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EDITORIAL - apcefrs.org.br · consecução da minha vontade. Leonel Guimarães GICOT/PO ... Esta foi uma resposta ao impasse nas votações anteriores para aprovação de uma reforma

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2 JUNHO DE 2009

EDITORIAL

Sou doador e minha família sabedisso. Sempre que tenho opor-tunidade, aproveito para reforçar aminha qualidade de doador. Façoisso porque sei que serão eles osgrandes responsáveis pelaconsecução da minha vontade.Leonel Guimarães � GICOT/P O

Sou doador de sangue, mas, deórgãos, não. Não sei exatamente oque me impede, mas creio que édevido à falta de confiança emquem controla e regula estesistema.Miguel Jaeguer de Santanna � PortoAlegre

Sou doador de orgãos! E desde muitocedo sempre falei isto para minhafamília. Infelizmente, algumas pessoassó percebem o valor de ser doadorquando estão �do outro lado�, ouseja, quando alguém muito próximonecessita de um órgão. Temos quefazer campanha em nosso círculo deamizades. Debater, argumentar econvencer tantos quanto for possívela ser, e comunicar sua família da suadecisão. Paulo L. Silva de Souza � Caixa Pv -Ag. Volta do Guerino � Porto Alegre

Eu sou doadora de órgãos e minhafamília sabe que a minha vontade, em

Você é doador ou doaria os seus órgãos? Já falou sobre isso com sua família ou sabe a opinião deles? caso de morte, é doar tantos órgãosquanto possível e sem demora paranão prejudicar o processo deaproveitamento e ajudar o maiornúmero possível de pessoas. Tambémdoo sangue periodicamente e estimuloo sentimento de compartilhar a vidacom meus filhos para que, assim quepossível, eles façam suas opçõesconscientes como doadores também.Inajara dos Santos Pereira �Assessoramento ao Comitê SR LesteGaúcho

Sou doador sim. Eu e minha esposa.Por que não ajudar famílias que vivemesse drama? Acho que devemos pensar

com mais carinho nisto, pois amanhãpode ser que nós estejamos na fila.Precisamos ser mais solidários.Rodrigo Moreira Lins Pastl � Ag. Passoda Areia � Porto Alegre

Sou doador sim. Já falei com aminha famí l ia , d isse- lhes sobreminha vontade. Ter saúde é umadádiva que só percebemos e nosdamos conta quando a perdemos ousentimos isso na nossa família. E doarórgão, assim como doar sangue, éum ato que mantém a v ida eque dá saúde a quem merece tantoquanto nós.Paulo R. Pasqualotti � Porto Alegre

embramos aos nossos leitores e associados da APCEF/RS que oprocesso eleitoral da entidade ainda não está totalmente concluído.Agora está chegando o momento de uma etapa importantíssima

e que ass inala o aprofundamento do processo democrát ico e dadescentralização. É chegada a hora de eleger osrepresentantes regionais dos maisde 250 locais de trabalho que estãoespalhados em todo o Rio Grandedo Sul . Cada unidade deve deforma autônoma e leger seurepresentante. A APCEF/RS estáenviando edi ta l para todas asagências com o detalhamento eor ientações de como deve serrealizado o processo. A APCEF/RSpede a todos que não deixem de

Agora é hora de eleger os representantes regionais

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CONSELHO EDITORIAL: Célia Zingler, Marcos Todt, Sérgio Simon e Paulo Belotto •Coordenação: Fernando Waschburger – D3 Comunicação • Edição: César Fraga •Redação: Grazieli Gotardo e César Fraga • Edição de Arte: Luciano Lobelcho/D3 •Diagramação: Rodrigo Vizzotto/D3 • Arte: Claudete Sieber/D3 • Charge: Santiago •Revisão: Gabriela Koza • Impressão: Gazeta do Sul • Tiragem: 9.000 exemplares •

Periodicidade: mensal • Fechamento desta edição: 18/06/2009 • Distribuição gratuitapara associados da APCEF. Os artigos assinados publicados no João de Barro não

refletem necessariamente o pensamento da Diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851 Ipanema Porto Alegre / RS � CEP 91760-000Telefone: (51) 3268.1611 Fax: (51) 3268.2700 � [email protected]

participar, repetindo o alto índice de comparecimento às urnas daseleições majoritárias deste ano.

Nesta ediçãoNesta edição, o João de Barro se mostra mais uma vez uma síntese

da linha de atuação da APCEF/RS. Na capa, estampada a vitória dosnossos atletas nos Jogos Sul/Sudeste, cujo objetivo é a integração dosassociados de diferentes pontos do país, celebrando a saúde e ocompanheirismo. Tudo isso dividindo espaço com a luta dos bancáriospor remuneração mais justa e melhores condições de trabalho, semesquecer das questões previdenciárias sempre presentes em nossapáginas, assim como nossas iniciativas ligadas à cultura, lazer, etc. Nãobastasse i sso, também trazemos reportagem deta lhada sobre aimportância de sensibilizar a população para a doação de órgãos, quedeve ser encarada como um ato de solidariedade e de cidadania. Alémdisso, cont inuamos os debates sobre as questões ambientais , dedemocratização da mídia, entre outras. Boa leitura.

ANTENA

Feira do Livro em Canoas25.ª Feira do Livro de Canoasocorre de 20 de junho a 4 dejulho � das 9h às

19h30, no Calçadão da Av.Tiradentes e PraçaBandeira. Neste local,acontecerão encontros,bate-papos, sessões deautógrafos e lançamentosde livros. Nestor Mayer,que é aposentado daCaixa e membro docomitê organizador da Feira,estará autografando o livro A teia

da vida, no dia 21 de junho � às 16h,e lançando o l ivro Memória

ambiental da cidade de Canoas,no dia 30 de junho � às 16h.

�Gostaria de contar coma presença dos amigos e

colegas da Caixa APCEF/RS, que tem uma expressivapresença de unidades/agên-cias de Canoas e proximi-dades, a prestigiarem este

significativo evento cultural nomunic ípio e na Região Metropo-litana�, convida o autor.

Santiago

O Núcleo de Cultura Gaúchada APCEF/RS promove no dia 26de julho o II Costelão da APCEF/RS. O almoço será às 13h noGalpão Crioulo da Sede B daAPCEF/RS (Av. Cel. Marcos, 851 �Porto Alegre). Depois animadadomingueira com música gaúcha.Informações sobre os convites evalores serão divulgadas em brevena internet, no site da Associação:www.apcefrs.org.br.

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A Fenae estácom inscrições

abertas até 13 de julho para o concursoFoto Fenae 2009 que traz como temaa Convergência. De acordo com oDicionário Houaiss, convergência é�disposição de dois ou mais elementoslineares que se dirigem para ou seencontram no mesmo ponto; tendênciapara aproximação ou união em tornode um assunto ou de um fim comum;confluência, concorrência�. Os vence-dores podem receber prêmios de até100 mil pontos, para serem resgatadosna internet, através do sitewww.programapar.com.br, e troféus.Podem participar os associados da Caixaque sejam sócios efetivos da APCEF oucontribuintes do Fenae Doações. Omaterial deve ser enviado para: SCS,quadra 01, bloco C, ed. AntônioVenâncio da Silva, 5.º andar, Brasília/DF � CEP 70395-900. Informações:www.fenae.org.br.

Concurso fotográfico

A construção de políticas públicascontra a violência e em busca da paz eda justiça social mobilizou neste mêsde junho 12 entidades gaúchas nosentido de apontar medidas para freara criminalidade e assegurar qualidadede vida às famílias que vivem abaixoda linha da pobreza. As decisões epropostas serão elaboradas durante aJornada contra a Violência e por JustiçaSocial 2009, que ocorre em PortoAlegre entre 14 e 24 de junho. Confiraas atividades e deliberações na internet,através do site do SindBancárioswww.sindbancarios.org.br. A mostracinematográfica Imagens da Violênciavai até o dia 28 de junho.

FENAE

Violência emdebate

II Costelão daAPCEF/RS

ALMOÇO

Foto: APC

EF/RS

JORNADA

27/06 � Torneio de FutSaL ejantar comemorativo aos 56 anosda APCEF em Pelotas

04/07 � Conferência Estadualdos Bancários

17/07 a 19/07 � ConferênciaNacional dos Bancários

22 e 23/07 � Eleição dosrepresentantes da APCEF

26/07 � II Domingueira comCostelão

Agenda

Rua Pedro Adams Filho, 5573, cj.1206Novo Hamburgo

A APCEF/RS, a Feeb e o SindBancários retomaram o Grupo de Trabalho(GT) para estudar e formular propostas sobre o PCS, o PCC/PFC, e os critériospara promoção por merecimento sob a ótica dos empregados da Caixa. Oobjetivo do GT é repetir a experiência exitosa de 2008 com a elaboração doPLACAR (Plano de Carreira) e do ponto de corte como alternativa à lógicaperversa do Delta Zero. O GT é integrado por Marcos Todt e Amanda Cardoso(APCEF/RS); Ricardo Müller e Marcello Carrion (Feeb); Tiago Pedroso e RachelWeber (SindBancários); e pelos representantes do Fórum Estadual dos delegadosSindicais da Caixa: Marta Silva de Jesus, Arivane Colombo, Geraldo MajellaFigueiredo, José Henrique Woerzchowski e Sandro Dias.

Reestruturação do GT

Foto: divulgação/Sindbancários

4 JUNHO DE 2009

Reforma fortalece os partidos

ENTREVISTA

Governo Federal enviou aoCongresso uma proposta deemenda constitucional, um

projeto de lei complementar e cincoprojetos de lei para a reforma política.Esta foi uma resposta ao impasse nasvotações anteriores para aprovação deuma reforma política. Os projetos foramencaminhados por assunto, permitindoa votação em separado, facilitando aformação de maiorias para aprová-los.O cientista político Eduardo Corsetticomenta os principais pontos da reforma,considerada urgente para moralizaçãodo sistema eleitoral brasileiro.

João de Barro � Como o senhor vê aquestão das listas fechadas?Eduardo Corsetti � De um lado, épreciso ver criticamente uma legislaçãoque tende a perpetuar os membros doparlamento por meio de uma lista maisou menos constante dentro dos partidose que coíbe o acesso de novoscandidatos e a própria renovação dosseus quadros. Nesta medida, deveriahaver um meio pelo qual o membro quefosse eleito através do sistema de listasnão pudesse ser permanentementecandidato na sua própria sigla por umperíodo maior do que dois ou trêsmandatos, podendo alternar após umperíodo predeterminado para retorno.Com isso, se evitaria a oligarquização dopoder. Na medida em que se tem umalista fechada, aqueles que dentro daestrutura partidária estiverem no topoda lista se repetirão eternamente nasconvenções. O que não é conveniente.

JB � Mas isso não fortalece siglas?Corsetti � Sem dúvida. Pois fortalecetambém a ideia de que os membros dospartidos são mais ou menospermanentes e as expectativas mútuasde cada um deles estariam previamentedefinidas. Por outro lado, tambémagilizaria negociações e acordos paraaprovação de projetos. Não sei comoficará esse procedimento que se fazhoje, que é a votação de lideranças. Na

aprovação de determinados projetos,quando se tem uma liderança constantedurante um certo período, essa votaçãode líderes se resolve mais rapidamente,desafogando a pauta. E esse é umaspecto positivo.

JB � Existem prós e contras, então?Corsetti � Sem dúvida. Na adoção delistas fechadas, o maior problema é aperpetuação dos defeitos que tende a crescerconforme o tempo de vigência das mesmas.

JB � Isso não torna mais importantesas convenções partidárias?Corsetti � Sim, claro. Se o partido temexpressão, o candidato que é colocadopela convenção tem uma posiçãotranquila em relação à garantia deeleitorado. Pode se dizer que estápraticamente eleito. Nesse sentido, oprocesso de convenção se tornaextremamente importante para opartido e para o eleitor. Principalmenteporque proporciona crescimento daestrutura partidária. Acabará sendomais importante ter votos nasconvenções do que na eleição em si.

JB � E as decisões nas cúpulas?Corsetti � Esse é o perigo. Está aí apossibilidade de oligarquização dopoder. A saída para essa armadilha seriaa criação de um mecanismo queestabelecesse uma obrigatoriedade dealternância de tempos em tempos.Vendo de forma otimista, dá para fazera seguinte conjectura: provavelmenteos candidatos menos votados nasconvenções vão buscar mais pessoaspara se tornarem membros dopartido, aumentando a base e

EDUARDO CORSETTI

por consequência modificando adinâmica interna das siglas. Os partidoscom isso tendem a crescer. Na verdade,os grandes partidos já têm essesprocessos mais ou menos em práticainformalmente, na medida em que sesabe que alguns candidatos já sãoconsagrados. A formalização pelaadoção das listas incorre no risco deinibir uma possibilidade maior demudança. Fica uma situação maiscomplicada na medida em que a genteestá avaliando pelos vícios atuais,eventualmente, as virtudes futuras.

JB � E na sua avaliação, é melhor manteros vícios atuais ou arriscar virtudesfuturas?Corsetti � Acho que é de se conjecturar apossibilidade de uma virtude futurasempre. Mas para isso é preciso fazeralgumas adaptações. Talvez fosse o casodo TST criar mecanismos para inibir a con-centração de poder nas mãos de poucos.

JB � E o financiamento público?Corsetti � Atualmente as doaçõesescusas e não declaradas para ascampanhas colocam as instituições,especialmente as privadas, em umacondição de constrangimento, namedida em que são apresentadas paraa sociedade como contribuidoras ilegaisou não de um ou outro candidato. Esseé o aspecto mais torpe de uma cam-panha eleitoral e que gera desequilíbrio.Dito isso, o financiamento público servepara dar uma equilibrada, oferecendopossibilidades mínimas iguais para ascandidaturas. Além disso, estimularámais publici-dade para oprocessosem darm a r -gem,

por exemplo, à interpretação de queas contribuições são atos suspeitos eescusos, passando a ser vistas até deforma positiva e como ato republicano.Nos EUA, tanto a iniciativa privada,como as entidades de classe, como sin-dicatos patronais e de trabalhadoresfazem doações para campanhas aberta-mente. Esse é outro aspecto que serelaciona com a questão das listas. Umacoisa é o financiamento das cam-panhas, e outra, das pré-campanhas,que passarão a ter maior importância.Quem financia essa etapa anterior doprocesso e que passará a ser decisiva? Épreciso que a reforma também tenhauma solução para esse problema.

JB � Como o senhor avalia a extinçãodas coligações nas eleições propor-cionais, permitindo apenas para asmajoritárias?Corsetti � Vejo como um fato positivo.Isso define de uma forma mais claraas identidades partidárias forta-lecendo-as. Mas este é um processoque não vamos sentir os efeitosimediatamente. É um processo queprecisa de tempo. Quando o eleitorestiver votando em determinadopartido ele saberá o que significa aquelevoto porque esta identidade começaráa se manifestar ao longo do tempo comcada vez mais força.

JB � A medida também não inibe oinchaço de candidaturas nas cam-panhas, cujo intuito é apenas fazernúmero para privilegiar os candidatosmais fortes?Corsetti � Toda a ênfase da reformaestá no fortalecimento das siglas, paraatenuar essa postura individualista docandidato angariando votos para si enão para o partido. Além disso, passama ter mais importância os programaspartidários.

JB � Há também um projeto de lei queprevê a inelegibilidade de candidatoscom condenação em primeirainstância.Corsetti � Eu acho o seguinte, quando

a Justiça decide, mesmo que emprimeira instância, já se tratade uma decisão respeitável.Além disso, caso umcandidato perca seusdireitos de elegibilidade,caso ele seja consideradoinocente ao final de todoo trâmite, sempre poderávoltar a ter os seus di-reitos. Afinal, no Brasil, osrecursos são na maioriadas vezes protelatórios edemorados.

�Fica uma situação maiscomplicada na medida emque a gente está avaliando

pelos vícios atuais,eventualmente,

as virtudes futuras�

POLÍTICA

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�...o financiamento público serve para dar umaequilibrada, oferecendo possibilidades mínimas

iguais para as candidaturas. Além disso, estimularámais publicidade para o processo sem dar margem,por exemplo, à interpretação de que as contribuiçõessão atos suspeitos e escusos, passando a ser vistas até

de forma positiva e como ato republicano�

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Amazônia ameaçada

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DEBATE

plenário do Senado aprovou em 4 de junhoo Projeto de Lei de Conversão (PLV) n.º 9/2009, originário da

Medida Provisória (MP) 458/2009, que permite a regu-larização de terras ocupadas naAmazônia Legal, situadas emáreas da União. Com isso, serãoregularizadas as ocupações deáreas de até 1.500 hectares,realizadas de maneira mansa epacífica, antes de 1o dedezembro de 2004. Poderão serbeneficiadas com a regularizaçãopessoas físicas e jurídicas queexerçam a exploração direta ouindireta dessas terras. A matériaserá agora encaminhada àsanção presidencial.

O Projeto, no entanto, vem sofrendo fortecontestação de entidades ambientais e o presidenteLula já adiantou que vetará a �lei da grilagem�.

Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou notapública assinada pelo seu presidente Dom LadislauBiernaski contra a aprovação, em que diz: �A MedidaProvisória 458 regulariza posses ilegais. Beneficia,sobretudo, pessoas que deveriam ser criminalmenteprocessadas por usurparem áreas da reforma agrária,

pois, de acordo com a Constituição, somente 7% daárea ocupada por pequenas propriedades de até 100

hectares (55% do total daspropriedades) seriam passíveis deregularização�. Ainda segundo aCTP, os movimentos sociaispropuseram que a MP fosse retiradae em seu lugar se apresentasse umProjeto de Lei para que se pudesseter tempo para um debate emprofundidade do tema, levando emconta a função social dapropriedade da terra. �O governo,entretanto, descartou qualquerdiscussão com os representantes dostrabalhadores do campo e dafloresta�, informa o texto da nota.

Em 10 de junho, procuradoresda República que atuam na região

Amazônica enviaram um ofício ao presidente Lulaalertando para problemas jurídicos e conflitos sociaisque podem ser agravados em caso de sanção integraldo texto. Os signatários do documento se dizem�irresignados com o formato assumido pela MP� eatacam: �O tratamento dado à questão fundiária naAmazônia pelo referido diploma legal beira ainsensatez� e �representa na prática mais um incentivoà invasão e ao desmatamento de novas áreas�.

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Foto: Banco de Imagens Stockxchng

AMBIENTE

�A ação contra a RBS está na fase dacontestação � embora seja único o grupo RBS,são diversas pessoas jurídicas, mais de 300�,informa Celso Antônio Três, procurador regionaldos Direitos do Cidadão em Santa Catarina. Trêsé responsável pela ação civil pública ao MinistérioPúblico Federal contra a RBS. Com base nosdireitos de informação, expressão do cidadão epluralidade, ele denuncia e exige providênciascontra o oligopólio da mídia sustentado pelaempresa nos estados de Santa Catarina e RioGrande do Sul. Segundo Três, é comprovada aposse de 18 emissoras de televisão aberta, duasemissoras por cabo, oito jornais diários, 26 rádios,dois portais na internet, uma editora e umagravadora.

Desde 1967 que é proibido uma empresa termais que duas emissoras de TV por estado. AConstituição de 1988 determina que acomunicação não pode ser objeto de oligopólio.O procurador alega que a lei no Brasil, no que dizrespeito à porcentagem de produção local quedeve ter uma empresa, nunca foi regulamentada.O que acontece é que se utiliza a lei que trata domercado de chocolate, cerveja, etc., em que umaempresa não pode controlar mais que 20% domercado. Mas, em Santa Catarina, a RBS controlaquase 100% da informação.

DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA

JUSTIÇA

RBS acusada de oligopólio

Conselho da Fundaçãodiscute descentralização

TVE

Com o intuito de se aproximar da sociedade,o Conselho Deliberativo da Fundação Piratini �mantenedora da TVE-RS e da FM Cultura � deuinício, em 8 de junho, a reuniões ordináriaspúblicas fora da sede da Fundação.

De acordo com Pedro Osório, presidente doConselho, no primeiro encontro foi abordada arealização de seminário sobre o papel dosConselhos Deliberativos e Gestores naadministração do Estado. O grupo pretendetrazer ao seminário especialistas da área paradiscutir a importância dos Conselhos nadescentralização e democratização da admi-nistração governamental. Também foi expostoo encaminhamento à Procuradoria Especial deContas do Estado relato sobre as dificuldades emobter com a Fundação Piratini informaçõesrelacionadas ao que ocorre na TVE-RS e na FMCultura. O grupo realizará outras reuniões nomesmo formato. O Conselho é composto por25 pessoas � seis membros eleitos e 19representantes de entidades culturais eempresariais do Estado. Seu papel é guiar otrabalho da Fundação Cultural Piratini � Rádio eTelevisão, além de criar diretrizes de programaçãoda TVE e FM Cultura.

8 JUNHO DE 2009

SOLIDARIEDADE

João de Barro começa nestemês a publicar uma série dematérias no sentido de esti-

mular o desenvolvimento de umacultura pró-doação de órgãos.Atualmente, a falta de informação e aburocracia são os principais problemasa serem enfrentados por quem estáengajado nesta luta diária. É o queconta Maria Lucia Kruel Elbern,presidente da Via Vida � Pró-Doaçõese Transplantes, uma organização nãogovernamental formada por volun-tários, que visa esclarecer e incentivara comunidade a doar órgãos e tecidos.�A falta de conhecimento é o principalproblema; as pessoas não sabem comoacontece a doação de medula óssea,por exemplo�, fala Lúcia. A doação demedula óssea é uma das formas maissimples de ajudar muitas pessoas asobreviver. No Rio Grande do Sul, sãocerca de 50 mil pessoas cadastradas nobanco de doadores. No Brasil, o

Doação de órgãos emvida, um ato de amor

Registro Nacional de Doadores deMedula Óssea � REDOME, está come-morando os quase um milhão de cadas-trados. Atualmente, são 978.251, segun-do dados do Instituto Nacional do Câncer(Inca).

�Só que este número deveria ser depelo menos umas sete milhões de pessoas,pois, em função da grande miscigenaçãode raças no país, é muito difícil encontraralguém 100% compatível, como épreciso�, explica Maria Lúcia.

A Via Vida organiza equipes quedesenvolvem ações em parceria comescolas, empresas, hospitais, univer-sidades e instituições, levando infor-mações sobre doações. Também pro-move assistência aos pacientes e seusfamiliares ao hospedar na casa depassagem �Pousada da Solidariedade�aqueles que não possuem condiçõesfinanceiras para permanecer em PortoAlegre nos períodos de pré e pós-transplante.

Pesquisa indica que brasileiro é doadorMais de 4 mil pessoas esperam

por uma doação de órgãos apenasno Rio Grande do Sul, segundo dadosde 2008 do Ministério da Saúde.Córneas e rim são os mais solicitados.Em todo o país, mais de 70 milpessoas estão nos hospitais ou emsuas casas aguardando um órgão.

Pesquisa realizada pelo InstitutoDatafolha, encomenda pela ADOTE� Aliança Brasileira pela Doação deÓrgãos e Tecidos, mostrou que a

maioria da população brasi leiradoaria seus órgãos para transplante.Essa afirmativa é válida para todas asfaixas etárias e de renda, qualquerclasse social, nível de escolaridade ereligião e independe do sexo. Foramentrevistadas mais de 2.000 pessoasde 118 municípios, entre 16 e 19 demarço de 2009, para quem foi feitaa seguinte pergunta: Você doariaórgãos do seu corpo para seremtransplantados após sua morte? 64%

O Inca esclarece que todos podem ajudar, basta ter entre 18 e 55 anos deidade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deveráprocurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada umaentrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, seráfeita a coleta de uma amostra de sangue (10ml) para a tipagem de HLA(características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dadosdo doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novopaciente, a com-patibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador

será consultadopara decidirquanto à doação.O transplante demedula óssea éum procedimen-to seguro, reali-zado em am-biente cirúrgico,feito sob anestesiageral, e requerinternação de, nomínimo, 24 horas.

Como ser um doador de medula

Onde se cadastrar como doador de medula

HEMORGS � Hemocentro do Rio Grande do SulAv. Bento Gonçalves, 3.722 � Bairro Partenon � PortoAlegre (51) 3336.6755

Como fazer: é preciso realizar agendamento pelotelefone (51) 3336.2843. É indispensável levar o RG. Ohorário de atendimento é de 2.ª a 5.ª feira, somente das8 às 16 horas.

Veja os endereços no interior do Estado no site:www.viavida.org.br.

Central de Transplante do Rio Grande do Sul

Av. Princesa Isabel, 39590620-210 � Porto Alegre, RSFone: (51) 3217.1616 � Fax: (51) [email protected]

O

r e s p o n d e r a mSim, 28%, Não,7% não soube-ram ou nãoquiseram res-ponder e 1%respondeu Depende.

Ao serem perguntados sobre odiálogo com a família sobre doaçãode órgãos, 39% dos entrevistadosdisseram que já informaram para afamí l ia a sua intenção de ser

Doadores de Medula Óssea Cadastrados no REDOME até janeiro de 2009

doador.Dos entrevistados da pesquisa

que não haviam conversado com afamí l ia, 65% responderam queconversar iam e 34% não con-versariam.

Arte: Rodrigo Vizzotto/D

3 Com

unicação

JUNHO DE 2009 9

No Rio Grande do Sul, cerca de 70 pessoasestão na lista de transplante de pulmão,segundo dados do Ministério da Saúde. LuisFernando Kalife Junior, 22 anos, estudante deLetras na UFRGS, de Porto Alegre, aguarda umnovo órgão há um ano e nove meses. Mesmosem poder cursar todas as disciplinas nafaculdade, Luis Fernando estuda muito em casa,trabalha eventualmente como revisor de textosacadêmicos e cursa a oficina literária do escritorCharles Kiefer, já que um de seus sonhos étornar-se também um escritor. Ele conversoucom João de Barro e contou as transformaçõesna sua vida desde que se descobriu alguém queprecisa de um transplante. Luis Fernando possuiuma doença chamada bronquiectasia (distorçãoirreversível dos brônquios), decorrente de inú-meras infecções durante sua infância e ado-lescência. Hoje sua capacidade pulmonar é de13%, e ele precisa transplantar os dois pulmões,por ser uma doença infecciosa.

João de Barro � Já havia tido contato comalguém que precisasse de um órgão antes?Luis Fernando � Nunca havia tido contato comninguém que precisasse de um órgão. Tudo queeu via era pela TV, mas precisar de um órgãosempre foi uma realidade bem distante, tendoem vista que sempre tive uma vida normal,sempre estudei, tive amigos, namorada, tivebanda, enfim, uma vida social intensa. Sempreconsegui assumir todos os compromissos que asociedade me propunha. Acontece que, noinício de 2007, comecei a ficar muito magro,realmente comecei a sentir o peso da doença,que estava piorando cada vez mais. Tinha defazer um esforço fenomenal para realizar astarefas cotidianas, como ir até a parada pegarum ônibus, dar aulas, enfim, qualquer tarefaque exigisse movimentação. A crise chegou acerto ponto que quase entrei em depressão, epor isso o médico achou viável entrar comtratamento de oxigenoterapia e me encaminharpara a lista de transplante.

JB � O que mudou na sua forma de ver a vida ede viver depois disso?Luis Fernando � Bom, a partir de então passei aser considerado um paciente de alto risco. Minharotina mudou drasticamente, passei a ter de meadaptar ao cansaço, ao tratamento rigoroso quetenho que seguir. Por exemplo, na época queentrei na lista eu estava com 43 kg e 1,71 m, oque era muito perigoso para minha saúde. Entreicom um tratamento nutricional feroz, e em umano e meio cheguei ao meu peso atual de 60kg. Larguei a banda, diminuí o ritmo dafaculdade, evito saídas desnecessárias. Passei ater que conviver com a morte por perto, a terque planejar tudo em curto prazo, de nuncapoder planejar o futuro. É uma triste realidade.Foi um processo de adaptação que envolveutoda a minha família e amigos, sempre com oapoio dos médicos, nutricionistas, fisioterapeutase psicólogos. Hoje minha saúde está controlada,mas infelizmente não sabemos até quando.

Dou-me ao luxo de sair para jantar, ir aoshopping, comprar um livro, ir eventualmente paraa faculdade, etc. Mas é tudo com muito esforço.Somente o transplante pode aliviar tudo isso.

JB � Qual seu maior sonho depois dotransplante?Luis Fernando � Para falar a verdade, eu tenhodois desejos e um sonho. Tenho o sonho de viajarpelo mundo todo. Não tenho o rabo preso emPorto Alegre; cogito até em não morar por aqui.Quero conhecer o mundo, viajar por toda aAmérica Latina e pela Europa. São tantos destinosque tenho que sentar, organizar e ver para ondevou primeiro. Isso é quase meu ideal de vida.Agora, os desejos são extremamente simples, eminha felicidade em realizá-los será inexplicável.O primeiro seria organizar os meus amigos etodos aqueles que estiveram comigo nessa lutapara uma churrascada e uma partida de futebol.Devido as minhas deficiências pulmonares, nãoconsigo jogar futebol desde os 14 anos de idade.Sou apaixonado por esse esporte, seria fantásticopoder bater uma bolinha com aqueles que meajudaram a estar ali. O segundo e muito maissimples vem de uma explicação muito simplória:nesses um ano e nove meses de lista, tenhosempre que sair acompanhado de alguém, esempre levar meus tubos de oxigênio. Depoisdo transplante, gostaria de sair somente com aminha carteira, sem oxigênio, sem ninguém mais,somente eu, meus dois pulmões novos e meucorpo. Sei lá para onde irei.

JB � No Brasil, o que você acredita que seja omaior empecilho para que haja mais doações oumais órgãos disponíveis?Luis Fernando � Acho que o principal empecilhoé a falta de captação de órgãos. É comprovadoestatisticamente que mais de 70% das famíliasbrasileiras doam seus órgãos. O que falta é que omédico intensivista, que é responsável pelo pacienteque está com morte encefálica, comunique aCentral de Transplantes que há um caso de doaçãode órgãos. Mas não é o que acontece. Esse médicointensivista não é remunerado para fazer isso, e,muitas vezes, fica sobrecarregado com o excessode responsabilidades. O ideal seria que cadahospital tivesse um médico intensivistaresponsável (e remunerado) pelos pacientes commorte encefálica, o que acontece na Espanha.Esse modelo já está sendo implantando aqui noRS, e logo trará resultados.

ENTREVISTA

Sair sozinho, jogar futebole viajar pelo mundo

10 JUNHO DE 2009

m Assembleia Geral realizada dia 16 dejunho no SindBancários, em PortoAlegre, os empregados da carreira

profissional da Caixa decidirampelo fim da greve.

A proposta paraacordo apresentouavanços nos valores databela, prevendo que amudança para o novoPCS seja feita em duasetapas. A primeira ocor-rerá imediatamente, comadoção de tabela comsalário inicial de R$ 6.199 e final de R$ 8.704,retroativa a 1.º de abril. A segunda etapa seráa adoção em janeiro da tabela sugerida peloTST, com piso de R$ 6.600 e teto de R$9.116 pelo valor nominal , ou seja,compensados eventuais reajustes aplicadosna data base dos bancários.

Movimento obtém acordoe suspende a greve

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

CARREIRA PROFISSIONAL

Prezados ColegasHoje, 17 de junho de 2009, retornamos ao trabalho

e ao convívio de vocês após 50 dias de greve da carreiraprofissional da CAIXA.

Nosso movimento, fora de época, foi uma respostaao não cumprimento da cláusula 47 do ACT/2008. Respostanecessária, último recurso após meses de tentativa de acordo,de protelações, de reuniões desmarcadas na última hora.

Ainda esperamos que a CAIXA venha a cumprir suameta de ser uma das melhores empresas para se trabalhar,mas nossa empresa ainda tem um longo caminho apercorrer nesse sentido.

Lutar pelos nossos direitos é uma forma de ajudar aCAIXA a atingir esse objetivo e se tornar uma empresaainda maior, mais justa, socialmente responsável. Foi umaluta difícil, com as mesmas incertezas e riscos que vivemosa cada mês de setembro, como todos os bancários, quetambém somos. No entanto, a convicção de que o pleitoera justo e, principalmente, a vontade de sermos ouvidosnos manteve firmes nesse propósito até o limite da vianegocial.

Voltamos hoje com algumas conquistas alcançadas, masnossa luta, pela unificação da carreira profissional,certamente continuará, pois ainda há muito a ser discutidoe corrigido até alcançarmos a tão sonhada isonomia.

Nesse momento de retorno às atividades, sabemos quehá muito trabalho a fazer. Retornamos cientes dasobrigações que temos como empregados da CAIXA, mas,principalmente, das responsabilidades com a sociedadebrasileira e com o futuro deste país. O PAC nos foi confiadoe no que depender de nós alcançará seus objetivos. OPrograma Minha Casa, Minha Vida, no qual temossignificativa participação, é tão fundamental para o paísque não poderíamos deixar de assumi-lo como objetivo decada um de nós.

Nossa luta por valorização e unificação continuará, enesse momento afirmamos a cada um de vocês quesetembro se aproxima com novas batalhas.

Mantenhamos nossas bandeiras, sejamos firmesnaquilo que é justo. Nossa mensagem é de manter aesperança e principalmente a união, pois não se constróinada sozinho.

Não ganhamos tudo, mas aprendemos muito, nosaproximamos mais, crescemos com os debates, aprendemosa ouvir, a nos defender, a buscar soluções. É um aprendizadoconstante e que não para por aqui.

Agradecemos a cada colega da carreira administrativaque nos compreendeu e nos apoiou.

Agradecemos muito ao Sindicato dos Bancários dePorto Alegre, que se manteve ao nosso lado o tempo todo,trazendo sua experiência, ponderações e sugestões semprepertinentes.

Agradecemos a cada colega que participou domovimento, nos piquetes, no atendimento que prestamosà população na Praça da Alfândega, nas reuniões eassembleias. Fizemos história. Vamos continuar a luta,cientes do nosso valor e mantendo em mente a ideia quenos trouxe até aqui: Unidos somos mais fortes.

Carta Aberta* aosColegas da CAIXA

Tal proposta já havia sido feita peloministro anteriormente e rejeitada pelaempresa, o que atrasou em muito a

possibilidade de acordo.A migração para a nova

tabela será real izada poraproximação salarial. Alémdisso, metade dos diasparados será abo-nada, e acompensação da outrametade será realizada atéo dia 31 de dezembro.

A APCEF parabeniza os colegasda carreira profissional pelo fortemovimento que construíram, por suamaturidade, compreensão do papel públicode suas atividades e sentido de unidade paracom todos os bancários da Caixa, conformebem expressa a Carta Aberta* (box aolado) assinada por Simonne JeffmannBaumgarten, diretora regional da Aneac.

E

No dia 16 de junho os empregados daCaixa definiram a proposta dos bancários parao novo Plano de Cargos Comissionados (PCC).A decisão foi tomada em plenária nacionalespecífica realizada por deliberação do 25ºConecef. Participaram do evento cerca de 150delegados de todo o país, com pelo menos umrepresentante por estado. A proposta aprovadafoi construída por um Grupo de Trabalhoespecífico para o tema (GT/PCC) e referendadapela Contraf-CUT, por meio de sua ComissãoExecutiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa).

O eixo principal da proposta consiste navalorização das funções e de suas comissões.Nesse sentido, os Pisos de Mercado serãotransformados em Pisos de Remuneração deFunção (PRF), incluindo a realidade interna daCaixa nas análises para sua definição. Assim,além da comparação com o salário de outrasempresas, serão considerados fatores como acomplexidade e grau de responsabilidade dafunção específica.

A proposta também prevê a extinção doCTVA e a criação do Ajuste de Remuneraçãode Função (ARF). Para isso, os valores dasfunções serão definidos levando-se emconsideração a atual realidade dostrabalhadores do banco, por meio de um cálculoestatístico que determine o valor médio dosalário dos ocupantes de cada funçãodeterminada. Dessa forma, o valor da comissãode cada função será aquele que permitir a essamaioria de trabalhadores atingir o PRF dela a

partir de seu salário padrão.Os trabalhadores que estejam em

referências mais baixas do PCS e não atinjam oPRF dessa forma receberão o Ajuste deRemuneração de Função, que teria um valorpequeno em relação ao restante daremuneração do bancário. A ideia é garantirque todos recebam um valor justo pela funçãoque ocupam e eliminamos a distorção do CTVA,que hoje muitas vezes tem valor maior do quea soma de salário padrão com a comissão porfunção. Além disso, com a progressão doempregado na tabela do PCS, o ARFrapidamente deixará de ser necessário,tornando-o verdadeiramente temporário. Aproposta prevê ainda a progressão horizontalno PCC, por tempo de serviço, o que vaiacelerar ainda mais esse processo.

AVALIAÇÃO � Para Marcello Carrion,Diretor de Relações de Trabalho da APCEF eintegrante do GT Nacional, é importanteampliar o debate entre os empregados daCaixa: "Esse tema é importante demais paratodos nós para ser discutido superficialmenteou por poucas pessoas". Nesse sentido, Carriondefendeu a manutenção do GT Nacional coma incorporação de representantes dos diversoscargos em comissão hoje existentes. O dirigentedefende também a realização de nova PlenáriaNacional antes de qualquer acordo emdefinitivo com a empresa. O cronograma daCaixa prevê a implantação da nova tabela até30 de dezembro.

Plenária aprova propostaPCCS

Arte: Rodrigo Vizzotto/D3 Comunicação

JUNHO DE 2009 11

PREVIDÊNCIA

Esclarecendo o Fator PrevidenciárioProjeto de Lei 3299/08, de extinção do FatorPrevidenciário, tramita desde 2003 e foi propostopelo senador Paulo Paim. Modificado na Câmara

Federal pelo deputado federal Pepe Vargas, relator doprojeto, o PL ainda gera muitas dúvidas. Em vigor desde1999, a fórmula de cálculo do Fator Previdenciário provocauma redução de até 40% no benefício, dependendo dotempo de contribuição, da idade do trabalhador e da

expectativa de sobrevidado segurado no momen-to da aposentadoria,item que é calculado apartir de estimativas doInstituto Brasileiro deGeografia e Estatística(IBGE).

Atualmente, o proje-to está na Comissão deFinanças e Tributação. Emseguida, a matéria seguepara exame na Comissãode Constituição e Justiçae depois vai para votação

em plenário. No entanto, o deputado Pepe Vargas informaque há um requerimento de urgência que deve serapreciado e, se aprovado, a matéria passará direto paraplenário, sem necessidade de voto nas Comissões, o quetornará seu trâmite muito mais ágil. Até o fechamentodesta edição, em 17 de junho, o requerimento ainda nãohavia sido apreciado.

FATOR RETROATIVO � Segundo Pepe, o PL 3299/08não contém proposta de criação de um dispositivo paracompensar os aposentados desde 1999 � ano em que oFator Previdenciário entrou em vigor. �Não fiz essaproposta. Esta afirmação surgiu quando eu participava deum debate sobre o projeto e uma pessoa sugeriu.Respondi que poderíamos estudar e fazer cálculosespecíficos para analisar a possibilidade, mas não háprevisão de recursos para isso�, justificou o parlamentar.

O

Assessoria Jurídica orienta sobre ação do BUADiante do anúncio do pagamento do Benefício

Único Antecipado (BUA) pela Funcef, o assessordo Seguro Jurídico, dr. Fábio Maia Barbosa, prestaos seguintes esclarecimentos e lembra que oreconhecimento de erro no cálculo do BUA é umavitória conquistada pela mobilização dos associadose associadas da APCEF/RS.

CORRESPONDÊNCIA FUNCEF � Foramencaminhadas correspondências a todos os

Deputado federal Pepe Vargas

GT Saúde prepara seminárioO Grupo de Trabalho de Saúde da APCEF/RS, em reunião no dia 10 de junho, decidiu pela

organização de um Seminário no mês de julho. Na pauta, o credenciamento, ampliação do SaúdeCaixa para PDV e familiares, critérios de reembolso, revisão do guia de auditoria, comitê deacompanhamento gestor e infraestrutura das GIPES. Estarão presentes os representantes da Caixaresponsáveis pela Gestão do Plano de Saúde. A data e os detalhes do seminário serão divulgados nosite da APCEF/RS. A segunda reunião do Grupo, realiza no dia 17 de junho, contou com a presençade Neivaldo Nova da Costa, responsável pela administração do Saúde Caixa, na GIPES/RS, quepromoveu o esclarecimento de dúvidas dos componentes do GT.

participantes que optaram pelo SALDAMENTO DOREG/Replan da Funcef, referentes ao pagamentode diferenças do BUA, informando os valoresindividualizados eventualmente devidos a cada umdos mesmos.

DECISÃO JUDICIAL BUA � Em 10 de junho, aAPCEF/RS apresentou recurso judicial para quetodos os integrantes dos processos judiciais de n.º10802701420 e 10901478230 recebam os

pagamentos que a Funcef apurou adminis-trativamente.

DESISTÊNCIA DAS AÇÕES � A APCEF/RSsomente poderá desistir dos processos judiciaisreferidos mediante autorização decorrente deAssembleia Geral Extraordinária convocada com estafinalidade. A APCEF/RS está tomando todas asmedidas/recursos judiciais e extrajudiciais para fazervaler o direito de todos receberem os valores devidos.

ORIENTAÇÕES � Com base no trabalhoamplamente exitoso desenvolvido para mudar aFuncef para melhor nos últimos oito anos,solicitamos a todos os associados e associadasvinculados ao Seguro Jurídico que não encaminhemnenhum requerimento administrativo ou judicialde desistência, renúncia ou quitação relativa àsdiferenças do BUA. Destacamos que a Funcef podenão estar pagando todas as diferenças do BUAdevidas, bem como deixando de atualizar osbenefícios complementares mensalmente na formado contrato de adesão ao REG/REPLANSALDADOS.

FUNCEF

Como é aPrevidênciaatualmente

Proposta de Paulo Paimaprovada pelo Senado

(Projeto de Lei n.º 3.299)

Proposta substitutiva dodeputado Pepe Vargas

(Fórmula 95/85)

- Homens devem ter 35 anos decontribuição e mulheres 30 anos(magistério são cinco anos amenos).- Multiplica-se a média dos 80%maiores salários de contribuição aoINSS, apurados desde julho de 1994,corrigidos monetariamente peloFator Previdenciário.- Fator Previdenciário � índicecriado em 1999 que leva em contaexpectativa de sobrevida (IBGE) etempo de contribuição. Reduz ematé 40% o valor do benefício.- Não existe exigência da idademínima, a não ser para aposen-tadoria proporcional, que é de 48anos para a mulher e 53 anos parao homem

- Extingue o Fator Previdenciário nocálculo dos benefícios.- Foi aprovado no Senado e enviadoà Câmara.- Valor da aposentadoria é integrale leva em conta a média das últimas36 contribuições do segurado.

- Sem exigência de idade mínima paraaposentadoria.- Não aplicação do Fator Previdenciário paraquem atingir na soma da idade com o tempode contribuição 95, se homem, 85, semulher.- Congelamento da expectativa de vida paraquem permanecer na ativa ao completar osanos de contribuição.- Manutenção da Média Longa (80%melhores contribuições).- Separação dos resultados da clientelaurbana e clientela rural.- O Fator Previdenciário só será aplicadopara quem não conseguir completar afórmula 95/85, quando será mantida aexpectativa de vida em vigor no ano emque o segurado completou o tempo mínimode contribuição

Veja abaixo a comparação no quadro de propostas

Veja, ainda, como é o cálculo do Fator Previdenciário e simulaçõesFP = TC x a X [1 + (Id + Tc x a) ] Es 100Es = Expectativa de Sobrevida (médianacional única para ambos os sexos)TC = Tempo de Contribuição, no momento daaposentadoriaa = Alíquota de Contribuição (0,31)Id = Idade, no momento da aposentadoria

APLICA-SE A:� Aposentadoria por idade (opcionalmente)� Aposentadoria por tempo de contribuição(obrigatoriamente)

EXEMPLOS:Homem, 51 anos, 35 de Contribuição:FP = 0,629 reduz 37,1% o Valor da Aposentadoria (Salário de Benefício)Com 59 anos e 43 de Contribuição atinge FP = 1,054Mas a Expectativa de Sobrevida cresce a cada ano. De 2007 para 2008 =+ 53 dias53 X 8 anos= 424 dias60 anos e 44 de contribuição?Pela fórmula 95: 55,5 anos e 39,5 de Contribuição = 100%

Mulher, 55 anos, 31 de Contribuição:FP = 0,748 reduz 25,2% da AposentadoriaCom 60 anos e 36 de Contribuição atinge FP 1,0405 X 53 = 265 dias?Pela fórmula 85: já garante 100% da Aposentadoria

Foto: Divulgação

América Café faz nova estreia nos palcospeça América Café, do grupoCaixa de Pandora, da APCEF/RS, retorna aos palcos da

Capital todas as sextas e sábados, às21h; e domingos, às 20h, até o dia12 de julho. O espetáculo é atraçãona sala Álvaro Moreyra � CentroMunicipal de Cultura (Av. EricoVerissimo, 307, em Porto Alegre).Escrito e dirigido por Artur José Pinto,América Café está de cara nova. Como elenco reformulado, o jovemGabriel Bolzan é quem encarnaRudimar, o famoso líder da malan-dragem, filho único de uma famíliadecadente dos anos 40, que se apai-xona por Leda, garçonete recém-contratada do concorrido barnoturno América Café, etudo faz para ser dignodo amor da moça. Doisnovos personagens tam-bém foram incluídos. �Ésensível a evolução dotrabalho de todo o grupoque está muito feliz comesta nova oportunida-de�, exalta Artur Pinto.�Com esta nova tempo-

A

TEATRO

Foto: Divulgação A

PCEF

Gabriel Bolzan, o novo protagonista do AméricaCafé, conta-nos um pouco de sua trajetória nogrupo e as expectativas quanto a esta temporada.

João de Barro � Há quanto tempo está na peça equal sua trajetória nela?Gabriel � Estou desde o começo, em 2005. Masaté a nossa pré-estreia na sala Carlos Carvalho, edepois em temporada no Bruno Kiefer e PortoVerão Alegre, eu interpretei o Floriano,personagem amigo de Rudimar. No teatro doHebraica e também em uma apresentação emSanta Maria, eu atuei como Polaco, outro perso-nagem. Agora surgiu esta oportunidade maravi-lhosa. O diretor decidiu me colocar como Rudimar.Espero e acredito que eu possa preencher e aindasurpreender a todos no palco.

JB � Como foram os ensaios dessa nova temporadae como você está se sentindo como protagonista?Gabriel � Os ensaios estão sendo ótimos. Estou mesentindo muito bem! É uma grande respon-sabilidade com o grupo. Mas não acho que assumiro papel de protagonista da peça signifique quesou melhor do que ninguém. Apenas que meenquadrei em algumas necessidades que o papelpedia.

Ingressos Os ingressos custam R$ 20,00 e antecipados R$ 15,00 epodem ser comprados nos locais abaixo. Estudantes; idosos;associados APCEF/RS, AGEA e SindBancários; e integrantesdo Clube do Assinante ZH pagam apenas meia-entrada.

· AGEA: Rua dos Andradas, 943, 12.º andar � Centro· APCEF/RS: Av. Coronel Marcos, 851 � Ipanema· Cia de Arte: Rua dos Andradas, 1780 � Centro· Entreato Pub: Rua da República, 163 � Cidade Baixa· SindBancários: Rua General Câmara, 424 � Centro· Taberna do Farol: Av. Coronel Marcos, 627 � Ipanema

Bolzan encarna Rudimar

rada, o grupo Caixa de Pandora chega aum alto nível de produção, atingindo umpatamar de grupos profissionais de PortoAlegre�, afirma Paulo Casa Nova, Diretorde Cultura da Apcef/RS.

www.12 JUNHO DE 2009

CULTURA