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64 boletim março de 2012 Conheça as histórias vencedoras e inspire-se com as dicas dos cinco ganhadores do XII Prêmio Arte na Escola Cidadã Edição Especial XII Prêmio

Edição XEspeciIal I Prêmio - artenaescola.com · 64 boletim março de 2012 Conheça as histórias vencedoras e inspire-se com as dicas dos cinco ganhadores do XII Prêmio Arte

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Conheça ashistórias vencedorase inspire-se com as dicas dos cinco ganhadoresdo XII Prêmio Arte na Escola Cidadã

Edição Especial

XII Prêmio

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Qual o impacto da experiência da imersão cultu-ral e educativa no Inhotim – Instituto de ArteContemporânea e Jardim Botânico, local da pre-miação, no seu trabalho em sala de aula?

> Posso comparar-me com aquele menino, que diante da imensidãodo mar, pediu ajuda ao seu pai, para enxergar o mar. Inhotim comsua natureza emocionou-me, com sua arte trouxe-me a convicção deque minha busca, em auxiliar as crianças a enxergarem a imensidãoque é a arte, não foi em vão.Elisete Mallmann / Lajeado - RS

> A experiência permitiu-me ampliar o olhar para novas e diversifi-cadas possibilidades de refletir a arte e inseri-la na escola, tanto emseu processo de apreciação como em novas propostas de produzirarte na escola, reflexo das inúmeras relações com obras, ideias eautores.Thiago Zanotti Pancieri / Serra - ES

> Foi uma experiência incrível. Ver e interagir com a arte contempo-rânea foi espetacular. Todo mundo precisa conhecer. Estamos pro-gramando uma visita com os alunos para trabalhar a arte contem-porânea de Inhotim na sala de aula.Peterson de Castro Cardoso / Vila Velha - ES

> Inhotim é um alimento constante. Lembrar das experiências de conta-

to com a arte contemporânea só faz crescer sempre a necessidade de

repensar minha prática e buscar adequá-la à riqueza e ao dinamismo que

a nossa sociedade requer de nós hoje.

Daniel Puig / Rio de Janeiro - RJ

> Conhecer Inhotim foi muito importante. O lugar mostra o quantoo professor deve estar sempre se atualizando. Voltamos de lá trans-formados! Com muitas ideias para trabalhar, fazer coisas diferentese contagiar os alunos!Ana Cristina Bervian Lockmann / Estância Velha - RS

Para saber mais sobre Inhotim: www.inhotim.org.br

NÃO > Quando a produção contemporânea é abordada deforma redutora e não adequada à faixa etária de modo quepossa captar a complexidade de certas obras. É claro quevisitar exposições de arte contemporânea é parte importan-te como estímulo para que o aluno desenvolva esse hábi-to. No entanto, ao mostrar e propor transposições didáticasde obras específicas da produção artística contemporânea,o professor deve ter cuidado para não cair em um esteticis-mo forçado, com o qual o próprio trabalho escolhido paraestudo não dialoga. Em geral, a apreensão proposta daobra contemporânea acaba resultando em uma leitura for-malista e suas tentativas de transposição empobrecedoras,ao propor simplesmente analogias formais e ligeiras.Como exemplo, cito uma proposta na qual Leonilson éapresentado sem suas ironias e acidez, mas como umaespécie de personagem que realiza bordados por influênciada profissão materna. Crianças são instadas a fazer suaspróprias produções, sem atentar para o caráter que o artis-ta impõe ao seu trabalho. Muitas vezes a proposta é atransposição para uma linguagem que aparenta ser um bor-dado, dada a dificuldade dessa ação para crianças da faixaetária presente na Educação Infantil.Transpor o universo de Leonilson como “bordados” eomitir seus comentários críticos sobre o amor e osexo nos anos 1980 é esvaziar todo o potencial críti-co presentes em sua obra e parte constituinte de suafunção social como artista. Mas como relatar issopara crianças de quatro anos?Obvio é que ao se deparar com o trabalho de Leonilsonem uma exposição, a criança pode e deve propor sua pró-pria leitura. No entanto, o professor trazer intencional-mente o trabalho do artista para a sala de aula e sinali-zar para uma leitura que atente apenas aos aspectos for-mais e não contextuais do trabalho em virtude da faixaetária é dar uma resposta para uma pergunta que aindanão foi feita.Em geral, essa redução é resultado de uma lacuna na forma-ção do professor, que encaminha todas as leituras apenaspara o campo estético (forma, cor, linha, etc.) desconhecen-do o campo complexo que articula a produção artística emnossos dias. Uma possível resolução é um currículo maisintenso no que tange à produção e pensamento contempo-râneo em arte para a formação do professor.

Mirtes Marins de Oliveira, é Mestre e Doutora em Filosofia e

História da Educação (PUC-SP), graduada em Artes Plásticas (ECA-USP).

Trabalhou no Museu de Arte Contemporânea da USP e na Oficina das Artes

da Associação Brasileira “A Hebraica” de São Paulo. Coordena o Mestrado

em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina (SP) e é Supervisora

Pedagógica da Escola São Paulo.

Dos 614 inscritos, 122 professoreschegaram à grande final do XII PrêmioArte na Escola Cidadã em 2011, depoisde três níveis de avaliação: local, regio-nal e nacional. Este boletim vai contaras cinco histórias vencedoras.Esperamos que elas sirvam de inspira-ção para você em sua prática em salade aula. O XII Prêmio foi também umahomenagem, ad memoriam, ao educadorAntonio Carlos Gomes da Costa, que porsua luta em prol do protagonismo juve-nil na escola brasileira, deu nome àcategoria Ensino Médio. A entrega dotroféu ao vencedor nesta categoria foifeita pela sra. Maria José Gomes daCosta, viúva do educador. A premiaçãofoi realizada no Inhotim – Instituto deArte Contemporânea e Jardim Botânico,Minas Gerais, importante museu ao arlivre de arte contemporânea, que nosdeu a honra de sediar a cerimônia.

Evelyn Berg IoschpePresidente do Instituto Arte na [email protected]

editorial

2expedei nteO Boletim Arte na Escola éuma publicação da redeArte na Escola, produzidocom o patrocínio daFundação Iochpe.Conselho EditorialEvelyn Berg Ioschpe,Helânia Cunha de SousaCardoso, Erinaldo Alves doNascimento, Silvia SellDuarte PillottoEditoraSilvana ClaudioColaboradoraJuliana MantovaniJornalista responsávelFábio Galvão MTB 20.168/SPRedaçãoFábio Galvão, Cecília Galvãoe Raquel Zardetto (CGCEducação)Projeto Gráfico Zozi

ISSN 1809-9254Artigos, comentários eopiniões para esteinformativo devem serenviadas para:Instituto Arte na Escola;Alameda Tietê, 618 – casa 3CEP 01417-020, São Paulo,SP Fone (11) [email protected]

É adequado o ensino da arte contemporânea na Educação Infantil?Saiba o que dizem duas especialistas no assunto.

FlaPa rofessor C leie rode Ideias

ILUSTRAÇÃOImagens dos trabalhos premiados

ilustram este boletim.

SIM > A arte contemporânea pode ser trabalhada emtodas as séries do ensino regular, pois é parte importan-te e atual do campo de conhecimento das Artes Visuais.No que se refere à Educação Infantil, pode-se afirmarque a profundidade de compreensão que o professortem sobre o tema seja um dos pontos fundamentaispara que o assunto possa ser desenvolvido sem maio-res equívocos.O professor precisa estar familiarizado com alguns des-dobramentos da arte no decorrer da história, desde omodernismo até pelo menos o início dos anos 1990. Umbom começo é compreender os conceitos de readymade,coeficiente de arte e também as críticas feitas por MarcelDuchamp a uma arte que ele chamou de retiniana. Opensamento e as operações desse artista ainda ecoamno fazer artístico contemporâneo.A arte contemporânea é um campo complexo e interdis-ciplinar de operações, materialidades e proposiçõespoéticas que vez por outra colocam em xeque a noçãoromântica de artista e a concepção burguesa de arteligada à beleza, ao mercado, ao circuito de arte e aocolecionismo. Em dado momento da história, o ato artís-tico como ato político ficou mais evidente, desencadean-do uma valorização dos processos artísticos e conferin-do efemeridade ao que se passou a chamar de obra.Temos então os adventos do happening, da perfomance,da arte conceitual, da arte-processo, das ocupaçõesurbanas, etc.As categorias tradicionais da arte (pintura, escultura,desenho, gravura) não dão mais conta de definir muitasdas propostas artísticas contemporâneas. O espaço daobra passou a ser tensionado, ampliado, experimentado.O professor precisa compreender que muitos artistaspassaram a não apenas transitar entre categorias, mas aampliá-las, buscando em outros campos do conhecimen-to e no próprio cotidiano os elementos necessários àrealização do seu projeto poético.Ou seja, compreender o projeto poético do artista como qual o professor escolheu trabalhar é a chave parauma abordagem coerente da arte contemporânea não sóna Educação Infantil, mas em qualquer outra etapa doensino de arte - na escola ou fora dela.

Manoela dos Anjos Afonso - Professora da Faculdade de ArtesVisuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UG). Mestre em Cultura

Visual com trabalho artístico desenvolvido na linha de pesquisa

Poéticas Visuais e Processos de Criação. Coordenadora do projeto de

pesquisa “A prática relacional nas artes visuais: comunicação, intera-

ção, convívio e proximidade como elementos constitutivos de proces-

sos artísticos contemporâneos”.

Links:

Catálogos dasBienais deSão Paulopara down-load

EnciclopédiaItaú Cultural

RevistaConcinnitas

Revista Ars

Links:

ProjetoLeonilson

Clipe do DVD“Leonilson:tantas verda-des” e mate-rial educativo

Créditoda

obra

P R E M I A D O

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cincolições sobre a emancipação intelectual. Trad. Líliando Valle. 3.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.Polêmico, controverso, inquietante, este livro é um desafio. Noinconsciente coletivo paira a certeza de que bom mestre é aque-le que explica tudo. Será? Para Rancière não é bem assim.Imperdível para todos que se interessam por educação.

Dicad itL ue re a

Maravilhas do Espírito Santo – Educação Patrimonial

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O PROJETO"Introduzindo a arte na educação infantil, através damanipulação e experimentação" desenvolveu diferen-tes situações de aprendizagens, baseadas na curiosi-dade e interesse das crianças. O universo das artes foiapresentado através do manuseio de materiais comoargila, sementes, corantes e materiais descartados.Linguagem: Artes Visuais.

OBJETIVOLevar as crianças a expressarem, por meio da arte,suas sensações e sentimentos. Para isso, estimulandoo contato com o universo que as cerca, promovendo amanipulação e a experimentação.

CONTEÚDOS DA ARTEO processo criativo de Fayga Ostrower serviu de refe-rência para fundamentar e valorizar as situações nasala de aula. Para trabalhar a formação das cores, arterupestre, a pintura e o conceito de instalações foramutilizados materiais materiais inusitados (areia, terra,folhas) e técnicas diversificadas (estêncil, pintura invi-sível, pintura com respingos). Os estudos baseados naabordagem da educação infantil de Reggio Emilia(Itália) foram outra fonte de pesquisa e possibilitaramdesenvolver um planejamento "para" e "com" ascrianças.

COMO FAZER> Estudar a arte rupestre e mostrar os recursos que oshomens das cavernas utilizavam em seus registros.Investigar e explorar os diferentes materiais naturais, comoargila, carvão, pigmentações de sementes, folhas, etc.> Usar as técnicas da monotipia e da pintura invisível,tendo como tema a evolução da humanidade. Visitar omuseu da cidade de Lajeado /RS.

Introduzindo a arte na educação infantil,através da manipulação e experimentação

“A arte é muito importante nestafase de desenvolvimento das crianças

porque elas têm um mundo adescobrir. Nós, como professores,temos que possibilitar que elas

tenham acesso a essas linguagens.”

Elisete Mallmann,Centro Educacional Caminhos, Lajeado/RS

Educação Infantil

O PROJETO“Brincando de Animação” articulou a cultura popularda região de Serra (ES) ao ensino de artes visuais e aouso das tecnologias disponíveis no ocioso laboratóriode informática. Os alunos produziram vídeos animadosa partir de suas produções artísticas. Linguagem: ArtesVisuais.

OBJETIVOTornar o aluno protagonista do seu projeto de arte.Mostrar que ele pode criar seus próprios vídeos anima-dos, com personagens e histórias da sua comunidade.

CONTEÚDOS DA ARTEA mediação entre o aluno e a produção de um vídeopermite o conhecimento das especificidades queenvolvem esta linguagem audiovisual, como escrevero roteiro, criar as personagens, planos e enquadra-mento, posições da câmera, sonoridade, cenário,montagem, edição e finalização. Os alunos criaramproduções próprias, desvinculadas da TV e do cinemade animação, utilizando conteúdos como fotografia,técnicas de desenho animado, como story board eflip book, e técnicas de produção de vídeo, como ostop motion.

COMO FAZER> Apropriar-se dos equipamentos de audiovisual daescola e integrá-lo ao cotidiano dos alunos;> Desenvolver uma sequência didática demonstrando oprocesso de criação de um vídeo de animação;> Exibir vídeos da animação e promover criação deflipbooks (imagens sequenciais em um livreto paraser folheado, dando impressão de movimento) estoryboards (ilustrações em sequência com o objeti-vo de visualizar um filme);

> Modelar bonecos de massinha para criação de umaanimação em stop motion, demonstrando como é oprocesso de criação de um desenho animado;> Registrar em fotos as cenas, cada uma representan-do um movimento da personagem;> Editar a sequência de fotos com o programa MovieMaker, produzindo o efeito de movimento e criando ovídeo de animação.

O QUE APRENDERAMOs alunos se colocaram de forma muito autônoma emrelação à produção do vídeo. Iniciaram o projeto acre-ditando que um vídeo de animação envolve um pro-cesso “mágico” e distante da vida real deles. Eles per-ceberam que com materiais simples e entendendo atécnica, podem criar suas animações e contar suashistórias. Com esta aprendizagem, os alunos se posi-cionaram de maneira mais crítica em relação aos fil-mes e desenhos que estão habituados a assistir natelevisão. O professor aprendeu como é importantecolocar o aluno no papel de produtor de cultura.

A VOZ DA ESPECIALISTA“O professor resgata a cultura popular da comunida-de e articula com o ensino de uma maneira tecnoló-gica, se apropriando do computador e seus recur-sos. Ele tem repertório para articular essas pontastão distantes de forma muito coerente. Este é ogrande diferencial do projeto.

Mirtes Marins de Oliveira - Doutora emEducação: História, Política, Sociedade, professora daFaculdade Santa Marcelina

Brincando de Animação

Ensino Fundamental I

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> Apresentar a obra de Alfredo Volpi e sua técnica de mis-turar cores e descobrir novas tonalidades e texturas.> Introduzir a técnica do estêncil.> Ofertar materiais não estruturados, feitos a partir desucata, como retalhos de tecido, cubos de madeira,tampas de garrafa, fios, etc.> Criar instalações e expor nos espaços da escola.> Criar um projeto de conscientização em relação aodescarte> Mobilizar as crianças e a comunidade.

O QUE APRENDERAMAs crianças adquiriram conhecimentos sobre a forma-ção das cores, a manipulação de diferentes texturas,a criação de instalações artísticas através de objetosdescartados e a apreciação de suas criações e doscolegas. Aprenderam a identificar suas obras com asobras de artistas como Vik Muniz e Alfredo Volpi.Obtiveram conhecimentos dos registros rupestres quepossibilitaram novas formas de registros. Tambémconheceram técnicas diversificadas de estêncil, mono-tipia e pintura invisível. Desenvolveram ainda o pla-nejamento em parceria com as crianças e educadores.Para a professora, a parceria com os colegas foi fun-damental para vivenciar situações integradas aosestudos e aos interesses das crianças e do projetoeducativo.

A VOZ DA ESPECIALISTA"A função pedagógica da arte, de acordo com osparâmetros curriculares e das orientações curricularespara a Educação Infantil, traz muito presente estaquestão de sensibilizar a criança e explorar principal-mente o aspecto criativo, da imaginação. E este pro-jeto faz isso de uma maneira muito inteligente".

Silvia Maria Geraldi - Doutora em Artes, professo-

ra do curso de Graduação em Dança da UniversidadeAnhembi Morumbi

ReferênciasDidática do ensino dearte: a língua domundo: poetizar, fruir econhecer arte, de MirianCeleste Martins et al(São Paulo: FTD, 1998).

A imagem no ensino daarte: anos oitenta enovos tempos, de AnaMae Barbosa (SãoPaulo: Perspectiva,1996).

A produção de vídeoem escolas: um estudosobre o perfil dos pro-fessores que trabalhamcom a criação de vídeosem escolas do municí-pio do Rio de Janeiro,tese de mestrado deJosias Pereira da Silva(Unirio, Rio de Janeiro,2007).

Video e educação, JoanFerres (Porto Alegre:Artes Médicas, 1996).

O vídeo na sala deaula, artigo de JoséManuel Moran (revistaComunicação &Educação, jan/abr. 1995.

O Blog doprojeto

Dicad oep fr ssoo r“Desenvolver um vídeo de animaçãocom seus alunos é mais fácil do que

você pode imaginar. As crianças já estãoimersas neste universo, sabem bemmanusear uma câmera fotográfica.

Muitas têm uma no celular! Os vídeospodem ser divulgados na internet e oprofessor pode criar um Festival de

Animação na Escola. Tudo criado pelosnossos próprios alunos.”

Thiago Zanotti Pancieri,Escola Municipal de Ensino Fundamental Feu Rosa, Serra (ES)

Dicad oep fr ssoo r

>Assista aos

documentários

ReferênciaLivro O sentido dossentidos: a educação(do) sensível, de JoãoFrancisco Duarte Júnior

(Curitiba: Criar, 2006).

eletriCAp

Ensino MédioEnsino Fundamental II

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O PROJETOA oficina de música eletriCAp é um projeto de educaçãomusical com uso de meios eletrônicos. Levou os alunos adominar tecnologias para produzir seu repertório musical. Aênfase esteve na composição musical e em arranjos (remi-xes), bem como no domínio de conteúdos musicais ligadosa esse tipo de produção.

OBJETIVOMostrar a viabilidade dos meios eletrônicos para a educa-ção musical, como mais uma das possibilidades ao alcan-ce dos professores. Fazer os alunos produzirem seu própriorepertório musical em um ambiente de ensino-aprendiza-gem com o uso do software livre. Difundir seus resultados,bem como os métodos, estratégias e recursos utilizados.

CONTEÚDOS DA ARTEA principal fundamentação teórica veio da bibliografia acer-ca de métodos como Planejamento Participativo, AulasAbertas, Resolução de Problemas, Criação Coletiva, Trabalhopor Projetos e a utilização de Tecnologias de Informação eComunicação (TICs) na educação. Os conteúdos de arteabordaram a história da música eletroacústica e do uso demeios eletrônicos na música; conhecimentos básicos deacústica aplicada à música, espectromorfologia do som, gra-vação e edição de áudio; as formas musicais básicas e aber-tas; improvisação, repetição, clímax, trabalho em camadas,textura, figura e fundo; projetos de composição e "remix";equilíbrio entre redundância e informação; domínio desequenciadores e dos softwares Audacity e Pd (Puredata).

COMO FAZER> Dominar os conteúdos e construir uma experiênciaprópria com o uso de meios eletrônicos na música;> Instalar no laboratório de informática softwares livres e obtero equipamento necessário; e debater esse tipo de licença.> Abordar a história da música eletroacústica e da músi-ca popular com meios eletrônicos;

> Ativar os conhecimentos dos alunos sobre acústica.> Propor atividades de resolução de problemas paraque os alunos dominem os softwares;> Utilizar softwares de programação e editção de sonse escolher outros em conjunto com os alunos quetenham seqüenciadores e efeitos;> Colocar em prática o Planejamento Participativo;> Fazer um ziguezague entre a discussão teórica e aaplicação prática dos conteúdos;> Estimular a criatividade, o debate aberto, a produçãode conhecimento coletivo, a ajuda mútua, o planeja-mento das atividades e a autonomia dos alunos;> Decidir em conjunto com os alunos uma forma de apre-sentação da produção e envolve-los na organização;> Lembrar que a criatividade, o desenvolvimento daescuta e o fazer musical devem estar no centro.

O QUE APRENDERAMOs alunos aprenderam a utilizar o computador comoum instrumento para a produção de música. Sentiram-se agentes e criadores do seu conhecimento. O profes-sor relata que vivenciou aquilo que Robert MurraySchafer expôs em seu livro O ouvido pensante (SãoPaulo: Ed. da Unesp, 1992) como sendo a necessidadedos professores trabalharem para sua própria extinção.

A VOZ DA ESPECIALISTA"O professor busca a sonoridade dos meios digitais deuma forma muito bem estruturada, com a estéticamusical do século XXI. Ele trabalha as novas tecnolo-gias com um método pedagógico participativo, colabo-rativo e inovador. Os alunos se tornaram sujeitos doseu conhecimento e se reconheceram na obra musical.É um processo potente porque o aluno vai usar estaexperiência na sua vida cotidiana".

Magali Oliveira Kleber - Doutora em Música,presidente da Associação Brasileira de Educação Musical.

"Um professor deve questionarconstantemente seu próprio trabalho ebuscar novas soluções. O professor quequeira trabalhar criativamente em

música deve ter uma base firme e sólidade domínio da linguagem, acompanhadade uma experiência rica nos assuntosque queira abordar. É nas escolhasmetodológicas que reside uma boaparte do sucesso do aprendizado."

Daniel Puig,Colégio de Aplicação da UFRJ, Rio de Janeiro /RJ

O PROJETO"Maravilhas do Espírito Santo" explorou a educaçãopatrimonial com diversas técnicas da arte, documen-tando e valorizando os patrimônios culturais doEstado e sua memória e também os bens materiais eimateriais da cultura local com os mestres artesãos.Linguagem: Artes Visuais.

OBJETIVOResgatar valores históricos do Estado, possibili-tando aos alunos construírem a memória da cultu-ra capixaba e valorizarem a identidade local e aherança cultural.

CONTEÚDOS DA ARTEAlém das técnicas de escultura, fotografia, gravuras edesenhos, que serviram para registrar os patrimônios,os alunos pesquisaram a cultura popular da Barra doJucú. Conceito de patrimônio cultural e imaterial.

COMO FAZER> Realizar uma ampla pesquisa sobre os patrimôniosculturais nos órgãos públicos e na internet;> Abordar a teoria e os diferentes tipos de patrimô-nios: material (móvel e imóvel), imaterial e natural;Promover uma eleição das Sete Maravilhas doPatrimônio do Estado para que todos os alunos, paise funcionários possam votar;> Produzir réplicas dos monumentos eleitos, com aconstrução de esculturas de gesso, massa corrida eisopor;> Promover uma exposição na escola com as escultu-ras e informações sobre cada um dos monumentos;

"Elabore um projeto de educaçãopatrimonial. Ele pode se tornarum instrumento estratégico de

promoção e vivência da cidadania,e de responsabilidade individual ecoletiva em valorizar e preservar

a cultura e a arte."

Peterson Castro Cardoso,Escola Alger Ribeiro Bossois, Vila Velha/ES

> Criar um blog sobre o projeto;> Produzir Jogos Patrimoniais, como um jogo damemória e álbum de figurinhas com as fotos dospatrimônios;> Visitar e documentar os patrimônios, com desenhos,gravuras, fotos e vídeos. Observar e registrar detalhesda arquitetura dos prédios;> Mostrar o patrimônio imaterial, com visitas aos artis-tas populares e aos centros de cultura popular;> Produzir um vídeo-documentário com depoimentossobre a história destes artistas e do centro cultural;

O QUE APRENDERAMOs alunos interagiram com o patrimônio e percebe-ram que pertencem a uma cultura. Eles absorveram evalorizaram suas identidades culturais. Aprenderam acuidar não apenas do patrimônio do Estado, mas daescola, de seu ambiente, da sua casa. O professor sesurpreendeu por ter aprendido muito mais do quesabia sobre o Patrimônio Cultural do Espírito Santo.

A VOZ DA ESPECIALISTA"O projeto se sobressai por trazer a questão da edu-cação patrimonial, isto é, o conhecimento e a preser-vação do conjunto de monumentos históricos situa-dos na região de Vila Velha e Vitória, como um eixopara discussão da relação entre educação e a comu-nidade.”

Roseli Fischmann - Doutora em Filosofia e História

da Educação, professora do Programa de Pós-Graduação emEducação da USP

Dicad oep fr ssoo r

Maravilhas do Espírito SantoEducação Patrimonial

ReferênciasArte, educação e

cultura, de Ana MaeBarbosa e Lilian

Amaral (São Paulo:Ed. Senac, 1998).

Guia básico de edu-cação patrimonial,

de Maria deLourdes Parreiras

Horta et al (Brasília:IPHAN; Rio deJaneiro: MuseuImperial, 1999).

Sociedade e educa-ção patrimonial,artigo de Ana

Carmen Amorim JaraCasco (Patrimônio:Revista Eletrônicado IPHAN, jan/fev.

2006.

O blog Maravilhasdo Espírito Santo

Vídeo produzidopelos alunos

Dicad oep fr ssoo r

>Assista aos

documentários

O blog daeletriCAp

Ouça asmúsicasproduzidas

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Os endereços e dados para contato com os Polos e parceiros daRede Arte na Escola estão no site www.artenaescola.org.br

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Patrocínio

Educação de Jovens e Adultos

O PROJETODesenvolve a percepção musical, estética e social uti-lizando o hip hop e o grafite como ferramentas. Asproduções artísticas retratam a vivência escolar e ocotidiano dos alunos. Linguagem: Artes Visuais.

OBJETIVOInvestigar como uma proposta inter territorial nasaulas de artes pode qualificar a prática pedagógica doprofessor e favorecer o envolvimento de alunos da EJA

CONTEÚDOS DA ARTEA história do hip hop e do grafite foi apresentada emtextos, desenhos e músicas. Os alunos exploraram oespaço do desenho, tiveram noções de pintura, inter-pretação e dançaram o break como forma de expres-são do corpo. Criaram ainda letras de rap.

COMO FAZER> Observar, sondar e reunir os alunos para captar edebater suas expectativas;> Apreciar vários elementos da cultura hip hop, comodesenhos em estilo de grafite, músicas de rap e adança break;> Ler textos e trabalhar os conceitos musicais do hip hop.> Estudar e contextualizar a história do grafite, cons-truindo um paralelo com a arte rupestre;> Mostrar as diferenças entre a pichação e o grafite erecordar os lugares da cidade onde estas manifesta-ções estão presentes;

“O professor precisa escrever sobre oseu trabalho. Precisa saber o quanto

isso é importante. Muitas vezes, peque-nos registros podem se revelar riquís-simos. O professor precisa vencer o

desafio de provar que a arte tem senti-do na vida dele e dos seus alunos.”

Ana Cristina Bervian Lockmann,Escola Municipal Borges de Medeiros, Campo Bom /RS

> Desenhar em estilo do grafite o tema escola;> Criar cartazes com a marca do território do aluno;> Expor os desenhos e cartazes na mostra culturalanual da escola;> Criar um rap em grupo, envolvendo temas comoescola e a vida em sociedade;> Apresentar as músicas criadas e ensinar os passosdo break;> Avaliar o aprendizado dos alunos e da professora

O QUE APRENDERAMOs alunos aprenderam que o hip hop é uma manifes-tação cultural e artística. Eles passaram a respeitar ea valorizar a diversidade estética. A professora seconscientizou da importância de estar sempre atuali-zada. Ela quebrou suas barreiras, já que o hip hopnão fazia parte do seu repertório artístico.

A VOZ DA ESPECIALISTA"É interessante observar que o ensino da arte se deua partir da vida dos alunos. A professora explora aexperiência deles para trabalhar conceitos. A produçãodos alunos tem um pouco da recuperação de auto-esti-ma. Isto é fundamental no processo educacional.”

Amauri Falseti - Dramaturgo, fundador e diretorda Cia. Paidéia de Teatro

Dicad oep fr ssoo r

A Interterritorialidade na arte educação:possibilidades para a sala de aula

ReferênciasLivro

Interterritorialidade:mídias, contextos eeducação, de AnaMae Barbosa (SãoPaulo: Ed. Senac,

2008);Texto Hip hop, umgrito por liberdade,de Jussara Souza,

publicado na revistaMundo Jovem; e a

música Tudo passa,de Túlio Dek.

>Assista aos

documentários