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Janeiro | 2011 |S22 |D23 |S24 |T25 |Q26 |Q27 |S28 Ano II R$ 2,50 Dois projetos em tramitação na Câmara de Vereadores, que devem ser votados este ano, pretendem amenizar o caos visual da paisagem urbana de Caxias As sombras do governo Yeda Crusius Milhares de ofertas de emprego Mudança no ranking local do ensino superior Região concentra a metade da produção de frutas e hortaliças do RS A saída de Beto Almeida e o clássico que se aproxima Renato HENRICHS Roberto HUNOFF 60 Sartori, o “radical da cautela”, repensa o secretariado Arte de Luciana Lain e Marcelo Aramis/O Caxiense Dupla CA-JU POLUIÇÃO QUE SALTA AOS OLHOS

Edição 60

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Dois projetos em tramitação na Câmara de Vereadores, que devem ser votados este ano, pretendem amenizar o caos visual da paisagem urbana de Caxias

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Janeiro | 2011|S22 |D23 |S24 |T25 |Q26 |Q27 |S28

Ano ii

R$ 2,50

Dois projetos em tramitação na Câmara de

Vereadores, que devem ser votados este ano,

pretendem amenizar o caos visual da paisagem

urbana de Caxias

As sombras do governo

YedaCrusius

Milhares de ofertas de

emprego

Mudança noranking local do ensinosuperior

Região concentraa metade da

produção de frutas e hortaliças do RS

A saída de Beto Almeida e o clássico

que se aproxima

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Roberto Hunoff

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Sartori, o “radical da

cautela”, repensao secretariado

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2 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 44º Horti Serra Gaúcha mostraráa força agrícola da região

Política | 5A herança de denúncias deixada pelo governo Yeda

emprego | 8Por que as empresas caxienses têm milhares de vagas abertas

ensino superior | 11O novo ranking da qualidade da educação em Caxias

Poluição visual | 13Duas tentativas de pôr ordem no caos da paisagem urbana

Guia de Cultura | 16Um gigante no cinema eBlues de Bolso no Mississipi

Artes | 18Bons caminhos sob mau tempo

Boa Gente | 19Uma professora especial, um ex-roqueirogaudério, um empresário do blues e asmelhores lojas para comprar biquíni Dupla CA-Ju | 21A dispensa de Beto Almeidae a semana de CA-JU

Guia de esportes | 22Clássico CA-JU no Jaconi eMotocross na praia de Torres

Renato Henrichs | 23Reforma no secretariado fica parafevereiro – e deve ser radical

www.oCAXienSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita LossCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

Foto

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@drica_adami Acompanhando o jogo do meu @sercaxias pelo site do jornal @ocaxiense!!! Maravilha!!! E com áudio da torcida! Estou me sentindo lá ;) #futebolaovivo

@ale_muraro @ocaxiense baixei o aplicativo. li o jornal lá em Pernambuco. parabéns pela iniciativa. #ocaxiensenoiphone

@jocemarzulian Bacana a matéria do @oca-xiense sobre o #BBB. Como fã do programa, admiro aqueles que enfrentam essa “guerra” e colhem bons frutos. #edição59

@leooportella Alô prefeito Sartori!! @ocaxien-se também é imprensa local! Faltou o convite para ver as obras do Sistema Marrecas... #edição59

@jornalisi @ocaxiense Muito bom ver o Lau-ro no Boa Gente! Sempre na memória e no co-ração dos juventudistas. #lauronocaxiense ;D #edição59

O bom de O Caxien-se é que a edição não é

“perecível” como os outros jornais, é conteúdo para

informação e reflexão!Aline Zilli

Meu jornal preferido... =D Semana boa começa com O Ca-xiense...

Suelen Bastian

Calçada na Rio Branco |Cortar árvores, diminuir a via de pedestres e assim vamos

nós.Vinicius Rocha

erramos | Na edição passada: o candidato a vice-governador indicado pelo PDT foi Pompeo de Mattos, e não Beto Grill – que é do PSB e foi eleito na chapa de Tarso Genro (“Tudo é possível. É só ter voia”). Na mesma edição: o Parque Cinquen-tenário fica no final da Avenida itália, e não da Via Vêneto (Top 5).

No Site

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www.ocaxiense.com.br 322 a 28 de janeiro de 2011 O Caxiense

Ausência sentida na última Fes-ta da Uva e vítima de inúmeros atrasos em sua reconstrução, o espetáculo Som & Luz deve es-tar pronto para voltar a cartaz em junho. Essa, pelo menos, é a previsão da prefeitura. A cons-trutora Viezzer assumiu as obras ainda em dezembro, com dispen-sa de licitação, após três editais frustrados. A estrutura deverá ter 350 cadeiras metálicas para o público, área ViP, restaurante e espaço para degustação de vi-nhos. Os recursos federais que vão pagar parte da obra, entre-tanto, estão pendurados. Como não foram aplicados dentro do prazo adequado (com a última prorrogação, a obra precisaria es-tar concluída no mês que vem), o Município precisará “sensibilizar” o governo federal para mantê-los.

Um levantamento do site Con-gresso em Foco revela a assi-duidade dos deputados federais caxienses na última legislatura. Pepe Vargas (PT) compareceu a 90% dos compromissos no Con-gresso. Ruy Pauletti (PSDB) foi a 73,7%. Sobre a produtividade de

cada um, novamente a vantagem é do petista. Pepe apresentou 257 projetos e relatou 79. Pauletti teve 96 projetos e 34 relatorias.

Um dos segmentos de destaque da economia caxiense, o ramo de implementos rodoviários – veí-culos reboques e semirreboques

Mais um dado animador sobre a economia caxiense. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cida-de gerou 13.763 novos postos de trabalho com carteira assinada no ano que passou. Para 2011, mais do que criar empregos, o desafio é conseguir mão de obra suficiente para tanto trabalho. Leia mais so-bre o assunto na página 8.

O governador Tarso Genro (PT) criou dois grupos de trabalho que interessam diretamente aos ca-xienses: o de Desenvolvimento da Serra e o dos Pedágios. O pró-ximo passo será transformá-los em câmaras temáticas, o que deve ocorrer em março. “O governador identificou que alguns assuntos já deveriam ser tratados agora para não ficarem sem atenção até a criação definitiva das câmaras”, ex-plica Marcelo Danéris, secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Caberá aos grupos levantar dados, pesquisas e documentos sobre suas áreas. As informações serão debatidas em encontros mensais.

nem sempre cumpridas, lembre-se – não é tão desanimador quanto prega o sindicato local da catego-ria. Foram 59 para 14 vagas. Nas especialidades médicas, porém, a situação preocupa: dois inscritos para duas vagas de endocrinolo-gista; cinco para duas vagas de pe-diatra; três para duas vagas de ra-diologista e nenhum para as duas vagas de neurologista pediátrico. Bem diferente foi a procura pela única vaga de odontólogo: 238 inscritos.

A julgar pelo número de ins-critos no concurso da prefeitura para clínico geral, o salário de R$ 2.203,62 por 20 horas semanais –

Começou saudavelmente am-biciosa a 23ª edição do Rodeio Crioulo Nacional de Caxias do Sul, com expectativa de reunir 150 mil pessoas nos Pavilhões da Festa da Uva. Em 2009, realizado fora da época quente de rodeios, juntou 80 mil. Com diversas atrações artísti-cas – destaque para o Festival Cé-sar Passarinho, no final de semana que vem – e campeiras, o evento se consolida a cada ano como um dos maiores acontecimentos tra-dicionalistas do Estado e motivo de atração turística. De segunda a quinta, e entrada é gratuita. Na sexta-feira, custa R$ 3. No sábado e no domingo, R$ 4. O rodeio se-gue até o dia 30.

novo Som & Luz prometido para junho

Para comparar o trabalho de Pepe e Pauletti

Venda de implementos rodoviários cresce 48%

Tarso cria grupos de Desenvolvimento e Pedágios

Caxias criou 13,7 mil empregos em 2010

69 médicos querem trabalhar no Município

Rodeio espera atrair 150 mil pessoas

SeGunDA | 17.jan

TeRÇA | 18.jan

QuinTA | 20.jan SeXTA | 21.jan

SeXTA | 21.jan

QuARTA | 19.jan

A Semanaeditada por felipe Boff | [email protected]

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A volta do Som & Luz é anuciada para junho; Ruy Pauletti faltou mais e produziu menos do que Pepe Vargas na Câmara Federal

e carrocerias sobre chassis – teve desempenho animador em 2010. Fechou o ano com incremento de 48% nas vendas sobre 2009, supe-rando a previsão anterior da asso-ciação de fabricantes, que era de 30%. Esse índice é só para para as vendas internas, ou seja, sem con-tar exportações. Na linha pesada, as caxienses Randon e Guerra respondem por 55% do mercado nacional. Para 2011, a expectati-va – mais modesta, em função do ano comparativo – é de 4% a 5%.

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Roberto [email protected]

A 4ª edição do Horti Serra Gaú-cha, lançada nesta semana, terá como tema central Tecnologia e Negócio. Além do aumento espe-rado no número de expositores, terá como diferencial a realização de visitas técnicas às propriedades da cidade. Embora técnica, a feira é aberta ao público em geral que poderá adquirir produtos elabora-dos por agroindústrias expositoras. Organizada pela Secretaria Mu-nicipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com apoio de vá-rias entidades do setor, a exposição está marcada para o período de 18 a 21 de maio no Centro de Eventos da Festa da Uva.

O 4º Horti Serra Gaúcha ocorre em uma região que envolve mais de 102 mil hectares de frutas e horta-liças, com 54 mil produtores e pro-dução de quase 1,9 milhão de tone-ladas, representando 50% do total gaúcho. A região é a maior abaste-cedora da Ceasa de Porto Alegre e Ceasa Serra, além de atender outras cidades e estados do Brasil.

individualmente, Caxias do Sul tem produção estimada de quase 170 mil toneladas de frutas e 59 mil de hortaliças. Além disso, as 131 vinícolas registradas elaboraram 20 milhões de litros de vinhos e 2 milhões de sucos de uva na última safra.

A Trino Polo de Caxias do Sul está como novo presidente. O empresá-rio Antônio Augusto Tessari ficará no comando da entidade pelos próximos dois anos. Acompanhado do gerente-executivo Edison Afon-so Maletz, manteve audiência com o secretário do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Guilherme Sebben, para estreitar a parceria e trocar informações sobre os planos da nova diretoria. O Trino Polo reúne representantes do setor de informática de Caxias do Sul, em especial empresas, órgãos do gover-no, instituições de ensino superior e entidades de classe, com o propó-sito de planejar e consolidar ações conjuntas ao seu desenvolvimento.

A PCP investirá em três novas linhas de produção que elevarão a capacidade para 104 mil tonela-das anuais. O aporte será feito em equipamentos para corte longitudi-nal de bobinas e de recorte longi-tudinal para produção de blanks. A linha de corte transversal passa por melhorias com a instalação de novo desbobinador com capacidade para bobinas de até 20 toneladas.

O Comitê Municipal do Empreen-dedor individual de Caxias do Sul realiza a Semana da Declaração de 24 a 28 de janeiro, das 9h às 17h, na sede do Sebrae. O objetivo da ação é a de atender, de forma gratuita, o maior número de Empreendedores individuais (Ei) que necessitam entregar a Declaração de imposto de Renda até o dia 28 de fevereiro. O atendimento gratuito será rea-lizado por integrantes do Comitê. De acordo com o coordenador do comitê, Tiago De Boni Dal Corno, 2.273 pessoas fizeram o cadastro em Caxias do Sul para ingressar no regime tributário em que se enquadra a nova figura jurídica.

Localizada em ponto comercial no Centro da cidade, a Plastik é o novo negócio varejista no ramo de artigos plásticos. A empre-sa, comandada pelo casal Tiago Bonetto e Giovana Merolillo, retoma um sucesso empresarial do passado, o conhecido Mundo dos Plásticos. Com a divisão societá-ria da empresa, a família Bonetto investiu na marca Plásticos São Pelegrino, ainda atuante. Agora

amplia com a Plastik, que inova no atendimento e no show room, onde criou área de entretenimento para as crianças. Também mon-tou ambiente para demonstração de produtos, onde os clientes degustam chás, água e café.

Para marcar sua abertura, a Plastik brinda todos os clientes com presente especial em troca de garrafas PET, que serão doadas para cooperativas de recicladores.

A Tecnitubo, empresa de Caxias do Sul especializada no desenvol-vimento de projetos e fabricação de móveis para instalações comerciais e móveis corporativos, partici-pará da Fenim 2011. Seu estande foi montado para oportunizar ao lojista a visualização completa de uma loja. Considerada a maior feira de moda outono/inverno da indústria de confecção do país, a 15ª edição da Fenim ocorre de 25 e 28 de janeiro, em Gramado.

A escola de educação Pro-fissional Senac Caxias do Sul está com inscrições abertas para cursos na área da informáti-ca. Os interessados poderão optar entre as capacitações CAD Design-Autodesk e Photoshop. As aulas começam na segunda-feira, 24, e as matrículas podem ser rea-lizadas na Unidade do Senac.

O prefeito José ivo Sartori e o secretário do Turismo, Jaison dos Santos Barbosa, lançam novo produto turístico. O infor-me Turismo será conhecido na terça-feira (25), a partir das 17h, no Restaurante Colina dos Vinhedos.

A CiC de Caxias do Sul realiza na segunda-feira (24) a primeira reunião-almoço do ano. O palestrante será o secretário de Segurança Pública do Estado, Airton Michels, que falará sobre Novas Políticas para Segurança Pública no Rio Grande do Sul.

Luiz Antônio Kuyava, ex-pre-sidente da CDL, assumiu a diretoria do SPC em substituição a Pedrinho Ferrarini. Dentre suas metas está a qualificação do atendimento aos clientes com investimentos em tec-nologia. Também pretende reforçar a campanha que busca reduzir o número de consumidores inadim-plentes, que totalizam mais de 70 mil CPF’s, resultando num estoque de dívida superior a R$ 25 milhões.

A B.A.S. incorporadora entrega na terça-feira (25) o Residencial Bellagio, empreendimento de 12 mil m² construído nos altos da Rua Bento Gonçalves. O novo pré-dio possui 52 apartamentos, com tamanho médio de 154 m² de área privativa, que somados aos 1 mil m² de uso comum, totalizam área total construída de 12 mil m². As 131 vagas de garagens ocupam o térreo e dois subsolos. Em sua trajetó-ria de oito anos a empresa soma a entrega de 65 mil m² de imóveis.

A Cooperativa Vinícola Aurora e a Ditália Móveis, empresas de Bento Gonçalves, investiram em sistemas de gestão desenvolvidos pela TOTVS RS, que tem estrutu-ra operacional em Caxias do Sul. A Aurora melhorou o controle dos processos de faturamento,

compras, recebimento, contro-le de fretes, finanças e recursos humanos, dentre outros. Com os projetos em andamento, o controle se estenderá às videiras. A Ditália optou por consultoria para a redu-ção de custos por meio de maior controle dos processos internos.

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Ajuda com o iR

Varejo

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Sistemas de gestão

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Curtas

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por ROBIN [email protected]

e o Ministério Público atuar com seriedade nesse prédio, tem gente que vai sair daqui de dentro al-gemado.” O ex-ouvidor geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado Adão Paiani (ex-PSDB, hoje no DEM) conta que ouviu essa frase em meados de dezem-bro de 2006, quando participa-va da equipe de transição entre os governos Germano Rigotto (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB). O prédio em questão é a sede da Secretaria de Segurança e do Departamento Estadual de Trân-sito (Detran), em Porto Alegre. Em novembro de 2007, pessoas realmente saíram de lá usando algemas. Foram detidas na Ope-ração Rodin, que apurou desvios de pelo menos R$ 44 milhões da autarquia.

Tendo ficado dois anos no go-verno, Paiani afirma saber o que manteve Yeda Crusius – que em setembro pas-sado voltou a ser ré, por decisão do Supremo Tribunal Federal, no processo que responsabiliza os envolvidos nas fraudes do Detran – no poder mesmo diante deste e de outros escândalos. O esquema denunciado por ele ao deixar a administração, em março de 2009, foi confirmado pelo Ministério Público no dia 14 deste mês, com a abertura de um processo que corre em segre-do de justiça. Segundo Paiani e a promotoria, um sistema de es-pionagem, chantagem e extorsão teria sido montado no governo estadual.

“A governadora Yeda Crusius, que, obviamente, teve um gover-no tumultuado, de alguma forma buscava se resguardar. E se res-guardava utilizando esses meca-nismos para deixar à mercê dela todos aqueles que, de uma forma ou de outra, poderiam vir a preju-dicá-la”, acusa Paiani. Os “meca-nismos” são dois sistemas de in-teligência: o Sistema Guardião e o Sistema de Consultas integradas.

O Guardião é um sistema de escutas e interceptação telefôni-ca, de mensagens de celular e de e-mails ligado à Secretaria de Se-gurança. Segundo o atual chefe de inteligência da pasta, Jerônimo Pereira, o sistema fica na Secreta-ria, e as gravações são feitas para dar apoio a investigações da Cor-regedoria da Brigada Militar e de delegacias. “O sistema é inacessí-vel e inviolável. O funcionário só manuseia, quem tem acesso aos dados é só o presidente da inves-tigação e o juiz. É feita uma gra-vação criptografada, com autori-zação judicial e da operadora, e

só os dois têm a senha para abrir isso”, afirma Pereira. O Sistema de Consultas integradas é mais amplo: qualquer órgão policial pode ter acesso as suas informa-ções. “Não se concebe a existên-cia da polícia hoje sem esse siste-ma”, diz o chefe de inteligência. O Consultas integradas tem dados sobre pessoas, armas, veículos e inquéritos policiais. O acesso às informações, no entanto, não é o mesmo para todos os servidores: senhas limitam a amplitude da vi-sualização do sistema.

Paiani afirma que o Guardião foi utilizado – “com e sem auto-rização judicial” – no suposto esquema de espionagem e chan-tagem. O promotor Amilcar Macedo, responsável pela inves-tigação do Ministério Público, denunciou três pessoas pelo uso indevido do Consultas integra-das. Uma delas, o coronel César Rodrigues de Carvalho, teria fei-

to mais de 96 mil consultas. Ele atuou na Casa Militar e foi transferido para uma função gratifi-cada na Assembleia Legislativa depois das primeiras de-núncias. O coronel chegou a ser preso pela suposta parti-cipação no caso de espionagem e sob suspeita de extorsão

a bingueiros. Segundo Paiani, que é advo-

gado e afirma ter clientes procu-rados por Rodrigues, o coronel dizia que o dinheiro seria usado para a campanha de Yeda e de po-líticos do PSDB. Macedo também denunciou o ex-chefe de gabinete de Yeda, Ricardo Lied (PSDB), e o ex-assessor do gabinete Francisco Bretschneider Filho, coronel da reserva da Brigada Militar. O MP apresentou duas listas com nomes de pessoas que teriam tido infor-mações violadas por eles enquan-to a investigação – que começou em junho – estava em andamen-to. Entre os 59 nomes divulgados figuram políticos da oposição e do governo, secretários do gover-no Yeda, pessoas ligadas ao siste-ma judiciário, jornalistas, o então candidato ao governo do Esta-do Tarso Genro (PT) e a própria Yeda Crusius.

Paiani, que também teve o si-gilo violado, afirma que a espio-nagem acontecia em uma sala no sótão do Palácio Piratini que foi encontrada trancada no início do governo Tarso. Nela, existem computadores e telas onde é pos-sível ver o sistema de segurança interna do prédio. De acordo com o ex-ouvidor, depois do início do processo, os supostos espiões te-riam se canibalizado e investiga-do inclusive uns aos outros.

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“Yeda utilizava esses mecanismos (sistemas de segurança) para deixar à mercê dela todos que poderiam prejudicá-la”, diz Paiani

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Ministério Público estadual e ex-ouvidor geral da Secretaria de Segurança Pública denunciam um esquema de espionagem e

chantagem na gestão de Yeda Crusius

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2008. 10h. Conversam o então vereador Márcio Klaus (PSDB), primo de Lied, e a prefeita de La-jeado, Carmen Regina Cardoso (PP).

Klaus: Bom dia prefeita, é o Márcio Klaus. Tudo bem?

Carmen: Oi, Márcio. Tudo bom. O que eu queria falar contigo é so-bre aquilo que tu falou. Acho que não vamos mexer com o delegado, deixa ele quieto. Antes da eleição, não se mexe em nada. Parece que hoje ele deu outro depoimento, né?!

Klaus: Sim, me falaram é! Carmen: É.Klaus: Vamos deixar ele quieto,

tô segurando até a gravação. Até a gravação tô segurando, me pedi-ram para passar, né?

Carmen: É.Klaus: Também não passei.Carmen: Até porque eu conver-

sei com o Cado e o Cado disse que conhece ele bem e tal. O próprio governo vai tomar alguma deci-são. Não vamos mexer, nos meter e precipitar. É só isso...

O delegado sobre o qual os polí-ticos falam é João Alberto Selling, delegado regional da Polícia Ci-vil de Lajeado. “Era um período eleitoral e eu me manifestei con-trário aos partidos deles. Eu disse na imprensa que as propostas de outros candidatos para segurança pública eram melhores que as do governo da Carmen Regina. Em decorrência disso, fizeram uma movimentação para me derrubar, mas foi muito entre eles. Na po-lícia, não teve resultado algum”, afirma Selling. Procurados pela reportagem, Klaus e Carmen Re-gina não foram encontrados.

A gravação faz parte do CD en-tregue por Paiani à Ordem dos Advogados do Brasil depois de sua saída do governo. Em outro áudio vazado pelo ex-ouvidor, Ri-cardo Lied fala com Klaus sobre a ficha do candidato à prefeitura de Lajeado Luís Fernando Schmi-dt (PT), concorrente de Carmen. Ambos não foram localizados

para comentar o caso. A gravação é do dia 16 de setembro de 2008, feita às 21h14.

Klaus: Ô, Ricardo, aquela ques-tão que tu ficou devendo. Aquele negócio lá do PT.

Lied: O quê?Klaus: O negócio do DAER e a

ficha do Luís Fernando...Lied: Não tem nada o Luís Fer-

nando. Não tem nada na ficha dele. Eu tenho comigo, não tem nada. Ele só tem uma perda de documento. Nunca teve nada na ficha.

um casal descansa depois do jantar na fria noite de 14 de julho de 2009. Aproximadamente às 22h, o então diretor-presidente do Detran Sérgio Buchmann re-cebe uma ligação. Do outro lado da linha, o ex-chefe de gabinete Ricardo Lied pede para ver Bu-chmann imediatamente. O presi-dente do Detran sugere diversas vezes que a conversa fique para o dia seguinte, mas Lied teria in-sistido. Desconfiado, Buchmann liga para um colega. “Nunca ti-nha tido contato com ele fora de situações formais, porque ele era antessala da governadora. Achei estranho que uma pessoa que eu não tenho nenhuma ligação pes-soal queria falar comigo naquela hora, insistindo e nervoso. Liguei para um colega e disse: ‘Olha, se acontecer algo comigo amanhã, estou te dizendo que esse senhor me ligou’”, conta Buchmann.

Quinze minutos depois, Lied chegou ao portão do condomínio do diretor-presidente do Detran. Buchmann, que saiu de abrigo e usando meias e chinelo de dedo, o convidou para entrar, mas Lied teria recusado. O chefe de gabi-nete teria perguntado se havia câmeras. “Me irritei e respondi: Você quer me revistar?”, diz Buch-mann. Com um dos pés calçando o portão, segundo o ex-diretor, Lied revelou que no dia seguin-te um dos filhos de Buchmann,

Fábio, seria preso por tráfico de drogas. Lied teria pedido que ele ligasse imediatamente para o fi-lho e o avisasse. “Ele tinha uma informação privilegiada e a usou. Eu disse que não faria isso, que eu não transgredia a lei. E come-cei a falar alto. Eu não estava com medo, mas senti que ali tinha al-guma coisa estranha.” Próximo dali, dois homens estariam vigiando a rua. “Ele disse ‘va-mos chamar o dele-gado’. E o delegado (do Departamento de Investigações so-bre Narcotráfico da Polícia Civil), muito educado, me pediu novamente. Eu dis-se que não faria isso e que não ia ensinar a polícia a proce-der, mas que aquilo não era cer-to. Ele me olhou durante uns três ou quatro segundos, virou para o Lied e disse ‘Vamos embora’”. O outro homem que acompanhava Lied seria da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).

O diretor-presidente do De-tran relata que, ao voltar para casa, ligou para uma delegada, que passou-lhe o contato de um promotor. Buchmann prestou depoimento ao MP e à Polícia Federal no dia seguinte. Seu filho foi – e permanece – preso. Os três homens que procuraram Buch-mann respondem processo por improbidade administrativa. Lied confirmou o encontro. O caso é, segundo Paiani, exemplo do uso do Sistema de Consultas integra-das pela “quadrilha que tomou conta do Estado”. Depois disso, o diretor do Detran foi exonera-do. No dia 22, deixou o cargo que ocupara por apenas 77 dias.

Caxias do Sul, 10 de mar-ço de 2009. Vinte e quatro novas viaturas da Brigada Militar ocu-pavam parte da praça Dante Ali-

ghieri. O então secretário estadu-al de Segurança Edson Goularte e o prefeito em exercício Alceu Barbosa Velho (PDT) já tinham discursado. O próximo era Adão Paiani, ouvidor da Secretaria, em “toda aquela mise em scène”, con-forme descreve o advogado. Seu telefone toca. “Era do Palácio. Um servidor do Piratini, meu amigo,

dizendo o seguinte: ‘Não sei o que acon-teceu, não saiu a tua nomeação no Diário Oficial, saiu a tua exoneração’”, conta Paiani. Vinte dias antes, ele se encon-trara com Yeda no gabinete da gover-nadora no Centro Administrativo. Ela o teria convidado para mais dois anos

de mandato à frente da ouvido-ria e pedido que transformasse o órgão em um setor ainda mais atuante. “Fez todo um discurso, chamou o fotógrafo do Palácio e saiu na imprensa: ‘Paiani: pronto para um novo mandato’”.

Entre o convite e a exoneração, Paiani e Yeda se encontraram mais uma vez, segundo o de-mocrata. “Conversamos aqui no Palácio. Rapidamente, não mais do que cinco minutos. Ela disse que ia tomar providências”, con-ta, apontando para o Piratini da janela do gabinete do deputado estadual Paulo Azeredo (PDT) na Assembleia, onde concedeu en-trevista ao jornal O Caxiense. As providências seriam contra o che-fe de gabinete Ricardo Lied. Na ouvidoria, Paiani havia recebido denúncias de que o tucano era um dos mandatários do esque-ma de espionagem. O ex-ouvidor conta que já tinha ouvido boatos, mas somente conversou com a governadora depois de receber “denúncias mais materializadas”.

“Tenho por mim que a ex-go-vernadora sofre de um proces-

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“Achei estranho uma pessoa que não tinha nenhuma ligação (Lied) querer falar comigo, insistindo e nervoso”, relata Buchmann

Promotor Amilcar Macedo denunciou três envolvidos no esquema de espionagem e quer o fim do segredo de justiça no processo

6 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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so psicológico bastante sério. Às vezes ela acha que acredita nas coisas que diz. Aliás, as mentali-dades psicopatas normalmente procedem dessa maneira. Eles próprios acreditam nas mentiras que contam. Naquele momento, quando disse que ia tomar provi-dências de uma forma séria, con-victa, ela mesma acreditou. Mas ela também não mentiu, tomou providências. Exonerou o ouvi-dor que denunciou o esquema de chantagem e corrupção dentro do Palácio. Para ela, era a forma de responder”, afirma Paiani.

Depois da exoneração, o ex-ouvidor botou a boca no mundo. Procurou a Ordem dos Advoga-dos do Brasil e prestou depoimen-to na Polícia Civil. Entregou cópia das gravações que havia mencio-nado para a ex-governadora às duas entidades. Após uma cole-tiva de imprensa na OAB-RS, diz que foi expulso do PSDB em uma reunião secreta. Ele afirma que no sábado seguinte à sua saída da ouvidoria, sua mãe foi visita-da por três homens que se disse-ram policiais militares à paisana. “Um mês antes de ser exonera-do, tinha mudado de endereço e, por sorte, não tinha comunicado oficialmente como funcionário. Elas (sua mãe, tia e sobrinha, que moram na mesma casa) tiveram a coragem de dizer que não sabiam. Ficaram quase 45 minutos na casa da minha mãe. Como eles conse-guiram chegar lá?”, questiona.

A Secretaria de Segurança abriu uma sindicância para, segundo o ex-ouvidor, investigar não suas denúncias, mas ele próprio. A investigação foi coordenada pelo ex-secretário de Transparência Francisco Luçardo. Paiani apre-sentou notícia-crime na Procura-doria-geral do Estado contra Lu-çardo, alegando que ele sabia do esquema feito por Lied e Rodri-gues e não agiu. “O secretário de Transparência era um fantoche, uma marionete, e acabou cúm-plice dessa situação toda.” Pro-curado pela reportagem, Luçardo

não foi encontrado. Durante a campanha deste ano, Yeda pro-cessou Paiani por duas entrevistas que havia dado. “A governadora montou um esquema criminoso dentro do Estado que, além de espionar, era destinado a sangrar os cofres públicos. A chefe desse esquema é a governadora do Es-tado. Se tivessem que me proces-sar deveriam me processar antes. Tanto que ela só foi me processar durante a campanha.”

O ex-ouvidor afirma que as duas CPis que poderiam ter resultado no impeachment de Yeda tiveram seus desfechos alterados porque o governo teria usado as informa-ções obtidas no Sistema de Con-sultas integradas e no Guardião para chantagear deputados. “Uma consequência natural desse pro-cesso. Óbvio que muitos votaram a favor da governadora por con-vicção.” Ele também sustenta que, além de usar o Consultas integra-das, o coronel Rodrigues repas-sou senhas para diversas pessoas, inclusive jornalistas. “O sargento tinha um grande ciclo de amizade com jornalistas e passava infor-mações privilegiadas para eles, em especial ao pessoal da RBS.”

Paiani classifica o teor de suas denúncias como “um grão de areia”. O advogado garante que as mortes de Marcelo Cavalcante e Nestor Mahler, por exemplo, não foram suicídios. O corpo de Ca-valcante foi encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília, a poucas quadras de casa. Ele era chefe da representação do go-verno gaúcho na capital federal e tinha depoimento marcado para alguns dias depois na Polícia Fe-deral. “Marcelo Cavalcante não se suicidou. Ele era um cara de bem com a vida. E, depois, nós (Paiani e o deputado Paulo Azeredo) co-nhecemos a viúva e ela nos passou informações que deixam claro que ele não se matou. Até hoje o inquérito não foi concluído. Não vamos nos esquecer de quem era o governador do Distrito Federal

(José Roberto Arruda, do DEM), íntimo amigo e ex-companheiro de partido de Yeda. A governa-dora foi a Brasília conversar com ele sobre esse inquérito”, afirma Paiani. Procurada pela reporta-gem, Magda Koegnikan, viúva de Cavalcante, não foi encontrada. Paiani diz ter ouvido de policiais de Brasília que as investigações não foram levadas adiante por ordem do governo do Dis-trito Federal.

O mesmo teria acontecido com o caso do ex-presi-dente da fumagei-ra gaúcha Alliance One Nestor Mahler, encontrado morto em um hotel de itumbiara (GO) em 16 de se-tembro de 2009. Supostamente, teria se jogado do 8º andar. “Con-versei com policiais em itum-biara, tenho escritório em Aná-polis, e disseram que receberam ordens para, como eles dizem, deixar quieto esse trem aí”, diz Paiani. A Alliance One teria do-ado R$ 200 mil para a campanha de Yeda em 2006, assim como a fumageira CTA Continental. As contribuições não apareceram na prestação de contas de Yeda, ape-sar de a Alliance ter ganho recibo – o que fez com que as contas da campanha não fossem aprovadas imediatamente. O dinheiro das doações teria sido repassado, se-gundo gravações feitas por Ca-valcante, ao ex-marido de Yeda, Carlos Crusius, e os R$ 400 mil teriam sido usados para a compra da casa da ex-governadora em Porto Alegre. Carlos Crusius e a família de Mahler não foram en-contrados para comentar o caso.

Em 2009, o deputado estadual Paulo Azeredo – do PDT, partido que deixou o governo Yeda ainda nos primeiros 100 dias de gestão – pediu informações à Secretaria da Fazenda sobre os créditos de iCMS dados a fumageiras durante

a administração tucana. “Coinci-dentemente, as empresas que re-ceberam crédito, as primeiras de um ranking de seis, eram as que haviam doado para a campanha da governadora”, afirma Azeredo.

A agência de publicidade DCS também teria en-grossado o caixa dois da campanha da ex-governadora. Em setembro, uma operação da Polícia Federal prendeu o diretor da agência, Armando D”Elía Neto, e outras duas pessoas por contra-tos superfaturados com o Banrisul que teriam lesado a es-tatal em R$ 10 mi-

lhões. Nas casas dos presos foram encontrados R$ 2 milhões em no-tas de real, euro e dólar.

“não são apenas os R$ 44 milhões do Detran. Essas fraudes em licitações e superfaturamento, num primeiro momento, causa-ram prejuízo incalculável”, ressal-ta Paiani. O ex-ouvidor garante que esses esquemas de corrupção não foram criados no governo Yeda – afirma que o do Detran se consolidou no governo Rigotto.

“A ex-governadora saiu do go-verno e ‘esqueceu’ de exonerar muita gente. Não tem um órgão do Estado hoje que não tenha gente ‘esquecida’ por ela. Já aler-tei o novo governo do perigo que isso consiste. Ela manteve uma rede montada dentro do Estado. Espero que especialmente o se-cretário de Segurança (Airton Mi-chels) mapeie os servidores e não mantenha ali pessoas do governo Rigotto e Yeda, porque existem setores daquela pasta que fazem e desfazem secretários. Ela pode até passar impune, mas é a gran-de comandante dessa quadrilha”, acusa Paiani. Procurada pela re-portagem, Yeda Crusius, que, se-gundo o PSDB, estaria em férias em Miami, não foi encontrada.

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“Cavalcante não se suicidou. Não vamos esquecer quem era o governador do Distrito Federal (José Roberto Arruda)”, diz Paiani

O advogado Paiani, que ficou dois anos como ouvidor da Secretaria de Segurança, diz que suas denúncias são apenas um “grão de areia”

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por JOSÉ EDUARDO [email protected]

falta mão de obra qualificada em Caxias do Sul não é novidade, mas vem se agravando. Mesmo com o crescimento demográfico apresentado no Censo 2010, que apontou 435.482 moradores – um aumento de 36.444 pessoas nos últimos três anos – e os 13.763 novos empregos de carteira assi-nada gerados no ano que passou, muitos dos trabalhadores que in-gressam diariamente na vida pro-fissional não atingem a capacita-ção requerida pelo mercado. Essa sentença, reafirmada por diversos segmentos empresariais da cida-de, pode ser percebida na análise de alguns dados. Atualmente exis-tem pelo menos 1,6 mil postos de trabalho abertos nas indústrias metal-mecânicas, 600 vagas para a construção civil e um número não contabilizado de empregos disponíveis no comércio. Para adaptar-se a essa situação, empre-sas lidam com a escassez de pro-fissionais qualificados de diversas formas: adequam cronogramas, realizam o próprio treinamento ou acabam importando profissio-nais de outras cidades.

José Carlos Frá, proprietário do

restaurante Belluno, na Sinimbu, perto do Camelódromo, é exem-plo dessa dificuldade. Com 15 anos de atividade no ramo gastro-nômico, a sua experiência indica-va que 2011 seria um ano promis-sor para os negócios. Em outubro passado, iniciou o projeto de abrir um segundo estabelecimento, com 200 lugares, direcionado ao público A e B e localizado na re-gião central. Com espaço aluga-do e já em obras, o problema foi encontrar profissionais habilita-dos a preencher as 15 vagas. Em dezembro, Frá começou a procu-ra pelos funcionários – garçons, auxiliares de limpeza e cozinha e um chef internacional formado na Escola de Gastronomia UCS-iCiF, em Flores da Cunha. Pas-sou o mês sem sucesso. “Muitos trabalhadores estavam de férias. Agora o mercado está melhoran-do um pouco. Mas ainda procura-mos por funcionários. Preciso de alguns cozinheiros, três, quatro, cinco, o quanto eu conseguir”, diz o empresário.

A explicação para o fenô-meno da falta de mão de obra capacitada remete à crise econô-mica mundial de 2008 e 2009. O coordenador da Diretoria de Re-

cursos Humanos da Câmara de indústria, Comércio e Serviços (CiC), Fernando Luiz Guerra, conta que neste período muitos profissionais, vindos de outras regiões, retornaram para suas cidades de origem devido ao fe-chamento de postos de trabalho em Caxias. “Essas pessoas até ti-nham especialização, mas o cus-to de vida aqui é muito caro. Na retomada do crescimento da eco-nomia esse pessoal não estava aqui. As empresas acabaram peneirando e esco-lhendo os melhores. Depois foram admi-tindo o restante dos profissionais. Hoje falta gente. Em ní-vel de mão de obra, falta quantidade de pessoas para todos os setores.”

Outro fator que contribuiu para isso, aponta Guerra, são os benefícios do Es-tado para o trabalhador desem-pregado. Segundo ele, algumas pessoas preferem usufruir do Seguro-Desemprego e do Fun-do de Garantia em vez de buscar uma nova atividade com carteira assinada. Para evitar que os be-

nefícios, criados para amparar pessoas que perderam o empre-go, motivassem o trabalhador a forçar uma demissão ou simples-mente não procurar uma ocupa-ção até o término do pagamento do seguro, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) mudou.

O coordenador da Agência Sine Caxias do Sul, Antônio Pescador, explica que no sistema antigo a pessoa podia escolher uma das

vagas de trabalho do banco de dados ou a retirada do Se-guro-Desemprego. Desde 6 de dezem-bro, com o início da utilização do novo sistema – integrado ao Caged (Cadastro Geral de Emprega-dos e Desemprega-dos) –, automatica-mente é realizada uma busca no histó-

rico profissional do trabalhador, apresentando as vagas em aberto que se encaixam em seu perfil. Desta forma, quando existem ofertas compatíveis com a última ocupação profissional, o trabalha-dor é encaminhado diretamente para entrevista de emprego em vez de retirar o benefício. A bus-

emprego de sobra

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e“As empresas acabaram peneirando e escolhendo os melhores. Depois foram admitindo o restante. Hoje falta gente”, diz Guerra, da CIC

Em 2010 foram criados 13.763 empregos formais em Caxias, mas ainda restam muitas vagas sem candidatos qualificados

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Mão de obra, especialmente a qualificada, não acompanha ritmo da retomada econômica em Caxias do Sul

CONTRATA-SE. AOS MILHARES

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ca crescente pelo seguro pode ser quantificada com base na procura pelo Sine. Conforme o coorde-nador, o número de pessoas que recor-rem à agência para retirar o benefício é maior do que o das que buscam por al-guma das 668 vagas que mantinham-se abertas até a última quarta-feira (19).

Segundo Luiz Antônio Kuyava, ex-presidente da Câ-mara de Dirigentes Lojistas (CDL), de 2009 a 2010, cerca de 25% das empresas ca-xienses estão de portas abertas e buscam por novos funcionários capacitados. Ele toma por exem-plo o próprio empreendimento, a Top Down informática, empre-sa de Tecnologia da informação. “Não expandimos porque não

temos profissionais qualificados. Tem muita gente que diz que sabe, mas quando colocamos elas

para trabalhar, não dão conta. Hoje eu contrataria 10 pes-soas, todas especia-lizadas, com ganho acima de R$ 2 mil.” Como medida para reverter este qua-dro, Kuyava apon-ta uma alternativa: treinamento inter-no das empresas.

Desde 2006, o Grupo Voges rea-liza o curso de for-

mação profissional em parceria com a UCS. Neste período, 120 pessoas receberam a capacitação em tempo integral e ingressaram na fábrica. Em 2011 serão aber-tas oito turmas, para mais de 80 alunos, todos indicados pelos próprios funcionários. Apesar do esforço, esse número não conse-

gue atingir a demanda necessária, gerada pelo crescimento do se-tor metal-mecânico. Atualmen-te, a empresa tem 30 postos de trabalho abertos. A diretora de Relações do Trabalho da Voges, Eduviges Rossa, explica que, além da formação, a empresa aplica o Plano Sucessório. “Promovemos as pessoas interna-mente na empresa. Quando precisamos de um operador ní-vel três, por exemplo, elevamos o nível dois, e assim por diante. Desta forma contra-tamos normalmente o auxiliar de produção para suprir a vaga. Se tivermos de contratar o funcionário mais especializado dificulta muito.”

O presidente do Sindicato das indústrias Metalúrgicas, Mecâ-nicas e de Material Elétrico de

Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, estima que existam pelo menos 1,6 mil postos de trabalho não ocupados na cidade. Entre-tanto, esse não é o caso do Grupo Randon, que atualmente está com o quadro funcional completo. Conforme o gerente executivo de Recursos Humanos e Adminis-

tração, Vanderlei Novello, o aumen-to significativo de contratação na Randon ocorreu em 2010, com a retomada da eco-nomia global, que teve forte inten-sidade no setor metal-mecânico. Com um quadro efetivo estabili-zado em 11.355 funcionários nas

nove empresas do grupo Randon, todos os colaboradores passam por treinamentos de qualificação

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“Não expandimos porque não temos profissionais qualificados. Hoje eu contrataria 10 pessoas com ganho acima de R$ 2 mil”, afirma Kuyava

“Promovemos internamente. Se tivermos de contratar o funcionário mais especializado dificulta muito”, diz Eduviges, da Voges

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constantes. Em 2010, os profis-sionais receberam, em média, 88 horas de capacitação. Além disso, a empresa tem uma parceria com o Serviço Nacional da indústria (Senai) para formar funcionários nos cursos de soldagem, leitura e interpretação de desenho e me-trologia quando há novas vagas.

A Marcopolo também está temporariamente de portas fe-chadas para novas contratações. A fabricante de carrocerias teve um boom nas admissões no ano passado, quando 1.416 funcioná-rios entraram para a empresa, que hoje soma 8,3 mil empregados em todas as áreas. A expectativa de um novo crescimento depende da regulamentação de uma norma de emissão de poluentes, prevista para vigorar no Brasil a partir de 1° de janeiro de 2012. A chamada Euro 5 prevê que motores a die-sel de veículos comerciais tenham uma tecnologia mais avançada para o controle da emissão de ga-ses prejudiciais ao meio ambiente e, com isso, o produto final terá um custo mais elevado. A aposta da empresa é que, por causa da mudança, diversos pedidos de clientes sejam antecipados para o segundo semestre deste ano, a fim de comprar o produto pelo preço

mais baixo. Essa demanda poderá exigir novas contratações.

outra área onde existe um grande déficit de mão de obra é a construção civil. Serventes, pedreiros, pintores, azulejistas e engenheiros civis hoje estão em alta no mercado de trabalho. As

construtoras correm atrás desses profissionais e fazem o que po-dem para segurar os que têm. O saldo anual das contratações vem diminuindo, mas ainda assim, em 2010, 284 pessoas a mais do que no ano anterior tiveram suas carteiras assi-nadas. Um cresci-mento insuficiente para acompanhar o avanço de outro dado, o da área to-tal para construção aprovada pela pre-feitura nos últimos anos. Em 2010, esse número atingiu o recorde histórico de Caxias, so-mando 1,45 milhão de m² – 560,5 mil m² a mais que em 2009. O presidente do Sindicato da indús-tria da Construção Civil (Sindus-con), Valdemor Trentin, avalia que um dos motivos que podem

justificar o fenômeno é a vinda de empresas de fora que trazem con-sigo profissionais cadastrados em outras cidades. Para 2011, Trentin espera um crescimento de 7% a 8% no setor, o que pode aumentar o déficit de trabalhadores. Segun-do ele, atualmente o mercado ne-cessita de pelo menos 600, em di-

versos segmentos da construção.Na Viezzer Engenharia, que

não tem a necessidade de novas contratações imediatas, a preocu-pação é conservar os cerca de 300

funcionários – entre diretos e terceiriza-dos. “Procuramos manter uma política de privilegiar forne-cedores antigos. Esta é uma tentativa de fidelizar a mão de obra, além de ofere-cer boas condições de trabalho, com os preços sugeridos pelo Sinduscon”, conta o diretor exe-

cutivo Rafael Tregansin. Ele ex-plica que a demanda por novos profissionais se deve às recentes políticas públicas de financia-mento à construção civil, espe-cialmente ao programa Minha Casa, Minha Vida. “Passaram-se

cerca de 20 anos com crescimen-tos mínimos na construção civil pois não haviam programas de financiamentos. Com isso, não se teve uma renovação da mão de obra. O mercado na construção não era um atrativo para os jo-vens, porque a expectativa de car-reira era muito pequena. A partir

de 2007, isso mudou. Estamos observando uma nova retomada”, revela Tregansin.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados divulgados pelo Ministério do Trabalho na última quinta-feira (20) comprovam a potência de Caxias do Sul na geração de pos-tos de trabalho. O segmento com maior representatividade perma-nece sendo a indústria de trans-formação, que criou 9.355 novos empregos em 2010 em relação ao ano anterior. Na sequência, se-guem o setor de serviços (2.174) e comércio (1.888). Caxias ficou atrás apenas de Porto Alegre no Estado. Mas, levando-se em con-sideração a proporção da densi-dade demográfica, a cidade passa à frente da capital. Ao todo, os novos empregados de Caxias so-maram 3,16% da sua população em 2010, enquanto em Porto Ale-gre o índice foi de 2,31%.

“A construção não era atrativo para os jovens, a expectativa de carreira era pequena. A partir de 2007 isso mudou”, contra Tregansin

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Edital de Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião

5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (Vinte) dias. Natureza: Usucapião Processo: 010/1.09.0034611-9 (CNJ:.0346111- 65.2009.8.21.0010). Autor: Orides Monegat e Clarilda Omissolo Monegat Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre o imóvel a seguir descrito. IMÓVEL: “PARTE DO LOTE RURAL Nº 01 E DO TRAVESSÃO HERMINIA, 6ª LÉGUA E PARTE DO LOTE RURAL Nº 55 DO TRAVESSÃO SOLFERINO, 5ª LÉGUA, distando 674,20 metros da es-quina com a Estrada Municipal Armando Bertoni, com as seguintes medidas perimetrais: NORDESTE: 16.,64 metros fazendo frente para a Estrada Municipal nº 14, SUDESTE: por duas linhas, a primeira de 0,66 metros com terras de Fermino Mari e Herdeiros, Servidão de Passagem e a segunda linha de 112,18 metros com terras de Orides Monegat e Sulmix Nutrientes Agropecuários Ltda, SUDOESTE: 41,28 metros confrontando com servidão de passagem, NOROESTE: 122,14 metros confrontando com servidão de passagem. Área Superficial de 3.342,48m².”. Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC),sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo(s) autor(es).

Caxias do Sul, 20 de dezembro de 2010.SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas - Escrivã. JUIZ: Silvio Viezzer.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

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por CAROL DE [email protected]

ranking de qualidade do ensino superior em Caxias do Sul tem novo líder. A novata Faculdade América Latina desbancou a tra-dicional Universidade de Caxias do Sul (UCS) no Índice Geral de Cursos (iGC) 2009, divulgado na última semana. O indicador é ela-borado pelo instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (inep), órgão li-gado ao Ministério da Educação (MEC), e avalia as instituições de educação superior brasilei-ras cujos cursos participaram do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), com alu-nos que estão ingressando e con-cluindo a faculdade. Renovado todo ano conforme cada triênio – o levantamento atual corres-ponde ao período 2007-2009 –, o resultado final do iGC é compos-to pela análise do ensino e da in-fraestrutura dos cursos de gradu-ação e pós-graduação (mestrados ou doutorados).

No iGC 2009, a UCS, maior e única universidade da região, com 31.605 estudantes matriculados apenas na graduação presencial, teve 75 cursos avaliados, perdeu o primeiro lugar entre as sete prin-cipais instituições caxienses para a Faculdade América Latina (an-tiga Faculdade Montserrat), que teve apenas três cursos avaliados. A nova líder destacou-se também

no ranking geral: é a 47ª do Bra-sil, e 5ª no Estado – entre as insti-tuições privadas, é a 1ª da Região Sul e a 19ª do país. A relação en-tre tamanho, tradição, estrutura e colocação na lista pode parecer estranha. Mas é que, para o inep, não importa o tipo de instituição. Faculdades (inicialmente, todas que oferecem ensino superior), centros universitários (pluricur-riculares, que abrangem uma ou mais áreas do conhecimento e têm autonomia para criar, organi-zar e extinguir cursos) e univer-sidades (que se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, de pesquisa e de exten-são) obedecem ao mesmo cálculo.

Nos cursos de graduação, o ins-tituto utiliza o CPC (Conceito Preliminar de Curso) e, na pós-graduação, a Nota Capes. O CPC é uma média do desempenho dos concluintes e dos ingressantes no Enade, do Conceito iDD (resul-tados dos concluintes de uma de-terminada instituição em relação à média geral) e das variáveis de insumo (corpo docente, infraes-trutura e programa pedagógico), formado com informações do Censo da Educação Superior e de respostas ao questionário so-cioeconômico do Enade, além de visitas periódicas de uma comis-são do inep. A Nota Capes é uma conversão da Avaliação dos Pro-gramas de Pós-graduação, reali-zada pela Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (Capes), em acompa-nhamento anual e avaliação trie-nal do desempenho de todos os programas e cursos que integram o Sistema Nacional de Pós-gra-duação (SNPG). No final, todas as medidas originais referentes a esses componentes são padroni-zadas e geram notas entre 0 e 5. Esses va-lores específicos são transformados nos resultados finais, em valores contí-nuos (de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5). Conceitos de 1 e 2 são considerados desempenho insa-tisfatório (tanto a instituição quanto o curso devem passar por uma avaliação para renovar o cadastro com o MEC); 3, razoá-vel; e 4 e 5, bom.

De acordo com o Ministério da Educação, Caxias tem 23 insti-tuições de ensino superior. Den-tre elas, sete surgiram ou atuam fundamentalmente na cidade (do total, 11 estão presentes apenas com ensino a distância e quatro são sedes avaliadas junto às suas matrizes – portanto, foram des-consideradas nesta análise local. Apenas uma delas é universida-de, a UCS, que ficou em segun-do lugar em Caxias, ocupa a 172ª posição na lista geral e é a 12ª somente entre universidades pri-

vadas. Apesar de diminuir de fai-xa, o iGC contínuo da instituição não baixou muito: foi de 297 para 287. “Estávamos no limite entre três e quatro na última avaliação. Como ficamos acima de dois, não teremos nenhum problema com o MEC”, diz Evaldo Kuiava,

pró-reitor adminis-trativo da UCS. Se-gundo ele, somente um curso da uni-versidade ficou com conceito insatisfató-rio: o de Direito em Guaporé, que deve-rá receber visita do Ministério da Edu-cação neste ano. O curso de Secretaria-do Executivo quase ficou pendurado

também, mas graças ao corpo do-cente atingiu CPC 3. Os demais 73 cursos avaliados (as outras insti-tuições tiveram, no máximo, sete) não precisarão passar pelo crivo do MEC. As pós-graduações tam-bém passaram no teste – a UCS, aliás, é a única com mestrado e doutorado entre as caxienses. “A universidade está bem tranquila, todos os cursos vão ter automa-ticamente a renovação. No geral, baixamos um pouco porque nes-sa última leva, que avaliou cursos de Ciências Aplicadas, tivemos um número maior de alunos”, justifica Roberto itacyr Mandelli, da Coordenadoria de Cursos de Diplomação e Coordenadoria de

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“Faculdade é muito diferente de universidade, não dá para comparar. É um ranking, mas não diz respeito à qualidade”, diz Mandelli, da UCS

Entre instituições privadas, a Faculdade América Latina é a 5ª melhor do Estado, a 1ª da Região Sul e a 19ª do país. No geral, é a 47ª do Brasil

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Avaliação do inep – com critérios questionados por algumas instituições – aponta uma nova líder na área

O RANKING DOENSINO SUPERIOR CAXIENSE

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Cursos de Certificação. O coor-denador não concorda com a lista geral do iGC. “Faculdade é mui-to diferente de universidade, não dá para comparar. É um ranking geral, mas não diz respeito à qua-lidade e à renovação, é um índice feito em função apenas da média ponderada”, afirma.

Primeira da lista caxiense, a Faculdade América Latina ficou com iGC contínuo de 353, na faixa 4, que é considerada boa. Apesar de ser um estabelecimento novo e pequeno (não divulga o núme-ro de alunos), no ranking geral, entre as 2.137 instituições avalia-das, ocupa o 47º lugar – ficou na frente da PUCRS (54º), uma das maiores universidades do Esta-do. Para o diretor, Rafael Sortica de Bittencourt, o desempenho é mais do que bom, já que é a pri-meira vez que a faculdade passa pela avaliação – até 2008 nenhum aluno havia se formado, ou seja, faltava a nota dos concluintes do Enade. “Esse resultado é um refle-xo de várias ações, principalmen-te, da mudança da gestão (há três anos a antiga Montserrat é gerida pelo grupo América Latina Edu-cacional, especializado em Gestão Educacional) e do nosso projeto pedagógico diferenciado”, avalia. De acordo com ele, desde que passou a ser administrada pelo grupo – o mesmo que comanda a FSG –, a Faculdade América Latina teve ganho e crescimento consideráveis. “Vamos lançar este ano o curso de Quiropraxia, que inicia com o conceito preliminar 4. Obtivemos essa nota em todas as autorizações e reconhecimen-tos de cursos, assim como no re-credenciamento da instituição”, afirma. Os cursos da Faculdade América Latina são Administra-ção, Ciências Contábeis, Ciência Política, Design (interiores e Grá-fico) e Relações internacionais – único com formandos, que al-cançou a nota máxima no Enade,

CPC 3,53 e alavancou o iGC da instituição. A proposta de ensino diferenciada também é uma das bandeiras de Bittencourt. “Tradi-cionalmente, avalia-se conteúdo, o que o aluno aprendeu da maté-ria no final do semestre. Nós ava-liamos competência, ou seja, co-nhecimento, atitude e habilidade durante todo o período. Para se sair bem, o aluno tem que parti-cipar, pois as aulas são muito prá-ticas. O conceito do estudante se dá pelo conjunto do trabalho, não apenas por uma prova. É seme-lhante à avaliação de uma empre-sa”, explica. Ele também destaca a qualificação do corpo docente. “Temos 23 professores, sendo que 15 são mestres ou doutores e sete são especialistas. Não teríamos a obrigação dessa proporção, mas a mantemos.”

A Faculdade da Serra Gaúcha, que também é administrada pelo grupo América Latina Educacio-nal, ficou em 4º no ranking ca-xiense e 816º no geral. A institui-ção permaneceu na mesma faixa, 3, porém diminuiu o iGC contí-nuo de 252 para 214. Seis cursos (quatro a mais que 2008) obtive-ram o CPC, mas todos ficaram abaixo de 3. O mais alto foi Psi-cologia, com 2,69, e o mais baixo, Administração, com 1,97, ambos faixa 3 no Enade – avaliada pelo MEC como razoável. O superin-tendente da América Latina Edu-cacional, João Dal Bello, está de férias e não foi encontrado pela assessoria do grupo para avaliar os resultados na última semana.

A terceira entre as insti-tuições caxienses é a FTECBrasil. Em 224º no ranking geral, a facul-dade participa pela segunda vez do iGC, e por pouco não subiu de faixa. “Ficamos com 273, e a úl-tima instituição com 4 teve 295. Apesar do peso maior na avalia-ção ser o resultado do Enade, não tentaremos nenhum atalho. Bus-camos uma melhoria contínua ao

invés de trabalhar ações específi-cas com vistas à prova”, afirma o diretor de operações, Maurício Barros. De acordo com ele, logo após a divulgação dos resultados, a equipe da faculdade trabalhou madrugada adentro analisando os dados e compa-rando-os com o das instituições concor-rentes. “Nosso iGC contínuo aumen-tou principalmente pelo resultado dos cursos. Dentre to-dos os cursos de Marketing avalia-dos no Brasil, temos o 5º melhor. O de Gestão Financeira, dentre 147, é o 18º, e o de Gestão de Re-cursos Humanos o 25º entre 266”, compara.

A FTEC já é a terceira maior de Caxias em número de alunos – fechou o semestre em 1,7 mil e espera, em 2011, chegar aos 2 mil – e tem um corpo docente de aproximadamente 120 professo-res, cumprindo as exigências de percentual de doutores exigidas pelo MEC (10%) e ultrapassan-do a de mestres (quase 40%). A faculdade é bastante voltada ao mercado de trabalho caxiense, e é justamente isso que Barros acredita ser um diferencial: “a atuação dos nossos professores fora da FTEC”. “A maioria, no turno inverso, são empresários, consultores, têm cargos de che-fia em grandes empresas, traba-lhando disciplinas alinhadas com sua função no dia a dia”, explica. Apesar de considerar bastante positiva a avaliação da faculdade, Barros discorda – mas cumpre – de alguns quesitos utilizados pelo inep. “Não participar, como faz a Unicamp, está incorreto, mas acredito que alguns pontos de-veriam ser revistos. É impossível comparar, por exemplo, uma ins-tituição com uma estrutura tão

grande quanto a UCS com uma pequena como a Faculdade Amé-rica Latina”, ressalta.

As últimas posições do ranking caxiense são da Facul-dade dos imigrantes (FAi) e da

Faculdade Fátima. A FAi perdeu 100 pontos no iGC con-tínuo e desceu para a faixa 2 – a direção da instituição não respondeu ao pedi-do de entrevista do jornal até o fecha-mento desta edição. A Faculdade Fáti-ma, avaliada pela primeira vez, tendo apenas um curso com CPC (Adminis-

tração), ficou com iGC contínuo de 181, e também na faixa 2. Para o diretor executivo da instituição, Renato Muzi da Silva, os resulta-dos propõem um desafio. “Somos uma das faculdades mais novas da região e queremos oferecer o melhor. O processo de melhoria contínua é inerente ao ensino su-perior. O desafio é ampliar possi-bilidades de abrir conexão direta entre os marcos conceitual, meto-dológico e de aplicação que com-põem nosso projeto pedagógico”, afirma.

De acordo com Muzi, o Plano de Desenvolvimento institucio-nal 2009/2013 da faculdade, que determina as atividades que se-rão desenvolvidas nos próximos anos, está sendo executado em sua plenitude. “A questão não é apenas concordar ou discordar. É preciso avaliar os indicadores do inep, identificar as distorções que porventura possam existir e for-talecer as metodologias de acom-panhamento e avaliação do ensi-no superior. Mesmo merecendo ajustes em seu formato, o índi-ce representa um avanço muito grande como instrumento formal de avaliação”, diz o diretor.

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“Esse resultado é um reflexo da mudança da gestão e do nosso projeto pedagógico diferenciado”, diz o diretor da América Latina

Conceito da UCS diminui de 4 para 3: “Como ficamos acima de dois, não teremos nenhum problema com o MEC”, diz Evaldo Kuiava, pró-reitor administrativo

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por CAMILA CARDOSO [email protected]

ma quadra da Avenida Júlio de Castilhos, no Centro, abriga 30 estabelecimentos diferentes. O número de placas para anunciar a existência dessas lojas, farmácias e clínicas odontológicas chega a 90. É como se, para ser visto, cada lugar tivesse que repetir três ve-zes a um possível cliente que está ali, pronto para oferecer a roupa da moda, uma televisão nova ou uma avaliação dentária gratui-ta. Essa conta, porém, só surge em uma observação específica. Quem passa apressado ou distra-ído pelas ruas centrais raramente volta o olhar para mensagens que ficam bem acima de sua cabeça. A atenção é atraída muito mais pe-las vitrines do que pela exposição da marca em larga escala. Atitu-de que os comerciantes parecem ignorar, justificando o excesso de publicidade como a forma de não ficar para trás do vizinho con-corrente, mesmo que para isso seja preciso encobrir com placas

e letreiros as fachadas de prédios quase centenários. O resultado da competição leva a cidade a passos largos para o caminho da polui-ção visual, em um conflito entre interesse econômico e bem-estar da população.

A publicidade não é a única causadora do problema. Parte da estrutura urbana, como fiação elétrica, postes e anúncios indica-tivos também poluem visualmen-te. Mas com o número cada vez maior de potenciais anunciantes, recai sobre ela a maior responsa-bilidade. De acordo com a Secre-taria de Urbanismo, Caxias soma 45 mil alvarás de funcionamento para indústrias, comércios e pres-tadores de serviço – 7.783 expedi-dos só em 2010. Com uma legisla-ção vigente pouco específica, que não limita o tamanho e a dispo-sição dos anúncios, por exemplo, a cidade praticamente desaparece atrás de marcas e logotipos em al-guns pontos.

Com um restrito número de servidores (nove), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente,

responsável pela fiscalização, con-centra sua atuação nos casos em que placas ofereçam risco de que-da, tapem saídas ou obstruam a iluminação. Em 2010 foram emi-tidas 150 notificações, 67 autos de infração e cinco multas relacionadas a esse tipo de infra-ção.

Dois projetos de lei tramitam na Câmara para regu-lamentar a comu-nicação visual no Município. O vere-ador Ari Dallegra-ve (PMDB) trouxe de sua experiência como secretário municipal de Meio Ambiente, cargo que exer-ceu de 2005 a 2008, a motivação para legislar sobre o assunto. Um abrangente e rigoroso projeto protocolado no ano passado es-tabelece conceitos, regulamen-ta e estipula penalidades para a nova categoria de poluição. “Nós tivemos aconselhamento técnico

para encontrar uma harmonia para esses anúncios dentro de uma proporção percentual”, ex-plica o vereador. No projeto de Dallegrave, o tamanho do anún-cio será proporcional à estrutura

em que está insta-lado, sendo que a altura máxima não poderá ser maior que três metros. Quando colocados em marquises, o li-mite de altura é de apenas um metro. Para anúncios colo-cados sobre os pré-dios, o limite é de 30 metros quadrados, com cinco metros

de altura máxima.O projeto do vereador também

regulamenta placas e outdoors, que não poderão ter comprimen-to superior a 10 metros, e respei-tar uma distância mínima entre uma placa e outra, conforme o local onde estiverem instaladas. Para os painéis luminosos e ilu-minados, chamados de backlight

Poluição visual

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e“Alugam o espaço por 60 dias e querem tirar uma árvore centenária. O estabelecimento é que tem que se adequar”, afirma Dallegrave

Na Sinimbu, entre a Visconde de Pelotas e a Dr. Montaury, letreiros e placas fazem desaparecer a fachada dos prédios

u

Dois projetos de lei propõem uma regulamentação mais rígida para frear um fenômeno típico dos grandes centros urbanos

CIDADE ENCOBERTA

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e frontlight, respectivamente, esse intervalo é de 80 metros entre um anúncio e outro.

Mas não são só parâmetros de área que o vereador propõe para limpar o cenário ur-bano. Para conceder a autorização aos anúncios, o Muni-cípio terá que con-siderar elementos significativos para paisagem da cida-de, como parques, áreas culturais, mo-numentos públicos e patrimônios tom-bados. O projeto se preocupa também com a preservação de elementos naturais, proibin-do a poda de árvores para dar visibilidade às placas e letreiros. “Alugam o espaço por 60 dias e querem tirar uma árvore que é centenária. O estabelecimento é que tem que se adequar ao am-biente, nunca o contrário”, res-salta o vereador. O projeto proíbe ainda a distribuição de folhetos e outros impressos nas ruas, além de faixas móveis e bandeiraços.

independentemente da apro-vação da lei, espaços em paradas de ônibus, lixeiras, protetores de árvores e relógios poderão ser ocupados por anúncios, mediante licitação e autorização, ou então utilizados pelo próprio poder pú-blico, para campanhas educativas

e institucionais. Ceder esses es-paços à poluição visual foi a ma-neira que a prefeitura encontrou para resolver um outro tipo de poluição, a ambiental. Quarenta

e quatro estações de ônibus se tornarão local de anúncios regulamentados por uma licitação da Se-cretaria de Trânsito, Transportes e Mobi-lidade. A permissão para uso publicitá-rio é a contrapartida do Município para a empresa Ação Vi-sual, responsável até 2015 pela recupera-ção, manutenção e

conservação das paradas. A esti-mativa é de que até o fim de ja-neiro seja concluído o trabalho de lavagem, pintura e reparo na ilu-minação dos abrigos, que sofriam com chão e cobertura imundos, além de paredes forradas de car-tazes.

Assim como as restrições de uso, as penalidades previstas no projeto de Dallegrave tam-bém são severas. A multa pode alcançar 250 VRMs (valor de re-ferência municipal), o que repre-senta R$ 4.842. Pagar a multa não exime o infrator de regularizar a situação. Apreensão do anúncio e cassação do alvará de funcio-namento também constam no

texto da proposta. O prazo pre-visto para regularização das pla-cas e letreiros existentes é de um ano a contar da data em que a lei, caso seja aprovada e sancionada, entrar em vigor. Conhecendo as deficiências na estrutura de fisca-lização, o vereador confia no tem-po de adequação para ver essas regras serem cumpridas. “Como vai ter prazo para entrar nas nor-mas, o Município precisaria con-centrar um esforço maior ao fim desses meses para ver se todos se adequaram e atentar para as au-torizações que conceder depois”, sugere.

Uma parceria também foi fir-mada para aproximar a intenção da ação. Para que o projeto tenha mais chances de ser respeitado caso se torne lei, um grupo que sen-tirá as mudanças na prática estudou as possíveis alterações, paralelamente à tra-mitação na Câmara. Representantes do Sindicato do Co-mércio Varejista de Caxias do Sul (Sin-dilojas), Sindicato do Comércio Vare-jista de Gêneros Ali-mentícios (Sindigêneros), Câma-ra de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Aco-mac) reuniram-se, assessorados

por engenheiros, arquitetos, ad-vogados e publicitários, para en-tender como os estabelecimentos teriam que se adaptar. Dúvidas de interpretação e questionamentos foram encaminhados por ofício ao vereador Dallegrave. O obje-tivo é que as entidades estejam preparadas para orientar suas res-pectivas classes. “Pode ser que eu apresente algum substitutivo ba-seado no parecer do grupo, mas a essência do projeto continua a mesma”, adianta o vereador.

Para o presidente do Sindilojas, ivanir Gasparin, além de organi-zar o aspecto visual do Centro, a medida irá democratizar a prática comercial na região. “Para que a concorrência seja justa do ponto de vista da visualização, as placas

precisam ser pro-porcionais à facha-da da loja”, defen-de. De acordo com ele, o Sindilojas já havia recorrido ao Legislativo para re-gulamentar a comu-nicação visual. “A discussão nunca foi adiante porque essa questão mexe com interesses. Agora é o momento exato,

porque estão incluindo todos se-tores no debate”, considera. Con-forme ele, o que ocorre no Centro hoje está relacionado com a che-gada de lojas de fora da cidade,

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“Para que a concorrência seja justa do ponto de vista da visualização, as placas precisam ser proporcionais à fachada”, diz Gasparin

“A publicidade favorece o comércio, mas hoje tem tanta placa que nenhuma consegue aparecer”, observa Denise

Vereador Dallegrave aproveitou a experiência como secretário do Meio Ambiente para elaborar um projeto amplo, debatido com entidades

14 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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que trouxeram consigo a cultura da utilização de grandes placas, fazendo com que os demais co-merciantes tivessem que aumen-tar os próprios anúncios. “Com a poluição, a própria propaganda perde o valor”, afirma.

Denise Pessôa (PT) é auto-ra do outro projeto que tramita na Câmara, com a proposta de acres-centar apenas parâ-metros de tamanho para a vaga lei em vigor atualmente. Conforme o proje-to da vereadora, os anúncios devem ser proporcionais ao local em que esta-rão fixados, sem, no entanto, ultrapassar cinco metros de al-tura. “A publicidade favorece o comércio, mas hoje há um enten-dimento que tem tanta placa que nenhuma consegue aparecer”, acredita.

Denise preocupa-se principal-mente com as construções de va-lor histórico. “Como os prédios estão escondidos pelas placas, a cidade não se apropria deles. Quando esses prédios históricos são demolidos, as pessoas não sentem falta, porque nem che-garam a conhecê-los”, afirma, citando como bom exemplo a jo-alheria Beretta, que reformou o prédio que ocupa, na esquina da Avenida Júlio de Castilhos com a Visconde de Pelotas, valorizando a arquitetura e deixando a mar-ca aparecer de forma discreta se

comparada com os estabeleci-mentos vizinhos.

A tentativa de salvaguardar os prédios antigos das placas publi-citárias era um dos objetivos do projeto de revitalização da Pra-ça Dante Alighieri, em 2003. O secretário de Planejamento da época, Mauro Cirne, lembra que a preservação do entorno com

as características originais valoriza-ria a nova cara da praça, com ares de centro histórico. A intenção, no entan-to, esbarrou na falta de legislação com-petente. “A nossa consultoria da obra apontou que não havia uma lei que nos desse poderes para padronizar os

tamanhos das placas. Então te-ríamos que encaminhar projeto para a Câmara, mas acabamos perdendo o governo”, recorda. A ação contra a poluição visual acabou limitando-se à fiação elé-trica subterrânea, que também foi cogitada para o trecho central da Avenida Júlio. Dessa vez, fo-ram os custos que suspenderam o projeto. “Um orçamento apontou que a obra seria de mais de R$ 1 milhão”, lembra Cirne.

O Conselho Municipal de Pa-trimônio Histórico e Cultural organiza um plano de ação sobre comunicação visual para bus-car uma relação harmoniosa dos anúncios com os edifícios histó-ricos. “Não queremos que os es-tabelecimentos deixem o Centro

em busca de novas áreas da ci-dade, ficando aquele espaço, que tem valor cultural, somente como um lugar para suporte de placas. Queremos que o Centro tenha vida e encontre sua vocação, não só de um local de passagem, mas de permanência e lazer”, diz Gus-tavo De Carli, presidente do Con-selho. Arquiteto e urbanista por formação e estudioso dos proble-mas da poluição visual, De Carli acredita que a regulamentação seja a melhor forma de encarar o problema. “Existem soluções téc-nicas para praticamente tudo que envolve a poluição visual, mas es-barram em questões de interesses e de custo”, aponta.

O arquiteto aposta também na adequação dos anúncios à vo-cação das cidades, comparando os ou-tdoors da praça Pic-cadilly Circus, em Londres, que se tor-naram uma carac-terística positiva do local, e Barcelona, na Espanha, onde mídias externas fo-ram proibidas por interferirem nega-tivamente na rica paisagem arquitetô-nica do lugar. “Os anúncios não são necessariamente algo ruim, mas precisam ter uma relação co-erente com os espaços”, pondera. Para ele, não é por falta de inte-resse que a poluição visual não se tornou prioridade dos governos locais. “Essa mudança é a médio ou longo prazo. Porque incomo-da qualquer um abrir a janela e

dar de cara com uma placa gigan-te, mas não tanto quanto a falta de estrutura básica, como saúde, segurança, saneamento”, analisa.

Os projetos de Ari Dallegrave e Denise Pessôa devem ser votados ainda este ano. Se forem aprova-dos, Caxias seguirá a tendência urbanística de regulamentação da comunicação visual, organi-zando e diminuindo os anúncios, ao invés de proibi-los. No Brasil, o marco recente é a Lei da Cida-de Limpa, vigente em São Pau-lo desde 2007. A lei extinguiu e proibiu todos os meios de publi-cidade externa dentro do muni-cípio, desde outdoors e painéis digitais até fachadas e letreiros luminosos, deixando apenas a possibilidade de publicidade ex-

terna nos mobiliá-rios urbanos.

Carlos Eduardo Mesquita Pedone, professor do cur-so de Arquitetura e Urbanismo e titu-lar da Universidade de Caxias do Sul (UCS) no Conselho Municipal de Pla-nejamento e Gestão Territorial (Conse-plan), explica que os

anúncios, por natureza, desafiam o equilíbrio visual da cidade: “Numa ótica ampla, a publicida-de sempre vai por uma via con-trária, porque quer se evidenciar para vender e acaba destoando da ideal relação harmônica entre os prédios. Por isso a tendência urbanística é frear essa informa-ção exagerada”.

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“Existem soluções técnicas para tudo que envolve a poluição visual, mas esbarram em questões de interesses e de custo”, lembra Cirne

“A publicidade vai por uma via contrária, quer se evidenciar, e acaba destoando da ideal relação harmônica entre os prédios”, diz Pedone

Proposta da vereadora Denise é mais sucinta: quer apenas que os anúncios sejam proporcionais e não excedam 5 metros de altura

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l Amor e outras drogas | Romance. 22h (leg.) | iguatemi

Um mulherengo com infalível jeitão sedutor, vendedor das mi-lagrosas pílulas azuis que inflam o ego dos homens, se envolve com uma mulher quase tão promíscua quanto ele. A dupla, que se acha-va imune à paixão, acaba flechada por uma droga pura, forte e que não está à venda: o amor. Com Jake Gyllenhaal e Anne Hatha-way. 16 anos. 114 min..

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l Brasil Animado | Animação. 13h40 e 17h30 (dub.) (3D) | igua-temi

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empresário Stress viajam em bus-ca do jequitibá rosa, a árvore mais antiga do Brasil. Dirigido por Ma-riana Caltabiano. Livre. 78 min..

l As Viagens de Gulliver | Comédia. 19h50 (dub.)(3D) e 21h20h (leg.)(3D) | iguatemi

Dirigido por Rob Letterman. Com Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet e Billy Conolly. Li-vre. 91 min..

l Conta Comigo | Quarta (26), 15h. (dub.) | ordovás

No longa de 1986, o escritor Gordie Lachance recorda sua in-fância no verão de 1959, quando vivia em Castle Rock, Oregon, uma localidade com 1.281 habi-tantes que, para ele, era o mundo inteiro. Dirigido por Rob Reiner. A entrada é franca. Livre. 87 min..

l fuoco! | Drama. 19h30, quarta (26) | ordovás

O longa de 1969 é considera-do um dos filmes italianos mais importantes da sua época. O fil-me foi gravado em 14 dias, em ordem cronológica, em 16 mm e utilizando a captação de áudio direta – um avanço proposto pelo cineasta. Uma celebração cató-lica está acontecendo na cidade de Viterbo. De repente, tiros são disparados de uma janela, por um desempregado, que se tranca em casa com a esposa e o filho. A po-lícia começa as negociações para persuadi-lo a se entregar. Dirigi-do por Gian Vittorio Baldi.

AinDA eM CARTAZ – A morte e vida de Charlie. Drama. 21h10 (leg.). iguatemi | De pernas pro ar. Comédia. 14h45, 17h10, 19h50, 22h10. iguatemi. | Dois

irmãos. Comédia. Quinta (27). 20h. Ordovás. | enrolados. Ani-mação. 15h20. dub. 3D. iguate-mi. | entrando numa fria maior ainda com a família. Comédia. 14h15, 16h30, 19h10 e 21h30. iguatemi

l Killer on The Danceflo-or | Sábado (22), 23h |

O trio paulistano é formado pelos DJ’s/produtores Phillip A, Ali Dis-co B e Fatu, que trabalham juntos numa mistura de diversos estilos. Um dos melhores sets de eletrôni-ca, house e indie do Brasil, garantia de pista lotada. Com nome na lista, os ingressos ficam R$ 25 (masculi-no) e R$ 15 (feminino).HavanaR$ 40 (masculino) e R$ 25 (femi-nino) | Estação Férrea | 3224-6619

l Blues de Bolso | Quinta (27), 22h |

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[email protected] Carol De Barba |

Guia de Cultura

Com ótimas sacadas, o filme de Jack Black eleva a diversão a proporções gigantescas

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inGReSSoS - iguatemi: Segunda e quar-ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910. | or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antu-nes, 312, Panazzolo. 3901-1316. | o uCS Cinema ficará fechado até 31 de janeiro.

CineMA

MÚSiCA

Cinema | As viagens de Gulliver

Jack Black, o gigante da comédiapor Carol De Barba

Esqueça tudo o que você sabe sobre a história original das aventuras de Lemuel Gulliver em terras de pequeninos e gigan-tes. O longa recém-lançado As Viagens de Gulliver, estrelado e produzido por Jack Black (escola do Rock), tem muito pou-co em comum com o romance satírico do escritor irlandês Jonathan Swift – ou com as outras experiências cinematográficas que vieram antes dele. Mas, para quem é fã do humor nerd e rock’n’roll que é marca regis-trada do ator, comediante e músico norte-americano, o filme é uma ótima pedida.

No livro, a narrativa se passa no século XViii e inicia com o naufrágio do navio do protagonista, que é arrastado para a ilha de Liliput (habitada por pessoas muito peque-nas). Depois, ele conhece Brobdingnag, a terra dos gigantes, e segue suas viagens por outros lugares e povos fantásticos. Para Swift, criar essas nações, cada uma com caracterís-ticas absurdas, muito diferentes e particula-res, foi uma forma de criticar as sociedades inglesa e francesa da época, de exaltar os ideais iluministas da verdade e da razão.

No filme de Black, não há nada de idealis-mos, no máximo a velha lição “o que importa é a grandeza interior”. Tanto que a ilha dos gigantes e as outras viagens de Gulliver foram excluídas do roteiro (que é meio capenga, diga-se de passagem, porém, serve ao que se propõe). A intenção é mesmo arrancar boas gargalhadas da plateia, e a interação do gordi-nho e desengonçado Lemuel com os formais, cerimoniais e minúsculos liliputianos é a combinação perfeita para isso. Ao salvar Lili-put de um ataque dos seus inimigos, Gulliver, antes um mero entregador de correspondên-cias do jornal A Tribuna, de Nova iorque, torna-se um ídolo e, claro, aproveita-se dessa condição. Os pequeninos viram tanto seus serviçais quanto fantoches. Ótimos constru-tores, fazem uma mansão e uma pequena Manhattan, onde Lemuel é a estrela em todos os outdoors. A melhor sacada – e que ren-de as cenas mais divertidas e interessantes do filme – são as alternativas às bugigangas tecnológicas e vícios nerds do rapaz. Na mão de Gulliver, os liliputianos viram Luke Skywalker, Darth Vader, time de pebolim e até a banda Kiss, numa adaptação do jogo Guitar Hero. Avatar e Titanic (extravagân-cias de James Cameron), também são refe-rências constantes. Outra sequência incrível é quando Lemuel dá uma de Cyrano de Ber-gerac, usando a letra de Kiss, do Prince, para que o amigo Horácio conquiste a princesa.

O filme é em 3D, o que é totalmente dis-pensável – o recurso não faz diferença em nenhum momento –, ao contrário da per-sonalidade, da atuação e do estilo do astro do filme. Sem ele, o longa provavelmente não teria a menor graça. No final das con-tas, parodiando a letra de Pince, fica prova-do que Jack Black não precisa ser Gulliver para governar o mundo da comédia.

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Recomenda

www.ocaxiense.com.br 1722 a 28 de janeiro de 2011 O Caxiense

A banda caxiense de jovens blueseiros vem se destacando no cenário. Na formação, Juliane Capellaro (vocal), Débora Olivei-ra (harmônica), isaac Schwart-zhaupt (guitarra), Gustavo Pezzi (piano), Davi Frezza (baixo) e Ní-colas Finkler (bateria).MississippiR$ 8 (feminino) e R$ 10 (mascu-lino) | Estação Férrea | 3028-6149

TAMBÉM ToCAnDo – Sá-bado (22): Sexy Ladies com DJ Kahball. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3409-1900 | Banda Disco e DJ Mono. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | izzi Louise + Agente ed. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Tributo a Creedence. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Tri-buto a Led Zepellin. Sérappis. Rock. 20h Vagão Classic. 3223-0616 | Poder da Criação. Samba. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | A4 + DJ eddy. Pop rock. 23h. Por-tal Bowling. 3220-5758 | Grupo

Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Au-diotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Domingo (23): Ricardo Biga e Bruno Pinhei-ro Machado. Rock e blues. 20h. Mississippi. 3028-6149 | Ana Jar-dim Trio. MPB. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Segunda(24): The Cotton Pickers. Blues. 22h. Mis-sissippi. 3028-6149 | Terça (25): The Cotton Pickers. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Láza-ro nascimento. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Poder da Cria-ção. Samba. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta (26): Cokeyne Bluesman overdub. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Preto no Branco. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício San-tos trio. Samba. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (27): Banda Dis-co. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gru-po Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Victor Hugo e Samuel + DJ eDDY. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bow-ling. 3220-5758 | Sexta (28): Taxi free. Blues. 22h. Mississip-pi. 3028-6149 | festa a fantasia Ídolos do Rock. Mister Cherry. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | flash Back + DJ eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Grupo Barbaquá. Tradiciona-

lista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364

l Pincéis e Poesias | A partir de quinta (27), de terça a sexta, das 9h às 19h; sábados e domin-gos, das 15h às 19h

A artista Ângela Garahy ho-menageia os poemas de Mário Quintana através de doze telas (acrílico) e instalações. Cada obra é a leitura de um poema, que está inserido ou exposto ao lado dela. Abertura na quinta (27), às 19h.Galeria do ordovásEntrada Franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 AinDA eM eXPoSiÇÃo – Aos Mestres. Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. De terça a sába-do, a partir das 17h. Galeria do

Teatro Moinho da Estação. 3221-4513 | Diversidade Cultural nos Trilhos da História de Caxias do Sul. Antônio Carlos Lorenzett. A partir de quarta (5), de segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30. Espaço Cultu-ral da Farmácia do iPAM. 3222-9270 | Mostra de Grafite Caxias 100 Anos. Grafiteiros Digo, Dub, Favelinha, Feio, Hauli, HP, Mar-cos, Melão e Ray. Visitação livre. Largo da Estação Férrea | identi-dades Simultâneas: imagens de um lugar ou de lugar qualquer. Simone Rosa. De segunda a sába-do, das 10h às 19h30, e domingo das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 | Releituras – exposição de Roupas dos Anos 80. Coleti-va. De segunda a sexta, das 8h às 18h30. Galeria SMED. 3901-2323 | Soulart. Lauro Grivot. De se-gunda a sábado, a partir das 11h. Aristos London House. 3221-2679 | Vidro: Arte e Transparên-cia. Coletiva. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, sábados das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697

l 13º Caxias em Cena | De se-gunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h |

Os grupos e companhias que desejam participar com espetácu-los ou atividades paralelas (ofici-

nas, palestras, debates , etc.) de-vem encaminhar suas propostas até 31 de março. O regulamento e as fichas de inscrição estão dispo-níveis no site da prefeitura (www.caxias.rs.gov.br). A 13ª edição do festival será realizada de 13 a 25 de setembro.unidade de TeatroGratuito | Centro de Cultura Or-dovás | 3901-1316 |

l Teatro para Crianças | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h |

As inscrições devem ser feitas pessoalmente, na Unidade de Te-atro da Secretaria Municipal de Cultura. A oficina conta com o apoio do Sesc de Caxias do Sul e é voltada para o público de oito a 13 anos. Será ministrada pela atriz Carla Vanez. A primeira turma já iniciou as aulas, e a segunda será de 31/01 a 11/02, com aulas de se-gunda a sexta-feira.unidade de Teatro

R$ 10 e R$ 5 (conveniados Sesc) | Centro de Cultura Ordovás | 3901-1316 |

l experimentando o teatro | De segunda a sexta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30 |

A oficina será ministrada por Miguel Beltrami e abordará cons-ciência corporal, introdução aos códigos da arte teatral; movimen-to – velocidade, peso e fluência, composição do personagem, jo-gos teatrais – improvisação, re-presentação, construção de cenas. A oficina é voltada para profis-sionais liberais, professores, ven-dedores, pessoas que trabalham com público, além de futuros atores e atrizes. Aulas de 7 a 11 de fevereiro, das 19h às 21h.Casa de Teatro Tem Gente Tea-trandoR$ 140 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l oficina de Sapateado Americano | De segunda a sex-ta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30 |

Marcelo Donini ensina “a arte de dançar e fazer música com os pés”. A oficina tem apenas 10 va-gas e será de 14 a 18 de fevereiro, das 19h às 21h, no espaço da Tem Gente Teatrando.Casa de Teatro R$ 190 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l Parque de diversões | Dia-riamente, das 10h às 22h |

Magic Torre, Auto Pista e Kid Ride são alguns dos brinquedos que a Magic Game levou para dentro do Shopping iguatemi, no Centro de Eventos. A proposta segue o modelo family entertain-ment, para os pais brincarem com os filhos.Praça de eventos do iguatemiR$ 3 a R$ 5 | Shopping Iguatemi

Arroio do Sal: Sábado (22): edu e Renan. 22h. Sede. | esco-lha da Rainha do Carnaval. 23h. Sede | Quarta (26): A casa faz a festa. Sarau. Calçadão Rua Boa Vista | Quinta (27): Cinema in-fantil. 15h. Cinema adulto. 21h. Centro Ágora do Arroio | Sexta (28): Mania de Você. 21h. Bairro Atlântico | Biblioteca e Tele Cen-

tro. De segunda a sexta, das 14h às 20h |

l Rock de Galpão | Sexta (28), 21h |

O projeto une a banda estado das Coisas e o músico Neto Fa-gundes, e tem participação do gaiteiro caxiense Paulinho Cardo-so. Música e poesia se entreveram entre xotes, rock, vanerão, reggaee baladas, sob direção artística de Hique Gomez. Avenida Beira MarEntrada franca | Capão da Canoa

l 5ª na Praça | Quinta (27), a partir das 19h |

As atrações são de música ins-trumental. Shows de música fla-menca, Douglas Bitencourt, Le-andro Lemos e Four Jazz Band.Praça XV de novembroEntrada Franca | Centro, próx. Ca-melôs | Torres

AinDA eM ToRReS: Sába-do(22): Sobre Saltos de Scarpin. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura | Domingo(23): Show Denver Reginato. Pop. 19h30. Casa de Verão Band/Sesc | Quin-ta(27): Vendedor de Palavras. Teatro. 18h. Praça Pinheiro Ma-chado | Sexta(28): Show elis Cardoso. MPB. 19h30. Casa de Verão Band/Sesc | Sexo, Menti-ras e Gargalhadas. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura

Blues de Bolso toca no Mississipi, Rock de Galpão tem apresentação na praia e Mario Quintana é homenageado na Galeria do Ordovás

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Miriam Cardoso de Souza| Um dia de Chuva |

A profissão de Miriam não é a mais adequada para a criatividade e sensibilidade estética. Pelo menos, é o que se imagina sobre o Direito. Mas foi no seu escritório que Miriam ouviu, de uma pessoa que havia perdido a casa em um incêndio, um dos depoimentos mais marcantes sobre o valor da fotografia. Fotografar é um hobby que a advogada pratica com profissio-nalismo. Ela programa passeios com a seriedade de uma “caçadora de imagens”. Dias de chuva não cancelam o agendamen-to. Em um desses, um casal quebrou o carro em uma ponte em Vacaria e seguiu o resto do caminho a pé, no meio de uma plantação de trigo. E Miriam viu uma cena espontânea e perfeita. Rara. Outros acasos e belezas da região fazem parte do portfolio da artista. “Não precisa ir à Europa para fazer uma boa foto. É preciso conhecer o nosso quintal.”

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolu-ção). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

por NATALIA BORGES POLESSO

ombinamos de nos encontrarmos na metade do caminho. Ela vinha do leste, eu do oeste. Combinamos caminhar sempre à esquerda para não haver confusão. Traçamos uma linha reta, imaginariamente, é claro, e no ponto equidistante de nós, marcamos o local do nosso encontro. Estabelecemos o passo e o ritmo, e tudo estava bem.

Eu comecei a caminhar numa quarta-feira nublada, às cinco e trinta da manhã. Não se podia ver muito bem o caminho, mas pela dureza sob meus pés, eu tive certeza absoluta de estar pisando

bem firme no chão. O dia já estava clareando e a névoa se dispersava rápido. Logo um raio dourado apontou longe, bem de onde ela se preparava para sair.

Ela, como vinha morro abaixo, saiu ao cair da noite, ademais es-tava muito quente de onde ela vi-nha. Ela caminhava atrás do sol, como se o seguisse, como se ele apontasse para mim também.

Não demorou muito para que nos sentíssemos muito cansadas e começássemos a pensar se aquilo valeria mesmo a pena. O sol quei-mava meus olhos e minhas ideias boas, restavam as sombras e as coisas cinzentas. Ela enxergava

pouco e a falta de luz pelo cami-nho a fez insegura e medrosa. Sem pensar uma na outra nos viramos rapidamente e corremos de volta para nossos pontos de partida.

Ao chegar, descobrimos que aquilo não era o suficiente, pois ali residiam todas as expectativas e que construímos e memórias que inventamos. Decidimos cor-rer além, o mais rápido possível. Nunca estava bom. Eu corri como jamais havia pensado, corri con-tra a lua e contra o vento. Cor-ri porque não queria pertencer a qualquer parte do chão. Corri para talvez não precisar pisar com firmeza sobre qualquer pedra fixa

ou água lamacenta e ali ficar pre-sa. Ela correu porque precisava de ar e parada não conseguia respi-rar, nem com vento. Ela correu porque precisava fazer a sua pele sentir qualquer toque, mesmo que fosse o do vento.

Corremos por um longo tem-po, talvez por histórias inteiras, a minha e a dela. E não paramos porque ficamos cansadas. Para-mos porque houve um choque repentino. Paramos porque haví-amos calculado tão bem a nossa marcha que simplesmente tendo trocado o lado, acabamos nos en-contrando na metade dos nossos caminhos.

NA METADE DO CAMINHOC

18 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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O quadro feito com montagens une os dois trabalhos de Terezinha Possamai Pano-zzo. A obra está no seu Salão de Beleza para lembrar que quando não está elevando a estima das clientes, está melhorando a vida de seus diversos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Há 8 anos lecionando na Apae, Têre desen-volve também trabalhos extracurriculares. Em 2011, um dos projetos é estimular os alunos através da dança folclórica. Terezinha tem Licenciatura em Artes e especializa-ções na área da deficiência mental e ensino para surdos.

Joacir Hylario Fontana, grande incen-tivador do tradicionalismo gaúcho, é o típico gaudério. Alpargatas e bombacha fazem parte do traje diário do proprietá-rio do Galpão do Tio Ci, uma loja de arti-gos gaúchos no bairro São Pelegrino, que atrai tradicionalistas para tomar um chi-marrão e turistas à procura de souvenirs. O gaúcho de raiz nasceu em Criciúma (SC) e veio para Caxias “para casar com uma gringa”. Com o seu acordeon, Ci já integrou conjuntos tradicionalistas e hoje se apresenta para grupos de turistas em viagens pelo Rio Grande do Sul. O gos-to pela música veio antes da paixão pelo tradicionalismo. Na juventude, Ci tinha uma banda de rock, fazia cover do Pink Floyd e tocava MPB em bares. Atípico.

João Antônio Pezzi Bagoso, o Toyo, é um dos habi-tantes mais queridos da Estação Férrea. O pai, João An-tônio Bagoso sênior, diz que Toyo ganhou sua primeira gaita aos 4 anos, numa viagem à praia. “Eu tinha um Dojão que bebia gasolina, e em cada posto do caminho parávamos para abastecer. Num deles, ganhei a gaita de brinde. Joguei no banco de trás e na volta para Ca-xias ele já tocava Oh! Suzana e uma boa parte do Hino Nacional.” A lenda (como as do blues) combina bem com a história do fã da música do Delta do Mississippi, formado em Administração, que já teve algumas con-fecções, loja na Praia do Rosa, foi vendedor de T (co-nector de tomada) em Recife, dono de bar em escola de dança e conhece o local exato onde Robert Johnson vendeu sua alma ao coisa ruim para se tornar um gran-de bluesman. A paixão pelo blues virou modo de vida: desde 2006, ele é sócio de Rodrigo Parisotto no Missis-sippi Delta Blues Bar e desde 2008 organiza o Moinho da Estação Blues Festival, talvez o maior festival do gê-nero na América do Sul. “O blues é minha meditação, um descanso para a mente, sentir e tocar o presente sem pensar no que vou fazer no próximo compasso.”

Toyo

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por PAuLA SPeRB e MARCeLo ARAMiS

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Aparecida Possamai Panozzo

Periscópio | No mercado desde 82, possui quatro lojas em Caxias. Com a assessoria de uma equipe de estilistas, as peças estão sempre em sintonia com as tendências internacionais de moda praia. Tem opções masculinas e femi-ninas, para todas a idades, além de chapéus e saídas de banho.

La Vendela | Na boutique Armazém da Beleza, uma das propostas do espaço, a atração principal é a moda praia da paulista Adriana Degreas – chamada pela designer de bain couture, alta costura em roupas de banho. A loja também rece-be peças especiais e exclusivas de desfile. Se você não está com muito dinheiro mas compensa com boa sorte, vale procurar peças promocionais, do verão 2009/10, na porta ao lado, no brechó Pó de Luxo, outro ambiente do estabelecimento.

DiPraia | Mais uma marca original de Ca-xias, que começou fazendo biquínis sob me-dida – serviço que oferece até hoje. Além da modelagem impecável, você pode montar seu conjunto como preferir: o modelo de uma peça, a estampa da outra ou em tecido liso, misturar tamanhos... A loja também oferece chapéus, bolsas, acessórios e saídas de praia.

Grupo Moda Viva | As marcas mais conhecidas estão nas lojas do grupo, desde as que fazem o estilo mais casual, perfeitas para o bronzeado, como Cia. Marítima, Salinas e Água de Coco, até as mais sofisticadas, como Lenny Niemeyer, conhecida pela arquitetura das peças. Todas são lojas multi-produtos, então, dá pra sair de lá com o look completo, dos pés à cabeça, literalmente.

Anaju | Beleza, preço, variedade e DNA ca-xiense levam a marca ao topo da lista. A Ana-ju está há 25 anos no mercado. Oferece roupa de banho feminina, masculina e infantil e até modelos e tamanhos especiais. As vantagens não param por aí: além da loja ficar aberta o ano inteiro (para quem resolve ir ao Caribe em julho, por exemplo), dá para combinar partes de cima e de baixo de tamanhos dife-rentes, opção raríssima.

Verão| Moda praia

www.ocaxiense.com.br 1922 a 28 de janeiro de 2011 O Caxiense

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20 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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Beto Almeida (foto) não é mais técnico do Juventude. O convite para ele deixar o clube foi oficia-lizado pela diretoria às 15h25 de sexta (21). Antes de sair, ele pro-meteu voltar e falar algumas coisas “interessantes”. Para ele, sua saída foi uma atitude precipitada do co-mando alviverde. “Em 35 anos de profissão, esta foi a quarta vez que fui demitido. Na verdade, não fui demitido, mas sim convidado a me retirar”, disse Beto na sala de im-prensa do Estádio Alfredo Jaconi.

Para o treinador, a saída ocorreu pelo fato de ele não ter nenhum re-lacionamento com o presidente do Ju, Milton Scola. “Depois do meu primeiro jogo à frente do time, quando perdemos para o Brasil-Pe pela Série C aqui no Jaconi, o pre-sidente deu uma declaração sem sensibilidade alguma, dizendo que

viu o jogo, o time mudou, mas não adiantou nada”, desabafou Beto. Scola não esteve no Jaconi duran-te o anúncio da demissão. Antes de sair, Beto se despediu individu-almente dos jogadores e disse que confia no projeto do Ju, e que eles são os protagonistas para que o pla-no dê certo.

O vice de futebol, Raimundo De-more, afirmou que a decisão foi to-mada por uma maioria de dirigen-tes, e não foi unânime. “Avaliamos o desempenho do time. Só isso. A equipe não se ajustou. Esperamos, mas nada ocorreu. A largada no Gauchão foi muito aquém da espe-rada pelo fato de termos feito uma pré-temporada de quase 90 dias. O Beto é um profissional competen-te, mas que nesse momento não se encaixou no Juventude”, explicou o dirigente.

E assim o Juventude se encaminha para o CA-JU 269. O clássico será às 19h30 do dia 27, quinta-feira, no Ja-coni. No ano passado foram dispu-tados três CA-JUs – todos termina-ram empatados (1 x 1 no Gauchão, 0 x 0 e 2 x 2 pela Série C). O mais pre-judicado para o confronto, segundo declarações dos dirigentes papos, é o Ju. Com a transferência da parti-da entre São José x Ju de domingo para segunda (dia 24), a equipe perdeu um dia de preparação.

Desde 1935, foram disputados 268 clássicos entre Flamengo/Caxias e Juventude. Os papos tiveram 93 vitórias, contra 85 dos grenás.

Juventude e Caxias estrearam bem no Gauchão 2011. O primei-ro venceu por 2 a 1 o São Luiz, no Estadio Alfredo Jaconi, e o segundo bateu o Santa Cruz, nos Pláta-nos, por 1 a 0. As atuações foram limitadas, afinal, era o primeiro jogo do campeonato. Entretanto, bastou a segunda rodada da Taça Piratini (1º turno) para as primei-ras dificuldades virem à tona. O time grená, que recebeu o Pelotas no Centenário, conseguiu empatar a partida em 1 a 1 aos 44 minutos do segundo tempo, com um gol do habilidoso Pedro Henrique (foto).

O caso mais complicado foi registrado no lado alviverde. O Ju venceu o São Luiz com difi-culdades. No Complexo da Ul-bra, perdeu para o Canoas por 2 a 1. Nessa partida, ficou nítida a falta de apoio pelas laterais do campo, tanto que Beto Al-meida substituiu os dois alas na tentativa de deixar o time mais ofensivo – o que não deu certo.

No lado grená, contra o Pelotas, falta de apoio foi sentida pelo lado esquerdo. Edu Silva é bom jogador, mas limitado. Durante a partida, acertou só um cruzamento. E isso que o técnico Lisca treina insisten-temente as jogadas com a bola alça-da na área. Mas, como dizem os bo-leiros, treino é treino, jogo é jogo...

Faltando uma semana para o clás-sico CA-JU, o Caxias lançou o plano Sócio 5000. A nova modalidade, in-dividual, tem custo mensal de R$ 25 e dá direito ao torcedor de assistir a todos os jogos do clube nas arqui-bancadas do Estádio Centenário.

Mais informações estão à dis-posição da torcida grená no site www.sercaxias.com.br ou pelo telefone 3026-5050.

Raimundo Demore anunciou também que Antônio Picoli, ex-zagueiro do Ju e atual auxiliar técnico, será o treinador interino da equipe nas partidas contra o São José, segunda (24) e no CA-JU, quinta (27). “O perfil do novo técnico do Juventude é que seja extremamente motivador, que sacuda o vestiário. Precisamos de uma motivação extraordinária”, declarou Demore, ressaltando que falta “pegada, gana e disposição”.

No final da tarde de sexta os dirigentes do Juventude começa-ram a tratar da contratação do treinador. Além do novo pro-fissional, o vice de futebol não descarta que dois atletas sejam somados ao atual grupo. “Te-mos dinheiro reservado para isso”, complementou Demore.

A derrota do Juventude para o Canoas por 2 a 1 tornou público o descontentamento com o traba-lho de Beto Almeida por parte do presidente Milton Scola e do vice de futebol, Raimundo Demore. Em entrevistas, ambos questionaram as trocas feitas por Beto naquele jogo. Scola foi mais duro, e literalmente ‘chutou o balde’, criticando a falta de padrão de jogo do Ju – chegou a afirmar que o Ju não teria um time para iniciar a partida contra o São José. Ao saber das declarações, Beto respondeu: “Não é hora de largar coisas fedorentas em entrevistas”.

Beto chegou no Ju no dia 18 de agosto de 2010, em substituição a Osmar Loss. Foram seis jogos oficiais, sendo 2 vitórias, 2 empa-tes e 2 derrotas. Somando todas as partidas, foram 4 pela Série C, 2 pelo Gauchão, 6 amistosos e 2 jogos-treino (totalizando 7 vitó-rias, 3 empates e 4 derrotas).

O roupeiro Nilton Soares, o Zico, de 53 anos, completou no dia 15 de janeiro 32 anos como funcionário do Juventude – O Caxiense publi-cou um perfil de Zico na edição número 15. Para marcar a data, diretoria, jogadores e a presidente do departamento Paixão Feminina, Carla Pauletti, entregaram flores e uma placa de prata em agrade-cimento e reconhecimento ao trabalho do roupeiro (que antigamente era chamado de mordomo). Zico é natural de ijuí e veio para o Ju por indicação de Emídio Perondi, então presidente do São Luiz.

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Só na estreia

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www.ocaxiense.com.br 2122 a 28 de janeiro de 2011 O Caxiense

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Recomenda

Recomendal 5ª Copa internacional flores da Cunha | Sábado, das 9h às 12h50 |

Após 95 partidas ao longo da última semana, serão disputadas as finais do campeonato que reú-ne meninos entre 12 e 16 anos. A decisão da categoria sub-12 está marcada para às 9h. Na sequência serão realizadas as finais das cate-gorias sub-14, 15 e 16.estádio Homero SoldatelliEntrada gratuita | Barros Cassal, 377, Flores da Cunha

l Caxias x Cruzeiro | Do-mingo, 19h30 |

Após conseguir apenas o em-pate de 1 a 1 contra o Pelotas na última quarta-feira (19), o Caxias tem uma nova missão: derrotar o Cruzeirinho, clube que estreou com o pé direito vencendo por 1 a 0 o inter B. Com quatro pontos somados em dois jogos, o Caxias precisa vencer para passar à fren-te do Lajeadense e do Ypiranga. As duas equipes também somam quatro pontos, mas ocupam as primeiras posições devido ao nú-mero de gols pró. A maior dúvida

do técnico Lisca quanto a escala-ção para a partida é com relação ao volante Edenilson, que se ma-chucou no jogo contra o Pelotas.CentenárioIngressos: R$ 20 geral e R$ 10 es-tudantes e idosos | Thomas Beltrão de Queiroz, 898

l São José x Juventude | Se-gunda, 19h30 |

Após o empate de 2 a 2 contra o inter-SM, o São José aposta na sua torcida e no poder ofensivo do atacante Xavier para deter o Juventude. Na última edição do Campeonato Gaúcho, as duas equipes se encontraram apenas uma vez e o placar terminou em 2 a 2. Na soma geral, o time porto-alegrense ficou em quarto, bem distante da 13ª colocação obtida pelo Juventude. Para o terceiro confronto do Gauchão, o jogador alviverde Zulu deverá recuperar a sua posição titular ao lado de Jú-lio Madureira no ataque.Passo D’AreiaIngressos: R$ 20 geral e R$ 10 estu-dantes e idosos | Av. Rio São Gon-çalo, nº 95, Passo D’Areia - Porto Alegre

l Brasil-farroupilha x Com-binado de flores da Cunha | Quarta (26), às 20h |

O time farroupilhense vai a Flo-

res da Cunha jogar um amistoso de preparação para a disputa da 2ª divisão do Campeonato Gaúcho. A estreia no estadual ocorre no dia no dia 27 de fevereiro contra o São Paulo.estádio Homero SoldatelliEntrada gratuita | Barros Cassal, 377, Flores da Cunha

l Juventude x Caxias | Quin-ta (27), às 19h30 |

Após o tumultuado CA-JU 268, que teve 6 minutos de acréscimo no segundo tempo, um gol mar-cado aos 50 minutos da partida e jogadores grenás desfilando com caixões de isopor e papelão, as duas equipes voltam a se encon-trar no primeiro clássico do ano, válido pelo Campeonato Gaúcho.Alfredo JaconiIngressos: R$ 40 geral, R$ 20 para estudantes e idosos | Hércules Gal-ló, 1.547, Centro

l Campeonato Praiano | Sá-bado, às 18h, e domingo, a partir das 14h15 | Torres, Praia Grande

A categoria Coroa – acima de 50 anos, terá duas partidas no sába-do a partir das 18h. No domingo, a categoria Aberto realiza seis jo-gos válidos pela segunda rodada.

Todos os confrontos ocorrem na arena montada na Praia Grande, próximo ao local das comemora-ções do Réveillon.Entrada gratuita

l 1ª etapa da Copa Verão de Motocross | Domingo, das 13h30 às 19h | Torres

A organização espera a partici-pação de mais de 150 pilotos, em 15 categorias. Para quem quiser participar, as inscrições estarão abertas até o final da manhã de domingo no local do evento. Para o público, a entrada é gratuita.Parque Municipal de exposições odilo Webber RodriguesEntrada gratuita | Av. Castelo Branco, s/nº, Parque do Balonismo - Torres

l Passeio sobre rodas | Sába-do, 16h30 | Capão da Canoa

A partir das 15h30 inicia a con-centração para o passeio pela Av. Beira Mar. Vale roller, patinete, skate ou bicicleta para realizar o percurso. A saída está programa-da para as 16h30. No final da ati-vidade, serão distribuídos brindes para os participantes.Casa Sesc estação de VerãoDois quilos de alimentos não pere-cíveis | Av. Beira Mar esquina Av. Ruda, Capão da Canoa

22 22 a 28 de janeiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Caxias recebe o Cruzeiro no domingo. Juventude enfrenta o São José fora na segunda. E, na quinta, tem clássico CA-JU no Jaconi

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Guia de Esportespor José eduardo Coutelle | [email protected]

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Renato [email protected]

O chefe de Polícia do RS, delegado Ranolfo Vieira Júnior, antecipou algumas novidades que seriam anunciadas pelo secretário de Segu-rança, Airton Michels, nesta-feira segunda-feira (24), na reunião-al-moço da CiC. A delegacia de polí-cia móvel, que vai passar também por Caxias do Sul, é uma delas.

A DP móvel será utilizada em todo o Estado em operações poli-ciais de fiscalização de estradas e patrulhamento de grandes eventos.

Outra notícia importante (em atendimento a uma necessidade que estava caindo de madura) dada por Ranolfo Vieira Júnior: a criação em Caxias do Sul da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Até agora as investigações dos crescentes casos de homicídio da cidade vinham sendo dividi-das geograficamente entre as três delegacias de polícia da cidade.

Vai passar

Proteção à pessoa

Guardas municipais recomendam o acesso ao Youtube (“Coronel da Polícia Militar do RS chama Guar-das Municipais de flanelinhas”).

O coronel, no caso, é o futuro comandante do 5º CRPO/Serra, Nicomedes Barros, que toma posse na terça-feira (25) em substitui-ção a Telmo Machado de Souza.

Entre as atrações do 23º Rodeio Crioulo Nacional de Caxias do Sul, esta semana, está a participação de 470 laçadores; e, entre eles, o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), que laçou a eleição para deputado estadual por conta do movimento tradicionalista e das obras do gover-no Sartori. O prefeito, aliás, deixou para Alceu presidir todas as sole-nidades oficiais do evento – como despedida do Executivo municipal.

A surpreendente indicação do ex-vereador Getúlio Demori (PP) para o setor de iluminação da Secretaria de Obras e Serviços Públicos encontrou apenas uma explicação: experiência.

Além, é claro, de ampliar a participação no governo do Par-tido Progressista. O PP bancou a indicação de Demori, que já foi coordenador distrital, chefe de máquinas da prefeitura e ve-reador por cinco legislaturas.

A partir da tragédia de propor-ções nunca antes vistas no país (como diria o ex-presidente Lula) na região serrana do Rio de Janei-ro, é imprescindível que o governo municipal tome as medidas ne-cessárias para rever a ocupação desenfreada de áreas de risco.

A vereadora Denise Pessôa (PT) cobrou prioridade da prefeitura para ações nessas áreas – muitas delas beneficiadas com decreto de utilidade pública, assinado ainda no governo Gilberto Pepe Vargas (como a região do Monte Carmelo).

A Comissão de Educação da Câmara de Vereadores se en-contrará com o secretário es-tadual José Clóvis de Azevedo, no próximo dia 3, em Porto Alegre. Na pauta, a criação da Escola Estadual do Vila ipê.

Na próxima semana, o Conse-lho Estadual de Educação analisa a proposta. De resto, tudo está pronto para que a escola entre em funcionamento ainda em março.

flanelinhas

Laçando

experiência

Risco político

Reta final

Mais uma semana e nenhuma no-vidade a respeito de mudanças no se-cretariado municipal. Sartori deixou o tema para fevereiro – apesar de não ser outro o assunto nos corredores da prefeitura. Mas a mexida promete ser radical. Dentro dos limites de radica-lismo do prefeito, conhecido como o “radical da cautela”.

A saída do tenente coronel Álvaro Moreira da direção da Secretaria de Segurança acelerou algumas articu-

lações.

As apostas são que as modifi-cações incluirão de forma especial as secretarias técnicas que garantam, porém, visibilidade política. A ponto de se tornarem referência para qual-quer candidato à sucessão municipal.

Consta, por exemplo, que o jor-nalista Antonio Feldmann (foto à esquerda) deixaria a Secretaria da Cultura para ocupar a chefia de Ga-

binete. Deixando espaço para que Edson Nespolo (à direita) ocupe uma dessas secretarias “técnicas”.

indicado ainda no governo anterior para a direção do futuro Co-légio Tiradentes da cidade, o compe-tente tenente-coronel José Francisco Barden está cotado para substituir Álvaro Moreira na direção da Secre-taria de Segurança Pública. Com a moralidade que a função exige.

o SeCReTARiADo e o “RADiCAL DA CAuTeLA”

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Eu estava ficando numa situação muito difícil. Vivo de

salário, não tenho nem casa própria

Senador Pedro Simon (PMDB), ao expli-car para a Folha de S. Paulo, a decisão de acu-mular o salário do Senado com a aposentado-ria de ex-governador do Rio Grande do Sul.

www.ocaxiense.com.br 2322 a 28 de janeiro de 2011 O Caxiense

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