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Director: Fernando Gomes > N.º 9 > Março 2009 EDITORIAL Em boa hora decidimos desafiar o Florival Lança para colaborar connosco na elaboração deste CGTP Cultura n.º 9. A sua visão apaixonada das coisas, o seu co- nhecimento, a sua cultura, concedeu a este Boletim uma nova dimensão, que se enquadra naquilo que desde a primeira hora definimos como objec- tivo para o CGTP Cultura, que se assumisse como veículo de comunicação e ligação com o Movi- mento Sindical Unitário e que contribuisse para o incremento e fortalecimento das relações com ou- tras entidades com quem colaboramos. Ao começar a escrever este editorial, recordei com emoção as conversas em jeito de reflexão, os conselhos que o Florival Lança me transmitiu quando comecei a ter responsabilidades de direc- ção na CGTP-IN, às vezes sem grande reacção da minha parte, mas que me serviram como âncora em muitas das propostas que fui fazendo e em dias de trabalho sindical. É um dirigente sindical que muita falta faz à CGTP-IN. Obrigado Florival Lança! O Florival recorda ainda, neste número, o João Silva, de cujo livro Rocha Chenaider, editado pela CGTP-IN, demos notícia na edição anterior. Uma obra muito bem acolhida por todos aqueles que o conhecem, a ele e ao seu trabalho, e que vale pela vivacidade das suas histórias, por quebrar bar- reiras e pelos valores que transmite. Mas a entrevista a Carlos do Carmo, cuja dis- ponibilidade agradecemos, é, de facto, a grande novidade deste número. Uma justa homenagem da CGTP-IN ao cantor, ao homem civicamente em- penhado e solidário com as causas dos trabalha- dores. Fernando Gomes

EDITORIAL - cgtp.pt · cando assim em causa a sobrevivência de todos. Da História do Pensamento Europeu, ... viver há séculos no deserto, como pes-car ou caçar como modo de vida…

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Director: Fernando Gomes > N.º 9 > Março 2009

E D I T O R I A LEm boa hora decidimos desafiar o Florival

Lança para colaborar connosco na elaboraçãodeste CGTP Cultura n.º 9.

A sua visão apaixonada das coisas, o seu co-nhecimento, a sua cultura, concedeu a este Boletimuma nova dimensão, que se enquadra naquiloque desde a primeira hora definimos como objec-tivo para o CGTP Cultura, que se assumisse comoveículo de comunicação e ligação com o Movi-mento Sindical Unitário e que contribuisse para oincremento e fortalecimento das relações com ou-tras entidades com quem colaboramos.

Ao começar a escrever este editorial, recordeicom emoção as conversas em jeito de reflexão, osconselhos que o Florival Lança me transmitiuquando comecei a ter responsabilidades de direc-ção na CGTP-IN, às vezes sem grande reacção daminha parte, mas que me serviram como âncoraem muitas das propostas que fui fazendo e em

dias de trabalho sindical. É um dirigente sindicalque muita falta faz à CGTP-IN.

Obrigado Florival Lança!

O Florival recorda ainda, neste número, o JoãoSilva, de cujo livro Rocha Chenaider, editado pelaCGTP-IN, demos notícia na edição anterior. Umaobra muito bem acolhida por todos aqueles que oconhecem, a ele e ao seu trabalho, e que vale pelavivacidade das suas histórias, por quebrar bar-reiras e pelos valores que transmite.

Mas a entrevista a Carlos do Carmo, cuja dis-ponibilidade agradecemos, é, de facto, a grandenovidade deste número. Uma justa homenagemda CGTP-IN ao cantor, ao homem civicamente em-penhado e solidário com as causas dos trabalha-dores.

Fernando Gomes

Depois de me terem pedido que cola-borasse na feitura deste número doCGTP Cultura, dei voltas e mais voltasà cabeça tentando encontrar um temaque se ajustasse quer à finalidade doboletim, que se quer um elemento difu-sor de cultura, quer ao universo a que,preferencialmente se destina, os qua-dros da CGTP-IN.Não encontrei. Ou melhor, não encon-trei nada de original, que não repetisseo que outros documentos do movimen-to sindical dizem sobre o alcance daluta dos trabalhadores portugueses poruma vida melhor, ou o impacto civi-lizacional que essas lutas podem ter naalternativa a este esgotamento do sis-tema capitalista de exploração desen-freada dos trabalhadores e dos recur-sos, cada dia mais escassos, do plane-ta que habitamos.Sim, porque se a crise actual revela oslimites e a falência desta fase imperia-lista do sistema capitalista, de entremuitas evidências desse facto, uma dasmais significativas é, sem dúvida, o seucarácter predador dos recursos do pla-neta, sacrificados no altar do lucro e,por isso, à beira do esgotamento, colo-cando assim em causa a sobrevivênciade todos. Da História do Pensamento Europeu,cito três frases que me parecem serexemplificativas do conflito entre a re-gra da exploração capitalista e o bemcomum: “A Natureza deixa de indicara única realidade, na qual o homem sedeveria inscrever e pertencer-lhe. Mun-do, homens e deuses deveriam partici-par e obedecer às mesmas regras, asda natureza.”A partir do momento em que a sede deapropriação de riqueza colocou comoobjectivo principal o domínio da na-tureza pelo homem, exactamente ocontrário da primeira visão do mundo,começaram os problemas, agravadose levados ao extremo, nos dias de hoje,pela avidez sem limites do capital fi-nanceiro.As elites sempre dominaram o pensa-mento, como instrumento indispensávelpara poderem continuar a ser os donosdas outras coisas todas. É assim que tor-naram o acesso aos bens culturais emmais um factor de discriminação social,caro, inacessível às classes trabalhado-ras, privilégio absoluto das classes do-minantes. Claro que falo da cultura eru-dita e, como todos sabemos, a noção decultura está longe, muito longe de seesgotar apenas nessa vertente.Não conheço nenhum instrumento paramedir a cultura de cada um. Conheci

homens e mulheres com uma riquezacultural fantástica e que mal sabiam lere escrever. Conheci líderes carismáticos, capazesde arrastar multidões e que de letradosnão têm muito mas, a seu modo, infini-tamente cultos, visto possuírem umaidentificação extraordinária com a his-tória e cultura dos Povos a que per-tencem.Os saberes podem ser os mais diversi-ficados que se possa imaginar, mas nofundo são eles que nos tornam serescultos, no sentido em que não somosignorantes em determinada matéria.Os conhecimentos não têm todos amesma importância, pelo menos nãoao mesmo tempo. Mas nenhum deles étotalmente desprovido de importância.Quanto mais conhecimento cada indi-víduo acumular mais se aproximadesse conceito abstracto a que se con-vencionou chamar de sujeito culto.Contradição? Talvez não, se conside-rarmos que os conhecimentos tantopodem ser científicos como artísticos,ou literários, ou como moldar o ferro,soldar o casco de um navio, sobre oamanho da terra, sobre como sobre-viver há séculos no deserto, como pes-car ou caçar como modo de vida… epor aí fora.E, depois, ainda há outra componenteque refuto como igualmente importante.Há quem discorde, mas para mim é tão “cultura” como as outras vertentes.Refiro-me ao lado mais descomprometi-do e descontraído da cultura, que é ousufruto dos tempos livres, vividos deforma saudável, aproveitados para umolhar mais sereno sobre o que nosrodeia, espaço de aprofundamento devalores tão caros aos trabalhadorescomo a solidariedade, nascida e cimen-tada no contacto e na identidade comos outros, que vivendo, trabalhando esofrendo a mesma desenfreada ex-ploração, transportam em si as mesmasaspirações e interesses, os mesmosideais transformadores, a esperança nafelicidade a que, todos, temos direito.Seja como for, um trabalhador infor-mado sobre o mundo que o rodeia,desde os direitos que lhe assistem nasua qualidade de trabalhador, até àsua condição de cidadão portador deideais transformadores, activo e parti-cipante na vida em sociedade, que é ade todos nós, será sempre um sujeitodeterminante na história que todos osdias o Homem vai construindo. ■

Florival Lança|2|

FICHA TÉCNICADirector: Fernando [email protected]

Periodicidade: Semestral

Tiragem: 6000

Paginação e Impressão:Fotolitaria, Lda

O Boletim pode ser consultado também em www.cgtp.pt

Contactos:Rua Vitor Cordon, 1, 2.º1249-102 Lisboatel: 213236500fax: [email protected]

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A CGTP-IN associa-se com entusias-mo às comemorações dos 45 anos dabrilhante carreira de Carlos do Carmoprestando-lhe, através do CGTP Cultura,uma merecida e justa homenagem.

Ao brilhante cantor, ao cidadão em-penhado e comprometido com as cau-sas da justiça social, do desenvolvimen-to e do progresso, a Central, em nomedos trabalhadores que representa, en-dereça-lhe o mais merecido e entusias-mado aplauso e o desejo de uma vidalonga e feliz, torcendo para que conti-nue a brindar-nos com a sua voz únicae maravilhosa e com a sua opinião es-clarecida e sincera.

Homenagem também à coragemcom que, desempoeiradamente, mani-festa essas suas opiniões.

E um agradecimento muito especialpor, com a simpatia e a simplicidadeque a todos habituou, nos ter recebidoem sua casa e nos conceder a entrevistaque inserimos neste espaço CGTP Cul-tura e que a seguir transcrevemos.

A entrevista foi conduzida porFlorival Lança, com fotos de José Frade,em 23 de Janeiro de 2009.

Florival Lança (FL): Em primeirolugar, obrigado por nos receber em suacasa. Estamos aqui para lhe teste-munhar o reconhecimento dos trabalha-dores portugueses, representados pelaCGTP-IN, pela sua brilhante carreira e,a melhor forma de materializarmos estasingela homenagem, seria a de abrir-mos as páginas do CGTP Cultura, nãosó ao fadista brilhante, mas também aocidadão que os trabalhadores admirame respeitam.

Antes de mais, deixe-me dizer-lheque esta é uma publicação destinadapreferencialmente aos quadros daCGTP-IN e com uma tiragem de 6000exemplares, que lhes chega de formaregular a cada seis meses e que, decerta forma, pretende resgatar o papeldestacado que os sindicatos, desde osseus primórdios, sempre tiveram naeducação operária, tentando materia-lizar o que, mais tarde, Bento de JesusCaraça sintetizou de forma brilhantecomo “a cultura integral do indivíduo,condição essencial para a sua eman-cipação”.

Depois desta explicação sobre o queaqui nos trouxe, uma primeira pergun-

ta: se, como cantava oPaulo de Carvalho, “10anos é muito tempo”, comoé 45 anos de carreira e,além do mais, sempre lá noalto?

Carlos do Carmo (CC):Vou começar por dizer umlugar-comum: passaram-sedepressa. Quase não deiconta da vertiginosidadedestes 45 anos. E talvez issotenha a ver com a formaintensa e a paixão com quevivo a minha profissão.

Não sou um homemrotineiro. Por exemplo,amanhã vou para Paris.Não encaro isto como“mais um concerto”, encaroisto como “um concerto”, ésempre “um concerto”.Talvez seja isto que me dêuma alegria de exercer aprofissão, que não medeixa envelhecer por den-tro, na minha cabeça, e que faz distotambém uma passagem do tempo dealuguer. Todos nós estamos aqui aluga-dos. Uns conseguem chegar aos 115anos, o que acho uma coisa extraor-dinária. Mas outros duram o chamadotempo razoável. Este aluguer tem queser bem interpretado, porque possivel-mente está aqui em causa o artista aquem, provavelmente, a natureza deualgum dom, mas que não faz dissomatéria de arremesso. Faz disso, sim,matéria de vida, o que o junta ao cida-dão. Este acto de ser cidadão é que mefez passar este tempo muito depressa.Porque sou artista no palco e quandosaio do palco volto à minha cidadania.Não que em cima do palco não tenhauma atitude de cidadania, mas é deforma diferente, porque estou numaexposição, estou num trabalho. O queacontece é que já não é a mesma coisana interpretação da vida. Na interpre-tação da vida, descobri ainda jovemque era preciso intervir civicamente, eisso é capaz de ser o que me mantémcom a vitalidade mental, ou seja, não éa minha própria vida que tem estadoem causa. Seria extremamente deso-nesto e injusto se me queixasse. Nãotenho tido, nem propiciado, uma vidamá aos meus familiares. Diria mesmo

que há até uma certa zona de privilégiona profissão que consegui exercer eexerço. Mas isso não me deslumbrou,não me afastou.

Portanto, resumiria a resposta dizen-do o seguinte: este passar depressa écapaz de ter tido a ver com esta situa-ção muito engraçada que lhe vou contare que você agora vai sorrir porque vaiver o que é que afinal eu queria dizercom tudo isto. Quando comecei a can-tar, mandava Salazar. Continuei a can-tar e mandava Marcello Caetano. Con-tinuei a cantar e veio a nossa Revo-lução. Tudo novo, sempre diferente.Continuei a cantar com o mesmo em-penho e veio a contra-revolução. Con-tinuo a cantar com o mesmo empenhodepois de ter visto a integração dePortugal na União Europeia. E continuoa cantar com o mesmo empenho e amesma dedicação agora que estamosna globalização. São seis décadas, seisépocas, numa carreira de 45 anos queentra agora no quadragésimo sexto. Ou seja, isto nunca foi monótono, tevesempre diversidade. A sensação que àsvezes tenho é que cantei já durante umséculo, que é muita história junta.

E depois é esta questão que tem aver com a minha natureza. Não soucapaz de me calar perante a injustiça,

ENTREVISTA A CARLOS DO CARMO

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não cedo às conveniências pessoais. Ouseja, talvez não dizendo isto na televisãoeu venda mais discos, tenha mais con-certos ou seja mais consensual. Não, foiuma coisa que nunca esteve em causaquando tive que dar uma resposta, digo o que penso. Quiçá as pessoas terãoaprendido a conhecer-me assim. Quemgosta, gosta, quem não gosta, nãogosta.

Termino dizendo o seguinte. O meuamigo disse-me que tenho conhecidosempre o sucesso. Queria dizer-lhe quenão tenho fórmula nenhuma. Normal-mente há a impressão de que há umafórmula para o sucesso. Eu dir-lhe-ia ocontrário: que conheço não a fórmulado sucesso, mas a fórmula do fracasso.Acho que a fórmula do fracasso é que-rermos agradar a toda a gente.

FL: O Carlos tem uma característicaque pode também ajudar a essa acei-tação. Incorpora muito o termo “espe-rança”, que é algo de que pouco se falaneste país, que pouco se introduz no dis-curso político. Mas também termos como“ternura”, termos esses que acabam portocar a sensibilidade das pessoas e, tal-vez por isso, transformando a minhaopinião em pergunta, essa sua capaci-dade de estar, mesmo sem fórmula ne-nhuma, no coração das pessoas de ummodo geral. É assim?

CC: Não gostaria de estar no cora-ção de todos e, felizmente, não estou.Espero bem não estar.

A questão é esta: o meu pai morreuquando eu tinha 21 anos de idade. Foium luto complicado. Ele morreu em con-tramão. Não estava à espera que issoacontecesse, ele era novo, e demoreimuitos anos a aceitá-lo. Gostava de par-tilhar isto com as pessoas, com os traba-lhadores. Foi um luto muito particular.Disfarcei e aconteceu uma coisa incrível.Com a morte do meu pai fiquei patrão,em 10 minutos, de 32 pessoas. Tinha 21anos de idade... Penso que não procedimal, não tenho má consciência emrelação ao processo em que fui patrãodurante 20 anos. Ainda há alguns tra-balhadores vivos que estão comigo,estão aí todos...

O que acontece é que o meu pai metinha deixado uma coisa preciosa, umaformação não universitária. Foi por issoque demorei no meu luto. Faltava aque-le alicerce. Aquele homem quando abria

a boca transmitia valores. «Rapazinho,combinaste às 8h00? Não é às 8h05,que os outros não são teus criados.»;«Rapazinho, vais comprar não sei oquê, tens dinheiro para isso? Se nãotens, quem não tem dinheiro não temvícios.» São pequenas máximas, mas eleactuava em consonância. Mal ou pior,ele era pragmático, dizia e fazia. O meupai era um chato. Combinávamos umencontro às 8h00 e obrigava-me a estaràs 7h55. «Ó homem, não custa nada, agente espera cinco minutos e a pessoa ésuposta estar aqui às 8h00.» Este con-junto de coisas mais a leitura dos jor-nais, que ele lia e comentava.

Rebobinei, rebobinei, rebobinei esenti que isso foi bom para mim. Inten-cionalmente, procurei isso com os meusfilhos e penso que consegui transmitir--lhes esses valores. Tanto que eles muitasvezes me chamam romântico, idealista.«O pai preparou-nos para um mundoque não existe», dizem muitas vezes.Quiçá seja esta questão que esteja aquiposta, ou seja, não me posso alhear.

Nós estamos aqui hoje a falar no dia emque 1800 pessoas da Quimonda vãopara o desemprego. Não é um assuntoque não mereça a minha atenção. Estoua pensar em 1800 pessoas, algumasdelas devem ter 50 anos, que não vãoarranjar emprego nunca mais na vida,mas que têm o direito de comer e bebere de viver. Há uma coisa muito estranhaque noto em tudo isto. A esmagadoramaioria dos países tem aquilo que sechama a lei geral do país, que é aConstituição. E quase todas dizem que ocidadão tem direito à habitação, à edu-cação e ao emprego. Quase todas, senão todas, dizem isto. Ou seja, isto estátudo distorcido, porque afinal têm queser revistas as leis gerais dos países,porque não são cumpridas. A partirdaqui, em cadeia, tudo isto parece umedifício que se desmorona. E tenho queconfessar que não sou propriamente umcantor que chega a cima do palco e diz:«Agora vamos todos divertir-nos du-rante um tempo e estou-me nas tintaspara o que se passa.» Não. A sensação

➔ ENTREVISTA A CARLOS DO CARMO

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que tenho nos dias de hoje é que quemse desloca a um concerto meu vai comtoda a carga que isso traz consigo, ouseja, pode não pensar como eu, e hámuita gente que vai a concertos meusque não pensa como eu, mas respeita e reflecte sobre isso.

FL: E sabem, de antemão, que nãovão só para ouvir música...

CC: Os meus poetas são os porta-vozes daquilo que tenho para dizer emgrande parte dos casos. Haverá muitagente que está a assistir na plateia e quenão concorda, mas expresso o meu pen-samento, quanto mais não seja porquefica como reflexão. A vida tem-me ensi-nado alguma coisa e gosto muito departilhar os conhecimentos. Quandotenho esse privilégio do palco, que mepermite falar com as pessoas, não é comdiscursos pomposos, para não dizerpromessas, porque não tenho carreirapolítica, é apenas partilhar as minhasansiedades, sabendo a esmagadoramaioria das pessoas que participam ouque assistem, que eu não sou um homempobre, não sou um homem que está areclamar direitos para si. Isto deve ter aver com o meu pai, esta estrutura mentalque ele deixou em mim e que depois sedesenvolveu.

FL: Ninguém passa ao lado desta mi-séria que se está a criar e a aprofundarcada vez mais...

CC: Sabe que, até me casar, vivi nobairro da Bica e, portanto, aprendi oque é o sentimento de vida de umaaldeia dentro de uma cidade, o ladosolidário do cidadão, o lado afectivo,criado de porta a porta, a mãe que seausenta, o pai que se ausenta, o vizinhoque toma conta da criança com carinhoenquanto os pais estão ausentes. Tudoisso que eu vivi deixou uma marca muitoboa em mim, que não me deixa afastardessa essência. Chego a qualquer ladoe digo boa tarde, boa noite, e ficochateado quando ninguém responde,muito chateado!

FL: O Carlos do Carmo é um homemde cultura e da cultura e, assim sendo,uma outra pergunta: sente que há inte-resse e preocupação do poder políticono desenvolvimento de uma verdadeirapolítica de cultura em Portugal?

CC: Vou ser muito breve na resposta.Nunca me pareceu isso, em muitos anos,por uma razão muito simples: a verbado orçamento de Estado que é colocadaao serviço da cultura é ridícula...

FL: O sector da cultura, os seus intér-pretes (em senso lato), desde músicos,cantores, poetas, maestros, electricistas,cenógrafos, etc., vai ser afectado pelacrise em que estamos mergulhados, visto

que, nesta situação delicada, quem vaipagar a factura da generosidade dogoverno para com os banqueiros res-ponsáveis pelos desmandos do sistemasão, como sempre, os trabalhadores, osreformados e todas as camadas maisdesprotegidas da população.

Como é que o cidadão Carlos doCarmo vê esta situação?

CC: Há quinze anos a esta parte,minto, há mais de quinze anos, que sen-tia que isto ia acontecer, sentia isso, por-que achava que se estava a viver ficticia-mente, que tudo isto era fictício. Depois,quando ouvia dizer que havia pessoasque se sentavam em frente a um com-putador, atentos à bolsa daqui, à bolsadali e que ganhavam milhões, pensava:'Mas estes milhões que circulam não sãofruto de suor, de trabalho, isto podechegar ao caos, esta bolha pode reben-tar'. Não sou economista, nem percebonada de economia, mas sentia que istoera fictício e que depois é fácil pôr osoutros a sonhar. A televisão é um produ-to para fazer sonhar como não há outro.Dá-se às pessoas um telejornal que éabsolutamente demolidor e logo a seguirpassam-se as novelas e as pessoas ador-mecem, meio anestesiadas. Portanto,esta fórmula perversa de tratar o cida-dão deprimia-me bastante. Tenho quelhe confessar que não conheço fórmulasmágicas... Mas o que eu acho é que aspessoas, cada uma por si, deviam deter--se, parar um pouco para reflectir, nãoperder a capacidade de decidir earregaçar as mangas para fazer qual-quer coisa, qualquer coisa de novo querepresente o resgate da dignidade hu-mana. O que me parece que está aquiessencialmente em causa é a grandeindignidade em que estamos a viver. O capital mais precioso, a educação e acultura, está a funcionar mal e sem estes

dois pilares é muito difícil que o país semexa, porque se as pessoas estão cadavez mais iletradas (a iliteracia acentuou--se de uma forma assustadora), se co-meçam a não acreditar em nada e emninguém, porque também não acredi-tam na Justiça, penso que não estamosmuito longe do caos. Tenho netos... nãobasta dizer que se gosta dos netos, háque fazer qualquer coisa mais. Não mepergunte o quê. Gostaria de ser capazde, numa entrevista, dizer: 'Eu achoque...' Mas não sou um pensador. Osgrandes pensadores surgem e a gentelê-os com atenção. E, curiosamente, al-guns até do século XIX não estão desac-tualizados. São pessoas que, emboranaquele contexto, viram as coisas muitoà frente do seu tempo. Gostava muito,antes de morrer, de ver os portuguesesde mangas arregaçadas, à séria, e agerir bem a vida. A sensação que tenhoé que o mundo do trabalho também porvezes se deixou ir pelo canto da sereia,ou seja, ganhou prioridades que talveznão fossem as prioridades de vida daspessoas. Esta coisa de querer ter comurgência um automóvel, querer ter comurgência a compra da casa... Parece-meque com urgência, urgência, era a edu-cação dos filhos. Era o grande investi-mento de vida das pessoas, porque issose iria repercutir na sua própria vida.Não sei se estou errado, mas estou atentar ver isto na óptica deste mundo deque estamos a falar, que é o mundo la-boral. Porque quem tem muito dinheiropõe os filhos a estudar em grandes colé-gios e prepara-os. Mas quem não opode fazer tem que ter isso como uminvestimento prioritário. Vou dar-lhe umexemplo chocante. Há uns tempos atrás,não muito distantes, um mês, nem tanto,estava a ver televisão e apanhei no tele-jornal mais uma cena, daquelas clássi-

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cas, de despedimento laboral. Seria nafaixa das setenta, oitenta pessoas. Ereparei numa mulher a quem pergun-tavam o que sentia. E ela disse isto, maisou menos: «E agora, como é que façopara pagar a prestação do meu carro?»– foi a primeira coisa que disse. E a se-guir acrescentou: «Como é que eu façopara dar de comer aos meus filhos?»Não faz ideia o quanto isto me chocou.As prioridades estão invertidas. Isto pre-ocupa-me.

FL: Nós na CGTP-IN temos feito umesforço no sentido de procurar ganharos trabalhadores quer para a sua pró-pria formação, quer para essa outra ver-tente que acrescentou, a educação noconsumo. Nem sempre as coisas corremcomo queremos, mas esforçamo-nos portransmitir valores e princípios...

CC: Claro. Mas o que quero dizercom isto é que há uma distorção nasociedade. Isto é uma coisa assustadora.Por exemplo, as vezes que tenho ido auma FNAC, quando tenho que lançarum disco ou participar em qualquercoisa, ao percorrer os shoppings notoque a esmagadora maioria das pessoasteima em olhar para as montras, nãocompra coisa nenhuma, e vive aquilocomo um conto de fadas. Fico muitopreocupado porque a vida é muito maisque isso.

FL: É por isso tudo que acaba de medizer que acho importante que pessoascom grande mediatismo na sociedadetragam mensagens de esperança, quetenham essa capacidade de se indignar,isto é, acaba por ter um impacto muitomaior do que muitas medidas que anível político são tomadas.

CC: Ainda agora tive o privilégio dever uma coisa muito engraçada. Algunsartistas que apareceram a dizer belaspalavras aquando da tomada de possedo Obama. Fiquei tão contente... Nãohavia nenhum que não fosse um artistada natureza. E afinal faltava-me saberesse lado, é que eles, além de seremartistas, são pessoas que pensam e seengajam no seu país e no mundo emque vivemos. Estamos a falar de artistasmilionários...

FL: Vamos continuar a ter o prazer eo privilégio de continuar a desfrutar dasua voz extraorinária, que sempre nossoube maravilhar, cantando poemas quenos falam de ternura, felicidade e espe-

rança (coisa rara no fado!), ou simples-mente da sua voz “falada”, dando contadas preocupações, anseios e projectosdo cidadão atento aos problemas dePortugal e dos portugueses?

CC: Futurologia não sei fazer...Depois da grande contrariedade quetive, há uns anos atrás, de saúde,depois de ter estado muito perto damorte, realmente tive essa consciência.Aconteceu-me o que acontece à esma-gadora maioria das pessoas que passapor esta privação. Comecei a prestarmais atenção às coisas interessantes ea perder menos tempo com as coisasmenos interessantes, ou seja, mudei asprioridades. É uma forma, talvez egoís-ta, de tentar alguma felicidade, se ca-

lhar... É uma coisa que ajuda a nãoensandecer, e a sociedade quase nosfaz ensandecer, mas espero manter-meaté ao fim, porque está na minhanatureza, está na minha maneira deser, de respirar, de pensar. Eu gostomuito de gostar!

FL: Felicitações por tão brilhantecarreira e um imenso obrigado por nosconsentir considerá-lo como um dosnossos.

Felicidades e longa vida.CC: Obrigado. Um abraço para

todos os que me vão ler e a minhaesperança que vocês, que são pessoasde grande força e determinação, con-sigam ajudar a que este país possa res-pirar. ■

➔ ENTREVISTA A CARLOS DO CARMO

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24 de Março de 1979A CGTP-IN, por intermédio do seudepartamento de Assuntos Sociais, pro-moveu o 1.º Encontro Nacional deHigiene e Segurança no Trabalho. Oencontro surgia num contexto em quese verificava a «[...] inexistência deuma política nacional sobre Higiene eSegurança no Trabalho [...]» e pre-tendia «[...] dar cumprimento ao Pro-grama de Acção aprovado noCongresso de Todos os Sindicatos [...]»,realizado em Janeiro de 1977, onde seatribuía aos sindicatos a responsabili-dade de lutar «[...] contra a situaçãoem que se encontram os trabalhadoresportugueses no campo da Higiene eSegurança no Trabalho.»

Alavanca, n.º 19, Ano 4, Novembro de 1978, p. 14-15.

1.º de Maio de 1979Encerramento da Campanha de Fundospara a Escola de Formação SindicalUnidade e Democracia. A campanhasurgira na sequência da aprovação, no

Plenário Nacional da CGTP-IN realiza-do a 23 de Setembro do ano anterior,de uma proposta do SecretariadoNacional (actual Conselho Nacional),concretizando, desta forma, a «[...]necessidade de se promover a for-mação sindical dos trabalhadores por-tugueses, particularmente dos quadrossindicais, reconhecendo essa necessi-dade como um factor indispensável degerar e fomentar uma consciência declasse [...]»

Alavanca, n.º 23, Ano 4, Março de 1979, p. 16-17.

«A Cultura e o Desporto desceram àrua, mobilizaram multidões, entreti-veram, informaram, uniram, abriramnovos caminhos de luz na consciênciaindividual e colectiva de muitos e mui-tos milhares de trabalhadores, foram1.º de Maio. [...] mais de cento e vintemil pessoas participaram directamen-te, assistindo ou praticando, nasvárias iniciativas desportivas, culturaise recreativas promovidas pelo Movi-

mento Sindical Unitário, muitas delasintegradas no Ano Internacional daCriança.»

Alavanca, n.º 26, Ano 4, Junho de 1979, p. 30.

16-17 de Junho de 1979«Realizou-se no Barreiro, no Pavilhãodos Trabalhadores da Quimigal [...], oI Congresso dos Sindicatos das In-dústrias Químicas e Farmacêuticas. OCongresso reuniu cerca de 400 delega-dos eleitos e culminou um amplodebate, realizado no seio da classe,que passou pela realização de cerca detrês centenas de reuniões organizadas,nas quais participaram directa e acti-vamente mais de vinte mil trabalha-dores. O Congresso fez o balanço daactividade sindical naquele importantesector da economia nacional, elegeu onovo secretariado e aprovou o progra-ma de acção para o próximo triénio daFederação.»

Alavanca, n.º 27, Ano 4, Julho de 1979, p. 21.

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EFEMÉRIDES

CARLOS DO CARMO NA ALAVANCA

Alavancan.º 45, Ano 6,

Junho 1981

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Passou-se comigo o que se passoucom quase toda a gente do universo daCGTP-IN. A primeira vez que vi o JoãoSilva foi numa Manifestação da CGTP--IN quando, após trepar a um poste,numa situação delicada (perigosa até,sendo isso que me chamou a aten-ção…), fotografava a multidão que exi-gia avanços no processo de Abril.

Pendurado em postes, trepando va-randas, em cima de árvores, nos tejadi-lhos das camionetas, isto é, em todas assituações em que, tal como uma águia, a altura e o ângulo de visão lhe permi-tiam captar com a sua câmara a me-lhor imagem da longa e dura luta dostrabalhadores portugueses por umavida e um mundo melhor, lá estava oJoão.

A pouco e pouco foi-se tornandofamiliar, com sua figura rija e enérgica,a tal ponto que, tanto para mim comopara muita gente, o João já era parteda coreografia das manifestações.

Quis o destino que, após a minhaida para a CGTP-IN a tempo inteiro,tivesse a felicidade de privar com elemais de perto e, como a vida é feita deacasos, um deles levou-nos a descobriro amor comum por uma terra únicachamada Angola (um amor tão gran-de, daqueles que só se sente por umagrande mulher… como costumávamosdizer!), bem como a profunda admi-ração pelas suas gentes e pela suariquíssima cultura.

Daí a inscrevê-lo no meu restrito nú-mero de amigos foi um pequeno passo.

Sei que o CGTP Cultura já faloumuito do livro que o João acaba depublicar e eu não pretendo repetir mas,na minha modesta opinião, trata-se deum testemunho de vida ímpar, de umgrande contador de histórias e de umadiversidade tão rica, que o torna únicoe RECOMENDADO!

Por um daqueles estúpidos e mes-quinhos acasos da vida, não tive a pos-sibilidade de partilhar com o João e oseu vasto leque de admiradores e ami-gos, o momento feliz do dia do lança-mento do seu livro, mas o exemplar quetenho em meu poder espera ansiosa-mente por uma dedicatória persona-lizada, o que me deixará muito orgu-lhoso, feliz e honrado.

Com este pequeno e despretensiosotexto, apenas pretendo prestar uma sin-gela homenagem a um Homem e a umamigo, que muito contribuiu para o pa-trimónio cultural dos trabalhadoresportugueses.

A história do movimento operárioem Portugal nos últimos 40 anos tam-bém será escrita com base em muitas

das espantosas imagens que só o génioe a arte militante do João souberamcaptar.

Quanto mais não fosse por isto, umimenso agradecimento.

Mas também por seres meu amigo,JOÃO. ■

Florival Lança

AO MEU AMIGO JOÃO

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Editado em 2008, este breve estudotem por base uma comunicação feitapelo autor, em 20 de Fevereiro de1984, na, então, Biblioteca Nacional

de Lisboa, integrada num semináriosobre o Movimento Operário, promovi-do pelo Instituto de Ciências Sociais daUniversidade de Lisboa.

O seu autor é sobejamente conheci-do no Movimento Sindical Unitárioportuguês. Kalidás Barreto, TécnicoOficial de Contas, com uma activaacção política nas décadas de 1960 e1970, foi dirigente sindical (membroda Comissão Executiva do ConselhoNacional da CGTP-IN entre 1977 e1993) e é actualmente o provedor dobeneficiário da Fundação INATEL.

Com este estudo, que beneficiou daorientação científica do professor SaulAntónio Gomes, e que não é, aliás, oseu primeiro trabalho sobre os traba-lhadores do sector têxtil e o movimentooperário em Leiria e, designadamenteCastanheira de Pera,(3) Kalidás Barretooferece-nos um panorama geral sobre a história da indústria e das lutas quemarcaram esta última região, desde asorigens até à revolução de 25 de Abrilde 1974.

As características geográficas deCastanheira de Pera como justificaçãopara o desenvolvimento da indústrialaneira neste local; as origens da pro-dução de tecidos naquela região; oconceito de fábrica como correspon-dente «[...] à ideia de fabricação oufabrico sem delimitação de um espaçorígido para produção.(4)» , a evoluçãodo associativismo operário entre 1920e o 25 de Abril de 1974, culminandocom uma memória fotográfica de partedo património industrial têxtil daregião – são estas as principais temáti-cas abordadas neste trabalho.

Uma obra que vale pelo esforço desíntese, mas cujo trabalho de pesquisadocumental nos parece carecer de ummaior investimento, pelo menos a jul-gar pela lista bibliográfica apresenta-da no final do livro, e que apresentaalgumas falhas ao nível da revisão detexto. ■

(1) Kalidás Barreto – Os Trabalhadores Laneiros no distrito de Leiria (Subsídios para a História da sua indústria e das suas lutas, em Castanheira de Pera, até à Revolução de Abrilde 1974). [Leiria]: CEPAE – Centro do Património da Estremadura; Fundação INATEL – Delegação de Leiria – Casa Miguel Franco, 2008. 60 p. ISBN: 978-989-8158-34-5.Disponível no Centro de Arquivo e Documentação (CAD) da CGTP-IN, cota: L/10168.

(2) Cfr. Kalidás Barreto – Os trabalhadores laneiros no distrito de Leiria [...], p. 7.(3) Kalidás Barreto publicou também os seguintes trabalhos: Subsídios para a História do Movimento Operário: Castanheira de Pêra. [s.n.]: Porto, 1983. Disponível no CAD, cota:

L/704; A Organização Profissional dos Trabalhadores do Sector Têxtil nos Distritos de Leiria e Coimbra (Subsídios Históricos). Coimbra: Sindicato dos Trabalhadores Têxteis,Lanifícios e Vestuário do Centro, 1987. Disponível no CAD, cota: L/10167.

(4) Cfr. Kalidás Barreto – Os trabalhadores laneiros do distrito de Leiria [...], p. 11.

OS TRABALHADORES LANEIROS NO DISTRITO DE LEIRIA(1)

«A GRANDE HISTÓRIA É FEITA DE PEQUENAS HISTÓRIAS E A LUTA DOS TRABALHADORES PELA MELHORIA DAS

SUAS CONDIÇÕES DE VIDA, EMBORA FEITA DE PEQUENAS LUTAS, PROVOCA CONSEQUENTEMENTE, TRANSFOR-MAÇÕES NA SOCIEDADE, FAZENDO AVANÇAR O MUNDO; TAL COMO O PONTEIRO DOS SEGUNDOS DO RELÓ-GIO QUE EM CADA PEQUENO IMPULSO CAMINHA INEXORAVELMENTE PARA O FUTURO.»(2)

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NOVOS ACORDOS CELEBRADOS

ACORDOS CELEBRADOS

TEATRO DE FERRORua do França, 8/58, 4400-174, V. N. GaiaTel.: 22 370 00 11 > Tlm.: 96 256 96 [email protected] > [email protected] > www.myspace.com/teatrodeferro20% de desconto

MALAPOSTACENTRO CULTURALRua Angola, 2620-492 Olival BastoTel.: 21 938 31 00 > Fax: 21 938 31 [email protected]% de desconto(excepto sessões de preço único)

COMPANHIA DE TEATRODE ALMADATEATRO MUNICIPAL DE ALMADAAv. Prof. Egas Moniz, 2804-503 Almada50% de desconto

A BARRACACOMPANHIA DE TEATROLargo de Santos, 2, 1200-808 LisboaTel.: 21 396 53 60 > Fax: 21 395 58 [email protected]/25% de desconto

A ESCOLA DA NOITEGRUPO DE TEATRO DE COIMBRARua Pedro NunesOficina Municipal do TeatroQuinta da Nora, 3030-199 CoimbraTel.: 23 971 82 38 > Fax: 23 970 53 67Tlm.: 96 630 24 [email protected]/20% de desconto

A JANGADACOOPERATIVA PROFISSIONAL DE TEATROQuinta das Pocinhas, 4020 Lousada10% de desconto

ACTACOMPANHIA DE TEATRO DO ALGARVEEscritório: Rua Antero de Quental, 1198000-210 FaroEstúdio: Rua Cunha Matos, 238000-262 FaroTel.: 28 987 89 08 / 28 988 27 03Fax: 28 988 27 [email protected]/30% de desconto

AQUILO TEATROLargo do Torreão s/n Apartado 1346301 GuardaTel./Fax: 27 122 24 [email protected]% de desconto

CENA ABERTACOMPANHIA TEATRAL DE SANTARÉMLargo Padre Francisco Nunes da Silva, n.° 3, 2000-134 SantarémTel./Fax: 24 332 88 54Tlm.: 91 985 05 90 (Alexandra Baptista)[email protected]% de desconto

CENDREVCENTRO DRAMÁTICO DE ÉVORATeatro Garcia de ResendePraça Joaquim António de Aguiar7000 ÉvoraTel.: 26 670 31 12 / 26 674 11 [email protected]/cendrev/30% de desconto

CENTRO CULTURAL DE BELÉMFUNDAÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM,Praça do Império,1449-003 LisboaTel.: 21 361 27 [email protected] > www.cb.pt20% de desconto na subscrição do Cartão AmigoCCB (30% caso a adesão seja feita por débitodirecto em conta)

CHÃO DE OLIVACOMPANHIA DE TEATRO DE SINTRARua Veiga da Cunha, 202710-627 SintraTel.: 21 923 37 19 > Fax: 21 923 14 46Tlm.: 91 220 63 84 / 91 616 86 [email protected]% de desconto

CHAPITÔCOLECTIVIDADE CULTURAL E RECREATIVADE SANTA CATARINACosta do Castelo, n.° 1/7, 1149-079 LisboaTel.: 21 885 55 50 > Fax: 21 886 14 [email protected] > www.chapito.org/#25% de desconto

CIRACCÍRCULO DE RECREIO, ARTE E CULTURA DE PAÇOS DE BRANDÃOAv. da Sobreira,4538-251 Paços de BrandãoTel.: 22 744 86 2515% de desconto

COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGATEATRO CIRCOAv. da Liberdade, 697, 4710-251 BragaTel.: 25 321 71 67 / 25 326 24 03Fax: 25 361 21 74

CARTÃO CGTP

Novas oportunidades parao trabalhador no acesso àCultura, Desporto e TemposLivres.

O Departamento de Cultura eTempos Livres da CGTP-IN está adesenvolver um projecto que con-siste na criação de um CARTÃOCGTP, a que vão estar associa-dos vários benefícios para todosos trabalhadores sócios dos sindi-catos filiados na CGTP-IN. O ob-jectivo é que os trabalhadorespossam ter acesso a um conjuntode bens e serviços, desde a cul-tura, desporto, tempos livres e possivelmente a educação, deforma mais acessível que aquiloque é normal nestas áreas.

O Cartão CGTP tenta assim criar,de uma forma ampla, um conjun-to de benefícios que sirvam tam-bém para atrair novos sócios aossindicatos do Movimento SindicalUnitário, contribuindo para aocupação dos seus tempos livres.

Actualmente, para aceder aosbenefícios, devem todos os inte-ressados apresentar nos diversoslocais com protocolo o cartão desócio do respectivo sindicato,indicando que tem conhecimentodo Protocolo com a CGTP-IN.

A informação actualizada sobre o CARTÃO CGTP poderá ser consultada na página da Internet da CGTP-IN e nos váriosnúmeros do boletim CGTP Cultura.Para mais informações, deverá ser contactado o Departamento de Cultura e Tempos Livres, através da Maria José Judas, tel.: 21 323 66 59 [email protected].

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[email protected] > [email protected]/50% de desconto

COMUNATEATRO PESQUISAPraça de Espanha, 1070-024 LisboaTel.: 21 722 17 70/6 > Fax: 21 722 17 [email protected]/50% de desconto

ENSEMBLESOCIEDADE DE ACTORESTrav. da Telheira – Telheiró Avioso (Santa Maria)Tel.: 22 982 63 18

LUA CHEIATEATRO PARA TODOSRua da Casquilha, 16, 7.º Dto1500-152 LisboaTel.: 21 443 05 91 > Fax: 21 009 34 44Tlm.: 96 604 64 48 (Ana Enes)[email protected] > www.luacheia.pt/15% de desconto

MARIONETASACTORES E OBJECTOS GRUPO DE TEATROLargo de São Domingos, 46 r/c4900-330 Viana do CasteloTlm.: 96 459 63 13 (Carla Magalhães)[email protected][email protected]/50% de desconto

QUARTA PAREDEASSOCIAÇÃO DE ARTES PERFORMATIVASDA COVILHÃRua Celestino David, lote 4, r/c dto6200-072 CovilhãTel./Fax: 27 533 56 86Tlm.: 96 978 53 13 / 96 901 42 [email protected]/40% de desconto

TE-ATOGRUPO TEATRO DE LEIRIARua Pedro Nunes, 15 (ao Terreiro)Apartado 1066 – 2401-801 LeiriaTel./Fax: 24 482 84 79Tlm.: 96 290 43 [email protected]@alcachofra.netwww.alcachofra.net/Te-Ato/30% de desconto

TEATRO 3 EM PIPAASSOCIAÇÃO DE CRIAÇÃO TEATRAL E ANIMAÇÃO CULTURALMonte Novo do SerrinhoApartado 150 – 7630 OdemiraTel.: 28 338 66 49 > Fax: 28 338 66 49Tlm.: 96 233 94 [email protected]/20% de desconto

TEATRO ART'IMAGEMRua da Picaria, 894050-478 PortoTel.: 22 208 40 14 > Fax: 22 208 40 [email protected]/30% de desconto

TEATRO CASA DA COMÉDIAFILIPE CRAWFORD PRODUÇÕES TEATRAISRua são Francisco de Borja, n.° 221200-843 LisboaTel.: 21 395 94 17/8 > Fax: 21 395 94 [email protected] www.filipecrawford.comDesconto conforme a época teatral

TEATRO D'O SEMEADORTEATRO DE PORTALEGREConvento de Santa ClaraApartado 264, 7300-901 PortalegreTel.: 24 520 78 9425% de desconto

TEATRO DA CORNUCÓPIATEATRO DO BAIRRO ALTORua Tenente Raúl Cascais, 1-A1250-268 LisboaTel.: 21 396 15 15 / 21 396 92 05Fax: 21 395 45 [email protected]/htmls/home.shtml20% de desconto

TEATRO DA GARAGEMTEATRO TABORDA Costa do Castelo, 75, 1100-178 LisboaTel.: 21 885 41 90 > Fax: 21 868 85 [email protected]% de desconto

TEATRO DAS BEIRASTravessa da Trapa, 2 – Apartado 2616201-909 CovilhãTel.: 27 533 61 63 > Fax: 27 533 45 85Tlm.: 96 305 59 [email protected]/home.asp 40% de desconto

TEATRO DE ANIMAÇÃO DE SETÚBALFORUM MUNICIPAL LUISA TODI2900 SetúbalTel.: 26 553 24 02 > Fax: 26 522 91 [email protected]% de desconto

TEATRO DE MARIONETAS DO PORTORua de Belomonte, 57, 4050-097 PortoTel.: 22 208 33 41 > Fax: 22 208 32 [email protected]% de desconto

TEATRO DO BOLHÃOACADEMIA CONTEMPORÂNEA DO ESPECTÁCULOPraça Coronel Pacheco, n.° 14050-453 PortoTel.: 22 208 90 07 > Fax: 22 208 00 [email protected] 50% de desconto

TEATRO DO NOROESTETEATRO MUNICIPAL SÁ DE MIRANDARua Sá de Miranda4900 Viana do CasteloTel.: 25 882 28 [email protected]/teatro/noroeste.htm50% de desconto

TEATRO DOS ALOÉSCOMPANHIA PROFISSIONAL DE TEATRORua António Ferreira n.° 1 – 9.º Dto2700-134 Santarém50% de desconto

TEATRO EXPERIMENTAL DE CASCAISTEATRO MUNICIPAL MIRITA CASIMIROAv. Marechal Carmona, 6 BTel.: 21 467 03 20 > Fax: 21 483 21 [email protected] > www.tecascais.org/#50% de desconto

TEATRO EXTREMORua Serpa Pinto, n.º 16, Apartado 1242801-801 AlmadaEscritório: Tel.: 21 274 22 20 / 21 272 36 60Fax: 21 272 36 [email protected]/te.htm25% de desconto

TEATRO FÓRUM DE MOURARua Cardeal Lacerda, 8, 7860-018 MouraTel.: 96 009 32 69 / 96 670 60 [email protected]% de desconto

TEATRO INFANTIL DE LISBOARua Tereiro do Trigo, n.º 66, 5.º C1100-604 LisboaTel.: 21 886 05 03 / 21 715 40 57(Bilheteira)Fax: 21 887 25 [email protected] > www.til-tl.com/7,00€ de desconto por bilhete

TEATRO NACIONAL SÃO JOÃOPraça da Batalha, 4000-102 PortoLinha verde: 800 10 8675Tel.: 22 340 19 00 > Fax: 22 208 83 [email protected] > www.tnsj.pt 5€ na compra de bilhetes para os espectáculosdo TNSJ, para lugares de Plateia (também noTeatro Carlos Alberto) e Tribuna; 50%, incluindoacompanhante, mediante aquisição dos bilhetescom 48 horas de antecedência.

TEATRO O BANDOVale de Barris – Apartado 1522950-055 PalmelaTel.: 21 233 68 50 > Fax: 21 233 42 [email protected] > www.obando.pt/Preço único de 5€

TEATRO PÉ DE VENTOCOLECTIVO DE ANIMAÇÃO TEATRALRua da Vilarinha, 1386, 4100-513 PortoTel.: 22 610 89 [email protected]% de desconto

TEATROESFERARua Cidade Desportiva, 2745-012 QueluzTel.: 21 430 34 04 > Fax: 21 430 17 [email protected]% de desconto

Saíu o n.º 0 da revista Sapiens. História, Património eArqueologia (disponível em www.revistasapiens.org).

O projecto, coordenado por um grupo de investigadorese elementos com formação em História, História da Arte eArqueologia, conta com a orientação científica de profes-sores oriundos de várias universidades portuguesas eestrangeiras e pretende ser, essencialmente, um espaço dedivulgação do trabalho de jovens investigadores (pré-licen-ciados, licenciados, mestrandos, doutorandos, etc.) na áreada História, da Arqueologia e da História da Arte.

A revista, em suporte digital e de acesso totalmente gra-tuito, tem uma periodicidade semestral e uma estrutura edi-torial que contemplará um conjunto de artigos dedicados,

quando possível, a um determinado tema central, a que sejuntarão recensões críticas, comentários e notícias diver-sas.

Os potenciais interessados poderão remeter os seus tra-balhos (artigos, recensões críticas, notícias, comentários aexposições, colóquios, seminários, conferências, etc.) para oendereço [email protected].

Para mais informações, comentários ou sugestões sobrea revista e sobre o modo como poderá participar, consulte orespectivo sítio online, ou entre em contacto com a Sapiensatravés do endereço [email protected].

O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante(SIMAMEVIP), no âmbito das suas actividades de temposlivres, possui um Centro de Férias na Costa de Caparica,constituído por 16 moradias, implantado num espaçoarborizado, a cerca de 200m da praia de São João.

Os trabalhadores e funcionários do Movimento Sindical,sindicalizados, podem agora, também, usufruir deste Centrode Férias.

A utilização do Centro destina-se apenas ao sócio(a) erespectivo agregado familiar.

As inscrições deverão ser efectuadas exclusivamente nasede do SIMAMEVIP, mediante apresentação do cartão desócio(a) do respectivo sindicato, sendo que as inscriçõespara a época alta devem ser submetidas até às 19h00 dodia 15 de Maio de 2009.

Para mais informações, consulta os serviços doSIMAMEVIP.

SINDICATODOS TRABALHADORES DA MARINHA MERCANTE AGÊNCIAS DE VIAGENSTRANSITÁRIOS E PESCAAv. Elias Garcia, 123 – 2.º Dt.º, 1050-098 LisboaTelef: 21 780 22 50 / Fax: 21 780 22 59E-mail: [email protected]

INFORMAÇÕES DIVERSAS

CENTRO DE FÉRIASCOSTA DA CAPARICA (SIMAMEVIP)