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Jornal Mensal de distribuição gratuita director Francisco Morais barros [email protected] nº17 JUnHO 09 JORnAL DE LISBOA Balneário de Alcântara serve 3 mil pessoas/mês > CRisE AUmEntA UtEntEs | pag.03 O número de utentes do balneário de Alcântara tem vindo a aumentar nos últimos meses, prestando serviço de higiene a mais de três mil pessoas por mês, verificando-se uma alteração do perfil de utilizadores. Expressões artísticas > CARniDE | pag.05 O executivo de Carnide organiza a décima edição da Feira de Expressões Artísticas, que se realiza no Jardim da Luz, e que pretende ser uma mostra do trabalho desenvol- vido ao longo do ano pelas instituições da freguesia. Retrato das Freguesias As Freguesias de San- ta Justa, Santa Maria de Belém, Santa Maria dos Olivais, Santiago, Santo Condestável e Santo Estêvão são analisadas ao pormenor. História, resultados eleitorais, serviços e propostas para o futuro. > LisbOA à LUpA | pag.07 a 09 A Câmara de Lisboa tem milhões de euros de rendas por cobrar. O número de inquilinos dos bairros sociais que não pagam renda atinge recordes históricos. O município tem um valor acumulado de 15 milhões de euros por receber. pag.02 HAbitAçãO sOCiAL > COnCEssãO é ILegAL O Tribunal de Contas arrasa a EMEL, empresa municipal de es- tacionamento de Lisboa. Diz que o contrato que a empresa celebrou com a Street Park para gestão e fiscalização do estacio- namento é ilegal. O Relatório de Auditoria nº 14/09 do Tribunal de Contas (TC) é claro: “o con- trato em análise encontra-se ferido de ilegalidade”. DEstAqUE | pag.02 TrIBunAL de COnTAS ArrASA eMeL a nossa BAnCAdA de OPInIÃO pag.10 / 11

edição de Junho do Jornal de Lisboa

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Page 1: edição de Junho do Jornal de Lisboa

Jornal Mensal de distribuição gratuita

directorFrancisco Morais barros

[email protected]

nº17JUnHO 09 JORnAL DE

LISBOA

Balneário de Alcântaraserve 3 mil pessoas/mês

> CRisE AUmEntA UtEntEs | pag.03

O número de utentes do balneário de Alcântara tem vindo a aumentar nos últimos meses, prestando

serviço de higiene a mais de três mil pessoas por mês,

verificando-se uma alteração do perfil de utilizadores.

Expressões artísticas> CARniDE | pag.05

O executivo de Carnide organiza a décima edição da Feira de Expressões Artísticas, que se realiza no Jardim da Luz, e que pretende ser uma mostra do trabalho desenvol-vido ao longo do ano pelas instituições da freguesia.

Retrato das FreguesiasAs Freguesias de San-ta Justa, Santa Maria de Belém, Santa Maria dos Olivais, Santiago, Santo Condestável e Santo Estêvão são analisadas ao pormenor. História, resultados eleitorais, serviços e propostas para o futuro.

> LisbOA à LUpA | pag.07 a 09

A Câmara de Lisboa tem milhões de euros de rendas por cobrar. O número de inquilinos dos bairros sociais que não

pagam renda atinge recordes históricos. O município tem um valor acumulado de 15 milhões de euros por receber. pag.02

HAbitAçãO sOCiAL > COnCEssãO é ILegAL

O Tribunal de Contas arrasa a EMEL, empresa municipal de es-tacionamento de Lisboa. Diz que o

contrato que a empresa celebrou com a Street Park para gestão e fiscalização do estacio-namento é ilegal. O Relatório de Auditoria nº 14/09 do Tribunal de Contas (TC) é claro: “o con-trato em análise encontra-se ferido de ilegalidade”.

DEstAqUE | pag.02

TrIBunAL de COnTASArrASA eMeL

a nossaBAnCAdA de OPInIÃO

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> eMergência social

Benfica apoia até €500O “Programa de Emergência Social” é a forma como a Freguesia de Benfica está a apoiar a população para suprir as suas necessidades económicas. Feito o levantamento pelos serviços, a Junta de Freguesia atribui apoios económicos entre os €250 e os €500 para bens essenciais.

deSTAQue

Ovalor das rendas devidas à Câmara Muni-cipal de Lisboa atingiu recordes absolutos, com a edilidade a ser incapaz de cobrar 15 milhões de euros aos seus inquilinos, de acordo com fontes camarárias.

Aliás, esta ineficácia na cobrança é re-conhecida pela Gebalis, empresa muni-

cipal de gestão dos bairros de Lisboa. Na mensagem do presidente, Luís Natal Marques, inserida no Rela-tório de Actividades de 2007, afirma-se que “no que se refere à receita houve desde logo a noção de algum «cruzar de braços» em relação às situações de incum-primento, facto que se traduz numa percentagem de

A Câmara de Lisboa tem um crédito de milhões de euros por cobrar. O município tem um valor acumulado de 15 milhões de euros por receber das rendas da habitação municipal.

Onúmero de utentes do balneário de Al-cântara tem vindo a aumentar nos últi-mos meses, prestando serviço de higie-ne a mais de três mil pessoas por mês, verificando-se uma alteração do perfil de utilizadores. Assim, para além da popula-ção que normalmente recorre aos servi-

ços dos balneários geridos pela Freguesia de Alcântara, actualmente verifica-se que há famílias que passaram a ser utentes habituais, como consequência da crise eco-nómica que o país atravessa. O balneário de Alcântara, situado na Rua Padre Adriano Botelho, é utilizado por pessoas e famílias inteiras cujas habitações não têm casa de banho e por pessoas sem-abrigo, verificando-se um aumento do número de famílias que recorrem aos serviços existentes neste equipamento, cujas razões se fundam na degradação económica da população.

Diariamente, o balneário de Alcântara tem uma pro-cura média para banhos por cerca de 45 homens e cerca de 30 mulheres, entre terça e sexta-feira. Aos fins-de-semana, há cerca de 240 homens e de 150 mulheres que procuram os serviços do balneário. De acordo com a Junta de Alcântara, os utilizadores do balneário são 40% residentes na Freguesia, enquanto 60% são não-residentes. Do total, cerca de 10% são estrangeiros.

Este é o único balneário público que tem uma cabine para pessoas com deficiência e uma lavan-daria social. Além de nada pagarem pelos banhos, a todos os utentes que manifestem essa necessida-de, é-lhes lavada e engomada a roupa, cujo serviço criado pela Junta de Freguesia também é prestado gratuitamente. Por outro lado, quando necessário é dada roupa aos utentes do balneário.

A lavandaria serve mais de 200 pessoas por sema-na, repartindo-se igualmente entre homens e mulheres que utiliza este serviço, com cerca de 40% de residentes em Alcântara.

OTribunal de Contas considera ilegal o contra-to que a Emel celebrou com a Street Park para gestão e fiscalização do estacionamento.

O Relatório de Auditoria nº 14/09 do Tri-bunal de Contas (TC) é claro: “o contrato em

análise encontra-se ferido de ilegalidade”. É com esta conclusão que o Tribunal de Contas analisa o contrato que a Emel celebrou com a Street Park – Gestão de Estacionamentos, ACE (Agrupamento Complementar de Empresas), que integra a Resopre – Sociedade Re-

vendedora de Aparelhos de Precisão, SA , Multifrota – Comércio e Gestão de Frotas, Lda, Brisa Access Electró-nica Rodoviária, SA e a Emparque – Empreendimentos e Exploração de Parqueamentos, SA, e que atribui a esta entidade privada a “responsabilidade pela exploração da actividade na área do Eixo Central (zonas mais procura-das, com maior exigência de rotatividade, com cerca de 13 mil lugares de estacionamento e a que corresponde, grosso modo, à Baixa e zona ribeirinha anexa, Restau-radores, Av. da Liberdade, Marquês de Pombal, Av. Fon-tes Pereira de Melo, Saldanha, Av. da República, Campo Grande e zonas adjacentes, como as avenidas novas, Pç. de Espanha, etc.) através de um contrato misto que con-tém traços típicos de concessão de serviço público”.

Ora, de acordo com o TC, contrariamente ao que as partes envolvidas advogam, a “relação contratual esta-belecida não se dirige a uma mera prestação de servi-ços” de manutenção e assistência técnica e de recolha das taxas de estacionamento, tendo a Emel transferido para a Street Park a “exploração da actividade (…) atra-

vés de um contrato que contém traços essenciais de uma concessão de serviço público”.

Como sublinha o TC, “a possibilidade da concessão (…) de serviços públicos por parte dos municípios” é uma competência da assembleia municipal, a quem cabe dar autorização à câmara municipal para pro-ceder à respectiva concessão “por concurso públi-co”. Neste sentido, salientam o relatório, “a figura da concessão por empresa municipal não tem previsão legal, nem, sequer, se encontra admitida a faculdade de a empresa municipal mandatar terceiros para em seu nome e no seu interesse exercerem a actividade para que foi criada”. Por outro lado, o Tribunal põe em causa a legalidade do sistema integrado de apoio à fis-calização (SIAF) [base de dados portátil que controla o número de infracções e emite avisos de pagamento para os veículos infractores] utilizado pela Street Park por-que “não se encontra previsto nas disposições legais dos diplomas que regulam o estacionamento de duração li-mitada”. O Jornal de Lisboa não obteve esclarecimentos de António Costa, nem da administração da EMEL.

balneário de Alcântaracom maior procura

tC arrasa contratoentre Emel e privados

O balneário público da Freguesia de Alcântara tem cada vez mais utentes. A crise tem levado a que famílias procurem este equipamento.

> crise auMenta utentes

> concessão é ilegal

> escola nº 49

O livro… que quero escreverA Escola nº49, São Domingos de Benfica, organizou a 2ª edição da Feira do Livro, sob o tema “O livro… que quero escrever”, promovida pela Associação de Pais e Alunos da EB1 Frei Luís de Sousa. A iniciativa visa criar o hábito de manusear livros e incentivar a leitura em família, promovendo a escrita e a habilidade de recontar

O quotidiano deste balneário público de Alcântara que dá banhos e tratamento da roupa gratuitos e apoio social, já foi objecto de várias reportagens em órgãos de comunicação social.

A reportagem”O Balneário”, efectuada e trans-mitida pela SIC, ganhou o 1º Prémio “A Ninfa de Ouro”, no 48º Festival de Televisão de Monte Car-lo, no Mónaco e ainda o 1º Prémio “AMI-Jornalis-simo contra a Indiferença”.

Estas reportagens têm gerado um forte movimento de solidariedade de norte a sul do país, traduzindo-se, para além das mensagens e elogios, na doação de gran-des quantidades de roupa.

eventos, acontecimentos & iniciativas

perto de 19% de rendas não cobradas em 2007 (3,8 em 20,2 milhões de euros). Alguma inoperacionalida-de do Gabinete Jurídico da empresa e acomodamento dos Gabinetes de Bairro (…) terão contribuído para o avolumar do problema”.

No mesmo sentido, o Plano de Actividades e Or-çamento para 2009, salienta a necessidade da inter-venção jurídica ser “aperfeiçoada e apostar em novas formas de procedimento, de forma a acompanhar a evolução da empresa (…), melhorando a eficácia e o desempenho do Gabinete Jurídico e, neste sentido, as linhas de orientação” passam pela “continuação e reforço dos procedimentos de cobrança de renda, ju-

dicial e extrajudicial, tendo em vista uma maior res-ponsabilização dos moradores e um maior controlo do pagamento de rendas”.

Este objectivo inserido no Plano de Actividades da empresa para o corrente ano revela a preocupação quanto à capacidade de cobrança das rendas aos mora-dores dos mais de 20 mil fogos da Câmara de Lisboa, e assenta no Relatório de Actividades de 2007, no qual é referido: “É de salientar, que pelo quarto ano con-secutivo, a Gebalis, EM regista um resultado líquido do exercício negativo, tendo-se assistido ao degradar gradual da situação financeira da empresa”. Resultado negativo este que se situou em cerca de €13,2 milhões, depois de retirados quase €15,4 milhões provenien-tes das rendas, cujo valor sofreu “uma diminuição de 24,54%” relativamente ao ano anterior, apesar de em 2007 as rendas terem sofrido um aumento de 3,75%, correspondente à “actualização das taxas sociais, con-forme a actualização do salário mínimo nacional”. Ou seja, em 2007 a Gebalis teve “um volume global de custos e perdas de mais de €28,5 milhões.

Ora, o valor recorde de €15 milhões de euros de rendas por receber presentemente contrariam a in-tenção da actual administração que, no Plano de Ac-tividades e Orçamento para 2009, afirma que irá ser “dada prioridade absoluta à recuperação de «rendas» (…), uma vez que entendemos que através de um aprimoramento dos meios de recuperação se tornará possível melhorar este indicador”. E com base nesta intenção, a Gebalis prevê, naquele documento, ter um resultado líquido do exercício em 2009 de pouco mais de €100 mil e um resultado operacional “mani-festamente positivo” de mais de €1,6 milhão.

Porém, esta expectativa camarária assenta numa cobrança de rendas de quase €22 milhões (83,7% dos proveitos operacionais). O que parece estar manifestamente comprometido com o facto de a Gebalis ter um valor acumulado de €15 milhões de euros de rendas por cobrar.

O Jornal de Lisboa contactou com vereadora da tutela que encaminhou os esclarecimentos para a administração da Gebalis. Porém, não houve qual-quer resposta até ao fecho da edição.

Arecessão económica aumenta o número de famílias carenciadas, incapazes de acederem a bens de primeira necessidade.

O programa de apoio a carenciados, cons-tituído pelas Freguesias dos Prazeres, da Lapa

e de Santo Condestável, já disponibiliza produtos ali-mentares e de higiene a 70 famílias residentes naque-las Freguesias, de acordo com João Magalhães Pereira.

De acordo com os presidente dos Prazeres e da Lapa, este programa está definido para prestar apoio a cem agregados familiares, disponibilizando produtos, na maioria dos casos, complementares àqueles que são fornecidos pelo Banco Alimentar contra a Fome.

Este programa iniciou-se no fim do passado mês de Abril, realizando-se, até dia 9 de Junho, a campanha de recolha de alimentos e outros bens de primeira necessi-dade, para acorrer às necessidades das famílias das Fre-guesias organizadoras deste programa de solidariedade social mais afectadas pela presente situação de crise e recessão. Essa recolha de bens permitiu junta mais de sete toneladas de alimentos e demais produtos nos di-versos estabelecimentos locais, graças à colaboração de voluntários e logística das Oficinas de S. José e das Jun-tas em causa. Estas acções inserem-se no protocolo de cooperação estabelecido pelas Juntas com a instituição Escolar, que incluem ainda o Projecto de Farmácias Soli-dárias, também em fase de lançamento.

> lapa, prazeres, santo condestável

Famílias carenciadas

03

LisbOA fREgUEsiAs

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> ruas de lisboa

Alterações de trânsito• Tv. do Corpo Santo e Ribeira das Naus – encerram ao trânsito • Av. da Liberdade – troço da direita de acesso aos Restauradores, encerra até 15 de Junho• Rua Armindo Rodrigues – circulação interrompida até fim de Junho• Av. Casal Ribeiro e Lg. D. Estefânia – circulação condicionada até 15 de Junho entre as 21h00 e as 06h00

CmL incapaz de cobrar €15 milhões em rendas

Créditos C

ML - José Barbosa

>> O vereador das Finanças, Cardoso da Silva, reconheceu ser “verdade que se integrou nas contas relativas ao primeiro mandato de Pedro Santana Lopes como presidente da Câmara de Lisboa todas as dívidas relativas à Expo 98, ao Casal Ventoso e parcialmente ao PER (Progra-ma Especial de Realojamento), que vinham de mandatos anteriores”, de acordo com elemen-tos da direcção da bancada municipal do PSD, o que, sublinharam, terá levado os social-demo-cratas a viabilizarem o Relatório de Gestão de 2008, abstendo-se.

dívidas da Câmara

> Habitação Municipal

Page 3: edição de Junho do Jornal de Lisboa

desaFiospara LISBOAHotel de charme

São a nova atracção do mercado hoteleiro. Com a classificação de cinco estrelas, os hotéis de charme estão a reinventar o conceito hoteleiro e a ganhar clientes em numerosas

capitais europeias, com Londres e Paris à cabeça.

Trata-se de um modelo, que oferece a atenção personalizada de um pequeno estabelecimento mas com as comodidades de um hotel de luxo. Uma das suas armas de diferenciação é a singularidade do espaço. Normalmente localizados em edifícios emblemáticos, muitas vezes históricos e restaurados com cuidado e mimo, para oferecer o maior conforto.Localização, uma atenção especial ao cliente e identidade própria fazem destes estabelecimentos, com personalidade e alma, que cada vez sejam mais procurados por um cliente muito exigente e que se estima, em todo o mundo, que sejam 150 milhões de pessoas.,Lisboa acaba de vender um dos seus Palácios mais emblemáticos, localizado no coração do Bairro Alto ao Grupo 3K Móveis, dono de um dos piores exemplos de hotelaria na Av. da Liberdade, por 2,4 milhões de euros.A falta de cuidado nestas operações de rentabilização do património da CML, leva-nos a temer o pior.

João Pessoa e Costa

Palácios com sentidoOs palácios de Lisboa são parte

importante do seu património, da sua história e imagem. Os usos e os estilos de vida que lhes deram origem já não fazem parte da nossa realidade contemporânea, deixando-

os disponíveis para novos usos que sejam capazes de lhes devolver a razão de

ser e de restituir a alma que nalguns casos perderam.Quando desabitados ou entraram em ruína ou foram ocupados por serviços, divididos por utilizadores diversos, sujeitos a uma destino sem história nem encanto.O seu aproveitamento como hotéis de charme pode ser uma boa solução como forma de os manter no convívio diário da vida da cidade.Agora importa que as suas envolventes não sejam esquecidas e abandonadas mas antes integradas na mesma estratégia de reabilitação que lhes permite a salvaguarda e valorização. Se assim não for nada tem sentido.

Leonel Fadigas

JORnAL DELISBOA

Oexecutivo da Junta de Carnide organiza a décima edição da Feira de Expressões Artísticas, que se realiza no Jardim da Luz, e que pretende ser uma mostra do trabalho desenvol-vido ao longo do ano lectivo

pelas instituições, escolas e grupos da fre-guesia. Este ano, a Feira tem como tema a “Inovação e Criatividade - Do Universo à Comunidade”, dando continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo do ano

lectivo. O certame realiza-se entre 3 e 6 de Junho, com a Junta a pretender criar um ambiente “mágico” que en-volva as crianças da Freguesia, mas também da cidade, dando-lhes a experimentar brincar e interagir com as inúmeras actividades que as várias entidades prepara-ram este ano.

Do programa de animações, destaca-se a grande exi-bição das Marchas Infantis 2009, que terá lugar no dia 6 de Junho pelas 16 horas junto ao adro da Igreja da Luz. Entretanto, a Junta de Carnide lançou um desafio aos

seus fregueses, levando-os a discutir em conjunto o futuro da Fre-guesia. A Junta entregou às instituições locais um vaso de barro vazio para o trans-formarem num “documento” de alerta, numa proposta de intervenção, numa solução para um problema... Todos es-ses “documentos” integraram uma grande exposição de rua, até fins de Junho, com cerca de 150 vasos construídos por ou-tras tantas instituições, grupos, projectos ou turmas, para gerar a discussão.

feira de artesA Freguesia de Carnide organiza a Feira de Expressões Artísticas com o tema “Inovação e Criatividade”.

> carnide

> Música portuguesa

Cantigas de Rua O espectáculo “Cantigas da Rua” relembrou, reproduzindo, grandes canções de filmes como o Pátio das Cantigas, o Pai Tirano, a Canção de Lisboa, a Menina da Rádio, a Aldeia da Roupa Branca, assim como outros temas e êxitos da rádio e do cinema português. Esta iniciativa de Benfica realizou-se no fim de Maio com a apresentação de José Carlos Malato.

AFreguesia da Lapa continua a apostar na di-fusão cultural. A Junta da Lapa, aproveitan-do o espaço do Jardim da Estrela, tem apos-tado na realização e promoção de eventos e acções de carácter cultural. Agora, a Fre-

guesia organiza, em colaboração com os Estúdios do Mestre Homem Cardoso, um curso de fotografia sob a orientação de Maria João Homem Cardoso.

Do currículo do curso fazem parte conteúdos pro-gramáticos como a abordagem à arte de fotografar, as finalidades gerais e individuais, material técnico de captação, transferência de imagens para computador, organização de imagens, arquivo e impressão.

Por outro lado, Maria João Homem Cardoso vai abor-dar ainda a fotografia do exterior: paisagem, pessoas,

monumentos, animais e a fotografia de interior. Do programa constam ainda conversas com o Mestre Homem Cardoso e passeios e respectivo registo fotográfico. No final da formação, realiza-se uma exposição, no Jardim da Estrela, dos trabalhos dos alunos e serão entregues documentos comprovativos da participação neste curso de fotografia com a assinatura do Mestre Homem Cardoso. As aulas terão realizam-se nas instalações da Antiga Escola n.º 11, na Rua das Trinas nº 131, às quartas-feiras das 10H00 às 12H30.

Entretanto, a Freguesia da Lapa promove a realização da feira das antiguidades e velharias, no Jardim da Estrela, ao terceiro sábado de cada mês.

A “Estrela Pinta” é a designação da Feira de Pintura reali-zada pela Junta da Lapa, cujo objectivo é dotar o Jardim da Estrela de uma galeria profissional ao ar livre, dinamizando e aproveitando as potencialidades do seu património e dos seus espaços verdes, tornando-os num pólo de desenvol-vimento local, artístico, cultural e social.

Para celebrar o Dia Mundial da Criança, o executivo da Lapa promove, também no Jardim da Estrela, um espectá-culo de dança e animação, intitulado “O Mundo Da Lua”.

FregueSIAS JORnAL DELISBOA

>bairro da boavista

Igreja em obras A Igreja de São José, do Bairro da Boavista, está em obras de requalificação, estando prevista a substituição de toda a cobertura, que estava em perigo de derrocada, e a substituição da insta-lação eléctrica. Esta intervenção conta com o apoio da Freguesia de Benfica e da Gebalis.

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> FotograFia e antiguidades

Lapa cultural

Oexecutivo da Junta de Benfica, em parceria com o Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho, organizou o 27º Festival Nacional de Folclore Ci-

dade de Lisboa, que contou com a presença de mais de 300 pessoas no ringue An-tónio Livramento, nas insta-lações da Junta. Este Festival, que se realizou no passado dia 17 de Maio, inseriu-se nas ceri-mónias das comemorações do 29º aniversário do Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho, contando com a presença de vários grupos folclóricos, dos quais se destacam o Rancho Folclórico de Vi-nhó (Gouveia), o Rancho Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares da Mugideira (Torres Vedras),

o Rancho Folclórico do Vale de Santarém e o Ran-cho Folclórico e Etnográfico da Serra do Caldeirão (Loulé). Entretanto, a Freguesia de Benfica está a implementar um plano de modernização admi-nistrativa dos seus serviços. Este plano assenta em várias fases e começará pela concretização de

um sistema informático dispensador de senhas para o atendimento públi-

co. Em simultâneo entrará em funcionamento o serviço in-

formativo da Junta de Fre-guesia, através da emissão interna de notícias – via circuito TV –, permitin-do a todos os utentes ter acesso a informação so-bre actividades, serviços e outras informações de

carácter utilitário.Numa fase posterior, entrará

em funcionamento o novo sis-tema de acessos à piscina da Fre-

guesia. Este sistema estará inicialmen-te à disposição dos utentes e compreende a

utilização de um cartão magnético (tipo multibanco) que validará as presenças e servirá ainda para facilitar o pagamento das mensalidades.

A Junta da Freguesia de Benfica organizou o 27º Festival Nacional de Folclore Cidade de Lisboa

Junta organiza festival de folclore Cidade de Lisboa

> benFica

eMeL ignoraAlto do Pina

> estacionaMento

AFreguesia do Alto do Pina sente-se es-quecida pela EMEL. E não quer ser o ferro-velho de Lisboa.

O executivo da Junta do Alto do Pina considera que a EMEL simplesmente

ignora a Freguesia. A razão é simples: depois de ter instalado parquímetros nas suas ruas, a em-presa municipal nunca os colocou em funciona-mento e, até, já procedeu ao seu levantamento. Apesar de, segundo Fernando Braamcamp, o en-tão vice-presidente da Câmara, Marcos Peres-trello, ter garantido que os equipamentos iam ser reactivados e a fiscalização reforçada.

No entanto, mesmo depois de já ter sido con-cretizada a distribuição de dísticos de estaciona-mento para os residentes, os parquímetros foram removidos, o que tem levado, segundo o presiden-te local, a que do Alto do Pina seja quase um ferro-velho onde são depositados os carros avariados, para além da Freguesia se ter tornado o parque de estacionamento de toda a cidade.

PORtugAL NOvOA Câmara de Lisboa mantém o bairro Portu-gal Novo votado ao abandono, de acordo com a Junta do Alto do Pina, depois dos incidentes aí verificados há cerca de quatro meses e de, em Novembro de 2005, ter sido aprovada por una-nimidade a sua recuperação.

Depois dos actos de violência do dia 9 de Mar-ço, apenas a intervenção das forças de segurança lograram controlar a situação. Porém, tendo em consideração a posição assumida pela edilidade e do mutismo do Governo central para se debruçar-se sobre o assunto, a Junta do Alto do Pina decidiu realizar intervenções no bairro, nomeadamente ao nível da reparação e calcetamento de passeios. Na área de Acção Social, o Gabinete especializado da Junta tem acompanhado alguns dos residentes, mas sem qualquer possibilidade de resolver os problemas de um bairro mal estruturado e gerador de conflitos sociais graves.

Entretanto, a Freguesia do Alto do Pina vai ini-ciar um programa de apoio social integrado que tem como principal objectivo colmatar as prin-cipais necessidades da população carente e idosa. Para a sua viabilização, vai ser criado um banco de voluntariado, designado “Junte-se a nós”. Este serviço terá duas vertentes: levantamento e distri-buição de alimentos porta a porta e apoio domici-liário a seniores, nomeadamente para combate ao isolamento e solidão, além de acompanhamento a consultas médicas e noutras situações de necessi-dade. O banco de voluntariado está aberto a todas as pessoas que tenham disponibilidade, boa von-tade e vocação para integrar um projecto de soli-dariedade deste tipo, onde o tempo é utilizado de forma positiva, na ajuda a pessoas que necessitam de quem as oiça e auxilie.

> alcântara

Passeio ao Minho A Junta de Freguesia de Alcântara or-ganizou um passeio três dias ao Minho, tendo pernoitado duas noites num hotel de Viana do Castelo, para cerca de 100 idosos, sócios da CURPIA, na qual partici-param elementos da Junta de Freguesia de Alcântara. Do programa da viagem constou uma visita à Quinta do Convento da Franqueira, onde houve prova de vinhos verdes acompanhada de acepipes, seguida dum almoço em Barcelos, no restaurante típico Pedra Furada.No dia seguinte, os convivas almoçaram em Ponte de Lima, no Castelo de Neiva, tendo também visitado Vila Nova de Cerveira e Valença do Minho, onde jantaram no Restau-rante Alcazar, onde se realizou um baile.No último dia, o passeio incluiu uma visita à Basílica e ao Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, com almoço na Mealhada, onde o prato principal foi o célebre “Leitão da Bair-rada”, seguindo-se o regressado a Lisboa.

> ManiFestação eM benFica

Contra abate de árvoresResidentes de Benfica manifestaram-se contra o abate de árvores na Freguesia, forçando a Câmara de Lisboa a suspender o corte previsto. O presidente da Junta, Domingos Pires, classificou “lamentável” o que considerou ser um “ataque ecológico” o abate promovido pelo “vereador Sá Fernandes”, que, salienta, “não informou a Junta” da decisão. Domingos Pires contestou a decisão camarária, sobretudo quanto ao abate de ár-vores na Av. do Colégio Militar, que “em nada interferem com a via ciclável”, projecto de Sá Fernandes. Para a Junta de Benfica, esta foi “uma acção premeditada que aproveitou o facto do dia 01 de Maio ter sido feriado, para que se pudesse mais facilmente proceder ao abate das árvores sem a interferência de ninguém”.

>> A Freguesia do Campo Grande concebeu o programa “Academia” de envelhecimento activo e saudável para ir ao encontro das necessidades de cerca de 60% dos seus residentes que têm mais de 50 anos. Neste contexto, definiram-se projec-tos de cariz social para apoiar este grupo etário, designadamente para combater a solidão, a exclusão e o isolamento social, além de carências económicas e dar apoio nas situações de doenças crónicas, saúde mental, analfabetismo e falta de informação nas áreas da saúde e higiene.

Inicialmente, este programa contou com oito inscritos. Porém, pouco mais de dois meses de-pois, a “Academia” já tem 77 utentes. As visitas de carácter cultural são o “prato forte” deste programa. Em Junho estão calendarizadas idas ao teatro assistir à peça “West-side story”, ao Badoca Park, Museu Berardo, Planetário, Mosteiro dos Jerónimos, Castelo de São Jorge, Oceanário, Museu do Traje, Museu da Cidade, ente outras actividades.o autocarro de 50 lugares que possui todas as novas funcionalidades que aumentam a seguran-ça e o conforto dos passageiros, estando ainda equipado para o transporte de crianças.

envelhecimento activo

Page 4: edição de Junho do Jornal de Lisboa

Belém, “Onde o rio abraça o mar”

> presidente Fernando ribeiro rosa

Santa Maria de Belém é a freguesia mais ocidental de Lisboa.

>> Este ano realizam-se eleições autárquicas. Por isso, o Jornal de Lisboa vai analisar todas as Freguesias da capital, por ordem alfabética com resultados eleitorais, artigos de opinião, projectos e serviços existentes. Tambem para ten-tar perceber porque Lisboa continua a perder habitantes.

> presidente Manuel luís Medeiros

Apoiar população, comércio e instituiçõesÉA Junta de Freguesia de Santa Justa tem apostado num melhoramento do espaço público, reparando calçadas, pilaretes e bancos, efectuando limpezas de graffitis, e apos-tando no apoio aos comerciantes.Para além da agilização dos serviços administrativos, mantemos em funcionamento o centro de dia sénior, onde se praticam actividades como ginástica de manutenção, jogos recreativos, convívios diários e iniciação à informá-tica, às novas tecnologias e à Internet. Além disso, são realizados mediante inscrição, passeios anuais por diversos locais do nosso país, festas temáticas relacionadas com datas festivas, como o Natal, o Carnaval, a Páscoa, etc. Por outro lado, promovemos visitas culturais e lúdicas para os utentes e ainda a tradicional praia-campo sénior, tanto no mês de Julho da iniciativa da Junta, como no mês de Setembro, que conta com o apoio da Câmara. Esta actividade destina-se também aos mais jovens, contanto

todos os anos, com idas à praia, almoço e, durante a tarde, visitas a museus, parques e outros sítios de interesse cultural. Para além das actividades lúdico-culturais, a Junta de Santa Justa aposta no reforço da qualidade de vida dos fregueses, assumindo, designadamente, como prioridade a segurança da população, efectuando reparações em edifícios municipais habitacionais e em residências particulares. Neste sentido, os residen-tes contam também com aconselhamento jurídico mensal gratuito, apoio e encaminhamento para uma assistente social da Santa Casa da Misericórdia. A Junta tem ainda um papel determinante no que toca a apoiar associações na Freguesia, como a Casa do Alentejo e a Confederação Portuguesa das Colectivi-dades de Cultura e Recreio.

FregueSIAS JORnAL DELISBOA

> nOvAs OpORtUniDADEs

Campolide com formação profissional Campolide criar um Centro de Formação para promover acções de qualificação profissional para jovens e adultos, em parceria com o IEFP, através das Novas Oportunidades. Os forman-dos têm bolsas de transporte e alimentação e terão equivalência ao 9º e ao 12º anos.

Ainda há passadeiras que sobrevivem

...e que com o passar do tempo continuam a constituir-se como zona de pedonalidade segura. Na R. Actor Isidoro encontramos uma das que ainda subsistem em Lisboa. conivente das autoridades.

baróMetro da MOBILIdAde p o r rOgér IO LOPe S SOAre S a c a - M

Os alunos do 7º ano de escolaridade, turma B, do Agrupamento Vertical de Escolas D. Filipa de Lencastre representaram, no au-ditório da Junta de Freguesia de S. João de Deus, a peça A Rosa de Edimburgo, drama

musical em um acto, na sequência de um trabalho da disciplina de Língua Portuguesa em colaboração com as disciplinas de Educação Visual, Educação Musical e Físico-Química e no âmbito da dinamização dos Projectos Conjuntos de interacção meio-escola. O guião foi da autoria dos alunos Bernardo Khan, Hugo Alvim e Pedro Tavares, com encenação e di-recção de cena de Bernardo Khan e António Mon-teiro e contou com a participação de toda a turma, além da participação da turma de Artes do 12º ano, que colaborou na confecção do guarda-roupa.

A Rosa de Edimburgo é um drama musical, passa-do na Escócia do século XIX, em que um pai posses-sivo não deixa a sua filha casar com o seu jovem de eleição, obrigando-a a casar com outro escolhido por si, embora sem sucesso. A música ligeira portuguesa marcos esta representação, que contou com grande adesão de encarregados de educação, professores alunos e amigos. Esta peça terá outra representação no refeitório do Agrupamento de Escolas D. Filipa de Lencastre no dia 2 de Junho às 18 horas.

no Coraçãoda cidade

> santa Justa

A Baixa, o Teatro D. Maria e o elevador marcam a Freguesia.

A actividade da Junta de Freguesia tem-se revelado como integradora e coordenadora de pessoas e instituições, onde as pessoas sabem onde podem recorrer em busca de auxílio e de respostas, mas também onde o desenvolvimen-to pessoal é acarinhado e incentivado nas diver-sas actividades e iniciativas propostas.Em inúmeras áreas, desde o Desporto, à Cul-tura, passando pela Acção Social, Segurança, Educação e Juventude, é oferecido ao residen-te um leque variado de de serviços e instru-mentos para a construção de uma comunidade sustentável. Dentro das diversas acções mere-cem especial realce o “Belém Volei”, o “Rugby Belém”, o Trofeu “Agility” de “Os Cãogurus”, a “Acção de Saúde”, o “Festival de Folclore”, o “Dia dos Vizinhos”, a “Romaria Minhota”, o “Arraial de Belém”, a “Marcha de Belém”, os passeios organizados para idosos, o “Praia Campo” para crianças, jovens e seniores, a “Comissão Social”, o “Programa Idosos em Segurança/PSP”, os diferentes programas de voluntariado, etc.

Noutras áreas, como qualidade de vida ambiental, jardins, calçadas e espaço público, têm-se trabalhado sempre com o apoio de uma comuni-dade atenta e alerta e para o bem-es-tar colectivo. Por outro lado, a Junta de Belém tem assumido um papel de dinamizador e de apoio às institui-ções sem fim lucrativo, potenciando

e divulgando as suas actividades e associando-se a novos desafios, como a Marcha de Belém, que, pela primeira vez é uma realidade este ano.

As obras de referência de 2009 são dois equi-pamentos sociais de grande relevância e utilidade para a população: o início dos trabalhos de cons-trução do novo Centro Social da Freguesia, bem como a aprovação definitiva do terreno camarário onde irá ser instalada a USF- Unidade de Saúde Fa-miliar, que provisoriamente irá funcionar, a curto prazo, no edifício do Centro de Saú-de de Alcântara, enquanto não es-tiverem concluí-das as instalaçõe-sem Pedrouços.

OTeatro Nacional é um dos pontos de interesse desta Freguesia, considera-da como parte do coração da cidade, abrangendo a elitista Lisboa cultural e artística que percorria a Baixa. As suas

portas abriram ao público em 13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27 aniversário de D. Maria II. Em 1964 o Teatro Nacional foi “pal-co” de um brutal incêndio que apenas poupou as paredes exteriores. O edifício que hoje conhece-mos, e que respeita o original estilo neoclássico, foi reconstruído e só em 1978 reabriu as suas portas. Neste teatro actuaram os mais conceitu-ados nomes da história do teatro como Amélia Rey Colaço, Eunice Muñoz, Lurdes Norberto, Carmen Dolores, Ruy de Carvalho, entre muitos outros. Outro dos marcos da Freguesia é o ele-vador de santa Justa. Da autoria do engenheiro Raoul Mesnier du Ponsard, exibe algumas das técnicas e materiais utilizados na Torre Eiffel.

Santa Maria de Belém é hoje uma zona da cidade verdadeiramente inter-classista, mas com uma população já um pouco envelhecida e que vive com alguma dificuldade das suas magras refor-mas.

Poder-se-á dizer que o maior problema existente em Belém é de índole social, mais concretamente a solidão dos idosos aliada a uma certa pobreza envergonhada. Por este motivo e devido à crise económico-social que todos estamos passando, acabámos de proceder, há dias, à fusão da nossa Comissão Social com a Comissão Social da nossa vizinha Freguesia de S. Francisco Xavier, para em conjunto com todas as instituições existentes em ambas as Fregue-sias podermos estar em melhores condições de prestar-mos um serviço mais eficaz e de melhor qualidade àqueles que mais precisam de apoio, optimizando deste modo os meios existentes para esse efeito.

Santa Justa em números Residentes 700 (Censos 2001)

– 1300 agregados familiares (Junta de Freguesia)Eleitores 813 (CNE 2005)

Abstenção 2005 57,81% (CNE 2005)Área 24 hectares

Presidente Manuel Medeiros (PS)Mandatos PS 3 PSD 2 PCP 2

Stª Maria de Belém em números Residentes 9.752 (Censos 2001)

Eleitores 9.379 (CNE 2005)Abstenção 2005 47,44% (CNE 2005)

Área 339 hectaresPresidente Fernando Ribeiro Rosa (PSD)Mandatos PSD 6 PS 4 PCP 1 CDS 1 BE 1

sAntA mARiA DE bELém

sAntA JUstA

Passadeiras sem (re)pinturaNuma zona central e movimentada da cidade, os peões desconhecem o chão que pisam.

Junto ao Saldanha, nas Av. Casal Ribeiro e Praia da Vitória a sina-lização horizontal não é reposta há muito ou seja, as passadeiras de peões estão quase ou mesmo literalmente apagadas, e por ser “dado adquirido” a grande maioria dos lisboetas que por lá passa já nem sequer se apercebe disso, o que revela um conformismo e um sentir de inferiorização para o cidadão peão.

06 07

REtRAtO DAs

FregueSIAS

A lberto João Jardim foi o anfitrião de uma verdadeira delegação represen-tante da Freguesia do Socorro, enca-beçada pelo seu presidente Marcelino Figueiredo.

No âmbito das actividades da Junta, o executivo do Socorro organizou um

passeio à ilha da Madeira, que contou com a partici-pação de moradores da Freguesia, com um programa que permitiu conhecer alguns dos locais emblemá-ticos da “pérola do Atlântico”. Durante a viagem, o presidente do governo regional fez questão de rece-ber os representantes da Freguesia do Socorro.

Por outro lado, no que se refere à política de ma-nutenção e conservação do espaço público, a Junta procedeu à colocação de pilaretes de resguardo na Calçada Agostinho de Carvalho e Marquês Ponte de Lima, além da melhoria estética concretizada na Igreja das Olarias, no Coleginho e na Rua das Ola-

rias, com a colocação de diversas plantas. Para re-forço da segurança dos residentes, foram colocados corrimãos e pegas no acesso à Igreja das Olarias e foi consertado o portão do parque das Olarias.

A pensar nos jovens, a Freguesia do Socorro, re-presentada por Virgínia Abelha, através do Espaço Ambijovem, tem trabalhado em parceria com a Santa Casa na elaboração de cursos de formação profissio-nal, que proporcionem às camadas mais jovens uma profissão com futuro, evitando também comporta-mentos de risco. Por outro lado, o Espaço Ambijovem (Projecto Intervir) mantém a parceria com o Projecto RIF (Rede de Intervenção na Família) para promover o diálogo na Família através de programas mensais, designados “Conversa com os pais e filhos”.

No que se refere à área social, o executivo do So-corro contribuiu para minimizar os custos dos medi-camentos para os moradores carenciados e encami-nhou diversos residentes para o Banco Alimentar.

O presidente do governo regional da Madeira foi o anfitrião de um grupo de moradores da Freguesia do Socorro.

> cultura

Teatro escolarem S. João de deus

João Jardim anfitriãode delegação do socorro

> passeio à Madeira

Page 5: edição de Junho do Jornal de Lisboa

Freguesia política> santo condestável

Santo Condestável está ligada à implantação da República e ao combate à ditadura.

CrDesde 1934 que existia a paróquia de Santo Condestável, instituída pelo Cardeal Cerejei-ra, provisoriamente instalada a igreja de Nossa Senhora das Dores. A construção da Igreja de Santo Condestável começou em 1946, sendo o

templo consagrado em 14 de Agosto de 1951.Foi neste bairro que começou o movimento que

iria marcar um importante facto na nossa História: a implanta-ção da República a 5 de Outubro de 1910. Dois dos regimentos “históricos” que ocuparam o Quartel, o “4 de Infantaria” e o de “Infantaria 16”, são hoje

estrela de cinema > Freguesia de santo estêvão

Alfama e Santo Estêvão confun-dem-se. Uma miscigenação que fez da Freguesia um ícone de Lisboa.

Santo Estêvão era um diácono judeu, que falava grego e foi considerado o primeiro mártir cristão. Ficou conhecido pela sua forte personalidade, conhecimento e elo-quência, razões que levaram os apóstolos a

confiarem-lhe a distribuição das esmolas aos fiéis. A imagem de marca da Freguesia de Santo Es-têvão é Alfama, zona sucessiva-mente ocupada pelos romanos, e, no século VIII, pelos árabes, que a baptizaram de Lixbuna. Que mais tarde – aquando da reconquista cristã – derivou para Lisboa. Esta foi a civiliza-ção que mais marcou a malha urbana de Alfama. Influência essa que até é evidente no nome – Alfama –, que significa lugar

sAntO EstêvãO

de subúrbio industriala cidade-modelo

> santa Maria dos olivais

Varanda sobre o Tejo> santiago

É uma das mais antigas Freguesias de Lisboa.

Já foi concelho. Com a Expo 98, os Olivais ganharam nova “alma”.

Acriação da Freguesia dos Olivais, por iniciativa do arcebispo de Lisboa, D. João Anes, em 6 de Maio de 1393, confirmada três anos mais tarde por bula do Papa Bonifácio IX, teve origem em terras situadas para além dos limites do foral

de Lisboa e doadas à cidade, em 1383, pelo Rei D. João I. Foi enquanto concelho que os Olivais sofreram a sua primeira grande transformação de carácter económico e social. A instalação da linha de caminho de ferro entre Lisboa e o Carregado, em 1856, espoletou um cresci-mento rápido e seguro do comércio.

A sua proximidade em relação à capital favoreceu o aumento da área urbana de Lisboa, que retira ao então concelho dos Olivais, em 1885, as Freguesias do Bea-to, Charneca, Ameixoeira, Lumiar, Campo Grande e a própria freguesia dos Olivais. No ano seguinte, o con-

AFreguesia de Santiago é uma verdadeira va-randa sobre o Tejo, da qual se admira o colori-do dos telhados típicos da capital a misturar-se com as águas tranquilas do rio.

Com dimensões de um grande jardim (seis hectares), a Freguesia de Santiago abraça o Castelo de São Jorge, abrindo-se, em dois extre-mos, junto à Sé e a São Vicente de Fora, sobre a Baixa e o Tejo, dando-lhe o cariz típico e turístico que marca a zona histórica da capital. Para além do

património arquitectónico, San-tiago orgulha-se da Igreja de Santa Luzia. Monumento construído por cavaleiros da Ordem de Malta, du-rante o reinado de D. Afonso Hen-riques, embora a actual construção seja originário do século XVIII, em consequência do terramoto de 1755. Do lado nascente da Igre-ja, situa-se o miradouro de Santa Luzia, cuja vista sobre a Baixa e o Tejo deixam os transeuntes sim-plesmente atónitos, com a impo-

sAntA mARiA DOs OLivAis

sAntiAgO

nência dos monumentos, o amontoado do casario e o enquadramento dado pela Baixa Pombalina e o sempre presente rio Tejo.

Outro monumento da Freguesia de Santiago e que é uma marca da História de Portugal, é o Palá-cio Belmonte. Construído, numa primeira fase, em 1449, por Brás Afonso Correia, um funcionário do Conselho de El-Rei D. Manuel I e Corregedor de Lisboa, foi erguido sobre ruínas romanas e mouras e ampliado por Rui de Figueiredo, que a transformou numa residência senhorial. Em 1503, após a desco-berta do Brasil, Pedro Álvares Cabral construiu aí a primeira parte do palácio actual. Por esses anos, Alfama, bairro onde se insere o Palácio, era palco de grandes acontecimentos nacionais: Vasco da Gama era aí recebido após o triunfante regresso da Índia; antes, Gil Vicente apresentara a sua primeira peça teatral; e Fernão Lopes, célebre historiador portu-guês, escrevera também as suas célebres crónicas. Em 1640, ano da Restauração, o edifício seria ain-da alargado ao anexar o seu deslumbrante terraço e cinco fachadas em estilo clássico, conferindo-lhe então o seu aspecto actual. Quase cem anos depois, entre 1720 e 1730, dois grandes mestres da azulejaria portuguesa, Manuel Santos e Valentim de Almeida, davam o seu contributo com uma colecção única

de 59 painéis, com mais de 30 000 azulejos, que des-crevem episódios do cristianismo e cenas da corte por-tuguesa da época.

celho perdeu mais três freguesias: Santo Estêvão das Galés a favor de Mafra, Sacavém e Camarate para Lisboa. Nesse mesmo ano, 1886, o concelho acaba por ser extinto.

Actualmente, a Freguesia dos Olivais é uma das mais populosas da capital. Durante anos, Os Oli-vais viram crescer uma zona industrial. A sua lo-calização foi um dos argumentos para, em 1998, esta Freguesia ter sido palco da exposição mundial sobre os oceanos, designada Expo 98. O que pro-porcionou a requalificação da decadente zona in-dustrial, aí nascendo uma nova cidade-modelo, o Parque das Nações, zona habitacional, de serviços e comércio. Mv

nomes de ruas de Campo de Ourique, marcando o evento, confluindo ambas no Jardim da Parada, an-tiga parada do quartel local, e onde hoje se encontra a estátua da Maria da Fonte, mais um símbolo da História portuguesa.

Durante a Primeira República, consolidaram-se no bairro as tradições republicanas e reivindicati-vas. Foi aqui, em 1914, que se deram diversas gre-ves, protestos e outras manifestações populares, como o primeiro desafio do movimento operário ao Governo de Afonso Costa. De 1969 a 1973 a força da oposição centrava-se na freguesia, onde ficava a sede da CDE (Comissão Democrática Eleitoral), força política que assumia a oposição ao regime do Estado Novo.

Campo de Ourique foi “casa” de Fernando Pessoa. O nº 16 da Rua Coelho da Rocha acolheu Fernando Pessoa, e é hoje um espaço cultural.

sAntO COnDEstávEL

com abundância de água.A vida de Alfama e dos seus habitantes foi o tema

central de vários filmes ao longo da história do cinema português. O primeiro filme sonoro português “Canção de Lisboa”, de 1933, utilizou entre outros espaços, Al-fama. Outros filmes como “Alfama, Velha Lisboa”, um documentário de 1929 de João de Almeida e Sá, “Douro, Faina Fluvial” “Nazaré, Praia de Pescadores” ou “Rosa de Alfama”, realizado em 1953 por Henrique Campos foram filmados nesta freguesia.

Santo estêvão em números Residentes 2.047 (Censos 2001) Eleitores 2.357 (CNE 2005)

Abstenção 2005 45,35% (CNE 2005) Área 18 hectaresPresidente Maria de Lurdes Pinheiro (PCP) Mandatos PCP 4 PS 3 PSD 1

EsqUERDA DiREitA

Evolução de tendência de voto para as Assembleias de Freguesia no Concelho de Lisboa

Vot

ação

%

6050403020100

1976 1985 1989 1993 1997 2001 2005

Esquerda(PS+PCP e outros)

Direita(PSD+CDS)

Fonte: CNEObs-1979 e 1982

dados inddisponiveis

Evolução de tendência de voto para Câmara Municipal de Lisboa Esquerda

(PS+PCP e outros)

Direita(PSD+CDS)

Fonte: CNEObs-1979 e 1982

dados inddisponiveis

*PS+PCP+BE+CpLPSD+CDS+LdC

Vot

ação

%

6050403020100

1976 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2007*

REtRAtO DAs

FregueSIAS

0908

> serviços

Apoio aos mais velhosA grande maioria dos residentes em Santiago é constitu-ída por pessoas mais envelhecidas. Por isso, a Freguesia dá uma especial atenção à área social. Assim, o apoio de uma advogada, que também presta serviço à vizinha Freguesia do Castelo,tem como contrapartida o acompa-nhamento médico aos moradores de Santiago.Por outro lado, a Freguesia garante o fornecimento dos medicamentos às pessoas com maiores carências materiais e que, portanto, não têm capacidade para os pagar. Ainda na área da Saúde, a Santiago garante uma comparticipação económica aos idosos que não tenham acompanhamento familiar. Os mais velhos beneficiam da acção praia-campo, em colaboração com a Câmara.

> actividades

Privilegiar ensino dos mais novosA Ludobiblioteca da Freguesia do Santo Condestável é espaço misto que constitui os conceitos de Ludoteca e Biblioteca. Este espaço, que está aberto à comunidade desde o dia 30 de Abril de 2005, nasceu da parceria com o Instituto de Apoio à Criança (I.A.C.). A Ludobi-blioteca é um projecto que utiliza o brinquedo, o jogo, o livro e a leitura. O livro transforma-se num objecto lúdico, onde se brinca com as palavras e onde se des-cobre o prazer de ler. Desperta-se também o prazer de brincar, jogar, criar, comunicar e interagir com os outros. Desta forma, a Ludobiblioteca constitui um espaço de educação não formal, onde as crianças e os jovens podem brincar e aprender de forma livre e es-pontânea, em que os valores, os princípios e as regras essenciais para a vida em comunidade são adquiridos e experimentados através da actividade lúdica, sendo cada aprendizagem vivida como uma descoberta e um prazer. O espaço lúdico é gratuito e tem como público-alvo todas as idades. A par deste equipamento, a Junta de Freguesia proporciona actividades variadas aos residentes. Assim, realizam-se mostras de artesana-to urbano, e foi inaugurado o Mural “O Bairro”, que contou com a participação de Maria Cavaco Silva, integrado nas comemorações do 50º aniversário da Freguesia. Depois da realização das jornadas Pessoa-Crowley, realizou-se, até ao fim do passado mês de Maio, a exposição de pintura, escultura e vídeo de Gil Teixeira Lopes, na casa Fernando Pessoa.

> actividades

Serviços onlineCom mais de 40 mil residentes, a Freguesia dos Oli-vais faz da segurança e dos serviços online priorida-des. O projecto “Desafios” visa iniciativas com a PSP em cada uma das escolas do 1º ciclo, como forma de promoção da segurança, assim como o programa “Prevenir o Futuro”, com o objectivo de prevenção de comportamentos de risco, são actividades que mar-cam a agenda dos Olivais. Dirigidas aos mais novos, a Junta dos Olivais organiza as férias desportivas e a acção praia-campo, enquanto os mais velhos

beneficiam de passeios lúdico-culturais, para além de serviços de enfermagem e cuidados de saúde. Nas actividades desportivas, a Fre-guesia dos Olivais tem ao dispor da população o pavilhão polides-portivo, a academia de xadrez e também as férias desportivas.

> prioridades

Saúde e idososA Freguesia de Santo Estêvão dá especial atenção à saúde da população. Neste sentido, Santo Estêvão proporciona acesso a consultas de Clínica Geral, Den-tista, Enfermagem, Análises Clínicas, Assistente Social, além de dispor de aconselhamento jurídico e acesso gratuito à Internet. Por outro lado, a Freguesia conta com balneários e lavadouros, tendo em consideração as características sociais e económicas de uma faixa relevante dos moradores. Os idosos têm um espaço para puderem conviver entre si - o Centro de Convívio para a Terceira Idade de Alfama – que foi inaugurado recentemente.Durante o mês de Junho, para além das inscrições para o praia-campo, decorre o II Torneio da Primavera Intercolectividades, organizado pela Junta de Santo Estêvão. O torneio inclui oito modalidades: liques, dominó belga, snooker, ronda, malha, matraquilhos, sueca e estafeta. A Junta pretende assim promover a ocupação lúdico-cultural dos jovens e adolescentes da Freguesia, reduzindo os comportamentos de risco.Como forma de estimular o comércio local e reforçar a participação na festas da cidade, a Junta de Freguesia defende a isenção do pagamento de taxas dos arraiais na noite de Santo António, além da concretização da transferência das verbas prevista no protocolo de dele-gação de competências com a Câmara de Lisboa.

Stª Maria dos Olivais em números Residentes 46.410 (INE Censos 2001)

Eleitores 44.215 (CNE 2005)Abstenção 2005 45,96% (CNE 2005)

Área 1.066 hectaresPresidente José Rosa do Egipto (PS)Mandatos PS 9 PSD 7 PCP 3 BE 2

Santo Condestável em números Residentes 17.553 (INE Censos 2001)

Eleitores 17.400 (CNE 2005)Abstenção 2005 47,36% (CNE 2005)

Área 101 hectaresPresidente Luís Gonçalves (PSD)

Mandatos PSD 5 PS 4 PCP 3 BE 1

Santiago em números Residentes 857 (INE Censos 2001)

Eleitores 987 (CNE 2005)Abstenção 2005 45,49% (CNE 2005)

Área 6 hectaresPresidente Luís Campos (PCP)Mandatos PCP 3 PSD 2 PS 2

Page 6: edição de Junho do Jornal de Lisboa

OPInIÃO JORnAL DELISBOA

JORnAL DELISBOAOPInIÃO

1110

Os custos da capitalidade ao contrário

eM LISBOA, a Câmara Municipal do PS e de António Costa não festejou o 25 de Abril.

Juntas de Freguesia, instituições, colectividades e a gente da cidade corajosa que saiu para a rua em 25 de Abril de 1974, aju-dando decisivamente os militares mais progressistas a transfor-mar o projecto de mudança do regime fascista numa revolução,

voltaram a organizar iniciativas e a festejar o dia mais bonito das nossas vidas, com muita gente jovem que não viveu esse dia mas sabe o que ele significa na história de Lisboa e do país.

A actual Câmara Municipal está mais interessada no projecto de torres de 16 andares para a Matinha, que vai ocupar a Avenida Infante D. Hen-rique a partir da rotunda. Ou em alugar espaços da cidade, jardins ou até a Avenida da Liberdade, para publicitar e vender iogurtes, carros, espec-táculos e outros produtos. Sá Fernandes mudou de ambiente, da teoria amena das hortas e do verde, e entrou determinadamente no negócio de apoio a iniciativas empresariais, sob a batuta de António Costa.

Os custos da capitalidade, como foram definidos no início da década de 1990/2000, significavam que o Estado e os governos deveriam assumir as suas responsabilidades em Lisboa, a capital do país, desde logo no cumpri-mento de obrigações perante a Câmara Municipal, face à ocupação de terri-tório com instalações de ministérios e de outras actividades, sem qualquer pagamento de contribuições e taxas e com os inevitáveis desgastes e despesas de obras e de manutenção da cidade que o município teve e tem que suportar.

A isso nunca o Estado central deu respostas, na articulação com o Município. Foi uma ausência completa de assunção de responsabilidades. Mas, agora, é pior. É a Câmara Municipal do PS e de António Costa que está sujeita a propostas e pressões e que não pode estar aberta a tudo quanto este governo quer levar a cabo, do encerramento de hospitais à venda de territórios do IPO, da Penitenciária, do Ministério da Defesa, do Laboratório de Veterinária, da Quinta do Seminário da Ajuda, do Com-plexo Desportivo da Lapa, do anexo do Hospital Curry Cabral, da Univer-sidade Nova de Lisboa, do Quartel de Recrutamento Militar e de outros territórios e patrimónios de Lisboa.

Atenção às mudanças de uso do solo que o governo do PS pretende que a Câmara Municipal venha a introduzir no PDM e noutros instrumentos de planeamento da cidade. Atenção aos contactos e às negociações entre os ministérios e Manuel Salgado e António Costa. Aos lisboetas, a quem vive e trabalha na cidade, cabe uma palavra decisiva nestas e noutras questões essen-ciais, repondo claramente os interesses mais profundos da cidade em primeiro lugar, para salvaguarda da identidade, do património e do futuro de Lisboa.

O governo PS quer fazer negócio com os terrenos e criou uma empresa, a ESTAMO, à qual vendeu o Hospital Curry Cabral, pagando agora renda das instalações a essa empresa, enquanto o hospital funcionar. Já lhe fez a entrega do Complexo Desportivo da Lapa, com vista à especulação imobiliária. Os escândalos sucedem-se e tudo acontece sob o chapéu do “deficit”, que, afinal, volta a subir aos 6%. Para tudo isto, só há uma volta a dar. E essa volta, entre outras voltas eleitorais, terão de ser os lisboetas a assumi-la com determinação e firmeza.

p o r MOde STO nAVA r r O

>> Deputado Municipal do Partido Comunista Português na Assembleia Municipal de Lisboa

fEnARCi é fôlego de esperança

> caMpanHa pirilaMpo Mágico

F undada a 12 de Abril de 1985, a FENACERCI é uma Institui-ção de utilidade pública que representa as Cooperativas de Solidariedade Social, espalha-

das por todo o país e tem por missão fundamental promover a criação de condições, defender os interesses e direitos de pessoas com deficiência mental e as suas famílias e alertar a sociedade para este problema.

Estas Cooperativas facultam directa ou indirectamente apoio a cerca de 10 mil crianças, jovens e adultos com de-ficiência mental ou multideficiência.

A FENACERCI, liderada por Mário Aboim, nasceu dez anos depois da criação da primeira CERCI (Coo-perativa de Educação e Reabi-litação de Cidadãos Inadap-tados).

As CERCI’s surgiram a par-tir da segunda metade da dé-cada de 70, sendo uma inicia-tiva de pais, técnicos e pessoas preocupadas com a problemá-tica da pessoa com deficiência mental.

O grande objec-tivo das CERCI’s é estruturar res-postas adequadas e necessárias ao desenvolvimen-to das crianças, jovens e adultos com deficiência, bem como, apoiar e promover de forma diversificada a sua inclusão na sociedade.

No início da sua actividade, o tra-balho das CERCI’s era fundamen-talmente dirigido à população em idade escolar e consistia no apoio a necessidades educativas especiais. Esta IPSS tornou-se pioneira em Portugal na criação de Escolas de Educação Especial para crianças com deficiência mental, mudando a for-ma de assistência, na altura, que era meramente superficial.

Neste sentido, um número signifi-

cativo de Cooperativas espalhadas pelo país, asseguram valências de atendi-mento com o objectivo de abrangerem diversas faixas etárias e graus de defi-ciência. Para isso, foram criados Cen-tros de Formação Profissional, Centros de Apoio Ocupacional, Unidades Re-sidenciais, Unidades de Intervenção Precoce, Centros de Emprego Prote-gido, Enclaves e Unidades de Apoio à Família, entre outros.

A Federação caracteriza-se pelo es-pírito de abertura, entreajuda e cola-boração estreita com as organizações congéneres nacionais, nomeadamen-te, através de um Protocolo estabe-lecido com a HUMANITAS, a União

das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UIPSS);

Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC) entre muitos outros. Os seus associados são já cer-ca de 60.Conscientes da integra-

ção do cidadão com defi-ciência tem muito a ganhar através de uma coordenação e troca de experiên-cias não só a nível nacional mas tam-bém a nível inter-nacional, a FENA-CERCI é parceira de algumas organiza-ções, como a ARFIE

(Associação Europeia de Formação e Investigação); o CECOP (Comité Eu-ropeu das Cooperativas de Trabalho Associado); o Grupo Europeu para o Emprego da Pessoa com Deficiência Mental (AEH) entre outros.

O Pirilampo Mágico é uma campa-nha de solidariedade que se realiza to-dos os anos em Portugal com o objec-tivo de angariar fundos para as cerci. A campanha decorre anualmente no mês de Maio. Com o objectivo de criar um meio de angariação de fundos é colo-cada a venda de um boneco de peluche em forma de pirilampo.

A federação das CERCI visa defender as pessoas com deficiência mental e as suas famílias. A campanha do Pirilampo Mágico é uma forma de financiamento.

FenACerCI federação nacional de Cooperativas

de solidariedade socialRua Augusto Macedo 2A

1600-794 LISBOATlf. 217112580 | Fax 217112581

[email protected] S

E HÁ DECISãO fundamental que se joga, nas próximas eleições euro-peias, é a do modelo de construção da União.

Há dias, ouvimos o Dr. Paulo Rangel, assumir-se como federalista radical, acompanhado entre outros, pelo Prof. Vital Moreira.

Fiquei muito preocupado. E parece-me que o país inteiro, tem todas as razões para também ficar.

Sou profundamente europeísta. Mas não sou federalista.Portugal é um Estado-Nação, com mais de 8 séculos de história. Não nasceu

com a adesão à comunidade europeia.E a união europeia, deve ser uma união de diferentes Estados, que optaram

por juntar esforços, num destino comum, assente em valores que partilham.Significa que nessa Europa, a identidade de Portugal não se dilui, não desaparece.E nisto, a diferença fundamental da visão para a Europa que tenho, tão distinta

daquela que o Dr. Paulo Rangel e o Dr. Vital Moreira partilham.Porque para o Dr. Paulo Rangel e para o Dr. Vital Moreira, faz sentido uma Eu-

ropa federal, que transformará Portugal, numa super-região, transferindo-se para Bruxelas, tudo o que de decisivo tenha que ver com o nosso futuro colectivo.

Portugal será governado desde Bruxelas, E não a partir de Lisboa. Por cida-dãos, certamente ilustres, mas que não fazem a mínima ideia do que é ser por-tuguês, do que nos distingue, do que somos, do que precisamos. E que quando

tenham de decidir entre o que a Alemanha ou a França imponham, ou Portugal precise, certamente não terão quaisquer dúvidas.

Ora, se já nas actuais circunstâncias, Portugal é um pequeno país periféri-co, com pouca massa crítica, e consequentemente pouco peso, nas decisões europeias, é fácil de perceber, o que Portugal decidirá, quando por vontade do Dr. Paulo Rangel, e do Dr. Vital Moreira, se transformar numa mera região, ou Estado federado, dentro de uma Europa federal.

8 séculos de história, não se alienam com tanta facilidade, nem por um prato de lentilhas, leia-se dinheiro, rebaptizado de QREN ou PRODER, que para além do mais, termina em 2013.

Porque a partir de 2013, o dinheiro da União Europeia, disponível para Portu-gal acaba. A partir dessa data, passamos a valer só por nós, e deixamos de poder contar com a ajuda dos outros.

Enquanto Estado-nação, integrados numa Europa que defendemos, a par de muitos outros países, sempre poderemos fazer alguma diferença.

Já transformados na mera super região que o Dr. Paulo Rangel e o Dr. Vital Moreira querem fazer de Portugal, contaremos para coisa nenhuma.

É bom que os portugueses percebam o que aqui está em causa.Porque depois será tarde.E a culpa será toda de quem escolhe.

uMA CIDADE DEVE assemelhar-se a um organismo vivo. Ter coração, pulmões e um corpo activo.

Se pensarmos na maioria das capitais europeias, facilmente identi-ficamos zonas que podemos definir como o coração. Zonas para onde residentes e visitantes confluem e a partir das quais a vida flui para o resto da cidade.

Em Lisboa, temos a Av. da Liberdade como coração da cidade. Só que o cora-ção bate descompassadamente durante o dia, asfixiado pela poluição, e entra em letargia assim que anoitece.

O problema, no entanto, já ultrapassou há muito o foro cardiológico. A vida deixou de fluir a partir daí e outras zonas do corpo, vencidas pela inactividade, encontram-se moribundas.

Se a desertificação e a divisão entre zonas centrais ocupadas com escritórios e periferias dormitórios é comum a outras grandes cidades da Europa, o excesso de grandes superfícies explica um pouco aquilo em que Lisboa se transformou.

Será razoável, até sob o ponto de vista económico, que se continuem a licenciar centros comerciais como se nada mais existisse? Apresentando cada um como o maior da Europa, o maior da Península Ibérica ou, no mínimo, o maior da sua rua. Esquecendo que, com isso, morre o comércio de rua. Esquecendo que morto o co-mércio, morre a rua. Mortas as ruas, agoniza a cidade. Esquecendo, inclusive, que no final estas grandes superfícies acabarão por se canibalizar umas às outras.

Não há, porém, vítimas inocentes. Uma conjugação de horários desfazados da realidade actual, aliada a uma prolongada estagnação, deixaram o comércio de rua na situação que conhecemos. Defender o comércio “tradicional” apenas pelo

factor tradição é muito pouco. Morrem tradições todos os dias. E nascem ou-tras. O problema é que ainda não terão nascido turistas que viajem para visitar centros comerciais.

Lisboa tem todas as condições, a começar pelo clima, para ser uma das prin-cipais cidades turísticas da Europa, mas para isso precisa de pessoas. Se as que lá vivem são poucas, aproveitem-se as muitas que passam. Criem-se condições para que fiquem mais tempo. Uma cidade sem vida não é uma cidade, é um par-que temático e não é no sector dos parques temáticos que Lisboa deve competir.

É urgente tornar Lisboa uma cidade virada para o utilizador, pois o que temos actualmente é uma cidade que não só não ajuda, como até complica a vida dos cidadãos. Marcada pela insegurança criada pela desertificação.

De que serve ter óptimos restaurantes se temos receio de caminhar até lá? Consideremos que a melhor forma de visitar uma cidade é a pé. Coloquemo-nos no lugar de um turista. Sentimos segurança a caminhar numa cidade que a partir do fim da tarde fica deserta? Tiramos algum prazer em visitar uma cidade tantas vezes transformada em estaleiro?

Pensem em tudo o que já viram em outras cidades e que gostariam de ver em Lisboa. Subtraiam o factor “a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”. Ainda sobra muita coisa.

Da sinalização que, por vezes, quase atira os cidadãos para fora da cidade à batalha diária entre a circulação a pé e a circulação de carro, do estacionamento desordenado às indecisões políticas sobre os modelos a seguir, temos muito pouco para tornar Lisboa uma cidade friendly.

Resta-nos Lisboa. E, ainda assim, é tanto.

Portugal e o prato de lentilhasp o r n un O MeLO

>> Deputado do CDS-PP

Lisboa, cidade viva?p o r n un O MOrA IS SA rMen TO

>> Advogado

d IVerS IdAde

Page 7: edição de Junho do Jornal de Lisboa

JORnAL DE LISBOA Design Designglow www.designglow.comImpressão grafedisportEstagiário Marco vidigal

FIChA téCNICA Director Francisco Morais Barros Editor Colunas de Opinião - Comunicação unipessoal, Lda. R. D. Estefânia, nº 177, 2º C

1000-154 Lisboa Portugal Propriedade Francisco Morais Barros

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editorial

bARó

mEtR

O

As eleições europeias, independentemen-te do resultado, vão ser verdadeiramente o ponto de não-retorno da vida política nacional. Se não, vejamos.

As sondagens, quase unanimemente, dão empate técnico. O que reforça a evidência: os eleitores não sabem o que distingue PS e PSD. É o velho e gasto cinzen-tismo do centrão sem alma que vai desanimando os eleito-res. Que fogem da ausência de valores e ideias e se acanto-nam ou na abstenção ou nos ditos pequenos partidos.

Se os resultados das europeias forem em linha com as sondagens, mesmo que ganhe, o PS sofre uma pesada e

dura derrota que compromete, pelo menos, um resultado aceitável nas autárquicas e inviabiliza uma maioria absolu-ta socialista nas legislativas. Ou seja, adivinham-se novas legislativas num prazo de dois anos. Mas, para o PSD um resultado semelhante também não é satisfatório. Para alimentar esperanças de ganhar as legislativas o PSD tem de bater agora o PS por uma diferença nunca inferior a 2%.

O enriquecido e truculento PS de Sócrates está atento. E vai pôr no terreno a sua esmagadora máquina partidária. Que o PSD não sabe o que é. O que lhe pode custar três derrotas consecutivas. E, eventualmente, uma profunda renovação. Depois de dia 7, não há retorno…

Manuel Dias Loureiro deveria ter saído do Conselho de Estado logo que o seu nome foi envolvido no caso BPN. Pelo País, pelo Presidente da República, por si. Porque, na política, o que parece, é.

Manuel Alegre dá lições de ética política. Tem cargos e não tachos. Discorda e di-lo. Tem ideias e assume-as. E demonstra ser um singular estratega: mantém-se no PS e segura a esquerda. O futuro a Deus pertence…

ponto de nãO-REtORnO

> sporting

Patinagem artísticaO Sporting Clube de Portugal abriu a sua 31ª modalidade, passando a dispor de patinagem artística. Os praticantes desta modalidade treinam no Tojal, no concelho de Loures, todos os sá-bados. Durante a semana os treinos realizam-se em instalações provisórias, estando a ser estudada a possibilidade de transferir a modalidade para um equipamento mais moderno e com condi-ções que permitam a prática segura desta exigente modalidade.

AJunta de Freguesia de S. Domingos de Benfica decidiu comemorar o Mês do Co-ração e o Mês do Pulmão com a realização de rastreios de tensão arterial e colesterol

e da capacidade respiratória em colaboração, re-spectivamente, com a Fundação Portuguesa de Cardiologia e a Associação Respira.

São domingos fazrastreios clínicos

> saúde

São Domingos assinalou os meses do Coração e do Pulmão

> alto do pina

Alimentos para carenciados A Freguesia do Alto do Pina, concertada com o Ban-co Alimentar Contra a Fome e a Igreja de São João de Deus, está a desenvolver iniciativas de apoio aos seus fregueses mais carenciados. Esta iniciativa é um contributo da Junta de Freguesia para minimizar as carências de um cada vez maior número de famí-lias. Os interessados devem dirigir-se aos Serviços da Junta de Freguesia e fazer a sua inscrição.

sé já está em festa

AFreguesia da Sé já começou as festas dos Santos Populares, com a abertura do arraial, no passado dia 29 de Maio, no Campo das Cebolas. Este ano a abertura

das festas concretizou-se com tunas académi-

> socorro

guia da FreguesiaO executivo da Freguesia do Socorro está a prepa-rar a elaboração de um guia de recursos da Mou-raria que seja acessível e utilizável aos residentes, aos muitos imigrantes que aí se instalaram e

> santos populares

Os rastreios tiveram a participação de técnicos destas áreas de saúde e, no rastreio da capacidade respiratória contou com a colaboração da empresa Gasin, realizan-do-se uma espirometria, ou seja, exame respiratório que avalia de uma forma simples, rápida e não dolorosa o volume e a velocidade do ar que sai dos pulmões, du-rante um sopro máximo. Aderiram aos rastreios cerca de 200 residentes em São Domingos de Benfica, com idades compreendidas entre os 30 e 90 anos.

cas, com cerca de 160 estudantes. Este arraial dura um mês, e contará com a actuação diária de bandas e artistas até 29 de Junho. O encerramento é marcado pela realização da Grande Noite do Fado.

No plano do desporto, dia 11 de Junho a equipa de futebol “os Jovens da Sé” participa no torneio nacio-nal, que é uma maratona de Futsal, a partir das 12h00, no Pavilhão da Escola Vieira da Silva em Carnaxide. Este torneio conta com a participação de 8 equipas amadoras, sobretudo da área do Porto e Lisboa.

também aos turistas que visitam a Freguesia. Entretanto, a Junta já começou os preparativos para as festas de Santo António, enfeitando o bairro e preparando locais estratégicos que serão palco das noites mais animadas. A Mouraria é um dos bairros mais concorridos nas festas de Santo António, sendo sua imagem de marca a noites de fados e desgarradas ao som da guitarra portuguesa e com o aroma da sardinha assada.

> consulta pública

(Re)Habitar LisboaO Programa Local de Habitação (PLH), liderado pela vereadora Helena Roseta, distribuiu por todas as Freguesia um “kit” de consulta pública, contendo a documentação sujeita a consulta pública e um folheto, com um questionário destacável, em que se solicita a opinião sobre os 8 objectivos da Matriz Es-tratégica do PLH. Simultaneamente, foram enviados 320.000 questionários via CTT para os habitantes de Lisboa. A consulta termina a 21 de Junho e o resultado, sob forma da Matriz final deverá estar pronto 27 de Junho para ser submetido à CML e à Assembleia Municipal.

> anJos

Nova sedeA Junta de Freguesia dos Anjos vai inaugurar no próximo dia 5 de Junho as suas novas instala-ções, situadas no Mercado do Forno do Tijolo. Este evento estará aberto à população residente e a convidados e terá início pelas 18h00.