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Trimestral • Julho/Agosto/Setembro 2011 • n.º 44 • Distribuição gratuita 2011 O ano das vacas magras Atenção vendedores, estarão os senhores à altura das expectativas dos consumidores? R m Revismarket O mercado Electro em revista www.rmelectro.com Distribuição contraria a crise e cresce em 2010 Menos vendas Crise financeira Austeridade Perda de rentabilidade Retracção no consumo Margens esmagadas Pode o retalho suportar um aumento dos preços por parte dos fabricantes?

Edição 44- Setembro 2011

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2011- O ano das vacas magras

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2011 O ano das vacas magras

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Distribuição contraria a crise e cresce em 2010

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Pode o retalho suportar um aumento dos preços por parte dos fabricantes?

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Rm-Revismarket - Julho/Agosto/Setembro 2011 3

[ Editorial ][ Ficha Técnica ]

N.º 44 Julho/Agosto/Setembro 2011

www.rmelectro.comwww.rmdeco.com

Propriedade:Revismarket - Edição de Publicações, Lda.Rua Peixinho Júnior, N.º 2, 1.º E2770-135 Paço de ArcosTel.: +351 214 413 277Fax: +351 214 413 478

Editor:Jorge [email protected]

Direcção:Cidália [email protected]

Redacção:Carina [email protected]

Área Comercial:[email protected]@revismarket.com

Paginação:[email protected]

Impressão:MulembeiraRua Vasco da Gama, nº. 362685-244 Portela de Loures

Distribuição gratuita e por assinatura

Tiragem: 3.000 exemplares

Depósito Legal n.º 236.204/05

Publicação registada no Instituto da Comunicação

Social com o n.º 124843

Interdita a reprodução total ou parcial de textos, fotografias e ilustrações, salvo autorização expressa e por escrito.

Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores.

A Rm-Revismarket afirma a sua independência em relação a todos os poderes, inclusive, as entidades que a patrocinam e apoiam, sendo apenas responsá-vel perante os seus leitores.

A Rm-Revismarket não se responsabiliza por erros de texto ou imagem fornecidos para publicação após a aprovação e revisão de provas.

E

Cidália RibeiroDirectora

“A crise consiste precisamente no facto de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem”. (Antonio Gramsci)

sta definição do jornalista e político António Grams-ci, datada de 1935, não podia ser mais adequada aos tempos que vivemos. Este artigo de destaque desta edição foi dos mais di-

fíceis de escrever pois as participações que recebemos re-flectem um anormal desânimo e impotência perante esta dura fase de mercado. Por outro lado, verifica-se uma perfeita in-terrogação sobre o que poderá ser o futuro, mesmo a curto prazo, e sobre o rumo que o mercado está a tomar. Já não restam dúvidas, esta não é uma crise passageira, mas sim um novo estado completamente diferente dos cenários que conhecemos. Realmente, o velho está claramente a mor-rer e o novo está a nascer, só que ainda é tão recente que nin-guém o conhece... Só o tempo, a persistência e muito trabalho poderão ajudar a enfrentar estes novos tempos que estamos todos a tentar conhecer. Assim, desejamos que o tempo nos traga, a todos, as fórmulas certas para lidar com esta nova era que nos ensinará certa-mente muita coisa interessante que servirá para aprendermos e crescermos como profissionais e pessoas. E, terminando com um pouco de humor, fica outra citação de que gosto particularmente, da qual desconheço o autor, e que acho que reflecte um pensamento comum: “Sei que as dificuldades me ajudam a crescer, mas já estou batendo com a cabeça no tecto”.

Os tempos de crise

Nota da redacção:A Rm-Revismaket informa os seus leitores que optou por manter a grafia pré acordo ortográfico nas suas edições em papel e online.

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[ Índice ]

Tema de capa O ano das vacas magras 6

Imobiliário português em maus lençóis

Ranking APED: Distribuição

contraria a crise e cresce em 2010

MercadoQuem são 14

Notícias 16

Aberturas 17

Relatórios & contas 18

Ranking APED: Distribuição contraria a crise e cresce em 2010 20

Atenção vendedores, estarão os senhores à altura das expectativas dos consumidores? 22

Imobiliário português em maus lençóis 27

Amazon vai ultrapassar o Carrefour na próxima década 28

Cibercrime custa 388 mil milhões de dólares actualmente 31

“Dropshipping”, negócio sem stocks 32

Polónia ultrapassa a Itália e a Alemanha como maior produtor europeu de electrodomésticos 34

ElectroPode o retalho suportar um aumento dos preços por parte dos fabricantes? 36

Período difícil para os produtos tecnológicos 38

Fogões Meireles lança gama de encastráveis 44

Novidades 47

Tempo de pausa 48

Período difícil para os produtos tecnológicos

Fogões Meireles lança gama de encastráveis

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[ Tema de capa ] [ Tema de capa ]

A hora é de fazer contas à vida. A três meses do Natal aguçam-se as estraté-

gias para uma época que, tradicionalmente, representa o grande pico de vendas do ano mas

que, em 2011, não se vislumbra com boa cara. Com Outubro vieram mais medidas de austeridade, com o au-

mento do IVA na electricidade e no gás, e em Dezembro cumpre-se o já anunciado imposto extraordinário e consequente corte em parte

do subsídio de Natal. Por isso, a noção geral é de que esta época natalícia vai ser mais pobre e que dificilmente conseguirá compensar o resto do ano. Tanto mais, quando se sabe já que a primeira metade foi claramente negativa. O mercado nacio-

nal de produtos tecnológicos ficou 11,1 por cento abaixo do período homólogo de 2010, penalizado sobretudo por um segundo trimestre onde, entre outros factores, a

ausência de um grande evento desportivo fez as vendas escorregarem, especialmen-te as de electrónica de consumo, que caíram 17,1 por cento.

O ano das vacas magras

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[ Tema de capa ]

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[ Tema de capa ]

Adose de austeridade imposta pelo Governo e pela troika está a ter um efeito que se pode carac-terizar quase de devastador nos

bolsos dos portugueses. Nunca, como ago-ra, estes reduziram tanto os seus gastos, o que está a empurrar a actividade econó-mica para o nível mais baixo desde Junho de 2009. De acordo com os indicadores de conjuntura do Banco de Portugal (BdP), em Agosto, o indicador do consumo pri-vado atingiu 4,1 pontos negativos, o valor mais baixo desde 1978, quando se iniciou o registo dos dados. Pior ainda que quando Portugal esteve em recessão, em 2009, e que aquando das duas intervenções ante-riores do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1979 e 1983. Fruto desta queda, também o indicador da actividade económi-ca está a resvalar. Em Agosto, atingiu 2,3 pontos negativos, o valor mais baixo desde Junho de 2009. O Boletim de Verão publicado pelo BdP não augura mesmo nada de positivo para este ano. As estimativas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011 e 2012 foram revistas em baixa, com o ban-co central a prever que o fecho das contas do ano confirme o cenário de recessão. A expectativa é de um decréscimo do PIB em dois por cento em 2011 e de 1,8 por cento no ano que vem. Esta contracção será uma consequência da escorregadela de vários indicadores, nomeadamente o do consumo privado, que sofrerá uma derrapagem este ano de 3,8 por cento. Perante este cenário, um dos sectores mais penalizados é o do retalho. Nos últimos três anos, o volume de negócios do comércio a retalho registou quebras, sobretudo o agrupamento não alimentar, cujo índice, de acordo com o Instituto Nacional de Estatís-tica (INE), entrou em terreno negativo em Novembro de 2008, não se tendo observa-do, até à data, nenhuma recuperação digna desse nome. Os dados referentes ao segun-do trimestre indicam que o índice global caiu, face ao período homólogo de 2010, seis por cento, sensivelmente o mesmo va-lor que já tinha perdido no primeiro trimes-tre, e que o agrupamento dos produtos não alimentares viu as vendas diminuírem 10,3 por cento.

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‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: DR

Uma das áreas de produto mais afectadas tem sido, precisamente, o electro. O índi-ce GfK TEMAX confirma que o mercado de produtos tecnológicos registou, no segundo trimestre, uma tendência negativa de 12,8 por cento em valor, não se tendo verificado nenhuma subida em nenhum dos segmen-tos que o compõem. Os valores de factu-ração diminuíram de 608 milhões de euros para 530 milhões de euros e poucos foram os produtos que escaparam a uma perfor-mance negativa. O sector de equipamento de escritório foi o mais penalizado, caindo 21,1 por cento, seguido da electrónica de consumo (-17,1%), da fotografia (-13,5%) e dos grandes domésticos (-13,5%). Ainda na casa dos dois dígitos situou-se a queda do mercado de tecnologias da informação, com 10,7 por cento. As telecomunicações perderam 8,7 por cento e os pequenos do-mésticos caíram 5,9 por cento.

Um primeiro semestre com duas carasPerante a verdade nua e crua dos dados, não seria motivo de surpresa que o testemunho das empresas inquiridas pela Revismarket espelhasse esta mesma realidade, repor-tando uma tendência idêntica. No entanto, a primeira conclusão que se pode retirar é que não há, precisamente, uma tendência. Por um lado, encontramos “players” que atestam uma primeira metade do ano par-ticularmente negativa, por outro, empresas que souberam “fintar” a crise e crescer. Neste último grupo, em contraciclo com a tendência do mercado, está, entre outras, a HAEGER. Rodrigo Serradas, administrador da empresa, confirma mesmo um aumento de 40 por cento sobre o período homólo-

go de 2010, alicerçado no crescimento das exportações e na conquista de quota no mercado nacional. Do lado da distribuição, também há relatos de um primeiro semestre positivo. Na Belmiro Martins Ribeiro, o ne-gócio ficou em linha com o mesmo período de 2010 e na M. Jorge o primeiro semestre foi até bem melhor do que o inicialmente esperado, tendo em conta as circunstâncias do país. Estas empresas são, porém, algumas das excepções que confirmam a regra. “As ven-das abrandaram muito e nem acções pon-tuais de preços especialmente baixos as fizeram acelerar”, confessa Jorge Custódio, administrador da Lifetech. “Verificou-se uma queda acentuada no sector da constru-ção, o que consequentemente se traduziu numa redução significativa na procura de electrodomésticos”, reforça Luís Leitão, di-rector comercial da Teka. No retalho, sobre-tudo, a maioria dos inquiridos reporta uns primeiros seis meses francamente maus. Fernando Marques, gerente da Oliverauto, e Henrique Santana, sócio-gerente da Elec-trilar, não se escusam até de avançar núme-ros que traduzem esta situação, reportando uma baixa acentuada no capítulo da factu-ração, de 20 por cento no caso da primeira e de 12 por cento no da Electrilar. O gerente da Oliverauto adianta mesmo que o primei-ro trimestre até esteve em linha com o ano passado, mas que os três meses seguintes foram particularmente difíceis.

O espírito do Natal futuro é magro e avarentoFeitas as contas à primeira metade do ano, os ânimos também em nada animam quan-

Uma das áreas de produto mais afectadas tem sido, precisamente, o electro. O índice GfK TEMAX confirma que o mercado de produtos tecnológicos registou, no segundo trimestre, uma tendência negativa de 12,8 por cento em valor, não se tendo verificado nenhuma subida em nenhum dos segmentos que o compõem.

A primeira conclusão que se pode retirar é que não há, precisamente, uma tendência. Por um lado, encontramos “players” que atestam uma primeira metade do ano particularmente negativa, por outro, empresas que souberam “fintar” a crise e crescer.

No retalho, sobretudo, a maioria dos inquiridos reporta uns primeiros seis meses francamente maus. Fernando Marques, gerente da Oliverauto, e Henrique Santana, sócio-gerente da Electrilar, não se escusam até de avançar números que traduzem esta situação, reportando uma baixa acentuada no capítulo da facturação, de 20 por cento no caso da primeira e de 12 por cento no da Electrilar.

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[ Tema de capa ] [ Tema de capa ]

‘‘ ‘‘ Todos estes profissionais esperam um segundo semestre com muita insegurança, quer do lado dos consumidores quer dos parceiros de negócio, e preparam-se para dar a melhor res-posta, tentando sair deste ambiente de incerteza o mais incólumes pos-sível. E, aconselha Mário Rodrigues, sócio-gerente da Avilectrolarsom, é preciso manter a calma. “E beber muito chá de tília”. Coloque-se assim a chaleira ao lume e a água a ferver.

to ao que ainda está para vir. “Face à con-juntura política e económica, não se augura uma época de bons resultados, nomeada-mente o último trimestre do ano, apontan-do para o período mais crítico do século”, defende Luís Leitão. O final do ano e muito especialmente o Natal, que normalmente representavam o grande pico das vendas, em alguns casos valendo 30 por cento do negócio total, afigura-se, em 2011, mais di-fícil e incerto. Parece quase o espírito dos Natais Futuros, a figura alta, envolta num traje negro que lhe oculta o rosto, deixan-do apenas visível uma das mãos, que visita o avarento Ebenezer Scrooge, no livro “A Christmas Carol” de Charles Dickens. O segundo semestre de 2011 estará, no entender dos profissionais inquiridos pela Revismarket, em linha com a tendência ne-gativa ocorrida no primeiro. “A nossa pre-visão aponta para uma manutenção do con-texto e evolução do mercado ‘year to date’, o que se revela numa quebra do mercado na sua totalidade”, analisa Patrícia Parra-cho, directora de marketing do Grupo SEB. Preparados para um final do ano fraco, a maioria destes inquiridos admite que enca-ra com um certo receio o que ainda está por vir. “No ano passado, por esta altura e com

uma visão optimista, estava a adivinhar um efeito positivo do aumento do IVA de 21 para 23 por cento, com uma potencial antecipação do consumo. Este ano, no meio de um aumento brusco do IVA em necessi-dades básicas como a Luz ou o Gás, de um corte do subsídio de Natal e de um novo aumento do IVA ainda não anunciado no iní-cio de 2012, não consigo vislumbrar qual-quer sinal positivo infelizmente”, confessa Pedro Amaral, director comercial da Tristar. “Os cortes nos rendimentos impactarão a capacidade de consumo”, reforçam Pankaj Parshotam e Sofia Veríssimo, respectiva-mente Marketing Manager e Country Sales Manager da TomTom Portugal, que contam com um menor impacto das vendas do pico natural proporcionado pelo Natal. Não obstante, no meio dos diagnósticos ne-gativos, também se encontram algumas ex-pectativas animadoras, sobretudo entre os “players” para os quais o primeiro semestre sorriu. “Na conjuntura económica actual é difícil fazer previsões. No entanto, temos a convicção de que este segundo semes-

tre irá ser igual ou ainda melhor que o de 2010”, acredita Rodrigo Serradas. “Apesar do reflexo esperado das medidas já avan-çadas pelo Governo, quanto aos cortes no subsídio de Natal, devido às fortes quedas assistidas no primeiro semestre, é expectá-vel uma retoma do sector na segunda parte do ano, com especial incidência nos pro-dutos de cariz mais essencial e que se po-sicionem competitivamente no mercado”, reforça Nuno Costa, director de marketing da António Meireles.Sem nada mais a poder fazer quanto à pri-meira metade do ano, a três meses do Natal deitam-se contas à vida e limam-se as últi-mas arestas na táctica para a abordar uma época que se afigura muito difícil. Todos estes profissionais esperam um segundo semestre com muita insegurança, quer do lado dos consumidores quer dos parceiros de negócio, e preparam-se para dar a me-lhor resposta, tentando sair deste ambiente de incerteza o mais incólumes possível. E, aconselha Mário Rodrigues, sócio-gerente da Avilectrolarsom, é preciso manter a cal-ma. “E beber muito chá de tília”. Coloque-se assim a chaleira ao lume e a água a ferver.

Painel:Armando Anjos - Indesit Company, Belmiro Ribeiro - Belmiro Martins Ribeiro, Catari-na Correia - Vantagem+, Daniel Guerreiro - Philips, Eduardo Sequeira - Eduardo & Cabrita, Elisabete Salgado - Electrotor-catense, Fernando Marques - Oliverauto, Comécio de Acessórios, Henrique Santa-na - Electrilar, Hugo Jorge - LG Electronics, João Carriço - Adicional Logistics, João Paulo Ferreira - Candy Hoover, Jorge Cus-tódio - Lifetech, Luís Leitão - Teka, Manuel Jorge - M.Jorge, Mário Rodrigues - Avilec-trolarsom, Nuno Costa - António Meireles, Nuno Igrejas - OKI Systems (Ibérica), Nuno Lourenço - Husqvarna, Pankaj Parshotam - TomTom Portugal, Patrícia Paracho - Grupo SEB, Pedro Amaral - Tristar, Rodrigo Serra-das - HAEGER, Sofia Veríssimo - TomTom Portugal

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[ Tema de capa ]

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[ Tema de capa ]

É preciso ter calma!Coloque-se a chaleira ao lume e a água a ferver. Deixem-se as ervas em infu-são, de preferência tília ou camomila, pelas suas propriedades calmantes. Os números do fecho do primeiro semestre até convidam a alguns ataques de nervos. Mas, quando muitos adivinham que o pior ainda está para vir, de nada serve começar já a arrancar cabelos. Facto, a primeira metade de 2011 foi, de um modo geral, má, com perdas de 11,1 por cento para o mercado português de produtos tecnológicos. Quanto a isto, já nada há a fazer. Facto, este ano, o consumidor está particularmente inseguro, cauteloso e a refrear como nunca os seus gastos. Por isso, todas as estratégias têm tido, de uma forma ou de outra, o cliente como eixo central. Facto, o Natal este ano não vai ser a “galinha dos ovos de ouro”. Diz a sabedoria popular que quem sofre por antecipação, morre de véspera, como o peru. Por isso, o melhor é mesmo manter a calma, não perder a racionalidade e, acima de tudo, não embarcar em loucuras que possam hipotecar o futuro. Resta afinar sempre que necessário a táctica e apresentar a melhor proposta de valor, para tentar navegar por este período turbulento.

Àpartida, até se poderia cair na tentação de atribuir os resulta-dos menos positivos do primei-ro semestre, confirmados por

alguns dos “players” inquiridos pela Re-vismarket, à ausência do desenho de uma estratégia que permitisse fechar a primeira metade do ano dentro do planeado. No en-tanto, todas as empresas, de uma maneira ou de outra, procuraram agir proactivamen-te e antecipar as dificuldades. “A adaptação ao contexto económico torna-se da máxima importância”, destaca Nuno Igrejas, direc-tor de MPS da sucursal portuguesa da OKI. Acontece é que, em alguns casos, o plano A revelou-se suficiente, enquanto noutros foram necessárias medidas adicionais. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Inde-sit Company. Armando Anjos, director geral da empresa, adianta que as medidas pro-gramadas em “budget” tiveram que ser rea-daptadas, uma vez que no final de 2010 não se previa uma quebra tão significativa do mercado, como a que acabou por ocorrer. “Claramente que a Indesit Company teve de se adaptar a este novo contexto, por forma a sustentar a queda do mesmo. Numa fase inicial, a preocupação foi cumprir o ‘bud-

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[ Tema de capa ]

get’, em termos de volume. Percebemos com a passagem dos meses que era uma tendência, um novo contexto, e não uma fa-lha da nossa parte. Neste momento, a nos-sa grande preocupação é a rentabilidade do negócio e da operação”.Também do lado da Candy Hoover, as deci-sões ajudaram a que os resultados não res-valassem devido à quebra das vendas. “Fo-ram tomadas algumas medidas adicionais, no que respeita aos preços, que sofreram alterações para fazer face aos aumentos dos custos de produção”, conta João Pau-lo Ferreira, Country Manager da empresa. Este ano, a Candy Hoover demonstrou uma preocupação ainda maior em apresentar ne-gócio e produtos com mais-valias. “O clien-te não quer só preço e o volume só move ‘boxes’, não deixa valor”.

O plano C (de consumidor, de controlo financeiro, de contenção de custos)Independentemente da estratégia, há um traço comum em todos os testemunhos re-colhidos pela Rm. Este é, claramente, o ano em que as medidas de fidelização e melhoria da atenção ao cliente assumem uma especial importância. “A conjuntura recente levou a que o processo de decisão do consumidor se tornasse ainda mais complexo e demora-do, trazendo maior importância às opiniões de terceiros”, analisa Nuno Costa, director de marketing da António Meireles. Indo de

encontro a esta tendência, a Meireles apos-tou na renovação do seu site, na implemen-tação da presença no Facebook e no refor-ço do atendimento no call center. Esta foi também uma estratégia adoptada pela LG, que deslocou o seu Centro de Informação ao Consumidor da Holanda para Lisboa. “A LG continua a manter as atenções voltadas para o consumidor, a perceber quais as suas necessidades e preocupações e a apostar cada vez mais em soluções que lhe oferecem mais-valia no dia a dia e que maximizam a sua relação com a marca. Várias iniciativas têm sido desenvolvidas nesse sentido, nas diversas áreas de negócio”, assegura Hugo

Jorge, director de marketing da LG.Ao mesmo tempo, 2011 é um ano onde o trabalho prévio ao nível da política orça-mental se tem revelado basilar. “O controlo financeiro das companhias será vital, por-que nos dias de hoje, em que as margens são tão diminutas, se houver crédito mal parado será gravíssimo, pondo em causa as mesmas”, destaca João Paulo Ferreira. Não é por isso de estranhar, que no rela-cionamento diário entre os vários parceiros de negócio, seja cada vez mais visível uma política de tesouraria extremamente rigo-rosa. Na Teka, por exemplo, o director co-mercial Luís Leitão confirma que a empresa

“Numa fase inicial, a preocupação foi cumprir o ‘budget’, em termos de volume. Percebemos com a passagem dos meses que era uma tendência, um novo contexto, e não uma falha da nossa parte. Neste momento, a nossa grande preocupação é a rentabilidade do negócio e da operação”.

“O controlo financeiro das companhias será vital, porque nos dias de hoje, em que as margens são tão diminutas, se houver crédito mal parado será gravíssimo, pondo em causa as mesmas”.

Mas, no caso das empresas de retalho, este trabalho de contenção dos custos andou a par e passo com uma busca por fontes de receitas alternativas, sobretudo pelo alargamento da oferta de serviços.

Uma nota positiva que se retira dos testemunhos destes profissionais é que a preocupação com a rentabilidade do negócio não foi incompatível com investimentos pontuais para aumentar ainda mais a atractividade do mesmo.

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‘‘ “O importante é não entrar em desespero e praticar loucuras, porque se tem assistido a uma baixa de preços desenfreada, que não nos levará a lado nenhum. O cliente que tiver disponibilidade ou necessidade de adquirir os produtos fará, por mais ou menos valor. Vender mais não é sinónimo de vender bem”.

Os “players” da produção aconselham os seus parceiros a aproveita-rem este momento para corrigirem algumas das lacunas que, por algum motivo, nos últimos anos não foram tratadas

[ Tema de capa ]

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[ Tema de capa ]

redefiniu os limites de crédito concedidos e os prazos de pagamento. Outro exemplo é dado por Elisabete Salgado, gerente da Ele-trotorcatense, que avança que a empresa está a privilegiar as vendas a dinheiro, dado os riscos associados ao crédito. Simultaneamente, a esta rigorosa políti-ca orçamental está associada uma restrita contenção dos custos. “As despesas terão de ser mínimas e os investimentos os estri-tamente necessários”, assegura Fernando Marques, gerente da Oliverauto. Por isso, os stocks em loja estão muito equlibrados. Mas, no caso das empresas de retalho, este trabalho de contenção dos custos andou a par e passo com uma busca por fontes de receitas alternativas, sobretudo pelo alarga-mento da oferta de serviços. “Procurando novas formas de fazer o negócio, fazendo parcerias com outras empresas, para lhes fazer, por exemplo, prestação de serviços, especializando o pessoal em áreas bem de-finidas”, defende Eduardo Sequeira, sócio-gerente da Eduardo & Cabrita.Uma nota positiva que se retira dos teste-munhos destes profissionais é que a preo-cupação com a rentabilidade do negócio não

foi incompatível com investimentos pontuais para aumentar ainda mais a atractividade do mesmo. Na Oliverauto, por exemplo, du-rante o mês de Abril foram feitas obras de fundo para renovar e modernizar a imagem do estabelecimento. A empresa investiu também na sua plataforma na Internet, es-tando a iniciar actividade neste canal. Na mesma linha, a Husqvarna entrou neste ano com alterações internas significativas, com uma completa mudança de software e de instalações e completa integração no “head office” do grupo, apesar dos riscos assumidos quando à sua dimensão e possí-vel afectação da performance operacional. “Mudanças que esperamos agora poder estabilizar para concentrar-nos nesta recta final, nomeadamente na campanha de Ou-tono, onde temos uma forte convicção de que teremos todas as condições criadas para ser um sucesso, apesar das dificulda-des”, assegura Nuno Lourenço, director da Husqvarna Consumer Portugal.

E agora? A hora agora é de minimizar as per-das. “Não há receitas mágicas, mas penso que será importante não entrar em pânico, não perder a racionalidade. Gostaria de deixar um alerta para meditarmos todos, incluindo a distribuição, para a descida significativa do preço médio do mercado, que claramente coloca em risco a rentabilidade de todos os operadores”, salienta Armando Anjos. “O se-gundo semestre vai andar na mesma linha do primeiro e o Natal prevê-se mais fraco, devido à conjuntura e aos cortes anunciados. O im-portante é não entrar em desespero e praticar loucuras, porque se tem assistido a uma bai-xa de preços desenfreada, que não nos levará a lado nenhum. O cliente que tiver disponibili-dade ou necessidade de adquirir os produtos fará, por mais ou menos valor. Vender mais não é sinónimo de vender bem”, acrescenta João Paulo Ferreira.

Quem é o cliente? De uma maneira geral, estes profissionais consideram que o consumidor de 2011 é o mesmo de 2010, mas mais preocupado com o futuro, adiando por isso a decisão de compra até ao limite. “Está mais racional,

atento aos preços, faz mais comparações dos mesmos e espera adquirir o melhor produto pelo valor que lhe pareça mais jus-to”, caracteriza Armando Anjos. A palavra-chave parecer ser precisamente esta, “valor”. “Além de se mostrar um con-sumidor mais ponderado, com um proces-so de decisão longo e que busca cada vez mais informação por via de diversas fontes, com especial incidência na Internet e redes sociais, é um consumidor com menor ren-dimento disponível”, sublinha Nuno Costa. “O seu gasto em produtos tecnológicos é menor, preferindo protelar o pagamento para o futuro e estando mais aberto a so-luções de crédito ou outras facilidades de pagamento. Quando opta por comprar, pre-fere ter mais certezas sobre a fiabilidade e qualidade do produto, pois não está nas melhores condições para correr riscos de não poder tirar usufruto da sua compra ou que o produto dure pouco tempo”. Patrícia Parracho, directora de marketing do Grupo

SEB, concorda. “Em períodos de crise, a percepção de valor das marcas ganha ainda mais importância para o consumidor, que procura um contrato de confiança dura-douro. Ou seja, quando o orçamento para investir é limitado, o consumidor pondera melhor o que vai comprar e procura quali-dade e confiança nos produtos”. A grande verdade, é que o consumidor de 2011 é mesmo um consumidor de extre-mos. Para além de querer o melhor valor possível, procurando comprar produtos de qualidade e de marca ao preço de marcas brancas, como adianta Mário Rodrigues, sócio-gerente da Avilectrolarsom, por ou-tro, é às vezes pouco exigente e atento, não olhando às despesas efectuadas em busca de um “bom negócio”. “Deslocando-se, por vezes, dezenas de quilómetros, para obter um produto de baixo preço e qualidade por vezes inferior à despesa realizada”, analisa Fernando Marques, gerente da Oliverauto.

Como é se incentiva este consumidor a comprar?“Não há fórmulas mágicas. Há trabalho, competência e vontade de fazer bem”, de-

‘‘ “Nesta altura não há espaço para implementar medidas que não tenham sido planeadas ao detalhe, com objectivos claros e acima de tudo atingíveis. O mais importante será efectivamente colocar as expectativas num plano real. Qualquer má leitura em termos de estratégia pode comprometer seriamente a performance das empresas neste ano exigente”.‘‘

[ Tema de capa ]

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[ Tema de capa ] [ Tema de capa ]

‘‘ ‘‘ Mas a grande reivindicação, e até mesmo um conselho que os retalhistas dão aos seus fornecedores, é que o de uma relação equilibrada com todos os actores do mercado.

“Há vida para além dos grandes espaços”, concorda Manuel Jorge. “Cada marca interpretará este conselho/aviso/apelo da forma que achar melhor”.

fende Manuel Jorge, sócio-gerente da M. Jorge. Consciente de que os últimos três meses do ano poderão ser menos positivos em termos de vendas, esta empresa prepa-rou algumas acções específicas para esta altura, que, espera o responsável, possam contrariar o que possa correr menos bem. “Campanhas e acções nos pontos de ven-da são uma obrigatoriedade”, sublinha. Por este mesmo motivo, o Grupo SEB adoptou, este ano, ligeiras alterações na sua estra-tégia, sobretudo ao nível da comunicação. “Estamos a privilegiar um maior enfoque no ponto de venda, uma vez que é o local onde efectivamente se tomam grande parte das decisões de compra”, avança Patrícia Parracho.Estas acções são depois complementadas ao nível da oferta com propostas de valor acrescentado, que imprimam dinâmica ao mercado e incentivem o consumidor a com-prar. Por isso, mais que nunca, é necessário cultivar uma verdadeira relação de parceria entre os vários intervenientes do mercado. E estes não se escusam a fazer alguns apelos uns aos outros. Os “players” da produção aconselham os seus parceiros a aproveita-rem este momento para corrigirem algumas das lacunas que, por algum motivo, nos úl-timos anos não foram tratadas. “O que era certo em muitos casos continua a ser certo agora e aqueles que tinham uma base sóli-da seguramente irão sair mais reforçados desta crise, desde que não percam o rumo. E o rumo tem de ser sempre fazer o que é mais correcto para o consumidor/cliente, o que nem sempre aconteceu nos últimos anos”, analisa Daniel Guerreiro, Portugal Sales Director da Philips Consumer Life-style. “Acima de tudo, o mais importante é ter um bom diagnóstico da situação e ser muito focado nas escolhas. Depois vem o pequeno grande detalhe que é a execução.

Obviamente este período turbulento torna tudo mais difícil e, acima de tudo, mais lento, pelo que ainda é mais crítico estar-mos muito focados e sermos muito ágeis”, acrescenta. “É necessário medir muito bem as acções implementadas”, concordam Pankaj Parshotam, Marketing Manager, e Sofia Veríssimo, Country Sales Manager da TomTom Portugal. “Pois nesta altura não há espaço para implementar medidas que não tenham sido planeadas ao detalhe, com ob-jectivos claros e acima de tudo atingíveis. O mais importante será efectivamente colocar as expectativas num plano real. Qualquer má leitura em termos de estratégia pode comprometer seriamente a performance das empresas neste ano exigente”. Outro dos conselhos é ir para o terreno e “ouvir” o consumidor. “Saber como os clientes estão realmente a reagir à crise”, sustenta Rodrigo Serradas, administrador da HAEGER. “Tal como todos nós sabemos, o mercado a nível geral está a retrair-se mas provavelmente os clientes estão a reagir de maneiras diferentes, consoante a área de negócio”. Paralelamente, é importante diversificar os

canais e a forma como se pode abordar o consumidor. “Tempo, comodidade e preço são os aspectos mais importantes para o consumidor de 2011. Consequentemente, a compra à distância, sobretudo online, por ser mais rápida e cómoda, permite-nos libertar tempo para outras tarefas. Os modelos de compra do consumidor estão a modificar-se”, alerta João Carriço, CEO da Adicional Logistics. Por sua vez, os “players” da distribuição convidam as marcas a proporcionar um maior apoio logístico e a uma maior aposta na formação. Esta é precisamente uma das áreas mais valorizadas e a actividade inten-sa que tem sido realizada pela empresa de formação Vantagem+ confirma-o. Só no pri-meiro semestre, realizou 373 formações e viu o seu negócio crescer 30,53 por cento. Mas a grande reivindicação, e até mesmo um conselho que os retalhistas dão aos seus fornecedores, é que o de uma relação equilibrada com todos os actores do merca-do. “Não se deixem depender de meia dúzia de operadores”, aconselha Belmiro Ribeiro, sócio-gerente da Belmiro Martins Ribei-ro. Até porque, defende Henrique Santana, sócio-gerente da Electrilar, os fornecedores estão a dar os primeiros sinais de crise, com dificuldades em entregar algumas re-ferências e apostando, sobretudo, em negó-cios especiais com as grandes superfícies, em detrimento do retalhista. “Há vida para além dos grandes espaços”, concorda Ma-nuel Jorge. “Cada marca interpretará este conselho/aviso/apelo da forma que achar melhor”.

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[ Mercado Quem são ] [ Mercado Quem são ]

Rm-Revismarket - Julho/Agosto/Setembro 2011

Alexandre Pureza é o novo director comercial da Fagor Lusitana

Alexandre Pureza é o novo director comercial de linha branca da Fagor Lusitana.Esta nomeação acontece no seguimento de uma nova estratégia que o Grupo Fagor Electrodomésticos delineou para sua filial em Portugal, um dos quatro mercados estratégicos.A implementação da nova es-tratégia da multinacional teve início com a nomeação de uma liderança portuguesa, nomeadamente Pedro Faria para director geral, e que deu origem a um processo de reestruturação interna na empresa. Na Fagor Lusitana desde 1998, Alexandre Pureza sempre esteve ligado à área comercial e à gestão dos canais de distribuição, tendo desempenhado, nos últimos anos, funções de coordenação comercial para a distribuição moderna, nomeadamente os grandes clientes.Alexandre Pureza é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Internacional e, antes de ingressar na Fagor Lusitana, passou por algumas empresas do sector alimentar, tendo exercido várias funções nas áreas comercial e financeira.

Rita Santos assume direcção do negócio Windows

da Microsoft PortugalRita Santos assumiu a direcção da unidade de ne-gócio Windows na Microsoft Portugal, área onde iniciou funções na Microsoft em 2010, na compo-nente exclusiva de grande consumo.Neste âmbito, Rita Santos tem vindo a liderar a gestão de diversos projectos de relevo, entre os quais o lançamento do browser Internet Explorer 9 e do primeiro espaço PC Experience da Micro-soft em Portugal.Rita Santos fica responsável pelo desenvolvimen-to de uma estratégia integrada do negócio Win-dows para a área de consumo e para o segmen-to empresarial, destacando-se o lançamento do novo sistema operativo Windows 8.Com mais de 15 anos de experiência profissional, e na Microsoft Portugal desde 2010, Rita Santos soma ao seu currículo a coordenação de projec-tos estratégicos na área de consumo, tendo pas-sado pela Procter & Gamble, Vodafone Portugal e Swisscom Mobile.

Tiago Alves é novo director de marketing da BSH Reino Unido e Irlanda

Tiago Alves é o novo director de marketing da BSH Reino Unido e Irlanda, enquanto responsável das marcas Bosch, Siemens e Neff.Com 34 anos, Tiago Alves, ocupou a chefia do marke-ting da BSH Portugal duran-te dois anos. Antes disso, foi gestor de produto na BSH Suécia (2007-2009) e na BSH Portugal (2005-2007).

Artur Amaral é o novo director de negócio de Windows Phone, área onde assumiu a responsabilidade pela estratégia de desenvol-vimento e crescimento do negócio móvel, no-meadamente da plata-forma Windows Phone 7 e do seu ecossistema de parceiros (fabrican-tes de dispositivos, operadores móveis e parceiros de desenvol-vimento de aplicações).Entre os desafios ime-diatos deste profis-sional encontra-se o lançamento em Portugal da nova versão do Windows Phone, já totalmente em português e com serviços localizados.Na Microsoft Portugal desde 2002, e com mais de 17 anos de experiência no sector

das tecnologias de informação, Artur Amaral liderou, nos últimos quatro anos, a estratégia da Mi-crosoft para a área da conformidade de software, tendo an-teriormente desem-penhado funções de director comercial para as Telecomuni-cações e Media.Licenciado em En-genharia Electrotéc-nica pelo Instituto Superior Técnico, Artur Amaral pos-sui, ainda, um MBA

em marketing pela Universidade Católica. Ao longo do seu percurso profissional passou também pela Sun Microsystems e pela IBM, onde assumiu diversas funções de gestão comercial e de programas.

Artur Amaral assume direcção do Negócio Móvel da Microsoft Portugal

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Rm-Revismarket - Abril/Maio/Junho 2011

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[ Mercado Quem são ]

Luís Alves Monteiro nomeado Sales Support Manager da Xerox para a região Sul da Europa

Luís Alves Monteiro foi nomeado Sales Sup-port Manager da Xerox para a região Sul da Europa.O responsável acumula este novo cargo com a função de director de marketing da Xerox Portugal, que já desempenha, reportando lo-calmente ao director geral, Pedro Quintela, e internacionalmente ao director do “Integrated Marketing Group” liderado por Hughes Bizot.Aos 48 anos, Luís Alves Monteiro vê reco-nhecido o seu desempenho na área comercial e marketing quer a nível nacional, como inter-nacional, passando a liderar a equipa respon-sável pela área de Sales Support da Xerox ao nível da “Southern Entity” que engloba, para além de Portugal, Grécia, Espanha e Itália.

Filipe Ribeiro assume cargo ibérico na área de Software da HP

Filipe Ribeiro é o novo director de negó-cio da área de Information Management na HP Software para Portugal e Espanha, ficando responsável pela organização e estratégia comercial no mercado ibérico.Desde que se juntou à HP, em 2009, Fi-lipe Ribeiro lidera a unidade de negócio da HP Software em Portugal, cargo que acumula agora com a nova responsabi-lidade ibérica na área de Information Ma-nagement.Antes de integrar na HP Portugal, Filipe Ribeiro esteve na Oracle, onde desem-penhou diversas funções ao longo de quase 10 anos, sendo responsável pela direcção comercial de Enterprise Sales nos últimos cinco anos. Anteriormente, o responsável da HP colaborou com a Software AG e com a EDP. Filipe Ribeiro é licenciado em Engenharia Informática e pós graduado em Gestão pela AESE/IESE.

João Tavares nomeado country manager da GTI Portugal

A GTI, distribuidor especializado no mercado de TI, nomeou João Tavares para as funções de country manager da empresa em Portugal.João Tavares, de 45 anos, possui uma longa experiência em várias áreas de canal de TI, da dis-tribuição ao retalho, VAR’s, integração e empresas de consultoria. Iniciou a sua carreira em TI na NPR, antigo concessionário da IBM. Passou, em seguida, sete anos ao serviço da CHS/NEXTDS, onde desempenhou funções de comercial interno, account manager, product manager e director

comercial. Em 1997, ingressou na Tech Data, ocupando o cargo de director de marketing e posteriormente director comercial VID (Very Im-portant Dealers). Mais tarde, assumiu o cargo de director de marketing da DLI Portugal, onde tam-bém fazia parte do Conselho de Administração. Durante o ano 2000, direccionou a sua carreira para uma experiência de maior contacto com a realidade do mercado e com os clientes finais e ingressou na SOL-S & Solsuni como director de marketing, onde permaneceu seis anos e assu-miu também diversas funções comerciais.

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[ Mercado Notícias ]

Electrodomésticos mantêm-se nas prioridades de consumo dos portugueses

Os electrodomésticos continuam a estar entre as preferências dos consumidores portugueses. Num inquérito realizado re-centemente pelo Observador Cetelem, os electrodomésticos surgem em terceiro lugar na tabela de intenções de compra, com 13 por cento dos consumidores a afirmarem que pre-tendem adquirir um equipamento deste tipo nos próximos meses.No mesmo inquérito realizado o ano passado pelo Observador Cetelem, a compra de electrodomésticos encontrava-se em quar-to lugar da tabela, mas mantinha a mesma percentagem de 2011 (13%). Em 2010, encontrava-se em terceiro lugar a electrónica de consumo, com 15 por cento dos consumidores a manifestar intenções de compra. Item que este ano desceu para o quarto lugar, com nove por cento de consumidores a citá-lo como prio-ridade de consumo.

Fnac é a insígnia não alimentar

com maior reputação entre os portugueses

A Fnac é a insígnia não alimentar com maior reputação en-tre os portugueses. A conclusão é do estudo Marktest Re-putation Index – Grande Distribuição, que coloca a insíg-nia do Grupo PPR na terceira posição de um ranking li-derado pelo Conti-nente.A insígnia da Sonae é a que tem o maior índice de reputação (79,17), segundo o estudo, sendo ainda a que transmite maior confiança (8,13) e a que tem melhor imagem (8,12). É seguida de perto pelo Pingo Doce (77,89). Para além da Fnac (77,11), que ocupa o terceiro lugar, o top 5 é ainda constituído pela Worten (76,22) e pela IKEA (74,83).

Lojas não sabem informar sobre a TDTDe acordo com uma investigação realizada pela DECO, as lojas estão a falhar na informação prestada ao consumidor sobre a Televisão Digital Terrestre (TDT).A investigação, realizada entre 23 de Maio e 22 de Junho, apurou que as lojas da Portugal Telecom, com obrigação de informar, foram as que revelaram mais falhas. Entre as 108 lojas de electrodomésticos e electrónica visi-tadas, mais de um terço errou sobre a compatibilidade de televisores e an-tenas. A DECO visitou 439 entidades, em 47 concelhos de todos os distri-tos do Continente e ilhas, incluindo lojas PT bluestore, lojas de electrodo-mésticos e electrónica, instaladores de antenas, câmaras municipais, juntas de freguesia e locais de serviços de televisão paga.De acordo com a associação para a defesa o consumidor, entre as 45 lojas PT visitadas, só 11 esclareceram bem sobre como preparar televisores e antenas para receber a TDT. Em matéria de comparticipação na compra de descodificadores, apenas cinco conheciam as condições. Confrontados ainda com uma situação de fraco sinal digital terrestre, só três funcionários avan-çaram a possibilidade de se tratar de uma zona com cobertura por satélite, mas também não souberam informaram bem sobre o equipamento vendido pela própria PT e os custos. Já a linha telefónica e o sítio na Internet da PT revelaram-se um bom meio de informação, com respostas correctas.A DECO avança ainda que, das 95 câmaras municipais e juntas de fregue-sia visitadas, 86 afirmaram desconhecer que a ANACOM as tenha anunciado como local para explicações sobre apoios à compra de descodificadores. Só uma autarquia respondeu correctamente.Por sua vez, a maioria das 108 lojas de electrodomésticos e de electrónica revelou estar à altura para clarificar sobre a adaptação dos televisores e an-tenas para a TDT. No entanto, mais de um terço falhou por não identificar um televisor compatível ou informar mal sobre as antenas exteriores. Os 37 ins-taladores, regra geral, esclareceram bem sobre a manutenção das antenas.

Media-Saturn corta 3.000 postos de trabalho

e coloca o foco no comércio electrónico

A Media Markt e a Saturn, que durante anos foram a uni-dade de negócio mais rentável do Grupo Metro, tornaram a sofrer, no segundo trimestre, as consequências da de-bilidade do consumo, com uma descida generalizada das vendas que se irá traduzir no despedimento de cerca de 3.000 trabalhadores em toda a Europa, durante os próxi-mos meses.Simultaneamente, o foco está colocado no comércio electrónico, canal através do qual a empresa espera facturar 5.000 milhões de euros até 2015. “Com uma estratégia online acelerada, queremos entrar numa nova fase de crescimento”, sublinha Rolf Hagemann, CFO da Media-Saturn.

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[ Mercado Aberturas ][ Mercado Aberturas ]

MOB abre a sua primeira loja na cidade do PortoA MOB abriu uma loja na cidade do Porto. Localizada no número 770 da Avenida da Boa-vista, próxima da Casa da Música, a nova loja da MOB apresenta um novo conceito “open space” com 300 metros quadrados de área, distribuídos por dois pisos e “mezzanine”.Em exposição estão seis cozinhas de design exclusivo MOB, que apresentam as últimas inovações e soluções tecnológicas, tais como o sistema servo-drive, que permite a abertu-ra e fecho electrónico de portas e gavetas com sensor táctil, e que recorrem, entre outros materiais, aos lacados, termolaminados, folheados e laminados. De entre as iniciativas que a MOB pretende implementar na sua nova loja do Porto, por forma a torná-la mais interactiva para os seus clientes, conta-se a realização de show cookings e provas de vinhos, os quais terão a presença de chefs e enólogos, bem como uma escola de culinária.

Nova loja online de material de escritórioFoi inaugurada, no passado mês de Agosto, a Superofi.pt , uma das primeiras lojas online de material de escritório com capital 100 por cento português.Com escritórios localizados na Grande Lisboa, a Superofi distribui material de escritório para diversos países europeus, entre os quais Por-tugal, Espanha, França e Inglaterra.No seu site www.superofi.pt a empresa disponibiliza uma ampla gama de produtos que tem a pre-tensão de satisfazer todas as ne-cessidades de economato de uma empresa. O gerente da Superofi, Hélio Diogo, afirma que foi desen-volvido “um inovador serviço de economato focado nas necessi-dades específicas de cada cliente, possibilitando às empresas a op-timização de recursos, eliminando tempo e desperdício.

Leroy Merlin abre em Coimbra a sua primeira loja da região CentroDepois da abertura, em 2010, de duas lojas no Norte do país (Ma-tosinhos e Maia), a Leroy Merlin inaugurou a sua primeira loja na região Centro, localizada em Coimbra, nas antigas instalações da Makro.Com uma área total de implantação de mais de oito mil metros qua-drados, a nova unidade comercial de Coimbra representa a criação de mais de 100 postos de trabalho directos.Dando seguimento ao seu projecto de expansão em Portugal, com a abertura deste novo espaço comercial, a Leroy Merlin passa a ter nove lojas. Já este ano, após obras de ampliação e remodelação, reabriu a Leroy Merlin de Sintra, com uma superfície de venda am-pliada de 8.000 para 12.000 metros quadrados.

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[ Mercado Relatório & Contas ][ Mercado Relatório & Contas ]

Lucro do El Corte Inglés

sobe 9,9% em PortugalO resultado líquido do El Corte Inglés em Portugal cresceu 9,9 por cento no ano passado, face a 2009, para 17,4 milhões de euros.O volume de negócios ascendeu a 408 milhões de eu-ros, sete milhões acima do registo do ano anterior. “Es-tes resultados são considerados pelo grupo como muito positivos, tendo em conta o período de desaceleração

económica a que se referem e reflectem, sobretu-do, o esforço de melhoria da eficácia

operacional da empresa”, assinalou o Grupo El Corte Inglés.

O El Corte Inglés tem previstos novos projec-

tos em território nacional para os pró-ximos anos, designadamente a construção de uma

nova unidade de grandes armazéns, na área de Cascais, e a inauguração de novos supermercados Supercor.Em termos mundiais, o grupo obteve em 2010 um re-sultado líquido consolidado de 319,4 milhões, menos 13,5 por cento que em 2009. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) situa-se nos 1.017,6 milhões, 4,6 por cento abaixo do exer-cício precedente.

Vendas líquidas da Tech Data crescem 18%

As vendas líquidas do segundo trimestre de 2012 da Tech Data, concluído a 31 de Julho, foram de 6,45 mil milhões de dólares, um aumento de 18 por cento relativamente aos 5,47 mil milhões de dólares alcançados em igual período do ano anterior.O reforço de diversas moedas estrangeiras relativamente ao dólar americano durante o segundo trimestre do ano fiscal de 2012, comparado com o mesmo período do ano anterior, teve um im-pacto positivo de aproximadamente nove pontos percentuais na comparação anual das vendas líquidas. A receita operacional para o segundo trimestre cresceu 20 por cento, para 78,8 milhões de dólares, ou 1,22 por cento das vendas líquidas, comparando com a receita operacional de 65,8 milhões de dólares, ou 1,20 por

cento das vendas líquidas referentes ao segundo trimes-tre do ano anterior. A receita líquida do segundo trimestre atribuível aos ac-

cionistas da Tech Data Corporation aumentou 23 por cento, para 50,1 milhões de dólares, comparando com os 40,9 milhões de dólares alcançados em igual período do ano anterior. Os ganhos por acção aumentaram 34 por cento, para 1,10 dólares, compa-rando com os 0,82 dólares alcançados no mesmo período do ano anterior.

Sonae apresenta resultado líquido

de 35 milhões de eurosNum primeiro semestre marcado pela fraca dinâmica de mer-cado na Península Ibérica, a Sonae viu o seu resultado líquido atingir os 35 milhões de euros. O volume de negócios consoli-dado ascendeu a 2.690 milhões de euros, o que representa um crescimento de um por cento.Num contexto “desafiante”, a retalhista destaca o ganho de quota de mercado, com o Continente a alcançar o maior au-mento de quota do sector da distribuição alimentar moderna em Portugal.A Sonae registou tam-bém uma especial re-siliência da rentabili-dade, com a margem EBITDA a manter-se nos 11 por cento e o resultado líquido total a crescer 20 por cento e a atingir 58 milhões de euros, dos quais 35 milhões atribuíveis aos ac-cionistas A Sonae MC verificou um aumento de três por cento das ven-das (mais um por cento quando apenas comparado o mesmo universo de lojas) e a Sonae SR, que reúne os formatos de retalho especializado, registou um decréscimo de um por cen-to.

Vendas da Staples crescem acima das previsões

no 2.º trimestreAs vendas da Staples cresceram 5,2 por cento no segundo trimestre fiscal, terminado a 31 de Julho, face ao mesmo período do ano passado, para 5,8 mil milhões de dólares, anunciou a empresa.Os lucros da Staples registaram um crescimento de 36 por cento quando comparado com o período homólogo, para 176 milhões de dólares. Os ganhos por acção aumentaram 39 por cento, de 0,18 dólares para 0,25 dólares por acção.As vendas nos mercados inter-nacionais cresceram 15,2 por cento, para 1,3 mil milhões de dólares, mas registaram um decréscimo de 0,1 por cento em moeda local. A taxa de lucro operacional aumentou sete pontos percentuais para 1,24 por cento, em compa-ração com o período homólogo de 2010. Este aumento reflecte principalmente o forte controlo nas despesas ge-rais e administrativas na Europa, compensado pela desa-lavancagem na cadeia de fornecimento e nos gastos com pessoal na Europa e Austrália.

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[ Mercado Relatório & Contas ][ Mercado Relatório & Contas ]

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Fnac prejudica resultados do Grupo PPR

As fortes vendas da divisão de luxo do Grupo PPR foram esbatidas pela fraca performance da área de retalho, nomeadamente as cadeias Redcats e Fnac. O lucro operativo recorrente da Fnac caiu de 38 para um milhão de euros, de acordo com os resultados relativos ao primeiro semestre.Globalmente o Grupo PPR viu os seus lucros líquidos cres-cerem 16 por centro, para os 450,2 milhões de euros. As vendas aumentaram 7,3 por cento, para os dois mil milhões de euros, catalisadas pelas marcas de luxo. Excluindo as actividades de retalho, o lucro consolidado subiu 17,4 por cento.A divisão de retalho do grupo tem sido fortemente afectada pela crise económica e a baixa no consumo. Recentemente, a Fnac apresentou um plano estratégico a cinco anos, denominado de “Fnac 2015”, que se baseia em três princípios-chave, a expansão da gama de produtos, a prioridade ao relacionamento com os clientes e uma aposta no mercado familiar. A expansão da gama de produtos pretende fazer da Fnac um ainda maior especialista na área do lazer e da tecnologia, com uma oferta focada em mais produtos técnicos e culturais.

Vendas da Media-Saturn descem 0,5%

no 1.º semestreAs vendas da Media-Saturn caíram 0,5 por cento, para os 9,3 mil milhões de euros, durante a primei-ra metade de 2011, segundo os resultados recente-mente publicados pelo Grupo Metro.O segundo trimestre foi claramente menos favorável que o primeiro, reflectindo a ausência, em 2011, de um evento como o Campeonato do Mundo de Fute-bol, que foi um forte gerador de vendas no segundo trimestre de 2010.Na Alemanha, as vendas caíram ligeiramente, cerca de 0,4 por cento, para os 4,1 mil milhões de euros. Nos restantes países da Europa Ocidental, a desci-da foi de 3,1 por cento para os quatro mil milhões de euros. Em França, as vendas foram significativa-mente mais baixas, face ao desinvestimento e venda da Saturn.

Miele aumenta volume de vendas em 4%A Miele voltou a registar novos recordes de vendas, no ano fiscal de 2010/2011, terminado a 30 de Junho, tendo atingido um volume de vendas de 2,95 mil milhões de euros. Estes dados confirmam um cres-cimento de quatro por cento em relação ao ano anterior, nomeadamente na Europa Central, Ásia e mercados intercontinentais. No mercado interno alemão, a Miele cresceu 26 milhões de euros, alcançando na totalidade um valor de 865 milhões de euros, o que representa um aumento de três por cento. Assim, a participação da Alemanha no volume de negócios global manteve-se praticamente constante nos 29,6 por cento (29,9 por cento no ano passado). A recuperação de negócios nos países escandinavos, que anteriormente assinalaram um abrandamento devido ao elevado valor do euro, também teve um efeito positivo sobre as vendas totais. Entre grupos de produtos, destacam-se os electrodo-mésticos de encastrar com um crescimento acima da média.

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[ Mercado Dados de Mercado ] [ Mercado Dados de Mercado ]

P

O actual contexto de desaceleração da economia nacional, com reflexos na diminuição do consumo privado, não impediu que as empresas de distribuição conseguissem ultrapassar as dificuldades. De acordo com o

ranking anual da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), o universo dos seus associa-dos apresentou, em 2010, um crescimento de seis por cento face ao ano anterior, para os 15.708 milhões

de euros . O peso do volume de negócios destas empresas em relação ao Produto Interno Bruto gerado em Portugal tem vindo consecutivamente a aumentar, sendo, em 2010, de 9,1 por cento.

ara a directora geral da APED, Ana Trigo Morais, os dados re-lativos a 2010 são positivos e mostram a capacidade de “re-

siliência” do sector. A responsável destaca que, apesar da conjuntura económica, o sector conseguiu gerar emprego. O ranking contabiliza 5.195 novos postos de trabalho, em 2010, que contribuíram para que, no final do ano, o sector empregasse 93.068 pessoas. 70 por cento das quais, segundo Ana Trigo Morais, com contrato efectivo. No entanto, no ano passado, cinco dos asso-ciados diminuíram postos de trabalho. É o caso do Auchan (-2%), do Lidl (-3%), do Minipreço (-1%), da Media Markt (-4%) e da Maxmat (-5%).A difícil conjuntura económica reflectiu-se, ainda, nos planos de expansão dos reta-lhistas. O parque de lojas aumentou em 37

pontos de venda, mas a abertura de novas lojas foi inferior à registada em anos tran-sactos.

Worten reforça liderançaNum ano em que globalmente o volume de negócios do sector da distribuição cresceu seis por cento, a Sonae foi a líder indiscutí-vel, quer na vertente alimentar quer no não alimentar. As insígnias de retalho controla-das pelo grupo facturaram 5,2 mil milhões de euros, crescendo quatro por cento. O ranking, no sector alimentar, é liderado pelo Continente, com um volume de negó-cios de 3.555 milhões de euros, seguido pelo Pingo Doce, com 3.453 milhões de eu-ros, e pelo Auchan, com 1.601 milhões de euros. Apesar da liderança do Continente, foi o Pingo Doce que mais se destacou, com as suas receitas a subirem 11 por cento. Já no não alimentar, a Worten mantém a li-derança em relação ao ano passado, com um volume de negócios de 765 milhões de euros, número que apenas se reporta à sua actividade no mercado nacional e que tra-duz um crescimento de nove por cento so-bre 2009. Seguem-se no ranking o El Corte Inglés, com 482 milhões de euros, e a Fnac, com 360 milhões de euros.Globalmente, as insígnias de base não ali-mentar cresceram, face a 2009, sete por cento. No top 25 das empresas associadas da APED, em termos de volume de negó-cios, é de assinalar o crescimento de 38 por cento da Leroy Merlin, para os 220 milhões de euros.

Distribuição contraria a crise e cresce em 2010

‘‘‘‘ No ano passado, cinco dos associados diminuíram postos de trabalho. É o caso do Auchan (-2%), do Lidl (-3%), do Minipreço (-1%), da Media Markt (-4%) e da Maxmat (-5%).A difícil conjuntura económica reflectiu-se, ainda, nos planos de expansão dos retalhistas. O parque de lojas aumentou em 37 pontos de venda, mas a abertura de novas lojas foi inferior à registada em anos transactos.

A Worten mantém a liderança em relação ao ano passado, com um volume de negócios de 765 milhões de euros, número que apenas se reporta à sua actividade no mercado nacional e que traduz um crescimento de nove por cento sobre 2009. Seguem-se no ranking o El Corte Inglés, com 482 milhões de euros, e a Fnac, com 360 milhões de euros.

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[ Mercado Dados de Mercado ]

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[ Mercado Dados de Mercado ]

‘‘

‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: DR

‘‘

‘‘2010 2009 2010

vs 20091. Worten 765 703 9%2. El Corte Inglés 482 470 3%3. Fnac 360 339 6%4. IKEA 333 301 10%5. SportZone 229 221 4%6. Leroy Merlin 220 159 38%7. AKI 192 182 6%8. Staples 190 190 0%9. Media Markt 182 194 -6%10. Moviflor 182 170 7%11. Decathlon 162 133 22%12. Modalfa 150 138 9%13. Lojas Francas 145 135 7%14. C&A 136 158 -14%15. Massimo Dutti 92 87 6%

Ranking não alimentar – volume de negócios

(em milhões de euros)

Fonte: APED

Apesar da subida generalizada das vendas, houve casos de quebra de facturação em 2010. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Media Markt, cujas receitas escor-regaram seis por cento, e com a C&A, que perdeu 14 por cento.

2011, um ano mais difícil que os anterioresOs números relativos ao ano passado são positivos mas 2011 permanece ainda como uma incógnita. Para já, os dados provisó-rios da APED indicam que a electrónica, a par com os têxteis, são os dois sectores que

sentiram quebras no volume de negócios no primeiro semestre, perdendo, face a 2010, quatro e nove por cento, respectivamente. De acordo com Ana Trigo Morais, “o ano de 2011 tem sido diferente e mais difícil que os anteriores mas, apesar destes dados provi-sórios, ainda é cedo para termos uma visão completa do que vai acontecer até ao final do ano. Sabemos, contudo, que o consumo desceu 5,3 por cento no primeiro semestre, mas ainda há que ter em conta o período de Novembro e Dezembro, que terá um grande impacto, devido ao desvio orçamental que os consumidores terão este ano”.

Os dados provisórios da APED indicam que a electrónica, a par com os têxteis, são os dois sectores que sentiram quebras no volume de negócios no primeiro semestre, perdendo, face a 2010, quatro e nove por cento, respectivamente. De acordo com Ana Trigo Morais, “o ano de 2011 tem sido diferente e mais difícil que os anteriores mas, apesar destes dados provisórios, ainda é cedo para termos uma visão completa do que vai acontecer até ao final do ano. Sabemos, contudo, que o consumo desceu 5,3 por cento no primeiro semestre, mas ainda há que ter em conta o período de No-vembro e Dezembro, que terá um grande impacto, devido ao desvio orçamental que os consumidores terão este ano”.

Globalmente, as insígnias de base não alimentar cresceram, face a 2009, sete por cento. No top 25 das empresas associadas da APED, em termos de volume de negócios, é de assinalar o crescimento de 38 por cento da Leroy Merlin, para os 220 milhões de euros.

Apesar da subida generalizada das vendas, houve casos de quebra de facturação em 2010. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Media Markt, cujas receitas escorregaram seis por cento, e com a C&A, que perdeu 14 por cento.

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Independentemente de todas as mudanças que se têm operado, nos últimos tempos, nos padrões de con-sumo, a loja continua a ser, na maioria dos casos, o local onde se efectiva a compra do produto. Mas nem

por isso se pode dizer que os consumidores lhe são particularmente fiéis. Com o despontar de novos canais de distribuição e a ascensão da Internet, muitos vaticinaram que seria o fim das lojas. Tal não ocorreu, a

relação entre o consumidor e o vendedor da loja não “morreu”, mas está em suspenso. Nestas condições, inevitavelmente que se coloca a questão: serão os vendedores ainda úteis para os consumidores e que com-

portamento esperam estes daqueles?ace à abundância da oferta, quer em termos de canais de distribui-ção quer de produtos e de marcas, os consumidores sentiram-se a

perder o controlo sobre o seu consumo. Em contrapartida, adoptaram uma atitude mais vigilante. O controlo foi novamente assumido, a montante, durante a fase prévia de reflexão sobre uma compra e de recolha de informa-ção sobre o produto. Essa prudência é ainda maior quando se trata de bens que implicam um maior investimento e tanto mais quanto os rendimentos do consumidor forem menos elevados. São mais de 90 por cento os consumidores europeus que efectuam uma pesquisa pré-via à sua compra, revela o estudo Obser-vador Cetelem. Esta fase da “pré-compra” constitui também uma actividade morosa, já que cerca de um em cada dois consu-midores espera mais de um mês antes de optar por um artigo como os electrodomés-ticos. Durante este período, o consumidor realiza um verdadeiro estudo de mercado, onde a Internet não é a única fonte de in-formação disponível e a experiência na loja conserva toda a sua importância. E, de fac-to, o consumidor considera-a como sendo,

em média, a mais influente na sua decisão. Deste modo, longe de suprimir a compra em loja, a Internet tem a sua utilidade no início do processo, quando o consumidor selecciona online os produtos que lhe interessam, pro-

cura os preços mais baixos e até mesmo as lojas onde aqueles estão disponíveis, antes de se deslocar de facto ao ponto de venda para ver o produto e concretizar a compra. E, para os bens tecnológicos, são 45 por cen-

Atenção vendedores, estarão os senhores à altura

das expectativas dos consumidores?

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to os jovens internautas do norte da Europa que efectuam a pesquisa online e em segui-da compram na loja, proporção que se pode aproximar dos 75 por cento em Portugal, na Polónia ou na Rússia, de acordo com o Con-sumer Commerce Barometer.Ao mesmo tempo, os consumidores conti-nuam a recorrer frequentemente aos vende-dores para validar o seu pedido ou obter uma informação sobre a disponibilidade dos stocks. Os produtos tecnológicos são particularmente visados, segundo o Observador Cetelem, e 53 por cento dos compradores de bens de equi-pamento para a casa e 57 por cento dos de produtos “high tech” confirmam recorrer fre-quente ou sistematicamente aos vendedores. Não obstante, embora o vendedor seja fre-quentemente solicitado, ele é apenas a quarta fonte de informação invocada pelos consumi-dores quando precisam de tomar a decisão de compra. Nestas condições, serão os ven-dedores ainda úteis para os consumidores?

A resposta parece ser afirmativa dado que apenas uma minoria os dispensaria.

A importância da dimensão do acolhimento: amabilidade, educação e confiançaNesta relação com os vendedores, os consu-midores focalizam-se mais na dimensão do acolhimento do que propriamente nos aspec-tos intrínsecos à venda. O estudo demonstra que o que os consumidores europeus apre-ciam mais nos vendedores é a sua inteligência relacional, valorizando os aspectos da gentile-za e da amabilidade. No entanto, em 12 dos 13 países estudados, os jovens questionados mostraram-se me-nos unânimes relativamente à amabilidade dos vendedores. O que, alegam os autores do estudo, se poderá justificar por uma du-pla incompreensão. Por um lado, os jovens mostram-se, algumas vezes, excessivamente desconfiados, o que degrada a qualidade do contacto que estabelecem com os vendedo-

res, e, por outro, estes mesmo jovens são “ví-timas” de ideias pré-concebidas face a uma clientela na qual os vendedores antecipam um menor poder de compra.O inquérito concluiu que os consumidores europeus consideram que, actualmente, os vendedores lhes concedem todo o tempo para descobrir, por si próprios, as ofertas. Uma afirmação que traduz a incerteza dos vendedores face a uma clientela cada vez mais informada e, logo, mais especializada e rigorosa. Assim, a anterior superioridade, em termos de conhecimentos, do vendedor desapareceu para dar lugar a uma relação mais equilibrada. São menos de 30 por cento os jovens europeus que declaram ter sentido confiança face ao vendedor aquando da últi-ma compra importante. No segmento “high tech”, onde são mais susceptíveis de solicitar aconselhamento, não representam mais de 39 por cento os seniores que estabeleceram uma relação de confiança. Para o consumidor, os vendedores não fa-zem, de resto, muito para a merecer. O es-tudo aponta que os vendedores dão muitas vezes a sensação de não dominar o assunto como deveriam, crítica que é mais acentuada nos jovens. Apenas 32 por cento dos jovens portugueses inquiridos estimam que o último vendedor que consultaram tinha uma boa experiência na sua área. Filipe Barbosa, Key Account Manager da Hama Portugal, dá como exemplo a experiência de atendimento nas lo-jas norte-americanas. “Quando se passa na linha de caixas, o operador pergunta sempre se encontrámos tudo o que procurávamos. Esse hábito em Portugal não existe. Quan-tos clientes compram uma extensão múltipla

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‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: DR

O que os consumidores europeus apreciam mais nos vendedores é a sua inteligência relacional, valorizando os aspectos da gentileza e da amabilidade.

Apenas 32 por cento dos jovens portugueses inquiridos estimam que o último vendedor que consultaram tinha uma boa experiência na sua área.

Filipe Barbosa, Key Account Manager da Hama Portugal, dá como exemplo a experiência de atendimento nas lojas norte-americanas. “Quando se passa na linha de caixas, o operador pergunta sempre se encontrámos tudo o que procurávamos. Esse hábito em Portugal não existe. Quantos clientes compram uma extensão múltipla ou um simples cabo de antena novo quando compram um LCD? Confirmo, infelizmente, que na loja poucos acabam por comprar. E o cliente chega a casa e questiona-se como vai ligar o seu aparelho. Acaba por ficar insatisfeito, porque não conseguiu ter uma boa experiência de compra, ligando o produto tal como planeava fazer quando saiu da loja. Bastava o vendedor ter tido o cuidado de o informar e lhe vender os acessórios necessários”.

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‘‘ “Só uma pessoa educada é que, se vir uma senhora grávida, que não tem um carrinho de compras, a querer pegar em algo pesado, vai imediatamente à frente de loja buscar o carro, lhe põe o artigo pesado e a acom-panha à linha de caixas. E, em seguida, vai com ela até ao seu automóvel para colocar o artigo na mala. Isto é educação. Não há formação que resista à falta de princípios e de valores

‘‘‘‘ ‘‘ Há dois tipos de vendedores que ainda parecem ser vistos

com benevolência aos olhos dos consumidores, os “apaixonados” e os que estão perfeitamente atentos aos clientes, mesmo que para isso tenham de renunciar a uma venda.

“Seja vendedor, Key Account, chefe de vendas, director geral, comprador, chefe de compradores, chefe de secção, chefe de departamento ou director de loja, a sua agenda deve incluir momentos para contactar e assim ‘sentir’ e escutar os clientes”

ou um simples cabo de antena novo quando compram um LCD? Confirmo, infelizmente, que na loja poucos acabam por comprar. E o cliente chega a casa e questiona-se como vai ligar o seu aparelho. Acaba por ficar insatisfei-to, porque não conseguiu ter uma boa expe-riência de compra, ligando o produto tal como planeava fazer quando saiu da loja. Bastava o vendedor ter tido o cuidado de o informar e lhe vender os acessórios necessários”.Quanto à gentileza e amabilidade, aspectos que também são valorizados pelos consu-midores na sua relação com os vendedores, pecam, segundo o estudo, por escassos. Mas nesse ponto, Carlos Maia, director geral da Staples em Portugal, responde com uma só palavra, “educação”. “Só uma pessoa educa-da é que, se vir uma senhora grávida, que não tem um carrinho de compras, a querer pegar em algo pesado, vai imediatamente à frente de loja buscar o carro, lhe põe o artigo pesado e a acompanha à linha de caixas. E, em se-guida, vai com ela até ao seu automóvel para colocar o artigo na mala. Isto é educação. Não há formação que resista à falta de princípios e de valores. Jorge Conde, gerente da Florente, reforça mesmo que “é para isso que o vende-dor é pago. E tem como mínimo sorrir e ser

simpático e educado”.

Por onde anda o vendedor apaixonado?O estudo Observador Cetelem revela também que a objectividade dos vendedores é outro dos aspectos contestados pelos consumi-dores. Somente 32 por cento dos europeus consideram que o vendedor lhes oferece uma escolha objectiva entre os vários produtos. O inquérito esmiuça ainda mais esta questão adiantando que apenas 23 por cento dos jo-

vens e 28 por cento dos seniores europeus declaram que o vendedor evitou que fizessem uma má escolha. “Quem está na plataforma de vendas tem de ter mais formação técni-ca, dirigida para produto, em vez de muitos conceitos de treta que acabam por levantar dúvidas ao cliente”, alerta José Henriques, comercial na Volvo. “Muitas vendas salvam-se graças ao gosto dos vendedores que, com algum custo próprio, se inteiram das qualida-des e vantagens dos produtos”, acrescenta.

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‘‘ “Já lá vai o tempo em que o responsável da loja es-tava no seu escritório, a tratar dos papéis, e em reuniões. Hoje em dia, tem de estar na loja, no meio da acção, no meio da pirâmide, a observar o consumidor e os seus vendedores.”

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Há dois tipos de vendedores que ainda pare-cem ser vistos com benevolência aos olhos dos consumidores, os “apaixonados” e os que estão perfeitamente atentos aos clientes, mesmo que para isso tenham de renunciar a uma venda. O Observador Cetelem define o vendedor apaixonado como aquele que vai abrir novos horizontes ao consumidor e, sobretudo, aquele cujos conselhos de venda serão mais desligados de qualquer objectivo comercial. Consequentemente, os seus con-selhos serão os mais valorizados pelo consu-midor, ainda que se prejudique o orçamento. Do mesmo modo, o vendedor atento às ne-cessidades do cliente e que lhe dá a resposta com honestidade contribuirá para valorizar a imagem da sua loja junto do consumidor. Paradoxalmente, recusar uma venda que não corresponde às necessidades do cliente é uma forma de garantir que este voltará à loja, uma vez que não foi “enganado”.Estes dois perfis de vendedores continuam a ser minoritários. O estudo avança mesmo que o vendedor apaixonado parece ser uma espécie em vias de extinção e, em Portugal e na Itália, apenas 18 por cento dos jovens con-sumidores encontraram um vendedor assim aquando da sua última compra importante. Segundo Jorge Conde, ainda existem alguns destes vendedores e cita, como exemplo, um vendedor de uma grande insígnia que “agar-rou na lista de compras de uma senhora e trouxe-lhe o carrinho de volta, com tudo o que a cliente queria comprar”. Em contrapar-tida, alerta para o facto do cliente querer um bom atendimento com novas experiências e não “uma loja fria, com funcionários a conta-rem anedotas e a jogarem consola”. Ricardo Santos, participante no fórum Rm-Revismar-ket, reforça que existem muitos factores que vão além da simples motivação ou “vestir da camisola”. “Temos o hábito de culpar sempre quem está na frente de loja, mas nem sequer pensamos que essa pessoa, na maioria dos casos, não tem formação prévia sobre os pro-dutos da sua secção ou até sobre o próprio funcionamento da organização. É simples-mente ‘largado às feras’ sem preparação para tal”.

1. Como pensa que está a evoluir a relação do consumidor com o vendedor em Portugal?Está a evoluir, na quase totalidade dos casos, em dois sentidos drasticamente diferentes. O pri-meiro, com o primado do livre-serviço, em que o consumidor interage o mínimo possível com o vendedor, procurando rapidez e “despersonalização”; o segundo, com a especialização no atendi-mento, que ocorre em lojas de bairro, em mercearias gourmet e em lojas mais premium, em que o consumidor valoriza a simpatia, a competência, o conhecimento e a humanização do serviço. Tipicamente, o primeiro tipo de relação está mais patente nas grandes superfícies da distribuição, nos franchising internacionais e nas lojas category-killer (embora haja algumas excepções, com-binando grande dimensão e atendimento qualificado, como na Decathlon ou Fnac). O segundo tipo está mais associado a pequenos negócios, em que esta é uma condição de diferenciação e sobrevivência, ou ao luxo.

2. Na sua opinião, qual a característica que o consumidor mais valoriza no vendedor?O que o consumidor valoriza é a capacidade do vendedor de se pôr no lugar do consumidor, desde o entender as suas necessidades, de o tratar com disponibilidade e cortesia, de explicar o funcionamento e dar conselhos de utilização, de prestar uma boa assistência pré e pós-venda, até à relação de cumplicidade e identificação que entre ambos se estabelece quando o vendedor tem esse condão.

3. Pensa que o consumidor ainda tem confiança no vendedor e valoriza a sua recomenda-ção?Sem dúvida, quando o vendedor se mostra competente (sem ser arrogante) e disponível (sem ser insistente), a relação humana da venda é uma grande mais-valia para a maioria dos consumidores. Lembra-nos a canção, tema da velha série “Cheers”, “Sometimes you wanna go where everybody knows your name!”. O vendedor tem a possibilidade de fazer o consumidor sentir-se especial, muito para além das marcas que está a vender.

4. Qual a sua opinião sobre a formação dos vendedores de loja em Portugal?Tem sido, historicamente, deficiente, mas está a melhorar. A internacionalização dos negócios tem contribuído para a padronização de uma qualidade mínima de atendimento em muitas lojas, tra-zendo modelos e inspirações benéficos. Por outro lado, a concorrência e o aumento da exigência do consumidor também obrigam a uma rápida adaptação. Qualquer dono de pequeno negócio deveria ser ensinado a atender correctamente e a formar os seus empregados em conformidade, porque isso é vital: para conquistar consumidores, para fidelizá-los e para evitar o “abandono silencioso” que os clientes mal tratados ou desagradados votam à loja onde não voltarão, sem segunda oportunidade. 5. O que a loja pequena, com poucos recursos para formação, pode fazer para melhorar o atendimento dos seus vendedores?A simpatia e as boas maneiras são fórmulas baratas e universais de sucesso, que devem ser fomentadas e exigidas pelas lojas, devendo o exemplo partir de cima. Políticas de incentivo e recompensa das vendas naturalmente fazem capitalizar estas premissas. Outra boa possibilidade (económica) é convidar os vendedores a fazer “espionagem” e “mistery-shopping”, frequentando outras lojas e aprendendo com os seus exemplos.

Professora auxiliar e investigadora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa e especializada em Sociologia do Consumo. Defendeu a tese de doutoramento sobre “Consumo e distin-ção social contemporânea” e publicou o livro “Sociologia do Consumo aplicada ao Marketing e à Comunicação”.

Raquel Barbosa Ribeiro

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Então, como é que se “ressuscitam” estes vendedores apaixonados tão valorizados pelos clientes? João Catalão, presidente e fundador da YouUp, aconselha, como priori-dade número um, a “sentir o cliente”. “Seja vendedor, Key Account, chefe de vendas, di-rector geral, comprador, chefe de comprado-res, chefe de secção, chefe de departamento ou director de loja, a sua agenda deve incluir momentos para contactar e assim ‘sentir’ e escutar os clientes. Existem imensas e boas lojas com muitos check-outs a funcionar ao mesmo tempo. Experimente percorrer o cor-redor do lado de fora e observe, com atenção, o que os clientes estão a colocar nos sacos. Que produtos, formatos, marcas, quantidades e promoções estão a ser preferidos?”, suge-re. Opinião que é partilhada por Karim Sacoor, administrador da Audilar. “Já lá vai o tempo em que o responsável da loja estava no seu escritório, a tratar dos papéis, e em reuniões. Hoje em dia, tem de estar na loja, no meio da acção, no meio da pirâmide, a observar o consumi-dor e os seus vendedores. Tem de ter a noção do desempenho de cada pessoa que trabalha na loja, vigiar e avaliar todos os postos de trabalho. Quando um cliente sai sem comprar, tem de perceber porquê e to-mar logo medidas. Hoje, o tráfego é tão pouco que cada cliente que entra na loja tem de ser

aproveitado”. Como dica, Karim Sacoor acon-selha a rodar todos os colaboradores da loja, no máximo trimestralmente, para que cada um aprenda coisas novas e se evite o cansa-ço. “Que provoca vícios e saturação”. Em suma, o que estes profissionais subli-nham é a noção, tantas vezes espelhada em livros de gestão, de que o cliente é o patrão. “Devemos observar o seu comportamento, ouvi-lo, interagir com ele e motivar os nos-sos colaboradores e chefias a adoptarem a mesma atitude, de forma a criar confiança e

credibilidade na insígnia que representamos”, defende Mário Blimundo, participante no fó-rum da Rm-Revismarket. “Todos somos ven-dedores e simultaneamente clientes”.

A co-responsabilização das chefiasAs chefias são também co-responsáveis nes-te processo de relacionamento com os con-sumidores. “Muitas vezes, o chefe também não sabe”, contesta Jorge Conde. Questão que também é abordada por José Henriques. “Nas lojas, o problema é o efeito de escada, bem como o efeito de bola de neve. Se o di-rector não sabe, como há-de o chefe de saber, que de chefe tem apenas o crachat, e incutir ao verdadeiro vendedor e artista o conceito de atendimento?”.

Raquel Barbosa Ribeiro, especia-lista em Sociologia do Consumo da Universidade Técnica de Lisboa, aconselha a que as chefias promo-vam e dêem o exemplo de simpatia e boas maneiras, que são “fórmulas baratas e universais de sucesso”. O

envolvimento e estímulo das chefias são fac-tores fundamentais e João Catalão dá como exemplo uma conferência a que atendeu, re-centemente, nos Estados Unidos, e onde mui-tos quadros intermédios confessaram que já não “lutam” nem ambicionam ser promovidos porque consideram que não é estimulante. Mas não é só a falta de interesse a “culpada”. As contrapartidas financeiras são também importantes, como argumenta Filipe Barbosa, que se questiona sobre os resultados alcan-çados se existem vendedores a pensarem que se saírem às 18 horas ou se saírem às 20 ho-ras será igual. “Quantos gestores temos nós, que ganham 750 a 800 euros por mês, para gerirem milhões de euros de compras por ano? Pensam que um vendedor prefere ga-nhar 600 euros fixos por mês ou ganhar 250 euros fixos por mês e depois saber que rece-be mais 0,5 por cento de tudo o que vende? A resposta será óbvia e infelizmente penso que a maioria vai preferir o primeiro”.

‘‘ O cliente é o patrão. “Devemos observar o seu comportamento, ouvi-lo, interagir com ele e motivar os nossos colaboradores e chefias a adoptarem a mesma atitude.”

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Se o director não sabe, como há-de o chefe de saber, que de chefe tem apenas o crachat, e incutir ao verdadeiro vendedor e artista o conceito de atendimento?”.

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[ Mercado Dados de Mercado ]

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A saúde do sector imobiliário português não está bem nem se recomenda. O relatório Marketbeat de Outono da Cushman & Wakefield (C&W) revela que, no primeiro semestre, foram atingidos vários recordes mínimos

ao nível da oferta de retalho, da procura de escritórios, na logística e no investimento imobiliário. A quase au-sência de financiamento para o sector fez-se sentir fortemente no investimento que registou, neste período, uma quebra de 30 por cento face ao homólogo de 2010. A presença de investidores estrangeiros foi pratica-mente inexistente, não representando mais que três por cento do volume total investido, num sinal do cada

vez maior enfoque dado pelos investidores ao risco do país.

e acordo com Marta Esteves Cos-ta, consultora da C&W, as dificul-dades sentidas não estão directa-mente relacionadas com o sector

imobiliário, mas por um clima de dúvida, vivi-do no final da anterior legislatura, que teve um forte impacto na tomada de decisões. Muitas transacções estavam, no início do ano, próxi-mas de serem concluídas mas, com o agravar do rating da dívida soberana, foram adiadas ou até mesmo canceladas. O maior negócio de investimento imobiliário do primeiro se-mestre foi a compra da Worten e do Conti-nente do centro comercial Vasco da Gama por parte do Imofomento, do Grupo BPI.O mercado dos escritórios registou o volume de transacção mais baixo desde 2003, o imo-biliário industrial manteve a postura cautelosa desde 2009 e o sector do retalho é dos que mais se tem ressentido, desde 2007, com a deterioração do poder de compra dos consu-midores. Segundo a análise da C&W, a taxa de crescimento de conjuntos comerciais re-gistou, em 2010, o valor mais baixo desde os anos 90, apenas 2,5 por cento. No final deste ano, deverá situar-se novamente abaixo dos

três por cento, situação que se manterá nos próximos dois anos.Nesta área, assinalaram-se apenas duas inau-gurações na primeira metade do ano, a do Fórum Sintra, promovido pela Multi Develop-

ment, e a do Aqua Portimão, da Bouygues Imobiliária. Para o segundo semestre, não se esperam muitas mais inaugurações, apenas as de dois retail parks, o Multiusos Oriente, em Lisboa, e o Évora Retail Park. Até 2013 estão anunciados 12 novos conjuntos comer-ciais.Esta retracção na oferta de conjuntos comer-ciais é também justificada por uma procura menos dinâmica deste formato, que contrasta claramente com a do comércio de rua. Desde 2008, que este tem sido um dos poucos por-tadores de boas notícias para o mercado imo-biliário português. A presença de retalhistas aumentou consideravelmente, tanto em Lis-boa como no Porto, e são vários os exemplos de novos “clusters” de retalho a surgirem.

Imobiliário português em maus lençóis

‘‘‘‘ As dificuldades sentidas não estão directamente relacionadas com o sector imobiliário, mas por um clima de dúvida, vivido no final da anterior legislatura, que teve um forte impacto na tomada de decisões. Muitas transacções estavam, no início do ano, próximas de serem concluídas mas, com o agravar do rating da dívida soberana, foram adiadas ou até mesmo canceladas. O maior negócio de investi-mento imobiliário do primeiro semestre foi a compra da Worten e do Continente do centro comercial Vasco da Gama por parte do Imofomento, do Grupo BPI.

Texto: Carina Rodrigues Fotos: Dreamstime

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O impressionante crescimento das vendas da Amazon vai conduzir a “gigante” online a ultrapassar o Carrefour, em termos de vendas, nos próximos dez anos. Segundo um novo estudo da ResearchFarm, com

a empresa prestes a gerar vendas de mais de 40 mil milhões de dólares este ano e actualmente com uma taxa de crescimento de 50 por cen-to, a Amazon poderá atingir o valor das vendas de 2010 do Carrefour, de cerca de 139,2 mil milhões de dólares, durante a próxima década e

desafiar o segundo maior retalhista do mundo pela sua posição.

om a maioria dos retalhistas físicos a debaterem-se com as dificuldades causadas pela crise económica e a não conseguirem

que as suas vendas cresçam mais que um dígito (no primeiro semestre, o crescimen-to das vendas do Carrefour foi de 2,7 por cento), os últimos resultados trimestrais da Amazon revelam uma subida de 50 por cen-to a partir de uma base já elevada. “A Ama-zon pode crescer muito mais rápido que os chamados ‘bricks and mortar’, porque os ‘pureplay’ não têm de investir numa estru-tura de lojas nos mercados exteriores e o alargamento do seu ‘marketplace’ permite virtualmente ter um stock de inventário sem investimento ‘à cabeça’”, sublinha Daniel Lucht, consultor da ResearchFarm.

O que é que a Amazon tem?Para os retalhistas online, é relativamente “barato” internacionalizar as suas opera-ções dado que os websites já são à parti-da globais. Uma vez atingido determinado patamar de vendas num dado país, estes

retalhistas podem, através de sites nacio-nais, adequar a sua oferta localmente, de acordo com a procura e posicionamento de preços, e até mesmo, caso o desejem, abrir lojas “flagship”. Inversamente aos “bricks and mortar”, para continuar a crescer no futuro, a Amazon não necessita de investir em imobiliário comercial, pagar rendas de lojas, contratar pessoal de vendas e rechear as suas lojas de stock. Mas pode explorar os pontos fortes da sua cadeia de abasteci-mento e utilizar em pleno o seu modelo de negócio “just in time”. De facto, o modelo

de cashflow da Amazon é mais apurado que o dos retalhistas tradicionais, dado que o ciclo do inventário é reduzido ao máximo. Para além disso, a Amazon tem um enorme potencial em poder oferecer marcas e re-ferências que ainda não estão disponíveis no seu site. Através da sua operação de “marketplace”, que permite a terceiros ven-derem aos seus clientes, a retalhista online pode aprofundar e alargar as gamas de pro-dutos oferecidas sem ter de investir capital. O crescimento desta operação também lhe possibilita conhecer as últimas tendências

Amazon vai ultrapassar o Carrefour

na próxima década

‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: Amazon e Carrefour

Para os retalhistas online, é relativamente “barato” internacionalizar as suas operações dado que os websites já são à partida globais. Uma vez atingido determinado patamar de vendas num dado país, estes retalhistas podem, através de sites nacionais, adequar a sua oferta localmente, de acordo com a procura e posicionamento de preços, e até mesmo, caso o desejem, abrir lojas “flagship”. Inversamente aos “bricks and mortar”, para continuar a crescer no futuro, a Amazon não necessita de investir em imobiliário comercial, pagar rendas de lojas, contratar pessoal de vendas e rechear as suas lojas de stock.

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[ Mercado Tendências ]

de consumo e, mesmo que os produtos pouco tenham a ver consigo, a Amazon recebe sempre uma percentagem das ven-das. Mais ainda, o “marketplace” também encoraja a concorrência entre quem vende, o que motiva à descida dos preços, refor-çando a percepção de que a Amazon tem preços muito competitivos. Outro dos pontos fortes da Amazon, reco-nhecido em inquéritos junto do consumidor em todos os países onde está presente, é a sua natureza de conveniência e centra-mento no consumidor, demonstrada por ferramentas de fidelização como o serviço gratuito de entregas Prime, e a criação de todo um ecossistema em torno do Kindle e dos downloads digitais. A Amazon está ainda a testar soluções “click & collect” nos Estados Unidos da América e no Reino Uni-do, que poderão dar mais um impulso ao seu crescimento. Estas soluções são cada vez mais populares entre os consumidores e podem contribuir para uma economia nos custos de entrega e devoluções, por se agregarem encomendas, entregues em pontos de recolha comuns.

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[ Mercado Tendências ] [ Mercado Tendências ]

‘‘ A Amazon tem um enorme potencial em poder oferecer marcas e referências que ainda não estão disponíveis no seu site. Através da sua operação de “mar-ketplace”, que permite a terceiros venderem aos seus clientes, a retalhista online pode aprofundar e alargar as gamas de produtos oferecidas sem ter de investir capi-tal. O crescimento desta operação também lhe possibilita conhecer as últimas tendências de consumo e, mesmo que os produtos pouco tenham a ver consigo, a Amazon recebe sempre uma percentagem das vendas. Mais ainda, o “mar-ketplace” também encoraja a concorrência entre quem vende, o que motiva à descida dos preços, reforçando a percepção de que a Amazon tem preços muito competitivos.

‘‘Esta previsão da ResearchFarm contempla uma desaceleração da taxa de crescimento da Amazon, mas assenta na assunção de que os seus mais recentes investimentos, incluindo o lançamento dos seus tablets, projectado para Novembro (ver caixa), o crescimento da sua divisão de serviços Cloud e as economias de escala geradas pelos seus centros de distribuição irão dar frutos. Adicionalmente, depende de diferen-tes factores, como as taxas de câmbio e a evolução da inflação, sem esquecer que o futuro do próprio Carrefour permanece ain-da uma incógnita. A projecção também reflecte uma certa

fraqueza por parte do retalhista francês. A ResearchFarm acredita que o Carrefour irá continuar a crescer, mas que não será, nem de perto nem de longe, tão dinâmico como a Amazon, mesmo que as taxas de crescimento desta amadureçam e baixem dos actuais 50 por cento. Face às difíceis

condições que se vivem em toda a Europa Ocidental, o principal mercado do Carre-four, e à perda de quota dos hipermercados para os formatos mais pequenos, de conve-niência, e para os discounters, o retalhista francês não deverá crescer significativa-mente. Muitos dos seus ganhos vêm dos mercados emergentes, onde o Carrefour e a Amazon andarão ombro a ombro no futuro. “A reacção do Carrefour à revolução online, através da parceria com a PIXmania, peca por tardia”, defende Daniel Lucht. “Quando esta operação estiver totalmente em curso, em 2012, já a Amazon terá conseguido mais ganhos de escala, tornando-se mais difícil para o Carrefour concorrer. Se o retalhista francês quiser defender a sua posição ac-tual ao longo da próxima década, a melhor opção será ‘comprar’ este crescimento, através de aquisições”.

Mais uma acha para a fogueira dos tabletsA Amazon prepara-se para entrar no mercado dos tablets. Segundo o site TechCrunch, o tablet deverá ser lançado em Novembro e custará 250 dólares. A estratégia passa por criar um modelo acessível e eficaz. O novo tablet terá um ecrã a cores de sete polegadas, o que significa que é mais pequeno que o iPad, que tem cerca de dez polegadas, mas maior que a versão mais pequena dos actuais Kindle, com seis polegadas.O TechCrunch, que garante ter já testado o novo tablet, adianta que terá um sistema operativo Android (2.2), ligação Wi-Fi, memória de seis gigabytes e um processador de um núcleo. Integrará os vários serviços Cloud da Amazon, numa aposta forte na venda de conteúdos digitais, como importante fonte de receitas.

A Amazon já aqui ao ladoEspanha é o mais recente mercado da Ama-zon. No passado dia 15 de Setembro, os consumidores espanhóis passaram a poder aceder à nova loja Amazon.es e a fazer as suas compras. Um processo que demorou 16 anos.Para já, a loja espanhola não é igual ao mo-delo norte-americano. Apenas é possível comprar produtos como livros, música, ví-deos e electrónica. A empresa justifica com a necessidade de efectuar mais acordos com fornecedores. Antes do final do ano, o Kindle também deverá estar disponível, assim como todo o seu catálogo de livros.

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[ Mercado Dados de Mercado ]

Rm-Revismarket - Julho/Agosto/Setembro 2011 31

[ Mercado Dados de Mercado ]

D

A cada segundo, 14 adultos são vítimas de cibercrime. Anualmente, o cibercrime custa, a nível global, 114 mil milhões de dólares. Valor a que acrescem mais 247 mil milhões de dólares relativos ao tempo gasto pelas vítimas. Os dados são de um estudo da Norton que, baseando-se nas perdas financeiras e de tempo, estima que o cibercrime custe ao mundo significativamente mais do que o mercado da marijuana, cocaína e heroína

em conjunto, avaliado em 288 mil milhões de dólares.

e acordo com o Relatório Norton de Cibercrime de 2011, mais de dois terços dos adultos online (69%) já

foram vítimas de cibercrime ao longo da sua vida. A cada segundo, 14 adul-tos são vítimas, o que resulta em mais de um milhão todos os dias. Além disso, dez por cento dos adultos já foram alvo de cibercrime no seu tele-móvel, um sinal de que estes crimino-sos começam a focar os seus esforços na esfera móvel. Em 2010, existiram mais 42 por cento de vulnerabilidades no sector móvel que em 2009. O nú-mero de vulnerabilidades nos sistemas operativos móveis aumentou de 115 em 2009 para 163 em 2010.

Homens, dos 18 aos 31 anos, que acedem à Internet pelo telemóvelO estudo identifica os homens, com idade entre os 18 e os 31 anos, a chamada “gera-

O tipo mais comum de cibercri-me são os vírus de computador e malware, com 54 por cento dos inquiridos a confirmarem já o te-rem sofrido. Seguem-se os scams online (11%) e as mensagens de phishing (10%). Nos últimos 12 meses, os adultos estudados sofreram crimes onli-ne três vezes mais do que offline. Mas existe uma discrepância na forma como as pessoas vêem as ameaças. Menos de um terço dos inquiridos pensa ser mais propen-so a tornar-se vítima de cibercrime do que de crime físico no próxi-mo ano. E, ainda que 89 por cento dos inquiridos concordem que é necessário fazer mais para levar

estes criminosos à Justiça, a discrepância entre a consciência e a acção é ainda ilus-trada pelo facto de 74 por cento afirmarem que, apesar de estarem sempre alerta para o cibercrime, muitos não estão a tomar as devidas precauções. 41 por cento dos adultos indicaram não ter um software de segurança actualizado para proteger a sua informação online, menos de metade revê os extractos do cartão de crédito regular-mente para detectar fraudes (47%) e 60 por cento não usam passwords complexas ou não as mudam frequentemente. Entre os que acedem à Internet via telemóveis, ape-nas 16 por cento instalam a segurança para telemóvel mais actualizada.

Cibercrime custa 388 mil milhões de dólares anualmente

‘‘‘‘ Mais de dois terços dos adultos online (69%) já foram vítimas de cibercrime ao longo da sua vida. A cada segundo, 14 adultos são vítimas, o que resulta em mais de um milhão todos os dias.

O estudo identifica os homens, com idade entre os 18 e os 31 anos, a chama-da “geração Millenial”, que acedem à Internet através dos seus telemóveis como as vítimas mais prováveis de cibercrime. Neste grupo, 80 por cento foram vítimas.

ção Millenial”, que acedem à Internet atra-vés dos seus telemóveis como as vítimas mais prováveis de cibercrime. Neste grupo, 80 por cento foram vítimas.

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Rm-Revismarket - Abril/Maio/Junho 201132

[ Mercado Estratégias ] [ Electro Estratégias ]

E

Cada vez se fala mais em “Dropshipping”. Mas, afinal, o que é mesmo esta fórmula de negócio? É um método simples, em que o vendedor actua como intermediário entre o comprador e o fabricante. O comprador recebe o pro-duto directamente do fabricante e o vendedor recebe o pagamento, ficando

com a diferença de margem. Pode ser uma alternativa ou complemento para pequenas lojas e vendas online.

m lojas tradicionais, os produtos são encomendados aos fabrican-tes e armazenados até ao dia de venda, sendo necessário possuir

espaço e condições de armazenagem. No “Dropshipping” isso não acontece, visto que todos os produtos são armazenados pelos fabricantes, poupando assim espaço, tempo e dinheiro. O produto é apresentado em qualquer sítio, sem que seja necessário tê-lo em stock. Por vezes, basta ter alguns exemplares para exposição, no entanto, na maioria das vezes, basta apenas apresentá-los online ou por catálogo. Muitos fabri-cantes estão cada vez mais a apostar no “Dropshipping” e possibilitam o envio via

“Dropshipping”, negócio sem stocks

transportadoras locais directamente para o consumidor final. Há também cada vez mais vendedores a operar com esta fórmula. Mas lá diz o ditado que “não há bela sem senão”. Existem vários contras, tais como a ausência de controlo sobre a encomen-da e as fraudes online. Atenção também às taxas alfandegárias para alguns destinos e à concorrência feroz que faz oscilar perigo-samente as margens de lucro. Por outro lado, as vantagens são óbvias, pois não há custos nem preocupações com stocks e envio e a margem de lucro é gerida pelo vendedor. Olivier Chameyrat, director geral da PIX-mania-PRO, um operador especialista em

High Tech e electrodomésticos que opera nesta área, deixa algumas dicas para quem tem ou quer iniciar um negócio baseado em “dropshipping”:

1. Faça a sua pesquisaMesmo as grandes empresas, como a PIXmania-PRO, têm que colocar questões aos clientes para saber mais sobre eles e sobre o que querem e precisam. Não inicie um negócio sem este conhecimento. Leve o tempo necessário a perceber onde está a procura, quem são os seus clientes e o que lhes vai oferecer. Peça a opinião dos seus amigos e familiares, eles devem ser o mais honestos possível.

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[ Mercado Estratégias ]

Rm-Revismarket - Julho/Agosto/Setembro 2011 33

[ Electro Estratégias ]

2. Peça conselhos a especialistasAproveite o conhecimento de especia-listas e seus conselhos, bem como o de potenciais fornecedores e clientes. É como quando começa um novo emprego, se não sabe alguma coisa pergunta. Use o co-nhecimento e recursos disponíveis à sua volta.

3. Crie o seu próprio websiteO sucesso do seu negócio depende da sua reputação. Crie o seu próprio website ou use uma plataforma existente, como o eBay, onde já há tráfego para gerar vendas. Se ti-ver um “dropshipper” fiável, vai verificar

que as vendas vão surgir se estiver posicio-nado no mercado.

4. Encontre uma estratégia de marketingAssim que tiver os produtos online, é ne-cessário garantir que traz os clientes até aos seus produtos. Pode procurar formas de gerar tráfego, usar estratégias de marke-ting ou assegurar-se de que tem produtos atractivos que lhe vão trazer clientes.

5. Seleccione uma gama de produtosPara poder disponibilizar o que os clientes que-rem e quando o querem, demore o tempo que for necessário para encontrar não só produtos

de qualidade, mas também fiabilidade. Com 35.000 produtos individuais em stock, a equi-pa da PIXmania-PRO garante que os clientes nunca ficam desapontados. Se os seus forne-cedores o desapontarem, então vai desapontar os clientes e a sua reputação vai ficar mancha-da, deixando-o com um negócio em queda.

6. Desenvolva a sua estratégia de marketing e preços Quando encontrar um “dropshipper”, preci-sa ver bem o seu mercado, a concorrência e como vai ter êxito em comparação com outros. Precisa ter lucros com os bens que comercializa e também garantir que é com-petitivo.

7. Use o serviço de “dropshipping” Se vai vender produtos, então este processo é uma forma eficaz de fazer negócio. Impli-ca que comercialize produtos directamente de um fornecedor maior, como a PIXmania-PRO, sem ter que comprar ou ter stock próprio. Desta forma, sabe sempre que vai entregar o material aos clientes a tempo e sem problemas. “Dropshipping” implica também redução de custos e que não fica com stock que não consegue vender.

8. Seja organizado e esteja motivado para desenvolver o seu negócio Após criar o seu negócio online, o trabalho não pára aqui. Precisa ter ideias de marketing, formas de levar as pessoas a visitar o seu site, promoções para as motivar a voltar e as man-ter interessadas. Uma comunicação excelente pode ajudá-lo a desenvolver o negócio. Tenha uma base de dados dos clientes para os poder contactar com regularidade sobre promoções e actualizações de produtos.

9. Adicione um toque pessoalPor vezes, não é só o preço, produto ou trá-fego que faz a diferença numa venda, mas pode ser algo único no seu website ou você mesmo que motiva alguém a comprar. Pen-se de forma criativa e acrescente determina-dos toques que reflictam a sua personalida-de. Podem ser extras ou produtos especiais que fazem a diferença no negócio.

10. Divirta-seNão deve fazer algo de que não goste par-ticularmente. Pense nos seus hobbies e no que gostaria de fazer nos tempos livres. Tal-vez seja um fotógrafo e quer vender equipa-mento fotográfico nos tempos livres. A PIX-mania-PRO comercializa cerca de 35.000 produtos que são o suficientemente diver-sificados para estabelecer o seu próprio ne-gócio especializado apenas numa área.

Conteúdos recolhidos por: Cidália ribeiroFotos: Dreamstime

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[ Mercado Tendências ] [ Mercado Estratégias ]

D

A Polónia deverá tornar-se, este ano, no maior produtor de electrodomésticos da Europa, ultrapassando “pesos-pesados” históricos como a Itália e a Alemanha. Em 2010, a produção de grandes electrodomés-

ticos na Polónia representou já cerca de um terço do total combinado da Europa Ocidental e de Les-te, atingindo os 15 milhões de unidades, 18 por cento mais que no ano anterior. Este ano, a produção

deverá crescer mais 23 por cento, para um total de 18 milhões de unidades, catapultando o país para a liderança entre os produtores de toda a Europa.

e acordo com a Euromonitor, a emergência da Polónia como uma potência produtora de elec-trodomésticos, na última déca-

da, resultou das relocalizações, por parte dos “players”, das suas unidades de fabrico da Europa Ocidental para Leste. Por exem-plo, em 2005, a BSH começou a transferir a sua produção de máquinas de lavar a roupa e a loiça da Alemanha para a Polónia. Em 2007, foi a vez da Electrolux transferir a sua produção de secadores da Itália para o país, produção esta que deverá ver a sua capaci-dade aumentada em 2012. Em 2009, a Inde-sit também deixou de fabricar máquinas de lavar a roupa automáticas na sua fábrica no País de Gales, no Reino Unido, transferindo esta produção para a cidade de Radomsko, na Polónia. E também a Fagor, desde a aqui-

sição da Brandt, tem vindo gradualmente a relocalizar as suas fábricas francesas e pla-neia inaugurar uma linha de máquinas de lavar a loiça este ano.

Mas o que tem a Polónia? Nem todo este interesse por parte das gran-des marcas de electrodomésticos se pode explicar unicamente com o custo relativa-mente baixo da sua mão-de-obra. Situada na Europa Central, a Polónia consegue, de uma assentada, satisfazer as necessidades destas multinacionais que desejam, por um lado, manter a proximidade com o seu mer-cado “core”, a Europa Ocidental, e ao mes-mo tempo reduzir os custos de produção e logística. A Polónia beneficia ainda de re-cursos humanos qualificados em abundân-cia e com alto índice de produtividade, ins-

talações modernas e eficazes e um sistema de educação que constitui um incentivo. Além disso, em termos de procura domés-tica, a Polónia é, segundo a consultora, o segundo maior mercado de electrodomés-ticos, em volume, da Europa de Leste, ul-trapassado apenas pela Rússia. De facto, o país é um dos maiores Estados-membros da União Europeia e o quinto país em popu-lação. Consequentemente, representa uma grande oportunidade assim como um enor-me portão de acesso para as outras econo-mias da região.

O efeito catalisador dos fabricantes sul-coreanosO aumento da capacidade produtiva da Po-lónia previsto para este ano deverá ficar a dever-se, principalmente, aos investimen-tos que a Samsung e a LG estão a fazer no país. Com o objectivo de transferir toda a sua produção europeia para a Polónia, a Samsung comprou as fábricas de máquinas de lavar a roupa e frigoríficos da Amica, um produtor local, investindo cerca de 170 mi-lhões de dólares e aumentando a sua capa-cidade de produção em 500 por cento, para os três milhões de unidades. A consultora

Polónia ultrapassa a Itália e a Alemanha como maior produtor europeu

de electrodomésticos

‘‘‘‘ Nem todo este interesse por parte das grandes marcas de electrodomésticos se pode explicar unicamente com o custo relativamente baixo da sua mão-de-obra. Situada na Europa Central, a Polónia consegue, de uma assentada, satisfazer as necessidades destas multinacionais que desejam, por um lado, manter a proximidade com o seu mercado “core”, a Europa Ocidental, e ao mesmo tempo reduzir os custos de produção e logística.

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[ Mercado Tendências ]

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[ Mercado Estratégias ]

defende que esta aquisição irá permitir à Samsung alcançar a liderança do mercado europeu de electrodomésticos. A multina-cional não descarta mesmo aumentar ainda mais a sua capacidade de produção e come-çar a fabricar outro tipo de produtos, como fornos e placas.A LG também escolheu a Polónia para a sua nova linha de máquinas de lavar a roupa, com uma capacidade anual de 700 mil uni-dades. Adicionalmente, a empresa planeia aumentar a sua capacidade de produção de frigoríficos em mais 21 por cento, para 1,4 milhões de unidades em 2012, de forma a melhor poder servir quer o mercado euro-peu, quer o Norte de África, nomeadamente Marrocos e a Tunísia. Em 2011, graças aos investimentos da

Samsung e da LG, a Polónia atingirá uma capacidade de produção recorde de 18 mi-lhões de unidades, tornando-se no maior produtor de toda a Europa. E o país está a desenvolver nichos para uma liderança a nível mundial. Por exemplo, é o maior ex-portador mundial de secadores de roupa, à frente da Alemanha e da própria China, com uma quota de 40 por cento. Este predomínio da Polónia não é, para a Euromonitor, um motivo de surpresa, dada a sua vizinhança com a Europa Ocidental, região que deteve, em 2010, 33 por cento do volume global de vendas destes produtos. Nesta medida, a relocalização das unidades de produção na Polónia deverá continuar a crescer no futuro. Por um lado, apesar da crise financeira global, o desenvolvimento do país continuou elevado, especialmente quando se compara com outras economias europeias. E este desempenho económico ainda pode melhorar significativamente a médio prazo, caso consiga resolver algumas deficiências persistentes, nomeadamente ao nível das suas infra-estruturas rodoviá-rias e ferroviárias e no ambiente geral para a prossecução dos negócios. A estabilidade económica da Polónia, juntamente com as perspectivas optimistas sobre a procura in-terna, motivarão ainda mais o investimento estrangeiro, com os principais “players” a mostrarem-se prontos a aumentar a sua ca-pacidade de produção no país.

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‘‘ O aumento da capacidade produtiva da Polónia previsto para este ano deverá ficar a dever-se, principalmente, aos investimentos que a Samsung e a LG estão a fazer no país. Com o objectivo de transferir toda a sua produção europeia para a Polónia, a Samsung comprou as fábricas de máquinas de lavar a roupa e frigoríficos da Amica, um produtor local, investindo cerca de 170 milhões de dólares e aumentando a sua capacidade de produção em 500 por cento, para os três milhões de unidades. A consultora defende que esta aquisição irá permitir à Samsung alcançar a liderança do mercado europeu de electrodomésticos.

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‘‘ Em 2011, graças aos investimentos da Samsung e da LG, a Polónia atingirá uma capacidade de produção re-corde de 18 milhões de unidades, tornando-se no maior produtor de toda a Europa. E o país está a desenvolver nichos para uma liderança a nível mundial. Por exemplo, é o maior exportador mundial de secadores de roupa, à frente da Alemanha e da própria China, com uma quota de 40 por cento.

Texto: Carina Rodrigues Fotos: Dreamstime

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[ Electro Tendências ] [ Electro Dados de Mercado ]

AEuromonitor considera que ain-da é cedo para tecer quaisquer conclusões sobre os efeitos desta subida de preços no mer-

cado. No entanto, a consultora sublinha que, caso todos os grandes fabricantes de electrodomésticos apliquem um aumento de preços semelhante, numa tentativa de proteger as suas margens, será difícil para o retalho absorvê-lo inteiramente.A decisão tomada pela Electrolux e pela Whirlpool de aumentar os seus preços prende-se com uma subida do custo das matérias-primas, sobretudo do aço, do co-bre e do plástico. “Isto não aconteceu do dia para a noite”, salienta Lorenza Della-Santa, Consumer Appliances Industry analyst da Euromonitor. “Em resposta ao aumento dos custos operativos e à lenta recuperação dos mercados europeu e nor-te-americano, ambas as empresas embar-caram num grande processo de reestru-turação e, para aumentar a sua eficiência, fecharam unidades de produção nos países de mão-de-obra mais cara, relocalizando-a noutros locais de baixo custo. A Electrolux,

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A 13 de Junho passado, o Grupo Electrolux anunciou a sua intenção de aumentar os preços dos seus electrodomés-ticos entre cinco a sete por cento, no mercado europeu, para fazer face à subida dos custos das matérias-primas. Os

efeitos desta subida começaram a ser sentidos no passado dia 1 de Outubro. A decisão da Electrolux seguiu-se meses depois de uma atitude semelhante no mercado norte-americano, partilhada também pela Whirlpool. Caso esta estra-tégia seja seguida por outros fabricantes no mercado europeu, especialmente por aqueles que ainda têm uma parte consistente da sua produção localizada em países de mão-de-obra com custo mais elevado, resta saber como se irá

repercutir no mercado, sobretudo entre os retalhistas cujas margens estão cada vez mais esmagadas.

Pode o retalho suportar um aumento dos preços

por parte dos fabricantes?

por exemplo, transferiu, no ano passado, a produção europeia para a Ucrânia”.Assumindo que um aumento de cinco por cento nos preços de venda seja passado aos consumidores, através da cadeia de abastecimento, em 2012, e supondo que esta subida seja implementada em todos os canais de distribuição, a Euromonitor

antecipa que o volume de vendas de elec-trodomésticos caia um por cento, rever-tendo a trajectória que o mercado vinha sustentando desde 2009. Quais poderão ser, então, as consequên-cias, num mercado como o europeu, onde a concorrência se tornou mais feroz, com promoções e constantes reduções de pre-

Fabricantes como a LG e a Samsung e até mesmo o Grupo Arçelik, que têm a sua produção baseada essencialmente em países de custos mais baixos, poderão tirar vanta-gem, por conseguirem manter, por mais tempo, os seus níveis de preço. Ao passo que empresas como o Grupo Electrolux e a Whirlpool ar-riscam-se a ver o seu volume de vendas cair. No entanto, a Euromoni-tor destaca que, mesmo para o primeiro grupo de empresas, será difícil manter o nível de preços existente por muito mais tempo.

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[ Electro Dados de Mercado ]

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‘‘

‘‘

‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: Dreamstime

ços usadas como instrumento principal para fazer volume de vendas? Dificilmen-te, de acordo com a consultora, os con-sumidores vão “engolir” uma subida dos preços dos electrodomésticos, tal como estão, debatendo-se com as dificuldades económicas, programas de austeridade governamentais, a subida da inflação e um acesso cada vez mais restritivo ao crédito. Neste contexto, fabricantes como a LG e a Samsung e até mesmo o Grupo Arçelik, que têm a sua produção baseada essencialmente em países de custos mais baixos, poderão tirar vantagem, por conseguirem manter, por mais tempo, os seus níveis de preço. Ao pas-so que empresas como o Grupo Electrolux e a Whirlpool arriscam-se a ver o seu volume de vendas cair. No entanto, a Euromonitor destaca que, mesmo para o primeiro grupo de empresas, será difícil manter o nível de preços exis-tente por muito mais tempo.

A extensão das consequências também de-pende da resposta por parte do retalho. “Há que ter em conta que os canais de distribui-ção de electrodomésticos se modificaram, com a crescente importância da Internet”, sustenta Lorenza Della-Santa. No entender da consultora, caso o aumento lhes seja passado através da cadeia de abastecimen-to, os consumidores poderão trans-ferir as suas compras dos retalhistas tradicionais para as lojas online onde encontram, muitas vezes, produtos com preços até 20 por cento mais baratos.

Assumindo que um aumento de cinco por cento nos preços de venda seja passado aos consumidores, através da cadeia de abasteci-mento, em 2012, e supondo que esta subida seja implementada em todos os canais de distribuição, a Euromonitor antecipa que o vo-lume de vendas de electrodomésti-cos caia um por cento, revertendo a trajectória que o mercado vinha sustentando desde 2009.

Caso o aumento lhes seja passado através da cadeia de abastecimento, os consumidores poderão transferir as suas compras dos retalhistas tradicionais para as lojas online onde encontram, muitas vezes, produtos com preços até 20 por cento mais baratos.

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[ Electro Dados de Mercado ] [ Electro Dados de Mercado ]

Segundo os dados GfK TEMAX, a nível europeu, a contrariar com a tendência negativa, estiveram as tecnologias da informação,

com uma subida de 5,7 por cento. Por seu turno, as telecomunicações e os pequenos domésticos mantiveram-se estáveis, com taxas de crescimento de 0,8 e de 0,2 por cento, respectivamente.Contudo, isto não foi suficiente para pu-xar o mercado como um todo para terreno positivo. A electrónica de consumo experi-mentou a descida mais severa, depois dos números robustos apresentados em 2010, muito devido ao Campeonato do Mundo de Futebol.

Tecnologias da informação

O consumo privado de produtos de tec-nologias da informação incidiu sobretudo em alguns nichos, o que motivou taxas de crescimento de dois dígitos na Áustria, na Alemanha e sobretudo na Holanda. Em Portugal, na Grécia e em Espanha, porém, a procura continuou a ressentir-se da difí-cil situação económica e da falta de con-fiança dos consumidores. O mercado português registou uma que-bra de 10,7 por cento e todos os produtos sofreram descidas, com destaque para os PC´s desktop, os monitores, os teclados, os ratos, as webcams, os discos rígidos e

‘‘ ‘‘

O segundo trimestre não foi positivo para os produtos tecnológicos na Europa Ocidental. O mercado caiu 5,1 por cento, comparativamente com o período homólogo de 2010, para os 41,8 mil milhões de euros. Grécia, Espanha, Portugal e Itália foram os mercados mais afectados, em contraste com a Alemanha, Holanda e Áustria. O mercado

português registou uma tendência negativa de 12,8 por cento no valor de facturação, não se tendo verificado nenhu-ma subida em nenhum segmento.

Período difícil para os produtos tecnológicos

Entre os mercados que caíram em terreno negativo, a menor descida foi a sofrida pelos grandes domésticos. As vendas totalizaram 7,4 mil milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 1,5 por cento em termos homólogos. Esta descida deve-se, sobretudo, ao fraco desempenho dos mercados espanhol, português, italiano e grego. Em contraste, a Alemanha conseguiu um crescimento robusto, mais moderado na Bélgica e na Holanda.Em Portugal, todos os produtos que compõem a categoria tiveram performance negativa.

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[ Electro Dados de Mercado ]

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[ Electro Dados de Mercado ]Texto: Carina Rodrigues

Fotos: Dreamstime

os modems, que registaram uma variação negativa de dois dígitos.

TelecomunicaçõesJá as telecomunicações beneficiaram, a nível europeu, do bom momento dos smartphones e conseguiram um ligeiro crescimento face ao ano passado. Os acessórios, incluindo as bolsas e capas protectoras, e os auscultado-res estéreo também se distinguiram.

Este mercado teve um desempenho muito distinto de país para país. Na Alemanha, o segundo trimestre caracterizou-se pela estagnação, mas foram observadas taxas de crescimento de dois dígitos na Holanda, na Áustria e na Bélgica. Mais uma vez, em contraste estiveram os países do Europa do Sul, Portugal, Espanha e Grécia, com um desempenho negativo. Em Portugal, volume de vendas ascendeu aos 66 milhões de euros, o que significa

uma variação negativa de 8,7 por cento, embora os smartphones tivessem mantido a tendência positiva e continuem a ganhar importância neste mercado, com um peso de 40 por cento. Quando analisada a fac-turação do primeiro semestre do mercado de telecomunicações, verifica-se que teve uma queda de 10,2 por cento em relação a período homólogo do ano anterior.

Pequenos domésticos

O outro mercado ainda positivo, a nível europeu, os pequenos domésticos, sofreu um crescimento marginal de 0,2 por cento, para os 3,3 mil milhões de euros. Áustria, Alemanha, Bélgica e França terminaram o

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[ Electro Dados de Mercado ] [ Electro Dados de Mercado ]

3.º trimestre de 2010

4.º trimestre de 2010

1.º trimestre de 2011

2.º trimestre de 2011

Variação 2.º trimestre 2011

vs 2.º trimestre 2010 (%)

1.º semestre de 2011

Variação 1.º semestre 2011

vs 1.º semestre 2010 (%)

Electrónica de consumo

139 milhões de euros

195 milhões de euros

142 milhões de euros

117 milhões de euros

-17,1% 259 milhões de euros

-10,2%

Fotografia 29 milhões de euros

31 milhões de euros

20 milhões de euros

21 milhões de euros

-13,5% 40 milhões de euros

-9,4%

Grandes domésticos 165 milhões de euros

176 milhões de euros

134 milhões de euros

128 milhões de euros

-12,6% 262 milhões de euros

-12,1%

Pequenos domésticos 60 milhões de euros

100 milhões de euros

62 milhões de euros

47 milhões de euros

-5,9% 109 milhões de euros

-6,5%

Tecnologias da informação

137 milhões de euros

171 milhões de euros

139 milhões de euros

120 milhões de euros

-10,7% 259 milhões de euros

-10,9%

Telecomunicações 85 milhões de euros

103 milhões de euros

74 milhões de euros

66 milhões de euros

-8,7% 140 milhões de euros

-10,2%

Equipamento de escritório

36 milhões de euros

41 milhões de euros

38 milhões de euros

32 milhões de euros

-21,1% 70 milhões de euros

-20,7%

GfK TEMAX 651 milhões de euros

817 milhões de euros

609 milhões de euros

530 milhões de euros

-12,8% 1.139 milhões de euros

-11,1%

Mercado português de produtos tecnológicos

segundo trimestre com um crescimento de um dígito, enquanto a Grécia sofreu a maior quebra. Em Portugal, apesar de uma variação glo-bal negativa com quebra de facturação na ordem dos 5,9 por cento, alguns produtos tiveram um desempenho positivo, caso dos mini fornos, das ventoinhas, dos es-premedores, dos liquidificadores e dos produtos de cuidado dentário.O forte crescimento das máquinas de café expresso totalmente automáticas e dos sistemas de cápsulas teve um impacto po-sitivo no mercado europeu como um todo. Na aspiração, os robots também continua-ram a mostrar um bom desempenho, face ao ligeiro declínio dos modelos cilindro tradicionais. Nos ferros de engomar, os geradores de vapor exibiram um cresci-mento positivo.

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[ Electro Dados de Mercado ]

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[ Electro Dados de Mercado ]

Grandes domésticos

Entre os mercados que caíram em terre-no negativo, a menor descida foi a sofrida pelos grandes domésticos. As vendas to-talizaram 7,4 mil milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 1,5 por cento em termos homólogos. Esta descida deve-se, sobretudo, ao fraco desempenho dos mercados espanhol, português, italiano e grego. Em contraste, a Alemanha conse-guiu um crescimento robusto, mais mode-rado na Bélgica e na Holanda.Em Portugal, todos os produtos que com-põem a categoria tiveram performance nega-tiva. As máquinas de lavar a roupa e a loiça, os frigoríficos, os combinados, os fornos, as placas, os exaustores, os microondas e as máquinas de secar permitiram uma factura-ção apenas de 128 milhões de euros, menos 12,6 por cento em relação ao período homó-logo do ano passado e menos 12,1 por cento quando comparados os primeiros semestres de 2010 e 2011.A nível europeu, no segmento da roupa, foi notó-ria a tendência para produtos com classe energé-tica A+ ou superior. Além disso, os consumidores também continuaram a privilegiar os produtos

A rainha das tendências negativas foi a electrónica de consumo, que perdeu, em termos homólogos, 21,7 por cen-to. Portugal, neste caso, ficou abaixo da tendência europeia, com um volume de vendas de 117 milhões de euros, o que fica 17,1 por cento abaixo dos valores registados no período homólogo.

Olhando para 2010, a televisão, o grupo de produtos mais importante da electrónica de consumo em termos de receitas, claramente beneficiou do Campeonato do Mundo de Futebol. Comparando com os valores de 2009, um ano em que não se realizou nenhum evento desportivo de grande envergadura, a procura por produtos de televisão foi forte.

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[ Electro Dados de Mercado ] [ Electro Dados de Mercado ]

com maiores capacidades de lavagem e de se-cagem. Observou-se ainda um crescimento assi-nalável das vendas de secadores com bomba de calor. No segmento do frio, a tecnologia No Frost foi mais popular no segundo trimestre de 2011 do que tinha sido no período homólogo de 2010. A eficiência energética teve também impacto nas máquinas de lavar a loiça, assinalando-se uma clara tendência para produtos que gastam menos de dez litros de água por ciclo de lavagem.

FotografiaJá a fotografia mostrou, a nível europeu, uma queda de 6,3 por cento em valor. Face à estabilidade do mercado alemão, mais uma vez esta taxa de crescimento negativa ficou a dever-se às fortes quebras obser-vadas nos mercados espanhol, português, italiano e grego e a descidas mais modera-das noutros países europeus. Em Portugal, este mercado obteve uma facturação de 21 milhões de euros, o que representa uma variação negativa de 13,5 por cento. As câmaras e as molduras di-gitais foram os produtos mais afectados, com quebras de dois dígitos.Em nota positiva, a nível europeu, estiveram as câmaras digitais Reflex e por arrastamento aces-sórios como as lentes intermutáveis e os tripés.

Equipamento de escritório

Em terreno ainda mais negativo que a foto-grafia, o equipamento de escritório e os con-sumíveis caíram sete por cento, para os 3,9 mil milhões de euros. Neste mercado, todos os países exibiram tendências negativas, mas a extensão dos declínios foi variável. Enquanto na Alemanha e na Áustria a desci-da foi apenas ligeira, os países do Mediterrâ-neo caíram dois dígitos. Em Portugal, o equipamento de escritório foi mesmo o mercado mais afectado e re-gistou um volume de vendas de apenas 32 milhões de euros, 21,1 por cento abaixo dos níveis deste trimestre no ano passado.Ao nível dos produtos, as impressoras laser tiveram uma forte procura, a nível europeu, que não se reflectiu, no entanto, na sua fac-turação. A par das condições económicas instáveis de muitos países, muitos produtos viram o seu preço cair. Em sentido inverso, o mercado dos produtos multifuncionais laser a cores conseguiu crescer dois dígitos no segundo trimestre. Já os consumíveis, tin-teiros e toners sofreram todos perdas.

Electrónica de consumo

A rainha das tendências negativas foi

contudo a electrónica de consumo, que perdeu, em termos homólogos, 21,7 por cento. Portugal, neste caso, ficou abaixo da tendência europeia, com um volume de vendas de 117 milhões de euros, o que fica 17,1 por cento abaixo dos valores regista-dos no período homólogo.Olhando para 2010, a televisão, o grupo de produtos mais importante deste mercado em termos de receitas, claramente benefi-ciou do Campeonato do Mundo de Futebol. Comparando com os valores de 2009, um ano em que não se realizou nenhum evento desportivo de grande envergadura, a pro-cura por produtos de televisão foi forte.Apesar da queda generalizada do merca-do, foi possível encontrar sinais positivos em quase todos os segmentos. Os consu-midores estão a investir mais em LED’s e LCD’s com ecrãs de maiores dimensões. A compra de ecrãs planos ocorre com uma maior regularidade, face aos incentivos oferecidos pela alta definição, pelo 3D e pela conectividade com a Internet. Em Portugal, apenas os auscultadores e as câmaras de vídeo contrariaram a tendência negativa do sector e têm tido boa perfor-mance. As televisões LCD, que represen-tam mais de dois terços deste mercado, registaram uma tendência negativa.

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[ Electro Estratégias ] [ Electro Estratégias ]

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A utilização de produtos nacionais, como forma de contribuir activamente para a recuperação económica do país, conta agora com mais uma opção. A pro-posta chega através da empresa portuguesa Meireles, S.A., líder do mercado de fogões, que faz agora uma forte aposta no segmento das placas e fornos

encastráveis, com soluções que privilegiam a qualidade tecnológica e o design contemporâneo.

sta nova aposta da marca no mer-cado português, após uma quase exclusividade da exportação dos seus produtos encastráveis, passa

pela introdução de uma linha de placas e for-nos totalmente desenvolvidos em Portugal, permitindo aos consumidores, pela primeira vez, a opção por uma gama de encastre de cocção que ostenta o símbolo “Compro o que é nosso”.No âmbito deste projecto, a Meireles ampliou já as suas instalações e construiu um novo pavilhão com 1.145 metros quadrados, para a renovação e aumento da linha de produção de encastre, passando a contar com uma unida-de fabril de 15.145 metros quadrados, situada em Paredes.

Sucesso no país vizinhoA empresa, que comercializa electrodomés-ticos de encastre desde a década de 80, iniciou a produção própria neste segmento em 2000, com uma linha de placas vitro-

Fogões Meireles lança gama de encastráveis

Cozinhar com o que é nosso

‘‘ ‘‘Texto: Carina Rodrigues

Fotos: AEG e Rm

cerâmicas que, em mais de 90 por cento, tinha como destino os mercados externos. Espanha é um destes, sobretudo desde o último trimestre de 2010, quando a Meire-les ali introduziu a sua gama de encastre com o lançamento de placas a gás, vitroce-râmicas e de indução e, ainda, de uma linha de fornos. De entre os produtos, destaca-se a placa vitrocerâmica P 36 BTC 09, com três

zonas “hi-light”, uma das quais dupla e de-senvolvida especificamente para o mercado espanhol, que se caracteriza pela procura de placas de três zonas, com vidro bisela-do, comandos frontais digitais e nove níveis de potência. Outro é a placa de indução P 36 BI3 IM, dotada de três zonas de aque-cimento e uma zona com “power booster” ideal para a confecção da paelha, com uma

Esta nova aposta da marca no mercado português, após uma quase exclusividade da exportação dos seus produtos encastráveis, passa pela introdução de uma linha de placas e fornos totalmente desenvolvidos em Portugal, permitindo aos consumidores, pela primeira vez, a opção por uma gama de encastre de cocção que ostenta o símbolo “Compro o que é nosso”.

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[ Electro Estratégias ]

potência máxima de 7.100 watts, nove ní-veis de potência, programador de tempo, indicadores de calor residual e sistema de bloqueio de segurança.Estas placas mereceram, segundo a Meire-les, grande aceitação por parte do merca-do do país vizinho, devido à sua “excelente relação preço/qualidade”, constituindo um produto-chave para o alargamento da gama em Espanha, onde a marca estima já ser líder em fogões com uma quota de 18 por cento. A empresa lançou ainda duas

placas a gás, a BH 40 V X para entrada de gama e a CH 40 AVD X, com acendimento electrónico e queimador triplo, para o seg-mento médio.Quanto à linha de fornos para Espanha, conta com três propostas, o FEA 07 17 P X, um for-no estático de quatro funções para entrada de gama; o FEA 07 13 P XSI, ventilado e com seis funções para um segmento médio-alto; e o FEA 07 13 PP XSU que, além de seis funções, está equipado com programador digital “touch control”, guias telescópicas e vidro triplo, ca-

racterísticas dos fornos de topo-de-gama.Desde o lançamento do encastre em Espanha, a Meireles colocou naquele mercado cerca de oito mil peças.

Aumentar a quota de mercadoEm Portugal, os produtos de encastre produ-zidos têm sido comercializados sob a marca italiana Nardi, que a empresa ainda mantém nos segmentos mais altos.Com uma experiência de 80 anos na produ-ção de electrodomésticos, a Meireles é líder

‘‘ ‘‘ Desde o lançamento do encastre em Espanha, a Meireles colocou naquele mercado cerca de oito mil peças.

Actualmente, a marca Nardi é responsável por cinco por cento dos fornos e placas encastráveis comercializados em Portugal, de acordo com os dados AGEFE, quota que a empresa pretende aumentar substancialmente com a introdução da gama de encastre Meireles.

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[ Electro Estratégias ]

no mercado de fogões em Portugal, detendo uma quota de 37 por cento, segundo os da-dos GfK avançados pela empresa. Tal suces-so, assegura, “advém de uma selecção cri-teriosa das matérias-primas e componentes, assim como de um especial cuidado com a usabilidade e ergonomia dos produtos”.Actualmente, a marca Nardi é responsável por cinco por cento dos fornos e placas encastrá-veis comercializados em Portugal, de acordo com os dados AGEFE, quota que a empresa pretende aumentar substancialmente com a introdução da gama de encastre Meireles.Seguindo a mesma estratégia adoptada para Espanha, a empresa lança uma linha de en-castre específica para o mercado português, com marca Meireles, que inclui placas a gás, placas vitrocerâmicas e fornos estáticos e ventilados. Especial destaque para a placa vi-trocerâmica MV 2607, com quatro zonas de aquecimento rápido, uma das quais dupla, nove níveis de potência regulados por “touch control”, atingindo a potência máxima de 6.300 watts. Equipada com termóstato de se-gurança, indicador de calor residual em cada zona e sistema de bloqueio para crianças, a MV 2607 da Meireles é uma placa eficaz e segura.Outro produto a destacar é o forno MF 4608, um modelo multifunções com oito funções,

volume útil de 52 litros, eficiência energética A, esmalte “easy to clean”, ventilação tangencial de arrefeci-mento, vidro triplo termo-reflector e sistema de bloqueio para crianças. Possui resistência circular para coc-ção de diferentes tipos de alimentos ao mesmo tempo, sem misturas de odores, guias telescópicas para fá-cil manuseamento dos tabuleiros e grelhas e programador digital “touch control”, que permite programar não só o tempo do cozinhado, mas

‘‘ Seguindo a mesma estratégia adoptada para Espanha, a empresa lança uma linha de encastre específica para o mercado português, com marca Meireles, que inclui placas a gás, placas vitrocerâmicas e fornos estáticos e ventilados.

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também a hora de início.A selecção de produtos de encastre para Por-tugal inclui ainda uma linha de gás com três placas, uma placa mista e a vitrocerâmica MV 1602 para entrada de gama. A linha de for-nos oferece, para além do MF 4608 X, três opções que incluem o forno eléctrico estático MF 1604 X e dois fornos multifunções de seis funções.Com a nova linha de encastre Meireles, a em-presa pretende conquistar o seu espaço no segmento dos electrodomésticos encastrá-veis, complementado a sua gama que já inclui máquinas de lavar a roupa e a loiça e mais re-centemente uma linha de frio com frigoríficos e combinados.

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[ Electro Novidades ]

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[ Electro Novidades ]

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Seguindo a sua estratégia internacional, a marca de pequenos domésticos Russell Hobs chegou agora ao mercado português. Adquirida pela Spectrum Brands, empresa que é também a detentora da marca Remington, em 2010, a

Russell Hobs é lançada em Portugal a tempo da campanha de Natal.

s seus responsáveis as-sumem o risco de se co-locar uma nova marca no mercado num período de

dificuldades como o que actualmente se vive, mas confiam que a Russell Hobs conseguirá ter em Portugal o mesmo percurso positivo que trilhou nos outros mercados, nomeadamente o espanhol, onde já está presente em toda a grande distribuição.Esta confiança é alicerçada por uma estratégia que vai “imitar” os passos que foram dados também para a imple-mentação da Remington em Portugal. A abordagem à distribuição portuguesa vai seguir a mesma linha, com a pre-sença nos principais canais e com uma proposta de valor assente num produto de qua-lidade a preços competitivos. A equipa que irá conduzir este lançamento é também a que já é responsável pela Remington, com uma nova adição, Sílvia Afonso, que assume as vendas no

Mercado nacional de pequenos domésticos tem mais uma marca

mercado nacional.Uma marca com cerca de 60 anos de história, a Russell Hobs surgiu em 1952 com o lança-mento da primeira cafeteira com função de ca-lor, a CP1. A marca até pode ser desconhecida

do consumidor português mas tem já créditos dados noutros países. É líder no Reino Unido e a número dois em torradei-ras em França e na Alemanha. Apresenta uma gama muito completa, vindo permi-tir à empresa detentora deixar de ser, no mercado nacional, apenas um especialista em cuidados pessoais, o que ocorria até agora pela presença exclusiva da Reming-ton, para passar a ser encarada como um fornecedor completo de pequenos do-mésticos.Nesta primeira abordagem a Portugal, a protagonista vai ser a gama Allure. Trata-se de uma linha completa e totalmente coordenada, com soluções para o peque-no-almoço e para a cozinha caracterizadas pelo seu design minimalista mas distinto,

com o logótipo em relevo e superfícies croma-das escovadas. Allure é recomendada pelo chef Sergi Arola, detentor de duas estrelas Michellin e chef assessor do restaurante Arola, no Hotel Penha Longa, em Sintra.

ASKO conta com “um produto de longa duração, resistente e com um desenho sóbrio que se enquadra na perfeição com a postura da Frigicoll e com as marcas que representa”, avança a empresa.A ASKO é uma companhia sueca que fa-brica electrodomésticos de qualidade e

durabilidade. Por isso mesmo, na campa-nha de lançamento e até final do ano, a Fri-gicoll oferece uma garantia de cinco anos.

Os produtos ASKO respeitam o meio am-biente e foram pensados para consumir o mínimo de energia e água. As máqui-nas de lavar a roupa, loiça e secadores de roupa que vão estar no mercado estão disponíveis em branco, aço inoxidável e de integração total.

A Frigicoll Portugal incorpora a ASKO à sua lista de marcas representadas. A marca sueca, especializada em lavagem, vem complementar a gama de produtos já comercializados pela Frigicoll (Liebherr e General Electric).

Frigicoll lança marca ASKO em Portugal

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[ Tempo de pausa Sugestões ]

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Nesta rubrica destacam-se algumas sugestões das editoras sobre lançamentos de livros úteis

para a informação e também descontracção dos nossos leitores. Apresentamos também as escolhas

de um profissional do sector no que toca a momentos de pausa.

Guia da InteligênciaEmocional

– Lucrecia Pérsico – Bertrand Editora

O que são as emoções? Este livro ex-plica como se consegue controlá-las. As emoções são a resposta do interior perante uma situação crítica, produ-zem-se de forma automática, mas, devido a determinadas regras éticas e cívicas, o homem conseguiu estabele-cer-lhes limites ao longo da história. Através deste guia, que contém vários testes, descobre-se a melhor maneira de controlar as emoções, de tornar a empa-tia e o bem-estar nos alicerces que sus-têm a inteligência emocional, propondo o começo de uma viagem ao interior de cada um em busca das capacidades ocultas. O desenvolvimento deste tipo de inteligência pode ajudar tanto nos campos profissionais como pessoais. 17,90 €

A Tribo Sempre-Fizemos-Assim

– Joan Alfins Torrent

e Mercè Dedeu – Gestãoplus

Numa alegoria diverti-da sobre a mudança, o livro é marcado por es-tratégias para a adap-tação a um mundo em constante modificação. O livro conta a história de uma tribo, chama-da Sempre-Fizemos-Assim, governada pelo sábio Fernando, cujos antepassados haviam sido governantes da tribo desde que havia memória. A liderança sempre tinha sido passada de pai para o filho primogénito, mas Fernando, que tem três filhos, está indeciso sobre qual deles de-verá sucedê-lo. Enquanto se debate com a questão da sucessão, que tem adiado por não saber como ocupar o tempo quando se reformar, dá-se uma crise na tribo, a falta de alimento suficiente para sobreviver ao Inverno.11,00 €

Emprego Garantido – Segredos infalíveis para conseguir o trabalho que deseja

– Harvey Mackay – Centro AtlânticoEste livro, repleto de dicas, propõe-se a guiar o leitor através do mercado de trabalho mais duro de todos os tempos. O autor, o “se-nhor que faz as coisas acontecer” da revista Fortune, dá pistas sobre como conseguir e manter o emprego de que realmente se gosta, quer se tenha 21, 51 ou 71 anos de idade, e como se pode manter o melhor nível quando as condições são as piores.Os tópicos mais fortes deste livro ensinam a atacar a rejeição antes que esta ataque, detectar os sinais de alarme que podem revelar que se está prestes a perder o emprego, saber do-minar as entrevistas, negociar o emprego que se quer (não o que estão a oferecer), reti-rar vantagem na forma como os empregadores tomam as suas decisões de contratação e misturar as novas tecnolo-gias para criar redes de con-tactos com a mais tradicional conversa pessoal. 17,21 €

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A Era da Competência – Um Novo Paradigma para a Gestão de Recursos Humanos e o Direito do Trabalho

– Paulo Pereira de Almeida e Glória Rebelo – Editora RHA segunda edição desta obra, revista e actualizada de acordo com o disposto na Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro, denota o interesse que o tema da gestão pela competência suscita actualmente nas empresas e nas organizações. Relacionada com a mudança organizacional, esta temática assume agora relevo também no plano da Gestão e do Direito, em particular da Gestão dos Recursos Humanos e do Direito do Trabalho. Em toda a Europa e nos Estados Unidos da América emerge uma nova lógica de organização das empresas com repercussões ao nível do desenho das políticas de gestão organizacional, da sua regulação e regulamentação, a “era da competên-cia”. Através desta proposta, procura-se conciliar as exigências de flexibilização do trabalho com as exigências associadas à competitividade das empresas e às mutações na organização do trabalho que têm sido profundamente aceleradas pela introdução das tecnologias da informação e comunicação e pelo movimento de deslocalização do trabalho. 22,00 €

As escolhas de ...João Paulo Girbal

presidente da Centromarca

Os meus livros de eleiçãoIn Search of Excellence de Tom Peters e Robert H. Waterman, Jr.. “Um best-seller na área da gestão que li nos anos 80 quando estava a trabalhar numa das empresas que aparecia como exem-plo, a Digital Equipment Corporation, e que hoje já não existe. Ensinou-me muito, incluindo que a busca da excelência nunca está terminada e que quando se faz uma pausa podemos desa-parecer”.

Os álbuns que mais me marcaramLargo – Famous Largos editado pela NAXOS com peças de Vival-di, Coreli, Telemenn, JS Bach, CPE Bach e Handel. “Transmite-me sempre uma calma e um sentimento de profunda admiração pelo que é belo”.

Os meus restaurantes favoritosO Bolas na Azaruja. “Não é pela beleza da decoração do local, mas sim pela excelência da boa comida alentejana e pelo am-biente terra-a-terra”.

O meu local de sonho“Onde voam os pássaros”.

Falta de tempo, de recursos e de pessoal?Arquivo acumulado, apresentações por fazer, base de dados desactualizada, listagens por organizar ...

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[ Tempo de pausa Sugestões ]

Negócios Internacionais e Internacionalização para as Economias Emergentes – Manuel Portugal Ferreira,

Nuno Rosa Reis e Fernando Ribeiro Serra – LidelEmpresários, estudantes de gestão, gestores e executivos de PME’s com perspectivas de internacionalização descobrirão neste livro uma ferramenta para o conhecimento dos mercados emergentes e as formas para expandir o seu negócio. O livro aborda as oportu-nidades e os desafios da globalização, as formas de internacionali-zação das empresas, os critérios para decidir quais os mercados a entrar, avaliando a sua atractividade e o investimento directo estran-

geiro, focando vários factores a aten-der nas economias emergentes, os BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, e na maior potência mundial, os EUA. Ao longo do livro são abordados temas como a globalização e os ne-gócios internacionais, a internaciona-lização das empresas, as vantagens competitivas das nações, a selecção dos mercados externos, o investi-mento directo estrangeiro e a inter-nacionalização para as economias emergentes33,29 €

O Talento Não é Tudo – Geoff Colvin – Lua de Papel

Um livro que revela o que realmen-te distingue os melhores do mundo. A obra conta a história de dois ho-mens, de 22 anos, que em meados de 1978 partilham um cubículo na sede da Procter & Gamble. Não são especialmente inteligentes ou ambi-ciosos, passam o dia a reescrever memorandos que depois atiram para o cesto de papéis, mas antes dos 50 anos serão os presidentes executivos da General Electric e da Microsoft, Jeffrey Immelt e Steven Ballmer.O autor, um dos mais respeitados jor-nalistas norte-americanos na área da gestão e liderança, editor da revis-ta Fortune, passou anos a estudar o desempenho e a entrevistar alguns dos melhores “performers” do mundo. Neste livro, desmonta uma série de mitos sobre o sucesso e chega à conclusão de que não é o talento ou o trabalho que conduzem à perfeição, mas antes um esforço altamente focalizado a que os cientistas chamam de “prática deliberada”, que pode ser aplicada em qualquer situação, do desporto à gestão. 17,00 €

O Kama Sutra dos Negócios – Nury Vittachi

– Publicações Europa-América“Se gostou do livro Freakonomics vai adorar a estranha filosofia do mundo dos negócios contida neste livro que destila a erudição milenar do povo indiano”. As palavras são de Ranjan Marwah, director da Executive Access Asia sobre um livro que pretende aumentar o desempenho do leitor na vida profissional e pessoal de várias formas. O título pode levar algumas pessoas a pensar que o livro inclui “64 posições para fazer rastejar os seus rivais na empresa (com diagramas)”, “algumas dicas para deixar o seu chefe de quatro” ou “exercí-cios práticos na cadeira... do poder”. Mas o seu conteúdo é muito mais interessan-te, bebendo das fontes mais antigas da

filosofia in-diana. 19,51 €

A Lei do Contacto – Michael J. Losier – PergaminhoComo usar a Programação Neurolinguística para criar rela-ções pessoais e profissionais perfeitas? É sobre esta questão que o autor se debruça nesta obra, respondendo que há uma solução simples para melhorar a comunicação e construir re-lações mais felizes e saudáveis.Com base nos princípios da Lei da Atracção e nas mais recentes descobertas científicas da Programação Neurolinguística, o au-tor revela como criar uma ligação profunda, uma comunicação eficaz e uma relação sólida com as pessoas. Muito prático, o livro oferece conselhos, exercícios e guiões comportamentais que permitirão criar relações mais positivas a todos os níveis. O autor é formador e terapeuta de Programação Neurolinguística e desde 1999 que se dedica a ensinar casais, professores, famílias e terapeutas a dominar as chaves de uma comunicação de sucesso.15,50 €

Maldito Karma – David Safier – Planeta

Um fenómeno editorial, que já fez sorrir mais de dois mi-lhões de leitores em todo o mundo com um romance di-vertido que, entre gargalhadas, ajuda a reflectir sobre as prioridades da vida.A apresentadora de televisão Kim Lange encontra-se no melhor momento da sua carreira, quando sofre um acidente e morre esmagada pelo urinol de uma estação espacial russa. No Além, percebe que ao longo da sua vida se limitou a acumular mau Karma: traiu o marido, descurou a filha e amargurou a vida de todos. Como castigo, está num formigueiro, tem duas antenas e seis patas: é uma formiga. Por isso, só lhe resta acumular bom Karma para ascender na escala da reencarnação e voltar a ser humana. 17,75 €

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[ Destaque ]

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[ Destaque ]

FreestandingCollection 2011/2012

[email protected] Tlf.: 22 616 73 00

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