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Março | 2011 |S5 |D6 |S7 |T8 |Q9 |Q10 |S11 Ano II R$ 2,50 Ecad , o fiscal da música que você ouve, terá filial em Caxias Para onde vai o lixo do Shopping Iguatemi Prefeitura pede mais R$ 48 milhões ao BNDES para concluir o Sistema Marrecas Roberto HUNOFF 66 Renato HENRICHS Localização do novo aeroporto se complica André T. Susin/O Caxiense Caxias joga contra o Grêmio e contra o próprio retrospecto Dupla CA-JU Entidades arrecadam meio milhão de reais por ano com empresários, cidadãos e prefeitura para garantir o suporte básico ao funcionamento dos órgãos estaduais – do conserto de viaturas à confecção da identidade

Edição 66

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Entidades arrecadam meio milhão de reais por ano com empresários, cidadãos e prefeitura para garantir o suporte básico ao funcionamento dos órgãos estaduais – do conserto de viaturas à confecção da identidade

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Março | 2011|S5 |D6 |S7 |T8 |Q9 |Q10 |S11

Ano ii

R$ 2,50

Ecad, o fiscal da música que você ouve, terá filial em Caxias

Para onde vai o lixo do Shopping iguatemi

Prefeitura pede mais R$ 48 milhões ao

BNDES para concluir o Sistema Marrecas

Roberto Hunoff

66

RenatoHEnRicHSLocalização

do novo aeroporto

se complica

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Caxias joga contra o Grêmio e

contra o próprio retrospecto

DuplacA-Ju

Entidades arrecadam meio milhão de reais por ano com empresários, cidadãos e prefeitura para garantir o suporte básico ao funcionamento dos

órgãos estaduais – do conserto de viaturas à confecção da identidade

2 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Conclusão do Marrecas pode esbarrar em cortes do governo federal

Segurança | 5Serviços básicos do Estado são garantidos por doações privadas e da prefeitura

Animais | 8Depois de socorrer 250 animais, Flávio Dias precisa de ajuda

contas do Município | 10Avanço da população e da demanda por serviços aumenta o controle orçamentário

Lixo | 12Os trabalhadores que dão utilidade ao que os consumidores deixam para trás

Ecad | 14Seja em bares ou em consultórios, eles cobram pela música que você escuta

Guia de cultura | 16Carnaval americano no Mississippi e moda caxiense no Ordovás

Artes | 18Passos livres e barcos presos

Boa Gente | 19A arte de cuidar, fazer música e fazer rir.Sanduíches, do simples ao complexo.

Saúde mental | 20Depois da pressa, prefeitura discutecondomínio residencial terapêutico

Dupla cA-Ju | 21Caxias tem a chance de dar um basta ao “quase”

Guia de Esportes | 22Decisão profissional na capital e diversão amadora nos bairros de Caxias

Renato Henrichs | 23Vinda de Tarso a Caxias não deve encerrar a questão do novo aeroporto

www.ocAXiEnSE.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita comercial: Pita Losscirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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@lutianam Parabéns @ocaxiense pela excelen-te matéria sobre os residenciais terapêuticos. Muito importante que todos leiam. #edição65

@ramontisott A matéria sobre o Carnaval da cidade no @ocaxiense mostra que essa festa tem história e merece respeito e valorização. #edição65

@mfurlann Parabéns ao @ocaxiense pela re-portagem da Tia Mirna. Pessoas assim fazem a diferença. #edição65

@gardelinvoiip Parabéns para @ocaxiense pe-las excelentes coberturas #aovivo

Muito boa a matéria de capa de edição 65. Moro próximo do local

onde pretendem instalar o com-plexo residencial, foi muito útil.

cristine Brambatti

Fevereiro | 2011|S26 |D27 |S28 |T1º |Q2 |Q3 |S4

Ano ii

R$ 2,50

Histórias da velha guarda do

carnaval caxiense

Aposentados são os alvos

preferidos degolpes

por correio

Caxias e região devem pagar

R$ 470 milhões em imposto de Renda

Roberto Hunoff

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RenatoHenRicHS

Escolha da agência de publicidade da Festa da Uva está

mais transparente

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Caxias precisa apostar em uma postura ofensiva

para chegar à final

DuplacA-Ju

um projeto que a prefeitura tentou aprovar às pressas no conselho Municipal de Saúde está provocando reações de especialistas e da

oposição. o plano prevê a transferência de pessoas com transtornos mentais, hoje integradas à sociedade como moradoras de casas terapêuticas em bairros centrais, para um complexo residencial

afastado que abrigaria também usuários de álcool e drogas

o iMPASSenA SAÚDe MenTAL

Aumento no Restaurante universitário |Sempre gostei do refeitório da UCS, a comida normalmen-

te é agradável e preço também. O que seria interessante seria abrir o contrato para outros fornecedores juntamente com o DCE. Assim, fazendo contratos de curto prazo, seria possível sempre encontrar a melhor comida, melhores serviços com o preço mais justo.

Diego Tomazonni

Aeroporto em Vila oliva |A coisa mais importante para viabilizar o aeroporto em Vila

Oliva é o recurso financeiro, coisa que não está em Porto Ale-gre, mas em Brasília. Santa Catarina, que é um Estado muito menor, tem diversos aeroportos com voos comerciais diários, aqui choramos para ter uma segunda companhia aérea. Sem aeroporto com pistas e instrumentos adequados não seremos atrativos para as companhias aéreas.

Rodrigo Collaro

iPad e iPhone |Toda a coleção de edições do jornal O Caxiense está dis-

ponível para download gratuito no iPad. No aplicativo para iPhone, fique informado diariamente com as notícias do site. O Caxiense é o 1º jornal do Sul do Brasil no iPad e o único no iPhone.

Agradecemos | Samburá Caça e Pesca (3221-5466) e Cele-tro Caxias Materiais Elétricos (3228-1633).

Edição 65 |Gostei muito da capa. Pintura em tela de um usuário da saú-

de mental em oficina terapêutica comigo. Saudades!Homero Ribeiro

No Site

www.ocaxiense.com.br 35 a 11 de março de 2011 O Caxiense

Escolhida a melhor entre as 10 escolas de samba que passaram pela Sinimbu, a Protegidos da Princesa faturou o prêmio princi-pal, de R$ 45 mil, e promete apro-veitar o embalo para já começar a trabalhar no desfile de 2011. “Conseguimos esse título com muita seriedade e muito traba-lho. Foi comprometimento, não sorte”, disse a vice-presidente da escola, Daniela Padilha. Um dis-curso coerente com a nova fase do Carnaval caxiense – que, em termos de prestação de contas, já teve folia de sobra. A premia-ção em dinheiro, de acordo com o mérito de cada agremiação, até aqui se mostrou um incentivo mais eficaz do que distribuir ver-bas antecipadamente, como ocor-ria no passado. Fica a expectativa para ver, no ano que vem, como o dinheiro público será reinvestido pelas escolas.

A divergência entre fazer uma área de lazer ou uma creche aca-bou em um enfrentamento – fe-lizmente, amistoso – no bairro Mariani. Avisadas pelas crianças, moradoras impediram as patro-las que começavam a abrir espaço para um cancha de bocha, uma área de academia e um campo de futebol. A área de lazer, segundo a prefeitura, teria sido escolhida como prioridade no Orçamento Comunitário (OC), mas os mo-radores contestam a legitimidade da representação. A foto acima, cheia de crianças. deixa claro que as mulheres do Mariani têm argu-mentos de sobra para sua causa.

Demorou, mas o novo teto do

O governo estadual criou um Grupo de Trabalho, que se trans-formará depois em Câmara Te-mática, para discutir os pedágios. É uma boa maneira de tratar o incômodo assunto com serieda-de. Se tivesse havido essa postura mais democrática nas administra-ções passadas – inclusive do pró-

A reportagem Aprender a voar, de Robin Siteneski, repórter do jornal O Caxiense, foi a 1ª colo-cada do Prêmio Santos-Dumont 2010 de Jornalismo na categoria Aviação em Geral. A premiação será no dia 24, no Rio de Janeiro. Os vencedores – além de Robin, jornalistas de publicações espe-cializadas e da revista Brasileiros – viajarão aos Estados Unidos para visitar uma unidade da Embraer e uma fábrica de helicópteros.

Protegidos da Princesaganha o carnaval

crianças e mulheres param patrolas no Mariani

Minha casa Minha Vida tem novo teto

Governo instala grupo para discutir pedágio

Repórter do jornal o caxiense é premiado

SEGunDA | 28.fev TERÇA | 1º.mar

QuinTA | 3.mar

SEXTA | 4.mar

QuARTA | 2.mar

A Semanaeditada por felipe Boff | [email protected]

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No Mariani, moradores se mobilizaram contra máquinas que construiriam uma área de lazer. Eles querem uma creche, mais urgente

programa Minha Casa Minha Vida para Caxias do Sul entrou em vigor. O valor máximo passou de R$ 100 mil para R$ 130 mil. A notícia é boa, mas só se for acom-panhada de fiscalização mais in-tensa. O Caxiense já revelou, em edições anteriores, que imo-biliárias e construtoras estavam vendendo imóveis acima do teto e cobrando um extra por fora. O Ministério Público Federal abriu inquérito para investigar esse tipo de irregularidade.

online | Acesse www.ocaxiense.com.br e leia a reportagem premiada

prio PT –, os motoristas caxienses não estariam praticamente ilhados por cancelas de pedágio. No meio das discussões, seria tranquiliza-dor ouvir do secretário Beto Al-buquerque a promessa que Tarso Genro fez na campanha: extinguir a praça de Farroupilha em 2013.

4 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

A prefeitura de Caxias do Sul en-caminhará pedido de novo finan-ciamento, este no valor de R$ 48 milhões, ao BNDES, para garantir a conclusão do Sistema Marrecas. Com este valor, o total investido na obra ficará perto de R$ 200 milhões considerando o empréstimo inicial de R$ 104 milhões e a contrapar-tida do Município próxima aos R$ 40 milhões. O que pode dificultar

a liberação é a decisão do governo de cortar R$ 50 bilhões do seu or-çamento, incluindo recursos desti-nados ao Programa de Aceleração do investimento 2, bem como para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O prefeito José ivo Sartori não acredita em preju-ízos nos valores já acertados para 2011, mas vislumbra dificuldades em futuras solicitações.

A caxiense Marjorie Balbinot Gasperin é a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora de hos-pitalidade do hotel Blue Tree Towers Caxias do Sul. Ela substituirá Rafael Cyrillo, indicado para atuar na operação da rede em Florianópolis. A nova executiva é graduada em Tecnologia em Hotelaria pela Uni-versidade de Caxias do Sul e possui 13 anos de experiência no segmento hoteleiro, dos quais sete na rede Blue Tree. Em 2010 a operação local registrou ocupação 8,28% superior a 2009, receita bruta 14% maior e lucro líquido em alta de 33,5%.

A Guerra, fabricante de imple-mentos rodoviários, apurou recei-ta líquida de R$ 467,8 milhões em 2010, em alta de 56% sobre a receita anterior. Mais significativo ainda foi reverter o prejuízo de R$ 19,8

milhões de 2009 em lucro de R$ 17,4 milhões no ano passado, com margem líquida de 3,7%. A empre-sa produziu 9.450 equipamentos, acréscimo de 43,1%. Para 2011 a meta da companhia é crescer 6%.

Na quinta-feira (10) começa a funcionar, em Farroupilha, a face Design, loja especializada em mó-veis para casa e alta decoração. A iniciativa é dos sócios Vera Lucia Petroli Beitel e Jonas Ortiz, que montaram estrutura de 700 m² na RS 122, próximo ao Bairro indus-trial.

O San Pelegrino Shopping Mall apresenta na quarta-feira

(9) a promoção 4 Dias de Preços Derretidos. O objetivo da diretoria é que a ação não seja apenas uma liquidação, mas uma referência no varejo da Serra.

A Vila Rica Móveis e Deco-ração abre nova loja que irá dis-por de uma linha contemporânea, peças de saldo e preços especiais. A Vila Rica Outlet abrirá no final de março no Bairro São Pelegrino.

Já a Lupatech, dedicada à produ-ção de componentes metálicos para diferentes setores industriais, regis-trou prejuízo de R$ 73 milhões em 2010, enquanto em 2009 havia lu-crado R$ 15,4 milhões. A receita da companhia cresceu somente 4,8%, para R$ 581,6 milhões, resultado do declínio de 3,6% nas vendas de sua principal operação, a ligada aos segmentos de petróleo e gás, que responde por 64% do total. Os

segmentos de válvulas industriais e de metalurgia apresentaram cres-cimento de 27% e 17%, respectiva-mente. O resultado negativo de R$ 94 milhões, afetado principalmente por despesa de variação cambial, foi fator decisivo na formação do prejuízo. O endividamento total da companhia continua próximo a R$ 1 bilhão, distribuído dentre debên-tures conversíveis, bônus perpétuo e dívidas de curto e longo prazo.

Para tirar dúvidas sobre a nova NR 12, que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipa-mentos, o Simecs promoveu encon-tros de empresários com a engenhei-ra Aida Becker, auditora fiscal do trabalho e coordenadora da comis-são tripartite que revisou e elaborou o novo texto. As mudanças visam aumentar a segurança dos traba-lhadores, minimizando os riscos de acidentes. No segmento metalmecâ-nico são contempladas notadamente prensas, dobradeiras, equipamentos similares e máquinas injetoras.

A economia de Caxias do Sul fechou o primeiro mês do ano com queda de 5,1% na comparação com dezembro. Porém, cresceu 16% sobre janeiro de 2010. No acumula-do de 12 meses a alta é de 21,4%. Os dados constam de pesquisa divul-gada esta semana pela CiC e CDL de Caxias do Sul. Dos três segmen-tos, apenas o de serviços registrou crescimento, de 2,4%. A indústria teve desempenho negativo de 4% e o comércio, de 21,6%. Já em relação a janeiro de 2010 altas respectivas de 16,4%, 7,4% e 20,7%. Na avaliação de Carlos Heinen, vice-presidente de indústria da CiC, e Carlos Zig-nani, integrante do Departamento de Economia, Finanças e Estatísti-cas, o resultado já era esperado em função da sazonalidade, comum em todos os primeiros bimestres de cada ano. Já como desempe-nho para o exercício a expectativa é de crescimento de 5% a 7%.

Apesar da retração, a economia de Caxias do Sul abriu 1.534 postos de trabalho em janeiro, elevando para 165 mil o total de colocações formais. indústria e serviços res-ponderam por 85% das vagas, cada qual com números próximos a 650. A construção participou com mais de 230 e o comércio manteve estabilidade. De acordo com Car-los Zignani, as contratações têm principalmente a função de redu-zir as horas extras, realizadas em grande número no ano passado. Ele assegura que o custo da hora extra é muito elevado e nem mesmo as entidades sindicais apoiam o seu uso. Acredita que em função disto o quadro de expansão das vagas for-mais se estenderá ao longo do ano.

Tudo o que se escreveu ou disse na semana passada sobre a vigência da nova lei do ponto eletrônico a partir de 1º de março estava errado. Pois o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, editou no dia 28 de fevereiro novo documento colocando por terra tudo o que estava estabelecido. A nova portaria, que terá vigência a partir 1º de setembro, permite o uso de sistemas alternativos de controle da jornada de trabalho, desde que haja autorização por convenção ou acordo coletivo de trabalho. Na avaliação do presidente da ARH Serrana, Francisco Batis-ta, essa disposição descaracteriza o texto original da portaria ante-rior e abre novas possibilidades de marcação da jornada de trabalho. No entanto, ressalva que a portaria 1.510 não perdeu a validade. Caso não ocorra a convenção ou acor-do coletivo até 1º de setembro ela vigorará na íntegra. A confusão é tamanha que foi constituído grupo de trabalho para revisar o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto.

Desempenho positivo

Hotelaria

Desempenho negativo

Segurança

Normalidade

Menos horas extras

Ponto eletrônico

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Curtas

por CAMILA CARDOSO [email protected]

ara expedir uma carteira de iden-tidade, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) recebe uma taxa de R$ 29,89, ou R$ 42,70 para a segunda via do documen-to. No Posto de identificação do instituto Geral de Perícias de Ca-xias do Sul, são confeccionadas, em média, 200 cédulas de iden-tidade por dia. Caso fossem ex-pedidas somente primeiras vias, a SSP arrecadaria R$ 5.978 por dia com contribuintes de Caxias. O dinheiro deveria ser suficiente para arcar com todos os custos da documentação, de recursos humanos a equipamentos. No en-tanto, a Secretaria paga somente quatro técnicos papiloscopistas e a impressão das carteiras. Para completar a conta, é preciso que o Conselho Comunitário Pró-Segurança (Consepro) recolha uma taxa a mais, de R$ 10. Como a contribuição é espontânea, em média, apenas 80 das 200 pesso-as que tiram a identidade pagam esse valor. Mas é graças a elas que os seis funcionários que fotogra-fam e cadastram dados são remu-nerados. “Caso não houvesse isso, não teríamos atendimento nos guichês”, admite a coordenadora do posto, Márcia Tonietto, refe-rindo-se à parceria com o Con-sepro, entidade privada sem fins lucrativos que, devido à ineficiên-cia do Estado para distribuir re-cursos, ampara financeiramente órgãos de segurança pública que atuam na cidade.

Ao lado da Mobilização Comu-nitária de Combate à Violência (Mocovi), entidade que compar-tilha os mesmos objetivos e inte-grantes, cabe ao Consepro a tarefa de guardar e gerenciar verbas do-adas que devem ter como destino os cofres da Brigada Militar, Polí-cia Civil, Corpo de Bombeiros e Susepe, instituições públicas que não podem receber doações em dinheiro de empresas privadas. Em uma inversão de papéis, a co-munidade, o empresariado local e a prefeitura prestam serviço ao Estado, responsável constitucio-nal pela segurança pública.

o consepro, criado em 1981, já foi coordenado por in-tegrantes das polícias Civil e Mi-litar, o que de certo modo com-prometia a isenção na gerência das verbas. Frente aos problemas da segurança pública, integrantes do Rotary Caxias fundaram, em 1987, a Mocovi. Em mais de 20 anos de atuação conjunta, as en-tidades já foram responsáveis por reformas na sede do Comando Regional de Policiamento Osten-sivo (CRPO-Serra) e no prédio do 12º Batalhão da Brigada Militar (12° BPM) e pela construção da delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na cidade. Quinze

Amparo da sociedade

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Arrecadando e gerenciando verbas de empresas e da prefeitura – além de repasses encaminhados pelo Ministério Público –, Consepro e Mocovi investem R$ 500 mil por ano em uma área que o governo do Estado não atende como deveria. É o que garante serviços básicos dos órgãos policiais e ambientais

QUEM COBREOS FUROSDA SEGURANÇA

www.ocaxiense.com.br 55 a 11 de março de 2011 O Caxiense

anos atrás, Caxias não contava com uma estrutura completa para a confecção da carteira de identi-dade – os documentos eram fei-tos em Porto Alegre e levavam mais de três meses para ficarem pron-tos. Os empresários do Consepro e da Mocovi organizaram a transformação do antigo Fórum no Pa-lácio da Polícia Civil e contrataram fun-cionários.

Com uma estrutu-ra enxuta e processos menos demorados, o Consepro e a Moco-vi conseguem garan-tir agilidade ao trabalho prático de quem faz a segurança pública de Caxias. Com o dinheiro de uma entidade privada é possível comprar materiais de expediente ou fazer pequenas manutenções em viaturas ou prédios sem pre-cisar cotar preços e realizar licita-ções com pelo menos três forne-cedores, método obrigatório para verbas públicas. Mensalmente, 80 boletos são remetidos a empresas caxienses, que contribuem espon-taneamente com quantias que somaram, em 2010, R$ 300 mil. Esse valor não é deduzido do im-posto de Renda dos doadores.

Atualmente, a 7ª Delegacia Pe-nitenciária, a Delegacia Regional de Polícia, a sede do CRPO-Serra, o 12° Batalhão de Polícia Militar e o quartel do 5° Comando Regio-nal de Bombeiros recebem uma cota que gira em torno de R$ 500 por mês para cada um. A verba é utilizada prioritariamente para

aquisição de materiais de expe-diente e pequenos reparos em viaturas. Nas notas fiscais, com valores que variam entre R$ 15 e R$ 300, aparecem as mais dife-

rentes demandas: impressoras, per-sianas, extintor de incêndio, folhas de ofício, estiletes, ca-netas marca-texto. Em dezembro de 2010, as entidades precisaram pagar até papel higiênico para a Penitenciá-ria industrial, em função do atraso de uma verba esta-dual. Realizações

maiores, como a aquisição de oito aparelhos de GPS para viaturas da Polícia Civil, no valor de R$ 4,8 mil, e de ar-condicionado para a delegacia da PRF, por R$ 1,2 mil, também constam nos gastos do ano passado.

O major Jorge Ricardo Luz Custódio, chefe da Seção de Lo-gística, Orçamento e Patrimônio do Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO-Serra) estima que o valor recebido das entidades represente pouco mais de 1% do orçamento da sede do comando, mas ressalta que ele ganha importância pela disponi-bilidade imediata da verba. “Caso não houvesse, nós teríamos que nos adaptar aos recursos do Es-tado. A vantagem dessa verba é a rapidez. As viaturas estão na rua 24 horas por dia, sete dias por semana, então quando fura um pneu ou precisa de uma bateria nova, tem que ter agilidade”, ex-

plica o major.Na Delegacia Regional de Po-

lícia Civil, um dos funcionários pertence à folha de pagamento do Consepro. A verba mensal de R$ 500 vai para manutenção dos prédios e viaturas, além de mate-rial de expediente. “Apesar de re-cebermos recursos orçamentários do Estado, a verba do Consepro se sobressai pelo caráter de ur-gência”, ressalta Joigler Paduano, delegado regional interino.

O tenente coronel Julio César Marobin, comandante do 5° Co-mando Regional de Bombeiros, também destaca a importân-cia da contribuição. “Ela se presta a pe-quenos pagamentos que nós não terí-amos como fazer, porque são valores muito pequenos. Caso contrário, por exemplo, uma viatu-ra ficaria parada por falta de um reparo simples”, afirma. O Consepro também paga a conta de um celular operacional que fica à disposição de oficiais em serviço. “A gente sabe a burocra-cia que seria contratar uma linha telefônica pelo Estado”, reconhece o oficial.

Há dois anos o orçamento do Consepro/Mocovi para repas-ses ganhou um complemento, vindo do Ministério Público. Al-gumas das multas cobradas em Termos de Ajustamento de Con-duta passaram a ser depositadas em contas bancárias das entida-

des, destinadas a órgãos específi-cos. Por exemplo, há uma conta da Patrulha Ambiental da Briga-da Militar (Patram) que recebe os valores decorrentes de crimes ambientais. O MP também pas-sou a propor ao Judiciário que pequenas condenações em que o infrator não é preso, mas sim condenado a doar cestas básicas, pudessem ser revertidas em di-nheiro e depositadas em contas semelhantes.

A existência do Consepro e da Mocovi permite que a prefeitu-

ra contribua com o Estado, além da-quilo que já repassa sistematicamente em impostos. Por meio de projetos de lei aprovados pela Câmara, o Municí-pio destina verbas do orçamento da Secretaria de Segu-rança Pública e Pro-teção Social para a Brigada Militar, Po-lícia Civil e Susepe.

O convênio entre as entidades e a prefeitura foi firmado pela pri-meira vez em 2008, quando mo-vimentou R$ 150 mil. Em 2009 e em 2010, foram destinados R$ 200 mil por ano, cifra que deve se repetir em 2011. Além disso, com um convênio direto com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a prefeitura coloca à disposição 16,5 mil litros de com-bustível por mês: 10 mil para a Brigada Militar, 4 mil para a Po-lícia Civil e 2,5 mil para a Susepe. Mas a maior parte da verba do po-der público municipal é destinada

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“As viaturas estão na rua 24 horas por dia, quando fura um pneu ou precisa de baterianova, tem que ter agilidade”, dizo major Custódio “A comunidade

e o empresariado são pródigos em ajudar. O ideal seria ter a sustentação completa do governo”, admiteo capitão Ribas

Carteiras de identidade são feitas com atendimento de funcionários pagos pelo Consepro, que também captou verbas para construir o canil da BM

6 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

a obras, como uma reforma no Centro integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), or-çada em R$ 85 mil, com licitação prevista para iniciar no próximo dia 14. “O Município participa porque a gente sabe o que se pas-sa, vê isso mais de perto. Seguran-ça pública não se faz sem os três âmbitos do governo, federal, es-tadual e municipal. O Estado tem seu investimento em profissionais e viaturas, ou seja, faz a parte dele. É um investimento que acho ple-namente viável para Caxias e que visa resultados para a comunida-de”, defende Roberto Soares Lou-zada, titular da pasta municipal.

A vocação caxiense para

ajudar a segurança pública per-mitiu que fosse construído o ca-nil do 12°BPM. inaugurado em 2010, o local tem capacidade para abrigar 18 cães, consultório vete-rinário e sala de aula. Dos custos, R$ 125 mil vieram de doações ge-renciadas pelo Consepro/Mocovi – R$ 100 mil da Randon e R$ 25 mil do Ministério Público. A mão de obra, que custou cerca de R$ 50 mil, foi financiada pelo Gru-po Voges. Mobiliário, materiais elétricos e até decoração foram doados por outros empresários. Assim, Caxias ganhou um canil que é referência estadual sem que o Estado investisse um tostão se-quer, algo não raro de acontecer. “A comunidade e o empresariado

caxienses são pródigos em ajudar a segurança pública. isso não é o ideal. O ideal seria ter a susten-tação completa do governo, mas sabemos que isso não é possível”, reconhece o subcomandante do 12° BPM, capitão Jorge Emerson Ribas.

“Fiquei dois anos e meio no co-mando do 12° BPM e nesse tem-po tivemos mais de R$ 1 milhão captados junto à comunidade. Sem esse recurso, não teríamos como resolver com eficiência o nosso trabalho. Os empresários não ajudam de forma espontânea, não batem na porta do quartel e nos entregam o dinheiro, mas apresentando um projeto bem elaborado dificilmente ficaremos

sem apoio”, acredita o tenente-coronel Marobin.

Para justificar os investimentos privados em uma obrigação pú-blica, o presidente do Consepro, Humberto Thomé, salienta: “Nes-ses anos de atuação, nós ajudamos a construir uma estrutura para que a polícia tivesse condições de atender a população porque acha-mos que todos devem fazer a sua parte. Nós entendemos que ago-ra que eles têm o que precisam, eles têm que trabalhar. Exigimos o trabalho porque nós somos co-laboradores e fazemos o papel do governo. Já que eles recebem do governo e também recebem de nós, a comunidade tem que co-brar um bom trabalho”.

www.ocaxiense.com.br 75 a 11 de março de 2011 O Caxiense

por VALQUÍRIA [email protected]

uxa está no presídio. “Não é nada pessoal, meu amor”, diz Flávio Soares Dias, enquanto a abraça. Ela está presa por uma corrente desde o dia em que atacou Ca-mila Pitanga e será solta assim que voltar a se comportar. Xuxa e Camila Pitanga, nesse caso, in-tegram um grupo de 250 animais abandonados – entre cachorros e gatos – que vivem na chácara mantida por Flávio, um espaço de 6 mil metros quadrados no bairro Parque Oásis, em Caxias. Cada bicho tem um nome, esco-lhido pelo proprietário: “Assim fica mais familiar”. Eles vivem to-dos próximos, em suas casinhas, exceto quando ocorrem desen-tendimentos como o das duas cachorras. Nessas ocasiões, assim como quando animais chegam agressivos na chácara, Flávio de-dica seu tempo a educá-los. No caso de Xuxa, deixando-a em uma casinha afastada dos outros animais, que ele chama de presí-dio.

Flávio dá aos animais abando-nados todo o carinho e atenção que provavelmente nunca recebe-ram. “Eles não sabem falar, então ajudá-los depende da gente.” Faz sete anos que ele e a esposa mo-ram na chácara que abriga ani-mais vítimas de maus tratos. O cachorro Negrinho, por exemplo, ficou na rua com uma fratura ex-posta durante três dias. “Todos passavam e diziam ‘coitadinho’, mas ninguém fez nada”, con-ta Flávio, mostrando outro cão, abandonado sangrando na Rota do Sol, que resgatou.

Marley, um cachorro branco e peludo, foi parar na chácara de-

pois que a dona descobriu que a filha tinha rinite alérgica e preci-sou se desfazer dos bichinhos de pelúcia e de verdade. “Olha só a Juventudista”, diz Flávio, apon-tando para uma grande cachorra marrom-clara. “Achei ela lá per-to do campo do Juventude. Pen-sei: ‘não dá para essa cachorra morrer, ela é juventudista’.” “Já o Lobinho foi abandonado na rua porque está velhinho. O Bob foi atropelado no Centro e ninguém quis ficar com ele. Quando che-gou, mordia, mas agora está um amor”, orgulha-se. “Filho, por que esse ciúme?”, interrompe Flávio, dirigindo-se a Átila, um cãozinho que latia insistentemente enquan-to ele fazia carinho em Bob.

Flávio tem se empenhado cada vez mais em achar quem queira adotar os animais – é preciso ape-nas estar disposto a dar comida, água e amor. Basta escolher um dos cães e gatos da página ao lado e entrar em contato pelo telefone 3205-1692 ou visitar a chácara para conhecer mais bichos de es-timação à espera de um lar. Outra oportunidade será no dia 19 deste mês, na feira de adoção que ocor-rerá no estacionamento do Komi-lão Lanches.

Além das preocupações usuais, Flávio tem perdido o sono com dois processos judiciais que podem fazer com que ele, a espo-sa e os animais precisem desocu-par a chácara. Um dos processos envolve o Samae. A propriedade está em uma área de zoneamento de água e apenas metade do ter-reno poderia ter sido ocupado. Com tantos animais, dessa forma faltaria lugar, e por isso Flávio já planejava deixar a terra. Mas há um outro processo mais urgente,

que estabeleceu uma data para a saída do terreno: 29 de março.

Uma disputa que se estendia há nove anos culminou na expedição de um mandado para desocupa-ção e não há mais possibilidade de recurso. Flávio explica que o proprietário original da terra ven-deu-o a um outro homem, mas não recebeu o pagamento. Nesse meio tempo, Flávio comprou a terra desse primeiro comprador. Com a contestação de posse por parte do proprietário original, Flávio não efetivou o pagamen-to até ser definida a decisão judicial. “Quando descobri que havia um outro dono da terra eu quis pagar, mas par-celado. Ele não acei-tou. Daí foi o caso para a Justiça. Até que chegou a notícia de que eu precisava desocupar.”

Para que Flávio consiga adquirir uma nova área, a solução indicada pela prefeitura foi registrar uma Organização Não Governamen-tal (ONG). Quando a Associação Caxiense de Proteção aos Ani-mais São Francisco – ONG en-cabeçada por ele, com o apoio de conhecidos – estiver legalizada, a expectativa é que a prefeitura lhe doe um lote. “Se não tiver nova área eu não vou sair. E tem bas-tante gente, milhares de pessoas que vão me apoiar nisso”, adianta. “Se a gente tirou esses animais da rua, é da prefeitura a responsabi-lidade. Nós podemos alugar uma casa, ir para algum parente se for-mos despejados, mas os animais não. E não podemos largar 250 animais na rua”, diz Catiúcia, filha

de Flávio. O secretário de Planejamento, o

Paulo Dahmer afirma que tudo o que pode ser feito é o auxílio na regularização da ONG. “Eu não sei pra onde ele vai. Pelo que me disseram ele tem um trabalho tipo a Soama (Sociedade Amigos dos Animais), mas para fazer isso ele precisa estar dentro da legalidade. Se vai ganhar o espaço, depende de avaliação. Vamos ter que ver se há área da prefeitura em con-dições de receber tais atividades. No momento em que tivermos

que fazer isso se-remos obrigados a correr atrás”, explica Dahmer.

O secretário res-salta, porém, que receber uma área da prefeitura não é algo simples, pois é gran-de a demanda para isso: “A gente só doa em raras exceções. Ganhar ele não vai”, antecipa Dahmer.

O risco de 250 animais terem de ir para a rua faz a questão pa-recer problema de saúde pública. A chefia de gabinete da Secreta-ria da Saúde, entretanto, infor-ma que não é responsável pelo caso. A possibilidade de remover os animais para a Soama é des-cartada pela representante legal da entidade, Dinamar Ozelame. “Não conseguimos nem acomo-dar os nossos”, justifica Dinamar, afirmando que hoje a Soama tem entre 1,8 mil e 1,9 mil animais. Há uma última alternativa, mas esta depende da boa vontade de alguém: “Pode acontecer de apa-recer um empresário com uma área para doar – e tem tantos na cidade – e com uma alma boa”.

À espera de socorro

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“Podemos alugar uma casa, ir para algum parente, mas os animais não. E não podemos largar 250 animais na rua”, diz Catiúcia

Gatos e cachorros deixados nas ruas, muitas vezes feridos, são acolhidos pelo voluntário no bairro Parque Oásis

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Os 250 animais abrigados por Flávio Dias estão em contagem regressiva para o dia em que terão que deixar sua chácara

ABANDONADOS PELA SEGUNDA VEZ

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por ROBERTO [email protected]

a mensagem que leu no início do ano legislativo de 2011, na Câma-ra Municipal, na primeira semana de fevereiro, o prefeito de Caxias do Sul, José ivo Sartori, reafir-mou a preocupação em manter o equilíbrio financeiro das contas públicas. Observou que, diferen-temente da maioria dos municí-pios e estados brasileiros, a cidade ainda tem capacidade de investir em obras necessárias à população e de honrar as suas obrigações. Mas enfatizou que cada vez mais as contas ficam apertadas, exigin-do medidas de contenção de des-pesas. “Não dá para fazer tudo o que a população quer e necessita. É preciso trabalhar com raciona-lidade e fixar prioridades”, reafir-mou Sartori esta semana.

O responsável por garantir o equilíbrio financeiro da prefeitu-ra é o secretário de Gestão e Fi-nanças, Carlos Búrigo, que já foi prefeito de São José dos Ausentes e sabe as dificuldades por que passam os pequenos municípios, quase sempre dependentes única e exclusivamente de repasses da União e dos estados. Ele assegu-ra que a situação de Caxias do Sul está equilibrada, mas revela pre-ocupação com o crescimento das demandas por serviços públicos, decorrência da característica da cidade em atrair novos habitan-tes que aqui veem um eldorado. “É uma situação contraditória. A economia evolui em ritmo supe-rior às médias nacional e estadu-al, o que cria oportunidades de crescimento pessoal. A questão é que o retorno dos tributos não se dá na mesma proporção, gerando desequilíbrios nas finanças muni-cipais.”

Saúde e educação exempli-

ficam claramente o que signifi-ca o desequilíbrio revelado por Búrigo. Por determinação legal, todo município deve investir em educação e saúde, respectivamen-te, 25% e 15% da receita resultan-te dos impostos. Em Caxias do Sul, no ano passado, o legal seria aplicar pouco mais de R$ 79,7 milhões em saúde e R$ 133,3 mi-lhões em educação. No entanto, como os recursos repassados pela União e pelo Estado foram insufi-cientes para cobrir as despesas, a prefeitura precisou destinar mais R$ 22 milhões para a saúde e 19 milhões para educação, elevan-do os percentuais para 19,38% e 28,54%. “De algum outro lugar estes recursos precisam sair, por-que educação e saúde são priori-dades. Para que situações como essas não se perpetuem está na hora de se rever a distribuição dos tributos recolhidos”, defende o secretário.

Ele recorda que na área da saúde, a prefeitura tem sob sua responsabilidade a prestação de serviços para um universo de 1 milhão de pessoas, considerando os 48 municípios da região. isto decorre do fato de Caxias do Sul ser referência regional no aten-dimento de média e alta comple-xidade. Já na educação, a mais recente decisão é de repassar aos municípios a missão de gerenciar a educação infantil, sem a garan-tia de novos recursos por parte da União. “O problema não é a cons-trução do prédio, mas a sustenta-ção do serviço por meio de fun-cionários e equipamentos”, alerta Búrigo.

A assistência social é ou-tro ponto que desequilibra as fi-nanças públicas. Em função da grande migração para Caxias do Sul – basta lembrar que a cidade

ganhou 70 mil novos habitantes na última década, dos quais me-tade vinda de outros lugares – a necessidade de ofertar serviços sociais cresceu em proporções astronômicas. “São recursos para alimentação, moradia, centros de referência, cursos profissionali-zantes. Enfim, tudo para dar dig-nidade a quem chega com quase nada e busca vida nova por aqui,” explica.

O resultado destas ações se con-cretizou nos três últimos balanços do Município de Caxias do Sul. As despesas da Fundação de Assis-tência Social (FAS) aumentaram 125% no período de 2005 a 2010: passaram de R$ 10,7 milhões para mais de R$ 24,3 milhões. Nos últimos três anos o crescimen-to das despesas foi de 30%, enquanto a arrecadação do Mu-nicípio em tributos limitou-se a 18%. “Este é mais um dos fortes argumentos para que o pacto fe-derativo seja revisto. A União precisa urgentemente aumentar os repasses para as pre-feituras, cada vez mais penaliza-das por serviços sem a contrapar-tida dos recursos.”

os efeitos do crescimento populacional também se esten-dem aos demais serviços, como abastecimento de água, transpor-te coletivo, habitação, trânsito e infraestrutura. Com sobras cada vez menores de recursos para in-vestir – para 2011 a estimativa é que a prefeitura aplique perto de R$ 60 milhões da arrecadação própria – a saída mais usada tem sido a de buscar empréstimos em instituições financeiras nacionais

e no Exterior. É assim que a prefeitura está

conseguindo materializar obras viárias, o Sistema Marrecas, o tra-tamento de esgotos, o asfaltamen-to do interior, projetos habitacio-nais e outras ações em diferentes áreas. A soma dos empréstimos fica próximo dos R$ 300 milhões, com ênfase para o Sistema Mar-recas, já em R$ 104 milhões, mas que exigirá outros R$ 48 milhões para sua complementação. Para cada um dos projetos o Municí-pio precisa entrar com a contra-partida: o total já está acima de R$ 130 milhões.

O ponto central é que estes em-préstimos precisam ser pagos, com pra-zos de até 18 anos, devidamente remu-nerados com juros. Logicamente que não aqueles cobra-dos pelo mercado convencional, pois neste caso a prefei-tura poderia abrir processo de falên-cia. Nos últimos três anos o Município

pagou R$ 18,5 milhões em juros e encargos da dívida, além de des-tinar outros R$ 29,4 milhões para a amortização. Boa parte referen-te a empréstimos contraídos em administrações passadas, inclusi-ve do Sistema Faxinal. Em 2010 os juros pagos somaram R$ 9,9 milhões, representando 1,4% da receita própria da Administração Direta.

Segundo Búrigo, estes em-préstimos somente foram con-cedidos em função do equilíbrio financeiro da prefeitura e pela apresentação de projetos consis-tentes. Ele garante que ainda exis-te capacidade para endividamen-

contas municipais

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“A economia local evolui em ritmo superior à nacional e estadual. Já o retorno dos tributos não se dána mesma proporção”, explicaBúrigo

Construção do Sistema Marrecas exigiu R$ 104 milhões em empréstimo e agora mais R$ 48 milhões para complementação

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Aumento dos serviços públicos por conta do crescimento populacional começa a exigir controle mais rígido das despesas da prefeitura

COBERTORCADA VEZ MAIS CURTO

10 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

to, mas a tendência é não contrair mais dívidas. Exceto os R$ 48 milhões que serão buscados junto ao Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social para conclusão do Sistema Marrecas. De acordo com o prefeito José ivo Sartori, este adicional é necessá-rio porque o projeto original data de 2005 e, nestes seis anos, além de alterações na concepção inicial da obra, também houve reajuste dos preços.

Na soma dos recursos próprios e dos obtidos por meio de em-préstimos a prefeitura destinou em 2010 o equivalente a R$ 135,2 milhões para investimentos, valor 15,96% superior a 2009. A maioria das verbas, 88%, foi aplicada em obras e instalações, incluídas as realizadas pelo Serviço Autôno-mo Municipal de Água e Esgotos (Samae). Nos seis anos do atual governo os recursos em investi-mentos cresceram quase 500%, tomando por base a aplicação de R$ 23,1 milhões em 2005, que foi 47% inferior ao último exercício da administração anterior.

o balanço financeiro da prefeitura de Caxias do Sul refe-rente a 2010 aponta receita total de R$ 816.384.042,03, em alta de 16,72% sobre o ano anterior. As transferências por parte dos governos federal e estadual so-maram R$ 474,2 milhões, cres-cimento de 13,6%, e representa-ram 58% dos recursos totais. O retorno do iCMS, na ordem de R$ 248,6 milhões, o mais signi-ficativo dentre as transferências, aumentou 21,45%. No entanto, a maior alta, de 35,4%, foi no re-torno do imposto sobre Produtos industrializado (iPi).

A receita própria atingiu perto de R$ 201 milhões, crescimento de 15%, e participação de 24,6% no total. Destaque para o impos-

to sobre Serviços de Qualquer Natureza, responsável por 46,5% do total da receita própria, e in-cremento de 19%. O imposto de Transmissão de Bens intervivos, com 20,69%, foi o que apresen-tou maior alta. A arrecadação foi completada com R$ 98,7 milhões de receita de capital, sendo R$ 83,4 milhões provenientes de em-préstimos.

As despesas da Administra-ção Direta em 2010 aumenta-ram 10,65%, totalizando R$ 708 milhões, valor que não inclui os repasses ao Serviço Autônomo Municipal de Águas e Esgotos, (Samae) principal beneficiado pelos empréstimos contraídos pelo Município. A maior despe-sa é com o pagamento de salários e encargos de seus quase 6 mil servidores ativos e inativos, que somou R$ 335 milhões, ou 47% do total, em alta de 9,5% sobre 2009. Na comparação com a re-ceita equivale a 41%, três pontos abaixo do consolidado no ano an-terior.

A prefeitura também apresen-tou gasto expressivo, de R$ 193 milhões, em alta de 11,94%, com serviços de terceiros pessoa jurí-dica. Em material de consumo fo-ram gastos quase R$ 42 milhões, crescimento de 14,7%. institui-ções privadas sem fins lucrativos levaram R$ 30 milhões, em alta de 11,37%.

As despesas com investimentos, entendidos como obras, amplia-ções, equipamentos e material permanente, somaram apenas R$ 63,2 milhões, alta de 6,71%. Ou seja, menos de 9% das despesas totais da Administração Direta.

o Samae encerrou o exer-cício do ano passado com receita total de R$ 148 milhões, em alta de 39,47%. A arrecadação a par-

tir da prestação dos seus serviços alcançou R$ 85,4 milhões, cres-cimento de 25,49% sobre o con-solidado em 2009. O organismo ainda recebeu R$ 56,3 milhões, expansão de 76,46%, de recursos advindos da prefeitura por conta de empréstimos.

Já as despesas do Samae totali-zaram R$ 142 milhões, em alta de 18,78%. Em investimentos o va-lor superou R$ 71,6 milhões, expansão de 25%. Para encar-gos e pagamento de salários destinou R$ 29 milhões, cresci-mento de 6,95%. Já no pagamento de serviços de terceiros pessoa jurídica o va-lor chegou a R$ 24,6 milhões, com incre-mento de 5,44%.

A companhia de Desenvol-vimento de Caxias do Sul (Code-ca), que não tem gestão financeira vinculada à prefeitura, apresen-tou no ano passado lucro líquido de R$ 327 mil, valor 55% infe-rior ao consolidado em 2009. A redução deve-se principalmente ao aumento de 16% no custo dos serviços prestados, que somou R$ 49 milhões, reduzindo em 6% o lucro bruto, que fechou em R$ 5 milhões. A elevação teve como causas principais as despesas de manutenção da frota e acréscimo nos salários e encargos.

A Codeca atingiu faturamento bruto de R$ 58,5 milhões, cresci-mento de 14%, e projeta R$ 63 mi-lhões para 2011. Os investimentos do ano passado somaram R$ 11,9 milhões, dos quais R$ 2,4 milhões foram pagos, além de mais R$ 2,8 milhões de exercícios anteriores. Em 2011 a estimativa é de inves-tir mais R$ 3 milhões, principal-mente na renovação da frota de

caminhões. Segundo o diretor administrativo e financeiro, José Luiz Zechin, a empresa precisaria comprar, no mínimo, 15 veículos, pois boa parte da frota atual tem de 25 a 30 anos de uso.

o orçamento da Adminis-tração Direta para 2011 é da or-dem de R$ 861 milhões. Se com-parado com o consolidado no

ano passado a alta estimada é de 5,5%. Em torno de R$ 100 milhões devem vir de empréstimos. Quando incluído os orçamentos do Samae de R$ 112 milhões e do insti-tuto de Previdência Municipal (ipam), de R$ 74 milhões, o valor total sobe para mais de R$ 1 bilhão.

Uma das ações em estudo para melhorar a arrecadação, sem ele-var as alíquotas dos impostos, é a adoção da nota eletrônica para o segmento de serviços, medida já em uso em várias cidades. Na ava-liação do secretário da Receita, Ozório Rocha, esta ação aumen-tará a base de arrecadação com a redução da informalidade e da sonegação. “A indústria e o co-mércio, que já usam este mecanis-mo em função do iCMS, passarão a exigir notas de seus prestadores de serviço”, acredita.

De acordo com a publicação Finanças dos Municípios do Bra-sil -, Caxias do Sul teve, em 2009, a 35ª maior arrecadação nacional, atrás de 18 capitais e 16 cidades do interior. Pela publicação da Frente Nacional de Prefeitos, a ar-recadação pública municipal total de Caxias do Sul foi de R$ 906,9 milhões para uma despesa de R$ 874,7 milhões.

“A indústria e o comércio passarão a exigir notas de seus prestadores de serviço”, prevêOzório Rocha sobre notas eletrônicas

www.ocaxiense.com.br 115 a 11 de março de 2011 O Caxiense

Receitas realizadas e despesas executadas (em milhões de reais) investimentos (em milhões de reais)

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Edital – Citação de GL Acessórios Diferenciados Ltda1 ª Vara Cível Comarca de Caxias do Sul.

Prazo : 30 (trinta) dias. Natureza : Anulatória. Processo : 010/ 1.05.0059362-3. Autor : Josemar Marchett . Réu : Unibanco União de Bancos Brasileiros S/A e outros. Objeto: Citação do réu acima nominado, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do prazo do presente edital (art. 232, IV, CPC ) contestar, querendo, a presente ação, ciente de que, em não o fazendo , serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 18 de maio de 2007.SERVIDOR: Miriam Buchebuan , Ajudante Substituta.

JUÍZA : Maria Aline Fonseca Bruttomesso

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

por VALQUÍRIA [email protected]

s corredores são amplos, as pa-redes são brancas e o chão reluz. Uma agradável música ambiente toca enquanto as vitrines milime-tricamente organizadas parecem chamar quem passa para dentro das lojas impecáveis. Fica difícil imaginar que ali, no Shopping iguatemi, são produzidas cinco toneladas de lixo por dia.

Tudo é planejado para que os clientes não percebam o lixo cir-culando. As bandejas que ficam nas mesas da praça de alimenta-ção são rapidamente recolhidas pelos funcionários da limpeza. Outros têm a função de retirar os sacos das lixeiras e levá-los, discretamente, para uma sala re-frigerada. Para muitos que traba-lham no shopping, esse é o ponto final do lixo. “A gente leva ali pra trás, depois não sei para onde vai”, diz a atendente de um restauran-te.

A sala refrigerada, na verdade, é só uma das etapas do processo que vai classificar as toneladas do que é jogado fora no iguatemi. Entre 22h e 2h, horário em que não há mais clientes, as centenas

de sacolas de lixo produzidas na-quele dia são arrastadas em con-têineres marrons até uma sala de separação onde, na manhã do dia seguinte, se transformarão no ob-jeto de trabalho de duas famílias. A renda com a triagem do lixo gerado pelas 800 mil pessoas que passam pelo iguatemi mensal-mente garante o sustento de sete pessoas.

Duas câmeras apontam para o rosto de quem entra na sala da reciclagem. Assim como no restante das áreas restritas do shopping, apenas pessoas autori-zadas podem conhecê-la. Lá den-tro, o cheiro das toneladas de lixo – orgânico e seletivo misturados – faz com que o primeiro impac-to não seja muito positivo. Nada que incomode Beatriz Machado, 54 anos, uma senhora baixinha de cabelos tingidos de vermelho vibrante que administra com o marido a empresa criada espe-cificamente para esse trabalho. “Tem umas pessoas do shopping que nem sabem que tem gente que trabalha aqui. E umas que nem gostam de entrar. Falam do cheiro. Eu não sinto nada, mas tem gente que entra aqui e fecha

o nariz”, relata. Beatriz e o marido, Ady Macha-

do, 58 anos, recolhiam lixo na rua antes antes de assumirem o sho-pping. Ady era catador e levava tudo para casa, onde a mulher e o filho faziam a classificação. “A gente amassava as garrafas pet com os pés”, conta ela. “Começamos com um Chevette velho, foi para um carroção atopetado de lixo e hoje vi-rou um caminhão.” Os dois recolhiam o seletivo também nos condomínios da cidade. Encontra-ram tanta coisa em porões e garagens que montaram uma casa inteira em Lajeado Grande apenas com objetos retirados das lixeiras. “Só compramos a para-bólica. Tem museus e museus em umas casas por aí”, diz Beatriz. “Sempre tinha alguém que dizia: ‘ô, não quer uma cama?’, ‘não quer um sofá?’”, lembra o marido.

O casal vendia o que recolhia para uma empresa que compra grande parte do seletivo de Ca-xias. Até que essa companhia os

convidou para trabalhar na sepa-ração do lixo do iguatemi, que até então não existia. “Era uma coisa horrível. Lá fora, na rua, embaixo de uma lona, só tiravam papelão e plástico. A Codeca recolhia 26 contêineres de orgânico por dia. Daí eu registrei a empresa e ago-

ra toda a minha fa-mília trabalha aqui, além de um casal que também tra-balhava na rua. A gente dá café da ma-nhã e café da tarde”, orgulha-se Beatriz, mostrando uma pe-quena cozinha, com micro-ondas e gela-deira. Graças à se-paração que as duas famílias fazem na

sala, a Codeca recolhe hoje ape-nas seis contêineres de lixo orgâ-nico diariamente no iguatemi– o restante é vendido para a empresa que compra o seletivo.

Há uma mesa no centro da sala onde os sacos de lixo são abertos. De dentro deles sai des-de papel, papelão, plástico e vidro até restos de comida. Na praça de alimentação, a maior geradora de

consumo reciclado

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“O povo desperdiça comida. Vai muita coisa fora. Batata é de quilos. Vemos xis com uma mordida”, conta Marcos, que monta fardos para reciclagem

Mensalmente, são separadas de 25 a 30 toneladas de lixo reciclável no Iguatemi: “A gente está salvando o meio ambiente”, diz Ady Machado

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Sete pessoas se encarregam de dar o destino adequado ao que milhares de outras descartam ou deixam sobrar no Shopping iguatemi

TRABALHO LIMPO

12 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

lixo do shopping, as lixeiras indi-cam “lixo seco” e “lixo orgânico”, mas poucos parecem notar. Por isso a separação é feita na sala, pelas mãos dos trabalhadores. Agilmente eles dividem o lixo em diferentes sacos. Na tarde de sex-ta-feira (26) quatro pessoas tra-balhavam naquela mesa, vestindo avental, máscara e luvas. Despeja-vam restos de refrigerante em um balde, jogavam latinhas em um saco, plástico em outro, e assim prosseguiam, com cada tipo de lixo. O que mais se via eram em-balagens e restos de McDonald’s.

Tudo o que é seletivo vai para uma prensa e comprimido em far-dos, que são vendidos. As sobras de comida vão para um grande saco de lixo. As exceções são os bi-fes de gado e frango, reunidos em um pote em cima da mesa: “Esses são para os nossos cachorros”, diz Marcos Alberto da Rosa, que di-vide o tempo de trabalho diário entre a separação e a confecção dos fardos na prensa. “A gente vê muita comida aqui. Muita massa jogada fora”, conta ele. Beatriz e Ady não gostam nem de falar do desperdício que presenciam dia-riamente: “Você não tem ideia de como o povo de Caxias desperdi-ça comida. Vai muita coisa fora. Batata é de quilos. Vemos xis com uma mordida”, relata. Beatriz e o marido dizem que nunca deixam sobrar comida no prato. “Não co-locamos nada fora. A gente não pode desperdiçar o suor da gente”, explica Ady. Das cinco toneladas de lixo recolhidas no iguatemi,

duas são de comida. Depois de classificado na mesa,

o lixo vai para separações, que in-dicam seus tipos: há espaço para jornal, revista, papel branco, plás-tico transparente, plástico colo-rido, mistão (papeis coloridos) e pet.

os fardos de material seletivo que são produzidos na prensa pesam cerca de 80 quilos. Para um fardo de garrafas pets brancas, Beatriz e Ody ganham R$ 1,20 ao quilo, cerca de R$ 96 por fardo. O valor é pequeno se for feita a seguinte comparação: cada fardo tem centenas de gar-rafas pets de 600ml, que clientes do shopping pagaram cerca de R$ 4,50 para consumir. Se o pet for verde o valor é ainda menor: R$ 0,90 por quilo. Latas são vendidas a R$ 2 o quilo, plástico colorido a R$ 0,50 e papelão, a míseros R$ 0,30. Naquela tarde, enormes caixas de TVs de led iriam para a prensa. Havia também um fardo feito apenas de embalagens de pi-poca consumida no GNC, pronto para embarcar no caminhão do casal e ir para a empresa de reci-clagem. Ao lado dele, cartazes de filmes que já saíram de exibição e sacos lotados de copos plásticos que tinham a altura de um adul-to. “Temos que trabalhar sábado e domingo também, pelo menos até o meio-dia. Senão não consegui-mos nem entrar aqui na segunda”, diz Ady, lembrando que lixo não dá folga no final de semana – pelo contrário, a produção de resíduos

do shopping aumenta considera-velmente nesses dias. “Hoje, por exemplo, saiu carga de 1,1 tone-lada de papelão. Por mês, de lixo reciclado, saem de 25 a 30 tonela-das”, contabiliza Beatriz.

Todo esse lixo, poucos anos atrás, ia diretamente para o ater-ro sanitário, e saber que isso não acontece mais, segundo Ady, é a maior gratificação pelo trabalho que fazem. “Agora 90% do lixo é aproveitado. Só vai fora resto de comida e papel higiênico. Se to-dos os locais fizessem essa seleção de resíduos como aqui seria uma coisa de primeiro mundo. isso é a minoria das em-presas que faz. As pessoas deveriam se empenhar mais nisso, porque o lixo está acabando com o planeta. Pouca gente sabe do trabalho de recolher e separar o lixo. Muitos pagam seu imposto e que-rem que a prefeitu-ra se vire. Não pode ser assim. Eu tiro até o vidro da comida, mesmo que ganhe centavos com isso, só para o vidro não ir para o solo”, argumenta. “isso aqui para mim tem valor”, diz Beatriz, apontando para o lixo. “Enquanto uns discri-minam e colocam fora eu ajudo o meio ambiente e ganho um di-nheiro. Olha meu filho. Ele traba-lhava em uma empresa e ganhava R$ 500. Agora ele é sócio do pai. No começo ele tinha vergonha

de dizer que trabalhava com lixo. Eu nunca tive. Ter vergonha para quê?” O marido completa: “Não é feio trabalhar no lixo, a gente está salvando o meio ambiente”.

Com esse pensamento, o casal avança para ter ainda mais suces-so. A empresa deles começou a fazer também a separação de resí-duos do San Pelegrino Shopping Mall.

Quando você consome um McDonald’s, por exemplo, talvez você não se dê conta da quanti-dade de lixo que está produzindo. Para cobrir a bandeja há uma fo-

lha de papel. O xis virá em uma caixi-nha colorida. Você usará um guardana-po para segurá-lo. E este guardanapo estará dentro de uma embalagem de plástico. Você to-mará sua bebida em um copo plástico, que precisará de um canudo, também de plástico, e que virá

embalado em um papel. As ba-tatas fritas virão em outra emba-lagem. E você ainda pode deixar sobrar um pouco de comida. Por-tanto, da próxima vez, lembre que os restos não desaparecem magi-camente quando você termina a refeição e levanta da mesa. Lim-par tudo isso dá muito trabalho, e você pode ajudar. É só prestar atenção nas placas de “lixo orgâ-nico” e “lixo seco”.

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“As pessoas deveriam se empenhar mais nisso, porque o lixo está acabando com o planeta”, alerta o engajado Ady Machado

Além dos resíduos inevitáveis, há muito desperdício. Das cinco toneladas de lixo recolhidas por dia no shopping, duas são de comida

www.ocaxiense.com.br 135 a 11 de março de 2011 O Caxiense

por CAROL DE [email protected]

orocaba. Não o município do in-terior de São Paulo, conhecido como a “Manchester Paulista”, mas sim uma pessoa: Fernando Sorocaba – que faz dupla com outro Fernando. É esse sertanejo que você, frequentador dos bares mais rock & roll da cidade, apre-ciador e entusiasta das bandas locais, ajuda a enriquecer cada vez que põe seus pezinhos no Va-gão – qualquer um deles – ou no Mississippi. isso acontece devido às normas do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que faz cumprir a Lei de Direitos Autorais brasileira. Como os critérios do Ecad bene-ficiam os artistas mais executados a partir de uma média baseada no rádio, Sorocaba, o autor que mais lucrou durante o ano passa-do – até outubro, data da última atualização do órgão – acaba se dando bem nas casas noturnas de Caxias. A situação, porém, pode mudar um pouco (mas bem pou-co), pois em cerca de 90 dias a cidade terá seu próprio escritório do Ecad. Com uma sede aqui, o escritório poderá ampliar a fisca-lização, cobrando mais e, se tudo funcionar direitinho, distribuin-do melhor também.

O funcionamento do Ecad é um pouco complicado, e sua ta-refa também não é nada fácil. O

escritório é uma sociedade civil, de natureza privada e sem fins lucrativos, instituída e mantida por leis federais ligadas ao direi-to autoral. O propósito da sua criação e existência, portanto, é exatamente garantir que a pro-priedade intelectual de músicos e compositores seja respeitada. O Ecad é administrado por uma Assembleia Geral, formada por nove associações musicais e res-ponsável pela fixação dos preços e regras de cobrança e distribuição dos valores arrecadados. Os titu-lares de direitos autorais devem ser filiados a pelo menos uma dessas associações, para que elas controlem e remetam as infor-mações cadastrais de cada sócio e seus respectivos repertórios. Esses dados alimentam o banco do Ecad. Sem eles, é como se nem autor, nem música, nem direito autoral algum existissem, e muito menos valessem algum dinheiro. Atualmente, só para se ter uma ideia, há 245 mil titulares cadas-trados no sistema. Estão cataloga-das 1,75 milhão de obras, além de 760 mil fonogramas, que contabi-lizam todas as versões registradas de cada música.

Esses números fazem com que aproximadamente 72 mil bole-tos bancários sejam enviados por mês, cobrando direitos dos 399 mil “usuários” que utilizam as obras publicamente. Estes chama-dos “usuários de música” podem

ser pessoas físicas ou jurídicas, cinemas e similares, emissoras de radiodifusão (rádios e televisões de sinal aberto), emissoras de te-levisão por assinatura, boates, clu-bes, lojas, micaretas, trios, desfiles de escola de samba, estabelecimentos industriais, hotéis e motéis, supermer-cados, restaurantes, bares, botequins, shoppings centers, aeronaves, navios, trens, ônibus, salões de beleza, escritó-rios, consultórios e clínicas, pessoas físicas ou jurídicas que disponibilizem músicas na internet, academias de ginástica, empresas prestadoras de serviço de espera telefônica, ringtones e truetones.

A cobrança é feita de acordo com a importância da música para a realização do serviço ofere-cido – numa loja ela não é essen-cial, enquanto que uma boate, por exemplo, precisa da música para sobreviver. Como é impossível sa-ber exatamente todas as canções que tocam em todos esses estabe-lecimentos 24 horas por dia, além de levar em conta o nível de re-levância da música, o Ecad consi-dera a periodicidade da utilização e o chamado borderô – 2,5% por mês sobre a entrada dos clientes, ou, num cinema, de ingressos

vendidos. Esse valor vai para um bolo, com fatias do país inteiro, distribuído trimestralmente. E é aí que entra o Sorocaba, ou me-lhor, os artistas que ganham a nossa graninha.

O Ecad terceiri-za uma empresa, com polos de gra-vação distribuídos por todo o Brasil, que monitora o que está tocando em diversas rádios. As emissoras tam-bém enviam suas programações para o órgão, que ainda mantém operadores de gravação, uma espécie de detetives

sonoros, perambulando pela noi-te e anotando e gravando as mú-sicas executadas em bares e casas noturnas. Tudo isso rende relató-rios, sobre os quais são aplicados cálculos quase mirabolantes que resultam numa média. É ela que identifica as músicas e artistas que lideram a parada do Ecad e para quem será distribuída, proporcio-nalmente, a arrecadação.

Quando os usuários são pro-motores de eventos e audições públicas (shows em geral, circo etc.), a distribuição é mais justa. Os organizadores dos eventos de-vem passar ao Ecad o roteiro mu-sical, o popular set list. O boleto de cobrança é feito em cima dessa

nota (preta) musical

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“A França, que é muito menor, arrecada bem mais. Aqui, em se tratando de bens intelectuais, as pessoas não dão o mesmo valor”, compara Alvino

Erik, que comandará o escritório em Caxias, e Alvino, gerente estadual, de olho na região: “Tem muita atividade artística na Serra”

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O Ecad, um órgão que pouca gente conhece mas que quase todos ajudam a sustentar, deve abrir um escritório em Caxias

DETETIVES DO DIREITO AUTORAL

14 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

lista, e o pagamento aos autores também, ou seja, bem mais exato.

os números totais do ano passado ainda não foram apura-dos, mas em 2009 o Ecad arreca-dou R$ 318 milhões, que foram divididos entre 81 mil titulares. De acordo com o gerente da uni-dade do Rio Grande do Sul, Al-vino de Souza, o Estado foi res-ponsável por R$ 20,5 milhões. “Só na região da Serra temos dois técnicos de arrecadação, que pas-sam o dia todo na rua visitando os usuários, cadastrando, emitin-do boletos, cobrando o direito, e um supervisor. E a perspectiva é ampliar. Temos o projeto de mon-tar um núcleo em Caxias do Sul, administrado por Porto Alegre, mas que consiga focar melhor seu trabalho. Já está tudo aprovado, falta apenas uma parte burocrá-tica, e acredito que em 90 dias já estaremos estabelecidos”, anuncia Alvino. O responsável pela filial caxiense será o atual supervisor regional, Erik Rossari. De acordo com Alvino, o potencial da região é muito grande: “Tem muita ati-vidade artística na Serra, princi-palmente em Gramado e Cane-la. Com o escritório em Caxias, podemos ficar mais atentos”. Ele também ressalta uma particula-ridade dos gaúchos. “Por causa do MTG (Movimento Tradicio-nalista Gaúcho) e dos CTGs, so-mos o único Estado brasileiro a ter uma rubrica diferenciada, que trata apenas desse gênero musi-cal. Com isso, os artistas locais ganham muito”, afirma.

O benefício é repassado durante

toda a vida do artista. Até 70 anos após sua morte a família continua recebendo, e não há prazo para retirá-lo. Muitos, porém, quan-do vão reclamar seus direitos, encontram o vazio da inadim-plência. “Aqui no Estado, ela gira em torno de 30%. Há grandes rádios e grandes promoto-res de evento que são nossos devedo-res. Lucram com ingresso, venda de bebidas, alimentos, camisetas, mas não respeitam os artis-tas que garantem o seu sustento”, recla-ma Alvino. Para o gerente, o pro-blema é uma questão de cultura. “A França, que é muito menor que o Brasil, arrecada bem mais. Pen-so que aqui, geralmente, em se tratando de bens intelectuais, que não são palpáveis, as pessoas não dão o mesmo valor”, avalia.

Enquanto caxias não tem seu próprio escritório, a arreca-dação vem basicamente de forma indireta – aquela em que é feita uma média das músicas e a taxa é cobrada sobre o borderô. É o caso do Vagão Bar e do Vagão Clas-sic. Os bares são bons pagadores do Ecad, mas Pubby, um dos só-cios, não concorda muito com o trabalho do escritório. “Eles não fiscalizam os shows. Estipulam uma quantidade de pessoas que frequentam o bar por mês e pa-gamos sobre o valor do ingresso, também mensalmente. isso vale

por um ano. São centavos, mas como o número de clientes varia, às vezes significa bastante sobre o lucro”, explica. “É um órgão meio sem sentido. Parte do dinheiro vai para os mais tocados, mas a outra

parte ninguém sabe. E o músico mais to-cado num determi-nado local talvez não tenha acesso, devido à forma como é dis-tribuído”, observa.

Além de pagar pe-las músicas do Mis-sissippi Delta Blues Bar, Toyo Bagoso e Rodrigo Parizzo-to também são os responsáveis pelo

maior exemplo de arrecadação direta da região, o Moinho da Es-tação Blues Festival. Com shows de 28 bandas, mais jam sessions, e um público em torno de 6 mil pessoas, a última edição ren-deu uma boa coleta aos fiscais do Ecad. Para Toyo, que, como a maioria dos donos de estabeleci-mentos, confessa não saber exata-mente como funciona o órgão, o valor é caro, mas compensa se for bem distribuído. “O blues é o rit-mo que mais toca cover. Existem poucos artistas com um reper-tório autoral desse estilo. Então, há bandas importantes, como a Blues Etílicos, que realmente me-receriam receber o valor que se paga.”

O advogado Diogo Farina, além de abordar os direitos autorais em sua monografia, convive com a questão quase diariamente, pois também é músico. Para ele, o tra-

balho do órgão interessa princi-palmente às bandas que têm um trabalho autoral, por ser uma fon-te de renda extra, mas tem seus poréns. “Se por um lado o Ecad, de certa maneira, funciona como fiscalizador dos direitos autorais, por outro os artistas reclamam da maneira como se dá a distribui-ção dos valores, além de ser um tanto nebulosa a forma como se dá a arrecadação, que não é ple-namente confiável”, aponta.

Como quem trata disso dire-tamente com os músicos são as associações e não o Ecad, Farina ressalta que deve haver compe-tência e honestidade nessa inter-mediação. “Mas tem outra coisa que é difícil de ter certeza, que é a lista das músicas executadas, dada pela casa onde há show ou outro local de execução da música. Às vezes, pode ser que essa lista não corresponda com a verdade”, ex-plica. E completa: “O Ecad é cruel porque, por exemplo, até de uma festa em uma escola pública eles cobram, o que é um exagero, um absurdo”.

Farina acredita que uma fiscali-zação por microrregiões funcio-naria melhor – o que pode vir a acontecer com a abertura do es-critório em Caxias –, mas alerta que é extremamente necessário existir uma instituição para regu-lar o cumprimento da lei dos di-reitos autorais. “Sinceramente, eu penso que o ideal seria uma fun-dação estatal. E sim, eu acho que as organizações governamentais devem estar a par do que acon-tece. Afinal, a arte e a cultura são interesse do Estado.”

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“O Ecad é cruel porque até de uma festa em escola pública eles cobram, o que é exagero, um absurdo”, diz o advogado e músico Farina

O Moinho da Estação Blues Festival é exemplo de um dos eventos mais rentáveis para o Ecad

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Recomenda

Recomenda

l Esposa de Mentirinha | Comédia romântica. 13h45, 16h10, 18h50 e 21h (leg.) | igua-temi

Jennifer Aniston, linda como sempre, e Adam Sandler, palhaço como sempre, protagonizam uma comédia que envolve uma família falsa, filhos pestinhas e uma assis-tente gostosa. 12 anos. 110min..

l Gnomeu e Julieta | Anima-ção. 13h30, 17h30 e 19h20 (dub.) | iguatemi

Não vale a pena mudar uma li-nha da sinopse oficial. O diretor de Shrek 2, Kelly Asbury, traz a maior e mais famosa história de amor de todos os tempos estre-lando... Anões de Jardim?!?! Elton John é a trilha. Livre. 84min..

l Rango | Animação. 14h10, 16h20, 16h30, 19h e 21h30 (dub.), até terça (08). | iguatemi

Johnny Depp e Gore Verbinski repetem a parceria de Piratas do Caribe, só que dessa vez, Depp empresta a voz ao camaleão Ran-go. A voz, grande marketing do filme, você não vai ouvir no nosso dublado. Ainda assim, a história do camaleão que não sabe se ca-muflar e se transforma no herói de uma cidade do Velho Oeste vale o ingresso (marketing nos-so). Livre. 107min..

l criadoras de Moda de caxias do Sul | Documentário. 20h, quarta (09) e quinta (10) | ordovás

Com apoio do Financiarte, o fil-me é estrelado por oito mulheres – Carla Carlin, Carmem Venzons, Corina Wainstein, Erica Genero-zo, izabel Basso, Lola Salles, Ra-che Martini e Simone Franco – e registra a história da moda em Caxias, através da trajetória des-sas costureiras, estilistas, empre-sárias, enfim, criadoras caxienses. Direção e roteiro: Viviane Salva-dor. Produção: Carolina De Bar-ba. Captação de imagens, direção de fotografia e edição: Alex Zuco-lotto e igor dos Reis. Trilha sono-ra: Roberto Niederauer, Maikol Nora e Joel Viana. Design gráfico: Mateus Loreto. Livre. 40 min..

AinDA EM cARTAZ: As Via-gens de Gulliver. Aventura. 16h (dub.). UCS. | Bruna Surfisti-nha. Drama. 14h30, 17h, 19h30 e 21h50. iguatemi | caça às Bru-xas. Ação. 16h40 e 19h10 (leg.). iguatemi | cisne negro. Sus-pense. 14h e 21h20 (leg.). igua-temi | Desconhecido. Suspense. 17h15 e 22h (leg.). iguatemi | De Pernas pro Ar. Comédia. 19h (leg.).UCS | Justin Bieber: ne-ver Say never. Musical. 15h20 e 21h10 (dub. 3D). iguatemi | o Discurso do Rei. Drama. 19h e 21h30, até terça (8), 14h40 e 19h40, na quarta (09). iguatemi. | o primeiro que disse. Comé-dia. De quinta a domingo, 20h (leg.). Ordovás | o Ritual. Sus-pense. 14h40 e 19h40 (leg.), até terça (08), e 18h50, na quarta (9). iguatemi.

l Águas de Março infantil e nova Geração | Sexta (11), das 15h às 18h e das 20h às 24h |

Remanescente dos clássicos car-navais de clubes, o Águas de Mar-ço marca o fim da temporada das piscinas e é uma comemoração pós-carnaval, mas ainda no cli-ma da folia. Para os adolescentes, a atração são os DJs da Big Bro-ther e, para as crianças, concurso de fantasias. Sócios devem retirar as senhas gratuitas na secretaria do clube. As crianças sócias não pagam e podem levar um amigui-nho de graça.Sede Social Recreio da JuventudeR$20 (antecipado) e R$ 25 (na hora) para os adultos | Pinheiro Machado, 1762 | 3028-3555

l Mardi Gras | De sábado (5) a terça (8), às 22h |

O Mardi Gras é uma festa car-navalesca típica de Nova Orleans, nos Estados Unidos, conhecida por suas máscaras de gesso, des-files com bandinhas e colares de continhas dourados, verdes e ro-xas. Honrando as tradições do Delta, o Mississippi, faz a festa do

seu jeito. No sábado (5), sobem ao palco Fabrício Beck Trio e Andy & The Rockets. De domingo (6) a terça (8), Charles Master faz um especial que inclui até marchi-nhas de carnaval.MississippiR$ 20 e R$ 25 (feminino e mas-culino nos dias 5 e 8), R$ 15 e R$ 20 (dias 6 e 7) | Estação Férrea | 3028-6149

TAMBéM TocAnDo: Sába-do (05): Projeto House con-cept. DJ Gui oliveira. Eletrôni-ca. 22h. The King Pub. 3021-7973 | carnaval Move. Eletrônica, pagode e sertanejo universitá-rio. Move. 3214-1805 | carnaval da Bier. Banda Bico fino + Dj Mono. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | A4 + Eletro Acústico. Pop. 23h30 Bukus Anexo. 3285-3987 | Carnaval. Mister cherry + DJ Jorgeeee-enho. Rock. Vagão Bar. 3223-0007 | Hardrockers. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | Di-namite Joe + DJ Eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Au-diotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | carnaval clube Recreio Guarany. No espaço Tambor: Declarasamba, Grupo Magnitude, Pagode Júnior + DJ Anderson. Pagode e electrofunk. No espaço Folia: Banda cheiro da flor e DJ Andrey Matté. 22h. Sede Social Recreio Guarany. 3222-5660 | Domingo (06): Domingueira Zarabatana. Ele-trônica. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Segunda(07): carnaval da Bier. Lazaro nascimento e Ana Paula chedid. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | car-naval Move. Eletrônica, pagode

16 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

[email protected] carol De Barba |

Guia de CulturacinEMA

MÚSicA

inGRESSoS: iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sába-do, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia

entrada, crianças menores de 12 anos e sê-nior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças me-nores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordo-vás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

www.ocaxiense.com.br 175 a 11 de março de 2011 O Caxiense

Simone Franco é uma das oito mulheres que abriram seus ateliês para o documentário Criadoras de Moda

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EXPoSiÇÕES

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cinema | criadoras de Moda

Oito peças que vestem bempor Marcelo Aramis

Se o documentário criadoras de Moda de caxias do Sul fosse uma roupa, seria feita a 16 mãos, mistu-raria rendas antigas com tecidos de alta tecnologia, seria uma peça básica para se usar em qualquer ocasião e um traje de gala digno de figurar em museu. Carol De Barba – jornalista de O Caxiense – alinhavou pesquisa, costurou o olhar de repórter ao co-nhecimento de estudante de moda. A jornalista Viviane Salvador, roteirista e diretora do filme, gostou do modelo, fez cortes e emendas, bordou a peça. O Financiarte 2009 pagou o feitio.

A base do documentário são os de-poimentos de criadoras caxienses, do clássico ao contemporâneo. Nos seus espaços de criação, Corina Wainstein, Lola Salles, izabel Basso, Erica Genero-zzo, Rache Martini, Carmen Venzons, Carla Carlin e Simone Franco contam histórias de quem descobriu a moda brincando de boneca ou desde criança teve tecidos e agulhas como instrumen-tos de trabalho. Costureiras, estilistas e empresárias – todas em uma, inclusive – revelam a força desse mercado em Caxias, em um documentário que não é sobre economia; narram a história da moda na cidade em um roteiro não cronológico; constroem a identidade da moda local sem optar pelo “mundo da moda em Caxias” ou “a moda de Caxias no mundo”. Elas falam dos seus estilos, dos seus mercados e da suas marcas (não aquelas das etiquetas) sem qualquer pretensão de ditar moda.

criadoras de Moda revela a perso-nalidade das entrevistadas. O docu-mentário não define o DNA da moda caxiense – e deixa claro que talvez isso não exista, pelo menos com a rigidez desse rótulo –, mas alcança profun-didade nas mentes criadoras, os ver-dadeiros ateliês. É ali, antes do traço, do corte e da costura que está a moda caxiense na sua forma mais pura. As oito mulheres abrem seus ateliês. O primeiro impulso ao assistir o filme é buscar ali, entre os cabides, a moda que Caxias veste. Esse traje ideal está mais nos detalhes espalhados entre os de-poimentos do que em peças prontas e etiquetadas. As roupas de cada criado-ra são coadjuvantes do documentário. O resultado da criação fica sugerido, talvez traçado como esboço simples na imaginação do espectador. O filme não mostra um forjado uniforme da nossa moda mas indica tendências.

Se criadoras de Moda fosse uma roupa, seria feita de retalhos com costuras inacabadas, chegaria ao mercado como o mais moderno dos trajes típicos e daria à alta-costura a acessibilidade da moda popular. Se o documentário pudesse ser vestido, cairia bem tanto aos modernos quanto aos conservadores. criadoras não é uma roupa (parece mais um croqui), mas, como pesquisa não sai de moda, merece fazer sucesso na vitrine.

e sertanejo universitário. Move. 3214-1805 | carnaval da Tequi-la. Los infernales. Rock. Vagão Bar. 3223-0007 | Terça (08): carnaval da Bier. Pietro fer-reti + Adriano Trindade e Trio. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | carnaval. fari-na Brothers. Rock. Vagão Bar. 3223-0007 | Projeto Rock e cul-tura. Vagão Classic. 3223-0616 | carnaval clube Recreio Gua-rany. No espaço Tambor: Decla-rasamba, Grupo Magnitude, Pagode Júnior + DJ Anderson. Pagode e electrofunk. No espaço Folia: Banda cheiro da flor e DJ Andrey Matté. 22h. Sede So-cial Recreio Guarany. 3222-5660 | Quarta (09): Marício e Da-niel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | classic Gamer. Va-gão Classic. 3223-0616 | ope-ra Liz. Rock. 22h30. Boteco 13. 3221-4513 | Quinta (10): Quin-ta-feira do Beijo. Vagão Clas-sic. 3223-0616 | Processo iV. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Banda Graal. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Macuco. Tradicionalis-ta. 22h. Paiol. 3213-1774 | Sex-ta (11): Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | fabricio Beck e Trio. Rock nacional e internacio-nal. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | franciele Duarte e Banda. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Lacross. Rock. 20h30. Sala de Teatro. 3901-1316 | Sexta cul-tural. The Blues Beers. Blues. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Só o Rock Salva. Agente Ed + DJ convidado. Rock. Vagão Bar. 3223-0007 | Grupo Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774

l A arte está em esconder a arte | De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30 |

A exposição da acadêmica de Artes Karem Sartor dos Santos utiliza diversas técnicas. Para ela, o processo criativo do artista se tudo que é produzido pelo artista reflete seu eu interior e a maneira como ele idealiza o mundo. A arte está escondida na própria arte as-sim como o artista esconde seu eu interior naquilo que expressa.farmácia do ipamEntrada franca | D. José Barea, 2202 | 3222-9270

l Abre alas | De segunda a sexta, das 8h às 18h |

A mostra relembra os carnavais dos clubes da sociedade caxiense. Dez fotografias do acervo do Ar-quivo Histórico Municipal João Spadari Adami mostram um dos primeiros carros alegóricos, fan-tasias e os blocos carnavalescos dos anos 20. A maior parte das imagens foi captada pelas lentes do Stúdio Geremia.câmara de VereadoresEntrada franca | 3218-1600

AinDA EM EXPoSiÇÃo: Ex-posição de fotografias. Alunos das Ações Educativas Comple-mentares das Escolas Municipais Pe. João Schiavo, Pe. Antonio Vieira, Alfredo Peteffi e Caldas Junior. De segunda a sexta, das 8h às 18h30. Galeria da Smed. 39012323 | Mostra de Grafite caxias 100 Anos. Coletiva. Vi-sitação livre. Largo da Estação Férrea | o caxiense um Ano. De segunda a sábado, das 10h às 19h30 e domingos, das 16h às

19h. Catna Café. 3212-7348 |

l inauguração Sala de Tea-tro | Quinta (10), às 19h30 |

O prédio que já abrigou o Acer-vo Municipal de Artes Plásticas foi transformado em teatro. O es-paço terá palco e plateia móveis, que será aberto pelo show Do Rio Grande do Passado ao Rio Grande do Futuro, com Anderson Olivei-ra e Tatiéle Bueno.Sala de TeatroEntrada franca | Centro de Cultu-ra Ordovás | 3901-1316

l fantastic Ball | Diariamen-te, das 10h às 22h |

Crianças (a partir dos 3kg), divirtam-se! Adultos (de até 100 kg), não tenham medo de ser ri-dículos! A proposta é tentar ficar de pé – ou relaxar deitado – den-tro de bolas infláveis que flutuam em uma piscina instalada em ple-no shopping. Quem não tem co-ragem pode ir lá pra rir de quem tem.Praça de Eventos do iguatemiR$ 10 | Shopping Iguatemi |

l Rodas de Leitura para Jo-vens | Sábado (5), das 10h às 11h |

Leitura comentada de obras li-terárias, contos, crônicas ou po-esias, organizadas por um me-diador. A coordenação é de Uili Bergamin e iraci Maboni.Biblioteca MunicipalEntrada Franca | 3221-1118

[email protected]

[email protected]

Gisa Demoliner fedrizzi| Sossego Marítmo |

Há pouco tempo Gisa se profissionalizou na fotografia. Para o seu estú-dio, levou a qualidade estética das fotos artísticas que gosta de fazer por hobby. E o hobby ganhou profissionalismo. Pelo menos uma vez por ano, Gisa viaja para fotografar. Foi sozinha para a Amazônia, onde fez uma das fotos selecionadas entre as 24 melhores do país na XXVi Bienal da Arte Fotográfica em Preto e Branco, realizada em Caxias. O cenário da foto acima é o rio da Guarda, na praia da Guarda do Embaú (SC). O efei-to que transforma o rio em espelho e a foto em pintura foi conseguido pelo longo tempo de exposição. O obturador aberto dá nitidez aos ele-mentos fixos da cena. Ligado ao mar, o rio copia o movimento da maré e transforma os barcos em aquarela. A foto ganhou o desafio Marítmo do Clube do Fotógrafo de Caxias e deve participar da seleção para a próxi-ma bienal da Fotografia Colorida, que será em Londrina.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

por ALINE LUZ

A cada passo me sinto incertoJá não me traço como antesO que faço me desperta,no meu peito crava a foice A cada passo me vejo livreSolto, fingindo que vivoSorvo a vida numa taçaComo a traça num bom livro A cada passo, descompassado sigoRecebo meu passe frívoloCego ao passo que me sintado espaço em que me sirvo A cada passo, um nó, um laçoNó de pinha, nó de umbigoNum abraço de aconchegoNo compasso de estar vivo

18 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

por PAuLA SPERB e MARcELo ARAMiS

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“Cinco dúzias e quatro ovos”, Dona Gema revela a idade confiando na preguiça alheia de fazer cálculos. A animadora de grupos de turis-tas que visitam a Cooperativa Vitivinícola Forqueta, ela recepciona gente de todo o país com música, cultura e bom humor. integrante do grupo folclórico Felice Persone e figura popular na Festa da Uva e Fes-ta do Vinho Novo, ela trabalha há cinco anos na cooperativa. Quando deixou a casa dos pais, em Nova Prata, não era comum que as moças tivessem essa liberdade. Gema teve a chance porque acompanhava a irmã em um tratamento de saúde. E aproveitou. “Eu é que não volto para aqueles morros.” Entre Caxias e Farroupilha, trabalhou como co-zinheira, em padaria, hospital e agências de turismo. Construiu a vida na divisa entre as duas cidades. O traje típico dos imigrantes é o uni-forme de Gema, que explica aos turistas que é neta de italianos, bra-sileira de coração e gaúcha com muito orgulho. Sobre o seu trabalho, não vê outro emprego melhor. “Trabalhar com os braços me cansava. Mas a língua não me cansa nunca”, conta, pelos cotovelos.

Desde outubro de 2009, Luciano Balen, ou Swami Sagara, é quase personagem do que mostra, como diretor, no documentário Profissão: Músico, que estreou na última terça (1). Até então, ele era empresário e, nas horas vagas, dedicava-se a música – não com me-nor paixão. Desde pequeno foi apresentado aos sons da melhor qualidade – MPB, rock e música erudita. Era uma família de três: a mãe, o menino e a música. Aos 12, começou a tocar não só bateria como qualquer instrumento de percussão que aparecesse. Foi só lá pelos 30 que surgiu o Projeto CCOMA, sem grandes pretensões, mas que rendeu dois CDs experimentais, dois originais, um videoclip e um média-metragem, que deu a Lu-ciano certeza de que é possível viver de música, seguir seu coração. Planos para o futuro? “Gravar um disco este ano, tocar, viajar, conhecer o mundo, conhecer mais pessoas e não perder os amigos que já fiz. Cuidar de minha filha e proporcionar a ela o que minha mãe proporcionou a mim. Encontrar tempo pra família e brincar com minha cachorrinha.”

Gema

Luciano

Dal cero

Maria de Lurdes fontana Grison

Balen

Legumes, do Pali | Típico sanduíche de bar, da-queles em forma triangular e envolto por papel filme. O sabor é garantido pela abundância de cenoura rala-da, ovos e tomates. Num dos principais bares da UCS, vale por uma refeição.

Zeus, do Grão café | A melhor opção do car-dápio do café que fica na Galeria Via do Pátio tem nome de deus e divino sabor. O beirute quente é feito com tomate e quatro queijos: minas, mussarela, provolone e parmesão. Peça meio beirute e meia salada: alface em tiras bem finas, queijo minas, champignon, alcaparras e um molho que é segredo da casa.

Peru, do Zarabatana | A aparência engana. O sanduíche que parece um xis é o mais leve desta lista. O gordinho saudável é de peito de peru acompanhado por alface e champignon. Da leveza surge o que para muitos é essencial: é um bom acompanhamento para a cerveja do final do dia.

15 ou 30 cm?, da Subway | No ápice da customi-zação culinária, quem escolhe os ingredientes, do pão ao molho final, é o cliente: um interrogatório. Destaque para as promoções semanais e cartão fidelidade. Difícil é fazer o pedido da tele-entrega com tanta opção. Dica: leia o cardá-pio e decida – decore – o pedido antes de chegar ao balcão.

nazareth, da catna San-duicheria | Saboroso sanduíche quente que pode ser consumido em qualquer filial da Catna e pedido por tele-entrega. Tomates frescos e tomates secos com especiarias e muzzarela são envoltos por delicioso pão sírio.

Lanches | Sanduíches

A sensibilidade – aguçada pela atuação no magistério – motiva Lur-dinha a buscar constantemente oportunidades aos excluídos. Há seis anos como presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), tem inúmeros projetos para se orgulhar. Com experiência de 17 anos como voluntária da Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Aurora (Patna), deu as diretrizes para a Casa de Passagem São Francisco, que acolhe dependentes químicos sem o rigor usual. Mesmo alcoolizados podem usar o serviço. Ela acredita que o tempo fará com que eles aceitem o tratamento. O tempo, inimigo de crianças que estão na fila para ado-ção, é amenizado com o projeto Famílias Acolhedoras, onde crianças aguardam por reestruturação do lar ou por pais adotivos. idosos são atendidos nas próprias residências para que não sejam separados da família com asilamento. Por profissão e convicção, Lurdinha tem os olhos voltados aos mais necessitados.

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www.ocaxiense.com.br 195 a 11 de março de 2011 O Caxiense

por ROBIN [email protected]

visita guiada, no último dia 28, para imprensa e membros do Conselho Municipal de Saúde ao local para onde a Secretaria de Saúde pretende transferir pesso-as com distúrbios mentais não curou as polêmicas que envolvem o projeto. A intenção é fechar os três residenciais terapêuticos que atualmente funcionam em bair-ros centrais e atendem 27 pessoas e mudá-las para um conjunto de prédios no bairro São Ciro. Mas duas barreiras se impõem: os pre-juízos que podem ser causados ao tratamento dos pacientes ao afas-tá-los do convívio com a socieda-de e o fato de a prefeitura querer alocar dependentes químicos no mesmo complexo. A Secretaria sustenta que a medida permitiria ampliar o atendimento, além de trazer economia.

Paulo Cardoso Alves, presi-dente do Conselho Municipal de Saúde, órgão deliberativo com representantes da prefeitura e da sociedade civil, não se conven-ceu com as explicações recebidas no prédio que já foi alojamento de padres e poderá ser o futuro lar de pessoas que precisam de acompanhamento psicológico constante. “É um bom lugar para Caps (Centro de Atenção Psicos-social de Álcool e Drogas) 24h, mas, quanto a um residencial te-rapêutico, não consigo ter clare-za sobre como funcionaria. Se a votação fosse hoje, não votaria a favor”, antecipou na semana pas-sada. O Conselho deverá decidir se aprova ou não a proposta na próxima quinta (10). Enquanto isso, a Comissão de Saúde Men-tal do grupo analisa o projeto. No dia da votação, ela apresenta-rá parecer técnico. “O que prega

a lei é o convívio. Dentro de um complexo, eles só teriam contato com pessoas com problemas ou de guarda-pó. Como fica o conví-vio de ver os carros passando na rua ou as crianças jogando bola? O que temos discutido é a questão moral da situação. Ainda existem muitas dúvidas”, acrescenta Paulo.

“não sei a quem interessa que o governo Sartori não avan-ce no aumento do atendimento a pessoas com distúrbios psicoló-gicos. O assunto deveria ter sido discutido com mais seriedade antes de se tornar um Gre-Nal”, critica a secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Anto-niazzi. Essa discussão mais séria, porém, ela esperava que aconte-cesse em apenas uma reunião do Conselho, quando o projeto foi apresentado já para ser votado. As críticas à proposta e à rapidez com que a prefeitura pretendia aprová-la adiaram a votação.

Com a utilização do complexo em vez dos residenciais terapêu-ticos, o Município não precisaria mais gerir os profissionais que atendem os pacientes ou se res-ponsabilizar pelo local onde tem-porariamente vivem. A mudança prevê um convênio com a Asso-ciação Cultural e Científica Virvi Ramos, que se responsabilizaria pela administração do local. A associação é uma entidade filan-trópica – mantenedora do Hospi-tal Virvi Ramos (ex-Fátima), da Escola de Educação Profissional e da Faculdade Fátima – e, com o convênio, conseguiria se manter dentro dos critérios da nova lei de filantropia. A Lei 12.101 prevê que entidades beneficentes da área da saúde cedam 60% de seus leitos a pacientes do Sistema Único de Saúde, o que poderia ser substitu-ído pela gestão do complexo.

A pressa da administração, no entanto, parece ser mais do que simples intriga da oposição. Já existe até uma minuta do contrato que firmaria o convênio, ao qual O Caxiense teve acesso. O acor-do prevê a disponibilização de 32 leitos para pacientes com distúr-bios e 10 para desintoxicação. A secretária, que a princípio negou a existência do do-cumento, diz que ele é apenas “um primeiro ensaio de uma proposta de contrato”. Segundo ela, a prefeitura não estaria se antecipan-do à análise do Con-selho. Mas o presi-dente do órgão, que afirma desconhecer a minuta, reclama que a possibilidade de mudança deveria ter sido dis-cutida com os conselheiros antes das conversas entre as partes.

Maria do Rosário aponta os benefícios que o convênio pode-ria trazer: ao invés de gastar cerca de R$ 7,3 mil com cada paciente com transtornos mentais, a pasta destinaria aproximadamente R$ 3,8 mil. A secretária já sabe o que gostaria de fazer com a diferença dos recursos. Pretende aplicá-los na abertura do Caps 24h, na am-pliação das vagas para esses doen-tes no condomínio – a fila de es-pera atual teria 14 inscritos – e na criação de uma Casa da Gestante voltada para grávidas dependen-tes de crack.

A secretária discorda que a in-ternação dos pacientes em lugar distante do movimento da cidade possa atrasar suas melhoras. “Eles não estarão privados de liber-dade. O local não tem grade. As pessoas querem inseri-los na vida

real e não querem que comparti-lhem o pátio do complexo (com dependentes químicos), o que nem está definido se acontecerá.”

Além do Conselho e da Secre-taria, o Ministério Público e a Câmara de Vereadores se envol-veram na questão. O promotor Adrio Gelatti abriu investigação para acompanhar a possível aber-

tura do complexo. O MP aguarda, in-clusive, que a Se-cretaria da Saúde remeta documenta-ção requisitada, que não foi encaminha-da no prazo exigido. Na Câmara, as ban-cadas do PT e do PC do B também enca-minharam pedidos de informação à Secretaria. O debate

mais efetivo está ocorrendo, em reuniões quase diárias, na Comis-são de Saúde Mental. A coorde-nadora do grupo, que faz parte do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, Elisabeth Mazeron Machado, aponta a mu-dança dos residenciais como úni-co ponto de “discórdia ou nego-ciação”. “No mais, o projeto prevê uma ampliação do serviço. Caxias tem um atendimento de saúde mental que é referência. A dúvida é por que mexer nisso”, questiona. “Se a comunidade entender que não é necessário ampliar o atendi-mento e que não existe epidemia de crack, então não abriremos o condomínio terapêutico. É um projeto sério, estamos tentando ampliar e manter o acesso com nossos recursos. Quem é gover-no, sabe da realidade dos resi-denciais e do avanço da droga, tem consciência de que o projeto é bom e deve ser aprovado logo”, argumenta Maria do Rosário.

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“Caxias tem um atendimento de saúde mental que é referência. A dúvida é por que mexer nisso”, questiona a psicóloga Elizabeth

Novo complexo, no bairro São Ciro, seria gerido pela Associação Cultural e Científica Virvi Ramos

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Longe de consenso, projeto que prevê transferir pacientes com distúrbios mentais para bairro afastado, junto a dependentes químicos, deve ser votado na próxima quinta-feira

DEBATEURGENTE

20 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

No ano passado, o Caxias quase chegou à fase eliminatória do Gau-chão, quase foi para as quartas de final da Série C e quase chegou à se-mifinal da Copa Enio Costamilan. Mas em 2011 tudo está diferente. Dono da segunda melhor campa-nha do Estadual, fará a decisão do primeiro turno contra o melhor até agora, o Grêmio. Quarta-feira (9), às 21h50, o time do técnico Lisca poderá escrever novas linhas nes-sa história recente, lá no Estádio Olímpico. Ou não. Mas se tudo deu certo até agora, e até a chuva deu uma trégua, por qual motivo não acreditar na esquadra?

Lisca até ganhou mais uns dias para trabalhar e definir a equipe que enfrentará o tricolor. isso por-que o time da Capital jogou pela Libertadores no dia 3 e, segundo argumento da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) – em virtude da grade da televisão aberta, que havia previsto os jogos dos campeonatos regionais para este sábado (5) –, houve a necessidade de transferir a decisão para o dia 9. Porém, a pro-gramação oficial no site do Grêmio prevê, após o jogo da Copa Liberta-dores da América, folga até domin-go...

o caxias somou 16 pontos na fase classificatória (em oito jogos foram cinco vitórias, um empate e duas derrotas), marcou 13 gols e le-vou cinco. Somados os confrontos das quartas de final (1 a 0 no Vera-nópolis) e semifinal (1 a 1 no tempo normal com o São José; 2 a 1 para o Caxias nos pênaltis), foram seis vitórias, dois empates e duas der-rotas. O Grêmio é dono do melhor ataque – fez 20 gols até agora. Nas quartas, eliminou o Ypiranga por 5 a 0 e na semi, bateu o Cruzeiro-PoA por 4 a 2. Jogando no Olímpico o Grêmio está invicto no Estadual – cinco vitórias e um empate.

Para enfrentar o perigoso adver-sário, Lisca pode manter o esque-ma com três atacantes ou optar por uma formação mais cautelosa, com André Sangalli; Alisson, Édson Rocha, Marcelo Ramos e Gerley; Marcos Rogério, Dê, itaqui e Ede-nílson; Éverton e Lima. Marcos Ro-gério pode retornar após suspensão no lugar de Pedro Henrique. Dessa forma, o treinador deixa o meio-campo mais guarnecido, sendo que itaqui e Edenílson teriam a respon-sabilidade de chegar junto aos ata-cantes. Quem sabe assim o Caxias não chega à final do Gauchão?

É impossível falar da classifica-ção do Caxias à final da Taça Pi-ratini sem falar no goleiro André Sangalli. Ele defendeu quatro dos cinco pênaltis batidos por joga-dores do São José na noite de 27 de fevereiro. O Caxias empatou em 1 a 1 no tempo normal e ven-ceu por 2 a 1 as penalidades. San-galli, natural de Estrela, cidade do Vale do Taquari, tem 31 anos e chegou ao Centenário no dia 30 de novembro. Antes do Caxias, atuou em outros 11 clubes, entre eles Juventude, Grêmio, Náutico-PE e Ceará-CE. Na noite dos pênaltis, ele recorda que estava muito concentrado. Depois, lhe coube lidar com a glória. “Foi

ótimo, passei quase dois dias dando entrevistas. Mas na quarta o novo foco foi definido: o jogo contra o Grêmio”, diz o atleta, que geralmente é desafiado pelo técnico Lisca ao final dos treina-mentos. O treinador bate pênaltis e faz apostas com os goleiros. As últimas delas foram vencidas por Sangalli. “Os R$ 100 que ganhei ajudaram a encher o tanque do carro. Mas isso tudo não passa de uma brincadeira”, desconversa o goleiro, que tirou a titularidade de Matheus por escolha de Lisca na partida contra o Porto Alegre (13/2). “Eu não conquistei nada, nós conquistamos, o grupo do Caxias”, considera o goleiro.

Contra o perigoso São José este colunista havia enumerado os tipos de atuações do Caxias até então no Gauchão. Esperava um time com vontade, mas não foi o que vi das cabines do Estádio Centenário. Tanto que a vaga foi conquistada nos pênaltis. Nos 90 minutos, diria que o Caxias jogou 30, 35. O Zequinha teve seus momentos de lucidez sem Chi-quinho e incomodou até o fim.

Se não fosse o concentrado goleiro André Sangalli, não sei se Lisca aguentaria no cargo. Não pela direção, mas pela pressão que continua sofrendo nos jogos em casa por parte da torcida gre-ná – principalmente aquela das arquibancadas opostas às sociais. E para quem apostou em quase 10 mil pessoas contra o São José, o borderô “oficial” informa públi-co total de 5.804 pessoas, sendo 4.064 sócios naquela partida.

O técnico Picoli, do Juventude, ganhou mais quatro dias para ajustar o grupo antes da estreia na Taça Farroupilha, contra o Pelo-tas, no dia 13, no Estádio Boca do Lobo. Em contrapartida, não pode contar nos treinos com duas peças que pretenderia usar no time principal: o zagueiro Édson Borges e o centroavante Zulú, ambos lesionados. “Na verdade é um tempo bandido. É preciso aproveitá-lo da melhor forma possível para evitar novas lesões, mantendo o foco”, disse o ex-in-terino do Ju na tarde do dia 1º de março – os jogadores estavam de folga, mas Picoli estava no Jaco-ni, “definindo algumas coisas”. Neste período a comissão técnica deve ter um cuidado especial com a carga de trabalhos, evitando a superlotação do departamento médico. “O Fred e o Jean Coral estão voltando. O Pico parou dois dias devido a uma pancada no joelho. Minha função é buscar o equilíbrio para iniciar o returno forte”, explicou Picoli. Além deles, Bruno Salvador e Moisés devem trabalhar normalmente com bola depois de se recuperarem de lesão.

Na opinião do treinador, o es-quema de jogo do Ju é o com três zagueiros, mas o tempo permite testar outras formações. “Minha proposta é mudar a estrutura do time sem trocar as peças. Ou mexer o mínimo possível. A maior probabilidade é povoar mais o meio-campo”, revela Picoli. Ele se refere às peças que chegaram recentemente, como o meia Ro-drigo Ost e o atacante Aidar. Num dos treinos da semana o técnico usou os meias Cristiano e Chris-tian e o volante de origem Gusta-vo para abastecer os atacantes.

O meia argentino Rodrigo Archubi, anunciado pelo Juven-tude, não foi liberado pelo River Plate. No dia 17 de fevereiro, o jogador, que está longe do fu-tebol profissional há um bom tempo, vestiu a camisa alviver-de e, segundo a direção, teria assinado contrato até o dia 30 de novembro deste ano. Mas na realidade isso não aconteceu.

O jogador está vinculado até o final de junho ao River, clube que passa por dificuldades financeiras e lhe deve cerca de US$ 800 mil em salários e premiações atra-sadas. Depois disso, quem sabe, Rodrigo Archubi pode vir para o Ju. Por isso que muitas pesso-as são devotas de São Tomé...

o herói

Não foi ‘aquele’ Caxias Tempo bandido

Veio e já foi

cAXiAS EnfREnTAo SEu RETRoSPEcTo

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www.ocaxiense.com.br 215 a 11 de março de 2011 O Caxiense

Recomendal caxias X Grêmio | Quarta (9), às 21h50

Quem vencer leva a Taça Pirati-ni e está garantido para a final do Gauchão, em maio. O técnico do Caxias tem a vantagem de poder contar com o time completo (leia mais na página 21).Estádio olímpicoVisitantes só podem comprar in-gresso para arquibancada, R$ 30. Torcedores do Grêmio também podem ocupar as cadeiras laterais, R$ 40, e centrais, R$ 50

l campeonato Municipal | Sábado (5)

Os três jogos deste sábado deci-dem quem sobe para a Série Pra-ta. No Municipal ii, Real Reolon e Sagrada Família jogam às 13h15. O Diamante Negro enfrenta o Aeroporto no mesmo horário e, às 15h15, o Unidos joga com o Uruguai.Enxutão e Municipal ii

Entrada gratuita | Enxutão: Luiz Covolan, 1.560. Municipal II: Júlio de Castilhos, 4.390

l campeonato interbair-ros de futsal | Sábado (5)

O final de semana será cheio de embates pela segunda rodada da Série Ouro do campeonato. A partir das 18h jogam, no Enxu-tão, São Vicente e Esplanada, São Vitor Cohab e Santa Fé, Pioneiro e Serrano, Belo Horizonte e Cru-zeiro, Reolon e Monte Carmelo e Fátima Baixo e Arco Baleno. No mesmo dia, São Cristovão e Pri-meiro de Maio, Jardim Eldorado e Beltrão de Queiroz e Ana Rech e São Gabriel disputam no Cruzei-ro a partir das 21h. Ainda jogarão Marianinha e Vila Almeida, Fáti-ma Baixo e Planalto Rio Branco e Planalto i e Monte Castelo no Castelo Parque Esporte, a partir das 20h.Enxutão, Ginásio da igreja do bairro cruzeiro e castelo Par-que EsporteEntrada gratuita | Enxutão: Luiz Covolan, 1.560. Castelo Parque

Esporte: Rua Fiorelo Arpini, 285, bairro Salgado Filho. | Entrada gratuita

l Seleção para as catego-rias de base da ucS | Sábado (12) e domingo (13) às 13h30

Aspirantes a jogador de vôlei podem tentar a sorte. Serão sele-cionados 20 atletas para as cate-gorias mirim, infantil e infanto-juvenil masculino e feminino. Podem participar meninos e me-ninas, nascidos entre 1994 e 2001. Eles no sábado, elas no domingo. A avaliação contará com testes físicos, por fundamento (saque, bloqueio, etc.) e atividades em grupo.Ginásio ii da Vila olímpicaInscrições no local

l Bola na cesta | Sábado (2) e domingo (3) das 10h às 13h30 |

Arroio do SalDurante o evento, aspirantes

a cestinha ganham senhas para concorrer a prêmios. São 18 ces-tas para que os competidores se-jam divididos por faixa etária. O evento acontece a beira-mar, pró-ximo à Avenida Assis Brasil, e a participação é gratuita.

l oficina de skate | Até terça (8) das 9h às 12h e das 15 às 18h | Torres

Com um quilo de alimento não perecível, é possível apreender o esporte. A inscrição é feita no local da oficina, a Estação Verão Sesc. Leve o seu skate. l Torneio de Xadrez | Sábado (5) às 9h | capão da canoa

As inscrições terminaram na sexta (4), mas o torneio, na Es-tação Verão do Sesc, é aberto e gratuito para quem quiser parti-cipar – em silêncio, por favor – na plateia. Entre os competidores, possíveis prodígios de até 16 anos. Começa às 9h, termina sabe-se lá que hora. Típico do xadrez.

22 5 a 11 de março de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor Robin Siteneski | [email protected]

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Renato [email protected]

Maturidade política

Nomes indicados pelo governa-dor para a diretoria do Banrisul foram aprovados na semana que passou na Assembleia Legislativa.

Foi-se o tempo em que era uma questão de honra para Caxias do Sul ocupar uma diretoria no banco estatal gaúcho, por onde passa-ram nomes como Willy Sanvit-to, Bernardino Conte e Cláudio Eberle. Não há mais interesse ou perdemos força política?

Mesmo com sua ambígua posição na recente votação para definir o valor do salário mínimo, o senador caxiense Paulo Paim (PT) perma-nece caracterizado como “o pai dos aposentados”. Foi nessa condição que estava prevista a participação dele no Bloco dos Aposentados, na abertura do Carnaval nas ruas do Rio de Janeiro, na sexta (4), entoan-do o samba: “Senador Paulo Paim, o porta-voz dos aposentados, este ser iluminado, vem mostrando o seu valor, lado a lado com os aposenta-dos, o idealista, guerreiro e lutador”.

Ao contrário deste ano, em que as apresentações das escolas foram realizadas na semana retrasada, em 2012 Caxias do Sul terá Car-naval no período de... Carnaval.

Está projetado que os desfiles das escolas de samba acontecerão no sábado e domingo e, possivel-

mente na terça, haverá a exibição das três primeiras classificadas.

A Liga Carnavalesca terá apenas que combinar com a Comissão Comunitária. Algumas datas das apresentações dos foliões vão coincidir com os desfiles de carros alegóricos da Festa da Uva.

Executiva municipal do PDT surpreendeu filiados ao antecipar a convenção do partido de outu-bro para o próximo mês de maio.

Argumento utilizado para justificar a antecipação: haverá mais tempo de preparar os pe-detistas caxienses para a eleição municipal do ano que vem.

Correntes contrárias ao presidente da sigla, Luiz Carlos Muniz – e seus sustentáculos Alceu Barbosa Velho e Jaison Barbosa –, estão atentas.

Morte de um vereador, pedido de afastamento de outro, indicação de suplente, entre outras adversida-des. O presidente Marcos Daneluz (PT) tem enfrentado com rara habilidade diversos contratempos

ocorridos na Câmara de Verea-dores neste início de legislatura.

Além disso, Daneluz vem de-monstrando também maturida-de política nas relações com o Executivo.

Como vinha sendo especula-do, o jornalista Antônio Feldman (PMDB) deixa na próxima quarta-feira (9) a Secretaria Municipal da Cultura para assumir a che-fia de Gabinete do Executivo.

Calma, gente: ainda não se trata da reforma do secretaria-do do prefeito José ivo Sartori.Feldmann assumirá o cargo in-terinamente, apenas enquanto Edson Néspolo estiver em férias.

O prefeito José ivo Sartori reu-niu detentores de cargos em co-missão (CCs), quinta-feira (3), no restaurante da Festa da Uva.

Além de Sartori, houve mais três oradores no encontro: Edson Néspolo, Carlos Búri-go e Antônio Feldmann.

A conversa versou sobre mui-tos temas, menos política. Ou seja, a reforma administrativa virou tabu. Ou deu chabu.

Comissão de Obras da Câmara, agora presidida por Elói Frizzo (PSB), vai promover audiência pública para discutir o progra-ma Minha Casa Minha Vida.A ideia é ouvir representantes da Caixa, da prefeitura e até mesmo construtoras. Tem havido mui-tas queixas em relação à quali-dade de algumas construções.

Também na pauta da Comissão de Obras estão os condomínios fechados. Tendência do segmento imobiliário em grandes centros urbanos, esse tipo de empreen-dimento não vingou em Caxias do Sul, ao menos por enquanto.

Num primeiro momento, em função de uma legislação limi-tadora e, depois, pela alta valo-rização das áreas em que eles poderiam ser implantados.

Duas questões se impõem diante do caso da construção indevida dos prédios do complexo Puer-to Vallarta, junto ao Aeroporto Regional de Caxias do Sul.

Quem autorizou a construção? E quem vai pagar a conta, no caso de um embargo definitivo da obra?

Outro trabalho a ser alvo da atenção da Comissão de Obras é o Plano Diretor. Frizzo pretende discutir áreas que foram amplia-das no novo perímetro urbano, como as da Linha 40, a região de Nossa Senhora da Saúde e indo em direção a São Marcos.

Era uma vez

Agora é samba

A Sinimbu é de todos

convenção antecipada

Feldmann no Gabinete

fogos caramuru

Minha audiência

Condomínios fechados

Quem paga?Perímetro urbano

Os caxienses podem tirar o cava-lo da chuva. A vinda do governador Tarso Genro a Caxias no próximo dia 21, para participar de reunião-almoço na CiC, não deverá signi-ficar qualquer tipo de anúncio em relação ao futuro Aeroporto Regio-nal.

A não ser aquele previsto: que o Estado ainda vai estudar um pouco mais o tema.

A sugestão dada na semana que passou pelo deputado estadual Ál-varo Boessio (PMDB), de constru-ção de um aeroporto entre Garibal-di e Boa Vista do Sul, embolou mais uma vez o meio de campo.

Boessio só conseguiu atender aos interesses políticos dos prefeitos de Garibaldi e Bento Gonçalves, am-bos filiados ao PT. O governador irá se contrapor a dois correligio-nários?

Em conversa com representan-tes de Caxias do Sul, esta semana, em Porto Alegre, o secretário esta-dual Beto Albuquerque (PSB), de

infraestrutura e Logística, apresen-tou argumentos já utilizados por outros políticos.

Ele disse que deve ser muito bem estudada a opção por Vila Oliva porque não daria para asfaltar a estrada para Gramado. Outra: que o Estado não teria condições de as-sumir essa obra em função das suas conhecidas e históricas carências financeiras.

Ora, o futuro aeroporto deverá ser construído com recursos fede-rais. Há uma linha de financiamen-to específica para isso.

Tarso Genro designou os se-cretários Beto Albuquerque e Ab-gail Pereira (PC do B), do Turismo, para esmiuçar o tema da localiza-ção do futuro Aeroporto Regional. Ambos estão se aprofundando no resultado de estudos já realizados a respeito. Todos eles, por sinal, favo-ráveis a Vila Oliva.

Mas Monte Bérico (ou agora Ga-ribaldi) conta com o lobby de parla-mentares petistas.

AERoPoRTo ViRA ESTuDo PERMAnEnTE

As várias redes de relacionamento,

blogs e sites de bancos expõem demais a vida

pessoal do cidadãoVereador Renato nunes (PRB),

ao justificar projeto que prevê cadastro de usuários em lan

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www.ocaxiense.com.br 235 a 11 de março de 2011 O Caxiense

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