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Orgão de divulgação do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal www.crmdf.org.br - [email protected] Revista Ano IX nº 4 jul./ago. de 2011 ISSN 1807-7285 CFM atualiza regras para divulgação de serviços prestados

Edição Jul./Ago. de 2011

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Edição Jul./Ago. de 2011

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Orgão de divulgação do ConselhoRegional de Medicina do Distrito Federalwww.crmdf.org.br - [email protected] Revista

Ano IX nº 4 jul./ago. de 2011ISSN 1807-7285

CFM atualiza regraspara divulgação de serviços prestados

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ExpedienteÉtica RevistaISSN 1807-7285Ano IX, n.º 4, jul/ago., 2011Órgão oficial de divulgação do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal

Diretor responsávelAntônio Carvalho da Silva - [email protected]

Conselho EditorialAlexandre Morales Castillo OlmedoAlexandre Cordeiro Duarte XavierAntônio Carvalho da SilvaDimitri Gabriel HomarEdna Márcia XavierIran Augusto Gonçalves Cardoso

Jornalista responsável - Viviane C. Viana - RP 3081 / SJP DFEditoração eletrônica - Cartaz Publicidade Arte e diagramação - Marcelo Rubartelly Foto da capa: Marcelo RubartellyFotolitos e impressão - Azul Editora e Indústria Gráfica Ltda.Periodicidade - BimestralTiragem - 10.000 exemplares

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO DFDiretoriaPresidente - Dr. Iran Augusto Gonçalves CardosoVice-Presidente - Dr. Dimitri Gabriel Homar1.º Secretário - Dr. Farid Buitrago Sánchez2.º secretário - Dra. Josélia Lima NunesTesoureiro - Dr. Ricardo Theotônio Nunes de Andrade.

Departamento de Fiscalização Dr. Alexandre Cordeiro Duarte XavierDr. Ely José de AguiarDr. Marcela Augusta Montandon GonçalvesDr. Gustavo Bernardes (Suplente)

CorregedoriaDr. Alexandre Morales Castillo OlmedoDr. Antônio Carvalho da SilvaDr. Denise Prado de AlvarengaDr. Procópio Miguel dos Santos

OuvidoriaDr. Antonio Carvalho da Silva

Conselheiros ALAN ANTUNES PINTOALEX FABIANE CASTANHEIRA ALEXANDRE CORDEIRO DUARTE XAVIER ALEXANDRE MORALES CASTILLO OLMEDO ANTONIO CARVALHO DA SILVA CAMILO DE LELIS DE MELO CHAVES JUNIOR DANILO LIMA TORRESDAVI CELSO DE SOUZA CRUZ RODRIGUES DENISE PRADO DE ALVARENGA DIMITRI GABRIEL HOMAR EDNA MARCIA XAVIERELY JOSE DE AGUIARFABIO ZANFORLIN BUISSA FARID BUITRAGO SANCHEZFELIPE DIAS MACIEL DINIZGERIVAL AIRES NEGRE FILHOGUSTAVO BERNARDESICARO ALVES ALCANTARAIRAN AUGUSTO GONCALVES CARDOSOJAIME MIRANDA PARCAJAIR SHIGUEKI YAMAMOTOJOSE DA SILVA RODRIGUES DE OLIVEIRAJOSE NAVA RODRIGUES NETO JOSE RICARDO SIMOES JOSELIA LIMA NUNESLEONARDO RODOVALHO LEONILDA MARION LUCIA ELMARA MARTINS PARCA LUIZ ANTONIO RODRIGUES AGUILA MARCELA AUGUSTA MONTANDON GONCALVES MARCELO SALOMAO ROXO MARCIO SALOMAO ROXOMARCOS GUTEMBERG FIALHO DA COSTA MARIA DA CONCEICAO PINTO CORREA ALVESMIRZA MARIA MOREIRA RAMALHO GOMESPROCOPIO MIGUEL DOS SANTOSRENATO ALVES TEIXEIRA LIMARIAN PASCOAL CAMPELO RICARDO THEOTONIO NUNES DE ANDRADEROBERTO DE AZEVEDO NOGUEIRA ROGERIO NOBREGA RODRIGUES PEREIRATATIANA MIRANDA LEITE DE SIQUEIRA

Conselho Regional de Medicina do Distrito FederalSRTVS Quadra 701 – Centro Empresarial Assis Chateaubriand, Bloco II, 3.º andar, salas 301-314, Brasília-DF- CEP 70340-906 Tel.: (61) 3322-0001 Fax: (61) 3226-1312E-mail: [email protected]

Publicação de interesse cultural e distribuição gratuita. Permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que seja citada a fonte. As matérias e os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da diretoria do CRM-DF. Os artigos para a Ética Revista devem ser enviados para o endereço do CRM-DF ([email protected]) ou para o endereço eletrônico da instituição ([email protected]). Caberá ao Conselho Editorial aprovar a publicação. A Ética Revista adota as normas oficiais do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da ABNT, do INMETRO e as normas de Vancouver (bibliografias).

Palavra do Presidente ......................................................................................................2oPinião do Conselheiro ...................................................................................................3artigo - Porque os inibidores de aPetite devem fiCar no merCado ...............................7resolução ....................................................................................................................... 22fisCalizações ................................................................................................................... 25notas .............................................................................................................................. 28

Sumário

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13

5

11

artigo alexandre Castillo

artigo

os médiCos do séCulo Passado e os atuais

19Cfm atualiza regras Para divulgação de serviços Prestados Por Profissionais e estabeleCimentos

Crmdf PartCiPa de

seminário sobre

saúde PúbliCa

Comissão de honorários

médiCos é Criada no df

15Posse dos Conselheiros

de saúde do distrito

federal

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

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Palavra do Presidente

Dr. Iran Augusto Gonçalves Cardoso

Presidente do CRMDF

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O homem, à semelhança de Deus, vive buscando a per-feição.

Entretanto, se para o Todo Poderoso essa é uma tarefa trivial, para o ser humano se constitui algo sempre buscado, porém, jamais atingido...

Nossa reflexão decorre da busca incessante em dar ao nos-so Conselho a celeridade que desejamos, e que, apesar do esforço, os obstáculos costumam ser quase intransponíveis.

Para atender um público de 19 mil médicos inscritos, dos quais mais de 10 mil em atividade, contamos com um res-trito quadro de servidores. Estes, mesmo com um plano de cargos e salários que buscou corrigir distorções, continuam defasados em relação ao mercado de trabalho e, com isso, são alvo de uma alta rotatividade, na busca de melhores con-dições de vida, o que dificulta o desenvolvimento das nossas atividades.

Daí, o retardo no atendimento às demandas, que são qua-se infindas.

Apesar disso, esperamos ter em breve uma boa ampliação do nosso espaço físico, do nosso parque de informática e, com o remanejamento de pessoal, já em curso, possamos aprimorar a assistência aos colegas, de forma a dar maior brevidade as suas necessidades.

Outra expectativa é a de podermos proporcionar os di-versos cursos de educação médica continuada, de maneira dinâmica e perene, como se espera de um Órgão de Classe como o CRMDF...

Em busca da perfeição!

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Opinião do Conselheiro

Antonio Carvalho da Silva

é médico formado pela Universidade de

Brasília;“fellowship nell’Universitá degli

Studi di Roma - La “Sapienza” - Itália;

Fellowship nell’Istituto di Anestesiologia e

Rianimazione della Facoltá di Medicina e

Chirurgia Agostino Gemelli dell’Universitá

Cattolica del Sacro Cuore, di Roma – Itália;

Doutor em Oftalmologia pela Universidade

de São Paulo – FMRP; Conselheiro Regional

e Diretor da Ética Revista do CRMDF.

E-mail: [email protected]

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Quando conhecemos a história de vida de al-gumas personalidades

e as confundimos com as nos-sas próprias, vivemos um misto de admiração, confiança, reali-zação e, ainda, um sentimento de superação, característicos dos seres humanos.

É certo que embora sob um mesmo contexto político, eco-nômico e social, a vida de cada um é especial. É sui generis, considerando que nem todos sabem usar das mesmas opor-tunidades, inerentes ao meio em que vivem.

A propósito dessas obser-vações, gostaríamos de colo-car sob um mesmo prisma, vi-das tão distintas quanto à do ex-presidente Lula, da Presiden-te Dilma Rousseff e do falecido José Alencar. Poderíamos elen-car muitas outras histórias de brasileiros e brasileiras famosos ou não, que superaram dificul-

dades, que há seu tempo, se afi-guravam intransponíveis.

Nosso primeiro personagem tem um rastro invejável de vicis-situdes e glórias que poderiam envaidecer qualquer cidadão, pois, partindo do Nordeste, ain-da criança, juntamente com toda a família, na condição de “pau de arara” retirante, chegou à Presidência da República, o mais alto cargo a que um brasileiro pode aspirar neste País. E, acres-cente-se, gozando do respeito e da admiração de todos, pela sua então suspeitada competência, hoje reconhecida, não apenas no Brasil, mas mundo a fora.

Por sua vez, a Presidente Dil-ma Rousseff, embora oriunda da classe média, logo nos pri-mórdios de sua juventude teve que ser submetida a toda sorte de selvagerias, próprias das víti-mas de um Regime de Exceção, que a tolheu do convívio fami-liar e a seviciou.

Seríamos tão diferentes?

Em busca da perfeição!

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O que dizer do sofrimento de tantos brasileiros, também portadores de câncer que perambulam pelas filas do Sistema Único de Saúde (SUS) sem que tenham a mesma oportunidade de um diagnóstico e de um tratamento imediatos?

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Opinião do Conselheiro

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Já o ex-vice-presidente José Alencar, também teve uma infân-cia pobre, pouco estudou e teve que trabalhar muito cedo. Com obstinação superou inúmeras difi-culdades, vindo a ser, mais tarde, um dos grandes industriais bra-sileiros, Senador e Presidente da República, em vários impedimen-tos do ex-presidente Lula.

Não é pouco para nenhuma das três personalidades, nem para ninguém, temos que reconhecer!

Mas, a propósito de que tra-zemos à baila essas três breves histórias?

Ora, não é novidade para ne-nhum de nós, que todos eles fo-ram acometidos de câncer. E que os três receberam (Lula agora) o melhor atendimento que a ciên-cia médica pode dispensar a um ser humano. Entendemos que não poderia ser diferente. Afinal, como não dispensar a pessoas tão importantes para o País, um trata-mento privilegiado e incontinenti?

Pois bem. É exatamente este ponto que queremos abordar.

A par de doenças tão graves vividas pelos três, o que dizer do sofrimento de tantos brasileiros, também portadores dessa pato-logia, que perambulam pelas filas do Sistema Único de Saúde (SUS)

sem que tenham a mesma opor-tunidade de um diagnóstico e de um tratamento imediatos?

Será que essas pessoas são me-nos brasileiras ou menos carentes de uma pronta assistência?

Não seria este o momento da Presidente Dilma fazer uma auto-reflexão e, analisando essas histórias, tomar a efetiva decisão de ouvir o que estão falando as en-tidades médicas (Conselho Federal de Medicina — CFM, Associação Médica Brasileira — AMB e Federa-ção Nacional dos Médicos – Fenam) que, interpretando os anseios da Sociedade Brasileira, clamam por socorro ao SUS e por uma política de apoio a mesma classe de profis-sionais que tão distinta e eficiente-mente atendeu os três?

Ou será que os médicos que com tanto zelo os tratou são de outra casta, por não atenderem pelo SUS?

Daí fica o nosso patético apelo: Cara Presidente Dilma Rousseff! Pela sua história de vida. Pela

sua própria história recente de luta para readquirir a saúde.

Pela sua brilhante vitória na conquista pela Presidência da Re-pública do nosso amado Brasil.

Não perca essa oportunidade. Ouça-nos. A hora é agora!

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Artigo

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OtimismoPor Dr. Alexandre Castillo

No século XVIII, a Europa vivenciou um momento histórico que ocorre em

ciclos não bem definidos ao lon-go do tempo. Foi a era do ilumi-nismo, um avanço intelectual que renovou o pensamento e irrigou a mente dos homens com cultura e grande otimismo.

Não apenas o mundo das ideias, mas também na prática,

as mudanças foram importantes. A Europa, até então num contex-to predominantemente rural, via nascer na Inglaterra os prenún-cios de uma revolução industrial, enquanto na França uma nova or-dem social se estabelecia.

Talvez tenha sido essa auto-confiança que tenha trazido ins-piração para renovar os espíritos e as condutas daquela sociedade,

cujo comportamento estabeleceu práticas que nos influenciam até a atualidade.

Entendo que a crença na capaci-dade humana em superar obstácu-los e dificuldades tenha encontrado naqueles homens uma característi-ca que devemos observar como aprendizado nos dias de hoje.

Faço essa introdução, pois acredito que o otimismo é uma

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clientes para aqueles estabeleci-mentos credenciados, e para tan-to estabelecem regras e valores que o médico acaba sendo obri-gado a aceitar.

A solução para essas dificulda-des está na união da classe, não apenas num consenso de idéias, mas numa união participativa, onde cada um de nós tem o com-promisso de somar forças num objetivo do bem comum.

A sabedoria oriental nos en-sina que uma fibra de bambu isolada é frágil, se rompe facil-mente, mas um feixe dessas fi-bras suporta até a pressão de um edifício. Precisamos de uma clas-se médica unida, devemos estar atentos aos nossos movimentos organizacionais, devemos somar os nossos otimismos para vencer-mos juntos as dificuldades.

O mundo viveu épocas de pros-peridade e momentos de estagna-ção. A história nos mostra que nos momentos difíceis a criatividade é mais estimulada, a iniciativa se torna mais presente e o engenho da transformação aparece mais vigoroso. O otimismo e a união da classe são os motores da nossa transformação social.

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Artigo

Alexandre Castillo é Doutorando em

Bioética pela Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto, em Portugal;

é medico pela Universidade Federal do

Triângulo Mineiro; advogado pela Facul-

dade de Direito do Centro Universitário

de Brasília; corregedor e ex-presidente

do Conselho Regional de Medicina do

Distrito Federal.

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semente que deve ser cultivada todos os dias em nosso ambiente de trabalho. Percebo que nossos colegas médicos, muitas vezes, se mostram desanimados e cansa-dos em virtude da precariedade nas condições laborais a que são submetidos, com o excesso de jornada, com as limitações que lhe são impostas, com os sacrifí-cios familiares que habitualmen-te acontecem. Entretanto, apesar de tantas intempéries seguem tendo orgulho de sua profissão e fazendo de sua arte o norte em suas vidas.

Ocorre que as dificuldades de trabalho hoje já não são exclusi-vas do serviço público. Na clínica privada, os médicos estão espre-midos pelos planos de medicina de grupo. Grandes empresas en-contraram em nossa categoria profissional uma mão de obra tre-mendamente preparada, porém relativamente barata; isso fez com que administradores de empresas passassem a intervir de forma pre-datória em nossa relação de tra-balho e renda.

Como conseqüência, hoje os planos de saúde acumulam po-der para direcionar a demanda de

A solução para as dificuldades está na união da classe, não apenas num consenso de idéias, mas numa união participativa, onde cada um de nós tem o compromisso de somar forças num objetivo de bem comum.

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Artigo

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A retirada dos inibidores de apetite do arsenal dos fármacos, no Brasil, repre-

senta, sem dúvida, um retrocesso para o tratamento da obesidade. Essa medida pode desencadear um aumento considerável dos custos para o paciente e para o Sistema Público de Saúde, consi-derando que o obeso é passível de patologias tais como: diabetes, hipertensão, cardiopatias, AVC, distúrbios articulares, câncer, hi-percolesterolemia e demais alte-rações da bioquímica do sangue.

A obesidade é uma doença crônica, portanto, requer cui-dados constantes. Várias são as causas da obesidade (hiperfagia, saciedade tardia, termogênese reduzida, distúrbios de compul-são, genética e/ou mista) e, para tratá-la torna-se necessário o uso dos anorexígenos, sacietógenos, ansiolítios e outros medicamen-tos. Em cerca de 70% dos casos, o medicamento mais indicado é

o anorexígeno. Com a retirada deste, do mercado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), reduz em muito as op-ções de tratamento.

Até recentemente, os inibido-res do apetite disponíveis no mer-cado, era a dietilpropiona, o fem-proporex e o mazindol.

Apesar da ANVISA erronea-mente insistir, o dietilpropiona (anfepramona), especificamente, não é uma anfetamina. Trata-se de um noradrenérgico, comer-cializado nos EUA, com o aval do Food and Drug Administration (FDA), desde 1959. Sem qualquer embasamento, a ANVISA alegou que esta substância fora banida do mercado americano. Podemos afirmar que o produto permanece comercializado, não somente nos EUA, mas também no Canadá, com o nome comercial de Tenu-ate e o genérico dietilpropiona. Vale ressaltar, que há 53 anos essa substância é utilizada e que não

existe um único relato de óbito re-gistrado, consequente ao seu uso.

FRAUDE CIENTÍFICA OU OMISSÃO DE PARECER ANTERIOR?

A ANVISA também alegou que não existem estudos que com-provem a eficácia desses produ-tos. Contudo, no ano de 2000, ela própria publicou um Parecer Técnico-Científico do Grupo As-sessor de Estudos Sobre Medi-camentos Anorexígenos, com a seguinte conclusão:

“Os medicamentos anorexíge-nos comercializados no Brasil à base de anfepramona, fempro-porex e mazindol são eficazes no tratamento da obesidade, de acordo com estudos científi-cos controlados.” e,

“O argumento de que sua reti-rada leva ao re-ganho de peso, é atualmente considerada uma evi-dência adicional de sua eficácia na manutenção do peso atingi-do, apesar de ter sido equivoca-

Porque os inibidores de apetite devem ficar no mercado

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Artigo

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damente interpretada no passa-do, como evidência de ineficácia ou até mesmo dependência.”

Há pouco, foram elaboradas Diretrizes Clínicas na Saúde Su-plementar, pela Associação Mé-dica Brasileira (AMB) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sobre: Obesidade, So-brepeso e Tratamento Farmaco-lógico, tendo como autores os representantes das Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia, Clínica Médica, Medicina da Família e Comunida-de, Nutrição Parenteral e Enteral e Associação Brasileira de Nutro-logia (ABRAN). Nesse trabalho, todas essas entidades concluíram que os produtos comercializados no Brasil são eficazes e devem permanecer no mercado.

Na qualidade de representan-te deste Conselho e de Diretor Nacional da ABRAN, participei de todas as audiências sobre esse tema e em nenhuma delas hou-ve qualquer explicação, por parte da ANVISA, que convencesse os especialistas sobre a retirada des-ses medicamentos no Brasil. Em todas as ocasiões, diversas insti-tuições apresentaram falhas nos estudos elaborados pelos atuais técnicos daquela Agência.

É preocupante a iniciativa de retirar os anorexígenos do mer-cado, de parte da ANVISA. No mínimo é comprometedora, a coincidência da revista Veja ter publicado matéria de capa sobre um novo medicamento, que seria a oitava maravilha para o ema-grecimento. Inexplicavelmente, a ANVISA liberou o uso dessa pé-

rola, inclusive, com dispensa de receita médica.

Necessário dizer que tal medi-camento foi lançado com o ob-jetivo de tratar o diabetes e não para o emagrecimento, podendo trazer sérios efeitos colaterais.

Daí questionarmos: a utilização desse medicamento não deveria ser controlada?

Está fora de dúvidas que a proi-bição dos anorexígenos fomentará o mercantilização ilegal e o contra-bando. Nossas fronteiras são imen-sas e, infelizmente, ainda somos in-capazes de controlá-las plenamente.

Retirar esses produtos do mer-cado é uma flagrante intromissão na autonomia de médicos e pa-cientes no seu poder de decisão, tão salutar a ambos, uma vez que se trata de métodos terapêuticos aprovados e reconhecidos cientifi-ca e mundialmente.

O Conselho Federal de Medici-na (CFM), fazendo valer as suas prerrogativas legais, balizadas na vivência clínica da Medicina Brasi-leira, já recorreu à Justiça.

Espera que o Judiciário reite-re que o médico é o profissional habilitado e capaz de realizar o diagnóstico e estabelecer o me-lhor tratamento para o obeso.

É impensável que uma Agência de Governo se imponha, arbitra-riamente, sobre o direito do médi-co e do paciente em decidir o que é melhor para ambos.

Afinal, estamos falando de medicamentos com uso definido e específico há mais de cinquen-ta anos e cujos efeitos colate-rais são plenamente conhecidos e contornáveis.

Dimitri Gabriel Homar

Vice-Presidente CRMDF

Formado pela Universidade Federal do

Maranhão (UFMA)

Especialista em Nutrologia e Medicina

de Tráfego

Diretor Nacional da Associação Brasilei-

ra de Nutrologia (ABRAN)

Membro da American College of Nutri-

cion e da International Colleges For The

Advancement of Nutricion

Está fora de dúvidas que a proibição dos anorexígenos fomentará o mercantilização ilegal e o contrabando. Nossas fronteiras são imensas e, infelizmente, ainda somos incapazes de controlá-las plenamente.

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Artigo

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Sou filho, sobrinho e neto de médicos. Fui testemunha de quanto os médicos eram

queridos pela população.Hoje, com 84 anos, preocu-

pa-me a queda do prestígio dos médicos. O distanciamento cres-cente da comunidade. O escasso tempo dedicado às consultas. A relação médico-paciente fria, às vezes, hostil. A burocracia, as fi-las, o paciente se tornar um nú-mero ou uma guia. O ato médico chegou a ser definido como “o encontro de uma necessidade com uma burocracia”. Na me-dicina liberal, como “o encon-tro de uma confiança com uma consciência”.

O médico culpa a instituição pela situação, que, por sua vez, culpa o médico. O usuário se quei-xa de ambos e se sente prejudica-do, inseguro, desprotegido. Um clima de desconfiança permeia nosso relacionamento com os pa-cientes. Médicos são agredidos e até assassinados.

Mas, não foi sempre assim. Como eram vistos os médicos do século passado pela população?

Xavier Lisboa, meu avô, não dispunha de exames complemen-tares. Irineu Lisboa, meu pai, e Gaspar Lisboa, meu tio, já conta-vam com alguns recursos, porém, infinitamente menores que os atuais. Apesar disso, foram pes-soas queridas pela comunidade, notáveis como médicos e como cidadãos. Foram exemplos co-muns do como eram os médicos naquela época.

Parece paradoxal, mas, inversa-mente aos crescentes progressos tecnológicos, nosso prestígio vem caindo progressivamente.

POR QUÊ?• Porque a sociedade tem pro-

duzido, cada vez mais, indivíduos com personalidades doentias, falta de caráter, de princípios, de moral.

• Porque os médicos estão sen-do produzidos em massa, por es-colas pouco qualificadas.

• Porque os docentes para se-rem admitidos e promovidos são avaliados pelo seu conhecimento e, quase nunca, pelo seu compor-tamento humano, ético e moral.

• Porque as escolas médicas, em geral, priorizam o ensino e a pesquisa e quase nunca a respon-sabilidade social para com a co-munidade.

• Porque não integram ao ensi-no médico disciplinas que melho-rariam o comportamento social do médico, como psicologia, antro-pologia, sociologia, etologia, ética.

Para tentarmos melhorar o prestígio do médico torna-se ne-cessário atuar:

• Na formação dos cidadãos• Na formação dos médicos. Educar significa transformar be-

bês em bons cidadãos. Não é só ensinar a ler, a escrever, a ter boas maneiras, a conviver socialmente. É construir uma pessoa com dis-ciplina, limites, personalidade fir-me, bom caráter, bons princípios e valores, elevada auto-estima,

Os médicos do século passado e os atuais

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auto-suficiente, com capacidade de expressão, espírito de iniciati-va, corajosa, responsável, de fácil convivência, elevado compromisso social e espírito público. É a maior arma que se tem para se conseguir a formação de bons cidadãos.

Os valores são aprendidos em casa, com os pais, a família, e com os professores, principalmente antes dos seis anos.

Um bom médico deve:• ter nobreza de caráter, elevação

de propósitos, consciência do bem e do mal, do certo e do er-rado;

• desejar servir ao próximo e à co-munidade;

• não assimilar a frieza das profis-sões técnicas;

• sobrepor o interesse coletivo ao seu próprio;

• buscar incessantemente seu aper-feiçoamento, do ponto de vista técnico e moral. Os que pensam em sucesso

material, os negligentes, os aco-modados, os egoístas, os irres-ponsáveis, os imaturos, jamais deveriam ser médicos.

FORMAÇÃO DO MÉDICO Temos que mudá-la.

• Os médicos estão sendo produzi-dos em massa, por escolas pouco qualificadas.

• Os docentes, ao serem admitidos e promovidos, são avaliados pelo seu conhecimento e, quase nun-ca, pelo seu comportamento hu-mano, ético.

• As escolas médicas, em geral, priorizam o ensino e a pesquisa,

quase nunca a responsabilidade social para com a comunidade.

• Os currículos utilizam o modelo cartesiano-newtoniano, quase nunca o holístico, que considera o ser humano como uma unida-de bio-psico-social. Não contem-plam disciplinas que melhorariam o comportamento social do mé-dico, como psicologia, antropo-logia, sociologia, etologia, ética.

• Os alunos não são educados para servir a população.

• As avaliações não levam em con-sideração o comportamento do-cente e discente.O médico do século passado fa-

zia uso de recursos pessoais como simpatia, calor humano, dedica-ção. Embora os recursos mate-riais fossem parcos, e os resulta-dos também sobravam muita fé e confiança. O médico era visto pela população com um semideus. As transformações sociais e o progres-so científico foram os principais res-ponsáveis pela perda do prestígio

dos médicos. Os avanços tecnológi-cos tornaram os médicos eficientes, mas despersonalizados. Fez com que considerassem destituídos de valor os métodos clássicos da me-dicina hipocrática, que permitiam que eles aprimorassem seus senti-dos, seu raciocínio e bom senso.

A forma de atendimento em massa da população pelo SUS des-personalizou ainda mais a relação médico-paciente. Dificilmente uma pessoa atendida no serviço públi-co lembra o nome do médico que a atendeu, e vice-versa. Fala-se até em se generalizar o uso de compu-tadores para agilizar o atendimen-to. Se tal acontecer, a angústia da população será ainda maior.

Precisamos humanizar a for-mação dos médicos e a prática da Medicina. Só assim podere-mos voltar a ouvir a frase “abaixo de Deus, o senhor, doutor”.

As transformações sociais e o progresso

científico foram os principais

responsáveis pela perda do prestígio dos médicos. Os

avanços tecnológicos tornaram os médicos

eficientes, mas despersonalizados.

Antonio Marcio Junqueira Lisboa

Professor titular de pediatria da Univer-

sidade de Brasília

Membro das academias: de medicina

de Brasília, Brasileira de Pediatria,

Nacional de Medicina (honorário)

Ex-presidente da Sociedade Brasileira

de Pediatria

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Notícias

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Foto

: Rey

Sam

paio

Representantes de universi-dades federais, do Conse-lho Regional de Medicina do Distrito Federal (CR-

MDF) e de entidades voltadas para a defesa da bioética participaram do “I Seminário de Saúde Pública do Distrito Federal” realizado nos dias 16, 17 e 18 de agosto. O even-to foi organizado pela Comissão de Bioética, Biotecnologia e Biodireito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Distrito Federal.

O conselheiro e corregedor do CRMDF, Alexandre Castillo, foi um

com o bem-estar dos seus pa-cientes. Em seu discurso, o con-selheiro ressaltou os momentos difíceis e estressantes vividos em um ambiente hospitalar. Ele citou que, em determinadas ocasiões, o número de vítimas em estado grave pode ser superior a quan-tidade de leitos disponíveis na UTI. Neste momento, o médico se depara com a difícil tarefa de es-colher quem deverá ter priorida-de no tratamento intensivo. Essa situação gera riscos aos demais pacientes, cujo estado de saú-

CRMDF participa de Seminário sobre Saúde PúblicaAspectos jurídicos e bioéticos da saúde foram debatidos no I Seminário de Saúde Pública no Distrito Federal, realizado pela OAB/DF. Os problemas enfrentados pela Rede Pública de Saúde e as possíveis soluções para revertê-los esse cenário também foram discutidos no evento.

dos palestrantes no segundo dia do seminário. O tema discutido foi “a relação profissional da área de saúde x paciente: repercussões bioéticas e jurídicas”. Na ocasião, foram debatidos os conflitos exis-tentes entre as partes envolvidas; os direitos e deveres de cada uma das partes; o dever do profissional da saúde e os princípios bioéticos que devem ser seguidos pelos Médicos, dentre outras questões.

Castillo falou sobre o cotidia-no enfrentado pelos médicos e a preocupação desses profissionais

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Notícias

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de permanece grave e que ainda assim não conseguiram um lei-to que ofereça um atendimento mais apropriado.

O palestrante confrontou essa situação com as práticas reali-zadas pelos espartanos há mais de dois mil anos e por Hitler na segunda Guerra Mundial. Em ambas as ocasiões, os líderes es-colhiam qual o ser humano de-veria sobreviver. Atualmente, o médico que tanto se dedicou a salvar vidas, torna-se obrigado a fazer a difícil escolha de quem irá salvar. “A função do médico é de salvar vidas e não de optar por vidas”, acrescentou Castillo. O conselheiro afirmou que essas situações ocorrem devido à ine-xistência de uma estrutura física apropriada para atender a popu-lação. Ele acrescentou ainda que o Estado deixa de cumprir o que estabelece a Constituição, quan-do não garante o direito à saúde para todos.

O tema da judicialização da saúde também foi debatido nos demais dias do seminário. Trata--se da interferência da Justiça na saúde, nos casos dos pacientes de baixa renda, que não possuem condições de arcar com medi-camentos ou com todo um tra-tamento receitado pelo médico, recorrendo à ação judicial para obrigar o Estado a arcar com os custos. Outra pauta discutida foi

a importância da instalação dos Comitês de Bioética na rede hos-pitalar pública, objetivando assim a humanização da saúde.

Entre as autoridades que par-ticiparam do seminário, estava o promotor de justiça Jairo Bisol, do Ministério Público do Distrito Fe-deral; o juiz Álvaro Ciarlini, do Tri-bunal de Justiça do Distrito Fede-ral e dos Territórios; o Secretário de Saúde do Distrito Federal, Ra-fael Aguiar Barbosa e o bioeticis-ta Swedenberg Barbosa da Presi-dência da República (DF). Além de representantes da Universidade Federal Fluminense, da Cátedra UnB/Unesco de Bioética, da Socie-dade Brasileira de Bioética (seção do DF) e de demais entidades liga-das à Medicina e à Enfermagem.

Participantes assistem a palestra do conselheiro Alexandre Castillo no auditório da OAB/DF.

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ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Membros de Associa-ções Médicas reuni-ram-se no plenário do

Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRMDF), no dia 05 de julho, para definir me-tas que valorizem o trabalho do médico diante do sistema suple-mentar de saúde. Na oportuni-dade, foi dado início ao processo de criação da Comissão Distrital

de Honorários Médicos (CDHM) para defender os direitos e os deveres dos médicos diante dos planos de saúde e hospitais pri-vados na capital federal.

Os integrantes da Comissão irão apoiar o trabalho do Conse-lho ao fiscalizar o cumprimento das normas determinadas pela Resolução nº 328 de 2011 do CRMDF, publicada em 18 de ju-

Integrantes irão exigir o cumprimento da Resolução nº 328 do CRMDF, os reajustes médicos e a adequação de contratos justos para a classe médica junto à rede suplementar.

Comissão de Honorários Médicos é criada no DF

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ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

lho. O objetivo da nova medida é eliminar o pagamento de ho-norários vis e a interferência dos hospitais no repasse de honorá-rios médicos. “A nossa intenção é proporcionar mais autonomia e legitimidade aos profissionais de saúde. Ao eliminar o paga-mento de honorários vis, priori-zamos a Medicina de qualidade e beneficiamos a população”, afirmou Iran Augusto, presiden-te do CRMDF. (mais informações sobre a Resolução nº328 de 2011, na página 22)

A medida, considerada pio-neira em Brasília, foi amplamen-te divulgada no Distrito Federal e em todo o país. A Resolução nº 328 de 2011 serviu inclusive de exemplo para os Conselhos

de Medicina de outros Estados. Foi enfatizado, durante a reu-nião, que as empresas de pla-nos de saúde e os médicos te-riam até 01 de agosto de 2011 para cumprir as determinações da Resolução.

Alguns planos de saúde re-lutavam, até aquele momento, em atender as determinações do Conselho, dentre eles esta-vam a Amil, Golden Cross, Sul América e Bradesco. Essas qua-tro operadoras não possuíam na época, um Responsável Técnico na jurisdição do Distrito Federal, como determina a Agência Na-cional de Saúde (ANS). O CRMDF informou, por meio de ofício, a ANS sobre a irregularidade das respectivas empresas.

Associações médicas reuniram-se no plenário do CRMDF para tratar, dentre outros assuntos, sobre a Res. 328 de 2011

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ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

A política de saúde pública tornou-se mais fortaleci-da com o início do man-

dato dos novos integrantes do Conselho de Saúde do Distrito Federal (CSDF). A solenidade de posse dos conselheiros, realiza-da no dia 08 de agosto, contou com a presença do Secretário de Saúde Rafael Barbosa, além dos deputados Marcio Michel e Érica Kokay. A representante do Conse-lho Nacional de Saúde, Rozânge-la Fernandes Camapum, a secre-taria executiva do CSDF, Ivanda

Martins Cardoso, o integrante da Gestão Estratégica do Ministério da Saúde, Osvaldo Bonetti, e o membro dos Usuários no Sistema de Saúde, Antônio Lisboa tam-bém compareceram ao evento.

Um dos integrantes do Con-selho Regional de Medicina (CR-MDF), Leonardo Rodovalho, parti-cipou da solenidade e foi inclusive empossado como conselheiro da CSDF. O presidente, Iran Augus-to, e o primeiro secretário, Farid Buitrago, também comparece-ram ao evento para prestigiar a

posse do conselheiro. De acordo com a Secretaria de Saúde, os membros do Conselho de Saúde terão o mandato de três anos. Nesse período, os integrantes do CSDF deverão ajudar na formula-ção políticas de saúde, promoção do controle social, elaboração do plano de saúde anual e irão acom-panhar a aplicação dos recursos pelo Fundo de Saúde, entre ou-tras atribuições. O Conselho de Saúde está ligado ao Poder Execu-tivo e tem poder de decisão, em caráter permanente.

Posse dos Conselheiros de Saúde do Distrito Federal

Secretario de Saúde, Rafael Barbosa, pretigiou a solenidade de posse dos novos integrantes da CSDF

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Notícias

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

MEMBROS DO CONSELHO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL1. TITULAR: RAFAEL DE AGUIAR BARBOSA SUPLENTE: ELIAS FERNANDO MIZIARA

2. TITULAR: FERNANDA NOGUEIRA SUPLENTE: BERARDO AUGUSTO NUNAN

3. TITULAR: ARMANDO MARTINHO BARDOU RAGGIO SUPLENTE: JOSÉ MARIA LINS CALHEIROS

4. TITULAR: MARIA ARINDELITA NEVES DE ARRUDA SUPLENTE: ROSELLE BUGARIN STEENHOUWER

5. TITULAR: RENILSON REHEN DE SOUSA SUPLENTE: NÚBIA WELERSON VIEIRA

6. TITULAR: JOSÉ BONIFÁCIO CARREIRA ALVIM SUPLENTE: JOSE CARLOS VALENÇA

7. TITULAR: MARIA NATIVIDADE GOMES DA SILVA T. SANTANA SUPLENTE: LUCAS CARDOSO VERAS NETO

REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

1. TITULAR: JOÃO CARLOS CARDOSO SUPLENTE: EDI SINEDINO OLIVEIRA SOUSA

2. TITULAR: LUCILENE URSULA LORIATO MORELO SUPLENTE: YARA SILVA SANTOS

3. TITULAR: ANTÔNIO AGAMENON TORRES VIANA SUPLENTE: ELENITH DA CONCEIÇÃO DA S. BRAGA

4. TITULAR: PAULO PIRES SUPLENTE: ROSIMEIRE APARECIDA FURUMOTO

5. TITULAR: SÉRGIO RAMOS DE FREITAS SUPLENTE: JORGE GOMES DE ARAÚJO

6. TITULAR: HELVÉCIO FERREIRA DA SILVA SUPLENTE: LEONARDO RODOVALHO

7. TITULAR: OLGA MESSIAS ALVES DE OLIVEIRA SUPLENTE: JOSÉ ARNALDO PEREIRA DINIZ

REPRESENTANTES DOS USUÁRIOS DA SAÚDE

1. TITULAR: CÉLIA MARIA NUNES SUPLENTE: FÁBIO DIVINO OLIVEIRA ROSA

2. TITULAR: MARCOS JOSÉ CARDOSO FARIA SUPLENTE: ADRIANO LÁZARO L. DOS REIS

3. TITULAR: NILCE RESENDE SOLÉO SUPLENTE: LUIS CARLOS MACEDO FONSECA

4. TITULAR: ANTONIO CARLOS PINTO DE MELO SUPLENTE: MARIA APARECIDA ALVES LOPES

5. TITULAR: YARA DIAS SILVA SUPLENTE: JOÃO FLORÊNCIO PIMENTA

6. TITULAR: TANIA DE LIMA SÁ SUPLENTE: MARGARETH OLIVEIRA DE SOUZA

7. TITULAR: JANE MARIA PEREIRA NUNES SUPLENTE: GRACIELLY ALVES DELGADO

8. TITULAR: CARLIENE DOS SANTOS OLIVEIRA SUPLENTE: ESTENIZA FERNANDES DA COSTA

9. TITULAR: FERNANDA MASCARENHAS ROCHA SUPLENTE: ANDREA THATIANE B. MAGALHÃES

10. TITULAR: ALEXANDRE LOPES ARAUJO SUPLENTE: GENILBERTO PAIVA CAMPOS

11. TITULAR: ANTONIO LISBOA GONÇALVES SUPLENTE: REGINA LUCIA PINTO

12. TITULAR: RAIMUNDO NONATO LIMA SUPLENTE: LOURDES CABRAL PIANTINO

13. TITULAR: MARIANGELA DE ATHAYDE D. CAVALCANTE SUPLENTE: FRANCISCO ALONDA BONFIM

14. TITULAR: MICHEL PLATINI GOMES FERNANDES SUPLENTE: LUIS MAURÍCIO ALVES DOS SANTOS

Job: RubensBatista -- Empresa: Eugenio -- Arquivo: 25643-065-POLITEC-LIFE-REV-210x280_pag001.pdfRegistro: 52928 -- Data: 11:26:15 24/10/2011

Posse do Dr. Leonardo Rodovalho, membro do CRM, como conselheiro do CSDF.

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ÉTICA Revista - mai./jun. – 2011

Job: RubensBatista -- Empresa: Eugenio -- Arquivo: 25643-065-POLITEC-LIFE-REV-210x280_pag001.pdfRegistro: 52928 -- Data: 11:26:15 24/10/2011

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Conselheiros visitaram o gabinete do senador Vi-centinho Alves (PR-TO)

para solicitar o apoio do parla-mentar na aprovação do Proje-to de Lei nº 7.703-B de 2006 do Senado Federal, aprovado no dia 21 de outubro de 2009, o qual dispõe sobre o exercício da Me-dicina (Ato Médico). Trata-se da redação final do substituto da Câmara dos Deputados (PLS nº 268/2002 na Casa de origem). Atualmente, o texto encontra-se em tramitação no Senado Fede-ral. O Projeto de Lei dependerá ainda da sanção presidencial para entrar em vigor.

Os representantes do CRMDF en-fatizaram, durante a audiência, a importância da regulamentação do exercício médico. Os conselheiros esclareceram que entre as diversas profissões que atuam na área da saúde no Brasil, apenas a Medicina não tem o seu exercício profissional

regulamentado por Lei. Na ocasião, o assessor parlamentar, Fernando Damasceno, acrescentou que a dis-cussão relacionada à profissão mé-dica existe desde 1988.

O presidente do Conselho, Iran Augusto Cardoso, destacou ainda que a regulamentação do Ato Médi-co traz mais segurança para os aten-dimentos médicos da população. “É preciso evitar que os profissionais, sem preparo técnico adequado, pra-tiquem atos danosos à saúde das pessoas. “A nossa finalidade não é excluir as demais profissões do aten-dimento à saúde dos cidadãos, mas sim priorizar a existência de equipes de saúde, nas quais atuam diferen-tes profissionais de forma harmo-niosa e integrada em suas atribui-ções específicas”, afirmou.

O apoio do CRMDF e da clas-se médica em relação à aprovação do PL foi manifestado também em uma correspondência oficial enviada ao senador José Sarney, presidente

do Senado, em fevereiro de 2011. Afirma-se no documento que o Pro-jeto de Lei, que trata sobre o exercí-cio médico, “expressa os mais altos interesses da sociedade brasileira, assegurando ao cidadão o direito ao tratamento e diagnóstico por pro-fissional médico devidamente quali-ficado, avaliado e monitorado pelos órgãos de classe”.

Foi citado ainda que a aprovação do PL trará benefícios inequívocos, inclusive ao funcionamento ade-quado do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos serviços prestados pelos planos e operadoras de saúde. Vale ressaltar que o Conselho Federal de Medicina e os demais Conselhos Regionais do país também envia-ram a mesma correspondência ofi-cial para o Senado, com o intuito de fortalecer o movimento em prol do Ato Médico.

Durante a audiência no gabinete do senador Vicentinho, a diretoria do CRMDF enfatizou também sobre a situação atual da saúde pública no Distrito Federal. A precariedade dos hospitais da Rede Pública foi citada como resultado da má gestão dos governantes. Os conselheiros trata-ram ainda sobre o número crescente de faculdades de Medicina no país, o que se tornou preocupante para a classe médica, tendo em vista que a grande maioria dessas instituições não oferece um ensino apropriado. “O CRMDF se preocupa com a quali-dade dos cursos e não com a quanti-dade de faculdades”, argumentou o vice-presidente do Conselho, Dimitri Gabriel Homar.

Para dizer SIM ao Ato Médico, acesse

agora mesmo o endereço seguinte: http://

www.senado.gov.br/agencia/default.

aspx?mob=0

CRMDF pede apoio no Senado para aprovar Ato Médico

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Notícias

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Conselheiros reúnem-se com os assessores parlamentares do senador Vicentinho Alves (PR-TO)

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Notícias

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Resolução do Conselho Fede-ral de Medicina (CFM) pu-blicada no Diário Oficial da

União do dia 19 de agosto apre-senta em detalhes as restrições éticas que os médicos, estabele-cimentos e instituições vinculadas às atividades médicas devem ob-servar quando da elaboração de peças publicitárias relacionadas a seus serviços. O documento (nº 1.974/2011) acrescenta à norma anterior sobre o tema, publicada em 2003, informações sobre o alcance das disposições e orienta-ções para sua aplicação. Entre os pontos, destacam-se a proibição

de assistência médica a distân-cia (por internet ou telefone, por exemplo), a vedação ao anúncio de determinados títulos e certifi-cados e a extensão das regras a instituições, como sindicatos e so-ciedades médicas.

“A resolução foi detalhada para que haja uma compreensão mais fácil pelos profissionais e para que os conselhos de medicina dispo-nham de critérios objetivos para orientar os médicos e coibir as infrações. Os anexos da resolução compõem um manual de uso. A norma valoriza o profissional, de-fende o decoro e oferece mais se-

CFM atualiza regras para divulgação de serviços prestados por profissionais e estabelecimentos

A Resolução, publicada no Diário Oficial da União do dia 19 de agosto, detalha os critérios que devem ser observados na elaboração de anúncios e no relacionamento com a imprensa e a sociedade

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ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

gurança para a população”, avalia o conselheiro Emmanuel Fortes, 3º vice-presidente do CFM e rela-tor da nova resolução.

Com a publicação da resolu-ção, que entra em vigor em 180 dias após essa data, fica claro, por exemplo, que as regras de pu-blicidade são extensivas a docu-mentos médicos como atestados, fichas, boletins, termos, receituá-rios e solicitações, emitidos pelos sistemas público e privado de as-sistência. Entre outras exigências, estes documentos devem conter nome do profissional, especialida-de e número de registro no Con-selho Regional de Medicina (CRM) local. Quando a assistência é ofe-recida por uma instituição devem ser informados o nome do dire-tor-técnico-médico e o respectivo número de registro no CRM local.

NOVIDADES – Além de detalha-mentos, a nova resolução se dife-rencia da anterior por proibir ex-pressamente ao médico a oferta de consultoria a pacientes e fami-liares em substituição à consulta médica presencial. Esta proibição se aplica, por exemplo, aos ser-viços de assessoria médica reali-

zados pela internet ou por tele-fone. Outro avanço apresentado pela norma é a vedação expres-sa a que o profissional anuncie possuir títulos de pós-graduação que não guardem relação com sua especialidade.

“Neste caso, o objetivo do Con-selho é impedir que os pacientes sejam induzidos ao erro de acre-ditar que o médico tem qualifi-cação extra em sua especialidade ou que está habilitado a atuar em outra área”, explica Fortes. Ainda em relação à qualificação, a nor-ma abriu a possibilidade de que o médico divulgue ter realizado cursos e outras ações de capacita-ção, desde que relacionados à sua especialidade e que os respectivos comprovantes tenham sido regis-trados no Conselho Regional de Medicina local.

De acordo com o documen-to, a proibição de que o médico participe de anúncios de empre-sas e produtos é extensiva a en-tidades sindicais e associativas médicas. Assim, sociedades de especialidade, por exemplo, não podem permitir a associação de seus nomes a produtos – medica-mentos, aparelhos, próteses, etc.

DETALHAMENTO – Os critérios que foram detalhados na Resolu-ção 1974/2011 constituem em si um importante avanço por apre-sentar de forma clara e objetiva o que o médico, a instituição ou o estabelecimento de saúde pode e o que não pode fazer no campo da propaganda e da publicidade. A norma, inclusive com este deta-lhamento, estará disponível para consulta no site do CFM (www.portalmedico.org.br) a partir de sexta-feira (19), além de sua pu-blicação no Diário Oficial da União nesta data.

O documento prevê que o médico não pode, por exemplo: anunciar que utiliza aparelhos que lhe deem capacidade privile-giada ou que faz uso de técnicas exclusivas; permitir que seu nome seja inscrito em concursos ou premiações de caráter promocio-nal que elejam “médico do ano”, “profissional destaque” ou simila-res; garantir, prometer ou insinuar bons resultados nos tratamentos oferecidos; e oferecer seus servi-ços por meio de consórcio.

Também é vedada a propa-ganda de método ou técnica não aceito pela comunidade científica,

De acordo com o documento, a proibição de que o médico participe de anúncios de empresas e produtos é extensiva a entidades sindicais e associativas médicas. Assim, sociedades de especialidade, por exemplo, não podem permitir a associação de seus nomes a produtos – medicamentos, aparelhos, próteses, etc

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ou permitir que seu nome circule em material desprovido de rigor científico; conceder entrevistas para se autopromover, auferir lu-cro ou angariar clientela (permi-tindo, por exemplo, a divulgação de endereço e telefone de consul-tório); abordar assuntos médicos, em anúncios ou no contato com a imprensa, de modo sensacionalis-ta, por exemplo, transmitindo in-formações desprovidas de caráter científico ou causando pânico ou intranqüilidade na sociedade.

IMAGENS E CONFLITOS – A nor-ma ainda proíbe a exposição de imagens de paciente para a divul-gação de técnica, método ou re-sultado de tratamento, ainda que com autorização expressa do pa-ciente. A exceção a esse preceito é, quando imprescindível, o uso da imagem, autorizado previa-mente pelo paciente, em traba-lhos e eventos científicos.

O detalhamento trazido no anexo da nova resolução obri-ga expressamente o médico a declarar potenciais conflitos de interesse quando conceder en-trevistas, participar de eventos públicos ou transmitir informa-

ções à sociedade. Ele determina que o uso de imagens em peças publicitárias enfatize apenas a as-sistência, ou seja, não devem ser utilizadas representações visuais de alterações do corpo humano causadas por lesões ou doenças ou por tratamentos.

Os critérios ainda vedam a par-ticipação do profissional em de-monstrações de tratamento realiza-das de modo a valorizar habilidades técnicas ou estimular a procura por serviços médicos. Também é veda-do o uso de nome, imagem ou voz de pessoas célebres em anúncios de serviços médicos. Nas redes so-ciais, assim como em outros meios, o médico não pode divulgar ende-reço e telefone de consultório, clíni-ca ou serviço.

Para orientar o médico, o do-cumento indica especificações técnicas que permitem fácil lei-tura e compreensão das informa-ções cuja presença é obrigatória nas peças publicitárias: os dados médicos devem ser inseridos nas peças impressas, por exemplo, em retângulos de fundo branco, em letras de tamanho proporcional ao das demais informações e de modo destacado; em peças au-

diovisuais, a locução dos dados do médico deve ser pausada, ca-denciada e perfeitamente audível – também na TV devem ser obser-vadas regras relacionadas a tipo e dimensão de letras. De acordo com a resolução, dúvidas sobre a aplicação das regras de publicida-de devem ser encaminhadas à Co-missão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) do Conselho Regional de Medicina local.

A Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos do CFM discutiu as mudanças nas regras de publi-cidade de serviços médicos entre março de 2010 e julho de 2011 (mês em que a nova norma foi aprovada pelo plenário do Con-selho Federal de Medicina). Para a elaboração da proposta, os mem-bros do grupo buscaram referên-cias sobre publicidade e propa-ganda em leis e regulamentos de venda de medicamentos, bebidas e outras substâncias e produtos restritos, vigentes no Brasil e no ex-terior. As Codames dos Conselhos Regionais de Medicina também colaboraram nesse trabalho.

Fonte: Setor de Imprensa do

Conselho Federal de Medicina

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ÉTICA Revista - mai./jun. – 2009

Resolução

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Resolução CRM-DF nº 328/2011O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal e a Associação Médica de Brasília divulgam aos médicos do Distrito Federal a Resolução CRM-DF Nº 328/2011 publicada no Diário Oficial do DF em 18/07/2011. A Resolução normatiza a prestação de serviços dos médicos aos beneficiários de todos os Planos de Saúde no Distrito Federal.

O CONSELHO REGIONAL DE ME-DICINA DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe são con-feridas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958 e:

Considerando que o Conselho Regional de Medicina do Distrito Fe-deral é o órgão supervisor da ética profissional em todo o Distrito Fe-deral e ao mesmo tempo, julgador e disciplinador da classe médica, cabendo-lhe zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, para o perfeito desempenho técnico, profissional e ético da medicina;

Considerando que o trabalho médico deve beneficiar, exclusiva-mente, o paciente que o recebe e àquele que o presta, não devendo ser explorado por terceiros, seja no sentido comercial ou político;

Considerando que o Código de Ética Médica estabelece princípios norteadores para a boa prática mé-dica, relativas às condições de tra-balho e atendimento, à autonomia profissional, à liberdade de escolha do médico pelo paciente, à irrestrita disponibilidade dos meios de diag-nóstico e tratamento e à dignidade da remuneração profissional;

Considerando que a Lei n.º 9656/98, em seu artigo 8º, inciso I, institui às Operadoras de Planos de Saúde, para que possam ter autori-

zação de funcionamento, à obriga-toriedade do registro dessas empre-sas operadoras de qualquer forma ou situação que possam existir, nos Conselhos Regionais de Medicina da jurisdição onde estejam localizadas;

Considerando que a Lei n.º 6839/80, em seu artigo 1º, institui a obrigatoriedade das empresas operadoras de planos e seguros de saúde de prestação de serviços médico-hospitalares, em razão de sua atividade básica ou em relação àquela pela qual presta serviços a terceiros, registrar os seus profissio-nais, responsáveis técnicos, legal-mente habilitados nos Conselhos Regionais de Medicina;

Considerando que as infrações apuradas nos estabelecimentos hos-pitalares, clínicas e empresas de assis-tência médica são de responsabilida-de direta do seu responsável técnico ou do seu substituto eventual;

Considerando que a negociação e a contratação dos valores de ho-norários médicos feitas pelos hospi-tais com os planos de saúde, têm se revelado prejudicial aos interes-ses profissionais e à autonomia dos médicos;

Considerando que os honorários médicos sofrem bitributação quan-do repassados aos profissionais por meio dos estabelecimentos de saú-de, uma vez que os planos de saúde retêm os impostos dos hospitais e

estes, ao repassarem aos médicos, também realizam a retenção;

Considerando que, conforme artigo 15, letra h, da Lei 3.268/57, cabe aos Conselhos Regionais de Medicina, zelar e trabalhar, por to-dos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da me-dicina e pelo prestígio e bom con-ceito da profissão e dos que a exer-çam legalmente;

Considerando que a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedi-mentos Médicos – CBHPM – é ado-tada como base para negociação de procedimentos médicos junto ao Sistema de Saúde Suplementar;

Considerando que o Ato Médico, a responsabilidade médica e a assis-tência médica ao paciente não são alteradas em razão da acomodação que o paciente ocupa (apartamento ou enfermaria);

Considerando que o valor do ho-norário médico não deve sofrer re-dução em razão da acomodação do paciente em enfermaria;

Considerando os baixos valores pagos aos médicos por alguns con-vênios para diversos procedimen-tos e a necessidade de se estabe-lecer uma remuneração justa para cada ato médico;

Considerando a necessidade de se avaliar os diversos Atos Médicos no que diz respeito a sua complexi-dade, tempo de execução, atenção

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Resolução

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

requerida e o grau de treinamento necessário para a capacitação do profissional que o realiza;

Considerando que, em confor-midade com as Resoluções Norma-tivas da ANS nº 54, de 21/11/2003 e nº 71, de 17/03/2004, as ope-radoras de planos privados de assistência à saúde ou segurado-ras especializadas em saúde de-vem, em seus contratos com os prestadores de serviços de saú-de, contemplar os critérios refe-rentes à definição dos serviços contratados, critérios para rea-justes, contendo forma e periodi-cidade, prazos para pagamento, dentre outros;

Considerando que “é livre o exer-cício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi-cações profissionais que a Lei esta-belecer” (art. 5º, § XIII, da CF).

RESOLVE: Art. 1º – Estabelecer, para efei-

tos desta resolução, que o termo “estabelecimento de saúde” será entendido como o estabelecimento em que se prestem serviços caracte-rizados como Ato Médico;

Art. 2º – A celebração dos contra-tos firmados entre estabelecimentos de saúde e as empresas de seguro de saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão e outras do gênero devem obedecer ao disposto no parágrafo único deste artigo:

Parágrafo único: os estabeleci-mentos de saúde e respectivos res-ponsáveis técnicos ficam impedi-dos de contratar, negociar, receber ou repassar valores referentes aos honorários de médicos autôno-mos, excetuando-se os casos nos quais os médicos que prestem ser-

grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão e outras do gênero, estabelecendo em seus contratos os critérios refe-rentes à definição dos serviços con-tratados, critérios para reajustes, contendo forma e periodicidade, prazos e procedimentos para fatu-ramento, pagamento dos serviços contratados, critérios e procedi-mentos para rescisão, para suspen-são e para renovação dos contratos, dentre outros, em conformidade com as Resoluções Normativas da ANS Nº 54, de 21/11/2003 e Nº 71, de 17/03/2004;

Art.7º – Os contratos vigentes entre os estabelecimentos de saúde e empresas de seguro de saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de au-togestão e outras do gênero devem ter denunciadas as cláusulas que eventualmente incluam honorários médicos no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação desta Reso-lução;

Art. 8º – Os contratos celebrados a partir da data de publicação desta Resolução entre médicos — ou ins-tituições que os representem — e as empresas de seguro de saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de au-togestão e outras do gênero serão fiscalizados pelo CRM/DF;

Art. 9º – Revoga-se a Resolução Normativa CRM/DF N.º 317/2010, de 19/11/2010;

Art. 10º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

IRAN AUGUSTO G. CARDOSO Presidente FARID BUITRAGO SANCHEZ 1º Secretário

viços sejam sócios da empresa ou empregados da mesma;

Art. 3º – A contratação de va-lores dos serviços prestados pelos médicos no Distrito Federal aos beneficiários das empresas de seguro de saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão e outras do gênero é exclusiva dos médicos ou das suas instituições representativas, se os médicos as-sim o preferirem;

Art. 4º – Os médicos ou as insti-tuições representativas dos médicos deverão negociar com as empresas de seguro de saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho mé-dico, empresas de autogestão e ou-tras do gênero, os valores dos Hono-rários Médicos independentemente das acomodações autorizadas para a internação hospitalar;

Art. 5º – Os médicos ou as ins-tituições representativas dos médi-cos, responsáveis pelas negociações dos honorários médicos junto aos planos de saúde no Distrito Federal, deverão implantar, em conformida-de com a IN N.º 34 da ANS, a co-dificação da TUSS — Terminologia Unificada em Saúde Suplementar, conforme definido pelo COPISS — Comitê de Padronização de Infor-mações em Saúde Suplementar da ANS que definiu: “... como base para construção da TUSS Proce-dimentos Médicos a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedi-mentos Médicos — CBHPM...”;

Art. 6º – Estabelecer a data de 01/08/2011 como data limite para que as instituições representativas dos médicos tenham concluído as negociações com as empresas de seguro de saúde, de medicina de

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Fiscalização

ÉTICA Revista - mai./jun. – 2011

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Fiscalização

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Diferentes irregularidades foram constatadas no pronto-socorro do Hos-

pital Regional de Samambaia (HRSam) durante a fiscalização do CRMDF, realizada em 22 de agosto. O departamento de fis-calização constatou que o aten-dimento de urgência e emergên-cia das especialidades de clínica geral e pediatria do local não funcionava diariamente, o que descumpria o Termo de Ajusta de Conduta (TAC), celebrado entre o Conselho Regional de Medicina e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, firmado em 01 de julho de 2010, na 4ª Vara Federal.

Foi observado também que os médicos da pediatria haviam sido transferidos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), cujo atendimento é de 24 horas. O setor de Clínica Médica passava por uma

situação semelhante. Os fiscais ve-rificaram, na época da vistoria, que grande parte dos clínicos também atuava na UPA de Samambaia.

No entanto, o departamento de fiscalização foi informado que a diretoria da unidade já havia solicitado a contratação de 10 pediatras para atender a deman-da dos 15 novos leitos destina-dos à internação da pediatria no HRSam. A nova ala dará suporte à UPA de Samambaia, o que era realizado, até a data da vistoria, pelos Hospitais Regionais de Ta-guatinga e Ceilândia.

Os fiscais do CRM constata-ram também que o médico do pronto-socorro, em determinados momentos, tornava-se responsá-vel também pelos atendimentos da enfermaria quando não havia plantonista no setor, o que gera-va uma sobrecarrega de trabalho

para o profissional. Vale ressal-tar que o médico que atende na enfermaria torna-se responsável pela evolução, avaliação e prescri-ção dos pacientes internados, de-manda considerada grande para um número pequeno de clínicos disponíveis na unidade.

Observou-se ainda que o serviço de Pronto Socorro do HRSam não oferecia as especialidades básicas, o que descumpria as determina-ções impostas pela Portaria do Ministério da Saúde nº 2.048/02 e a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.451/95. Devido ao descumprimento também do Termo de Ajuste de Conduta, o CRMDF encaminhou a cópia do relatório de fiscalização ao Ser-viço de Consultoria Jurídica Ex-terna para dar ciência ao Juizo da 4ª Vara da Justiça Federal e solicitar providências.

Hospital Regional de Samambaia

O atendimento de urgência e emergência do HRSam foi prejudicado após a transferência de pediatras e clínicos para a UPA de Samambaia

Page 28: Edição Jul./Ago. de 2011

Fiscalização

26

O serviço de neonatologia do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) foi vis-

toriado, no dia 04 de julho, pelo departamento de fiscalização do CRMDF. Foi observado, na oca-sião, que a estrutura física da unidade não funcionava de for-ma apropriada. Devido o atra-so na construção do novo bloco materno-infantil, a neonatologia realizava atendimentos de forma improvisada na ala da maternida-de. No entanto, os fiscais foram

informados, durante a vistoria, que as obras estavam adiantadas e a inauguração estava prevista inclusive para o fim de 2011.

Com isso, a capacidade da unidade neonatal será ampliada significativamente. Há previsão de oito novos leitos para Unida-de de Tratamento Intensivo Neo-natal (UTIN) e de mais 30 leitos para a Unidade de Cuidados In-termediários Neonatais (UCIN’s). Até a data da fiscalização, o HRS não oferecia leitos suficien-

tes para atender a demanda da UTI neonatal.

De acordo com relatos, o núme-ro de pacientes ultrapassava, por muitas vezes, a capacidade do se-tor de internação. O serviço de ne-onatologia possuía dez médicos, os quais cobriam o atendimento de 24 horas. Eram mantidos, des-sa forma, dois ou três médicos por plantão, quantitativo considerado insuficiente para atender as neces-sidades do novo bloco materno--infantil do hospital.

Hospital Regional de Sobradinho

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

UCIN – Leitos neonatais.Sala/Box de emergência, com paciente internado.

DEPARTAMENTOS JULHO/AGOSTO

Fiscalização 321

Ouvidoria 97

REGISTROS • Médico • Especialidade • Empresa

12110629

DEPARTAMENTOS JULHO/AGOSTO

Protocolos gerais apreciados 5

Consultas apreciadas 19

Sindicâncias apreciadas 48

Processos Éticos instaurados 7

Processos Éticos julgados 5

Verifique a atuação do CRM-DF nos meses de julho a agosto de 2011

Page 29: Edição Jul./Ago. de 2011

Fiscalização

27

O departamento de fiscaliza-ção do CRMDF verificou, durante a última visita realizada na Unida-de Mista de São Sebastião, que a falta de médicos é um problema que ainda persiste no local. A fal-ta de clínicos e de pediatras com-prometeu a escala de plantão da unidade, que deveria atender no período ininterrupto de 24 horas. Para manter o pronto-atendimen-to, seria necessária a contratação, em média, de dois a três clínicos e pediatras para cobrir os plantões.

Os fiscais foram informados ainda que os médicos pediatras realizavam frequentemente aten-dimentos de urgência na Clínica

Médica, devido a falta de clínicos da unidade. Observou-se ainda que o serviço de acolhimento ou classificação de riscos funciona apenas no período diurno.

É importante destacar também que a Casa de Partos permanecia realizando atendimentos na Uni-dade Mista de São Sebastião. Os partos eram acompanhados ape-nas por profissionais de enferma-gem, ou seja, os procedimentos não eram realizados por obste-tras como deveriam. Segundo informações colhidas na própria unidade, o número de partos era crescente, a média era acima de 30 partos por mês.

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

Unidade Mista de Saúde de São Sebastião (UMSSS)

Equipamentos e medicações do Box de Emergência Adulto

Page 30: Edição Jul./Ago. de 2011

Notas

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Seja nosso Colaborador!A Ética Revista está aberta à sua participação. Artigos e cartas podem ser enviados para o Conselho Editorial

([email protected] ou [email protected]), que analisará a viabilidade de publicá-los. Os artigos devem

ser, no máximo, de duas páginas em formato A4, acompanhados de fotos.

ÉTICA Revista - jul./ago. – 2011

O SIMASP 2012 será um dos mais importantes eventos da oftalmologia brasileira e contará com a participação de importantes nomes nacionais e internacionaisTemática: “Medicina Translacional: da Pesquisa para seu Consultório”Data - 08 a 10 de Março 2012.Local - Maksoud Plaza Hotel - São Paulo- SP Site: http://www.oftalmo.epm.br/simasp2012

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Data: 17.04.2012 - 20.04.2012 Local: Centro de Convenções Natal/Rio Grande do NorteInscrições: http://www.cbopnatal.com.br/inscricoes.php

The 2nd Latin America Congress on Controversies to Consensus in Diabetes, Obesity and Hypertension

Local - Rio de Janeiro, Brazil, 2012.Data - March 22-25, 2012Tema - The three World CODHy Congresses that took place in Europe were the first international scientific meetings of their kind, focusing on dynamic topics and controversial issues facing the clinician today.Site - http://www.codhy.com/LA/2012/Default.aspx

Page 31: Edição Jul./Ago. de 2011

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