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Jornal do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - Outubro/2001 JORNAL PADRONIZADO DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF - ANO II - N º 9 Assinado pacto internacional contra a Trico Petros: assembléia diz não à migração Site do SINDMAR muda e melhora a navegação ITF comprova fraude em certificações para Oficiais Mercantes Para comprovar uma suspeita, David Cockroft, secretÆrio-geral da Federaçªo Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), pagou US$ 4,5 mil para obter um certificado de qualificaçªo emitido pelo PanamÆ que o habilita, como Oficial de NÆutica, a guiar tanto um transatlântico quanto um cargueiro. O Centro Internacional de Pesquisa Marítima (SIRC), vinculado à Universidade de Cardif, In- glaterra, detectou 12.635 casos de fraudes em 40,5 mil certificados emitidos por seis países do Sul e Sudeste da `sia e da Europa Orien- tal. O trabalho foi encomendado pela Organizaçªo Marítima Interna- cional (IMO), a agŒncia das Naçıes Unidas reguladora da Marinha Mercante mundial. Em entrevista ao Unificar, Jandira Feghali aponta as perdas causadas aos trabalhadores pelo governo FHC SINDMAR assina 5 acordos e mobiliza base no Nordeste Páginas 10 e 11 Página 21 Página 14 Páginas 18 e 19 Páginas 12 e 13 Defesa do estado nacional no Dia Marítimo Mundial Página 9 Página 3 Todo apoio à Unicidade Sindical

Edição 9 - Outubro/2001

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Page 1: Edição 9 - Outubro/2001

Jornal do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - Outubro/2001

JORNAL PADRONIZADO DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF - ANO II - Nº 9

Assinado pactointernacionalcontra a Trico

Petros: assembléiadiz não à migração

Site do SINDMARmuda e melhora

a navegação

ITF comprova fraudeem certificações para

Oficiais MercantesPara comprovar uma suspeita, David Cockroft, secretário-geral

da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF),pagou US$ 4,5 mil para obter um certificado de qualificação emitidopelo Panamá que o habilita, como Oficial de Náutica, a guiar tantoum transatlântico quanto um cargueiro. O Centro Internacional dePesquisa Marítima (SIRC), vinculado à Universidade de Cardif, In-glaterra, detectou 12.635 casos de fraudes em 40,5 mil certificadosemitidos por seis países do Sul e Sudeste da Ásia e da Europa Orien-tal. O trabalho foi encomendado pela Organização Marítima Interna-cional (IMO), a agência das Nações Unidas reguladora da MarinhaMercante mundial.

Em entrevista aoUnificar, Jandira

Feghali aponta asperdas causadas aos

trabalhadores pelogoverno FHC

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SINDMAR assina 5acordos e mobiliza

base no Nordeste

Páginas 10 e 11Página 21

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Páginas 18 e 19

Páginas 12 e 13

Defesa do estadonacional no Dia

Marítimo Mundial

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Todoapoio à

UnicidadeSindical

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Ao lado, um resumo dasnotícias que dizem respeito ànossa categoria publicadas naimprensa.

mbora muitos não percebam, temos participado, con-tribuído e por vezes encabeçado vitórias históricas.É motivo para reflexão, numa época de graves per-

das e danos para os trabalhadores e suas representações sin-dicais ao redor do mundo. Sem dúvida, para nós brasileiros,marítimos ou não, a última década e este início de novo sécu-lo não deverá deixar saudades.

Consideremos, contudo, que a Marinha Mercante da Amé-rica do Sul já está desnacionacionalizada, à exceção do Bra-sil. Registre-se que, em meados da década passada, não erampoucos os que apostavam que não sobreviveríamos àqueladécada. Ainda temos frota própria. Temos ainda � verdadeque sustentada por lei ordinária � a reserva para a bandeirabrasileira na nossa navegação de cabotagem, exceto em situ-ações que já eram regra, antes da alteração constitucional. Hácritérios para afretamento, constituição e manutenção de em-presa de navegação mais rígidos hoje do que no passado re-cente. A Agência que regulamentará a atividade será exclusi-va para o setor quando, inicialmente, a intenção do Governoera torná-la um apêndice do modal rodoviário.

Algumas vitórias foram marcantes, como a que abortou atentativa da Petrobras de terceirizar seus marítimos. Fomos aúnica categoria profissional, entre empregados de estatais eempresas de capital aberto, a reverter um processo de tercei-rização. Não fôssemos nós um movimento sindical que nãonegocia direitos dos trabalhadores em troca de dinheiro doFAT teríamos, à época, destaque nos principais veículos decomunicação do país. São estes aspectos que diminuem a tris-teza com a nossa quase exclusão da navegação de longo cur-so ou a demora em ver a nossa frota ampliada.

Estes e outros aspectos negativos e preocupantes necessi-tam ser observados com outros fatos que sugerem o cresci-mento de nossa força de ação sindical. Nenhuma outra cate-goria profissional tem conquistado a média de reposição sa-larial que estamos obtendo em nossos Acordos Coletivos. Ne-nhuma outra categoria profissional tem resistido e vencido aluta pela não entrega de direitos conquistados em negocia-ções coletivas e greves históricas do passado. A imigração deestrangeiros para tripular embarcações nacionais, uma pragaem diversos países, não é uma realidade entre nós. O merca-do de trabalho está equilibrado, no limite do possível. Poucossão os desempregados � a maioria dos que assim estão é pelafalta de certificação de cursos especiais. No Offshore, conse-guimos a proeza de, em seis anos, quintuplicar a nossa parti-cipação no mercado de trabalho.

Enquanto a maioria � até por conivência com a atual polí-tica econômica, motivada principalmente pelo farto dinheirodo FAT � tem se curvado, aceitado e propalado o discurso daempregabilidade, com pouco ou nenhum respeito a direitos elegislação do trabalho, nós, sem negligenciarmos a defesa denossos empregos, ousamos reivindicar e lutar por avançosem nossas relações de trabalho.

Diversas empresas que não possuem Acordos Coletivos

Editorial

Um olhar atento à nossa proacelebrados conosco ainda pagam salários aviltantes. O de-sequilíbrio é muito grande. Algumas chegam a pagar a seusoficiais, embarcados em navios de carga e tráfego seme-lhantes, duas vezes menos, ou até mais, do que outras.

Isto é inaceitável.Enganam-se os companheiros que acreditam podermos

corrigir isto não embarcando. Pensam que, desta forma, obri-garão os armadores a oferecer melhores salários. Com estaatitude, só vão é dar motivo para importarem mão-de-obraestrangeira, sob o argumento de que não há brasileiros dis-poníveis para o embarque. Esta é uma forma de luta total-mente equivocada.

A forma correta é ocupar seu posto de trabalho e, noexercício de sua função, demonstrar determinação para deforma coletiva e organizada conquistar melhores salários.

A não compreensão disto pode destruir tudo o que depositivo acima destacamos.

Atenção aposentadose pensionistas da Petros!O advogado Edson Mar-tins Areias, assessor jurí-dico do SINDMAR e daCONTTMAF, está prepa-rando uma ação judicialcontra a União para obterisenção do pagamento doImposto de Renda sobreos benefícios recebidos daPetros no que tange àscontribuições efetuadas pelo marítimo e pela patrocina-dora. A ação também pleiteia a devolução das parcelasrecolhidas de modo indevido pela Receita Federal a par-tir do primeiro benefício recebido após a aposentadoria.

Os companheiros que desejarem entrar com a açãodevem procurar o departamento jurídico do SINDMARno seguinte horário: terças e quintas-feiras, de 9h às 12he de 14h às 17h.

Petros: SINDMAR prepara ação paraobter isenção do IR

Edson Areias, assessorjurídico da CONTTMAF

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Jornal UNIFICARAv. Presidente Vargas 309 / 15º andarCandelária - Rio de Janeiro - RJCEP: 20040-010Tel.: (21) 2518-2164 / Fax: (21) 2253-4524Email: [email protected]ção: Assessoria de Imprensa do SINDMAR

Fotos: Fábio Ximenez e arquivoDiagramação: Melanie Andrade

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solenidade pelo Dia MarítimoMundial, celebrado este ano em27 de setembro, no Centro de

Instrução Almirante Graça Aranha (Cia-ga) � com a presença do SINDMAR �foi marcada pela defesa do estado nacio-nal. A ênfase foi dada pelo vice-almiran-te Euclides Duncan Janot de Matos, dire-tor de Portos e Costas, no discurso dedi-cado ao tema Nacionalismo na Comuni-dade Marítima. �Apesar de toda a modaglobalizante, os Estados continuam exis-tindo e nada indica que entraram emdeclínio. Pelo contrário, sua vitalidade éfundamental para o sucesso da aldeiaglobal. A ação do Estado deve servir decontrapeso à mão invisível do mercadoque nem sempre se dirige à maximizaçãoda felicidade�, afirmou Janot.

A solenidade, assistida por cerca de600 participantes, foi presidida pelo co-mandante da marinha, almirante-de-es-quadra Sérgio Florêncio Chagasteles.Além do SINDMAR, representado peloseu primeiro-presidente, Severino Almei-da Filho, estiveram presentes diversosparlamentares, entre eles a senadoraEmília Fernandes (PT-RS), a deputada fe-

SINDMAR

Defesa do estado nacional marca solenidade noCiaga pelo Dia Marítimo Mundial

deral Jandira Feghali (PC do B-RJ), o de-putado estadual Edmilson Valentim (PCdo B) e também o secretário estadual deEnergia, Indústria Naval e Petróleo,Wagner Victer.

Em seu discurso, o vice-almiranteEuclides Janot afirmou que, no contextodo �poder marítimo�, lida-se com inte-resses �cujo peso pode ser esmagador senão contrabalançado por políticas naci-onais claras e com o acompanhamentode ações adequadas. Não é um jogo paraamadores�. Ele afirmou acreditar, con-tudo, �que dele temos condições de par-ticipar porque possuímos empresários ar-rojados e competentes, bem como técni-cos, operários e marinheiros que se com-

param favoravelmente aos melhores domundo�.

Para Janot, a autoridade marítimabrasileira deve exercer o papel de atordo nacionalismo. �Não daquele isolaci-onista e xenófobo mas sim do que pro-cura entender e adaptar a nova realida-de mundial às peculiaridades e às for-ças reais do nosso país. Um nacionalis-mo de resultados�, resumiu.

O ponto alto da solenidade noCiaga, que contou com apresença de autoridades e doSINDMAR (ao lado), foi odiscurso do vice-almiranteEuclides Janot (abaixo)

À convite do representante permanen-te do Brasil na Organização MarítimaInternacional (International MaritimeOrganization � IMO), almirante MauroCésar, o SINDMAR compareceu em 27de setembro à sede da organização, emLondres, para a cerimônia especial de co-memoração do Dia Marítimo Mundial.Nosso representante � e também da Con-federação Nacional dos Trabalhadores emTransportes Aquaviários e Aéreos, naPesca e nos Portos (CONTTMAF) e daFederação Nacional dos Trabalhadoresem Transportes Aquaviários e Afins(FNTTAA) � foi o segundo-presidente doSindicato, José Válido.

A solenidade foi aberta com a apre-sentação, no Rio Tâmisa, de barcos daBrigada de Combate à Incêndio de Lon-dres, seguida de uma simulação de buscae salvamento feita pela Royal NationalLifeboard Institution e a apresentação da

guarda de honra da Royal Navy. A apre-sentação foi aberta por William A.O�Neil, secretário geral da IMO. DavidCockroft, secretário-geral da FederaçãoInternacional de Trabalhadores em Trans-portes (ITF) também esteve presente.

A inauguração de uma monumentalescultura com mais de 10 toneladas debronze, representando a proa de um na-vio com um marítimo laborando um cabocomo se estivesse em stand-by, prontopara iniciar uma amarração, dá a dimen-são da importância que a ONU, atravésda IMO � que congrega 159 estados-membros e dois membros associados �dispensa ao marítimo, que foi o home-nageado no 50º aniversário da entidade.A escultura, feita em homenagem aosmarítimos mortos no mar, está localizadana parte frontal da sede da IMO, que ocu-pa 67 metros do número 4 da AlbertEmbankment, em frente ao Tâmisa.

Além das autoridades representativasdos estados-membros, a solenidade con-tou com a presença de autoridades dogoverno britânico e com o compareci-mento maciço da comunidade marítima,perfazendo cerca de mil pessoas.

SINDMAR participa de cerimônia promovida pela IMO em Londres

Válido com o almirante Mauro César,representante do Brasil na IMO

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PREVIDÊNCIA

Previdência é um assunto de interesse de todos os marítimos que ainda não se aposentaram. Por isso, aassessora da CONTTMAF, Leny Xavier de Brito � especialista em Previdência Social � elaborou este docu-mento, cujo objetivo é tirar suas dúvidas sobre o assunto. Veja, abaixo, suas possibilidades de chegar àaposentadoria e em qual situação você se enquadra.

Aposentadoria via Previdência Social:especialista tira suas dúvidas

Como você deve saber, a aposenta-doria por tempo de serviço mudou em15 de dezembro de 1998. Entre outras no-vidades, ela passou a se chamar aposen-tadoria por tempo de contribuição.

Tendo sempre como base a data de15 de dezembro de 1998, veja em que si-tuação você se enquadra depois das mu-danças:

Você estava com mais de30 anos de atividade (homem)ou mais de 25 anos de ativi-dade (mulher) naquela data?

Se a resposta for positiva, seudireito de se aposentar pelas nor-mas que estavam em vigor atéaquela data será respeitado. Poderequerer a aposentadoria quandoquiser! A desvantagem é que se,naquela data, você ainda não tinha53 anos de idade (se homem) , ou48 anos (se mulher), o início daaposentadoria será sempre 15 dedezembro de 1998.

O tempo de trabalho posteriora esta data não será contado! (ALei da Aposentadoria sem limitemínimo de idade acabou naqueladata!)

Não é a sua situação? Então va-mos ao item seguinte.

Você contava com menosde 30 anos de atividade ( ho-mem) ou menos de 25 anosde atividade (mulher) em 25de dezembro de 1998?

Então, para chegar à aposenta-doria, você terá de trabalhar um pou-co mais que o planejado. A nova Lei

Como será a aposentado-ria de quem começou a tra-balhar após 15 de dezembrode 1998?

A pessoa simplesmente terá decompletar 35 anos de contribuição,se homem, ou 30 anos, se mulher.Não há exigência de idade mínimanem �pedágio�. Mas ela não terá di-reito à aposentadoria proporcional,que será extinta gradativamente.

Quando terminar de pagaro �pedágio�, o candidato a�aposentado� deverá com-provar ter atingido a idademínima exigida para a con-cessão da aposentadoria � 53anos no caso dos homens e48 anos de idade no caso damulher?

Se ao completar o tempo decontribuição eles ainda não tive-rem 48 / 53 anos de idade terão decontinuar trabalhando até atingir aidade mínima, mesmo que ultra-passe o tempo limite.

criou um �pedágio� a ser aplicadosobre o tempo que lhe resta cumprir.

Para conquistar a Aposentado-ria Proporcional, é necessário tra-balhar mais 40% sobre o tempo deque é devedor.

Para a Aposentadoria Integral ,será preciso trabalhar mais 20% so-bre o tempo que lhe faltava em 15de dezembro de 1998 para atingiros 35 anos de contribuição, no casodos homens, ou 30 anos de contri-buição, no caso das mulheres.

Como fazer esse cálculo?Comece por calcular seu tempo

de serviço/contribuição naqueladata. Tinha 23 anos de serviço, porexemplo? Pretendia requerer apo-sentadoria proporcional aos 30 anosde serviço? Então de 23 para 30faltam sete anos (homem). Essessete anos sofrerão um acréscimo demais 40%, passando a 9 anos, 9meses e 18 dias � que é o tempoque passou a lhe faltar paraconquistar a aposentadoria.

Mas se seu interesse é o de seaposentar com 35 anos de contri-buição, o �pedágio� desce para20%. Assim, de 23 para 35 faltam12 anos que, acrescidos de 20%,passam a 14 anos 4 meses e 24 dias!

Para uma mulher que, naqueladata, estava com 21 anos de tra-balho, faltariam 4 anos para che-gar a 25 e portanto conquistar aaposentador ia proporcional .Acrescentando mais 40% sobre esse�débito\tempo�, a segurada deverátrabalhar mais 5 anos 7 meses e 6

dias antes de conquistar a mesmaaposentadoria.

Se ela quiser esperar a aposenta-doria integral, o �pedágio� descerápara 20% e o cálculo ficará assim:30 � 21 = 9 anos que, acrescidos demais 20%, passam a 10 anos 9 me-ses 18 dias!

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PREVIDÊNCIA

É concedida pelo INSS ao segura-do que comprove haver trabalhado ex-clusivamente em atividade perigosa, pe-nosa ou insalubre, pelo tempo mínimoexigido em cada caso.

Esse benefício continua existindo.Seu valor corresponde a 100% da mé-dia de todas as contribuições desde ju-nho de 1994 e é concedido ao seguradoque comprove haver trabalhado exclu-

Os marítimos que comprovarem ter30 anos de atividade até 15 de dezem-bro de 1998, com conversão de tem-po de embarque e desembarque ( peso1.43) ou tempo de marítimo e tempode atividade comum (peso 1.40) � va-lendo nesse caso a certidão militarcomo caracterização de tempo comum� poderão requerer sua aposentadoriaa qualquer tempo, bastando juntar aoseu requerimento a comprovação doexercício de atividade penosa e peri-gosa.

No primeiro caso, o tempo de em-barque é desmembrado do tempo dedesembarque e multiplicado por 1.43,sendo o resultado somado ao tempo dedesembarque. Exemplo:

APOSENTADORIAESPECIAL DOMARÍTIMO

EMBARCADO

Este benefício, criado exclusiva-mente para a atividade de marítimoembarcado, deixou de ser concedidoa partir de 28 de abril de 1995.

Todavia, vale anotar o seguinte:os marítimos que em 28 de abril de1995 já haviam preenchido os requi-sitos para se aposentar, com conta-gem de tempo embarcado x tempodesembarcado para fazer a conver-são, nos termos da lei então vigen-tes, podem fazer valer esse direito aqualquer tempo.

Tempo de Embarque: 20 anos x 1.43= 28 anos, 7 meses e 6 dias

Tempo de Desembarque: 4 anos 00meses e 00 dias

Tempo apurado: 32 anos 07 meses e06 dias

Obs: esse tipo de cálculo foi revoga-do em 28 de abril de 1995. Portanto só sepode converter o tempo anterior àqueladata e, daí em diante, continuar contandocomo tempo comum o total encontradoaté 15 de dezembro de 1998.

No segundo caso, dependendo doagente nocivo informado no DIRBEN8.030 (antigo SB-40), a conversão pode-rá ser efetuada até 28 de maio de 1998.Por exemplo, se o agente for �ruído� ou

O segurado poderá conseguir umacréscimo ao seu tempo de serviço con-vertendo para mais o tempo de exercí-cio de atividade especial � estando in-cluídas entre essas atividades a de ma-rítimo embarcado.

Apesar de o INSS vir tentando obs-truir a concessão desses benefícios coma publicação da Instrução Normativa49/2001, eles estão sendo tranqüilamen-te concedidos em obediência à Ação Ci-vil Pública 2000.71.030435-2, julgadapela 4ª Vara Previdenciária de PortoAlegre (RS).

Com a conversão aplicada, você po-

derá requerer sua aposentadoria integralou proporcional a partir dos 30 anos decontribuição (homem) ou 25 anos (mu-lher).

O valor dessa aposentadoria seráequivalente a 70% da média de contri-buições efetuadas, mais 5% por ano amais apresentado (no limite de 100%)até chegar a 30 anos de contribuição(mulher) ou 35 anos de contribuição(homem).

Naturalmente, quando a aposenta-doria for requerida será exigida a apre-sentação de laudo e do DIRBEN 8.030(antigo SB-40).

exposição a vapores de hidrocarbone-to, a conversão será possível. Assim:

Tempo Especial = 20 anos x 1.40 =28 anos

Tempo Comum: 4 anosTotal: 32 anosMas apresse-se: é aconselhável que

o seu pedido seja feito enquanto estáem vigor um documento legal intitula-do Instrução Normativa 49/2001, pu-blicada por ordem judicial (veja a ínte-gra no �site� do SINDMAR - Legisla-ção) e que corre o risco de ser revoga-do inesperadamente.

Naturalmente, será exigida, no mo-mento do requerimento, a apresentaçãode Laudo e do DIRBEN 8.030 (antigoSB-40)

sivamente em atividade perigosa, penosaou insalubre pelo tempo mínimo exigi-do.

Essa exigência acabou definitivamen-te com a possibilidade de aposentadoriaespecial ao titular de determinada profis-são, como o oficial de Marinha Mercan-te. Agora, é indispensável a comprova-ção da efetiva exposição a um pré-deter-minado agente agressivo.

A comprovação deve ser feita atra-vés de laudo emitido por engenheiro,médico (ambos do trabalho) ou técnicode segurança, que deverá atestar que aempresa forneceu EPIs e EPCs e mes-mo assim o segurado ficou permanen-temente exposto ao agente agressivoexistente no seu local de trabalho.

Será exigida ainda a apresentaçãodo DIRBEN 8.030 (antigo SB-40)!

MARÍTIMOS

APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIÇÃO

(com conversão de tempo especial)

APOSENTADORIA ESPECIAL

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O Comitê em Defesa dos Participan-tes da Petros divulgou o seguinte co-municado, apresentando mais algumasrazões para que os participantes da Pe-tros pensem bem antes de tomar a deci-são de sair de um plano de BenefícioDefinido (BD), que é um plano previ-denciário e solidário, para um plano deContribuição Definida (CD), que é umplano individual e financeiro.

O Comitê, criado em 21 de maiodeste ano, no Rio de Janeiro, éformado pelo SINDMAR,AEPET, FUP e AMBEP, dentreoutras entidades coirmãs repre-sentativas dos trabalhadores etem como objetivo congregar,solidariamente, todos os partici-pantes na luta em defesa dos seusdireitos individuais.

♦ A quem interessa realmen-te as mudanças propostas atra-vés do novo Plano PetrobrasVida? Por que a urgência apre-sentada e com prazo fatal, semdiscussão adequada com os par-ticipantes e, portanto, sem atransparência capaz de transmi-tir credibilidade? 

♦ A migração proposta temcomo objetivo principal eliminar oscompromissos assumidos pela Petro-bras e demais patrocinadoras em decor-rência dos termos dos contratos de ade-são que assinaram com a Petros, prin-cipalmente no inciso 10 do artigo 48 doPlano de Benefícios da Petros, a seguirtranscrito: �as patrocinadoras, no casode serem insuficientes os recursos daPetros, assumirão a responsabilidadede encargos adicionais, na proporçãode suas contribuições, para coberturade quaisquer ônus decorrentes das al-terações introduzidas em 23.08.84 pelo

Conselho de Administração da Petrobras,nos artigos 30 41 e 42 deste Regulamen-to e aprovadas pelo Secretário da Previ-dência Complementar do Ministério daPrevidência e Assistência Social, atravésdos ofícios números 244/SPC � Gab. de25.09.84 e 250/SPC � Gab. de05.10.84�; 

♦ Se você migrar, estará abdicando dosdireitos adquiridos em detrimento de suasegurança futura e de seus dependentes; 

♦ Se você migrar, nunca mais vai re-cuperar as perdas de salário ou de benefí-cio. Você já procurou saber quanto deve-ria ter de correção salarial para recuperarseu poder de compra ocorrido nos últi-mos anos? Você ficará surpreso ao cons-tatar as grandes perdas sofridas; 

♦ O plano atual é solidário e único e,se você migrar, estará colaborando paraquebrar esta característica. A Petrobras ea Petros, nos bastidores, estão promoven-do o desmembramento das massas e dospatrimônios, sem qualquer transparênciae sem a ingerência dos donos dos recur-sos, que são os participantes.

♦ Os ex-empregados da Interbrás ePetromisa continuam recebendo seus be-nefícios. Se não existisse a solidariedadee unicidade das reservas garantidoras,como esses colegas estariam ?

♦ O plano Petrobras Vida não tem

Comitê em defesa dos participantes daPetros divulga comunicado número 3

vinculação com o INSS, ou seja, os be-nefícios deixam de ter caráter suplemen-tar e previdenciário e passam a ser con-cedidos de acordo com os valores rela-tivos à rentabilidade financeira da con-ta individual a ser criada para cada par-ticipante. 

♦ No Plano Petrobras Vida, o riscopassa a ser todo do participante, semqualquer responsabilidade por parte dapatrocinadora. 

Comportamento dúbio na ânsia deinduzir o participante a tomar deci-sões precipitadas: a Petros, na ânsia detentar salvar o Plano Petrobras Vida,vem apresentando um comportamentopelo menos deselegante e pouco ético,induzindo o participante ao erro �com

versões mal intencionadas�, comodemonstrado a seguir: 

Petros fere a ética: na seqüên-cia dos fatos, o Informe número 1do Plano Petrobras Vida, editadopela Petros, ressalta em mancheteque �Pesquisa AEPET: 55%aprovam novo Plano�, destaqueeste que, além de não traduzir a ver-dade, se constituiu em fraude, poisa votação tinha sido adulterada,muito provavelmente por alguéminteressado na matéria. Eliminadaa fraude, e até o dia 11.06, quandoa entidade tirou da página a enque-te promovendo nova pesquisa, o re-sultado entre 256 votantes mostra-va que apenas 2% eram favorá-veis ao novo plano.

CONFUSÃO NA APRESENTAÇÃO DOS

ÍNDICES

A afirmativa de que �INPC foi o queapresentou o melhor desempenhoacumulado nos últimos doze meses�é tendenciosa, conforme se pode cons-tatar na tabela ao centro da página.

Boa parte dos fundos consideradosde ponta já não utilizam mais o INPC,preferindo indicadores menos afetos àsinfluências do governo (IGP-DI, IGP-M), tanto como meta atuarial como para

PREVIDÊNCIA

�O plano Petrobras Vida (Misto) éo pior plano de CD apresentado a par-ticipantes patrocinados por uma esta-tal�

Clóvis Marcolin (atuário)

Existindo dúvidas, não migre!

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(continua na página ao lado)

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PREVIDÊNCIA(continuação da página ao lado)

correção de benefícios. Nos últimossete anos, o INPC vem gradativamentese desvalorizando perante o IGP-DI eIGP-M, acumulando perdas em tornode 29 e 35%, respectivamente.

Pare de contribuir é outra notíciatendenciosa: �O aposentado do novoplano não contribuirá mais sobre o be-nefício� é outra notícia enganosa. Averdade é que fundos modernos já ex-tinguiram esta contribuição ou estão emprocesso de extinguí-la, mas a Petros,contrariamente, não quer abrir mãodeste dinheiro conforme constatado noregulamento de seu novo plano. 

DÉFICIT DA GERAÇÃO FUTURA

A hipótese de geração futura foiadotada por decisão exclusiva das Pa-trocinadoras, e tomada muito antes davigência da Emenda ConstitucionalNúmero 20, ou seja 15.12.98. No en-tanto, o comunicado �Petrobras e Pe-tros esclarecem à sociedade�, publica-do no Jornal do Brasil em 06.07.01, eem matérias do Jornal do Comércio(12.07.01) e Gazeta Mercantil(12.07.01), insiste em intimidar os par-ticipantes pois, ao falar no déficit dageração futura, afirma que quem per-manecer no plano atual Petros (BD)terá que custear este déficit. A própriaPetros afirma, no regulamento do novoplano (Art.11), que �a partir da datade aprovação ... não mais serão ad-mitidas inscrições ....no Plano atualPetros, que será considerado em ex-tinção�. Logo, se ao fechar o fundoBD, por decisão exclusiva e unilateraldas Patrocinadoras, havendo déficit an-teriores a Emenda Constitucional 20,você considera lógico que os partici-pantes devam assumir tais déficits?

A Lei garante que este déficitdeve ser coberto integralmente pe-las patrocinadoras.

Você acha que o participante Pe-tros merece este tipo de tratamentopor parte da empresa administrado-ra de seu Fundo de Pensão? 

Você não acha que antes de fe-char o plano atual deva ser feita umaauditagem adequada nas contas?

Cerca de três milhões de participan-tes dos 360 fundos de pensão existentesno Brasil já têm como reivindicar coleti-vamente seus direitos relativos às suple-mentações de aposentadorias.

Foi criada em 26 de maio deste ano,durante o II Congresso Nacional de Par-ticipantes de Fundos de Pensão, ocorridoem Belo Horizonte, a Associação Naci-onal de Participantes de Fundos dePensão (Anapar).

O SINDMAR se fez presente a esteCongresso e está apoiando a iniciativa. Adiretoria do nosso sindicato, reunida em16 de agosto, decidiu contribuir organi-zadamente para o crescimento e fortale-cimento desta associação tão importantepara uma quantidade cada vez maior decompanheiros aposentados e da ativa,com interesses diretos na suplementaçãode aposentadoria.

A nossa diretoria destacou os seguin-tes aspectos para esta decisão:

1. É significativo o número de nossosassociados participantes de fundos depensão.

2. Muito embora hoje a quase totali-dade destes companheiros encontrem-sena Petros, a possível participação de com-panheiros em outros planos, que inclusi-ve possam a vir a serem criados, deve serconsiderado.

3. A legislação que rege estes fundosnão é específica para os participantes des-te ou daquele fundo de pensão e sim paratodos. Como exemplo destacamos que aPetros, o segundo maior fundo de pensãodo país, responde por apenas 90 mil do jácitado universo de três milhões de parti-cipantes.

4. Unidos, teremos mais representa-

Participantes de fundos depensão se organizam em

associação nacional

A Força do Sindicato está em seusassociados

Participe das lutas de sua categoriaUna-se a seus companheiros

SINDICALIZE-SE

ção, mais recursos e, conseqüentemente,mais condições de mobilização, de pres-são política e, finalmente, de assessora-mento profissional por advogados, atua-ristas, economistas e tantos quantos ne-cessitemos para adequadamente nos po-sicionarmos em todas as questões relati-vas a fundos de pensão.

5. Este assunto não interessa apenasao aposentado mas também ao compa-nheiro da ativa. Afinal, é durante o tem-po que estamos ainda na ativa que procu-ramos planejar nossa aposentadoria.

Deste modo, estaremos estimulandoa participação dos nossos companheirosna Anapar, seja através deste boletim,seja através de nosso site, seja através docontato direto com os nossos com-panheiros.

Para maiores informações e filiação àAnapar, contate o companheiro Braga,diretor-secretário do SINDMAR, atravésde nossos telefones, fax ou carta, ou ain-da, se lhe for mais conveniente, atravésdo e-mail [email protected].

Finalmente, registramos que a filiaçãoà Anapar não torna desnecessária aparticipação dos companheiros emassociação específica que defenda osinteresses do participante diante do fundode pensão do qual participa diretamente.Mesmo que consigamos, através daAnapar, manter uma legislação adequadapara nosso futuro como aposentado, nadaimpede que haja problemas de máadministração neste ou naquele fundo depensão. Neste caso, as atuais associaçõespodem e devem atuar diretamente.

Nesta importante missão, contarãotambém, com a força de todos, unidos naAnapar.

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PREVIDÊNCIA

SINDMAR enviou em 19 de se-tembro ao Ministro da Previ-dência e Assistência Social,

Paulo Brant, a carta abaixo transcrita, as-sinada pelo primeiro-presidente da enti-dade, Severino Almeida Filho.

�Senhor Ministro,Atuando na defesa e interesse dos

nossos associados, vimos dar conheci-mento à V.Excia. da nossa indignaçãocom a falta de transparência na formata-ção do Plano de Previdência daPETROS, denominado PETROBRASVIDA, para os empregados do sistemaPETROBRAS.

Na qualidade de legítimos represen-tantes dos Oficiais Mercantes emprega-dos da citada companhia ou aposentadosatravés da mesma, vimos solicitar àV.Excia., pelos motivos que abaixo rela-cionamos, a suspensão imediata da tra-mitação deste plano, ora na Secretaria dePrevidência Complementar.

1. O plano proposto foi concebido soba modalidade de contribuição definida eelaborado sem nenhuma negociação comos principais interessados: os participan-tes ativos, assistidos e pensionistas daFundação PETROS representados poreste Sindicato já fazem parte de um Pla-no de Previdência que é de benefício de-finido;

2. Os dois Conselheiros Curadoreseleitos pelos participantes votaram con-tra a aprovação do plano PETROBRASVIDA, pois está eivado de irregularida-des, conforme registrado no Voto anexo,elaborado pelos mesmos, na reunião ex-traordinária do Conselho de Curadores,realizada no dia 9 de maio do corrente

SINDMAR envia carta a ministro da Previdênciaexpressando indignação no caso do Plano Petros

ano, que aprovou o referido plano;3. Paralelo a isso está em curso uma

campanha de �migração� junto aos parti-cipantes, inclusive assistidos, sem ne-nhum debate, transparência e o que é maisgrave, com ameaças veladas aos partici-pantes que não migrarem. Não há qual-quer previsão legal de �migração� entreplanos de benefícios. Tal prática levariaà quebra da solidariedade do plano ante-rior, em prejuízo dos participantes e daprópria patrocinadora;

4. Ainda mais grave, o novo Plano con-templa a migração dos já assistidos, ematípica inovação na previdência comple-mentar, desconhecida em todo mundo;

5. Acresça-se, ainda, que a Secretariade Previdência Complementar, na pessoada senhora Solange Paiva Vieira, foi no-tificada judicialmente da necessidade decontratação das insuficiências técnicas doatual plano de benefício da PETROS,anteriores à Emenda Constitucional nº 20,quedando-se inerte a autoridadefiscalizadora;

6. Há PROFUNDA IRREGULARI-DADE na tramitação do plano: após aaprovação do novo plano pelo Conselhode Curadores, HOUVE ALTERAÇÕESem sua estrutura, provavelmente promo-vidas pela patrocinadora, SEM QUE OTEMA RETORNASSE AO CONSE-LHO. Assim, NÃO É CONHECIDO,HOJE, O CONTEÚDO DO PLANO sobapreciação da área especializada desseMinistério. Não obstante a denúncia fei-ta ao Sr. Secretário de Previdência Com-plementar, até o momento desconhece-mos providências quanto a tal aspecto,permanecendo os próprios Conselheiros

Curadores eleitos pelos participantes ig-norando o conteúdo do plano sob apreci-ação desse Ministério;

7. A tramitação deste plano ocorre nomomento em que ainda não estão defini-dos os decretos regulamentadores das leiscomplementares 109/01 e 108/01. Destaforma, a sua aprovação neste momentonão é recomendável, pois poderá havercolisão do mesmo com os referidosnormativos legais.

8. Devido à forma como está sendoconduzido este processo, caso o planoPETROBRAS VIDA seja aprovado, po-derá ocorrer um grande volume de açõesindividuais e/ou coletivas contra o referi-do plano e o processo de �migração�, le-vando a um impasse que será indesejávelpara todas as partes envolvidas: os parti-cipantes, as patrocinadoras, a FundaçãoPETROS, este Ministério e a sua Secre-taria;

9. Este Sindicato está, juntamente comas outras entidades representativas dosparticipantes, compondo o �Comitê emDefesa dos Participantes da PETROS�.Este Comitê, através dos informativos dasentidades que o compõem, tem constan-temente se manifestado publicamente,junto a todos os participantes daPETROS, contra a forma como este pro-cesso está sendo conduzido.

Confiantes na compreensão de V.Excia., aguardamos resposta com brevi-dade, tendo em vista a importância des-sa questão.

Colocamo-nos desde já à disposiçãopara encontrarmos uma solução negocia-da que contemple todas as partes envol-vidas.�

Navegueagora:

www.sindmar.org.br

Cadastre seu e-mail no site doSindicato. Através dele você receberá

com mais rapidez, pela Internet,informações sobre a defesa de seus

direitos de trabalhador.

O

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Assembléia diz não à migração para onovo plano previdenciário da Petros

Assembléia realizada em11 de julho, na sede doSINDMAR, rejeitou por una-nimidade a migração para onovo Plano Petrobras Vida,da Petros. Estiveram presen-tes trabalhadores da ativa eaposentados que, depoisdas explicações dadas peloprimeiro presidente do Sin-dicato, Severino Almeida Fi-lho, pela deputada federalJandira Feghali (PC do B-RJ)e pelo membro do ConselhoCurador da Petros, Paulo Cé-sar Martins, deliberarampela não-migração. A assem-bléia foi presidida pelo co-mandante João Batista.

Antes da votação, Seve-rino afirmou que a posiçãodo SINDMAR perante todasas instâncias e autoridadesseria aquela tomada pela as-sembléia. Ele advertiu queambas as decisões � migrarou não migrar � envolviamriscos, mas se os participan-tes optassem por não migrarteriam ao seu lado a ética, amoral e a coragem de defender o que con-trataram há 20, 30 anos � o Plano de Be-nefício Definido.

Jandira Feghali, que há dez anosintegra a Comissão de SeguridadeSocial da Câmara dos Deputados,afirmou que a atitude do Governodemonstra clara intenção de fortalecero mercado de seguro aberto. Para ela,

optar pela migração agora seria apostarna insegurança e no risco.

A deputada informou que está emtramitação no Congresso Nacional umdecreto legislativo para anular o decreto3721 do governo que prevê o aumentogradual do limite de idade paraaposentadoria � o que é absolutamenteinsconstitucional, assegurou Jandira.

�Você não pode mudar a regrado jogo no meio de um processoem que toda sua contribuição, todasua projeção atuarial e toda suaplanificação já está estabelecida nocontrato no qual você fez a adesão.É como dizer ao cidadão que já tem25 anos de trabalho, na hora em queele ganha o direito adquirido de seaposentar: você tem que trabalharmais 10 ou 14 anos, pois agora temidade mínima. Não pode!� afirmouJandira, que fez uma advertência:estão transformando a Previdênciano Brasil em capital de risco.

Paulo César Martins lembrouque as mudanças na previdênciasão decorrentes dos empréstimosfeitos pelo governo federal juntoa entidades mundiais, como oBanco Mundial, e das regras queforam impostas por estes organis-mos, como a de se aumentar o li-mite de idade.

O curador da Petros apontoucomo saída para o impasse a uni-cidade sindical.

Ele ressaltou que a resistênciaao novo plano de previdência daPetros unificou as entidades re-

presentativas dos petroleiros. Pela pri-meira vez na história da categoria as enti-dades conseguem dialogar e traçar estra-tégias comuns.

�E isso está levando a Petros e a Pe-trobras a rever algumas questões�, ava-liou Paulo César.

PREVIDÊNCIA

A proposta de migração para o Plano Petrobras Vidafoi rejeitada por todos os participantes da assembléia

O SINDMAR tem 700 bons motivos para você dar um pulo nasede. Pode escolher com calma: esse é o número de livros à

disposição dos associados em nossa biblioteca. São 500 livrosde literatura geral e 200 técnicos. A biblioteca é coordenada

pelo Departamento de Aposentados, que administra osempréstimos, concedidos diariamente a partir das 14h.

Não perca tempo!

Antes da votação, Severino (à esquerda) afirmou que aposição do Sindicato seria aquela tomada pela assembléia

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�Na visão desse governo,aposentado é para morrer�

Em seu quarto mandato parlamentar, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) mantém a mesmaclareza política de quando despontou para a vida pública como uma das candidatas mais votadas nas elei-ções de 86 para a Assembléia Legislativa fluminense. Crítica feroz da política social e econômica do gover-no FHC, que submeteu o país aos interesses do capital financeiro internacional, Jandira defende, contudo,que, no Parlamento, é muitas vezes necessário o caminho da negociação com a base governista para seconseguir a aprovação de projetos do interesse dos trabalhadores � como o que inclui o confinamento nalista de agentes nocivos para fins de aposentadoria especial. Apresentado por ela em março, o projeto irábeneficiar os marítimos. Sem acordo, diz Jandira, dificilmente este tipo de projeto consegue tramitar noCongresso.

SINDMAR

Unificar: Qual é a lógica da refor-ma previdenciária feita pelo governo?

Jandira: FHC entrou sustentadopela mesmas forças e com o mesmo pro-jeto do Collor, que era reduzir o papelde estado como agente público. A sus-tentação fundamental desse governo é aacumulação do capital financeiro. Nes-ses sete anos, ele deslocou 40% do or-çamento público para pagamento de ju-ros da dívida pública, interna e externa.O governo fez uma reforma na previdên-cia, reduzindo o direito dos trabalhado-res e abrindo caminho para o fortaleci-mento da previdência aberta. É um mer-cado com 200 bilhões de dólares. Hámuitos bancos, que são sociedades decapital estrangeiro, esperando para abo-canhar esses recursos. É o capital finan-ceiro explícito.

Unificar: Que perdas tiveram os tra-balhadores com a reforma?

Jandira: Inúmeras. Hoje, eles seaposentam com benefício menor do queantes. Também complicaram o acesso aaposentadoria especial, trocando o cri-tério de categoria para o de agente noci-vo. Isso deixou muita gente de fora, in-clusive os marítimos.

Unificar: O número de benefíciosespeciais caiu muito?

Jandira: Assustadoramente. Elesmudam os critérios até por instrumentosadministrativos, como ordem de servi-ço, o que é inconstitucional e ilegal. Émuito desrespeitoso o que vem aconte-cendo na Previdência. Na visão dessegoverno, aposentado é para morrer, quan-do o raciocínio correto seria o de você

desfrutar da aposentadoria,depois de contribuir a vidainteira, quando ainda tives-se qualidade de vida.

Unificar: Como a mu-dança de critérios para aaposentadoria especialatinge os marítimos?

Jandira: O flagranteagente nocivo da categoria,que é o confinamento, nãoestá incluído no decreto daprevidência. É um absurdoque a ausência do convíviofamiliar e social na maiorparte da vida, como no casodos marítimos, não seja umagente nocivo à saúde físi-ca e psicológica e que issonão signifique a necessida-de de você encurtar o tempo laboral.

Unificar: Essa situação pode sermodificada?

Jandira: Há um projeto de lei com-plementar, para regulamentar a aposen-tadoria especial. Eu entrei com um ou-tro, acrescentando alguns agentes noci-vos, entre eles o confinamento. Isso vaibeneficiar os marítimos, bem como ou-tras categorias que trabalhem em ambi-ente confinado, que também não conse-guem acessar o benefício especial. Oprojeto está em tramitação na Comissãode Trabalho, cujo relator é o deputadoLuiz Antonio Fleury, do PTB de SãoPaulo. Na Comissão de Seguridade So-cial, o relator é o deputado MarcondesGadelha, do PFL da Paraíba. Já discuti-mos o assunto com os dois e

receptividade foi enorme. Também jáapresentei o projeto ao ministro da Pre-vidência, Roberto Brant, na busca desensibilizá-lo. Este tipo de projeto difi-cilmente tem trânsito sem um acordocom o governo, pois mexe com o cora-ção da política previdenciária. Estamosnegociando um grande acordo para oprojeto andar rápido e ser aprovado. Seconseguirmos ainda esse ano, será umagrande vitória.

Unificar: A que a senhora atribui atentativa do governo de forçar a migra-ção nos fundos de pensão fechados,como o da Petros?

Jandira: O governo está tentandoinviabilizar os fundos de pensão fechados,e esta é a prova de que ele quer beneficiaro setor financeiro aberto. Na regulamen-

Jandira: �democracia não é o forte deste governo�

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SINDMARtação que está sendo discutida, eles esta-beleceram idade mínima para atingir obenefício nos fundos de pensão fechados.Os fundos abertos não tem esse limite.

Unificar: Por que os trabalhadoresestão sendo pressionados a migrarem ?

Jandira: O plano de contribuiçãodefinida facilita as empresas a apresen-tarem, no prazo estabelecido pelo gover-no, um equilíbrio atuarial e financeiro.Para os trabalhadores da ativa e aposen-tados, o benefício vai depender da per-formance do fundo. Se ele estiver defi-citário, o problema é seu, a patrocinado-ra não arca com nada. No caso do planode benefício definido, sua contribuiçãoé proporcional ao benefício e qualquerrisco é assumido pela patrocinadora. Alei prevê estas duas modalidades, masnão autoriza a migração de uma paraoutra!! E muito menos o deslocamentode patrimônio ou prejuízo do usuário. Épreciso suspender tudo, mas a pressãoestá muito grande.

Unificar: No caso da Petros, os apo-sentados já decidiram pela não migra-ção. Qual a repercussão desta decisão?

Jandira: Na última audiência com oministro Brant, denunciamos as pressõese o autoritarismo das diversas empresas.O ministro mostrou-se surpreso, inclu-sive, quanto ao fato de estarem pressio-nando a migração também dos aposen-tados. Informamos o acordo feito na Pre-vi, do Banco do Brasil, onde os novosfuncionários podem optar pelo plano decontribuição definida, mas ninguém mi-gra de modalidades separadas, de patri-mônios separados. De qualquer forma,o problema dos fundos de pensão come-çou na reforma da previdência. Antes,as patrocinadoras podiam contribuir comvárias partes e o beneficiário com umaparte para compor o patrimônio do fun-do. Depois da reforma, é um para um:as contribuições da empresa e do empre-gado são iguais. Ora, então a gestão temde ser paritária. No caso da instituiçãoda idade mínima, reafirmamos a incons-titucionalidade e o ministro reconheceua unanimidade de todos os setores con-tra esta arbitrariedade. É provável querecuem.

Unificar: A gestão paritária está de-finida na regulamentação?

Jandira: Está na lei complementar,mas os fundos não estão respeitando. NaPetros, tem dois representantes dos tra-balhadores e cinco da empresa. O traba-

lhador pode espernear, reclamar, virar decabeça para baixo que não vai resolver...O fundo de pensão deve ser uma pou-pança nacional, como em outros países.O que o governo fez, no entanto, foi pre-judicar os trabalhadores. E manipular osfundos. Manipularam e instrumentaliza-ram as privatizações, a partir de empre-sas públicas. O governo estabeleceu par-cerias dos fundos com as empresas quedesejava privilegiar. E por aí foi. Essamanobra favoreceu, inclusive, empresasestrangeiras. Em vez de ser uma poupan-ça nacional, serviu para desnacionalizaras empresas brasileiras.

Unificar: Qual sua avaliação sobreo processo de criação da Antaq?

Jandira: O substitutivo que apresen-tei para a criação de uma agência para otransporte aquaviário foi originalmente

do SINDMAR. O projeto do governo cri-ava uma agência única de transporte compredominância de 95 % para o transpor-te terrestre. O aquaviário era um apên-dice. No final do processo, o governo ve-tou algumas emendas por nós apresen-tadas. Foi o caso do limite de afretamen-to � só seria permitido ao armador afre-tar o dobro de sua tonelagem � para es-timular a construção naval e abrir o mer-cado para o marítimo. Também não con-seguimos trazer o escritório central parao Rio, como a ANP, que tem sede emBrasília. Todas as empresas estão aqui,o petróleo está aqui, ninguém vai levaro mar para Brasília. Nosso medo é deque haja uma indicação puramente par-tidária para a direção da Antaq. Quere-mos que a Antaq seja um órgão de fisca-lização e de segurança, que subsidie aformulação de políticas para o setor. En-tão tem que ter gente especializada. Ou-tra derrota foi o veto do governo à cria-ção de conselho de gestão, com mem-

bros do governo,das empresas, dostrabalhadores edos usuários. De-mocracia não é oforte desse gover-no. Foram três der-rotas, mas a criaçãoda Antaq já é uma vitória.

Unificar: O trabalho da comissãoparlamentar que investiga o incidentecom a P-36 já está concluído?

Jandira: A comissão foi criada parainvestigar o acidente com a P-36, masdemos a ela uma abrangência maior. Elavai continuar os trabalhos após o relató-rio. Vamos continuar avaliando as condi-ções de segurança operacional da Petro-bras. E nisso entra com força a área deapoio marítimo da plataforma, as FPSO.

Unificar: Por que o governo quermudar a legislação trabalhista?

Jandira: A implantação de um proje-to de sustentação do capital financeiroacaba por estrangular os direitos soci-ais. Isso aconteceu no mundo inteiro. AArgentina está falida, outros países daAmérica Latina e da Ásia estão em enor-me dificuldades. Esse é o pilar de sus-tentação da chamada flexibilização dosdireitos. O governo vem tentando alte-rar a legislação. Mudar a CLT. Um absur-do!!! Nós, que estamos dentro do Con-gresso, sabemos como é que a coisa vaise dar. Se não houver grande pressãosocial, os trabalhadores vão perder maisdireitos.

Unificar: De que forma a reformavai atingir os sindicatos?

Jandira: Eles estão tentando quebraras resistências no movimento sindicalpulverizando a representação sindical. Aquestão da Unicidade, para os trabalha-dores, é uma bandeira estratégica. A que-bra da unicidade sindical é tudo o queelite quer, é tudo o que o capital finan-ceiro quer: acabar com a estrutura únicae, com isso, fragilizar os sindicatos comoinstrumento de luta e conquistas. É essaótica democrática que precisa ser real-çada: eles tentam atingir a democraciavia partidos populares, tentando eliminá-los do cenário através de uma reformapolítica que cria cláusulas de barreira euma série de obstruções, e via sindica-tos. Esses são os dois pilares de resis-tência da luta política social. Como par-lamentar de esquerda, vinculada à lutapopular, eu queria dar esse alerta.

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ITF comprova fraude em certificações paraoficiais de marinha envolvendo o Panamá

avid Cockroft recebeu recente-mente seu certificado para co-mandar desde um grande tran-

satlântico a um cargueiro. Oficiais domundo todo se esforçam durante anospara obter o certificado de qualificação,mas Cockroft, secretário-geral da Inter-national Transport Workers� Federation(Federação Internacional dos Trabalhado-res em Transportes - ITF), jamais teriatempo para cursar o colégionáutico, fazer os exames oucumprir qualquer exigência deprática marinha.

O que ele fez? Apenas deuseu nome, endereço, data denascimento e uma foto para opassaporte � além de entregara razoável quantia de US$ 4,5mil a um intermediário � parase tornar um Oficial Marítimopanamenho. O certificado, exi-bido por Crockroft na foto,chegou a tempo e a hora.

Sua história, que ilustra re-portagem denunciando o es-cândalo das certificações falsi-ficadas, publicada em abril pela�Seafarers Bulletin�, da ITF, éparecida com a de milhares decandidatos que não têm tempo,dinheiro, oportunidade ou ap-tidão para o treinamento masque encontram meios de obter um certi-ficado através de meios corruptos. ComoCockroft, que evidentemente não vai usarseu certificado, eles também descobriramque inexperiência não é problema: hoje,no moderno setor de transportes, tudo oque se precisa é de dinheiro para azeitaralguns esquemas.

Há cerca de seis mil embarcações na-vegando atualmente sob a bandeira do Pa-namá � uma bandeira que, como muitasoutras de conveniência, registra embar-cações estrangeiras só pelo lucro, semqualquer preocupação com a segurançaou responsabilidade pela embarcação. Aassustadora questão sobre estes navios,que podem estar carregando produtos quí-micos ou trafegando na mesma rota deum superpetroleiro, é saber quantos esta-

CONTTMAF

David Cockroft exibe ocertificado falso, emitidopelo Panamá

riam sendo comandadas por tripulaçõesdesqualificadas. A outra questão, natural-mente, é saber quantos desses certifica-dos fraudados estão sendo emitidos.

A Autoridade Marítima do Panamáabriu investigação sobre o vexame do cer-tificado de Cockroft, enquanto se defen-de de uma série de outras denúncias so-bre sua prática de licenciamento. Nas Fi-lipinas, por exemplo, funcionários do con-

sulado panamenho são suspeitos de retar-darem o fornecimento de documentaçãode forma a permitir que uma empresa pri-vada pudesse cobrar milhares de dólaresde armadores filipinos pela emissão maisveloz de licenças. O Panamá demitiu 14pessoas do grupo de licenciamento e pôsa culpa pelos escândalos em companhiasde inspeção internacional.

O escândalo coincide com apublicação de uma série de achadosdevastadores feitos pela ComissãoInternacional de Marinha Mercante (ICS).E também com a publicação, pelaOrganização Marítima Internacional(IMO) � a agência das Nações Unidasreguladora da Marinha Mercante mundial� de uma lista de países tidos comoresponsáveis o bastante para emitir

certificados de navegaçãomarítima. O Panamá é umdos 71 países endossadospela lista.

Um trabalho sobre frau-des em certificados de com-petência, encomendado pelaprópria IMO à Universidadede Cardif, da Inglaterra, e aoCentro Internacional de Pes-quisa Marítima (SIRC), vin-culado àquela Universidade,revelou que o número de ca-sos de fraudes detectados ereportados tem aumentado

assustadoramente � e não apenas no Pa-namá, onde novas revelações sugeremabuso sistemático no processo de certifi-cação, mas em outros países.

Novas regras para a Convenção In-ternacional sobre Padrões de Treinamen-to, Certificação e Serviços de Quarto paraMarítimos (STCW), acordadas em 95, de-vem ser reforçadas em fevereiro de 2002.Ironicamente, isto provocou uma corre-ria para a obtenção de certificações.

O STCW estabelece um acurado trei-namento e educação, mas não garanteigualdade na formação dos marítimos aoredor do mundo, que passou a ser frag-mentada. A fraude em certificações estáse tornando um grande problema, queatinge todas as funções a bordo e põe emrisco a navegação no planeta.

D

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CONTTMAF

trabalho do Centro Internacionalde Pesquisa Marítima (SIRC)envolveu entrevistas com 1.105

marítimos e 35 empregadores de seis pa-íses do Sul e Sudeste da Ásia e da Euro-pa Oriental, escolhidos pelo seu históri-co de certificar sem rigidez. De um totalde 40,5 mil certificados analisados,12.635 eram fraudados � o equivalente a32,5% do total. Além disso, foram en-contrados inúmeros casos de uso de do-cumentos falsos para obter qualificaçõeslegais de autoridades que não conferiramos originais.

O SIRC avaliou 54 administraçõesmarítimas. Em 39% delas foram desco-bertos certificados forjados. Algumas ad-ministrações verificam não mais que 5%dos certificados emitidos para o Ultramar� mas, na maioria das vezes, elas não sa-bem ao certo que sinais de autenticidadeprocurar. Outras ignoram o problema com-pletamente. Nove por cento dos marítimosentrevistados admitiram estar usando cer-tificados fraudulentos. E cerca de 85% dosempregadores haviam descoberto fraudesnos últimos cinco anos.

Na avaliação do professor T. Lane,coordenador do SIRC, o trabalho da Co-

missão Marítima Paritária da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT) temcontribuído para que a indústria maríti-ma inclua o problema em sua agenda depreocupações. Para ele, a implementaçãodo Código ISM pode representar umavanço no padrão de treinamento dos ma-rítimos. No entanto, diz o professor, oequilíbrio do mercado de trabalho e a mu-dança de comportamento dos gerentes,deixando de buscar mão-de-obra barata,seriam mais eficientes. É evidente, porém,que estas duas possibilidades estão maispara o terreno dos sonhos do que para umfundeio na realidade. O SINDMAR acre-dita que o caminho está numa forte cam-panha contra quem utiliza profissionaiscom certificado fraudado e numa legisla-ção fortemente punitiva para quem desa-fiar a segurança das vidas a bordo, utili-zando tripulante sem formação e treina-mento adequados.

De todo modo, ressalta AntonioRodrígues Fritz, secretário-geral da ITFpara as Américas, a compra do certifica-do feita por Cockroft teve um grande mé-rito: �David Cockroft conseguiu final-mente por em evidência uma situação quehá muito era de conhecimento não ape-

Universidade inglesa detecta fraude em 32,5%de um total de 40,5 mil certificados analisados

SIRC recomenda mais investimentos na formação dos marítimosEm seu relatório, o SIRC recomenda

a adoção de técnicas anti-fraude mais ri-gorosas, além de mais investimentos notreinamento e formação profissional dosmarítimos. Mas quem investirá em trei-namento ou segurança num setordesprotegido e que se serve da corrup-ção para usar mão-de-obra barata e teraltas margens de lucro? O IMO é a únicaautoridade reguladora internacional dosetor.

Os críticos dizem que suas mãos es-tão amarradas por um sistema de financi-amento no qual 159 estados-membrospagam uma cota que varia conforme o ta-manho de suas frotas. Com a maior frotado mundo, o Panamá é responsável por15% do orçamento anual do IMO.

Fraudes em certificações não são umfenômeno novo. Até os anos 70, estes do-

AntonioRodrígues

Fritz ,secretário-

geral da ITFpara as

Américas

cumentos eram concedidos principalmen-te a marítimos oriundos de países de tra-dição marinheira, com bons profissionais.As fraudes eram raras.

A crise na indústria de navegação le-vou à formação de uma mão-de-obra glo-balizada, e a queda dos salários daí de-corrente fez o setor usar tripulações inex-perientes e de competência questionável,oriundas de países sem tradição marinhei-ra. Nos últimos anos, cinco das vinte mai-ores frotas mercantes do mundo estive-ram envolvidas em episódios de certifi-cação fraudulenta.

Marítimos apanhados na trapaça eramvítimas e, por vezes, co-autores. Eram le-vados a esta situação muitas vezes pelapobreza � o caminho da fraude era tam-bém uma opção de sobrevivência. Deacordo com o SIRC, as falsificações pa-

nas de diversas instituições como tambémdos próprios marítimos. A venda dos cer-tificados para oficiais, que sempre foi ne-gada pelos registros marítimos dos paí-ses mais conhecidos por Bandeiras deConveniência, fica agora exposta e comprovas. A certificação concedida aCockroft é um documento legal do pontode vista de sua autenticidade, mas é tam-bém inconcebível quando se leva em con-ta que qualquer um, sem conhecimentosmarítimos, pode obtê-la, colocando emrisco assim, um navio, a vida do pessoalde bordo e ainda podendo produzir umacatástrofe ecológica no litoral do paísonde a embarcação porventura se encon-trar�.

recem prevalecer entre oficiais de vigíliae que fazem serviço de quarto, mas as ra-zões de seu uso são variadas.

Há marítimos ansiosos para ganhardinheiro no mar sem se submeter a trei-namento, outros que anseiam por umapromoção rápida e há quem queira omitirdados que poderiam comprometer suaschances no mercado de trabalho.

Por outro lado, muitos governos vi-ram na aceleração do processo de certifi-cação uma alternativa de emprego de seusnacionais.

Os maiores problemas, contudo, es-tão na existência de instituições privadasde treinamento e educação consentidaspelos governos. Dados mostram que asfraudes são menos freqüentes onde o go-verno controla a formação e a certifica-ção. A Índia foi um bom exemplo.

O

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epresentantes de sindicatosmarítimos americanos e brasi-leiros assinaram no dia 22 de

agosto em Nova Orleans, na Louisiana,Estados Unidos, um Pacto Bilateral deSolidariedade em favor dos trabalhado-res da Trico Marine que trabalham noGolfo do México.

Na conferência realizada para a assi-natura do pacto, a CONTTMAF, oSINDMAR e demais organizações sin-dicais marítimas brasileiras foram repre-sentados por Ricardo Ponzi, presidenteda Federação Nacional dos Trabalhado-res em Transportes Aquaviários e Afins(FNTTAA).

Os sindicatos americanos foram re-presentados pela American MaritimeOfficers (AMO), Internacional Organi-zation of Masters, Mates & Pilots(MM&P), Marine Enginners� Benefici-al Association (MEBA), NationalMaritime Union (NMU), e, ainda, pelaSeafarers Internacional Union (SIU). Aanfitriã das entidades foi a federação quecongrega os cinco sindicatos, a Offsho-re Mariners United (OMU).

Na conferência, os sindicalistas ame-ricanos criticaram os baixos salários e apéssima qualidade dos planos de saúdee aposentadoria oferecidos pela Trico aseus empregados. Além disso, exigiramo fim da propaganda anti-sindicalizaçãofeita por representantes da empresa emseus navios.

A Trico é conhecida pelo desrespei-to aos direitos dos trabalhadores que ope-ram em seus navios em águas america-nas do Golfo do México. Os marítimosque buscam representação sindical sãosumariamente demitidos. Como se nãobastasse esse comportamento, que infrin-ge a legislação trabalhista, a empresatambém usa táticas de discriminação eameaças para frustrar os objetivos de sin-dicalização de seus marítimos. Nos últi-mos oito meses, foram registradas maisde 60 prisões de líderes sindicais queprocuravam mobilizar os marítimos daTrico nas docas da companhia.

Sindicatos brasileiros e americanos assinamPacto para apoiar marítimos da Trico Marine

CONTTMAF

Ricardo Ponzi,presidente da

FNTTAA, assinao pacto de

solidariedadedurante a

conferênciarealizada em

Nova Orleans,EUA

A equipe daOffshoreMariners United(OMU) recebe opresidente daFNTTAA emsua sede emHouma,Louisiana, EUA

A posiçao do SINDMAR é clara: asagressões da Trico contra seus marítimosdevem ser combatidas em todos os as-pectos. Não podemos permitir que estetipo de comportamento seja reproduzi-do em outros países. Vale lembrar que,além do Golfo do México, as embarca-ções da Trico operam no Mar do Norte,no Brasil e na costa de Trinidad.

Nessas regiões, os marítimos da Tri-co são representados por seus sindicatose gozam da proteção de Acordos Coleti-vos. O temor, contudo, é de que a Trico,futuramente, exporte sua política de dis-criminações, baixos salários e atividadesanti-sindicais por todo mundo. Temosque estar atentos à esta ameaça.

A assinatura do Pacto Bilateral repre-senta a inserção do movimento sindicalmarítimo brasileiro no cenário de umaeconomia cada vez mais globalizada,onde a troca de informações e coopera-ção intersindical se torna imprescindí-vel para garantir os direitos dos traba-lhadores.

Pelo Pacto Bilateral de Solidariedade,ficou acordado que os sindicatos maríti-mos brasileiros e americanos irão, de for-ma pacífica, proclamar aos clientes da Tri-co Marine que não assinem contratos coma empresa até que esta cesse suas açõesanti-sindicais e negocie acordos coletivosque assegurem realmente aos seus traba-lhadores o direito à proteção sindical.

Outra decisão importante definida noPacto é a de que os sindicatos america-nos e brasileiros irão se reunir periodi-camente para discutir ajuda mútua nacampanha para apoiar os marítimos daTrico, sempre buscando a proteção dosdireitos humanos e trabalhistas dos com-panheiros.

Empresa é responsávelpela prisão de 60 líderes

sindicais nos últimosoito meses

R

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om a participação do presiden-te da CONTTMAF, SeverinoAlmeida Filho, o Ministério do

Trabalho e Emprego promoveu no dia 9de agosto, a partir do auditório de suasede, em Brasília, uma teleconferênciasobre inspeção do trabalho aquaviário eportuário para todas as delegacias regi-onais e departamentos do órgão em 60cidades brasileiras. Na ocasião, a secre-tária de inspeção do trabalho, VeraOlímpia Gonçalves, reconheceu a impor-tância da contribuição que os trabalha-dores aquaviários e portuários têm dadoà secretaria através da CONTTMAF.

Além de Severino, participaram daconferência, como expositores, o diretorde Portos e Costas da Marinha, vice-al-mirante Euclides Janot; a representanteda Unidade Especial do Trabalho Maríti-mo e Portuário, Vera Albuquerque; o re-presentante do Ministério do Trabalho noGrupo Executivo de Modernização dosPortos (Gempo), Clóvis Curado; o repre-sentante da Procuradoria do Trabalho noGempo, Cristiano Paixão; o auditor fis-cal do trabalho, Emílio Magro; e o secre-tário executivo do Gempo, almirante JoséRibamar.

Na sua exposição, Severino ressaltouaspectos importantes das inspeções fei-tas pela Secretaria de Inspeção do Traba-lho, que antes eram realizadas pelas ex-tintas Delegacias do Trabalho Marítimo

Confederação participa deteleconferência sobre inspeção dotrabalho aquaviário e portuário

A Comissão Marítima Paritáriada Organização Internacional do Tra-balho (OIT) aprovou, em reunião re-alizada em janeiro deste ano, em Ge-nebra, a constituição de um grupo detrabalho tripartite para revisar e sis-tematizar todos os instrumentos da-quele órgão internacional relativo aotrabalho marítimo.

O grupo será constituído por dozerepresentantes de governos, trabalha-dores e empresários do setor. Recen-temente o Brasil foi referendadocomo um dos países participantes. AFederação Internacional dos Traba-lhadores em Transportes (ITF), emreunião do seu Comitê da Seção deMarítimos, aprovou os nomes dos re-presentantes dos trabalhadores.

Severino Almeida Filho, presi-dente da CONTTMAF e do SIND-MAR e diretor de Relações Interna-cionais da Federação dos Marítimos,foi escolhido para representar os tra-balhadores da América do Sul eCaribe no grupo. Pela complexidadedo tema, interesses envolvidos eliturgia da análise e aprovação dostrabalhos, própria de uma entidadecomo a OIT, acredita-se que a con-clusão da revisão e sistematizaçãodas convenções e recomendações nãose dê em prazo inferior a quatro anos.

Desde já estamos abertos para re-ceber propostas e discuti-las.

O Comitê da Seção de Marítimosda Federação Internacional dos Tra-balhadores em Transportes (ITF)aprovou a criação de uma Força Ta-refa para elaborar uma proposta depolítica para cabotagem. As linhasgerais dessa política foram aprovadosno último congresso da entidade, rea-lizado em 1998 em Nova Deli, Índia.

ITF cria Força Tarefa para formular política de cabotagem

(DTMs), e a contribuição no combate aosnavios substandarts. Para Severino, o tra-balho da secretaria é um instrumento decombate à competição predatória entreembarcações de diversas bandeiras.

O presidente da CONTTMAF enfati-zou a seriedade dos membros do Minis-tério envolvidos na atividade de inspeçãomarítima e portuária e salientou a impor-tância do intercâmbio entre o órgão e aMarinha do Brasil, que vem contribuin-do para o serviço de inspeção, e da aten-ção que o MTE tem dado à atividade ma-rítima.

Por outro lado, Severino apontou al-gumas deficiências que precisam ser cor-rigidas. Como, por exemplo, o númeroinsuficiente de inspetores dedicados à ins-peção de trabalho marítimo e portuário;a demora na efetivação da Norma Regu-ladora Marinha; a deficiência de se co-municar em inglês; e a necessidade demaior intercâmbio com a realidade do tra-balho marítimo e portuário das nações re-ferências nesta atividade.

No entendimento dos trabalhadores,disse Severino, a prioridade nas inspeçõesdeve ser dada à fiscalização das coopera-tivas, que tanto vem prejudicando osmarítimos embarcados. Além disso, res-saltou ele, é preciso dar mais ênfase à fis-calização dos trabalhadores estrangeiros,especialmente à forma como lhes são con-cedidas as autorizações de trabalho.

CONTTMAFBrasil integra grupo

da OIT que vairevisar convenções

marítimas

Entre elas está a defesa do mercadopara as embarcações e tripulantes denacionalidade da bandeira do paísonde se dá a navegação de cabotagem.A proposta será analisada e discutidano comitê antes de ser encaminhadaà aprovação do Congresso da ITF, em2002. O grupo será formado por re-presentantes de vários países como o

Japão, Noruega, Inglaterra, USA, Itá-lia, Grécia e Brasil. Severino Almei-da Filho, presidente da CONTTMAF,teve seu nome indicado pelo coorde-nador do grupo, Ages Tselentis, e jáconfirmou sua participação. A políti-ca aprovada deverá ser seguida pelosmais de cinco mil sindicatos filiadosà ITF no mundo.

C

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Transpetro não se emenda. De-pois de anunciar, em semináriorealizado no dia 27 de agosto

em sua sede, no Rio, a incorporação de37 navios à sua frota � o que seria umanotícia auspiciosa, visto que significa am-pliação do mercado de trabalho para osmarítimos � a própria empresa se encar-regou de jogar um balde de água fria emqualquer expectativa otimista. Seu supe-rintendente, Celso Luiz Pereira de Sou-za, afirmou existir um déficit de oficiaisde Marinha Mercante no Brasil e, em ra-zão disso, defendeu o investimento emcursos intensivos para oficiais de Máqui-nas e de Náutica e o resgate dos profissi-onais mais experientes que abandonarama carreira.

Convidado a participar do even-to, o primeiro-presidente do SIND-MAR, Severino Almeida Filho, con-testou os argumentos de Celso Luiz.A dificuldade encontrada pela Trans-petro para contratar oficiais para seuquadro funcional não está na carên-cia de profissionais, ressaltou Severi-no, e sim nos baixos salários pagospela estatal. Ele lembrou que os salá-rios sofreram redução de até 40% nosúltimos anos e a perda do poder aqui-sitivo fez com que muitos marítimosprocurassem trabalho em terra.

Transpetro diz que há déficit de oficiais e SINDMARcontesta: baixos salários afugentam profissionais

SINDMAR

Severino: salários baixos afastamoficiais da vida no mar

Além disso, afirmou Severino, os sa-lários não acompanham o aumento dascobranças feitas aos marítimos na medi-da que as embarcações se tornaram maismodernas. Outro dado importante é acrescente expansão do setor de offshore,

que cada vez mais vem atraindo a mão-de-obra com salários razoáveis.

O presidente do SINDMAR não acre-dita na eficácia das soluções apontadaspelo superintendente da Transpetro. Oprofissional que se manteve afastado pormuitos anos do mar, por exemplo, terá sé-rias dificuldades de readaptação. �A vidaa bordo cobra muito da pessoa�, ressal-tou Severino. Esta também é uma das ra-zões que condenam ao fracasso a forma-ção de oficiais através de cursos intensi-vos. Dificilmente, disse ele, o oficial for-mado desta maneira estará preparado paraa vida marítima, na qual terá de se sub-meter a uma rígida hierarquia e a ummodo de vida que exige sacrifícios.

Outro ponto polêmico,durante o seminário, girouem torno da contratação decooperativas, classificadaspelo vereador carioca Ricar-do Maranhão (PSB), tambémpresente ao seminário, de�arapucas para sublevar osdireitos trabalhistas�. Elelembrou que, à época em queera encarregado da Petro-bras, não se pagava uma fa-tura se a prestadora de ser-

viço não mostrasse o comprovante de re-colhimento do INSS. Hoje, essa exigêncianão é feita às cooperativas, o que permiteque elas, mesmo em situação irregular jun-to à Previdência, continuem prestando ser-viços à Petrobras.

O superintendente da Transpetrorebateu dizendo que a empresa tem ocuidado de contratar cooperativas re-gulares, o que lhe valeu uma críticade Severino: a de que não existe e nemvai existir cooperativas �regulares�,já que elas criam vínculos empregatí-cios sem garantir os direitos trabalhis-tas do cooperado.

Das 37 novas embarcações, 29serão feitas por estaleiros nacionais� 18 até 2006 e os demais até 2010. Aempresa, contudo, foi criticada porsua decisão de encomendar quatronavios aliviadores no exterior � porse tratar, segundo Celso Luiz Perei-

ra de Souza, de embarcações com tec-nologia avançada, que exigiriam mão-de-obra especializada.

O secretário estadual de Energia, In-dústria Naval e Petróleo, Wagner Victer,presente ao seminário, defendeu a com-petência da indústria naval brasileira.De acordo com o secretário, o que aTranspetro vai comprar são navios co-muns adaptados para serem aliviadores,conversão que os estaleiros nacionaisfazem �com os pés nas costas�, comodefiniu ele.

Também participaram do semináriopromovido pela Transpetro o diretor dePortos e Costas da Marinha, vice-almi-rante Euclides Janot, a deputada JandiraFeghali (PC do B �RJ) e o deputado Már-cio Fortes (PSDB- RJ).

A

A platéia assiste ao seminário em que a Transpetroanuncia a compra de 37 navios nos próximos anos

Wagner Victer entre Severino e o deputadoMárcio Fortes: em defesa da indústria naval

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Diretoria de Portos e Costas daMarinha (DPC) e o Centro deInstrução Almirante Graça Ara-

nha (Ciaga) lançaram edital para os cur-sos de Adaptação para segundo-oficial deNáutica (Ason) e segundo-oficial de Má-quinas da Marinha Mercante (Asom).Quem já tem formação de nível superiorpode fazer o curso em dois anos para re-ceber o certificado de segundo-oficial deNáutica ou em um ano para receber o cer-tificado de segundo-oficial de Máquinas.O curso regular tem a duração de quatroanos.

Nos primeiros seis meses, os alunosdo Ason terão aulas teóricas no Ciaga,seguidas de um período de seis meses deestágio, embarcados. Após isso, terãomais seis meses de aula teórica. O semes-tre final será novamente de estágio, em-barcados. Já o Asom terá o primeiro se-mestre no Ciaga e o último de estágio em-barcado.

De acordo com o edital, os candida-

tos à Náutica devem ser formados emEngenharia, Astronomia, Oceanografia,Meteorologia, Física, Matemática, Quí-mica, Biologia, Administração ou Eco-nomia. No caso de Máquinas, em Enge-nharia Naval, Mecânica, Elétrica, de Au-tomação ou Engenharia de Produção In-dustrial. O número de candidatos inscri-tos foi 136 � só serão aprovados 24 paracada habilitação, no total de 48.

SINDMAR discorda da mudança

O oficial da Marinha Mercante brasi-leira, seja ele de Máquinas ou de Náuti-ca, é uma figura de destaque no setoraquaviário nacional. É um profissional deextrema responsabilidade, respondendo,se for formado em Náutica, pela navega-ção da embarcação. O oficial de Máqui-nas, por sua vez, responde pela operaçãoe manutenção das máquinas do navio.

O mercado não necessita de mão-de-obra adicional � na verdade, as dificulda-des de se contratar pessoal, quando exis-

Sob um céu azul e sobre a gramaverde do Centro de Instrução Almi-rante Graça Aranha (Ciaga), no Riode Janeiro, se formou, no dia 27 dejulho, a turma Capitão de Longo Cur-so Ruy de Lourdes da Cunha e Mene-zes da Escola de Formação de Ofici-

Marinha Mercante brasileira ganha 50 novos oficiais

Pretensão de formar oficiais em 1 e 2 anos tomacorpo no Ciaga e é criticada pelo Sindicato

SINDMAR

tem, são decorrentes dos baixos saláriosoferecidos pela maioria das empresas, quenão compensam a dedicação à vida no mar.

O artifício de reduzir as exigênciaspara a formação de oficiais já foi utiliza-do em 1972 e 1973 � e redundou em ab-soluto fracasso. Entre as causas do malo-gro estava o fato de os candidatos não sededicarem, no início de suas carreiras, aotrabalho no mar. Hoje, os candidatos es-tão entrando no curso certamente por fal-ta de maiores oportunidades em suas car-reiras originais.

Estas pessoas trazem hábitos enraiza-dos e próprios do trabalho em terra. Ou-tro fator de forte influência na vida pro-fissional é o familiar � é preciso ter umaestrutura sólida para enfrentar as exigên-cias da vida marítima. As inevitáveis co-branças da família não podem ser satis-feitas. Como não estão ingressando navida de bordo em idade tenra, dificilmenteos candidatos se adaptarão à hierarquia eà rotina próprias do setor.

ais da Marinha Mercante(Efomm-RJ). Esta turmatrouxe um charme a maispara os mares do Brasil � edo mundo: dos 57 forman-dos, quatro são mulheres.As primeiras oficiais forma-

das pelo Ciaga fo-ram Izis dos San-tos, Renata Silva,Gabriela Lima eFlávia de Aguiar.Os oficiais ElvisMoreira e Alexan-der Ribeiro foram os primei-ros colocados da turma. Osegundo-presidente doSINDMAR, José Válido, e odiretor de educação, JoséSerra, estiveram presentesao evento. A solenidade con-tou também com a presença

A

As primeiras oficiais a concluírem o curso doCiaga com o vice-almirante Euclides Janot

do comandante da Marinha do Brasil,almirante-de-esquadra Sérgio Florên-cio Chagasteles; do diretor de Portose Costas da Marinha do Brasil, vice-almirante Euclides Janot, do diretor doCiaga, capitão-de-mar-e-guerra SergioAntonio Freitas e de representantesda comunidade marítima.

A turma Capitão Ruy de Lourdes da Cunha eMenezes festeja a conclusão do curso

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Aliança poderá antecipar data-basee Norsul dá reajuste médio de 12%

Duas das cinco empresas a assinaremacordo com o SINDMAR foram a Alian-ça e a Norsul. O acordo com a Norsul � oterceiro firmado com a empresa � foi as-sinado em 31 de agosto e garante, entreoutros benefícios, um reajuste que variade 11% a 13%, conforme a categoria, e opagamento do plano de previdência pri-vada nas férias. O acordo tem vigência

de 1º de agosto de 2001 até 31 de julhode 2002.

Na solenidade de assinatura, estive-ram presentes marítimos da empresa,como o comandante do navio NorsulCamocim, Ademir Ferreira, que classi-ficou a assinatura do acordo como umagrande vitória. �O pontapé inicial foidado�, sintetizou o comandante. O se-gundo-presidente do SINDMAR, JoséVálido, enfatizou o diálogo franco daNorsul com os sindicatos e reinvindicouao presidente da empresa, Hugo Figuei-redo, melhoria na comunicação com osnavios: a Norsul tem um sistema de co-municação, via correio eletrônico fecha-do, que dificulta a comunicação com ossindicatos.

O acordo com a Aliança, assinado em18 de julho, garante reajuste de 7,14% e ocompromisso de se antecipar a data-base,no próximo acordo, de junho para maio.A companhia tem em seu quadro cerca de

170 marítimos, dos quais 60 são oficiaisrepresentados pelo SINDMAR � entreeles Vitória Régia, a primeira mulher ase tornar oficial da Marinha Mercante bra-sileira. O acordo tem vigência de 1º dejunho de 2001 a 31 de maio de 2002. Naassinatura do acordo, a Aliança foi repre-sentada pelo seu gerente técnico, LuisFernando Pereira. Também assinaram osacordos com a Norsul e a Aliança aFNTTAA, representada por seu presiden-te, Ricardo Ponzi, e demais sindicatosmarítimos.

Em primeiro plano, na assinatura doacordo com a Aliança, o segundo-presidente do SINDMAR, José Válido

Assinatura do acordo com a Norsul:reajuste médio de 12%

Nos últimos dois meses, o diretordo SINDMAR, Jailson Bispo esteve vi-ajando pelo Nordeste para fazer con-tato com os representados do Sindica-to � entre eles os que trabalham paraempresas ligadas à Associação Brasi-leira das Empresas de Apoio Marítimo(Abeam), informando como estavam asnegociações do acordo coletivo como Sindicato, a exemplo do que já esta-va sendo feito na Bacia de Campos, noRio de Janeiro.

Em Salvador, Jailson Bispo se en-controu com oficiais que trabalhampara a Comab � Transportes Marítimosda Bahia Ltda, empresa baiana que fazo transporte de automóveis e passa-geiros entre a ilha de Itaparica e Salvador.Os oficiais da Comab pediram a gestãodo SINDMAR junto à empresa para regu-larizar sua situação, visto que estão semAcordo Coletivo de Trabalho.

Em Guamaré, Rio Grande do Norte, ocompanheiro Bispo manteve contato comas embarcações que estavam na região evisitou os oficiais da embarcação RB Al-taneira, da empresa Naveriver, onde

constatou uma série de irregularida-des.

Bispo também manteve contatocom o capitão-de-manobra de Guama-ré, o companheiro Carvalho, que o pôsa par dos avanços e dificuldades dotrabalho de capitão-de-manobra naque-la área.

Já em Paracuru, Ceará, Jailson es-teve a bordo da embarcação RB AstroDourado, onde conversou com os tri-pulantes e oficiais a respeito das difi-culdades então existentes para assinaro Acordo Coletivo de Trabalho com aAbeam. Além dessas cidades, JailsonBispo esteve também em Aracaju, ondemanteve contato com as embarcações

RB Seamar III e RB Mage.A viagem feita por Jailson Bispo mos-

tra o esforço do SINDMAR em contactare levar informação à sua base em todo oterritório nacional.

Sindicato mobiliza base no Nordeste

Mantenha seu cadastro atualizado. A comunicação entre o Sindicato e você é fundamentalpara a permanente mobilização de nossa categoria

SINDMAR

Em Salvador, Jailson (ao centro, de camisabranca) e oficiais do Ferry Boat da Comab

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SINDMAR

O SINDMARobteve mais umaconquista na lutapor melhores salá-rios e condiçõesde trabalho deseus associadoscom a assinatura,no último dia 18 desetembro, doAcordo Coletivode Trabalho com aMaersk Brasil Ltda(Brasmar). O acor-do, que vigora de 1º de fevereiro de 2001 a 31 de janeiro de 2002,garantiu assistência odontológica integral, paga pela empresa,e gratificação para as funções de imediato e subchefe de Má-quinas. Na assinatura do ACT, realizada na sede do SINDMAR,estiveram presentes, pelo Sindicato, o primeiro-presidente, Se-verino Almeida Filho, e o diretor financeiro, Jailson Bispo. Aempresa foi representada pelo diretor-gerente, Viggo Andersen,e pelo coordenador João V. F. Pinto.

mobilização e conscientizaçãodos marítimos embarcados nosnavios das empresas filiadas à

Associação Brasileira de Apoio Maríti-mo (Abeam) deu resultado: o SINDMARe a Abeam assinaram, em 26 de setem-bro, o Acordo Coletivo de Trabalho. Foiuma das mais longas negociações enca-minhadas pelo Sindicato que, nos últimostrês meses, visitou inúmeros rebocadorescom o objetivo de mobilizar a categoria ediscutir com as tripulações suas condiçõesde trabalho.

Numa mostra de sua disposição deluta, os marítimos das empresas filiadasà Abeam chegaram a aprovar, numa as-sembléia realizada em 7 de maio, a pro-posta de paralisação caso a Abeam con-tinuasse protelando as negociações, comovinha fazendo. A paralisação não chegoua ocorrer, mas o recado dado ao patronatose fez ouvir � e certamente se fará maisadiante, já que o Sindicato já está prepa-rando uma nova pauta de reivindicações,para a campanha de 2002 � e, para qual,desde já está aceitando a contribuição dos

companheiros marítimos.O acordo, com vigência no

período de 1º de fevereiro de2001 a 31 de janeiro de 2002,traz importantes conquistas,entre elas a inclusão de planode assistência odontológica e uma grati-ficação adicional para oficiais que tripu-lam rebocadores acima de 1800 AB. A ín-tegra do documento está disponível nosite do SINDMAR (www.sindmar.org.br).

A assinatura do acordo foi realizadana Diretoria de Portos e Costas, com apresença do vice-almirante Euclides Ja-not. Representando os marítimos, estive-ram presentes o primeiro-presidente do

Abeam: após ameaça de greve, acordo põe umponto final em uma longa e difícil negociação

Maersk: gratificação paraimediato e subchefe de Máquinas

SINDMAR, Severino Almeida Filho, o di-retor financeiro, Jailson Bispo, e o presi-dente da Federação Nacional dos Traba-lhadores em Transportes Aquaviários eAfins (FNTTAA), Ricardo Ponzi, e demaisrepresentantes das entidades coirmãs.Pela Abeam assinaram o acordo seu pre-sidente, Ronaldo Lima, e demais direto-res das empresas que também firmaram oacordo.

Fruto da efetivainteração entre oSINDMAR e o pes-soal embarcado, foiassinado no dia 27 desetembro último oAcordo Coletivo deTrabalho com a Do-cenave. Um almoçono Clube Naval, quecontou com a presen-ça do presidente daempresa, Álvaro Oli-veira Júnior, e representantes da comunidade marítima, selou aassinatura do acordo, que terá vigência de de 1º de maio de2001 a 30 de abril de 2002.

O acordo com a Docenave encerra um período difícil denegociação, durante o qual houve intensa troca de comunica-ção entre o Sindicato e navios. Só se conseguiu algum avançodevido à disposição de luta e mobilização demonstrada peloscompanheiros embarcados e seu apoio e confiança nas indica-ções do SINDMAR.

Ao lado, a assinatura doacordo com a Abeam.Abaixo, Jailson Bispo,Severino Almeida, oalmirante Janot (DPC) e opresidente da Abeam,Ronaldo Lima.

No SINDMAR, Jailson Bispo, SeverinoAlmeida, Viggo Andersen e João Pinto

Ao centro, o diretor-procurador doSINDMAR, Enilson Pires, assina oacordo com a Docenave

Docenave: disposição de luta naconquista do acordo

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SINDMAR

A comissão da Câmara dos Deputa-dos que investiga as causas do acidentecom a plataforma P-36 se reuniu em 2 dejulho na sede do SINDMAR. Durante asessão, foram ouvidos os mergulhadoresque ficaram de serviço horas depois doacidente.

Também foram ouvidos um oficial deNáutica e um técnico de segurança da pla-taforma P-37 onde, em janeiro último,dois trabalhadores morreram num aciden-te envolvendo o gás sulfídrico altamentetóxico. A comissão condenou a práticade terceirização adotada pela Petrobras.

Para o deputado Luciano Zica (PT-SP), a terceirização é o terror na empre-sa estatal. Em seus depoimentos, o ofi-cial de náutica Sílvio Sarmento e o téc-nico de segurança Ricardo contaram queaté o curso de combate a incêndio e sal-vatagem, antes oferecido pela empresa,agora é terceirizado. Custa R$ 700 e épago pelo próprio funcionário. Além dis-

so, é ministrado porcooperativa terceiri-zada e tem a duraçãode apenas dois dias.O deputado Luiz Sér-gio afirmou ser insu-ficiente um cursocom essa duração. 

Além de LucianoZica, que é o relatorda comissão, estive-ram presentes à ses-são os deputados Jandira Feghali (PC doB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Salatiel Carva-lho (PMDB-PE), Antonio Fleury Filho(PTB-SP), que preside a comissão, e Dr.Heleno (PSDB- RJ).

A deputada Jandira Feghali, que tam-bém condenou a prática de terceirizaçãofeita pela Petrobras, atribuiu o acidentecom a P-36 a erro de projeto. Ela ficouimpressionada quando soube que a cargahorária de um oficial de Náutica é de qua-

Comissão parlamentar:t e r c e i r i z a ç ã oé o terror na

P e t r o b r a s

Na reunião (daesquerda paradireita), ocomandante JoséRoberto, MônicaAbreu, OdilonBraga, EnilsonPires, AntonioCarlos Garcia eMaria Muccillo

Técnicos da Fundacentro apresentam relatóriosobre vistorias em navios da Transpetro e Aliança

se 24 horas e que 70% do quadro de pes-soal da P-36 era terceirizado.

De acordo com Luciano Zica, a Petro-bras está pondo em prática uma políticade redução de custos onde não deve. O de-putado afirmou que a prática de terceiri-zação, acentuada no governo FHC, é umcrime premeditado, inadmissível numaempresa que é o orgulho do Brasil.

Na reunião da Comissão, realizada no SINDMAR,Salatiel, Severino, Jandira, Fleury e Luiz Sérgio

Os membros da comissão tripartiteque faz parte do projeto de estudos dascondições de saúde e segurança do traba-lhador a bordo de embarcações se reuni-ram no SINDMAR, em 12 de julho, como objetivo de dar informações sobre ostrabalhos já realizados pela equipe técni-ca da Fundação Jorge Duprat Figueiredode Medicina e Segurança no Trabalho(Fundacentro). Esta é a terceira reuniãodo grupo e a segunda realizada no Sindi-cato.

Os técnicos da Fundacentro estiverama bordo de três navios (dois da Transpe-tro e um da empresa Aliança) onde acom-panharam o dia-a-dia dos tripulantes emsuas diversas atividades. Na reunião,apresentaram o relatório técnico de da-dos coletados através de sofisticados ins-trumentos verificadores de ruído e vibra-ção, dentre outros.

A comissão definiu que as próximaspesquisas serão realizadas a bordo de na-vios químicos e nas embarcações do apoiomarítimo e fluvial. Ficou acertada tam-bém que um psiquiatra irá a bordo se reu-nir com a tripulação e apresentar um ques-tionário a ser preenchido pelos tripulan-tes para posterior avaliação.

Da reunião participaram, pelo SIND-MAR, os diretores Odilon Braga e

Enilson Pires; pela Fundacentro-RS, Ma-ria Muccillo (coordenadora) e Luiz Re-nato; pela Fundacentro-ES, AntonioCarlos Garcia; pelo Syndarma, o almiran-te Armando Vidigal; pela Transpetro,Marco Antonio Silva; pela Federação dosMarítimos, Alberto Negrão; pela DPC, ocomandante José Roberto; e pelo Minis-tério do Trabalho e Emprego, MônicaAbreu.

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Site do SINDMAR se transforma para facilitar anavegação de quem procura o melhor em informação

SINDMAR

e você costuma navegar em águasvirtuais, já deve ter notado umadiferença: a homepage do SIND-

MAR está de cara nova. Mais bonita, ele-gante, com um layout moderno, está bematual. Mas beleza não é tudo. Além daapresentação, o site www.sindmar.org.brtraz informações em tempo real, com osúltimos acontecimentos de interesse dacategoria, e arquivos do jornal Unificar.E mais: o associado do Sindicato tam-bém pode ter acesso ao texto de leis -inclusive a Constituição - e a um dicio-nário virtual de terminologias usadas nosetor.

Mas atenção: parater acesso aos servi-ços exclusivos, é pre-ciso se cadastrar. Fei-to isso, aproveite.Para chegar às infor-mações, basta apenasapontar o cursor paraos links colocados naparte de cima da pá-gina, divididos emcinco ambientes �Sindicato, Reco-mendados, Embar-cações, Cursos e Le-gislação � e ver alista das informaçõesdisponíveis.

Em �Sindicato�,você poderá ler a his-tória dos sindicatos deoficiais de Náutica e de Máquinas e suaunificação, conferir os nomes dos atuaisdiretores da entidade e saber como funci-ona a assessoria jurídica. Na mesma áreapode-se fazer o cadastro e enviar um e-mail para o SINDMAR.

Ainda em �Sindicato� há dois linksmuito especiais: um deles, �Lobo doMar�, traz a história de oficiais que sedestacaram por sua atuação profissional.O primeiro a ter sua história na página éo Capitão de Longo Curso Andre SabatieFonseca. O outro link é a �Galeria deHeróis�. Nele, está a história do coman-dante Emilio Bonfante Demaria, que deunome à nova sede do SINDMAR, inau-

gurada no ano passado.Outra área de destaque no ambiente

�Sindicato� é a que contém arquivos so-bre Conferências. Nela, o associado podeter acesso a arquivos com palestras pro-feridas na Aquatrans, no Centro de Ins-trução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba)e no Centro de Instrução Almirante Gra-ça Aranha (Ciaga), com análises sobre aMarinha Mercante brasileira e o merca-do de trabalho para o oficial mercante,entre outros.

A página do Sindicato é só o come-ço. Ao lado, no link �Recomendados�,

o associado vai poder tirar suas dúvidassobre termos técnicos. Nela, há glossá-rios � em ordem alfabética, para facili-tar a consulta � com definições sobretermos empregados em Offshore ,Offshore comercial e Terminologia Na-val - esta última em inglês, português eespanhol.

Em �O Navio�, o associado vai sa-ber o significado dos termos navais. Já�Manual do Tripulante� traz informaçõessobre o dia-a-dia a bordo. Há ainda umlink para curiosidades e a relação de en-dereços das empresas de navegação noBrasil, das agências, delegacias e capi-tanias dos portos, das sociedades classi-

ficadoras no Brasil, além de atalhos parasites da área.

No link para �Cursos�, o associadotem acesso à relação de cursos ministra-dos pelo Sindicato ou em parceria, cur-sos externos de interesse para o associa-do e programas de cursos para aquaviá-rios, portuários e atividades correlatas(Prepom).

No ambiente �Embarcações� estão in-formações sobre Apoio Marítimo (Off-shore), navios Gaseiros, Graneleiros, dePassageiros, Porta-Containers, Petrolei-ros, Químicos, Roll-on-roll-off e sobre

transporte especialde cargas.

Em �Legisla-ção�, há arquivoscom o texto deleis relativas à ati-vidade Aquaviá-ria, Previdência,Previdência Com-plementar, Legis-lação Trabalhista,Ambiental, Imi-gração, Constitui-ção. Em �Outras�,estão as instru-ções normativasque dispõem so-bre a bagagem deviajante proce-dente do exteriore sobre o trata-mento tributário e

os procedimentos de controle aduanei-ro aplicáveis aos bens de viajante.

A página principal também dá acessoa outros serviços importantes, como paraa tábua das marés de sua região e �Tem-po�, com o último mapa das nuvens noBrasil pelo satélite GOES no formato GIF.Há ainda um link especial para quem de-pende da Ponte Rio-Niterói: nele, vocêpode ver como está o trânsito antes de sairde casa ou do trabalho.

E por último, mas não menos impor-tante: alguns dos serviços oferecidos pelogoverno federal pela Internet podem seracessados diretamente da página doSINDMAR.

S

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s mãos caleja-das e o douradoda pele não ne-

gam a origem sertaneja.Foi no município de Es-tância, em Sergipe, quenasceu, no dia 5 de se-tembro de 1903, o deca-no dos marítimos do Riode janeiro, Antônio Gen-til Vianna. Com 98 anosrecém completados, seuAntônio ainda guarda namemória os tempos idose vividos de quem pas-sou décadas navegandopor este mundão afora.Sua história, contadapara o �Unificar�, é um pouco da histó-ria de milhares de jovens que saíram dosertão nordestino para ganhar a vida abordo de um navio.

Quando saiu de Estância, seu Antô-nio tinha apenas 16 anos. Seu primeiroemprego, de mecânico numa fábrica detecidos chamada Staner � onde ficou porcerca de um ano � o habilitou para em-barcar como praticante no navio Ilhéus,da Companhia Baiana, em 1920. O pri-meiro embarque, porém, não durou mui-to, pois estava com documentação irre-gular. �O comandante César da CostaBrava me mandou resolver essa questãoem terra. Foi o comandante quem me fez.Se hoje sou oficial aposentado, é graçasa ele�, lembrou o oficial Vianna.

Depois de quatro meses em terra, naBahia, resolvendo as pendências legais,

seu Antônio novamente embarcou emoutro navio, o Filadélfia, no qual traba-lhou como sub-ajudante. Mas o grumetelogo percebeu que, para progredir na car-reira, era preciso se especializar.

Na primeira oportunidade, desembar-cou em Pernambuco e tratou de estudar.�Logo passei a ser o terceiro-maquinistado navio Filadélfia, com o soldo de 110mil réis por mês�, relembra. Em 1921, ooficial Vianna se sindicalizou. �Eu me as-sociei logo ao sindicato, afinal eu souum trabalhador e trabalhador se une atrabalhador�, diz seu Antônio, orgulho-so.

Orgulho igual ao que sentiu ao voltarà Estância para rever a mãe, dona MariaJoaquina, três anos depois de ter saídopara ganhar o mundo. Para ele, o retornotinha o gosto da vitória por ter consegui-

SINDMAR

Aos 98 anos, seu Antônio é um dosmarítimos mais idosos do Rio de Janeiro

Departamento de aposentados faz palestra sobre longevidadeO Departamento de Aposentados realizou palestra

com o tema �Como emplacar cem anos�, no dia 8 deagosto no auditório da sede social do SINDMAR. Oevento aconteceu durante a reunião mensal do depar-tamento, sob o comando do diretor Idair Mamede, eteve a casa cheia. O palestrante foi o professor JúlioCamargo, biólogo e autor do livro �Da Juventude à

Longevidade�, que deu dicas de saúde para os presen-tes. No início da reunião foi feito um minuto de silêncioem memória do oficial Jorge Eggs, falecido no dia 2 deagosto e do escritor Jorge Amado. Caminhada, alimen-tação na hora certa e evitar excessos foram as dicas queo professor deu ao presentes para que alcancem umavida longa e saudável.

do uma boa profissão emtão pouco tempo; para ela,tinha a alegria de reencon-trar o filho e o prazer de vê-lo vencedor.

Anos depois, o oficialVianna ingressou no Lloyd.A bordo dos navios da em-presa, conheceu quase omundo inteiro. �Eu já traba-lhei em tudo quanto é navio,todos eles, ou quase todos.No período em que estive naativa, sempre fiquei viajan-do. Foi numa dessas via-gens que conheceu a mulher,Joana Koter Viana. Casou-se com ela na Alemanha. Do

matrimônio, nasceram duas filhas, Doro-théa Koter Vianna e Madalena KoterVianna, que lhe deram netos, bisnetos etetranetos.

Do primeiro embarque até à aposen-tadoria, foram 33 anos navegando. Em1953, seu Antônio encerrou a carreira,para nunca mais sair de terra.

�Fui convidado muitas vezes para vol-tar. A Petrobras e outras empresas mechamaram, mas não eu quis. Embarqueiem navios de passageiros, em cargueiros,fiz de tudo o que se pode fazer na minhaprofissão. Mas, apesar de ter sido bastan-te feliz na Marinha, não quis voltar. Tra-balhei duro para poder me aposentar. Nãoia trocar a minha liberdade por dinheironenhum. O meu já era certo no fim domês, não tinha cabimento me submetermais a tanto sacrifício�, conclui, resolu-to, o velho marinheiro.

Memóri

a

Com 98 anos completados no dia 5 de setembro, seu AntônioVianna, oficial de Máquinas, é o marítimo mais idoso do Rio

A

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23

O SINDMAR assinouconvênio com o curso deidiomas Wizard. Agora o as-sociado e dependentes têmdescontos de 20% nas men-salidades dos cursos de In-glês e Espanhol. Entre emcontato conosco pelo telefo-ne 2518-2164 ou pelo [email protected] eveja os locais onde Wizardtem convênio com SIND-MAR.

SINDMAR assinaconvênio com o curso

Wizard

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Made in USA

O SINDMAR e a ope-radora de planos de saú-de Silver Life oferecemao associado, a seus de-pendentes, agregados efamiliares um serviço deassistência médico-hos-pitalar sem carência �exceto para doenças pre-existentes e partos � esem limites de idade. Ga-rantindo cobertura paraconsultas, exames, inter-nações, cirurgias, trans-plantes de rins e córnea,a Silver Life possui am-pla rede credenciada demédicos, clínicas e hos-pitais. O convênio incluicobertura da nova legis-lação (lei 9656/98).

Para atender aos in-teressados, o SINDMARorganizou um plantãoem sua sede às quintas-feiras, das 14h às 17h,com a senhora Luzia. Oprazo é até o final de ou-tubro.

Aproveite o convênioentre o SINDMAR e ocentro de idiomas Madein USA. Os associados eseus dependentes poderãoaprender inglês e espa-nhol através do métodoamericano E.S.L (Englisha Second Language). Ocurso apresenta técnicasmodernas de ensino ecombina aulas com pro-fessores ao longo de 18meses (nos Learning Cen-ters, dentro do SIND-MAR) com professor ele-trônico. Após quatro es-tágios (Freshman, Sopho-more, Junior e Sênior) e144 horas/aulas em até 18meses, a pessoa terá ad-quirido as quatro habili-dades no aprendizado dosdois idiomas: ler, escre-ver, falar e entender.

A matrícula custa R$60,00, incluindo o mate-rial, e a mensalidade é deapenas R$ 50,00 por alu-no. Venha logo buscar seubenefício.

Convênios

Plano de Saúdecom carência

reduzida

O Clube de Emprega-dos da Petrobras � Barraestá aberto a todos os as-sociados do SINDMAR,independentemente daempresa a que esteja vin-culado. As vagas são limi-tadas. O CEPE oferece to-das as vantagens de umgrande clube: piscina,área para esportes etc.,por R$ 30,00 mensais.Aproveite e venha corren-do, não perca esta chan-ce! Mais informações nasecretaria do Sindicato.

CEPE: lazer para oassociado do

SINDMAR

Visite o site do Instituto de Ciências Náuticas(www.cienciasnauticas.gov.br) e veja a lista decursos que a instituição oferece, em parceria como Sindicato.

Com descontos que variam de 20% a 40%nas mensalidades - dependendo do campus e doturno � o convênio entre SINDMAR e o CentroEducacional Santa Mônica vem atraindo um bomnúmero de dependentes de associados. E vocêtambém pode ter 50% de desconto no gasto comtransporte até o Centro Educacional.

O convênio assinado entre o SINDMAR e aUniversidade Veiga de Almeida beneficia todosos alunos afiliados ao Sindicato � inclusive aque-les que já estavam estudando antes do acordo. Oconvênio prevê desconto de 20% na mensalida-de dos cursos de graduação, com exceção deMedicina e Odontologia, e 40% para quem temdiploma de nível superior. Se você está estudan-do na UVA e é nosso associado, não perca tem-po: beneficie-se do convênio.

Cerca de duzentos associados já se benefici-aram do convênio firmado entre o SINDMAR ea Universidade Estácio de Sá. A procura não párade crescer. Agora ficou mais fácil realizar o so-nho de cursar uma universidade. Pelo convênio,estão disponíveis para os associados diversoscursos de graduação, politécnico, pós-graduação(Latu senso), mestrado e doutorado, todos comdesconto garantido.

O SINDMAR assinou convênio, em âmbitonacional, com a Odonto-Empresa, beneficiandoassociados, seus dependentes, familiares e agre-gados. O convênio oferece serviços de diagnós-ticos, obturações, prevenção, periodontia,endotontia, odontopediatria, cirurgia, radiologiae ortondontia. O aparelho é grátis e dependentescom menos de 4 anos não pagam. Uma repre-sentante da empresa estará às terças e quintas-feiras no SINDMAR para detalhar o plano.

Convênio Odontológico

Universidade Estácio de Sá

Universidade Veiga de Almeida

Centro Educacional Santa Mônica

Instituto de Ciências Náuticas

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24

Impresso Av. Presidente Vargas 309, 15º andarCentro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20040-010

TÁBUA DAS MARÉS

Maré Alta

Maré Baixa

Pan Marine

A Pan Marine continua relu-tante em aceitar os termos da pro-posta de Acordo Coletivo de Tra-balho feita pelo SINDMAR. En-tre outras discordâncias, ela in-siste em manter um regime de 45dias embarcados e 45 de descan-so, enquanto o Sindicato recla-ma 42 X 42. O SINDMAR já estápreparando uma série de denún-cias de irregularidades para serenviada às autoridades maríti-mas.

Atenção associado: se você quiser consultar aassessoria jurídica do SINDMAR sobre processostrabalhistas ou tirar dúvidas sobre Previdência,envie um e-mail ([email protected]) ou

fax (0XX-21-2253-4524) para o Sindicato

A Transroll tem quatro naviosconteineiros afretados à Aliançapor cerca de 10 mil dólares/dia cadaum e quer assinar ACT pagando sa-lários da tabela de granel sólidos,ao invés de usar como referência atabela praticada pela empresa queafretou seus navios.

Maré baixa nas empresas denavegação como a Transroll,Metalnave, Frota Oceânica, Libra,Seapar, Neptunia, H.Dantas e ou-tras que insistem em manter seusmarítimos sem o amparo do Acor-do Coletivo de Trabalho.

Foi ótima a repercussão daspalestras sobre Sindicalismo, noCampus Méier da UniversidadeEstácio de Sá, proferidas pelo pre-sidente da CONTTMAF e doSINDMAR, Severino AlmeidaFilho e pelo OSM, advogado, pro-fessor universitário e consultorjurídico da CONTTMAF, EdsonMartins Areias, marcando a es-tréia do sindicalismo marítimo edivulgando nossa atividade no cir-cuito acadêmico nacional.

BOS

O trabalho desenvolvido pelaRPBIMO - Representação Permanen-te do Brasil na IMO (InternationalMaritime Organization), baseada emLondres e capitaneada pelo almiranteMauro César � que, com o auxilio deuma equipe técnica especializada vemapresentando pareceres fundamenta-dos em estudos científicos � tem sidoreconhecido e muito bem aceito nasreuniões realizadas neste importantefórum internacional.

Brasil na IMO

O SINDMAR está na iminênciade fechar acordo com a BOS. O ACT,nos mesmos termos do que foi ne-gociado com a Maersk, já foi aceitopela empresa.

Pan Marine

Sem Acordo

Palestras

Transroll