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EDITORA PENALUX
Rua Marechal Floriano, 39 – CentroGuaratinguetá, SP | CEP: 12500-260
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B277n BARROSO, Ester. 1995 -j45n JEFFERSON, Douglas. 1992 -
Nascente / Ester Barroso e Douglas Jefferson -Guaratinguetá, SP: Penalux, 2017. 126 p. : 21 cm.
ISBN 978-85-5833-xxx-x
1. Poesia I. Título
CDD.: B869.1
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura Brasileira
Todos os direitos reservados.A reprodução de qualquer parte desta obra só é permitida
mediante autorização expressa dos autores e da Editora Penalux.
EDIÇÃO França & Gorj
REVISÃOPaulo T. Vasconcellos, Alixandra Guedes e Danielly Macedo
TRATAMENTO DIGITAL DA CAPABarbara “Ovelhinha” Bonani.
ILUSTRAÇÕES DE CAPA E CARICATURASRodrigo de Alcântara Melo
FINALIZAÇÃO E DIAGRAMAÇÃORicardo A. O. Paixão
Ester Barroso
[...]
Dê-me igualdade e asas.
Dê-me uma estrada de chão bruto
Tal qual a de minha terra.
Se voo, me acho.
Se pouso, divago.
A intenção é sair do chão.
O resto – eu mesma faço.
Ester Barroso | 17
MOLDES
Enquanto o corpoFor templo e a sua belezaMais idolatrada que a da almaA essência do homem ruirá.
18 | Nascente
COMPORTAS(Quando choveu na madrugada)
Detrás das varas com arameCobre-se o chão com a dourada relva Dispersando-se por entre os espaçosRaramente vagos do chão cor de café
No meu cercado, senhor Repousam as asas cansadas e banhadas de ventoDo sabiá que beijou o boa-noiteE perseguiu as velas das nuvens sob a aquarelaDesenhada no céu do horizontePela madrugada molhada tão esperada Que caiu em gota de tinta verde na serra
É dourado o chão da feira do gado De quando amanhece a brisa cinzaAinda abrindo os olhos as nuvensE o sol preguiçoso ainda erguendo os braçosPara abrir o caminho do sertanejo com arreioPendurado no braço e segurando o bolsoO pelejador da prataPara não vazar pelo buraco das mãosFeito a água de sabão que escorre das pedrasDo morro que era douradoE agora pintadoPela madrugada molhadaGota a gotaDe verde.
Ester Barroso | 19
Meu telhado descansa sobre a camaQuente de muito panoComo quem passou a noite gélida
Madrugada molhada ungiu minha terra cor de café E meu cercado dourado do ouro opacoE quando a alvorada beijou a face da labutaO caboclo viu a serraAmante da madrugada molhada Deitada em lençóis quentes e envoltaEm escuro de gemidos e abrigosDe corpos, Pintada Gota a gotaDe verde.
Douglas Jeff erson
Busquei meus lemes nos confi ns do Universo:
De estrela em pó,
Pó e areia,
No manto negro
Perdi-me.
Minha alma devaneia
[...]
Douglas Jefferson | 73
NASCENTE
Poesia nasce a quem senteE converte emoção em grafia.Versando em sua mente vigente,O poeta tece em harmonia.
Poesia nasce na alvorada da alma,Onde as brechas das paixões humanas ganham vida.É chama linguística que, ao queimar, nos acalma.É a essência da palavra, então polida,Que cativa em lindos versos e se destaca,Podendo ser tudo, temendo ser nada.
É lira que semeia o coração e enfloresce o espírito;Proclamação universal de pensamento irrestrito.Faz da angústia uma boa aliada, e a tira da realidade,Transformando-a na beleza singular de uma exímia arte,Ganhando espaço entre o amor e a amizade,Encontrando o seu valor e deixando a contraparte.
É pérola que escapa da concha e sobe à superfície,Encanta o mundo todo e o distrai de sua imundice.Arrepia a pele da menina, alegra homens tristonhosE devaneia amores impossíveis e segredos que ninguém sabe.Deixe para trás todos os seus preceitos mais enfadonhosE venha conosco, sob as estrelas, antes que o mundo se acabe.
— Poesia nasce na morada dos sonhos.
74 | Nascente
BAIXAS HORAS DA MADRUGADA
Baixas horas da madrugada,O tic-tac ecoa no silêncio modorrento da casa.Minh’alma vagante não se mantém aquietada;Pensando na vida, meu coração se faz em brasa.
A bateria do relógio impulsionaAs leves batidas dos ponteirosEnquanto eu, deitado em minha poltrona,Queimo memórias e as despojo em cinzeiros.
E é como a bateria que meu coração bateE me leva a continuar trilhando a incerteza.Pelos bosques da vida, antes que o tempo a mate,Poesia recolhida se transforma em beleza.
Relógios tornam-se cata-ventosE já não sei discernir nem minhas vontades.Jaz aqui, por ora, entre meus lamentos,O suplício de todas minhas meias verdades.
www.editorapenalux.com.br
Douglas Je� erson:djdouglasjeff [email protected]/djdouglasjeff ersontwitter.com/djdouglasjheff
Ester Barroso:[email protected]/barrosoester
Projeto Caixa Carpe Diem:[email protected]/groups/caixacarpediem/
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