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TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO 1 TRIBUNA DO DIREITO ANO 14 - Nº 166 FEVEREIRO DE 2007 R$ 7,00 13 ANOS Í n d i c e AASP 4 Advocacia 17 À Margem da Lei 30 Cruzadas 30 Cursos 8 Da Redação 3 Direito Imobiliário 6 e 7 Dos Leitores 3 Ementas 24 Gente do Direito 18 Hic et Nunc 14 In Memoriam 14 Lazer 28 a 31 Legislação 22 Marcas e Patentes 9 Nos Tribunais 12 Notas 25 Paulo Bomfim 31 Poesias 29 Seguros 10 Trabalho 26 e 27 Mais os Cadernos de “Livros”, “Jurisprudência” e “Exame de Ordem”. Os bacharéis e a importância dos cursos preparatórios Caderno Exame de Ordem Págs. 20 e 21 Walter Piva Rodrigues comenta a falta de compromisso Caderno de Livros Uma nova lei para tentar acabar com a inadimplência Página 8 Augusto Canuto Uso da súmula já divide os operadores do Direito Página 19 Augusto Canuto Paulo Junqueira, enviado especial AS BELEZAS DE PORTO SEGURO Págs. 28 e 29 O O CNJ em rediscussão Conselho Na- cional de Jus- tiça (CNJ) sur- giu no final de 2004 como a entidade que faria o de- cantado "controle externo" do Judiciário e teria a res- ponsabilidade de moralizar e "desemperrar" a Justiça bra- sileira. Não foi bem isso o que aconteceu. Apesar de ter editado resoluções que me- xeram com a vida jurídica nacional, (como a que com- batia o nepotismo) o "super- órgão" provocou tantas rea- ções e saiu tantas vezes do prumo que já se prega a ne- cessidade de que ele tenha de "voltar aos trilhos". Além disso, criou um novo desvio: a tendência é usar cada vez mais o CNJ em vez dos ca- minhos naturais judiciais e administrativos. Divórcios e separações agora em cartórios Página 23 Divulgação Silmara Chinelato explica os direitos do feto Página 25 STF

Edição Fevereiro 2007 - nº 166

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Edição Fevereiro 2007 - nº 166

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 1FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOANO 14 - Nº 166 FEVEREIRO DE 2007 R$ 7,00

13ANOS

Í n d i c eAASP 4

Advocacia 17

À Margem da Lei 30

Cruzadas 30

Cursos 8

Da Redação 3

Direito Imobiliário 6 e 7

Dos Leitores 3

Ementas 24

Gente do Direito 18

Hic et Nunc 14

In Memoriam 14

Lazer 28 a 31

Legislação 22

Marcas e Patentes 9

Nos Tribunais 12

Notas 25

Paulo Bomfim 31

Poesias 29

Seguros 10

Trabalho 26 e 27

Mais os Cadernos de “Livros”, “Jurisprudência”e “Exame de Ordem”.

Os bacharéis e

a importância

dos cursos

preparatórios

Caderno Exame de Ordem

Págs. 20 e 21

Walter Piva

Rodrigues

comenta a falta

de compromisso

Caderno de Livros

Uma nova lei

para tentar

acabar com a

inadimplência

Página 8

Augusto C

anuto

Uso da súmula

já divide os

operadores

do Direito

Página 19

Augusto C

anuto

Paulo Junqueira, enviado especial

AS BELEZAS DE PORTO SEGUROPágs. 28 e 29

O

O CNJ em rediscussãoConselho Na-cional de Jus-tiça (CNJ) sur-giu no final de2004 como a

entidade que faria o de-cantado "controle externo"do Judiciário e teria a res-ponsabilidade de moralizar e"desemperrar" a Justiça bra-sileira. Não foi bem isso oque aconteceu. Apesar de tereditado resoluções que me-xeram com a vida jurídicanacional, (como a que com-batia o nepotismo) o "super-órgão" provocou tantas rea-ções e saiu tantas vezes doprumo que já se prega a ne-cessidade de que ele tenhade "voltar aos trilhos". Alémdisso, criou um novo desvio:a tendência é usar cada vezmais o CNJ em vez dos ca-minhos naturais judiciais eadministrativos.

Divórcios e

separações

agora em

cartórios

Página 23

Divulgação Silmara

Chinelato

explica os

direitos do feto

Página 25

ST

F

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO2 FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 3FEVEREIRO DE 2007

DA REDAÇÃODOS LEITORES

V

Súmula vinculante

"Sou advogado e leitor assí-duo deste prestigioso periódico,de grande utilidade para a nos-sa classe. Lendo notícia sobrereforma do judiciário, com o títu-lo "Começa a valer a súmula vin-culante" (página 7 do número dejaneiro), verifiquei a referência aduas leis de n°s 5.828 e 6.848.Não se trataria de projetos de lei?É que as leis atuais já estão nacasa dos 11.000. Caso estejacerto, peço que seja menciona-da a correção no próximo núme-ro. Se não estiver certo peçoesclarecimento com relação aessa numeração." José EdmurVianna Coutinho, São Paulo.

N.da R. O leitor tem razão. Opresidente da República sanci-onou o PL 5.828, que trata da in-formatização do processo judi-cial; e o PL 6.648 (e não 6.848,como foi divulgado), que limita aanálise de recursos extraordiná-rios pelo STF a questões de re-percussão geral, consideradasrelevantes para o conjunto dasociedade.

Anuidade OAB-SP

"Gostaria de deixar registradomeu inconformismo com o textoque veio na contracapa do refe-rido carnê.(N.da R.: de anuidadeda OAB-SP). Acho uma ofensa àinteligência dos advogados, poispretende traduzir como benefícioou vantagem, supostas 'qualida-des' do carnê: mais moderno,bonito e leve. Depois, continua otexto: ‘além da nova capa, a partirde agora você tem duas opçõesde pagamento’..., ou seja, talcomo redigido, a 'nova capa' seriaum benefício de mesmo valor dasduas opções de pagamento que,por sinal, representam um decrés-cimo, já que antes haviam quatroopções (bimestral e semestral).Enfim, informações podem e de-vem ser transmitidas aos interes-sados, nunca porém sob a formade marketing ilusório e, data venia,quase infantil. Francamente, po-deríamos passar sem essa."Neusa Maria Candido, advogada,São Paulo. B

árias vezes o "Tribuna"mostrou em suas páginas

que a questão ética é um ver-dadeiro fio de navalha paraqualquer tipo de atividade. Opolêmico supersalários dos ju-ízes é apenas mais um deles. Adecisão do Conselho Nacionalde Justiça, de abrir procedi-mentos administrativos parainvestigar 145 TJs que teriamsalários acima do teto permiti-do, somente colocou um pou-co mais lume nessa fogueira.Muitos órgãos e profissionais,em pronunciamentos corpora-tivistas, saíram a campo paranegar a competência do CNJ noassunto, como se, de repente,fosse o CNJ o "inimigo número1" dos supersalários. Na reali-dade, nunca ninguém colocouem dúvidas o merecimento demuitos operadores do Direito deterem salários dignos e de acor-do com a responsabilidade quelhes é atribuída. Mas, comosempre também se invoca, exis-

No bolso...

te uma linha muita tênue entreo que é legal e o que é ético. Emum país — e não se está com-parando a Magistratura comnenhuma outra categoria —onde os salários e aposentado-rias sempre estão muito aquémdas necessidades, chega a seraviltante saber que alguns con-tracheques venham tão repletosde números antes da vírgula.Até a própria Associação dos Ma-gistrados Brasileiros (AMB) che-

gou a defender a adoção do tetocom uma alegação simples eobjetiva: "porque é moraliza-dor."

Obviamente, que o CNJpode, no máximo, editar nor-mas estabelecendo tetos salari-ais (a decisão de cortar é doSTF), mas aí volta-se a questãoda dicotomia "legal x ético".Alguns operadores, cite-se depassagem da mais alta compe-tência e ocupantes de cargosrelevantes na hierarquia judi-ciária brasileira, já deixaramclaro que vão recorrer à "instân-cia máxima do Judiciário" parafazer valer "direitos e garanti-as". Independentemente do re-sultado das investigações doCNJ, quando normas ferem in-teresses individuais ou corpo-rativos, não se admite que nadaseja feito "ao arrepio da lei". Sefor ao contrário...bem aí a con-versa é outra. B

Fran Augusti

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO4 FEVEREIRO DE 2007

AASP

Conselho Di-retor da Asso-ciação dos Ad-vogados de SãoPaulo mani-

festou aos líderes do Con-gresso repúdio ao Projeto deLei nº 4.734/04, de autoriado Executivo, que tramitaapensado ao PL nº 3.165/04, de autoria do deputadoCosta Ferreira e propõe aalteração do artigo 899 daConsolidação das Leis doTrabalho, elevando o valordos depósitos recursaispara 60 salários mínimosno caso de recurso ordiná-rio, e 100 salários míni-

Entidade condenaalteração na CLT

mos na hipótese de recur-so de revista.

O Conselho entende quea fixação de depósitos(atualmente o equivalente aR$ 21.000,00 e R$ 35.000,00,para recurso ordinário ede revista, respectivamen-te) é exagerada e que essesvalores impedem o princí-pio do duplo grau de jurisdi-ção, atingindo as pequenase médias empresas, empre-gadores domésticos e de-mais empregadores.

A AASP ressaltou, ainda,no documento encami-nhado às lideranças doCongresso que "as empre-

sas de grande porte não te-rão dificuldades em efetu-ar os depósitos, o quemais evidencia a iniqüida-de da medida, violando-seo princípio da isonomia,em detrimento de peque-nas e médias empresas(partes fracas na economiaglobalizada), bem como deempregadores pessoas na-turais, inclusive domésti-cos". Para a associação, aproposta é inconstitucio-nal, por violar os princípiosda isonomia, do contraditó-rio, da ampla defesa, alémde usar o salário mínimocomo indexador. B

O

O ministro do SupremoTribunal Federal, AntonioCezar Peluso (foto), abrirásolenemente o ano culturalda AASP com a palestra"Súmula vinculante e reper-cussão geral", dia 5, às 19 ho-

Inscrições pelo telefone (0xx11) 3291-9200, pelo [email protected]. ou na sede da entidade (Rua ÁlvaresPenteado, 151, 1º andar). B

ras, na sededa entidade(Rua ÁlvaresPenteado, nº151, Capital).Inscriçõesgratuitas.

Outros cursosDias

Separação, divórcio e inventário extrajudiciais12 e 13

12, 13, 14 e 15 Teoria Geral da Responsabilidade Civil

13 Súmula Impeditiva de recurso e súmula vinculante (painel)

14 e 15 A nova execução civil

27 e 28 Audiências no Processo Civil

26, 28, 5/3 e 7/3 Direito Locatício

Ministro abre ano culturalesde 1987, a AASP man-tém um escritório em Bra-

sília para apoio aos advoga-dos associados. Em novembrodo ano passado, o escritóriomudou de endereço e passoua atender em instalações maismodernas e confortáveis, comsala de reuniões, computado-res (banda larga) para acessoà internet, impressoras e fax.

Para dar suporte aos asso-ciados, o escritório AASP deBrasília oferece diversos servi-ços, como cópias de acórdãos,peças processuais, consulta eandamento de processos, pro-tocolos de petições e retiradade certidões, que são realiza-dos no STF, STJ, TST, TRF da1ª Região, TRT da 10ª Região,Tribunal de Justiça do DistritoFederal e dos territórios, naJustiça Federal e nas varas doTrabalho de Brasília; nos Mi-nistérios e na Agência Nacio-

nal de Vigilância Sanitária. Oescritório está localizado emum setor privilegiado para faci-litar o acesso dos advogadosque estão de passagem porBrasília. A nova sede fica pró-xima à Justiça Federal, aos Tri-bunais Superior Eleitoral, Tri-bunal Regional Federal da 1ªRegião, ao Superior TribunalMilitar e ao Conselho Federalda OAB.

Em 2006, o escritório daAASP em Brasília atendeu 3.022associados, que solicitaram 1.380acórdãos, 118 andamentos deprocessos, 131 certidões, 38 de-cisões e 898 peças. Foram efetu-ados também 4.285 protocolosde petições.

O novo endereço: SAS Quadra1, Bloco M - Salas 1.009/1.010 - Edi-fício Libertas (fotos) - Asa Sul, CEP70070-000, telefone (0xx61) 3226-8215, fax (0xx61) 3224-3885, [email protected]. B

D

Apoio em Brasília

Conselho Diretorda AASP solici-

tou à presidente doTribunal Regional Fe-deral da 3ª Região, de-sembargadora DivaPrestes MarcondesMalerbi, a revogaçãoda Resolução n° 54/96, que obriga a auten-ticação das peças queinstruem o agravo deinstrumento, tendoem vista a redação doartigo 365, IV, do Códi-go de Processo Civil,dada pela Lei 11.382/06. B

Autenticaçãoem agravo

O

Conselho Diretorda Associação dos

Advogados de São Pau-lo solicitou à Correge-dora Geral da JustiçaFederal da 3ª Regiãoa alteração das Nor-mas da Corregedoria,a fim de que seja au-torizada carga dosautos para extraçãode cópias, por 45 mi-nutos, nos prazos co-muns. Para a AASP, o

AASP solicitou ao che-fe da Agência Santa

Marina do Instituto Nacio-nal do Seguro Social pro-vidências para melhorar oatendimento prestado poraquela agência ao públicoem geral e aos advogadosem particular. No pedido aentidade denuncia a exis-tência de grandes filas ereclama do tempo excessi-vo para atendimento dosadvogados da área previ-denciária, que são obriga-dos, na maioria das vezes,a comparecer mais de uma

Conselho Diretor daAASP sugeriu ao

Corregedor Geral de Jus-tiça do Estado de SãoPaulo a regulamentaçãoda divulgação do númerode folhas dos processos,bem como a quantidadede volumes dos autos nasintimações oficiais de de-cisões judiciais, para faci-litar o cálculo do valor derecolhimento das taxas.Para a AASP, a divulga-ção dessas informaçõesna própria intimação judi-cial evitaria o desloca-

pedido justifica-sepelo fato de já trami-tar no Congresso o Pro-jeto de Lei n° 855/03,que tem por objetivoessa mesma prerroga-tiva, e também porquea Justiça Estadualnormatizou a questãopor meio do Provimen-to n° 04/2006 do cor-regedor-geral da Jus-tiça do Estado de SãoPaulo. B

vez à agência para soluci-onar os problemas. B

mento dos advogadosaos fóruns e tribunais, di-minuindo o movimentonos cartórios para obten-ção de informações. B

O A O

Em 2006 foram expedi-dos 41.550.444 recortesde intimações dos "Diári-os Oficiais" do Estado, daUnião e do município,abrangendo, além da Ca-pital, 261 comarcas e 47distritos do interior. Houveum aumento de 10,8% emrelação a 2.005 (4.495.056intimações a mais). B

Intimações

A Videoteca da AASP,que possui no acervo2.828 títulos em DVD eVHS, efetuou 9.721 loca-ções em 2006, sendo8.059 para associadosda Capital e 1.662 paraos do interior. B

Videoteca

Carga dos autos Atendimento no INSS Cálculo de taxas

Ilkens Souza

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 5FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO6 FEVEREIRO DE 2007

DIREITO IMOBILIÁRIO

*Por problemas de saúde, o advoga-do J. Nascimento Franco, colabora-dor efetivo desta coluna, encontra-se momentaneamente afastado desuas atividades. O autor é advogadoe ex-presidente do Instituto dos Ad-vogados de São Paulo (Iasp).

NELSON KOJRANSKI*

Incorporador x consumidor hipossuficiente

urante o períodoem que a Lei deCondomínio eIncorporação(Lei nº 4.591, de

16/12/1964) conviveu com ele-vados e imprevisíveis índices deinflação, os incorporadorescondominiais, em regra, prefe-riam contratar a construçãopelo regime do chamado "preçode custo" (artigo 58). E, quan-do por exigência do mercado,se submetiam ao regime deempreitada (artigo 55), estabe-leciam margens garantidoras desegurança (preço acima dousual, além dos coeficientes dereajustamento), como proteçãodo custo indeterminado daconstrução. E claro, também desua lucratividade.

Fosse qual fosse o regime daconstrução, os compradores,freqüentemente, eram surpre-endidos com reajustes insupor-táveis das parcelas, propician-do prejudicial rescisão dos con-tratos de aquisição dos imóveispara entrega futura.

A edição do Código de Defe-sa do Consumidor (Lei nº 8.078,de 11/9/1990) teve a virtude deestancar a insegurança contra-tual do comprador, ao equipa-rá-lo a "consumidor final". Peloartigo 53, ficou facultado aosconsumidores o direito de plei-tear a resolução do contrato e arestituição de todos os valorespagos, deduzidas apenas asdespesas efetuadas pelos incor-poradores (fornecedores). Paratanto, bastava a alegação de queas cláusulas contratuais eramabusivas. E, por serem abusi-vas, implicavam em onerosida-de excessiva, a ponto de invia-bilizar o compromissário-com-

D

prador de dar cumprimento àobrigação, por estar desprovi-do de condições financeirascompatíveis. Numa palavra,bastava a alegação de ser "hi-possuficiente".

Esclarece André Gustavo C.de Andrade que, segundo os lé-xicos (Aurélio e Houaiss), hipos-suficiente é a pessoa economi-camente fraca. Mas, no contex-to do artigo 6º, VIII, do CDC,hipossuficiente é, genericamen-te, o consumidor que se encon-tra, concretamente, em posiçãode manifesta inferioridade pe-rante o fornecedor. Vale dizerque, numa concepção amplís-sima, pobre ou rico, culto ouinculto, o que importa é que“em relação a um dado forne-cedor, estivesse em posição dedesvantagem no que se refere àdemonstração do alegado direi-to.” (Revista de Direito do Con-

sumidor, R.T., nº 48, página90). Restou, assim, abandona-do o primitivo e restrito concei-to de carência econômica, quecedeu lugar ao de "flagrante de-sequilíbrio" da relação entreconsumidor e fornecedor.Numa palavra, conjugando oampliado conceito de "hipossu-ficiente" com o princípio da "in-versão do ônus da prova", tor-nou-se difícil, muito difícil, aosincorporadores a comprovaçãode eventual má-fé dos compra-dores-consumidores, quando seapóiam no artigo 53 do CDC,para mascarar o efetivo arrepen-dimento do compromisso deaquisição.

Com efeito, a jurisprudência,a partir do Superior Tribunal deJustiça, aplaudiu, sem dissonân-cia, a referida norma do CDC,reconhecendo, todavia, a neces-sidade de fixar percentual a serretido pelo credor, para ressar-

cimento das despesas de publi-cidade, corretagem, elaboraçãode contratos, impostos, recoloca-ção no mercado, etc. (RESP158.193/AM, ministro Antônio dePádua Ribeiro, RESP 109.961/RSe 403.189-DF, ministro AldirPassarinho Júnior). As mais re-centes decisões apenas alteraramo valor retido do percentual, quepassou de 10% ao atual 25%(RESP 129.328/DF, ministro Al-dir Passarinho, EREESP 59.870/SP, mininistro Barros Monteiro),na seqüência de outros preceden-tes (RT. 836/126).

O Código de Defesa do Con-sumidor já foi definido por umdos seus criadores (José Geral-do Brito Filomeno), que nãoconstitui panacéia para todosos males. De fato, o comprador-consumidor atual (de medianacultura), que aceita o compro-misso de adquirir um imóvel, alongo prazo, mediante preçoreajustável (em tempos de infla-ção controlada e coeficientesprefixados), acrescido de juroslegais, não pode invocar preten-sa hipossuficiência (quer deordem econômica, quer técni-ca) para encobrir mero arrepen-dimento. Este inexistente hipos-suficiente merece punição, depreferência a penalidade con-tratualmente convencionada,se e quando o incorporador

consegue desvendar sua preten-são maliciosa. A segurança ju-rídica contratual que deve pro-teger o consumidor (parte maisfraca), também há de protegero incorporador. É o que reco-menda a isonomia.

Diante desse cenário desfa-vorável, os incorporadores mo-dernos encontraram refúgio naalienação fiduciária do imóvel,especificamente regulada pelaLei nº 9.514, de 20/11/1997, cujoartigo 22 ressuscitou antiga for-ma de garantia (fiducia), medi-ante "a transferência ao credor,ou fiduciário, da propriedaderesolúvel de coisa imóvel". Tra-ta-se de garantia de pagamentodas prestações, como se verificanos contratos de hipoteca. Adiferença é que, na hipoteca, odevedor continua detendo apropriedade plena (artigo 1.228,CC). Apenas vincula o imóvel(garantia real) à obrigação depagar a dívida, continuando ti-tular do domínio e da posse,enquanto que, na alienação fi-duciária, o devedor (fiduciante)transfere ao credor (fiduciário)a propriedade, em garantia deseu crédito, que passa a se cha-mar de "propriedade fiduciária".

A "propriedade fiduciária"pode ser entendida como "nova"modalidade do gênero "propri-edade", por se apresentar desfi-gurada do modelo clássico (vemdesfalcada da posse direta e apropriedade é transitória, istoé, resolúvel). Mas, sem dúvida,se trata de "direito real sobrecoisa alheia", onde não existe arelação de consumo. Isto por-que, como vem claramente es-clarecido no acórdão, relatadopelo desembargador OldemarAzevedo, na Apelação nº400.962-4/0-00, julgada pela 5ªCâmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça de São Pau-lo (JTJ-Lex 301/43), "o procedi-mento visa resguardar ao fidu-ciário um meio ágil para a sa-tisfação do seu crédito, nãoimpedindo o acesso do devedorao Judiciário".

A "agilidade", a que se refe-re o citado acórdão, diz respei-to ao direito compulsório docredor (fiduciário ou o cessio-nário do crédito), uma vez con-solidada a propriedade emseu nome, de ter de promoverpúblico leilão para alienação doimóvel, independentemente deprévia autorização judicial. Écomo também permitem o arti-go 63, §1º, da Lei nº 4.591/64(Condomínio e Incorporação)e o artigo 32 do Decreto-Lei nº70/66 (imóveis adquiridos peloSFH), além de outros casos.Salta, assim, aos olhos a prefe-rência dos incorporadores pelaadoção da "alienação fiduciá-ria", em garantia do recebimen-to do seu crédito. É que, nestecaso, não se vislumbra relaçãode consumo e uma vez carac-terizada a mora (via extrajudi-cial) a execução por meio deleilão, também é extrajudicial.E rápida.

Por isso, tudo leva a crer quea clássica hipoteca deverá sergradualmente esquecida. E otradicional compromisso de ven-da e compra apenas será útil,enquanto não for outorgada aconseqüente escritura de vendae compra, uma vez expedido oaguardado "habite-se". B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 7FEVEREIRO DE 2007

DIREITO IMOBILIÁRIO

Terceira Turma do STJnegou, por unanimida-

de, recurso do CondomínioEdifício Márcia, prédio co-mercial de Brasília (DF),que pretendia cobrar judici-almente 20 anos de taxasde condomínio não pagas deum imóvel arrematado pelaRio das Pedras Empreendi-mentos, Serviços e Partici-pações Ltda.. De acordocom a Turma, a pretensãodo condomínio viola o prin-cípio da boa-fé e da confian-ça, já que não cobrou o con-

Quem paga astaxas atrasadas?A

domínio do devedor original.O TJ-DFT considerou

que o arrematante é res-ponsável pelas parcelas decondomínio não pagas deimóvel arrematado, masressaltou que neste caso acobrança constituiria umabuso de direito e violaçãodos princípios da boa-fé econfiança, já que durante20 anos o Condomínio Már-cia não cobrou a dívida doantigo proprietário. No STJ,o entendimento foi manti-do. (RESP 820884). B

Ação renovatóriapor meio de ação renovató-ria que o locador deve soli-

citar revisão de contrato, Comesse entendimento, a SextaTurma do STJ negou, por una-nimidade, recurso da PlayarteCinemas Ltda. contra o Shop-ping Center Iguatemi de SãoPaulo, que conseguiu a revisãodo contrato de aluguel com a

empresa. O contrato de locaçãocelebrado entre o shopping e aPlayarte, em agosto de 1996, ti-nha vigência até setembro de2006 e determinava aluguelmensal de R$ 30 mil, corres-pondente ao valor mínimo dofundo promocional, taxa de ad-ministração, despesas promoci-onais e aluguel. Entretanto, de

acordo com o laudo pericial, oaluguel deveria estar em tornode de R$ 33.468,00.

O shopping entrou com açãorevisional pleiteando a revisãodas cláusulas do contrato, mas oprocesso foi extinto pelo fato deo 2º TAC-SP ter entendido serincabível. O Shopping Iguatemipropôs ação renovatória pre-tendendo a revisão do valor docontrato. O pedido foi aceito.

A Playarte Cinemas recor-reu ao STJ argumentando que

o locador não poderia propornova ação judicial pelo fato dejá ter proposto outra idêntica,que fora extinta sem julgamen-to de mérito. De acordo com oministro-relator, Hamilton Car-valhido, a nova ação renovató-ria contra a Playarte, pleitean-do a revisão do valor, está deacordo com a lei. Segundo o mi-nistro, a ação não é idêntica,pois a primeira foi revisional e asegunda renovatória. (RESP712755). B

É

compra de imóvel após aedição dos Decretos Esta-

duais 10.251/77 e 19.448/82,que delimitavam a área de umparque na Serra do Mar, emSão Paulo, e restringiram o usodo local, não gera direito a in-denização. A decisão é da Pri-meira Seção do STJ ao acolherrecurso da Fazenda de SãoPaulo contra sentença da Pri-meira Turma, que havia garan-tido o pagamento de indeniza-ção aos proprietários de umimóvel no parque.

De acordo com a Turma, ofato de o imóvel ter sido adquiri-do após os decretos não excluio direito à indenização. Entre-tanto, de acordo com o ministroda Primeira Seção, João Otáviode Noronha, não houve prejuí-zo do comprador, pois ele ad-quiriu o imóvel ciente que deve-ria respeitar as restrições deuso. Segundo Noronha, quemsofreu a desvalorização foi oproprietário anterior, que ven-deu o imóvel por R$ 24.301,86,sendo que a avaliação da pro-priedade sem as restrições dosdecretos era de R$ 2,3 milhões.(ERESP 254246). B

Imóvel emreserva

A

Internet

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO8 FEVEREIRO DE 2007

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

esde o dia 20 de janeiro sópodem ser penhorados de ca-dernetas de poupança valoresacima de R$ 14 mil para qui-tação de dívidas. É o que de-

termina a Lei 11.382, que alterou o Códi-go de Processo Civil (CPC) no que diz res-peito a processos de execução e definiulimites para penhora de poupança. Apli-cações financeiras, como fundos de in-vestimentos, continuam sem limitespara penhora, ou seja, todo o saldo estásujeito à execução.

A lei permite, também, a penhora online, pela qual o magistrado determina obloqueio de recursos financeiros eletro-nicamente pelo sistema Bacen-Jud eestabelece que se o devedor apresentarembargo, a execução da dívida não seráinterrompida. O novo diploma possibilitaao credor registrar em cartório o bemque está em processo de execução judici-

D

Nova lei contrainadimplência

al e permite a transferência da proprie-dade penhorada para o nome do credor,que pode vendê-lo — antes, ele só rece-bia após a venda por leilão público dobem executado. A Lei de Execução de Tí-tulos Extrajudiciais estabelece multa deaté 20% sobre o valor do processo caso odevedor omita a existência de patrimônioou apresente recursos protelatórios.Além disso, ela criou a possibilidade damoratória judicial em que o devedor, an-tes de apresentar os bens para execu-ção, pode depositar 30% do valor dacausa e parcelar o restante em até seisvezes.

O objetivo da legislação é o de tornar maisrápida a execução de dívidas extrajudiciais esimples, como cheques, duplicatas epromissórias. O secretário da Reformado Judiciário, Pierpaolo Bottini, acreditaque a lei irá reduzir os riscos de inadim-plência. (FS) B

CURSOS

CIÊNCIAS CRIMINAIS — O IBccrim(Instituto Brasileiro de CiênciasCriminais) está com inscriçõesabertas (até 9 de março) para oprocesso seletivo do 6° Labora-tório de Ciências Criminais. Oprograma é destinado a estu-dantes do terceiro ao quintoano de Direito. O exame elimi-natório será realizado dia 14 demarço. Informações pelo telefo-ne (0xx11) 3105-4607 ou emwww.ibccrim.org.br

CIÊNCIAS FORENSES — A Universi-dade Cruzeiro do Sul (Unicsul)inicia em março o curso de pós-graduação em Ciências Foren-

ses nos campi Anália Franco,Liberdade e São Miguel, todosem São Paulo. O curso, com360 horas/aula, está organizadoem três módulos e as inscriçõesestão abertas até o dia 24. Infor-mações pelo telefone (0xx11)6956-2979 ou [email protected]

DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO— A R2 Direito está oferecendo,gratuitamente, o curso on-line"Direito Constitucional Tributá-rio", em seis aulas, com cincohoras de duração. As aulas fi-cam à disposição na internet 24horas por dia, sete dias por se-mana. Informações em www.r2

direito.com.br

GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE —A Fundação Escola de Comér-cio Álvares Penteado (Fecap)vai realizar a partir de 17 demarço, das 18h30 às 22h30 àsterças e quintas, e das 8h30 às17h30 aos sábados (serãoduas turmas), no Largo SãoFrancisco, 19, São Paulo, o cur-so de pós-gradução lato sensuem Governança e Sustentabili-dade. O curso terá duração deum ano e meio e as inscriçõesestão abertas até 9 de março. In-formações pelo telefone 0800-171757. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 9FEVEREIRO DE 2007

MARCAS E PATENTES

ALL STAR

empresaAll Star

Artigos Espor-tivos Ltda., doRio de Janei-ro, não podeusar o mes-mo nome nos produtos. Adecisão é da Terceira Tur-ma do STJ ao acatar re-curso da norte-americanaConverse Inc., que haviaproposto ação contra a em-presa brasileira pleiteandoa retirada da marca AllStar da denominação soci-al e a anulação dos regis-tros concedidos há mais de30 anos pelo Instituto Na-cional de Propriedade In-dustrial (Inpi).

A primeira instânciasuspendeu o processo pelofato de depender do julga-mento de outro processoentre as partes sobre a va-lidade dos registros conce-didos à All Star Artigos Es-portivos. Ainda na primei-ra instância, a Converserecorreu pedindo antecipa-ção de tutela, que foi con-cedida sob o entendimentode que o outro julgamento

A

em trâmite não impedi-ria a antecipação de tutela.No TJ-RJ, a empresa con-seguiu que os efeitos daantecipação de tutela só ti-vessem efeito após o jul-gamento do outro proces-so sobre a validade do re-gistro.

A empresa norte-ameri-cana propôs embargos dedeclaração, que foram aco-lhidos, garantindo que adecisão de primeiro graufosse cumprida desde quefosse feito um depósito-caução de R$ 200 mil. De-vido à obrigatoriedade docaução, a decisão do tribu-nal carioca foi cassada.

A Converse pediu aoSTJ esclarecimentos sobrea propriedade da marca,enquanto a All Star ArtigosEsportivos alegava violaçãodo Código de Processo Ci-vil. De acordo com o minis-tro-relator, Ari Pargendler,é indiscutível o interesseda empresa norte-ameri-cana em recorrer, já que oTJ-RJ exigiu caução paraconceder a tutela anteci-pada. Segundo ele, a deci-são da primeira instânciafoi de acordo com a juris-

prudência da Corte, poisse o registro da All StarArtigos Esportivos foi anu-lado, "é razoável a proibiçãodo uso da marca pela em-presa brasileira". (RESP903354). B

FORD

Associa-ção Bra-

sileira dos ex-Distribuidores Ford (Abedif)não pode utilizar a palavraFord por ser elemento ca-racterizador dos nomes co-merciais e marcas da FordMotor Company e Ford Mo-tor Company Brasil Ltda.. Adecisão é da Terceira Tur-ma do Superior do STJque manteve sentença desegunda instância, quereconheceu a exclusivida-de da utilização da marca"Ford".

As empresas entraramcom ação a fim de ter onome, comerciais e mar-cas protegidos legalmente,mediante o reconhecimen-to do direito à exclusivida-de do uso da expressão"Ford". A Ford reivindicoualteração da denominação

A

da Abedif e indenizaçãopor danos materiais e mo-rais diante dos prejuízossofridos com a utilizaçãoindevida do nome pela as-sociação.

O pedido de indenizaçãofoi rejeitado em primeirainstância, mas a associa-ção foi proibida de usar otermo "Ford". A associaçãorecorreu e o TJ-DF enten-deu que o uso do nome"Ford" é admissível em fun-ção de ela não desenvolveratos mercantis, e não re-presentar concorrência. AFord apelou e conseguiureverter a sentença.

No STJ, a Abedif alegouque a proibição do uso daexpressão "Ford" na deno-minação social gera ofensaao princípio da veracidadedo nome empresarial. Sus-tentou, ainda, que os con-sumidores não fariam con-fusão com o nome, já que aassociação não realiza atoscomerciais. O recurso foi re-jeitado. (RESP 758597). B

BEST WAY

Quarta Turma do STJdecidiu, por unanimi-

dade, modificar sentençado TJ-SP e garantiu aBest Way Importação e Ex-portação Ltda. a titularida-de do nome comercial "BestWay" que disputava com aThe Best Way InformáticaLtda..

A Best Way Importaçãoe Exportação foi registradana Junta Comercial deSão Paulo em dezembro de1991 para atuar no ramode importação, exportação,comércio atacadista demateriais de escritório eprestação de serviços naárea de manutenção deequipamentos de Informá-tica. Seis anos depois, aThe Best Way InformáticaLtda. foi registrada na mes-ma Junta, exercendo a ati-vidade social de comérciovarejista de equipamentose materiais para escritó-rio, Informática e comuni-cação. Deu-se início a dis-puta judicial pelo nome e aTurma decidiu que a TheBest Way Informática tem30 dias para cumprir asentença e modificar onome comercial. Após oprazo, incidirá multa. (RESP267541). BA

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO10 FEVEREIRO DE 2007

A N T O N I O P E N T E A D O M E N D O N Ç A*

*Advogado em São Paulo, consultor,professor do Curso de Especializa-ção em Seguros da FIA/FEA-USP,comentarista da Rádio Eldorado e ar-ticulista de “O Estado de S.Paulo”.

a edição de de-zembro abordeio tema. Mas ofiz de forma te-órica, baseado

nas discussões havidas numcongresso internacional de Di-reito do Seguro e os fatos acon-tecidos em São Paulo, no anopassado. Como o tema terro-rismo e seguro vem sendo in-cessantemente discutido desdeo atentado contra Nova York,e como algumas das ações pra-ticadas pelo crime organizadoem São Paulo se revestiam decaracterísticas capazes de in-cluí-los na definição de atosterroristas, coloquei o assuntoem discussão, dado o seu en-tendimento poder ser feito dediferentes maneiras, sendocerto que não há, em nenhumlugar do mundo, sequer una-nimidade na definição do queseja um ato terrorista.

No final do ano o Rio deJaneiro foi alvo de ação seme-lhante, com uma agravante:o fogo deliberado, ateado numônibus cheio de passageiros,que causou a morte de váriosdeles. O País assistiu perple-xo a sua segunda maior cida-de e principal cartão de visi-tas se transformar em palcoda mais absurda barbárie,com uma ação brutal desen-cadeando uma série de rea-ções emocionais, onde omedo, sem dúvida alguma, foio carro-chefe em grande par-te da população.

O acinte contra a ordem foide tal magnitude que o presi-dente da República, em dis-curso feito logo após a ocor-rência do fato, chamou-o deato terrorista. E é aqui que ocaso muda de figura em rela-ção ao que aconteceu em SãoPaulo. Enquanto em São Pau-lo, ainda que sendo o caso,nenhuma das ações do crimeorganizado foi definida comoato terrorista, o incêndio doônibus no Rio de Janeiro foiexpressamente taxado de ato

Crime organizado e terrorismo

Nterrorista pela maior autorida-de da Nação.

A questão envolve, de saída,uma pergunta básica: será queo presidente da República temcompetência legal para definiro que é um ato terrorista? Se sim,será que o atual ocupante docargo sabe as nuances jurídicasenvolvidas e as várias interpre-tações dadas como determina-ção técnica do termo, paraempregá-lo de forma e no mo-mento apropriado?

De se notar que vários meiosde comunicação, em artigos,editoriais e reportagens sobre ofato, usaram, de acordo com oponto de vista defendido, defi-nições mais ou menos restritasa respeito do que seja um atoterrorista para embasar suasposições. Além disto, já se falano envio de um projeto de leipara o Congresso regulamentara matéria, criando penas maisseveras para os chamados atosterroristas.

É assunto da maior relevân-cia, em primeiro lugar pelo ladoprático, qual seja, a morte depessoas indefesas e sem qual-quer ligação com o problemada criminalidade, além da ins-talação do caos e da anarquialegal em zonas densamente po-voadas.

Em segundo lugar, existetambém a questão jurídica, aqual é extremamente complexae que se ressente, antes de tudo,de uma definição pacífica doque seja ato terrorista.

Uma definição razoável eabrangente, porém não consen-sual, do que é um atentado ter-rorista é a que diz que “atenta-do terrorista é a ação, ou aameaça de ação violenta, desti-nada a desestabilizar a ordemsocial, criando pânico, medo oucaos na coletividade, motivadapor razões de ordem política,religiosa, criminosa ou qual-quer outra que tenha interesseno enfraquecimento do Estadoou do regime político constitu-ído, na derrubada do governo

ou na possibilidade de adqui-rir qualquer tipo de vantagemem favor de um determinadogrupo, identificável ou difuso”.

No campo do seguro, a defi-nição é sumamente importan-te. As apólices brasileiras, emsua grande maioria, excluemexpressamente os danos decor-rentes de atos e ações terroris-tas. Como a interpretação dadapara os eventos paulistas foi deações do crime organizado, asindenizações foram pagas, es-pecialmente nos seguros de vidae acidentes pessoais. Mas, e sedeterminadas ações praticadasdurante a crise que assolou SãoPaulo fossem consideradasatos terroristas, será que as in-denizações seriam devidas? E,especificamente no caso doônibus incendiado, será que hácomo não definir o fato comoato terrorista?

Em princípio, com base nasdefinições clássicas consolida-das na primeira metade do sé-culo 20, não há como confun-dir crime organizado, violên-cia urbana e ato terrorista. Masserá que no século 21, sendoevidente a ligação do crimeorganizado com organizaçõesterroristas, estas diferençasainda são nítidas? Será queuma ação do crime organiza-do não pode configurar um atoterrorista e vice-versa?

Na medida em que seguroé contrato e contrato, não ha-vendo impedimento legal,como é o caso, faz lei entre aspartes, as seguradoras brasi-leiras, na maioria dos sinis-tros, não estariam obrigadasa pagar as indenizações de-correntes de atos terroristas.Portanto, no interesse da so-ciedade, quanto mais rapida-mente os atos terroristas fo-rem legalmente definidos,melhor para todos. B

APOSENTADORIA

m pedido de diferençasde complementação de

aposentadoria decorrentesde reenquadramento funci-onal, a prescrição é bienalcontada a partir da data doenquadramento. A decisãoé da SDI-1 do TST ao ne-gar pedido de recebimentode diferenças de comple-mentação de aposentado-ria de um inativo da Com-panhia Estadual de Ener-gia Elétrica (Ceee) do RioGrande do Sul.

Em 1996, o aposentadoentrou com pedido de re-enquadramento funcionalalegando ter havido errodurante a reestruturaçãodo quadro de funcionários

da empresa. Em março de1987, o trabalhador apo-sentou-se e começou a re-ceber a complementação.Alegou, entretanto, queem 1991 a empresa equi-vocou-se ao definir o qua-dro de carreira, resultandoem pagamentos menores.

As primeira e segundainstâncias do TRT da 4ªRegião (RS) acataram o pedi-do, mas a Ceee recorreu aoTST argumentando que areclamação estava prescrita.A Quarta Turma acatou re-curso da empresa e determi-nou a extinção do processo.O aposentado recorreu, semêxito, à SDI-1 do TST. (ERR575172/1999.7). B

E

Complementação:prescrição é bienal

Quinta Turma do STJ rejei-tou recurso do INSS e man-

teve decisão do TRF da 4ª Re-gião (PR, RS e SC), que haviaconsiderado válida a contagempara aposentadoria do períodoem que Leoni Jacob Becker foinoviça e juvenista.

Leoni propôs ação alegandoque quando se preparava paraa vida religiosa realizou ativida-des laborais, como alfabetiza-ção e ensino de matérias doprimário (atual fundamental) emcondições equivalentes às dos

A profissionais da área. O TRF-4acatou o pedido considerandoque o tempo deveria ser conta-do para a aposentadoria pelofato de o trabalho como juvenis-ta ser constante, subordinado ede contraprestação.

O INSS recorreu ao STJalegando violação da Lei 8.213/91, segundo a qual somente in-tegrantes efetivos de congrega-ções religiosas poderiam contaro tempo de serviço. A Corte, en-tretanto, manteve decisão doTRF-4. (RESP 512549). B

Preparação religiosa conta tempo

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 11FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO12 FEVEREIRO DE 2007

NOS TRIBUNAIS

Danos moraisA Terceira Turma do STJ

condenou a Companhia Side-rúrgica Nacional a pagar inde-nização por danos morais de R$30 mil ao aposentado Sebasti-ão Dias de Oliveira, do Rio deJaneiro, que teve a capacidadeauditiva reduzida após traba-lhar por 25 anos em ambientede alta poluição sonora semequipamento de proteção. Oaposentado entrou com açãoafirmando que a empresa foinegligente ao deixar de forne-cer e fiscalizar o uso de equipa-mentos de segurança e a perdaauditiva só teria ocorrido poromissão da empresa. O recursofoi acolhido. (RESP 541274).

ISSA prefeitura de Belo Horizon-

te (MG) não pode cobrar Impos-to Sobre Serviços (ISS) doDeutsche Bank sobre opera-ções de crédito e câmbio, che-ques de viagem e a receita ge-rada pela administração de fun-dos de investimentos. A deci-são unânime é da Primeira Se-ção do STJ. (RESP 631563).

CorteO presidente do STJ, ministro

Raphael de Barros Monteiro Fi-lho, manteve sentença que con-denou a Companhia Energéticado Ceará (Coelce) a pagar R$12 mil por danos morais à ALSComercial Ltda. em função docorte da energia elétrica porinadimplência. A ALS entroucom ação de reparação de da-nos usando a religação da ener-gia. O juiz deferiu a antecipaçãode tutela, mas a Coelce alegouque a decisão causava dano àordem jurídica e à economia pú-blica, tendo em vista que violavao ordenamento jurídico e estimu-lava a inadimplência dos consu-midores de energia. O argumen-to foi rejeitado. (SLS 318).

LegitimidadeO Serviço Nacional de Apren-

dizagem Industrial (Senai) temlegitimidade para cobrar contri-buição adicional de aprimora-mento profissional de empresascom mais de 500 empregados.O entendimento unânime é daSegunda Turma do STJ, quenegou recurso da IndústriasReunidas Caneco S.A.. (RESP771556).

VantagemA Terceira Seção do STJ de-

cidiu, por unanimidade, garantira uma funcionária pública apo-sentada da extinta Comissão deValores do São Francisco o di-reito de reintegração da vanta-gem de 20% dos proventos. Afuncionária entrou com açãocontra ato que excluiu do seucontracheque a vantagem de20% prevista na Lei 1.711/52,que vinha recebendo desde aaposentadoria (de janeiro de1966 até outubro de 1995). Aadministração federal alegouter cortado o benefício por en-tender que, ocorrendo aposen-tadoria, não deve ser feito o pa-gamento da vantagem porqueos dois pagamentos se exclu-em. O argumento foi rejeitado.(MS 4412).

EnergiaSe os usuários inadimplen-

tes não forem previamente avi-sados sobre o corte de energiaelétrica, a suspensão do serviçoé ilegal. Com esse entendimen-to, a Primeira Turma do STJ ne-gou recurso da CompanhiaEnergética de Alagoas (Ceal)contra decisão que restabele-ceu o fornecimento de energiaao Condomínio Residencial Ar-temísia, em Maceió (AL). A em-presa alegou que o condomínioera devedor freqüente, tendosido, inclusive, condenado emação de cobrança. Afirmou, ain-

da, que o condomínio teria sedeclarado devedor ao ingressarcom a ação contra de energia.O juiz de primeiro grau garantiuo restabelecimento da energiae o TJ-AL manteve a sentençapor considerar que os consumi-dores devem ser avisados previ-amente sobre a suspensão, oque não ocorreu. A Ceal recor-reu ao STJ, mas não obteveêxito. (RESP 871176).

EquiparaçãoA transição dos servidores

públicos do regime celetistapara o estatutário não se aplica

aos que se aposentaram antesda Lei 8.112/90. A conclusão,por unanimidade, foi da QuintaTurma do STJ, que deu provi-mento ao recurso da União.Para a Turma, a aposentadoriado servidor público celetista im-plica no encerramento das rela-ções de trabalho e do vínculocom a administração pública.(RESP 450099).

ExclusividadeA Caixa Econômica Federal

pode exigir dos agentes lotéri-cos exclusividade na comercia-lização de seus produtos. Com

a decisão, a Primeira Turma doSTJ deferiu recurso da Caixacontra sentença que a haviacondenado por abuso de po-der. O Sindicato dos Empresá-rios Lotéricos do Estado deSanta Catarina interpôs medi-da cautelar com o objetivo deevitar que a Caixa impedisse acomercialização, promoção edivulgação de produtos lotéri-cos, legalmente autorizados,que não fossem exclusivos daCEF. O pedido foi aceito em pri-meira instância que condenoua Caixa por abuso de podereconômico. A Caixa apeloualegando que não existe leique a obrigue a vender ou co-mercializar loterias e concursosconcorrentes. O juiz de segun-do grau rejeitou o argumento.No STJ, a sentença foi reforma-da. (RESP 705088).

VantagensSomente os ferroviários que

se aposentaram antes do Decre-to-Lei 956/69 têm direito à com-plementação de aposentadoria.A decisão é da Sexta Turma doSTJ, ao analisar pedido de Antô-nio Ferreira dos Santos e outrospara receberem as vantagensprevistas na lei. Para a Turma, osferroviários já estavam aposen-tados quando a lei entrou em vi-gor. (RESP 225621).

HabilitaçãoA Quinta Turma do STJ de-

cidiu, por unanimidade, reduzir oprazo de suspensão da habilitaçãode Marciano do Nascimento Almei-da de oito para dois meses. Almei-da foi condenado pelo juiz de se-gundo grau a dois anos de deten-ção e suspensão da habilitaçãopor oito meses em função da práti-ca de homicídio culposo na dire-ção. A defesa de Almeida recorreu,mas a segunda instância mantevea sentença por considerar ter fica-do caracterizado o homicídio cul-poso por imprudência. No TST, oprazo de suspensão da habilitaçãofoi reduzido para dois meses.(RESP 832646). B

ReintegraçãoA Sexta Turma do STJ negou pedido de reintegração do es-

crivão Aderbal Rodrigues Junior, que sofreu processo adminis-trativo disciplinar e penal por suposta prática de concussão (cri-me, no qual o servidor exige vantagem indevida) e prevarica-ção (quando comete delito para satisfazer interesse pessoal).Acusado de exigir dinheiro para liberar veículos apreendidos oservidor foi demitido. Absolvido por ausência de provas, reque-reu a reintegração, que foi negada pelo governador de SãoPaulo. Aderbal entrou com mandado de segurança contra oato, mas a ação foi rejeitada pelo TJ-SP. Apelou ao STJ, masnão obteve êxito, sob o entendimento de que a absolvição noprocesso penal por ausência de provas não garante a reinte-gração. (RMS 10496).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 13FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO14 FEVEREIRO DE 2007

POR PERCIVAL DE SOUZA (Especial para o “Tribuna”)

HIC NUNCET

IASP

Hipócrates com vergonhaConselho Regional de Medicina de São Paulo registrou52% de aumento de denúncias contra médicos entre 1995 e

2005. De 1.509, as queixas pularam para 3.660. Em cerca de50% dos processos os médicos são considerados culpados, nascontas do próprio Cremesp. Destaques: negligência, imperícia ouimprudência (60,3%), relação médico-paciente (9,5%), relaçãoentre médicos (5,7%), publicidade médica (4,7%), exercício ilegalou acumpliciamento (4,2%). Áreas mais problemáticas: ginecolo-gia e obstetrícia (14,7%), administração hospitalar (8,6%), cirurgiaplástica (8,1%), clínica médica (7,2%) e pediatria (5,7%). Nas deci-sões de segunda instância do Tribunal de Justiça predominamprocessos cíveis, indenizatórios, e criminais, por ilícitos cometidos.Em 376 decisões, a maioria dos processados (64,9%) não foi con-denada. Percentual restante aponta mais para danos físicos emorte. A maioria dos processos é contra médicos e hospitais. Nãohá relação entre processos judiciais e processos no Cremesp.

Amor, sublime amor

"Marcola", poderoso chefãodo PCC, viúvo da advogada AnaMaria Olivatto, 45, assassinadacom dois tiros na cabeça em2003, casou-se com a estudantede Direito Cynthia Giglioli da Sil-va, 30. O juiz de paz GiovanniBarreto e a escrivã Simone Mu-nhoz foram levados pela políciaao Centro de RessocializaçãoPenitenciária de Presidente Ber-nardes. Não houve noite de núp-cias, mas permanência do nomedela, muito falado nas investiga-ções, na lista de visitas íntimas.

A juíza exemplar

Morreu Jane Bolin, primeirajuíza negra nos Estados Uni-dos. Começou numa Vara deFamília em Nova York. Já era aprimeira negra a graduar-se pelaUniversidade de Yale. Foi a pri-meira negra a entrar para a As-sociação de Advogados da Cida-de de NY. Tinha se aposentado(compulsoriamente) em 1979,após 40 anos de serviço na Ma-gistratura, onde deixou marcaregistrada por acabar com critéri-os raciais na escolha de institui-ções que abrigam crianças. Esta-va com 98 anos e morava noQueens, bairro de NY.

Juízes x advogados

Na posse da nova presidênciado TRT-SP, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio D'Urso, disse queeste é um dos ramos mais moro-sos do Judiciário. Gabriel LopesCoutinho Filho, da Amatra-SP, re-trucou que a afirmação foi injustae que o TRT-2 é o "mais produtivodo Brasil". O clima da sessão ficouconstrangedor.

Têmis assustada

O Ministério Público, o Tri-bunal de Just iça e a OABpernambucanos descobriramuma quadrilha, chefiada porum advogado e integrada porsete juízes, que aplicava gol-pes interestaduais no valorde mais de R$ 1 bilhão con-tra empresas públicas, priva-das e contas part icularesinativas. Entre os crimes, es-telionato, prevaricação, for-mação de quadrilha, falsifi-cação de documentos e falsi-dade ideológica e corrupçãopassiva. Liminares fraudulen-tas garantiam fortunas. Até aPetrobras quase foi vítima dobando. Os desembargadoresFausto Freitas, presidente doTJ-PE, e Bartolomeu Bueno,relator do processo, foramtransparentes e deram escla-recimentos públicos.

Procuradores da morte

Fevereiro é mês de eleiçãopara procurador-geral de Justi-ça no Amazonas. O presidentedo TJ local decretou a prisãode um dos candidatos, acusa-do de contratar um pistoleiropara matar o principal concor-rente. Vicente Augusto CruzOliveira, o acusado, já foi sol-to. Disse sobre o desafeto:"Não preciso matá-lo. Ele vaimorrer nas eleições normais."Mauro Campbell Marques, oalvo, agora com colete à pro-va de balas e escolta de qua-tro carros da polícia: "Nãoposso trabalhar porque aolado tem uma pessoa quepode ter planejado minhamorte." Ótimo caso para o Mi-nistério Público amazonensedemonstrar a sua capacidadeinvestigatória. B

O

emos de dar um basta aoutra verdadeira praga

que é a corrupção. A corrupção,ativa e passiva, que se expan-de, envolvendo agentes públi-cos, representantes do setor po-lítico e de setores privados, quese mancomunam com as fontesde poder para proveito próprio."A afirmação é da advogada Ma-ria Odete Duque Bertasi ao to-mar posse, dia 16 de janeiro, napresidência do Instituto dos Ad-vogados de São Paulo (Iasp)para o triênio 2007/2009.

Maria Odete, 46 anos, (nafoto, ao centro, de branco) é aprimeira mulher a comandar ainstituição em 132 anos de exis-tência. Segundo ela, é neces-

sário retomar a discussão sobrea reforma do Judiciário, anali-sando o que já foi feito, comaplausos ou críticas, e participardas muitas mudanças que aindase mostram necessárias e queestão por vir. "Os operadores doDireito não podem ser merosdestinatários dessa reforma.Cabe a nós, profissionais do Di-reito, trabalhar para o fortaleci-mento da Justiça, como um dospilares de sustentação da Na-ção. No contexto das reformasque se fazem necessárias e navanguarda da luta pela Justiça,pelos direitos individuais e soci-ais, o profissional do direito tempapel de relevância", afirmou.

Também foram empossados

os advogados Ivette Senise Fer-reira, vice-presidente; JosefinaMaria de Santana Dias, diretora-secretária; Euclydes José MarchiMendonça, diretor-tesoureiro;José Horácio Halfeld RezendeRibeiro, diretor-cultural; além deum terço do Conselho Deliberati-vo da entidade: associados efeti-vos (Antonio José da Costa, Apa-rício Dias, Cássio Telles FerreiraNetto, Celso Cintra Mori, Eduardode Mello, Jorge Lauro Celidonio,Laís Amaral Rezende de Andra-de, Oscavo Cordeiro Corrêa Net-to, Osvaldo Caron, Oswaldo Cha-de, Paulo Faingaus Bekin e Wag-ner Balera). associados colabo-radores (Antonio Carlos Malhei-ros e Oséas Davi Viana). B

T“"Um basta à corrupção"

Eduardo Grigaitis

IN MEMORIAM

urante mais de 15 anostive a honra de trabalhar

e aprender com o dr. RobertoCicivizzo, Oficial-maior do 17ºTabelião de Notas da Capital,que, infelizmente, morreu nodia 26 de dezembro, aos 72anos. Pessoa íntegra, correta,que só expressava e ensinavacoisas boas, por mais difíceisque elas fossem. Amigo de to-das as horas. Ele se foi, com cer-teza, para um lugar iluminado,pois estava sempre iluminando,acompanhando, amparando,aconselhando a vida das pesso-as. Quando se tratava de assun-to delicado, ou de uma simplesconversa, ali estava o dr. Rober-to. Pessoa que soube viver in-tensamente, todos os dias davida. Sempre com bom gosto,escolhia os melhores lugares erestaurantes para compartilharcom amigos um "bate-papo"agradável. Amigo que exerceua profissão com grande empe-nho, amor e dignidade. Tam-bém com muito amor e carinho,sempre atendeu e considerou atodos (funcionários e clientes)como amigos. Generoso, inde-

Roberto Cicivizzo

pendente de raça, cor e condi-ção social da pessoa. O dr. Ro-berto Cicivizzo era uma pessoaque sempre olhou para o serhumano como ele merece, commuita atenção e dedicação.Com certeza deixará muitassaudades. B

D

CláudiaMariaRibeiro,escrevente do17º Tabeliãode Notasda Capital.

(ver também pág. 25) REVISTAS

D i r e i t oPúblico —A MalheirosEditores aca-ba de lançaro volume 44/2003 da Re-vista Trimes-tral de Direi-to Público,órgão do Ins-tituto Geraldo Ataliba -Institu-to Internacional de Direito Pú-blico e Empresarial (Idepe) eInstituto de Direito Adminis-trativo Paulista (Idap). Apre-senta doutrina, pareceres, es-tudos e comentários. Já estácirculando também o n° 95 daRevista de Direito Tributário,publicada sob os auspícios doInstituto Geraldo Ataliba -Instituto Internacional de Direi-to Público e Empresarial (Idepe).A publicação é trimestral e con-tém cadernos de Direito Tributário,estudos e co-mentários. In-formações pe-los telefones(0xx11) 3078-7205 (Malhei-ros Editores) e(0xx11) 3289-0811(Cata-vento Distri-buidora). B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 15FEVEREIRO DE 2007

BOLETIM JURÍDICO ANO 6 - N°64

SERASA LEGALSERASA LEGALTJSP acolhe ação rescisória e desconstitui

acórdão, com base em princípio geral de direitoO Segundo Grupo de Di-

reito Privado do Egrégio Tribu-nal de Justiça do Estado de SãoPaulo julgou procedente, porunanimidade de votos, o pedidoefetuado na ação rescisória n.º446.971-4/8-00, ajuizada pelaSerasa em face do acórdãoprolatado pela Quarta Câmara“A” de Direito Privado do TJSPnos autos da apelação n.º 173486-4/0.

O acórdão rescindendo,sob o fundamento, dentre outros,de que a anotação inscrita emdesfavor da empresa devedora– ação de execução – estaria emdiscussão judicial, havia conde-nado a Serasa ao pagamento deindenização por danos morais emR$ 441.012,08, em valores atua-lizados.

O desembargador relatorda ação rescisória, Ênio Zuliani,em seu voto, prestigiou o enten-dimento segundo o qual a Serasa– cujo escopo é proteger a reali-zação de futuros negócios envol-vendo a concessão de crédito –exerce atividade de interesse daeconomia nacional. A seguir, aementa e a transcrição parcialdo voto do acórdão publicado em10.11.2006 no Diário Oficial.

Ementa e transcriçãoparcial do voto“Rescisória - Art. 485, V,

do CPC. Acórdão que, ao arbi-trar o quantum por inscrição dedevedor em cadastros na Serasa,com atualização e juros, termi-nou por destinar a importância deR$ 441.012,08 como medida decompensação, o que contraria

princípio geral de direito cons-truído para ser aplicado como an-títese das sentenças com valo-res exorbitantes ou irrisórios;caso em que a dívida era exigível,tendo sido o devedor, que acu-mulava outras anotações, comu-nicado na forma do art. 43, pará-grafo 2º, da Lei 8078/90 - Proce-dência e arbitramento em R$1.000,00, como parâmetro de le-galidade.”

Voto“As sentenças são profe-

ridas para serem fielmente exe-cutadas, salvo quando não são,por algum vício que comprome-ta sua qualidade, dignas de res-peito. O v. Acórdão rescindendoexterioriza a convicção da Tur-ma Julgadora sobre matérias po-lêmicas e se encontra livre dosdefeitos que depõem contra aideologia do processo justo (art.5º, LV, da Constituição Federal).Porém, não se imunizou integral-mente como obra que se qualifi-caria como imutável, exatamen-te porque o resultado concretoque projeta para o patrimôniodos litigantes e para a próprianoção de justiça social, abre so-bre si um ponto vulnerável.

A Serasa e outros órgãoslicenciados ao trabalho de pre-paração para publicidade de lis-ta de pessoas com pendênciasobrigacionais exercem ativida-des de interesse para a econo-mia (art. 170, CF), porque - epeço licença para transcrever oque escrevi em sede doutrinária- “esses históricos que identifi-cam as dívidas vencidas e nãosolvidas e seus devedores

alertam os que as lêem, sinali-zando para o perigo de má exe-cução de um negócio que estápara ser concluído, como vendae compra parcelada, financia-mento bancário ou hipotecário”(Enio Santarelli Zuliani - Res-ponsabilidade Civil, vol. 6, obracoordenada por Eduardo de Oli-veira Leite, Forense, 2006, p.205). (...)

O grande desafio dapresente ação está relaciona-do com a interpretação que sedeve dar ao art. 485, V, doCPC, utilizado como tipo paraa causa petendi e que se re-fere a “violar literal disposiçãode lei”. Deveria existir apon-tamento do texto legal violadopara ser admissível? (...)

Devemos, no entanto, ad-mitir que o alcance do art. 485,V, do CPC, não está voltado ex-clusivamente ao uso, em caso detransgressão de mensagem deum texto legal. Decisão que nãoobserva o sentido literal de leisignifica sentença emitida con-tra o Direito e, portanto, poderásofrer esse peso por afrontar umprincípio geral de direito. O prin-cípio geral do direito (art. 4º, daLICC) representa, ao lado danorma escrita, uma expressão ju-rídica que é respeitada e obser-vada, por ter conquistado opredicado de ser justo. Em de-terminadas situações, por decor-rer da natureza das instituições,o princípio de direito passa a tercaráter vinculativo, quanto aopropósito de completar legisla-ção falha .(...)

O Colendo STJ passou

a exercer controle efetivo so-bre o quantum das decisõesque destinam valores empecúnia para compensar lesãode direitos da personalidade e,no caso de inscrição (indevida)de nome de pessoas em cadas-tros de inadimplente, estabele-ceu parâmetros que são diretri-zes de natureza normativa.Esse enunciado da Corte Supe-rior é amplo e emprega-se emtodas as hipóteses em que ovalor fixado nas instâncias or-dinárias não cumpre as funçõesda responsabilidade civil, ma-terializando cifras elevadas(astronômicas) ou insignifican-tes (simbólicas). São inúmerosprecedentes em que esse con-trole se fez, o que permite as-segurar que cabe rever oquantum fixado quando se con-traria a lei ou o senso de justiça(AgRg no Resp 6372238 SP, DJde 10/4/2006, Ministro BarrosMonteiro e AgRg no Resp652741 PI, DJ, de 10/04/2006,Ministro Castro Filho). (...)

Considera-se, pois, queocorreu violação a um princípiogeral de direito. Não há, no sis-tema jurídico, um dispositivo de-terminando qual o valor razoá-vel a ser definido, o que obriga ojuiz encarregado na fixação aseguir ditames da prudência nes-se mister, de modo a construiruma cifra que compense as agru-ras que a conduta antijurídicaprovocou e que cause desestímu-lo no infrator. Todavia, já existeuma regra que se incorporou aoordenamento e que foi plantadacomo princípio, qual seja, a de

que indenizações por inscriçõesirregulares em cadastros não de-vem superar valor de 50 (cin-qüenta) salários mínimos.

O quantum arbitrado pelov. Acórdão está superestimado edesprestigia a ideologia daconstitucionalização do danomoral. Na verdade, o valor de R$441.012,08 não se destina a com-pensar, mas, sim, a enriquecer odevedor. Não devemos esquecerque a pessoa, no caso, era mes-mo devedora e convivia com ou-tras inscrições. (...) E mais, o de-vedor não sofreu reveses ou re-presálias junto ao Banco com oqual trabalhava e que lhe conce-dia crédito, conforme apuradonos autos. Não se fez prova deum episódio que possa ser consi-derado como de descrédito.

Não se permite que, emnome da omissão ou imprecisãoda lei, se autorize arbitrar, semlimite, o quantum devido. A sen-tença modelar deve atentar parao princípio geral do direito nas-cido para reger o instituto da res-ponsabilidade civil e a indeniza-ção por danos morais, evitandoarbitramentos não condizentescom a uniformidade de julgadosque construíram parâmetrosvinculativos. ( ...)

O Tribunal considera queocorreu ofensa a um princípiogeral de direito, o que obriga es-tabelecer indenização razoável eproporcional ao grau de culpa eà extensão do dano, o que autori-za acolher a rescisória com baseno art. 485, V, do CPC. ( ...)

ÊNIO SANTARELLIZULIANI - Relator”.

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO16 FEVEREIRO DE 2007

SERASA LEGAL

Falências registram queda de 56,1% em 2006O volume de falências

requeridas recuou em 2006.O levantamento da Serasaapontou queda de 56,1% nospedidos, de janeiro a dezem-bro de 2006, em relação aomesmo período de 2005, emtodo o país. Houve um totalde 4.192 requerimentos defalência no ano de 2006, con-tra 9.548 em 2005.

As falências decreta-das também caíram em2006, se comparadas a2005. No acumulado dosdoze meses do ano, houve1.977 falências decretadas,enquanto, em 2005, foramdecretadas 2.876 falênciasno país. A queda no perío-do foi de 31,3%.

Em 2006, foramregistrados 252 pedidos derecuperação judicial e 2 pe-didos de recuperação extra-judicial. As recuperaçõesjudiciais deferidas foram156, nos doze meses de2006 e as concedidas soma-ram 5 eventos no ano. Dejaneiro a dezembro de2005, houve 110 recupera-ções judiciais requeridas, as

deferidas totalizaram 53eventos e, as concedidas, 1evento. Não houve pedidode recuperação extrajudici-al em 2005.

Em dezembro de2006, também houve quedanos pedidos de falência. Ovolume de falênciasrequeridas recuou 45,2%em todo o país, em dezem-bro de 2006, comparando-se com dezembro de 2005.O estudo apontou 296 re-querimentos de falência emdezembro de 2006, ante540 falências requeridas nomesmo mês de 2005.

De acordo com aSerasa, maior empresa doBrasil em pesquisas, informa-ções e análises econômico-fi-nanceiras para apoiar deci-sões para a concessão de cré-dito e a realização de negóci-os, em dezembro de 2006,houve 111 falências decreta-das no país, contra 173, emdezembro de 2005. A quedano período foi de 35,8%.

No décimo segundomês de 2006, foramregistrados 22 pedidos de

recuperação judicial, en-quanto em dezembro de2005, foram 20 requerimen-tos. A alta registrada foi de10,0%. Em dezembro de2006, não houve pedido derecuperação extrajudicial.As recuperações judiciaisdeferidas recuaram 12,5%.Houve 7 eventos, em de-zembro de 2006, contra 8,em dezembro de 2005.

Para os analistas daSerasa, os indicadores defalências foram positivamen-te afetados pela nova Lei deFalências, a Lei n.º 11.101,de 9 de fevereiro de 2005,que entrou em vigor em ju-nho de 2005. A atual legis-lação preservou a naturezajurídica do instituto falimen-tar, dificultando a sua utili-zação como meio de co-brança, ao instituir, no art.94, inciso V, o limite míni-mo de quarenta salários mí-nimos de dívidas para a suapropositura, desestimulandoo emprego inadequado doprocedimento e favorecen-do a reestruturação de em-presas economicamente vi-

áveis que passem por difi-culdades momentâneas, poisvisa a preservar e otimizar autilização produtiva dosbens, ativos e recursos daempresa falida.

Além disso, 2006 foium ano melhor do que 2005,no âmbito econômico, o quetambém favoreceu o recuodos registros de falências.

Vale ressaltar que, noprimeiro semestre de 2005,ainda vigorava a antiga lei defalências e, no segundo se-mestre desse ano, entraramem vigor as determinaçõesda nova legislação. Dessaforma, as comparações de2006 com 2005 carregam oviés de práticas diferencia-das e do surgimento de no-vos instrumentos na questãoda insolvência empresarial:as recuperações judiciais eextrajudiciais, que substituí-ram a concordata. No ba-lanço geral, percebe-se queos novos dispositivos legaiscaminharam na direção deseus propósitos, quais se-jam, estimular a negociaçãoentre credores e devedores,

buscar a perpetuação dosnegócios com a manutençãodas fontes produtoras e,conseqüentemente, a pre-servação do emprego, emconsonância com o prima-do do trabalho em que sefunda a ordem social brasi-leira (art. 193 da Constitui-ção Federal).

Os indicadores de fa-lências e recuperações judi-cial e extrajudicial serãotambém influenciados favo-ravelmente com a regula-mentação da Medida Provi-sória a ser editada com vis-tas a reduzir o spread e au-mentar a concorrência ban-cária, viabilizando, para tan-to, a anotação de informa-ções positivas. Essa novaregulamentação possibilita-rá o estabelecimento de po-líticas mais adequadas aosdiversos tomadores de cré-dito, o que significará maissegurança nessas transaçõese, portanto, redução de cus-tos e ampliação de recursose abrangência, tanto para apessoa natural quanto paraa jurídica.

Serasa é primeira empresa brasileiracertificada pela NBR 16001

A Serasa é a primeiraempresa brasileira a ser certifi-cada pela NBR 16001:2004,norma que estabelece os requi-sitos mínimos relativos a um sis-tema de gestão eficaz da Res-ponsabilidade Social. A certi-ficação foi conferida pelaFundação Carlos AlbertoVanzolini, após auditoria nosistema de Gestão da Res-ponsabilidade Social da Serasa.

O objetivo da NBR

16001 é orientar as empre-sas sobre como implantarum sistema de gestão dosprocessos de responsabili-dade social de forma efici-ente. São levados em contaos requisitos legais e éticosda empresa e a preocupa-ção com a cidadania, o de-senvolvimento sustentável ea transparência nas ativida-des da organização. Alémdisso, é necessário que a

responsabilidade social es-teja inserida na própria ges-tão da empresa.

Para o presidente daSerasa, Elcio Anibal deLucca, a uniformidade daspráticas de gestão, tantopara os negócios como paraa responsabilidade social, éo que diferencia uma empre-sa cidadã daquelas que pra-ticam atividades sociais deforma pontual. “A certifica-

ção pela norma NBR 16001é de extrema importância,pois prioriza a transforma-ção e a consolidação dosprogramas sociais em pro-cessos, com referências dequalidade, de produtividade,de desempenho e de melho-ria contínua, em conformida-de com a cultura organiza-cional”, afirma.

O tema responsabilida-de social é tratado na Serasa

dentro de um conceito maisamplo chamado de cidadaniaempresarial, entendido comoo conjunto de políticas, pro-cessos e práticas que assegu-ram o equilíbrio entre os as-pectos econômicos, sociais eambientais, no relacionamen-to com o público interno, osacionistas, os clientes, osfornecedores e a sociedade,visando ao desenvolvimen-to sustentado.

“Não existe juiz neutro”“Não existe juiz neutro”

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITO

ANO 12 - Nº 142 FEVEREIRO DE 2007

WALTER PIVA RODRIGUES

Fotos Augusto Canuto

grande inimigo, o inimigo n° 1 do brasileiro, é a falta decompromisso com a verdade. Nas CPIs, por exemplo, a ver-dade nunca aparece com o grau de certeza, com a cristali-nidade que, a rigor, seria absolutamente imprescindível,saudável para a convivência em sociedade. Sem isso esta-

mos construindo a cidadania sobre uma base falsa, assentada emmentiras. E os moços percebem isso, mas não conseguem articularuma reação organizada para reverter esse quadro de descompromissocom a verdade."

A opinião é de Walter Piva Rodrigues, professor de Direito Pro-cessual Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(Fadusp) e desembargador pelo quinto constitucional dos advogadosdesde outubro de 2006, para quem, em nome da verdade e parabem do Brasil, os arquivos da ditadura deveriam ser abertos.

Ao tomar posse no Tribunal de Justiça de São Paulo, Piva lem-brou as origens. Disse que aprendeu a repudiar a ditadura e a repe-lir a tortura, da mesma maneira que aprendeu a cultuar o respeitoaos direitos humanos e a apoiar a formulação e implementação depolíticas públicas voltadas à construção de uma sociedade livre, jus-ta e solidária. Afirmou que, no exercício da Magistratura como re-presentante dos advogados pelo quinto constitucional, manterá aidentidade de origem, pugnando pela dignidade da Advocacia, pelaconstrução da cidadania e de uma sólida democracia. "No instanteem que o advogado pertencente ao quinto constitucional adentra aoJudiciário, é imperioso proclamar lealdade e fidelidade aos valoresintangíveis da liberdade, da Justiça, do direito e da paz", declara.

O professor Piva, como é chamado pelos alunos, é autor de inú-meros trabalhos científicos e dois livros lançados pela EditoraQuartier Latin: Substituição Tributária e A Coisa Julgada em Maté-ria Tributária. As obras refletem a preocupação com a reflexão crí-tica sobre temas como assistência jurídica gratuita, a atividadeprocessual do advogado, partes e juiz e a reforma do processo e doJudiciário. Piva tem defendido a súmula vinculante em matériaprocessual e criticado a quebra do princípio do colegiado em ma-téria recursal, assim como tem-se manifestado favorável à conti-nuidade da correição parcial e do cabimento de mandado de segu-rança contra ato judicial mesmo diante do novo regime e da refor-ma do agravo de instrumento.

O

EUNICE NUNESEspecial para o “Tribuna”

“Falta compromisso com a verdade”“Falta compromisso com a verdade”

— Tribuna do Di-reito — O que levou o senhor a querer tornar-se desembargador?

Walter Piva Rodrigues — Tenho consoli-dada uma experiência de mais de 30 anos deAdvocacia. É um novo desafio, uma forma dever as coisas por outro prisma, para o qualsenti-me preparado. Estou em fase de adapta-ção. Muda muito, inclusive os horários. Nãocostumava almoçar cedo. Agora, almoço aomeio-dia, porque à uma hora tenho de estarno tribunal. Também passei a pensar muitofortemente nas partes. Elas estão com umproblema e tenho de pensar em como superar,por exemplo, alguma eventual deficiência téc-nica de patrocínio sem quebrar a imparciali-dade. O parâmetro para fazer um julgamento

justo deve ser sempre a lei. Ela pode ser inter-pretada, mas é a partir dela que se extrai aJustiça do caso concreto. Não existe juiz neu-tro. O juiz é eminente político. Mas não é nosentido de política partidária, mas de escolhade valores. E para que ele não faça prevalecero que ele traz, os preconceitos, existem asregras do processo. Quando refiro-me à lei,refiro-me a todo o ordenamento jurídico. É umrecomeço. Antes, era fiel ao mandato do meucliente. Agora, tenho de ver os dois lados.

TD — Nesses primeiros 90 dias de tribu-nal, o que mais passou pelas suas mãos?

Piva — Muita gente pleiteando alimentos. Emuita gente necessitada. A maior disputaenvolvia cinco salários mínimos. Peguei um

pedido de revisão de um pai que pagava R$100,00 de pensão alimentícia e queria reduzirpara R$ 50,00. O que vemos são necessidadesdos dois lados, ambas as partes são necessita-das. Isso é muito angustiante. Nunca tinhavivido essa angústia de ter de decidir quem émais carente entre dois necessitados. E tenhode decidir rápido, porque já demorou para che-gar à minha mesa.

TD — Quantos processos o senhor herdoupara começar a nova vida de magistrado?

Piva — 1,3 mil processos, fora a distribuiçãonormal. Mas trabalho em equipe com quatropessoas que me auxiliam: distribuo os proces-sos, a assessoria lê, prepara o relatório, depoissubmete-me o caso e definimos uma solução.

FEVEREIRO DE 20072TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TD — Não seria importante o juiz de primei-ra instância ter também uma assessoria,especialmente os que trabalham nas gran-des comarcas?

Piva — Acho fundamental. Se o tribunalnão der ao juiz de primeiro grau um núcleode apoio técnico semelhante ao dos desem-bargadores nunca resolveremos a questão daceleridade. Os instrumentos processuais deceleridade acabaram criando maior demandade recursos. Tutela antecipada, por exemplo.Não há cidadão que deixe de exigir que o advo-gado consiga uma tutela antecipada. O advo-gado faz o possível para obtê-la. Se o juiz dene-ga, o advogado apresenta agravo; se concede,o adversário agrava. Esses instrumentos aca-baram resultando em mais trabalho para osmagistrados e, conseqüentemente, afunilan-do ainda mais o gargalo do Judiciário.

TD — Quais são as medidas que devemser tomadas para tentar tirar o Judiciáriodessa crise aguda em que se encontra?

Piva — É preciso reforço orçamentário, ges-tão administrativa profissionalizada nos tribu-nais e nas comarcas, além da criação do nú-cleo de apoio técnico ao juiz. Recursos sempreexistirão. Não se pode impedir a parte de re-correr. No Direito Privado, sempre haverá doisvencidos. Mesmo o vencedor, nunca vai acharque lhe deram tudo a que tinha direito. Por issoas partes vão sempre manejar recursos. Osrecursos internos, dentro dos tribunais, prati-camente desapareceram. O número de em-bargos infringentes, por exemplo, caiu enorme-mente, porque praticamente não há mais dis-senso entre os desembargadores.

TD — Falta tempo para os juízes lerem osprocessos?

Piva — Falta. Precisamos de mais tempopara ler, para refletir. A atual situação caóticaacaba obrigando-nos a ter mais objetividade nasdecisões. Vai terminar a fase dos votos com lon-gas citações doutrinárias, o que pode resultarnuma desvantagem do ponto de vista da cons-trução da Justiça pelos tribunais. Mas não háoutra alternativa. É preciso trabalhar os votos deforma mais concisa, porque é preciso ter maiscuidado na leitura das razões das partes.

TD — É importante que o advogado sejamais conciso, direto e claro nas petições?

Piva — É. Se ele for direto ao ponto, ficamais fácil. Só que não há como fazer uma boaJustiça se quem a for aplicar não tiver tempo.Esse é o grande problema. Falta de tempo parao juiz, para o desembargador, para o ministro.

TD — O que se pode depreender é que asrecentes reformas processuais não foram lámuito felizes...

Piva — O objetivo era dar velocidade e efeti-vidade ao processo. Não há na reforma a preo-cupação com decisões justas. A idéia que estápor trás da reforma é a de que uma decisãorápida é uma decisão justa. Mas isso não éverdade. A reforma está totalmente descon-textualizada e não vai funcionar. Ela já estácriando problemas.

TD — Por exemplo?Piva — Não se determinou a partir de que

momento incide a multa quando a parte évencida e se prossegue na execução. Primei-ro, é possível executar ex-officio? O juiz deveele próprio intimar o réu independentementede pedido do credor, deve intimar automatica-mente ao invés do "cumpra-se o venerando

acórdão" ou "intime-se o devedor a pagar"? Ou ojuiz deve devolver ao credor a possibilidade derequerer? Haverá honorários se a parte impug-nar indevidamente, infundadamente, a ordemde pagamento? A concepção da reforma é trans-formar a sentença em sentença mandamental.É uma concepção autoritária do processo. Eisto, evidentemente, vai provocar reações.

“Falta tempo para ler, para refletir”“Falta tempo para ler, para refletir” —

“Não se pode impedir a parte de recorrer. No Direito Privado, sempre haverá dois vencidos”

3TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSFEVEREIRO DE 2007

“A reforma está descontextualizada”TD — A reforma reduz o direito de defesa?

Piva — Sim. O direito de defesa é consagradona Constituição e tem de ser respeitado. O queé o processo? É o Estado intervindo num litígioque, quando é patrimonial, determina a expro-priação de bens do devedor, transferindo-ospara as mãos do credor. Essa expropriaçãotem de ser feita de forma legítima. E essa legi-timidade se dá com a observância das regrasdo processo. A Constituição manda observar odireito de defesa nas regras do processo. O di-reito de defesa não pode nunca ser suprimido,nem mesmo após sentença, porque semprepode haver erro. Estão aí os embargos que sãoprovidos, o que demonstra que há erro. Não sepode dizer que o devedor nunca tem razão, ouque não tem nada de razão. Toda vez que sedefende o estatuto da defesa do cidadão no pro-cesso postula-se pelo respeito ao princípio dainocência.

TD — Nunca foi um bom método desprezar odireito de defesa e o princípio da inocência...

Piva — Nunca. Vários casos corroboraramessa afirmação. O da mãe inocente que foipresa outro dia acusada de ter assassinado afilha com cocaína, por exemplo, ou o paradig-mático caso da Escola Base. E basta um casodesses para desacreditar no método.

TD — Nessa linha de raciocínio, como ficaa penhora on-line?

Piva — A penhora on-line tem de ser usadacom muita parcimônia, porque pode gerar umestrangulamento. Se o Estado é patrimonialis-ta, lidar com o patrimônio ganha a mesmaestatura do que lidar com a liberdade. Toda avez que se vai mexer com o patrimônio temde se observar a legalidade. A penhora on-linetem de ser usada com muita cautela, dentrodos preceitos constitucionais. Não dá parausá-la a torto e a direito.

TD — O legislador tem demonstrado umacerta voracidade. Recentemente, quis atétornar a moradia e o salário penhoráveis. Sónão passou porque o presidente Lula vetou.

Piva — Ainda bem que vetou. O direito àmoradia está previsto na Constituição e in-sere-se dentre os direitos sociais. O problemaestá na garantia que o credor deve exigir dodevedor na hora da concessão do crédito. Aquestão está, portanto, no direito material.

TD — O que o sr. pensa sobre a súmulavinculante?

Piva — Acho interessante, porque se forrealmente exprimir o ponto médio das deci-sões já tomadas, vai sinalizar à sociedadepara onde caminha o tribunal. Isso vai obrigaro advogado a repensar se propõe a ação ounão, se aconselha uma conciliação, ou se vaipara uma mediação. A súmula vinculante vaialavancar meios alternativos de solução de li-tígios antes de ir a juízo. Se a parte assimmesmo resolver ir a juízo, a súmula vinculan-te representa apenas que toda a vez que o juizdecidir contra a súmula vinculante, o vencidopoderá saltar instâncias e ir direto ao tribunalque expediu a súmula para que ele analise seé o caso, ou não, de aplicá-la. A súmula vin-

“A reforma está descontextualizada”—

culante não vai engessar o Direito. É uma fal-sa idéia. Nunca se vai tolher alguém, umjuiz, de analisar o cabimento da súmula no

caso concreto. Será sempre uma tarefa deinterpretação. E a própria súmula pode serinterpretada. É como a lei.

“Trabalho em equipe com quatro pessoas: assessoria lê, prepara o relatório...”

FEVEREIRO DE 20074TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS— TD — De

1973 para cá, seus alunos mudaram muito?Piva — Mudaram. Nos costumes, na vesti-

menta a mudança é gritante. Em 1972, foi ex-tinta a obrigação de usar gravata na faculda-de. E as alunas ganharam permissão para usarcalças compridas. Hoje, os estudantes vão paraa sala de aula de bermuda e chinelo, comemsanduíche sem pedir licença. E temos de con-viver com isso. Mas, continuam sendo muitoinvestigativos. Isso é bom. E o interesse pelasaulas, em grande parte, é condicionado peloprofessor, que tem de cativar a atenção deles.

TD — Os professores precisam ser mais

desembargador Walter Piva Rodri-gues nasceu em Botucatu, em 26 demaio de 1948, na tinturaria do avôpaterno. O pai era bancário, funcioná-rio do Banespa, e fez carreira no inte-

rior de São Paulo, razão pela qual a família aca-bou morando também em Palmital e Assis. A mu-dança para São Paulo ocorreu em 1968, quandoPiva começou a cursar a Faculdade de Direito daUniversidade de São Paulo (Fadusp).

Na faculdade, ainda calouro viveu a toma-da da Faculdade pelos estudantes. A ocupa-ção, que durou 26 dias, terminou com a inva-são da tropa de choque, enquanto os estudan-tes cantavam o Hino Nacional e hasteavam abandeira do Brasil na sacada que dava parao Largo de São Francisco. "Foi um divisor deáguas dentro da faculdade. Era primeiroanis-ta, vindo do interior e fiquei meio assustadocom aquilo tudo. No porão do XI de Agostoeram feitos seminários com a participação dosprofessores Dalmo de Abreu Dallari, Goffredoda Silva Telles Júnior, Fábio Comparato, Ro-cha Barros, que trabalhavam alguns temascom os estudantes. Observei tudo de longe,mas a partir dali comecei a levar mais a sérioa política", relata.

Os professores José Ignácio Botelho de Mes-quita e Tomás Pará Filho, de Direito Processu-

severos na avaliação dos alu-nos, para acabar com uma es-pécie de aprovação automáti-ca que impera por aí, inclusi-ve na Fadusp?

Piva — O problema princi-pal está na qualidade das per-guntas que os professores fa-zem nas provas. Se o profes-sor faz perguntas que não en-volvem nenhum raciocínio ju-rídico, o resultado é esse de-sastre. As questões precisamdespertar nos estudantes umareflexão.

“Os alunos mudaram muito”“Os alunos mudaram muito”

Perfil democrata

al, exerceram grande influência sobre o destinoprofissional de Piva. Ele terminou a graduaçãoem dezembro de 1972 e começou a dar aula emmarço de 1973, a convite de professor Mesqui-ta, que o chamou para assistente. "Foi a opor-tunidade de revelar uma vocação. Era uma coi-sa que precisava acontecer, e aconteceu", diz ohoje professor-doutor. No mesmo ano de 73 ca-sou-se com Maria Regina Coelho Rodrigues,que conheceu em Assis durante o curso colegi-al e foi a primeira namorada. Estão casadosaté hoje e têm três filhos: Gustavo, veterinário;Rafael, professor de Educação Física e surfis-ta; e Mariana, que estuda Psicologia.

Como professor envolveu-se mais ativamen-te na luta contra a ditadura. Lembra-se, emparticular, de um episódio ocorrido em 1984,durante a campanha das "Diretas Já", no diaseguinte ao da derrota da emenda Dante deOliveira. "Os estudantes realizavam um ato noLargo de São Francisco quando a polícia che-gou distribuindo cassetadas, bombas de gáslacrimogêneo e de efeito moral. Alunos e po-pulares correram em direção à escola e o Diti-nho, funcionário que tomava conta da porta,assustado, começou a fechar a porta do meio,a única que estava aberta. Dei um berro parao Ditinho manter a porta aberta e com isso aspessoas puderam refugiar-se dentro da esco-

la. Se não, teria sido uma tragédia. A polí-cia, assim mesmo, invadiu o pátio e lá jogoumais bombas. Foi um horror", recorda.

Esse perfil democrata fez com que fosseconvidado a participar da chapa de JoséEduardo Loureiro nas eleições da OAB-SP.Eleito conselheiro, ocupou um dos quatro luga-res reservados a advogados progressistas nagestão de Loureiro, de 85 a 87. "Foi na épocada Constituinte e, na ocasião, me foi dada arepresentação da Ordem na Constituinte. Aca-bei tendo uma participação muito ativa no ple-nário Pró-Participação Popular na AssembléiaConstituinte, que se reunia na Sala do Estu-dante, na faculdade. Defendíamos uma Cons-tituinte exclusiva", lembra.

Teve duas experiências na esfera adminis-trativa: na década de 80 como assistente técni-co no gabinete do professor José Afonso da Sil-va, então secretário municipal dos Negócios Ju-rídicos; e na década de 90 como chefe de gabi-nete do professor Dalmo Dallari, na época se-cretário dos Negócios Jurídicos da prefeita Lui-za Erundina.

Até se tornar desembargador pelo quinto consti-tucional dos advogados, exerceu a Advocacia du-rante 34 anos. Primeiro, no escritório dos professo-res Ruy Barbosa Nogueira e Paulo Roberto CabralNogueira e, depois, na própria banca.

O

(EN) �

(Da esq. para dir.) Rafaela (nora), Gustavo, Mariana, Piva, Maria Regina e Rafael Com a esposa Maria Regina Coelho Rodrigues

“O professor tem de cativar a atenção” (dos alunos)

Álbum de Família

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNA DO DIREITO

COISA JULGADA

ANO 12 - Nº 142 FEVEREIRO DE 2007

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

Rescisória em busca de justiçaSe a coisa julgada for fragilizada,ninguém saberá quando acabará oconflito entre as partes e se tornarádefinitiva a proclamação de quem

tem e quem não tem razão

O

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP.

s processualistas, dispondo-sea agilizar o andamento dasdemandas, mercê da elabo-ração de novas leis, aceita-ram para o código a pechade entrave ao melhor anda-mento dos processos e, ain-da, à justa e eficiente realiza-ção de direitos. Na verdade,nada conseguiram, a não sercausar frenesi nas questões

de forma, que voltaram a ter mais importância queo direito material, ao qual deveria só servir. Algu-mas dezenas de leis já foram editadas, ao longode mais de dez anos, e, se colaboraram ou nãopara o melhor funcionamento do Judiciário, cadaum pode encontrar a resposta em sua vivênciaprofissional, bastando que aquilate se o trâmite dosfeitos, atualmente, está mais rápido do que antesda reforma.

Em diversos artigos, nesta mesma coluna ou emoutros repositórios, apontamos mazelas da legisla-ção processual de nosso País, chamando atençãopara o desinteresse do Estado; para o crescimen-to exagerado, a partir da Constituição de 1988, denormas outorgando os mais diversos direitos aos ci-dadãos; para a estruturação dos Juizados Especi-ais, feita, exatamente, em detrimento da JustiçaComum, que acabou sendo prejudicada. Eviden-te que todos esses problemas podem ser resolvi-dos, em grande parte, com maior dotação derecursos para o Judiciário, de modo que se pudes-se aprimorar sua estrutura e a capacitação daspessoas, magistrados e funcionários, que o servem,até mesmo oferecendo-lhes melhores condiçõesde trabalho, tornando suas respectivas carreiras demaior interesse.

Evidente que outros males existem, de naturezaadministrativa e jurisdicional e, com certeza, tam-bém legal. Um deles, com enorme importância, éexatamente o maltrato metódico pelo Judiciáriodas normas de processo, a pretexto de buscar arealização da justiça no caso concreto, como seo Judiciário tivesse condições para assim agir e, efe-tivamente, ser um provedor da coletividade.

Evidente que tem contribuído para esse sistêmicodesrespeito aos princípios e regras processuais aprópria barafunda que se instalou na legislação,mercê da eterna reforma, que produz um efeitodidático-pedagógico às avessas: se o processopouco vale, pois seus preceitos são substituídos aoembalo do vento, por que cada magistrado nãocriar a sua própria disposição processual, ele pró-prio gizando o caminho pelo qual a demandadeveria trilhar? Com isso, ficaria imune a observaras tantas novas regras, dado que elas não teriam

eficácia para modificar sua forma de ver os direi-tos processuais. De outro lado, também colaborapara esse deficiente entendimento uma filosofiada reforma, escudada na preocupação com aeficiência e a justiça, de modo a sentir-se cadajuiz com o direito de julgar como pode ser maiseficiente e justo.

Nessa linha, por exemplo, se o sistema passou aadmitir que a realização da coisa julgada seja obs-tada porque, posteriormente a sua ocorrência, anorma em que se amparou a decisão foi declara-da inconstitucional (artigo 475-M, § 1º) e, ainda, seà rescisória pode ser concedido efeito suspensivo,impedindo a execução da decisão que se querrescindir, por que não se poderia alargar as própri-as hipóteses de rescisória?

Foi exatamente o que se deu em caso em quea ex-mulher de devedor, contra quem foi promovi-da execução para pagamento de quantia certa,na qual fora penhorada a metade ideal de imóvela ele pertencente, buscou anular decisão do tribu-nal, que não estava de acordo com sua jurispru-

rediscussão ampla da matéria lançada em proces-so judicial.

Além disso, no mesmo acórdão, verifica-se queo óbice que impediu fosse examinada a apelaçãoda autora da rescisória fora a falta de preparo dorecurso que antes oferecera. Assim, era de rigor quea rescisória versasse sobre esta questão, tratando,antes de perquirir pelo acerto ou não das razõesde apelação, travestidas de ação rescisória, dereconhecer se existiam condições de ser recebidoo apelo, não sendo pensável que, porque o pro-nunciamento de fundo estava errado, a decisãosobre o tema processual deveria ser simplesmentedesconsiderada, dado que, deste modo, estariasendo desrespeitado outro preceito processual,exatamente o que disciplina como e quando osrecursos podem ser conhecidos.

A rescisória não é recurso ordinário, nem sepresta a buscar fazer, no processo, justiça quenão teria sido feita, na decisão atacada. Naestrutura do procedimento, a coisa julgada goza— é fundamental que assim seja — de importân-

dência, quanto à questão do bem de família. Paraisso, a autora renovou anteriores razões de apela-ção, que não fora recebida por falta de preparo,transcreveu artigos que tratam da matéria e pe-diu, em linhas gerais, a anulação do decidido. Oacórdão, relatado por Luís Carlos de Barros (anti-go 1º TACSP, Ação Rescisória n° 1101067-2, julgadaem 7/8/03), "não obstante a falta de precisão napetição inicial", reconhecida expressamente, deupela procedência da ação, entendendo ter o jul-gado violado princípio geral de direito, anulando asentença.

Faltava à inicial da rescisória o cumprimento doseu mais elementar requisito, qual seja, apontar emqual dos incisos do artigo 485 do Código de Pro-cesso Civil fundava-se. Ademais, indicava, aindaque precariamente, a violação da Lei n° 8.009/90,de modo que não era dado ao órgão julgador re-conhecer a violação a princípio geral de direito,pois, assim decidindo, alterou a causa de pedir daação, afrontando o regramento de rito, de vez queveio a reconhecer o direito da autora por funda-mento diverso do indicado, em demanda que,pela sua natureza, não comporta qualquer sorte deampliação, sob pena de se transformar em novaapelação e, pois, abrir oportunidade para a

cia superior a todos os demais institutos, pois fazdefinitivo o que o Judiciário resolveu. Se for tra-tada fragilmente, não se saberá quando termi-nou o conflito. O juiz da rescisória não pode ar-vorar-se em justiceiro, de vez que não há comose garantir que outro, a quem se possa futura-mente submeter sua decisão, não tenha con-cepção diferente de justiça, de modo a julgar-se com direito de alterar também o que por elefoi decidido, ressuscitando o conf l i to, emdemérito ao próprio Judiciário.

A melhor e única justiça que o Judiciário podefazer é a que resulta da aplicação da lei. Comonão são todos os conflitos que deságuam emprocessos e nem são todos que se sentem con-fortáveis diante da demanda, ainda que se fizesseessa justiça concreta em todos os processos, elaseria precária, pois deixaria de lado todos quan-to, respeitosamente, não se atreveram a criarconflito para, depois, clamar por justiça. Sendoassim, fica a justiça para os aventureiros, ou seja,para os que ousaram ir além de seus limites, aoassumir obrigações, e ganham, agora, um prêmiosó pela ousadia. �

566 FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��APELAÇÃO — Artigo 580 do CPP. Co-réu absolvido pornão existir prova suficiente para condená-lo. Extensãodos efeitos desse recurso aos demais acusados. Impos-sibilidade: nos termos do artigo 580 do CPP, é impossí-vel estender-se aos demais acusados os efeitos do re-curso interposto por co-réu que acabou absolvido comfundamento no inciso VI do artigo 386 daquele diplomalegal, uma vez que a inexistência de prova suficientepara a condenação constitui motivo exclusivamente pes-soal que não tem o condão de alcançar os demais, fi-cando tudo na dependência dos elementos colhidos emrelação a eles. (Habeas-Corpus nº 478.102/8, Jacareí,16ª Câmara, rel. Mesquita de Paula, 7/10/04, v.u.).

��APELAÇÃO — Não oferecimento das razões. Possibili-dade de conhecimento: o não oferecimento das razõesnão impede o conhecimento e exame da apelação,consoante os termos do artigo 601 do CPP. (Apelaçãonº 1.391.405/4, São Paulo, 11ª Câmara, rel. Pires deAraújo, 1/3/04, v.u.).

��APROPRIAÇÃO INDÉBITA QUALIFICADA — Agente que de pos-se de numerário para pagamento de taxas de veículode terceiro, não efetua o serviço tampouco devolve-lheo dinheiro. Caracterização: incorre nas penas do artigo168, § 1º , III, do CP, o agente que, de posse de nume-rário para pagamento de taxas de veículo de terceiro,não efetua o serviço tampouco devolve-lhe o dinheiro,ainda, praticamente admitindo em juízo a acusaçãoque lhe foi feita. (Apelação nº 1.367.595/3, Franca, 3ªCâmara, rel. Ciro Campos, 2/3/04, v.u.).

��APROPRIAÇÃO INDÉBITA QUALIFICADA — Agente que, naqualidade de representante legal de empresa, não re-passa para a vítima valor proveniente da negociaçãode veículo automotor recebido para venda em consig-nação. Configuração: configura o delito previsto no ar-tigo 168, § 1º, III, do CP, a conduta do agente que, naqualidade de representante legal de empresa, não re-passa para a vítima o numerário proveniente da nego-ciação de veículo recebido para venda em consigna-ção. (Apelação nº 1.383.721/7, Campinas, 5ª Câmara,rel. Testa Marchi, 9/8/04, v.u.).

��APROPRIAÇÃO INDÉBITA QUALIFICADA — Artigo 168, § 1º, III,do CP. Gerente de imobiliária que deixa de recolher osimpostos relativos a imóveis que administra, apesar deterem sido pagos pelos respectivos inquilinos, inver-tendo a posse desses valores. Caracterização: carac-teriza o crime previsto no inciso III do § 1º do artigo 168do CP a conduta do gerente de imobiliária que deixade recolher os impostos relativos a imóveis que admi-nistra, apesar de terem sido pagos pelos respectivosinquilinos, invertendo a posse desses valores. (Apela-ção nº 1.385.483/5, Taubaté, 15ª Câmara, rel. Fernan-do Matallo, 6/10/04, v.u.).

��CITAÇÃO POR EDITAL — Aplicação da Lei nº 9.271/96. Li-mitação da suspensão do fluxo prescricional àqueleprevisto em abstrato para o tipo legal violado. Inadmis-sibilidade: a Lei nº 9.271/96, ao suspender o andamen-to do processo e do curso da prescrição, não limita asuspensão do fluxo prescricional àquele previsto emabstrato para o tipo legal violado, nem tampouco cria aimprescritibilidade do delito; ao revés, suspende tão-somente o lapso prescricional enquanto não satisfeita

a condição de conhecimento do réu quanto à ação pe-nal movida contra si. Sendo assim, mantém-se a igual-dade entre as partes, pois enquanto suspenso o pro-cesso, para garantia do exercício da ampla defesa,também há a suspensão da prescrição, garantindo-seà acusação que não haja impunidade. (Recurso emSentido Estrito nº 1.442.277/3, Piracicaba, 8ª Câmara,rel. René Nunes, 21/10/04, v.u.).

��CITAÇÃO POR EDITAL — Processo suspenso nos termosdo artigo 366 do CPP. Consideração do prazo prescri-cional da pena prevista para o delito objeto da acusa-ção: o tempo a ser levado em conta para a duração dasuspensão do processo e do prazo prescricional, pre-vista no artigo 366 do CPP, é aquele estipulado para aprescrição da pena relativa ao delito objeto da acusa-ção. O lapso prescricional não pode ficar suspenso portempo indeterminado, até que um dia eventualmenteapareça o réu no processo, sob pena de se conferir aqualidade de imprescritível a infrações penais que as-sim não foram consideradas pela Constituição Federal.

(Recurso em Sentido Estrito nº 1.440.451/5, Santos,15ª Câmara, rel. Poças Leitão, 20/10/04, v.u.).

��CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO — Artigo 302, caput, daLei nº 9.503/97. Motorista que, com imprudência e impe-rícia, dirige seu veículo em velocidade excessiva, perdeo controle e colide com carro que trafegava na pista emsentido contrário, causando a morte da vítima. Caracte-rização: incorre nas penas do artigo 302, caput, da Lei nº9.503/97, o motorista que, com imprudência e imperícia,dirige seu veículo em velocidade excessiva e incompa-tível com as circunstâncias locais, perde o controle doconduzido e colide com o carro que trafegava na pistaem sentido contrário, causando a morte da vítima que seencontrava no banco do passageiro. (Apelação nº1.390.151/5, Marília, 6ª Câmara, rel. A.C. Mathias Coltro,14/7/04, v.u.).

��CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO — Artigo 302, caput, daLei nº 9.503/97. Motorista que, durante o dia, agindocom culpa, ao aproximar-se de um trevo, breca brusca-mente, perdendo o controle do veículo, deriva à direitaindo em direção ao canteiro, por onde a vítima caminha-va, atropelando-a e causando a sua morte. Configura-ção: incorre nas penas do crime do artigo 302, caput, daLei nº 9.503/97, o motorista que, durante o dia, agindocom culpa, ao aproximar-se de um trevo, breca brusca-mente, perdendo o controle do veículo, deriva à direitaindo em direção ao canteiro, por onde a vítima caminha-va, atropelando-a e causando a sua morte. Mesmo queo ofendido estivesse caminhando ao lado da guia, a cul-pa do agente não desapareceria, pois o Direito Penalnão admite sua compensação. (Apelação nº 1.434.351/4, Tupã, 10ª Câmara, rel. Ricardo Feitosa, 1/9/04, v.u.).

��CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO — Artigo 302, parágrafoúnico, I e III, da Lei nº 9.503/97. Motorista que, dirigindosem a devida habilitação legal, ao avistar a vítima atra-vessando a via pública, limita-se a buzinar, atropelan-do-a e evadindo-se do local. Configuração: configura ocrime do artigo 302, parágrafo único, I e III, da Lei nº9.503/97, a conduta do motorista que, dirigindo sem adevida habilitação legal, ao avistar a vítima atravessan-do a via pública, limita-se a buzinar, atropelando-a eevadindo-se do local. O fato de a vítima ter atravessadoo logradouro em momento inoportuno não exclui a res-ponsabilidade do agente, pois no Direito Penal não hácompensação de culpas. (Apelação nº 1.390.185/1,São José dos Campos, 8ª Câmara, rel. Tristão Ribeiro,29/7/04, m.v.).

��CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO — Crime do artigo 302,caput, da Lei nº 9.503/97. Motorista de caminhão que,negligentemente, invade acostamento de rodovia, coli-dindo a frente de seu veículo com ciclista e, como conse-qüência, causa a sua morte. Configuração: configura ocrime do artigo 302, caput, da Lei nº 9.503/97, a condutado motorista de caminhão que, negligentemente, invadeacostamento de rodovia, colidindo a frente de seu veí-culo com ciclista e, como conseqüência, causa a suamorte, pois conduz de modo a provocar acontecimentolesivo, agindo sem as cautelas exigidas. Eventual culpada vítima não elide a responsabilidade penal do autordo delito, uma vez que não se há falar, no Direito Penal,em compensação de culpas. (Apelação nº 1.391.821/7,Cubatão, 2ª Câmara, rel. Laércio Laurelli, 29/7/04, v.u.).

��CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO — Artigo 302 da Lei nº9.503/97. Motorista que, embriagado, trafega em velo-cidade incompatível com o local, atropelando e matan-do pessoa que atravessa a via pública, cujas placasindicam travessia de crianças e velocidade máxima de30 Km/h (trinta quilômetros por hora). Configuração:configura o crime do artigo 302 da Lei nº 9.503/97, aconduta do agente que, embriagado e trafegando emvelocidade incompatível com o local, atropela e matapessoa que atravessa a via pública, cujas placas sina-lizadoras indicam a travessia de crianças e velocidademáxima de 30 Km/h (trinta quilômetros por hora), carac-terizando-se, assim, a culpa pela imprudência e negli-gência. (Apelação nº 1.385.559/1, São Paulo, 6ª Câma-ra, rel. Nicolino Del Sasso, 27/9/04, v.u.).

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TRIBUNA DO DIREITO

ANO 14 - Nº 84 FEVEREIRO DE 2007

Bacharéis defendem os “cursinhos”ANDREZZA QUEIROGA

Acomplexidade do Exame de Ordem aca-bou criando um subproduto, os cursospreparatórios. Isso é o que se depreen-de das declarações dos bacharéis queparticiparam da primeira fase do 131º

Exame de Ordem, dia 21, no Centro UniversitárioNove de Julho (Uninove) da Vergueiro, zona sul daCapital. Para Michel Cury, por exemplo, que fez aprova pela segunda vez, nem uma universidade dequalidade prepara o bacharel para o Exame de Or-dem. "Não basta ter um bom ensino superior, nãodá para passar no Exame sem um curso prepara-tório. É muita coisa para se lembrar e as questõessão confusas", afirmou. O candidato Marco Arapi-an concordou que não basta estudar por conta pró-pria e fazer uma boa graduação. "Se não fizer umcursinho, não tem como ser aprovado", argumen-tou. Hugo Koga, Paola Marques e Leonardo Gaspa-rini concordam e alertam que não basta "freqüen-tar o curso", é preciso dedicação, estudo e calma nahora de responder as questões.

A alegação é confirmada até por quem nãoparticipou de provas anteriores como Maria Ca-rolina Russo, de 23 anos, que disse que a uni-versidade não dá base e que o curso é essenci-al. "A prova é difícil, com um grande conteúdo eo curso faz relembrar pontos que tivemos noprimeiro ano da faculdade", defende. Penélopede Araújo Faria e Marília Kaminsk, que tambémestrearam no Exame de Ordem, afirmaram queapesar de terem estudado bastante, o cursinhofoi essencial na preparação. Na contramão, apa-rece Paula Camilo de Queiroz Barone, de 22anos, que dizia estar tranqüila e bem preparadapara o Exame, que prestava pela primeira vez."Estudei sozinha, tive boa formação e não vejo a pro-va como um bicho-de-sete-cabeças. Se não passar,procuro um curso preparatório para não esquecerdas matérias pedidas na prova", disse. Segundo BrazMartins Neto, novo presidente da Comissão de Está-gio e Exame de Ordem da OAB-SP, a proliferação doscursos preparatórios apenas confirma a posição daOAB sobre a qualidade de ensino. Para ele, o idealseria que a Ordem tivesse uma atuação sobre as fa-culdades, tendo competência para "vetar novos cur-sos e fechar os que não possuem ensino adequado".De acordo com Braz Martins Neto, o Exame é ummeio efetivo de seleção. "Uma seleção que não é feitana faculdade, já que muitas mercantilizaram oensino", afirma. Segundo ele, o "grande vilão" équem dá autorização para que cursos de máqualidade sejam abertos, ou seja, o Ministério da

Educação e Cultura (MEC). "Cabe ao go-verno acordar para o ensino superior. Oslegisladores têm de rever essa situação,estabelecendo leis que regulem este cená-rio mercantilista, esquecendo de interes-ses econômicos que estão por trás das au-torizações. Só assim poderemos modificareste cenário", pondera.

Alguns candidatos voltaram a criticar aformulação das questões alegando que sãomal elaboradas, confusas e "cheias de pega-dinhas". Rubens Aparecido Araújo, porexemplo, que tentou pela terceira vez, disseque o problema é a "interpretação das ques-tões". Condenou o ensino superior, afirman-do que as universidades não dão base aobacharel. "A gente sai na rua com o diploma,mas sem nenhuma preparação", desabafou.Hélio Roverso defendeu o rigor da prova e as"pegadinhas". "Tem de ser desta forma, comperguntas às vezes não muito claras. Só as-sim a Ordem conseguirá selecionar os futu-

ros profissionais. É muito bacharel parapouca vaga", afirmou.

A primeira fase do 131º Exame teve28.185 inscritos, dos quais 1.098 não compa-receram (índice de abstenção de 3,9%). A pro-va objetiva foi composta de 100 questões demúltipla escolha sobre Direito Constitucional,Civil, Comercial, Penal, Trabalho, Administra-tivo, Tributário, Processual Civil, ProcessualPenal e Ética e Disciplina. Somente os candi-datos que acertarem, no mínimo, 50 das 100questões serão classificados para a segundafase, que será realizada no dia 25. A lista deaprovados será divulgada nos sites da OAB-SP (www.oabsp.org.br) e da Vunesp (www.vunesp.com.br) dia 2, a partir das 18 horas. Aprova prático-profissional compreenderá aredação de uma peça processual (peso cinco)e cinco questões práticas (peso um cada). Seráaprovado o candidato que tiver nota igual ousuperior a seis. O "Tribuna" publica a versão 1do Exame e os gabaritos.

Mais de 28 mil bacharéis participaram da primeira fase do 131º Exame de Ordem

Fotos Augusto Canuto

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FEVEREIRO DE 20072TRIBUNA DO DIREITO

novo presidente do Conse-lho Federal da Ordem dosAdvogados do Brasil, Rai-mundo Cezar Britto Aragão,que substitui Roberto Busa-to desde 1º de fevereiro, não"encontrou tempo" para res-ponder às questões do "Tri-buna" sobre o Exame de Or-dem. O novo presidente doConselho, 44 anos, foi o úni-co candidato a registrar acandidatura até o prazo li-mite (31/12/06) e havia pro-metido ao jornal, em consul-ta feita em meados de janei-ro, não só esclarecer dúvi-das sobre o Exame de Or-dem, como também falar so-bre outros assuntos que pre-ocupam o Judiciário brasi-leiro. Entretanto, acabounão o fazendo alegando ter"compromissos mais impor-tantes" em Curitiba. A as-sessoria de Imprensa de Ce-zar Brito chegou, inclusive, aenviar e-mail com fotos paradivulgação.

Em entrevista (?) concedi-da a seu assessor de Im-prensa (?) Irineu Tamanini,Cezar Brito diz que "o novomandato de Lula ainda nãofoi desenhado" e que "eletem duas opções: ou man-tém um governo de coptaçãoque caracterizou o primeiromandato e sofrerá oposiçãorigorosa da OAB, ou podefazer um governo de coali-zão, mudando as práticas jáutilizadas", o que levaria aOAB "a colaborar com o Es-tado de Democrático de Di-reito de forma independen-te". Na mesma entrevista (?),o novo presidente do Conse-

Novo presidente do ConselhoFederal não esclarece

lho da OAB "diz" que a entidade vai cri-ar uma "Comissão de Combate ao CrimeOrganizado" e, com relação a advogados,procuradores e magistrados, pretende"criminalizar as violações às prerrogati-vas dos advogados; dotar os mecanis-mos de defesa do advogado no campointerno para que responda de forma ágil

e dura ao Ministério Público ou à Magis-tratura que ataque essas prerrogativas".E mais: "melhorar os recursos técnicosno que se refere às propostas contra omagistrado" e "esclarecer o advogado,(sic) que a reação do arbítrio deve ser dopróprio advogado, mas a OAB sempreestará em defesa dele".

Raimundo Cezar Britto Aragão “concede” entrevista ao próprio assessor de Imprensa

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aimundo Cezar Britto Aragão, advogado, é ser-gipano (nasceu em Pompéia) , formado em Direito

pela Universidade Federal de Sergipe. Aos 44 anosserá o mais jovem a ocupar a presidência do Conse-lho Federal da OAB. O mandato vai até 2010. Foi con-selheiro (1993/1994) e presidente (1998/2000) daOAB-SE, tendo sido anteriormente conselheiro fede-ral da Ordem (1995/1997) por Sergipe. É advogadoda CUT desde 1985, vice-presidente da Associação

Brasileira dos Advogados Trabalhistas do Nordeste,membro do Conselho Editorial da Editora OAB Naci-onal e professor permanente da ESA-SE.

A chapa única que se apresentou para o Con-selho da entidade teve como vice-presidenteVladimir Lourenço (MS), como secretária-geralCléa Carpi da Rocha (RS), como secretário-geraladjunto Alberto Toron (SP) e como diretor-tesou-reiro Ophir Cavalcante Júnior (PA).

Cezar Britto substitui Roberto Busato desde o início do mês

O mais jovem

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Divulgação

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FEVEREIRO DE 2007 3TRIBUNA DO DIREITO

A prova objetiva1. Caracteriza ato complexo(A) o veto do Poder Executivo a projeto de lei aprovado pelo Legislativo.(B) a aprovação de tratado internacional.(C) a decisão da autoridade competente para dispensa de servidor.(D) o acórdão do Tribunal de Contas da União.

2. Um Tribunal de Contas pode anular um ato administrativo editado semnenhum vício de formalidade ou legalidade, sob a alegação de que, embora oato administrativo atenda aos comandos legais, ele estaria desvinculado como seu resultado?

(A) Sim, pelos princípios da finalidade e da eficiência, o Tribunal de Contaspode avaliar se os atos administrativos estão ou não vinculados às políticas pú-blicas de derivação constitucional.

(B) Não, porque o ato preencheu todos os requisitos legais.(C) Sim, porque cabe ao Tribunal de Contas a palavra final sobre a discri-

cionariedade dos atos administrativos.(D) Não, porque o Tribunal de Contas não tem competência para analisar

a finalidade dos atos administrativos, e sim, apenas a sua economicidade.

3. Não se enquadra(m) no espírito de governança consensual e participa-tiva, entre Estado e particulares

(A) o direito de impugnação de edital.(B) as audiências públicas.(C) as nomeações de particulares para diretores de agências regulatórias.(D) as parcerias público-privadas.

4. O conceito de serviço público não alberga(A) a titularidade própria do Estado.(B) o princípio da livre iniciativa.(C) a sua executoriedade pelo regime público.(D) a possibilidade de delegação do seu exercício a particulares.

5. Em um imóvel anexo a uma escola, de propriedade de um município,decidiu-se plantar árvores frutíferas, para melhorar a merenda escolar. Passa-dos alguns anos, constatou-se que a escolha das árvores frutíferas não foi amelhor, visto que formigas infestaram essas árvores, causando problemas aosalunos e professores. Como a escolha discricionária das árvores frutíferas cou-be ao Secretário da Educação, pode-se impugnar a validade do ato decisóriodesse Secretário, sob a alegação de que referido ato não obedeceu ao princí-pio da eficiência?

(A) Não, se na época da escolha discricionária esta pôde ser reputadacomo a melhor.

(B) Sim, porque o agente público responde sempre pelos seus atos, ain-da que estes venham a se revelar insatisfatórios em tempos posteriores.

(C) Não, porque escolhas discricionárias só podem ser impugnadas se ca-racterizarem desvio de poder.

(D) Sim, porque todos os atos administrativos que determinam escolhas dis-cricionárias podem ser revogados por qualquer vício, inclusive de ineficiência.

6. Entende-se que as entidades estatais exploradoras de atividades econô-micas não estão obrigadas a realizar licitação

(A) desde que seja para contratação de obras ou de atividades econômicas.(B) porque se sujeitam ao mesmo regime jurídico das empresas privadas.(C) porque a Lei de Licitações, expressamente, as dispensa desse procedimento.(D) para as operações enquadráveis em sua atividade-fim.

7. Em execução judicial sofrida pela Companhia do Metropolitano de SãoPaulo-METRÔ, foi determinada a penhora dos seus recursos financeiros. O STFconcedeu liminar suspendendo cautelarmente tal decisão, sob o fundamentode que

(A) a empresa presta serviço público essencial, sobre o qual recai o prin-cípio da continuidade.

(B) se trata de sociedade de economia mista, que não pode ter seus benspenhorados.

(C) se trata de entidade estatal que exerce atividade econômica em senti-do estrito, não podendo ocorrer descontinuidade nesse exercício.

(D) os recursos financeiros do METRÔ têm natureza de bem público, ra-zão pela qual só podem ser penhorados no regime de precatórios.

8. Dois prefeitos de cidades vizinhas contrataram um mesmo engenheiro,com ótima qualificação funcional, para ocupar cargos em comissão de Chefede Gabinete desses municípios.

Estão corretos tais procedimentos?(A) Não, a não ser que haja compatibilidade de horários, visto que se tra-

ta de municípios vizinhos.(B) Sim, porque se trata de cargos em comissão.

(C) Não, porque a Constituição Federal veda acumulação desses cargos.(D) Sim, desde que o engenheiro realmente tenha boa qualificação e abra

mão de uma das remunerações.

9. Após regular procedimento de licitação, uma autarquia celebrou, nos ter-mos do edital, contrato de prestação de serviços com a empresa adjudicatá-ria, pelo prazo fixo de dois anos, vedada qualquer prorrogação. Todavia, ven-cido esse prazo, a empresa permaneceu prestando serviços por mais três anos,sem contudo ter sido celebrado nenhum aditivo contratual.

Vindo o Tribunal de Contas a considerar irregular tal situação, deverá a em-presa contratada devolver os valores recebidos?

(A) Sim, porque o edital não estabelecia possibilidade de prorrogação docontrato.

(B) Não, pelo princípio da vedação do enriquecimento sem causa, poden-do, no entanto, sofrer punição (multa, declaração de inidoneidade, etc).

(C) Não, porque se trata de prestação de serviços e o prazo total não ultra-passou 5 (cinco) anos.

(D) Sim, a não ser que a prorrogação tenha ocorrido por demora, por par-te da autarquia, na finalização de novo procedimento licitatório.

10. Existem determinadas tarefas públicas que não podem ser transferidasaos particulares, porque fazem parte do núcleo duro do Estado. Por exemplo,

(A) a atividade técnica destinada a verificar se um interessado preenche osrequisitos legais para dirigir veículo.

(B) a emissão de ato jurídico-administrativo reconhecendo que o interes-sado preenche os requisitos legais para dirigir veículo.

(C) a elaboração de laudo referente à compatibilidade de determinado equi-pamento com as normas técnicas e regulamentares vigentes.

(D) o exame psico-social em preso, para possibilitar redução da sua penaou regime prisional menos severo.

11. Após a promulgação da Constituição de 1988, (A) o eleitorado teve aoportunidade de escolher, mediante plebiscito, a forma republicana de governo,caracterizada pela eleição e periodicidade dos mandatos dos governantes.

(B) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, aforma federativa de estado, caracterizada pela existência de ordens jurídicasparciais autônomas, como Estados-membros e Municípios.

(C) o eleitorado teve a oportunidade de escolher, mediante referendo, osistema presidencialista de governo, caracterizado pelo exercício das funçõesde Chefe de Governo e de Chefe de Estado por pessoas distintas.

(D) a forma e o sistema de governo e a forma de estado originalmente ado-tados tornaram-se definitivos, sem a possibilidade de serem escolhidos peloeleitorado.

12. A Constituição Federal pode ser alterada(A) por iniciativa da Mesa do Senado Federal.(B) pela aprovação de três quintos dos membros da Câmara dos Deputa-

dos e do Senado Federal, em um turno de votação.(C) na vigência de estado de guerra, desde que não declarado estado de

sítio.(D) mediante promulgação da Mesa do Congresso Nacional.

13. É considerado norma de eficácia contida o seguinte dispositivoda Constituição Federal:(A) o art. 5.º, XIII: "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-

fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".(B) o art. 37, VII: "o direito de greve será exercido nos termos e nos limi-

tes definidos em lei específica".(C) o art. 84, I: "compete privativamente ao Presidente da República nomear

e exonerar os Ministros de Estado".(D) o art. 18, § 1.º: "Brasília é a Capital Federal".

14. A medida cautelar concedida pelo Supremo Tribunal Federal em AçãoDireta de Inconstitucionalidade

(A) produz efeitos contra todos e, em regra, ex tunc.(B) produz efeitos ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conce-

der-lhe efeito ex tunc.(C) produz efeitos entre as partes e ex nunc.(D) em regra, não torna aplicável a legislação anterior acaso existente.

15. Produz efeitos erga omnes e vinculante a decisão de mérito proferidapelo Supremo Tribunal Federal

(A) em Recurso Extraordinário, sempre que envolver matéria constitucional.(B) somente em Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória

de Constitucionalidade.(C) em Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Declaratória de Cons-

titucionalidade e Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental.(D) em todas as ações que envolvam matéria constitucional.

16. Segundo as atuais regras de imunidade parlamentar, não poderáser preso,(A) desde a expedição do diploma, o Senador, salvo em flagrante de cri-

me inafiançável.(B) desde a posse, o Deputado Federal, salvo em flagrante delito.(C) desde a expedição do diploma, o Deputado Estadual, salvo em flagran-

te delito.(D) desde a posse, o Vereador, salvo em flagrante delito praticado na cir-

cunscrição do respectivo Município.

17. A iniciativa popular das leis, conforme prevê a Constituição Federal,(A) está prevista somente na esfera federal, podendo ser exercida medi-

ante subscrição de, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distri-buído pelo menos por cinco Estados, com não menos de cinco décimos porcento dos eleitores de cada um deles.

(B) está prevista somente nas esferas federal e estadual, podendo ser exer-cida, no âmbito federal, mediante subscrição de, no mínimo, cinco por cen-to do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com nãomenos de cinco décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

(C) está prevista somente nas esferas federal e estadual, podendo serexercida, no âmbito estadual, mediante manifestação de, pelo menos, cincopor cento do eleitorado estadual.

(D) está prevista nas esferas federal, estadual e municipal, podendo serexercida, no âmbito municipal, mediante manifestação de, pelo menos, cin-co por cento do eleitorado em projetos de lei de interesse específico do Mu-nicípio, da cidade ou de bairros.

18. A Constituição Federal NÃO veda ao Juiz(A) o exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo ou função,

salvo uma de magistério.(B) o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, an-

tes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exo-neração.

(C) a dedicação à atividade político-partidária.(D) a remoção, a pedido, a outra comarca, segundo critérios de antigüi-

dade e merecimento.

19. O Ministério Público, no sistema constitucional vigente,(A) é composto pelo Ministério Público Federal, que compreende, den-

tre outros, o Ministério Público do Trabalho, e pelo Ministério Público Esta-dual.

(B) tem por chefe, na esfera da União, o Procurador-Geral da República,que é nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira,após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do SenadoFederal, por voto secreto.

(C) tem como funções institucionais a representação judicial e a consul-toria jurídica de entidades públicas.

(D) dispõe de autonomia administrativa e financeira, cujo controle está acargo do Conselho Nacional de Justiça, que é o órgão superior de fiscaliza-ção do Ministério Público.

20. Os tratados internacionais sobre direitos humanos, na ordem interna,(A) podem equivaler à Emenda à Constituição.(B) equivalem sempre à lei ordinária.(C) não necessitam de referendo do Congresso Nacional, desde que ce-

Administrativo EXAME DE ORDEM

Constitucional EXAME DE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

FEVEREIRO DE 20074TRIBUNA DO DIREITO

lebrados pelo Presidente do próprio Congresso Nacional.(D) não podem ser declarados inconstitucionais.

21. Sobre a conversão do negócio jurídico, é CORRETO afirmar que se tratade instituto

(A) aplicável apenas aos negócios anuláveis.(B) que visa converter o negócio nulo em outro válido, mas que não tem

previsão no nosso ordenamento.(C) aplicável à fraude contra credores.(D) que visa converter o negócio nulo em outro válido e que tem previsão

no Código Civil.

22. Sobre a fraude contra credores, é ERRADO afirmar que(A) o credor deverá provar o consilium fraudis e o eventus damni a fim de

anular a venda praticada pelo devedor insolvente.(B) se diferencia da fraude de execução, visto que esta só se configura

caso o negócio seja praticado no decorrer de um processo de execução mo-vido em face do devedor.

(C) o prazo decadencial para anular o negócio fraudulento é de quatro anos.(D) o credor quirografário que receber do devedor insolvente o pa-

gamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em pro-veito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores,aquilo que recebeu.

23. Comodatário - dentro do prazo estabelecido em contrato - vê a motoque lhe foi emprestada desaparecer por conta de um caso fortuito. Nesse caso,é CORRETO afirmar que

(A) o comodante tem direito à indenização pelo valor da moto, além dasdemais perdas e danos.

(B) o comodante tem direito apenas à indenização pelo valor da moto.(C) o comodatário nada deve ao comodante e a obrigação de restituir está

extinta.(D) a obrigação está mantida, devendo o comodatário restituir bem do

mesmo gênero e qualidade.

24. Sobre a doação, é ERRADO afirmar:(A) no silêncio do contrato, a doação a um filho deverá ser colacionada no

inventário do pai que doou.(B) estabelecida com cláusula de reversão, pode gerar sucessão anômala.(C) para doar bem imóvel a um filho, o pai, necessariamente, precisa da

anuência dos demais filhos.(D) limitando-se à parte disponível, pode o pai doar a um filho sem anu-

ência do outro.

25. Sobre o mandato, é ERRADO afirmar que(A) o noivo pode ser representado por mandatário na celebração do casa-

mento.(B) outorgado mandato por instrumento público com o fim especial de o

mandatário alugar a casa do mandante, eventual substabelecimento pode serfeito por instrumento particular.

(C) o mandato pode ser verbal.(D) é nulo o mandato que contiver a cláusula "em causa própria".

26. Sobre o condomínio edilício, é ERRADO afirmar que(A) o não pagamento das taxas condominiais pode acarretar multa máxi-

ma de 2% ao mês, além dos juros moratórios.(B) a maior multa prevista no código para um condômino é de cinco ve-

zes o valor da taxa condominial.(C) a convenção do condomínio poderá ser feita por escritura pública ou

por instrumento particular.(D) institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento,

registrado no Cartório de Registro de Imóveis.

27. Sobre o usufruto, é ERRADO afirmar que(A) a lei considera que o direito de usufruto sobre um terreno é um bem imóvel.(B) falecendo o usufrutuário, o direito de usufruto transmite-se aos seus

herdeiros.(C) falecendo o nu-proprietário, seu direito transmite-se aos seus herdeiros.(D) o direito de usufruto não pode ser alienado.

28. Assinale a alternativa que indica a única pessoa que NÃO se encontrasob uma causa suspensiva do casamento.

(A) A viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inven-tário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros.

(B) O descendente do tutor que pretende se casar com o tutelado.(C) O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a

partilha dos bens do casal.(D) A viúva que pretende se casar com o homem condenado por homicí-

dio contra o seu consorte.

29. Sobre a sucessão legítima em favor da viúva, é ERRADO afirmar que

(A) ainda que concorra com filhos exclusivos do falecido, a vi-úva - que era casada sob o regime da separação obrigatória - temdireito real de habitação relativamente ao único imóvel deixado pelode cujus.

(B) casada sob o regime da separação convencional, a viúva herdará a pro-priedade dos bens particulares do de cujus, concorrendo com os filhos exclu-sivos deste, em igualdade de quotas.

(C) não há diferença quanto ao fato de a viúva ser ou não mãe de todos os5 (cinco) filhos do seu falecido marido.

(D) concorrendo com o irmão do falecido, a esposa herdará todo o patri-mônio, qualquer que seja o regime de bens.

30. Sobre a sucessão testamentária, é ERRADO afirmar:(A) o instituto da redução das disposições testamentárias é aplicado para

as hipóteses de avanço do testamento na parte legítima dos herdeiros neces-sários.

(B) há direito de representação na sucessão testamentária.(C) o pai pode testar metade do seu patrimônio ao filho primogênito 'A',

enquanto que a outra metade será igualmente dividida entre o próprio 'A' e ocaçula 'B'.

(D) o herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão he-reditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aosquinhões que aceita e aos que renuncia.

Civil EXAME DE ORDEM

Proc. Civil EXAME DE ORDEM

31. O princípio dispositivo, também denominado de princípio da inércia dajurisdição, significa que

(A) nenhum Juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou ointeressado a requerer, nos casos e formas legais.

(B) caberá ao Juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as pro-vas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis oumeramente protelatórias.

(C) o Juiz conhecerá de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição, en-quanto não proferida a sentença de mérito, das questões de ordem pública.

(D) cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados napetição inicial.

32. Assinale a alternativa correta.I. Partes, causa de pedir e pedido são os elementos identificadores da de-

manda.II. São causas que geram a extinção do processo sem julgamento do mé-

rito: perempção, litispendência e prescrição.III. A ausência de contestação leva invariavelmente a que seja julgada an-

tecipadamente a lide.(A) Apenas I é correta.(B) Apenas II é correta.(C) Apenas III é correta.(D) Todas são incorretas.

33. Há conflito de competência quando(A) foi oferecida exceção de incompetência, pelo réu.(B) foi alegada incompetência absoluta do juízo, em sede de contes-

tação.(C) dois ou mais Juízes se declaram competentes.(D) é determinada a remessa dos autos a outro juízo.

34. Diante das afirmações:I. Capacidade de ser parte ou para a causa é um conceito com regras pré-

definidas nas regras processuais.II. Capacidade postulatória é aquela referente à pessoa que está em juízo

pleiteando para si um bem da vida.III. Capacidade e legitimidade são expressões sinônimas, sendo que o que

as diferencia é o momento, ou seja, antes ou depois de proposta demanda,respectivamente.

Pode-se dizer que(A) apenas I e II estão corretas.(B) apenas I e III estão corretas.(C) apenas II e III estão incorretas.(D) todas estão incorretas.

35. Sabendo-se que o Código de Processo Civil é dividido em 5 (cinco)Livros, pode-se afirmar que

(A) são cinco os tipos de processo: sumário, ordinário, especial, execuçãoe cautelar.

(B) são quatro os tipos de processo: conhecimento, execução, cautelar eespecial, sendo que o livro V é só de disposições transitórias.

(C) são cinco os tipos de processo: conhecimento, especial, execução,cumprimento de sentença e cautelar.

(D) nenhuma das alternativas anteriores é correta.

36. São cabíveis os embargos à arrematação e à adjudicação(A) sempre que os embargos à execução não tenham sido opostos pelo

executado.(B) apenas na fase de execução de processo de conhecimento.

(C) quando se estiver diante de uma execução de título executivo extraju-dicial, por quantia certa contra devedor solvente.

(D) nenhuma das alternativas anteriores.

37. O arresto é uma das demandas cautelares típicas, prevista nos arts. 813a 821 do Código de Processo Civil, sendo cabível

(A) quando o oficial de justiça, não localizando o executado paraproceder à citação, encontra bens suficientes para garantir a execu-ção.

(B) quando o devedor sem domicílio certo deixa de pagar a obrigação noprazo estipulado.

(C) quando lhes foi disputada a propriedade ou a posse, havendo funda-do receio de danificação.

(D) quando houver fundado receio de extravio ou de dissipação de bens.

38. É caso de denunciação da lide:(A) quando se está diante de litisconsórcio necessário.(B) quando, sendo o devedor acionado, denuncia o fiador.(C) quando aquele que estiver obrigado por lei ou contrato,é denunciado a assegurar a obrigação.(D) quando sendo acionado o detentor, este denuncia o proprietárioou o possuidor.

39. Diante das afirmações:I. Para que os embargos à execução sejam admissíveis, sempre é neces-

sária a garantia do juízo.II. Na execução de obrigação de fazer e não fazer e na de entrega de coi-

sa, uma vez não cumprida a obrigação específica, deve ser proposta a execu-ção por quantia certa.

III. Os embargos à execução, depois do advento da Lei n.º 11.232/05 (cha-mada lei do cumprimento de sentença), só são cabíveis quando se estiver di-ante de título executivo extrajudicial.

Pode-se dizer que(A) todas são corretas.(B) todas são incorretas.(C) só I e II são corretas.(D) só II e III são corretas.

40. Sobre a reconvenção, é correto afirmar que(A) é sempre cabível, sob pena de cercear o direito de ação do réu.(B) não é cabível em sede de possessória e juizado especial.(C) só não é cabível em sede de processo de execução e cautelar.(D) só é cabível em sede de processo de conhecimento.

41. Ação revocatória de ato praticado pelo falido, com a intenção de pre-judicar credores, provando-se o conluio entre o devedor e o terceiro que comele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida, deverá ser propostano prazo de

(A) 02 (dois) anos, contados da decretação da falência.(B) 03 (três) anos, contados da decretação da falência.(C) 04 (quatro) anos, contados da decretação da falência.(D) 05 (cinco) anos, contados da decretação da falência.

42. O crédito do representante comercial em processo falimentar é clas-sificado como

(A) trabalhista.(B) quirografário.(C) privilégio especial.(D) privilégio geral.

43. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer to-das as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, exceto ascausas

(A) trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas na lei falimentar, em queo falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.

(B) trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas na lei falimentar, em queo falido figurar como réu ou litisconsorte passivo.

(C) trabalhistas, apenas.(D) trabalhistas e fiscais, apenas.

44. Dentre as informações dadas, assinale a que NÃO precisa necessari-amente constar da circular de oferta de franquia.

(A) O perfil do franqueado ideal no que se refere à experiência anterior,nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou pre-ferencialmente.

(B) Os balanços e demonstrações financeiras do franqueador relativos aosdois últimos exercícios.

(C) A previsão do tempo estimado para a recuperação do investimento fi-nanceiro realizado pelo franqueado.

(D) Relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfran-queadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze me-ses, com nome, endereço e telefone.

Comercial EXAME DE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

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FEVEREIRO DE 2007 5TRIBUNA DO DIREITO

45. O contrato de corretagem tem por pressuposto a mediação(A) apenas de negócio imobiliário.(B) de um ou mais negócios.(C) apenas de contrato de seguro.(D) apenas de compra e venda mercantil.

46. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, quese locupletaram injustamente com o não pagamento do cheque, prescreve

(A) em 02 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescriçãopara o exercício da ação de execução.

(B) em 03 (três) anos, contados do dia em que se consumar a prescriçãopara o exercício da ação de execução.

(C) em 02 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescriçãopara a apresentação do cheque.

(D) em 03 (três) anos, contados do dia em que se consumar a prescriçãopara a apresentação do cheque.

47. A duplicata pode ser protestada(A) apenas por falta de aceite ou de pagamento.(B) por falta de aceite, de devolução ou de pagamento.(C) apenas por falta de pagamento.(D) apenas por falta de devolução ou de pagamento.

48. A matrícula dos tradutores públicos é feita(A) em Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.(B) em Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.(C) em Cartório de Registro de Títulos e Documentos.(D) na Junta Comercial.

49. Sobre o consórcio entre empresas, é correto afirmar que(A) não tem personalidade jurídica, respondendo cada uma por suas obri-

gações, sem presunção de solidariedade.(B) tem personalidade jurídica, respondendo cada uma por suas obriga-

ções, sem presunção de solidariedade.(C) não tem personalidade jurídica, respondendo cada uma por suas obri-

gações, com presunção de solidariedade.(D) tem personalidade jurídica, respondendo cada uma por suas obriga-

ções, com presunção de solidariedade.

50. As ações preferenciais de uma sociedade por ações, sem direito devoto, adquirirão o exercício desse direito

(A) se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a trêsexercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a quefizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos nãoforem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativamente em atraso.

(B) se a companhia, independentemente do prazo previsto no estatuto,deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, a partir dedois exercícios consecutivos, direito que conservarão até o pagamento, se taisdividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativamen-te em atraso.

(C) a partir do momento em que a companhia deixar de pagar os dividen-dos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o paga-mento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos oscumulativamente em atraso.

(D) a partir do momento em que não são aprovadas as contas da Adminis-tração da companhia.

51. Aponte a alternativa que contém três crimes praticados porparticular contra a Administração Pública.(A) Peculato, concussão e advocacia administrativa.(B) Desacato, corrupção ativa e desobediência.(C) Peculato, desacato e corrupção passiva.(D) Concussão, corrupção ativa e advocacia administrativa.

52. João e Pedro, agindo de comum acordo, subtraíram, para si, impor-tância em dinheiro que Maria, mãe de João, com 62 (sessenta e dois) anos deidade, guardava em sua casa. Em face desse fato,

(A) João e Pedro podem ser processados, porque Pedro não é atingido porescusa absolutória, e João porque, embora pudesse ser beneficiado pela es-cusa, esta não se aplica pelo fato de a vítima ter mais de 60 (sessenta) anosde idade.

(B) João e Pedro não podem ser processados, porque ambos seriam be-neficiados por escusa absolutória.

(C) João não poderia ser processado porque seria beneficiado pela escusaabsolutória, mas Pedro poderia ser processado porque a ele não se aplicariaa escusa.

(D) João e Pedro podem ser processados porque não há mais escusa ab-solutória em crime patrimonial praticado por filho contra a mãe.

53. Francisco de Assis Toledo, in O erro no direito penal (Saraiva,1977, p. 21), ao se referir à teoria finalista, afirmou: "a ... ganha um ele-

Penal EXAME DE ORDEM

mento - a consciência da ilicitude (consciência do injusto) - mas perde osanteriores elementos anímico-subjetivos - o dolo e a culpa stricto sensu - re-duzindo-se, essencialmente, a um juízo de censura." Com essa frase ele estáse referindo à

(A) antijuridicidade.(B) relação de causalidade.(C) culpabilidade.(D) tipicidade.

54. Entre as afirmativas seguintes, assinale a que corresponde à nova LeiAntitóxicos (Lei n.º 11.343/2006).

(A) A nova lei não permite que se aplique qualquer tipo de sanção ao usu-ário.

(B) A nova lei manteve o mesmo procedimento da lei antiga (Lei n.º 6.368/1976).

(C) A nova lei pune o crime de tráfico de entorpecente na mesma gravidadecom que era punido na lei antiga (Lei n.º 6.368/1976).

(D) A nova lei cria crime inexistente na lei anterior (Lei n.º 6.369/1976)consistente no oferecimento eventual de droga, sem intuito de lucro, a pessoade relacionamento do agente, para juntos consumirem.

55. Veja o seguinte tipo: "Adquirir, em proveito próprio ou alheio, no exer-cício de atividade comercial, coisa que deve saber ser produto de crime." Cor-responde ao crime de

(A) fraude no comércio.(B) dano qualificado.(C) receptação qualificada.(D) favorecimento real.

56. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o crime de homicídio culposo.(A) O crime de homicídio admite a forma culposa.(B) Além do homicídio culposo definido no Código Penal, existe o homi-

cídio culposo de trânsito, definido no Código de Trânsito.(C) A pena do homicídio culposo pode ser agravada se o agente deixa de

prestar imediato socorro à vítima.(D) O Juiz não pode, no homicídio culposo, deixar de aplicar a pena.

57. Assinale a alternativa correta sobre aberratio ictus, que ocorre quandoo agente, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, em vez de atingira pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa.

(A) O agente responde como se tivesse praticado o crime contra a pessoaque pretendia ofender.

(B) Não é possível ocorrer a aberratio ictus numa causa justificativa.(C) No caso de ser também ofendida a pessoa que o agente pretendia ofen-

der, aplica-se a regra do concurso material.(D) As expressões aberratio ictus e aberratio criminis são sinônimas.

58. Em caso de condenação à pena privativa de liberdade de 03 (três) anosde reclusão, o condenado

(A) tem direito, necessariamente, de iniciar o cumprimento da pena emregime semi-aberto.

(B) tem direito, independentemente de sua idade ou condição, à suspen-são condicional da pena.

(C) não tem direito, se for condenado por crime cometido mediante violên-cia ou grave ameaça, a que a pena privativa seja substituída por penas restri-tivas de direito.

(D) não tem direito, se for reincidente em crime doloso ou culposo, à subs-tituição da pena privativa por pena restritiva de direito.

59. Sobre a reincidência, é correto afirmar que, segundo súmula do Supe-rior Tribunal de Justiça,

(A) a reincidência penal pode ser considerada como circunstância agravan-te e, simultaneamente, como circunstância judicial.

(B) a incidência da reincidência pode conduzir ao aumento da pena acimado máximo legal.

(C) em caso de reincidência, não é possível o livramento condicional.(D) a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

60. Em relação ao concurso de pessoas, é INCORRETO afirmar que(A) ele pode realizar-se por meio de co-autoria e participação.(B) co-autor é quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou

omissão que caracteriza a infração penal.(C) o partícipe realiza a conduta descrita pelo tipo penal.(D) o partícipe pratica uma conduta que contribui para a realização da in-

fração penal, embora não esteja descrita no tipo penal.

61. Nos processos dos Juizados Especiais Criminais, o interrogatório,na audiência única de instrução, debates e julgamento, é(A) feito após serem inquiridas as testemunhas de acusação e de defesa.(B) o primeiro ato após o recebimento da denúncia.(C) feito após serem ouvidas as testemunhas de acusação e antes de se-

rem ouvidas as testemunhas de defesa.

(D) feito antes de o Juiz receber a denúncia.

62. João foi acusado de ter cometido roubo qualificado em virtude do em-prego de arma. Em face do crime a ele imputado,

(A) não terá direito à liberdade provisória sem fiança.(B) deve ser decretada sua prisão preventiva.(C) o processo seguirá o rito sumário.(D) se condenado, poderá progredir de regime.

63. Aponte a alternativa que NÃO corresponde a norma da ConstituiçãoFederal.

(A) A prisão, exceto em flagrante delito, depende de decisão judicial fun-damentada.

(B) Não se admite prova obtida por meios ilícitos.(C) No terrorismo, não será admitida progressão de regime.(D) As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação

próprios da autoridade judiciária.

64. João é acusado de dois crimes de roubo qualificado cometidos em SãoPaulo e de cinco furtos qualificados cometidos em Osasco. Os crimes são co-nexos. O foro competente para o processo e o julgamento de todos os crimesserá, segundo o Código de Processo Penal, o da comarca de

(A) São Paulo.(B) Osasco.(C) São Paulo ou Osasco, fixando-se a competência pela prevenção.(D) São Paulo ou Osasco, fixando-se a competência pelo lugar da distri-

buição do primeiro inquérito.

65. No processo penal, não se admite(A) processo com acusado revel, ainda que tenha defensor constituído.(B) citação com hora certa.(C) apelação em liberdade em caso de condenação por crime hediondo.(D) fiança em crimes punidos com reclusão.

66. A competência originária para julgar Governador de Estado é(A) do Juiz de Direito de primeira instância.(B) do Tribunal de Justiça.(C) do Superior Tribunal de Justiça.(D) do Supremo Tribunal Federal.

67. Em relação ao júri, assinale a alternativa INCORRETA.(A) No sistema brasileiro, adota-se a regra da soberania dos veredictos.(B) O corpo de jurados é composto por sete membros.(C) Não se admite julgamento à revelia, seja o crime afiançável ou não.(D) Admite, por uma vez, apelação contra decisão manifestamente contrária

à prova dos autos.

68. O juízo de retratação é admitido(A) no recurso em sentido estrito.(B) na apelação.(C) no protesto por novo júri.(D) nos embargos infringentes.

69. Um Juiz determinou interceptação telefônica atendendo representaçãoda autoridade policial para investigação de ameaça que vinha sendo cometi-da por telefone. Ele

(A) agiu ilegalmente porque, embora a interceptação telefônica esteja per-mitida na Constituição, não há lei que a regule.

(B) agiu ilegalmente porque a interceptação telefônica, segundo a lei quea regula, não pode ser deferida em face de representação da autoridade poli-cial.

(C) agiu legalmente porque está autorizado, pela lei que regula a intercep-tação telefônica, a determinar a interceptação em qualquer crime e atendendorepresentação da autoridade policial.

(D) agiu ilegalmente porque a lei que regula a interceptação telefônica so-mente a permite em crimes punidos com reclusão.

70. Segundo o Código de Processo Penal, o Juiz, na sentença,(A) poderá dar ao fato definição jurídica diversa da que constar da queixa

ou da denúncia, se não for aplicar pena mais grave.(B) poderá condenar, nos crimes de ação pública, ainda que o Ministério

Público tenha opinado pela absolvição.(C) não poderá, em caso de absolvição, aplicar medida de segurança.(D) não poderá reconhecer agravante que não tenha sido alegada.

71. O prazo legal para a compensação de horas excedentes, nosistema do banco de horas, corresponde a(A) uma semana.(B) um mês.(C) um mês, salvo diversamente disposto em convenção ou acordo cole-

Proc. Penal EXAME DE ORDEMTrabalho EXAME DE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

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DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

FEVEREIRO DE 20076TRIBUNA DO DIREITO

80. Da decisão que, em processo administrativo, decorrente de fiscaliza-ção do trabalho, impõe multa ao empregador,

(A) não cabe recurso, admitido o reexame do pronunciamento pelo PoderJudiciário, mediante ação anulatória ou mandado de segurança.

(B) cabe recurso, dirigido à Vara do Trabalho, que funciona como instân-cia revisora da autuação.

(C) cabe recurso, no âmbito do Ministério do Trabalho, ficando o valor damulta reduzido a 50%, caso a parte renuncie ao direito de recorrer e pague acominação.

(D) cabe recurso, dobrando-se o valor da multa, todavia, quando declara-do o seu caráter meramente protelatório.

81. A Constituição Federal estabelece que(A) compete exclusivamente à União legislar sobre direito tributário.(B) os Estados podem legislar sobre direito tributário, desde que autoriza-

dos pelo Senado Federal.(C) compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorren-

temente sobre direito tributário.(D) os Municípios não têm competência para legislar sobre direito tribu-

tário.

82. O chamado princípio da capacidade contributiva, previsto na Consti-tuição Federal, estabelece que

(A) somente a pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil pode re-vestir-se da condição de contribuinte.

(B) os tributos só podem ser cobrados sobre fatos lícitos, pois os fatos ilí-citos não revelam a capacidade contributiva do sujeito passivo da obrigaçãotributária.

(C) todos os brasileiros maiores de 18 (dezoito) anos devem apresentardeclaração de imposto de renda.

(D) sempre que possível, os impostos serão graduados segundo a capa-cidade econômica do contribuinte.

83. No que se refere aos empréstimos compulsórios, é CORRETO afirmarque

(A) em caso de relevância e urgência, o Presidente da República pode ins-tituí-los mediante medidas provisórias.

(B) a União, mediante lei complementar, poderá instituí-los (i) para aten-der a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerraexterna ou sua iminência; ou (ii) no caso de investimento público de caráterurgente e de relevante interesse nacional.

(C) a União, mediante lei ordinária, poderá instituí-los (i) para atender adespesas de guerra externa ou sua iminência; ou (ii) no caso de investimentopúblico de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

(D) em relação aos empréstimos compulsórios, no caso de investimentopúblico de caráter urgente e de relevante interesse nacional, é dispensada aobservância ao princípio da anterioridade, segundo o qual é vedado à União

tivo de trabalho, observado o limite máximo de seis meses.(D) um ano.

72. Sobre o quadro de atividades insalubres, é correto dizer que(A) está indicado na CLT.(B) é definido por meio de ato do Ministério do Trabalho.(C) é definido por meio de ato do Ministério da Saúde.(D) é definido por meio de perícia judicial.

73. Sobre as férias coletivas, é correto dizer que abrangem(A) pelo menos, dez empregados.(B) pelo menos, cem empregados.(C) uma empresa, determinados estabelecimentos da empresa ou, pelo

menos, setores da empresa.(D) a totalidade dos empregados de um estabelecimento da empresa.

74. Sobre a regulamentação legal do trabalho noturno, é CORRETO dizer que(A) em se tratando de empregado urbano, são devidos adicional e hora fic-

tamente reduzida.(B) embora compreenda o mesmo horário para trabalhadores urbanos e

rurais, confere apenas aos primeiros o direito à hora fictamente reduzida, atri-buindo aos últimos tão somente o direito a adicional remuneratório.

(C) confere os mesmos direitos a trabalhadores urbanos e rurais.(D) não abrange o trabalho realizado em regime de revezamento que ultra-

passa o período de uma semana.

75. Dispõe o art. 525, da CLT:"Art. 525 - É vedada a pessoas físicas ou jurídicas, estranhas ao Sindica-

to, qualquer interferência na sua administração ou nos seus serviços. Parágrafoúnico - Estão excluídos dessa proibição:

a) os delegados do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, especi-almente designados pelo Ministro ou por quem o represente;"

Pode-se afirmar que(A) não mais está em vigor a regra do art. 525, parágrafo único, alínea "a",

da CLT, ainda que não tenha sido ela expressamente revogada.(B) não mais existe a possibilidade de delegação, pelo Ministério do Tra-

balho, da atribuição que lhe cabe, de interferir na administração do sindicato,por se tratar de competência exclusiva do próprio Ministro.

(C) atualmente compete apenas ao Presidente da República o exercício dacompetência prevista no art. 525, parágrafo único, alínea "a", da CLT.

(D) permanece em vigor a prerrogativa prevista no art. 525, parágrafo úni-co, alínea "a", da CLT, observada, todavia, a necessidade de prévia aprovaçãoda interferência pelo Ministério Público do Trabalho, a quem cabe designar ointerventor.

76. São categorias referidas em lei, no âmbito da organizaçãosindical brasileira:(A) as categorias econômicas, homogêneas e heterogêneas, e as catego-

rias profissionais, homogêneas e heterogêneas.(B) as categorias econômicas, as categorias profissionais e as categorias

profissionais diferenciadas.(C) as categorias econômicas, as categorias profissionais e as categorias

socioprofissionais.(D) as categorias econômicas, as categorias sociais e as categorias soci-

oeconômicas.

77. Em reclamação ajuizada por empregado em face de seu empregador,na audiência, o Juiz acolhe contradita e indefere a oitiva de testemunha trazi-da por uma das partes. Contra tal decisão cabe, de imediato,

(A) agravo de instrumento.(B) agravo retido.(C) carta testemunhável.(D) nenhum recurso.

78. A reclamação, oferecida contra ato atentatório à boa ordem processual,praticado por Juiz de Tribunal Regional do Trabalho,

(A) deve ser apresentada perante o Presidente do Tribunal Regional cor-respondente, que a encaminhará, para julgamento, ao Presidente do TribunalSuperior do Trabalho.

(B) deve ser apresentada diretamente ao Presidente do Tribunal Superiordo Trabalho, que a decidirá.

(C) deve ser apresentada perante o Juiz que praticou o ato, para que o re-considere ou encaminhe o expediente ao Tribunal Superior do Trabalho, paradistribuição e julgamento.

(D) deve ser apresentada diretamente perante o Corregedor Geral da Jus-tiça do Trabalho, que a decidirá.

79. Deve ser ouvida como informante, segundo a lei, a pessoa que for(A) parente até o terceiro grau civil, amiga íntima ou inimiga de qualquer

das partes.(B) ascendente, descendente ou colateral, até o segundo grau civil, de

qualquer das partes, amiga íntima ou inimiga de qualquer das partes.(C) ascendente, descendente ou colateral, até o segundo grau civil, de

qualquer das partes, credor ou devedor de qualquer das partes, ou, ainda, ami-ga íntima, ou inimiga de qualquer das partes.

(D) amiga íntima ou inimiga de qualquer das partes.

Tributário EXAME DE ORDEM

cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada alei que os instituiu ou aumentou.

84. Sobre as limitações do poder de tributar, assinale a alternativa INCOR-RETA.

(A) O princípio da legalidade estabelece que é vedado à União, aos Esta-dos, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem leique o estabeleça.

(B) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podemcobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vi-gência da lei que os houver instituído ou aumentado.

(C) O princípio da igualdade estabelece que é vedado à União, aos Esta-dos, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entrecontribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquerdistinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, in-dependentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direi-tos.

(D) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem ins-tituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, sendo cer-to que tal imunidade não se estende às autarquias e às fundações instituídase mantidas pelo Poder Público.

85. Sobre a competência tributária da União, assinale a alternativa CORRETA.(A) Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se

o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostosmunicipais.

(B) Compete à União instituir impostos sobre importação de produtos es-trangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionaliza-dos; renda e proventos de qualquer natureza; produtos industrializados; etransmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.

(C) Compete primeiramente aos Estados e, subsidiariamente, à União, ins-tituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de inte-resse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de suaatuação nas respectivas áreas.

(D) Compete à União instituir impostos sobre importação de produtos es-trangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionaliza-dos; renda e proventos de qualquer natureza; propriedade de veículos automo-tores; e serviços de qualquer natureza.

86. O Código Tributário Nacional - CTN - estabelece que a natureza jurí-dica específica do tributo é determinada

(A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação.(B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei.(C) pelo fato gerador da respectiva obrigação.(D) pelo órgão fiscalizador.

87. No que se refere ao Imposto sobre a Renda, assinale a alternativa IN-CORRETA.

(A) A Constituição Federal determina que o Imposto sobre a Renda seráinformado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressi-

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

FEVEREIRO DE 2007 7TRIBUNA DO DIREITO

vidade, na forma da lei.(B) A incidência do Imposto sobre a Renda independe da denominação da

receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidadeda fonte, da origem e da forma de percepção.

(C) Contribuinte do Imposto sobre a Renda é o titular da disponibilidadeeconômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza.

(D) A lei não pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tri-butáveis a condição de responsável pelo Imposto de Renda cuja retenção erecolhimento lhe caibam.

88. Sobre os tributos previstos no Código Tributário Nacional - CTN - as-sinale a alternativa correta.

(A) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situaçãoque depende de uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte.

(B) As taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polí-cia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divi-sível, e somente podem ser cobradas pela União.

(C) Em razão do princípio da legalidade, é vedado ao Poder Executivo al-terar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto sobre a importação.

(D) As taxas não podem ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aosque correspondam a imposto.

89. Nos termos do Código Tributário Nacional - CTN - interpreta-se lite-ralmente a legislação tributária que disponha sobre

(A) suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dis-pensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

(B) analogia, dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessó-rias e princípios gerais de direito tributário.

(C) suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e eqüi-dade.

(D) outorga de isenção, dispensa do cumprimento de obrigações tributá-rias acessórias e princípios gerais de direito público.

90. São modalidades de extinção do crédito tributário:(A) o pagamento, a transação e a moratória.(B) a compensação, a remissão, a prescrição e a decadência.(C) o pagamento, a conversão de depósito em renda e o parcelamento.(D) a prescrição e a decadência, a decisão judicial passada em julgado e

a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

91. Após regularmente intimado, e não apresentando o advogado a defe-sa prévia,

(A) será considerado revel e será designado defensor dativo.(B) não será considerado revel e será designado defensor dativo.(C) será considerado revel e imediatamente julgado o processo disciplinar.(D) será considerado revel e julgado o processo disciplinar apenas após

a ratificação da representação.

92. Todos os recursos contra decisões proferidas em processosdisciplinares(A) têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de suspensão preven-

tiva decretada pelo Tribunal de Ética e de cancelamento da inscrição obtida

com falsa prova.(B) não têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de suspensão de-

finitiva para o exercício da profissão.(C) têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de aplicação de censura.(D) têm efeito suspensivo, sem exceção.

93. A retenção de autos enseja a aplicação de(A) pena de censura.(B) pena de suspensão, desde que fique demonstrado que foi abusiva.(C) multa pecuniária.(D) pena de suspensão, independentemente de qualquer circunstância.

94. O advogado que é eleito Prefeito(A) fica incompatibilizado, porém, não impedido para o exercício da advo-

cacia.(B) fica impedido para o exercício da advocacia contra todos os órgãos que

integram a Municipalidade.(C) fica incompatibilizado para o exercício da advocacia, salvo no período

em que se licenciar temporariamente do cargo.(D) fica incompatibilizado para o exercício da advocacia, mesmo que deixe

de exercer temporariamente o cargo.

95. É direito do advogado:(A) examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração,

autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclu-sos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.

(B) examinar, em qualquer repartição policial, desde que com procuração,

autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclu-sos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.

(C) examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração,autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, salvo quando con-clusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.

(D) examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração,autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclu-sos à autoridade, podendo tomar apontamentos e, se apresentar procuração,copiar suas peças.

96. O Exame de Ordem é regulamentado por(A) Provimento do Conselho Estadual.(B) Provimento do Conselho Federal.(C) Lei.(D) Resolução da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Federal.

97. O salário mínimo do advogado empregado(A) é fixado por deliberação do Conselho Federal da OAB.(B) será ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho, em que

será obrigatória a assistência da OAB.(C) será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou

convenção coletiva de trabalho.(D) é fixado por deliberação da Comissão de Advogados Empregados da

Seccional da OAB e aplicável aos advogados nela inscritos.

98. O advogado que é condenado em processo disciplinar, em razão dafalta de prestação de contas para seu cliente,

(A) será suspenso pelo prazo mínimo de trinta dias a doze meses, pena queserá revogada antes de fluir integralmente tal prazo, se comprovar a satisfaçãointegral da dívida, inclusive com a correção monetária.

(B) será suspenso pelo prazo mínimo de trinta dias a doze meses, semqualquer prorrogação.

(C) será suspenso pelo prazo mínimo de trinta dias a doze meses, perío-do durante o qual deverá satisfazer da dívida, sob pena de exclusão.

(D) será suspenso pelo prazo mínimo de trinta dias a doze meses, perdu-rando até a satisfação integral da dívida, inclusive com a correção monetária.

99. O pagamento da contribuição anual para a OAB(A) não isenta o advogado do pagamento obrigatório da contribuição sin-

dical.(B) isenta o advogado do pagamento obrigatório da contribuição sindical.(C) isenta o advogado do pagamento obrigatório da contribuição sindical,

salvo quando se tratar de advogado empregado.(D) isenta o advogado do pagamento obrigatório da contribuição sindical,

salvo quando se tratar de contribuição sindical patronal.

100. O crédito por honorários advocatícios(A) pode ser objeto de emissão de fatura, independentemente da exigência ou

autorização do cliente, hipótese em que será permitida a tiragem do protesto.(B) pode ser objeto de emissão de fatura, desde que constitua exigência

do cliente, hipótese em que será pertimida a tiragem de protesto.(C) não pode ser objeto de emissão de qualquer título de crédito de na-

tureza mercantil.(D) pode ser objeto de emissão de qualquer título de crédito de natureza

mercantil.

Ética e Disciplina EXAME DE ORDEM

Fonte: OAB-SP

Gabarito Versão 11 B 2 A 3 C 4 B 5 A 6 D 7 A 8 C 9 B 10 B

11 A 12 C 13 A 14 B 15 C 16 A 17 D 18 D 19 B 20 A21 D 22 B 23 C 24 C 25 D 26 B 27 B 28 D 29 C 30 B31 A 32 A 33 C 34 D 35 D 36 C 37 B 38 C 39 B 40 D41 B 42 A 43 A 44 C 45 B 46 A 47 B 48 D 49 A 50 A51 B 52 A 53 C 54 D 55 C 56 D 57 A 58 C 59 D 60 C61 A 62 D 63 C 64 A 65 B 66 C 67 C 68 A 69 D 70 B71 D 72 B 73 C 74 A 75 A 76 B 77 D 78 D 79 A 80 C81 C 82 D 83 B 84 D 85 A 86 C 87 D 88 D 89 A 90 B91 A 92 A 93 B 94 D 95 A 96 B 97 C 98 D 99 B 100 C

Gabarito Versão 21 D 2 B 3 C 4 C 5 D 6 B 7 B 8 D 9 C 10 B

11 A 12 A 13 C 14 D 15 D 16 C 17 B 18 C 19 B 20 D21 A 22 A 23 B 24 D 25 A 26 B 27 C 28 D 29 B 30 C31 C 32 D 33 B 34 D 35 A 36 C 37 D 38 D 39 A 40 B41 D 42 B 43 C 44 A 45 A 46 B 47 D 48 D 49 A 50 C51 B 52 A 53 C 54 B 55 A 56 D 57 A 58 C 59 B 60 B61 B 62 A 63 A 64 C 65 B 66 A 67 B 68 D 69 A 70 A71 A 72 C 73 A 74 B 75 C 76 A 77 D 78 D 79 B 80 A81 B 82 A 83 C 84 D 85 C 86 D 87 A 88 C 89 D 90 C91 A 92 D 93 C 94 A 95 B 96 C 97 C 98 A 99 D 100 B

Gabarito Versão 31 B 2 A 3 C 4 D 5 C 6 D 7 A 8 C 9 D 10 C

11 A 12 D 13 C 14 A 15 B 16 C 17 C 18 A 19 D 20 B21 C 22 D 23 B 24 D 25 A 26 C 27 D 28 D 29 A 30 B31 B 32 A 33 A 34 C 35 B 36 A 37 B 38 D 39 A 40 A41 D 42 B 43 C 44 A 45 A 46 B 47 D 48 D 49 A 50 C51 A 52 A 53 B 54 D 55 A 56 B 57 C 58 D 59 B 60 C61 B 62 A 63 C 64 B 65 A 66 D 67 A 68 C 69 B 70 B71 D 72 B 73 C 74 C 75 D 76 B 77 B 78 D 79 C 80 B81 A 82 A 83 C 84 D 85 D 86 C 87 B 88 C 89 B 90 D91 A 92 C 93 A 94 B 95 C 96 A 97 D 98 D 99 B 100 A

Gabarito Versão 41 A 2 A 3 B 4 D 5 A 6 B 7 C 8 D 9 B 10 C

11 C 12 D 13 B 14 D 15 A 16 C 17 D 18 D 19 A 20 B21 B 22 A 23 C 24 D 25 C 26 D 27 A 28 C 29 D 30 C31 A 32 D 33 C 34 A 35 B 36 C 37 C 38 A 39 D 40 B41 D 42 B 43 C 44 C 45 D 46 B 47 B 48 D 49 C 50 B51 A 52 A 53 C 54 D 55 D 56 C 57 B 58 C 59 B 60 D61 D 62 B 63 C 64 A 65 A 66 B 67 D 68 D 69 A 70 C71 B 72 A 73 A 74 C 75 B 76 A 77 B 78 D 79 A 80 A81 A 82 C 83 A 84 B 85 C 86 A 87 D 88 D 89 B 90 A91 B 92 A 93 C 94 B 95 A 96 D 97 A 98 C 99 B 100 B

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

E X A M EE X A M EE X A M EE X A M EE X A M E

DE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEMDE ORDEM

FEVEREIRO DE 20078TRIBUNA DO DIREITO

terceira edição do "OAB Recomen-da", selo de qualidade emitido pelainstituição aos cursos jurídicos,comprovou a má qualidade do en-sino no País. Dos 322 cursos ava-

liados, apenas 87 foram aprovados pela Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB). É o piorresultado das três avaliações feitas pela Or-dem. Em 2001, dos 176 cursos, 56 foramaprovados; e, em 2004, dos 215 cursos, 60foram considerados de qualidade. O percen-tual de cursos recomendados pela OAB em2007 diminuiu se comparada a 2001 e 2004.

De acordo com o "OAB Recomenda", nãohá curso considerado "bom" em três Estados(Amapá, Roraima e Tocantins). Para recebero selo da Ordem, os cursos precisam estaracima da média. A avaliação tem como baseos resultados do Exame Nacional de Cursos(Enade) e do Exame de Ordem em cada Es-tado. Em todos os Estados as universidadesfederais aparecem entre as recomendadas.

Apesar da má qualidade de ensino da mai-or parte das faculdades, o número de cursosde Direito vem crescendo. Somente em 2006,o Ministério da Educação e Cultura (MEC)autorizou a abertura de 81 novos cursos,dos quais a OAB reconheceu apenas dois.Entre 2004 e 2006, o MEC renovou os regis-tros de 71 cursos que já estavam funcionan-do. Desses, apenas 40 tiveram parecer favo-

O pior resultado do "OAB Recomenda"

Unesp, de Franca, (esq.) e Antônio Eufrasio de Toledo, de Prudente, estão entre as 12 aprovadas de São Paulo

• Centro Universitário Salesiano de São Paulo - Lorena• Faculdade de Direito de Franca• Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo• Faculdade de Direito de Sorocaba• Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo de

Presidente Prudente• Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Cam-

pinas)• Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)• Universidade Católica de Santos• Universidade de São Paulo (USP)• Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

(Unesp-Franca)• Universidade Presbiteriana Mackenzie• Universidade São Judas Tadeu

rável da Ordem. Hoje, há 1.017 cursos deDireito em todo o País, que formam cerca de120 mil bacharéis por ano, sendo que ape-nas 20% deles conseguem passar no Examede Ordem. O novo presidente do ConselhoFederal da Ordem, Cezar Britto (ver na pá-gina 2), disse que irá tentar retomar o diálo-go com o MEC sobre o processo de autoriza-ção de abertura de novos cursos e que pre-tende ampliar a Comissão de Ensino Jurídi-co da OAB para que fiscalize as instituições.Dos 87 cursos aprovados pela Ordem, 12 sãodo Estado de São Paulo.

As “recomendadas” em SP

A

Escola de Direito da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV), de São

Paulo, divulgou a lista dos aprova-dos no vestibular 2007. Mais demil candidatos concorreram a 50vagas. Dia 9 a faculdade divulga alista da segunda chamada e, dia22, tem início o ano letivo.

Os candidatos aprovados re-alizaram duas provas de sele-ção: a primeira composta porquestões sobre Língua Portu-guesa, Inglês, Geografia, Histó-ria, Artes Visuais, Literatura eRaciocínio Lógico-Matemáticoselecionou 400 candidatos paraa segunda fase, composta deexames orais sobre temas daatualidade. A segunda fase visa-va testar a capacidade de racio-cínio, argumentação, análise esíntese dos alunos.

A

Aluísio de Freitas Miele, Amanda Previdelli, Ana Ca-rolina Katlauskas Calil, Ana Carolina Welligton CostaGomes, Ana Livia Araujo Esteves, Antonio Paulo KubliVieira, Bruno Lopes Megna, Carla Pereira da Silva,Cauê de Carvalho Bocchi, César Bozola Neto, CésarLinsan Passy Yip, Daniel Gerstler, Diana Tognini Saba,Diego Nabarro, Diogo Ferraz Jodar, Felipe FigueiredoGonçalves da Silva, Fernanda Baccelli Isola, FernandoLima Trambacos, Filippo Maria Lancieri, Gabriel Pira-gine Ribeiro, Gabriela Faljoni Alario, Guilherme Mel-cher Scaff, Guilherme Villela de Viana Bandeira, KarenKranjc Simon, Lara Pimentel Figueira Anastácio, Letí-cia Mourão Paes, Lourenço Assef Renwick, Luiz Feli-pe Fleury Vaz Guimarães, Luiz Guilherme Duarte Mar-tins Costa, Luiza Arieta da Costa Ferreira, Luíza Hele-na Cardoso Kömel, Marcos Paulo Salavracos Komatsu,Marianna Buchalla Pacca, Muriel Waksman, NatáliaAzevedo de Carvalho, Natasha do Lago, Nilton Perei-ra de Castro Melo, Pedro Henrique Carvalho de AssisMartins, Pedro Henrique Ribeiro Cunha, Renata deGóes Mascarenhas, Renata Minchillo Coelho, RicardoZitelmann Santos de Oliva, Riccardo Spengler HidalgoSilva, Roberto Amarante Levy de Seixas Pereira, Rose-mary Cristina Gund, Samara Zuppardo Lacerda Sabi-no, Stephanie Degreas Chacur, Thais Lina AragãoOnaga de Carvalho, Thomas Becker Pfeferman, VitorAmadeu Escobar Pardo.

Os aprovados (em ordem alfabética)Direito - GV: aprimeira chamada

Internet

Divulgação

Internet

5TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSFEVEREIRO DE 2007

Editora Saraiva está lançando aColeção de Códigos 2007, total-

mente atualizada, aumentada, refor-

... e Conjugados

A

mulada e inovada, nas versões tradici-onal (completo), mini (portátil), conju-gado (inteligente) e vade mecum (vári-os códigos em um só volume, Consti-tuição Federal, CLT, legislação comple-mentar, súmulas dos tribunais superi-ores, índices facilitadores de consulta,CD-Rom, composição em três colunas

— menor número de páginas, maiorconteúdo, sem prejudicar a legibilida-de (são 625 normas no livro e 615 doCD-Rom), impressão em duas cores,fitas marcadoras de páginas na cor dacapa, etc.), com atualização gratuitapela internet (www.saraivajur.com.br) ediferenciada apresentação gráfica. Aeditora lançou também a Consolidaçãoda Leis do Trabalho (34ª edição, tradi-cional, e 5ª edição, acadêmica); alémda 40ª edição da Constituição da Re-pública Federativa do Brasil, atualizadacom todas as emendas constitucionais.Contém notas ilustrativas e de regula-mentação, relacionando o texto da Cons-tituição Federal às normas a ele subor-dinadas. Atualizada até a Emenda Cons-titucional nº 53, de 19/12/2006 (Fundeb).

Tradicional, Mini...

presentam textos na íntegra da ConstituiçãoFederal e das emendas constitucionais; con-teúdo ampliado com notas remissivas, total-mente interligadas entre os diplomas legaispertinentes; destaque no alto da página indi-cando o assunto tratado naquele trecho do có-digo; divisão da obra por matéria — tarjas la-terais coloridas agrupam a legislação com-plementar por temas, facilitando o estudo; fi-tas marcadoras de páginas na cor da capa;capa flexível redesenhada; “dicas” para con-sulta rápida na “orelha” (parte interna dacapa); capa plástica.

4 em 1 — Códigos Ci-vil, Comercial, de Pro-cesso Civil e Constitui-ção Federal, 3ª edi-ção.3 em 1 — Códigos Pe-nal, de Processo Pe-nal e Constituição Fe-deral, 3ª edição.3 em 1 — CódigosTributário, de Pro-cesso Civil e Constituição Federal, 3ªedição.

A 3 em 1 — CLT, Legislação Previdenciá-ria e Constituição Federal, 2ª edição.

Código Civil, 58ª edição (tradici-onal), 13ª edição (mini) — Violên-cia doméstica (Lei n.º 11.340/2006);Sociedades de advogados (Prov. nº112, da OAB, de 2006); Estatuto Na-cional da Microempresa (LC nº 123/2006), diploma importante para aárea empresarial, hoje disciplinadapelo Código Civil, no livro "Direito deEmpresa".

Código de Processo Civil, 37ª edi-ção (tradicional), 13ª edição (mini)— Processo de execução atualizado einúmeras alterações no texto do CPC(Leis ns. 11.341, 11.382, 11.418,11.419/2006 e 11.441/2007); Violên-cia doméstica (Lei nº 11.340/2006); Sú-mula vinculante (Lei nº 11.417/2006);Informatização do processo judicial (Leinº 11.419/2006); Depósitos judiciais de

tributos (Lei nº 11.429/2006); Fundeb(EC nº 53/2006); Inventário, partilha, se-paração consensual e divórcio consen-sual (Lei nº 11.441/2007).

Código Penal, 45ª edição (tradicio-nal), 13ª edição (mini) —Violência do-méstica (Lei nº 11.340/2006), que, alémde constar na íntegra, alterou o CP ea Lei de Execução Penal; Lei de Dro-gas (Lei nº 11.343/2006) e seu regu-lamento (Decreto nº 5.912/2006).

Código de Processo Penal, 47ª edi-ção (tradicional), 13ª edição (mini)— Violência doméstica (Lei nº 11.340/2006); Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) e regulamento (Decreto nº 5.912/

Códigos

2007

EDITORA SARAIVA

2006); Súmula vinculante (Lei nº11.417/2006); Informatização do pro-cesso judicial (Lei n.º 11.419/2006);Fundeb (EC nº 53/2006); Atualizaçãodos artigos 136, 137, 138, 139, 141 e143 do CPP (Lei n.º 11.435/2006).

Código Tributário Nacional, 36ªedição (tradicional), 13ª edição(mini) — Estatuto Nacional da Mi-croempresa — Simples (LC nº 123/2006); Operações de câmbio e capi-tal estrangeiro (Lei nº 11.371/2006);Depósitos judiciais de tributos (Leinº 11.429/2006); Lei do Desporto(Lei nº 11.438/2006); Fundeb (ECnº 53/2006); Regulamento do salá-rio-educação (Decreto nº 6.003/2006);Tabela atualizada do Impostode Renda (MP nº 340/2006); Fundosde financiamento (LC nº 125/2007).

Código Comercial, 52ª edição (tra-dicional), 13ª edição (mini) — Re-gulamento sobre as condições de ofer-ta e afixação de preços de bens e ser-viços para o consumidor (Decreto nº5.903/2006); Estatuto Nacional da Mi-croempresa (LC nº 123/2006), manti-dos, porém, no volume os diplomas queainda tratam da matéria, já que a novalei passará a viger em meados de2007. Conjugam-se nesta edição am-bos os textos facilitando o estudo.

Na obra consta, também, em adendoespecial, o texto original dos artigos al-terados da CF/1988. Obras de autoriada Editora Saraiva, com a colaboraçãode Antonio Luiz de Toledo Pinto, Már-cia Cristina Vaz dos Santos Windt eLivia Céspedes.

FEVEREIRO DE 20076TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSMALHEIROS EDITORES

EDITORA MÉTODO

Terceiro Setor

Sílvio Luís Ferreira da Rocha

2ª edição. Volume 7da Coleção Temasde Direito Admi-nistrativo. No capí-tulo I, o autor tratado fundamento doTerceiro Setor — ochamado princípioda subsidiarieda-de. No capítulo IIdos meios jurídicos

disponíveis para o exercício da ativi-dade de fomento. Nos III, IV e V dassociedades de utilidade pública, dassociedades civis de interesse públicoe das organizações criminosas.

O Novo Direito Societário

Calixto Salomão Filho

3ª edição, revista eampliada. Apresen-ta três partes: novafunção (Direito Em-presarial Público,interesse social: anova concepção,etc); nova estrutura(diluição de contro-le, organização in-terna: estrutura or-

gânica tríplice, etc.); nova responsabi-lidade (deveres fiduciários do contro-lador, formas societárias e não-socie-tárias de limitação de responsabilida-de do comerciante individual, etc.).

Teoria dos PrincípiosDa definição à aplicação dosprincípios jurídicos

Humberto Ávila

6ª edição, revista eampliada. Algunstemas analisadospelo autor: normasde primeiro grau:princípios e regras;distinções prelimi-nares; panoramada evolução da dis-tinção entre princí-pios e regras; crité-

rios de distinção entre princípios e re-gras; análise do uso inconsistente denormas e metanormas; diretrizes paraa análise dos postulados normativosaplicativos; etc.

Ensaio e Discurso sobre aInterpretação/Aplicaçãodo Direito

Eros Roberto Grau

4ª edição. Apresen-ta duas partes: dis-curso sobre a inter-pretação/aplicaçãodo direito (interpre-tação e compreen-são do direito, porque interpretamos odireito, norma jurídi-ca e norma de deci-são, interpretação e

concretização do direito, a produção danorma pelo intérprete, o relato dos fa-tos, etc.); ensaio sobre a interpretação/aplicação do direito (a interpretação,os princípios, etc.).

Capítulos de Sentença

Cândido Rangel Dinamarco

2ª edição. Apre-senta oito capítu-los: premissas me-todológicas e con-ceituais; os capítu-los de sentença nateoria desta; capí-tulos de mérito; ca-pítulos heterogê-neos (mérito e pre-liminares); reper-

cussões na atribuição do custo do pro-cesso; repercussões na teoria dos re-cursos; repercussões no cumprimen-to da sentença, na execução forçadae na liquidação de sentença; etc.

Discricionariedade eControle Jurisdicional

Celso Antônio Bandeira de Mello

2ª edição, 7ª tira-gem. Para clarezados conceitos e es-tabelecimento deprincípios, o autorinicia colocando ediscutindo premis-sas básicas, que se-rão o fundamentodas conclusões —partindo dos funda-

mentos jurídicos da atuação administra-tiva, para penetrar no estudo da discri-cionariedade, do mérito, dos motivos, damotivação e da causa do ato adminis-trativo e no estudo do desvio de poder.

O Juízo deAdmissibilidade na Açãode Mandado de Segurança

Arlete Inês Aurelli

Partindo do estudodas teorias sobre odireito de ação, aautora conclui que,sendo verdadeiraação, ao mandadode segurança de-vem ser aplicadas,de forma supletiva,as disposições doCPC não conflitan-

tes com a lei, e verifica os institutos doprocesso civil que podem ser utilizadosno mandado de segurança, analisando-o como tutela diferenciada, tópico em queaborda os aspectos mais importantes.

Estatuto da Criança e doAdolescente ComentadoComentários jurídicos e sociais

Munir Cury (coordenador)

8ª edição. O livro,colaboração con-junta de juristas ecientistas de vári-as áreas, de reno-me nacional e in-ternacional, apre-senta comentáriosjurídicos, sociais,psicológicos, peda-gógicos, médicos,

etc. Traz, também, comentários depessoas diretamente envolvidas notrabalho social de implementaçãodos direitos da criança e do adoles-cente.

LANÇAMENTO

Lei de Drogas - Lei 11.343/06Comentada artigo por artigo

Andrey Borges de Mendonçae Paulo Roberto Galvão de Carvalho

Os autores tratamdas inovações e al-terações da legis-lação, apresentan-do, com destaque,os pontos que se-rão objeto de dúvi-das e controvérsiase sugerindo solu-ções de interpreta-ção alternativas,

atentando para as discussões dospontos polêmicos. Sempre que pos-sível as inovações são analisadas àluz da jurisprudência dos tribunais.

Empregado DomésticoDireitos e deveres

Christiano Abelardo Fagundes Freitase Léa Cristina Barboza da Silva Paiva

De acordo com a Lei11.324/06. Algunstemas analisados:empregado domés-tico: conceitos, re-quisitos e espécies;empregador domés-tico: conceito e deta-lhes; direitos cons-titucionais garanti-dos aos emprega-

dos domésticos; outros direitos asse-gurados aos empregados domésti-cos; direitos não assegurados aosempregados domésticos; etc.

Direito Civil

Flávio Tartuce e José Fernando Simão

Da Série Concur-sos Públicos. O vo-lume 5 trata do Di-reito de Família.Alguns temas ana-lisados: Direito deFamília — introdu-ção; casamento:conceito, naturezajurídica, elementosconstitutivos, inva-

lidade e efeitos; casamento, direito pa-trimonial — regime de bens; dissolu-ção da sociedade conjugal e do casa-mento — separação e divórcio; etc.

Positivismo JurídicoIntrodução a uma teoria dodireito e defesa dopragmatismo jurídico-políticoDimitri Dimoulis

Volume 2 da Cole-ção Professor Gil-mar Mendes. Te-mas abordados:da teoria geral doDireito às teoriasdo Direito Roma-no; os equívocosdo "pós-positivis-mo"; sentidos dopositivismo jurídi-

co; defesa da tese da separação en-tre direito e moral; a interpretaçãodo direito na perspectiva juspositi-vista; etc.

LANÇAMENTOLANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

7TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSFEVEREIRO DE 2007

EDITORA FORENSE

Responsabilidade Civil

Nagib Slaibi Filhoe Sergio Couto (coordenadores)

Estudos e depoi-mentos no centená-rio de nascimentode José de AguiarDias (1906 - 2006).Alguns dos traba-lhos apresentados:responsabilidadecivil; dano moral emcaso de descumpri-mento de obrigação

contratual; responsabilidade civil, pe-nal e administrativa dos notários eregistradores e o dano moral (versãoatualizada com o Código Civil de2002); etc.

Direito Constitucionalpara Concursos

Marcelo Novelino

Atualizado até a EC52/06. Apresentaduas partes: teoriageral da Constitui-ção (Direito Consti-tucional; a Consti-tuição; poder cons-tituinte; elementosdo sistema norma-tivo constitucional:princípios e regras;

interpretação e aplicação da Consti-tuição); Direito Constitucional positi-vo (princípios fundamentais; teoria dosdireitos fundamentais; direitos funda-mentais em espécie; etc.).

Comentários ao Códigode Processo Civil(volume 10)

José Olympio de Castro Filho

6ª edição, revista eatualizada (inclusi-ve de acordo com onovo Código Civil)pelo professor JoséRubens Costa. Ovolume 10 abrangeos artigos 1.103 a1.220 — dos pro-cedimentos especi-ais de jurisdição

voluntária (das disposições gerais,das alienações judiciais, separaçãoconsensual no casamento, dos tes-tamentos e codicilos, da herança ja-cente, dos bens dos ausentes, etc.).

O Código do Consumidore as Cláusulas Penais

José Roberto de Castro Neves

2ª edição. Apre-senta quatro par-tes: o desenvolvi-mento dos princípi-os contratuais (umbreve histórico, anova realidade soci-al, a visão modernados princípios con-tratuais, etc.); a re-lação de consumo;

a cláusula penal e a modificação dovalor devido em função do inadim-plemento; a aplicação das cláusulaspenais compensatórias estipuladasem favor do consumidor.

Curso de DireitoAdministrativo

José Cretella Júnior

18ª edição, revista eatualizada de acor-do com a Constitui-ção vigente. Algunstemas analisadospelo autor: o DireitoAdministrativo nomundo jurídico; con-ceito de administra-ção pública; defini-ção do Direito Admi-

nistrativo; pessoas jurídicas estatais;órgãos e aparelhos de administração;hierarquia administrativa; responsa-bilidade em Direito Administrativo;descentralização administrativa; etc.

Princípios e Teorias Criminais(Verbetes)

Ronaldo Cunha Limae Leonardo Cunha Lima de Oliveira

Apresenta três par-tes: princípios cri-minais (da inter-venção mínima, dalesividade ou ofen-sividade, da ade-quação social, dafragmentariedade,da insignificância,da individualiza-ção da pena, etc.);

teorias criminais (da atividade, dafortuidade, da causalidade ou equi-valência dos antecedentes causais,da intencionalidade ou do delo, etc.);apêndices.

Flexibilização e Desemprego

Paulo Santos Rocha

Apresenta sete ca-pítulos: direito so-cial da estabilida-de; a garantia cons-titucional dos direi-tos sociais e traba-lhistas; desempre-go como síntese dacrise; fenômeno pós-moderno da globali-zação e neolibera-

lismo sem benefícios sociais; globaliza-ção, neoliberalismo e exclusão. Casosde flexibilização e desregulamentaçãoou "desregulação"; novos tempos do con-trato de emprego.

LANÇAMENTO

LANÇAMENTOLANÇAMENTOLANÇAMENTO

Código de ProcessoCivil Anotado

Humberto Theodoro Júnior

Colaboradores: pro-fessores HumbertoTheodoro Neto eAdriana MandimTheodoro de Mello.10ª edição, revista,ampliada e atuali-zada de acordo comas novas reformasdo Código de Pro-cesso Civil (Leis

11.112/05, 11.187/05, 11.232/05,11.276/06, 11.277/06, 11.280/06 e11.341/06. A jurisprudência selecio-nada vem exposta junto ao artigo quelhe diz respeito.

EDITORA MILLENNIUM EDITORA DIALÉTICA EDITORA QUARTIER LATIN

Interesse Público eDireitos do Contribuinte

Raquel Cavalcanti Ramos Machado

Apresenta duas par-tes: o direito por prin-cípios e a relativiza-ção de direitos (rela-tivização das nor-mas consagradorasde direitos e garanti-as fundamentais,etc.); o interesse pú-blico e o princípio dasupremacia do inte-

resse público sobre o particular na rela-tivização de direitos (interesse público eprincípio da supremacia do interessepúblico sobre interesses privados, etc.).

Recursos nosJuizados Especiais

Mantovanni Colares Cavalcante

2ª edição, atuali-zada, revista e am-pliada, incluindoos Juizados Espe-ciais Federais. Al-guns temas abor-dados: as turmasrecursais; interpo-sição e tramitaçãodo recurso; as ses-sões das turmas

recursais; recursos nos Juizados Es-peciais Cíveis; recursos nos JuizadosEspeciais Criminais; embargos nosJuizados Especiais; etc.

Expansão do DireitoPenal e Globalização

Luciano Anderson de Souza

O trabalho é frutode dissertação demestrado apresen-tada na Faculdadede Direito da USPcom o título inter-venção jurídico-pe-nal e modelos de ti-pificação. Algunstemas apresenta-dos: delineamentos

do Direito Penal do período clássicoà sociedade do risco atual; limites daintervenção penal e tipificação; inter-venção penal e Constituição; etc.

Orçamento e DesenvolvimentoRecurso público e dignidadehumana: o desafio daspolíticas desenvolvimentistasCésar Sabbag

O prefácio é do mi-nistro do STF Ricar-do Lewandowski.Apresenta seis capí-tulos: breves anota-ções históricas sobreorçamento; orçamen-to e administraçãopública; orçamento epolítica econômica;deficiências estrutu-

rais do sistema orçamentário; um novoorçamento; um novo desenvolvimento. Oautor é juiz federal convocado no TRFda 3ª Região e professor universitário.

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO LANÇAMENTO

FEVEREIRO DE 20078TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSEDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

Comentários ao Códigode Trânsito Brasileiro

Arnaldo Rizzardo

6ª edição, revista,atualizada e am-pliada. O autor co-menta o CTB arti-go por artigo, coma inclusão das no-vas resoluções edecisões dos tribu-nais. Apresenta le-gislação comple-mentar, doutrina,

conceitos e definições, infrações e cri-mes de trânsito, infrações e compe-tência para a aplicação de penalida-des e de medidas administrativas epara a arrecadação de multas, etc.

Transgênicose Direito Penal

Denise Hammerschmidt

Volume 9 da SérieCiência do Direi-to Penal Contem-porânea, coordena-da pelo professorLuiz Regis Prado.Apresenta duas par-tes: consideraçõescientíficas, socioeco-nômicas e éticas dosorganismos geneti-

camente modificados; tutela jurídica dosorganismos geneticamente modificados.A autora é mestre em Direito PenalSupra Individual pela UniversidadeEstadual de Maringá.

Jurisdição Coletivae Coisa JulgadaTeoria geral das ações coletivas

Rodolfo de Camargo Mancuso

Alguns temas ana-lisados: de ordemgeral; a normaçãobrasileira sobreprocesso coletivo;aclaramentos con-ceituais; o trasladode categorias e ins-titutos da jurisdi-ção singular para acoletiva; a natureza

multifacetada da coisa julgada; a coi-sa julgada e o tripé do direito proces-sual: ação, processo e jurisdição; oobjeto das ações coletivas — os limi-tes objetivos da coisa julgada; etc.

Comentários ao Códigode Processo Civil(volume 2)

Antonio Dall'Agnol

2ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. O volume 2 tra-ta dos artigos 102a 242. Atualizadosegundo as recen-tes reformas pro-cessuais de 2005/2006, aborda asquestões da modifi-cação da competên-

cia e da declaração de incompetência,dos poderes, deveres, responsabilida-de, impedimentos e suspeição do juiz,da extensão dos impedimentos e dasuspeição ao Ministério Público;etc.

Adimplemento e Extinçãodas Obrigações

Jorge Cesa Ferreira da Silva

Volume 6 da Cole-ção Biblioteca deDireito Civil —Estudos em Ho-menagem ao Pro-fessor Miguel Re-ale. Apresenta co-mentários aos ar-tigos 304 a 388do Código Civil:pagamento, paga-

mento em consignação, pagamentocom sub-rogação, imputação do pa-gamento, dação em pagamento, no-vação, compensação, confusão e re-missão das dívidas.

Inadimplementodas Obrigações

Jorge Cesa Ferreira da Silva

Volume 7 da Cole-ção Biblioteca deDireito Civil —Estudos em Ho-menagem ao Pro-fessor Miguel Re-ale. Apresenta co-mentários aos arti-gos 389 a 420 doCódigo Civil: mora,perdas e danos, ju-

ros legais, cláusula penal, arras ousinal. O autor é mestre em Direito Pri-vado pela Universidade Federal do RioGrande do Sul e doutorando pela Uni-versidade de Augsburg, Alemanha.

Direito Restituitório

Cláudio Michelon Jr.

Volume 8 da Cole-ção Biblioteca deDireito Civil — Es-tudos em Homena-gem ao ProfessorMiguel Reale. Apósbreve histórico sobreo Direito Restituitório,o autor analisa, arti-go por artigo, os ins-titutos da gestão de

negócios, do pagamento indevido e do enri-quecimento sem causa (artigos 861 a 886).Destaca o impacto da introdução de umaregulamentação própria para o enriqueci-mento sem causa no direito brasileiro.

Responsabilidade Objetivae Antecipação de TutelaA superação do paradigmada modernidadeFábio Luiz Gomes

Apresenta duaspartes: paradig-ma: do medievo àpós-modernidade(precedentes damodernidade, pa-radigma da moder-nidade, a supera-ção do racionalis-mo e da moderni-dade, o paradigma

emergente, etc.); jurisdição, raciona-lismo e responsabilidade objetiva (aconcepção de jurisdição herdada doDireito Romano tardio; responsabili-dade objetiva e sucumbência, etc.).

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTOLANÇAMENTO

LANÇAMENTO

Direito MatrimonialE seus princípios jurídicos

Carlos Dias Motta

Apresenta duas par-tes: uma teoria ge-ral dos princípiosjurídicos (algumasteorias sobre o ca-ráter normativo dosprincípios jurídi-cos, a busca do jus-to e a questão dasegurança jurídicana aplicação do di-

reito, etc.); uma teoria geral dos prin-cípios jurídicos aplicada ao direito ma-trimonial (princípios fundamentais dedireito privado, princípios fundamen-tais do CC de 2002, etc.).

Ação Civil PúblicaEm defesa do meio ambiente,do patrimônio culturale dos consumidoresRodolfo de Camargo Mancuso

10ª edição. São tra-tados temas comoerário, meio ambien-te do trabalho, crian-ça e adolescente,consumidor, patri-mônio cultural, or-dem econômica, de-ficiente físico e comu-nidade indígena, en-tre tantos outros so-

bre interesses metaindividuais. As recen-tes reformas processuais também tiveramseus reflexos evidenciados, como o trata-mento isonômico das demandas repetiti-vas e a antecipação dos efeitos da tutela.

LANÇAMENTO

Monografia Jurídica

Eduardo de Oliveira Leite

7ª edição. Volume1 da Série Méto-dos em Direito,coordenada peloautor. A obra ofe-rece a graduan-dos e pós-gradu-andos em Direitoos elementos ne-cessários e a me-todologia a ser se-

guida para o melhor desenvolvimen-to das monografias de conclusãode curso e das dissertações e te-ses dos cursos de mestrado e dou-torado.

Execução na Justiçado Trabalho

Francisco Antonio de Oliveira

5ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. Alguns temasabordados pelo au-tor: da execução for-çada; dos princípi-os que norteiam aexecução; da liqui-dação de senten-ças; da penhora;dos embargos à

execução; dos embargos de terceiro;dos atos de alienação, arrematação,adjudicação e remição; da fraude à exe-cução, da fraude contra credores e dafraude à lei; correção monetária; etc.

567FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��COMPETÊNCIA RECURSAL — Recurso do Juizado Especi-al Criminal. Julgamento pelas Turmas Recursais. En-tendimento: com a instalação das Turmas Recursais,compostas por três juízes de 1º grau, é delas a compe-tência, originária, para conhecer e julgar recurso doJuizado Especial Criminal. Não cabe falar em perpetu-atio jurisdictionis do Tribunal de Alçada Criminal, poisnão houve modificação de competência, que semprefoi daquelas, por força da Constituição Estadual e doartigo 14 da Lei Complementar Estadual nº 851. (Ape-lação nº 1.381.101/1, Ribeirão Preto, 2ª Câmara, rel.Oliveira Passos, 24/6/04, v.u.).

��COMUTAÇÃO DE PENAS — Decreto nº 4.495/02. Conde-nado por crime cometido com violência ou grave ame-aça contra a pessoa. Possibilidade de concessão: épossível conceder comutação de penas ao condenadopor crime cometido com violência ou grave ameaçacontra a pessoa, com fundamento no Decreto nº 4.495/02, observado o disposto nos seus artigos 1º, § 1º, e 3º,contanto que não venha a ter suas reprimendas altera-das, a teor do artigo 4º do referido decreto. (Agravo emExecução nº 1.452.141/6, Bauru, 11ª Câmara, rel. Wil-son Barreira, 25/10/04, v.u.).

��FALSA IDENTIDADE — Agente que, quando da lavraturado auto de prisão em flagrante, assume identidadefalsa, para obter vantagem em proveito próprio. Ca-racterização: comete o delito previsto no artigo 307do CP o agente que, quando da lavratura do auto deprisão em flagrante, assume identidade falsa, paraobter vantagem em proveito próprio. (Apelação nº1.452.299/8, Porto Feliz, 7ª Câmara, rel. Antonio Mo-literno, 21/10/04, v.u.).

��DANO QUALIFICADO — Artigo 163, parágrafo único, III, doCP. Agente que arranca antena de viatura policial.Configuração: incorre nas penas do artigo 163, pará-grafo único, III, do CP, o agente que arranca antena deviatura policial. (Apelação nº 1.396.845/2, Assis, 4ªCâmara, rel. Ferraz de Arruda, 14/9/04, v.u.).

��DENÚNCIA — Descrição sucinta de fato que constituicrime e que possibilita a defesa do acusado. Inépcia.Não ocorrência: não é inepta a denúncia que descre-ve, embora sucintamente, fato que constitui crime eque possibilita a defesa do acusado. (Habeas-Corpusnº 467.862/0, Bauru, 1ª Câmara, rel. Massami Uyeda,21/10/04, v.u.).

��DENÚNCIA — Peça formalmente perfeita e presençade justa causa para a ação penal. Recebimento: é derigor o recebimento de denúncia formalmente perfeita,que imputa ao acusado a prática de crime tentado, es-tando presente a justa causa para a ação penal. (Re-curso em Sentido Estrito nº 1.408.787/0, PresidentePrudente, 13ª Câmara, rel. Teodomiro Méndez, 29/6/04, v.u.).

��DENÚNCIA — Receptação. Ausência do boletim deocorrência de roubo objeto de sua descrição. Recebi-mento: a ausência do boletim de ocorrência de rouboobjeto de denúncia por receptação. que atende aos re-quisitos do artigo 41 do CPP não impede seu recebi-mento. (Habeas-Corpus nº 471.424/6, Praia Grande, 3ªCâmara, rel. Poças Leitão, 17/8/04, v.u.).

��DESACATO E LESÕES CORPORAIS — Agente que desacata eagride fisicamente policiais militares, lesionando-os.Caracterização. Absorção. Inadmissibilidade: pratica oscrimes dos artigos 331 e 129 do CP o agente que de-sacata e agride fisicamente policiais militares, causan-do-lhes lesões corporais, não havendo que se falar emabsorção do segundo delito pelo primeiro, já que sãoinfrações penais diferentes e independentes, não de-pendendo uma da prática da outra. (Apelação nº1.409.103/3, Santa Cruz do Rio Pardo, 15ª Câmara, rel.Vidal de Castro, 6/10/04, v.u.).

��DESOBEDIÊNCIA — Agente que, ao trafegar pela via pú-blica, recebe ordem de parada de guarda municipal enão a obedece. Configuração: configura o crime de de-sobediência a conduta do agente que, ao trafegar pelavia pública, recebe ordem de parada de guarda muni-cipal e não a obedece. (Apelação nº 1.410.343/6, Li-meira, 3ª Câmara, rel. Carlos Bueno, 19/10/04, v.u.).

��EMBARGOS DE DECLARAÇÃO — Interposição que visa ocancelamento da nota de reincidência. Ausência decontradição, obscuridade ou omissão. Rejeição. Neces-sidade: os embargos de declaração servem apenaspara esclarecer o acórdão proferido, sem modificar asua substância, contudo, são impróprios para rediscutirmatéria que na decisão ficou claramente decidida, sen-do defeso o propósito subjacente de infringência do jul-gado. (Embargos de Declaração nº 1.426.835/8-1, Jun-diaí, 5ª Câmara, rel. Penteado Navarro, 18/10/04, v.u.).

��ESTADO DE NECESSIDADE — Roubo qualificado. Impos-sibilidade de reconhecimento: é impossível o reco-nhecimento do estado de necessidade do agente deroubo qualificado que, além de nada demonstrarnesse sentido, como lhe competia fazer, alega teradquirido de um desconhecido a arma empregada,ao invés de usar o numerário correspondente parafazer frente aos seus compromissos. (Apelação nº1.424.163/8, São Paulo, 9ª Câmara, rel. Otávio Henri-que, 12/5/04, v.u.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Artigo 16, parágrafo úni-co, IV, da Lei nº 10.826/03. Liberdade provisória. Impos-sibilidade de concessão: deve ser indeferido o pedidode liberdade provisória à acusada do crime do artigo16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, pois estedelito é insuscetível de tal benefício, nos termos do ar-tigo 21 do Estatuto do Desarmamento. (Habeas-Corpusnº 473.760/0, São Bernardo do Campo, 9ª Câmara, rel.Francisco Vicente Rossi, 19/5/04, v.u.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Artigo 16, parágrafo úni-co, IV, da Lei nº 10.826/03. Liberdade provisória. Impos-sibilidade de concessão: é impossível a concessão deliberdade provisória ao acusado do crime do artigo 16,parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, conforme ve-dação expressa no artigo 21 do Estatuto do Desarma-mento. (Habeas-Corpus nº 470.368/6, São Paulo, 9ªCâmara, rel. Pedro de Alcântara, 12/5/04, v.u.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Artigo 16, parágrafo úni-co, IV, da Lei nº 10.826/03. Liberdade provisória. Inde-ferimento. Ausência de antecedentes, primariedade, re-sidência fixa e ocupação lícita. Irrelevância: deve serindeferido o pedido de liberdade provisória formulado

em favor do acusado do crime previsto no artigo 16, pa-rágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, quando não pre-enchidos os requisitos do artigo 321 do CPP. O agenteque traz consigo uma arma com a numeração suprimi-da pratica delito grave, que coloca em risco a ordempública, tornando irrelevantes eventuais ausência deantecedentes criminais, primariedade, residência fixa eocupação lícita. Ademais, o artigo 21 daquele primeirodiploma legal veda, expressamente, a concessão dobenefício nessa hipótese. (Habeas-Corpus nº 474.294/1, São Paulo, 15ª Câmara, rel. Vidal de Castro, 11/8/04,v.u.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Artigo 16, parágrafo úni-co, IV, da Lei nº 10.826/03. Liberdade provisória. Réupossuidor de bons antecedentes, residência fixa e ocu-pação lícita. Possibilidade de concessão: é possívelconceder a liberdade provisória ao acusado do artigo16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, que possuibons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita,além do que, nem se trata de crime praticado com vio-lência contra a pessoa, a justificar o encarceramentocautelar. (Habeas-Corpus nº 480.630/0, Campinas, 9ªCâmara, rel. Vito Guglielmi, 28/7/04, m.v.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Artigo 32 da Lei nº10.826/03. Entendimento: o artigo 32 da Lei nº 10.826/03 não constitui causa de exclusão da antijuridicidadepor prazo certo dos vários crimes previstos no diplomanem constitui prazo de vacatio legis daqueles delitos.O dispositivo apenas permite a entrega, em prazo de-terminado, de armas de fogo não registradas, por seuspossuidores e proprietários, à polícia federal, medianterecibo, àqueles que estão a caminho ou já se encon-tram na repartição pública e, presumida sua boa-fé,enseja-lhes a possibilidade de indenização, nos ter-mos do regulamento do estatuto. (Habeas-Corpus nº488.834/1, São Paulo, 2ª Câmara, relª: Maria Tereza doAmaral, 7/10/04, v.u.).

��ESTATUTO DO DESARMAMENTO — Lei nº 10.826/03. Agen-te que mantém sob sua guarda revólver de calibre 38com numeração raspada e munições de fogo, semautorização e em desacordo com determinação legalou regulamentar. Insuscetibilidade de liberdade provi-sória: é insuscetível de liberdade provisória por forçado artigo 21 da Lei nº 10.826/03, a conduta do agenteque mantém sob sua guarda revólver de calibre 38com numeração raspada e munições de fogo, semautorização e em desacordo com determinação legalou regulamentar. A exigibilidade de uma decisão judi-cial que não encontra respaldo na lei vigente, certa-mente gera intranqüilidade social. (Habeas-Corpus nº483.222/0, Sumaré, 7ª Câmara, rel. Ricardo Graccho,2/9/04, v.u.).

��ESTELIONATO — Agente que, valendo-se de cheques de ter-ceiro, efetua compra em dois estabelecimentos comerciais,agindo em condições semelhantes de tempo, lugar e modode execução. Reconhecimento de crime continuado. Neces-sidade: deve ser reconhecido o crime continuado na condutado agente de estelionato que, valendo-se de cheques de ter-ceiro, efetua compra em dois estabelecimentos comerciais,agindo em condições semelhantes de tempo, lugar e modode execução. (Apelação nº 1.439.373/6, Pindamonhangaba,1ª Câmara, rel. Di Rissio Barbosa, 16/9/04, v.u.).

568 FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��POSSESSÓRIA — Reintegração de posse. Bem imóvelexplorado em conjunto por componentes de sociedadede fato. Composse configurada, à luz do conjunto pro-batório. Demanda ajuizada por herdeiras de um dossócios. Incidência do artigo 488 do Código Civil/16.Hipótese em que o compossuidor não pode impedir oumolestar a posse do outro. Recursos de ambas as par-tes desprovidos. (Apelação nº 864.047-3, Guarulhos,12ª Câmara, 4/5/04, rel. Campos Mello, v.u.).

��POSSESSÓRIA — Manutenção de posse. Servidão detrânsito. Pretendida ampliação de uso para estaciona-mento de veículos. Inadmissibilidade. Turbação nãoconfigurada. CC/2002, artigo 1.385, caput, c.c. §§ 1º e2º. Recurso improvido. (Agravo de Instrumento nº1.283.225-8, Rio Claro, 12ª Câmara, 4/5/04, rel. Ma-theus Fontes, v.u.).

��TUTELA ANTECIPADA — Requisitos. Ação declaratória.Ausência de verossimilhança. Necessidade de dila-ção probatória evidenciada. Fatos complexos que en-volvem a relação das partes. Tutela cassada. Agravoprovido para este fim. (Agravo de Instrumento nº1.273.504-1, São Paulo, 1ª Câmara, 3/5/04, rel. Ade-mir Benedito, v.u.).

��CUSTAS — Preparo. Recurso. Agravo de instrumento.Medida cautelar. Caráter preparatório. Preparo e des-pesas de porte não reconhecida. Descabimento. Apli-cação da Lei Estadual 11.608/03 e Provimento 833/04do CSM e não da EC 42/03. Deserção caracterizada.Recurso não conhecido. (Agravo de Instrumento nº1.283.119-5, Ribeirão Preto, 1ª Câmara, 10/5/04, rel.Correia Lima, v.u.).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — Dano moral. Ilicitude da in-serção do nome do inadimplente em banco de dadoscadastrais. Recorrente que deu causa à sua não comu-nicação. Fato incontroverso. Regra do artigo 334, incisoIII, do CPC. Dano moral não caracterizado. Lide julga-da improcedente. Recurso não provido. (Apelação nº1.199.690-0, São Paulo, 2ª Câmara “A”, 2/6/04, rel. Ri-beiro de Souza, v.u.).

��MEDIDA CAUTELAR — Cautela incidental. Pretensão dearresto de embarcação ou prestação de caução fidejus-sória. Não cabimento. Ausência dos requisitos da apa-rência do bom direito e do perigo da mora para suaconcessão. Lide julgada improcedente. (Medida Caute-lar nº 1.164.258-3/1, São Paulo, 2ª Câmara A, 7/4/04,rel. Ribeiro de Souza, v.u.).

��EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL — Duplicata mercan-til sem aceite. Insurgência contra rejeição de pré-exe-cutividade. Falta do protesto, por sustação obtida noâmbito de medida cautelar, não impeditiva da execu-ção. Precedentes jurisprudenciais. Entendimento ali-nhado à dicção do § 1º do artigo 585 do CPC. Agravo

não provido. (Agravo de Instrumento nº 1.258.286-2,Limeira, 3ª Câmara, 25/5/04, rel. Erbetta Filho, v.u.).

��CUSTAS — Preparo. Pedido de assistência judiciárianão apreciado em 1ª instância. Pretensão à aprecia-ção em 2ª instância, em face de não apresentar condi-ções de arcar com as despesas do preparo e do portede retorno relativo ao agravo de instrumento. Pedidoque fere o princípio do duplo grau de jurisdição e podeacarretar inversão tumultuária no processo. Deserçãoreconhecida. Agravo não conhecido. (Agravo de Instru-mento nº 1.290.803-3, Catanduva, 3ª Câmara, 27/4/04,rel. Salles Vieira, v.u.).

��ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA — Pedido. Pessoa jurídica. Pre-tensão de instituição financeira em liquidação extraju-dicial a obtenção do benefício. Inadmissibilidade, jáque não se trata de pessoa física. Impossibilidade,ademais, do recolhimento diferido. Assistência judiciá-ria denegada. Revogação da liminar parcialmenteconcedida. Recurso não provido. (Agravo de Instru-mento nº 1.283.091-2, São Bernardo do Campo, 9ªCâmara, 25/5/04, rel. João Carlos Garcia, v.u.).

��COMPETÊNCIA — Ação monitória. Decisão que reconhe-ceu de ofício a incompetência do juízo. Alegação deque indeclinável a competência relativa. Descabimento,porquanto sendo inarredável a incidência do CDC,deve a demanda ser promovida na comarca do domicí-lio da ré. Demais, sendo a matéria de ordem pública, écorreta a declinação de ofício da competência. Recursoimprovido. (Agravo de Instrumento nº 1.246.418-3, San-tos, 4ª Câmara, 5/5/04, rel. Gomes Corrêa, v.u.).

��CAMBIAL — Cheque. Pretensão em antecipação detutela, à suspensão dos efeitos negativos do protestode título prescrito. Admissibilidade. Suspensão da pu-blicidade do ato notarial e da anotação negativa denome nos cadastros da Serasa dele decorrente. Anteci-pação concedida. Agravo provido para esse fim.(Agravo de Instrumento nº 1.301.059-4, São Paulo, 4ªCâmara, 26/5/04, rel. Rizzatto Nunes, v.u.).

��CUSTAS — Despesas judiciais. Ação indenizatória.Ajuizamento por concessionária de energia elétrica,visando o ressarcimento de consumo irregular deenergia. Diferimento, nos termos do artigo 4º, § 4º, inc.II, da Lei Estadual nº 4.952/85. Afastamento deste pe-dido que deve ser mantido. Pressupostos para con-cessão de citado benefício legal que não estão confi-gurados no caso. Recurso improvido. (Agravo de Ins-trumento nº 1.280.093-4, São Paulo, 5ª Câmara, 5/5/04, rel. Thiago de Siqueira, v.u.).

��SEGURO — Cobertura. Perda total do veículo segurado.Indenização que deve observar o valor segurado e não opreço médio de mercado, descontado o valor parcial pagoa terceiro. Artigos 1.438 e 1.462 do CC. Cobrança proce-dente. Recurso desprovido. (Apelação nº 968.455-3, SãoPaulo, 6ª Câmara, 22/4/04, rel. Newton Neves, v.u.).

��CAMBIAL — Endosso. Duplicata sacada pela empre-sa ré contra a autora, a qual foi posteriormente endos-sada a outrem. Hipótese que, não havendo aceitepela sacada, nenhum direito cambial nasce contraela. Impossibilidade de declaração de nulidade do tí-tulo, no momento, visto que já posto em circulação porforça do endosso, tendo gerado direitos cartulares dis-tintos daqueles que uniram a sacadora à sacada. Ino-corrência, porém, de prejuízos à recorrente com rela-ção ao protesto, por ser referente à falta de aceite.Circunstância que, entretanto, o protesto deve ser tira-do contra a sacadora, omitindo-se o nome da sacada.Recurso parcialmente provido. (Apelação nº 865.406-6, Guarulhos, 8ª Câmara, 14/4/04, rel. Carlos AlbertoLopes, v.u.).

��EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL — Cambial. Cheque.Alegação de quitação parcial da dívida. Inexistência deprova nesse sentido. Embargos do devedor improceden-tes. Recurso improvido. (Apelação nº 860.099-1, NovoHorizonte, 10ª Câmara, 6/4/04, rel. Ricardo Negrão, v.u.).

��CONTRATO — Abertura de conta corrente. Cheque es-pecial. Inadmissível a capitalização mensal de juros.Recálculo da dívida determinado com restituição deeventual saldo apurado a favor da correntista. Açãoprocedente. Recurso provido para este fim. (Apelaçãonº 863.004-4, Araçatuba, 11ª Câmara, 27/5/04, rel. Vas-concellos Boselli, v.u.).

28/2/07

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 17FEVEREIRO DE 2007

ADVOCACIA

possível a apre-sentação de agra-vo de instrumen-to contra decisãoliminar em man-

dado de segurança. Comesse entendimento unâni-me, a Segunda Turma doSTJ decidiu encaminharao TJ-RS os autos de umprocesso envolvendo umaprofessora aposentada queteve indeferida pelo TJ-RSa isenção do pagamentode diárias referentes apermanência do carro emdepósito público.

O veículo foi apreendidoapós colisão com outro veí-culo, e ficou no pátio dedepósito público 18 meses.A proprietária entrou commandado de segurança so-licitando a liberação do

Possível recursocontra liminarem mandado

Écarro sem pagamento dasdiárias, argumentando quea apreensão seria ilegal. Ojuiz de primeiro grau isen-tou-a do pagamento apenasa partir da liberação peloDetran-RS. A professora re-correu por meio de agravode instrumento insistindoque a apreensão seria ile-gal, mas o TJ-RS rejeitou osargumentos por considerarnão caber agravo de instru-mento contra decisão emmandado de segurança.

No STJ, a sentença foireformada. Segundo o mi-nistro-relator, João Otáviode Noronha, a Lei 9.139/95, que alterou o Códigode Processo Civil, possibi-lita a apresentação deagravo de instrumento.(RESP 555728). B

pedido de assistência judi-ciária gratuita não exige

comprovação de estado de po-breza. Com esse entendimento,a Terceira Turma do STJ rejeitourecurso do Banco do Brasil con-tra decisão que garantiu à Miri-am Caram a assistência gratuita.

Miriam teve o pedido negadopelo juiz de segundo grau. Elaapelou, mas a segunda instâncianão autorizou a subida do proces-so para o STJ. A Defensoria Públi-

Assistência gratuita não exigecomprovação de pobreza

O ca, no entanto, entrou com agravoem favor de Miriam no STJ e teveo pedido concedido por decisãodo ministro Gomes de Barros. OBanco do Brasil recorreu e o pro-cesso foi encaminhado pelo mi-nistro ao colegiado da TerceiraTurma, destacando que para queo benefício fosse negado o bancoteria de apresentar prova de queMiriam poderia arcar com os cus-tos do processo. O argumento foiacolhido. (AG 509905). B

Sexta Turma do TST negou,por unanimidade, recurso

de um advogado que pretendiareformar decisão do TRT da 19ªRegião (Alagoas). O tribunal ala-goano havia negado o pedidode assistência judiciária gratuitaao profissional, condenado emreclamação trabalhista propostapor um servente de pedreiro.

O pedreiro entrou com açãovisando o recebimento de verbastrabalhistas alegando que haviatrabalhado entre janeiro de 2003e março de 2005 para o advoga-do. O empregador contestou.

Entretanto, o advogado nãocompareceu na audiência deconciliação e foi condenado àrevelia a pagar R$ 2 mil de ver-bas trabalhistas ao servente.

Vetada para advogadoA Ao recorrer, o advogado pediu

o benefício da Justiça gratuita,que foi negado e o recursoconsiderado deserto por faltade pagamento das custas.

No TRT-AL, o empregador ale-gou não possuir o valor para qui-tar o débito e que não consegui-ria "levantar" o dinheiro sem pre-juízo do sustento próprio e famili-ar. Os magistrados rejeitaram oargumento pelo fato de constarnos autos que ele é proprietáriode um empreendimento imobiliá-rio e que estava construindouma casa em um condomínio dealto padrão. Por meio de agravode instrumento, o advogado re-correu ao TST, mas o recurso foinegado. (AIRR 964/2005-006-19-40.0). B

Seção Especializada emDissídios Individuais-1 do

TST manteve sentença da Quar-ta Turma que alegou discrimina-ção da Companhia UltragázS.A. ao negar o adicional de pe-riculosidade a um advogado daempresa, já que todos os em-

Adicional de periculosidadeA pregados recebiam o benefício.

A decisão teve como base oprincípio constitucional daigualdade salarial.

O advogado pediu demissãoapós três anos de trabalho ale-gando "não suportar as inúme-ras irregularidades praticadas".

Ele entrou com ação alegandonão ter recebido os valores darescisão contratual e afirmouque teria direito as verbas tra-balhistas e ao adicional depericulosidade pago a todosos funcionários, inclusive aoscolegas de setor. Afirmou, ain-da, ter trabalhado em períodode fér ias, tanto na capi ta l ,quanto no inter ior, sem serremunerado pelo excesso dejornada. A empresa admitiu opagamento do adicional aosdemais empregados, alegan-do ter sido "lapso administrati-vo" e que a medida foi sus-pensa. O juiz de primeiro graucondenou a Ultragáz a pagaras verbas rescisór ias, masisentou-a do adicional e dashoras extras por considerarque o advogado não traba-lhava em área de risco e queo fato de outros funcionários te-rem recebido adicional de peri-culosidade não justificaria omesmo direito. A sentença foimantida na segunda instância.

O advogado apelou ao TST,que reconheceu o direito e de-terminou a inclusão do adicio-nal e de suas repercussões nacondenação imposta à Ultragázpela primeira instância. Segun-do o ministro-relator, Carlos Al-berto Reis de Paula, deve-seaplicar o princípio da isonomia.(E-RR- 704130/2000.8). B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO18 FEVEREIRO DE 2007

Gente DO DIREITO, por Fernanda Sal

Genilde Guerra, deCaxias do Sul para atelevisão em Miami

Com apenas 12 anos ela jáapresentava programas na

televisão. Precoce, trabalhoucomo modelo e, aos 17 anos,

criou a própria grife de roupasesportivas. Atualmente, a

advogada Genilde Guerra, 35anos, é sócia do escritório de

Advocacia Kravitz & Guerra,em Miami (EUA), onde prestaassistência a empresários de

pequeno e médio portes eatende a área de imigração e

negociação internacional.Gaúcha de Caxias do Sul,

conta que chegou aos EUAcom 19 anos para estudar e,paralelamente aos estudos,

montou uma empresa de

Divulgação

eventos e de convenção naárea médica. Cinco anos mais

tarde, prestava consultoriacomercial internacional e

começou a fazer palestras.Percebeu que o profissional deAdvocacia é muito requisitadonos EUA e bacharelou-se em

Comércio Internacional naUniversidade de Miami, onde

também concluiu mestrado emAdministração de Empresas e

doutorado em Direito (JúrisDoctor). Devido à facilidade

em comunicar-se, foiconvidada para apresentar o

programa Hoy Miami, pelocanal SUR-TV, com "dicasjurídicas". Genilde diz que

"programas jurídicos têmexcelente audiência devido àcarência de aconselhamentosjurídicos para os estrangeiros

que estão nos EUA".Genilde adaptou-se aos EUA."Tenho muito amor por Miami e

considero, com orgulho, comominha casa", diz informando

que adora viajar e que se sentebem em qualquer parte domundo, principalmente seestiver acompanhada dos

amigos. Eclética, reserva umtempo para esportes como

esqui e mergulho. Já esquiouem Aspen (EUA) e Courchevel(França) e mergulhou no GreatBarrier Reef, na Austrália. B

O CD "Tesslaw Volume I" é oprimeiro lançamento de umquarteto de advogadoscantores e compositores. Como apoio do escritório TessAdvogados, Alexandre Ciaglia(guitarrista, violonista eprodutor musical), RobertaTuna (tecladista), Jorge do Val(baixista) e Lucia Zorzi (vocal epianista) se uniram e lançaramum CD de rock e blues comseis músicas (sendo duasfaixas instrumentais).De acordo com AlexandreCiaglia, 36 anos, advogado daárea de Direito Empresarialdesde 1992 e produtor do"Tesslaw Volume I", ele tevecerca de dois meses paraselecionar o repertório,totalmente em Inglês, escolheros músicos e fazer os arranjos.Ele, que tem em torno de 40álbuns produzidos e járecebeu até o certificado de

“Tesslaw”, quarteto deadvogados em ritmode rock e de blues

engenheiro de áudio da LatinAmerican Academy of Arts pelodisco "Tamo Aí na Atividade",da banda Charlie Brown Jr.,conta que a maior parte dotrabalho foi produzida naprópria biblioteca do escritório.Somente a mixagem emasterização foram feitas noPlay Rec Studios, em Santos(SP), estúdio que o advogadoinaugurou em 2000. Ciagliadivide o tempo entre as duasprofissões: produtor musical eadvogado. Nos finais desemana toca em bares e casasnoturnas de São Paulo e dolitoral paulista. Diz que amúsica faz parte da sua vidadesde os 13 anos, quandoganhou no Natal aprimeira guitarra.Entre os músicos escolhidospelo produtor para integrar oquarteto, está a tecladistaRoberta Tuna, 36, formada em

Direito desde 1993, "motivadapela admiração do pai,advogado e empresário, MárioVaz dos Santos". Para ela, amúsica é somente um hobby,que a ajuda a relaxar. "ODireito é o que me proporcionamais prazer por adoraro que faço", declara.Outro músico do quarteto,Jorge Carvalho do Val, 22, éestagiário de Direito Ambientale conta que desde criança seinteressa por música. “Aos 10anos gostava do estilo clássicoe de ópera. Aos 14, comecei aescutar punk-rock e rock-and-roll”, diz comentando que foiquando iniciou as aulas deviolão. A opção pelo Direito(está no terceiro ano da Faap),segundo ele, partiu da vontadede querer ajudar as pessoas.Já a vocalista, pianista eviolonista Lucia Zorzi, é aúnica "ovelha desgarrada" dogrupo. Trabalha na áreaadministrativa do TessAdvogados e está cursandoLetras na USP. Conta quesempre gostou de música eque estudou piano, masdepois decidiu aprenderviolão. Conseguiu e começoua cantar em bares, até surgir aoportunidade de participar doprimeiro álbum do escritório.Foi a responsável pelacomposição e pelos vocais dequatro das seis faixas do CD.As letras são em Inglês, masAlexandre Ciaglia adianta queeste ano pretende produzir o"Tesslaw Volume II" commúsicas em Português e com aparticipação de outros"artistas" do escritório. BRoberta, Alexandre, Lucia e Jorge

Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 19FEVEREIRO DE 2007

Horizontais VerticaisSoluções das Cruzadas

B

1) Patrono, Matar; 2) Aleive, Calado; 3) Gir,ICMS, Idem; 4) A.C., Anel, Over; 5) Nic, Os,Aui; 6) Tabu, Sacar, RO; 7) Er, Reitor; 8)Abater, Ágio; 9) Lema, Aros, INE; 10) El,Narrar, D. C.; 11) IE, Og, Ora, Ear.

1) Pagante, Lei; 2) Aliciar, Ele; 3) Ter, Cb,Am; 4) Ri, Urbano; 5) Ovino, Ea, Ag; 6)Necessitar; 7) Ml, Aterro; 8) Cs, Coroar; 9)Mo, Ar, Sra; 10) Ativar; 11) Tadeu, Égide;12) Aderir, Inca; 13) Rom, Oboé.

JUDICIÁRIO

entrada em vi-gor da súmulavinculante ape-sar de agradar acúpula do STF,

divide a opinião de juristasque temem que a medidarestrinja o restante do Ju-diciário, roubando a auto-nomia dos juízes de pri-meiro grau. O advogadoEduardo Reale Ferrari, doReale Advogados, por exem-plo, alerta que a súmulavinculante é uma ferra-menta que deve ser utiliza-da com muito cuidado eapenas em áreas restritas."É um absurdo aplicá-la naárea penal, pois cada casotem suas particularidades,sendo temerária a massi-ficação, tirando o poder deliberdade do juiz." Ele de-fende o uso da súmula vin-culante em casos que en-volvam a Fazenda Pública,precatórios e questões fis-cais, onde normalmente opróprio governo é quemmais interpõe recursos. "Asúmula pode até ser umaforma de diminuir a lenti-dão do Judiciário, masdeve ser aplicada de formarestrita", diz. Segundo RodrigoCarneiro de Oliveira, do Pi-nheiro Neto Advogados, é ne-cessária cautela na hora deaplicar e editar a súmulavinculante. Para ele, o su-cesso da súmula dependeráda sensibilidade do Supre-mo de permitir a edição so-mente em questões "desti-tuídas de caráter político eque tenham eficácia sobrefuturas deliberações".

De acordo com o conse-lheiro do CNJ, Paulo Lobo,a súmula vinculante, mes-mo sendo vista como agrande salvação para alentidão do Judiciário, éapenas uma, das muitasmedidas necessárias paradesafogar os tribunais. "Asúmula dará apenas um

alívio ao Supremo. A raizdo problema não está notopo e sim nas instânciasinferiores e é este aspectoque deve ser aperfeiçoado",afirma. Segundo ele, a lenti-dão é devida, também, à cul-tura dos brasileiros de bus-car solução nos tribunais,dos advogados de recorrercom processos protelatórios.Ele acredita que os bacha-réis e advogados devem deser treinados para tentarsempre o entendimento en-tre as partes, já que hojesão preparados para o litígio.Para ele, o combate à lenti-dão nos tribunais deve in-cluir um conjunto de açõescomo informatização, e oveto do Supremo a recursosde interesse individual.Para ele, as Leis 11.277 e11.441 (que prevê que açõesrepetidas sejam extintas; eque permite que inventári-os, partilhas, separações edivórcios consensuais sejamfeitos em cartórios de notas)têm efeito mais eficaz do quea própria súmula. EduardoReale afirma que o combateà lentidão do Judiciário vaialém e envolve fatores comoestrutura, gestão, moderni-zação e tecnologia, além delegislação, "fatores impres-cindíveis para diminuir ocongestionamento dos tribu-nais". O vice-presidente doSTF, Gilmar Mendes, afir-mou que a súmula terá detratar de assuntos constitu-cionais de repercussão paraa coletividade, e que "so-mente deste modo, a Justiçase tornará menos lenta", diz.

Com a entrada em vigorda súmula vinculante, osprocessos poderão ser julga-dos com mais rapidez, jáque as diversas instânciasserão obrigadas a acatar asdecisões que o STF. Para asúmula ter efeito vinculan-te serão necessários, pelomenos, sete dos 11 votos dos

ministros do Supremo. Se-gundo a presidente da Cor-te, ministra Ellen Gracie,com a utilização da súmulavinculante em dois anos oBrasil terá um Poder Judici-ário "diferente, mais rápidoe eficaz".

Os primeiros temas quedeverão ser discutidos são a

ampliação da base de cálculoda Contribuição para o Fi-nanciamento da SeguridadeSocial (Cofins), a validade dosacordos sobre os expurgosdo Fundo de Garantia doTempo de Serviço (FGTS); aconstitucionalidade da pro-gressão de pena para cri-mes hediondos; a vedação

de autorização de funciona-mento de bingos por leis es-taduais; a ampla defesa econtraditório nas ações doTribunal de Contas da União(TCU); e a competência daJustiça do Trabalho para jul-gar ações de danos moraisresultantes de acidentes detrabalho. (AQ) B

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Rodrigo Carneiro de Oliveira Paulo Lobo Gilmar Mendes

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Súmula divide especialistas

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO20 FEVEREIRO DE 2007

CNJ

Hora de corrigir o rumoPERCIVAL DE SOUZA

Especial para “O Tribuna”

RASÍLIA - Boa par-te dos membrosdo Conselho Na-cional de Justiça(CNJ) olhou para

um imaginário espelho docolegiado e não gostou daimagem refletida. Em his-tória similar, conta-se queuma mulher que fez cirur-gia plástica, desapontou-se com o que viu e tomouuma rápida providência:mandou trocar o espelho.Os membros do CNJ po-dem se perguntar, espelhonas mãos: o que é isso,conselheiro?

A resposta é que o CNJpassou a refletir uma ima-gem negativa, totalmentefora dos propósitos inici-ais. Precisa acertar o pru-mo e corrigir o rumo, queficou completamente dife-rente do que se pretendiacom a sua instalação, em2004, durante a reformado Judiciário.

Há provas. E junto comelas, algumas confissões.

No caso, é inútil falarem tese. Porque em tese oCNJ nasceu para que aemperrada máquina da Jus-tiça ficasse mais eficiente eacessível. Na prática, porém,tornou-se corporativista,consumindo a maior par-te do tempo numa pautaque nada tem a ver comos objetivos de seu nasci-mento.

Editou a resolução queexpulsava o nepotismo dostribunais, provocando rea-ções explícitas no Rio deJaneiro e em Pernambuco(ótimo). Permitiu que juízesestaduais tivessem saláriomensal de R$ 22.111,00acima, portanto, do teto sa-larial, sem contar o gene-roso jeton de R$ 24.500,00também fora do teto sala-rial (péssimo). O SupremoTribunal Federal precisouinterferir e declarar quenão seria possível.

Em três meses o CNJdeve concluir os estudospara a elaboração de umCódigo de Ética para a Ma-

gistratura brasileira. OConselho diz que é paraorientar a vida dos juízes.Um dos objetivos declara-dos é vetar a hipótese de re-cebimento de mimos oferta-dos por entidades públicas,ou privadas, que estejamsub judice. Na mira docolegiado, estão congres-sos, seminários, simpósiose encontros de juízes quesão patrocinados. O temaé controverso, entre ma-gistrados e o próprio CNJ.

Mas, diante de tais obje-tivos, que pretendem im-pedir entidades que res-pondem a determinados ti-pos de ação de manter con-tatos mais próximos commagistrados, uma pergun-ta se torna-se inevitável:quem dará conselhos aopróprio Conselho? A ques-tão insofismável é que amaior parte das pessoasque está recorrendo aoCNJ é da própria Justiça,pretendendo transformarostensivamente o órgãonuma espécie improvisa-

da de terceira instância,coisa que não é. Isso acon-tece, por exemplo, comcandidatos reprovados emconcursos públicos, incon-formados com as baixasnotas e que acabam abarro-tando a pauta do colegiadoque nada tem a ver comisso. Até questões referen-tes a férias individuais es-tão indo parar no Conse-lho. E se magistrados ecandidatos a juiz entopema pauta do colegiado quefoi criado com objetivoscompletamente diferentes,é preciso reagir. Comenta-se, inclusive, que há neces-sidade de se mexer no regi-mento interno do CNJ paraesses assuntos não conti-nuarem sendo pautados.

Na última sessão de2005, o CNJ "ferveu" coma predominância das rei-vindicações exclusiva-mente de caráter pessoal.A paciência de um dosmembros, o juiz do Traba-lho Douglas Cavalcanti,exauriu-se. "Acho absurdo

o rumo que tomamos e queessas questões individu-ais ocupem tanto a nossapauta. Temos de conse-guir recuperar a função doConselho, que é o planeja-mento estratégico do Judi-ciário", esbravejou. Outroconselheiro, Joaquim Fal-cão, deixou de lado a paci-ência de Jó: "Só se discutecasos individuais. Temosde mudar isso", reclamou.Alexandre Moraes, ex-se-cretário da Justiça de SãoPaulo, sugeriu que do novoregimento deva constar aexclusão da pauta quandoo assunto não for conside-rado pertinente para oConselho por dois terçosde seus 15 integrantes."Metade da pauta fica focadanisso", argumenta. Aprovei-tando o embalo para criticaro corporativismo interno, orepresentante da OAB,Oscar Argollo, disse quetudo que a entidade levapara o Conselho Nacionalde Justiça é recusado."Há uma aversão a tudo o

que a OAB sugere. A OABé a entidade mais séria doPaís", observa. Acabou ou-vindo uma reprimenda doconselheiro Paulo Schmidt."Pode ser tão séria quantooutra instituição, mas nãoé a mais séria", retrucou.Segundo ele, o entupimen-to da pauta é provocado porjuízes e funcionários queusam o CNJ para transfor-má-lo num "encurta cami-nho" para o STF. E quandonão conseguem o que pre-tendiam, o que sempreacontece, recorrem — atra-vés de mandado de segu-rança — ao STF.

O resultado é que em2006 3,2 mil processos fo-ram distribuídos no CNJ esomente 2,2 mil deles re-ceberam alguma solução.Incluem magistrados quereclamam por não teremsido promovidos, servido-res insatisfeitos com ossalários. Todos tendem ausar o CNJ em vez dos ca-minhos naturais, judiciaise administrativos.

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Ellen Gracie Northfleet, presidente do Conselho

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 21FEVEREIRO DE 2007

CNJ

lém de ser forçado pelapauta a ficar olhando

para o próprio umbigo, oCNJ amarga o fato de al-gumas decisões que tomouserem consideradas in-constitucionais pelo STF.Foi acusado de desvirtuar-se de seus objetivos origi-nais, como quando esten-deu o recesso dos finais deano a servidores de pri-meira e segunda instânci-as. Os 13 dias tradicionais— de 20 de dezembro a 1de janeiro — foram trans-formados em 18. No finaldo ano passado, o CNJ con-cedeu novamente aos juízesde primeiro e segundo grauso direito das férias coletivas,extintas dois anos antes coma reforma do Judiciário. Emdezembro, o STF julgou queessa decisão era inconstitu-cional. O auto-aumento paraos conselheiros, com aval dapresidente do colegiado, EllenGracie Northfleet, tambémpresidente do STF, tambémpegou mal.

As farpas foram dispara-das intensamente no STF."O CNJ está extrapolando",acusaram os ministros damais alta Corte de Justiça.Todos eles foram contrári-os ao que chamaram de in-tromissão indevida. "Afrontaà Constituição", fulminouCármen Lúcia AntunesRocha, ministra-relatorada ação em que se discu-tia anular a decisão doCNJ em dar férias coleti-vas para magistrados, pre-tendendo mudar com umaresolução o que havia sidoexplicitado na reforma doJudiciário. "Não há conve-niência administrativaque possa prevalecer sobrea Constituição", disse Cár-men Lúcia. O ministro Mar-co Aurélio de Mello foi bemmais contundente. "É pre-ciso repor as coisas no seudevido lugar para que nãoreine a babel. Por melhor

Objetivos desvirtuados

que seja a intenção, e omundo está cheio de pes-soas bem intencionadas,não cabe a esse órgão sim-plesmente driblar a normamaior para chegar ao re-sultado visado", bradou.Mello "bateu" mais forte."Não sou bruxo, mas quan-do se discutiu a criação doCNJ, apontei que estaría-mos diante da criação deum super-órgão. Mostrei-me estarrecido", obervou. Oministro Ricardo Lewando-wski, ex-desembargador doTribunal de Justiça de SãoPaulo, frisou que o CNJ temconfiguração administrati-va, e não legislativa ou judi-ciária. Deveria ser órgãoauxiliar fiscalizador, de for-ma parecida com a do Tribu-nal de Contas da União. "Nãoé possível que num EstadoDemocrático de Direito umórgão administrativo se ex-presse com força de lei. Elenão pode expedir regulamen-tação e nem pode cercearatos e garantias individuaisdos cidadãos", esclarece.

Outra "bola fora" do CNJfoi mandar ofício para opresidente do Tribunal Su-perior Eleitoral informan-do-o de que o orçamento daCorte seria reduzido emR$ 17 milhões. Marco Au-rélio de Mello respondeu,também por ofício. "Tal pro-cedimento afronta cabal-mente a Constituição Fe-

deral, que assegura a au-tonomia administrativa efinanceira ao Poder Judici-ário, carecendo o Conselho(CNJ) de competência paraatuar em substituição aospresidentes dos tribunaissuperiores", asseverou. Emais: "A administração doTSE cabe ao presidente daCorte, afigurando-se detodo desnecessário o as-sessoramento desse con-selho." O presidente doTSE fez questão de cutucarcom vara curta: o ofício en-viado pelo CNJ ao TSE eraassinado pelo juiz-auxiliarda presidência do colegiado,Sérgio Renato Garcia. Melloreferiu-se a ele, na respos-ta, como "um certo magis-trado se declarando comojuiz auxiliar da presidên-cia". O ministro RicardoLewandowski solidarizou-secom Mello. "O CNJ se achainvestido de competênciaconstitucional até para in-terferir na atuação admi-nistrativa e financeira doPoder Judiciário e dos juízes.Ele não tem competênciapara isso", defendeu.

Agora, com novos planos deética para todos, o CNJ sabeque o código em gestaçãodeve ser aprovado em sessãoplenária do próprio colegiado edepois pelo STF. É o ritual.Somente com ele sendo rigo-rosamente seguido, o códigopode entrar em vigor.

Alexandre Moraes Oscar Argollo Joaquim Falcão Paulo Schimidt Cármen Rocha Marco Aurélio

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RASÍLIA - Para se prever oque vem por aí, o ministro

Carlos Ayres de Britto, do STF,fornece uma pista. "O julgamen-to da ação contra as férias cole-tivas foi emblemático para ana-lisar o papel do CNJ."

Analisando o papel dos go-vernantes que estão assumin-do no Executivo, explicou emtom professoral e profundamen-te abrangente que "a Constitui-ção é comando para valer. Elacuidou de se fazer imperativa epara isso é que instituiu órgãoscomo os Tribunais de Contas eo Ministério Público. Ao ladodeles, e como instância derra-deira de autodefesa, a Lei Mai-or apetrechou o Poder Judiciá-rio. Não que ele, Poder Judiciá-rio, fosse aquinhoado com afunção de governar. Mas senão tem função, o Judiciáriotem do governo a força. A forçade impedir o desgoverno. Des-governo que é tanto mais intole-rável quando resulte do desres-peito à Constituição".

Guardião da Constituição, oSTF parece ter transmitido empalavras jurídicas uma mensa-gem direta ao CNJ: não dei-xem que o fracasso suba à ca-beça. O CNJ pretende exercero "controle externo" sobre o Ju-diciário e tomou decisões con-sideradas inconstitucionais, al-gumas delas até mesmo comdesdobramentos anti-éticos.

As lições foram amargas eno mundo jurídico tomar deci-sões intempestivas, que nãoresistem a uma análise funda-mentada, adquire um pesoparticularmente negativo. Aderrota no STF foi conseqüên-cia de uma ação proposta peloprocurador-geral da Repúbli-ca, Antonio Fernando de Sou-za, pedindo a revogação daresolução que concedia fériascoletivas. Agora, o CNJ preten-de tirar dos juízes aquilo que avoz do povo chama de "jabá",ou seja, presentes, mimos ebenesses, inclusive de encon-tros realizados em hotéis luxu-osos em belas praias, com di-reito a acompanhantes.

Há um outro vespeiro noqual o CNJ também pretende

Lições amargasmexer: os casos de juízes queocupam cargo de direção forado Judiciário. Entre os alvos empotencial estão faculdades, en-tidades religiosas e até a maço-naria. Segundo um dos mem-bros do CNJ, o que se pretendenão é impedir que os magistra-dos participem dessas organi-zações, desde que não o façamcomo dirigentes. Um membrodo CNJ, que é desembargadorestadual, diz que o magistradonão pode gastar esforços paradirigir outras instituições, o queseria "prejudicial" na dedicaçãoexclusiva à profissão, cuja úni-ca exceção prevista é o exercí-cio de Magistério.

Os magistrados não sãosubmetidos à regência de umcódigo de ética e os casos exa-minados são apreciados combase na Lei Orgânica da Ma-gistratura Nacional (Loman) eno Estatuto da Magistratura. OSTF formou uma comissãopara reformar o estatuto, mas otrabalho ainda não começou.Se os ministros concordarem,as normas éticas implantadaspoderiam fazer parte das alte-rações no Estatuto.

No caso do nepotismo, ve-dado no Judiciário por resolu-ção do CNJ, houve um efeito-cascata em Pernambuco: aProcuradoria Geral de Justiçadeflagrou uma "Ação Estadualde Combate ao Nepotismo",que provocou 1.799 demis-sões de parentes de prefeitos,secretários e vereadores. Osecretário executivo da Asso-ciação Municipalista de Per-nambuco, Anatólio Julião, dizque "o Ministério Público estáprocurando piolho em cabeçade careca". O procurador-geralde Justiça, Francisco Sales,argumenta que "não existe naConstituição o livre direito denomeação de parentes". "Nãoestou ultrapassando a minhamissão", ressalta. Pernambu-co, onde as marcas do coro-nelismo ainda são muito for-tes, também foi o Estado emque um grande número de pa-rentes de desembargadores ti-nha emprego no Tribunal deJustiça. (PS) B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO22 FEVEREIRO DE 2007

L E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã O

Advogado em São Paulo e diretorda Editora Juarez de Oliveira Ltda..

E-mail: [email protected].

JUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRA

AÇÃO CIVIL PÚBLICA — Lei n°11.448, de 15/1/2007 (“DOU”de 16/1/2007), altera o artigo5º da Lei n° 7.347, de 24/7/1985, que disciplina a ação ci-vil pública, legitimando parasua propositura a DefensoriaPública.

ACORDOS/CONVENÇÕES/TRATA-Dos — Decreto n° 5.991, de19/12/2006 (“DOU” de 20/12/2006), dispõe sobre a execu-ção do 46° Protocolo Adicionalao Acordo de Complementa-ção Econômica no 35, entreos governos da República Ar-gentina, da República Federa-tiva do Brasil, da República doParaguai, da República Orien-tal do Uruguai, Estados Partesdo Mercosul, e o governo daRepública do Chile, de 18/8/2006, que aprova o Programade Ação Mercosul Livre de Fe-bre Aftosa.

Decreto n° 6.000, de 26/12/2006 (“DOU” de 27/12/2006),promulga a convenção entreos governos da RepúblicaFederativa do Brasi l e dosEstados Unidos Mexicanosdestinada a evitar a dupla tri-butação e prevenir a evasãofiscal em relação aos Impos-tos sobre a Renda, celebra-da na Cidade do México, em25/9/2003.

Decreto n° 6.009, de 3/1/2007 (“DOU” de 4/1/2007),promulga o acordo entre o go-verno da República Federativado Brasil e o governo da Repú-blica Popular da China sobreo fortalecimento da coopera-ção na área de implementa-ção de infra-estrutura de cons-trução, celebrado em Pequim,em 5 /6/2006.

Decreto n° 6.011, de 3/1/2007 (“DOU” de 8/1/2007),promulga o acordo para coo-peração na área da Aeronáuti-ca Militar entre o governo daRepública Federativa do Brasile a República Francesa, cele-brado em Paris, em 15/7/ 2005.

ADMINISTRAÇÃO FEDERAL — De-creto n° 5.994, de 19/12/2006(“DOU” de 20/12/2006), dispõesobre a transferência, dos con-tratos de dívida externa contra-tual da União, dos respectivosórgãos de origem, para o Mi-nistério da Fazenda.

Lei n° 11.420, de 20/12/2006 (“DOU” de 21/12/2006),altera dispositivos da Lei nº11.322, de 13/7/2006, que dis-põe sobre a renegociação dedívidas oriundas de opera-ções de crédito rural contrata-das na área de atuação daAgência de Desenvolvimentodo Nordeste (Adene), e dá ou-tras providências.

Lei n° 11.423, de 21/12/2006 (“DOU” de 22/12/2006),inclui programações no anexoVII da Lei n° 11.306, de 16/5/2006, que estima a receita efixa a despesa da União para oexercício financeiro de 2006,e dá outras providências.

Decreto n° 5.999, de 26/12/2006 (“DOU” de 27/12/2006),dá nova redação ao artigo 3ºdo Decreto n° 5.811, de 21/6/

2006, que dispõe sobre a com-posição, estruturação, compe-tência e funcionamento do Con-selho Nacional de EconomiaSolidária (Cnes).

Decreto n° 6.005, de 28/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006),institui o Sistema de Assessora-mento para Assuntos Federati-vos (Sasf), e dá outras provi-dências.

Lei n° 11.439, de 29/12/2006(“DOU” de 29/12/2006 - extra),dispõe sobre as diretrizes paraa elaboração da Lei Orçamen-tária de 2007 e dá outras provi-dências.

Medida Provisória n° 341, de29/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006 - extra), altera as Leis n°s9.657, de 3/6/1998, 10.480, de2/7/ 2002, 11.314, de 3/7/2006,11.344, de 8/9/2006, 11.355,11.356, 11.357 e 11.358, de 19/10/2006, 8.025, de 12/4/1990, e8.112, de 11/12/1990, e dá ou-tras providências.

AGRICULTURA FAMILIAR — De-creto n° 5.996, de 20/12/2006(“DOU” de 21/12/2006), dispõesobre a criação do Programa deGarantia de Preços para a Agri-cultura Familiar (Pgpaf) de quetrata a Lei n° 11.326, de 24/7/2006, e o artigo 13 da Lei n°11.322, de 13/7/2006, para asoperações contratadas sob aégide do Programa Nacional deFortalecimento da AgriculturaFamiliar - (Pronaf), e dá outrasprovidências.

CINEMA — Lei n° 11.437, de28/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006), altera a destinação dereceitas decorrentes da Contri-buição para o Desenvolvimentoda Indústria CinematográficaNacional (Condecine), criadapela Medida Provisória nº2.228-1, de 6/9/2001, visandoao financiamento de programase projetos voltados para o de-senvolvimento das atividadesaudiovisuais; altera a MedidaProvisória no 2.228-1, de 6/9/2001, e a Lei n° 8.685, de 20/7/1993, prorrogando e instituindomecanismos de fomento à ativi-dade audiovisual; e dá outras

providências.Decreto n° 6.004, de 28/12/

2006 (“DOU” de 29/12/2006),fixa o número de dias para aexibição de obras audiovisuaiscinematográficas brasileiras em2007, e dá outras providências.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL — Lein° 11.419, de 19/12/2006 (“DOU”de 20/12/2006), dispõe sobre ainformatização do processo judi-cial; altera a Lei nº 5.869, de 11/1/1973 (Código de Processo Ci-vil) e dá outras providências.

Lei n° 11.418, de 19/12/2006(“DOU” de 20/12/2006), acres-centa à Lei n° 5.869, de 11/1/1973 (Código de Processo Civil)dispositivos que regulamentamo § 3º do artigo 102 da Consti-tuição Federal.

Lei n° 11.441, de 4/1/2007(“DOU” de 5/1/2007), alteradispositivos da Lei n° 5.869, de11/1/1973 (Código de Proces-so Civil) possibilitando a reali-zação de inventário, partilha,separação consensual e divór-cio consensual por via admi-nistrativa.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL —Lei n° 11.435, de 28/12/2006(“DOU” de 29/12/2006), alteraos artigos 136, 137, 138, 139,141 e 143 do Decreto-Lei nº3.689, de 3/10/1941 (Código deProcesso Penal) para substituira expressão "seqüestro" por"arresto", com os devidos ajus-tes redacionais.

Lei n° 11.449, de 15/1/2007(“DOU” de 16/1/2007), altera oartigo 306 do Decreto-Lei nº3.689, de 3/10/1941 (Código deProcesso Penal).

COFINS/PIS/PASEP — Decreton° 5.988, de 19/12/2006 (“DOU”de 20/12/2006), dispõe sobre oartigo 31 da Lei n° 11.196, de21/11/2005, que instituiu de-preciação acelerada incentiva-da e desconto da contribuiçãopara o PIS/Pasep e da Cofins,no prazo de 12 meses, paraaquisições de bens de capitalefetuadas por pessoas jurídi-cas estabelecidas em microrre-giões menos favorecidas dasáreas de atuação das extintasSudene e Sudam.

COMBUSTÍVEIS — Decreto n°5.987, de 19/12/2006 (“DOU”de 20/12/2006), dispõe sobrea compensação da Cide-Com-bustíveis por pessoas jurídicasimportadoras ou adquirentes dehidrocarbonetos líquidos nãodestinados à formulação de ga-solina ou diesel.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL — Lei n°11.417, de 19/12/2006 (“DOU”de 20/12/2006), regulamenta oartigo 103-A da ConstituiçãoFederal e altera a Lei n°9.784,de 29/1/1999, disciplinando aedição, a revisão e o cancela-mento de enunciado de súmulavinculante pelo Supremo Tribu-nal Federal, e dá outras provi-dências.

Emenda Constitucional n° 53,de 19/12/2006 (“DOU” de 20/12/2006), dá nova redação aos arti-gos 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e212 da Constituição Federal eao artigo 60 do Ato das Disposi-ções Constitucionais Transitórias.

Medida Provisória n° 339, de28/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006), regulamenta o artigo 60

do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias e dáoutras providências.

DEPÓSITOS JUDICIAIS DE TRIBU-TOS — Lei n° 11.429, de 26/12/2006 (“DOU” de 27/12/2006), dispõe sobre os depó-sitos judiciais de tributos, noâmbito dos Estados e do Dis-trito Federal; revoga a Lei n°10.482, de 3/7/2002 e dá ou-tras providências.

DESPORTO — Lei n° 11.438,de 29/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006 - extra), dispõe sobreincentivos e benefícios parafomentar as atividades de ca-ráter desportivo e dá outrasprovidências.

Medida Provisória n° 342,de 29/12/2006 (“DOU” de 2/1/2007), altera e acresce dispo-sitivos à Lei n° 11.438, de 29/12/2006, que dispõe sobre in-centivos e benefícios para fo-mentar as atividades de cará-ter desportivo.

ECONOMIA — Lei n° 11.434,de 28/12/2006 (“DOU” de 29/12/2006), acresce artigo 18-Aà Lei n° 8.177, de 1/3/1991,que estabelece regras para adesindexação da economia;altera as Leis n°s 10.893, de13/7/2004, 10.833, de 29/12/2003, e 11.322, de 13/7/2006e dá outras providências.

ESTATUTO DA TERRA — Lei n°11.446, de 5/1/2007 (“DOU” de8/1/2007), altera a Lei n°4.504, de 30/11/1964, dispon-do sobre parcelamentos deimóveis rurais, destinados àagricultura familiar, promovi-dos pelo poder público.

Lei n° 11.443, de 5/1/2007(“DOU” de 8/1/2007), dá novaredação aos artigos 95 e 96 daLei n° 4.504, de 30/11/1964,que dispõe sobre o Estatutoda Terra.

ESTATUTO DOS MILITARES — Lein° 11.447, de 5/1/2007 (“DOU”de 8/1/007), altera os artigos67, 70, 82 e 137 e acrescentao artigo 69-A à Lei n° 6.880,de 9/12/1980 (Estatuto dos Mi-litares) tratando sobre licençapara acompanhar cônjuge oucompanheiro(a).

IMÓVEIS DA UNIÃO — MedidaProvisória n° 335, de 23/12/2006 (“DOU” de 26/12/2006),dá nova redação a dispositi-vos das Leis n°s 9.636, de15/5/1998, 8.666, de 21/6/1993, 11.124, de 16/6/2005,e dos Decretos-Leis n°s9.760, de 5/9/1946, 271, de28/2/1967, e 1.876, de 15/7/1981, prevê medidas volta-das à regularização fundiáriade interesse social em imó-veis da União, e dá outrasprovidências.

MATA ATLÂNTICA — Lei n°11.428, de 22/12/2006 (“DOU”de 26/12/2006), dispõe sobrea utilização e proteção da ve-getação nativa do Bioma MataAtlântica, e dá outras provi-dências. B

Internet

RIO SÃO FRANCISCO — Decreto n° 5.995, de 19/12/2006 (“DOU” de 20/12/2006), institui o Sistemade Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as bacias hidrográficas do NordesteSetentrional, e dá outras providências.

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 23FEVEREIRO DE 2007

DIREITO DE FAMÍLIA-1

gora é possívelrealizar inven-tários, partilhas,separações e di-vórcios consen-

suais em Cartórios de No-tas graças a Lei 11.441, de5 de janeiro. Apesar de ointuito do novo diplomaser o de acelerar e desbu-rocratizar esses processos,as opiniões são divergen-tes. A OAB-SP, por exem-plo, é contra "pelo fato deela (a lei) tirar do cidadão odireito à jurisdição". Deacordo com a vice-presi-dente da entidade, MárciaRegina Machado Melaré,"o 'desafogamento' do Judi-ciário deveria se dar poroutras formas". "Além dis-so, com a ausência de umjuiz, a responsabilidade doadvogado será dobrada, jáque as partes não terão asegurança que a Justiçaproporciona", argumenta.Segundo ela, a vantagemda lei é o cidadão poder es-colher o trâmite (judicialou extrajudicial). A vice-presidente da OAB-SPacredita que o benefícioreal da lei é para a conclu-são dos inventários, quedemoram de seis meses aum ano pelo Judiciário epelos cartórios podem ficarprontos em um dia.

Para a tabeliã de notasPriscila de Castro TeixeiraPinto Lopes Agapito, vice-presidente da seção de SãoPaulo do Colégio Notarial doBrasil (CNB-SP), a nova le-gislação "veio em boa hora",pois permitirá que o PoderJudiciário tenha mais tem-po para decidir-se sobre asquestões litigiosas e com-plexas. "Os tabelionatos

FERNANDA SAL

Inventários, separações,divórcios em cartório

A

prestam um serviço públicoextrajudicial, trabalhandoparalelamente à Justiçajustamente com o objetivode desafogá-la", diz expli-cando que em vários paí-ses os processos de sepa-rações, divórcios e arrola-mentos já são feitos emcartórios. Priscila enfatizaque os tabeliães são ba-charéis em Direito, in-gressam na carreira por con-curso público e estão prepa-rados e acostumados a tra-tar de questões contratuais econsensuais.

Para Flávio Tartuce, ad-vogado e professor de Di-reito Civil, um aspecto po-sitivo da Lei 11.441 é o deque muitos ex-cônjugesnão gostavam de ter dejustificar os motivos da se-paração para o juiz. Com apossibilidade da separaçãoe divórcio de forma extra-judicial não haverá mais anecessidade de expor osmotivos do fim do relacio-namento, desde que hajaacordo entre as partes.Priscila Agapito acrescen-ta que as escrituras pode-rão ser assinadas em dili-gência, ou seja, o tabeliãopode ir até o escritório doadvogado ou à casa das par-tes se elas se sentiremconstrangidas de compare-cer ao cartório.

Flavio Tartuce ressalta,entretanto, que a reduçãoda burocracia embute umaumento de custos. Deacordo com ele, em SãoPaulo, por exemplo, separa-ção, divórcio e inventáriopoderão ser mais caros seocorrerem extrajudicial-mente. As custas judiciaisna forma tradicional paraprocessos que envolvampatrimônio de R$ 50 mil aR$ 500 mil, por exemplo,são de R$ 1.423,00 (valoratual em Ufesp); nos cartó-rios, as escrituras podemcustar até R$ 2.372,90.Márcia Melaré diz que ca-

berá às partes avaliar ocusto/benefício para esco-lher entre o processo judi-cial e o extrajudicial.

Além do custo da escri-tura, as partes tambémtêm de pagar os honorári-os advocatícios, já que alei determina que a pre-sença de um advogado éimprescindível para elabo-rar o acordo prévio. Apesarde o processo ser mais rá-pido, os profissionais daAdvocacia não acreditamna redução dos honorári-os. Márcia Melaré explicaque o trabalho continuará omesmo, pois o advogadoterá de preparar todos osdetalhes do acordo para queo tabelião somente elaborea escritura. A Comissãode Revisão da Tabela deHonorários da OAB-SP, po-rém, já está estudando ainclusão da "modalidade"extrajudicial dos processosde inventário, partilha,separação e divórcio na ta-bela de honorários.

Segundo o advogado Fla-vio Tartuce, todas as refor-mas que visam a agilidadesuscitam debates teóricos esomente o tempo demons-trará a eficiência do novodiploma. Uma das dúvidas jáexistentes é quanto a possi-bilidade da conversão da se-paração judicial em divórcioextrajudicial. O desembar-gador Gilberto Passos deFreitas, corregedor-geral do

TJ-SP, criou, inclusive, umgrupo de estudos que pre-tende apresentar, até dia 5,conclusões sobre a práticanotarial da nova lei.

Para reduzir interpreta-ções desencontradas sobrea lei, as entidades e asso-ciações estão realizandocursos, simpósios e manuaispara preparar os tabeliães.Priscila Agapito acredita queo próximo passo será reser-var salas nos cartórios paraatender à nova demanda.Priscila diz que a lei aindanão proporcionou grandesmudanças nos cartórios, quejá faziam pactos antenupci-ais, declarações de uniõesestáveis, testamentos, en-tre outros. "O Direito de Fa-mília e o Direito de Suces-sões sempre fizeram parte

OAB-SP é contraalegando que “as partesnão terão a segurança

que a Justiça proporciona”

Casal assina escritura de divórcio por conversão no 17º Tabelião

Miriam Hitomi Ishikava

do dia-a-dia dos tabeliãesde notas", afirma. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO24 FEVEREIRO DE 2007

EMENTAS

Ementas do Tribunal de Ética e Dis-ciplina da OAB-SP.

AUDITORIA JURÍDICA. REGULA-MENTAÇÃO EXPRESSA. DESNECESSIDA-DE. ESPÉCIE DO GÊNERO ASSESSORIAJURÍDICA. ORIENTAÇÃO A PESSOASJURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO OUPRIVADO ACERCA DAS CONSEQÜÊNCIASPARA O MUNDO DO DIREITO DE DETER-MINADOS FATOS JURÍDICOS, ATOS-FA-TOS, ATOS JURÍDICOS EM SENTIDO ESTRI-TO, ATOS JURÍDICOS COMO ATOS DE HI-ERARQUIA E A RESPEITO DA EXISTÊNCIAJURÍDICA, VALIDADE E EFICÁCIA DE NE-GÓCIOS JURÍDICOS. LAVRATURA DE PA-RECERES A RESPEITO DA CONFORMI-DADE OU NÃO DE PRÁTICAS EMPRESARI-AIS COM O DIREITO VIGENTE. ATOS PRI-VATIVOS DE ADVOGADO, QUE PODE ATU-AR ISOLADAMENTE OU POR MEIO DE SO-CIEDADES DE ADVOGADOS. EMENTA Nº2 — A auditoria jurídica, isto é,o exercício profissional consis-tente em lavratura de parecerou realização de um juízo delegalidade, licitude, juridicida-de, subsunção ao direito, dedeterminadas práticas admi-nistrativas ou empresariais (fa-tos jurídicos, atos jurídicos,atos-fatos e negócios jurídicos),a identificação das normas jurí-dicas aplicáveis à determinadaatividade pública ou empresari-al, ou ainda análise e aprecia-ção do risco de determinadasdemandas judiciais, em cursoou por ajuizar, para que o clien-te (no caso a empresa audita-da) tenha a exata dimensão daconformidade de suas práticasempresariais com o direito pos-to, é ato privativo de advogado.A auditoria jurídica, por tratar-sede espécie do gênero consulto-ria/assessoria jurídica, é ativida-de privativa de advogados ousociedades de advogados, inde-pendentemente da ausência decontemplação expressa no arti-go 1º do EAOAB e da ausênciade regulamentação pelo Con-selho Federal da OAB. Proc. E-3.369/2006,v.u., em 21/9/2006,do parecer e ementa nº 1 do rel.dr. Benedito Édison Trama, comvoto declarado convergente eementas nºs. 2 e 3 do rev. dr.Fábio de Souza Ramacciiotti,presidente dr. João TeixeiraGrande.

EMPRESA CONTROLADA PELAUNIÃO. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DEAUDITORIA JURÍDICA. LICITAÇÃO OUPROCEDIMENTO DE DISPENSA OU INEXI-GIBILIDADE QUE DEVE RESTRINGIR SEUUNIVERSO AOS ADVOGADOS E SOCIEDA-DES DE ADVOGADOS. ATIVIDADE MULTI-DISCIPLINAR DA SOCIEDADE DE ADVO-GADOS FORA DO ÂMBITO DA CIÊNCIA DODIREITO. VEDAÇÃO ÉTICA E LEGAL DASOCIEDADE DE ADVOGADOS PRESTARSERVIÇOS QUE NÃO OS JURÍDICOS, AIN-DA QUE NO ÂMBITO DA AUDITORIA JURÍ-DICA. CONTRATAÇÃO DE OUTROS PRO-FISSIONAIS. RESPONSABILIADE DO ÓR-GÃO LICITANTE E NÃO DA SOCIEDADEDE ADVOGADOS. ANÁLISE DE PROCES-SOS JUDICIAIS, SOB OS CUIDADOS DEOUTRO COLEGA. DEVER DO AUDITORJURÍDICO DE EMITIR PARECER A RESPEI-TO DOS RISCOS DA CAUSA, SEM CENSU-

RAR OU FISCALIZAR O TRABALHO DEOUTRO COLEGA. NECESSÁRIA OBSER-VÂNCIA DOS ARTIGOS 3º, 4º, 13, INFINE, 22, 44 E 45 DO CED E 31, 32,33 E 34-IX DA LEI N° 8.906/94.RES-PEITO AO SIGILO PROFISSIONAL. EMENTANº 3 — Empresa controlada pelaUnião que pretenda contratarserviços de auditoria jurídicadeverá promover licitação ouprocedimentos de dispensa ouinexigibilidade voltados tão-so-mente a advogados e socieda-des de advogados. A socieda-de de advogados, no entanto,não poderá prestar serviçospertinentes a outros ramos quenão a Advocacia. A sociedadede advogados somente podeser multidisciplinar no que tocaaos vários ramos da ciência doDireito e não de forma a abran-ger serviços não jurídicos e/ouque cabem privativamente aoutras profissões regulamenta-das, na forma do artigo 16 doEAOAB. Na análise de proces-sos judiciais, sob os cuidadosde outro colega, o auditor jurídi-co não deve agir como censorou fiscal, mas apenas emitir juí-zo atinente aos riscos da causa.Necessária observância dos ar-tigos 3º, 4º, 13, in fine, 22, 44 e45 do CED e 31, 32, 33 e 34-IXda Lei nº 8.906/94, respeitadosempre o sigilo profissional.Precedentes do TED-I: proces-so nº E-3.324/2006. Proc. E-3.369/2006, v.u., em 21/9/2006,do parecer e ementa n° 1 do rel.dr. Benedito Édison Trama, comvoto declarado convergente eementas nºs. 2 e 3 do rev. dr.Fábio de Souza Ramacciotti,presidente dr. João TeixeiraGrande.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA. PRESTA-ÇÃO DE SERVIÇOS DE COBRANÇA ATRA-VÉS DE SOCIEDADE COMERCIAL NÃO RE-GISTRADA NA ORDEM. IMPOSSIBILIDADE— É vedado ao advogado pres-tar serviços a terceiros atravésde sociedades comerciais, as-sociações ou outras entidades,obviamente não inscritas na Or-dem dos Advogados do Brasil,por caracterizar exercício irre-gular da atividade privada daAdvocacia, facilitação ao exercí-cio profissional a não inscritose ainda captação de clientela eangariação de causas. Inteli-gência do Provimento n° 66 doConselho Federal da OAB, arti-go 34, incisos I e IV, do Estatutoda Advocacia e 7º do Código deÉtica e Disciplina. Proc. E-3.370/2006, v.u., em 20/9/2006, do pa-recer e ementa do rel. dr. Gui-lherme Florindo Figueiredo,rev.dr. Osvaldo Aristodemo NegriniJúnior, presidente ad hoc dr. Be-nedito Édison Trama.

CASO CONCRETO. DÚVIDA DE DIREI-TO MATERIAL E NÃO DÚVIDA DE NATURE-ZA ÉTICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.CONTRATO ESCRITO. AUSÊNCIA DE PRE-VISÃO DE MAJORAÇÃO DECORRENTE DEAUMENTO DE ATOS JUDICIAIS QUE ADVIE-

REM COMO NECESSÁRIOS - 1) Cabeao TED I orientar e aconselharsobre ética profissional, respon-dendo a consultas que lhe fo-rem formuladas em tese e, tam-bém, zelar pela dignidade daprofissão e procurar conciliarquestões sobre ética, envolven-do advogados. Propugna, ain-da, pelo fiel cumprimento e ob-servação do Código de Ética eDisciplina. Entendimento do ar-tigo 49 do CED e do artigo 136,parágrafo 3º, I, do regimento in-terno da secional. Não competeà esta Seção Deontológica res-ponder consultas sobre direitomaterial ou processual. 2) Naelaboração do contrato de hono-rários, que deverá ser escrito, oadvogado seguirá os ditamesdos artigos 22 a 26 do Estatutoda Advocacia e a Ordem dosAdvogados do Brasil, bemcomo dos artigos 35 a 43 doCódigo de Ética, dos valoresconstantes da tabela de hono-rários e da jurisprudência. Aquestão dos honorários, a se-rem cobrados por medidas judi-ciais não previstas em contratode honorários, deverá ser solu-cionada de comum acordo coma empresa-cliente. Caso nãohaja a possibilidade de acordo,haverá um indício da perda daconfiança, essencial à relaçãode patrocínio. Em tal caso, naimpossibilidade de acordo, res-tará ao advogado o recurso àvia judicial. Ao se firmar contra-to de honorários advocatícioscom determinada empresa paraa defesa de seus interesses épreciso evitar confusão de rela-ções de patrocínio: uma que seestabelece entre o advogado ea empresa, e outra que se esta-belece entre o advogado e aspessoas físicas (sócios ou filhosde sócios da empresa). São cli-entes diferentes, que requerema estipulação de contratos inde-pendentes. Em tal caso compe-te ao advogado verificar se, emsã consciência, poderá ao mes-mo tempo patrocinar os interes-ses de filhos de sócios da mes-ma empresa para a qual prestaserviços jurídicos. Tal situaçãopoderia, eventualmente, gerara ocorrência de conflitos de in-teresses entre os constituintesdo advogado, exigindo dele aatitude recomendada pelo arti-go 18 do CED, isto é, que coma devida prudência e discerni-mento opte por um dos manda-tos. Proc. E-3.372/2006, v.u.,em 21/9/2006, do parecer eementa da relª. drª. Maria doCarmo Whitaker, rev. dr. Gui-lherme Florindo Figueiredo,presidente dr. João TeixeiraGrande.

ESTAGIÁRIO. ATOS PRATICADOSISOLADAMENTE, EM CONJUNTO, E SOBRESPONSABILIDADE DE ADVOGADO EMSEDE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO —O estagiário de Direito, regular-mente inscrito, pode praticar osatos privativos de advogado, naforma do regulamento geral, emconjunto com o advogado e

sob a responsabilidade deste.Exegese do parágrafo 2º do arti-go 3º do EOAB. O estagiáriopode praticar isoladamente,sempre sob a orientação e aresponsabilidade do advogadovinculado à causa, os seguin-tes atos: peticionar isoladamen-te em sede de processo admi-nistrativo para juntada de docu-mentos, retirar e devolver autosem cartório, assinando carga eobter certidões de peças ou au-tos de processos em curso oufindos. O estagiário de Direito,mesmo autorizado ou com subs-tabelecimento do advogado res-ponsável, não pode isolada-mente comparecer e atuar nasaudiências referentes aos pro-cessos administrativos (interro-gatórios, colheitas de depoi-mentos, etc.), e nem apresentarrazões de defesa como únicosignatário. Exegese do artigo28 e seus parágrafos do regula-mento geral. Proc. E-3.374/2006, v.u., em 21/9/2006, doparecer e ementa do rel. dr.Luiz Antônio Gambelli, rev. dr.Guilherme Florindo Figueiredo,presidente dr. João TeixeiraGrande.

PROCURADOR MUNICIPAL E ASSIS-TÊNCIA JUDICIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.UTILIZAÇÃO DE LOCAL DE TRABALHOPARA CAPTAR CLIENTES E ASSISTENCIÁ-LOS. INFRAÇÃO ÉTICA — Ocorre impe-dimento relativo ao procuradordo município, ao exercer funçõesna assistência judiciária, em faceda possibilidade de captação declientes e causas (artigo 7º doCED). Não há qualquer impedi-mento no exercício de suas fun-ções como procurador municipalconcomitantemente com o exer-cício de atividades particularesda Advocacia, não podendo pos-tular, todavia, contra o poder queo remunera. Precedentes doTED-I: E-1.341/96, E-1.585/97, E-1.456/97, E-1.630/97, E-1.658/98, E-1/706/98, E-2.007/99 e E-2.216/00. Nada impede que oprocurador municipal forneça aosseus clientes o telefone da muni-cipalidade onde se encontra,para situações de emergência,não podendo fazer uso constan-te para atividades particulares,incorrendo em infração adminis-trativa e ética. Proc. E-3.375/2006, v.u., em 21/9/2006, do pa-recer e ementa do rel. dr. CláudioFelippe Zalaf,a rev. dr. GuilhermeFlorindo Figueiredo, presidentedr. João Teixeira Grande.

BACHAREL NÃO INSCRITO ADVOGA-DO OU ESTAGIÁRIO. CONSULTA. MATÉ-RIA ESTRANHA À ÉTICA NÃO CONHECIDA.ILEGITIMIDADE. INCOMPETÊNCIA EM RA-ZÃO DA MATÉRIA — Agente fiscalde rendas graduado em Direito,mas não inscrito na OAB, nãopode pretender resposta à con-sulta escrita, endereçada à Tur-ma Deontológica do TED daOAB-SP, vocacionada a res-ponder, institucionalmente, a

consultas em tese à dúvida so-bre comportamento ético relati-va ao exercício profissional daadvocacia. Manifesta ilegitimi-dade do consulente, agravada,na espécie, pela incompetên-cia em razão da matéria, pornão contender o objeto daconsulta com o exercício da Ad-vocacia e dúvida de ou sobrecomportamento, mas mera in-terpretação de texto ou normalegal em abstrato. (Fund. EAO-AB 28-VII - 11-IV - regimento in-terno, artigo 3° - Precedentes E-1.977/99- E-2059/99 E-667 E-1205/95 e E-1845/99, in "Julga-dos" volume VIII). Proc. E-3.376/2006,v.u., em 21/9/2006, do pa-recer e ementa do rel. dr. Ernes-to Lopes Ramos, rev. dr. LuizAntônio Gambelli, presidente dr.João Teixeira Grande.

PROPAGANDA E PUBLIDADE. 1) EN-TREGA DE "BOLACHAS" PORTA-COPOSEM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS,CONTENDO NO ANVERSO O NOME DOESCRITÓRIO E NO VERSO INFORMAÇÕESJURÍDICAS SOB O TÍTULO DE "VOCÊ SA-BIA?". VEDAÇÃO. 2) FUNCIONAMENTO24 HORAS DO ESCRITÓRIO DE ADVOCA-CIA. POSSIBILIDADE CONDICIONADA ÀS DE-TERMINAÇÕES LEGAIS SEM DIVULGAÇÃODESTA FORMA DE TRABALHO COM PROPÓ-SITOS DE INFORMAR "PLANTÃO JURÍDICO"POR MEIO DE VEÍCULO INFORMATIVO DEQUALQUER NATUREZA. DESACONSELHA-MENTO. 1) Incorre em atitude antié-tica escritório de Advocacia ousociedade de advogados quedistribui "bolachas" para servir deapoio a copos, contendo numlado a identificação do escritó-rio e no outro informação jurí-dica com a alcunha de "Vocêsabia?". Entrando no campoda antieticidade e contrarian-do os princípios de urbanida-de e respeito no exercício daatividade da Advocacia dentroda função social preconizadapela norma constitucional (arti-go 133 da CF, artigo 2º do Es-tatuto da Advocacia e artigo 2ºdo Código de Ética Profissio-nal). A adoção desse procedi-mento avilta a profissão de ad-vogado preconizada pela Lein° 8.604, de 4/7/1994; 2) Oadvogado que pretender dei-xar seu escritório aberto du-rante 24 horas do dia deverátomar muita cautela no respei-to às determinações legais eoperacionais no cumprimentodas normas e exigências dosórgãos públicos, não podendofazer disto um alarde para seprojetar, seja por meio particu-lar ou público, sob pena de in-correr em sanção ética. Desa-conselhamento em face da difi-culdade operacional e de fiscali-zação na ocorrência de infraçãoética. Proc. E-3.379/2006,v.u.,em 21/9/2006, do parecer eementa do rel. dr. Cláudio Feli-ppe Zalaf, rev dr. José RobertoBottino, presidente dr. João Tei-xeira Grande. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 25FEVEREIRO DE 2007

direito de umfeto de entrarcom ação, re-presentado pelamãe, para ga-

rantir, entre outros, o atendi-mento pré-natal e a investi-gação de paternidade, não énovidade na Justiça brasilei-ra. No mês passado, o ÓrgãoEspecial do TJ-SP reconhe-ceu o direito de um feto defigurar como autor de açãoem agravos de instrumentomovidos pela Defensoria Pú-blica de São Paulo em favorde algumas presas grávidasda Cadeia Pública de SãoBernardo do Campo (SP),que necessitavam de exa-mes pré-natal. Acórdãos nes-se sentido já foram publica-dos não só no próprio TJpaulista e no STJ, como tam-bém nos TJs do Rio Grandedo Sul, Minas Gerais e Riode Janeiro. De acordo com aadvogada Silmara Juny de

Abreu Chinelato, professorada Faculdade de Direito daUniversidade de São Paulo(USP), conselheira do Insti-tuto dos Advogados de SãoPaulo (Iasp), pioneira sobre oassunto no Brasil e autorado livro Tutela Civil doNascituro, publicado pela Sa-raiva, há muitas sentençasque reconheceram direitosao nascituro (termo jurídicopara feto, que significa "oque há de nascer", alcançan-do qualquer fase do desen-volvimento do óvulo fecun-dado), como ações de res-ponsabilidade civil e direitosda personalidade. Segundoela, a decisão do TJ-SP cau-sou repercussão por envolverfilhos de presidiárias que es-tariam sem condições ade-quadas para o desenvolvi-mento em uma gestaçãosaudável.

A evolução da jurisprudên-cia em relação ao tema ocor-re desde a década de 80.Uma das primeiras decisões

favoráveis aos direitos donascituro ocorreu em 1987,proferida pelo TJ-MG emação de investigação de pa-ternidade. Segundo SilmaraJuny de Abreu Chinelato, atendência mundial é a de am-pliar os direitos do nascituro,desde o início do desenvolvi-mento intra-útero. Para ela, aimportância de aceitar onascituro como parte é a pos-sibilidade que se dá à pessoa,ainda não nascida, de ter osdireitos assegurados. B

DIREITO DE FAMÍLIA-2

O

Direitos do feto não são novidadesANDREZZA QUEIROGA

Silmara Chinelato

e não houver prova que autori-za a retirada do poder familiar

da mãe não é possível conceder aguarda de menor a outro parente.Com esse entendimento, a Tercei-ra Turma do STJ manteve decisãodo TJ-ES que indeferiu pedido deLMFA para conseguir a guarda dedois sobrinhos menores, cujospais haviam se separado. A mãeteria abandonado os filhos para irmorar com um namorado.

Com a separação, a mãe foimorar em Vila Velha (ES) com onovo companheiro e mandouque as crianças fossem entre-gues ao pai. Ele, no entanto, ha-via se mudado para Vitória (ES)e a mãe procurou retomar aguarda dos filhos. Por outro lado,a tia, LMFA, entrou com açãorequerendo a guarda dos sobri-nhos e teve ganho de causa naprimeira instância. No TJ capixa-ba a sentença foi reformada e amãe garantiu a guarda dos fi-lhos sob o entendimento de quenão há provas capazes de evi-denciar a incapacidade da mãepara cuidar dos filhos. O STJmanteve a decisão. (Processoem Segredo de Justiça). B

Guarda de menorpor parente

Herdeiros têm deassumir dívidas

s herdeiros devem assumir dí-vidas de notas de crédito em

caso de morte do pai. De acordocom a Terceira Turma do STJ, aobrigação de saldar o débito é re-passada proporcionalmente paracada herdeiro conforme a herançarecebida na partilha. Com o enten-dimento da Turma, o Banco do Bra-sil conseguiu reverter decisões dasprimeira e segunda instâncias deSão Paulo e condenou Maria Cris-tina, Maria de Fátima, Alfredo Maria-no Bricks e outros a pagar duas no-tas de crédito comercial aprovadaem favor do pai deles.

A primeira instância havia enten-dido que os herdeiros não seriamresponsáveis pelo fato de o faleci-mento ter ocorrido em data anterior.O TJ-SP também negou recurso dobanco afirmando que o título seriatemporariamente limitado pela mor-te do avalista.

O BB recorreu ao STJ e o mi-nistro-relator, Castro Filho, acatouo recurso explicando que o faleci-mento ocorreu antes da vigênciado atual Código Civil e que, naausência de legislação específi-ca, deve ser aplicado o DireitoCambial. (RESP 260004). B

OS

Divulgação

NOTAS

Clito Fornaciari JúniorA Clito FornaciariJúnior Advocaciapassou a funcionarna Alameda San-tos, 700, 4°, andar,

CEP 01418-100, São Paulo . Te-lefone e fax ( 0xx11) 3289-3444,e-mail [email protected]

Eduardo MatiasO advogado Eduar-do Felipe P. Matias éo novo coordenador-geral da Escola In-ternacional de Direi-

to da Universidade Anhembi Mo-rumbi. Matias é doutor em DireitoInternacional pela USP, mestre emDireito Internacional pela Universi-dade de Paris e visiting scholar naColumbia University, em NovaYork, advogado atuante e sócio deL.O. Baptista Advogados.

Fábio Canton FilhoFábio Romeu Can-ton Filho é o novopresidente do Tri-bunal de Ética eDisciplina da OAB-

SP. Ele substitui Braz MartinsNeto, que assumiu a Comissãode Estágio e Exame da Ordemda secional paulista.

Felsberg, Pedretti...Neil Montgomery eThiago VallandroFlores são os no-vos sócios do es-critório Felsberg,

Pedretti, Mannrich e Aidar, Ad-vogados e Consultores Legais.

Fernando QuérciaO escritório Fer-nando Quércia eAdvogados Asso-ciados está comnovo endereço em

Campinas (SP): Rua AfrânioPeixoto, 491.

FMUO Centro Universitá-rio Faculdades Me-tropolitanas Unidas(FMU) inaugura estemês um novo pré-

dio no complexo Liberdade, emSão Paulo, para abrigar, exclu-sivamente, a Faculdade de Di-reito. No novo prédio funciona-rá o laboratório do Centro deInteligência do Núcleo de Práti-ca Jurídica, que permitirá aosalunos a partir do sétimo se-mestre de curso acesso on-linepara a preparação de peçasprocessuais. O prédio tem 54salas de aula, auditório para470 pessoas e estacionamentopara 300 veículos.

IbasjO Instituto Brasilei-ro de Administra-ção do Sistema Ju-diciário, fundado epresidido pelo de-

sembargador aposentado Vla-dimir Passos de Freitas, ex-pre-sidente do TRF da 4ª. Região, já

está em plena atividade emCuritiba. Informações no sitewww.ibrajus.com.br

IBccrimO Instituto Brasilei-ro de Ciências Cri-minais (Ibccrim)escolheu a novadiretoria para o bi-

ênio 2007/2008. Foram eleitosAlberto Silva Franco, SergioMazina Martins, TheodomiroDias Neto, Carlos Alberto PiresMendes, Paula Bajer Fernan-des Martins da Costa, IvanMartins Motta e Silvia HelenaFurtado Martins, respectiva-mente, como presidente, pri-meiro e segundo vice-presi-dentes, primeiro e segundo se-cretários e primeiro e segundotesoureiros.

In memoriamFaleceram, em de-zembro, dia 18, aos81 anos, o advoga-do Walter CláudioPires Martins; dia

19, aos 62 anos, o advogadoJosé Arnaldo Facchini Junior;em janeiro, dia 4, em Guarapa-ri (ES), o advogado Paulo Ro-berto Simões; dia 7, aos 53anos, o advogado Ricardo Car-rara Neto; dia 13, aos 81 anos,o advogado aposentado e con-selheiro vitalício da SociedadeEsportiva Palmeiras, Luiz Walla-ce Nigr; e dia 26, aos 77 anos, oadvogado Guaracy Teixeira.

Luiz Fernando CampsO advogado LuizFernando Campsé o novo diretorjurídico da SulA-mérica.

José Maria AndradeO advogado JoséMaria Arruda de An-drade, doutor peloDepartamento de Di-reito Econômico e Fi-

nanceiro da Faculdade de Direito daUSP, é o novo sócio-executivo doescritório Gaia, Silva, Rolim & Asso-ciados.

MagistraturaO TJ-SP empossou,dia 5 de janeiro, os 105novos juízes aprova-dos no 178º Concursopara Ingresso na Ma-

gistratura do Estado, iniciado em maiodo ano passado.

Marafon, Jacob...O escritório Marafon,Jacob Netto & Gua-riento Advogados pas-sou a atender na RuaMario Amaral, 172, 5º

andar, Paraíso, São Paulo, telefone(0xx11) 3889-2290.

Martinelli AdvocaciaO escritório MartinelliAdvocacia Empresari-al de São Paulo pas-sou a atender na Ave-nida Paulista, 542, 9º

andar, Bela Vista, São Paulo.

Mattos Filho...Os advogados LuizOctavio Duarte Lo-pes, Marcos Joa-quim Gonçalves Al-ves e Pedro Whi-

taker de Souza Dias são os no-vos sócios do Mattos Filho, Vei-ga Filho, Marrey Junior e Quiro-ga Advogados.

Patrícia BonoO escritório Picarelli eLeonessa ampliou aárea de atuação coma contratação da ad-vogada Patrícia Bono,

especialista em Direito Ambiental.

Rao, Cavalcanti....O escritório Ráo,Cavalcanti & Pache-co Advogados estácom novas instala-ções: Avenida Bri-

gadeiro Faria Lima, 3.015, 15ºandar, telefone (0xx11) 3707-9977, São Paulo. No mesmo en-dereço funcionará outra banca, aChiaparini e Bastos Advogados.

TRF-4O juiz federal Ricar-do Teixeira do VallePereira tomou pos-se como desembar-gador do TRF da 4º

Região (PR-RS-SC), na vaga dodesembargador aposentado Nyl-son Paim de Abreu. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO26 FEVEREIRO DE 2007

TRABALHO

contagem do pra-zo de prescriçãoé interrompidaquando movidaação reivindican-

do o mesmo direito que, pos-teriormente, é requerido poroutra ação. Com base nesseentendimento, a PrimeiraTurma do TST decidiu, porunanimidade, condenar oBanco BEG S.A. (GO) a pagara uma bancária diferençassalariais decorrentes da su-pressão da gratificação defunção.

Em 1996, o Sindicato dosBancários de Goiânia reivin-dicou diferenças de gratifica-ção. O pedido foi rejeitado sobo entendimento de que a en-tidade era parte ilegítimapara propor a demanda e oprocesso foi extinto. Em 2002,a bancária entrou com ação

a fim de receber as diferen-ças salariais e obteve êxito naprimeira instância. O TRT da18ª Região (GO), no entanto,reformou a sentença e isen-tou o BEG de pagar as dife-renças por considerar que odireito da empregada haviaprescrito, uma vez que a açãofora proposta fora do prazo. O tri-bunal rejeitou a interrupção doprazo. Para o TRT, a ação pres-creveu por ter se passado maisde cinco anos entre a alteraçãocontratual (ocorrida em 91) e oajuizamento da ação (2002).

No TST, a bancária in-sistiu que o prazo foi in-terrompido pela ação dosindicato, cujo objeto foi omesmo por ela reivindicadoposteriormente em açãoindividual. O argumento foiaceito. (RR 698/2002-003-18-00.4). B

A

Ação podeinterromper prazo

estemunha de processo tra-balhista que tenha ou esteja

acionando o mesmo emprega-dor não pode, somente por essefato, ser considerada suspeita.Com base nesse entendimento,firmado na Súmula 357, a SeçãoEspecializada em Dissídios Indi-viduais-1 do TST manteve deci-são da Quarta Turma que rejei-tou recurso da Eagle Distribui-dora de Bebidas Ltda., do interi-or paulista, que pretendia que adeclaração de uma testemunha,

que também a acionou judicial-mente, fosse anulada.

A distribuidora foi condenadaem primeira instância a indenizarpelo não pagamento do intervalointrajornada. Alegou, entre outrascoisas, que a declaração da teste-munha deveria ser anulada, jáque ela também a acionou judici-almente. O pedido foi rejeitadopelo juiz de segundo grau. A de-cisão foi mantida pela Quarta Tur-ma e pela SDI-1. (ERR 1326/2001-004-15-00.7). B

T

Testemunha e suspeição

Vínculo IA Primeira Turma do TST

acolheu recurso contra decisãoque havia reconhecido o víncu-lo de emprego de uma diaristaque fazia faxina duas vezes porsemana. A empregada alegavater sido contratada para todoserviço doméstico e, após serdemitida, requereu na Justiça

EstabilidadeServidor público celetista da

administração direta, autárquicaou fundacional tem direito à es-tabilidade. A decisão é da Se-ção Especializada em DissídiosIndividuais-1 do TST, que ne-gou recurso do município deAraraquara (SP) e garantiu rein-tegração de um empregado quehavia sido aprovado em concur-so, sob o regime da CLT. (ERR1040/1999-079-15-00.9).

ContribuiçãoO Ministério Público do Tra-

balho (MPT) não tem legitimida-de para entrar com recursocomo representante do InstitutoNacional do Seguro Social (INSS)para questionar recolhimento de

contribuição previdenciária so-bre o débito trabalhista. O enten-dimento é da Seção Especi-alizada em Dissídios Individuais-1 do TST, que negou recurso doMPT da 15ª Região (Campinas -SP) e manteve sentença da Ter-ceira Turma, que já havia nega-do ao MPT a possibilidade dequestionar a validade de acordojudicial firmado entre a Trans-portes Toniato Ltda. e um ex-empregado. (EAIRR 1289/2001-020-15-40.0).

Vínculo IIA Quarta Turma do TST man-

teve decisão que reconheceu ovínculo empregatício entre umex-diretor do Bamerindus e oHSBC. O ex-diretor foi contrata-do em 1952 pelo Banco Mercan-til e Industrial do Paraná S.A.(que posteriormente passou achamar-se Bamerindus) e, em1994, foi promovido a gerentecoordenador de agências, a dire-tor do banco e conselheiro daBamerindus Companhia de Se-guros. O contrato de trabalho foisuspenso ao ser decretada inter-venção federal no banco. OHSBC comprou parte das ações,ele foi afastado e os bens deletornaram-se indisponíveis porordem judicial. Ele foi obrigadoa aderir à aposentadoria incenti-vada, sob pena de ter o contratorescindido. Pediu declaração dasucessão de empresas e o reco-nhecimento do vínculo. O HSBCnegou o vínculo e a sucessão deempresas.O recurso foi negado.(AIRR-7028/1998-651-09-40.8).

Dano moralA Sexta Turma do TST manteve

sentença que condenou a Rodoviá-ria Metropolitana Ltda., de São Lou-renço da Mata (PE), a pagar a umempregado indenização por danomoral, após ter descontado do salá-rio dele R$ 130,00 referentes a umassalto do qual foi vítima durante oexpediente. O cobrador entrou compedido de indenização por danosmorais de R$ 25 mil alegando tersido submetido a tratamento desu-mano e degradante quando estevena mira dos ladrões e tratado de "for-ma brutal" pela empresa. O juiz deprimeiro grau acolheu o pedido,condenando a empresa a pagar in-denização de R$ 7.869,00 equiva-lente a 24 vezes o último salário docobrador. A empresa recorreu, masnão obteve êxito. (AIRR 6554/2002-906-06-40.4). B

verbas trabalhistas. Alegou nãoter registro anotado em carteirae pediu, ainda, pagamento demulta por atraso na liquidaçãodas verbas rescisórias e o depó-sito correspondente ao INSS detodo o tempo trabalhado. A pa-troa negou o vínculo alegandoque a doméstica prestou ape-nas serviços de faxina, sem dias

fixos. O juiz de segundo grau re-conheceu o vínculo de empregodeterminando o retorno dos au-tos à primeira instância. A pa-troa, por sua vez, apresentou re-curso ao TST, onde obteve êxito.(RR-78066/2003-900-04-00.8).

LicençaServidor público que tira li-

cença remunerada por mais de30 dias perde o direito as féri-as. A decisão é da PrimeiraTurma do TST, que rejeitou aconcessão de férias a um funci-onário da Companhia HidroE-létrica do São Francisco (Chesf)que, ao candidatar-se a verea-dor do Recife (PE), afastou-sedo emprego com licença remu-nerada. (RR-758.888/2001.7).

PericulosidadeO contato com agentes perigosos obriga empregador a pagar

adicional de periculosidade aos empregados, mesmo que issonão seja diário e não ocorra durante toda a jornada de trabalho.Com esse entendimento, a Terceira Turma do TST manteve deci-são que condenou a Sata-Serviços Auxiliares de Transportes Aére-os S.A., prestadora de serviço nos aeroportos brasileiros, a pagar oadicional a um gerente da área de operações que permanecia emárea de risco 32 minutos por dia. (RR 1283/2002-002-03-00.3).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 27FEVEREIRO DE 2007

TRABALHO

banco de horas, que per-mite a compensação de

jornada de trabalho, deve serinstituído formalmente pornegociação coletiva pelo fatode a Constituição não per-mitir a negociação individualde medidas que possam serdesfavoráveis à saúde e àsegurança do trabalhador. Oentendimento é da TerceiraTurma do TST ao rejeitar re-curso da rede de supermer-cado Angeloni, de SantaCatarina.

O TRT da 12ª Região (SC)havia condenado o super-mercado a pagar horas ex-tras a um ex-funcionárioque trabalhou como reposi-tor por quatro anos. Segun-do o trabalhador, uma con-venção estabeleceu o bancode horas de outubro de2001 a outubro de 2002,mas o contrato dele foi de1999 a 2003. O tribunalcatarinense não compro-vou a existência de assem-bléia-geral do sindicato de-terminando regime de com-pensação por banco de ho-ras. Com isso, condenou osupermercado a pagar comoextras todo o período traba-lhado a mais como supostacompensação.

No STJ, a empresa ale-gou que o acordo individualera válido e permitido pelaConstituição e pela CLT. ATurma rejeitou o recurso.“Acordos individuais que es-tabeleçam banco de horas porperíodos longos podem provo-car danos à saúde e à segu-rança do trabalhador.” (RR961/2004-019-12.00.5). B

Banco dehoras sócoletivo

O

Má-féA Terceira Turma do TST im-

pediu a condenação simultâneada Telemar Norte Leste S.A. aopagamento de multa por litigân-cia de má-fé e pela utilizaçãode embargos declaratórios comintuito protelatório. A empresa,no entanto, terá de pagar a umex-funcionário 40% do FGTSem decorrência dos expurgosinflacionários, bem como multade 10% sobre o valor da causaem função de ter apresentadoembargos com o objetivo de re-tardar o desfecho da ação. (RR901/2003-068-01-40.6).

Dissídio coletivoServidores públicos não po-

dem firmar acordo ou convençãocoletiva, nem ajuizar dissídio co-letivo. O entendimento, da Se-ção de Dissídios Coletivos doTST, deu-se em julgamento derecurso do município de Tatuí(SP) contra decisão favorável aoSindicato dos Funcionários Pú-blicos Municipais de Tatuí e Re-gião, que obteve juridicamente adeclaração da legalidade dagreve dos funcionários e o paga-mento dos salários durante operíodo de paralisação. O muni-cípio alegou a ilegalidade dagreve e a não-obrigatoriedadede pagar os salários do períodocorrespondente. Os argumentos

foram aceitos e o processo extin-to. (RXOF e RODC - 1467/2004-000-15-00.7).

Depósito recursalA Primeira Turma do TST de-

cidiu, por unanimidade, que aEmpresa Brasileira de Correiose Telégrafos (ECT) não está su-jeita à exigência do pagamento

de depósito recursal e da ante-cipação de custas. O juiz de se-gundo grau havia consideradodeserto o recurso interpostopela ECT, porque não foi junta-do aos autos o comprovante depagamento do depósito recur-sal e das custas. A empresa re-correu ao TST alegando que,em decisão recente, o STF teriadeterminado que a ECT não te-ria de fazer o depósito para in-terposição de recurso e paga-mento de custas ao final do pro-cesso. O argumento foi acolhi-do. (RR-83/2003-662-04-00.1).

Vínculo IIIA prestação de serviços si-

multâneos à cooperativa decrédito e ao Montepio dos Ser-vidores Públicos Municipais dePorto Alegre não dá direito aoreconhecimento de um segun-do vínculo empregatício, tendoem vista que o serviço era pres-tado durante a mesma jornada,no mesmo espaço físico e comos mesmos equipamentos. Adecisão unânime é da PrimeiraTurma do TST, que rejeitou re-curso de um empregado doMontepio dos Servidores Públi-cos Municipais de Porto Alegre.(AIRR 893/2003-017-04-40.9).

Horas extrasA Quinta Turma do TST decidiu,

por unanimidade, rejeitar recurso

da Indústria Química e Farmacêuti-ca Schering-Plough S.A. contrasentença que havia garantido a umex-vendedor de serviços externoso recebimento de horas extras. ATurma entendeu que o controle daempresa sobre a jornada do funci-onário gera direito ao benefício.(RR 620/2002-086-15-00.3).

RepresentaçãoÉ desnecessária a interven-

ção do Ministério Público do Tra-balho em causa envolvendo me-nor que, na qualidade de espólio,tem a mãe como representantelegal. O entendimento da QuintaTurma do TST deu-se em julga-mento de recurso envolvendodois menores e o MPT. Um funcio-nário da Rede Ferroviária FederalS.A., admitido em 1981 e dispen-sado sem justa causa em 1998,faleceu no ano seguinte. A viúva edois filhos menores entraram comação pleiteando horas extras, adi-cional noturno, adicional de peri-culosidade e auxílio alimentação.Após a sentença, o MPT recorreupedindo a anulação do processopor não ter sido intimado para opi-nar já que envolvia interesse demenor. O juiz de segundo grau re-jeitou o pedido por considerardesnecessária a intervenção doMPT, já que o menor está repre-sentado pela mãe. O MPT recor-reu ao TST, sem sucesso. (RR-679909/2000.5). B

Aviso prévioÉ válida cláusula de convenção coletiva que permite o cumpri-

mento do aviso prévio em casa. Com esse entendimento, a Pri-meira Turma do TST rejeitou recurso de um ex-empregado daCopagaz — Distribuidora de Gás Ltda. e Segsystem — Empresade Segurança Computadorizada S.C. Ltda., que alegava que ofato de ter de cumprir o aviso prévio em casa seria uma tentativade fraudar a lei e dilatar o prazo para pagamento das verbas tra-balhistas. (RR-1188/1999-087-15-00.8).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO28 FEVEREIRO DE 2007

LAZER

Turismo

ORTO SEGURO - A cos-ta sul da Bahia é linda!E foi nesse cenário be-líssimo, com cerca de150 km de belas prai-

as, que nasceu o Brasil.Hoje, Porto Seguro tem à dis-

posição aproximadamente 37 milleitos e uma agitada vida noturna,movida a axé. Todas as compa-nhias aéreas nacionais oferecemvôos diretos de São Paulo.

"Baladas" bem interessantesacontecem no rio Buranhém, quesepara Porto Seguro de ArraialD'Ajuda, na ilha Pacuio, que con-forme a noite vira Ilha do Pirata ouIlha dos Aquários (0xx73) 3268-2828. Para chegar é preciso pe-gar um barco no final da Passarelado Álcool (Avenida Portugal), ondea noite também ferve: ao som deaxé, as pessoas dançam, bebem ecompram artesanato, bugigangas eaté roupas. A bebida mais famosaé o "capeta", com pinga, leite con-densado e pó de guaraná.

Além do “agito”, praias e hospi-talidade, Porto Seguro é guardiãda história. No centro histórico estáo marco do descobrimento e a Igre-ja de Nossa Senhora da Pena, de1535, com uma linda torre de lou-ça de Macau e imagens sacrasdos séculos XVI e XVII. Estão ali,também, a Casa de Câmara e acadeia, de 1772, onde hoje funcio-na o Museu de Porto Seguro.

O valor desse tesouro históri-co foi reconhecido e tombadopelo Iphan (Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacio-nal) em 1973 e, desde 2000, éconsiderado patrimônio da hu-manidade pela Unesco.

Uma balsa leva as pessoasde Porto Seguro ao distrito deArraial D'Ajuda, uma vila char-mosa, criada pelos jesuítas em1549. O desembarque dá-sena Ponta do Apaga-Fogo, ondetambém se localiza o ArraialD'Ajuda Eco Resort, um hotel so-fisticado, porém descontraído, quetem balsa e ancoradouros própri-os (www.arraialresort.com.br). Te-lefone (0xx73) 3575-8500. O hotelpossui academia, sauna, piscinaadulto e infantil, tanques romanos,salas de jogos, cybercafé e centrode massagem.

Costa do descobrimentoDe Porto Seguro a

Caraíva, passando porArraial D'Ajuda e

Trancoso, as praias dolitoral sul da Bahia

continuam encantando quem por lá se aventura

EUNICE NUNESEnviada especial

Ali pode-se observar o en-contro das águas do rio Bura-nhém com as do Oceano Atlân-tico. Na praia em frente ao hotel,arrecifes com corais, ouriços,anêmonas e peixes coloridospodem ser avistados e visita-dos quando a maré está baixa.

O Eco Resort possui basesde lazer em outras praias da re-gião e oferece aos hóspedesinúmeras possibilidades depasseios, como subir o rio Bura-nhém de lancha ou passar o diano Arraial D'Ajuda Eco Parque,um parque aquático à beira-mar com grandes toboáguas e pisci-nas de ondas (www.arraialecoparque.com.br). Telefone (0xx73)3575-8600.

O Arraial abriga outros condo-mínios, como o Águas D'Ajuda(www.condominioaguasdajuda.com.br), ao lado do Arraial D'AjudaEco Parque, lançado no anopassado.

Entre as atrações não se podedeixar de visitar o centro histórico,onde está a Igreja de Nossa Se-nhora D'Ajuda. Outro monumentoimportante é a fonte D'Ajuda (nasubida para o centro da vila) que,segundo a lenda, começou a bro-tar do morro numa ocasião emque faltava água no povoado.

Para quem gosta da noite, oagito concentra-se na Rua doMucugê, cheia de bares, restau-rantes, lojinhas e danceterias.

No Beco das Cores acha-sede comida japonesa a italianae também ótimas cachaças. Osom (há sempre alguém tocan-do alguma coisa num dos doispequenos palcos do Beco) vaido eletrônico ao rock-and-roll,passando pela MPB. No Beco

do Jegue fica o Aipim, restau-rante acolhedor, decorado comluminárias do transatlântico Nor-mandie, com boa comida e bebi-da. Destaque para a caipiroskade gengibre e pimenta rosa. NoDon Fabrizio, comandado pelosiciliano Fabrizio, come-se boacomida com sotaque mediterrâ-neo e um toque brasileiro. Asmassas são caseiras e os peixese frutos do mar variam no dia-a-dia. O bar Girassol tem boa cer-veja e um confortável mezaninocom poltronas e sofás de balan-ço. Mais adiante o La Morochae o Jaé são opções para beberi-car e petiscar ao som de um bomrock-and-roll. Para dançar, asopções são o Magnólia (às ter-ças e sextas), o Doc Club (àsquintas e sábados) e o CabanaGrande (às quartas e domingos).

Mas o melhor de Arraial sãoas praias, de águas verde-azula-das. Na de Araçaípe, logo depoisde Apaga-Fogo, encontra-se obar do Sting, onde aos domingos“rola” uma festa, com banda derock ao vivo. Na maré baixa, Ara-çaípe é praticamente uma piscina.A mais procurada é a praia da Pi-tinga, com muitos bares na areia epousadas charmosas, como oHotel Pousada Pitanga, que temapenas 19 apartamentos e fica defrente para o mar. Informações: (0xx73)3575-1067 ou www.pousadadapitanga.com.br.

O bar e restaurante Maré, dopaulista Eduardo, oferece 12 tiposde cerveja, uma enorme varieda-de de coquetéis, bons petiscos ecomida variada. Depois da Pitin-ga, vêm as praias de Lagoa Azul,Taípe e Rio da Barra, todas emol-duradas por falésias.

A 26 km ao sul de Arraial ficaTrancoso, lugar em que o superlu-xo e a pobreza convivem lado alado. Ao sair da estrada e aden-trar o vilarejo, o visitante depara-se com casas e estabelecimentosmuito simples, muitas construçõescom o tijolo à vista, sem nenhumreboco. É onde mora a populaçãopobre, que trabalha nos restauran-tes, pousadas e condomínios deluxo. A parte que dá para o mar foiocupada por gente endinheirada ecelebridades.

O "Quadrado", centro históri-co nascido em 1586, situa-senum platô 40 m acima do níveldo mar. A vista é maravilhosa. Oespaço, que na verdade é umretângulo, é dominado pela Igre-ja de São João Batista. Emoldu-rando o "Quadrado", casas colo-ridas abrigam lojas de grife, res-taurantes, bares e ateliês. Asprincipais praias de Trancososão a dos Coqueiros, a dos Nati-vos e a de Pedra Grande.

Trancoso abriga, também, ocomplexo Terravista Condomí-nio, Resort & Golf, que possui atéaeroporto. Uma das opções parahospedagem é a Pousada Estre-la D'Água, (0xx73) 3668-1030, napraia dos Nativos, na antiga casade veraneio de Gal Costa.

Seguindo em direção a Caraí-va (30 quilômetros ao sul de Tran-coso) encontram-se algumas prai-as ainda desertas, como Itaque-na, de águas transparentes. Oacesso é difícil e limitado a 20pessoas por dia. É que a praia éum dos limites de uma enorme fa-

zenda de criação de búfalos e sóse chega por dentro da proprie-dade. Os passeios a Itaquena sãoorganizados pela Sul da BahiaLivre (www.suldabahialivre.com.Telefone (0xx73) 3575-1901 apartir de Arraial D'Ajuda e custamR$ 127,00 por pessoa (sem ali-mentação), ou R$ 200,00 (comalimentação). Crianças até seisanos pagam R$ 80,00.

Para chegar, percorrem-secerca de 40 quilômetros, dosquais 36 no asfalto e o resto emterra. A partir daí uma pequenaembarcação sobe o rio dos Fradespor aproximadamente meia hora.Do desembarque até à praia sãocerca de 10 minutos de buggypelo areal em meio aos cajueiros.O percurso de barco pode sersubstituído por uma cavalgada.

Na praia foi montada umabase de lazer, com pergoladoscom mesas e bancos rústicosde madeira, esteiras de palha ealmofadas. Há bebidas, frutas epode-se comer um bom espeti-nho de carne, frango ou atum.

Mais ao sul, a praia do Espelho(20 quilômetros ao Sul do "Qua-drado") é uma das mais famosas.A areia é dominada por coqueiraise, no mar, os arrecifes represam aágua formando piscinas naturais.Chega-se lá atravessando umcondomínio. Na praia do Espelhoinstalou-se o Outeiro das Brisas,um condomínio com pousada, ho-tel, campo de pólo profissional etoda infra-estrutura.

Finalmente, Caraíva, umapenínsula rodeada ao norte e aoeste pelo rio Caraíva e a lestepelo Oceano Atlântico. Ao sulfaz fronteira com o Parque Na-cional do Monte Pascoal.

P

Arraial D'Ajuda

Trancoso

Paulo Junqueira, enviado especial

Itaquena

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 29FEVEREIRO DE 2007

LAZER

VALE A PENAExistir

Eduardo Manga Jacob(Advogado)

ão direi para omundo que

cheguei.Não direi que acordei e levantei.Não direi que amei.Não direi que sofri.Não direi que cai.Não direi que a filosofia da existência é o sentido da vida.Não direi que o sol nasce e sorri.Não direi que vivo a te esperar, nem que te espero para viver.Não direi jamais que menti. B

Poesias

Bonaire é uma pequena ilhalocalizada no Caribe Sul, poucoacima do litoral da Venezuela.Bonaire, Aruba e Curaçao for-mam o Caribe holandês. É umailha quase plana. Ali é possívelpraticar ciclismo, inclusive o demontanha, wind surf e caiaque(www.infobonaire.com). É famo-sa sua tradição de preservaçãodo meio ambiente, notadamenteo marinho. Há mais de 25 anos,Bonaire é um parque marinhoprotegido. Assim, a ilha é mes-mo o paraíso do mergulho. Umrápido olhar para trás. Nuncaantes me interessara por mergu-lho. Meu respeito pelo mar bei-rava o medo. Um dia, Juliana,filha e sócia, perguntou: "O queVocê vai fazer no próximo fimde semana?". A ausência deresposta pronta — falha no ad-vogado criminal, no caso umabenção — levou-me para baixod'água. Trinta mergulhos e doiscursos depois, lá estava eu emBonaire, em setembro de 2006,com meus novos amigos (www.amigosdojoe.com). Ali se pode ini-ciar um mergulho autônomo, jáa partir da praia. Visibilidade de45 metros. Temperatura da

Belisário dosSantos Jr.,advogado, ex-Secretário daJustiça e daDefesa daCidadania de SãoPaulo, sócio deRubens Naves-

Santos Jr.- Hesketh, EscritóriosAssociados de Advocacia.

água 29º C. Tudo sinônimo delongos e t ranqüi los mergu-lhos com pouca roupa e qua-se sem lastro. Foram coloca-das quatro pick-ups à disposi-

ção do grupo. Com elas roda-mos os 63 pontos de mergu-lho da ilha, mergulhando em21 deles. Li no muro de umtemplo: "Olhe o trabalho de

Deus. Veja as maravilhas dofundo." Ao que o mestre Joeconcluiu: "Aqui, ficar na camaé um sacrilégio!". Então, mer-gulhos de manhã, à tarde, ànoite, alguns de madrugada.Lá embaixo, corais de todosos tipos, peixes de todas ascores, polvos, tartarugas, mo-réias, tarpões (um ficou ami-go de mergulho noturno —nós i luminávamos os peixes,ele se servia...). Visitamos o nau-frágio do Hilma Hooker, a 30metros. Tudo rodeado pela soli-dariedade própria do mergulhoe por um mar verde-esmeralda.Vale a pena mergulhar. Vale apena Bonaire. Mergulhar em Bo-naire, então ... B

Internet

N

Preços

As diárias no Arraial D'Ajuda Eco Resort incluem caféda manhã, acesso com transfer ao Eco Parque e para ocentro da vila (à noite), passeios à praia da Pitinga, debarco, happy hour e balsa exclusiva para travessia dorio Buranhém, entre Porto Seguro e Arraial. O transfer doaeroporto ao hotel deve ser contratado à parte.

Os apartamentos Luxo Superior têm vista para o mar esão equipados com cama king size, ar-condicionado, sa-leta de TV, televisão a cabo e frigobar. Alguns possuemacomodações para três pessoas, com cama de casal ede solteiro ou três camas de solteiro. Casais com filhostêm a possibilidade de apartamentos conjugados.

Apartamento Luxo Superior (duplo) — alta temporada:R$ 780,00; média temporada (27/1 a 25/2 e 30/6 a 29/7):R$ 712,00; baixa temporada (24/2 a 1/7 e 28/7 a 23/12):R$ 600,00.

Apartamento Luxo (duplo) — alta temporada: R$638,00; média temporada: R$ 583,00; baixa temporada:R$ 496,00.

Suíte (duplo) — alta temporada: R$ 1.138,00; médiatemporada: R$ 1.065,00; baixa temporada: R$ 935,00. B

Viagem a convite do Arraial Viagem a convite do Arraial Viagem a convite do Arraial Viagem a convite do Arraial Viagem a convite do Arraial D´D´D´D´D´Ajuda Eco ResortAjuda Eco ResortAjuda Eco ResortAjuda Eco ResortAjuda Eco Resort

Arraial D´Ajuda Eco ResortPaulo Junqueira, enviado especial

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO30 FEVEREIRO DE 2007

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

LAZER

Soluções na página 19

Cruzadas

Horizontal

1 - (Dir. Proc) Advogado em rela-ção aos seus constituintes; (Dir.Pen.) Assassinar.

2 - (Dir. Pen.) Calúnia; (Dir. Com.)Avaliado.

3 - (Dir. Agr.) Raça de gado india-no; (Dir. Trib.) Impacto Sobre Circu-lação (sigla); (Termo Latino) O mes-mo.

4 - Antes de Cristo; Usa-se nos de-dos como adorno ou símbolo; (In-glês) Preposição sobre.

5 - Sigla automobilística da Nicará-gua; Artigo para os homens; Triboindígena da região do rio Turunu.

6 - (Sociol. Juríd.) Superstição cole-tiva; (Dir. Camb.) Emitir título de cré-dito; Sigla do Estado da cidade deCacoal.

7 - A segunda desinência verbal;(Dir. Educ.) Autoridade máxima emuma universidade.

8 - Diminuir no preço; (Dir. Com.)Taxa de juros cobrada em emprésti-mos feitos por bancos ou particula-res.

9 - Tese, argumento; Pequeno cír-culo (pl); Instituto Nacional de Esta-tística.

10 - Artigo masculino espanhol; Nalinguagem jurídica, descrição de umfato acontecido; Depois de Cristo.

11 - Instituto de Educação (sigla);Gigante bíblico; Presentemente;Terminação de alguns verbos fre-qüentativos.

Vertical

1 - (Dir. Trib.) Contribuinte; (Teor. G.do Dir.) Norma jurídica, escrita ou

costumeira.

2 - (Dir. Pen.) Subornar; A terceirapessoa no singular.

3 - Possuir; Símbolo químico do co-lômbio; Sigla do maior dos nossosEstados.

4 - Sigla do Estado norte americanoRhode Island; (Dir. Civ.) Referente acidade.

5 - (Dir. Agr.) Relativo a cabras oucarneiros; A mítica ilha circéia; Sím-bolo químico da prata.

6 - Na linguagem jurídica significater privação.

7 - (Abrev.) Mililitro; (Dir. Civ.) Ter-raplenagem.

o calor, a pisci-na é o local ide-al de domingo.Quem não apre-cia cerveja ou

caipirinha, pode optar por vi-nhos brancos, leves e gelados,como os que se seguem, todoscom características comuns:amarelo claro, com notas es-verdeadas e acidez pronunci-ada, o que lhes dá frescor e jo-vialidade.

Undurraga, chardon-nay, 2003, 12,5% de ál-cool, Vale do Maipo, Chi-le (R$ 25,00). Perfumeleve, entre lima e abaca-xi, seguido de aspargos emanteiga; por fim, floresbrancas. Corpo médio,

um pouco mais complexo,comportando-se bem à mesa,desde que não sejam pratoscondimentados. Retrogostobom e rápido.

Casa Valduga Premium,gewurztraminer, 2005, 12,5%de álcool, Vale dos Vinhedos,Brasil (R$ 25,00). Muito inte-ressante, perfumado como umbuquê de flores, entre jasmins,gerânios, margaridas e crisân-temos. Surgem, depois, mel,aspargos e manteiga. O saborseco, frutrado e exótico. Valea pena experimentar.

Domaine de Bachel-lery, 2002, 13% de álco-ol, Pays D'Oc, França(R$ 30,00). Aroma delima, pessegos e aspar-gos, havendo discretasflores brancas ao fundo.Frescor cítrico, com boapersistência de sabor.

Rosemount Estate,sauvignon blanc, 2002,12,5% de álcool, HunterValley, Austrália (R$45,00). Muito cristali-no, com aroma predo-minantemente floral,no primeiro plano, ecítrico, no segundo;

somem-se notas de mantei-ga. Sabor de limão e abaca-xi, seguido de outras notasmais sutis. Retrogosto bom e

Dica do mês: o vinhobranco "passado" (oxidado,mas não envinagrado) podeser usado para marinar pei-tos de frango: colocar o pei-to (ou peitos) e o vinhobranco "passado" num saco,fechar, e deixar 24 ou 48horas. Dependendo da re-ceita, podem ser acrescen-tadas ervas à marinada. Co-locar sal e pimenta-do-rei-no apenas depois de mari-nar; levar para assar. Vinhodo porto "passado" pode seracrescentado ao branco, cri-ando nuances de sabor. Aproporção, neste caso,deve ser de uma parte devinho do porto para duas outrês de vinho branco. B

Vinhos para a piscina

Nduradouro.

Quinta do Carmo,2002, 12,5% de álcool,Alentejo, Portugal (R$51,00). Produzido pelaBarons de Rothchild emPortugal, tem aroma su-ave e bem jovial, entre as-pargos, manteiga e folha-

gens. Predomina o sabor doabacaxi e da lima; um leveamargor de segundo plano dá-lhe certa complexidade e provei-to à mesa. Final de boca curto.Vendido pela Mistral ([email protected])

Buena Vista, sauvig-non blanc, 2002, 13%de álcool, Califórnia,EUA (R$ 63,00). Cris-talino, cheira a flores,madeira crua, aspar-gos, pimentões, abaca-xi, pêssego, manga,manteiga. Um vinho

para se namorar: quanto maisevolui, mais aromas surgem.Sabor não menos encantador:corpo médio, festivo e muitobem estruturado. Retrogostofantástico no conteúdo e na du-ração. Exuberante. Vendido pelaImpexco (cac@ mpexco.com.br).

À Margem da Lei

no de 1969. Emuma das cidadesdo Estado de SãoPaulo, o jornal lo-cal noticia o resul-

tado do primeiro concurso paradelegado de Polícia Federal, àépoca denominado inspetor.Eram sete ou oito os aprovadosda cidade, todos formados naentão única Faculdade de Di-reito. O clima era de euforia.Ninguém sabia ao certo o quefazia a Polícia Federal. Mastodos a consideravam impor-tante. Alguns diziam é "aquelaque prende prefeitos" ou "é o FBIdo Brasil".

O concurso parainspetor, o jovem

bancário e o gerente

VLADIMIR PASSOS DE FREITAS*

AUm dos aprovados, com cer-

ca de 25 anos, entusiasmado,começou a planejar a nova vida.Uma das primeiras coisas quefez foi dirigir-se ao banco ondetrabalhava e procurar o geren-te. E despejou todo o seu desa-grado, reprimido por muito tem-po em razão do contrato de tra-

balho. Dedo em riste, em altavoz, disse-lhe poucas e boas.Desabafou, despediu-se dosdemais colegas e partiu.

Poucos dias depois, vem ainformação da Polícia Federal.Apesar de cerca de 80 candida-tos terem sido aprovados, ape-nas os 50 primeiros classifica-dos seriam admitidos ao cursoda Academia Nacional de Polí-cia, em Brasília. O jovem ban-cário não estava entre eles. Emoutras palavras, foi aprovado,mas não classificado.

Decepcionado, desemprega-do, absorveu o golpe. Mudou-se para a Capital e dedicou-se àAdvocacia. A todos de sua tur-ma, recém-formados, ficou cla-ra a lição de vida: cautela ecanja de galinha não fazem mala ninguém. B

M. AMY

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*Desembargador aposentado.

8 - Símbolo químico do césio; (Ci-ênc. Pol.) Aclamar rei ou imperador.

9 - Pedra de amolar; (Dir. Civ.) Mistu-ra gasosa de que se compõe a at-mosfera terrestre; (Abrev.) Senhora.

10 - Impulsionar, intensificar.

11 - São Judas ____, protetor dosaflitos; Amparo, escudo.

12 - Unir, ligar; (Hist. do Dir.) Indíge-na que dominava o Peru.

13 - (Dir. Virt.) Parte da memória docomputador que guarda dados eprogramas; Instrumento musical desopro, feito de madeira. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 31FEVEREIRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

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AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

PAULOBOMFIM

LAZER

a parede doa p a r t a -mento an-corado naRua Peixo-to Gomide,cinco ban-deirantesemergemdo passado.

Os de-senhos de ClóvisGraciano, tatua-dos de roteiros emartírios, voltamde périplos de as-sombro à procurados pousos soterra-dos no tempo.

Magicamente,habitam meu Ar-morial que ilustra-ram em 1957.

Outros pinta-ram o bandeiris-mo, mas ninguémalcançou sua lin-guagem histórica eespiritual com adramaticidade deClóvis Graciano.

O tema, nas mãosdo pintor, pulsacom febre das des-cobertas e deliraem jornadas aossertões do nuncamais.

Graciano, pin-tor e desenhista,retrata a alma deum povo com már-tires ressurgidosdas trincheiras de32, músicos quetocam o azul do

No centenário de Clóvis Gracianoespaço, bailarinos in-térpretes da músicadas marés e operári-os densos de porvir.Nele a leveza do ges-to se casa com a des-coberta do oníricoengastado nas coisassimples.

Profundo conhe-cedor da história pau-

lista, mergulha com o traço ino-vador no painel da alvorada dePiratininga, trazendo para oconvívio de hoje o toque de nos-talgia de grandezas perdidasnas furnas do olvido.

A genialidade do artista in-voca heróis anônimos nascidoscom perfil de epopéia.

Escrever sobre ele torna-sedifícil, pois, impossível separaro artista do homem.

A originalidade de um con-funde-se com a simplicidade deoutro.

Foi dos seres mais autênticosque conheci. Nele se encarnamas virtudes pictóricas do GrupoSanta Helena e a fraternidadedas madrugadas de outrora.

Sua casa era o coração domundo, seu ateliê a transfigu-ração desse universo.

Passando pela Praça Vilabo-im ou pela Barra do Sahy, noLitoral Norte, tenho a nítidacerteza que Clóvis me esperapara brindarmos juntos a noi-te, ainda uma criança, quebrinca dentro da moldura doClubinho dos Artistas. B

N

Literatura

A Rebelião da Toga. Utopia?epois de abordar otema do deficienteserviço da presta-ção jurisdicionalno ensaio intitula-

do "O Juiz e o Acesso à Justi-ça", publicado em 1994 e com-plementado, parcialmente, emcapítulo denominado "A Forma-ção do Juiz Brasileiro", que inte-gra a coletânea reeditada em1999, denominada "FormaçãoJurídica", de vários autores, co-ordenada por José Renato Nali-ni, surge, agora, de sua autoria,a edição da obra que intitulouprovocativamente de A Rebe-lião da Toga.

O diagrama da obra lembra,em linhas gerais, a que é obser-vada na peça inaugural de umpleito: a exposição dos fatos; odireito aplicável, especialmenteo comparado e o petitum.

No relato dos fatos, adotauma linguagem contundente,para ressaltar o imobilismo doscomandos pretorianos, que semostram distantes ou imperme-áveis à adoção de métodos oucritérios destinados a moderni-zar e agilizar a administraçãodos serviços judiciais. Propug-na pela formação de um juiznovo (que chama de "pós-mo-derno"), desatrelado do cumpri-mento mecânico da norma le-gal. Combate, vigorosamente, ocritério tradicional de seleçãode juízes, estruturado na memo-rização de textos legais e da ju-risprudência, porém distantesda carência social e de aprimo-ramentos filosóficos. Lembraque, neste País continental, oanalfabetismo é ainda alarman-te e a linha da pobreza está sub-mersa em ponto sem visibilida-de. Este contingente, que repre-senta a maioria mais significati-va da população, não conhece aJustiça. Ou melhor, corrige, co-nhece sim: conhece a Justiçapenal e a Justiça policial. Masnão conhece a Justiça social oua de nobreza civil, que é desti-nada apenas a uma parcela mí-nima de privilegiados: os maisricos, os mais cultos, os maisqualificados socialmente, os be-neficiados pela iniqüidade nadistribuição da renda.

Aos olhos do povo, miserá-vel e analfabeto, a política nãopode ser praticada sem corrup-ção. E porque a corrupção épraticada pela minoria privilegi-ada, não há punição.

Na falta de um acondiciona-mento cultural menos expostoao estreito positivismo normati-vo, o juiz "não sabe exatamentequal a sua função e como con-duzir-se diante dos dualismosenfrentados". Este é o efeitoexógeno. E, de outro lado, "asociedade não sabe exatamen-te para que serve o juiz e apa-renta nutrir crescente reservasobre o seu atuar". É a perplexi-

Ddade exó-gena, quefaz gerar acrise daidentidadedo juiz.

Faz par-te desse ce-nário, a len-tidão da Jus-tiça, possi-v e l m e n t eaté como

sua decorrente imediata. Até por-que, a realização da Justiça (per-feita e segura), reclama alto teorde abstração, o que não se coa-duna com uma "Justiça rápida".Tanto pode explicar a expressivaparcela de lides resolvidas "me-diante análise de questões pro-cedimentais, sem que se al-cance o cerne do conflito que aelas deu origem". Situaçõesprocessuais sem relevância oufacilmente sanáveis são ergui-das como obstáculos intrans-poníveis para o não conheci-mento do mérito. "São as deci-sões epidérmicas ou periféri-cas, que tanto denigrem a cre-dibilidade da Justiça."

Embora o Judiciário consti-tua um Poder uno, "ele se mani-festa no Brasil mediante o funci-onamento de mais de cem tri-bunais", "todos autônomos, semhierarquia, coordenação e pla-nejamento até há pouco tem-po". De fato, o Supremo Tribu-nal Federal não se interessoupor essa missão. Hoje, por for-ça da Emenda Constitucional nº45/2004 foi criado o ConselhoNacional de Justiça, ao qual seatribuiu esse relevante encar-go. E, gradualmente, vem sendoinstaurado um clima propício nosentido da unificação adminis-trativa do Judiciário e de pre-servação de sua dignidade. Re-presenta um primeiro alento àrecuperação da Justiça.

A radiografia das circunstân-cias que influem diretamente naanálise da crise de identidadedo juiz não olvidou a má quali-dade do ensino jurídico. A proli-feração desmedida das faculda-des de Direito, desprovidas dequalificação e de ética, provo-cou reação social. Trata-se daresolução CNE/CEs nº 9/2004que editou novas diretrizes cur-riculares. É compreensível, pois,que "a cultura formal do juizbrasileiro, transmitida atravésdas gerações com fidelidadeao modelo coimbrão de um di-reito onipotente quanto à regu-lação de todas as facetas davida e de uma Justiça inerte,agindo apenas quando provo-cada, explica a dificuldade emaceitar um projeto consistentede modernização institucional".

Ainda assim, enfatizou, atécom insistência, que as univer-sidades não tem por escopo aformação de juízes. Trata-se de

atribuição da competência dopróprio Judiciário, por meio dasEscolas da Magistratura, aexemplo do que se verifica nacarreira diplomática, na carreirasacerdotal ou na militar.

Prossegue Nalini, argumen-tando com preceitos constituci-onais e estudos comparativossobre a necessidade da refor-ma administrativa pela qual sebate. É o que chama de "sau-dável rebelião". Propõe a unifi-cação dos tribunais (federais eestaduais), de sorte a seremcontemplados com uma admi-nistração igualitária, uma vezque todos eles são destinadosà pacificação social do mesmopovo. Afinal, enfatiza, "o federa-lismo no Brasil nunca foi conse-qüência da autonomia provinci-al". E, nessa senda, acaba reco-mendando, até, a unificação daJustiça com o Ministério Públi-co, como ocorre na Itália, Portu-gal e França.

Dessa unificação, segundoseu proponente, "dobraria a ca-pacidade produtiva dos tribu-nais", "sem qualquer dispên-dio". Exalta a reforma parcialtrazida pela Emenda 45/2004,que enseja ao juiz a possibili-dade de ser um agente muitoimportante na transformação daprestação judicial. Até porque,alerta: "A Justiça existe para oshomens. Não os homens para aJustiça humana."

A seleção, a preparação e oaprimoramento do juiz, consti-tui, certamente, a maior preocu-pação de Nalini, na medida emque "a procura da Justiça é oobjetivo primordial do Direito".

Com essa inabalável deter-minação, alicerçada em experi-ências e em aprofundados es-tudos, nacionais e estrangei-ros, Nalini oferece seu vigoro-so libelo, que dá consistência aseu projeto de reforma judiciá-ria. Trata-se de mera utopia?Sabe que sua tese é polêmicae provoca resistência. Por isso,dedica seu ensaio a coletivida-de dos 15.000 magistrados,dentre os quais significativaparcela constitui "arsenal deesperança", mais do que sufici-ente para transformar o mundo."Para estes é que este ensaiose destina. Até para lhes confe-rir a convicção de que os maisvelhos também compreendemo sentido da perseverança ede que não é utopia estéri lmanter a luta em busca deuma Justiça melhor." B

NelsonKojranski,advogado e ex-presidente doInstituto dosAdvogados deSão Paulo (Iasp).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO32 FEVEREIRO DE 2007