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Edição nº 57 Junho de 2019 7 DE JUNHO DE 2019, COMEMORAÇÃO DOS 26 ANOS DA LEI 8662/93: MARCO HISTÓRICO DA PROFISSÃO NO BRASIL 1 N o Brasil, as primeiras escolas de Serviço Social surgiram no final da década de 1930, quando se desencadeou no país o processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 40 e 50 houve o reconhecimento da importância da profissão, e em 1957, por meio da Lei nº 3252 a profissão foi regulamentada. O dia 7 de junho de 1993 tornou-se para as/os Assistentes Sociais um dos principais marcos da trajetória da profissão no Brasil: nessa data foi sancionada a lei 8662/93, que regulamenta a profissão de Assistente Social, que substituiu a legislação anterior que vigorava desde 1957. Acompanhando as transformações da sociedade brasileira, a profissão passou por mudanças, fortemente reconhecida como a Reconceituação do Serviço Social, que conseqüentemente levou a necessidade de uma nova regulamentação. Como fruto de toda a transformação profissional, também em 1993, o Serviço Social instituiu um novo Código de Ética, expressando o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos. Comemorar mais um ano de vigência da Lei 8662/93, coloca para o Conjunto Conselho Federal e Conselhos Regionais, e para toda a categoria o desafio cotidiano de dar concretude aos parâmetros regulatórios em sintonia com os pressupostos do projeto ético político do Serviço Social. É nessa perspectiva que entendemos que a Lei de Regulamentação, o Código de Ética e as Diretrizes Curriculares são expressões desse projeto profissional renovado, crítico e que aponta para a superação da ordem societária capitalista, estabelecendo mediações para o exercício da profissão (CFESS, 2009). De acordo, com as reflexões teóricas, apresentadas por Marilda Iamamoto (2012, p.30), “A Lei como instrumento, pôde articular princípios ético-políticos, e procedimentos técnico-operacionais”. Na seqüência expressa: O texto legal expressa, pois, um conjunto de conhecimentos particulares e especializados, a partir dos quais são elaboradas respostas concretas às demandas sociais, embora saibamos que a predefinição das atribuições privativas e competências, como uma exigência jurídica/legal, não as garante na prática, posto estarem, também, condicionadas à lógica do mercado capitalista (Iamamoto, 2012, p. 30). Considerando um conjunto de conhecimentos particulares e especializados, mediados pelos princípios do código de ética do/a Assistente Social, a categoria com referencia a Lei 8.662/1993, com destaque

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Edição nº 57 Junho de 2019

7 DE JUNHO DE 2019, COMEMORAÇÃO DOS 26 ANOS DA LEI 8662/93: MARCO HISTÓRICO DA PROFISSÃO NO BRASIL

1

No Brasil, as primeiras escolas de Serviço Social surgiram no fi nal da década de 1930, quando

se desencadeou no país o processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 40

e 50 houve o reconhecimento da importância da profi ssão, e em 1957, por meio da Lei nº

3252 a profi ssão foi regulamentada.

O dia 7 de junho de 1993 tornou-se para as/os Assistentes Sociais um dos principais marcos da

trajetória da profi ssão no Brasil: nessa data foi sancionada a lei 8662/93, que regulamenta a profi ssão

de Assistente Social, que substituiu a legislação anterior que vigorava desde 1957. Acompanhando

as transformações da sociedade brasileira, a profi ssão passou por mudanças, fortemente reconhecida

como a Reconceituação do Serviço Social, que conseqüentemente levou a necessidade de uma nova

regulamentação.

Como fruto de toda a transformação profi ssional, também em 1993, o Serviço Social instituiu um novo

Código de Ética, expressando o projeto profi ssional contemporâneo comprometido com a democracia

e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.

Comemorar mais um ano de vigência da Lei 8662/93, coloca para o Conjunto Conselho Federal

e Conselhos Regionais, e para toda a categoria o desafi o cotidiano de dar concretude aos parâmetros

regulatórios em sintonia com os pressupostos do projeto ético político do Serviço Social. É nessa

perspectiva que entendemos que a Lei de Regulamentação, o Código de Ética e as Diretrizes Curriculares

são expressões desse projeto profi ssional renovado, crítico e que aponta para a superação da ordem

societária capitalista, estabelecendo mediações para o exercício da profi ssão (CFESS, 2009).

De acordo, com as refl exões teóricas, apresentadas por Marilda Iamamoto (2012, p.30), “A Lei

como instrumento, pôde articular princípios ético-políticos, e procedimentos técnico-operacionais”.

Na seqüência expressa:

O texto legal expressa, pois, um conjunto de conhecimentos particulares e

especializados, a partir dos quais são elaboradas respostas concretas às demandas

sociais, embora saibamos que a predefinição das atribuições privativas e

competências, como uma exigência jurídica/legal, não as garante na prática, posto

estarem, também, condicionadas à lógica do mercado capitalista (Iamamoto, 2012,

p. 30).

Considerando um conjunto de conhecimentos particulares e especializados, mediados pelos princípios

do código de ética do/a Assistente Social, a categoria com referencia a Lei 8.662/1993, com destaque

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Expediente: Este boletim é uma publicação do CRESS 12ª Região - Gestão 2017-2020.Comissão de Comunicação: Cassiano Ferraz, Flávia de Brito Souza Garcia e Lenir Hermes. Colaboradoras: Fabiana Luiza Negri, Miriam Martins Vieira da Rosa e Natalli Pazini Silva. Diagramação: Cassiano Ferraz - Assessor de Comunicação ([email protected])

CRESS 12ª REGIÃO - Rua dos Ilhéus, nº 38 - Ed. APLUB - Sl. 1005Centro - Florianópolis/SC - CEP 88010-560

Telefone: (48) 3224-6135 - E-mail: [email protected] Externo: Seg/Sex das 10h às 16h

Referências Bibliográfi cas:

CFESS. CFESS MANIFESTA - Lei de Regulamentação Profi ssional Brasília, 7 de junho de 2009. Conselho Federal de Serviço Social - CFESS - Gestão 2008-2011 Atitude Crítica Para Avançar na Luta._____. Resolução CFESS nº 279, de 13 de março de 1993. Código de ética do/a Assistente Social. Brasil, 1993______. Atribuições privativas do/a Assistente Social em questão. Marilda Villela lamamoto. 1ª EDIÇÃO AMPLIADA 2012Brasil. Lei nº 8662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profi ssão de Assistente social e dá outras providên-cias. Brasil, 1993.

aos artigos 4º e 5º, respectivamente, traduzem as competências e atribuições privativas dessa categoria

profi ssional, assumem o compromisso de analisar, elaborar, coordenar e executar planos, programas

e projetos para viabilizar os direitos da população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a

educação, a previdência social, a habitação, a assistência social e a cultura. Assumem a competência de

analisar as condições de vida da população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter informações,

acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades sociais. Assistentes Sociais elaboram também

laudos, pareceres e estudos sociais e realizam avaliações, analisando documentos e estudos técnicos e

coletando dados e pesquisas. Além disso, trabalham no planejamento, organização e administração dos

programas e benefícios sociais, bem como na assessoria de órgãos públicos, privados, organizações não

governamentais (ONG) e movimentos sociais. Assistentes Sociais podem ainda trabalhar como docentes

nas faculdades e universidades que oferecem o curso de Serviço Social (CFESS, 2009).

As competências e atribuições privativas do/a Assistente Social, necessariamente devem ser realizados

a luz dos princípios éticos. De acordo com Iamamoto (2012):

Os princípios éticos ao impregnarem o exercício quotidiano, balizados por, um novo

modo de operar o trabalho profi ssional, estabelecem medidas para a sua condução,

nas condições e relações de trabalho em que é exercido e, nas expressões coletivas

da categoria profi ssional na sociedade. Essa efetivação condensa e materializa a

fi rme recusa à ingenuidade ilusória do tecnicismo (Iamamoto, 2012, p. 42).

Portanto, o registro da trajetória da Lei 8.662/1993, nos remete a pensar sobre as formas de lutas

cotidianas que devemos travar para romper com a desigualdade que persiste e se expressa nas mais

variadas formas de violência em nossa sociedade.

Este é o compromisso profi ssional do Serviço Social brasileiro: Lutar pela Emancipação, Justiça

Social, Liberdade, Democracia!

Conteúdo Organizado:

Maria Dolores Thiesen

“Em Tempo de Luta, Defendo Direitos” - Gestão 2017/2020 – CRESS 12ª Região