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Edição especial Maio de 2015 David Bowie

Edição especial david bowie (Som à Letra)

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Confira a edição especial do jornal Som à Letra , que funde a Ziggy Stardust com a Ziggy Brown Uma viagem pela histórica carreira do camaleão do rock. Das aranhas de Marte aos felinos de Vénus!!

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Edição especial Maio de 2015

David Bowie

Editorial

Five years, what a surprise!

Bowie é uma lenda. Nunca escondi de vocês a

admiração que sinto por este músico. Até escrevi um

livro em oposição à sua obra, Ziggy Stardust and

The Spiders from Mars. Falo do livro Ziggy Brown e

os felinos de Vénus , uma aventura que iniciei em

2013 com a minha colega ilustradora Ana Quirino,

que terão a oportunidade de conhecer nesta edição.

Mas vamos começar pelo presente.The Next Day, o

mais recente trabalho de Bowie, lançado em 2013

que encanta de início ao fim.

Certamente que alegra a cada fã (eu incluída) a

recente notícia do camaleão do rock nos ter surpre-

endido em finais de 2014 com novos temas.

Viajamos ainda pelas décadas de 60, 70 (onde o

músico decisivamente se destacou), 80 , 90 e 00.

Trata-se de um pequeno dossier, uma introdução a

próximos trabalhos de investigação sobre David

Robert Jones. Não perca!

Directora:

Irene Leite

[email protected]

Revisão :

Irene Leite

Colaboram nesta edição:

Adriano Marques, Maria Coutinho, Carmen

Gonçalves , Daniela Peralta, Irene Leite ,

Miguel Ribeiro

Capa

David Bowie: O regresso que poucos esperavam

O músico e produtor musical conhecido por ter um olho diferente do outro volta à ribalta

após dez anos afastado da criação de conteúdos originais. Conhecido como uma das

mais célebres identidades da cultura pop, Bowie regressa com o álbum The Next Day,

lançado em Março de 2013.

Por Daniela Peralta

Quando ouvimos falar do “Camaleão do Rock”, claramente que assumimos falar de David

Bowie. Assim conhecido pelo seu peculiar jeito para inovar constantemente e para maravilhar

muitos com as suas mudanças, Bowie, cuja carreira musical floresceu entre 1970 e 1980,

deposita bastante produto intelectual na sua obra. O percurso musical do cantor foi marcado por

famosos singles como “Space Oddity” e “Fame” bem como por acções humanitárias como a

promoção da libertação homossexual.

E eis que, aos 66 anos de idade, o nosso “Camaleão do Rock” que sempre procurou inspirar-

se em influências como The Beatles, Pink Floyd ou The Who, regressa com um novo álbum.

Após um afastamento dos palcos que resultou na muita especulação sobre o estado de saúde

do músico, Tony Visconti, produtor deste novo álbum, fala à imprensa de um Bowie que está

“sempre a sorrir e feliz por estar de volta ao estúdio”, para além de que ele “é um homem

bastante saudável, posso assegurar”.

Foi no dia 8 de Janeiro de 2013 que Bowie levantou um bocadinho desta cortina,

apresentando um dos singles que compõem o seu novo projecto: Where We Are Now? O

single remete-nos para a cidade de Berlim tão adorada pelo músico que deu origem aos

álbuns “Low”, “Heroes” e “Lodger”.

O mês de Março de 2013 ficou marcado pela apresentação do novo álbum de David Bowie que

conta com 14 faixas: The Next Day. Também neste mês o famoso Museu Victoria & Albert abriu

ao público uma exposição dedicada ao músico. A exposição contou com objectos pertencentes

a Bowie, ilustrando toda a sua influência em grandes áreas como a moda e a música.

Capa

A 9 de Setembro de 2014 Bowie volta a surpreender. O músico anunciou através do Facebook o lançamento de um novo single chamado 'Sue (Or in a Season of Crime)'. O inédito faz parte da próxima compilação de carreira do britânico, "Nothing Has Changed", que reúne temas lançados com quase 50 anos entre si (1964 a 2014). Novembro foi o mês escolhi-do para lançamento.

Além das canções retiradas dos 24 álbuns de Bowie, a colectânea inclui raridades como #Let Me Sleep Beside You”, que foi gravada nas sessões de 2001 do disco nunca lançado "Toy", uma nova gravação de 'Shadow Man' de 1971, e 'You Turn to Drive', canção que só tinha sido lançada digitalmente e nunca em disco.

A produção de 'Sue (Or in a Season of Crime) esteve a cargo de Tony Visconti e a faixa teve reacções divididas entre os fãs, devido ao seu experimentalismo, marca de Bowie.

A nova canção é a única novidade da compilação . O single com edição digital e numa edição limitada em vinil, apresenta um lado b inédito intitulado "Tis a Pity She's a Whore', no mesmo dia em que o álbum é disponibilizado (17 de novembro). "Nothing Has Changed" chegou às lojas em várias versões e formatos.

Em The Next Day assistimos a um Bowie

completamente fortalecido, apesar dos

seus 67 anos (só no BI, para que conste).

Por Irene Leite

O álbum é um bom sucessor de Heathen e Reality,

podendo também estabelecer-se uma trilogia,

como aconteceu nos anos 70. Falo da trilogia de

Berlim (Low, Heroes, Lodger). Não foi ao acaso

que a capa de The Next Day remete para Heroes.

O encerramento de mais um coeso e fabuloso ciclo

ou o começo de algo novo? Com o camaleão do

rock nunca sabemos.

O álbum não poderia começar da melhor maneira

com o (posteriormente polémico que mescla o

sagrado com o profano) tema The Next Day,

pujante.

A libido (tão identificável na obra do camaleão do

rock) é evidente na faixa Dirty Boys.

The Stars are out Tonight é orelhuda, radio friendly

e perfeita para animar multidões.

Where Are We Now? foi uma partida muito bem

elaborada por Bowie quando quis abrir apetites

para o álbum. Todos poderiam pensar que o regis-

to seguiria esta lógica mais calma. Foi um bom

jogo. Mas a música continuou a elevar o patamar

de qualidade.

Capa

Capa

Dancing out in space é brincalhona e denota que Bowie (hallo space boy) não esquece as suas origens,

no que toca a temáticas (major Tom is not a junkie).

Valentine´s day tem a melodia perfeita, assim como I´d rather be high.

Em You Feel So Lonely You Could Die Bowie apresenta-nos uma letra carregada de significado. Mais

do que uma escolha, a solidão é inerente ao homem moderno.

De notar que a inspiração de The Next Day veio não só de álbuns como Heroes e Ziggy Stardust, mas

de toda a década de 70, o melhor período criativo da carreira do cantor.

Faixas a destacar:

Where are we now?

God bless the girl

The Stars are out tonight

Valentine´s day

The Next Day

Dancing out in space

I´d rather be high

David Bowie nasceu como David Robert Jo-nes em Brixton, Londres, a 8 de janeiro de 1947. A família vivia no número 40 da Stans-field Road, próximo da fronteira das zonas londrinas do sul de Brixton e Stockwell. Mu-dando-se em 1953 para um subúrbio próxi-mo, em Bromley, a família enviou o peque-no David para a Burnt Ash Junior School. No coral da escola a criança demonstrou uma capacidade musical acima da média. Aos nove anos de idade, foi introduzido ao método educativo de escutar sons e dançar, e a sua dança agradou os professores, que a achavam "vividamente artística" e a sua postura "surpreendente" para uma criança.

Por Irene Leite Neste mesmo ano, o seu interesse pela música cresceu quando o pai trouxe para casa discos de

vinis de uma coleção americana com músicas can-tadas por Frankie Lymon and the Teenagers, The Platters, Fats Domino, Elvis Presley e Little Ri-chard.

Bowie estudou arte, música e desenho, incluindo layout e typsetting. Depois de Terry Burns, o seu meio-irmão por parte de mãe, apresentá-lo ao jazz moderno, o seu entusiasmo por instrumentistas co-mo Charles Mingus e John Coltrane conduziu a sua mãe a dar-lhe um saxofone em 1961. Em 1962, metido numa luta por conta de uma menina recebeu um ferimento grave na escola, quando o amigo George Underwood lhe deu um forte soco no olho esquerdo usando um grande anel no dedo. Os médicos temiam que ele viesse a perder parcial-mente a visão. David foi forçado a ficar fora da es-cola para uma série de operações durante uma in-ternação de quatro meses

1947–1962: Primeiros anos

Primeiros passos

O dano não pôde ser totalmente reparado, deixando-o com a percepção deficiente e com a pupila per-manentemente dilatada (tempos depois isso tornar-se-ia a marca pessoal do artista, que embora tenha os dois olhos azuis, aparenta ter um olho de cada cor) Apesar do forte desentendimento, Underwood e Bowie continuaram amigos, e Underwood passou a cuidar da parte artística dos primeiros álbuns de Da-vid .

1962–1968: Os Kon-rads e os Riot

Primeiros passos

Do seu saxofone de plástico a um instrumento real em 1962, Bowie formou a sua primeira banda aos 15 anos. Os Kon-rads (foto) tocavam guitarra baseada no rock and roll em reuniões de jovens e em casamentos, e tinham uma formação que variava entre quatro e oito membros, entre eles Underwood. Ao deixar a escola técnica no ano seguinte, Bowie informou os seus pais do seu sonho de tornar-se uma estrela de rock.

Não demorou muito para a sua mãe lhe arranjar um emprego como companheiro de eletricista. Frustra-do pelas limitadas aspirações que os seus colegas de banda tinham, Bowie deixou a Kon-rads e formou

outra banda, os King Bees..

O primeiro single do cantor, "Liza Jane", creditado a David Jones e aos King Bees, não obteve nenhum sucesso comercial. Desapontado com os King Bees e o repertório blues de Howlin' Wolf e Willie Dixon, Bowie deixou a banda a menos de um mês depois de entrar para a Manish Boys, banda com levada blu-es, mas que também incorporava elementos do folk e soul: ""I Pity the Fool" não teve maior sucesso que "Liza Jane", e não demorou para que Bowie muda-se novamente de grupo, desta vez ingressando para o Lower Third, trio de blues fortemente influenciado pelos The Who. "You've Got a Habit of Leaving" não se saíu melhor.

Declarando que iria deixar o mundo pop "para estudar mímica no Sadler's Wells", Bowie, no entanto, permaneceu nos Lower Third. O seu novo empresário, Ralph Horton, seria uma figura importante na sua transição para artista solo mais tarde, e também o apoiou quando David mudou-se para outro grupo, os Buzz, cuja canção "Do Anything You Say" foi um verdadeiro fracasso. Enquanto era contratado por Buzz, Bowie entrou em 1967 para a Riot Squad. As gravações desse novo grupo, que incluíam músicas escritas por Bowie e covers do Velvet Underground, não foram nunca lançadas. Ken Pitt, introduzido por Horton, passou a ser então o novo empresário de Bowie.

Finais de anos 60: O estrelato aqui tão perto

Modo Rock

Dois anos antes do sucesso de Ziggy Stardust, conta a Rolling Stone, poucos dos fãs de

Ziggy sabiam quem era David Bowie. Ele tocava rock desde 1962 e gravava álbuns

excêntricos desde 1967, chamando pouca atenção.

Por Irene Leite

Bowie sempre com carácter cénico ; queria usar rosto e corpo, voz e músicas, para representar

papéis bizarros. Então, em 1971, percebeu que poderia combinar tudo – música e teatro numa

só personagem: Ziggy Stardust, um ser de outro mundo que veio à Terra para salvá-la, mas em

vez disso encontrou o rock.

“Ziggy cantava sobre mudança e dor e tocava música melhor do que qualquer um; a sua

vaidade era fora do comum. No final, as suas aspirações levaram-no à ruína, com os seus

melhores objetivos não alcançados. Essa personagem tornou David Bowie famoso e formou

uma comunidade em torno da sua singularidade”.

A space Odity

“Space Oddity”, a música que se tornou o primeiro grande sucesso de Bowie, foi lançada em

1969. “Era um conto assustador de um homem perdido no espaço, deixado à mercê de sua

própria incerteza – um retrato de toda a desconexão psíquica de Bowie, mas também de como

os ideais e as esperanças dos anos 60 despareciam”.

Em 1970, Bowie gravou “The Man Who Sold the World”, “uma história de paranóia e

sobrevivência, com música que combinava com a postura: retumbante e dissonante. O

guitarrista Mick Ronson, em particular, deu às músicas de Bowie uma majestade dinâmica que

se tornaria crucial para o que estava prestes a ocorrer”.

Quando tudo se juntou, aconteceu rápido. Os álbuns daquele período, de 1971 a 1974 – Hunky

Dory, Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, Aladdin Sane e Diamond Dogs – formam um

dos grandes épicos do rock: “uma crónica sobre a queda de mundos internos e externos” – a

desintegração do ego e da sociedade – e sobre novos valores arduamente adquiridos que

podem ou não ser a salvação. “No entanto, mais obviamente, os discos tratavam sobre

realizações sexuais de uma forma que a cultura popular nunca tinha permitido”. “Boys it´s a

sweet thing” cantava (ou proclamava) Bowie no álbum Diamond Dogs.

No início da década de 70, a transgressão era permitida – a homossexualidade tinha sido

descriminalizada na Grã-Bretanha em 1967 – e Ângela pressionou o marido para usar o seu

apelo andrógino com mais ousadia. Ela (que apresentava uma influência inacreditável sobre o

marido) ajudou o músico a escolher vestidos longos de seda para homens – como roupas

medievais de príncipes, feitos por Michael Fish, que também tinha desenhado figurinos para os

Rolling Stones – e usá-los em material promocional e sessões de fotos para revistas.

.

Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972), seguiu Hunky Dory tão de perto que os dois

discos pareciam um só. “ Só que Ziggy Stardust and the Spiders from Mars era uma história –

ou, pelo menos, a sugestão de uma: a de um alienígena que caiu na Terra e perdeu tudo,

menos o legado”.

Bowie tirou partes de Ziggy de vários lugares. A sua inspiração para o nome do personagem,

contou mais tarde, vinha de um cantor de psychobilly de Lubbock, Texas, chamado The

Legendary Stardust Cowboy. Ele também tinha em mente Vince Taylor, um cantor de

rock magro, sexy e problemático do início da década de 60 que teve algum sucesso na França,

mas que passou a ter ilusões devido a alucinógeneos, declarando uma vez para um público

que era mensageiro de Cristo. O pioneiro do rock Gene Vincent foi outra referência. O mais

importante foi o que Bowie tomou emprestado dos exemplos de

Lou Reed, dos Velvet Underground, e Iggy Pop: eles faziam

música influente que se diferenciava dos valores dominantes, mas

ficavam arrasados com a falta de consideração dos críticos e do

público.

“O que Bowie fez com essas fontes era totalmente seu – algo

inédito e libertador. Enquanto Hunky Dory começava com a

esperança de “Changes” e terminava na ruptura de “The Bewlay

Brothers” (uma música que parece ser sobre Terry), Ziggy

Stardust and the Spiders from Mars revertia esse movimento”.

Modo Rock

A magia de Ziggy Stardust

Considerado um dos músicos populares

mais inovadores e influentes de todos os

tempos, David Bowie deixa a sua marca nos

anos 70 com o àlbum The Rise and Fall of

Ziggy Stardust and the Spiders from Mars.

Das 11 faixas que constam no álbum, a

música Starman é sem dúvida dos temas

mais intensos e famosos.

Por Adriano Marques

O conceito do álbum é uma história de um

alienígena chamado Ziggy Stardust, que vem para

salvar o planeta Terra que seria destruído num

espaço de cinco anos e acaba por formar uma

banda chamada “Spiders from Mars”. Ele torna-se

numa estrela e acaba por ceder aos exageros do

Rock n’ Roll. O álbum termina com o suicídio de

Ziggy. Todas as músicas foram criadas por David

Bowie exceto It Ain’t Easy, que foi composta por

Ron Davies.

A música Starman, a mais conhecida do “Camaleão

do Rock”, é o primeiro contacto de Ziggy, o

representante dos marcianos, com os homens. A

sua letra deixa claro que a sua relação é de

sintonia e de paz. E desta forma, eu sinto que a

figura de Ziggy está ligada a dois temas: o amor e

sexo de um modo futurista. Na realidade retrata o

perigoso mundo da fama.

Modo Rock

Por outro lado, outro dos grandes destaques deste álbum é a elaboração da imagem controversa de

Ziggy Stardust, da figura na capa do disco ao visual extravagante das suas apresentações, um ser com

traços femininos e maquilhagem pesada, em cores gritantes, e convém dar também destaque

relativamente à construção da mensagem e da personagem numa história que só se descobre mesmo

ao desfrutar o àlbum.

Uma viagem inesquecível, que nos leva literalmente para outro mundo, ora não fosse o álbum de ficção

científica.

Modo Rock

Revisitando Aladdin Sane

Modo Rock

Bowie é exímio na criação de alter egos.

Major Tom, (1969) Ziggy Stardust (1972)

Thin white Duke (1976) ou Aladdin Sane

(1973), que em 2013 celebrou data histórica.

O álbum, descrito por Bowie como a ida

de Ziggy à América, completou 40 anos.

Motivo mais do que suficiente para mais

uma viagem camaleónica. Confira.

Por Irene Leite

O registo foi originalmente gravado entre os

Trident Studios em Londres, e os RCA

Studios , em Nova Iorque, com os músicos

Mick Ronson (guitarra, piano), Trevor Bolder

(baixo), Mick “woody” Woodmansey (bateria) e

Mike Gaison (piano).

Trata-se do último trabalho feito com as

“Spiders From Mars” , em que a personagem

Ziggy ainda tem vida, sendo “apagada” no

palco de Hammersmith Odeon, uns meses

depois.

Todas as músicas foram escritas por Bowie ,

com a excepção de Let´s spend the night

together, da autoria de Mick Jagger e Keith

Richards.

O caminho do álbum não é tão directo e

melodioso (sendo, pelo contrário, mais

frenético) como assistimos em The Rise and

Fall of Ziggy Stardust and Spiders from Mars,

havendo muito experimentalismo. O Rock

n´roll mantém-se.

Aladdin Sane não deixa de ser uma

convidativa apresentação desta persona.

Drive in saturday é um mimo.

The Jean Genie, um hino e Let´s Spend the

Night Together puro rock n roll , assim como

Panic in Detroit.

Não é propriamente um clássico, mas um

follow up pungente , repleto de uma vitalidade

incrivel (Watch that man, Cracked Actor).

A energia de Pin Ups

Modo Rock

“Pin Ups” foi gravado no mesmo ano de

“Aladdin Sane”, que por sua vez sucedeu

ao estrondoso sucesso “Ziggy Stardust”

de 1972.

Por Irene Leite

Apesar de ser um álbum de versões, é um

trabalho que apresenta decisivamente a

marca pessoal de Bowie.

O músico recria à sua maneira as canções

que foram escritas por outros músicos e as

transforma em músicas completamente

novas.

Basta dois exemplos para entendermos isso:

See Emily Play (faixa espantosa!) dos Pink

Floyd (confesso que prefiro a versão do ca-

maleão do rock) e Shapes of Things dos

Yardbirds. Basta ouvir e comparar.

O registo é acelerado com toques glam rock,

sendo um grande tributo a músicos e bandas

dos anos 60.

I can´t explain, original dos The Who conquis-

ta à primeira audição.

Basicamente é assistir a um tributo de Bowie

a músicos que de alguma forma marcaram o

seu percurso. Não esquecer que David Robert

Jones iniciou o seu percurso em bandas.

Modo Rock

O carácter emocional de Diamond Dogs

Diamond Dogs é um álbum emocional, mas

ao mesmo tempo urgente e reivindicativo

como manda o Rock n` Roll. E tudo

começou há quarenta anos, mais coisa,

menos coisa.

Por Irene Leite

Sweet Thing é provavelmente a canção mais

emocional do registo. Dividida, ou melhor,

gloriosamente prolongada em três partes

consegue captar e fascinar continuamente o

ouvinte.

Rebel Rebel é o hino da libertação sexual (and

your face is a mess) continuando o legado de

Ziggy Stardust e Aladdin Sane.

“Rock and roll with me” é uma das melhores

baladas do álbum , cantada com intensidade e

vigor, assim como Big Brother (brilhante

interpretação da obra de Orwell) com direito a

prolongamento em “Chant of the Ever Circling

Skeletal Family”.

“1984” é uma das melhores faixas do registo, com

o seu caráter direto e aventureiro.

“We are the dead” recupera a veia emocional do

álbum. Bowie sempre certeiro.

Em suma, um álbum que incita a audições

contínuas. A nossa sorte é que o camaleão do

rock foi sempre imparável, deixando sempre

pérolas para os fãs. Diamond Dogs é apenas um

exemplo do poderoso legado de David Robert

Jones.

Rebel Rebel: o grito de uma geração

No modo Classic Rock desta edição especial do Som à Letra damos voz ao grito de

rebeldia de David Bowie, à boleia do tema “Rebel Rebel”.

Por Maria Coutinho

No repertório do camaleão está uma das canções mais emblemáticas – de uma era, do movimento

estético “Glam” , de uma postura de vida – pelo que bem merece ser tratada como um clássico do Rock.

Editado em finais de 1974, no mítico álbum “Diamond Dogs”, “Rebel Rebel” demarca-se pela letra, em

que Bowie apela à revolta juvenil pelo uso de roupas femininas, maquilhagem e uma postura

provocadora que confunde os pais e as gerações mais velhas…. Nada que o camaleão do rock não

fizesse há já alguns anos atrás, o que, aliás, fez dele um ícone do Glam Rock, e de “Rebel Rebel” o

respectivo hino.

Artista completo – ninguém ousará negá-lo – David Bowie substitui Mick Ronson na guitarra-solo deste

tema, tocando o famoso riff que todos conhecemos. Além disso, é ele próprio quem toca todos os

instrumentos numa versão diferente, mais curta, editada em single.

Modo Rock

E deve tê-lo feito muito bem, porque nunca uma

canção sua teve tantas “covers” feitas por outros

artistas. Para citar apenas uns (poucos), este tema

conheceu versões de músicos e bandas tão

diferentes como Bryan Adams, Def Leppard, Duran

Duran, Rickie Lee Jones, Smashing Pumpkins, e

até uma versão em português, cantada pelo

brasileiro Seu Jorge.

Não podemos também deixar de mencionar as

versões – original e covers – que fizeram parte das

bandas sonoras de uns quantos filmes, tanto em

Hollywood como no mercado cinematográfico

internacional: Bandslam ; Youth in Revolt (film), a

título de exemplo.

Uma curiosidade: Bowie conta que certa vez se

encontrava num hotel em Londres, quando

encontrou John Mc Enroe (famoso tenista) a tentar

tocar o famoso riff de guitarra de Rebel Rebel

tendo, então, tido oportunidade de lhe mostrar

como realmente se tocava aquela passagem.

No entanto, “Rebel, Rebel ” não marcou apenas

pela positiva: houve também a polémica que

envolveu a artista transexual, Jayne County, que

reclamou que a música se baseava num tema de

sua autoria, “Queenage Baby” Anos mais tarde,

quando este foi editado, os críticos e a imprensa

não se esqueceram, e tenderam a dar eco às

pretensões de Jayne…

Rebel Rebel é, assim, o hino de uma geração de

adolescentes rebeldes, cantado por um Bowie que,

à data da edição do álbum, estava já perto dos 30

anos… Será o hino de despedida de uma época

para este camaleão que, na fase que se seguiu,

coloriu com outras cores o seu visual e a sua

música.

Modo Rock

Modo Rock

A eterna juventude de Young Americans

Young Americans foi curiosamente uma das primeiras aproximações que tive junto da obra de David Bowie. Claro que já estava bem ambientada com o Let´s dance ou China Girl (singles mais comerciais) mas digamos que Young Americans foi o primeiro álbum

ouvido e , acima de tudo, sentido. Ainda hoje não sai da minha prateleira.

Por Irene Leite

A batida do álbum, que o cantor chamou de plastic soul, constituiu uma mudança radical no esti-lo que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos do Reino Unido.Young Americans trouxe a primeira canção de Bowie a atingir a primeira posição nos EUA, "Fame", co-escrita com John Lennon, que também contribuiu com backing vocals, e Carlos Alomar. Distinguindo-se como um dos primeiros artistas brancos a aparecer no programa de variedades americano Soul Train, Bo-wie cantou "Fame" e "Golden Years”.

O disco foi um sucesso comercial nos EUA e no Reino Unido. O registo tem uma batida incrí-vel . Digamos que o camaleão tinha a soul dentro de si.

O álbum apresenta uma atmosfera sedutora e envolvente.

“Fascination makes part of me”, avisa Bowie. “Right” apresenta um groove imbatível, destaque para o coro, fenomenal. “Across the Universe” é emocional , sendo um dos melhores momentos do álbum.

“ Who can I Be Now” e “Fame” resumem a inquietação camaleónica.

Em suma, um disco a saborear continuamente.

Modo Rock

The Thin White Duke

Station to Station (1976) apresentava uma nova persona, o "Thin White Duke" . Visual-mente, era uma extensão de Thomas Jerome Newton, o extraterrestre que ele retratou no filme The Man Who Fell to Earth do mesmo ano. Desenvolvendo o funk e o soul de Young Americans, este novo disco também prefigurava o krautrock e sintetizava a música dos

seus próximos lançamentos. Trazia um Bowie interessado em misticismo e na Cabala.

Por Irene Leite

A sua toxicodependência tornou-se pública quando Bowie foi entrevistado por Russell Harty no programa London Weekend Television, numa antecipação da turnê do álbum. A sua sanidade tornou-se distorcida pela cocaína e o músico sofreu overdoses durante todo o ano, além de emagrecer fisicamente de maneira alarmante.

O lançamento de Station to Station aconteceu em janeiro de 1976 e foi seguido em fevereiro por uma turnê de três anos e meio pela Europa e América do Norte. Apresentando todas as faixas do disco, a Isolar – 1976 Tour também destacou as canções do álbum, incluindo a dramática e longa canção-título "Station to Station", as (belas) baladas "Wild Is the Wind" e "Word on a Wing", além dos funks "TVC 15" e "Stay"

Trata-se de um registo fabuloso e emocional da primeira à ultima faixa. Uma verdadeira batalha interior.

Berlim

Modo Rock

1976 ainda não tinha terminado quando o interesse de Bowie pela cena musical da Ale-manha e o seu vício em drogas levaram o músico a mudar-se para a Berlim Ocidental, no intuito de renovar e revigorar a sua carreira musical. Trabalhando com Brian Eno, en-quanto dividia um apartamento em Schöneberg com o mais novo amigo Iggy Pop, con-centrou-se na música minimalista e ambiental nos seus três próximos álbuns, co-produzidos com Tony Visconti, que vieram a ser conhecidos como a sua Trilogia de Ber-

lim: Low, Heroes e Lodger.

Por Irene Leite

Nessa época, Iggy Pop lançou o seu primeiro álbum a solo sem os Stooges, chamado The Idiot, e, mais tarde, Lust for Life, ambos de 1977, com fabulosas contribuições de Bowie em melodias e letras, reali-zando turnês pela Europa, Reino Unido, e nos EUA em março e abril de 1977.

O disco Low (1977), parcialmente influenciado pelo som krautrock do Kraftwerk e do Neu!, evidenciou um afastamento de composições e narrações para um estilo mais abstrato, em que as letras eram esporádi-cas e opcionais. A canção "Sound and Vision" (uma bela melodia) atingiu a terceira posição no UK chart. Não demorou para que notassem o talento de Bowie em criar músicas complexas que pareciam simples.

O segundo disco da trilogia, "Heroes" (1977), refletiu a abordagem instrumental e minimalista de Low e também incorporou elementos do pop e do rock, além de receber contribuição do guitarrista Robert Fripp

Assim como o álbum anterior, "Heroes" evidenciou o espírito da época da Guerra Fria, simbolizada por uma Alemanha dividida pelo Muro de Berlim.Neste novo trabalho Bowie incorporou sons ambientes de uma variedade de fontes, incluindo geradores de ruídos e sintetizadores .

Sua faixa-título-baseada no amor incondicional de dois amantes dos lados opostos do Muro de Berlim que Bowie via se unirem diariamente, embora tenha alcançado somente a 24ª posição nos tops britâni-cos, ganhou popularidade tardia duradoura .

Modo Rock

Lodger (1979), o álbum que encerraria a Trilogia de Berlim—absteve-se da natureza ambiental e minima-lista dos outros dois e traz uma levada que nos remete às baterias e às guitarras do rock e do pop que prefiguraram a sua carreira anterior à estadia em Berlim.

O resultado foi uma mistura complexa de New Wave e World Music. Algumas das faixas, como "Boys Keep Swinging" (viciante e bem-disposto), "Move On" e "Red Money", foram compostas utilizando estra-tégias de Eno.

Ashes to Ashes: O Regresso de Major Tom

Em 1980, foi lançado o álbum Scary Monsters (and Super Creeps), trazendo a brilhante canção "Ashes to Ashes", que alcançou o primeiro lugar nos tops. A canção revisitava a personagem Major Tom de "Space Oddity". O video da canção foi um dos mais inovado-

res de todos os tempos...E o álbum não fica atrás!

Por Irene Leite

Embora esse disco utilizasse princípios estabelecidos pela trilogia de Berlim, foi considerado pelos críti-cos como muito mais direto musical e liricamente. O registo teve contribuições de guitarristas como Fripp, Pete Townshend, Chuck Hammer e Tom Verlaine. Com "Ashes to Ashes" atingindo o topo dos tops britânicos , Bowie abriu uma apresentação de três meses no Teatro Broadway em 24 de setem-bro, estrelando na peça O Homem Elefante. Mais uma brilhante e tocante interpretação.

Em 1981, Bowie encontrou-se com os Queen e ambos realizaram um single, "Under Pressure", retra-tando a pressão social. O dueto foi um sucesso e tornou-se o terceiro single da sua carreira a atingir a primeira posição nos tops britânicos. Ainda no mesmo ano, Bowie fez uma aparição no filme alemão Christiane F., uma história baseada em factos reais sobre uma adolescente viciada em drogas na Ber-lim da década de 1970. A banda sonora, constituída principalmente por canções já escritas anterior-mente por Bowie, foi lançada como Christiane F. meses depois.

Bowie interpretou o papel principal de uma adaptação televisiva de 1981 da peça Baal de Bertolt Bre-cht. Coincidindo com essa transmissão, foi lançado um extended play com cinco faixas da peça, todas gravadas em Berlim. Em março de 1982, um mês antes do filme Cat People de Paul Schrader ser lan-çado, a canção de Bowie homónima, "Cat People", foi realizada como single, obtendo um curto sucesso nos EUA e entrando no top 30 da Inglaterra.

Década de 80

Modo Pop

O Carácter viciante de Let´s dance

Em 1983 Bowie quis provar que atingia o mainstream. E conseguiu a

façanha de forma fabulosa. Êxitos como Let´s dance , Modern love ou a

versão de China Girl não enganam.

Por Irene Leite

O álbum é bem disposto, radio friendly, tornando-se irresistível. O senhor David prova uma vez

mais que quando quer alcançar o grande público, consegue, não ficando apenas pelo caminho

alternativo (tão evidente nos seus trabalhos da década de 70 , como Low, Heroes, The Man

Who Sold The world, Ziggy Stardust ou Aladdin Sane).

Bowie estava aberto à febre dançante 80´s, que continuaria em activo no álbum Tonight.

Quem não se recorda do tema Blue Jean? Mas isso fica para outro artigo...

Mas como camaleão é camaleão, Bowie ia fartar-se do facilitismo pop e enveredar pelo

saudosismo dos grupos de rock (sim, como no inicio da sua carreira) . Resultado: Tin Machine.

Modo Pop

O tema “China Girl” é fruto de uma colaboração entre David Bowie e Iggy Pop, tendo

inicialmente surgido no álbum “The Idiot”, de Iggy Pop em 1977. Mas o sucesso deste

tema só viria a ser reconhecido seis anos mais tarde quando Bowie o reinterpretou e o

incluiu no disco “Let’s Dance” , de 1983. Esta versão da “China Girl”, produzida por Nile

Rodgers, alcançou o n.º 2 do chart britânico e a 10ª posição nos Estados Unidos.

Por Carmen Gonçalves

Apesar do sucesso alcançado, o vídeo chegou a ser banido em vários países, mas rodava

insistentemente na MTV, tendo ganho o primeiro prémio desta emissora na categoria de “Best Male

Video”, dos Video Music Awards de 1984. Além de fazer história na música dos tempos modernos, este

vídeo relata a história de uma mulher oriental que sucumbe aos valores deturpados de uma sociedade

ocidental. Há quem diga que não é mais que o relato da relação amorosa entre Iggy Pop e uma rapariga

vietnamita pela qual se apaixonou. Sendo baseado em factos reais, ou sendo apenas produto da

imaginação e da criatividade de Bowie e Pop, o resultado está à vista, e ainda hoje é considerada uma

das músicas mais influentes da década de 80.

A eterna China Girl

Modo Pop

TonighT : o brincalhão “blue jean”

Tonight , outro álbum dançante, trouxe Tina Turner que cantou com Bowie na faixa-título, que foi escrita com o amigo Iggy Pop (prefiro o original da Iguana). O disco tam-bém trazia covers, como o sucesso de 1966 "God Only Knows" dos Beach Boys, e a canção "Blue Jean", baseada no curta-metragem Jazzin' for Blue Jean, garantiu a Bowie o Grammy Award for Best Short Form Music Video. O álbum foi lançado há trinta

anos, mais coisa menos coisa.

Por Irene Leite

Tonight segue a lógica dançante do registo anterior de forma a agarrar o novo público que conquistou entretanto. Sim, o camaleão estava mainstream . Mas isso não tem que ser mau, sobretudo em al-guém que é um verdadeiro turbilhão criativo.

Destaque ainda para o sentido Loving the alien (sempre os extraterrestres!).

Em 1985, Bowie apresentou-se no Estádio de Wembley para o Live Aid. Durante o evento, Bowie gravou um video com um de seus ídolos, Mick Ja-gger, em que cantam e dançam juntos a canção "Dancing in the Street", sucesso de 1964 na voz de Martha and the Vandellas, e que deu ao dueto a primeira posição nos tops. No mesmo ano, Bowie juntou-se ao Pat Metheny Group na gravação de

"This Is Not America" para a banda sonora do filme The Falcon and the Snowman. Realizada como sin-gle, a canção tornou-se um dos 40 sucessos dos tops britânicos e americanas.

Em 1986, deram um papel a Bowie no filme Absolute Beginners, que foi mal recebido pelos críticos, mas que sustentou-se pela canção-tema, escrita por David Bowie, também chamada "Absolute Beginners" e que atingiu o segundo lugar nos tops britânicos. Ainda hoje um clássico.

No mesmo ano, o filme Labirinto estreia e Bowie, que compôs e cantou cinco canções para o filme, tam-bém atuou como a personagem Jareth, o que lhe garantiu extrema popularidade.

O seu último disco a solo da década foi Never Let Me Down de 1987, em que ele abandona o ritmo dos dois álbuns anteriores, e oferece um rock pesado com uma mistura de techno e industrial. Embora tenha sido um relativo fracasso, atingiu a sexta posição nos tops britânicos e rendeu ainda as canções "Day-In Day-Out", "Time Will Crawl" e "Never Let Me Down" (belíssimo tema e vídeo).

A série de 86 concertos chamada de Glass Spider Tour surgiu nessa época, em 20 de maio, com o intui-

to de apoiar o disco. Na guitarra principal, a banda contava com Peter Frampton.

A fórmula já não resultava.

Modo Pop

Tin Machine : Boys keep swinging

Tin Machine representa a vontade de Bowie em

regressar aos grupos rock, tendo em conta o

inicio da sua carreira, ainda como David Jones.

Aqui assistimos a uma faceta de rock pesado

do camaleão, com o grunge a nascer. Sempre

avant gard o mestre.

Por Irene Leite

Riffs poderosos marcam um Bowie farto dos

excessos pop da década de 80. Com saudades

dos icónicos, electrizantes, experimentais anos 70,

o camaleão do rock decide em 1989 romper com

tudo e volta às bandas, agora com Tin Machine.

Com Reeves Gabrels (guitarra), Tony Sales (baixo)

e Hunt Sales (bateria e vocais), criou Tin Machine,

uma banda de hard rock onde Bowie apenas

cantava e tocava saxofone.

O grupo demarca-se pelo peso e pela simplicidade.

Tendo como modelo os Stooges, de Iggy Pop, pais

do punk rock no início dos anos 70, o quarteto

apostou num rock acelerado e com guitarras ao

alto, para além de uma bateria marcante em

algumas músicas.

“Tin Machine” foi gravado rapidamente e lançado

em 1989 contendo várias músicas de qualidade ,

como “Heaven’s in Here”, “Under the God”,

“Amazing” e uma grande versão de “Working Class

Hero”, de John Lennon.

O segundo álbum já não seria tão brilhante. Tin

Machine II é último álbum de estúdio de Tin

Machine, lançado originalmente pela Victory Music

em 1991. Em 1992, foi lançado o álbum ao vivo Tin

Machine Live: Oy Vey, Baby, e o grupo chega ao

fim.

Modo Rock

1992-1999: Bowie electrónico

Em 1993, o lançamento de Black Tie White Noise trouxe um Bowie influenciado em hip-hop, jazz e soul. O registo, que novamente o reuniu com o produtor de Let's Dance, Nile Rodgers, fazia uso de instrumentos eletrónicos e confirmou o seu retorno à popularidade, chegando ao primeiro lu-

gar nos tops britânicos e brilhando com a canção "Jump They Say".

Este álbum também contou com a participação do seu antigo colega da era-Ziggy Stardust, Mick Ronson, que morreu de cancro no final do ano. Bowie explorou novas direções em The Buddha of Suburbia, ban-da sonora composta para uma série televisiva livremente adaptada no livro The Buddha of Suburbia (1900) de Hanif Kureishi. O disco foi criticamente bem-recebido, embora não tivesse muito sucesso co-mercial, atingindo a 87ª posição nas paradas do Reino Unido

Outside (1995) reuniu Bowie novamente com Brian Eno, e foi concebido como o primeiro volume de uma narrativa não-linear sobre arte e assassinato. Apresentando personagens de um conto escrito pelo artis-ta, o álbum conseguiu sucesso nos tops britâncios e americamos.

Bowie escolheu a banda Nine Inch Nails como sua parceria para a Outside Tour, e recebeu, por isso, re-cepções mistas.

A 17 de janeiro de 1996, David Bowie entrou para o Rock and Roll Hall of Fame. Earthling (1997) foi su-cesso crítico e comercial. A canção "I'm Afraid of Americans", escrita com Eno para o filme Showgirls de Paul Verhoeven, foi regravada no álbum, remixada para ser lançada como single. Esse trabalho ficou por conta de Trent Reznor, famoso multi-instrumentista de sua banda a solo, os Nine Inch Nails, que para além de produzir, fez backing vocals na canção.

A alta frequência do vídeo do tema na televisão, do qual Reznor também participava, fez com que esta ficasse 16 semanas na Billboard Hot 100 americana. A Earthling Tour esteve na Europa e na América do Norte entre junho e novembro de 1997.

1999-actualidade: Bowie Neoclássico

Em 2002, Heathen foi lançado e, durante o

segundo semestre do ano, Bowie realizou a

turnê Heathen Tour. Inspiradas na impressão

de Bowie com os Ataques de 11 de setembro de

2001, a maioria das letras do álbum estão

centradas na degradação da humanidade e do

mundo. Tal situação é evidenciada em canções

como "Slow Burn" (de uma grande densidade

dramática), "Afraid", "A Better Future" e na faixa

título. O álbum contém três covers: "Cactus" do

Pixies, "I've Been Waiting for You", de Neil

Young, e "I Took a Trip on a Gemini Spaceship",

de Norman aka Odam o Legendario Cowboy do

espaço, que também inspirou Bowie para o

apelido Stardust em 1972. Simbologia não falta,

portanto.

"Heathen" é o melhor disco de David Bowie desde

"Tin Machine" (1989), superior aos quatro inéditos

que o herói mascarado do pop produziu na década

de 90 .

Trata-se de um registo mais autêntico, em que

ficam de fora personagens como Major Tom, Thin

White Duke e Ziggy Stardust e entra o roqueiro

cinquentão, angustiado e pai de família.

"Heathen..." marca o regresso da colaboração

Bowie-Tony Visconti, o produtor italiano

responsável por pelo menos três dos melhores

discos da carreira do britânico ("Heroes", "Young

Americans" e "Scary Monsters"). O resultado é que

há muito da sonoridade dos anos 70 e

principalmente dos anos 80 na obra.

(Pensando agora, à distância, David Bowie foi uma

das únicas cinco boas coisas que existiram na

década de 80, avisava uma crítica da Folha de S.

Pauio, por Sérgio Dávila. (http://

www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/

fq2705200219.htm)

Mas o coração do álbum são mesmo as nove

músicas originais de Bowie, embora os três covers

que completam "Heathen" não decepcionem. O

primeiro deles é "Cactus", de Black Francis, a.k.a.

Frank Black, a.k.a. Charles Thompson, dos Pixies,

banda seminal dos 80, que ganha batida básica e

reverente. Em seguida vem o hit de Neil Young de

1969, "I've Been Waiting for You. Esta versão é

mais lenta, mas merece a voz mais sensual do CD.

Por fim, a impossível "I Took a Trip on a Gemini

Spaceship", do Legendary Stardust Cowboy, e que

faz as delicias das pistas de dança. Trata-se de

uma brincadeira/homenagem de Bowie. Legendary

Stardust... é como assinava o exótico cantor

country Norman Carl Odom, que estava no mesmo

selo que o britânico em 69 e inspirou o nome do

personagem/disco Ziggy Stardust. A excentricidade

dos anos 70 acaba por não ser esquecida (e ainda

bem!)

Chegamos às nove originais. Destaque para o hit

Slow Turn , pesado, dramático e intenso. Ainda hoje

uma das minhas faixas de eleição do mestre cama-

leão.

Um álbum a ter em conta, decisivamente.

1999-actualidade: Bowie Neoclássico

Em 2003, Bowie lançou Reality, disco com humor e melancolia, que reflete sobre toda sua carreira.

Por Irene Leite A Reality Tour fez o músico viajar pela Europa, EUA, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Japão, com uma audiência estimada em 722.000 mil, arre-cadando uma quantia superior a qualquer outra tur-nê de 2004. Apresentando-se em Oslo, Noruega, em 18 de junho, foi atingido no olho por um pirulito atirado por um fã e, uma semana depois, enquanto se apresentava no palco do Hurricane Festival em Scheeßel, Alemanha, sentiu fortes dores no peito, e a apresentação foi interrompida. Foi diagnosticada uma séria obstrução numa artéria e ele passou por uma angioplastia de emergência em Hamburgo. As 14 apresentações restantes da turnê foram cancela-das. Recuperado da cirurgia cardíaca, diminuiu a sua produção musical pela primeira vez em vários anos. Apareceu só de vez em quando nos palcos e nos estúdios. Retornou por exemplo aos palcos a 8 de setembro, junto aos Arcade Fire, num evento televi-sionado nos EUA chamado Fashion Rocks, e tocou com a banda canadense pela segunda vez uma se-mana depois, durante o CMJ Music Trata-se de um dos registos mais criativos de Bo-wie, a meu ver. Repleto de pujança , não desanima da primeira á ultima faixa. Envelhecer é mesmo op-cional. Let´s face the music and dance, avisava em New killer Star um dos melhores momentos do álbum.

“Never get old” apela , a meu ver ,a uma certa imor-talidade que Bowie já ganhou de forma evidente, muito devido à sua forte carreira na década de 70. O álbum é emotivo, inteligente e radio friendly, não sendo ácido como assistimos em Low , por exem-plo. Mas não deixa de ter os seus toques surrealis-tas que o tornam delicioso (como no tema Looking for water). Se tivesse que escolher uma faixa de eleição teria de ser Days. Mas que belo Som à Letra. Bowie, sempre certeiro. Os temas do espaço de alguma forma não são es-quecidos, ora Bowie não fosse a figura de Major Tom. Falo do melódico “Fall dog bombs the moon”. O pico da emotividade do álbum é alcançado na belíssima faixa “Try some, buy some”. “Reality” é um bom momento de puro rock.

O Actor

A obra de David Bowie apresenta uma forte componente cénica. Basta pensar na panó-

plia de alter egos que David espantosamente criou. Mas no cinema e teatro o músico tam-

bém brilhou. Confira alguns factos que marcam a biografia deste artista.

Por Irene Leite

A sua carreira como actor começa antes do seu avanço comercial como músico. Estudante de teatro de avant-garde e mímica com Lindsay Kemp, interpretou o papel de Cloud na produção teatral de 1967 de Kemp chamada Pierrot in Turquoise (posteriormente transformada no filme televisivo de 1970 The Loo-king Glass Murders).

No filme The Image (1969), interpretou um menino fantasma que surge da pintura de um artista envolvi-do em problemas, para assombrar o seu criador. Fez ainda uma breve aparição na adaptação do ro-mance The Virgin Soldiers (1966) de Leslie Thomas.

Em 1976, ganhou elogios pelo seu primeiro papel principal num grande filme, retratando Thomas Jero-me Newton, um alienígena de um planeta moribundo, em The Man Who Fell to Earth, (foto) dirigido por Nic Roeg.

Também interpretou o papel principal em Just a Gigolo de 1979, co-produção anglo-alemã dirigida por David Hemmings, em que é Paul von Pryzgodski, um oficial prussiano a retornar da Primeira Guerra Mundial, que é descoberto por uma Baronesa (Marlene Dietrich) que o convida a seu estábulo de gigolo.

Em 1983, estreou The Hunger/Fome de Viver, filme de vampiros revisionista, com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Um filme intenso com uma actuação marcante de Bowie (destaque para a caracteriza-ção da personagem).

Em Merry Christmas, Mr. Lawrence, do mesmo ano, dirigido por Nagisa Oshima e baseado no romance The Seed and the Sower de Laurens van der Post, Bowie representou o Major Jack Celliers, prisioneiro de guerra num campo de internamento japonês. Ryuichi Sakamoto, que também era músico, atuou co-mo o comandante do campo .

Bowie chegou ainda (entre tantos outros papeis) a representar o misterioso agente do FBI Phillip Jeffries

em Twin Peaks - Os últimos dias de Laura Palmer (1992) de David Lynch.

Máquina do Tempo

a magia de “labyrinTh”

É justo que sendo este o mês que

dedicamos a um dos maiores músicos da

actualidade, David Bowie, que falemos hoje

na Máquina do Tempo do filme The

Labyrinth, película de culto e última obra do

talentoso Jim Henson, mais conhecido pela

criação dos Marretas e de outro filme de

fantasia , The Dark Cristal.

Por Miguel Ribeiro

Produzido por George Lucas, este filme contou

ainda com o contributo de Terry Jones, um dos

famosos seis elementos dos Monty Python, na

escrita do guião e com Frank Oz, este último, mais

conhecido por dar a voz e manipular Yoda nos

filmes Star Wars. Jim Henson e Brian Froud

criaram esta obra que conta a estória de Sarah,

interpretada por Jennifer Connelly, e da sua busca

pelo irmão mais novo Toby, raptado por Jareth, O

Rei dos Goblins, a quem David Bowie dá corpo e

voz.

Como seria de reparar num filme criado por Jim

Henson, aparte da narrativa que é uma espécie de

adaptação livre do conceito criado por Lewis Carrol

em Alice no País das Maravilhas (no sentido em

que vemos uma jovem perder-se num mundo da

fantasia que de alguma forma espelha as suas

preocupações no mundo real) nesta obra não

temos tanta profundidade intelectual como

encontraríamos na obra literária que referi. Mas

temos algo de único na história do Cinema e que

só Jim Henson poderia ter criado, isto é, os

Máquina do Tempo

bonecos e, por assim dizer, marretas que vemos a interpretarem as outras personagens e que trazem

uma “cor” única à paleta de fantasia que se encontra neste filme. Uma coisa é certa, o trabalho de

design das personagens, desde a criação em conceito à sua construção final para os tornar verosímeis ,

mas mesmo assim parecerem bonecos é de notar e um feito espectacular de tão reais que os bonecos

parecem ser. É nestes momentos que a magia do Cinema entra em acção, e de uma forma mais

acolhedora e palpável, visto que aqui estamos a ver efeitos especiais sem qualquer interferência digital,

o que traz mais interesse à obra em questão.

Claro está, este filme conta com mais de David Bowie do que apenas a sua interpretação como actor,

temos também a sua voz para alguns interlúdios musicais engraçados e que não aborrecem na

visualização do filme (isto porque também não demoram mais do que entre dois a três minutos). Estas

músicas foram criadas e cantadas por David Bowie, embora a banda sonora seja da autoria de Trevor

Jones.De referir ainda as personagens mais engraçadas deste filme, e embora ache imensa piada a

todos os bonecos que aparecem, alguns são mais importantes que outros, nomeadamente, a equipa que

Sarah reúne para a sua travessia: Hogglet, o goblin medroso que quer ganhar a amizade de Sarah,

Ludo, o gigante adorável e carinhoso que consegue controlar pedras com o seu uivar e Sir Didymus e

Ambrosius o seu cavalo de eleição, que na realidade é um cão (também muito medroso) em contraste

com Sir Didymus , que é demasiado corajoso para o seu tamanho.

Para acabar, tenho que notar uma coisa; esta obra acompanha-me desde a minha infância e tem um

lugar especial na minha memória por esse facto mesmo, mas recentemente tornou-se ainda mais

importante para mim. Tudo porque quando voltei a rever o filme há uns anos atrás, com os meus 21

anos, apercebi-me de um pormenor no fim do filme que só como adulto compreendeu, que é o poder

que certas estórias e contos, mas em particular esta obra para mim, têm de nos trazer nostalgia dos

tempos de infância, em que a imaginação toldava a nossa compreensão do mundo, mas que enchia este

mesmo com mais magia e mistério.

No final do filme, Sarah vê as aparições dos seus três amigos, Hogglet, Ludo e Sir Didymus que ao se

despedirem dela lhe dizem que estarão com ela sempre que ela precisar, ao que ela retorque que sim,

que de vez em quando, por nenhuma razão em especial, precisa deles e isto é algo com que todos nós

nos conseguimos conectar. Aquele bocado que perdemos de nós próprios enquanto vamos crescendo,

mas que obras como esta mostram que todos nós, de vez em quando, precisamos de nos relembrar

daquele “extra” que pode parecer estar perdido, mas que na realidade, acompanhar-nos-á e aparecerá,

sempre que precisarmos. E essa, é só uma de imensas razões porque o Cinema é tão especial.

A Ziggy Brown

Ziggy Brown e os felinos de Vénus, a Viagem de Auto-descoberta, encanta na sua simplicidade,

no seu carácter musical e humor, ora não fosse este conto (também) influenciado pelo anime

Dragon Ball.

Textos/Irene Leite

Ilustrações/Ana Quirino

É interessante como a partir de um álbum conceptual (The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the

Spiders from Mars) se desenrola a intensa aventura de auto-descoberta de Ziggy Brown, uma

extraterrestre muito especial, que no planeta Terra se deixa envolver numa sociedade que deambula

cada vez mais entre o real e o virtual.

Curiosa nata, sempre procurou independência, tendo sido sempre travada pelo tutor, Captain Sakura.

Aos 19 anos, Ziggy dá finalmente ouvidos à coruja Prometeus, que conta à lady Z que o tempo urge: ela

só tem 5 anos para salvar o planeta Terra! Ziggy não acredita, mas como quer ir ver os seus ídolos (Iggy

Pop, David Bowie e Frank Zappa) e experimentar a completa liberdade sem família, alinha nesta grande

aventura de vir para outro planeta. Estará sozinha neste desafio?

E o resultado está aí: uma história deliciosa, com certo carácter autobiográfico, narrada num tom

divertidamente coloquial, que vai captar a atenção do leitor.

A Ziggy Brown

Para além de ser a dj oficial do Som à Letra, é a protagonista de um conjunto de livros

infanto-juvenis. Conheça a lady Z.

Ziggy aterrou à terra a 4 de Dezembro de 1993, dia em que o eterno Frank Zappa abandonou-

nos. A infância de Ziggy foi sempre marcada por traquinices (tais como o próprio Zappa veio a

admitir em relação à adolescência). Ziggy é independente. Ziggy é eclética. Ziggy é uma estrela

de rock and roll . E o mais interessante é que ela não faz nenhuma ideia dessa situação, o que

torna tudo hilariante. Precisa sempre da ajuda dos seus amigos Yatsura, Captain Sakura, Akira,

Hunter, Iokko e Yori. Ziggy não é vaidosa. É apenas uma apaixonada pela arte e cultura de

vanguarda.

A Ziggy Brown

Desde criança interessou-se pela obra de David Bowie. Para a lady Z , havia algo de misterioso

nos temas do grande mestre. Como costumava dizer, sempre com o seu jeito risonho, “homens

assim, deviam cair mais a Vénus. Mas espera aí, ele é da Terra e está preocupado com a

possibilidade de vida em Marte…tonto! Ah ah ah!”

Álbuns marcantes do camaleão que fizeram delirar a space girl? “Heroes”; “Young Americans”;

“Station to station”; “Let´s dance”; “Low”. Cada um apresentava uma mensagem e uma atitude.

A “station to station “ esteve por exemplo ligada à sua adolescência e viagens dentro do planeta

Vénus, sempre com os seus companheiros. Curiosa nata, nenhum pormenor lhe escapava,

demorando por vezes a decifrar os códigos. Do álbum “Let´s dance” encantava-se com a China

girl, tão directa, tão, tão….Ziggy. Agora, qual a versão favorita da gatinha? A do Iggy ou a do

Bowie? Não conseguia simplesmente decidir-se, preferia ficar apenas com o sentimento de

Marlon Brando.

“Who Can I be Now” talvez seria a sua canção chave. Camaleónica de natureza, procurava

constantemente definir-se. De dia era uma gata persa, de olhos verdes, de noite uma linda

mulher.

Próximo capítulo? “A new career in a new town”, ou melhor, “planet”.

A Ziggy Brown

A Ziggy Brown

Está a chegar a extraterrestre mais musical de sempre!

A Ziggy Brown entra em Maio de 2015 com ótimas notícias. O projeto, que engloba livros infanto

juvenis , uma dj e um filme, já apresenta as ilustrações e hoje divulgamos parte do excelente trabalho

da ilustradora Ana Quirino, para além de fazer um ponto de situação de tudo o que envolve o

conceito desta extraterreste musical. Brevemente terão mais novidades acerca do lançamento deste

livro.

A Ziggy Brown

Porquê Ziggy Brown?

Todo o conto “Ziggy Brown e os felinos de Vénus” é repleto de simbolismo. E o nome da protagonista

não foge à regra. Vamos, então, à descodificação , que funde três artistas : David Bowie , Iggy Pop e

Frank Zappa.

Ziggy-Ziggy Stardust (David Bowie)

Z(iggy)– Iggy Pop

Brown-Um dos grandes sucessos de Frank Zappa, Bobby Brown

A Ziggy Brown

Sound and Vision

Don´t you wonder sometimes...Bout Sound and Vision?

Assim a reza a letra do bem-disposto tema "Sound and Vision" de Bowie, claro. Sempre Bowie.

Talvez tenha sido esse o meu método de escrita basilar. Som e Visão. As músicas despertam-me cenários.

E foi nesta curiosidade de criança (que felizmente nunca a perdi) que construí a história da Ziggy Irley

Moon Brown.

Principais inspirações musicais? Dois álbuns: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders from

Mars (David Bowie, 1972) e Making Movies (Dire Straits , 1980)

Estes dois registos discográficos em particular narram a história de amor entre Ziggy Brown e Captain

Sakura.

Os paralelismo com o álbum Ziggy Stardust and The Spiders from Mars

Tal como Ziggy Stardust, Ziggy Brown é uma extraterrestre que tem (supostamente...) 5 anos para salvar

o planeta Terra, perdida em vícios.

Tal como Ziggy Stardust, Ziggy Brown cria uma banda: Ziggy Brown e os felinos de Vénus em que

assume a função de guitarrista.

Agora a questão central:

Será que perde-se nos vicios do rock and roll? Terão que ler o conto...

A Ziggy Brown

E em Dezembro de 2014 nasceu o argumento do filme

Do papel ao Word….

O Meu Concerto

Já todos sabem o quão fã sou de Bowie.

Por isso nesta primeira edição de concertos

de sonho vou apresentar-vos um

alinhamento para Mr Bowie. Não foi fácil.

Por Irene Leite

Alinhamento:

The Next Day

Country Rock

Young Americans

Panic in Detroit

Aladdin Sane

Velvet Goldmine

Word on a wing

Width of a circle

Yassassin

I´d rather be high

Boss of me

Dancing out in space

Blue Jean

Ashes to ashes

Scary Monsters

Rock n roll suicide

Encore

Space Odity

Ziggy Stardust

Heroes

Wild is the wind