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OÁSIS #191 EDIÇÃO WILDLIFE PHOTOGRAPHER 2014 Os vencedores do maior concurso de fotografia naturalista SÃO LONGUINHO MORA EM GUARAREMA Perdeu algum objeto? Recorra ao santo. É tiro e queda MATÉRIA ESCURA Na pista do maior mistério cósmico INFORMAÇÃO SEM JORNALISTAS O TRIUNFO DOS SITES VIRAIS

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Oásis#191

Edição

WILDLIFE PHOTOGRAPHER

2014os vencedores do maior concurso de

fotografia naturalista

SÃO LONGUINHO MORA EM

GUARAREMA Perdeu algum objeto?

Recorra ao santo. É tiro e queda

MATÉRIA ESCURA

Na pista do maior mistério cósmico

INFORMAÇÃO SEM JORNALISTAS

o tRiuNfo dos sitEs viRais

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por

Editor

PEllEgriniLuis

A classe dos jornalistas profissionais está de orelhas em pé, e não sem motivos. Primeiro foi a diminuição do número de leitores e de assinantes de jornais e revistas, seduzidos pelos atrativos da

internet e das mídias digitais. depois, a queda livre das tiragens das publica-ções em papel. agora, um terceiro fator, talvez ainda mais grave, vem per-turbar o sono dos profissionais da mídia: o pipocar estrondoso de sites de notícias que não possuem, em suas “redações”, nem sequer um jornalista!

Este é o caso do site Upworthy, o maior fenômeno da rede mundial nos últimos tempos. Simples vitrina de conteúdos publicados em outros locais, ele bate todos os recordes de audiência e faz escola. Um sucesso baseado principalmente nas redes sociais. a equipe do site (que não inclui nenhum jornalista) procura na internet conteúdos que ela julgue interessantes, atribui-lhes 16 títulos diferentes (utilizando técnicas baseadas no Big data) que submete a um grupo reduzido de leitores para saber qual funciona melhor, e depois os lança nas redes sociais.

“Se ninguém lê um artigo Sobre o afeganiStão, iSSo não Significa que o afeganiStão não ‘venda’, maS Sim que o artigo eStá mal eScrito, mal titulado ou mal apreSentado”, eli pariSer, criador do Site upworthy

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Qual o segredo do sucesso do Upworthy? É o que explica Eli Pariser, um dos seus criadores em nossa matéria de capa. Pariser diz que a obrigação de qualquer órgão da mídia é “saciar a sede de curiosidade dos leitores. Para conseguir isso, mais vale ter poucos conteúdos de boa qualidade do que bombardear o público com milhares de artigos chatos e de má quali-dade”.

Entre os temas recorrentes do site Upworthy encontram-se o aqueci-mento global, a mudança de costumes atualmente em curso em nossa sociedade (sobretudo a questão gay), a luta contra as doenças e o trabalho infantil. Segundo Eli Pariser, todo artigo que tenha uma vertente humana é interessante: “Se ninguém lê um artigo sobre o afeganistão, isso não signi-fica que o afeganistão não ‘venda’, mas sim que o artigo está mal escrito, mal titulado ou mal apresentado”.

Confira. Sobretudo se você tem um filho que quer ser jornalista. ou se você é o próprio.

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INFORMAÇÃO SEM JORNALISTASO triunfo dos sites virais

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uma sala abarrotada de gente no Highline Stage, o edifício onde anualmente se realiza a semana das mídias sociais em Nova York, Eli Pariser explica os resultados e estratégias do site Upworthy. Este militante da Internet – co-nhecido por seu livro muito es-

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abrindo com fotos instigantes como a que reproduzimos na capa de oásis 191, o site upworthy é o maior fenômeno da rede nos últimos tempos. Simples vitrina de conteúdos publicados em outros locais, ele bate todos os recordes de audiência e faz escola em todo o mundo. um sucesso baseado principalmente nas redes sociais.

Por: Serena DannaFonte: Jornal Corriere Della Sera, Milão

clarecedor a respeito dos algorritmos do Google, (Filter Buble, Ed. Penguin, 2011) lançou essa plataforma em março de 2012 em associação com o ex-diretor do jornal satírico norte-americano The Onion, Peter Koechley.

Se há pouco centenas de jornalistas, ato-res e estrategistas da Web compareceram a essa reunião, é porque existe uma razão: o Upworthy é o site com crescimento mais rápido da história da Internet. Em novem-bro do ano passado já atingira 87 milhões de visitantes únicos, quase três vezes mais que o The New York Times, e gerara 17 milhões de compartilhamentos no Facebook, publican-do apenas 225 artigos. Para se ter uma ideia do que isso significa, um site como o Yahoo! publica em um mês 115 mil artigos nas redes sociais e gera menos de quatro milhões de interações. Aos investidores iniciais, entre os quais se conta Chris Hughes, cofundador do Facebook e hoje diretor da publicação The New Republic, juntaram-se recentemente Bill e Melissa Gates, cuja fundação financia uma seção dedicada à luta contra a pobreza.

Quando os leitores são cobaias

Para Eli Pariser, o principal objetivo do Upworthy é “ajudar as pessoas a encontrar conteúdos sérios porem divertidos, como, por exemplo, o vídeo de um idiota tentando

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fingir que faz surf no seu terraço”. A equipe do site (que não inclui nenhum jornalista) procura na Internet conte-údos que ela julgue interessantes, atribui-lhes 16 títulos diferentes (utilizando técnicas baseadas no Big Data) que submete a um grupo reduzido de leitores para saber qual funciona melhor, e depois lança-os nas redes sociais.

O primeiro pico de audiência apareceu graças a um vídeo do atual Presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, que em 2010, quando ainda não era chefe de Estado, havia criticado um célebre animador de rádio americano desfa-vorável à reforma do sistema de saúde de Obama. Upwor-thy republicou-o dois anos mais tarde sob o título “Um militante do Tea Party decidiu discutir com o Presidente de um país estrangeiro. Antes não o fizesse”- e nesse dia, o site atraiu um milhão de visitantes.

“Devemos saciar a sede de curiosidade dos leitores”, esti-ma Eli Pariser. “Para conseguir isso, mais vale ter poucos conteúdos de boa qualidade do que bombardear o públi-co com milhares de artigos chatos e de má qualidade”.Os títulos do Upworthy têm todos a mesma estrutura: duas curtas frases do gênero: “Nós não ouvimos suficien-temente a voz dos nativos americanos. Eis a edificante mensagem de um deles”. O modelo é tão reconhecível que já gerou descendência (Distractify, ViralNova) e foi objeto de paródias na Web. “Agora que a informação

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o público adolescente adora imagens picantes de celebridades. o site Upworthy sabe disso.

ironia e bom também fazem parte do cardápio habitual do Upworthy

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nada nas mesmas águas que a estrela da telerrealidade Kim Kardashian”, explica Eli Pariser, “é preciso fazer a diferença. Para nós, isso significa levar as pessoas a se interessarem por temas importantes”.

A importância da viralidade

Entre os temas recorrentes do site Upworthy encontram--se o aquecimento global, a luta contra as doenças e o trabalho infantil. A história mais compartilhada em 2013 diz respeito a Zach Sobiech, um cantor americano que morreu de câncer aos 18 anos. Traduzido, o título ficaria assim: “Este rapaz extraordinário morreu. O que ele dei-xa para trás é maravilhoso”. Um dia após a publicação do vídeo, Sobiech era o artista mais descarregado no iTunes e o fundo para a investigação do câncer em seu nome re-colheu centenas de milhares de dólares.

Segundo Eli Pariser, todo artigo que tenha uma vertente humana é interessante: “Se ninguém lê um artigo sobre o Afeganistão, isso não significa que o Afeganistão não ‘venda’, mas sim que o artigo está mal escrito, mal titula-do ou mal apresentado”.

Ultimamente, tem-se falado muito dos artigos sobre a crise ucraniana ou a crise no Médio Oriente publicados pelo BuzzFeed e pelo site The Huffington Post, que atin-giram uma audiência equivalente à das notícias sobre astros da televisão ou as fofocas sobre celebridades - o gênero de notícia mais lido no Ocidente. Esses artigos são todos apresentados da mesma maneira: fotografia, título sensacionalista, texto simples e eficaz desenvolvido em vários pontos. Emily Bell, professora da Escola de

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no novo jornalismo do site Upworthy uma foto como essa do gatinho pode render mais compartilhamento do que uma manchete de política, de guerra ou de economia

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da na rede por alguém”.

Sem obrigação de refletir

Sempre segundo Annalee Newitz, não são somente os memes de Internet (unidades de informação que se com-partilham na Web, muitas vezes devido à sua dimensão humorística) que se tornam virais, mas “todos os assun-tos que contenham alguma verdade certa ou útil e que não obriguem a refletir”. Assim, a fotografia de um gati-nho que se estende ao sol partilha uma característica fun-damental com um vídeo de apresentação de um iPhone 5 ou um inquérito sobre a NASA: “Não são documentos abertos à interpretação”, acrescenta a blogger. “Ajudam a esclarecer, tal como o faziam as previsões de Nate Silver (

Jornalismo da Universidade de Colúmbia, pergunta se “propor técnicas habitualmen-te utilizadas para mostrar fotos de cavalos parecidos com celebridades da televisão para explicar questões complexas de ge-opolítica” será “demasiado trivial”, ou se, pelo contrário, é um meio de adaptar o mundo contemporâneo aos modelos de consumo do público jovem.

Se esta questão continua em aberto, o que doravante parece evidente, é o papel fun-damental desempenhado pela viralidade no domínio da informação. Sítios como o Upworthy ou o BuzzFeed – uma vitrina de vídeos de gatinhos fofos que se tornou um modelo controvertido de jornalismo – colonizam cada vez mais a informação na Internet, a ponto de os títulos tradicionais mais respeitados cederem frequentemente à tentação das listas, publicando maté-rias como os 20 jogadores de futebol mais bem pagos do mundo.

Uma informação baseada no compartilhamento pelos leitores deve visar a viralidade. “Antes da Internet, os artigos tornavam-se populares quando eram retomados pelos outros jornais e citados em publicações sérias”, escreve a blogger e autora de numerosos artigos sobre as consequências culturais das novas tecnologias, Annalee Newitz, no site io9. “Hoje em dia, esses textos tornam-se populares se as pessoas os compartilharem no Facebook, no Twitter, no Pinterest ou no Reddit. Cada vez menos pessoas leem uma história se esta não tiver sido publica-

o contraste entre imagens ternas, como a de bichinhos e bebês, e imagens de emoções fortes como o medo, a

raiva e a agressividade contitui uma das regras do site

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o site Upworthy procura saciar o desejo de curiosidade do público leitor

avaliar a força de um produto coloca dois problemas. O primeiro diz respeito aos investimentos publicitários: o tráfego ligado aos conteúdos virais não tem público de referência. “Um dia é um vídeo sobre adoráveis bichinhos que atrai as mulheres de meia-idade, no dia seguinte será a galeria de fotos de alguma celebridade nua que atrairá os adolescentes. Em que medida pode um site construir uma relação profunda e sólida com as marcas se o seu público não tem consistência?”, interroga Bryan Goldberg no site PandoDaily que analisa as novas tecnologias e as start-ups.

O outro problema pode se resumir assim: dado que o trampolim viral por excelência são as redes sociais, os sites deste gênero dependem totalmente delas. Quando o Facebook mudou o algorritmo que gera o seu fio de atua-lidade (os conteúdos que aparecem na nossa página prin-cipal e cuja visibilidade depende do número de vezes que são compartilhados pelos nossos amigos), afirmando que-rer privilegiar os conteúdos de qualidade em detrimento das fotografias “contagiosas”, muitos sítios registraram uma diminuição no compartilhamento dos seus conteú-dos.

Mas os novos parâmetros utilizados por Mark Zucker-berg, o presidente e diretor-geral do Facebook, para es-tabilizar a hierarquia dos artigos sobre o fio de atualida-de não são claras. E é difícil na sua decisão a vontade de brincar de deus ex-maquina do compartilhamento nas redes.

o blogger estatístico do New York Times) durante as elei-ções norte-americanas”. Em suma, para se tornar viral, é preciso evitar-se a ambiguidade.

Dependência das redes sociaisJonah Berger, autor de Contagious, um ensaio sobre a viralidade (Ed. Simon & Schuster, 2013), vai mais longe e identifica seis princípios que tornam os conteúdos virais: o valor social, a facilidade de memorização, a ressonân-cia emotiva, a “observalidade” (o fato de se tratar de um tema evidente aos olhos de todos), a utilidade e o estilo narrativo.

Utilizar o compartilhamento como principal critério para

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PHOTOGRAPHER 2014Os vencedores do maior concurso

de fotografia naturalista

Caiman night, a noite do Jacaré, do fotógrafo naturalista brasileiro luciano Candisani

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a sua 50ª edição, 42 mil fotogra-fias foram enviadas de 96 países diversos: são apenas alguns dos números que marcaram, este ano,

o mais importante prêmio de fotografia na-turalística do mundo, patrocinado pelo Na-tural History Museum, de Londres, e a BBC Worldwide.

Dois brasileiros foram selecionados em

Npromovido pela bbc e pelo museu de ciências naturais de londres, o wildlife photographer of the year é o mais prestigioso prêmio para fotografias de animais, plantas e o mundo natural em geral

Por:eqUiPe oáSiS

2014: Luciano Candisani foi indicado como finalista desta edição do prêmio, concor-rendo com a foto Caiman Night (Noite do Jacaré), foto de abertura desta matéria.Ary Bassous ganhou o primeiro prêmio na Categoria Invertebrados com Night of the deadly lights (A noite das luzes mortais).Confira na galeria de imagens abaixo essas e outras imagens vencedoras.

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O fotógrafo brasileiro Ary Bassous levou quase dez anos para conseguir essa foto, intitulada A noite das luzes mor-tais (Night of the deadly lights), vencedora da Categoria Invertebrados. Nas noites úmidas do cerrado no Parque Nacional das Emas, Brasil Central, velhos ninhos de cupim brilham recobertos de estranhas luzes verdes. É o fenô-meno da bioluminescência, produzido por milhares de larvas de uma espécie de besouro que vivem nas paredes dos ninhos. Quando as condições são favoráveis, elas vêm à superfície e acendem suas “lâmpadas” para atrair suas pre-sas – geralmente cupins que emergem para acasalar ou em busca de novos lugares para colonizar.

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Vencedor da categoria Natural Design, o fotógrafo Patrik Bartuska, da República Checa

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Plants and Fungi (Plantas e fungos), de Christian Vizl (México), vencedor da Categoria Visões de Baixo para Cima.

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Esta foto, vencedora absoluta do concurso 2014, é uma imagem quase primitiva na sua selvagem beleza. Michael “Nick” Nichols, dos Estados Unidos, conseguiu retratar um grupo de leoas no Parque Nacional Serengetti, na Tan-zânia. As cinco fêmeas do grupo repousam junto aos filhotes sobre um rochedo isolado em meio à planície. O fotó-grafo as seguia há meses, à espera do clique perfeito: no momento do disparo, as leoas tinham acabado de atacar um macho, que foi afastado pelo grupo. Michael ‘Nick’ Nichols é o Wildlife Photographer do Ano 2014.

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Um clique perigoso para o jovem vencedor: o espanhol Carlos Perez, de 8 anos, venceu na Categoria Menores de Dez Anos. Ele escolheu como tema um escorpião que encontrou sobre uma pedra perto de sua casa, em Torralba de los Si-sones, no nordeste da Espanha. O animal percebeu a presença do garoto, e levantou a cauda em sinal de ameaça.

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Numa noite gelada de janeiro, o polonês Lukasz Bożycki penetrou em três bunkers abandonados, construídos pelos nazistas no norte da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. Encontrou lá dentro toda uma colônia de morce-gos em letargia (quando estão nesse estado de torpor invernal, esses animais respiram apenas uma vez a cada 90 minutos).

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Finalista na Categoria O Mundo em nossos Mãos. Dedicada à fotografia de fundo social, esta macabra e triste foto de um grande tubarão branco (Carcharodon carcharias) com a mandíbula rasgada por um anzol. O animal deve ter lutado bravamente para se liberar, antes de morrer sufocado. A cena foi registrada ao largo da Baja Califórnia, no México, onde práticas de pesca intensiva estão dizimando dezenas de milhares desses animais a cada ano. A foto é de Rodrigo Friscione Wyssmann, México.

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O italiano Bruno D’Amicis também ficou entre os finalistas este ano na Categoria O Mundo em nossas Mãos. A foto retrata um jovem tunisino que tenta vender ao fotógrafo um filhote de fennec de três meses, uma raposa selvagem que habita o deserto do Saara. Bruno fez uma reportagem fotográfica a respeito do comércio ilegal dessa e de outras espécies, vendidas num contexto social de pobreza e de destruição do meio ambiente natural.

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Finalista na categoria dedicada à fotografia em preto e branco, esta foto retrata uma revoada de pássaros da Numí-dia (Anthropoides virgo) reunida em Khichan, no Rajastão indiano. Na foto, as aves repousam durante a migração, e se alimentam da comida que lhes é deixada pelos cidadãos. A foto é de Jasper Doest.

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Pouco depois da erupção do vulcão Puyehue-Cordón Caulle, no Chile, o fotógrafo Francisco Negroni, vencedor na Categoria Ambientes terrestres subiu aquela montanha à espera de espetaculares relâmpagos vulcânicos. Um cená-rio apocalíptico logo se apresentou: os relâmpagos vulcânicos constituem um fenômeno bastante raro, associado à eletricidade estática que se acumula nas áreas das grandes colunas de cinzas produzidas pela erupção.

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Entre os finalistas da Categoria entre 11 e 14 Anos concorreu esta foto de uma serpente de pouco mais de um metro de comprimento. Mas ela não assustou o jovem fotógrafo Marc Montes, autor do clique.

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Finalista na categoria dedicada à fotografia submarina, esta foto de um pequeno animal que vive em áreas de plânc-ton, um calamar da espécie Ancistrocheirus lesueurii, fotografado ao largo do Taiti. O animal só tem 3 centímetros e é muito sensível à luz e ao movimento. O francês Fabien Michenet, no entanto, conseguiu retratar o animal muito de perto.

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Jess Findlay, do Canadá, está entre os finalistas da categoria dedicada aos pássaros. Aqui vemos um exemplar de Nyctidromus albicollis, um pássaro com as dimensões de um melro, cujo canto lembra o roncar de um pequeno mo-tor. A ave foi fotografada no seu ambiente natural, no Grande State Park, no Texas.

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Embora pareça calma e relaxada, esta fêmea de guepardo está preocupada em proteger do fotógrafo o seu pequeno filhote, que repousa nas imediações. A foto é de Leon Petrinos, e foi tirada na Reserva Masai Mara, no Quênia.

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Nunca esquecer de levar a câmera, até mesmo quando se está descansando num hotel elegante da Costa Rica. O au-tor, Will Jenkins, finalista da Categoria entre 11 e 14 anos, imortalizou essa enorme iguana quando estava à beira da piscina do hotel.

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Esses pássaros siberianos (Perisoreus infaustus) são gulosos de salsichas e queijo: foi o que descobriu o fotógrafo Edwin Sahlin, finalista na categoria entre 15 e 17 anos, durante um piquenique com a família., no norte da Suécia. Os pássaros estavam particularmente interessados no que havia em seu prato. O jovem fotógrafo escavou um bura-co na neve e espalhou pedacinhos de comida ao redor dele.

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Um evento geológico ocorrido meio milhão de anos atrás deu origem ao que se vê na foto. Parece um vitral: o miné-rio negro é grafite, os painéis coloridos são cristais de quartzo e de feldspato. Bernardo Cesare usa a técnica da mi-crofotografia (imagens tiradas através microscópios óticos) para estudar rochas e minerais. A foto, que está entre as finalistas do prêmio, foi tirada em uma mina do Kerala, na Índia.

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“Em garde!”, parece dizer o colibri-bico-de-espada (Ensifera ensifera, à destra) ao seu adversário, um outro colibri da espécie Coeligena torquata. A primeira dessas aves é o único pássaro do mundo a possuir um bico mais longo do que o próprio corpo (11 centímetros). Finalista na categoria reservada aos pássaros, a foto é de Jan Van Der Greef.

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SÃO LONGUINHO MORA EM GUARAREMAPerdeu algum objeto? Recorra ao santo. É tiro e queda

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São longuinho, detalhe de vitral

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rio Paraíba do Sul, nas imediações de Guararema

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uem visita a igreja fica conhe-cendo a imagem do santo, uma das poucas – senão a única – do país. Hoje, a imagem que ocupa o altar, assim como as demais que são comercializadas nas lojas de artesanato da cidade, exibe um São Longuinho com pernas. Porém, nem sempre o visual do santo foi assim.

Q

quando o assunto é turismo religioso, guararema não pode ser esquecida. embora ainda não faça parte dos roteiros comercializados pelas agências de viagens, a charmosa cidade situada no vale do paraíba, no interior de São paulo, abriga um valioso tesouro brasileiro: a igreja onde “mora” São longinho, o santo popularmente conhecido no brasil por achar objetos perdidos

Por Fabíola MUSarra (*)

Até meados de 2010, as imagens de São Lon-guinho, um soldado romano que teria perdi-do as pernas em combate, eram de um santo perneta. Milagre? Certamente que não. Ape-nas um equívoco que a Igreja Católica tratou de esclarecer, após uma minuciosa pesquisa feita no Vaticano, na Itália. Então, vamos lá. Sabe-se que a morte na crucificação é causa-da pelo sufocamento, um processo lento e de muita dor. Para respirar, o crucificado tem de impulsionar e manter o corpo para cima com os pés, possibilitando a inflação e a entrada

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a Pedra Montada, atração em Guararema

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de oxigênio nos pulmões.

O movimento é desgastante e causa o gradual enfraque-cimento do corpo, além de uma dor insuportável nos pés e pernas. Devido à exaustão, o crucificado não consegue mais levantar o corpo, fica inconsciente devido à falta de ar e morre.

Menciono esses fatos porque na época em que estive em Guararema pela primeira vez conversei com muitos fiéis e moradores da cidade. Eles me asseguravam que o cen-turião romano Longuinho (Longinus), capitão da guarda

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São longuinho, imagem popular do santo que ajuda a

encontrar objetos perdidos

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esta é a única imagem consagrada de São longuinho existente no brasil. está na igreja de Guararema

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do templo, tinha sido o soldado que havia cravado a lança no peito de Jesus para aliviá-lo da dor que sentia na cruz, num gesto de compaixão.

O padre Valdenílson Pedro de Barros, administrador pa-roquial de Guararema, refuta essa versão, lembrando que o ato de cravar a lança no peito do crucificado era uma práxis comum nas crucificações. “Não se tratava de um gesto de piedade, mas sim um modo de verificar se o acu-sado estava morto, fazendo a lei romana se cumprir”.Quanto ao soldado romano ter perdido as pernas em uma batalha e de ter sido cego ou apresentar graves problemas de visão (outras histórias contadas na época), o pároco observa que isso nunca ocorreu, conforme comprovam alguns textos apócrifos e os estudos realizados pela Igreja Católica.

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De acordo com esses documentos, os romanos eram extre-mamente rigorosos na seleção de seus soldados, exigindo que fossem perfeitos e que não tivessem nenhum tipo de enfermidade. “Portanto, se Longuinho tivesse perdido as pernas em uma batalha ou se fosse cego, seria afastado do exército e jamais participaria de uma crucificação”, diz o padre.

“Sem contar que se Longuinho fosse cego ou que se tivesse mesmo graves problemas de visão, não poderia enxergar a parte do corpo de Jesus ou de qualquer outro crucificado em que a lança teria de ser fincada”, acrescenta o religioso.igreja de nossa Senhora da escada,

em Guararema, onde está a imagem de São longuinho

Guararema, situada às margens sinosas do rio Paraíba do Sul

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Essas e outras curiosidades que envolvem a história de São Longuinho podem ser conhecidas em um pequeno folder distribuído na Igreja de Nossa Senhora da Escada, no bairro da Freguesia da Escada, a 3,5 quilômetros do centro de Guararema.

Segundo o texto, o soldado se converteu e, ao abando-nar para sempre o exército e sua moradia, tornou-se um monge pregador da palavra de Jesus na Cesárea e na Ca-padócia, atual Turquia. Por sua fé cristã, foi preso e tor-turado, tendo seus dentes arrancados, sua língua cortada e suas pernas amputadas. Como não renunciou à sua crença, foi decapitado e morreu como mártir.

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Senhora da Escada e D’Ajuda

Histórias à parte, a imagem de São Longuinho foi encon-trada entre os séculos 17 e 19 (ninguém sabe a data ao certo), em uma capela do então Arraial da Escada, hoje Guararema. Considerada como a construção histórica mais antiga do Vale do Paraíba, foi edificada pelos fran-ciscanos em louvor a Nossa Senhora da Escada.

Para converter os índios que habitavam a região e que acreditavam que se fossem enterrados ao lado de um ces-to e de uma escada reencontrariam seus ancestrais e que teriam fartura na vida pós-morte, os missionários adap

Devotos de São longuinho levam sua imagem em procissão pelas ruas de Guararema

o rio Paraíba do Sul, em Guararema

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igreja Matriz de Guararema

ídas em taipa de pilão, a Igreja de Nossa Senhora da Escada foi tombada pelo Patrimônio His-tórico Nacional em 1941. Única Igreja do Brasil que possui a ima-gem de São Longuinho, é uma pitoresca e imperdível atração de Guararema.

Outro ponto alto da cidade é a Igreja Nossa Senhora D’Ajuda. Erguida em uma colina em 1682, foi núcleo religioso das fazen-das próximas, servindo também de cemitério, com o enterro dos brancos em seu interior e dos escravos no terreno existente ao seu redor. Para conhecer essa igreja é pre-ciso escalar 81 degraus. Seu altar abriga uma imagem de Nossa Senhora D’Ajuda, em terracota, provavelmente de origem por-tuguesa. A igreja também é uma

das construções coloniais mais antigas no Estado de São Paulo e foi tombada como monumento de interesse his-tórico em 1984.

As igrejas, porém, não são as únicas atrações de Guara-rema. Aninhada aos pés da Serra da Bocaina e a cerca de uma hora da capital paulista, a pequenina cidade tem muitos outros encantos: é “tingida” pelos variados tons das espécies intactas e nativas da Mata Atlântica e “abra

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taram a imagem de Nossa Senhora da Conceição para Nossa Senhora da Escada.

Durante a catequização, os padres também ensinavam aos índios que a santa milagrosamente havia feito surgir uma escada, tornando possível o acesso entre a barragem do Rio Paraíba do Sul, que banha a cidade, e o lugar onde se ergueu a atual Igreja Nossa Senhora da Escada.Com arquitetura tipicamente barroca e paredes constru-

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çada” pelas verdes águas do Rio Pa-raíba do Sul.

Plantas, flores multicoloridas e ár-vores centenárias acompanham os 1.058 m de extensão das margens do rio em Guararema. Em seu trajeto o rio cria várias ilhas nos arredores da cidade. A Ilha Grande é a principal delas. Com moderna infraestrutura, possui uma pista de 400 m, onde é possível fazer caminhadas e Cooper.

Outros cartões-postais de Guararema são o Parque da Pedra Montada e o Recanto do Américo, mais conhecido como Pau D’Alho. O primeiro foi as-sim batizado por possuir uma curiosa sobreposição de pedras, cada uma medindo aproximadamente 9 m de comprimento por 2,5 m de altura. Já o segundo abriga a bicentenária ár-vore Pau D’Alho, com mais de 30 m de altura e 12 m de diâmetro. Perto dali está a Igreja Matriz. Ela divide o espaço com uma feira de artesanato que acontece aos sábados, domingos e fe-riados. Também é desta praça que um divertido trenzinho leva as crianças de todas as idades para percorrer as principais ruas do município paulista de menos de 30 mil habitantes.

O passeio acontece somente nos finais de semana e feriados. Com duração média de 30 minutos, o trem passa pelo ponti-lhão da Central do Brasil, desativado na década de 1970, e por

estátua monumental de São longuinho, na basílica de São Pedro, Vaticano

uma antiga ponte de ferro construída pelos ingleses e de lindíssima arquitetura.

Sedutora e cheia de encantos, assim é Guararema. Em seus recantos escondem-se muitos tesouros, os quais va-lem a pena desvendar.

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onde há grande concentração das obras do Patrono da Arte no Brasil.

A grade de programação terá 24 eventos simultâneos, entre eles a exibição de um documentário produzido especialmente para a data, missa solene, concertos, oficinas e exposições, além de um ciclo de palestras com estu-diosos, pesquisadores e artistas. A abertura oficial será no dia 17 de novembro, a partir das 19 horas, no Centro Cultural e Turístico da FIEMG, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Na ocasião, serão lançados os livros “Aleijadinho – 200 Anos”, com pinturas de Carlos Bracher, e “Aleijadinho Revelado – Estudo Histórico sobre Antônio Fran-cisco Lisboa”, do promotor de

Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda.

Detalhes sobre a programação: facebook.com/SemanaA-leijadinho.

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os Doze Profetas, esculturas do aleijadinho, em Congonhas do Campo. Foto Frederico torres, Claquete Comunicações

Bicentenário de morte de Aleijadinho O mestre do barroco mineiro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, vai receber uma homenagem especial em virtude do bicentenário de sua morte (18 de novembro) na 37ª edição da Semana do Aleijadinho. Entre os dias 1º e 30 de novembro, o evento, promovido tradicionalmen-te em Ouro Preto (MG) pelo Museu do Aleijadinho, vai passar também por Belo Horizonte, Congonhas, Sabará, Tiradentes, São João Del Rei e Mariana, cidades mineiras

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GOL dá início às operações em Carajás e AltamiraA GOL começou a operar voos em Carajás e Altamira, no interior do Pará. Com essas duas localidades, a companhia aérea passa a dispo-nibilizar cinco destinos no Estado, que incluem Belém, Santarém e Marabá. Ao todo são 400 opera-ções semanais da GOL, com 66 mil assentos disponíveis no Pará.

Os voos em Carajás com destino para Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA) estão disponíveis as segundas, quartas, sextas-feiras e domingos. As ter-ças, quintas e sábados, os voos partem de Altamira com destino a Brasília (DF), Rio de Janeiro e Belém. Informações: GOL, www.voegol.com.br.

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altamira, no Pará

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Sol, mar e muita areia em São Miguel do Gostoso, rio Grande do norte

São Miguel do Gostoso promove 2ª Mostra de CinemaDe 13 a 18 de novembro, a cidade de São Miguel do Gos-toso (RN) será palco da segunda edição da Mostra de Cinema. O evento, que é gratuito, acontece ao ar livre na Praia do Maceió, onde uma tela de 12 m de comprimento exibirá os mais recentes lançamentos cinematográficos brasileiros.

A programação da mostra também inclui sessões em am-bientes fechados, seguidas de debates com personalidades, diretores e atores dos filmes. Na oportunidade, o melhor longa e curta-metragem selecionados pelo público receberão o Tro-féu Luis da Câmara Cascudo. Para obter mais detalhes sobre a programação e sobre os filmes selecionados, acesse http://mostradecinemadegostoso.com.br/2014.

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Pintadas nas calçadas do Plano Piloto, as pegadas brancas, por exemplo, conduzem o visitante à Praça dos Três Poderes, à Es-planada dos Ministérios e aos palácios presidenciais, enquan-to as pegadas azuis o direcio-nam ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

Já as amarelas têm como alto as obras de arte do ar-tista brasileiro Athos Bulcão (1918/2008) e a torre de tevê de 224 m de altura. Esta última foi projetada pelo arquiteto e urbanista francês Lúcio Costa (1902/1998) em referência à Torre Eiffel de Paris, na França.Todos esses circuitos fazem parte da campanha Passaporte Verde (www.passaporteverde.

org.br), que tem por objetivo sensibilizar o turista para ações de sustentabilidade. Para conhecer os roteiros, bas-ta baixar o aplicativo gratuito do programa para os siste-mas iOS e Android.

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troca da bandeira na Praça dos três Poderes, em brasília

Conhecer Brasília, a pé ou de bike Você conhece Brasília, no Distrito Federal? Planejada, moderna e “dona” de diversas construções projetadas pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer (1907/2012), a capital do país tem uma facilidade a mais para quem a visita: pegadas coloridas no chão que incentivam o turis-ta a conhecer as diferentes atrações da cidade a pé ou de bicicleta.

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Eterno Pão de AçúcarConsiderado como um dos principais ícones do Rio de Janeiro, o Bondinho Pão de Açúcar está festejando o seu 102º aniversário. Inaugu-rado em outubro de 1912, o simpático transporte turísti-co carioca foi o primeiro te-leférico construído no Brasil e o terceiro no mundo pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar.

Cenário para importantes locações cinematográficas, como o filme “007 Contra o Foguete da Morte” e o recém-lançado “Rio Eu Te amo”, o bondinho também já recebeu a visita de per-sonalidades nacionais e in-ternacionais. Só para citar algumas, Albert Einstein, John Kennedy, Sting, Brooke Shields e Roberto Carlos.

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bondinho do Pão de açúcar e panorama que se descortina do alto do morro

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Natal às margens do Reno e do DanúbioO fim do ano está aí e se você já planeja fugir das come-morações tradicionais, o que acha de embarcar em um cruzeiro para conhecer os típicos mercados de Natal da Europa Central, em praças repletas de barracas decora-das com temas natalinos. Nelas, você poderá saborear desde biscoitos de gengibre de variadas formas e cores, doces e bolos até comprar brinquedos artesanais, cerâmi-cas e trabalhos em metal. Se você gostou da ideia, saiba que a AmaWaterways oferece dois cruzeiros que incluem visitas a conceituados mercados natalinos europeus. Con-fira:

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1 – O cruzeiro começa em Nu-rembergue, cidade alemã que abriga um dos mais famosos mercados de Natal da Europa. Depois, segue pelo Rio Danúbio para a Áustria, com paradas em Regensburg, Viena, Passau, Sal-zburg , Linz, Melk e Viena. Por último, ruma a Budapeste, com visita a vários mercados natali-nos. Os navios que fazem essas viagens de sete dias são o Ama-Prima, AmaBella e AmaSonata. As saídas acontecem de 22 de novembro a 24 de dezembro. O preço por pessoa é a partir de US$ 2025.

2 – Com duração de uma sema-na, este cruzeiro vai da Suíça até a Holanda, e também aporta em diversos mercados natalinos. O navio parte de Basileia pelo Rio Reno e atravessa a Floresta Negra, parando em Estrasburgo, Spyer, Rüdensheim, Koblenz, Colônia e Amsterdã. Esse roteiro é feito pelos navios AmaCerto e AmaReina. Saídas de 24 de novembro a 28 de dezembro. Custa a partir de US$ 2025 por pessoa.Informações: Firstar, tels. (11) 3253-7203 e (21) 3553-7646.

o mercado de natal, em nurembergue, alemanha

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Viagem enogastronômica para a França Simplificar a aprendizagem sobre a cultura do vinho e ensinar os alunos em aulas práticas nas mais concei-tuadas vinícolas da França. Essa é a proposta dessa via-gem organizada pela Eno Cultura. Com duração de 13 dias, o roteiro tem como destino as regiões francesas de Champanhe, Chablis, Be-aune e Beaujolais. Ao todo são oito visitas a diferentes produtores locais, incluindo as caves de Joseph Perrier (Champanhe) e a viníco-la Domaine Billaud Simon (Chablis).

Também estão programa-das duas Masters Classes: uma sobre o corte de uvas em vinhos com o Master of Wine, Martin Gamman, e a outra sobre os diferentes terroirs da Borgonha com Grégory Pa-triat, o excelente enólogo da vinícola Domaine JC Boisset, além de uma aula de culinária típica de Lyon, com jantar harmonizado com os pratos preparados. Informações: Eno Cultura, tel.: (11) 4306-7643.

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notre Dame de Vaux, em Chalons, na Champagne, França

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Estônia e Lituânia ganham voos diretosA Turkish Airlines tem novidades para quem planeja viajar para a Estônia e para a Lituânia. Desde o final de outubro, a companhia aérea está disponibilizando voos diretos para Tallinn e Vilnius, respectivamente as capitais desses países europeus. Os novos voos para Tallinn agora têm frequências semanais, com saídas as segundas, quar-tas, sextas-feiras e aos domingos. As tarifas de São Paulo para Tallinn custam a partir de US$ 1.149 (classe eco-nômica), US$ 1.439 (classe comfort) e US$ 4.444 (classe

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executiva). Informações: www.turkishairlines.com.

Panorama aéreo de tallin, capital da estônia

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Aplicativo My Train Companion ganha versão em português Principal distribuidora de passagens de trens europeus no Brasil e no mundo, a Rail Europe lançou uma nova versão de seu aplicativo (My Train Companion), dis-ponibilizando agora a ferramenta também em português.

Além de encontrar trens para os 15 mil des-tinos oferecidos pela Rail Europe, o usuá-rio pode consultar informações sobre sua reserva, checar endereços e a localização das estações de trem e ainda contar com o serviço de atendimento ao cliente. O down-load gratuito pode ser feito para smartpho-nes e tablets dos sistemas Android e Apple. Informações: www.raileurope.com.br.

(*) Correspondência para a seção “Viagem Oásis” deverá ser enviada a Fabíola Musarra: [email protected]

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Home do aplicativo My train Companion

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MATÉRIA ESCURANa pista do maior mistério cósmico a maior parte do espaço cósmico é

preenchida pela misteriosa matéria escura

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misteriosa matéria escura, im-perceptível aos nossos olhos, mas que representa cerca de 85% da matéria encontrada no univer-so, pode ter sido enfim detecta-da pelo homem. Com a ajuda de uma sonda orbital que monitora

raios X, cientistas britânicos observaram va-riações explicáveis unicamente por uma hi-potética partícula dessa matéria, o áxion. Se confirmada, a descoberta deverá provocar um grande salto em nossos conhecimentos sobre o universo.

Aprevista em teoria desde 1933, mas nunca constatada na prática, a matéria escura pode ter sido flagrada pela primeira vez por um observatório orbital europeu. a confirmação da descoberta promete revolucionar a ciência

Por: eDUarDo araia

A existência da matéria escura foi proposta pela primeira vez em 1933, pelo astrônomo suíço Fritz Zwicky. Ele notou que a forma como as galáxias giravam indicava que elas teriam mais matéria do que a que estava visível. As observações feitas ao longo das últimas décadas sempre confirmaram a ideia de Zwicky. Essa matéria não emite nem reflete luz, e a sua distribuição pelo espaço seria a responsável por dar ao cos-mos a estrutura que conhecemos.

Um estudo divulgado em 2013 com base em medições da missão Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em in-glês), revelou que, de toda a massa-energia encontrada no universo, apenas 4,9% cor-responde à matéria visível. A matéria escu-ra responde por 26,8%, e a energia escura, por 68,3%.

Apesar de vários experimentos concebidos para detectá-la, a matéria escura permane-cia inacessível aos cientistas. A pista atu-al tem origem nas informações coletadas pelo observatório orbital XMM-Newton, lançado em 1999 pela ESA. Cientistas da Universidade de Leicester (Inglaterra) exa-minaram todos esses dados e notaram que a intensidade dos raios X registrados pela sonda aumentava cerca de 10% toda vez que ela observava a parte do campo mag-nético da Terra voltada para o Sol.

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Variação incomum

Segundo o astrônomo Andy Read, um dos integrantes da equipe, esse fenômeno não é explicado por nenhum modelo convencional do universo. Se galáxias, estrelas e demais fontes brilhantes de raios X são excluídas, a intensidade dos raios X no espaço deveria ser a mesma a qualquer momento, ele explica. Como os dados do XMM-Newton mostraram algo diferente, outras teorias passaram a ser avaliadas, e uma delas parece se encai-xar no caso: a que diz que áxions seriam emitidos pelo núcleo do Sol e, ao se chocarem com o campo magnéti-co da Terra, produziriam raios X.

O autor principal do estudo, George Fraser, morreu

um dia após submeter o trabalho à avaliação da revis-ta Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, em março. No texto, publicado em outubro, ele escre-veu: “Parece plausível que áxions – candidatos a par-tícula de matéria escura – são realmente produzidos no núcleo do Sol e de fato convertem-se em raios X no campo magnético da Terra”.

“Essas descobertas empolgantes, no estudo final de George, podem ser verdadeiramente revolucionárias, abrindo potencialmente uma janela para a nova física, e podem ter enormes implicações, não apenas para a nossa compreensão do verdadeiro céu de raios X, mas também para identificar a matéria escura que domina o teor de massa do cosmos”, diz Read, que, com a mor

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no cosmos, o vazio não existe. os antigos diziam

que tudo é preenchido pelo éter. Hoje, o nome

dele é matéria escura

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direta e identificação das elusivas partículas de maté-ria escura e terá um impacto fundamental em nossas teorias do universo.”Mas os cientistas já avisam que confirmar o feito vai demorar um certo tempo. “Em alguns anos, podere-mos dobrar o banco de dados do XMM-Newton e exa-minar isso com maior precisão”, afirma Read.

te do colega, passou a ser o principal autor do traba-lho.

Caso estejam certos, os cientistas britânicos descobri-ram partículas muito luminosas, cuja massa equivale a aproximadamente um centésimo de bilionésimo de elétron.

“Esse é um resultado extraordinário”, afirma o astro-físico Martin Barstow, presidente da Sociedade Astro-nômica Real e que também leciona na Universidade de Leicester. “Se confirmado, será a primeira detecção

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andrômeda, na foto, é uma galáxia duas vezes maior que a Via láctea. Como em todas as galáxias, a maior parte do seu espaço é preenchido pela matéria escura

Do que é feito o universo. Sobretudo de matéria escura