospessoais, tudo fica à disposição debandidos que lhe prometem gran-des prejuízos econômicos e morais.

INABALÁVEISAs pesquisas mostram algo que de-finitivamente não muda no cenárioda música popular brasileira. Das 10músicas mais ouvidas e pedidas nasrádios, 8 são de artistas classificadoscomo sertanejos. Parece que nem apopularidade do pagode, do hip-hop, do gospel, do axé ou do forróvão mudar isso tão cedo.

TECNOLOGIAO que falta para a indústria de áudioprofissional nos apresentar transmis-sores wireless para PA? A era dos ca-bos agoniza, mas raros são os equipa-mentos com essas características dis-poníveis no mercado. A CSR lançoualguns modelos e propõe uma inte-ressante abertura para essa discussão.Ansiosamente aguardo os testes des-ses produtos e uma “descoberta” domercado para o que me parece uminevitável rumo na tecnologia doáudio profissional. No segmento do-méstico a coisa já ganhou corpo e logovai sepultar definitivamente os “fio-zinhos” esparramados pelos cantosdas salas e dos quartos, embora, porser novidade, ainda seja caro.

ROTINA GRINGAToda vez que algum americano famo-so e rico morre começa uma guerra debastidores por sua fortuna. O caso BBKing é apenas mais um da eterna bri-ga entre familiares, empresários, pro-curadores e amantes pela grana dofalecido. Troca de acusações, trai-ções, mentiras e muito ódio marca-ram o compartilhamento da fortunade Michael Jackson, Marvin Gaye eoutras estrelas da música gringa.Com o rei do blues não será diferen-te. Aliás, as leis divinas deveriamproibir algumas pessoas de morrer. EBB King era uma delas...

INTERNACIONALQue a brasileiríssima Meteoro éuma das maiores indústrias de am-plificadores do mundo todos sa-bem. A internacionalização damarca é um sonho antigo e acalen-tado pelo Zé Luis e toda a sua equi-pe. No horizonte, a busca por umendorse de peso mundial pode ala-vancar ainda mais o poder da marcalá fora. Um nome conhecido e bomde marketing custa caro, mas a forçada Meteoro e sua extensa linha deprodutos é um interessante fator denegociação. Como brasileiro, ficosempre na torcida por esse gol.

OBVIEDADEDas muitas perguntas que recebo pore-mail, uma delas é recorrente e temresposta bem fácil. Afinal, qual omelhor sistema de braço de guitarra?Colado ou parafusado? Diz a lendaque o sistema colado, apesar das res-trições para manutenção, dá maissustentação ao som do instrumento.E realmente é lenda... Nenhum estu-do sério comprovou essa tese apre-goada aos sete ventos pelos luthiers.Na prática, o melhor sistema é o quecouber no seu bolso e lhe proporcio-nar um timbre agradável e a seu gos-to. O resto é blá, blá, blá...

MORTE ANUNCIADAA mudança no perfil do consumode música condenou à morte gran-de parte das redes de lojas de discose mídias musicais. Cada vez maisvirtual, a música hoje remuneraapenas por direito autoral e shows.Com isso, a mudança de perfil des-ses estabelecimentos se volta para osegmento de equipamentos domés-ticos e eventualmente profissio-nais. A rede Multi Som, a maior dopaís, com mais de 120 lojas no sul doBrasil é um sinônimo disso. No pas-sado, a venda de discos e vídeos járepresentou mais de 80% do fa-turamento da empresa. Hoje nãochega à 15% e continua caindo.

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

O novo CD de MaurícioLuz vem reafirmar e va-lorizar a presença dacultura afro nas Améri-cas, especificamente noBrasil e nos EstadosUnidos, difundindo-aatravés da música erudi-ta, especialmente na for-ma de música de câma-

ra, enfatizando suas diferenças e semelhanças. Oprojeto amplia o universo de influências da culturanegra no continente americano, normalmente associ-ado somente à cultura popular, mostrando que ela seestende até à cultura erudita produzida em nossas ter-ras. Composto por negro spirituals, gospels e can-ções brasileiras de motivos afro-brasileiros, o CDbusca uma abordagem musical diferenciada no acom-panhamento, onde se destaca a forte participação deinstrumentos de percussão.

RITOS E RITMOSMaurício Luz

A banda que traz de vol-ta a sonoridade das tra-dicionais Big Bands, lan-ça seu primeiro CD, comrepertório e composiçõespróprias e standards daMPB. A ideia surgiu apartir da vontade de re-criar a sonoridade dastradicionais orquestras

do Rio de Janeiro com um toque contemporâneo. Aprodução musical e os arranjos levam assinatura dosintegrantes da Orquestra, os músicos Marcelo Mar-tins, Jessé Sadoc e Danilo Sinna. O CD conta aindacom as participações especiais de Nelson Faria, VittorSantos e Mauro Senise. O grupo tem uma seção rítmi-ca e de sopros que se assemelha a uma Big Band. Norepertório, músicas para matar a saudade como Rio

(Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) que abre o CD,e Inútil Paisagem (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira),um clássico da Bossa Nova. O álbum traz ainda a bos-sa balada Nós, composição de Johnny Alf e Preciso

aprender a ser só (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle).

ORQUESTRA ATLÂNTICAOrquestra Atlântica

O Boa Nova Ventura es-treia com disco que unea sonoridade à palavra.O músico e compositorpernambucano HugoDurães mergulha semmedo no universo daexperimentação sonorae da poesia para apresen-tar o projeto Boa Nova

Ventura, uma porta aberta à renovação do ato de com-por. A banda, surgida como um caminho alternativoàs massacrantes pressões exercidas pelo cotidiano,lançou o primeiro disco em novembro de 2014, o EPAbstracto, que contempla seis composições originais.Gravado em diversos estúdios do Recife, o álbum sin-tetiza uma gama de complexos significados, recriados àmedida em que avançam, cronologicamente, as can-ções. A masterização ficou por conta do gringo RogerSeibel, que trabalhou com nomes como Bill Callahane The Cardigans.

ABSTRACTOBoa Nova Ventura

Formada por músicos ex-perientes e das mais di-versas formações, a ban-da apresenta, nesse tra-balho, entre outras com-posições que simbolizama união de duas gera-ções, Gil Quaresma eArmando Daudt, que,apesar das quase quatro

décadas de diferença, encontram profunda afinidadequando se trata de tocar, cantar e compor. Os arran-jos de Marcelo Bernardes (sax/flauta), da banda deChico Buarque, são valorizados pelo talento e pelaperformance de Didito (guitarra/arranjos), JoãoBraga (teclados), Dodo Ferreira (baixo) e Claudio In-fante (bateria). Nos vocais, o líder da banda, Arman-do Daudt. As participações especiais foram de Mar-celo Caldi (acordeom), Bruno Repsold (baixo) e SabaTuk (percurssão). Com produção de ArmandoDaudt, o CD apresenta canções sobre temas como ocotidiano, o amor, a solidão, a esperança e a alegria.

TEMPO DE AGORAOs Reincidentes

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

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anaína, qual a sua formação aca-dêmica e como você entrou no

mercado de entretenimento?Sou fonoaudióloga especialista em voz,Mestre em fonoaudiologia e diretora doEspaço da Voz, uma clínica que montei afim de atender profissionais da voz, es-pecialmente cantores. Tenho meus par-ceiros a fim de realizar um atendimentomultidisciplinar com fisioterapeuta,otorrino, nutricionista, psicólogo e pro-fessor de canto. Acho que esta é a essên-cia do trabalho que me fez aproximar

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

cada vez mais deste mercado. Trabalharcom voz cantada sempre foi meu foco.

Qual a função de um fono no acompa-nhamento de um artista, e qual seriasua rotina de um dia de trabalho?O fonoaudiólogo atua na prevenção dosproblemas vocais no momento em quemapeia o canto e pode diagnosticar aspossíveis causas desses problemas, traba-lhando, então, o condicionamento espe-cífico da musculatura a fim de evitardanos. Trabalha também em caso de le-

J

Profissões do

backstage’backstage‘

J A N A I N A P I M E N T A

E S P E C I A L I S T A E M V O Z

Nesta série de entrevistas,em que contemplamos

profissionais que atuamno backstage no setor de

entretenimento, vamosconversar com a

fonoaudióloga JanainaPimenta, que é

especialista em voz.

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são, no trata-mento. O fonoaudiólogo é o res-ponsável pela preparação e condi-cionamento da musculatura vocalpara que o professor de canto pos-sa atuar na estética. Além disto, ofonoaudiólogo atua como uma es-pécie de coaching, uma vez quepode transitar nas diversas áreas eprofissionais a fim de direcionar ocantor. É ele que pode fazer a inter-comunicação com o nutricionista,otorrino, produtor musical e pre-parador físico e outros profissio-nais que o cantor tenha necessi-dade. O trabalho pode acontecerem atendimento individual emconsultórios assim como em showse estúdio onde o fonoaudiólogo po-de atuar na recuperação vocal ime-diata com o objetivo de conseguiruma otimização da performance.

Como se comporta a voz numshow, e qual a importância dosprocessos de aquecimento e desa-quecimento vocal ?A voz é o resultado de sutis ajustesmusculares e seu domínio requerum trabalho de consciência cor-

poral profundo.O aquecimento de voztem como objetivo sensi-bilizar o cantor para ouso necessário e adequa-do das musculaturas es-pecíficas ao canto assim,

como o aumento da temperaturada mesma, a fim de evitar lesões,seguindo os mesmos princípios damedicina do esporte no aqueci-mento muscular de atletas. A dife-rença é que as pregas vocais são

compostas também por, além damusculatura, uma mucosa que po-de ser danificada a partir da fadigamuscular, gerando edemas e lesões,o que traria um impacto importan-te para a voz durante o show. Destemodo, neste momento, o fono-audiólogo deve ficar atento a estafadiga muscular a fim de prevenir oedema de pregas vocais e con-sequentemente a lesão.

Quais são os errosou lendas que a maioria dos pro-fissionais que usa a voz acreditafuncionar, mas não funcionam?São inúmeros e devemos ter muitocuidado com isto. Por exemplo,spray de gengibre ou cristais degengibre não é algo que deva serutilizado, pois anestesia e pode le-var o cantor a sobrecarregar o apa-relho fonador assim como o uso debebidas alcoólicas para aquecer a

voz pode ser extremamente dani-nho, mesmo que seu vizinho tenhafeito isto. O importante é o indiví-duo entender realmente como a vozé produzida e o que a influenciapara, então, mapear isso na sua vida.

Quais os principais problemas eseus sintomas que os profissionaisda voz podem estar sofrendo enem fazem ideia?

O fonoaudiólogo é o responsável pela

preparação e condicionamento da

musculatura vocal para que o professor de

canto possa atuar na estética.

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Rouquidão não é algo normal. É sinalde que algo impede seu aparelhofonador a emitir a voz sem ruído, oque frequentemente corresponde àpresença de nódulos, edemas de pre-gas vocais e laringites agudas entreoutros. Portanto, se a rouquidão apa-recer por mais de 10 dias, deve-seprocurar um especialista urgente-mente. Entre cantores, deve-se ob-servar se, ao término de um show, avoz está sem rouquidão, ou muitofatigada. Este é o ponto básico. Se istoocorre, há algo que precisa ser verifi-cado. Ou você está com alguma lesão,ou você está sem condicionamentoou técnica, o que pode gerar uma le-são. Em ambas as situações, deve-seter orientação de um profissional.

O que há de mais moderno, tecno-logicamente falando, para a análise ecuidado da voz para os profissionais?Hoje, cada vez mais novas técnicas te-rapêuticas e cirúrgicas têm surgido,mas a voz ainda é um mistério para amedicina. As possibilidades de ajustese timbres vocais são inúmeros e não setem exatidão nesta relação de causa eefeito ainda. Frequentemente, verifi-camos cantores com uma resistênciavocal impressionante, mesmo sendoportador de uma determinada lesão.

Frequentemente vemos qualidades etimbres vocais muito diferenciadosque correspondem a ajustes muscula-res ainda pouco conhecidos. Destemodo, acredito cada vez mais que aavaliação dinâmica da voz, ou seja, a

realização de uma nasofaringolaringo-estroboscopia da voz, feita em conjun-to com o médico otorrinolaringologis-ta e o fonoaudiólogo, é fundamental afim de mapear especificamente o can-tor em questão.

Existem mesmo aqueles cantores quenunca fizeram aulas de canto ou ti-veram cuidado com a voz e têm avoz maravilhosa, ou isso é lenda?Existem, sim, e a estrada vai nos ensi-nando muito. Alguns alcançam vozesincríveis com o próprio talento. En-tretanto, a alta demanda é algo contrá-rio à condição fisiológica e, mesmocom técnica, o cantor pode sofrer da-nos devido ao abuso e a demanda. Ocantor deve saber prevenir e reconhe-cer quando necessita fazer alguma in-tervenção. Além disto, com todas astensões que a vida nos impõe abrimosprecedentes ao mau uso da voz decor-rente de má alimentação, poucas horasde sono, questões emocionais e até usode determinados medicamentos.

No setor do áudio todos sabemos quaissão as mazelas das perdas auditivas,mas em relação à voz quais são ostraumas mais comuns e suas causas?Cantar sem bom retorno auditivo éreceita eficaz para se ter lesão de voz.

Há um gasto energético desnecessárioquando se aumenta muito a intensi-dade vocal, o que é inevitável na au-sência de um bom retorno, e, no pri-meiro momento de fadiga, fica difícilmanter os ajustes vocais adequados

Cantar sem bom retorno auditivo é

receita eficaz para se ter lesão de voz. Há um

gasto energético desnecessário quando se

aumenta muito a intensidade vocal

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abrindo precedente para danificar aspregas vocais. Outro ponto impor-tante é que, sem retorno, o cantor ficasem referência e por isto tem dificul-dade de manter a afinação, compro-metendo muito a performance.

Qual a importância para o profissi-onal da voz saber o seu tom certopara falar e/ou cantar, e quais osprováveis danos da não observânciadeste ‘pequeno detalhe’?Todos nós temos uma extensão vocalque é a capacidade de um cantor alcan-çar notas das mais graves às mais agudasque será influenciada por característicasanatômicas e sexo. Entretanto, a capaci-dade de se alcançar notas graves e agudasextremas com qualidade para a fala epara o canto chama-se tessitura e, parao canto, depende especialmente de trei-no e características de personalidade.Desde que fique dentro da tessitura, li-vre de tensões, não há risco de lesões.No entanto, quando o cantor sai destatessitura, normalmente a emissão vemacompanhada com muito esforço e ten-são, ocasionando danos.

Aproveitando esta entrevista, vou lhepedir ajuda para desvendar um mal dosshows modernos: por que os cantoresteimam em colocar a mão no globo(windscreen) que protege a cápsula domicrofone, tendo em vista que este atoestraga a sonoridade do microfone?Normalmente vem da falta de conheci-mento do prejuízo deste ato na capta-ção do som, associado à cópia de mode-los quando querem imprimir um estilo.

Falando em tecnologias, a maioriados cantores(as) da atualidade usamIEM (In Ear Monitor) e esta tecno-logia lhes permite ouvir suas vozescom uma clareza nunca antes possí-vel com os monitores de chão, pas-

saram a inclusive ouvir pigarros eoutros ruídos indesejáveis. Eles co-mentam isso nas suas consultas?Parte B da pergunta: o pedido de“mais reverb” seria uma tentativa demascarar esses detalhes?Percebo que os cantores têm poucoconhecimento sobre estes parâme-tros vocais e de áudio. Frequente-mente, observo que eles nem sabemexatamente o que estão solicitandoao técnico. Só sabem que a voz nãoestá boa e ficam em uma busca aflitapor algo que melhore esta sensação.É comum, em momentos de muitoestresse, a sensação de que o somestá pior exatamente pela irritaçãoe falta de paciência para compreen-der e perceber as reais deficiências.Deste modo, a conscientização docantor quanto a sua participaçãoativa na monitoração de sua voz, as-sim como a boa relação com o técni-co, são fundamentais para que seconsiga chegar a um resultado con-fortável para o cantor e assim en-frentar as dificuldades de moni-toração que os mais variados palcose ambientes nos impõem.

Ainda sobre monitoração: existe al-guma reclamação recorrente doscantores quanto à monitoração, e

Outro ponto importante é que, sem

retorno, o cantor fica sem referência e por isto

tem dificuldade de manter a afinação,

comprometendo muito a performance.

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tem alguma dica ou sugestão paradar aos profissionais desta área?A maior dificuldade é o uso do fonenas duas orelhas, o que é fundamentalpara uma melhor monitoração e pro-teção auditiva. Utilizando as duas ore-lhas, o cantor sente falta da ambiênciaque o retorno de palco dá. Entretanto,segundo a tabela da organização ame-ricana OSHA (Occupational Safetyand Healthy Administration), a ex-posição a ruídos acima de 110 dB pormais de 60 segundos pode ser extre-mamente danosa à audição. Destemodo, apenas a conscientização podemotivar o cantor ao uso dos dois fones.Este uso precisa ser aprendido, ou seja,deve haver um período de adaptaçãono qual o cantor consciente dos pre-juízos passará a encontrar os benefí-cios do uso do in-ear como a melhormonitoração e controle da voz.

E para os profissionais da voz, quaisas dicas de “boas práticas” paramanter a voz bem cuidada durantetoda a carreira?Se você cuida de seu corpo como umtodo, terá imensos benefícios na voz.Uma pessoa que mantém hábitos ali-mentares saudáveis, se exercita, dor-me bem, tem boa hidratação, nãobebe e não fuma já tem 60 por centodo caminho percorrido para uma boavoz. Abuso vocais, geralmente, estãoassociados a excessos na vida comoestar muito ansioso ou nervoso ecomo consequência falar gritandoou muito rápido. Fazer 25 shows pormês, às vezes até sem condições físi-cas para tal, como em casos de resfria-dos, é um excesso, inevitável em al-guns momentos da carreira, mas sãoexcessos que promovem riscos altosde lesão e por isto a necessidade de

www.espacodavoz.com.br

Para saber online

Este espaço é de responsabilida-de da Comunidade Gigplace. En-vie críticas ou sugestões para [email protected] ou [email protected]. E visiteo site: http://gigplace.com.br.

cuidados mais específicos. Algumasmedicações e suplementos nutri-cionais afetam diretamente a voz edevemos estar atentos a isto.

O que falta ainda s você para que setorne uma profissional ainda melhor?Na verdade, acredito ser esta a buscaeterna. A busca do conhecimento emtodos os âmbitos tem que ser algoconstante para que possamos estarsempre nos renovando. Acho quenunca vou me sentir bastante. En-quanto houver curiosidade e vozes di-ferentes haverá busca.

Quais são os seus planos, onde pre-tende estar daqui a 10 anos, nos âm-bitos profissional e pessoal?Atualmente, quero terminar meu li-vro sobre algumas técnicas que fui de-senvolvendo ao longo dos anos. Estoumontando alguns cursos, pois sintoque estou repleta de um conteúdo quefui desenvolvendo e preciso transmi-ti-lo. Tenho estas fases quando digoque ‘meu copo está cheio e precisoesvaziá-lo’ para continuar enchendo.Mas meu maior compromisso é com aminha família e minha felicidade. Fa-zemos alguns planos a longo prazo,mas acredito que a vida vai realizandoum movimento que não nos guia ale-atoriamente. Tenho aprendido a res-peitar este movimento.

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prédio do Jimo é residencial. Quemnão conhece, jamais imaginaria que

há um estúdio de gravação profissionallá dentro. No lugar da mesa de jantar, umórgão Hammond. No canto onde pode-ria ser uma sala de TV, um Fender Rho-des e uma estante com teclados vintage.Ao invés de paredes pintadas de branco,tratamento acústico. Por todo o lado,

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Miguel Sá / Divulgação

muitos instrumentos que o cliente do es-túdio pode ter o privilégio de usar. Mar-celo Lobato, tecladista e baterista dabanda O Rappa, idealizou o espaço ondejá gravaram, além do próprio O Rappa,Davi Moraes, Lucas Santtana e Jam daSilva, entre outros.O Jimo não é um estúdio de aluguelapenas. Também foram feitos lá traba-

O

CASACASASINTA-SE EM

NO ESTÚDIO JIMO

Quem entranaquele prédio

antigo em uma ruaescondida no bairro

das Laranjeiras,Zona Sul do Rio de

Janeiro, nãoimagina as

surpresas que oestúdio Jimo tem

para mostrar.

Marcelo Lobato, José

Nobre eIgor Ferreira

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lhos solo de Marcelo, da sua ban-da de música africana AfrikaGumbe e as parcerias com o ir-mão, também instrumentista,Marcos Lobato. Por isso, um doscritérios usados no projeto foi aadequação do local às necessida-des de Marcelo. “Como compo-nho, faço arranjo, tem que seruma coisa da velocidade da mi-nha cabeça”, afirma.Muitas obras tiveram de ser fei-tas. Tanto na parte civil – quebrade paredes etc. – como na acústi-ca e elétrica. Além de trocar eaterrar toda a rede do aparta-mento, Marcelo teve que trocar o

barramento do prédio – barra-mento é o ponto onde é distribuídaaos apartamentos a energia quechega da rede elétrica da rua –para que não houvesse maioresproblemas. “Esse apartamento

foi reformado do zero. Parte hi-dráulica, elétrica, gás... Chega-ram a dizer que era impossívelconstruir um estúdio aqui”, co-menta o produtor.

ESTÚDIO: ACÚSTICA EEQUIPAMENTOSA parte acústica e elétrica do es-túdio foi projetada por CelsoDrum. O trabalho não era sim-ples. Além de fazer uma sala queproporcionasse opções de ambi-entes acústicos, era preciso fazerum isolamento que impedisse apropagação do som para os outrosapartamentos. “Aqui temos algu-mas diferenças no ambiente. Olocal onde a bateria fica monta-da, por exemplo, é um pouco maisvivo” detalha Lobato.Outra questão bem pensada noprojeto é a facilidade de configuraros equipamentos e a mobilidadedos instrumentos. “Tenho muitos.Eles são grandes: bateria, har-mônio, piano Fender Rhodes, pia-no acústico, vibrafone, marimba...Tudo com rodinha. Pode botar pracá, botar pra lá... Isso, fora os am-plificadores, porque o estúdio tam-bém se vale dos instrumentos.Boas guitarras, bons baixos. O pes-soal pode usar desde que se com-porte bem...”, diz o produtor, meiobrincando, meio sério.Ter um ambiente acolhedor foium objetivo do projeto. “Nãoqueria estúdio enclausurado.Aqui tem janela. Queria que ti-vesse o ritmo normal da vida.Nos estúdios mais antigos, a gen-te não via quando anoitecia eamanhecia”, comenta Marcelo.O Jimo não tem uma equipe fixa,mas sempre há aqueles mais pre-sentes, como José Nobre – maispresente no dia a dia do estúdio -e Igor Ferreira, técnico de som deCaetano Veloso e Orquestra Im-perial que também faz muitasproduções no Jimo.

Mesa API analógica com moving faders

Opções de equipamentos analógicos Eco de fita da Roland

Gravação é feita em ProTools

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NOVA MESA DE SOMNa técnica, uma imagem que já não émuito comum nos dias de hoje: umamesa de som analógica. Logo ao ladoda mesa, um “macarrão” de fios nopatch insertando periféricos analó-gicos no console. O estúdio Jimo aca-bou de adquirir o console API 1608.Este equipamento é inspirado em um

modelo mais antigo da marca, o 1604.Além da mesa, há vários outros equi-pamentos analógicos. São pré-amplifi-cadores Neve, Universal Audio, API,processador de efeito de rack da Lexi-con e até um eco de fita Roland RE-201. “A mesa foi uma indicação doTom Saboia, que grava bastante aquicom a gente. Tivemos que fazer um

Lista de equipamentos

Softwares

ProTools 10 e 11Logic ProAvid HD NATIVE + AVID 192Monitoração

Dois Monitores KRK V8Subwoofer KRK Rok BottomDois monitores KRK Rok BottomMesa de som,

pré-amplificadores

e equalizadores

Mesa API 1608– Analógica com 16 canaiscom equalização mais 8 canais expandidoscom prés API 512c completando 24 canaisAPI 512cNeve 1064 (2)Três Neve 1073LB (Lunchbox)Neve 9098 (2)Shadow Hills The Equinox (summing)Prés Shadow Hills The Equinox (2)Pré Shadow Hills Mono Gama (Lunchbox)Universal Áudio 2-610 – (2 canais valvulado).Pré Digidesign 8 canais analógicosCompressor - Distressor EL8Microfones

Peluso 2247 SENeumann U87

Neumann KM 184 (2)AKG 414 XLS (2)AKG SE 300b (2)AKG D112Royer R121Sennheiser MKH 80Electro Voice RE 20 (2)Electro Voice RE15Audix D6SM 58 (4)SM 57ª Beta (2)SM 57 dynamic (3)Beta 52KSM32 CondenserBlue Baby Bottle -CondenserBlue 8-ball – CondenserSuperlux CMH 8G - CondenserKit de microfones para bateria SuperluxDRK – F5H3Superlux PRA – 638 - RibbonKCM Ribbon R-25 (2)MXL 604 Condenser (2)MXL 991 CondenserMXL 990 CondenserMXL V67i CondenserPaia 9506K MS Stereo (Ambiência)Samson C02 Condenser (2)

A marimba de Marcelo Lobato

Grande disponibilidade de mics Rack com teclados vintage

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Além dos encontrados nas mesas, o estúdio tem diversas opões de pré-amplificadores

móvel especialmente para ela e tudoo que vem junto. Antes, nem usavapatch bay”, aponta Lobato.A opção pela mesa analógica diz res-peito tanto ao gosto pessoal do donodo estúdio como também a uma op-ção por ter um equipamento de qua-lidade imune às obsolescências ace-leradas que acontecem no mundo

digital. Originalmente com 16 ca-nais, a 1608 vem com oito slots vazi-os nos quais Lobato encaixou os pré-amplificadores API que já tinha. Aautomação da mesa é apenas nosmoving faders. “Tivemos que voltara usar mapas para anotar os pa-râmetros de equalização feitos namesa”, conta Marcelo.

Mas nem só de analógico viveo Jimo. As gravações são feitasno Pro Tools e Lobato não va-cila também em usar os paco-tes de plug-ins. Tanto os efei-tos como os simuladores deinstrumentos. Pelo menosdos (poucos) que não tem noestúdio. “Gravamos no ProTools. Não tenho frescura deusar digital, mas sinto a dife-rença. Orgão é órgão. Temosum Hammond aqui. O har-mônio funciona com ar, en-tão tem o barulho do fole”,

exemplifica o músico. É claro queem um estúdio que privilegia osom real, não podem faltar bonsmicrofones. Royers 121 de fita, osAKG 414, Sennheiser, Electro-Voice RE-20, RE-15 e tantos ou-tros que fazem o som nos melhoresestúdios. Com certeza, quem gravano Jimo se sente em casa.

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ara quem tem o hábito, ou a necessi-dade, de “emburacar” noites aden-

tro ou fins de semana a fio compondo,produzindo, criando arranjos, gravan-do, editando, mixando, masterizando,estudando equipamento que vai adqui-rir, estudando os softwares que usa, re-solvendo perrenga do computador doestúdio para poder trabalhar, etc. etc.sabe muito bem do que estou falando:como tem valor um fim de semana livre.Como tem valor algumas horas com afamília. Como tem valor conseguir ligarpara a esposa dizendo que vai sair do es-túdio às 8 da noite e sair mesmo. Queimenso valor tem dormir um númeromínimo de horas para se sentir vivo nodia seguinte e não ter a sensação de es-tar “carregando” o corpo.Pois bem. Nosso combustível de trabalhoé ele: O TEMPO. Realizar todas as tarefasa que nos propomos com qualidade é mui-

Marcello Dalla

[email protected]

Fotos: Divulgação

to importante, mas, com a vida corrida detodo mundo, ter um fluxo de trabalho comvelocidade e eficiência tem um valorimenso. É nesse quesito que existem aces-sórios importantes para implementarmosem nossos estúdios, com o objetivo detornarmos mais eficientes todas as etapasdo que fazemos. Os clientes agradecem, enossa saúde também. Em última análise,vendemos nosso tempo e o usamos comomatéria-prima do nosso produto.Já pararam pra pensar o quanto é difícil otrabalho numa workstation de áudio so-mente com o mouse? Até hoje ainda nãoconheci alguém que tivesse paixão porajustar plug-ins de compressores e equa-lizadores somente com o maldito ponteiroimpreciso e cruel. O maior problema é quecom o mouse fazemos apenas uma coisa decada vez. Se eu ajusto um parâmetro deuma banda de um equalizador, eu só ma-nipulo e ouço este ajuste sem a chance de

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CUBASE PRO 8O TEMPO SOB CONTROLE

CUBASE PRO 8E OS CONTROLADORES USB - CC121

Olá, amigos.Depois da AES

sempre falamos deavanços tecnológicos,

de novaspossibilidades de

fazermos música, detrabalharmos o áudio

etc. Desta vez, voufalar da coisa maisimportante na vida

dos músicos,produtores, donos deestúdio, sonoplastas,mixadores e todos os

profissionaisenvolvidos com

música e áudio diretae indiretamente:

O TEMPO.

Figura 03 - CC121Vista lateral. Detalhedo fader motorizado

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ouvir ajustes em outras bandas si-multaneamente. Pra quem é di-nossauro como eu (lá vêm os di-nossauros de novo!) e tem o hábito ea velocidade de trabalho em equi-pamentos analógicos, estar presosomente ao mouse é motivo de an-siedade, angústia e, em situaçõesde prazos de entrega de trabalhospróximos de zero ou negativos,motivo de total desespero.No intuito de salvar-nos da sín-drome do pânico, algumas “inter-faces humanas” ou superfícies decontrole foram desenvolvidaspela Steinberg para otimizar co-mandos e recursos do Cubase. Omais interessante é que estes con-troladores não foram criados parasubstituir o mouse, mas para tra-balhar em conjunto com ele justa-mente nas funções que são maisdeficientes com o uso do mouse.O que se ganha com estes comple-mentos? O bem mais precioso quetemos: O TEMPO.

Vamos começar visitando o mo-delo de controlador CC121 (Fi-gura 1). Sozinho ou em conjun-to com os controladores modula-res da linha CMC (figura 2), oCC121 é versátil.O CC121 é um controlador com-pacto e eficiente que proporcionagrande velocidade nas funções demixagem. A figura 3 mostra a vis-ta lateral esquerda da CC121 ondevemos em destaque o fader moto-rizado sensível ao toque. Você

pode perguntar o que seria ummixer de um fader só, mas não é essaa proposta. O Fader da CC121 é su-ave para que possamos gravar au-tomações de volume com precisão.As automações de volume são mui-to importantes para a expressãomusical. As variações de dinâmicaem mixagem são elementos funda-mentais de expressão, e quando rea-lizadas com sutileza acrescentammusicalidade. O fader da CC121proporciona essa sensação. Fazerautomações sutis e delicadas de vo-lume usando só o mouse é comodirigir um carro sem volante, segu-rando e virando a barra de direçãocom um alicate. Bom, eu nunca di-rigi um carro desta forma, mas te-nho essa exata sensação quandouso o mouse buscando fazer auto-mações de volume refinadas... sim-plesmente não dá! Acreditem, éabsolutamente diferente fazer como fader. Quem trabalha com or-questração virtual sabe do que euestou falando. Quem mixa paraTV e rádio com locução sobre BGmusical também tem a exata noção.Quem mixa música querendo deta-lhes, sabe disso. Os exemplos destanecessidade são inúmeros. O fadermóvel da CC121 permite que vocêobserve o movimento dele enquan-to ouve a automação gravada. Casoqueira refazer em tempo real a suaautomação basta manter ativada asteclas W e R da CC121 e tocar nofader no momento em que for en-

Figura 1 - CC121

Figura 2 - Controladores modulares CMC

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trar gravando. Lembre-se que no pai-nel de automação o modo selecionadodeve estar em “touch” como mostra afigura 4. Observe também nesta figuraa linha de automação gravada dese-

nhada abaixo do canal,que permite que possa-mos editar graficamentetambém.A figura 5 mostra todosos comandos da CC121.Reparem que ao lado di-reito do fader temos to-dos os botões de coman-do encontrados no cam-po Inspetor de cada ca-nal. Isso permite um a-cesso muito rápido a es-

ses comandos e também ao panoramaestéreo (pan) através do knob. A figura5B mostra o campo Inspetor de um ca-nal para nossa referência com os botõesde comando. Logo abaixo temos os bo-tões “channel select” que nos permitemselecionar no projeto o canal no qual aCC121 está atuando.Ainda na figura 5 vamos observar a re-gião central da CC121que inclui os co-mandos do equalizador e comandos detransporte. Aqui, mais uma vez, cabe acomparação com os comandos ana-lógicos. É muito, mas muito melhor tra-balhar equalização com os knobs do quecatando cada parâmetro com o mouse.A figura 6 mostra uma curva de equa-lização do paramétrico de 4 bandas do ca-nal. Os comandos do EQ da CC121 per-

mitem que você trabalhemuito rapidamente sobrecada banda ou em ban-das simultâneas e obser-ve graficamente na me-dida em que ouve os re-sultados. É o plug-in di-gital com a sensação deestar trabalhando em umequalizador analógico.Os botões ON abaixodos knobs permitem quevocê ligue e desligue ca-

Figura 4 - Modo Touch na automação. Detalhe da curva de automaçãoabaixo do canal

“O fader móvel da

CC121 permiteque você observe

o movimento deleenquanto ouve a

automaçãogravada. Caso

queira refazer emtempo real a sua

automação bastamanter ativadaas teclas W e R

da CC121 e tocarno fader no

momento em quefor entrar

gravando.

Figura 5 - CC121 vista dos comandos

Figura 5B - Campo Inspetor noprojeto e sua correspondência comos botões na CC121

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da banda para comparar sonoridades também. O bo-tão BYPASS permite a comparação com e sem todo oequalizador. O botão EQ TYPE permite a seleção dotipo de curva de cada banda através do knob inferior G.A figura 7 mostra os tipos de EQ que são selecionáveis.Além disso a CC121 permite que possamos comandaros Controles Rápidos e endereçá-los aos parâmetos deplug-ins de outros fabricantes. Desta forma os knobsde equalização se tornam knobs de controle dosparâmetros do que desejarmos nos plug-ins. A figura8 mostra os Controles Rápidos endereçados ao plug-in CLA 2A da Waves. Mapeando os comandos e sal-vando como presets, montamos nossa livraria deControles Rápidos de plug-ins que estará disponívelem todos os projetos. O mapeamento é montado ape-

nas uma vez e salvo como mostra a figura 09, daí prafrente sempre que buscarmos os presets já estaremoscom os comandos dos knobs definidos. Mais umavez, a grande vantagem é termos os comandos dosplug-ins nos knobs da CC121 com uma caraanalógica. Podemos calibrar todos os parâmetros donosso CLA 2A do exemplo na CC 121 com a mão es-querda enquanto a mão direita está no mouse reali-zando outras funções.Voltamos na figura 5 e olhando para a seção à direita daCC121 podemos ver na parte superior 4 botões de fun-ções customizáveis. Podemos atribuir a estes botões qual-quer menu ou submenu do Cubase. Alguns bancos defunções já vêm presetados, como por exemplo o demonitoração. Neste modo o knob Value controla o volu-me da saída de monitoração para o estúdio (ControlRoom) e as teclas de 1 a 4 podem selecionar os diferentesconjuntos de monitores (stereo ou surround). Com esterecurso, a CC121 se torna o comando de monitoração doestúdio dispensando hardware adicional dedicado a estafunção. Dependendo da escolha das funções dos botões, oknob Value assume diferentes parâmetros.A figura 10 mostra o menu de configuração da CC121(menu principal Dispositivos / Configuração de Dis-positivos / Steinberg CC121).Na parte inferior direita da CC121 vemos o AI KNOBque é um poderoso comando no Cubase. Quando te-

Figura 06 - curva do equalizador comandado pela CC121

Figura 7 - O botão EQ TYPE da CC121 faz a seleção do tipo decurva de cada banda

Figura 10 - Menu de configuração da CC121 no Cubase

Figura 8 - mapeando Controles Rapidos para plug-ins diversos para uso dosknobs do CC121

Figura 9 - Salvando o preset do remoto do plug-in como Controle Rápido do CC121

Figura 11 - Tube Compressor nativo do Cubase, ao passar o mouse sobre os

comandos o KNOB AI da CC121 atua em todos os parâmetros

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Para saber online

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www.ateliedosom.com.brFacebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

mos os botões JOG e LOCK desati-vados, o AI KNOB atua em TODOS osparâmetros sobre o qual o mouse estejaapontado. Por exemplo: a figura 11mostra o Tube Compressor nativo doCubase. Ao passarmos o mouse sobre ocomando de DRIVE (não é preciso cli-car) o AI KNOB passa a controlar esteparâmetro e, ao girarmos, o knob DRIVE

gira na tela do Cubase. Se passamos omouse sobre o parâmetro OUTPUT nossoAI KNOB passa a controlar este. Compre-enderam o poder desse AI KNOB? A velo-cidade de ajustes nos plug-ins é absurda!Da mesma forma podemos ajustar parâ-metros no mixer e, principalmente, noChannel Strip que contém muitos coman-dos em knobs rotativos, como mostra a fi-gura 12. Amigos, garanto: é sensacional-mente rápido e preciso nos ajustes.Quando o botão LOCK do AI KNOB estáativado, a última função que foi escolhidapara controlar permanece, independenteda posição do mouse. É uma ótima opçãoquando desejamos um controle dedicado dedeterminado parâmetro. Quando o botãoJOG está ativado, o AI KNOB é utilizadopara deslocar o cursor na timeline. Aalternância de funções para o AI KNOB

também acrescenta agilidade. Com umlayout simples a CC121 agrega múltiplasfunções e sua operação é fácil e intuitiva. AFigura 13 mostra o painel traseiro da CC121que possui uma entrada para pedal cuja fun-ção também pode ser escolhida. Gosto deutilizar para Play/Stop com volta ao pontode origem automática quando estou traba-lhando em uma seção em loop equalizando,timbrando, comprimindo, enfim mixandoum trecho e ouvindo repetidas vezes.Falamos da CC121 em linhas gerais.Para mais informações específicas, valea pena experimentar o equipamento edar uma lida no manual de operação queé franciscanamente simples.Seguiremos adiante nos próximos artigos,com o restante da família de controladoresUSB: os modulares da linha CMC.Como diz a canção Oração do Tempo, deCaetano Veloso: “Compositor de desti-nos, tambor de todos os ritmos, tempo,tempo, tempo, tempo”.

Ganhamos TEMPO e musicalidadequando integramos a arte da manipula-ção de sons a nossos gestos, a nosso tato,enfim, completando nossa integraçãono som com todos os nossos sentidos.Até a próxima. Abraço!

Figura 12 - Channel Strip do Cubase, com o mouse apontado para cada parâmetro o AI KNOB

controla cada um deles

Figura 13 - Painel traseiro da CC121

Quando o botãoLOCK do AI

KNOB estáativado, a última

função que foiescolhida para

controlarpermanece,

independente daposição do

mouse.

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ada fonte sonora possui caracterís-

ticas peculiares que a distingue dasdemais. Utilizar o microfone correto

para cada aplicação, aquele que poten-cializa essas características, fará com

que a sonoridade desejada seja obtidasem demandar muito tempo e esforço.

Porém, avaliar a sonoridade de um mi-crofone confiando somente na sua res-posta de frequências pode não ser a me-

C

lhor alternativa. Elementos não linea-res como harmônicos e saturações gera-das pelos componentes do seu circuito

Luciano Freitas é técnico

de áudio da Pro Studio

americana com forma-

ção em ‘full mastering’

MICROFONEUM FUTURO PARA OS MICROFONES LENDÁRIOS

MICROFONEV I R T U A L

S Y S T E M

Consideradosum dos principais

patrimônios dequalquer estúdio de

gravação, seja elecomercial ou

simplesmente umhome studio, os

microfones são osresponsáveis por

transformar ondassonoras em sinais

elétricos, dando o“pontapé inicial”

na arte daprodução musical.

Entre todos osequipamentos, são

os responsáveispelo primeiro

contato com afonte sonora,

podendocomprometer todo

um processoquando não

utilizadosestrategicamente.

VMS One + Mic

43

eletrônico impactam diretamenteno resultado (timbre) final.

Detalhes técnicos à parte, muitosse perguntam qual seria o número

ideal de peças de uma boa coleçãode microfones. Grandes estúdios

comerciais chegam a ter dezenas acentenas de modelos diferentes. Já

os estúdios de pequeno porte de-veriam ter, no mínimo, um con-

densador cardioide com diafragmagrande (para captar principalmen-

te vocais), um condensador com di-afragma pequeno (para captar prin-

cipalmente instrumentos acús-ticos) e um dinâmico com diafrag-

ma pequeno (para captar compo-nentes musicais que produzem alto

nível de pressão sonora). A deman-da vai aumentando conforme a ne-

cessidade de captar diferentes fon-tes sonoras.

Sabendo que a maioria dos propri-etários de estúdios de pequeno

porte não pode, por razões finan-ceiras óbvias, montar uma coleção

de microfones como gostaria, algu-mas empresas se lançaram no mer-

cado para apresentar soluções quese mostram bem mais viáveis. Tal-

vez a mais utilizada até hoje seja oplug-in Microphone Modeler (lan-

çado em 1999, atualmente conhe-cido como Mic Mod EFX), da em-

presa Antares Audio Technolo-gies. Utilizando tecnologia propri-

etária (Spectral Shaping Tool), oprograma promete reproduzir as

caraterísticas de 125 diferentesmodelos de microfones. No entan-

to, esta solução esbarra em parti-cularidades que fogem ao seu con-

trole como o tipo de pré-amplifi-

cador utilizado pelo usuário ou oestado de conservação do microfo-

ne, entre outras.Com o objetivo de oferecer a melhor

solução possível neste segmento deprodutos, a Slate Digital, uma das

desenvolvedoras de plug-ins que

mais se destaca atualmente no mer-cado, apresenta o seu Virtual System

Microfone, um híbrido de hardwaree software que promete oferecer ao

usuário a sonoridade de qualquer

microfone lendário já produzido.

VMS - O SISTEMA

Cada Virtual Microfone System

– VMS – é formado por pelo me-nos um microfone, um pré-am-

plificador e pelo plug-in respon-

sável pelo processamento doáudio captado. Atualmente o fa-

bricante oferece dois diferentesmodelos de microfones compa-

tíveis com o sistema: o ML1, umcondensador de diafragma gran-

de com resposta ultra linear, e oML2, um condensador de cápsu-

la pequena capaz de suportar135 dB de pressão sonora, pro-

duzindo baixíssima distorção.Ambos possuem como padrão

polar de captação o cardioide,oferecendo precisa reprodução

Virtual Mix Rack

Pré-Amp VMS One Back

Talvez a mais utilizada até hoje seja o plug-in

Microphone Modeler (lançado em 1999, atualmente

conhecido como Mic Mod EFX), da empresa

Antares Audio Technologies

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de transientes sonoros e extensa

resposta de frequências. No futuro,o empresa pretende oferecer outros

modelos, com diferentes padrõespolares, os quais poderão agregar

valor ao sistema.Quanto aos pré-amplificadores,

dois são os modelos disponíveis naatualidade: o VMS One e o VMS

Dual Preamp Converter. O primei-ro oferece um canal com pré-am-

plif icação super transparente evem equipado com ferramentas

que possibilitam a inversão da po-

laridade do sinal, redução do nívelde entrada (Pad – 10 dB), alimen-

tação phantom power (+48 volts) euma entrada de alta impedância

dedicada à conexão de instrumen-

tos musicais elétricos. Já o segun-do, com dois canais de pré-amplifi-

cação, reúne todas as ferramentasdisponíveis no VMS One somadas

a saídas digitais nos formatos AES/EBU e SPdif (operam em 192 kHz/

24 Bits), as quais permitem trans-portar o áudio com a máxima inte-

gridade e precisão.Completando o sistema temos o

plug-in VMS, que deve ser carregadocomo o primeiro processador no flu-

xo de áudio do canal. Compatível

com os formatos AAX, VST, RTAS eAU, este programa é o responsável

por adicionar àquele sinal captura-do, com toda transparência possível,

VMS Plug-In

Já o segundo, com dois canais de pré-

amplificação, reúne todas as ferramentas

disponíveis no VMS One somadas a saídas

digitais nos formatos AES/EBU e SPdif

(operam em 192 kHz/24 Bits)

45

as características sônicas dos mais

exóticos e tradicionais microfo-nes da história. Na primeira ver-

são do plug-in estão disponíveisas simulações dos clássicos Neu-

mann U47, AKG C12 e Telefun-ken ELA M251 para uso com o

microfone ML1 e dos microfonesShure SM57, Sennheiser MD 421; e

Royer R121 para uso com o micro-fone ML2, além de vários presets

para captação de peças de bateriaque não apresentam um codinome

definido. Essa biblioteca tende a serexpandida por meio de pacotes

vendidos separadamente, modela-dos a partir dos microfones residen-

tes nos mais famosos estúdios doplaneta, o que permitirá ao usuário

variações quase ilimitadas.Vale ressaltar que o sistema não

simula apenas as característicasdos microfones, mas também dos

pré-amplificadores nos quais elessão conectados. Inicialmente, são

duas as opções disponíveis: o FG-73, prometendo as características

do inconfundível Neve 1073A(talvez o mais requisitado pré-

amplificador de microfones dahistória); e o FG-Tube, simulando

todo o “calor” das válvulas de umverdadeiro Ampex 351.

Como bônus, a Slate Digital estáoferecendo aos usuários do VMS

uma cópia do pacote de plug-insVirtual Mix Rack, um dos seus

maiores sucessos de venda na atu-alidade. Estes plug-ins são capazes

de simular as características dedois entre os mais famosos equa-

lizadores da história (FG-S e FG-N, que correspondem, respectiva-

mente, aos equalizadores encon-trados nos consoles SSL 4000E e

Wessex A88 (o qual debutou opré-amplificador Neve 1073), e de

dois icônicos compressores (FG-116 e FG-401, que correspondem

respectivamente aos compressoresUREI 1176LN e Chandler Little

Devil Compressor).

Para saber online

[email protected]

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bra o Ableton Live no Session View(Janela Session), dirija-se ao canto

superior esquerdo e abra o Browser(clique no triângulo cinza caso não es-teja aberto – verde). Procure no seu HD(Places/HDs..,C:\ ; D:\dependendo dasua configuração) algum loop sugestivo(um groove de Baixo e Bateria, porexemplo). No meu caso eu achei (no meuHD “E:\”) um loop que fiz do MichaelJackson – Billie Jean, introdução da músi-

A

ABLETON LIVEABLETON LIVEAUDIO CONVERTER > MIDI

ca, que eu trabalhei em outro projeto,perfeito para extrair o baixo e a batera!!!Arraste o Loop para algum track comomostra a seta amarela (ou dê duploclique para que o programa crie umnovo track).

AÍ ESTÁ...No entanto, antes podemos otimizarnosso visual da janela Session para faci-litar as coisas. Clique naquele triângulo

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

TransformarÁudio em MIDI é

algo muitoinspirador e

produtivo. Apesarde não sernenhuma

novidade exclusivado Ableton Live, amaneira intuitiva

com quetrabalhamos noLive me induziu,

literalmente, ausar este

mecanismo mais emais. Não é raroeu gravar por aíalgum trecho de

áudio (música,beat, ruído etc.), e

converter em MIDIe, posteriormente,

modificar paraextrair aquele

groove ou mesmoexperimentaraquele efeito,

ataque ouenvelope. Mas

vamos aoque interessa.

Audio Loop

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cinza para fechar o Browser. Então,clique em cima do track com o Loop(mark em amarelo), isso vai revelar oClip View e Sample Display.

Agora, em baixo à esquerda, comoindica a seta em vermelho, cliqueno ícone circular com um “E” (deve

ficar amarelo) para podermos en-xergar as propriedades do Clip(Sample). Por curiosidade, eu de-sabilitei o Loop (nesse botão bemno centro do Clip View).Você ainda pode ajustar a largura dotrack, como indica a seta verde (emcima - no meio), ao aproximar ocursor do mouse junto à borda entreum Track e outro até que um colchetebranco apareça. Aperte o botão es-querdo, segure e arraste para redi-mensionar a largura do Track (parapoder enxergar o nome completo doSample, por exemplo.)Muito bem. Tudo nos conformes,todos se vendo, clique com o mou-se em cima do Audio Clip (Sam-ple) com o botão direito (mark emamarelo) e isso vai revelar um sub-menu. Vá com o cursor em “Con-vert Drums to New MIDI Track”(Converta Drums para um novoMIDI Track), esse selecionado emazul, e clique novo para converterAudio em MIDI.

ENTÃO, HABEMUSMIDI Track...

Repare que foi criado um novoMIDI Track, como mostra na ima-

Otimizando

Converting Drums

New Drum Rack

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gem acima, destacada por esse retângulocom rosa. Por padrão, quando se cria umMIDI Track por esse método, automati-camente um Drum Rack é criado comesse novo canal (destacado pelo retân-gulo amarelo à esquerda). É evidenteque você pode usar qualquer outro plug-

in com esse MIDI Track, ou mesmo al-terar esse Rack!Se você clicar com o seu cursor (comomostra no meio embaixo destacadopelo círculo vermelho na imagem an-terior) você revelará o MIDI NoteEditor (mark amarelo limão na ima-gem a seguir).Aqui e agora, você pode editar etransformar esse MIDI como quiser,deixando com a sua cara sem ter quesugar a ideia do outro músico. Use suacriatividade, né? Mas não é só o Beat(groove) que você pode extrair! Quetal o Baixo, ou uma melodia?!!É o mesmo processo. Clique agora em“Convert Melody to New MIDI Track”,como mostra o círculo vermelho naimagem, e teremos nossa melodia, oulinha de baixo, um solo. Qualquer li-nha melódica que se destaque pode

MIDI-Track

Extrating Melody

Melody Bass

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Como regra de segurança eu sugiro

que você use esse recurso do Ableton Live

em trechos de áudio mais limpos com

poucos instrumentos“

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

ser extraída. Eventualmente uma ououtra nota xereta pode ser extraídano processo, mas é só editar no MIDINote Editor, caso isso aconteça.

VEJA O RESULTADO:Um novo MIDI Track (como indica omark Rosa). Nesse caso, uma melodia,(uma linha de baixo). Em extração demelodia, o MIDI Track vem acompa-nhado por um Instrument Rack comos Plug-ins Nativos “Analog e Elec-tric” (retângulo verde).Para revelar o MIDI Note Editor,mesmo procedimento anterior. Cli-que em baixo como mostra o círculovermelho na imagem. Você aindapode extrair Harmony (harmonias,acordes). Veja na imagem a seguir.Especialmente no caso de extração deHarmônicas ou acordes, é recomen-dável que se use trechos “solo” de te-clado, piano ou qualquer instrumentode harmonia, ou trechos orquestrais,porque as notas de bateria, baixo ou

melodia de instrumentos so-lo podem ser interpretadaspelo programa como notas daharmonia, contaminando,digamos assim, o processo deextração, o que exigirá umaedição posterior bem traba-lhosa. Em condições nor-mais, o algoritmo de extraçãoé bastante eficiente, mas emcasos de arranjos muito den-sos com metais e vocal o re-sultado fica comprometido.Como regra de segurança eusugiro que você use esse recur-

so do Ableton Live em trechos deáudio mais limpos com poucos ins-trumentos, caso você queira extrair aideia básica, o groove-Beat, a linha de

baixo, a melodia e alguma harmonia(em Rock ou Pop funciona fácil). Masnada impede de você experimentar echegar a resultados muito interessan-tes, mesmo que você tenha algum tra-balho de edição. Vá fundo!!Boa sorte a todos!

Harmony to Midi

PROD

UÇÃO

MUS

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MENOS ÉMENOS É

claro que todos esses passos acima,se utilizados de maneira correta,

irão contribuir para a sua mixagem soarmelhor, mas a pergunta é: qual deles é o“pulo do gato”? Resposta: nenhum! E aresposta também não é: “são todosigualmente importantes”. O “pulo dogato” está no arranjo! Isso mesmo. Semlevar em consideração a qualidade dacomposição e da performance, pois nãohá técnico de som no planeta que façauma música ruim ou mal executada soar

É

MAIS!Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

Ao se falar demixagem, muito é

discutido sobretécnicas, das mais

simples às maiscomplexas, sobrecomo fazer soarmelhor e tornar

mais claros edefinidos os várioselementos de uma

música. Até aí quaseninguém discorda.

Muito se discutesobre qual é o “pulo

do gato” em umamixagem. O que fazuma mixagem soar

realmente bem?Muita ou pouca

compressão? Muitaou pouca

equalização?Equalização

subtrativa ouaditiva? Muito ou

pouco efeito?Colocar pre-delay

ou não reverb?Utilizar

processamentoparalelo? Inserir ou

não compressão eequalização no

master bus?

bem. O pulo do gato está no arranjo. Emum arranjo bem elaborado, os instru-mentos e as partes da música dialogamentre si, especialmente em um sistemade complementação ou pergunta e res-posta. Por exemplo, se um instrumentode solo, como um sax, guitarra solo, gai-ta etc. toca durante a voz, este instru-mento irá procurar executar suas frasesdurante as pausas na melodia da voz, ouentão harmonizar com a mesma, seja emuníssono ou abrindo intervalos.

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Para saber mais

[email protected]

Na verdade estamos falando de es-paço. Para que os instrumentos fi-quem claros, a música precisa deespaço. E por espaço podemos en-tender que nem todos os instru-mentos devem tocar simultanea-mente durante toda a música. Seno arranjo já foi planejado este es-paço, melhor. A sua mixagem setornará muito mais fácil, e prova-velmente soará melhor no final.Porém, em certas situações temosque lidar com músicas com muitoscanais tocando ao mesmo tempo.É neste ponto que temos que ba-lancear as técnicas com o arranjo.Podemos, sim, nos utilizar de vári-as técnicas para tentar deixar tudodefinido, mas a pergunta é: não émais fácil e melhor tirar algunselementos da música? Simples-mente mutar alguns canais em de-terminados trechos?É claro que se trata de mudar o ar-ranjo, pois uma guitarra que esta-va tocando em determinado tre-cho não estará mais. Neste caso,se não for um disco solo seu e hou-ver mais gente envolvida no pro-jeto, seria bom perguntar o que asoutras pessoas acham. Mostre asduas opções para a banda (com esem aquela parte) e pergunte segostaram. Quando for mostrar aopção, não toque somente o tre-cho onde foi feita a alteração. To-que desde um pouco da parte damúsica anterior à alteração e dei-xe continuar tocando um poucomais até a parte posterior à altera-ção, de modo que seja possível re-lacionar as outras partes ao efeitocausado pela alteração.Uma situação bem comum é quan-do temos a sensação de que a músicanão cresce no refrão como deveria.Costuma dar certo retirar algunselementos da parte que antecede orefrão. Outra situação comum é ar-ranjo redundante, onde instrumen-tos com a mesma faixa de frequên-cia executam arranjos parecidos.

Em uma banda de rock com duasguitarras, essa dobra colocada emestéreo pode ser benéfica, mas emum arranjo com mais elementos,pode se tornar desnecessária, e emuma mixagem, tudo o que é desne-cessário se torna contraproducente.Em um arranjo sinfônico, mesmoque uma orquestra completa tenhaaproximadamente 80 elementos,raramente todos os instrumentostocam ao mesmo tempo. E quandoouvimos uma sinfônica tocar aovivo, estamos escutando uma “mi-xagem” que é feita pela condução do

maestro, pela dinâmica dos músi-cos e, principalmente, pelo arranjo,que já traz definido qual instrumen-to toca em determinado momento.E é justamente por causa disso quea música clássica tem uma dinâmi-ca fora de série, que vem sendoperdida pela música pop, especial-mente nos últimos anos.Em uma mixagem com 16 canaisde guitarra, 8 canais de teclado, 6dobras de voz, 4 canais de violão, 4dobras para cada instrumento depercussão, 12 canais de backingvocals, temos que nos perguntar setudo isso é realmente necessáriopara a música.É claro que o que é realmente ne-cessário para a música é um poucosubjetivo, mas eu costumo me ori-entar da seguinte maneira: paramim o ponto ideal é o ponto ondese eu retiro um elemento, sintoque a música ficou vazia, e se eu

acrescentar um elemento, sintoque não está fazendo muita dife-rença. É claro que este ponto tam-bém é subjetivo. Pode ser que a per-cepção deste ponto varie de umapessoa para outra, mas o raciocíniopermanece válido. Só um ponto ase tomar cuidado: se ao retirar uminstrumento você não sentir mui-ta diferença, pode ser porque eleseja redundante no arranjo, ou en-tão por que ele esteja baixo demaisna mixagem. Preste atenção nestedetalhe antes de decidir retirar oelemento da mixagem.

Não tenha medo de exagerar paramenos. Em algumas situações eu jácheguei ao ponto em que deixarsomente voz, bateria e baixo foi amelhor solução para aquela parte.Se você prestar atenção em músi-cas feitas e mixadas por produtorestop, você irá perceber que existemmuitos elementos, sim, mas queeles não tocam juntos o tempotodo. Para fazer isso, sugiro escutaras músicas com um par de head-phones de boa qualidade. Desta ma-neira será mais fácil perceber algu-mas nuances, sutilezas e detalhesdo arranjo e da mixagem.Em matéria de arranjo ou mixa-gem, um velho ditado popularpode ser aplicado sem medo de er-rar: “quando um burro fala, o outroabaixa a cabeça”!

Em uma banda de rock com duas guitarras,

essa dobra colocada em estéreo pode ser benéfica,

mas em um arranjo com mais elementos, pode se

tornar desnecessária...

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AUTO GESTÃO E

DE CARREIRA

AUTO GESTÃO E

DE CARREIRA

que seria ‘auto gestão’ de uma car-reira? Como sugere o termo, é a pro-

dução de todas as fases e segmentos do diaa dia profissional de um músico, seja eleartista ou instrumentista acompanhante.Para elucidar melhor o fato, temos que terem mente que (no caso de nós instru-mentistas) não podemos continuar acre-ditando na lenda de que somente estudare tocar bem faz uma carreira!Não, não fará nada se o instrumentistanão tiver direcionamento, objetivo, de-dicação e uma boa auto gestão.Estudar, sim, e muito; participar de cur-sos, workshops e seminários (para alémdo seu próprio instrumento, mas tam-bém de outras áreas da música comoimprovisação, arranjo, orquestração,indo até mesmo a outras áreas como psi-cologia, didática, oratória, consultorias,coaching pessoal etc). Pesquisar (sons,timbres, instrumentos diferentes), pla-nejar o marketing (nome artístico forte,visual com roupas adequadas ao estilopretendido, divulgação de projetos, au-las etc.). Estruturar um release concisocom os estudos completados, os princi-pais trabalhos efetuados, uma discografiaseleta; boas fotos de divulgação em altaresolução de 300dpi (sim, a imagem éimportante para qualquer músico, por-

O tanto pense em ter fotos boas e produzi-das). Ter boas maneiras profissionais(saber se portar, vestir e o que e quandofalar, seja em estúdio, palco, sala de au-las, etc.); estruturar uma rede de ‘clien-tes’ (possíveis alunos, locais para apre-sentações, estúdios para produções,etc.); implantar redes virtuais de divul-gação (Facebook, Tweeter, Google+,Reverbnation, MySpace, etc.); prepararalguns videos de qualidade HD (para di-vulgação no YouTube, Vimeo, etc.); pro-duzir algum projeto para venda e divul-gação online em mp3 (CdBaby, iTunes,Amazon, etc.); investir em equipamen-tos novos e na manutenção dos que jáestão em uso; viabilizar e estruturarprojetos de incentivo cultural, crownd-funding (financiamento coletivo), en-fim... a lista é enorme!Pensando nisto, preparamos este batepapo com o contrabaixista Zuzo Mous-sawer, que retornou ao Brasil após ter segraduado na Berklee College em Produ-ção Musical.

Zuzo, como baixista atuante em umsegmento de produção musical, fale-nos de sua formação.Sou autodidata nos meus estudos decontrabaixo, comecei tocando bateria

Jorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

PRODUÇÃO

Hora de pensarmosem como organizar

e gerir a própriacarreira, fato que

envolve algumprocedimento de

produção. Sim, porque não? Produção

está diretamenteligada à carreira

musical dequalquer

instrumentista/artista, em todas assuas fases. Por isto,falaremos agora de

auto gestão decarreira musical.

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que na verdade, eram conjuntos debaldes e bandejas, logo depois fuipara o baixo mas também tocava vi-olão e um pouco de teclado. Não tiveprofessores formais em nenhum des-tes instrumentos, nem em harmoniae arranjos, aprendi muito com ví-deo-aulas, livros e, meio que tentan-do descobrir os fundamentos musi-cais a partir do que ouvia. Recente-mente decidi me aprofundar nos es-tudos musicais gerais, decidindo en-tão fazer a Berklee.

Como foi a expe-riência de estu-dar na Berklee?Qual curso vocêse graduou, lá?O curso foi mui-to bom e puxado,fiz os dois primei-ros anos no Bra-

sil, na Faculdade Souza Lima Ber-klee, transferi esses dois anos, en-trando nos Estados Unidos no ter-ceiro ano e me especializando emtrilha sonora, onde tive aulas tan-to sobre o aspecto tecnológico,como aulas de softwares, produ-ção musical, como no aprimora-mento dos estudos de arranjo, har-monia, orquestração e a relação fil-me-música, me graduando com

honras. Eles tinham umaatividade extra-classe e-

norme, no começo foibem difícil pois ain-da não dominava alíngua totalmente.

‘Em quê’, exata-mente, acreditaque ter feito es-te curso o ajuda

no mercado musicalbrasileiro?Acho que para fazertrilhas e produzir,quanto mais conhe-cimentos sobre mú-sica você adquirir,melhor a capaci-dade de traduzir oque um filme ouuma música preci-sa: conhecimentosde harmonia, arran-

jo, orquestração, leitura mu-sical e percepção certamente

fazem o resultado final doseu projeto ter mais

qualidade.

Em quais áreas musicais vocêestá trabalhando atualmente:produção, direção, arranjos, mú-sico acompanhante, carreira solo,ensino, etc.?Carreira solo, produção musical,composição de trilhas, criação departituras e orquestração de fil-mes, aulas particulares de baixo,harmonia e composição por Skype.

Indo diretamente ao ponto chavedo artigo, vamos elaborar sobre aauto gestão de carreira. Como é,em sua opinião, que o músicodeve gerir, disciplinar e produzirsua própria carreira?Primeiramente ter foco é impor-tante, reservando espaço de tempopara os estudos, criação de materi-ais novos, divulgação. Particular-mente venho compondo, gravan-do, produzindo, lançando, ven-dendo meus CDs desde 1995, e per-cebo que o cenário mudou bastante,hoje há facilidades em todos os as-pectos, às vezes tudo isso faz o músi-co sair do foco, inclusive em relaçãoao seu crescimento musical.

E como anda o mercado, de for-ma geral?Com a Internet e os computado-res, gravar, produzir, disponibilizare divulgar seu próprio material fi-cou muito mais fácil. Ao mesmotempo, há uma quantidade de ma-terial disponível muito maior.Com isso, na média, a qualidadecai, então, as pessoas começam a

Com a Internet e os computadores, gravar,

produzir, disponibilizar e divulgar seu próprio material

ficou muito mais fácil. (...) há uma quantidade de

material disponível muito maior.

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criar mecanismos de escolhas quantitati-vos; por exemplo, pessoas escolhem o queassistir em um YouTube apenas pela quan-tidade de views ou porque o sujeito tocabem no seu quarto. Em consequência, aqualidade de trabalhos musicais, comoCDs e shows de um músico infelizmenteacaba valendo menos do que o quanto umvideo pode impressionar, e esse fascíniopor uma impressão imediata de um videode poucos minutos também está fazendopessoas se interessarem menos por shows.Acho que o músico deve se preocuparmais em produzir trabalhos que questio-nam essa lógica.

Fale um pouco de seu projeto solo. Pa-rece que você tem planos pra um DVDcom extras em formato de video-aula...Sim, é um DVD com um show de umahora solo, onde toco arranjos parastandards de jazz e música brasileiraque fazem parte dos meus CDs, princi-palmente o Prato da Casa. A outra me-tade do show é com o meu trio - comMauro Hector na guitarra e PlínioRomero na bateria -, tocando músicas

Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

dos meus quatro álbuns, com bastanteespaço para o improviso. Também háum bônus de uma video-aula onde ex-plico as principais técnicas que crieinesses vinte e três anos de carreirasolo. Quem quiser conhecer o meu traba-lho, entre no meu site www.zuzo.com.br.Com estas informações, podemos agoracomeçar a planejar e preparar um futuromais promissor em nossas carreiras.

“Sigam-me os bons!”(in memorian Roberto Gómez Bolaños)

Paz Profunda .:.

Em consequência, aqualidade de

trabalhos musicais,como CDs e shows

de um músicoinfelizmente acaba

valendo menos doque o quanto um

video podeimpressionar, e esse

fascínio por umaimpressão imediata

de um video depoucos minutos

também estáfazendo pessoas se

interessarem menospor shows

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uem viu e ouviu o Trio Brandt BrauerFrick se apresentar na última noite do

Festival Rc4, no Rio de Janeiro, pôde per-ceber algo muito diferente no ar, ou me-lhor, no palco. Além de comandar os ins-trumentos ora de forma simétrica, ora deforma improvisada, os três músicos ale-mães tinham o controle do som nas mãos.Durante toda a apresentação de cerca deuma hora, o som ouvido pela plateia era di-retamente mixado na mesa MIDAS porJan Brauer, um dos integrantes do trio.

TECNOLOGIA NO PALCO

Paul Frick, que comandava a bateria, fa-lou que a música apresentada era bem

[email protected]

Fotos: Divulgação

diferente da que é executada em estúdio.Para a apresentação do Rc4 eles usaramuma base gravada e precisaram sequen-ciar os samplers com esses elementosgravados. “Quando tocamos em trio, te-mos outra forma de fazer o som. ODaniel toca a bateria, o Jan pressiona ossintetizadores e eu controlo os elemen-tos gravados anteriormente”, explica. Apartir daí, Paul procura controlar esseselementos trabalhando em cima do some das frequências para tocar ao vivo,sempre em cima das bases pré-gravadas.Além de inaugurar nova forma de en-tregar o som ao público, os músicos doBrandt Brauer Frick tinham outra mis-

Q

RC4O NOVO CLÁSSICO

MÚSICA ERUDITA SE UNE À MÚSICA ELETRÔNICA

A tentativa de unir o clássicoao contemporâneo vem

ganhando espaço e adeptosmundo afora. No Rio de

Janeiro, um dos principaispalcos vanguardistas do

mundo, o Festival Rc4aterrissou em Ipanema

trazendo os maioresexpoentes da música clássica

eletrônica, numa fusão deritmos, notas e novo jeito de

tocar e perceber osinstrumentos, conferindo

nova roupagem ao erudito.

Renato Mangolin

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são: a de unirmúsica clássica com a atual, crian-do um resultado que vem sendochamado de clássico contemporâ-neo como forma de atrair e formarnovo público.Foi com essa mesma missão quedurante dois finais de semana o te-atro do Oi Futuro Ipanema cedeuespaço para a primeira edição doFestival Rc4, um movimento quetem o objetivo de fundir músicaclássica e eletrônica, trazendo oambiente erudito para dentro douniverso do publico jovem. A ideiavanguardista já encontra espaçoem alguns países da Europa, comoInglaterra e Alemanha, e, se de-pender do entusiasmo do públicodurante a apresentação, tem tudopara fazer sucesso no Brasil.Segundo o curador do evento Clau-dio Dauelsberg, o ponto de partidapara produzir o festival era unirinovação e experimentalismo evencer um desafio: promover ocontato da geração Y com a música

clássica, uti-lizando novastecnologias. “Amaneira comoa música clás-sica é apresen-tada ficou mui-

to com a etiqueta do século 18 e19. Então hoje buscamos novas ma-neiras de restabelecer esse contato.

E o Rc4 tem essa finalidade. O Cvem de clássico, contemporâneo,cibernético. São vários Cs integra-dos que tentam trazer essa novatecnologia aplicada a um ambienteclássico. Buscamos a informali-dade, saindo das salas de concerto,trazendo novos expoentes”, expli-ca Dauelsberg. O curador acres-centa ainda que outro objetivo é

formar massa críti-ca, formadores de opinião que

ajudarão a construir uma cenamais preparada para novidades eaté mesmo promovendo interaçãoentre esse novo público. “Na cenaclássica tendemos a ser tradicio-nais demais, porém dentro dessarealidade, precisamos ter abertura.Não é mudar, mas agregar o novo, eé essa resposta brasileira que querover”, avalia Daueslberg, sinalizandopara a segunda edição do evento a

possibilidade de convidar músicoseruditos brasileiros para o festival.O Festival Rc4 é um projeto queenvolve uma rede internacionalentre Berlim, Londres, Zurique,Barcelona, Luxemburgo, Rio de Ja-neiro e São Paulo. O movimentooferece um panorama das novasiniciativas na música clássica embusca de revitalização e aproxima-

Na cena clássica tendemos a ser

tradicionais demais, porém dentro dessa

realidade, precisamos ter abertura. Não é

mudar, mas agregar o novo... (Claudio)

Peter Rauchecker

Nico Stinghe & Park Bennett

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ção com a nova geração. Nesta primeiraedição, os músicos trouxeram pela pri-meira vez ao Brasil o software MusicAnimation Machine Live.Para Gabriel Prokofiev, que se apresen-tou, essa nova vertente é uma forma deconquistar o público mais jovem para ouniverso da música clássica, que geral-mente é vista como chata e pouco atraen-te. “Com a união desses dois estilos, clás-sico e contemporâneo, é possível apre-sentar aos mais jovens essa forma mais

erudita da música. Tanto que não nosapresentamos muito tarde da noite, comonos clubes, o que acaba sendo um momen-to mais relaxante para o público”, explica.O músico, que traz na bagagem pessoal,ou no sangue, a afinidade com a música- ele é neto de Sergey Prokofiev - seapresentou no dia 17 de janeiro e acre-dita que o Rio é um dos locais perfeitospara “lançar” esse movimento. “Perce-bemos que as pessoas aqui são bastanteabertas a novas experiências musicais e

Francesco Tristano

Renato Mangolin

Com a união dessesdois estilos, clássicoe contemporâneo, épossível apresentar

aos mais jovens essaforma mais erudita

da música. Tantoque não nos

apresentamos muitotarde da noite, como

nos clubes, o queacaba sendo um

momento maisrelaxante para o

público(Prokofiev)

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o brasileiro gosta de música”,completa o músico, que tem emseu currículo um remix orquestralda Nona Sinfonia de Beethoven.

O músico suíço Etienne Ablein,fundador da classYcal, uma start-up para promover inovações namúsica clássica, também é entusi-

asta dessa no-va promoção da música clássicajunto à nova geração. Ele, que seapresentou pela primeira vez no Rio,no dia 23, utilizou pela primeira vezno Brasil o software Music Ani-mation Machine Live, uma partituragráfica apresentada no TEDxAms-terdam, e fez um show com base emimprovisações musicais.

Concerto de baixo e teclado

Prokofiev

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o dia 26 de março o público encheua Fundição Progresso para ver ar-

tistas como Alceu Valença, GeraldoAzevedo e Sá & Guarabyra ao lado denovos valores da música brasileira. Oevento foi promovido pelo mais novocanal de divulgação da MPB, a RádioBrasileira, que promete abrir um novoespaço para a música pop feita no Brasil.

A IDEIARicardo Moreira, produtor e A&R emgravadoras como Polygram, RCA e EMI,

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Divulgação

N e Adriano de Martini, jornalista e profis-sional de marketing em gravadoras comoUniversal e BMG, são os fundadores darádio. A ideia já amadurecia há certotempo, mas uma pesquisa do Ibope sobreo espaço de gêneros musicais nas rádios epesquisas de execução que orientam omercado fonográfico precipitaram a ini-ciativa. “A MPB é o segundo tipo de mú-sica que as pessoas mais gostariam de ou-vir, e só tem três por cento de espaço nasrádios hoje em dia”, expõe Adriano, fa-lando sobre a pesquisa do Ibope.

A MPBA MPBMANDOU CHAMARCom valor cultural

incontestável emesmo com espaçode 3% nas rádios, aMPB faz frente aosertanejo, ao axé e

ao funk nomercado de música

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Já as pesquisas de execução para asgravadoras mostram que, das 100músicas mais executadas em 2013,nenhuma era MPB. “Se tem públicoe não tem espaço, qual é o problemaentão? É a ditadura da grana”,aponta Ricardo Moreira. Uma dita-dura que acontece em um contextode popularização extrema dos mei-os de comunicação de massa, comoo rádio e a TV. Essa falta de espaçopara a música pela qual trabalharampor mais de 30 anos e o apoio de ar-tistas como Alceu Valença – que jáhá algum tempo os incentivava afazer uma rádio –, foi o combustívelpara Ricardo e Adriano arregaça-rem as mangas e botarem a ideiapara funcionar.

INTERNET E RÁDIOA web rádio não é um tiro no escu-ro. Grifes conhecidas no dial, como

a 98FM, também migraram para arede e a expectativa dos fundadoresda Rádio Brasileira é que, quandoessa migração acontecer em massapara a web, eles já estejam lá há mui-to tempo. Além disso, a dupla temampla experiência no trabalho commídias de todo o tipo. “Temos aexpertise. Estamos aptos a fazer estetrabalho”, ressalta Ricardo.

Uma das características desse no-vo formato é que a rádio não temos tradicionais intervalos comer-ciais das emissoras que estão nodial e ela trabalha com apoios.“Nosso desejo é ter empresas quequeiram se associar à música brasi-leira. Não queremos pulverizar oapoio. Queremos uma empresaforte para apoiar a rádio e, no futu-

Apresentação no RJ com artistas da MPB no lançamento da Rádio Brasileira

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ro, poder comprar espaço em mídiapara incentivar que as pessoas ouçammúsica brasileira”, explica Adriano.No estágio atual, é necessário também di-vulgar o empreendimento. Para isto, nadamelhor que fazer um show com os artistas,novos e consagrados, que apoiam a inicia-tiva. Foi assim que aconteceu o FestivalAcústico MPB. Um show com váriosmúsicos tocando na melhor tradiçãovoz e violão. “O principal é botar denovo a MPB tocando fartamente emuma rádio que, por acaso, é na internet.A partir desta rádio é importante queesta música se propague. E de que for-ma? Em espetáculos coletivos, concei-tuais. Se uma música não se sustenta emvoz e violão, esquece. O cancioneirobrasileiro é todo apoiado no violão, queestá arraigado na música brasileira. Oespetáculo está mostrando este concei-to. É claro que para nós é mais barato,mas não é por isso que vai ser menosrico”, coloca Ricardo Moreira.

FESTIVAL ACÚSTICO MPBFoi com esse objetivo que Ricardo eAdriano conseguiram juntar um timeda pesada da MPB para encher a Fundi-ção Progresso e cantar sucessos comoTaxi Lunar, de Geraldo Azevedo; Morena

Tropicana, de Alceu Valença; Sobradinho,de Sá & Guarabyra e outros hits de Zeca

Para saber online

http://radiobrasileira.com.br/

Baleiro e Elba Ramalho. Novos valorescomo a acordeonista e cantora LucyAlves, a cavaquinista, compositora ecantora Nilze Carvalho, o ator e cantorSérgio Loroza, a cantora Mariana Volkere o compositor Castello Branco tambémimpressionaram a plateia equilibrada en-tre jovens e pessoas mais experientes. To-dos cantando e comemorando, a plenospulmões, a força da música brasileira.

O principal é botarde novo a MPB

tocandofartamente em

uma rádio que, poracaso, é na

internet. A partirdesta rádio é

importante queesta música se

propague. E de queforma? Emespetáculos

coletivos,conceituais.

Apresentação de Elba Ramalho

Alceu Valença

Sérgio Loroza

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odos sabem que não é fácil gravar umdisco independente. A grana é curta,

o tempo também e nem sempre o retor-no financeiro é condizente com o tra-balho. Por conta disso, o artista gravaquando dá, no estúdio que for possível.Quantos discos não conhecemos grava-dos em dezenas de estúdios diferentes?É aí que surgem as questões com a sonori-dade. Por exemplo, como deixar coerenteo som deste disco? Alguns procuram gra-var sempre com o mesmo técnico de som.Outros levam a mixagem de todas as mú-sicas para um estúdio só. E se as diferençasse tornarem a proposta do trabalho?

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Divulgação

T

SONOROSONORODE FERNANDO VIDAL

O CALEIDOSCÓPIO

O que acontecequando gravar e

mixar em estúdiosdiferentes se torna oconceito do álbum?

É o que FernandoVidal nos mostra

no CD Studios.

CALEIDOSCÓPIO SONOROO álbum Shulling, lançado em 2012, fezsucesso, mas Fernando Vidal não queriaperder tempo para fazer algo novo. Foi aíque a amizade do guitarrista com produ-tores e técnicos de som fez surgir a ideiade gravar em vários estúdios, com isto setornando um conceito. “O RonaldoLima, meu amigo, me chamou para oCasa do Mato. Quando toquei na Home-

nagem a Cazuza, no Rock in Rio 2013,contei ao Rodrigo Lopes, que trabalha noestúdio do Frejat, que estava fazendo omeu projeto. Ele falou com o Frejat e gra-vei mais duas músicas no estúdio dele. Aí

Gravando no EME (à esquerda)

Tiago Silva, Fernando Vidal, Rogeriode Castro, no EME (à direita).

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começou a acontecer uma coisa queo dinheiro não paga: amigos meusquerendo participar”, comenta, fe-liz, o guitarrista.No período de, aproximadamente,um ano, o guitarrista percorreu seisestúdios gravando as dez músicas doálbum. Polícia, Shaft e Olho de Peixe

foram no Casa do Mato, com o téc-nico Ronaldo Lima; Maltinho foigravada no Maravilha 8 e mixadano Monoaural por Berna Ceppas;L.A. Roots e Studios, com RodrigoLopes no Du Brou, estúdio de Mar-celo Frejat; One Finger Jazz e Ipa-

nema no EME por Tuta e DiogoMacedo; Bangu 1 no Corredor 5 deRenato Alsher; e Tolete Johnson noestúdio Jimo, com Marcelo Lobato.A alta qualidade dos músicos tal-vez tenha sido também o que, de-cisivamente, permitiu a Fernandofazer esta experimentação sonora.Bateristas como Mac William, Tia-go Silva, Alex Fonseca, Sérgio Meloe Vanderlei Silva (percussão); bai-xistas como Rogério de Castro,Marcio Loureiro, André Carneiro eThaisinho, além dos sopros deMarlon Sette (trombone), Fer-nando Bastos (saxofone), PaulinhoViveiro (trompete) e Diogo Gomes(trompete) e os teclados de FábioFonseca e Cláudio Andrade ajuda-ram a dar a “liga” do álbum.

STUDIOSCada estúdio, com seu técnico,deixou a sua marca no som do dis-co. O Casa do Mato, por exemplo,tem ambientes diversos de grava-ção e boa oferta de equipamentos emicrofones, como o Audiotech-nica AE 2500 com duas cápsulas –uma dinâmica e outra conden-sadora - usado por Ronaldo Limapara gravar a bateria. “O bumbo doMac William (baterista) era de 24polegadas, sem aquela aberturapara colocar o microfone”, comen-ta Ronaldo. Com este microfonefoi possível tanto valorizar o quick

como os graves mais intensos dobumbo. “Foi uma gravação ao vivo,com os músicos tocando juntos. Eles(Mac William, Marcio Loureiro no

baixo e Fernando Vidal na guitarra)são excelentes músicos”, comenta.Em dois dos estúdios, Fernandoencontrou um clima mais “casei-ro”: no Du Brou, do também gui-tarrista e compositor RobertoFrejat, e no Jimo, do multinstru-mentista e produtor Marcelo Lo-bato. No Jimo, Fernando foi grava-do tocando ao vivo, com baixo e ba-teria, pelo próprio Marcelo. O Jimoé um estúdio que investe forte noanalógico. Lá tem o console API1608 e diversos outros equipa-mentos e instrumentos vintage,como o piano Fender Rhodes. NoDu Brou, Rodrigo Lopes também ti-nha disponíveis equipamentos ana-lógicos, como os Avalon, Vintech eUniversal Audio, além dos ambien-tes acústicos diferenciados da salaem forma de ‘U’ com a base largae pernas com tamanhos diferen-tes, sendo uma delas revestidade pedra.O Maravilha 8, onde Berna Cep-pas gravou o trio de Vidal, tambémtem um espaço acústico variado,com uma parte bem viva. Prés co-mo o Neve 1073 e SSL 400 e a mesaanalógica Harrison ajudam a com-por as ferramentas, em grande par-te analógicas, que fazem a marca doMaravilha 8, assim como do Mo-noaural. No EME, Tuta Macedo

dispôs de equipamentos analógi-cos da Universal Audio (4110 e610), Avalon e microfones de pri-meira linha para a bateria, como o

AKG D-112 para o bumbo e 414para os over. Na mixagem, foramusados plug-ins da Slate e Waves. “Oestúdio não é grande, mas fizemostudo ao vivo. Montamos tudo namesma sala. Como não teve que re-fazer, ficou tudo ótimo”, conta Tuta.O estúdio Corredor 5 conta com osequipamentos standards dos me-lhores estúdios, além da expertise deRenato Alsher. Além de FernandoVidal, lá também foram feitos DVDse CDs de Mart’nalia e Roberta Sá. Jáa masterização foi feita por Alexan-dre Rabaço, no Aura.

MASTERIZAÇÃOEm um disco gravado e tambémmixado por técnicos diferentesem estúdios diferentes, a mas-terização ganha importância nahora de montar um álbum coe-rente. “Hoje em dia, a master é umprocesso muitíssimo importantena definição da identidade sonorade um artista ou uma banda. Ten-to respeitar ao máximo a mi-xagem que recebo, sempre levan-do em consideração as observa-ções que o produtor responsávelme passa. O produtor, no caso doCD do Fernando, foi ele mesmo.“Neste trabalho, em particular,tive que mexer mais em algumasmixes do que em outras, para que

A alta qualidade dos músicos

talvez tenha sido também o que,

decisivamente, permitiu a Fernando fazer

esta experimentação sonora

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elas se encaixassem nas característicassonoras pretendidas”, comenta Ale-xandre Rabaço.Alexandre conta que a personalidademusical de Fernando fez com que, mes-mo com estúdios, músicos e técnicos desom diferentes, as faixas tivessem umaidentidade forte entre elas. “Tive queouvir cada uma das músicas com muitaatenção, antes mesmo de fazer qualqueralteração, e, assim, definir onde era pos-sível chegar em termos de uniformida-de sem alterar demais as característicasde cada engenheiro e estúdio. Acreditoque, desde que não haja diferençasimensas entre as músicas, principal-mente em músicas que tocam seguidasno CD, deve-se respeitar a ‘pegada’ doengenheiro de mixagem”, ressalta o téc-nico de masterização.Alexandre, que trabalha completa-mente inbox, acredita no digital. “Há ca-racterísticas de resolução, definição,transparência e recorte que perco quan-do saio do digital e vou para o analógico.É claro que existem outras característi-cas que ganho quando estou em domí-nio analógico e que podem perfeita-mente alterar de uma forma agradáveluma música ou estilo musical, mas nãoencontrei necessidade disso no traba-lho do Fernando”, coloca o técnico.

CARREIRA PRÓPRIAEstabelecer uma carreira de músico é difí-cil. Há muitos anos que Fernando Vidalempresta seu som a artistas como Fer-nanda Abreu, Marina e, atualmente, SeuJorge. As aulas já ajudavam o instru-mentista a ter uma independência nos ra-ros momentos de seca das estradas e gra-vações, mas os anos mostraram ao guitar-rista que ele poderia e deveria ir além deacompanhar outros artistas. Vidal deci-diu, então, começar uma carreira própria.O CD Funk Van, de 2007, foi a pedra fun-damental na nova fase da carreira deFernando Vidal. Em 2012, foi a vez doShulling. “Gravei esse disco em dois dias noEme. Fiz um show na parte de novos ta-lentos do festival de jazz de Rio das Ostras.Toquei de 11h30 às 12h40 e vendi 144 có-pias do Shulling, só nesse show. Com eletambém fiz shows na sala Baden Powell”,comenta satisfeito. Além dos shows ins-trumentais com repertório próprio, Vidaltambém fez apresentações cantando e to-cando covers de Jimi Hendrix com Li-minha no baixo e João Barone na guitarra.“Estou em busca de fazer uma obra mi-nha”, acrescenta Fernando Vidal.”

O Maravilha 8,onde Berna Ceppas

gravou o trio deVidal, também temum espaço acústicovariado, com uma

parte bem viva.Prés como o Neve

1073 e SSL 400 e amesa analógica

Harrison ajudama compor as

ferramentas, emgrande parte

analógicas, quefazem a marca do

Maravilha 8,assim como do

Monoaural

Para saber online

www.facebook.com/FernandoVidalOficial

Todos tocaram juntos em todas as faixas

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CADERNO ILUMINAÇÃOVI

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LED MOVING HEAD HW-B36Fwww.hotmachine.ind.br

O equipamento produz uma supermistura de cores e

efeito rainbow, tem 7 programas pré-programados viaconsole, controle de temperatura via Fan, proteção de

temperatura (em caso de superaquecimento o aparelhodesliga automaticamente), e ainda controle nos modos

DMX512, Artnet, Sound, Master-slave. O ângulo Beamé de 7°, e o movimento Tilt/Pan com alta velocidade de

rotação infinita e ajustável. O strobo vai de 0-20Hz e oconsumo do LED é de 1000mA.

MIN-E-10WWwww.chauvetlighting.com

Para aqueles que querem um equipamento pequeno, com gran-de potência LED elipsoidal, pode encontrar toda essa versati-

lidade no Ovation Min-E-10WW. Como o nome já diz, o pro-duto foi desenhado para ser uma versão mini do seu precedente

e mede apenas 225 x 108 x 232 mm sem a extensão da lente, oque faz dele uma escolha ideal para qualquer lugar, de teatros a

igrejas, concertos, shows e produções de todos os tipos. Elevem equipado com LED 10 watt 3035K, produzindo um efei-

to perfeito para projeções de gobo. Outra característica é aversatilidade de encaixar diferentes ângulos.

BMFL BLADEwww.robe.cz

Esse novo equipamento traz como principal característica quatrolâminas do obturador rápidas, mas de movimento suave e preciso,

produzindo uma nova série de efeitos por meio de sequências e mo-vimentos pré-programados das lâminas, e imagens de gobos, que

podem ser cortados ou moldado em uma forma regular, triangular outrapezoidal. Além disso, o BMFL conta com recursos como

escurecimento excepcionalmente suave e linear, feixe de largura desaída superior a 250.000 lux a 5 metros e a tecnologia Robe EMS™

(Electronic Movimento Estabilizador), possibilitando ao equipa-mento tanto movimento ou parada rápida, com mais precisão do

que qualquer outro dispositivo em sua classe.

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CADERNO ILUMINAÇÃOIL

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naugurada em 1993, a Pedreira PauloLeminski – espaço com quase 104

mil metros quadrados de área destina-dos à realização de espetáculos e even-

tos ao ar livre - se tornou uma referên-cia para a cidade de Curitiba: histórica,

pela homenagem ao renomado poeta,escritor e tradutor curitibano Paulo

Leminski; iconográfica, para geraçõesque tiveram nesse local a oportunidade

de assistirem a alguns dos mais impor-tantes shows que já foram realizados na

cidade, únicos e incomparáveis, de ar-tistas e bandas como Paul McCartney,

David Bowie, AC/DC, Ramones, Iron

I Maiden, Pearl Jam, INXS, Pixies, NoDoubt, Avril Lavigne, Black Eyed Peas,

entre outros destaques, nacionais e in-ternacionais. Por meio de um embargo

judicial que durou sete anos, o espaço fi-cou impedido para a realização de shows

até este ano. Mas, com o show do Kiss(no dia 21 de abril), a Pedreira – como é

carinhosamente chamada – retornou aocenário nacional e internacional de

shows para grandes públicos.Com esse contexto repleto de expecta-

tivas e redescobertas é que foi realizadoo Monsters Tour Curitiba, no dia 28 de

abril deste ano – exatamente uma sema-

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

MONSTER TOURC U R I T I B A

H ISTÓR ICO , I CONOGRÁF ICO E MU ITO I L UMINADO !

Com a reaberturada Pedreira Paulo

Leminski parashows e espetáculos

musicais, esseespaço foi palcopara alguns dos

mais importantesnomes do

Rock’n’Roll e doHeavy Metal, que

fizeram showsmemoráveis em

duas datas, com umintervalo de uma

semana. Nestaconversa, o

Monsters Tour –festival com bandas

que estiveram noline-up do Monsters

Of Rock 2015 –passou pela capitalparanaense no dia

28 de abril, comapresentações

memoráveis deMotörhead, Judas

Priest e OzzyOsbourne. Com eles,projetos distintos deiluminação cênica,

impregnados comas principais

características dasbandas:

intensidade,dinâmica e peso.

71

na após a apresentação do Kiss nomesmo local. Esse evento contou

com a participação de outras ban-das e artistas integrantes do line-

up do Monsters Of Rock 2015 –festival realizado em São Paulo

(Arena Anhembi) nos dias 25 e26 de abril – sendo a realização

desse evento em Curitiba configu-rada com três dos mais importantes

nomes da história do Rock’n’Roll edo Heavy Metal de todos os tempos

– e que se mantém relevantes eatuantes na conjuntura musical

atual: Motörhead, Judas Priest eOzzy Osbourne.

E para engrandecer ainda mais es-sas apresentações, cuidadosos pro-

jetos de iluminação cênica incluí-ram recursos visuais impactantes e

edificantes dos talentos musicaisdos músicos – e dos profissionais

que no “backstage” contribuempara os resultados dos shows.

À LUZ DOS SHOWSSeria imprevisível e inimaginávela história do Heavy Metal sem a

fundamental presença e contribui-ções da banda inglesa Motörhead.

Responsável pela consolidação esonoridade desse estilo musical, a

banda foi formada em 1975, pelomítico e lendário Lemmy Kil-

mister, compositor, baixista eprincipal vocalista. Passou por al-

gumas formações nos quarentaanos de carreira, e vinte e um ál-

buns lançados, sendo que atual-mente conta com Phil Campbell

nas guitarras e backing vocals (e queintegra a banda desde 1983) e

Mikkey Dee na bateria (integran-te desde 1992).

Para a atual turnê, o lighting designer

brasileiro Caio Bertti preparou um

lighting plot configurado com mo-ving heads e refletores PAR 38, que

mesclavam intensidade e simplici-dade, energia e velocidade, em di-

nâmicas comutações dos recur-sos disponíveis – ora simétricos e

repetitivos, ora assimétricos e al-ternados -, além do uso dos telões

com imagens gráficas que enalte-ciam a clássica logomarca da ban-

da, e padrões de cores que valoriza-vam as cores primárias e enalte-

ciam as expressões dos músicos,cujos instrumentos de iluminação

cênica foram precisamente e enfa-ticamente controlados por um

console Avolites Sapphire Touch.

Com início no horário de 18h-35min, o Motörhead subiu ao pal-

co com a certeza de uma apresen-tação histórica e incomparável, e

ansiosamente aguardada por fãsde diversos lugares – do Brasil e

da América do Sul. O próprioLemmy (ovacionado pelo público

em diversos momentos) apresentoua banda como sendo Rock’n’Roll –

que de fato melhor descreve o re-

Figura 1: Apresentação da banda inglesa Motörhead no Monsters Tour Curitiba (28/04/2015)

Fonte

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Figura 2: Apresentação da banda inglesa Motörhead no Monsters Tour Curitiba (28/04/2015)

Fonte

: C

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pertório, formado por quatorze clássi-

cos, como Shoot You in the Back e Ace Of

Spades (ambas do álbum Ace Of Spades,

de 1980), Stay Clean, Metropolis (essas doálbum Overkill de 1979), Going To Brazil

(do álbum 1916 de 1991) entre outrosclássicos. Nessas canções, fachos longi-

tudinais intensos formavam linhas queamplificavam ainda mais a intensidade

das luzes que emolduravam os músicos,proporcionando sensações de aproxima-

ção e unidade para a delimitação do palcousado pelos músicos, e ritmo, acompa-

nhando as canções e a performance, emgeral. O show foi encerrado com Overkill

(1979), no bis, em completo blecaute dasluzes – com a banda sendo iluminada ape-

nas pelo telão de fundo e pelos flashes dopúblico. Repletos de recursos visuais e

referências à própria história, os inglesesdo Judas Priest trouxeram ao palco da

Pedreira outros elementos cênicos queexaltaram ainda mais a performance da

banda, enérgica e impactante. Intensosfachos em cores primárias se revezavam

nas centenas de cenas que acompanha-vam cada uma das treze canções precisa-

mente executadas. Quem assina a ilumi-nação cênica da banda para as turnês e

registros em DVDs é o lighting designer

Tom Horton –, que já esteve no Brasil em

outras três oportunidades – em 2005,para a Retribution World Tour; em 2008

para a Judas Priest World Tour, e em 2011para a Epitaph World Tour.

Sendo uma das mais importantes ban-das de Heavy Metal de todos os tempos,

o Judas Priest (formado por Ian Hill,membro fundador da banda, no baixo;

Rob Halford nos vocais e na “orques-tração” do público; Glenn Tipton nas

guitarras; Scott Travis na bateria; eRichie Faulkner, último a integrar a

banda em 2011, nas guitarras) transmi-te no palco toda a energia que integra o

repertório – este, formado por cançõesdaqueles que são considerados os mais

Figura 3: Apresentação da banda inglesa Judas Priest no Monsters Tour Curitiba (28/04/2015)

Fonte

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Figura 4: Apresentação da banda inglesa Judas Priest

no Monsters Tour Curitiba (28/04/2015).

O show foiencerrado com

Overkill (1979), nobis, em completo

blecaute das luzes –com a banda sendoiluminada apenaspelo telão de fundo

e pelos flashes dopúblico. Repletos de

recursos visuais ereferências à

própria história, osingleses do JudasPriest trouxeram

ao palco daPedreira outros

elementos cênicosque exaltaram

ainda mais aperformance da

banda, enérgica eimpactante.

73

clássicos álbuns. Neste contexto,clássicos como Victim of Changes,

Breaking the Law, Hell Bent for Lea-

ther, Metal Gods e Turbo Lover fo-

ram alguns dos momentos que po-deriam muito bem traduzir a sono-

ridade da banda. Para o encerra-mento, um trio de canções digno de

maneira a representar alguns dosmais significativos momentos da

história do Heavy Metal: Electric

Eye, Painkiller (pedido unânime do

público) e Living After Midnight.Uma apresentação irretocável (per-

feita mesmo) marcada também pelocarisma, extensão e potência vocal

de Rob Halford, que não dispensouas diversas trocas de trajes e sua

Harley-Davidson, em um palcotambém repleto de talentos de tão

impressionantes músicos, e ilumi-nado com texturas e fachos dinâmi-

cos, com matizes saturados e coresintensas e ‘pesadas’.

Para a apresentação final daquelaespetacular noite, o Madman, Mr.

Ozzy Osbourne e banda. O palco –com aproximadamente 480 me-

tros quadrados - foi amplamente

iluminado pela estrutura de ilumi-nação cênica, assinada pelo ligh-

ting director Michael Keller, que utili-zou os instrumentos com o obje-

tivo de criar uma série dramáticade cenas, com saturação de cores

em tons de azul, violeta e verme-lho – principalmente pelo side-

lighting, e que serviram como textu-ras complementares às imagens

projetadas nas telas – captadas do

palco para mostrarem os músicos etambém o público.

Com uma banda completamente re-formulada (Rob “Blasko” Nichol-

son, no baixo; Adam Wakeman,nos teclados e guitarra base; Gus G

O palco – com aproximadamente 480

metros quadrados – foi amplamente iluminado

pela estrutura de iluminação cênica, assinada

pelo lighting director Michael Keller

CADERNO ILUMINAÇÃOIL

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na guitarra solo; e Tommy Clufetos na

bateria), o repertório contemploucanções concentradas no primeiro

disco solo (quatro canções, original-mente gravadas pelo espetacular gui-

tarrista Randy Rhoads, morto em umtrágico acidente aéreo) e Black Sab-

bath (Fairies Wear Boots, War Pigs, Rat

Salad e Paranoid, que encerrou o show,

no bis), além de outras da carreirasolo do artista. Ozzy Osbourne esban-

jou simpatia e muita disposição, além dascorriqueiras atuações performáticas –

Para saber mais

[email protected]

com muitas expressõesfaciais reveladas com

sensibilidade e nota-bilidade, em tonali-

dades mais leves e lu-zes suaves ou mesmo

com cores saturadase mais intensas.

No fim, uma sensaçãode satisfação ímpar pe-

la oportunidade de terpresenciado espetácu-

los únicos, proporcio-nados por alguns dos

mais importantes e re-presentativos nomes

da história do Rock’n’Roll e do Heavy Metal, que além de ad-

miráveis competências e talentos, trans-mitiram carisma, contagiante energia e

iluminados momentos, intensos, dinâ-micos e muito pesados, que se perpetua-

rão na memória e nas imagens captadaspor todos aqueles que estiveram presen-

tes e tiveram o privilégio de assistir a es-ses “monstros” iconográficos.

Abraços e até a próxima conversa!!!

Figura 5: Apresentação de Ozzy Osbourne e banda no Monsters Tour Curitiba (28/04/2015)

Fonte

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Figura 6: Apresentação de Ozzy Osbourne e banda no Monsters Tour Curitiba

Ozzy Osbourneesbanjou simpatia

e muita disposição,além das

corriqueirasatuações

performáticas –com muitas

expressões faciaisreveladas com

sensibilidade enotabilidade, em

tonalidades maisleves e luzes

suaves ou mesmocom cores

saturadas e maisintensas.

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PROJETOsérie de apresentações é produzidapela TS3, também responsável pela

turnê Timeless da aclamada Mylène Far-mer, para onde a WI projetou e forneceu o

melhor em automação. Baseado nesse su-cesso, a TS3 recorreu à WI para que a em-

presa entregasse soluções em engenhariamais criativas e com menor custo, approach

pelo qual a empresa WI é conhecida.O esquema avant-garde de iluminação,

projetado por Dimitri Vassiliu, é basea-

A

[email protected]

Fotos: Dries de Roey / Divulgação

do bem menos nos instrumentos tradi-cionais de iluminação e mais no uso da

luz direta e de ambiente, e na escuridão,criada por painéis de LED com conteú-

do que flui através deles. Para essa ideiaambiciosa, eles usaram uma série de seis

painéis de LEDs para mover em volta dolocal da performance, assim eles podiam

agir como fontes de luz.As seis telas precisaram ser rastreadas

para cima e para baixo do palco, voar

CADERNO ILUMINAÇÃO

TURNÊ DE CANTOR FRANCÊS RECEBE

PROJETODE AUTOMAÇÃO

A empresa deengenharia belga e

especializada emautomação

WIcreations foi aresponsável por

fornecer diversoselementos de

movimento para aatual turnê

europeia do cantorde rock e multi-

instrumentistafrancês Calogero.

A turnê foidividida em três

etapas e estáprevista para

terminar emjunho de 2015.

77

para dentro e para fora, bem comorotacionar em movimentos 3D.

Essas telas precisaram ainda ser ca-pazes de mudar do plano horizon-

tal para o vertical e moverem-sesem que nada houvesse entre elas.

O gerente de projetos da WI,Koen Peeters, colaborou bem de

perto com o gerente de produçãoVicent Pitras e o gerente de pro-

dução técnico, Claude Muller,para que tudo saísse conforme o

planejado. O sistema da WI, porexemplo, faz uso por completo

de produtos Stacking Truss comos carrinhos de beams, produ-

zindo um movimento para cimae para baixo no palco. Abaixo

disso, um rotacionador padrãoWI TP3 é anexado, e ainda há

uma caixa com quatro motoresde controles adicionais de 250

quilos para os guinchos. Cadaguincho fica conectado a um

canto da tela, e a combinaçãocom o rotacionador acima e a

tela permite que todos os movi-mentos dos eixos sejam ativados.

O sistema é dirigido poruma pataforma de con-

trole de movimentoda Kinesys Vector e a

WIcreations também dei-xa disponível um operador e dois

técnicos para a turnê.Os trusses da WI são desenhados

para maximizar o headroom emqualquer local, enquanto ocupam

apenas um terço do volume e da for-ça do truss. Devido a esse design, ele

também é capaz de economizar es-paço no caminhão.

Uma tela de LED de 5,4 metros dediâmetro feito dos mesmos produ-

tos de 6 milímetros também preci-sou ser içada e movida. Pesando

1.700 quilos, ela é elevada em qua-tro motores de 500 quilos dupla-

mente reforçados que também fi-cam pendurados no truss, o que

permite que este se desloque daposição horizontal para a vertical.

Além disso, os trusses de ilumina-ção da esquerda e da direita do pal-

co são móveis - vão para cima epara baixo - a partir de dois guin-

chos móveis que fa-zem parte do sistema WI alimenta-

dos na mesma plataforma de con-trole Vector, que contém aproxima-

damente 40 movimentos de cues.O desafio foi combinar todos os re-

querimentos e automação dentrode um pacote coerente e prático,

que é onde a expertise WI vem àtona. Com toda essa solução, o sis-

tema é otimizado para rapidamentefazer o set up, os rigs e os pacotes.

Todo o kit foi entregue com umasérie de características e fabricados

carrinhos para uma máxima con-veniência. As caixas móveis con-

tendo os quatro guinchos são car-regadas dentro delas mesmas, en-

quanto as seções de telas são divi-didas em três por carrinho, com

duas a mais segurando a seçãoprincipal para a tela circular.

Sistema de automação facilitou projeto de iluminação durante turnê do cantor francês

BOAS

NOV

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

O 8 de março, Dia Internacional da Mu-lher, foi celebrado pela Central GospelMusic com uma super playlist nos canais devideo Youtube, Spotify, Deezer e Rdio commúsicas nas vozes das cantoras da gravado-ra. Durante todo o mês de março os ado-

Gravadora faz playlistpara o Dia da Mulher

radores puderam ouvir canções nas vozesde Eyshila, Danielle Cristina, RachelMalafaia, Jozyanne, Raquel Mello e TatianaMalafaia. Ao todo foram 24 músicas, sendoquatro de cada cantora, abençoando asmulheres e também aos homens.

CLIPE NOVO I

O novo videoclipe da can-

tora Eyshila estreiou no

programa Vitória em Cris-

to. O videoclipe da música

Simplesmente Te Adorar,

presente no mais novo ál-

bum da cantora, Deus no

Controle, foi apresentado

pelo pastor Silas Malafaia

durante o programa, que

vai ao ar todos os sába-

dos, às 9 horas, na Re-

deTV, e às 12 horas, na

Band. Simplesmente Te

Adorar foi gravado nos

EUA tendo como fundo

um cenário de neve. A le-

tra da música é de autoria

da própria adoradora e

fala sobre o desejo de

adorar a Deus sem impor-

tar-se com o que está em

volta. Outras três can-

ções deste mesmo álbum

já possuem videoclipe:

Deus no Controle, De Tal

Maneira e Lugar de Vida.

CLIPE NOVO II

A Central Gospel Music

também disponibilizou no

seu canal do Youtube a

ministração da música

Deus no Controle, realiza-

da pela cantora Eyshila

durante o culto de consa-

gração do seu novo CD,

ocorrida na ADVEC sede,

na Penha (RJ). Além des-

se musical, outro vídeo

com os bastidores do dia

também está disponível.

Produzido por Paulo Cé-

sar Baruk, o novo álbum

da Eyshila, Deus no Con-

trole, já possui três can-

ções com versões em vi-

deoclipe, De Tal Maneira,

Lugar de Vida e a própria

Deus no Controle, todas

gravadas e produzidas

nos EUA, além de uma

quarta música, Simples-

mente Te Adorar, também

já gravada e que em bre-

ve estará no ar.

Rock and Roll na WebMuito rock’n’roll, guitarras e adoração num só clipe. A estreia de Confiar, do OficinaG3, no canal Youtube, não poderia ser diferente. Todos os admiradores da bandaaguardavam e aprovaram o vídeo, que já ultrapassou 500 mil visualizações no canaloficial da MK Music. As filmagens foram realizadas na Alemanha e a música integrao CD Histórias e Bicicletas, que recebeu Disco de Ouro por mais de 40 mil cópiasvendidas. A direção do videoclipe é de Hugo Pessoa, mas a banda participou detoda a concepção. Com uma linda fotografia, estética arrojada e interpretação sem-pre diferenciada da banda, o vídeo é um “choque de realidade e fé”.

Renovação de contrato

O cantor Kleber Lucas esteve na sede dagravadora MK Music para renovação decontrato. O cantor gospel lançou o CD OFilho de Deus, em 2014, e continua commotivos de sobra para comemorar e, prin-cipalmente, agradecer. Além de ser consi-derado no mercado gospel como um dosgrandes intérpretes desse estilo musical,ele ainda é um compositor com inspira-ção diferenciada, pois não tem medo deousar, indo além das convenções.

Aliança assume distribuição do selo RG Gospel

Para quem ainda não sabe, a Aliança e agravadora RG Gospel firmaram umaparceria para a distribuição do catálogodo selo. O contrato foi assinado emoutubro de 2014 pelos diretores Ri-

cardo Carreras e Raul Gil Júnior (Raul-zinho). Com a iniciativa, os cantoresgospel que se destacam no programa RaulGil agora terão seus CDs disponíveis nosmelhores pontos de venda do país.

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Doze louvores integram Céus

Abertos. A primeira música detrabalho, Minha História Vai

Mudar, é marcante por suamelodia e letra. Os composi-tores Renato César e DaviFernandes não economiza-ram seus dons e o resultado fi-nal é uma canção que fala de

fé, perseverança e principalmente, o clamor a Deus poruma nova vida, um novo começo, uma nova história.

Céus AbertosGeraldo Guimarães

Neste novo álbum do can-tor, a capa foi escolhidacom a ajuda de todos os ad-miradores do intérprete einternautas, a produçãoconta com a participaçãode Kleiton Martins em 12músicas: cinco assinadaspelo cantor e sete de Kleber

em parceira com Pastor Lucas, e ainda com a participa-ção especial do cantor PG em uma das canções.

O Filho de DeusKleber Lucas

[email protected]

LançamentosLançamentosO novo CD da banda Qua-tro Por Um, Deixa o Céu

Descer, traz muito louvor emuita adoração. Duda An-drade, Klev Soares e ValmirBessa estiveram à frente detodos os preparativos do ál-bum. Na produção musical,todos os componentes do

Quatro Por Um sempre participam ativamente. E essafilosofia democrática se mantém em todo o desenvol-vimento do trabalho. Ao todo, 10 faixas compõem otrabalho. Cada canção, ritmo e melodia traduzem aintimidade e comunhão dos cantores com o Senhor.

Deixa o Céu DescerQuatro Por Um

Dez canções compõem o ál-bum (Léa assina nove e, al-gumas, com a parceria deJúnior Maciel e Josias Tei-xeira). Anderson Freire lhepresenteou com a músicaAmor Marcante. Os temas dascanções são variados, masquando o assunto é amor de

marido e mulher, Léa fala com propriedade: seu casamen-to sólido com o pastor Sérgio e uma linda família firma-da no Senhor. Inspirações que estão presentes em cadacomposição. Com tantas experiências, parece que ficoufácil para Léa Mendonça ‘cantar’ o amor! Suas mensa-gens musicais são variadas e o carisma inconfundível desuas apresentações atestaram seu valor, e a colocaramna lista dos maiores nomes da música gospel nacional.

Falando de AmorLéa Mendonça

A história fonográfica doMinistério Nova Jerusalémcomeçou em 2001. Na épo-ca, usava o mesmo nome daigreja. Foram quatro lindosCDs lançados e um DVDque repercutiram, inclusive,internacionalmente, com aprimeira indicação da gra-

vadora - e da banda - ao Grammy Latino (Discípulos

Teus, em 2004). Apesar de oito anos longe, a comunhãopermaneceu. E agora é renovada, dando início a umnovo tempo. Agora Sonho tem produção do próprio Pr.Samuel, com Kleber Lucas e Edinho Cruz. Aliás, o Pas-tor Samuel também é compositor de todas as 10 faixas.

Agora SonhoMinistério Nova Jerusalém

O cantor reúne em seu re-pertório inesquecíveis lou-vores que emocionam pelasmensagens de fé e ousadia, econtinuam na lista das mú-sicas mais pedidas em rádiodo Brasil, como Faz Um Mi-

lagre em Mim, Família e Tu

Podes. Afinal, ele canta oque vive e sente no coração.

#ProfetizoRégis Danese

LUIZ

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ustei a levantar-me da cama naquela manhã quasefria do sul brasileiro. O sol ainda era tímido e o

vento já me avisava que não seria assim tão fácil chegarà janela para ver a paisagem oferecida pela Lagoa dosPatos, com suas águas ora barrentas ora límpidas, oradoces, ora salgadas, dependendo de onde viessem ven-to e maré. Esse simples fato já me fascinava desde a pri-meira vez que estive por aqui, há exatos quarenta anos

atrás. Como todos os que me leem já sabem, tenho fi-xação por esse meandro formado por cidades, datas,acontecimentos e música, algo que escapa ao meu con-trole. Escapar ao meu controle é uma coisa que meamedronta ao mesmo tempo em que me desafia, para obem e para o mal, embora eu não ache muita graça na

C

Viagens,Viagens,Arte,

Política e etc...vida se não tiver uma assombração em meus quartosescuros. Todos nós temos nossos sótãos, não é mesmo?Mas aquilo que eu vi quando abri a cortina do quar-to de hotel não tinha nada a ver com escuridão. Era,sim, um sol radioso que me convidava a encarar oamanhecer na lagoa. Vesti-me rápido e saí para res-pirar aquele ar que eu já adivinhara muito puro.Acredita que eu estava de short e camiseta quando

fui pra rua? Pois é, estava sim, e fe-liz. Ignorei o frio e corri, corricomo se alguma coisa me perseguis-se pelas beiradas de grama, imagi-nei um monstro escocês brin-cando comigo, emergindo e sub-mergindo conforme minhas or-dens, saí por ali como se ainda co-nhecesse aqueles arredores. En-quanto corria, pensei nas cidadesque amava, pensei naquelas terraslonge da minha origem carioca-paulista-mineira, naquelas para-

gens que me fizeram aprender o que era o verdadeiroBrasil. Pensei em Jaboticabal, em Correntina, emBom Jesus da Lapa, em Montes Claros, em PortoTrombetas, em Belém, em Macapá e finalmente noali-onde-eu-estava, São Lourenço do Sul. Senti osabor do requeijão de Salinas, do mate sugado da

Como todos os que me leem já sabem,

tenho fixação por esse meandro formado por

cidades, datas, acontecimentos e música, algo

que escapa ao meu controle.

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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

cuia, do tropeiro de Belo Horizonte, da codorna deParatinga, do pacu enrolado em folha de bananeira e dei-xado no fogo de chão, do feijão preto da Naná em minhaVila Isabel, do arroz de pequi com carne de sol serenada deMontes Claros, do galeto do Cave des Rois em Brasilia, detudo enfim, do chique ao pobre, dos sabores que de repen-te, sem nenhum aviso, assomaram à minha boca naquelamanhã prateada. Parei de supetão: que era aquilo, que coi-sa louca estava acontecendo com meu paladar matinal,ainda antes do café? Pensei e entendi: era o Brasil. O Brasilque eu devorara em toda essa minha natureza viajante re-solvera vingar-se de repente e ali, no seu extremo sul, de-cidira lembrar-me de toda uma existência cultural egastronômica. Quem mandou viajar tanto? É lícito esseexagerado prazer de engolir um país inteiro, de pô-lo goelaabaixo? Afastei imediatamente a culpa do prazer, isso é otipo da coisa que pode derrubar uma vida. Ser feliz é umdireito de todos, mesmo daqueles que acham que a procu-ra da felicidade é uma espécie de pecado. E aí, ofegante,parei de correr e me atirei no gramado próximo aosaguapés daquele mar-rio-lagoa. Olhei para o céu ofuscan-temente azul acima de mim e caí na real, assustado pelaconscientização do imenso privilégio que era conhecermeu país de norte a oeste, de leste a sul. Quantos de nós,brasileiros, podemos dizer isso? A Música deu-me essebônus adicional ao prazer de fazê-la.Deitado então ali, exposto ao vento sul, caído à beira domeu país, foquei meu pensamento em nossos políticos,pessoas em sua maioria avessos a entender a imensidão doBrasil, imersos que estão em suas mesquinharias, presosem seus guetos que chamam de “bases”, alienados de umentendimento macro-significante, preocupados apenascom suas reeleições e micromanobras políticas, avessos aoentendimento da voz das ruas. Ao mesmo tempo, que tris-te é vermos os ignorantes de História pedirem um golpe,ansiarem pela volta da Ditadura, como se uma injeção le-tal fosse remédio para essa doença. Como diz um amigomeu, não se mata formiga com bala de doze.Quem sabe não deveriam eles, nossos políticos bem oumal-intencionados, em lugar de terem longas viagens aoexterior financiadas por nosso dinheiro, serem levadosaos hotéis meia-estrela dos “grotões”, vestirem um calçãoprecário e tentarem tomar um banho no hoje ralo SãoFrancisco, serem enfim “reeducados” como os criminososadolescentes que vemos nas séries de TV.Tudo isso eu pensei deitado ali na grama à beira da Lagoados Patos. Cheguei à conclusão que a Utopia é o melhorremédio. Só a Música me consola nesse oceano de medio-cridade em que o Mundo se transforma, por culpa daque-les que enxergam no Poder a cura de todos os seus malesegoístas. Contra isso, temos apenas a certeza de que sobre-vivemos a coisa piores.

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Empresa ......................... Telefone ............... Home Page/e-mail .................................................... Pág

AH Lights .................................. (21) 2242-0456 ............. www.ahlights.com.br .......................................................................... 63

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João Américo Sonorização ........ (71) 3394-1510 ............. www.joao-americo.com.br ................................................................. 44

Master TV ................................. (45) 3301-2600 ............. www.mastertv.tv ................................................................................. 41

Modern Drummer ................... (11) 3721-9554 ............. www.moderndrummer.com.br .......................................................... 48

Mogami Brasil ........................... (11) 3095-9699 ............. www.mogami.com.br ......................................................................... 45

Ninja Som ................................. (11) 3550-9999 ............. www.ninjasom.com.br ........................................................................ 17

Penn-Elcom .............................. (11) 5678-2000 ............. www.penn-elcom.com.br ................................................................... 13

Pro Shows ................................. (51) 3589 -1303 ............ www.proshows.com.br ...................................................................... 15

Set Expo / Broadcast ........................................................ www.setexpo.com.br ......................................................................... 04

Star Lighting .............................. (19) 3864-1007 ............. www.star.ind.br ................................................................................... 55

SPL Alto-Falantes ..................... (47) 3562-0209 ............. www.splaltofalantes.com.br ............................................................... 31

Taigar ......................................... (49) 3536-0209 ............. www.taigar.com.br .............................................................................. 35

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