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Junho | 2011 |S25 |D26 |S27 |28 |Q29 |Q30 |SAno II R$ 2,50 82 Caxias já tem 418 estacionamentos particulares, e não é o suficiente. Nas ruas, a falta de lugar para deixar o carro já leva a prefeitura a pensar em um futuro com rodízio de placas e até cobrança de pedágio nas regiões mais congestionadas Recuo na geração de empregos divide opiniões Roberto HUNOFF Maurício Concatto/O Caxiense MODA Inverno 2011 Caderno especial encartado nesta edição As reclamações de trânsito do diretor da Visate De Ros , o mestre aprendiz da guitarra Renato HENRICHS Prefeitura recusa não só a proposta, mas o porta-voz dos médicos

Edição 82

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Caxias já tem 418 estacionamentos particulares, e não é o suficiente. Nas ruas, a falta de lugar para deixar o carro já leva a prefeitura a pensar em um futuro com rodízio de placas e até cobrança de pedágio nas regiões mais congestionadas

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Junho | 2011|S25 |D26 |S27 |28 |Q29 |Q30 |S1º

Ano ii

R$ 2,50

82

Caxias já tem 418 estacionamentos particulares, e não é o suficiente. Nas ruas, a falta de lugar para deixar o carro já leva a prefeitura a pensar em um futuro com rodízio de placas e até cobrança de pedágio

nas regiões mais congestionadas

Recuo na geração de empregos

divide opiniões

Roberto HuNoff

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MoDAInverno 2011

Caderno especial encartado

nesta edição

As reclamações de trânsito

do diretor da Visate

De Ros, o mestre

aprendiz da guitarra

RenatoHeNRICHS

Prefeitura recusa não só a proposta,

mas o porta-voz dos médicos

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2 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4A geração de emprego desacelera

o Caxiense entrevista | 5Fernando Ribeiro, da Visate, diz que os ônibus andam mais devagar do que deveriam e queixa-se das gratuidades

estacionamento | 7Com uma frota que cresceu 54% em 7 anos, caxienses não acham vagas para seus carros

Minha Casa Minha Vida | 11Programa chega à segunda fase sem ter elucidado irregularidades da primeira

Guia de Cultura | 12Um frade e um publicitário comentam uma jornada burlesca pela França

Perfil | 15Marcos de Ros, o paranaense que se apaixonou pelo rock em São Paulo e lapidou seu talento em Caxias

Boa Gente | 18Samba proibido, moda vaidosae lanche honesto

Artes | 19Dois quintais

o Caxiense entrevista | 20Para Ronaldo Fraga, a moda está cada vez mais democrática

Dupla CA-Ju | 21A Oi está dando tchau e o Banrisul não quer mais bancar Caxias e Juventude

Guia de esportes | 22Estrelas do futebol de botão se reúnem em Caxias e feras do skate vão a São Marcos

Renato Henrichs | 23O verbo agressivo de Marlonei reduz a chance de diálogo na greve dos médicos

www.oCAXIeNSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria VitaComercial: Pita Loss e Calebe De BoniCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio BoffImpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@PaquitoMasia os caras enlouqueceram, quando fizeram o concurso não sabiam do ho-rário nem do salário??? étaaaaaaa #grevedosmédicos

A matéria do @ocaxiense sobre a vida e obras da amiga e companheira Geci Prates foi

linda, de apertar meu coração! Denise Pessôa

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Greve dos Médicos |

A incapacidade do Poder Público de resolver a situação é digna de nota. Enquanto isso se arrasta, a população sofre. Os milhares de atendimentos que deixaram de ser realizados já não dariam autoridade à Secretaria da Saúde para tomar uma atitude?

Suzana Daudt

Sabe quando a saúde terá vez e voz no Brasil? Quando forem extintos os planos de saúde privados. Ricos e pobres usariam o mesmo sistema gratuito, veríamos que a crítica pública de algumas pessoas pesaria muito mais que enormes e ruidosas passeatas grevistas.

Marino José Dos Santos

Câmara aprova o Dia Sem Carro em Caxias |

Tomara que ajude o povo a aderir ao movimento, junta-mente com o mundo todo, aqui em Caxias. Apesar de nosso povo ser meio adepto demais ao automóvel...

Otávio Valente Ruivo

Preso foge do fórum depois de julgamento |

Este é o Judiciário, infelizmente. Agora, se a moda pega, heim...

Maria Amelia

É a clara demonstração da fragilidade do nosso sistema!!!Eliane Dall Agnol

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www.ocaxiense.com.br 325 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

Recém-condenado por tenta-tiva de homicídio, um réu de 27 anos aproveitou o intervalo de almoço do policial que o vigiava, quebrou o cadeado da cela e fugiu do Fórum.

Cinco horas depois, a Brigada Militar recolocou-o atrás das gra-des. A liberdade provisória dele durou pouco. Já a sensação de fragilidade no prédio da Justiça ainda corre solta.

Foi o segundo episódio nos últi-mos meses que expôs as deficiên-cias no Fórum. Em julho do ano passado, uma quadrilha invadiu o local e roubou centenas de armas.

A Diocese de Caxias do Sul ade-riu à onda verde e deu uma cara

fuga expõe deficiênciasna segurança do fórum

Município tem novaderrota nos tribunais

Prefeitura recusa proposta“irrecusável” dos médicos

Corpus Christi estimulaa reflexão ambiental

Júri da festa da uva 2012 coroa trabalho de designer

Vestibular da uCS atraialunos de outras regiões

SeGuNDA | 20.jun

QuARTA | 22.jun

QuINTA | 23.jun

SeXTA | 23.jun

TeRÇA | 21.jun

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

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Projeto do designer Marcelo Aramis venceu o mais disputado dos sete concursos da história para definir a coroa da rainha da Festa da Uva

A prefeitura não tem levado sor-te nos tribunais. Depois da derrota no caso da Zona Azul, que a obri-gará a lançar licitação para o servi-ço, o Município agora se mobiliza para reverter outra decisão.

Uma liminar considerou que a Secretaria da Fazenda não poderia usar 100% da base venal dos imó-veis para calcular o iPTU, mesmo que o imposto não tenha subido para a maior parte dos contribuin-tes em razão de uma manobra nas alíquotas. Resultado: está suspensa a cobrança das parcelas que come-çaram a vencer esta semana.

Por semanas, o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, fez suspense com sua proposta salarial “irrecu-sável” para pôr fim à greve. Mas só queria apresentá-la à prefeitu-ra. O Município não deu ouvidos, a Justiça aplicou uma multa de R$ 220 mil aos grevistas e o sindi-calista cedeu. À Comissão de Saú-de da Câmara, ele entregou a pro-posta: gratificação de 55%.

Sempre diplomática, a secretária de Saúde, Maria do Rosário Anto-niazzi, perdeu a paciência e trans-formou a discussão em bate-boca

Um balanço divulgado pela Uni-versidade de Caxias do Sul (UCS) mostra que a instituição atrai um contingente considerável de estu-dantes fora do Nordeste gaúcho, onde atua. Entre os 4.066 candi-datos que participam do vestibular deste domingo (26), 19% residem em outros municípios.

A radiografia ainda revela que, entre os concorrentes, predomi-nam os jovens com menos de 20 anos (70%) e as mulheres (55,65%). O concurso oferece 3.050 vagas em 52 opções de ingresso.

O designer e editor do jornal O Caxiense Marcelo Aramis se concentrava na atualização do site naquele fim de tarde quando o te-lefone tocou. Como já é comum, o jornalista recebia mais uma in-formação em primeira mão. Mas,

desta vez, ele próprio era a notí-cia: acabara de vencer o concur-so para a confecção da coroa da rainha da Festa da Uva. Foi o mais disputado entre as sete edições do prêmio, com 90 projetos.

O adereço faz referência à pri-meira transmissão a cores de TV no Brasil, realizada no desfile de 1972. O losango central represen-ta a bandeira brasileira, lembran-do que o episódio marcou o in-gresso definitivo da Festa da Uva na cultura nacional.

não apenas religiosa à celebração de Corpus Christi deste ano. Pro-curou transformá-la também em uma reflexão ambiental, estimula-da pela Campanha da Fraternida-de, que trata do tema.

Responsáveis por lotar a Cate-dral e as escadarias externas da igreja, os fiéis ouviram os sermões, mas não puderam assistir ao mo-mento mais tradicional da cerimô-nia. A chuva impediu a procissão sobre os tapetes na Rua Sinimbu.

interplanetário: “Eu não sei em que planeta ele vive, mas não é o planeta Terra.”

O impasse já foi longe demais.

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4 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

Em maio a geração de novos em-pregos em Caxias do Sul, acom-panhando a situação nacional, foi a segunda menor dos últimos 12 meses. As 299 novas vagas fica-ram apenas abaixo de dezembro, mês típico de baixas no mercado, o qual fechou com saldo negativo de 2.199 postos de trabalho. Na com-paração com abril passado o recuo foi de 82% e, comparado a maio de 2010, 80%.

Principal geradora de empregos, a indústria da transformação fe-chou 163 postos em maio – abaixo apenas da agropecuária que apre-sentou saldo negativo de 225 va-gas. Crescimento apenas no setor de serviços, mais 390, e comércio, com 213. Ainda assim, 30% abaixo dos empregos gerados em abril. No ano, a economia caxiense tem saldo positivo de 6,9 mil vagas e, em 12 meses, de 10,6 mil.

A Neobus, Samburá e Samae fo-ram as organizações indicadas para receber o Troféu Ítalo Victor Bersa-ni, que chega à sua quarta edição.

A escolha se deu a partir de indicações das empresas associa-das à Câmara da indústria, Co-mércio e Serviços (CiC) de Caxias do Sul e sindicatos patronais.

O troféu será entregue durante a reunião-almoço programada para o dia 4 de julho, quando a entidade comemora 110 nos de fundação.

A Gollden Food Alimentos, em-presa de refeições coletivas, reforçou sua área comercial, com a contrata-ção de mais um executivo, que atua-rá focado na área de novos negócios.

A meta da empresa é crescer 30% neste ano, acompanhando a demanda por refeições coletivas. Atualmente, a organização serve mais de cinco mil refeições diárias.

O presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, alertou que a geração de novas vagas permanecerá estagna-da, embora algumas empresas este-jam contratando funcionários.

Já o vice-presidente do Sindi-cato dos Metalúrgicos, principal

categoria de trabalhadores da ci-dade, Leandro Velho, sustenta que, após a definição do dissídio, as indústrias voltarão à carga nas contratações. Vamos ver nos próxi-mos meses quem é que está com a razão.

A Tecnitubo, de Caxias do Sul, apresenta sua nova linha de móveis para instalações comerciais e corpo-rativos. Será na Fenin Verão 2012, marcada para o período de 28 de ju-nho e 1º de julho, em Gramado.

O presidente da Associação Brasi-leira de indústria Têxtil e de Confec-ção, fernando Valente Pimen-tel, palestra na reunião-almoço de segunda-feira, 27, da Câmara da in-dústria, Comércio e Serviços (CiC) de Caxias do Sul. Com o tema O momento atual e as perspectivas para a indústria têxtil e de confecção do Brasil, ela marcará o início do iV Simpósio Nacional de Moda e Tec-nologia da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A CIC de Caxias do Sul reali-za na segunda-feira (27) curso sobre Assédio moral no ambiente de tra-balho. A apresentação terá início às 19h pelo advogado Marcelo Rugeri Grazziotin.

Na segunda-feira (27), ocorre o lançamento na 9ª edição do Tá na Mesa com a ADCe, evento gastro-nômico beneficente que leva empre-sários e autoridades da região para a cozinha. Nesse dia, serão divulgadas as entidades beneficiadas e conheci-dos os nomes dos chefes que criarão os pratos a serem degustados. O en-contro está programado para 13 de agosto.

Na segunda-feira (27), por volta das 14h, o brasileiro terá desem-bolsado R$ 700 bilhões em tributos arrecadados aos cofres públicos, na esfera federal, estadual e municipal. O valor será obtido 25 dias antes do que no ano passado. É o que revela o impostômetro, ferramenta criada pelo instituto Brasileiro de Plane-jamento Tributário e mantida pela Associação Comercial de São Paulo.Nos anos de 2008 e 2009, a mar-ca foi atingida somente no mês de setembro. Assim, a estimati-va para arrecadação de tributos em 2011 é de R$ 1,4 trilhão. É dinheiro demais e, o pior, mui-to mal empregado. No ranking de 30 países pesquisados, o Brasil é o último no retorno à comu-nidade dos valores arrecadados com tributos em proporção aos serviços públicos prestados.

industriais e trabalhadores meta-lúrgicos parecem longe do acordo para o dissídio coletivo deste ano. Os empresários saíram da proposta inicial de 6,3% para 8%, represen-tando ganho real de pouco mais de 1,5%.

Os metalúrgicos não recuam na sua proposta de 14%, considerando que os industriais ainda têm mais para oferecer. Sustentam que o crescimento de 32% no faturamen-to de 2010 é justificativa suficiente

para que o pedido seja atendido. Os patrões afirmam que mais de 95% dos lucros do ano passado foi reinvestido e a perda de competi-tividade do setor é cada vez maior. No início do mês, empresários do setor já alertavam para a dificulda-de do acerto e trabalhavam com a possibilidade de paralisação. Assim é que, no próximo dia 1º de julho, os metalúrgicos têm em pauta a vo-tação da greve caso as negociações não avancem.

Para o vice-presidente dos meta-lúrgicos, Leandro Velho, Caxias do Sul é uma exceção no Brasil e, por isso, os trabalhadores locais não podem ser comparados aos demais, os quais têm fechado dissídio com ganhos reais não superiores a 2%. A maioria, no entanto, tem obtido apenas o repasse da inflação. O sin-dicalista bate na tecla: o setor ele-

vou seu faturamento em 32% e, por isso, pode pagar mais. No entanto, esta estratégia pode gerar proble-mas futuros: perda de competitivi-dade dos fabricantes locais para os de outras cidades pode comprome-ter empregos. O Simecs aponta que os salários pagos em Caxias são 15% superiores à média do Estado e 6,5% à nacional.

De 28 de junho a 3 de julho ocorre mais uma edição da feira de produtos desenvolvidos pelos alunos participantes do Progra-ma Miniempresa, realização do Departamento de Jovens Empre-sários da CiC de Caxias do Sul.

Dentre as opções para compra a preços populares haverá mu-rais, chaveiros, acessórios para o uso de notebooks, artigos de decoração, sachês perfumados, nécessaires e porta-trecos.

A feira, programada para o iguatemi Caxias, reúne 161 alunos de sete escolas públi-cas e particulares da cidade.

Os jornalistas que visitaram as novas instalações da Keko Aces-sórios, em Flores da Cunha, fica-ram impressionados com o que viram e, principalmente, com as metas ousadas da companhia que deixa Caxias do Sul por não ter encontrado área, tampouco apoio efetivo do poder público.

A empresa simplesmente vai dobrar sua receita em cinco anos, saindo de R$ 111 milhões em 2011 para R$ 225 milhões em 2015, além de ampliar em 30% o qua-dro atual de 420 colaboradores.

Além disso, a unidade é exem-plo em sustentabilidade, com adoção de medidas claras de pre-ocupação ambiental e social.

Lastimável para Caxias do Sul a perda da empresa. Competência teve a prefei-tura de Flores da Cunha.

Troféu

Reforço

Apostas

Fúria arrecadatória

Dissídio

Cada um com seu problema

feira estudantil

Perda lamentável

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por RoBeRTo [email protected]

Visate assumiu o transporte cole-tivo de Caxias em junho de 1986, substituindo o Expresso Caxien-se. Começou com 104 ônibus an-tigos, parte adquirida da empre-sa anterior, e 450 funcionários. Atendia 28 linhas, percorria anu-almente 7 milhões de quilômetros e transportava 16,8 milhões de passageiros. As queixas na épo-ca eram atrasos e superlotação, porque havia falta de ônibus. Um quarto de século depois, a com-panhia tem 332 veículos e 1,7 mil funcionários. Mantém 81 linhas e percorreu, em 2010, mais de 22 milhões de quilômetros, trans-portando perto de 43 milhões de passageiros. As queixas atuais: atrasos. O motivo, segundo a Vi-sate: trânsito caótico. Para mudar esse quadro e atrair mais usuários, o diretor-superintendente da Vi-sate, Fernando Ribeiro, cobra me-didas urgentes para dar agilidade aos ônibus. E o fez na presença do secretário dos Transportes, Jor-ge Dutra, em reunião-almoço da CiC nesta semana.

A Visate completa 25 anos, e os atrasos, como no passado, continuam sendo a principal queixa dos usuários. Por quê?

Os gargalos nos centros das ci-dades de médio e grande porte, como Caxias, só tendem a piorar. Os engarrafamentos continua-rão e, por consequência, os atra-sos. Precisamos urgentemente de medidas para desafogar o trânsi-to. Há 25 anos os atrasos tinham como causa a superlotação dos ônibus, e a empresa não atendia a demanda. Hoje os motivos estão no trânsito, porque a Visate tem veículos e estrutura suficientes. O problema é que a gente não con-segue andar.

Qual é a velocidade média de um ônibus pelas principais ruas da cidade e qual a ideal?

A ideal é de 35 a 40 km/h. Nos corredores das ruas Sinimbu e Pinheiro Machado, por exem-plo, é inferior a 10 km/h. Temos problemas com as conversões à esquerda, com acessos às gara-gens e concorrência dos veículos leves e ônibus de fretamento nos corredores. Há dois anos fomos

provocados de que faltava ônibus. Agregamos 70 à frota neste perío-do e os atrasos continuam. Os ve-ículos estão trancados no trânsito e as pessoas esperando nas para-das nos horários de pico. A so-lução não é colocar mais ônibus, mas garantir agilidade nas linhas onde eles circulam. Só assim haverá fluidez no trânsito e redução de queixas. Além disso, a meta de trazer mais pú-blico para o trans-porte coletivo, para que se reduza o uso do veículo, passa por um sistema ágil, rápido, de qualida-de, eficiente e con-fortável. Sem isso, nada vai mudar no curto prazo.

Há 15 meses, na CIC, sua expo-sição foi praticamente a mesma: atrasos e interferência da gratui-dade no custo da tarifa urbana. Por que esses assuntos são re-correntes e não avançam?

Os problemas do transpor-

te coletivo são praticamente os mesmos do passado. Mas quando se pega os atuais, como a gratui-dade, as dificuldades de encami-nhamento são ainda piores. Na Câmara tramita um projeto de revisão das gratuidades. A pro-posta está sendo analisada com

atenção pelos verea-dores para ver quem realmente necessita, evitando os abusos que existem. Esses abusos são os que realmente nos preo-cupam. Pessoas que jamais poderiam receber esse benefí-cio, porque têm boa condição financeira, fazem uso dele só porque tem mais de 60 anos. isso é, no

mínimo, um contrassenso. Atual-mente, 25% dos usuários andam de graça. É um absurdo. Quanto aos atrasos, a situação tende a ser resolvida com a troncalização do sistema. O próprio secretário dos Transportes, Jorge Dutra, já ante-cipou que as obras de estações de transbordo devem se iniciar em

o Caxiense entrevista

“A soluçãonão é colocar mais ônibus, mas garantir agilidade nas linhas onde eles circulam”

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“O PROBLEMA É QUE A GENTE NÃO CONSEGUE ANDAR”Diretor da Visate, Fernando Ribeiro revela que a velocidade dos ônibus

chega a ser menos do que 30% da ideal em algumas ruas da cidade

www.ocaxiense.com.br 525 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

Na CIC, Ribeiro repetiu uma de suas preocupações, com as gratuidades: “Atualmente, 25% dos usuários andam de graça. É um absurdo”

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breve e ser concluídas até o final do ano. Mas projeto somente para o final de 2012 a efetiva operacio-nalização do sistema.

essas propostas resolvem ques-tões de hoje, emergenciais. o que fazer para evitar a volta des-sa situação daqui uma década?

O Sistema integrado de Trans-porte, o SiT, desenvolvido pela prefeitura, é um programa muito bom, imprescindível para a cida-de, mas precisa ser complementa-do. Já precisamos pensar em avan-ços para dois, três anos adiante, para atender as necessidades que virão. O meu grande receio é que ele entre em pleno funcionamen-to já defasado. Uma cidade como Caxias precisa e deve pensar um pouco mais à frente, porque as so-luções precisam atender as neces-sidades de sua época, mas tam-bém as do futuro.

A Visate, no final de 2009, ban-cou a introdução do midibus em várias linhas e foi muito critica-da, sob argumentos de que have-ria mais superlotação e desem-prego, já que esse modelo não usa cobradores. Mas o sistema vingou. ele será estendido?

Os ônibus pequenos, os midi-bus, que circulam na cidade sem cobrador, são uma prática comum em todo o Brasil. A exemplo do

táxi-lotação, ele circula de forma mais ágil, e de 80% a 90% dos que o utilizam fazem o pagamento com cartão eletrônico, reduzindo o envolvimento do motorista com a co-brança. Sua circu-lação está restrita a linhas de baixíssima demanda. Mas te-mos pedido de am-pliação para outros bairros, porque as pessoas simpatizam com esse modelo de veículo. Estamos avaliando esses pe-didos com a Secre-taria dos Transportes.

Pode-se imaginar que a função do cobrador será gradativamen-te reduzida, ou até extinta?

Tenho cuidado de responder isso, porque quando pinçada num contexto maior a resposta pode criar um grande barulho e desconforto na categoria e no sin-dicato. Em todo o mundo, com exceção do Brasil, não se usa mais a catraca. A função do cobrador, com o avanço da bilhetagem ele-trônica e de outras práticas, ten-de sim a desaparecer. Mas hoje, em Caxias, nós precisamos desse operador no sistema. A tendência é o desaparecimento, mas a reali-dade local ainda é outra.

A partir de janeiro passam a vigorar as normas euro 5, que determinarão mudanças na mo-torização dos ônibus. Como a

empresa está se pre-parando?

Quanto aos ve-ículos novos não haverá problemas. O que preocupa é a situação dos veícu-los em uso, que pre-cisarão de adaptação para a redução das emissões. Mais im-portante para que de fato isso ocorra é que a Petrobras dis-

ponibilize às empresas que atuam em cidades do porte de Caxias o combustível com menos enxofre, como o S50, que será usado nas capitais. isso sim vai reduzir as emissões de poluentes.

Mas os ônibus terão preços até 15% superiores. Isso terá reflexo futuro nas tarifas...

Sem dúvida haverá reflexos na tarifa, porque na sua composição entra o custo do ônibus. Terá im-pacto. Mas com medidas como a redução das gratuidades podere-mos manter a tarifa equilibrada.

Qual tem sido a média de ocu-pação da frota da Visate?

A empresa transporta de 140 mil

a 150 mil pessoas/dia, com gran-de concentração nos horários de pico. Nesses horários, a ocupação média nos veículos convencionais chega a ser de 78 a 80 pessoas. Com as mudanças no trânsito, es-peramos reduzir os atrasos e essa grande concentração.

Qual tem sido a margem de lu-cro final da companhia em seus balanços?

O lucro da Visate, como na maioria das empresas, gira de 3% a 4%. Com práticas mais eficien-tes de gestão procuramos melho-rar esse desempenho para não só atender as necessidades dos sócios, mas também dos demais agentes envolvidos, como a socie-dade, com ônibus novos e políti-cas que tragam benefícios a todos.

falando em meio ambiente, a Visate está testando o modelo Hybridus, desenvolvido pela Agrale, que faz uso de energia elétrica e diesel?

Estamos conversando com a Agrale e, em breve, estaremos cir-culando com eles na cidade para ver se o modelo pode ser usado em escala maior. Estamos com-prando midibus da Agrale para incentivar a indústria local e pro-var que os produtos daqui têm a mesma qualidade e eficiência dos fabricados em outras regiões.

“A função do cobrador tende a desaparecer. Mas hoje, em Caxias, nós precisamos desse operador no sistema”

6 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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por RoBIN [email protected]

a quarta-feira (22), véspera chu-vosa do feriado de Corpus Chris-ti, o trânsito estava intenso na Rua Alfredo Chaves, no centro de Caxias do Sul, próximo das 13h30. Mesmo assim, não deveria ser difícil para a empresária Sa-brina Keller encontrar uma vaga na região entre a Rua Sinimbu e a Avenida Júlio de Castilhos. Pri-meiro, porque há uma Zona Azul, que limita a ocupação de cada es-paço em duas horas para estimu-lar a rotatividade dos carros. De-pois, porque a área é bem servida de estacionamentos pagos.

Mas a tarefa aparentemente fá-cil se transformou em suplício: Sabrina demorou 15 minutos para achar um local. É o retra-to de uma cidade que assistiu ao número de veículos crescer 54% desde 2004 sem que os investi-mentos em infraestrutura acom-panhassem esse ritmo. Resultado: os motoristas já começam a dis-putar vaga nos horários de pico até mesmo em estacionamentos rotativos particulares.

A razão de tamanha dificuldade não é a falta de interesse de donos de imóveis em transformá-los em um negócio do gênero. Segundo a Secretaria de Urbanismo, respon-sável pela concessão dos alvarás, já existem 418 estacionamentos na cidade – um para cada 570 veículos. São oportunidades ali-mentadas por uma procura que, segundo estimativa de empresá-rios do setor, aumentou 60% nos últimos anos. É um número que persegue o crescimento da frota, que atingiu 238,2 mil carros em maio, conforme dados do De-partamento Estadual de Trânsito (Detran), contra 154,7 mil unida-des sete anos atrás.

Com as ruas caxienses tão abarrotadas, Remídio Behling, que tinha uma loja de roupas, percebeu a potencialidade de abrir uma garagem. Há um ano e meio, montou um estacionamen-to ao lado do Hospital Del Mese. O negócio prosperou, e hoje sua empresa funciona em frente ao Magazine Luiza, na Rua Sinimbu, com 58 espaços.

Outro que se beneficia do in-chaço da frota caxiense é Roni Borges dos Santos, um dos do-nos do Catedral Estacionamento. “Várias vezes tenho de colocar a placa de lotado ali na frente”, con-ta. Localizada ao lado da igreja que lhe dá o nome, a garagem de 63 vagas costuma encher no horá-rio de funcionamento dos bancos (entre 10h e 16h). Mesmo à noite, recebe um movimento satisfató-rio. As instituições de ensino das redondezas garantem a clientela.

Próximo dali fica um dos es-tacionamentos mais conhecidos da cidade, a garagem do Eberle.

Muito carro para pouco espaço

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Só SOBROUvAGA PARA OSUPLíCiOAumento de 54% na frota em Caxias desde 2004 mingua os espaços em estacionamentos, estimula o boom de garagens particulares e leva prefeitura a cogitar rodízio para o futuro

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Para organizar o aproveitamen-to do espaço e evitar a lotação, a administração colocou funcioná-rios com rádios para orientar os clientes. O ponto, que mantém convênio com 25 empresas, pode receber até 280 automóveis.

Em outra área do Centro, a ga-ragem do Ópera – no privilegia-do lugar onde funcionava o cine-ma – recebeu, nos últimos anos, vizinhos que procuram fazer o mesmo negócio. A gerente do es-tacionamento administrado pela Safe Park, Gisele Fogaça, contabi-liza pelo menos quatro. Ela afirma que a concorrência não chega a afetar o movimento. Das 300 va-gas, 200 são para mensalistas – 50 delas alugadas por moradores de prédios dos arredores. O número poderia ser ainda maior, mas Gi-sele e outros administradores de garagens limitam as vagas fixas por considerar o estacionamento rotativo mais lucrativo.

o retorno financeiro ex-plica o fenômeno que tem trans-formado prédios do patrimônio histórico, como o Eberle, em garagens. O corretor de imóveis Nelson D’Arrigo, proprietário da imobiliária que leva seu sobre-nome, afirma que, especialmente depois de 2006, a transformação de espaços na região central em áreas para carros virou tendên-cia. “Todos os terrenos baldios no Centro estão virando estaciona-mento. As pessoas preferem isso em vez de vender ou permutar, porque os terrenos estão muito caros (o que dificulta a venda), e os estacionamentos são lucrati-vos”, atesta Nelson.

Apesar de o Centro concentrar a procura, os bairros também passaram a abrigar estaciona-mentos pagos, estimulados pelo aumento do fluxo atraído por determinados estabelecimentos,

como instituições de saúde. Nel-son lembra do caso do bairro Ma-dureira. “Depois que o Hospital Medianeira começou a ter esta-cionamento pago, três garagens surgiram em terrenos baldios em frente.”

Para driblar o pagamento das garagens e da Zona Azul, alguns motoristas encontraram uma saí-da: parar o carro em áreas de em-presas que oferecem vagas grátis, como supermercados. Só que esse jeitinho já está sendo combatido. Com a intenção de evitar que os próprios clientes tenham dificul-dades para achar uma vaga para estacionar, o Zaffari da Sinimbu e da Borges de Medeiro tem planos para, a partir dos próximos meses, cobrar dos motoristas que não fi-zerem compras. No Híper Zaffari, o estacionamento no subterrâneo já é tarifado. O gerente-geral da loja, Jacob Luiz Schnatz, pretende colocar cancelas também na área externa e no terceiro piso. “A nos-sa previsão é que esteja instalado em dois ou três meses. Temos re-latos de clientes que não conse-guem vaga”, preocupa-se.

o campus principal da Universidade de Caxias do Sul já não dá conta da demanda, o que transformou as ruas do entorno em estacionamento, apesar de os meios-fios continuarem amarelos (sinalização para área proibida). Segundo o gerente-geral de in-fraestrutura e logística da Cidade Universitária, José Carlos Mon-teiro, a liberação ocorreu a partir de 2005. Nas noites mais movi-mentadas, a instituição recebe cerca de 3,5 mil automóveis – 1 mil a mais do que as vagas dos es-tacionamentos oficiais.

A administração da universida-de, revela Monteiro, retomou os estudos de construir um prédio-garagem ou cobrar estacionamen-

to na UCS – os planos haviam sido suspensos até a avaliação do impacto das aberturas dos novos acessos. “Cobrar estacionamento é complicado porque o campus é aberto, temos várias formas de acesso”, diz Monteiro.

O gerente conta que empresas interessadas em construir um edifício-garagem já procuraram o universidade. “Pensamos na pos-sibilidade de que um dos andares tivesse um espaço maior para um Centro de Eventos. O problema é a infraestrutura de circulação ex-terna”, afirma, referindo-se à dis-tância entre os blocos.

Uma das soluções para enfren-tar a escassez de espaços na UCS, assim como em toda a cidade, não de-pende apenas de de-cisões administrati-vas e investimentos, mas também do uso racional do veículo. Monteiro relata ca-sos de que até três pessoas da mesma família vão para a universidade no mesmo turno, cada uma com um carro diferente.

Ele acredita que a discussão com a comunidade acadêmica so-bre a cobrança ou construção de um prédio-garagem comece até 2012. “Cobrar estacionamento é um assunto muito sensível por-que os alunos já pagam mensali-dade. isso não será algo imposto”, garante Monteiro.

A cobrança – seja em áreas particulares ou públicas – tende a gerar reclamações de motoristas, mas comerciantes nem sempre ficam insatisfeitos. No caso da Zona Azul, eles se beneficiam por ela tornar obrigatória a rotativida-de dos carros, impedindo que os

trabalhadores das lojas do entor-no ocupem as vagas e dificultem a chegada de clientes. Proprietário da videolocadora San Remo, Nery Atayde, diz ter perdido até 30% dos fregueses depois da troca de endereço, que levou o estabeleci-mento a uma área sem Zona Azul. “Por mais que tenhamos convê-nio com estacionamentos, muitos clientes dizem que vêm menos por não encontrar vaga”, relata. A San Remo saiu da Rua Borges de Medeiros para a Rua Garibaldi. A preocupação foi tamanha que o comerciante e empresários vizi-nhos fizeram um abaixo-assinado pedindo a implantação do esta-cionamento pago na região. Ago-

ra, querem reforçar a reivindicação, in-cluindo o apelo de consumidores.

A ampliação do serviço em Caxias, no entanto, não deve acontecer tão cedo. Em uma de-cisão que se tornou pública neste mês, a 22ª Câmara Cível do Tribunal de Jus-

tiça considerou ilegal o contrato que prorrogou a exploração do estacionamento pago pela Rek Parking, que administra a Zona Azul. Em 2008, com o vencimen-to da concessão, a prefeitura ela-borou uma projeto, aprovado pela Câmara, que permitiu um con-trato sem licitação. O Ministério Público contestou. “Na origem, tínhamos um contrato ilegal. A licitação não previa prorrogação”, explica Alexandre Porto França, promotor responsável pelo caso.

A Rek Parking administra cerca de 2 mil vagas na cidade. A con-trapartida para o Município é um repasse de parte do lucro bruto da empresa. Em Caxias do Sul, o cál-

“Várias vezes tenho de colocar a placa de lotado ali na frente”, conta Roni dos Santos, dono de uma garagem ao lado da Catedral

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Caxias do Sul tem 418 estacionamentos cadastrados na Secretaria do Urbanismo, uma média de um estabelecimento para cada 570 carros

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culo é feito sobre um percentual de ocupação e varia entre 36,5% e 37,5%, equivalentes a uma média de R$ 100 mil mensais. Por lei, o valor é repassado diretamente à Fundação de Assistência Social (FAS). O diretor da Rek Parking, Flávio Lenz de Macedo, afirma que esse percentual é o mais alto no Estado – a empresa adminis-tra as 11 Zonas Azuis do interior gaúcho. Na região, Bento Gon-çalves recebe 21%. A taxa é ainda menor em cidades como Santa Maria (16%) e São Lourenço do Sul (12%).

Na avaliação de Macedo, a ne-cessidade de ampliar o serviço e de trocar os parquímetros – os equipamentos em Caxias têm em média 12 anos – ameaça reduzir o repasse à prefeitura caxiense na próxima licitação, além de significar um pro-vável aumento na tarifa, sem reajuste desde 2006. “Se a nova licitação abrir com as condições atuais, não sei se vai ter alguma empresa no Brasil que vai se interessar”, avalia o diretor, que confir-ma o interesse em participar do processo e confia na mudança das normas.

A administração munici-pal reconhece que precisa alterar as regras com a nova concorrên-cia. Por isso, insiste na defesa da renovação de 2008, que manteve os benefícios nas condições an-teriores. “A comunidade não teve prejuízo nenhum com a prorro-gação”, garante o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilida-de, Jorge Dutra.

Segundo ele, o valor de repasse com a nova licitação tende a girar em torno dos 20%. O secretário ainda reconhece que é preciso es-tender o serviço a outras áreas da cidade. Dutra nega que a situação

de Caxias seja “desesperadora”, mas a considera “complicada”. “É uma frota grande para o tamanho da cidade. Em alguns locais, não temos muito o que fazer, a não ser que eu saia destruindo prédios para alargar ruas”, afirma.

Para tentar driblar o problema, ele pretende tomar ações que de-sestimulem o uso indiscriminado do carro e melhorem o transpor-te coletivo – inclusive retiran-do vagas de estacionamento de avenidas como Rio Branco e São Leopoldo. Dutra acredita na pos-sibilidade de os motoristas troca-rem os carros pelos táxis-lotação, desde que se ampliem as linhas. “São usuários que não abrem mão do conforto. Os azuizinhos têm ar-condicionado e as pesso-

as viajam sentadas”, afirma. Até o final do ano, o secretário pretende abrir a li-citação que aumen-tará de quatro para seis o número de linhas e de 21 para 44 a quantidade de micro-ônibus em Caxias. Mas ele ad-mite que só isso não basta, já que a frota de automóveis pro-

mete manter a tendência de cres-cimento.

A médio prazo, Dutra reconhe-ce que o município deverá discu-tir não apenas medidas tão con-sensuais, como a ampliação das linhas do transporte coletivo, mas soluções controversas, como o ro-dízio de carros (adotado em São Paulo, por exemplo) ou o pedágio para uso em determinadas vias (como já fizeram cidades na Eu-ropa). “Hoje, infelizmente, com o cenário que temos, não podemos descartar nenhuma alternativa”, explica. Diante dessa perspectiva, Sabrina, a empresária que reclama de gastar 15 minutos procurando vaga no Centro, talvez tenha mo-tivos maiores para se queixar nos próximos anos.

“Hoje, com o cenário que temos, não podemos descartar nenhuma alternativa”, diz Dutra, em referência ao rodízio de placas

Nas noites mais movimentadas, faltam 1 mil vagas no campus da UCS

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por CAMILA CARDoSo [email protected]

nvolvendo cifras ainda maiores e buscando atingir uma faixa mais numerosa da população, o gover-no federal lançou no dia 16 uma nova fase do programa Minha Casa Minha Vida. Com a meta de financiar 2 milhões de moradias, sendo 60% delas para famílias de renda mais baixa, até R$ 1,6 mil, o programa nacional promete mais controle dos financiamentos. A Caixa e a Polícia Federal assina-ram um protocolo para integrar dados das duas instituições, com o objetivo de garantir a correta destinação dos recursos. Em Ca-xias, porém, a nova fase deverá ser inaugurada sem que as inves-tigações sobre irregularidades na primeira etapa tenham sido con-cluídas.

Em janeiro, O Caxiense mos-trou uma prática ilegal comum entre imobiliárias credenciadas pela Caixa para operar o finan-ciamento. Por meio de contatos telefônicos, a reportagem apurou que corretores ofereciam imóveis acima do valor máximo permiti-do pelo programa na cidade, R$ 100 mil à época. Assim, vendiam uma casa ou apartamento con-tando com subsídio do gover-no cobrando uma quantia extra “por fora”, paga diretamente ao construtor do empreendimen-

to. A transcrição dessas ligações consta num inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal, somada a informações solicitadas à Caixa Econômica Federal. Por ora, o inquérito trata-se de uma análise extrajudicial cível. O re-latório ficou pronto na última se-mana e deverá ser analisado pelo procurador Fabiano de Moraes nos próximos dias. Só então o ór-gão deverá pedir esclarecimentos às imobiliárias. A Polícia Federal também instaurou um inquérito, mas até agora ninguém foi res-ponsabilizado criminalmente. À Caixa coube enviar correspon-dências alertando sobre a ilegali-dade da prática.

Na semana que passou, tam-bém por telefone, O Caxiense verificou que a rotina de enqua-drar imóveis com valor acima do permitido no programa não é mais escancarada pelas imobili-árias que desenvolviam a fraude. Entre os 15 corretores contatados, apenas um mencionou a possibi-lidade de burlar as regras do Mi-nha Casa Minha Vida.“Tem um apartamento muito bom que vai ser lançado ali no Panazzolo, só que é R$ 142 mil. Eu não sei se ele se enquadra direito no Minha Casa Minha Vida... O construtor tá pedindo R$ 35 mil de entrada e depois financia o resto”, explicou o vendedor. As ofertas ilegais que

eram feitas abertamente no come-ço do ano parecem ter diminuído, mas o que pode ter aumentado é apenas a cautela. A maioria das imobiliárias não quis dar detalhes por telefone, convidando o possí-vel cliente a comparecer pessoal-mente na empresa.

Em março, o governo federal al-terou de R$ 100 mil para R$ 130 mil o teto das moradias finan-ciadas pelo Minha Casa Minha Vida em municípios com mais de 250 mil habitan-tes, como é o caso de Caxias. É nessa faixa de preço que está a maior parte dos imóveis ofere-cidos à reportagem. Apartamentos com cerca de 50 m², in-variavelmente com dois quartos e com poucas diferenças – estacionamento ou garagem coberta, piso laminado ou com lajotas – custam cerca de R$ 110 mil. So-brados de dois andares sobrem para R$ 120 mil. Para Cristina D’Arrigo, delegada do Conselho Regional de Corretores de imó-veis (Creci) na cidade, a amplia-ção do teto e o alerta da Caixa às imobiliárias acabaram com a violação de regras do programa. “Como foi esticado o valor, não tem por que continuar exercendo

essa prática”, afirma, assinalando que Caxias “é um mercado mais caro”. Segundo ela, ainda assim existem empreendimentos mais acessíveis. “Apesar de ter atraí-do um público bem diverso, no Feirão da Caixa (em maio) tinha imóveis de R$ 85 mil a R$ 99 mil.”

O número de contratos assina-dos pela Caixa para o Minha Casa Minha Vida também reflete o im-pacto da alteração no valor má-ximo das moradias. Em 2009, a

Caixa financiou R$ 54,7 milhões para 979 contratos do programa. Somente até 17 de junho de 2011, a soma dos financiamentos ul-trapassa o utilizado naquele ano – foram R$ 55,3 milhões. Porém, o número de contratos assinados, que representam quantos imóveis se-

rão construídos, é de apenas 772. Em 2010, foram R$ 118 milhões para 1.994 contratos. No total, a primeira fase financiou em Ca-xias 3.745 moradias com R$ 229 milhões. Conforme o superinten-dente regional da Caixa, Renato Scalabrin, o banco não se pro-nunciaria sobre metas locais para a nova etapa antes da divulgação da portaria pelo governo, que era prevista para a sexta-feira (24).

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CHEGOU A MUDANÇA, MAS FALTA A REFORMA

Caxias entra na segunda fase do programa de financiamento e subsídio de moradias sem apurar os problemas da primeira etapa

O Caxiense refeza consulta por telefone a 15 imobiliárias que violavam o teto do programa. A oferta ilegal diminuiu e a cautela aumentou

Elevação do valor máximo para R$ 130 mil, em março, teria acabado com a cobrança “por fora”, segundo delegada do Creci

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Recomenda Recomenda

l Carros 2 | Animação. 14h15, 16h40, 19h20 e 21h50 (dub.), 13h, 15h20, 17h40 e 20h (3D dub.) e 22h10 (3D leg.). | Iguatemi

O superastro das pistas Relâm-pago McQueen e seu insepará-vel amigo Reboque Mate voltam à ação para reunir os melhores e mais velozes do planeta no se-gundo capítulo da saga. Eles via-jam pela Ásia e pela Europa para a Corrida dos Campeões, que se passa em cinco países e envolve corredores de modalidades dis-tintas. A animação é dirigida por Brad Lewis, ganhador do Oscar pela produção de Ratatouille. Li-vre. 106min.

l Turnê| Drama. Sábado e do-mingo, às 20h. Quinta (30) e sexta (1), 19h30. (leg.) | ordovás

Joachim é um ex-produtor de televisão francês que largou tudo para recomeçar a vida nos Esta-

dos Unidos. Por lá, formou um grupo de showgirls que fazem números de dança conhecidos como New Burlesque, repletos de sensualidade e estilo. Com o sucesso chegando, Joachim volta à França para uma grande turnê. A produção foi indicada a vários prêmios, incluindo 7 Césars, e venceu a Palma de Ouro do Fes-tival de Cannes na categoria Me-lhor Diretor. Dirigido e protago-nizado por Mathieu Amalric. No domingo (26), o publicitário João Alfredo Ramos Jr. e o frei João Carlos Romanini fazem uma ses-são comentada, entrada franca.

l o hotel de um milhão de dólares | Suspense. Terça (28), 20h | uCS

O longa encerra o ciclo de fil-mes em homenagem ao cineasta Wim Wenders. No enredo, um agente federal investiga o apa-rente suicídio mas possível assas-sinato do filho de um bilionário num hotel decadente. O roteiro da obra é uma parceria do cantor Bono, do U2, com o roteirista Ni-

cholas Klein, e uma produção da Alemanha, Reino Unido e Esta-dos Unidos. A entrada custa R$ 3.

AINDA eM CARTAZ: Kung fu Panda 2. Animação. 13h20, 15h10, 17h e 19h (dub.). iguatemi | Piratas do Caribe 4 : Navegan-do em Águas Misteriosas. Aven-tura. 13h30, 18h40 e 21h30 (leg.). iguatemi. 16h e 18h20 (leg.). UCS. | Qualquer gato vira-lata. Comédia. 14h45, 16h50, 19h40 e 21h40. iguatemi | Se beber, não case! Parte 2. Comédia. 13h40, 15h40, 17h50, 19h50 e 22h (leg.). iguatemi | Velozes e furiosos 5 – operação Rio. Ação. 20h30 (leg.). Sem sessão na terça (28). UCS | X-Men: Primeira Classe. Ação. 16h20 e 21h (leg.). iguate-mi |

l Ladrões de Diamante e Canastra Suja | Sexta (1), 23h |

Cido (vocal e guitarra), Klaiton (bateria) e Panchêre fazem um rock alternativo, com a proposta de inovar e experimentar novos arranjos com uma pegada mais dançante e base forte nas tra-mas de guitarras. As letras falam da complexidade dos relaciona-mentos humanos, problemas de adaptação à sociedade, timidez e

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[email protected] Carol De Barba |

Guia de Cultura

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CINeMA

MÚSICA

Em Turnê, drama que ganhou prêmios como a Palma de Ouro por melhor direção, um grupo de dança burlesca excursiona pela França

INGReSSoS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estu-

dantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito indus-trial. 3209-5910 | uCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programa-ção ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antu-nes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

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Recomenda

do dia a dia urbano da juventude contemporânea. Além dos guris, também toca a Canastra Suja e seu blues rock, de Pelotas.LeedsR$10 | Os 18 do Forte, 314 | 3238-6068

TAMBÉM ToCANDo – Sába-do: Alec Araújo DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Rosa Tattooada. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Hip Hop Chic. DJ Spin easy. Hip hop, ele-trônica, pagode e sertanejo uni-versitário. 23h. Move. 3214-1805 | Moog e DJ eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Integração das Can-didatas a Rainha da festa da uva. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6616 | Leviaethan e Sangria. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Andy and the Rockets. Blues. 22h. Mississi-ppi. 3028-6149 | Marcelo Duani e Adriano Trindade e Trio. Sam-ba rock e pop nacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Jack Brown e Moby Dick. Rock. 23H30. Bukus Anexo. 3285-3987 | Discorama. Show com as ex-paquitas Miuxa e Catuxita. Eletrônica. 23h. Pep-si Club. 3419-0990 |Ton Rock e Banda Base. Rock. 22h. Aris-tos. 3221-2679 | João VillaVer-de e filhos de Ye e DJ Marcelo Heck. Samba rock. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Domingo: Rock Parque. Lennon Z. and The Sick-boys Trio, Vagabundos ilumina-dos e Os Vulkänianos. 14h. Par-que dos Macaquinhos | Pagode Júnior e DJ eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Ter-ça (28): Adriano Trindade Duo. Samba rock e pop nacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quar-ta (29): Tríplice. Rock nacional

e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | os Blugs. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Ana Jar-dim. MPB. 22h. Aristos. 3221-2679 | Maurício e Daniel. Tradi-cionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (30): Ton e os Karas e DJ Marcelo Heck. Rock. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Bora Ba-lança e DJ eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Tony Nights e ulisses Vieira. MPB. 22h. Aristos. 3221-2679 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock clás-sico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | fabrício Beck Acústico e Disco. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gru-po Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Sexta (1): DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Dan ferretti. Samba rock e som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 |

l 1º festival Beduíno-Tri-bal | Sexta (2), às 20h, e sábado (3), às 17h |

A escola de danças Rakaça reali-za o espetáculo baseado nas dan-ças tribais árabes e nos movimen-tos e tradições dos beduínos da região de Marsamatrouah (cidade próxima a Alexandria). A dança é alegre e cheia de significado, exal-tando o deserto, as mulheres e sua beleza e os trajes coloridos. Os in-gressos podem ser adquiridos na escola. Mais informações sobre o festival podem ser obtidas pelo 3021-3538.Teatro São CarlosR$ 25 | Rua Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l No ritmo do universo dançando pelo Haiti | Sába-do e domingo, às 20h |

inspirado nas danças típicas do Haiti, o espetáculo é beneficente em prol das crianças necessita-das do país, e integra o projeto de Adriana Bortoloto (Studio de Danças CATiVA) em parceria com os Freis Capuchinhos de Ca-xias do Sul e frades em missão no Haiti. Toda a renda será revertida e a Adriana irá pessoalmente ao país fazer a doação. ingressos nas livrarias Rossi ou pelo telefone (54) 9977-3812.Teatro São CarlosR$ 16 | Rua Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l Teatro Daqui | De sábado e domingo, 20h |

A mostra reúne espetáculos de grupos caxienses financiados pela Lei Municipal de incentivo à Cul-tura, pelo Financiarte e pelo Prê-mio Anual de incentivo à Monta-gem Teatral.PRoGRAMAÇão: Sábado (25): felinícias – Histórias de Amores e Clowns. A peça do Grupo UEBA Produtos Notá-veis conta a história de um casal que se conhece na infância, mas se desencontra ao longo da vida, descobrindo nessa trajetória a impossibilidade de permanecer juntos. Essa condição promove uma série de situações cômicas, inusitadas e, em determinados momentos, patéticas. Com Aline Zilli e Jonas Piccoli. Direção de Jessé Oliveira (livremente inspi-

rado na obra de Federico Fellini) e trilha sonora de Gutto Basso (inspirada em Nino Rotta). Livre. 55min. | Domingo (26): In os-teria. No ambiente alegre e festivo de uma osteria (bodega), entre-meadas por trechos do quase clás-sico diálogo entre bodegueiro e cliente “bebum”, o Grupo Teatral Miseri Coloni apresenta canções aprendidas com nossos antepas-sados imigrantes italianos, can-tadas e coreografadas. Direção de Camilo de Lélis. Com Afon-so Vebber, Auri Paraboni, Ciana Moraes, Clerí Pelizza, Cristiano Blanco, Elaine Braghirolli, Fábio Cuelli, Felipe Valenti, Guilherme Vanzin, Gutto Basso, Leonardo Benincá, Leoni Soares, Luciano Benincá, Magali Quadros, Marco Antonio Silva, Rosa Veronese e Vilson Toscan. Adulto. 50min.Teatro do ordovás Entrada franca (ingressos devem ser retirados com antecedência na Unidade de Teatro) | Luiz Antu-nes, 312 | 3901-1316

l Concerto de Ispinho e fulô | Sábado, 20h |

No enredo da peça da Cia. do Tijolo, de São Paulo, a Rádio Conexão SP/Assaré anuncia que uma Cia. de Teatro de São Paulo chega para entrevistar o Poeta Pa-tativa. O que seria uma entrevista costumeira se transforma num di-álogo entre o popular e o erudito, o urbano e o rural e culmina com a denúncia de um dos primeiros ataques aéreos contra civis em território brasileiro que não está nos livros de história. Direção de Rogério Tarifa. Com Dinho Lima Flor, Fabiana Vasconcelos Barbosa, Lílian de Lima, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Tha-ís Pimpão e Rogério Tarifa. Os músicos são Jonathan Silva, Alo-ísio Oliver, Maurício Damasceno,

www.ocaxiense.com.br 1325 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

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As peças Concerto de Ispinho e fulô e Tio Vânia (Aos que Vierem Depois de Nós) são encenadas por companhias de outros Estrados

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Recomenda

com direção musical de William Guedes. 14 anos. 120 minutos.Teatro do SescEntrada franca | Rua Moreira Cé-sar, 2462 | 3221-5233

l Tio Vânia (aos que vierem depois de nós) | Terça (28), às 20h30 |

Às vésperas de completar 30 anos de existência, o Grupo Gal-pão, de Minas Gerais, retorna a Caxias do Sul com a peça de An-ton Tchékhov. Escrita em 1897, Tio Vânia tem como tema central a perda inevitável das ilusões e a consequente necessidade do ho-mem de se reinventar e de enfren-tar o futuro. Ambientada em uma decadente propriedade rural rus-sa, aborda, de maneira profunda e delicada, o amor, o desejo, a pas-sagem do tempo, o declínio físico, a aridez da existência, o desalento e a aniquilação dos sonhos. Di-reção de Yara de Novaes. Com Antonio Edson, Arildo de Bar-ros, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Paulo André, Teuda Bara e a atriz convidada Mariana Lima Muniz. ingressos na bilheteria do teatro ou na Sala de Ensaio Cen-tro Cultural (Av. Júlio de Casti-lhos, 1526, 2° Andar).Teatro São CarlosR$ 25 (antecipado) e R$ 30 (no lo-cal), meia para estudantes e idosos | Rua Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l Dispor | Abertura sábado, às 17h. Visitação de segunda a sexta, das 9h às 19h, e sábados, das 15h às 19h |

Mara De Carli, Marcos Sari e Tiago Giora exploram noções de limites gráficos, sobreposições, alinhamentos e inserções cromá-ticas na arquitetura através de gravuras, intervenções e insta-lações. Os trabalhos procuram incluir a estrutura e as superfícies da galeria discutindo questões da pintura, do desenho e da gravura e suas possibilidades de expansão no espaço expositivo. Os artistas também estão integrados à 8ª Bie-nal do Mercosul: Mara na coorde-nação local do Projeto Continen-tes, Marcos no projeto Caderno de Viagens e Tiago expondo na Casa M.Galeria do ordovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Relicário de Delicadezas | Até quarta (29). Visitação de se-gunda a sábado, das 9h às 22h, e domingo, das 14h às 21h |

O fotógrafo gaúcho Carlos Pa-nitz expõe pela primeira vez em Caxias. A mostra reúne 15 ima-gens capturadas em situações do dia a dia, em lugares comuns como parques, bares e ruas, mas com um outro olhar, que provoca

o imaginário do espectador.Shopping IguatemiEntrada franca | RSC-453, 2.780 | 3289-9292

l Quadrado do espírito | De segunda a sexta, das 8h às 22h |

A exposição da artista e jorna-lista Yara Baungarten reúne gra-vuras, serigrafias, vídeos e insta-lação com inspiração em obras de alquimistas. Com curadoria de Ana Zavadil e cocuradoria de Flávio Drum de Almeida, Ra-quel Longhi, Simone Aguiar Dal Bosco e Suzana Pezzi (alunos da Disciplina Curadoria, ministrada pela professora Mara Galvani).Hall Superior Campus 8Entrada franca | RS-122, Km 69 | 3289-9000

l Brotações | De segunda a sexta, das 8h30min às 18h, e sá-bado, das 10h às 16h |

A artista porto-alegrense Adma Corá exibe obras em cerâmica e papel machê. Adma trabalha com a experimentação contínua e acredita em sua arte como um eterno desafio.Galeria MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Arquitetura uruguaia Contemporânea | De segunda a sexta, das 9h às 22h |

A exposição apresenta 50 obras de arquitetura produzidas no Uruguai e no Exterior por arqui-tetos formados na Faculdade de Arquitetura de Montevidéu. A produção se concentra na organi-zação das plantas, no tratamento das superfícies e na articulação do objeto no entorno. Com promo-ção do Museu da Casa Brasileira, Consulado da República Oriental do Uruguai e Escola da Cidade e curadoria de Ruben Otero, Luis Zino e ignacio Errandonea. A mostra integra o calendário de eventos para festejar os 15 anos do Curso de Arquitetura e Urba-nismo da UCS e do Campus 8.Hall Inferior Campus 8Entrada franca | RS-122, Km 69 | 3289-9000

AINDA eM eXPoSIÇão – A porta aberta. Alessandra Bal-dissarelli. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do ipam. 3901-1316 | 10 Anos do Museu dos Capu-chinhos. De segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h. Mu-seu dos Capuchinhos. 3220-9400 | No Ar - o Rádio e a Televisão em Caxias do Sul. Terça a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal | o observador. Diariamente, das 8h às 20h. Jardim de inverno do Sesc. 3221-5233 | V Clic Ambien-tal. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado e domingo, das 15h às 19h. Sala de Exposições do Or-dovás. 3901-1316 |

14 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

eXPoSIÇÕeS

CONVENÇÃO COLETIVA / ANTECIPAÇÃOApós diversas reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, o SIMECS informa

às empresas do seu segmento que até o momento não houve acordo para a Convenção Co-letiva de 2011. A Comissão de Negociação do SIMECS manteve todos os esforços para que prevalecesse o índice de 8% com o objetivo de reajustar os salários na data-base de 1º de junho de 2011. Como a proposta patronal foi rejeitada pela assembleia dos trabalhadores no dia 18 de junho, o SIMECS sugere e orienta as empresas representadas para que antecipem o reajuste correspondente a 8% a incidir sobre o salário vigente na data-base anterior, ou seja, 1º de junho de 2010. Para efeito desta antecipação, é importante observar o disposto na letra “C” da Cláusula 5ª Convenção Coletiva de Trabalho 2010. O reajuste sugerido deverá ser feito, exclusivamente, de forma retroativa a 1º de junho de 2011, para permitir a compensação dessa antecipação com eventuais valores que venham a ser eventualmente definidos por sentença normativa. O SIMECS recomenda ainda às empresas que ao procederem aos registros do referido reajuste em recibos de pagamento ou em fichas de registros, o façam a título de “An-tecipação Salarial Compensável – Dissídio Coletivo ou Convenção Coletiva de Trabalho 2011”. Para os empregados que percebiam até R$ 4.342,40 em 31 de Maio de 2011 a antecipação será integral; para os que percebiam acima de R$ 4.342,40 a antecipação será limitada ao valor de R$ 348,19 somado ao salário-base. Mais informações, fone: (54) 32281855.

DESEMPENHO ECONÔMICOA perda de competitividade das empresas metalúrgicas e a ameaça de desindustrialização

estão preocupando o segmento representando pelo SIMECS. O presidente da entidade, Getu-lio Fonseca reuniu a imprensa nesta semana para informar que as empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico de Caxias do Sul apresentaram crescimento neg-ativo de 1,49% de janeiro a maio deste ano em comparação a igual período do ano passado. Conforme Fonseca, nos cinco primeiros meses de 2011 as empresas do setor metalmecânico registraram uma queda de 2% (dois por cento) nas exportações e de 14,81% nas vendas dentro do estado. O baixo desempenho das vendas de produtos, o dólar baixo, os juros elevados e excessiva carga tributária, são fatores que têm contribuído para a perda de rentabilidade indus-trial. Além disso, existe um processo de endividamento das empresas. Para se ter uma ideia, os investimentos das empresas metalúrgicas em 2011 absorveram mais de 95% dos lucros do ano anterior, aumentando o endividamento. Existem empresas do segmento automotivo, por exemplo, que registraram uma queda de 50% nas vendas, tendo em vista o custo mais caro da mão de obra.

EMPREGOS / RETRAÇÃODurante a entrevista coletiva promovida pelo SIMECS com a imprensa, o diretor executivo

Odacir Conte informou que nos cinco primeiros meses de 2011 em comparação com igual período de 2010, houve uma diminuição do número de empregos nas empresas metalúrgicas. O que mais vem preocupando as indústrias metalmecânicas é que em alguns setores já está havendo demissões. Para se ter uma ideia, informações do Caged apontam que em maio deste ano a indústria de transformação de Caxias do Sul fechou 163 postos de trabalho. O número total de postos de trabalho no setor metalmecânico de Caxias atualmente é de 54.658. Por sua vez, a evolução da massa salarial e o número de pessoas empregadas no segmento metal-mecânico indicam um diferencial da região de Caxias em relação a outros centros. O salário médio pago na região SIMECS é de R$ 1.589,00 ou 15,6% superior do que a média do Estado e 6,5% maior que a média brasileira. Tais resultados permitem inferir que a região SIMECS está perdendo competitividade setorial e regional.

MISSÃO SIMECS À ALEMANHAO SIMECS está definindo o grupo que irá participar da 21ª Missão Técnico-Comercial ao

exterior, que acontecerá em setembro de 2011. Foram selecionadas as feiras: IAA em Frank-furt, de 15 a 25 de setembro e a EMO, de 19 a 24 de setembro, em Hannover, ambas na Alemanha. A IAA é a maior feira do mundo no setor e irá apresentar completo panorama do ramo de negócios de automóveis em âmbito internacional. Mais de 2.084 expositores de equi-pamentos e indústria de fornecimento de peças irão expor seus produtos para mais de 300.000 visitantes de 110 países. O evento tem como atrativo a exposição de carros de passeio, re-boques, moto home, acessórios automotivos e motos. Já, a Emo, apresentará novidades em máquinas-ferramenta, sistemas de acabamentos, ferramentas de precisão, fluxo automatizado de material, tecnologia computacional, eletrônica, industrial e acessórios. O evento apresentará toda a gama da tecnologia para tratamento de metal a um público composto por especialistas internacionais, altamente qualificados. Na última edição da Emo Hannover,166.500 visitantes estiveram presentes, com 2.120 expositores de 42 países. Mais informações junto ao SIMECS, fone: (54) 228.1855.

VISITA EMPRESARIAL BRITÂNICA O estreitamento comercial entre o Reino Unido e as empresas metalúrgicas de Caxias do Sul

e região já é uma realidade. Este foi o primeiro resultado do encontro técnico-comercial entre a missão de 06 empresas britânicas e as indústrias representadas pelo SIMECS, ocorrido em junho, na sede da entidade. As empresas britânicas, ligadas ao setor de petróleo, gás e energia estiveram no SIMECS, fruto de uma missão empresarial gaúcha ao Reino Unido ano passado, e da assinatura consequente do Memorando de Entendimento entre FIERGS e a organização NOF Energy. Conforme o presidente do SIMECS, Getulio Fonseca, este contato só reforça a iniciativa do sindicato em aproximar as empresas do segmento metalmecânico da região com o mercado internacional, abrindo a perspectiva de realizar importantes parcerias e negócios.

BALANÇO SOCIAL / PRAZO FINALAs empresas representadas pelo SIMECS e que ainda não enviaram o formulário contendo

as informações sobre os investimentos sociais concedidos aos seus funcionários no ano de 2010 devem providenciar de forma urgente. Estes dados serão utilizados pela entidade para editar o Balanço Social 2011. O Balanço Social do SIMECS que chega à sua 12ª edição tem por objetivo informar os investimentos feitos na área social pelas mais de 2.700 indústrias rep-resentadas pela entidade, beneficiando seus mais de 68 mil funcionários e dependentes. Entre os benefícios concedidos, destacam-se: salários, programas de saúde, educação, transporte, alimentação, participação nos lucros e resultados. A entrega dos dados deverá ser feita da seguinte forma: Fax: (54) 3228.1855; E-mail: [email protected]; Web site: www.simecs.com.br; Correio: Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Jardim América – CEP: 95050-520 – Caxias do Sul –RS.

MOTIVE-SE PARA CRESCERContinua repercutindo positivamente a ação institucional lançada pelo SIMECS “Motive-se

para crescer”. O comercial com duração de um minuto está sendo veiculado na mídia most-rando que quando o assunto é o melhor para o trabalho, os esforços devem convergir para a mesma direção, envolvendo trabalhadores e empresários. Uma ideia motivacional criada a par-tir de uma dinâmica feita com um barco de papel, que após sofrer algumas adaptações acaba virando uma camiseta de papel. A camisa da motivação, a camisa que todos devem vestir para alcançar melhores resultados, para prosperar na vida profissional e pessoal, para crescer! Para isso, a ação sugere que, diante das incertezas dos nossos tempos, é preciso dar valor ao em-prego que cada um tem e motivar-se pra valer nas tarefas diárias nas empresas.

SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIAUm público de 160 pessoas, composto por empresários e profissionais das empresas do

SIMECS participou durante o mês de junho do Seminário Ambiental: “Sustentabilidade na In-dústria.” A organização do evento foi do SIMECS, através da sua Comissão de Meio Ambiente. O seminário, alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente, iniciou com o tema: Sustentabilidade na Indústria, tendo como palestrante, Cláudio Broechat, especialista em engenharia econômica e pesquisador do Núcleo Petrobrás de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral. Na sequên-cia, foi abordado o tema: Emissões de Gases do Efeito Estufa e Oportunidades em uma Eco-nomia de Baixo Carbono. A apresentação do assunto esteve a cargo de Eduardo Baltar de Souza Leão, mestre em administração com ênfase em Gestão da Tecnologia e Produção pela UFRGS.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax:

(54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br - E - Mail: [email protected]

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por CAMILA CARDoSo [email protected]

lenir Emília De Ros chegou em casa e perguntou aos filhos André e Marcos onde estavam o pão e o leite que havia mandado buscar. “Tá tocando na vitrola!”, respon-deram os irmãos. Era High Vol-tage, do AC/DC. André, o mais velho, vinha guardando havia tempo o troco da encomenda di-ária para conseguir o LP. Naquele dia, desviou o dinheiro das com-pras para completar suas econo-mias e trazer para casa os solos do mestre da guitarra Angus Young.

Começou assim a paixão de Marcos De Ros pelo rock e por seu instrumento primordial. E foi também na infância, quando mo-rava com a família em Campinas (SP), que De Ros começou a pou-par dinheiro para comprar sua própria guitarra. Mesmo não sen-do um exímio desenhista, ganhou o prêmio de um concurso de ilus-trações promovido por uma loja de calçados da cidade. A figura criada por De Ros era um maca-co carregando um saco cheio de sapatos, com a logomarca da loja e o bordão “O macaco tá certo!”, sucesso do programa humorístico Planeta dos Homens. Um outro desenho dele mostrava um cartaz fixado no lombo de um burro: “Eu não compro nas lojas DiC”. O

prêmio foi o Autorama mais mo-derno da época. Depois de brin-car com os carrinhos “até pegar nojo”, o menino decidiu vendê-lo e, aconselhado pelo pai, ivan, pôs o dinheiro em uma poupança.

Nascido em Arapongas (PR), Marcos veio do interior paulista para Caxias aos nove anos, quan-do começou a tocar violão. Aos 11, decidiu tirar as economias da poupança para comprar uma gui-tarra. O pai foi contra. Disse que ele deveria, primeiro, dominar o violão. “Eu ganhei o dinheiro, eu decido o que vou fazer com ele”, rebateu o guri. De Ros fez aulas de violão – mas sempre pensando em aplicar as lições na guitarra – por apenas seis meses, mas teve um dos melhores professores de Caxias, Merônio Sachet, da es-cola Prelúdio. Com Merônio, De Ros aprendeu todos os princípios teóricos da música, e, principal-mente, a ler partituras, conheci-mento fundamental para o futuro do artista. Com Eliana Brauns-tein, na mesma escola, também teve lições de violino. Aos 14, já integrava o grupo de músicos da Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul (Osca). “Estudei super pouco tempo porque a jornada quem faz é o aluno”, justifica, apontando a pilha de folhas amareladas com as partituras dos 24 caprichos de Pa-ganini. “Tenho material para es-

tudar por algumas encarnações”, acrescenta, contando que toca guitarra todos os dias há quase 30 anos. O estudo de partituras que não foram compostas especifica-mente para o instrumento sím-bolo do rock resultou nos CDs instrumentais Masterpieces, de 1999, e Masterpieces II, de 2004, com a releitura de músicas eru-ditas de compositores como Mo-zart, Bach e Villa-Lobos.

Apesar do talento precoce, De Ros garante que não descuidava da escola, informação que a mãe confirma. A única coisa que Elenir não sabia era que o filho virava madrugadas acorda-do, estudando músi-ca. “No dia seguinte, eu ia dormindo para a aula, mas nada muito diferente dos meus outros cole-gas”, lembra. De Ros e Elenir moram juntos em um apartamento em São Pelegrino, onde ele se dedica à guitarra. Or-gulhosa do filho artista, a vende-dora de 72 anos não incomodar com o som que vem do quarto ao lado. “Faz barulho, mas eu gosto. Se não quiser, me fecho no es-critório e pronto. Se vou dormir

com música, também não me im-porto”, releva.

Na época em que os garotos da sua idade pensavam em pres-tar vestibular, De Ros já ganhava dinheiro suficiente para ter tran-quilidade em optar pelo caminho da música. Mas precisou provar para a mãe que tinha capacidade e que encararia a carreira com se-riedade – “o que qualquer pai ou mãe faria no lugar dela, com toda razão”, enfatiza De Ros. Elenir se rendeu ao perceber que, com ape-

nas 15 anos, o filho já tinha 20 alunos em aulas particu-lares. Um deles era o hoje renomado guitarrista caxiense Rodrigo Campag-nolo. incentivado pela mãe a apren-der guitarra, Cam-pagnolo procurou De Ros por indi-cação de Merônio. “Daí em diante ele virou meu profes-

sor e, acima de tudo, meu men-tor. Fiz dois anos de aula com ele, aprendi muito não somente so-bre guitarra, mas sobre a carreira de músico, porque ele é um cara muito centrado e esperto em re-lação a isso”, elogia Campagnolo, que hoje mora na inglaterra, onde faz shows com a banda Livewire.

Lendas do rock

“Ele virou, acima de tudo, meu mentor. Aprendi muito não somente sobre guitarra, mas sobre a carreira de músico”, diz Campagnolo

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www.ocaxiense.com.br 1525 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

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UM HUMiLDE

GUITAR HEROConsiderado um dos melhores guitarristas do país, o modesto Marcos De Ros refuta o título e segue se dedicando ao estudo da música

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O jovem De Ros também tinha convites para tocar na Ego Meca-nóide, uma banda de baile que fa-zia muito sucesso na região. Anos depois, De Ros concluiu que fez a escolha certa ao recusar a oferta, por mais tentadora financeira-mente que ela fosse. “Eu iria viajar de quinta a domingo. Na segun-da, chegaria louco para dormir na minha cama. Na terça, ia fazer alguma outra coisa. Quando eu pensasse em tocar, já ia estar na hora de viajar de novo. Aquilo se-ria o meu auge, aos 15 anos. Eu não teria tempo de estudar e não iria evoluir”, constata.

No fim da década de 90, com Sandro Stecanela na bateria e Fábio Alves no baixo, De Ros formou o power trio de música instrumental batizado com seu sobrenome, que lançou em vinil o disco Ad Dei Glorian. Éder Ber-gozza, até então músico de baile, foi chamado para fazer algumas participações em um CD da ban-da, o universe. Até então eram o baixista e o guitarrista que to-cavam teclado. “Quando eu digo que a gente tocava, era a gente mesmo: eu apertava numas teclas de um lado e o Fábio nas do outro”, diz De Ros. No dia seguinte à apresen-tação do tecladista, a nova formação da De Ros estava em estúdio.

O guitarrista mantinha a tática de enviar as músi-cas para gravadoras de todo o mundo. Um selo da Europa que recebeu o material demonstrou interesse em lançar o disco. A gravadora havia gosta-do do som, mas não queria uma banda instrumental, considerada de pouco apelo comercial. Suge-riram um vocalista do casting do próprio selo, mas o grupo optou por procurar alguém em terras brasileiras, para facilitar a agenda de shows por aqui. De Ros, desa-costumado a tocar com vocalista, espalhou cartazes em lojas de mú-sicas e começou a fazer audições, sem saber ao certo o que esperar. Até que Rafa Gubert, que cantava em bailes e era fã da banda, surgiu com voz marcante e afinadíssima para deixar os músicos, nas pala-vras de De Ros, embasbacados. “Ali eu descobri o que era um vocalista. Ou era o Rafa, ou não era mais ninguém”, acredita. Com vocal e novos integrantes, De Ros optou por rebatizar a banda. Nas-cia a Akashic.

Durante a procura pelo vocalis-ta, a gravadora europeia fechou, e a Akashic iniciou um período de dois anos de ensaios e shows es-porádicos. Em abril de 2000, De Ros recebeu uma proposta para dar workshops em Portugal. Rafa

se escalou para ir junto e, no mês seguinte, toda a banda se encon-trava no aeroporto de Madrid para uma turnê de 40 shows, com músicas próprias, pelo circuito underground de Portugal, Espa-nha, França, Suíça, Bélgica e Ho-landa.

No retorno para o Brasil, a Akashic ensaiou mais, gravou discos e decidiu fazer sua última incursão pela Europa, em 2008, com uma viagem para a Alema-nha. No país considerado a Meca do metal, procuraram pelo me-nos 30 gravadoras. A aceitação da banda, com discos gravados, bra-sileira, e com todos os integrantes no país, acabava ao pronunciarem o estilo tocado: progmetal (ou metal progressivo). “Era uma fase de coisas extremas, vocal gutural. Nós éramos muito limpinhos pra isso, com o vocal bem cantado do Rafa”, classifica De Ros. “Se não íamos acontecer na Alemanha, não ia rolar em lugar nenhum”, conforma-se.

Assim como De Ros, Rafa não nega a falta de glamour da turnê europeia, com a banda batendo

de porta em porta nas casas de show, sem saber ao certo onde iam parar no dia seguinte. “Ti-vemos alguns mo-mentos críticos, de estresse, pouca gra-na, saudade de casa. Mas eu e o De Ros éramos o jardim de infância da banda. Em meio a chuvas e trovoadas, ele nunca perdeu aquela coisa

de fazer piada da desgraça”, diz.No intervalo entre as duas via-

gens da Akashic De Ros encarou outra aventura em nome do rock & roll. Em 2004 fez uma exten-sa turnê por Argentina, Bolívia e Paraguai ao lado do guitarris-ta argentino Pablo Soler, com o show South American Guitar Masters. Sempre com abertura de uma banda do lugar, cada guitar-rista tocava sozinho, com um CD com trilhas gravadas como base. “Não era em qualquer buraco que a gente se enfiava, como na Euro-pa. Era pior”, brinca De Ros.

Com Soler ele aprendeu a co-locar fogo na guitarra fazendo um truque com benzina, que não chega a queimar o instrumento. Mas De Ros logo abandonou a performance pirotécnica. “Achei que não valia a pena estudar tan-tos anos para ficar conhecido como ‘o cara que coloca fogo em guitarras’”, explica. Com um show que dependia da performance solo do guitarrista, De Ros tam-bém se aventurava a cantar, mais para que fosse uma surpresa da apresentação do que por vocação ou vontade.

De Ros mantém um canal

“Achei que não valia a pena estudar tantos anos para ficar conhecido como ‘o cara que coloca fogo em guitarras’”, explica De Ros

16 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Edital de Citação - Cível1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul.

Prazo: 30 (trinta) dias. Natureza: Ação Monitória. Processo: 010/1.09.0023385-3 (CNJ:.0233851-45.2009.8.21.0010). Autor: Express Buffets Empresariais Ltda. Réu: Rubber Sul Importacao e Exportacao Ltda. Objeto: citação de Rubber Sul Importacao e Exportacao Ltda., atualmente em lugar incerto e não sabido, acerca da presente ação, para pagamento da soma em dinheiro, entrega da coisa móvel fungível ou do bem(ns) determinado(s), além das cominações legais, no prazo de quinze (15) dias, ou, querendo, no mesmo prazo ofer-ecer embargos, sem prévia segurança do Juizo. Será computado o prazo a partir do término do prazo do presente edital. A parte destinatária efetuando o cumprimento do objeto da ação ficará isento de custas e honorários advocatícios. Oferecidos embargos suspender-se-ão a eficácia da presente carta. Caso não opostos embargos constituir-se-ão em título executivo judicial, convertendo-se o mandado em executivo, com prosseguimento na forma do processo de execução (entrega de coisa ou quantia certa contra devedor solvente), e, presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos articulados na inicial.

Caxias do Sul, 11 de maio de 2011.SERVIDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta.

JUIZ: Evandro Ubiratan Paiva da Silveira.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de INTIMAÇÃO DE LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO 1ª Vara de Família - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: dias. Natureza: Levantamento de Interdição Processo: 010/1.10.0032991-7 (CNJ:.0329911- 46.2010.8.21.0010). Requerente: Nilva Toss Frizzo e Neda Toss Objeto: INTIMAÇÃO, a quem interessar possa, que foi proferida sentença procedente de-terminando o levantamento da interdição das requerentes.

Caxias do Sul, 03 de junho de 2011.SERVIDOR: GEOVANA ZAMPERETTI NICOLETTO. JUIZ: Maria Olivier.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

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de vídeos no YouTube (www.youtube.com/user/marcosderos) com demonstrações de guitarra que somam milhares de visuali-zações. A internet lhe trouxe coi-sas positivas, mas também levou embora outras. Em um grosso polígrafo encadernado, ele guar-da textos publicados em revistas especializadas ao redor do mun-do, em inglês, holandês, francês, russo, japonês, italiano. “Aqui só tem o que eu consegui descobrir. Mas, com a inter-net, muitas dessas revistas deixaram de existir”, lamenta. Uma amostra desse declínio é que seu primeiro disco foi enviado para 500 veículos de impren-sa. O mais recen-te foi mandado só para para 150.

O envio das mú-sicas para as gra-vadoras é fruto da veia marqueteira do guitarrista, que bolou um jeito próprio de se promover. Não por gosto, mas por necessidade, De Ros organi-za a clipagem das publicações e a utiliza como portfólio para con-seguir patrocínios e workshops. “Um dia, eu pensei: dá pra ganhar guitarra só sendo organizado? Eu quero!”, recorda. Ele acredita que sua trajetória, mesmo com toda a dedicação e talento, não teria sido a mesma sem planejamento e criatividade. “Sabe o que eu gos-to de fazer? Tocar, estudar músi-ca. Mas se eu não fizer esse lado, vou ter que arranjar outro empre-go. Então prefiro ser organizado”, afirma. Como não são muitas as pessoas que adotam a música ins-trumental como profissão, não teve onde se inspirar. “Ao invés de viver de música, eu vivia para a música. Chegou uma hora que precisei arranjar um jeito de tor-nar isso rentável”, justifica.

A aproximação dele com a música popular, que apareceu no projeto Peças de Bravura, lançado em 2010 pelo Financiarte, come-çou na primeira turnê da Akashic pela Europa. “Quando se fica oito meses longe do Brasil, tu sen-te saudade de coisas que tu nem imagina que conhece, ao ponto de um dia eu me pegar cantaro-lando na rua nada menos que ‘Nesse bumba eu não ando mais, acharam um bagulho no banco de trás’ (verso da sofrível Bagulho no Bumba, da felizmente extinta banda Os Virgulóides), algo que eu nem gostava, evidentemente.”

De Ros achou que devia melho-rar o nível musical do que sentia saudade e passou a pesquisar so-bre música brasileira da Europa. Descobriu então que chorinho não era um ritmo de duas músi-cas só, Brasileirinho e Tico-tico no Fubá. Era algo com a complexida-

de apreciada – e dominada – por ele. Cauteloso, achou que seria audácia demais compor, logo de cara, uma música nesse gênero. Por isso, Corrida de Calango, pri-meira composição do projeto, é um baião. Há o projeto de trans-formar as partituras em livro de estudo para a guitarra.

O nome, Peças de Bravura, é tradução do francês pièce de résis-tance. “Demonstra toda a capaci-dade e dedicação que o estudo da

música sempre vai exigir”, filosofa. De Ros compôs as pe-ças para a guitarra, mas sabia que pre-cisaria de uma es-trutura enxuta que permitisse a logísti-ca dos shows, com um instrumento ca-paz de fazer a base para as músicas, um piano ou um violão. Convidou o ex-te-cladista Éder Bergo-

zza, e “ele fez a besteira de dizer que sim”, diz. As composições de um ousado guitarrista não deram exatamente certo para o piano. “Não queria saber se o Éder tinha oito dedos numa mão e meio na outra, eu queria que a música fos-se aquela.” O pianista fez os arran-jos e, a exemplo do que acontecia na banda De Ros, deu contribui-ções que o guitarrista considera essenciais. A receptividade do Pe-ças de Bravura surpreendeu. De Ros pensou que haveria inserção num tipo de público diferente do que estava acostumado, mas deu-se o contrário. Apesar de alguns elogios da crítica especializada em música brasileira, foi o povo roqueiro que adorou ver um de seus expoentes tocando chori-nhos e baião na guitarra.

Aos 40 anos, Marcos De Ros é patrocinado por marcas famo-sas como Washburn (guitarras), Dean Markley (cordas) e V-Picks (palhetas), para ficar em apenas três exemplos. Foi o primeiro guitarrista brasileiro a lançar um CD didático nos Estados Unidos e, além de fazer turnês pela Euro-pa e pela América Latina, teve seu método de tocar publicado em livro em 2009. Por trás do visual típico de guitar hero, com cabe-los longos e rebeldes, cavanha-que adornado por um pingente, porém, De Ros mostra-se um mestre generoso em elogios aos colegas de bandas e extremamen-te modesto. Refuta o título de um dos maiores guitarristas do país. Convivendo há mais de uma dé-cada com ele, Éder Bergozza tem uma explicação para a simplici-dade do amigo: “Quando se é um excelente músico, como é o caso dele, se sabe que tem tanta coisa para aprender que, se embarcar nos elogios, se acomoda e para de evoluir”.

“Quando se é um excelente músico, como é o caso dele, se sabe que, se embarcar nos elogios, se acomoda e para de evoluir”, diz o amigo Éder

Acima, tocando em Caxias, onde mora desde os nove anos; ao centro e abaixo, excursionando pela América Latina como virtuose da guitarra

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www.ocaxiense.com.br 1725 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

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Há 15 anos, Adriana era modelo e formava-se em Letras. Como gostava mais da moda do que da licenciatura, por su-gestão do pai, abriu uma pequena malharia e apaixonou-se de vez pela indústria que transforma fios em sonhos. Hoje, depois de muito estudo e de abdicar da malharia para dedi-car-se plenamente aos alunos, Adriana coordena o curso de Tecnologia em Design de Moda da UCS, um dos mais anti-gos porém mais atualizados e reconhecidos do país. “Resul-tado de muita dedicação e de um corpo de professores qua-lificado e unido em prol da constante melhoria”, orgulha-se. Entre os dias 27 e 29 de junho, o Campus 8 sediará o iV Simpósio Nacional de Moda, evento mais do que especial para a coordenadora. “Além de trocar conhecimento com profissionais nacionais e internacionais, é a oportunidade de mostrarmos para os outros o que temos feito aqui."

Homenageado na última semana como Mestre da Cultura Popular, Sérgio, o Perdigão, nasceu em Antônio Prado e veio para Caxias aos três anos. Passou a infância engraxando sa-patos na Praça Dante, catando vidro e osso para vender e fre-quentando roda de samba, "coisa de vagabundo", escondido do pai. Sérgio se apaixonou pela música no ferro-velho onde vendia o material que recolhia. "O velho que era dono do lugar tinha uma galena, um ímã com um arame que pegava as rádios da Argentina. Eu vendia as coisas lá para poder ficar ouvir o rádio." Pelo rádio, decorou Historia de Un Amor, a música que marcou a sua primeira participação em um programa de ca-louros, na Rádio Caxias. O sucesso do garoto, era assunto proi-bido em casa. "Não podia levar nem um troféu para casa. Uma vez, num concurso, ganhei um bandoneon novinho. Tive que dar para um amigo. O pai não podia ficar sabendo. Mas a mãe eu dobrava." Com os vizinhos expedicionários de guerra, que trouxeram o samba do Rio, Sérgio subia o morro para cantar. "Numa dessas, um cara estourou o couro do pandeiro e jogou fora. Eu peguei. Com ajuda de um amigo, prendi uma camurça com tachinhas e levei pra casa." Pandeirista profissional, Sérgio integrou o famoso Verde Amarelo, um grupo de samba de raiz que "era o papel carbono do Demônios da Garoa". Hoje integra o incopiável Seresteiros do Luar e vive de amor e samba com Selvina. "Ela que botou o nome do Seresteiros do Luar. É a mi-nha baixinha, minha cara-metade", declara-se o mestre.

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Hamburgueria Moreira | Fundada em 1973, uma tradição de pai para fi-lho, a casa merece todo respeito. Ótimo atendimento dos proprietários, a lendá-ria maionese verde (reza a lenda que era preparada com abacate) e um lanche sempre honesto.

Lanches da Gringa | Descobri o Xis da Casa da Gringa ainda na adolescência e continuo frequentando até hoje. A pri-meira lembrança vem com o meu espan-to quando descobri que o lanche ainda vinha acompanhado de milho, ervilha, pepino e batata palha. Na época, uma ex-clusividade da Gringa. Passados 20 anos, o lanche mantém a qualidade.

Tuni-Kão Lanches | A casa tem 20 anos de tradição. Frequento há pelo menos 15 e recomendo sempre. Local simples com ótimo atendimento, lanche saboroso e honesto.

Belvedere Lanches| Frequento a casa desde que mudei para o bairro Ex-posição, há uns 8 anos. Fica fácil ligar, pedir e depois passar para pegar o deli-cioso Xis da Casa. Foi barbada entrar na minha lista de lanches honestos.

Hamburgueria Jaime Rocha | A casa de lanches mais rock and roll da cidade. Com 10 anos de estrada, é a caçula da minha lista e mesmo assim não fica devendo pra ninguém no quesito Xis da Casa. Lugar movimen-tado com uma legião de funcionários atenciosos.

Lanches | Xis da Casapor ADRIANo De NALe

No blog Xis da Casa, Adriano comenta sobre o atendimento, a estrutura e a qua-lidade do xis caxiense. O negócio é sério, tem até planilha de avaliação. "Comedor de xis" profissional, Adriano lista os seus lanches preferidos no item principal de cada cardápio.

por MARCeLo ARAMIS | Colaborou: Carol De Barba

18 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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[email protected]

[email protected]

“São mulheres que bailam entre as flores”, diz o artista plástico porto-alegrense, sobre a série Mercado de flores, com mais de 50 telas, em cartaz na galeria Arte Quadros até o dia 10 de julho. Nos acrílicos, as floristas dançam em traços sutis, como as próprias flo-res em vasos e baldes inacabados. A técnica impressionista de Hüb-ner valoriza uma vibrante paleta de cores. Periodicamente, como hobby e fonte de pesquisa, Hübner renova o jardim de sua casa em Florianópolis. A cada estação o artista descobre novas formas, recarrega energias e mantém a riqueza cromática de sua arte. Pri-vilégios de quem cultiva um Monet no quintal.

Mercado de flores| Marcelo Hübner |

TRÊSNOTURNOS

www.ocaxiense.com.br 1925 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

por MARCo De MeNeZeS

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Do livro Fim Das coisas Velhas, Modelo de Nuvem | 2009

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por CARoL De [email protected]

m dos mais importantes criado-res de moda do Brasil vem divi-dir seus conhecimentos com os caxienses esta semana. Ronaldo Fraga palestra nesta terça-feira (28), às 18h30, no iV Simpósio Nacional de Moda, no Campus 8. Dono de um trabalho extrema-mente autoral, o estilista mineiro faz mais do que peças de roupa únicas. Ele conta histórias na pas-sarela. Depois de inspirar-se no Rio São Francisco, Zuzu Angel, Nara Leão e Athos Bulcão, entre tantos outros elementos da cultu-ra nacional, na última São Paulo Fashion Week ele apresentou a coleção O poeta da vila, baseada em Noel Rosa. Ronaldo falou com O Caxiense, por telefone, sobre o tema de sua palestra, a carreira e suas opiniões sobre a moda atual.

o que você falará aos estudantes e profissionais de moda daqui?

Muito me solicitam para falar em torno do processo criativo. Mas, muito mais que isso, acre-dito que é preciso fazer com que as pessoas entendam que muito do seu ofício tem que trazer a sua visão de mundo. Vou comparti-lhar análises sobre algumas das minhas coleções, ver o que isso tem da minha personalidade e da pessoa que eu sou. Agora, depois de 32 coleções, consigo olhar para

trás e ver o que de autobiográfico está registrado. Acredito na im-portância de a moda ser como a obra de Noel Rosa, uma mistura de crônica e poesia.

A moda conta histórias?A moda é um vetor de comu-

nicação. É fácil entender toda a história do homem pela roupa. E hoje isso é mais pungente, porque a gente se apropria dela como um vetor de comunicação mais ime-diato e importante.

Qual a diferença entre a moda que está na passarela e nas ruas?

Tudo que eu faço vai para a loja. É claro, a coleção é três ve-zes maior do que a apresentada no desfile. Mas o que eu te digo é que tem pessoa para usar tudo. Tudo que desfila é vendido. E isso é muito legal.

A moda é independente do es-tilo de vida, ideologia ou classe social?

A moda é para todos. E ela nunca foi tão democrática. Claro que, por mais liberdade que ve-nha a oferecer, muitas vezes ela até constrange, porque lidar com liberdade não é fácil.

Você desenvolve diversos pro-jetos de geração de emprego e renda com reafirmação cultural em cooperativas e comunidades ligadas à indústria de confecção.

Qual a importância dessa moda social?

É uma via de mão dupla. Eu saio totalmente oxigenado dos pro-jetos. E os participantes ganham o acompanhamento do olhar do designer, que tenta provocar mais, con-segue puxá-los para desenvolver produ-tos que reafirmam a cultura do lugar. E o mais importante é o ganho na autoesti-ma da comunidade.

o que você acha da coexistência do fast fashion (roupas de alta rotatividade e menor qualidade) e da moda sustentável (marcada pelo con-sumo consciente)?

Esse é o caráter democrático da moda. Tem espaço para tudo, desde uma produção melhor até o fast fashion. Por outro lado, a for-ma de se entender tendência e de realizar pesquisas mudou. Tinha sempre aquela figura que copiava. Só que o tempo que uma mar-ca leva para viajar para Londres, por exemplo, fotografar vitrines e peças, voltar, produzir e lançar é muito longo. Portanto, há de se investir em autoralidade sim.

Qual a importância da forma-ção na área da moda?

A moda também é teoria. E é

um mercado em que você não tem muito contato com outros profis-sionais, então há coisas que você só conhece na academia. Tam-bém é o momento do experimen-to, porque no mercado não há

espaço para o erro. O problema é que somos o país que mais tem escolas de moda mas nosso ensino ainda não tem uma identida-de. De 10 anos para cá evoluímos muito, mas ainda temos um longo caminho a trilhar. Precisamos de um curso técnico de qualidade, inves-

tir na prática, não só na teoria, no pensamento acadêmico.

o Brasil já descobriu sua identi-dade na moda?

Começamos a usar essa pala-vra com um certo atraso, quando hoje o mundo nem discute mais a identidade do grupo, do país, mas a identidade individual de cada estilista. É fundamental dis-cutir isso. Nos falta apropriação, exercício do conhecimento e, na área do experimento, encontrar um caminho pessoal nosso. Hoje, a identidade, a marca do Brasil, a trancos e barrancos, já vem sendo construída. Nós devemos ter uns 10 nomes (de estilistas) que têm um caminho de independência.

o Caxiense entrevista

“A moda é um vetor de comunicação. É fácil entender toda a história do homem pela roupa. E hoje isso é mais pungente”

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20 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

MODA QUE É CRÔNiCA E POESiA

Célebre por levar histórias às passarelas, Ronaldo Fraga estará na terça-feira em Caxias para falar a acadêmicos e profissionais da área

“A moda é para todos. E ela nunca foi tão democrática”, afirma o estilista mineiro

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Os dirigentes da dupla CA-JU bem que tentaram, mas a reno-vação com Oi e Banrisul para o segundo semestre ficou na inten-ção. O Caxias assinou em março uma parceria com a Maestro Ma-rketing – empresa de Wesley Car-dia, ex-dirigente de marketing da falida International Sport Leisure (iSL, os gremistas devem lembrar dessa sigla...) – para negociar pa-trocínios para o clube. Os atuais contratos que estampam as cami-sas grenás se encerram em 30 de junho.

Uma das ações recentes que pode render algum dinheiro para os cofres do Caxias é a vinda do atacante colombiano Rentería, ex-inter, somente para treinar no Estádio Centenário. A limita-ção financeira do clube inclusive impediu a contratação de mais atletas que estavam na lista do técnico Guilherme Macuglia. A última contratação (11ª) foi o late-ral direito Totonho. E deve parar por aí, a não ser que alguém saia,

reforça o vice-presidente de fute-bol Zoilo Simionato.

No Juventude a situação contratual é idêntica: Oi e Banri-sul saem de cena em julho. Uma tentativa de melhorar a situação foi desencadeada em outubro de 2010, quando a direção apresen-tou a Brunoro Sport Business, empresa de gestão e marketing es-portivo. Liderada por José Carlos Brunoro, gestor da parceria com a Parmalat na década de 1990, a contratada elaborou um diag-nóstico do clube. O documento foi entregue aos dirigentes do Ju. E nada mais foi divulgado sobre o assunto. A Brunoro Sport tem três clientes: Pão de Açúcar (time da segunda divisão paulista), Sen-das (clube da segunda divisão ca-rioca) e Confederação Brasileira de Basquete. Também participou do projeto de reestruturação do Brasil de Farroupilha. Até agora, nada está definido no Caxias e no Juventude.

Caxias e Juventude terão, por enquanto, seis testes cada antes de entrar na disputa das séries C e D, respectivamente. O time grená disputou três partidas (duas vitórias e um empate). O alviver-de, duas (uma vitória e um em-pate). Depois de encaminhar os ajustes finais, os técnicos Picoli e Guilherme Macuglia pretendem acelerar a preparação. Confira abaixo os calendários de jogos-treino e amistosos até as estreias nas competições nacionais.

04/06 | Ju 6 x 0 Serrano, jogo-treino no Estádio Pedro Sander.22/06 | Grêmio 0 x 0 Juventude, jogo-treino no Estádio Olímpico.28/06 | Juventude x Brasil-Pe, amistoso às 20h, no Estádio Alfre-do Jaconi.02/07 | Juventude x Chapecoense-SC, amistoso às 15h, no Jaconi.05/07 | Brasil-Pe x Ju, amistoso às 20h, no Estádio Bento Freitas.09/07 | Chapecoense-SC x Juven-tude, amistoso às 15h, no EstádioÍndio Condá.17/07 | Ju x Brusque-SC, estreia naSérie D, às 17h, no Jaconi.

O chefe gosta de fazer surpresas. Osvaldo Voges, durante a apresen-tação da candidata do clube a rai-nha da Festa da Uva 2012, Paula Souza dos Santos, sem avisar nin-guém, anunciou que a instituição recebeu da Receita Federal a certi-dão negativa de impostos após 39 anos. Desde 1972 o Caxias, simpli-ficando, estava com o “nome sujo na praça”. Com esse documento a Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias poderá conquistar recursos junto ao Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Fundo de Desenvol-vimento do Esporte e Lazer (Fun-del) para investir na formação de atletas. E não menos importante, tirar do papel o projeto de moder-nização do Estádio Centenário.

Em tempo de escassez de no-tícias – e sem desmerecer a con-quista –, no Centenário foram lembrados os 11 anos do título do Gauchão, em 21 de junho de 2000. Depois dos 3 x 0 no Centenário e do empate sem gols no Olímpico com o Grêmio, o time do técnico Tite trouxe para a cidade, num voo fretado da TAM, a taça iné-dita. Lembro como se fosse hoje dos ecos de “É campeão!” pelos corredores do Aeroporto Salgado Filho (antes de ser reformado). Já em solo caxiense, um caminhão de bombeiros conduziu o grupo de jogadores na fria madrugada até o Centenário. No bolso eu car-regava mais de 10 rolos de filme, com imagens da partida, da festa no vestiário, enfim, da maior conquista grená. Daquele grupo, retornou ao Caxias o volante Már-cio Hahn. O gerente de futebol, Vanderlei Bersaghi, o Pé, sem-pre educado, continua no clube. Também lembro do dia 7 de junho de 1998, quando o Ju empatou com o inter e conquistou de forma invicta o Gauchão. E hoje fala-mos da terceira e quarta divisão.

O empresário Francisco Novel-letto Neto foi eleito presidente da FGF pela terceira vez. Ficará no cargo até 2015 – assumiu o lugar de Emídio Perondi em 2003. Sua meta é construir a nova sede da entidade, em Porto Alegre. Novel-letto, dono da rede Multisom, dis-se no discurso de posse, no dia 17 de junho, que este será seu último mandato. “Não quero me trans-formar em um Kadhafi”, brincou.

04/06 | Caxias 11 x 2 Sindicato dos Atletas Profissionais, jogo-treinono CT Baixada Rubra.11/06 | Serrano 1 x 5 Caxias, jogo-treino no Estádio Pedro Sander.15/06 | Grêmio 0 x 0 Caxias, jogo-treino no campo suplementardo Estádio Olímpico.29/06 | Grêmio x Caxias, à tarde, em Porto Alegre.02/07 | Cruzeiro-PoA x Caxias, amistoso em Porto Alegre (prova-velmente no Estrelão).09/07 | Caxias x Cruzeiro-PoA, amistoso no Estádio Centenário.17/07 | Caxias x Chapecoense-SC,estreia na Série C, 15h, no Cente-nário.

A veranense Dal Ponte assumiu em janeiro o fornecimento do material esportivo do Juventude, em substituição à paulista Penal-ty. internamente, a troca chegou a ser comemorada pelo fato de, em tese, a empresa localizada em Veranópolis entregar mais rapi-damente camisas, meias, calções, abrigos e jaquetas, entre outros itens. O descontentamento com a Penalty era crescente pela demora

na entrega dos “ternos”. Passados quase seis meses da

troca, a situação não mudou muito no Estádio Alfredo Jaco-ni. Quem acompanha a rotina de treinos do grupo profissional pode até dizer que a Penalty ainda é fornecedora... Os garotos das ca-tegorias de base ainda não estrea-ram os fardamentos da Dal Ponte. Quem sabe até o início da Série D a situação seja revertida.

Sequência de testes

Programação alviverde

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Vacas magras

Terceiro mandato

Programação grená

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por fABIANo PRoVIN | [email protected]

www.ocaxiense.com.br 2125 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

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Recomenda

RecomendaRecomenda

l Centro Sul Brasileiro | Sábado, 9h |

Mário Vargas, Luciano Carraro, Daniel Maciel e Daniel Pizzami-glio são as principais esperanças da AFM Caxias para conquistar medalhas na competição inicia-da na manhã de sexta (24). Duas modalidades estão sendo dispu-tadas: botões lisos e cavados. Do total de 100 jogadores vindos de cinco estados, o Rio Grande do Sul tem maior 77 – destes, 18 re-presentam Caxias do Sul. As par-tidas são jogadas simultaneamen-te nas 20 mesas dispostas na sala Caxias do Sul do Personal Royel Hotel. Neste sábado, a partir das 9h, começam os jogos eliminató-rios da competição. As finais das cinco categorias disputadas estão programadas para a tarde. Personal Royel HotelEntrada gratuita | Garibaldi, 153, Pio X

l Clube Juvenil x Corin-thians | Sábado, às 17h |

A equipe treinada por Giuliano

Marramarco busca a reabilitação no Campeonato Estadual Sub-19. Na estreia, os rapazes do Juvenil foram derrotados pela Sogipa por 60 a 56. “O time jogou de for-ma indisciplinada. Cada jogador queria definir a jogada”, analisou o técnico. Contra a equipe de Santa Cruz, Marramarco espera um jogo ainda mais equilibrado, como nova atitude. Clube JuvenilEntrada gratuita | Marquês do Herval, 197

l Jogos escolares de Bas-quete | Terça (28) e quinta (30), a partir das 8h30 |

Atletas da categoria infantil de 16 escolas participam da compe-tição, disputando um total de 71 partidas. As meninas estreiam na terça e os rapazes entram em qua-dra na quinta. Recreio da JuventudeEntrada gratuita | Atílio Andrea-zza, 3.525

l uCS x AVf | Sábado (25), às 18h |

As meninas da categoria adulto da UCS jogam a terceira rodada

do Estadual, fazendo sua estreia em casa. O adversário é o time de Santa Maria. uCSEntrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130

l Desafio na Pista | Domin-go, às 8h30 |

As lojas RiP, de Caxias do Sul, e Exult, de São Marcos, promovem o campeonato na pista municipal de skate de São Marcos. O desa-fio, que começa cedo, prossegue ao longo do dia. Uma pista secun-dária, com obstáculos, ficará livre para quem quiser treinar algumas manobras. A prova será disputa-da na modalidade street. Confor-me o regulamento, cada skatista terá cinco minutos para se apre-sentar, sob a avaliação de dois juízes e com narração ao vivo. A organização espera pelo menos 50 participantes, entre as catego-rias mirim, iniciante e amador. O evento contará também com as apresentações dos DJs da Hang Over e da banda P36 durante a tarde. As inscrições serão feitas na hora, a R$ 10. Pista de São MarcosEntrada gratuita. Inscrições: R$ 10

| Av. Venâncio Aires, esquina com Luiz Cioatto, São Marcos

l Caxias x Grêmio (juvenil) | Segunda (27), às 15h |

Os meninos da equipe gre-ná conquistaram a classificação para as oitavas de final do Esta-dual com a terceira colocação do grupo. Agora, é preciso o tricolor para avançar à fase seguinte. estádio MunicipalEntrada gratuita | Av. Circular Pe-dro Mocelin, Cinquentenário

l Juventude x Novo Ham-burgo (juvenil) | quarta (29), às 15h |

A equipe sub-17 do Juventude encerrou a segunda fase do Es-tadual goleando o Riograndense de Montenegro por 3 a 0. Com 16 pontos em seis jogos, o Ju se classificou ao mata-mata com a terceira melhor campanha. Neste sábado (25), o desafio é resistir ou vencer em Novo Hamburgo, para definir a classificação no jogo de volta, quarta-feira (29), no CFAC. Centro de formação de Atletas e Cidadãos (CfAC)Entrada gratuita | Atílio Andrea-zza, Parque Oásis

22 25 de junho a 1º de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor José eduardo Coutelle | [email protected]

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Skatistas de Caxias e de São Marcos se reúnem na pista municipal de lá para o Desafio na Pista, neste domingo

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Renato [email protected]

O Departamento de Arte e Cul-tura da Secretaria Municipal da Cultura mostra que a luta contra a intolerância aqui vem de muito tempo. Vai homenagear os 10 anos da parada gay de Caxias do Sul – denominada Parada Livre – nesta terça-feira (28), com a entrega de placa alusiva aos organizadores.

integrantes do primeiro escalão do governo municipal perguntam-se: o que está acontecendo com a Procuradoria Geral do Município?

Nas últimas semanas, a prefeitura tem perdido importantes bata-lhas judiciais – da confirmação da legalidade da greve dos médicos à suspensão da cobrança do iPTU, determinada em caráter liminar pelo Tribunal de Justiça do Estado, além da ilegalidade da prorrogação do contrato com a Rek Parking na exploração do Zona Azul.

Determinação para a Secretaria Municipal de Trânsito, Trans-porte e Mobilidade Urbana, não por coincidência após a fala do diretor-superintendente da Visate, Fernando Ribeiro, na CiC: acelerar o início das obras das estações de transbordo imigrante e Floresta.

As estações podem não ser a solu-ção, mas deverão representar uma alternativa aos problemas de imobili-dade urbana, no que significam para a troncalização do transporte cole-tivo e descentralização do trânsito.

Na cerimônia de lançamento da rede de 10 pontos de cultura, a chefe da representação Sul do Ministério da Cultura, Margarete Moraes, pas-sou por cima das naturais restrições petistas para elogiar o destaque quea cidade vem obtendo na área dacultura:

“Não foi à toa que Caxias do Sul conquistou o primeiro lugar no Índi-ce de Gestão em Cultura, desenvolvi-do pelo instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada, iBGE e Ministério da Cultura, e também o título de Capital Brasileira da Cultura em 2008. Estacidade é motivo de orgulho para os gaúchos e hoje dá mais um impor-tante passo nesse sentido”.

Fora da cena local desde que deixou a presidência da Fiergs, o empresário caxiense Dagoberto Lima Godoy foi reeleito para o Con-selho de Administração da Orga-nização internacional do Trabalho (OiT), com sede em Genebra, Suíça.

O novo mandato de membro titular do Conselho da entida-de, representando empresários brasileiros, é de três anos.

O ex-governador Germano Rigot-to (PMDB) escolheu a Livraria Cul-tura, de Porto Alegre, para o lan-çamento de seu livro Para além do berço esplêndido – reflexões sobre os rumos para um Brasil potência.

O livro é publicado pelo institu-to Reformar de Estudos Políticos e Tributários, por meio do qual Rigotto tem dado palestras pelo país sobre, entre outros, seu tema preferido: reforma tributária.

Milton Corlatti para prefeito, Adiló Didomenico para vice. Essa é a dobradinha que os adeptos da candidatura do atual presidente da CiC defendem para a campa-nha eleitoral do ano que vem.Filiado hoje ao PMDB, Corlatti está sendo assediado pelo Democratas. Junto com Adiló, formaria uma dissidência à coligação Caxias Para Todos na disputa pela prefeitura.

Dobradinha

Politicamente correta

Batalhas perdidas

Parece que agora vai

A postura do prefeito (reeleito) de Caxias do Sul, José ivo Sartori, está levando o seu partido, o PMDB, à beira de um ataque de nervos, escreve o colunista Flávio Pereira, do jornal porto-alegrense O Sul.

Sartori afirmou a Pereira que deve respeitar a base de partidos aliados e ponderou: “definimos que em primeiro lugar precisa-mos decidir se continuaremos aliados. Só depois dessa decisão é que entendo que devemos partir para a escolha de um candidato ouvindo os aliados. Esse candida-to pode até não sair do PMDB”.

Muitos dos partidos que dão sustentação a Sartori já entenderam que não devem continuar aliados. Não fosse assim, como explicar a movimentação de pequenas siglas no sentido de buscar um candidato fora da dobradinha PMDB-PDT?

Nem todos parecem dispostos a acatar as candidaturas já pos-tas, ainda que oficiosamente, do peemedebista Mauro Pereira e do pedetista Alceu Barbosa Velho.

Respeito às bases

Pelas beiradas

Motivo de orgulhoRepresentação

Rumos para o Brasil

A proposta do Sindicato dos Mé-dicos, apresentada à Comissão de Saúde da Câmara, não era, afinal, tão irrecusável. A reivindicação da entidade sindical inclui gratifica-ção emergencial ou complementar de 55% sobre o salário básico e ati-vação da comissão paritária para discussão do plano de cargos e de carreira para a categoria.

Sem contar que a exigência de piso salarial de R$ 9.188,22, para 20 horas semanais, voltaria a ser discu-tida daqui a um ano.

Todas essas pretensões es-barram na necessidade de, caso atendidas, a prefeitura ser obrigada a ampliá-las a todos os servidores, o que é impossível de ser feito.

Além disso, os médicos da rede pública ainda não entenderam que enquanto Marlonei dos Santos for

o porta-voz da categoria não há a menor chance de diálogo. O prefei-to sentiu-se pessoalmente ofendido diante da incontinência verbal do presidente do Sindicato dos Médi-cos.

Nos últimos dias, Marlonei até que tentou. Baixou o tom das críticas ao afirmar que, se a prefei-tura atendesse a nova reivindicação do sindicato, a greve se encerraria – sem vencidos nem vencedores.

Mas junto ao governo a sensação é outra: prevalece a ideia de que a entidade sindical tenta pautar o Município, além de desrespeitar a população. Enquanto isso, a pre-feitura teve aprovada na Câmara a contratação de novos profissionais para a área. Daqui a alguns meses o problema poderá estar resolvido. Até lá...

PoRTA-VoZDeSGASTADo

www.ocaxiense.com.br 2325 de junho a 1º de julho de 2011 O Caxiense

O prefeito tem que se manifestartomando medida efetiva,

com responsabilidade

Líder da bancada do PT na Câmara,Rodrigo Beltrão, ao criticar a tática de deixar o

assunto para a esfera judicial, adotada pelo governo municipal diante da greve dos médicos

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