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MANUAL CASEIRO 1 Edição especial: Já caiu CESPE! os assuntos necessários para a compreensão dos temas que comporta quaisquer editais da disciplina em estudo – Direito Processual Penal. Enunciados das súmulas, cuja incidência tem sido cada vez mais frequente nos certames públicos. Enunciados sistematizado cuja fonte tem sido o @dizerodireito. Perguntas abertas com classificações e nomenclatura que podem vim a ser exigidas nos certames públicos. Questões cobradas pelo CESPE em provas anteriores cuja fonte tem sido o site @qconcursos. Comentários pontuais feitos pela produtora do @manualcaseiro. O único dia fácil foi ontem...

Edição especial: J caiu CESPE! - forumdeconcursos.com · JÁ CAIU CESPE: A atividade investigatória de crimes não é exclusiva da polícia judiciária, podendo ser eventualmente

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MANUAL CASEIRO

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Edição especial:

Já caiu CESPE!

os assuntos necessários para a compreensão dos temas que comporta quaisquer editais da disciplina em estudo – Direito Processual Penal.

Enunciados das súmulas, cuja incidência tem sido cada vez mais frequente nos certames públicos.

Enunciados sistematizado cuja fonte tem sido o @dizerodireito.

Perguntas abertas com classificações e nomenclatura que podem vim a ser exigidas nos certames públicos.

Questões cobradas pelo CESPE em provas anteriores cuja fonte tem sido o site @qconcursos. Comentários pontuais feitos pela produtora do @manualcaseiro.

O único dia fácil foi ontem...

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É possível reunir tudo em um só lugar?

INFORMATIVO 787, STF. Ministério Público pode realizar diretamente a

investigação de crimes.

INFORMATIVO 819, STF. As notícias anônimas (denúncias anônimas) não autorizam,

por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o

emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação telefônica ou busca e

apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do

Poder Judiciário.

Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da

vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial

com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando

constituírem, elas próprias, o corpo de delito. CERTO!

INQUÉRITO POLICIAL - Tem natureza jurídica de

procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, objetivando

a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar

que o titular da ação penal possa ingressar em

juízo. SÚMULA VINCULANTE 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos

elementos de prova que, já documentados em procedimento

investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito

de defesa.

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JÁ CAIU CESPE: sua apostila de assertivas CESPE contém questões que já foram cobradas pela banca, lhe permitindo um Raio X dos temas de maior incidência e que foram repetidamente objeto de questão. O JÁ CAIU CESPE não se trata de uma apostila de resolução de questões para ser resolvida pelo concursando, mas de uma forma de estudo mais avançado que vai além do mero conteúdo, lhe conferindo a análise das questões e os comentários que justificam o erro e o acerto de cada assertiva.

Vamos Juntos?

Assertivas CESPE – Investigação Preliminar

JÁ CAIU CESPE: O delegado de polícia, se estiver convencido da ausência de elementos suficientes para imputar autoria a determinada pessoa, deverá mandar arquivar o IP, podendo desarquivá-lo se surgir prova nova. ERRADO!!!

Nos termos do art. 17 do Código de Processo Penal, a autoridade policial não possui atribuição para mandar arquivar autos do inquérito policial, razão pela qual a alternativa encontra-se equivocada. Nesse sentido, vejamos a legislação.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

JÁ CAIU CESPE: A atividade investigatória de crimes não é exclusiva da polícia judiciária, podendo ser eventualmente presidida por outras autoridades, conforme dispuser a lei especial. CERTO!

Cuidado! A presidência do inquérito policial é de atribuição exclusiva da autoridade policial (Delegado de Polícia), porém existem outras formas de investigação, e não apenas o inquérito. Assim, essas outras espécies de investigação podem ser feitas por outras autoridades, de modo que, é correto afirmar que a atividade investigatória não é exclusiva da polícia judiciária, por exemplo, investigação pelo MP (PIC) e CPIS (Poder Legislativo).

Vamos esquematizar?

Atribuição para presidência do INQUÉRITO POLICIAL

Atribuição para investigações diversas do Inquérito Policial

Apenas o Delegado. Lei nº 12.830, Art. 2º § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.

Delegado e outros órgãos – MP; Legislativo.

JÁ CAIU CESPE: O IP é indispensável para o oferecimento da denúncia; o promotor de justiça não poderá denunciar o réu sem esse procedimento investigatório prévio. ERRADO!!!

O inquérito policial possui entre outras características, a característica de ser dispensável. Desse modo, é possível que seja instaurada ação penal sem inquérito policial prévio, desde que haja outros elementos hábeis a substanciar a ação penal. Nesse sentido, vejamos a legislação:

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Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

JÁ CAIU CESPE: O juiz é livre para apreciar as provas e, de acordo com sua convicção íntima, poderá basear a condenação do réu exclusivamente nos elementos informativos colhidos no IP. ERRADO!!!

Nos termos do art. 155 do Código de Processo Penal, embora o juiz possua liberdade para apreciar as provas, é necessário motivação, e não poderá proferir condenação com base exclusivamente nos chamados “elementos informativos”. Vejamos a legislação:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, RESSALVADAS as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

JÁ CAIU CESPE: Uma vez arquivado o IP por decisão judicial, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se tiver notícia de uma nova prova. CERTO!

Como prevê o CPP (art. 18), depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Na mesma linha, segundo a súmula nº 524 do Supremo, arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

JÁ CAIU CESPE: O ofendido e o indiciado não poderão requerer diligências no curso do IP. ERRADO!!!

O art. 14 do CPP dispõe que “o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade”. Assim, encontra-se equivocada a alternativa que nega essa possibilidade.

JÁ CAIU CESPE: O indiciamento é ato próprio da autoridade policial a ser adotado na fase inquisitorial. CERTO!

Segundo ensinamentos do Professor Renato Brasileiro, o indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia que, para tanto, deverá fundamentar-se em elementos de informação que ministrem certeza quanto à materialidade e indícios razoáveis de autoria. Portanto, se a atribuição para efetuar o indiciamento é privativa da autoridade policial (Lei nº 12.830/13, art. 2º, § 6º), não se afigura possível que o juiz, o Ministério Público ou uma Comissão Parlamentar de Inquérito requisitem ao delegado de polícia o indiciamento de determinada pessoa. Nesse sentido, vejamos a legislação.

Art. 2º. § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

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JÁ CAIU CESPE: Do despacho da autoridade policial que indeferir requerimento de abertura de IP feito pelo ofendido ou seu representante legal é cabível, como único remédio jurídico, recurso ao juiz criminal da comarca onde, em tese, ocorreu o fato delituoso. ERRADO!!!

Nos termos do art. 5º, §2º do CPP, caberá “recurso para o Chefe de Polícia”. Vejamos:

Art. 5º § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

JÁ CAIU CESPE: Por substanciar ato próprio da fase inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela autoridade policial, após o oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a quo. ERRADO!!!

O indiciamento após o oferecimento da denúncia constitui-se em constrangimento ilegal. Nesse sentido, complementando, vejamos a explicação do Professor Renato Brasileiro:

A condição de indiciado poderá ser atribuída já no auto de prisão em flagrante ou até o relatório final do delegado de polícia. Logo, uma vez recebida a peça acusatória, não será mais possível o indiciamento, já que se trata de ato próprio da fase investigatória. Os Tribunais Superiores têm considerado que o indiciamento formal após o recebimento da denúncia é causa de ilegal e desnecessário constrangimento à liberdade de locomoção, visto que não se justifica mais tal procedimento, próprio da fase inquisitorial.

JÁ CAIU CESPE: O acesso aos autos do inquérito policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os documentos da investigação. ERRADO!!!

Nos termos da Súmula Vinculante 14, restringe-se aos elementos de prova já documentados, e não a todos e quaisquer documentos, ante a premente possibilidade de atrapalhar as próprias investigações. Nesse sentido, vejamos o teor da súmula:

Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

JÁ CAIU CESPE: Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. CERTO!

Conforme Renato Brasileiro, a denúncia anônima, por si só, não serve para fundamentar a instauração de inquérito policial, mas, a partir dela, pode a polícia realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito. A situação trazida pela questão refere-se a uma exceção (salvo quando ela própria constituir corpo de delito).

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JÁ CAIU CESPE: De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as investigações. ERRADO!!!

Na hipótese do indiciado encontrar-se preso, nos crimes no contexto da Lei de Drogas o prazo é de 30 dias. O prazo de 90 dias será aplicado na hipótese do referido encontrar-se solto.

Vejamos a legislação:

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo PODEM SER DUPLICADOS PELO JUIZ, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Vamos Esquematizar?

Prazo para conclusão do IP no âmbito da Lei de Drogas

Indiciado Preso Indiciado solto 30 dias 90 dias

Prazo para conclusão do IP no âmbito do CPP (regras geral)

Indiciado Preso Indiciado solto 10 dias 30 dias

Vamos aproveitar e fazer a leitura da Lei Seca?

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o INDICIADO ESTIVER SOLTO, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

JÁ CAIU CESPE: São de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais pelo delegado de polícia. CERTO!

Nos termos do art. 2º da Lei 12.830 (Estatuto do Delegado), as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

JÁ CAIU CESPE: A redistribuição ou a avocação de procedimento de investigação criminal poderá ocorrer de forma casuística, desde que determinada por superior hierárquico. ERRADO!!!

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A alternativa encontra-se equivocada, isso porque nos termos da lei, “o inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação”. Assim, o procedimento não pode acontecer de qualquer forma, mas de forma motivada e observando-se ainda os motivos declinados.

Art. 2º, § 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

JÁ CAIU CESPE: . A investigação de crimes é atividade exclusiva das polícias civil e federal. ERRADO!!!

A presidência do inquérito policial que é exclusiva da polícia e não a atividade investigatória em sentido amplo, isso porque, até mesmo o MP pode fazer investigação, o chamado PIC.

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JÁ CAIU CESPE: O IP, um procedimento administrativo preparatório que tem por finalidade apurar os indícios de autoria e materialidade, é indispensável para o início da ação penal pelo Ministério Público. ERRADO!!!

Inicialmente (na primeira parte) a questão encontra-se correta. De fato o inquérito policial tem natureza jurídica de procedimento administrativo, cuja finalidade é a apuração de indícios de autoria e materialidade. Todavia, o inquérito policial É DISPENSÁVEL.

Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

JÁ CAIU CESPE: . Por ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao início da ação penal, não há previsão legal de se observarem os princípios do contraditório e da ampla defesa nessa fase investigativa. CERTO!

O inquérito policial possui a característica de ser inquisitório, não há observância do contraditório e da ampla defesa nessa fase.

JÁ CAIU CESPE: . O relatório de IP que concluir pela ausência de justa causa para o prosseguimento das investigações deverá ser arquivado pelo delegado. ERRADO!!!

O delegado não possui atribuição para mandar arquivar autos do inquérito. Nesse sentido, o art. 17 do CPP.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

JÁ CAIU CESPE: . Um policial encontrou, no interior de um prédio abandonado, um cadáver que apresentava sinais aparentes de violência, com afundamento do crânio, o que indicava provável ação de instrumento contundente.

Nesse caso, cabe à autoridade policial, E) providenciar para que não se alterem o estado e o local até a chegada dos peritos criminais e ordenar a realização das perícias necessárias à identificação do cadáver e à determinação da causa da morte. CERTO!

A medida a ser tomada pelo policial encontra-se correta, nos termos do que dispõe o CPP. Vejamos:

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.

JÁ CAIU CESPE: Tratando-se de crimes de ação penal pública, o inquérito policial será iniciado de ofício pelo delegado, por requisição do Ministério Público ou por requerimento do ofendido ou de quem o represente. CERTO!

Quando o crime for de ação penal pública incondicionada, as quais são, inclusive a regra, a instauração do inquérito policial poderá ocorrer: a) de ofício; b) mediante requisição da autoridade judiciária ou do

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Ministério Público; c) requerimento do ofendido ou seu representante legal; d) notícia oferecida por qualquer do povo; e e) Auto de Prisão em Flagrante – APF.

JÁ CAIU CESPE: O indiciamento do suspeito de prática de crime é ato privativo do delegado de polícia, mediante ato fundamentado do qual constarão a análise técnico-jurídica do fato criminoso e suas circunstâncias e a indicação da materialidade e da autoria. CERTO!

A assertiva encontra-se correta. O indiciamento é de atribuição privativa do delegado de polícia. Nesse sentido, vejamos a legislação.

Art. 2º § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. (Lei nº 12.830).

JÁ CAIU CESPE: O inquérito policial: a) não pode ser iniciado se a representação não tiver sido oferecida e a ação penal dela depender. CERTO!

Na hipótese de crimes de ação penal pública condicionada à representação, a instauração do inquérito, igualmente, depende da representação. Nesse sentido, a legislação. Vejamos:

Art. 5º § 4º do CPP. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

Assim, temos que quando o crime for de ação penal pública condicionada, o próprio início da investigação policial estará subordinado ao implemento da representação ou da requisição do Ministro da Justiça (Renato Brasileiro).

JÁ CAIU CESPE: Sendo o arquivamento ordenado em razão da ausência de elementos para basear a denúncia, a autoridade policial poderá empreender novas investigações se receber notícia de novas provas. CERTO!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

JÁ CAIU CESPE: O inquérito pode ser arquivado pela autoridade policial se ela verificar ter havido a extinção da punibilidade do indiciado. ERRADO!!!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

JÁ CAIU CESPE: Durante o curso do IP, o indiciado poderá requerer qualquer diligência, mas realizá-la ou não ficará a critério da autoridade. CERTO!

O inquérito policial possui a característica de ser um ato discricionário. A autoridade irá realizar as investigações conforme as necessidades e peculiaridades do caso, conforme a sua discricionariedade.

Nesse sentido, a legislação:

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Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

JÁ CAIU CESPE: O IP deve terminar em trinta dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante. ERRADO!!!

O inquérito policial possui a característica de ser um procedimento “temporário”, posto que possui prazo para o seu encerramento. O código de processo penal faz uma distinção entre os prazos para a sua conclusão quando o réu encontra-se preso e quanto solto. Na hipótese de preso, o prazo é menor, ante o cerceamento da liberdade ambulatorial. Por outro lado, se solto, é mais elástico.

O prazo para conclusão se o indiciado tiver PRESO, regra geral, conforme o CPP é 10 dias, e não 30!

Nesse sentido, a legislação. Vejamos:

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

JÁ CAIU CESPE: Por força de mandamento constitucional, o exercício do contraditório deve ser garantido ainda no curso do inquérito policial, não obstante a sua natureza administrativa e pré-processual. ERRADO!!!

O inquérito policial é um procedimento inquisitório, não há nessa fase a garantia do exercício do contraditório e da ampla defesa.

Segundo Renato Brasileiro, ante a impossibilidade de aplicação de uma sanção como resultado imediato das investigações criminais, como ocorre, por exemplo, em um processo administrativo disciplinar, não se pode exigir a observância do contraditório e da ampla defesa nesse momento inicial da persecução penal.

JÁ CAIU CESPE: . A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. ERRADO!!!

Não se admite no Ordenamento Jurídico brasileiro o chamado “arquivamento implícito”.

Entende-se por arquivamento implícito o fenômeno de ordem processual decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação ou justificação deste procedimento.

Conforme ensina o Professor Renato Brasileiro, apesar da construção doutrinária, é bom destacar que a maioria da doutrina e da jurisprudência não admitem essa modalidade de arquivamento. Isso porque todo pedido de arquivamento deve ser fundamentado.

JÁ CAIU CESPE: O superior hierárquico do delegado pode determinar a redistribuição de inquérito policial por motivo de interesse público e mediante despacho fundamentado. CERTO!

O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou

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nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

JÁ CAIU CESPE: . Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. CERTO!

O indiciamento, conforme exposto na Lei 12.830 é ato privativo do Delegado de Polícia.

Vejamos ainda, como tem se posicionado a Jurisprudência.

JÁ CAIU CESPE: Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações. CERTO!

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, ATÉ A CHEGADA DOS PERITOS CRIMINAIS;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;

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VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

�ATENÇÃÃÃÃÃO para a nova diligência que deverá ser tomada!

X - COLHER INFORMAÇÕES SOBRE A EXISTÊNCIA DE FILHOS, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016).

JÁ CAIU CESPE: No curso da tramitação do inquérito policial, o delegado de polícia, ao ter conhecimento da infração penal, deverá proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e providenciar a realização de acareações. CERTO!

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, ATÉ A CHEGADA DOS PERITOS CRIMINAIS;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

JÁ CAIU CESPE: Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial. ERRADO!!!

Delegado de Polícia não tem atribuição para determinar arquivamento dos autos do inquérito policial.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

JÁ CAIU CESPE: Caso o MP requeira o arquivamento de IP com fundamento na atipicidade do fato, a decisão que determinar o arquivamento com base nesse fundamento, ainda que seja emanada de juiz absolutamente incompetente, impedirá a instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio. CERTO!

Segundo preleciona Renato Brasileiro, prevalece no Supremo o entendimento de que o pedido de arquivamento de inquérito policial, quando se baseia na atipicidade da conduta delituosa ou em causa extintiva da punibilidade, não é de atendimento compulsório, mas deve ser resultado de decisão do órgão

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judicial competente, dada a possibilidade da formação de coisa julgada material. Desse modo, há de se concluir pela ocorrência da coisa julgada material, pouco importando se a decisão tenha sido proferida por órgão jurisdicional incompetente ou se entre membros de diversos Ministérios Públicos.

JÁ CAIU CESPE: O MP, que é o dominus litis, pode determinar a abertura de IPs, requisitar esclarecimentos e diligências investigatórias, bem como assumir a presidência do IP. ERRADO!!!

A presidência do inquérito policial é atribuição exclusiva do Delegado de Polícia. PRESIDIR INQUÉRITO? SÓ OS DELEGADOS PODEM. Ok?!

JÁ CAIU CESPE: O indiciado pode requerer à autoridade policial qualquer diligência que julgue necessária. CERTO!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

JÁ CAIU CESPE: Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia. CERTO!

O Código de Processo Penal estabelece que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério Público pode embasar seu pedido em peças de informação que concretizem justa causa para a denúncia.

Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

JÁ CAIU CESPE: A respeito da investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, julgue o item abaixo.

Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar conhecimento de um ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no curso do procedimento, o seu superior hierárquico, alegando motivo de interesse público, redistribua o inquérito a outro delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em desacordo com a legislação, que veda expressamente a redistribuição de inquéritos policiais em curso. ERRADO!!!

Admite-se a redistribuição de inquéritos policiais, desde que observados os requisitos expostos na lei. Vejamos:

O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

- Deve ser feito por superior hierárquico;

- Por motivo de por motivo de interesse público ou nas

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- Por hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

JÁ CAIU CESPE: Conforme jurisprudência pacificada no STJ, a participação de membro do MP na fase investigatória criminal acarreta, por esse fato, a sua suspeição para o oferecimento da respectiva denúncia. ERRADO!!!

Conforme dispõe a Súmula 234 do STJ, a participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal NÃO ACARRETA O SEU IMPEDIMENTO ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

Cumpre ainda destacarmos que a suspeição da autoridade policial não é causa de nulidade do IP, posto que o referido tem caráter de peça meramente informativa. Vejamos o Informativo!

JÁ CAIU CESPE: Durante o inquérito policial, é assegurado ao defensor amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao direito de defesa. CERTO!

A assertiva trata do teor da Súmula Vinculante 14. Vejamos:

Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

JÁ CAIU CESPE: Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo investigado pela prática de latrocínio, José tenha contratado um advogado para acompanhar as investigações, julgue os itens a seguir.

Embora o inquérito policial seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao advogado de José o acesso aos autos. CERTO!

O sigilo do inquérito policial não se estende ao advogado do acusado.

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Assertivas CESPE – Ação Penal

JÁ CAIU CESPE: A perempção incide tanto na ação penal privada exclusiva quanto na ação penal privada subsidiária da ação penal pública. ERRADO!!!

O fenômeno processual da perempção não se opera nas ações penais públicas. Nessa esteira, ensina Renato Brasileiro “a perempção é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da negligência do querelante, com a consequente extinção da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima”.

JÁ CAIU CESPE: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. CERTO!

A alternativa encontra-se em total consonância com o teor da Súmula do STF. Vejamos:

Súmula nº 714 do Supremo que “é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”.

JÁ CAIU CESPE: Conforme o Código de Processo Penal (CPP), pode ocorrer a decadência na: a) ação penal pública condicionada a representação do ofendido ou de seu representante legal. CERTO!

Conforme ensina o Professor Renato Brasileiro, a decadência é a perda do direito de ação penal privada ou de representação em virtude de seu não exercício no prazo legal. Funciona como causa extintiva da punibilidade, nos exatos termos do art. 107, inciso IV, do Código Penal.

Trata-se de fenômeno que se opera nas ações penais públicas condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal. Em sede de ação penal privada subsidiária da pública, fala-se ainda em “decadência imprópria, isso porque após o período de 6 meses que correm para o ofendido, o MP poderia normalmente propor a sua denúncia.

Nesse sentido, Renato Brasileiro:

Como essa ação penal, em sua essência, é de natureza pública, a decadência do direito de ação penal privada subsidiária da pública não irá produzir a extinção da punibilidade, sendo, por isso, chamada de decadência imprópria. Portanto, ainda que tenha havido a decadência do direito de queixa subsidiária, o Ministério Público continua podendo propor a ação penal pública em relação ao referido fato delituoso, logicamente desde que não tenha se operado a prescrição ou outra causa extintiva da punibilidade.

JÁ CAIU CESPE: Nos crimes que se processem mediante ação penal que exija representação, esta será retratável mesmo após o recebimento da denúncia. ERRADO!!!

Nos termos do Código de Processo Penal o marco temporal para a retratação é oferecimento da denúncia, de modo que, após o seu oferecimento será irretratável.

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

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Assim temos que “oferecida a denúncia, o ofendido ou seu representante legal já não podem mais se retratar sob a alegação de que o juiz ainda não teria recebido a peça acusatória”.

Retratação na Lei Maria da Penha!

O limite temporal para a retratação no âmbito da Lei Maria da Penha é diferente. Vejamos:

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Inobstante a legislação fale em “renúncia”, trata-se em verdade de retratação.

“Portanto, de forma distinta da previsão do art. 25 do CPP, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a retratação da representação pode se dar até o recebimento da peça acusatória, em audiência especialmente designada com tal finalidade, assegurada a presença do juiz, e ouvido o Ministério Público”. (Renato Brasileiro).

Vamos Esquematizar?

Retratação no CPP Retratação na Lei Maria da Penha Até o OFERECIMENTO. Até o RECEBIMENTO. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Dica: recordar que “mulher” precisa de maior tempo para decidir, em virtude disso, a retratação envolvendo violência vai até o recebimento enquanto que no CPP apenas até o oferecimento, rs! É só para decorar, meninas!

JÁ CAIU CESPE: Cônjuge, ascendente, descendente ou irmã(o) tem o direito de oferecer a queixa e prosseguir na ação penal privada em caso de morte do ofendido. CERTO!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 24. § 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (Código de Processo Penal).

JÁ CAIU CESPE: Tanto a renúncia quanto o perdão, institutos que se estendem aos corréus e extinguem a punibilidade, independentemente de aceite, são atos unilaterais de desistência do ofendido em relação à ação penal privada. ERRADO!

A renúncia e o perdão são causas extintivas da punibilidade. Todavia, não são ambas atos unilaterais. Apenas a renúncia é unilateral. O perdão pressupõe aceite, é ato bilateral.

Lembre-se, eu posso oferecer meu perdão, mas só serei “perdoado” se o outro aceitar. É ato bilateral.

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Vamos Esquematizar?

Renúncia Perdão do Ofendido Renúncia é o ato unilateral e voluntário por meio do qual a pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de queixa.

Perdão do ofendido é o ato bilateral e voluntário por meio do qual, no curso do processo penal, o querelante resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado, com a consequente extinção da punibilidade, nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima (CP, art. 107, V).

Trata-se de ato unilateral do ofendido ou de seu representante legal, ou seja, não há necessidade de aceitação por parte do suposto autor do delito.

O perdão é um ato bilateral, ou seja, depende de aceitação do querelado (CPP, art. 51).

JÁ CAIU CESPE: Admite-se ação penal privada subsidiária da pública no caso de o Ministério Público manifestar-se pelo arquivamento do IP ou deixar de oferecer denúncia no prazo legal. ERRADO!

A ação penal privada subsidiária da pública é cabível diante da inércia do órgão ministerial. A opção, com base fundamentada pelo pedido de arquivamento descaracteriza a inércia, razão pela qual não cabe ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública.

Nesse sentido, propõe Renato Brasileiro:

Se o órgão ministerial determinou a devolução dos autos à autoridade policial para a realização de diligências imprescindíveis, se requereu o arquivamento dos autos do inquérito, se suscitou conflito de competência ou qualquer outra medida, não há falar em cabimento de ação penal privada subsidiária da pública, já que não restou caracterizada a inércia do Parquet.

JÁ CAIU CESPE: O princípio da intranscendência determina que a ação penal incondicionada seja sempre promovida apenas contra as pessoas a quem se impute a prática de uma infração. CERTO!

Conforme ensina Renato Brasileiro, por força do princípio da intranscendência, entende-se que a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. A ação penal condenatória não pode passar da pessoa do suposto autor do crime para incluir seus familiares, que nenhuma participação tiveram na infração penal.

JÁ CAIU CESPE: O princípio da indisponibilidade determina que o MP pode desistir da ação penal pública incondicionada até a edição da sentença. ERRADO!!!

O princípio da indisponibilidade prevê justamente o contrário, ou seja, que o Ministério Público NÃO PODE desistir da ação penal.

Vejamos:

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

Se o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia, caso visualize a presença das condições da ação penal e a existência de justa causa (princípio da obrigatoriedade), também não pode dispor ou desistir do processo em curso (indisponibilidade). Enquanto o princípio da obrigatoriedade é aplicável à fase pré-processual, reserva-se o princípio da indisponibilidade para a fase processual (Renato Brasileiro).

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JÁ CAIU CESPE: A própria vítima poderá assumir a titularidade da ação pública incondicionada, se o Ministério Público ficar inerte dentro dos prazos prescritos na lei processual. CERTO!

Trata-se da chamada “ação penal privada subsidiária da pública”.

Disciplina a Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LIX, que será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. A ação penal privada subsidiária da pública, conhecida como ação penal acidentalmente privada (ou supletiva), também encontra previsão expressa no CP (art. 100, § 3º) e no CPP (art. 29).

Vejamos:

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

JÁ CAIU CESPE: Em se tratando de ação penal privada subsidiária, se houver inércia do Ministério Público e a vítima, tendo assumido a titularidade da ação, deixar de praticar ato que lhe competia para dar prosseguimento ao processo, incorrerá em perempção, o que enseja a extinção do processo. ERRADO!!!

O fenômeno processual da perempção não se opera diante da ação penal privada subsidiária da pública. Caso o ofendido permaneça inerte, o Ministério Público, poderá, a qualquer tempo retomar a ação principal.

JÁ CAIU CESPE: A ação penal pública incondicionada é regida pelos princípios da: oficialidade e da intranscendência. CERTO!

Princípios da ação penal pública Princípios da ação penal de iniciativa privada Princípio da intranscendência: a ação penal pública só pode ser proposta em relação ao provável autor do delito.

Princípio da intranscendência: a ação penal pública só pode ser proposta em relação ao provável autor do delito.

Princípio da oficialidade: a legitimidade para a persecução penal recai sobre órgãos do Estado, tanto na fase pré processual, quanto na fase processual.

Aplica-se à ação penal de iniciativa privada, porém apenas na fase pré-processual.

Fonte: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro, 2016.

JÁ CAIU CESPE: João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.

Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.

Em razão da omissão do Ministério Público, a vítima poderá oferecer ação privada subsidiária da pública. CERTO!

Vejamos o que dispõe a legislação:

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Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, (QUANDO?) se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

JÁ CAIU CESPE: Em se tratando de crime que se apura mediante ação penal pública incondicionada, havendo manifestação tempestiva do Ministério Público pelo arquivamento do inquérito policial, faculta-se ao ofendido ou ao seu representante legal a oportunidade para a ação penal privada subsidiária da pública. ERRADO!!!

Só cabe falarmos em ação penal privada subsidiária da pública na hipótese de INÉRCIA do MP. A manifestação pelo arquivamento demonstra ação por parte do órgão, restando descaracterizada a inércia, sendo incabível, consequentemente, ação penal privada subsidiária da pública.

JÁ CAIU CESPE: A legitimação ativa para a ação penal e a definição de sua natureza decorre da lei, sendo, de regra, ação pública, salvo se a lei expressamente a declara privativa do ofendido. CERTO!

A ação penal pública é a regra, a privada constitui-se exceção, devendo constar expressamente no tipo penal.

JÁ CAIU CESPE: o perdão concedido a um dos querelantes aproveitará a todos os autores remanescentes. ERRADO!!!

O perdão não se aproveita ao que não aceitar. Nesse sentido, o CPP. Vejamos:

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.

JÁ CAIU CESPE: O perdão do ofendido, ato extintivo do processo criminal, é, assim como a renúncia, ato unilateral, pois independe da aceitação do autor do crime para que produza efeitos. ERRADO!!!

O perdão, diferentemente da renúncia, é ato bilateral, dependendo da aceitação.

Perdão do ofendido é o ato bilateral e voluntário por meio do qual, no curso do processo penal, o querelante resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado, com a consequente extinção da punibilidade, nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima (CP, art. 107, V).

O perdão é um ato bilateral, ou seja, depende de aceitação do querelado (CPP, art. 51).

JÁ CAIU CESPE:

Segundo o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores, para a persecução penal relativa a crime de lesão corporal praticado no contexto de violência doméstica contra a mulher, é necessária a representação da ofendida. ERRADO!!!

Trata-se, em verdade, de crime de ação penal pública incondicionada. Nesse sentido, inclusive, entendimento já sumulado pelo STJ.

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JÁ CAIU CESPE: Ocorre a perempção no caso de inércia do querelante, deixando-se de promover o andamento da ação penal privada subsidiária da pública durante trinta dias consecutivos. ERRADO!!!

Não se opera a perempção nas chamadas ação penal privada subsidiária da pública.

JÁ CAIU CESPE: No que se refere a denúncia ou queixa, assinale a opção correta. a) Além dos indícios de autoria, para o exercício da ação penal nos crimes de tráfico de drogas, a Lei n.º 11.343/2006 considera suficiente o laudo de constatação. CERTO!

De acordo com a Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06, art. 50, § 1º), para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. Se a lei de drogas exige o laudo preliminar para a própria prisão em flagrante, é evidente que sua juntada é indispensável para a deflagração da ação penal, figurando como condição específica de procedibilidade para os processos penais relativos a drogas, sem prejuízo da posterior juntada do exame definitivo (Renato Brasileiro).

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JÁ CAIU CESPE: Situação hipotética: Breno foi vítima de injúria racial cuja autoria foi imputada a Rômulo. Assertiva: Nessa situação, a ação penal será pública incondicionada. ERRADO!!!

Após as alterações feitas pela Lei nº 12.033/09, passou a ser o crime em comento de ação penal pública condicionada a representação.

A Lei nº 12.033/09, que alterou a natureza da ação penal do crime de injúria racial, antes de ação penal de iniciativa privada, hoje de ação penal pública condicionada à representação (Renato Brasileiro).

Lei nº 12.033/09, Art. 1º. Esta Lei torna pública condicionada a ação penal em razão de injúria consistente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

JÁ CAIU CESPE: Um adolescente cometeu ato infracional análogo ao tráfico de entorpecente. Nessa situação, conforme entendimento do STJ, esse fato, por si só, é suficiente para justificar a imposição de medida socioeducativa de internação desse adolescente. ERRADO!!!

Nos termos da Súmula 492 do STJ, o ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

JÁ CAIU CESPE: No caso dos delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais, a ação penal pública será condicionada à requisição do ministro do Meio Ambiente. ERRADO!!!

Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Nesse sentido, a legislação. Vejamos:

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada (Lei nº 9.605).

JÁ CAIU CESPE: Nos casos de crimes praticados contra o patrimônio público de estado federado, a ação penal pública será condicionada à representação do procurador do estado. ERRADO!!!

Segundo o art. 24, § 2º, do CPP, seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. Nesse caso, é pública incondicionada.

JÁ CAIU CESPE: Se o ofendido tiver menos de sessenta anos de idade, no caso de crime de receptação praticado pelo seu irmão, a ação penal pública será condicionada à representação do ofendido. CERTO!

Art. 182, CP: “Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

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JÁ CAIU CESPE: A justa causa, uma das condições para o exercício da ação penal, corresponde à existência de suporte probatório mínimo para que a acusação seja recebida e se dê prosseguimento ao processo. CERTO!

Quando nos referimos à justa causa como condição da ação penal, tal expressão deve ser objeto de interpretação restritiva, para abranger apenas a existência de lastro probatório mínimo que dê arrimo ao recebimento da peça acusatória. A justa causa pode ser compreendida, portanto, como o conjunto de elementos de direito e de fato que tornam legítima a acusação. (Renato Brasileiro).

JÁ CAIU CESPE: Ainda que não tenha legitimidade para, em ação penal de iniciativa privada, aditar a queixa com o intuito de nela incluir outros réus, o MP poderá acrescentar ao processo elementos que influam na fixação da pena, no exercício da função de custos legis. CERTO!

Segundo Renato Brasileiro, além de promover, privativamente, a ação penal pública, também incumbe ao MP fiscalizar a execução da lei (CPP, art. 257, II), o que o faz tanto nos crimes de ação penal pública, quando ocupa o polo ativo, quanto nas infrações penais de ação penal privada, em que sua intervenção também é obrigatória, fiscalizando a instauração e o desenvolvimento do processo, assim como o cumprimento da lei e da Constituição Federal.

Na hipótese do Ministério Público atuar na fiscalização, fala-se que este exerce sua função de custos legis.

Por sua vez, custos legis significa guardião da lei, fiscal da correta aplicação da lei, verdadeiro defensor da sociedade. Desse modo, a frase fica assim: O Parquet acima de tudo é custos legis. à O Ministério Público acima de tudo é fiscal da correta aplicação da lei.

JÁ CAIU CESPE: O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, mesmo que haja recusa de um deles, não produzindo efeitos somente em relação a este. CERTO!

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.

JÁ CAIU CESPE: Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o ofendido poderá retratar-se da representação formulada antes do oferecimento da denúncia. CERTO!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

JÁ CAIU CESPE: A Entre os princípios que regem a ação penal pública incondicionada inclui-se o da disponibilidade. ERRADO!!!

Na ação penal pública incondicionada, vigora o princípio da INDISPONIBILIDADE.

Se o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia, caso visualize a presença das condições da ação penal e a existência de justa causa (princípio da obrigatoriedade), também não pode dispor ou desistir do processo em curso (indisponibilidade), Renato Brasileiro.

Vamos Esquematizar?

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Princípios da ação penal pública Princípios da ação penal de iniciativa privada Se, por conta do princípio da obrigatoriedade, o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia, não pode desistir da ação penal pública, nem tampouco do recurso que haja interposto (CPP, arts. 42 e 576). Isso, todavia, não significa dizer que o Ministério Público não possa pedir a absolvição do acusado.

se a ação penal de iniciativa privada está sujeita a critérios próprios de oportunidade ou conveniência do ofendido ou de seu representante legal, isso significa dizer que o querelante poderá dispor do processo penal em andamento. Formas de disposição.

Fonte: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro, 2016.

JÁ CAIU CESPE: Se tratando de crimes de ação penal pública incondicionada, em nenhuma hipótese será permitido ao ofendido intentar ação privada. ERRADO!!!

Diante da inércia do Ministério Público será possível intentar a chamada “ação penal privada subsidiária da pública”.

JÁ CAIU CESPE: A representação, condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada, exige formalidade, não podendo ser suprida pela simples manifestação expressa da vítima ou de seu representante. ERRADO!!!

Inicialmente, cumpre recordarmos que a representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso.

Ao longo dos anos, a jurisprudência tem proclamado, reiteradamente, que NÃO HÁ NECESSIDADE de maiores formalidades no tocante à representação (Renato Brasileiro). Assim, temos que NÃO HÁ NECESSIDADE DE FORMALISMO.

JÁ CAIU CESPE: Conforme o entendimento do STF, em caso de crime de lesão corporal praticado mediante violência doméstica e familiar contra a mulher, a ação penal será pública condicionada à representação. ERRADO!!!

Conforme a Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

JÁ CAIU CESPE: Em ação penal privada que envolva vários agentes do ato delituoso, é permitido ao querelante, em razão do princípio da disponibilidade, escolher contra quem proporá a queixa-crime, sem que esse fato acarrete a extinção da punibilidade dos demais agentes conhecidos e nela não incluídos. ERRADO!!!

A alternativa encontra-se errada, pois vai de encontro ao que prevê o princípio da indivisibilidade.

Em decorrência da indivisibilidade, a renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá (CPP, art. 49). Na mesma linha, o perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar (CPP, art. 51).Assim, é incorreto afirmar que o ofendido possa escolher contra quem irá propor a queixa-crime.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.

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Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.

JÁ CAIU CESPE: Segundo o entendimento do STF em julgamento de ADI, nos crimes de lesão corporal praticados contra a mulher em âmbito doméstico, a ação penal deve ser pública incondicionada, permanecendo, quanto ao crime de ameaça, a necessidade da representação da ofendida ou de seu representante legal. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: Em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas. CERTO!

Conforme o art. 76, da Lei 9.099/95, “havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta”.

JÁ CAIU CESPE: Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao MP aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. CERTO!

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Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Trata-se da chamada “ação penal privada subsidiária da pública”

JÁ CAIU CESPE: A lei dispõe que o assistente de acusação será admitido durante o curso da ação penal pública, mas é omissa quanto à sua habilitação durante o inquérito policial. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos casos em que o Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da denúncia, mas vedada quando ele requer o arquivamento do inquérito policial. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: Após regular instrução processual, mesmo que se convença da falta de prova de autoria do crime que inicialmente atribuíra ao acusado, não poderá o Ministério Público desistir da ação penal. CERTO!

Aplica-se o princípio da indisponibilidade. Nesse sentido, o CPP. Vejamos. Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

JÁ CAIU CESPE: O Ministério Público pode oferecer a denúncia ainda que não disponha do inquérito relatado pela autoridade policial. CERTO!

Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

Súmula nº 524. Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Súmula nº 234. A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

Súmula nº 522. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

Súmula nº 594. Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.

Súmula nº 696. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do CPP.

Súmula nº 714. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

Súmula nº 545. Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.

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Assertivas CESPE – Prisões: Prisão em Flagrante | Prisão Preventiva e Prisão Temporária

JÁ CAIU CESPE: Marcos praticou crime de extorsão, cuja pena é de reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. e) Marcos poderá ser submetido a prisão temporária, que tem prazo fixo previsto em lei e admite uma prorrogação por igual período. CERTO!

Sobre a presente questão, o candidato deveria recordar que:

� O crime de extorsão encontra-se no rol do art. 1º da Lei de Prisão Temporária, sendo, portanto, admissível a referida;

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

�A prisão temporária, diferentemente da prisão preventiva, possui prazo determinado, admitindo-se ainda uma prorrogação.

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

� Por fim, não era necessário para a presente questão mas é bom recordarmos, o delito de extorsão só é crime hediondo, nos termos do art. 1º da Lei nº 8.072/90, se qualificado pela morte ou praticado mediante sequestro e na forma qualificada. Assim, a extorsão na modalidade simples não é crime hediondo.

JÁ CAIU CESPE: O curso de um IP, segundo a Lei n.º 7.960/1989, será possível decretar a prisão temporária do indiciado quando, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, houver fundadas razões de autoria ou participação dele no delito, se o crime investigado for o de: b) ROUBO. CERTO!

Questões que cobram o tema “prisão temporária”, em regra exigem do candidato o conhecimento de quais os crimes de admitem a prisão temporária, em virtude disso, segue para estudo o rol abaixo!

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

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a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (ATENÇÃÃÃO !!! Trata-se de inovação legislativa de 2016).

Lei de Terrorismo é novo crime a constar no rol da Prisão Temporária

A Lei de Terrorismo alterou a Lei de Prisão Temporária, acrescentando-a ao rol dos crimes que admitem prisão temporária. Vejamos.

Art. 18. O inciso III do art. 1o da Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea p:

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.” (NR).

JÁ CAIU CESPE: A situação em que um indivíduo é preso em flagrante delito por ser surpreendido logo após cometer um homicídio caracteriza um

a) flagrante presumido.

b) flagrante impróprio.

c) flagrante assimilado.

d) flagrante próprio. CERTO!

e) quase-flagrante.

As hipóteses que autorizam a prisão em flagrante de determinada pessoa estão previstas nos incisos I, II, III e IV do art. 302 do Código de Processo Penal. Cuida-se de rol taxativo, modelando e qualificando situações de flagrância, de modo a afastar eventual violência ao direito constitucional de locomoção.

Nos moldes da legislação (CPP), o flagrante poderá ser classificado como flagrante próprio, flagrante impróprio ou presumido.

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Vamos esquematizar?

Flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro

Flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase-flagrante

Flagrante presumido ou ficto

COMETENDO ou ACABA DE COMETÊ-LA

É PERSEGUIDO e encontrado LOGO APÓS

PRESO LOGO DEPOIS, ENCONTRADO COM OBJETOS QUE FAÇAM PRESUMIR SER O AUTOR

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Entende-se em flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro, o agente que é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acaba de cometê-la (CPP, art. 302, incisos I e II).

O corre quando o agente é perseguido logo após cometer a infração penal, em situação que faça presumir ser ele o autor do ilícito (CPP, art. 302, inciso III). Segundo Brasileiro, são requisitos a) perseguição (requisito de atividade); b) logo após o cometimento da infração penal (requisito temporal); c) situação que faça presumir a autoria (requisito circunstancial).

No flagrante presumido, ficto ou assimilado, o agente é preso logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração (CPP, art. 302, IV).

JÁ CAIU CESPE: Considerando-se que João tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter cometido dolosamente homicídio simples, e que Pedro tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter cometido homicídio qualificado, é correto afirmar que, no curso dos inquéritos,

a) se a prisão temporária de algum dos acusados for decretada, ela somente poderá ser executada depois de expedido o mandado judicial. CERTO!

Nos termos do art. 2º, §5º, da Lei de Prisão Temporária, “a prisão SOMENTE poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial”.

b) João e Pedro podem ficar presos temporariamente, sendo igual o limite de prazo para a decretação da prisão temporária de ambos.

ERRADO, João cometeu homicídio simples, em regra, não é considerado crime hediondo (apenas o praticado em atividade típica de grupo de extermínio), sendo o prazo de sua eventual prisão temporária de 5 dias, prorrogável.

Por outro lado, Pedro praticou homicídio qualificado, o qual, nos moldes da Lei nº 8.072/90 é catalogado como crime hediondo, sendo seu prazo maior, conforme prevê a Lei de Prisão Temporária. Assim, mostra-se equivocado afirmar que o prazo da prisão de ambos seriam semelhantes.

Vamos esquematizar?

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Prazo da prisão temporária “crime comum” Prazo da prisão temporária “crime hediondo” Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Lei de Prisão temporária.

Art. 2. § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Lei de crimes hediondos

PRAZO DE DURAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA É DE, NO MÁXIMO, 5 (CINCO) DIAS, PRORROGÁVEL UMA ÚNICA VEZ POR IGUAL PERÍODO.

MÁXIMO, 30 DIAS, PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO EM CASO DE EXTREMA E COMPROVADA NECESSIDADE.

Nesse sentido, Renato Brasileiro: diversamente da prisão preventiva, que não possui prazo predefinido, o prazo de duração da prisão temporária é de, no máximo, 5 (cinco) dias, prorrogável uma única vez por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. De acordo com o art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/90, esse prazo é de, no máximo, 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade, no caso de crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.

c) o juiz poderá decidir sobre a prisão temporária de qualquer um dos acusados ou de ambos, independentemente de ouvir o MP, sendo suficiente, para tanto, a representação da autoridade policial.

ERRADO, nos termos do art. 2º. § 1° na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público (Lei de Prisão Temporária).

d) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de Pedro mas não a de João.

ERRADO, a prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, e sim mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público.

A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Da leitura do art. 2º, caput, da Lei nº 7.960/89, depreendesse que a prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz. Preserva-se, assim, o sistema acusatório e o princípio da imparcialidade do juiz. (Renato Brasileiro).

e) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de João e de Pedro.

ERRADO, pois a prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, e sim mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público.

JÁ CAIU CESPE: Juliano está sendo investigado pela prática de latrocínio. O laudo pericial comprovou a materialidade do crime. O indiciado foi devidamente identificado e é primário, não tem antecedentes criminais, possui residência fixa, não exerce atividade laborativa e confessou a autoria do delito.

Acerca dessa situação hipotética e do que prevê a lei que regulamenta a prisão temporária, assinale a opção correta.

a) Não se admite que o juiz decrete a prisão temporária de Juliano porque o crime de latrocínio não consta do rol taxativo previsto na lei.

ERRADO, o latrocínio, na qualidade de roubo qualificado pelo resultado morte, encontra-se no rol dos crimes que admitem a prisão temporária.

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Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

b) Se a autoridade policial liberar Juliano após o esgotamento do prazo legal da prisão temporária, sem a expedição do respectivo alvará de soltura pela autoridade judiciária competente, essa conduta da autoridade será ilegal.

ERRADO. Em regra não será ilegal pois, uma vez esgotado o prazo, deverá haver relaxamento de prisão.

c) Estão presentes os motivos legais que justificam a decretação, de ofício, da prisão temporária de Juliano pela autoridade judiciária, por estar provada a materialidade do crime e haver indícios suficientes de autoria.

ERRADO, a prisão temporária não pode ser decretada de Ofício.

d) O fato de o indiciado ter confessado a autoria do delito, por si só, não justifica a decretação da prisão temporária pelo juiz, a qual, considerando os requisitos legais, deverá ser feita a partir de representação do delegado ou de requerimento do Ministério Público. CERTO!

e) O juiz deverá decretar a prisão temporária de Juliano, por ele não exercer atividade laborativa regularmente e ter sido preso pela prática de crime hediondo punido com reclusão.

ERRADO, a hipótese em comento não justifica a decretação da prisão temporária, que deverá ocorrer somente nas hipóteses previstas na lei de prisão temporária, não enquadrando-se a referida circunstancia como uma delas.

JÁ CAIU CESPE: A prisão preventiva pode ser decretada se houver indícios suficientes da autoria e prova da existência do crime e se for necessária, por exemplo, para assegurar a aplicação da lei penal. Presentes esses requisitos, a prisão preventiva será admitida

a) ainda que configurada alguma excludente de ilicitude.

ERRADO, pois a prisão preventiva não poderá ser decretada caso vislumbre-se tratar-se de circunstancia configuradora de excludente de ilicitude. Vejamos.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Código de Processo Penal).

b) de ofício, pelo juiz, durante a fase de investigação policial.

ERRADO, em observância ao sistema acusatório, não se admite a decretação de ofício da prisão preventiva no curso da investigação policial, apenas na fase da ação penal.

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Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

DE OFÍCIO �Se no curso da AÇÃO PENAL.

c) se o agente for acusado da prática de crime doloso e tiver sido condenado pela prática de outro crime doloso em sentença transitada em julgado menos de cinco anos antes. CERTO!

CERTO! Nos termos do art. 312 do CPP, também será admitida a decretação da prisão preventiva se o investigado ou acusado tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal (CPP, art. 313, II).

d) em caso de acusação pela prática de crimes culposos e preterdolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos.

ERRADO, o Código de Processo Penal faz menção aos crimes dolosos.

e) em qualquer circunstância se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher.

ERRADO, Não é em qualquer caso, mas para fins de assegurar determinadas medidas.

Art. 313. III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

JÁ CAIU CESPE: O STF, em caráter liminar, se manifestou pela inconstitucionalidade de provimento de tribunal de justiça que instituiu a obrigatoriedade de audiência de custódia nos casos de prisão em flagrante, devido à ausência de previsão na legislação federal e ao fato de essa obrigatoriedade violar o princípio da separação dos poderes. ERRADO!!!

STF considerou constitucional, conforme Info. 795, STF.

O STF entendeu que esse Provimento é constitucional porque não inovou na ordem jurídica, mas apenas explicitou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH e do CPP.

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JÁ CAIU CESPE: João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.

Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. O prazo previsto para que a autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de cinco dias. ERRADO!!!

A comunicação da prisão deverá ser feita IMEDIATAMENTE.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

JÁ CAIU CESPE: A prisão preventiva, medida excepcional, nos termos do Código de Processo Penal, pode ser automaticamente decretada em caso de descumprimento de medida protetiva de urgência relativa a crime que envolva violência doméstica contra a mulher. ERRADO!!!

Embora seja admitido a substituição pela prisão preventiva, esta não ocorrerá automaticamente. O magistrado poderá lançar outras alternativas antes. Assim, é equivocado falarmos que o descumprimento ocasiona a conversão automática em prisão preventiva.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (QUANDO?)

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.

No tocante a prisão preventiva, interessante a posição do STJ quanto a existência de ato infracional pretérito

e a possibilidade de decretação da prisão preventiva. Vejamos o Informativo:

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JÁ CAIU CESPE: O prazo máximo da prisão temporária decretada contra suspeito da prática de crime de tortura é de quinze dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. ERRADO!!!

O crime de tortura é crime equiparado a hediondo. Nesse sentido, conforme prevê a Lei nº 8.072/90, seu prazo é de 30 dias (e não 15).

Art. 2º. § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

JÁ CAIU CESPE: Findo o prazo da prisão, o preso temporariamente em decorrência de investigação pela prática do crime qualificado de envenenamento de água potável, que tenha resultado na morte de vinte pessoas, deve ser imediatamente solto se a prisão temporária não for prorrogada. CERTO!

Em consonância com o dispositivo legal.

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, SALVO se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

JÁ CAIU CESPE: Ao tomar conhecimento, por meio de recebimento de auto de prisão em flagrante, da prática de genocídio, em qualquer de sua forma típica, o magistrado deve decretar, de ofício, a prisão temporária do detido. ERRADO!!!

Em consonância com o sistema acusatório, não se admite que a prisão temporária seja decretada de OFÍCIO.

Nesse sentido, a lei menciona “a prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público”. O juiz decreta, porém após a provocação da autoridade policial por meio da representação ou requerimento do Ministério Público.

JÁ CAIU CESPE: As comunicações de prisão temporária serão levadas ao juízo competente da vara até quarenta e oito horas após a prisão. ERRADO!!!

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Conforme a Constituição Federal, art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

JÁ CAIU CESPE: A prisão temporária somente poderá ser decretada em situações excepcionais, quando for imprescindível para a realização de diligências investigatórias ou para a obtenção de provas durante o processo judicial. ERRADO!!!

A prisão temporária é própria da fase investigatória, e não processual.

Segundo ensina Renato Brasileiro, a prisão temporária cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente durante a fase preliminar de investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação da liberdade de locomoção do indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de informação quanto à autoria e materialidade das infrações penais mencionadas no art. 1º, inciso III, da Lei nº 7.960/89, assim como em relação aos crimes hediondos e equiparados (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 4º), viabilizando a instauração da persecutio criminis in judicio (...) Prisão temporária, por conseguinte, somente na fase pré-processual.

JÁ CAIU CESPE: O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar, caso o réu tenha mais de oitenta anos ou prove ser portador de doença grave que cause extrema debilidade. CERTO!

As hipóteses de cabimento da prisão domiciliar estão previstas ao teor do art. 318 do CPP. Sendo fundamental o conhecimento da literalidade dos dispositivos. Vejamos:

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)***Atenção!

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ***Atenção!

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ***Atenção!

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.

Estatuto da Pessoa com Deficiência alterou e acrescentou outras hipóteses de cabimento da prisão domiciliar

NOVAS HIPÓTESES DE PRISÃO DOMICILIAR

Prisão domiciliar

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O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, prevê a possibilidade de o réu, em vez de ficar em prisão preventiva, permanecer recolhido em sua residência. Trata-se de uma medida cautelar que substitui a prisão preventiva pelo recolhimento da pessoa em sua residência.

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

As hipóteses em que a prisão domiciliar é permitida estão elencadas no art. 318 do CPP. A Lei nº 13.257/2016 promoveu importantíssimas alterações neste rol. Veja:

Inciso IV - prisão domiciliar para GESTANTE independente do tempo de gestação e de sua situação de

saúde.

CPP ANTES ATUALMENTE

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (...) IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (...) IV - gestante;

Desse modo, agora basta que a investigada ou ré esteja grávida para ter direito à prisão domiciliar. Não mais se exige tempo mínimo de gravidez nem que haja risco à saúde da mulher ou do feto.

Inciso V - prisão domiciliar para MULHER que tenha filho menor de 12 anos

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

(...)

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

Esta hipótese não existia e foi incluída pela Lei nº 13.257/2016.

Inciso VI - prisão domiciliar para HOMEM que seja o único responsável pelos cuidados do filho menor

de 12 anos

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

(...)

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.

Fonte: Dizer o Direito.

As novas hipóteses dos incisos V, VI e VII do art. 318 do CPP aplicam-se às pessoas acusadas por crimes praticados antes da vigência da Lei nº 13.257/2016?

SIM. A Lei nº 13.257/2016, no ponto que altera o CPP, é uma norma de caráter processual, de forma que se aplica imediatamente aos processos em curso. Além disso, como reforço de argumentação, ela é mais benéfica, de sorte que pode ser aplicada às pessoas atualmente presas mesmo que por delitos perpetrados antes da sua vigência.

A Lei 13.257/2016 não possui vacatio legis, de forma que entrou em vigor na data de sua publicação (09/03/2016).

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JÁ CAIU CESPE: Na hipótese de uma investigação policial pelo crime de latrocínio, a prisão temporária poderá ser decretada pelo prazo de trinta dias, prorrogáveis por igual período, sem prejuízo da possibilidade de decretação da prisão preventiva. Nesse caso, o inquérito deverá ser concluído no prazo, sob pena de constrangimento ilegal. CERTO!

Art. 2º. § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Lei dos Crimes Hediondos).

JÁ CAIU CESPE: Nos crimes de tráfico de drogas, em caso de necessidade extrema comprovada, poderá ser decretada a prisão temporária pela autoridade policial, que terá o prazo de vinte e quatro horas para comunicar a prisão e encaminhar a representação pertinente ao juiz competente. ERRADO!!!

O Delegado de Polícia não decreta a prisão temporária, ele representa perante a autoridade judiciária.

Autoridade Policial não tem competência (atribuição) para decretar prisão, mas pode fazer representação ao juízo competente.

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Assertivas CESPE – Provas

JÁ CAIU CESPE: As declarações do réu durante o interrogatório deverão ser avaliadas livremente pelo juiz, sendo valiosas para formar o livre convencimento do magistrado, quando amparadas em outros elementos de prova. CERTO!

Em consonância ao que dispõe o Código de Processo Penal. Vejamos:

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

JÁ CAIU CESPE: Para se apurar o crime de lesão corporal, exige-se prova pericial médica, que não pode ser suprida por testemunho. ERRADO!!!

Admite-se que a prova testemunhal supra a sua falta. Nesse sentido o Código de Processo Penal. Vejamos:

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

JÁ CAIU CESPE: Se, no interrogatório em juízo, o réu confessar a autoria, ficará provada a alegação contida na denúncia, tornando-se desnecessária a produção de outras provas. ERRADO!!!

Não vigora mais no Ordenamento Jurídico a premissa de que a confissão seja a rainha das provas. Assim, ainda que tenha confessado, é necessário que o magistrado confronte-as com outras provas.

Nesse sentido, Renato Brasileiro expõe “não há hierarquia de provas no processo penal, sendo que toda prova tem valor relativo. Mesmo a confissão, outrora conhecida como rainha das provas, tem valor relativo (CPP, art. 197)”.

JÁ CAIU CESPE: O juiz é livre para apreciar as provas e, de acordo com sua convicção íntima, poderá basear a condenação do réu exclusivamente nos elementos informativos colhidos no IP. ERRADO!!!

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, NÃO PODENDO fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

JÁ CAIU CESPE: Como a perícia é considerada a prova mais importante, o juiz não proferirá sentença que contrarie conclusões da perícia, devendo a prova técnica prevalecer sobre os outros meios probatórios. ERRADO!!!

Conforme o Código de Processo Penal:

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

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JÁ CAIU CESPE: Estão dispensados de depor na condição de testemunha o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que separado ou divorciado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: A acareação no processo penal é admitida entre acusados ou entre estes e testemunhas, sendo legalmente vedado tal procedimento entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida. ERRADO!!!

Admite-se também na hipotese elencada na questão, conforme prevê o Código de Processo Penal:

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.

JÁ CAIU CESPE: Para os fins de prova documental a ser formalizada na ação penal, consideram-se documentos apenas os escritos, instrumentos ou papéis públicos cuja originalidade possa ser oficialmente comprovada. ERRADO!!!

Nos termos do Código de Processo Penal:

Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.

JÁ CAIU CESPE: O exame de corpo de delito somente poderá realizar-se durante o dia, de modo a não suscitar qualquer tipo de dúvida, sendo vedada a sua realização durante a noite. ERRADO!!!

O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e em qualquer hora.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

JÁ CAIU CESPE: Os exames de corpo de delito serão realizados por um perito oficial e, na falta deste, admite a lei que duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior e dotadas de habilidade técnica relacionada com a natureza do exame, sejam nomeadas para tal atividade. CERTO!

Art. 159. § 1º NA FALTA DE PERITO OFICIAL, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.

JÁ CAIU CESPE: Em razão da especificidade da prova pericial, o seu resultado vincula o juízo; por isso, a sentença não poderá ser contrária à conclusão do laudo pericial. ERRADO!!!

O juiz não fica vinculado ao lado pericial. Nesse sentido, o Código de Processo Penal.

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

JÁ CAIU CESPE: Tratando-se de lesões corporais, a falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. CERTO!

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JÁ CAIU CESPE: A respeito da confissão, assinale a opção correta: Será qualificada quando o réu admitir a prática do crime e delatar um outro comparsa. ERRADO!!!

Conforme ensina Renato Brasileiro, ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso, mas alega que o praticou acobertado por uma excludente da ilicitude ou da culpabilidade. Na visão do STJ, quando efetivamente utilizada como elemento de convicção, a confissão qualificada também pode ensejar a aplicação da atenuante prevista na alínea d do inciso III do artigo 65 do CP.

JÁ CAIU CESPE: A respeito da confissão, assinale a opção correta. a) Será divisível e o juiz poderá considerar apenas certas partes do que foi confessado. CERTO!

Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

JÁ CAIU CESPE: Mesmo após o encerramento da instrução criminal, a defesa poderá requerer ao juiz novo interrogatório do acusado, devendo indicar as razões que o justifiquem. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: Havendo mais de um acusado, eles serão interrogados conjuntamente, exceto se manifestarem acusações recíprocas. ERRADO!!!

Na hipotese de se ter mais de um acusado, serão ouvidos SEPARADAMENTE e não em conjunto.

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.

JÁ CAIU CESPE: O interrogatório deve ser realizado no início da instrução criminal, antes da oitiva de testemunhas de acusação e de defesa. ERRADO!!!

Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

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JÁ CAIU CESPE: A interceptação telefônica é medida subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, sendo ilegal quando for determinada apenas com base em notícia anônima, sem investigação preliminar. CERTO!

A interceptação telefônica é subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2°, inc. II, da Lei nº 9.296/1996. Desse modo, é ilegal que a interceptação telefônica seja determinada apenas com base em “denúncia anônima”. STF. Segunda Turma. HC 108147/PR, rei. Min. Cármen Lúcia, 11/12/2012.

JÁ CAIU CESPE: A competência para autorizar a interceptação telefônica é exclusiva do juiz criminal, caracterizando prova ilícita o aproveitamento da diligência como prova emprestada a ser utilizada pelo juízo cível ou em processo administrativo. ERRADO!!!

Não se caracteriza prova ilicita, sendo admitido pela Jurisprudência a chamada “prova emprestada”.

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Prova emprestada

É possível, no entanto, que uma prova que foi produzida em um processo seja levada (“transportada”) para ser utilizada em outro processo. A isso a doutrina chama de “prova emprestada”.

“Prova emprestada é a prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo sob a forma documental.” (DIDIER JR. Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 2. Salvador: Juspodivm, 2013, p. 52).

JÁ CAIU CESPE: Em regra, o CPP estabelece que o interrogatório do réu preso será feito pelo sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. Não sendo isso possível por falta de disponibilidade do recurso tecnológico, o preso será apresentado em juízo, mediante escolta. ERRADO!!!

A possibilidade do interrogatório do réu ser feito mediante viodeconferência é medida excepcional,e não a regra, conforme propõe a assertiva. A regra é que o interrogatório seja realizado na forma pessoal. Vejamos o que dispõe a legislação:

Art. 185. § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades (...).

JÁ CAIU CESPE: A busca domiciliar poderá ser feita sem autorização do morador, independentemente de dia e horário, no caso de a autoridade judiciária comparecer pessoalmente para efetivar a medida, devendo esta declarar previamente sua qualidade e o objeto da diligência. ERRADO!!!

Nesse caso, o procedimento deverá realizar-se durante o dia.

Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

JÁ CAIU CESPE: Tendo formado sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, o juiz poderá proferir decisão baseada exclusivamente nas provas não repetíveis, mas não poderá fazê-lo em caso de provas antecipadas ou cautelares. ERRADO!!!

Conforme dispõe o CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

JÁ CAIU CESPE: O juiz deve formar sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, e poderá proferir decisão com base exclusivamente nas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. CERTO!

Trata-se da exceção esculpida ao teor do art. 155 do CPP.

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JÁ CAIU CESPE: Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita. CERTO!

JÁ CAIU CESPE: A interceptação telefônica, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, somente será permitida quando, havendo indícios razoáveis de autoria ou participação em infração, a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis, e quando o fato investigado constituir infração penal para a qual se preveja, ao menos, pena de detenção. ERRADO!!!

A pena deve ser ao menos de RECLUSÃO.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

JÁ CAIU CESPE: Segundo a jurisprudência do STJ, são impossíveis sucessivas prorrogações de interceptações telefônicas, ainda que o pedido de quebra de sigilo telefônico seja devidamente fundamentado, em razão da previsão legal de prazo máximo de quinze dias para tal medida, renovável por igual período. ERRADO!!!

Prorrogação do Prazo

I - As interceptações telefônicas podem ser prorrogadas sucessivas vezes pelo tempo necessário, especialmente quando o caso for complexo e a prova indispensável.

II -A fundamentação da prorrogação pode manter-se idêntica à do pedido original, pois a repetição das razões que justificaram a escuta não constitui, por si só, ilicitude.

STJ. s• Turma. HC 143.805-SP, Rei. Originário Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJRJ), Rei. para o acórdão Min. Gilson Dipp, julgado em 14/2/2012.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a jurisprudência do STF, é imprescindível a transcrição integral dos diálogos colhidos por meio de interceptação telefônica ou escuta ambiental. ERRADO!!!

Não há necessidade de transcrição integral.

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JÁ CAIU CESPE: A notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, é idônea para a instauração de inquérito policial ou a deflagração de ação penal. ERRADO!!!

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a jurisprudência do STJ, a suspensão condicional do processo é aplicável aos crimes praticados em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher. ERRADO!!!

Nos termos da Súmula 536 do STJ não se aplica a medida despenalizadora no contexto da Lei Maria da Penha.

A Lei nº 9.099/95 não se aplica NUNCA E PARA NADA que se refira à Lei Maria da Penha. Nada que esteja na Lei n.º 9.099/95 poderá ser utilizado para delitos praticados com violência doméstica (outros exemplos: composição civil dos danos, termo circunstanciado de ocorrência como substituto do flagrante etc.).

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JÁ CAIU CESPE: O sequestro consiste na medida assecuratória proposta com o fim de promover a retenção de bens imóveis e móveis do indiciado ou acusado, ainda que em poder de terceiros, quando adquiridos com o proveito da infração penal. CERTO!

Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

JÁ CAIU CESPE: Em caso de divergência entre os peritos, a controvérsia será resolvida internamente pelo diretor da repartição de lotação dos peritos, que elaborará laudo a fim de apresentar uma versão consensual. ERRADO!!!

Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.

JÁ CAIU CESPE: No processo penal, a prova do estado de casado deve obedecer às restrições referentes ao estado de pessoas previstas no ordenamento civil. CERTO!

Art. 155. Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.

JÁ CAIU CESPE: Por ser uma peça técnica, o laudo pericial deve ser aceito pelo juiz, sendo-lhe vedado inclusive rejeitá-lo em parte. ERRADO!!!

É admissível a rejeição em parte.

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

O único dia fácil foi ontem!