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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA O TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO – TI LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 1 SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL Seja bem-vindo(a) a este curso de exercícios para o cargo de auditor federal de controle externo – tecnologia da informação do Tribunal de Contas da União (TCU). Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos. Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redação de Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC). Meu endereço eletrônico é [email protected]. Sempre que precisar, faça contato comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais alunos.

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SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL

Seja bem-vindo(a) a este curso de exercícios para o cargo de

auditor federal de controle externo – tecnologia da informação do Tribunal

de Contas da União (TCU).

Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert

Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de

Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de

Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade

Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001.

Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de

origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática,

interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos.

Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da

República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei

cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de

instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redação de

Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e

analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de

diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes

preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU,

MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC). Meu endereço eletrônico é

[email protected]. Sempre que precisar, faça contato

comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja

envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais

alunos.

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LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO TCU

Como o edital do concurso já foi publicado, temos condições de

fazer um trabalho bem específico. A definição da instituição organizadora do

concurso (Cespe/UnB) e do conteúdo programático permite-nos um estudo

seguro e direcionado. Eis abaixo o programa que nos interessa:

1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Tipologia textual. 3 Ortografia

oficial. 4 Acentuação gráfica. 5 Emprego das classes de palavras. 6 Emprego

do sinal indicativo de crase. 7 Sintaxe da oração e do período. 8 Pontuação.

9 Concordância nominal e verbal. 10 Regência nominal e verbal. 11

Significação das palavras. 12 Redação de correspondências oficiais.

Como de costume, nossa disciplina ficou no grupo

Conhecimentos Básicos, que se divide ainda entre mais quatro áreas do

conhecimento e terá cem itens que deverão ser julgados certos ou

errados. De acordo com a importância que o Cespe/UnB atribui à prova de

português, creio que ela trará, no mínimo, 25 ou, no máximo, 30 itens.

Quem se submeteu ao último concurso do TCU se lembra de que

a banca examinadora também foi o Cespe. Naquela ocasião, o certame

contou com 40.708 inscritos, que concorreram a 128 vagas para os cargos

de AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO (AFCE) e TÉCNICO FEDERAL

DE CONTROLE EXTERNO (TFCE), o que gerou uma demanda de 318,03

candidatos por vaga. As provas de Língua Portuguesa tiveram 25 e 15 itens

respectivamente para os cargos de nível superior e nível médio. Todos

deveriam ser julgados como certos ou errados.

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O CURSO QUE PROPONHO

Este curso de exercícios se divide em seis aulas. O conteúdo

programático está assim distribuído:

Aula 1 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação;

Aula 2 – Ortografia, seleção vocabular e acentuação gráfica;

Aula 3 – Emprego das classes de palavras;

Aula 4 – Regência, crase e redação de correspondências oficiais;

Aula 5 – Sintaxe da oração e do período;

Aula 6 – Pontuação e sintaxe de concordância.

Uma observação: adotarei como referência o Manual de

Redação da Presidência da República, que, na verdade, serve de base

para os demais. Além disso, as questões de concursos públicos que dizem

respeito a essa área do conhecimento normalmente se circunscrevem ao

conteúdo nele existente. Não obstante, também darei especial atenção aos

casos que, porventura, o extrapolem.

Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente

pelo Cespe/UnB para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos

e os itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam

do(s) assunto(s) abordado(s) em cada aula. Como a instituição tem o

costume de usar um mesmo texto para, a partir dele, apresentar várias

assertivas, é natural que eu tenha de repetir o mesmo texto (ou fragmento

dele) na explicação do conteúdo de outras aulas. Portanto, não estranhe se

isso acontecer. O procedimento é puramente didático. Dessa forma,

pretendo aproximar você – futuro servidor do TCU – daquilo que vem sendo

exigido pelo Cespe/UnB acerca de determinado assunto da Língua

Portuguesa em concursos públicos.

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Ressalto que, em um curso de exercícios, é importante que o

aluno tenha um conhecimento prévio e razoável dos temas que estudará,

pois a parte teórica – ainda que não seja negligenciada, obviamente – não

constitui a ênfase do curso.

Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor

forma possível. Suplico que você interaja comigo por meio de mensagens

eletrônicas no fórum de discussão. A sua participação é fundamental para o

bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa!

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia textual designa uma espécie de sequência

teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição

(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.

Obs.: Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) usa o termo

“dissertação” em vez de “exposição” e “argumentação”, mas faz

distinção entre o tipo argumentativo “strictu sensu” e o tipo não

argumentativo “stricto sensu”.

Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto

expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e

dissertação argumentativa).

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora

do alcance das crianças;

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Não utilize medicamentos sem orientação de um médico

4 e leia a bula antes de consumi-los;

Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção

ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar

qualquer medicamento;

Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja

trocas perigosas;

Não utilize remédios sem orientação médica e com

13 prazo de validade vencido;

Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;

Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto

16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação

podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;

Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,

19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados

despertam a atenção e a curiosidade natural das

crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha

22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora

do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas

oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto

narrativo.

Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa

como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à

manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais

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empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo

(“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a

fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor

dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento

(você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no

processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional.

Resposta – Item errado.

1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de

sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo

como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento

4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia

de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da

meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de

7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica

chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo

das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola

10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons

profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por

serem o que são e gostarem do que gostam.

Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).

2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto

de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade

e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de

forma pessoal.

Comentário – É frequente o Cespe/UnB fazer esta afirmativa, portanto

acostume-se com ela. De fato, o uso de primeira pessoa do singular (eu e

suas formas correspondentes: me, mim, comigo) confere ao texto maior

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grau de subjetividade, pois revela a posição do narrador em relação ao que

está sendo tratado. Também a opção pelo uso da primeira pessoa do plural

(nós e formas correlatas: nos, conosco) pode denotar a intenção do autor

em incluir o leitor na relação de pessoas que compartilham de sua opinião.

O enunciador pode lançar mão de uma série de

procedimentos por meio dos quais imprime sua marca no enunciado, seja

explicitamente, seja implicitamente. Essas marcas que deixam o enunciado

mais subjetivo são os pronomes pessoais, as desinências verbais de pessoa,

os pronomes possessivos e os pronomes de tratamento.

Ele possui, além das possibilidades lexicais, escolhas

sintáticas que propiciam, em princípio, dois tipos de formulações, a saber: o

discurso subjetivo e o discurso objetivo. No primeiro, o enunciador se

confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção

enunciada, enquanto, no segundo, ele procura apagar qualquer vestígio de

sua existência individual.

Resposta – Item certo.

3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no

meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam

interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos

gêneros próprios do discurso científico.

Comentário – O discurso científico caracteriza-se, entre outros aspectos,

pelo emprego de linguagem formal, objetiva e clara. Utiliza o padrão

estabelecido nas gramáticas normativas. Dispensa gírias, figuras de

linguagem e qualquer construção que denote ambigüidade ou ironia. Não é o

caso do texto em análise, cujas expressões destacadas traduzem

informalidade e se aproximam do universo coloquial, impróprio ao gênero

científico.

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Resposta – Item certo.

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.

Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou

zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso

13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles

cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo

Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas

16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma

característica que as distingue das demais: elas são

administradas por uma parceria entre o governo e uma

19 associação formada por empresários da região. Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo

textual narrativo ficcional.

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Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos

contam a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos

conhecimento acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de

educação daquele Estado. O texto é dissertativo expositivo.

Resposta – Item errado.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características

estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto

informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de

comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um

assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um

locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as

informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este

pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos

propriamente ditos.

Resposta – Item errado.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

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1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação

degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel

de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que

4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil

libertações de trabalhadores submetidos a condições

desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um

7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra

Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações

do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande

10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de

ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para

trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio

13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,

trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca

teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de

16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba

nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns

elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais

para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.

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Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se

por meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos

relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais

relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto

alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde,

como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de

trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do

MTE.

Resposta – Item certo.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

16 Tão antigas como o conceito são as receitas para

contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o

pensamento crítico e as visões alternativas à visão

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19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas

transparentes de governança e procedimentos de auditoria;

terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de

decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a

origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como

narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente

argumentativo.

Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja,

puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional.

No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou

caracterizam o conceito de “groupthinking”.

Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos

narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No

segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia”

e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por consider-

álo indesejável.

Resposta – Item certo.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-

9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso

metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),

“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o

valor negativo e indesejável de groupthinking.

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Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o

autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de

vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem

carga semântica negativa.

Resposta – Item certo.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Passo agora a tratar de compreensão e interpretação de texto. É

muito comum nas provas elaboradas pelo Cespe/UnB constarem itens que

exigem conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos

dedutivos e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se

pretende com esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de

assimilar e transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender,

mas exigem atenção por parte dos candidatos. A instituição costuma fazer

um “jogo de palavras” para tentar confundi-los.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores (...).

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo

“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.

Comentário – Morfologicamente, os artigos têm a propriedade de associar-

se a um substantivo, determinando ou indeterminado seu significado. De

acordo com o contexto, após o vocábulo “uma” (artigo indefinido) deveria

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surgir o substantivo “esquisitice”, que, apesar da elipse, nos remete à

palavra “esquisitices” (note que não há outro substantivo anterior). Res-

posta – Item certo.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção

13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses

alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir

16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que

19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país

e de seu estado.

Você estará determinando o Brasil que teremos nos

22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu

próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

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melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança

25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento

é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —

está depositada a confiança em dias felizes.

28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa

área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo

eleitoral.

Comentário – Note que, no final do primeiro parágrafo, o ministro Marco

Aurélio faz comentário sobre a campanha política, o alto índice de

comparecimento às urnas, a agilidade com que os votos foram contados e a

segurança de que tivemos uma votação expressiva. É em relação ao

processo eleitoral (“nessa área”) que o Brasil surge como modelo, nas

palavras do ministro.

Resposta: Item certo.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

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7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e

fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente

10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto

houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.

Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as

13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.

O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os

empresários se organizarem na defesa de seus interesses e

16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade

sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns

internacionais.

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo

“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.

Comentário – A expressão em destaque resgata a oração “obter

financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial”, que integra a

sequência de prioridades enumeradas no texto.

Resposta – Item errado.

1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que

o sistema democrático exige a descentralização do poder.

Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos

para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao

de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também

fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não

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signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem

identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse

sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.

O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a

discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre

os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações

lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).

B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).

C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas

também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).

D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).

Comentário – Em A, o pronome oblíquo átono “o” surge acompanhado de

“l”, em virtude da ênclise formada com o verbo “associar”, que perde a letra

“r” e recebe acento agudo no “a”, por se tratar de oxítona terminada em “a”.

Em B, o vocábulo “deles” é composto pela preposição “de”

(“fora de”) e pelo pronome pessoal do caso oblíquo tônico “eles”. Este

retoma a expressão “comitês dos partidos”.

Na alternativa C, há uma recuperação anafórica da expressão

em destaque feita pelo emprego do pronome demonstrativo “isso”.

Em D, a preposição “a” (que surge em decorrência da

regência do verbo “dar” – transitivo direto e indireto) une-se ao pronome

relativo “o qual” para retomar “o leitor múltiplo e bem identificado”.

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Resposta – Certo; certo; certo; errado – conforme o gabarito oficial. Mas a

mim me pareceu que, na alternativa A, a referência é ao “poder”

mencionado também na linha 5. Tenho a impressão de que a banca errou ao

digitar “(l.2)”.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

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Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir

embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”

(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma

pessoa.

Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os

candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia

alusão, provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da

proximidade entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão.

Portanto, prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele”

retoma, de fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi

dirigida. Mas o segundo emprego recupera “patrão”, personagem que

aparece pela primeira vez na linha 6.

Resposta – Item errado.

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1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve

contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os

indivíduos, com um espaço político demarcado por regras

7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o

atendimento às demandas públicas da maior parte da

população, elegidas pela própria sociedade, através de suas

10 formas de participação/representação.

Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência

e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público

13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses

coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos

liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação

16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de

direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde

o início da Idade Moderna, e ampliados pelo

19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.

Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de

todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo

parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre

os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na

base da ideia de democracia.

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Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que

isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de

reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de

instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que

haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por

regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo

pronome demonstrativo “isso”).

Resposta – Item certo.

15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,

na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de

coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior,

subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve”

mantém relações de coesão e de concordância.

Resposta – Item errado.

16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na

organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e

resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da

população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de

participação/representação” (l.10).

Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um

governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e

procedimentos claros.

Resposta – Item errado.

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1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no

texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”

(l.1).

Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de

uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação,

resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa

controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa).

Resposta – Item errado.

(...)

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

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19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-

17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o

sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de

desenvolvimento” (l.13-14).

Comentário – Textualmente, o trecho “os que pensam assim” aponta para

aqueles que não consideram “os carros de luxo que trafegam pelos bairros

elegantes das capitais ou os telefones celulares” exemplos da modernidade.

Eles são os que “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento”. Res-

posta – Item certo.

Então, como está indo? As questões apresentadas até aqui

expressam aquilo que o Cespe/UnB espera que você saiba. Porém ainda há

mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações

dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles!

Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva

Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem

questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do

candidato com base em argumentos dedutivos (“Depreende-se...”. “Conclui-

se...”) ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o enunciado pode ser um

pouco diferente, ou não tão claro como tentei transmitir. Mas, em última

análise, é isso mesmo o que a banca está querendo de você. Dependendo da

abordagem, a sua resposta será diferente. A tabela abaixo certamente lhe

será útil:

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Dedução Indução (inferência) Parte, geralmente, de uma verdade

universal para se chegar a uma

verdade particular ou singular.

Geralmente, parte de enunciados

particulares, singulares e, deles,

infere-se um enunciado universal.

Este método de raciocínio é válido

quando suas premissas podem

fornecer provas evidentes para

uma conclusão.

Não fornece provas evidentes para a

verdade de uma conclusão. Ela pode,

apenas, fornecer alguns indícios.

Em todo argumento dedutivo, a

conclusão deve estar presente

nas premissas.

O grande problema do processo

indutivo é seu caráter

probabilístico.

Os argumentos dedutivos são

estéreis, não apresentam nenhum

conhecimento novo. Assim como já

está contida nas premissas, a

conclusão nunca vai além delas.

A indução pode ir além das

premissas — por oferecer novas

informações que as premissas não

possuíam.

Agora você deve responder às questões de provas do

Cespe/UnB.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei.

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Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

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Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva

objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o

trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração

correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para

ficar e eu fiquei” (l. 6-7).

Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho

que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou

impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4)

mesmo depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso

o correu há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários

trabalhadores (l. 4) que, ao que tudo indica, estavam em condições

semelhantes à de Jacaré.

Resposta – Item errado.

No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na

Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as

ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a

ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.

O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens

doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

procurando recuperar a saúde.

(...)

Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)

20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo

filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do

século passado.

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Comentário – O texto associa a circunstância de tempo indicada por “no

princípio do século” a “um grupo de personagens doentes”. Naquela época,

eles “se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde”. A

obra literária encenada em Davos é de 1924, isto é, do século passado;

porém 24 anos depois do seu início.

Resposta – Item errado.

21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro

parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que

todos eles paralisam o ser humano.

Comentário – Subentender o que diz a banca examinadora neste item é

desconsiderar completamente as evidências escritas no texto. Toda

e qualquer inferência deve limitar-se às “pistas”, aos “rastros” encontrados

no próprio texto, e não extrapolá-lo deliberadamente. Assim sendo,

observe que as orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS “que nos

paralisam” e “que nos mobilizam” limitam semanticamente o alcance dos

substantivos “ansiedades” e “perplexidades”. Portanto podemos suben-

tender que existem certas ansiedades e perplexidades que não nos afetam

como outras. Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

(...)

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

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contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a

saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos

ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um

desenvolvimento sustentável.

Comentário – Muito cuidado com este jogo de palavras que a banca

examinadora faz para ludibriar os candidatos. Apenas a primeira parte da

assertiva está correta. A saúde individual e coletiva guarda estreita relação

com os ecossistemas, de modo que uma interferência neles causa reflexos

nela. Apesar disso, a parte final do item traz uma construção sintática cujo

teor semântico não encontra respaldo no texto original. Tomar as

expressões “valores”, “premissas” e “processos” em oração adjetiva

restritiva caracterizadora dos ecossistemas é admitir que há outros

ecossistemas que não influenciam a saúde individual e coletiva. Note que, no

período original, o substantivo “ecossistemas” é empregado em sentido

amplo, não restrito.

Resposta – Item errado.

1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo

banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que

atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.

4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares

do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de

toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,

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7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de

toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas

que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo

10 derramadas por navios durante o movimento de carga e

descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de

pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.

Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).

23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,

se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),

seus níveis de poluição não seriam tão altos.

Comentário – Não há como sustentar o que a banca examinadora

argumenta em nenhuma passagem do texto. Ele aponta causas

contemporâneas para a poluição do Mar Mediterrâneo. Contribuem para esse

tipo de raciocínio os verbos empregados no presente do indicativo. O fato de

ele ser o “Berço da civilização ocidental” nada mais é do que outra

característica daquele mar, sem qualquer relação direta com seu atual

estado de conservação.

Resposta – Item errado.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se

reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão,

7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,

de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si

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não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação

do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua

realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,

ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se

submetem, quanto os que a ele resistem.

Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios

elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “

“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâm-

icas” (l 1-2)”;

“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter

negativo do poder (...), mas também ao seu caráter

positivo” (l. 5-7);

“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10);

“Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo”

(l. 12-15).

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Resposta – Item certo.

25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o

poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente

nas relações de opressão social.

Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para

sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao

dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se

reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou

repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar,

adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as

evidências do próprio texto.

Resposta – Item errado.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

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modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro

de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não

assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.

Comentário – Inferir isso é desconsiderar completamente o que está dito

nas linhas 2 e 3, por exemplo: “...o futuro de um país não é obra do acaso

ou da fatalidade.” O autor é contundente quanto a isso. Além do mais, não é

unânime a ideia de que a modernidade assegura (repare o verbo no

presente, indicando um acontecimento real, concreto) um padrão de vida

democrático a todos os seus cidadãos, como dá a entender a banca

examinadora por meio da abordagem que faz. Repare que o texto (e sempre

temos que nos reportar a ele) informa que, para alguns, a modernidade é

evidenciada pela alta tecnologia, pelas belas construções e pelos

deslumbrantes automóveis e, para outros, ela “seria” (repare agora o uso do

subjuntivo, indicando apenas uma possibilidade, um fato ainda não

estabelecido) o que o enunciado, em outras palavras, diz que ela já é. Res-

posta – Item errado.

Entraremos na última parte desta aula. Tratarei então de

reescritura de texto ou de parte dele.

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Reescritura de Texto

Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre

a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei

aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no

concurso que você fará, só que com outra “roupagem”: a paráfrase.

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do

texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para

atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer

com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras

palavras, mas também com outra estruturação sintática.

Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão

(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram

mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na

hora de parafrasear o texto original.

Passemos à análise de questões do Cespe/UnB que envolvem

esse assunto, o último desta aula.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

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10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.

(...)

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção

gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o

trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte

forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.

Comentário – No texto original, o verbo esquecer é empregado como

transitivo indireto. Tem como sujeito toda a expressão “os discursos que

ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta”.

Seu objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo átono “me”, que –

em virtude da existência de duas palavras atrativas – antecede o verbo,

podendo ficar entre elas ou depois da última. Na nova redação, a ideia

original foi preservada; contudo mudou-se a estruturação sintática da frase.

Agora, o verbo utilizado é o esquecer-se, pronominal. O que funcionava

anteriormente como sujeito tornou-se objeto indireto; e o antigo objeto

indireto (“me”) transformou-se em parte integrante do verbo. Tudo de

acordo com a perfeita correção gramatical e com o significado original do

texto.

Resposta – Item certo.

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Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a

substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de

inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que

prejudica a coerência do texto.

Comentário – Minha sugestão é que você reescreva, à parte, o trecho da

forma que a banca sugere, sempre que possível e principalmente se tiver

dificuldades em “visualizar” as modificações propostas. Então, mãos à obra!

No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias.

Além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma

irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma

tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e

segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área.

Agora, atente para o que a banca está dizendo. Ela argumenta

que essa forma de reescritura causa “truncamento sintático” e prejuízo à

“coerência do texto”. Em outras palavras, o Cespe/UnB alega que as

modificações causam problemas quanto à correção gramatical e à

preservação do sentido original das informações. Compare os dois modelos e

constate que o texto continua coeso, correto e coerente.

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Resposta – Item errado.

(...)

10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,

primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do

que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,

13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de

corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a

confiança dos investidores no país, governado por um

16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições

previstas para o fim do ano.

Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).

29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção

gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração

desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.

Comentário – Conhecimento sobre análise sintática é importante para a

resolução deste item. Para ser mais didático, dividirei minha explicação em

dois momentos: o primeiro sobre aposto, e o segundo sobre oração

subordinada adjetiva explicativa.

Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um

substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo. No texto original, ele

é representado pela expressão “com eleições previstas para o fim do ano”.

Note também que ele estabelece um nexo semântico de caráter

explicativo com o substantivo a que se refere (“país”). Outra característica

desse tipo de aposto é sua separação do substantivo por meio de uma

vírgula.

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A alteração proposta no item analisado traz uma oração

(observe a presença da locução verbal “são previstas”) também de caráter

explicativo. Esta é introduzida pelo pronome relativo “cujas”, que,

semanticamente, estabelece uma relação de posse/dependência entre os

substantivos “país” e “eleições”.

Diante disso, não há nenhuma alteração na linha

argumentativa (coerência) do texto original ao se proceder à substituição de

um termo nominal de caráter explicativo (aposto) por outro de base verbal

também de caráter explicativo (oração subordinada adjetiva

explicativa). Em relação à correção gramatical, a alteração proposta

respeita as normas da gramática normativa.

Resposta – Item certo.

Celular recebe ligação e relâmpago

Não é recomendável usar telefones celulares durante

tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas

elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.

Os especialistas relataram o caso de uma menina de

15 anos que usava o telefone em um parque quando foi

eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos

permanentes à saúde.

O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde

pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,

poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse

Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino

Unido.

Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida

pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele

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humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado

flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um

telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o

flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.

Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).

Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à

correção gramatical.

30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,

médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de

telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas

elétricas.

Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre

os celulares que atraem descargas elétricas e os que não os atraem. Isso

ocorre por causa da utilização inoportuna da oração subordinada adjetiva

“que (...) atraíam descargas elétricas”, que restringe o significado semântico

de “telefones celulares”. Além disso, os médicos não fizeram o alerta,

estando eles mesmos em uma circunstância de chuva.

Resposta – Item errado.

31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram

uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,

ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a

informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações

feitas:

“Os especialistas relataram o caso de...”

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Os médicos mencionaram uma situação em que...

“A jovem sobreviveu...”

Ela não morreu...

“...mas teve danos permanentes à saúde.”

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

Resposta – Item certo.

32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,

também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,

altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,

tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.

Comentário – A correção gramatical é infringida. A utilização da conjunção

subordinativa condicional “caso” obriga o verbo ser a flexionar-se no

presente do subjuntivo: seja. É importante salientar que, se fosse

empregada a conjunção subordinativa condicional se, a forma verbal “for”

(futuro do subjuntivo) estaria também correta.

Resposta: Item errado.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.

(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

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nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de

estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho

“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito

intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático

— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que

preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade

de sua argumentação.

Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência,

mas realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da

reiteração da estrutura aludida.

Resposta: Item certo.

Por hoje é só. Na próxima aula falarei sobre ortografia,

seleção/adequação vocabular e acentuação gráfica. Em virtude do novo

Acordo Ortográfico, é bom ficar atento às possíveis “pegadinhas” que o

Cespe/UnB poderá armar para cima de você. Portanto, não perca a próxima

aula e intensifique seus estudos.

Um grande abraço e até a próxima!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora

do alcance das crianças;

Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los;

Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção

ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar

qualquer medicamento;

Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja

trocas perigosas;

Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido;

Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;

Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto

16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação

podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;

Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,

19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados

despertam a atenção e a curiosidade natural das

crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha

22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora

do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

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1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas

oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto

narrativo.

1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de

sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo

como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento

4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia

de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da

meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de

7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica

chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo

das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola

10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons

profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por

serem o que são e gostarem do que gostam.

Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).

2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto

de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade

e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de

forma pessoal.

3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no

meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam

interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos

gêneros próprios do discurso científico.

Page 44: PORTUGUÊS CESPE

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1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.

Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou

zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso

13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles

cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo

Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas

16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma

característica que as distingue das demais: elas são

administradas por uma parceria entre o governo e uma

19 associação formada por empresários da região. Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo

textual narrativo ficcional.

Page 45: PORTUGUÊS CESPE

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Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

Page 46: PORTUGUÊS CESPE

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28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características

estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação

degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel

de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que

4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil

libertações de trabalhadores submetidos a condições

desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra

Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações

do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande

10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de

ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para

trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio

13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,

trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca

Page 47: PORTUGUÊS CESPE

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teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de

16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba

nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns

elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais

para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

Page 48: PORTUGUÊS CESPE

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distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

16 Tão antigas como o conceito são as receitas para

contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o

pensamento crítico e as visões alternativas à visão

19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas

transparentes de governança e procedimentos de auditoria;

terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de

decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a

origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como

narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente

argumentativo.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-

9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso

metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),

“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o

valor negativo e indesejável de groupthinking.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores (...).

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

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9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo

“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção

13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses

alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir

16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que

19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país

e de seu estado.

Você estará determinando o Brasil que teremos nos

22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu

próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança

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25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento

é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —

está depositada a confiança em dias felizes.

28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa

área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo

eleitoral.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e

fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente

10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto

houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.

Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.

O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os

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empresários se organizarem na defesa de seus interesses e

16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade

sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns

internacionais.

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo

“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.

1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que

o sistema democrático exige a descentralização do poder.

Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos

para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao

de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também

fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não

signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem

identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse

sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.

O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a

discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre

os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações

lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

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A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).

B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).

C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas

também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).

D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir

embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”

(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma

pessoa.

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve

contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os

indivíduos, com um espaço político demarcado por regras

7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o

atendimento às demandas públicas da maior parte da

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população, elegidas pela própria sociedade, através de suas

10 formas de participação/representação.

Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência

e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público

13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses

coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos

liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação

16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de

direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde

o início da Idade Moderna, e ampliados pelo

19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.

Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de

todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo

parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre

os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na

base da ideia de democracia.

15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,

na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de

coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na

organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e

resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da

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população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de

participação/representação” (l.10).

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no

texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”

(l.1).

(...)

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

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Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-

17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o

sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de

desenvolvimento” (l.13-14).

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

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Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva

objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o

trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração

correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para

ficar e eu fiquei” (l. 6-7).

No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na

Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as

ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a

ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.

O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens

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doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

procurando recuperar a saúde.

(...)

Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)

20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo

filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do

século passado.

21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro

parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que

todos eles paralisam o ser humano.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

(...)

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais

19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a

saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos

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ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um

desenvolvimento sustentável.

1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo

banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que

atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.

4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares

do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de

toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,

7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de

toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas

que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo

10 derramadas por navios durante o movimento de carga e

descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de

pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.

Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).

23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,

se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),

seus níveis de poluição não seriam tão altos.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se

reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,

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de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si

não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação

do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua

realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,

ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se

submetem, quanto os que a ele resistem.

25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o

poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente

nas relações de opressão social.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

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concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não

10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-

cio

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro

de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não

assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

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destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.

(...)

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção

gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o

trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte

forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a

substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de

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inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que

prejudica a coerência do texto.

(...)

10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,

primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do

que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,

13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de

corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a

confiança dos investidores no país, governado por um

16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições

previstas para o fim do ano.

Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).

29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção

gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração

desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.

Celular recebe ligação e relâmpago

Não é recomendável usar telefones celulares durante

tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas

elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.

Os especialistas relataram o caso de uma menina de 15

anos que usava o telefone em um parque quando foi

eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos

permanentes à saúde.

O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde

pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,

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poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse

Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino

Unido.

Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida

pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele

humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado

flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um

telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o

flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.

Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).

Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à

correção gramatical.

30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,

médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de

telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas

elétricas.

31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram

uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,

ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,

também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,

altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,

tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.

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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.

(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de

estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho

“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito

intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático

— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que

preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade

de sua argumentação.

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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item certo

8. Item certo

9. Item certo

10. Item certo

11. Item errado

12. Certo, certo, certo, errado (ler

a ressalva)

13. Item errado

14. Item certo

15. Item errado

16. Item errado

17. Item errado

18. Item certo

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item errado

27. Item certo

28. Item errado

29. Item certo

30. Item errado

31. Item certo

32. Item errado

33. Item certo

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Olá, prezado(a) aluno(a) do Ponto dos Concursos!

Estamos nós aqui para mais uma aula do nosso curso de

exercícios para o concurso do TCU. Desta vez será sobre ortografia,

seleção vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. É

possível que, a essa altura, alguém tenha se perguntado: “E o novo Acordo

Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que falar! Aliás, em outra ocasião o

Cespe/UnB também se manifestou sobre o assunto. Em matéria publicada

dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio Braziliense noticiou que, nas

provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai aparecer a partir de janeiro de

2009 nos enunciados e provas objetivas [grifo nosso]. Nas discursivas, o

candidato terá até 2012 para se adaptar”. Diante disso, quero alertá-lo

sobre a possibilidade (ainda que remota) de o Cespe/UnB inserir na sua

prova alguns itens sobre as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa

(ressalte-se que até a presente data isso não ocorreu).

Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais,

revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam

mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante

atentar parar alguns pontos do novo Acordo: a exclusão do trema, a

permanência do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, a

exclusão do acento nos ditongos EU, EI e OI quando formarem a sílaba

tônica de palavras paroxítonas e a eliminação do acento dos hiatos EE e OO.

As provas trazem poucas questões sobre ortografia, seleção

vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. Aquelas

que aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e

acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais

objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao

que aparece nas provas elaboradas pelo Cespe, por meio de exercícios

específicos. Vamos, então, ao que interessa!

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Breve histórico

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As

5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam

quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas

por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por

entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo 10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

Originariamente o Tribunal teve competência para exame, revisão e

julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a

despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro

prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu

15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e

verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso

Nacional.

Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução

20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como

apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,

para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com

exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as 25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da

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Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões.

A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos

atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da

competência para apontar falhas e irregularidades que, se não

sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso

Nacional.

35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões

de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,

tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O

processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por

completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à

40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária

sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituin-

dose, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo

do Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de

controle interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado

a criar 45 condições para um controle externo eficaz.

Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da

União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência

substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao

Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,

50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à

economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da

renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

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dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou

que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o

dever de prestar contas ao TCU.

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.

Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do

vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

Comentário – Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas em

que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras

compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um

a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de

sentido. Não é o que se verifica no vocábulo analisado. A expressão “de lei”

é locução adjetiva que caracteriza o substantivo “projeto”.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como

polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

Comentário – Dá origem a essas palavras o vocábulo pólo (extremidade de

algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece

distinção entre o substantivo que nomeia e a preposição polo (contração

entre a preposição por e o artigo o). Frise-se que o novo Acordo aboliu este

tipo de acento. Manteve-o, porém, no verbo pôr para diferenciá-lo da

preposição por.

Resposta – Item certo.

3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo

significa validada.

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Comentário – A forma verbal “ratificada” (particípio) tem por sinônimo as

palavras confirmada, validada. É importante que vocês não confundam

essa palavra com seu parônimo retificada, que significa corrigida,

consertada.

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí

acentuam-se atendendo à mesma regra.

Comentário – Apesar de a primeira ser uma paroxítona e a segunda uma

oxítona, ambas recebem acento pela mesma razão. A vogal I, que forma

hiato com as vogais U e A, constitui a sílaba tônica das palavras em

destaque. Note que ela está sozinha na sílaba. Caso viesse acompanhada de

qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), não

receberia acento.

Resposta – Item certo.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças

significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Comentário – Ressalte-se que essas palavrinhas não são sinônimas. A

primeira significa o atributo de algo “que tem a virtude ou o poder de

produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado

efeito”. A segunda, também adjetivo, diz-se daquilo que é “capaz de

produzir um efeito real”, permanente.

Resposta – Item certo.

Quem são esses senhores

(...)

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Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois

bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse

7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes

10 desmaiariam.

(...)

Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,

mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da

40 globalização.

Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de

sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);

“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

Comentário – A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,

abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de

música, anúncios publicitários, conversa do dia a dia e até em textos cujo

autor tem a intenção de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca

deve ser empregada na elaboração de uma redação técnica. Nesses casos, a

linguagem deverá ser a denotativa.

Resposta – Item certo.

A montanha mágica

1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –

um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o

mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as 4 perplexidades que nos mobilizam.

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Por coincidência, Davos é também o cenário onde se

monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas

7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e

descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

10 procurando recuperar a saúde.

Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os

16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá

estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as

desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da

19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas

tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as

doenças da comunidade.

22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado

em sentido denotativo, significa presidentes de países.

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Comentário – Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da

palavra “pajé”: indivíduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas

sociedades indígenas. Observe que tal palavra surge no mesmo período em

que se emprega o vocábulo “exorcizar” (ação realizada por meio de oração

ou cerimônia religiosa para esconjurar espíritos malignos). Note ainda que a

linha argumentativa do parágrafo em que surgem esses vocábulos fala de

um “mundo enfermo” tentando “diagnosticar” seus “males” e obter a “cura”

deles. Atribuir a “pajé” o significado de presidentes de países é extrapolar

o seu campo semântico. Caso fosse essa a intenção do autor do texto, a

palavra apropriada seria cacique (chefe, líder de comunidade indígena). E

mesmo assim a questão continuaria errada, pois no enunciado está escrito

“sentido denotativo”.

Resposta – Item errado.

8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto

III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído

pelo sinônimo hospício.

Comentário – O vocábulo “sanatório” significa estabelecimento destinado

ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e está

em perfeita relação semântica com o segundo parágrafo do texto. O

emprego da palavra hospício denotaria asilo de loucos; hospital de

alienados; manicômio.

Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,

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4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.

(...)

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma

verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o

sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:

“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural

do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de

número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema

hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos

comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de

sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,

que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo

(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao

sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção

gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.

Resposta – Item errado.

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1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está

no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo

a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é

escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o

substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo

“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo

deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”

estivesse no singular: morador.

Resposta – Item certo.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.

5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado

publicitário do país.

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Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção

gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é

obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os

períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição

proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são

sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em

relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o

texto. Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A

expansão se deve à aumento do número... O emprego do substantivo

aumento deve vir acompanhado do artigo definido o, que deve se com-

binar com a preposição a exigida pela regência do verbo que a antecede,

fazendo surgir ao. Resposta – Item errado.

12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência

das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte

afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores

gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada

por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve

ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que

é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note

que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que

corresponde à terceira pessoa do plural (eles).

Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,

envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à 1 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.

Mas sim na aula específica sobre o assunto.

Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. Vários processos foram experimentados, todos

deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles

10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições

boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude

13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos

governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,

era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e

16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,

felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,

kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam

só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas

22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão

especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

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25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor

que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não 28 acudiam às urnas.

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o

texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo

empregados como sinônimos.

Comentário – Observe que o autor estabelece um comparação entre os

dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a

fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para

que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores

semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.

Resposta – Item errado.

(...)

A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

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28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo

Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.

Resposta – Item errado.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando

chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.

Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

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15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de

mobilizados.

Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,

tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário

(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,

movimentar-se.

Resposta – Item errado.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”

(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

íbero-americanos.

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Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso

não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação

da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”

(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para

indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,

mesmo significado que “convivência”.

Resposta – Item certo.

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18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do

texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,

em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca

de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de

palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos

de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade

decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de

estarem empregado em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce

literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a

troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a

concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente. Resposta

– Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem 4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

(...)

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. (...)

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

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Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas

não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.

Resposta – Item errado.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria inco-

erência, visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso

o que se pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância

mínima da localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é

“a”. Resposta – Item errado.

(...) Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação

contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir

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ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar

algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.

Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo

aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capital, essência, fundamental.

Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no

qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a

coerência nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado

com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua

portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em

+ onde.

O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.

Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme

o caso.

Resposta – Item certo.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

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vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

(...)

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de

“no qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e

como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando

tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos. Res-

posta – Item certo.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com

base na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.

Resposta – Item certo.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

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25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)

está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,

ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.

Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual 10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

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Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações

críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo

sublinhado alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser

desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.

No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e

peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave. Res-

posta – A

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

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Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que

“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe

recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio

que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom

ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao

texto.

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Resposta – Item certo.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos

aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em

“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos

existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem

com a coerência e a coesão do texto.

Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o

termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,

uma área do conhecimento.

Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua

Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é

facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).

O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;

Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática. Res-

posta – Itens errados.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

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4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

(...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo

menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;

b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal

corrupto tinha até uma lista dos comerciantes

escorchados.);

c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso

esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem

nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo

durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que

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tiver dúvidas quanto à grafia e ao significado de uma palavra, consulte um

bom dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o

ajudará a escrever corretamente e entender o significado das palavras em

um texto.

Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de

palavras.

Fique com Deus e até lá!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Breve histórico

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As

5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam

quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas

por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por

entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo 10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

Originariamente o Tribunal teve competência para exame, revisão e

julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a

despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro

prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu

15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e

verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso

Nacional.

Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução

20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como

apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,

para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com

exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as 25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

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Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da

Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões.

A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos

atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da

competência para apontar falhas e irregularidades que, se não

sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso

Nacional.

35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões

de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,

tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O

processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por

completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à

40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária

sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituin-

dose, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo

do Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de

controle interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado

a criar 45 condições para um controle externo eficaz.

Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da

União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência

substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao

Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,

50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à

economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da

renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

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55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou

que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o

dever de prestar contas ao TCU.

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.

Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do

vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como

polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo

significa validada.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí

acentuam-se atendendo à mesma regra.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças

significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Quem são esses senhores

(...)

Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois

bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse

7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

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quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes

10 desmaiariam.

(...)

Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,

mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da

40 globalização.

Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de

sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);

“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

A montanha mágica

1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –

um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o

mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as 4 perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se

monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas

7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e

descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, 10 procurando recuperar a saúde.

Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

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dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os

16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá

estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as

desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da

19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas

tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as

doenças da comunidade.

22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado

em sentido denotativo, significa presidentes de países.

8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto

III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído

pelo sinônimo hospício.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido, 4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

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ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.

(...)

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma

verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o

sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:

“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

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10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está

no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.

5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção

gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência

das informações entre o gráfico I2 e o texto verbal a seguinte

afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores

gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

2 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. Vários processos foram experimentados, todos

deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles

10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições

boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude

13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos

governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,

era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e

16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,

felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,

kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam

só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas

22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão

especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor

que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não 28 acudiam às urnas.

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o

texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo

empregados como sinônimos.

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(...)

A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

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10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando

chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.

Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de

mobilizados.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

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16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”

(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

íbero-americanos.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do

texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,

em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca

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de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem 4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

(...)

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. (...)

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

(...) Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

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sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no

qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a

coerência nem para a correção gramatical do texto.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.

(...)

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

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23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de

“no qual”.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com

base na mesma justificativa gramatical.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)

está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava

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as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações

críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo

sublinhado alude a regras gramaticais.

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e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

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27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que

“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos

aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

c) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

d) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em

“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

(...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

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A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

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GABARITO

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item certo

5. Item certo

6. Item certo

7. Item errado

8. Item errado

9. Item errado

10. Item certo

11. Item errado

12. Item errado

13. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item certo

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item certo

23. Item certo

24. Item certo

25. Item certo

26. A

27. Item certo

28. Itens errados

29. Item certo

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Olá, prezado(a) aluno(a)!

Hoje damos início à aula 3 deste curso de exercícios, em que

falaremos sobre o emprego de classes gramaticais ou classes

morfológicas. Ao todo, são dez. Umas variáveis e outras invariáveis. É

importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro

momento. Eis abaixo um quadro-resumo:

Classe Gramatical Definição

Substantivo

É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,

instituições, animais, entes de natureza espiritual

ou mitológica, etc.)

comum de dois

números

Tem a mesma forma para o singular e o plural:

lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será

estabelecida por meio de outro elemento

linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus

etc.

comum de dois

gêneros

Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.

Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de

qualquer outro determinante. Exemplos: o/a

colega, o/a agente, o/a lojista.

sobrecomum

Possui uma só forma e um só gênero a fim de

designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a

pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o

monstro.

epiceno

Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de

designar animais de ambos os sexos. Usam-se as

expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a

distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

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cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou

fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.

Artigo

(definidos: o, a, os,

as; indefinidos: um,

uma, uns, umas)

É a palavra que se antepõe ao substantivo,

servindo basicamente para generalizar ou

particularizar o sentido desse substantivo. Em

alguns casos, o artigo é essencial na identificação

do gênero e do número do substantivo. Exemplos:

Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à

aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi

demitida. – O pires quebrou. / Os pires

quebraram.

Adjetivo

Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

atribuir uma característica. Com ele concorda em

número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros

bons, árvore alta, tapete novo etc.

uniforme

Mantém a mesma forma tanto quando se refere a

substantivos masculinos quanto a femininos.

Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,

obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça

adorável.

Numeral

É a palavra que indica a quantidade ou a posição

dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem

(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo

(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze

avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo

(multiplicativos).

Advérbio É a palavra invariável que se refere a um verbo, um

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advérbio ou a um adjetivo, indicando uma

circunstância (causa, tempo, modo, lugar etc.).

Exemplos: Ele chegou cedo. (refere-se à forma

verbal “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você

agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude

menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

intensificando-lhe o sentido).

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções ou que

procura agir sobre o interlocutor, levando-o a

adotar certo comportamento sem que se faça uso

de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!

Preposição

É a palavra invariável que conecta (liga) palavras

ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do

céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu

para sair mais cedo.

Conjunção

É a palavra invariável que une orações ou termos

de uma oração. No desempenho desse papel, a

conjunção pode relacionar termos e orações

sintaticamente equivalentes (as chamadas orações

coordenadas) ou relacionar uma oração principal a

uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:

Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e

Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.

Verbo É a palavra que designa um processo (ação, desejo,

estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe

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gramatical mais rica em variação de formas. Pode

mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número

e voz. No dicionário, são encontrados no modo

infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,

amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do

verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /

Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está

doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.

(mudança de estado) / Choveu forte.

(fenômeno)

Pronome

Palavra que substitui o nome (pronome

substantivo) ou que o acompanha (pronome

adjetivo) para tornar claro o seu significado.

Existem seis classes de pronomes:

pessoal

Indica diretamente as pessoas do discurso (no

singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª

pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se

fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,

se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,

comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,

convosco. Também são pessoais os pronomes de

tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa

senhoria, vossa excelência, etc.

possessivo

Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a

posse de algo: Meu, minha, meus, minhas,

nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,

tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,

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seus, suas.

demonstrativo

Indica a posição dos seres em relação às pessoas

do discurso, situando-os no tempo e no espaço.

1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,

aquilo.

relativo

É aquele que, em uma oração, se refere a um

termo constante em oração anterior, chamado

antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava

danificado. São pronomes relativos: que, quem,

quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,

a qual, os quais, as quais.

indefinido

Refere-se à terceira pessoa do discurso num

sentido vago ou exprimido quantidade

indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre

alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e

número. São pronomes indefinidos: algum,

alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,

quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.

interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta

ou indireta: que, quem, qual, quanto.

Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe/UnB

Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a

definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em

que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que

estabelecem com o restante do período.

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Toa, é a partir do conhecimento das definições que

reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe

gramatical. Além disso, volto a dizer, um bom candidato não menospreza

nenhuma banca examinadora, achando que ela é incapaz de exigir certo tipo

de conhecimento durante a prova. Também não deve pensar que o nível do

concurso no qual se inscreveu é tão alto que jamais cairá determinado tipo

de questão.

Nunca se esqueça de que as últimas provas elaboradas por uma

mesma banca examinadora refletem uma tendência a certo tipo de

cobrança. Mas isso não quer dizer que ela está impedida de abordar de outra

forma aquilo que prevê o edital. Aliás, o edital nem sempre expressa em

detalhes o que se requer do candidato em termos de Língua Portuguesa.

Portanto, intensifique seus estudos e amplie suas fontes de

consulta. E, no mais, mãos à obra!

(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de

cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela

razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados

pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram

dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser

substituída por foram dados a ele.

Comentário – É importante notar que “lhe” é pronome oblíquo átono

indicativo de terceira pessoa do discurso, refere-se anaforicamente ao

substantivo “candidato” e completa o sentido da locução verbal “foram

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dados”. Em função de complemento verbal, lhe(s) desempenha função

sintática de objeto indireto, diferentemente dos pronomes oblíquos átonos

o(s) e a(s), que desempenham função sintática de objeto direto quando

também completam sentido de verbo. Ele(s) e ela(s) são pronomes oblíquos

tônicos que também indicam a terceira pessoa do discurso e, quando

completam sentido de verbo, desempenham função de objeto indireto. O

emprego da preposição “a” diante dele deve-se justamente pelo fato de ser

tônico. Assim sendo, a substituição proposta pela banca examinadora não

traz nenhum prejuízo gramatical ao período.

Resposta – Item certo.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.

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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale

a opção correta.

a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a

correção gramatical do período.

b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de obje-

to direto.

Comentário – A forma verbal “tinha estado” indica tempo composto:

pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Os tempos compostos

são formados pelos verbos auxiliares TER e HAVER seguidos de verbo

principal no particípio. A tabela abaixo resume o processo de formação dos

tempos compostos:

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MODOS TEMPOS COMPOSTOS

indicativo

pretéritoperfeito (tenho/hei cantado) mais-que-

perfeito (tinha/havia cantado)

futuro

do presente (terei/haverei cantado)

do pretérito (teria/haveria cantado)

subjuntivo

pretérito perfeito (tenha/haja cantado)

mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

futuro (tiver/houver cantado)

ATENÇÃO! Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito, bem

como ao modo imperativo.

Portanto, a alteração de uma para outra forma não causará

prejuízo à correção gramatical do período.

A alternativa C traz um grave erro por afirmar que o pronome

oblíquo átono “lhe” desempenha função sintática de objeto direto. Como já

sabemos, esse pronome, ao completar sentido de verbo, só poderá fazê-lo

como objeto indireto.

Resposta – Itens errados. A alternativa correta não é nenhuma das duas

que aqui foram analisadas; simplesmente por fugir ao objetivo desta aula,

deixemo-la oculta.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

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em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.

Internet: <www.tse.gov.br>

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão

“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção

gramatical do período.

Comentário – Este item trata de um assunto mais conhecido como

colocação pronominal (ou topologia pronominal). Em outras palavras, ele

considera a posição ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (ênclise;

próclise; mesóclise), que variará em função de certas circunstâncias.

Ênclise: o pronome oblíquo surge após o verbo e liga-se a

ele por meio de hífen (Levante-se e lute.). É a tendência da Língua

Portuguesa e só não ocorrerá se surgir um dos casos mencionados a seguir.

Mesóclise: o pronome oblíquo átono é colocado no meio do

verbo. Surge apenas com as formas verbais do futuro do presente e futuro

do pretérito, desde que não haja nenhuma palavra atrativa que obrigue a

ocorrência de próclise (Amar-te-ei a vida inteira.). Em nosso país, mesmo

com verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito,

poderemos usar tanto a próclise quanto a mesóclise se o verbo não estiver

no início da frase (Eu me lembrarei deste dia para sempre. ou Eu queixar-

me-ei de você.).

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Próclise: é a colocação do pronome oblíquo átono antes do

verbo. Ocorrerá obrigatoriamente nos seguintes casos:

a) palavras de sentido negativo (Nunca se queixou de minhas manias.)

b) advérbios sem pausa (Aqui se estuda bastante.)

c) pronomes indefinidos (Alguém me ligou?)

d) pronomes interrogativos (Quem nos ajudará agora?)

e) pronomes relativos (A pessoa que te ligou não se identificou.)

f) conjunções subordinativas (Ele disse que o chamou de patriarca.)

De acordo com essa explicação, a presença do advérbio

“Amanhã” atrai o pronome oblíquo átono “se” e impede o surgimento de

mesóclise em “definir-se-ão”.

Resposta – Item errado.

O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas

as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos

os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.

Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados

permanentemente, por meio de atos significativos em que as

pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a

ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.

Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente

ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos

políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará

ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).

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4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-

sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de

associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos

sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de

associação incorreta.

período conjunção período

A primeiro e segundo

B terceiro entretanto quarto

C quarto conquanto quinto

D quinto já que sexto

Comentário – A alternativa A traz conjunção coordenativa aditiva cujo

valor semântico, como o próprio nome já indica, é de adição. O vínculo

estabelecido por essa conjunção entre os dois primeiros períodos mantém o

enunciado correto, coeso e coerente, como podemos constatar: “O terreno

da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade e

essa construção é feita todos os dias”.

A conjunção “entretanto”, em B, confere ao enunciado que

introduz valor semântico de oposição, adversidade. Notem a presença do

vocábulo “imaterial” no terceiro período, contribuindo para o nexo

adversativo em relação ao quarto período.

Na alternativa C surge o problema: “conquanto” é conjunção

subordinativa concessiva. A informação introduzida por ela deve servir de

obstáculo para a realização de algo, muito embora não seja suficiente para

que esse algo se concretize. Entre o quarto e o quinto período não é

observada tal relação semântica: “Eles não estão aí por obra divina.

Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos

em que as pessoas reconheçam o interesse público”. Estaria sem prejuízo

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gramatical a associação dos dois períodos por meio de uma conjunção

conclusiva (portanto, por isso, logo).

Não há problema algum em se proceder à articulação

sugerida em D usando o conector “já que”, geralmente com valor semântico

de causa.

Resposta – C

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a

opção correta.

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a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a

correção gramatical do período.

b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se

por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.

Comentário – Certamente, a substituição de “Tentam-se” por São

tentados não causa nenhum prejuízo ao período. Em “Tentam-se”, temos

voz passiva sintética (também conhecida como voz passiva pronominal).

Sua estrutura é caracterizada pela presença de verbo transitivo direto

seguido do pronome apassivador “se”. Em São tentados, ocorre também

voz passiva. Mas agora a estrutura é outra: uma locução verbal formada

pelo verbo auxiliar São e pelo verbo principal tentados. Chama-se voz

passiva verbal ou analítica.

Recordemos que são três as vozes verbais: ativa, passiva e

reflexiva. Na ativa, o sujeito é o agente da ação verbal que recai sobre

outro ser: João beijou a esposa. Na voz passiva, o sujeito sofre a ação

verbal praticada por outro ser, que é conhecido como agente da passiva:

João foi beijado pela esposa. Na voz reflexiva, o sujeito pratica ação verbal

que recai sobre ele mesmo: João beijou-se.

Na alternativa B, o emprego do subjuntivo em “quando

houvesse” deve-se ao caráter condicional, hipotético de uma ação em vias

de se concretizar. Portanto, “Sócrates” se refere a algo possível de acontecer

em um futuro próximo, e não faz “uma afirmativa sobre uma ação já

decorrida”.

Resposta – Itens errados. Pelos motivos explicados, nem a alternativa A,

nem a alternativa B foram o gabarito da questão.

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1 A função da oposição em uma sociedade democrática

consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as

investigações e avaliar os projetos e iniciativas

4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a

adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter

uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução

7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com

uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e

discuta os seus encaminhamentos.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,

assinale a opção correta.

a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação

sintática que pode ser expressa por Entretanto.

b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)

justifica-se por compor um período de natureza explicativa.

Comentário – A conjunção Entretanto integra o rol das conjunções

coordenativas adversativas (porém, no entanto, toa, mas etc. ). Seu

valor semântico estabelece uma relação de contrariedade, oposição entre as

orações interligadas por ela. Não é esse o sentido notado entre os dois

últimos períodos do texto.

Os estudos sobre aspectos verbais não revelam a necessidade

de orações explicativas trazerem seus verbos no modo subjuntivo. Verbos

no modo subjuntivo comunicam fatos considerados hipotéticos, de realização

incerta ainda. Esse é ocaso do emprego de “sinalize” e de “discuta”. Ambos

denotam ações possíveis de acontecerem.

Resposta – Itens incorretos; é outro o gabarito da questão.

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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo

em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede

"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.

Comentário – O futuro de presente (“teremos”) é utilizado, entre outros

motivos, para indicar fatos certos ou prováveis posteriores ao momento em

que se fala. A afirmação de Al Gore está condicionada a “se nada for feito,

em dez anos”. Percebe-se que a noção de futuro afeta a preposição “em”,

que textualmente equivale à expressão daqui a (dez anos).

Resposta – Item certo.

1 Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o

processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas.

(...)

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)

por cuja mantém a correção gramatical do período.

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Comentário – Antes de tudo, sugiro reescrever o período já com a

alteração indicada no item: “Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo

contínuo cuja uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez

mais complexas”. É flagrante a inexistência de coesão textual na passagem

da oração de verbo “ser” para a oração seguinte, causada pelo emprego do

pronome relativo “cuja” desacompanhado de outras alterações necessárias.

Não é possível substituir um pronome substantivo relativo (que, quem, o

qual, quanto) por um pronome adjetivo relativo (cujo). Há ainda problemas

quanto à correção gramatical, pois não se usa artigo diante desse pronome

relativo. Tudo isso contribui para que o período se torne incoerente. Res-

posta – Item errado.

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

10 A elevação significativa da produtividade dos fatores

de produção só será obtida com reformas institucionais

profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 13 investimento em educação, cuja maturação é longa.

Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).

9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca

do texto acima.

a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida

de vírgula, mantém a informação original do período.

Page 129: PORTUGUÊS CESPE

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b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção

gramatical do período.

Comentário – O vocábulo “Já”, no contexto a que pertence, denota

simplesmente uma ressalva, uma observação. Esse também é o valor

semântico da expressão Por outro lado. Portanto, a informação original do

período é mantida com a substituição indicada na alternativa A.

Em B, tem-se incorreção gramatical pelos motivos explicados

anteriormente.

Resposta – B

10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no

uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego

da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal

"tem sido usado" (L.1).

Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição

desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao

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espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência

naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo

“antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva analítica

do verbo usar, que, no pretérito perfeito composto, indica ação durativa,

não limitada no tempo.

Resposta – Item certo.

11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga

dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).

Comentário – A conjunção “e” é aditiva e serve para ligar dois termos ou

duas orações de idêntica função: Leonor e ele voltaram-se e desfaleceram.

No texto, a conjunção em destaque conecta os verbos “otimizar e

modernizar”, ambos complementos do adjetivo transitivo “necessário”.

Resposta – Item errado.

Page 131: PORTUGUÊS CESPE

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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos

"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e

contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e

"até" (L.19).

Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os

valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições

mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a

preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a

preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada).

Page 132: PORTUGUÊS CESPE

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Importa perceber a diferença existente entre a preposição

até, que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de

inclusão: Tudo na vida engana, até a glória.

Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as

formas oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até

denota inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com

a forma reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse

champanhe.

Resposta – Item certo.

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece

relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas

dinâmicas" (L.1-2).

Page 133: PORTUGUÊS CESPE

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Comentário – O vocábulo “mediante” é uma preposição acidental.

Esclareça-se ainda que a relação que se estabelece entre palavras por

intermédio de preposição pode implicar movimento ou não movimento,

melhor dizendo, pode exprimir um movimento ou uma situação daí

resultante. No texto, essa preposição (que significa “por meio de”) afasta

totalmente a noção de “movimento” e traduz a troco de que o “exercício do

poder ocorre”.

Resposta – Item errado

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite

que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente

antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,

sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.

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Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois,

portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir

segmento de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito

anteriormente que “o exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se

que “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto”.

É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe

realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca

propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as

adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado.

Resposta – Item certo

15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições

em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,

respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).

Comentário – Uma questão semelhante caiu na prova da Antaq, em 2009,

e foi resolvida anteriormente, lembra? Aqui, o termo “da responsabilidade”

completa o sentido do nome “preço”, e o termo “para a comunidade”

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vincula-se ao verbo “dirigir”. Ambas as relações são articuladas por meio das

preposições “da” e “para”, respectivamente.

Resposta – Item certo

16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto

permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período

iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.

Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas,

aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo,

de

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contraste, de oposição. Repare que, já no início do texto, o autor menciona a

força “paradoxal” da economia. Se, por um lado, as pessoas assumem uma

postura cautelosa e se “preocupam com a estabilidade dos mercados

financeiros e da economia globalizada”, por outro, elas se tornam

complacentes e se equivocam, por causa dos prazeres da prosperidade.

Resposta – Item certo. (O gabarito oficial assinalou-o como errado, mas

permito-me discordar dele. Para mim não está claro o motivo que levou a

banca examinadora a eliminar esta argumentação. Salvo melhor juízo,

mantenho este entendimento).

17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"

(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um

"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas

fundações" (l.11) antes de ser definitivo.

Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que

a globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe

de sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da

conjunção adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência

normal é esse processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a

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globalização, que ainda não assumiu seu formato definitivo, pode não dispor

de sólidas fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra).

Resposta – Item certo.

18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)

estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas

orações.

Comentário – Textualmente, esse conectivo introduz segmento de caráter

conclusivo.

Resposta – Item errado

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19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"

(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está

subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser

empregada sob a forma do.

Comentário – A questão é fácil, mas é preciso ler atentamente a passagem.

Nela, o termo “o social” complementa o sentido do nome “discussão”:

“discussão sobre a filosofia e [discussão sobre] o social”. Nota-se, assim, o

equívoco da alegação do Cespe.

Resposta – Item errado

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20. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na linha 12, caso se

deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da

argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas

vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários

ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.

Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela

banca: Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo

certo, quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção

pois utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota

ideia conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da

oração, como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo.

Resposta – Item errado

21. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Devido à função que

exerce na oração, a vírgula empregada depois de “sensações” (l.2)

poderia ser substituída tanto pela conjunção e como pela conjunção ou,

sem prejudicar a correção gramatical ou a coerência do texto.

Comentário – Questão interessantíssima, pois conjugou pontuação com

conjunção.

Uma das atribuições da vírgula é separar palavras ou

orações justapostas assindéticas – isso é o que nos ensina Cegalla (2008:

428). Veja os exemplos que o gramático utiliza: “A terra, o mar, o céu, tudo

apregoa a glória de Deus”. “Os passantes chegam, olham, perguntam e

prosseguem”.

Cunha e Cintra (2008:658) explicam que, no interior da

oração, a vírgula serve para separar elementos que exercem a mesma

função sintática (sujeito composto, complementos de verbos e nomes,

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adjuntos etc.), quando não vêm unidos pelas conjunções e, ou e nem:

“Achava os homens declamadores, grosseiros, cansativos, pesados, frívolos,

chulos, triviais” (Machado de Assis).

Essas conjunções coordenativas costumam surgir no final

do encadeamento: “Leonor voltou-se e desfaleceu” (Graciliano Ramos).

Resposta – Item certo

22. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (l.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (l.13).

Comentário – Ao substituir um termo antecedente, o que é classificado

como pronome relativo. Perceba, entretanto, que a referência não é ao

termo indicado pelo Cespe; mas sim ao termo “ideias” (linha 12 – note a

ausência do acento agudo, em virtude novo Acordo). A banca quis distraí-lo

com os termos surgidos entre o relativo e o seu verdadeiro antecedente:

“ideias que penetram (...) e que evoluíram”.

E já que estamos tratando também de conjunção, olha a

conjunção aditiva “e” servindo de nexo entre as duas orações adjetivas:

“que penetram (...) e que evoluíram”.

Resposta – Item errado

23. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) A expressão “No estado

de repouso e de movimento dos objetos” (l.7) localiza onde se associam

os “conceitos” referidos na linha 10.

Comentário – A expressão apontada pela banca tem características de

advérbio, pois exprime, de acordo com o contexto, a circunstância de lugar

em que ocorre a associação referida.

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Resposta – Item certo

“Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa

democracia.”

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57

24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Preservam-se a correção gramatical e a

coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo

“respeito” (l.7), juntando-se o artigo definido à preposição “a”,

escrevendo-se ao respeito.

Comentário – Perceba que a expressão “a respeito de” equivale-se à

preposição sobre: ...refletir um pouco sobre o que... A expressão é uma

locução prepositiva e não deve ser considerada individualmente, como

propõe o Cespe, ao sugerir a determinação do substantivo “respeito” por

meio do artigo definido. Isso prejudica tanto a correção gramatical quanto a

coerência do texto.

Resposta – Item errado

1 A visão do sujeito indivíduo — indivisível —

pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em

cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos

4 previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em

teias e tensões relacionais que conformarão nossas

capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos.

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações 10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

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outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

16 As experiências que o homem vai adquirindo na relação com

os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus

gostos, as suas formas de agir.

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Ao ligar dois períodos sintáticos, o

conectivo “Mas” (l.3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito

único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações

sociais.

Comentário – O conetivo analisado integra o rol das conjunções

coordenativas adversativas, que estabelecem uma ideia de contraste, de

oposição entre os termos ou orações que relacionam.

Também são conjunções coordenativas adversativas:

porém, toa , contudo, no entanto, entretanto.

Resposta – Item certo

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 4, para se evitar a sequência

“nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma

verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse

prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas.

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Comentário – Tratou-se aqui de colocação pronominal, especificamente de

próclise (emprego do pronome oblíquo átono antes do verbo) e ênclise

(emprego do pronome oblíquo átono depois do verbo).

Não há problema na troca da posição do pronome “nos”, pois

imediatamente antes dele não há nenhuma palavra atrativa (palavras de

sentido negativo, advérbios sem pausa, conjunções subordinativas,

pronomes relativos, conjunções coordenativas alternativas, pronomes e

advérbios interrogativos, pronomes indefinidos etc.) que o “prenda” onde

está.

Entretanto, não é possível colocá-lo depois da forma verbal

“fazemos” sem proceder às alterações necessárias. O pronome se unirá

ao verbo por meio do hífen. Além disso, os verbos em primeira pessoa do

plural associados ao pronome nos perdem a letra final: assustamos + nos =

assustam-nos; ferimos + nos = ferimo-nos; fazemos + nos = fazemo-nos.

Que tal recordar a forma correta de juntar pronomes oblíquos

átonos a verbos?

– me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos:

a) associados a verbos terminados em –r, -s ou –z, e à

palavra eis, os pronomes o, a, os, as assumem as

antigas formas lo, la, los, las, caindo aquelas

consoantes: Mandaram prendê-lo. / Ajudemo-la. / Fê-los

entrar. / Ei-lo aqui!

b) associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am,

-em; -ão, -õe), os ditos pronomes tomam as forma no,

na, nos, nas: Trazem-no. / Ajudavam-na. / Dão-nos de

graça. / Põe-no aqui.

Resposta – Item errado

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27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O uso da forma verbal flexionada na

primeira pessoa do plural “Estaríamos” (l.13) inclui autor e leitores no

desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e

gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (l.16) por

vamos adquirindo, no período seguinte.

Comentário – Tudo estava indo tão bem, mas... Quer ver? Substitua os

termos como a banca sugere: As experiências que vamos adquirindo na

relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus

gostos, as suas formas de agir. Agora repare que não há mais coesão entre

o pronome “nós” (primeira pessoa do plural, sujeito implícito do verbo

“vamos”) e os pronomes possessivos sublinhados, que correspondem à

terceira pessoa do discurso. Antes estava tudo correto, pois a referência era

ao “homem”, ou seja, a ele (terceira pessoa).

Resposta – Item errado

1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de

4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. (...)

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na relação entre as ideias do texto,

subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (l.3) e de “andar”

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(l.6); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais

claro, além de manter a sua correção gramatical.

Comentário – A passagem é clara o bastante e não necessita desses

elementos (combinação da preposição a com o artigo definido o). Os

infinitivos verbais “tentar” e “andar” foram usados de maneira impessoal

para exprimir fatos de modo geral, sem referi-los (os fatos) a um sujeito e,

ainda, sem situá-los no tempo. O uso dos elementos propostos pela banca

tornaria a passagem inconclusa, causaria no interlocutor a expectativa de

um desfecho originado por algum agente. Sintaticamente, as orações

iniciadas por esses verbos tornar-se-iam subordinadas (expressariam

circunstâncias temporais – “quando tentam sair de um vagão”; “quando

andam por ruas sujas”) sendo que, na verdade, são independentes e se

ligam, textualmente, à forma verbal “São”, presente no período seguinte.

Resposta – Item errado

(...)

As iniciativas são louváveis. Caso a população,

16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e

não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações

29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela

conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se

insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a

função condicional dessa oração.

Comentário – Faça a modificação: Se a população, porém, se sinta apenas

punida ou obrigada a uma atitude... Então, notou o problema? A conjunção

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substituta, ainda que preserve o caráter condicional da oração, não guarda

coesão com o presente do subjuntivo do verbo sentir. Ela, na verdade,

exige que o mesmo verbo se flexione no futuro de subjuntivo: Se a

população, porém, se sentir...

Resposta – Item errado

(...)

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da textualidade, é coerente

subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal

“vivermos” (l.16), inserindo-se podermos.

Comentário – Veja como ficaria: “...e, assim, podermos vivermos...”. Que

tal? Horrível, não é mesmo? Com a alteração, surge uma locução verbal.

Nela o verbo principal – nuclear, de significação plena – é o último. O outro

é seu auxiliar, desprovido total ou parcialmente de significação própria. As

flexões de número, pessoa, modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar. Já o

verbo principal assume uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo ou

particípio:

Estou estudando português.

Há de haver uma solução para o caso.

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Um livro foi comprado por mim.

Resposta – Item errado

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz

passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se

e por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou

para a correção gramatical do texto.

Comentário – Está correta a correspondência apontada pelo Cespe, pois a

voz é passiva, tanto no segmento original (voz passiva analítica ou verbal)

quanto na forma sugerida (voz passiva sintética ou pronominal). A respeito

da voz passiva, importa saber o que abaixo se segue.

Voz passiva indica que o processo verbal foi sofrido pelo

sujeito do verbo.

Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva)

Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa)

ATENÇÃO! 1 – Observe que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se

AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil)

torna-se SUJEITO da voz passiva.

2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for

INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.

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Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito

indeterminado.

As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as

questões.) – voz passiva sem agente da passiva.

3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e

pronominal ou sintética.

Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar +

verbo principal no particípio = analítica.

Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO

DIRETO + pronome SE = sintética.

Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela

síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’

(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a

passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASIVA

Sujeito

Pacientes

afetados pela

síndrome

Agente da

passiva

pelos pacientes

afetados pela

síndrome

Verbo transitivo

direto

ultrapassaram (o

que?)

Locução verbal

(voz passiva

analítica)

foi ultrapassada

Objeto direto

a fronteira da

adaptabilidade às

demandas

Sujeito paciente

A fronteira da

adaptabilidade às

demandas

Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:

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a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =

sujeito indeterminado voz ativa

b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =

sujeito indeterminado voz ativa

c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO

+ SE = sujeito indeterminado voz ativa

d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE +

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado voz ativa

e) Toda voz passiva sintética (formada com o pronome SE)

não possui agente da passiva.

Assim sendo, não é possível a substituição que a banca sugere,

pois o termo “pelo sociólogo William H. Whyte” exerce a função de agente

da passiva, o qual não é utilizado com a voz passiva sintética.

Resposta – Item errado

(...) O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. A expressão do

consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos

16 níveis de governo, é essencial para que o Estado

constitucional perdure e seja sempre capaz de proteger os

direitos inerentes às pessoas.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

32. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O uso do modo subjuntivo em “perdure” (l.17)

e “seja” (l.17), em orações sintaticamente independentes, deve-se ao

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valor semântico do subjuntivo para expressar a ideia de desejo ou

vontade, que, no caso, aplica-se à função do “Estado” (l.16).

Comentário – Uma sopa de letrinhas! O emprego do subjuntivo não se

deve a orações sintaticamente independentes. O valor semântico dele não

denota desejo ou vontade; isso é expresso, geralmente, por orações

optativas (Que Deus o abençoe! Espero que tudo te vá bem!). Então, o que

exprime o subjuntivo? Esse modo indica ocorrência provável, possível,

hipotética, duvidosa. No texto, o emprego dele se justifica por circunscrever

o processo verbal no campo semântico da possibilidade e o afastar da

certeza caracterísitica do modo indicativo.

Uma dica: é comum os verbos conjugados no modo

subjuntivo virem antecedidos pelas conjunções que, caso e embora e por

advérbios que exprimem dúvida (talvez, possivelmente etc.) Às vezes, é de

fato a conjunção que obriga o uso do verbo no modo subjuntivo, mesmo

sem a aparente ideia de possibilidade, incerteza.

Resposta – Item errado

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único

para a história, os projetos humanos têm um assentamento 10 inicial que já permite abrir o presente para a construção de

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futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em

participar de processos sociais compartilhados, nos quais

13 emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos.

A complexidade dos problemas desarticula-se e,

precisamente por essa razão, torna-se necessária uma

16 reordenação intelectual que nos habilite a pensar a

complexidade.

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

33. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) A relação que a oração

iniciada por “e as respostas” (l.7) mantém com a anterior mostra que a

função da conjunção “e” corresponde à função de por isso.

Comentário – Uma conjunção e também a oração a que pertence devem

ser classificadas de acordo com o sentido que exprimem no contexto em que

se inserem. No texto, a conjunção “e” inicia oração que estabelece com a

anterior uma relação de causa e efeito, em que uma é decorrente da outra,

uma nos faz concluir a outra. Sendo mais preciso, a oração “e as respostas

não são diretas nem estáveis” expressa a conclusão, a dedução ou a

consequência do que se declara anteriormente: “o mundo tornou-se

intensamente complexo”. Assim sendo, a conjunção “e” equivale-se à

conjunção conclusiva por isso.

Observe outros exemplos: Sofrem duras privações e não se

queixam. “Quis dizer mais alguma coisa e não pode.” (Jorge Amado). Nos

dois casos, a conjunção “e” tem claro valor adversativo (= mas). Resposta

– Item certo

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34. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) O uso da preposição em, no

termo “nos quais” (l.12), indica que a expressão nominal “processos

sociais compartilhados” (l.12) está empregada como a circunstância de

lugar da emergência dos “significados” (l.13), não como o agente de

sua origem.

Comentário – Primeiramente, é necessário reconhecer que, na expressão

“nos quais”, existe realmente a presença da preposição “em”, que se

contraiu com o “o” que integra o pronome relativo “o qual” (em + o = no).

Em seguida, é interessante frisar que as preposições, ao

contrário do que alguns pensam, trazem valores semânticos consigo: posse,

modo, lugar, causa, fim etc. Só para exemplificar o que disse e ajudar você

a entender o que vou dizer, note a ideia de lugar comunicada pela

preposição “em” na simples frase Moro em Brasília.

Agora, é fundamental perceber as relações de significados

entre os argumentos do texto. Na aludida passagem, não só “significados”,

mas também “sentidos, coordenações e conflitos” emergem nos “processos

sociais compartilhados”.

Resposta – Item certo

35. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) No segundo parágrafo, as

duas ocorrências do pronome se, em “desarticula-se” e “torna-se”,

marcam a impessoalidade da linguagem empregada no texto por meio

da indeterminação do sujeito.

Comentário – O que o Cespe quis dizer com “impessoalidade da linguagem

empregada”? Simplesmente que as formas verbais “desarticular-se” e

“tornar-se” não possuem um sujeito específico a quem podem ser atribuídas

as noções expressas por elas. Perceba que a banca usou a expressão

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“indeterminação do sujeito”. Isso não faz sentido. Os sujeitos dos dois

verbos estão bem claros e determinados na passagem: “A complexidade dos

problemas” e “uma reordenação intelectual”, respectivamente. Se você ficou

com dúvida no papel do “se” que acompanha esses verbos, saiba que no

primeiro caso ele é pronome apassivador, acompanha verbo transitivo

direto; no segundo é parte integrante do verbo (de ligação).

Releia o comentário da questão 31 e confirme os casos em

que o SE ajuda a indeterminar o sujeito. Cuidado com o caso descrito na

letra “a”. Lá, perceba, não é possível saber quem ficou feliz, o fato não pode

ser atribuído a ninguém realmente, ao contrário do que ocorre em relação

ao verbo de ligação “tornar-se”. O que se tornou necessária? Eis a resposta

(e o sujeito do verbo): “uma reordenação intelectual”

Resposta – Item errado

Muito bem, por hoje é só. Ficarei aguardando as dúvidas,

sugestões e os comentários. Não deixe de interagir comigo. O êxito deste

curso também depende da sua participação.

Na próxima aula, estudaremos regência, crase e redação de

correspondências oficiais. Até lá!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de

cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela

razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados

pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram

dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser

substituída por foram dados a ele.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

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mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava

16 a lei.

A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale

a opção correta.

a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a

correção gramatical do período.

b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de obje-

to direto.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

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4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.

Internet: <www.tse.gov.br>

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão

“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção gramatical

do período.

O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas

as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos

os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.

Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados

permanentemente, por meio de atos significativos em que as

pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a

ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.

Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente

ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos

políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará

ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).

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4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-

sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de

associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos

sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de

associação incorreta.

período conjunção período

A primeiro e segundo

B terceiro entretanto quarto

C quarto conquanto quinto

D quinto já que sexto

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a 16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

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corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a

opção correta.

a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a

correção gramatical do período.

b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se

por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.

1 A função da oposição em uma sociedade democrática

consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as

investigações e avaliar os projetos e iniciativas

4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a

adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter

uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução

7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com

uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e

discuta os seus encaminhamentos.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,

assinale a opção correta.

a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação

sintática que pode ser expressa por Entretanto.

b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)

justifica-se por compor um período de natureza explicativa.

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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo

em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede

"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.

1 Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o

processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas.

(...)

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)

por cuja mantém a correção gramatical do período.

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

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10 A elevação significativa da produtividade dos fatores

de produção só será obtida com reformas institucionais

profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 13 investimento em educação, cuja maturação é longa.

Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).

9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca

do texto acima.

a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida

de vírgula, mantém a informação original do período.

b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção

gramatical do período.

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10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no

uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego

da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal

"tem sido usado" (L.1).

11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga

dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).

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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos

"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e

contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e

"até" (L.19).

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13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece

relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas

dinâmicas" (L.1-2).

Page 164: PORTUGUÊS CESPE

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14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite

que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente

antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,

sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.

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15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições

em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,

respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).

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16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto

permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período

iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.

Page 167: PORTUGUÊS CESPE

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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"

(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um

"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas

fundações" (l.11) antes de ser definitivo.

Page 168: PORTUGUÊS CESPE

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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)

estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas

orações.

19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"

(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está

subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser

empregada sob a forma do.

Page 169: PORTUGUÊS CESPE

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20. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economista/2009) Na linha 12, caso se

deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da

argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas

vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários

ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.

21. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Devido à função que

exerce na oração, a vírgula empregada depois de “sensações” (l.2)

poderia ser substituída tanto pela conjunção e como pela conjunção ou,

sem prejudicar a correção gramatical ou a coerência do texto.

Page 170: PORTUGUÊS CESPE

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22. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (l.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (l.13).

23. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) A expressão “No estado

de repouso e de movimento dos objetos” (l.7) localiza onde se associam

os “conceitos” referidos na linha 10.

“Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa

democracia.”

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57

24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Preservam-se a correção gramatical e a

coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo

“respeito” (l.7), juntando-se o artigo definido à preposição “a”,

escrevendo-se ao respeito.

1 A visão do sujeito indivíduo — indivisível —

pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em

cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos

4 previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em

teias e tensões relacionais que conformarão nossas

capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos.

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações 10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

Page 171: PORTUGUÊS CESPE

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outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

16 As experiências que o homem vai adquirindo na relação com

os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus

gostos, as suas formas de agir.

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Ao ligar dois períodos sintáticos, o

conectivo “Mas” (l.3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito

único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações

sociais.

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 4, para se evitar a sequência

“nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma

verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse

prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas.

27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O uso da forma verbal flexionada na

primeira pessoa do plural “Estaríamos” (l.13) inclui autor e leitores no

desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e

gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (l.16) por

vamos adquirindo, no período seguinte.

Page 172: PORTUGUÊS CESPE

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1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de

4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. (...)

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na relação entre as ideias do texto,

subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (l.3) e de “andar”

(l.6); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais

claro, além de manter a sua correção gramatical.

(...)

As iniciativas são louváveis. Caso a população,

16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e

não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações

29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela

conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se

insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a

função condicional dessa oração.

(...)

Page 173: PORTUGUÊS CESPE

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Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da textualidade, é coerente

subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal

“vivermos” (l.16), inserindo-se podermos.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz

passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se

e por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou

para a correção gramatical do texto.

(...) O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

Page 174: PORTUGUÊS CESPE

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13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. A expressão do

consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos

16 níveis de governo, é essencial para que o Estado

constitucional perdure e seja sempre capaz de proteger os

direitos inerentes às pessoas.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

32. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O uso do modo subjuntivo em “perdure” (l.17)

e “seja” (l.17), em orações sintaticamente independentes, deve-se ao

valor semântico do subjuntivo para expressar a ideia de desejo ou

vontade, que, no caso, aplica-se à função do “Estado” (l.16).

33. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) A relação que a oração

iniciada por “e as respostas” (l.7) mantém com a anterior mostra que a

função da conjunção “e” corresponde à função de por isso.

34. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) O uso da preposição em, no

termo “nos quais” (l.12), indica que a expressão nominal “processos

sociais compartilhados” (l.12) está empregada como a circunstância de

lugar da emergência dos “significados” (l.13), não como o agente de

sua origem.

35. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) No segundo parágrafo, as

duas ocorrências do pronome se, em “desarticula-se” e “torna-se”,

marcam a impessoalidade da linguagem empregada no texto por meio

da indeterminação do sujeito.

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AULA 3

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GABARITO

1. Item certo

2. Item errado

3. Item errado

4. C

5. Itens errados

6. Itens incorretos

7. Item certo

8. Item errado

9. B

10. Item certo

11. Item errado

12. Item certo

13. Item errado

14. Item certo

15. Item certo

16. Item certo

17. Item certo

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item certo

22. Item errado

23. Item certo

24. Item errado

25. Item certo

26. Item errado

27. Item errado

28. Item errado

29. Item errado

30. Item errado

31. Item errado

32. Item errado

33. Item certo

34. Item certo

35. Item errado

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AULA 4

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Saudações, prezado(a) aluno(a)!

Em nossa quarta aula, estudaremos a regência de alguns

nomes e verbos, os casos de ocorrência (ou não) da crase e a redação de

correspondências oficiais. Em relação à regência, digo “de alguns nomes

e verbos” porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não

nos permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no

estudo da regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não

pode faltar a você.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo

ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação

é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei

de falar:

(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.

(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão

mais perto da aprovação.

(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!

(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.

8 É um convite à contemplação da natureza. (...)

Época, 9/5/2005 (com adaptações).

ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

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AULA 4

www.pontodosconcursos.com.br 2

1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal

indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido

pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o

verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.

Comentário – A primeira parte da declaração está correta. Realmente, o

substantivo “convite” tem seu significado semântico completado pelo termo

“à contemplação”. Note a fusão que ocorreu entre a preposição a exigida

pela regência transitiva do substantivo “convite” e o artigo feminino a que

acompanha o substantivo “contemplação”. Esse fenômeno justifica o

emprego do acento grave indicativo de crase (“à”).

E o que dizer da parte final da declaração? Antes de

responder à pergunta, experimente reescrever a passagem empregando o

verbo convidar. Tenha em mente que o verbo convidar também é

transitivo (direto e indireto) e pede complemento. Na questão da prova,

esse verbo estaria também complementado explicitamente por termo regido

pela preposição a, justificando a presença obrigatória do acento grave

indicativo de crase.

Resposta – Item errado.

Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que

merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos

das mais diversas bancas examinadoras:

Acessível a

Acostumado a ou

com

Alheio a

Alusão a

Ansioso por

Atenção a ou para

Atento a ou em

Benéfico a

Compatível com

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AULA 4

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Cuidadoso com

Desacostumado a ou

com

Desatento a

Desfavorável a

Desrespeito a

Estranho a

Favorável a

Fiel a

Grato a

Hábil em

Habituado a

Inacessível a

Indeciso em

Invasão de

Junto a ou de

Leal a

Maior de

Morador em

Natural de

Necessário a

Necessidade de

Nocivo a

Ódio a ou contra

Odioso a ou para

Posterior a

Preferência a ou por

Preferível a

Prejudicial a

Próprio de ou para

Próximo a ou de

Querido de ou por

Residente em

Respeito a ou por

Sensível a

Simpatia por

Simpático a

Útil a ou para

Versado em

Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem

preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Foi explorando esse

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AULA 4

4

conhecimento que uma questão apareceu na prova elabora pelo Cespe, para

o cargo de técnico judiciário do Supremo Tribunal Federal, em 2008.

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

(...)

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal

indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de

preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo

definido feminino plural antes de “previsões”.

Comentário – Note que a locução “em relação a” possui em sua parte final

a preposição a. Essa expressão exige sim um complemento, que no caso em

estudo está pluralizada e acompanhada de artigo definido: “as previsões

apresentadas em dezembro do ano passado”. O encontro de a (preposição)

com as (artigo) desencadeia a fusão desses dois vocábulos, que na escrita é

evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase.

Resposta – Item certo.

Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores.

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5

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos

sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue a assertiva

abaixo.

Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”

decorre da regência de “preocupação” (l. 1).

Comentário – Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar

este item ocorreu por causa da ausência do vocábulo “preocupação” na

expressão em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que

ocorre a elipse do substantivo “preocupação”. Note: “Uma antiga

preocupação dos legisladores do passado era a [preocupação] de assegurar

o direito dos povos de manter ‘os costumes da terra’”. Ficou melhor agora?

Tanto diante de “os legisladores”, quanto de “assegurar”, a preposição de se

faz presente em virtude da regência do substantivo “preocupação”. Res-

posta – Item certo.

1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições

impostas pelo Estado são impostas por pensamen-

tos “puritanos” de parte da sociedade?

(...)

Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida

pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).

4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras

prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao

entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições

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AULA 4

6

estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

Comentário – Deve chamar a sua atenção o surgimento da oração

subordinada substantiva completiva nominal regida corretamente pela

preposição “de”, que surgiu agora por imposição do substantivo “idéia”.

Resposta. Item certo.

(...) Mas foi a partir do século

XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem

13 à consciência de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir.

Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:

Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.

SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).

5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de

que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de

“consciência”.

Comentário – O substantivo “consciência” pertence à oração “Mas a partir

do século XIX a expansão mundial do capitalismo deu origem à

consciência”. Você deve estar curioso, querendo saber onde foram parar

as palavras “foi” e “que”, não é mesmo? Repare que elas são meras palavras

de realce. Podem ser retiradas da oração sem qualquer prejuízo para o

enunciado. Tanto é verdade que eu as retirei sem que qualquer problema

acontecesse, percebeu? Pois bem, semanticamente o vocábulo “consciência”

não se esgota. Ele precisa de um termo que lhe complete o sentido. É com

essa finalidade que surge a oração “de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir”. Junte os dois segmentos e observe

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AULA 4

7

que a articulação entre eles é possibilitada pela presença da preposição de,

que decorre da regência do próprio substantivo “consciência”.

Resposta – Item certo.

1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que

exige preposição a.

Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome

“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao

MERCOSUL”.

Resposta – Item errado.

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8

7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior”

(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão”

e “superior a US$ 300 bilhões”.

Resposta – Item errado.

Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido

alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem

que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre

regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que

você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras

informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.

REGÊNCIA VERBAL

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

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JJJ ooosssiii lll dddaaa

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9

VTD

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) No título do texto, as duas ocorrências da

forma verbal “é” são sintaticamente equivalentes.

Comentário – Não é possível responder à questão sem antes perceber que

a distinção entre as duas ocorrências da forma verbal ”é” leva em conta esse

tópico da nossa Língua: transitividade verbal. Na verdade, a questão requer

noções semântico-sintáticas, e não apenas sintáticas.

Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos

indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.

Estão divididos em:

a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)

não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;

(4) Quero água.

(5) A médico, confessor e letrado nunca enganes.

Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo

de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o

complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos

indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto

quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(6) Gosto de água.

(7) Custou-me entender o assunto.

VTD OD

ODP

VTI OI

VTI OI

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10

c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,

objetos diretos e indiretos;

(8) Deram-lhe um presente.

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não

exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos

como intransitivos.

(9) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor

semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade

mental).

Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser

mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não

nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou

predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da

oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,

substantivos ou pronomes).

(10) Maria é feliz.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação

transitória, mudança de situação.

(11) João é estudioso. (situação permanente)

(12) João está cansado. (situação transitória)

(13) João ficou alegre. (mudança de situação)

VTDI OI OD

VI

Suj. VL Pred.

Page 186: PORTUGUÊS CESPE

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11

Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,

não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo

direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou

de ligação dependerá das relações semântico-

-sintáticas entre os termos da oração.

(14) João anda cansado.

(15) João anda depressa.

Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no

momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo

(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).

Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo

sujeito. É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não

integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que

a ação é desenvolvida.

Creio que agora podemos responder à questão da prova do IRBr.

Perceba, preliminarmente, que o título do texto é composto por duas

orações:

(16) O que é o...

(17) ...que é?

Notoriamente, trata-se de um período composto por

subordinação. A primeira oração é a principal; a segunda, subordinada. Esta

– repare bem – é introduzida pelo pronome relativo “que”. Portanto, é uma

oração subordinada adjetiva.

Page 187: PORTUGUÊS CESPE

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12

O verbo da primeira oração (“é”) liga o predicativo “o” (pronome

demonstrativo substantivo) ao sujeito “que”. Em uma análise semântico-

-sintática, portanto, ele ocorre como verbo de ligação, copulativo, não

nocional. O mesmo verbo, na segunda oração, não faz esse tipo de “ponte”.

Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome

substantivo desempenhando a função de predicativo do sujeito. Em (21), o

verbo é tomado como intransitivo, nocional.

Resposta – Item errado.

Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em

transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,

já estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos.

Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos

regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o

eminente professor Décio Sena.

1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem

desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de

recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica

4 de disseminação transnacional, que busca continuamente

novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas

que cada país pode oferecer a membros de organizações

7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos

falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,

refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.

(...)

Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista

Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.

Page 188: PORTUGUÊS CESPE

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13

9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o

sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela

presença de artigo definido feminino plural.

Comentário – Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado,

a causa do que é declarado no período anterior. Nesse sentido, é transitivo

indireto e exige preposição A, que, ao lado do artigo definido feminino plural

AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenômeno linguístico conhecido

como crase.

Resposta – Item certo.

Observação – Já foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua

transitividade mudada conforme o contexto. Tal é o caso também do verbo

que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfações à esposa, o

verbo (no sentido de “ter de pagar; ter dívidas ou obrigações”) é agora

transitivo direto e indireto. Note que o vocábulo “satisfações” completa o

sentido do verbo sem a necessidade de preposição, enquanto o termo “à

esposa” – outro complemento do mesmo verbo – surge regido pela

preposição “a”, que se fundiu com o artigo feminino singular “a” (repare o

acento indicativo de crase).

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

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AULA 4

14

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. (...)

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo

de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de

relações sintático-semânticas para o verbo assistir.

Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as

acepções do verbo ASSISTIR.

a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR;

seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do

campeonato.

b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,

TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não

assiste ao professor reclamar tanto.

c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,

exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O

médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico

assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da

preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de

mesmo gênero gramatical).

d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco

anos assisto em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida

pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse

termo com objeto indireto).

Agora já podemos dar início ao comentário da questão

propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê?

A parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da

Page 190: PORTUGUÊS CESPE

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15

crase, muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR,

deve-se ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o

substantivo “dissolução”.

Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como

transitivo direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores

semânticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção

alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a

interpretação do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a

observação do fato exposto no período em que surge.

Resposta – Item realmente ruim; melhor mesmo foi ter sido anulado.

1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado

com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos

com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)

Philippe Ariès. História social da criança e da família.

Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).

11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição

antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que

exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo

submeter.

Comentário – A resolução deste item precisa considerar dois ensinamentos

importantes. O primeiro é a própria razão de ser desta aula e tratada nesta

seção: regência verbal. Realmente, o significado da forma verbal

“submetermos” – tomado como transitivo direto e indireto – exige um

complemento sem preposição (“nos”, pronome pessoal oblíquo átono) e

outro complemento regido pela preposição A (o objeto indireto). Mas qual é

mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? É o pronome

Page 191: PORTUGUÊS CESPE

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16

relativo “que”, substituto semântico da expressão nominal “as exigências de

identidade civil”. O segundo ensinamento diz respeito à colocação da

preposição exigida pelo verbo que integra orações subordinadas adjetivas

(“a que nós nos submetemos com naturalidade”). Sim, a preposição exigida

pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo

introdutório dessas orações.

Resposta – Item certo.

12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração

do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por

legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio

congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram

às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito

de escolher os representantes”.

Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal.

O primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento

da forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem

com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses

verbos apresentam variados regimes. Vamos a eles!

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a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do

pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada

detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e

“cada detalhe”.

b) Transitivos indiretos quando conjugados

pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.

Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do

verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.

c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a

coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente

representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:

Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o

livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”.

De acordo com a explicação em A, você pode entender que o

verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está

“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que

rege a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de

90% dos votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a

seguinte: “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema

que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos

totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min.

Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que

há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do

verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:

a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com

objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por

pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.

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b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à

pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.

c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à

resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.

Notem a ausência da preposição A antes do complemento do

verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu

emprego como transitivo direto.

E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege

preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo

CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de

preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu

emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também

transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da

preposição “a” é completamente descabido.

Resposta – Itens errados.

(...) Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.

In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo

de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse

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sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência

estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

Comentário – A regência aludida é a do verbo “atender” (l. 11). Então,

você precisa conhecer o regime dele para responder corretamente à

questão. ATENDER é trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige

preposição A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado

imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se

empregar a crase na expressão “às necessidades”, esse verbo foi tomado

como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construção “as

necessidades” (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse

empregado com regência transitiva direta.

Resposta – Item errado.

Atenção! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e

PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e

a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois

da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o

real (...).

Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo

direto e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por

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preposição (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem

vez no segmento.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a

passagme como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na

vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a

preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal

consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta

e dispensa a preposição.

Resposta – Item errado.

Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.

ASPIRAR

a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.

b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de

gerente.

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CHAMAR

a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.

b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.

c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de

patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).

CUSTAR

a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me

entender este assunto.

b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.

c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

IMPLICAR

a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua

reprovação.

b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.

c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR

a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

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7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. (...)

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego

de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz

passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou

seja, “de que a OEA corre o risco de perder vigência”.

Resposta – Item certo.

PREFERIR

a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro

cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO).

Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).

Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que;

menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu

complemento indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR

a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.

b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.

c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da

linguagem.

MORAR/RESIDIR/SITUAR

a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) /

Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

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OBEDECER/DESOBEDECER

a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.

CRASE

Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de

crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais

idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos

versos do poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre

Há de cismando mergulhar-se em mágoas

Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos

de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação

gráfica específica (acento grave): À.

(18) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,

seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo

artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento

grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:

17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em

Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a

oportunidade de escolher os próprios métodos.

Comentário – Note que o verbo “indicar” requer dois complementos: um

regido sem preposição (“o que realizar”) e outro regido pela preposição “a”

(“a professora”), a qual se une ao artigo definido feminino “a” integrante do

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complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom

ensinamento: “indicar algo a (preposição) alguém”.

Resposta – Item certo.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio

“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a

quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino

(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge

naturalmente: a + a = à; a + as = às.

Resposta – Item certo.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

(...)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

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19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer

a preposição a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo

singular a que determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”.

Resposta – Item certo.

1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pa-

cote de estímulo à economia. (...)

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja”

(que sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do

substantivo “estímulo” (linha 3).

Resposta – Item errado.

Também merecem destaque os casos de crase que surgem do

encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes

demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=

aquela) pronome demonstrativo.

(19) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.

(20) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

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Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do

verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,

que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.

Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também

pela preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (=

aquela).

Vejamos outra questão de prova:

21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à

concordância e à regência.

12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados

com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que

tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.

Comentário – Comentarei apenas o que se refere à ocorrência da crase

neste exercício. A expressão “são permitidos” deve fazer surgir um

complemento indireto regido pela preposição A: algo é permitido a alguém.

O termo que lhe serve de complemento indireto (“aqueles... da CAIXA”) é

iniciado pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Pois bem, o encontro da

preposição A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a

ocorrência da crase: àquelas, que não foi indicada no texto.

Resposta – Item errado.

Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego

do acento grave indicativo de crase.

1. Nas locuções adverbiais femininas

(21) Sairás às pressas.

(22) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

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2. Nas locuções prepositivas femininas

(23) Vivia às expensas do (de + o) tio.

(24) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.

Observação: a crase será de rigor quando uma locução

prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que

acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

(...)

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à

aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo

uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”

(l.6).

Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na

linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo

definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante

corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge

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em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença

do artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”.

Resposta – Item errado.

3. Nas locuções conjuntivas femininas

(25) À medida que estudo, mais aprendo.

(26) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da

aprovação.

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à

aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome

substantivo)

(27) Sou favorável à proposta dele e não à sua.

(28) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as

palavras MODA, MANEIRA

(29) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.

(30) Usava sapatos à (moda) Luís XV.

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao

“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da

totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde

histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h

15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.

Comentário – Não existe erro de natureza gramatical no fragmento em

análise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota,

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ressaltarei somente o emprego correto e obrigatório dos dois acentos graves

indicativos de crase nas locuções adverbiais “às 19 h” e “Às 21 h 15 min”.

Resposta – Item certo.

Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por não

atenderem ao propósito desta aula. Peço que se acostumem com esta

metodologia de estudo.

Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não

ocorrer. São casos facultativos de emprego do acento grave.

1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso

é proibido)

(31) Refiro-me a (à) Joana.

(32) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.

(33) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da

possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes

possessivos femininos que acompanham substantivos.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.

(34) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,

perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada

comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o

emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

Trabalho escravo:

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longe de casa há muito mais de uma semana

(...) “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em

‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão

preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.

Comentário – O verbo “retornar” – assim como outros verbos que indicam

movimento, deslocamento – rege as preposições a, de e para, conforme o

significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada,

empregou-se a preposição A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo

feminino adjetivo (“minha”), que faculta a presença do artigo feminino A

sem que haja prejuízo algum para os sentidos do texto.

Resposta – Item certo.

E há ainda os casos de crase proibida.

1. Antes de nomes masculinos

(35) Comprou a prazo.

(36) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.

(37) Começou a chover.

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3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,

SENHORITA, MADAME)

(38) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos

(39) Dedico o meu trabalho a ela.

5. Antes de pronomes indefinidos

(40) Ofereci um presente a alguém desta sala.

6. Antes de artigo indefinido

(41) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma

locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase.

7. Quando o A precede palavras femininas no plural

(42) Respondeu a cartas pouco elogiosas.

Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência

da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)

precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance

semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte

estrutura: singular (a) + plural (cartas).

8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas

(43) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.

9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)

(44) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.

O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a

preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o

pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o

acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.

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10. Com pronome relativo QUEM

(45) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.

Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.

ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos

QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo

anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo

seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),

AQUELE(S), AQUILO

(46) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.

Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo

verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).

(47) Sou favorável à que chegou primeiro.

Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o

termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição

imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o

integra.

(48) A festa à qual nos dirigimos começará agora.

11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ

(49) Ele o esperava desde as oito horas.

(50) O trabalho ficará pronto após as seis horas.

12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens

históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas

(51) Refiro-me a Joana d’Arc.

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(52) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.

13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA

(53) Chegamos a esta cidade há cinco anos.

14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido

(54) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação

(55) A vítima reconheceu o ladrão a distância.

25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto

apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego

do sinal indicativo de crase.

a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas

do conhecimento.

b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer

e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e

fechado.

Comentário – O fenômeno da crase não deve ocorrer em construções

sintáticas do tipo: preposição A seguida de palavra no plural, como em “à

outras”. Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Também é indevido o

ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido (“à uma).

Revise, se precisar, o ponto 6.

Resposta – Itens errados.

(...)

10 O aumento do emprego e os programas

de transferência de renda continuam a beneficiar mais as

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famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar

13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda

mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais

diretamente

essa faixa. O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),

não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se

emprega artigo definido feminino.

Comentário – Sim, é isso mesmo. Esse “a” que surge entre os verbos é

simplesmente uma preposição, que articula a locução verbal.

Convém esclarecer que não se deve empregar artigo diante

de verbo, exceto quando o propósito for substantivá-lo.

Resposta – Item certo.

(...) Pelo acordo, denominado Registro

7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as

multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio

ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que

10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas

empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de

toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 13 cerca de 5% das emissões mundiais.

O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)

27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às

expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se

encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma

culta escrita.

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35

Comentário – Quando tratei de regência verbal, expliquei que o verbo

ATENDER admite complemento sem ou com preposição (neste caso, a

preposição exigida é A). Na passagem “atendendo a expectativas de

acionistas”, optou-se pela regência transitiva indireta desse verbo. Não é

difícil perceber que o “a” empregado é uma preposição; caso fosse artigo

definido feminino, deveria flexinar-se em número para concordar com o

substantivo “expectativas”. Tal é o que ocorre na alteração proposta:

atendendo às expectativas de acionistas. Como o verbo ATENDER continua

com regência transitiva indireta, o encontro da preposição A com o artigo

definido AS dá origem ao fenômeno da crase.

Resposta – Item certo.

Obs.: Apesar de preservada a correção gramatical do período, a alterção

proposta acarreta a ele leve desvio semântico. Estando o artigo definido

ausente, o substantivo “expectativas” é tomado com valor indefinido:

quaisquer expectativas. O emprego do artigo AS determina, define,

restringe o alcance do significado do substantivo “expdctativas”.

28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as

regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que

precede “informar” (l. 8).

Comentário – Quer saber de uma coisa? O Cespe adora elaborar questão

de crase envolvendo a ocorrência dela diante de verbo. Já disse e repito:

diante de verbo não deve existir crase. Trata-se de mais um caso proibido!

Resposta. Item errado.

1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,

o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da

Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro

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4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o

presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O

segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações

7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas

(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do

Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,

10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da

diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da

América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás

13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa

para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na

ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia

16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova

Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de

Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria 19 em todo o mundo.

Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:

Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).

29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal

indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação

refere-se à negociações.

Comentário – Você já sabe que não pode haver crase em construções

sintáticas do tipo: singular (a) + plural (negociações). Nesses casos, o “a”

que surge é preposição exigida pelo termo regente. Para haver crase, é

necessário que o substantivo surja acompanhado pelo artigo feminino as,

semelhantemente ao que ocorre no texto original.

Resposta – Item errado.

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30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos

de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados

sem prejuízo para a correção do período.

Comentário – Antes de tudo, observe que agora o termo regente não é

mais um verbo, e sim um nome: “combate” (substantivo derivado do verbo

combater). No texto original, o significado semântico dos seus

complementos (a fome e a miséria) estão determinados pelo artigo feminino

“a” que antecede cada um deles. A contração desse artigo com a preposição

“a” exigida pela regência do nome “combate” faz surgir a crase, indicada

pelo acento grave em “à fome e à miséria”. Ao se prefrir indeterminar o

valor semântico dos substantivos “fome” e “miséria”, deve-se retirar deles o

artigo “a” que os acompanha, elimando assim a ocorrência de crase. Dessa

forma, o período continuaria gramaticalmente correto; porém com leve

desvio semântico.

Resposta – Item certo.

Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens

constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado

de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros

para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

Comentário – No trecho “incentivo a economia” houve omissão do acento

grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a

regida pela nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido

feminino a que acompanha o substantivo “economia”.

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Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o

vocábulo “paritr” é verbo. Diante de verbo não há crase.

O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou

alguém a algo..). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”;

seu objeto indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo

“anunciar”. Note a ausência da preposição. Com efeito, quando um objeto

indireto vem representado por oração, a preposição pode ser omitida. Res-

posta – Item errado.

32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que

ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60

bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista

como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate

a crise.

Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar

de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase

tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição

a e o substantivo admite o artigo a.

Resposta – Item errado.

Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de

O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua

bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave

retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando

em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.

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Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou

conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição

da demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase

deveria ter sido indicada por meio do acento grave.

Resposta – Item errado.

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de

correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o

concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à

abrangência das questões. Além delas, há também questões mais recentes

de outros concursos organizados pela mesma banca examinadora.

Texto para os itens 34 a 42

Considere que Juarez Alencar candidato ao cargo de Analista de

Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo

dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,

tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

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noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

34. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,

que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a

linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que

expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento

centralizado.

Comentário – EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS

ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a identificação do

signatário nas correspondências oficiais deve trazer digitados o nome e o

cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja

o modelo abaixo:

(espaço para assinatura) NOME

Ministro de Estado da Justiça

Note que não se deve usar um traço acima do nome para

assinatura. O nome da pessoa é escrito com todas as letras em maiúsculas.

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O cargo é escrito apenas com as iniciais maiúsculas. Tudo é centralizado

na folha.

Observação: recomenda-se não deixar a assinatura em

página isolada e transferir para essa página pelo menos a última frase

anterior ao fecho.

Resposta – Item errado.

35. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo

imediatamente superior.

Comentário – O fecho mencionado encontra-se no terceiro parágrafo e tem

a finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatário. Acontece que

ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos. Além disso, os

fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os seguintes:

– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República;

– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia

ou de hierarquia inferior.

Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

Resposta – Item errado.

36. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada

na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de

pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,

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42

pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada

em redação oficial.

Comentário – Abaixo, apresento um quadro-resumo das formas de

tratamento convenientes à redação oficial.

AUTORIDADES FORMA DE

TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE

Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Excelentíssimo Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Presidente da(o)... Nome Instituição Cep – Cidade. UF

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF

Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF

Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF

Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço

Demais autoridades e particulares Vossa ou Sua Senhoria V.S.ª

Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal

Ao Senhor Nome Cargo (quando houver) Endereço

Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência

V.M. Magnífico Reitor

Ao SenhorNome Magnífico Reitor Universidade de.... Endereço

Papa Vossa ou Sua Santidade

V.S. Santíssimo Padre

Santíssimo Padre Papa Fulano de Tal Palácio do Vaticano Endereço

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Cardeais

Vossa ou Sua Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima

V.Em.ª ou

V.Em.ª Revm.ª

Eminentíssimo Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal

A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo seguido da instituição Endereço

Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima

V. Ex.ª Revm.ª Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título

A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo + instituição Endereço

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos

Vossa ou Sua Reverência

V. Rev. Reverendo Ao Reverendo Senhor (nome) Endereço

Como você pode perceber, as formas “Excelentíssima Senhorita”

e “Vossa Excelentíssima” destoam completamente do padrão admitido nas

correspondências oficiais.

Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redação oficial, a

linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de

tratamento, pela polidez.

Resposta – Item certo.

37. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o

objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

Comentário – Antes de tudo, você sabe o que é “padrão ofício”? Eu explico.

Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA

FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o

intuito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o

que chamamos de padrão ofício.

A respeito da numeração dos parágrafos, realmente ela deve

existir, exceto nos casos em que os parágrafos estejam organizados em

itens ou títulos e subtítulos.

O problema está, como já disse anteriormente, no fato de

ter-se numerado o fecho, assemelhando-o aos parágrafos anteriores.

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Resposta – Item errado.

38. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido

em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma

delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o

tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o

expede.

Comentário – Uma das partes que o aviso, o ofício e o memorando

devem conter é justamente o tipo e o número do documento, seguido da

sigla do órgão que o expede, tudo alinhado à esquerda. Veja abaixo alguns

exemplos.

Memorando nº 123/2002-MF

Aviso nº 123/2002-SG Ofício

nº 123/2002-MME

Resposta – Item certo.

39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Comentário – Nos documentos que seguem o padrão ofício, a indicação do

local e da data de assinatura é feita por extenso e com alinhamento à

direita, conforme o exemplo abaixo:

Brasília, 28 de abril de 2010.

Resposta – Item errado.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os

itens seguintes.

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45

40. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria

adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes

expressões: dado, tendo em vista, haja vista.

Comentário – Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem

dos textos deve sempre pautar-se pelo padrão culto, formal da língua. Não é

aceitável, portanto, que neles constem coloquialismos ou expressões de uso

restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria

compreensão pelo público. Acrescente-se que indesejável é também a

repetição excessiva de uma mesma palavra quando há outra que pode

substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido.

A expressão “haja visto” não está de acordo com as normas de

concordância da Língua Portuguesa. O segundo elemento, “visto”, é

invariável e permanece vista, independentemente do termo a que se refere.

Sendo assim, a substituição por “haja vista” é mais do que adequada. Ela é

necessária.

As demais expressões sugeridas pela banca examinadora também

trazem a noção de causa ou motivo daquilo que é declarado anteriormente.

Portanto são equivalentes semanticamente à expressão “haja vista”.

Note ainda a concordância em masculino singular do vocábulo

“dado” com o substantivo “amor”.

Resposta – Item certo.

41. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de

forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

Comentário – Um bom texto deve ser pautado também pela concisão e

objetividade, características importantes das correspondências oficiais.

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Conciso e objetivo é o texto que transmite um máximo de

ideias com um mínimo de palavras. Significa dizer que o redator deve

eliminar palavras inúteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao

que já foi dito.

Isso diz respeito à economia linguística, que não deve ser

confundida com a economia de pensamento. Logo, as informações

essenciais de um texto não devem ser suprimidas simplesmente para

torná-lo menor.

Ressalte-se ainda que chavões, jargões, clichês e outras

repetições supérfluas devem ser evitados, tais como:

- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;

- Estamos a sua inteira disposição para quaisquer

esclarecimentos;

- Sem mais nada para o momento;

- Tem a presente a finalidade de;

- Vimos por meio desta;

- Outrossim/destarte/mui

- De posse de seu ofício.

Resposta – Item certo.

42. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio

desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada

redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado

quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.

Comentário – Releia o que foi dito no comentário anterior e saiba que o

que contribui para o correto entendimento do texto são a clareza, a

concisão, a observância das normas gramaticais, a coerência das

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47

informações transmitidas, a preferência pela construção de períodos curtos e

de frases na ordem direta.

Resposta – Item errado.

Julgue os itens de 43 a 47 quanto ao emprego da norma escrita formal

em comunicações oficiais.

43. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas

como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os

recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação

é importante.

Comentário – Como já comentei aqui, a escrita correta dos vocábulos e as

construções sintáticas em conformidade com as normas gramaticais devem

nortear a elaboração de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela

Administração Pública.

O primeiro período apresentado no comando da questão está

correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposição “de” antes do

pronome relativo “que”. Ela surge para atender a regência da forma verbal

“dispõe” (quem dispõe, dispõe de algo). Nas orações subordinadas

adjetivas, a preposição exigida pelo verbo deve anteceder o pronome

relativo, a exemplo do que ocorreu em “1”.

Correto também está o segundo período. Observe agora a

ausência da preposição regida pela forma verbal “insiste” (quem insiste,

insiste em algo). Ocorre que a preposição exigida pelo verbo da oração

principal (“O governo insiste”) tem seu emprego facultado diante de orações

subordinadas substantivas objetivas indiretas (“que a negociação é

importante).

Resposta – Item correto.

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44. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período

com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a

iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações

oportunamente”.

Comentário – Toda regra contida na gramática normativa emprega-se

também nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocação dos

pronomes oblíquos átonos são exemplos disso.

Lembre-se de que a mesóclise é o emprego do pronome

oblíquo átono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presença de

dois hifens, um antes e outro depois (“Enviar-lhe-emos”). Ocorre com

verbos flexionados no futuro do presente e no futuro do pretérito do modo

indicativo, desde que não haja palavra atrativa que force o pronome a

ocupar posição anterior ao verbo, isto é, posição proclítica (Não lhe

enviaremos...)

Resposta – Item errado.

45. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:

Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao

Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo

atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se

acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

Comentário – Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e

na pronúncia, mas com sentidos diferentes. Elas são conhecidas por

parônimos.

Page 224: PORTUGUÊS CESPE

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A primeira palavra sublinhada (“dissensão”) significa, de

acordo com o dicionário Houaiss:

1 falta de concordância a respeito de (algo); divergência,

discrepância

2 estado de litígio; desavença, conflito, disputa

Ex.: as d. entre os nobres na Idade Média prejudicavam o

povo

3 característica daquilo que discrepa; oposição

Para ter coerência, a informação transmitida deveria trazer a

palavra descensão, cujo significado é, ainda de acordo com o mesmo

dicionário:

ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida

1 movimento descendente; descida, deposição

2 efeito desse movimento

Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)

3 Estatística: pouco usado.

decrescimento, decréscimo, diminuição

Ex.: a d. de um índice econômico

4 ato ou efeito de declinar, cair

Ex.: d. do sol no horizonte

5 Rubrica: geografia.

O vocábulo “distinção”, que expressa as ideias abaixo, está

empregado adequadamente:

3 boa educação; elegância, finura, discrição

Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitriã

4 maneira honesta, correta e impecável de proceder

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50

Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a

maior d.

Por último, a palavra “distensões”, em um contexto

sócio-político, significa “diminuição ou término das tensões entre países,

entre a população, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma

sociedade etc.” Melhor seria, portanto, empregar o vocábulo “dissensões”.

Resposta – Item errado.

46. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

Comentário – A inteligibilidade do texto oficial diz respeito à clareza e à

objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado

nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do

próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua

finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,

ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o

funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se, em sua

elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os

expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e

objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser

compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse

objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados

grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação

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restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem

sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a

língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma

imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com

outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por

essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas

de si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes

níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a

um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que

incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer

jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico

correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao

uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de

que o padrão culto é aquele em que

a) se observam as regras da gramática formal, e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos

usuários do idioma.

É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do

padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das

diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos

vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

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52

Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a

simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de

expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de

linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de

linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um

“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e

comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de

determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das

formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a

utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,

como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão

limitada.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em

situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada

área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles

familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

Resposta – Item certo.

47. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A

administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil

acabou de ser proscrita nos EUA.

Comentário – Recorramos novamente ao dicionário Houaiss. O vocábulo

“prescrito” foi adequadamente empregado com a acepção de “ordenado

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53

explicitamente”, “que se prescreveu”. A expressão “proscrita” significa a

qualidade daquilo que foi “proibido, censurado, interdito”. Portanto, também

é coerente com o significado do texto.

Faço aqui apenas uma observação. Essas palavras não são

“homônimos”, mas sim parônimos. Lembre-se de que homônimos têm a

pronúncia ou a grafia iguais.

ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homônimos

homófonos (mesma pronúncia)

pelo (forma verbal, pronúncia aberta) / pelo (substantivo,

pronúncia fechada) – homônimos homógrafos

Há ainda os homônimos perfeitos, palavras que possuem a

pronúncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.

são (forma verbal) / são (qualidade de quem está bem de

saúde)

Parônimos são palavras que possuem tudo distinto:

pronúncia, grafia e significado, exatamente como ocorre em relação às

palavras em negrito no enunciado.

Resposta – O gabarito oficial informou item certo. Julgo que a anulação

seria melhor.

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de

tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino

os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte

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enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada

para presidir a sessão.”

Comentário – Veja na tabela abaixo que a pessoa ocupante de cargo de

senador(a) da República também faz jus ao tratamento de Vossa ou Sua

Excelência. No primeiro caso, a correspondência deve ser dirigida

diretamente a ela (como no item que estamos analisando). Se a

correspondência não for endereçada à própria pessoa, mas falar a respeito

dela, a forma correta é Sua Excelência.

AUTORIDADES FORMA DE

TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF

Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF

Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF

Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço

A respeito do vocativo, é importante dizer que ele consta

tanto no ofício quanto no aviso, mas não aparece no memorando.

Lembram-se de que esses três tipos de documentos constituem, quanto à

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forma, o padrão ofício? Pois é, o vocativo é uma parte do expediente oficial

que não é comum a todos eles.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos

chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal

Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo

Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades

quanto à concordância. Os adjetivos referidos a esses pronomes devem

coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que

compõe a locução. Se nosso interlocutor for homem, o correto será “Vossa

Excelência ficará satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência ficará

satisfeita”.

Em relação à concordância verbal, embora os pronomes de

tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (com quem se fala, ou a

quem se dirige a comunicação), eles levam a concordância para a terceira

pessoa: “Vossa Excelência ficará satisfeita”.

Também os pronomes possessivos referidos a pronomes de

tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Excelência ficará

satisfeita se seus projetos forem aprovados?”.

Resposta – Item certo.

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49. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de

rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

Comentário – Fax é a modalidade de comunicação que deve ser utilizada

na transmissão e recebimento de assuntos oficiais de extrema urgência e

para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há

premência, quando não há condições de envio do documento por meio

eletrônico.

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia

xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se

deteriora rapidamente.

É conveniente o envio, juntamente com o documento

principal, de folha de rosto, ou seja, de pequeno formulário com os dados de

identificação da mensagem a ser enviada.

Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela

via e na forma de praxe.

Sobre o correio eletrônico, nos termos da legislação em

vigor, para que a mensagem tenha valor documental e para que possa ser

aceita como documento original, é necessário existir certificação digital

atestando a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser

preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do

destinatário quanto do remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,

preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum

arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.

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57

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de

confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem

pedido de confirmação de recebimento.

Não há estrutura definida para e-mail, entretanto, deve-se

evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Res-

posta – Item certo.

50. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

Comentário – A banca examinadora misturou, com a intenção de confundir

os candidatos, relatório com requerimento.

Relatório não é documento adequado para se pleitear nada.

Ele serve para expor à autoridade superior a execução de trabalhos

concernentes a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao

exercício do cargo em determinado período.

Requerimento é o instrumento por meio do qual o

interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se

julga detentor. Seu fecho é composto pela expressão “Nesses termos, pede

deferimento”.

Resposta – Item errado.

Considere que um servidor do DETRAN/DF tenha redigido um

documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no

órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.

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Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

51. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma

comunicação curta.

Comentário – O memorando caracteriza-se, sobre tudo pela simplicidade e

concisão na redação e também no trâmite. Não é de estranhar, portanto,

que os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,

em caso de falta de espaço, em uma folha de continuação. Toa o

memorando é um tipo de correspondência interna, empregada entre

unidades administrativas de um mesmo órgão, sem restrições hierárquicas e

temáticas. Melhor seria que o documento utilizado fosse um ofício ou mesmo

uma carta.

Ofício é documento destinado à comunicação oficial entre

órgãos da administração pública e de autoridades para particulares. Trata-se

de documento formalmente semelhante ao memorando; contudo a diferença

básica entre eles é o destino: enquanto o ofício tem por finalidade a

comunicação externa, o memorando é uma comunicação interna.

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Carta é forma de correspondência com personalidade pública

ou particular, utilizada para fazer solicitações, convites, externar

agradecimentos ou transmitir informações. As cartas, em princípio, não

devem ser numeradas sequencialmente, à exceção das unidades

organizacionais que as utilizam, com frequência, em caráter oficial

(geralmente nas correspondências com particulares ou empresas).

Recomenda-se que a estruturação seja semelhante à do ofício.

Resposta – Item errado.

52. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

Comentário – Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do

padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser

mencionado pelo cargo que ocupa. Nele não há vocativo.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do

padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido

de vírgula.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Senhora Ministra,

Senhor Chefe de Gabinete,

Resposta – Item errado.

53. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

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60

Comentário – Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)

embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se

fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a

terceira pessoa.

Vossa Senhoria nomeará o seu substituto.

Vossa Excelência conhece o assunto.

Resposta – Item errado.

Eis abaixo um quadro-resumo das principais características de

alguns documentos oficiais. Leia-o com atenção, comparando as

semelhanças e diferenças entre eles.

Em seguida, apresento modelos das correspondências oficiais

comentadas nos exercícios anteriores.

Ofício

Expedido por e para as

demais autoridades

(órgãos distintos)

Expedido também para

particulares.

Quando o ofício for

endereçado a mais de um

destinatário, chama-se

ofício-circular.

Aviso

Expedido exclusivamente

por ministros de Estado

para autoridade de

mesma hierarquia.

Memorando

Comunicação entre

unidades administrativas

de um mesmo órgão

(comunicação interna).

Possui caráter

administrativo.

Empregado para expor

projetos, idéias,

diretrizes, etc. a serem

adotados por

determinado setor

público.

Marcado pela agilidade na

tramitação e simplicidade

burocrática. Os despachos

devem se dados no próprio

documento ou em folha de

continuação.

Exposição de Motivos

Expedido por Ministro.

Dirigido ao presidente ou

ao vice-presidente da

República.

Serve para:

a) informar determinado

assunto;

b) propor alguma

medida;

c) submeter projeto de

ato normativo.

Se envolver mais de um

Ministério, será assinada

por todos os envolvidos

(interministerrial)

Segue o padrão ofício se

for informativo.

Se for para propor alguma

medida ou submeter

projeto de ato normativo,

é acompanhado de anexo

em modelo específico.

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Ata

Registro sucinto de fatos,

ocorrências, resoluções e

decisões de uma

assembléia, sessão ou

reunião.

Devem-se evitar as

abreviaturas, e os

números são escritos por

extenso.

Escreve-se tudo

seguidamente (não há

divisões de parágrafos),

sem rasuras, emendas ou

entrelinhas.

Verificando-se qualquer en-

gano no momento da

redação, deverá ser

imediatamente retificado

empregando-se palavras re-

tificadoras: “digo”

Na hipótese de qualquer

omissão ou erro depois de

lavrada a Ata, far-se-á

uma ressalva: “em

tempo”. “Na linha. ........,

onde se lê......., leia

se. ........”.

Assinam: presidente,

secretário e membros (as

assinaturas destes podem

constar em uma lista ou

livro de presenças)

Mensagem

Instrumento de

comunicação entre os

chefes dos Poderes.

Obs.: minuta de

mensagem pode ser

encaminha pelos

Ministérios à Presidência

da República, a cuja

acessórias caberá a

redação final.

Mensagens mais usuais

expedidas pelo Executivo

ao Congresso Nacional:

a) encaminhamento de

projeto de lei; b)

encaminhamento de

medida provisória; c)

indicação de autoridades

(o currículo do indicado,

devidamente assinado,

acompanha a

mensagem); d) pedido

de autorização para o

Presidente ou o Vice-

Presidente se ausentarem

do País por mais de 15

dias; e) encaminhamento

de atos de concessão e

renovação de concessão

de emissoras de rádio e

TV; f) encaminhamento

de prestação de contas de

exercício anterior; g)

mensagem de abertura

da sessão legislativa (o

portador da mensagem é

o Chefe da Casa Civil e

vai encadernada em

forma de livro para todos

os congressistas); h)

comunicação de sansão

(dirigida aos membros do

Congresso, por meio de

Aviso ao primeiro

secretário da Casa); i)

A mensagem, como os

demais atos assinados pelo

presidente da República,

não traz identificação de

seu signatário.

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62

comunicação de veto

(dirigida ao presidente do

Senado).

Telegrama

Trata-se de forma de

comunicação dispendiosa

aos cofres públicos e

tecnologicamente

superada.

Seu uso restringe-se aos

casos em que:

a) não seja possível o uso de fax;

b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e

c) a urgência justifique.

Não há padrão rígido; sua

forma e estrutura seguem

os formulários disponíveis

nas agências dos Correios

e em seu sítio na Internet.

Fax

Para transmissão

antecipada de mensagens

e documentos urgentes,

quando não é possível o

envio deles por correio

eletrônico.

O documento original,

quando necessário, deve

seguir posteriormente

pela via e na forma

normal.

O arquivamento, se

necessário, deve ser feito

com cópia do fax, pois o

papel do próprio fax se

deteriora rapidamente.

Correio Eletrônico

Principal forma de

comunicação para

transmissão de

documentos, em virtude

do baixo custo e da

celeridade.

Flexibilidade: não

interessa definir forma

rígida para sua estrutura.

Obs 1.: deve-se evitar o

uso de linguagem

incompatível com uma

comunicação oficial.

Obs. 2: o campo

“assunto” deve ser

preenchido de modo a

facilitar a organização

documental tanto do

destinatário quanto do

remetente.

A mensagem que

encaminha algum anexo

deve fornecer informações

mínimas sobre o conteúdo

dele.

Para os arquivos

anexados, deve ser

utilizado,

preferencialmente, o

formato Rich Text.

Sempre que disponível,

utilizar o recurso de

“confirmação de leitura”.

Caso não seja possível,

pedir confirmação de

recebimento.

Nos termos da legislação

em vigor, é necessário

existir certificação digital

do remetente para que a

mensagem tenha valor

documental.

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[Ministério] [Secretaria/Departamento/Setor/Entidade]

5 cm [Endereço para correspondência]. [Endereço - continuação]

[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]

Ofício no 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991.

A Sua Excelência o Senhor Deputado [NOME] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF

Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado, 2,5 cm 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.

1,5

cm

3cm

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3,5 cm

4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.

6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

[NOME] [Cargo]

2

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TIMBRE

Aviso no 45/1991/SCT-PR Brasília, 27 de fevereiro de 1991.

A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPO Esplanada dos Ministérios, Bloco K 70.068-900 – Brasília – DF

Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público.

Senhor Ministro,

1. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.

2. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo Decreto no 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

BELTRANO Ministro de Minas e Energia

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TIMBRE

Memorando nº 118/1991/DJ Em 12 de abril de 1991.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Instalação de microcomputadores

1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

[NOME do signatário] [Cargo do signatário]

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67

TIMBRE

Carta no 13/2009/SPC Brasília, 1º de fevereiro de 2009.

A Sua Senhoria o Senhor FULANO DE TAL Diretor Financeiro Junco Agronegócios LTDA Rua Oligário Nunes, 125 – São 39.470-000 – Itacarambi–MG

Assunto: Inauguração do edifício-sede

Senhor Diretor,

Convido Vossa Senhoria para participar da solenidade de inauguração do edifício-sede da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, localizado na Praça dos Três Poderes, lote 171, Eixo Monumental, no dia 29 de fevereiro de 2009, às 12 horas.

Atenciosamente,

ROLANDO LERO Procurador-Geral da Justiça

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Vocativo + cargo + órgão (Magnífico Reitor da Universidade de Brasília),

NOME DO REQUERENTE, demais dados de qualificação, requer (objetivo e fundamento legal).

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data por extenso.

NOME DO REQUERENTE Cargo ou função, se for servidor público

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RELATÓRIO (ou RELATÓRIO DE...)

Senhor Diretor-Geral,

Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades na licitação pública nº 123, que visa a renovar a frota de veículos deste órgão, de acordo com a portaria nº 2020, de 31 de janeiro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que efetuei.

Em 10 de setembro de 2005, dirigi-me à chefe da seção de Compras, senhora FULANA DE TAL, para inquirir os funcionários BELTRANO e SICRANO, acusados de fraudar o processo de licitação mencionado no parágrafo acima em favor da empresa ROBAUTO VEÍCULOS LTDA, que venceu a concorrência, embora tenha cotado o preço dos automóveis com um ágio de trinta por cento em relação ao valor de mercado.

No inquérito a que se procedeu, ressalta-se a culpabilidade do servidor BELTRANO, sobre quem recaem evidências de ter fraudado o processo licitatório, já que foi ele a pessoa encarregada de abrir os envelopes das empresas perdedoras.

Conforme se apurou também, o senhor SICRANO tem sua parcela de responsabilidade no caso, tendo em vista que se omitiu, sendo negligente no exercício de suas funções. Como membro da Comissão de Lcitações, devia estar presente na hora da abertura dos envelopes, o que não ocorreu.

Do que foi exposto, conclui-se que se instaure imediatamente um processo administrativo.

É o relatório.

Brasília, 13 de junho de 2009.

NOME DO RELATOR Cargo ou função

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Continuaremos a analisar algumas questões de provas

antrioremtne elaboradas pelo Cespe. Mas agora serei mas sucinto ao

comentá-las. Você perceberá que a forma muda, entretanto a essência é a

mesma.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizarse

pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,

concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da

Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes

apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender

ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.

54. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos

à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação

ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma

maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar

os direitos humanos para todos.

Comentário – O acento grave em “à uma evolução” está incorreto, pois a

crase não ocorre diante de palavra de sentido indefinido. Em “que era a

sessenta anos”, a ideia é de tempo decorrido e a forma há deveria ter sido

usada em vez da forma “a”. O outro problema está na expressão “tudo que

ver”; o certo é tudo a ver.

Resposta – Item errado.

55. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

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interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

Comentário – Há um erro de concordância verbal indicado por meio do

acento empregado na forma “têm-se”. O núcleo do sujeito desse verbo é um

termo singular (“legislação”), portanto o acento deve ser eliminado.

Lembre-se disso: ele tem/vem – eles têm/vêm. Em “os direitos humanos é

reconhecido”, também há erro de concordância verbal. Agora o verbo foi

flexionado no singular (“é”) quando o certo seria no plural (são), em virtude

do núcleo do sujeito (“direitos”). Além disso, o particípio “reconhecido”

deveria concordar em número (reconhecidos) com o núcleo do sujeito.

Resposta – Item errado.

Espero que tenha ficado claro para você que questões sobre

redação oficial podem abordar aspectos gramaticais também, pois o texto

administrativo requer, entre outros cuidados, correção gramatical.

Veja outras questões.

Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a

seguir.

56. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre

outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,

que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do

documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que

o emite.

Comentário – O item está de acordo com o que prevê, por exemplo, o

Manual de Redação da Presidência da República. Veja, a título de

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72

exemplificação, os modelos de documentos incluídos neste material. Quanto

à exposição de motivos, ela segue o padrão ofício (releia o quadro-resumo).

Resposta – Item certo.

57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

(...)

4. Por fim, por oportuno informamos que as

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral Chefe

da seção de logística

e distribuição de pessoal (SLDP).

Comentário – O parágrafo carece de objetividade, de concisão. Expressões

como por oportuno; sem mais para o momento, nada mais havendo para

tratar; com elevados protestos de estima e consideração etc. devem ser

dispensadas. O segmento “e aqui mencionadas” é redundante e foge à

objetividade do texto administrativo. O fecho “Atenciosamente” é impróprio,

pois a comunicação é do chefe de uma seção ao seu diretor. Isso demonstra

a diferença de hierarquia entre eles. O correto é Respeitosamente. A

centralização do fecho é outro erro. Ele deve ser alinhado à esquerda, na

direção do início do parágrafo. O nome do signatário (aquele que

assina/emite o documento) é grafado em letras maiúsculas (PEDRO

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73

ÁLVARES CABRAL). A designação do cargo é feita apenas com as iniciais

maiúsculas (Chefe da Seção de Logística e Distribuição de Pessoal),

sem a indicação da sigla do setor e sem ponto final.

Resposta – Item errado.

Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor 13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

58. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações

atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,

assinale a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento

do relatório ao governador.

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(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador

do estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho

adequado para o documento de encaminhamento do relatório a

expressão Com elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

Comentário – Alternativa B: na correspondência oficial, o vocativo inerente

a governador de estado é Senhor Governador, (seguido de vírgula). A

expressão Caro Amigo evidencia tratamento pessoal, o que o texto

administrativo não admite. A impessoalidade é uma das características da

correspondência oficial.

Alternativa C: na questão anterior eu mencionei algumas

expressões que devem ser evitadas, ainda que alguém as utilize

frequentemente; entre elas está a que foi indicada como fecho na terceira

alternativa. Respeitosamente é o fecho adequado.

Alternativa D: a forma Excelentíssimo Senhor integra o

vocativo inerente aos chefes de Poder. Doutor é título acadêmico conferido a

quem concluiu curso universitário de doutorado, e não pronome de

tratamento; seu uso indiscriminado constitui erro. No envelope, o

endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por

Vossa Excelência é:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Cargo

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CEP – Cidade. UF (repare que não há parênteses no código

de endereçamento postal).

Resposta – A

59. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas re-

lativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado ou

uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

Comentário – Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração

comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus ór-

gãos competentes. Eis a sua estrutura:

TÍTULO: ATESTADO (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).

TEXTO: exposição do fato.

LOCAL E DATA: por extenso.

ASSINATURA: titular da unidade organizacional correspondente ao

assunto tratado.

ATESTADO

Atesto para fins de prova junto ao(à) ......................(entidade)

........................................................................................... que o Sr. .

......................................................................................., ocupante do

cargo. . ....................................................., para o qual foi nomeado por.

.........................................................................................................,

não responde a processo administrativo.

Brasília, . ...................................... de. .................................................... de. ....................................................... .

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espaço para assinatura

(nome com letras maiúsculas)

(cargo do signatário com letras iniciais maiúsculas)

Semelhantemente, a declaração também não comporta na

sua parte final os fechos Atenciosamente e Respeitosamente (comuns no

memorando, ofício, aviso, exposição de motivos). Nela, a data também vem

antes da assinatura do titular da unidade organizacional; ambas vêm

centralizadas.

Resposta – Item errado.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de

2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.

Joaquim da Silva Xavier

Presidente do concurso

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A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

60. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo

do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais

ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de

obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

convencionalmente usada na grafia de:

• nomes próprios e de sobrenomes ( Ferreira) de cognomes (Ivan, o

Terrível);

• alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes

dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris);

• regiões (Nordeste, Sul);

• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação

Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas

Americanas);

• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia

Militar);

• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);

• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de

Novembro);

• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de

unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);

• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);

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• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou

político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);

• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário

Alvim);

• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício

Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da

Sé);

• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);

• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira

em torno do Sol”);

• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea,

Lei Afonso Arinos).

A letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa),

além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do

ano, os dias da semana e os meses do ano, é também usada na grafia

de(a):

• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador,

cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor,

bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente,

diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);

• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);

• nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);

• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas,

umbandistas);

• palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo);

• termos designativos de instituições, quando esses não estão

integrados no nome delas: A Agência Nacional de Águas tem por

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missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas

os compromissos relacionados a...;

• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome

próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio

de Janeiro, Serra do Salitre);

• prefixo: ex-ministro do Meio Ambiente, ex-presidente da República;

• nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;

• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas

Gerais, o sul do Pará – observe: “É bom morar na Região Norte do

Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo”.

Resposta – Item errado.

61. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo

nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade

exigido nos documentos oficiais.

Comentário – Não há como omitir o nome do signatário. A identificação

dele se dá por meio do nome, da assinatura e do cargo que ocupa. A

impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo

significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade

de que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a

ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse

público; o segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos

administrativos, pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida

por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade

estatal. Em outras palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome

do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos

cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos objeto dos

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expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente

impessoal.

Resposta – Item certo.

62. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de

tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem

ser respeitadas nos documentos oficiais.

Comentário – A concisão caracteriza-se pela utilização de palavras

estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não

deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma ideia é preferível à

analítica; para cada ideia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a

representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la. Detalhes irrelevantes

são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou

redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de

adjetivos e advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. A

simples utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não

caracteriza falta de concisão.

Resposta – Item errado.

63. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre

concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um

órgão público.

Comentário – O item está de acordo com o Manual de Redação Oficial da

Presidência da República, que estabelece: “A redação oficial deve

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caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,

clareza, concisão, formalidade e uniformidade...”.

Resposta – Item certo.

64. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade

de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e

não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o

emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.

Comentário – É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos

cidadãos, o que significa que cada destinatário é considerado no momento

da elaboração do documento oficial. Diz o manual da Presidência que “A

linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,

sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter

o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a

outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos”.

Resposta – Item errado.

65. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a

apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da

relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

Comentário – Quem analisou esta questão apressadamente “escorregou”.

Diz o manual da Presidência: “Ficam excluídas dessa fórmula as

comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e

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tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do

Ministério das Relações Exteriores”.

Resposta – Item errado.

Por hoje é só. Na próxima aula estudaremos sintaxe da oração

e do período. Antes disso, porém, espero as suas dúvidas e sugestões.

Fique com Deus e bons estudos!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.

8 É um convite à contemplação da natureza. (...)

Época, 9/5/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal

indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido

pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o

verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

(...)

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal

indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de

preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo

definido feminino plural antes de “previsões”.

Page 259: PORTUGUÊS CESPE

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1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos

sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção

incorreta.

Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”

decorre da regência de “preocupação” (l. 1).

1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições

impostas pelo Estado são impostas por pensamen-

tos “puritanos” de parte da sociedade?

(...)

Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida

pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).

4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras

prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao

entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições

estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

(...) Mas foi a partir do século

XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem

13 à consciência de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir.

Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:

Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.

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SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).

5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de

que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de

“consciência”.

1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que

exige preposição a.

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7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são

sintaticamente equivalentes.

1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem

desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de

recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica

4 de disseminação transnacional, que busca continuamente

novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas

que cada país pode oferecer a membros de organizações

7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos

falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,

refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.

(...)

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Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista

Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.

9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o

sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela

presença de artigo definido feminino plural.

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se 7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. (...)

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo

de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de

relações sintático-semânticas para o verbo assistir.

1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado

com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos

com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)

Philippe Ariès. História social da criança e da família.

Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).

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11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição

antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que

exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo

submeter.

12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração

do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por

legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio

congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram

às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito

de escolher os representantes”.

(...) Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.

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Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.

In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo

de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse

sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência

estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e

a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois

da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o

real (...).

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

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15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. (...)

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego

de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em

Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a

oportunidade de escolher os próprios métodos.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

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91

18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

(...)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pa-

cote de estímulo à economia. (...)

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à

concordância e à regência.

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92

12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados

com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que

tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

(...)

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à

aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo

uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”

(l.6).

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao

“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da

totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde

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93

histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h

15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

(...) “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em

‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão

preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.

25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto

apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego

do sinal indicativo de crase.

a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas

do conhecimento.

b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer

e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e

fechado.

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94

(...)

10 O aumento do emprego e os programas

de transferência de renda continuam a beneficiar mais as

famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar

13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda

mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais

diretamente

essa faixa. O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),

não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se

emprega artigo definido feminino.

(...) Pelo acordo, denominado Registro

7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as

multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio

ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que

10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas

empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de

toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 13 cerca de 5% das emissões mundiais.

O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)

27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às

expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se

encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma

culta escrita.

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28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as

regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que

precede “informar” (l. 8).

1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,

o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da

Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro

4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o

presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O

segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações

7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas

(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do

Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,

10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da

diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da

América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás

13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa

para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na

ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia

16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova

Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de

Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria 19 em todo o mundo.

Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:

Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).

29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal

indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação

refere-se à negociações.

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30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos

de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados

sem prejuízo para a correção do período.

Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens

constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado

de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros

para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que

ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60

bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista

como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate

a crise.

Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de

O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua

bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave

retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando

em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.

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Texto para os itens 34 a 42

Considere que Juarez Alencar candidato ao cargo de Analista de

Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo

dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,

tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

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34. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,

que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a

linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que

expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento

centralizado.

35. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo

imediatamente superior.

36. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada

na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de

pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,

pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada

em redação oficial.

37. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o

objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

38. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido

em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma

delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o

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99

tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o

expede.

39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os

itens seguintes.

40. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria

adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes

expressões: dado, tendo em vista, haja vista.

41. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de

forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

42. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio

desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada

redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado

quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.

Julgue os itens de 43 a 47 quanto ao emprego da norma escrita formal

em comunicações oficiais.

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100

43. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas

como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os

recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação

é importante.

44. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período

com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a

iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações

oportunamente”.

45. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:

Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao

Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo

atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se

acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

46. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

47. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A

administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil

acabou de ser proscrita nos EUA.

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101

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de

tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino

os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte

enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada

para presidir a sessão.”

49. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de

rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

50. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

Considere que um servidor do DETRAN/DF tenha redigido um

documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no

órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.

Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

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102

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

51. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma

comunicação curta.

52. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

53. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizarse

pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,

concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da

Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes

apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender

ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.

54. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos

à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

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103

direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação

ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma

maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar

os direitos humanos para todos.

55. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a

seguir.

56. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre

outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,

que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do

documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que

o emite.

57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

(...)

4. Por fim, por oportuno informamos que as

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104

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral Chefe

da seção de logística

e distribuição de pessoal (SLDP).

Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor 13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

58. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações

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105

atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,

assinale a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento

do relatório ao governador.

(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador

do estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho

adequado para o documento de encaminhamento do relatório a

expressão Com elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

59. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas

relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado

ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

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106

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de

2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.

Joaquim da Silva Xavier

Presidente do concurso

A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

60. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo

do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais

ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

61. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo

nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade

exigido nos documentos oficiais.

62. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de

tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem

ser respeitadas nos documentos oficiais.

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107

63. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre

concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um

órgão público.

64. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade

de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e

não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o

emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.

65. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a

apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da

relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

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108

GABARITO

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item certo

5. Item certo

6. Item errado

7. Item errado

8. Item errado

9. Item certo

10. Item anulado

11. Item certo

12. Itens errados

13. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item certo

17. Item certo

18. Item certo

19. Item certo

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item certo

24. Item certo

25. Itens errados

26. Item certo

27. Item certo

28. Item errado

29. Item errado

30. Item certo

31. Item errado

32. Item errado

33. Item errado

34. Item errado

35. Item errado

36. Item certo

37. Item errado

38. Item certo

39. Item errado

40. Item certo

41. Item certo

42. Item errado

43. Item certo

44. Item errado

45. Item errado

46. Item certo

47. Item certo (julgo que a

anulação seria melhor)

48. Item certo

49. Item certo

50. Item errado

51. Item errado

52. Item errado

53. Item errado

54. Item errado

55. Item errado

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109

56. Item certo

57. Item errado

58. A

59. Item errado

60. Item errado

61. Item certo

62. Item errado

63. Item certo

64. Item errado

65. Item errado

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Seja bem-vindo(a) à nossa quinta aula do curso de exercícios

para o TCU!

Hoje trataremos da sintaxe da oração e do período. Faremos

isso dividindo o conteúdo em duas partes. Na primeira, estudaremos os

termos da oração; na próxima, as orações em si mesmas. Os exercícios de

provas anteriores estão igualmente separados.

E por falar em “período” e “oração”, você se lembra de como

identificar um(a)? Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os

exemplos seguintes e responda ao que se pede.

a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?

b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.

Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo

acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.

Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo

enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma

informação satisfatória para a situação em que é utilizado.

Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas

frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo

ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um

enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.

O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo

desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:

– Ai!

– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.

As frases de maior complexidade normalmente se organizam a

partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza

ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.

Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não

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há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal

“está” e constitui a única oração do diálogo.

A frase organizada em orações constitui o período, que

pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado

por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é

marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por

vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:

Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só

oração).

Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três

orações).

Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na

segunda parte da aula, ao tratarmos das orações, será necessário

estabelecer distinção entre período composto por coordenação, por

subordinação e período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da

oração. E só faz sentido falar deles quando estivermos diante de uma

oração.

TERMOS DA ORAÇÃO

O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e

resumida do que entendemos por termos da oração.

TERMOS DA ORAÇÃO

Essenciais 1 - Sujeito

2 - Predicado

Integrantes 1 – Complemento verbal

2 – Complemento nominal

3 – Agente da passiva

Acessórios 1 – Adjunto adverbial

2 – Adjunto adnominal

3 – Aposto

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Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões

de provas anteriores!

Texto 1

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que

sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes

relativos exercem a mesma função sintática.

Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes

relativos integram:

(1) [que sinto]

(2) [e que não gosta mais da gente].

O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os

pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de

regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como

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termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (=

aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração

(3) [como se chama o].

O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa”

presente na oração

(4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais].

O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos

termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva

preferencialmente na ordem direta:

(1.1) [sinto aquilo]

(1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente]

Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e

“uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de

objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”.

Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca

examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus

correspondentes semânticos nas orações em que surgem.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido

tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz

termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,

na segunda.

Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto

adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa

ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”.

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Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina

de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal

é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal

“tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse

tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo

verbal é classificado de agente da passiva. Esse termo da oração surge

sempre preposicionado. E no caso em análise, a preposição que o introduz é

justamente a preposição “por”.

Resposta – Item certo.

Texto 2

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual 10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar.

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Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do

mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a

preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de

modo nos períodos em que se insere.

Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No

primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que

comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A

compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período

na forma direta:

O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos

dentro do mato.

Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente

indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por

igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo.

Pode, sem problema algum, ser substituída por igualmente.

Resposta – Item errado.

Texto 3

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

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acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma

verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.

Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração

concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por

exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito

também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta,

então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela.

Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por

sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não

aparece materialmente expresso na mesma oração da qual o verbo “fazem”

é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos”

quem fazem uso dos acentos referidos no texto.

A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como

sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a

presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do

substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar

assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção...

Resposta – Item certo.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

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Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a

3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar

ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no

desenvolvimento do texto.

Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter

nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvêlo.

Isso o faz lembrar algo? Sim, o aposto! Essa é a função sintática do

trecho analisado. Facilitarei um pouco as coisas para você.

Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um

substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:

a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,

escreveu vários livros.

b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.

c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor

salário, assistência médica e redução da carga horária.

d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras

alegres.

e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo

era paixão.

O aposto também pode vir representado por uma oração

(oração subordinada substantiva apositiva).

Só quero uma coisa: que vocês estudem.

Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere

(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da

passiva, etc.).

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Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.

As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das

propriedades.

O aposto especificativo não vem marcado por sinais de

pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,

normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo

comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.

A cidade de Lisboa é linda.

O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.

O mês de maio é o mês das noivas.

Resposta – Item certo.

(...)

19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias

para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir

dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual

22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a

rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de

haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que

25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa

palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um

governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)

Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado

Pred. do Suj.

Suj

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de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1

6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às

estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.

A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego

impessoal do verbo haver na forma “Há”.

B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”

exerce a função de sujeito.

Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em

construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o

primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é,

possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar

com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é

refletida no seu verbo auxiliar.

Existirão oportunidades melhores.

Hão de existir oportunidades melhores.

Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado

sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER

empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também

assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá

invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente.

Haverá oportunidades melhores.

Há de haver oportunidades melhores.

Sujeito

Sujeito Simples

Objeto Direto

Objeto Direto

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A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a

expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo

“faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das

dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal:

“...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...”

Perceba que temos um caso de sujeito composto com três

núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.

Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta.

Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A.

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).

In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.

Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,

está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no

singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(l. 1).

Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser

empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da

oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca

examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU,

primeira pessoa do singular e oculto no período.

Resposta – Item errado.

Sujeito Composto

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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito

de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)

complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).

Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente,

essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele

complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente

deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para

que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você

concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos

o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal

“reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque.

Resposta – Item certo.

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1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”

(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.

Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da

oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa

do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do

processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças.

É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos

diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase,

referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua

indeterminação.

A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o

pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do

sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países

africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação

(Fica-se feliz em ambientes harmoniosos).

Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE,

isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do

verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de

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ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o

sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão

“O consumo das famílias”.

Resposta – Item errado.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na

rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do

número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se

com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de

“elevação” (l. 2).

Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que,

conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que

complementa seu valor semântico classifica-se como complemento

nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”).

Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao

substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou

delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros

adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e

substantivo).

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A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o

CN e não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas

dicas importantes:

I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio

ou adjetivo é CN.

Ela mora perto do curso. (CN)

II. Substantivo concreto não admite CN.

Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)

III. Todo termo que depende de substantivo abstrato

será CN se a preposição não for de.

A alegria na paz é infinita. (CN)

IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado

será CN quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e

será ADJ. ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a

origem do processo).

A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que

a expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).

A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. –

agora, o termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).

Resposta – Item errado.

(...) A democratização no século XX não

se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema

16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as

chamadas sociedades ocidentais.

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Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida

do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a

contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),

deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o

sujeito da oração seja claramente identificado.

Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do

verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à

preposição que o antecede:

“Está na hora de a onça beber água.” (certo)

“Está na hora da onça beber água.” (errado)

Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo

“atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução

adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto

adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há

necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a).

Resposta – Item errado.

(...)

À luz desses entendimentos é que os direitos humanos

13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em

leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,

que traduzem as transformações e os avanços históricos da

16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma

sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e

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contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos

19 de grupos sociais.

Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.

Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).

12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está

flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)

retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).

Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o

pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar

aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 –

“mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem. Res-

posta – Item errado.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

É preciso, portanto, que o espírito da blitz na

19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA

Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,

pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas

22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam

caminhar até o trabalho.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

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13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)

indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito

indeterminado.

Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o

sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo

novamente:

a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja

referência a outro termo anteriormente identificado.

Telefonaram para você.

Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,

intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos

objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na

terceira pessoa do singular:

Ficou-se feliz.

Vive-se bem.

Gosta-se de você.

Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada

– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com

sujeito representado pelo termo “o vinho”).

Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de

ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se

confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de

ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito,

e não parte integrante do verbo.

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Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é

o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no

texto.

Resposta – Item errado.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as

palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto

adverbial de lugar deslocado.

Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a

utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso.

Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de

adjuntos adverbiais.

Lembre-se de que adjunto adverbial denota as

circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o

sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a

forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é

habitualmente desenvolvida pelas pessoas.

Resposta – Item certo.

(...)

A exposição das gestantes à poluição, em especial

16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do

peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes

da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e

19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar

das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias

aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)

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35 O poluente associado à maior

probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono

37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima

incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar

é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos.

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no

interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de

separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma

enumeração.

Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados

pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere

a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos –

enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo

“consequências”

Resposta – Item certo.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro

que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a

função de aposto.

Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a

veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de

“monóxido de carbono”.

Resposta – Item certo.

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1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena

ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada

sempre a construção de uma rede unificada de transportes

4 como a única forma de assegurar a integridade do território.

Toa, foi somente após a Independência que começou a

se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com

7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao

desenvolvimento econômico. Durante os governos do

Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação

10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros

brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de

transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”

indica sujeito indeterminado.

Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar

que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem

determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na

casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um

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obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O

termo sublinhado é o sujeito da locução verbal.

Resposta – Item errado.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está

no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:

“número” (l.10).

Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo

número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central,

nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele

estão seus adjuntos adnominais. Vai aqui outra “colher chá”.

Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve

para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser

expresso por:

a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.

c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.

d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.

e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.

f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe

pelo rosto.

Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado

por mais de um adjunto adnominal:

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.

Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com

predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para

facilitá-lo a distinguir um e outro.

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Núc. do ODNúc. do Suj.

Núc. do ODNúc. do Suj.

Assim como o complemento nominal, o adjunto

adnominal também é parte efetiva do mesmo termo que tem o

substantivo como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome

substantivo e perceber que o adjunto adnominal também desaparece:

O novo método facilitou os alunos despreparados.

Ele facilitou-os.

A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do

objeto:

Sua atitude deixou seus amigos perplexos.

Ela deixou-os perplexos.

Resposta – Item certo.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o

desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”

(l.16).

Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo

que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo

abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente

AA AA AA AA

Suj. OD

AA AA POD

Suj. OD POD

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do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu

complemento.

Resposta – Item certo.

ORAÇÕES

Na segunda parte da aula, darei continuidade ao estudo sobre a

sintaxe da oração e do período, mas agora com o foco voltado para a

relação existente entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos

sobre o que é uma oração e o que é um período. Lembra-se de que iniciei

minhas explicações esclarecendo a diferença entre eles? Se você ainda tem

dúvidas de reconhecê-los, deve reler o que eu disse no princípio. Se

precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos

etc.).

Você perceberá que o Cespe não está dando ênfase às

nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao

período.

De início, você deve observar que as orações surgem

organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou

composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou

uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

Vive-se um momento social delicado.

Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso

em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade

(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

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A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o

verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já

que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,

é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a

coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o

elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras

palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,

adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:

“É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que a

primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo

(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde

está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração

(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque

a frase na ordem direta:

Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:

substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela

oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha

alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de

subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,

tradutor da noção de posição abaixo, dependência.

Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem

articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

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Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)

subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o

significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto

direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações

estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se

à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,

ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

Orações Subordinadas

Substantivas

1 – Subjetiva

2 – Predicativa

3 – Objetiva Direta

4 – Objetiva Indireta

5 – Completiva Nominal

6 – Apositiva

Adverbiais

1 – Causal

2 – Consecutiva

3 – Condicional

4 – Concessiva

5 – Comparativa

6 – Conformativa

7 – Temporal

8 – Proporcional

9 – Final

Adjetivas

1 – Explicativa

2 – Restritiva

Orações Coordenadas

Sindéticas

1 – Aditiva

2 – Adversativa

3 – Alternativa

4 – Conclusiva

5 – Explicativa

Assindéticas

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Passemos aos exercícios.

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

(...)

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece

uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período

em que esse termo se apresenta.

Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este

item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é

frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa (=

que, porque, porquanto) ou conclusiva (= logo, pois, portanto, por

conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso). Na maioria das vezes,

dizemos que ela será explicativa quando surgir antes do verbo da oração a

que pertence e conclusiva quando surgir depois dele e separada por vírgula.

Não está errado; mas não é tudo, já que não devemos analisar uma oração

simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a

relação semântica estabelecida entre ela e outra.

Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção

de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se

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dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias

que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas

estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas

educacionais.

Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é

claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às

conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, toa .

Resposta – Item errado.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. (...)

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de

adjetivo restritivo ao substantivo “estatísticas”, restringindo seu alcance

semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que

se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas.

Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

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novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após

“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.

Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma

característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um

adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do

texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se

separá-la do termo a que se refere pela pontuação.

Resposta – Item certo.

O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde

Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de

fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação

paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito

oficial.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não

representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.

Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,

o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de

locais em que foram verificados problemas.

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Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela

conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com

valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a

causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a

incoerência entre eles.

Resposta – Item certo.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após

“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.

Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a

natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se

autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para

expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”,

representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui,

a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial

dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo

sinal de pontuação.

Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de

vírgulas com orações subordinadas adjetivas.

Resposta – Item certo.

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(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores

16 usuários na construção do plano, mas é importante eles

incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase

de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...)

Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).

25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que

essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de

conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.

Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou

resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do

elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas

consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder-

se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante eles incorporarem

os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da

sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis.

Resposta – Item certo.

1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem

suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público

não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de

4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados

em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade

civil quebra a polaridade entre público e privado.

(...)

Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção

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da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação

Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).

26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a

coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por

qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,

Porquanto, Conquanto.

Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos

misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os

três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações

coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas.

Não existe problema em tais substituições. Toa (e esta é mais uma

conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera

significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir

noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica

concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este

modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas:

conquanto, ainda que, embora.

Resposta – Item errado.

Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade

individual e coletiva, liberdade e solidariedade.

4 A construção do indivíduo é inseparável da

transformação social. A emergência da opinião pública

coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...)

Idem, ibidem.

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27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical

do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a

substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.

Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é

conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia

atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo

explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às

alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva,

liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável

da transformação social.

Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que o

Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os

significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de

confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas.

Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui,

denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se

a “embora”).

Resposta – Item errado.

(...) A partir da

7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e

profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o

constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes

10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio

diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético

e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura

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13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de

literatura e de cultura.

Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa

da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:

Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).

28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do

período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.

13) por que amplia.

Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e

de cultura” encontra-se reduzida: sem conjunção que a introduza e com

verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da preposição “para” pelo

pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar” por “amplia” faz surgir

oração desenvolvida: “...sua literatura representa uma cabal contribuição

que amplia os conceitos de literatura e de cultura”. As duas formas estão

gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a natureza adjetiva

restritiva da primeira.

Resposta – Item certo.

1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,

produz uma nova metafísica da vida humana: alguns

salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de

4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para

efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os

desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão.

Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados

do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.

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29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido

explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo

conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.

Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os

aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o

Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis

significados trazidos por essa conjunção.

O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação

conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a

estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de

natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo

pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original.

Resposta – Item errado.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. (...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de

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Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões

temerárias e causavam grandes fracassos.

Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o

segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos”

exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam reféns de sua própria

coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão

reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal

conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi

simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção

causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito

imperfeito do indicativo).

Resposta – Item certo.

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção

gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula

imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as

informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como

uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.

Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração

adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a

correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança

proposta.

Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda

parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele

que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases:

Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será

homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por

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Oraç. Subord. Adj. Restritivas

Oraç. Subord. Adj. Explicativas

uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que

necessariamente a frase se tornou incoerente.

A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias,

ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com

elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples

exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho.

Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma

viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de

roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido

uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso

não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou

começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz.

Resposta – Item certo.

Saiba mais sobre orações adjetivas.

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as

orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:

restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,

realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.

O homem que luta vence.

O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.

Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a

verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não

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sujeito

sujeito

constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):

nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence

(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não

podem ser separadas do substantivo por vírgulas.

No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico

explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo

a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não

influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas

da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar

alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo.

Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas

apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome

relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome

relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função

sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,

o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele

substitui (o antecedente).

Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver

definitivamente os problemas.

Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os

problemas.]

Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por

um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo

(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são

introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por

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preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,

gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.

Essas são as idéias tão valorizadas por ele.

Via-se um cartaz comunicando a falência.

Nosso argumento foi o primeiro a cair.

(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior

por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:

(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).

Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva

conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem

impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o

cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos

iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva.

Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o

que se declara no período anterior.

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Resposta – Item errado.

(...)

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição,

sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo

melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

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conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),

a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político

e outras formas de poder.

Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e

“da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (=

conforme postulava Aristóteles).

Resposta – Item errado.

Observação – O vocábulo “como” é apelidado de curinga, pois

pode integrar orações que expressam diferentes valores semânticos. A

propósito, vejamos o comportamento dele nas frases em que surge:

1. VERBO: Eu como pouco.

2. ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO: Como vai?

3. ADVÉRBIO DE INTENSIDADE: Como chove!

4. PREPOSIÇÃO ACIDENTAL (por = na qualidade de, com caráter

de): Como professor ele é muito prudente. / É tido como sábio.

5. PALAVRA EXPLICATIVA ( = a saber, assim, isto é): Teve boas notas

em algumas matérias, como em Matemática, Geografia e História.

6. PALAVRA DE REALCE (pode ser retirada da oração, sem prejuízo do

sentido desta): Sentiu um como estalo na cabeça. / Assim é como se

deve falar.

7. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL (= quando, logo que): O

menino, como ouviu isto, levantou e correu!

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8. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL (= porque): Como estivesse

doente, faltou à aula.

9. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: O rapaz era preto como

carvão.

10. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONFORMATIVA (= conforme):

Respondeu como devia.

11. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: Vê como ele canta bem!

/ Aposto como ele virá para o jantar. / Garanto como ele se

apresentará bem.

12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA (= e): “Assim Saul como

eram homens de grandes espíritos”. (Pe. Antônio Vieira)

35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido

conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.

Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação

da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante

disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia

conclusiva, tal como Assim sendo.

Resposta – Item certo.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. (...)

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Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a

expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem

valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma

ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De

modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está

sendo considerado.

Resposta – Item errado.

(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e

“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de

argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do

estatuto que Rousseau confere à linguagem”.

Resposta – Item errado.

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38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original

do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos

pela conjunção coordenativa nem.

Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e

significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada. Res-

posta – Item errado.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após

“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração

subordinada adjetiva explicativa.

Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula

constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo

“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo

não é separada pela vírgula.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só, prezado(a) aluno(a). Sugiro que intensifique os

estudos. Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre

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haverá dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,

principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu

conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor(a) do

TCUU e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o

que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer

mesmo trabalhar no Tribunal, vá em frente!

Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Texto 1

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que

sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes

relativos exercem a mesma função sintática.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido

tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz

termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,

na segunda.

Texto 2

Canção do Ver (fragmento)

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1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do

mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a

preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de

modo nos períodos em que se insere.

Texto 3

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A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma

verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a

3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar

ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no

desenvolvimento do texto.

(...)

19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias

para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir

dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual

22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a

rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de

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haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que

25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa

palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um

governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)

Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado

de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1

6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às

estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.

A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego

impessoal do verbo haver na forma “Há”.

B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”

exerce a função de sujeito.

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).

In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.

Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,

está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no

singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(l. 1).

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

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4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito

de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)

complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”

(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.

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O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na

rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do

número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se

com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de

“elevação” (l. 2).

(...) A democratização no século XX não

se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema

16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as

chamadas sociedades ocidentais.

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida

do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a

contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),

deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o

sujeito da oração seja claramente identificado.

(...)

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À luz desses entendimentos é que os direitos humanos

13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em

leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,

que traduzem as transformações e os avanços históricos da

16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma

sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e

contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 19 de grupos sociais.

Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.

Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).

12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está

flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)

retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA

Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,

pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas

22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam

caminhar até o trabalho.

(...)

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Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)

indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito

indeterminado.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as

palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto

adverbial de lugar deslocado.

(...)

A exposição das gestantes à poluição, em especial

16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do

peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes

da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e

19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar

das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias

aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)

35 O poluente associado à maior

probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono

37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima

incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar

é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos.

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no

interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de

separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma

enumeração.

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16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro

que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a

função de aposto.

1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena

ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada

sempre a construção de uma rede unificada de transportes

4 como a única forma de assegurar a integridade do território.

Toa, foi somente após a Independência que começou a

se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com

7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao

desenvolvimento econômico. Durante os governos do

Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação

10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros

brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de

transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

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17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”

indica sujeito indeterminado.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está

no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:

“número” (l.10).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o

desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”

(l.16).

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

(...)

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece

uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período

em que esse termo se apresenta.

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1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. (...)

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após

“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.

O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde

Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de

fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação

paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito

oficial.

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Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não

representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.

Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,

o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de

locais em que foram verificados problemas.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após

“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.

(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores

16 usuários na construção do plano, mas é importante eles

incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase

de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...)

Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).

25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que

essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de

conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.

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1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem

suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público

não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de

4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados

em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade

civil quebra a polaridade entre público e privado.

(...)

Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção

da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação

Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).

26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a

coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por

qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,

Porquanto, Conquanto.

Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade

individual e coletiva, liberdade e solidariedade.

4 A construção do indivíduo é inseparável da

transformação social. A emergência da opinião pública

coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...)

Idem, ibidem.

27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical

do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a

substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.

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(...) A partir da

7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e

profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o

constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes

10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio

diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético

e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura

13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de

literatura e de cultura.

Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa

da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:

Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).

28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do

período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.

13) por que amplia.

1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,

produz uma nova metafísica da vida humana: alguns

salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de

4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para

efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os

desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão.

Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados

do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.

29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido

explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo

conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.

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1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. (...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de

Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões

temerárias e causavam grandes fracassos.

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção

gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula

imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as

informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como

uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.

(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

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10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior

por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:

(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).

(...)

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

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com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),

a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político

e outras formas de poder.

35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido

conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. (...)

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

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36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a

expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e

“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original

do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos

pela conjunção coordenativa nem.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

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39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após

“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração

subordinada adjetiva explicativa.

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GABARITO

1. Item errado

2. Item certo

3. Item errado

4. Item certo

5. Item certo

6. B

7. Item errado

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item errado

14. Item certo

15. Item certo

16. Item certo

17. Item errado

18. Item certo

19. Item certo

20. Item errado

21. Item errado

22. Item certo

23. Item certo

24. Item certo

25. Item certo

26. Item errado

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item certo

31. Item certo

32. Item errado

33. Item errado

34. Item errado

35. Item certo

36. Item errado

37. Item errado

38. Item errado

39. Item certo

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Seja bem-vindo(a) à última aula deste curso preparatório para o

concurso do TCU.

Hoje vamos tratar de dois assuntos importantes e relacionados

no edital do seu concurso: pontuação e concordância.

O uso adequado dos sinais de pontuação é extremamente

relevante para o significado de uma frase. Quem acompanha as provas

elaboradas pelo Cespe já deve ter percebido o quanto essa banca

examinadora explora esse assunto, principalmente o que diz respeito ao uso

da vírgula. É compreensível que seja assim, pois o uso da vírgula requer

atenção especial, em virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos.

Para você ter apenas uma ideia do que isso significa, leia alguns exemplos

extraídos da campanha dos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa

(ABI):

1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

– Não, espere.

– Não espere.

2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.

– R$ 23,4.

– R$ 2,34.

3 – Pode ser autoritária.

– Aceito, obrigado.

– Aceito obrigado.

4 – Pode criar heróis.

– Isso só, ele resolve.

– Isso só ele resolve.

5 – E vilões.

– Esse, juiz, é corrupto.

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– Esse juiz é corrupto.

6 – Ela pode ser a solução.

– Vamos perder, nada foi resolvido.

– Vamos perder nada, foi resolvido.

7 – A vírgula muda uma opinião.

– Não queremos saber.

– Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da

sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE

QUATRO À SUA PROCURA.

Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de

MULHER.

Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente

uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode

ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina

Isabella Nardoni:

O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina Isabella

Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta (30/04) ao

promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a menina foi espancada

e morta pelo pai, Alexandre e pela madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O

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principal motivo, segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação

do crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos. Familiares,

vizinhos e importantes testemunhas revelaram a conturbada vida conjugal

de Alexandre e Anna Carolina. (Correio Brasiliense, 30/04/2008 – internet).

A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado

pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da

conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,

Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma

explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria

vir ente vírgulas.

Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior

frequência nas provas de concurso, convém atentarmos para todos os outros

que o Cespe costuma abordar em suas provas. Faremos isso resolvendo as

questões abaixo.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após

“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função

gramatical.

Comentário – Muitos candidatos (e até alguns professores) erraram essa

questão porque confundiram função gramatical com classe gramatical.

Realmente, a classe gramatical das palavras diz respeito ao campo de

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estudo da morfologia (substantivo, adjetivo, verbo etc.), e não à área de

atuação da sintaxe (sujeito, adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.), e a

vírgula não se presta, rigorosamente, a separar elementos de mesma classe

gramatical. Mas acontece que dizer “função gramatical” é o mesmo que dizer

função sintática.

No item sob análise, as vírgulas separam elementos (“dos

alunos”, “dos pais”) que funcionam como objetos indiretos da forma verbal

“recebem”.

Resposta – Item certo.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse

Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da

7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.

E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao

consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas

10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,

diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

Comentário – O que temos na passagem sob análise (“que apontam para

uma taxa de desocupação em torno de 9%”) é, na verdade, uma oração

subordinada adjetiva restritiva. Isso pode ser percebido não só pelo seu

valor semântico – que restringe o substantivo “estatísticas” –, mas também

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pela ausência de vírgulas antecedendo o pronome relativo. Caso a oração

destacada fosse de natureza explicativa, deveria ser delimitada pela vírgula.

Resposta – Item errado.

3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após

“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.

Comentário – O termo “diretor do SEBRAE Nacional” nos explica quem é

“Luiz Carlos Barbosa”, servindo como aposto explicativo. Esse tipo de termo

deve surgir obrigatoriamente isolado do restante do texto.

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo

quanto à correção gramatical.

Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos

chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições

municipais de 2008.

Comentário – Observe que, quanto à regência, o verbo “entregaram” é

transitivo direto e indireto. O objeto direto é representado pelas expressões

“seus ouvidos” e “os seus votos”. As vírgulas que surgem entre ele foram

convenientemente empregadas para isolar termo intercalado. O objeto

indireto é representado pela expressão “aos chefetes locais”. A vírgula que

surge antes dele está empregada incorretamente. Não se deve separar o

verbo do seu complemento por meio da pontuação.

Resposta – Item errado.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

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os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de

vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por

isolar expressões de natureza apositiva.

Comentário – Não há aposto no segmento de texto indicado pela banca

examinadora. As vírgulas foram empregadas para separar elementos de

mesma natureza sintática dispostos coordenadamente.

Resposta – Item errado.

(...) Ela se alimenta,

também, dos consensos que consegue estabelecer sobre

7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam

precisamente que o país adote uma rota de crescimento

econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à 10 liberdade.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após

“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função

gramatical componentes de uma enumeração.

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Comentário – Os termos “crescimento econômico”, “desenvolvimento

social” e “pleno respeito à liberdade” funcionam como adjunto adnominal do

substantivo “rota” e estão coordenados entre si.

Resposta. Item certo.

(...)

Em seu clássico A Metodologia da Ciência

Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência 10 econômica e economia política. A primeira seria formada por

hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por

prescrições baseadas em juízos de valor.

Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)

7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão

“seria formada” (l. 10).

Comentário – Entre as finalidades da vírgula, está a que indica a omissão

do verbo. Foi isso que aconteceu na passagem em análise. Observe como

ficaria a mesma passagem se optássemos por escrever a locução verbal: A

primeira seria formada por hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a

segunda seria formada por prescrições baseadas em juízos de valor. Res-

posta – Item certo

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

(...)

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Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta

à principal.

Comentário – De fato, a oração “Quando se trata de crescimento

sustentado” é subordinada à oração principal “a teoria econômica indica” e

classifica-se como adverbial temporal. Sua antecipação torna obrigatório o

emprego da vírgula.

Resposta – Item certo.

Breve histórico

1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que 4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula

antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva

que esse pronome introduz.

Comentário – Lembre-se de que orações subordinadas adjetivas restritivas

não são isoladas de suas orações principais por vírgula ou por qualquer

outro sinal de pontuação. Na verdade, a oração destacada tem claro valor

semântico explicativo, o qual justifica o emprego da vírgula antes do

pronome relativo “que”.

Resposta – Item errado.

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A montanha mágica

(...)

A Montanha Mágica é um romance muito antigo. Mas,

sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora viva

que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego

da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).

Comentário – A oração iniciada pela conjunção adversativa “Mas” (“Mas é

atual”) encontra-se intercalada por uma oração reduzida de gerúndio

(“sendo antigo) e também por um adjunto adverbial (“de repente”). Uma

das funções da vírgula é justamente delimitar, obrigatoriamente,

intercalação de orações.

Resposta – Item errado.

(...)

Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no

10 segundo ano de administração a equidade que torna o

imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em

1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora

13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para

corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à

arrecadação.

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Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de

vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção

gramatical nem alteraria o sentido original do texto.

Comentário – A vírgula depois de “equidade” transformaria a oração

adjetiva restritiva em explicativa. Isso não causaria incorreção gramatical;

mas alteraria o sentido original do texto. Com a vírgula, a oração “que torna

o imposto suportável” deixa de particularizar o significado de “equidade” e o

generaliza. Com a vírgula, a informação é a de que toda e qualquer

equidade torna o imposto suportável.

Resposta – Item errado.

1 A questão mais importante para entender a reforma

tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um

projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões

4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no

Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação

aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo

7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar

política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos

de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em

que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição

gramatical e preserva o sentido original.

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A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber

por que a estamos propondo. (l.1-2)

B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das

discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada

no Brasil. (l.2-5)

C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos

anteriores. (l.5-6)

D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,

importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.

(l.6-8)

Comentário – Alternativa A: o sujeito da locução “é saber” é toda a

expressão “A questão mais importante para entender a reforma tributária”.

Ambos (sujeito e locução verbal) foram indevidamente fragmentados pelas

vírgulas.

Alternativa B: a primeira vírgula serviu para isolar a oração

“que sai do nada” e imprimir a ela um caráter explicativo, diferente do

sentido restritivo original. Além disso, a terceira vírgula separou

indevidamente o verbo “herda” do seu complemento “das discussões

realizadas sobre o tema”. A última não gera problemas ao texto, pois isola

segmento de caráter adverbial (mesmo estando no final do período, é

possível que venha depois de vírgula).

Alternativa C: O vocábulo “Naturalmente” funciona como

adjunto adverbial. Sua antecipação recomenda o emprego da vírgula, que

pode até ser dispensado quando o adjunto adverbial é pequeno e não

constitui uma oração. É por isso que no original ele não surgiu isolado.

Alternativa D: a primeira vírgula separou o nome “modelo”

do seu adjunto “importante”, o que não deve ocorrer. A segunda separou

indevidamente o verbo “viabilizar” do seu objeto: “sua implantação”. Que

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fique bem claro que a vírgula não deve separar o nome do adjunto nem do

complemento, e nem o verbo do seu objeto.

Resposta – C

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia.

(...)

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações

semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção

gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que

a precede.

Comentário – Para confirmar a veracidade do que a banca alega, sugiro

reescrever a passagem já com as alterações.

Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está

vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo

em face da Idade Antiga e Média: a própria ideia de

democracia.

Verifica-se, assim, que a retirada da expressão “a saber” e

da vírgula não prejudica o texto em nada. Lembre-se de que a vírgula é

empregada para separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;

isto é; ou seja; a saber etc.). Uma vez que a expressão “a saber” foi

eliminada do trecho, perdeu a vírgula sua finalidade.

Resposta – Item certo.

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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal

de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula

para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do

texto.

Comentário – O segmento “não adianta debater uma agenda mirabolante,

com 40 ou 50 temas” tem caráter esclarecedor e conclui o que foi dito

anteriormente. O emprego do ponto final, com o devido ajuste, indica uma

pausa mais longa entre as frases. Eis a reescritura sugerida pela banca

examinadora: Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco. Não adianta

debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

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7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção

gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra

“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da

letra inicial maiúscula da preposição “De”.

Comentário – Vamos fazer o que o examinador disse: “De um lado, a

sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da espécie:

de outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade”. O

que você achou? Ficou esquisito, não é mesmo?

O segmento anunciado pelos dois-pontos não constitui uma

citação – Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem

ao Pai senão por mim”. (João 14:6) –, não se caracteriza por ser o discurso

direto de um personagem:

Sempre que o professor entra em sala ele diz:

– Essa moleza vai acabar.

–, não é uma enumeração – A dupla articulação da linguagem

caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação. – e não esclarece

ou explica foi dito anteriormente – Todos já sabiam: ele não seria eleito. –,

não é uma oração subordinada substantiva apositiva – Só espero uma

coisa: que você estude.

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No mesmo parágrafo, o ponto no final de cada período é

mesmo indicado para exprimir uma pausa mais longa entre as frases. Res-

posta – Item errado.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por pon-

toevírgula.

Comentário – A vírgula empregada imediatamente após o vocábulo

“modismo” serve para destacar a oração reduzida de particípio “Obcecados

por conveniência, velocidade e modismos”, que surgiu antecipada. O

emprego do ponto e vírgula faria surgir leve desvio gramatical, por separar

incorretamente a oração subordinada de sua principal. Releia as orientações

sobre os casos recomendados de emprego do ponto e vírgula.

Resposta – Item errado.

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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e

vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.

Comentário – As orações “concluir a união aduaneira”, “eliminar barreiras

jurídicas e monetárias” e “facilitar os negócios entre as empresas dos

países-membros” constituem enumeração das “prioridades”.

Resposta – Item certo.

(...)

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-

cio

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

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nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,

no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar

claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do

período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é

sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).

Comentário – Eis o último período sintático do texto: “Modernidade, para

os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e

democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o

controle nacional das decisões econômicas”.

A clareza a que a banca examinadora se refere tem a ver

com os termos que já estão separados pelas vírgulas. Como elas já foram

utilizadas para marcar o isolamento de termos internos pertencentes a um

mesmo segmento (“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema

judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça”), o sinal

de ponto e vírgula serviu para acentuar a relação existente entre as orações

coordenadas constituídas por “é sistema”, “são instituições”, “é o controle” e

o sujeito delas: “Modernidade”.

Repare que a clareza das relações sintático-semânticas não

seria acentuada se, em todo o período, fossem utilizadas apenas vírgulas:

“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com

aplicação rápida e democrática da justiça, são instituições públicas sólidas e

eficazes, é o controle nacional das decisões econômicas”.

Resposta – Item certo.

(...) Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

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contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de

ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a

hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de

vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.

Comentário – Você deve notar que o Cespe explora frequentemente a

utilização de ponto e vírgula e de travessões para acentuar a hierarquia de

informações constantes num período, principalmente quando há elementos

intercalados e já separados por vírgulas. Realmente, em casos semelhantes,

a utilização de travessão e de ponto e vírgula torna as relações sintáticas

mais claras.

Resposta – Item certo.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

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Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)

pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra

minúscula.

Comentário – A informação contida no fragmento textual “Foi ela que nos

viciou na vida de tempo real, nos supermercados 24 horas, no acesso à

informação farta, exata e imediata” fornece-nos o esclarecimento, a

explicação ou conclusão do que foi dito no período anterior. Não há,

portanto, prejuízo para a coerência da argumentação nem para a correção

gramatical ao empregar os dois pontos em substituição ao ponto, o qual faz

surgir uma pausa maior entre os dois períodos.

Resposta – Item certo.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos

é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.

Comentário – O segmento “recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor

e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas” esclarece quais são

as quatro frentes de avaliação dos professores.

Resposta – Item certo.

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(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na

linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a

pergunta proposta pela sociologia.

Comentário – Volte ao item IV e confirme que os dois pontos servem para

esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. No texto, eles introduzem a

indagação da sociologia a respeito da concepção com que ela trabalha. Res-

posta – Item certo.

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

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(...)

Machado de Assis. A Semana. Obra completa,

v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8

forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.

Comentário – Que tal reescrevermos a passagem de acordo com o que a

prova propõe?

Não pegou bem, ou porque a porcentagem era pequena, ou

porque a planta não tinha força bastante.

Tanto os travessões como as vírgulas podem ser

empregados para isolar palavras, expressões explicativas, frases

intercaladas.

Resposta – Item errado.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam–

se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais

de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.

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Comentário – Diante de questões que tratam de reescritura de fragmentos

de textos com substituições indicadas pela banca examinadora, minha

opinião é que você seja cauteloso, “arregace as mangas” e faça o que é

proposto, se não tiver certeza imediata da resposta.

“É o segundo país com mais 7 usuários online no mundo,

cerca de 162 milhões, atrás apenas dos Estados Unidos da

América (EUA), onde há quase 200 milhões.”

Percebeu que a expressão “cerca de 162 milhões”,

inicialmente entre travessões e agora entre vírgulas, possui caráter

explicativo? A vírgula e os travessões podem ser empregados com a

finalidade de isolar expressões dessa natureza.

Resposta – Item certo.

1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de

4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a

educação. Convencidos disso, empresas e governos estão

10 bombardeando a população com campanhas de

conscientização — e multas, quando só as advertências não

funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de

13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade

brasileira veio para ficar.

(...)

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Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”

torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de

enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de

pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.

Comentário – A retirada do travessão prejudicaria a coerência do texto.

Note: “Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a

população com campanhas de conscientização e multas, quando só as

advertências não funcionarem”. Sem a devida pontuação, informa-se que o

bombardeio é com campanhas de conscientização e multas – noção de

concomitância –, o que não é verdade. O texto afirma que “A saída é a

educação”; as multas ocorrem somente se “as advertências não

funcionarem” – elas são uma consequência, uma atitude extrema. Resposta

– Item errado.

(...)

7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

sol, da lua, no céu — estão intimamente associados

10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os

corpos, de espaço e de tempo.

(...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,

nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também

poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não

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deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da

enumeração já separados por vírgulas.

Comentário – A afirmação está correta. Para isolar palavras, expressões

explicativas, frases intercaladas, você pode utilizar tanto travessões quanto

vírgulas, e até parêntese.

Quero que você perceba que os travessões podem

conferir mais clareza à frase, principalmente quando o segmento isolado

já contém termos separados por vírgulas. Compare o texto original com a

reescritura abaixo, em que foram utilizadas vírgulas no lugar dos travessões.

“No estado de repouso e de movimento dos objetos, esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

sol, da lua, no céu, estão intimamente associados os

conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os corpos,

de espaço e de tempo.”

Dessa forma, a hierarquia de informações não é ressaltada.

O Cespe gosta de explorar essa relação. Fique atento.

Resposta – Item certo.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta

erro de pontuação.

A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,

por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.

Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,

conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional

Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

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B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH

(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi

solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis

meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.

C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio

eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que

poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)

que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.

D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver

acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos

montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que

não estão acostumados a lidar com computador.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

Comentário – Na alternativa A, a primeira vírgula foi empregada para isolar

adjunto adverbial antecipado – “Pela primeira vez”. A segunda e a terceira

foram usadas para isolar adjunto adverbial (“por meio da Internet”) que se

intercala entre o verbo e o seu complemento. No segundo período, as

vírgulas também foram utilizadas corretamente: para isolar o segmento

“Disponível no período de 1º a 30 de novembro”, de valor semântico

explicativo e deslocado, e para isolar oração subordinada adjetiva explicativa

(“conhecida por Orçamento Participativo Digital”).

Na alternativa B, os parênteses foram convenientemente

usados para isolar termo que funcionam como aposto. Dentro deles, as

vírgulas foram empregadas para separar termos que desempenham a

mesma função sintática ou gramatical. A vírgula que se segue ao último

parêntese não é obrigatória, por separar oração coordenada sindética aditiva

cujo sujeito é igual ao da oração anterior. Ressalte-se que, embora

dispensável, o emprego dela não constitui erro de pontuação e ocorreu por

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motivo de ênfase. O termo “Fernando Pimentel” é aposto explicativo e deve,

por isso mesmo, ser obrigatoriamente delimitado por meio da pontuação.

Em seguida, houve o isolamento do adjunto adverbial “há cerca de seis

meses”. Por último, há a separação de outro aposto: “Armando Pinheiro

Lago”.

Na alternativa C, os parênteses destacam segmento de valor

semântico explicativo; a vírgula, oração subordinada adjetiva explicativa. O

surgimento de expressão de caráter explicativo dentro da oração adjetiva

torna obrigatório o isolamento daquela.

Na alternativa D, o emprego da primeira vírgula ocorre para

isolar oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo (“Para votar”). Já a

segunda vírgula não deveria ser usada, pois separa o agente da passiva

(“pela BH”), o que é proibido. Ela deveria ser deslocada para antes

do pronome relativo “onde”, que inicia oração subordinada adjetiva explic-

ativa. Resposta – D

O real não é constituído 1 por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,

costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma

7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um

nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo

menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em 10 nossa experiência.

(...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

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28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os

parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição

por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.

Comentário – A informação referida, “sejam elas naturais ou humanas”,

possui no contexto valor semântico explicativo, por isso surgiu isolada pelos

parênteses. Que não restem dúvidas de que os parênteses, os travessões e

as vírgulas podem isolar termos e orações intercaladas de natureza

semântica explicativa.

Resposta – Item certo.

1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de

aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de

teóricos (...). Precisamos de moços pesquisadores que vão à

4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse

povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo

progresso invasor (...).” (...)

Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.

29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se

por isolar uma citação.

Comentário – O fragmento textual entre aspas indica as palavras de Mário

de Andrade transcritas pela autora do texto.

Resposta – Item certo.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

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10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das

linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual

desses termos.

Comentário – Leia o trecho e verifique que nele as palavras destacadas não

possuem sentido irônico, não constituem citações, neologismos,

estrangeirismos nem dão títulos a obras artísticas ou científicas. Na verdade,

a questão revela outra funcionalidade das aspas: realçar o valor significativo

de palavras no contexto em que se inserem.

Resposta – Item certo.

A partir de agora, nossa aula é sobre sintaxe de concordância.

Essa expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida,

como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o

adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se

referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de

gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,

como concordância nominal.

Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções

envolvendo esse assunto. Aqui, abordarei os casos que frequentemente

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aparecem nas provas do Cespe. Os exercícios de provas anteriores foram

dispostos de tal maneira que você perceberá a evolução da aula.

Comecemos pelos que dizem respeito aos casos gerais de concordância

verbal.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

31. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se

substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e

acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É

isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou”

tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito

era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o

verbo a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocor-

reu. Resposta – Item errado.

32. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de

S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

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O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a

recessão atingir outros países.

Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há

concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a

forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma

correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”.

Resposta – Item errado.

(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

33. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão

de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser

representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a

forma verbal “mostram” está no plural.

Resposta – Item errado.

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(...)

7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política

10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

34. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa

a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural

(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação

popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que

afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender

que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e

racional”.

Resposta – Item errado.

Neste ponto, tem início a abordagem dos casos particulares de

concordância verbal.

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

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sujeito

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

35. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha

1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se

no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(L.1).

Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo

ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no

sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses

verbos no que diz respeito à concordância verbal.

Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o

que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e

pessoa.

Existem bons alunos neste curso.

Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito

anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é

empregado com o sentido de existir.

Há bons alunos neste curso.

Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só

pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não

possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir.

O aluno não teve aula. – conforme a norma culta

Não tem aula. – desvio da norma culta

Não há aula. – conforme a norma culta.

obj. direto

sujeito

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Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi

empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal,

cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo

“vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo.

Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

36. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”

(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção

gramatical do período.

Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.

Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva

analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância

estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo

fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com

“eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz

representar na função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado

(eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural.

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Resposta – Item errado.

(...) Os meus pupilos não são os

31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um

povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das

nações seculares. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

37. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal

“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar

com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.

Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a

ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei

acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira

pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que

funciona sintaticamente como seu sujeito.

A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim

como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância

verbal.

Resposta – Item errado.

7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa

o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos

negócios. (...)

Veja, 20/8/2008 (com adaptações).

38. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto

permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca

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de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os

argumentos.

Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que

a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios

na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no

mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem

fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria

ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo

sítios.

Resposta – Item errado.

(...) Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

39. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal

“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o

pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,

“superfície” (L.22).

Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao

substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o

pronome relativo “que”, representante semântico da expressão “parte do

mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer

também no singular.

Resposta – Item errado.

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(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

40. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (L.13).

Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a

assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de

concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas

evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira

pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente

em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o

verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”,

de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas

gramaticais.

Resposta – Item errado.

(...) O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

(...)

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Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

41. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e

coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída

por existe.

Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo

existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem

sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em

numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a

forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito

daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a

regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o

antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira

pessoa do singular.

Resposta – Item certo.

(...)

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

(...)

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

42. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)

vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”,

semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”.

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Resposta – Item errado.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

43. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).

Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz

passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa

passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é

chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz

passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba

que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da

forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são

substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em

concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para

concordar com todos os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse

rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”.

Resposta – Item certo.

(...)

16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala

mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de

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biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do

19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o

aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;

a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise

22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento

dos preços de alimentos em fundos de hedge.

(...)

O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.

23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).

44. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que

levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em

fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem

manteria a correção gramatical do texto.

Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração

é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles

professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo.

I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na

mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo].

II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o

infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)

Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da

oração anterior, também ocorrerá a flexão.

sujeito

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[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os

problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A

+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem

VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.

As tarefas a serem feitas são essas.

Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o

item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira

pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo

diante da preposição “a”.

A partir de agora, trataremos da concordância nominal.

Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas

recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia

os casos de concordância verbal.

Por isso mesmo, o alcance aqui será menor. Meu intuito não é

derramar sobre você uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas

sim orientá-lo quanto aos prováveis questionamentos sobre concordância

nominal feitos pelo Cespe.

sujeito

Page 390: PORTUGUÊS CESPE

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(...) Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)

O Globo, 18/12/2008.

45. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se

comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em

gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É

possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos

(auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os

verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa,

número, tempo e modo. Exemplos:

Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)

Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)

...[sujeito: as visitas diurnas] ...

[núcleo do sujeito: visitas] ...[visitas:

substantivo feminina plural]

Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)

Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)

...[sujeito: o valor das moedas locais]

Page 391: PORTUGUÊS CESPE

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...[núcleo do sujeito: valor]

...[valor: substantivo masculino singular

Resposta – Item certo.

Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo-

-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis

abaixo outras questões semelhantes.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

46. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de

feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo-

particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo

do sujeito “Toda a questão do conhecimento”.

Resposta – Item errado.

47. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às

exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado

a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.

Page 392: PORTUGUÊS CESPE

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A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme

adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de

ações semelhantes e a multiplicação de processos para

apreciação em todos os níveis de jurisdição.

Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado

nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial.

Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular

para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A

consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”.

Resposta – Item errado.

(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a

7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem

duas premissas. (...)

Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas

para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).

48. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção

gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a

expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.

Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o

verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas

premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal

(verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”)

assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda

em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”,

feminino plural.

Resposta – Item certo.

Page 393: PORTUGUÊS CESPE

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Lembre-se também de que, conforme a regra geral de

concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o

numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero

e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.

1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao

mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao

aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às

ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. (...)

Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).

49. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo

“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do

texto.

Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias”

qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em

gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca

examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de

informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha

argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical

do texto.

Resposta – Item certo.

Art. Adj. Pron. Adj.

Num. Adj.

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(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

50. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um

nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação

que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a

argumentação ou a correção gramatical do texto.

Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o

referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada

semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” –

feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo

gênero e número.

Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela

banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou

milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como

referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é

representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a

expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo

masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo

“atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu,

houve prejuízo.

Resposta – Item errado.

Page 395: PORTUGUÊS CESPE

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(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente

10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo

por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,

a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente.

Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:

L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e

gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).

51. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em

“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.

Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no

singular, independentemente de o termo a que se refere estar no singular ou

no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial

o faz ubíquo”.

É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a

flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância

verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável.

Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos

induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o

emprego da expressão “a olhos vistos”.

Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:

Haja vista o silêncio.

Haja(m) vista os barulhentos.

Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra

“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:

Ela cresce a olhos vistos.

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Ela cresce a olhos vista.

Resposta – Item errado.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas

expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o

sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes

ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,

entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.

É proibido entrada.

Água é bom para a saúde.

Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para

concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.

Elas vinham todas de branco.

CUIDADO! Eles são todo-poderosos.

Elas são todo-poderosas.

Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas

não o primeiro!!!

3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:

a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco

camisas amarelas

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b) se a cor é representada por substantivo, não varia;

sapatos cinza

camisas rosa

c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último

elemento varia;

blusas verde-claras

camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto

fica invariável.

blusas verde-limão

calças azul-piscina

Fiquemos por aqui.Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após

“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função

gramatical.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse

Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da

7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.

E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao

consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas

10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,

diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

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3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após

“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.

4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo

quanto à correção gramatical.

Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos

chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições

municipais de 2008.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse

de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os ho-

mens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de

vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por

isolar expressões de natureza apositiva.

(...) Ela se alimenta,

também, dos consensos que consegue estabelecer sobre

7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam

precisamente que o país adote uma rota de crescimento

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econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à

10 liberdade.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após

“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função

gramatical componentes de uma enumeração.

(...)

Em seu clássico A Metodologia da Ciência

Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência 10 econômica e economia política. A primeira seria formada por

hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por

prescrições baseadas em juízos de valor.

Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)

7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão

“seria formada” (l. 10).

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

(...)

Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).

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8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta

à principal.

Breve histórico

1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que 4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula

antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva

que esse pronome introduz.

A montanha mágica

(...)

A Montanha Mágica é um romance muito antigo. Mas,

sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora viva

que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego

da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).

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(...)

Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no

10 segundo ano de administração a equidade que torna o

imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em

1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora

13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para

corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à

arrecadação.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de

vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção

gramatical nem alteraria o sentido original do texto.

1 A questão mais importante para entender a reforma

tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um

projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões

4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no

Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação

aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo

7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar

política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos

de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

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12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em

que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição

gramatical e preserva o sentido original.

A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber

por que a estamos propondo. (l.1-2)

B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das

discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada

no Brasil. (l.2-5)

C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos

anteriores. (l.5-6)

D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,

importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.

(l.6-8)

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia.

(...)

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações

semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção

gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que

a precede.

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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal

de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula

para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do

texto.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

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15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção

gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra

“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da

letra inicial maiúscula da preposição “De”.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por pon-

toevírgula.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

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Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e

vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.

(...)

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,

no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar

claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do

período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é

sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).

(...) Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

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distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de

ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a

hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de

vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)

pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra

minúscula.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

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dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos

é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na

linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a

pergunta proposta pela sociologia.

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

Page 409: PORTUGUÊS CESPE

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7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

(...)

Machado de Assis. A Semana. Obra completa,

v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8

forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam–

se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais

de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.

1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de 4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

Page 410: PORTUGUÊS CESPE

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entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a

educação. Convencidos disso, empresas e governos estão

10 bombardeando a população com campanhas de

conscientização — e multas, quando só as advertências não

funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de

13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade

brasileira veio para ficar.

(...)

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”

torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de

enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de

pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.

(...)

7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

sol, da lua, no céu — estão intimamente associados

10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os

corpos, de espaço e de tempo.

(...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

Page 411: PORTUGUÊS CESPE

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26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,

nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também

poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não

deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da

enumeração já separados por vírgulas.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta

erro de pontuação.

A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,

por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.

Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,

conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional

Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH

(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi

solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis

meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.

C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio

eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que

poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)

que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.

D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver

acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos

montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que

não estão acostumados a lidar com computador.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

Page 412: PORTUGUÊS CESPE

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O real não é constituído 1 por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,

costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma

7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um

nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo

menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em 10 nossa experiência.

(...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os

parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição

por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.

1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de

aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de

teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à

4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse

povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo

progresso invasor (...).” (...)

Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.

29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se

por isolar uma citação.

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(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das

linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual

desses termos.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

31. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se

substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

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32. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de

S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a

recessão atingir outros países.

(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

33. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

(...)

7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

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expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

34. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa

a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

35. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha

1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se

no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(L.1).

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

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Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

36. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”

(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção

gramatical do período.

(...) Os meus pupilos não são os

31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um

povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das

nações seculares. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

37. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal

“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar

com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.

7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa

o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos

negócios. (...)

Veja, 20/8/2008 (com adaptações).

38. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto

permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca

de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os

argumentos.

(...) Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

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realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode

25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

39. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal

“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o

pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,

“superfície” (L.22).

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

40. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (L.13).

(...) O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

(...)

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

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41. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e

coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída

por existe.

(...)

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

(...)

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

42. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)

vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

43. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).

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(...)

16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala

mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de

biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do

19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o

aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;

a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise

22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento

dos preços de alimentos em fundos de hedge.

(...)

O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.

23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).

44. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que

levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em

fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem

manteria a correção gramatical do texto.

(...) Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)

O Globo, 18/12/2008.

45. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

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1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

46. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de

feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

47. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às

exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado

a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.

A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme

adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de

ações semelhantes e a multiplicação de processos para

apreciação em todos os níveis de jurisdição.

(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a

7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem

duas premissas. (...)

Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas

para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).

48. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção

gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a

expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.

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1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao

mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao

aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às

ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. (...)

Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).

49. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo

“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do

texto.

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

50. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um

nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação

que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a

argumentação ou a correção gramatical do texto.

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(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente

10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo

por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,

a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente.

Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:

L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e

gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).

51. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em

“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.

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GABARITO

1. Item certo

2. Item errado

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item certo

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. C

13. Item certo

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item certo

18. Item certo

19. Item certo

20. Item certo

21. Item certo

22. Item certo

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item certo

27. D

28. Item certo

29. Item certo

30. Item certo

31. Item errado

32. Item errado

33. Item errado

34. Item errado

35. Item errado

36. Item errado

37. Item errado

38. Item errado

39. Item errado

40. Item errado

41. Item certo

42. Item errado

43. Item certo

44. Item certo

45. Item certo

46. Item errado

47. Item errado

48. Item certo

49. Item certo

50. Item errado

51. Item errado