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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 52 Domingo, 23.12.2012 R$ 3,20 Na edição anterior deste jornal, o pastor Walmir Vieira destacou as causas e consequências da prática de bullying, especialmente nas escolas. Nesta edição veja a continuação deste importante estudo conhecendo como prevenir e como tratar os casos de bullying. Entenda o papel dos pais e da escola diante desta situação (pág. 15). Faltando apenas mais um dia para o Natal, O Jornal Batista traz uma edição repleta de reflexões que despertam o verdadeiro significado do Natal. Usufrua destas mensagens e transforme este Natal no melhor, aquele que Jesus é lembrado e colocado no centro da festa (págs. 2, 3, 4, 5, 6, 7). Bullying: prevenção e tratamento Projeto Itambi quer sorrir ajudando a África A PIB em Itambi (Itaboraí, RJ) sonhou com o projeto “Itambi quer sorrir” e resolveu levar seu consultório odontológico até Botsuana, África. O grupo se concentrou em Palapye e montaram o consultório odonto- lógico no lugar do batistério da Igreja local. Assim atenderam cerca de 120 pessoas daquela comunidade, visitaram escolas e realizaram palestras sobre a higiene bucal, oraram com eles e com suas professoras, realizaram cultos, jogaram bola com os jovens e usaram o esporte como estratégia de alcançá-los para Jesus (pág. 09). O melhor Natal

Edição 52 Domingo, 23.12.2012 R$ 3,20 Órgão Oficial da ...batistas.com/OJB_PDF/2012/OJB_52.pdf 2 o ornal atista domingo, 231212 reflexão EDITORIAL ças não deixam de ser crian-ças

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1o jornal batista – domingo, 23/12/12?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 52 Domingo, 23.12.2012R$ 3,20

Na edição anterior deste jornal, o pastor Walmir Vieira destacou as causas e consequências da prática de bullying, especialmente nas escolas. Nesta edição veja a continuação deste importante estudo conhecendo como prevenir e como tratar os casos de bullying. Entenda o papel dos pais e da escola diante desta situação (pág. 15).

Faltando apenas mais um dia para o Natal, O Jornal Batista traz uma edição repleta de reflexões que despertam o verdadeiro significado do Natal. Usufrua destas mensagens e transforme este Natal no melhor, aquele que Jesus é lembrado e colocado no centro da festa (págs. 2, 3, 4, 5, 6, 7).

Bullying: prevenção e tratamento

Projeto Itambi quer sorrir ajudando a África

A PIB em Itambi (Itaboraí, RJ) sonhou com o projeto “Itambi quer sorrir” e resolveu levar seu consultório odontológico até Botsuana, África. O grupo se concentrou em Palapye e montaram o consultório odonto-lógico no lugar do batistério da Igreja local. Assim atenderam cerca de 120 pessoas daquela comunidade, visitaram escolas e realizaram palestras sobre a higiene bucal, oraram com eles e com suas professoras, realizaram cultos, jogaram bola com os jovens e usaram o esporte como estratégia de alcançá-los para Jesus (pág. 09).

O melhor Natal

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2 o jornal batista – domingo, 23/12/12 reflexão

E D I T O R I A L

ças não deixam de ser crian-ças quando não acreditam em papai-noel, crianças não deixam de fantasiar histórias só porque não acreditam em papai-noel. Conte para uma criança a melhor história de todos os tempos, a mais linda e ainda verdadeira, o nas-cimento do Salvador. Hoje existem diversos adultos que cresceram em um lar evan-gélico e nunca acreditaram em papai-noel, mas também nunca deixaram de criar suas histórias imaginárias como qualquer outra criança. Mas ao contrário, cresceram sa-bendo que existe um Salva-dor que foi criança como ela.

E por fim, expresse o amor ensinado por Deus ao enviar o seu filho ao mundo para libertar a todos. O amor de Deus é expresso por ações, então espalhe este amor também através de ações. “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos

não perca a oportunidade de ser o canal do verdadeiro Natal. O comércio está re-pleto de significado que não expressão o sentido do Natal, mas indicam uma história que nem ao menos faz parte da cultura brasileira. Flocos de neves são espalhados e enfeitam um país tropical, que inclusive, é conhecido por suas belas praias. Real-mente são lindos os enfeites natalinos que decoram as ca-sas, ruas, praças, mas as luzes piscantes não podem apagar a luz do Salvador. Que lindo seria se os enfeites e as luzes mostrassem também o Jesus Salvador.

Está também na hora das crianças entenderem a ver-dadeira história de Natal. Crianças acreditam no que os pais contam, então conte a verdadeira história. A his-tória do papai-noel não pode ser o verdadeiro Natal, mas pode, como muitas outras, ser mais uma história. Crian-

O Natal é conheci-do como o mo-mento de reunir a família e trocar

presentes. Mas infelizmente o Natal está tão banalizado que algumas famílias já não se importam em comemorar esta data, não veem mais sentido. São tantas as más-caras que envolvem o Natal, que as famílias que não são cristãs, não entendem mais o verdadeiro significado do Natal. As crianças estão fi-cando perdidas com tantas informações diferentes a res-peito desta data e os pais não sabem mais o que falar, porque não sabem mais o que comemorar. Por isso, neste Natal faça diferente, coloque Jesus no centro de toda a festa.

As máscaras que escondem o verdadeiro significado do Natal precisam cair, e você pode ser um instrumento para isso. Ser usado por Deus é a glória para seus filhos,

amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pe-los nossos pecados” (I João 4.10). Cuide de quem pre-cisa ser cuidado, doe o que precisa ser doado, abrace quem precisa ser abraça-do, faça outros sorrirem. “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 5.2).

Transforme este Natal no melhor de todos, porque Je-sus estará no centro de toda comemoração. Deixe o Rei entrar com glória no seu lar e apresente-o para toda sua família. Que as luzes piscan-tes mostrem o menino Jesus. Que as crianças conheçam a história do bebê Jesus, que veio ao mundo para salvar, mas nasceu numa estreba-ria. Que os filhos de Deus expressem o amor ensinado através do nascimento do Primogênito. (AP)

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 39836130Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 23/12/12reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

O anúncio na TV chamava a aten-ção para a “ma-gia do Natal”. A

magia materializava-se em comprar, comprar e comprar agora e só começar a pagar após o carnaval. Concorrer ao sorteio de um carro me-diante determinado valor gasto no shopping, patrocina-dor do anúncio. Comparecer à recepção o papai-noel que chegaria de helicóptero no estacionamento, com dia e hora marcados. Visitar a exposição de carros antigos patrocinada por agência tal. Ser fotografado com papai--noel, com direito a um cho-colate de marca famosa, a mais conhecida do Brasil e, depois adquiri-lo para a ceia de Natal. Ah! Não esquecer que no shopping havia uma exposição de cães e gatos, com direito a doações, me-diante sorteio, e aquisição de um bichano. Tudo patro-cinado pela loja “cachorro

Ivone BoechatColaboradora de OJB

Nossos corpos se enfeitam com a beleza da grati-dão e as luzes

da fé para compor o pre-sépio de Natal na gruta da oração: Jesus Nasceu! Há, por toda par te, no-tas musicais na pauta de cada gesto. A grandiosa orquestra do amor afina seus acordes na harpa dos séculos. É Natal!

feliz”. Durante a semana artistas renomados e a du-pla caipira da cidade fariam apresentações especiais para os frequentadores do shop-ping. As guloseimas da ceia de Natal poderiam ser enco-mendadas com antecedência na praça de alimentação, Box 25, a preços irresistíveis. Os que desejassem, poderiam receber em casa os delicio-sos pratos, claro, mediante pequena taxa a ser paga ao motoqueiro. Afinal era de-zembro e o shopping estava engalanado com a conta-giante “magia do Natal”. Era só aproveitar e festejar. Em nenhum momento Jesus foi lembrado. Simples a razão. Jesus nada tem a ver com o atual Natal.

No primeiro Natal os an-jos cantaram saudando a chegada do Salvador entre os homens. Pastores foram desafiados a comprovar a ve-racidade do canto angelical. Convencidos, espalharam

Na simbiose definitiva do perdão e da prece, lágrimas se derramam no cálice da esperança. Nós, ovelhas do campo de Belém, apas-centamos a doce alegria da promessa cumprida. A noiva celestial levanta sua grinalda de estrelas e con-templa a eternidade no ber-ço humilde da estrebaria. Em meio aos rumores do mistério, a vida se define e se justifica no calor dos braços de Maria, Mãe do Amor!

a notícia que um menino, num berço de palha, dizia ao homem pecador e perdido que a esperança era realida-de. A Graça transbordante oriunda do coração do Pai estava disponível a todos. Sem sorteios ou magias, o Criador anunciava à criatura decaída que o caminho de retorno ao lar estava livre. Era só palmilhá-lo.

Satanás não se alegrou com o primeiro Natal. Mandou matar as crianças de Belém. Obrigou o menino Salvador a se refugiar além das fronteias do seu território. O menino cresceu. O inimigo não de-sanimou um segundo, ten-tando demovê-lo da cruz. O maligno vigiou o sepulcro do Senhor para evitar a ressurrei-ção. Todos os subterfúgios do inimigo foram vencidos pelo Cristo ressurreto. O Natal prevaleceu com seu encanto e beleza. Sem magias, apenas com a mensagem do amor do Pai. Era o suficiente.

Natal de árvores brilhantes e rostos apagados na sobre-vivência do abandono. Na-tal do encontro de pessoas desencontradas na distância. Natal da criança feliz, abrin-do fitas na festa da ilusão de cada dia. Natal do menino que chora, que pede e se des-pede nas ruas da amargura. Natal dos manjares, da toalha de linho, das velas coloridas na anemia da vaidade. Natal de Jesus Cristo, diariamente, no calor do abraço amigo, da mão estendida, do olhar

Não satisfeito o Diabo apo-derou-se do calendário hu-mano. Introduziu na data em que a humanidade decidiu celebrar a vinda do Salvador ao mundo, a sua magia. Cores berrantes. Guirlandas, pre-sentes e mais presentes aos amigos para celebrar o Natal a seu modo. Afastou a presença de Cristo do verdadeiro Natal. Em seu lugar colocou um velho barbudo, carregando um saco de presentes numa carruagem puxada por renas. Lá vem papai-noel!!! Sorteios, dívidas e mais dívidas. Luzes, cores, mesas fartas. Bebedei-ras. Glutonarias, imoralidade e mortes são os presentes do Natal oferecido por papai--noel. O Natal de Jesus é di-ferente. O engendrado por Satanás continua matando os inocentes. Até mesmo nas igrejas o inimigo conseguiu desviar a atenção dos salvos do menino que nasceu na manjedoura. Celebra-se tudo, menos Jesus.

carinhoso, do teto e da porta aberta.

Natal da fé! Natal da Igreja de Cristo, pronta, forte, con-fiante, guerreira. Natal da ca-ridade que se esforça e vai às favelas, distribui esperança, planta a justiça, semeia o Evan-gelho, acende a luz das Boas Novas. Natal de felicidade na certeza do olhar de cada rosto.

Natal sempre, de janeiro a dezembro, sem dia pré--estabelecido no coração dos homens de má vontade. Natal no propósito, no de-

Em sua astúcia Satanás urdiu um plano perfeito para seus intentos enganadores. Matar crianças, perseguir o menino que nasceu na manjedoura, não surtiram resultados duradouros. Mas a invenção do papai-noel continua rendendo fabulo-sos resultados à contabilida-de do inferno. Milhões de pessoas, inclusive salvos, desistiram de Jesus e en-tronizaram em suas come-morações de Natal o velho barbudo e barrigudo. Um ponto para o Diabo e seus sequazes na luta contra o projeto do Senhor para res-gatar a criatura corrompida. Qual a figura principal do seu Natal? Reflitamos sobre o verdadeiro significado do Natal de Jesus, restaurando a gratidão porque Deus que se fez homem para salvar o ho-mem pecador. Feliz NATAL com Jesus como centro das comemorações.www.pastorjuliosanches.org

sejo de servir ao próximo aflito, distante, na frieza do egoísmo. Natal do perdão, sem barreiras, sem bandeiras, protocolos, normas, consti-tuições. Natal de ações.

Natal de agora, na ternu-ra, no altar, suplicando, de joelhos, que Cristo continue iluminando corações, mul-tiplicando a capacidade de amar, de servir, de ir, ou de ficar de olhos fixos na Sua palavra, na Sua promessa de arrebatamento no juízo final.

Feliz Natal!

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4 o jornal batista – domingo, 23/12/12

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

O Eterno Invade Belém

reflexão

O Evangelista João descreve o Natal de uma forma te-ológica: “Aquele

que é a palavra, tornou-se carne e viveu entre nós. Vi-mos a Sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14).

Na ampla visão bíblica da introdução do Seu evange-lho, João nos apresenta duas dimensões: a dimensão do tempo, que é a nossa; e a dimensão da eternidade, que é a divina. De acordo com o Evangelista, aquilo que nós chamamos de Natal é a invasão da eterna graça do Senhor, penetrando e

abençoando as limitações humanas do tempo.

Natal é a invasão do Deus eterno, via Belém. É a ini-ciativa divina, para restau-rar e aperfeiçoar a criatura humana. É o nascimento terreno do processo divino de capacitar seres huma-nos, que aceitam ser filhos de Deus. Natal é Emanuel, o “Deus conosco” de forma acessível, para todo aquele que crê. É sempre Natal, quando alguém abre a man-jedoura do seu coração, permitindo a benção do nascimento do Salvador. Natal é passado e futuro, é Belém e a nossa futura morada com Deus.

Iracy de Araújo LeiteColaboradora de OJB

Estamos às vésperas do Natal! Certamen-te, no mundo todo, inúmeras pessoas não

sabem porque estão em festa, comprando mais do que du-rante todo o ano, mudando sua casa, adquirindo roupas novas, planejando uma boa ceia de Natal! É bom come-morar este grandioso dia, com tantas emoções, tantas belas músicas natalinas, tan-tas luzes e tantas cores. É Natal!

Sentado na mesma calçada de sempre, com a mesma roupa surrada, junto a uma trouxa de farrapos, em meio aos trecos sujos e sem valor que tem juntado das ruas, do lixo, ali está ele, só, sem ninguém para compartilhar o pão, a carne, a fatia de bolo de frutas, que recebera. Sozi-nho, em seu pensar... E, em que pensa este homem no dia do Natal?! O que é Natal para ele?

Foi pensando nisso que me aproximei de mansinho, cha-mei pelo seu nome. Abriu os olhos vagarosamente, talvez a fome o tornasse sonolento,

e olhou para mim um pouco assustado. O relógio batia doze horas, o sol estava com todo vigor, o mormaço do meio dia dominava o am-biente.

Repeti o seu nome e disse--lhe: aqui está o seu almoço de hoje. Foi então que vi sair dos seus lábios um sorriso tí-mido enquanto pronunciava baixinho: muito obrigado.

Saí dali de cabeça baixa, triste e alegre, refletindo so-bre aquela cena. De repen-te, chegam ao meu coração as palavras registradas em Mateus 25.40: “E responder--lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizes-tes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes”.

Meu coração é tomado por um grande susto! Meu Deus, é isto mesmo que estou en-tendendo? Cada vez que fizermos a um irmão, o mais humilde, o mais pequenino, estamos fazendo a Ti? “É isto mesmo”, disse Jesus. Minha alma transborda de senti-mentos vários, indizíveis, que me levam a contemplar o amor, a humildade, a gran-deza de Deus e seu relacio-namento tão sublime com o

ser humano. As palavras de Jesus nos levam a entender a profundidade de um cristia-nismo prático, sem máscara, sem orgulho, sem vaidade. Um cristianismo que salta de dentro para fora doando ao outro o que há de melhor neste mundo, o amor. Isto é ser cristão! Cristão é aquele que ama sem diferenças, sem discriminação e sem interes-se. Este é o cristão que de fato merece o nome de cristão.

Meu Deus, quem sou eu? Eu desejo ser cristã, ser se-guidora de Cristo, fazer o que Ele ensina, ser sua discípula, estar aos seus pés, como Ma-ria e aprender do Mestre dos mestres o que é ser cristão. Eu desejo neste Natal apren-der mais do Menino que nas-ceu não apenas em Belém, mas dentro de mim, neste Natal extraordinário do novo nascimento, de uma nova vida em Cristo. Somente as-sim, poderei fazer como fez o povo de Deus em Neemias 8.10: “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; (...) pois a alegria do Senhor é a vossa força”. Feliz Natal!

Genivaldo Andrade de SouzaPastor da PIB Itapema, GuarujáPresidente da Convenção Batista de São Paulo

“Eis que a virgem conce-berá e dará luz a um filho o qual será chamado Emanuel que traduzido é Deus conos-co” (Mateus 1.23).

A vinda do Emanuel foi prometida em momento de maior crise no mundo,

quando Adão e Eva pecaram Deus prometeu. Passaram dias, meses, anos, séculos, milênios, mas a promessa não caiu no esquecimento e na plenitude dos tempos, Jesus nasceu! Jesus é o Ema-nuel e porque Deus veio e está conosco, nós festejamos!

Para muitos foi em dezem-bro, para outros em abril, para outros em julho, o que importa é que Jesus Cristo nasceu. Deus está conosco e por isso festejamos.

Só se comemora o aniver-sário de quem se conhece e de quem se ama. Quem não comemora o aniversário de Je-sus é por que não o conhece, não o ama, para estes tais não

nasceu ninguém em especial por que celebrariam a festa?

Nós usamos árvores de Na-tal, por que é símbolo do pro-testantismo; católicos usam presépios com imagens, nós os cristãos evangélicos, des-de Lutero adotamos árvores, como símbolo do próprio Je-sus Cristo que disse: “Eu sou a videira”. E nós somos cha-mados de lavoura de Deus.

Nos vestimos bem, acen-demos luzes e trocamos pre-sentes. Porque o Emanuel Deus está conosco. Todavia devemos ter cuidado para que, tradições e personagens espúrios como “Papai Noel” e outros não tomem o lugar do aniversariante, pois a tra-dição vai tentando impor:

Para crianças: presentes;Para senhoras: casas enfei-

tadas;Para empregados: paneto-

nes, cestas;Para patrões: oportunidade

de bons negócios e ganhar dinheiro com vendas, etc.

Podemos ter tudo isto, mas não podemos nos esquecer e lembrar a todos que a festa é porque Jesus nasceu, vi-veu, morreu, ressuscitou e voltará para nos buscar. Nós celebramos o Natal porque o Emanuel Deus Conosco nas-

ceu entre os homens e este fato mudou tudo na história da humanidade.

Quando o homem foi a lua pela primeira vez (inclu-sive dos três astronautas um era crente batista), o então presidente dos Estados Uni-dos disse: “Este é o maior acontecimento na história da humanidade”. Billy Graham, conselheiro do presidente, ligou e lhe disse: “Presidente de fato é um grande aconte-cimento, é sem dúvida uma grande conquista, porém o maior acontecimento na história da humanidade foi quando o filho de Deus, Jesus Cristo, pisou na Terra pela primeira vez”.

Ele não nasceu no topo da escada ou no palácio, apenas para os grandes e ricos, mas na manjedoura, pois a salva-ção que ele veio trazer é:

1º Inclusiva: ex-prostitutas, gentios e pecadoras como Raabe, Tamar, Rute e Betse-ba podem fazer parte da sua árvore genealógica e receber a vida eterna (Mateus 1);

2º Extensiva: Como Ele mesmo disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos que eu vos ali-viarei” e acima de tudo a sua salvação é;

3º Acessível: Jesus nasceu em uma família com poucas posses e a prova está em Levíticos 12.8 e Lucas 2.24. Pois ao levar o menino ao invés de um Cordei-ro como faziam os ricos, eles levaram pombas e rolas para os de menos condição.

Sim, Jesus nasceu numa manjedoura, acessível a gran-des e pequenos e nós, o que devemos fazer? 1º) Como os

animais que deram lugar para Ele na estrebaria. 2º) Como os pastores que foram ver e saíram para anunciar a todos com alegria.

Vamos festejar o maior de todos os acontecimentos, deixe Jesus Cristo, o Emanuel nascer e viver em sua vida e assim você experimentará o verdadeiro Feliz Natal e Boas Festas aqui e na eternidade.

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5o jornal batista – domingo, 23/12/12reflexão

Caminhos da Mulher de Deus

Zenilda Reggiani CintraPastora e jornalista, Taguatinga, DF

Natal sempre é Natal, a gratidão a Deus pelo nas-cimento do seu

Filho amado. Não importa se ele não nasceu mesmo em dezembro ou que fize-ram um grande comércio em torno da data. O que importa, mesmo, é o lou-vor dos nossos corações, não esquecendo também que se torna uma ocasião tão especial para estarmos

juntos em família, renovan-do nossos contatos e nossa comunhão.

Tenho muita compaixão quando ouço pessoas dize-rem que não gostam do Natal porque relembram da infân-cia, queridos que se foram e situações que resultaram em trauma. É muito comum ouvirmos essas considera-ções de mulheres que enu-meram os motivos que não gostam do Natal. Ou ainda de pessoas sozinhas que se recusam, ou não encontram forças, para viver as alegrias do Natal.

Gosto do Natal. Amo o Natal. Porque Natal é Jesus. Não importam as circuns-tâncias em que estou envol-vida a cada ano porque o motivo real da festa é Jesus, que continua sendo o Sal-vador amado, aquele que se fez um pequeno bebê em Belém, enchendo de ternura o nosso coração e permi-tindo-nos identificar-nos com sua trajetória. História capaz de tornar nossos Na-tais, quer em casa quer nas igrejas, cheios de alegrias por ver nossos pequenos também louvando a Deus

pelo pequeno bebê, o gran-de Deus Salvador.

Quando era criança, nossos natais eram cercados de gran-de emoção. Era difícil o dia 24 não chover e lá íamos nós, com as roupas e calçados no-vos, na chuva. O último tre-cho para chegar à igreja era de terra e havia muita lama. Ficávamos descalços e quan-do chegávamos, eu e meus irmãos, lavávamos os pés e colocávamos novamente os sapatos. E tudo era festa! Os enfeites, a árvore de Natal, os cânticos, a peça teatral, as poesias e, no fim, os doces

para todas as crianças. Que maravilha! Tudo sem muitos recursos, sem pompa e cir-cunstância, mas com o foco bem centrado naquele que adorávamos: o Deus nascido entre nós.

Talvez seja por esse legado, com o foco tão bem defini-do, que gosto do Natal. E as gerações se sucedem e nos empenhamos em que elas também percebam e saibam o verdadeiro motivo do Na-tal, aquele motivo que deve nos levar a ter o coração cheio de alegria e louvor, o Deus conosco, o Rei Jesus.

www.geograficaeditora.com.br

@geograficaed

/geograficaeditora

A Bíblia Sagrada R.A.N.O. segue a já tradicional tradução João Ferreira de Almeida, Edição Revisada e Atualizada de acordo com os melhores textos do Hebraico e Grego e agora também de acordo com a Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Dê mais que umpresente,

dê mais luz aosseus caminhos

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6 o jornal batista – domingo, 23/12/12 reflexão

Nilson DimarzioPastor e colaborador de OJB

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mu-lher, nascido debaixo da lei; para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de rece-bermos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5).

“O que dizer d e n o v o s o b r e o Natal?” É

a pergunta feita pelo pastor Israel Belo numa de suas crônicas. Na verdade, nada há de novo, senão a velha, mas sempre bela história. Tão bela que todos nós gosta-mos de ouví-la, de relembrá--la e de compartilhá-la com outrem.

No texto em epígrafe, há três importantes verdades sobre o Natal, que desejamos sublinhar:

A primeira é que o Na-tal aconteceu no tempo de Deus. “Vindo a plenitude dos tempos” (v.4a). Deus não vê o tempo como nós, humanos limitados ao “cro-

Almir de OliveiraPastor da PIB em Cruzeiro do Oeste, Paraná

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho...” (Gálatas 4.4).

Como é bom saber que o Nosso Deus está no controle de todas as coisas. Em

sua soberania e providência o Senhor conduz a história desse mundo. E não foi di-ferente por ocasião do envio do seu Filho Jesus ao mun-do para nascer entre nós, encarnando para conviver como os homens, deixar seus ensinos, apregoar o Reino dos céus, realizar curas e milagres e por fim entregar

nos”, dividimos o tempo em dias, meses e anos; tempo passado, presente e futuro. Mas, para Deus o tempo é “kairós”, um eterno presente, e tudo acontece de acordo com a sua soberana vontade. Assim, o Natal aconteceu no kairós de Deus, ou seja, no tempo sumamente oportuno, previsto pelo Senhor. Em vão procuram os adeptos do judaísmo negar esse fato, e permanecendo na ilusória crença de que o Messias ainda virá, estando, portan-to na vã esperança de que o grande evento ainda está por acontecer. Tal posição decorre da crença de que o Messias viria estabelecer na terra um reino político e todo poderoso em que os judeus, como povo eleito, desfrutariam de posição pri-vilegiada. Mas, como Jesus veio humilde, e estabeleceu um reino espiritual, os ju-deus, não o aceitaram. “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tor-narem filhos de Deus” (João

sua vida numa cruz para nos salvar. Toda essa cronologia ocorreu no tempo devido e determinado por Deus.

Essa plenitude dos tempos, ou seja, esse tempo exato, estabelecido por Deus, mar-ca o envio, o nascimento do seu Filho, o Senhor Jesus. Podemos observar uma série de fatos, acontecimentos, que se desenrolaram com a permissão de Deus dentro dessa ação soberana para proporcionar todo o preparo da humanidade para esse acontecimento tão especial, ou seja, o Primeiro Natal. Vejamos:

1) Quando Jesus nasceu, o Império Romano havia proclamado a “Pax Roma-nus”, ou seja, a paz romana.

1.11-12). Portanto, a ilação lógica é que os judeus, com sua rebeldia e desobediência à Palavra de Deus, estão es-perando aquele que já veio...

A segunda verdade, é que o Natal aconteceu de forma sobrenatural. “Deus enviou o seu Filho, nascido de mu-lher” (v.4b). José e Maria ain-da eram noivos quando Ma-ria ficou grávida, o que levou José a pensar no rompimento do noivado. Foi quando um anjo lhe apareceu para escla-recer o que estava acontecen-do, dizendo-lhe: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é obra do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chama-rás Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mateus 1.18-21). Na verda-de, a gravidez de Maria acon-teceu de forma sobrenatural, sem o concurso do homem, através da partenogênese, por isso que o nascimento virginal de Jesus é claramente ensinado nas Escrituras. Sem dúvida, o maior milagre da História, quando Deus, na pessoa de Jesus Cristo, uniu

Isso significava dizer que o mundo estava num período sem guerras. Com o domínio romano havia certa tranqui-lidade para o evangelho ser anunciado e proclamado pelo Senhor Jesus em todo o decorrer do seu Ministério terreno.

2) Um outro fato que cha-ma a atenção é a existência de uma língua universal, a língua grega, que dinamiza-va a comunicação entre os povos daquela época. Isso contribuiu em muito para a expansão do evangelho na-quelas regiões, porque onde se chegava, falava-se a língua grega.

3) E um outro fato inte-ressante era que as estradas de ligação entre as cidades

sua natureza divina à nature-za humana, para que pudesse cumprir a sua missão aqui na Terra.

A terceira verdade em rela-ção ao Natal, mencionada no texto, é sobre o seu objetivo salvífico. “Para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (v.5). Resgatar é libertar do cativeiro. A lei exi-gia a condenação dos que a transgrediam, e tal condena-ção era a morte. Daí porque Jesus Cristo veio, para libertar da maldição da lei aqueles que o aceitam como Salva-dor, e lhes conceder, por sua graça, a condição de filhos. Esta é a grande mensagem do Natal. Libertar o homem da tirânia do pecado e lhe conceder a verdadeira liber-dade espiritual. O mundo em que Jesus nasceu estava em trevas. As religiões pagãs estavam em colapso, pois, com suas crenças e práticas idólatras, afastavam cada vez mais o homem do Criador, em vez de aproximá-lo. As filosofias nada apresentavam que pudesse solucionar o problema do relacionamento

estavam em bom estado de conservação para uma fácil locomoção. Os roma-nos construíam e preser-vavam essas estradas para o melhor deslocamento de suas legiões, ou seja, seus exércitos. Essas estradas também foram usadas por Jesus para ir de região em região da Palestina procla-mando o seu evangelho. A Palestina estava dividida naquela época em 5 sub--regiões: Galiléia, Judéia, Samaria, Traconites e Pe-réia. O Senhor Jesus foi aos lugares mais distantes da Palestina no cumprimen-to da sua tríplice missão; Jesus curava, ensinava e pregava o seu transforma-dor evangelho.

entre o homem e Deus. O mundo estava mergulhado em densas trevas. Daí por-que, em sua visão profética Isaías assim se refere sobre o tempo do Natal: “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz” (Isaías 9.2). Sim, com a vinda de Jesus, a humanidade seria abençoada com a luz que brilha na face do Salvador. “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12). Cristo é a luz que brilha nos corações daqueles que, ar-rependidos de seus pecados confiam no sacrifício feito no Calvário, em demonstra-ção do maior amor que a humanidade já viu. “Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pere-ça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

Que este objetivo redenti-vo do Natal esteja presente nas programações das nossas igrejas e também em nossos lares. E tenhamos um Feliz Natal, um Natal com Cristo em nossos corações.

Nessa ocasião em que nos lembramos de maneira especial do nascimento do Filho de Deus, louvemos ao Senhor por sua perfeita ação soberana em vir até nós no tempo exato, pre-parado por Ele mesmo para a redenção das nossas vi-das. O Primeiro Natal mar-cou para sempre a história da humanidade e foi com grande emoção e triunfo que os anjos fizeram essa feliz proclamação: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens”(Lucas 2.14).

Glorifiquemos a Deus e continuemos a agradecê-lo pela realidade do Primeiro Natal. Jesus Nasceu e isso é uma verdade sem igual!

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7o jornal batista – domingo, 23/12/12missões nacionais

Redação da JMN

No primeiro do-m i n g o d e d e -zembro, foi rea-lizado na Igreja

Batista Memorial da Tijuca, o culto de despedida do Pr. Cleber e Claudia Sou-za – membros da igreja e gerentes regionais de Mis-sões Nacionais no Rio de Janeiro, com a presença de representantes da equipe da JMN, dos promotores de missões do estado, vo-luntários, pastores, amigos e familiares que vieram de longe para prestigiar a família.

Pastor Cleber recebeu um convite para pastorear a Segunda Igreja Batista de Manaus, sem pastor há três anos, e sentiu a confirma-ção de Deus que deveria aceitá-lo. Assim a família está de mudança, estando o culto de posse marcado para 02 de fevereiro. Du-rante a despedida, pastor Luiz Antônio Vieira, PIB Piabetá e presidente da OPBB Mageense, amigo do pastor Cleber, pregou sobre Gênesis 13 e des-tacou que o importante é fazer a vontade de Deus, sem olhar para o coração, mas sim para a vontade d’Ele, frisando que o casal não conhece o comodis-mo e por isso estão saindo da zona de conforto para atender ao chamado de Deus. Pastor Cleber con-firmou: “vivo para a gló-ria de Deus e vamos para onde Deus mandar”, agra-decendo aos filhos Priscila e Lucas, que com 21 e 18 anos, poderiam decidir não acompanhar os pais, mas abdicavam este direito para segui-los.

Durante os 16 anos em que serviram como missio-nários de Missões Nacio-nais, Pr. Cléber e Claudia de Souza impactaram vidas porque trabalharam com excelência e dedicação. Tendo passado mais de 10 anos em Minas Gerais, onde começaram em 1996 na cidade de Ituiutaba com o trabalho de evangeliza-ção e plantação de igreja.

Foram eles que reabriram um ponto de pregação, da PIB de Ituiutaba, que esteve fechado por anos. “Quan-do chegamos, não havia nenhum novo crente. Após um mês de visitação e estu-dos bíblicos, inauguramos a congregação”, contaram os missionários. O traba-lho na cidade mineira foi se desenvolvendo e logo adquiriram um terreno e, com a ajuda de voluntários

norte-americanos, constru-íram o templo da Igreja Ba-tista Boas-Novas. Deixaram o trabalho com autonomia, 40 membros e mais 30 con-gregados, quando em 2005 passaram a ser missionários coordenadores estratégicos de missões em Belo Ho-rizonte, capital de Minas Gerais.

Após a chegada do Pr. Fernando Brandão para o cargo de diretor executivo de Missões Nacionais, Pr. Cleber e Claudia voltaram, em 2008, para o Rio de Ja-neiro onde assumiram, até o presente ano, a função de gerentes regionais. “Duran-te o tempo em que traba-lhamos juntos, eles como missionários em Ituiutaba sempre nos apoiaram quan-do estávamos em Prata e depois como coordena-dores sempre est iveram presentes. Foram bênçãos em nossas vidas no tempo em que estiveram em Mi-nas Gerais. Que o Senhor continue a abençoá-los e usá-los em Manaus”, disse a missionária Eliane Ramos, que atualmente está em Pedralva (MG).

Os anos de dedicação do Pr. Cleber e Claudia, com resultados de vidas salvas e crescimento da obra, pro-vam como é abençoada e importante. Missões Nacio-nais reconhece a relevância e o valor dessa família que tem experimentado a fideli-dade de Deus e, certamen-te, continuará impactando vidas em Manaus e nos demais lugares para onde o Senhor os guiar.

Vidas consagradas

Homenagem dos voluntários ao casal

Momento de despedida na IB Memorial da Tijuca

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8 o jornal batista – domingo, 23/12/12 notícias do brasil batista

O pastor Roberto Ricardo da Silva completou 25 anos de Ministé-

rio Pastoral. Foi consagrado no dia 28 de novembro de 1987, para o pastorado da Igreja Batista Jardim Nazaré em Camaragibe, Pernambu-co, o qual exerce até hoje. Pastoreou simultaneamente em caráter interino o pas-

Bartolomeu de AlmeidaPastor Executivo da CBRR

Este tema extraordi-nário foi afirmado e reafirmado diversas vezes e de várias ma-

neiras por ocasião da Semana Batista aqui em Roraima, (an-teriormente chamada Assem-bleia Anual da Convenção) que aconteceu nos dias 15 a 17 de novembro.

Embora não soubessem verbalizar, os batistas em geral faziam um clamor para que fizéssemos algo assim, por isso fizemos. No feriado da quinta-feira durante o dia, no templo da Igreja Batista da Liberdade, foi tratado de tudo que tinha a ver com de-

torado da Igreja Batista Es-perança em Camaragibe, PIB de Tiúma e Matriz da Luz em São Lourenço da Mata, PE. Exerceu o cargo de Diretor do Sistema de Comunicação Batista de Per-nambuco por cinco anos, 1993 a 1998. Estudou no Se-minário Teológico Batista do Norte do Brasil e é filiado à Ordem dos Pastores Batistas

liberação, inclusive a eleição da diretoria para o biênio 2013/2014 a qual será en-cabeçada pelo presidente Pr. Ricardo Araujo Rocha.

Nas noites de quinta a sá-bado no ginásio da Igreja Batista Jardim Floresta nos dedicamos a exaltação, edifi-cação, comunhão e evange-lização. Foram três noites de muita alegria e celebração.

Deus usou os grupos de teatro, coreografia e música e de modo mui especial ao cantor Josimar Bianchi que veio de Goiânia para nos aju-dar. Foi mágico ouvi-lo tocar e cantar a música evangélica em vários ritmos brasileiros. Não será demais dizer que Deus usou de forma extra-

ordinária o Pr. Vitor Hugo de Sá, da PIB do Pará, minis-trando para família, a favor de missões e aos pecadores.

Foi extraordinário ver de-zenas de pessoas quebran-tadas, consagrando ou entre-

25 anos de ministério pastoral

do Brasil, Nº 1188. É casado com Luciene Gomes da Silva e tem três filhos: Luciano Ricardo da Silva, Diogo Ri-cardo da Silva e Alberto Ricardo da Silva. O Culto de Gratidão ocorreu no dia 01 de dezembro de 2012. No templo da Igreja Batista Jardim Nazaré situado à Rua Osmar Cunha, 315, Nazaré, Camaragibe, PE.

Semana Batista em Roraima: Quero ser uma luz que brilha

gando suas vidas ao Senhor Jesus. Foi maravilhoso ver centenas de pessoas felizes exaltando ao Senhor, mui-tas das quais nunca foram ou pretenderam ir a uma assembleia convencional.

Foi animador ver homens e mulheres reafirmando a dis-posição de serem luzes que brilham nos contextos onde estão inseridos.

Ao Deus da Bíblia toda honra e toda glória.

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9o jornal batista – domingo, 23/12/12notícias do brasil batista

Moacyr JuniorPastor da PIB em Itambi, Itaboraí, RJ

A PIB em Itambi so-nhou com este pro-jeto e resolveu le-var seu consultório

odontológico até Botsuana, África. Foram muitos desa-fios até a conclusão da nossa ida e chegada nos campos africanos. Um deles foi levar todos os medicamentos e equipamentos para passar nas fronteiras, tudo deu cer-to até a África do Sul, mas em Botsuana ficamos presos na fronteira por três horas, até conseguirmos a liberação da metade de nossos equipa-mentos. Outra dificuldade foi a comunicação devido a língua local (Setsuana), mas os resultados superaram quaisquer expectativas.

Tudo começou com o aten-dimento em nossa comuni-dade, percebendo que po-deríamos fazer muito mais. Decidimos orar e ouvir a voz de Deus. Neste período o pastor Alceir que foi criado nesta comunidade, estando em campanha pela JMM,

nos visitou e fez um grande desafio: Quero ver a minha igreja (Itambi) nos campos africanos. Entendendo que era uma proposta de Deus para a nossa igreja, resolve-mos pedir apoio de algumas empresas e amigos para nos abençoar com equipamento odontológico portátil ou móvel que pudéssemos le-var até a África e abençoar nossos irmãos de lá.

Começamos outra campa-nha, a de arrebanhar outros irmãos para ir conosco. Três irmãos aceitaram o desafio: Pr. Marcelo Ignácio (Con-gregação em Mutondo, SG), Dr. Marcelo Vecchi (PIB em Itambi, RJ) e Roberto Cam-pos (PIB em Niterói, RJ). Assim, no dia 18 de outubro fomos como voluntários da JMM para realização des-te precioso trabalho. Nos campos africanos visitamos Botsuana, Namíbia, Zâmbia e África do Sul. Alguns traba-lhos nos chamaram atenção: Apresentação do plano de salvação através do livro sem palavras em uma vila chama-da Radsely, onde só tinham crianças alegres e dispostas

a receberem Jesus Cristo, essas mesmas crianças em outro dia foram sozinhas por cerca de 40 km, para serem atendidas por nosso dentista na igreja em Palapye. Outra situação foi atender pessoas de até 50 anos de idade que nunca tinham ido ao dentista e constatar que não havia nenhuma cárie, precisavam apenas de uma limpeza de tártaro.

Já na África do Sul, pode-mos ficar vislumbrados com a casa missionária da JMM e perceber o carinho de nossa junta com os missionários, em uma casa bem estrutu-rada e com muito confor-to para servir de base aos missionários que precisam passar pela África do Sul. Louvamos a Deus por esse cuidado.

Tivemos a oportunidade de servir o Senhor nos campos africanos até o dia 02 de novembro sob a liderança espiritual do pastor Alceir e a irmã Cenilza, casal mis-sionário de nossa JMM que expressa o verdadeiro amor de Deus para nossos amados africanos, casal disposto, ale-

gre, hospitaleiro e agradável. Foi com eles que tivemos a oportunidade de conhecer a Namíbia e ver o quanto aquele país precisa do amor de Deus. Conhecemos uma família que nunca ouviu so-bre Jesus, não conheciam a Bíblia e acreditavam em deuses de seus antepassados. Vimos uma criança, ainda de colo, usando um “patuá” para a proteção de seu corpo. Imediatamente peguei-o no meu colo e enquanto tirava uma foto para disfarçar, orava pela criança e sua família. Foi neste momento que pude perceber que precisamos fa-zer muito mais se quisermos ver a volta de Jesus.

Nos concentramos em Pa-lapye e montamos o con-sultório odontológico no lugar do batistério da Igreja. Pudemos atender cerca de 126 pessoas daquela comu-nidade, visitamos escolas e realizamos palestras sobre a higiene bucal, oramos com eles e com suas professoras, realizamos cultos, jogamos bola com os jovens e usamos o esporte como estratégia de alcançá-los para Jesus.

Fica agora a saudade e a vontade de realizar muito mais por este povo que tem uma alegria contagiante, esse povo que nos fez ver que diante de todas as coisas “Deus é bom o tempo todo”! Louvo a Deus pela Lideran-ça de nossa JMM, pela vida da Família missionária em Botsuana, pelos voluntários que foram conosco para este desafio e pela PIB em Itambi, que tem atendido o chama-do missionário de Deus cada vez mais, levando Jesus Cris-to a todas as criaturas através de vários projetos que são desenvolvidos na igreja.

Desta vez foi o Projeto Odontológico, oramos a Deus que no próximo ano outros projetos de nossa igreja possam atender não só a África, mas as nossas igrejas aqui no Brasil tam-bém. Estaremos no período de carnaval desenvolvendo um novo projeto no campo estadual do Rio de Janeiro e em julho, já fomos convida-dos para plantar uma igreja em nosso campo brasileiro. Orem por nós e pela nossa igreja.

Projeto Itambi quer sorrir ajudando a África

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10 o jornal batista – domingo, 23/12/12 notícias do brasil batista

Luciene FragaDepartamento de Ação Social da CBB

No dia 25 de no-vembro foi o Dia Nacional de Do-ação de Sangue.

O departamento de Ação Social da CBB entrevistou a Dra. Carla Maria Boquim-pani Freitas, Hematologista do Hemorio, a fim de trazer para todos os leitores de O Jornal Batista informações sobre o processo de doação de sangue.

Entramos em contato com a equipe do Hemorio na ci-dade do Rio de Janeiro, onde este órgão público tem a missão de prestar assistência de qualidade em Hematolo-gia (o ramo da biologia que estuda o sangue) e Hemo-terapia (emprego de sangue

Isadora BarberoLíder do Ministério de Comunicação da IB de Potirendaba

No mês de novem-bro comemora-mos o aniversa-rio de 97 anos da

Igreja Batista de Potirendaba e fizemos vários eventos para agradecer a Deus pela nossa existência. O tema deste ano foi “Renovando os alicerces da Igreja” que nos propôs a refletir sobre algumas práti-cas de ser Igreja de acordo com o que o livro de Atos nos mostra. Cremos que fo-mos despertados por Deus a ser a Igreja que Ele planejou na nossa criação e formação. Com relação ao programa de aniversário tivemos quatro finais de semana intensos, cheios de atividades, e o mais importante de tudo, cheios da presença de Deus.

No primeiro final de se-mana (04/11) tivemos um musical chamado “O Farol”. Foi maravilhoso ouvir a voz de Deus através de músicas inspirativas e uma encenação teatral. Sentimos neste culto que o homem sem o Criador tem uma vida vazia e sem cor, mas com o Deus vivo,

e produtos sanguíneos no tratamento de enfermidades) à população do Estado do Rio de Janeiro.

O processo de doar sangue é um ato voluntário e quem doa uma vez não é obrigado a doar sempre, mas é impor-tante que as pessoas saudá-veis doem regularmente. Os homens podem doar de dois em dois meses, até quatro vezes, ao ano e as mulheres de três em três meses, até três vezes ao ano.

Existem alguns mitos e me-dos que impedem a doação de sangue, tais como: uma vez que doa sangue nunca mais poderá parar, uns pen-sam que há um grande risco de contaminação ou que o processo de doação pode engordar e outros têm medo de agulha. Entretanto não há por que temer. Por exemplo,

podemos ser luz aonde for-mos. Tivemos vários visitan-tes e alguns deles aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador, nos motivando cada vez mais a fazer a Obra deste Deus maravilhoso.

No segundo final de sema-na (11 e 12/11) tivemos um seminário chamado “Hom-bridade e Mulher Única” onde capacitamos os nossos homens e mulheres a serem instrumentos de Deus nos seus lares.

No terceiro final de semana (17 e 18/11) tivemos a Con-ferência de Aniversário com a presença do pastor Rodrigo Odney da PIB de Pompéia, SP sendo o nosso preletor. No sábado a noite o pastor Rodrigo desafiou a Igreja a viver o evangelho de Deus, no domingo pela manhã, através de um aulão, apren-demos o modelo de Igreja que devemos ser e pela noite ouvimos a voz de Deus nos conclamando a uma vida de oração, pregação e discipu-lado. Fora esta Conferência de aniversário, no domingo a noite também tivemos o bolo comemorativo dos 97 anos da nossa Igreja e nos lembramos das conquistas que Deus nos deu neste ano.

todo o material utilizado na coleta de sangue é descartá-vel e há total segurança neste processo.

Atualmente apenas 1,8% da população no Estado do Rio de Janeiro doa sangue e para atender a demanda seria necessário no mínimo 3%. A realidade diária no Hemorio de doação é de 350 pessoas de segunda a sexta-feira, e de 100 pessoas no sábado e domingo, porém a necessida-de diária é de 450 doadores, inclusive nos fins de semana.

No processo de doação nem todos são aprovados, pois não preenchem aos crité-rios estabelecidos. Logo, nem todos que estão se volunta-riando podem doar. Existem dois tipos de doadores: re-positor, que só doa quando tem um parente ou amigo precisando de sangue, e o doador espontâneo, aquele que doa por solidariedade e tem grande possibilidade de tornar-se um doador habitual.

Na palavra de Deus quando diz bem-aventurado é aquele que socorre o aflito (Salmos 41.1) vemos que a solidarie-dade traz alegria e consiste em uma expressão de amor ao próximo. Podemos refletir no papel fundamental da igre-

A nossa Igreja neste ano con-cluiu a reforma do prédio de educação e adquiriu um terreno para construção da futura casa pastoral. Estas duas grandes conquistas cer-tamente marcarão a nossa nova história.

No último final de sema-na (24 e 25/11) tivemos um seminário sobre o “Valor do Discipulado no crescimento da Igreja” com a preleção e ministração feita pelo pastor convidado, pastor Carlos Roberto da Cunha, que resi-de na cidade de Presidente Prudente, SP. O pastor Carlos também foi o pregador do encerramento das progra-mações de aniversário no domingo a noite.

Só temos a agradecer a Deus por tudo que Ele tem feito em nosso meio, princi-palmente por sua fidelidade conosco, pois se chegamos aos 97 anos é porque Ele assim nos permitiu. Concluo dizendo que o nosso coração está cheio de alegria, pois tudo o que tem acontecido nós nem tínhamos imagina-do. Obrigada Deus! Não te-mos palavras para descrever esse momento em nossas vidas... Que venham os 100 anos!

ja exercer atos de solidarieda-de, inclusive estimulando aos membros a serem doadores sanguíneos espontâneos, com um ato e sentimento de ajuda àqueles que necessitam. No processo de doação não sabe-remos para quem nosso san-gue irá, mas temos a certeza que pelo menos uma pessoa iremos abençoar.

Abaixo segue a mensagem ao doador retirada do site do Hemorio:

Se você quiser saber mais informações entre no site do Hemorio (http://www.hemo-rio.rj.gov.br/), no caso do Rio de Janeiro, ou em um site do centro de coleta de sangue do seu estado.

Departamento de Ação Social da CBB

Doação de sangue: um ato de amor

97 anos Renovando os alicerces da Igreja

Da esquerda para a direita (Pr. Pablo Pino e esposa, Pr. Rodrigo Odney, esposa e filha)

Templo no dia da Conferência

MENSAGEM DE AGRADECIMENTO AO DOADOR DE SANGUE

Há tempos te procuro...E nunca sei onde te encontrar.Não sei o teu nome... a tua cor...Os teus olhos... a tua voz.... o teu sorriso.Não sei onde moras... o que fazes...Do que gostas... do que não gostas...Não sei se estás triste ou se sorri.Não sei se sofres e se posso te ajudar de alguma forma.O que sei é que o teu sangue circula dentro de mim.O teu sangue me dá vida hoje.E a cada doação de sangue que tu fazes.Assim como eu, existem centenas de pessoasQue vivem da doação do sangue de alguém.Há tempos que te procuro...E nunca sei onde te encontrar.Mas, ainda assim, não desisto.Fecho os meus olhos e te penso... oro por ti.Queria, hoje, te dar um abraço.Penso no abraço... no agradecimento...E os deposito nas mãos de DEUS.Porque DEUS, certamente, saberá onde te encontrar.

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11o jornal batista – domingo, 23/12/12missões mundiais

Ailton de FariaRedação de Missões Mundiais

O diretor executivo de Missões Mun-diais, Pr. João Marcos Barreto

Soares, participou da justa homenagem feita a seu pai, o Pr. Ebenézer Soares Ferreira, e outros quatro representantes da turma de 23 alunos for-mada em 1952 no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB). O culto de ce-lebração pelos 60 anos de for-matura aconteceu no dia 29 de novembro, na capela do

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

A dura realidade da maioria da popu-lação no sul do Níger, vivendo da

agricultura de subsistência e sem saber ler nem escrever, é uma situação que se repete em quase todo o continente africano. Sensibilizados por este problema, os missioná-rios Josué e Kely Pacheco, que atuam em uma aldeia na região, decidiram desen-volver o projeto Educando para a Vida, que tem como objetivo atender 30 crianças. A maioria desses meninos e meninas deixou seus estudos para poder ajudar em casa ou porque são entregues pelos próprios pais a líderes religiosos que as obrigam a pedir esmolas.

O principal motivo é com-partilhar o amor de Deus com as crianças da aldeia e suas famílias através do tes-temunho dos missionários. As crianças atendidas pelo projeto são da etnia zarma, um dos cerca de 3.800 povos não alcançados presentes no mundo.

“Sempre nos lembramos do seu apoio e intercessão em nosso favor. Mesmo quando compartilhamos com o povo

seminário, sob a direção do Pr. Davidson Pereira de Frei-tas – reitor do STBSB. Além do pai do Pr. João Marcos, os demais homenageados foram os pastores: Adiel Louzada, Gedeon de Oliveira Antunes, João Falcão Sobrinho e Nori-val Franco.

“Agradeço e louvo a Deus pela vida de cada um desses servos do Senhor e pelas in-contáveis sementes plantadas em seus ministérios” – Pr. João Marcos Barreto.

Vários líderes da denomina-ção batista também compare-ceram. Entre eles estava o Pr.

do Níger, falamos que não estamos no país por causa do nosso próprio esforço, mas que existe um exército de pessoas que amam ao Se-nhor, que contribuem e oram para que possamos testemu-nhar o amor de Deus através de nossas ações aqui”, diz o missionário Josué Pacheco.

Josué e Kely Pacheco in-tegram o quadro de mais de 750 missionários da Junta de Missões Mundiais, presente em 72 países.

O casal missionário está no Brasil onde permanecerá até maio de 2013; a missionária está em tratamento de saúde. Em fevereiro, eles ficarão à disposição dos missionários mobilizadores de duas regi-

Sócrates Oliveira de Souza (diretor geral da CBB), além de familiares e membros das igrejas ali representadas.

“Nós louvamos a Deus por-que, através da vida desses servos do Senhor e de suas gerações, milhares e milha-res de pessoas conheceram a Cristo. Que os demais que passarem por esta casa sigam o exemplo desses irmãos” – Pr. Sócrates Oliveira.

O pregador foi João Emílio Cútis Pereira, pastor da Pri-meira Igreja Batista de Irajá, no Rio de Janeiro. Ele foi aluno de dois pastores home-

ões do país, ainda a serem definidas, para promoção missionária nas igrejas. Além das experiências de dois anos como missionários efetivos no Níger, esses missionários também têm muito para con-tar sobre o período de 2004 a 2006 em que, ainda solteiros, integraram o Projeto Radical – Voluntários Sem Fronteiras; ele na Guiné e ela no Níger.

Enquanto Josué e Kely estão no Brasil, o trabalho no Níger é desenvolvido por outro ex--Radical África: o missionário colaborador Fernando dos Santos, que atua em missão especial na coordenação das turmas sete e oito do projeto.

O trabalho de Josué e Kely concentra-se principalmente

nageados: Ebenézer Soares Ferreira e João Falcão So-brinho. Logo em sua oração inicial, ele agradeceu a Deus pelos irmãos que tiveram visão missionária, saíram de seu país e vieram evangelizar o povo brasileiro.

O Pr. João Emílio compa-rou a geração dos pastores, formados em 1952, como bons soldados de Cristo que cumpriram e ainda cumprem com sua missão na Terra. E citou alguns versículos do Capítulo 2 de II Timóteo: “So-fre comigo como bom solda-do de Cristo Jesus. Nenhum

na coordenação das turmas do Projeto Radical África no campo e também nas crianças. Josué já chegou a compor alguns louvores in-fantis e até produziu, em um estúdio improvisado, clipes com os pequeninos. Ele de-safia àqueles que dominam a área de gravação e edição de áudio e vídeo a dedicarem um tempo de suas vidas no Níger, a fim de produzirem vídeos evangelísticos.

“Os trabalhos no Níger continuam avançando. Foi maravilhoso chegar ao Brasil e logo depois receber liga-ções de algumas pessoas de lá preocupadas conosco e interessadas em saber quando retornaremos”, diz o Pr. Josué.

soldado em serviço se em-baraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (vs 3 e 4). Ele destacou as diversas igrejas plantadas por esses servos do Senhor e do grande amor pela obra mis-sionária. “Foram milhares e milhares de vidas salvas com o testemunho e pregação desses pastores. Dezenas de igrejas foram plantadas no Brasil e no mundo, pois esta foi uma geração missionária. Esses irmãos são exemplos para a nossa geração”, disse o Pr. João Emílio.

Duas semanas antes de voltar ao Brasil, Josué foi convidado pela igreja da ca-pital, Niamey, para ser pastor conselheiro.

“Gostaríamos de pedir ora-ção por esta igreja de Gou-del, pois mesmo não estando fisicamente lá para apoiar os irmãos, sabemos que através de nossas orações eles serão abençoados por Deus”, pede o pastor.

Localizado no centro-oeste da África, sem saída para o mar, o Níger tem dois terços de sua área ocupados pelo deserto do Saara. Dos mais de 16 milhões de habitantes, 93% são muçulmanos; cris-tãos representam menos de 0,5% da população.

Uma geração missionária

Chamados para testemunhar de Jesus ao Níger

Os pastores se sentiram honrados com as homenagens recebidas Pr. Sócrates OliveiraPr. João Emílio foi o pregador no Culto de Celebação da turma de 1952

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12 o jornal batista – domingo, 23/12/12 notícias do brasil batista

João Rosa - Vice PresidenteHelo - Ministério de Comunicação

A Primeira Igreja Ba-tista em Itaquera, São Paulo, SP, es-tará completando

em janeiro de 2013, 55 anos de adoração e serviços prestados a Deus. Trata-se de uma Igreja firmada nas sãs doutrinas da Palavra de Deus, portanto apegada à Bíblia. Em consonância com a Bíblia ela resolveu honrar seu pastor e promoveu uma festa de três dias consecuti-vos: 19, 20 e 21 de outubro de 2012. Uma homenagem que sobre tudo expressou gratidão a Deus pela vida do pastor Ozias Raimundo da Silva que tem desenvol-vido um profícuo ministério pastoral, pois a Igreja tem sido edificada, almas têm se rendido a Jesus, o pe-cado tem sido combatido com a pregação e ensino da Palavra de Deus. O pastor Ozias tem sido um exemplo de vida e de consagração a Deus. Sua história de vida é emocionante e significativa (Fil. 1.6). Foi uma tríplice homenagem: Aniversário do pastor; Aniversário de 25 anos de Consagração Pastoral e Aniversário de 25 anos de casamento com a irmã Neide.

No Dia 19/10: Muitos colegas, professores e ou-tros que de alguma forma contribuíram para o seu êxito ministerial, compare-ceram para lhe homenagear os pastores Vieira Rocha, Tang, Nilton Quaresma, Antônio de Souza Filho, Isaias Requena, Natanael Mendonça, Eliaquim Dias, Jorge Nogueira, Gerson Basto, Kleberson e Joaquim Maçau. A Orquestra Musi-tá da PIBI se fez presente e glorificou a Deus sob a batuta do maestro Marcel. O orador da ocasião foi o pastor Pedro Alves Car-doso, colega e amigo do pastor Ozias.

O Dia 20/10: Sábado, foi um dia espetacular, com di-reito a piscina, futebol e um delicioso almoço preparado pelas irmãs Eliene, Jacira e a irmã Neide, esposa do pastor Ozias. O objetivo foi fortalecer a unidade da Igreja.

No Dia 21/10: Foi o en-cerramento com o coral EmCanto da PIBItaquera, com poesia e homenagens à família do pastor. O pas-tor Cleverson Pereira do Valle, da Igreja Batista de Arthur Nogueira, recebeu a incumbência de pregar a Palavra de Deus. Foi uma mensagem de ênfase na junção entre Igreja e pastor.

PIB em Itaquera em foco e

com tríplice homenagem

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35 anos depois...Saudade do pastor

Paulo Mainhard (1899-1977)

13o jornal batista – domingo, 23/12/12notícias do brasil batista

Paulo Christiano Mainhard, seu filho

Se vivo fosse, o pastor Paulo Mainhard estaria presentemente com a inusitada idade de 113

anos. E estaria comemorando com alegria dois fatos que, den-tre outros, marcaram a sua vida e o seu profícuo ministério: 1) A organização há 70 anos passa-dos da Primeira Igreja Batista de São José dos Campos (SP), da qual foi seminarista e primeiro pastor; e 2) A organização há 50 anos passados da Primeira Igre-ja Batista de Cabo Frio (RJ), da qual foi idealizador e também seu primeiro pastor.

Filho de pais austríacos, ca-tólicos, nasceu em 06 de abril de 1899 na cidade de São Ben-to do Sul, em Santa Catarina. Como filho mais novo da famí-lia, foi dedicado ao sacerdócio católico. Enviado ao seminário ainda muito novo, rebelou-se quando estava prestes a in-gressar no Curso de Teologia. Diante da recusa da família de aceitar a sua decisão, ingressou no Exército Brasileiro, com 17 anos de idade, permanecen-do nas fileiras militares até os 21. Rejeitado pela família, em virtude de sua opção, viveu uma vida de aventuras nos Es-tados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, até os 28 anos, período no qual traba-lhou principalmente no setor farmacêutico e se envolveu com movimentos revolucioná-rios, atuando inclusive como intérprete de uma comissão de rebeldes encarregada de com-prar armas na Europa.

Derrotado o seu movimento, migrou do Rio Grande do Sul para o Estado do Rio de Janei-ro, indo residir na cidade de Nova Friburgo. Ali conheceu em 1929 Iracema Rodrigues Manhães que, embora não fosse ainda crente, era filha de João Rodrigues Manhães, já falecido à época, e que fora diácono da Primeira Igreja Batista de Campos (RJ). Casados em 25 de março de 1930, transferiram-se naquele ano para a cidade de Juiz de Fora (MG) onde, por in-fluência de vizinhos, passaram a frequentar a hoje Primeira Igreja

Batista daquela cidade e onde, após 3 anos, sentiu a chamada de Deus para o ministério. Em 1935 foi para o Rio de Janeiro com a mulher e a filha (Jurema Mainhard, nascida em 06 de janeiro de 1931), com a finali-dade de cursar o Seminário Te-ológico Batista do Sul do Brasil preparando-se, assim, para o ministério. Ingressou no Semi-nário em 1937 e quando estava cursando a última série teve que trancar a sua matrícula para acompanhar a esposa, Iracema, que se encontrava tuberculosa, ao Sanatório Ebenezer, em Cam-pos do Jordão onde, convidado, assumiu as funções de Diretor Administrativo daquela casa.

Em 1941, convidado pela Igreja Batista Paulistana, da capital paulista, passou a dar assistência, como seminarista que ainda era, à Congregação de São José dos Campos. Aos sábados descia a serra de Cam-pos do Jordão em direção a São José dos Campos, onde passava o domingo, dando assistência à congregação.

Em 1942, decide a Igreja Pau-listana organizar em igreja a Congregação de São José dos Campos e visando à continui-dade da assistência que o semi-narista já vinha dando ao grupo, decide, também, consagrá-lo ao Santo Ministério da Palavra, fato que ocorre na capital paulista no dia 12 de dezembro de 1942, exatos 15 dias antes da organiza-ção da novel Igreja, o que se deu em 27 de dezembro de 1942.

Não foi longo o pastorado de Paulo Mainhard em São José dos Campos. Devido a razões familiares e econômicas trans-feriu-se em 1944 para o Estado de Minas Gerais, indo pastorear a Igreja Batista de Itueta, no Vale do Rio Doce e, a seguir, as igrejas de Resplendor, Boa Esperança do Eme (hoje Inde-pendência), São Pedro da Pedra Bonita e Monte das Oliveiras. A região na época era atravessada pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, mas a locomoção para as igrejas e congregações, no interior era difícil, feita a pé, a cavalo e mais tarde a charrete. A Igreja Católica era muito in-fluente na região, dominada por padres espanhóis, radicais, que

não hesitavam em até ameaçar de morte os protestantes. O pastor Paulo no período sofreu um atentado concreto de vida e noutra oportunidade assistido por amigos teve que fugir de Boa Esperança do Eme, onde estava sendo organizado um atentado contra a sua vida.

No seu trabalho pelo interior sentiu grande interesse dos jovens que se convertiam ou que eram oriundos de famílias crentes, pela educação, muitos inclusive que se sentiam vo-cacionados para o ministério cristão. Havia grande carência de instituições e oportunidades na região. Diante desse quadro ele liderou o movimento que resultou na criação da Ação Social Evangélica. Iniciativa simples e modesta que possuía um pequeno sítio, com instala-ções para alojamento de moças e rapazes, onde os alunos rece-biam as aulas do Curso Primário e participavam de atividades de produção para manutenção da escola. Esse sítio ficava próximo à Igreja de Monte das Oliveiras, que funcionava como campo de trabalho cristão dos alunos.

Essa iniciativa de Paulo Mai-nhard durou aproximadamente 4 anos e dela saíram moças e rapazes que prosseguiram seus estudos no Colégio Batista Mineiro, de Belo Horizonte, e no Colégio Pan-Americano, de Aimorés, do saudoso Dr. Luiz Batista. Alguns desses jo-vens passaram ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e ao antigo ITC (Instituto de Treinamento Cristão, para moças). Muitos encontram-se, ainda, Brasil afora exercendo seus ministérios. A iniciativa plenamente exitosa na sua con-cepção e apoiada por líderes batistas, dentre os quais destaco o nome do Ministro Antonio Vilas Boas, de Belo Horizonte, à época membro do Supremo Tri-bunal Federal (STF), não resistiu infelizmente às suas demandas e encerrou as suas atividades em 1950. Mas, graças ao bom Deus, ficou um importante legado de idealismo e serviço à Causa de Deus.

Em 1951 o pastor Paulo trans-feriu-se para a cidade de Mira-douro, na Zona da Mata, onde

além de assumir o pastorado da igreja local, assumiu também o pastorado da Igreja Batista de Muriaé.

Em 1953, acometido de doen-ça grave do coração, foi orien-tado a procurar uma cidade praiana para se tratar. Diante de consultas, acede ao convite da Igreja Batista de Arraial do Cabo, então no município de Cabo Frio, que embora antiga contava com apenas 80 membros.

Arraial do Cabo era, à época, distrito de Cabo Frio. Era quase um povoado, sustentado pela atividade econômica da pesca e onde começava a se instalar a Fábrica Nacional de Alcális. Se-manalmente o pastor Paulo era obrigado a ir à “cidade”, Cabo Frio, para buscar correspondên-cia na Agência dos Correios, realizar eventuais transações bancárias e fazer compras de ar-tigos não encontrados no Arraial.

Cabo Frio era uma cidade “dominada” por dois grupos religiosos: os católicos, maio-ria, tradicionais na cidade; e os metodistas, que embora mino-ria, desenvolviam importante trabalho.

Inconformado com a inexis-tência de trabalho batista em Cabo Frio, cidade já famosa e balneário formoso e próspero, Paulo Mainhard leva a Igreja Batista de Arraial do Cabo, com apoio e ajuda da Convenção Batista Fluminense, a abrir ini-cialmente um ponto de pre-gação numa loja alugada, em local estratégico, que realizava os seus trabalhos nas tardes dos domingos. O ponto de pre-gação prosperou e não tardou a criação da Congregação de Cabo Frio.

Antevendo a criação da Igre-ja, Paulo Mainhard orientou Arraial do Cabo a adquirir um terreno e construir um pequeno templo que pudesse abrigar a novel grei. Finalmente em 21 de abril de 1962 foi criada a Igreja Batista de Cabo Frio, hoje a PIB de Cabo Frio, embrião de um trabalho hoje representado por mais de 20 igrejas batistas em todo o município.

Paulo Mainhard assumiu, na condição de primeiro pastor, em caráter interino, o ministério da nova igreja, mas prosseguiu com o seu trabalho em Arraial do Cabo, onde a igreja cons-truía um novo templo para abrigar os 400 membros que então já possuía.

A vida de Paulo Mainhard oscilou, entre 1962 e 1977, ano em que faleceu, entre as igrejas de Cabo Frio e Arraial do Cabo, ora como pastor, ora como simples membro, empe-nhado na ampliação dos novos templos e construção, em Cabo Frio, de uma bela e confortável casa pastoral.

Em 1968 ele e sua esposa foram duramente atingidos pela morte repentina de sua filha Jurema, professora, serva dedi-cada, esposa do pastor Oswaldo Viana da Silva, que à época pastoreava a PIB de Arraial do Cabo.

A partir de 1969, o pastor Paulo e sua esposa assumem a educação das suas netas, filhas de Jurema, então com 16, 15, 9 e 8 anos de idade, trabalho que realizaram com dedicação e amor até o fim de suas vidas. D. Iracema Mainhard morreu em 12 de março de 1976 e o pastor Paulo Mainhard em 30 de janeiro de 1977, quando contava 77 anos de vida.

Paulo Mainhard não era “pas-tor-estrela”, preocupado em aparecer nas convenções e en-contros denominacionais, em-bora deles sempre participante. Era um pregador escorreito, preso à mensagem bíblica. Ide-alista, e sempre empenhado em construir alguma coisa. Com formação humanista sólida, falava várias línguas (principal-mente o alemão). Apesar da sólida formação que possuía foi, desde que ingressou no minis-tério, pastor de tempo integral, nada obstante as vicissitudes que muitas vezes enfrentava. De resto, podemos dizer ter sido ele, desde que chamado, um fiel e integral servo do Se-nhor, que deixou belo exemplo e muita saudade.

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14 o jornal batista – domingo, 23/12/12 ponto de vista

A vida é sem graça sem a manifestação da graça em nos-sas vidas. O nosso

Deus é gracioso. É pela graça que somos salvos (Ef. 2.8-10). É a graça do Senhor Jesus que nos basta. Graça é favor imerecido – preciso, mas não mereço. Dom gratuito. Justi-ça imputada apesar de nós. É Deus descendo para nos con-quistar com o Seu amor. É Ele nos conceder tudo sem nada merecermos. Graça é mise-ricórdia derramada. Perdão revelado e doado. Iniciativa do Pai em nos amar, aceitar,

Há poucos dias es-crevi a primeira parte deste artigo com o objetivo de

demonstrar que devemos ter uma percepção analítica so-bre a que está acontecendo em nosso ambiente deno-minacional, mas também propor soluções aos diversos dilemas que naturalmente uma denominação passa.

Tenho notado, ao longo de mais de três décadas ao acompanhar e participar nos mais variados níveis e esca-lões denominacionais, que a maioria das causas que nos têm levado a crises são preve-níveis. A pergunta é por que não o foram na época?

Considere, por exemplo, as crises que enfrentamos com muitos Colégios Ba-tistas; a crise com a Juratel, com a JUERP e, no passado bem distante, com a Junta de Beneficência. Quanta perda de patrimônio e recursos? Quanto desgaste no relacio-namento, na convivência? Quanta perda do precioso tempo? Quanta perda no atendimento de nosso povo e igrejas? No meio do turbi-lhão, das perdas, instala-se um espírito “messiânico” e fi-camos esperando que algum “homem de Deus” com uma malinha cheia de mágicas ve-nha ser o salvador da pátria, depois, muitas vezes a crise

encorajar e quebrantar. A personificação da graça é Jesus que a Si mesmo se deu por nós na cruz, realizando a Sua obra suficiente para nos salvar perfeitamente.

Graça é a manifestação da bondade de Deus. Nós a conhecemos pela paciência de Deus conosco. Ela não é barata, pois custou a vida de Cristo na cruz por nós. Fala de uma morte substi-tutiva. Ele voluntariamente morreu a nossa morte para que vivêssemos a Sua vida dia a dia. A graça é pedagó-gica, pois nos ensina, nos

volta, volta também o espírito messiânico.

Discutimos em plenário anos a fio, temos dezenas e dezenas de reuniões, rela-tórios são apresentados em diversos níveis, procuramos apertar no controle das deci-sões, mas a situação demons-tra que ainda não encontra-mos o caminho melhor.

Então, hoje, me proponho a dar mais uma sugestão prá-tica para vencermos dificul-dades como estas.

Vamos lembrar que recen-temente a situação estava tão grave que, na Assembleia em Florianópolis, foi proposta uma alteração radical na estru-tura de poder da Convenção. O Conselho Geral teve de as-sumir o comando da situação, concentrando em si o poder de controle e intervenção. Creio que já se conquistou muito caminho e avançamos muito neste período.

Ao longo desse tempo tenho observado como to-mamos decisões, quais as motivações, quais variáveis são utilizadas. Tenho desco-berto que, em muitos casos, muitas decisões se revestem de excessivo toque de pas-sionalidade, mas também de espiritualidade, de mi-sericórdia, de paciência, de solidariedade. Nem sempre são consideradas variáveis que de fato necessitam ser

confronta. É terapêutica por-que nos cura, fazendo-nos agentes de saúde espiritual e emocional. Graça maior que o nosso pecar. Aceitos no amado podemos cantar um cântico novo, fruto de lábios que confessam o Seu nome.

Graça preciosa. Intencio-nal. A partir do coração do Pai. Que aceita o maltrapi-lho. Recolhe e sara o ferido. Confronta o erro, mas salva o errado. Graça maravilho-sa. Portentosa. Que nos encanta dia a dia. Que nos inspira a celebrar a vida, a

consideradas para a solução efetiva de situações, especial-mente no campo da gestão do trabalho denominacional.

Então, muitas vezes a pa-ciência, a esperança de que a situação naturalmente vai mudar, de que precisamos mais de oração, de preservar os sentimentos, etc, acaba sendo a tônica, e o momento pode precisar mais do que isso, pode precisar de inter-venção em processos defei-tuosos; intervenção em ges-tão amadora, em descuidado nas decisões financeiras, na contratação e supervisão de pessoal, etc.

Como resolver isso? Enten-do que necessitamos mui-to continuar contando com pastores nos mais variados níveis decisórios convencio-nais. Eles é que poderão dar o toque especial próprio de amor, piedade, solidarieda-de, ajudar a manter a bibli-cidade e espiritualidade de nossas instituições, ênfases compatíveis com a natureza pastoral de ver o mundo.

Mas não podemos mais avançar sem a efetiva con-tribuição de pessoas espe-cializadas nas diversas áreas representativas das variadas facetas de funcionamento institucional. Assim, neces-sitamos de pessoas com ex-periência em gestão; na área do direito, contábil, da eco-

tão grande salvação. Que nos motiva a cuidar do meio ambiente, da natureza tão bela que o Pai confiou a nós para administrá-la. Graça que produz a renovação das misericórdias do Senhor a cada manhã. Deus, por Sua graça, chama, capacita e usa todos os que se inclinam para fazer a Sua vontade.

Graça não é conceito e nem preceito. Ela é a de-monstração de toda a acei-tação de Deus por meio de Jesus Cristo, o Amado. Ela enseja milagres nas vidas. O novo nascimento, a san-

nomia; pessoas especializa-das na área fim institucional (por exemplo, em Colégios Batistas e seminários, precisa-mos de educadores; na área social, de especialistas nesta área; na área de missões, de missiólogos, etc).

O Conselho Geral neces-sita continuar tendo o poder supervisor e até de interven-ção em situações necessárias, mas será que já não seria a hora de voltarmos à descen-tralização? Hora de criarmos grupos gestores especializa-dos, compostos por pastores, gestores, advogados, eco-nomistas, contadores, edu-cadores, assistentes sociais, missiólogos, que poderiam cuidar das instituições e áreas da Convenção a partir das reais variáveis de decisão?

Jun t amen te com o ( a ) executivo(a) cada grupo gestor teria o poder e a ca-pacidade de gerir área ou instituição; teria o poder de intervir em situações ocorren-tes no dia a dia institucional evitando-se o agravamento tão notado na base de diver-sas crises que temos vivido; somente não teria o poder de demitir o executivo, mas poderia encaminhar a reco-mendação disso ao Conselho Geral, além de prestar os devidos relatórios.

Assim, o Conselho Geral de fato exerceria o seu pa-

tificação e a glorificação do cristão autêntico come-çam com a revelação da graça. Ela nos liberta dos medos e dos enredos da vida. Enseja vida autêntica, sem máscara. É a graça do evangelho e não do lega-lismo. Revelada na História da Salvação. Como é bom viver pela graça. Ter um coração agradecido. Ser como o leproso samaritano que voltou para agradecer a Jesus porque foi o milagre da graça encarnada. Deus seja sempre glorificado por Sua maravilhosa graça!

pel supervisor e poderia ter tempo para fomentar a visão estratégica a médio e longo prazo da vida denominacio-nal, em vez de ter de ficar investindo o seu tempo em tratar e decidir sobre minú-cias e detalhes do dia a dia do trabalho. Penso até que o Conselho Geral deveria se chamar Conselho Super-visor.

Essa estratégia não pro-moveria a diminuição do poder do Conselho Geral, ao contrário promoveria um poder delegado por ele aos grupos gestores que teriam o dever de responder pelos seus atos juntamente com os executivos. Abriria a agenda do Conselho Geral dando-lhe fôlego e tempo para avaliar no conjunto o que de fato está ocorrendo com a vida denominacional. A Conven-ção continuaria a eleger os membros do Conselho Ge-ral e este até poderia ser o nomeador dos membros dos grupos gestores.

Aqui vai entrar o papel dos chamados “leigos”, que, as-sociado ao papel dos pasto-res, dará uma soma equili-brada na gestão do trabalho denominacional. Fica aqui a proposta e fica fomentado o debate na busca de soluções para garantirmos com mais segurança nosso futuro como povo batista.

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Convenção – ela tem futuro!!! (Parte 2)

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15o jornal batista – domingo, 23/12/12ponto de vista

Professor Walmir VieiraDiretor do Colégio Batista ShepardDiretor do CLIC – Centro de Liderança Criativa

Na edição anterior deste jornal, des-taquei as causas e consequências da

prática de bullying, especial-mente nas escolas. Para não confundi-lo com brincadei-ras e “zoações”, feitas entre colegas a título de gozação, sem intenção maldosa, ca-racterizamos bullying como um comportamento agressi-vo, intencional e repetitivo, praticado por uma ou mais pessoas, a uma outra com dificuldade de se defender sozinha. É ofender, agredir, bater, isolar, insistir com apelidos que a pessoa não gosta, ignorar, ridiculari-zar, discriminar, humilhar, aterrorizar, constante e mal-dosamente, ferindo física, moral ou psicologicamente a alguém em desequilíbrio de força.

A prá t ica de bul ly ing sempre existiu, mas só re-centemente recebeu maior atenção e tem sido estu-dada mais profundamente. A imprensa tem registrado tragédias ocorridas em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, como resultado de uma ação ou reação de bullying. As reações dos que sofrem bullying vão de suicídio (bullyingcídio) à vingança trágica.

Uma jurisprudência de an-tibullying começa a ser dese-nhada, a partir de decisões sobre o assunto em tribunais estaduais. Juízes têm apli-cado punições alternativas e indenizações por danos morais, aos pais de filhos agressores, por “imposição intencional de sofrimento emocional”. Têm incluído também escolas e outras or-ganizações onde o bullying aconteceu, acusadas sob o princípio da responsabilida-de solidária. Além das esco-las, centros de saúde, conse-lhos tutelares, igrejas e redes de apoio social, mais aten-tos ao problema,começam

também a contribuir para a conscientização e busca da solução do problema.

Como prevenir e tratar o bullying, para que tenhamos menos agressores e vítimas? Estudos e experiências bem sucedidas e conclusões sig-nificativas têm sido dadas, objetivando diminuir signi-ficativamente sua incidên-cia e minimizar ao máximo seus efeitos, uma vez que dificilmente será possível sua extinção total, assim como outras práticas de violência na sociedade.

O papel dos paisPara evitar que as crianças

e jovens sofram ou pratiquem bullying, os pais e/ou res-ponsáveis, além do que se espera deles como cuidado, educação, proteção e amor devem também:

1. Estar atentos aos sinais que possam evidenciar a prática de bullying. Os pais devem se manter sempre informados sobre o dia da criança na escola, analisan-do sua expressão e olhar, buscando sinais de tristeza ou de mentira, detectados pelos pais que conhecem seus filhos.

2. Ser parceiros da escola, na busca de soluções dos problemas, especialmente este. Devem procurar a esco-la (coordenação ou direção), ao saberem da ocorrência de um ato de bullying sofri-do ou presenciado por seu filho e também para sugerir caminhos que ambos (escola e família) podem tomar para a solução. Devem, contudo, estar certos de que se trata realmente de bullying.

3. Acreditar na eficácia do encaminhamento e provi-dência que a escola costuma dar ao assunto. A maioria das escolas está preparada para enfrentar adequada e sabiamente o problema, mas necessita do apoio e da con-fiança dos pais.

4. Ajudar seus filhos a de-senvolverem a capacidade de exercer resiliência. Re-siliência, em Física, é o re-torno de um material à sua condição original, depois de

impactados. Na Psicologia, é a atitude que faz o sujeito resistir com maior equilíbrio emocional aos eventuais ata-ques e sobrecargas, crescen-do com os fatos, mantendo suas emoções positivas e contribuindo para o desfecho da situação, sem traumas. A resiliência ajuda a vítima de bullying a não se afetar tanto com as provocações e a enxergar que o problema não está nele, mas nas limi-tações e fraquezas pessoais do agressor.

O papel da escolaPara evitar que seus alu-

nos sofram ou pratiquem bullying, as escolas devem adotar as seguintes estraté-gias:

1. Atentar para as ações re-almente caracterizadas como bullying e reagir com firme-za, rapidez e sabedoria. Os regimentos escolares devem prever punições compatíveis para atos de bullying. Devem ter cuidado para não subesti-mar os casos, nem superesti-má-los, desnecessariamente.

2. Capacitar seus profes-sores e equipe técnica para identificar o aluno que es-teja sofrendo ou pratican-do bullying. Os educadores experientes e preparados podem agir com sabedoria no trato da questão. Por meio da abertura ao diálogo, do oferecimento de apoio, da

escuta sensível e atencio-sa, esses profissionais criam oportunidade para que o aluno se abra a respeito dos seus sentimentos e, assim, podem ajudá-lo.

3. Distinguir adequada-mente as participações di-ferenciadas dos alunos na prática de bullying, para que a ação disciplinar seja com-patível com proporção da participação individual no caso.

4. Promover junto aos alu-nos programas de informa-ção e prevenção contra o bullying, por meio de pa-lestras, teatro, concursos de redação e de músicas que mostrem o conceito, as cau-sas, as consequências e as formas inteligentes de inibir ou se defender da tentativa do bullying.

5. Desenvolver projetos que enfatizem valores, ca-ráter e cidadania. Virtudes como tolerância, humildade, generosidade, paciência, en-tre outras, que ajudam a pro-mover relacionamentos sau-dáveis entre os alunos devem ser evidenciadas, requeridas e valorizadas pela escola. O objetivo é promover uma cultura da paz, acolhimento e solidariedade, em que as diferenças sejam aceitas e o ser humano, respeitado.

6. Redobrar cuidado e aten-ção a espaços e situações em que, estatisticamente, o

bullying é mais recorrente, como: local (pátio externo, no intervalo), reação dos alu-nos alvos (baixo rendimento e isolamento) e dos agresso-res (exibicionismo e arrogân-cia), sentimentos das vítimas (tristeza e medo), faixa etária e sexo (meninos, entre 10 e 13 anos) e população alvo (tí-midos e diferentes da maioria em algum aspecto).

7. Formar grupos de apoio e suporte, que incluam alu-nos, professores e equipe técnica, com a missão de: proteger os potencialmente alvos de bullying, auxiliar os possíveis agressores na supe-ração de suas dificuldades, acolher e tratar as denúncias, mediar solução de disputas e queixas, pois o enfrentamen-to da situação demonstra aos possíveis autores do bullying que eles não terão o respaldo do grupo.

No Colégio Batista She-pard, na Tijuca, há vários banners instrutivos, sobre diversos temas, espalhados pelo pátio. Em dois deles está escrito: “Abandonem toda amargura, todo ódio e toda a raiva. Nada de gri-tarias, insultos e maldades! Pelo contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês (Efésios 4.32 – BLH). Bullying – Jamais!”

O presidente da UMHBB - União Missionária de Homens Batistas do Brasil, no uso de suas atribuições e de conformidade com o estatuto, convoca o segmento masculino, Sociedade Missionária de Homens Batistas - SMHB, Embaixadores do Rei, Conselheiros dos ER, e Grupo de Ação Missionária - GAM, para participarem de sua XIV Assembléia Anual, conforme segue:

Data: Quinta - feira, 24 de janeiro de 2013.Hora: 9h00 às 18h00.Local: Centro de Convenções de Sergipe Ministro José Hugo Castelo Branco.

Auditório Atalaia. Avenida Prefeito Heráclito Rollemberg, 4010, Aracaju – SE.

Dailson Oliveira dos SantosPresidente da UMHBB

ConvocaçãoUnião Missionária de Homens Batistas do Brasil

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